i grandihc-br — grandes desafios de pesquisa em interação humano - computador no brasil

I GranDIHC-BR Grandes Desafios de Pesquisa em

Interao Humano-Computador no Brasil

06 de Novembro de 2012

Cuiab MT

RELATRIO TCNICO

Editora

Sociedade Brasileira de Computao SBC

Organizadores

M. Ceclia C. Baranauskas

Clarisse Sieckenius de Souza

Roberto Pereira

Realizao

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)

Promoo

Comisso Especial de Interao Humano-Computador (CEIHC)

Sociedade Brasileira de Computao (SBC)

ISBN: 978-85-7669-287-4

GranDIHC-BR Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil (2012-2022)

2

ISBN: 978-85-7669-287-4

Sumrio

Prefcio ............................................................................................................................................... 03

Parte I Prospeco de Grandes Desafios de Pesquisa ................................................... 06

Contexto ...................................................................................................................................... 07

GranDIHC-BR: Organizao .................................................................................................. 10

Parte II Cinco Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil: 2012-2022 ........... 15

1. Futuro, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade ................................................................ 16

2. Acessibilidade e Incluso Digital ......................................................................................... 19

3. Ubiquidade, Mltiplos Dispositivos e Tangibilidade ........................................................ 23

4. Valores Humanos .................................................................................................................. 27

5. Formao em IHC e Mercado ............................................................................................. 31

Meta-Reflexo dos Organizadores .......................................................................................... 35

Parte III Apndices ................................................................................................................... 39

Propostas submetidas na etapa de Prospeco de Grandes Desafios ................................ 40

Agradecimentos .......................................................................................................................... 55

Referncias ................................................................................................................................. 56


3

ISBN: 978-85-7669-287-4

Prefcio

Em 2006, pesquisadores da Sociedade Brasileira de Computao (SBC) reuniram-se para discutir e

identificar os grandes desafios de pesquisa em Computao no Brasil para a dcada seguinte. A

iniciativa foi motivada pelo entendimento de que a Computao se tornou um pilar na pesquisa

cientfica e um componente indispensvel para a implantao e o fortalecimento dos objetivos

sociais, econmicos e tecnolgicos de um pas (SBC, 2006). Assim, as consequncias do

planejamento estratgico para a rea seriam estendidas para outras reas alm da Computao

propriamente dita.

Na ocasio dos Desafios da SBC, cinco grandes desafios foram propostos e o desafio nmero 4,

Acesso participativo e universal do cidado brasileiro ao conhecimento (Baranauskas e Souza,

2006), reconheceu o papel e a importncia da rea de Interao Humano-Computador (IHC) para

o desenvolvimento social, cientfico, tecnolgico e econmico do pas. Dentre as 9 reas centrais

da Cincia da Computao, enumeradas desde 1988 pela ACM, IHC a rea que precisa lidar com

questes de carter universal e transversal s demais reas e, ao mesmo tempo, considerar aspectos

especficos (sociais, culturais, econmicos, polticos, geogrficos) do ambiente em que sua

aplicao ocorre.

O contexto brasileiro complexo. O pas possui dimenses continentais, uma populao de

mais de 200 milhes de habitantes, uma cultura diversificada e tradicionalmente marcado pela

desigualdade social. Embora nos ltimos anos o Brasil venha passando por transformaes rpidas

e profundas que tm propiciado uma evoluo nos indicadores de desenvolvimento econmico,

social e humano, suas limitaes em reas crticas para manter essa evoluo esto se tornando

mais evidentes (e.g., educao, cincia e tecnologia, sade, infraestrutura, segurana, etc.). O

desenvolvimento cientfico e tecnolgico um fator crucial para a superao dessas limitaes,

porm seus benefcios somente sero alcanados e sentidos nas dimenses necessrias se ele

ocorrer de forma socialmente responsvel.


4

ISBN: 978-85-7669-287-4

Quando a Coordenao do IHC 2012 (XI Simpsio Brasileiro de Fatores Humanos em

Sistemas Computacionais) nos chamou para organizar um painel que discutisse os avanos nos

Desafios da SBC, em particular o seu Desafio n 4, ficamos instigados a ir um pouco alm.

Primeiramente porque, embora reconheamos avanos daquela iniciativa (por exemplo, no nmero

de Eventos Cientficos com a temtica dos Desafios, Editais de Pesquisa especficos, etc.), muito

h a ser consolidado ainda at 2016. Segundo, porque se abriu a oportunidade de ouvir a

comunidade de IHC de forma mais sistemtica e mais localizada, a respeito do que se considera

um Desafio para IHC no Brasil dos grandes desafios (a ambiguidade intencional).

O GranDIHC-BR foi inspirado no Seminrio dos Grandes Desafios da Pesquisa em

Computao no Brasil (SBC, 2006) para prospectar questes de pesquisa na rea de IHC que sero

importantes para a cincia e o pas em um perodo de 10 anos (2012-2022), estendendo o alcance

do Desafio 4 da SBC. A iniciativa foi dividida em 3 etapas, abrangendo: (1) a chamada e anlise de

propostas de Grandes Desafios; (2) apresentaes e discusses com a comunidade em um Painel

na conferncia nacional de IHC (IHC 2012); e (3) o trabalho em grupos para a proposio de um

conjunto de desafios com base nas etapas anteriores. Como resultado do esforo coletivo, 5

Grandes Desafios de pesquisa em IHC para a prxima dcada (2012-2022) foram identificados.

Embora alguns eventos j tenham sido organizados internacionalmente com o intuito de

discutir os desafios e o futuro da rea de IHC, como, por exemplo, o Workshop Being Human

(Sellen et al., 2009) e, mais recentemente, a Human-Computer Confluence Research Challenges (HC@,

2012), at onde estamos cientes, esta foi a primeira iniciativa nos moldes dos Grandes Desafios de

Pesquisa realizada para a rea de IHC no Brasil.

Os Grandes Desafios que resultaram do GranDIHC-BR representam uma reflexo da

comunidade de IHC sobre a rea, com possibilidades de inspirar e nortear os rumos da pesquisa

em IHC no pas para os prximos anos. Esperamos que esses Grandes Desafios sirvam como

princpio norteador para o desenvolvimento de projetos que produzam avanos cientficos

significativos, com aplicaes sociais e tecnolgicas. Esperamos, tambm, que essa iniciativa e seus


5

ISBN: 978-85-7669-287-4

resultados possam alcanar outras disciplinas e possam servir de inspirao para outros pases em

desenvolvimento e/ou com problemas de natureza semelhante.

Este relatrio tcnico est organizado em 3 partes. Na Parte I, apresentamos como a iniciativa

do GranDIHC-BR foi organizada e conduzida; a prospeco de Grandes Desafios com a

comunidade, o recebimento e anlise de propostas para a formao de grupos temticos e

identificao de possveis Grandes Desafios; e o Painel dos Grandes Desafios realizado no XI

Simpsio Brasileiro de Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC 2012) para socializar

as propostas com a comunidade e promover discusses com o intuito de se identificar,

conjuntamente, os Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil. Na Parte II, apresentamos os

5 Grandes Desafios que resultaram do trabalho em grupos sobre os resultados das atividades

desenvolvidas na Parte I, e uma meta-reflexo dos organizadores. Como apndices, inclumos na

Parte III os resumos das propostas individuais recebidas na etapa de prospeco de desafios,

agradecimentos gerais e referncias utilizadas.

M. Ceclia C. Baranauskas [email protected]


Clarisse S. Souza [email protected]


Roberto Pereira [email protected]


Como citar esse Relatrio Tcnico:

Baranauskas, M.C.C.; Souza, C.S.; Pereira, R.; I GranDIHC-BR Grandes Desafios de

Pesquisa em Interao Humano-Computador no Brasil. Relatrio Tcnico. Comisso Especial de

Interao Humano-Computador (CEIHC) da Sociedade Brasileira de Computao (SBC). ISBN:

978-85-7669-287-4. 56p. 2014.


6

ISBN: 978-85-7669-287-4

1

2

3

4 Parte I

5 Prospeco de Grandes

Desafios de Pesquisa

6


7

ISBN: 978-85-7669-287-4

7 GranDIHC-BR: Contexto e Organizao

O entendimento de Grandes Desafios (Grand Challenges) em diversas reas convergem para um

enunciado na seguinte estrutura: Um Grande Desafio um problema fundamental em , cuja soluo tem amplas e possibilita ou conduz a

grandes avanos no .

O relatrio dos Grandes Desafios de Pesquisa em Computao (2006-2016) (SBC, 2006) afirma

que Grandes Desafios esto relacionados a problemas centrais que no podem ser resolvidos por

pesquisas individuais de curto prazo. So problemas que devem ser discutidos e abordados sob

diferentes perspectivas, com mltiplos enfoques e com resultados a serem alcanados no decorrer

de um perodo grande. Conforme proposto pela SBC (2006), algumas caractersticas de um Grande

Desafio de Pesquisa so:

Um Grande Desafio deve ser dirigido a avanos significativos na rea e, consequentemente,

cincia, em vez de se basear em resultados incrementais de progressos existentes.

A pesquisa para abordar um desafio deve ir muito alm dos trabalhos e resultados que

podem ser desenvolvidos e alcanados em um projeto de pesquisa individual convencional.

Seu progresso deve ser passvel de ser realizado e avaliado de forma incremental, de modo

que seja possvel analisar a sua evoluo e executar mudanas de curso eventualmente

necessrias.

O sucesso de um Grande Desafio deve poder ser avaliado de forma clara e objetiva.

Um Grande Desafio pode ser multidisciplinar na natureza e nas possibilidades de soluo.

Um Grande Desafio deve ser realista e discutvel em um prazo vivel (e.g., 10 anos), ao

mesmo tempo em que deve desafiar paradigmas, questionar e provocar uma evoluo no

panorama tradicional da rea.


8

ISBN: 978-85-7669-287-4

Um Grande Desafio emerge de um consenso da comunidade cientfica para servir como

um cenrio de longo prazo para os pesquisadores, independentemente de polticas de

financiamento ou de questes conjunturais.

Na iniciativa organizada pela SBC, 5 Grandes Desafios foram identificados, sendo o Desafio 4

diretamente relacionado rea de IHC:

1. Gesto da Informao em grandes volumes de dados multimdia distribudos

2. Modelagem computacional de sistemas complexos artificiais, naturais e socioculturais e da

interao homem-natureza

3. Impactos para a rea da Computao da transio do silcio para novas tecnologias

4. Acesso participativo e universal do cidado brasileiro ao conhecimento

5. Desenvolvimento tecnolgico de qualidade: sistemas disponveis, corretos, seguros,

escalveis, persistentes e ubquos

Grandes Desafios tm a possibilidade de inspirar o desenvolvimento cientfico, social e

econmico, incentivando o direcionamento de esforos, de diferentes naturezas, para a resoluo

de problemas e deficincias crticos. Aps o evento promovido pela SBC, outros eventos foram

promovidos para continuar a discutir os Grandes Desafios e os avanos obtidos; editais para

financiamento de pesquisas no contexto dos Grandes Desafios foram abertos. A lista abaixo

mostra alguns dos desdobramentos percebidos nos seis anos seguintes proposta dos Grandes

Desafios pela SBC:

2007

Lanamento do Edital MCT/CNPq/CT-INFO (n 07/2007) para projetos relacionados aos Grandes

Desafios. Foram aprovados 49 projetos em um valor total de 9 milhes de Reais; O primeiro Edital

da parceria FAPESP\Microsoft Research foi lanado para o Estado de So Paulo, selecionando 5

Projetos;

O SEMISH (Seminrio Integrado de Software e Hardware) tem, pela primeira vez, o foco de sua

chamada nos Grandes Desafios de pesquisa da SBC;


9

ISBN: 978-85-7669-287-4

2008

Realizao do ChaRLA'08: Grand Challenges in Computer Science Research in Latin America. Neste

workshop, o Desafio n 1 Tecnologias de Informao e Comunicao Orientadas ao

Cidado tambm mostra uma clara relao com a rea de IHC;

Novo Edital FAPESP\Microsoft Research com a seleo de 2 Projetos de pesquisa;

SEMISH com chamada de trabalhos no contexto dos Grandes Desafios;

2009

Organizao pela SBC do II Seminrio sobre os Grandes Desafios da Computao no Brasil;

Edital FAPESP\Microsoft Research com 4 projetos selecionados;


2010

Lanamento do Edital MCT/CNPq (N 09/2010) para projetos relacionados aos Grandes

Desafios; 90 projetos foram selecionados em um total de 10 milhes de Reais;

Edital FAPESP\Microsoft Research com 4 projetos selecionados;


Realizao de um Painel sobre Acessibilidade no IHC 2010;

2011

Novo Edital FAPESP\Microsoft Research com 3 projetos selecionados;


Realizao de um Painel relacionado ao Desafio 4 no SBIE 2011 Simpsio Brasileiro de

Informtica na Educao;

2012

Organizao do DEsafIE! I Workshop de Desafios da Computao Aplicada Educao, no

CSBC 2012 Congresso da Sociedade Brasileira de Computao;


GranDIHC-BR: Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil, com painel realizado no IHC

2012.


10

ISBN: 978-85-7669-287-4

Neste contexto, o GranDIHC-BR foi uma iniciativa da comunidade brasileira de pesquisa em

IHC para prospectar questes de pesquisa na rea de IHC que sero importantes para a Cincia e o

pas em um perodo de 10 anos (2012-2022), estendendo o alcance do Desafio 4 da SBC. Esta

iniciativa promoveu a interao e o trabalho colaborativo entre profissionais da indstria e

pesquisadores da comunidade brasileira e resultou na identificao de 5 Grandes Desafios. A

prxima seo apresenta como o GranDIHC-BR foi organizado e conduzido em suas diferentes

etapas.

Organizao

Inspirado no Seminrio dos Grandes Desafios da Pesquisa em Computao no Brasil (SBC, 2006),

o GranDIHC-BR procurou discutir os avanos nos Grandes Desafios da SBC e ouvir a

comunidade de IHC de forma mais sistemtica e mais localizada a respeito do que se considera um

Desafio para IHC no Brasil. O GranDIHC-BR foi conduzido em 3 etapas com diferentes

atividades (ver Figura 1): 1. Prospeco de Grandes Desafios; 2. Painel do GranDIHC-BR no IHC

2012; e 3. Consolidao dos resultados. Como resultado do esforo coletivo, 5 Grandes Desafios

de pesquisa em IHC para a prxima dcada (2012-2022) foram identificados.

Figura 1. Organizao do GranDIHC-BR.


11

ISBN: 978-85-7669-287-4

1. Prospeco de Grandes Desafios

A chamada de propostas1 para prospeco de Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil

foi disseminada para toda a comunidade nacional. Pesquisadores e profissionais da indstria foram

convidados a preencher um formulrio online, na forma de respostas a um questionrio2,

apresentando suas propostas de desafios. Ao todo, 14 propostas foram recebidas, listadas a seguir:

01 - Interao Humana com as Cidades Inteligentes (Jaguaraci Batista Silva)

02 - Avaliao da Qualidade da Interao Humano-Computador de Sistemas Ubquos (Rainara

Maia Santos, Valria Lelli Leito Dantas, Kathia Maral de Oliveira e Rossana Maria de Castro Andrade)

03 - Interfaces Touchscreen Acessveis s Pessoas com Deficincia Visual (Agebson Rocha Faanha,

Windson Viana de Carvalho e Mauro Cavalcante Pequeno)

04 - Privacidade no Mundo Conectado (Raquel Oliveira Prates)

05 - Interagir de Maneira mais Sustentvel (Vnia Paula de Almeida Neris e Kamila Rios da Hora

Rodrigues)

06 - Portabilidade na Web Social Inclusiva (Ig Ibert Bittencourt)

07 - Alavancar a Competitividade Brasileira no Mercado de Tecnologia Digital (Carlos Rosemberg,

Elizabeth Furtado, Daniel Chagas e Rafaela Lisboa)

08 - Disseminao e Compartilhamento da Informao nas Comunidades com Tradio Oral

(Daniel Chagas, Elizabeth Furtado, Carlos Rosemberg, Rafaela Lisboa e Lucas de Moura)

09 - A Educao em IHC (Clodis Boscarioli, Marco Winckler, Milene Selbach Silveira, Raquel Oliveira

Prates, Silvia Amlia Bim e Simone Diniz Junqueira Barbosa)

10 - Interao Pstuma e Legado Digital Ps-Morte (Cristiano Maciel e Vinicius Carvalho Pereira)

11 - tica e Design no Contexto Brasileiro (Lara S. G. Piccolo, Alessandro Arpetti e Heiko Hornung)

1 http://www.nied.unicamp.br/interhad/grandihc-br (ltimo acesso em 27/12/2013) 2 http://goo.gl/4yo5Y (ltimo acesso em 27/12/2013)


12

ISBN: 978-85-7669-287-4

12 - Uso Simultneo de Mltiplos Dispositivos nas Atividades Cotidianas (Julio Guido Oliveira

Milito e Elizabeth Sucupira Furtado)

13 - Acesso Universal a Informao e ao Conhecimento via Interface Crebro-Computador

(Leonardo Cunha de Miranda)

14 - Interface Tangvel de Artefato Fsico de Interao Acessvel (Leonardo Cunha de Miranda)

As propostas recebidas foram analisadas por um Comit de Avaliao formado por

pesquisadores e profissionais da indstria, que ofereceu contribuies sobre as propostas,

agrupando-as de acordo com sua temtica. Cada proposta foi analisada por pelo menos 5

avaliadores que atriburam um conceito para a proposta (A conceito mais alto; D conceito mais

baixo), forneceram sua opinio, e relacionaram as propostas umas com as outras utilizando uma

escala de 0 4 (0 nenhuma relao; 4 fortemente relacionada)3.

Com base na anlise efetuada pelo comit de organizao e de avaliao, uma matriz de

relacionamento foi construda, permitindo identificar a formao de 5 clusters denominados

Grupos Temticos. Os cinco grupos temticos e as propostas agrupadas em cada um esto

listados abaixo:

G1. Futuro, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade

- Interao Humana com as Cidades Inteligentes

- Interagir de Maneira mais Sustentvel

G2. Acessibilidade e Incluso Digital

- Interfaces Touchscreen Acessveis s Pessoas com Deficincia Visual

- Portabilidade na Web Social Inclusiva

- Disseminao e Compartilhamento da Informao nas Comunidades com Tradio Oral

G3. Ubiquidade, Mltiplos Dispositivos e Tangibilidade

- Avaliao da Qualidade da Interao Humano-Computador de Sistemas Ubquos

- Uso Simultneo de Mltiplos Dispositivos nas Atividades Cotidianas

- Acesso Universal a Informao e ao Conhecimento via Interface Crebro-Computador

- Interface Tangvel de Artefato Fsico de Interao Acessvel

3 http://goo.gl/wZPWzR (ltimo acesso em 28/12/2013)


13

ISBN: 978-85-7669-287-4

G4. Valores Humanos

- Privacidade no Mundo Conectado

- Interao Pstuma e Legado Digital Ps-Morte

- tica e Design no Contexto Brasileiro

G5. Formao em IHC e Mercado

- Alavancar a Competitividade Brasileira no Mercado de Tecnologia Digital

- A Educao em IHC

Aps definidos os grupos temticos, os autores das propostas individuais situadas em um

mesmo grupo desenvolveram um trabalho conjunto para: (a) identificar o desafio por trs das

propostas do Grupo; (b) enunci-lo como um desafio, isto , no nvel de impacto e magnitude

adequados; e (c) apontar aplicaes e implicaes imediatas que j pudessem ser antecipadas.

Como material de apoio, os autores receberam todas as propostas de desafios situadas em um

mesmo grupo e as revises elaboradas pelo comit de avaliao.

2. Painel do GranDIHC-BR no IHC 2012

O resultado do trabalho colaborativo desenvolvido pelos autores das propostas agrupadas em cada

grupo temtico foi apresentado no Painel GranDIHC-BR, realizado em 06 de Novembro de 2012,

em Cuiab, no XI Simpsio Brasileiro de Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC

2012).

Com durao de 4 horas, o Painel situou os participantes no contexto dos Grandes Desafios da

SBC, resultados, outras iniciativas, etc., e apresentou as atividades sendo conduzidas para a

identificao dos Grandes Desafios de Pesquisa em IHC para os prximos 10 anos (2012-2022).

Aps essa introduo, cada grupo apresentou a sua proposta de Grande Desafio que foi discutida

com participantes do comit de avaliao e com toda a comunidade presente no evento.

Representantes de todos os grupos temticos e pesquisadores/profissionais de todas as regies do

pas estiveram presentes no painel; alm das discusses presenciais, um formulrio online4 foi

disponibilizado para que os participantes pudessem deixar suas contribuies durante o evento.

4 http://goo.gl/z2II2S (ltimo acesso em 28/12/2013)


14

ISBN: 978-85-7669-287-4

3. Consolidao dos resultados.

Nesta ltima etapa, os autores, que apresentaram os trabalhos desenvolvidos nos grupos temticos

no Painel do IHC 2012, foram convidados a elaborar um texto apresentando comunidade o

Grande Desafio relacionado a cada grupo e indicando:

1. A importncia e os benefcios de se buscar soluo para o Desafio;

2. Formas para identificar/medir o sucesso do avano das pesquisas;

3. Possveis dificuldades e barreiras para se obter sucesso nas pesquisas; e

4. Aes que devem ser tomadas para se enfrentar o desafio em um perodo de 10 anos.

Os 5 Grandes Desafios de Pesquisa em IHC que emergiram deste esforo conjunto da

comunidade Brasileira de IHC esto apresentados na prxima seo deste relatrio (Parte II). A

Figura 2 mostra uma TagCloud criada a partir dos textos elaborados para os Desafios.

Figura 2. TagCloud gerada com base nos 100 termos mais comuns nos textos finais sobre os

Grandes Desafios. Foram removidos da visualizao stop words, termos relacionados ao

enunciado da atividade e/ou ao seu evidente contexto (e.g., Desafios, IHC, Interao).


15

ISBN: 978-85-7669-287-4

8

9

10 Parte II

11 Grandes Desafios de Pesquisa

em IHC no Brasil: 2012-2022


16

ISBN: 978-85-7669-287-4

Desafio 1

Futuro, Cidades Inteligentes e

Sustentabilidade

Vnia Paula de Almeida Neris, Kamila Rios da Hora Rodrigues [email protected], [email protected]

Universidade Federal de So Carlos (UFSCar)

Jaguaraci Batista Silva [email protected]

Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP-SJC)

Sustentabilidade o termo dado prtica de consumir garantindo que no falte nada no futuro.

Mais do que o aspecto ambiental, relacionado com solues que no degradem o meio ambiente,

como a reduo no consumo de combustveis fsseis e o desenvolvimento de solues

energeticamente mais eficientes, a questo da sustentabilidade envolve tambm aspectos sociais e

econmicos. Os aspectos sociais esto relacionados com os direitos humanos, respeito s

diferenas, e disseminao de valores que respaldem a continuidade da vida em sociedade nas

geraes futuras. As questes econmicas colocam o foco no desenvolvimento de solues que

sejam financeiramente viveis, gerem lucro e apoiem a distribuio de renda.

Os computadores tm um papel central na temtica da sustentabilidade. Por um lado, esto

cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas e favorecem a disseminao de informaes em

larga escala, podendo ser uma ferramenta til para a conscientizao, mobilizao e promoo de

mudanas de comportamento em prol da sustentabilidade. Por outro lado, as solues

computacionais so um bem de consumo e, portanto, impactam nas questes de sustentabilidade,

exigindo um repensar das nossas prticas de design, desenvolvimento e descarte. O papel do

designer no desenvolvimento de uma sociedade sustentvel no est apenas em criar produtos

sustentveis, est tambm em vislumbrar produtos, processos e servios que incentivam o

consumo consciente e o comportamento sustentvel.


17

ISBN: 978-85-7669-287-4

O desafio de interagir de maneira mais sustentvel est relacionado com a busca por solues

de interfaces de usurio que conscientizem e instrumentalizem os cidados brasileiros na melhoria

da relao dos indivduos entre si e com o seu entorno, incluindo o meio ambiente, as cidades e as

solues de tecnologia, de maneira inteligente e mais sustentvel. Esses sistemas devem, alm de

considerar a sustentabilidade econmica, refletir valores sociais e tecnolgicos e estimular novas

maneiras de se pensar, viver e fazer negcios. Nesse sentido, o desafio constitui a busca por

ferramentas, mtodos, modelos e teorias que fomentem um comportamento mais sustentvel.

Pesquisas nessa linha consideram os fatores emocionais, motivacionais e organizacionais, o

comportamento em redes sociais, abordando aspectos de sade e bem-estar, de desenvolvimento

intelectual, de justia, paz, equidade etc. De maneira mais explicita, espera-se a formao de

comunidades sustentveis; o desenvolvimento de solues ubquas e de ambientes inteligentes; o

estmulo ao respeito ao prximo, ao transporte racional com logstica otimizada e produo de

veculos inteligentes, boa alimentao e gesto eficaz dos suprimentos, ao desenvolvimento de

solues eficazes para o e-waste etc.

Por outro lado, este desafio considera tambm a insero de princpios de sustentabilidade nas

prticas de design e na concepo e desenvolvimento de solues de tecnologia. Nessa vertente, o

desafio consiste em se repensar as tcnicas e modelos da Interao Humano-Computador luz das

premissas do design sustentvel. Pesquisas nessa linha consideram, entre outros, a concepo de

metodologias que sejam geis; levem em conta o contexto social, econmico e ambiental dos

usurios; naturalmente se integrem e criem uma simbiose com os processos de desenvolvimento de

software; permitam o reuso e a reciclagem de artefatos, modelos, software e hardware; e expressem

preocupaes com a qualidade, com o descarte, com solues flexveis e mais perenes.

Interagir de maneira mais sustentvel constitui um desafio, inicialmente, pela necessidade de se

conscientizar designers e usurios de que pensar, desenvolver e usar solues sustentveis no se

trata de um sbito modismo, mas sim de uma tentativa genuna de se estabelecer uma ponte entre

o mundo ideal e o real. Consequentemente, necessrio repensar a maneira como desenvolvemos

e consumimos solues tecnolgicas, considerando a soluo de design situada e o impacto dela no

mbito social, econmico e ambiental.

No que tange as questes de sustentabilidade, o cenrio brasileiro apresenta disparidades. Por

um lado, o pas tem tradicionalmente discutido a questo do impacto ambiental, tendo sido,

inclusive, sede de eventos internacionais a respeito. No entanto, as iniciativas para a

conscientizao ecolgica e a manuteno dos recursos naturais, com o apoio de tecnologias, ainda

so tmidas. Do ponto de vista social, as enormes diferenas encontradas no Brasil tornam a

interao de maneira mais sustentvel um desafio ainda maior. Com relao s questes

econmicas, o poder de consumo da populao brasileira aumenta e, com isso, novos usurios

passam a poder adquirir solues de tecnologias de informao e comunicao. O consumo


18

ISBN: 978-85-7669-287-4

desenfreado, sem que se considere a interao sustentvel, pode agravar o contexto de diferenas

que vivemos.

Diante desse cenrio adverso, no podemos nos furtar a discutir e descobrir novas maneiras de

interagir, com o apoio de solues de design inovadoras, promovendo o consumo consciente e

prticas mais sustentveis, seja na relao com outros indivduos e o meio ambiente, seja nas

nossas prprias relaes de trabalho e desenvolvimento de tecnologia. preciso ainda, repensar e

descobrir como disponibilizar informaes em plataformas pblicas, acessveis e integradas para

trazer diversas melhorias qualidade de vida dos indivduos, bem como avaliar o impacto que essas

novas solues de design tero no mbito social, econmico e ambiental.

Solues para este desafio passam pela busca, adequao e desenvolvimento de novos

artefatos, ferramentas, tcnicas, mtodos, teorias e modelos que fomentem o comportamento

sustentvel e considerem os aspectos econmicos, sociais e ambientais, de forma integrada, e desde

o incio do processo de design. As solues devem ser flexveis, para tratar os cenrios complexos

e diversos, considerando as particularidades dos indivduos, dos dispositivos e do ambiente onde a

interao ocorre. A conscincia coletiva, os valores culturais e os aspectos emocionais e

motivacionais devem ser levados em considerao.

Solues de design que fomentem o comportamento sustentvel, por meio da interao dos

indivduos e comunidades com as tecnologias de informao e comunicao, devem levar em

considerao a participao das diferentes partes interessadas. Tambm preciso investir na

renovao, reuso e descarte de software e hardware como parte dos requisitos de design.

Avanos das pesquisas relacionadas com este desafio devem levar a mudanas de

comportamento em sociedade. Nesse sentido, novas formas de avaliao da interao, com outros

princpios, diretivas e padres que considerem, por exemplo, a promoo da paz, da sade e do

bem-estar devem ser propostas.

A

Como citar esse Grande Desafio em IHC:

Neris, V.P.A.; Rodrigues, K.R.H.; Silva, J.B.; Futuro, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade. In:

Baranauskas, Souza and Pereira (org.). I GranDIHC-BR Grandes Desafios de Pesquisa em Interao

Humano-Computador no Brasil. Relatrio Tcnico. Comisso Especial de Interao Humano-

Computador (CEIHC) da Sociedade Brasileira de Computao (SBC). ISBN: 978-85-7669-287-4.

pp. 16-18. 2014.


19

ISBN: 978-85-7669-287-4

Desafio 2

Acessibilidade e Incluso Digital

Elizabeth Sucupira Furtado, Daniel Chagas [email protected], [email protected]

Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Ig Ibert Bittencourt

[email protected]

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Agebson Faanha [email protected]

Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear (IFCE)

Estamos cada vez mais vislumbrando cenrios convergentes de uso de tecnologias inovadoras.

Enquanto profissionais de IHC, percebemos um ecossistema de desenvolvimento e uso de

aplicativos interativos, que precisa ser entendido. Primeiro, devemos entender que se trata de um

ecossistema formado, principalmente, por pessoas, com diferentes necessidades e dificuldades, que

devem acessar tais aplicativos e serem capazes de us-los. A Conveno sobre os Direitos das

Pessoas com Deficincia (ONU/2007) e a Lei 5.296 de Dezembro/2004 estabelecem que a

acessibilidade deve ser oferecida a todos ou ao maior nmero possvel de usurios em situaes

limitantes. Porm, muitas pessoas no tm deficincia fsica, mas ainda vivem a cultura do

compartilhamento da informao ligado tradio da oralidade. Segundo, esse ecossistema no

deve ser isolado do que j existe, seja de aplicativos na web, no celular, ou mesmo nas redes de

comunidades orais organizadas em torno de outros meios (como o rdio, a TV). O cenrio

diversificado e com vrias perspectivas a estudar, como as econmicas, sociais, tecnolgicas, entre

outras.

Este Grande Desafio tem implicaes para a qualidade de uso desse ecossistema.

Especificamente, sendo possvel usar a tecnologia, seguimos o seguinte pensamento: para as

pessoas sem deficincia, a tecnologia torna as coisas fceis. Para as pessoas com deficincia, a


20

ISBN: 978-85-7669-287-4

tecnologia torna as coisas possveis" (Radabaugh, 2007). Inspirados por ele, pensamos que

criticamente importante a construo de interfaces acessveis, flexveis e ajustveis considerando os

variados contextos e a diversidade cultural brasileira. Esta soluo dar a pessoas com deficincia

um modo de participarem da sociedade, utilizando dispositivos computacionais para realizarem de

forma mais autnoma atividades de estudo, lazer, comunicao e at trabalho. Indo mais alm,

estratgias para desenvolver as competncias das pessoas baseadas na oralidade devem ser

implantadas, a ponto de elas mesmas encontrarem solues para seus prprios problemas,

principalmente os mais ligados s relaes humanas (violncia domstica, saneamento bsico,

agricultura familiar, cidadania, etc.).

Assim, afirmamos que necessria a construo de sistemas que possam ser generalizados para

mltiplos dispositivos e ao mesmo tempo especializados para os diferentes usurios com diferentes

necessidades. As dificuldades so: custos de aquisio e de desenvolvimento da tecnologia, bem

como dificuldades para a integrao de formas de disponibilizao de conhecimento. A

representao de diversas reas do conhecimento, de diferentes contextos, dispositivos e usurios

faz com que seja necessria a utilizao de estruturas ontolgicas que sejam expressivas o suficiente

para representar tais diferenas e realizar inferncias (mecnicas ou no) sobre elas.

A disponibilizao de aplicativos mveis tambm uma tendncia. No caso dos dispositivos

touchscreen, prevalece o enfoque visual das aplicaes, o que torna a interao mais complexa por

parte dos deficientes visuais, principalmente pelas interaes ocorrerem por meio da localizao e

captura dos elementos, movimentos e gestos na tela. Assim se faz necessria uma investigao no

tocante cognio dos conceitos de orientao espacial, atravs de mapas/modelos mentais, alm

de haver a concepo e utilizao de padres que facilitem o desenvolvimento de interfaces

acessveis.

Por fim, existem dificuldades para o desenvolvimento participativo e uso integrado desse

ecossistema. Tcnicas de IHC (como design thinking e end-user programming) podem possibilitar a essas

pessoas serem colaboradoras, mas as dificuldades so similares s do design inovador. Os usurios,

presos aos paradigmas de interao atual, no conseguem predizer novos usos de ferramentas e

processos, nem novas formas de interao. Alm disto, as solues de projeto da interao no

alcanam pessoas que esto fora do paradigma de interao humano-computador corrente. So

pessoas que no possuem as bases para as interaes atualmente estruturadas e necessitam de

solues de baixo custo. As barreiras cognitivas, afetivas e materiais para a interao entre essas

pessoas e tecnologias digitais devem ser reduzidas com solues desenvolvidas em reas afins a

IHC, colaborando efetivamente para que essas solues trabalhem o desenvolvimento humano

integral.

Divulgar amplamente os resultados obtidos com as abordagens e tecnologias propostas para o

desenvolvimento desse ecossistema , tambm, uma forma de identificar o avano nas pesquisas


21

ISBN: 978-85-7669-287-4

situadas no contexto de Desafio. Isto requer apresentar os aspectos coletados e as aes tomadas

para o sucesso. Alguns exemplos so dados a seguir, porm sem serem exaustivos.

a) Aspectos a coletar:

Pessoas de comunidades orais (principalmente de zonas rurais) que aprenderam a usar (e mesmo

projetar) a tecnologia em benefcio prprio, juntamente com as tcnicas de IHC aplicadas;

Solues relativas s teorias cognitivas que investigaram a correlao da aprendizagem

significativa para pessoas com deficincia fsica e sua implicao para os projetos da interao;

Tcnicas de usabilidade, recomendaes e diretrizes que foram adaptadas e/ou criadas para

orientar o desenvolvimento das propostas e dos aplicativos acessveis e adaptveis s

necessidades tanto dos usurios quanto dos locais; e

Estruturas ontolgicas criadas para representar a diversidade, inferir sobre ela, e propiciar um

sistema integrado.

b) Aes para medir o sucesso alcanado:

Medir a quantidade de publicaes e de patentes de hardware e/ou registros de software

desenvolvido;

Mensurar o capital intelectual desenvolvido nos participantes em decorrncia das aes diretas

nas reas desse Desafio;

Analisar os ndices de aceitao e a utilizao dos aparelhos mveis;

Verificar a satisfao dos usurios beneficirios quanto ao uso da tecnologia para a incluso

social e digital; e

Analisar aspectos do comportamento humano (como a autoestima, a qualidade de vida, a

valorizao do trabalho) quando se divide as pessoas entre as que aprenderam a usar a

tecnologia em benefcio prprio e as que no aprenderam.

c) Aes a serem tomadas nos anos a seguir so:

Criao de Centros de Pesquisas voltados para desenvolvimento e inovao com a temtica de

Tecnologias Assistivas, Adaptveis e Inclusivas;


22

ISBN: 978-85-7669-287-4

Insero de disciplinas com enfoques multidisciplinares na construo desse ecossistema, nas

matrizes curriculares dos cursos de Computao;

Sensibilizao da indstria sobre o potencial comercial para esse nicho de mercado;

Incentivo para continuidade e melhoramento das propostas de pesquisa e desenvolvimento

iniciadas, por meio de eventos, competies e fomentos.

Referncia.

Radabaugh, M.P. Study on the Financing of Assistive Technology Devices of Services for Individuals with Disabilities - A report to the president and the congress of the United State, National Council on Disability, Maro 1993. Acessado em 03 junho. 2013.

B


Furtado, E.S.; Chagas, D.; Bittencourt, I.I.; Faanha, A.; Acessibilidade e Incluso Digital. In:




pp. 19-22. 2014.


23

ISBN: 978-85-7669-287-4

Desafio 3

Ubiquidade, Mltiplos Dispositivos e

Tangibilidade

Elizabeth Sucupira Furtado, Guido Milito [email protected], [email protected]


Rossana Andrade [email protected]

Universidade Federal do Cear (UFC)

Leonardo Cunha de Miranda [email protected]

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Katia Oliveira [email protected]

Universit de Valenciennes et du Hainaute-Cambrsis

Crescem os modos de interao com o mundo digital sendo disponibilizados no cotidiano do ser

humano e com eles uma variedade de oportunidades de interao. As oportunidades se tornam

conhecidas aos usurios, que vidos por terem experincias inovadoras, se aventuram a usar as

tecnologias emergentes. Essas tecnologias podem incluir, mas no esto restritas a, Sistemas

Ubquos (SU), tecnologias de suporte Interao Simultnea com Mltiplos Dispositivos (ISMD),

Interfaces de Usurio Tangveis (IUT), Interfaces baseadas em Gestos (IBG) e Interfaces Cerbro-

Computador (ICC). Ressalta-se, porm, que o brasileiro ainda um grande consumidor de mdias

tradicionais, ou offline (como rdio, TV), mas vem tendo experincias de uso simultneo com

mdias online, como de assistir TV e navegar por redes sociais [1].


24

ISBN: 978-85-7669-287-4

Existem desafios que tm implicaes para a qualidade de uso de cada uma dessas tecnologias.

Os desafios a serem investigados e suas respectivas solues para os prximos 10 anos so

relevantes para a comunidade de IHC, pois com essas tecnologias surgem novos paradigmas de

interao, como o preconizado por Weiser [2], que h uma dcada, apontou que os servios

computacionais deveriam ser acessados em qualquer tempo ou lugar de forma transparente.

Quando existirem solues integradas, multidisciplinares e inclusivas, os benefcios alcanados

podem ser: i) fornecimento ao usurio de servios computacionais, que possam capturar as suas

experincias, intenes e reaes, alm de serem executados com a mnima interveno, possuindo

assim capacidade de adaptao; e ii) aumento de oportunidades para o usurio ser um sujeito

multi-tarefa, participativo, produtivo e saudvel, com o surgimento de diferentes aplicaes,

como estacionamentos ubquos, salas de aulas inteligentes, vida assistida, redes sociais, sistemas

para entretenimento, esportes e sade, e sistemas de transporte inteligente e logstica.

Diferentes questes de pesquisa esto envolvidas neste Grande Desafio, tais como:

Que modelos tericos devem existir para amparar a definio do contexto de interao, dos

aspectos relativos ao indivduo (sua capacidade cognitiva, sade, motivao e valores) visando

interao natural, muitas vezes, concorrente e ldica? Por exemplo, suportar a adaptao da

interao em tempo real tem sido apresentado como soluo para tratar a diversidade cultural,

de acessibilidade, etc. Porm, considerar o carter no determinstico do usurio e do ambiente

de interao ainda no tem sido apresentado para as condies discutidas neste Desafio;

Como amparar decises de projeto da interao em modelos tericos e em formulaes

matemticas, que possibilitem explicaes, predies e otimizaes para/de fenmenos de

interao entre usurios e sistemas? Somos tentados a limitar nossas decises s caractersticas

das tecnologias emergentes para aproveitar sua utilidade e seu carter ldico, transformando a

tecnologia em um fim em si mesmo e no um meio;

Como melhor explorar os estmulos visuais nas solues de ICC uma vez que o design de

sistema dessa natureza no momento no vem sendo desenvolvido por especialistas em IHC? e;


25

ISBN: 978-85-7669-287-4

Como definir novos mtodos e tcnicas para auxiliar no projeto e avaliao da interao de SU,

ISMD, IUT, IGB e ICC, tendo como insumos as diversas variveis apresentadas,

especificamente o perfil do brasileiro?

A conduo de pesquisas do contexto deste desafio necessria e importante para o cenrio

brasileiro. Uma forma de identificar o sucesso do avano nas pesquisas medir o consumo pelos

brasileiros de servios com as tecnologias relacionadas aos desafios apresentados nesta proposta.

Outras formas podem surgir em torno dos seguintes aspectos, no se limitando a esses:

Artefatos fsicos de interao mais acessveis, que foram desenvolvidos e usados para os

benefcios esperados neste texto;

Interfaces crebro-computador mais hbridas, ou seja, que no se limitem a explorar

exclusivamente a concentrao/meditao e/ou a resposta ao estmulo visual dos usurios;

Interfaces tangveis mais contextualizadas as diversas realidades de interao e imerso da

tecnologia digital no cotidiano do usurio;

Modelos, metodologias, teorias e/ou ferramentas que foram evoludas ou criadas para apoiar

especificamente o projeto e/ou a avaliao da interao de ICCs no-invasivas, SU, ISMD,

IUT e de IGB;

Paradigmas e padres de interao, metforas, recomendaes para a qualidade da experincia

do usurio com essas tecnologias; e

Publicaes acadmicas, patentes e registros de software desenvolvidas pela comunidade de IHC

relativas ao tema.

Considerando as aes que devem ser tomadas para se enfrentar este desafio nos prximos 10

anos, destacamos o desenvolvimento de novos dispositivos de/para integrao e/ou substituio

de aparelhos existentes (como o Google Glass [3]). Deve ser dada importncia aos aspectos

imersivos e de engajamento nas interaes, uma vez que existe uma tendncia para o uso intensivo

dos dispositivos. Deve-se estudar a relao entre o usurio realizar as tarefas virtualmente e, ainda,

manter seus valores, como o de estar disponvel para a integrao social efetiva.


26

ISBN: 978-85-7669-287-4

Outra ao o desenvolvimento de ferramentas para a construo de ambientes com diversas

caractersticas (como convergentes, distribudos e migratrios), e que tem implicaes para o

design das experincias dos usurios com as tecnologias citadas. Ambientes migratrios devem

suportar a continuidade de experincias, por exemplo. Cita-se ainda a necessidade de pesquisas

para identificao de novas interfaces tangveis e baseadas em gestos. Atualmente, a indstria j

consegue desenvolver e vender dispositivos que atendem tais necessidades. Novas aes precisam

contemplar os aspectos ticos e comportamentais envolvidos no uso de tais dispositivos. Por

exemplo, a insero de hardware intra corpreo (bio chips) permitir a interao e integrao com

sistemas de computacionais interativos de diversas naturezas. Somente a pesquisa exaustiva nas

reas de abrangncia desse desafio permitir que, daqui a 10 anos, se possa avaliar positivamente

tais iniciativas.

Em suma, quaisquer aes tomadas precisam integrar os conceitos envolvidos neste desafio, de

forma abrangente e prtica, sem esquecer dos aspectos ticos e comportamentais. A integrao de

diversos grupos de pesquisa e a aplicao de conceitos tericos avanados a trilha para a

identificao e validao dos modelos que guiaro os usurios no (novo) cotidiano. Tais iniciativas

devem ser incentivadas no s pela academia, mas tambm estimuladas pela indstria.

Referncias

[1] The rise of the digital multi-tasker. Executive Summary. KPMGs Digital Debate. January 2013, acessado em kpmg.com/digitaldebate.

[2] Weiser, M. The Computer for the 21st Century. Scientific American 1991.

[3] Google Glass Project. Fevereiro 2013 http://gglassproject.blogspot.com.br/ acessado em Junho 2013.

12 Como citar esse Grande Desafio em IHC:

Furtado, E.S.; Milito, G.; Andrade, R.; Miranda, L.C.; Oliveira, K.; Ubiquidade, Mltiplos

Dispositivos e Tangibilidade. In: Baranauskas, Souza and Pereira (org.). I GranDIHC-BR Grandes

Desafios de Pesquisa em Interao Humano-Computador no Brasil. Relatrio Tcnico. Comisso Especial

de Interao Humano-Computador (CEIHC) da Sociedade Brasileira de Computao (SBC).

ISBN: 978-85-7669-287-4. pp. 23-26. 2014.


27

ISBN: 978-85-7669-287-4

Desafio 4

13 Valores Humanos

Cristiano Maciel, Vincius Pereira [email protected], [email protected]

Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)

Heiko H. Hornung, Lara G. S. Piccolo [email protected], [email protected], [email protected]


Raquel O. Prates [email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

crescente a presena da tecnologia em todos os aspectos da vida, frequentemente atendendo a

exigncias de ordem prtica e/ou imediatista. Essa presena cada vez mais expressiva coloca em

questo a necessidade de maior entendimento de horizontes tericos que possam ajudar a

direcionar o desenvolvimento tecnolgico.

No Brasil, o desenvolvimento socioeconmico catalisa a penetrao da tecnologia nas mais

variadas esferas, na medida em que propicia o acesso de cada vez mais pessoas aos bens

tecnolgicos. A nsia pela novidade tecnolgica, assim como o processo acelerado de produo de

inovao, faz com que aspectos humanos, que envolvem diversos valores no desenvolvimento e

utilizao das tecnologias, sejam desconsiderados ou menos valorizados na concepo e design de

sistemas. Da mesma forma, o usurio de um artefato pode no ter plena conscincia dos objetivos

e dos eventuais riscos e impactos (individuais ou sociais) do uso da tecnologia.


28

ISBN: 978-85-7669-287-4

Uma vez que a Web cada vez mais social, tais questes devem ser consideradas pelos

pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia. Assim, como questionamentos centrais ao desafio

Valores Humanos, destacam-se aspectos de tica, privacidade e legado digital.

tica: Que relao existe entre tica e design? Como tornar o designer consciente do impacto

tico da intencionalidade de sua soluo? E como prover essa mesma conscincia aos usurios

do seu design e demais stakeholders? Como promover a considerao de aspectos ticos na

avaliao de sistemas?

Privacidade: Que informaes so coletadas e o que podem expor direta ou indiretamente

sobre os usurios? Como permitir ao usurio antecipar a combinao de parmetros em termos

de que informaes esto visveis sobre eles e a quem? Como garantir nveis de sociabilidade e

privacidade em harmonia?

Legado digital ps-morte: Como pode o usurio determinar seus desejos quanto ao destino

do legado digital, considerando restries legais? Qual o impacto da interao pstuma e como

ela deve ser tratada? Como melhor alinhar o design s leis vigentes ou at contribuir na

formulao de questes que merecem ser normatizadas via regulamentaes?

A tica considerada nessa proposta como um referencial para o design e a avaliao de

sistemas, permitindo entender melhor o espao de problema. A privacidade, um dos valores do

convvio digital, bem como o destino do legado digital de um usurio, mobilizam questes como

posse e propriedade, tensionando valores de diferentes partes interessadas. A fim de avaliar o

progresso no desafio proposto, sugere-se o levantamento peridico de:

Quantidade de artigos publicados em revistas, conferncias ou livros que citam valores humanos

ou aspectos ticos, ou que propem mtodos alinhados com o desafio;

Projetos de pesquisa aprovados pelas Comisses de tica das universidades para levantamento

de quais so as preocupaes ticas explcitas;

Nmero de chamadas de editais que tm como preocupao ou pr-requisito valores humanos

ou aspectos ticos;


29

ISBN: 978-85-7669-287-4

Horas-aula nos cursos de Cincia da Computao, Sistemas de Informao e outros cursos

relacionados a design e IHC que mencionam explicitamente em seus currculos valores

humanos ou aspectos ticos; e

Produtos de design (hardware, software, websites, etc.) que explicitamente citam esses aspectos.

No contexto deste Grande Desafio, podemos apontar algumas das possveis dificuldades e

barreiras para obter sucesso nas pesquisas:

H dificuldade para alinhar pesquisa e criao de normativas legais, devido falta de

comunicao entre o meio acadmico e o poder legislativo. Quem faz as leis no

necessariamente tem envolvimento ou conhecimento de pesquisas na rea;

No existem editais especficos para a rea de IHC, o que torna ainda mais improvvel a

existncia de editais para uma questo em particular, como a tica. Sem recursos, o

desenvolvimento da rea fica comprometido.

Medir/avaliar o sucesso de pesquisas na rea no to simples, pois, devido natureza do

problema, mtricas meramente objetivas e quantitativas podem no ser suficientes. Por outro

lado, mtricas qualitativas/reflexivas so difceis de avaliar externamente.

Identificamos na tabela a seguir um conjunto de aes que podem auxiliar nas atividades em

prol da expanso deste desafio, bem como possveis barreiras na execuo dessas medidas. Tais

barreiras permitem que sejam definidas estratgias gerais para mitigar riscos no trabalho junto a

Valores Humanos.

Aes/Medidas Possveis barreiras para execut-las

Dar continuidade ao trabalho sobre os desafios na comunidade brasileira de IHC, para que a comunidade cientfica de forma geral tenha conhecimento sobre eles e se encorajem pesquisas e trabalhos na rea.

Iniciativas na conferncia nacional de IHC ou em fruns de publicao para divulgao dos desafios e discusso sobre pesquisas relacionadas.

Criao de workshops sobre o tema em eventos nacionais e internacionais.

Possvel submisso de poucos artigos nos primeiros workshops desta temtica.


30

ISBN: 978-85-7669-287-4

Criao de concursos, prmios ou competies peridicas entre solues que promovam ou considerem aspectos ticos no design e uso de tecnologias.

Em um tempo de muitos concursos, prmios e competies, pode ser difcil atrair participantes, principalmente enquanto ainda no existe conscincia da importncia do assunto. Todavia, pode-se estimular a discusso do tema inserido, por exemplo, na Competio de Avaliao/Design de IHC.

Formao de programas de pesquisa e fomento que incentivem:

modelos que valorizam a liberdade de escolha do usurio

a formao do usurio no que diz respeito avaliao das intenes e eventuais consequncias do uso da tecnologia.

Interesses polticos divergentes e excesso de burocracia podem dificultar a criao de fundos, principalmente se forem especficos para IHC. necessrio uma sensibilizao de agentes que possam apoiar iniciativas em rgos estratgicos.

Incentivo criao de materiais didticos sobre o tema para insero em currculos de IHC.

Lentido na alterao de currculos e na adoo de alteraes por instituies de ensino superior.

Organizao de obras nacionais e internacionais sobre temas envolvidos em Valores Humanos.

H poucos autores nessa rea, ainda que o tema privacidade tenha maior abrangncia.

Incentivo ao trabalho interdisciplinar e interinstitucional, na produo cientfica e tecnolgica neste tema.

Falta de valorizao e dificuldade geral em promover trabalhos interdisciplinares ou interinstitucionais. Temos ndices menores que os de alguns outros pases.

14


Maciel, C.; Pereira, V.; Hornung, H.; Piccolo, L.G.S.; Prates, R.O.; Valores Humanos. In:




pp. 27-30. 2014.


31

ISBN: 978-85-7669-287-4

Desafio 5

15 Formao em IHC e Mercado

Carlos Rosemberg [email protected]


Clodis Boscarioli

[email protected]

Universidade Estadual do Oeste do Paran (UNIOESTE)

Elizabeth Furtado [email protected]


Milene Selbach Silveira

[email protected]

Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Raquel O. Prates [email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Silvia Amlia Bim

[email protected]

Universidade Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR)

Simone Diniz Junqueira Barbosa [email protected]



32

ISBN: 978-85-7669-287-4

Pensar e fazer educao superior no Brasil so desafios constantes. E, considerando

especificamente a rea de Cincia da Computao, este desafio se traduz em formar profissionais

para o desenvolvimento de sistemas computacionais interativos de alta qualidade.

A qualidade da interao e da interface com usurios reconhecida pela academia e pela

indstria como um fator determinante para a aceitao e uso efetivo de sistemas por parte de seus

usurios, tendo, inclusive, normas especficas para isto, como a ISO 13407 (Projeto Centrado no

Usurio) e a ISO 9241-210 (User eXperience). No contexto nacional, a Sociedade Brasileira de

Computao (SBC) reconhece a importncia da disciplina de Interao Humano-Computador

(IHC), a qual faz parte do currculo recomendado formao de alunos de graduao na rea de

Computao desde 1999, para os cursos de Cincia da Computao, e posteriormente, para os

demais cursos a ela vinculados.

Apesar dessa recomendao, a oferta de disciplinas na rea de IHC ainda considerada

opcional na maioria dos currculos de Computao, o que afeta, tambm, a criao de grupos de

pesquisa e a formao de uma massa crtica que auxilie no crescimento de pesquisas na rea em

algumas regies do pas.

Analisando os requisitos exigidos para contratao de profissionais dessa rea e as ementas das

disciplinas ofertadas nos cursos de computao, possvel perceber que os profissionais formados

tm o potencial requerido pelo mercado. Entretanto, essas vagas ainda enfatizam a formao em

Design. Egressos de cursos da rea de Computao que tenham cursado disciplinas de IHC tm

habilidades e competncias incorporadas sua prtica de trabalho, que vo alm das requeridas

para o desenvolvimento de tecnologias e sistemas; em particular, a preocupao com os diferentes

perfis de usurios dessas tecnologias. Logo, a oferta regular dessa disciplina em todos os cursos da

rea culminar na formao dos profissionais de que o mercado necessita.

Entende-se como desafio promover a colaborao entre educadores, instituies e o mercado

de trabalho no sentido de: tornar obrigatria a disciplina de IHC; padronizar os contedos e as

prticas pedaggicas entre os departamentos de Computao, entendendo a complementariedade

proporcionada por outras reas como Design, Psicologia, Comunicao; e compreender e

atender, quando adequado as demandas de mercado, o que garantiria maior alinhamento com e

facilidade de insero no mercado de trabalho, dadas competncias adquiridas pelos alunos.

Uma srie de workshops sobre o ensino de IHC (WEIHC), iniciada em 2010, tem sido

regularmente organizada junto ao Simpsio Brasileiro sobre Fatores Humanos em Sistemas

Computacionais (a conferncia nacional de IHC, no mbito da SBC). O WEIHC tem apresentado

como resultados propostas de aes para a IHC na sala de aula (prticas pedaggicas) e divulgao

da rea, entre outras recomendaes, mas ainda representa um esforo isolado, pois rene

prioritariamente membros da comunidade cientfica j interessada nas prticas e ensino de IHC.


33

ISBN: 978-85-7669-287-4

importante que as discusses de eventos como o WEIHC tambm alcancem os profissionais

que j esto na indstria e que integram as comunidades que se formam em torno de organizaes

como o IxDA, BR-CHI e UPA, por exemplo. Alm disto, essa discusso pode ser ampliada a

outros fruns, alm do IHC/SBC. Atualmente, o evento Interaction South America (ISA) tem

crescido em termos de participao, abrangendo uma comunidade diferente da que frequenta o

IHC/SBC. No IHC/SBC os participantes so provenientes, em sua maioria, da comunidade

acadmica, trazendo e discutindo trabalhos cientficos de qualidade da rea. J no ISA a

participao mais diversificada, abrangendo diferentes profissionais da rea. Apesar da diferena

de foco e pblico, ambas as conferncias tratam de temas e problemas semelhantes, o que poderia

favorecer e fomentar a discusso sobre o ensino de IHC e a consequente formao de profissionais

para a rea.

Nesse mbito, h aes que precisam ser realizadas de maneira concertada pelos educadores,

pesquisadores e profissionais da rea, como:

Revisar o currculo de IHC recomendado pela SBC;

Compilar material didtico e prticas de ensino de IHC para apoiar professores da rea;

Destacar a importncia da IHC para discentes e docentes dos cursos da rea de Computao, assim como para os profissionais de computao que recebero em suas empresas boa parte

dos egressos desses cursos;

Estabelecer interlocuo com o mercado de trabalho, com outras subreas dos cursos de Computao e tambm com outras reas, destacando a natureza inter e multidisciplinar da

rea e almejando projetos em cooperao.

Promover IHC como base de apoio ao empreendedorismo e inovao, atravs da aproximao s comunidades profissionais e acadmicas relacionadas a esses temas.

Alguns indicadores podem ser estabelecidos antes e depois das aes, a exemplo de:

Quantidade de disciplinas ofertadas na graduao.

Quantidade de TCC (Trabalhos de Concluso de Curso) em IHC e aplicados a demandas do mercado.

Quantidade de Projetos de Iniciao Cientfica em IHC cadastrados nas IES.

Quantidade de egressos de cursos da rea da Computao que atuam no mercado de trabalho na rea de IHC.

Quantidade de alunos que ingressam em programas de ps-graduao para pesquisar IHC.

Fortalecimento e formao de Grupos de Pesquisa na rea.


34

ISBN: 978-85-7669-287-4

Quantidade de ofertas de estgios e empregos em IHC enfatizando a formao em computao.

Mdia salarial dos cargos e profisses diretamente relacionados a IHC.

Surgimento de novos ttulos de cargos e funes diretamente relacionados a IHC.

Presena de profissionais de IHC em posies de liderana nas empresas (ex.: Gerente de produto, CEO, etc.).

Nmero de empresas criadas por profissionais de IHC (consultorias, startups, etc.).

Presena dos termos relacionados a IHC na mdia (tanto a especializada quanto a no-especializada) especialmente para o grande pblico. Ex.: Em 2004, a protagonista de uma

novela da Globo era webdesigner.

Ressalta-se, aqui, que algumas destas aes j esto em execuo. O WEIHC de 2013 teve como

foco principal a reviso dos currculos dos cursos da rea de Computao (foco em Cincia da

Computao, Sistemas de Informao, Engenharia de Computao e Engenharia de Software).

Alm disto, foi realizada uma pesquisa com professores da rea de IHC para entender e discutir o

cenrio atual de ensino desta disciplina no pas.

16


Rosemberg, C.; Boscarioli, C.; Furtado, E.; Silveira, M.S.; Prates, R.O.; Bim, S.A.; Barbosa, S.D.J.;

Formao em IHC e Mercado. In: Baranauskas, Souza and Pereira (org.). I GranDIHC-BR Grandes

Desafios de Pesquisa em Interao Humano-Computador no Brasil. Relatrio Tcnico. Comisso Especial

de Interao Humano-Computador (CEIHC) da Sociedade Brasileira de Computao (SBC).

ISBN: 978-85-7669-287-4. pp. 31-34. 2014.


35

ISBN: 978-85-7669-287-4

Meta-Reflexo: Desafios para IHC no Brasil

dos grandes desafios

M. Ceclia C. Baranauskas [email protected]


Roberto Pereira [email protected]


Clarisse S. Souza [email protected]


IHC a disciplina interessada no design, avaliao e construo de sistemas interativos para uso

humano e com o estudo dos principais fenmenos que os rodeiam5. Dentre as reas centrais da

Cincia da Computao apontadas pela ACM, IHC a rea que precisa lidar com questes de

carter universal e transversal s demais reas e, ao mesmo tempo, considerar aspectos especficos

(sociais, culturais, econmicos, polticos, geogrficos) do ambiente em que sua aplicao ocorre.

Questionados sobre o futuro da rea de IHC sob diferentes enfoques, autores como Bannon

(2011), Bdker (2006) e Sellen et al. (2009) constatam que o relacionamento das pessoas com a

tecnologia tem mudado intensamente nos ltimos anos. Essas mudanas so profundas a ponto de

exigirem uma reviso na rea de IHC, em suas teorias, mtodos e prticas. Segundo esses autores,

mesmo os termos interao, humano e computador devem ser revisitados, exigindo uma

compreenso mais profunda sobre o que significa ser humano, o que e onde est o

5 http://old.sigchi.org/cdg/cdg2.html#2_1 (ltimo acesso em 31 de Dezembro de 2013).


36

ISBN: 978-85-7669-287-4

computador/tecnologia, e como a interao em uma sociedade mediada pelas tecnologias de

informao e comunicao.

Considerando os sistemas digitais interativos como veculos para acesso ao conhecimento no

mundo contemporneo, e o contexto complexo e desafiador do Brasil um pas de

oportunidades, mas igualmente marcado pelas desigualdades e por deficincias crnicas (e.g.,

infraestrutura, educao, sade) a rea de IHC tem um papel importante e uma

responsabilidade nica de direcionar esforos para produzir estudos e resultados que ajudem a

superar desafios desse acesso.

O GranDIHC-BR, realizado em Cuiab no IHC 2012, resultou na identificao de cinco

Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil para os prximos 10 anos (2012-2022). Estes

Grandes Desafios emergiram de um esforo conjunto da comunidade, e demonstram a

abrangncia da rea e a diversidade de questes que ela deve considerar. Os Grandes Desafios

identificados, conforme descrito nas sees anteriores, foram:

1. Futuro, Cidades Inteligentes e Sustentabilidade 2. Acessibilidade e Incluso Digital 3. Ubiquidade, Mltiplos Dispositivos e Tangibilidade 4. Valores Humanos 5. Formao em IHC e Mercado

Os cinco Grandes Desafios so abrangentes e representam problemas fundamentais em termos

de Cincia, tecnologia e polticas pblicas cujas solues podem ter alcance e impacto profundo na

sociedade brasileira e podem ser capazes de produzir grandes avanos em termos de conhecimento

e de desenvolvimento social e econmico. Produzir avanos no contexto dos desafios

apresentados requer abordagens multidisciplinares em sua essncia (teorias, mtodos, ferramentas)

e aplicao em contextos prticos com possibilidade de contribuies concretas.

O conjunto dos Grandes Desafios aponta para problemas de diferentes naturezas e representa

um cenrio para o direcionamento de esforos de pesquisa, estabelecimento de parcerias,

desenvolvimento e criao de polticas pblicas e de incentivo no cenrio nacional. O Desafio 1

chama a ateno para a questo da sustentabilidade de um modo amplo e sistmico, recomendando

consideraes sobre renovao, reuso e descarte de software e hardware como parte dos requisitos


37

ISBN: 978-85-7669-287-4

de design. Os Desafios 2 e 3 estendem naturalmente o alcance do Desafio #4 da SBC Acesso

Participativo e Universal do Cidado Brasileiro ao Conhecimento (Baranauskas e Souza, 2006). O

Desafio 2 mostra necessria a construo de sistemas que possam ser generalizados para mltiplos

dispositivos e ao mesmo tempo especializados para os diferentes usurios com diferentes

necessidades e sugere a utilizao de estruturas ontolgicas que sejam expressivas o suficiente para

representar tais diferenas e inferir sobre elas. O Desafio 3 destaca o desenvolvimento de novos

dispositivos de forma a considerar aspectos imersivos e de engajamento nas interaes. Embora

valores humanos estejam subjacentes a todos os 5 Desafios propostos, o Desafio 4 especifica e

aprofunda a questo de valores humanos e sua natureza cultural intrnseca, destacando

principalmente aspectos de tica, privacidade e legado digital em sistemas interativos. O Desafio 5

torna explcita a preocupao com a formao na rea de IHC e projeta a relao e impactos

potenciais da educao de profissionais da Computao na indstria de software e no mercado.

Cada Grande Desafio demanda investigaes e avanos em diferentes perspectivas que so

igualmente desafiadoras. De uma perspectiva tcnica, preciso desenvolver novas tecnologias

ou reinventar, combinar e adaptar tecnologias existentes de modo a resolver problemas e

deficincias tpicos de nossa sociedade. De uma perspectiva terico-metodolgica, preciso

repensar o modo como entendemos e como fazemos design, reavaliando nossas teorias, prticas,

artefatos, mtodos utilizados, e desenvolvendo novas teorias e mtodos situados no cenrio atual e

vislumbrado. De uma perspectiva social, preciso ampliar a viso da natureza dos problemas

trabalhados, do impacto das solues desenvolvidas no comportamento e na vida das pessoas

envolvidas e direta/indiretamente afetadas. desejvel que as perspectivas anteriores estejam

consistentes com o compromisso de se facilitar o acesso ao conhecimento ao projetar formas de

interao com tecnologias.

Os Grandes Desafios que a comunidade de IHC traou no esgotam as possibilidades de

inovao em pesquisa na rea, mas sinalizam, de forma socialmente relevante, rumos para

trabalhos da comunidade brasileira nos prximos anos. Portanto, importante o acompanhamento

dos trabalhos desenvolvidos no contexto dos Grandes Desafios, a avaliao constante dos alcances

obtidos e a redefinio de rumos, quando necessrios.


38

ISBN: 978-85-7669-287-4

Finalmente, a iniciativa do GranDIHC-BR precisa se desdobrar em outras iniciativas assim

como aconteceu aos Grandes Desafios da SBC de 2006 sendo considerada nos trabalhos

desenvolvidos pela comunidade, obtendo espao em novos fruns de discusso, promovendo e

ampliando discusses sobre os temas... O IHC 2014, que ser realizado em Foz do Iguau, j se

props a abrir espao de trabalho sobre os Grandes Desafios de Pesquisa em IHC no Brasil. de

nossa responsabilidade, enquanto profissionais da indstria e da academia, professores e

orientadores, organizadores de eventos e revisores de trabalhos, criar um ambiente propcio para a

discusso e desenvolvimento de trabalhos inovadores, aberto ao novo, capaz de traar seus

prprios rumos e de se posicionar frente s demandas do presente e do futuro na sociedade

Brasileira.

Como citar esse Relatrio Tcnico:

Baranauskas, M.C.C.; Souza, C.S.; Pereira, R.; I GranDIHC-BR Grandes Desafios de

Pesquisa em Interao Humano-Computador no Brasil. Relatrio Tcnico. Comisso Especial de

Interao Humano-Computador (CEIHC) da Sociedade Brasileira de Computao (SBC). ISBN:

978-85-7669-287-4. 56p. 2014.


39

ISBN: 978-85-7669-287-4

17 Parte III

18 Apndices


40

ISBN: 978-85-7669-287-4

19 Propostas de Grandes Desafios

Esta seo apresenta um resumo das 14 propostas submetidas e analisadas durante a prospeco de

Grandes Desafios com a comunidade primeira etapa do GranDIHC-BR. Estas propostas foram

fundamentais para a identificao de grupos temticos e para promover a discusso entre os

proponentes com o intuito de se identificar os desafios relacionados a cada grupo.

A Figura 3 ilustra uma TagCloud criada a partir do resumo das 14 propostas submetidas. Na

sequncia, cada proposta apresentada conforme a ordem de submisso.

Figura 3. TagCloud gerada com base nos 100 termos mais frequentes nos resumos das 14

propostas. Foram removidos da visualizao stop words, termos relacionados ao enunciado da

atividade e/ou ao seu evidente contexto.


41

ISBN: 978-85-7669-287-4

01 Interao Humana com as Cidades Inteligentes

Jaguaraci Batista Silva [email protected]

Instituto de Cincia e Tecnologia, Universidade Federal de So Paulo, Campus So Jos dos Campos

O sculo XXI foi marcado principalmente pelo xodo rural em todo mundo. Por causa da

urbanizao e o desenvolvimento econmico dos grandes centros, bilhes de pessoas foram

atradas em busca de melhores oportunidades. Em 2008, metade da populao do planeta vivia nas

cidades e estima-se que esse nmero ir crescer em 70% at 2050. No Brasil, isso j uma

realidade. Em 1975, mais de 60% da populao vivia nas metrpoles e 25 anos depois esse nmero

j aumentou para 81%. A grandeza econmica e de oportunidades tem um preo. Segundo

especialistas, a sade, a segurana, a mobilidade urbana e as intempries naturais esto entre os

principais problemas das grandes cidades. Nesse mbito, tratar uma grande quantidade de

informaes para contornar esses obstculos um desafio dirio. As cidades inteligentes surgiram

para promover agilidade, por melhorar o gerenciamento dos sistemas urbanos e o aproveitamento

de recursos. Assim, diversas iniciativas emergiram nos ltimos anos ao redor do mundo. No

entanto, interagir com smart cities no uma tarefa fcil. H diversas formas de interao para

disponibilizar, visualizar e integrar uma variedade de dados em tempo real. Nesse contexto,

investigar novos mtodos, padres, tcnicas e modelos de interao pode contribuir diretamente na

soluo dos problemas das grandes cidades.


42

ISBN: 978-85-7669-287-4

02 Avaliao da Qualidade da Interao Humano-Computador de Sistemas Ubquos

Kathia Maral de Oliveira [email protected]

Universit de Valenciennes et du Hainaute-Cambrsis

Rossana Maria de Castro Andrade, Rainara Maia Santos, Valria Lelli Leito Dantas {rossana,rainarasantos,valerialelli}@great.ufc.br

Universidade Federal do Cear

Com o avano dos recursos computacionais, o usurio acessa informaes, executa suas

atividades cotidianas e se comunica rapidamente, de qualquer lugar e com qualquer dispositivo de

interao. Tais sistemas ubquos devem proporcionar uma interao da forma mais natural

possvel, acarretando assim questes importantes relacionadas ao campo de IHC. Por exemplo, se

est sendo adicionado valor ao usurio final, se os usurios esto satisfeitos ao utilizar esse tipo de

sistema e se eles realmente atendem as expectativas dos usurios. Essas questes se tornam

desafiadoras por vrios motivos. O primeiro a dificuldade em disponibilizar esses sistemas no

mundo real e ainda coletar e armazenar dados de interao contnua. O segundo a complexidade

em lidar com tarefas que podem ser suspensas e retomadas, e compartilhadas entre diversos

participantes. O terceiro que a diversidade de dispositivos, de postura do usurio (e.g., andando,

sentado, correndo) e de modalidades de interao (e.g., toque na tela, gestos, voz, olhos) torna

complexo implementar sistemas que se adaptem a esses diferentes contextos de forma

transparente. Entretanto, acredita-se que essas questes podem ser respondidas atravs da

avaliao da qualidade da interao dos usurios com os sistemas ubquos.


43

ISBN: 978-85-7669-287-4

03 Interfaces Touchscreen Acessveis s Pessoas com Deficincia Visual

Agebson Rocha Faanha [email protected]

Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear (IFCE)

Windson Viana de Carvalho, Mauro Cavalcante Pequeno {windson, mauro}@virtual.ufc.br

Universidade Federal do Cear (IFCE)

A convergncia tecnolgica e a demanda pelo compartilhamento de informaes

popularizaram solues em comunicao porttil como tablets e smartphones que esto cada vez mais

inseridas nas atividades humanas dirias (e.g., trabalho, estudo, entretenimento), sendo a

disponibilizao de contedos para os mesmos uma tendncia. Desde o grande sucesso do

primeiro modelo de iPhone, tela sensvel ao toque e dispositivos multifuncionais sem teclado fsico

esto se tornando as caractersticas padres destes dispositivos. No caso dos dispositivos touchscreen,

o prevalecedor enfoque visual das aplicaes torna a interao mais complexa por parte dos

deficientes visuais (DVs), principalmente pelas interaes ocorrerem por meio da localizao e pela

captura dos elementos, movimentos e gestos na tela. O desafio proposto , portanto, quebrar essas

barreiras da interao de usurios deficientes visuais com dispositivos touchscreen que so impostas

pela limitao, design, novidade, desconhecimento dos desenvolvedores, e da prpria evoluo da

tecnologia. Para tal, sero requeridos o desenvolvimento de novos aplicativos, recomendaes e a

descoberta de novos paradigmas de interao, em especial, no uso de interfaces multimodais.

Pesquisas sobre a interao do deficiente visual com tais dispositivos sero uma demanda crescente

e seus resultados tero forte impacto social e de incluso.


44

ISBN: 978-85-7669-287-4

04 Privacidade no Mundo Conectado

Raquel O. Prates

[email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais

Atualmente as pessoas utilizam diversos sistemas que coletam, processam e transmitem

informaes sobre elas, como sistemas de comrcio eletrnico, compartilhamento de contedo ou

de redes sociais. Vrios destes sistemas permitem aos usurios trocar informaes entre si, ou

mesmo recomendar contedo ou pessoas a outros usurios. Alm disso, os prprios sistemas

transmitem informaes sobre a interao do usurio com ele (o sistema) ou com outros atravs

dele. Assim, gerar interaes mais personalizadas e produtivas e ao mesmo tempo manter a

segurana e garantir a privacidade dos usurios um desafio. Mesmo quando os usurios entendem

o que podem ou no disponibilizar para outros usurios (ou sistemas), antecipar o que a

combinao de parmetros significa em termos de que informaes esto visveis sobre eles e a

quem pode ser um obstculo. A questo de privacidade um desafio internacional, uma vez que

esta mudana do uso de tecnologias e integrao entre elas est acontecendo em todo o mundo.

Ela tambm tem um forte componente nacional, j que privacidade um valor cultural de uma

sociedade. Assim, entender aspectos de privacidade especficos para o contexto brasileiro

relevante, uma vez que aspectos valorizados pela nossa cultura podem diferir das demais culturas.


45

ISBN: 978-85-7669-287-4

05 Interagir de Maneira mais Sustentvel

Vnia Paula de Almeida Neris e Kamila Rios da Hora Rodrigues [email protected], [email protected]

Universidade Federal de So Carlos

Sustentabilidade o termo dado prtica de consumir garantindo que no falte nada no futuro.

Mais do que o aspecto ambiental, a questo da sustentabilidade envolve tambm aspectos sociais e

econmicos. Os computadores tm um papel central na temtica da sustentabilidade, estando cada

vez mais presentes no cotidiano das pessoas, o que favorece a disseminao de informaes em

larga escala, podendo ser uma ferramenta til para a conscientizao, mobilizao e promoo de

mudanas de comportamento em prol da sustentabilidade. Por outro lado, as solues

computacionais so um bem de consumo e impactam nas questes de sustentabilidade, exigindo

um repensar das nossas prticas de design, desenvolvimento e descarte. Sob essa perspectiva,

preciso buscar solues de interfaces de usurio que conscientizem e instrumentalizem os cidados

brasileiros na melhoria da relao dos indivduos entre si e com o seu entorno, incluindo o meio

ambiente e as solues de tecnologia, de maneira inteligente e mais sustentvel. O desafio constitui,

portanto, a busca por ferramentas, mtodos, modelos e teorias que fomentem o consumo

consciente, um comportamento mais sustentvel, o desenvolvimento de comunidades sustentveis

e ambientes inteligentes que considerem aspectos de sade e bem-estar, de desenvolvimento

intelectual, de justia, paz e equidade.


46

ISBN: 978-85-7669-287-4

06 Portabilidade na Web Social Inclusiva

Ig Ibert Bittencourt [email protected]

Universidade Federal de Alagoas

A Web pode ser entendida como um ecossistema de recursos interconectados formado por

regras, estratgias, estruturas organizacionais e principalmente pessoas. O movimento Web busca a

convergncia de tecnologias desde os desktops a diferentes dispositivos mveis, possibilitando a

ampliao do acesso informao. Como consequncia deste movimento e pela facilidade de

acesso s TICs, a Web se torna um caminho natural para o acesso universal atravs do A5

(Anybody, Anywhere, Anytime, Any device Access), enfrentando assim os desafios do acesso

participativo e universal do cidado ao conhecimento. Apesar das tecnologias Web proverem um

caminho para alcanar mais pessoas, estas tecnologias ainda no so capazes de atender s

necessidades da populao mesmo estando conectadas. Por um lado, algumas ferramentas

existentes levam em considerao o design de sistemas de acordo com as caractersticas dos

dispositivos, porm no consideram a diversidade dos usurios (i.e. habilidades, preferncias,

cultura, limitaes fsicas e educacionais, entre outras). Por outro lado, alguns sistemas so

direcionados a pessoas com necessidades especficas, mas desconsideram outras necessidades e a

disponibilizao para mltiplos dispositivos. Desta forma, este desafio sobre a construo de

sistemas que possam ser generalizados para mltiplos dispositivos e ao mesmo tempo

especializados para os diferentes usurios com diferentes necessidades.


47

ISBN: 978-85-7669-287-4

07 Desafio para IHC: Alavancar a Competitividade Brasileira no Mercado de Tecnologia Digital

Carlos Rosemberg, Elizabeth Furtado, Daniel Chagas, Rafaela Lisboa [email protected], [email protected], [email protected]

Universidade de Fortaleza

Apesar de ser conhecido como um pas de pessoas criativas, o Brasil constantemente citado

negativamente quando o assunto competitividade internacional, sobretudo no campo da

inovao em tecnologia digital. IHC j vista como uma disciplina que pode contribuir fortemente

para a inovao tecnolgica e, consequentemente, ajudar a mudar o cenrio citado. Dois pontos,

no entanto, chamam a ateno: 1) Existe um hiato de conhecimento sobre como criar produtos

com boa experincia de uso e 2) O difcil acesso a tecnologias de prototipao e produo de

produtos digitais uma barreira para estudantes e inventores. Com relao ao item 1, j existem

esforos de popularizao e disseminao de conhecimento sobre IHC e reas afins, com casos de

sucesso. Quanto ao item 2, tambm existem bons exemplos, como as comunidades de software

livre, hardware livre e design livre. Tais movimentos, no entanto, ocorrem em paralelo. Uma sada

para o aumento da competitividade brasileira em tecnologia digital pode estar, portanto, na

integrao dessas iniciativas: de um lado, conhecimento sobre IHC; de outro, alternativas baratas

de prototipao e produo. Desta forma, IHC, enquanto disciplina, poder promover o

surgimento de solues inovadoras para os problemas do cotidiano advindas de uma massa de

pessoas criativas.


48

ISBN: 978-85-7669-287-4

08 Disseminao e Compartilhamento da Informao nas Comunidades com Tradio Oral

Daniel Chagas, Elizabeth Sucupira Furtado, Carlos Rosemberg, Rafaela Lisboa e Lucas de Moura

[email protected], [email protected], [email protected] Universi

i grandihc-br — grandes desafios de pesquisa em interação humano - computador no brasil

Documents