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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Page 1: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Controle de Constitucionalidade - Princípio da Supremacia da Constituição; - Controle de Constitucionalidade: mecanismos

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Controle de Constitucionalidade - Princípio da Supremacia da Constituição;

- Controle de Constitucionalidade: mecanismos previstos na própria CF com o objetivo de garantir a adequação das leis infraconstitucionais e dos atos normativos a seus mandamentos fundamentais;

-Formas de Inconstitucionalidade:

• Vícios formais: referentes a forma da lei ou do ato normativo, ocorrendo no processo de elaboração desses atos. Subdividem-se em subjetivos (ex. art. 61,§ 1º CF) e objetivos (ex. 84, IV CF);

• Vícios materiais: referentes ao conteúdo da lei em relação aos

preceitos constitucionais.

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- A inconstitucionalidade pode ocorrer:• por ação: lei ou ato normativo produzido em desconformidade com a CF;• por omissão: normas de eficácia limitada que não foram devidamente regulamentadas;

- Espécies de Controle de Constitucionalidade:

• quanto ao momento:- preventivo: ocorre antes do projeto de lei virar lei, momento em que é possível evitar a inserção dessa norma ilegítima no ordenamento jurídico;- repressivo: busca a exclusão da norma inconstitucional do ordenamento jurídico.

Controle de Constitucionalidade

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Controle de Constitucionalidade Preventivo:

- durante o processo legislativo de formação da lei, compreendendo desde sua iniciativa até a publicação da lei no Diário Oficial;

- pode ser efetuado pelos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário;

- pelo Poder Executivo:a)Sanção;b)Veto: por inconstitucionalidade ou por incompatibilidade com o interesse público;

Controle de Constitucionalidade

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- Pelo Poder Legislativo:

a) Câmara do Deputados – Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (art. 32, III, Regimento Interno);

b) Senado – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (art. 101 do Regimento Interno);

c) Votações legislativas e reuniões plenárias;

Obs.: Possibilidade de emenda proposta pelas Comissões, segundo o regimento interno de cada casa.

Controle de Constitucionalidade

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- pelo Poder Judiciário: por meio de Mandado de Segurança de Parlamentar, incidindo sobre o seu direito de participar de um processo legislativo livre de vícios;

• posição do STF: controle de constitucionalidade restrito à análise das questões estritamente constitucionais.

Controle de Constitucionalidade

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Controle de Constitucionalidade

Controle de Constitucionalidade Repressivo

- Via de Regra: pelo Poder Judiciário quando a lei apresentar um vício em seu processo legislativo que não foi sanado anteriormente ou quando houver um vício material;

- Exceções: realizado pelo Poder Legislativo, expressamente previstas na Constituição Federal:

a)Art. 49, V, CF: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”;b) Art. 62, CF: “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”

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Controle de Constitucionalidade

- O Controle de Constitucionalidade Repressivo pode ser:

a)Político: aquele exercido por órgão alheio aos três poderes, objetivando zelar pela supremacia da Lei Maior do Estado;

b)Judicial: aquele exercido pelo Poder Judiciário, podendo ser difuso, concentrado ou misto.-Controle difuso: quando a competência é atribuída a qualquer juiz ou tribunal;-Controle concentrado: quando a competência é atribuída a apenas um órgão;-Controle misto: permite a utilização de ambos os controles.

c) Misto: a competência para julgar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo é tanto do Poder Judiciário quanto de um órgão distinto dos três poderes, dependendo do caso.

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Controle de ConstitucionalidadeControle Difuso:

- Controle exercido por qualquer juízo ou tribunal ao qual o conflito entre lei e constituição for submetido, respeitando-se as regras de competência do direito processual civil;

- A competência no controle difuso está em julgar a demanda tendo a inconstitucionalidade como causa de pedir, e não em declarar a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei. Ou seja, trata-se de uma ação cujo pedido se funda na inconstitucionalidade de uma lei;

- Exemplo: julgamento do Habeas Corpus nº 88240/SP, publicado em 24/10/2008:

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DIREITO PROCESSUAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA. ALTERAÇÃO DE ORIENTAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STF. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. A matéria em julgamento neste habeas corpus envolve a temática da (in)admissibilidade da prisão civil do depositário infiel no ordenamento jurídico brasileiro no período posterior ao ingresso do Pacto de São José da Costa Rica no direito nacional. 3. Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°, 7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses diplomas internacionais sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação. 4. Na atualidade a única hipótese de prisão civil, no Direito brasileiro, é a do devedor de alimentos. O art. 5°, §2°, da C arta Magna, expressamente estabeleceu que os direitos e garantias expressos no caput do mesmo dispositivo não excluem outros decorrentes do regime dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. O Pacto de São José da Costa Rica, entendido como um tratado internacional em matéria de direitos humanos, expressamente, só admite, no seu bojo, a possibilidade de prisão civil do devedor de alimentos e, conseqüentemente, não admite mais a possibilidade de prisão civil do depositário infiel. 5. Habeas corpus concedido.

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Controle de Constitucionalidade

- Finalidade: declaração incidental da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo com o objetivo de afastar sua incidência em um caso concreto;

- Cláusula de Reserva de Plenário (art. 97,CF): “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgãos especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”.

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Controle de Constitucionalidade

Efeitos das Decisões no controle de constitucionalidade difuso:

-Sentença declaratória;

-Efeito vinculante apenas entre as partes envolvidas no processo judicial (interpartes);

-Efeito retroativo (ex tunc): a decisão judicial desconstitui a relação jurídica fundada em lei inconstitucional desde o primeiro ato que a ensejou;

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Controle de Constitucionalidade

Efeitos das Decisões no controle de constitucionalidade difuso:

-Art. 52, X, CF: “Compete privativamente ao Senado Federal: (...) suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”. Duas situações se vislumbram:

1.Senado Federal não suspende a executoriedade da lei, podendo outro juízo aplicá-la se entender ser esta constitucional, portanto, os efeitos da sentença são interpartes; 2.Senado Federal suspende a executoriedade da lei cuja inconstitucionalidade foi causa de pedir em ação judicial: a decisão passa a ser erga omnes, descontituindo-se as relações jurídicas ocorridas após a suspensão da executoriedade da lei.

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Controle de Constitucionalidade

Controle de Constitucionalidade Concentrado

-Exercido exclusivamente por um órgão jurisdicional: Supremo Tribunal Federal;

- Resulta na invalidação da lei;

- Meios processuais:a)Ação Direta de Inconstitucionalidade – Adin genérica (art. 102, I, “a” e § 2º, art. 103 e 97 da CF; Lei nº 9.868/99): - visa a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo impugnado;

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Controle de Constitucionalidade - Legitimidade ativa (Art. 103, CF):

• Presidente da República;• Mesa do Senado Federal;• Mesa da Câmara dos Deputados;• Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;• Governador de Estado ou do Distrito Federal;• Procurador-Geral da República;• Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;• Partido político com representação no Congresso Nacional;• Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

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Controle de Constitucionalidade- Há a possibilidade de medida cautelar na Adin genérica, por decisão da maioria absoluta dos membros, com efeito, em regra, ex nunc, ficando aplicável a legislação anterior, caso exista, salvo expressa manifestação em sentido contrário;

- Do ato impugnado cabe defesa pelo Advogado-Geral da União;

- Efeitos da decisão: • atinge toda a sociedade e o Estado (efeito erga omnes);• tem efeito vinculante;• ex tunc (modulação dos efeitos da decisão – declarada a inconstitucionalidade os efeitos poderão ser ex nunc ou fixada em outro momento por decisão de 2/3 dos membros, por razão de segurança jurídica ou excepcional interesse social);

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Controle de Constitucionalidadeb) Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (art. 103, § 2º, da CF):

- Utilizado quando os mandamentos da lei não são executados pelo legislador e/ou administrador que deveriam fazê-lo;

- Possui a mesma legitimação ativa da Adin genérica;

- Não cabe proposição de medida cautelar, tendo em vista a inexistência da norma;

- Não cabe defesa do Advogado-Geral da União;

- Segue o mesmo procedimento da Adin genérica;

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Controle de Constitucionalidade

- Efeitos da decisão:

• Sentença declaratória e mandamental (§ 2º, art. 103, CF);

• Os efeitos estão contidos na determinação dirigida ao Poder Público para que elabore a norma constitucional para suprir a omissão verificada;

• Ex tunc (efeitos retroativos);

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Controle de Constitucionalidade

c) Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (art. 34, VII; 36, III; 129, IV c/c arts. 1º, 18 e 60, § 4º da CF):

- Objetiva realizar intervenção federal em algum Estado ou Distrito Federal cujo governo esteja se recusando a executar determinada lei federal ou quando se negar a atender ordem ou decisão judicial;

- Legitimidade Ativa: Procurador-Geral da República;

- Não cabe pedido de medida cautelar, tendo em vista se tratar de controle direto para fins concretos;

- Efeitos da decisão: • sentença declaratória e condenatória;• erga omnes;

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Controle de Constitucionalidaded) Ação Declaratória de Constitucionalidade – Adecon (Art. 102, I, “a” e § 2º, 103 da CF; Lei nº 9.868/99):

- Objetiva o reconhecimento da adequação de uma lei ou ato normativo aos preceitos da Constituição Federal;

- Requisito essencial: demonstração de controvérsia jurídica;

- Legitimidade Ativa: mesma da Adin (art. 103);

- Cabe medida cautelar: votação por maioria absoluta dos membros, suspende as ações em curso;

- Não cabe defesa pelo Advogado-Geral da União;

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Controle de Constitucionalidade- Efeitos da decisão:

• erga omnes e vinculante;

• ex tunc (cabendo a modulação dos efeitos da decisão);

e) Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF (art. 102, § 1º da CF; Lei nº 9.882/99):

- Hipóteses de cabimento:• para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (ação autônoma). Deve se demonstrar o nexo de causalidade entre a lesão ao preceito fundamental e o ato do Poder Público;• quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição (ação por equiparação);

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Controle de Constitucionalidade

- Legitimidade Ativa: mesma da Adin e Adecon (art. 103 da CF);

- Cabe pedido de medida cautelar, com decisão por maioria absoluta dos membros;

- Não cabe defesa pelo Advogado-Geral da União;

- Efeitos da decisão:

• erga omnes e vinculante;

• ex tunc (cabe a modulação dos efeitos da decisão);

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Controle de Constitucionalidade

Controle de Constitucionalidade Estadual

- Art. 125, § 2º, CF: “Cabe aos Estados a instituição e representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão”;

- Órgão competente: Tribunal de Justiça do Estado;

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Controle de Constitucionalidade

Observações Importantes:

- O STF, ao julgar a Adin genérica e a Adecon, poderá realizar a interpretação conforme a Constituição ou proferir a Declaração Parcial de Inconstitucionalidade sem redução de texto;

- Lei nº 9.868/99:• Não se admite desistência da ação;• Não cabe intervenção de terceiros, mas podem participar interessados com amicus curiae;• A decisão é irrecorrível, salvo a interposição de embargos declaratórios, não podendo ser objeto de ação rescisória;

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OBRIGADA

Dra. Lisiane G. M. de [email protected]

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Organização dos Poderes no Estado Brasileiro

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- Teoria de Montesquieu: tripartição dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em um sistema de freios e contrapesos;

- Separação de Poderes: independentes e harmônicos entre si;

- Regra: indelegabilidade de funções; - Exceção na própria constituição;

- Organização político-administrativa do Estado Brasileiro: a) União; b) Estados; c) Distrito Federal; d) Municípios

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- União:

a)entidade que compõe a República Federativa do Brasil e constitui-se pela reunião dos Estados-membros, DF e Municípios;b)Pessoa jurídica de direito interno, possuindo autonomia;c)Exerce as prerrogativas constitucionais quanto à soberania do Estado Brasileiro;

- Estados-membros:

a) Pessoas jurídicas de direito interno, possuindo autonomia (capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e auto-administração)

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- Municípios: a) entidades estatais autônomas, integrantes da Federação brasileira;b) Organização, governo próprio e competências exclusivas;

- Outros dois componentes do Estado Brasileiro:

- Brasília: a) sede do Governo Federal (cidade-centro, pólo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para o destino do país); b) não é considerada uma cidade, mas está integrada à cidadania mediante a autonomia do Distrito Federal; c) função: servir de Capital da República Federativa do Brasil e sede do governo do Distrito Federal.

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- Territórios:

a) natureza de mera autarquia, já que representam a descentralização administrativo-territorial da União.

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Sistema de Competências das Unidades Federativas

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-São privativos, mas não exclusivos (delegação de competências e competências comuns);

- Competências da União: competência material (arts. 21, 22, 23, 24, 34, 35, 136, 137, 146, 163, 165, 172 a 174, 184 a 186, 187, 194, 197, 198, 200, 201, 203, 214 da CF):

• nas áreas: internacional, política, administrativa, de prestação de serviços, urbanísticas, econômica, social e financeira;

• Art. 21 da CF (apenas as competências relativas ao direito internacional):

a) manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; b) declarar guerra e celebrar a paz; c) assegurar a defesa nacional; d) permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; e) decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; f) autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; g) conceder anistia; h) executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

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- Podem se manifestar de duas formas:

a) Exclusiva (art. 21, CF): quando somente a União poderá editar e executar atos que cuidem matérias expressas na Constituição Federal. Ex.: manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

b) Comum (art. 23, CF): quando Estados e Municípios também puderem editar e executar sobre as mesmas matérias, por autorização constitucionais. Ex.: hipótese de preservação das florestas, da fauna e da flora;

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- Competências da União: competência legislativa (arts. 22, 24, 25 e 30 da CF):

• especifica quais as matérias podem ser objeto de das leis editadas pela União;

• Art. 22 da CF (competência privativa):

a) requisições civis e militares, em caso iminente de perigo e em tempo de guerra; b) comércio exterior; c) nacionalidade, cidadania e naturalização; d) emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; e) atividades nucleares de qualquer natureza; f) defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

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- Pode ser classificada como:

a)Privativa (art. 22, CF): competência para legislar apenas da União;

b)Concorrente (art. 24, de I a XVI, CF): a competência da União limita-se a editar normas gerais. Algumas das competências concorrentes com os Estados e Distrito Federal: direito tributário, financeiro e econômico; orçamento; juntas comerciais; proteção do meio ambiente; proteção e defesa da saúde, entre outras;

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Competências dos Estados:

-Art. 25, § 1º, CF: são reservadas aos Eei estadual (stados as competências que não lhe sejam vedadas pela Constituição (poderes remanescentes);

- Competências vedadas aos Estados de forma explícita: arts. 19; 34, V; 37, XIII, XVI e XVII; 150 e 152; 167, CF);

- Competências vedadas aos Estados de forma implícita: competências direcionadas à União e aos Municípios (arts. 20, 21 e 22, CF e arts. 29 e 30, CF);

- Competências exclusivas dos Estados-membros: a)criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, mediante lei estadual (art. 18, § 4º, CF);b)Exploração diretamente, ou por meio de concessão, dos serviços locais de gás canalizado, na forma da lei (art. 25, § 2º, CF);

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c) Faculdade de instituir, por lei complementar estadual, regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamento, para integrar a organização, o planejamento e a execução dos atos públicos e do interesse comum (art. 25, § 3º, CF);

- Competências comuns e concorrentes dos Estados-membros aos outros entes federativos (art. 23, CF): zelar pela guarda da constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; cuidar da saúde e assistência pública; entre outros;

-Competências materiais dos Estados: âmbito econômico, social, administrativo, financeiro e tributário;

- Competências legislativas dos Estados: restrita ao âmbito administrativo e econômico

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Competência dos Municípios:

-Matérias especificadas no art. 30 da CF: legislar sobre assuntos de interesse local; suplementar a legislação federal e estadual, no que couber; criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; entre outras;

- Competências exclusivas dos Municípios: a) administrativa, no sentido de organizar sua administração; b) financeira, ordenando suas finanças (elaboração de leis de diretrizes orçamentárias, lei orçamentária anual e lei do plano plurianual); c) tributária, para instituir os tributos previstos nos arts. 145 e 156, CF.

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Competência do Distrito Federal:

- Unidade federada, pois goza de relativa autonomia, possuindo capacidade de auto-organização, auto-governo, autolegislação e autoadministração;

-Possui competências legislativas e tributárias próprias dos Estados e Municípios (art. 32, § 1º e art. 147, da CF);- Não possui competência para organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Polícia civil e militar e o corpo de bombeiros (exercidas por Estados e Municípios);

- Auto-organização: por meio de lei orgânica (art. 32, CF) – Câmara Legislativa;

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- Auto-governo (art. 77 da CF): eleição do Governador e Vice-Governador e dos Deputados distritais;

- O Distrito Federal possui competência em relação às matérias remanescentes aos Estados (art. 25, § 2º da CF). Ex.: exploração direta, ou por empresas distritais, no caso de concessão, dos serviços locais de gás canalizados;

- Também abrange as matérias de competência municipal (art. 30, CF): como a instituição de tributos referidos nos arts. 157 e 159 da CF.

- Organização do Poder Judiciário: competência da União.

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Questões:

1)Acerca do controle de constitucionalidade concentrado, julgue os itens a seguir.

I - A administração pública indireta, assim como a direta, nas esferas federal, estadual e

municipal, fica vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF nas ações

diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade;

II - Em razão do princípio da subsidiariedade, a ação direta de inconstitucionalidade por

omissão somente será cabível se ficar provada a inexistência de qualquer meio eficaz

para afastar a lesão no âmbito judicial;

III - É possível controle de constitucionalidade do direito estadual e do direito municipal

no processo de argüição de descumprimento de preceito fundamental;

IV - São legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade interventiva os

mesmos que têm legitimação para propor ação direta de inconstitucionalidade genérica.

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Estão certos apenas os itens:

A) I e II;B) I e III;C) II e IV;D) III e IV.

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2 - Recentemente, um grupo de deputados apresentou projeto de lei que tornava

exclusivo de brasileiros natos os cargos de senador da República. Frente a essa

situação, o presidente da República ingressou no STF com ADIn, postulando declaração

da inconstitucionalidade do referido projeto. Nessa situação,

a) a ação não deve ser conhecida, pois projetos de lei não são submetidos a controle

abstrato de constitucionalidade.

b) a ação não deve ser conhecida em virtude de ilegitimidade ativa, dado que apenas

membros do Congresso Nacional podem propor ADIn contra proposição legislativa.

c) embora não seja cabível ADIn, o princípio da fungibilidade das ações constitucionais

determina que a referida ação deva ser recebida, processada e julgada como argüição

de descumprimento de preceito fundamental.

d) a ação deve ser conhecida, mas o pedido deve ser improvido, dada a

constitucionalidade material da referida norma.

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3 - Se o Congresso Nacional aprovasse lei federal determinando que o voto

passaria a ser facultativo para todos os eleitores brasileiros, esse dispositivo

seria

a) constitucional.

b) inconstitucional, por tratar-se de matéria exclusiva de lei complementar.

c) inconstitucional, por violar cláusula pétrea.

d) inconstitucional, pois essa modificação no direito brasileiro demandaria a

edição de emenda à Constituição da República.