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1ª Conferência Nacional de Segurança Pública
27 a 30 de Agosto 2009
Conferências Nacionais e Participação Social
Com a Constituição de 1988, teve início no
Brasil um intenso processo democrático de abertura do
Estado e participação da sociedade, o que trouxe mais
eficiência e transparência à administração pública.
Conselhos, conferências e comitês gestores foram
criados e permitiram a população atuar na formulação,
execução e fiscalização das políticas públicas.
Desde 2003, foram realizadas no
Brasil cerca de 50 conferências nacionais (como
a de Saúde, Meio Ambiente, Juventude, Cidades,
Direitos Humanos), com a participação de 4,5
milhões de pessoas. Também foram criados 19
novos conselhos e reformulados outros nove já
existentes.
OBJETIVOSGeral:
Definir princípios e diretrizes orientadores
da Política Nacional de Segurança Pública,
com participação da sociedade civil,
trabalhadores e poder público como
instrumento de gestão, visando a efetivar a
segurança como direito fundamental
Aspectos Metodológicos
Específicos:
• Fortalecer o conceito de segurança como direito humano;
• Definir as prioridades para a implementação da Política Nacional
de Segurança Pública, conforme os eixos temáticos;
• Contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Segurança
Pública (Susp), tornando-o um ambiente de integração,
cooperação e pactuação política entre as instituições e a
sociedade civil com base na solidariedade federativa;
• Contribuir para a implementação do Programa Nacional de
Segurança com Cidadania (Pronasci) e para a valorização do
conceito de segurança com cidadania entre os estados e
municípios;
• Promover, qualificar e consolidar a participação da sociedade
civil, trabalhadores e Poder Público no ciclo de gestão das
políticas públicas de segurança;
• Fortalecer os eixos de valorização profissional e de garantia de
direitos humanos como estratégicos para a Política Nacional de
Segurança Pública;
• Deliberar sobre a estratégia de implementação, monitoramento e
avaliação das resoluções da 1ª Conseg, bem como recomendar a
incorporação dessas resoluções nas políticas públicas desenvolvidas
pelos estados, municípios e outros poderes;
• Valorizar e promover as redes sociais e institucionais articuladas em
torno do tema da segurança pública, bem como as iniciativas de
educação pela paz e não violência;
• Criar e estimular o compromisso e a responsabilidade para os
demais órgãos do Poder Público e para a sociedade na efetivação
da segurança com cidadania;
Propor a reformulação da composição do
CONASP (Conselho Nacional de Segurança
Pública), do Conselho Gestor do Fundo Nacional de
Segurança Pública e da gestão do Fundo Nacional,
com base na participação e integração dos entes
federativos, trabalhadores e entidades da sociedade
civil.
Proporção de Representatividade na CONSEG
- 40% - Sociedade Civil
- 30% - Trabalhares da Área de Segurança
- 30% - Gestores de Políticas Públicas
Eixos Temáticos
Eixo 1 – Gestão democrática: controle social e externo, integração e federalismo
Eixo 2 – Financiamento e gestão da política pública de segurança
Eixo 3 – Valorização profissional e otimização das condições de trabalho
Eixo 4 – Repressão qualificada da criminalidade
Eixo 5 – Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz
Eixo 6 – Diretrizes para o Sistema Penitenciário
Eixo 7 – Diretrizes para o Sistema de Prevenção, Atendimento Emergenciais e Acidentes
Conferência Estadual
A conferência estadual é uma etapa da Conferência Nacional Tem caráter Deliberativo e Eletivo A representação na etapa estadual segue a proporção estabelecida
Para a nacional Organizada por uma Comissão Estadual presidida pelo Secretário de
Segurança Data prevista para a realização : 17 e 18 de julho de 2009 Local : Centro de Convenções de Curitiba – Barão do Rio Branco
Priorização!
Princípios
Diretrizes
Todas as etapas geram um Relatório Padrão
Cada etapa gera até 7 Princípios e até 21 Diretrizes, voltadas para a Política Nacional de Segurança Pública
Sistematização será centralizada nacionalmente
Método de eleição será com inscrição de candidaturas individuais, votação entre segmentos e via cédula
Votação se dará entre segmentos – sociedade civil e trabalhadores votando entre si.
Representantes do poder público serão indicados diretamente pelas respectivas instituições e referendados pela Coordenação Executiva e CON.
Fluxo de Propostas
Etapas Eletivas
Conferência Nacional
Etapas Preparatórias
7 Princípios
21 Diretrizes
Resoluções
Sistematização
Princípios
Valores que orientam uma política ou organização
Deverão ser redigidas no afirmativo, como uma sentença que expressa um valor, crença ou preceito.
Quais valores devem fundamentar uma Política Nacional de Segurança Pública?
Exemplo:
A segurança pública deve estar pautada na valorização dos direitos humanos
Diretrizes
Idéia-força que expressa um meio de implementar/desenvolver um conjunto de ações.
Algo que não é visível a “olho nu”, que não é concreto isoladamente
Algo que não depende somente de uma ação/instituição/ator
Quais diretrizes propomos para o Eixo Temático em questão?
Exemplo:
Incrementar o sistema penitenciário nacional, aumentando sua estrutura, recursos humanos e orçamento.
Eixo 1 - Gestão democrática: controle social e externo, integração e federalismo
Construção de uma agenda política federativa mais adequada no campo da segurança pública.
O papel dos municípios na segurança pública; a relação entre municípios, Estados e União para a consecução do direito à segurança.
O papel dos Gabinetes de Gestão Integrada – GGIs. Reestruturação do CONASP e dos conselhos institucionais
comunitários, municipais e estaduais. Consolidação de uma política nacional, com mecanismos e
ferramentas próprias de gestão democrática e previsão de instrumentos participativos, tais como as conferências e os conselhos.
Consolidação de mecanismos de controle formal (corregedorias, ouvidorias, inspetorias) e transparência na segurança pública.
Eixo 2 - Financiamento e gestão da política pública de segurança
Cultura de improvisação no que se refere à gestão, perspectiva de trabalho pontual, com horizontes de curto prazo.
Ausência de diagnósticos, planejamento estratégico e o monitoramento sistemático dos resultados alcançados. Ausência de dados estatísticos e indicadores confiáveis que possam nortear metas e prioridades.
Necessidade de uma gestão orientada por resultados, seguindo o ciclo adequado de gestão de políticas públicas.
Discussão necessária sobre o modelo de financiamento da segurança pública. Três fontes no nível federal: o Fundo Nacional de Segurança Pública, o Fundo Nacional Penitenciário e, recentemente, o Pronasci - acessados pelos entes federados por meio de convênios.
Pouca discussão a respeito dos custos da violência e sobre o volume e critérios na definição dos recursos dedicados à área.
Padronização de informações por meio do Observátorio Nacional de Segurança Pública
O papel da segurança privada no sistema pública de segurança.
Eixo 3 - Valorização profissional e otimização nas condições de trabalho
Priorização do capital humano das instituições de segurança pública traduzida em investimentos em educação e valorização profissional. Importância da Matriz Curricular Nacional e da RENAESP. Necessidade de modernização das academias e centros de formação.
Cenário de vitimização e práticas abusivas por parte das corporações policias consolidam imagem degradada da polícia. Necessidade de se atualizar procedimentos disciplinares.
Respeitar os profissionais e propiciar um ambiente de trabalho que
promova a qualidade de vida e a saúde física e mental. Melhoria da gestão de pessoal e otimização das condições de trabalho.
Profissionais da área de segurança pública são titulares de direitos humanos e de todas as prerrogativas constitucionais correspondentes as suas funções.
Definição de patamares mínimos para o vencimento dos profissionais da segurança pública, conforme as realidades e distorções regionais – propiciar condições para um novo regime da jornada de trabalho.
Eixo 4 - Repressão qualificada da criminalidade Respostas ao fenômeno da criminalidade pautadas por uma
postura reativa, sem lastro gerencial ou técnico.
Modelo tradicional, prioridades são investimento apenas em viaturas, armamentos e aumento de efetivos policiais, expressando uma lógica de reação - resultados de pouco sucesso.Tal modelo alimenta de maneira decisiva o ciclo de produção e reprodução da violência e expõe os profissionais de segurança pública e as próprias comunidades.
Ação do Estado aprisionada pelo senso comum, pelo medo e sensação de insegurança x racionalidade científica, inteligência estratégica, com produção qualificada de provas e com garantia de direitos.
Não abrir mão da repressão, mas qualificá-la: estratégias de diminuição da letalidade policial, uso progressivo da força, repressão policial a grupos sociais vulneráveis.
Necessidade de articulação com o Sistema de Justiça.
Eixo 5 - Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz
Eleger apenas a arena penal ou policial para o diagnóstico e enfrentamento da violência e criminalidade não é suficiente ou eficaz.
Articulação entre as ações preventivas policiais e ações não policias = incluir as ações sociais ao repertório de políticas de prevenção.
Prevenir o envolvimento com atividades ilícitas, lembrando que os jovens têm sido as principais vítimas da violência.
Estratégias de desarmamento e a garantia de implementação do Estatuto do Desarmamento.
Policiamento comunitário como premissa fundamental para o sucesso de uma política de segurança pautada na perspectiva da prevenção.
Eixo 5 - Prevenção social do crime e das violências e construção da cultura de paz
Ações de mediação, resolução pacífica de conflitos e políticas de acesso à Justiça em territórios de conflitualidades intensas.
Responsabilização de outros órgãos do poder público, para além dos órgãos policiais e da sociedade. Rever o pacto federativo, valorizando o papel do município, para formar e sensibilizar gestores de outras áreas.
Nos regimes democráticos, o papel dos meios de comunicação é fundamental na conformação do debate público em torno do tema da violência, criminalidade e segurança = fomentar o diálogo entre profissionais da imprensa, profissionais da segurança pública, gestores e especialistas em segurança pública
Eixo 6 - Diretrizes para o Sistema Penitenciário
Superlotação, falta de uma política de reinserção social, violação de direitos dos presos, egressos, ferramentas de inteligência penitenciária, condições precárias de trabalho dos agentes do sistema.
Reforma do sistema implica uma mudança de cultura no que se
refere à dimensão da punição.
Poder Executivo - Sistema Penitenciário precisa aumentar a capacidade de articulação institucional com órgãos do Sistema de Segurança Pública e Justiça Criminal, para se alinhar ao novo paradigma de segurança pública enunciado pelo Pronasci.
Os modelos de financiamento e gestão da política criminal e penitenciária devem ser construídos com foco na participação, prevenção à criminalidade e promoção da segurança.
Necessidade de qualificação dos trabalhadores e gestores da adminsitração penitenciária.
O Sistema Penitenciário e os mecanismos de controle formal.
Importância do reconhecimento das especificidades da população feminina.
Eixo 7 - Diretrizes para o Sistema de Prevenção, Atendimentos Emergenciais e
Acidentes Grandes centros metropolitanos brasileiros, problemas dos
processos de urbanização pouco ordenada.
Adensamento populacional, verticalização predial, diversidade da ocupação dos territórios, riscos ambientais.
Ocorrência de acidentes potencializada: enchentes, incêndios, automobilísticos.
Ampliação e aperfeiçoamento dos sistemas de emergências, socorro a sinistros e prevenção a acidentes.
Responsabilidade do Sistema de Defesa Civil. Competência
compartilhada: Corpos de Bombeiros Militares, Departamento de Polícia Rodoviária Federal, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.