grande consumo n.º 7-2011
DESCRIPTION
A Revista dos Negócios da DistribuiçãoTRANSCRIPT
Associaçãode todas asempresas
Scantrends Bens Grande Consumo crescem 1,1% APED/CENTROMARCAmarcas em debate Comércio tradicional canal em destaque APOLlogística com boas práticas Lacticíniosmercado maduro desvaloriza
preço médio Quinta do Pôpa ADN de um “novo” Douro
n.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
revistA bimestrAlPortugAl | €4,80
António SaraivaPresidente da CIP
CCIIPPCCOONNFFEEDDEERRAAÇÇÃÃOO EEMMPPRREESSAARRIIAALL DDEE PPOORRTTUUGGAALL
SSEEJJAA
RREESSPPOONNSSÁÁVVEELL,, BBEEBBAA CCOOMM MM
OODDEERRAAÇÇÃÃOO..
Sonae e Jerónimo Martins arrancam, em 2011, com a firme convicçãode reforçar as bases de crescimento com que vêm alicerçando uma posi-ção hegemónica no retalho nacional e, consequentemente, na preferên-cia dos portugueses. Num mercado trancado à entrada de novosoperadores, é novamente para dentro de portas que se viram os doismaiores retalhistas nacionais, praticantes de estratégias diferentes masde sucesso assinalável em ambos os casos, ainda que por motivos dife-rentes.Amanhecer e Meu Super apresentam-se, assim, como os dois novos
“escudos” de uma nova frente de férrea disputa: o canal tradicional. Negligenciado até aqui, o co-mércio tradicional ganha de novo um crescente interesse, revelador do que que se tem vindo a ob-servar em Portugal ao longo dos últimos anos: a crescente tendência para se efectuar comprasdiariamente, de preferência perto de casa, sem ter que pegar no carro, ou enfrentar alguns sempredesconfortáveis minutos para pagar numa concorrida caixa de hipermercado, ainda que agora comhorário alargado. A azáfama do dia-a-dia assim o exige.A procura por novas oportunidades de negócio é, agora, a égide para um reajuste de estratégia, como mercado interno a ganhar, assim, renovados pontos de interesse e colocando o ponto final em al-guma especulação que se vinha levantando sobre o canal grossista. Afinal, um operador forte no ex-terior tem que ser, necessariamente, mais competitivo e preponderante dentro de portas,gravitando ambos os projectos, com as devidas nuances, em torno de uma rede de lojas que temcomo base – não poderia deixar de ser – as marcas próprias. Tema em destaque nesta edição daGrande Consumo e que, incontornavelmente, tem o dedo da indústria, o que só apimenta a polé-mica em torno desta importante questão.Longe do ruído dos galhardetes televisivos que anima os serões das famílias portuguesas num horá-rio prime-time também ele em formato “discount”, certo é que talvez seja a oportunidade que oscomerciantes tradicionais esperavam, ao poder optar por dois regimes de gestão, que, em troca, rei-vindicam a fidelização do lojista. A fidelização, pois claro, que mais poderia ser?Também nós, na Grande Consumo, acolhemos com 2011 com expectativa. Não só pelo facto determos abraçado as novas tecnologias em definitivo, ao disponibilizar a todos os nossos leitores umendereço on-line de actualização diária (www.grandeconsumo.com) onde poderão ficar por dentrode toda a informação que interessa ao sector, mas como pelos projectos que ainda guardamos namanga para o ano que abre com visível entusiasmo. Não queremos ser um projecto editorial de“copy-paste” mas sim, cada vez mais, um parceiro de negócios privilegiado para todos os que nosacompanham. E é pela sua preferência que queremos ir mais longe. Ousando ambicionar, aprender,renovar, melhorar e… fazer!Obrigado por estar connosco. Boas leituras!
03
editoriAln.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
7
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6 notÍCiAs
8 Produtos
10 sCAntrends nielsen
12 debAte APed/Centro
mArCA
16 CCIIPP
22 ooPPiinniiÃÃoo - APed
23 ooPPiinniiÃÃoo - CCP
24 ooPPiinniiÃÃoo - AnJe
25 ooPPiinniiÃÃoo – mAKro
26 ooPPiinniiÃÃoo – frAnCisCo roXo
28 ComÉrCio trAdiCion
Al
30 APol
34 AProvisionAmento
38 silveX
40 merCAdo lACtiCÍnio
s
44 ProvAs ediÇÃo
46 QuintA do PÔPA
50 A feCHAr
E.Leclerc reduz margem para controlar subidasde preços
O presidente do E.Leclerc, Michel-Édouard Le-
clerc, considera que 2011 será um ano difícil
para os retalhistas franceses, definindo o exer-
cício que agora entra como "um ano de viver
perigosamente". No discurso proferido du-
rante a divulgação dos resultados anuais do re-
talhista, o líder do grupo francês afirmou que a
inflação de preços seria uma contribuição fun-
damental para isso, mas assumiu que a insígnia
irá limitar os aumentos de preços para 2%,isto
apesar dos pedidos dos fabricantes em levar esse
aumento até uma escala até 6% a 7% sobre o aumento dos custo das matérias-
primas.
Michel-Édouard Leclerc disse ainda que a área não-alimentar apresentava algumas
dificuldades para os hipermercados do grupo, com as
vendas da categoria apenas a contabilizar 2,4% da
gama de produtos. As lojas com mais de 6.500 m2
de área de venda apenas aumentaram vendas em
1,3% ao longo do último ano, enquanto os hiper-
mercados entre 2.500 m2 a 4.000 m2 subiram em
5% as vendas, o que ilustra as dificuldades do reta-
lhista na comercialização da sua oferta não-alimentar.
China, Rússia e Índia prioridadepara o Metro Group O CEO Eckhard Cordes afirmou em entrevista em Nova Deli
que a Índia, juntamente com a China e a Rússia, será um dos
três principais mercados para a empresa alemã nos próximos
anos. A Metro planeia abrir 50 cash & carry, até 2015, na Índia,
combinando o ritmo de expansão da companhia na China, econo-
mia que mais cresce à escala mundial.
O Metro
Cash & Carry
iniciou suas
operações na
Índia em 2003 e
opera actualmente
seis lojas. A empresa
está focada na expan-
são internacional em
grande parte nos merca-
dos em desenvolvi-
mento, como é exemplo a
Rússia, assim como a Ásia e África, onde ainda há muito potencial de expansão, ao
contrário da maturidade da Europa Ocidental, onde a maioria de seus formatos
terá alcançado o nível de saturação.
"A nossa meta de 50 lojas até 2015 não será o fim, temos claramente um poten-
cial de um número de três dígitos para as nossas lojas aqui", disse Cordes, sem es-
pecificar o alvo real ou o tempo. "Acho que o potencial de mercado para cash &
carry em termos de volume negócios na Índia é enorme."
O Metro Group investiu, até agora, cerca de 100 milhões/€ nos últimos
oito anos para abrir seis cash & carries. O investimento em
cada loja vai ser menor num futuro próximo
à medida que a empresa irá abrir con-
ceito de lojas mais pequenas nos anos vin-
douros, assumiu Eckhard Cordes.
Marca própria Continente recebe certificação internacional A Marca Própria Continente acaba de receber Certificação Internacional de acordo
com a norma NP EN ISO 9001, atribuída pela SGS ICS – International Certifica-
tion Services. Esta é uma certificação inovadora na área do retalho em Portugal e
distingue um projecto diferenciador, reforçando a estratégia e o compromisso do
Continente com a qualidade dos seus produtos de Marca Própria.
A certificação internacional agora atribuída distingue a qualidade no desenvolvi-
mento das Marcas Próprias Continente nas diferentes categorias de produto - ali-
mentar, higiene, perfumaria e drogaria - e o acompanhamento destes produtos e
dos fornecedores após o seu desenvolvimento e lançamento. Esta certificação
vem comprovar o trabalho de actualização e inovação levado a cabo pelo
Continente no desenvolvimento de produtos de Marca Própria de quali-
dade.
A Marca Própria está segmentada em nove categorias - Continente,
Continente Infantil/Bébé, Continente Equilíbrio, Continente
Eco/Bio, Continente Gourmet, Continente Área Viva, Conti-
nente Selecção, Continente Beleza e Continente Higiene -
constituindo uma vasta gama de produtos que satisfa-
zem as mais diversas necessidades do dia-a-dia, sem-
pre aos melhores preços.
Jerónimo Martins fecha2010 a crescer 18,7% A Jerónimo Martins (JM) já disponibilizou os
dados referentes às vendas consolidadas de 2010,
ano no qual regista, uma vez, os bons resultados das
insígnias Biedronka e Pingo Doce.
Assim, as vendas consolidadas do Grupo aumentaram 1,4
mil milhões de euros face ao período homólogo e atingiram os 8,7 mil
milhões/€ de euros, com a Biedronka a registar um crescimento de 29,1% (4,8
mil milhões/€), enquanto o Pingo Doce cresceu 9,9% atingindo os 2,7 mi-
lhões/€. Por sua vez, o Recheio cresceu 4,6% atingindo os 720 milhões/€ de
vendas totais.
No comunicado, pode ainda ler-se que este desempenho deve-se ao aumento ao
crescimento de
11,6% das vendas
Like for Like da
Biedronka, en-
quanto o Pingo
Doce apurou uma
evolução de 7,2%
no total da rede de
lojas e o Recheio
ficou-se pelos
3,2%.
06
notÍCiAsn.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
6.500 novos casos de insolvências em 2010 Durante o ano de 2010, em Portugal, registaram-se mais de 6.500 novos proces-
sos de insolvência, o que traduz um crescimento de 31% em relação a 2009. Esta
é uma das conclusões
do Departamento de
Gestão de Risco da Cré-
dito y Caución, que
acompanha de perto os
processos de insolvên-
cia publicados no Diário
da República.
Três em cada cinco são
relativos a empresas, o
que totaliza cerca de
4.100 processos de in-
solvência.
Neste domínio, o crescimento em 2010 (+13%) foi mais moderado do que em
2009. Os restantes cerca de 2.400 processos são
relativos a pessoas físicas que regista um cresci-
mento de 79% em relação a 2009.
No último trimestre de 2010, foram registados
1.775 novos processos de insolvência em Portu-
gal, o que representa um ligeiro aumento de 3%
face ao trimestre anterior. O aumento significativo
dos níveis de insolvência teve início no primeiro tri-
mestre de 2009, chegando a superar um milhar de pro-
cessos trimestrais, e depois de terminar 2008 com um
nível próximo dos 500 processos trimestrais. Após seis tri-
mestres consecutivos de crescimento, o segundo semestre de
2010 revela uma estabilização dos níveis de insolvência em
torno dos 1.700 processos trimestrais.
Dia sobe vendas em 4% As vendas brutas da insígnia Dia (propriedade do Carrefour) a nível
mundial atingiram, em 2010, os 10,53 biliões/€, representativo de
um aumento de 4% face a 2009. Este resultado não leva, contudo, em
conta a operação do Dia na Grécia, mercado onde ainda no ano passado
a insígnia começou a converter a sua rede de lojas de desconto em supermercados
e lojas de conveniência sob a bandeira do Carrefour.
Em finais de 2010, o parque de lojas do Dia era composto por mais de 6.300 uni-
dades em todo o mundo, dividindo-se entre 4.303 lojas próprias e 2.070 lojas
franchisadas e na seguinte relação: 2.766 em Espanha, 936 em França, 539 em
Portugal, 890 na Turquia, 448 na Argentina, 408 no Brasil e 396 na China.
No seu principal mercado, Espanha, as vendas brutas do retalhista subiram apenas
0,34%. O Dia já anunciou que se encontra a trabalhar no packaging dos seus pro-
dutos, de modo a melhorar a notoriedade e visibilidade da marca, de modo a co-
municar melhor as informações nutricionais de cada um dos seus produtos.
MRW Portugal com novo Director Comercial A MRW estabeleceu uma nova estratégia de negócio para Portugal e elegeu um
novo director comercial. Com 39 anos, Jorge Reis apresenta uma vasta experiên-
cia comercial, das quais constam várias empresas em regime de franchising, e vai
dirigir o departamento comercial da empresa, sendo igualmente responsável pelas
áreas de marketing, acção social, televenda e serviço ao cliente. O novo director
comercial tem uma experiência de mais de 20 anos. De 1990 a 1996 esteve no
departamento comercial do jornal O Independente e de 1996 a 1997 no jornal
Capital (MediPress). Entre 1998 a 2001, no Grupo Euronotícias, desempenhou o
cargo de director comercial nas revistas Marketeer, Economia Pura e Revista V. A
experiência de director comercial alargou-se para outras áreas: No grupo LusoSinal
(Espaços, Imobiliária e Epicur) de 2001 a 2003; e na MediaCapital Rádios (rádio
Club Português, Cidade FM e Best Rock) entre 2003 e 2006. Jorge Reis exerceu
também funções comerciais noutras associações e editoras: Revista Atlântico;
Gingko (editora Have a nice day, lda); associação APAVT (associação portu-
guesa das agências de viagens e turismo); e pela revista Arq./a (arqui-
tectura e design), tendo desempenhado nesta última o cargo de
director comercial entre 2007 a Abril de 2010..
Adega de Borba renova imagem É já este mês de Fevereiro que a nova imagem da Adega
de Borba vai estar visível para o grande público. O res-
tyling da marca tem um investimento de meio mi-
lhão de euros e contempla toda a comunicação
institucional e a comunicação de todas as marcas
da Adega de
Borba. A
nova imagem
será aplicada a di-
ferentes suportes,
tais como estacio-
nário, sinalética, brochu-
ras, packaging, site e advertising. O novo
logótipo vai ser visível em mais de 15 milhões
de garrafas da Adega de Borba, em todas as
marcas e gamas de vinhos.
Com esta actualização do símbolo e do lettering, a Adega de Borba pretende dar
mais visibilidade e reconhecimento à marca, demonstrando o seu posicionamento
dinâmico e inovador sem cortar com as raízes de Tradição e Qualidade que a marca
possui desde 1955.
A par com o restyling, procedeu-se também à alteração da designação da marca,
retirando o COOP (cooperativa) e dando, assim, maior visibilidade ao nome
Adega de Borba, o que também reflecte o enfoque es-
tratégico e os objectivos de crescimento
nos mercados internacionais, em que a de-
nominação COOP não é uma vantagem
competitiva.
07
notÍCiAs
n.º7/2011
| JAneiro/
fevereiro
Délifrance lança gama de produtos BIO A Délifrance acaba de lançar no mercado a sua
mais recente inovação – a Gama BIO – Bioló-
gico, Orgânico e Ecológico: uma gama de pro-
dutos devidamente certificados que prometem
revolucionar o mercado da panificação e da
pastelaria, e em que a Délifrance é pioneira.
Beneficiando da sua experiência em
padaria/pastelaria, a Gergran, empresa que
detém a exclusividade da distribuição em Por-
tugal dos produtos Délifrance, apresenta esta
gama de produtos biológicos destinados a
todos os canais de distribuição.
Compostos por seis produtos, a Gama BIO apresenta-se ao mercado como uma
gama cujos produtos biológicos são certificados e respeitam o meio ambiente. Fei-
tos a partir de matérias-primas biológicas que são produzidas sem recurso a produ-
tos químicos, fertilizantes ou OMG (Organismos Modificados Geneticamente),
limitando o uso de pesticidas, estes produtos mantêm
a qualidade no seu estado puro, onde o homem e o
seu equilíbrio natural são assim preservados.
Como explica Inês Siqueira, Directora de Marketing
e Franchising da Gergran, a gama Bio “veio respon-
der a uma necessidade crescente e evidente dos con-
sumidores e do mercado. Era necessário desenvolver
uma linha de produtos com ingredientes de origem contro-
lada, com a máxima garantia de qualidade, equilíbrio e
sabor, e que nos trouxesse o melhor da Natureza!”
Cereais Nestlé oferecem 1.000€ em compras Até 31 de Março, os Cereais Nestlé oferecem cartões com 1.000€ a
quem enviar mais códigos de barras de qualquer embalagem de ce-
reais ou barras das seguintes marcas: Chocapic, Chocapic Duo, Estreli-
tas, Cookie Crisp, Cherioos, Golden Grahams, Lion, Fitness e Corn
Flakes.
Esta iniciativa surge “para dar algum ânimo aos consumidores, que vivem
um contexto económico difícil”, explica Luciana Koschnick, Directora de
Marketing da Nestlé Cereais. “Como marca que faz parte do quotidiano das
famílias portuguesas,
achamos que podemos
ajudá-las a realizar al-
guns desejos, úteis para
miúdos e graúdos, pois o
valor pode ser gasto em
qualquer compra”, revela.
A acção promocional de
Nestlé Cereais será supor-
tada por uma campanha
de TV, nos canais genera-
listas SIC e TVI, e uma
forte presença nos pontos
de venda.
60 anos BIC com edição limitadaPara assinalar o seu 60.º aniversário, BIC Cristal vestiu-se de dourado e prateado
para uma edição especial que já está disponível nas papelarias e supermercados, e
promete transformar-se num artigo de colecção para os fãs dos artigos de escrita.
A BIC Cristal dourada (com tinta azul) e a BIC Cristal prateada (com tinta preta)
são vendidas num blister com as duas unidades.
O prateado e dourado são as cores certas para marcar os
60 anos da BIC Cristal, a esferográfica de culto que depressa conquistou um grupo
de fiéis seguidores, transformando-se num produto tão universal quanto indispen-
sável. Ao longo dos anos, BIC Cristal conquistou ainda o estatuto de obra de arte,
fazendo parte da colecção permanente do Museu de Arte Moderna em Nova Ior-
que (MoMA) e o Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou,
em Paris.
As primeiras BIC Cristal chegaram ao mercado em Dezembro de 1950, em França,
e depressa provou ser o produto certo na altura certa num país em reconstrução,
tornando a escrita rápida, portável e muito acessível em termos de preço. Hoje, 60
anos depois, continua a ser fabricada pela BIC nas suas próprias fábricas em
França, Brasil, México e África do Sul, em máquinas que também foram de-
senvolvidas pela própria BIC. E a empresa fabrica também a sua própria
tinta, para garantir uma experiência de escrita suave e de alta quali-
dade.
Vasenol eleito Produto do Ano O Creme Gordo Vasenol foi eleito pelos consumidores por-
tugueses como o Produto do Ano 2011, na categoria de
Cremes Hidratantes. No mercado português há
menos de um ano, o Creme Gordo Vasenol é líder
das preferências dos consumidores.
Numa votação assente em critérios como a atractivi-
dade, a experimentação e o grau de satisfação face ao
produto, Vasenol Creme Gordo foi considerado, por cerca
de 67% dos inquiridos, como o produto mais atractivo da
categoria de hidratantes. A
qualidade foi um atributo salientado
por 48% dos consumidores, que desta-
caram ainda a marca Vasenol como
uma marca de renome.
O Creme Gordo Vasenol faz parte da
gama Regeneração Intensiva da Vase-
nol – hipoalergénica e sem perfume – e
por ajudar a manter a elasticidade da
pele permite à pele enfrentar as mu-
danças trazidas pela gravidez. Com
uma fórmula inovadora à base de glicerina e outros agentes especiais hidratantes
previne o aparecimento de estrias.
Durante a gravidez, as oscilações hormonais podem tornar a pele seca e as mudan-
ças no corpo podem levar ao aparecimento de estrias. Estas nascem quando a es-
trutura da pele não tem elasticidade suficiente e começa a quebrar por estar em
esforço e não existem cremes, pomadas ou óleos que as façam desaparecer. A pre-
venção é fundamental para evitar o seu aparecimento. PVP recomendado: 9.89€.
08
notÍCiAsn.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
10
AnÁlise
n.º7/201
1 | JAne
iro/feve
reiro
No apurar de contas de 2010, as Marcas de Fabricantevoltaram a perder terreno face às Marcas de Distribui-ção+Primeiro Preço, ao verem as vendas anuais perderem1,2% face a 2009, por oposição à performance dasMDD+PP que reforçaram o seu crescimento, encerrando
2010 com uma subida de 6,1% face ao período homólogo do ano tran-sacto. Isto, num mercado global que aumentou facturação em 1,1%, como ano de 2010 a encerrar (Quadrisemana 49 a 52 - 6 de Dezembro a 2de Janeiro) com um interessante crescimento dos Bens de Grande Con-sumo (BGC) na ordem os 3,3% face ao período homólogo. Muito por“culpa” da prestação das MDD+PP que, na quadra natalícia, aumentaramvendas em nada mais, nada menos, do que 10,8% face ao período homó-logo do ano passado. Ainda assim, poder-se-á considerar que o fecho de anonão foi dos mais prejudiciais para as Marcas de Fabricante, que recupera-ram face à quadrisemana anterior (45 a 48) e tiveram um mês de De-zembro estável (+0,3%) face a igual período de 2009.Por categoria, o resumo do ano de 2010 pautou-se pelo crescimento da ali-mentação em 2010, com os congelados a subirem +5% e a mercearia 2%(YTD 10 vs YTD 09), enquanto os lacticínios reduziram facturação em1%. Em sentido inverso, as MDD+PP ganharam um ponto e meio de quotade mercado, com as suas vendas a crescerem uns interessantes 7,7%, con-trapondo aquilo que foi a prestação das Marcas de Fabricante que, pelo se-gundo ano consecutivo, perderam vendas. O ano de 2010 terminou comuma forte prestação da Alimentação, que subiu 14,1%, com diferentescontributos das Marcas de Fabricante (+1,5%) e das MDD+PP, que re-gistaram a maior subida do ano neste período: +12,6%.
Já as bebidas abrandaram os níveis de crescimento em 2010, não obstanteo facto de ambos os universos terem conseguido crescer facturação: +0,7%Marcas de Fabricante, +4% MDD+PP. Também nesta categoria o ano ter-minou com uma tendência de incremento das vendas de MDD+PP e decontracção das Marcas de Fabricante, sintomático, aliás, dos mercados debase alimentar.Mas, de acordo com os dados Scantrends da AC Nielsen também nos mer-cados de base não-alimentar, com a categoria Higiene do Lar a manter omesmo nível de vendas em 2010, onde prevalece a dinâmica positiva dasMDD+PP (+2,3%), com as Marcas de Fabricante a não conseguirem,também aqui, inverter esta tendência. Realce para o facto de, nas últimasduas quadrisemanas de 2010, os decréscimos das vendas de Marcas deFabricante terem sido particularmente acentuados, ao perderem -6,7%(Quadrisemana 45 – 48) e -3,5% (Quadrisemana 49 - 52), respectiva-mente.A perder em facturação em 2010 (-1%), a categoria de Higiene Pessoaltambém não constituiu excepção num ano marcado pelo forte crescimentodas Marcas de Distribuição e Primeiro Preço, que também aqui aumenta-ram as vendas anuais na ordem dos 3,1%, enquanto as Marcas de Fabri-cante decresceram 1,4%. Dezembro foi, contudo, um período animadorpara a categoria que apurou uma subida combinada de 7,4% (MDD+PP,+5,6%; Marcas de Fabricante, +1,8%), com as Marcas de Fabricante aapurar a primeira prestação positiva das últimas quatro quadrisemanas.No que diz respeito à analise de vendas por canal de retalho, os SupersGrandes foram o formato de loja que mais cresceu em 2010 (+7,8%), re-forçando a tendência de crescimento do retalho de conveniência.
BGC crescem1,1% 2010
TEXTODuarte Cunha
Os Bens de Grande Consumo (BGC) encerra-
ram o ano de 2010 com um acréscimo de
facturação na ordem dos 1,1%. Exercício
onde as Marcas de Fabricante perderam
vendas em 1,2%, por oposição à subida das
Marcas de Distribuição+Primeiro Preço que
reforçaram o seu lugar nos hábitos de con-
sumo dos portugueses ao crescerem 6,1%
em 2010. Saiba como fechou o ano de 2010
e qual o comportamento das principais cate-
gorias. em
TextoAbel Martins
FotosLuís Pais
Estimado em 20 milhões/€ e respon-sável pelo consumo de mais de 230 mil unidades, o mercado nacional de higie-ne feminina pautou-se pela estabiliza-
ção no primeiro semestre de 2009, ao apresentar que-bras marginais em valor (-0,6%) e volume (-0,7%), insufi cientes para traçar cenários negativos para a sua performance na primeira metade do ano. Até porque se registou o alargamento da base de consumidores de artigos de higiene feminina (+5,4% no número de la-res compradores) e consequentemente do seu nível de penetração nos lares portugueses (+2,6%), ainda que este incremento de consumidores na categoria não se tenha traduzido em geração de valor, uma vez que a compra média por lar sofreu uma prejudicial quebra de 5,9%. Um decréscimo em volume acompanhado por uma natural redução do gasto médio por lar, que agora que se fi xa nos 8,71€ (-5,7%), ainda que não se te-nha registado um aumento preços médios praticados.
MERCADO
O mercado nacional de higiene feminina manteve-se estável no primeiro semestre deste
ano, ainda que se tenha registado um aumento da base de compra, mas cuja redução do
preço médio de compra em 5,9% não permitiu um aumento deste universo. Liderado pela
venda de pensos higiénicos, a mais importante categoria em valor, é também a única
que apresenta níveis de crescimento em valor na ordem dos 2,6%, ainda que em volume
sejam os protectores a única referência que não eleva níveis de consumo. Uma vez mais,
a quebra do preço médio prejudica a performance deste universo.
Volume a estabilizar, aumento do número de compra-dores na categoria e menos compra média são algumas das tendências a reter de modo a perceber a evolução deste mercado de grande consumo. Onde os pensos higiénicos, a mais importante ca-tegoria deste universo, continua a liderar o ranking, apresentando-se como a única referência a crescer em valor (+2,6), ao contrário dos protectores (-5,7%) e dos tampões (-2,4%) que viram, assim, reduzido o seu contributo em valor para este segmento. Já as con-tas em volume apresentam um diferente fi gurino, com os protectores a serem a única categoria a baixar níveis de consumo (-6,7%), enquanto pensos e tampões viram os volumes comercializados subirem em 5,6% e 13,2% respectivamente. Uma vez mais a redução do preço médio praticado prejudica a performance da categoria, cuja estabilidade no primeiro semestre deste ano se deve à recuperação de lares compradores pro-venientes, essencialmente, da categoria de pensos, que
Mercado de
Higiene Feminina estabiliza
11
AnÁlisen.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
12
rePort
Agem
n.º7/2
011 |
JAneir
o/feve
reiro
À pergunta de lançamento de como atenuar o au-mento do IVA lançado pela moderadora, a jornalistaFátima Campos Ferreira, rapidamente surgiu uma dasprincipais notas que pauta o actual momento do mer-cado de FMCG em Portugal. “Antes de responder à
sua pergunta, gostaria de referir que existe uma tensão real entre asgrandes marcas e a distribuição, sendo necessário saber quem são osseus protagonistas”, lança Luís Reis, Presidente na APED, no arran-
que de um frente a frenteque prometia ser bas-tante acesso. “A distri-buição procura servir oconsumidor e, neste sen-tido, o seu percurso emPortugal tem sido notá-vel, quando comparadocom outros países domundo. A distribuiçãoactual em Portugal é im-portante, moderna e efi-ciente. Tem conseguidomelhorar o timing de efi-ciência na chegada deprodutos ao consumidor.A distribuição é uma
grande barreira às medidas de austeridade de consumo, atenuandoesse problema com a sua política de preços (ano 2007/2008/2009).É uma barreira no aumento dos preços”, acrescentou. Argumento aoqual João Paulo Girbal, Presidente da Centromarca, contrapôs o factode metade dos seus 55 associados produzirem a maior parte dos pro-dutos consumidos em Portugal e serem hoje os “maiores contribuin-tes líquidos da nossa balança de pagamentos”.Lançado o debate de forma efusiva, e no seguimento da questão ini-cial da taxa de IVA, Luís Reis assumiu uma verdade já sabida, de que amaior parte dos associados da APED tem margens para conter o au-mento do IVA, pelo que as campanhas agressivas de Pingo Doce eSonae actualmente no ar não poderão ser consideradas surpreenden-tes. Uma opção estratégica apenas possível pelos ganhos aos termoslogísticos, ainda que, no entanto, “uma parte integrante dos ganhos deeficiência não venha exclusivamente da distribuição”, sustentou LuísReis.À questão do IVA sucedeu-se a dicotomia entre marcas nacionais eestrangeiras, com o representante da Centromarca a assumir que nãoconsidera inconveniente o facto de empresas estrangeiras, que tragamvalor para Portugal, saibam expandir-se tendo por base o mérito pró-prio. “A Centromarca é a organização da indústria que suporta a dis-tribuição. E a relação entre a produção versus distribuição édesequilibrada. Para citar alguns exemplos, o emprego nos produtoresé mais qualificado do que nas marcas da distribuição. A indústria con-tribui para o bem-estar social de uma forma gigantesca, ou seja, 4
A marcamarcas
O estado da economia portuguesa, a importância das marcas na afirmação e valorização da econo-
mia e as dificuldades de relacionamento entre as marcas e o retalho organizado foram temas em
discussão na Associação Comercial de Lisboa (ACL). Centromarca e APED estiveram frente a frente
num debate nem sempre esclarecedor mas seguramente necessário. Conheça as conclusões do
match play que decorreu no passado dia 19 de Janeiro.
TEXTODuarte Cunha
FOTOSSara Matos da
s
20% de autoria da distribuição. “A Alta Autoridadepara a Concorrência chama a atenção que 85% do grandeconsumo é da Distribuição. Cerca de 50% do que se consome emPortugal passa por dois grupos”, reforçou João Paulo Girbal.“Há dois grupos que têm 45% de quota de mercado. Mas o relatórioda Alta Autoridade para a Concorrência também foca que as empre-sas concorrem naturalmente entre si . É um mito que se criou em Por-tugal de que a Distribuição está concentrada. Em 15 países, Portugalé o 12º menos concentrado (ou seja, ocupa o 12º lugar dos 15) e é
muito inferior à média europeia. Nas categoriasrelevantes, a quota da Sonae e Jerónimo Mar-tins é metade da concentração na indústria.Não é verdade que a Distribuição seja con-centrada. O desequilíbrio está na produção enão na distribuição”, contrariou Luís Reis.
MMAARRCCAA ““BBRRAANNCCAA””Ter valor para o consumidor é o principal argu-mento que a APED diz que uma marca temque ter para entrar no linear, associando o“mito” do aparecimento da marca branca como excesso da produção da indústria, que, e demodo a libertar stocks, criou embalagens semmarcas ou distintivos para esses produtos, umatendência em franco decréscimo como se sabehoje em dia. Actualmente, as marcas queforam “brancas” no passado hoje têm umaidentidade perfeitamente definida, ainda que a
vezes mais. A indústria defende marcas ‘aspiracionais’ e empregoqualificado. Há 29% de ganhos de salário quando comparados como emprego das marcas próprias. Em média, as empresas industriaisde marca exportam 13 vezes mais que as empresas de marca pró-pria. As marcas próprias vão buscar ao exterior, ou seja, importampara consumo interno”, disse João Paulo Girbal.No seguimento da sua resposta, Sonae e Jerónimo Martins surgemcomo nomes citados no Top 10 do ranking dos maiores importadoresportugueses, por oposição ao quadro dos principais exportadores na-cionais onde as principais marcas surgem a partir da 10.ªposição.“Portanto, em termos de importação/exportação es-tamos “fitfty/fifty”. O Pingo Doce devia aparecercomo um dos maiores exportadores, mas não apa-rece. São importadores líquidos, cuja maior parte dovalor não é criada em Portugal, pelo que os grandeslucros da distribuição são à custa da importação enão da exportação. Temos de separar a distribuiçãomoderna das marcas e a distribuição das marcas pró-prias”. Ponto ao qual o responsável da APED opôs ofacto de muitos dos associados da Centromarca nãoinvestirem em Portugal, sustentando que 10% saí-ram de Portugal na última década, sem terem criadoemprego qualificado. “Há pequenas e médias empre-sas em Portugal que produzem marcas de distribui-ção, como sabem”, alertou Luís Reis.Ainda que seja unânime o facto de caber à indústria oónus de 80% dos novos produtos introduzidos nomercado serem de sua chancela e com os restantes
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rePortAgem
A marcamarcas
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origem seja ou tanto quanto incerta…“Não sei quem produz as marcas de insíg-
nia, mas a maior parte é produzida no es-trangeiro. Quanto gasta a distribuição em investigação de produtos?A distribuição é que decide o vai para a prateleira e a que preços!”,acrescentou João Paulo Girbal.Mas negócio é negócio, alega a APED e a distribuição moderna “nãoé um serviço público.O distribuidor é o último responsável pela mar-
cação de preços, mas o principal influenciador é o produtor… Em2011, a Distribuição já foi confrontada pelos aumentos de tabelas(por parte das marcas) no valor de 5 e 10%!”, defendeu, por sua vez,o responsável da APED.Ora, partindo do princípio que o IVA é um imposto ao consumo, fa-cilmente se depreende que em pouco ou nada condiciona a produção,limitada, sim, pelo aumento considerável das matérias-primas, docusto energéticos, logísticos, etc. O leva a que as empresas que te-nham capacidade para acomodar estes aumentos continuarão a sercapazes de competir e serão competitivas num contexto concorrencialmuito intenso, mas, por outro lado, muitas serão obviamente aquelasque irão desaparecer, reduzindo-se o sortido disponível ao consumidore limitando-se a liberdade da oferta.“Com isto, a distribuição vai realmente decidir quem é que vai para aprateleira e com destruição de algumas marcas. São cerca de 220postos de trabalho destruídos por dia em Portugal. O poder da con-centração da distribuição tem efeitos perversos. As indústrias demarca contribuem 15 vezes mais para o Produto Interno Bruto. A dis-tribuição reduz o espaço e esmaga a indústria”, confrontou João PauloGirbal.Em defesa da actividade do sector, a APED recorda um dos seus va-lores base, a sua missão: servir as pessoas. “O consumidor não estádisposto a pagar mais 15 ou 20% por um produto”, contrapôs, porsua vez, o responsável da APED.
EENNTTRRAADDAA EEMM LLIINNHHAAA “propriedade” do linear, a forma como os produtos entram em linha,os mecanismos associados à sua entrada, a pressão exercida pelosgrandes produtores para reduzirem o número de concorrentes às suas
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marcas, foram questões levantadas à medida que o debate evoluiu,com a APED a apontar o dedo de forma acutilante à pressão que asgrandes marcas também exercem sobre os retalhistas e relativamenteà forma como a gestão de prateleira é feita em determinadas catego-rias, com reflexo mais significativo no desequilíbrio entre os pequenosprodutores e a distribuição do que face às grandes marcas.A melhor promoção das empresas portuguesas – através de mais e me-lhores acções de marketing – o necessário apoio da distribuição paraa promoção da indústria nacional e incentivo ao consumo foram al-guns dos pontos que o Presidente da Centromarca, João Paulo Girbal,apontou como necessários à defesa e promoção da indústria produ-tora. Um dos exemplos apresentados foi reportado por um dos elementosda assistência, por sinal produtor, que assumiu a necessidade de pro-duzir marcas próprias, reduzido que é seu leque de opções, face a al-ternativas como exportar, produzir marcas próprias ou subordinar-seas exigentes condições impostas pela distribuição para entrar em linha,como fees, descontos ou outras compensações. Em Portugal, apenas6% das vendas da indústria de marca são para produtos de insígnia.Já na recta final do debate, a produção e origem dos produtos comer-cializados no mercado nacional foi outra das questões abordadas pelaassistência, com a Centromarca a explicar que o célebre número 560existente nos códigos de barras reporta “apenas ao registo de deter-minado produto em Portugal. Os produtos comercializados em Portu-gal têm de estar registados no país pelo que o nº 560 designa esseregisto. A sua produção e origem não são acessíveis através da leiturado código de barras. Nesse aspecto, Portugal também não beneficia doque acontece em outros países em que, através da leitura de códigosde barras, é possível saber onde é que o produto foi produzido”, expli-cou João Paulo Girbal.No final do um debate muito animado, mas com alguma falta de mo-deração mais efectiva, saiu reforçada a ideia que é necessário um en-tendimento célere entre as marcas e a distribuição, até para a reforçara competitividade daeconomia através doconsumo de produtosMade In Portugal. Oque a ser realidadetudo aponta que ape-nas será possível me-diante a intervençãode uma terceira enti-dade, criada especifi-cadamente paramoderar e regulareste diálogo, extre-madas que estão asposições e conhe-cendo-se os argu-mentos de cada umados sectores.
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Empossado a 13 de Janeiro como presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portu-gal, organismo que agrega ainda a AEP e a AIP, António Saraiva é o rosto que lidera omais ambicioso projecto associativo criado em Portugal. Capaz de gerar consensos, é nacapacidade de trabalho desta equipa que reside parte do sucesso da economia portu-guesa. Conheça as razões do novo homem-forte do associativismo empresarial nacional.
TEXTOBruno Farias
FOTOSSara Matos
“A CIP defende e representa os interesses da
economia e das empresas”
Grande Consumo - A criação da ConfederaçãoEmpresarial de Portugal (CIP) é encarada commuita expectativa. O que se pode esperar desteorganismo tendo em conta a sua génese?António Saraiva - A CIP – Confederação Empresarial
de Portugal é um projecto novo, pioneiro na reorganização doassociativismo empresarial, e ambicioso, porque representa e defende osinteresses da iniciativa privada, da economia de mercado e das empresas.Tenho dito que acredito neste projecto e em todos os desígnios que elecontém. As causas da CIP são o primado da economia de mercado, aaposta na indústria transformadora e dos bens e serviços transaccionáveis,a defesa das empresas e a dignificação dos empresários.
GC - A integração da AIP e da AEP é a garantia de coesão doorganismo ou continua a haver demasiadas associações erepresentantes do tecido produtivo nacional? O diálogo é ocaminho a seguir para este organismo ganhe ainda mais“músculo”?AS - Continuam a existir demasiadas associaçõesem Portugal. Mas acredito que muitas delasacabarão por reconhecer que, juntas, defenderãomelhor os interesses dos empresários e dasempresas que representam. Defendo umassociativismo empresarial mais forte, dinâmico,empreendedor e representativo. Acredito que aconstituição da CIP – Confederação Empresarialde Portugal é um passo decisivo nesse sentido.
GC - As empresas portuguesas ficam aganhar com a criação da CIP?AS - Claro que sim. O Presidente da Repúblicadisse, numa mensagem aos empresários queenviou à CIP na posse dos novos Corpos Sociais,que se regozija pela oportunidade daconstituição deste projecto “num momento emque o nosso País não pode ter hesitações naconcretização das suas políticas económicas,plano onde os empresários têm um papel cruciala desempenhar com vista ao rápidofortalecimento do tecido produtivo nacional,principal via para a consolidação de umcrescimento competitivo e sustentado, gerador de riqueza e de emprego”.É uma expressão que sintetiza tudo o que penso que a CIP representa e,por isso, a resposta à sua pergunta só pode ser a de que acredito que asempresas ficam a ganhar com este processo.
GC - Concorda com as metas do défice colocadas a Portugal?Trata-se de uma medida justa tendo em conta as característicasdo país a nível empresarial?AS - Concordo com as metas e espero que se cumpram. O que está emcausa não é uma questão de justeza. Há desequilíbrios graves que têm,inevitavelmente, de ser corrigidos. Tomemos consciência de que háproblemas sérios com o financiamento da economia portuguesa. Portugaltem mesmo de reduzir o seu défice público em percentagem do PIB. Nãohá escolha!No entanto, é importante que sejam delineadas políticas capazes deconciliar a concretização das metas orçamentais com algum estímulo aocrescimento económico, o que não é tarefa fácil.
GC - Por que etapas passa umacorrecta execução orçamental?AS - Desde logo, na minha opinião,por um rigoroso controlo da despesapública. Esta componente é de extrema importância, é fulcral.Atrevo-me, até, a afirmar que sendo condição necessária seria, também,suficiente. A concretização das medidas de consolidação orçamentalprevistas na lei do Orçamento do Estado para 2011 e no Programa deEstabilidade e Crescimento, a implementação de um sistema especial decontrolo trimestral da despesa pública para o ano de 2011 e a quintaalteração à Lei de Enquadramento Orçamental actualmente em discussãono Parlamento, vão no bom sentido.Não é concebível que num país como Portugal, membro da área do eurodesde o seu início, que a rigidez e o nível da despesa pública tenha chegadoonde chegou. A “factura” chegou e estamos, penosamente, a pagá-la.Depois há a questão da receita. Tem de ser convenientementeacompanhada, mas sem esquecer que Administração Fiscal deve tratar oscontribuintes como cidadãos de um Estado de direito.
GC - Faz falta um banco de fomento a Portugal?AS - Entendo que sim. Já aflorei essa questão em diversas ocasiões. Por umlado, o sistema bancário tem sérios problemas de financiamento, comosabemos, mas, por outro, muitas empresas enfrentam sérios problemas detesouraria. As necessidades de financiamento das empresas é um assuntopremente, é uma grande preocupação, pois pode levar a perda deencomendas. É preciso engenho, criatividade, para ultrapassar asdificuldades.
GC - O aumento dos custos energéticos é um duro revés para asempresas portuguesas e para a tão ansiada retoma económica?AS - O custo da energia é uma matéria fundamental para a nossacompetitividade e tem a particularidade de, em grande parte, ser controladopor nós, portugueses. Entendo que tem havido exageros nesta área, emborareconheça a bondade de algumas visões. É a competitividade das empresasportuguesas que está em causa, isto é, a sua capacidade de afirmação
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perante a concorrência.Considero urgente rever osmecanismos de formação de
preços de bens e serviços essenciais à indústria.Os aumentos irão, certamente, condicionar a actividade industrial e,
deste modo, a retoma económica, na medida em que forem superiores aospraticados noutros Estados Membros da União Europeia já que, no que serefere a outras aéreas do globo, a perda de competitividade, neste particular,é muito gravosa.
GC - A revisão da legislação laboral é estruturante para essamesma retoma? Como é que se pode “atacar” com eficácia oproblema do desemprego? A flexibilização é o caminho maisadequado?AS - Na perspectiva da CIP, a alteração da legislação laboral, em aspectosmuito concretos, poderá contribuir, de forma muito positiva, para a retoma.A actual conjuntura encontra-se marcada, ao nível económico, pelasdificuldades de acesso e custo do crédito, pelo número de encerramentose/ou suspensões de actividade de empresas e a consequente quebra dereceitas contributivas e fiscais, e ao nível social, pelo aumento crescente dodesemprego (cerca de 11%, de acordo com o EUROSTAT), com aconsequente quebra de rendimentos das famílias e a retracção do consumo,tornando-se imperioso encontrar formas de produzir mais e melhor,aproveitando, para o efeito, todas e quaisquer oportunidades que nossurjam nos mercados interno, europeu e internacional. O risco aumentou,o esforço necessário para identificar novos mercados e novos nichos demercado, também. A qualidade e a inovação exigem investimento. Ocumprimento de prazos e a concorrência pelo preço exigem gestão atentae criteriosa. Nós, empresários, somos chamados a esse esforço.
Assim sendo, só com muita flexibilidade, e formas expeditas de contratare gerir, se poderá aproveitar o máximo de oportunidades, ante a volatilidadeverificável nos mercados. E quando se fala em maior flexibilidade, não sevisa, porém, apenas maior facilidade em despedir.Com mais flexibilidade, visam-se – e muito – outras condições parapotenciar a criação de emprego, situação que só é viável, de formasustentada, através da criação de novas empresas ou do desenvolvimentodas empresas existentes. Nessa criação e desenvolvimento, avultam, comigual impacto, não só a racionalização dos recursos disponíveis(flexibilidade externa), como a possibilidade de utilizar racionalmente essesmesmos recursos (flexibilidade interna).A alternativa à flexibilidade é o desperdiçar de oportunidades ou aeconomia informal. E, nesta última, todos perdemos: a economiaorganizada e o Estado, na vertente fiscal e na da Segurança Social, comreflexos negativos evidentes também na segurança e protecção dostrabalhadores.Vivemos tempos particularmente difíceis. Todos. Empresas, trabalhadores,cidadãos. O volume do desemprego e a sua trajectória atestam-no. Umperíodo que se quer excepcional e transitório. O mais curto possível. Temosdito, e ora reiteramos, que só com instrumentos pautados pelopragmatismo e operacionalidade, em que alguns deles não desfaçam ouminimizem os reflexos positivos de outros, podemos aspirar a ter sucesso.
GC - Porquê a defesa de um aumento faseado do salário mínimonacional?AS - Aquando da subscrição do “Acordo sobre a fixação e evolução daremuneração mínima mensal garantida” (RMMG) entre o Governo e osParceiros Sociais, em 5 de Dezembro de 2006, já se previam dificuldades.Mas, caso a situação económica o permitisse, a RMMG poderia chegar a
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JAneiro/feve
reiro
€500 em 2011, o que foi assumido como objectivo de médio prazo. OAcordo foi cumprido, tendo-se fixado, para a RMMG, os valores de €403em 2007 e €450 em 2009. No âmbito da discussão da fixação do valor da RMMG para 2011, a CIPreiterou que não se pode distribuir riqueza que não se crie. Nesse quadro,não pode abstrair-se nem minimizarem-se as quebras verificáveis emmatéria de produtividade do trabalho e do PIB (que, segundo o Banco dePortugal, em 2011, registarão retracções, respectivamente, de 0,3% e1,3%, face a 2010), bem como uma acelerada ascensão na taxa dedesemprego. Um aumento da RMMG, de €475 para €500, afectariagravemente a competitividade e o nível de emprego de alguns sectores –vários deles caracterizados por uma forte componente exportadora eutilização de mão-de-obra intensiva. Assim, para o ano de 2011, a RMMG foi fixada em €485, tendo oGoverno decidido, nos termos do n.º 2 do artigo 1º do Decreto-Lei n.º143/2010, de 31 de Dezembro, tomar as medidas necessárias para, nosmeses de Maio e de Setembro, proceder à avaliação do impacte daqueleaumento, com o objectivo de ser atingindo o montante de €500 até aofinal do ano de 2011.Nas duas avaliações intercalares previstas poderá emergir a conclusão quenão há condições para alcançar tal o objectivo, ou que o mesmo só poderáser parcialmente alcançado.No mês de Maio próximo, a CIP apresentará uma proposta / modelo paraa evolução da RMMG entre 2011-2016, com a definição de parâmetrosobjectivos controláveis, que levem à quantificação de montantes, emonitorizáveis, para saber, em qualquer momento, o seu impacto.
GC - 30% de encargo para as empresas relativamente aosempregados em regime de lay-off é um ónus demasiadopenalizador à sua actividade?AS - Se real, e objectivamente, se intenta potenciar condições deviabilização às empresas e, por essa via, a manutenção do emprego – comosucede em situação de “lay-off” -, considera-se que é de todo irrealistaexigir-lhes, como actualmente sucede, o pagamento de 30% dacomparticipação retributiva a liquidar ao trabalhador. Objectivamente, estáem causa um custo sem qualquer contrapartida, na medida em que ocontrato se encontra suspenso ou o período normal de trabalho foi reduzido,não se verificando, nessa medida, prestação de trabalho.Para além desse aspecto, e tendo em conta os pressupostos em que asempresas podem recorrer ao “lay-off”, três outras importantes alterações seimpõe introduzir no seu regime, a saber: a aplicação da medida possa terrápida concretização, não mediando, entre o desencadear do processo eaquela aplicação, prazo superior a uma semana – actualmente pode chegaraos 25 dias; a contagem do período de duração do “lay-off” deve sersuspensa quando se tenha de satisfazer qualquer encomenda que, duranteesse período, esporadicamente surja; o prazo de duração do instrumento
deve ser aumentado, admitindo-se apossibilidade de ser prorrogado, por dois períodos de 6meses, mediante a concordância de trabalhador envolvido.
GC - A actual taxação de IVA é redutora do consumo?AS - Portugal tem actualmente uma das maiores taxas de IVA da UniãoEuropeia, o que leva a que muitos dos bens e serviços adquiridos estejamhoje a preços pouco competitivos. Um dos mais preocupantes aspectosprende-se com o diferencial de 5 pp face ao país vizinho, o que tem levadoa um crescente desvio do consumo. Se considerarmos as taxas reduzidas,também elas incrementadas recentemente, chegamos a ter casos, como ode certos géneros alimentícios, que se encontram hoje com mais 15 pp doque em Espanha. Tendo presente as pesadas medidas de austeridadeimpostas aos portugueses é certo que o aumento da taxa de IVA édesmotivador do consumo, colocando várias empresas em sériasdificuldades e podendo levar a uma diminuição da receita fiscal.Mas o aumento das taxas do IVA não se resume, somente, à questão doconsumo. Mais impostos implica, no caso das famílias, reafectar recursospara outro fim (financiar o Estado) que não o consumo ou a poupança.Ora, esta situação conduz quer à retracção do consumo quer à diminuiçãoda poupança, prejudicando-se, assim, a procura e o investimento e, assim,o crescimento económico. Se a contracção da procura já era uma certezanos tempos actuais e nos que se avizinham, o aumento do IVA, que alémdo mais vai provocar o desvio de consumo para Espanha, só vem agravaresta situação. O impacte desta realidade sobre a robustez das empresas e,consequentemente, no nível de emprego, far-se-á, infelizmente, sentir.
GC - Falta uma maior independência à concertação social?AS - O Governo apresenta, em cima da hora, aos parceiros sociais emConcertação Social, muitas vezes depois de já ter dado conta aosjornalistas, medidas que decide unilateralmente, sendo exemplos asmedidas de incentivo ao crescimento e ao emprego em 2009 e as
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CIP admite fundo pago só por empresas A CIP admite que o polémico fundo para financiar despedimentos possavir a ser assegurado exclusivamente pelas próprias empresas, desde queseja possível a atribuição de subsídio de desemprego a sócios e gerentesde Pequenas e Médias Empresas (PME’s).Esta proposta foi avançada pela CIP a um semanário económico, com oPresidente da CIP, António Saraiva, a colocar dois pontos de negociação:fim dos actuais tectos às rescisões por mútuo acordo e flexibilização dacontratação a termo.A discussão em sede de concertação social destes temas que, no fundo,recuperam para a mesa de negociações antigas propostas da associaçãoempresarial, poderá viabilizar a criação do novo fundo. Mecanismo suge-rido pelo Governo, no âmbito das alterações que estão a ser discutidas anível das indemnizações em caso de despedimento, ainda que, até à data,não haja consenso, como sindicatos e entidades patronais com posiçõesantagónicas. Em causa está a redução do valor das indemnizações de 30para 20 dias de salário por ano de casa, com os sindicatos a oporem-se aeste medida, enquanto as entidades patronais dizem não ter condiçõespara financiar o novo fundo, que, como já foi dito, serviria para pagar estascompensações.
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contrapartidas ao aumento do salário mínimo (para já não falar noanúncio do aumento deste), e, mais recentemente, a extinção doObservatório do Emprego e Formação Profissional, do Centro Nacional deFormação Profissional do Conselho Nacional de Higiene e Segurança noTrabalho, fundindo-os e integrando as suas atribuições no Centro deRelações Laborais.
Ora, a CIP nunca discutiu ou deu o seu acordo às extinções e fusões acimaassinaladas. E lamenta que tais extinções e fusões, unilateralmente decididas,digam respeito, precisamente, a organismos cuja criação foi acordada deforma tripartida. Tal atitude – como se disse, tomada de forma unilateral –esvazia de objectivo e de sentido a própria Concertação Social.Trata-se de um posicionamento com sentido diametralmente oposto ao quesucede ao nível da União Europeia e de muitos dos seus Estados-membros.Ao nível da UE, os parceiros sociais detêm, eles mesmos, o estatuto de co-legisladores, que lhes é conferido nos termos dos artigos 154º e 155º dotratado que instituiu a Comunidade Europeia (Versão Consolidada doTratado sobre o Funcionamento da União Europeia). Os referidos artigosforam introduzidos no tratado no seguimento de uma solicitação conjuntados parceiros sociais, a fim de proteger uma característica essencial doModelo Social Europeu: o direito de os parceiros sociais negociarem sobrequestões relativas às condições de trabalho e a outros assuntos queconstam do capítulo “Política Social” do tratado.Assim, sem interferência da Comissão ou de outras instituições europeias,os próprios parceiros sociais ao nível da UE (BUSINESSEUROPE, CEEP,UEAPME e CES) têm redigido os normativos das seguintes directivas:Directiva n.º 2010/18/UE, do Conselho, de 8 de Março de 2010, queaplica o acordo-quadro revisto sobre licença parental; Directiva n.º1999/70/CE, do Conselho, de 28 de Junho, respeitante ao acordo-quadro relativo a contratos de trabalho a termo; Directiva n.º 97/81/CE,do Conselho, de 15 de Dezembro, respeitante ao acordo-quadro relativo aotrabalho a tempo parcial.Têm, igualmente, celebrado acordos voluntários bipartidos, como o doteletrabalho (2002), o do stress relacionado com o trabalho (2004) e odo assédio e violência no trabalho (2007).Ao nível dos Estados-membros, recorda-se que o Governo da Irlandaapenas adoptou o Programa Nacional de Reforma 2008-2010 (ao abrigoda Estratégia de Lisboa revista), que foi elaborado pelos Parceiros Sociais.Noutros Estados-membros, como, por exemplo, Dinamarca, Suécia,Holanda, são os parceiros sociais que, através de acordos bipartidos,disciplinam as relações laborais, redigindo as suas regras – regras que,noutros países, são fixadas em leis.
GC - A apresentação do “Congresso de Actividades Económicas”é um projecto que peca por tardio?AS - Tem toda a razão. Não podemos perder mais tempo. O último grandeCongresso das Empresas e da Actividade Económica em Portugal realizou-se há mais de 25 anos.O Congresso vai ser uma manifestação da importância decisiva dasempresas – de todas as empresas, sejam pequenas, médias ou grandes –no inadiável crescimento da economia. Não há emprego sem as empresase não há empresas competitivas se o próprio quadro em que nos inserirmosnão for também ele competitivo. É necessário – e o Congresso vai sublinhar – que, com cada vez maiorassertividade, o poder político e a administração pública criem um ambienteamigável para as empresas. Mas cabe também ao mundo empresarial daras pistas e indicações necessárias para que todos os agentes económicospossam fazer bem o trabalho de incentivo e apoio que se lhes exige.
GC - 2011 será…?AS - Um ano de trabalho para encontrar as vias que permitam à economiaportuguesa o crescimento sustentado necessário (e inadiável) para oaumento da competitividade, a melhoria da produtividade, a geração deriqueza e a criação de emprego.
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oPiniÃo
n.º7/201
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iro/feve
reiro
É inegável a antevisão de algumas dificuldadespara 2011. Uma associação que representa9% do PIB e que, na prática, serve quase atotalidade dos consumidores portugueses, nãopode estar desfasada das contrariedades que opaís atravessa.
No sector da distribuição estas limitações terãoexpressões diferentes. Os retalhistas focadosem categorias de produto com consumo maisdiscricionário, nomeadamente o não-alimentarserão, certamente, os mais afectados. Aoinvés, os associados da APED, reconhecidospor terem uma forte oferta de valor, ou porterem nas suas gamas produtos com umarelação qualidade/preço vantajosas para oconsumidor, designadamente as marcaspróprias, serão os menos atingidos. Estasmarcas têm desempenhado um papelpreponderante para a economia de muitasfamílias, as quais, apesar de terem menospoder de compra, não querem comprometernem a qualidade, nem a quantidade dosprodutos que consomem.
É um facto que a eficiência da distribuiçãomoderna tem trazido inúmeros benefícios aosconsumidores nacionais. Em 2011, osportugueses poderão não só continuar a contarcom uma oferta de retalho de qualidade, comotambém poderão estar seguros de que aeficiência dos associados da APED ajudará aservir de almofada ao aumento dos preços. Oretalho moderno irá absorver uma parte dessesaumentos, conseguindo fazer chegar aoconsumidor produtos mais baratos, o que deoutra forma seria impossível.
Mais se diga que, a distribuição moderna nãotem beneficiado apenas os consumidores. Istoporque, ao contribuir para o aumento dasexportações das empresas nacionais está
também a fortalecer a economia do país.Senão vejamos: ao nível do sector agrícolamuitos dos produtores que trabalham de formaintegrada com a distribuição moderna têmconseguido elevados níveis de eficiência emodernização, o que lhes tem permitido
melhorar o seu posicionamento em Portugal emesmo crescer internacionalmente. Em 2011,os agentes da distribuição alimentar e daprodução agrícola estreitarão a sua relação jáprofícua, que nos últimos anos tem contribuídopara a diminuição das importações e para oincremento das exportações.
Não posso deixar de referir a evidenteconcentração dos grandes produtoresmultinacionais que tem contribuído para oasfixiamento das empresas produtorasnacionais e para a imposição de regrasinaceitáveis à distribuição moderna. Em 2011,o poder destas grandes multinacionais eempresas que, na generalidade dos produtosalimentares, têm quotas dominantes(individualmente têm dimensão superior àtotalidade da distribuição em Portugal), vaicontinuar a sentir-se. Se nada for feito, estascontinuarão a impor regras unilaterais aosretalhistas e a repercutirem, inaceitavelmente,no consumidor final, o aumento dos custos.
Face ao que vem dito, a estabilidadeeconómica é um requisito fundamental para asobrevivência de muitas famílias, sendodeterminante o papel da APED e dos seusassociados, enquanto agentes de equilíbrio epotenciadores de desenvolvimento.
Luís ReisPresidente da APED
OO rreettaallhhoo ee oo ccoommpprroommiissssoo
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oPiniÃon.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
O ano de 2010 foi, seguramente, um dos maisdifíceis e atribulados da nossa história recente.A economia, apesar de terminar o ano com oPIB em terreno positivo, está a ser fustigadapor um conjunto de medidas de efeitorecessivo que, ao que tudo indica, nos farão
regredir de novo em 2011. Assim, asperspectivas económicas, e consequentementeas perspectivas sociais para 2011 não podemser optimistas.
Com efeito, aos problemas de ordem estruturalda nossa economia, como sejam uma baixaprodutividade e um elevado passivo, numcenário de elevados custos de contexto (quasetodos os dias as empresas são confrontadascom aumentos de custos, desde aelectricidade, aos combustíveis, às taxas demais diversa natureza), acrescem outrasdificuldades, assumindo particular expressão asdificuldades de acesso ao crédito. Para sectorescomo o comércio e uma boa parte dosserviços, muito dependentes do mercadointerno, um cenário como o actual, queconjuga elevado desemprego, uma reduçãogeneralizada do poder de compra aliada e umaforte quebra de expectativas quanto ao futuro,ainda que imediato, tem consequências muitonegativas
Para as PME’s do sector do comércio e dosserviços que, apesar de tudo, consigam resistirnão sobram, no contexto actual, muitasopções que não passem por contenções decustos e adiamento de mudanças no sentidodo seu reforço competitivo. O que pareceseguro é que com este cenário os problemas dodesemprego só poderão agravar-se cominevitáveis consequências do ponto de vistasocial.
Com efeito, num país com as características do
nosso, é impensável viver muitos anos com umdesemprego acima dos 10% e com umapercentagem, crescente, de desempregados delonga duração cujas hipóteses de arranjar umnovo emprego diminuem consideravelmente àmedida que o tempo passa.
É neste contexto que a CCP tem vindo adefender a necessidade de se resolver oproblema central da economia portuguesa, queé a competitividade da sua economia (únicaforma de resolver o problema do desemprego)e que entronca com o que tem sido o seuprincipal bloqueio: o crescimento nas últimasdécadas tem vindo a ser obtido à custa deuma crescente dependência/desequilíbrio emrelação ao exterior. O que está em causa não étanto a dimensão da dívida pública (quecresceu para além do razoável em 2009 e2010, sem dúvida) mas o défice crescente dasnossas contas com o exterior em resultado,entre outras coisas, de um modelo decrescimento errado.
As respostas a dar têm, por isso, que ser denatureza estrutural e não podem ter apenasuma dimensão conjuntural que somenteagravará os desequilíbrios existentes. É, nessesentido, necessário uma política orçamentalque não se limite a fazer cortes (cegos) nadespesa, agravando a situação da economia ebloqueando a sua reconversão e que aposteclaramente em reformar o Estado e o conceitode serviço público, ao mesmo tempo que sejacapaz de criar condições para reestruturar etornar competitivo (externa e internamente) onosso sistema produtivo e, em especial, otecido das nossas pequenas e médiasempresas.
É necessário reduzir drasticamente o que sãoos fortes constrangimentos com que as nossas
pequenas organizações se confrontam naconcorrência com as suas congéneresinternacionais. Os serviços que o Estado prestacustam demasiado às empresas e aoscidadãos para a qualidade de que se revesteme, por isso, precisamos de conjugar um menor
peso do Estado na prestação de serviços com amelhoria da qualidade dos mesmos, além deum maior enfoque no que são os factoresdeterminantes do nosso crescimentoeconómico (do ensino/qualificação de activosao sistema de justiça, da desburocratização àeficiência da capacidade de resposta nasmatérias relacionadas com a actividadeeconómica empresarial).
PPeerrssppeeccttiivvaass ssoocciiaaiiss ee eeccoonnóómmiiccaass ppaarraa22001111
João Vieira Lopes Presidente CCP
Francisco Maria BalsemãoPresidente da ANJE –
Associação Nacional de Jovens Empresários
Em 2011, Portugal vai continuar a pagar afactura de um modelo de crescimentoeconómico errado, em que o investimentopúblico e o consumo eram as alavancasprincipais. Durante a última década, o créditofácil e as taxas de juro baixas alimentaram aprocura interna, levando o Estado, as empresase as famílias, a endividarem-se muito para ládo que seria recomendável. Por isso, a nossadívida externa líquida é hoje superior ao PIB e,para agravar a situação, os mercadosinternacionais deixaram de acreditar nacapacidade de Portugal cumprir os seuscompromissos financeiros, penalizandofortemente o país com elevadas taxas de jurosobre os títulos do Tesouro.
Não é de prever, para 2011, uma diminuiçãodos efeitos macroeconómicos da crise dadívida soberana, mesmo num cenário dereforço da capacidade financeira, daflexibilidade e do campo de acção do FundoEuropeu de Estabilidade Financeira. Por
conseguinte, e sem equacionar um eventualrecurso a este fundo europeu de resgate econsequente intervenção do FMI (situaçãoque não deixaria de degradar a imagemexterna de Portugal), a realidade económicaportuguesa tenderá a agravar-se, conduzindo,muito provavelmente, o país a uma recessão. Apesar do crescimento previsto dasexportações, a actividade empresarial vai sermenos dinâmica devido, por um lado, à faltade confiança dos agentes económicos(empresários e consumidores, sobretudo) e,por outro, a dificuldades acrescidas no acessoao crédito por parte das empresas,designadamente em resultado doagravamento das taxas de juro. A tudo istodevem ainda somar-se os crescentes custos decontexto (carga fiscal, energia, transportes,comunicações, etc.) e a manutenção de umcenário de baixa qualificação do factorhumano, de reduzido nível de produtividade,de falta de flexibilidade laboral, de burocraciaadministrativa e de lentidão na aplicação dajustiça.Estamos, pois, perante um horizonte nebuloso,no qual as medidas de austeridade constituemuma faca de dois gumes: se, de facto, sãoindispensáveis para sanear as finançaspúblicas, também é verdade que existe o riscode um estrangulamento da actividadeeconómica. Ora, menos actividade económicasignifica menos receitas fiscais e mais encargossociais provocados pelo desemprego, o queconduz, inevitavelmente, a um agravamentodo défice orçamental. Existe, portanto, o riscode Portugal entrar num círculo vicioso.
No capítulo social, o estendal de problemasque se avizinham não é menos severo. Pelocontrário: os portugueses estão a perder poderde compra com o aumento da fiscalidade, oagravamento da inflação, a subida das taxasde juro e os cortes salariais na Função Pública.
Mas a situação será ainda mais grave paraquem perder o emprego, pois as dificuldadespara voltar à vida activa são maiores e osmecanismos de protecção social menosgenerosos. É, por isso, expectável algumatensão social ao longo de 2011, traduzida, porexemplo, em greves e manifestações de rua. Apesar desta conjuntura socioeconómicadesfavorável, é necessário, já em 2011, criar osalicerces para um desenvolvimento económicobaseado, não na procura, mas sim na oferta.Ou seja, no aumento de bens e serviços quepossam ser vendidos no mercado interno,diminuindo assim as importações, e sobretudono mercado externo, fazendo crescer asexportações e consequentemente a entrada dedivisas no país. Mas, para ser competitivo noexterior e ganhar quotas de mercado, o tecidoempresarial tem de apostar na produção debens transaccionáveis e que incorporem valoracrescentado com base no conhecimento. Por outro lado, há necessidade de diversificaros mercados de destino das nossasexportações. O sector exportador tem deencontrar mercados alternativos aostradicionais (Espanha, França e Alemanha, porexemplo), pois estes apresentam ritmos decrescimento mais lentos. Assim sendo, asexportações devem crescer, sobretudo, emmercados onde se verifica uma maiorexpansão económica, como os BRIC (Brasil,Rússia, Índia e China) ou os países africanoslusófonos (sobretudo Angola, Moçambique eCabo Verde).
AA ffaaccttuurraa ddee uumm mmooddeelloo ddee
ccrreesscciimmeennttoo eerrrraaddoo
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Muito se tem ouvido falar ultimamente emfocalização no cliente. Desenvolver ummarketing “customer centric” é, de facto,fundamental. Num cenário económico como oactual, qualquer que seja a dimensão daempresa comercial, qualquer que seja o seumercado natural, o conhecimento profundo doseu cliente, dos seus hábitos de compra e dosfactores impulsionadores de consumo oucompra, será determinante para o sucesso esobrevivência do negócio.
No entanto, não basta dizê-lo. Como os anglo-saxónicos costumam dizer “You have to walkthe talk”. Para ser consequente com o quedizemos temos de efectivamente fazê-lo. Oconsumidor actual é um consumidor maisconsciente, mais selectivo. A competitividade,embora determinante face às enormespressões que a retracção do consumo hojeobservada na maioria dos mercados e aoaumento da concorrência directa e indirecta,não é tudo. Os consumidores habituaram-se aum nível de qualidade e exigência que nãoestão dispostos a hipotecar.
Apesar do índex de confiança do consumidorter atingido no 3.º trimestre de 2010 um dosvalores mais baixos de sempre (44%), oscasos de sucesso que pudemos observar nosúltimos dois anos são um bom exemplo de queé possível crescer e vencer na adversidade.Utilizando a área alimentar como base deanálise, fácil será verificar que a diminuiçãoacentuada de refeições fora de casa éacompanhada por um aumento claro noconsumo a retalho. Num estudo recente, oGlobal On-Line Consumer Omnibus, 73% dosportugueses estão a mudar os hábitos decompra no sentido da poupança. Por sua vez,67% refere poupar nas refeições feitas fora decasa e 33% admite que mesmo que asituação económica melhore irão continuar afazê-lo.
Este cenário poderá levar muitos a pensar queo sector da restauração está em dificuldades eque o comércio a retalho vê o sol a brilhar aofundo do túnel. Então como é que todos osdias vemos lojas alimentares a fechar devido àconcorrência e restaurantes cheios em quedificilmente encontramos mesa? A respostapodemos encontrá-la numa análise maisprofunda de cada um dos casos. Na matrizcomum de todos eles estará sempre oconhecimento e a adequação ou inadequaçãoda sua oferta ao nicho dos seus clientes
actuais e potenciais. A aposta clara num dos três factores básicosde sucesso: a vantagem pela qualidade; avantagem pelo preço; a vantagem pelo serviço.Não deverá ser resultado de uma vontadeprópria mas sim na conjugação da suavontade com as expectativas e necessidadesdo seu cliente natural.
O consumidor, já o afirmámos, é hoje muitomais selectivo e sabe muito bem o que quer.Não é por acaso que vemos todos os diasrestaurantes de sucesso, cheios e, acima detudo, rentáveis com uma oferta de menus a 6ou 7€ e no outro extremo restaurantes que,apesar de oferecerem o seu menu a 45 oumais euros, se torna igualmente difícilencontrar lugar. No retalho proliferam tambémaqueles que conhecendo bem a sua clientela, ea sua concorrência, se ajustaram e nadiferenciação encontraram o seu nicho,oferecendo serviços de valor acrescentado emáreas como a dos perecíveis, ou mesmooferendo soluções de consumo adequadas àsnecessidades e exigências dos seus clientes(entregas, pré-preparação ou confecção derefeições etc.).
É claro que o sucesso está também nacapacidade do empresário adequar a estruturado seu negócio ao seu posicionamentoescolhido. Custos ajustados, diminuição deriscos aumento do “cash flow” e diminuiçãodo capital investido em existências.
Nos próximos anos a velha história do Leão eda Zebra será cada vez mais verdadeira. Nãointeressa qual deles somos, mas sim qual denós será mais eficiente e rápido no seu papel. OLeão a caçar a Zebra, ou esta a conseguirescapar.
OO LLeeããoo ee aa ZZeebbrraa
António Pinheiro Director Marketing
Makro Portugal
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ro
Em artigo recente adaptado do livro “SpendShift: How the Post-crisis Values Revolution IsChanging the Way We Buy, Sell, and Live(Jossey-Bass, 2010) os seus dois autores,John Gerzema and Michael D'Antonio,procuraram equacionar e desenvolver o quechamaram de “new analysis of attitudes andspending reveals a return to more traditionalvalues, driven by consumers searching forquality, affordability, and connection”. O queem português simples poderia sintetizar, comalgum humor, em duas frases: Consumir sim.Mas sem grande consumo cego, surdo e mudo.
Escreveram os dois autores sobre o antes e odurante do grande consumo: a onda de hiper-consumo que impulsionou a economia dosEUA nas últimas décadas do século XX e dosprimeiros anos do século XXI já passou; temosde dizer adeus a todos os sinais de riquezafácil que conhecemos no passado recente:mansões, SUV’s e grande consumo de lazer eluxo; digamos olá a uma vida mais centradana comunidade, interligação humanista
simples, de qualidade e com criatividade.
E escreveram sobre o durante e talvez depois,do grande consumo: as pessoas estão a voltaraos valores “antigos” para construir uma novavida “mais social na simplicidade”; perceberamque a forma como gastavam e ainda gastamo seu dinheiro, era uma forma de evidenciarpoder e estão a sair do “ consumo irracional”para o “consumo consciente e desconfiado”,cada vez tomando mais cuidado na aquisiçãode bens e serviços de marcas que não atendamàs suas exigências, aos seus valores e ao seureal valor. Nem mais!!!
Algo de novo no mundo do grande consumoneste momento de crise do Mundo Ocidental?Não e Sim. Mas talvez nem sim nem não.Antes pelo contrário. No final do século XX erajá muito claro que o peso do movimento dedefesa dos consumidores e de defesa do
equilíbrio ecológico/cultural nas sociedadesocidentais capitalistas (a par da gestão ética)estava em crescendo. Gilles Lipovetsky, umfilósofo europeu escreveu sobre a “era do vazioe do hyperconsumo” com alguma simplicidadee clareza. Philip Kotler, o americano professorde marketing escreveu sobre o “caos noconsumo”. Ninguém queria acreditar que fossepossível não inflectir o rumo sem rumo.
Respondendo a medo, o marketing procurourecolher todos os contributos científicos eutilizar todos os métodos e técnicas detrabalho de outras disciplinas, em particular as
ligadas às tecnologias de informação ecomunicação, para se afirmar pela positiva eem domínio científico útil ao desenvolvimentosócio-económico e cultural da sociedade.Amigo do consumidor. Mas apanhou com acrise inicialmente financeira mas também, ecada vez mais, económica e social. E temandado no “olho do tornado”.
Antes tinha entrado naquilo que se chamou“um dos maiores desafios do marketing nofinal do século XX”. Mesmo antes da crise tersaído da sua “infância de creche” e se terafirmado como uma adolescente que entravaem demasiadas contradições. Agora está apensar se deve seguir para leste ou ficar emcasa dos pais. E hoje, no meio desta crise quenão se explica antes se complica, anda a ver seencontra explicações, para a mudança nasatitudes dos consumidores, visível não só emos EUA, mas também noutros paísesafectados pela Grande Recessão XXI.
E tal não é uma moda ou capricho teórico. É,em parte, fazer o que tem de ser feito e actuarconscientemente numa reacção a temposeconómicos difíceis mas, sobretudo, muitodiferentes do expectável. Mas também estáintimamente relacionada com a insatisfaçãocívica que está a agitar a classe política e, alémdisso, tem algumas raízes na consciênciaambiental e aspirações “astrológicas” tipo “hámais mundos”. O Grande Consumo não é só o supermercado.O alimentar e a higiene. O vestuário e o
automóvel. O telemóvel e o móvel de sala deestar. O tablet PC ou a consola de jogos. É ogrande consumo de serviços. Desde osfinanceiros aos de saúde e educação. É precisorepensar o que é isso de “grande consumo”.
Porque há um “Spend Shift Movement” emmarcha, como lhe chamaram aqueles autores.Para onde e como não se sabe, atendendo àfragmentação dos mercados e à entrada dos“chineses” no consumo dos produtos de luxoocidentais e ao consumo dosprodutos”baratos” e “sem marca” dosmercados do ocidente. Demasiadas coisas
estão em mudança. É a vida.
Aos velhos lados do “quadrilátero domarketing” - análise e caracterização dasnecessidades; escolha do ou dos segmentos demercado aos quais se irá disponibilizar ouadaptar a oferta sob a forma deprodutos/serviços; realização de todo otrabalho sob uma forma dinamicamenteplaneada; e dinamização da criatividade einovação, de acordo com os princípios da éticae do respeito pelas regras da sociedade - háque acrescentar novos vértices. Os velhos“lados” estão cada vez mais em “ parafuso” deProject Management e tanto se fala emconsumo radical como em consumo, etc. e tal.
Sabemos apenas que no “pós crise” vai sermuito diferente. Teremos de “fazer o que aindanão foi feito”. E, parafraseando os dois autoresreferidos, seguindo algumas sugestões econselhos simples, “the most successfulcompanies will respond to this shift byadopting a business model in which all threeparties — the business, the customer, and thecommunity — win in every transaction.Although the Spend Shift will dampendomestic demand for some products, themarket for values-oriented goods and servicesoffers opportunities for growth in what mightotherwise be considered mature categories”.
I hope. Can we??? Sim. Não há volta a dar.
““AAnntteess,, dduurraannttee ee ppóóss”” aa ccrriissee
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Francisco Velez RoxoProfessor Auxiliar
Convidado FCEE / UCP
Amanhecer e Meu Super são os mais recentes projectos de expansão de Jerónimo Martins
e Sonae dedicados ao retalho tradicional. Com diferentes estratégias, os dois principais re-
talhistas nacionais estão apostados em ajudar a revitalizar o comércio tradicional, ou, por
outras palavras, procurar novas oportunidades de negócio. Saiba em que diferem os pro-
jectos de ambas as insígnias recentemente apresentados ao mercado.
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retAlH
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Aneiro
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eiro
Jerónimo Martinse Sonae apostam no
Lisboa e Viana do Castelo foram as cidadesescolhidas para acolher as duas primeiras lojasAmanhecer do país. Uma aposta do Recheio Cash& Carry que, mediante um acordo de cooperação
comercial com duas lojas alimentares da sua rede de cliente,abraça, assim, um ambicioso projecto de revitalização do comérciotradicional nacional. Com a meta de chegar ao final do ano com um totalde 20 a 25 lojas ao abrigo deste novo conceito, o projecto Amanhecerassocia, pela primeira vez em Portugal, o “naming” de uma marca alimentarcom a reconversão de lojas de pequena e média dimensão.Fugindo às regras do franchising, em cima da mesa está, essencialmente,uma adesão a um conceito de loja próprio e consequente introdução deum conjunto alargado de produtos de base alimentar da marca Amanhecer.Ao aderir a esta parceria, os lojistas têm, igualmente, acesso a um conjunto
diversificado de possibilidades, como são exemplo as acções de formaçãoda insígnia grossista, ou condições mais competitivas em “utilities”, casos daelectricidade, hoje um dos mais onerosos custos fixos decorrentes da suaactividade. O Recheio assume, ainda, a responsabilidade pela design daslojas, com o investimento na reconversão física das lojas a ficar a cargo dosseus proprietários.Com uma oferta composta por cerca de 130 artigos, é objectivo do Recheioatingir as 250 referências disponíveis ao abrigo da marca Amanhecer numperíodo máximo de dois anos, assumindo-se este projecto de revitalizaçãodo comércio tradicional como um dos maiores investimentos que o grupoJerónimo Martins tem previsto a curto prazo, posicionando-se em paralelocom a construção do maior centro logístico do País, localizado no Poceirão,que deverá estar concluído em meados de 2012 e que permitirá reforçar apartilha de recursos actualmente existente entre o Pingo Doce e o Recheio.De acordo com o director-geral do Recheiro, David Lopes, a logística é
TEXTOAbel Martins
FOTOSD.R./Sara Matos
mesmo a maior sinergia que a insígnia pode oferecer, com as lojasAmanhecer a destacarem-se, entre outros aspectos, pelo facto de oprocessamento de encomendas ser feita de forma informatizada, comrespectiva entrega no próprio local de venda. Rejeitando a ideia decanibalização ou concorrência face ao sortido de marca própria do PingoDoce, David Lopes recusa ainda avaliar o sucesso do projecto pelo númerode lojas abertas, preferindo falar da qualidade das mesmas, cuja maioradesão deverá acontecer fora dos principais centros urbanos.Para a hotelaria, o Recheio vai apostar numa marca, a Gourmets, enquantoa MasterChef reforçará o seu cariz técnico.
MMEEUU SSUUPPEERRA Sonae, através da Sonae MC, lançou também duas novas áreas denegócio, uma dedicada ao retalho grossista e às lojas de conveniência, eoutra ao franchising de supermercados e lojas alimentares. A unidade deretalho alimentar da Sonae pretende acelerar a sua expansão em Portugal,reforçando a sua liderança de mercado, onde registou um volume denegócios de 3.275 milhões de euros em 2010.O “Meu Super” é a marca dos novos supermercados em formato defranchising, que terão entre 150m2 e1.000m2, e estarão localizadaspredominantemente em zonashabitacionais. O formato está disponívela interessados da pequena distribuiçãode proximidade, em moldes que o grupopensa serem “bastante competitivos”,bem como a empresários que sepretendam estabelecer de novo nestemercado. Os parceiros da Sonae no“Meu Super” beneficiam, igualmente, dagarantia de preços competitivos, de umagama ampla e profunda de produtos demarca própria Continente e defornecedor, com os mais rigorosospadrões de segurança alimentar, autilização de sistemas informáticosidênticos aos das restantes lojas daSonae, bem como da excelência da
plataforma logística.Já no negócio grossista, a criação do Continente Horeca tem por objectivoo fornecimento e satisfação das necessidades de clientes profissionais queoperem nos ramos de hotelaria, restauração, instituições públicas e privadas,dos mais diversos géneros, como sejam, creches, jardins-de-infância, escolas,lares, entre outros. O Continente Horeca contará com uma força de vendasprópria, efectuando entregas à portado cliente e em condições depagamento vantajosas.A Sonae vai, ainda, reforçar a suaaposta no negócio de conveniência,actividade pioneira do canal grossistaonde opera desde 2008 comofornecedor de algumas lojas deconveniência de gasolineiras. Oprincipal objectivo neste segmentoé criar uma carteira com novosclientes, bem como fazer crescer onegócio nos clientes actuais.
JM e Sonae sobem no ranking do retalho mundial As duas maiores insígnias de retalho nacionais, Jerónimo Martins (JM) e Sonae, repetiram índicesde crescimento no índice dos 250 maiores retalhistas mundiais, relatório da Deloitte cuja quartaedição volta a colocar a Wal-Mart no topo do ranking e o Carrefour na segunda posição. No caso osoperadores nacionais, a JM subiu nove degraus no ranking das maiores empresas mundiais da cate-goria, ocupando agora o 85.º lugar, uma posição ascendente face à 94.ª posição da grelha geral em2009 e, sem dúvida, bem mais interessante do que o 150.º posto ocupado na edição de 2007 eque regista, assim, a subida do retalho português na lista das 100 maiores empresas da categoria anível mundial. Num indicador mais restrito, o dos 50 operadores que mais crescerem num lustro(2004-2009), a JM surge na 27.ª posição, superando nomes como, por exemplo, a espanhola Indi-tex (36.º deste ranking, 50.º da grelha geral), verdadeira referência de eficácia do modelo de negó-cio e do sector têxtil.Por sua vez, a Sonae SGPS, SA, ficou pelo 139.º lugar do ranking dos 250 maiores retalhistas mun-diais recentemente divulgada, ao subir, somente, um único lugar face à edição de 2010. Aindaassim, um registo bem melhor do que o apresentado aquando da saída do mercado brasileiro(2005) em que figurava no 190.º lugar.
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Melhorespráticaspara um sectorcom rumodefinidoA criação de um código de boas práticas é o cartão-de-visita de uma das mais recentes
associações empresariais nacionais: a Associação Portuguesa de Operadores Logísticos
(APOL). Fundada com o objectivo de divulgar com maior exactidão o que é hoje a activi-
dade dos operadores logísticos, a APOL teve como primeiro passo harmonizar práticas
entre operadores. Carla Fernandes, Presidente da APOL, aborda as principais questões
relacionadas com o arranque da associação e da actividade logística.
logistiCA
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TEXTODuarte Cunha
FOTOSSara Matos
Grande Consumo - A que se deve a constituição da APOL, umavez que já existia uma entidade representativa do sector?Carla Fernandes – A criação de uma nova associação prende-secom a necessidade de divulgação e promoção desta actividade, uma
vez que os operadores logísticos são muitas vezes confundidos com outras coisas,o que se deve também à imaturidade do próprio sector, razão pela qual urgia dar umpasso na divulgação da sua actividade. Somos um sector que pode conferir vanta-gens ao tecido empresarial nacional, que traz competitividade e flexibilidade, masque, por vezes, enfrenta algumas dificuldades que advêm do desconhecimento quea sociedade em geral tem da nossa actividade. A primeira missão definida para a as-sociação foi a promoção do “outsourcing” logístico, o que se deve ao facto de osector ser ainda relativamente recente. É importante dar a conhecer ao mercadoabrangente que existe um serviço que lhes pode trazer flexibilidade, partilha de re-cursos e de conhecimentos, assim como melhores práticas.
GC – O que esta direcção da APOL tem feito nesse sentido?CF – A direcção da APOL optou por abraçar um projecto muito ambicioso, que osnossos homólogos espanhóis demoraram 20 anos a fazê-lo, e que se chama Códigode Boas Práticas. Trata-se de uma ferramenta que se encontra a ser desenvolvidaem parceria com a Pricewaterhouse Coopers, que será apresentada a breve trechoe resume todas as boas práticas que neste sector se verificam. Ou seja, tem desdeaspectos importantes como a higiene e segurança dos colaboradores a aspectos es-senciais relacionados com o minimização do risco relativamente à mercadoria dosnossos clientes, pelo que se trata de uma ferramenta que permite ao mercado ava-liar quais são os aspectos que devem procurar num operador logístico, uma vez queainda existem muitas situações de “transportes/mudanças/logística” e que diferemem larga escala da correcta noção de operador logístico em todas as suas verten-tes e competências.
GC – Essa necessidade de harmonização de boas práticas tem sido bemaceite pelos operadores?CF – Sem dúvida. A APOL tem vindo a desenvolver junto dos seus associados umintenso trabalho de validação desse mesmo código, elaborado de acordo com asnormas internacionais existentes para esse tipo de documentos, o qual foi validadojunto das empresas associadas, razão pela qual muitos “apports” foram dados pelosassociados, os quais muito deles já manifestaram vontade em adoptar este código.De igual modo, alguns clientes já demonstraram interesse, uma vez que este có-digo é uma ferramenta também para si, registando-se, inclusive, alguns casos declientes que nos deram sugestões relativamente a pontos que gostariam de ver con-templados no mesmo. Como este é uma matriz de avaliação de vários pontos sobreuma empresa, logo é uma ferramenta de credibilidade. Porquê? Porque os opera-dores logísticos são como os bancos, com a diferença de que não guardam dinheironem fazem operações financeiras, fazem sim operações com produtos, com objec-tos físicas, de alto valor, pelo que temos parte das empresas dos nossos clientes nosnossos armazéns, razão pela qual temos que dar garantias de qualidade e de segu-rança a quem nos procura. É uma ferramenta crucial para o sector.
GC – Que outros pontos poderá a direcção da APOL apresentar para 2011?CF – Na missão de divulgação com a promoção da nossa actividade, temos de-senvolvido diversos contactos com entidades oficiais de modo a desenvolver e pro-mover parcerias, quer com o Ministério da Economia, quer comoutros organismos oficiais, e que sãoos primeiros passospara o arranque dequalquer organiza-ção desta natureza.
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GC - A amostragem daAPOL em termos de empre-
sas associadas é a garantia de dina-mismo da associação e de representatividade do
sector? O facto de agregar empresas nacionais e internacio-nais é prova disso mesmo?CF – A APOL tem como associados as grandes empresas multina-cionais, as grandes empresas nacionais, as pequenas e as médias, peloque creio que temos conseguido ter uma visão alargada para os vá-rios associados. É verdade que as empresas multinacionais – não obs-tante o facto de existir em Espanha uma associação muito forte parao sector – aderiram de forma imediata à associação, mas, à parte donúmero de associados, temos as mais representativas do mercado.
GC – Que peso tem este sector no PIB nacional?CF – De acordo com um estudo feito pelo professor Crespo de Car-valho, a importância da logística no PIB português é de cerca de 12%,mas esta percentagem inclui actividades não efectuadas por opera-dores logísticos. Contudo, não deixa de ser representativo e é um nú-mero muito importante para a nossa economia. Tanto podemos olharpara Portugal como um país periférico como um país central e, seolharmos para o país nesta segunda perspectiva, a logística pode ser
vista como um ganho para o país, em vez de um custo. Ao olhar parao passado nacional, é perceptível que o país ganha a partir do mo-mento em que começa a encarar a logística como um todo, ao trazermercadorias de outros destinos, como a Índia, por exemplo.
GC – Nesse sentido, o TGV seria a solução final para a cen-tralidade do país?CF – A questão não é o TGV, mas a articulação com os outros acti-vos físicos existentes em Portugal, procedendo-se ao transporte demercadorias por via ferroviária de forma segura, constante e sem os-cilações, isso é que é fundamental. Se vai a 100, 200 ou mais, o im-portante é que haja um padrão pois o mercado ajusta-se a essepadrão.
GC - Este é, também, um sector que aposta muito em recur-sos tecnológicos e humanos. Esta valorização das compe-tências do sector é um dos seus cartões-de-visita?CF – O desconhecimento do mercado estende-se à sociedade equando este conhecimento não existe, é mais difícil captar-se pessoaspara trabalhar neste sector. Em termos tecnológicos, de formação e depráticas, as empresas portuguesas estão ao nível das europeias, apre-sentando-se como um dos sectores de actividade mais evoluídos daeconomia nacional. Ao ser uma área de negócio muito recente, estesector nasce – e também provocado pela grande distribuição - comexigências muito grandes que obrigam a standards muito altos e issoé perceptível em contactos com diversos operadores do mercado queficam surpreendidos com o actual nível de exigência. Além disso, é umsector desafiante e que acredito irá continuar a crescer.
GC - Os actuais níveis de empregabilidade são representati-vos disso mesmo? Este ano será um ano de reforço deste in-dicador no sector?CF – Essa é uma resposta que irá sempre depender da evolução daprópria economia, mas à luz do que tem sido o ritmo de crescimentodo sector até à data, acredito que sim (acima de dois dígitos), aindaque, claro está, não possa ser, neste momento, mais rigorosa na minharesposta. Mas acredito que irá continuar a crescer. E cresce por doismotivos: por um lado, no mercado ainda existem muitas operaçõesque são feitas internamente; por outro, porque numa situação demaior dificuldade acabamos por apresentar soluções às empresas. Istoé, conferimos à operação logística um menor custo - porque este é umnegócio de partilha, logo reduzimos custos dessa forma - assim comoflexibilidade, porque ao vivermos num contexto de verdadeira mon-tanha russa, em que os fluxos de vendas se sucedem a ritmos e volu-mes que não são de todo constantes, quem tenha infra-estruturasfixas dentro de casa, ora apresenta um evidente excesso para essespicos ou não tem capacidade para esses picos. Por sua vez, um ope-rador logístico tem essa capacidade de resposta, razão pela qualsomos uma solução que vai optimizar e agilizar as empresas que noscontratam.
GC – Este é um sector que aposta na valorização humana dosseus colaboradores?CF – Há uma exigência muita grande e este sector procura nos seusactivos humanos um misto de espírito financeiro, contabilidade, comengenharia, em suma, dois perfis numa só pessoa a que se junta, sepossível, um perfil de liderança, uma vez que as equipas são muito
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grandes. Este é um sector que precisa de pessoas com espírito analí-tico, razão pela qual aposta muito na qualificação. Patrocinámos re-centemente um livro do professor Crespo de Carvalho sobre logísticae cujo apoio visou impulsionar a formação individual e a qualificaçãoprofissional, assim como o orgulho que as pessoas devem ter em tra-balhar na logística, contrariando a visão histórica que se tem de quemtrabalhava no armazém era a pessoa com menos qualificação da em-presa e que se encontra perfeitamente desactualizada. Hoje em dia,quem opera no armazém desempenha as suas funções com um com-putador nas mãos, pelo que não nos podemos esquecer que um equi-pamento RFID custa tanto quanto um computador e tem um númeromuito semelhante de funcionalidades. É através da parceria com es-colas e outras instituições que a APOL pode ser uma entidade pro-motora da valorização individual neste sector.
GC - A crise foi benéfica para o sector logístico? Esta é umaárea de negócio com potencial de crescimento?CF – É nos momentos de dificuldade que se aguça o engenho e, nessesentido, as empresas começaram a olhar para os operadores logísti-cos de outra forma. Em virtude do conhecimento de fluxos de opera-ção que os operadores logísticos possuem, o sector hoje é encaradocomo uma solução para a redução de custos das empresas e nãocomo proprietários de armazéns que dão emprego a meia-dúzia depessoas.
GC – Até porque a logística é uma ferramenta crucial ao de-senvolvimento e crescimento económico do País…CF – Somos uma ferramenta essencial para as exportações, porquequanto mais eficientes formos a fazer o transporte e todas as opera-ções logísticas mais competitivo é o País. Não nos podemos esquecerque, muitas vezes, grandes investimentos são avaliados em termosde custos logísticos, pelo é estruturante que este sector esteja devi-damente afinado e que sejamos muito rigorosos na nossa aborda-gem, pois em causa está não só o consumo interno, como o facto deque também contribuímos para que o preço dos bens de grande con-
sumo disponíveis para os portugueses seja mais baixo. Somos, nofundo, um sector de charneira, um “aditivo” que pode potenciar tudoà sua volta. Actualmente, os operadores logísticos, muito deles, fazem
operações de valor acrescen-tado que se aproximam dafronteira da produção, comoacabamentos, etiquetagemou alterações finais de pro-dutos, que, provavelmente,há uns anos atrás seriamfunções de produção. E épara aí que o sector caminha.
GC - O aumento do preço dos combustíveis é o único obstá-culo que as empresas do sector logístico enfrentam? Quaissão as dificuldades que os operadores logísticos nacionaisse deparam?CF – Mais gravoso que o aumento dos combustíveis é o aumento daenergia eléctrica. Os combustíveis estão de alguma forma indexadosàs tabelas europeias que são contempladas no cálculo das tarifas.Claro está que esta variável tem um grande peso na economia e quese reflecte de alguma forma no comportamento do consumidor final,mas somos um país refém da subida do petróleo nos mercados inter-nacionais uma vez que não o temos. Por sua vez, a factura eléctricaapresenta uma subida muito agressiva, variando entre os 10% namédia e os 18% na alta tensão, o que não deixa de ser um aumentosurpreendente uma vez que já tínhamos o mercado liberalizado.Atentos a esta situação, tivemos reuniões com o Ministério da Ener-gia subordinadas ao tema da energia fotovoltaica, uma vez que os ar-mazéns são grandes superfícies disponíveis para a colocação depainéis solares e, se calhar, conseguir neste capítulo uma solução maiseconómica, com menor pegada ecológica e que dá continuidade aoesforço do país na promoção e desenvolvimento das energias reno-váveis.
GC - Como é que a APOL encara o ano de 2011 com os evi-dentes aumentos dos combustíveis, do barril de crude, deportagens e de IVA?
CF – Acredito que o ano de 2011 irá trazer algumas dificuldades,não só de índole económica mas também social, porém acre-dito igualmente que estas mesmas dificuldades nos farão tra-balhar melhor. Este é, também, um sector que gravita muito àvolta do volume e no qual estamos habituados a trabalharcom margens muito reduzidas, o que reflecte a nossa exigên-cia e aptidão com controlo de custo, de eficiência, melhoria deprodutividade, etc. Razões pelas quais, perante um cenárioeconómico como este, tenhamos já alguma preparação e sai-bamos como proceder, sempre no sentido de implementar me-lhorias, procurar novas soluções, ao fazermos investimentosem sistemas de informação que optimizem a gestão e simpli-fiquem as operações de forma a ir sempre melhorando e apor-tando valor. Penso que esta lógica se irá aplicar à sociedade eque as pessoas irão encontrar solu-ções onde hoje existem problemas.
logistiCAn.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
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“A crise económica vivida à escala impactou a pro-cura, assim como impactou outros departamentosde grandes corporações”. A citação é de StéphanePlovier, vice-presidente da CSC Global Business Con-sultancy Division, líder mundial na prestação de ser-
viços e soluções de tecnologia, e que, em parceria com a TNS,desenvolveu mais uma edição do barómetro Gestão da Relação comFornecedores. Estudo cuja última edição tem como base as entre-vistas feitas a 162 responsáveis de compras de empresas com maisde 1.000 empregados em países como os EUA, França, Alemanha,Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Bélgica, Portugal e Luxemburgo. “Aanálise qualitativa destes dados demonstra que a crise económica
global conferiu umanova dimensão àfunção de com-pras/aprovisiona-mento. Com amudança do para-digma económico oseu contributo tor-nou-se verdadeira-mente fundamentalpara a performancede grandes compa-nhias, desempenhando hoje um papel crucial para atingir objectivosestratégicos”, reforça.Com a generalizada redução do lucro manter os níveis de rentabili-dade passou a ser uma preocupação de primeira instância, com osdepartamentos de compras a terem que conviver com reduções decustos sem, com isso, baixar os padrões de qualidade e serviços.Stéphane Plovier destaca ainda o papel que a crise económica de-sempenhou ao potenciar o reconhecimento de novas funções aosresponsáveis de compras, verificando-se, hoje, uma influência cres-cente em várias frentes. “A função de compras está progressiva-mente a tornar-se cada vez mais estratégica, com o seuconhecimento a ajudar a tomar um número crescente de decisões.
AnÁlisen.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
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“A crise económica global conferiu uma nova dimensão à função de compras”. Esta é aconclusão de Stéphane Plovier, vice-presidente da CSC Global Business Consultancy Division,ao abordar os resultados do barómetro Gestão da Relação com Fornecedores, estudo reali-
zado pela CSC em parceria com a TNS. A evolução do papel dos comprado-res, o seu contributo para os objectivos estratégicos das empresas e o
efeito da crise na função de aprovisionamento foram alguns dos temasabordados nesta conversa com Stéphane Plovier.
TEXTOAbel Martins
FOTOSSara Matos
Gestão deaprovisionamento:
TextoDuarte Cunha
FotosLuís Pais
O Compra Fácil é um serviço inovador que permite a qualquer pessoa ou enti-dade aderente utilizar esta plataforma de geração de referências para cobrança
de bens e serviços aos seus clientes, seja por intermé-dio de netbanking, de cartão de débito (através da rede Multibanco) ou de dinheiro (através da rede payshop), mas sempre de forma simples, rápida e segura.Trata-se de um serviço que tem por base um conceito bastante simples, importado de França, e que desde fi nais de 2006 encontra-se a ser promovido e desen-volvido pela Hi-media Portugal, empresa reconhecida pelos seus créditos na área da rentabilização de sites e do investimento publicitário on-line. “Democratizar, generalizar e simplifi car a oportunidade de qualquer
www.comprafacil.pt
O sistema Compra Fácil é o mais recente serviço da Hi-media Portugal. Trata-se de uma
plataforma de pagamentos que se pauta pela versatilidade de aplicação, potenciando o
serviço de micro e pequenas empresas. Ao não ter custos fi xos de utilização e ao permitir
de forma imediata gerar uma referência para pagamento no multibanco, o Compra Fácil
tem vindo a conquistar novos utilizadores. Benedita Simas, Directora Geral da Hi- media
Portugal, explica-nos as vantagens do conceito.
formando que o pagamento foi efectuado. Ao fi nal de cada semana é transferido para o utilizador do serviço o somatório do valor dos serviços ou produtos recebidos, deduzidos da respectiva comissão aplicada, que, para Benedita Simas, não é mais do que um valor “justo e aceitável para uma aplicação desta natureza”.Em suma, e enquanto entidade prestadora do servi-ço, a Hi-media funciona como um intermediário en-tre as partes envolvidas, cobrando uma comissão por cada transacção efectuada e mensalmente reportada a todos os utilizadores do serviço através da emissão de uma factura. Pela sua versatilidade e pelo número crescente de utilizadores, o Compra Fácil apresenta-se como uma solução de interesse para todos aqueles que possuírem micro e pequenos negócios, ou simplesmen-te o seu volume de negócio não justifi que uma adesão formal à rede SIBS (multibanco), sendo apenas cobra-do a utilização do serviço, convertido no caso de uma mensalidade mediante o identifi car de uma utilização
Pagamentocomerciante poder fazer-se pagar através de referên-cias multibanco sem ter que fazer todo o processo de adesão à rede SIBS. É um conceito que se explica em 30 segundos devido à sua simplicidade. Destinado ao comércio, está a adaptar-se muito bem às vendas na Internet devido à resistência em usar cartão de crédito em compras on-line”, aponta Benedita Simas, Directo-ra Geral da Hi-media Portugal.Para todo o tipo de montantes e sem transacções mínimas e máximas defi nidas, este gateway de paga-mentos por multibanco e payshop tem vindo a alar-gar a carteira de clientes devido à sua capacidade de adaptação a todo o tipo de negócios, encontrando-se entre os aderentes a este serviço negócios tão distintos como apostas (Bet Click), vendas de artigos de bijuta-ria ou de actividades radicais (Odisseias), serviços de certifi cação energética, inserção de classifi cados em jornais, ou compra de cápsulas de café on-line (Delta Cafés). Muitas e diversas possibilidades de negócio,
com tempo de resposta imediato e que se processa de forma muito simples: quando um determinado utiliza-dor pretende obter uma referência em tempo real para fornecer ao seus clientes comunica o valor a pagar à plataforma através do acesso ao Back Offi ce, seja por sms ou web service, que, imediatamente, devolve uma Entidade/Referência/Valor a pagar. O cliente, por sua vez, dirige-se a uma caixa multibanco, agente payshop (para pagamentos em numerário) ou entra no seu serviço de netbanking (atenção só pagamentos com cartão de débito) e efectua o pagamento. Feita a tran-sacção, o sistema, em tempo real, regista o pagamento efectuado no Back Offi ce (com acesso em qualquer hora e lugar do Mundo por parte do utilizador), que simultaneamente envia um e-mail de confi rmação in-
Para todo o tipo de
montantes e sem transac-
ções mínimas e máximas
defi nidas, este gateway
de pagamentos por mul-
tibanco e payshop tem
vindo a alargar a carteira
de clientes devido à sua
capacidade de adaptação
a todo o tipo de negócios,
encontrando-se entre os
aderentes a este serviço
negócios tão distintos
como apostas, vendas
de artigos de bijutaria,
inserção de classifi cados
em jornais ou compra de
cápsulas de café
De administrativos a negociadores, estes profissionais tornaram-se peritos no marketing de aprovisionamento apresentando-se comocapazes de fazer sugestões a clientes e aos decisores. Negociação decontratos estratégicos, análises de custos e marketing de aprovi-sionamento são hoje algumas das principais preocupações”, acres-centa. Ou seja, o desempenho tornou-se muito mais preponderanteà medida que mais ferramentas disponíveis permitiram maiores con-tribuições para a estratégia corporativa e para os resultados.Esta mudança do foco das tarefas associadas tradicionalmente aoscompradores levou não só ao desempenho de acções que consti-tuem verdadeiras mais-valias para as empresas, como a um maiorinvestimento em ferramentas de IT que procuram optimizar os flu-xos de produtos e serviços. A automatização e optimização da fun-ção de compras, assim como a gestão de ofertas e consequentenegociação com os fornecedores são algumas das possibilidades tra-zidas pelas novas tecnologias. “O objectivo de melhorar o desem-penho da função de compras. Por um lado, vai industrializar asactividades administrativas e permitir libertar recursos que se vãodedicar a tarefas de maior valor acrescentado. Por outro, ajuda agarantir o fluxo de produtos e serviços de fornecedores com reduçãode risco”.
RRIISSCCOOEntre os elementos de risco associa-dos a esta actividade encontra-se, naturalmente, a insolvência, figu-rando entre as principais preocupações dos departamentos decompras. O objectivo desejado é evitar a ruptura da cadeia de abas-tecimento, continuando este a ser o principal factor de risco. A re-dução da procura em alguns sectores de actividade, combinado coma redução do crédito, conduziu a um número muito considerável de
insolvências ao longo dos anos de 2008 e 2009, pelo que, e demodo a reduzir o risco de ruptura da cadeia de abastecimento e aelevar a performance global, os departamentos de compras reco-nhecem a importância de trabalhar em parceria com fornecedoreschave, sobretudo em períodos de crise. “Estas parcerias permitemum relacionamento mais aprofundado que confere, simultanea-mente, maior visibilidade aos riscos que um fornecedor enfrenta. Demodo geral, pode-se dizer que, em tempos difíceis, é uma solução deredução do risco o aprofundar da relação de uma empresa com osseus fornecedores, uma vez que, ao fazê-lo, mitiga-se o risco de seenvolver com novos fornecedores em tais ocasiões”, considera. Ouseja, dependendo da commodity negociada e da volatilidade do mer-cado, a necessidade de estabilidade é mais predominante. Encontrar
um equilíbrio entre o desempenho económico e parce-rias sustentáveis é complexo, mas mais valioso a longoprazo para todas as partes envolvidas.
CCOOMMPPLLEEXXIIDDAADDEETambém o processo de negociação é hoje mais com-plexo, isto no sentido em que mais alavancas se en-contram à disposição dos compradores. Parcerias,marketing de aprovisionamento e análise de valor sãoas ferramentas mais comuns e que trazem mais valorpara o processo de negociação, tanto para o compra-dor como para o fornecedor. Por sua vez, o mercadomundial também confere mais alternativas e soluções,dispersas geograficamente, culturalmente diferentesao mesmo tempo que traz mais alternativas para umproblema. Contudo, o desenvolvimento de uma rela-ção sólida com os clientes internos e alguns fornece-dores estratégicos continua a ser uma considerada
AnÁlisen.º7/2011 |
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uma prioridade, com o factor preço a ser relegado para segundo plano,perdendo face aos ganhos de produtividade obtidos pelo fornecedor aoajudar a reduzir os preços de aquisição. Ao evoluir a relação, o co-desen-volvimento de novos produtos a custos optimizados ganha preponde-rância face ao argumento preço.Melhorar a eficiência das organizações e cadeias produtivas é outro dosprincipais objectivos das empresas que, ao partilhar serviços, procuramreduzir os custos da cadeia de abastecimento melhorando a partilha deinformações nos diferentes envolvidos no processo de aquisição. “Aodefinir uma estrutura de cadeia de abastecimento, é importante ava-liar as especificidades do mercado que estão sendo abordadas. Os de-safios podem ser muito diferentes caso se trate do segmento dehardware de TI, de um banco, ou da produção de peças concebidassob encomenda para o sector ferroviário. O risco de um determinadomercado e da estabilidade financeira dos seus actores, muitas vezes, éum factor importante na escolha da base de fornecimento adequado.Por outro lado, a dependência que uma empresa pode ter em relaçãoaos seus principais fornecedores, bem como o seu desejo de capturara inovação deve ser levado em conta. É verdade que ter mais de umfornecedor para o mesmo produto ou serviço pode ser benéfico paratodas as partes envolvidas, uma vez que incentiva a concorrência depreços, mas também a inovação”, acrescenta.
Uma das tendências para 2011 é o esperado interesse por compras sus-tentáveis (integram critérios ambientais, sociais e económicos em todosos estágios do processo de licitação), com as recentes inundações e des-lizamentos de terra que atingiram a Austrália e a Nova Zelândia, assimcomo a América do Sul, ou a catástrofe do fogo que assolou a Rússianeste Verão, a contribuírem para o aumento significativo do preço dosprodutos alimentares e matérias-primas. Na actual economia global e in-terligada, o meio ambiente, respectivos distúrbios e perturbações têm umgrande impacto no desempenho das empresas, pelo que a contrataçãosustentável e desempenho não são uma utopia, mas um tema real queirá estar em franco destaque na actividade das empresas ao longo dospróximos anos. “Em 2010, a licitação sustentável caiu no ranking de prioridades dosdepartamentos de compras em relação a 2009. Para as empresas pes-quisadas, a licitação sustentável é uma necessidade óbvia, mas tambémuma dimensão que continua a ser difícil de implementar. Na verdade, osdepartamentos de compras estão enfrentando a pressão de dois lado emconflito. A curto prazo, têm de reduzir os preços. A médio prazo, têm depromover a licitação sustentável e a reciclagem do produto. E ainda, en-quanto 90% das empresas coloca o desenvolvimento sustentável comouma prioridade, somente 7% consideram que atingiram os seus objec-tivos nesta área”, conclui Stéphane Plovier.
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ro
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A+B - Top 2A - Alta prioridadeB - PrioritárioC - Algo prioritárioD - Baixa prioridadeE - Não é de todo prioritário
DDrriivveerrss ddee mmeellhhoorriiaa ddaass rreellaaççõõeess eennttrree aa ffuunnççããoo ddee ccoommpprraass ee ffoorrnneecceeddoorreess
Parcerias
Restrições regulatórias
Auditorias regulares, benchmarking
Desenvolvimentosustentável e ofertarelacionada
Utilização de contratode colaboração /plataforma de compras
Inovação, co-desen-volvimento, gestão deinventário comum
Optimização e supervisão do painelde fornecedores
Plano de apoio dedesenvolvimento damaturidade dofornecedor
A Linde tem à sua disposição a frota de empilhadores mais
Porque a sua logística
Serviço de Aluguer Linde
212 306 762Linde Material Handling Ibérica, S.A.
Linde Material Handling Ibérica, S.A. - Zona Industrial do Passil, Lote 102, 2890-182 Alcochete
A Linde tem à sua disposição a frota de empilhadores mais
Porque a sua logística
Serviço de Aluguer Linde
212 306 762Linde Material Handling Ibérica, S.A.
Linde Material Handling Ibérica, S.A. - Zona Industrial do Passil, Lote 102, 2890-182 Alcochete
Silvex lança
primeira película biodegradável doMundo
Disponível em exclusivo nas lojas Continente com um preço abaixo dos 3€€, a película biodegradável Silvex é o primeiro
produto à escala mundial fabricado para contacto com produtos alimentares. Prova da capacidade de inovação da
indústria nacional, é totalmente biodegradável e compostável, ao não utilizar recursos fósseis na sua composição.
Hernâni Magalhães, Administrador da Silvex, explica as vantagens desta inovação Made In Portugal.
TEXTODuarte Cunha
FOTOSD.R.
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nÃo-Al
imentA
r
n.º7/2
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JAneir
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Grande Consumo - Em que se difere a nova pe-lícula da Silvex face a outras propostas exis-tentes no mercado?Hernâni Magalhães - No desenvolvimento deste
novo produto focámo-nos, essencialmente, em três ca-racterísticas importantes para o mercado de consumo e para o desig-nado food service/horeca. O produto tinha que ter uma “performance”semelhante ao que já existe, ser de fácil utilização, claramente um dosaspectos que mais foi trabalhado, e estar em conformidade com a
norma Europeia EN 13432 para obter o certificado de compostável.Em termos de performance, especialmente na conservação alimentar, anova película Bio pode ser utilizada em qualquer tipo de alimentos, in-cluindo aqueles que têm elevados teores de gordura (óleos, molhos,manteiga, etc.) e de acidez ao contrário das películas em PVC. Nos tes-tes elaborados apresentou sempre resultados superiores às películas depolietileno na conservação alimentar o que permite manter os alimentosmais frescos por mais tempo, especialmente saladas, frutas e vegetais.Para tornar a vida mais fácil ao consumidor, o objectivo proposto era
desenvolver uma película que fosse de fácil manusea-mento e corte, sem necessitar de serrilha, tor-
nando-a, assim, mais segura e prática. Estanova película rasga como se fosse papel, de-
senrola-se facilmente, tem uma elevadaresistência à perfuração e excelente ca-
pacidade de elasticidade e aderênciaprincipalmente em comparação com
as películas de polietileno.Por último, o impacto ambiental
comparado com as películastradicionais foi amplamente
reduzido cumprindo a normaeuropeia compostável e
pode, por isso, ser descar-tada como qualquer
outro resíduo orgâ-nico, sendo igual-
mente compatívelcom os diferen-
tes tipos deequipamentos
e tecnologias de com-postagem.
GC - Que mais�valias traz ao ambiente eao consumidor?
HM - A nova película utiliza matéria-prima desenvolvidapela Novamont, designada por Mater-Bi®. A diferença em relação aoutros polímeros, tais como o polietileno e o PVC, é que este é fabri-cado a partir de recursos renováveis, de origem agrícola europeia, semutilização de organismos geneticamente modificados. A vantagem dautilização desta matéria-prima é que permite reduzir não só a emissãode gases com efeito de estufa, como também o consumo de energia ede recursos não renováveis (derivados do petróleo) permitindo, assim,completar um círculo virtuoso e sustentável. No fim do ciclo de vida, apelícula aderente biodegradável pode ser canalizada para centrais decompostagem ou regressar ao solo através de processos de biodegra-dação. Com esta inovação, o consumidor passa a ter a possibilidade deescolher um produto de impacto ambiental reduzido e, por isso, maisecológico.
GC - O que representa para a marca a sua criação, tendo emconta o seu pioneirismo? HM - Julgámos ter criado um produto de projecção mundial e esta érealmente a grande diferença. A marca e a empresa Silvex ficarão na his-tória deste sector tal como a marca Saran (US) ficou quando desen-volveram a película aderente nos anos 60.
GC - Este lançamento é representativo de que investimento etempo de desenvolvimento?HM - O investimento é bastante significativo, não só para a Silvex comopara a Novamont, responsável pelo desenvolvimento da matéria -prima.A ideia surgiu em Maio de 2009 em conversa com um responsável daNovamont durante a conferência anual da Biobag. Desde então, temosvindo a aperfeiçoar o produto, sendo a última formulação testada emfinais de Setembro, seguida da primeira produção em Outubro de 2010.
Decorrendo, assim entre os testes eprodução, 1 ano e 6 meses.
GC - Quais são os objectivos qualitativos e quantitativos quea Silvex definiu para este lançamento? HM - Prevemos que, em termos do mercado global, o investimento teráque ser constante e acompanhar a crescente e rápida sensibilização queo consumidor vai requerendo para produtos, marcas e empresas maissustentáveis. No entanto, esse investimento pode ganhar outras pro-porções caso o aperfeiçoamento de legislação nesta matéria, que variade país para país, seja cada vez mais restritivo, podendo mesmo obrigartoda uma indústria a adaptar-se, como, por exemplo, a que entrou emvigor recentemente em Itália no que respeita aos sacos de plástico de su-permercado. Havendo solução para um problema como o da película,nomeadamente a sua reciclagem, será admissível equacionar um cená-rio onde esta película seja promovida em detrimento de outras, princi-palmente nos mercados onde impere já esta sensibilização ambiental,como se verifica, por exemplo, nos países nórdicos.Considerando o atrás referido, é sempre difícil estimar os valores para oprimeiro ano de comercialização. De facto, este ano, e talvez nos dois se-guintes, poderemos estar ainda a falar de nichos de mercado. Contudo,o nicho mundial é considerável e muito maior que o mercado Ibérico.Haverá mercados em que o produto faz logo sentido, até porque já existeuma série de produtos complementares e é amplamente aceite, e ou-tros, como talvez o nosso mercado ibérico, em que o produto fará o seutrajecto normal de ascensão mais ou menos rápido consoante a regiãoe grau de desenvolvimento.
GC - É intenção da marca introduzir este produto nos merca-dos externos onde eventualmente possa estar representada? HM - O que gostaríamos de realçar é que a primeira marca a lançar esteproduto inovador foi uma marca portuguesa, a Silvex, e o primeiro grupode distribuição a comercializar este produto no mundo foi também umainsígnia portuguesa, o Continente. Os consumidores portugueses foramtambém os primeiros a poder optar por esta solução mais sustentável.Poderá não ser importante em termos de dimensão, mas fizemos ques-tão que assim fosse. Apresentámos recentemente, e em conjunto com aNovamont, na feira Marca, em Bolonha, para o mercado Italiano e tam-bém sob a marca Silvex. Em Fevereiro a Biobag começa a sua distribui-ção a nível mundial. O outro mercado para o qual iremos focalizar anossa atenção é o do Horeca e Food Service, nos mercados onde o lixoorgânico já é separado, nomeadamente, nas cozinhas profissionais (res-taurantes, cadeias de restaurantes, hotéis, etc.).
GC - Como é que se cria valor num segmento como o das pelí-culas, onde os artigos se apresentam, de alguma forma, indi-ferenciados para o consumidor final?HM - A marca Sivex apostou desde sempre na inovação e depois na di-ferenciação de produtos dentro dos vários segmentos. Lançámos a pe-lícula aderente para o consumo em 1973, então uma inovação à escalaglobal. Mais recentemente apostámos em novos formatos como, porexemplo, a película XL, onde os seus 35cmx50mt permitem ao consu-midor acondicionar a comida na perfeição sem ter que perder muitotempo a conseguir que esta cubra todo o prato. No mercado das pelí-culas é-nos reconhecido o valor de ter a melhor película do mercado etem sido este percurso de inovação que nos permite destacar no sectorde produtos tidos como indiferenciados.
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nÃo-AlimentArn.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
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merCAdon.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
Mercadomaduro desvalorizapreço médio
Apesar da sua maturidade, o mercado nacional de lacticínios enfrenta as repercussões da conjuntura econó-
mica, traduzidas no aumento das matérias-primas, a que se junta o alargamento do sortido disponível em
marca própria e primeiro preço. Benefício do consumidor, mas desvalorização da capacidade de inovação
naquele que é um dos mais dinâmicos e importantes mercados de base alimentar.
TEXTOAbel Martins
FOTOSSara Matos
É graças ao esforço de operadores como Nestlé, Da-none, Lactogal, Lactalis, ou Fromageries Bell que o mer-cado nacional de lacticínios apresenta, desde sempre,uma dinâmica constante ao nível do lançamento denovos produtos e capacidade de enraizamento nos há-
bitos alimentares dos portugueses. Desde as famílias base deste uni-verso, casos do leite, iogurtes e queijo – cujas taxas de penetração variamentre os 97% e os 100% - é verdadeiramente notável a capacidade dedesmultiplicação das categorias base em novas famílias de produto que
vieram criar renovados hábitos de consumo, traduzidos ao nível daimensa liberdade de escolha actualmente existente, assim como dos nú-meros que caracterizam o mercado global. Todavia, no período analisado (Ano Móvel S2010 48) registou-se umadesvalorização do preço médio praticado nas principais categorias doslacticínios, casos dos iogurtes (-2,7% valor; + 2,9% volume) e queijo(+1,6% valor; +5,7% volume), enquanto o leite (-3,3% valor; -1,1%)e as gorduras alimentares (-5,2% valor; -1,8% volume) acusaram umaquebra das vendas em ambos os indicadores, ainda que, uma vez mais,
com maior incidência emvalor. Realidades distintas, amesma leitura: desvaloriza-ção do preço médio, subidadas vendas em quantidade.Para este aspecto várias ra-
zões podem influir, desde omenor poder dos consumidores, a alterações no critério de compras esubstituição de alguns produtos, ao aumento da oferta disponível emlácteos de marca própria e primeiro preço que colocam em segundoplano, na esfera do consumidor, aquilo que são alguns dos maiores pro-blemas da produção: aumento das matérias-primas e dos custos ener-géticos a juntar aos sempre onerosos “fees” para entrar em linha.Motivos à parte, os iogurtes continuam a assumir-se como o maior mer-cado de base alimentar ao apurar vendas anuais de 526 milhões/€ eonde os formatos “clássicos” continuam a representar 45% da factura-ção. Casos dos sólidos (+0,9% valor; +5,5% volume) e dos líquidos(+0,1% valor; +6,7% volume) que reclamam a co-liderança deste ran-king ao apurar vendas acima de 100 milhões/€, o que diz bem da suaimportância na dinâmica deste mercado. E, claro está, também nestesdois formatos existe uma grande oferta de marcas próprias disponíveis,em média, com um PVP que chega a ser 30% mais baixo face às mar-cas de indústria, de acordo com a DECO, ou não se tratasse das duasmaiores categorias de iogurtes.Mas se são os formatos mais tradicionais que continuam a conduzir ocrescimento do mercado, não se pode negligenciar o papel que os cha-mados formatos “saúde” vieram trazer a esta categoria, alargando deforma decisiva a possibilidade de escolha e segmentando de forma pre-cisa as suas diferentes necessidades. Iogurtes magros, bifidus ou infan-
tis são hoje propostas perfeitamente assimiladas peloconsumidor, que ajusta a sua escolha mediante o benefício/atributoque espera que uma determinada proposta/marca lhe traga. Contudo,destes três segmentos, apenas os magros continuam a elevar vendas(+0,1% valor; +9,8% volume), com os bifidus a perder 7,1% em valore 8,7% em volume e os iogurtes infantis 6,8% em valor e 7,1% em vo-lume. Por sua vez, as sobremesas refrigeradas foram a categoria que maiscresceu face ao período homólogo de 2009, incrementando dois dígitosem valor (+12,4%) e volume (+11,8%), enquanto os biológicos forampenalizados pelo seu alto valor unitário decrescendo mais de 25% nosdois indicadores, ainda que não passe de um nicho de mercado. A de-mocratização do consumo urge para estes produtos de qualidade reco-nhecida.Também no leite se verificou uma desvalorização do preço médio unitá-rio face à subida das vendas em volume versus valor, com o UHT correntee o pasteurizado a perderem, respectivamente, 6,2% e 4,9% em valore 2,7% e 3,3% em volume face a 2009, enquanto o leite aromatizado(+5,2% valor, +8,8% volume), UHT Especial (+6,7% valor; +9,1%volume) e as bebidas de soja (+5,6% valor; +5% volume) elevaram osníveis de comercialização em ambos os indicadores, com prevalência dovolume à excepção das bebidas de soja.
QQUUEEIIJJOO EE GGOORRDDUURRAASSNo caso dos queijos, a leitura não é muito distante da acima efectuada,com o mercado global a elevar vendas em cerca de 6% em volume, a queequivaleu uma subida de somente 1,6% em valor. Tendência repetidapelas principais categorias com a deflação do PVP médio unitário a seruma realidade, mais ou menos saliente conforme a categoria. Estemesmo universo apresenta um comportamento muito semelhante ao
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merCAdon.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
dos iogurtes, com o queijo flamengo (-1,8% valor; +4,5% volume)e prato (+5,2% valor; + 6,4% volume) a repartirem, entre si, a 65%da facturação global deste segmento, apresentando-se como as úni-cas duas categorias a facturar acima dos 100 milhões/€, o que dizbem da sua importância e influência na restante performance do mer-cado.Num ranking que não conheceu grandes alterações – próprio dos mer-cados maduros – o destaque vai para o crescimento de 8,2% em valorpara a categoria identificada pela Nielsen como queijo estrangeiro(uma vez mais a democratização do consumo a funcionar), enquantoo requeijão foi a categoria que mais cresceu em volume,nomeadamente, 11,3%, superando, assim, a fasquiado 1 milhão de quilos de produto comercializado.
Sem fugir à regra, também asgorduras alimentares perde-ram 5,2% em valor e 1,8%em quantidade, com a per-formance do mercado glo-bal a reflectir a máperformance das duas cate-gorias constituintes. Nomea-damente, margarina emanteiga que, no período
analisado, perderam, respec-tivamente, 6,7% e 3,4% em valor, ainda que em vo-lume estas duas categorias apresentassemcomportamentos distintos, com a margarina a perder3,1% face a 2009, enquanto a manteiga se manteveestável, ao comercializar praticamente os mesmos vo-lumes do ano transacto.Em suma, a retracção no consumo, a elevação do preçodas matérias-primas e a proliferação das marcas próprias
parecem estar na base da desvalorização dopreço médio que caracterizou a
performance das princi-pais categorias que
compõem este universo.
42
merCAdon.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
AC Nielsen Market Track - Ano Móvel S 2010 48
LLaaccttiiccíínniiooss IIoogguurrtteess
Sólidos (KG)
Líquidos (KG)
Magros (KG)
Bifidus(KG)
Criança (KG)
Saúde (KG)
Sobremesas Refrigeradas (UN)
Refeições e Bicompartimentos (KG)
Biológicos (KG)
LLaaccttiiccíínniiooss LLeeiittee
UHT Corrente (LT)
Aromatizado (LT)
UHT Especial (LT)
Bebidas Soja (LT)
Leite Pasteurizado (LT)
Em Pó (KG)
Leite Esterilizado(LT)
552266..335533..888833
130.692.306
107.544.701
86.103.263
71.418.155
63.038.143
56.408.624
49.982.161
9.382.923
1.765.768
441177..774455..551177
291.493.866
62.848.111
45.989.458
20.046.363
15.702.307
1.562.184
149.591
--22..77
0.9
0.1
0.1
-7.1
-6.8
-9.5
12.4
6.4
-25.7
--33..33
-6.2
5.2
6.7
5.6
-4.9
-8.7
-16.0
119999..227788..776677
65.416.873
51.023.911
34.580.978
19.118.775
13.843.662
11.618.761
145.575.104
3.276.133
399.674
664422..005555..330044
524.654.736
44.654.435
52.912.693
13.661.380
19.482.633
149.346
201.461
--22..99
5.5
6.7
9.8
-8.7
-7.1
-7.2
11.8
-2.2
-26.0
--11..11
-2.7
8.8
9.1
5.0
-3.3
-8.6
-6.1
TTOOTTAALL PPOORRTTUUGGAALL ++ LLIIDDLL -- IIoogguurrtteess ee LLeeiittee
VVeennddaass VVaalloorr
VVeennddaass VVaalloorr ((%%))
VVeennddaass QQuuaannttiiddaaddeess
VVeennddaass QQuuaannttiiddaaddeess
((%%))
AC Nielsen Market Track - Ano Móvel S 2010 48
LLaaccttiiccíínniiooss QQuueeiijjoo
Flamengo (KG)
Prato (KG)
Fresco (KG)
Estrangeiro (KG)
Natas (EMB.1/5)
Fundido (KG)
Regional (KG)
Ralado (KG)
Requeijão (KG)
LLaaccttiiccíínniiooss GGoorrdduurraass AAlliimmeennttaarreess
Margarina(KG)
Manteiga (KG)
442255..003388..661199
158.955.544
117.255.174
51.848.273
3.522.729
2.657.025
19.662.289
18.816.513
14.734.505
8.539.026
112266..110088..338877
66.826.422
59.281.965
11..66
-1.8
5.2
3.1
8.2
-3.6
-0.6
-2.5
-0.8
5.8
--55..22
-6.7
-3.4
5577..005544..999988
25.504.682
12.604.144
7.621.492
3.917.126
51.430.328
2.599.268
1.713.406
1.818.287
1.276.593
2299..229922..667700
18.983.072
10.309.598
55..77
4.5
6.4
9.6
9.2
3.5
-2.1
1.2
8.0
11.3
--11..88
-3.1
0.7
TTOOTTAALL PPOORRTTUUGGAALL ++ LLIIDDLL -- QQuueeiijjoo ee GGoorrdduurraass
VVeennddaass VVaalloorr
VVeennddaass VVaalloorr ((%%))
VVeennddaass QQuuaannttiiddaaddeess
VVeennddaass QQuuaannttiiddaaddeess
((%%))
Provadores: Gabriela Canossa, Osvaldo Amado, Marco Valente, José Sassetti. Prova cega
44
ProvAs
ediÇÃ
o
n.º7/2
011 |
JAneir
o/feve
reiro
DOURO
QUINTA DA LEDA
DOC TINTO 2008
Nota: 17
Imagem: 3
% 13,5
€ 26,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Luis Sottomayor
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca,
Tinta Roriz
Produtor: Sogrape Vinhos - 227 838 104
COR: Rubi intenso, limpo.
AROMA: Boa evolução, carácter especiado a
puxar méritos para o estágio em barrica, ma-
deira bem presente, fruta discreta mas elegante.
SABOR: Bom volume, fruta mais intensa,
notas de cassis harmonizadas com a madeira,
boa acidez, taninos macios, final longo e
persistente.
DOURO
DUAS QUINTAS
DOC BRANCO 2009
Nota: 16,7
Imagem: 3
% 14
€ 15,00
Beber já
Enólogo: João Nicolau de Almeida
Castas: Viosinho, Rabigato, Arinto
Produtor: Adriano Ramos Pinto
223 707 000
COR: Citrina com tons esverdeados, limpo.
AROMA: Guloso e apelativo; notas de fru-
tos tropicais e citrinos, conjugadas com
floral elegante.
SABOR: Fresco, acidez equilibrada, boa mi-
neralidade, notas de frutos citrinos frescos,
final elegante e prolongado.
DOURO
DONA BERTA SOUSÃO
DOC TINTO RESERVA ESPECIAL 2006
Nota: 16,5
Imagem:
% 12,5
€ 29,80
Beber já ou guardar
Enólogo: Virgílio Loureiro
Castas: Sousão.
Produtor: Hernâni Verdelho – Quinta do
Carrenho - 219 435 024
COR: Cor granada intensa.
AROMA: Nariz resinoso com notas de café
e torrefacção ligeiras mas marcantes;
vegetal um pouco verde.
SABOR: Na boca confirma o nariz. Boa
acidez, com café evidente, boa frescura e
taninos domados. Final de mediana
persistência.
VERDE
MIOGO
DOC ESPUMANTE BRUTO BRANCO RE-
SERVA 2007
Nota: 16
Imagem: 3
% 12
€ 13,90
Beber já
Enólogo: Guilherme Pereira
Castas: Arinto, Loureiro
Produtor: Vinhos Norte - 253 509 040
COR: Citrina, bolha média, cordão persistente,
límpido.
AROMA: Com boa complexidade; notas de
biscoito, subtil lima e floral.
SABOR: Mostra-se fresco, mousse fina, acidez
revigorante, notas citrinas bem presentes,
final jovem e de média persistência.
LISBOA
QUINTA DO PINTO
REG BRANCO 2009
Nota: 16,5
Imagem: 3
% 14
€ 10,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Tiago Bellegard Machado
Castas: Sauvignon Blanc
Produtor: Quinta do Pinto
263 769 216
COR: Citrina clara, cristalina.
AROMA: Notas citrinas e vegetais, a lem-
brar relva acabada de cortar, harmonioso.
SABOR: Espargos verdes em evidência,
bom corpo, acidez correcta, termina
longo e sedutor.
DOURO
TONS DE DUORUM
DOC TINTO 2009
Nota: 16
Imagem: 4
% 13,5
€ S/Inf.
Beber já ou guardar
Enólogo: José M. Soares Franco
Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional,
Tinta Roriz
Produtor: Duorum Vinhos - 279 765 300
COR: Rubi, limpo.
AROMA: Intenso em frutos do bosque,
frutos pretos, com destaque para amoras e
ameixas, ligeiro chocolate negro, especia-
rias.
SABOR: Muito vivo, taninos macios, boa
acidez, a revelar a presença de morangos e
framboesas, termina longo e harmonioso.
MINHO
CASA DO CAPITÃO-MORREG BRANCO RESERVA 2008Nota: 18Imagem: 3% 12€ 19,70Beber já ou guardar Enólogo: Rui CunhaCastas: AlvarinhoProdutor: Quinta de Paços Soc. Agric.968 018 145
COR: Citrino, limpo.AROMA: Exuberante e guloso; notas de pês-sego e ananás em destaque, frutos citrinos,flor de laranjeira, madeira muito subtil e bemintegrada.SABOR: Muito vivo, com acidez refrescante,fruta bem presente, gordo, rico, com um equi-líbrio fantástico, deixa um final prolongado e
elegante.
BEIRAS
QUINTA DOS COZINHEIROS
IGP BRANCO 2009
Nota: 15,5
Imagem: 2
% 12,5
€ 6,00
Beber já
Enólogo: Ângelo de Jesus
Castas: Maria Gomes
Produtor: Quinta dos Cozinheiros, Soc. Agric.
233 950 155
COR: Palha muito clara, cristalino.
AROMA: Inicialmente pouco expressivo, a
desvendar depois notas florais, frutos citrinos
e frutos brancos do pomar.
SABOR: Com acidez correcta, a confirmar o
nariz, bom volume, final médio-longo.
LISBOA
QUINTA DO PINTOREG BRANCO 2008Nota: 18Imagem: 3% 13,5€ 18,50Beber já ou guardar Enólogo: Rui ReguingaCastas: Viognier, Marsanne, RoussanneProdutor: Quinta do Pinto - 263 769 216
COR: Palha dourada, limpo.AROMA: Exuberante; floral, complexo ediferenciador, ligeira nota de damasco secorematado com elegante madeira e toquecaramelizado.SABOR: Corpo de elevada estrutura, ma-deira mais evidente mas a combinar naperfeição com as notas florais, bela acidez,untuoso e rico, deixa um final persistente emuito sedutor.
DÃO
QUINTA DOS CARVALHAIS
DOC BRANCO 2009
Nota: 15
Imagem: 3
% 14
€ 13,50
Beber já
Enólogo: Manuel Vieira
Castas: Encruzado
Produtor: Sogrape Vinhos - 227 838 104
COR: Citrino carregado, limpo.
AROMA: Algo evoluído, madeira bem
integrada com ligeiro herbáceo, frutado
discreto, ligeira mineralidade, notas
fumadas.
SABOR: Acidez típica da casta, ligeiro
amargo, frutado, volume correcto, termina
médio-longo.
ProvAs ediÇÃon.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
45
DOURO
QUINTA DO JUDEU
DOC TINTO 2006
Nota: 15,6
Imagem: 1
% 14,5
€ 20,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Emídio Bacelar
Castas: Touriga Nacional
Produtor: Quinta do Judeu - 254 312 276
COR: Granada, limpo.
AROMA: Marcado por notas de frutos do
bosque, chocolate, ligeiro herbáceo.
SABOR: Gordo, com taninos bem presen-
tes e com garra, frutado intenso em cassis
e amoras, deixa um final fresco e longo.
DÃO
QUINTA DE ESTRÉMUAS
DOC TINTO 2007
Nota: 15,5
Imagem: 4
% 13
€ 9,00
Beber já ou guardar
Enólogo: Vines & Wines
Castas: Touriga Nacional
Produtor: Vinícola de Nelas
230 945 728
COR: Rubi, limpo.
AROMA: Aroma a frutos pretos, groselha
preta e mirtilo, a lembrar tinta-da-china,
especiarias.
SABOR: Ainda austero, taninos secos, es-
tilo rústico, acidez correcta, termina
médio-longo.
óBIDOS
QUINTA DO SANGUINHAL
DOC TINTO 2006
Nota: 16,2
Imagem: 3
% 13,5
€ 10,90
Beber já ou guardar
Enólogo: Miguel Móteo
Castas: Castelão, Touriga Nacional, Arago-
nez
Produtor: Coop. Agric. do Sanguinhal -
262 609 190
COR: Granada escura, limpo.
AROMA: Quente, fruta madura discreta,
madeira subtil, equilibrado.
SABOR: Gordo, redondo, fruta madura ex-
pressiva, com destaque para os mirtilos e
cassis, taninos sedosos, acidez correcta,
final persistente.
DÃO
FONTE DE GONÇALVINHO
DOC TINTO 2008
Nota: 14,5
Imagem: 2
% 14
€ 6,50
Beber já
Enólogo: Manuel Casado
Castas: Jaen, Tinta Roriz, Tour. Francesa, Al-
frocheiro
Produtor: Soc. Agro Florestal Fonte de Gon-
çalvinho - 964 000 598
ASPECTO: Cor rubi intensa com abundantes
tons acastanhados; aspecto límpido.
AROMA: Nariz discreto, notas de frutos secos
e grãos torrados. Algumas nuances de cassis.
SABOR: Na boca é frutado, revelando uma
acidez notória, corpo médio e estrutura tam-
bém média. Termina ligeiramente seco.
ALENTEJO
CORTES DE CIMA HOMENAGEM A
HANS CHRISTIAN ANDERSEN
REG TINTO 2008
Nota: 16,8
Imagem: 3
% 14
€ 28,25
Beber já ou guardar
Enólogo: Hans Kristian Jorgensen
Castas: Syrah
Produtor: Cortes de Cima - 284 460 060
COR: Rubi intenso, limpo.
AROMA: A precisar de tempo, depois
mostra boa concentração de frutos pre-
tos, como cassis, notas mentoladas e bal-
sâmicas, ligeira torrefacção, café.
SABOR: Aveludado, gordo, cheio, fruta
bem presente, madeira subtil, taninos
macios, final longo e persistente.
ALENTEJO
DONA MARIA AMANTIS
REG TINTO RESERVA 2006
Nota: 17,5
Imagem: 3
% 14,5
€ 13,10
Beber já ou guardar
Enólogo: Sandra Gonçalves
Castas: Syrah, Petit Verdot, Cabernet Sau-
vignon, Touriga Nacional
Produtor: Júlio Bastos / Dona Maria
Vinhos - 268 339 150
COR: Granada, limpo.
AROMA: Especiado, notas de noz-mos-
cada e cravinho, evolução positiva, ameixa
preta seca, toque de menta.
SABOR: Quente, casamento perfeito com
a madeira, taninos macios, acidez correcta,
termina persistente e elegante.
DOURO
QUINTA DA FRONTEIRA
DOC TINTO GRANDE ESCOLHA 2008
Nota: 16,5
Imagem: 3
% 14
€ S/Inf.
Beber já ou guardar
Enólogo: João Corrêa, Jorge Serôdio Borges
Castas: Touriga Nacional, Touriga Francesa
Produtor: Companhia das Quintas
219 687 380
COR: Rubi, limpo.
AROMA: Intenso, pleno de frutos do bosque,
ligeiras notas florais, madeira subtil e elegante,
vai crescendo no copo.
SABOR: Vivo, com taninos secos mas macios,
fruta preta bem presente, ligeiro petróleo que
lhe confere personalidade e carácter, final seco
e persistente.
ALENTEJO
ADEGABORBA.PT
DOC TINTO RESERVA 2005
Nota: 17
Imagem: 3
% 14
€ 8,20
Beber já ou guardar
Enólogo: Óscar Gato, Maria João Machado
Castas: Trincadeira, Alicante Bouschet, Ca-
bernet Sauvignon
Produtor: Adega Coop. de Borba
268 891 660
COR: Cor rubi com tons acastanhados; as-
pecto límpido.
AROMA: Predominante em notas resultantes do
estágio em madeira e em garrafa. Nariz marcado
pelo cacau, frutos secos e notas tostadas.
SABOR: O aroma de boca vem confirmar o
nariz. Vinho de uma frescura notória, taninos
agradáveis e boa persistência.
DOURO
COROA D’OURO
DOC TINTO 2007
Nota: 15
Imagem: 3
% 13
€ 3,50
Beber já
Enólogo: Jorge Manuel Pintão Rodrigues
Castas: Tour. Nacional, Tour. Franca, Tinta
Roriz, Tinta Barroca.
Produtor: Manoel D. Poças Júnior Vinhos
223 771 070
Aspecto: Estrutura delgada; cor granada
pouco densa.
AROMA: Nariz com notas evidentes de evo-
lução. Notas de celulose, geleia e lápis. Evo-
luído em demasia para o ano da colheita.
SABOR: Boa frescura na boca mas mantém a
estrutura delgada. Um vinho mais expres-
sivo e fresco na boca do que no nariz.
ALENTEJO
EA
REG TINTO COLHEITA SELECCIONADA
2009
Nota: 15,5
Imagem: 4
% 14,5
€ 6,30
Beber já ou guardar
Enólogo: Pedro Baptista
Castas: Aragonez, Castelão, Alicante Bouschet
Produtor: Fundação Eugénio de Almeida -
266 748 300
COR: Granada intensa, limpo.
AROMA: Ligeiramente especiado, notas de
noz-moscada e toque de canela com fruta
discreta, ligeiro vegetal seco e madeira subtil.
SABOR: Enérgico, boa acidez, taninos com
garra e sedosos, madeira bem integrada,
final médio.
Quinta do Pôpa:ADN de umnovo DouroÉ no Cima Corgo que nasceu uma das mais recentes marcas de vinho do Douro. A Quinta doPôpa é um projecto nascido como tantos outros, unificador do sonho de diferentes gerações,cuja humildade e persistência deu os ansiados frutos. Bons vinhos, uma adega funcional,vinha de grande qualidade letra A e uma exposição solar privilegiada são alguns dos argu-mentos deste projecto que conta com a participação do enólogo e produtor Luís Pato.
TEXTOAbel Martins
FOTOSSara Matos
A história de Stéphane Ferreira é como tantas ou-tras. Mas o que torna a história deste jovem na casados 30 anos tão diferente de outras que não passamdas páginas do esquecimento é que, até à data, a suavida tem sido conduzida pelo sonho, o mesmo que
noutros tempos alimentava a mente do Zeca do Pôpa que sempre tei-mou que havia de ter uma quinta no Douro em homenagem ao seu pai.Ora se o Zeca do Pôpa sonhou, Stéphane conquistou e hoje a Quinta doPôpa é uma realidade, materializando-se, assim, um sonho que vinhados tempos do seu avô, o Pôpa, ainda esta soma de terras era conhecida
como Quinta do Vidiedo, designação que manteve até 2008. É so-mente em 2008 que a Quinta do Pôpa nasce enquanto
empresa produtora de vinhos do Douro,uma opção comercial que , até à
data, tem apresentado resultados
surpreendentes, com esta jovem marca do Cima Corgo a evoluir compassos muito seguros, desde a produção ao marketing, área à qual Stép-hane Ferreira esteve ligado antes de assumir a condução deste projectounificador do sonho de três gerações.Solo de qualidade, clima favorável e, claro está, as castas nobres da regiãosão os elementos que com-põem a base de um pro-jecto comercial dinâmico,onde o enólogo e amigoLuís Pato tem sido umamão amiga e conselheira.Composta por vinha tradi-cional, formada em socal-cos há mais de setentaanos, e por plantações
46
vinHosn.º7/2011 | JAneiro/fevereiro
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vinHosn.º7/2011 |
JAneiro/fevereiro
mais recentes, realizadas desde 2003, na Quinta do Pôpa é possível en-contrar uma mistura das castas tintas de elevada nobreza, casos da Trin-cadeira Preta (Tinta Amarela), Tinta Roriz, Touriga Franca, Barroca eNacional e Tinto Cão dispostos por um total combinado de 7,5 hecta-res. Data de 2007 a segunda fase de plantação, que abrangeu mais 3hectares de terreno, valor que foi novamente repetido em 2008. “O se-gredo da Quinta do Pôpa é a capacidade de conciliar vinhas velhas complantações novas, registando-se nos seus vinhos o equilíbrio entre asuvas produzidas nestas duas parcelas. Por outro lado, adquirimos cercade 50 toneladas de uva por ano a agricultores próximos da Quinta, osquais acompanhamos e efectuamos controlo técnico, de modo a quenão haja oscilações na qualidade das uvas”, explica Stéphane Ferreira,
proprietário da Quinta do Pôpa.Acompanhamento do processo produtivo que tem início aquando daapanha da uva, procedendo-se a uma primeira selecção dos cachos. Porsua vez, as uvas são transportadas até à adega em caixas de 20kg, ondesão objecto de uma segunda selecção de modo a eliminar os cachos emmau estado sanitário. Em termos de capacidade produtiva, a Quinta doPôpa disponibiliza um lagar em inox de 10.000L e duas cubas de 8.000Le 10.000L, respectivamente, que conseguem aportar diferentes sistemasde vinificação e remontagem automática, devidamente acompanhadospor processos de controlo de temperatura altamente sofisticados.“Este tipo de cuba tem como vantagem o facto de acumular o CO2 queé libertado durante o processo de fermentação e utilizá-lo para fazer aremontagem do mosto, dispensando assim o uso de bombas de remon-tagem. Outra das características é conseguir vinhos extremamente aro-máticos e frutados e com excelentes cores. Existem ainda dois lagares decantaria, cujo revestimento interior é em inox, com capacidade de 6 to-neladas cada e controle de temperatura. Nestes lagares, a pisa é feita apé. A adega conta também com depósitos (seis de 10.000 L, quatro de5.000 L e dois de 2.500 L), onde o vinho fica armazenado até ficarcompletamente limpo, e uma prensa pneumática, que serve para tirar omáximo proveito do mosto sem danificar grainhas ou algumas partesverdes existentes”, sustenta.Um dos pormenores mais interessantes da sala de armazenamento daQuinta do Pôpa prende-se com o facto de esta sala ficar situada abaixoda adega, com o factor gravidade para proceder ao enchimento das bar-ricas sem ter que recorrer à utilização de bombas. Nesta mesma sala épossível verificar o aproveitamento da rocha original na constituição de
Quinta do Pôpa:ADN de umnovo Douro
uma das suas paredes principais, o que em concilia-ção com o xisto elaborado na construção deste re-cinto proporciona uma temperatura ambienteóptima para a conservação dos vinhos, mantendo-se constante de forma natural ao longo de todo oano. Aqui repousam um total de vinte barricas de225L e dezoito de 650L de carvalho francês, a quese junta ainda uma capacidade de armazenamentode 9.000 garrafas na garrafeira subterrânea.
GGAAMMAAApesar da sua juventude enquanto projecto comer-cial, a Quinta do Pôpa apresenta já uma gama amplae bem estrutura, dirigida aos diferentes canais de co-mercialização e nas categorias branco, tinto e rosé. Preffácio, Pôpa eTrepa são as três marcas que figuram actualmente no seu portfólio, asmarcas que já valeram a este produtor um punhado de medalhas inte-ressantes, o que demonstra bem o potencial de guarda que alguns dosseus vinhos possuem, ainda que todos eles sejam perfeitamente consu-míveis de imediato. Percurso seguro, portanto, no qual o enólogo LuísPato, um consultor e um amigo, tem sido uma pedra basilar de um ar-ranque fulguroso e que seguramente trará boas alegrias a esta casa. “Oapoio do Eng. Luís Pato tem sido preponderante para as boas opiniõesque temos tido relativamente aos nossos vinhos. Trata-se de um pro-fissional que dispensa apresentações e que através do seu “know-how”
de produtor e enólogo tem contribuído de forma decisiva para aquiloque é a Quinta do Pôpa actualmente. Juntamente com o nosso enge-nheiro agrónomo responsável pela produção, Jorge Silva, é muito de-vido ao entendimento e trabalho destes profissionais que se deve oarranque entusiasta deste projecto”, sustenta Stéphane Ferreira.Em destaque têm estado os varietais comercializados sob a marca Pôpa,composta por três excelentes propostas – Touriga Nacional, Tinta Rorize Vinhas Velhas –, assim como o sempre interessante Trepa, que conci-lia a Baga da vinha pan das vinhas do Luís Pato, na Bairrada, com a TintaRoriz do Douro. Propostas que ilustram a versatilidade de produção destacasa, assim como a facilidade com que conciliam vinhas com mais idadecom vinhas mais recentes. Fora do grande circuito comercial vinícola na-cional – até porque não tem escala para si, com a produção anual no
ano de 2007 a ser de 40.000 garrafas – a Quintado Pôpa tem apostado numa distribuição persona-lizada fora dos principais canais de comercializaçãoda categoria. “Este é um dos pontos em que iremosincidir a nossa estratégia em 2011, queremos co-mercializar os nossos vinhos em Portugal nos prin-cipais canais de comercialização. Esta apostadeve-se ao facto de termos privilegiado a exporta-ção numa primeira fase, com a presença no Brasil,Holanda e Bélgica a ser hoje uma realidade. Postoisto, é agora tempo de abordar o mercado interno,encontrando-nos, actualmente, à procura de umdistribuidor para o mercado nacional que seja capazde levar os nossos vinhos ao maior número de con-
sumidores possíveis. É este o nosso desafio para este ano”, acrescenta oproprietário da Quinta do Pôpa.Alargamento da distribuição numérica que aproximará de forma decisivaos consumidores deste refrescante projecto duriense e da marca Quintado Pôpa. ADN de um “novo” Douro, não pela magnitude da sua escala,mas sim pela elegância dos seus vinhos, pela qualidade da gama, pelotoque de classe que a participação de Luís Pato confere ao projecto epelo facto de tudo o que é criado com paixão ter um sabor, seguramente,especial…
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vinHosn.º7/2011
| JAneiro/fevereiro
Pôpa Homenagem 2008 Para breve está previsto o lanço doPôpa Homenagem 2008, uma edi-ção limitada concebida assinalar oano de lançamento da Quinta doPôpa. O Pôpa Homenagem 2008 éum néctar com produção limitada2008 garrafas e a 89 magnums de1,5L “pois seria essa a idade queteria nesse ano o Pôpa, o meu avô,caso ainda fosse vivo. E todos osanos haverá mais uma garrafa!”,confidencia Stéphane Ferreira.
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A feCHAr
n.º7/2011
| JAneiro/
fevereiro
apresenta soluçãosmartposA ROFF disponibiliza uma nova solução para POS: o smartpos. Dirigida ao sector do retalho, esta solução foi
conceptualizada para responder às necessidades específicas deste mercado e proporciona novas funcionali-
dades de controlo e informação do negócio através de uma plataforma simples e intuitiva. A Carta Serviço e
Restauração, em Angola, do Grupo Soares da Costa, foi a primeira cadeia a adoptar esta plataforma.
TEXTODuarte Cunha
FOTOSD.R.
“A integração de um leitor óptico de código de barras, a pesquisa alfanu-mérica de artigos e fichas de cliente, ou a parametrização de formas de pa-gamento e de valores por desconto por utilizador são outras mais-valiasdeste software, que se apresenta como uma solução evoluída para con-trolo de pontos vendas em aberturas e fecho de caixa, assim como na efi-ciência no registo de recebimentos e vendas. Está preparada para interfacetouch-screen e através de rato, e funciona de forma totalmente integradatanto com SAP Business All-in-One, como com SAP Business One”, acres-centa André Monteiro.Mais-valias que têm a devida correspondência no back-office que de formafuncional e intuitiva permite rapidamente ter uma visão global da própria loja,estratificar o comportamento de cada operador e de cada terminal, assimcomo analisar importantes dados estatísticos, como são exemplo volumesde facturação, médias de vendas, artigos mais vendidos, etc. Um conjuntodiversificado de dados, cuja análise pode ser feita com recurso a gráficos au-xiliares de leitura, o que faz com que o smartpos se apresente como um dosmais completos e eficazes softwares multidisciplinares actualmente exis-tentes no mercado.
Esta solução exclusiva da ROFF apresenta-secomo uma solução ligeira, que procura primar pelasimplicidade e ergonomia de utilização, tendo sidoconcebida para uma utilização prolongada, ao re-correr a processos simples. Já adoptada pelo GrupoSoares da Costa, na Carta Serviço e Restauração,em Angola, o smartpos destaca-se pelo facto depermitir um controlo mais rigoroso nos pontos devenda, ao parametrizar todas as situações quepossam advir de uma operação de caixa ao longo
de um dia normal de actividade, adaptando-se àsnecessidades de cada insígnia. “Descontos, vales, ou a convivência de diferentes moedas no sistema, porexemplo, não são obstáculo para este software que entre as suas funciona-lidades se destaca pela eficiência no registo de recebimentos e vendas, ou oreporting completo e as operações simples de reforços e levantamentos”, con-sidera André Monteiro, consultor da ROFF.Parâmetros que visam diminuir de forma considerável as hipóteses de errohumano. Esta solução destaca-se ainda por apresentar uma estética apelativae funcional, inteiramente desenvolvida pela ROFFe por funcionar remotamente e em modo off-line.
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