grande consumo n.º 14-2012

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SCANTRENDS BGC DESACELERAM DIA INVESTE EM PORTUGAL EXPORTAÇÃO FRANÇA MERCADO DE OPORTUNIDADES IKEA PROJETO PARA CUMPRIR COMÉRCIO MUNDIAL RECUPERA EM 2010 CERVEJEIRAS NOVA IMAGEM GATEWAY APOSTA NO CCTV ALIMENTARIA NÚMERO DE VISITANTES AUMENTA N.º14/2012|MARÇO/ABRIL REVISTA BIMESTRAL PORTUGAL | €4,80

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A Revista dos Negócios da Distribuição

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Page 1: Grande Consumo N.º 14-2012

SCANTRENDS BGC DESACELERAM DIA INVESTE EM PORTUGAL EXPORTAÇÃO FRANÇA MERCADO DE OPORTUNIDADES IKEA PROJETO PARA CUMPRIR COMÉRCIO MUNDIAL RECUPERA EM 2010 CERVEJEIRAS NOVA IMAGEM

GATEWAY APOSTA NO CCTV ALIMENTARIA NÚMERO DE VISITANTES AUMENTA

N.º14/2012|MARÇO/ABRIL

REVISTA BIMESTRALPORTUGAL | €4,80

Page 2: Grande Consumo N.º 14-2012

Primor eleita “Produto do Ano 2012”com a gama �os de Charcutaria-Prima.

A PRIMOR REINVENTA A ARTE DA COZINHA-ESPONTÂNEA COM A INOVADORA GAMA “FIOS DE CHARCUTARIA-PRIMA” IDEAL PARA REFEIÇÕES RÁPIDAS, QUE PERDURAM NA MEMÓRIA DE QUEM AS SABOREIA.

Disponível em Peito de frango, Peito de peru, Fiambre, Bacon extra e Presunto, esta gama eleita Produto do Ano 2012 comprova que a espontaneidade na cozinha é uma virtude de quem consegue, em pouco tempo, preparar refeições genuínas e muito deliciosas.

Se ainda não saboreou o Produto do Ano 2012, divirta-se a improvisar e surpreenda a sua família com receitas sempre novas, ao almoço e ao jantar. A Primor deseja-lhe um Primoroso apetite.

www.primor.pt

Page 3: Grande Consumo N.º 14-2012

142012

A recente saída do centro de decisão da Makro de Portugal apenas vem confirmar aquilo que há muito tempo já se dizia em relação ao mercado retalhista nacional: que o Media Markt não seria a último operador a abdicar de uma presença no espaço nacional a curto prazo (em termos de centros de decisão). E ainda o ano vai no primeiro trimestre, mas as saídas poderão não ficar por aqui.Claro está que, até à sua efetiva confirmação, todas as situações que se falam nos canais não--oficiais do setor não passam disso mesmo, de pura especulação. Ainda que haja “rumores” que continuam a ter contínua atualidade, enquanto as negociações com fundos de investimento e de capital de risco podem adiar, ou não, o inevitável. Importante, para já, é preservar a serenidade dos clientes (ou a possível junto de quem não recebe), enquanto caminhos futuros podem ser estabelecidos, independentemente da idoneidade de algumas destas “negociações”.A depressão económica em que Portugal vive presentemente, sufocado pela inflação, não acesso aos mercados e pouca competitividade da maior parte do seu tecido empresarial faz com que o custo de vida dos portugueses seja crescentemente mais alto e, nessa perspetiva, decisões estratégicas desta natureza – legítimas, como outras tomadas recentemente – fazem com que o retalho português fique mais pobre. Menor concorrência – bem sei que a Makro não deixará de operar em Portugal – somente faz com que os mais fortes apenas se tornem mais fortes e a liberdade de escolha seja ainda menor.Preço, concorrência, competitividade, foram sempre predicados associados a este setor mas – e perante um hipotético cenário futuro de saída efetiva de duas insígnias do nosso país – a breve trecho poderão ter que ser equacionados no que à sua veracidade diz respeito, uma vez que não acredito que os portugueses continuarão a consumir MDD+PP para o resto das suas vidas e a entrada de novos “players” no país parece ser um desígnio cada vez mais messiânico.Não obstante o ruído trazido pela “ameaça” Mercadona, só posso crer que muito teríamos a ganhar, enquanto consumidores, com um mercado mais homogéneo em termos de distribuição de quota de mercado, logo de protagonismo, logo de poder repartido. Mais operadores poderia significar mais fornecedores nacionais nos lineares (ou não), mais competitividade, mais rigor logístico, mais procura por produtos perecíveis, mais lojas (pequenos formatos e lojas de proximi-dade, sobretudo), logo mais concorrência e mais disputa por uma posição de liderança.Diferentes filosofias se verificam nesta matéria por essa Europa fora, não obstante a escala dos próprios países e a própria dimensão do consumo, mas sobretudo em termos de mentalidade de negócio, ocupação dos espaços e, acima de tudo, noção de concorrência. Muito sobre a pros-peridade económica e competitiva dos países estão diretamente relacionados com este noção, quase sempre negligenciada em Portugal, em diversas matérias que não somente a moderna distribuição. Dizem que no nosso país há uma autoridade que tutela a mesma. Pena é haver tão pouca memória da sua atuação. Viveríamos, seguramente, melhor.

Primor eleita “Produto do Ano 2012”com a gama �os de Charcutaria-Prima.

A PRIMOR REINVENTA A ARTE DA COZINHA-ESPONTÂNEA COM A INOVADORA GAMA “FIOS DE CHARCUTARIA-PRIMA” IDEAL PARA REFEIÇÕES RÁPIDAS, QUE PERDURAM NA MEMÓRIA DE QUEM AS SABOREIA.

Disponível em Peito de frango, Peito de peru, Fiambre, Bacon extra e Presunto, esta gama eleita Produto do Ano 2012 comprova que a espontaneidade na cozinha é uma virtude de quem consegue, em pouco tempo, preparar refeições genuínas e muito deliciosas.

Se ainda não saboreou o Produto do Ano 2012, divirta-se a improvisar e surpreenda a sua família com receitas sempre novas, ao almoço e ao jantar. A Primor deseja-lhe um Primoroso apetite.

www.primor.pt

Page 4: Grande Consumo N.º 14-2012
Page 5: Grande Consumo N.º 14-2012

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3 EDITORIAL

6 NOTÍCIAS

8 MAKRO

10 SCANTRENDS

12 DIA

14 TEMA DE CAPA: E-COMM

ERCE

18 ITAUTEC

20 EXPORTAR

24 IKEA

28 MERCADO - DESODORIZA

NTES

30 COMÉRCIO MUNDIAL

34 OPINIÃO- Francisco V

. Roxo

35 OPINIÃO- Centromarca

38 ACUINOVA

40 IMAGEM CERVEJEIRAS

42 MERCADO - CONSERVAS

44 GATEWAY

46 ALIMENTARIA

50 A FECHAR

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Page 6: Grande Consumo N.º 14-2012

NESTLÉ COMPRA UNIDADE DE NUTRIÇÃO INFANTIL DA PFIZER A Nestlé anunciou a compra da unidade de nutrição infantil da Pfizer por um

montante de 11,85 mil milhões de dólares (cerca de 8,965 mil milhões/€),

o que lhe permite posicionar-se à frente da sua concorrente Danone no que

diz respeito à disputa pela liderança no segmento de alimentação infantil nos

mercados emergentes, confirmando-se, deste modo, os rumores que colocavam

a empresa suíça como provável vencedora desta disputa.

A aquisição, ainda sujeita a aprovação pelas entidades reguladoras, deverá estar

concluída em meados de 2013 e irá ajudar a Nestlé a aumentar a liderança no

mercado de leite em pó infantil.

Em comunicado, a Nestlé disse que o negócio vai adicionar valor ao seu lucro

por ação a partir do primeiro ano, assim como autorizará sinergias de custos

na ordem dos 160 milhões de dólares. Além disso, a companhia admite as

vendas no negócio agora adquirido em 2,4 mil milhões de dólares para o ano

2012. E acresce que a unidade da Pfizer vai aumentar as vendas de fórmulas

infantis da multinacional suíça de 5 mil milhões de dólares (3,7 mil

milhões/€) por ano para a fasquia dos 7 mil milhões de dólares (5,2

mil milhões/€).

PRIMOR ELEITA “PRODUTO DO ANO 2012”

No ano em que assinala 50 anos, a Primor foi eleita Produto do Ano 2012,

com a sua nova e inovadora gama “Fios de Charcutaria-Prima”. Disponível em

Peito de frango, Peito de peru, Fiambre e Bacon extra, esta gama eleita Produto

do Ano 2012 comprova que a espontaneidade na cozinha é uma virtude de

quem consegue, em pouco tempo,

preparar refeições genuínas que ficam

na memória de quem as saboreia.

Este prémio, que distingue os

produtos mais inovadores lançados

no mercado nos últimos 18 meses, é

o resultado de 50 anos de experiência

e tradição familiar na arte da

charcutaria.

A Primor convida Portugal a saborear

o Produto do Ano 2012 e promete

surpreender o mercado com receitas

rápidas e divertidas que proporcionam

a toda a família um Primoroso apetite.

DAMM ADQUIRE TAGUS POR 2,6 MILHÕES/€ A Sumol+Compal anunciou um acordo com a espanhola Damm para a alienação

da cerveja Tagus e respetivos ativos relacionados

por um valor anunciado de 2,6 milhões/€.

O grupo cervejeiro catalão, proprietário

da Estrella Damm, reforça o portefólio

com a aquisição da Tagus, com o acordo

assinado, de cinco anos de duração,

a prever a distribuição exclusiva, em

Portugal Continental, dos produtos do

grupo espanhol, com a Tagus a ser produzida

já em 2013 nas antigas instalações da Cintra,

em Santarém, hoje propriedade da companhia

espanhola, adquirida, relembre-se, em 2011.

O contrato entre a Sumol+Compal e o grupo Damm

inclui ainda a possibilidade de cooperação nos

mercados internacionais, em que as duas empresas

estão presentes

DANONE INVESTE 1,4 MILHÕES/€ EM CASTELO BRANCO A Danone investiu 1,4 milhões/€ para implementar um novo formato

de embalagem nas marcas Activia, Corpos Danone e Danone (natural e

aromas) até julho deste ano. Ao todo são 152 milhões de unidades que serão

produzidas, somente este ano, em Portugal, deste novo “packaging”, inovação,

à escala mundial segundo a marca, que procura revolucionar a experiência

de consumo de iogurte. Com um novo “design”, de forma redonda, esta

embalagem de iogurte foi concebida para gerar uma maior simbiose entre a

forma do copo e a da colher, permitindo que esta deslize mais facilmente.

Em simultâneo, a alteração de formato na base do copo - de cilíndrico com

arestas para curvo - optimiza em cerca de 4% o aproveitamento do produto.

O copo redondo também se adapta melhor ao formato da mão, o que permite

uma melhor adaptação da colher ao copo.

Activia foi a marca pioneira na implementação deste novo formato em Portugal,

mas o mesmo está a ser adoptado por outras marcas com iogurtes sólidos no

seu portefólio – Corpos Danone, O Meu Primeiro Danone e, em breve, Danone

e Danoninho – até julho do corrente ano.

NOTÍCIAS

n.º14/2012

| MARÇO/A

BRIL

06

Page 7: Grande Consumo N.º 14-2012

DELTA Q LANÇA “ORIGENS” A Delta Q reforça a sua aposta em inovação com o lançamento de uma edição

limitada, “Delta Q Origens”, destinada a todos os apreciadores de café com

aromas exclusivos, provenientes das verdadeiras origens do café.

Abyssinia (Café da Etiópia) e Malay (Café de Timor-Leste) foram as primeiras

referências apresentadas de um total de seis previstas para este ano, com

esta aposta na inovação a surgir numa altura em que a Delta Q anuncia a sua

liderança no mercado de café em cápsulas, com 33% de vendas no primeiro

trimestre de 2012. Atualmente, soma 400 mil máquinas e 200 milhões de

cápsulas vendidas, o que resulta numa quota de mercado anual de 27,7% em

máquinas (fonte GfK) e de 44% em cápsulas (fonte Nielsen).

Os dois novos blends da marca 100% portuguesa apresentados detêm

características únicas que os diferenciam de outros produzidos no resto do

mundo, tornando-os exclusivos.

“O mercado de cafés global, em Portugal, tem verificado grandes alterações

nos padrões de consumo, com o doméstico a registar um crescimento de

8,5%, originalmente provocada pelo consumo de café em formato cápsulas”,

sublinhou Rui Miguel Nabeiro, administrador da Delta Q.

Praça de Alvalade, 9 - 5.7 - 1700-037 LisboaTel.: +351 21 848 45 94 | www.nexiumcs.com | [email protected]

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anuncioDEF.pdf 1 07/10/11 10:28

LACTALIS APOSTA EM PRIMOLATTE O grupo Lactalis acaba de lançar, exclusivamente no mercado português, um

novo queijo fresco: Primolatte, da Galbani. Trata-se da mais recente proposta

do grupo francês para o mercado nacional, que, com este lançamento, procura

trazer alguma dinâmica à categoria, ao oferecer um produto que procura ser

diferenciado face à restante oferta concorrente.

Como argumentos de comercialização, e para além do factor sabor, a marca

recentemente lançada em Portugal destaca como mais-valias da sua oferta a

data de validade mais alargada que permite um consumo mais adaptado ao

quotidiano da vida moderna.

O lançamento do Primolatte no mercado nacional está a ser comunicado

através de uma campanha de visibilidade no ponto de venda, que contemplam

degustações e um pack especial de lançamento (oferta de dois queijos frescos)

na compra de uma embalagem de quatro unidades.

Page 8: Grande Consumo N.º 14-2012

assumir um novo modelo operacional, já testado em Espanha.O atual cenário económico aliado aos ganhos recentes de produtividade, em conjunto com a performance atingida em Portugal nos últimos anos, abaixo das expectativas, demonstrou a necessidade urgente em realizar um processo de reestruturação, iniciado no princípio de março, com o convite dirigido a todos os colaboradores da Makro Portugal para a rescisão voluntária dos seus contratos de trabalho por acordo mútuo, ou no caso dos colaboradores das lojas a aceitação também por acordo mútuo voluntário da redução da carga horária para metade.A necessidade de melhorar a competitividade em ambas as estruturas, o potencial de sinergia entre ambos os países, e a introdução de um novo modelo operacional para o negócio já testado em Espanha, em conjunto com um processo de diminuição de custos assente na redução de custos de pessoal nas áreas administrativas da empresa baseado no desaparecimento de funções em sobreposição, quer ao nível dos quadros superiores da empresa quer nos serviços de retaguarda do negócio, levou à decisão de integrar ambas as estruturas numa única sede em Madrid. Apesar desta medida, será mantido em Portugal um escritório central em Lisboa, para assegurar que a Makro Portugal continue eficiente e próxima dos seus clientes e garantir ao mesmo tempo a oferta de um sortido de artigos correto de acordo com as suas necessidades específicas.RETALHO

n.º14/2012 | MARÇO/ABRIL

08

Ao todo foram 209 o número de trabalhadores que aceitaram a proposta de rescisão amigável apresentada pela direção no início de março a 1.500 colaboradores efetivas que a estrutura nacional emprega. Paralelamente, a Makro anunciou uma nova estrutura

organizacional para o mercado ibérico, na qual os escritórios centrais e respetivas equipas de gestão dos dois países irão ser integradas numa nova sede central em Madrid, com efeito a 1 de maio deste ano.José Maria Cervera será o responsável pela nova estrutura ibérica, com a Makro Portugal a ver os seus recursos humanos reduzidos em 95 colaboradores e ainda a registar o encerramento da loja de Aveiro, com efeitos práticos a 15 de julho, razão justificada com os resultados escassos da insígnia. Não existem planos para encerrar mais nenhuma loja das restantes 10 que a empresa opera em Portugal. Está previsto um plano de modernização destas lojas de forma a garantir que, em 2013, a Makro Portugal regresse de novo

ao crescimento dos seus resultados e vendas.Com este conjunto de medidas o objetivo é

melhorar a competitividade e utilizar ao máximo as sinergias existentes entre as Makro de ambos os

países ibéricos, com Portugal a

Makro Portugal e Espanha geridas através de MadridO grupo Metro, da qual a Makro Portugal faz parte, anunciou uma nova estrutura organizacional para a Makro

Portugal e Espanha, na qual ambos os escritórios centrais e respetivas equipas de gestão serão integradas

numa nova sede central, sediada em Madrid. José Maria Cervera assumirá a direção-geral de ambos os países.

Page 9: Grande Consumo N.º 14-2012
Page 10: Grande Consumo N.º 14-2012

Após a perda de 0,1% em 2009 e crescimentos ténues no período homólogo em 2010 (1,1%) e 2011 (+0,5%), o mercado de Bens de Grande Consumo (BGC) apresentou-se estagnado no arranque de 2012, com o primeiro trimestre a ser de estagnação absoluta.

Em suma, crescimento zero como traduz o gráfico, uma realidade ditada pela inflação e pela recessão que assola o país e retira poder de compra aos portugueses.Todavia, a realidade descrita para o primeiro trimestre deste exercício apenas vem confirmar aquilo que os números já vinham a demonstrar desde o último trimestre do ano passado, com o mercado a apresentar uma evolução negativa nominal de 0,8%, fruto, então, de uma descida dos volumes transacionados e subida do custo médio unitário. Ou seja, as mesmas razões que levaram à

estagnação no primeiro trimestre de 2012, com o decréscimo das vendas em volume em 4,2%, a exata medida do aumento do custo médio dos produtos. Aumento do custo de vida, recessão e inflação apresentam-se, assim, como os motivos associados à estagnação do mercado, condicionantes que, em última instância, têm fortemente beneficiado as Marcas de Distribuição + Primeiro Preço (MMD+PP) que registaram a segundo melhor performance dos últimos quatro anos, ao crescer 6,9%, desempenho apenas superado pelos 7,7% do ano passado. Registo que, recorde-se, é referente somente aos dados do primeiro trimestre de 2012, o que permite encarar com algum otimismo – ou pessimismo, dependendo da perspetiva- o desenrolar do ano, sobretudo ao ter em linha de análise a performance global de 2010 (+6,4%), mas, acima de tudo, a de 2009 (+3,6%), ainda

BGC desaceleram 1.º trimestre

TEXTOAlexandre Paulo

ANÁLIS

E

n.º14/

2012 |

MARÇO

/ABRIL

10Os Bens de Grande Consumo abrandaram em termos de faturação no arranque de

2012, não registando qualquer tipo de crescimento em valor no primeiro trimestre

do ano. Uma situação nova face ao que tem sido a realidade deste universo ao longo

dos últimos anos e que reflete, de forma contundente, a recessão e inflação que assolam o país.

no

Fonte: Nielsen Scantrends (incui LIDL) – Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

Fonte: Nielsen Scantrends (inclui LIDL) - Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

Page 11: Grande Consumo N.º 14-2012

que não seja líquido que este rácio se mantenha, não obstante a envolvente económica atual.A contrastar com a realidade apresentada pelas MDD+PP, as Marcas de Fabricantes voltaram a apresentar perdas nas vendas em valor no primeiro trimestre de 2012, ao registar um abrandamento das vendas em 3,7% neste indicador. Linha de tendência já, aliás, registada ao longo dos três exercícios, com a performance global das marcas de indústria a ser negativa desde 2009, ano que encerrou a perder -1,7%, com 2010 (-1,2%) e 2011 (-2,8%) a não serem exceção, ao verificar-se, em todos eles, quebras assinaláveis nas vendas em valor.Perante o cenário acima descrito, e mediante a interpretação dos gráfico associados a cada uma das categorias analisadas pela Nielsen, facilmente se depreende que Alimentação, Bebidas, Higiene Pessoal e Lar não poderiam apresentar uma realidade diferente da que apresentam: recessão de volumes e inflação alta em 2012. Uma leitura não muito animadora para a indústria e para os consumidores, mas que se torna incontornável por todos os motivos acima descritos.Mas vamos por partes. A Alimentação encontra-se a perder vendas em volume em 4,4%, face a uma subida média dos preços praticados na ordem dos 6%, apresentando, ainda assim, uma subida das vendas em valor de 1,7%, a terceira maior dos últimos quatro

trimestres, isto numa análise contínua em que se inclui 2011. Refira--se a este propósito que, das quatro grande categorias analisadas pela Nielsen, a Alimentação é a única que continua a apresentar níveis de crescimento, justificados pela natureza incontornável dos seus artigos e verdadeira mola de sustentação deste universo.Já as Bebidas apresentam um cenário muito mais negativo, ao perder vendas em volume em 6,7% e ao ver o preço médio praticado a variar numa razão de +5%, o que, combinado, resulta numa perda das vendas em valor da categoria em 1,6%.Por sua vez, as categorias de Higiene (Pessoal e Lar) apresentam realidades relativamente próximas, ainda que a Higiene Pessoal tenha conseguido, de certa forma, preservar os preços médios praticados (-1%), face à redução das vendas em volume numa razão de 4%, o que, em termos práticos, se traduz numa perda de 3% das vendas em valor da categoria. Curiosamente, o mesmo registo apresentado pela Higiene Lar, que, ainda assim, apresentou uma performance mais negativa, ao ver as vendas em volume abrandarem 7,2% e os preços médios subirem 3,2%.Assim vai o mercado de BGC em finais do primeiro trimestre de 2012. Será interessante verificar a evolução deste cenário, quer no próximo trimestre quer no fecho global do ano. Ainda que, a curto espaço, e conforme já foi dito, as condicionantes de mercado não se devam alterar em grande medida. Pelas razões que todos conhecemos.

Fonte: Nielsen Scantrends (incui LIDL) – Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

Fonte: Nielsen Scantrends (inclui LIDL) - Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

Fonte: Nielsen Scantrends (incui LIDL) – Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

Fonte: Nielsen Scantrends (inclui LIDL) - Dados em Valor - ANO 2012 (QS 12)

ANÁLISEn.º14/2012 | MARÇO/ABRIL

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Page 12: Grande Consumo N.º 14-2012

RETALH

O

n.º14/

2012 |

MARÇO

/ABRIL

12

“Oferecemos lojas cada vez mais modernas”No rescaldo da apresentação dos resultados de 2011, o diretor de Marketing e Comunicação da DIA Portugal, Pedro

Barbosa Viana, faz na Grande Consumo o balanço da evolução da operação nacional desde o famoso “spin off” em

bolsa. Presente na Ibex 35 desde janeiro deste ano, a DIA Portugal asume querer continuar a investir em Portugal,

mercado que representa mais de 8% da faturação global do grupo.

TEXTODuarte CunhaFOTOSD.R.

Page 13: Grande Consumo N.º 14-2012

Grande Consumo - O Grupo DIA registou um aumento de 150% do seu lucro líquido relativamente a 2010. O que esteve na base destes lucros? Pedro Barbosa Viana - É uma prova que o

nosso modelo de negócio funciona. Avançámos com um plano de transformações das lojas para dois novos formatos mais atrativos, DIA Market e DIA Maxi. Estamos cada vez mais perto dos clientes com as nossas 6.833 lojas nos sete países em que operamos e oferecemos uma gama de produtos com uma excelente relação qualidade/preço. Na península ibérica, apesar da situação económica, o nosso modelo resiste bastante bem. Além disso, a aposta que fizemos em alguns países emergentes, como a Turquia ou o Brasil, está a dar-nos um importante crescimento.

GC - A conjuntura económica foi importante para potenciar estes resultados?PBV - A conjuntura económica é complicada para todos e é um grande desafio para o Grupo DIA. É verdade que o setor alimentar costuma ser bastante resistente porque transaciona bens de primeira necessidade, mas também é certo que nem toda a gente se conseguiu adaptar e enfrentar a crise da mesma forma. Quando se está presente em tantos países como aqueles em que o Grupo DIA está deparamos-nos com diferentes tipos de economias e em ciclos diferentes. Pensamos que o importante é saber adaptar-se às diferentes situações e ter um modelo de negócio claro e reconhecido.

GC - No comunicado difundido com os resultados fiscais de 2011 foi mencionado a importância da transformação das lojas DIA Maxi e DIA Market. Afinal, o que mudou? Apenas o layout das lojas? Ou cardex e o posicionamento das mesmas?PBV - Realmente foi um fator chave. A transformação começou em 2008 e no final de 2011 já tínhamos transformado 65% da nossa rede de lojas. Este ano, terminaremos o processo. Na transformação alterou-se o exterior das lojas, estando mais atrativo e com as nossas cores corporativas. No interior, melhorámos a distribuição das zonas com diferentes cores e com uma melhor iluminação. Além disso, potenciámos alguns produtos, como os frescos, especialmente as frutas e legumes.

GC - Qual a importância da operação nacional para as contas globais do grupo, em volume e valor?PBV - Em 2011, a operação em Portugal teve uma faturação de 934 milhões/€, este valor representa 8,4% do que o Grupo DIA fatura. No final de 2011, detínhamos 553 lojas, das quais 345 são lojas próprias e 208 franquias.

GC - O facto de ter a maior rede de supermercados em funcionamento em Portugal torna-a um alvo apetecível? Pode-se falar em maior “fragilidade” depois da saída do Grupo Carrefour?PBV - De forma alguma. Somos, a terceira maior cadeia de supermercados “discount” do mundo com uma faturação de mais de 11.000 milhões/€. O Grupo DIA, ainda que até julho de 2011 estivesse integrado no Carrefour, sempre funcionou de forma bastante independente. Evidentemente, com esta cisão, teremos ainda mais independência relativamente a quanto e onde investir.

GC - Como decorreu o processo de “desagregação” do grupo francês?PBV - Fez-se através da entrada em bolsa. Com o “spin-off” o Carrefour ofereceu uma nova ação da DIA por cada ação do Carrefour que os acionistas possuíssem naquele momento. A cotização na bolsa de Madrid iniciou-se em julho de 2011 e desde o mês de janeiro fazemos parte do principal indicador da bolsa espanhola, o Ibex 35.

GC - Pretendem alargar o parque de lojas em Portugal? PBV - Continuamos a alargar a nossa rede de lojas em Portugal, tendo terminado 2011 com mais 14 lojas do que em 2010.

GC - Existe espaço para crescer ainda no retalho nacional em termos de aberturas de lojas ou estamos perante a saturação do mercado devido à concentração da oferta?PBV - Pensamos haver ainda espaço para algumas aberturas, apesar de acreditarmos que o mercado já se aproxima da saturação.

GC - O Minipreço é hoje uma insígnia mais próxima dos consumidores? Os “shoppers” nacionais revêm-se nas campanhas de comunicação da insígnia?PBV - O Minipreço sempre foi uma insígnia muito próxima dos consumidores, até mesmo pela sua dimensão, mais de 550 lojas em todo o país. A campanha “Superpoder de Compra”, mais do que pretender que os “shoppers” se revejam na insígnia, deseja transmitir uma nota de positivismo ao consumidor e mostrar que é possível ter poder de compra no Minipreço, mesmo em tempos de crise.

GC - Não temem que o facto de privilegiaram, sobretudo, o fator preço e a marca própria possa afastar os clientes das lojas Minipreço quando a retoma económica ocorrer? Esta é a identidade da insígnia e é para manter?PBV - Não. Não nos parece que esse facto possa, de forma alguma, ocorrer dado que o preço baixo, principalmente baseado numa óptima relação qualidade/preço da marca DIA, é sempre um factor preferencial por parte do consumidor. Além de estarmos próximos do consumidor oferecemos lojas cada vez mais modernas e um sortido adaptado às suas exigências. Uma boa escolha em tempos de crise mantém-se uma boa escolha em tempos de retoma económica.

GC - Que objetivos percorre a mais recente campanha lançada, “Superpoder de Compra”?PBV - Os objetivos são os de demonstrar os valores da marca: proximidade, qualidade, variedade e preços baixos, tudo num tom muito positivo e motivador.

GC - Portugal continua a ser um destino interessante para o investimento estrangeiro?PBV - Para o Grupo DIA continua a sê-lo claramente. Apesar da crise financeira que se iniciou em 2008, continuamos a investir no crescimento em Portugal.

“Oferecemos lojas cada vez mais modernas”

Page 14: Grande Consumo N.º 14-2012

TEMA DE CAPA

n.º14/2012 | JANEIRO/FEVEREIRO

14

Na sociedade da informação, a oferta de produtos e serviços “on-line” é uma realidade que muitos já não

dispensam no seu dia-a-dia. Dos mais céticos aos entusiastas, não há ninguém indiferente à revolução digital

com o “e-commerce” e o “m-commerce” a serem hoje parte integrante do nosso quotidiano. Será possível ao

retalho moderno continuar a competir sem estar presente também nestes canais de comercialização?

TEXTOAlexandre PauloFOTOSD.R.

O mundo à distância de um clique

Page 15: Grande Consumo N.º 14-2012

A resposta parece ser fácil de ser dada e o “sim” ganhará esta “batalha”, ainda que esta resposta possa estar dependente, em larga medida, e no caso do retalhistas instalados em Portugal, dos distintos objetivos e posicionamento de cada um deles. A presença multicanal é, sem dúvida, importante para uma maior proximidade com o consumidor – que privilegia, cada vez mais, o imediatismo e a disponibilidade -, mas existem vários casos de sucesso em Portugal e, sobretudo, no mundo, onde através de um único ponto de venda “online”, uma empresa cresce e desenvolve a sua atividade ultrapassando fronteiras e explorando novos segmentos de mercado. Esta é um ideia defendida por Nuno Matias, country manager da Amen Portugal, no seguimento do evento “Check In online”, que reuniu, e além da Amen, Google, MRW, EasyPay, Galileu e ACEPI que, nas diversas apresentações, procuraram traçar um olhar mais atento ao que é o “e-commerce” no espaço nacional.Recuperando alguns “hard facts”, verifica-se que Portugal encontra-se bastante abaixo da média europeia em termos de penetração de Internet, ao apresentar um rácio de 40% neste indicador, face aos 50% que descrevem a média europeia, assim como acumula a taxa de crescimento mais baixa (70% vs 275%), isto segundo dados finais de 2008. O que permite concluir que em termos de peso relativo não tem expressão (1,1%), logo o potencial de crescimento é exponencial. Esta realidade torna-se ainda mais acutilante quando se vislumbra os exemplos suíço (76%), britânico (70,9%) e espanhol (70,5%, + 430% de crescimento bem acima a média europeia ) que apresentam taxas de penetração da Internet verdadeiramente contrastantes com a realidade nacional.De acordo com dados apresentados por Jorge Landau, diretor executivo da ACEPI, e tomando os computadores, internet e banda larga, como bons indicadores da (r)evolução digital, Portugal apresenta níveis de crescimento modestos na adesão ao computador, um crescimento mais acelerado na adesão à internet e um crescimento bastante expressivo da banda larga sendo notável a taxa 40% (talvez pela dinamismo do setor das comunicações e da sua agressividade e concorrência).Entre os artigos mais encomendados pela Internet em Portugal surgem os Livros, Revistas, Jornais, Material de “e-learning” com um rácio de 33,7%, surgindo em segundo lugar neste ranking os têxteis, nomeadamente, Roupa e Artigos Desportivos (25,5%). A predominância dos artigos de base não-alimentar é evidente, com mais três categorias de produto a surgirem acima dos 20%

de rácio de encomendas pela Internet: Equipamento Eletrónico (23,3%), Bilhetes para espetáculos/eventos (21%) e Software Informático (inclui jogos de vídeo – 20,5%). Apesar desta leitura simplista dos dados, e da natural predominância dos bens-alimentares tendo em conta o canal de comercialização em causa, cabe dizer que os artigos de base alimentar, i d e n t i f i c a d o c o m o

Comida/Artigos de Mercearia, representam já 18% das encomendas feitas no canal “web”, o que se tivermos em conta o nível de penetração

dos computadores nos lares dos portugueses permite, nos lares que possuem este equipamento, identificar uma célere adesão a este canal de comercialização, hoje realidade em Auchan, Jerónimo Martins e Sonae, e de tendência crescente. Sobretudo, ao pensar no transporte de formatos de maior volume, de elevada conveniência junto da população sénior, ainda que historicamente arredada das TIC’s.Em termos de formato de modos de pagamento, e novamente segundo dados apresentado por Jorge Landau, da ACEPI, o cartão de crédito

TEMA D

E CAPA

n.º14/

2012 |

MARÇO

/ABRIL

15

Dados IDC – estimativas para 2015• 11,8% PIB PT• 1,7 M de compradores “online”• 1.541€ por pessoa/ano em ecommerce• 5,9M€ b2c em 2015•13,8M€ b2b em 2015

Dados ACEPI – barómetro trimestral (2.º trimestre 2011 em Portugal)• 66% das lojas online crescem, dos quais 28% crescem mais de 20%• 74% aumentam número clientes, dos quais 34% mais de 20%• 89% aumentou ou manteve investimento no site• 59% “o meu site vai acelerar ou manter o ritmo de crescimento de vendas”

Page 16: Grande Consumo N.º 14-2012

TEMA DE CA

PA

n.º14/2012

| MARÇO/A

BRIL

16

Cinco questões a: Nuno Matias, Country Manager da Amen em Portugal

Grande Consumo - O que é preciso para ter uma loja on-line?Nuno Matias - Em primeiro lugar ter um bom produto e um bom serviço. Para a construção de uma loja “online” é necessário um trabalho de preparação que passa pela organização dos conteúdos corporativos da empresa, das imagens, a definição da estrutura mercadológica, da tabela de produtos e complementaridade comercial entre a oferta e, finalmente, ter definido os meios de pagamento a usar e a contratação de um serviço de entregas para o caso de

produtos físicos.

GC - É pelos meios de pagamento que os portugueses não aderem ao “e-commerce”?NM - Os portugueses aderem ao “e-commerce”, mas verifica-se que cada mercado/país tem as suas especificidades e no caso nacional somos dos países que mais consulta “online” para adquirir “offline”. Um dos motivos que os clientes alegam ter receio de comprar “online” é, sem dúvida, a desconfiança no fornecimento dos dados de cartão de crédito “online”. No entanto, outra característica é a disponibilidade do comércio no nosso território, quer pela sua acessibilidade quer pela disponibilidade horária, no retalho físico.

GC - Quais são os níveis de adesão ao “e-commerce” em Portugal? Os portugueses continuam a preferir comprar em lojas físicas?NM - Segundo a UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP) em 2010, 16% das empresas portuguesas venderam “online” contra 12% da média da União Europeia, o volume total de negócios, 12% foi “e-commerce” e ainda 19% das empresas portuguesas compraram “online”. No evento que realizámos em parceria com a Google, MRW, EasyPay, Galileu e ACEPI, a Google mostrou que Portugal não é dos países onde mais se compra “online” mas é um dos que mais se pesquisa “online”

e depois se compra “offline” (72% face a 44% da vizinha Espanha ou 43% da França).

GC - O “e-commerce” e o “m-commerce” são o futuro? A necessidade crescente de mobilidade poderá potenciar o crescimento destes canais?NM - Acredito que o “m-commerce” será um dos meios com elevado crescimento nos próximos anos, quer no que diz respeito à transação quer enquanto instrumento de retenção e “upselling” para o retalho físico e “online”.

GC - Que vantagens traz ao “e-commerce” a recente liberalização dos domínios?NM - A liberalização dos domínios .pt vai permitir que debaixo da extensão principal nacional seja possível dar liberdade a toda a criatividade comercial necessária para operar num mercado desenvolvido. A partir de agora, não há motivos para as empresas e empreendedores não investirem no “e-commerce”, explorarem as variadíssimas extensões disponíveis (para mercados externos) ou apostarem num domínio nacional. A liberalização traz um grande incentivo para o desenvolvimento da atividade da Internet em Portugal e de lojas online. Será possível registar um nome, marca ou empresa com o domínio .pt sem burocracias, sem dificuldades, sem regras e sem perder muito tempo.

continua a ser o meio preferido por mais de 51,5% dos cibernautas, com o pagamento

contra entrega a ser a segunda solução de pagamento mais solicitada (36,7%). O que demonstra alguma

reserva dos consumidores portugueses relativamente à compra “on-line”, com Portugal a registar uma taxa de 28% no indicador pesquisa/compra “on-line”, sinal de alguma reserva ou mesmo desconfiança face à fiabilidade destes mecanismos de compra. Leitura que sai reforçada se pensarmos que os pagamentos por Multibanco representam quase 31% das compras efetuadas em comércio electrónico, isto segundo dados de 2008, e que o indicador de pesquisa “on-line”/compra “off-line” é de 72% no

caso português, segundo dados do Consumer Commerce Barometer apresentados pela Google.O que inequivocamente demonstra, e independentemente do rácio final da compra efetuada, que a revolução digital é uma realidade, em todos os aspetos do nosso

quotidiano, representando a navegação “web” já 25% do tempo gasto pelos portugueses que, assim, se encontram, cada vez mais, “on-line”. Onde uma miríade de serviços, à escala mundial, está ao alcance de um clique e, sobretudo, onde qualquer negócio, por muito específico que seja, grande ou pequeno, pode ter em poucos minutos, com as ferramentas tecnológicas atualmente existentes, uma plataforma “on-line”, intuitiva na maior parte dos casos que lhe permite configurar todas definições da loja, efetuar “upload” de produtos e sem competências de “webdesign” definir e personalizar o aspeto da loja à imagem da área de negócio em questão. Registos de domínios, alojamento, contas de email e gestor de “newsletter” estão também, geralmente, incluídas, pelo que é começar a dar azo à imaginação e esperar que os clientes venham visitar a loja. Em tempos de contra-ciclo, em que o empreendedorismo e as novas ideias são valores fomentados pela sociedade, o “on-line” é, provavelmente, o canal mais democrático de comércio, onde cada indivíduo pode ter o seu próprio negócio, seja ele vender produtos, ou serviços.

Page 17: Grande Consumo N.º 14-2012

à prova

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Os Prémios da Produção Nacional

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GRANDE CONSUMO À PROVA não se trata de uma competição,certificação ou atribuição de selo. GRANDE CONSUMO À PROVA é um sistema de avaliação do nível de aceitabilidade absoluta dos alimentos pelos seus atributos individuais, com o objetivo de informar produtores e distribuidores dos aspetos qualitativos dos seus produtos.

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Page 18: Grande Consumo N.º 14-2012

“Tecnologia criar diferenciação, inovação valor”

TEXTOAlexandre PauloFOTOSD. R.

ENTREV

ISTA

n.º14/

2012 |

MARÇO

/ABRIL

18

Miguel Major, country manager da

Itautec Portugal, faz o balanço da

atividade da operação da empresa

brasileira no país. Os resultados, a

posição de Portugal como ponto de

contato com a região EMEA, o retalho

nacional e o aparelho tecnológico, a

mobilidade e a presença foram temas

visados nesta curta entrevista.

para

e

Page 19: Grande Consumo N.º 14-2012

Grande Consumo - A Itautec apresentou recentemente os seus resultados, com a operação nacional em evidência. A que se deve os resultados apurados?Miguel Major - Os resultados que a Itautec Portugal

obteve em 2011 são fruto da aposta constante que temos vindo a fazer para sermos cada vez mais especialistas no negócio dos nossos clientes, assim como especialistas no ponto de venda. Ao mesmo tempo, estes resultados espelham a relevância e confiança dos nossos clientes nas nossas soluções. Podemos ainda acrescentar que o facto de Portugal ser a plataforma de expansão da Itautec para a Região EMEA faz com que a subsidiária assuma uma posição primordial na sustentabilidade dos resultados e que contribua em larga escala para o sucesso da mesma.

GC - Porque a aposta de Portugal como plataforma de apoio para a região EMEA? Qual a importância dos PALOP para a faturação da Itautec?MM - Portugal tornou-se na plataforma estratégica de expansão para a Região EMEA uma vez que essa decisão iria traduzir-se numa vantagem competitiva para os nossos clientes, pois ao ter o nosso país enquanto “hub” da empresa para esta região permite--nos, por exemplo, acompanhar os clientes no seu processo de internacionalização. Temos capacidade e “know-how” para lhes facultar soluções inovadoras, independentemente do país em que a sua operação estiver a funcionar. Além disso, a Itautec tem também em Portugal o seu laboratório de desenvolvimento no setor retalhista, o que nos dá uma maior capacidade e agilidade em apresentarmos soluções inovadoras e orientadas para a referido área de atividade.No que respeita à importância dos PALOP para a nossa faturação, anunciámos, recentemente, que o volume de faturação da subsidiária no exterior rondou os 50%, o que reflete um especial enfoque para esta região. Recordo ainda que em Angola e Moçambique, a Itautec ocupa já uma posição de relevo, nomeadamente na área de automação bancária.

GC - Que planos tem a Itautec para a sua operação nacional? Como se dinamiza esta área de negócio quando não se regista a entrada de novos “players” no mercado e a abertura de novas lojas tem abrandado de forma considerável?MM - Pretendemos reforçar o nosso posicionamento em Portugal, com o objetivo de alargarmos a nossa base de clientes a nível nacional, mantendo um elevado nível de serviço nos atuais clientes. E ambicionamos, acima de tudo, ser um parceiro estratégico de soluções para o ponto de venda, encontrando, perante as necessidades específicas de cada cliente, uma solução personalizada e adaptada à sua realidade. Mais do que especialista tecnológico, temos como objetivo ser especialistas no negócio dos nossos clientes, instrumentalizando o domínio da tecnologia para criar diferenciação, inovação e criação de valor. E pretendemos dinamizar esta área de negócio através de uma atuação contínua junto dos nossos atuais e potenciais clientes bem como também através de “players” do setor em Espanha. A nossa aposta passa por auxiliar os nossos clientes a reinventarem o m2 dos seus espaços comerciais, recorrendo à tecnologia. Defendemos que não necessitam de grandes investimentos em novas infraestruturas para se manterem atuais e aumentarem o seu negócio. Acreditamos, sim, que importante é reinventar o espaço das suas lojas, para estarem, cada vez mais, na vanguarda da inovação e apresentarem soluções de ponto de venda inovadoras para o seu negócio.

GC - O que é a Itautec tem vindo a oferecer ao Mercado? Em que se diferencia face aos concorrentes?MM - Um dos principais objectivos da Itautec no mercado português é tornar-se especialista no negócio dos seus clientes, apresentando-lhes soluções tecnológicas que se constituam

como reais mais-valias para o seu negócio. A área de automação comercial para o retalho alimentar e não-alimentar tem um grande peso nos nossos clientes em Portugal. Os serviços que prestamos bem como as nossas soluções, como é o caso do “software” de gestão de loja, são desenvolvidas e dirigidas para o retalho, sendo customizadas à medida de cada cliente. Com a atual conjuntura económico-financeira, sentimos que, cada vez mais, os clientes procuram soluções que lhes permitam melhorar e reinventar aquilo que já têm sem os custos de aquisição de novas infraestruturas. Por exemplo, as nossas máquinas de “self check-out” permitem que no espaço onde anteriormente apenas cabia uma operadora de caixa, agora existam dois espaços para as pessoas fazerem o pagamento das suas compras. Quanto à principal diferença face à concorrência, acreditamos que se prende, sobretudo, com o facto de na Itautec trabalharmos diariamente no sentido de compreender ao máximo as reais necessidades de cada cliente e criar uma solução personalizada que esteja de acordo com as suas necessidades específicas.

GC - O que é a tecnologia poderá trazer em termos de experiência de compra proporcionada ao “shopper”?MM - São muitas as vantagens comerciais que entendemos existirem, fruto desta modernização tecnológica. O retalho electrónico, a melhoria na gestão da cadeia de abastecimento e os cartões de fidelização, na medida que permitem obter dados mais relevantes sobre os clientes, são algumas das referidas vantagens que, naturalmente, têm como objetivo traduzir-se numa melhoria do serviço prestado e, consequentemente, num aumento do volume de vendas realizado. Acreditamos que as tendências dos consumidores vão continuar a focar-se em conveniência, capacidade de escolha e valor pelo que é importante observar e agir sobre estas necessidades com tecnologia facilitadora.

GC - O “m-commerce” é uma opção válida de consumo, tendo em conta a necessidade quotidiana crescente de mobilidade? O que é a Itautec pode oferecer ao Mercado nestas duas perspetivas futuras, de “e-commerce” e “m-commerce”?MM - A tecnologia tem vindo a contribuir de forma relevante para a aquisição de produtos e serviços. Um elemento importante e, sem dúvida, uma opção válida de consumo é o “m-commerce”. Os “smartphones” são, cada vez mais, realidade do quotidiano de todas as pessoas e a mobilidade proporcionada por estes dispositivos vai permitir um crescimento do “m-commerce”, que se tornará cada vez mais numa realidade e não apenas em tendência.Algumas áreas de oferta que destacamos são a possibilidade de pesquisa de preços, de criar listas de produtos ou serviços, verificar condições de pagamento e de entrega, realizar pedidos e armazenar informações. Não obstante a evolução e utilidade registada até ao momento, certamente ainda há muito a explorar do imenso potencial do e-commerce e do “m-commerce”.

GC - Portugal, e os seus operadores retalhistas, estão preparados tecnologicamente para os embates do futuro?MM - Penso que é muito importante referir que a evolução tecnológica é essencial para que as empresas se consigam distinguir da concorrência e destacar-se num mercado que é cada vez mais competitivo. Nesse âmbito, sentimos que o retalho em Portugal é claramente um ambiente de alta tecnologia, estando ao nível do melhor que se faz em todo o mundo. Esta recetividade do país à inovação tecnológica deve-se, também, devido às inúmeras vantagens comerciais que advêm desta modernização no setor. Acreditamos, por isso, que a adoção do self-service, por exemplo, é e continuará a ser uma aposta vencedora que responde às necessidades de ambas as partes. A tecnologia disponibiliza também as ferramentas necessárias para automatizar os processos comerciais, analisar o desempenho e gerir as relações com clientes e fornecedores.

ENTREV

ISTA

n.º13/

2012 |

JANEI

RO/FEV

EREIRO

19

Page 20: Grande Consumo N.º 14-2012

França: mercado da saudade e oportunidades

ANÁLIS

E

n.º14/

2012 |

MARÇO

/ABRIL

20

TEXTOAlexandra CostaFOTOSD. R.

Num contexto económico em que as exportações

crescem a olhos vistos há que saber que

comercializar e onde vender. França

apresenta-se como um

destino privilegiado

para a produção

nacional, ao ser

o terceiro maior

cliente de Portugal

no mercado comunitário. E,

se até aqui se vendia, sobretudo,

bens mecanizados, agora há

que diversificar e aproveitar as

oportunidades. Agarrar (ainda mais)

o mercado da saudade e investir em

produtos diferenciados, de qualidade,

que confiram “status” e apelem à compra.

Aproveitar a mudança no comportamento

dos consumidores – menos frescos

e mais produtos transformados - e

chegar primeiro.

Page 21: Grande Consumo N.º 14-2012

Nunca como agora o crescimento das exportações portuguesas foi tão importante. Dada a crise económica que assola Portugal é essencial que as empresas consigam ampliar o seu negócio, garantindo a sua sobrevivência e trazendo divisas para a balança

comercial portuguesa. Os resultados dos últimos meses têm sido positivos. Entre janeiro e novembro de 2011 as exportações de bens totalizaram 39 mil milhões/€, o que representou um crescimento nominal em valor de 16,1% face ao mesmo período de 2010. A categoria de Máquinas e Aparelhos continua a ser a principal fonte de exportação com uma quota de 14,5%. Os produtos Agrícolas e Alimentares encontram-se no fundo da lista, com apenas 5,1%. No entanto, segundo dados GEE, com base nos dados das estatísticas do Comércio Internacional do INE (Instituto Nacional de Estatística) em janeiro deste ano, o setor agroalimentar foi o quarto com maior taxa de crescimento (face a período homólogo de 2011) – com 12,6% - sendo apenas suplantado pelos produtos energéticos (72,3%), minérios e metais (26,8%) e material de transporte (15,8%). Tradicionalmente uma peça importante nas exportações nacionais, o setor contribuiu com um reforço de 43,5 milhões/€ quando comparado com o mesmo mês do ano passado. As Indústrias Alimentares e Bebidas continuam a ser a categoria com mais peso nas exportações do setor – 192 milhões/€, o que representa um aumento de 6,6% - seguida de Animais Vivos e Produtos do Reino Animal, com 101 milhões/€. Dado que lhe permitiu registar a maior taxa de crescimento de valores: 1,7%. Em termos de mercados, dentro do espaço comunitário a França é o terceiro maior cliente de Portugal, comprando 12,1% das nossas exportações intracomunitárias, só sendo suplantada pela Espanha e pela Alemanha. Em janeiro deste ano, e segundo dados do INE, a venda de mercadorias para a França (+1,7 pontos percentuais –

subindo para 12,7%) e para a Alemanha (+1,4 pontos percentuais) foram as que mais contribuíram para o crescimento das exportações que, dentro da União Europeia, registaram um aumento de 5,9%. No entanto, as relações comerciais estabelecidas entre os dois países representam pouco para a balança comercial francesa. Portugal não se encontra no Top 10 das suas importações: é o 21º cliente e 20º fornecedor.

A análise dos produtos transacionados permite verificar que Portugal exporta, para o mercado francês, maioritariamente bens mecanizados. O primeiro produto do setor agroalimentar exportado é, curiosamente, vinhos e uvas frescas. Em oposição, França vende veículos e outro material de transporte, máquinas e aparelhos, produtos químicos e

bens agrícolas e alimentares. Não é por acaso que é o principal setor industrial francês, com um volume de negócios de cerca de 143 mil milhões/€ e o segundo em termos de empregabilidade, dando trabalho a 477 mil funcionários. Embora a maioria dos produtos seja consumido no mercado interno, a produção é de tal forma elevada que lhe permite ter o título de “principal exportador mundial de produtos alimentares transformados”. Significa isto que não há potencial de negócio, neste setor, para os produtos portugueses? Antes pelo contrário. Expressa simplesmente que as empresas nacional têm de investir na qualidade e diferenciação. E perceber muito bem como funciona o mercado, de forma a oferecer um produto que se adeque às necessidades.O mercado francês tem uma constituição diferente do português. Se em Portugal imperam os hipermercados, em França a repartição das lojas não é tão linear, com o mercado a ser dominado pelos supermercados e pelos formatos “hard discount”. Ou seja, a estratégia definida terá de ser completamente diferente da adotada para Portugal. O setor agroalimentar francês é operado por cinco centrais, três grupos e dois modelos de retalho (cooperativo e integrado). O custo de entrada é elevado e as margens reduzidas. Por isso, todas as ações têm de ser bem pensadas.Os dados não parecem animadores. É certo. No entanto, as mudanças no comportamento dos consumidores conferem esperança e oportunidades de negócio. Nos últimos tempos tem-se verificado uma tendência pela procura de lojas de proximidade. Por outro lado, os constrangimentos económicos têm levado os consumidores a alterar os seus hábitos de consumo. As saídas à noite têm diminuído e as pessoas fazem mais refeições em casa. Para compensar isto registou-se um aumento nas vendas das refeições prontas ou semi-prontas e nos produtos exóticos. Esta alteração está a levar à diminuição do consumo de produtos frescos, área onde a França sempre foi forte. Por outro lado, convém não esquecer que cerca de 10% da população francesa é constituída por estrangeiros. Uma excelente oportunidade para quem souber agarrar o chamado “mercado da saudade”. Negócio que, curiosamente, tem sido aproveitado, mas não por empresas

ANÁLIS

E

n.º14/

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MARÇO

/ABRIL

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CarrefourE.LeclercIntermarchéUAuchanCasinoLidlSimply Mkt + AtacLeader PriceCoraAldiMonoprixDia + EdFranprixNettoS. Match

Retalho França - Quota Mercado19,90%18,10%12,60%

9,30%9,20%5,30%4,50%2,50%2,40%2,30%2,30%2,20%1,90%1,60%0,80%0,60%

E.LECLERC

CARREFOUR

INTERMARCHÉ

SUPER U

AUCHAN

GÉANT

HYPER CHAMPION

CORA GROUPE

CHAMPION

HYPER U

TOTAL

Número de hipermercados/insígniaINSÍGNIA GRUPO LOJAS %

E.LECLERC

GROUPE CARREFOUR

LES MOUSQUETAIRES

SYSTÈME U

AUCHAN

GROUPE CASINO

GROUPE CARREFOUR

LOUIS DELHAIZE

GROUPE CARREFOUR

SYSTÉME U

44722119313512211258595445

144

30,9615,313,379,358,457,764,023,953,743,12

100% TOTAL

INSÍGNIA GRUPO LOJAS %

145490751944837233329126415060

4798

27,5119,6611,259,718,067,226,315,723,251,3

100%

INTERMARCHÉ

CHAMPION

SUPER U

SHOPI

ATAC

CASINO

FRANPUIX

ÉCOMARCHÉ

MARCH

E.LECLERC

Número de supermercados/insígnia

LES MOUSQUETAIRES

GROUPE CARREFOUR

SYSTÈME U

GROUPE CARREFOUR

AUCHAN

GROUPE CASINO

GROUPE CASINO

LES MOUSQUETAIRES

LOUIS DELHAIZE

E.LECLERC

Page 22: Grande Consumo N.º 14-2012

ANÁLIS

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22

do setor agroalimentar. Pelo menos até agora. Nos últimos tempos surgiram

notícias de investimentos de internacionalização, de empresas nacionais, exatamente nessa área. É o caso dos vinhos

e do azeite, que estão em crescendo. A Sovena, por exemplo, que exporta 75% da sua produção para 70 países. Ou da Nestlé que, no ano passado, exportou 80 milhões/€.A Lusomorango é um bom exemplo de uma empresa que apostou claramente na diferenciação, através da produção de framboesas, morangos e amoras. Criada em 2005, a empresa faturou, em 2011, 22 milhões/€, com previsão de atingir entre 32 e 36 milhões/€ em 2013, segundo entrevista recente de Bernardo Peters, diretor comercial, ao Diário Económico. Boa notícia é o facto de também as empresas internacionais, com presença em Portugal, estarem a investir na internacionalização dos produtos nacionais. O E.Leclerc Portugal, por exemplo, anunciou que, pela primeira vez, irá promover a comercialização de nove produtos portugueses (bolacha maria Vieira de Castro, atum Bom Petisco, azeite Gallo, vinho do Porto Velhotes Tawny/ White, cerveja Super Bock, salpicão Porminho, queijo Limiano e bacalhau especial) nas suas 560 lojas em França. Segundo a empresa já seguiram 15 camiões com produtos no valor de 800 mil/euros. Por enquanto, trata-se apenas de um projecto pontual. No entanto, como refere Bruno Didier, presidente executivo do E. Leclerc Portugal desde 2009, o objetivo é que esta iniciativa adquira um caráter permanente. Mesmo porque “França tem um mercado populacional de cerca de 63 milhões em que não é fácil encontrar produtos portugueses”.

Apoios à internacionalizaçãoHoje em dia rara é a empresa que, por si só, tem o capital necessário para, sozinha, iniciar uma estratégia de internacionalização. Em alternativa poderá concorrer a apoios existentes, nomeadamente ao SIFIDE e ao QREN. Segundo Nuno Nazaré, Consulting Director da Alma Consulting Group, “o SIFIDE permite às empresas, após terem desenvolvido um projeto de Investigação & Desenvolvimento (I&D), recuperarem até 82,5% do investimento feito, através de uma dedução direta à coleta de IRC. Já o QREN permite às empresas acederem a financiamentos para projetos que pretendam desenvolver, sejam projetos de Inovação ou I&D, que contribuam para o desenvolvimento dos produtos, ou projetos de qualificação e internacionalização, que incidam diretamente na intensificação da presença internacional da empresa”.Há, no entanto, que cumprir determinados requisitos. E estar bem preparado. Porque antes de mais “uma estratégia de exportação deve apoiar-se, para ser eficaz, numa estratégia de desenvolvimento da competitividade dos produtos, para que possam fazer frente à intensa concorrência internacional”. Como explica o executivo da

Alma Consulting Group, no caso do SIFIDE, têm de haver projetos já desenvolvidos no âmbito da Investigação & Desenvolvimento, e a candidatura terá de ser apresentada até julho de 2012 para todos os projetos desenvolvidos em anos anteriores a 2012, de acordo com o definido no Orçamento de Estado para 2012. Já em relação ao QREN, os requisitos a respeitar são determinados pelo Aviso de Abertura de cada concurso. “Os avisos que estão atualmente abertos no âmbito dos instrumentos SI Inovação e SI Qualificação, por exemplo, apresentam às empresas como requisito uma forte orientação para a exportação, valorizando também os novos exportadores, tendo as exportações de superar um nível mínimo predefinido no final do projeto. Neste caso há um estímulo claro à exportação”, acrescenta.Acontece que a percentagem de empresas que beneficia deste tipo de apoios ainda é reduzida. Em 2008 apenas 35% das empresas nacionais com atividades de I&D pediram apoios do SIFIDE. Em relação ao QREN “estamos a falar de cerca de 2.000 candidaturas ao SI Qualificação, SI Inovação e SI I&DT, o que representa uma média anual de menos de 400 candidaturas o que, tendo em conta a maior abrangência do QREN, indicia uma utilização ainda aquém do desejado”, explicou Nuno Nazaré à Grande Consumo.No setor agroalimentar a situação não é muito diferente. Tendo em conta que “representa 9% do incentivo aprovado no âmbito do SI Qualificação e 8% do SI Inovação e I&DT, constata-se que o setor adere de forma adequada a este programa”. Valores que fazem com que Nuno Nazaré afirme que “as empresas do setor estão, portanto, a ter acesso aos financiamentos necessários para desenvolverem os seus projetos”. Já ao nível dos apoios, curiosamente o setor “foge” à média. Se a adesão ao SIFIDE é feita de forma consistente, no QREN “a representatividade do setor em termos de candidaturas é entre 5 e 7,5 vezes superior ao peso das empresas do setor face ao número total de empresas nacionais”.Resumido e concluindo, a mudança comportamental dos consumidores vai levar a alterações na produção e comércio agroalimentar. Quem souber se adaptar mais rapidamente a estas alterações sairá vencedor. Os consumidores querem produtos diferenciados, de alta qualidade, que lhes confira o status que não obtém ao ir ao “restaurante da moda”. O facto de se efetuarem cada vez mais refeições em casa não significa um aumento dos produtos frescos. Pelo contrário. O tempo disponível para a confeção das refeições é cada vez menor e os consumidores viram-se para os produtos transformados. Para compensar estão abertos a novas experiências.Algo também a ter em conta é o crescente mercado sénior. Trata-se de uma população que continua a crescer e que, apesar da crise económica, têm necessidades diferenciadas. Sem esquecer que uma boa franja da população que se encontra nesta faixa etária, dispõe de rendimentos. Que prefere “gastar” na alimentação. Mais do que a população mais jovem.

CarrefourE.LeclercIntermarchéUAuchanCasinoLidlSimply Mkt + AtacLeader PriceCoraAldiMonoprixDia + EdFranprixNettoS. Match

Retalho França - Quota Mercado19,90%18,10%12,60%

9,30%9,20%5,30%4,50%2,50%2,40%2,30%2,30%2,20%1,90%1,60%0,80%0,60%

E.LECLERC

CARREFOUR

INTERMARCHÉ

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AUCHAN

GÉANT

HYPER CHAMPION

CORA GROUPE

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TOTAL

Número de hipermercados/insígniaINSÍGNIA GRUPO LOJAS %

E.LECLERC

GROUPE CARREFOUR

LES MOUSQUETAIRES

SYSTÈME U

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GROUPE CARREFOUR

LOUIS DELHAIZE

GROUPE CARREFOUR

SYSTÉME U

44722119313512211258595445

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30,9615,313,379,358,457,764,023,953,743,12

100% TOTAL

INSÍGNIA GRUPO LOJAS %

145490751944837233329126415060

4798

27,5119,6611,259,718,067,226,315,723,251,3

100%

INTERMARCHÉ

CHAMPION

SUPER U

SHOPI

ATAC

CASINO

FRANPUIX

ÉCOMARCHÉ

MARCH

E.LECLERC

Número de supermercados/insígnia

LES MOUSQUETAIRES

GROUPE CARREFOUR

SYSTÈME U

GROUPE CARREFOUR

AUCHAN

GROUPE CASINO

GROUPE CASINO

LES MOUSQUETAIRES

LOUIS DELHAIZE

E.LECLERC

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RETALH

O

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24Apesar dos acertos temporais, a IKEA continua fiel ao seu ambicioso plano de

expansão e investimento, com a loja de Loulé a abrir portas em 2014, a quarta das

sete que a insígnia tem previsto para Portugal. Atenta às necessidades dos consumidores e do

mercado, Kristina Johansson, “retail manager para Portugal, assume a ambição do grupo sueco em ser ainda

mais relevante na vida dos portugueses.

TEXTOBruno FariasFOTOSSara Matos

“Queremos ser ainda mais relevantes para os portugueses”

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TEMA D

E CAPA

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Grande Consumo – Que balanço pode fazer do tempo que leva na liderança da IKEA em Portugal? Que tipo de diferenças observa no mercado português quando comparado com outros mercados onde esteve anteriormente?

Kristina Johansson – A minha principal responsabilidade enquanto retail manager da IKEA em Portugal é, antes de mais, assegurar que somos fiéis à nossa visão de contribuir para uma vida melhor das pessoas, assim como assegurar que temos uma operação eficiente que apresenta resultados, sem deixarmos de ser uma empresa “cost conscious”. O que nos confere a possibilidade de baixar os preços e torná-los ainda mais acessíveis a todos os que nos visitam. Paralelamente a isso, procuramos sempre potenciar o desenvolvimento de todos os recursos humanos IKEA, os nossos colaboradores são o nosso principal ativo. E quando refiro desenvolvimento este engloba o nível pessoal e profissional, em termos de competência, sem esquecer a motivação, de modo a que os nossos colaboradores possam sentir diariamente que são parte importante do que fazemos, pois ao fazê-lo sabemos que iremos ter bons resultados ao nível do seu envolvimento. Creio que esta é a nossa principal responsabilidade.

GC – Quais são os motivos que fazem com que a IKEA seja um conceito tão bem sucedido no país, com um número tão reduzido de lojas?KJ - IKEA é um conceito que faz sentido no mercado português. Se tiver em linha de conta a presente conjuntura económica, e a nossa visão de negócio, facilmente se percebe que isso é exatamente o que fazemos em Portugal. Procuramos “democratizar” o consumo na nossa área de negócio, razão pela qual penso que este conceito faz mais sentido do que nunca. A IKEA é uma empresa orientada para a criação de valor e tem um gigantesco interesse pela vida das pessoas em casa, pela qualidade de vida no seu espaço habitacional. Procuramos ser revelantes para as pessoas! Sabemos que, mais do que nunca, há limites aos orçamentos, que as pessoas têm carteiras cada vez mais pequenas, mas, provavelmente, nunca os sonhos foram tão grandes! Razão pela qual a IKEA pode fazer a diferença, ao disponibilizar artigos para todos os tipos de sonhos e que fazem diferença na vida quotidiana.

GC – Portugal é ainda um mercado interessante para o investimento estrangeiro?KJ – Temos um plano de investimento que prevê a abertura de sete lojas e, como sabe, a loja de Loulé encontra-se em desenvolvimento, com abertura prevista para 2014. Paralelamente à loja haverá um “retail park” e um centro comercial. A única alteração registada face ao plano original é referente à loja de Gaia, o que não quer dizer que não tenhamos um plano para aberturas na região centro de Portugal.Após a loja do Algarve seguir-se-á a abertura de três lojas mais, pelo que a única alteração que se pode apontar é em relação ao tempo perspetivado para as aberturas. Ou seja, o plano inicial seria ter as sete lojas previstas em funcionamento até 2015/2016, o que não acontecerá. Claro está, que também somos afetados pela conjuntura económica que não nos permite ir tão depressa conforme gostaríamos. É uma questão de tempo, não de visão estratégica.

GC – Porque a escolha de Loulé para acolher a quarta loja em Portugal? Estar presente também no sul do país é estratégico para esse mesmo plano de investimento?KJ – Quando escolhemos as localizações das nossas lojas, pensamos sempre de acordo com a nossa visão estratégica: tornar a IKEA acessível ao máximo de pessoas possível. Assim, planeamos implementar as nossas lojas em lugares-chave, que nos permita chegar ao máximo de pessoas possível.

GC – O conceito que será instalado na loja de Loulé é o melhor conceito IKEA para o mercado português? KJ – Sim, acredito que sim. E o facto de incluir um “retail park” e um centro comercial, tem como objetivo oferecer ainda mais conveniência aos portugueses, logo mais oportunidades a quem

“Queremos ser ainda mais relevantes para os portugueses”

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nos visita. Paralelamente a isto, queremos implementar

um novo conceito de loja que pretende ser ainda mais acessível ao

consumidor.

GC – Que penso ter como objetivo ser um importante ponto de contato, não só para os consumidores nacionais como para todos os estrangeiros que visitam Portugal?KJ – Sem dúvida! Isso é algo que se verifica normalmente quando elegemos a localização de uma loja, no sentido de reunir alguma concorrência em redor, algo que apoiamos e apreciamos, e, claro está, sem nunca esquecer as possibilidades de escolha do consumidor.

GC – É uma possibilidade real aumentar o volume de compras feito aos fornecedores nacionais? IKEA é uma boa montra para os fornecedores portugueses, tendo em conta a possibilidade de exportação à escala mundial?KJ – Como sabe somos detentores de uma cadeia completa de abastecimento e, claro está, temos pessoas dedicadas à procura de fornecedores adequados às nossas necessidades específicas, entre os quais vários em Portugal, que exportam por intermédio da IKEA milhões de euros todos os anos. A IKEA preocupa-se com os seus fornecedores e com o mercado local e temos a responsabilidade de ajudar a colocar os produtos dos fornecedores selecionados no mercado. Pensar e comprar local é uma preocupação partilhada presentemente no retalho mundial e na IKEA não somos exceção.

GC – Como é possível reduzir os preços médios ano após ano? Irão registar-se novas reduções dos preços, apesar do clima económico?KJ – Essa realidade é decorrente do modo como a IKEA opera e é esse mesmo “modus operandi” que nos permite baixar preços todos os anos. É uma preocupação que tem origem logo no início do processo. Muitas vezes os nossos “product developers” vão às fábricas para, em conjunto com os fornecedores, procurarem encontrar a melhor forma de produzir de um modo eficiente, garantindo o menor desperdício possível, até à localização do produto nas lojas, ao contato próximo com os consumidores, que, por sua vez, assume a responsabilidade de escolher os artigos, levá-los para sua casa e, finalmente, montá-los. Em conjunto, fazemos acontecer! E somos, efetivamente, uma empresa muito “cost conscious”. Se verificar o modo como atuamos nas nossas lojas e como procuramos envolver os nossos colaboradores para que tenham uma perspetiva “cost conscious” é fácil de perceber que não é somente uma unidade, ou um aspeto, mas todo o processo subjacente que permite que possamos reduzir preços ano após ano. São os nossos genes, são os nossos valores e essa é a base que conduz a uma redução continua dos preços.

GC – Que importância têm as vendas on-line para a IKEA? Trata-se de um importante complemento à atividade das lojas físicas, sobretudo ao ter-se em conta a natureza dos bens?KJ – Procuramos, de forma sistemática, tornar a IKEA ainda mais acessível aos consumidores

e o “e-commerce” é uma dessas mesmas variáveis. Pretendemos, ao longo deste ano, apresentar novidades em termos de “on-line” para o mercado português, à semelhança, aliás, do que acontece noutros países. Se olhar para a evolução demográfica de Portugal, e ao pensar na tendência latente para comprar mais perto de casa, com um foco muito específico, este é um aspeto incontornável, pelo que procuramos ser cada vez mais acessíveis. Em todos os aspetos. GC – O primeiro trimestre de 2012 foi em linha com o expectado? Como antevê o ano de 2012 para o retalho em Portugal?KJ – Até este momento tínhamos previsto um cenário mais desafiante do que o vivido até à data, pelo que estamos bastante satisfeitos com o desempenho registado e pensamos, inclusive, que esta tendência se irá continuar a verificar ao longo do ano. Como sabe, não comentamos resultados, mas posso adiantar que tínhamos previsto um cenário mais difícil, razão pela qual estamos muito satisfeitos com o nosso desempenho.

GC – O que pode a IKEA oferecer, no futuro próximo, aos consumidores portugueses?KJ – Diria que é conseguir ser ainda mais relevante para as pessoas e, consequentemente, para o seu rendimento disponível. E não falamos somente de dinheiro, mas sobre quem são os nossos clientes e aquilo que é importante para eles. A crise é real, muito presente na vida quotidiana, influi de forma concreta no comportamento dos consumidores, pelo que a vida fora de casa conhece novos contornos e a família e os amigos ganham, quem sabe, ainda maior importância. Logo, o nosso dever é proporcionar aos nossos clientes ainda melhores momentos no seu lar, observando e respondendo às suas necessidades.

TEMA DE CAPA

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MERCAD

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Com vendas combinadas em 110 milhões/€, as categorias de Desodorizantes Pessoais e Gel de Banho

apresentam-se estagnadas, não obstante a redução do poder de compra dos portugueses. Representativo da

força das marcas de fabricante nas categorias não-alimentares, sobretudo no que à higiene pessoal concerne e

apesar da clivagem de preços entre as marcas de fabricante e MDD+PP existentes nestas duas categorias.

TEXTODuarte CunhaFOTOSSara Matos

Há determinadas categorias de produto onde os consumidores portugueses são assumidamente marquistas e entre elas encontram-se as categorias não-alimentares, mais concretamente, as categorias de cuidado pessoal. Nesta abordagem a duas delas,

Desodorizantes e Gel de banho, verifica-se que esta máxima deste universo continua ainda hoje a ter a devida representatividade, não obstante a transversalidade de variáveis de mercado como as marcas próprias, o fator preço ou a redução do poder de compra. O certo é que, não obstante estes argumentos, e a crescente evolução das MDD+PP (+19% em valor nos Desodorizantes Pessoais; + 3% em Gel de Banho), a presença das marcas de indústria nos hábitos de consumo dos portugueses, neste tipo de artigos, continua a ser incontornável, variando a sua preponderância mediante a natureza do artigo. Ou seja, se no Gel de Banho, uma categoria tinha como indiferenciada por muitos consumidores, as marcas de fabricante são responsáveis por 75% das vendas em valor, já nos Desodorizantes Pessoais, e devido à natureza do próprio produto, a escolha recai irremediavelmente nas marcas de fabricantes, que representam 93% das vendas em valor.Até porque se tratam de duas categorias de rotatividade considerável em prateleira, não sendo necessariamente artigos de compra

quotidiana, mas que acabam por apresentar taxas de penetração que variam entre os 66% (Deos) e os 72% (Gel Banho), com os gastos médios por visita a serem, também eles, muito próximos: 3,16€ (Deos); 3,55€ (Gel Banho).Outro aspeto interesse decorrente da análise destes dois universos prende-se com a fidelização dos portugueses aos formatos e marcas preferidas, registando-se um elevado grau de repetição de compra, apesar da introdução de fórmulas melhoradas, ou novas propostas, apresentando este mercado uma dinâmica interessante de novos lançamentos. Assim se percebe que os formatos tradicionais sejam os mais expressivos em termos de quota de mercado, isto em ambas as categorias, com o “roll-on” a representar 57% das vendas de desodorizantes pessoais, à imagem da referência identificada pela AC Nielsen como “clássico” que representa uns impressionantes 87% das vendas de Gel de Banho, deixando apenas um espaço marginal para as referências Cereais (4%) e Dermo (9%), o que também se explica em função do PVP médio praticado e da indiferenciação que muitos consumidores atribuem à categoria, não contribuindo para a sua valorização em valor. E no presente contexto nada indica que esta percepção de reduzido, ou relativo, valor acrescentado possa mudar, não obstante o esforço de inovação evidenciado pela indústria.

Desodorizantes e gel de banho estagnados

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Período: Ano Móvel sem 08/2012

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As 250 maiores empresas de produtos de consumo cresceram 8,4% no exercício, um aumento de cerca de 10% face

à quebra de 1,2% no ano anterior, destaca o relatório ‘Global Powers of the consumer products industry 2012’,

divulgado pela Deloitte Touche Tohmatsu Limited. Alimentos e bebidas aumentam margens em 2010.

Bens de consumo recuperam 2010

TEXTOAlexandre PauloFOTOSD. R.

De acordo com o relatório da consultora, o top das 250 empresas da indústria de bens de consumo à escala mundial gerou vendas conjuntas de mais de 2,82 mil biliões de dólares em 2010. Um aumento de 8,4% face a 2009 ano em que as vendas combinadas

totalizaram 2,57 mil biliões de dólares. Por região, a América Latina foi a região que liderou o crescimento do volume de vendas com 22,2%, seguida pela América do Norte, que registou uma recuperação nas vendas agregadas, crescendo cerca de 11% em 2010 face a 3,2% em 2009.De acordo com análise da Deloitte, o volume médio de vendas para o top das 250 empresas aumentou para 11,3 mil milhões de dólares em 2010, face a 10,3 mil milhões de dólares registados em 2009. Ira Kalish, diretor de Consumer Business da Deloitte Research nos Estados Unidos, destaca que “2010 foi um ano forte para as empresas de grande consumo apesar da volatilidade dos mercados devido à crise da dívida na Europa, dos problemas constantes no

mercado imobiliário norte-americano e do abrandamento na China. Um efeito positivo para as empresas de grande consumo decorrente do abrandamento do crescimento global, será a continuada redução dos preços de “commodities””.O regresso ao crescimento económico regista-se após um ano de 2009 bastante agressivo para o comércio e o consumo à escala mundial, com 2010 a marcar o regresso aos lucros apesar das incertezas e rumores relativamente ao rumo da economia global. Não obstante a retoma e consequente estabilidade económica aparecer ainda distante, e além da subida das vendas do top 250 das indústrias de bens de grande consumo, cerca de 10% das empresas a registar “turnaround” face a 2009, enquanto somente 1,2% dos gigantes da indústria mundial reduziram vendas no período em causa. A grande maioria das empresas consideradas neste ranking que apresentaram os seus “bottom-line results” (201 de um total de 216) foram, igualmente, rentáveis, com as margens de lucro líquidas a serem de 8,5%, ou seja, mais de dois pontos percentuais

em

ANÁLISE

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quando comparado com os 6,4% de 2009. Nota ainda para o facto de os operadores do top 10 deste ranking representarem 27,8% da vendas geradas.

SetoresAnalisando esta relatório por setores de atividade entre o top de setores com melhor performance destacam-se as indústrias da moda, que recuperou fortemente após uma quebra de 5,3% em 2009, e de fabrico de pneus, com os dez “players” da categoria a contribuírem para o regresso do setor ao crescimento económico e oito dos quais a registarem acréscimos de dois dígitos, regressando aos lucros após dois ano em quebra consecutiva. Já os artigos ligados à moda registaram o mais forte crescimento de vendas agregadas em 2012 (+14,2%, uma enorme recuperação face à quebra de 5,3% em 2009).Ainda na moda, EUA e Suíça dominam esta classificação com 9 das 10 empresas presentes, onde a Nike continua a liderar sobre a rival Adidas. Philips-Van Heusen surge pela primeira vez no grupo dos 250 maiores da indústria mundial, mediante a aquisição da Tommy Hilfiger em maio de 2010, surgindo agora em nono neste ranking dos artigos de moda e acessórios. A Rolex fecha a tabela ao destronar a Puma e a World Co. Apesar do seu “modesto” crescimento em 2010, onde cresceu 6,4%, os produtos de higiene pessoal e do lar permaneceram como um dos mais rentáveis ao apresentar uma margem de lucro líquida de 9,8%, apresentando-se logo atrás das empresas de electrónica em termos de vendas médias em volume. Cabe dizer neste campo que o reposicionamento da

ANÁLIS

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Philips Electronics como companhia de produtos de cuidado do lar ajudou ao incremento registado por este grupo.Por sua vez, o setor composto por comida, bebidas e tabaco, o maior dos oito grupos identificados, viu a sua participação no Top 250 (em termos de vendas e de empresas presentes) reduzir pela primeira vez no lustro que a Deloitte leva na execução desta análise. Este grupo, o único que não registou qualquer tipo de crescimento em 2009, gerou vendas abaixo da média em 2010, nomeadamente, 7,6% face à média de 8,4% do Top 250, com o setor de higiene e cuidado do lar a ser o único dos analisados a crescer a um ritmo inferior ao alimentar e bebidas, que registou um robusto crescimento das margens líquidas em 10,9%, muito acima da média comparativa.As seis maiores empresas da categoria continuam a ser as mesmas que em 2009, com a Nestlé a continuar a liderar o ranking, seguindo-se Unilever, PepsiCo, Kraft Foods e AB InBev que fecham o Top 5 alimentar, bebidas e tabaco. Destaque ainda para estreia da brasileira JBS no top 10, fruto de aquisições e fusões recentes, nomeadamente, com a Bertin, outro operador brasileiro e um dos maiores exportadores cárnicos da América Latina. Com a sua ascensão da 103.ª posição no ano fiscal de 2007 a 17.º no ano fiscal de 2010, a JBS atirou a Philip Morris para fora deste ranking.Já os fabricantes de electrónica de consumo viram as suas margens praticamente duplicarem, renegando o seu estatuto quase histórico de indústria de margens reduzidas, com alguns dos seus principais embaixadores a apresentarem lucros a dois dígitos, casos da Samsung, Apple, RIM e SanDisk, com as vendas combinadas do setor a subirem 9,9%. Samsung, Panasonic e Sony continuam com

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posições cerradas na liderança do ranking da categoria, onde se destaca a subida da Apple para a 4.ª posição superando Nokia e LG, isto numa tabela que contou ainda com o reposicionamento da Philips como fabricante de produtos de cuidado pessoal e do lar, assumindo-se como o segundo maior produtor à escala mundial, e retirando a Avon do top 10 da categoria.Curiosamente, é na indústria de bens de lazer que se regista a única exceção ao desempenho generalizado de vendas, com cinco dos oitos operadores da categoria presentes no Top 250 a apresentarem reduções de vendas. Liderado pela nipónica Nintendo, apesar da

renovada quebra de 29% das vendas em 2010, a que seguiu um decréscimo de 22% em 2009, todas as empresas presentes neste ranking têm origem nos EUA ou Japão.

PrevisãoDe acordo com o relatório, em 2012, as empresas de produtos de consumo vão continuar a investir em processos de “analytics” por forma a monitorizar alterações de valor e lucros na indústria, nos diversos mercados e entre esses mesmos mercados, e a compreender tendências, comportamentos e padrões de atividade que forneçam os “insights” necessários para uma vantagem

competitiva. Os produtos de grande consumo irão, cada vez mais, usar processos de “analytics” para optimizar o “pricing” maximizando o retorno sobre o investimento no que respeita ao marketing e gastos de “trade”. Os processos de “analytics” serão também úteis para potenciar o envolvimento através de social media, facilitando a comunicação de inovação, experiência de novos produtos, ajudando a uma melhor compreensão individual dos consumidores.Kalish acrescentou que “apesar de se manter difícil o contexto económico em 2012, a perspectiva global de longo prazo mantém-se promissora. Particularmente nos principais mercados emergentes como Índia, o Brasil, Turquia, Indonésia, a região Andina na América do Sul e grande parte da África subsaariana, que oferecem às empresas de grande consumo possibilidade de crescimento mais acentuado e novas oportunidades”.

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Grande Consumo - A que deve o aumento de dez pontos percentuais registados em 2010 pelo top 250 do retalho mundial? A desconfiança desapareceu da mente dos consumidores ou os mecanismos de resposta dos retalhistas foram induzidores de consumo?Pedro Miguel Costa - O crescimento resulta, essencialmente, de movimentos de internacionalização e consolidação das empresas analisadas, podendo ser decomposto em dois “drivers “principais: 1. Crescimento orgânico, resultante de uma maior presença destas empresas em mercados emergentes como a Índia, Brasil, Turquia, Indonésia, América do Sul e África Subsariana; 2. Aquisição de empresas de menor dimensão a preços competitivos face ao respectivo valor de mercado. GC - Qual a região do globo com maior crescimento no período analisado? O que esteve na base desse crescimento?PMC - O estudo analisa as empresas pelo respectivo país de origem e não pelo mercado onde as suas vendas são efectuadas. Embora as regiões de África e Médio Oriente registem as maiores taxas de crescimento económico, apenas quatro empresas daí provenientes entram no ranking das maiores 250 empresas. Deste modo perto de 80% das empresas do ranking é sedeada na América do Norte, Europa ou Japão. GC - Que indústrias apresentaram os melhores indicadores no período analisado?PMC - O maior crescimento observado (14,2%) proveio de empresas de moda e acessórios, as quais tinham decrescido 5,3% no ano anterior. Por outro lado, os artigos normalmente englobados sob a designação de “fast moving”, onde existe cada vez maior concorrência das marcas próprias de distribuição, tiveram o menor crescimento de todos os setores analisados.O setor de “leisure goods”, que inclui fabricantes de brinquedos, consolas e jogos, foi o único dos setores analisados com evolução negativa, registando um decréscimo de cerca de 10% no somatório das vendas das empresas incluídas no ranking. GC - Os mercados emergentes continuam a ser a garantia de um perspetiva de curto/médio prazo promissora para as empresas de bens de grande consumo?PMC - Pela sua própria natureza, os mercados emergentes são os que apresentam maiores perspetivas de crescimento demográfico e económico. São também, contudo, mercados que ainda apresentam um perfil de risco médio ou elevado a nível político, regulatório e cambial, o que inibe maiores investimentos por parte das empresas de bens de consumo. Dos mercados BRIC, o Brasil continua a ser o país sob as luzes, aquele que combina o maior potencial de crescimento com o contexto de negócios mais favorável.

Pedro Miguel Silva, Consulting - Manufacturing, Consumer Business, Energy & Resources da Deloitte

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Segundo o relatório “the state of the News Media 2012 (um relatório anual da American Journalism Society) …”In 2011, the digital revolution entered a new era”. E acrescenta no seu “overview” que …”mobile devices are adding to people’s news consumption, strengthening the lure of traditional news brandsand providing a boost to long-form journalism”.Perante esta realidade (que mais não é do que a extrapolação da tendência para o “online permanente”) e em que o crescimento das vendas de “e-readers” e “tablets” permite mais facilmente clarificar o futuro do “e-marketing” e do “e-commerce”, que podemos refletir para o “caso Português” para além do que sai nas revistas e jornais da especialidade?

O PASSADO mais longínquoSem descer a grandes pesquisas históricas, sabe-se que tudo neste campo nasceu mais ou menos há cerca de 40 anos, (inícios dos anos 70), momento em que as empresas começaram a adotar as primeiras fórmulas de “comércio electrónico financeiro”, com a introdução de uma das mais simples formas de comércio electrónico – o serviço EFT (Electronic File Transfer ou ElectronicFunds Transfer) que consistia na realização de transferências electrónicas de fundos entre bancos sob a lógica de operacionalidade com segurança em redes privadas.

O “e-commerce” como depois se passou a conhecer a partir desta fase embrionária do EFT, avançou para novas etapas e, entre os anos 70 e inícios dos anos 80, difundiu-se pelas empresas com a utilização de sistemas desenvolvidos com base na tecnologia EDI (Electronic Data Interchange), bem como na forma de mensagens instantâneas para trocar também informações sobre produtos e serviços para além dos financeiros. Este tipo de comércio distinguia-se do comércio tradicional principalmente pela forma como a informação era trocada e processada entre as partes intervenientes, substituindo algum do contacto pessoal direto.Mas foi só em meados da década de 80 que começou a ser adoptado pelos consumidores, para as suas compras electrónicas, outro tipo de tecnologia, nomeadamente, serviços “on-line”, com um novo tipo de interação social – IRC

(Internet Relay Chat) – e uma nova partilha

e-future: marketing & e-commerce em Portugal

Algumas pistas

de conhecimento, através do protocolo FTP (File Transfer Protocol). Passou a ser, desde então, possível transferir ficheiros entre computadores, mesmo com diferentes sistemas operativos. E com mais conteúdo do que apenas texto.Finalmente, foi só na década de 90 que se assistiu a uma grande mudança no comércio eletrónico com o desenvolvimento da Internet permitindo tal facto expandir o espaço de mercado em mercados nacionais e internacionais; diminuir o custo de criar, processar, distribuir, armazenar e procurar informação com base em papel; reduzir o tempo entre o ato da compra e a recepção de produtos e serviços; suportar os esforços de reengenharia dos processos de negócio para atingir novas forma eficientes e eficazes de vendas e marketing.A Internet, nas suas permanentes evoluções, passou então a ganhar grande importância como meio para o desenvolvimento do “e-marketing” e do “e-commerce” e, no caso português, se

tomarmos o indicador, “número de subscritores de Internet existentes em vários países a meio da primeira metade da primeira década do século XXI publicados em 2006”, não sendo nós um grande exemplo tínhamos já boas condições infraestruturais, para evoluir rapidamente: cerca de 14 clientes de banda larga de acesso fixo por cada 100 habitantes, um número inferior à média dos países da UE15 (19 clientes por 100 habitantes) a par de um número de servidores seguros de Internet em que 22% de empresas com 10 ou mais trabalhadores utilizava este método de segurança (em 2006). Sendo de realçar que o que faz movimentar a Internet são os negócios que giram à sua volta através da desintermediação, (que se pode sintetizar como a retirada de organizações ou pontos de processos de negócio responsáveis por certos elos de uma cadeia de valor) a eliminação de vários intermediários tradicionais, tais como armazenistas, distribuidores e retalhistas, reduziu drasticamente os custos e abriu decisivamente o caminho ao comércio electrónico mas, sobretudo, provocou a primeira etapa do novo marketing por mexer profundamente com a variável chave do marketing moderno: adistribuição.

O PASSADO mais próximoSegundo dados estatísticos da ANACOM, no final de 2007 existiam em Portugal 3,07 milhões de utilizadores de banda larga dos quais 78% nesse ano pesquisaram informação (consumer marketing) ou fizeram compras “on-line”.Os internautas que utilizavam a Internet e o comércio electrónico aprenderam a fazê-lo sozinhos, ou com a ajuda de familiares/amigos, sendo assim claro que era fraco o recurso dos portugueses a cursos ou ações de formação em informática e comércio electrónico. Na sua maioria, os internautas portugueses tinham, então, idades compreendidas entre os 16 e os 74 anos, sendo os da faixa etária interior (16 a 24 anos ) os que mais utilizavam este meio, face aos restantes (com idades dos 25 aos 45 anos e dos 45 anos aos 74).Curiosamente, entre estes, são os homens quem apresenta maiores níveis de utilização do canal internet. Neste quadro, os consumidores que realizavam este tipo de comércio tinham tendência a pagá-lo via cartão de crédito preferencialmente, ou via sistema Multibanco (especialmente em Lisboa e no Algarve) ou HomeBanking/ Sistema

Francisco Velez RoxoProfessor Auxiliar Convidado

Católica Lisbon School of Business and Economics

34

de Pagamento on-line. Segundo dados de 2008,o pagamento à cobrança fazia-se sentir como o segundo meio de pagamento mais habitual dos portugueses no que toca a comércio eletrónico. Embora o cartão de crédito continuasse a liderar, existia ainda algum receio de o utilizar para pagamentos na Internet. As compras eram efetuadas em vários locais da Internet, embora oconsumidor português se fidelizasse a algumas marcas e sites de confiança. A pesquisa levada a cabo mostrou que por sugestão de amigos/conhecidos, anúncios publicitários, motores de busca, “e-mail” ou “newsletters” que os internautas escolhiam os sites onde faziam compras, mas não tinham hábitos de distinção entre lojas nacionais e estrangeiras. E provava-se em 2007 que este sentimento se mantinha, uma vez que o relatório da ACEP/Netsonda constatava, que metade destes consumidores compravam apenas em sites nacionais. E assim entrámos na crise de 2008/…

O PASSADO HojeE estamos hoje a cair, depois de muitos mergulhos pós-crise 2008, no “mobile marketing” e aqui sim estamos perante uma novo “e-future” porque Portugal é um dos maiores utilizadores da tecnologia de comunicação móvel na Europa.O mercado de “Mobile Marketing & Commerce” em Portugal estava avaliado em 15 milhões/€ no início de 2010 e é conhecido por responder muito bem a inovações tecnológicas e comerciais. Por isso, do ponto de vista criativo e tecnológico, estamos em linha com os principais mercados onde o “mobile marketing” já representa uma quota significativa do investimento das marcas. E a preferência dos consumidores.De acordo com os últimos dados disponíveis, a Internet e o “mobile marketing” no Reino Unido representavam cerca de 10% de todo o investimento feito em marketing, em Espanha 8% e em Portugal 3% em 2010. As grandesdiferenças no que se faz lá fora comparativamente ao que se faz por cá em “mobile marketing” devem-se, sobretudo, ao efeito de escala e à confusão de diferentes “buzzwords” na matéria.Numa primeira fase, o serviço mais imediato oferecido em Portugal foi no domínio do “messaging”, seja a programação de ações de SMS bidireccionais ou as campanhas de SMS para a base de dados dos clientes de cada marca.Mas tudo evoluiu tão rapidamente pela positiva que presentemente, há poucas semanas, em Lisboa e em conferência promovida pela APDC sobre “Mobile Payments” tudo indica que o tema “pagamentos em e-commerce e e- marketing” vão ganhar a muito curto prazo um novo fôlego e desenvolvimento. Foram estas, algumas das principais conclusões que não deixam lugarao desânimo. Antes pelo contrário: “As perspetivas são otimistas para o negócio dos pagamentos móveis. Há tecnologia que reúne o consenso domercado, começam a surgir equipamentos compatíveis e as redes móveis têm capacidade crescente. Mas para este seja um negócio com dimensão há ainda muito que fazer. Há que criar um ecossistema que envolva todos os parceirosda cadeia de valor em torno de uma plataforma única, que garanta a segurança do sistema e a confiança do cliente utilizador. E que seja uma oferta de valor para o cliente. Portugal tem todas as condições para avançar.”

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Os tempos que atravessamos são de enorme oportunidade. O problema é que esta oportunidade está muito bem disfarçada como uma enorme crise.Em muitos aspetos esta crise afigura-se como um desafio intransponível. Como ultrapassar a crise em que nos encontramos como sociedade e como economia?Para dar um pouco de contexto de como chegámos a este ponto, proponho uma viagem por quatro cenários que, depois de analisados, permitem identificar e tomar as medidas corretivas que ajudarão a transformar as dificuldades em oportunidades e voltar a encarar com otimismo o futuro em Portugal.

1. A desagregação da infraestrutura agrícola nacional.De acordo com estatísticas recentes, existem hoje cerca de 220.000 agricultores portugueses que recebem subsídios para não produzir ou para não produzir ao nível do que seriam capazes.Nos últimos 20 anos Portugal perdeu 25% das explorações agrícolas e 110.000 agricultores. Hoje, menos de 3% dos

Transformar a crise em oportunidade

agricultores tem menos de 45 anos. As magníficas vias de comunicação que construímos nos últimos 20 anos - muitas delas com recurso a dinheiros vindos da nossa integração Europeia - levam-nos com rapidez a estes cenários: prédios rústicos abandonados, fábricas encerradas e em estado de degradação avançado, aldeias e mesmo algumas cidades quase vazias.Temos em mãos um problema de difícil solução e com consequências sociais muito graves, com especial incidência nas zonas do interior: desaparecimento do emprego, aceleração da migração para os centros urbanos (nos últimos 10 anos, 158 municípios dos 308 perderam população, tendo um terço dos municípios menos de 10.000 habitantes).À desertificação do interior junta-se o envelhecimento da população rural. Enfim, temos um empobrecimento da sociedade no seu conjunto por perda de conhecimentos e de capacidades.Os euros que recebemos rapidamente se transformaram em euros que pagamos para que outros nos vendam aquilo que conseguiríamos produzir em Portugal, empregando mão-de-obra nacional e, muito importante, manter a máquina agrícola oleada e a funcionar em pleno. Todos temos plena consciência de que Portugal tem de investir na recuperação da sua agricultura pois tem condições excecionais para determinadas produções (hortícolas, frutícolas subtropicais, flores, alguns laticínios e muitas outras) cujo produto tem mercado amplo a nível mundial. Mas nada ou muito pouco tem sido feito por quem pode para contrariar as importações maciças de produtos agrícolas diretamente por quem os coloca nas prateleiras mesmo

João Paulo GirbalPresidente da Centromarca

OPINIÃOn.º14/2012 | MARÇO/ABRIL

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em frente ao nariz do consumidor.

2. A morte lenta da nossa indústria transformadora com a destruição do aparelho produtivo.Este fenómeno foi talvez mais sofisticado e auto infligido. Durante anos convencemo-nos de que o nosso principal fator diferenciador era a mão-de-obra barata. Com esse convencimento trabalhámos e ficámos satisfeitos com produzir e exportar sem marca. Com a alteração das regras do comércio mundial, a nossa mão-de-obra barata foi eclipsada por outras ainda mais baratas, quer em custo hora quer em horas trabalhadas por dia, com requisitos laborais e ambientais menores. Gradualmente, a nossa capacidade produtiva foi-se tornando obsoleta e, em vez de alterarmos o rumo, requalificarmos e reequiparmos os industriais e trabalhadores, incentivámos uma migração acelerada para os serviços. Com isto e com a abundância de fundos vindos da nossa integração a estimular a economia, convertemo-nos alegremente em consumidores fiéis de produtos fabricados por outros, especialistas em comprar nas grandes superfícies e nos centros comerciais que evoluíram para autênticas catedrais ao consumo. Portugal deve ter hoje dos melhores centros comerciais do mundo e as nossas grandes superfícies não ficam atrás de outras que existem nos países mais ricos.Mas Portugal não tem matérias-primas nem petróleo, nem goza da proximidade quer das fontes dessas matérias quer dos grandes mercados consumidores da Europa central e do norte, da América do norte e da Ásia. Nem sequer temos uma população numerosa e a que temos está cada vez mais envelhecida, à semelhança do que acontece no resto da

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Europa Ocidental.Inverter o estado a que chegou a nossa indústria vai ser talvez a tarefa mais complicada a que temos de nos dedicar mas é absolutamente imperioso que seja começada já.

3. O declínio do empreendedorismo português.Ao mesmo tempo fomos formando a juventude para o Estado social prometido e para carreiras vitalícias a trabalhar para o Estado ou para as grandes empresas nacionais ou multinacionais, fruto de um sistema de ensino que privilegia a memorização versus a estimulação da curiosidade natural como motor da aprendizagem.Em paralelo fomos consolidando uma cultura que coloca estigmas a quem tenta e falha e, como tal, beneficia apenas quem não arrisca. O resultado desta estratégia inconsciente foi Portugal ter surgido muito mal classificado no ranking dos países europeus onde os habitantes têm mais vontade de serem empreendedores e criarem o seu posto de trabalho: aparecemos em último lugar!É certo que alguma coisa pode ser feita na população adulta mas, seguramente, é junto das populações escolares que o maior esforço tem de ser feito para mudar atitudes futuras.

4. A evolução da Distribuição dita “moderna”.Quanto à forma de comprar os produtos de grande consumo, não terá mudado muito nos últimos tempos, com exceção da introdução do dinheiro virtual e a generalização de mecanismos de crédito imediato e pessoal. E é junto das prateleiras de um qualquer ponto de venda que, de acordo com os mais recentes “surveys”, se decidem 70% das aquisições dos produto de grande consumo. O setor dos Produtos de Grande Consumo depende, em média, em 80% do mercado nacional, sendo o seu principal canal

a “Grande Distribuição” que, como observamos ao longo dos últimos

25 anos, foi evoluindo, melhorando, adaptando,

expandindo e

consolidando, fazendo a modernização da estrutura comercial, do fluxo logístico e do aumento da qualidade de serviço e de atendimento que caracterizam hoje boa parte deste setor.Em Portugal, os dois principais distribuidores/retalhistas - Jerónimo Martins e Sonae – representam, em média, mais de 50% das vendas destes produtos para o consumidor final. Estas duas empresas são verdadeiramente extraordinárias a vários níveis, muito eficazmente geridas e totalmente focadas em produzir resultados para os seus acionistas. Na maior parte dos parâmetros de análise, podem ser consideradas referências de gestão.Os problemas começam quando se constata que a dependência de um qualquer fornecedor de marca de fabricante destes líderes da distribuição no mercado português pode atingir percentagens muito elevadas, sendo que estes valores podem ser de 100% para pequenos produtores agro-alimentares nacionais.Esta dependência económica facilita a imposição de práticas comerciais abusivas: transferência de risco de negócio (Margem Mínima Garantida, “rappel”, descontos incondicionais e retroativos) e transferência de custos (prazos de pagamentos, custos logísticos, aberturas de loja, etc...).A Autoridade da Concorrência (AdC) constatou no seu Relatório de 2011 que “o crescente poder de mercado na venda a retalho tem contribuído para uma perda progressiva do poder de venda da indústria na determinação do nível de preços ao longo da cadeia de valor; este novo paradigma potencia tensões ao nível das relações comerciais entre fornecedores e distribuidores; (…) os grandes grupos de retalho revelam-se verdadeiros ’porteiros’ de acesso ao Mercado dos Produtos de Marca da Indústria (MDI); a crescente oferta por parte dos grandes grupos de retalho de produtos com a sua marca comercializados em exclusividade nas suas lojas (MDD), e em concorrência com os produtos da indústria (MDI), tem consequências de natureza concorrencial, de eficiência económica e em termos do bem-estar do consumidor”.

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E acrescenta ainda a AdC: “A relação contratual analisada – espelho deste novo paradigma - revela que os múltiplos contratos celebrados entre distribuidores e fornecedores traduzem o desequilíbrio negocial entre as duas partes, nomeadamente em matéria de imposição unilateral de condições, descontos e outras contrapartidas; penalizações e prazos de pagamento”.Na minha opinião, estas situações não resultaram de um grande plano maléfico desenhado ainda antes de surgir a primeira grande superfície por parte dos agentes da Distribuição. Resultam sim do facto de que os gestores das empresas líderes da distribuição são homens e mulheres dinâmicos e empreendedores, que testam permanentemente os limites do relacionamento comercial com os seus fornecedores e tentam ganhar vantagem para as empresas que representam e criar valor para os seus acionistas.Para além disso, existe uma concorrência feroz e de sobrevivência entre insígnias, o que para o público consumidor tem como face mais visível as constantes campanhas publicitárias milionárias em que se digladiam mutuamente. É o caso de todas aquelas campanhas em que os dois líderes da distribuição portuguesa concorriam para ver quem era mais português e quem apoiava mais a produção nacional. Passada a campanha, voltamos ao discurso dos preços baixos enquanto se prepara a próxima batalha mediática.E assim temos assistido a um número crescente de exigências/imposições, face às quais os fornecedores têm apenas duas alternativas: submetem-se e têm acesso às prateleiras, vendem e sobrevivem no mercado nacional ou não se submetem e não vendem!Com a concentração da distribuição no mercado português, esta é a realidade pura e dura pois não há elasticidade para se fazer uma substituição de vendas perdidas na distribuição em canais alternativos.Acresce a isso que, como não existe uma regulamentação nem um controlo eficaz, as consequências têm-se manifestado desastrosas para os fornecedores/produtores que têm assistido impotentes

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a uma transferência de margens para os seus clientes distribuidores e uma crescente concorrência desleal da parte daqueles que consideram os seus maiores aliados, já que são eles que levam os seus produtos aos consumidores.Este é um problema de solução complicada porque não é objetivo de ninguém - nem da produção nem da indústria nem de qualquer outro interveniente da cadeia - que a grande distribuição desapareça pois tem muitos aspectos positivos e com benefícios diretos, reais e sustentados para o consumidor que é simultaneamente empregado, gestor e tem de gerar riqueza em Portugal.Mas esta crise que atravessamos é uma crise com morte anunciada...Como diz o ditado, “Tristezas não pagam dívidas”. Felizmente vemos já iniciativas da sociedade que nos permitem ter esperança de que algo está a ser feito para mudar a nossa sorte coletiva. Mais, para sairmos de um buraco teremos de utilizar mecanismos diferentes daqueles que nos puseram lá. A receita passa por sermos mais criativos, mais empreendedores, mais atentos ao que se produz em Portugal e às condições em que se coloca no mercado essa produção.Todas as iniciativas que sejam genuínas para promover a produção nacional são válidas e bem vindas. Algumas já estão em curso e outras em gestação. Temos de conseguir ver para além do marketing e informar e educar o consumidor para identificar o que tem valor acrescentado no País.Na altura em que foi constatado o desequilíbrio de poder negocial produção/distribuição, a AdC recomendou um conjunto de ações que previnam os efeitos nefastos dele advenientes, nomeadamente atuando no sentido da:(i) promoção de uma cultura de concorrência;(ii) regulamentação sobre as práticas comerciais que não sejam suscetíveis de ser enquadráveis no âmbito da legislação de concorrência ou do regime jurídico das Práticas Comerciais Restritivas; (iii) confirmação da importância da fiscalização e aplicação da legislação sobre PCR (em particular, os artigos 3.º “Venda com prejuízo” e 4.º-A “Práticas negociais

abusivas”), bem como da nova legislação sobre prazos de pagamento.

Em suma:• revisão de legislação existente;• introdução de nova legislação;• aplicação e fiscalização eficaz;• previsão de mecanismo de resolução de conflitos eficaz.Temos de assegurar que estas recomendações são seguidas e que trabalhamos no sentido de conjugar vontade política para fazer com que se materializem. É absolutamente crucial que todas as organizações, associações, federações e confederações que se preocupam com a produção e transformação em Portugal trabalhem sincronizadas e no mesmo sentido. O Governo, com o patrocínio do ministro da Economia e da ministra da Agricultura e do Ambiente, deu o mote com a criação da PARCA - Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Alimentar, com o objetivo de fomentar o diálogo, a transparência e o encontrar de soluções.Portugal dificilmente conseguirá ser um País exportador se não tiver um conjunto significativo de marcas que se afirmem no mercado global. Necessitamos de criar muito mais e melhores marcas originais para aumentarmos a nossa probabilidade de conseguirmos marcas vitoriosas a nível global.As marcas originais são importantes porque oferecem algo que é crucial para as empresas: a identificação dos consumidores com uma experiência. É algo que ultrapassa a necessidade física por algo, é uma relação emocional.Como diz Walter Landor, lendo do brand design, “os produtos são feitos em fábricas (ou no campo) mas as marcas são criadas na mente.”As marcas originais fazem-no criando emprego estável e qualificado e contribuindo para a evolução da economia e as sociedades. É assim em todo o mundo e Portugal não é diferente.A promoção/construção de uma cultura de marca em Portugal é fundamental para:• reforço da competitividade das empresas nacionais

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• componente diferenciadora da necessária reindustrialização do tecido económico• reforço da criação/manutenção do emprego de alto valor acrescentado• reforço e mais valia para exportações• presença (vendas) sustentada em Portugal para todas as empresas aqui estabelecidas• promoção do investimento estrangeiro com garantia da proteção da marcaTemos de garantir a construção do primeiro mercado sólido para as empresas nacionais assente em:• valores de ativos diferenciadores (propriedade industrial e intelectual)• legislação laboral equilibrada e emprego de qualidade• normas ambientais de responsabilidade e sustentáveis• consumidor informado (nomeadamente sobre a incorporação de valor nacional nos produtos ). Deixei a questão do empreendedorismo para último porque, em minha opinião, é o mais exigente e demorado de fazer acontecer. Os exemplos de que algo está a mudar para melhor surgem de todos os lados: é muito gratificante observar iniciativas de jovens agricultores com grande inovação em produção de flores, especiarias, frutas e hortícolas que começam a aparecer e a conquistar mercados internacionais.É motivador ver grandes empresas como a EDP, PT, BES, CGD (e muitas outras) a encorajarem projetos de empreendedorismo com concursos de ideias e incentivos para empreendedores. É muito encorajador ver universidades com parcerias com instituições internacionais de grande renome a promoverem o empreendedorismo.Devemos todos estar satisfeitos com a aposta certeira nas energias alternativas e na eficiência energética como forma de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e utilizar recursos abundantes em Portugal como o vento e o sol, a biomassa ou as marés. Estou certo que todos conhecem bons exemplos que nos permitirão fazer sair da crise e reencontrar o caminho para a prosperidade e bem estar das famílias portuguesas. Apoiem-se, divulguem-se e repliquem-se esses exemplos para que todos sejamos agentes duma mudança necessária para melhor.

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Tecnologia para

controlar custos

CASE-S

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Considerado o maior complexo de produção de pregado do mundo, a Acuinova, propriedade do grupo

Pescanova, conta com a solução SAP ERP para controle de custos e rentabilizar o investimento de 140

milhões/€ realizado pelo seu acionista. Coube à ROFF, empresa 100% portuguesa, a implementação do sistema

de informação nesta unidade de referência de aquicultura. Conheça os “highlights” deste “case-study”.

Planear, desenhar, conceber e integrar todos os processos de negócio da ACUINOVA no sistema de informação no arranque da atividade da nova unidade industrial era, desde logo, o principal desafio que se colocava à ROFF, não só pelo facto de se tratar de

uma unidade pioneira em Portugal, como pela necessidade de um sistema de informação que suportasse todas as especificidades

desta nova área de negócio. Um enorme desafio que se colocou ao seu parceiro tecnológico, a ROFF, que, do ponto de vista da implementação, tinha que ter uma solução que respondesse, por um lado, aos desafios que se colocava, enquanto, por outro, pudesse acompanhar o crescimento e a evolução da empresa. Desafio ao qual se juntou o próprio “core business da Acuinova, que era algo novo em Portugal, o que obrigava a pensar para além dos atuais

TEXTOAlexandre PauloFOTOSD. R.

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conhecimentos e a manter uma exigência extrema com a solução”, relembra João Cóias, project manager da ROFF, com o responsável a atribuir grande parte do sucesso desta implementação à estreita colaboração entre ambas as partes.Que evoluiu em duas fases distintas, com a primeira etapa do projeto a destinar-se à implementação do SAP ERP como sistema de gestão de atividades da empresa. Processo que contou com criação de uma nova empresa em SAP apenas para os processos financeiros e contabilísticos, em tudo similares aos utilizados pela Pescanova (contabilidade geral, contabilidade de custos, imobilizado, fornecedores e tesouraria). “As etapas seguintes ocorreram com a expansão dos processos de negócio da Acuinova e a migração para novos servidores e mudança para a nova sede, inaugurada em julho de 2009 na Praia de Mira, e foram sendo implementadas à medida das necessidades da Acuinova, em função das próprias etapas de arranque da exploração: primeiro entrou em exploração a parte aquícola, e depois a vertente da fábrica de processamento e venda do produto final, o Pregado da espécie Psetta maxima”, acresecenta.Com uma atividade em que o ciclo produtivo médio dura cerca de dois anos e a operar 24 horas por dia, a gestão eficiente dos recursos e o controlo dos custos assumem importância capital na rentabilidade deste negócio. Planeamento, concepção e implementação de uma infraestrutura tecnológica e dos sistemas de informação de suporte à atividade e gestão do negócio são vetores estratégicos para o sucesso da Acuinova. Razão pela qual quando a empresa foi criada, em 2006, o sistema de informação foi montado sobre a aplicação multiempresa SAP ERP 2004 instalada na filial portuguesa do Grupo, que se dedica exclusivamente à comercialização e promoção dos produtos da marca em Portugal, tendo-se iniciado, em 2009, o grande projeto de “roll out”, “upgrade” da solução SAP ERP para a versão 6.0 e a expansão do número de módulos em utilização. “Com a implementação de SAP ERP a Acuinova ganhou em qualidade e quantidade de informação atempada, e constantemente atualizada online. Essa informação permite-nos gerir o nosso negócio de forma mais eficiente e eficaz, dando respostas mais céleres aos nossos clientes”, sustenta João Cóias.O trabalho partilhado entre equipas do grupo Pescanova, em Portugal e Espanha, e o acompanhamento próximo por parte dos consultores da ROFF potenciou, em muito, a celeridade do processo, permitindo, ainda, definir um “blueprint” bastante rigoroso e desenvolvido das diferentes áreas de negócio.Concretizado o “upgrade” para a versão SAP ERP 6.0 iniciou-se a fase de expansão dos módulos da aplicação em utilização, com os módulos de gestão de recursos humanos, controlo e “reporting” à matriz e manutenção a juntarem-se ao “Financial Accounting”. A rastreabilidade, a fiabilidade e quantidade e qualidade da informação gerada pelo SAP ERP são alguns dos benefícios reconhecidos ao SAP ERP, com a rastreabilidade a ser um aspeto essencial de toda

operação. Ao integrar várias atividades, desde a pesca e aquicultura, até à comercialização do produto final adquirido pelo consumidor, a implementação de SAP, para além de dar resposta à rastreabilidade dos produtos também permite rastrear os documentos, ligando-os uns aos outros, numa cadeia que facilita o controlo interno da Acuinova. “A partir de uma fatura é possível chegar a uma guia de remessa, a um movimento de armazém, a um produto específico e de este a um lote de produção e do lote de produção a um tanque de cultivo específico. Por estarmos integrados verticalmente, a partir do lote do peixe e do tanque onde se encontrava quando foi abatido é possível chegar aos reprodutores, entrando já em processos que são da maternidade, que é outra empresa do Grupo Pescanova”, acrescenta.Em paralelo com um conhecimento constante do custo unitário de produção, a existência de possíveis desvios face ao orçamentado, em suma, o que está “bem”, “mal” e em que se pode melhorar, numa lógica de otimização de todos os procedimentos.A automatização dos processos, fiabilidade e rigor da informação gerada, assim como do nível organizacional autorizado, permite, de um leque de 200 colaboradores, apenas contar com seis elementos na área administrativa, o que permite que a força de produção humana esteja focada naquilo que é o core-business da Acuinova: gerir o crescimento do pescado recepcionado com 10gr de peso e que tem que atingir entre 1,5kgs a 2kgs, de modo a que o investimento de 140 milhões/€ tenha retorno.O custo total do projeto, incluindo “software”, “hardware” e consultoria de implementação foi de aproximadamente 155 mil/€. É necessário considerar que o Grupo Pescanova já tinha em Portugal uma implementação SAP, pelo que o início do projeto consistiu na abertura de uma nova empresa no sistema que já estava implementado. À medida que a Acuinova foi tomando forma, e se iniciou a exploração, foi implementada a segunda fase do projeto, consistindo na migração para novos servidores, upgrade de versão e implementação de todos os processos na Acuinova, necessariamente diferentes daqueles que se utilizavam na Pescanova, devido à natureza da empresa, uma vez que a Pescanova é uma empresa de cariz comercial que vende produto enquanto a Acuinova é uma produtora.

Resumo:Nome: ACUINOVALocalização: Praia de Mira, PortugalSector de Atividade: AquiculturaProdutos e Serviços: Aquicultura, acondicionamento e comercialização de pregadoVolume de Negócios: (2010) € 7MColaboradores: 160

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Cervejeiras alinham estratégia em ano de redução do consumo

Num ano de redução do consumo e com um evento desportivo de dimensão internacional que

promete fomentar o consumo de cerveja em Portugal, SCC e Unicer apresentam novas imagens

nas suas gamas de cerveja. A luta a dois nunca foi tão “palmo a palmo”, com o consumidor a ser o principal

beneficiado por esta disputa acesa pela predominância do mercado.

TEXTOAbel MartinsFOTOSD. R.

A Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV) deu o mote para um ano que todos os operadores do mercado alimentar e bebidas sabem ser ainda mais “sui generis” que todos os anteriores em contexto de retração do consumo. Com a colocação

de uma campanha no ar, a fileira da cerveja procurou, entre outras coisas, relembrar a importância do setor para o equilíbrio da balança económica nacional, não só pelos volumes transacionados e consumidos, como pelo número de postos de trabalho criados. Não obstante o processo de reajustamento estratégico da Unicer (já em execução), a cervejeira nortenha anunciou um investimento de 100 milhões/€ no país, ao definir um plano operacional que, segundo a empresa, é sustentado por “dois grandes programas de investimento cuja implementação no país vão ter repercussão na

dinâmica e competitividade da empresa no mercado nacional e funcionar como um impulso do programa de internacionalização”.Um aspeto em comum a estes dois “gigantes” da indústria nacional que apontam, cada vez mais, baterias aos mercados externos, onde à exceção do “mercado da saudade” e PALOPS a força premente das principais marcas internacionais dificulta, e muito, a expansão das marcas de cerveja portuguesas. Caminho que, todavia, só

poderá ser feito mediante o preservar de posição no mercado doméstico e, se possível, reforço da mesma e

consequente acréscimo de quota de mercado (ganha necessariamente à concorrência direta), razão pela qual Unicer e SCC, quase, uma vez mais, em concertação em termos de “timing”, apresentam as suas novidades para o verão que se aproxima.Ao investimento de 10 milhões/€ da Unicer na

sua nova imagem, a SCC contrapõe um restyling de imagem estimado em 500 mil/€. Montantes de

BEBIDAS

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investimento distintos para fins muito próximo como são apresentar uma contínua dinâmica de marca para todos os fieis consumidores. “Reforçar o conceito de portugalidade, de

forma altamente diferenciadora e moderna, de modo torná-la ainda mais próxima do consumidor foi o objetivo desta renovação. Estas mudanças de imagem, que terão reflexo em toda as embalagens do portefólio de Sagres, são a evolução natural de uma marca, com a última a ter lugar em 2007. Queremos estar ainda mais perto do consumidor e reforçar a nossa liderança no mercado nacional de cervejas”, assume. Música, desporto e “Verão” são os palcos de competição já eleitos para mais uma ano de intensa disputa e procura de reforçar quota de mercado, a mesma que Alberto da Ponte, CEO cessante da SCC, diz ter passado de uma diferença de 14% (a favor da Unicer) em 2003 para +6% a favor da SCC no presente momento. O objetivo da empresa

até aqui por si liderada é de “manter a liderança”, com a quota a poder passar “para dois ou três pontos percentuais”. Objetivos importantes para a cervejeira do grupo Heineken, mas que para tal a SCC terá que ter “flexibilidade para os conseguir manter” e o foco, claro está, encontra-se no mercado externo. Aqui, SCC e Unicer correr lado a lado para o mundo global, uma condição necessária para continuar a assegurar crescimento, com a APCV a antecipar quebras de duplo dígito no mercado cervejeiro no próximo biénio. Os responsáveis pela Sagres querem, ainda, que a marca seja, em

2014, a cerveja importada mais vendida em Angola (dentro do leque de marcas portuguesas), assim como atingir a liderança na Europa e EUA no mesmo critério.Por sua vez, e além da assinatura “A Vida é Super”, a Unicer pretende investir 80 milhões/€ na fábrica de Leça de Balio, até março de 2013, no sentido de aumentar a capacidade de produção e modernizar a unidade industrial alocada ao negócio da cerveja, com o fito de torná-la “uma

das mais modernas da Europa”.No ano em que a sua principal marca concretiza 85 anos, a Unicer pretende que a sua fábrica passe a funcionar com mais duas novas linhas de enchimento, tecnologicamente mais avançadas, apresentando ainda uma maior capacidade instalada de produção e enchimento. A capacidade instalada será, num primeiro momento de 450 milhões/L que, se necessário, poderão ser extensíveis até 600 milhões/L.Em termos de resultados, a Unicer encerrou o ano transato com um lucro de 25 milhões/€ tendo gerado um “free cash flow” de 40 milhões/€ e uma diminuição da dívida para 190 milhões/€. As vendas líquidas atingiram os 490 milhões/€, com as exportações a representarem 30% do volume de negócio, com um aumento de 15% em valor e 10% em volume face ao período homólogo. Em 2011, saíram do país mais de 200 milhões/L de bebidas da empresa. No total, as vendas ultrapassaram os 420 milhões/L, onde se destaca 300 milhões/L de cerveja.

BEBIDASn.º14/2012 | MARÇO/ABRIL

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MERCADOn.º14/2012 | JANEIRO/FEVEREIRO

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Crise potencia venda de

conservas

São as categorias chamadas tradicionais de produtos enlatados, peixe e vegetais, as que conhecem uma

maior dinâmica de venda com a redução do poder de compra dos portugueses, sobretudo as comercializadas

como marca própria ou primeiro preço. Não obstante a sua elevadíssima taxa de penetração nos lares dos

portugueses, são dos produtos mais beneficiados pela crise económica.

O seu reduzido preço unitário e alargado período de validade fazem com que sejam um produto com uma assiduidade tremenda nos lares dos portugueses, mais no presente contexto económico e social que faz com que se alteram muitos hábitos de consumo. No caso

concreto deste mercado, não se pode falar tanto em alteração mas em potenciação, uma

vez que as conservas de peixe e vegetais desde sempre fizeram parte do cabaz dos portugueses, promovendo-se, sim, a venda dos mesmas. Nem que seja a favor das MDD+PP.Se não veja-se. A Nielsen identifica que as conservas de peixe são responsáveis por vendas de 120,4 milhões/€ (+3%) equivalentes a 155,8 milhões de unidades de 120gr (+2%) colocadas no mercado, o que demonstra a importância destes artigos na dieta

TEXTODuarte CunhaFOTOSSara Matos

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dos portugueses. Por sua vez, os vegetais em conserva geram 84,8 milhões/€ (+4%) de riqueza através da comercialização de 54,9 milhões/kg (+4%) de produto. Em termos de equilíbrio de forças em ambos os universos, é fácil de verificar que as marcas de indústria são as que saem a perder do confronto direto com as MDD+PP, não obstante o esforço de inovação evidenciado pela muito capaz indústria nacional e que tem conduzido a diversos produtos de valor acrescentado em ambas as categorias, em termos de “packaging” e de produto acabado. Assim, cabe dizer que 50% das vendas em valor de conservas de peixe vendidas em Portugal são feitas com MDD+PP (+15%; -6% marca de fabricante) o que demonstra um crescimento estonteante face ao que era a realidade da categoria há poucos anos, numa demonstração de desvalorização da mesma que continua a não ter mais do que 12% nas vendas da categoria “Outros Tipos”, onde se incluem todos os outros produtos que não a sardinha e o atum e que, para muitos, são as verdadeiras propostas de valor acrescentado deste universo. Ora se os “Outros Tipos” continuam a ser uma proposta alternativa do mercado, já a Sardinha tem vindo a perder terreno (7%) face ao menor poder compra dos portugueses que, cada vez mais, apostam naquilo que sabem ser um “valor seguro”, pela diversificação de utilização e gosto comum. O atum, pois claro, líder incontestável deste universo – e que assim irá continuar pelos motivos acima apontados – ao representar 81% das vendas deste universo e cuja presença sob a égide de MDD+PP contribuiu, ainda mais, para o aumento da sua representatividade, não obstante o preço competitivo e qualidade reconhecida das marcas líderes de mercado, como Bom Petisco, Ramirez, Pitéu, Vasco da Gama ou Tenório.Mesma leitura, ainda que com assimetrias agravadas, pode ser feita aos vegetais em conserva, com as MDD+PP a assumirem a responsabilidade por 69% das vendas em valor (+7%), em muito potenciado pelo fator preço e disponibilidade, apresentando, hoje, uma gama já muito vasta e de qualidade equilibrada que seduz

muitos consumidores portugueses, não obstante o prestígio de algumas das suas marcas favoritas, casos de Compal, Bonduelle, Ferbar, Cister ou Globo. A indiferenciação de produto na perceção dos portugueses faz com as marcas de indústria tenham, presentemente, uma participação bem menor nas vendas em valor da categoria face ao que era a realidade vivida em exercícios anteriores, sendo responsáveis por apenas 31% das vendas em valor e encontrando-se a perder 1% de acordo com o índice Nielsen Market Track (inclui Lidl).Todavia, os vegetais em conserva é um mercado muito mais equilibrado em termos de venda por segmento, com os Cogumelos (28%)e o Feijão (27%) a disputarem entre si a liderança deste ranking, reunindo, entre si, 55% das vendas da categoria. Nota ainda para o facto de o segmento “Outros Tipos” ter já uma quota de mercado estimada de 13%, o que demonstra o sucesso do esforço de diversificação da oferta que a indústria nacional tem vindo a introduzir no mercado, alargando de forma significativa as hipóteses de escolha dos portugueses além dos formatos tradicionais como são exemplo, e além dos Cogumelos e Feijão, as Azeitonas, Grão e Milho, cuja participação neste universo varia entre os 14% e os 10%, respetivamente, representativa da sua conveniência.Por último, nota para as Frutas em Conserva que se encontram a perder 11% em volume (12,8 milhões/Kg) e -2% em valor (19,8 milhões/€) no período analisado – Semana 08/2012 – com as MDD+PP a serem, igualmente, responsáveis por 69% das vendas em valor da categoria tendo crescido 2% no período em causa face ao declínio de 11% das marcas de fabricante. Já no caso dos Produtos de Tomate esta participação reduz para 59% (+2%), com as marcas de fabricante a encontrarem-se a perder -9% no período analisado. Pêssego e Ananás, no caso das frutas, com 88% das vendas combinadas em valor, e Concentrado e Polpa, no caso dos produtos de tomate, com 95% das vendas combinadas em valor, são as principais referências de cada um destes universos.

MERCAD

O

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2012 |

JANEI

RO/FEV

EREIRO

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)

Ao assinalar o 12.º aniversário no mercado, a Gateway Portugal é mais do que um prestador de serviços. Pelos

anos de trabalho e “know-how” adquirido, a Gateway tornou-se um parceiro de negócio valorizado pelos seus

clientes, ao disponibilizar soluções integradas de prevenção do furto e da perda desconhecida. 2012 terá como

grande aposta a tecnologia CCTV. Uma área de negócio em crescimento.

TEXTOBruno Farias FOTOSSara Matos

Gateway: soluções integradas de negócio

TECNOLOGIA

n.º14/2012 | MARÇO/ABRIL

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valor acrescentado no serviço e na oferta. Sabemos que há retalhistas que procuram mais recursos de segurança, mas a redução da abertura de novas lojas faz com que tivéssemos que abrir novas áreas de negócio”, sustenta João Fanha.E para o crescimento da Gateway também tem contribuído o maior “cross-selling” dentro da oferta disponível, assim como uma maior conquista de novos clientes, ainda que os números tenham maior expressão dentro das lojas de base não- -alimentar, com as diferentes marcas a apostarem no livre serviço. Razão pela qual os produtos mais vendidos, neste momento, dentro da oferta Gateway são as proteções para “tablets” e “smartphones”. Oportunidades de negócio emergentes e “case-studies” ativos, com cada retalhista a ter o seu modelo de exposição, partilhando, em comum, a preocupação pela exposição segura e em livre serviço, com o contato com o produto a ser decisivo para a venda. Tecnologia e CCTV são as apostas para 2012, com o Gate Counter a ser um exemplo de um solução standard, complementar à oferta de circuito fechado de TV, na qual a Gateway está a apostar também ao permitir, entre outras coisas, a contagem da entrada de pessoas nas lojas, ou em qualquer zona a visualizar, com uma fiabilidade acima dos 95%. À contagem de pessoas, junta-se a gravação e a monitorização do POS que permite conferir o talão de caixa com a venda efetiva do momento, ou seja, mais vocacionadas para o furto interno. Gate Counter e Gate Counter POS são duas soluções integrais complementares à tecnologia CCTV que, segundo o diretor de marketing da Gateway, se encontram a crescer, existindo já alguns “case-studies” no retalho também nesta área de negócio.Argumentos que fazem com que a Gateway seja hoje um prestador

de serviços muito mais abrangente, ou seja, um parceiro de negócio em tudo o que seja soluções de prevenção da perda desconhecida e furto no retalho e que visam potenciar a venda dos seus clientes com toda a segurança. Proteção de loja (merchandising seguro), furto interno e externo (CCTV e EAS) são parte de uma gama de produtos muito alargada de um empresa que na sua evolução já abraçou outras áreas sensíveis do retalho (Gate Counter, Gate Counter POS), atuando numa lógica de complementaridade e serviço integral. E a tendência é para continuar a evoluir.

O objetivo da Gateway, desde a sua criação, foi sempre ir de encontro às necessidades reais dos seus clientes, surgindo a aposta na tecnologia CCTV no decorrer de um processo evolutivo próprio de qualquer estrutura em desenvolvimento. Até aqui visto como

um complemento ao “core-business”, o EAS, é em 2010 que se dá início à expansão com a introdução do CCTV, tendo-se realizado “uma procura exaustiva na procura da melhor relação preço/qualidade, assim como do produto que nos desse mais garantias. Esta aposta foi reforçada com a introdução de um gestor de produto na equipa comercial, trazendo consigo o conhecimento de 18 anos de mercado e que acarretou ainda mais-valias à empresa”, assinala

João Fanha, diretor de marketing da Gateway Portugal.Mas a empresa de José Leocádio e Carlos Truta não se ficou por aqui e, no seguimento do que tem sido o “modus operandi” da Gateway, foi integrada na estrutura fixa da empresa uma equipa técnica própria adjudicada à manutenção e assistência do CCTV, o que não só garante um melhor serviço prestado como um maior capacidade de resposta. Aspetos a que se junta a própria gestão do stock, com João Fanha a relembrar “a aposta da Gateway em ter sempre stock disponível em Portugal, o que permite, por exemplo, beneficiar os nossos clientes com a disponibilização de uma câmara de substituição em caso de avaria, algo único neste setor de atividade, bem como dar uma resposta mais célere a qualquer pedido dos clientes”.A gama de produtos disponibilizada é outro dos trunfos da Gateway que apresenta no seu portrfólio, preços abaixo dos concorrentes diretos e com soluções superiores, casos das soluções IP, analógicas e híbridas, com este recurso último a permitir uma evolução mais rápida do analógico para a o IP sem ter que criar estruturas de rede para passar de uma solução para outra. Com um ano de experiência nesta área, rapidamente os resultados da Gateway superaram os 10% de clientes como objetivo para o primeiro ano de implementação da tecnologia, com a presença em diversas insígnias de renome do setor, com o “case-study” do Leroy Merlin de Coimbra a ser um dos bons exemplos de implementação de CCTV.A presença internacional em Espanha, através dos parceiros nacionais, e Angola tem ajudado à consolidação da Gateway, com a tecnologia EAS e a CCTV a serem as mais solicitadas, mas sem esquecer outras soluções, especialmente os POD Displays, com a Gateway a disponibilizar uma solução integrada de prevenção do furto no retalho, com toda a gama de produtos a ser perfeitamente complementar entre si. “Quando o setor atravessa uma crise generalizada, e praticamente não se abrem novas lojas em Portugal, o caminho teria que ser dar mais-valias ao cliente e disponibilizar

TECNOLOGIAn.º14/2012

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FEIRAS

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Alimentaria Barcelona aumenta número visitantesEm contexto de contraciclo e de desemprego profundo em Espanha, a Alimentaria Barcelona

2012 realizou-se entre 26 a 29 de março, na Fira de Barcelona, na Gran Via, tendo registado

um aumento de visitantes na ordem dos 1,4% face à edição anterior, de 2010. A presença

portuguesa pecou por escassa neste salão.

TEXTOBruno FariasFOTOSD.R.

A Alimentaria 2012 fechou as suas portas ao fim de quatro dias de exposição com um saldo positivo mesmo em período de contraciclo. Não obstante as dificuldades de índole social e económica que assolam o país vizinho, assim como o facto de a feira

ter registado menos um dia de realização face à greve geral de 29 de março, o certame alimentar que se realiza a cada dois anos na cidade condal voltou a demonstrar a pujança da indústria alimentar espanhola, assim como a evidenciar o interesse da indústria internacional em estar presente neste mercado, ao disponibilizar uma montra composta por 4.000 empresas expositoras e ao registar

um aumento do número de visitantes em 1,4%, o que em termos líquidos é o mesmo que falar em 142 mil profissionais presentes no evento.Cifras a que se junta, igualmente, um recorde em termos de participação de profissionais estrangeiros, cerca de 40 mil, provenientes de um leque de 60 países, 11% mais do que na última edição da Alimentaria 2010.Mas mais do que os números, a Alimentaria 2012 evidenciou a vontade de contrariar o ciclo económico nada favorável, não só em termos locais, como ibéricos e europeus, com a feira a apresentar-se mais despida em termos de dimensão de stands e espaço ocupado,

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mas sem deixar de ostentar uma forte moldura empresarial, ainda que em termos de inovações não se pode dizer que a edição de 2012 Alimentaria tenha sido um marco para a indústria, não obstante a sempre significativa montra Innoval e que recupera o que tem sido a tendência do setor ao longo dos últimos tempos.Importante ponto de contato para todos os que operam neste universo, nomeadamente, a nível ibérico, a língua espanhola tem que ser cada vez mais acompanhada pela indústria portuguesa, com a ligação da FIL/AIP à Alimentaria Barcelona a permitir ter contato com milhões de consumidores à escala mundial, seja através dos PALOP’s, seja através da América Latina, ou não fossem o português e o castelhano, em conjunto, dois dos idiomas mais falados do mundo. Esta sim, é a verdadeira força destas duas feiras alimentares, a Alimentaria Barcelona e Alimentaria/Horexpo Lisboa, ao funcionar como ponto de contato e intercâmbio da indústria alimentar e bebidas ibérica com consumidores espalhados por outras geografias, de forte proximidade cultural com os países ibéricos. Espólio que a organização da Alimentaria/Horexpo quer potenciar já na próxima edição (ver caixa).De resto, uma vez mais a presença portuguese na feira deixou muito a desejar, não se registando, e ao contrário de muitas outras representações internacionais, uma presença conjunta da indústria de bens alimentares portuguesas verdadeiramente significativa. A falta de consonância, ou de objetivos comuns, levou a que além da presença da Portugal Foods, que contou com uma participação relativamente reduzida de empresas portuguesas associadas, casos da Guloso, Derovo, Cerealis, Vieira de Castro, entre outras, se registasse ainda a presença da Casa da Prisca, Edulab, Maçarico, Confeitaria Carlos Gonçalves, IVDP (representação setorial) e Constantinos, numa ténue representação da indústria nacional. Não só os valores em causa por metro quadrado para uma presença internacional (aparentemente compensatórios para uma presença independente face à participação coletiva da Portugal Foods),

como a escala dos operadores locais levam a que a Alimentaria Barcelona seja colocada em segundo plano no mapa de feiras com relevância para os operadores nacionais. Resta saber se estes argumentos se colocarão também aquando da realização da Alimentaria Horexpo 2013, não obstante o facto de ser mediante a presença em feiras, nacionais e internacionais, mas sobretudo pela assiduidade da presença e consistência da oferta apresentada nas mesmas que as oportunidades de negócio além-fronteiras poderão surgir. Ao olhar somente ao plano nacional, facilmente se verifica que a próxima década “é” do Brasil, com as competições internacionais desportivas e com a colocação do Centro de Decisão empresarial em Lisboa a demonstrar a existência, ou o início da criação, de um importante fluxo que poderá, e deverá, ser aproveitado. Sobretudo ao saber que Mercosur e Comunidade Europeia já se sentaram novamente à mesa para discutir o pacto de livre comércio que trará, seguramente, frutos num prazo de 10 a 15 anos. Se a este facto juntarmos a expansão do formato Alimentaria para o México, percebe-se que o modelo de negócio, em português e espanhol, tem mais “força” quando comparado com outros existentes a nível europeu. Até porque dificilmente a recuperação económica do país e do setor não passará pela exportação ou até pela internacionalização.

ALIMENTARIA&HOREXPO 2013 em abril Sob o lema “os ingredientes certos para grandes negócios”, a edição de 2013 da Alimentaria&Horexpo Lisboa realiza-se entre 14 e 17 de abril de 2013 e reforça a vertente internacional do certame, que já se sedimentou enquanto plataforma de acesso a um mundo de oportunidades de 250 milhões de consumidores a falar português. Brasil Angola e Moçambique são exemplos de países que registam elevadas taxa de crescimento e alguns deles com uma classe média crescente em poder de compra e muito atraída por produtos estrangeiros.Para apoiar as empresas nos negócios com o exterior, a organização da Alimentaria&Horexpo Lisboa apresenta na edição de 2013 algumas novas iniciativas como o Clube Portugal Exportador que tem por objetivo apoiar as empresas, no seu processo de diversificação e conquista de mercados internacionais de elevado potencial para as suas exportações. Outras ferramentas criadas para o efeito são os Grupos de Trabalho e criação de um Espaço Premium para dinamização do “networking” sectorial, que não se esgotará no calendário de realização da feira. Confirmado foi também o reforço do programa de Hosted Buyers, que em 2011 promoveu a vinda de cerca 100 compradores internacionais e permitiu o agendamento de reuniões bilaterais de negócios (B2B) com profissionais oriundos de países como a Índia, Bulgária, Brasil, Espanha, França, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Israel, Ucrânia, Holanda, Hungria, Rússia, EUA, e China.

FEIRAS

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DOUROPOMARESDOC BRANCO 2010NOTA: 17,1

Preço: 6€Vol.: 13,5%Beber já Castas: VIOSINHO, GOUVEIO, RABIGATO.Enólogo: Francisco Montenegro, Pedro Pina CabralProdutor: QUINTA NOVA NOSSA SENHORA DO CARMOT: 254 730 420

COR: Amarelo citrino claro, limpo.AROMA: Intenso e apelativo; muito floral, ligeiro maracujá, bem frutado.SABOR: Fresco, muito equilibrado, seco, com algumas notas de lima e frutos de polpa branca, excelente acidez, termina persistente e elegante.

BEIRASAVELEDA FOLLIESTIPO: DOC TINTO 2009NOTA: 17

Preço: 12€Vol.: 13%Beber já ou guardarCastas: TOURIGA NACIONALEnólogo: Manuel SoaresProdutor: AVELEDAT: 255 718 200

COR: Granada, aspecto limpo.AROMA: Distinto; notas de cedro, elegante floral, ligeiro tostado, notas de baunilha e chocolate.SABOR: Redondo, cheio de classe, espesso, com notas de frutos pretos, especiado, acidez equilibrada, madeira bem integrada, taninos macios, termina persistente.

ALENTEJOSCALA COELIREG BRANCO 2010NOTA: 16,8

Preço: 18€Vol.: 14,5%Beber já ou guardarCastas: VIOGNIEREnólogo: Pedro BaptistaProdutor: FUNDAÇÃO EUGÉ-NIO DE ALMEIDA | T: 266 748 380

COR: Amarelo intenso, límpido.AROMA: Delicado e complexo; madeira muito ligeira e elegante que lhe confere um carácter especiado, nuances fruta-das, toque floral.SABOR: Boa estrutura, redondo, óptimo corpo, boa acidez, cheio de frescura, no-tas de fruta madura e damasco, termina longo e muito fresco.

DOUROSEDINHASDOC BRANCO RESERVA 2010NOTA: 17

Preço: 4.85€Vol.: 13%Beber já ou guardarCastas: MALVAZIA FINA, RABIGATO, GOUVEIO.Enólogo: Luís RodriguesProdutor: QUINTA DAS TORREST: 254 336 743

COR: Citrino claro, límpido.AROMA: Notas florais delicadas e inebriantes, muito suave elegante.SABOR: Acidez em bom plano, bom corpo e volume, frutos de polpa branca, notas de ameixa branca e alperce, vivo, termina prolongado e cativante.

MINHOCASA DO CAPITÃO-MORREG BRANCO RESERVA 2010NOTA: 17,5

Preço: 9,25€Vol.: 13,5%Beber já ou guardarCastas: ALVARINHOEnólogo: Rui CunhaProdutor: QUINTA DE PAÇOST: 253 897 109

COR: Amarelo citrino intenso, limpíssimo.AROMA: Nariz guloso e com boa com-plexidade; bonitas notas florais a lembrar flores silvestres, muito elegantes, notas de frutos de polpa branca, ligeira compota.SABOR: Entra denso na boca, com notas de fruta ácida refrescante, excelente acidez, bela estrutura, termina intenso e apelativo. Belo Alvarinho com potencial de guarda.

DOUROQUINTA DO MONTE TRAVESSODOC TINTO RESERVA 2009NOTA: 17

Preço: 16€Vol.: 14,5%Beber já ou guardarCastas: TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIZ, TOURIGA FRANCA, TINTO CÃO, SOUSÃO.Enólogo: Bruno Rocha, Bernardo NápolesProdutor: QUINTA DO MONTE TRAVESSOT: 254 789 733

COR: Rubi, limpo.AROMA: Rico e denso; fruta madura do bosque em destaque, frutos pretos, cas-sis maduro, toque floral, madeira subtil e bem integrada, subtil cacau.SABOR: Bom corpo e volume, cheio, acidez correcta, frutado intenso, madeira discreta, taninos firmes mas controlados, termina persistente e promissor de longevidade.

VINHOS

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MARÇO

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48Prova cega realizada pelo painel de provadores da revista Paixão pelo Vinho-Wine Passion: Gabriela Canossa, José Silva, Olga Cardoso, Osvaldo Amado, Marco Valente, Maria Helena Duarte.

www.aw-passions.com

LISBOAQUINTA DO MONTE D’OIRO MADRIGALREG BRANCO RESERVA 2010NOTA: 16,5

Preço: 16€Vol.: 13,5%Beber já ou guardarCastas: VIOGNIEREnólogo: Graça GonçalvesProdutor: QUINTA DO MONTE D’OIRO T: 263 766 060

COR: Citrina, limpo.AROMA: Discreto mas elegante; com notas florais delicadas, frutado com destaque para o alperce, ligeira confeitaria e mel. SABOR: Ao entrar na boca destaca-se pela boa acidez e potencial gastronómi-co, confirma os aromas, é equilibrado, tem boa estrutura e bom volume e deixa um final longo e apelativo

DOUROMONTE DAS SERVASREG BRANCO ESCOLHA 2010NOTA: 16,5

Preço: 4,55€Vol.: 14%Beber já ou guardarCastas: ROU-PEIRO, VERDELHO, ANTÃO VAZ, ARINTO.Enólogo: Luís Mira, Tiago GarciaProdutor: SERRANO MIRAT: 268 322 949

COR: Citrino claro, límpido.AROMA: Notas florais delicadas e inebriantes, muito suave elegante.SABOR: Acidez em bom plano, bom corpo e volume, frutos de polpa branca, notas de ameixa branca e alperce, vivo, termina prolongado e cativante.

LISBOANOME: QUINTA SANT’ANAREG BRANCO 2010NOTA: 16,5

Preço: 10€Vol.: 13%Beber jáCastas: ALVARINHO Enólogo: James FrostProdutor: QUINTA DE SANT’ANAT: 967 604 496

COR: Citrino muito claro, aspecto cristalino.AROMA: Apesar da casta não estar a exponenciar todos os seus atributos é um vinho interessante; predominam as notas (discretas) de frutos exóticos e ligeiro vegetal complexante.SABOR: Na boca revela muita frescura, acidez crocante, fruta ácida fresca, ligeira lima, é harmonioso e tem boa estrutura, termina longo.

PENÍNSULA DE SETÚBALDOMINGOS DAMASCENO DE CARVALHOREG TINTO 2010NOTA: 17

Preço: 9,5€Vol.: 14%Beber já ou guardarCastas: SYRAH, CABERNET SAUVIGNON.Enólogo: Nuno Cancela de AbreuProdutor: SOTA-Sociedade de Operação Técnica e Agrícola T: 919 538 240

COR: Granada escuro, limpo.AROMA: Especiado, com destaque para as notas de noz-moscada, frutos pretos, ligeiro cassis maduro, chocolate, madeira bem integrada.SABOR: Boa estrutura, intenso, taninos poderosos, ao perfil aromático juntam-se as notas de amoras, ameixas pretas, boa acidez, denso, termina persistente.

PROVA REGULAR

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VINHOS

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Os novos princípios de funcionamento abrem inúmeras possibilidades, nomeadamente o facto de se poder aceder em qualquer lugar através da Internet à sua aplicação, aumentando o controlo efetivo do negócio. Restaurantes, cafetarias e similares, bares e discotecas

são, como facilmente se percebe pela denominação do próprio software, o público-alvo do Sage GestRest II, produto que resulta do “know-how” da Sage na área da restauração, nomeadamente, desde 2007, aquando da aquisição da Escripóvoa, que permitiu disponibilizar no portefólio da marca um produto forte na área da restauração, com toda a “expertise” inerente. “Esse produto (Sage GesRest) acabou por não evoluir tecnologicamente. Este lançamento do Sage GesRest II vem reforçar a posição da Sage nesta área e veio, acima de tudo, marcar uma nova geração em termos de tecnologia, para este setor. É um produto que seguiu metodologias de desenvolvimento “state of the art”, em aspetos tão simples como o desenho de botões de artigos, que seguem princípios baseados em estudos sobre a forma como

Desenvolvido de raiz pela equipa da Sage Portugal, o Sage GesRest II é um software

multiplataforma para Windows, Linux, Android (brevemente para iOS) e apresenta uma

arquitetura SaaS (software as a service), que permite correr uma aplicação dentro de um “browser” e

suporta ainda a instalação “stand-alone” como um tradicional software de ponto de venda.

SAGE apresenta GesRest II para a restauração

A FECHAR

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memorizamos informação como abreviaturas/imagens”, explica Céu Mendonça, responsável pelas PME’s da Sage Portugal.Com módulos específicos para restaurantes, cafetarias, pastelarias, bares e discotecas, o Sage GesRest II disponibiliza uma solução “touch-screen” dinâmica, funcional e muito simples de instalar e utilizar. Além disso, com o Sage GesRest II está a utilizar um software certificado pela DGCI, o que é sinónimo de facturas certificadas.“A par dos recursos técnicos, a simplicidade na utilização revela-se muito importante numa área em que se verifica um grande índice de rotatividade de recursos humanos e o controlo do negócio à distância são aspeto muito importante numa época em que se impõe mais detalhe na gestão”, acrescenta Céu Mendonça.O Sage GesRest II suporta ainda vários dispositivos de recolha, como os sistemas convencionais e “handheld devices”, e oferece um baixo custo de hardware, uma vez que foi escrito em C++ e Action Script.

Esta aplicação possui inclusive uma “footprint” bastante reduzida (cerca de 1Mb). Ao ser um software multiplataforma, uma prática não muito comum nos produtos tecnológicos dirigidos à restauração, hoje uma característica inquestionável, mas não uma prática muito comum no software desenvolvido para este setor em concreto, com a combinação de acessos remotos e físico a ser hoje um elemento crítico de sucesso também nesta área de negócio. “Imagine-se o quanto pode ser mais simples colocar pedidos de mesa num equipamento tablet, agora que a economia de escala permite adquiri-los com menor investimento”, conclui a responsável.

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