grande consumo n.º 20

52
Nº18 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009 Revista bimestral Portugal | €4,80 MOSQUETEIROS MARS PORTUGAL RCSI ALIMENTARIA 2010

Upload: grande-consumo

Post on 21-Mar-2016

229 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

A Revista dos Negócios de Distribuição

TRANSCRIPT

Page 1: Grande Consumo N.º 20

Nº18 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Revista bimestral

Portugal | €4,80

MOSQUETEIROS MARSPORTUGAL RCSI

ALIMENTARIA 2010

Page 2: Grande Consumo N.º 20
Page 3: Grande Consumo N.º 20

É costume dizer-se que o nível de evolução de uma determinada sociedade se mede pelo tipo de jornalismoque se pratica no país. Se assim fosse, e ainda que o seja em muitos e interessantes casos que o poderpolítico se encarrega rapidamente de camuflar, não haveria exemplos tristes e menos oportunos comoaquele que recentemente foi proporcionado por um estudo enviado aos media pela consultora A.T. Kearney.Nesse mesmo relatório, intitulado Global Retail Index, é possível verificar que a maioria das suas conclusõescheira a mofo, antecipando uma mão cheia de nadas que o tempo já se havia encarregado de confirmar emais do que do conhecimento público.Pelo menos para os mais atentos, e não tanto para os mais desatentos à evolução da nossa economia, lálonge dos grandes cabeçalhos dos jornais sensacionalistas, ou das notícias em prime-time cujo únicopropósito é fazer disparar audiências, com base em, regra geral, notícias mal estruturadas fundadas nodesconhecimento e na ignorância. Não tenho dúvidas de que o timing da publicação deste estudo se apresenta perfeitamente desajustado faceà realidade, sobretudo quando têm sido veiculados com alguma regularidade alguns dados de duas dasprincipais auditoras do mercado – TNS e AC Nielsen - a partir das quais é possível rapidamente perceberque as mesmas conclusões veiculadas no Global Retail Index se encontravam desajustadas quanto àrealidade.Não sei que interesses serviu tal expedição inoportuna, mas os da A.T. Kearney não foram seguramente, aqual caiu, assim, na boca da opinião pública pelas piores razões e que não vão de encontro ao prestígio dainstituição e dos profissionais que a servem. Mas como, infelizmente, os maus exemplos parecem seraqueles que acabam por ter mais repercussão na agenda mediática nacional, não foi um, nem dois, nem três,os ditos meios de referência que decidiram publicar o estudo em causa. Sem questionar a sua origem, semconfrontar com notícias que, provavelmente, escreveram dias antes, ou simplesmente efectuar umtelefonema às associações do sector para tentar apurar um pouco mais sobre o que acabaram de receber.É certo que o jornalismo é, cada vez mais, uma profissão precária, sujeita – praticamente – às mesmascircunstâncias de qualquer actividade de índole comercial, o que leva a que muitos dos seus princípiosbásicos sejam regularmente metidos na gaveta. Todavia, não deixa de ser preocupante a sensação de que se publica praticamente tudo o que se recebe nascada vez maiores caixas de e-mails, desde os órgãos de comunicação mais modestos, àqueles que mobilizame viabilizam a participação das forças vivas da nação portuguesa. O que não deixa de ser assustador, comtantos escribas dotados e capazes nesta nobre área em Portugal, mas que, à primeira casca de banana,escorregam em erros de palmatória. Errar será sempre humano, mas quando se acredita que o nível dejornalismo praticado é um dos principais indicadores de civismo não posso deixar de ficar consternado.Não que nunca tenha errado e vá continuar a deixar de errar, mas porque ainda acreditava que o jornalismofeito a esse nível tinha pés e cabeça. Pelos vistos não tem mais do que a boa vontade de quem acreditouestar a fazer o correcto, sem questionar o que se passa à sua volta. Assustador sem dúvida e terrivelmenteverdadeiro.

03

EDITORIALNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

20

Page 4: Grande Consumo N.º 20
Page 5: Grande Consumo N.º 20

Director - Bruno Fa

rias

brunofarias@revi

stagrandeconsumo

.com

EDIÇÃO N.º 20 NO

VEMBRO/DEZEMBRO

2009

****************

****************

******

N.º de Registo n

a E.R.C.: 125021

Tiragem média: 1

0.000 exemplares

N.º de Contribui

nte: 508 028 744

Colaboradores: D

uarte Cunha, Abe

l Martins,

Joana Dalila San

tos

Departamento Com

ercial: Ana Paul

a Sustelo

anasustelo@revis

tagrandeconsumo.

com

912 201 535

Comercialização

e Produção: RBL

GRAPHICS

Comunicação e Ma

rketing, Lda.

****************

****************

******

****************

****************

******

EDITORIAL . . .

. . . . .3

NOTÍCIAS . . . .

. . . .6

PRODUTOS . . . .

. . . .8

MOSQUETEIROS . .

. . . .10

DATA BAR . . . .

. . . .14

BACALHAU . . . .

. . . .20

OPINIÃO

Pedro Esteves

VIMEIRO . . . .

. . . .24

OPINIÃO

Beatriz Imperato

ri

CENTROMARCA . . . .

. .25

OPINIÃO

Susana Fonseca

QUERCUS . . . .

. . . .26

OPINIÃO

Carlos Truta

GATEWAY . . . .

. . . .27

OPINIÃO

Nuno Teles

CENTRALCER . . .

. . . .28

MARS PORTUGAL . . . .

.30

CHOCOLATES . . .

. . . .34

RUI COSTA SOUSA

& IRMÃO38

ESPUMANTES . . .

. . . .42

NOTÍCIAS VINHOS

. . . .44

ARSYS E-COMMERCE

. . . .46

ALIMENTARIA BARC

ELONA .48

A FECHAR . . . .

. . . .50

Page 6: Grande Consumo N.º 20

Luís Simões cresce no sector das bebidasApós dez meses de parceria, a Luís Simões faz um balanço muito positivo do

serviço de operações logísticas integrais prestadas ao cliente espanhol Cervezas

Universales. A armazenagem e distribuição das bebidas para toda a Península

Ibérica e Ilhas Baleares são centralizadas no centro de operações logísticas da Luís

Simões em Alovera, região de Castilla La Mancha, que faz fronteira com a região

de Madrid. Esta nova operação logística está a alavancar a expertise da Luís

Simões no sector ibérico das bebidas, que já representa 11% da quota de mercado

de operações de transporte e logística no mercado da cerveja em Espanha.

O centro de Alovera tem superfície total de 20.000m²,

capacidade de armazenamento de 22.000 paletes e está

idealizado para clientes dos sectores de bebidas, alimentar,

produtos de higiene, limpeza e PLV. O volume

ocupado pelas Cervezas Universales ronda as

5.400 paletes, valor que representa uma média de

1.700 pedidos mensais, 4.500 caixas por dia e

entregas em mais de 700 pontos.

A Cervezas Universales resulta da compra da

Scottish & Newscastle pela Heineken e Carlsberg

e tem vindo a introduzir novas

marcas na Península Ibérica. A

empresa conta com um conjunto

de 55 referências, onde se

incluem a Foster, Guiness, John

Smith ou Paulaner.

AEP assinaprotocolo com

Bancos AlimentaresAs empresas portuguesas que apresentam

excedentes de produção estão a ser convidadas pela AEP a

canalizarem esses artigos para o Banco Alimentar Contra a Fome ou

para o Banco de Bens Doados para que possam ser distribuídos por

pessoas carentes. Este

aproveitamento de alimentos ou

outros produtos é possível graças

a um protocolo, assinado entre a

FPBA, Federação Portuguesa dos

Bancos Alimentares contra a fome, a

ENTRAJUDA, associação que apoia instituições de

solidariedade social e a Associação Empresarial de

Portugal (AEP), em entrevista à Lusa, o vice-

presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida,

explicou que vai entrar em contacto com as 383

empresas que participam na iniciativa “Compro o

que é nosso” para aproveitar os excedentes de

produção.

Segundo o protocolo, a AEP compromete-se a

organizar e gerir a bolsa “Partilho o que é nosso”,

que articula a oferta e a procura de bens destinados

a organizações de solidariedade social, sob a tutela

da FPBA e da ENTRAJUDA. A AEP pretende ainda

promover uma feira anual exclusivamente dedicada

a fins de solidariedade social.

Staples distinguida por boas práticas ambientaisA Staples foi distinguida com a maior referência em design e arquitectura

sustentável nos Estados Unidos, a LEED Gold Certification. Esta nomeação

premeia o compromisso da

marca, a nível internacional,

no que às práticas ecológicas

e ambientalmente conscientes

diz respeito.

A loja Staples em Roslindale,

no estado norte-americano de

Massachusetts, foi

recentemente galardoada com

a distinção LEED Gold

Certification, do U.S. Green

Building Council. Esta loja

apresenta índices de

poupança de energia na

ordem dos 34%.

Eis algumas das medidas que

levaram à distinção da

Staples: colocação de

clarabóias (permitem a

entrada de luz natural e a

poupança de energia

eléctrica), utilização

de materiais que

incorporam componentes reciclados, selecção de mais de 3000

produtos eco-responsáveis e criação de áreas de reciclagem no

interior das lojas da marca.

As iniciativas EcoEasy já levaram a que a Staples em

2009 arrecadasse o segundo lugar - no retalho - no

ranking das empresas com práticas sustentáveis da

Newsweek. Em 2008, a Staples recebeu ainda a

distinção de Empresa do ano por parte do New

England Clean Energy Council.

Jumbo chega a GuimarãesGuimarães foi a cidade escolhida para acolher o

21.º hipermercado Jumbo, do Grupo Auchan em

Portugal. Localizado no Centro Comercial Espaço

Guimarães, trata-se da 31.ª loja em funcionamento no

País e resulta de um investimento de cerca de 30 milhões de

euros. Esta abertura contribuiu para a criação de 307 postos de trabalho directos

o equivalente a 62 mil horas de formação.

Dando continuidade ao posicionamento que mantém nas regiões onde está

implantado, o Grupo Auchan, com as insígnias Jumbo e Box, reafirma o

compromisso de ser a insígnia mais barata da região. O Jumbo de Guimarães

ocupa uma área de vendas de 11.000 m² mais uma loja BOX (1.000 m²) que põe

à disposição dos clientes as mais recentes tendências a nível tecnológico e um

espaço Saúde e Bem-Estar e Óptica (140 m²). Está ainda prevista a abertura de

uma gasolineira Jumbo, em Guimarães, até final do ano.

06

NOTÍCIAS

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 7: Grande Consumo N.º 20

07

NOTÍCIASNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Produto do Ano com43 categoriasvencedoras emFrançaO Produto do Ano, em França, este

ano na sua 22ª edição, contou

com 43 produtos

vencedores, de entre os

quais são especialmente

representativos os

englobados em três

grandes sectores: higiene

e beleza, produtos

alimentares e produtos de limpeza.

Estes produtos, escolhidos pelos critérios atractividade, inovação e valor de

uso, foram eleitos pelos consumidores franceses, tendo sido alvos de um estudo

da TNS Wordpanel. Segundo este estudo, 75% dos respondentes afirmaram que

comprariam de boa vontade um produto com o selo “eleito produto do ano”.

O Produto do Ano é uma Marca desenvolvida em Portugal e na América do Sul

pela Peres & Partners e reconhecida pela maioria dos consumidores europeus. Esta

certificação premeia anualmente os novos produtos lançados no mercado de

grande consumo, do ponto de vista da inovação e da mais-valia que trazem ao

consumidor, tornando-se numa referência na escolha do consumidor. Em Portugal

e Espanha, o crescimento de Produto do Ano é da ordem dos 15% em termos de

números de inscrições.

PrimeDrinks distribui Herdade dos GrousA marca Herdade dos Grous, com assinatura do enólogo de referência Luis Duarte,

acaba de integrar o portfolio de vinhos e azeite da PrimeDrinks,

distribuidora líder no mercado nacional de vinhos e bebidas

espirituosas.

Os Vinhos Regionais Alentejanos da Herdade dos Grous são

vinhos que apresentam um estilo internacional, mantendo a

tipicidade do terroir da Herdade dos Grous. Marcados pela

frescura e pela franqueza do seu frutado, são vinhos de

grande guarda quando se trata de tintos, e de

singular riqueza aromática no caso dos brancos,

reflectindo o compromisso e a paixão de

produzir grandes vinhos e azeites

enaltecendo o notável património

alentejano.

Mais uma grande marca exclusiva

num portfolio de grandes

marcas de referência, como

Esporão, Vinha da

Defesa, Follies, Quinta da

Aveleda, Dona Ermelinda, Hendricks,

Balvenie, Glenfiddich, Piper-Heidsieck,

entre outras, com uma expressão

particularmente relevante no mercado da

restauração nacional.

PUB

Page 8: Grande Consumo N.º 20

Dan Cake Doce de OvosPara celebrar este Natal, a Dan Cake oferece um novo sabor, já reconhecido da

doçaria tradicional portuguesa: a sua gama Doce de Ovos - torta, mini-tortas e

croissants – para os momentos de festa e de celebração da quadra que se avizinha.

Esta inovadora gama de bolos recheados com verdadeiro Doce de Ovos é única no

mercado. A sua qualidade superior é

garantida através dos mais

controlados processos de

fabrico. O Doce de Ovos é

cozido a temperaturas

elevadas, o que previne

riscos alimentares e

mantém intactas as suas

propriedades nutritivas

e organolépticas. A

gama Doce de Ovos da

Dan Cake é também uma opção

saudável para as celebrações em família. Todos os

produtos revelam baixo teor de gordura na sua

composição. Por exemplo, cada mini-torta

apresenta apenas 1,2gr de gordura, o que

corresponde a um teor calórico de

apenas 119kcal.

A gama Doce de

Ovos está já

disponível nos hiper e

supermercados e em todos

os locais de compra habitual.

As mini-tortas e croissants

apresentam-se em embalagens

individuais, o que permite levar e

consumir em qualquer lugar. Os PVP

recomendados para esta gama são: Torta (300gr) € 1,99;Mini

Tortas (5 x 40gr) € 1,99; Croissants (embalagem 9 unidades) –

€ 2,66.

Pastéis de Nata Gelpeixe Chef A Gelpeixe Chef aprimorou os seus Pastéis de Nata com uma nova

receita ainda mais deliciosa, agora numa embalagem original e bem

familiar. Os Pastéis de Nata Gelpeixe Chef são um produto tipicamente

português e estão ainda mais deliciosos, a partir de uma receita ainda mais

apurada e com um toque Chef. O sistema de ultracongelação utilizado permite

conservar o seu sabor tradicional. Deste modo torna-se prático e cómodo preparar

os melhores Pastéis de Nata em sua casa e partilhá-los com os seus familiares e

amigos. Basta descongelar e cozê-los no forno.

Através da nova imagem, os Pastéis de Nata Gelpeixe Chef ganham uma nova

identidade e transmitem toda a qualidade que sempre

característica dos produtos

Gelpeixe.

Sagres DutyFreeA Sociedade Central de

Cervejas e Bebidas lançou

um novo pack com a marca

Sagres Duty Free que já se

encontra disponível nas

lojas Just for Travellers dos

Aeroportos de Lisboa,

Porto e Faro

(tradicionalmente

conhecidas como Duty

Free).

Integrado no conceito Just

Taste Portugal, cujo portfolio é

uma selecção do que de melhor se faz em Portugal, este lançamento exclusivo irá

reforçar a oferta deste espaço. Com a menção “Edição Especial – Rótulos

Históricos” este novo produto pretende apelar à longa história da marca Sagres,

ao recriar o produto rótulo desta cerveja lançado em 1940, por ocasião da

Exposição do Mundo Português, destinada, então, à exportação.

As características especiais deste pack “vintage” pretendem incentivar os

consumidores à compra de um produto genuinamente português, único em

termos de portugalidade, consolidado tanto pela qualidade como pela história e

que pode ser apresentado como uma recordação de Portugal.

Esta edição especial de Sagres irá ser comercializada em quatro packs de

quatro unidades de cerveja Sagres de 33cl.

Absolut Vodka Rock Edition Inspirada nos mais loucos anos do Rock’n’Roll, a nova garrafa

de Absolut Vodka é uma homenagem a todo um universo

que uniu gerações. Este ano, a garrafa convida-o a

entrar no mundo Absolut ao som de guitarras e a

juntar-se à celebração do Rock nesta edição

especial. Absolut Vodka Rock Edition é música,

estilo, ousadia, autenticidade, com o mesmo

sabor de sempre.

Nesta edição limitada, a vodka premium líder

internacional surge numa garrafa de couro, com

pequenas

tachas,

que lhe

conferem uma

força e personalidade únicas,

transformando-a numa verdadeira peça

de colecção e design. Ao bom estilo do

Rock’n’Roll, Absolut Vodka Rock

Edition é um convite para quem gosta

de viver intensamente os grandes

prazeres da vida.

Desenvolvida em parceria com a

agência de design Family Business, a

nova garrafa Absolut é a garantia do

presente ideal para amigos e familiares,

cheio de carácter e bom feeling. Seja

hard ou seja glam, jazz-rock ou

rockabily, Absolut Vodka Rock Edition

inspira qualquer um a fazer a diferença

revelando o seu lado mais autêntico.

08

PRODUTOSNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 9: Grande Consumo N.º 20

NOVIDADE – Caixas 20 pastilhas

INDUCCIMOMENTOS ÚNICOSA Nicola, marca de referência da Nutricafés, lançou em 2008 no mercado uma marca de café em pastilhas - Inducci. Esta nova marca, associada à Nicola, resulta da experiência da marca na criação de um café de excelência. Inducci posiciona-se como uma marca de prestígio, ‘tipo italiana’, com 3 lotes de café em pastilhas, para diferentes momentos do dia, para aque-les clientes que querem algo de sofisticado e de qualidade. Cada lote difere entre si na percentagem de arábicas e robustas bem como nas origens, para proporcionar um perfil de bebida com aromas e sabores diferentes para os apreciadores mais exigentes em cada momento do dia (manhã, meio dia ou mesmo à noite). Inducci tem como objectivo proporcionar sensações que vão além do paladar. A marca Inducci é composta por cinco lotes de café - Mattina, Giorno e Decaffe - que corre-spondem a três momentos diferentes do dia: um café mais forte para a manhã, outro mais equilibrado para beber durante o dia e um descafeinado. Inducci está disponível através do site www.inducci.pt e nas principais insígnias da grande distribuição, com um novo formato – caixa com 20 pastilhasOs lotes de café Inducci encontram-se disponíveis no formato de pastilhas standard E.S.E. que, para além de oferecerem a dose perfeita e a moagem ideal, entregam todo o sabor, aroma e características do café acabado de moer, tornando deste modo o processo mais simples, prático e limpo. Acima de tudo, houve a preocupação de lançar um formato “stan-dard” que não obriga o consumidor a ficar preso a uma máquina, como acontece com as cápsulas. As pastilhas Inducci podem ser utilizadas na maioria das máquinas expresso, desde que a máquina tenha uma adaptador para pastilhas, que pode ser adquirido contactando o fabricante da marca da máquina. Descubra todos estes momentos e experimente todas as sensações que o Inducci lhe poderá proporcionar!

N

en‘tleCpeoA

Ae

9

PUBLIREP

ORTAGEM

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

20

Page 10: Grande Consumo N.º 20

10

DISTRIBUIÇÃO

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

O Grupo Os Mosqueteiros abriu ao público em Porto Salvo, concelho de Oeiras, o maior

Mercado em Portugal. Infra-estrutura representativa de um investimento de cerca de 20

milhões/€, este Mercado ocupa uma área total de mais de 12.300 m2 e permitiu a

criação de cerca de 150 postos de trabalho directos tendo ainda servido de palco para a

apresentação da nova imagem das insígnias do Grupo, que estima para este ano um

crescimento de 3,3%, atingindo, assim, os 2 mil milhões/€ de volume de negócios.

TEXTOBruno Farias

Page 11: Grande Consumo N.º 20

A abertura do Mercado de Porto Salvo representa

ainda a mudança oficial da imagem do Grupo os

Mosqueteiros no nosso país, acompanhando o

mercado nacional a mudança efectuada a nível

europeu e que resultou, entre outras coisas, no fim da insígnia

Ecomarché e no rebranding da insígnia Stationmarché, que se

apresenta agora ao mercado como Roady. Em suma, novas

imagens, renovados conceitos comerciais e o atingir da marca

das 313 lojas no país, 20 das quais são novas e até ao momento,

número que conta já com a abertura de mais três lojas no

Mercado de Portimão. Os Mosqueteiros prosseguem assim o seu

plano de expansão em Portugal, cuja continuidade foi assegurada

pelo Presidente do Grupo, Tomé Lopes: “O plano de expansão

manter-se-á como previamente delineado, vamos continuar a

abrir lojas, investindo os valores já anunciados e sempre com

base nos mesmos valores que o Grupo defende desde a sua

entrada em Portugal. Assumimos a nossa determinação em abrir

mais pontos de venda, numa actuação que contraria,

claramente, o ciclo económico”.

Em causa está, em termos práticos, um total de investimento de

20 milhões/€ até final do ano (16 milhões/€ dos quais já

alocados no Mercado de Portimão entretanto inaugurado) para

lojas e postos de combustíveis que irão criar mais de 500 novos

postos de trabalho. Tomé Lopes assinalou ainda “a decisão

estratégica de deslocar o centro administrativo do Grupo de

Alverca para Alcanena”, assim como a intenção de implementar

o novo conceito de lojas até 1/3 do parque de lojas instaladas

nos próximos três anos, associando-se, sempre que possível, a

remodelação das lojas ao alargamento da área útil das mesmas,

num investimento representativo de 60 milhões/€.

Questionado sobre a construção da nova base logístico do Grupo,

em lugar a designar na região Centro do País, o Presidente do

Grupo Os Mosqueteiros assumiu algumas dificuldades ines pe -

radas no decorrer desse processo, que, no pior dos cenários, irá

conduzir à deslocalização do investimento para outro país da UE

– França e Polónia são possibilidades. Em causa está um

investimento directamente suportado pela casa mãe, pelo que a

estrutura nacional dos Mosqueteiros tem agora cerca de um ano

para arrancar com a obra sob risco de ver ser retirado o montante

disponibilizado para o investimento cujos estudos de viabilidade

haviam sido conduzidos na proximidade do novo aeroporto de

Lisboa.

Novidades avançadas por Tomé Lopes aquando da apresentação

do Mercado de Porto de Salvo que, e à semelhança do espaço

homólogo apresentado no dia seguinte em Portimão, é composto

por três lojas das insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady,

designações que, a partir de agora, compõem a face visível da

operação do grupo nas áreas de negócio alimentar, bricolage e

automóvel, num rebranding feito em consonância com França e

que, em última instância, resultou no “fim da insígnia Ecomarché,

resultado de uma decisão europeia tomada de forma a haver

coerência em termos comerciais e de comunicação”, garante

Anne Sainte Marie, Administradora da Direcção Comercial do

Grupo os Mosqueteiros e responsável pela insígnia Intermarché.

Ou seja, a partir de agora é possível verificar a divisão da insígnia

em dois formatos perfeitamente assumidos: o supermercado

generalista, identificado como Intermarché Super para lojas com

mais de mil m2, que procura ser líder na sua zona de implemen -

tação e principal local onde os clientes fazem as suas compras

graças ao equilíbrio entre a oferta alimentar e não-alimentar, com

grande oferta de produtos frescos, com foco nas frutas e legumes,

carnes e peixe; e o supermercado alimentar, Intermarché Contact,

adoptado por espaços com menos de mil m2 de área de venda

que procura ser diferenciador, ao apostar no comércio de

proximidade e ao apresentar uma oferta alargada dedicada às

necessidades da família, com foco nos produtos frescos e no

tradicional.

A loja Intermarché deste novo Mercado irá empregar cerca de

100 colaboradores e disponibiliza uma superfície de mais de

1.980 m2, onde os clientes poderão desfrutar de um serviço que

se pauta pelos padrões de qualidade característicos desta insígnia

histórica do Grupo Os Mosqueteiros, ao encontrar num ambiente

moderno uma oferta variada de produtos aos melhores preços,

perfeitamente segmentada e identificada através da utilização de

um código cromático que simplifica a visita e o ciclo de compra,

num espaço pensado para ter mais conforto e onde é, igualmente,

visível o esforço do Grupo em elevar a vertente de serviço em

áreas tão decisivas como os perecíveis e os frescos, assim como

a secção de frio que também se apresenta inteiramente

remodelada e organizada.

Por sua vez, a loja Bricomarché, disponibiliza uma área de venda

de 1.550m2 e emprega um total de 33 colaboradores, dividindo-

11

DISTRI

BUIÇÃO

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 12: Grande Consumo N.º 20

se em cinco áreas de bem diferenciadas onde se podem encontrar

os mais variados produtos habitualmente existentes em lojas

deste universo: decoração, construção ligeira, bricolage, artigos de

jardim e petshop. Recorde-se que esta insígnia foi a primeira do

Grupo a arrancar com o projecto de reconversão do modelo de

loja.

Roady é, como já aqui foi dito, o nome pelo qual se dará a

conhecer a partir de agora a marca do Grupo destinada ao

negócio da reparação, manutenção e venda de acessórios

automóveis, abrindo as portas no Mercado de Porto Salvo com

uma loja de 380 m2 em que 17 colaboradores asseguram o seu

correcto funcionamento. A escolha do nome Roady deve-se ao

facto de ser curto e fácil de reter (o que leva a que seja facilmente

reconhecido), sendo espontaneamente associado a uma insígnia

de centros-auto, logo facilmente exportável para outras

realidades.

Recorde-se ainda que o Mercado Os Mosqueteiros de Porto Salvo

(que disponibiliza uma galeria comercial com dez lojas, uma

cafetaria e uma padaria, para além de um parque de estaciona -

mento com 15.000m2 com capacidade para 650 viaturas) irá

servir não só os mais de 170.670 habitantes potenciais clientes

residentes no concelho de Oeiras, como também, devido à

proximidade, a população residente no concelho de Lisboa,

composta por cerca de 510.000 habitantes. Este novo Mercado

procura ser uma referência na região, não só pela oferta

diversificada e de qualidade, como pelo papel activo que terá no

apoio à produção local, reforçando, deste modo, o Grupo Os

Mosqueteiros a sua crescente aproximação aos principais centros

urbanos de Portugal.

NOVAS IDENTIDADES

A criação da nova identidade do Grupo Os Mosqueteiros teve

como fundamento o cumprimento de três objectivos: 1)

acompanhar o desenvolvimento internacional do Grupo; 2)

uniformizar a imagem de todas as insígnias; 3) renovar a imagem

junto dos colaboradores, parceiros e clientes do Grupo Os

Mosqueteiros, através de uma imagem que, para além de ser mais

moderna, reflecte os valores do Grupo e ilustra a sua dinâmica

de crescimento, não só em França, como em Portugal, a maior

das suas operações fora do país de origem e onde desempenham

um papel activo no sector da distribuição moderna em Portugal.

Composto por três elementos distintos, o Apoio – sinónimo de

segurança e equilíbrio; o Combate – evocando força e determi -

nação; e a Pluma – expressão de uma visão de uma empresa

construída tendo como base um empresário independente, o

novo logótipo do Grupo os Mosqueteiros, apesar de evocar

dinamismo, modernidade e inovação, não deixa de remeter para

o património visual do Grupo, devido ao uso das cores vermelho

e preto, estandarte de uma operação de sucesso que nasceu em

Portugal em 1991 e que se estima, em 2009, que atinja os 2

mil milhões/€ de volume de negócios (ver caixa).

No sentido de modernizar a imagem já reconhecida e enraizada

pelos portugueses, e de modo a não criar uma ruptura ao nível da

imagem, as insígnias do Grupo decidiram evoluir o nome e

logótipo, com declinação do novo conceito. O que permitirá

reflectir a sua diversidade e demonstrar, de forma rápida e

imediata, as especificidades dos novos pontos de venda, sem

perder a ligação com o logótipo do Grupo que evoca os valores

de preços baixos, proximidade e confiança, onde o vermelho e o

preto continuam a ser as cores nucleares de um grupo em

crescimento.

NÚMEROS-CHAVE

2008Volume de Negócios: 1,914 mil milhões € (crescimento de9,7% – com combustível)Investimentos: 60 milhões de euros Pontos de venda: 296 Concelhos: 180Empresários independentes: 249

Estimativa 2009Volume de Negócios: 2 mil milhões de euros (crescimento de3,3%)Investimentos: 62 milhões de eurosPontos de venda: 316Concelhos: 183Empresários independentes: 255

12

DISTRIBUIÇÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 13: Grande Consumo N.º 20
Page 14: Grande Consumo N.º 20

14

TEMA DE

CAPA

Nº20 | N

OVEMBRO/

DEZEMBRO

2009

TEXTODuarte Cunha

GS1(R)Evolução

DataBar

A GS1 Portugal já apresentou ao mercado o mais recente código de barras do seu

Sistemas de Normas. Trata-se do GS1 DataBar, um código de barras de dimensão

reduzida e que poderá ser implementado já a partir de Janeiro do próximo ano,

apresentando como principal novidade a possibilidade efectiva de aplicar as

recomendações para a rastreabilidade dos produtos frescos ou perecíveis. Mas afinal,

estamos perante uma revolução ou uma evolução trazida pela codificação?

Page 15: Grande Consumo N.º 20

Em termos práticos, o novo código de barras GS1

DataBar confere a possibilidade de incluir mais

informação e apresenta como principal argu men -

to um tamanho mais reduzido do que os actuais

códigos de barras em utilização, conferindo, assim, novas

possibilidades na etiquetagem de produtos de dimensões redu -

zidas e de elevada rotação no comércio alimentar, como uma

simples peça de fruta ou um mero legume. Artigos diariamente

presentes nos hábitos de consumo de milhões de pessoas em

todo o Mundo, sem que imaginem todo o processo adjacente à

sua chegada aos lineares dos hipermercados ou à sua refeição.

Um imenso percurso desde o produtor até ao consumidor final,

que obriga a um enorme rigor no seu acompanhamento ao longo

circuito comercial. Procedimento tão mais importante quando a

segurança alimentar faz hoje parte do léxico do senso comum.

“Julgamos que a introdução do GS1 DataBar no mercado terá

um impacto muito elevado por duas razões. Por um lado, vai

possibilitar não só o colmatar de uma série de actuais inefi ciên -

cia, como também vai facilitar a aplicação de diversas técnicas

de gestão aos negócios em geral e à Distribuição em particular.

Por outro lado, o GS1 DataBar vai apresentar um elevado grau

de visibilidade junto do público em geral, ao posicionar-se como

a ferramenta de resposta a uma grande preocupação: a forma de

garantir automaticamente uma barreira de segurança no

momento em que o cliente efectua a aquisição final dos produtos

- a rastreabilidade efectiva do seu ponto de vista”, começa por

explicar Silvério Paixão, responsável pela área de codificação da

GS1 Portugal.

Um aspecto aparentemente emocional mas que de emotivo não

tem nada, uma vez que o DataBar permite, e para além da

identificação básica do produto, a marcação de produtos de

pequenas dimensões e respectivo transporte de informações

adicionais (data de validade, lote, número de série, quantidade,

tamanho, etc.), assim como todo o tipo de dados considerados

necessários para se determinar a identificação inequívoca do

artigo em causa. Em suma: rastreabilidade. Esta é, seguramente,

a maior vantagem trazida por este novo código de barras, que

através da condensação de maior informação no seu interior

oferece maior segurança a todas os operadores presentes na

cadeia de valor, em termos da eficácia que confere aos processos

de identificação de lotes contaminados e a consequente

facilidade de recolha das embalagens desse mesmo lote no

mercado. Assim como, e, em última instância, ao consumidor,

parte integrante deste vértice composto ainda por distribuidores

e produtores.

Se não, veja-se: mediante a adopção deste sistema, os produtores

passam a dispor de mais espaço nas embalagens para outros fins

ou, por outro lado, vão ter a possibilidade de colocar mais

elementos informativos (por exemplo, lote ou data de validade)

na forma automática. “Em alguns casos, e em sentido contrário

ao que ocorre actualmente, todos os produtos passam a dispor

de soluções de identificação automática que vão permitir a iden -

tificação directa e universal do produtor em causa, eliminando

soluções transitórias de circulação restrita, bem como a neces -

sidade de duplicação de custos quando a operarem em diferentes

mercados”, prossegue Silvério Paixão.

Já os distribuidores vão poder dispor, na forma automática, de

mais informação, o que vai possibilitar a optimização das suas

tarefas operacionais (aprovisionamento, recolhas, etc.) e de

gestão (categorias, stocks, prazos, etc.), permitindo ainda a

directa e total identificação inequívoca dos produtores associados

aos produtos. Por outro lado, ao contribuir para a redução da

intervenção humana no processo de identificação, reduz o nível

de quebras e perdas, por erros humanos de introdução de dados.

No caso dos consumidores, estes - e para além de colherem os

benefícios que os anteriores intervenientes da cadeia

julguem por bem passar a todos seus clientes,

informação mais ou menos

pertinente para a decisão no

15

TEMA DE CAPA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 16: Grande Consumo N.º 20

acto de compra - vão ainda bene ficiar directamente do aumento

dos níveis de qualidade e segurança, proporcionados pela

possibilidade da aplicação automática dos sistemas de

rastreabilidade. Assim como tudo aponta para que possam ainda

beneficiar dos novos modelos de negócio que a Distribuição irá,

certamente, implementar com vista à melhoria das experiências

de compras dos seus utiliza dores, um conceito em crescente

desenvolvimento ao qual as insígnias de retalho prestam cada

vez mais atenção como parte integrante do nível de serviço

disponibilizado.

CUSTOS

O agilizar de processos e operações contribui, assim, para a redu -

ção dos custos totais das cadeias de abastecimento e conse -

quente criação de mais-valias que, naturalmente, interessam a

todos os intervenientes na cadeia de valor. “À semelhança de

outro tipo de inovações no âmbito dos sistemas de codificação,

será fundamental que a produção veja este sistema como uma

oportunidade. Uma melhor estruturação da informação traz

mais confiança aos parceiros e uma optimização dos fluxos.

Desde que haja um diálogo aberto entre os

vários parceiros, e não surjam exigências

desajustadas por parte dos clientes, a

introdução do DataBar terá um impacto

positivo no sector. Sobra, no entanto,

uma questão que se prende com os

custos e forma de transição dos

actuais modelos”, recorda Pedro

Queiroz, Director-Geral da FIPA.

Uma ideia corroborada por José António

Rousseau, Director-Geral da APED, “Dadas as suas

características de maior capacidade de informação neles contida,

estes novos códigos poderão contribuir para melhorar a gestão

do produto através da cadeia de valor e para aperfeiçoar os

mecanismos de rastrea bilidade dos produtos. É uma solução que

se encara com agrado e interesse embora não se tenham ainda

determinado com rigor os investimentos necessários em termos

de adaptação dos equipamentos de leitura óptica”.

Uma questão pertinente, à qual Silvério Paixão responde com

pragmatismo, colocando no ar a seguinte possibilidade: “quem

sabe, mesmo que aproximado, o custo actual de uma unidade do

código de barras EAN-13?”. Dúvida que serve para lançar a

discussão entre os vários parceiros envolvidos, para, de seguida,

ser respondida do ponto de vista da codificação. “A maturidade

desta tecnologia (códigos de barras lineares) e das tecnologias

de impressão que as suportam, a sua aplicação expandida por

todos os sectores e em todo o mundo, leva, certamente, a valores

individuais perfei tamente irrelevantes. Portanto, não havendo

genericamente certezas sobre o valor exacto de actualmente se

imprimir um EAN-13, todos con cordam que o valor é

marginalmente pequeno. Por exemplo, se concor darmos que um

valor na ordem de 0,001€ faz sentido, então aplicar um código

GS1 DataBar em vez de um código EAN-13, poderá custar

qualquer coisa como mais ou menos 0,0011€”, assume.

EVOLUÇÃO

Questões quantitativas ainda por responder na prática mas que

poderão servir de condicionante à velocidade de adesão a este

progresso da tecnologia – pelo menos para aqueles que a

encararem como um custo e não como um investimento - em

que, pela primeira vez em 30 anos após a introdução globalizada

do Sistema GS1, um sistema de identificação universal baseado

em códigos de barras normalizados se posiciona na introdução

de uma nova simbologia no circuito de codificação comercial

(grande distribuição). Período de tempo considerado excessivo

num primeiro olhar, tendo em conta o impacto e as mais-valias

que a implementação do célebre código de barras teve aquando

da sua implementação no mercado, mas que Silvério Paixão

considera como normal derivado a um conjunto variado de

motivos paralelos. “Uma vez que a GS1 é a organização de

Normas Globais, com participação aberta e que congrega mais

de 90% do comércio mundial, obriga-se a que as suas deli bera -

ções sejam devidamente pondera das por todos os interve nientes

nos processos. Ora, como é evidente, este é um modelo moroso,

dependente de uma série de factores, nomea damente os tecnoló -

gicos que tenham directamente maior ou menor impacto nos

negócios.

Os aspectos relacionados com a evolução tecnológica, a ponde -

ração sobre o próprio parque tecnológico existente e as suas

capacidades, tiveram de ser equacionados com a perspectiva das

necessidades, das regulamentações e da adequação de meios

aos fins. Todo este processo foi necessariamente longo, mas leva

pela primeira vez a um acordo a nível global dos diferentes

interve nientes (Produção, Distribuição, Parceiros Tecnológicos e

Além de produtos e

distribuidores, também os

consumidores serão

beneficiados com a

inclusão do DataBar, pois,

e para além de colherem

os benefícios que os

anteriores intervenientes

da cadeia julguem por

bem passar a todos seus

clientes, informação mais

ou menos pertinente para

a decisão no acto de

compra, vão ainda

beneficiar directamente

do aumento dos níveis de

qualidade e segurança,

proporcionados pela

possibilidade da aplicação

automática dos sistemas

de rastreabilidade. Assim

como usufruir de

possíveis novos modelos

de negócio que possam

ser implementados e

visem a melhoria da

experiência de compra

por parte do consumidor

FAMÍLIAS

A família GS1 DataBar criada corresponde a sete diferentes simbologias lineares, que

apresentam segmentos de aplicação diferenciados, ainda que apenas quatro dessas

simbologias sejam destinadas a ser usadas nos POS’s. Do ponto de vista de conteúdo de

informação, dentro dessas quatro opções, apenas duas podem transportar a tradicional

identificação já existente na maioria dos produtos (GTIN), enquanto as outras duas estão

capacitadas a transportar mais informação para além dessa. Na óptica do grafismo dos

símbolos em causa, os quatro símbolos dividem-se em outros dois grandes grupos: um de

aparência próxima dos correntes símbolos EAN-13 (uma linha de barras e espaços), mas

sobretudo com uma altura mais reduzida; e outro grupo, em que se evidencia uma

sequência de sobreposição de 2 ou mais linhas, de barras e espaços. As restantes três

simbologias destinam-se a aplicações mais específicas e destinadas a circular e serem lidas

sobretudo em ambientes diferenciados dos da fase final da grande distribuição (POS).

16

TEMA D

E CAPA

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 17: Grande Consumo N.º 20

17

TEMA DE CAPANº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Orga nis mos Reguladores). Resumindo, pode dizer-se que agora

estão reunidos acordos alargados e abrangentes, sobre as neces -

si dades, sobre os meios a aplicar e sobre as formas de o fazer”¸

considera.

Até porque, e para além da tradicional identificação baseada na

estrutura informativa do Sistema GS1 (País, Produtor do país e

Produto do produtor), o GS1 DataBAr possibilita a utilização dos

elementos exclusivos dos Sistema GS1, conhecidos como

Identificadores de Aplicação (IA’s). Elementos que permitem a

introdução, em componentes de leitura automática, de variada

informação, de forma normalizada, logo, percepcionável por todo

e qualquer parceiro integrado no sistema GS1 a nível Mundial.

“As possibilidades são extensas, uma vez que, presentemente, o

Sistema GS1 comporta mais de 100 IA’s, variando do muito

conhecido Lote ao menos comum País de Processamento,

passando por diversas outras possibilidades como variadas

datas, diversas medidas, e muitas outras”, prossegue o respon -

sável de codificação da GS1 Portugal.

Nesse contexto, e de acordo com a GS1 Portugal, o GS1 DataBar

é a solução que vem: “facilitar a gestão de rupturas e de

categorias, permitir aos fornecedores identificar uma única vez e

expedir para todos os seus clientes”, isto além de permitir ter

sistemas compatíveis além-fronteiras ao apresentar-se como um

standart global para identificar os produtos de peso variável

vendidos no ponto de venda como os hortofrutícolas, cárnicos,

pescado, lacticínios, sobremesas, panificação e pastelaria. Em

bens de pequena dimensão, ou difíceis de comunicar, a GS1

Portugal considera que o DataBar “melhora a performance de

leitura, garantindo uma melhor experiência de compra aos

consumidores, inclusive a passagem mais eficiente pela saída de

caixa” em artigos tão distintos como cosmética, joalharia,

hardware ou produtos farmacêuticos.

RASTREABILIDADE

Verdadeiro propulsor da sua concretização, a rastreabilidade foi

um dos pontos que mais directamente contribuiu para que se

avançasse para a introdução desta nova simbologia junto dos

consumidores finais. Como já aqui foi dito, as capacidades postas

à disposição são as necessárias para cobrir todas as necessidades

relativas não só à automatização do cumprimento dos aspectos

de rastreabilidade, mas também da sua extensão até ao

consumidor final, algo impossível até aqui. Ou seja, finalmente a

expressão “do prado ao prato”, ganha verdadeiro conteúdo, uma

vez que agora será possível transportar e transmitir de forma

automática, o conjunto de informações básicas para a rastrea -

bilidade (identificação de artigo + lote) “desde o prado,

realmente até ao prato”.

A simbologia GS1 DataBar, apresenta-se, assim como a única

simbologia universalmente aceite para as soluções de leitura em

POS’s (ver caixa) da grande distribuição de qualquer parte do

mundo, que tem capacidade para transportar as informações de

rastreabilidade necessárias ao cumprimento dos diferentes

requisitos legais aplicáveis. “No que toca aos produtos pré-

embalados, a indústria alimentar já dá cumprimento às

exigências legais no âmbito da rastreabilidade através da

utilização do EAN 128. No entanto, esta nova solução

tecnológica vai permitir optimizar os sistemas tendo um alcance

muito para além da rastreabilidade, passando a constituir um

O GS1 DataBar possibilita

ainda a utilização dos

elementos exclusivos dos

Sistema GS1 -

Identificadores de

Aplicação (IA’s).

Elementos que permitem

a introdução, em

componentes de leitura

automática de

informação diversa, de

forma normalizada e

percepcionável por

qualquer parceiro

integrado no sistema GS1

a nível Mundial, o que

vem facilitar a gestão de

rupturas de stocks e de

categorias, assim como

permitir ter sistemas

compatíveis além-

fronteiras ao apresentar-

se como um standart

global para identificar os

produtos de peso variável

vendidos no ponto de

venda, de pequena

dimensão ou difíceis de

comunicar

Page 18: Grande Consumo N.º 20

suporte aos sistemas de gestão. No que respeita aos produtos a

granel existe uma boa oportunidade de melhoria. O grande

desafio ao nível da rastreabilidade é conseguir-se que toda a

fileira consiga gerar, manter e transmitir uma informação

consistente e integrada. Todavia, aponto como medida prioritária

e paralela a qualquer sistema a formação dos operadores”,

acrescenta Pedro Queiroz, director-geral da FIPA.

TRANSIÇÃO

Quatro anos é o período de tempo acordado entre os diferentes

parceiros como sendo o mais adequado para a adaptação ao

mercado da tecnologia apresentada pelo GS1 DataBar. Isto ao

ter-se em conta factores de diversa ordem como: a normal

evolução tecnológica, os usuais ciclos de renovação de

equipamentos, os próprios

ciclos de vida de pro dutos, os

diferentes estágios de desen -

volvimento dos parceiros e

inclusive a matu ração de

outras tecnologias. Aspectos

que levam a que o período de

transição seja considerado

como “máximo, até ao qual

todos os par cei ros devem

estar prepa rados para receber

e processar a informação

decorrente de um símbolo

GS1 DataBar. Con tudo,

espera-se que a adaptação

decorra de acordo com o

desenvolvimento das neces si -

dades do mercado, começando por alicerçar-se, desde já, no

desenvolvimento de acordos bilaterais entre parceiros. Estes

acordos iniciais contemplam a utilização dos dados actualmente

disponíveis (GTIN) num novo símbolo, o que assegura a

compatibilidade retroactiva. Progressivamente, os equipamentos

e os sistemas de suporte devem estender a sua capacidade à

interpretação de informação adicional, de forma a assegurar

uma compatibilidade proactiva, à eventual introdução de novos

elementos infor mativos”, antecipa Silvério Paixão.

Saliente-se o facto de que, em nenhum caso, se considerar o

desaparecimento da simbologia EAN, entendendo-se que, e a

partir de 1 de Janeiro de 2014, existe legitimidade para que

qualquer produtor opte pela utilização da nova simbologia GS1

DataBar nos seus produtos e se apresente ao mercado com a

expectativa de que não existam barreiras que obstem o seu

processamento perfeito. Em termos de expectativas da sua

evolução futura, o responsável de codificação da GS1 Portugal

recorda o tempo que o “velhinho código de barras EAN” levou

até estar perfeitamente disseminado nos dias de hoje, de forma

discreta mas verdadeiramente galopante, constituindo hoje parte

integrante de praticamente todas as transacções comerciais sem

que se dê conta da sua presença e real importância. “Atrás dele,

um sistema universal de apoio às transacções co -

merciais assegura diariamente a realiza -

ção de mais de 8 milhões de

operações. É o Sistema

GS1 baseado nas suas

Chaves de Identificação inequí vocas e sistema de Dados

Adicionais, ambos alicerçados no funcionamento dos Iden -

tificadores de Aplicação”, acrescenta.

Até porque as crescentes exigências da sociedade, não só em

termos informativos, como de qualidade e mesmo de segurança,

requerem cada vez mais a universalidade das aplicações e

promovem a rápida introdução de soluções comprovadas, tendo

em conta a racionalidade das aplicações financeiras necessárias.

Razão pela qual a conjugação de todos estes factores leva a crer

que “os graus de adesão serão elevados a todos os níveis: em

grande número de utilização e em baixo tempo de aplicação.

Não será de estranhar, que no decurso de uma década passe a

ser normal ver em muitos produtos as novas simbologias, GS1

DataBar, tal como hoje é normal vermos o EAN-13”, conclui

Silvério Paixão.

O tempo o dirá, mas a julgar pelo exemplo clássico deste universo

poderá estar-se perante mais uma pequena revolução trazida

pelas tecnologias de codificação. O seu real impacto apenas

poderá ser calculado num futuro próximo, mas as premissas

iniciais apontam para o crescente interesse da indústria na sua

adesão. Quem sabe se fartos de esperar pelo messianismo do

RFID cujo custos de implementação continuam a ser, ao que

tudo indica, mais elevados do que os necessários para a

adaptação do DataBar. Enquanto a tecnologia de identificação

por rádio-frequência tarda em afirmar-se e em baixar custos de

implementação, o “velhinho” código de barras surpreende o

mercado e reinventa-se.

Em nenhum caso se

considera o

desaparecimento da

simbologia EAN,

entendendo-se sim que, e

a partir de 1 de Janeiro de

2014, existe legitimidade

para que qualquer

produtor opte pela

utilização da simbologia

GS1 DataBar nos seus

produtos e se apresente

ao mercado com a

expectativa de que não

existam barreiras ao seu

processamento perfeito.

Até porque as crescentes

exigências da sociedade,

não só em termos

informativos, como de

qualidade e mesmo de

segurança, requerem cada

vez mais a universalidade

das aplicações e

promovem a rápida

introdução de soluções

comprovadas, tendo em

conta a racionalidade das

aplicações financeiras

necessárias

BENEFÍCIOS

O GS1 DataBar oferece vários benefícios para os

fornecedores e retalhistas, entre outros:

A identificação única e global dos produtos frescos,

substituindo a informação genérica utilizada hoje em dia

O aumento da eficácia da identificação dos produtos

perecíveis através do scanning versus digitação manual

dos códigos (PLU);

O controlo de rupturas/quebras;

A rastreabilidade (Número de Lote, País de Origem, etc.)

Melhorias no reabastecimento dos produtos/antecipação

de rupturas;

Permite a gestão de categorias, sobretudo naquelas onde

actualmente tal não acontece;

Facilita a sincronização de dados;

Acaba com a limitação da codificação dos preços até 4

dígitos, pode codificar para além de que 99,99€;

Possibilita a gestão das vendas por fornecedor e da data

de validade;

Permite a gestão do peso dos produtos;

Melhora as taxas de leitura nos símbolos EAN muito

pequenos e de baixa performance;

Promove a ECR - Efficient Consumer Response;

Melhora a experiência de compra do consumidor;

A informação sobre o País e a Origem;

A capacidade de impedir a compra de produtos fora do

prazo de validade ou sujeitos a recolha.

18

TEMA DE CAPA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 19: Grande Consumo N.º 20
Page 20: Grande Consumo N.º 20

20

MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

O mercado nacional de bacalhau apresentou

uma interessante subida das quantidades comer -

cializadas ao longo do último ano em território

nacional, ao apurar taxas de crescimento a dois

dígitos nos volumes colocados no mercado. Em causa está um

crescimento de 24,6% nas quantidades consumidas ao longo de

2008, igual período onde este mercado apresentou uma

desvalorização dos preços médios em quase meio ponto

percentual. O que quer dizer que houve um maior acesso a este

bem alimentar, devido a uma intensa redução dos preços médios

praticados. Em suma, mais bacalhau a um menor preço, o que

Os preços médios do bacalhau desceram significativamente ao

longo do ano em Portugal, com este mercado a apresentar

subidas em volume na ordem de 24,6%. Crescimento que se

deve ao aumento das quantidades comercializadas e à

estagnação da valorização do seu preço médio, o que permitiu

um maior acesso às categorias superiores deste universo. Uma

ideia que os números se encarregam de confirmar.

TEXTODuarte Cunha

mais

a menor preçoBACALHAU

Page 21: Grande Consumo N.º 20

possibilitou que mais portugueses pudessem ter acesso a este

produto, habitualmente associado a um consumo mais requin -

tado, fruto do seu PVP médio relativamente alto para a bolsa de

muitos portugueses.

Divido entre avulso e embalado (seco ou congelado), este

mercado é responsável por uma facturação anual estimada na

ordem dos 300 milhões/€, encerrando em si uma intensa

concorrência, quer em termos de formato quer no que ao produto

diz respeito. Claro está que o formato avulso (bacalhau seco)

continua a ser o grande propulsor deste importante mercado da

indústria alimentar ao valer 76% da sua facturação global.

Todavia, é digno de nota a crescente evolução dos formatos de

conveniência trazida pelas referências de bacalhau ultracongelado

e que vieram revolucionar a forma de consumir o rei dos mares

no nosso país.

Conveniência versus formato tradicional são os dois grandes

vértices que se colocam actualmente a este mercado que

reforçou a oferta ao longo dos últimos anos com as referências

demolhadas ultracongeladas, um artigo que tem vindo a

aumentar os seus níveis de penetração nos lares nacionais ao

apresentar-se como um produto consistente, já processado e

pronto a confeccionar. Praticidade é, então, o grande argumento

de comercialização reconhecido a este formato que tem vindo a

apresentar mais e melhores formas de se comer o fiel amigo,

apresentando, no último exercício, subidas de 3,9% em valor e

de 9,5% em quantidade. O que vem reforçar a ideia de que,

também nos formatos ultracongelados, se registou uma redução

dos preços médios e um consequente maior acesso a esta

categoria inovadora de produto. Em causa está uma facturação

anual de 41 milhões/€ ano, equivalente a, aproximadamente, 4

mil toneladas de bacalhau congelado colocado no mercado.

ACESSO

Mas a grande tónica do mercado é mesmo a redução de preços

que caracterizou o último exercício, aspecto que se verificou no

avulso, mas sobretudo no embalado, onde praticamente todas

as categorias apresentaram acentuadas quedas em valor. Casos

do bacalhau embalado corrente (-55,6%), crescido (-16,8%),

graúdo e jumbo (-21,2%), postas NA (-17,1%) e sortidos

(27,4%), cujos significativos decréscimos nas vendas em valor

conduziram a uma redução global de 17,5% na riqueza gerada

por esta categoria em 2009 face a 2008. Isto apesar de ter

subido 5,2% em quantidade, não obstante as quebras de 53,8%

do corrente e de 25,7% no sortido. Mas também aqui os

formatos Premium saem reforçados, com o crescido (+13,1%),

especial (+5,4%), o graúdo e jumbo (+25,1%) a aumentarem

os seus níveis de venda em volume, apesar das intensas quebras

em valor que todas as categorias sofreram à excepção do

bacalhau embalado especial. Em suma, também aqui a baixa dos

preços médios repercutiu-se em maiores níveis de venda de um

segmento de mercado responsável por uma facturação anual

acima dos 11 milhões/€ e que vem comprovar o quanto as sub-

famílias do bacalhau já encontram espaço nos hábitos de

consumo dos portugueses.

Ainda que, como já se disse, o formato tradicional – bacalhau

avulso – continue a dominar a preferência dos consumidores,

o que se deve a uma relação preço/qualidade mais acessível

para a maioria

das bolsas dos portugueses. Com uma facturação anual estimada

de 228 milhões/€, representativa de cerca de 29,7 mil tone -

ladas anualmente transaccionadas, o bacalhau seco continua a

ser o principal driver de crescimento deste mercado, ao apresentar

crescimentos em ambas os indicadores em praticamente todas

as categorias. À excepção do corrente que perdeu

25,4% nas vendas em valor e 3,2% em

21

MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEM

TOTAL PORTUGAL - BACALHAU

Vendas Valor Valor (%) Vendas Volume Volume (%)Bacalhau Avulso (KG) 228,612,461 -0.4 29,740,465 24.6Corrente 25,501,950 -25.4 3,863,534 -3.2Crescido 112,857,248 1.7 16,025,667 33.4Especial 27,425,598 3.6 2,353,906 4.8Graúdo e Jumbo 55,416,752 6.2 6,255,510 29.6Sortidos 7,384,921 29.7 1,237,769 56.1Bacalhau Congelado (KG) 41,060,285 3.9 4,051,105 9.5Bacalhau Derivados (KG) 19,448,623 -3.9 2,899,829 -1.6Bacalhau Embalado (KG) 11,221,364 -17.5 1,453,288 5.2Corrente 208,500 -55.6 28,879 -53.8Crescido 1,489,168 -16.8 214,195 13.1Especial 2,757,709 1.1 228,531 5.4Graúdo e Jumbo 4,007,543 -21.2 606,490 25.1Postas NA 1,559,056 -17.1 199,227 4.0Sortidos 1,199,388 -27.4 175,966 -25.7Total 300,342,733 38,144,687

FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41

Page 22: Grande Consumo N.º 20

22

MERCADO

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

volume, sem deixar de ser, contudo, a terceira maior categoria

deste ranking com 25,5 milhões/€ facturados.

Quem continua a liderar este universo é o crescido, que voltou a

crescer no último exercício em ambos os indicadores, com

particular destaque para as vendas em volume que subiram

33,4%, enquanto em valor a subida foi mais modesta não

chegando a 2%. Em causa está uma categoria que vale 50% das

vendas em valor de bacalhau avulso e 54% em volume, ao

apresentar um compromisso interessante - e valorizado pelos

consumidores - entre qualidade e preço, posicionando-se entre as

categorias mais baixas e as mais altas deste mercado. Mais

concretamente entre o corrente e o especial, graúdo e jumbo, as

duas categorias top deste mercado, que disponibilizam um tipo

de bacalhau mais alto e, regra geral, mas saboroso. Por isso

mesmo, as suas vendas acabam por estar mais reféns do seu PVP

médio mais alto, o que faz com que sejam objectos de refeições

mais requintadas devido ao preço de comercialização com que

se apresentam ao mercado. Sinal da sua qualidade intrínseca,

valorizada por cada vez mais portugueses que ajudaram estas

categorias a aumentar vendas no período analisado, ao apresentar

acréscimos em ambos os indicadores. Nomeadamente, +3,6%

em valor e +4,8% em volume no caso do especial e +6,2% em

valor e +29,6% no caso do graúdo e jumbo, o que diz bem o

quanto a redução dos preços médios possibilitou um maior

acesso a outros tipos de bacalhau. Com claro impacto nas vendas

de graúdo e jumbo, a categoria mais cara deste universo e

responsável por 55,4 milhões/€ de bacalhau vendidos por ano.

Ou seja, 25% da facturação da categoria e 18,5% do total global

deste mercado, o que diz bem do seu preço médio unitário e

posicionamento Premium.

O bacalhau crescido

continua a liderar as

vendas no formato

avulso, ao voltar a crescer

no último exercício em

ambos os indicadores,

com particular destaque

para as vendas em volume

(+33,4%), enquanto em

valor a subida foi mais

modesta ao não chegar a

2%. Em causa está uma

categoria que vale 50%

das vendas em valor do

segmento e 54% em

volume, ao apresentar um

compromisso

interessante - e

valorizado pelos

consumidores - entre

preço e qualidade

PUB

Page 23: Grande Consumo N.º 20

23

MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEM

RANKING

A latente redução dos preços médios não trouxe alteração em

termos de ordem de importância à tabela do mercado nacional de

bacalhau. O avulso continua a liderar seguido pelo congelado,

que tem vindo a reforçar a sua presença no mercado com cres -

ci mentos sustentados e progressivos, muito por força da intro -

dução de novas referências por parte da indústria e ao beneficiar

ainda do factor novidade. Em terceiro lugar surgem os derivados

que, apesar de perderem cerca de 4% em valor e 1,6% em

volume, não baixam a sua posição na tabela graças a uma fac tu -

ração anual a rondar os 20 milhões/€, equivalente a aproxi ma -

damente 3 mil toneladas de sub-produtos colocados no mercado.

O que leva a que o bacalhau embalado continue a ser a última

categoria deste universo, isto apesar de continuar a subir as suas

vendas em valor, o que significa que há mais portugueses a optar

pela compra deste tipo de bacalhau seco e previamente

embalado. Se o factor preço é, por um lado, abonatório à sua

comercialização, por outro lado, o facto de já se encontrar

embalado sem o consumidor verificar o modo como é cortado

ou processado poderá levantar alguma suspeita relativamente à

sua qualidade ou origem. Mas certo é que esta categoria também

beneficiou da redução generalizada dos preços médios para

aumentar as vendas em volume. Uma tendência generalizada aos

restantes segmentos deste mercado que viu as categorias

Premium aumentar os seus níveis de comercialização,

independentemente do formato com que se apresentam ao

mercado. Ou não fosse os portugueses verdadeiros apreciadores

do fiel amigo.

Page 24: Grande Consumo N.º 20

Práticas CIP/APED. Este código pioneiro naEuropa retoma os seus trabalhos com o seuprimeiro presidente, o Dr. Luís Miguel PaisAntunes. Esta é uma forma de autoregulaçãoque pretende reunir à mesa a indústria e adistribuição, para que, com uma mediaçãoeficaz, sejam resolvidos osproblemas/questões que surgem nestarelação tensa que existe muitas vezes entreas partes. A Centromarca deposita novasesperanças neste Código e na mediaçãoeficaz exercida pelo seu novo presidente.Por último, uma nota sobre a reflexão públicaque agora iniciamos em matéria deconcorrência e no seu entendimento maislato. Eduardo Lopes Rodrigues, da UTL, JoséLuís da Cruz Vilaça, da PLMJ, Carlos BotelhoMoniz, da Morais Leitão, Galvão TelesSoares, da Silva & Associados e JoãoConfraria, da UCP, integraram um painel cujodebate se centrou nas Regras de

Concorrência para o funcionamento eficientedo mercado. Entre diversos temas de elevadointeresse abordou-se a questão do papel daAutoridade da Concorrência, a evolução dadefesa da concorrência em Portugal, anecessidade de novas regras, a avaliação dosresultados da actuação das entidadesreguladoras e os desafios da evoluçãointernacional e do seu impacto no planonacional. A ideia de um debate amplo e aberto sobre asquestões de concorrência, que traga paraperto das empresas a discussão de políticasque determinam a sua própriacompetitividade, é fundamental. ACentromarca, com a promoção desteprimeiro debate, espera ter dado o contributoinicial para que publicamente, e entre todosos interessados, se realize esta reflexão.

A missão da Centromarca, “criar para asmarcas um ambiente de concorrência leal eintensa que encoraje a inovação e dê ummáximo de valor ao consumidor”, tem trêsvalores centrais: marcas, concorrência einovação; e um destinatário: o consumidor.É esta missão que nos tem norteado. Muitada nossa actividade decorre deste valor emque acreditamos: da concorrência. Mas nãode qualquer concorrência, nem a qualquercusto, primeiro que tudo precisamos que sejaleal e só depois intensa. Porque acreditamosem regras iguais para todas as marcas eporque acreditamos que os sectores maiscompetitivos são o resultado de sectoresonde a concorrência entre empresas e marcasé intensa.No 8.º Seminário de Reflexão Estratégica daCentromarca, a Concorrência esteve presentede três formas: na assinatura pública doCódigo de Conduta dos Associados, na

reflexão sobre o Código de Boas PráticasCIP/APED e numa reflexão alargada sobrequestões de concorrência com umaperspectiva do direito, da economia e dequem tem larga experiência nestas matérias.Uma nota sobre o Código de Conduta daCentromarca que vincula as cinquenta equatro empresas associadas e a associação.Este código de conduta estabelece as regraspara que a forma de estar das empresas naCentromarca, e a forma de interagir com aassociação estejam perfeitamenteenquadradas com aquelas que são asexigências de hoje, de trabalhar no estritocumprimento das regras do Direito daConcorrência e, de uma forma transparente,dar a conhecer ao mercado o seuposicionamento nestas matérias.Uma segunda nota sobre o Código de Boas

Conferência Centromarca

Beatriz ImperatoriDirectora-Geral da CENTROMARCA

24

OPINIÃ

O

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 25: Grande Consumo N.º 20

O cálcio ajuda a fortalecer os ossos econsequentemente a prevenir aosteoporose, o magnésio participa noequilíbrio nervoso, na protecção contra ostress e na saúde cardiovascular. Obicarbonato e o pH neutro contribuem paraneutralizar o ácido láctico produzidodurante o esforço, logo, reduzem asensação de fadiga e melhoram odesempenho físico. Como sabemos, o nosso mercado sofrehoje constantes mutações, influenciadomaioritariamente pela mudança de hábitosde consumo, mas também pela capacidadede intervenção dos agentes de distribuição.Inúmeras vezes discutido, o fenómeno decrescimento das marcas próprias é umpequeno exemplo. Desta forma, a menorcapacidade de diferenciação de um produtocomo água, no seu estado mais natural, fazcom que, o factor “preço” assuma

demasiada preponderância no processo dedecisão consumidor. Por isso, é muitoimportante que exista um contributocrescente das marcas, no sentido deprovidenciar ao consumidor a informaçãonecessária à valorização de um produtocujo consumo é vital para a nossasobrevivência.Devemos contribuir activamente para que oconsumidor revele na sua escolha nãoapenas uma análise superficial da beleza daembalagem e do preço, mas também umaanálise racional dos benefícios intrínsecosdo produto os quais estão directamenterelacionados com o estilo de vida, a idade ea saúde de cada um. Sabendo que as águasnão são todas iguais, este é um dosprincipais desafios das várias marcas, naconstrução de um mercado crescente,também em valor e não apenas em volume,e de um mercado forte e competitivo,consequentemente preparado para discutiro consumo com todas as outras bebidasque também contribuem para saciar a sede.

Na escola, aprendemos que a água é umrecurso natural, incolor, insípido e inodoro.Falamos com certeza de águasextremamente purificadas. No entanto, aágua que bebemos não tem apenas estascaracterísticas e ainda bem. Basta, para isso, pensarmos que o consumoregular de água é fundamental paracontrolar a temperatura do corpo, éresponsável pelo transporte dos nutrientes,está envolvida no equilíbrio dos ácidos,regula a pressão sanguínea e participa naeliminação das impurezas.Na realidade, esta definição simplista podeoriginar uma aparente banalização doprocesso de compra de um produto cujasdiferenças são muitas e sem o qual o nossoorganismo não sobrevive.As Águas Minerais são um produtonaturalmente preservado, proveniente dereservatórios profundos e cuja composição

específica a diferencia de todas as outras,nomeadamente pela concentração de saisminerais (bicarbonato, cálcio, magnésio,potássio, fluoreto, sílica, entre outros). Já asÁguas de Nascente provêm de uma reservanaturalmente protegida mas poucoprofunda e cuja estabilidade da composiçãoquímica pode não se manter. Há ainda asÁguas com Gás que eliminam a sede erepõem rapidamente os sais minerais etambém as Águas Funcionais quegarantem baixos valores calóricos masacabam por ser soft drinks e não apenaságua.Porque as águas disponíveis no mercadonão são todas iguais, e porque diariamentedevemos consumir entre um litro e meio atrês litros de água, cabe ao consumidorescolher aquelas cujas característicasúnicas se adequam às suas necessidades,lendo o rótulo e conhecendo as vantagensde cada um dos seus constituintes,seleccionando desta forma a água indicadapara cada um dos momentos de consumo.

Pedro EstevesDirector Comercial Empresa deÁguas do Vimeiro

25

Porque as águasnão são todas iguais

OPINIÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2

Page 26: Grande Consumo N.º 20

Este desrespeito pelos limites do planeta Terraacontece quando apenas mil milhões depessoas têm uma vida abastada, mil a doismil milhões vivem em economias detransição e cerca de três a quatro mil milhõessobrevivem com apenas alguns euros por dia.Perante este cenário será, à partida, fácilcompreender a necessidade de agir comurgência. E esta acção nunca poderá sereficaz a atingir os resultados pretendidos senão juntarmos forças. Já passou o tempo dediabolizar este e aquele. De apontar quemsão “os maus”. O facto é que em termos deconsumo todos temos telhados de vidro.Como já referi, não prevejo que consigamosalterar a nossa condição de consumidores embreve (não obstante visões mais ou menosfilosóficas sobre tal possibilidade). Não me parece, assim, necessário que ossectores ligados ao consumo devam terreceio pelo seu negócio no futuro. A uma

redução significativa dos padrões deconsumo (absolutamente necessária para seconseguir evitar a tal colisão comconsequências planetárias) teremos quejuntar a possibilidade/capacidade de muitosque hoje pouco ou nada têm poderem teracesso ao que nós teremos (não ao quetemos no presente, ou pelo menos não damesma forma). A ausência de sinais da concretização damudança necessária é razão suficiente paraurgentemente começarmos a inflectir o nossocaminho e procurar outras perspectivas, maisou menos ousadas, mais ou menosconhecidas e desenvolvidas, mas de qualquermodo imperativas.Numa próxima oportunidade falarei sobrealgumas possíveis estratégias decompatibilização consumo/planeta, com oobjectivo de podermos “desviar” o cometa atempo. Até lá deixo-vos com este contextopara reflexão.

Tratando-se de uma primeira colaboração narevista Grande Consumo nada me parecemais indicado do que começar por expressaraquela que é a minha opinião sobre o papeldo consumo na sociedade quotidiana. Umavez que o espaço que me foi disponibilizadonão será suficiente para tudo, terei que deixarpara um próximo número a apresentação dealgumas pistas sobre os principais desafiospara o futuro, mas avançarei desde já comuma breve contextualização.Sendo a espécie humana uma espécieconsumidora, ou seja, que não produz nada,apenas transforma o que já existe ou o queoutras espécies produzem, é óbvio que oconsumo é um elemento inerente à nossanatureza. Tendo este pressuposto por base,temos que aceitar que seremos sempre umaespécie condenada a ter impacto noambiente que nos rodeia. É aqui que ogrande problema se começa a desenhar. Em

relação à nossa natureza nada podemosfazer, mas quanto ao impacto que temospodemos fazer, de facto, muito. E este muitodecorre directamente do facto de poucofazermos actualmente.O nosso modelo de desenvolvimentoassenta na ideia base que temos queconsumir. Não é de ânimo leve que se usa oindicador do consumo das famílias paraavaliar o “bom estado” da economia de umpaís ou região. Face a esta abordagemestamos, enquanto civilização humana,prestes a causar um cataclismo demagnitude planetária. A nossa aposta noconsumo, tal como tem sido feita até hoje,pode ser comparada à imagem de umcometa que vem em rota de colisão com oPlaneta Terra. Para já, estamos a sentirapenas a chegada de pequenos fragmentosque acompanham o cometa principal.Contudo, a aproximação é rápida, pelo que otempo para reagir começa a escassear.

A Economia enquanto cometa

Susana FonsecaPresidente Quercus

26

OPINIÃ

O

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 27: Grande Consumo N.º 20

27

OPINIÃONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO

algo que não venderam, mas pagaram.Na opinião da Gateway, enquanto player demercado no sector das soluções desegurança, seria viável - tanto para asempresas como para o Estado - se asorganizações que investissem na prevenção esegurança pudessem ser recompensadas anível fiscal sobre os artigos furtados. Quantomais uma empresa investisse em segurança,mais elevada seria a dedução. Esta últimaalternativa poderia inclusive ser consideradapor escalões, com correspondênciapercentual: ou seja, empresas com um menoríndice de aposta em sistemas de segurança(mais susceptíveis à quebra) veriam apossibilidade de dedução em IRC maisreduzida.Porque se as empresas não investirem emsegurança ficam, naturalmente, maisexpostas ao furto, então, para as que não se

protegem, o Estado não considera as quebraspor furto um dado válido. Mas se asempresas apostarem em sistemas desegurança que lhes garantam protecção aosartigos expostos, estão a investir no seupatrimónio logístico, logo merecem ter apoiodo Estado em vez de pagar a triplicar:pagamento aos fornecedores para ter oartigo em loja, pagamento pelos sistemas desegurança e, uma vez que são vítimas defurto, este constitui o terceiro custo. Oresultado é terem de pagar IVA sobre algoque, na realidade, não venderam, ou seja,uma verdadeira injustiça.Se estas alternativas fossem tomadas emconta, os resultados das empresas iriam sermais positivos com mais vendas e mais

lucros. E, consequentemente, criaria ummaior investimento das empresas nos seusespaços comerciais, criando mais postos detrabalho e potenciando o própriorestabelecimento da conjuntura económicaactual, já que aumentaria também a receitade impostos para o Estado (por via doinvestimento em soluções de segurança).Uma vez que as soluções de segurança nãoviriam apenas permitir ao retalho umpaybacktime, como também potenciariam asvendas através de um merchandising seguroe atraente para os artigos expostos.Na Gateway acreditamos que é um ciclovicioso, e por vezes há males – oucomplicações – que vêm por bem. Queremosacreditar que esta é uma delas, ajudando oretalho a ganhar maior consciência sobre apotencialidade dos sistemas de segurançapara o seu negócio.

A luta para que o retalho não tenha de pagarIRC ao Estado sobre os artigos furtados emloja tem sido difícil de ser travada entre osprofissionais deste sector e a DGCI, cujosargumentos ditavam como imprescindível acomprovação através de documentojustificativo da causa que motivou adiferença de inventário com a necessáriaapresentação de queixa na entidade policialcompetente na falta dos bens, assim como acontratação de um seguro que permitissesalvaguardar estes custos.Na posição anterior da DGCI – de não-aceitação – as consequências para oscontribuintes eram várias, nomeadamentecustos acrescidos consequentes de processosjudiciais, inviabilidade de apresentação dequeixa, uma vez que o momento dadetecção do furto não coincide com aocorrência e cujo autor é difícil de identificar ea impossibilidade de contratação de umseguro (como argumentava a DGCI) devidoao risco da ocorrência ser quase certa. Todasestas consequências, e outras, castravam apossibilidade do retalho ganhar qualquerbatalha contra o Estado. Esta não-aceitaçãoda dedutibilidade do custo incorrido peladiferença de inventário manteve-se até esteano.Agora, a DGCI tem uma nova posição,aceitando a dedutibilidade do custo fiscalimpondo, no entanto, condições que passampelo reconhecimento das quebras comoinerentes à actividade normal das empresasdo sector. Estas condições reúnem, noentanto, muitas burocracias e dificuldadespara alguns retalhistas, especialmente os quenão possuem sistemas de segurança em lojaque comprovem os furtos como, por exemplo,sistemas anti-furto, segurança privada, locaisde venda assistida, câmaras e circuitofechado de TV (CCTV).A boa notícia é para os retalhistas queimplementem sistemas de segurança contrao furto, sendo recompensados na hora deapresentar no IRC relativamente ao valor dequebras em loja. Esta é uma situação muitorecente – datada deste ano (2009) -,constituindo uma importante conquistaalcançada pelo retalho, uma vez que até hojeo valor dos artigos furtados não eradedutível. Isto representava um graveprejuízo para os profissionais, uma vez queinvestiam para ter o artigo em loja –pagando-o aos seus fornecedores -, e sendoeste furtado, não podiam reaver osdividendos da facturação ao cliente, tendoainda de suportar o custo de imposto sobre

Dedução da quebra desconhecidaa nível fiscal

Carlos TrutaDirector-Geral da Gateway Portugal

Page 28: Grande Consumo N.º 20

rapidamente soubemos aproveitar e traduzirem produtos inovadores e diferenciadores,como neste caso. É muito interessanteassistir à reacção dos consumidores aoperceberem que o Barril de 5L já tem amáquina incorporada. É uma revolução naforma como se consome cerveja em casa eque tem como principal objectivo oferecer omelhor produto, ao melhor preço.Por último, a forma como “activamos” asmarcas pode fazer toda a diferença. Ainteracção que promovemos com os nossosconsumidores e as experiências que lhesproporcionamos são factores preponderantes.Com a promoção “Entra em Campo”, Sagresé a única marca que oferece a oportunidadeaos consumidores de viver a incrívelexperiência de jogar num estádio de futebolcom milhares de pessoas a assistir. Estaactivação da liga Sagres veio aumentar asvendas médias por ponto de venda, uma

mais-valia para a SCC e para os nossosclientes. É claramente um factor dedinamização de procura que se consegue aoproporcionar algo único e de extremarelevância para os nossos consumidores.Estas iniciativas, entre outras, permitiram-nosalcançar uma posição de liderança com amarca Sagres. Assim, e voltando à questãoinicial, inovar em tempos de crise éfundamental não só como resposta aosdesafios do presente mas também parapodermos continuar a construir o futuro. Ahistória ensina-nos que é nos tempos de criseque por norma surgem as grandes ideias maspara tal é preciso investir e de facto osresultados da SCC espelham esta realidade. Écom imensa energia e satisfação quecontinuamos esta nossa caminhada eestamos certos que consumidores e clientesvão continuar a preferir Sagres como a suamarca de eleição.

O actual contexto económico e financeirotrouxe-nos novos desafios mas tambémtremendas oportunidades. Muitas empresas nacionais e internacionaisquestionam qual a melhor estratégia paraenfrentar os tempos de crise. Muitas optampor uma redução de custos e de investimentoenquanto outras procuram alternativascriativas e inovadoras para dar um “pontapé”na crise. A questão que se coloca às equipasde gestão das empresas de Grande Consumonão tem uma resposta linear, uma vez queexistem inúmeros factores que podemcondicionar a sua capacidade de resposta.No entanto, para a Central de Cervejas, parteda solução passa inequivocamente por umaaposta clara em Inovação. Inovação essa que se traduz, em grandeparte, pelo desenvolvimento de novosprodutos mas também, pela forma como seinterage com o consumidor ou até mesmo no

seio da organização numa perspectiva deoptimização e melhoria de processos. Na baseestá uma premissa constante - é fundamentalprocurar responder às necessidades dosnossos consumidores e dos nossos parceirosde negócio com vista a uma melhoria tangíveldas suas vidas e negócios. É com base nestapremissa que a SCC tem vindo a introduzirinovações no mercado português. SagresGoolo, Sagres Barril 5L e, por último, a nossaassociação ao futebol e a forma inovadoracomo esta é activada junto dos nossosconsumidores e clientes são três exemplosdistintos no que diz respeito a Inovação.Outro exemplo interessante foi o lançamentode Sagres Barril 5L. Em três semanasatingimos 5% de quota no canal dedistribuição moderna, dez vezes mais quotaque o produto concorrente. O facto depertencermos ao grupo Heineken dá-nosacesso às mais recentes tecnologias que

Inovação, durantea Crise e no Futuro

Nuno TelesDirector-Geral de Marketing

da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas

28

OPINIÃ

O

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 29: Grande Consumo N.º 20
Page 30: Grande Consumo N.º 20

30

ENTREVISTA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Malte Dammann, o novo Director-Geral da Mars Portugal,

faz, em entrevista na Grande Consumo, o balanço dos oito

primeiros meses ao leme da multinacional norte-

americana. As mudanças ocorridas na gestão da empresa,

a força das marcas disponíveis e a tipicidade do mercado

interno são alguns dos temas que o novo homem forte da

Mars Portugal não se escusou a comentar.

TEXTOJoana Dalila Santos

Page 31: Grande Consumo N.º 20

Grande Consumo - Está sensivelmente há oito meses em

Portugal. Quais são as principais diferenças deste

mercado, nas várias áreas onde a Mars Portugal se faz

representar, face a outros países da Europa?

Malte Dammann - Vivemos neste momento uma certa

mudança de consumo em casa. O que vemos neste momento,

comparando com outros mercados, é o movimento do consumo

fora de casa para dentro de casa. Em supermercados, hiper -

mercados e discount este movimento parece mais forte neste

mercado comparado com os mercados do norte. Vemos a mesma

tendência por toda a Europa, mas é, sem dúvida, mais forte nos

mercados sul-europeus.

GC - Mas isso é uma tendência que os últimos dados

disponíveis dão conta de algum abrandamento. Reco -

nhece isso?

MD - Dizem os últimos dados que as marcas próprias não só têm

descido, por compensação do aumento da venda das marcas de

indústria, como tem havido uma maior estabilização entre o

consumo out of home e o consumo home devido também ao

aumento do dinheiro disponível.

As pessoas já não saem tanto, não vão tanto a restaurantes como

iam antes, não consomem tanto fora de casa e isto é algo que nós

vemos. No topo disto, e também é algo agravado pela crise,

parece que a família e a unidade se tornou mais importante o que

também se reflecte mais dentro do que fora de casa. E isto é

verdadeiramente uma mudança de estrutura que estamos a

assistir na nossa distribuição.

GC – O que abre, naturalmente, outras oportunidades

de negócio. Grande parte do vosso portfolio dirige-se

ao consumo em casa. Iremos assistir a alguns lança -

mentos próximos? O que é que a Mars Portugal tem

feito para se adaptar a estas tendências de consumo?

MD - Para nós há muitos actos de consumo internos que têm um

papel muito importante. Se olhar para uma marca como os

M&M’s tem tudo a ver com estarem todos juntos, partilhar com

amigos e família em momentos da vida, para celebrar momentos.

GC - É o grande lema dessa marca Friends, Family and

Fun…

MD - Exactamente. Portanto se houver um movimento para o

que é mais relacionado com a família nuclear, com os amigos e

com o consumo em casa, isso joga a nosso favor porque é a

posição desta marca. Isso é definitivamente mais difícil numa

marca como a Snickers mas ainda assim, através de inovação nos

packs, os multipacks, os minis - que são um formato muito

importante para nós -, estamos a conquistar estes momentos que

se estão a tornar momentos de chocolate mais relevantes.

GC - Todas essas tendências se vêem na reestruturação

de algumas referências, com formatos mais pequenos e

mais actualizados. É também por aqui que se vê a força

das marcas e dos seus portfolios?

MD - Trazer novas marcas para o portfolio não é a nossa

estratégia. O que queremos fazer é activar profundamente mais

momentos de chocolate e isto é o que temos feito através de

novos formatos. Sabemos que resulta, se olhar para as prateleiras

de chocolates em França ou no Reino Unido verá vários formatos

de packs que se adaptam a diferentes locais de uso e a diferentes

partes do dia. Hoje em dia, em Portugal, ainda estamos aquém

desta variedade de formatos segmentados e é por aqui que

traremos inovações. Obviamente que temos de trazer sempre

algo novo, sabores limitados, edições limitadas, é o que estamos

a fazer. Mas não estamos a criar mais e mais marcas, não seria

sustentável.

GC - Até porque os consumidores portugueses são

muito experimentalistas. Nesse sentido, toda esta

recente produção de marcas próprias tem prejudicado,

de alguma forma, o negócio das vossas marcas?

MD - A realidade é que os consumidores portugueses gostam

de coisas novas. Mas, ao mesmo tempo, a realidade,

não só em Portugal mas em

todo o

mun do, é que o

turnover de novos produtos é

muito alto. É uma experiência enorme nos

primeiros dois ou três de seis meses mas normalmente as pessoas

voltam para as suas marcas às quais são leais, aquilo a que

chamamos core business. Assim sendo a nossa estratégia

focaliza-se mais em construir um negócio sustentável do que em

tentar sempre coisas novas.

31

ENTREVISTA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEM

POTENCIAL DE CRESCIMENTO

O consumo de chocolate per capita em Portugal é um dos

mais baixos da Europa, cuja média de consumo não

ultrapassa os 1,3 quilos por ano. Todavia, é crença

generalizada dos principais operadores da categoria que o

mercado nacional apresenta um elevado potencial de

crescimento, reivindicando a Mars Portugal uma taxa de

penetração de 58% nesta categoria (snackfood) estimada

em 40 milhões/€ em 2008 e que vale 55% do negócio da

operação nacional.

Mesma lógica pode ser aplicada ao mercado de petfood,

que ao apresentar um crescimento sustentado ao longo dos

últimos anos, leva a que a Mars Portugal tenha naturais

expectativas numa categoria estimada em 35 milhões/€

ano e onde apresenta um índice de penetração entre os

20% (nos lares portugueses que têm gato) e os 40% (nos

lares portugueses que têm cão), constituindo os chocolates

e o petfood os dois principais eixos de acção da companhia

em espaço nacional.

Page 32: Grande Consumo N.º 20

32

ENTREVIS

TA

Nº20 | N

OVEMBRO/

DEZEMBRO

2009

GC - Cada vez mais se fala da questão da obesidade

infantil. Que ideia é que defende? Era mais importante

ser a indústria a regular-se como tem sido até agora ou

haver uma directiva comunitária que regulasse a forma

como a publicidade de chocolates, por exemplo, é feita

através dos meios de comunicação?

MD - Penso que a primeira coisa é que, se olharmos para a

realidade, o consumo de calorias não aumentou ao longo das

últimas décadas dramaticamente. O consumo de calorias perma -

nece mais ou menos estável. O que mudou drasticamente foi o

modo de vida das pessoas e das famílias. Se olharmos para a

nossa infância, andávamos muito mais de bicicleta… Hoje em dia

isto mudou totalmente e há muito mais jogos e muito menos

tempo de exercício para as crianças, há um total desequilíbrio

entre as calorias ingeridas e as calorias usadas. Isto é um facto e

penso que aí temos que pensar os aspectos de como poderemos

voltar de novo a esse estilo de vida mais vida activo e que

promova o exercício. O segundo aspecto é que estamos

comprometidos a não fazer nenhuma publicidade para crianças.

Nós temos as nossas diet lines portanto podem usá-las. Somos

a primeira empresa a comprometer-se globalmente com estas

restrições e isso significa que nós apenas fazemos publicidade

dirigida basicamente aos paise que são o filtro para dar os

produtos às crianças. A responsabilidade é claramente dos pais

uma vez que não há comunicação directa para as crianças.

GC - Em termos globais, e se é que é possível já fazer

um balanço, o que é que mudou na Mars Portugal com

a sua chegada?

MD - Acredito que a melhor coisa que temos são as nossas

pessoas. E o que estou a tentar fazer é concentrar-me em delegar

maior responsabilidade em pessoas de toda a escala hierárquica

de modo dirigir a sua responsabilidade. Tenho muita liberdade de

acção e essa penso ser a maior mudança, estamos a fazer muito

mais equipas cross-functional, estamos mesmo a dar poder às

pessoas. A segunda coisa que estamos a fazer é seguir os nossos

cinco prin cípios: Qualidade, Responsabi li dade, Mutualidade,

Eficiência e Liberdade. Se olhar para a qualidade, respon sabilidade

e eficiência, são as bases da nossa empresa. Eu diria que reforçar

isto no nosso trabalho diário é uma parte importante, uma vez

que temos um

programa de treino muito forte

na distribuição, quer em termos de vendas

através de gestão de categorias mas também de general

management. A última parte que mais uma vez diz respeito às

pessoas é o reforço das grandes linhas condutoras para se fazer

um bom trabalho. Penso que isto é o mais importante.

GC - Portugal continua então a ser um mercado de

enorme potencial nas várias áreas onde estão presen -

tes...

MD - Sim, nós ainda temos grandes oportunidades na distri bui -

ção, no melhoramento da nossa presença nas lojas e nos lineares,

ao abarcar todos os momentos de consumo como disse ini -

cialmente. Há grandes oportunidades, mas também nos padrões

de consumo geral. Se olharmos para o chocolate Portugal tem o

consumo per capita mais baixo na Europa, portanto há um

enorme potencial para melhorar isso. E hoje em dia o consumo

de chocolate é muito acentuado na Páscoa e no Natal, portanto

fora destes picos sazonais há grandes oportunidades de negócio

para tornar os produtos mais relevantes para os consumidores.

Page 33: Grande Consumo N.º 20

GC - Até porque como disse a diferenciação passa por

levar a que o consumo de chocolate seja mais regular

ao longo de todo o ano. Estamos a aproximar-nos do

Natal, altura preferida na venda de chocolate. Que

novidades a Mars nos poderá apresentar?

MD - Temo-nos focado muito nas nossas marcas, queremos ter

marcas maiores e mais fortes e é por isso que estamos a focar-

nos nessas marcas que são basicamente a M&M’s, Twix e

Snickers. Na M&M’s temos uma edição limitada muito especial

para este Natal e que foi pensada pelas cores da bandeira

nacional, não é apenas uma edição limitada para o Natal, em

verde e vermelho, mas é também uma edição limitada especial

portuguesa. Este é o nosso foco nesta estação. E também é

relevante na área da ração para animais porque, durante o Natal,

se há uma família com crianças e um cão ou um gato também se

dá uma guloseima ao nosso animal de estimação. Temos uma

linha muito interessante de guloseimas para cães, incluindo

cuidados dentários e temos também guloseimas para gatos muito

interessantes.

GC - 2008 foi um ano muito difícil de uma

forma geral para todas as empresas do sector.

Em 2009 já se sentiu alguma retoma ainda que

acredito longe daquilo que poderão ser os

melhores objectivos e pretensões possíveis.

Como é que está a correr o ano para a Mars

tão perto que estamos da sua conclusão?

MD - O interessante nas

nossas marcas é o facto

de apresen tarem um

investimento relati va -

mente baixo e um

retorno instan tâneo. A

recessão ajudou muito a

ter bons resultados no

negócio o que significa que as pessoas comem

mais chocolate porque é algo que lhes aumenta a disposição e

ajuda a enfrentar tempos difíceis. Mas também alimentam

melhor os seus animais porque querem deixá-los feliz e ver as

caudas a abanar no final do dia. É algo que joga a nosso favor,

portanto estamos a ter um bom ano, não temos grandes

preocupações, tem sido um bom ano para nós mas não damos

mais número detalhados.

GC - Sei que ainda chegou há pouco tempo a esta casa

mas onde é que vê a Mars Portugal num futuro próxi -

mo?

MD - Eu acredito que temos um grande potencial para crescer.

Vamos ter um papel maior no imaginário diário dos consumidores

nos chocolates e em pet-food. Estou certo de que daqui a dez

anos a Whiskas e a Pedigree serão as marcas icónicas para a

indústria pet-care. E o mesmo acontecerá para o chocolate com

a M&M’s e com as nossas maiores referências Snickers e a Twix.

Quando as pessoas pensarem nestas categorias elas vão pensar

nestas marcas e isto é um capital de confiança imenso. Esta é a

base do nosso crescimento sustentável: as pessoas, as marcas e

os produtos.

M&M’S DE NATAL

A M&M’s surpreende todos os seus fãs ao lançar a

Edição limitada de Natal, composta apenas por drageias

verdes e vermelhas. Esta aposta na inovação insere-se

na estratégia da marca em reforçar a sua liderança no

mercado e o seu posicionamento de companheiro ideal,

durante todo o ano, dos momentos de partilha, amizade

e diversão.

Inserido no posicionamento da marca “M&M’s, Diverte-

-te com os amigos!” este lançamento celebra a amizade

e os momentos de partilha com quem mais gostamos,

fazendo deste Natal o mais colorido e divertido de

sempre.

Também na Internet, na página oficial da marca em

www.m-ms.pt, é dado todo o destaque a esta edição de

Natal, onde são apresentadas sugestões de receitas de

Natal, wallpapers, e-cards para desejar um Feliz Natal à

família e amigos e muita diversão no inesperado

encontro do Vermelho e do Amarelo com o Pai Natal.

33

ENTREV

ISTA

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2

Page 34: Grande Consumo N.º 20

34

MERCADO

Nº20 | N

OVEMBRO/

DEZEMBRO

2009

TEXTOAbel Martins

Liderado pelos bombons, o mercado nacional de chocolates volta a pautar-se novamente

pela estabilidade, ao apresentar uma ténue subida de 0,6% em valor por oposição a

uma quebra de 3,6% nas quantidades comercializados. Em suma, uma evolução ligeira

dos preços médios em 3%, num mercado que não apresenta alterações no ranking e que

aguarda com ansiedade a chegada do Natal para aumentar consumos.

Page 35: Grande Consumo N.º 20

35

MERCADO

Nº20 | NOVEM

Estimado em 160 milhões/€ por ano, o merca -

do nacional de chocolates tem-se pautado pela

estabilidade ao longo dos últimos anos, não

constituindo 2009 um ano de grandes mudan -

ças para este universo. Ainda que haja a ressalvar, e no período

analisado, uma quebra de 3,6% nas vendas em volume e uma

subida de 0,6% das vendas em valor, o que permite antecipar, e

numa leitura rápida, uma subida dos preços médios na ordem dos

3%. Nada de verdadeiramente extraordinário na performance de

um mercado que continua a ser muito sazonal, com as suas

vendas a serem, em grande parte, dependente da performance

em dois grandes épocas ao longo do ano. Uma das quais já

passou (Páscoa), a outra das quais prepara-se para chegar, num

contexto económico mais favorável ao consumo, ainda que longe

do ideal.

Certo é que, para trás, fica um ano de altos e baixos, aos quais a

maior parte dos mercados alimentares soube sobreviver, em

muito casos “auxiliado” por um visível reforço da posição das

marcas de distribuição nos lineares das grandes superfícies

comerciais e que constitui um sempre importante primeiro ponto

de contacto com a categoria. Ameaça para uns, oportu nidade de

negócio para outros, a verdade é que são poucos os segmentos

de mercado que não contam, pelo menos, com a presença de

uma MDD no linear, sinal da maturidade que caracteriza este

sector em Portugal.

O mercado de chocolates não foi alheio a esta realidade, existindo

hoje alguma diversidade de oferta disponível em termos de MDD,

ainda que sem o peso que as marcas de produção ostentam, sinal

evidente da preferência dos consumidores. Mars, Cadbury’s e

Kraft são alguns dos pesos pesados deste mercado, que em

paralelo com o case study Ferrero - com as marcas Mon Chéri e

Ferrero Rocher – e alguns dos principais representantes nacionais,

caso da RAR, ajudam a dar mais cor aos lineares. Ao ponto de

ser hábito nas grandes superfícies comerciais atribuir-se, nesta

altura do ano, um corredor específico para as inovações

associadas à chegada do Natal. Mais oferta, mais possibilidade

de escolha, maior liberdade para o consumidor, em suma, eis o

que representa a chegada da época natalícia para os portugueses

que ainda não incluem o consumo de chocolate de forma

intensiva nas suas rotinas diárias, continuando a ser considerado

um “pequeno prazer” e, muitas vezes, condicionado pelo

fantasma, mais ou menos visível, da obesidade.

Ainda que os portugueses sejam, não só, bastante fiéis às marcas,

como também aos formatos, onde os bombons e as tabletes

valem 64% do total de vendas em valor, um cenário que tem

sido descrito ao longo dos últimos anos e que dá conta da real

preferência dos portugueses na forma de consumir chocolate.

Não obstante toda a força de inovação que as principais marcas

do mercado têm vindo a apresentar, sobretudo com os formatos

mini, em grande ascensão.

Nesse sentido, os bombons continuam a liderar o mercado, com

este formato a ser responsável por 37% das vendas em valor

deste universo, ao gerar aproximadamente 59 milhões/€ de

riqueza, isto sem ainda contabilizar as vendas alusivas à época

natalícia e num período em que se observou um ajuste nos preços

praticados na ordem dos 3%. Muito por força de uma subida das

vendas em valor em 1,7% e de uma quebra dos volumes

introduzidos no mercado na ordem dos 1,6%. Nada que venha

pôr em causa o equilíbrio deste mercado, mas que concorre para

reforçar a ideia de que o preço médio dos chocolates está a

aumentar. Resta saber se por inflação das matérias-primas, dos

custos produtivos ou das margens de produtores e distribuidores.

Ajustes que podem ser considerados normais em qualquer

mercado que seja dependente da performance apurada em duas

grandes épocas de comercialização e que procura fomentar a

criação de necessidades de consumo através da introdução de

novos formatos no mercado que despertem a atenção do

consumidor. Um investimento, essencialmente, a longo prazo e

que serve como complemento de gama, uma vez que, se os

bombons lideram, as tabletes vêm logo atrás, ocupando a

segunda posição do ranking com 42,6 milhões/€ de riqueza

gerada (-3,3%), equivalente a mais de 4,1 mil toneladas de

tabletes consumidas em Portugal no período em causa. O que

diz bem da apetência dos consumidores nacionais para os

formatos considerados tradicionais.

Números que, apesar de reflectirem um ano de menor fulgor no

consumo de tabletes (-5,8%), não deixam de expressar a

TOTAL PORTUGAL - CHOCOLATES

Vendas Valor Valor (%) Volume Volume (%)Chocolates (KG) 160,263,979 0.6 11,406,972 -3.6Bombons 58,968,649 1.7 3,200,189 -1.6Tabletes 42,690,123 -3.3 4,187,015 -5.8Fantasia Ovos 18,186,044 4.0 589,198 4.2Snacks 14,912,674 -4.6 1,529,154 -11.3Frutos Secos Cobertos 12,701,695 9.1 974,541 1.9Pastilhas 6,630,225 2.6 453,461 0.1Fantasia Outras Figuras 4,221,936 -6.2 259,136 -9.0Outros Tipos 1,952,633 40.4 214,278 44.2

FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41

Page 36: Grande Consumo N.º 20

importância que esta categoria tem para o total deste mercado.

Ainda que penalizado por um menor preço unitário quando

comparado com o PVP médio unitário praticado pelos bombons,

formato geralmente associado a um tipo de consumo mais

Premium. Quer no tipo de produto em causa, quer no tipo de

embalagem com que se apresenta ao mercado.

FRAGMENTAÇÃO

Como se pode facilmente perceber, o mercado nacional de

chocolates apresenta-se bastante fragmentado, uma vez que, se

as duas principais categorias deste universo são responsáveis por

vendas acima dos 100 milhões/€ (de um total de 160 mi -

lhões/€ facturados), já as restantes categorias analisadas pela

AC Nielsen – Fantasia Ovos, Snacks, Frutos Secos Cobertos,

Pastilhas, Fantasia Outras Figuras, Outros Tipos – não vão além

de um total combinado de 58,6 milhões/€, apresentando

comportamentos oscilantes entre si, ainda que o ranking não

tenha sofrido alterações em termos de posicionamento desde o

ano transacto.

É nesse sentido que os Ovos Fantasia

repetem o terceiro lugar do

ranking, pautando-se a sua

performance pela estabili -

dade ao apresentar taxas de

crescimento de 4% em valor

(18,1 milhões/€) e de 4,2%

em volume (589 mil kg), en -

quanto no período homólogo do

ano transacto expunha quebras de

0,5% em valor. Lógica inversa pode

ser aplicada aos snacks de choco late que, apesar de continuarem

no quarto lugar da tabela, apresentam fortes reduções na procura,

com quebras de 11,3% em volume e 4,6% em valor, equivalente

a uma facturação de 14,9 milhões/€.

Já os Frutos Secos Cobertos “fecham” o ranking das categorias

analisadas que facturam acima dos 10 milhões/€, ao apresentar

uma das melhores performances deste universo com cresci -

mentos de 1,9% em volume e de 9,1% em valor. Prestação que

vem em linha com o comportamento já evidenciado no mesmo

período de 2008 e que dava, então, conta de uma subida de

4,9% em valor e 3,7% em quantidade. Nesse sentido, é não só

apenas possível verificar que o segmento continua a reforçar

posição nos hábitos de consumo dos portugueses, como apre -

sentou uma valorização de 7,2% no preço médio praticado.

Pastilhas, Fantasia Outras Figuras, assim como a categoria defi -

nida pela AC Nielsen como “Outros Tipos” encerram as contas

deste universo, com facturações que não vão além dos 6,6

milhões/€ alcançados pelas pastilhas, um formato ainda em

crescimento no nosso país como o demonstram os números

deste ano e que dão conta de uma evolução das vendas em valor

de 2,6%. Já a cate goria entendida como Fan ta sia Outras Figuras

está em quebra, devido à evidente pre ferência pelos Ovos, um

produto com perfil semelhante e com maior aceitação por parte

dos consu mido res, en quan to a categoria “Outros Tipos” de

chocolate repete a melhor performance deste ranking, ao crescer

a dois dígitos em ambos os indicadores. Claro está que esta

designação engloba uma enorme quantidade de referências e

formatos dispersos, o que lhe confere alguma dimensão. Ainda

que seja, naturalmente, de ressalvar os crescimentos a dois dígitos

em ambos os indicadores, caso cada vez mais raro no mercado

alimentar, mas que este segmento repete pelo segundo ano

consecutivo. Resta saber como vai evoluir nos próximos exercí -

cios, ao saber-se de antemão a preferência dos portugueses pelos

formatos tradicionais, mas que não retira valor ao esforço de

diversidade e inovação que a indústria tem vindo a apresentar ao

longo dos últimos anos. E será com todo o inte resse que iremos

acompanhar a progressão da sua performance no equilíbrio entre

as quantidades vendidas e riqueza gerada, sendo que, de uma

forma geral, o mercado apresenta uma valorização dos preços

médios praticados, isto antes da chegada da quadra natalícia.

Será, seguramente, interessante observar mais tarde o modo

como evoluiu ao longo do próximo exercício.

Os bombons continuam a

liderar o mercado, com

este formato a ser

responsável por 37% das

vendas em valor deste

universo, ao gerar

aproximadamente 59

milhões/€ de riqueza,

isto sem ainda

contabilizar as vendas

alusivas à época natalícia

e num período em que se

observou um ajuste nos

preços praticados na

ordem dos 3%. Muito por

força de uma subida das

vendas em valor em 1,7%

e de uma quebra dos

volumes introduzidos no

mercado na ordem dos

1,6%. Nada que venha

pôr em causa o equilíbrio

deste mercado, mas que

concorre para reforçar a

ideia de que o preço

médio dos chocolates

está a aumentar

36

MERCADONº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 37: Grande Consumo N.º 20

Se os últimos Censos concluíram que dos 10

milhões de habitantes, mais de oito milhões têm

mais de 18 anos, o mais simples exercício de

aritmética pode determinar que, todos os anos,

pelo menos um português consome uma garrafa de vinho Porta

da Ravessa.

Mas se o exercício não passa disso mesmo e apenas pretende

demonstrar a real dimensão e grandeza da marca Porta da

Ravessa, a verdade é que mais de 20 mil garrafas são abertas

diariamente em Portugal e no estrangeiro. Na imbatível relação

qualidade-preço reside o segredo do sucesso de um vinho que

marcou e alterou o paradigma do panorama vínico nacional.

A história remonta há 20 anos e, curiosamente, sob um mau

prenúncio... A vindima de 1989 esteve longe de ser uma grande

colheita em termos de volume, mas ainda assim, a Adega de

Redondo teve a ousadia e a visão de seleccionar algumas dezenas

de milhares de quilos de uva para uma marca nova. Nasceu então

o primeiro VQPRD alentejano, a que, na altura, foi dado o nome

de Porta da Ravessa e as 130 mil garrafas que, em 1990, um

tanto timidamente começaram a aparecer nas prateleiras dos

pontos de venda e nas mesas de refeições, rapidamente passaram

a milhões.

Rendidos à excelente relação qualidade-preço, os portugueses

rapidamente elegeram o Porta da Ravessa como o seu vinho de

eleição, ao ponto da organização independente Superbrands ter

considerado a marca como uma das 50 mais importantes no

mercado nacional: “Uma supermarca é aquela que oferece aos

seus consumidores uma vantagem emocional e física signifi -

cativa, acima da sua concorrência, vantagem essa que é desejada

(conscientemente ou não) pelos seus clientes, que a reconhecem

e estão dispostos a pagar por ela!”

Volvidas duas décadas, nem a incrível proliferação de rótulos ou

a conjuntura económica impedem que, todos os anos, saiam da

linha de engarrafamento do maior produtor da sub-região de

Redondo mais de oito milhões de garrafas, entre versões tinto,

branco e, desde 2006, rosé. No entanto, o decréscimo de pro du -

ção verificado nas vindimas dos últimos dois anos vai ter reflexos

nos volumes de vendas, com algumas produções a poderem não

satisfazer totalmente a procura. O Porta da Ravessa branco, por

exemplo, desde Agosto que sofria da ruptura de “stocks”, o que

obrigou a que a colheita de 2009 chegasse ao mercado apenas

dois meses depois do término da vindima...

Números e curiosidades de mercado daquela que é uma das

marcas incontornáveis do panorama vínico nacional, agora a

comemorar 20 anos de história. Um percurso que só um número

muito restrito de marcas consegue percorrer, sobretudo com os

índices de sucesso associados ao Porta da Ravessa.

37

PUBLIREP

ORTAGE

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2

Há 20 anos assumiu-se como o primeiro vinho V.Q.P.R.D. alentejano, com umas “insignificantes” 130

mil garrafas, mas, hoje, são mais de oito milhões as que, todos os anos, chegam aos pontos de venda.

Uma história de sucesso de uma marca incontornável: Porta da Ravessa.

comemora 20 anos

Page 38: Grande Consumo N.º 20

38

REPORT

AGEM

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Com uma rede comercial espalhada por Portugal, Brasil e, mais recentemente, Angola, a Rui Costa Sousa &

Irmão tem vindo a reforçar a sua presença comercial noutros destinos, complementares à presença no

mercado nacional, onde disponibiliza as marcas Alta Qualidade e Sr. Bacalhau. Com uma unidade produtiva

de tecnologia de ponta a nível mundial, este operador da Gafanha da Nazaré prepara-se para replicar os

seus conhecimentos na arte de processar bacalhau no continente americano. Um projecto ainda sem data,

mas já equacionado, e que vai ditar o reforço da aposta na exportação.

TEXTOBruno Farias

Page 39: Grande Consumo N.º 20

39

REPORTAGEMNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009Há 30 anos presente no negócio do bacalhau

seco, foi apenas em 2006 que a Rui Costa Sousa

& Irmão se estreou no segmento do bacalhau

demolhado ultracongelado. Uma decisão que

surgiu da necessidade de acompanhar as mais recentes tendên -

cias do mercado e que levou ao investimento de 10 milhões/€

numa nova unidade fabril, capaz de assegurar a capacidade

produtiva da empresa em território nacional, gesto que constitui

“uma excepção nesta área de negócio em particular. Este é o

único modo de assegurar que o produto é processado à nossa

maneira e de acordo com os nossos parâmetros de qualidade”

recorda Rui Costa e Sousa, Presidente do Grupo Rui Costa e

Sousa & Irmão.

Data que marcou o arranque de uma nova etapa na vida desta

empresa de índole familiar, mas que assenta a sua actividade

numa estrutura profissional, composta por pessoas conhecedoras

do mercado – caso do director industrial Gonçalo Guedes Vaz –

e com base na própria experiência pessoal do seu proprietário,

Rui Costa e Sousa, que acompanha de perto a evolução do

projecto, sempre atento às oportunidades de negócio que possam

advir do mercado e muito próximo da sua equipa de trabalho.

Uma maneira própria de ser de quem acredita que só vale a pena

trabalhar com qualidade. “Só vale a pena trabalhar com

qualidade, essa foi a linha que orientou o nosso investimento, e

os resultados estão à vista de todos, pelo que só posso falar em

êxito no que é referente a este novo projecto. Não só devido às

excelentes condições de produção, como também graças ao

know-how da nossa equipa que assegura a qualidade e consis -

tência do produto final. Nenhuma empresa no Mundo trabalha

como nós nesta área de negócio”, assume, sem preconceitos,

Rui Costa e Sousa, que acrescenta: “O feedback do mercado tem

sido de tal forma favorável que estamos a equacionar, para

breve, um novo investimento noutra unidade produtiva, uma vez

que temos necessidade de reforçar a nossa capacidade de

resposta, de modo a honrarmos todos os compromissos que

temos actualmente em mãos. Quem trabalhar com qualidade e

lealdade tem futuro em qualquer mercado”.

Novo investimento que terá por base o mesmo padrão quali -

tativo, linha orientadora do negócio da RCS&I e que tem levado

esta empresa a afirmar-se em outros mercados externos através

de representações directas, casos do Brasil, e, mais recentemente,

Angola. Destinos complementares à actividade da empresa no

seu mercado de origem, Portugal, que serão reforçados a curto

prazo, não existindo, todavia, uma decisão final relativamente à

localização da nova unidade fabril, dividindo-se as suas possíveis

localizações entre Portugal e o Brasil. O que, a acontecer, permi -

tirá ao Grupo reforçar o seu posicionamento e aumentar as taxas

de penetração nesta região (América do Sul e Latina) com perfil

histórico e cultural muito próximo dos hábitos de consumo dos

portugueses. “Acredito que o bacalhau ultracongelado é o futuro,

uma vez que as mulheres portuguesas têm cada vez menos

tempo para estar em casa, pelo que o produto sendo bom e de

qualidade, permite oferecer aos portugueses um produto de exce -

lência, como era feito há 30, 40 anos atrás. Trata-se de um

produto que tem, no mínimo, quatro a seis meses de sal, e é

processado com todos os trâmites de qualidade, pelo que ante -

cipo renovados motivos de sucesso”, adianta Rui Costa e Sousa.

“Os formatos de conveniência vieram reforçar a aproximação

entre o produto tradicional e a nova geração. A conveniência é

a chave do sucesso, mas é obrigação da indústria recuperar todas

as características que notabilizaram o bacalhau como iguaria

gastronómica, pelo que há necessidade não defraudar as

expectativas destes consumidores que, ao adquirirem estes

formatos, pretendem encontrar um produto que lhes traga a

memória a forma como os seus avós faziam bacalhau”, explica

Gonçalo Guedes Vaz, director industrial da Rui Costa Sousa &

Irmão.

CONCORRÊNCIA

Ainda que o mercado alimentar tenha apresentado ao longo dos

dois últimos exercícios uma significativa proliferação das marcas

próprias - à qual o negócio do bacalhau também não escapou

ileso - a Rui Costa e Sousa & Irmão continua a apresentar índices

de crescimento, não se verificando um abrandamento da sua

facturação que ronda, actualmente, os 70 milhões/€. Isto num

ano em que se verificou uma quebra generalizada dos preços

médios praticados, com claro reflexo nos volumes comercia -

lizados, mas onde a RCS&I reforçou as oportunidades de negócio,

ao alargar a sua carteira de clientes. Um facto que o responsável

máximo do Grupo resume de forma pragmática: ”Quem nos

Page 40: Grande Consumo N.º 20

conhece, conhece a nossa fábrica e sabe o que somos capazes de

oferecer ao mercado”.

O que se deve à força das suas duas marcas – Alta Qualidade e

Sr. Bacalhau –, activos que permitem a esta casa “estar presente

em todo o lado”. Consciente de que os grandes volumes de

compra actualmente vêm da distribuição moderna, é mediante a

sua forte implementação no mercado que a RCS&I se assume

como um dos maiores operadores do negócio de bacalhau em

Portugal, “ao possuirmos uma carteira de clientes vasta, desde o

maior ao mais pequeno, uma política que não mudou em 30

anos e que continua a prevalecer ainda hoje”, acrescenta.

“Há um canal que nos é muito grato, o Horeca, porque tem a

particularidade de o cliente do nosso cliente ser ele o grande juiz

do nosso produto. Ao ter uma clientela fiel e que não vai procurar

esmagar o preço para ganhar margem e não vaio abdicar na

qualidade. Esse é o nosso compromisso”, garante Gonçalo

Guedes Vaz.

A disponibilidade de formatos, a par da qualidade, é outro dos

trunfos da RCS&I que apresenta na sua gama um conjunto diver -

sificado de referências, adequadas a todo o tipo de necessidades

de consumo. Em suma, os formatos ultracongelados vieram

permitir uma maior democratização do acesso a um produto

inatingível para muitas bolsas, ainda que ao longo do último ano

se tenha verificado uma positiva redução dos seus preços médios.

“Nem todos os consumidores podem ser clientes de lombo, por

isso é que existe um conjunto de sub-famílias que disponibilizam

diferentes partes do mesmo animal, com preços distintos e de

elevada versatilidade para as necessidades individuais dos vários

tipos de consumidores”, reforça o director fabril da RCS&I.

FUTURO

De olhos postos no amanhã, a RCS&I assume-se atenta a outros

mercados, considerando o seu presidente que a empresa já

“cresceu em Portugal o que tinha a crescer, pelo que temos que

olhar para outros mercados e reforçar os nossos níveis de

exportação. Os EUA surgem como um mercado apetecível nesse

sentido, pelo facto de ser um destino onde existe um imenso

número de imigrantes portugueses, brasileiros e latinos, e nós

temos de estar presentes onde há consumo”, assume Rui Costa

e Sousa.

Os EUA são, assim, o mais recente destino onde a empresa

procura reforçar a sua presença através de uma representação

directa e que irá consolidar a presença do Grupo no continente

americano. Uma meta a ser atingida a curto prazo (tal como o

projecto da nova fábrica), ainda que sem data definida, uma vez

que o projecto está equacionado mas apenas terá luz verde de

acordo com determinados preceitos conside rados preponderantes

para esta nova etapa: controlar o processo produtivo a montante

e ter staff com formação e competência, de modo a poder

disponibilizar-se um produto acabado com toda a qualidade que

a RCS&I já habituou o mercado. O interno e, agora, os externos,

com todo o sabor português através de um dos principais

embaixadores da gastronomia nacional: esse senhor, conhecido

como bacalhau.

De olhos postos no

amanhã, a Rui Costa

Sousa & Irmão assume-se

atenta às oportunidades

de negócio decorrentes

dos mercados externos,

onde prevê, a curto

prazo, a implementação

de uma unidade

produtiva que permita

reforçar os níveis de

penetração das suas

marcas fora de portas. A

aposta recairá no

continente americano,

permanecendo, todavia,

ainda a dúvida

relativamente à sua

localização final, com as

possibilidades a

dividirem-se entre o

Brasil e os EUA. Dois

mercados altamente

atraentes em termos de

níveis de consumo e

bastante apreciadores das

características do fiel

amigo, processado à

maneira portuguesa

40

REPORTAGEM

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Page 41: Grande Consumo N.º 20
Page 42: Grande Consumo N.º 20

42

MERCAD

O

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Espumantes

em ambos indicadores

O mercado nacional de espumantes voltou a apresentar sinais de crescimento, ao subir

4% em volume e 1,7% em valor. Cifras suficientes para que este mercado ultrapasse os

33 milhões/€ de facturação, em muito motivado pelas categorias mais acessíveis deste

universo, caso dos Astis e Moscatos, assim como dos Espumantes. Em claro declínio

encontra-se o Champanhe, sinónimo de gosto requintado e custo elevado. Demasiado

para as bolsas dos portugueses antes da chegada da época de festa rija.

SOBEMTEXTODuarte Cunha

Page 43: Grande Consumo N.º 20

43

MERCADO

Nº20 | NOVEMBRO/D

Sem grande surpresa, os espumantes continuam

a liderar o mercado nacional de vinhos espu -

mosos, tendo, inclusive, reforçado a posição no

período analisado e com clara tendência para ser

refor çada à medida que a quadra natalícia se aproxima e a

comunicação dos produtos típicos da época sobe de tom. Certo

é que não há natal sem bacalhau, chocolates e espumantes, ou

“champanhe” como tanto os consumidores nacionais gostam de

chamar sem que isso se reverta na compra do produto corres -

pondente à designação empregue. Se assim fosse, a quebra de

16,3% em valor e 18,5% em quantidade não teria razão de ser,

apresen tando, certamente, as vendas de champanhe em território

nacional números mais animadores do que os 3,2 milhões/€ em

valor, equivalente a pouco mais de 100 mil unidades comercia -

lizados. Demasiado pouco para um produto de alto calibre, mas

compreensível em função do ciclo económico em que se vive e

que concorre para evidentes efeitos de substituição em variadas

categorias do universo alimentar. Os vinhos espumosos não são

excepção, não só em função da existência de alguma oferta já

disponível e que passa por espumantes, astis e moscatos, cavas

e champanhe, assim como pela paleta de preços ao dispor do

consumidor, naturalmente proporcional à oferta disponível, onde

o preço tende a ditar regras.

Não é que esta seja a única justificação para o actual cenário

deste mercado, mas temos que ter consciência da sua evidente

evolução, em grande parte promovida pelas marcas nacionais

que, através da elevação do produto e do packaging, souberam

introduzir progressivamente os espumantes nos hábitos de

consumo dos portugueses. São exemplo concreto dessa realidade

as renovações de gama da Fita Azul, Raposeira, Caves Montanha,

entre outros, que através de um maior equilíbrio na relação

qualidade/preço e na diversificação da oferta mediante as oca -

siões de consumo conseguiram introduzir, de forma progres si va,

no cabaz de compras dos portugueses, sendo, ainda, frequente no

portfólio de muitos produtores de vinho de maior ou menor

dimensão haver pelo menos uma referência de espumante. O

que se facilmente se percebe em função dos mais de 20

milhões/€ de facturação, assim como das taxas de crescimento

anuais entre os 5% e os 6% em ambos os indicadores. Maior

consumo, fruto de uma maior oferta disponível, mas, acima de

tudo, de um maior forcing em termos de comunicação e de

marketing que têm levado à sua presença em mais ocasiões de

consumo do que as tradicionais, sendo hoje um complemento

habitual de algumas refeições. Ao todo, são mais de 5 milhões de

unidades por ano colocadas no mercado, que é o mesmo que

dizer que os espumantes representam, nada mais, nada menos,

do que 67% das vendas em volume e 65% das vendas em valor

deste universo.

Uma posição hegemónica e bastante consolidada, apresentando-

se a capacidade de distribuição das principais marcas do mercado

como um ónus para o seu crescimento e forte implementação

nos hábitos de consumo dos portugueses, regra geral, bastante

fiéis neste tipo de escolhas. Ainda que haja uma palavra a dizer

para a performance dos Astis e Moscatos que, no conjunto,

representam 25% e 31%, respectivamente, das vendas em valor

e volume deste mercado, tendo apresentado no período em

análise crescimentos de 3,3% em valor e 2% em quantidade.

Ou seja, apesar de ser claramente uma segunda escolha, esta

categoria apresenta, desde há alguns anos, sinais de estabilidade

no consumo, sinónimo de uma franja de consumidores bastante

apreciadores do seu perfil adocicado e leve e que leva a que seja

o segundo maior segmento deste universo. Uma posição que não

deixa de ser honrosa para quem teve o mérito de praticamente

abrir este mercado em termos de mentalidade de consumo, ao

demonstrar que, dentro de uma família de produtos, é possível

apresentar perfis alternativos de produtos, adequados a todas as

ocasiões de consumo e sem perder a linha original de produto.

Com a aproximação das festividades natalícias será possível

comprovar o reforçar destas posições, observando-se, ainda, um

incremento das unidades comercializadas, ao saber-se o quanto

os portugueses gostam de fazer um “tchim-tchim” com um bom

vinho espumante. À votre santé!

TOTAL PORTUGAL - ESPUMANTES

Vendas Valor Valor (%) Vendas Volume Volume (%)Vinho Espumante (UN.75) 33,261,093 1.7 8,629,077 4.0Astis e Moscatos 8,466,065 3.3 2,692,878 2.0Champagne 3,280,841 -16.3 100,436 -18.5Outros 21,483,870 4.6 5,817,202 5.8Vinho Espumoso 30,317 -34.5 18,561 -44.0

FONTE: AC Nielsen Ano Móvel S 2009 41

Estimado em mais de 30

milhões/€ ano, o mercado

nacional de vinhos

espumosos não apresenta

grandes novidades antes

da chegada da quadra

natalícia, época do ano

onde os volumes colocados

no mercado conhecem um

interessante impulso.

Liderado pelos

Espumantes, este mercado

apresentou, no período

analisado, um incremento

das vendas em valor na

ordem os 1,7% e de 4%

em volume, o que diz bem

do retorno que têm,

actualmente, junto dos

consumidores, fruto de

uma maior oferta

disponível e de um

importante equilíbrio

entre preço e qualidade,

que leva a que o consumo

de espumantes não seja

apenas associado a

momentos de celebração

Page 44: Grande Consumo N.º 20

Adega Mayor lançaReserva doComendador Branco2008Das vinhas que desenham a paisagem

em torno da Adega Mayor nasceram

os frutos que deram origem ao mais

recente branco da Adega de Campo

Maior – o Reserva do Comendador

2008. Trata-se de um vinho regional

alentejano, resultante de uma

escolha cuidada de uvas das castas

Antão Vaz, Roupeiro e Arinto, que

fermentou e estagiou seis meses em

barricas novas de carvalho francês e

americano, com sistema de

battonage sobre

as borras finas

presentes na

mesma. O

resultado foi

um néctar de uma grande intensidade

aromática, juventude e frescura, que

promete abrilhantar os diferentes

momentos de convívio.

Recentemente, o Reserva do

Comendador 2008 foi

apresentado no XVIII Concurso

“Os Melhores Vinhos do

Alentejo”, promovido pela

Confraria dos Enófilos do

Alentejo, onde venceu a talha

de ouro do Melhor Vinho

Branco. O novo Reserva do

Comendador 2008 vai

estar disponível em

locais como garrafeiras e

lojas gourmet, com um

preço de venda ao

público recomendado de

16€.

Companhia dasQuintas Pegos ClarosGarrafeira 2005 Produzido na Herdade de Pegos

Claros, a unidade do universo

Companhia das Quintas

localizada entre as regiões

de Palmela e do Alentejo,

acaba de chegar ao mercado

o Pegos Claros Garrafeira

2005 – um tinto DOC

Palmela que enaltece e

honra os melhores

atributos da casta

Castelão potenciados

pela experiência e saber

dos enólogos João

Corrêa e Nuno do Ó.

Topo de uma gama que

é complementada pelo

Pegos

Claros Tinto, o Garrafeira 2005

resulta de um processo de vinificação

assente nos métodos mais

tradicionais - colheita manual, pisa a

pé e fermentação em lagares de

pedra – tendo estagiado 24 meses

em pipas de carvalho francês.

Com uma cor granada e um teor

alcoólico de 14,6%, este tinto de

qualidade apresenta um carácter

complexo com notas de fumo e

minerais, tendo as groselhas e o café

como pano de fundo. Na boca é

encorpado e simultaneamente

aveludado, com boa acidez,

merecendo ainda destaque o final

bastante longo.

Comercializado pela PortuVinus, que

distribui em exclusivo todos os

vinhos da Companhia das Quintas, o

Pegos Claros Garrafeira 2005 chega

ao mercado com um preço

recomendado de €15, tendo o Pego

Claros Tinto de entrada na gama o

preço de €4.

Vinhos da Aliançapremiados pela WineEnthusiastOs vinhos Quinta dos Quatro Ventos

Reserva 2006 (Douro) e Quinta da

Terrugem 2006 (Alentejo), da

Aliança – Vinhos de Portugal, foram

galardoados com 92 e 91 pontos,

respectivamente, pela prestigiada

revista norte-americana Wine

Enthusiast.

Parafraseando a publicação sobre o

Quinta dos Quatro Ventos Reserva

(Douro) 2006, composto pelas

castas Touriga Nacional, Touriga

Franca e Tinta Roriz, “trata-se de um

vinho impressionante, conseguido

pelo francês Pascal Chatonnet e pelo

enólogo da Aliança, Francisco

Antunes. O poder da fruta é

equilibrado por

notas tostadas da madeira onde

estagiou, acidez, especiarias e

taninos doces”.

Quanto ao Quinta da Terrugem 2006

apresenta-se atraente no aroma,

onde as notas profundas de frutos

maduros, chocolate e

alguns fumados lhe

conferem complexidade.

Na boca apresenta rigor,

onde os taninos elegantes

e bem enquadrados

pela acidez fazem deste

vinho cheio de fruta,

um vinho poderoso,

longo e persistente. No

que a castas se refere, é

composto por Alicante

Bouschet, Aragonez e

Trincadeira Preta.

Novo Esporão ReservaTinto 2007O novo Esporão Reserva Tinto 2007

acaba de ser lançado, um vinho

distinto e equilibrado, com rótulo

exclusivo do artista José Pedro Croft.

Memorável pelo seu sabor

envolvente, Esporão Reserva Tinto

2007 tem na boca uma textura

sedosa e taninos bem fundidos, que

lhe conferem grande riqueza e

complexidade. É um vinho indicado

para acompanhar desde a

complexidade dos assados de carnes

vermelhas, até aos queijos

amanteigados, passando pela

simplicidade de uma bruscheta de

carne ou presunto. O nariz é

elegante, sugerindo frutos do bosque,

com ligeiro toque floral, bem

integrado com madeira nova, sendo o

visual límpido, de cor grená.

Agora com uma nova identidade

visual, o Esporão Reserva Tinto 2007

conta ainda com rótulo do artista

plástico José Pedro Croft, numa

aliança entre o vinho e a arte que

desde 1985 representa o carácter

único da marca Esporão. O artista

inspirou-se na complexidade de

aromas, sabores e cores que

diferenciam o vinho Esporão Reserva

para criar um rótulo exclusivo, de

desenho geometrizado e

policromático.

À venda nos

melhores

supermercados e

garrafeiras

especializadas

entre 16 e 18€.

44

VINHOS

Nº20 |

NOVEM

BRO/DE

ZEMBRO

2009

Page 45: Grande Consumo N.º 20

Altas QuintasObsessão 2004Altas Quintas Obsessão é um

vinho único que será produzido

apenas em anos de características

excepcionais, como foi o de

2004 para Altas Quintas. Numa

produção limitada, este topo

de gama revela a essência de

Altas Quintas: o saber, o

carisma e a obsessão por

nada menos do que um

grande vinho. Produzido a

partir das castas Alicante

Bouschet e Trincadeira,

colhidas manualmente e

seleccionadas duas vezes,

este vinho atravessou um

paciente processo de

maceração a frio, um

longo estágio em barricas

novas e

mais de 3 anos de amadurecimento

em garrafa, que lhe conferiram uma

forte estrutura e um equilíbrio

distinto.

De cor granada profunda, Obsessão

apresenta um aroma complexo e

intenso com curiosas notas de frutos

negros, fumo de charuto e tosta e

uma leve sugestão a especiarias. Na

boca, o paladar releva-se,

apresentando a frescura típica dos

vinhos Altas Quintas, com um final

longo e aliciante.

Produzido numa quantidade muito

reduzida, Altas Quintas Obsessão é

um néctar em 3.350 garrafas

numeradas que reflecte a obsessão

da marca pela excelência dos seus

vinhos. Altas Quintas Obsessão Tinto

2004 está disponível nos habituais

canais de distribuição e grandes

garrafeiras por um P.V.P.

recomendado de 50€.

Herdade das ServasReserva 2004O vinho Herdade das Servas Reserva

2004 foi galardoado com 90 pontos

na edição do Library Collection 2009

do International Wine Challenge. A

divulgação dos resultados foi feita

pela prestigiada

magazine internacional Financial

Times. O concurso, estreado este

ano, pretende nomear os melhores

vinhos com 10 e 5 anos de idade

tendo em conta as suas capacidades

de envelhecimento.

Trata-se de um Tinto regional

alentejano, da região de Estremoz,

composto pelas castas Touriga

Nacional (25%), Cabernet

Sauvignon (40%), Alicante Bouschet

(15%) e Aragonês (20%).

Conseguido pela equipa de enologia

composta por Luís Mira e Tiago

Garcia, apresenta cor rubi escuro,

aroma a frutos pretos bem maduros,

sugerindo compotas, integrados com

algumas especiarias. De sabor

intenso, complexo e aveludado,

conta com taninos redondos e

robustos, que lhe garantem

longevidade.

Entre outras distinções, já arrecadou

a Medalha de Ouro nos concursos

Mundus Vini (Alemanha), Concurso

Nacional de Vinhos Engarrafados e X

Concurso de Vinhos ACIC, e ainda a

Medalha de Prata no Decanter World

Wine Awards 2009.

Vale D’AlgaresSelection TintoDepois do Selection Branco (colheita

de 2008) é a vez do novo Selection

Tinto (colheita de 2007) vir reforçar

a presença da Vale D’Algares num

segmento de mercado mais exigente,

com uma gama que pretende situar-

se entre o seu Guarda Rios e o

patamar mais elevado da Marca

(Viognier).

O novo Selection Tinto é um vinho

Regional do Tejo, do qual foram

produzidas 6.400 garrafas a partir

das castas Merlot e Touriga Nacional,

distribuídas por uma área de 3,5

hectares de vinha, num vale de solos

argilo-calcários.

As castas – Merlot (60%) e Touriga

Nacional (40%) – são sujeitas a

maceração a frio (48 horas a cinco

graus centígrados) e a fermentação

alcoólica em lagares de pedra e

balseiros de carvalho francês durante

10 dias. O estágio é feito em barricas

novas de carvalho francês, durante

14 meses. O teor

alcoólico é de 14,5º.

O Selection Tinto é

distribuído junto das

principais garrafeiras,

lojas gourmet e

restaurantes de

referência de

norte a sul do

país, em garrafas

de 0,75 L e

comercializado

nos pontos de

venda a um P.V.P.

recomendado de

15,50€.

45

VINHOSNº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Quinta Nova lançaTopos de GamaA Quinta Nova de Nossa Senhora do

Carmo apresenta ao mercado os seus

novos néctares, resultado visível do

trabalho desenvolvido na sua terceira

vindima. No caso, os topos de gama

Douro da colheita de 2007, vinhos

de grande personalidade e que

chamam a atenção da crítica para o

trabalho feito nesta casa duriense.

Quinta Nova Grande Reserva 2007

(Vinha Velha e Touriga Nacional),

Quinta Nova Touriga Nacional 2007,

Quinta Nova Reserva 2007 (Vinha

Velha, Touriga Nacional, Tinta Roriz,

Tinta Amarela e Touriga Franca) são

os vinhos do Douro propostos por

esta casa que, ao nível dos Vinhos do

Porto, disponibiliza ainda o Vintage

2007 (Vinha velha com

mais de 60 castas

tradicionais).

“O caminho na selecção

dos lotes foi apenas um:

qualidade extrema. Do

clássico Reserva ao Grande Reserva,

as quantidades inicialmente

planeadas foram diminuídas até

atingirmos um trabalho sério e

consistente”, sublinha Luísa Amorim,

Administradora da empresa.

A aposta na consistência e na

qualidade em torno da produção de

vinhos clássicos que seguem as

tendências do mercado exprime de

forma especial o terroir característico

da propriedade com 85 ha de

vinhedos de letra A, evidenciando

uma personalidade e uma elegância

únicas nos vinhos Quinta Nova de

Nossa Senhora do Carmo, que se

revela nesta quadra festiva através

do lançamento destas novas

propostas Premium.

Page 46: Grande Consumo N.º 20

A Arsys, empresa especialista em serviços

de Internet, encontra-se a comercializar no

mercado nacional um dos seus mais

recentes produtos: as soluções de E-

Commerce. Trata-se de uma útil ferramenta

de gestão de um loja on-line, que permite

que qualquer PME possa alargar o seu

leque de canais de comercialização de

forma fácil, imediata e com reduzidos

custos de manutenção. Alberto Calvo,

Directo de Comunicação da Arsys,

apresenta-nos esta solução.

Uma lojade portas abertas

24 HORASTEXTODuarte Cunha

46

TECNOLOGIA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

Uma lojade portas abertas

24 HORAS

Page 47: Grande Consumo N.º 20

47

TECNOLOGIA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO

Grande Consumo - O que é o Plano E-

Commerce? Em que reside?

Alberto Calvo - As nossas soluções de e-

commerce (E-Commerce e Reservas on-line)

são aplicações de venda online que permitem que qualquer

Pequena e Média Empresa lance a sua loja na Internet,

independentemente do sector em que se encontra, dos seus

conhecimentos tecnológicos ou do seu budget. As aplicações

online são baseadas em tecnologia de cloud computing, como

tal, oferecem vários serviços dependendo das necessidades dos

clientes.

GC -Que vantagens acarreta este serviço? Em que

modalidades se encontra disponível?

AC - A grande vantagem é que integra várias soluções e

aplicações que são necessárias para vender na Internet: sistemas

de catálogo, edição de conteúdos, blogs, diferentes meios de

pagamento e unidades monetárias, integração com serviços de

correios, ferramentas de marketing, etc... E tudo isto por um

pequeno pagamento mensal que permite controlar as despesas

ao máximo. Desta forma, as PME’s não se têm de preocupar

sobre tecnologias ou das outras opções de venda; apenas têm de

se concentrar em aumentar as suas vendas.

GC - Que aceitação está a ter por parte dos operadores

nacionais?

AC - O mercado português é constituído na sua maioria por

PME’s e profissionais liberais. As tecnologias evoluíram e, graças

às aplicações online, o e-commerce está ao alcance de qualquer

PME, que pode ter a sua própria loja online com um pequeno

investimento mensal.

Cada vez mais, e graças aos serviços dos planos de E-Commerce

e de Reserva On-line, muitas pequenas empresas estão a começar

a considerar a Internet como um novo canal de vendas no qual

podem oferecer os seus produtos.

GC - Que custo envolve a sua implementação?

AC - Por menos de 15€ por mês, qualquer companhia pode ter

a sua própria loja on-line. Este serviço está também disponível

em duas versões mais avançadas e com mais capacidade,

também a um preço acessível para todas as companhias (29.90

€/mês e 49.90 €/mês).

GC - Que tipo de serviços/sectores de actividade são

susceptíveis de adoptar este serviço?

AC - Todos os tipos de clientes e sectores estão a adoptar estes

serviços. Temos companhias no sector do turismo, um sector em

que as vendas on-line são estáveis, e também PME’s que, até

agora, estavam apenas a vender na sua área local, mas agora

decidiram expandir o seu negócio através da Internet. De um

modo geral, sãs as tradicionais PME’s que vêem nesta aplicação

a melhor opção para começar a vender através da Internet sem

dificuldades.

GC - É possível a sua incorporação com outros serviços

on-line, como, por exemplo, site próprio?

AC - Absolutamente, e não apenas para um web site, como

também em blogs, fóruns ou qualquer outra ferramenta. Nós, os

fornecedores do serviço, estamos continuamente a actualizar

estas aplicações com novos serviços, para que os clientes não se

tenham de preocupar. Os updates já estão contemplados no

preço mensal.

GC - Que requisitos em termos de TI implica a sua

aplicação, como, por exemplo, servidor próprio?

AC - Essa é exactamente um das principais vantagens: o

investimento inicial em servidores ou infra-estruturas IT adicio -

nais era necessário. Estas aplicações estão hospedadas nos

nossos servidores e os nossos clientes não têm de estar a

preocupar com tráfego gerado ou consumido nos seus sites, pois

os recursos são incluídos no serviço sem custo adicional.

GC - Que vertentes do negócio estão presentes neste

serviço? Vendas, marketing, catálogos, etc.?

AC - Os planos de E-Commerce e Reservas On-line incluem

muitos serviços: sistemas de catálogo e comercialização em

diversas línguas e unidades monetárias, ferramentas de fideli -

zação, gestão de conteúdos para notícias, blogs e fóruns,

certificados de confidencialidade, encriptação SSL, diferentes

meios de pagamento, integração com serviços de correios,

newsletters, etc.

GC - Que perspectiva apresenta a evolução deste

negócio em Portugal?

AC - A Arsys é um dos principais fornecedores de serviços

Internet no mercado Europeu e Portugal é um dos nossos mer -

cados internacionais preferidos. Apesar da conjuntura económica,

que está a afectar todos os países, tanto as companhias como as

instituições públicas estão bem cientes da importância do

investimento em Tecnologias de Informação e Comunicação, que

não devem ser esquecidos nestes tempos. No decorrer dos

últimos anos, foram adoptadas várias iniciativas para reforçar a

competitividade do País, trazendo as TIC para mais perto das

PMEs, que são o principal motor da economia, e também do

sistema educacional, que é um investimento a longo prazo e

necessário. É por esta razão que Portugal está a demonstrar um

crescimento importante em serviços tecnológicos.

ARSYS EM NÚMEROS

Com mais de 650 mil domí -

nios registados e mais de 225

mil clientes, a Arsys, espe cia -

lista em serviços de Internet,

ocupa actualmente a primeira

posição no mercado ibérico de

registo de domínios e de

alojamento web e encontra-se

nos primeiros lugares do sec -

tor na Europa.

A empresa tem como principal

objectivo facilitar a presença

das PMES’ e dos profissionais

individuais na Internet. A

Arsys conta com uma equipa

de mais de 270 profissionais

e presta serviços de Internet

em mais de uma centena de

países através da arsys.pt,

arsys.es e arsys.fr.

Page 48: Grande Consumo N.º 20

reforça papel da marcaBarcelona acolhe, de 22 a 26 de Março, a 18.ª edição da Alimentaria Barcelona. Certame

que se realizará inteiramente no recinto da Gran Vía da Feira de Barcelona e que procura

apresentar um conjunto de actividades que visem trazer valer acrescentado à

participação das mais de 5 mil empresas que irão ocupar mais de 94 mil m2 de área de

exposição. O papel da marca como factor qualidade, diferenciação e notoriedade estará

em foco na maior feira alimentar que se realiza na Península Ibérica.

ALIMENTARIA

TEXTOBruno Farias

48

FEIRA

Nº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009

2010

Page 49: Grande Consumo N.º 20

A cidade condal, Barcelona, prepara-se para

receber a principal feira alimentar da Península

Ibérica e que, em período de crise, procura

constituir um fórum de exposição, aprendizagem

e de divulgação e partilha de conhecimentos. Com um modelo de

negócio perfeitamente definido e replicado em outros destinos

dentro e fora da Europa, a Alimentaria Barcelona procura estar

em linha com a produção nacional, ao “assumir uma perspectiva

realista e ajustada à actual conjuntura económica”, explica Jose

Antonio Valls, Director-Geral Adjunto da Alimentaria Exhibitions.

Ajuste às necessidades do mercado que trouxe a concentração da

feira num mesmo espaço de modo a assegurar a participação de

empresas participantes, conduzindo, igualmente, a reflectir sobre

os moldes da sua participação, ao ajustar a suas necessidades à

actual conjuntura económica vivida não só Espanha, como em

todo o Mundo. Deste modo, a organização do certame procura

estimular a participação empresarial mediante a possibilidade de

estar presente com stands mais reduzidos. De acordo com as

previsões da organização, são esperadas 5 mil empresas que

ocuparão um total de 94.500 m2 de área de exposição, na qual

se inclui a superfície destinada às múltiplas actividades paralelas

contempladas no âmbito da edição 2010 da Alimentaria

Barcelona.

Este adaptação surge não só do feedback recebido da indústria

interna, como do próprio impacto comercial da própria feira,

ponto de encontro entre fabricantes e compradores de todas as

partes do Mundo, uma vez que, na última edição, mais de 20%

dos 150 mil visitantes presentes no salão eram procedentes do

estrangeiro, percentagem que atinge os 30% no caso das

empresas expositoras, esperando-se, ainda, um aumento de 2%

no número de expositores procedentes de fora de portas.

É, igualmente, evidente o esforço da organização para reforçar o

cariz internacional da feira, numa clara perspectiva de aposta na

internacionalização como meio para sair da crise que assola a

economia espanhola e que irá levar a que a despesa pública em

2011 seja na ordem dos 61%, ainda assim abaixo da estimada

para Portugal. Nesse sentido, a organização da Alimentaria

Barcelona encontra-se a levar a cabo um ambicioso plano de

promoção externa – em conjunto com a Federação Espanhola

de Indústrias de Alimentos e Bebidas – de modo a alargar o leque

de representatividade estrangeira no salão.

Reajuste de alguns aspectos decisivos para o sucesso do modelo

de negócio, sobretudo em tempo de crise, e que se irá estender

até ao salão de Lisboa, em 2011, onde já é conhecida a decisão

de condensar num mesmo certame a Alimentaria e a Horexpo.

Uma decisão que tem por base as dificuldades por que passa a

indústria nacional, assim como a intenção de reforçar os motivos

de interesse para visitantes nacionais e internacionais.

MODELO

A 18.ª edição da Alimentação Barcelona, e além da aposta na

internacionalização, terá como estandarte a força das marcas

como meio de inovação e de diferenciação. Ao longo dos 15

salões do certame será possível observar um claro foco nas

marcas de fabricante, uma aposta que tanto tem de oportuna

como de necessária.

É nesse sentido que actividades como o salão Innoval, ponto de

encontro entre as marcas e a inovação e verdadeiro cluster de

novas ideias, o Fórum Internacional da Alimentação, o espaço

Sabores de Espanha, ou propostas clássicas como o

BCNVanguardia, o Congresso Internacional de Gastronomia, o

Congresso Internacional da Dieta Mediterrânica, ou a final do III

Concurso de Cozinheiro do Ano voltarão a fazer parte das

actividades paralelas da Alimentaria, que procura, também aqui,

reforçar o nível de conhecimento disponibilizado ao visitante.

É nesse sentido que a aposta volta a recair numa segmentação

muito séria da oferta alimentar, aprofundada ao longo de mais

de 30 anos, com a intenção de responder a todas as necessidades

dos respectivos sectores representados. A segmentação e a

especialização da oferta levam a que este modelo seja valorizado

pelos visitantes e empresas expositoras.

Em suma, 15 salões, um conjunto de actividades paralelas diri -

gidas e uma grande aposta na valorização das marcas são os eixos

de acção da próxima Alimentaria Barcelona que, em período de

crise, irá apresentar ao expositor novas formas de estar presente

num salão que procura, cada vez mais, proporcionar às empresas

participantes soluções e tendências focadas no consumidor,

interveniente cada vez mais decisivo no comportamento e evolu -

ção do mercado alimentar. Em qualquer parte do Mundo.

Quinze salões, um

conjunto de actividades

paralelas dirigidas e uma

grande aposta na

valorização das marcas

são os eixos de acção da

próxima Alimentaria

Barcelona que, em

período de crise, irá

apresentar ao expositor

novas formas de estar

presente numa

manifestação que

procura, cada vez mais,

proporcionar às empresas

participantes soluções e

tendências focadas no

consumidor,

interveniente cada vez

mais decisivo no

comportamento e

evolução do mercado

alimentar. Em qualquer

parte do Mundo

49

FEIRANº20 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009SALÕES

A Alimentaria 2010 é composta pelos seguintes salões:

Alimentação Ecológica

Congelexpo

Expobebidas

Expoconser

Intercarn

Interlact

Interpesca

Intervin

Mundidulce

Multiproducto

Olivaria

Restaurama

Vegefruit

Pavilhão das Autonomias

Premium (produtos gourmet e gastronomia de alta gama)

Page 50: Grande Consumo N.º 20

O PLEDGE Portugal foi assinado pelas prin -

cipais empresas da Indústria Agro Alimentar

(IAA) presentes no nosso país, nacionais e

multinacionais e, no essencial, transporta

para o mercado português o compromisso já assumido pela

IAA no âmbito europeu há cerca de dois anos, com a

iniciativa EU-PLEDGE. O compromisso agora assumido

pelos principais players da IAA nacional consiste num acordo

de auto-regulação, no âmbito do qual as empresas se

comprometem em não veicular mensagens de natureza

publicitária para menores de 12 anos (nas plataformas de

Rádio, TV, Imprensa e Internet), e a não promover iniciativas

de natureza comercial em escolas de primeiro ciclo.

Cerealis, Coca Cola, Danone, Ferrero Ibérica, Gelpeixe,

Nobre, Iglo, Kellogg’s, Kraft Foods, Mars, Continente, Nestlé,

Orangina Schweeps, Parlamalat, Pepsico Matutano,

Pescanova, SCC, Unicer, Sumol+Compal, Sovena e Unilever

Jerónimo Martins foram alguns dos nomes que assinaram

este compromissos da indústria alimentar sobre Alimen -

tação, Actividade Física e Saúde, na acções de publicidade

e marketing dirigidas a crianças. Estas importantes medidas

de auto-regulação adoptadas pelas empresas da IAA cons -

tituem um apoio da indústria às políticas europeias e

nacionais de luta contra a obesidade, devendo ser adoptadas

em 2010 – apesar de já serem observadas em Portugal por

algumas das signatárias, devido ao compromisso a nível

europeu com a EU-PLEDGE.

Destaque-se ainda que o PLEDGE Portugal tem como

motivo adicional de credibilidade a criação de um sistema

de monitorização do efectivo cumprimento do compromisso

assumido publicamente pelos signatários. Em complemento,

o documento prevê também que seja feita a comunicação

periódica dos resultados dessa monitorização, que será

assegurada, também a partir de 2010, por uma entidade

independente.

Jorge Henriques, Presidente da FIPA, salientou mais esta

iniciativa do sector, no âmbito da responsabilidade social,

que “pelo perfil e dimensão dos signatários, deverá ter

impacto em mais de metade do mercado publicitário do

sector. Só por aqui podemos avaliar bem o empenho do

sector e a sua aposta na transparência da sua comunicação

com o consumidor”.

Indústria Agro-Alimentar

assinou compromisso

histórico em

Portugal

50

A FECHAR

Nº20 | N

OVEMBRO/

DEZEMBRO

2009

A FIPA, Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, e a APAN,

Associação Portuguesa de Anunciantes, promoveram a assinatura do acordo PLEDGE

Portugal, durante o III Congresso da Indústria Portuguesa Agro-Alimentar, que teve

lugar no passado dia 5 de Novembro no Convento do Beato, em Lisboa. Trata-se de

um importante passo para a regulação do modo como a publicidade a menores de 12

passará a ser feita no país.

Page 51: Grande Consumo N.º 20
Page 52: Grande Consumo N.º 20