controle de estoque

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE NEGÓCIOS Guilherme Vieira de Moraes PRODUÇÃO E LOGÍSTICA Sorocaba/SP 2009

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Projeto destina ao estudo de produção e logística baseado em controle de estoque inicial de insumos perecíveis, partindo da correlação entre as pessoas envolvidas, compras, sistemas integrados e fornecedores.

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE NEGÓCIOS

Guilherme Vieira de Moraes

PRODUÇÃO E LOGÍSTICA

Sorocaba/SP 2009

Guilherme Vieira de Moraes.

PRODUÇÃO E LOGÍSTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Administração de Negócios, da Universidade de Sorocaba. Orientador: Prof. Ms. Jorge Luis Rubio Vargas

Sorocaba/SP 2009

Guilherme Vieira de Moraes.

PRODUÇÃO E LOGÍSTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como exigência parcial para obtenção do Diploma de Graduação em Administração de Negócios, da Universidade de Sorocaba.

Aprovado em:

Ass. _________________________________

Prof. Ms. Jorge Luis Rubio Vargas

Dedico esta monografia a minha querida

esposa, que sempre lutou para que eu

pudesse realizar meus sonhos e conquistas.

AGRADECIMENTOS

A muitas pessoas devo agradecer por este trabalho. Primeiramente a Deus

que me deu o dom da vida e que diariamente me ilumina e fortalece para que eu

possa superar obstáculos e as dificuldades. E, devo especialmente a minha querida

esposa Lilian, que sempre me apoiou. E é com muito orgulho que chego ao final,

pois essa é mais uma etapa valiosa em minha vida!

Agradeço também, aos mestres: “Nossa gratidão àqueles que repartiram os

seus conhecimentos, colocando em mãos ferramentas com as quais abriremos

nossos horizontes rumo à satisfação plena de idéias profissional e humana.”

Agradeço aos meus amigos de classe, que juntos conseguimos transformar a

universidade em um lugar inesquecível, em um lugar que, além de aprender a

ciência, aprendemos o significado da palavra companheirismo.

“O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar. ”

Albert Einstein

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

Tema ........................................................................................................................... 9

Justificativa .................................................................................................................. 9

Problemas ................................................................................................................... 9

Objetivo ....................................................................................................................... 9

Hipótese ...................................................................................................................... 9

Variáveis.................................................................................................................... 10

Metodologia ............................................................................................................... 11

Possíveis contribuições ............................................................................................. 11

CAPÍTULO I .............................................................................................................. 12

1.1 O controle de estoque e o desenvolvimento do mercado. .................................. 12

1.2 Ciclo de vida dos produtos e seus insumos. ....................................................... 15

1.3 A origem dos custos indiretos. ............................................................................ 17

Tabela 1.1 .......................................................................................................... 18

Tabela 1.2 .......................................................................................................... 18

Tabela 1.3 .......................................................................................................... 19

CAPÍTULO II ............................................................................................................. 20

2.1 A gestão de estoque em busca do melhor desempenho. ................................... 20

2.2 Ponto de pedido .................................................................................................. 20

Gráfico 2.1 .......................................................................................................... 21

Gráfico 2.2 .......................................................................................................... 22

2.3 Fator humano ..................................................................................................... 23

2.4 Logística e Compras ........................................................................................... 25

a) Cadastro de fornecedores .............................................................................. 25

b) Processamento ............................................................................................... 25

c) Compras Locais .............................................................................................. 26

e) Diligenciamento (follow-up) ............................................................................. 26

CAPÍTULO III ............................................................................................................ 28

Gráfico 3.1 .......................................................................................................... 28

Gráfico 3.2 .......................................................................................................... 29

Gráfico 3.3 .......................................................................................................... 30

Gráfico 3.4 .......................................................................................................... 31

Gráfico 3.5 .......................................................................................................... 32

Gráfico 3.6 .......................................................................................................... 33

Gráfico 3.7 .......................................................................................................... 34

Gráfico 3.8 .......................................................................................................... 35

Gráfico 3.9 .......................................................................................................... 36

Gráfico 3.10 ........................................................................................................ 37

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38

ANEXO ...................................................................................................................... 40

7

RESUMO

O presente trabalho objetiva avaliar a viabilidade de implantação de um

sistema integrado de controle de estoque em uma empresa prestadora de serviço na

área ensino superior, além de demonstrar a importância dos sistemas logísticos,

especialmente com a implantação de novos conceitos. Inicialmente foi feito uma

análise histórica sobre o assunto, com o intuito de explanar de forma mais clara o

setor referido, através de levantamento bibliográfico para entender o processo de

obtenção e a influência do controle de estoques. Foi realizado um questionário no

período de 01 de setembro de 2009 a 30 de setembro de 2009, com amostra de

vinte colaboradores escolhidos diante de critérios de pesquisa previamente definidos

com amostras colhidas a partir da identificação de grupos selecionados baseados

em diferentes setores da própria empresa, segundo as seguintes variáveis: tipo de

setor, tamanho do setor, forma de controle de estoque realizado, análise da

necessidade de informatização, barreira para a não informatização e possíveis

mudanças após a implantação de um sistema informatizado. O questionário foi

elaborado diante de uma abordagem indutiva iniciando com questões específicas e

terminado com questões gerais. A entrevista foi realizada de forma estruturada, o

que permitiu uma fácil avaliação com alta precisão e confiabilidade dos dados

apresentados. Pelos dados levantados pode-se concluir que a empresa necessita de

grande reestruturação na área, possibilitando um controle integrado de estoque

principalmente nos setores que fazem uso de produtos perecíveis, como alimentícios

e saúde. Os resultados apresentados sugerem que a empresa trabalhe com ações

estratégicas coordenadas que possibilitem um alto nível de aproveitamento e

evidenciam a importância do controle e manutenção das informações relativas a

estoques para a centralização das compras. Finalmente, avaliam-se as vantagens

que podem ser obtidas na aplicação dos conceitos propostos.

8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho destina-se ao estudo de controle de estoques e sua

aplicação em empresas de serviços, e seu objetivo é demonstrar sua contribuição

para melhor desempenho dessas organizações.

Tornou-se fundamental para as empresas, estabelecer programas integrados

de sua cadeia logística, com o intuito de obter maior competitividade dos seus

processos operacionais e de um melhoramento contínuo no nível de serviços

prestados ao cliente final, especificamente neste caso na prestação de serviços

(pós-venda, assistência técnica, instituição de ensino, hospitais, restaurantes, etc.)

O controle de estoques competente é um dos fatores de maior importância

para reduzir custos e aumentar a produtividade em uma empresa. Isto porque as

organizações encontram-se inseridas em um cenário extremamente competitivo. A

solução mais eficaz para se obter sucesso, é controlar o reabastecimento de

estoque inicial de acordo com a necessidade, tempo e a demanda,

consequentemente reduzindo custo de armazenamento ou de falta de insumo e

material de primeira necessidade.

[...] o que observamos no mercado é a prática comum da contratação destes trabalhos visando apenas reduzir capital de giro em estoque [...] nossa abordagem é voltada ao balanceamento [...], fazendo com que a redução seja uma conseqüência [...] (GASNIER, 2004, p.36)

A logística é fato fundamental de competitividade, pois aumenta a

produtividade da empresa, além de uma redução significativa de custos, agrupando

as diversas atividades da empresa, permitindo melhor controle e maior integração

entre os setores, eliminando a visão limitada da área de atividade.

Logística é o processo de planejar, executar e controlar eficientemente, a custo correto, o transporte, movimentação e armazenagem de produtos dentro e fora das empresas, garantindo a integridade e os prazos de entrega dos produtos aos usuários e clientes. (TOSCANO, 2007)

Deve-se fazer uma analise na alocação e atualização de recursos levando-se

em conta fatores de produção, insumos e capital. Essas informações, voltadas

9

especificamente para o ramo de controle de estoques poderão facilitar na operação

da empresa, viabilizar uma analise de desempenho e, consequentemente, alcançar

melhores resultados.

Tema

Produção e logística baseado em controle de estoque de insumos perecíveis,

partindo da correlação entre as pessoas envolvidas, compras, sistemas integrados e

fornecedores.

Justificativa

Controle de Estoques para suprimentos em Empresas Prestadoras de

Serviços buscando soluções para eliminar o desperdício de materiais e dispêndio

desnecessário de mão-de-obra ou retrabalho.

Problemas

Muitas empresas contraem custos desnecessários por falta de

balanceamento no setor. Como aplicar um sistema de controle de estoques de

produtos de perecíveis.

A correlação entre demanda, produtividade e estoques quando mal controlada

gera custo. Como evitar potenciais problemas em uma empresa provenientes do

reabastecimento e perecividade de insumos?

Qual o importância da relação entre o estoque o setor de compras?

Objetivo

Demonstrar a eficácia do controle de estoque inicial para mensurar custos por

atividade, em empresas de serviços. Demonstrar embasamento teórico e conceitual

necessário para que se possa compreender e analisar problemas relativos à

administração de materiais.

Hipótese

Para obter bons resultados no controle de estoques é necessário que seja

feito o balanceamento do setor, ou seja, rever os conceitos a fim de obter melhores

resultados e reduzir custos. Para atingir este objetivo basicamente devemos

acompanhar a quantidade de material estocado de acordo com a oferta e procura do

10

mercado atual, utilizando as principais funções gerenciais: planejar, controlar, dirigir

e organizar.

Muitas empresas usam alguns sistemas de controle, como o Just in time, que

é aplicado com o objetivo de reduzir o estoque trabalhando de acordo com a

demanda, que é muito usado nas empresas de grande porte, mas muito difícil de ser

aplicado em micro e pequenas empresas, para isso foi desenvolvido o sistema ABC,

em que o custeio é baseado em atividades, que permite calcular com boa precisão a

quantidade de recursos que são consumidos por cada produto, pois é considerado

como custo direto também os indiretos.

A filosofia de produção just-in-time é produzir na hora certa no momento

exato, ou seja, produzir somente se houver solicitação ou encomenda, com isso

reduz o estoque à quase zero mantendo-o em plena ordem.

O “JIT” é um sistema desenvolvido pela Toyota Motor Company, com o objetivo de produzir pequenas quantidades de veículos de diferentes modelos em uma mesma linha de produção em tempos diferentes, porém consecutivamente. (OLIVEIRA, 2000, p. 237)

Portanto e de extrema necessidade que a empresa aja com cautela em

relação à escolha de fornecedores, não se preocupando somente com cotação de

preços, mas também com a eficácia de relacionamento e qualidade do produto a ser

adquirido, isto não a isenta de manter fortes planos de contingência.

Variáveis

O Controle de Estoques, como área do conhecimento é a variável

independente, é aquela que influencia, determina ou afeta outra variável, é fator

determinante, condição para certo resultado, efeito ou conseqüência;

A empresa é a variável dependente, trata-se do fenômeno a ser explicado ou

descoberto em função de ser influenciado ou afetado pela ação da variável

independente.

A relação entre elas vai estruturar uma importante ferramenta gerencial para

auxílio no processo decisório.

11

Metodologia

A metodologia de pesquisa utilizada será de cunho em referencias

bibliográficas, devendo apresentar-se conforme as normas da ABNT (NBR 6023,

2002), onde os seguintes capítulos abordarão o tema descrito anteriormente.

Possíveis contribuições

Reduzir custos desnecessários com problemas de gestão de estoque, ajuda

na tomada de decisão, na analise de consumo e plano de contingência. Poderão

facilitar na operação da empresa, viabilizar uma analise de desempenho e,

consequentemente alcançar melhores resultados.

Este estudo foi de grande importância para o autor, pois contribuiu para o

aprofundamento no assunto e o aprimoramento técnico-científico, alavancando o

desenvolvimento profissional e pessoal.

Por se tratar de um trabalho acadêmico desenvolvido nos moldes científicos,

possibilitou a aplicação da metodologia científica na solução da problemática

organizacional, valorizando o processo de reflexão e aplicação do conteúdo

pesquisado.

Acredita-se que este trabalho possa contribuir para a empresa objeto de

estudo, dando suporte à gestão de seus negócios, podendo também se estender às

outras empresas. As informações específicas sobre este ramo de atividade não são

amplamente divulgadas por se tratar de um serviço inovador, e este estudo pode

facilitar seu acesso e ampliar o horizonte de conhecimento do assunto.

Este trabalho trata-se de um estudo teórico-prático, para a fundamentação

teórica utilizou-se da bibliografia disponível sobre o assunto, sendo de extrema

importância para o conhecimento do processo de estruturação de um sistema de

informação administrativa, juntamente com os conceitos de Gestão de Estoque, que

servirão de apoio para os gestores e usuários da empresa estudada.

12

CAPÍTULO I

1.1 O controle de estoque e o desenvolvimento do mercado.

Com a crescente competitividade, as empresas para sobreviverem, precisam

perseguir e alcançar altos níveis de qualidade, eficiência e produtividade, eliminando

desperdícios e reduzindo custos. Sendo assim, é necessário que os gestores

recebam informações precisas e atualizadas para um apoio eficaz ao processo

decisório. É necessária uma logística integrada, onde o processo logístico e o nível

de serviços devem estar sempre ligados buscando o menor custo possível.

O mercado atual exige que as empresas sejam eficazes no processo de

movimentação de materiais, interna e externamente, que se inicia desde o

recebimento da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente. Portanto,

cada vez mais percebemos a importância do controle de estoque inicial. A figura

abaixo ilustra integração de informações e processos que auxiliam na decisão da

empresa:

Fonte: (BIO, 2001)

Percebemos que ao longo dos anos, a necessidade de integração das áreas

de uma empresa, se tornou o principal fator para um processo decisório eficaz, pois

agiliza o fluxo de informações.

Processos

Logísticos

Nível de

Serviços

Custo

Total

13

“A logística permaneceu em estado latente até cerca de 1950, não havendo

uma filosofia dominante para conduzi-la. Nessa época, a empresa dividia as

atividades-chave da logística sob responsabilidade de deferentes áreas.” (CHING,

2001, p. 20)

Segundo Martins (2000), O estudo do papel dos estoques nas empresas é tão

antigo quanto o estudo da própria administração, sempre foram alvo da atenção dos

gerentes.

Somente após os anos 70, por decorrência de mudanças no cenário mundial,

a logística passou a entrar num estágio de maturidade inicial, pois na época a

preocupação das empresas era somente em gerar lucro e não em reduzir custos.

Por conta disso a necessidade da utilização do MRP - Material Requirement

Planning (planeamento das necessidades de materiais), em que consiste em uma

ferramenta computadorizada que auxilia a empresa a calcular suas necessidades de

materiais nas quantidades e no tempo requerido, evitando desperdício com

retrabalho ou estoque de produto acabado desnecessário. Desta forma, este

sistema tornou-se um conceito popular nos anos de 1960 e 1970. Uma das

principais forças que impulsionaram este estágio de maturidade foi a elevação no

preço do petróleo que conseqüente aumentou o custo de transporte tornando

necessário o aumento da eficácia neste setor.

Com o decorrer do tempo os problemas logísticos ficaram mais complicados; apareceram não só mais tipos de serviços de transporte para selecionar, como também houve proliferação de produtos e maior quantidade de depósitos no sistema de distribuição. (CHING, 2001, p. 24)

Nos anos 80 o principal fator para a continuidade desta evolução, foi o

crescimento dos países emergentes e a globalização. Nesta época o MRP tornou-se

necessário para uso em larga escala dando origem ao MRP II - Manufacturing

Resource Planning (Planejamento dos recursos de manufatura), que integra muitas

áreas da empresa industrial em uma única entidade para propósitos de

planejamento e controle, do nível executivo ao operacional e do planejamento de

longo prazo a operação no chão de fábrica.

14

Dois conceitos surgiram recentemente no campo da logística:

O primeiro é o da logística integrada, impulsionada anteriormente na década de 1980 pela revolução da Tecnologia de Informação, dos modelos MRP e MRP II e do Just in Time (JIT). O segundo é o do Supply Chain Management (SCM), que se apresenta como um conjunto de processos de negócios, como, por exemplo, desenvolvimento de novos produtos, que em muito ultrapassa as atividades diretamente relacionadas com a logística integrada, apresentando uma abordagem mais abrangente, de elevada importância na evolução da logística contemporânea. (FLEURY; WANK; FIGUEIREDO, 2000, p.31).

Nos anos 90, a junção da produção e logística se tornou cada vez mais

necessária, pois a distribuição de materiais cada vez mais otimizada aumenta cada

vez mais a produtividade, a concorrência no mercado foi crescendo levando ao

estágio de que, quem gasta menos leva mais vantagem. Nesta época surgiu o ERP

(Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão

Empresarial) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos

de uma organização em um único sistema: finanças, recursos humanos, produção,

marketing, compras, etc. Nada mais é que um pacote de ferramentas que integra

todos os departamentos de uma empresa.

A tecnologia de ERPs começou a ganhar popularidade no Brasil no final da década de 90 depois da virada do bug do Milênio. No início era mais era mais um privilégio das grandes companhias, como Sadia, Petrobras, Vokswagen, Unilever etc. (SOARES, 2007)

“Os problemas associados ao “bug do ano 2000” aceleraram o crescimento

fulgurante das vendas de programas ERP.” (MARTEL; VIEIRA, 2008, p. 224)

Sistemas de Informação

Toda decisão é tomada através de análise de dados, estes coletados e

armazenados, portanto, “Informação é o dado trabalhado que permite ao executivo

tomar decisões. Por sua vez, dado é qualquer elemento identificado em sua forma

bruta que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato ou

situação”. (OLIVEIRA, 1997, p.34)

15

Dentro da empresa, informação é:

o produto da análise dos dados existentes, devidamente registrados, classificados, organizados, relacionados e interpretados dentro de um contexto para transmitir conhecimento e permitir a tomada de decisão de forma otimizada[...]O propósito básico da informação é habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis, nos quais se inserem pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria informação... A eficiência na utilização do recurso informação é medida pela relação do custo para obtê-la e o valor dos benefícios derivados de seu uso. (Ibid, p.36)

A informação é de fundamental importância para empresa. Ela deve ser

processada de forma estruturada e procurar atender as necessidades de cada

usuário, mas o custo de sua obtenção deve ser sempre menor que o benefício

gerado, caso contrario de nada valerá, portanto todo sistema deve ter um propósito

que atenda a todos.

Considerando que sistema “é um conjunto de partes integrantes e

interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado

objetivo e efetuam determinada função” (Ibid, p.29), ou ainda que é “uma entidade

composta de dois ou mais componentes ou subsistemas que interagem para atingir

um objetivo comum”.(GIL, 1995, 9.13)

Podemos definir sistemas de informação como “um conjunto de recursos

humanos, tecnológicos e financeiros agregados segundo uma seqüência lógica para

o processamento dos dados e a correspondente tradução em informações” (Ibid,

p.14), ou ainda são “conjuntos de procedimentos que visam captar o que acontece

na organização, apresentando de forma sucinta, a cada nível, o que lhe cabe e

tendo por objetivo dar subsídios ao processo decisório”. (BIO, 1985, p.24)

Os sistemas de informação procuram organizar as informações isoladas (de

algum departamento) e reuni-las de forma otimizada para que tragam benefício ao

usuário do sistema, ou seja, o sistema facilita e organiza as informação para ajudar

na decisão que e dada pelo usuário.

1.2 Ciclo de vida dos produtos e seus insumos.

Antes dos anos 70 as atualizações dos produtos eram feitas entre décadas, e

atualmente o mercado exige atualizações cada vez mais rápidas, em alguns casos,

as atualizações devem ser feitas antes mesmo do término do projeto inicial do

produto. Esta situação se deve a atordoante pressão imposta pela exigência do

16

consumidor, onde o “modismo” é um dos principais fatores para este comportamento

do mercado.

“Atualmente, estamos em um período onde, se uma empresa chegar no

mercado com um produto novo, mas com um atraso de seis ou nove meses, ela

corre o risco de perder o mercado inteiro.” (GOLDRATT; FOX, 1992, p. 6)

Por conta disto a necessidade de controle de estoque inicial deve ser muito

bem elaborada, pois alguns componentes podem se tornar defasados em um curto

espaço de tempo, ou seja, antes mesmo de iniciar uma produção em grande escala

este já não é mais atrativo para o mercado. Pode se usar como exemplo uma

indústria automobilística, onde um modelo de airbag instalado num protótipo, por

exemplo, pode se tornar obsoleto antes mesmo de sua apresentação, e caso a

empresa já tenha efetuado compra para suprir o estoque inicial, isto se torna um

desperdício.

Segundo Farias (2005), o planejamento estratégico da cadeia de suprimento

deve atender as demandas do novo milênio, propondo alternativas as deficiências

de infra-estrutura e mantendo o negócio em níveis competitivos de remuneração.

Direcionando este conceito às empresas de serviços, a necessidade de

atualização esta mais nos custos indiretos que propriamente aos diretos, pois os

materiais de auxilio, componentes eletrônicos, de escritório são muito mais

necessários, esses materiais auxiliam principalmente para serviços de atendimento,

telemarketing, escritórios, etc.

Todos nós sabemos da importância do controle de estoques dentro de uma

empresa, quanto mais organizado maior é a redução de custo, portanto é preciso ter

cautela em relação ao tempo de armazenagem quando a empresa precisa manter

uma grande quantidade de produtos ou insumos estocados, isso normalmente

ocorre com o armazenamento inadequado. Para evitar este tipo de problema é

preciso planejar a compra de materiais numa quantidade suficiente em que à

produção consuma respeitando o prazo de validade, lembrando que isso depende

da forma de armazenagem. Nem sempre a armazenagem para segurança é a

melhor solução, uma nova compra pode custar menos que seu armazenamento.

17

[...] Os estoques absorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos potenciais e têm o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa. [...]” (CHING, 2001, p. 32).

1.3 A origem dos custos indiretos.

Os conceitos e a metodologia de controle de estoque aplicam-se também às

empresas não-industriais, pois atividades ocorrem tanto em processos de

manufatura quanto de prestação de serviços, logo é possível utilizá-lo em

instituições de ensino, contribuindo para a diminuição dos custos indiretos, tão

relevantes nessas organizações.

[...] o custo indireto tem uma abrangência muito mais geral, não sendo facilmente associável a um produto específico. [...] Os custos indiretos, em geral reagrupados sob a denominação “despesas gerais”, são alocados ou distribuídos entre os produtos de acordo com o método de distribuição de custos. (MARTEL; VIEIRA, 2008, p. 56)

Em empresas de serviços, mais especificamente as de ensino superior,

utiliza-se materiais de auxilio ao estudo que em sua maioria possui um alto custo de

armazenagem, como por exemplo, reagentes químicos e alimentos para os cursos

de Química, Farmácia, Gastronomia, Hotelaria e Nutrição. Casos como estes são

primordiais para serem estudados, por se tratarem de insumos de alta

perecibilidade, onde o controle de estoque deve ser muito bem elaborado.

[...] observando-se que para muitas empresas ainda existe outra agravante que é a "perecibilidade" e o prazo de validade [...] administrar estoques consiste essencialmente em determinar, como no caso do caixa, qual o nível médio do estoque a ser mantido para que a segurança seja garantida [...] (SANTOS, 2005)

Outro agravante é a compra desordenada do mesmo tipo de material

perecível para vários setores, onde estes setores fazem solicitações de compras

somente para suprir suas próprias necessidades não integrando o processo de

compra. Podemos usar como exemplo a seguinte situação: O setor X, Y e Z,

necessitam do um mesmo produto perecível que denominaremos como W5 e que

possui um prazo de validade de 11 dias, porém cada setor tem um ciclo de consumo

diferenciado conforme demonstrado na tabela a seguir:

18

setor Ciclo (dias)

Qtdd Utilizada p/ ciclo

podidos p/ mês

Qtdd Utilizada p/ mês

X 10 5 3 15

Y 5 4 6 24

Z 8 8 4 30

Total

13 69

Tabela 1.1

Em base neste cenário, conclui-se que no prazo de 10 dias são feitos 3

pedidos de compra do mesmo produto para o setor X. Uma forma de minimizar custo

e dispêndio de mão de obra seria tomar como base um período macro para fazer o

pedido de compra para todos os setores, usando como base o maior ciclo, que neste

caso são de dez dias. Utilizando a regra da proporção, conclui-se que, se em 5 dias

o setor Y utiliza 4 unidades, em 10 dias utilizará 8 unidades, desta forma reduz o

número de pedidos otimizando o processo de compras.

Está analise demonstra o quanto algumas medidas são de extrema

necessidade para empresa, reduzindo custo, aprimorando o sistema compras,

integrando as áreas e consequentemente evitando desperdícios, conforme

demonstra as tabelas comparativas a seguir:

Antigo cenário

setor Ciclo (dias)

Qtdd Utilizada p/ ciclo

podidos p/ mês

Qtdd Utilizada p/ mês

X 10 5 3 15

Y 5 4 6 24

Z 8 8 4 30

Total

13 69

Tabela 1.2

19

Novo cenário

setor Ciclo (dias)

Qtdd Utilizada p/ ciclo

podidos p/ mês

Qtdd Utilizada p/ mês

X 10 5

3

15

Y 10 8 24

Z 10 10 30

Total

3 69

Tabela 1.3

Com essa decisão, não se reduz a quantidade de produto utilizado, mas sim a

quantidade de pedidos de compra no mês, que era de 13 no antigo cenário e passou

a ser de 3 para esse novo cenário, respeitando a necessidade de cada setor e o

prazo de perecibilidade do produto, neste caso além de atender as necessidades de

abastecimento proporciona um melhor aproveitamento do recurso, que se deve ao

fato de se comprar bem.

A necessidade de se comprar cada vez melhor é enfatizada por todos os empresários juntamente com as necessidades de estocar em níveis adequados e de racionalizar o processo [...]. Comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir custo (DIAS, 1993, p. 260.)

A utilização adequada de ferramentas que facilitam o trabalho auxilia na

tomada de decisão e põe em prática o conceito da logística integrada, colocando a

empresa em um posicionamento competitivo, nessas condições, ela obterá mais

lucro.

20

CAPÍTULO II

A gestão de estoque em busca do melhor desempenho.

O estudo do estoque é de grande importância nas empresas, tanto que é um

dos principais alvos por parte dos gestores, pois qualquer problema no setor

acarreta em uma série de outros problemas em todo o sistema. Um dos fatores

dentro do estoque que gera este tipo de problema é o relacionamento entre cliente e

fornecedor, é necessário que haja uma parceria entre eles, buscando uma sinergia

com o intuito achar soluções que possam beneficiar ambos e principalmente o

consumidor final, esta relação está em manter algumas tarefas como dar aviso

prévio de aumento de preço, alteração de componentes, problema com prazo de

entrega, etc.

Enquanto muitos aspectos da informação são cruciais para as operações logísticas, o processamento de pedido é fundamental. A falha em entender precisamente essa importância resultou da incapacidade em entender como a distorção e a dinâmica influenciam as operações logísticas. (BOWERSOX; COOPER; CLOSS, 2002, p. 48)

Ponto de pedido

A gestão de estoque inicial dentro de uma empresa deve ser analisada e

controlada através de cálculos estatísticos periódicos a fim de manter uma

quantidade de insumos adequado, reduzindo custos adquiridos com armazenagem

inadequada por falta de espaço, deterioração e perda de materiais devido a prazo de

validade ou falta de insumos (matéria-prima) gerando possível colapso na linha de

produção. Este cálculo é feito em base no consumo de determinado insumo em um

espaço de tempo pré-definido de acordo com o tipo de atividade, levando em

consideração o tempo de entrega (lead-time) a partir do momento em que é feito o

pedido, chamado de PP - ponto de pedido.

Tomamos como exemplo uma empresa em que se consome 100 unidade da

peça X durante 30 dias, e o tempo de reabastecimento após o “PP” é de 5 dias,

quando o estoque atingir 20 peças chegou o momento de pedir o ressuprimento, o

chamado “PP”. Estes cálculos podem variar de acordo com tipo de produto, aumento

e queda de demanda dependendo da sazonalidade do produto, exemplo: ovos de

páscoa, vestuários, alimentação, etc.

21

O lead-time também pode variar devido a potenciais atrasos de entrega, para

evitar este tipo de problema é feito um estoque de segurança, ou seja, antecipar o

PP de 20 para 25 peças, segundo o exemplo citado no parágrafo anterior.

“o lead time de ressuprimento também pode variar, ocasionando atrasos na

entrega. Para se proteger destes efeitos inesperados, as empresas dimensionam

estoques de segurança [...]” (WANKE, 2005)

Outro fator que se deve trabalhar com cautela é o tempo de ressuprimento,

que pode variar por uma série de conseqüências: atraso de entrega, falta de produto

no mercado, sazonalidade, etc. Para isto o correto e estipular o estoque de

segurança. Segundo Stockton (1972) “Esses estoques são aquelas poucas unidades

a mais, mantidas fisicamente disponíveis em um ponto de estocagem, para prever o

caso em que a demanda excede à expectativa”. Neste caso, podemos adequar este

estoque de acordo com a perecibilidade do produto, o tempo médio de entrega e a

proporção de uso por ciclo. Se o ciclo é de 10 dias e a perecibilidade do produto é

de 11 dias, temos um prazo de 1 dia de sobra, porém o prazo de entrega após o

pedido é de 2 dias, ou seja, o pedido de compra devera ser feito no 8º dia do ciclo

(PP).

Gráfico 2.1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

12º dia – perecibilidade

Prazo de entrega

23

PP

Ressuprimento

22

Este sistema, demonstrado no gráfico 2.1, funciona muito bem caso o prazo

de entrega não falhe. Para se precaver deste potencial problema, muitas empresas

mantêm um estoque de segurança emergencial, ou seja, aumentar a quantidade de

estoque proporcional aos dias de precaução. Neste caso, se usar 2 dias de

precaução a quantidade proporcional será de aproximadamente 5 aumentando o

estoque para 28 unidades. Como utiliza-se 23 unidades em 10 dias, para 28

ultrapassa o prazo de validade, neste caso o melhor a ser feito é antecipar o PP

esporadicamente e realinhar a utilização a partir do item em que estiver mais

próximo do vencimento. Conforme demonstra o gráfico a seguir:

Gráfico 2.2

Gasnier (2004) destaca a proposta de reparametrização dinâmica dos

estoques, acompanhando as necessidades e o perfil das demandas, equilibrando

restrições e as variabilidades das ofertas e das demandas.

Outro fator importante é o relacionamento entre o setor de compras, setor

solicitante e fornecedores, para evitar ao máximo a necessidade de antecipação e

realinhamento de estoque.

A programação de suprimentos com o conceito just-in-time é uma das

maneiras de controle mais eficaz, pois tem como base a readequação de acordo

com a necessidade, ou seja, no lugar certo no momento exato evitando o

desperdício. Segundo Ballou (2004, p. 345) “A programação just-in-time pode ser

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2

12º dia – perecibilidade

Prazo de entrega

23

PP

Ressuprimento

23

definida como uma filosofia de planejamento em que todo canal de suprimentos é

sincronizado para reagir às necessidades das operações dos clientes.”

“A função compras, [...] inicia-se com a identificação e a seleção de

fornecedores habilitados a atender as necessidades referentes a prazo, quantidade

e qualidade” (MARTINS; ALT, 2000, p.133)

Fator humano

Outro ponto que merece a atenção é o termo recursos humanos, onde é de

grande importância que as empresas, antes de implementar um sistema de controle

de estoques, deve agir com cautela em relação à preparação de seus fatores de

produção “O Homem”. A melhoria do sistema é dependente deste fator muito

importante, onde o treinamento cruzado entre o sistema a ser implementado e as

pessoas direta e indiretamente ligadas no desenvolvimento desse mesmo sistema,

faça com que se torne uma ajuda em definir novos programas para incrementar a

participação dos colaboradores em operação e solução de problemas.

“A meta desta atividade é a alocação otimizada dos recursos disponíveis.

Uma empresa tem a sua disposição os seguintes recursos: matéria-prima,

equipamentos e mão-de-obra.” (LUBBEN, 1989, p.48)

A união das inteligências e dos esforços contínuos de cada um, não é mais

uma política de trabalho, mais a única alternativa de encarar o alto desempenho e

preservar a alta qualidade do produto, para que o cliente que é e sempre será a

base do mundo empresarial, tenha total satisfação de adquirir produtos de alta

qualidade. Para que isto aconteça, as empresas devem ter uma visão de que a

qualidade não custa caro, custa muito mais barato, qualidade não e custo, é

necessidade, obter a qualidade é uma responsabilidade de todos. Cabe a cada um

desempenhar-se ao máximo para controlar as fontes de falhas de modo a obter a

garantia e a confiança que as necessidades sejam alcançadas.

Segundo Goldberg (1997, p. 17) “As organizações buscam incorporar a

capacidade de cada um, pela qualidade, fazendo com que busquem cada dia mais a

responsabilidade de produzir produtos bons e competitivos.”

Todo trabalho cujas funções é cumprir e desempenhar algumas tarefas, são

denominados colaboradores, pois consomem a maior parte do seu tempo nas

determinadas funções, seja na produção ou administrativa. Cabe a empresa dar

24

toda assistência possível a fim de aumentar a sua capacidade pessoal, dando

oportunidade de expandir seus conhecimentos, fornecendo cursos e palestras e

reconhecimento, como gratificação, partipação de lucro ou até mesmo um simples

agradecimento pode ser estimulante, a fim de elevar a auto-estima, fazendo com

que se sinta bem e a vontade, para opinar e criar.

Para preparar bem uma equipe aumentando a qualidade é necessário manter

um constante desenvolvimento e preparo, para que esta continue exercendo bem o

seu papel. Para Andrade (1998)

As pessoas devem receber capacitação inicial quando entram na empresa, para conhecer sua realidade, organização e política, devendo participar ainda de um programa de capacitação e treinamento para aprimorar seu nível de conhecimento e habilidade.

A aproximação das pessoas na elaboração de programas que visam controlar

o estoque, ajuda na tomada de decisão, pois tem o caráter conhecer de forma mais

precisa a necessidade de cada departamento que esta diretamente ligada ao cliente

final. Esta área de atuação sempre esta muito distante do setor competente e da alta

administração.

Serve como referencia como colaboradores, reforçando os valores da empresa, encorajando e conduzindo a atuação das pessoas, exercendo uma definição de objetivos, estratégias, pelo desenvolvimento pessoal, comunicação, buscando uma forma de executar melhor o trabalho, com plena qualidade. (MAURO, 1997, p.164)

Para garantir a sua sobrevivência as organizações devem ter como principio,

a missão de satisfazer as necessidades do ser humano, tanto do colaborador quanto

do consumidor.

A junção da Logística Integrada com a capacidade humana é fator

determinante na busca de melhores resultados, pois até mesmo a criação de ERP é

voltada a satisfação das necessidades humanas, desde a melhoria de ambiente de

trabalho até a satisfação do consumidor. Estas necessidades estão a cada dia mais

sedentas de rapidez, atualizações, exigibilidade e qualidade, em suma, o

colaborador satisfeito rende mais, evitando o retrabalho, desperdício, reduzindo

custo, dando a empresa maior condição necessidades do consumidor.

25

Logística e Compras

Nas ultimas décadas, o sistema de cadeia de suprimentos tem sofrido

mudanças, partido do principio de que a estratégia deve ser mais consciente,

visando menor custo e mais qualidade.

Dentro da Logística Integrada existe um departamento determinante para o

bom andamento da empresa, o setor de compras. Compra pode ser conceituada

como a atividade de procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade

especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a

manutenção ou a ampliação da empresa.

Considerando alguns princípios fundamentais e outros complementares a

estrutura funcional do Setor de Compras de uma empresa seria esta:

Figura: Organograma do Setor de Compras (VIANA, 2006)

a) Cadastro de fornecedores

Responsável pela qualificação, avaliação e desempenho de fornecedores de

materiais e serviços.

b) Processamento

Responsável pelo recebimento dos documentos referentes aos pedidos de

compra e montagem dos respectivos processos.

26

c) Compras Locais

É responsável pelas atividades de compras locais, ou seja, compras

efetuadas no Brasil.

d) Compras por Importação

É responsável pelas atividades de compras efetuadas em outros países.

Dependendo da empresa, este órgão pode ou não estar estruturado.

e) Diligenciamento (follow-up)

Visa garantir o cumprimento das cláusulas contratuais, em especial quanto

aos prazos de entrega, acompanhando, documentando e fiscalizando as

encomendas pendentes observadas os interesses da empresa, conforme demonstra

a figura abaixo:

Figura : Acompanhamento de compras (VIANA, 2006)

O treinamento cruzado deve levar em consideração a aproximação também

destes profissionais, que devem ter como diferencial a visão de negócio, o foco no

cliente, o conhecimento em marketing, os conhecimentos específicos em compras,

movimentação, armazenamento, embalagem, transporte, o conhecimento em

tecnologia e gestão de custos. Cabe a empresa escolher profissionais e prepará-los

dentro destas características para que tenham, além desses atributos, atenção para

27

novidades no mercado, conhecimentos técnicos e que façam boas parcerias, estas

são algumas das características que contribuem para reduzir custos e garantir

melhor produtividade. Desta forma a área de compras não possui somente o papel

de suporte, mas deve ser relacionada como estratégia.

[...] a responsabilidade da função de compras se transformou, fazendo com que ela deixasse seu papel usualmente tático para assumir outro significativamente estratégico, auxiliando na redução de custo e no aumento da qualidade, da flexibilidade e da capacidade inovadora dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas. (ARKADER et al., 2004, p. 155)

Quando a Administração Geral da empresa produz artifícios de apoio para o

aperfeiçoamento de seus profissionais, o resultado positivo é natural, pois através

disso as mudanças culturais são fatores determinantes para a eficiência. O Setor de

Compras deve ter visão holística, pois não cabe apenas ter bom relacionamento e

parceria com os fornecedores, mas sim manter esta parceria com foco nas

necessidades dos clientes internos.

Os profissionais modernos de compras centram-se no Custo Total de Propriedade dos recursos adquiridos, não apenas não apenas no preço de compra desses insumos. Isso exige que considerem cuidadosamente as trocas compensatórias entre preços de compra, serviços de fornecedores e sua capacidade logística, qualidade de materiais e o modo como os materiais afetam os custos no ciclo de vida dos produtos aos quais serão incorporados. (BOWERSOX; COOPER; CLOSS, 2002, p. 142)

O setor de compras é um dos setores mais importantes da empresa quando

se trata de obtenção de lucro, lembrando que a boa compra corresponde em cerca

de 60% com preço de venda do produto, seja custo direto ou indireto. Um Setor de

Compras bem regrado, com uma visão sistêmica, e que trabalha de acordo com a

necessidade da empresa, é forte influencia no processo de alavancagem. Na

empresa em estudo, a questão é mais relacionada aos custos indiretos, pois é

material de auxilio para a prestação de serviço, como estudado no capítulo anterior.

[...] reduções de custos relativamente baixas conquistadas no processo de aquisição de materiais podem ter um impacto bem maior sobre os lucros do que aperfeiçoamentos semelhantes em outras áreas de custos e vendas da organização. A isso se dá o nome de principio da alavancagem. (BALLOU, 2004, p. 357).

28

CAPÍTULO III

Ao efetuar a pesquisa foi usado como critério a escolha de 20 colaboradores

da empresa que tenham ligação direta com administração de estoque de variados

setores, que tende a possibilitar uma visão geral e ao mesmo tempo individual de

tais setores. Foi direcionado a setores que solicitam e efetuam compras, tais como:

laboratórios hotelaria, nutrição, farmácia, química; setores de suprimentos,

engenharia, operacional, etc.

Gráfico 3.1

O gráfico demonstra que todos os setores possuem controle de estoque, e em

sua grande maioria já é informatizado. Nos dados apurados nesta questão, 40% dos

entrevistados fazem o controle de estoque de forma visual, este método por sua vez

aumenta de forma significativa a vulnerabilidade do setor, possibilitando perdas por

falta de controle. Isto traz várias desvantagens, tais como: a falta de produto que se

achava existente no estoque, perdas na aquisição e no armazenamento (muitas

vezes feito incorretamente e sem controle do prazo de validade dos produtos) o que

faz aumentar o custo final para a empresa.

40%

60%

1) Qual a principal forma de controle de estoque realizado?

Controle Manual/Visual Controle Informatizado

29

Gráfico 3.2

Nota-se que conforme demonstra o gráfico, metade dos setores da empresa

estoca produtos perecíveis. Dos entrevistados que afirmaram possuir controle

manual/visual, 50% destes afirmam também estocar produtos perecíveis, ou seja,

cerca de 44% destes controlam de amaneira rudimentar o estoque de produtos

perecíveis.

Em base nestes dados, a empresa em questão, mantém alto nível de risco

com desperdício por potenciais falhas de controle de estoque de produtos

perecíveis. Esta conclusão se dá pelo risco com perdas e por falha no tempo de

pedido, conforme demonstrado no gráfico 2.2.

50%50%

2) Existe produtos perecíveis em seu estoque?

Sim Não

30

Gráfico 3.3

Em reforço aos dados analisados até então, percebe-se que o prazo de

validade destes produtos é em sua grande maioria superior a 3 meses, Isto não

significa que deve-se descartar os outros produtos por serem minoria, mesmo

porque não sabemos o quanto representam no custo da empresa, além de que

estes são divididos em três prazos diferentes, tornando mais complexo o controle a

ser feito. Nas tabelas 1.2 e 1.3 é exemplificada esta complexidade.

10%10%

10%

70%

3) Qual o prazo médio de validade destes produtos?

até 10 dias de 11 a 30 dias

de 1 a 3 meses mais de 3 meses

31

Gráfico 3.4

Este fato demonstrado no gráfico 3.4, também é bem exemplificado nas

tabelas 1.2 e 1.3, nas quais demonstram a necessidade de implantação de controle

de estoque muito bem elaborado.

Como na empresa em questão existe uma variedade muito grande no número

de solicitação de compras por setores, e sabe-se que o mesmo produto é solicitado

por setores diferentes, o sistema existente, ou que será implantado, deverá causar

de forma natural uma simbiose entre os setores, possibilitando reduzir o pedido de

compras no setor de suprimentos do mesmo produto, a fim de atender todos os

setores.

35%

15%10%

40%

4) Qual a quantidade de pedidos de compras mensal?

até 10 pedidos de 11 a 20 pedidosde 21 a 30 pedidos mais de 30 pedidos

32

Gráfico 3.5

Conforme a simbiose dita anteriormente (metáfora utilizada para explanar a

sinergia dos setores da empresa), este gráfico enriquece ainda mais a justificativa de

implementação ou atualização de um sistema de controle de estoque complexo, pois

40% dos entrevistados afirmam solicitar compras para mais de dez setores, outros

40% para até 3 setores e 20% solicitam para 4 até 10 setores. Isto significa que a

variedade de produtos, setores e ciclo do estoque é muito grande.

40%

20%

40%

5) Quantos setores solicitam compras?

até 3 setores de 4 a 10 setores mais de 10 setores

33

Gráfico 3.6

No gráfico 3.6 demonstra quais os critérios em que os entrevistados utilizam

para escolher seus fornecedores, podemos perceber que 45% escolhem pelo menor

preço, 30% pela qualidade e preço e os outros 25% se dividem entre confiança,

somente qualidade e prazo de entrega. Mediante estes dados, e perceptível que no

processo de cotação, não se avalia o histórico dos fornecedores, não há

preocupação com a formação de parceria, lembrando que confiança e parceria reduz

custo, auxilia no controle, que no médio e longo prazo propicia um retorno financeiro

bastante atrativo.

45%

30%

10%

10%5%

6) Qual o principal critério para escolha de fornecedor?

Preço Preço e qualidadePreço e confiança Qualidade do produtoPrazo de entrega Confiança

34

Gráfico 3.7

Este gráfico demonstra a distribuição por análise de necessidade de

informatização colhida nos setores, onde mostra que na maioria dos casos

coletados, onde 60% dos entrevistados dizem já existir um sistema informatizado,

25% entendem que há a necessidade de informatização futura e também com 25%

crêem que há a necessidade imediata. Com base nisso, percebe-se a necessidade

de informatização não só por parte de atualização tecnológica, mas as pessoas

acreditam que facilitará o processo de trabalho.

50%

25%

25%

7) De que forma o Sr(a) analisa a necessidade de informatização a curto e a longo prazo?

Já é informatizado Vê a necessidade imediataVê necessidade futura

35

Gráfico 3.8

O gráfico 3.8 demonstra que dos setores que possuem controle de estoque

informatizado, 90% deles não foram desenvolvidos pela própria empresa contra 10%

desenvolvido pelos próprios usuários, lembrando que estes são elaborados em

softwares como Access e Excel, que não são seguros por serem limitados, e

funcionam somente como ferramenta de auxilio.

Com base nisto, vale ressaltar a necessidade de implantação de sistema de

cadeia de suprimento, pois proporcionam maior segurança à empresa.

10%90%

8) Se já for informatizado, o sistema foi desenvolvido pela própria empresa?

Sim Não

36

Gráfico 3.9

O gráfico acima demonstra a distribuição por barreiras encontradas para não

informatização da empresa em seus setores e a porcentagem das mesmas. A

maioria dos entrevistados acredita, que a maior barreira para a não implantação de

um sistema informatizado na empresa é a dificuldade de manuseio e entendimento

do sistema com 70%, e apenas 30% dos casos consideram como o principal

impedimento para não informatização de seu controle de estoque a dificuldade

financeira.

70%

30%

9) Qual a principal barreira encontrada por sua empresa para a não informatização?

Dificuldade de entendimento e/ou manuseio de um sistema informatizado.Financeira

37

Gráfico 3.10

O gráfico 3.10 demonstra que 60% dos entrevistados acreditam que com a

implantação de um sistema de controle de estoque, o processo de compra

melhoraria, e 40% dos casos acreditam que a implantação melhoraria o processo de

controle de estocagem, e nenhum deles acreditam que melhoraria e evitaria perdas.

Tendo em vista o gráfico acima, nota-se que as opiniões das pessoas são

argumentos suficientes para que a empresa reavalie seu processo, conforme

assunto tratado no capítulo II, subtítulo 2.3.

60%

40%

10) Como o Sr(a) analisaria a mudança em sua empresa com a implantação de um sistema

informatizado?

Melhoraria o processo de aquisição/ compra de mercadoriaMelhoraria e evitaria perdas (prazo de validade)Melhoraria o processo do controle de estocagem

38

REFERÊNCIAS

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BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo:

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DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de materiais: uma abordagem

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FLEURY, Paulo F.; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber F. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2000. 372p.

GASNIER, Eduardo. Gestão de estoques otimiza logística do setor atacadista. Log & Mam, São Paulo, SP, n. 161, p. 36-37, mar. 2004.

GIL, Antonio de Loureiro. Sistemas de informações contábil / financeiros. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1995. 203p.

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GOLDRATT, Eliyahu M.; FOX, Robert E. A corrida pela vantagem competitiva. São Paulo: IMAM, 1992.

LUBBEN, Richard T. Just-In-Time: uma estratégia avançada de produção. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1989

MARTEL, Alain. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo: Saraiva, 2008. 236 p.

39

MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000. 353 p.

MAURO, Luciano Raízes. Qualidade simples e total. Rio de janeiro: Quality Mark,

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VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. 5. tiragem, 2002 ; 6. reimpr., 2006 São Paulo: Atlas, 2000. 448 p

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<http://www.cel.coppead.ufrj.br/fs-busca.htm?fr-gest-estoques.htm>. Acesso em 28 abr. 2005.

40

ANEXO

Questionário

Pesquisa sobre controle de estoques

Cargo/Função:__________________________________________________

Data da realização da pesquisa:____/____/________

1) Qual a principal forma de controle de estoque realizado?

( ) Controle Manual/Visual

( ) Controle Informatizado

( ) Outro

( ) Nenhum

2) Existe produtos perecíveis em seu estoque?

( ) Sim

( ) Não

3) Qual o prazo médio de validade destes produtos?

( ) até 10 dias

( ) de 11 a 30 dias

( ) de 1 a 3 meses

( ) mais de 3 meses

4) Qual a quantidade de pedidos de compras mensal?

( ) até 10 pedidos

( ) de 11 a 20 pedidos

( ) de 21 a 30 pedidos

( ) mais de 30 pedidos

41

5) Quantos setores solicitam compras?

( ) até 3 setores

( ) de 4 a 10 setores

( ) mais de 10 setores

6) Qual o principal critério para escolha de fornecedor?

( ) Preço

( ) Qualidade do produto

( ) Prazo de entrega

( ) Confiança

( ) Outro. Qual?_________________________________________________

7) De que forma o Sr(a) analisa a necessidade de informatização a curto e

a longo prazo?

( ) Já é informatizado

( ) Vê a necessidade imediata

( ) Vê necessidade futura

( ) Não vê necessidade futura e/ou imediata

( ) Outro

8) Se já for informatizado, o sistema foi desenvolvido pela própria

empresa?

( ) Sim.

( ) Não

42

9) Qual a principal barreira encontrada por sua empresa para a não

informatização?

( ) Dificuldade de entendimento e/ou manuseio de um sistema informatizado.

( ) Financeira

( ) Outro. Qual?_________________________________________________

10) Como o Sr(a) analisaria a mudança em sua empresa com a

implantação de um sistema informatizado?

( ) Melhoraria o processo de aquisição/ compra de mercadoria

( ) Melhoraria e evitaria perdas (prazo de validade)

( ) Melhoraria o processo do controle de estocagem

( ) Não melhoraria

( ) Outro. Qual?_________________________________________________