direitos reais

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 DIREITOS REAIS O contrato e a propriedade são a expressão direta da vontade de um sujeito de direito em condições de perfeita igualdade jurídica. Sobre esta construção teórica alicerça-se a livre circulação de bens e serviços essencial para economia de mercado, que por sua vez, representada pela autonomia privada, é fundamental para realização dos negócios jurídicos. A autonomia privada é entendida neste caso como sendo um quadro ideal, onde a diferença entre a nulidade e a anulabilidade dos negócios jurídicos corresponde apenas a diferença de graus1. DIREITO DAS COISAS CONCEITO : O direito das coisas é o conjunto de normas reguladoras das relações entre os homens, tendo em vista os bens corpóreos e incorpóreas. Do que se deduz que o Direito das Coisas é o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre os homens face às coisas, capazes de satisfazer as suas necessidades e suscetíveis de apropriação individual, quando tais coisas forem úteis e raras e quando estabelecem relações de domínio. As coisas insuscetíveis de apropriação, afastam a cupidez dos homens, tais como: as águas, o ar atmosférico, e a luz do sol etc. Direito das Coisas é a expressão atual e jurídica do estado das coisas objeto de propriedade. DO BEM A noção de bem, é de uma utilidade, tanto econômica quanto não econômica. Deve ter um valor econômico ou axiológico. De modo geral, consideramos como bens, tudo que possa nos proporcionar utilidade, que corresponde aos nossos desejos. DESSE MODO: amor, pátria e honra são exemplos de bens. Assim bens são espécies de coisas e o termo coisa é utilizado para aqueles bens que podem ser apropriados pelos homens. Todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens. O Direito real afeta direta e imediatamente a coisa sob todos os aspectos e seguem-na em poder de quem a detenha, é o direito de preferência, que é um direito subjetivo. O direito real estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa, prevalecendo contra todos e conferindo uma prerrogativa de seqüela ao seu titular, o que o faz ser oponível contra todos. eficácia erga omnes2.

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DIREITOS REAIS

O contrato e a propriedade são a expressão direta da vontade de um sujeito dedireito em condições de perfeita igualdade jurídica.

Sobre esta construção teórica alicerça-se a livre circulação de bens e serviçosessencial para economia de mercado, que por sua vez, representada pela autonomiaprivada, é fundamental para realização dos negócios jurídicos.

A autonomia privada é entendida neste caso como sendo ―um quadro ideal‖,

onde a diferença entre a nulidade e a anulabilidade dos negócios jurídicos correspondeapenas a diferença de graus1.

DIREITO DAS COISAS

CONCEITO :

O direito das coisas é o conjunto de normas reguladoras das relações entre os homens,tendo em vista os bens corpóreos e incorpóreas. Do que se deduz que o Direito dasCoisas é o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre os homens faceàs coisas, capazes de satisfazer as suas necessidades e suscetíveis de apropriaçãoindividual, quando tais coisas forem úteis e raras e quando estabelecem relações dedomínio.

As coisas insuscetíveis de apropriação, afastam a cupidez dos homens, tais como: as

águas, o ar atmosférico, e a luz do sol etc.Direito das Coisas é a expressão atual e jurídica do estado das coisas objeto depropriedade.DO BEM A noção de bem, é de uma utilidade, tanto econômica quanto não econômica.Deve ter um valor econômico ou axiológico.

De modo geral, consideramos como bens, tudo que possa nos proporcionar utilidade,que corresponde aos nossos desejos.

DESSE MODO: amor, pátria e honra são exemplos de bens. Assim bens são espécies de

coisas e o termo coisa é utilizado para aqueles bens que podem ser apropriados peloshomens.

Todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens.

O Direito real afeta direta e imediatamente a coisa sob todos os aspectos e seguem-naem poder de quem a detenha, é o direito de preferência, que é um direito subjetivo.

O direito real estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa, prevalecendo contra todose conferindo uma prerrogativa de seqüela ao seu titular, o que o faz ser oponível contratodos. eficácia erga omnes2.

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CLASSIFICAM-SEQUANTO AO OBJETO — direito reais sobre a coisa própria, art. 1228 e direitos reaissobre a coisa alheia, art. 1225 cc.

Classificam-se

QUANTO À FINALIDADE  — direito reais de gozo, art. 678ss e garantia, art. 1419 ss,que envolvem (hipoteca – penhor – anticrese).

A evolução histórica do Direito das Coisas comprova a sua importância frente aocomplexo de normas reguladores desse poder do homem sob cujo regime reflete o podere a forma de organização política e econômica da sociedade.3

NATUREZA JURÍDICA  – Sua natureza jurídica é definida como sendo uma relaçãode senhorio, um poder imediato e direto do homem sobre a coisa, isto é, imediato edireto, porque o titular não necessita da participação de um terceiro para extrair asvantagens da coisa a que se prestar. O que nos direitos reais sobre as coisas alheias

requer dois sujeitos: o dono e o titular do direito real, porém, cada um com direitosdistintos e sem intermediação do outro. Ex.: ―Locador e locatário‖. 

O senhorio é neste caso o elemento interno que extrai da coisa as vantagens próprias. Jáo elemento externo é o absolutismo que toma o direito oponível contra todos.4

A diferença entre direito real e direito pessoal, é que os direitos reais são normatizadospelo direito das coisas e os direitos pessoais pelo direito das obrigações.

O direito real consiste no poder jurídico da pessoa titular do direito subjetivo sobre acoisa, oponível contra terceiros, conforme conceito da Escolha Clássica.

Direito real é poder imediato do titular sobre a coisa objeto do direito semintermediação, não há sujeito passivo nesta relação, que pode-se estabeleça sobre coisascorpóreas e incorpóreas. A propriedade é o mais amplo ápice dos direitos reais.

No direito pessoal aparecem sempre dois sujeitos credor e devedor.

O direito real é a coisa tomada em si mesma e o direito pessoal é uma obrigação defazer, ou de não fazer ou ainda uma obrigação de dar coisa certa.

O direito na coisa própria é a propriedade e o direito na coisa alheia, tambémconhecidos como limitados são: as servidões; o uso; o usufruto; a habitação; as rendasconstituídas sobre imóveis; a promessa irretratável de venda; o penhor; a anticrese; ahipoteca; e a concessão de uso.

DIVIDEM-SE

ACESSÓRIOS: penhor, art. 1431; anticrise, art.1506; e a hipoteca, art. 1473 cc.

Dividem-sePRINCIPAIS: os demais. direitos de disposição;

Distinguem-se quanto ao sentido em de uso e gozo; e de garantia.

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Somente a direitos reais podem ser adquiridos por usucapião5.

Os direitos reais distinguem-se pela tipicidade, elasticidade, publicidade e especialidadee seu objeto é necessariamente coisa determinada.

CARACTERÍSTICAS  —  É o direito que se prende à coisa direta e imediatamente.Liga-se ao objeto de maneira integral. Vincula o sujeito a coisa. É oponível contratodos.

O Direito real de garantia é sempre acessório, pois aparece sempre ligado a um outroque é o principal, o de crédito, ao qual está subordinado. Tem sua vida condicionada àvida do direito principal.

Por ser acessório não pode ser transmitido isoladamente. É INDIVISÍVEL, mesmo quea dívida se divida, a garantia real permanece íntegra. Mesmo nos pagamentos parciais agarantia permanece, sem redução e se estabelece no interesse das partes.

CLASSIFICAÇÃO

OS DIREITOS REAIS CLASSIFICA-SE EMDireitos reais sobre a coisa própria; e Direitos reais sobre a coisa alheia.

 –  DE FRUIÇÃO.- DE GARANTIA.

Visto sob o angulo passivo, os direitos reais constituídos sobre as coisas alheias,

paralisam, apenas a faculdade correspondente naquele que mantém a propriedade. Emqualquer dos casos acima, constituem-se em prerrogativas de uns sobre os outros. Semesquecer a natureza real desses direitos, geralmente oriundos de contrato, são mais doque meras obrigações, vinculando pessoas e conferindo a seus titulares ação real deeficácia erga omns, Art. 1225.6

PUBLICIDADE E ESPECIALIZAÇÃO  —  A garantia constituída é oponível contraterceiros e a publicidade é instituída para esse efeito. Já a especialização, diz daindividualização da garantia onde se deve fazer constar o que é relação creditória e oque é garantia.

O DIREITO DE SEQÜELA — é o de seguir a coisa em poder de qualquer detentor. Odireito adere a coisa. Ex.: Servidão. O direito de seqüela visa tomar efetiva apreferência, diz-se que é satélite, pois autoriza a perseguição da coisa (açãoreipersecutária) que pode ser tomada de quem a detenha. O direito de seqüelapermanece em estado potencial, até que a dívida se torne exigível. O credor por força daseqüela subtrai-se à lei do concurso, apreendendo-a judicialmente. É útil comoinstrumento de ação.

O DIREITO DE PREFERÊNCIA — é restrito aos direitos reais de garantia, consiste noprivilégio da garantia. Ex: Penhor, hipoteca.

A preferência estabelece-se para o credor, e é oponível contra terceiros. Visa criar umasituação especial para o credor, em vista dos outros credores assegurando o pagamento

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antes de qualquer outro credores, pelo produto da alienação de coisa, desde que vendida.Caso haja saldo pela venda, estabelecer-se-á o concurso de credor para os demais. Apreferência consiste no direito do titular pagar-se com o produto da venda judicial dacoisa dado em garantia, excluídos os demais credores.

O direito real pode se constituir sobre coisas corpóreas e incorpóreas. EX: DIREITOSSOBRE DIREITOS, USUFRUTO E PENHOR, PROPRIEDADE LITERÁRIA,INDUSTRIAL, ARTÍSTICA E CIENTÍFICA.Toda limitação ao direto de propriedade não prevista na lei é considerada como denatureza obrigacional. Ex: direito de superfície.Os direitos reais sobre imóveis constituem-se por contrato e são inscritos no Registro deImóveis.

DA POSSESem a credibilidade da sociedade nos estados de aparência, não haveria possibilidade deconvivência pacífica, pois a todo momento defrontamo-nos com situações de aparência,

tornadas como verdadeiras. A posse é uma delas. (VENOSA, p. 39)

A posse busca em síntese a adequação social, que deve ser examinada do ponto de vistaaxiológico, onde a aparência é conceito de utilidade técnica. (p.39)

CONCEITO — Para Savigny a posse é a exteriorização ou viabilidade do domínio, istoé, a relação intencional existente normalmente entre a posse e a coisa, em vista de suafunção econômica.

CORPUS, que é a exterioridade da propriedade, o único elemento visível e suscetível decomprovação, o elemento material, e

SEUS ELEMENTOS SÃO:ÂNIMUS, incluído no corpus, indica a ação do proprietário sobre a posse, representa oelemento intelectual, a vontade. O possuidor para tanto, tem pleno exercício de fatosobre a coisa, art. 1196 ccb.

A posse, mera situação de fato, é protegida pelo legislador não só porque apresenta seruma situação de direito, como para evitar que prevaleça a violência.

DIFERENTE da propriedade que é uma relação de direito assentada na vontade objetiva

da lei, a posse consiste apenas na vontade do possuidor, criando mera relação de fato,em que o possuir será mantido até que seja convencido por quem de melhor direito.

NATUREZA JURÍDICA  —  É controvertida, sendo para uns direito, para outros umfato.

PARA SAVIGNY, é um fato, porém considerada nos seus efeitos é um direito. Ex:usucapião, interditos possessórios.

PARA IHERING, é um direito, em função do direito subjetivo, e que será interesse juridicamente protegido.

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Nesse sentido, localiza-se na parte especial do Direito Civil no capítulo dedicado aoDireito das Coisas, anterior ao estudo da propriedade para compreender que esta temcomo pressuposto a posse.

A POSSE COMO INSTITUTO TEM ORIGEM ROMANA E EVOLUIU SOB TRÊS

FORMAS:A POSSESSIO NATURALIS  –  mera detenção;A POSSESSIO INTERDICTA  –  concedia o direito aos interditos, para proteçãopossessória; eA POSSESSIO CIVILIS – a posse efetiva, com direito aos frutos e a usucapião.

ADOTADA A MESMA TERMINOLOGIA DO DIREITO ROMANO, DO PONTODE VISTA DO LEGISLADOR BRASILEIRO A POSSE DIVIDE-SE EM:

JURÍDICA – é aquela, concedida ao possuidor com direito ao uso dos interditos (meiosde defesa) e usucapião;

NATURAL  –  aquela que se fundamenta na simples detenção material da coisa;CIVIL  –  é aquela, adquirida por lei, mesmo que não ocorra a apreensão imediata dacoisa, que divide-se em posse sem apreensão e sem intenção, a saber:POSSE SEM APREENSÃO  –  ocorre na sucessão no exato instante da morte,independente de apreensão.POSSE SEM INTENÇÃO  –  decorre do contrato, em face da garantia recebida parasatisfação da dívida, Ex.: credor pignoratício, enfiteuse.

PARA IHERING, o possuidor é um proprietário de fato, pois age como se assim fosse epor essa razão, o legislador protegendo o possuidor, no mais das vezes está protegendoo proprietário.

A maioria dos autores entende que a posse é mero estado de fato, isto porque a sujeiçãoda coisa à pessoa é direta e imediata. (GOMES, p. 28).

DUAS SÃO AS TEORIAS ENTRE NÓS QUE PROCURAM FIXAR A POSSE, SOBMETICULOSA ANÁLISE DE SEUS ELEMENTOS. DE UM LADO A TEORIASUBJETIVA DE SAVIGNY E DE OUTRO A TEORIA OBJETIVA DE IHERING.

A SUBMISSÃO DAS COISAS AO PODER DOS HOMENS É UM ESTADO DEFATO E SÃO TRÊS AS FORMAS COMO SE APRESENTA:

Formas

1º  – O ESTADO DE FATO CORRESPONDE AO DIREITO DE PROPRIEDADE  –  CHAMA-SE POSSE;

2º  –  O ESTADO DE FATO CORRESPONDE A UM DIREITO DE OUTRANATUREZA – CHAMA-SE OBRIGAÇÃO;

3º  –  O ESTADO DE FATO QUE NÃO CORRESPONDE A DIREITO ALGUM  –  CHAMA-SE DETENÇÃO, (GOMES, P. 17).

COMPARAÇÃO

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SAVIGNY – Teoria subjetiva

1ª – Quanto aos elementos – corpus e ânimus

2ª  –  Quanto à natureza

A posse é um fato que se converte em direito, por proteção legal.

3ª  –  Quanto à proteção possessóriaDefende a posse como decorrência do princípio geral do direito, de que toda pessoadeve ter a proteção do Estado contra qualquer violência.

IHERING  –  Teoria objetivaManifesta a intenção pura de ter a coisa. ―ânimus tenendi‖ A posse é um direito, jurídicamente protegido em razão do interesse.Defende a posse como meio de facilitar a defesa da propriedade.

CONCLUSÃO: uma simples diversidade de interpretação entre os romanistas, maisaparente do que real. (GOMES, p. 17)

PARA IHERING, A POSSE REÚNE DOIS ELEMENTOS, FORMULADOSPOSTERIORMENTE,

A SABER

1º – o substancial que consiste no interesse, de utilização econômico da coisa; e o

A SABER 2º  – o formal, que se reveste pela proteção jurídica, que equivale a direito,sendo a manutenção da relação de fato a condição para a proteção desse direito. Sendoassim, o possuidor não tem direito senão enquanto ou quando possuir. (GOMES, p. 27)

OBJETO  —  Para os romanos, somente as coisas corpóreas poderiam ser objeto de posse, posteriormente passaram a admitir a posse sobre direitos, ―quase possessio‖, em

especial as servidões.

O DIREITO CANÔNICO Passou a admitir a posse sobre todos os bens, corpóreos eincorpóreos e o direito germânico passou a admitir os direitos de exercício continuadocomo objeto de posse. Ex: Rendas

A controvérsia existe em função das coisas coletivas, quando estas se compõe de coisasindividualizáveis, universalidades de fato e de direito. (GOMES, p. 32)

Admite-se, porém a posse de ÁGUAS CORRENTES, conquanto que suficientes para ouso.

Não há unanimidade sobre a posse de direitos, sendo que alguns entendem que somenteos direitos reais são passíveis de posse. Para os adeptos da teoria objetiva a admissãodos direitos pessoais patrimoniais é pacífica.

PARA OS ADEPTOS DA TEORIA SUBJETIVA DE SAVIGNY, não há possibilidadede se conceber a posse de direitos pessoais, pois a posse é exercício do poder físico

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sobre a coisa, e considera-se o elemento material como requisito indispensável. A possehá de se limitar aos direitos reais. (GOMES, p.33)

Os direitos obrigacionais aqueles cujo exercício é ligado à detenção de uma coisacorpórea são suscetíveis de posse. (GOMES, p. 33). Ex: Garantia. Poderão ser objeto

ainda, as ações de empresas, a marca comercial e os símbolos que a acompanham.

OBJETO — A princípio para o dir. bras. é suscetível de posse e proteção possessóriatudo aquilo que puder ser apropriado e demonstrado externamente, tanto assim, não serápossível de posse a linha telefônica contra a concessionária. Poderá demandar contra ousuário titular, no caso de locação. Possuidor é aquele que exerce um poder de fatosobre um bem. (VENOSA, p. 55)

SERVIDORES DA POSSE  —  Estão unidos ao possuidor numa condição desubordinação, ex: empregados, diretores etc, não poderão figurar como possuidor, art.1198.

O QUE É O IUS POSSIDENDII? (VENOSA, p. 42) É o dir de posse funafado napropriedade.

O QUE É O IUS POSSISSIONIS? É o dir fundado no fato de posse.

Na posse tanto quanto na propriedade é comum a submissão da coisa à vontade dapessoa, eis aí o fundamento da noção de aparência da posse, semelhança que guardamentre si posse e propriedade. (VENOSA, p. 43)

NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS (INTERDITOS) têm em conta a questão da posse,ressalte-se o caráter ofensivo, enquanto que nas AÇÕES PETITÓRIAS leva-se emconta o dir. propriedade, sob o caráter defensivo. (VENOSA, p. 42-43)

MODOS DE AQUISIÇÃO — Ler art. 1204 (GOMES, p. 51-52)

PARA SAVIGNY a aquisição de posse dar-se-á de forma física, juntamente com oânimus, de modo de ficto, Ex: receber as chaves, simbolizando a entrega do imóvel.

PARA IHERING a detenção é fato material. A posse é aparência perceptível pelo corposocial. (VENOSA, p. 78-79).

AQUISIÇÃO A TÍTULO ORIGINÁRIO, quando não há possuidor anterior. Ex:apreensão de coisas, peixes, aves. Ocupação não é modo originário é posse quase justa.

MODALIDADE

TRADIÇÃO, modo derivado de aquisição Eletiva, entrega simbólicada posse, quais são: Convencional(GOMES, p. 52)

MODALIDADE ACESSÃO, posse continuada;

SUCESSÃO, transmite de modo universal.

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UNIÃO, por aquisição, transmite de modo singular, só aquele bem, é facultativa.(GOMES, p. 55)

TRANSMISSÃOUNIVERSAL, é característica da causa mortis.

SINGULAR, é transferência de bens individuais e determinados (VENOSA, p. 85)TRANSMISSÃOConservação da posse. Diz da manutenção da posse que é fenômeno paralelo a perda.Conservar é não perder. (VENOSA, p. 86)

Atos de mera tolerância ou permissão, não induzem a posse, art. 1208. (GOMES, p. 56)

PERDA DA POSSE — LER ART. 1223 E 1224 CCB

PERDA DA COISA

A perda da posse pela Destruiçãoausência do elementocorpus, verifica-se pela: Posse de outremPor ser posta fora do comércio

A perda, devido a ausência do elemento ânimus ocorre em razão do constitutopossessório7, contra a vontade do possuidor, pela falta de exercício físico. (GOMES, p.57)

Perde-se a posse ainda pela impossibilidade de seu exercício, pela inércia do possuidor.

(GOMES, p. 61/1)Dentro da visão subjetiva, a posse pode ser de dar sobre o bem com a intenção depossuí-lo para si, assim como sobre o próprio direito real, mediante o exercícioincidente sobre a coisa.

CLASSIFICAÇÃO — Da natureza da posse decorrem vários efeitos e espécies, comose vê pelo art. 1197. A bipartição da posse é concepção de Ihering, que explica odesdobramento de relação possessória, em que o proprietário conserva a sua posse,mesmo entregando o bem a terceiros.

Também chamada de posses paralelas, quando existem duas sem que uma anule a outra,ou ainda a posse direta e indireta. (GOMES, p. 45-46).

POSSE DIRETA  —  São possuidores diretos: Os que detém a coisa transmitida pelodono, que conservou a posse indireta. Ex: usufrutuário, comodatário, locatário, etc.

O possuidor direto é o que detém o poder físico e imediato da coisa, também os tutorese curadores possuidores são diretos.

POSSE INDIRETA  —  É a que o proprietário mantém, ao transferir o uso direto dacoisa, a outrem. A tradição opera a bipartição da posse, que requer uma relação jurídica

negocial, para esse desdobramento da posse.

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COMPOSSE  —  A posse não admite mais de um possuidor a desfrutá-la, do mesmomodo que o condomínio está para o condômino. A composse é a possibilidade doexercício simultâneo de mais de um possuidor, desde que um não impeça o exercício dooutro consorte. Ex: Cônjuges no regime de comunhão de bens ao exercerem sobre seupatrimônio, os direitos de compossuidores. O condomínio é a mesma situação.

Tanto num quanto noutro os compossuidores podem reclamar a proteção possessória,caso sejam turbados, esbulhados ou ameaçados em sua posse. Art. 1199 cc.Assim, podem coexistir dois ou mais locadores, locatários, comodatários, como secondôminos fossem, por vontade comum, caso se trate de propriedade.

Não serão compossuidores os invasores de uma área, visto que não são proprietários.

O vínculo concubinário se estabelece do mesmo modo, que os cônjuges havendo uniãoestável.

JUSTA  — Art. 1200  –  O doutrinador deve-se basear pelo terreno do objeto. A possepoderá ser justa em relação a um sujeito e injusta em relação ao outro, tudo depende darelação dos envolvidos.

INJUSTA  —  A posse somente será viciada em relação a alguém, sendo relativa aterceiros que até podem ignorar o vício. Ex: Vender coisa furtada.

POSSE VIOLENTA — É violenta a posse, por ser exercida de forma violenta no iníciode seu exercício. É violenta ainda, a posse conseguida pela força injusta, esbulhada. OCódigo Civil não autoriza a posse violenta, art. 1208 cc.

POSSE CLANDESTINA  — É a que se constituir às escondidas. Ocupar coisa alheiasem que ninguém perceba, acautelando-se para não ser visto. A rigor isto não é posse.Porque a posse pressupõe a exteriorização do domínio, 1208 cc.

Para Silvio Rodrigues, o antônimo da clandestinidade é a publicidade.

POSSE PRECÁRIA — Precária é a posse daquele que a recebeu para depois devolvê-la. Ex: Locatário, comodatário, usufrutuário, etc… 

POSSE DE BOA-FÉ  — O doutrinador deve-se situar neste caso no terreno do direito

subjetivo, examinando a postura psicológica do possuidor, em face de relação jurídicaou ignora o vício ou obstáculo.

Possuidor de boa-fé tem justo título, hábil para pedir ou transmitir o direito à posse, quedeve ser mantida de forma mansa e pacífica, art. 1201 e 1202 cc.

POSSE DE MÁ-FÉ  —  É de má-fé, quando o possuidor está ciente de que a posse éprecária, clandestina ou violenta, que não possui legitimidade jurídica, não possuindo

 justo título, art. 1202 cc.

JUSTO TÍTULO  —  configura o estado de aparência que permite concluir que o

possuidor encontra-se gozando de boa posse.

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O fato gerador da posse definirá em cada caso o justo título.

POSSE ―AD‖ INTERDICTA —  Para confirmação, basta que seja justa. É assimchamada porque possibilita a sua defesa em juízo, contra a ameaça para mantê-la,possibilitando a defesa por meio dos interditos possessórios.

POSSE ―AD‖ USUCAPIONEM — É aquela capaz de conferir a usucapião da coisa aotitular, caso supridos os requisitos legais art, 1238 e 1242 cc.

DOS EFEITOS DA POSSEART. 1210 CC. SETE SÃO OS EFEITOS POSSE:1º – DIREITO AOS INTERDITOS, INCLUSIVE A AUTO DEFESA.

2º – PERCEPÇÃO DOS FRUTOS.

3º – DIREITO DE RETENÇÃO.

4º – RESPONS. POR DETERIORAÇÕES.

5º – DIREITO A USUCAPIÃO.

6º  –  INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, NA CONTESTAÇÃO.7º – USO E GOZO ENQUANTO DURAR, P. 95.

PROTEÇÃO DOS INTERDITOS E A COMO ESTADO DE FATO, POSSUI COMOEFEITOS:

POSSIBILIDADE DE USUCAPIÃOOS EFEITOS SECUNDÁRIOS são as indenizações pela coisa: benfeitorias, frutos eindenizações pelo uso da coisa.A solidez da relação possessória reside exatamente nas regras do direito material, quedeve ser analisado em conjunto com o direito processual civil.

INTERDITO PROIBITÓRIO  —  É o meio de defesa concedido ao possuidor, queantevendo esbulho ou possível atentado ao seu direito de possuidor, assegura-se deviolência iminente, art. 1210 cc, os requisitos para ação estão no art. 932 cpc.

Verificado o esbulho ou a turbação o Poder Judiciário, manterá ou reintegrará opossuidor na passo do bem.

CARACTERIZA-SE:ESBULHO – pela retirada total ou parcial da posse por violência ou precariedade. Ex:Imóvel não devolvido, invadido.CARACTERIZA-SE:TURBAÇÃO  –  pela agressão, limitação, embaraço no direito de uso. Ex: Corte decercas, árvores.

A proteção possessória consiste nos meios de defesa em uma situação de fato, que

apresenta ser uma situação de domínio, diretamente ou através das ações possessórias, asaber:

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AÇÕES POSSESSÓRIAS

1O A AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE CONCEDIDA AO POSSUIDOR QUESOFRE A TURBAÇÃO, ART. 926 A 931 CPC;

2O A AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CONCEDIDA ÀQUELE QUESOBRE OAS AÇÕES POSSESSÓRIAS ESBULHO, ART 926 A 931 CPC; E OTÍPICAS DERIVADAS DODIREITO ROMANO SÃO: 3O O INTERDITO PROIBITÓRIO É COMO MEIO DEDEFESA CONTRA A AMEAÇA IMINENTE À POSSE, ART 932 A 933 CPC.

A AMEAÇA CONTRA A POSSE É REVERTIDA PELO INTERDITOPROIBITÓRIO, TANTO PARA BENS MÓVEIS, COMO BENS IMÓVEIS, ART.275, II CPC.

EMBARGOS DE TERCEIRO SENHOR E POSSUIDOR  —  É meio de defesaconcedido a quem não é parte no processo, porém sobre turbação, esbulho na posse deseus bens, em virtude de penhora, depósito, arresto seqüestro, venda judicial,arrecadação ou outro ato de apreensão, como forma de defender os bens do possuidor.

Art. 1.046 a 1.054 cpc, Ex: Turbação sofrida em imóvel adquirido sem registro.

NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA  —  Visa impedir que obra nova prejudique prédiovizinho confinado. Possibilita ao condômino, ao locatário, ação de nunciação de obranova, impedindo obra que prejudique área comum; e o Poder Público, possibilitaimpedir construção contra ao plano vigente, art. 934 a 940 cpc. (p. 133)

AÇÃO DE DANO INFECTO — Decorre do justo receio de sofrer dano em seu imóvelem decorrência de ruína em prédio vizinho ou obras vizinhas, em que o proprietáriopode exigir caução para garantir eventual prejuízo, art. 826 cpc.

A fungibilidade das ações possessórias  –  possibilitam ao juiz decidir o pleitopossessório dentro da tríplice divisão (esbulho, turbação e proteção da posse). Valedizer: o autor dirige-se ao juiz pedindo proteção possessória independente da hostilidadedescrita na inicial, que pode aumentar ou diminuir no curso do processo, art. 920 cpc.(p. 115)

IMISSÃO DE POSSE  — É conceder a posse a alguém legalmente. Ex: Ao adquirenteao administrador e ao mandatário. Não é procedimento especial. É ação para dar coisacerta, art. 796 cpc, neste caso não há liminar, é processo cautelar8, pela presença da―FUMUS BONI IURI E PERICULUM IN MORA‖. Isto ocorre quando a entrega da

coisa não resultar do contrato (p. 135)

Nas ações possessórias a presença do cônjuge é conveniente, para evitar-se discussõesestéreis. Para maioria é indispensável apenas, nas ações de composse.

A demanda pode tanto ser decidida em favor do autor, como em favor do réu, se houve

pedido expresso de contestação, inclusive quanto à indenização, art 922 cpc. Poderá

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ocorrer a cumulação de pedidos, art. 921 cpc. Possibilita a constituição de caução, art.826 e 130 cpc.

SERVIDÕES E POSSE PROVISSÓRIA — Servidão é direito real constituído em favorde um prédio sobre outro de dono diverso, o prédio beneficiado denomina-se dominante

e o prédio onerado, de serviente. Servidões podem ser não aparentes. Ex: proibição deconstruir mais alto, as demais se manifestam por sinais externos e não sofrerãorestrições de proteção possessória.A posse das servidões só é possível, nas servidões aparentes e contínuas.

DA PROPRIEDADE

EVOLUÇÃO HISTÓRICA  — A posse merece proteção, pois espelha a exteriorizaçãoda propriedade e forte indício de sua existência.

A propriedade por sua vez espelha definitivamente um direito, que possui compreensão

e extensão próprias de cada povo.

A concepção moderna de propriedade privada sofreu inúmeras influências no curso dahistória dos povos, traduzindo-se em conseqüência direta da organização política.

Assim sendo, antes dos romanos, a noção de propriedade resumia-se as coisas móveis,de uso pessoal, tais como: vestuário utensílios de caça e pesca. O solo não era dividido,pertencia a todos os membros da tribo, não havendo sentido de senhoria ou poder dedeterminada pessoa. Fato visível ainda, na atualidade das comunidades tribais.

Não há neste tipo de vida a noção privativa de utilização do bem imóvel.Contudo, com o passar do tempo, no curso da história, a permanente utilização damesma terra pelo mesmo povo, pela mesma tribo e pela mesma família, passa a ligarentão o homem à terra que usa e habita, surgindo assim a concepção de propriedadecoletiva e posteriormente individual, privada. Nem todos os povos instituíram apropriedade individual.A noção de propriedade individual não é muito precisa quanto a época de seuaparecimento, no entanto, a propriedade imobiliária, surgiu, segundo algumas fontes, naépoca da Lei das XII Tábuas, no primeiro período do Direito Romano, em que o sujeitorecebia uma porção de terra para cultivo, que após a colheita voltava a coletividade.

Progressivamente fixou-se o costume de conceder sempre a mesma porção às mesmaspessoas ano após ano. A partir de então, o pater famílias instalava-se, construía suamoradia, e vivia com sua família e seus escravos. Neste sentido arraigou-se no espíritoromano a propriedade individual e perpétua e assim, a Lei das XII Tábuas projetou anoção do JUS UTENDI, FRUENDI ET ABUTENDI:

JUS UTENDI, FRUENDI ET ABUTENDI:

UTENDI — Implica na possibilidade de uso da coisa segundo a vontade do proprietárioe assim excluir estranhos.

JUS FRUENDI  — é a possibilidade de aferir os frutos naturais e civis da coisa e de

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explorá-la economicamente.ABUTENDI — é a possibilidade de disposição da coisa, inclusive para aliená-la.

Na época clássica do direito Romano passa-se a conhecer o uso abusivo do direito depropriedade e seu modo de repreendê-lo. O direito de vizinhança também passa a ser

conhecido, mesmo assim, sobressai-se a propriedade individual. (p. 139)

A propriedade grega e a romana consolidam-se ainda com outras duas instituições: afamília e a religião doméstica. De modo que a propriedade liga-se à própria religiãoassim como à família. Foi, portanto a religião que garantiu primeiramente apropriedade.

Na Idade Média a propriedade perde seu caráter unitário, em virtude das diferentesculturas que modificaram os conceitos jurídicos e o território passa a ser sinônimo depoder, onde a propriedade está ligada a idéia de soberania nacional, sob sistema devassalagem, sem serem donos do solo.

O Direito Canônico por sua vez, introduziu a idéia do homem legitimado a adquirircoisas, sendo a propriedade privada a garantia de liberdade individual. Tanto assim, nadoutrina de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino ensina-se a imanência dapropriedade privada à própria natureza do homem, que deve usá-la de forma justa.

A Revolução Francesa recepcionou a concepção romana e o Código Napoleônicointroduziu a idéia individualista e extremista do instituto, refletido em nosso CódigoCivil, que perdeu força a partir do século XX, com o desenvolvimento industrial e asdoutrinas socializantes.

FUNÇÃO SOCIALA propriedade deixou de ser um direito subjetivo do sujeito e tende a tornar-se funçãosocial do detentor da riqueza mobiliária ou imobiliária para ser empregada comocrescimento da riqueza social e para interdependência social. (GOMES, p. 108) Istoporque só o proprietário pode executar uma certa tarefa social, só ele pode aumentar ariqueza geral, utilizando o seu próprio patrimônio. A propriedade neste sentido não éum direito intangível e sim um direito em constante mudança a modelar-se àsnecessidades sociais, às quais deve responder. (GOMES, p. 109)

CONCEITO — trata-se de um direito real que recai diretamente sobre a coisa e que é

independente, tanto para o seu exercício, quanto para a prestação de quem quer que seja.Sendo conferido ao titular o direito de usar, dispor e de reivindicar a coisa das mãos dequem quer que injustamente a detenha.

DOMÍNIO  — é distinto dos demais direitos reais, por incidir sobre a coisa própria, o―animus dóminus‖. Domínio é o direito real que vincula e legalmente submete ao poderabsoluto de nossa vontade a coisa corpórea, segundo Lafayete.

DIRETIO SUBJETIVO  –  representa o vínculo jurídico, já o domínio, o liame que seestabelece entre o proprietário e a coisa que se vincula, que representa de certa forma ouniverso de pessoas obrigadas a uma relação passiva de não turbar o direito de seu

titular. Sendo este direito tutelado pela lei.

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O uso ou gozo da coisa pressupõe necessariamente a sua disposição. A ação dereivindicação é conferida ao dono para recuperar a coisa, pelo qual o proprietário exerceseu direito de seqüela.NOÇÃO DE PATRIMÔNIO — É o conjunto de direitos reais e obrigacionais, ativos epassivos em que pode-se afirmar que somente as pessoas naturais ou jurídicas podem

possuir patrimônio por menores que sejam suas posses materiais, que perdura por toda aexistência, sendo uno e indivisível. (p. 149)

NATUREZA JURÍDICA — O direito de propriedade é absoluto, exclusivo e perpétuo,até prova em contrário.

NATUREZA HUMANA  — O direito de propriedade em função da chamada teoria danatureza humana, é inerente à própria natureza do homem e condição de sua existência,é pressuposto de sua liberdade. Posição defendida pelos partidários do direito natural.

LIMITES DA PROPRIEDADE DO SOLO  — Art. 1229. Atualmente os fundamentos

romanos estão ultrapassados e o solo limita-se as necessidades de utilização doproprietário. O limite é dado pelo justo interesse do proprietário.

SUJEITOS  — Pessoas naturais, jurídicas de Direito Público e Privado. A capacidadepara ser sujeito do direito de propriedade não se confunde com a capacidade paraaquisição. A aquisição pressupõe um título e requer capacidade de fato. (GOMES, p.98)

LIMITAÇÕES DO DIREITO DE PROPRIEDADEO direito de propriedade é o mais amplo da pessoa em relação à coisa, art. 1228.Engloba tanto os bens corpóreos, incorpóreos, móveis e imóveis, mas impõe também,limitações.

A constituição Federal traça as normas programáticas para função social da propriedade,sendo que há no subsolo riquezas independentes do solo e de seu proprietário. Assimsendo, inúmeras são as limitações de ordem administrativa, tais como: proteção aopatrimônio histórico; a fauna; a flora; o equilíbrio ecológico. As limitações ao direito depropriedade que tanto decorrem da lei quanto da vontade do proprietário, são limitaçõesdecorrentes da lei inspirada no critério da proeminência do interesse público, queganhou ênfase influindo no próprio conceito do direito de propriedade, diminuindo-lhesensivelmente o âmbito de suas virtualidades burguesas. (GOMES, p. 119 ss)

AS LIMITAÇÕES PODEM SER EM RELAÇÃO À FONTE, À EXTENSÃO E OFUNDAMENTO, COMO SE VÊ:

FONTES

LEGAIS – podem ser legais, quando contidas em leis ou regulamentos administrativostais como:Impenhorabilidade, incomunicabilidade;Lei do inquilinato nº 8245/91;Estatuto da Terra (L. 4.504/64) e da cidade (L. 10.257/91);

o Incorporação imobiliária, L. 4.591/64.

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JURÍDICAS  –  quando decorrem da aplicação dos princípios gerais do direito. Oexercício regular do direito, onde o desvio da normalidade é inadmissível.

VOLUNTÁRIAS – as estabelecidas pelo proprietário, sem abrir mão do seu direito, outransferência a outrem, Ex: Hipoteca, doação, testamento.

EXTENSÃO  —  Podem atingir o direito no todo ou em parte, sendo que a limitaçãomais extensa é a desapropriação, mediante indenização.

FUNDAMENTO  —  Pressupõe a subordinação do direito de propriedade privada aosinteresses da coletividade.Paralelamente às limitações acima, existe ainda, a possibilidade de tornar inalienáveiscertos bens retirando-os de circulação, pela vontade particular, através da cláusula deinalienabilidade, mediante a qual se efetua essa limitação voluntária da propriedade, àexceção do princípio geral da livre circulação dos bens.

A inalienabilidade que causa a impenhorabilidade, requer como requisitos:

1ª – a indicação da causa no título de transferência do bem.

2ª – que a transmissão seja a título gratuito.

MODALIDADES:Rural ou agrária Resolúvel

1º) PLENA — O domínio da propriedade é pleno, quando o proprietário dispõe de todas

as prerrogativas ―uso, gozo e disposição‖ de maneira absoluta perpétua e exclusiva, art.1.238.

2º) LIMITADA — Limitada, quando alguns desses poderes estão em mãos de terceiros,como no caso do nu proprietário, do senhor do prédio serviente, ou do prédiohipotecado, isto porque o usufrutuário ou o credor hipotecário e o dono do prédiodominante têm sobre a coisa um direito real de uso e gozo, uma servidão ou direito realde garantia. É ainda limitado o domínio gravado com cláusula de inalienabilidade, pelafalta de livre disposição da coisa, art. 1.231.

3º) URBANA  —  Divide-se em importantes aspectos setoriais, vinculados a um novo

regime, no qual loteamentos recebem regulamentação contratual para aquisiçãoparcelada do solo. O compromisso de venda, a promessa de cessão e a cessão sãotípicos dessa modalidade considerados irretratáveis e a opõe-se a terceiros. Oparcelamento possibilita o loteamento e o desmembra-mento.

RURAL OU AGRÁRIA — submetida ao regime do Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64)e em leis complementares, se exerce quando favorece o bem-estar social dos seusproprietários e trabalhadores, mantendo níveis satisfatórias de produtividade.

Sua exploração pode ser sob forma empresarial ou doméstica, quando é chamada depropriedade familiar, sob exploração direta pelo agricultor e sua família, absorvendo

toda a força de trabalho e sem atividade assalariada. (GOMES, p. 106)

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EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE  — A extensão deve ser visualizadasob o aspecto real que compete ao titular desse direito, sendo que esse poder recai sobrecoisas determinadas: móveis e imóveis. Quando recai sobre imóveis, a extensão podenão ser estabelecida tão seguramente. Pode ir ao espaço aéreo ou ao subsolo. Há que sedeterminar a extensão: espaço aéreo, subsolo e partes integrantes, a saber:

1o EXTENSÃO VERTICAL  —  O poder do proprietário de um bem de raiz deve-seestender para cima e para baixo, a determinada altura e profundidade. Ex: Edificar umprédio.

2o ESPAÇO AÉREO  —  O direito do proprietário sobre o espaço aéreo limita-se asatisfação das necessidades práticas da propriedade. Prevalecendo a utilidade doexercício. Ex: Passagem de fios condutores de energia, que independem da anuência doproprietário.

3o SUBSOLO  —  O direito ao subsolo estende-se ao exercício útil, assim como o

espaço aéreo. As riquezas existentes no subsolo pertencem a economia nacional. Seexistentes, tais riquezas são considerados res nullius, coisas pertencentes ao domínioestrito do Estado, cuja exploração se dará sob concessão. (GOMES, p. 117)

EXTENSÃO ÀS PARTES INTEGRANTES  —  A propriedade estende-se as partesintegrantes essenciais, isto é, as que não podem ser separadas da coisa sem destruiçãoou determinação, por essa razão não podem ser objeto de propriedade distinta. Ex: Aplantação não pode pertencer a outra pessoa que não o proprietário do solo.

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE

No Direito Romano o critério divisório obedecia a ordem de importância da época, deuma sociedade eminentemente agrícola, onde as ―res mancipi‖ os chamados fundos

itálicos, que compreendiam o solo romano e da península itálica; as servidões prediaissobre os fundos itálicos, os escravos e os animais de carga e de trabalho, demandavamforma solene e cercada de garantias para sua transferência.

Por outro lado, as ―res nec mancipi‖, compreendiam: o dinheiro; os metais preciosos;móveis; e demais animais domáveis, que transmitiam-se pela simples tradição.

Essa divisão foi suprimida pelo código justiniano, entretanto, permanece entre nós até

hoje, a divisão entre bens móveis e imóveis, herança do período pós-clássico, que vemdo sistema romano-germânico, passando pela Idade Média, onde a propriedade erasinônimo de poder e soberania, que insere-se nas condições atuais, tendo em vista que éno imóvel que se encontra o substrato da riqueza. Nosso ordenamento claramenteatribui maior proteção aos bens imóveis, (p. 151).

SISTEMAS DE AQUISIÇÃO  —  No ordenamento jurídico vigente, o contrato é oinstrumento para aquisição de coisas, mas que por si só não transfere a propriedade. Eisporque o domínio transfere-se pela tradição nos bens móveis e pela transcrição do títuloaquisitivo para os imóveis, seguindo-se a tradição romana.

O ordenamento pátrio segue o modelo alemão, afastando-se do modelo francês, quedefende o simples pacto como transferência da propriedade.

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O código Alemão de 1896 instituiu a transferência fundada em registro imobiliário,mediante exame prévio do título de transferência da coisa, que exige cadastro rigoroso econfiável dos imóveis, traduzindo-se em negócio jurídico de caráter abstrato edesvinculado do negócio anterior, não importando se era compra e venda, doação,permuta ou outro, estabelecendo-se assim, presunção absoluta de propriedade, cuja

transcrição é sua prova plena.

Nosso legislador adotou o sistema, frente a estrutura deficiente do país, onde com ocontrato existe apenas obrigação, direito pessoal, que decorre dos arts. 1.238 ss, sendo a

 presunção ―júris tantum‖ e não ―jure et jure‖, a ―transferência é título hábil à

transmissão da propriedade‖ e enquanto o registro não for anulado, tem eficácia apresunção, art. 859 cc (p. 152).

DOS MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE

1o  – ORIGINÁRIO — O modo de aquisição a título originário ocorre quando a coisa

encontra-se desvinculada de qualquer relação com o titular anterior e sem que hajarelevância com o antecessor. De forma restritiva considera-se a ocupação de coisas: Ex:animais silvestres.

O caso típico é a usucapião, o usucapiente não recebe a coisa do usucapido. Seu direitode aquisição não decorre do antigo proprietário, mas do direito resultante da sentença.Sendo que na aquisição originária, não se transmitem os vícios da propriedade.

2o – DERIVADO — Quando ocorre a transmissão de um proprietário a outro, por atointer vivos ou causa mortis. A coisa chega ao adquirente com as mesmas característicasanteriores, não se extingue o ônus, Ex: Servidão, hipoteca, compra e venda e doação.

3o SINGULAR — Tem por objeto um bem individualizado. O legatário pode receber atítulo singular um bem determinado na herança. Ex: uma casa, um veículo.

4o – UNIVERSAL — O corre quando a universalidade do patrimônio é transmitida nocaso do sucessor universal, que assume todos os direitos e obrigações do transmitante, ode cujus.

DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Com base no art. nº 1.245 do Cód. Civil, os modos de aquisição são:

1. TRANSCRIÇÃO  —  É considerada como a primeira hipótese de aquisição dapropriedade, dada a importância dos bens de raiz, procurou o legislador atribuirimportância capital à circulação dos bens imóveis, com considerável grau de segurança,mediante a tradição solene atreves do Cartório de Registro de Imóveis, em vista dapublicidade que o fato requer. Lei 6.015/73, art. 174, 182 a 186, 228, 236 e 856 a 869cc. (p. 157, v. IV).

2. ACESSÃO — São acréscimos que a coisa sofre no seu valor ou no volume em razãode elemento externo. Ex: Benfeitoria, avulsão, a aluvião mudança do curso de rio. A

formação de ilha é considerada acréscimo aos terrenos ribeirinhos, para dividi-losfraciona-se a ilha dividindo o rio pelo álveo em duas partes, art. 1.248/1.250 cc.

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2.1 ACESSÃO POR FORMAÇÀO DE ALUVIÃO — é o acréscimo lento formado nasmargens dos rios, que importa em aquisição para o proprietário do imóvel, segundo o

 princípio do ―o acessório segue o principal‖, trata-se no caso de aluvião decorrente defato natural, art. 1.251 cc.

2.2 ACESSÃO POR FORÇA AVULSÃO  —  é desmembramento súbito por força dacorrente de água, que desfigura o imóvel tornando-o total ou parcialmente imprópriopara o uso. Neste caso o dono poderá reclamar indenização, no prazo decadencial de umano, não havendo a possibilidade de remoção, art. 1.251 cc.

2.3 ACESSÃO POR ABANDONO DE ÁLVEO — vale dizer, apropriar-se do leito deum rio, que pertencerá aos proprietários ribeirinhos. Se o rio retornar ao leito antigo,recompor-se-á a situação anterior, art. 1.252 cc.

2.4 ACESSÃO POR CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES  —  são decorrentes deconduta humana e podem ser móvel e imóvel. Se imóvel próprio é considerada

benfeitoria, se imóvel alheio é considerada mera acessão ou coisa, Ex: plantação,semeadura. Art. 1.253.

2.5 ACESSÃO NATURAL DE ANIMAIS  —  quando o animal doméstico volta oupassa a viver em outra propriedade, passa aquele proprietário a deter o direito sobre ele,sendo que o semovente voltou à condição de res nullius, se não ousou atraí-lo. NossoCódigo não trata tal matéria, (p. 168, v. IV).

3. USUCAPIÃO — É modo originário de aquisição do domínio, através da posse mansae pacífica, seu principal elemento, por determinado lapso de tempo. Constitui direito àparte e independente de qualquer relação jurídica com o anterior proprietário.Fundamenta-se no propósito de consolidação da propriedade, estimulando a paz social ediminui para o proprietário o ônus da prova de domínio. É modo de premiar a quemproduz a terra, na opinião de Silvio Rodrigues. Ocupando-a e pondo-a a produzir. Nãoapenas a propriedade e o domínio útil, mas também a enfiteuse, o usufruto, o uso, ahabilitação e as servidões. A usucapião aplica-se também a semoventes, Admite-se paratanto a sucessão de posse, art. 1.238 cc., (p. 171, v. IV).

3.1 USUCAPIÃO ORDINÁRIO — é aquela que se confere em dez anos, a moradorespresentes no mesmo Município e quinze entre pessoas ausentes, moradores deMunicípios diversos, mediante prova de posse mansa e pacífica acompanhada de justo

título e boa-fé, art. 1.242 cc.

3.2 USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO  –  é aquele que se adquire em quinze anosmediante prova de posse mansa e pacífica e ininterrupta, independente de justo título eboa-fé, art. 1.238 cc.

3.3. USUCAPIÃO ESPECIAL, CONSTITUCIONAL OU PRO LABORE  —  requersentença de reconhecimento, que levada ao Registro de Imóveis, é título dereconhecimento para tal.9, art. 183 e 191 da Const. Federal de 1988.

A ação de usucapião é de eficácia declaratória, não se constituindo a propriedade pela

sentença, podendo ser usado como matéria de defesa, salvo na usucapião pro labore, art.941 CPC.

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3.4 JUSTO TÍTULO  —  não é necessariamente documento perfeito e sim hábil paratranscrição, vale dizer: titulus ou justa causa que denote a razão pela qual alguémrecebeu a coisa do precedente possuidor, ou ainda: é o fato gerador da posse, que seráexaminado como a justa causa da posse do usucapiente. Em regra, é justo título todo atoou negócio jurídico que em tese passa transferir a propriedade, tanto assim, a aparência

de propriedade na transmissão pode constituir justo título, que está intimamente ligado àboa-fé. Art. 490 dispõe: o possuidor com justo título tem presunção de boa-fé, (p. 174,v. IV).

4. AQUISIÇÃO PELO DIREITO HEREDITÁRIO  — Pressupõe fato morte, art. 1.784cc., transmitindo-se posse e propriedade, mantidas com a mesma natureza ecaracterísticas, tal como exercidas pelo falecido, onde a aceitação geralmente ocorre deforma tática, devendo a renúncia expressa constar de documento oficial, art. 1.581 cc.

DA PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL

A propriedade imóvel é como vimos, a princípio, um direito perpétuo na pessoa de seutitular ou de seus sucessores. Isso valerá, até que seja afastado legalmente, por algummotivo de seu patrimônio, art. 1.275.

De resto, ele só perderá a propriedade por vontade própria. A exceção a essa regra,apresenta-se quando a lei determinar a sua extinção, que pode ocorrer no caso de perdaou de desapropriação da coisa, somar ainda, a usucapião e a acessão por considerar-seoutras causas. ―A alienação, a renúncia e a desapropriação dependem da transcrição no

Registro de Imóveis‖. 

ALIENAÇÃO  — É contrato oneroso bilateral, de caráter pessoal ou real, mediante atransferência da coisa.RENÚNCIA — É ato unilateral. Não requer registro, salvo na herança que implica emabandono ou desistência que resulta em extinção de direitos, art. 1.804/8 cc.

ABANDONO  —  É ato voluntário, sem qualquer formalidade. O arrependimento éelemento básico do abandono, art. 1.223 cc.

PERECIMENTO DO IMÓVEL — É a extinção de um PERDA direito, ou da coisa quelhe servia de objeto.

DESAPROPRIAÇÃO  —  É ato involuntário de perda da propriedade privada, porintervenção do império, facultado à União, Estados, Municípios e o Distrito Federal,bem como de cessionários aos serviços públicos, no interesse social ou utilidadepública, art. 184 e 185 CF 1988.

Fundamentos  –  É ato unilateral, do Poder Público fundado em lei, mediante justaindenização, art. 5º XXIV CF.Pressupostos – Utilidade pública e interesse social.

Objeto – Todos os bens móveis e imóveis. Ex: Aviões, ações das S.A., títulos de créditoem geral, desapropriação parcial, Ex: servidão  –  oleodutos, eletrificação, etc.

Retrocessão – É a possibilidade de reaver o imóvel expropriado pelo mesmo preço, casonão tenha sido utilizado no fim desejado, art. 519 cc.

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Registro – Lei 6.015/73 art. 167, 172, 174/76, 177/8, 182, 185, 191, 193, 217, 221, 247e 249.

DA AQUISIÇÃO E PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL

MODOS DE AQUISIÇÃO:

OCUPAÇÃO — É modo originário e legítimo de aquisição da propriedade móvel semdono ou abandonada, art. 1.263.

ESPECIFICAÇÃO — É modo de adquirir a propriedade através da transformação dematéria prima própria ou alheia, revertida em espécie nova, art. 1.269.

Objetiva — é a mistura de coisas líquidas, impoSsível de separá-los, art. 1.272.

Subjetiva  —  é modo de extinção de obrigações, pela reunião na mesma pessoa, das

qualidades de credor e devedor, art. 381.CONFUSÃO Comistão — é a mistura de coisas sólidas, de tal forma que não se possamsepará-los.

Adjunção — é a justaposição de uma coisa à outra de modo que não mais torne possíveldestacar a acessória do principal, sem deterioração.

Ordinária – 3 anos sem interrupção, com justo título e boa-fé.

Extraordinária – 5 anos independente de justo título e boa-fé, art. 1.260 a 1.262 CCB.

TRADIÇÃO  —  É modo derivado de aquisição do domínio da coisa, pela entregaefetiva. A perda da propriedade móvel é conseqüência da aquisição de outrem, art.1.267 a 1.268 CCB.

MEIOS DE TUTELA DA PROPRIEDADE — Os meios de proteção são os seguintes:

Ação reivindicatória – é a ação petitória por uma vez. È ação real. Autoriza o direito deretenção em relação às benfeitorias.Ação declaratória – é a declaração do título e a cão imprescritível, é direito postetativodo titular.

Ação negativa  –  tem por objetivo segar a existência de MEIOS restrição como aservidão.

Ação confessória  –  é através dela que o requerente obtém o reestabelecimento daservidão.

Mandado de Segurança  –  é utilizado para defender a ofensa concreta do proprietáriopraticada por autoridade pública.

DO CONDOMÍNIO EM GERAL

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CONCEITO  —  considera-se condomínio quando houver uma relação de direito depropriedade, onde diversos são os sujeitos ativos, o que contrasta de certo modo com aexclusividade do direito de propriedade, art 1.314 cc.

Cada proprietário condômino atua como proprietário exclusivo, em face de seus

consortes, isto porque a comunhão de interesses pressupõe a existência de direito deigual grau e harmonia. O condômino possui direito de propriedade pleno, mascompartilhado. (v. IV, p. 230).

É visto até hoje na doutrina, como ninho de brigas, e forma anormal de propriedade,fruto da repugnância individualista para admissão de um sistema pluralista depropriedade.

A comunhão pode correr no direito de família, nas obrigações indivisíveis, no direitosucessório e no condomínio ou compropriedade, onde os sujeitos a exercem de formasimultânea e concorrente, art. 1.327.

O condomínio não é exclusivo da propriedade, pode ocorrer também entre titulares daenfiteuse, usufruto, uso e habitação.

HISTÓRICO — No Direito Romano a origem do condomínio é obscura, em razão deseu individualismo procurando situá-lo na comunidade familiar, onde, o fenômenoocorria em virtude da sucessão hereditária, como demonstra o Código Justiniano, ondeo condômino exercia seu direito com base no tamanho da propriedade.

O sistema Germânico o compreendia como ―Comunhão de mão comum‖, não havendo

comunhão de parte ideal, a propriedade era exercida por todos. Era a concepção dodireito feudal, a coisa toda era objeto de uso e gozo comum.

O direito, pátrio, ancorou-se na tradição romana, baseando o condomínio na fraçãoideal, onde afasta-se a idéia de personalidade jurídica, por não ser o caso, podendoexistir, contudo um gerente para administrar o bem comum.

DIREITOS DO CONDÔMINO  —  Dentre eles alguns decorrem das condições deproprietário, outros, da condição de comunheiros, pela coisa individa. O uso livre dacoisa comum só encontra limite, na proibição de perturbar o uso da outra parte, 1.335.

A coisa deve ter uso de acordo com o seu destino ou natureza, proibindo-se aocondômino o uso diverso do normal, art. 1.335.

DEVERES DO CONDÔMINO  — Concorrer com as despesas proporcionais e dívidascontraídas, do mesmo modo que possui direito aos frutos não podendo contudo alienarindividualmente a sua cota parte enquanto não individualizada a coisa, art. 1.336 cc.

ADMINISTRAÇÃO — As partes poderão administrá-lo conjuntamente ou por meio deum administrador, porém, é necessário que haja uma gerência, ainda que inexistahierarquia.

EXTINÇÃO — Se dará pela divisão (declaratória), art. 1.357 cc.

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Dar-se-á também a extinção pela venda, arts. 1.113 e 1.118 cpc.

As sentenças das ações de divisão estão sujeitas a registro imobiliário para sua eficácia(extinc), art. 123 da Lei nº 6.015/73, sendo a ação disciplinar de pelos arts. 946 a 949 docpc.

Em se tratando de imóvel rural, Lei nº 4.504/64, só haverá divisão, se obedecida aproporção do módulo de propriedade rural.

DO CONDOMÍNIO EM PAREDES, CERCAS, MUROS E VALA  — Arts. nº 1.327 a1.330 cc.

DO CONDOMÍNIO EM EDIFICAÇÕES  —  Caracteriza-se por apresentar umapropriedade singular dos apartamentos em andares ao lado de uma comunhão necessáriae inexorável do terreno e das partes comum do prédio. A propriedade é singular eexclusiva, o restante é condição de existência do sistema e lhe são acessórios, sendo

regido pela Lei nº 4.591/64.

ELEMENTOS: CONSTITUTIVOS

1º ATO INSTITUCIONAL  —  É ato inter vivos e inscrito no Registro de Imóveis.Sobre prédio construído ou por construir, Lei nº 4591/64.

2º CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO  —  É documento escrito onde se prevê osdireitos e deveres de cada condômino.

3O ESTATUTO — É um contrato formal.4O REGULAMENTO  —  Aprovado por contrato ou deliberação em assembléia, temfinalidade interna e complementar à convenção.CONSTITUTIVOSGeralmente o condomínio incicia-se através de um incorporador que empreende aconstrução e depois a venda em unidades autônomas.

5O ELEMENTOS INTEGRANTES — Unidades autônomas.

6O CARACTERÍSTICAS — Limitações e restrições; áreas comuns; e utilização.

7O DESPESAS — art. 12 da Lei n 4.591/64.

ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO — art. 22 e 23 da Lei 4.591/64.

9O SEGURO CONTRA INCÊNDIO — art. 13, Lei nº 4.591/64.

EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO  —  Extingue-se pela destruição, desde que se osproprietários resolvam não reconstruí-lo, art. 17.

DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL

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RESOLÚVEL  —  Para Clóvis Beviláqua, a propriedade resolúvel é aquela que nopróprio título de sua constituição encerra o princípio que a tem de extinguir, realizada acondição resolutória, ou vindo o termo extintivo, seja por força de declaração devontade, seja por determinação da lei. (C.C. Comentado, v. 3, p. 177). Trata-se deexceção ao princípio geral. Art. 1.359

ART. 1.359  —  Resolvido o domínio pelo implemento da condição ou advento dotermo, entendem-se resolvidos os direitos, e o proprietário pode reivindicar a coisa dopoder de quem a detenha.Neste caso a condição ou termo constam do próprio título, e não representam surpresa aterceiros, que correm o risco de perdê-lo caso pretendam adquiri-la. Os direitosconcedidos na pendência da condição, resolvem-se com prejuízo dos eventuaisadquirentes. Ex: Pacto da retrovenda, 1.141 cc. Propriedade comum art. 1.139 cc.Direito de preferência e o inquilino, art. 27 e 33, da Lei nº 8.245/91.

O alienante só pode vender o que é seu, de que é senhor, caso venda patrimônio com

domínio resolúvel, não poderá transferir domínio pleno. De que não possuíratitularidade.

O adquirente de um bem sob condição ou termo não pode alegar prejuízo, se contribuiucom sus negligência. Ex: adquirir imóvel ou automóvel mais barato. Neste caso todos osdireitos sobre a coisa se desfazem como se jamais existissem.

EFEITOS EX NUNC — EX TUNC —  

EX NUNC — De agora em diante; a partir do presente momento; sem efeito retroativo.

EX TUNC — De então; ou desde então; com efeito retroativo.

ART. 1.360 — Neste caso os atos praticados anteriormente a alienação são válidos. Ex:revogação da doação por ingratidão do donatário, sem prejuízo de terceiros que vieremadquirir daquele, por ter sido ele dono da coisa.

DOS DIREITOS DE VININHANÇAA coexistência de vários prédios próximos, a vizinhança, a coletividade e a disciplinaurbana traduz parte das restrições impostas ao exercício do direito de propriedade quelimita a disposição em função de interesses de ordem pública e privada, sendo que

nestes termos os art. 1.277 A 1.281 CCB servem de base para solução dos conflitos, emvista do uso nocivo da propriedade, eis porque estes conflitos decorrem da proximidadeou interferência dos prédios.

As regras do direito de vizinhança visam harmonizar a vida em sociedade. Com isso naopinião de Pontes de Miranda, o legislador também, compreende o possuidor.

Sempre que houver prejuízo haverá obrigação de indenizar, sendo a responsabilidadeextracontratual, art. 159 cc. Caso haja má-fé, do sujeito a indenização agravar-se-á comperdas e danos.

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As relações de vizinhança têm natureza real, mas não são reais. Sendo necessário oconflito de vizinhança para que haja efeitos sobre o imóvel vizinho, incidindo emdesvalorização ou risco de ruína.

AS AÇÕES POSSÍVEIS SÃO

AÇÃO INDENIZATÓRIA, em caso de dano. Cabendo a prova ao requerente, art. 1.059cc.

AÇÃO COMINATÓRIA de multa diária, através do rito sumaríssimo, art. 275, 632 a645 cpc, podendo ser ainda o rito ordinário.

A natureza jurídica é no sentido de que o direito de vizinhança acompanha a coisavinculada com que quer que se encontre. A obrigação propter rem, transmite-se aosucessor a título particular e exitingue-se pelo abandono.

DOS DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIASNão há dúvida que a propriedade é direito real mais amplo, pela possibilidade de usar,gozar e dispor da coisa. No entanto, outros direitos adquiriram o status de direito real,assim chamados obrigações com eficácia real, tais como: o direito de preferência doinquilino, do compromissório comprador de imóvel, com registro imobiliário. Sãodireitos sobres coisas alheias, art. 1.225 cc.

DIREITO DE SUPERFÍCIEO Código Civil 2002 substituiu e extinguiu a enfitense do Direito Privado10 eintroduziu o direito superfície oneroso ou gratuito, art. 1.369 a 1.377.

O superficiário assume a posse direta da coisa tendo o direito de plantar e edificar, nãosendo este perpétuo. Haverá direito de preferência e pagamento se a concessão foronerosa. É de origem romana.

SERVIDÃO  —  É direito real constituído em favor de um prédio (dominante) sobreoutro prédio (o serviente), pertencentes a donos diversos. A servidão predial, tem porfinalidade aumentar a utilidade do prédio dominante e implica em restrições trazidas aoprédio serviente, art. 965 cc. Sendo possível sempre que se puder configurar umaserventia em benefício de um prédio em detrimento de outro. Não havendo necessidadede contigüidade entre os prédios dominante e serviente, desde que estabeleçam uma

vantagem, no caso do aqueduto, que pode passar por muitos outros e onde só um lhe écontíguo. Ex: Servidão de passagem de iluminação, aqueduto, ventilação e pastagem,art. 1.378ss.

REQUISITOS

- RELAÇÃO ENTRE DOIS PRÉDIOS DE DUAS PESSOAS QUE SEJAM SUJEITOATIVO E PASSIVO DO DIREITO;

- OBRIGAÇÃO NEGATIVA DE ÔNUS, IMPOSTO AO DONO DE UM PRÉDIO EMBENEFÍCIO DE OUTRO, QUE DEVE SUPORTAR AS LIMITAÇÕES;

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 –  A EXISTÊNCIA DE DONOS DIVERSOS DO PRÉDIO DOMINANTE E DOSERVIENTE.

Natureza jurídica  –  é de um direito real sobre a coisa alheia de caráter acessório,perpétuo e indivisível, oponível contra todos.

CLASSIFICAÇÃO

CONTÍNUAS  —  quando são ininterruptas como por ex.: aqueduto, passagem deenergia elétrica, iluminação e ventilações;

DESCONTÍNUAS  —  Têm necessidade de um fato atual do sujeito para seremexercidas, ex: direito de passagem, de tirar água, de pastagem, etc.

APARENTES — Aquelas que revelam obras exteriores indispensáveis ao exercício, ex:estrada ou aqueduto; e

NÃO APARENTES — Ex: aquelas que proíbem construir acima de certa altura.

MODOS DE CONSTITUIÇÃO

A servidão não se presume.

Só se constitui por ato entre vivos e levado no Registro de Imóveis, antes da inscrição aservidão é mero direito pessoal.

 –  As servidões devem ser exercidas evitando quanto possível agravar o encargo doprédio serviente, limitando-se às necessidades do prédio dominante e quando necessáriaa ampliação da servidão deverá ser indenizada pelo dono do prédio dominante, tal comoa conservação da servidão lhe corre por conta. Portanto a remoção da servidão serrequerida pelo dono do prédio serviente, sempre que puder ser de um lugar para outro.EXTINÇÃO

cancelamento do registro, e renúncia titular do, deixar de usar

CONFESSÓRIA – reconhecimento judicial de existência.

NEGATÓRIA – Proclamação de inexistência de ônus real.

USUFRUTO — É direito real conferido a alguém, durante certo lapso de tempo, queautoriza a retirar da coisa alheia os frutos e utilidades que ele produz, impondo-se-lhe odever de conservar a sua substância, podendo mais cedo ou mais tarde, consolidar-se apropriedade.

Há verá dois titulares no usufruto: o seu proprietário e o usufrutário. Sendo um direitoreal de grande abrangência, com objeto de uso e gozo, temporário e inalienável.Temporário por que finda com o prazo de cem anos e extingue-se pela morte dousufutário, art. 1.390 cc.

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Usufruto apareceu na era da República ao tempo de Cícero. Tem finalidade assistencial,via de regra resulta de negócio gratuito. Não raro o usufruto advém de testamento eneste caso se assemelha com o fideicomisso, e ainda por doação. Sendo alienávelapenas em favor do proprietário.

O usufruto pode recair em um ou mais bens moveis e imóveis, no patrimônio inteiro ouparte dele, e ou dos frutos e utilidades e resulta de ato jurídico ou da lei, sempre comregistro imobiliário quando recair sobre bens imóveis.

DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO

Posse exercitál diretamente sobre a coisa, havê-lo à sua disposição. Deve ser justa,direta e protegida;

Usar pessoalmente a coisa, podendo cedê-la a título oneroso ou gratuito se conveniente;

 — Administrar a coisa sem ingerência, sua administração é direta; e a percepção dosfrutos. Podendo locar o imóvel.

O usufruto de títulos de crédito é possível e é considerado um quase-usufruto e ousufruto de apólices da dívida pública, o usufruto de um rebanho, de florestas e minas,mesmo considerado impróprio, por que neste caso o usufrutário percebe os produtos enão os frutos. Já o usufruto de coisas consumíveis é chamado de quase-usufruto, porqueneste caso não há como restituir a coisa.

EXTINÇÃO – 

pela morte do usufrutuário, pela destruição da coisa; –  pela consolidação da propriedade; e – pela prescrição extintiva, pelo não uso.

USO  —  É espécie de usufruto de abrangência restrita, não é passível de cessão e élimitado às necessidades do usuário e sua família, art. 1.412.

HABITAÇÃO — O direito real de habitação é restrito ao uso da coisa, que consiste emresidir em determinado prédio com a família, não podendo ceder a título oneroso ougratuito. Aplica-se ao uso e a habitação os princípios do usufruto, no que couber, art.1.414.

A constituição de rendar sobre imóveis é considerada pelo Novo Código Civil comodireito obrigacional e não mais como direito real, art. 803 a 813.

DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA

DOS DIREITOS REAIS DE GARANTIA Hipoteca Anticrise, art. 1419 Ncc

Alguns juristas entendem que os direitos reais de garantia não apresentamrigorosamente as características próprias dos direitos reais sobre coisa alheias, porque setais direitos, em geral, separam de um lado, o direito de disposição, e do outro, o do uso

ou o gozo, no caso dos direitos reais de garantia não se desmembram os direitosoriginados da propriedade. Operando-se apenas, a vinculação de uma coisa a

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determinada obrigação, para garantia de seu pagamento, art. 674 cc, são eles: Penhor,Hipoteca e Anticrese.

O direito de garantia, é como o direito real, um direito de segunda zona. A coisa évinculada a uma obrigação, que garante uma ralação creditória.

CARACTERÍSTICA – Acessoriedade, de vez que a coisa dada em garantia só será pelocredor, para satisfação de seu direito pessoal.

A regra geral, é a de que todo o patrimônio do devedor responde por suas dívidas, peloque não há nenhum bem particularmente afetado a garantia de determinada dívida.Todos os bens do devedor podem ser objeto de penhora, exceto os bens impenhoráveis.Para tanto todos os credores do devedor comum concorrem em regra, em situação deigualdade, pela aplicação da chamada lei do concurso de credores.11

No caso do concurso de credores, sem garantia real, haverá proporcionalidade entre os

seus respectivos créditos. O titular de garantia real, terá preferência, quanto ao produtoda alienação. Assim sendo, alienado o bem penhorado, pagar-se-á primeiro com oproduto da venda, o credito garantido.

As garantias podem ser de natureza pessoal ―aval e fiança‖ e incidir sobre todo o

patrimônio, ou de natureza real, que vincula um determinado bem a uma obrigação.A garantia vincular-se-á também, fora do patrimônio do devedor, p.ex: aval e fiança ougarantia real (penhor, hipoteca e anticrese) vinculando um terceiro, estranho à relaçãocreditória.12

A relação de garantia é em princípio de natureza pessoal. A vinculação de certo bem atal relação, é que a torna de natureza real, por incidir no poder direto e indireto docredor sobre a coisa, que garante um direito pessoal que é o crédito e não sedescaracteriza pela coexistência da garantia real. O mútuo existe sem garantia real,somente pessoal, mas pode ter garantia real sem se modificar.

Os privilégios e as garantias reais de certos direitos a certos credores, seja pelas leis ou avontade das partes os colocam em posição de vantagem face aos outros credores, tendoem vista a qualidade do crédito, por força da convivência no âmbito econômico ecomercial.

DISTINÇÃO

O privilégio qualifica o crédito, já no direito real não há tal preocupação. Ex: cuidadoscom o salário. A garantia real pode ser dada a qualquer crédito, sendo de naturezapessoal, não estabelece poder jurídico sobre a coisa.13

 — O privilégio é instituído por lei, o direito real de garantia, regulado pela lei, decorreda vontade das partes. É voluntário.

 — O direito real de garantia confere a seu titular a prerrogativa de obter o pagamento deuma dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente à sua

satisfação.14

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PENHOR — Constitui-se pela entrega da coisa móvel pelo devedor ao credor, a títulode garantia da dívida, para ser devolvida tão logo seja paga a dívida. Isto no direitoromano. Atualmente pelo penhor entrega-se a coisa a título de garantia, mas sem atransferência do domínio.

O contrato de penhor é um contrato real por formação, em vista da relação jurídica deentrega da coisa. É o que acontece no mútuo, no comodato, no depósito e no penhor. Openhor produz direito real de garantia, que é também pelos seus efeitos, um contratoreal. O penhor, sem a entrega da coisa, é na verdade uma promessa de penhor.

É contrato unilateral porque produz obrigações apenas para o credor de devolver acoisa. Sendo assim, uma relação creditória de natureza pessoal, pois se estabelece entrecredor e devedor, podendo ter como objeto de penhor coisa móvel e alienável, sejacorpórea ou incorpórea.

REQUISITOS —  A entrega de coisa —  a especialização e —  o termo lavrado por escrito —  Garantia da dívida, conferindo direito real em favor do credor, —  preferência na cobrança da dívida, — o direito de seqüela é oponível a terceiros.

REGISTRO — O penhor é transcrito no cartório títulos de registros e documentos, paraefeito de publicidade e não terá finalidade constitutiva esse registro, se constitui pelaentrega efetiva da coisas entre as partes e sua extinção se verifica pelo art. 802.15

HIPOTECA — É a garantia real que se estabelece em princípio sobre coisa imóvel quese realiza sem o desapossamento do devedor. O imóvel afetado pela garantia daobrigação resulta em direito de preferência, oponível aos demais credores do devedorcomum e o direito de seqüela no que interessar à eficácia da garantia hipotecária, art.1.473.

A hipoteca tem por princípio bens imóveis, podendo comportar certas exceções comonavios e aeronaves de grande porte, ainda os bens acessórios da coisa imóvel como: odomínio direto e útil, no caso da enfiteuse, as estradas de ferro, minas e pedreiras.

Seu pressuposto é um direito de crédito, de natureza pessoal a garantir. Podendo paratanto garantir qualquer crédito, pois é de natureza convencional e depende da validadedo título, garantia de dívida atual ou futura.

A hipoteca é de origem grega, é contrato unilateral, produz obrigações e direito depreferência e de seqüela que se extingue pelo desaparecimento da dívida.

VoluntáriasConvencionalTestamentárioLegais ou judiciários.16

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ANTICRESE — É o contrato pelo qual o devedor, ou um terceiro atribui a posse de umimóvel seu ao credor, para que este perceba em compensação da dívida, os respectivosfrutos, art. 1.506 cc.

A sua garantia encontra-se na percepção dos frutos, possuindo caráter misto por ser

direito real de garantia, de gozo e direito real de aquisição. Também de origem gregaanticrese significa contrafruição.

O credor na posse da coisa, por efeito do pignus, percebe os frutos, o que não ocorre nopenhor moderno. Foi proscrita por Justiniano e combatida pelo direito canônico.Ressurgiu no final da Idade Média, junto com os juros e foi aprimorada no CódigoNapoleônico.

 —  a privação da propriedade imóvel pelo devedor proprietário; —  a dificulta a circulação de bens; — a transferência de bens alheios.

Pode ser concedida pelo proprietário enfiteuta, ou usufrutuário, ocorrendo a alienaçãodos frutos, mediante a entrega do imóvel ao credor. Tendo o credor anticrético o direitoà posse e ao uso e gozo do imóvel. Extinguindo-se pela extinção do direito principal queé o crédito.

BIBLIOGRAFIA

WALD, Arnaldo. Dir. reais. Saraiva, 2002.GOMES, Orlando. Dir. reais. Forense, 2002.VENOSA, Sílvio de Salvo. Dir. civil. v. IV. Atlas, 2002.RODRIGUES, Sílvio. Dir. civil. v. 4. Saraiva, 2002.