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Prof. Élcio Nacur Rezende 1 DIREITO CIVIL III DIREITO DAS COISAS 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS COISAS 1.1. Conceito Relação das pessoas com as coisas (notícia histórica) Distinção entre Bem (não apropriável) e Coisa (apropriável) 1.2. Distinção entre direitos reais e pessoais Direitos Reais (ius in re) Direitos Pessoais (ius ad rem) Recai sobre a coisa Relação entre pessoas Atributivo Cooperativo Permanência, inconsumibilidade Transitoriedade Direito de Seqüela Consumível Erga omnes Inter partes Princípios do Direito Real: taxatividade – 1225 aderência, especialização ou inerência absolutismo publicidade ou visibilidade – 1226-tradição e 1227-registro tipificação ou tipicidade perpetuidade exclusividade desmembramento Situações intermediárias entre direitos reais e pessoais (Obrigações propter rem) Ações reais (Ação Reivindicatória – art. 1228)

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Prof. Élcio Nacur Rezende 1

DIREITO CIVIL III DIREITO DAS COISAS

1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS COISAS 1.1. Conceito Relação das pessoas com as coisas (notícia histórica) Distinção entre Bem (não apropriável) e Coisa (apropriável) 1.2. Distinção entre direitos reais e pessoais Direitos Reais (ius in re) Direitos Pessoais (ius ad rem) Recai sobre a coisa Relação entre pessoas Atributivo Cooperativo Permanência, inconsumibilidade Transitoriedade Direito de Seqüela Consumível Erga omnes Inter partes Princípios do Direito Real: taxatividade – 1225 aderência, especialização ou inerência absolutismo publicidade ou visibilidade – 1226-tradição e 1227-registro tipificação ou tipicidade perpetuidade exclusividade desmembramento Situações intermediárias entre direitos reais e pessoais (Obrigações propter rem) Ações reais (Ação Reivindicatória – art. 1228)

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Classificação dos direitos reais: coisa própria ou alheia (alheia de gozo ou alheia de garantia) Principais Acessórios Tipicidade estrita dos direitos reais (numerus clausus- art. 1225) 1.3. Noções gerais sobre a sub-rogação

Sub-rogação real 39 / Sub-rogação pessoal 305, 1478, 259

Sub-rogação legal 346, 350/ Sub-rogação convencional 347

2. DA POSSE 2.1. Origem. Conceito. Objeto Posse e Propriedade. Juízo Possessório (ius possessionis) – 1196, 1201 e 1202 Juízo Petitório (ius possidendi)

Corpus e Animus Rudolf Von Jhering (teoria objetiva) - 1196 Frédéric Charles Savigny (teoria subjetiva) – 1238, 1198 Detentor, fâmulo da posse ou servidor da posse (1198) Atos de mera permissão e tolerância - 1208 2.2. Natureza Jurídica

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Fato ou Direito? Jhering (direito), Clóvis Beviláqua (fato), Savigny (fato e direito) 2.3. Modalidades Direta e Indireta = concorrência de posses – 1197 Posse justa: nec vim, nec clam, nec precário – Critério objetivo - 1200 Boa-fé (presumida) 1201 e 1202 e Má-fé – Critério Subjetivo Princípio da Continuidade - 1203 Posse nova e Posse velha (ação de força nova e velha – 924 CPC) Posse natural e Posse civil ou jurídica (decorrente de lei) Posse ad interdicta (interditos possessórios) e ad usucapionem (1242) Quase-posse (servidão, usufruto) Composse (pro diviso e pro indiviso)– 1199

2.4.Modos Aquisitivos Modo originário e Modo Derivado Qualquer dos poderes inerentes à propriedade (ius utendi, fruendi et abutendi) – 1204 Apreensão, exercício do direito, tradição (efetiva, simbólica (brevi manu e constituto

possessório) e consensual), Quem pode adquirir a posse? Própria pessoa, seu representante, terceiro – 1205 Transmissão a título universal e singular Transmissão inter vivos ou mortis causa (1206 e 1207) Posse dos móveis contidos em imóveis - 1209

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2.5.Perda Cessa o poder sobre o bem – 1223 (abandono, tradição, destruição, colocação fora do comércio, posse de outrem, constituto possessório) Quem não presenciou, quem presenciou ou teve notícia e ficou inerte, ou tentou recuperá-la e foi repelido – 1224 2.6.Efeitos Direito ao uso dos interditos (inclusive autodefesa – desforço imediato 1210 §1° e 25 CP) – interdito proibitório, manutenção da posse e reintegração da posse – 1210 - Matéria Processual 920CPC Procedimentos especiais: A ação de despejo (Lei 8245/91), Alienação Fiduciária (Dec. 911/69), Arrendamento mercantil (leasing) A presença do cônjuge (ação pessoal ou real) – 10, §2° CPC Dúvida sobre o possuidor, a manutenção - 1211 Legitimação ativa e Passiva: a posição do detentor, possuidor direto e indireto, herdeiro 1207, terceiro que recebeu a coisa esbulhada - 1212 Não aplicabilidade às servidões não aparentes - 1213 Conversão da possessória em indenização e cumulação de pedidos 921CPC A fungibilidade das possessórias 920CPC Caráter dúplice 922CPC A exceção de domínio: Distinção de ius possessionis e ius possidendi 923 CPC e 1210§2°CC. Súmula 487STF Ação de força nova e força velha 924CPC A prestação de caução 925CPC Requisitos: Posse, Turbação, Esbulho, Data da turbação ou esbulho 927CPC

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Procedimento: petição inicial, liminar e audiência 928CPC (pessoa de direito público 928§ún.CPC, recurso cabível 522CPC, execução da liminar), contestação 930CPC, execução da sentença com astreintes, embargos do executado, embargos de retenção, embargos de terceiro 1046 e 1047CPC Interdito Proibitório 932CPC: características e requisitos, astreinte Ação de Imissão de Posse (petitória), Ação de Nunciação de Obra Nova 934, I,CPC com Embargo Extrajudicial 935CPC, Embargos de Terceiro 1046CPC, Ação de Dano Infecto 1277 a 1280 CC A função social da propriedade e posse (170,III CF, 186CF), Os movimentos sociais Direito à percepção dos frutos (naturais, civis e industriais) – 1214 Boa-fé Má-fé Frutos percebidos Sim – 1214 Não – 1216.

Porém recebe as despesas de custeio

Frutos pendentes Não – 1214 § un. Porém recebe as despesas de custeio

Não – 1216. Porém recebe as despesas de custeio

Frutos colhidos antecipadamente Não – 1214 § un. Porém recebe as despesas de custeio

Não. Porém recebe as despesas de custeio

Responsabilidade por perda e deteriorações Boa-fé – 1217 Má-fé - 1218 Não, exceto se agir com culpa ou dolo Sim, exceto se provar que de

qualquer forma teria ocorrido o sinistro

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Indenização por benfeitorias e Direito de retenção Boa-fé – 1219 Má-fé - 1220 Necessárias Sim com retenção Sim sem retenção Úteis Sim com retenção Não Voluptuárias Não. Porém com levantamento Não Valor: atual 1222 Valor: atual ou custo 1222

Compensação das benfeitorias com danos – 1221 Súmula: 335 do STJ

Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à

indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.

3. DA PROPRIEDADE, NOÇÕES GERAIS, CONCEITOS E ESPÉCIES Notícia histórica (ius utendi, fruendi et abutendi) A mitigação do absolutismo dos direito de propriedade: A finalidade social da propriedade (art.5°, XXIIICF, 170 e 186, art. 1228§1° e §4°CC, art. 10 Lei 10257/01, art. 187CC) O Direito Administrativo O Código Eleitoral Os Direitos de Vizinhança Atos voluntários (cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade) Objeto do Direito de Propriedade - 1228 A utilidade e interesse (negação do ad sidera et ad ínferos) – 1229 A utilização do sub-solo – 176 e 177CF e 1230 Presunção de plenitude e exclusividade – 1231

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Princípio da Gravitação Jurídica – 1232 A Ação Reivindicatória Legitimidade Ativa e Passiva (condômino 1314, herdeiro 1784) A declaração de servidão: Ação Negatória X Ação Confessória A Ação de Dano Infecto 1280 Descoberta (antiga invenção). Res derelicta – 1233, Recompensa 1234, Procedimento 1236 e 1237 3.1. Propriedade Imóvel 3.1.1. Aquisição e perda da propriedade Classificação: Originária ou Derivada Singular ou Universal Inter vivos ou mortis causa Formas de aquisição: Usucapião, Registro, Acessão e Direito Hereditário A Usucapião: Usucapio – capere (tomar) e usus (uso) A Prescrição aquisitiva – 1244 Espécies: Extraordinária – 1238 Ordinária – 1242 Especial rural (pro labore) – 191CF e 1239 Especial urbana – 183CF e 1240 Coletiva urbana – 10 da Lei 10257/01

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Disposições transitórias – 2029 e 2030 Pressupostos: Coisa hábil – bens públicos 102 Posse (animus domini ou animus rem sib habendi), mansa e pacífica Tempo ininterrupto. Acessão (acessio possessionis e sucessio possessionis) – 1243 e 1207 Justo título (ordinária) Boa-fé (ordinária) A sentença servirá de registro – 1241 A Ação de Usucapião – 941CPC Resumo: Tempo Título Boa-fé Área Observações Extraordinária 15 ou 10 Não Não Ilimitada Para reduzir o tempo deve

haver moradia ou produção

Ordinária 10 ou 05 Sim Sim Ilimitada Para reduzir o tempo deve ter adquirido o imóvel onerosamente, com registro, posteriormente cancelado e moradia ou produção.

Especial rural 05 Não Não 50 há Não ser proprietário de outro imóvel, produção e moradia

Especial urbana

05 Não Não 250 m2 Não ser proprietário de outro imóvel, moradia, única vez

Coletiva urbana

05 Não Não 250 m2 População de baixa renda, moradia, não for possível identificar os terrenos individualmente, não ser proprietário de outro imóvel.

Registro

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A importância do registro imobiliário - 1245 Atos sujeitos ao registro – 167 da Lei 6015/73 Prenotação - 1246 Princípios que regem o registro imobiliário: Publicidade – 17 da Lei 6015/73 Força probante relativa – 1245§2º e 1247 Força probante absoluta – apenas para o Registro Torrens – 277 da Lei 6015/73 Legalidade – O oficial de cartório analisará o título e o registrará se cumpridos os requisitos legal, caso contrário suscitará dúvida – 198 da Lei 6015/73 Territorialidade – 169 da Lei 6015/73 Continuidade – 195 da Lei 6015/73 Prioridade – 191 e 192 da Lei 6015/73 Especialidade – 225 da Lei 6015/73 Instância ou inércia – 13 da Lei 6015/73 Matrícula – 176, §1º c/c 228 da Lei 6015/73 Registro (R) – 167, I Averbação (Av.) – 167, II Livros obrigatórios - 173 da Lei 6015/73: Protocolo- entrada dos pedidos Registro Geral Registro Auxiliar Indicador Real Indicador Pessoal Retificação de registro – 1247 e 212 da Lei 6015/73: Judicial Extrajudicial – erro evidente

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Acessão Acessão por formação de ilhas, por aluvião, por avulsão, por abandono de álveo, por construções e plantações – 1248 Classificação: Acessão de imóvel a imóvel (formação de ilhas, por aluvião, por avulsão, por abandono de álveo) Acessão de móvel a imóvel (construções e plantações) Acessão físicas ou naturais (formação de ilhas, por aluvião, por avulsão, por abandono de álveo) Acessão industrial (construções e plantações) Acessão por formação de ilhas Conceito - 1249 Pertencem aos ribeirinhos – 1249 Conceito de álveo – art. 9° do Dec. 24643/34 (Código de Águas) Rios navegáveis são águas públicas – art. 2° Dec. 24643/34 (Código de Águas) Acessão por aluvião Conceito - 1250 Pertencem aos terrenos marginais – 1250 Aluvião própria – acréscimo de terra Aluvião imprópria – afastamento das águas Acessão por avulsão Conceito – 1251 Regra de indenização, decadência (01 ano) ou aquiescência – 1251 Aplica-se à avulsão as regras da aluvião no que couber – art. 22 Dec. 24643/34 (Código de Águas)

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Álveo abandonado Conceito Pertencem aos ribeirinhos – art. 1252 Por construções e plantações Benfeitoria (constrói em coisa que acredita ser sua) X Acessão (sabe que o terreno não é seu) Presunção que pertence ao proprietário do imóvel – 1253 Boa-fé Má-fé Semeia, planta ou edifica em terreno próprio com semente alheia – 1254

Adquire, mas indeniza Adquire, indeniza e paga perdas e danos

Semeia, planta ou edifica em terreno alheio – 1255

Perde para o proprietário, com direito à indenização

Perde para o proprietário sem direito à indenização

Semeia, planta ou edifica em terreno alheio, cujo valor supere consideravelmente a terra nua – 1255, par. ún.

Adquire, mas indeniza Perde para o proprietário sem direito à indenização

Ambas as partes com Má-fé: o proprietário adquire as sementes, plantas e construções e indeniza - 1256

Construção parcialmente em solo próprio, invasão não superior à vigésima parte, cujo valor supere à terra nua – 1258

O construtor adquire o solo invadido, mas indeniza a parte invadida e a desvalorização do remanescente

Adquire, mas indeniza em décuplo

Invasão superior à vigésima parte

Adquire, indeniza o valor que acrescer à construção, mais o da área perdida e a desvalorização do remanescente

Demolir e indeniza em dobro

Presunção de má-fé quando presenciou e ficou inerte – 1256

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Direito hereditário - 1784 Saisine Perda da propriedade imóvel: Causas: alienação, renúncia, abandono, perecimento da coisa, desapropriação – 1275 Imóvel urbano abandonado e desocupado, após 03 anos poderá se arrecadado e após 3 anos passar a ser de propriedade do Município ou Distrito Federal – 1276. Imóvel rural abandonado e desocupado, após 03 anos poderá se arrecadado e após 3 anos passar a ser de propriedade da União – 1276§1° Presunção quando não pagar os impostos (IPTU ou ITR) 3.1.2. Condomínio Conceitos – direitos de proprietário exercidos por mais de uma pessoa Espécies: Quanto à origem – convencional ou voluntário, eventual, legal ou necessário Quanto à forma – pro diviso ou pro indiviso Quanto ao tempo – transitório ou permanente (parede divisória) Quanto ao objeto – singular ou universal Do condomínio voluntário:

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Direitos - 1314: Usar conforme destinação, exercer os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicar de terceiros, defender sua posse, alhear e gravar sua parte ideal Deveres – 1314 par. Ún., 1315, 1319: não alterar a destinação da coisa, não dar posse, uso ou gozo a estranhos, concorrer para as despesas, responder pelos frutos que recebeu e pelo dano que causou Presunção de partes iguais – 1315 par. Ún. Proporção das despesas de acordo com o quinhão – 1317 Direito de regresso aos demais condôminos pela dívida em prol do condomínio – 1318 Renúncia – 1316 A extinção do condomínio - 1320: Divisão – as custas de acordo com o quinhão Pacto de indivisibilidade no máximo de 5 anos, podendo ser prorrogado Cláusula de indivisibilidade pelo doador no máximo 5 anos Graves razões – o juiz pode determinar a divisibilidade Aplica-se à divisão do condomínio as regras da partilha – 1321 Coisa indivisível – 1322 : Será vendido e repartido Regras de prelação, preempção ou preferência: condômino à estranho; condômino de com maior benfeitoria; condômino com quinhão maior. A Ação de divisão – 967CPC A administração do condomínio: Decisão por maioria, escolher administrador que poderá alugá-la – 1323 Presunção de administrador – Teoria da Aparência – 1324

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Regra para tomada de decisões - 1325: Proporcional aos quinhões Maioria absoluta, senão por decisão judicial Do condomínio necessário - 1327: Paredes, cercas, muros e valas – 1327 Meação da obra e da terra – 1328 Se não houver acordo resolve-se por perícia – 1329 Quem não pagar a meação não pode fazer uso - 1330 Do Condomínio Edilício: Conceito – 1331 Partes comuns e partes exclusivas Fração ideal – cálculo – 1331§3° Instituição: inter vivos ou causa mortis, devidamente registrado, com as informações – 1332 Convenção: Aprovada por 2/3 e para ser oponível erga omnes deve ser registrada – 1333 Informações – 1334 Direitos dos condôminos – 1335 Deveres dos condôminos – 1336 Sanções: Inadimplência: juros (o que for convencionado ou 1%), multa (2%) – 1336§1° Que realizar obras que comprometam a segurança, alterar a fachada, prejudicar o sossego (até 5 vezes a taxa), por decisão de 2/3 – 1336 §2° Reiteradamente não cumpre com qualquer dever (5 vezes) – 1337

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Anti-social reiterado – 1337par. Ún. Aluguel de garagem – 1338 Inseparabilidade das partes exclusivas – 1339 Só pode alienar parte a terceiros se a convenção permitir e ninguém se opuser – 1339 §2° Despesas exclusivas – 1340 Realização de obras – 1341: Voluptuárias – 2/3 Úteis – maioria Necessárias – por qualquer condômino com reembolso Acréscimo – 2/3 – 1342 Novo pavimento ou nova edificação – unanimidade – 1343 Terraço de cobertura – 1344 O adquirente responde pelos débitos do alienante – 1345 Obrigatoriedade do seguro – 1346 A administração do condomínio: Síndico – prazo de 2 anos renováveis – 1347 Competência do síndico – 1348 Destituição do síndico – maioria absoluta – 1349 Assembléia ordinária – 1350 Alteração da convenção e regimento interno – 2/3 – 1351 Processo de tomada de decisões – 1352, 1353, 1354 Assembléia extraordinária – 1355 Conselho fiscal – 1356

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Da extinção do condomínio: Causas: destruição (1357), desapropriação (1358)

Livro - O Condomínio em Edifícios:

1. Introdução ................................................................................. 11 2. Origem histórica ........................................................................ 13 3. Origem legislativa .................................................................. 16 3.1- Origem legislativa no Direito Estrangeiro ............................................... 16 3.2- Origem legislativa no Direito Nacional ..................................................... 18 3.2.1- A Lei 4591/64 e suas alterações .......................................................... 20 3.2.2- O Código Civil Brasileiro de 2002 ......................................................... 23 3.2.2.1- O Código Civil de 2002 revogou a Lei 4591/64? ............................. 24

4. Natureza Jurídica ........................................................................ 28 5. Fração ideal ................................................................................ 35

6. A Instituição do condomínio ....................................................... 42 7. A Convenção de condomínio ...................................................... 50 7.1– Necessidade de elaboração de nova convenção, nos termos do Código Civil de 2002. .................................................................................................. 58 8. O Regimento Interno .................................................................. 61 9. Direitos dos Condôminos ............................................................ 64

10. Deveres dos Condôminos ............................................................ 70

11. Sanções impostas aos condôminos .............................................. 74

11.1) ao condômino inadimplente .............................................................. 76 11.1.1) juros moratórios (art. 1336, parágrafo primeiro c/c art. 406) ............. 89 11.1.2) multa moratória (art. 1336, parágrafo primeiro) ................................ 91

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11.2) Da multa por descumprimento de outros deveres que não simples inadimplência................................................................................................... 97 11.3) sanção imposta ao condômino por descumprimento reiterado de dever .......................................................................................................... 104 11.4) sanção imposta ao condômino anti-social que provoque incompatibilidade de convivência....................................................................................... 107 11.5) correção monetária das penas pecuniárias ...................................... 109 11.6) limites das multas pecuniárias ............................................................. 112 11.7) proibição de freqüentar determinados lugares .................................. 114 11.8) supressão de serviços essenciais ....................................................... 120 11.9) expulsão de condôminos .......................................................... 122 11.10) Sanção imposta a condômino por fatos estranhos à relação condominial............................................................................................ 128 11.11) Procedimento extrajudicial para aplicação das sanções .......... 129 11.12) As sanções impostas sob a égide do Código Civil de 1916 devem ser observadas? ...................................................................................................131 11.13) Quem são os destinatário das sanções estudadas .................... 136 12. Aluguel e Venda de vaga de garagem ................................................ 139 13. Inseparabilidade das partes comuns e exclusivas ............................ 142 14. Despesas relativas às partes comuns de uso exclusivo .................. 144

15. Realização de obras no condomínio .................................................. 147

16. Responsabilidade do adquirente por débitos do alienante ........... 150

17. Do seguro contra incêndio e destruição ........................................... 153

18. Da administração do condomínio .................................................... 154

18.1- Da Assembléia Geral; ................................................................... 154 18.2- Do Síndico; ........................................................................................... 159 18.3- Do Conselho Fiscal; ............................................................................ 161 18.4- Outros órgãos ...................................................................................... 161 19. Da Responsabilidade Civil do Condomínio .................................... 163 20. Da extinção do condomínio .......................................................... 167

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21. A problemática do Direito Intertemporal ....................................... 169 22. Conclusão .................................................................................... 170 23. Referências bibliográficas................................................................... 172

ANEXO I - Decreto n. 5.481, de 25 de junho de 1928 ...................................177 ANEXO II - Decreto nº 55.815, de 8 de marco de 1965 .................................181 ANEXO III- Quadro comparativo da Lei 4591/64 com o Código Civil de 2002 .........................................................................................................................186 ANEXO IV - Artigos da Lei 4591/64 sem correspondência no Código Civil de 2002 ................................................................................................................197 ANEXO V- Projeto de Lei 6960/2002 (propostas de alteração no Código Civil na parte relativa ao Condomínio Edilício) .......................................................202

3.1.3. Restrições ao Direito de Propriedade imóvel A finalidade social da propriedade (art.5°, XXIIICF, 170, 180§1° e 186, art. 1228§1° e §4°CC, art. 10 Lei 10257/01, art. 187CC) O Direito Administrativo O Código Eleitoral Os Direitos de Vizinhança Atos voluntários (cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade) 3.2. Propriedade Móvel 3.3. Aquisição e perda da propriedade móvel

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Da usucapião: Tempo Título Boa-fé Extraordinária 1261

05 Não Não

Ordinária 1260

03 Sim Sim

Aplica-se o 1243 e o 1244 (acessio possessionis e sucessio possessionis –1243 e Interrupção da prescrição aquisitiva – 1244) Da ocupação: Apoderar-se de coisa sem dono (Res nullius) Do achado do tesouro: Conceito de tesouro – 1264 Divide em partes iguais entre que achar casualmente e o proprietário do prédio – 1264 Pertencerá inteiramente ao dono do prédio se tiver determinado a busca ou por terceiro não autorizado – 1265 No caso de enfiteuse, divide-se em partes iguais entre o descobridor e o enfiteuta – 1266

Da Tradição: Transferência da propriedade se dá pela tradição e não pelos simples negócio – 1267 Subtende-se que houve tradição quando houver constituto possessório, quando dá ao adquirente o direito da restituição da coisa em poder de terceiro, traditio brevi manu. Venda a non domino a tradição não aliena propriedade, exceto em leilão ao adquirente de boa-fé – 1268

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Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir posteriormente a propriedade, o tempo do negócio retroage à tradição - 1268§1° Não transfere a propriedade a tradição cujo negócio subjacente era nulo – 1268§2° Da especificação: Regras dos arts. 1269 a 1271: Boa – fé Má – fé Matéria-prima em parte alheia

Será proprietário o especificador se não puder restituir a forma anterior, com indenização

Será proprietário o dono da matéria prima, com indenização.

Matéria-prima inteiramente alheia

Será proprietário o especificador se não puder restituir a forma anterior, com indenização

Será proprietário o dono da matéria prima, sem indenização.

Se puder haver redução Será proprietário o dono da matéria prima

Será proprietário o dono da matéria prima

Matéria prima de valor muito inferior à obra

Será proprietário o especificador, com indenização.

Será proprietário o especificador, com indenização.

Da confusão, comissão (comistão) e adjunção: Confusão – mistura de coisas líquidas Comissão – mistura de coisas sólidas Adjunção – justaposição de uma coisa a outra. Podendo haver separação Impossível separar ou sendo

dispendioso Coisas pertencentes a proprietários diversos

Separa-se Haverá condomínio pro indiviso, cada qual com quinhão proporcional ao valor da coisa.

Coisa principal e acessória

Separa-se O dono da principal adquire, indenizando.

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Se houve má-fé A parte de boa-fé adquire a propriedade do todo, indenizando ou renuncia, sendo indenizado

Perda da propriedade móvel: Causas: alienação, renúncia, abandono, perecimento da coisa, desapropriação – 1275 Dos direitos de vizinhança: Do uso anormal da propriedade – 1277 Congruência do com o abuso de direito – 186 Interesse público sobrepõe-se ao particular, com indenização – 1278 Mesmo que haja decisão judicial, poderá o vizinho pedir redução ou eliminação - 1279 Exigência de demolição ou reparação, ou caução (de dano infecto) – 1280 Das árvores limítrofes: Tronco na linha divisória é condomínio – 1282 Raízes e ramos podem ser cortados quando ultrapassarem os limites – 1283

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Frutos caídos pertencem ao dono do solo, se particular; se público pertencem ao dono da árvore (exceção ao princípio que o acessório segue o principal insculpido no art. 1232) – 1284 Da passagem forçada: Direito de passagem do imóvel encravado (natural e absoluto), com indenização – 1285 O direito será exercido no de menor ônus - 1285§1° Da passagem de cabos e tubulações: Obrigação de suportar o ônus, com indenização - 1286 O direito será exercido no de menor ônus – 1286 par. Ún. Direito de exigir obras de segurança – 1287 Das águas: Dever de suportar as águas do prédio superior e não embaraçar se curso, sob pena de indenização; nem tampouco o prédio superior pode impedir que o inferior aproveite-as – 1288, 1289 e 1290 O prédio superior não pode poluir, nem desviar o curso e se construir barragem não pode invadir prédio alheio 1292 O Direito de construir canais limita-se a não prejudicialidade aos vizinhos – 1293 Pode-se exigir que seja subterrânea a canalização e que o aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo – 1293§2° e 3°

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Maiores detalhes no Código de Águas (Dec. 24643/34) Dos limites entre prédios e do direito de tapagem: Direito de cercar conforme os costumes e dividir os custos – 1297 A ação demarcatória – 946CPC Em caso de dúvida será decidido: pela posse, em partes iguais e um adjudicará indenizando o outro – 1298 Do direito de construir: Limitado pelo Direito Administrativo e pelo Direito de Vizinhança – 1299 Não despejar águas – 1300 Não abrir janelas a menos de metro e meio ou 75 cm quando não incida sobre a linha divisória, exceto luz e ventilação (10x20 e a 2m de altura) – 1301 Desfazimento da obra até ano e dia, sob pena de não edificar e suportar o ônus – 1302 Na zona rural, sempre 3 metros de distância – 1303 Pode o vizinho utilizar a parede divisória pela metade, ressarcindo a metade – 1304 a 1306 Direito de altear a parede – 1307 Proibição de utilizar a parede quando suscetível de infiltração – 1308 Proibição de poluir água de poço ou nascente – 1309, 1310

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Proibição de obra que provoque desmoronamento – 1311 Obrigação de suportar que o vizinho entre no seu terreno - 1313 3.4. Propriedade resolúvel Conceito (condição ou termo-1359 e causa superveninte-1360) e direito no novo proprietário reivindicar Não-surpresa no art. 1359 Surpresa no art. 1360, logo protegido o adquirente de boa-fé 3.5.Propriedade literária, artística e científica – Direitos autorais Leis 9609/98 e 9610/98 – Regulam os direitos autorais e conexos Produção literária, artística e científica – Direitos patrimoniais e morais Direitos intelectuais pertencem aos Direitos da personalidade – arts. 11 a 21 “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença” – art. 5°, IX CF A inviolabilidade da imagem das pessoas, assegurando direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação – art. 5°, X CF Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar – art. 5° XXVII Direito do Autor X Direito da Propriedade Industrial As obras intelectuais – art. 7° da Lei 9610/98 Requisitos fundamentais para que a criação intelectual seja protegida: criatividade, originalidade e exteriorização Execução musical desde que haja audição pública

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Conceituação de autor – art. 12 e 13 da Lei 9610/98 Esforço comum – art. 15 da Lei 9610/98 Direitos patrimoniais do Autor – art. 29 da Lei 9610/98 Vitaliciedade – art. 41 da Lei 9610/98 Plusvalia ou direito de seqüela conferido ao Autor – art. 39 da Lei 9610/98 Direitos conexos: Artistas intérpretes ou executantes, produtores fonográficos e empresas de radiodifusão – art. 90 da Lei 9610/98 Direito de arena – para os atletas Prazo: 70 anos a partir de 1° de janeiro do ano subseqüente à fixação, para os fonogramas – art. 96 da Lei 9610/99 O registro não é obrigatório, mas se houver cessão terá que ser por instrumento público – art. 18 e 50 da Lei 9610/98 Os direitos autorais no campo da informática (software e hardware): Conceito de programa – art. 1° da Lei 9609/98 Prazo : 50 anos a partir de 1° de janeiro do ano subseqüente ao da publicação – art. 2°§2° Hardware – Propriedade industrial As associações de titulares de Direito do Autor: ECAD (escritório central de arrecadação e distribuição) SBAT (sociedade brasileira de autores teatrais)

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Outros aspectos: Os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis – 27 da Lei 9609/98 A obra feita sob encomenda e o Contrato de Edição – 53 da Lei 9609/98 Pertencem ao empregador os software no vínculo empregatício – 4° da Lei 9609/98 Obras publicitárias, transmissões radiofônicas e televisivas, artes plásticas - 77, fotografia – 79, jornalística 36 Tutela dos direitos autorais: Administrativa – CNDA (conselho nacional de direitos autorais) Cível – 101 da Lei 9610/98 e Criminal – 12 a 14 da Lei 9609/98 4. DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS 4.1. Introdução aos Direitos Reais sobre Coisas alheias A limitação dos direitos reais Direitos de gozo ou fruição: enfiteuse, superfície, servidões, usufruto, uso, habitação, rendas constituídas sobre imóveis, promitente comprador Direitos de garantia: penhor, anticrese, hipoteca, alienação fiduciária em garantia

A concessão de uso especial para fins de moradia; a concessão de direito real de uso.

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4.2. Direitos reais limitados de gozo ou fruição 4.2.1 Enfiteuse/Direito de Superfície Enfiteuse, aforamento ou emprazamento: Conceito: constitui-se enfiteuse “quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui a outrem o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro anual, certo e invariável”– 678 do CC/1916 Incentivo à extinção: art. 49 das Disposições Transitória da CF Características: Perpétua Pensão anual, cânon ou foro O comisso por falta de pagamento por 3 anos consecutivos Direito de preferência do senhorio ou exigir o laudêmio (2,5%) Extinção – 692 CC/16: Deterioração do prédio Pelo comisso Falecimento do enfiteuta sem herdeiros Desapropriação Usucapião Renúncia Consolidação Resgate – 693 CC/16 (2,5% mais 10 prestações anuais) Proibição de se constituir novas enfiteuses - 2038 Do Direito de Superfície: Conceito: tempo determinado, necessidade de registro, o sub-solo como parte separada – 1369

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Gratuita ou onerosa – 1370 Obrigações do superficiário: Pagar tributos – 1371 Direitos do superficiário: Transferir seus direitos - 1372 Direito de preferência ambígua – 1373 Extinção: Se o superficiário der destinação diversa – 1374 Extinta o direito de superfície adquire o proprietário todas as acessões, sem indenização, caso não haja disposição contrária – 1375 Desapropriação: indenização ao proprietário e superficiário na medida do direito de cada qual – 1376 Se o proprietário for pessoa de direito público interno, rege-se pelo CC caso não haja norma específica - 1377 Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade) – arts. 21 a 23 (prazo pode ser indeterminado, pode usar o subsolo) 4.2.2 Servidões prediais Conceito: O prédio dominante e o serviente – 1378 Características e Exercício: Relação entre dois prédios distintos, gerando obrigação propter rem Os prédios pertencem a donos diversos Inseparabilidade - a servidão incide sobre a coisa e não sobre o dono

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Impresumibilidade, ou seja, deve ser declarada e registrada –– 1378 É direito real Acessório Duração indefinida É inalienável Atipicidade (numerus apertus) Direito de fazer as obras necessárias e rateá-las entre os proprietários – 1380 Direito de abandono – 1382 Proibição de embaraçar o uso - 1383 Removível à custa do prédio serviente – 1384 Não abusividade e interpretação restritiva -1385 Indivisível - 1386 Classificação: Servidões administrativa e de Direito Civil Rústicas ou Urbanas Positivas e Negativas Contínuas – independem da ação humana: aqueduto, tubulações, posteamento elétrico Descontínuas – dependem da ação humana: passagem, retirada de água Aparentes – obras visíveis: aqueduto Não aparentes – não visíveis: proibição de construir além de certa altura Classificação conjunta (contínuas e aparentes) Modos de constituição: Negócio jurídico - 1378 Sentença na ação de divisão – 979, II do CPC Usucapião – com título: 10 anos, sem título: 20 anos - 1379 Destinação do proprietário Ações que protegem a servidão:

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Confessória Negatória Manutenção e reintegração de posse Usucapião – Súmula 415 do STF Da extinção: Depois de registrada é imprescindível o cancelamento pela renúncia, cessação da utilidade ou resgate – 1387 e 1388 Confusão - 1389 Supressão das respectivas obras - 1389 Pelo não uso por 10 anos - 1389 4.2.3 Usufruto Conceito Características: Direito real oponível erga omnes Inalienável, permitindo-se a cessão – 1393 Impenhorabilidade uma vez que é inalienável O direito de seqüela Móveis e Imóveis – 1390 Quase-usufruto ou usufruto impróprio (bens móveis consumíveis) – praticamente um contrato de mútuo Se imóveis tem que haver registro – 1391 Estende-se aos acessórios – 1392 Temporário, pois extingue-se com a morte do usufrutuário ou em 30 anos se constituído em favor de pessoa jurídica– 1410, I, III Existe o co-usufruto Não existe usufruto sucessivo

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Usufruto deducto (doação dos pais aos filhos com cláusula de inalienabilidade) Direitos do usufrutuário: Posse, uso, administração e percepção dos frutos – 1394 Locar a coisa Perceber os rendimentos e cobrar dívida em títulos de crédito – 1395 Frutos naturais – 1396 As crias dos animais, deduzidas ao final - 1397 Os frutos civis - 1398 Deveres do usufrutuário: Inventariar a coisa ao assumir o usufruto e dar caução se for exigido, sob pena de não poder administrar – 1400 Pagar as despesas ordinárias de conservação – 1403, I Prestações e tributos – 1403, II Comunicar ao proprietário qualquer infortúnio – 1406 Pagar o seguro – 1407 Pode ser constituído: Por lei (usufruto dos filhos menores) Ato de vontade (usufruto deducto) Usucapião - 1391 Usufruto X Fideicomisso (distinção):

Usufruto Fideicomisso

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Direito real Substituição testamentária Domínio se desmembra Domínio pleno Exercem simultaneamente Exercem sucessivamente Pessoas já existentes Somente os ainda não concebidos Extinção - 1410: Pela renúncia ou morte do usufrutuário – I Pelo termo de duração – II Pela extinção da pessoa jurídica ou em 30 anos – III Pela cessação do motivo – IV Pela destruição da coisa – V Pela consolidação – VI Por culpa do usufrutuário ou os títulos de crédito não rendem – VII Pelo não uso - VIII 4.2.4 Uso Utilização restrita aos limites das necessidades suas e de suas famílias, sem receber frutos – 1412 Aplicam-se as regras do usufruto 4.2.5 Habitação Direito personalíssimo e temporário de residir no imóvel, não podendo alugar ou emprestar – 1414 Co-habitação – 1415 Direito real de habitação ao cônjuge sobrevivente – 1831

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4.2.6 Renda constituída sobre imóvel Conceito: Série de prestações em dinheiro ou em outros bens, que uma pessoa recebe de outra (credor-rentista ou censuísta/ devedor-rendeiro ou censuário), a quem foi entregue para esse efeito certo capital. O CC/2002 trata apenas como direito obrigacional nos arts. 803 a 813. 4.3. Direitos Reais de Garantia 4.3.1. Introdução aos Direitos Reais de Garantia Conceito – 1419 Garantia Real X Garantia Fidejussória (pessoa) Efeitos: O bem fica afetado ao cumprimento da obrigação Indivisibilidade – 1421, 1429 Direito de preferência – 1422 Direito de excussão – 1422 Direito de seqüela Requisitos e características: Capacidade subjetiva: a outorga uxória/autorização marital/ menores/ ascendente a descendente (pode, pois o art. 497 deve ser interpretado restritivamente) Capacidade objetiva - coisas alienáveis, coisas em condomínio, coisas fora do comércio, coisas alheias com propriedade superveniente – 1420 Especialização – 1424 Publicidade, através do registro – 1438 e 1492, e 167 da Lei 6015/73

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Prioridade do registro – 1422 O credor anticrético tem o direito de reter por 15 anos a coisa se houver inadimplemento – 1423 Conteúdo do contrato - 1424: Valor do crédito, sua estimação ou valor máximo Prazo Taxa de juros Especificação do bem Vencimento antecipado da dívida – 1425: Deterioração do bem Insolvência Falência Inadimplência Perecimento da coisa, o valor do seguro ou da indenização se sub-rogará Desapropriação, a indenização será depositada, sub-rogando-se Garantia prestada por terceiros - 1427 Proibição da cláusula comissória – 1428 Se o valor da alienação do bem não for suficiente, surge a garantia fidejussória - 1430 Extinção dos direitos reais em garantia: Pagamento com averbação

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Renúncia pelo credor Confusão 4.3.2. Penhor Conceito – 1431 Objeto: coisa móvel suscetível de alienação Exceções: penhor agrícola, industrial, mercantil e de veículos Sub-penhor: o credor dá o bem empenhado em penhor Instrumento público ou particular com registro – 1432 e 127 da Lei 6015/73 Características: Direito real – 1419 Proibição da cláusula comissória - 1434 Direito acessório – 1435, IV Direito de retenção até pagamento total – 1433, II Só se torna perfeito com a tradição (exceção aos penhores especiais) O credor é depositário – 1435 Se o devedor alienar a coisa sem o consentimento do credor – 171, §2°, III CP (defraudação de penhor) Direitos do credor pignoratício - 1433: Posse Retenção Ressarcimento de eventual prejuízo Promover a excussão Apropriar-se dos frutos Venda antecipada mediante autorização judicial quando houver receio de perecimento, podendo o devedor substituí-la

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Deveres do credor pignoratício – 1435: Ser depositário da coisa Defesa da posse Imputar o valor dos frutos às despesas de guarda e conservação Restituir a coisa, quando paga a dívida com os respectivos frutos Se houver excussão e sobrar dinheiro, devolver ao devedor Espécies: Convencional Legal Comum Especial (legal, rural, industrial, títulos de crédito, veículos) Extinção do penhor - 1436: Extinção da obrigação com averbação - 1437 Perecendo a coisa Renúncia do credor – renúncia presumida (§1°) Confusão Adjudicação Do penhor rural - 1438: Bens móveis e imóveis por acessão física e intelectual Agrícola – 1442 Penhor pecuário – sobre semoventes sem direito à venda sem consentimento – 1445 O Registro de imóveis Não ocorre a tradição da coisa A cédula de crédito rural pignoratícia

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Prazo: agrícola (3 anos) pecuário (4 anos) prorrogáveis por igual tempo – 1439 Pode haver cumulação de penhor rural e hipoteca sobre o imóvel, resolvendo-se pela prioridade – 1440 O credor tem direito de vistoriar os bens empenhados Do penhor industrial e mercantil: Conceito – máquinas, equipamentos, aparelhos, materiais, instrumentos, etc. 1447 Cartório de Registro de imóveis Não pode alienar as coisas empenhadas sem o consentimento do credor, se vender deve haver sub-rogação - 1449 Cédula de crédito industrial ou mercantil pignoratícia Do penhor de direitos e títulos de crédito: Entrega dos títulos, salvo se tiver interesse em conservá-los, através do endosso pignoratício – 1452 e 1458 Notificação ao devedor do título para que pague ao credor pignoratício, sob pena de também indenizar solidariamente – 1453 e 1460 Direito de cobrar passa ao credor - 1455 Do penhor de veículos: Registrado no cartório de títulos e documentos e anotação no certificado – 1462 Cédula de crédito pignoratício Imprescindível o seguro - 1463 Prazo máximo de 2 anos, prorrogável por igual tempo – 1466

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Do penhor legal: Dos hospedeiros, fornecedores de pousada e alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias, ou dinheiro, com tabela impressa Dono do prédio sobre os móveis do inquilino Artistas e auxiliares cênicos sobre o material da empresa teatral – Lei 6533/78 Tomar refeições sem ter dinheiro – art. 176 do CP Meio de defesa direta, dando ao devedor comprovante dos bens apossados - 1470 Requer homologação judicial – 1471 e 874CPC Pode o locatário substituir o penhor pela caução - 1472 4.3.3. Anticrese Conceito – 1506 Retira a posse do imóvel do devedor e dá ao credor o direito de retenção Meio de execução direta pois permite ao credor recebe os frutos e imputa-os ao pagamento Modalidades: Extintiva ou satisfativa – quando os frutos servem para amortizar a dívida Compensativa – quando os frutos são imputados apenas ao pagamento dos juros É possível, apesar de inviável, hipotecar o imóvel dado em anticrese – 1506§2° O credor pode administrar os bens, apresentando balanço – 1507

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Se o devedor não concordar com o balanço pode pedir a transformação em arrendamento O credor anticrético pode arrendar os bens O credor responde pelas deteriorações que o imóvel vier a sofrer por culpa sua – 1508 O adquirente do imóvel dado em anticrese pode remir - 1510 Extinção da anticrese: Findo o prazo do contrato Liquidada a dívida com amortização do preço ou pagamento antecipado Caducidade de 15 anos - 1423 4.3.4. Hipoteca Conceito e objeto (sempre alienáveis) – 1473 o direito de uso especial para fins de moradia; o direito real de uso; a propriedade superficiária. Linhas férreas - 1502 Navios – Lei 7652/88 Aviões – Lei 7565/88 A importância do registro – 1492 e seguintes Incidência de mais de um ônus real sobre o mesmo imóvel – 1474 Proibição da cláusula comissória – 1475

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Vencimento antecipado se o imóvel gravado for alienado – 1475 par. Ún. O adquirente de imóvel hipotecado pode abandonar o imóvel, exonerando-se da hipoteca, após notificar o vendedor e os credores hipotecários concedendo-lhes a posse no prazo máximo de 24 horas após a citação – 1479 Cédula de crédito hipotecária – 1486 Hipoteca de dívida futura ou condicionada – 1487 Fracionamento da hipoteca caso o imóvel hipotecado venha a ser loteado ou erigido condomínio edilício – 1488 Características: O devedor continua na posse do bem gravado É indivisível – 1421 É acessório É negócio solene, com registro imprescindível Direito de preferência Direito de seqüela Especialização Publicidade Espécies; Convencional Legal –1489 Judicial – 593, II do CPC Hipoteca legal: Pessoas de direito público interno sobre os bens de seus encarregados

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Filhos sobre imóveis dos pais de se divorciaram Ao ofendido sobre os imóveis dos delinqüentes – 134 do CPP Ao co-herdeiro sobre os imóveis do herdeiro reponente Ao credor sobre o imóvel arrematado para garantia do pagamento do restante do preço A hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos públicos – 1491 A dívida hipotecária habitacional: A Lei 8004/90 instituiu a execução extrajudicial de crédito hipotecário habitacional de constitucionalidade duvidosa – arts.29 e segs. Do Decreto-lei 70/66 Pluralidade de hipotecas: Várias hipotecas sobre o mesmo bem – 1476 A sub-hipoteca resolve-se com o Direito de Prioridade –1477 e 186 da Lei 6015/73 O devedor tem obrigação de alertar sobre a existência de hipotecas anteriores sob pena de cometer estelionato – 171 §2°, II CP Direito de Remição: A remição da hipoteca anterior pelo credor da segunda hipoteca, efetivando a sub-rogação – 1478 Pelo adquirente do imóvel – 1481 Pelo executado, cônjuge, descendentes e ascendentes – 1482 Pela massa falida – 1483 Procedimento – 266 a 276 da Lei 6015/73 Perempção:

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Prazo de 30 anos sob pena de perempção, acarretando a extinção que só poderá renovar-se mediante novo instrumento – 1485 Extinção da hipoteca - 1499: Extinção da obrigação principal Perecimento da coisa Resolução da propriedade Renúncia expressa do credor Remição Arrematação ou adjudicação – 1501 Cancelamento do registro - 1500 4.3.5.Alienação Fiduciária em Garantia/Propriedade Fiduciária A fiducia cum amico e fiducia cum creditore Propriedade resolúvel Garantia de coisa móvel infungível – 1361 Registro no Cartório de Títulos e Documentos ou DETRAN - §1° Desdobramento da posse (direta e indireta) - §2° Transferência cogente após o pagamento do devedor - §3° Conteúdo do contrato - 1362 Direito de usar do devedor fiduciário como depositário – 1363 Inadimplência do devedor: o credor tem que alienar – 1364 Proibição do pacto comissório – 1365

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Se após a venda sobrar dinheiro, devolve-se ao devedor; se faltar, ajuíza-se a cobrança – 1364 e 1366 Aplica-se à propriedade fiduciária-1367: Somente o pagamento completo exonera a garantia (1421); antecipação do vencimento (1425); vencimento antecipado não incluem juros (1426); garantia prestada por terceiro, não é obrigado a reforçá-la (1427); Extinção do penhor (1436) Sub-rogação de terceiro, adquire a propriedade fiduciária – 1368 A Alienação fiduciária em garantia – Decreto 911/69: A financeira – credor fiduciário O devedor-fiduciante O constituto possessório Sub-rogação – art. 6° do Dec. 911/69 Direitos do fiduciante: usar a coisa como depositário, purgar a mora caso tenha pago 40% do preço, receber o saldo após a venda pelo credor Deveres do fiduciante: responder pelo remanescente da dívida, não dispor do bem alienado, entregar o bem em caso de inadimplemento sob pena de prisão civil (celeuma-STF x STJ) Dever do credor fiduciário: financiamento do que se obrigou, não turbar a posse, efetuar a venda em caso de inadimplemento, Direitos do credor fiduciário: busca e apreensão Procedimento: A mora via notificação extra-judicial – art.2°; a liminar de busca e apreensão com conversão em depósito; a purgação da mora (40%); Sentença apenas no efeito devolutivo; venda extra-judicial. Alienação fiduciária no Sistema Financeiro Imobiliário – Lei 9514/97 4.4. Direito Real de Aquisição 4.4.1. Compromisso ou Promessa irretratável de compra e Venda Conceito – 1417 Contrato preliminar ou pré-contrato (pactum de contrahendo)

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Sem cláusula de arrependimento (irrevogabilidade e irretratabilidade) Instrumento público ou particular Levar à registro Direito Real Adquire a posse, mas não a propriedade imediata Adquire o direito de impedir a alienação a terceiros Adquire o direito a outorga da escritura Adquire o direito de ajuizar a adjudicação compulsória O STJ permite a adjudicação compulsória mesmo sem registro A Rescisão contratual por inadimplência cumulada com reintegração de posse pelo alienante, antecedida de notificação (art. 32 da Lei 6766/70 ou Dec. 745/69) Decreto-lei 58/37 aplica-se aos loteamentos rurais Lei 6766/79 aplica-se aos loteamentos urbanos Decreto-lei 745/69 aplica-se a imóveis não loteados