governaça corporativa

65
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS MBA em FINANÇAS CORPORATIVAS E MERCADO DE CAPITAIS FELIPE CORTEZ VASSALLO GOVERNANÇA CORPORATIVA O Desempenho das Empresas Listadas no IBOVESPA Orientador: Prof. Carlos José Guimarães Cova D.Sc Niterói 2014

Upload: felipe-vassallo

Post on 24-Jul-2015

92 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Governaça Corporativa

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MBA em FINANÇAS CORPORATIVAS E MERCADO DE CAPITAIS

FELIPE CORTEZ VASSALLO

GOVERNANÇA CORPORATIVA

O Desempenho das Empresas Listadas no IBOVESPA

Orientador:

Prof. Carlos José Guimarães Cova D.Sc

Niterói

2014

Page 2: Governaça Corporativa

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU

MBA em FINANÇAS CORPORATIVAS E MERCADO DE CAPITAIS

Um estudo sobre:

Governança Corporativa

MONOGRAFIA APRESENTADA POR:

FELIPE CORTEZ VASSALLO

Orientador: CARLOS JOSÉ GUIMARÃES COVA, D. Sc.

Comissão Examinadora:

________________________________________

Prof. Carlos José Guimarães Cova, D. Sc.

________________________________________

Prof.ª Evandro Neves da Cunha Filho, Esp.

________________________________________

Prof.ª Fabiana Lopes da Silva, Esp.

Page 3: Governaça Corporativa

SUMÁRIO.

RESUMO……………………………………………………………………………………………….1

ABSTRACT…………………………………………………………………………………………….1

1 O PROBLEMA………………………………………………………………………………………2

1.1 Introdução………………………………………………………………………………………..2

1.2 Objetivos da Pesquisa……………………………………………………………………............3

1.2.1 Objetivo Final……………………………………………………………............................3

1.2.2 Objetivos Intermediários…………………………………………………………...............3

1.3 Suposição………………………………………………………………………………………..3

1.4 Delimitação do Estudo…………………………………………………………………..............4

1.4.1 Tempo……………………………………………………………………………………...4

1.4.2 Espaço……………………………………………………………………………………...4

1.4.3 Doutrina…………………………………………………………………………………....4

1.5 Relevância da Pesquisa …………………………………………………………........................4

1.5.1 Sociedade ……………………………………………………………….............................4

1.5.2 Meio Acadêmico …………………………………………………………...….…………..4

1.5.3 Pessoal …………………………………………………………………………………......4

1.5.4 Profissional …………………………………………………………………….…..............4

1.6 Definição dos Termos……………………………………………………………….………….4

2 METODOLOGIA……………………………………………………………………….…..............5

2.1 Tipo de pesquisa…………………………………………………………………….………….5

2.1.1 Quantos aos Fins …………………………………………………………….....................5

2.1.2 Quantos aos Meios………………………………………………………………...............5

2.2 Universo e Amostra……………………………………………………………….....................5

2.3 Coleta de dados………………………………………………………………............................5

2.4 Tratamento dos dados………………………………………………………………..................6

2.5- Limitações do método………………………………………………………………................6

3 REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………………………………..............7

3.1 Governança Corporativa…………………………………………………………………..……7

3.1.1 Origens, Desenvolvimento e Conceitos…………………………………….……………....7

3.1.2 Os Principais Modelos de Governança Corporativa……………………………….............11

Page 4: Governaça Corporativa

FIGURAS.

Figura 1..................................................................................................................................................37

Figura 2..................................................................................................................................................38

Figura 3..................................................................................................................................................39

Figura 4................................................................................................................................................. .39

Figura 5..................................................................................................................................................40

Figura 6..................................................................................................................................................41

Figura 7..................................................................................................................................................41

Figura 8..................................................................................................................................................42

Figura 9..................................................................................................................................................42

Figura 10................................................................................................................................................43

Figura 11............................................................................................................................. ...................43

Figura 12............................................................................................................................. ...................44

Figura 13.................................................................................... ............................................................45

Figura 14............................................................................................................................. ...................45

Figura 15............................................................................................................................. ...................45

Figura 16.................................................................................................... ............................................46

Figura 17............................................................................................................................. ...................46

Figura 18................................................................................................................................................47

3.1.3 Governança Corporativa no Brasil ……………………………………………....................12

3.1.3.1 O Novo Mercado da Bolsa de Valores Brasileira……………………….........................14

3.1.3.2 Os Stakeholders Beneficiados pela Governança Corporativa……………………….....17

3.1.3.3 Governança Corporativa como Prioridade Internacional ………………………............18

3.2 SOX – Lei Sarbanes-Oxley………………………………………………….............................19

3.3 Bolsa de Mercadoria e Valores de São Paulo – BM&F BOVESPA…………………………...21

3.3.1 Níveis Diferenciados de Governança Corporativa e o Novo Mercado.…………………..23

3.4 Índices de Governança Corporativa…………………………………………………................24

3.4.1 Índice de ações com Governança Corporativa Diferenciada - IGC………………….........24

3.4.2 Índice de ações com Governança Corporativa Trade - IGCT……………..........................29

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS…………………………………………………………………...36

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES………………………………….…….47

5.1 Conclusão.………………………………………………………………..................................47

5.2 Sugestões………………………………………………………………...................................48

5.3 Recomendações ……………………………………………………………….......................48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS……………………………………………………….........51

ANEXO.................................................................................................................................................53

Page 5: Governaça Corporativa

1

Resumo

O senso comum indica que empresas com uma estrutura de governança

corporativa mais adequada às práticas recomendadas pelos agentes de mercado

obtenham melhores resultados e também sejam mais bem avaliadas pelo mercado no

preço das suas ações do que empresas com uma estrutura de governança não tão

adequada, ceteris paribus. Desta forma, parece estar implícita a hipótese de que a

estrutura de governança corporativa da empresa afeta seu desempenho e valor de

mercado. Nesse sentido serão evidenciadas algumas analises sobre os índices de

empresas com alto grau de governança corporativa, negociadas na bolsa de

mercadoria e futuros, BM&F BOVESPA. Em suma, esse trabalho tem como principal

meta verificar se os resultados dos índices de empresas de governança corporativa tem

um desempenho maior que o índice BOVESPA.

Abstract

Common sense indicates that companies with a suitable corporate governance

structure for practises recommended by market agents obtain better results and a better

market price for their shares than companies with a corporate governance structure

which is not as suitable, ceteris paribus. Therefore, the hypothersis that the corporate

governance structure of a company affects its perforamcne and market value appears to

be implied. An analysis over the indices of companies with a high level of corporate

goverance, companies traded on the stock exchange and BMF&BOVESPA will be

performed.In conclusion, this paper has as its main goal to determine whether the

indices of corporate governance companies perform better than the BOVESPA index .

Page 6: Governaça Corporativa

2

1 INTRODUÇÃO

A governança corporativa é um dos temas de mais recente desenvolvimento no

campo da alta gestão. Organizações multilaterais, como a ONU e a Organização para

Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vêem as boas práticas de

governança corporativa como pilares da arquitetura econômica global e um dos

principais sistemas de desenvolvimento sustentável em vigor. É uma área do

conhecimento que envolve um leque amplo de questões, como por exemplo:

- Crescimento do Mercado de Capitais;

- Finanças, geração de valor, criação de riqueza e maximização do retorno sobre

os investimentos;

- Estratégia e definição dos propósitos empresariais;

- Conflitos de interesses entre acionistas, conselhos de administração e direção

executiva das empresas.

A governança corporativa está relacionada à gestão de uma organização, sua

relação com os acionistas (shareholders) e demais partes interessadas (stakeholders):

clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, entre outros. Sua essência está

baseada em mecanismos de solução para o conflito de agência, decorrente da assimetria

informacional e conflito de interesses entre as partes envolvidas.

O movimento pela governança corporativa teve seu início em meados da década

dos anos 1980 nos EUA. Os grandes investidores institucionais passaram a se mobilizar

contra algumas corporações que eram administradas de maneira irregular, em

detrimento aos acionistas. Esse movimento foi se expandindo pelo mundo, chegando à

Inglaterra, inicialmente, e depois se estendendo pelo resto da Europa.

A ocorrência de recentes escândalos financeiros envolvendo grandes corporações

(como os casos mais famosos da Enron e da Worldcom) e a implementação da lei

Sarbanes-Oxley nos Estados Unidos contribuiu ainda mais para notoriedade mundial e

relevância do assunto.

No Brasil, essa corrente de pensamento é mais recente. O movimento começou a

partir de 1999, com a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)

e do primeiro Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, e

vem crescendo significativamente. Também a reforma da lei das sociedades anônimas

Page 7: Governaça Corporativa

3

em 2001 promoveu um considerável avanço nos padrões de governança na legislação

brasileira.

Paralelamente, a Bovespa criou, no final de 2000, o Novo Mercado. Uma seção

especial de listagem, onde só podem ser negociadas empresas que se comprometam

com uma série de regras relacionadas à governança corporativa e proteção aos

investidores (Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – IGC; Índice

de Ações com Governança Corporativa Trade – IGCT).

O presente trabalho pretende responder a seguinte pergunta: o índice, da BM&F

BOVESPA, composto pelas empresas com maior grau de Governança Corporativa

possui um desempenho maior que o índice IBOVESPA?

1.2 Objetivo da Pesquisa

1.2.1 Objetivo Final

Analisar o índice de ações com empresas de alto grau de Governança Corporativa

e determinar se as empresas que compõem o índice possuem um desempenho maior que

o IBOVESPA.

1.2.2 Objetivos Intermediários

- Caracterizar a Governança Corporativa;

- Apresentar o histórico da Governança Corporativa no Brasil;

- Analisar a Lei Sarbanes-Oxley e estudar as mudanças ocorridas nas

organizações após sua implementação;

- Analisar os índices de Governança Corporativa, da BM&F BOVESPA, e

verificar os requesitos de Governança que as empresas devem apresentar para fazerem

parte do índice.

- Verificar a adoção do Novo Mercado na bolsa de valores brasileira e estudar os

benefícios agregados para o mercado acionário.

Page 8: Governaça Corporativa

4

1.3 Suposição

Em virtude da discussão, no meio corporativo, referente a transparecia e

controles dentro das organizações, a governança traz benefícios que protegem as

empresas de fatores nocivos que podem prejudicar tanto a rentabilidade quanto o

desempenho das organizações.

Por isso supomos que as empresas que possuem um alto grau de transparecia e

controles internos, são mais organizadas e menos suscetíveis a fraudes e irregularidades;

consequentemente, apresentam resultados constantes e precisos.

1.4 Delimitação do Estudo

Tendo em vista o dinamismo do tema deste estudo, o presente trabalho ficará

restrito a informações publicadas e divulgadas, tanto no meio acadêmico quanto no

mercado financeiro, até março de 2012.

Este trabalho terá como delimitação estudar apenas empresas que possuem seu

capital negociado na Bolsa de Valores de São Paulo.

Serão abordados no estudo apenas os índices de desempenhos afins de governança

corporativa que são divulgados na BM&F BOVESPA: Índice de Ações com

Governança Corporativa Diferenciada – IGC; Índice de Ações com Governança

Corporativa Trade – IGCT.

Os índices de Governança Corporativa serão comparados e correlacionados

apenas com o índice IBOVESPA para fins de delimitação.

1.5 Relevância da Pesquisa

A abertura e consequente modificação na estrutura societária das empresas

também ocorreu no Mercado Financeiro. Houve aumento de investimentos de

estrangeiros no Mercado de Capitais brasileiro, o que reforçou a necessidade das

empresas se adaptarem as exigências e padrões internacionais. As praticas de

Governança Corporativa tornaram-se prioridade e fonte de pressão por parte dos

investidores.

Page 9: Governaça Corporativa

5

Dado a instabilidade no Mercado Financeiro mundial os debates sobre maior

regulamentação, controles empresariais e transparência estão se tornando cada vez mais

frequentes; assim os estudos sobre a Governança se tornam cada vez mais necessários.

O presente estudo foi, para nós investidores, uma ferramenta muito importante,

pois a analise das empresas com alto grau de Governança Corporativa ajudará a

investimentos futuros, uma vez que os resultados com a transparência e controles

internos podem gerar vantagem competitiva e retorno para seus acionistas.

A importância do tema apresentado nesse estudo se torna cada vez mais visível no

mercado de trabalho; hoje as áreas de controle são consideradas cada vez mais

estratégicas dentro das organizações, ganhando assim a confiança dos Stakeholders.

1.6 Definição dos termos

Stakeholders - Termo em inglês amplamente utilizado para designar as partes

interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que possa afetar o negócio, por meio

de suas opiniões ou ações, ou ser por ele afetado: público interno, fornecedores,

consumidores, comunidade, governo, acionistas, etc. Há uma tendência cada vez maior

em se considerar stakeholder quem se julgue como tal, e em cada situação a empresa

deve procurar fazer um mapeamento dos stakeholders envolvidos. (Instituto Ethos).

Page 10: Governaça Corporativa

6

2 METODOLOGIA

2.1 Tipo de pesquisa

Com relação aos tipos de pesquisa, esse estudo utilizará a taxonomia proposta

por Vergara (2001), que estabelece dois critérios básicos: quando aos fins e quanto aos

meios.

2.1.1 Quantos aos Fins

Quanto aos fins o presente estudo é caracterizado pelo tipo descritivo, uma vez

que visa estabelecer a correlação do retorno entre o alto grau de governança corporativa

das empresas que compõem o índice IGC, divulgado pela BM&F BOVESPA e o índice

IBOVESPA.

2.1.2 Quantos aos Meios

Quanto aos meios trata-se de uma pesquisa bibliográfica, já que o estudo

desenvolveu-se com base em matérias publicados em livros, jornais e redes eletrônicas.

Os materiais utilizados são tanto de fontes primarias quanto secundarias.

2.2 Universo e Amostra

O universo da pesquisa foram os 20 índices de ações da BM&F BOVESPA, que

são compostos por quatro subgrupos (índices amplos, índices setoriais, índices de

sustentabilidade e índices de governança). A amostra da pesquisa foi definida pelo

critério acessibilidade às informações necessária ao desenvolvimento do trabalho e

relevância ao tema; dos 20 índices, foram estudados os: Ações com Governança

Corporativa Diferenciada – IGC, de Ações com Governança Corporativa Trade – IGCT

onde esses foram comparados com índice IBOVESPA.

Page 11: Governaça Corporativa

7

2.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por fontes primárias e secundárias de pesquisa

bibliográfica como livros, artigos de especialistas, teses e dissertações diretamente

relacionadas com o tema e sites na internet.

2.4 Tratamento dos dados

O tratamento dos dados foi feito por métodos qualitativos, de acordo com

Vergara (2011), uma vez que as informações coletados são disponíveis em fontes

bibliográficas devidamente disponíveis para consulta. Os dados foram totalmente

levantados por meio de pesquisas bibliográficas, conforme mencionado no item anterior

e agregou para o estudo com argumentações, reflexões, analises e conclusões dos

autores estudados.

Os dados obtidos por meio do site da BOVESPA, referentes aos resultados dos

índices estudados serão tratados de forma qualitativa onde será realizada uma

comparação a fim de mensurar o retorno de cada índice e traçar uma correlação entre os

mesmos.

2.5 Limitação do método

O método escolhido possui algumas limitações. A primeira dela refere-se à

complexidade do tema e as diversas doutrinas que são utilizadas pelos autores e

especialistas do tema. O assunto estudado não é uma ciência exata, sendo assim as

diversas interpretações não serão exploradas.

Merece a atenção o fato de que os índices estudados, IGC, IGCT e o

IBOVESPA, são compostos por um grande número de empresas, assim o trabalho não

irá se referir e analisar todas as organizações.

Ainda temos que considerar a subjetividade do pesquisador, que sempre está

presente, nas pesquisas, seja essa quantitativa quanto qualitativa.

Page 12: Governaça Corporativa

8

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Governança Corporativa

3.1.1 Origens, Desenvolvimento e Conceitos

A governança corporativa da forma como se manifesta hoje, surgiu de um

movimento iniciado principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra durante os anos

90, quando acionistas despertaram para a necessidade de novas regras que os

protegessem dos abusos da diretoria executiva das empresas, da inércia de conselhos de

administração inoperantes e das omissões das auditorias externas.

A maior parte das pressões exercidas era proveniente de fundos de

pensão americanos, que passaram a exigir mais informações e transparência das

empresas com a intenção de limitar o poder dos acionistas controladores e dos órgãos

administrativos.

De acordo com ANDRARE e ROSSETTI (2009), apesar da aparente

noção de que a governança corporativa é um tema recente, os seus princípios já

eram adotados desde os primeiros casos de separação entre a propriedade e

controle nas organizações, como aconteceu na Companhia das Índias Orientais e

nas primeiras grandes ferrovias americanas, que dependiam dos investidores e

gestores profissionais para serem operacionalizadas. A partir da década de

noventa e após os escândalos corporativos americanos, tais princípios passaram a

ser reforçados e agrupados de forma organizada com o objetivo de enfatizar a

sua importância para a manutenção do sistema econômico vigente.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a

preocupação da governança é criar um conjunto eficiente de mecanismos de

incentivos e monitoramento para assegurar que o comportamento dos executivos esteja

alinhado com os interesses dos acionistas. A governança corporativa surge, portanto,

segundo o Instituto, para superar o conflito de agency, ou seja, reduzir o nível atual dos

custos de agency e limitar a necessidade de incursões em novos custos.

A governança corporativa engloba uma série de áreas do conhecimento, e por

isso, institutos, governos, especialistas e empresas expõem cada um suas próprias

interpretações. Com a leitura dos diversos conceitos expostos a seguir, se torna possível a

composição de uma ideia abrangente do significado do tema e de suas propostas.

Page 13: Governaça Corporativa

9

A quantidade de definições divulgadas e expostas ajuda na composição de uma

ideia unificada do conceito, com o intuito de fundamentar novas pesquisas e tornar a

fiscalização das práticas de governança mais efetiva, já que esta fiscalização é de

interesse de muitos grupos envolvidos com as organizações.

Podemos citar como uma das primeiras definições do conceito de governança

corporativa, a elaborada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na

sua fundação, em 1995:

"Governança corporativa é o sistema que assegura aos sócios-proprietários o

governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva.

A relação entre propriedade e gestão se dá através do conselho de

administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos

fundamentais para o exercício do controle. A boa governança corporativa

garante equidade aos sócios, transparência e responsabilidade pelos

resultados (accountability)."

Atualmente, após a revisão do texto acima, o atual conceito de governança

divulgado pelo IBGC é:

“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas,

monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre

proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As

boas práticas de governança corporativa convertem princípios em

recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e

otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e

contribuindo para a sua longevidade.” (IBGC, 2009)

A proposta é que as boas práticas de governança contribuam para proporcionar

aos proprietários a gestão estratégica de sua empresa de direito e o monitoramento da

diretoria executiva, através de ferramentas como o conselho de administração, a auditoria

independente e o conselho fiscal.

Para tanto, o conselho de administração, órgão voltado geralmente para a

representação dos acionistas, deve exercer seu papel estabelecendo estratégias para a

empresa, elegendo e destituindo o principal executivo, fiscalizando e avaliando o

desempenho da gestão e escolhendo a auditoria independente.

A ausência de conselheiros qualificados e de bons sistemas de governança

corporativa nas organizações pode gerar prejuízos decorrentes de:

- abusos de poder do acionista controlador sobre os acionistas minoritários;

Page 14: Governaça Corporativa

10

- abusos da gerência sobre os acionistas e sobre terceiros;

- muito poder concentrado no executivo principal;

- fraudes devido ao uso de informações privilegiadas em benefício próprio, etc.

Para evitar tais tipos de comportamento, segundo o Código das Melhores

Práticas de Governança Corporativa lançado pelo IBGC, elaborado com base em uma

série de manuais internacionais, os entes organizacionais devem adotar quatro princípios

norteadores das decisões e das responsabilidades dentro das organizações, são eles: a

transparência, a prestação de contas - accountability, a equidade e a responsabilidade

corporativa.

Segundo diversos autores na literatura, a governança corporativa objetiva

aumentar a probabilidade dos fornecedores de recursos garantirem para si o retorno sobre

seus investimentos, estimula o desenvolvimento do mercado de capitais e também

propõe o fornecimento de maior proteção aos acionistas minoritários.

As empresas que adotam as práticas de governança corporativa têm o intuito de

se apresentarem ao mercado de capitais como empresas bem geridas, que respeitam o

acionista e que fornecem transparência no relacionamento com o público envolvido nas

atividades da companhia.

Segundo Andrade e Rossetti (2009), um bom sistema de governança corporativa

ajuda a fortalecer as empresas; a reforçar competências para enfrentar novos graus de

complexidade; a ampliar as bases estratégicas da criação de valor; além de ser fator de

harmonização dos interesses dos agentes envolvidos. Contribui, assim, para que os

resultados corporativos se tornem menos voláteis, aumentando a confiança dos

investidores, fortalecendo o mercado de capitais e sendo fator coadjuvante do

crescimento econômico.

Segundo Shleifer e Vishny apud Andrade, Adriana; Rossetti, José Paschoal

(2004):

“A governança corporativa é o campo da administração que trata do conjunto

de relações entre a direção das empresas, seus conselhos de administração,

seus acionistas e outras partes interessadas. Ela estabelece os caminhos pelos

quais os supridores de capital das corporações são assegurados do retorno de

seus investimentos”.

É de se entender que, de forma geral, a governança corporativa pode ser descrita

como o conjunto de mecanismos ou princípios que governam o processo decisório dentro

de uma organização.

Page 15: Governaça Corporativa

11

Lodi (2000), por sua vez, conceitua governança corporativa como um nome

para o sistema de relacionamento entre acionistas, auditores independentes e executivos

da empresa liderados pelo conselho de administração, ou seja:

“Chama-se de Governança Corporativa o papel que os Conselhos de

Administração passaram a exercer para melhorar o ganho dos acionistas e

arbitrar conflitos existentes entre os acionistas, administradores, auditores

externos, minoritários, conselhos fiscais e os stakeholders: empregados,

credores e clientes.”

Os códigos de boa governança que norteiam as melhores práticas estão firmados

em quatro valores apresentados por Andrade e Rossetti (2009), esses valores também

conhecidos como princípios podem ser observados implicitamente em praticamente

todas as definições de governança corporativa, são eles:

I) Fairness - equidade no tratamento dos acionistas;

II) Disclosure - transparência das informações que impactam os negócios

principalmente as que envolvem riscos;

III) Accoutability - prestação responsável de contas e responsabilidade da gestão

pelos resultados gerados; e

IV) Compliance - conformidade no cumprimento de normas reguladoras da

atividade, diretrizes e políticas estabelecidas para o negócio.

Estes princípios são de extrema importância para a compreensão da governança

corporativa e mais detalhes sobre eles serão expostos ao longo deste estudo. A ideia é

que com um maior número de indivíduos esclarecidos a respeito do tema, é inibida,

naturalmente, a utilização do termo como em práticas de marketing contestáveis que

prometem, mas não entregam e que tem o intuito de justificar e legitimar interesses

particulares da gestão. Para isso, o esclarecimento do conceito estimula que a

governança corporativa não seja utilizada apenas no discurso e na manipulação de

interesses, mas sim efetivamente colocada em prática com uma expansão ética e

agregadora.

Page 16: Governaça Corporativa

12

3.1.2 Os Principais Modelos de Governança Corporativa

Ainda segundo Andrade e Rossetti (2009), não existe um modelo único de

governança corporativa. As diferenças existentes entre os modelos são resultado da

diversidade cultural e institucional das nações.

Os autores salientam que a literatura técnica diferencia cinco modelos de

governança corporativa:

- anglo-saxão;

- alemão;

- japonês;

- latino europeu; e

- latino americano.

As diferenças entre os modelos não são separadas por limites bem definidos,

sabe-se que a maior parte dessas diferenças deve-se a fatores externos moldados pelas

características próprias de cada região.

Sem o propósito de citar as diferenças e característica de cada um dos

modelos devido à extensão do assunto, segue exposto de maneira sucinta, os

sistemas de governança corporativa mais representativos e utilizados no mundo, que

podem ser resumidamente diferenciados da seguinte maneira, segundo o IBGC:

- Outsider System - Sistema de governança anglo-saxão (Estados Unidos e

Reino Unido): acionistas pulverizados e tipicamente afastados do comando diário das

operações da companhia.

- Estrutura de propriedade dispersa nas grandes empresas;

- papel importante do mercado de ações na economia;

- ativismo e grande porte dos investidores institucionais;

- foco na maximização do retorno para os acionistas (shareholder

oriented).

- Insider System - Sistema de governança da Europa Continental e do Japão:

grandes acionistas tipicamente no comando das operações diárias, diretamente ou via

pessoas de sua indicação.

- Estrutura de propriedade mais concentrada;

- presença de conglomerados industriais-financeiros;

- baixo ativismo e menor porte dos investidores institucionais;

Page 17: Governaça Corporativa

13

- reconhecimento mais explícito e sistemático de outros stakeholders

não financeiros, principalmente funcionários (stakeholder oriented).

Com isso, fica evidente porque os sistemas de governança dependem

fortemente da cultura local e do modo como a estrutura organizacional está composta

em cada organização. Apenas atendendo as necessidades locais e se ajustando

conforme o meio, é que as práticas de governança podem vir a trazer algum resultado

positivo. Desta forma a governança corporativa vem se tornado cada vez mais

globalmente difundida.

3.1.3 Governança Corporativa no Brasil

No Brasil, segundo o IBGC, os conselhos de administração profissionais e

independentes surgiram em resposta ao movimento pelas boas práticas de governança

corporativa e pela necessidade das empresas brasileiras modernizarem sua alta gestão

e se tornarem mais atraentes ao mercado internacional. O fenômeno foi acelerado

pelos processos de globalização, privatização e desregulamentação10 da economia no

país, resultando na criação de um ambiente corporativo mais competitivo.

Oligopólios, empresas exclusivamente de controle e gestão familiar com alta

concentração do capital, acionistas minoritários passivos e conselhos de

administração figurativos passaram a dar lugar a investidores institucionais mais

ativos, à maior dispersão do controle acionário, à maior foco na eficiência econômica

e à transparência da gestão.

As privatizações ensejaram as primeiras experiências de controle

compartilhado no Brasil, formalizado por meio de acordo entre os acionistas. Nessas

empresas, os investidores integrantes do bloco de controle passaram a dividir o

comando da empresa em troca de financiamentos, estabelecendo contratualmente

direitos teoricamente iguais.

Os investidores institucionais, seguradoras, fundos de pensão, fundos de

investimentos entre outros, assumiram uma postura ativa, passando a comparecer às

assembleias gerais, a exercer os direitos de voto de suas ações e a fiscalizar de modo

mais próximo a gestão das companhias investidas.

Com abertura econômica e a consequente modificação na estrutura societária

das empresas brasileiras provocada inclusive pelo crescimento do mercado de

capitais, houve estímulo à participação de investimentos estrangeiros no país,

Page 18: Governaça Corporativa

14

reforçando a necessidade das empresas em se adaptarem às exigências e padrões

internacionais.

Como resultado da necessidade de adoção das boas práticas de governança,

foi publicado em 1999 o primeiro código sobre governança corporativa, elaborado

pelo IBGC. O código trouxe inicialmente informações sobre o conselho de

administração e sobre a conduta esperada deste órgão.

Em 2001, foi reformulada a Lei das Sociedades Anônimas, e, em 2002, a

Comissão de Valores Mobiliários - CVM lançou sua cartilha sobre o tema

governança. Tal documento é focado no papel dos administradores, dos conselheiros,

acionistas e auditores independentes, visando orientar sobre as questões que afetam

o relacionamento entre esses entes.

Outra contribuição à aplicabilidade das práticas de governança corporativa

partiu da Bolsa de Valores de São Paulo, ao criar segmentos especiais de listagem

para empresas que alcançaram e mantém altos padrões de governança corporativa.

Além do mercado tradicional, passaram a existir três segmentos diferenciados de

governança: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. O objetivo, segundo o informativo

publicado pela Bolsa brasileira, foi estimular o interesse dos investidores e valorizar

as empresas listadas nestes segmentos.

Basicamente, o segmento de Nível 1 caracteriza-se por exigir práticas

adicionais que promovam a liquidez das ações e o disclosure, enquanto o Nível 2

exige práticas adicionais relativas aos direitos dos acionistas e do conselho de

administração. O Novo Mercado, nível mais alto de governança, diferencia-se do

Nível 2 devido a exigência da empresa ter a totalidade das ações com direito a voto,

ou seja, do tipo ordinárias.

Em vista desse panorama, diversas iniciativas com o intuito de estimular a

disseminação das melhores práticas de governança corporativa também começaram a

surgir. Entre 2005 e 2006, o IBGC desenvolveu premiações para monografias e

matéria jornalística sobre o tema. Os prêmios não só pretendiam estimular o debate

nos meios acadêmico, empresarial e de comunicação como também reconhecer as

empresas e pessoas atentas à temática.

Além dessas iniciativas, empresas de todo o país, como praticamente todos

os bancos comerciais e múltiplos, a passos longos, têm divulgado que estão adotando

Page 19: Governaça Corporativa

15

a governança corporativa como prática imprescindível na condução de suas

atividades.

Contudo, segundo Andrade e Rossetti (2009), apesar do aprofundamento dos

debates sobre governança e da crescente pressão para a adoção das boas práticas de

governança corporativa, o Brasil ainda se caracteriza pela alta concentração do

controle acionário, pela baixa efetividade dos conselhos de administração e pela alta

sobreposição entre propriedade e gestão.

Com isso, ainda existem muitas barreiras para a implementação das boas

práticas de governança no país. Como exemplo dessas barreiras existem a resistência

cultural à oferta de maior transparência, os custos da própria implementação das boas

práticas, como treinamentos adoção de novas tecnologias, além dos dispêndios com

a comunicação das práticas adotadas para o público externo. Essas barreiras ainda são

empecilhos e convencem muitos empresários a permanecer na situação atual da oferta

de boas práticas de governança.

Inclusive, ainda existem no país dificuldades no entendimento adequado dos

negócios da companhia por parte dos conselhos de administração pouco engajados e

com fortes características de formação familiar. Por consequência disso, apenas com

a redução dessas barreiras é que poderão as empresas nacionais obter resultados

significativos com a adoção das boas práticas de governança corporativa e se

equiparar as outras corporações estrangeiras que possuem maior acesso ao capital

internacional.

3.1.3.1 O Novo Mercado da Bolsa de Valores Brasileira

O Novo Mercado é um segmento de listagem na bolsa de valores de São

Paulo (BM&FBovespa) destinado à negociação de ações emitidas por companhias

que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança

corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação.

A valorização e a liquidez das ações tendem a ser influenciadas

positivamente pelo grau de segurança oferecido, pelos direitos concedidos aos

acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias. Essa é a

premissa básica do Novo Mercado, extraída de consulta a página eletrônica da

BM&FBovespa.

Page 20: Governaça Corporativa

16

A entrada de uma companhia no Novo Mercado ocorre por meio da

assinatura de um contrato e implica na adesão a um conjunto de regras societárias,

genericamente chamadas de "boas práticas de governança corporativa", mais

exigentes do que as presentes na legislação brasileira. Essas regras, consolidadas no

Regulamento de Listagem do Novo Mercado, ampliam os direitos dos acionistas,

melhoram a qualidade das informações usualmente prestadas pelas companhias, bem

como a dispersão acionária e, ao determinar a resolução dos conflitos societários por

meio de uma Câmara de Arbitragem, oferecem aos investidores a segurança de uma

alternativa mais ágil e especializada.

A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação atual, é a

exigência de que o capital social da companhia seja composto somente por ações

ordinárias. Porém, esta não é a única inovação, a companhia aberta participante do

Novo Mercado tem uma lista de obrigações adicionais a cumprir como:

Proporcionar extensão para todos os acionistas das mesmas condições

obtidas pelos controladores quando da venda do controle da

companhia - tag along.

Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em

circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de

fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no

Novo Mercado.

Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e

mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No

mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros

independentes.

Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações

Trimestrais (ITRs) - documento que é enviado pelas companhias

listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que

contém demonstrações financeiras trimestrais - entre outras:

demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos

de caixa.

Melhoria nas informações relativas a cada exercício social,

adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) -

documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à

Page 21: Governaça Corporativa

17

BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações

financeiras anuais - entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa.

Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões

internacionais IFRS ou US GAAP.

Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações

Anuais (IANs) - documento que é enviado pelas companhias listadas

à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém

informações corporativas - entre outras: a quantidade e características

dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos

grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de

Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a

evolução dessas posições.

Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao

menos uma vez por ano.

Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação

dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de

resultados etc.

Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e

partes relacionadas.

Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores

mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos

acionistas controladores.

Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações,

representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da

companhia.

Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção

de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital.

Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de

conflitos societários.

Page 22: Governaça Corporativa

18

Além de presentes no regulamento de listagem, alguns desses compromissos

deverão ser aprovados em assembleias gerais e incluídos no estatuto social da

companhia.

Todas as exigências estão consolidadas no Regulamento de Listagem do

Novo Mercado que pode ser acessado livremente pela rede mundial de computadores

internet.

Com isso, a BM&FBovespa que também está inserida no Novo Mercado, se

posiciona como um dos principais órgãos brasileiros a apoiar e estimular a

disseminação da governança corporativa no país. Já que fortalecer o mercado de

capitais promove consequentemente o crescimento da própria BM&FBovespa,

empresa que intermedeia as transações no mercado mobiliário e se beneficia do

aumento da credibilidade do mercado de capitais no país.

3.1.3.2 Os Stakeholders Beneficiados pela Governança Corporativa

De acordo com o que as práticas de governança corporativa oferecem, é de

se esperar que vários outros públicos sejam impactados pela adoção desse conjunto

de ações. Diante dessa perspectiva, os principais stakeholders beneficiados seriam os

empregados, os analistas de investimento, estudantes, governos, concorrentes,

clientes, fornecedores e bancos.

Sob a ótica dos empregados, a governança tende a contribuir para uma

melhor distribuição do poder dentro das organizações. Os empregados que possuem a

habilidade de analisar as demonstrações financeiras corretamente elaboradas podem

extrair informações que irão tornar suas contribuições mais significativas a partir de

momento que passam a compreender com maior precisão os rumos da companhia.

Já os analistas de investimento, principalmente os de vertente

fundamentalista, as informações divulgadas passam a ser de melhor qualidade,

possibilitando maior assertividade em suas previsões de mercado, pois estão

fundamentados em informações mais precisas da situação dos negócios.

Estudiosos das organizações também são beneficiados com a maior

aberturadas políticas, normas e demonstrações contábeis das companhias, uma vez

que são ajudados pela maior oferta de material para pesquisas sobre o tema e sobre as

empresas em geral.

Page 23: Governaça Corporativa

19

O governo, por sua vez, passa a ter mais ferramentas para a fiscalização e

maior facilidade em direcionar suas políticas e subsídios a setores específicos da

economia que estão passando por dificuldades financeiras ou que são estratégicos

para o país em um determinado momento.

Com relação à concorrência, a transparência e o esforço pela divulgação

aberta das operações e informações de outras companhias que integram o mesmo

setor de atuação, expõem as empresas a maiores ofensivas por parte da concorrência,

pois proporcionam aos seus concorrentes um maior conhecimento sobre as estratégias

e comportamento financeiro das empresas que por ventura possuem boa governança.

Quando já dizia Sun Tzu, “conheça seu inimigo”, no livro a Arte da Guerra

(1997), a tarefa se torna facilitada quando a adoção das práticas de governança

corporativa é adotada de forma desigual pelos players do mercado. Já que parte das

práticas de governança não são exigidas por leis, alguns concorrentes podem se

beneficiar de ter acesso a informações das empresas de seu setor sem fornecer as

informações de sua própria atividade aos demais.

Adicionalmente, o grupo dos clientes e dos fornecedores passa a possuir

mais material de análise para aumentar o nível de assertividade sobre o

comportamento futuro das organizações com que possuem relações comerciais, a

partir do momento que podem se precaver de possíveis reduções nas vendas e da

possível falta de abastecimento através de uma simples análise das demonstrações

financeiras de seus parceiros.

Por último, um dos públicos mais beneficiados, os bancos, passam a ter

informações mais confiáveis durante a elaboração de suas análises e concessões de

empréstimos para as companhias solicitantes, podendo com isso reduzir as incertezas

e administrar melhor as provisões para perdas em operações de crédito concedido e

tomar medidas que mitiguem o risco em fornecer empréstimos a empresas que estão

para entrar em fase de insolvência.

3.1.3.3 Governança Corporativa como Prioridade Internacional

Segundo declaração homologada da Reunião de Cúpula do G8, Colônia

(2009), citado por Andrade e Rossetti (2009), a comunidade internacional se direciona

para dar prioridade à governança corporativa, relacionando-a a um ambiente

institucional equilibrado e à política macroeconômica de boa qualidade. O G8, grupo

Page 24: Governaça Corporativa

20

das nações mais ricas do mundo, considera a governança corporativa um pilar da

arquitetura econômica global.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

desenvolveu uma lista de princípios de governança corporativa, que pode ser

acessada pela página eletrônica da organização, e vêm promovendo periodicamente

em diversos países mesas de discussão e avaliação dessas práticas.

Inclusive o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI)

consideram a adoção de boas práticas de governança corporativa como parte da

recuperação dos mercados mundiais, fragilizados por sucessivas crises em seus

mercados de capitais. Em praticamente todos os países surgiram instituições

dedicadas a promover debates em torno da governança corporativa. (Andrade e

Rossetti, 2009).

3.2 SOX – Lei Sarbanes-Oxley

Em julho de 2002 foi promulgada a lei de Sarbanes-Oxley nos Estados

Unidos, estabelecendo uma das maiores reformas já ocorrida na regulamentação do

mercado de capitais norte americano. A lei foi uma resposta aos escândalos contábeis

que envolveram grandes companhias consideradas umas das melhores para se

trabalhar, do qual estabeleceu regras para a padronização e aperfeiçoamento dos

controles financeiros das empresas que possuem capital negociado na Bolsa de Nova

Iorque (NYSE). Com isso, seria necessário recuperar a confiança dos investidores ao

mercado financeiro, e precaver os danos que ocorreram na decorrência das fraudes

cometidas pelos executivos dessas empresas, como por exemplo, a Enron e

Worldcom.

A utilização de sofisticadas técnicas e transações para a manipulação de

dados dos relatórios financeiros por parte dos executivos chefes das empresas

fraudadoras, expôs de forma muito clara a fragilidade dos sistemas financeiros e

contábeis corporativos. Estes fatos levaram a uma urgente reavaliação dos padrões de

governança corporativa, com repercussões que se estendem às regulamentações

financeiras, e dos principais padrões para os sistemas financeiros corporativos.

Em poucas palavras, o SOX é uma lei que criou um organismo regulador das

empresas de auditoria, determinou penas e responsabilidades dos executivos, na

ênfase de tentar recuperar o equilíbrio no mercado de capitais. Aqueles que forem

Page 25: Governaça Corporativa

21

condenados pela SOX estão previstas multas que variam de 1 (um) milhão a 5 (cinco)

milhões de dólares e penas de reclusão entre 10 e 20 anos, pois as regras exigidas

pela SOX são direcionadas às empresas com capital aberto na NYSE e também em

suas filiais, como a economia brasileira que também deverá ter o controle da

implantação da legislação.

Mesmo antes do escândalo contábil da Enron, a SEC (Securities and

Exchange Commission) se preocupava com o aumento da prestação de serviços não

relacionadas à auditoria que eram prestadas de forma independente aos seus clientes,

desta forma estabeleceu novas regras para o conceito de independência dos auditores.

A questão sobre o tema, era que o impedimento da prestação se serviço de

consultoria, poderia desestimular a especialização desses profissionais em assuntos

pertinentes as questões úteis para a realização de um bom trabalho. Segundo a SEC,

a prestação de serviço não constante na lista da Seção 201, desde que pré-aprovado

pelo Comitê de Auditoria, pode ser prestado pelas empresas de auditoria e estabelece

as seguintes imposições:

- O prazo entre uma contratação e outra de uma empresa de prestação de

serviços de auditoria da mesma entidade é no mínimo de um ano;

- O auditor não deverá mais se reportar à diretoria financeira da empresa,

mas sim para o Comitê de Auditoria;

- O Sócio encarregado da conta deve fazer um rodízio a cada cinco anos

(Seção 203). No Brasil a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estabelece um

rodízio da própria empresa de auditoria a cada cinco anos.

Desta forma, a Lei exige que as aprovações do comitê de auditoria sejam

divulgadas para investidores em relatórios periódicos registrados na SEC que

estabelece novas regras para o conceito de independência dos auditores.

Como exigência da SOX, a SEC é responsável pela revisão e divulgação dos

relatórios e demonstrações financeiras, que avalia se a companhia efetuou

reformulações significativas em suas demonstrações.

Com a implantação da Lei SOX, a transparência dos relatórios seria de

fundamental importância para os investidores, garantindo qualidade e segurança em

suas decisões sobre qual empresa investir, pois as empresas que forem obrigadas

tende- se a proporcionar transparência e segurança aos investidores através de

melhorias nas demonstrações dos relatórios financeiros.

Page 26: Governaça Corporativa

22

Desta forma a SOX pode ser implantada em todas as empresas que possuem

ações ou títulos na bolsa de valores dos Estados Unidos, estabelecendo novos padrões

para essas empresas de forma que os controles sejam mais bem regulamentados.

Pois um sistema eficaz de controles internos pode contribuir para a

fidelidade e maior segurança nas informações, resguardando os interesses da

empresa. Permitindo a observação e previsão dos acontecimentos que se verificam

dentro da empresa e que produzem reflexos em seu patrimônio, assim minimizando

em grande escala os custos e a quantidade de trabalho gasto no processo de

adequação as exigências da SOX.

Mediante a confiança nos controles internos é que se torna possível colher

relatórios e demonstrações contábeis com informações condizentes com a realidade

da organização, para desta forma tomar as melhores decisões e transparecer

confiabilidade para o mercado financeiro em geral. O controle interno gira em torno

dos aspectos administrativos de uma entidade, influenciando diretamente sobre os

aspectos contábeis.

Para que a administração disponha de um bom sistema de controle interno é

necessário que o ambiente de controle tenha uma postura exemplar da alta direção,

processos de avaliação de riscos, atividades de controle, processos de informação e

comunicação e um monitoramento de funções e processos.

Desta forma considera-se que os controles internos serão implementados

pela alta administração, compreendendo intervenções tanto o conselho de

administração quanto a diretoria executiva.

Pelo fato de que é de ambos a responsabilidade de estabelecer o plano de

organização, e os sistemas de controle internos também contribuirão para o

atendimento dos requisitos da SOX.

3.3 Bolsa de Mercadoria e Valores de São Paulo – BM&F BOVESPA

Em 23 de agosto de 1890 foi fundada pelo presidente Emílio Rangel Pestana

a Bolsa Livre, que seria o embrião da Bolsa de Valores de São Paulo. A Bolsa Livre

encerrou suas atividades em 1891, em decorrência da política do Encilhamento.

Quatro anos depois, em 1895, foi aberta a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo,

que deu continuidade à evolução do mercado de capitais brasileiro.

Page 27: Governaça Corporativa

23

No ano de 1934, instalou-se no Palácio do Café, localizado no Pátio do

Colégio. No ano seguinte, seu nome foi alterado para Bolsa Oficial de Valores de São

Paulo.

Até meados da década de 1960, a Bovespa e as demais bolsas brasileiras

eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias de finanças (atuais

Secretarias da fazenda estaduais). Eram 27 bolsas de valores em todo o Brasil, dos

governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público.

Com as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais

que foram implementadas nos anos de 1965 e 1966, as bolsas assumiram a

característica institucional, transformando-se em associações civis sem fins

lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

A antiga figura individual do corretor de fundos públicos, que eram os

corretores autônomos de confiança de cada investidor, foi substituída pela da

sociedade corretora ou as atuais corretoras de valores, empresa constituída sob a

forma de copiar a sociedade por ações nominativas ou por cotas de responsabilidade

limitada.

Em 1967, a entidade passou a ser denominada Bolsa de Valores de São

Paulo.

Desde o início do Mercado de capitais no Brasil, durante a fase final do

período colonial, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro ("BVRJ") foi o grande

mercado de ações do país. No entanto, a partir da década de 1970, em decorrência

dos efeitos do Crash de 1971, começou a perder espaço gradativamente para a

Bovespa. Em 2000, as duas bolsas comandaram a assinatura de um acordo de

integração das nove bolsas de valores brasileiras. O documento estabelecia qua as

ações de companhias abertas e os títulos privados em geral seriam negociados na

Bovespa, enquanto a BVRJ se encarregaria do mercado eletrônico de títulos da dívida

pública, lançado em agosto daquele ano.

No ano 2000, as bolsas de valores de São Paulo, do Rio de Janeiro, de

Minas-Espírito Santo-Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia-Sergipe-Alagoas,

de Pernambuco, da Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional foram integradas. Desde

então a Bovespa passou a concentrar toda a negociação de ações do Brasil, e as

bolsas regionais mantiveram as atividades de desenvolvimento do mercado e de

prestação de serviços às suas praças locais.

Page 28: Governaça Corporativa

24

A Bolsa de Valores de São Paulo é uma entidade auto-reguladora que opera

sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

3.3.1 Níveis Diferenciados de Governança Corporativa e o Novo Mercado

Os técnicos da Bovespa, no final da década de 1990, realizaram um estudo

para entender por que o mercado de capitais no Brasil não conseguia acompanhar a

dinâmica de crescimento da economia. Constatou-se que a qualidade das ações

oferecidas em bolsa não correspondia às expectativas ou exigências dos

investidores, dada a falta de transparência e eqüidade no tratamento aos acionistas

minoritários.

Constatou-se ainda pelo estudo que várias companhias que já adotavam boas

práticas de governança corporativa não recebiam o merecido reconhecimento pela

qualidade de suas práticas, uma vez que estavam misturadas a companhias com

práticas inadequadas ou inexpressivas nessa área.

Com base nesse estudo, surgiu a idéia de um modelo, no qual as companhias

assumissem compromissos voluntários com a Bovespa, baseados em regras claras

de governança corporativa de forma que as companhias integrantes do segmento

conquistassem o reconhecimento dos investidores mais exigentes, que privilegiam

ações de qualidade diferenciada, os quais estariam dispostos a pagar mais por

aquelas ações.

Assim, em resposta à crescente demanda por melhores padrões de

governança das companhias no Brasil, em 2000, a Bovespa idealizou e instituiu o

chamado Novo Mercado, bem como os Níveis Diferenciados de Governança

Corporativa. São segmentos especiais de listagem destinados à negociação de ações

emitidas por companhias que se comprometem, de modo voluntário, a adotar práticas

de governança corporativa adicionais às previstas na legislação, com o objetivo de

estimular o interesse do investidor e valorizar as companhias. Dependendo do grau de

comprometimento assumido, distinguem-se as companhias como Nível 1, Nível 2 ou

Novo Mercado. Embora possuam fundamentos semelhantes, o Novo Mercado é mais

voltado à listagem de companhias que venham a abrir o capital, ao passo que os

Níveis Diferenciados de Governança são mais direcionados para as companhias que

já possuem ações negociadas na Bovespa.

Page 29: Governaça Corporativa

25

Segundo a Bovespa, a valorização e a liquidez das ações negociadas em

determinado mercado são influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os

direitos concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações

prestadas pelas companhias.

Os números do mercado brasileiro reforçam essa posição. Segundo Gamez

(2006), em 2006, pela primeira vez, as transações na Bovespa com as ações listadas

no Novo Mercado e nos níveis 1 e 2 de governança superaram as das companhias que

ainda não aderiram aos níveis diferenciados de governança corporativa. Até o

início de maio de 2006, das 382 companhias listadas, 28 ingressaram no Novo

Mercado, 13 no Nível 2 e 35 no Nível 1. Esse grupo seleto de companhias

representou 53% do volume financeiro e 55% da quantidade de negócios no mercado

à vista da Bovespa.

A julgar pelo comportamento das cotações, os investidores nacionais e

estrangeiros estão dispostos a pagar mais por papéis com boa governança intrínseca,

como se acreditava em dezembro de 2000, no lançamento do Novo Mercado pela

Bovespa.

Nesse sentido, Gamez (2006) salienta que os dois principais índices que

medem a valorização das companhias adeptas da boa governança têm superado o

Ibovespa, termômetro das mais negociadas. O Índice de Ações com Governança

Corporativa Diferenciada (IGC), que reúne todas aquelas listadas no Novo Mercado e

nos níveis 1 e 2, valorizou 27,2% ao ano, em média, em 2001. No mesmo período, o

IBOVESPA cresceu 22,8% ao ano. Já o Índice de Ações com Tag Along

Diferenciado (ITAG), que inclui ações com melhores condições aos acionistas

minoritários em caso de alienação de controle, aumentou 54,3% ao ano desde 2002,

quando foi criado. Desde então, o Ibovespa subiu 35,5% ao ano.

Com resultados animadores, é cada vez mais claro que o Novo Mercado

pode ser uma solução para aproximar investidores e companhias, além de ser uma

demonstração de que o setor privado, sem depender de mudanças de lei, pode criar

soluções para o desenvolvimento do mercado de capitais.

Page 30: Governaça Corporativa

26

3.4 Índices de Governança Corporativa

3.4.1 Índice de ações com Governança Corporativa Diferenciada - IGC

O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por

objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas

que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas devem ser

negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA.

Os procedimentos para a inclusão de uma ação no índice obedecem à seguinte

regra:

• Ações de novas empresas:

São incluídas após o encerramento do primeiro pregão regular de negociação.

• Ações de empresas já negociadas na BOVESPA:

São incluídas após o encerramento do pregão anterior ao seu início de negociação

no Novo Mercado ou Nível 1 ou 2.

Uma vez a empresa tendo aderido aos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA, todos os tipos

de ações de sua emissão participarão da carteira do índice, exceto se sua liquidez for

considerada muito estreita.

Os negócios diretos não são considerados para efeito do cômputo da liquidez.

Quando das avaliações periódicas, uma ação pode ser excluída da carteira se

apresentar um nível de liquidez muito reduzido.

Se a empresa emissora entrar em regime de recuperação judicial, falência ou

situação especial, as ações de sua emissão serão excluídas da carteira do índice. No caso

de oferta pública que resultar em retirada de circulação de parcela significativa de ações

do mercado, suas ações serão excluídas da carteira. Nessas eventualidades, serão

efetuados os ajustes necessários no índice.

A cada quadrimestre, ao final de abril, agosto e dezembro de cada ano, são

efetuadas reavaliações da carteira teórica do IGC para verificar se nenhuma empresa

ultrapassou o limite máximo de participação.

Nessa ocasião, também podem ser excluídas ações que não estiverem atendendo a

requisitos mínimos de liquidez.

Page 31: Governaça Corporativa

27

Critério de Ponderação

As ações constituintes da carteira do índice são ponderadas pela multiplicação de

seu respectivo valor de mercado (considerando as ações disponíveis para negociação)

por um fator de governança. Esse fator será igual a 2 para os papéis do Novo Mercado;

1,5 para os papéis do Nível 2; e 1 para os títulos do Nível 1.

A participação de uma empresa (considerando todos os papéis de sua emissão

inclusos na carteira teórica) no IGC não pode ser superior a 20% quando de sua inclusão

ou nas reavaliações periódicas. Caso isso ocorra, são efetuados ajustes para adequar o

peso do papel a esse limite.

A base do IGC foi fixada em 1.000 pontos, para a data de 25 de junho de 2001.

Para adequar-se à base inicial, o valor de mercado da carteira foi ajustado por um

redutor (coeficiente de ajuste).

O divisor do índice é alterado sempre que necessário para acomodar inclusões ou

exclusões e nas reavaliações das carteiras, ou ainda quando de eventuais ajustes

decorrentes de proventos/eventos dados pelas empresas.

O peso específico de cada ação no índice pode alterar-se ao longo da vigência da

carteira, em função da evolução dos preços de cada ação e/ou da distribuição de

proventos pela empresa emissora.

Quando da distribuição de proventos por empresas emissoras de ações

pertencentes ao índice, efetuam-se os ajustes necessários de modo a assegurar que o

índice reflita não somente as variações das cotações da ação, como também o impacto

da distribuição dos proventos. Em função desta metodologia, o IGC é considerado um

índice que avalia o retorno total das ações componentes de sua carteira.

A BOVESPA calcula o IGC em tempo real, considerando os preços dos últimos

negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) até o momento do cálculo, em seu

pregão, com as ações componentes de sua carteira.

No caso de suspensão de uma ação componente, o índice utiliza o preço do último

negócio registrado em Bolsa até a normalização das negociações com o papel. Não

havendo liberação para negociação por 50 dias, a contar da data da suspensão, ou em

caso de ausência de perspectivas de reabertura dos negócios, ou em caso de reavaliação

periódica da carteira, a ação será excluída da carteira. Nesta eventualidade, efetuam-se

os ajustes necessários no índice.

Page 32: Governaça Corporativa

28

Ajustes do Índice

De forma a medir o retorno total de sua carteira teórica, o IGC será ajustado para

todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das ações integrantes de

seu portfólio.

Ajustes para proventos em ações do mesmo tipo (Bonificações / Desdobramentos /

Grupamentos / Subscrições)

Após o último dia de negociação "com-direito", o valor de mercado da empresa na

ação/tipo é recalculado. Para tanto, utiliza-se a quantidade teórica ajustada ao provento

distribuído e o preço "ex-teórico" da ação. O valor assim obtido servirá como base para

comparação da evolução dessa ação no pregão seguinte.

No caso de grupamentos por parte das empresas emissoras, a quantidade teórica

será reduzida na proporção determinada pela empresa e é calculado um preço "ex-

teórico" especial, de forma a manter o valor econômico da empresa na ação/tipo

inalterado.

Além dessas situações, sempre que a empresa emissora comunicar a ocorrência de

fatos que impliquem em alterações na quantidade total de seus títulos (conversão de

debêntures em ações, cancelamentos de ações, conversão de um tipo de ação em outro,

etc.) são efetuados os ajustes pertinentes.

Proventos em dinheiro ou outros eventos

Após o encerramento do pregão referente ao último dia de negociação "com-

direito", o valor de mercado da empresa na ação/tipo é recalculado, mantendo-se

inalteradas as quantidades teóricas dessas ações na carteira e utilizando-se o seu preço

"ex-teórico".

Esse valor servirá como base para comparação da evolução das cotações da ação

no dia seguinte.

Ajustes em Caso de Cisão de Empresas

a) Anúncio/efetivação da cisão - o anúncio da decisão da empresa emissora de

efetuar uma cisão não altera sua situação na carteira teórica do índice.

Após a efetivação da cisão e enquanto se aguarda a operacionalização/registro das

empresas resultantes, essas companhias são consideradas como uma unidade de

negociação e permanecerão na carteira do índice ("com-cisão").

Page 33: Governaça Corporativa

29

Para efeitos de negociação na BOVESPA, a efetivação da cisão significa o ato

pelo qual as ações das empresas oriundas da cisão passam a ser negociadas em pregão.

b) Início da negociação em bolsa das empresas resultantes da cisão a carteira

teórica do índice incluirá as empresas resultantes da cisão.

Ajustes em Caso de Ofertas Públicas de Aquisição de Ações

Sempre que uma empresa efetuar uma oferta pública que resulte na aquisição de

parte expressiva de suas ações em circulação, a BOVESPA pode adotar um dos dois

procedimentos:

a) quando a aquisição for inferior a 2/3 (dois terços) das ações em circulação,

retirar do índice o percentual do capital em circulação que foi comprado pela empresa;

b) retirar a ação do índice quando a aquisição for superior a 2/3 (dois terços) das

ações em circulação.

Em qualquer um dos casos, é efetuado um ajuste no redutor do índice.

Fórmula de Cálculo e Procedimentos

Fórmula de Cálculo do IGC

O IGC é calculado através das seguintes fórmulas:

sem utilizar o redutor:

onde:

IGC(t) = valor do índice no dia t

IGC(t-1)* = valor do índice no dia t-1

n = número de ações integrantes da carteira teórica do índice

Qit-1 = quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t-1. Na ocorrência da distribuição de

proventos em ações do mesmo tipo pela empresa, refere-se à quantidade teórica da ação i disponível à

negociação no dia t-1, recalculada em função deste provento.

Pit = preço da ação i no fechamento do dia t

Pit-1 = preço de fechamento da ação i no dia t-1, ou seu preço ex-teórico, no caso da

distribuição de proventos nesse dia.

Page 34: Governaça Corporativa

30

utilizando o redutor:

onde:

Índicet = valor do índice no instante t

n = número total de empresas (na ação/tipo) integrantes da carteira teórica do índice

Qit = quantidade da ação i na carteira teórica no instante t

Pit = último preço da ação i no instante t

μ = redutor utilizado para adequar o valor do índice à base corrente

Procedimento de Ajuste para Proventos

As quantidades teóricas das empresas na ação/tipo (exemplo: suas quantidades

disponíveis para negociação) somente são alteradas no caso de distribuição de proventos

em ações do mesmo tipo pelas empresas emissoras (bonificação, desdobramento,

subscrição, etc.).

O ajuste das quantidades teóricas, na exata proporção do provento distribuído, é

efetuado após o encerramento das negociações na BOVESPA, no último dia de

negociação "com direito".

A fórmula utilizada é a seguinte:

onde:

Qn = quantidade de ações ajustada

Qa = quantidade de ações anterior

B = percentual de bonificação e/ou desdobramento, em número-índice

S = percentual de subscrição, em número-índice

No caso de algum provento aprovado ser homologado parcialmente, ou não vir a

ser homologado, a quantidade de ações integrantes da carteira é reduzida

proporcionalmente, de forma a refletir a real quantidade de ações disponíveis para

negociação.

Esse ajuste é efetuado no pregão subseqüente ao recebimento, pela BOVESPA, da

comunicação expedida pela empresa emissora informando esses fatos. O redutor do

índice é adequado, de forma que o valor do índice não sofra alteração.

No Anexo 1 conta a lista das ações que compõem o indicie IGC (em dezembro

2013, fonte: sitio BOVESPA)

Page 35: Governaça Corporativa

31

3.4.2 Índice de ações com Governança Corporativa Diferenciada - IGCT

Tendo em vista facilitar o lançamento de produtos referenciados em índices, a

BOVESPA, a exemplo de experiências internacionais, decidiu criar novos indicadores

com base em índices já existentes e que desempenham importante papel institucional.

Dessa forma, com base no IGC, consagrado indicador do desempenho das ações

emitidas por empresas que voluntariamente adotam padrões de governança corporativa

diferenciados, foi criado o IGC Trade (IGCT).

O Índice BOVESPA de Governança Corporativa Trade (IGCT) é composto pelas

ações de empresas integrantes do IGC que atendam simultaneamente aos critérios de

liquidez indicados a seguir.

São incluídas na carteira do índice as ações integrantes do IGC que atenderem aos

seguintes critérios, com base nos 12 meses anteriores:

a) inclusão em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados

representem 99% do valor acumulado de todos os índices individuais;

b) participação em termos de presença em pregão igual ou superior a 95% no

período.

A mesma empresa pode ter mais de uma ação participando da carteira, desde que

cada ação atenda isoladamente. Deve-se ressaltar que companhias que estiverem sob

regime de recuperação judicial, processo falimentar, situação especial ou, ainda, que

estiverem sujeitas a prolongado período de suspensão de negociação, não integrarão o

índice.

Caso essas companhias passem a não mais estar nestas situações excepcionais, seu

histórico de negociação, para efeito do atendimento de todos os critérios de inclusão na

carteira, começa a ser contado a partir da data em que a BOVESPA considerar que a

companhia efetivamente tenha deixado sua situação excepcional aos critérios de

inclusão.

Empresas com menos de 12 meses de listagem somente são elegíveis se tiverem

mais de seis meses de negociação e se apresentarem, no mínimo, 95% de presença em

pregão nos últimos seis meses do período de análise.

Uma ação é excluída da carteira, quando das reavaliações periódicas, se deixar de

atender a um dos critérios de inclusão.

Se durante a vigência da carteira a empresa emissora sair do IGC ou entrar em

regime de recuperação judicial ou falência, as ações de sua emissão são excluídas da

Page 36: Governaça Corporativa

32

carteira do índice. Nessas eventualidades, serão efetuados os ajustes necessários para

garantir a continuidade do índice.

A carteira teórica do índice tem vigência de quatro meses, vigorando para os

períodos de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro. Ao final de cada

quadrimestre a carteira é reavaliada, utilizando-se os procedimentos e critérios

integrantes desta metodologia.

O índice IGCT mede o retorno de uma carteira teórica composta pelos papéis que

atenderem a todos os critérios discriminados anteriormente, ponderados pelo seu

respectivo valor de mercado no tipo pertencente à carteira.

Para cálculo do valor de mercado de cada ação, são consideradas as ações

disponíveis para negociação ( free float), ou seja, são excluídas: as ações de propriedade

do grupo controlador ou de pessoas a ele vinculadas; as ações detidas por

administradores da companhia; as ações em tesouraria; e as ações preferenciais de

classe especial que tenham por fim garantir direitos políticos diferenciados, que sejam

intransferíveis e de propriedade exclusiva do agente desestatizante.

A participação de uma empresa no IGCT (considerando todos os tipos de ações da

empresa, se for o caso) não pode ser superior a 20%, quando de sua inclusão ou nas

reavaliações periódicas. Caso isso ocorra, são efetuados ajustes para adequar o peso da

empresa a esse limite.

A base do índice IGCT foi fixada em 1.000 pontos para a data de 29 de dezembro

de 2005. Para adequar-se à base inicial, o valor de mercado da carteira foi ajustado por

um redutor (coeficiente de ajuste), designado por μ na fórmula do índice. Isto é:

Índice inicial = Valor da carteira / μ = 1.000

O redutor do índice é alterado sempre que necessário para acomodar inclusões ou

exclusões na carteira, quando de seu rebalanceamento periódico ou ainda quando de

ajustes decorrentes de proventos/eventos distribuídos pelas empresas.

A participação relativa de cada ação no índice pode alterar-se ao longo da

vigência da carteira, em função da evolução dos preços das ações e da distribuição de

proventos pelas empresas emissoras.

Quando da distribuição de proventos por empresas emissoras de ações

pertencentes ao índice, são efetuados os ajustes necessários de modo a assegurar que o

índice reflita não somente as variações das cotações da ação, como também o impacto

da distribuição dos proventos. Em função dessa metodologia, o índice IGCT é

considerado um índice que avalia o retorno total das ações componentes de sua carteira.

Page 37: Governaça Corporativa

33

A BOVESPA calcula o índice IGCT em tempo real, considerando os preços dos

últimos negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com ações componentes da

sua carteira.

No caso de suspensão de uma ação componente, ela permanece no índice ao

último preço registrado em bolsa até a normalização das negociações com o papel. Se a

ação voltar a ser negociada mas a companhia estiver em regime de recuperação judicial

ou se a suspensão durar por mais de 30 pregões, a ação é excluída do portfólio ao final

do primeiro dia de negociação após a reabertura dos negócios, ao preço de fechamento

daquele dia.

Se ocorrer rebalanceamento antes da reabertura dos negócios, a ação permanece

na carteira (ao preço do último negócio antes da suspensão) até a reabertura, quando

então a ação é excluída ao preço de fechamento do primeiro dia de negociação após a

reabertura dos negócios.

Se a ação ainda estiver suspensa e ocorrer um segundo rebalanceamento, a ação é

excluída do portfólio nesse segundo rebalanceamento considerando-se sua cotação igual

a zero, e o valor do índice é reduzido em número de pontos equivalente à participação

da ação excluída.

Nos rebalanceamentos quadrimestrais, são adotados os seguintes procedimentos:

1. O rebalanceamento da carteira teórica do índice ocorre após o encerramento do

último pregão do quadrimestre e tomará como base o índice de fechamento desse dia.

2. Concluída a seleção das empresas que integrarão a carteira para o próximo

quadrimestre, calcula-se para cada ação o seu valor de mercado – produto da

multiplicação do número de ações de sua emissão disponíveis para negociação pelo seu

preço de fechamento – procedendo-se, a seguir, à somatória de todos esses valores. Isto

é, calcula-se o valor econômico da nova carteira utilizando-se os preços de fechamento

de mercado do dia.

3. O redutor ajustado para a nova carteira é apurado pela divisão do valor

econômico, calculado conforme indicado no item 2, pelo índice de fechamento do

quadrimestre.

4. O ajuste no redutor busca garantir a continuidade do índice, permitindo que o

número de pontos do índice não se altere em decorrência do rebalanceamento. Assim, se

assegura que tanto a divisão do “novo valor de mercado” da carteira teórica do índice

pelo novo divisor, quanto a divisão do “valor de mercado da carteira teórica anterior”

pelo seu respectivo divisor, resultem no mesmo índice em pontos.

Page 38: Governaça Corporativa

34

Prévias das Carteiras

Objetivando auxiliar os participantes do mercado que utilizam a carteira do índice

IGCT como instrumento na elaboração de suas políticas de investimento, a BOVESPA

divulga regularmente três prévias das novas composições: no primeiro dia útil, no

pregão seguinte ao dia 15 e no último dia do mês anterior à vigência da nova carteira.

Em situações especiais, entretanto, visando tranqüilizar o mercado, a BOVESPA

podeantecipar a difusão das prévias e/ou ampliar seu número.

De forma a medir o retorno total de sua carteira teórica, o índice IGCT é ajustado

para todos os proventos distribuídos pelas companhias emissoras das ações integrantes

de seu portfólio.

Ajustes para proventos em ações do mesmo tipo – Bonificações / Desdobramentos /

Grupamentos

Após o último dia de negociação com direitos de proventos (“com-direito”) , o

valor de mercado da empresa na ação/tipo é recalculado. Para tanto, utiliza-se a

quantidade teórica ajustada ao provento distribuído e o preço “ex-teórico” da ação. O

valor assim obtido servirá como base para comparação da evolução dessa ação no

pregão seguinte.

Exemplo: considere a empresa XPT que distribuiu uma bonificação de 50% no

tipo, sendo D0 o último dia de negociação “com direito”.

Fonte: sitio BOVESPA

(1) Posição de fechamento da empresa na ação/tipo no último dia de negociação “com direito”, isto é, a

quantidade de ações antes da distribuição do provento multiplicada pela última cotação do ativo “com-

direito”.

(2) Posição de fechamento ajustada da empresa na ação/tipo no último dia de negociação “com”, isto é,

considerando a nova quantidade de ações e a cotação “ex-teórica”. Esses dados serão utilizados como

base de comparação para o dia seguinte.

(3) Posição de fechamento da empresa na ação/tipo no primeiro dia de negociação “ex”, levando em conta

a nova quantidade de ações e a cotação de fechamento “ex-mercado”.

Se necessário, o redutor do índice será adequado, de forma a permitir que o

número de pontos do índice não sofra alteração em função do ajuste para o provento.

Page 39: Governaça Corporativa

35

No caso de grupamentos por parte das empresas emissoras, a quantidade teórica é

reduzida na proporção determinada pela empresa e é calculado um preço “ex-teórico”

especial, de forma a manter o valor econômico da empresa na ação/tipo inalterado.

O índice será ajustado para subscrições apenas se os atuais acionistas tiverem

preferência para aquisição das novas ações e se essa operação resultar em vantagem

econômica para o investidor.

Nesse caso, após o último dia de negociação “com-direito”, o valor de mercado

(free float) empresa na ação/tipo é recalculado. Para tanto, utiliza-se a quantidade

teórica ajustada à proporção da subscrição e o preço “ex-teórico” da ação (calculado

com base no preço de fechamento anterior ao evento). O valor assim obtido servirá

como base para comparação da evolução dessa ação no pregão seguinte.

O redutor do índice também será adequado, de forma a permitir que o número de

pontos do índice não sofra alteração em função do ajuste para o provento. Ele será

apurado pela divisão do novo valor de mercado da carteira (calculado utilizando a nova

quantidade e o preço “ex-teórico”) pelo valor de fechamento do índice no dia do ajuste.

Ajustes para proventos em dinheiro ou outros eventos

Após o encerramento do pregão referente ao último dia de negociação “com

direito”, o valor de mercado da ação é recalculado, mantendo-se inalterada a quantidade

teórica dessa ação na carteira e utilizando-se o seu preço “ex-teórico”.

Esse valor servirá como base para comparação da evolução das cotações da ação

no dia seguinte.

Exemplo: considere a empresa ABC que distribuiu um dividendo de R$30 por

ação, sendo D0 o último dia de negociação “com direito”.

Fonte: sito BOVESPA.

(1) Posição de fechamento da empresa na ação/tipo no último dia de negociação “com”, isto é, a posição

calculada utilizando a última cotação “com-direito”.

(2) Posição de fechamento ajustada da empresa na ação/tipo no último dia de negociação “com”, isto é,

considerando a mesma quantidade de ações e a cotação “ex-teórica”. Esses dados serão utilizados como

base de comparação para o dia seguinte.

Page 40: Governaça Corporativa

36

(3) Posição de fechamento da empresa na ação/tipo no primeiro dia de negociação “ex”, levando em conta

a cotação de fechamento “ex-mercado”.

Fórmula Geral de Cálculo do Preço “Ex-teórico”

Pex = preço ex-teórico;

Pc = último preço “com-direito” ao provento;

S = percentual de subscrição, em número-índice;

Z = valor de emissão da ação a ser subscrita, em moeda corrente;

D = valor recebido a título de dividendo, em moeda corrente;

J = juros sobre capital, em moeda corrente;

Vet = valor econômico teórico resultante do recebimento de provento em outro tipo/ativo;

B = percentual de bonificação (ou desdobramento), em número-índice.

O índice de negociabilidade é calculado pela seguinte fórmula:

onde:

IN = índice de negociabilidade;

ni = número de negócios com a ação i no mercado a vista (lote-padrão);

N = número total de negócios no mercado a vista da BOVESPA (lote-padrão);

vi = volume financeiro gerado pelos negócios com a ação i no mercado a vista (lote-padrão);

V = volume financeiro total do mercado a vista da BOVESPA (lote-padrão).

Fórmula de Cálculo do IGCT

O índice IGCT pode ser calculado por meio das seguintes fórmulas:

sem utilizar o redutor:

onde:

Índice (t) = valor do índice no dia t;

Índice (t - 1) = valor do índice no dia t – 1;

n = número de ações integrantes da carteira teórica do índice;

Qit–1 = quantidade teórica da ação i disponível à negociação no dia t – 1. Na ocorrência da distribuição

de proventos em ações do mesmo tipo, pela empresa, refere-se à quantidade teórica da ação i disponível à

negociação no dia t – 1, recalculada em função deste provento;

Pit = preço da ação i no fechamento do dia t;

Pit–1 = preço de fechamento da ação i no dia t – 1, ou seu preço ex-teórico no caso da distribuição de

proventos nesse dia.

Page 41: Governaça Corporativa

37

utilizando o redutor:

onde:

Índice t = valor do índice no instante t;

n = número total de empresas (na ação/tipo) integrantes da carteira teórica do índice;

Pit = último preço da ação i no instante t;

Qit = quantidade da ação i na carteira teórica no instante t;

= redutor utilizado para adequar o valor do índice à base corrente.

Procedimento de Ajuste para Proventos

As quantidades teóricas das empresas na ação/tipo (exemplo: suas quantidades

disponíveis para negociação) permanecerão constantes durante o quadrimestre de

vigência da carteira, e somente são alteradas no caso de distribuição de proventos em

ações do mesmo tipo pelas empresas emissoras (bonificação, desdobramento,

subscrição etc.).

O ajuste das quantidades teóricas, na exata proporção do provento distribuído, é

efetuado após o encerramento das negociações na Bolsa no último dia de negociação

“com-direito”.

A fórmula utilizada é a seguinte:

Qn = Qa * (1 + B + S)

onde:

Qn = quantidade de ações ajustada;

Qa = quantidade de ações anterior;

B = percentual de bonificação e/ou desdobramento, em número-índice;

S = percentual de subscrição, em número-índice.

No caso de algum provento aprovado ser homologado parcialmente, ou não vir a

ser homologado, a quantidade de ações integrantes da carteira é reduzida

proporcionalmente, de forma a refletir a real quantidade de ações disponíveis para

negociação.

Esse ajuste é efetuado no pregão subsequente ao recebimento, pela BOVESPA, da

comunicação expedida pela empresa emissora informando esses fatos. O redutor do

índice é adequado, de forma que o valor do índice não sofra alteração.

No Anexo 2 conta a lista das ações que compõem o indicie IGCT (em dezembro

2013, fonte: sitio BOVESPA)

Page 42: Governaça Corporativa

38

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A análise, a seguir, os índices IGC e IGCT, citados a no capitulo anterior, serão

comparados com o índice IBOV e essa analise será ser a base para responder a pergunta

proposta por esse trabalho.

O escopo da análise irá abordar os seguintes estudos dos indicies: retorno dos

resultados, taxa média de crescimento, evolução mensal e recordes anuais.

Retorno dos resultados:

Os retornos dos resultados dos índices foram comparados nos gráficos a seguir;

foi utilizada uma janela de tempo de três anos (de dezembro de 2010 até dezembro de

2013) para que a comparação fosse realizada. Nesse período vale destacar que o

mercado internacional foi afetado pela instabilidade econômica na zona do EURO,

causando uma contaminação no mercado mundial.

Figura 1 – Gráfico Índice IGC

Page 43: Governaça Corporativa

39

Fonte: sitio EXAME.

Figura 2 – Gráfico Índice IGCT

Fonte: sitio EXAME.

Page 44: Governaça Corporativa

40

Os resultados dos índices quando comparados mostram uma grande diferença

entre os retornos. Enquanto o IBOV no período teve um retorno negativo na casa dos

(27%) o IGC teve um retorno positivo de 1,37% e o IGCT negativo de (3,88%).

Com essa análise pode-se concluir que em um período de estresse no mercado, as

empresas com alto grau de governança corporativa e transparência nas informações

divulgadas para o mercado, passam uma maior segurança para os seus investidores.

Essa premissa pode ser claramente confirmada na estabilidade dos retornos obtidos no

período analisado, em relação ao investimento realizado nos índices IGC e IGCT

quando comparados com o IBOV; e com cenário de volatilidade no mercado.

Taxa média de crescimento:

As tabelas a apresentam as taxas anuais de crescimento dos índices IGC, IGCT e

IBOV. A taxa de crescimento refere-se à taxa média de variação dos índices composta

anualmente, entre dois períodos.

Por exemplo, para obter a taxa de crescimento do índice entre 2001 e 2003, na

coluna vertical “2001” e na linha horizontal “2003”, a qual mostra uma taxa de 22,7%.

Isto significa que os preços das ações componentes do IGC cresceram a uma taxa média

de 22,7% ao ano, entre o final de 2001 e 2003.

Figura 3 – Tabela de Crescimento - Índice IGC

Ano

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

IGC Anual

2001 1.000,00

2001 1,1 1.010,98

2002 1,3 1,6 1.026,90

2003 22,7 35,1 79,7 1.845,41

2004 26,3 36,0 57,4 37,9 2.545,00

2005 29,6 37,9 52,7 40,8 43,8 3.658,81

2006 31,5 38,6 49,8 41,0 42,5 41,3 5.169,65

2007 31,5 37,4 46,0 38,6 38,8 36,3 31,6 6.800,59

2008 17,8 20,4 23,8 14,9 9,8 0,4 -15,4 -45,6 3.697,05

2009 23,7 26,9 31,0 24,2 21,7 16,7 9,5 -0,2 83,4 6.779,55

2010 22,5 25,2 28,5 22,5 20,1 15,8 10,2 3,9 43,7 12,5 7.629,88

2011 18,8 20,8 23,1 17,5 14,8 10,6 5,3 -0,5 21,8 -0,7 -12,5 6.679,89

2012 18,9 20,6 22,7 17,6 15,3 11,7 7,4 3,2 21,1 5,5 2,1 19,0 7.950,45

2013 17,1 18,6 20,2 15,5 13,2 9,9 6,0 2,3 16,1 3,5 0,7 8,0 7.788,16

Fonte: Sitio BOVESPA

Page 45: Governaça Corporativa

41

Figura 4 – Tabela de Crescimento - Índice IGCT

Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 IGCT Anual

2005 1.000,00

2006 37,8 1.378,44

2007 36,5 35,2 1.863,94

2008 2,6 -11,5 -42,1 1.079,57

2009 18,0 12,0 1,9 79,3 1.935,60

2010 16,5 11,7 4,7 40,9 10,7 2.142,04

2011 11,1 6,4 0,2 20,3 -1,5 -12,4 1.877,36

2012 11,8 8,0 3,2 19,3 4,2 1,0 16,5 2.186,64

2013 9,9 6,4 2,2 14,5 2,4 -0,3 6,4 -2,9 2.123,71

Fonte: Sitio BOVESPA

Figura 5 – Tabela de Crescimento - Índice IBOV

Fonte: Sitio BOVESPA

Quando comparamos as tabelas vemos claramente um desempenho discrepante

entre os índices ligados as empresas de alto grau de governança corporativa, e o índice

IBOVESPA.

Fazendo uma comparação dos retornos obtidos a partir do ano de 2005 (ano que

podemos comparar igualmente os 3 índices estudados) até 2013, temos um resultado em

linha dos índices IGC e IGCT, e muito superiores quando comparados com o retorno do

IOBVESPA. Do período de 2005 até 2013, o índice IGC teve um crescimento de 17,9%

enquanto o IGCT cresceu 9,9% e o IBOV teve um crescimento de apenas 5,5%.

Quando comparamos os índices a partir de 2005, temos que levar em

consideração que em 2008 o mundo atravessou uma das maiores crises financeiras da

historia, o impacto desse evento pode ser visto na evolução dos números no ano de 2008

nas tabelas das taxas de crescimento analisadas acima.

Page 46: Governaça Corporativa

42

Evolução mensal:

Os gráficos abaixo apresentam as evoluções mensais considerando os pontos nos

fechamentos trimestrais e as volatilidades mensais anualizadas dos índices.

Figura 6 – Evolução Mensal - Índice IGC

Fonte: Sitio BOVESPA

Figura 7 – Volatilidade Mensal - Índice IGC

Fonte: Sitio BOVESPA

Page 47: Governaça Corporativa

43

Figura 8 – Evolução Mensal - Índice IGCT

Fonte: Sitio BOVESPA

Figura 9 – Volatilidade Mensal - Índice IGCT

Fonte: Sitio BOVESPA

Page 48: Governaça Corporativa

44

Figura 10 – Evolução Mensal - Índice IBOV

Fonte: Sitio BOVESPA

Figura 11 – Volatilidade Mensal - Índice IBOV

Fonte: Sitio BOVESPA

Com a comparação dos gráficos, pode ser visto que as evoluções mensais dos

fechamentos dos índices IGC e IGCT ficaram em linha entre si.

Page 49: Governaça Corporativa

45

Entretanto quando comparadas com o IBOVESPA, após a crise de 2008 os

gráficos começam a seguir rumos diferentes. Os índices de empresas com alto grau de

governança corporativa passam a não andar mais em linha com o índice IBOV.

Esse descolamento é refletido nos retornos analisados nos itens acima citados;

corroborando que ao longo do tempo as empresas com alto grau de governança

corporativa passaram a dar mais confiança para os seus investidores.

Com relação à volatilidade mensal analisada, os três índices andaram em linha

durante todo o período analisado, certamente levando em consideração as devidas

proporções de volatilidade e liquidez das empresas que compões os indicies.

Recordes anuais:

As tabelas a seguir, mostram os maiores e menores fechamentos anuais dos

índices, com isso a comparação da volatilidade anual poderá ser avaliada, verificando se

os indicies das empresas com alto grau de comprometimento com a governança

corporativa, andará em linha com o índice que mensura o mercado de bolsa de valores

no brasil.

Figura 12 - IGC - Maiores Fechamentos Anuais

Ano Nominal Pregão

2001 1.030,79 26/11/2001

2002 1.170,50 12/04/2002

2003 1.845,41 30/12/2003

2004 2.545,13 30/12/2004

2005 3.681,99 22/12/2005

2006 5.169,65 28/12/2006

2007 7.299,03 31/10/2007

2008 7.255,03 19/05/2008

2009 6.779,55 30/12/2009

2010 7.956,59 04/11/2010

2011 7.810,57 12/01/2011

2012 7.950,45 28/12/2012

2013(*) 8.175,26 22/10/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Page 50: Governaça Corporativa

46

Figura 13 - IGC - Menores Fechamentos Anuais

Ano Nominal Pregão

2001 758,54 14/09/2001

2002 781,42 16/10/2002

2003 959,75 28/01/2003

2004 1.486,57 10/05/2004

2005 2.394,34 20/01/2005

2006 3.612,13 13/06/2006

2007 4.936,58 05/03/2007

2008 2.912,60 27/10/2008

2009 3.441,19 02/03/2009

2010 5.956,57 20/05/2010

2011 5.626,43 08/08/2011

2012 6.685,49 05/06/2012

2013(*) 6.956,15 24/06/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Figura 14 - IGCT - Maiores Fechamentos Anuais

Ano Nominal Pregão

2006 1.378,437 02/12/2006

2007 2.010,225 31/10/2007

2008 2.101,913 19/05/2008

2009 1.951,165 11/12/2009

2010 2.251,977 04/11/2010

2011 2.218,43 12/01/2011

2012 2.199,24 13/03/2012

2013(*) 2.259,96 03/01/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Figura 15 - IGCT - Menores Fechamentos Anuais

Ano Nominal Pregão

2006 956,8726 13/06/2006

2007 1.308,458 05/03/2007

2008 846,4161 27/10/2008

2009 1.001,887 02/03/2009

2010 1.704,656 20/05/2010

2011 1.576,73 08/08/2011

2012 1.848,18 05/06/2012

2013(*) 1.958,29 06/08/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Page 51: Governaça Corporativa

47

Figura 16 - IBOV - Maiores Fechamentos Anuais (a partir de 2009)

Ano Nominal Pregão 1999 17.091,60 30/12/1999

2000 18.951,40 27/03/2000

2001 17.889,00 26/01/2001

2002 14.471,20 04/03/2002

2003 22.236,30 30/12/2003

2004 26.196,20 30/12/2004

2005 33.629,40 14/12/2005

2006 44.526,30 27/12/2006

2007 65.790,80 05/12/2007

2008 73.516,80 20/05/2008

2009 69.349,40 14/12/2009

2010 72.995,60 04/11/2010

2011 71.632,90 12/01/2011

2012 68.394,30 13/03/2012

2013 (*) 63.312,46 03/01/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Figura 17 - IBOV - Menores Fechamentos Anuais (a partir de 2009)

Ano Nominal Pregão

1999 5.057,10 14/01/1999

2000 13.287,30 30/11/2000

2001 10.005,80 26/09/2001

2002 8.370,80 16/10/2002

2003 9.994,80 26/02/2003

2004 17.604,10 10/05/2004

2005 23.609,90 20/01/2005

2006 32.847,60 13/06/2006

2007 41.179,16 05/03/2007

2008 29.435,10 27/10/2008

2009 36.234,60 02/03/2009

2010 58.192,08 20/05/2010

2011 48.668,29 08/08/2011

2012 52.481,40 05/06/2012

2013 (*) 45.965,05 24/06/2013

Fonte: Sitio BOVESPA - (*) até dezembro 2013

Page 52: Governaça Corporativa

48

Figura 18 – Variação dos Fechamentos Anuais

Ano Variação IBOV Variação IGCT Variação IGC

2006 36% 44% 43%

2007 60% 54% 48%

2008 150% 148% 149%

2009 91% 95% 97%

2010 25% 32% 34%

2011 47% 41% 39%

2012 30% 19% 19%

2013 (*) 38% 15% 18% Fonte: preparado pelo autor - (*) até dezembro

Com as analises realizadas dos maiores e menores fechamentos anuais, dos

pontos, dos indicies estudados, mostrado nas tabelas acima, conseguimos verificar que

em linhas gerais, as variações anuais entre as máximas e as mínimas cotações dos

pontos dos índices são equilibradas. Encontramos algumas discrepâncias pontuais, mas

na média há uma relação de equalização das variações.

Podemos destacar apenas um fator importante para se atentarmos nessa analise,

nos últimos 2 anos, enquanto os índices das empresas com alto grau de governança

corporativa se mostraram alinhados entre si, e com uma baixa variação entre a máxima

e a mínima cotação dos índices, o IBOVESPA descolou da variação dos índices IGC e

IGCT e teve uma variação entre a máxima e a mínima dos pontos anuais muito grande.

Mostrando a grande volatilidade no índice. Enquanto os índices de governança

analisadas mostram menos volatilidade.

Page 53: Governaça Corporativa

49

5 CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Contudo, o trabalho apresentou de forma clara os índices IGC e IGCT, que são

voltados a empresas de alto grau de governança corporativa, da bolsa de mercadoria e

futuros, BOVESPA.

A analise realizada no estudo pode concluir que as empresas que compõem os

índices IGC e IGCT apresentaram um retorno maior e mais segurança para os seus

investidores, em relação às empresas que compõem o índice IBOV. Tanto o retorno dos

índices, quanto suas volatilidades se mostraram com um desempenho maior e mais

constante que o IBOVESPA.

Um ponto importante a se destacar é que a analise dos indicies considerou

períodos de estresse no mercado financeiro mundial. Esse ponto é importante, pois se

pode concluir que os investidores buscam empresas solidas e com alto controle de suas

operações para investirem, e se protegerem de volatilidade e de especulação em

momentos de crise.

5.2 Sugestões

Deve-se insistir incessantemente nos estudos e no acompanhamento no

desempenho das empresas com alto grau de controles internos, procurando suprir as

necessidades e a demanda por parte dos usuários e do mercado. Portanto, fica aqui a

sugestão para que os profissionais e estudiosos da área de finanças continuem se

dedicando ao desenvolvimento de um arcabouço teórico que forneça um tratamento

completo dos indicies de mercado das empresas com governança corporativa. Portanto,

é um desafio constante, para academia e os profissionais do mercado, acompanhar,

estudar e gerar pareceres num mercado competitivo, pulverizado, globalizado e

suscetível a novos paradigmas.

Page 54: Governaça Corporativa

50

5.3 Recomendações

Diante das inúmeras formas que podem ser encarados os preceitos relativos ao

tema da governança corporativa expõem-se a seguir, algumas maneiras pelas quais pode

ser abordado, não pretendendo é claro, esgotá-lo. Em pesquisas futuras sugere-se:

Concentrar o estudo na área de economia de empresas, analisando as relações de

uma empresa específica, que adote as boas práticas de governança corporativa,

perante os stakeholder;

Testar, através de modelos econométricos, se a adoção das práticas de

governança corporativa tem efeitos na melhora da imagem e apreçamento dos

papéis das referidas empresas;

Observar, por meio de modelos econométricos, se adoção dessas práticas tem

efeitos na redução do custo de captação dos recursos, via mercado de capitais,

por essas empresas.

Page 55: Governaça Corporativa

51

6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Sites:

BOVESPA. Disponível em:

<www.bovespa.com.br>. Acesso em: 12/12/2013.

BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Recomendações da CVM sobre

Governança corporativa – Cartilha de Governança Corporativa. Rio de Janeiro:

CMV. Jun/2002. Online. Disponível em <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em

28/03/2014.

Definição de Stakeholders: Instituto Ethos

http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx. Acesso em: 07/03/2014.

IBGC - INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código

das melhores práticas de governança. Disponível em

< http://www.ibgc.org.br/Secao.aspx?CodSecao=17>. Acesso em 10/03/2014.

Livros:

ANDRADE, Adriana; ROSSETTI, José Paschoal. Governança Corporativa:

fundamentos, desenvolvimento e tendências. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

DELOITTE TOUCHE TOHMATSU. Guia para melhorar a governança corporativa

através de eficazes controles internos. São Paulo, 2003.

GAMEZ, Milton. O valor da governança corporativa. Revista BOVESPA. São Paulo, n.

98, p. 8-9. abr./jun. 2006.

LODI, João Bosco. Governança Corporativa - O Governo da Empresa e seu Conselho

de Administração. São Paulo: Campus, 2000.

MONTEIRO, Paulo da Veiga. E a Governança Corporativa? Jornal Valor Econômico.

São Paulo, Caderno Eu & Meu Dinheiro, 25 março 2003.

SHLEIFER, A. e VISHNY, R. W. (1997a). “A Survey of Corporate Governance.” The

Journal of Finance LII(2): 737-783.

SILVA JÚNIOR, Altamiro e MONTEIRO, Luciana. Bovespa modifica regras para o

Novo Mercado. Jornal Gazeta Mercantil. Caderno Finanças & Mercados, 02 maio

2002.

SILVA, Letícia Medeiros da. A influência da Lei Sarbanes-Oxley e do Código Civil

brasileiro nos controles internos de empresas localizadas no Brasil. 2007. Dissertação

(Mestrado em Ciências Contábeis) – Universidade do Rio dos Sinos - UNISINOS, São

Leopoldo, 2007.

Page 56: Governaça Corporativa

52

SUN, Tzu. A Arte da Guerra. Martin Claret, 2001 SUNDARAMURTHY, C., et al.

(1997). “Board Structure, Antitakeover Provisions, and Stockholder Wealth.” Strategic

Management Journal 18(3): 231-245.

Page 57: Governaça Corporativa

53

ANEXO:

Anexo 1: lista das ações que compõem o indicie IGC

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

ABCB4 ABC BRASIL PN EJS N2 75,330,240 0.071

ABRE11 ABRIL EDUCA UNT N2 69,979,647 0.172

AEDU3 ANHANGUERA ON NM 867,019,656 0.977

AGRO3 BRASILAGRO ON NM 69,831,600 0.05

ALLL3 ALL AMER LAT ON NM 865,341,230 0.476

ALPA3 ALPARGATAS ON N1 28,994,453 0.026

ALPA4 ALPARGATAS PN N1 151,559,216 0.152

ALSC3 ALIANSCE ON NM 152,382,746 0.214

ALUP11 ALUPAR UNT N2 110,450,406 0.142

AMAR3 LOJAS MARISA ON NM 93,969,528 0.132

ANIM3 ANIMA ON NM 57,651,284 0.088

ARTR3 ARTERIS ON NM 211,762,270 0.314

ARZZ3 AREZZO CO ON NM 83,442,896 0.178

AUTM3 AUTOMETAL ON NM 63,550,264 0.087

BBAS3 BRASIL ON NM 1,739,738,694 3.118

BBDC3 BRADESCO ON EJ N1 553,151,474 1.298

BBDC4 BRADESCO PN EJ N1 2,029,637,010 4.377

BBRK3 BR BROKERS ON NM 311,949,796 0.136

BBSE3 BBSEGURIDADE ON NM 1,350,000,000 2.428

BEEF3 MINERVA ON NM 187,791,766 0.165

BEMA3 BEMATECH ON NM 76,524,558 0.058

BHGR3 BHG ON NM 85,441,218 0.095

BICB4 BICBANCO PN N1 61,204,463 0.036

BISA3 BROOKFIELD ON NM 542,168,744 0.044

BPHA3 BR PHARMA ON NM 510,943,434 0.257

BPNM4 PANAMERICANO PN N1 154,695,734 0.051

BRAP3 BRADESPAR ON N1 26,547,221 0.038

BRAP4 BRADESPAR PN N1 222,485,404 0.385

BRFS3 BRF SA ON EJ NM 1,624,264,418 5.58

BRIN3 BR INSURANCE ON NM 140,136,982 0.196

BRKM3 BRASKEM ON N1 225,333,929 0.282

BRKM5 BRASKEM PNA N1 264,588,096 0.417

BRML3 BR MALLS PAR ON NM 862,494,768 1.148

BRPR3 BR PROPERT ON NM 619,261,208 0.848

BRSR6 BANRISUL PNB N1 174,312,295 0.159

BSEV3 BIOSEV ON NM 171,739,156 0.129

BTOW3 B2W DIGITAL ON NM 116,395,984 0.134

BVMF3 BMFBOVESPA ON NM 3,858,486,410 3.061

CARD3 CSU CARDSYST ON NM 33,038,086 0.008

Page 58: Governaça Corporativa

54

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

CCRO3 CCR SA ON NM 1,722,565,512 2.202

CCXC3 CCX CARVAO ON NM 130,023,242 0.01

CESP3 CESP ON N1 5,128,709 0.008

CESP6 CESP PNB N1 181,698,918 0.298

CIEL3 CIELO ON NM 668,273,790 3.535

CLSC4 CELESC PN EJ N2 34,215,057 0.042

CMIG3 CEMIG ON N1 206,290,633 0.226

CMIG4 CEMIG PN N1 695,069,056 0.739

CPFE3 CPFL ENERGIA ON NM 586,737,576 0.843

CPLE3 COPEL ON N1 21,703,707 0.037

CPLE6 COPEL PNB N1 100,946,948 0.238

CPRE3 CPFL RENOVAV ON NM 297,056,856 0.307

CRDE3 CR2 ON NM 74,984,282 0.021

CREM3 CREMER ON EJ NM 18,255,608 0.021

CSAN3 COSAN ON NM 209,935,996 0.626

CSMG3 COPASA ON NM 116,273,356 0.302

CTAX11 CONTAX UNT N2 60,761,688 0.093

CTIP3 CETIP ON NM 498,905,826 0.907

CVCB3 CVC BRASIL ON NM 67,500,000 0.084

CYRE3 CYRELA REALT ON NM 362,498,320 0.409

DASA3 DASA ON NM 606,223,914 0.684

DAYC4 DAYCOVAL PN N2 92,549,242 0.056

DIRR3 DIRECIONAL ON NM 160,564,676 0.138

DTEX3 DURATEX ON NM 433,199,808 0.402

ECOR3 ECORODOVIAS ON NM 401,094,354 0.417

ELET3 ELETROBRAS ON N1 221,661,979 0.1

ELET6 ELETROBRAS PNB N1 219,730,858 0.169

ELPL4 ELETROPAULO PN N2 139,957,020 0.096

EMBR3 EMBRAER ON NM 1,460,843,290 2.173

ENBR3 ENERGIAS BR ON NM 465,205,848 0.376

ENEV3 ENEVA ON NM 535,756,330 0.141

EQTL3 EQUATORIAL ON NM 305,858,412 0.537

ESTC3 ESTACIO PART ON NM 580,060,118 0.887

ETER3 ETERNIT ON NM 151,109,790 0.101

EUCA4 EUCATEX PN N1 59,007,269 0.031

EVEN3 EVEN ON NM 427,921,070 0.254

EZTC3 EZTEC ON NM 98,043,708 0.211

FESA4 FERBASA PN N1 43,460,020 0.042

FHER3 FER HERINGER ON NM 31,253,648 0.016

FIBR3 FIBRIA ON NM 444,616,002 0.93

FJTA3 FORJA TAURUS ON N2 34,953,573 0.007

FJTA4 FORJA TAURUS PN N2 126,688,125 0.021

FLRY3 FLEURY ON NM 109,199,666 0.159

FRAS3 FRAS-LE ON N1 22,328,490 0.01

Page 59: Governaça Corporativa

55

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

FRIO3 METALFRIO ON NM 30,586,998 0.007

GFSA3 GAFISA ON NM 833,954,152 0.218

GGBR3 GERDAU ON N1 100,264,457 0.118

GGBR4 GERDAU PN N1 869,031,000 1.223

GOAU3 GERDAU MET ON N1 47,457,834 0.067

GOAU4 GERDAU MET PN N1 268,526,346 0.474

GOLL4 GOL PN N2 150,492,115 0.126

GRND3 GRENDENE ON NM 154,271,994 0.221

GSHP3 GENERALSHOPP ON NM 40,961,200 0.029

HBOR3 HELBOR ON NM 216,286,326 0.135

HGTX3 CIA HERING ON NM 255,074,894 0.544

HRTP3 HRT PETROLEO ON NM 575,288,458 0.045

HYPE3 HYPERMARCAS ON NM 668,302,628 0.874

IDNT3 IDEIASNET ON NM 237,546,402 0.028

IDVL4 INDUSVAL PN N2 45,513,793 0.019

IGTA3 IGUATEMI ON NM 168,078,168 0.281

IMCH3 IMC HOLDINGS ON NM 101,537,890 0.141

INEP3 INEPAR ON N1 13,716,587 0.001

INEP4 INEPAR PN N1 60,330,004 0.004

ITSA3 ITAUSA ON N1 818,407,210 0.704

ITSA4 ITAUSA PN N1 2,787,296,115 1.878

ITUB3 ITAUUNIBANCO ON ED N1 237,181,352 0.529

ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED N1 2,425,289,137 5.855

JBSS3 JBS ON NM 3,201,378,730 2.147

JHSF3 JHSF PART ON NM 216,968,538 0.078

JSLG3 JSL ON NM 124,823,878 0.152

KLBN4 KLABIN S/A PN N2 678,941,932 0.657

KROT3 KROTON ON NM 411,160,420 1.259

LCAM3 LOCAMERICA ON NM 68,916,902 0.035

LEVE3 METAL LEVE ON NM 76,865,384 0.158

LIGT3 LIGHT S/A ON NM 195,252,906 0.315

LINX3 LINX ON NM 39,173,486 0.145

LLIS3 LE LIS BLANC ON NM 142,121,934 0.063

LLXL3 LLX LOG ON NM 1,676,842,414 0.135

LOGN3 LOG-IN ON NM 170,974,132 0.123

LPSB3 LOPES BRASIL ON NM 176,269,590 0.195

LREN3 LOJAS RENNER ON NM 247,463,094 1.109

LUPA3 LUPATECH ON NM 315,206,232 0.017

MAGG3 MAGNESITA SA ON NM 340,853,178 0.153

MDIA3 M.DIASBRANCO ON NM 57,863,992 0.447

MGLU3 MAGAZ LUIZA ON NM 119,542,968 0.076

MILS3 MILLS ON NM 157,065,796 0.392

MMXM3 MMX MINER ON NM 790,241,668 0.044

MPLU3 MULTIPLUS ON NM 87,888,618 0.199

Page 60: Governaça Corporativa

56

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

MRFG3 MARFRIG ON NM 693,978,736 0.225

MRVE3 MRV ON NM 606,963,910 0.386

MULT3 MULTIPLAN ON N2 118,369,447 0.434

MYPK3 IOCHP-MAXION ON NM 127,764,334 0.256

NATU3 NATURA ON NM 336,579,296 1.007

ODPV3 ODONTOPREV ON NM 506,069,462 0.364

OIBR3 OI ON N1 162,715,179 0.056

OIBR4 OI PN N1 691,372,409 0.228

PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN N1 159,510,159 1.197

PDGR3 PDG REALT ON NM 2,600,727,398 0.38

PFRM3 PROFARMA ON NM 26,356,348 0.033

PINE4 PINE PN EX N2 50,076,096 0.034

PMAM3 PARANAPANEMA ON NM 637,724,194 0.246

POMO3 MARCOPOLO ON N2 173,262,804 0.058

POMO4 MARCOPOLO PN N2 815,682,588 0.305

POSI3 POSITIVO INF ON NM 47,947,012 0.011

PRBC4 PARANA PN N1 21,827,072 0.02

PRVI3 PROVIDENCIA ON NM 45,830,504 0.027

PSSA3 PORTO SEGURO ON NM 187,835,496 0.413

PTBL3 PORTOBELLO ON NM 124,577,624 0.045

QGEP3 QGEP PART ON NM 151,621,214 0.114

QUAL3 QUALICORP ON NM 387,850,128 0.631

RADL3 RAIADROGASIL ON NM 383,838,836 0.445

RAPT3 RANDON PART ON N1 17,494,992 0.012

RAPT4 RANDON PART PN N1 121,109,576 0.097

RDNI3 RODOBENSIMOB ON NM 44,780,850 0.046

RENT3 LOCALIZA ON EJ NM 285,075,014 0.703

RNAR3 RENAR ON NM 110,564,418 0.002

RNEW11 RENOVA UNT N2 54,806,430 0.203

ROMI3 INDS ROMI ON NM 71,484,206 0.032

RSID3 ROSSI RESID ON NM 647,316,500 0.096

SANB11 SANTANDER BR UNT ED N2 1,387,300,974 1.487

SBSP3 SABESP ON NM 679,971,222 1.27

SCAR3 SAO CARLOS ON NM 52,886,342 0.142

SEER3 SER EDUCA ON NM 73,389,004 0.131

SFSA4 SOFISA PN N2 40,277,116 0.009

SGPS3 SPRINGS ON NM 170,055,184 0.021

SHOW3 TIME FOR FUN ON NM 86,265,964 0.036

SLCE3 SLC AGRICOLA ON NM 96,035,888 0.15

SLED4 SARAIVA LIVR PN N2 27,660,006 0.05

SMLE3 SMILES ON NM 104,347,824 0.293

SMTO3 SAO MARTINHO ON NM 84,518,700 0.182

SSBR3 SIERRABRASIL ON NM 50,981,454 0.069

Page 61: Governaça Corporativa

57

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

STBP11 SANTOS BRP UNT N2 63,233,346 0.087

SULA11 SUL AMERICA UNT N2 358,667,014 0.381

SUZB5 SUZANO PAPEL PNA N1 461,276,773 0.334

TAEE11 TAESA UNT N2 140,169,816 0.196

TBLE3 TRACTEBEL ON NM 407,966,654 1.138

TCSA3 TECNISA ON NM 169,733,512 0.111

TECN3 TECHNOS ON NM 133,502,698 0.158

TEMP3 TEMPO PART ON NM 234,395,580 0.061

TERI3 TEREOS ON NM 478,798,696 0.093

TGMA3 TEGMA ON NM 47,475,942 0.069

TIMP3 TIM PART S/A ON NM 1,609,733,478 1.674

TOTS3 TOTVS ON NM 268,569,324 0.745

TPIS3 TRIUNFO PART ON NM 101,783,432 0.075

TRIS3 TRISUL ON NM 66,813,892 0.019

TRPL4 TRAN PAULIST PN N1 88,176,032 0.184

TRPN3 TARPON INV ON NM 36,021,856 0.042

TUPY3 TUPY ON NM 125,677,752 0.196

UCAS3 UNICASA ON NM 60,799,454 0.027

UGPA3 ULTRAPAR ON NM 1,060,757,272 4.466

USIM3 USIMINAS ON N1 173,356,454 0.169

USIM5 USIMINAS PNA N1 481,069,318 0.516

VAGR3 V-AGRO ON NM 517,622,076 0.137

VALE3 VALE ON N1 1,262,807,243 3.18

VALE5 VALE PNA N1 1,879,212,086 4.415

VIGR3 VIGOR FOOD ON NM 95,614,288 0.067

VIVR3 VIVER ON NM 402,586,384 0.008

VLID3 VALID ON NM 108,659,098 0.279

VVAR11 VIAVAREJO UNT N2 172,747,960 0.329

WEGE3 WEG ON NM 429,796,344 0.972

Quantidade Teórica Total 77,222,029,382 100

Page 62: Governaça Corporativa

58

Anexo 2: lista das ações que compõem o indicie IGCT

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

ABCB4 ABC BRASIL PN EJS N2 50,220,160 0.075

ABRE11 ABRIL EDUCA UNT N2 46,653,098 0.181

AEDU3 ANHANGUERA ON NM 433,509,828 0.775

ALLL3 ALL AMER LAT ON NM 432,670,615 0.377

ALPA4 ALPARGATAS PN N1 151,559,216 0.241

ALSC3 ALIANSCE ON NM 76,191,373 0.17

ALUP11 ALUPAR UNT N2 73,633,604 0.15

AMAR3 LOJAS MARISA ON NM 46,984,764 0.105

ARTR3 ARTERIS ON NM 105,881,135 0.249

ARZZ3 AREZZO CO ON NM 41,721,448 0.141

AUTM3 AUTOMETAL ON NM 31,775,132 0.07

BBAS3 BRASIL ON NM 869,869,347 2.473

BBDC3 BRADESCO ON EJ N1 553,151,474 2.059

BBDC4 BRADESCO PN EJ N1 2,029,637,010 6.943

BBRK3 BR BROKERS ON NM 155,974,898 0.108

BBSE3 BBSEGURIDADE ON NM 675,000,000 1.925

BEEF3 MINERVA ON NM 93,895,883 0.131

BEMA3 BEMATECH ON NM 38,262,279 0.046

BISA3 BROOKFIELD ON NM 271,084,372 0.035

BPHA3 BR PHARMA ON NM 255,471,717 0.203

BPNM4 PANAMERICANO PN N1 154,695,734 0.08

BRAP4 BRADESPAR PN N1 222,485,404 0.612

BRFS3 BRF SA ON EJ NM 812,132,209 4.426

BRIN3 BR INSURANCE ON NM 70,068,491 0.156

BRKM5 BRASKEM PNA N1 264,588,096 0.662

BRML3 BR MALLS PAR ON NM 431,247,384 0.911

BRPR3 BR PROPERT ON NM 309,630,604 0.673

BRSR6 BANRISUL PNB N1 174,312,295 0.252

BTOW3 B2W DIGITAL ON NM 58,197,992 0.106

BVMF3 BMFBOVESPA ON NM 1,929,243,205 2.428

CCRO3 CCR SA ON NM 861,282,756 1.746

CCXC3 CCX CARVAO ON NM 65,011,621 0.008

CESP6 CESP PNB N1 181,698,918 0.472

CIEL3 CIELO ON NM 334,136,895 2.803

CMIG3 CEMIG ON N1 206,290,633 0.359

CMIG4 CEMIG PN N1 695,069,056 1.173

CPFE3 CPFL ENERGIA ON NM 293,368,788 0.668

CPLE6 COPEL PNB N1 100,946,948 0.377

CSAN3 COSAN ON NM 104,967,998 0.497

CSMG3 COPASA ON NM 58,136,678 0.24

CTIP3 CETIP ON NM 249,452,913 0.72

CYRE3 CYRELA REALT ON NM 181,249,160 0.324

Page 63: Governaça Corporativa

59

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

DIRR3 DIRECIONAL ON NM 80,282,338 0.11

DTEX3 DURATEX ON NM 216,599,904 0.319

ECOR3 ECORODOVIAS ON NM 200,547,177 0.331

ELET3 ELETROBRAS ON N1 221,661,979 0.158

ELET6 ELETROBRAS PNB N1 219,730,858 0.269

ELPL4 ELETROPAULO PN N2 93,304,680 0.102

EMBR3 EMBRAER ON NM 730,421,645 1.723

ENBR3 ENERGIAS BR ON NM 232,602,924 0.298

ENEV3 ENEVA ON NM 267,878,165 0.112

EQTL3 EQUATORIAL ON NM 152,929,206 0.426

ESTC3 ESTACIO PART ON NM 290,030,059 0.703

EVEN3 EVEN ON NM 213,960,535 0.201

EZTC3 EZTEC ON NM 49,021,854 0.167

FIBR3 FIBRIA ON NM 222,308,001 0.738

FLRY3 FLEURY ON NM 54,599,833 0.126

GFSA3 GAFISA ON NM 416,977,076 0.173

GGBR3 GERDAU ON N1 100,264,457 0.187

GGBR4 GERDAU PN N1 869,031,000 1.941

GOAU4 GERDAU MET PN N1 268,526,346 0.752

GOLL4 GOL PN N2 100,328,077 0.133

GRND3 GRENDENE ON NM 77,135,997 0.176

HBOR3 HELBOR ON NM 108,143,163 0.107

HGTX3 CIA HERING ON NM 127,537,447 0.432

HRTP3 HRT PETROLEO ON NM 287,644,229 0.036

HYPE3 HYPERMARCAS ON NM 334,151,314 0.693

IGTA3 IGUATEMI ON NM 84,039,084 0.222

IMCH3 IMC HOLDINGS ON NM 50,768,945 0.112

ITSA4 ITAUSA PN N1 2,787,296,115 2.979

ITUB3 ITAUUNIBANCO ON ED N1 237,181,352 0.839

ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED N1 2,425,289,137 9.288

JBSS3 JBS ON NM 1,600,689,365 1.703

JHSF3 JHSF PART ON NM 108,484,269 0.062

JSLG3 JSL ON NM 62,411,939 0.12

KLBN4 KLABIN S/A PN N2 452,627,955 0.695

KROT3 KROTON ON NM 205,580,210 0.998

LEVE3 METAL LEVE ON NM 38,432,692 0.125

LIGT3 LIGHT S/A ON NM 97,626,453 0.25

LINX3 LINX ON NM 19,586,743 0.115

LLIS3 LE LIS BLANC ON NM 71,060,967 0.05

LLXL3 LLX LOG ON NM 838,421,207 0.107

LPSB3 LOPES BRASIL ON NM 88,134,795 0.154

LREN3 LOJAS RENNER ON NM 123,731,547 0.88

LUPA3 LUPATECH ON NM 157,603,116 0.013

MAGG3 MAGNESITA SA ON NM 170,426,589 0.121

Page 64: Governaça Corporativa

60

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

MGLU3 MAGAZ LUIZA ON NM 59,771,484 0.06

MILS3 MILLS ON NM 78,532,898 0.311

MMXM3 MMX MINER ON NM 395,120,834 0.035

MPLU3 MULTIPLUS ON NM 43,944,309 0.158

MRFG3 MARFRIG ON NM 346,989,368 0.179

MRVE3 MRV ON NM 303,481,955 0.306

MULT3 MULTIPLAN ON N2 78,912,965 0.459

MYPK3 IOCHP-MAXION ON NM 63,882,167 0.203

NATU3 NATURA ON NM 168,289,648 0.798

ODPV3 ODONTOPREV ON NM 253,034,731 0.289

OIBR3 OI ON N1 162,715,179 0.088

OIBR4 OI PN N1 691,372,409 0.361

PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN N1 159,510,159 1.9

PDGR3 PDG REALT ON NM 1,300,363,699 0.302

PFRM3 PROFARMA ON NM 13,178,174 0.026

PMAM3 PARANAPANEMA ON NM 318,862,097 0.195

POMO4 MARCOPOLO PN N2 543,788,392 0.323

PSSA3 PORTO SEGURO ON NM 93,917,748 0.327

QGEP3 QGEP PART ON NM 75,810,607 0.09

QUAL3 QUALICORP ON NM 193,925,064 0.501

RADL3 RAIADROGASIL ON NM 191,919,418 0.353

RAPT4 RANDON PART PN N1 121,109,576 0.155

RENT3 LOCALIZA ON EJ NM 142,537,507 0.558

RSID3 ROSSI RESID ON NM 323,658,250 0.076

SANB11 SANTANDER BR UNT ED N2 924,867,316 1.573

SBSP3 SABESP ON NM 339,985,611 1.007

SLCE3 SLC AGRICOLA ON NM 48,017,944 0.119

SLED4 SARAIVA LIVR PN N2 18,440,004 0.053

SMLE3 SMILES ON NM 52,173,912 0.233

SMTO3 SAO MARTINHO ON NM 42,259,350 0.144

SSBR3 SIERRABRASIL ON NM 25,490,727 0.054

STBP11 SANTOS BRP UNT N2 42,155,564 0.092

SULA11 SUL AMERICA UNT N2 239,111,343 0.403

SUZB5 SUZANO PAPEL PNA N1 461,276,773 0.529

TAEE11 TAESA UNT N2 93,446,544 0.207

TBLE3 TRACTEBEL ON NM 203,983,327 0.902

TCSA3 TECNISA ON NM 84,866,756 0.088

TECN3 TECHNOS ON NM 66,751,349 0.125

TGMA3 TEGMA ON NM 23,737,971 0.055

TIMP3 TIM PART S/A ON NM 804,866,739 1.328

TOTS3 TOTVS ON NM 134,284,662 0.591

TPIS3 TRIUNFO PART ON NM 50,891,716 0.06

TRPL4 TRAN PAULIST PN N1 88,176,032 0.292

Page 65: Governaça Corporativa

61

Código Ação Tipo Qtde. Teórica Part. (%)

UGPA3 ULTRAPAR ON NM 530,378,636 3.542

USIM3 USIMINAS ON N1 173,356,454 0.267

USIM5 USIMINAS PNA N1 481,069,318 0.819

VAGR3 V-AGRO ON NM 258,811,038 0.108

VALE3 VALE ON N1 1,262,807,243 5.044

VALE5 VALE PNA N1 1,879,212,086 7.004

VLID3 VALID ON NM 54,329,549 0.221

WEGE3 WEG ON NM 214,898,172 0.773

Quantidade Teórica Total 44,833,090,329 100