editorial vol. xxi • n° 379 • montreal, 5 de outubro de...

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8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 POLIMENTO DE SOALHOS Instalação de pisos de madeira MIRANDA Telefone: 514-272-0519 La vie est plus radieuse sous le soleil Manuel Resendes 514-895-1649 [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective †Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie La Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life. © Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017. Seguro de Vida Seguro de Hipoteca Invalidez e Doenças Criticas Investimentos REER CELI Seguro de saúde Fundo mutualista Cont. na pág 2 Sudoeste alentejano: A realidade da imigração • Artigo de Daniel BASTOS, pág 11. Eusébio Cup: Benfica já não vem ao Canadá - Glasgow Rangers protesta... • Veja texto na pág. 15 AUTÁRQUICAS DE DOMINGO PASSADO: PS É O MAIOR PARTIDO! CDU PERDE MAIS CÂMARAS E PSD CAI DE NOVO... Leia texto na pág. 9 A N I V E R S Á R I O . . º º Vol. XXI • N° 379 • Montreal, 5 de outubro de 2017 Foto LusoPresse. Editorial A nave dos loucos Por Carlos DE JESUS À hora de escrever estas linhas, as últimas notícias dizem que houve pelo menos 59 mortos e mais de 520 feridos no tiroteio em Las Vegas. Como a maior parte de vós já deve saber, esta foi a pior carnificina, causada por um só atirador, nos Estados Unidos. O assassino, ao contrário do que anunciaram inicialmente as redes noticio- sas, não foi abatido pela polícia, mas sim, por ele próprio. Suicidou-se, depois de ter tirado a vida a dezenas de pessoas e estropiado centenas doutras que estavam, pacificamente, a assistir a um espetáculo ao ar livre de música country. O atirador tinha-se barricado num quarto de hotel, situado no 32º andar do edifício, com uma dezena de armas pesa- das, tipo de metralhadoras militares, e centenas de munições de alto calibre. Par- tiu uma das janelas do quarto que dava para o recinto onde se desenrolava o es- petáculo e, quando este estava quase a terminar, decidiu lançar dezenas de rajadas das armas automáticas sobre os espeta- dores, cerca de 22 mil pessoas. De início, muitos dos presentes pen- saram que o barulho dos tiros fazia parte dos efeitos pirotécnicos que acompanha- vam a música. Só quando as balas come- çaram a fazer vítimas é que se gerou o pâ- nico na multidão, tanto mais que nin- guém era capaz de localizar a origem dos tiros. A polícia levou mais de duas horas a chegar ao quarto do atirador. TRANQUADA GOMES AO LUSOPRESSE... «MADEIRENSES PELO MUNDO SÃO GENTE QUE NOS DIZ MUITOPor Humberta ARAÚJO O Presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, José Lino Tranquada Gomes, esteve no passado mês de agosto em Montreal, para participar nas Festas de Nossa Se- nhora do Monte. Para além do convívio social que manteve com a comunidade madeirense, Tranquada Go- mes teve ainda oportunidade de se encontrar com o seu homólogo Jacques Chagnon, Presidente do Parlamento da Província do Quebeque, o qual convidou, para uma visita oficial ao arqui- pélago. Nesta visita ao Canadá, Tranquada Gomes incluíu igualmente uma passagem por Toronto. Leia entrevista na página 12. Foto de Humberta Araújo/ LusoPresse.

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Page 1: Editorial Vol. XXI • N° 379 • Montreal, 5 de outubro de ...lusopresse.com/WEB_LUSO_Outubro5_2017.pdf · A nave dos loucos • Por Carlos DE JESUS ... de aceitar as boas propostas

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

POLIMENTODE SOALHOS

Instalaçãode pisos de madeiraMIRANDATelefone: 514-272-0519

La vie est plus radieuse sous le soleil

Manuel Resendes [email protected] www.sunlife.ca/manuel.resendes

Conseiller en sécurité financière, Distribution Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de services financiers Représentant en épargne collective, Placements Financière Sun Life (Canada) inc.†, cabinet de courtage en épargne collective†Filiales de la Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vieLa Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie est membre du groupe Financière Sun Life.© Sun Life du Canada, compagnie d’assurance-vie 2017.

Seguro de Vida • Seguro de Hipoteca

Invalidez e Doenças Criticas

Investimentos • REER • CELI

Seguro de saúde • Fundo mutualista

Cont. na pág 2

Sudoeste alentejano:A realidade da imigração• Artigo de Daniel BASTOS, pág 11.

Eusébio Cup:Benfica já não vem ao Canadá- Glasgow Rangers protesta...• Veja texto na pág. 15

AUTÁRQUICAS DE DOMINGO PASSADO:

PS É O MAIOR PARTIDO!CDU PERDE MAIS CÂMARAS E PSD CAI DE NOVO...

Leia texto na pág. 9

ANIVERSÁRIO

..ºº

Vol. XXI • N° 379 • Montreal, 5 de outubro de 2017

Foto LusoPresse.

Editorial

A nave dos loucos• Por Carlos DE JESUS

À hora de escrever estas linhas,as últimas notícias dizem que houve pelomenos 59 mortos e mais de 520 feridosno tiroteio em Las Vegas.

Como a maior parte de vós já devesaber, esta foi a pior carnificina, causadapor um só atirador, nos Estados Unidos.

O assassino, ao contrário do queanunciaram inicialmente as redes noticio-sas, não foi abatido pela polícia, mas sim,por ele próprio. Suicidou-se, depois deter tirado a vida a dezenas de pessoas eestropiado centenas doutras que estavam,pacificamente, a assistir a um espetáculoao ar livre de música country.

O atirador tinha-se barricado numquarto de hotel, situado no 32º andar doedifício, com uma dezena de armas pesa-das, tipo de metralhadoras militares, ecentenas de munições de alto calibre. Par-tiu uma das janelas do quarto que davapara o recinto onde se desenrolava o es-petáculo e, quando este estava quase aterminar, decidiu lançar dezenas de rajadasdas armas automáticas sobre os espeta-dores, cerca de 22 mil pessoas.

De início, muitos dos presentes pen-saram que o barulho dos tiros fazia partedos efeitos pirotécnicos que acompanha-vam a música. Só quando as balas come-çaram a fazer vítimas é que se gerou o pâ-nico na multidão, tanto mais que nin-guém era capaz de localizar a origem dostiros. A polícia levou mais de duas horasa chegar ao quarto do atirador.

TRANQUADA GOMES AO LUSOPRESSE...«MADEIRENSES PELO MUNDO SÃO GENTE QUE NOS DIZ MUITO!»

• Por Humberta ARAÚJO

O Presidente da Assembleia Legislativa Regional da Madeira, José Lino TranquadaGomes, esteve no passado mês de agosto em Montreal, para participar nas Festas de Nossa Se-nhora do Monte.

Para além do convívio social que manteve com a comunidade madeirense, Tranquada Go-mes teve ainda oportunidade de se encontrar com o seu homólogo Jacques Chagnon, Presidentedo Parlamento da Província do Quebeque, o qual convidou, para uma visita oficial ao arqui-pélago. Nesta visita ao Canadá, Tranquada Gomes incluíu igualmente uma passagem porToronto. Leia entrevista na página 12.

Foto de Humberta Araújo/LusoPresse.

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Página 25 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

A FADIGA ELEITORAL• Por Osvaldo CABRAL

Há um sinaleleitoral preocupanteque deve ser retiradodas eleições autárqui-cas de domingo: o de-sinteresse dos eleito-res nos Açores é ma-ior do que no resto dopaís.

Há mesmo umcontraciclo, que já vinha sendo notório naseleições para a Assembleia da República e aténas presidenciais. Enquanto que a abstençãobaixou em todo o país em quase 2%, nos A-çores cresceu praticamente 0,5%.

Em 2013 houve 104 053 eleitores que nãoforam votar. Domingo, foram mais 2 318 quese juntaram aos abstencionistas.

Se juntarmos estes números aos votosbrancos e nulos, o cenário é ainda mais cin-zento.

Este desinteresse de quase metade da po-pulação eleitoral é revelador da pobreza mo-bilizadora que se vive na nossa Região e só as-sim se compreende que, nos indicadores daparticipação cívica a nível das regiões europeias,estejamos na cauda da tabela.

É verdade que a abstenção está distorcida,devido à desactualização dos cadernos eleito-rais, mas isto não explica tudo, sobretudo emeleições autárquicas, em que o poder mobiliza-dor é muito maior.

Parece haver aqui um fenómeno de fadigaeleitoral, fruto do domínio avassalador dospartidos políticos na sociedade.

É por isso que os chamados pequenospartidos, mesmo com um conjunto de pro-postas mais inovadoras, não se conseguemimpor no panorama político regional, porqueo raio de influência junto das populações, so-bretudo nas zonas rurais, é praticamente nulo.

A rede aparelhística que se espalhou porestas ilhas, com Secções e Núcleos de partidos,associações, organismos, clubes, casas do po-vo e outras instituições públicas completamen-te dominadas por interesses partidários, ondeimpera algum caciquismo nada recomendável,é uma das principais causas para o afastamentodos cidadãos.

O triste espetáculo que foi a tentativa dedomínio partidário do Conselho de Ilha de S.Miguel ou, mais recentemente, os episódioscaciqueiros à volta da Unidade de Saúde da Ilhado Pico, são apenas exemplos daquilo que háde pior na nossa política açoriana, provocandoa repulsa dos eleitores e o consequente desinte-resse pela atividade política. Se este cenárionão for alterado, é a democracia que perde e osistema apodrece.

Há que mudar rapidamente todo o sistemaeleitoral nos Açores, porque os sinais de fadigasão cada vez mais evidentes. Temos de criaroutros mecanismos de maior responsabiliza-ção por parte dos eleitos, de modo a que oseleitores possam julgar diretamente quem osrepresenta.

As autárquicas de domingo, por exemplo,foram reveladoras para alguns deputados emembros do governo que lideraram listas àsJuntas ou Câmaras Municipais e perderam.

Se não conseguem ser eleitos pela popula-

ção das suas comunidades, como é que seriameleitos para o parlamento se fossem escolhidospelos eleitores?

Noutro âmbito desta análise, as autárqui-cas de domingo deixam também outros sinaisde reflexão para os principais partidos da Re-gião.

Desde logo o PS, que foi, sem sombrasde dúvidas, o grande vencedor das eleições,mas perdeu, mais uma vez, parte da sua baseeleitoral.

Vasco Cordeiro viu fugir nestas autárqui-cas mais de 2 500 eleitores, menos do que nasregionais, mas o suficiente para explicar que odesgaste da governação também terá reflexosjunto das populações.

O PSD, ao contrário, reforçou a sua basede votação em mais de 9 mil eleitores, mas istotambém não é boa notícia para a liderança deDuarte Freitas, que tinha perdido milhares deeleitores nas regionais do ano passado.

E porquê? Porque revela que os candida-tos autárquicos têm mais valor do que os can-didatos regionais do PSD.

As vitórias expressivas de José ManuelBolieiro e de Alexandre Gaudêncio dão-lhesuma autoridade reforçada no interior do parti-do e deixam adivinhar uma disputa, certamenteinteressante, sobre a liderança do PSD, no diaem que os respetivos militantes entenderemque chegou ao fim o reinado de Duarte Freitas.

Do lado do PS, parece-me que RicardoRodrigues é o mais bem posicionado, entretodos os autarcas socialistas, para ambicionarà substituição de Vasco Cordeiro em 2024.

O autarca de Vila Franca, que reforçoutambém a sua popularidade, está a dar o exem-plo de como se pode reiniciar uma carreira polí-tica, dispensando os lugares na governaçãoou na Assembleia da República, pese emboraa imagem pouco abonatória que deixou naspolémicas em que se envolveu e que o machu-caram politicamente.

Em termos de balanço geral, Vasco Cor-deiro é o vencedor destas eleições porque con-seguiu manter a maioria das autarquias, emboraestivesse à beira de um ataque de nervos setambém perdesse Horta e Santa Cruz da Gra-ciosa, que passaram a prova de fogo por umaunha negra.

Ao mesmo tempo é o responsável pelofracasso da estratégia escolhida para Ponta Del-gada, apostando de novo num membro dogoverno, que nem conseguiu melhorar o resul-tado obtido há quatro anos por José Contente.

Enquanto o PS não fixar os seus candida-tos na Vereação, percorrendo um caminho deoposição construtiva e insistente, será difícilobter melhores resultados.

Esta história de, após a derrota, fugir aoscompromissos com os eleitores, para se refugi-arem em lugares públicos mais apetecíveis, sóprejudica a imagem do PS e será outra das causaspara o seu desgaste eleitoral nestes últimosanos.

Ainda a nível partidário, Duarte Freitas éum dos derrotados da noite, porque colecionamais uma derrota sob a sua liderança, apesardo PSD ter ganho Nordeste ao PS.

E o facto de ter perdido muitas Juntas deFreguesia, no concelho de Ponta Delgada, parao PS, também é sinal de má estratégia na esco-lha dos candidatos e do trabalho a nível debases.

Os restantes partidos não têm expressãoeleitoral, como já é costume, com destaquepara o CDS, que é varrido em Ponta Delgada,acantonando-se, cada vez mais, na Terceira,sem visão regional.

Ainda em S. Miguel, saliente-se as vitóriasexpressivas do PS na Povoação e na Lagoa,com mérito para os respetivos candidatos, mastambém muito demérito do PSD na escolhadas suas candidaturas, todas com perfil fraquís-simo.

O caso de Nordeste – que acabou por sero caso da noite – é quase uma cópia do queaconteceu com a Câmara da Ribeira Grandeem 2013.

A somar às dificuldades financeiras do mu-nicípio, a gestão política arrogante e desastradado seu Presidente, completamente afastado daspopulações, ditou aquilo que se suspeitava.

Ricardo Rodrigues, na noite eleitoral, dei-xou escapar uma confissão ao dizer que já haviaem entendimento anterior com os autarcas doPSD para o caso de empate de municípios emS. Miguel, com vista à eleição da presidência daAssociação de Municípios, o que só demonstraque o PS já esperava a derrota em Nordeste.

E quanto à Associação de Municípios,naturalmente que o PSD, tendo as Câmarasmaiores de S. Miguel, com muito mais popula-ção, tem todo o direito em reivindicar a presi-dência.

Francisco César já percebeu isso e pronta-mente sugeriu que é o PSD que deve assumiresta presidência, pelo que não faz sentido aproposta de Ricardo Rodrigues em dividir omandato por dois anos entre os dois partidos.

Terminada a contenda, resta agora a todosos eleitos assumirem os anunciados compro-missos com as suas populações, porque osdesafios que vão enfrentar não são nada fáceis,sobretudo em muitos municípios onde se re-gista uma forte desertificação e uma enormefalta de recursos que promova a inovação, emtodos os setores, que se pretende nos dias dehoje.

Mesmo que para isso tenham a humildadede aceitar as boas propostas dos opositores, acomeçar por Ponta Delgada, onde apareceuum conjunto de ideias inovadoras, de muitosquadrantes, que são de aproveitar.

Daqui a quatro anos os açorianos saberão,mais uma vez, julgar.

Vasco Cordeiro, presidente do Governo dos Açores, quando votava na Junta deFreguesia de São José, em Ponta Delgada.

L P

Poucas horas depois, o autoproclamadoEstado Islâmico (Daesh) reivindicou a autoriado ataque, mas as autoridades americanas pen-sam que se trata apenas dum aproveitamentopara efeitos de propaganda. Na verdade, o ati-rador louco, Stephen Paddock, de 64 anos, umcidadão estadunidense, branco, não tinha qual-quer antecedente, nem era conhecido da polícia.

Depois de o terem identificado, a políciadescobriu em casa dele mais 18 armas de fogo,explosivos e dispositivos eletrónicos.

Evidentemente que para qualquer cidadãonormal, de um país normal, a questão que sepõe é: quando é que os Estados Unidos da A-mérica vão por cobro a uma tal carnificina?

Já nem é preciso mencionar todos os ti-roteios mortíferos, de massa, dos últimosanos. Todos os dias morrem dezenas de pes-soas por armas de fogo. Todos os dois meses,as balas matam mais gente do que as que mor-reram nos ataques terroristas do dia 11 de se-tembro de 2001. Todos os anos, morrem maisde 2 800 crianças e adolescentes por bala. Maisdo que o total de mortos em combate no Iraque

EDITORIAL...Cont. da pág 1

e no Afeganistão.A título comparativo, em Portugal, a taxa

de homicídio voluntário por cem mil habi-tantes – números de 2015 – era de 0,97. NoEstados Unidos, no mesmo período, era de4,88.

De toda a evidência, uma boa parte da res-ponsabilidade deste estado de sítio está no lob-by da “National Rifle Association” (NRA) quese opõe a toda a tentativa de regulamentar acompra de armas. Escudada na sacrossantaemenda do American Bill of Rights que per-mite a todo o particular de possuir uma arma,a NRA compra, literalmente, as eleições dosparlamentares republicanos que mantém o paísà mercê de loucos armados até aos dentes.

E, como no passado, depois desta carnifi-cina, vamos assistir a outra corrida aos armei-ros, com receio que desta vez, sim, o estadovenha a legiferar para controlar a venda dearmas.

Infelizmente nada vai acontecer. Vai ficartudo na mesma, até à próxima carnificina. Eassim voga aquela nave de loucos que é os Es-tados Unidos da América.

L P

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Página 35 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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CASAR OU NÃO CASAR...Já disse que os primeiros tempos de Montreal para mim fo-

ram muito penosos. Por muito diferentes, para pior, claro, do queeu estava habituado a viver na ilha, onde tinha noiva, ganhavabem, praticava desporto ao mais alto nível e ainda recebia algumas«chorudas encomendas» da parte de minha querida mãe «... paranão te faltar nada, meu querido filho!», escrevia-me ela praticamentetodas as semanas.

Chegado a Montreal, é verdade, tinha os meus pais e os meusdois irmãos. Mas com os meus pais fora de casa durante o dia, pe-lo trabalho, e os meus irmãos, na escola, eu sentia-me muito só.Do resto, desses primeiros tempos de Montreal, acho que já deupara perceber o meu desarroi...

A minha tábua de salvação, como lhe chamei na crónica doúltimo número do LusoPresse, parecia ser a chegada da minhanoiva. Porém, circunstâncias várias fizeram com que isso não ti-vesse acontecido assim... E não aconteceu porque as entidadesconsulares canadianas em São Miguel decidiram recusar a entradada minha noiva no Canadá com visto de emigrante, como tambémjá foi aqui referido.

Acompanhada da avó materna, com quem vivia desde os 3anos, lá chegou a Anália. Estávamos no dealbar do mês de setem-bro de 1975, praticamente seis meses depois de eu aqui ter desem-barcado.

Depois da alegria da chegada, os dias seguintes foram já pre-enchidos de preocupações, isto porque a avó, preocupada com ofacto da minha noiva ser apenas turista, entrava em pânico só porsaber que a neta, acabado o tempo de estada dado pela agente daimigração canadiana no aeroporto, em Dorval, podia voltar para ailha sem ela... O passaporte da Anália tinha carimbado três mesesde estada no Canadá.

A partir desse momento, todos os dias vinha à baila a possibi-lidade da Anália voltar para os Açores, isto na medida em que a avónada podia fazer por ela... Possessiva como era pela neta, estavafora de questão a Anália voltar para São Miguel, dizia ela.

Nesses momentos levantavam-se duas possibilidades: umfamiliar adotá-la ou eu casar. Eram, para todos os efeitos, duas hi-póteses difíceis e que não agradavam aos visados no desenlace.

A possibilidade de a Anália ser adotada não me agradava, atéporque ela teria de ir viver com um tio para Toronto, muito longede Montreal. Eu casar, como era vontade da avó? Também me pa-recia algo de problemático, pois eu só tinha 20 anos, embora já ti-vesse muita maturidade – adquiri-a ainda muito jovem... Eu punhao problema mais pela banda da Anália, que embora cheia de matu-ridade, sobretudo adquirida pelas vicissitudes da vida – sem mãe epai desde tenra idade – tinha apenas 16 anos, e por isso conside-rava-a muito jovem para casar...

Estava-se num verdadeiro impasse quando de São Miguelvem a notícia de que o carteiro tinha trazido de volta «os papéis»da Anália e que, enfim! ela podia agora vir como emigrante!

De preocupação em preocupação, agora vinha mais uma, a daAnália seguir para São Miguel e esperar que tudo batesse certo...

E se a nova tentativa falhasse? A resposta no próximo número.Norberto Aguiar

Provavelmente a primeira foto que tirei no Canadá...

DAVID DIAS...UM PIONEIRO COM O SEU PAÍS SEMPRE NA MENTE

• Por Luís TAVARES BELO

Tal como anunciado nanossa última edição esteve recente-mente entre nós o ex-Secretário deEstado das Comunidades Portu-guesas e atual deputado à Assem-bleia da República pelo CírculoEleitoral fora da Europa Dr. JoséCesário.

O motivo principal da sua es-tadia em Montreal teve a ver com aatribuição de uma medalha da As-sembleia da República ao conheci-do proprietário do RestauranteSolmar Senhor David Dias. É jus-to sublinhar que esta iniciativa par-tiu exclusivamente do ex-Conse-lheiro das Comunidades FranciscoSalvador, que quando num almoçode homenagem a David Dias orga-nizado por um grupo de amigos,anunciou que tinha contactado onosso deputado que prontamente

Adoentado, David Dias não pôde estar no momento de receber a medalha...

tinha aquiescido a essa ideia.Infelizmente aconteceu que a saúde do conhecido ho-

menageado tem estado periclitante e o acontecimento aque se pretendia dar uma certa dimensão teve que se cingira uma entrega singela da referida medalha numa sala doHospital em que se encontra o nosso amigo.

Uma vez mais as previsões falharam, e, apenas poucomais de uma hora antes do momento aprazado para entregada referida medalha, o estado de saúde do nosso amigo te-ve uma ligeira recaída e foi a sua esposa que teve de substituiro David.

Nessa pequena cerimónia, além do nosso deputadoestiveram presentes a esposa do homenageado, filhos eoutros familiares, o Cônsul Geral de Portugal em MontrealDr. José Guedes de Sousa, o Conselheiro das ComunidadesDaniel Loureiro, Francisco Salvador, o Dr. José Lata, CarlosMoleirinho, alguns outros amigos e representantes da im-prensa escrita de A Voz de Portugal e LusoPresse.

Devemos aqui salientar as intervenções do Dr. Guedesde Sousa e do Dr. José Cesário, ao mencionarem o rastroimpressionante deixado pelo David Dias, não só na pro-moção da culinária portuguesa, mas também na música eaté no desporto, sempre a arvorar a bandeira nacional parti-cularmente junto da sua clientela em maioria canadiana. Éum facto que nesse aspeto e no que concerne a promoçãofeita o Solmar, e particularmente o seu proprietário, foi e éo grande pioneiro, e já lá vão quarenta e cinco anos.

Constatando o que foi afirmado e, com o qual concorda-mos em absoluto, perguntamos se apesar de David Dias serum homem simples e não se pôr nos bicos dos pés, não mereceriada parte do Governo Português ou da Presidência da Repúblicauma condecoração com um pouco mais de “peso”?

A sugestão aqui fica.Quanto a nós, aqui lhe deixamos um forte abraço e

votos de uma recuperação rápida ou ele não fosse um trans-montano de rija têmpera. L P

L P

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Página 45 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Carlos de Jesus• Norberto Aguiar• Luciana Graça• Luís Tavares Belo• Daniel Bastos• Osvaldo Cabral• Raul Mesquita• Humberta Araújo• Carlos Taveira• Anália Narciso• Fábio Lim

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00; domingo: 17h00(Ver informações: páginas 5 e 16)

DO PERCURSO DAS PALAVRAS

ONDE SE SEGUE, LERDAMENTE, A VIAGEM DAS PALAVRAS• Por Carlos TAVEIRA

Regra geralnão digo coisa quepreste, mas houve di-as, no passado, emque me senti erudito.Foram raros momen-tos, sou demasiadopreguiçoso para mecultivar, prefiro insta-lar-me num sofá, me-tralhando o telecomando contra o ecrã de te-levisão. Desfolhar livros, pesquisar coisas pelaInternet, assistir a aulas, a conferências, etc.,não é para mim. Quando me levanto do sofá épara desentorpecer as pernas das várias opçõesque me proporciona a posição sentada ou, me-lhor, a horizontal... E sou tão apegado a estasposturas que, na minha juventude, pratiqueidesportos que fazia deitado ou sentado: nata-ção e remo. Só a caça submarina os suplantou,aquilo era boiar durante horas à superfície deum mar de silêncio. Para desentorpecer o corpolá fazia um esforço e mergulhava de arpãoapontado ao peixe que, invariavelmente, se meescapava. Estás mesmo a ver que dar provasde erudição estava fora do meu alcance, masaconteceu. Duas vezes, com palavras cruzadas.

Não era eu quem as cruzava, era um outro,na mesa de um bar, depois de engolir a bica,língua entre os dentes e olhinhos concentra-dos. Eu refastelava-me na cadeira contígua, depernas estendidas, diante de uma loiríssima ca-neca de cerveja com espuma e tudo. «Assassínioda esposa cometido pelo marido», leu alto ooutro, coçando a cabeça com a borracha medi-tabunda do lápis. Veio-me à cabeça o étimo la-tino de esposa: uxor. Fora obrigado a aprendê-lo durante um curso de latim no liceu, do qualme desembaracei num exame onde passei resvésCampo de Ourique. Arrisquei: «Uxoricídio».O outro encolheu os ombros, ignorando-me,e continuou, infatigavelmente, a encaixar vocá-bulos nos quadradinhos até que, incrédulo, viua palavra «uxoricídio» emergir do cruzamentodas letras. Mirei-o com altivez, limpando a es-puma da cerveja que se agarrara à minha barbadesleixada. Muitos anos mais tarde, em Mon-treal, uma colega de trabalho encarniçava-secontra o quadrilátero de palavras, no intervalodo almoço. «Animal que se alimenta de peixes»,leu ela em voz alta, buscando ajuda. «Piscívo-ro», respondi-lhe, recordando-me do piscis la-tino: peixe. Ela mal levantou os olhos, os om-bros sim, com desprezo como o outro na me-sa do bar. E, tal como ele, arregalou os olhosincrédulos ao constatar que a palavra «piscívo-ro» se destacava, lindíssima, da matriz sobre-carregada.

Estimulado por estes dois sucessos, inseri,entre as minhas parcas atividades culturais, apesquisa do étimo de algumas palavras. Porqueelas viajam e transformam-se, por vezes demaneira erudita entre os lábios educados deum douto, outras vezes degenerando-se entregrosserias de gente inculta. As palavras mudamde significado e de nacionalidade, multiplicam-se, agrupam-se em famílias descendentes domesmo antepassado mítico. Até emigram, ima-gina, muitas delas desembarcaram de veleiros,

outras expatriaram-se em travessias perigosas,chegaram mesmo a ser expulsas. É possívelseguir-lhes o percurso, estudar-lhes a evoluçãosemântica, os traumas ou alegrias que trans-portam.

E, para grande gáudio deste vosso amigo,o passatempo faz-se, como os desportos queele praticou, sentado ou deitado. Com poucotrabalho. Trabalho! Eis outra palavra que meobcecou. Se foste criado nesta linda língua,que dizem de Camões, já ouviste a seguintefrase: «Quem não trabuca não manduca!»Quem não trabalha não come. É mentira, sabesdisso, há muita gente que não trabalha, comebem e bebe do melhor, outras há que muitotrabalham e pouco comem. Mas isso é outrahistória. Adiante. A palavra «trabalhar» já tinhasido alvo da minha obscura curiosidade, eladeriva de um horrível instrumento de torturaromano: tripaliare. Quanto ao «trabucar» des-cobri que vem de «trabuco», uma arma de fogoantiga, espécie de bacamarte que cuspia pedrasem vez de chumbo. Engenho de guerra, por-tanto, coisa de manipulação laboriosa, dura,porque o trabuco tinha um recuo malandro,enegrecia os rostos com o fumo da pólvora,era pesado e perigoso: chegou a rebentar nasmãos de quem o disparava. Ao prolongar-senum verbo, trabuco associou-se a trabalho,incrustando-se naquela rude frase: «quem nãotrabuca, não manduca». Nestes dois cruéis ex-emplos, trabuco, associado a guerra e trabalho,tripaliare (étimo de «trabalhar») acasalado atortura, escondem-se (ou revelam-se) os senti-mentos que os humanos reservam ao trabalho.

Já a coisa se passa de maneira diferente, o-posta mesmo, com o sinónimo de comer,«manducar», que terá, como antepassado lon-gínquo, um sensual romano: manducare. Apalavra traz-nos um sorriso aos lábios, tu e eusabemos como o verbo comer é primo ideoló-gico do prazer. Manducar impõe-se, então, co-mo justa recompensa depois do trabalho ár-duo. Quando traduzida numa caipirinha emaperitivo, seguida de um bacalhau com natas àmaneira, regado com um verde Alvarinho en-terrado num balde de gelo, sericaia em sobre-mesa, bica e aguardente Adega Velha para rema-tar a pitança, o vocábulo desperta, num huma-no de traça normal, sentimentos de bem-estare regozijo...

Mas agora pergunto eu: e se não houvertrabucos para toda a gente, como é que se man-duca? A pergunta é de atualidade. Li há diasque já não se produz comida em quantidadesuficiente para alimentar o planeta! Fiquei pre-ocupado, claro, porque, sendo fã de ficção ci-entífica, apercebi-me que somos todos tri-pulantes de uma nave espacial chamada Terra.E se aqueles que foram impedidos de trabucar(para manducarem) se amotinarem e invadirem

esta nave, atacando à pedrada quem manducapacificamente? Ou pior: e se, num ato de de-sespero, se puserem a atravessar mediterrâneosa bordo de xavecos escangalhados, ameaçando-nos a pureza ancestral dos impolutos costu-mes, avacalhando-nos os vocábulos nacio-nais? Oxalá que não! Infelizmente dizem asnotícias que tais migrantes já existem e que,no percurso, a soldo de quem não os quer, háquadrilhas de rafeiros que os maltratam e escra-vizam. Como faziam os romanos aos servus.

Falando de romanos. Sabes que a palavraescravo chegou ao latim numa fase já muitoadiantada? E que ela emigrou para o portuguêsno século XV? Antes dizia-se servo ou cativo.O vocábulo «escravo» deriva dos eslavos, queteriam produzido muito servo (e serva) ao gos-to dos meridionais, encantados com aquelescabelos de palha e olhos claros. Podes crer,instruí-me sobre o assunto em obras de gentemui douta. Vai daí, leitura puxa leitura, fiquei apar de uma coisa horrorosa: esta nave espacialchamada Terra, viaja pelo universo com maisde quarenta milhões de escravos no bojo. Ago-rinha mesmo! No fundo, confesso-te, escrevitudo isto, lerdamente sentado diante do com-putador, com o propósito de denunciar essaescravatura. É para sossegar a minha consciên-cia (que, com tanto amargo petisco para man-ducar, trabuca incessantemente), desassosse-gada depois de reler um poema do BertoldBrecht:

Primeiro levaram os negros /Mas nãome importei com isso /Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários /Mas não me importei com isso /Eu tambémnão era operário

Depois prenderam os miseráveis /Masnão me importei com isso /Porque eu nãosou miserável

Depois agarraram uns desempregados /Mas como tenho meu emprego /Também nãome importei.

Agora estão me levando /Mas já é tarde/Como eu não me importei com ninguém /Ninguém se importa comigo.

© Carlos TaveiraArtigo extraído do meu blogue: O Blogue

do Beto Piri.

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

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Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

L P

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Feliz Natala todos!

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Página 65 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Festival Internacional do Filme Black de Montreal

Cartaz afirmativo para a cidade• Por Anália NARCISO

NOVO LIVRO DE VÍTOR GONÇALVES:

«UMA ALDEIA NA SERRA»

A décima terceira edição do FestivalInternacional do Filme Negro de Montreal aca-bou como começou: com classe!

Cada vez mais concorrido, o que não foimuito difícil de confirmar, logo pela presençade muitos VIP, e outros convidados de marca,na sessão inaugural, levada a efeito na quarta-feira, dia 27 de setembro último. E, depois, pe-lo impressionante naipe de filmes vindos dasmais diversas procedências, cuja temática tra-tava, como o próprio nome do festival indica,as gentes negras.

Com 66 películas, vindas de 25 países,houve matéria para o agrado de todos, comfilmes e documentários extraordinários; curtase longas metragens, que abordavam temas co-mo os Direitos Humanos, política, problemassociais, comédia, etc...

Entre aquelas 66 películas, três tinham co-mo língua o português, por serem realizadasno Brasil, embora em coprodução portuguesa.

De resto, não nos surpreende o facto dehaver participação lusófona neste certame fíl-mico, isto porque a diretora-geral do FestivalInternacional do Filme Black de Montreal éela mesmo uma lusófila, com domínio da nos-sa própria língua...

Para reforçar a sua ligação à Lusofonia,Joyce Fuerza há quatro anos que estabeleceuuma parceria com o jornal LusoPresse e com asua irmã gémea LusaQ TV. E o acordo tem da-do certo, segundo sabemos. Este ano JoyceFuerza também aproximou a organização doFestival Internacional de Portugal de Montreal.

Quanto ao filme e documentários em por-tuguês, a nossa opinião só pode ser positiva.

Entretanto, visualizámos o filme Vazan-te, de coprodução luso-brasileira, apresentadona sexta-feira, dia 29 de setembro, no Cinemado Parque. Trata-se de um drama que se desen-

rola no Brasil, em 1821, quando um negociantede escravos regressa à imponente, mas deca-dente propriedade que herdou, e descobre quea sua esposa morre no momento de dar à luz.A trama continua com cenas de cortar a respi-ração, como aquela em que António casa coma adolescente Beatriz, de apenas 12 anos, sobri-nha da esposa falecida... Há ainda cenas de vi-olência, com os escravos a serem pau para todaa obra, como se adivinha.

O enredo termina com António – nomeque usa o principal ator no filme, o portuguêsAdriano Carvalho – aos berros e de espingardana mão por se dar conta de que o bebé da es-posa adolesente não é seu filho. Ao invés, opai da criança é o jovem negro, filho da mulheramante dele, que de resto o assassina...

Já Yemanjá é um documentário sobrevelhas tradições espirituais africanas trazidaspelos escravos para o Brasil e que dá pelo nomede Candomblé. Uma história que permite des-cobrir as principais dificuldades e êxitos sociaisdos africanos no Brasil.

Por fim, Menino 23.Tudo começa com a descoberta de tijolos

marcados pela cruz suástica nazi encontradosno interior do Estado de São Paulo, no Brasil.De investigação em investigação, o historiadorSidney Aguilar descobre que 50 meninos ne-gros e mulatos foram retirados de um orfanatoem benefício de uma família de ideologia nazifazendo parte da elite política e económica bra-sileira dos anos 1930. Esses meninos, distin-guidos por números, foram forçados à escra-vidão pelos seus «donos» de forma vil.

Dois sobreviventes dessa tragédia, AloísioSilva – o Menino 23! –, Argemiro Santos e afamília de José Alves de Almeida – apelidadode 2! – testemunharam pela primeira vez detoda a história.

E que venha o Festival de 2018!

Aqui está parte da representação portuguesa à sessão inaugural deste Festival quejá vai na sua 13.ª edição. Assim, da esquerda para a direita, Anália Narciso (Luso-Presse), Daniel Loureiro (conselheiro das Comunidades Portuguesas), AnabellePereira (Festival Português de Montreal), Catsi Pimentel (cantora), Joyce Fuerza(Festival do Filme Negro de Montreal) e Joe Puga (Festival Português de Montreal).

L P

LUSOPRESSE – Vítor Gonçalves, di-rigente do Clube Portugal de Montreal, acabade lançar a sua segunda obra, desta vez um li-vro que fala «... dos costumes, das pessoas,das festas, da enxada na mão – e da difícil vidaquotidiana das gentes das nossas pequenas ter-ras».

O livro, «Uma aldeia na serra», teve apre-sentação de Joaquina Pires e Manuel Carvalho,os quais não só descreveram os principais con-tornos da obra como foram eligiosos para como autor Vítor Gonçalves, «homem sonhadore audaz», disseram.

Depois de «Pensamentos», um recolhode poesia editado em 2013, Vítor Gonçalveslança agora o livro «Uma aldeia na serra», refe-rência natural à sua terra, em Lapas, no con-celho de Torres Novas, no Ribatejo.

Entretanto, e como ficou dito, Vítor Gon-çalves já tem mais um livro «na cabeça», estede ficção. E quando se lhe perguntou para quan-do estava previsto o seu lançamento, ele pediupaciência, isto é, sem pressas, que ainda é tem-po de saborear este...

E se ainda formos mais longe, não seráde estranhar dizer que um conto para criançastambém poderá estar na forja, como alvitrou a

sua nora no momento em que lhe foi pedidoalgumas palavras sobre o sogro.

Casado e pai de dois filhos, Vítor Gon-çalves fez o Serviço Militar, trabalhou comotipógrafo até emigrar com a família para Mon-treal, onde chegou em 1989. Aqui, laboroucomo tantos outros de maneira a poder singrarnesta terra. E para fazer face às possíveis sau-dades do torrão natal, ligou-se ao Clube Portu-gal de Montreal como dirigente, aderindo tam-bém ao grupo folclórico Praias de Portugal,do mesmo clube; e fez teatro e escreveu para aVoz de Portugal; numa frase, um homem quese pode considerar interessado na vida da suacomunidade.

Numa sessão em que o consulado por-tuguês (Luísa Teixeira Pinto) e o Clube Portu-gal (Emídio Santos) se fizeram representar, aplateia marcou presença em número satisfa-tório. Dela surgiram alguns testemunhos a fa-vor do autor, tal como do grupo musical pre-sente e do qual Vítor Gonçalves também é umdos seus elementos.

Este lançamento, iniciado com a apresen-tação de um vídeo sobre o autor e sua regiãode origem, teve lugar nas instalações do ClubePortugal de Montreal, ao princípio da tarde dedomingo, dia 24 de setembro último. L P

Atenta a plateia, entre familiares e amigos. Foto LusoPresse.

O autor, Vítor Gonçalves, no momento em que discorria sobre a sua nova obra.Foto LusoPresse.

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Página 85 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

GOVERNO REGIONAL E GULBENKIAN...

FAZEM JORNADAS SOBRE ANTERO, FIGURA MAIOR DOS AÇORES E DE PORTUGAL

PONTA DELGADA, Açores – OGoverno Regional e a Fundação Calouste Gul-benkian promovem em novembro as jornadas“Antero Hoje”, quando passam 175 anos donascimento de Antero de Quental, poeta, filó-sofo, pensador, agitador político e figura maiordos Açores.

“Há sempre uma razão, há inclusivamentesempre muitas razões para evocar a obra e avida de Antero de Quental, porque, nos Açores,histórica e culturalmente, ele foi o nosso ma-ior”, afirmou à agência Lusa o secretário regio-nal da Educação e Cultura, Avelino Meneses.

Avelino Meneses disse que José BrunoCarreiro, que foi biógrafo do escritor, chamou-lhe “a nossa maior glória, porque, em Portugal,também como disse António Sérgio, ele é omaior poeta depois de Camões e, internacio-nalmente -, ou seja, fora do arquipélago, forado país -, ombreou com nomes grados da cul-tura europeia”, como Michelet ou Miguel deUnamuno.

O último “chegou a dizer que, na grandeEspanha, não havia nada que se assemelhassea Antero de Quental”, adiantou o governante,observando existir outra razão para a organiza-

ção das jornadas - a passagem dos 175 anossobre o nascimento de Antero de Quental(Ponta Delgada, 1842-1891).

As jornadas, a 07 e 08 de novembro, naBiblioteca e Arquivo Regional de Ponta Delga-da, contam com palestras de oito investiga-dores, “todos especialistas em temas correla-cionados com Antero”.

Da região, participam António MachadoPires, “anterianista de renome” que em 1991organizou na Universidade dos Açores o Con-gresso Anteriano Internacional, para assinalaro centenário da morte do poeta, recordou Ave-lino Meneses.

A este juntam-se outros três autores dos

Açores, ligados ou que já estiveram ligadosàquela universidade, Urbano Bettencourt, AnaCristina Gil e Magda Carvalho.

“Do exterior vem Eduardo Lourenço, queé o principal pensador português vivo, AnaMaria Almeida Martins, maior especialista naobra de Antero de Quental, Luiz FagundesDuarte, que ainda recentemente publicou umlivro sobre temas anterianos, e Guilhermed’Oliveira Martins, que foi ministro, durantemuitos anos presidente do Conselho Nacionalde Cultura e uma figura importante da culturaportuguesa”, acrescentou.

Para o secretário regional, como “de jorna-das, de colóquios, de congressos deve resultar sem-pre alguma semente, algo que fique para a posteri-dade, de certa forma uma súmula de reflexões”,acredita que esta iniciativa venha “a ter prolonga-mento numa publicação de resultados”.

Antero Tarquínio de Quental nasceu emPonta Delgada, no seio de uma família ilustre,descendente dos primeiros povoadores da ilhade São Miguel.

Considerado um dos grandes sonetistasda literatura portuguesa, publicou a sua primei-ra obra, “Sonetos de Antero”, em 1861.

Formado em Direito pela Universidade

de Coimbra, trabalhou numa tipografia, fun-dou “A República - Jornal da Democracia Por-tuguesa”, em 1870, e, com os protagonistasda Geração de 70 (que em Lisboa viria a tomaro nome do grupo do Cenáculo), a que perten-cia, como Eça de Queirós, Oliveira Martins eRamalho Ortigão, organizou a série de confe-rências democráticas do Casino Lisbonense,as chamadas “Conferências do Casino”, queacabaram proibidas após a quinta sessão.

Avelino Meneses adiantou que Antero deQuental, “um homem do século XIX, tornou-se intemporal”, porque parte da sua luta “aindaé a luta do nosso tempo”, sobretudo “no quediz respeito ao propósito anteriano muito vin-cado de aproximação de um Portugal mais atra-sado a uma Europa mais evoluída”.

O secretário regional destacou que, na suacurta vida, Antero de Quental foi “um homeminovador, um homem que, através da aproxi-mação ao pensamento europeu, introduziuideias novas em Portugal”, como “a difusãodo primitivo ideário socialista”, sobretudo ins-pirado em Pierre-Joseph Proudhon, e para “arevelação de aspirações republicanas que, 20anos após a morte dele, vieram a vingar no 05de Outubro e na Implantação da República”.

L P

Quando dois valores brasileiros se encontram em Montreal• Por Raul MESQUITA

Costuma dizer-se que quando doisbrasileiros se encontram, é festa de certeza. Efoi isso que aconteceu aquando o lançamentodo livro Dicas de Viagens do escritor e advoga-do paulista, João Aparecido da Luz, em simultâ-neo com a inauguração das aguarelas do Pla-teau, da autoria duma jovem — bastante maisjovem na aparência, ela tem um ar de cachopa— cujo nome será para guardar porque esta-mos certos de que fará falar de si e dos seus tra-balhos dentro de muito pouco tempo.

Mas o encontro, facilitado por nós, tinhacomo ponto principal, o lançamento do livro

de João Aparecido da Luz, que já colaborou ecolabora ainda, na imprensa portuguesa deMontreal.

Como intróito digamos que João Apareci-do da Luz nasceu no Ribeirão Bonito, Estadode São Paulo, onde participa frequentementeno Bairro do Ipiranga em projectos culturais.A Feira do Livro do Ipiranga foi reconhecidapela Câmara Municipal de São Paulo, pela suaespecificidade cultural e ficou na Agenda dasactividades municipais como evento oficial.

Na sua profissão de advogado, a sua pre-ponderante acção cobriu as áreas cível, penal etrabalhista tendo igualmente exercido na áreacomercial como gestor de empresas e minis-trado cursos e treinos a técnicos, engenheiros

e médicos na área da Segurança do Trabalho.O título de “O morador mais viajado do Ipiran-ga”, foi-lhe atribuído devido ao seu conheci-mento por visitas efectuadas a 26 Estados bra-sileiros e distrito federal, tendo também visi-tado 40 países em 4 continentes.

O seu interesse por viajar e conhecer omundo — o que deu origem anos depois aeste livro agora apresentado, — deve-se à von-tade de conhecer outras gentes e continentes— não fosse ele originário dos navegadores

critor, agradecendo reconhecido à Caixa eàqueles que se dignaram assistir a este evento.Que se desenrolou em agradável convívio.

A exposição das aguarelas de Camila Pi-checo (o nome é mesmo assim) agradou a to-dos e estará presente nas instalações da Caixavárias semanas, numa das quais faremos repor-tagem mais detalhada. A falta de espaço nãonos permite desenvolver neste apontamento.Afirmamos somente que se trata duma jovemde grande talento, muita presença e adorávelpostura, que cativa espontaneamente quemcom ela tem o privilégio de dialogar. BravoCamila e até já.

que descobriram o mundo— observando modos deviver e de estar, transpor-tando depois os resultadosdessas vivências para aspáginas de “Dicas de Via-gens”, compartilhandocom os leitores as suas aná-lises sobre os países e con-tinentes visitados.

A apresentação reali-zada na Caixa Portuguesateve desde logo o apoio dosdirigentes e directores, ondese destacaram o presidentedo CA, Emanuel Linhares,a Directora-geral Dra.Jacinta Amâncio e a indis-pensável e sempre entusias-mada pela coisas culturais,Adriana Simões, a quem sejuntou Marcelo, brasileiro,membro activo e eficaz dopessoal da instituição.

Este encontro contouigualmente com as presen-ças dos senhores Cônsul evice-Cônsul do Brasil, o quebastante congratulou o es-

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NY PORTUGUESE SHORT FILM FESTIVAL

AQUÉM DO ANO PASSADO...• Por Carlos DE JESUS

AUTÁRQUICAS DE DOMINGO:

PS É O MAIOR PARTIDO, CDU PERDE MAIS CÂMARAS E PSD CAI DE NOVOLISBOA - O PS mantém-se como o

maior partido autárquico ao conquistar 161câmaras nas eleições de domingo enquanto aCDU teve a maior queda e fica com 24 conce-lhos e o PSD ‘caiu’ para 98 municípios.

De acordo com os dados finais da Secreta-ria Geral do Ministério da Administração In-terna - estando os votos das 3.092 freguesiasapurados - foram às urnas 54,97% dos eleitoresinscritos.

Os resultados finais confirmam a hegemo-nia do PS, que lidera agora 161 câmaras por to-do o país (mais 11 que em 2013), 159 sozinhoe duas em coligação: no Funchal encabeçam acoligação com BE, JPP, PDR e NC e em Fel-gueiras integram a coligação “Sim Acredita”com o Livre.

As listas socialistas para as câmaras fica-ram nestas eleições perto dos dois milhões devotos, o que representa 37,83%, com 143 mai-orias absolutas.

A CDU (coligação que junta PCP e PEV)foi quem perdeu mais câmaras – dez - e númerode votos nestas eleições autárquicas, ficandoagora com 24 presidências, 18 com maioriaabsoluta. No total, a CDU conquistou 490mil votos ( menos 63 mil que em 2013), ou se-ja, 9,46% dos votos (em 2013 obteve 11,06%).

Nestas eleições autárquicas, o PSD voltoubater os mínimos históricos de 2013 e perdeuoito lideranças de câmaras municipais.

O partido liderado por Pedro Passos Coe-lho fica agora com 98 presidências (79 sozi-nhos e 19 em coligação), mas em termos devotos e percentagem quase não houve varia-ções, tendo conseguido, sozinho, 16,08% dosvotos (em 2013 foram 16,70%).

O CDS-PP conquistou na noite eleitoral

de domingo mais uma câmara do queem 2013, ficando agora com seis autar-quias, apesar de ter descido em númerode votos (em 2013 conseguiu 152.006votos e este ano caiu para 134.311).

Também os grupos de cidadãoscresceram em termos de municípiosconquistados, passando dos 13 dasúltimas eleições para 17 nas autárqui-cas de domingo.

Os partidos Juntos Pelo Povo(JPP) e Nós Cidadãos (NC) estreiam-se na cadeira da presidência de doismunicípios: Santa Cruz, na Madeira,e Oliveira de Frades, no distrito de Vi-

seu, respetivamente.O Bloco de Esquerda (BE) falhou o objetivo

de governar qualquer autarquia, apesar de ter aumen-tado mais de 50 mil votos desde 2013 e de ter con-quistado mais quatro lugares das vereações dos muni-cípios, tendo agora 12 mandatos.

Já o PAN, apesar de não ter conseguido elegerqualquer vereador, quase triplicou o número de votospara as câmaras, tendo conseguido 26 mandatosnas assembleias municipais.

António Costa, PS, o vencedor. Jerónimo de Sousa, PC, o perdedor.

L P

Tal como no ano passado, numa ini-ciativa do Arte Institute, com o apoio do Con-sulado Português de Montreal e do InstitutoCamões, teve lugar na passada terça-feira, naCinémathèque Québécoise, o New York ShortFilm Festival, onde se estreiam jovens realiza-dores portugueses com curtas metragens.

Digamos que a programação deste ano fi-cou aquém da do ano passado. As obras apre-sentadas, na sua maioria, deram-nos a impres-são de serem um exercício de estética cinemato-gráfica.

Os filmes foram apresentados uns a seguiraos outros, sem hiato entre eles. O primeiro,“Carga”, uma história, sem diálogos falados,foi o que porventura teve melhor fatura nar-rativa. Conta a história de dois jovens, em idadeescolar, que se veem envolvidos em históriasde tráfego de drogas numa aldeia de pescadores.

O segundo, “O Entalhador”, é uma entre-vista com um velho artífice da gravura na ma-deira, numa velha oficina do Bairro Alto, quese vê obrigado a fechar a loja devido ao aumen-to do preço da renda.

Seguiu-se uma metáfora kafkiana, estilobig brother, onde as autoridades decidem insta-lar um dispositivo de fazer medo na casa deuma jovem mulher que vive sozinha – “A Ins-

talação do Medo”.“Fio a fio”, um breve desenho animado,

que poderia ter saído do traço de um artistaocioso que matava o tempo, esgarafunhandonum guardanapo de papel na mesa dum café,teve o condão de cortar a linha de tragédia dosfilmes precedentes.

Segue-se um ballet amoroso, figurado eliteral, soberbamente executado por dois atoresconvincentes – “Tu”.

“Quarto em Lisboa” relata a triste históriadas mulheres sozinhas, que vivem de alugarquartos, a invejar a vida das hóspedes e a afogara tristeza no vinho.

A história de feitura mais clássica foi semdúvida “Um Dia Longo”. A personagem prin-cipal, uma criança a quem anunciam a mortedo avô que ele adorava, foi infelizmente maldirigido. Pouco convincente.

Um pequeno documentário, sobre um ve-lho produtor de café de São Tomé e Príncipe,dá-nos em traços largos como se colhe, seca,torra e mói o café.

O penúltimo filme foi também de dese-nhos animados. Uma paródia aos super-ho-mem, “The Amazing Ordinary Man” conta ahistória de um homem que salva uma criançado andar vizinho que cai da varanda.

O serão terminou com um autêntico exer-cício de estilo – “Ribbon Tooth”. Uma mulher

Cont. na pág 12

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Página 105 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

O fracasso das empresas públicas açorianas• Por Osvaldo CABRAL

Em novembro de 2012 o Vice-Presi-dente do Governo, Sérgio Ávila, fez no parla-mento regional uma das promessas mais mar-cantes durante o debate do XI Programa doGoverno Regional.

Garantia ele, em nome do executivo, queiria ser reduzido em 50% o número de empresaspúblicas e participadas da região em relação aoexistente nesse ano, tomando como referência2010 (em que havia 53 empresas), e em 20%os lugares de chefia da administração públicaregional.

Escrevi na semana seguinte que pagavapara ver.

Passados cinco anos, a nossa região parti-cipa direta e indiretamente em 40 empresas,detendo a maioria do capital social em 29 em-presas e participações minoritárias em outras11, segundo o último relatório da ComissãoParlamentar de Economia.

Não só não foi cumprida a promessa de2012, como, mais grave, a totalidade das em-presas vai aumentando a sua dívida ano apósano.

Ainda agora o SREA acaba de divulgar aDívida Bruta da região, que também aumentou7% no ano passado, e ficamos a saber que a dí-vida das empresas públicas já vai nos 975 mi-lhões de euros, quando em 2015 era de 926 mi-lhões e em 2012, o tal ano que era para reduzira metade, atingia os 734 milhões.

O caricato deste cenário preguiçoso é queo governo prometia reduzir o número de em-presas públicas exatamente em nome da “cla-rificação do regime de exercício da função acio-nista/proprietário da região, aprofundando aintrodução de elementos de controlo, eficáciae sustentabilidade”.

Mais grave ainda: no memorando celebra-do com o Governo da República, que permitiuum empréstimo de 135 milhões para refinan-

ciamento da dívida regional, o Governo dosAçores comprometeu-se “a alcançar e mantero equilíbrio financeiro do setor público empre-sarial”, abstendo-se de “adoptar ou autorizarmedidas das quais resulte o agravamento finan-ceiro” das referidas empresas.

De promessa em promessa, sempre emderrapagem, eis que chegados a 2017 e temosum cenário vergonhoso perante os sucessivoscompromissos, revelando uma tremenda inca-pacidade deste governo para lidar com as contaspúblicas do setor empresarial regional.

A SATA é um bom exemplo de como, sóagora, depois de se ter empurrado com a barrigapara a frente, enfiada num enorme buraco, éque o governo se vê obrigado a encarar a reali-dade.

É o que vai acontecer, a seguir, a muitasoutras empresas, algumas em pior situação doque a SATA, mas que se teima em esconder dopúblico o verdadeiro descalabro em que se en-contram.

Basta analisar as contas de todas elas (resu-midas no quadro global aqui publicado), parapercebermos que não saímos da cepa torta.

Voltamos a ter no ano passado resultadoslíquidos globais negativos (mais uma vez) eum passivo total maior em 52 milhões de euros(mesmo com a EDA a reduzir passivo).

Chegou-se já ao despudor das Contas daRegião omitirem operações de dívida de empre-sas públicas.

Só um exemplo: em 2014 o Fundo Regio-nal para a Ciência e Tecnologia estava aflito aafundar-se no mar de agosto e, “para fazer facea dificuldades de tesouraria”, recorreu ao créditocom uma conta corrente até à bonita quantiade 1,2 milhões de euros. A operação obteve

uma “carta de conforto” subscrita pelo Vice-Presidente do Governo e pelo Secretário Regi-onal do Mar... mas que não foi remetida ao

Tribunal de Contas, que agora, ao que sabemos,anda a investigar como se chegou até este ponto.

Toda esta máquina de produzir prejuízosestá a absorver recursos da nossa região quedeviam ser aplicados em ações muito mais pro-dutivas e prioritárias para as pessoas.

Prefere-se, ao contrário, prosseguir nestasenda de maquilhar uma suposta “reestrutura-ção” do setor, sempre anunciada, mas nuncaefetivada, como aconteceu, mais uma vez, como programa de governo apresentado por VascoCordeiro.

Pago, outra vez, para ver...

Gui Menezes em Rimouski...Para atrair empresas de biotecnologia marinha

RIMOUSKI - O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo dos A-

L P

çores participou na Biomarine 2017, uma plataforma de investimentointernacional dedicada aos recursos biológicos marinhos que se realizouentre 1 e 3 de outubro, em Rimouski.

Gui Menezes destacou “a importância da participação dos Açoresneste evento”, na medida em que é “o único fórum internacional de-dicado à promoção da biotecnologia marinha, uma área consideradarelevante para o desenvolvimento da ‘economia azul’ na Região”.

A Biomarine reuniu investigadores, empresários, investidores erepresentantes de vários países, com o objetivo de promover contatospara alavancar iniciativas empresariais e industriais e oportunidades denegócio em biotecnologia ‘azul’.

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia abordou nes-ta convenção o tema ‘Blue Inovation in Azores’, evidenciando assimas potencialidades dos Açores para atrair empresas de biotecnologiamarinha, dando a conhecer as açõese as políticas regionais para incremen-tar a ‘economia azul’ na Região.

Gui Menezes também destacoua iniciativa do Centro de InvestigaçãoInternacional do Atlântico - AIRCenter “como uma oportunidade pa-ra aproximar os países na cooperaçãocientífica na área dos oceanos, em par-ticular do Atlântico”.

A Biomarine é promovida pelaBiomarine Organization ClustersAssociation, em parceria com o Go-verno do Canadá, o Governo de Por-tugal e a Fundação Príncipe Albertodo Mónaco.

L P Gui Meneses.

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Página 115 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Vendido

Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

(Leitora de português do Camões- Instituto da Cooperação e da Língua,na Universidade de Toronto).

Rubrica produzida em colaboraçãocom a Coordenação do Ensino Portuguêsno Canadá/Camões, I.P.

Caso: «o orçamento que o país precisa»ou «o orçamento de que o país precisa»?

• «Este é o Orçamento QUE o paísPRECISA para responder a esta situaçãoe para defender o interesse geral do país».(página eletrónica do PS, 2010-10-30).

• «O país precisa de um orçamento eeste é o orçamento DE QUE o país PRE-CISA», declarou [Teixeira dos Santos].»(Diário de Notícias, 2010-10-16)

Comentário:• «precisar de»: i) o verbo «preci-

sar», quando tem o sentido de «ter necessi-dade de alguma coisa», pede a preposição«de»; ii) este complemento, regido pelapreposição «de», pode ser quer um nome/grupo nominal (ex.: «O país precisa doOrçamento» ou, com inversão, «O Orça-mento de que o país precisa.») quer umverbo no infinitivo («O país precisa deter Orçamento.»)

Em síntese:• o orçamento que o país precisaX• o orçamento de que o país precisaV

L P

EM PORTUGAL

O FLUXO DE ESTUDANTES ESTRANGEIROS

• Por Daniel BASTOS

O número crescente de estudantes estrangeiros queestão a procurar as faculdades e escolas superiores nacionais paracumprir um período de mobilidade estudantil ou para realizar umcurso completo, evidencia que está na moda vir estudar para Por-tugal.

Os dados da Direção-Geral das Estatísticas do Ensino Supe-rior e Ciência sustentam essa realidade, anualmente, mais de 30mil estudantes provenientes de mais de uma centena de paísesvêm estudar para Portugal. No rol destas nacionalidades destaca-se a presença significativa de alunos oriundos da Comunidadedos Países de Língua Portuguesa, designadamente do Brasil, An-gola, Moçambique, São Tome e Príncipe e Guiné Equatorial,sendo que no território europeu, sobressai a presença de estu-dantes de Espanha, Itália e Polónia.

O aumento de 148% nos primeiros cinco meses deste ano,comparando com o mesmo período do ano passado, de pedidosde vistos de brasileiros para estudar em Portugal, é sintomáticoda presença significativa dos estudantes canarinhos nas institui-ções de ensino superior nacionais. Inclusivamente, segundo umestudo publicado pelo jornal brasileiro “O Globo”, os vistos deresidência para estudar por um período superior a um ano emPortugal aumentaram 320%.

Esta nova e relevante forma de mobilidade, termo que cadavez mais substitui o termo migração, uma vez que a saída de umpaís ou região não é necessariamente definitiva, exerce uma dinâ-mica frutífera no progresso cultural, económico e social portu-guês. O esforço de contínua melhoria que as faculdades e escolassuperiores nacionais fazem para acolher os estudantes estran-geiros, tende a gerar não só um relevante impacto financeironestas instituições, como dinamiza, por exemplo, o mercadoimobiliário através dos gastos com alojamento.

Um relatório apresentado no início deste ano pela Uniplaces,revela já que os alunos internacionais são responsáveis por maisde dois terços das reservas realizadas nesta plataforma de arrenda-mento online de casas para estudantes. Se há dimensão financeira,acrescermos o impacto deste fluxo na promoção do país, na ri-queza intercultural e na dinâmica socioeducativa, percebe-se queé indispensável que o Estado Português, em geral, e as Instituiçõesde Ensino Superior, em particular, continuem a trabalhar afinc-adamente na atração de estudantes estrangeiros para estudar emPortugal.

GABRIEL E A MONTANHALUSOPRESSE – A Maison 4:3 tem o prazer de apresentar o

filme Gabriel e a montanha do cineasta brasileiro Filipe Barbosa, pre-miado na Semana da Crítica, em Cannes. Este filme começou por serapresentado no Festival Internacional do Filme de Vancouver, nospassados dias 2 e 3 de outubro, na presença do realizador.

Gabriel e a montanha chegará ao Quebeque amanhã, dia 6 de ou-tubro.

Assim sendo, Gabriel e a Montanha será apresentado em versão

L P

No sudoeste alentejano

A realidade da imigração• Por Daniel BASTOS

Tradicionalmente um país deemigrantes, Portugal tem conhecido nasúltimas décadas novas realidades de fluxosregulares de imigrantes, como é o caso do sudoeste alentejano,uma região onde coabitam entre outras múltiplas nacionalidades,tailandeses, siques, nepaleses, bengalis, vietnamitas, paquistaneses,cambojanos, ucranianos, bielorussos, búlgaros, romenos e mol-davos.

Tratam-se nomeadamente de trabalhadores agrícolas, que vi-vem nos seus países de origem com grandes dificuldades econó-micas, mas que encontram nas explorações hortofrutícolas dosudoeste alentejano um meio de melhorar as suas condições devida e das suas famílias. A presença destas comunidades, que estãoa transformar a realidade sociocultural alentejana, em 2011 a Asso-ciação de Horticultores do Sudoeste Alentejano registava a pre-sença de 2500 cidadãos estrangeiros nas culturas intensivas, e noconcelho de Odemira os imigrantes são já 12% da população lo-cal, é fundamental para os empresários agrícolas suprirem as neces-sidades do mercado de trabalho da região em mão-de-obra menosqualificada.

Sendo uma mais-valia para o desenvolvimento do sudoestealentejano e para o país, mas também reveladora de uma realidadelaboral marcada em muitos casos por baixos salários, o que leva aque mesmo com taxas de desemprego elevadas as populações locaisrejeitem estas oportunidades profissionais, este fluxo migratórioimpõe às autoridades político-administrativas e aos agentes so-cioeconómicos nacionais, regionais e locais uma estratégia simul-taneamente capaz de analisar problemas e encontrar soluções pa-ra diversos desafios. Como sejam, as políticas e práticas de acolhi-mento e integração, as necessidades de alojamento, as condiçõesde habitabilidade e de trabalho, os direitos sociais e as remuneraçõessalariais, ou as barreiras linguísticas e culturais.

Como sustenta o Pe. António Vaz Pinto, antigo Alto Comis-sário para a Imigração e Minorias Étnicas, “A palavra imigração,é bom lembrá-lo, não é uma palavra neutra e fria, é uma realidadeque encerra pessoas, muito concretas, com as suas vidas, alegrias,esperanças e desejos. Por outro lado, é uma realidade viva, em mo-vimento contínuo que não se deixa fixar nem parar. É um puzzlehumano colorido, de inumeráveis cores, línguas, sabores, tradi-ções, culturas, religiões. Por isso mesmo, não pede apenas umaresposta, mas respostas variadas e sucessivas, um puzzle que sevai construindo com o esforço de todos”. L P

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Página 125 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Tranquada Gomes ao LusoPresse...

«Madeirenses pelo mundo são gente que nos diz muito!»• Por Humberta ARAÚJO

O Presidente da Assembleia Legisla-tiva Regional da Madeira, José Lino TranquadaGomes, esteve no passado mês de agosto emMontreal, para participar nas Festas de NossaSenhora do Monte.

Para além do convívio social que mantevecom a comunidade madeirense, TranquadaGomes teve ainda oportunidade de se encon-trar com o seu homólogo Jacques Chagnon,Presidente do Parlamento da Província do Que-beque, o qual convidou, para uma visita oficialao arquipélago. Nesta visita ao Canadá, Tran-quada Gomes incluíu igualmente uma passa-gem por Toronto.

Em Montreal, o presidente do parlamen-to regional presidiu às festas religiosas de Nos-sa Senhora do Monte, uma tradição que a comu-nidade madeirense mantém nesta província.A par das celebrações religiosas, TranquadaGomes inaugurou uma placa alusiva à sua pri-meira visita à comunidade em reconhecimento“do muito que os imigrantes têm contribuídopara o desenvolvimento da Região”.

Na altura, o presidente do parlamento deuuma entrevista ao LusoPresse, onde salientouo papel das comunidades madeirenses pelomundo.

Tranquada Gomes – Foi um dosmeus propósitos de candidatura à AssembleiaRegional da Madeira, aproximar o parlamentodas pessoas. Nesta lógica de aproximação, ob-viamente que as comunidades devem ser con-sideradas. Nós comemoramos o nosso dia,como o Dia da Região Autónoma da Madeirae das Comunidades, portanto um reconheci-mento que dá um valor estratégico à nossa di-áspora.

LusoPresse – Como vê atualmente ascomunidades madeirenses pelo mundo?

TG – Temos comunidades bem integradase isso tem-me dado um prazer enorme verificar.Estas são comunidades quer madeirenses, queraçorianas e continentais, que são reconhecidaspelo seu papel ativo no Canadá e nos EstadosUnidos, e quando assim é julgo que tanto asregiões como o país tornam-se maiores. Daíque, para mim, as comunidades devem ser vis-tas como um ativo estratégico importante.

LP – E o que ficou para trás?TG – Obviamente que quando se emigra,

há sempre algo que se deixa, e fica a saudade daterra. Recordo-me de uma senhora que me disseque o seu corpo está aqui, mas a sua alma estálá, referindo-se à Madeira. Portanto, este senti-mento é normal e orgulhamo-nos dele. Voudaqui satisfeito, pois constatei que a Madeiranão é só composta dos 250 mil habitantesque lá residem, mas também das nossas comu-nidades espalhadas pelo mundo, que dão umadimensão muito maior ao arquipélago.

LP – Não é muito comum a presença deresponsáveis madeirenses e parlamentares naAmérica do Norte, tal como se vê da partedos Açores. Tal deve-se à dimensão das suascomunidades aqui?

TG – Nesta costa, a comunidade açorianaé sem dúvida muito mais presente, que a dosmadeirenses. Nós temos uma grande comuni-dade na Venezuela, a qual seguimos com muita

atenção e preocupação, como é óbvio, assimcomo na África do Sul. Nós estamos mais fo-cados nestes dois países e na Austrália. Esta-mos em contacto direto com as nossas comu-nidades, criámos inclusivamente dois organis-mos durante esta legislatura para acompanhare fazer participar as comunidades madeirensesna vida económica, social e política da regiãoautónoma. O governo regional tem estadoigualmente muito atento à diáspora. As nossascomunidades espalharam-se de forma diferentedas dos Açores, daí estarem mais presentes asorganizações do governo açorianao na Amé-rica do Norte. Tenho remarcado também quea nível cultural esta presença tem um papel im-portante, pois as tradições culturais aqui, nadiáspora, são muito mais marcadamente vi-vidas, do que na própria região.

LP – Falando da Madeira, quais os prin-cipais desafios, do seu ponto de vista, que o ar-quipelago enfrenta?

TG – O problema dos arquipélagos, tantoda Madeira como dos Açores, relaciona-se coma sua escala. Somos 250 mil habitantes, situa-ção agravada nos Açores, por estarem espalha-dos por 9 ilhas. Quando não temos uma eco-nomia de escala é evidente, que temos de ter al-go que nos diferencie das grandes economias.No nosso caso, tentamos apostar na via fiscal,nas energias limpas e na aquacultura. Estamosa ver o que podemos fazer para a Madeira ga-nhar a sua posição no mercado. Participamos,conjuntamente com os Açores, as Canárias eCabo Verde em projetos no âmbito das regiõesda Macaronésia. Temos em conjunto muitomar, e o mar é um recurso que temos de saberaproveitar e preservar. Nesse aspeto, a lingua-gem dos Açores é igual à linguagem da Madeira,e das Canárias. Se Portugal conseguir a extensãoda plataforma continental, como tudo leva acrer, então teremos um país maior, mas tam-bém, umas regiões autónomas mais inportan-tes, não só a nível estratégico, mas tambémcom responsabilidades na gestão do mar, quepenso devem ser aproveitadas.

LP – E quanto a investimentos das comu-nidades na Madeira?

TG – Nós temos na Madeira um códigofiscal de investimento, que permite que as em-presas paguem taxas mais baixas de forma a a-trair empresários. Temos alguns investimentosem curso de emigrantes do setor da imobiliáriae mesmo da comunicação social. Este é ummovimento que não é muito intenso, comodeve calcular. Já se foram os anos em que osimigrantes compravam muitas moradias e in-vestiam fortemente no setor. Hoje em dia, játal não acontece, fruto de uma primeira geraçãoque está a desaparecer, e das gerações subs-quentes estarem mais integradas. No fundo,parece um paradoxo, pois o que desejamos éque estas comunidades se integrem. Tal signi-fica que se estiverem mais integradas e com su-cesso, terão menos ligações com a terra-mãe,o que implica que não podemos ter os doisproveitos no mesmo saco. Mas ainda temosinvestimentos vindos da emigração e continu-amos abertos a todas as possibilidades de cres-cimento no setor, pois tal é feito por genteque nos diz muito.»

Tranquada Gomes também quis se inteirar de como decorriam as festividades, a-qui, claro, do lado gastronómico. Foto LusoPresse/Humberta Araújo.

L P

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escreve freneticamente numa velha máquinade escrever, envolvida por nuvens de fumo decigarro, como uma escritora que corre atrás dainspiração ou dela própria.

As opiniões que recolhemos no final daprojeção foram mitigadas.

NY PORTUGUESE...Cont. da pág 9

L P

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Tony Carreira pede nulidade da acusação de plágio...

MAS ACEITA ACORDO COM UMA CONDIÇÃOLISBOA – Tony Carreira pede a

nulidade da acusação do Ministério Públi-co (MP), mas “mantém-se disponível”para chegar a um acordo, desde que nãoenvolva o pagamento de qualquer quantiaà editora que apresentou a queixa por plá-gio.

O requerimento de abertura de ins-trução, consultado pela agência Lusa noDepartamento de Investigação e AçãoPenal de Lisboa, sustenta que, “em virtu-de de a acusação deduzida ser nula e care-cer de fundamento”, entende que o juizde instrução criminal (JIC) deve proferirdespacho de não pronúncia [arquivar oprocesso], “sem prejuízo da disponibili-dade para a suspensão do processo”, mascom uma condição.

Se o JIC concluir que existem indí-cios da prática de qualquer ilícito criminal[o que a defesa do cantor não crê], “o ar-guido António Antunes (Tony Carreira)mantém-se disponível para, assumindotambém neste caso uma postura concilia-tória e não litigante, considerar a propos-ta de suspensão provisória do processo,contanto a mesma não envolva o paga-mento de qualquer quantia à CNM [Com-

panhia Nacional de Música]”.A defesa recorda o acordo proposto pela

procuradora do MP e aceite pela assistenteCNM, que previa o pagamento de 15.000 eurosa uma instituição social e 30.000 euros à CNM.

“Tony Carreira manifestou-se disponívelpara pagar a quantia global à instituição social,por não reconhecer à CNM, como autora, ar-tista, produtora, organismo de difusão ou titu-lar de instrumento de representação de qualqueruma destas entidades, em relação à totalidadedas obras consideradas nos autos”, salienta orequerimento.

Os advogados acrescentam que o seuconstituinte “não pretende – como nunca pre-tendeu – perpetuar litígios”, assumindo “umapostura de humildade face às autoridades, quemuito respeita”.

Tony Carreira está acusado de 11 crimesde usurpação e de outros tantos de contrafação(plágio de 11 músicas), enquanto Ricardo Lan-dum, autor de alguns dos maiores êxitos damúsica ligeira portuguesa, responde por novecrimes de usurpação e por nove crimes de con-trafação, tendo também requerido a aberturade instrução em conjunto com o cantor.

“António Antunes não pode, de formaalguma, aceitar a acusação (...) que está repletade presunções sem qualquer suporte factual

ou probatório, revelando, quando analisadacom o detalhe que merece, uma ligeireza ines-perada”, frisa o requerimento.

O documento acrescenta que a acusaçãodo MP “assenta em conclusões de facto nãoverificadas, ideias preconcebidas e numa perícia[musical] manifestante insuficiente (…), nãopodendo, por isso, manter-se”.

Quanto à perícia musical que consta dosautos, realizada a pedido do MP, os advogadosconsideram que da mesma “não se retira a práti-ca dos ilícitos criminais”. Além disso, defen-dem que no currículo do perito “não se encon-tra qualquer referência à experiência em com-parar canções (do género musical em causa oudoutro género musical), nomeadamente paraefeitos de apuramento da respetiva individuali-dade própria”.

“Nessa medida, não pode afirmar-se queo perito Miguel Gonçalves Henriques, comtodo o respeito que o seu percurso académicoe profissional nos merece, seja um especialistadedicado e com vasta experiência na análise ecomparação de canções, sobretudo do tipo decanções relevantes para os presentes autos”,vinca o requerimento de abertura de instrução.

Para contrapor, a defesa juntou aos autosuma nova perícia musical realizada por LuízMarques da Silva, diretor de orquestra, maestro

e orquestrador, e por José Cabeleira, pia-nista, que analisaram cinco dos 11 temasem causa.

‘Por Ti’, ‘O anjo que era eu’, ‘Nas horasde dor’, ‘Esta falta de ti’ e ‘Porque é quevens’ foram as obras alvo de estudo porambos, que concluíram: “Arthur Schope-nhauer disse que ‘A música exprime a maisalta filosofia numa linguagem que a razãonão compreende’. No entanto, a razão le-va-nos a concluir que as obras analisadastêm identidade própria”, refere o relatórioassinado pelos dois músicos.

A defesa de Tony Carreira pede aindaao Tribunal de Instrução Criminal de Lis-boa, para onde segue agora o processo,que não inicie as diligências instrutóriasaté que o Tribunal da Relação de Lisboadecida sobre um recurso, no qual é pedidoque a CNM deixe de ser assistente no pro-cesso.

No requerimento de abertura de instru-ção, assinado por quatro advogados, é soli-citada a inquirição dos dois peritos, do res-ponsável jurídico pela Sociedade Portuguesade Autores e a “tomada de declarações” deTony Carreira que, quando foi constituídoarguido e interrogado a 17 de fevereiro desteano, não quis prestar declarações. L P

NA LAGOA E NOS AÇORES...

NONAGON É «ATOR» ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO

Foi esta uma das afirmações deixadas pela Presidente da Câmara Municipal de Lagoa,Cristina Calisto, na cerimónia de comemoração do 2.º aniversário do Nonagon e que se celebrouno auditório deste equipamento esta segunda-feira.

Cristina Calisto frisou que o Nonagon “redimensionou o potencial da cidade de Lagoa epermitiu dinamizar o tecido empresarial e estimular a criação de emprego, sobretudo, ao níveldos jovens mais qualificados do concelho” e que a autarquia orgulha-se de ser um stakeholderativo, deste projeto, desde a primeira hora.

Ainda nesta matéria, a autarca lagoense frisou que aguarda com expetativa a construção dosnovos dois edifícios deste parque, sabendo que o atual está lotado e muitas são as empresas emlista de espera.

Destacou ainda vários projetos e investimentos desenvolvidos para a zona do Tecnoparqueonde todos os lotes estão sinalizados, estando em curso mais uma alteração do alvará no sen-tido de se disponibilizar mais áreas para implantação de novas empresas. Já na área da inovaçãoe tecnologia, a Câmara Municipal de Lagoa tem em curso a submissão de candidaturas no âm-bito da modernização administrativa e smart city, para potenciar aos munícipes uma relação deinteração que dispense o contacto físico com os serviços e que proporcione ao concelho no-vos conceitos de sustentabilidade ambiental e mobilidade. L P

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QUATRO ANOS NO MANCHESTER CITY• Por Fábio LIM

Antigo jogador do FC Porto B, clube no qual atuou no ano civil de 2016, cedidopelo Sporting Kansas City, o defesa central Erik Palmer-Brown terá assinado um pré-acordo para, a partir de 2018, reforçar o Manchester City. A informação é avançada pelaedição norte-americana do ‘Metro’, que dá conta de um entendido para um contrato váli-do para as próximas quatro temporadas e meia.

Visto como um dos jovens mais promissores do futebol norte-americano, Erik Pal-mer-Brown volta assim ao Velho Continente, agora para assentar arraiais, ainda que nu-ma primeira fase seja provável que acabe por ser cedido a uma outra equipa. Refira-se que,segundo o ‘Metro’, os citizens venceram uma concorrência de peso, já que o defesa de 20anos era igualmente seguido por Paris SG, PSV e Ajax.

Refira-se que Erik Palmer-Brown chega ao Manchester City a custo zero, já que o seucontrato com o Sporting Kansas City expira no final do presente ano.

Pela sua participação no Mundial de Patinagem...

Cristina Calisto congratula Daniel Moniz

A presidente de Câmara Municipal de Lagoa, Cristina Calisto, deslocou-se pro-positadamente ao aeroporto para receber Daniel Moniz, atleta do Clube de Patinagem Ar-tística de Santa Cruz e o seu treinador, Geraldo Andrade, que participou no Campeonatodo Mundo de Patinagem Artística que se realizou na China.

Foi com orgulho que a autarca recebeu o atleta, salientando que “são participações querevelam a importância da aposta no desporto e em atletas que alcancem prestígio e DanielMoniz é, sem dúvida, um exemplo de dedicação que representou Portugal ao mais alto nívele um exemplo para a juventude lagoense.”

Refira-se que Daniel Moniz foi o 10º classificado no Campeonato do Mundo de Pati-nagem Artística que se realizou na cidade de Nanging, na China, entre os dias 28 de Agostoa 11 de Setembro.

Uma palavra de apreço também ao clube de patinagem de Santa Cruz pelo excelentetrabalho de formação que promove e pela promoção do nome da Lagoa no plano interna-cional, sendo por isso motivo de grande orgulho.

Recorde-se que a equipa do LusoPresse, que recentemente esteve em Lagoa, entrevistoueste jovem Daniel Moniz, e seu respetivo treinnador (Geraldo Andrade), no âmbito dojornal que preparámos e lançámos naquela cidade.

L P

Foto Manuel AraújoL P

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7170, boul. Saint-Laurent

Chomedey, Laval – 3541, rue Charles Daoust –Belíssimo condomínio, com 2 quartos de dormir,estacionamento privado, 900 pés quadrados,janelas novas, sala de banho toda feita de novo.Boa relação qualidade preço. 167.000$.

Villeray – 8455, Henri-Julien – Soberbo condo-mínio, com 2950 pés quadrados, cozinha e subsolocompletamente renovados, 4CC, garagem + 3lugares para estacionamento. 595.000$.

Villeray – 2610, rue Jean-Talon Est – Duplexsemicomercial, com garagem, dois quartos e meioe um espaço para escritório. Está bem situado, a50 metros do metro de Iberville. Está semprealugado. 429.000$

St-Michel – 9181, rue Iberville – Belíssimo duplexcom garagem e grande «bachelor». O rés-do-chãoe o «bachelor» foram renovados em 2014. temgrande quintal nas traseiras. 419.000$.

Le Plateau – 4227, rue Rivard – Soberbo «cottage»renovado, com estacionamento, situado no cora-ção do Plateau Mont-Royal. Muitas renovaçõesforam feitas. Grande quintal. Privado. 539.000$.

Petite Patrie – 6380-6384, rue St-André – Triplexbem situado, com estacionamento, a dois passosda rue St-Hubert e do metro Beaubien. O Subsolotem altura máxima. O rés-do-chão está renovado.Excelente simbiose entre a qualidade e o preço.429.000$.

Lasalle – 174, Avenue Stirling – Belíssima «cotta-ge», completamente renovada (interior e exterior),terreno de 5 000 pés quadrados. O lugar é tranquilo,perto do Canal Lachine e a 5 minutos do comboioque liga ao centro da cidade de Montreal. 429.000$

Montreal-Nord – Magnífico «cottage» destacado,com muito espaço e muito bem cuidado. O subsoloestá acabado e tem 3 lugares para estacionamento.É perto do rio, escola secundária privada (MarieClarac), em lugar agradável. O terreno é de 4 800pés quadrados. 290.000$.

CAMPEONATO DE FUTEBOL DA MAJOR LEAGUE SOCCER

CHEGARÁ A TEMPO, O IMPACTO?• Por Norberto AGUIAR

Quando lhe faltam dois jogos a dis-putar para o fim do campeonato, o primeirono Ontário, diante do seu maior rival, o Toron-to FC, e o segundo, em casa, perante o Revolu-tion da Nova Inglaterra, o Impacto de Montrealcontinua a sonhar com o apuramento para afase eliminatória, a supercompetição de fim detemporada, que leva o seu vencedor até ao pres-tigioso título de campeão da Major League Soc-cer...

Mas a julgar pelo cenário com que se de-fronta de momento o conjunto de Mauro Biel-lo, só através dum milagre a equipa lá chegará,isto na medida em que o Impacto se encontraa quatro pontos do objetivo; mais ainda, comum jogo a mais disputado que o seu mais diretocompetidor, o Red Bull de Nova Iorque... Deresto, a esta equipa, nos três jogos que tem«em mão», basta-lhe vencer um para que oconjunto montrealense faça as malas e esperedesde logo pela competição da próxima épo-ca...

É verdade que o Red Bull, surpreendente-mente a lutar por um lugar nas eliminatórias,pois tem valor e poderio para muito mais, temtrês jogos difíceis a disputar... Mas nesses trêsembates estamos em crer que os novaiorquinosencontrarão o antídoto necessário para alber-gar os pontos que necessitam à sua passagemà fase seguinte.

Para chegar a esta situação crítica, o Impac-to acabou por fazer alguns maus jogos, comoaconteceu contra o Minnesota United, que ajogar em casa não foi capaz de vencer umaequipa que atua na Major League Soccer pelaprimeira vez este ano... É verdade que, depois,foi a Toronto bater a formação local, que é lí-der destacado do Campeonato e que, por issomesmo, já arrecadou o troféu de campeão das34 jornadas.

Quando se pensava que o moral estariaem alta por motivo daquela vitória, eis que oImpacto defronta sábado passado o Rapidsdo Colorado, o penúltimo classificado da ZonaOeste da Liga, e perde por 2-1...

Para um grupo que tinha como objetico,

desde o começo da temporada, participar naseliminatórias de novembro e dezembro de ma-neira a poder discutir a Taça MLS, este fim deépoca tem sido deveras muito mau, mesmose, por milagre, o Impacto se conseguir aindaclassificar.

Não sendo a melhor equipa da Liga, longedisso, a verdade é que o Impacto tem um con-junto de atletas de bom gabarito, a começarem Dzemaili e acabando em Piatti, um jogadorde nível superior, esteja ele na América, Chinaou Europa, e que por assim dizer merecia outraclassificação, claramente mais acima do que osexto lugar que ocupa na sua zona, a Este, e na15.ª posição no conjunto dois 22 clubes queatualmente integram a Major League Soccer...

Sem querermos agoirar o que de pior po-derá estar para vir, a verdade é que o Impcatoestá em muito maus lençóis neste final de tra-jeto de oito meses, tantos quantos tem a com-petição canado-americana.

Entretanto, para a fase seguinte já estão

apuradas as equipas do Toronto FC, Nova Ior-que City, Atlanta United, Chicago Fire e Co-lumbus Crew, na série, ou zona, como se qui-ser, Este. Já na zona Oeste, até este momentohá uma única formação apurada. E quem é ela?O Whitecpas de Vancouver, que é líder, apesarde contar um jogo a menos que os seus antago-nistas. Se o Whitecpas se mantiver assim, oCampeonato terminará com duas equipas cana-dianas à frente das respetivas zonas, visto oToronto FC ocupar o primeiro lugar da ZonaEste, como de resto já dissemos.

Melhor ainda é saber que o Toronto FC jáé considerada a equipa vencedora do Campe-onato, mesmo se ainda faltam duas jornadas –para algumas equipas faltam três jogos – parao fim (composto de 34 jornadas).

Neste campeonato MLS 2018, equipas de-ceções são algumas... Mas a mais incompre-ensível é a do La Galaxy de Los Angeles, queprovavelmente vai terminar a prova em últimolugar!Mauro Biello com vida difícil... Foto

Impacto de Montreal.L P

BENFICA JÁ NÃO VEM!...LUSOPRESSE – Previsto para amanhã, o jogo da Taça Eusébio, entre o Benfica

e o Glasgow Rangers, da Escócia, que devia ter lugar na cidade de Hamilton, no Ontário,foi cancelado por razões algo obscuras.

Com muitos protestos por parte dos escocesses, que pedem uma indemnizaçãoavultada ao Benfica, o jogo foi cancelado, com os responsáveis do clube da Luz a dizeremque quem falhou foi a companhia promotora do evento.

Refira-se que esta Taça, que homenageia o grande jogador que foi Eusébio, é anual-mente levada a efeito no início de cada época como forma de apresentar os jogadores aossócios. No entanto, este era o segundo ano que este tão prestigioso troféu seria disputadofora de Portugal, pois, em 2015, ele foi disputado em Monterrey, no México, terra ondejogou o Pantera Negra. L P

Page 16: Editorial Vol. XXI • N° 379 • Montreal, 5 de outubro de ...lusopresse.com/WEB_LUSO_Outubro5_2017.pdf · A nave dos loucos • Por Carlos DE JESUS ... de aceitar as boas propostas

Página 165 de outubro de 2017 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e