apostila controle de constitucionalidade ii
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COORDENAÇÃO GERAL PROF.
Disciplina: Direito Constitucional
Assunto: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PARTE 2
Coordenação do material: Prof. Antonio Pimentel – Elaborado pelo Prof. Luis Eduardo de Jesus
4.2 - Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN genérica.
Para remirmos nosso tempo em razão da grande quantidade de matérias que
temos para estudar, nesse ponto passaremos a estudar a ação direta de
inconstitucionalidade genérica, ou seja, faremos quase que um estudo da teoria geral da
ação direta de inconstitucionalidade, onde nas demais espécies de ações do controle
concentrado (ação direta de inconstitucionalidade por omissão e interventiva, ação
direta de constitucionalidade e ação de descumprimento de preceito fundamental)
analisaremos só os detalhes e pontos divergentes da regra geral.
4.2.1 - Introdução.
No controle concentrado a questão constitucional é argüida como pedido
principal e não como causa de pedir como é feito no controle difuso. No controle por
meio de ação direta de inconstitucionalidade (bem como em todas as ações do controle
concentrado) o processo é objetivo1 (natureza do processo – a regra é que os processos
sejam subjetivos).
4.2.2 - Base normativa.
Sempre quando vamos estudar a ação direta de inconstitucionalidade genérica
(regra) temos de ler o art. 102, inciso I alínea “a”, parte inicial da Constituição Federal e
a lei 9.868/99.
1 No processo objetivo nunca há lide, já que não há caso concreto. Além disso, no processo objetivo não há partes (só
o pólo ativo), contraditório e o efeito da decisão é erga omnes.
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4.2.3 - Legitimação Ativa
Este tema está prevista no art. 103 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei
9.868/99. Sobre essa situação, cabe o estudo de alguns assuntos que costumam ser
objeto de questionamento em provas e exames de concurso público.
a) Legitimidade universal e especifica (ou especial).
Os legitimados universais são aqueles que não precisão provar pertinência
temática, ou seja, não precisão provar o especial interesse na causa (o STF afirma que
os legitimados não precisam provar o interesse processual). De acordo com o a teoria do
controle de constitucionalidade temos o Presidente da República (art. 103, inciso I),
Mesa do Senado Federal (art. 103, inciso II), Mesa da Câmara dos Deputados (art. 103,
inciso III), Procurador-Geral da República (art. 103, inciso VI), Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (art. 103, inciso VII), e partido político com
representação no Congresso Nacional (art. 103, inciso VIII) como exemplos de
legitimados universais.
Já os legitimados específicos são aqueles que precisam provar a pertinência
temática (especial interesse no julgamento da causa). Segundo a teria do controle de
constitucionalidade, a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal (art. 103, inciso IV), o Governador de Estado ou do Distrito Federal
(art. 103, inciso V) e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional
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(art. 103, inciso IX), são exemplos de legitimados específicos ou especiais para propor
a ação direta de inconstitucionalidade.
b) Capacidade postulatória.
Mesmo a Constituição atribuindo a legitimidade ativa, será que é necessário a
presença de um advogado para propor ação direta de inconstitucionalidade? Para
respondermos essa pergunta devemos proceder a analise dos legitimados de forma
individualizada.
Quando estivermos falando dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII além do art. 103
entregar a legitimação ativa, também entregou capacidade postulatória. Portanto, nesses
casos a presença do advogado é desnecessária.
Do contrário, quando estivermos falando dos incisos VIII e IX, estamos nos
referindo aos casos onde a Constituição só entregou a legitimidade ativa e não entregou
a capacidade postulatória. Nesses casos há necessidade da presença de um advogado
para propor a ação.
c) Litisconsórcio ativo.
Um dos temas mais perguntados em sala de aula é sobre a possibilidade de
litisconsórcio ativo no processo de julgamento da ação direita de inconstitucionalidade
genérica (e até nas outras ações do controle concentrado).
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A jurisprudência do STF é no sentido da possibilidade, desde que todos aqueles
que vão compor o pólo ativo sejam legitimados de acordo com o art. 103 da
Constituição Federal.
Observação: não é demais falar que esse litisconsórcio será facultativo.
d) Impossibilidade de intervenção de terceiros.
No processo de ação direta de inconstitucionalidade não cabe intervenção de
terceiros. Tal fato se dá, pois o processo de ação direta de inconstitucionalidade é um
processo objetivo, e a intervenção de terceiros é um instituto típico dos processos
subjetivos.
Observação: não bastasse essa explicação acadêmica, a intervenção de terceiro é
proibida pela lei que trata do procedimento das ações diretas de inconstitucionalidade
(art. 7º, caput da Lei 9.868/99).
e) Admissibilidade de amicus curiae.
Em razão da grandiosidade dos interesses envolvidos nas causas pertinentes ao
controle concentrado de constitucionalidade, é licito que entidades e órgãos que não
tenham legitimação ativa para propor ação direta de inconstitucionalidade, peçam ao
relator para manifestarem-se sobre a matéria debatida.
Observação: essa determinação está expressa no art. 7º, § 2º da Lei 9.868/99.
e) Impossibilidade de desistência.
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Em razão do interesse público que envolve as ações diretas de
inconstitucionalidade, nesse modelo não é possível a desistência da ação principal.
Observação: cabe ainda consignar, que da mesma forma que acima, também não cabe a
desistência da cautelar proposta.
4.2.4 - Sobre a atuação processual do Advogado Geral da União e do
Procurador Geral da República.
a) Atuação do Advogado Geral da União (art. 103, § 3º da Constituição
Federal).
Hoje, segundo o Supremo Tribunal Federal, o Advogado Geral da União é
curador da presunção de constitucionalidade da norma impugnada – defensor
legis.
Por ser uma atuação vinculada e não discricionária, o Advogado Geral da União
está obrigado a defender a presunção de constitucionalidade da lei.
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Da mesma sorte, a atual jurisprudência do STF é que essa participação é
dispensada quando já houver pronunciamento anterior no sentido da
inconstitucionalidade em caso idêntico.
b) Atuação do Procurador Geral da República (art. 103, § 1º da
Constituição Federal).
O Procurador Geral da República atua como órgão interveniente ou como ainda
prefere alguns “custos legis”.
É bom notarmos que o Procurador Geral da República pode atuar como
interveniente (art. 103, § 1º da Constituição Federal) e como legitimado (art. 103, inciso
VI da Constituição Federal).
4.2.5 - Objeto da ADIN.
Segundo o art. 102, inciso I, aliena “a” da Constituição Federal o objeto da Ação
Direta de Inconstitucionalidade, pode ser a lei (estadual ou federal) ou ato normativo
(federal ou estadual).
Observação: não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra as leis e atos
normativos municipais face a Constituição Federal.
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Observação: quando a lei ou o ato normativo for distrital, é necessário saber se o
mesmo tem natureza estadual ou municipal (já que o Distrito Federal acumula as
competências estaduais e municipais – art. 32, § 1º da Constituição Federal). Quando a
natureza for estadual não tem problema algum, pode a lei ou ato normativo distrital
sofrer o controle via Ação Direta de Inconstitucionalidade face a Constituição Federal.
Caso tenha natureza municipal não pode sofrer controle via ADIN.
4.2.6 - Liminar em sede de ADIN.
De acordo com o art. 102, inciso I aliena “p” da Constituição Federal e art. 12 da
lei 9868/99 é possível a concessão de medida cautelar no processo de julgamento da
Ação Direta de Inconstitucionalidade.
4.2.7 - Decisão de Mérito na ADIN.
Quando vamos estudar a decisão de mérito (aquela que decide a questão) na
ação direta de inconstitucionalidade, dentre tantos assuntos possíveis de ser cobrado,
três se destacam: natureza dúplice da decisão, eficácia temporal e eficácia pessoal da
decisão de mérito.
Prendendo-nos aos assuntos acima destacados, passemos a analisá-los em
separado.
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a) Natureza dúplice ou ambivalente.
Quando afirmamos que a ação direta de inconstitucionalidade é dúplice,
significa dizer que caso o pedido seja julgada procedente a norma será declara
inconstitucional, do contrário, caso o pedido seja julgada improcedente a norma será
declarada constitucional.
b) Eficácia Pessoal.
A eficácia pessoal diz respeito as pessoas que serão atingidas com a decisão de
mérito. Nesse ponto, o efeito pessoal da decisão de mérito na ação direta de
inconstitucionalidade é erga omnes, atinge toda a sociedade, Administração Pública
direta e indireta, Poder Judiciário, Poder Executivo, iniciativa privada etc.
Observação: nesse caso só não atinge o Poder Legislativo e o próprio STF.
b) Eficácia Temporal.
Quando falamos em eficácia temporal de determinada decisão do poder público
(pode ser judicial ou administrativa), na verdade, queremos saber sobre a retroatividade
da mesma.
Nas ações diretas de inconstitucionalidade, temos que a eficácia temporal é ex
tunc, ou seja, a decisão retroage até a data da produção da lei ou ato normativo. Se a lei
entrou em vigor em 10/10/08 e foi declarada a inconstitucionalidade em 10/10/09, os
efeitos dessa decisão de inconstitucionalidade retroagirão até a data de 10/10/08.
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Ainda sobre a eficácia temporal da ação direta de inconstitucionalidade, temos
de analisar as chamadas técnicas de decisão.
Sem mais rodeias, essas importam em formas de mitigar o efeito retroativo (ex
tunc) das ações diretas de inconstitucionalidade. Em razão da importância da matéria,
passemos a analisar de forma resumida as formas de aplicação das chamadas técnicas de
decisão.
1ª) Restrição da eficácia temporal da decisão de inconstitucionalidade de
acordo com o art. 27 da lei 9.868/99).
O art. 27 da lei 9.868/99 importa na autorização legal para que o Supremo
Tribunal Federal fixe um marco temporal para a decisão de inconstitucionalidade
começar a valer. Presentes os pressupostos o STF pode fixar um marco temporal a
qualquer tempo (do momento da edição do ato (lei ou ato normativo) até o momento da
declaração de sua inconstitucionalidade ou até mesmo após esse momento).
Observação: no caso do art. 27 da lei 9.868/99 saímos dos efeitos retroativos ex tunc
total (que continua sendo regra nas ações diretas de inconstitucionalidade), para a
aplicação dos efeitos retroativos ex tunc parcial.
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2ª) Afastamento do efeito represtinatório (art. 11, § 2º da lei 9.868/99);
Antes de explicarmos o que é o afastamento do efeito repristinatório, temos de
explicar o que é efeito repristinatório em sede de ação direta de inconstitucionalidade.
Nesse ponto, o efeito represtinatório ocorre quando determinada norma é
revogada por outra e essa vem a ser declara inconstitucional, fato que restaura a
vigência da legislação anterior. Para ficar melhor, passemos ao esquema abaixo.
Lei A Lei B
A lei A foi regada A Lei B que revogou a Lei A
pela Lei B. foi declara inconstitucional.
Após a declaração de inconstitucionalidade da
Lei B a Lei A teve a vigência restaurada.
Passado as explicações acima, temos de afirmar que esse efeito repristinatório
pode ser afastado quando o caso concreto demonstrar que a sua aplicação é prejudicial.
Aqui podemos dar o seguinte exemplo:
A lei n.° 10 fixou a alíquota de determinado imposto em 10%. Após 1 ano, com
a edição da lei n.° 20, essa alíquota baixou para 5%. Contudo, mesmo com essa baixa
determinada representação (ex: uma associação de empresários que sofrem com a
cobrança do tributo) propôs ação direta de inconstitucionalidade para que a lei n.° 20
que fixou a alíquota em 5% fosse declarada inconstitucional, vez que essa ainda é
confiscatória. Após 1 ano de tramitação a lei n.° 20 foi declarada inconstitucional, nesse
momento surge a seguinte pergunta: aplica ou não aplica o efeito repristinatório.
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Caso a resposta seja positiva, sairemos da alíquota de 5% da lei n° 20 para a de
10% da lei n.° 10. Nesse caso, seria melhor nem propor a ação direta de
inconstitucionalidade, pois a decisão que deveria melhorar a situação acabou piorando.
Caso a resposta seja negativa, a declaração de inconstitucionalidade da Lei 20
impedirá a cobrança da alíquota de 5% e a restauração dos efeitos da Lei n.° 10 que
retornaria com a alíquota maior de 10%, não será aplicada.
A segunda decisão parece ser a mais acerta em casos complexos com o
apresentado. Tal procedimento é o que chamamos de técnica de decisão que afasta o
efeito repristinatório.
3ª) Interpretação conforme a Constituição (art. 28, parágrafo único da lei)
Ponto que analisamos quando da analise das formas de interpretação do ato
normativo em relação a Constituição, essa técnica importa no reconhecimento de mais
de uma forma de interpretar determinada lei em relação a Constituição. Nesses casos
devemos ficar com a interpretação que preserve a constitucionalidade da lei em relação
a Constituição, excluindo assim a que acarrete a inconstitucionalidade.
4ª) Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto (art.
28, parágrafo único da lei);
Essa importa na declaração parcial de inconstitucionalidade da lei, mas sem
redução do texto em casos de norma plurisignificativa. Diferente do que ocorre com a
interpretação conforme (onde tem mais de uma interpretação da norma em relação a
Constituição), aqui a norma tem mais de uma hipótese de aplicação.
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Aqui, o Tribunal Constitucional afastará as hipóteses de aplicação da norma em
relação a Constituição que acarrete a sua inconstitucionalidade.
Como exemplo concreto podemos mencionar o art. 1337 do Código Civil, onde
o mesmo pode ser aplicar de duas formas diferentes: o condomínio pode aplicar sanção
sem contraditório ou o condomínio pode aplicar a sanção com o contraditório. Para que
essa norma do art. 1.337 do Código Civil não seja declarada inconstitucional é
necessário que fiquemos com a segunda hipótese de aplicação do mesmo.
5ª) Processo de inconstitucionalização ou declaração de lei ainda
constitucional ou inconstitucionalidade com progressão ou do tipo progressiva
(jurisprudência).
Tal hipótese acontece nos casos onde o Tribunal Constitucional deixa de
declarar a norma inconstitucional no momento de seu julgamento, mas reconhece que
futuramente essa poderá ser declarada inconstitucional. Essa técnica é pouco comentada
e faz parte da jurisprudência do STF.
a) Efeitos vinculantes.
Como acima destacamos, a decisão em ação direita de inconstitucionalidade
produz efeitos erga omnes, por isso, podemos afirmar que a mesma vincula todo o
Poder Juduiciario (exceto o próprio STF) e Administração Pública dieta e indireta.
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Observação: quando uma decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade for
descumprida por aqueles que estao vinculados a mesma, cabe reclamação perante ao
STF, para que o mesmo tome as devidas providências. Reclamação não é recurso, é um
instrumento processual.
A decisão em sede de ação direta de inconstitucionalidade não vincula o Poder
Legislativo (em razão da sua liberdade de formação e pensamento) e o próprio STF
(pois esse em matéria semelhante pode mudar de entendimento).
d) Definitividade da decisão de mérito.
A regra é que contra a decisão de mérito em ação direta de inconstitucionalidade
não caiba recurso e nem ação rescisória. Contudo, quando houver obscuridade, omissão
ou contradição cabe embargos declaratórios.
4.3 – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADIn por
omissão.
4.3.1 – Introdução.
Com acima destacado, nesse momento vamos analisar as situações pertinentes a
ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Destacamos, que aqui, alguns tópicos
serão abordadas de forma resumida, pois os mesmos coincidem teoricamente com a
ação direta de inconstitucionalidade.
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4.3.2 – Objeto.
Acima estudamos a ação direta de inconstitucionalidade, lá ficou bem claro que
o objeto da mesma é combater a lei ou o ato normativo estadual e federal, que de
alguma forma conflite com a norma constitucional.
Na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, temos que o objeto é um
pouco diferente. Aqui não pretendemos atacar a atuação, mas sim a omissão do Poder
Público (omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever
constitucional - legislar ou adotar providência de índole administrativa) que deveria ser
editar para tornar a norma constitucional plenamente eficaz.
Observação: pelo acima exposto, temos que essa omissão deixa de regulamentar as
normas constitucionais de eficácia limitada (tema acima estudado).
4.3.3 – Legitimidade ativa.
Na forma do art. 1º da Lei 9.868/99 os mesmos legitimados para propor a ação
direta de inconstitucionalidade podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por
omissão.
4.3.4 – Do Advogado Geral da União.
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Antes da edição da Lei 12.063/09 era absoluto que o Advogado Geral da União
não poderia atuar no procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
Por motivos lógicos: como tutelar algo que na verdade não existia!
Após a edição da referida lei (Lei 12.063/09) que incluiu o parágrafo 2º no art.
12-E, percebe-se que tal regra foi alterada, pois hoje o relator poderá solicitar a
manifestação do Advogado Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15
(quinze) dias.
4.3.5 – Medida Cautelar.
Da mesma forma que a atuação do AGU, o não cabimento de medida cautelar
em ação direta de inconstitucionalidade por omissão, também era matéria pacificada.
Contudo, após a edição da mesma Lei 12.063/09 que incluiu o art. 12-F, hoje é possível
a concessão de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
Em razão da importância da meteria e dos requisitos mencionados na nova
redação legal, trazemos o art. 12-F da Lei 9.868/99 (esse teve seu texto incluído pela Lei
12.063/09).
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e
relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da
maioria absoluta de seus membros, observado o
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disposto no art. 22, poderá conceder medida
cautelar, após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão
inconstitucional, que deverão pronunciar-se no
prazo de 5 (cinco) dias.
4.3.6 – Da decisão de mérito.
Na forma do art. 12-H da Lei 9.868/99 (com redação incluída pela Lei
12.063/09), declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias.
Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão
ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado
excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e
o interesse público envolvido.