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19
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

1

Propostas alternativas para o ensino de Nomenclatura de compostos

Orgânicos no Terceiro Ano do Ensino Médio

Autor: Odir José Zucchi1

Orientador: Conceição de Fátima Alves Olguin 2

Resumo

O ensino de química no Ensino Médio é, ainda hoje, um desafio para muitos professores e alunos. Muitos conteúdos exigem do aluno mecanização de fórmulas e regras e dos professores a necessidade de mais tempo para trabalhá-los, como por exemplo o conteúdo de nomenclatura de compostos orgânicos. Assim este trabalho apresenta uma proposta diferenciada para trabalhar conteúdo de nomenclatura dos compostos orgânicos a partir da utilização de um banner contendo o resumo das funções orgânicas, o emprego de jogos didáticos e atividades experimentais. O projeto foi aplicado em duas turmas do 3 º ano do Ensino Médio, onde pode-se observar um maior envolvimento e interesse dos alunos durante a realização das atividades.

Palavras-chave: Nomenclatura; Hidrocarbonetos; Funções Orgânicas; Banner; Jogos ; Slides.

Abstract

The teaching of chemistry in high school is still a challenge for many teachers and students. Many content requires the student mechanization of formulas and rules and the teachers need more time to work them, such as the contents of nomenclature of organic compounds. Thus this work presents a different proposal to work naming content of organic compounds from the use of a banner containing the summary of physiological functions, the use of educational games and experiential activities. The project was implemented in two classes of 3rd year of high school, where one can observe a greater involvement and student interest in carrying out activities.

1 Mestrado, Química, Colégio Estadual Presidente Castelo branco 2 Doutorado, Química, Universidade Estadual do oeste do Paraná

2

1 Introdução

O grande dilema dos estudantes do Ensino Médio quando aprendem o

conteúdo de química orgânica, é a memorização das regras de nomenclatura, e o

tempo que O PROFESSOR precisa ter, para informar e ensinar as regras usuais e

oficiais de nomenclatura, devido a uma grande variedade de compostos orgânicos

existentes no cotidiano. Devido ao tempo gasto pelo professor para trabalhar

nomenclatura, os outros conteúdos de química orgânica como, isomeria, reações

químicas, ficam defasados ou não dá tempo hábil para trabalhar a parte teórica e

prática.

Muitos professores vêm buscando alternativas para dinamizar o processo de ensino

aprendizagem em sala de aula. ”No método de ensino considerado tradicional, há

um distanciamento entre aluno e professor, causado pela idéia de que o primeiro é

um transmissor e o segundo um receptáculo do conhecimento”. Para superar esta

situação, vêm sendo criadas atitudes e medidas em busca de soluções, como por

exemplo, a utilização de atividades lúdica em sala de aula. (SOARES, 2005, p. 25).

Uma idéia dominante na proposta deste projeto é o uso de jogos como um

instrumento de descoberta, que permita desenvolver no aluno e no professor a

capacidade de buscar soluções para uma aprendizagem mais significativa.

Para Chateau (1984, p. 32), a aprendizagem que decorre do ato de brincar é

evidente, sendo muito claro para o autor que o jogo não exercita apenas os

músculos, mas a inteligência.

Brougèr (2003, p. 122) define jogo: “agir, aprender, educar-se sem o saber através

de exercícios que recreiam, preparando o esforço do trabalho propriamente dito”.

O jogo pode ser uma oportunidade de entrosamento entre aluno-professor

como forma de enriquecimento e motivação para a aprendizagem. É uma atividade

em que se reconstroem as relações sociais e, embora seja aplicado com uma

grande variedade de temas, todo ele contribui, por princípio, ao mesmo conteúdo: a

atividade do homem e as relações sociais entre as pessoas (ELKONIN-1998, p. 45).

O jogo ou atividade lúdica tem como conseqüência natural à motivação. È de

se esperar que o mesmo aconteça quando esses jogos e atividades são aplicados

ao ensino de química. Portanto, a união do jogo com conteúdos de Química

Orgânica, como uma nova estratégia de ensino, poderá ser um caminho para um

melhor desempenho escolar.

3

Muitas estratégias de aprendizagens são utilizadas por professores visando

contribuir com o ensino de Química como: seminários, feiras de ciências e visitas

técnicas. No ensino de ciências, a experimentação pode ser uma estratégia eficiente

para a criação de problemas reais que permitem a contextualização e o estímulo de

questionamentos de investigação. Nessa perspectiva, o conteúdo a ser trabalhado

caracteriza-se como resposta aos questionamentos feitos pelos educandos durante

a interação com o contexto criado. No entanto, essa metodologia não deve ser

pautada nas aulas experimentais do tipo “receita de bolo”, em que os aprendizes

recebem um roteiro para seguir e devem obter os resultados que o professor espera

tampouco apetecer que o conhecimento seja construído pela mera observação

(GUIMARÃES, 2009, 56).

Na experimentação o professor pode, através da demonstração e realização

com a turma de experimentos, desenvolver temas de importância social que possam

se relacionadas com o cotidiano dos alunos e seus conhecimentos naturais,

podendo desenvolver seu senso crítico e proporcionar instrumentos para que estes

possam “fazer leitura” e interagir melhor com o mundo a sua volta tornando assim, a

aprendizagem significativa. E ao reconhecermos que a aprendizagem significativa

tem um papel muito importante para promoção de uma sociedade mais humanizada,

que necessita de cidadãos críticos e que assumam seu papel na sociedade,

contribuindo, principalmente para a melhoria da qualidade de vida (BELTRAN, 1993,

p. 58).

Uma tendência atual, no ensino da Química, tem sido a de enfatizar aos

estudantes os aspectos sociais, num amplo sentido, associados ao desenvolvimento

e aplicações desta Ciência, e aqui se inclui obviamente a Química Orgânica.

Independentemente de qualquer crítica que se possa fazer a esta tendência, não

tem havido uma boa compreensão da mesma, e quando há, nem sempre a prática

corresponde à proposta, somadas a dificuldades dos alunos em entender

experimentos e regras a serem aplicadas para o entendimento do conteúdo de

química. As metodologias utilizadas nos livros didáticos a respeito de nomenclatura

dos compostos orgânicos e história da evolução da química estão dispostas para

uma fácil utilização e entendimento prático pelos estudantes de química, no Ensino

Médio?

A grade curricular para o Ensino Médio no Colégio Presidente Castelo Branco

(PREMEN) possuí duas aulas semanais no primeiro ano, duas aulas semanais no

4

segundo ano e duas aulas semanais no terceiro ano. A utilização de um material

didático iria facilitar muito o trabalho do professor, pois este passaria a utilizar em

sala de aula um material que poderia ser: jogos, slides, banners, cartazes, como

uma alternativa para minimizar o tempo necessário.

O problema é que no terceiro ano são atribuídas somente duas horas aulas

para a disciplina de química orgânica que abrange uma quantidade grande de

conteúdos, isomeria e reações dos grupos funcionais. O conteúdo de nomenclatura

envolve todos os grupos funcionais, alcanos, alcenos, alcinos, alcadienos, ciclanos,

ciclenos, aromáticos, funções oxigenadas, nitrogenadas, tio álcoois. O professor

gasta uma carga horária grande, pois além das regras de nomenclatura, deve

ensinar os alunos a reconhecer os grupos funcionais, não restando muita carga

horária para os outros conteúdos que são extremamente importantes. Por isso este

trabalho tem como objetivo elaborar um material didático envolvendo a

fundamentação da nomenclatura orgânica para o melhor entendimento das funções

orgânicas e a história da evolução da química como ciência. Produzir cartazes sobre

a nomenclatura para fixação em sala de aula utilizando a linguagem usual e oficial

da nomenclatura orgânica, jogos envolvendo a fixação das nomenclaturas usuais e

oficiais montando um caderno temático com o uso das multimídias para uso na sala

de aula e slides envolvendo a história da química orgânica.

2 Metodologia

2.1 Inicialmente os alunos dos terceiros anos do Ensino Médio, terão a

introdução da química orgânica, com apresentação das cadeias carbônicas, suas

classificações e as primeiras noções de hidrocarbonetos. Após esta introdução,

numa primeira etapa, será elaborado um modelo de esferas com bolinhas de

plástico coloridas e varetas para demonstrar as estruturas espaciais das ligações do

carbono com o hidrogênio e oxigênio. Numa segunda etapa, utilizando slydes

resgatando a história do elemento carbono e suas aplicações na antiguidade, quem

descobriu suas principais características como tetravalência, tipos de ligações,

configurações e hibridizações que o elemento carbono realiza. A introdução das

regras da IUPAC e usual para facilitar o entendimento das cadeias carbônicas e

suas classificações, sufixos, prefixos, número de átomos de carbono, fórmulas

gerais diferenciando cadeias normais, ramificadas, classe de hidrocarbonetos de

5

cadeias abertas, fechadas e aromáticas. O estudo dos radicais orgânicos bem como

as regras da cadeia principal.

2.2 Confecção de um banner ( Figura 1) contendo os resumos das

hibridizações de carbono, cadeias carbônicas suas características, exemplos de

fórmulas gerais, dividindo os Hidrocarbonetos em funções, grupos funcionais,

exemplos, nomenclaturas oficiais e usuais e aplicações no cotidiano.

QUÍMICA ORGÂNICA - PROFESSOR ODIR

RESUMO DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS

N° de C Prefixo N° de C Prefixo

1 Met 7 Hept 2 Et 8 Oct

3 Prop 9 Non

4 But 10 Dec

5 Pent 11 Undec

6 Hex 12 Dodec

Hibridização do Carbono

CH4 Sp3

C ═ C Sp2

C C

sp

C ═ C ═ C sp2 sp sp3

6

Função Grupo

Funcional

Exemplos Oficial e

Usual

Uso ou

características

Alcano

terminação

ano

Ligação Simples

Cadeia aberta

R -H

CH3 CH3 Etano Combustível,

componentes de

Biogás

Alceno

terminação

eno

Ligação dupla CH2 CH2 Eteno Fabricação de

Plásticos de

polietileno,

amadurecimento

de frutas.

Alcino

Terminação

ino

Ligação tripla CH CH Etino ou

Acetileno

Soldas elétricas

Fabricação de

plásticos como

PVC e PVA

Ciclano ou

Ciclo Alcano

Ligação Simples

Cadeia Fechada Ciclo butano Obtenção de

alcanos simples

Cicleno ou

Ciclo Alceno

Ligação Dupla

Cadeia

Fechada

Ciclo Buteno Perfumes,

armas

Aromáticos Mononucleares

Anel

Aromático

Benzeno Obtenção do

Nylon, roupas,

calçados,

solventes.

Aromáticos Polinucleares

Naftaleno ou

Naftalina

Incetecida

Solventes

Obtenção de

novos produtos

Haleto de

Alquila

Halogênio

radical carbono

H3C-Cl Cloro Metano

OF.

Cloreto de Metíla

Anestésico

Obtenção de

ácidos

Cianídricos,

Nitrilas

7

Haleto de

Arila

Halogênio e

anel aromático

F

Flúor Benzeno ou

Fluoreto de

Feníla

Clorofórmio

Freons

DDT

Álcool R - OH

simples

CH3-CH2-OH Etanol OF.

Álcool Etílico

Etil Carbinol

Combustível,

bebidas alcoólicas

Enol Hidroxila

ligada a dupla

H2C=CH-OH Etenol Tautomeria de

álcoois e enóis

Fenol Hidroxila

ligada ao anel

aromático

OH

Hidróxi

Benzeno ou

Fenol

Fungicida,

bactericida

Éter R – O - R CH3- O – CH3 Metóxi-

Metano

Anestésico local

Aldeído Grupo aldoxíla

CHO

HCOH Metanal ou

aldeído

fórmico

Conservante

Cetona R – C O - R

H3C –CO-CH3 Propanona ou

Dimetil cetona

Solvente,

esmaltes

Ácido

Carboxílico

Carboxila

- C = O

|

OH

CH3 – C = O

|

OH

CHOO

Àcido

Etanóico ou

Acético

(vinagre)

Componente do

vinagre

Éster Derivados de

ácidos

Carboxílcos

CHOOR

CH3 – C = O

|

O – CH3

Etanoato de

Metíla

Essência da

maçã

Flavorizantes

Amina Primária

R-NH2

CH3-NH2 Metil Amina Cheiro de peixe

Amina Secundária

R-NH-R

CH3-NH-CH3 Dimetil Amina Aminoácidos

Antitérmicos

Amina Terciária

R-N-R | R

CH3- N – CH3

|

CH3

Trimetil

Amina

Proteínas

Analgésicos

8

Amida O

NH2

CH3

O

NH2

CH3

Etano Amida Matéria prima

para produção de

plásticos, uréia.

Nitrila R-C≡N CH3-C≡N Etano Nitríla Fabricação de

fibras do tipo lã

Isonitrila R-N≡C CH3-N≡C Isocianeto de

metíla

Incolores,

tóxicos cheiro

desagradável

Nitro

Composto

R-NO2 CH3-NO2 Nitro Metano Propelente,

explosivos

Àcido

Sulfônico

R-SO3H CH3-SO3H Ácido metil

sulfônico

Matéria-prima

para produção de

detergentes

Composto de

Grignard

R-Mg- X CH3 – Mg - Cl Cloreto de etil

magnésio

Cheiro

extremamente

desagradável

Tio álcool ou

Tiol

R-SH CH3-SH Metano Tiol Semelhante aos

Álcoois

Tio Éter R – S - R CH3-S-CH3 Dimetil Tio

èter

Cheiro do alho

da cebola

Compostos

Organolépticos

R-Metal CH3-Na Sódio Metíla Síntese orgânica

de outros

produtos, como os

hidrocarbonetos

Cloreto de

Ácidos

Haleto de Acila

COX

H3C-COCl Cloreto de

Etanoíla

Produção de

ácidos

Carboxílicos e

amidas

Figura 1 – Banner das funções orgânicas

2. Elaboração de jogos: Foram produzidos três jogos químicos. O primeiro jogo

contém 69 cartas plastificadas com os nomes das cadeias carbônicas, conforme

a figura 2.

9

Figura 2 – Carta Plastificada jogo 1

O objetivo é representar as cadeias carbônicas, envolvendo a utilização do

banner para dar a nomenclatura dos hidrocarbonetos, envolvendo os conteúdos,

funções dos hidrocarbonetos, nomenclaturas oficiais e usuais, representando as

cadeias carbônicas e vice-versa. O número de jogadores é no mínimo três e no

máximo seis, utilizando no máximo 15 minutos por equipe. As regras estão divididas

em seis etapas : Primeiro o Professor dividi a turma em seis grupos distribuindo

aleatoriamente dez cartas do baralho. Segundo: dá um tempo de cinco a dez

minutos para que as equipes construam os compostos e identifiquem a

nomenclatura. Terceiro, ao término do tempo estabelecido a equipe vai ao quadro e

constrói as cadeias carbônicas referentes às suas cartas. Quarto, após a construção

das cadeias carbônicas a equipe explicará para os demais colegas, a função e o tipo

de nomenclatura utilizada. Quinto, o valor dos trabalhos, resoluções e

apresentações valerão no máximo um ponto. Sexto, o professor ao final da aula e

exposição das equipes no quadro, poderá fazer um resumo das funções

hidrocarbonetos e aplicar outros tipos de exercícios, utilizando toda mídia e aulas

práticas.

O jogo número 2 é composto por 69 cartas contendo as estruturas das

cadeias carbônicas ( Figura 3 ), onde o objetivo é que o aluno aprenda a dar a

nomenclatura das cadeias carbônicas, utilizando o banner. Os conteúdos são

funções hidrocarbonetos, nomenclaturas oficiais e usuais das cadeias carbônicas. O

número mínimo de jogadores é três e no máximo seis, o restante das regras é igual

ao jogo um.

10

Figura 3 – Exemplo de uma carta do jogo 2

O jogo número 3 chama-se identificando funções químicas e nomenclaturas,

é composto por 48 cartas plastificadas contendo as estruturas das funções

orgânicas figura 4, onde cada carta possui o nome do composto desenhado num

retângulo e mais o nome de três outros compostos a serem construídos. O objetivo é

construir às cadeias carbônicas das três funções da carta e explicar que tipo de

nomenclatura foi utilizada nas cadeias carbônicas, envolvendo a utilização do

banner. Os conteúdos e as regras são os mesmos dos jogos 1 e 2.

Figura 4– Exemplo de uma carta do jogo 3

11

2.4 Aulas experimentais; Após aplicação dessas etapas serão realizadas duas

aulas práticas sobre os compostos orgânicos, a primeira será sobre a determinação

do teor de álcool na gasolina, que tem como objetivo fazer com que o estudante

perceba a aplicação prática de seus conhecimentos na determinação da

porcentagem de álcool existe na gasolina. Ao final da prática os estudantes farão um

relatório constando questões sobre densidade do álcool e da gasolina, porque se

adiciona álcool na gasolina nesta porcentagem, e os perigos de se usar metanol

como combustível nos automóveis.

A segunda prática é sobre a síntese da aspirina, tem como objetivos a

identificação dos compostos bifuncionais, noções sobre a importância comercial do

ácido acetilsalicílico, mecanismos de reações e sintetizar a aspirina em laboratório.

Da mesma forma será feito um relatório envolvendo as nomenclaturas usuais e

oficiais e automedicação.

3.0 Resultados e discussões

3.1 Aplicação do Teste de Sondagem

Inicialmente foi aplicado um teste de sondagem para os alunos. O teste é uma

prova contendo cinco questões de nomenclaturas e funções orgânicas, com objetivo

de avaliar o conhecimento dos alunos.

Turma 3 C Matutina

0

2

4

6

8

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33

Número de AlunosGráfico 1

Autor- Prof. Odir J. Zucchi

No

tas

da

So

nd

agem

Notas da Sondagem x Númerode Alunos

Figura 5- Notas obtidas no teste de Sondagem dos alunos turma 3 C

12

Na figura 5 temos os resultados da aplicação do teste de sondagem referente

os conteúdos hidrocarbonetos e funções orgânicas na turma de terceiro ano C

matutina, na qual possui 34 alunos, onde se observa que no intervalo de notas de 0

a 2 temos 10 alunos, de 2 a 4 temos 12, 4 a 6 temos 10 e 6 a 8 dois alunos.

Segundo (SOARES, 2005), no método de ensino considerado tradicional, há um

distanciamento entre aluno e professor, causado pela idéia de que o primeiro é um

transmissor e o segundo um receptáculo de conhecimento. Percebe-se claramente

esta situação no gráfico 1, onde 22 alunos atingiram a média mínima que no sistema

estadual é seis, apenas dez alunos estão neste patamar e a exceção de dois alunos

que superam a média.

Turma 3 E Vespertina

0

2

4

6

8

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Número de AlunosGráfico 2

Autor- Prof. Odir J. Zucchi

Not

as

da

Son

da

gem

Notas da Sondagem x Número deAlunos

Figura 6- Notas obtidas no teste de sondagem dos alunos da turma 3 E

Na figura 6 temos os resultados da aplicação do teste de sondagem sobre os

conteúdos hidrocarbonetos e funções orgânicas na turma do terceiro ano E

vespertino, na qual possui 30 alunos, onde se observa que no intervalo de notas de

0 a 2 temos 05 alunos, de 2 a 4 temos 8 alunos, 4 a 6 temos 14 e 6 a 8 temos 3

alunos.

Segundo (BEJARANO, 1998, p. 22) observa-se atualmente que o ensino de

Química na maioria das escolas tem dado maior ênfase à transmissão de conteúdos

e deixando de lado a construção de conhecimento científicos dos alunos.

Certamente, esses fatores combinados ajudam a contribuir para o maior

desinteresse que muitos estudantes têm por esta disciplina.

13

Quanto aos resultados dos questionários as maiores dificuldades para

resolver a prova foram: dar os nomes, identificar os compostos, normas da IUPAC,

diferenciar os compostos, lembrar das terminações, não ter domínio do assunto,

decorar as funções orgânicas, falta de um resumo de todas as funções orgânicas,

ausência de aulas práticas e jogos para melhor entender os conteúdos junto com os

exercícios.

3.2 Aplicação do Projeto

Após a aplicação dos questionários, deu-se ao desenvolvimento da nova

proposta para trabalhar nomenclatura nas turmas de terceiro ano C Matutino e

terceiro E vespertino do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco (PREMEN), a

partir de agosto de 2010. O assunto referente a nomenclatura foi retomado, mas

utilizando o banner conforme a (Figura 1), que contem o resumo de todas as

funções químicas, nomenclaturas oficiais e usuais e suas aplicações. Este foi

deixado na sala de aula durante a avaliação, onde cada aluno pode consultar o seu

conteúdo, conforme pode ser observado na (Figura 7), alem de disponibilizá-lo para

cada aluno, em tamanho reduzido, para que pudessem consultá-lo. Os jogos foram

utilizados durante a realização dos exercícios para melhor fixação e entendimento

das regras de nomenclaturas, reconhecimento de funções orgânicas e tipos de

cadeias carbônicas. A última etapa do projeto foi a realização das aulas práticas

para que o aluno tivesse condições de entender a aplicação destes conteúdos no

seu cotidiano.

14

Figura 7 – Alunos e Professor da turma 3 C consultando o banner

Na figura 8, com o objetivo de verificar o aprendizado dos alunos, foi realizado

uma avaliação e pode-se observar que na turma 3 C 6 alunos tiveram notas entre 2

e 4, 15 alunos entre 4 e 6, 11 alunos entre 6 e 8, 2 alunos entre 8 e 10. Observa-se

que houve uma melhora significativa nas notas após aplicação da nova proposta.

Turma 3 C Matutina

0

2

4

6

8

10

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33

Número de AlunosGráfico 3

Autor - Odir j. Zucchi

Nota

s da

Ava

liaç

ão

Notas da Avaliação x Número deAlunos

Figura 8- Notas obtidas na avaliação dos alunos da turma 3 C

15

“Contextualizando à realidade da comunidade onde o aluno está inserido faz com que este encare o saber de forma mais prazerosa e útil fazendo dos conteúdos trabalhados em sala de aula mais palpáveis aos alunos uma vez que tem a devida importância que merece, mediatizado e contextualizado de maneira interdisciplinar o saber construído na escola servira de todas as maneiras para toda a vida do educando, facilitando assim a resolução de todos os problemas que possam vir a ter.”(PCN 1999, p. 242)

Turma 3 E Vespertina

0

2

4

6

8

10

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29

Número de AlunosGráfico 4

Autor- Prof. Odir J. Zucchi

No

tas

da

Ava

liaç

ão

Notas da Avaliação x Número deAlunos

Figura 9- Notas obtidas na avaliação dos alunos da turma 3 E

Na figura 9, após aplicação dos recursos do projeto na turma 3 E vespertina,

verificou-se que nenhum aluno apresentou notas no intervalo de 0 a 4, notas de 4 a

6 ,14 alunos, notas de 6 a 8 ,14 alunos e 2 alunos com notas entre 8 e 10. Nesta

turma verificou-se uma melhora ainda melhor das notas da avaliação em relação a

turma 3 C matutina, pois segundo (BELTRAN, 1993) na experimentação o professor

pode, através da demonstração e realização com a turma de experimentos,

desenvolverem temas de importância social que possam ser relacionadas com o

cotidiano dos alunos e seus conhecimentos naturais, podendo desenvolver seu

senso crítico e proporcionar instrumentos para que estes possam “fazer leitura” e

interagir melhor com o mundo a sua volta tornando assim, a aprendizagem

significativa.

3.3 Avaliação da nova metodologia

Ao final do conteúdo e avaliação, os alunos receberam um questionário que

teve como objetivo, avaliar a utilização dos jogos e /ou atividades lúdicas

16

(brincadeiras) em sala de aula. Ele foi preenchido individualmente e com

sinceridade, pois isso permitirá uma análise e aprofundamento neste tipo de

metodologia no ensino de química e/ ou outras disciplinas. Esta pesquisa foi

realizada nas turmas 3 C matutina ( 34 alunos) e 3 E vespertina (30 alunos), após

aplicação da avaliação e entrega de notas em sala de aula, onde os resultados são

apresentados na tabela abaixo:

AFIRMAÇÕES Sim Não

1-Os jogos auxiliam na fixação de conteúdo aplicado após o mesmo ter sido exposto.

62 2

2- Aprende-se melhor um conteúdo, introduzindo-o com os jogos. 64 3- Ajuda a melhorar os relacionamentos por ser uma atividade desenvolvida em grupo.

64

4- Coopera no sentido de tornar aula mais atrativa. 64 5- É uma metodologia melhor do que a aula expositiva. 61 3 6- Despertou seu interesse em estudar mais o conteúdo da disciplina onde o jogo estava sendo aplicado.

61 3

7- O jogo aplicado é de fácil compreensão. 64 8- Trabalhando o conteúdo em grupo o jogo foi possível sanar algumas dificuldades.

63 1

9-Pode-se dividir a aula em expositiva, exercícios Individuais e dinâmica de jogo.

64

10- Atividades com jogos podem ser trabalhadas em outras disciplinas.

64 1

11- Gostei desse tipo de atividade 64 12- O contato visual com a utilização de um banner facilitou o aprendizado.

64

Tabela 1 : Questionário aplicado para os alunos do Terceiro ano do Ensino Médio.

Conforme os dados apresentados na tabela 1, verificou-se uma grande

aceitação da nova proposta implantada nas turmas 3 C e 3 E do Colégio Presidente

Castelo Branco. Alguns poucos não concordam em algumas colocações e quando

indagados o motivo, alegaram que ainda preferem o método tradicional.

17

4 CONCLUSÃO

Uma maneira diferente de trabalhar os conteúdos de química, saindo do

método tradicional, fez com que os alunos mostrassem maior interesse pelas aulas

de química, participando, e relacionando conteúdos com o seu dia a dia.

Buscando a história da química e as características do elemento carbono,

diferenciando os tipos de ligações, cadeias carbônicas, funções químicas e

aplicações com a utilização do banner, com os resumos de nomenclaturas usuais e

oficiais, diferenciando os tipos de funções orgânicas, facilitou o estudo da química

orgânica, deixando de ser uma mera “decoreba” de regras, para clarear o

entendimento e aprendizagem, principalmente na hora da avaliação, onde o aluno

não estava preocupado em decorar, mas sim utilizar o resumo do banner, para

responder.

Os jogos desempenharam um papel fundamental no entrosamento dos alunos

com trabalhos em equipe, pois um auxiliava o outro, dando oportunidade a todos de

participarem da resolução dos exercícios e entendimento da aplicação das regras de

nomenclatura tanto oficiais como usuais.

As aulas práticas permitiram aos alunos relacionar o conteúdo estudado na

teoria com o cotidiano, como por exemplo, calcular a porcentagem de álcool na

gasolina e fabricar no laboratório o ácido acetilsalicílico que é o princípio ativo da

aspirina.

Quanto aos objetivos propostos pelo projeto, todos foram alcançados, pois,

para o professor o banner e os slydes foram companheiros fundamentais para o

entendimento e aprendizagem, dos alunos.

18

5 REFERÊNCIAS

1999. Parâmetros Curriculares Nacionais 5ª a 8ªSérie. Online,

http://www.mec.gov.br, 14/10/1999.

BEJARANO, N. R. R.; CARVALHO, A. M. P. A educação química no Brasil: uma visão através das pesquisas e publicações da área. São Paulo, 1998. BELTRAN, N. & CISCATO, C. A. M. Breve histórico e principais problemas do ensino de Química. São Paulo: Cortez, 1993. BORGONOVO, T. Em busca de nova natureza? Monografia. As representações de Educadores de Guarapuava. 1994. BORNHEIM, G. Os filósofos pré-socrático. São Paulo: Cultrix, 1985. pg.30-39. BROUGÉR, Gilles. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. CHATEAU, J. O jogo e a criança. Trad. G. de Almeida. São Paulo: Summus Editora, 1994. ELKONIN, Daniil. A Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. GUIMARÃES, C. Cleidson. QUIMICA NOVA. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. (Vol. 31 , N° 3 , Agosto 2009). GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. São Paulo: Papirus, 1995. NARDI, Roberto. Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras, 1998. ROMANELLI, Rosária da Silva Justi. Aprendendo química. Ijuí: Ed. 2005. (coleção ensino do 2° grau). SOARES, M.H.F.B.; Oliveira, A. S.; Júri Químico:. Química Nova na Escola, n° 21, maio/2005.6, p. 18-24.