grande consumo n.º 5 - 2010
DESCRIPTION
A Revista dos Negócios de DistribuiçãoTRANSCRIPT
Manuel Rocha, CEO Adega
Cooperativa Borba
n.º5/2010 | setembro/outubro
revista bimestralPortugal | €4,80
11,6milhões/€ eminvestimento
estratégico
Staples 2 milhões/€ para o regresso às aulas Aberturas Domingodefesa do consumidor ou guerra de quotas? Mercado Café monodoses
impulsionam mercado Fula inovação sem cheiro
O mês de Setembro chega ao fim com as habituais festas das vindimas e com a não menos habitual preguiça de
um país que tarda em voltar ao seu ritmo laboral habitual. Pelo menos no que diz respeito a tudo aquilo que
permanece ad eternum numa nação sem prazo e de revoluções adiadas. Se assim não fosse, talvez o polémico
diploma das aberturas das grandes superfícies aos domingos e feriados – polémico pelo menos para aqueles que
o contestam – já pudesse ter tido algum retorno por parte da Presidência da República relativamente à sua
apreciação.
Certo, todavia, é o facto de que nem os municípios se entendem relativamente à harmonização da sua
aplicação, existindo claras cisões no seio das autarquias. Assim, e independentemente das razões que cada um
dos municípios possa ter para autorizar, ou não, a abertura das superfícies comerciais com mais de 2 mil m2 aos
domingos e feriados, certo é que, desde logo, o “lavar de mãos” do Governo não deixa de ter as suas
consequências, exigindo-se, compreensivelmente, uma decisão mais corajosa ao Executivo do que a que acabou
por ter.
Nesta edição da Grande Consumo foi possível escutar os argumentos a favor e contra a liberalização dos
horários das grandes superfícies comerciais, sendo, na minha opinião, válido aquilo que ambos reclamam,
embora só o tempo possa trazer a confirmação das perspectivas de uns e a negação de outros.
Uma coisa é certa, o mercado e o sector nunca mais serão os mesmos, dando a Distribuição Moderna, em
Portugal, mais um passo na longa caminhada iniciada em meados da década de 80 e que a tem conduzido rumo
ao sucesso, não sendo, naturalmente, incólume a algumas críticas ao longo desta travessia.
Ao aprovar na generalidade o documento que poderá dar razão a uma reivindicação que tem mais de 15 anos, o
Governo dá, ao mesmo tempo, o sinal de que precisa dos prometidos milhões de euros que o retalho diz ser
capaz de gerar em termos de mais-valias económicas para o país até 2017. Noutro contexto económico, quem
sabe se a decisão teria sido a mesma, ainda que pouca força o comércio tradicional tenha hoje em dia. A bem da
verdade, pode queixar-se de si mesmo, mas também da falta de visão e da cedência ao lobby económico que os
diferentes Governos manifestaram até aqui, viciando os Planos de Desenvolvimento Municipal ao subordiná-los
aos interesses dos construtores civis que, ao longo de anos, planearam e executaram a seu bel-prazer. Findo o
filão, eis que outra hipótese de “fuga fácil” surge e, quando ninguém esperava, é dada “razão” a uma
reivindicação muito antiga do sector da Distribuição Moderna, anunciada quando o País se preparava para “ir a
banhos”.
Não sei exactamente o que quer dizer o silêncio do Presidente Cavaco Silva, se é intencional ou irreflectido, se
já olhou para o diploma ou não, mas seria bom para o País que todo este processo tivesse sido publicamente
conduzido de outra forma e que o Governo também tivesse tido a coragem de assumir em praça pública as
verdadeiras razões porque delegou nas autarquias a decisão de autorizar ou não as aberturas aos domingos e
feriados. Só o tempo, uma vez mais, poderá dizer o que Portugal ganhou verdadeiramente com esta decisão.
Para já, penso que se deverá dar o benefício da dúvida, pois ao menos, em Portugal e neste sector, mandam os
portugueses.
03
editorialn.º5/2010 | setembro/outubro
5
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6 notÍCias
10 Produtos
12 sCantrends nielsen
16 staPles
18 aberturas dominGos
24 tema de CaPa
30 merCado: CaFÉ
34 Fula
38 oPiniÃo
– manuel Paula
- el Corte inGlÉs
39 oPiniÃo
– nuno monsanto de C
amPos
- PoPai
40 oPiniÃo
– JorGe HenriQues
- FiPa
41 oPiniÃo
– Paulo medina
– alianÇa VinHos de
PortuGal
44 merCado: ÁGuas e s
umos
48 ProVas ediÇÃo
50 a FeCHar
Centromarca lança segunda vaga da campanhadas marcas em Portugal A Centromarca, Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca,
desenvolveu ao longo do mês de Setembro a segunda vaga da campanha das
marcas em Portugal. O objectivo desta campanha,
que já esteve no ar entre Janeiro e Março, é
sensibilizar os consumidores para a importância
das Marcas Originais nas suas vidas. Porque são
as Marcas Originais as especialistas nos produtos
que desenvolvem. Porque são as Marcas Originais
que Investem, Investigam e Inovam a pensar no
consumidor.
“O trabalho de sensibilização dos consumidores
portugueses terá de ser contínuo, porque é o
consumidor quem decide pelos valores das Marcas
Originais e os benefícios que trazem: variedade, conveniência, especialização,
garantia e confiança. É com este objectivo que
retomamos esta Campanha, depois dos excelentes
resultados obtidos na primeira vez”, sublinha a
directora geral da Centromarca, Beatriz Imperatori.
A campanha “Marcas Originais” criada pela
Partners e produzida pela Gato Vadio esteve no ar
durante o mês de Setembro em Televisão e
Imprensa escrita e foi a primeira do género em
Portugal.
Pets&Plants reforçaoferta da Sonae
Pet&Plants é a nova aposta da Sonae
em formatos extra retalho alimentar,
criada com o objectivo de oferecer aos
consumidores uma oferta cada vez
mais alargada, cobrindo todas as suas
necessidades. Especializada em
artigos de jardim e artigos destinados a
animais de estimação, a Pets&Plants acaba de
inaugurar uma loja em Leça do Balio. Com uma área de venda
ao público de cerca de 400 m2, esta unidade apresenta uma imagem
jovem e informal que disponibiliza, num só espaço, uma oferta alargada de
artigos de jardim e para animais de estimação, nomeadamente, alimentação,
acessórios e produtos de cuidados de higiene, bem como de animais vivos,
plantas e flores. Estão ainda previstos serviços especializados de jardinagem,
arquitectura paisagística, banhos e tosquias e consultas de medicina veterinária
ambulatórias. A
Pet&Plants lança
assim um novo
conceito de loja, onde
centraliza num só
espaço uma extensa
oferta de artigos de
dois universos.
Para assinalar esta
abertura, e em linha
com a assinatura da
loja - “Mimos de todas
as espécies”, a marca vai oferecer a todos os seus clientes promoções especiais de
50% de desconto em artigos de folheto e ainda 10% em todos os artigos da loja
no dia da abertura.
Leroy Merlin investe 20 milhões/€ na Maia A Leroy Merlin abriu mais uma loja em Portugal, a segunda este ano, ambas,
estrategicamente localizadas no norte do país. Após Matosinhos, foi a Maia quem
acolheu um investimento de 20 milhões/€ e
oferece mais de 130 postos de trabalho.
Esta nova loja surge no seguimento da política de
expansão e crescimento do grupo francês em
Portugal, cujo plano definido até 2013 prevê um
investimento directo na ordem dos 150 milhões/€,
com a abertura de, pelo menos, uma nova loja de
grande dimensão por ano. Actualmente, a Leroy
Merlin contabiliza oito lojas em Portugal: Gondomar,
Sintra, Almada, Albufeira, Alfragide, Amadora,
Matosinhos e Maia (por ordem cronológica de
abertura).
A estratégia passa pela implementação próxima das
grandes cidades, através da abertura de grandes
superfícies de bricolage e venda assistida, com
espaços na média de 9.000 m². Organizadas em torno de cinco universos
(bricolage, construção, jardim, equipamento sanitário e decoração), propõem uma
gama de produtos adaptada às expectativas dos seus clientes. O principal
objectivo da empresa é construir gamas e seleccionar produtos adaptados às
necessidades dos actuais e futuros clientes.
Actualmente a Leroy Merlin emprega mais de 1.500 pessoas em Portugal,
tendo no último ano e meio quase duplicado o tamanho da sua estrutura. A
Leroy Merlin pode mesmo afirmar que, durante o período de 2009 e
início de 2010, a empresa contrariou a tendência do desemprego
nacional e integrou cerca de 800 novos colaboradores, tendo
duplicado a sua presença no país ao longo do último ano.
Muji chega a Portugal Este Outono traz a Portugal uma inauguração muito
esperada: a empresa japonesa MUJI (abreviatura
de Mujirushi Ryohin – produtos de qualidade
sem marca) abre as suas portas em Lisboa. A
loja, com cerca de 300 m2 distribuídos por dois
pisos, está localizada na pedonal Rua do Carmo,
nos números 63-75, numa zona comercial
conhecida por acolher as maiores marcas nacionais e
internacionais de tendências. Este espaço será a porta
de entrada em Portugal de
uma ampla gama de produtos
conhecidos em todo mundo pelo seu estilo
funcional a um preço justo. São 30 anos no
mercado e mais de 400 pontos de venda em todo
mundo que promovem a filosofia MUJI: o
importante é o produto, não a marca, por isso esta
última não é visível em nenhum dos produtos.
A MUJI começou com 40 produtos e agora tem já
mais de 8.000 que obedecem aos princípios
básicos que deram origem à empresa: design
funcional e simples que elimina o supérfluo; o
produto e a sua função são o mais importante; boa
qualidade a preços razoáveis.
Nas lojas MUJI é possível encontrar objectos para a
casa, para o trabalho ou para o lazer: mobiliário, acessórios para casa e têxtil lar,
utensílios para cozinha, produtos de beleza, material de escritório, electrónica,
artigos de viagem, roupa ou acessórios.
06
notÍCi
as
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010 |
setemb
ro/out
ubro
Coca-Cola lidera lista da Best Global Brands A marca Coca-Cola volta a liderar o
ranking Best Global Brands 2010,
elaborado pela Interbrand e agora
conhecido. Avaliada em quase 70,5 mil
milhões/USD – mais de 54 mil
milhões/€ - a marca reafirma a sua
contínua liderança nesta lista e
apresenta um acréscimo de valorização
de 2 por cento em relação a 2009,
altura em que também foi destacada
como líder do ranking e cotada em 68,7
mil milhões de euros.
Desde 2001, altura em que foi lançado o
primeiro ranking Best Global Brands, que
a Coca-Cola tem sido o líder permanente
desta lista
feita à escala mundial e que pretende avaliar a
valorização das marcas do ponto de vista da
preferência dos consumidores e desempenho
financeiro.
Volvido mais de um século de história, a Coca-Cola
é reconhecida anualmente como a marca mais
conhecida em todo o mundo, ao qual adiciona o
facto de ser também a mais valiosa. Conta com um
índice de reconhecimento global de 94% e é a segunda
expressão inglesa mais percebida
globalmente, depois de ‘ok’.
PrimeDrinks reforçaliderança nas vendas da Grande Distribuição
A PrimeDrinks consolidou a liderança
nas vendas no canal grande
distribuição com as vendas das marcas
Monte Velho e Casal Garcia. De acordo com a
distribuidora, entre os meses de Junho e Agosto
2010, foram vendidos no mercado português mais de
2 milhões de garrafas de Casal Garcia. De destacar
ainda, para o recente lançamento do Casal Garcia Rosé,
que com uma quota de 6% em valor neste segmento,
conquistou a 2ª posição nos Vinhos Rose.
Dados da Nielsen Market Track Agosto de 2010 mostram
ainda que as vendas do Monte Velho, uma das marcas de
confiança dos portugueses, continuaram a crescer permitindo,
num momento de abrandamento do consumo, reforçar a
liderança da marca no mercado de vinhos de qualidade com
uma quota de 3,4% no ano móvel de Agosto de 2010.
A PrimeDrinks conquistou pela primeira vez, em 2006, a
liderança absoluta do sector da distribuição de vinhos e
bebidas espirituosas no mercado nacional, assumindo-se, ao
fim de apenas dez anos de actividade, como a primeira
empresa com um peso significativo de capitais portugueses a
superar as multinacionais do sector.
Representando uma aliança sólida entre três empresas
familiares com tradição na qualidade e construção de marcas
de valor, a PrimeDrinks é participada pelo Esporão (50%),
Aveleda (15%) e William Grant & Sons (35%).
Heineken aumenta lucros no 1.º semestreA Heineken NV registou um resultado
líquido de 695 milhões/€ no primeiro
semestre, mais 42% face aos lucros
apurados um ano antes. Balanço que
beneficiou dos crescimentos apurados na
Ásia, África e América Latina, isto além de
uma poupança total de 104 milhões/€
obtida mediante a concretização de um
plano de redução de custos. O que levou
ao aumento do resultado operacional em
29%, acima de 1,19 mil milhões/€,
enquanto as receitas da cervejeira holandesa aumentaram mais de 5%,
perfazendo um total de 7,52 mil milhões/€. Já em volume as vendas totais
subiram 11,6% (76 milhões de hectolitros).
Apesar da boa performance do grupo em termos globais, o mercado português
evidenciou uma ligeira quebra, devido a uma economia enfraquecida e a uma
elevada pressão fiscal, devendo-se, ainda, o volume mais reduzido ao aumento de
5% no preço no primeiro semestre deste ano. Em comunicado, a cervejeira
demonstra, ainda, expectativa para que o crescimento em volume se mantenha ao
longo do segundo semestre do presente exercício.
Renault e Opel mantêm colaboração noscomerciais ligeiros
A Renault e a Opel/Vauxhall anunciaram a continuação da colaboração nos
Comerciais Ligeiros. Esta parceria inclui a substituição do Renault Trafic
e do Opel Vívaro, dois modelos com um assinalável sucesso
comercial.
A parceria que liga os dois construtores iniciou-se em 1996
com a primeira geração dos furgões Renault Master e
Opel/Vauxhall Movano. As mais recentes versões
destes modelos foram lançadas este ano com uma
gama alargada que inclui, nomeadamente, versões
de tracção traseira e uma variedade de versões
transformadas.
Este novo acordo abrange a nova geração do
Renault Trafic e Opel Vivaro. Estes dois modelos
serão desenvolvidos em comum mas com
actividades comerciais separadas e serão
comercializado pela rede de distribuição da respectiva
marca.
Existem ainda vários aspectos do projecto por definir e, por isso
mesmo, nesta fase não serão comunicados nenhuns detalhes respeitantes ao
produto, investimentos a realizar ou organização do projecto.
08
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notÍCi
as
Alimentação saudável com Isio 4Isio4 é uma fórmula única de quatro óleos
complementares que combina as vantagens
nutricionais de cada um – óleo de colza, óleisol
(girassol com alto teor em ácido oleico), óleo de
girassol e óleo de semente de uva. O óleo Isio4
oferece ao organismo os nutrientes que o corpo é
incapaz de fabricar: a vitamina E, fundamental na
prevenção do envelhecimento das células, e dois
ácidos gordos essenciais – Ómega 3 e Ómega 6. Os
Ómega 3 contribuem para o bom funcionamento do
coração e dos vasos sanguíneos. Os Ómega 6
contribuem para a redução do mau colesterol. É
igualmente uma fonte de vitamina D (a vitamina do
óleo de fígado de bacalhau) necessária para manter
os ossos sólidos. Isio4 tem a vantagem de ser tão
bom para cozinhar como para temperar, respeitando o
sabor natural dos alimentos.
A marca vai continuar ao lado dos consumidores
implementando acções promocionais nos super e
hipermercados com oferta de brindes muito úteis. Foi
a pensar nos consumidores portugueses que a Lesieur
reuniu, em www.iso4.com, em português, receitas,
dicas, novidades e muitas informações sobre Isio4.
Não faltam motivos para fazer um bookmark do site www.isio4.com!
TASSIMO chega a PortugalA Kraft Foods e Bosch uniram forças e lançam em Portugal TASSIMO, um sistema
de bebidas quentes com a confiança das suas marcas preferidas e completamente
automático. Com a experiência de grande sucesso noutros mercados europeus,
TASSIMO traz para Portugal a aposta num sistema que disponibiliza uma grande
variedade de bebidas quentes preparadas com marcas de
grande qualidade, como, por exemplo, os cafés da
marca Mastro Lorenzo (com receita
específica para Portugal), Latte
Macchiatto Carte Noire, Milka, chá
Twinings e muito mais “online”, como,
por exemplo, Starbucks ou Suchard.
TASSIMO é um sistema totalmente
inovador e inteligente. A máquina,
através da leitura do código de
barras inserido no T DISC TASSIMO,
proporciona a bebida perfeita.
Através deste sistema, é
identificada qual a quantidade de
água, temperatura e tempo de
preparação que cada bebida necessita
(cada bebida tem um código de barras
específico). A máquina inclui também
um sistema de limpeza automática, que
impede a mistura dos sabores quando
se prepara diferentes bebidas de seguida.
TASSIMO entra no mercado português
com dois modelos, a T40 (4 modelos:
silk silver, magic black, glamour red e morning sun) e a T65
(Twilight Titanium). A T65 é o modelo de topo e
vem equipada com um visor em cristal líquido
(LCD) e o filtro de água Brita.
Canon revela nova PowerShot G12A Canon anuncia a nova PowerShot G12 – o mais recente modelo da premiada
série PowerShot G que tem merecido a confiança de fotógrafos profissionais de
todo o mundo. O novo modelo proporciona excelente flexibilidade e performance,
com níveis de controlo
profissionais e suporte para
vários acessórios.
Mantendo o design e controlos
clássicos da sua antecessora, a
PowerShot G12 foi concebida
para proporcionar uma
performance superior capaz de
ir ao encontro das necessidades
de profissionais e entusiastas
de fotografia. O Sistema HS, a
gravação de vídeo HD a 720p e
o Hybrid IS são novas adições
que proporcionam
qualidade de imagem
premium em fotos e
vídeos, e o novo Front
Dial oferece um melhor
manuseamento e um
controlo manual
rápido.
A PowerShot G12 é
ainda o primeiro
modelo da série G a
integrar o Sistema HS
da Canon – uma potente
combinação de um sensor CCD de 10 Megapixels de alta sensibilidade com o
processador DIGIC 4 de elevada performance, desenvolvido para proporcionar
uma qualidade de imagem impressionante em todas as condições de luz, incluindo
luz fraca.
Novos cereais Nestlé Corn FlakesA Nestlé Cereais acaba de lançar
Nestlé Corn Flakes, deliciosos e
estaladiços flocos de milho, ideais
para o pequeno-almoço de toda a
família.
Com este lançamento a Nestlé
Cereais vem responder a uma
necessidade do mercado num
contexto económico difícil,
apresentando às famílias um
produto com a qualidade Nestlé
acessível a todos.
A marca Nestlé entra assim no
segmento de mercado dos cereais
Corn Flakes, onde não estava
presente, alargando a sua oferta a
miúdos e graúdos e promovendo o
convívio entre toda a família logo pela
manhã. Disponível em dois formatos de 250g e 500g,
adapta-se às necessidades de todas as famílias.
Produtosn.º5/2010 | setembro/outubro
10
12
anÁlise
n.º5/201
0 | sete
mbro/out
ubro
A quadrisemana 29 a 32 trouxe o fim de um longo jejum de cres -
cimento do mercado de bens de grande consumo ao apurar, no pe -
ríodo analisado, um aumento de facturação de 4%, o maior desde há
ano e meio e que surge na linha de recuperação – ténue, então –
iniciada a meio de Maio (quadrisemana 16 a 20) que conduziu este
universo a subidas de 0,8%, 1,2%, 1% e, finalmente, 4%. In su -
ficiente, claro está, para declarar o fim da crise, mas suficiente para
perceber que, paulatinamente, o consumo está a recuperar confiança,
com clara influência do período do ano em causa, profícuo do ponto
de vista financeiro para a maioria dos portugueses. Já o Year to Date
10 (YTD 10) dá conta de uma variação em valor positiva, ainda que
marginal, abaixo do 1% (-0,7%).
Explicações à parte, importa ainda destacar, e associado aos níveis de
crescimento registados, o regresso das marcas de fabricante à subida
de facturação (+1,7%) face ao período homólogo de 2009, não
obstante a performance consistente das marcas de distribui ção+pri -
meiro preço que voltaram a “ditar as regras do jogo” ao crescer 9,8%
no global do mercado de FMCG.
Por área de negócio, a performance dos bens de grande consumo na
quadrisemana 29 a 32 de 2010 replicou alguns cenários até aqui
vistos e analisados. Na Alimentação, são as marcas de insígnia e as
de primeiro preço que continuam a reforçar a sua importância nos
hábitos de consumo dos portugueses ao subir 10,9% neste período.
Uma dinâmica muito positiva - cujas variações médias se têm
mantido constantes ao longo dos últimos três meses, oscilando entre
o valor recorde deste ano de 11,1% e os 9,3% - e que contrasta
com o comportamento das marcas de indústria que voltaram a
apresentar perdas de 1,7%. Ainda assim, um registo mais favorável
face ao período anteriormente analisado (quadrisemana 28) onde se
encontravam a perder 3,1%, uma tendência, aliás, que tem carac -
terizado a performance da categoria ao longo deste exercício versus
o período homólogo do ano transacto.
Mas a época do Verão é mesmo propícia à ingestão de líquidos,
constituindo o principal período de consumo do ano para os ope ra -
dores da categoria, que anseiam pela chegada desta estação de calor
ao longo de todo o exercício. E é inegável o contributo das altas
TEXTODuarte Cunha
Os bens de grande consumo registaram um aumento de facturação de 4% face ao período homólogo, uma
subida apurada na quadrisemana 29 a 32 (19 de Julho a 15 de Agosto) e que constituiu o maior aumento deste
mercado ao longo do último ano e meio. O período analisado fica ainda marcado pelo regresso das marcas de
fabricante aos crescimentos de facturação (+1,7%) quando comparado com o período homólogo de 2009.
FMCG sobem 4%ano e meio
FormatosAs lojas de pequena e média dimensão continuam a ser o formato da moda, não só ao representar
66,6% do total do consumo de FMCG em Portugal, como, e sobretudo, ao crescer 9,2% em valor no
caso dos supers grandes em YTD 10 e 11% em valor no caso concreto da quadrisemana 29 a 32 de
2010. A conveniência e a proximidade são, como se sabe, os factores que jogam a favor deste
formato, ainda que sem negligenciar a diversidade do sortido disponível. Uma possível explicação para
a quebra de 2% na variação em valor face ao período homólogo de 2009 dos pequenos supers
(c/Lidl), que se encontravam estáveis quando analisado no período em causa.
O canal tradicional encontra-se a perder cerca de 12% face a 2009 – será interessante avaliar este
indicador daqui a um ano, quando as aberturas ao Domingo das grandes superfícies comerciais esti -
veram perfeitamente absorvidas – enquanto os hipers mantêm a sua importância face ao total de
consumo (valem 23,4% das vendas de FMCG), encontrando-se a crescer 0,9% em valor face a 2009.
depois
temperaturas para o comportamento da categoria no período ana -
lisado, com as Bebidas a apresentarem uma excelente prestação, quer
na comercialização de marcas de fabricantes (+7,8%), quer das
MDD+PP (+13,3%), ainda que não se possa alinear o argumento
preço desta equação, sobretudo nos produtos indiferenciados como
são exemplos as águas, ou os ice-teas, e que joga a favor das
MDD+PP.
Por último, a Higiene alcançou uma boa performance na quadrise -
mana 29 a 32, com especial realce para a inversão da tendência por
parte das marcas de fabricante ao registar a maior subida do ano no
segmento Higiene Lar (+6,1%) superando, inclusive, a prestação
das MDD+PP que, por sua vez, também haviam conseguido um
desempenho muito interessante ao crescer 5%, curiosamente o
melhor registo deste ano.
Já na Higiene Pessoal, os crescimentos registados foram menores
face à performance da Higiene do Lar, mantendo-se, no entanto, a
mesma tendência registada na categoria anterior, onde as marcas de
indústria conseguiram prevalecer face às MDD+PP ao crescer 1,8%
face aos 1,4% das marcas próprias e de primeiro preço. Um registo
que não reflecte a tendência global do mercado, mas que não deixa
de ser esclarecedor da especificidade do comportamento de algumas
categorias.
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Evolução do Mercado de Grande Consumo
Variação em valor % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
2008 vs 2007 2009 vs 2008 YTD 10 vs YTD 09
8,2%
–0,1%0,7%
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,0 -1,0 -1,0
0,0
-3,0
-1,0 -1,0
0,0 0,0
-1,0
0,81,3
1,0
4,0
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
MDD
PP
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
Análise da Marca de Distribuição + Primeiros Preços
Quota em Valor MDD+PP Alimentação
Quota em Valor MDD+PP Higiene (Lar+Pessoal)Quota em Valor MDD+PP Bebidas
Quota em Valor MDD+PP
MDD
PP
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Mercearia 33,0 33,0 2,9 2,9
Congelados 47,1 47,2 5,3 6,2
Lacticínios 27,0 28,3 3,3 3,3
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Higiene Lar 29,3 29,9 2,1 2,0
Higiene Pessoal 18,5 19,0 1,1 1,2
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Bebidas Alcoólicas 10,8 11,0 0,5 0,5
Bebidas Não Alcoólicas 24,7 26,2 1,7 1,5
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Total FMCG
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,7-1,1
-2,2-1,4
-1,9 -1,5
-3,1
-1,2
-2,2-1,5
-0,6 -2,3 -0,6 -2,0 -1,7
1,7
3,6
4,8
0,50,0
2,0
3,1
-1,5
0,2 0,3
2,4 2,7 2,6
3,7
9,0
7,5
9,8
BebidasAlimentação% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,6
0,5
-5,3
-3,5
-0,8
1,0
1,3
-2,8
4,5
-2,5
-0,7-0,1
0,9
-2,0-2,6
6,1
2,5 2,31,8
0,6
3,13,5
1,6
-0,2
3,6
0,10,7
2,92,4
3,5
-0,3
5,0
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
1,0
-1,2
-0,20,3
-0,9
2,1
-3,5
-1,0-0,2
1,3
-2,9
-1,3 -1,3
-3,6-3,2
1,8
9,3
2,6
10,3
9,7
12,8
10,5
6,6
4,4
5,6
3,8
1,70,9
1,7
4,6
1,11,4
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
1,7
2,2
2,8
8,0
3,6
4,3
-1,1
1,7
0,3
-1,8-2,6
2,8
6,2
-1,8
3,4
7,8
12,5
4,6
9,5
12,5
9,9
14,4
1,6
1,1
-2,0
2,6
-1,8
4,1
7,4
2,7
7,7
13,3Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-3,5
-2,4
-4,3-5,0
-4,2 -4,5
-4,3
-2,2
-4,4
-1,9
0,5
-4,4
-2,8
-1,7
-3,1
-1,7
2,1
5,4
-2,0-2,9
-0,4
0,9
-3,0
-0,3 -0,5
2,5
3,62,6
3,7
11,1
9,3
10,9
Higiene Lar Higiene Pessoal% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
2,52,6
2,23,2 3,4
2,7
26,8 27,7 29,1
34,331,7 32,4
MDD
PP1,8
21,6
1,5
22,9
1,5
23,4
MDD
PP0,9
15,0
1,0
16,4
1,0
17,4
Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
13
anÁlise
n.º5/2010 | setembro/outubro
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Evolução do Mercado de Grande Consumo
Variação em valor % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
2008 vs 2007 2009 vs 2008 YTD 10 vs YTD 09
8,2%
–0,1%0,7%
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,0 -1,0 -1,0
0,0
-3,0
-1,0 -1,0
0,0 0,0
-1,0
0,81,3
1,0
4,0
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
MDD
PP
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
Análise da Marca de Distribuição + Primeiros Preços
Quota em Valor MDD+PP Alimentação
Quota em Valor MDD+PP Higiene (Lar+Pessoal)Quota em Valor MDD+PP Bebidas
Quota em Valor MDD+PP
MDD
PP
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
Ano 2008 Ano 2009 YTD 10
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Mercearia 33,0 33,0 2,9 2,9
Congelados 47,1 47,2 5,3 6,2
Lacticínios 27,0 28,3 3,3 3,3
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Higiene Lar 29,3 29,9 2,1 2,0
Higiene Pessoal 18,5 19,0 1,1 1,2
MDD PP
Quota em Valor Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010
Bebidas Alcoólicas 10,8 11,0 0,5 0,5
Bebidas Não Alcoólicas 24,7 26,2 1,7 1,5
Fonte: Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
Total FMCG
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PPVaVaV
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,7-1,1
-2,2-1,4
-1,9 -1,5
-3,1
-1,2
-2,2-1,5
-0,6 -2,3 -0,6 -2,0 -1,7
1,7
3,6
4,8
0,50,0
2,0
3,1
-1,5
0,2 0,3
2,4 2,7 2,6
3,7
9,0
7,5
9,8
BebidasAlimentação% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-1,6
0,5
-5,3
-3,5
-0,8
1,0
1,3
-2,8
4,5
-2,5
-0,7-0,1
0,9
-2,0-2,6
6,1
2,5 2,31,8
0,6
3,13,5
1,6
-0,2
3,6
0,10,7
2,92,4
3,5
-0,3
5,0
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
1,0
-1,2
-0,20,3
-0,9
2,1
-3,5
-1,0-0,2
1,3
-2,9
-1,3 -1,3
-3,6-3,2
1,8
9,3
2,6
10,3
9,7
12,8
10,5
6,6
4,4
5,6
3,8
1,70,9
1,7
4,6
1,11,4
Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
1,7
2,2
2,8
8,0
3,6
4,3
-1,1
1,7
0,3
-1,8-2,6
2,8
6,2
-1,8
3,4
7,8
12,5
4,6
9,5
12,5
9,9
14,4
1,6
1,1
-2,0
2,6
-1,8
4,1
7,4
2,7
7,7
13,3Variação vendas v alor Mar cas Fabricantes
Variação vendas v alor MDD+PP
2009 vs 2008 YTD 10vs YTD 09
S 2009 33 S 2009 37 S 2009 41 S 2009 45 S 2009 49 S 2009 53 S 2010 04 S 2010 08 S 2010 12 S 2010 16 S 2010 20 S 2010 24 S 2010 28 S 2010 32
-3,5
-2,4
-4,3-5,0
-4,2 -4,5
-4,3
-2,2
-4,4
-1,9
0,5
-4,4
-2,8
-1,7
-3,1
-1,7
2,1
5,4
-2,0-2,9
-0,4
0,9
-3,0
-0,3 -0,5
2,5
3,62,6
3,7
11,1
9,3
10,9
Higiene Lar Higiene Pessoal% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo % Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo
-1,6
YTD 10 S 2009 33 S 2009 37
-5,3
-3,5-3,5
-0,8
-2,8
4,5
-2,5
-0,7-0,7-0,1-0,1
-2,0-2,6
6,1
9,3
-0,2
2,6
10,3
9,79,7
12,8
6,6
10,5
4,4
5,6
1,3
3,8
1,71,71,71,7
-1,3 -1,3-1,3
1,70,9
1,7
-1,3
4,6
1,1
1,8
1,4
1,81,8
1,4
2,5 2,3
0,5
1,8
0,6
3,1
1,0
3,53,5
1,01,6
1,3
1,61,61,61,6
-0,2
3,6
0,1
-0,7
0,7
-0,1
0,1
2,92,4
0,9
3,5 5,05,0
-0,3-0,3
2,52,6
2,23,2 3,4
2,7
26,8 27,7 29,1
34,331,7 32,4
MDD
PP1,8
21,6
1,5
22,9
1,5
23,4
MDD
PP0,9
15,0
1,0
16,4
1,0
17,4
Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)
14
anÁlisen.º5/2010 | setembro/outubro
16
distri
buiÇÃo
n.º5/2
010 |
setemb
ro/out
ubro
Os protagonistas da série televisiva Lua Vermelha deram a cara
pela campanha Regresso às Aulas 2010 da Staples Office Centre
Portugal. A insígnia liderada por Carlos Maia apostou, este ano,
numa comunicação muito próxima dos jovens, ao recorrer aos
préstimos dos dois actores que preconizam a trama principal da
ficção que está a apaixonar os mais jovens. Mas as novidades da
Staples – que apostou forte neste regresso às aulas, com um
investimento global estimado em 2 milhões/€ - não se ficaram
por aqui, com a campanha deste ano a coincidir com o lança -
mento de duas novas gamas de produtos sempre com a garantia
dos melhores preços do mercado. “A oferta Low Price inclui
mais de 450 produtos de marca própria ao melhor preço do
mercado. Nesta oferta estão incluídas as linhas exclusivas
Patchwork e Scratch, a colecção de moda escolar “Colours by
Staples”, e muitos outros artigos de marca própria de papelaria,
material de escritório e também mobiliário. A Staples lançou
ainda este ano o conceito “Best Price”, o melhor preço do
mercado em tecnolo gia. Para tal, desenvolveu parcerias que
permitiram oferecer uma gama de produtos tecnológicos, com
uma boa relação quali da de-preço e preparou uma oferta
variada de máquinas foto grá ficas, leitores MP3/4, portáteis,
impressoras, GPS, entre muitos outros”, esclarece Carlos Maia,
Director-Geral da Staples Portugal.
Entre as novidades apresentadas este ano, e além do reforço do
número de artigos Low Price e da diversificação do sortido das
suas linhas exclusivas, a Staples efectuou também o lançamento
do projecto de responsabilidade social “Banco Escolar”, renovou
as campanhas de crédito e estabeleceu um protocolo com a
Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, ao levar em linha
de conta que, para estas famílias, as vantagens no acesso a
material escolar e de papelaria são fundamentais. Os professores
também não foram esquecidos nesta grande campanha de
Regresso às Aulas, ao celebrar um ano do cartão Staples Professor
+, a Staples lançou uma campanha exclusiva: “Professor +: Some
Pontos e Ganhe Prémios”. Mudanças significativas face à campa -
nha de 2009 e que procuram atingir um objectivo perfeitamente
regresso às aulas2 milhões/€
A Staples aposta forte no regresso às aulas 2010. Não só na comunicação dos artigos para esta altura
do ano, como pela criação de algumas propostas de valor. Caso dos conceitos Low e Best Price, que
disponibilizam mais de 450 produtos de marca própria, assim como uma extensa oferta em tecnologia,
além do Cartão Staples Professor +, uma ferramenta de fidelização que resume a intenção do operador
em ir de encontro aos nichos de mercado.
de investimento no TEXTODuarte Cunha
FOTOSLuís Pais
de Tecnologia uma das principais campanhas de B2C da Staples.
Estas só são superadas pela relação B2B, que a Staples mantém
em termos, quer de oferta, quer de canal de distribuição, quer de
proposta de valor em contínuo ao cliente empresarial (B2B)”,
assume o Director-Geral da Staples Portugal.
Prova da diversificação dos serviços deste especialista em artigos
de papelaria é a criação do Cartão Staples Professor +, que vem
reforçar a estratégia da Staples em ir de forma contínua ao en -
contro das necessidades dos seus clientes. A pensar no investi -
men to a que os docentes estão sujeitos ao longo do ano lectivo,
e especialmente no regresso às aulas, a Staples procura ajudar
esta classe profissional a poupar ao longo de todo ano, seja
através do cartão, seja mediante o lançamento de campanhas
específicas, como o Dia do Livro, ou a campanha do Regresso às
Aulas, que visava recompensar a preferência dos professores com
cartão. “Num mercado em constante evolução estamos cientes
que novos nichos poderão surgir, nos quais fará sentido apostar”,
conclui Carlos Maia.
definido: “em termos quantitativos, esperamos continuar a
crescer a dois dígitos nas vendas. Já em termos qualitativos, os
dois aspectos mais importantes são a notoriedade da marca no
B2B e no B2C e a satisfação dos clientes que nos procuram todo
o ano e que confiam em nós”, reforça.
Carlos Maia destaca ainda o foco da insígnia nas “necessidades
dos clientes”, apresentando-se a Staples Portugal cada vez mais
concentrada em disponibilizar a melhor relação preço/qualidade,
razão pela qual o reforço da linha exclusiva dedicada ao regresso
às aulas surge como uma consequência crescente da procura.
Soluções de preço baixo, variedade de gama, inovação e melhoria
de processos logísticos e de comunicação são outros dos ob jec -
tivos do operador, que, assim, consegue abranger um leque pro -
gressivamente maior de consumidores, como também cada vez
mais heterogéneos, que procuram artigos “mais baratos” sem
deixar, contudo, de procurar os artigos considerados como
“tendência”.
“O Regresso às Aulas é juntamente com o Natal e a campanha
17
distribuiÇÃo
n.º5/2010 | setembro/outubro
18
distribuiÇÃon.º5/2010 | setembro/outubro
do consumidor ou
de quotas?
A decisão do Governo em autorizar as aberturas aos domingos e feriados às superfícies
comerciais com mais de 2 mil m2 veio relançar o debate sobre aquele que tem sido um
dos temas mais sensíveis do comércio em Portugal e ao qual nenhum Governo achou por
bem decidir. E o actual Executivo não foi excepção, uma vez que atribuiu às autarquias o
poder de optar pelos horários e dias de aberturas dos diferentes espaços comerciais.
Defesa do consumidor alegam uns, guerra de quotas e cedência ao lobby económico
defendem outros. Mas, afinal, o que une e separa APED e CCP nesta matéria?
DEFESAGuErrAdo consumidor ou
de quotas?
DEFESAGuErrA
TEXTOBruno Farias
FOTOSSara Matos
19
distribuiÇÃo
n.º5/2010 | setembro/outubroAté à data, os hipermercados (com mais de 2 mil m2 de área de
venda) vêm-se na contingência de ter de fechar às 13h aos do -
min gos e feriados, abrindo as suas portas às 8h. Regras que dizem
respeito ao período compreendido entre Janeiro e Outubro, uma
vez que nos restantes meses do ano estas unidades comerciais
funcionam em horários alargados. Com esta nova intenção do
Governo, caberá às câmaras municipais a responsabilidade de se
pronunciarem relativamente aos horários de aberturas dos dife -
rentes espaços comerciais existentes na sua área de jurisdição. De
acordo com o Ministério da Economia, ao todo são 2.579 (dados
de Julho/2010) as unidades autorizadas a funcionar aos domingos
e feriados, a maioria de natureza alimentar, defendendo o Governo
ser uma medida correcta para facilitar a vida aos portugueses, assim
como conferir uma maior liberdade de iniciativa económica às
empresas, sustentando ainda o Ministro da Economia, Vieira da
Silva, que “já não faz sentido manter os hipermercados num regi -
me legal de excepção”. Se as autarquias autorizarem a abertura das
grandes superfícies comerciais visadas ao longo de todos os dias
da semana entre as 6h e as 24h, o número efectivo de lojas que irá
usufruir desta medida não ultrapassa as 180, das quais 77 são
referentes a hipermercados. Recorde-se que o decreto-lei que har -
moniza os horários de funcionamento e elimina as actuais barreiras
ao funcionamento das lojas com mais de 2 mil m2 de dimensão foi
aprovado na generalidade, não tendo sido possível até ao fecho
desta edição auscultar a decisão do Presidente da República rela -
ti vamente ao diploma em causa.
De acordo com APED, esta autorização vem “acima de tudo, ao
encontro das necessidades dos consumidores, incompreensivel -
men te penalizados numa altura em que os estilos de vida tornam
cada vez mais escasso o tempo disponível para a realização dos
actos de compra durante a semana de trabalho. Em segunda
análise, esta autorização põe termo a uma situação discriminatória
e iníqua, que trata de forma diferente os diversos operadores de
mercado e constitui um atentado aos mais elementares princípios
da boa concorrência. Para além disso, todos os estudos apontam,
e esta é uma certeza de todos os associados da APED, para que
esta medida venha a gerar a criação de postos de trabalho, pela
extensão do período de funcionamento. Este efeito mais do que
suplantará o efeito de ajustamento dos quadros de pessoal dos
formatos que suportarão a transferência de vendas, os quais, na
sua vasta maioria, denotam graus de intensidade do factor
trabalho bem inferiores aos dos hipermercados”, defende Luís Reis,
Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.
Argumento contrariado por João Vieira Lopes, Presidente da Con -
federação do Comércio de Portugal (CCP), que aponta o facto de
a liberalização dos horários de funcionamento das grandes su per -
fícies comerciais não ser somente uma questão económica, sem,
todavia, nunca deixar de o ser. “Numa situação de estagnação do
consumo, esta decisão vai protelar o aumento de quota dos
hipermercados, posição que tem vindo a perder-se nos últimos
anos e que, objectivamente, além das intenções, beneficia o reforço
da posição desses formatos que ao longo dos últimos cinco anos
foram perdendo quota (-6%). É uma situação. Para além disso,
vem beneficiar os centros comerciais pois, como é sabido, há
actualmente uma quebra de venda nos centros comerciais e, no
fundo, o funcionamento do hipermercado vai aumentar o tráfego
nestas áreas. Como facilmente se percebe, se há alguém a ganhar
quota de mercado, há alguém a perder. O mercado não está a
crescer, logo alguém perde, o que é grave e vai beneficiar alguns
grupos económicos de maior potencial”, sustenta.
O representante da CCP vai mais longe nas suas considerações e
avalia como “estranho” todo o processo que conduziu à pro mul -
gação do decreto-lei, uma vez que, apesar das habituais reuniões
de concertação social, a CCP alega que o diploma em causa não foi
alvo de uma audição prévia como habitualmente se verifica em
situações análogas, tendo sido introduzido como nota de agenda
– não como ponto de discussão – em nova reunião de concertação
social e após ter sido apresentado em Conselho de Ministros.
Este é, de resto, um dos pontos que mais desconfiança tem sus -
citado junto dos parceiros sociais, com o diploma a ser apresentado
num período muito próximo ao início da interrupção da agenda
política, pelo que seria de esperar que um assunto desta natureza
transitasse para Setembro e não fosse tão celeremente apresen -
tando em decreto-lei como se verificou.
DECISãO
Outro dos pontos mais sensíveis desta matéria passa pelo facto de
pertencer às autarquias a responsabilidade de ajustar os horários
de funcionamento das grandes superfícies comerciais de acordo
com os seus interesses, o que se deve, e na perspectiva do Governo,
a razões de segurança, protecção da qualidade de vida dos cidadãos,
ou defesa de certas actividades profissionais. A medida, que apa -
nhou todos de surpresa, vem dar voz ao que tem sido um dos
Ao todo são 180, o
número efectivo de lojas
(77 das quais
hipermercados) que
poderão passar a usufruir
da liberalização dos
horários de abertura das
grandes superfícies
comerciais
“cavalos de batalha” da associação do sector e que ao fim de 15
anos vê as suas pretensões chegarem a bom porto, ao que tudo
indica, juntando-se, assim, Portugal à Suécia e à Bélgica na lista
dos únicos países da Europa a quinze a usufruir de total liberdade
de abertura aos domingos. “Na extensão do que é do conheci men -
to da APED, o novo quadro regulamentar estabelece um quadro
normativo de abrangência nacional, facultando apenas aos mu ni -
cípios a faculdade de, fundamentadamente, determinarem a res -
trição ou o alargamento dos horários de funcionamento nacionais.
E, desse ponto de vista, nada temos a obstar que os municípios,
repita-se, de forma fundamentada e nos limites fixados pela Lei, e
sendo os melhores conhecedores de eventuais especificidades
locais, possam intervir no processo. Mantemos, no entanto, a
posição de princípio de que seria preferível uma legislação de
aplicação uniforme a todo o País”, defende o Presidente da APED.
O impacto das aberturas aos domingos e feriados na economia
portuguesa, e segundo o estudo promovido pela Roland Berger, a
pedido da APED, seria de 2,5 mil milhões/e até 2017, conduzindo,
ainda, à criação de oito mil empregos directos e indirectos. Já a
CCP contrapõe a estes números os dados do INE e relembra que
“nos últimos 10 anos o emprego no comércio passou de 751 para
753 mil apesar dos 10 milhões de m2 de área de venda licencia -
dos. Ou seja, os postos de emprego que são destruídos por estes
gran des grupos são, no mínimo, iguais aos que são criados. Por -
tanto, o argumento de criação de emprego não tem sentido, mas
o que se irá verificar é que as lojas que têm dezoito caixas abertas
ao dia de semana passam rapidamente a ter catorze e, em poucos
meses, tudo isto estará pervertido, registando-se uma transferência
de consumo e o aceleramento do encerramento dos
independentes, que já existia antes. Razão
pela qual temos defendido que
o melhor modelo em termos de
emprego, de consumidor e de
20
distribuiÇÃon.º5/2010 | setembro/outubro
A CCP defende que o
emprego no comércio ao
longo dos últimos anos
pouco evoluiu, apesar dos
10 mil milhões de m2 de
área de venda licenciados
para a abertura de novas
lojas em Portugal
equilíbrio económico e social, é aquele que se aplica na maior parte
dos países em que o encerramento aos domingos é uma rea li -
dade”.
Nomeadamente, o modelo espanhol, quer pelo facto de o tecido
económico ser o mais semelhante ao nacional, assim como pelo
facto de as decisões serem articuladas a nível das regiões e não dos
municípios, uma vez que a zona de influência de cada uma é ne -
cessariamente diferente, razão pela qual este tipo de decisões são
sempre tomadas ou a nível nacional ou regional, e nunca através
dos municípios. “Por isso, na prática estamos perante uma liberali -
zação efectiva, porque se abrir um hipermercado os restantes irão
abrir numa lógica de efeito dominó. Além de que a lei irá funcionar
ao contrário pois, ao estar tudo aberto, os municípios apenas
podem restringir e já sabe que é muito difícil restringir depois”,
aponta João Vieira Lopes.
Recorde-se que no país vizinho, Espanha, todos os estabeleci men -
tos comerciais de base alimentar acima dos 300 m2 e de base não-
alimentar acima dos 500 m2 estão encerrados aos domingos,
servindo também, em contraponto com os argumentos das asso -
cia ções do comércio, o exemplo do El Corte Inglés em Portugal
que, apesar de visado por esta limitação em termos de horários de
funcionamento, não deixa se ser um caso de sucesso apesar de
estar fechado ao Domingo.
CONCENTRAçãO
A estes argumentos a CCP adiciona ainda a evidente concentração
que se tem registado no comércio alimentar em Portugal, ao consi -
derar que esta realidade não é somente um problema do comércio,
mas também da agricultura e da indústria. O Presidente da CCP
sustenta que este movimento tem retirado oportunidades de
mercado às PME’s industriais e agrícolas que são “grandes empre -
ga dores a nível europeu”. Razão pela qual a CCP considera que em
causa não está um mero problema de consumidor, ou de serviço ao
mesmo, mas a estratégia de um modelo de desenvolvimento
económico e social. “Nesse contexto, esta é uma questão que nos
preocupa, mais ainda num ciclo de estagnação de consumo em
que o que uns ganham os outros perdem e é esse o impacto que
receamos sobre o comércio tradicional. Tirando os grandes grupos
económicos que têm hipermercados, os restantes não se manifes -
taram muito entusiasmados com a situação. Numa fase de retrac -
ção do consumo, a liberalização dos horários das grandes
superfícies irá ter como consequência o aumento do desemprego,
e uma decisão desta natureza requer o envolvimento das centrais
sindicais, pelo terá que haver aqui alguns ajustamentos. Enquanto
um hipermercado joga com turnos e com situações de transfe rên -
cias de uns dias para os outros, um comércio tradicional não pode
fazer isso e se tra ba lhar ao domingo tem um custo de mais 200 a
300%, o que pode tornar o negócio inviável. Neste enquadra -
mento conside ra mos a medida atípica, injustificada, não tendo
premência utili zada”, argumenta ainda João Vieira Lopes.
Já a APED, recorda que, apesar do crescimento significativo da área
de venda em funcionamento em Portugal, o parque de lojas
disponível permitiu uma melhor cobertura do território nacional,
ao aproximar o sector de mais consumidores, ou, por outro lado, ao
aumentar as alternativas de oferta disponível, contribuindo para a
entrega de maximização do valor entregue às famílias portuguesas.
“Este movimento de crescimento faz-se, obviamente, no sentido
João Vieira Lopes, Presidente
da Con federação do
Comércio de Portugal (CCP)
21
distribuiÇÃo
n.º5/2010 | se
tembro/outubro
dos maiores mercados para os mercados mais periféricos – mas
igualmente importantes do ponto de vista das famílias que aí
residem – sendo normalmente acompanhado de uma diminuição
do potencial de vendas por metro quadrado, a que acresce um
igualmente normal fenómeno de canibalização à medida que
aumenta o número – e a concorrência – entre estabelecimentos
comerciais. Note-se, a propósito, que a importância que esta
abordagem a novos mercados do interior do país se reveste no
apoio às populações residentes e à respectiva fixação, condições
essenciais à promoção do desenvolvimento regional português.
Numa visão global da realidade portuguesa, pode referir-se que,
nos principais centros urbanos, o sector retalhista convive com um
cenário de elevada concorrência e, muito provavelmente, aproxi -
mar-se-á da maturidade (sendo que esta constatação tem leituras
diferentes quando se consideram os diferentes segmentos da ofer -
ta: pequenos supermercados de conveniência, médios e grandes
supermercados, hard e soft discounts, hipermercados,…), enquanto
por outro lado subsistem ainda múltiplas oportunidades regionais
que o sector continua a analisar atenta e exaustivamente”, recorda
Luís Reis, Presidente da APED.
Até porque o sector da distribuição moderna tem trazido bastante
dinâmica ao comércio nacional em termos de aberturas de novas
lojas, de diferentes dimensões e formatos, apresentando-se como
um dos mais competitivos sectores da actividade da economiaPUB
EMPREGO NO COMÉRCIO
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 1.º TRIMES -TRE 2010
MARÇO 742 756 785 762 790 770 745 746 769 779 754.6
JUNHO 730 776 777 762 784 786 758 741 773 771
SETEMBRO 748 771 780 788 786 770 757 755 756 746
DEZEMBRO 751 781 753 785 767 764 743 756 765 753
Fonte: INE Unidade: Milhares
DESEMPREGO NO COMÉRCIO4.º Trimestre 2008 1.º Trimestre 2009 2.º Trimestre 2009 3.º Trimestre 2009 4.º Trimestre 2009 1.º Trimestre 2009
N.º Desempregados 61 76 74 80 86 87.3
22
distribuiÇ
Ão
n.º5/2010
| setembro
/outubro
nacional. Revendo-se nos números apontados pela Roland Berger,
em 2007, APED defende que o sector se sente confiante perante
os números apontados pelo estudo e, uma vez ultrapassadas as
actuais condicionantes de funcionamento das suas unidades
comerciais, o antecipado impacto positivo na economia nacional
será uma realidade. “A possibilidade de abertura das grandes
superfícies comerciais aos domingos e feriados põe termo a um
tratamento diferenciado, destituído de fundamento, entre forma -
tos de lojas concorrentes directos, impedindo uns de abrir durante
um período (as tardes de domingo) em que outros poderiam
funcionar”, conclui Luís Reis, Presidente da associação do sector.
Por outro lado, é por demais evidente que esta questão ganha
particular realce mediante a praticamente inexistente vida comer -
cial nos centros urbanos portugueses, o que se deve, na verdade, a
uma lei de ordenamento do território mal concebida e aplicada, a
que se junta uma lei de arrendamento que nada parece ter trazido
à sociedade apesar das actualizações. Sem este tipo de enquadra -
mentos não se consegue, naturalmente, resolver a situação e
promover uma base concorrencial justa e equitativa, até porque
são várias as circunstâncias que conduziram a esse desfecho e
consequente abrandamento da importância do comércio tradicio -
nal em Portugal. O que leva a que este tema seja ainda mais
sensível e polémico, independentemente das razões apresentadas
pelos diversos intervenientes envolvidos na matéria.
Retalho Português - Últimos 20 anos
5%20%
75%
21%
19%
60%
42%
29%
29%
36%
9%
36%
19%
32%
16%
37%
15%
27%
17%
43%
13%
26%
18%
44%
12%
1987 1990 1995 2000 2005 2008 2009*
Hipers Discounts Supers Tradicionais
Facturação Índice Nielsen Alimentar
2,230
3,850
6,673
8,571
10,961
12,562
12,868
0 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000
1987
1990
1995
2000
2005
2008
2009*
Facturação (milhões/€)
Lojas Tradicionais - Facturação (milhões/€)
11321004
938 906 866 850
797 737 701 678656
484 521 588 633726 783
821 831 850 862862
1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
Mercearias Livre Serviço
Lojas Tradicionais - N.º de Lojas
27895
21850 21131 19819 19024 18248 17697 16122 15328 14259 13928
2544 2256 2598 2594 2706 2869 3044 3055 3165 3298 3200
1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*
Mercearias Livre Serviço
Fonte: Censo Nielsen
Fonte: Censo Nielsen
Fonte: Censo Nielsen
Fonte: Censo Nielsen • Unidade: Milhões/€
Luís Reis, Presidente da
Associação Portuguesa de
Empresas de Distribuição (APED)
24
tema de
CaPa
n.º5/201
0 | sete
mbro/out
ubro
playerTEXTOBruno Farias
FOTOSSara Matos
Chega em 2011 a nova adega da Adega Cooperativa de Borba (ACB). Representativa de
um investimento de 11,6 milhões/€, o novo centro de vinificação irá permitir à marca
alentejana duplicar a sua capacidade produtiva, assim como elevar a qualidade média dos
seus vinhos. De olhos postos na exportação, onde almeja duplicar os volumes
transaccionados, a ACB projecta o seu futuro com metas bem definidas: ser um player de
referência, em Portugal e no Mundo. Manuel Rocha, CEO da Adega Cooperativa de Borba,
explica em entrevista o projecto e a actualidade desta adega cooperativa cinquentenária.
de referênciaem Portugal e no Mundo”
“Ser um
Grande Consumo – Que diferenças apresenta a Adega
Cooperativa de Borba face à Companhia das Quintas,
sabendo-se, de antemão, que em termos estruturais es -
tamos perante dois projectos necessariamente dife -
rentes?
Manuel Rocha – Do meu ponto de vista, entre esta adega
cooperativa e qualquer outra empresa do sector, em termos de
gestão quotidiana diria que a diferença é nenhuma. A ACB tem,
no seu dia-a-dia, uma gestão tão ou mais profissional que a
média das empresas privadas do sector. A grande diferença é na
sua denominação jurídica, uma vez que se trata de uma adega
cooperativa e não de uma sociedade anónima, ou limitada. Pela
sua dimensão e capacidade instalada, quer pelo facto de ter
sempre contado com profissionais competentes, a adega tem
tudo para reforçar a sua posição nos vários mercados onde se
faz representar.
GC – A gestão profissional de uma estrutura coo pe -
rativista é, portanto, um desafio para qualquer gestor?
MR – Acredito que qualquer projecto que venha a assumir seja
um desafio e este em concreto não tenho dúvidas de que é tão
desafiante, ou mais, do que se fosse uma empresa privada. E o
desafio não está na entidade jurídica mas no potencial que
encerra. O projecto da Adega Cooperativa de Borba é um pro -
jecto de elevado potencial e, obviamente, que os projectos dessa
natureza são altamente estimulantes. Quer para mim, como para
toda a equipa.
GC – Que balanço pode fazer dos – curtos - meses que
leva como líder deste projecto?
MR – Encontrei uma empresa fantástica, que nos últimos anos
evoluiu de forma bastante significativa, sempre com cresci men -
tos muito sustentados ao longo do tempo e que hoje se apre -
senta como um dos principais operadores a nível nacional e,
como tal, vai-se afirmar nos próximos 35 anos como uma refe -
rên cia do sector a nível nacional. Uma projecção que, natu -
ralmente, gostaria que também se reflectisse nos mercados
internacionais, visto acreditar estarem reunidas condições para
se afirmar como um player de referência nesses dois canais.
GC - A internacionalização da marca continua a ser uma
forte aposta desta casa. O que está feito e, acima, de
tudo o que falta fazer?
MR – Naturalmente que já foi feito muita coisa, mas a evolução
nos mercados internacionais é um caminho que demora bas -
tante tempo a trilhar. Temos investido arduamente num conjunto
de países, no sentido de fazer construção de marca, conquistar
aumentos de distribuição, desenvolver acções de experimen ta -
ção, de modo a que a nossa penetração seja mais cada vez mais
vasta e sólida.
GC – O que só é possível com uma produção consistente
e de qualidade reconhecida…
MR – Felizmente temos tido vinhos com qualidade muito
elevada e não sou eu que o digo. O ano passado obtivemos 30
medalhas em concursos internacionais, o que atesta a qualidade
dos nossos vinhos. As revistas da especialidade costumam, igual -
mente, fazer avaliações muito agradáveis dos nossos produtos,
25
tema de CaPan.º5/2010 | setembro/outubro
mas, acima de tudo, os consumidores gostam das nossas pro pos -
tas, pelo que estamos muito confortáveis nesta intenção de
alargar presença nos mercados de exportação.
GC - A nova adega é o impulso que a ACB necessita para
reforçar essa posição?
MR – Obviamente que sim. A construção da nova adega enqua -
dra-se dentro aquilo que é a estratégia de crescimento em termos
de dimensão no sentido de dotar a adega com apetrechos que
lhe permita enfrentar os desafios futuros, assim como aumentar
significativamente a qualidade média da sua produção. Ou seja,
maior capacidade de produção e vinificação com recurso a
tecnologia de ponta, o que, em conjunto com os nossos recursos
humanos, permite-nos abraçar o futuro com franco optimismo.
GC – A ACB contribuiu para que o consumidor superasse
o estigma do vinho de cooperativa?
MR – Essa questão tem que ser analisada sobre dois prismas. Na
década de 50, quando se registou a criação das principais coo -
perativas do Alentejo, o que, então, foi um marco significativo
para subir a qualidade média dos vinhos produzidos nesta região,
os vinhos de cooperativa passaram a ser encarados com vinhos
de qualidade face aos que eram produzidos pelos privados. Desde
há cerca de 15 anos, com o aparecimento de novos produtores
individuais, houve alguns nomes que conseguiram afirmar-se
pela qualidade dos seus vinhos e ter o seu mercado e respectivos
consumidores. Todavia, os vinhos mais consumidos em Portugal
são os vinhos das adegas cooperativas e se os consumidores pre -
ferem os nossos vinhos quer dizer que reconhecem esses produtos
como sinónimo de qualidade.
GC – Ou seja, essa notoriedade e respectiva tradução
em vendas não é somente fruto dos volumes anualmen -
te produzidos?
MR – A questão dos volumes não se coloca tanto, pois cada
privado pode vinificar o volume que quiser. Ao contrário de uma
adega cooperativa que está limitada a um conjunto de asso -
ciados aos quais fazemos a aquisição das uvas.
“A construção da nova adega
enquadra-se dentro aquilo
que é a estratégia de
crescimento em termos de
dimensão no sentido de dotar
a adega com apetrechos que
lhe permita enfrentar os
desafios futuros, assim como
aumentar significativamente
a qualidade média da sua
produção. Ou seja, maior
capacidade de produção e
vinificação com recurso a
tecnologia de ponta, o que,
em conjunto com os nossos
recursos humanos, permite-
nos abraçar o futuro com
franco optimismo”
26
tema de CaPa
n.º5/2010 | setembro/outubro
“A aposta numa
estratégia de portfólio
deve-se a um profundo
conhecimento do
mercado, onde existem
diversos canais de
comercialização, distintos
tipos de consumidores e
diversificadas ocasiões de
consumo que,
naturalmente, decorrem
em contextos totalmente
diferentes. Ao ter em
conta estes factores
estamos a criar uma gama
de vinhos, com base num
conjunto reduzido de
marcas, de modo a
oferecer aos nossos
consumidores os vinhos
mais adequados às suas
exigências”
GC - Em termos de volumes que incremento trará à
nova adega à actual capacidade produtiva?
MR – Em termos de processamento de quantidade diária iremos
passar das actuais 700 toneladas para 1.500 toneladas.
GC - A criação da nova adega irá reforçar ainda mais o
papel de principal empregador da região, o que não dei -
xa de ser encarado como uma responsabilidade acres -
cida…
MR – Sem dúvida, até porque estamos no interior do país, as
oportunidades de trabalho são escassas face às regiões do litoral,
pelo que há aqui uma perspectiva social da adega em criar e
manter o maior número de postos de trabalho possíveis.
GC – Toda esta aposta na modernização da adega
decorrente ao longo dos últimos anos tem-se reflectido
também a nível da gama disponível, apresentando a
ACB um portfólio já bastante completo, agora refor -
çado com um vinho Premium. O que falta a este portfó -
lio uma vez que tem presentemente vinhos para todos
os canais de mercado?
MR – A aposta numa estratégia de portfólio deve-se a um pro -
fundo conhecimento do mercado, onde existem diversos canais
de comercialização, distintos tipos de consumidores e diversi -
ficadas ocasiões de consumo que, naturalmente, decorrem em
contextos totalmente diferentes. Ao ter em conta estes factores
estamos a criar uma gama de vinhos, com base num conjunto
reduzido de marcas, de modo a oferecer aos nossos consu mi -
dores os vinhos mais adequados às suas exigências.
GC - Como é que a gestão desse portfólio é feita nos
diversos canais onde estão representados e que peso
têm respectivamente?
MR – Os hipermercados valem 35%, cash&carries 15% e os
distribuidores Horeca representam outros 35%. Canal último
para o qual dirigimos os nossos produtos mais Premium, que são
produtos mais de nicho, caso das monocastas, por exemplo,
sendo que para os restantes canais de distribuição optámos por
posicionar aquelas que são as nossas marcas mais “mainstream”.
GC – E as marcas que se apresentam mais vocacionadas
para esse canal são Adega de Borba e Montes Claros?
MR - Duas grandes marcas nas quais incide a nossa estratégia
de crescimento, sobretudo Adega de Borba que é um dos nossos
ex-libris, apresentando as duas marcas elevadas taxas de cresci -
mento e que se encontram disponíveis transversalmente em
todos os canais de venda. Dentro desta gama foi lançada uma
referência Premium, uma proposta dirigida ao mesmo perfil de
consumidor mas mais vocacionada para ocasiões de consumo
mais requintadas ou festivas. À qual se junta o vinho que é a
nossa bandeira, o Adega de Borba rótulo de cortiça, e que é,
provavelmente, o vinho mais vendido no segmento em que se
insere. Paralelamente, a gama Montes Claros posiciona-se como
uma proposta mais Premium, composta por um Colheita (branco
e tinto), um Reserva (também branco e tinto) e, agora, um
Garrafeira, que nos permite estar em todos os segmentos de
mercado com um marca alternativa e com grandes pergaminhos
no Alentejo que ainda hoje preserva.
GC – Esse é um dos segredos desta casa, a força das suas
marcas, hoje associadas a um selo de qualidade?
MR – Devemos aos consumidores e à qualidade dos produtos
aquilo que as nossas marcas são hoje, uma vez que são pre fe -
ridas por um conjunto muito diversificado de pessoas o que faz
com que as nossas marcas usufruam de uma elevada notorie -
dade que se traduz numa elevada experimentação e significativa
fidelização, o que torna as nossas marcas fortes. Uma relação
que procuramos reforçar sempre que possível.
Raio-x Fundação: 1955
Processamento actual diário de uvas: 700 toneladas
diárias
Capacidade futura: 1.500 toneladas diárias
Capacidade actual de fermentação: 4,8 milhões de litros
Capacidade futura: 7,8 milhões de litros
Capacidade de armazenamento: 21,5 milhões de litros
Capacidade futura: 29,5 milhões de litros
280 associados
62 colaboradores
Área de vinha: 2.200 hectares (75% uvas tintas e 25%
brancas)
Facturação em 2009: 20 milhões/€ e a venda anual de 1
milhão de caixas de 9 litros
GC - Que significado tem o facto de ter sido a primeira
adega cooperativa portuguesa a vender para um me -
rcado da reconhecida importância como a China?
MR – A adega tem no seu ADN uma dose muito grande de
inovação e várias vezes fomos os primeiros a fazer algumas
coisas. Vender para a China, ter alguns equipamentos inovadores
em termos de tecnologia de vinificação, adoptar algumas prá ti -
cas de gestão, por isso somos os primeiros e é quase uma obri -
gação nossa para estarmos na vanguarda. Algo que enca ramos
como perfeitamente normal e que não nos traz nenhuma satis -
fação adicional, pelo contrário, sermos os primeiros e estar na
frente é algo que faz parte da filosofia da adega.
GC – Em que mercados de exportação se fazem, ac -
tualmente, representados?
MR – Estamos presentes em cerca de 30 mercados de expor -
tação, ainda que haja um conjunto nuclear onde estamos mais
focados. A nossa estratégia de penetração e de divulgação passa
essencialmente por um “cluster” de três países onde a nossa
presença está perfeitamente estabilizada. O “cluster” de Angola
e do Brasil que, por razões históricas e linguísticas, são os únicos
dois países onde o vinho português tem uma imagem muito
positiva, além de serem dois canais prioritários ao serem, simul -
taneamente, dois mercados emergentes. Além destes países,
Alemanha, EUA e Reino Unido são os destinos para os quais
Grapescan Uma das particularidades da produção da Adega Cooperativa de Borba (ACB) prende-se
com o facto de recorrer a tecnologia de ponta na sua actividade, desde o
acompanhamento aos associados na vinha ao acto de vinificação. Uma preocupação de
longa data e que, acima de tudo, visa “proporcionar à equipa e aos nossos associados o
acesso a melhores procedimentos, assim como a tornar mais célere todo o processo de
decisão. Felizmente, temos ao nosso dispor alguns dos mais avançados recursos
tecnológicos, o que nos permite avaliar e analisar com todo rigor e objectividade as uvas
que temos, assim como as possibilidades que nos oferece. Como somos uma adega
cooperativa não podemos recusar a recepção da uva aos nossos associados, mas
podemos, sim, é proporcionar-lhes o melhor acompanhamento e aconselhamento
possível, de modo a que percebem o porquê de, eventualmente, as suas uvas não serem
cotadas como esperariam”, explica Óscar Gato, enólogo da ACB.
Segurança trazida pela ciência e pela tecnologia que permite, logo na recepção, avaliar
determinadas características das uvas, assim como encaminhá-las para os respectivos
locais de armazenamento, em função das suas especificidades ou possibilidades que
oferece. Uma implementação tecnológica apenas ao dispor de algumas entidades de
ensino superior e de um conjunto reduzido de operadores vitivinícolas de referência no
país, que, mediante o recurso à tecnologia, conseguem rastrear e acompanhar todo o
ciclo da uva, desde a sua recepção ao engarrafamento. Uma mais-valia na optimização
de procedimentos para o operador – que assim sabe, com base científica e exactidão,
como os seus vinhos são feitos, aliando o lado emocional do negócio à sua face mais
racional -, assim como o consumidor, que aufere da consistência dos produtos, ao
mesmo tempo está defendido de qualquer risco de segurança alimentar.
PUB
27
tema de CaPan.º5/2010 | setembro/outubro
qualquer produtor a nível mundial quer exportar e dar a conhecer
os seus vinhos. Paralelamente, estamos a tentar reforçar a nossa
presença no “cluster” do mercado asiático, no sentido de sermos
um “player” de referência.
GC – Nessa lógica, a criação da marca “Wines of Por tu -
gal” pode ser uma mais-valia para as exportações de
vinho português?
MR – Penso que o conceito por detrás do “Wines of Portugal”
merece todo o crédito, portanto como conceito considero estar
muito bem feito. Todavia, importa agora perceber em termos de
implementação como é que isso poderá ser feito e quais os
benefícios que poderá trazer. Estou convencido que poderá ser
uma grande mais-valia para os vinhos de Portugal.
GC – Concorda com aqueles que defendem que o “boom”
dos vinhos portugueses ainda está para acontecer?
MR – Penso que o “boom” dos vinhos portugueses deve-se,
essencialmente, aquilo que os portugueses fizerem pelos seus
vinhos. Portugal tem que trabalhar mais, tem que trabalhar me -
lhor, com mais eficácia, para que os seus vinhos possam vingar.
Era muito bom que fossem vários produtores juntos a terem esse
sucesso na internacionalização, uma vez que seria benéfico para
o sector que os produtores beneficiassem do sucesso uns dos
outros.
GC - A ACB é hoje uma estrutura preparada para o futuro?
MR - A minha recente chegada ao projecto apenas me permite
constatar todo o bom trabalho feito ao longo dos últimos anos,
onde houve, sem dúvida, um enfoque em dotar a Adega de
Borba com todos os recursos para que médio/longo prazo possa
ser um operador de referência em Portugal e no Mundo. E a cons -
trução da nova adega é uma das vertentes da dotação desses
recursos para que continue a ter uma elevada competitividade e
uma oferta de qualidade.
“A ideia por detrás do
“Wines of Portugal”
merece todo o crédito,
portanto como conceito
considero estar muito
bem feito. Todavia,
importa agora perceber
em termos de
implementação como é
que isso poderá ser feito
e quais os benefícios que
poderá trazer. Estou
convencido que poderá
ser uma grande mais-valia
para os vinhos de
Portugal”
Obras já arrancaramA nova adega ficará concluída a tempo de entrar em
funcionamento na vindima de 2011, num investimento
de 11,6 milhões/€. O novo edifício irá ocupar uma área
total de 14 hectares e estará localizado a cerca de 200
metros das actuais instalações, às quais será interligado
por recurso a uma caleira subterrânea.
Com a exportação a valer, actualmente, 15% da
facturação da ACB, a meta da equipa de gestão é duplicar
esse valor num período estimado de três a cinco anos,
com a elevação da qualidade média dos néctares a
permitir ao operador alentejano ombrear com os países
do Novo Mundo, assim como os principais produtores do
sector à escala internacional.
O recurso a tecnologia de ponta para a produção de vinho
e processamento da uva são, alguns, dos destaques deste
empreendimento financiado em 60% por capitais
próprios, com o restante montante a ser suportado pelo
Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Assinado pelo arquitecto Rogério Cavaca, a nova adega
da ACB apresenta ainda diversas soluções inovadoras em
termos ambientais, como são exemplo o recurso a uma
cobertura ajardinada em todo o edifício o que trará
poupanças energéticas significativas à sua actividade. A
infra-estrutura actualmente em construção irá,
igualmente, ser aproveitada para funções de enoturismo,
ao ser instalado na cobertura um espelho de água e uma
esplanada.
Adega Borba Premium O Adega Borba Premium é a mais recente proposta
da ACB. Trata-se, como o próprio nome indica, de
um proposta Premium que vem completar a oferta
da gama Adega Borba, já composta por branco,
tinto e rosé. Com um PVP no retalho de 7€, o novo
Adega Borba Premium procura disponibilizar
uma relação preço/qualidade insuperável,
reforçando, deste modo a proposta de valor
dos vinhos da adega alentejana.
Composto pelas castas Trincadeira, Alicante
Bouschet e Cabernet Sauvignon, o Adega
Borba Premium foi elaborado com recurso a
uvas seleccionadas provenientes das vinhas
velhas da região e fermentação maloláctica
em cuba de inox de pequeno volume. Um
estágio de 12 meses em barricas novas de
carvalho francês, americano e castanho,
antecedeu o engarrafamento e o estágio final
em cave de 12 meses em garrafa.
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tema d
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mercado
à subida de preçosEstimado em 126 milhões/€ no canal Alimentar, o mercado nacional de cafés demonstra-se
imune à subida de preços decorrente da especulação financeira associada à sua
negociação em bolsa, ao subir 19,8% em valor e apenas 4,5% em volume face a 2009.
Isto, claro está, nos cafés e misturas torrados, a principal família deste segmento, uma vez
que os sucedâneos se encontram em queda e nem o preço médio unitário mais baixo face
aos torrados parece ser argumento suficiente para inverter essa tendência negativa.
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Não obstante a evidente subida do café enquanto matéria-prima
em algumas das principais praças mundiais, casos Nova Iorque e
Londres nomeadamente, certo é que os volumes de café tran -
saccionados nas grandes superfícies portuguesas não evidenciam
sinal de abrandamento, com os cafés e misturas torrados a elevar,
inclusive, os níveis de facturação face ao período homólogo do
ano anterior, enquanto as misturas e sucedâneos evoluem numa
linha negativa quando comparado com a mesma altura de 2009.
Muito por “culpa” das monodoses, caso das cápsulas e das pas -
ti lhas, uma vez que no segmento grão e moídos nos formatos
250gr e kg o mercado se encontra a caminhar para a maturidade.
Pelo seu elevado preço unitário, estes formatos inovadores
conduzem ao aumento do mix de vendas e conferem um elevado
dinamismo à categoria, isto numa altura em que a matéria-prima
se encontra em alta nos mercados internacionais.
A forte desvalorização do Euro face ao Dólar ao longo deste ano
tem conduzido a aumentos no preço de compra da maioria das
matérias-primas, aos quais o café verde também não constituiu
excepção, com os arábicas a subir 36% e os robustas 50% desde
o início do ano. Este panorama obriga a que o aumento dos
preços ao consumidor seja, cada vez mais, inevitável, uma vez
que, até à data, as marcas têm optado por absorver estas flu -
tuações cambiais nas suas próprias margens brutas, expectantes
de uma retoma da tendência inversa das taxas de câmbio e das
bolsas. Um cenário cada vez mais inverosímil e que dificilmente
poderá continuar a ser gerido deste modo.
Evidente também é o facto de que nem toda a especulação que
tem envolvido a negociação desta “commodity” em bolsa parece
afectar – pelo menos para já - os actuais níveis de consumo em
Portugal. O que se deve, por um lado, à capacidade de arma ze -
namento dos principais torrefactores nacionais, assim como à
manifesta preferência dos portugueses por café de qualidade,
dentro ou fora do lar, não esquecendo o esforço dos torrefactores
nacionais em manter os preços de venda aos seus clientes. “Têm
havido alguns aumentos por parte dos torrefactores, e não posso
falar pelos restantes, mas no caso da Delta isso gerou aumentos
não comparáveis com os que temos sentido na compra. No ano
passado fomos forçados a subir em 1% o preço do nosso café e
absorvemos a maioria do embate diminuindo as nossas margens
brutas, algo que se tem repetido nos últimos anos. Com a re -
tracção do consumo, considerámos que a empresa também de -
via fazer algo para ajudar os portugueses e apenas aumentámos
em 1% o preço do café, em vez de 5%, como o mercado ditava.
Ficou nas mãos dos retalhistas e empresários a decisão de au -
mentar mais os preços ou não”, assume Rui Miguel Nabeiro,
Administrador da Delta Cafés.
Ainda que indiscutível, o aumento do custo da matéria-prima não
justifica, por si, o aumento das vendas em ambos os indicadores,
até porque, e como determina o quadro anexo, as misturas e os
sucedâneos torrados apresentam um comportamento totalmente
oposto ao dos cafés torrados – ao perder vendas em ambos indi -
cadores na ordem dos 10% - o que confere ainda mais protago -
nismo à performance alcançada pela principal categoria do
mercado (vale aproximadamente 66% da facturação global),
onde a subida do preço da matéria-prima aparenta em nada be -
liscar a sua performance: subida de 6,8% em volume e cresci -
mento de 21,5% em valor, atingindo os 79,6 milhões/€ de
facturação. Ou seja, uma subida a dois dígitos, acima dos 20%,
em valor, um cenário ambicionado por muitos outros mercados
mas pouco exequível nos dias que correm.
Independentemente de todos os ecos que se têm levantado em
torno da negociação desta “commodity” em bolsa, certo é que o
mercado não apresenta sinais de retracção do consumo, o que
se deve, em parte, ao fenómeno de migração do consumo fora do
lar para dentro do lar, onde os inovadores sistemas de pastilhas e,
mais recentemente, cápsulas, têm conduzido a algumas transfor -
mações nos hábitos de consumo dos portugueses. “Portugal está
a passar uma fase económica complicada. Existem muitos
Os cafés torrados viram as
suas vendas em valor
subir 21,5% no período
analisado
merCado
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CAFÉS
Total Portugal Vendas Valor Vendas Valor (%) Vendas Quantidade Vendas Quantidade (%)
Café e Mistura Torrados (KG) 82,934,769 19.8 8,875,920 4.5
Torrados 79,653,761 21.5 7,787,218 6.8
Mistura e Sucedâneo Torradas 3,281,008 -10.9 1,088,702 -9.5
Café e Mistura Solúveis (KG) 43,151,461 -3.6 3,039,163 -1.2
Mistura e Sucedâneo Solúveis 23,575,315 -4.1 2,197,011 -0.6
Solúveis 14,506,257 -2.1 551,252 1.4
Capuccino 5,069,889 -5.6 290,900 -9.6
Total 126,086,230 23,830,166
Ano Móvel S 2010 28
desempregados e, como resultado, muitas famílias que contam
com menos rendimento mensal. As despesas não diminuem e os
impostos aumentam. Muitas das famílias estão assustadas com
o futuro e tendem a retrair os seus gastos. No canal Horeca
notamos uma ligeira quebra nos últimos dois anos de cerca de
5%. Sabemos que nestes pontos de venda o “ticket” médio tem
diminuído e as pessoas optam por soluções mais económicas. O
“fast food” e o menu de baixo preço são os artigos com mais
saída em detrimento da escolha à carta. Também se sente que
as pessoas consomem mais em casa, sendo que a
Nielsen evi dencia o crescimento de alguns
sectores alimentares. Acredita mos
que num futuro próximo o consu -
mi dor recupere a sua con fiança e
volte a consumir mais fora de casa”,
pers pectiva João Dotti, Director-Geral da
Nutricafés.
Realidade à qual nem as recentes alterações
no IVA - que provo caram alterações em prati -
ca mente todos os produtos, alimenta res e não-
alimentares – parecem constituir um entrave aos
níveis de consumo registados, sendo unânime que, pelo menos
para já, não há razão para se falar em retracção no consumo.
Assim como de uma eventual alteração no paradigma negocial,
ou nos volu mes anualmente disponíveis para comercialização,
com este mercado a apresentar-se estável e a evidenciar uma
mutação coerente que tem acompanhado as mais recentes
tendências e “inputs” de consumo. À semelhança de outros mer -
cados alimen tares também aqui os consumidores se apresentam
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mais exigen tes e apreciadores, o que obriga as marcas a estarem
atentas às suas necessidades e a apresentar um maior sortido na
sua família de produtos.
MARCA PRóPRIA
Até porque mesmo num mercado maduro e que tem sabido rein -
ventar-se ao longo dos anos como o do café, certo é que as
marcas de distribuição e primeiro preço são uma realidade incon -
tornável, tendo alcançado em 2010 uma quota próxima dos
30% em volume (15% em valor, total mercado INA Cafés Puros
– Alimentar) e constituindo um forte obstáculo à evolu ção das
marcas. Até porque neste segmento existem marcas próprias que
têm vindo a investir na categoria, apresentando uma ima gem e
um “packaging” mais apelativo, assim como ao disponibilizar
lotes de melhor qualidade, elevando o paradigma concorrencial.
“Hoje em dia as marcas próprias já concorrem lado a lado com
as marcas dos fabricantes. Deixaram de fazer apenas produtos
de baixo preço e concentraram-se em desenvolver o conceito de
“marca” com embalagens atractivas e um produto de qualidade.
No entanto, existe ainda por parte das marcas fabricantes, uma
grande familiaridade com o consu midor, o que vem fortalecer a
ligação que mantêm, não sendo por isso marcas substituíveis
aos consumidores fidelizados”, sustenta João Dotti.
“As marcas próprias são mais um concorrente e ignorá-las será
o mesmo que ignorar os avisos de uma tempestade. Não deixa
de ser normal o seu aparecimento, e com a actual conjuntura
económica, o seu crescimento de quota. No entanto, são um
enorme obstáculo ao desenvolvimento das marcas, pois não
permitem o crescimento. As marcas próprias deitaram por terra
as marcas pequenas e obrigaram a que, cada vez mais, seja
fundamental trabalhar as marcas no sentido de fidelizar, mostrar
a qualidade superior e os benefícios de cada marca. Hoje em dia
a obrigação das marcas é criar valor e saber diferenciar-se. Deste
modo comprar a marca Delta é manter viva uma parte da iden -
tidade nacional, algo que as marcas próprias nunca podem
oferecer”, contrapõe Rui Miguel Nabeiro.
Mas se nos cafés torrados a marca é, inquestionavelmente, um
activo precioso e, regra geral, decisivo para a compra final, nos su -
cedâneos esta questão é relativizada, com aspectos como a con -
veniência, disponibilidade e, claro está, preço, a serem decisi vos
na sua inclusão no cabaz de compras. Esta perspectiva explica,
em parte, a quebra nas vendas de cafés e misturas solúveis, uma
categoria de menor valor no somatório das partes que constituem
este universo, não só ao representar 35% da facturação global do
mercado, como ao ser responsável por não mais do que três
milhões de quilos de café comercializados nas grandes superfícies
comerciais portuguesas por ano, equivalentes a 43,1 milhões/€
de riqueza gerada. Ainda que, claro está, não explicará necessaria -
mente a totalidade da performance alcançada, onde os cafés e
misturas solúveis perdem vendas em ambos os indicadores em
praticamente todas as suas sub-categorias face a 2009. Já os
solúveis mantiveram a performance, não apresentando grandes
oscilações face ao período homólogo de 2009, ao perder 2,1%
em valor e ao subir 1,4% em quantidade, sendo também aqui
vi sível a flutuação de preços que tem caracterizado o comporta -
mento desta categoria, mas sem influência directa nos volumes
transaccionados anualmente.
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alimen
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de sempresem cheiro
o
A mesma consistência e garantia de qualidade de sempre, va lo -
rizada com uma formulação que assegura uma significativa redu -
ção do cheiro a fritos sem, com isso, adulterar o sabor dos
ali mentos é a mais recente proposta da Sovena para a sua marca
estrela de óleo alimentar: Fula. Resultado de um processo de
desenvolvimento superior a um ano, a nova fórmula de Fula –
que vai substituir a formulação original – apresenta-se como uma
mais-valia, quer para a marca ao conferir-lhe valor acrescentado
(ao mesmo preço) quer para o próprio mercado, ao contribuir
para a criação daquilo que poderá ser considerado como um novo
“benchmark” na categoria. Numa altura em que as marcas de
primeiro preço se assumem como um concorrente sério às marcas
de indústria da categoria – por vezes com diferenças de preço
por unidade muito significativas – é pela inovação que a indústria
se tem que diferenciar e demarcar da indiferenciação trazida por
estas marcas. E a Sovena lidera, uma vez mais esse, processo.
Com arranque da campanha multi-meios a 23 de Agosto, este é
o lançamento que procura superar, em definitivo, a barreira que
impede em grande parte a utilização mais frequente de óleos
alimentares, residindo no cheiro o seu principal obstáculos, ainda
que, logo de seguida, surjam as habituais preocupações com a
saúde. “A estes aspectos há a juntar um aspecto funcional em
que as cozinhas são mais pequenas e multi-funcionais, acabando
o cheiro libertado pelos alimentos por se espalhar, não ficando
confinado à zona de preparação dos alimentos. Nas nossas aus -
cul tações ao mercado e estudos regulares, as consumidoras
sempre nos disseram que um grande desejo que tinham era que
os óleos não tivessem cheiro, ou tanto cheiro aos fritos. Após
várias experiências, encontrou-se uma combinação de óleos
essenciais ervas aromáticas que acreditamos cumprir muito bem
essa função”, assume Rodrigo Pinto, Brand Manager de Fula.
Mas, na verdade, este não é um novo lançamento de Fula, uma
vez que não irão coexistir a fórmula tradicional e a nova proposta
sem cheiros, apresentando-se, sim, a marca com uma fórmula
melhorada que incorpora esta mais-valia, sem, com isso, onerar
os portugueses com mais um custo. Acrescentado só mesmo os
benefícios que a marca agora disponibiliza a todos os consu mi -
dores. “Sendo este um benefício tão transversal e uma necessi -
dade sentida de forma tão evidente para os nossos consumidores
não fazia sentido que o nosso Fula “de sempre” não incorporasse
este benefício”, acrescenta Rodrigo Pinto.
Com uma quota de 31% em volume, Fula assume-se como a
locomotiva da categoria, não só em termos de inovação, mas
também em termos de gama alargada de produtos, onde se des -
ta cam referências como os óleos de amendoim ou de girassol
que constituem alternativas à oferta padrão disponível e concor -
rem para uma alimentação mais saudável. “Nós somos quem
tem obrigação de puxar pela categoria e, na
nossa vontade de incorporar valor, ao auscultar
as necessidades dos consumidores, percebendo o que querem e
precisam, entendendo as barreiras ao consumo e à utilização
frequente dos nossos produtos, identi ficámos o cheiro como um
eixo em que valia a pena insistir e trabalhou-se por aí...”.
Até porque a nova proposta de Fula surge como a referência
lógica ao olhar para a actual gama da marca, que continua a
disponibilizar um óleo 100% vegetal, com toda a consistência e
segurança associada a Fula, sem alterar
o sabor original dos produtos. Rodrigo
Pinto destaca ainda a missão da
Sovena em disponi bili -
z a r ,
sempre que
possível, valor à categoria e,
acima de tudo, “transmitir às pessoas que
os óleos ali mentares se podem consumir, desde com
conta, peso e medida. Uma política, aliás, muito associa da à
comunicação de Fula e à postura da marca no mercado,
nomeadamente, através do Centro Nutrição Fula, a ferramenta
encontrada para co municar os benefícios de uma utilização
equilibrada de óleos vegetais”.
ANTECIPAçãO
Este lançamento antecipa, de alguma forma, a che gada do Natal
deste ano, apresentando o consumo de óleos alimentares
um interessante fenómeno de migração ao longo do ano,
mostrando os consu mi dores portugueses, em muitos
casos, uma alter nância entre um consumo de marcas de
O óleo Fula, a marca estrela da Sovena neste segmento de mercado, apresenta a sua mais recente
inovação: uma formulação de odor reduzido e que não altera o sabor dos alimentos. Este é mais um
passo na valorização de uma das principais marcas do grupo, resultando a formulação agora
apresentada – e que vai incorporar toda a gama Fula – de um processo de desenvolvimento superior a
um ano. Tudo isto sem encargos adicionais para o consumidor.
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menor expressão nos seus hábitos diários e as marcas
Premium, de qualidade reconhecida no mercado, expondo a
quadra natalícia - com todas as campa nhas promocionais
associadas a esta importante época de con sumo – um
importante “share” quando comparado com aquilo que
é o seu con sumo médio ao longo do ano.
Apesar de a fasquia já estar bastante alta, Rodrigo
Pinto rejeita a ideia de tudo já estar feito, defen -
dendo as possibilidades de expansão e de ino va -
ção que a marca ainda possui, sempre com base
num eixo de inovação e de valor. “Este é um dos
eixos, mas temos outros. Fula é uma marca que
os portugueses confiam, é marca de confiança
desde que esta ca te goria começou a ser medida e
queremos continuar a merecer essa confiança, assim
como a dar conti nuidade a essa relação fortemente
emocional e que remete para o convívio em família e
para o prazer da mesa”, defende. Sem, todavia, com
isso es que cer as suas responsa bili dades nutricionais,
in for mando o consumidor com mensagens vá li das,
eficazes e descomplexadas. “Para nós é im por tan te
des mi s tificar a ideia de que os óleos ali men tares são
altamente prejudiciais”, acrescenta.
Um impacto que se espera venha a reforçar ainda
mais a noto rie dade “top of mind” da marca (aci -
ma de 70% na categoria), em que 50% dos lares
portugueses compram, pelo menos, uma emba -
la gem de Fula por ano, o que diz bem da sua im -
portância para os consumidores portugueses,
naquela que é uma das categorias com mais forte
taxa de implemen tação. Fruto da sua dinâmica e
elevada aceitação, aspectos levados em conta na
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mentar
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hora de taxar este lançamento. “Não vai haver um acréscimo de
preço por termos esta característica nova, o que se pretende é
que os con sumidores, ao reconhece em esta inovação, a
adoptem e, se possível, que se traduza em maiores volumes e
quota junto dos consumidores. Mas não queremos onerá-los por
este benefício posto agora ao seu dispor”, conclui o Senior Brand
Manager da marca.
Campanha Com arranque a 23 de Agosto último, Fula lançou uma
nova campanha de divulgação da sua mais recente
inovação – Fula reduz o cheiro a fritos. A campanha
contou com três spots – uma versão de 25 segundos e
duas versões de 15 segundos – e tirou partido das
expressões engraçadas (caretas) que todos fazemos
quando algo não nos cheira bem. Mantendo o tom de
comunicação divertido e próximo a que a marca nos tem
vindo a habituar, os filmes apresentam sucessivos planos
fechados, com caretas feitas pelas várias gerações da
família. Para captar cada detalhe das expressões das
personagens, foi utilizada a Phantom, uma câmara HD de
alta velocidade, que capta até 1.000 frames por segundo
e permite alcançar uma riqueza de pormenores não
percepcionadas a olho nu.
Entre narizes enrugados e línguas de fora, os anúncios
terminam numa explosão de batatas fritas com a
assinatura: “Novo Fula reduz o cheiro a fritos – para
quem ama os fritos mas odeia o cheiro”. A campanha teve
um investimento total de cinco milhões de euros e foi
suportada também no exterior, através de mupis, e nos
pontos de venda.
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torrie_gconsumo_230x295.pdf 1 9/10/10 4:23 PM
b) O contacto deve ser estabelecido de forma cor -
rec ta, amigável e deve levar o cliente a sentir-se
realmente importante;
c) Tem, naturalmente, de existir um elevado nível
de profissionalismo. Para além de se identificarem as
necessidades dos consumidores, há que conhecer
bem quais os produtos e serviços mais adequados
para a satisfação dessas necessidades bem como
aqueles que, sendo complementares, enriquecem a
experiência de compra do cliente;
d) Há que ter e transmitir segurança e conhecimento
profundo do que se pretende vender;
e) O ambiente no qual o cliente se movimenta deve
ser de fácil interpretação e em articulação com o
posicionamento que se pretende ter.
Embora este posicionamento pareça uma opção evi -
dente a tomar por todas as organizações que contactam
diariamente com milhares de consumidores, a verdade
é que a diferenciação através da qualidade do serviço e
do atendimento ao cliente só é alcançável se houver
uma firme disposição por parte da direcção da empresa
em investir a fundo nesta variável.
E porquê? Porque o êxito da empresa se apoia nos
milhares de contactos diários estabelecidos entre
vendedor e cliente e estes, por sua vez, transformam-se
em actos de venda e em necessidades satisfeitas por
parte dos consumidores. E isto só é possível se o ven -
dedor tiver por detrás toda uma estrutura a pensar no
êxito de cada um desses milhares de contactos com os
clientes: uma estrutura que seja capaz de atrair os con -
sumidores, que proporcione os produtos que o mercado
procura a preços competitivos e que ofereça a for ma -
ção necessária para que possa desempenhar correc ta -
mente as suas funções.
A diferenciação pelo serviço e pelo atendimento ao
cliente implica, portanto, um esforço amplo e trans ver -
sal aos vários departamentos da empresa, e perma nen -
te, porque deve ser sistematicamente analisado e
revi talizado. Mas implica, acima de tudo, que a estrutura
da empresa reconheça que é na figura de cada vendedor
e na sua capacidade de transformar contactos em ven -
das que está a ténue linha de separação entre o êxito e
o fracasso da sua operação.
Em mercados altamente competitivos, como é o caso
da distribuição e dos bens de grande consumo, que
rapidamente chegam à maturidade, as empresas são
obrigadas a inovar permanentemente, de forma a
acrescentarem valor à sua oferta, a diferenciarem-se da
concorrência e a alargarem o ciclo de vida dos produtos.
Estes ciclos, como sabemos, são cada vez mais curtos.
A diferenciação baseada apenas nas características do
próprio produto, sendo percebida, nem sempre é va lo -
rizada pelos consumidores e as batalhas de preço ten -
dem a tornar-se mais intensas. Este é o cenário em que
grande parte dos mercados se encontra e é difícil sair
desta dinâmica que, em muitos casos, não acrescenta
valor.
É nessa perspectiva que um serviço de excelência
concretizado no atendimento ao cliente se pode con -
verter numa vantagem competitiva muito forte e pode
ser uma das variáveis de diferenciação mais eficaz, já
que é mais difícil de replicar por parte da concorrência.
Na realidade, a percepção e o reconhecimento de um
serviço de excelência por parte dos consumidores
requer, da parte da organização, um esforço transversal
à sua estrutura interna. Este esforço deve, aliás, estar
suportado pela própria cultura empresarial.
Também é verdade que, enquanto que as características
de um produto ou o seu preço são, em linhas gerais,
facilmente comparáveis pelo público a que se destinam,
a componente do serviço é susceptível de apreciações
menos homogéneas, que dependem do momento e das
circunstâncias em que esse serviço é prestado.
Assim, o primeiro grande desafio para quem se quer
posicionar para oferecer um serviço de elevada quali -
dade, assente no atendimento personalizado ao cliente,
é torná-lo consistente, o que implica, por sua vez, a
implementação de parâmetros comportamentais e de
regras de actuação claras em toda a estrutura da
empresa. É absolutamente necessário impedir flutua -
ções na performance que afectem a percepção do
serviço.
Em linhas gerais, a diferenciação através da qualidade
do serviço assenta em 5 grandes linhas:
a) O foco deve ser 100% no cliente. A sua presença
e as suas necessidades têm de ser imediatamente
reconhecidas e satisfeitas;
Manuel PaulaDirector Marketing El Corte Inglés
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A diferenciação atravésdo serviço ao cliente
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midores. Esta eficácia é actualmente a principal preo -
cupação dos responsáveis de marketing das Marcas e
a principal linha de actuação ao nível das estratégias
no ponto de venda. Ser visto é fundamental, ou seja
um “packaging” apelativo tem que ser sempre uma
preocupação da Marca, mas se o cliente não perceber
a mensagem do produto e se não lhe for sugerida
uma motivação concreta de compra, que nem sem -
pre passa pelo “good value for the Money”, o produto
vai certamente ficar na prateleira. Concluindo, é
preciso ter uma imagem apelativa, uma mensagem
clara e directa e dar ao consumidor um benefício
único que nenhum outro produto da mesma ca te -
goria disponibilize.
Mas como consegue uma Marca reunir estas três
características e chegar à mente do consumidor de
uma forma imediata? É para responder a esta questão
que as Marcas redireccionam, de ano para ano, avul -
tados investimentos no desenvolvimento de estudos
de comportamento dos consumidores no ponto de
venda. É fundamental conhecer os gostos e in te -
resses dos consumidores e saber qual a forma mais
eficaz de lhes despertar a atenção. Só as Marcas que
melhor conhecerem e entenderem os seus con su mi -
dores se conseguirão destacar da concorrência e
atingir uma performance de mercado positiva.
Neste sentido, e dadas as novas tendências de mer -
cado e a evolução constante das acções de Marketing
no Ponto de Venda, é fundamental continuar a apos -
tar em campanhas diferenciadoras e inovadoras de
activação dos produtos, transformando a compra
numa experiência de marca única. Este é, sem dúvida,
um ponto decisivo no processo de compra do con -
sumidor.
Como fazer com que o consumidor prefira este pro -
duto em detrimento de outro que está imedia ta -
mente ao lado? Esta é a pergunta de 1 milhão de
euros que diariamente percorre a cabeça de milhares
de profissionais do marketing por esse mundo fora.
A resposta a esta questão faz toda a diferença para a
sobrevivência das Marcas numa época em que o es -
paço nas lojas está cada vez mais ocupado. A luta
entre as Marcas para conquistar o melhor espaço nos
lineares é feroz, mas será que ocupar determinado
local é a forma mais eficaz para chegar ao carrinho
do consumidor?
Fazendo uma análise daquilo que é a evolução do
consumidor nos últimos anos, registamos algumas
mudanças ao nível dos seus comportamentos de
compra. Estão mais racionais nas suas escolhas, mais
atentos às Marcas e aos produtos disponíveis, mais
vigilantes aos preços e à relação qualidade/preço, dão
mais valor às promoções e aos descontos, e estão
menos disponíveis para as compras por impulso.
Verifica-se também, e de acordo com um estudo da
Kantar Worldpanel, que o consumidor faz menos
actos de compra tornando imprescindível rentabilizar
ao máximo cada ida às lojas. No entanto, e de acordo
com o estudo realizado pela GFK em 2009 para a
POPAI, mais de metade das decisões de compra
(cerca 55%) são feitas dentro das lojas.
Por tudo isto, e numa época em que o factor tempo
é determinante, captar a atenção do Consumidor de
forma rápida e eficaz é essencial. Como numa re la -
ção, também no ponto de venda a primeira impressão
conta. Os produtos que mais eficazmente captarem
a atenção dos consumidores são os que, à partida,
mais hipóteses têm de ir parar a casa dos consu -
O Carrinho de Compras do Consumidor
Nuno Monsanto de CamposDirector Executivo da POPAI Portugal
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As rápidas mudanças no nosso estilo de vida, a par
da acelerada evolução tecnológica, têm-se combi -
nado com uma oferta cada vez maior de alimentos, o
que coloca os consumidores perante um desafio que
gerações anteriores não imaginariam: como lidar com
uma maior disponibilidade de produtos alimentares,
cada vez mais seguros e com maior qualidade, numa
época onde a tecnologia nos tem vindo a aliviar da
labuta física? Esta é uma questão bastante complexa
que necessita de respostas dos vários actores, quer
públicos quer privados. A Indústria Agro-Alimentar,
através da FIPA – Fe de ração das Indústrias Portu gue -
sas Agro-Alimentares, foi o primeiro sector a assumir
uma atitude pró-ac tiva, tendo criado uma plataforma
inovadora que permitiu dar os primeiros passos no
diálogo entre parceiros. Mas é o ano de 2010 que
marca uma das iniciativas mais significativas, ao as -
sistir à im ple mentação de um compromisso histórico
em Portugal, no âmbito do qual um conjunto de 26
empresas, nacionais e multinacionais, subscreveu três
grandes pilares de intervenção, enfatizados na pro -
mo ção de estilos de vida saudáveis e, particular men -
te, na luta contra a obesidade. As várias organizações
estão hoje empenhadamente a desenvolver um con -
junto de acções concretas no âmbito da inovação
nutricional dos seus produtos, da informação nutri -
cional e da publicidade dirigida a crianças.
No que respeita à optimização da matriz nutricional,
assente na reformulação dos produtos existentes ou
no desenvolvimento de novos produtos, importa
referir que os esforços desenvolvidos, embora im por -
tantes e resultantes de níveis significativos de inves -
timento e especialização da indústria, devem ser
vistos num contexto muito mais amplo, pois seria um
erro considerar a reformulação e inovação na in dús -
tria como a solução definitiva para os actuais pro -
blemas. É imperativo considerar todos os outros
fac tores para além da alimentação, como, por exem -
plo, a predisposição genética, os níveis de actividade
física e os factores sócio-económicos.
No campo da informação ao consumidor, as em -
presas do sector têm vindo a dar o seu contributo
para a “alfabetização alimentar” – é crucial uma com -
preensão das necessidades nutricionais. Tendo pre -
sente que os consumidores querem uma rotulagem
clara e precisa, que lhes permita fazer escolhas ali -
mentares baseadas no seu estilo de vida, foi lançado
o esquema de rotulagem nutricional voluntário –
Valores Diários de Referência (VDR), que se apre -
senta hoje como um verdadeiro guia para a quanti -
dade de energia e nutrientes que estão presentes
numa porção de um alimento ou bebida, indicando o
que cada valor representa, em percentagem, para as
necessidades médias diárias de um adulto.
Por outro lado, o papel da publicidade dos alimentos
e bebidas tem sido objecto de longas discussões.
Também neste quadro, a indústria tem sabido res -
ponder de forma pró-activa ao necessário diálogo,
criando um enquadramento que visa assegurar que a
publicidade para crianças é cada vez mais respon sá -
vel, quer em termos de conteúdo quer no que res -
peita aos produtos anunciados.
Estando todas as subscritoras a trabalhar de forma
exemplar na concretização dos objectivos traçados,
dar-se-á início a uma importante fase deste percurso
com a implementação do sistema de monitorização,
que deverá trazer a público os seus primeiros resul -
tados no final do primeiro trimestre de 2011, con -
for me inicialmente estabelecido. Estamos perante
um caminho muito exigente, que se reveste da ne -
ces sidade de uma boa articulação das várias com pe -
tências da sociedade, desde os poderes públicos até
ao próprio consumidor a quem caberá sempre a deci -
são final.
Jorge Tomás Henriques Presidente da FIPA
40
oPiniÃ
o
n.º5/2
010 |
setemb
ro/out
ubro
Indústria Agro-Alimentar,
exemplo na auto-regulação
Paulo Medina Director Marketing e Vendas -Aliança Vinhos de Portugal
41
oPiniÃon.º5/2010 | setembro/outubroa ingerir um vinho com sabor a morango ou a pês se -
go. Ainda mais estranho poderá parecer um conceito,
longínquo, de vinhos funcionais. Na realidade, são
conceitos que se podem facilmente assumir como
irrealistas, pretensiosos ou rebuscados para as visões
mais sensíveis, mas não é isto que acontece com
todas as inovações antes de o serem? Acredito que
inovações como as que referi pudessem abrir novas
oportunidades à categoria, sendo que, para tal, seria
necessário o cumprimento de alguns factores críticos
de sucesso que encaro como inexequíveis no am -
biente e conjuntura actual. Estudar o potencial do
lançamento junto do consumidor ajudar-nos-ia a ter
mais certezas do sucesso, não bastando para isso um
mero “focus group” com meia dúzia de consu mi -
dores, mas também um estudo quantitativo com um
guião bem definido. A par do lançamento, seria es -
sen cial comunicar a inovação, mas para tal é neces -
sá rio um estofo financeiro capaz e uma mentalidade
de gestão orientada para o mercado. Não menos
importante é manter o foco do negócio no que é
básico, ou seja, o vinho conforme ele é actualmente.
Um último factor, entre outros, seria fazer com que
todos os agentes e pessoas intervenientes na exe cu -
ção e implementação acreditassem no potencial da
inovação. Ora tudo isto é supostamente caro. Prefiro
dizer que custa muito dinheiro, já que, caro é o que
não vale o dinheiro que invisto.
Desde início que fui franco para com o leitor: di -
ficilmente terá uma resposta à questão que dá nome
ao artigo. Será sempre difícil escolher um vinho, mas
pelo menos que seja por uma boa causa, ou seja, a
satisfação contínua das necessidades latentes e emer -
gentes do consumidor através de produtos que lhe
acrescentem valor e direccionados à satisfação das
suas necessidades a um preço justo.
O título do artigo foi pensado apenas para chamar a
atenção do leitor. Se está a ler o artigo é porque fun -
cionou, no entanto, aviso desde já que dificilmente
terá resposta à questão colocada.
Na verdade, como todos os consumidores de vinho
sabem e sentem, a tarefa de escolha de um vinho,
para um qualquer momento específico de consumo é,
no mínimo, difícil. A gigantesca oferta e com ple xi -
dade desta categoria são as causas. Ainda assim,
vemos outras categorias de produto, em fase de
maturidade, a inovar de tal forma que as extensões de
gama têm uma regularidade constante. Algumas ino -
vações têm sucesso, outras nem tanto. Por exemplo,
categorias como as águas lisas e gaseificadas, ou até
mesmo as cervejas, complicaram bastante a escolha
ao consumidor. É comum sermos confrontados com
três ou quatro perguntas do empregado de mesa
quando pedimos uma água (Fresca ou natural? Com
gás ou sem gás? Com sabor ou sem sabor? Que
sabor?). Certo é que, há uns anos atrás em Portugal,
era impensável consumirmos água com sabor. Ac -
tualmente tornou-se num hábito enraizado e com
uma ampla oferta para o consumidor. A avaliar pelo
sucesso, o consumidor ficou com a vida mais com -
plicada no momento da decisão de compra, mas ficou
mais satisfeito.
Voltando ao caso concreto dos vinhos, assistimos ao
lançamento, quase diário, de novos produtos, que
servem também para complicar a vida ao consumidor,
no entanto, a avaliar pela contínua maturidade desta
categoria, o consumidor não está nem deixa de estar
satisfeito. Está resignado ao que o vinho sempre lhe
concedeu – os mesmos benefícios, os mesmos mo -
mentos de consumo e a satisfação das mesmas ne -
cessidades.
Parece estranho pensar-se que um dia poderemos vir
E se, de repente,fosse fácil escolherum vinho?
44
merCad
o
n.º5/2
010 |
setemb
ro/out
ubro
Apesar dos 486 milhões/€ de facturação combinada, o mercado nacional de águas e
sumos apresenta ainda uma elevada margem de crescimento quando comparado com
outros países europeus. Sem os crescimentos de outras décadas, o Verão de 2010 foi
bastante proveitoso para os operadores do sector, com o mercado a crescer nas suas
principais categorias. Fruto de uma estação de bastante calor, mas também dos fortes
investimentos em meios publicitários, numa época muito profícua em edições especiais
nas duas categorias.
VErÃOTEXTODuarte Cunha
FOTOSSara Matos
PrOVEITOSOem mercado maduro
merCado
n.º5/2010 | setembro/outubro
45
Se há mercado onde se tem verificado retracção do consumo é no
da água e dos sumos, não obstante os mais de 486 milhões/€ de
facturação combinada que ambos os universos apresentam em
valor. Com pesos diferentes, naturalmente, (Águas – 120,1 mi -
lhões/€; Sumos – 366,4 milhões/€) mas bastante perceptível
pela importância que a categoria tem para as contas globais do
mercado alimentar e, porque não, da economia portuguesa. Afinal,
estamos perante dois dos mais dinâmicos mercados nacionais,
ambos com elevados potenciais de crescimento em termos de
consumo per capita quando comparados com os de outros países
da Europa ocidental, ainda que conscientes de que não se deverão
continuar a esperar crescimentos na ordem de grandeza dos que se
registaram no decorrer da última década. Se a este potencial de
crescimento se juntar o facto de que o consumidor português adora
experimentar novas bebidas e responde positivamente às ino va -
ções que o mercado apresenta, existe, portanto, uma base concreta
para crescimentos sólidos no futuro.
Um papel que não é somente reservado aos sumos, mas também
às águas, sobretudo às com gás, segmento na qual os operadores
nacionais têm vindo a apostar fortemente na consolidação das suas
marcas. O que se reflecte nos crescimentos a dois dígitos em valor
(+10%) das águas gasosas naturais, por oposição ao declínio das
águas com aroma, um fenómeno de outros tempos e que sai pe -
nalizado deste confronto directo pelo facto de ser muito depen -
dente da sazonalidade e de ocasiões de consumo muito específicas,
não ostentando assim a transversalidade que caracteriza outras
referências de água com gás.
“O segmento das águas com gás tem um enorme potencial para
contribuir para o crescimento do sector. Nota-se uma desmis ti fi -
cação do consumo de água com gás, em que esta deixa de estar
no limiar do meramente funcional para encontrar e integrar novas
ocasiões de consumo, mais associadas ao mundo da gastronomia
ou do simples prazer de beber uma água. Isto significa que há no -
vos consumidores para esta variedade de água, mais jovens, com
predisposição para substituírem uma água lisa por uma água com
gás, por exemplo à refeição. Naturalmente que esta situação apre -
senta ganhos significativos para a categoria”, explica André
Jacques, Director Marketing Águas e Refrigerantes Unicer.
Ainda que em causa esteja um mercado bastante maduro mas que,
apesar disso, não deixa de apresentar um elevado dinamismo, onde
a actual conjuntura económica impulsiona o crescimento do canal
Alimentar. Razão pela qual os principais operadores encontram nes -
te facto uma janela de oportunidade para impulsionar o mercado
e, assim, investir na colocação de novos produtos nos lineares,
sendo visível a existência de edições limitadas, de águas ou de
sumos nesta altura do ano. Contudo é o factor preço que continua
a condicionar as opções de compra, para além do facto – e como
facilmente demonstrado pelo quadro anexo – de o consumidor
continuar a privilegiar as águas lisas regulares e não tanto as de
outros segmentos de mercado. Ou seja, o potencial de crescimento
que o sector dos sumos e das águas engarrafadas ainda possui,
decorrente do esforço/investimento da indústria, encontra-se
condicionado pelo fenómeno das MDD+PP, até porque em causa
está um canal onde a profusão destes produtos é inegável.
“As águas com gás têm vindo a acompanhar a performance do
mercado global de águas, onde se nota uma clara tendência de
crescimento das marcas próprias (+147% volume / +156% em
valor no YTD), atendendo ao factor preço. No último ano, e
certamente influenciado pela conjuntura, verificou-se uma maior
retracção no acto de compra por parte do consumidor.
No caso das águas funcionais houve, no último ano, uma quebra
de volumes na Distribuição Moderna (que representa 81% das
vendas desde segmento), mas continua a ser um segmento com
potencial de gerar valor para a categoria de águas”, explica Nuno
Pinto de Magalhães, Director de Comunicação e Relações Institu -
cionais da Sociedade Central de Cervejas.
Globalmente, o ano de 2010 está ser positivo para o mercado total
de águas (+12,5% volume; +5,3% valor, AC Nielsen, Scantrack
YTD Agosto’10), impulsionado pelas categorias clássicas do seg -
mento, nomeadamente, e nas águas lisas, os garrafões (+1% valor;
+8,5% volume), garrafas grandes (+8,4% valor; +13,6% volu -
me) e pequenas (+10,4% valor; +23,3% volume), isto numa
categoria que sobe bem mais em quantidade (+10,5%) do que
em valor (+2,4%), muito pela indiferenciação trazida pelas
MDD+PP que colocam num segundo plano o esforço de inovação
e de desenvolvimento dos operadores nacionais, quer no lança -
mento de novas propostas quer ao disponibilizar mais e melhores
embalagens, mais resistentes e ambientalmente menos onerosas
para o planeta.
SuMOS
Mas se hoje a oferta disponível nas águas é já bastante considerá -
vel, no caso dos sumos e refrigerantes o sortido existente é
bastante mais diversificado e rico, quer em formatos quer em sabor
e funcionalidades. Sem apresentar os crescimentos com a ordem de
grandeza da década passada, este mercado tem vindo a despertar
o interesse de outros operadores até aqui ausentes do mercado,
caso, por exemplo, da Orangina Schweppes, que desde meados de
2008 se faz representar em Portugal. O que diz bem do interesse
e do potencial em termos de consumo per capita que continua a
caracterizar a actualidade deste mercado. “A Orangina Schweppes
Portugal considerou que o segmento de refrigerantes de fruta com
gás, embora sendo um dos mais importantes do mercado, estava
estagnado e carente de propostas diferenciadoras. Orangina é uma
marca ícone do nosso grupo, de elevada notoriedade internacional
e com uma enorme legião de consumidores. Para além disso, o
facto de já ter estado presente no mercado português há cerca de
duas décadas e de ser como uma “irmã gémea” da saudosa
Laranjina C, levou a que muitos portugueses clamassem pelo seu
O segmento das águas
com gás continua a
apresentar um imenso
potencial de crescimento,
com as águas gasosas
naturais a registarem um
crescimento de cerca de
10% em ambos os
indicadores
46
merCad
o
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010 |
setemb
ro/out
ubro
de-se que, recentemente, a marca distribuída pela SCC firmou um
contrato de apoio à Liga de Honra de futebol, que assim passou a
chamar-se Liga Orangina. Mário Batista justifica esta decisão com
a globalidade do fenómeno futebol, assim como com, e além da
exposição mediática, o envolvimento dos adeptos da modalidade
com a marca e com os clubes, numa aposta de um estilo de vida
mais saudável.
Aspecto, aliás, comum às categorias que mais cresceram no período
analisado (à excepção das cidras e panachés e das energéticas),
caso do ice tea (+11,3% valor; +21,2% volume), das bebidas de
soja (+12% valor; +11,7 volume), assim como dos sumos multi -
frutos que, próprios dos nichos de mercado, viram as vendas subir
a 26,7% em valor e 16,6% em volume. Já as cidras e panachés
registaram, de igual modo, um desempenho bastante positivo
(+18,1% valor; +16,3% volume), fazendo valer a sazonalidade a
seu favor para apresentar crescimentos. Um pouco à semelhança
das energéticas, bastante apreciadas durante o Estio em diversos
cocktails, que beneficiaram igualmente das quentes noites do
Verão de 2010 ao apresentarem interessantes níveis de cresci -
mento, nomeadamente, 11,4% em valor e 20,9% em volume.
Em suma, a época balnear – compreendida num período de três
meses – foi benéfica para as principais categorias do sector, res -
tando agora a curiosidade de ver como irão evoluir as vendas no
que resta do corrente ano. E a seu tempo, como será preparado o
Verão do ano que aí vem.
regresso”, considera Mário Batista, Marketing Manager da Orangina
Schweppes Portugal.
Uma entrada que não pode deixar de ser considerada contraciclo,
até porque ao olhar para o quadro referente ao ranking do mercado
nacional de sumos, facilmente se verifica que ao considerar a
categoria sumos e refrigerantes como um todo, o “gap” que du ran -
te anos caracterizou este mercado já não existe, com as bebidas
sem gás a terem, em termos de facturação combinada, ultrapassa -
do as bebidas com gás há já algum tempo, o que não impediu,
todavia, que as referências com gás tivessem tido um comporta -
mento superior às sem gás, ao crescer praticamente 5% em ambos
os indicadores face à estagnação dos refrigerantes sem gás. Recor -
SuMOS
Ano Móvel S 2010 28
áGuA
TOTAL PORTuGAL Vendas Valor Vendas Valor (%) Vendas Quantidade Vendas Quantidade (%)
Água Mineral S/Gás (LT) 87,836,901 2.4 523,474,704 10.5
S/ Gás Garrafões 40,225,232 1.0 332,016,592 8.5
S/ Gás Garrafa Grande 25,166,935 8.4 148,393,491 13.6
S/ Gás Garrafa Pequena 15,965,385 10.4 38,127,444 23.3
S/ Gás Aromatizada 6,479,349 -21.3 4,937,177 -21.5
Água Mineral C/Gás (LT) 32,274,711 2.7 24,761,645 1.3
Gasosa Natural 16,908,640 10.0 12,411,852 9.4
C/ Gás 8,225,163 0.8 8,458,264 -3.8
Natural Aroma 6,717,552 -10.7 3,596,594 -11.1
C/Gás Aromatizada 423,356 12.5 294,935 18.7
TOTAL 120,111,612 548,236,349
Ano Móvel S 2010 28
TOTAL PORTuGAL Vendas Valor Vendas Valor (%) Vendas Quantidade Vendas Quantidade (%)Refrigerantes C/Gás (LT) 136,266,059 4.3 191,650,272 4.7Néctares e 100% (LT) 67,577,360 3.7 60,623,391 3.1Ice Tea (LT) 62,765,527 11.3 122,824,551 21.2Refrigerantes S/Gás (LT) 50,046,464 0.2 72,663,058 0.5Bebidas Soja (LT) 18,926,683 12.0 12,466,567 11.7Sumos Refrigerados (LT) 15,835,112 1.9 6,297,924 6.2Energéticas (LT) 5,371,854 11.4 1,421,425 20.9Bebidas Mixing (LT) 2,778,624 9.9 1,756,621 9.7Bebidas Cidra e Panachés (LT) 2,619,033 18.1 2,730,300 16.3Isotónicas (LT) 2,542,918 -4.5 1,395,070 -4.3Sumos Fruta C/ Leite (LT) 1,056,868 -17.5 809,932 -24.9Mistura de Bebidas (LT) 709,906 26.7 94,296 16.6TOTAL 366,496,408 474,733,407
48
VinHos
n.º5/2
010 |
setemb
ro/out
ubro
Paixão pelo Vinho – Wine Passion
BAIRRADA
MARQUÊS DE MARIALVA
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,5
% 12,5
€ 2,50
Beber já
Enólogo: Tiago Machado
Castas: Maria Gomes, Bical
Produtor: Adega Coop. de Cantanhede -
231 419 540
COR: Citrina clara, límpido.
AROMA: Perfumado, a revelar um
verdadeiro bouquet de flores brancas do
bosque, frutado, jovem.
SABOR: Bom volume, frutos de polpa branca
bem presentes, acidez correcta e
refrescante, deixa um final longo e
harmonioso.
ALENTEJO
VILA SANTA
REG BRANCO RESERVA 2009
Nota: 17,2
% 13,5
€ 10,00
Beber já ou guardar
Enólogo: João Portugal Ramos
Castas: Antão Vaz, Arinto, Verdelho
Produtor: J. Portugal Ramos Vinhos -
268 339 910
COR: Amarela citrina, cristalino.
AROMA: Complexo, madeira bem integrada,
a revelar um nariz exótico com notas de
manga e algum maracujá, elegante.
SABOR: Untuoso, com acidez equilibrada,
madeira discreta e muito bem casada com a
fruta; final persistente e pleno de frescura.
VERDE
PRAÇA DE S. TIAGO
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,5
% 12
€ 2,80
Beber já
Enólogo: Fernando Moura, Pedro Campos
Castas: Loureiro, Arinto, Trajadura
Produtor: Adega Coop. de Guimarães
253 570 055
COR: Citrina clara, límpido.
AROMA: Com grande complexidade, citrino
definido, floral subtil com notas de
mineralidade, toque de flor de laranjeira,
rico.
SABOR: Equilibrado, boa relação entre
acidez e doçura, jovem e frutado, deixa um
final prolongado e cheio.
TEJO
VALE D’ALGARES SELECTION
REG BRANCO 2009
Nota: 18
% 14
€ 9,95
Beber já ou guardar
Enólogo: Pedro Pereira Gonçalves
Castas: Viognier, Alvarinho, Verdelho
Produtor: Quatro Âncoras - 243 709 321
COR: Citrina brilhante, límpido.
AROMA: Complexo e elegante,
predominante em frutos tropicais e frutos
secos; ligeira presença de flores e subtil
tostado, que se integra perfeitamente no
bouquet.
SABOR: Acidez fantástica, volumoso,
equilibrado e de grande complexidade e
elegância. Deixa um final persistente e
extraordinariamente sedutor.
TEJO
TERRA DE LOBOS
REG BRANCO 2009
Nota: 16,7
% 13
€ 2,50
Beber já ou guardar
Enólogo: Dina Luís
Castas: Fernão Pires, Sauvignon Blanc
Produtor: Casal Branco – Soc. Vinhos -
243 592 412
COR: Amarela palha, limpo.
AROMA: Jovem, exuberante, pleno de
frutos citrinos, com notas de lima, casca de
laranja e limão. Alguma mineralidade a
conferir carácter.
SABOR: Equilibrado, frutado, com acidez
refrescante a equilibrar a doçura.
Encorpado, deixa um final prolongado e
elegante.
VERDE
QUINTA D’AMARES
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,6
% 10,2
€ 2,90
Beber já ou guardar
Enólogo: José Pedrosa, Filipe Ribeiro
Castas: Loureiro
Produtor: Quinta D’ Amares - 252 682 749
COR: Amarela clara, com ligeiras nuances
esverdeadas, limpo.
AROMA: Boa mineralidade, notas ligeiras de
frutos tropicais, manga e pêssego em
destaque.
SABOR: Untuoso, com bom volume, acidez
correcta, refrescante; final longo e
harmonioso.
DOuRO
TRÊS BAGOS SAUVIGNON
REGIONAL BRANCO 2009
Nota: 18
% 13
€ 8,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Paulo Ruão
Castas: Sauvignon Blanc
Produtor: Lavradores de Feitoria -
259 937 380
COR: Citrina definida, brilhante.
AROMA: Excelente, exuberante, predo mi -
nantemente citrino, com destaque para as
notas de limão, erva cortada e maracujá.
Subtil floral e vegetal complexante.
SABOR: Refrescante, frutado intenso, vo -
lu moso, com boa acidez, retronasal a con -
firmar o nariz, macio; estrutura equilibrada
e final persistente e muito elegante.
DOuRO
TAVEDO
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,7
% 12
€ 3,00
Beber já
Enólogo: Francisco Gonçalves
Castas: Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato,
Folgazão, Cerceal
Produtor: Sogevinus Fine Wines -
223 746 671
COR: Amarela palha, brilhante.
AROMA: Fresco, com boa exuberância, notas
de frutos citrinos, ligeira tropicalidade e toque
de cereja branca.
SABOR: Boa frescura, acidez equilibrada,
frutado intenso, bem estruturado; final longo e
agradável.
DOuRO
GURU
DOC BRANCO 2009
Nota: 18
% 12,5
€ 25,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Sandra Tavares da Silva, Jorge
Serôdio Borges
Castas: Viosinho, Códega do Larinho,
Rabigato, Gouveio
Produtor: Wine & Soul - 254 731 950
COR: Citrina clara, límpido.
AROMA: Exuberante e complexo, a revelar
fruta madura bem casada com excelente e
subtil madeira; mineralidade eniquecedora,
elegante.
SABOR: Encorpado, com acidez perfeita,
fruta fresca e excelente estrutura. Apresenta
um final extraordinário.
ALGARVE
MARQUÊS DOS VALES GRACE VINEYARD
REG BRANCO 2009
Nota: 17,2
% 13,1
€ 11,20
Beber já ou guardar
Enólogo: Dorina Lindmann, Paulo Laureano
Castas: Arinto, Malvasia Fina, Síria
Produtor: Quinta dos Vales Agric. e Turismo
282 431 036
COR: Amarela citrina clara; límpido.
AROMA: Complexo; com notas minerais a
acompanhar frutos citrinos e flores brancas,
madeira muito bem integrada no conjunto.
SABOR: Bom volume, estrutura correcta,
acidez vibrante, madeira harmoniosa, deixa
um final equilibrado e persistente.
ALENTEJO
MONTE DAS TALHAS
REG BRANCO 2009
Nota: 16,3
% 12,5
€ 2,00
Beber já
Enólogo: Luís Duarte
Castas: Antão Vaz, Arinto, Roupeiro.
Produtor: António Manuel Baião Lança -
284 441 712
COR: Amarela com laivos esverdeados,
brilhante.
AROMA: Com boa mineralidade, notas
vegetais e florais em destaque, frutos de
polpa branca maduros.
SABOR: Acidez correcta, fresco, notas que
sugerem citrinos, envolvente, a mostrar
potencial gastronómico, termina persistente
e muito agradável.
DOuRO
FERREIRA 10 ANOS
DOC PORTO BRANCO
Nota: 18
% 20
€ 12,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Luís Sottomayor
Castas: Malvasia Fina, Gouveio, Rabigato,
Códega
Produtor: Sogrape Vinhos - 227 838 104
ASPECTO: Âmbar definido, cristalino.
AROMA: Distinto, frutos secos, notas
meladas e compotadas, especiarias e
requintadas notas de verniz, tosta e folha de
tabaco.
SABOR: Apresenta-se com bom corpo e
estrutura, acidez correcta, untuoso,
equilibrado, termina persistente e elegante.
49
VinHosn.º5/2010 | setembro/outubro
Provadores: Gabriela Canossa, Osvaldo Amado, Marco Valente, José Sassetti. Prova cega
TEJO
FIUZA 3 CASTAS
REG BRANCO 2009
Nota: 16,3
% 13
€ 3,30
Beber já
Enólogo: Giovani Nigra
Castas: Chardonnay, Arinto, Vital.
Produtor: Fiuza & Bright - 243 597 491
COR: Amarelo claro, límpido.
AROMA: Arinto bem presente, vinho
frutado, mineral, de equilíbrio sedutor.
SABOR: Rico, com boa estrutura, acidez
correcta, bom volume, termina longo e
harmonioso.
DOuRO
WHITE
DOC PORTO BRANCO RESERVA
Nota: 18
% 19
€ 18,00
Beber já ou guardar
Enólogo: João Nicolau de Almeida
Castas: Códega, Malvasia Fina, Viosinho,
Rabigato
Produtor: Adriano Ramos Pinto -
223 707 002
ASPECTO: Âmbar definido, límpido.
AROMA: Intenso, frutado, a lembrar casca
de laranja cristalizada e figos secos, carácter
vegetal, verniz ligeiro e especiarias.
SABOR: Excelente untuosidade, cheio,
frutos secos em maior evidência, geleia, noz-
moscada, deixa um final sedutor e muito
persisitente.
VERDE
QUINTA DE LINHARES
DOC BRANCO COLHEITA SELECCIONADA
2009
Nota: 16,3
% 11,5
€ 3,20
Beber já
Enólogo: António Sousa
Castas: Avesso, Loureiro, Trajadura.
Produtor: Agri-Roncão Vinícola -
918 796 669
COR: Citrina, límpido.
AROMA: Intenso em notas de fruta madura,
muito equilibrado e elegante.
SABOR: Aveludado, com estrutura bem
definida, acidez a segurar bem o conjunto,
deixa um final longo e frutado.
TEJO
QUINTA DO CASAL BRANCO
REG BRANCO 2009
Nota: 16,3
% 13
€ 2,90
Beber já
Enólogo: Dina Luís
Castas: Fernão Pires
Produtor: Casal Branco – Soc. Vinhos -
243 592 412
COR: Citrina, límpido.
AROMA: Predominante em frutos tropicais
e flores brancas, notas de cereja branca,
ligeiro mineral, harmonioso.
SABOR: Revela boa frescura, com acidez
crocante, fruta mais discreta mas correcta
combinada com notas tostadas ligeiras,
termina longo e jovem.
DOuRO
KOPKE WHITE 30 YEARS OLD
DOC PORTO BRANCO
Nota: 19
% 20
€ 47,90
Beber já ou guardar
Enólogo: Pedro Sá
Castas: S/Inf.
Produtor: Sogevinus Fine Wines -
226 746 660
ASPECTO: Topázio intenso, límpido.
AROMA: Nobre e distinto; frutos secos, mel
de boa qualidade, geleia e ligeiro floral,
amplo e muito equilibrado.
SABOR: Complexo, untuoso, com excelente
frescura, madeira muito bem integrada,
profundo, final de boca prolongado e
elegante.
ALENTEJO
LOIOS
REG BRANCO 2009
Nota: 16,5
% 12,5
€ 3,00
Beber já
Enólogo: João Portugal Ramos
Castas: Roupeiro, Rabo de Ovelha
Produtor: J. Portugal Ramos Vinhos -
268 339 910
COR: Citrina, cristalino.
AROMA: Notas citrinas em evidência, ligeiro
tropical e notas florais elegantes, com
destaque para as flores brancas e folha de
limoeiro.
SABOR: Com acidez crocante a equilibrar a
doçura, estrutura equilibrada, frutado e
floral, final persistente e harmonioso com
um toque amargo positivo.
ALENTEJO
MONSARAZ
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,3
% 13
€ 3,00
Beber já
Enólogo: Rui Veladas
Castas: Antão Vaz, Arinto, Síria, Rabo de
Ovelha, Perrum.
Produtor: CARMIM - 266 508 200
COR: Citrino, límpido.
AROMA: Bastante frutado e apelativo,
harmonioso.
SABOR: Tem boa acidez, é fresco, com volume
correcto, frutos citrinos em maior evidência,
deixa um final cativante.
ALENTEJO
VILA DOS GAMAS
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,5
% 13
€ 2,50
Beber já
Enólogo: João Melícias, José Martins da
Fonseca
Castas: Antão Vaz
Produtor: Adega Coop. de Vidigueira, Cuba e
Alvito - 284 437 240
COR: Citrina carregada, limpo.
AROMA: Exuberante e complexo, notas de
nectarina e papaia, ligeiro toque de pêra-
abacate.
SABOR: Equilibrado, com acidez correcta e
frutado intenso; final harmonioso e
refrescante.
A inauguração contou com a presença de Correia da Fonseca,
Se cretário de Estado dos Transportes que referiu que “uma em -
presa que tem como lema querer oferecer o máximo valor acres -
centado é, sem dúvida, um parceiro estratégico. Espero que a
Fiege venha a ter um papel importante na cadeia logística e na
malha económica deste país”.
Uma intenção que a Fiege procura não defraudar, uma vez que o
centro logístico da Azambuja representa um marco importante na
estratégia de expansão europeia do grupo alemão. Como explica
Stefano Vincinelli, CEO Europa do Sul e Leste e Membro do
Extended Board do Grupo FIEGE, “planeámos e construímos este
centro acreditando firmemente no desenvolvimento do mercado
português. Este investimento reflecte a estratégia do Grupo FIEGE
de continuar a posicionar-se em sectores de acti vi dade específicos
que valorizem a qualidade e distinção do serviço”.
Num sinal claro de aposta no desenvolvimento da FIEGE no mer -
cado português, o Grupo está desde Janeiro deste ano a operar no
novo centro logístico da Azambuja, considerado um pólo logístico
de excelência para abastecimento nacional. Com as novas insta -
la ções, os objectivos a médio-prazo da FIEGE em Portugal
passam por solidificar a actual operação, de forma a garantir
sustentabilidade e rentabilidade dos recentes investimentos. Para
além de se manifestar atenta a oportunidades em sectores emer -
gentes no mercado nacional, nos quais detém já ampla com pe -
tência em outros países mais desenvolvidos. Nomeadamente, na
área da consultoria, planeamento e implementação de sistemas
logísticos integrados. Nos projectos que implementa, recorre às
mais inovadoras e eficazes ferramentas operacionais, físicas e
tecnológicas, bem como a uma estrutura de pessoal flexível capaz
de ultrapassar os constrangimentos diários, o que possibilita
oferecer um portfólio de produtos/serviços, que contém soluções
customizadas e experimentadas, capazes de satisfazer as ne cessi -
dades específicas de cada cliente, espalhados por diversos secto -
res de actividade, tais como FMCG (Bens de Grande Consu mo);
Consumer Durables e Marketing Materials.
Equipada com a mais moderna tecnologia, as novas instalações
foram construídas de acordo com os padrões europeus no que
respeita à prestação de serviços logísticos. O edifício de 22.000
m2 de área total de armazenagem, com a opção de extensão
para mais 5.000 m2, com espaço disponível para 15.000 Euro
paletes e 6.000 m2 de área para armazenagem em pilha e, com
19 cais de carga/descarga, foi concebido como uma instalação
multifuncional, capaz de responder aos requisitos de cadeias de
abastecimento complexas.
50
a FeCHar
n.º5/2010
| setembro
/outubro
O Grupo FIEGE, operador logístico sedeado
em Greven, na Alemanha, inaugurou um
novo centro de logística em Portugal,
localizado junto à auto-estrada Porto-Lisboa
(A1), na zona de Vila Nova da Rainha, na
Azambuja. Um investimento estimado em 11
milhões/€ e que se assume como um marco
importante na estratégia de expansão
europeia do grupo alemão.
FIEGEinaugura
em Portugalcentro logístico
Centro Logístico da Azambuja em números Colaboradores: 45Certificações em Curso: ISO 9002, HACCP, ISO9014Área Coberta: 22.300 m2Área Exterior: 52.000 m2Área de Escritórios 700m2Área de Armazém: 21.600m2Pé Direito do Armazém: 12mCais de Carga Desnivelados: 19