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CURSO INTENSIVO DE PROCESSO CIVIL SEGUNDA PARTE Programa de extensão – UNISUL PROF. MSC. LUIZ GUSTAVO LOVATO http://lovatojus.blogspot.com

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Page 1: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CURSO INTENSIVO DE PROCESSO CIVILSEGUNDA PARTEPrograma de extensão – UNISUL

PROF. MSC. LUIZ GUSTAVO LOVATO

http://lovatojus.blogspot.com

Page 2: Curso Intensivo de Processo Civil-2

TÁBUA DE CONTEÚDO DA SEGUNDA PARTE

1. Processo e procedimento

2. Atos, termos e prazos processuais

3. Preclusão

4. Competência

5. Formulação da demanda e citação

6. Petição inicial

Page 3: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PROCESSO E PROCEDIMENTO

Processo é o instrumento de atuação do órgão jurisdicional. O processo é dinâmico, se desenvolve através de atos processuais.

Procedimento é a forma material com que o processo se realiza em cada caso concreto. É

o rito, o caminho e o modo pelos quais se desenvolverão os atos processuais.

Page 4: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PROCEDIMENTO

ORDINÁRIO: é o procedimento padrão; quando não houver previsão nos demais, aplica-se subsidiariamente

SUMÁRIO: aplicável às causas de menor complexidade, assim definidas no art. 275 do CPC e na Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995

Page 5: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Vigoram a oralidade, imediatidade, identidade física do juiz, celeridade e economia processual.

Juizado especial cível: até 20 s.m. não precisa advogado; somente em havendo recurso.

Juizado especial federal: processa-se exclusivamente pela via eletrônica

Page 6: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAIS

POR ATO PROCESSUAL SE ENTENDE O ATO JURÍDICO EMANADO DAS PARTES, DOS AGENTES DA JURISDIÇÃO OU DE

ALGUM TERCEIRO LIGADO AO PROCESSO, SUSCETÍVEL DE CRIAR, MODIFICAR OU

EXTINGUIR EFEITOS PROCESSUAIS.

Eduardo J. Couture

Page 7: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAIS

Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições

são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão,

o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o

intérprete.

Page 8: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAIS

É O PROCEDIMENTO QUE, NOS DIFERENTES TIPOS DE DEMANDA

(CONSOANTE A PRETENSÃO), DEFINE E ORDENA OS DIVERSOS ATOS

PROCESSUAIS NECESSÁRIOS E POSSÍVEIS

Page 9: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDAS PARTES

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações

unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a

constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.

Page 10: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDAS PARTES

São atos processuais das partes aqueles não praticados por agentes da jurisdição, pelos

quais se busca a obtenção de alguma conseqüência favorável, seja para o

encaminhamento do processo, seja para a conquista de um bem da vida.

Wambier, Almeida e Talamini

Page 11: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDO JUIZ

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e

despachos.[...]

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos

tribunais.

Page 12: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDO JUIZ (art. 162)

Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC.

Decisão interlocutória: é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.

Despacho: todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

Page 13: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDO JUIZ

SENTENÇA

Através da sentença o juiz põe fim à fase de conhecimento do processo, resolvendo o mérito ou não. Neste último caso, o juiz

reconhece questões de ordem exclusivamente processual ou, como nas sentenças que extinguem a fase executória, questões

passíveis de extinguir a relação processual.

Page 14: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDO JUIZ

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Ato que tem característica de provimento jurisdicional decisório, porém sem extinguir o processo ou resolver o mérito da demanda.

Assim como a sentença, deve ser fundamentado.

Page 15: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS PROCESSUAISDO JUIZ

DESPACHOS

São ordens judiciais dispondo sobre o andamento do processo, sem cunho decisório.

Page 16: Curso Intensivo de Processo Civil-2

RESPONSABILIDADE POR ATOS PROCESSUAIS

ATO ATENTATÓRIO AO EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO (art. 14, parágrafo único): multa de até 20% para a parte que deixar de cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.

Page 17: Curso Intensivo de Processo Civil-2

RESPONSABILIDADE POR ATOS PROCESSUAIS

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ (arts. 17 e 18): multa de até 1% para quem:

1. Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

2. Alterar a verdade dos fatos;3. Usar o processo para conseguir objetivo ilegal;4. Opuser resistência injustificada ao andamento do

processo;5. Proceder de modo temerário em qualquer

incidente ou ato do processo;6. Provocar incidentes manifestamente infundados;7. Interpuser recurso com intuito manifestamente

protelatório.

Page 18: Curso Intensivo de Processo Civil-2

RESPONSABILIDADE POR ATOS PROCESSUAIS

ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA (arts. 600 e 601): aplica-se multa de até 20% ao devedor que:

1. Frauda a execução (art. 593);

2. Se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;

3. Resiste injustificadamente às ordens judiciais;

4. Intimado, não indica ao juiz, em 5 dias , quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores.

Page 19: Curso Intensivo de Processo Civil-2

RESPONSABILIDADE POR ATOS PROCESSUAISAtos do juiz

Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:

I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício,

ou a requerimento da parte.Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no nº.II só depois que a

parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não lhe

atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.

Page 20: Curso Intensivo de Processo Civil-2

TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS

FASES DO PROCESSO CIVIL

Page 21: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRAZOS PROCESSUAIS Os prazos são contínuos, não sendo interrompidos

em feriados (art. 178); Férias ou recesso forense suspende o prazo

processual (art. 179), exceto nos processos de jurisdição voluntária, alimentos e outras determinadas por lei (art. 174);

A contagem do prazo exclui o dia do começo e inclui o termo final (art. 184);

Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da divulgação da informação no Diário da Justiça Eletrônico (Resolução 341/07 do STF e art. 4º, § 3º da Lei 11.419/06)

Page 22: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRAZOS PROCESSUAIS LEGAIS: estabelecidos pela lei.Exs.: contestação em 15 dias (297); agravo em

10 dias (522).

JUDICIAIS: determinados pelo juiz.Ex.: designação da audiência (331, § 2º).

CONVENCIONAIS: convencionados pelas partes.

Ex.: suspensão do processo (265, II) pelo prazo máximo de seis meses (§ 3º).

Page 23: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRECLUSÃO

É a perda da possibilidade de praticar um ato processual pela parte.

O processo desenvolve-se em fases. Após passar para a próxima fase, somente se retorna à anterior em casos de nulidade

absoluta.

Page 24: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRECLUSÃO

Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já

decididas, a cujo respeito se operou a preclusão.

Page 25: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRECLUSÃOTEMPORAL: perda do prazo processual.

Art. 183. Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o

direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa.§ 1º. Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de

praticar o ato por si ou por mandatário.[...]

Lei nº. 11.419/06 – Art. 10 [...]§ 2º. Nos casos do § 1º deste artigo, se o

Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por motivo técnico, o prazo fica

automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema.

Page 26: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRECLUSÃO

LÓGICA: decorre da incompatibilidade do ato praticado e outro, que se queria praticar também.

Art. 745-A. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exeqüente e

comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado

requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês.

[...]

Page 27: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRECLUSÃO

CONSUMATIVA: ocorre da prática do ato.

Ex.: recurso interposto nos primeiros dias do prazo não permite que haja substituição por outro igual ou adição ao pedido, mesmo que ainda dentro do prazo previsto pela lei.

Page 28: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA

Jurisdição se emprega para definir a função de julgar (legislatividade, executividade,

jurisdicionalidade), distinções de competência ou de natureza dos feitos (jurisdição

contenciosa, jurisdição voluntária), ou para se repartir a função de julgar (jurisdição civil,

penal, etc.).

Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda

Page 29: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA

Competência é a distribuição do trabalho entre os diversos ofícios judiciais ou entre seus diversos componentes, como requisito de

validade do ato processual em que a potestade encontra seu desenvolvimento.

Francesco Carnelutti

Page 30: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA

Se não estiver definida em lei, a competência não existe. Assim, pode existir jurisdição sem

competência, mas jamais poderá existir competência sem jurisdição, já que esta

pressupõe aquela.

Athos Gusmão Carneiro

Page 31: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado

de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem

o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da

hierarquia.

Page 32: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA

ESTABILIDADE SUBJETIVAArt. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos,

não altera a legitimidade das partes.§ 1º O adquirente ou a cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante, ou

o cedente, sem que o consinta a parte contrária.

§ 2º O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente. § 3º A sentença,

proferida entre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário.

Page 33: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PERPETUAÇÃO DA COMPETÊNCIA

ESTABILIDADE OBJETIVAArt. 264. Feita a citação, é defeso ao autor

modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições

permitidas por lei.Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese

será permitida após o saneamento do processo.

Page 34: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CRITÉRIOS PARA A PERPETUAÇÃO DA

COMPETÊNCIAOU INALTERABILIDADE DA INSTÂNCIA Fixação da competência com base na

formulação da demanda (art. 87); A alienação da coisa ou direito litigioso não

altera a legitimidade das partes (art. 42); O art. 264, que veda a modificação do pedido

ou da causa de pedir, após a citação do réu.

Ovídio Araújo Baptista da Silva

Page 35: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

CRITÉRIO OBJETIVOOu do valor da causa (competência por valor) ou da natureza da causa (competência por matéria).

O critério objetivo é definido em face da legislação que prevê os casos concretos; que

prevê a competência em razão da causa apreciada, seja em razão do seu valor, seja em

razão da sua matéria, levando em conta a organização do Poder Judiciário.

Page 36: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

CRITÉRIO FUNCIONALExtrai-se da natureza especial e das exigências especiais das funções que se chama o magistrado a exercer num processo.

Constituição Federal (competência de jurisdição e competência hierárquica dos tribunais superiores);

Constituições estaduais (competência originária dos tribunais locais); leis federais (competência territorial) e leis de organização judiciária (competência de juízo

e competência interna).

Page 37: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA

CRITÉRIO TERRITORIALAs várias causas da mesma natureza são designadas a juizes do mesmo tipo, com sede, entretanto, em lugares diversos.

A designação depende de circunstâncias várias, ou do fato de residir o réu em

determinado lugar (forum domicilii, forum rei), ou de haver-se contraído a obrigação em dado

lugar (forum contractus), ou de achar-se em dado lugar o objeto da lide (forum rei sitae).

Page 38: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA

ABSOLUTA: determinada pelo interesse público, resultante de norma cogente que vincula obrigatoriamente as partes e o órgão jurisdicional.

RELATIVA: determinada pela lei, porém com certa flexibilidade, pois pode ser eleita pelas partes anteriormente à propositura da demanda e pode ser prorrogada; enfim, é passível de se adequar à comodidade das partes ou a acontecimentos supervenientes à propositura da ação, como a conexão ou a continência, por exemplo.

Page 39: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIARATIONE MATERIAE

É a competência determinada pela natureza da causa, pois é determinada de acordo com o

pedido formulado pelo autor (que é qualificado pela causa de pedir).

Giuseppe Chiovenda

Page 40: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIARATIONE MATERIAE

CF – Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

CPC - Art. 92. Compete, porém, exclusivamente ao juiz de direito processar e julgar processos de insolvência e ações concernentes ao estado e à capacidade da pessoa.

Page 41: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIARATIONE PERSONAE

Parece-nos melhor [...] falar em qualidade das pessoas e não das partes, uma vez que a qualidade do assistente (que não é parte)

pode também influir na competência.

Patrícia Miranda Pizzol

Page 42: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIARATIONE PERSONAE

ABSOLUTA: art. 109 da CF (Justiça Federal, quando a União for autora, ré, assistente ou oponente, exceto causas falimentares e da Justiça do Trabalho).

RELATIVA: arts. 97 (último domicílio do ausente) e 100, I (residência da mulher na ação de separação) e II (residência ou domicílio do alimentante na ação de alimentos) do CPC.

Page 43: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIARATIONE LOCCI

A competência em razão do território leva em consideração o foro (lugar) em que pode ou deve ser proposta a ação: o domicílio do réu

(forum domicilii, forum rei), ou o lugar em que a obrigação haja sido contraída (forum

contractus), ou o lugar em que se ache a coisa litigiosa (forum rei sitae).

Ovídio A. Braptista da Silva

Page 44: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA RATIONE LOCCI

ABSOLUTA: art. 95 (ações fundadas em direito real sobre bens imóveis) e casos de comarcas com foros central e regionais.

RELATIVA: todas as demais (art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes)

Page 45: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAFUNCIONAL

Na competência funcional, cogita-se de fases e segmentos do processo, porque os atos a serem praticados é que devem marcar os

limites dos poderes jurisdicionais dos órgãos que irão funcionar em determinada relação processual. Divide-se consoante a fase do

processo ou o grau de jurisdição.

José Frederico Marques

Page 46: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA FUNCIONAL

A competência funcional é absoluta, inderrogável e improrrogável, pois os critérios

para a sua determinação são de ordem pública.

Page 47: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ESPÉCIES DE COMPETÊNCIAEM RAZÃO DO VALOR DA

CAUSA

Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.

Page 48: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA

ABSOLUTA: o juizado especial cível não tem competência para julgar causas de valores acima de 40 s.m. (3º, I, da Lei nº9.099, de 26.09.1995), e o juizado especial federal, acima de 60 s.m. (art. 3º, caput, da Lei nº10.259, de 12.07.2001 ).

RELATIVA: (art. 102).

Page 49: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA

A prorrogação da competência ocorre quando o juízo relativamente incompetente se torna competente. Pode ser:

1. LEGAL (102): conexão (103 – objeto ou causa de pedir comuns) ou continência (104 – identidade de partes ou causa de pedir em que uma está contida na outra). Súmula 235 STJ. A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado

2. VOLUNTÁRIA: preclusão.

Page 50: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA INTERNACIONALCONCORRENTEArt. 88 (e art. 12, caput, da LICC). É

competente a autoridade judiciária brasileira, concorrentemente com a estrangeira:

a) quando o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;

b) quando no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;

c) quando a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

Page 51: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA INTERNACIONAL

EXCLUSIVAArt. 89. é competente a autoridade judiciária brasileira, exclusivamente:

a) para conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;

b) para proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.

Page 52: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA INTERNA

REGRA GERAL: foro do domicílio do réu (art. 94, caput).

CASOS ESPECÍFICOS: competência originária do STF (art. 102 CF), STJ (art. 105 CF), Justiça Federal (art. 109 CF) e da justiça estadual (residual).

Page 53: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA INTERNAArt. 100. É competente o foro:IV – do lugar:a) onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica;

[...]d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento.V – do lugar do ato ou fato:a) para a ação de reparação do dano;

[...]Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.

Page 54: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA NASRELAÇÕES DE CONSUMO

CDC - Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços [...] serão observadas as seguintes normas:

I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor.

Page 55: Curso Intensivo de Processo Civil-2

COMPETÊNCIA PARA EXECUTAR TÍTULOS

JUDICIAIS (475-N)Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-a perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;

II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição;

III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença

arbitral ou de sentença estrangeira.Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo

juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do

executado [...]

Page 56: Curso Intensivo de Processo Civil-2

FORMULAÇÃO DA DEMANDA E CITAÇÃO

PROPOSITURA DA DEMANDA:

Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois que for validamente citado.

Art. 219. [...]§ 1º. A interrupção da prescrição retroagirá à

data da propositura da ação.

Page 57: Curso Intensivo de Processo Civil-2

FORMULAÇÃO DA DEMANDA E CITAÇÃO

PROPOSITURA DA DEMANDARELATIVIZAÇÃO DO DISPOSITIVO DO ART. 263,

fine.

Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição, obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução, com identificação

das partes e valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou registro de outros bens sujeitos à

penhora ou arresto.[...]

Page 58: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CITAÇÃO

Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim

de se defender.

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz

incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

Page 59: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CITAÇÃO

Efetivamente, a citação é o ato de convocação inicial do processo, capaz de angularizar a relação processual, trazendo para ela a(s)

pessoa(s) em face de quem se pede a atuação do direito.

Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhardt

Page 60: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CITAÇÃO

Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu.

Pressuposto processual de existência relativizado:

Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência

em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente

prolatada.[...]

Page 61: Curso Intensivo de Processo Civil-2

CITAÇÃO

Para ser considerada válida, a citação deve ser:

1. Pessoal ao réu, seu representante legal ou procurador com poderes especiais;

2. Não pode ser efetuada durante culto religioso ou a até 7 dias da morte do cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, aos noivos nos 3 primeiros dias das bodas, aos doentes em estado grave.

Page 62: Curso Intensivo de Processo Civil-2

MANDADO DE CITAÇÃO (art. 225)

Nome e domicílio do autor e réu;

Prazo para contestar e a sanção de revelia;

Cópia da petição inicial;

Eventual determinação concedida em antecipação de tutela;

Cópia do despacho

Page 63: Curso Intensivo de Processo Civil-2

PETIÇÃO INICIAL

Art. 262. O processo civil começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.

O direito de agir, que é geral e abstrato, e que consiste no direito de invocar a tutela jurisdicional do Estado para decidir sobre uma pretensão, manifesta-se em concreto por meio de uma petição escrita do autor ao juiz. A essa petição denomina-se petição

inicial, ou, simplesmente, inicial.

Moacyr Amaral dos Santos

Page 64: Curso Intensivo de Processo Civil-2

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL(art. 282)1. Endereçamento

2. Qualificação completa do(s) autor(es) e do(s) réu(s)

3. Fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir)

4. Pedido (arts. 286 a 294)5. Valor da causa (arts. 258 a 261)6. Provas com que o autor pretende

demonstrar a verdade dos fatos (art. 396)7. Requerimento para a citação do réu

Page 65: Curso Intensivo de Processo Civil-2

EMENDA À INICIAL(art. 284)

Dá-se por determinação do juízo Ocorre quando a inicial não possui os

requisitos legais ou não se encontra com os documentos indispensáveis à propositura da ação

Prazo de 10 dias É condição para a citação (art. 285), pois não

sendo atendida a determinação, haverá o indeferimento da inicial

Page 66: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ADITAMENTO À INICIAL(art. 294)

Ocorre por iniciativa do autor

Deve ser feita, obrigatoriamente, antes da citação

O aditamento refere-se ao pedido

Page 67: Curso Intensivo de Processo Civil-2

ATOS DO JUIZ EM RELAÇÃO À PETIÇÃO INICIAL

1. Recebimento com a expedição do mandado de citação

2. Antecipação dos efeitos da tutela (art. 273)

3. Indeferimento da inicial (art. 295)

4. Resolução de mérito pela improcedência do pedido (dispensa a citação – art. 285-A)

Page 68: Curso Intensivo de Processo Civil-2

INDEFERIMENTO DA INICIAL(art. 295)

1. Quando for inepta (art. 295, parágrafo único)

2. Quando a parte for manifestamente ilegítima

3. Quando o autor carecer de interesse processual

4. Quando o juiz verificar, desde logo e de ofício, a decadência e a prescrição

5. Quando o procedimento não corresponder à natureza da causa ou ao valor da ação

6. Quando, por determinação do juízo, o autor não emendá-la.

Page 69: Curso Intensivo de Processo Civil-2

INÉPCIA DA INICIAL

1. Quando faltar pedido ou causa de pedir

2. Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão

3. O pedido for juridicamente impossível

4. Contiver pedidos incompatíveis entre si

Page 70: Curso Intensivo de Processo Civil-2

FIM DA SEGUNDA PARTE