caderno intensivo ii - processo civil

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INTENSIVO IIPROCESSO CIVIL

PROVAS EM ESPCIE:

DEPOIMENTO PESSOAL: art. 342 ao 347 do CPC

1. Conceito e finalidades:Conceito: oitiva da parte. meio de prova que tem como principal finalidade fazer com que a parte que o requereu obtenha a confisso da parte contrria, sobre fatos relevantes soluo da causa.

Dupla Finalidade:1 Finalidade: obter a confisso da parte. 2 Finalidade: colheita pelo julgador das impresses pessoais sobre a parte.

2. Diferena entre Interrogatrio da Parte X Depoimento Pessoal

Interrogatrio da ParteDepoimento Pessoal

Art. 342Art. 343

Ordenado de ofcio pelo juizA requerimento da parte contrria/MP

A qualquer momentoDeve ser feito na Audincia de Instruo e Julgamento, antes das Testemunhas

S juiz perguntaJuiz + advogado da parte contrria/MP fazem perguntas, nesta ordem.

Objetivo principal: esclarecer dvidas do julgadorObjetivo principal: obter confisso

No implica confisso (pode ser prestado porincapaz).Implica confisso.

3. Casustica sobre o Depoimento Pessoal:Observaes:a) No possvel o requerimento do prprio depoimento. O litisconsorte da parte tambm no pode requerer o depoimento pessoal dela.b) Depoimento pessoal da pessoa jurdica: prestado por preposto com conhecimento dos fatos e poderes especficos de confisso. Caso a pessoa encaminhada pela pessoa jurdica no observe essas condies haver confisso.c) Recusa depoimento: - Recusa Direta: o indivduo nega-se a prestar o depoimento.- Recusa indireta: Poder ser de dois meios:Pelo uso de evasiva (art. 345)Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que Ihe for perguntado (RECUSA DIRETA), ou empregar evasivas (RECUSA INDIRETA), o juiz, apreciando as demais circunstncias e elementos de prova, declarar, na sentena, se houve recusa de depor.

Pelo no comparecimento (art. 343, 2).Art. 343 2o Se a parte intimada no comparecer (RECUSA INDIRETA), ou comparecendo, se recusar a depor (RECUSA DIRETA), o juiz Ihe aplicar a pena de confisso.

d) Hipteses legais de recusa: - Sem ser aplicada a confisso pode deixar de prestar o depoimento pessoal:Direito ao Silncio No se aplica a pena de confisso Art.347.A parte no obrigada a depor de fatos:I-criminosos ou torpes, que Ihe forem imputados; II-a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar sigilo.Pargrafo nico.Esta disposio no se aplica s aes de filiao, de desquite e de anulao de casamento.

Art. 229. Ningum pode ser obrigado a depor sobre fato:I - a cujo respeito, por estado ou profisso, deva guardar segredo;II - a que no possa responder sem desonra prpria, de seu cnjuge, parente em grau sucessvel, ou amigo ntimo;III - que o exponha, ou s pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.

e) Falso Depoimento: No Brasil prevalece a ideia de auto preservao, ou seja, a parte no obriga a produzir prova contra si mesmo. Dessa forma, o falso depoimento no crime. O que obrigatrio ir ao depoimento. Exceo: Hiptese que o depoimento falso crime: Crime de Denunciao caluniosaRessalta-se que nada impede que o juiz aplique ao autor do depoimento falso a litigncia de m-f. Art. 17 do CPC. Reputa-se litigante de m-f aquele que: II - alterar a verdade dos fatos; Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofcio ou a requerimento, condenar o litigante de m-f a pagar multa no excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrria dos prejuzos que esta sofreu, mais os honorrios advocatcios e todas as despesas que efetuou.

2. CONFISSO: Art. 348 ao 354 do CPC

Conceito: Art. 348. H confisso, quando a parte admite a verdade de um fato, contrrio ao seu interesse e favorvel ao adversrio.- Natureza jurdica: ato jurdico, pois no h convergncia de vontades. No vinculante, pois a admisso dos fatos no significa a admisso do direito (consequncias jurdicas do fato).

# O reconhecimento dos fatos e dos direitos o reconhecimento jurdico dos pedidos (Vinculativo).

A Doutrina corretamente aponta que a confisso no se trata a rigor de meio de prova, mas sim resultado de outro meio de prova.

A confisso judicial ou extrajudicial.

Condies da validade da confisso:

Trs condies estabelecidas pela legislao:I - fato admitido seja pessoal ( fato prprio)II - o fato confessado seja disponvel art. 351, CPC.Art. 351. No vale como confisso a admisso, em juzo, de fatos relativos a direitos indisponveis.# Quem define quais so os fatos relativos a direitos indisponveis o direito material, geralmente esses fatos so relacionados personalidade e ao estado da pessoa.

III Capacidade civil do confitente art. 213, CC/02Art. 213. No tem eficcia a confisso se provm de quem no capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.Pargrafo nico. Se feita a confisso por um representante, somente eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.

Espcies de Confisso:

I Confisso Extrajudicial: Confisso no feita em juzo:Art. 353. A confisso extrajudicial, feita por escrito parte ou a quem a represente, tem a mesma eficcia probatria da judicial; Mesma eficcia (valor) da confisso judicial

feita a terceiro(OU FOR ORAL) , ou contida em testamento, ser livremente apreciada pelo juiz.Pargrafo nico. Todavia, quando feita verbalmente, s ter eficcia nos casos em que a lei no exija prova literal. Ser Livremente valorada pelo juiz

II Confisso Judicial:Confisso Judicial Espontnea: aquela que pode ser prestada oralmente ou por escrito (ato voluntrio) art. 349, CPC.Confisso Judicial Provocada: aquela confisso que pode ser real (prestada no momento do depoimento) ou ficta (no responde ou responde de forma invasiva) (art. 343, 1) - art. 349, CPC.Art. 349. A confisso judicial pode ser espontnea ou provocada. Da confisso espontnea, tanto que requerida pela parte, se lavrar o respectivo termo nos autos; a confisso provocada constar do depoimento pessoal prestado pela parte.Pargrafo nico. A confisso espontnea pode ser feita pela prpria parte, ou por mandatrio com poderes especiais.

Casustica

a) Confisso do litisconsorte art. 48 e 350 do CPCArt. 48. Salvo disposio em contrrio, os litisconsortes sero considerados, em suas relaes com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omisses de um no prejudicaro nem beneficiaro os outros.Art. 350. A confisso judicial faz prova contra o confitente, no prejudicando, todavia, os litisconsortes.Pargrafo nico. Nas aes que versarem sobre bens imveis ou direitos sobre imveis alheios, a confisso de um cnjuge no valer sem a do outro.- Simples: a confisso de um dos litisconsortes vale.- Unitrio: s vale se for praticada por todos os litisconsortes

b) Indivisibilidade da confisso art. 354, CPCArt. 354. A confisso , de regra, indivisvel, no podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceit-la no tpico que a beneficiar e rejeit-la no que lhe for desfavorvel. Confisso Complexa Cindir-se-, todavia, quando o confidente lhe aduzir fatos novos, suscetveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconveno. (Exemplo: devo, mas j paguei.)

3. EXIBIO DE DOCUMENTO OU COISA art. 355 a 363 do CPC

Mecanismos para obteno da prova documental:

a) Requisio judicial (arts. 399 e 341, CPC) procedimento oficioso do juiz.Art. 399. O juiz requisitar s reparties pblicas em qualquer tempo ou grau de jurisdio:I - as certides necessrias prova das alegaes das partes;II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a Unio, o Estado, o Municpio, ou as respectivas entidades da administrao indireta.

b) Ao (Cautelar) Exibitria art. 844 do CPCArt. 844. Tem lugar, como procedimento preparatrio, a exibio judicial:I - de coisa mvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em conhecer;II - de documento prprio ou comum, em poder de co-interessado, scio, condmino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositrio ouadministrador de bens alheios;III - da escriturao comercial por inteiro, balanos e documentos de arquivo, nos casos expressos em lei.

c) Exibio de documento ou coisa: MEIO DE PROVAA requerimento da parte, no oficioso!

Na exibio de documento ou coisa possui dois Procedimentos:

Exibio contra parteExibio contra terceiro

Art. 355 359, CPCArt. 360 362, CPC

Incidente processual, nos mesmos autosProcesso incidental (apenso)

Requerida por qualquer meio (qualquer expediente no curso do processo principal)Requerimento por Petio Inicial (em separado)

IntimadaCitao

Resposta: 05 diasResposta: 10 dias

Deciso InterlocutriaSentena

Agravo Apelao

Exibir nus, no impostoExibir dever, pode ser imposto cabe multa coercitiva, busca e apreenso por exemplo.

nus: imperativo do prprio interesse, ou seja, a parte pode praticar ou no, mas se o nus no for cumprido, dever sofrer suas consequncias.No caso ser presumido como verdadeiros os fatos alegados Art. 359. Ao decidir o pedido, o juiz admitir como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar: # Por entender que exibir aqui nus no permite a aplicao de multa cominatria para obrigar a exibir Smula n 372 do STJ: Na ao de exibio de documentos, no cabe a aplicao de multa cominatria:I - se o requerido no efetuar a exibio, nem fizer qualquer declarao no prazo do art. 357;II - se a recusa for havida por ilegtima.

Hipteses Legais de Recusa a Exibir art. 363, CPCArt. 363. A parte (NO SOFRE PRESUNO) e o terceiro (NO SOFRE SANES) se escusam de exibir, em juzo, o documento ou a coisa) (SUJEITA A CONTROLE JUDICIAL DE PERTINNCIA).I - se concernente a negcios da prpria vida da famlia; II - se a sua apresentao puder violar dever de honra; III - se a publicidade do documento redundar em desonra parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangneos ou afins at o terceiro grau; ou lhes representar perigo de ao penal; IV - se a exibio acarretar a divulgao de fatos, a cujo respeito, por estado ou profisso, devam guardar segredo; V - se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbtrio do juiz, justifiquem a recusa da exibio. Pargrafo nico. Se os motivos de que tratam os ns. I a V disserem respeito s a uma parte do contedo do documento, da outra se extrair uma suma para ser apresentada em juzo. (NORMA DE ENCERRAMENTO ROL EXEMPLIFICATIVO)

Diferena entre exibio como Meio de Prova X e Exibio Cautelar art. 844, CPCI a exibio meio de prova incidental ao processo j ajuizado, enquanto a exibio cautelar como regra preparatria da ao principal.II na exibio meio de prova a presuno do art. 359 aplicada pelo prprio juiz que determinou a exibio, enquanto na exibio do art. 844 do CPC o juiz da ao preparatria s declara a no apresentao do documento, competindo ao juiz da futura ao da dita principal aplicar a presuno.

4. PROVA DOCUMENTAL art. 364 a 399, CPC

Conceito: qualquer suporte material representativo da ocorrncia de um fato.

Espcies (em geral):I - Documento Pblico (art. 361 a 366, CPC): Qualquer documento emitido por rgos ou autoridade pblica.

- Eficcia probatria de documento pblico.Art. 364. O documento pblico faz prova no s da sua formao, mas tambm dos fatos que o escrivo, o tabelio, ou o funcionrio declarar que ocorreram em sua presena. # O documento pblico tem Presuno Relativa, ou seja, cabe prova em contrrio.

- Documento pblico lavrado de forma irregular art. 367, CPCArt. 367. O documento, feito por oficial pblico incompetente, ou sem a observncia das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficcia probatria do documento particular.

- Prova legal: uma limitao ao princpio do livre convencimento do juiz, ou seja, aquela que a lei (direito material) exige como a nica capaz de provar determinado fato. Vedado o juiz suprir sua falta por outros meios de prova. (Exemplo: art. 108 do CC).Art. 366. Quando a lei exigir, como da substncia do ato, o instrumento pblico (DIREITO MATERIAL), nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

II - Documento particular: aquele que no emitido pela autoridade pblica, mas sim elaborado pelos prprios particulares. Exemplo: compromisso de compra e venda, recibo de quitao, ameaa por escrito.

# Documentos (Pblicos ou privados) existem dois tipos de documentos:a) Dispositivos ou negociais: so os negcios jurdicos. Exemplo: contratos em geralb) Testemunhal ou narrativo: aquele que espelha um depoimento (s uma declarao). Exemplo: carta de amor, declarao de antecedentes.

- Eficcia probatria dos documentos particulares:* Dispositivo ou negocial art. 368, CPC : Presume-se verdadeira a declarao nele constante contra quem assinou Presuno Relativa Art. 368. As declaraes constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relao ao signatrio * Testemunhal art. 368, Pargrafo nico, CPC: Prova apenas a declarao, mas no o fato declarado.Pargrafo nico. Quando, todavia, contiver declarao de cincia, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declarao, mas no o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o nus de provar o fato.

- Arguio da Falsidade Documental:Existem trs 3 meios ou mecanismos/meios de se arguir a falsidade de um documento:

a) Ao Autnoma (declaratria): Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se declarao:I - da existncia ou da inexistncia de relao jurdica;II - da autenticidade ou falsidade de documento.Pargrafo nico. admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

b) Tratar a falsidade como Questo Incidental no processo: decida pelo juiz sem coisa julgada.

c) Ao declaratria incidental de falsidade documental:(art. 5 + 325) (art. 390 + 395) H formao da coisa julgada.

- Cabimento da arguio de falsidade:Pacfico: cabe contra documento pblico ou particular e serve apenas para arguir a falsidade material(falsidade da formao ou da declarao nele contida - exemplo: assinatura) ou da declarao nele contida (Regra Geral)

Falsidade ideolgica: tem haver com contedo do documento. Exemplo: simulao de compra e venda. o mentir no documento

O STJ entendeu que possvel a arguio de falsidade ideolgica atravs destes dos trs mecanismos, mas apenas se observadas duas condies: (STJ: REsp 1.024.640/DF REsp 354.529/MS)a) o documento seja testemunhal/narrativo;b) acolhimento da falsidade no implique na desconstituio de negcio jurdico (no cabe para falsidade ideolgica o documento negocial).

5. PROVA TESTEMUNHAL art. 400 419.

Hiptese de no cabimentoArt. 400. A prova testemunhal sempre admissvel, no dispondo a lei de modo diverso. O juizindeferir a inquirio de testemunhas sobre fatos:I - j provados por documento (CASAMENTO) ou confisso da parte; (FUNDAMENTO: DESNECESSIDADE)II - que s por documento ou por exame pericial puderem ser provados (QUESTOES TECNICAS EXCEO: EXPERT WITNESS).Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal s se admite nos contratos cujo valor no exceda o dcuplo do maior salrio mnimo vigente no pas, ao tempo em que foram celebrados LIMITAO AO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZEXCEES: a) INCIO DE PROVA DOCUMENTAL (art. 402, I); b) CREDOR NO PODIA MORALMENTE OBTER O DOCUMENTO (art. 402, I); (A JURISPRUDENCIA ENTENDE, CONTUDO, QUE APESAR DE NO SER POSSVEL COMPROVAR O CONTRATO S POR TESTEMUNHAS, POSSVEL COMPROVAR CUMPRIMENTO, INEXECUO, ETC...).

Lei 8.213/91 Smula 149 do STJSmula n 149 do STJ: A prova exclusivamente testemunhal no basta a comprovao da atividade rurcola, para efeito da obteno de beneficio previdencirio.

Capacidade para testemunhar art. 405, CPC e 228 do CC/02Regra geral: qualquer pessoa pode.Exceo:- incapazes art. 405, 1;- impedidos art. 405, 2;- suspeitos art. 405, 3.

Contradita de testemunhas art. 414, 1, CPC;Conceito: a oposio apresentada pela parte em audincia sobre capacidade/suspeio/impedimento da testemunha.

Art. 407. Incumbe s partes, no prazo que o juiz fixar ao designar a data da audincia, depositar em cartrio o rol de testemunhas, precisando-lhes o nome, profisso, residncia e o local de trabalho; omitindo-se o juiz, o rol ser apresentado at 10 (dez) dias antes da audincia. Pargrafo nico. lcito a cada parte oferecer, no mximo, dez testemunhas; quando qualquer das partes oferecer mais de trs testemunhas para a prova de cada fato, o juiz poder dispensar as restantes.Art. 414. Antes de depor, a testemunha ser qualificada, declarando o nome por inteiro, a profisso, a residncia e o estado civil, bem como se tem relaes de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo. 1o lcito parte contraditar a testemunha, argindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeio. Se a testemunha negar os fatos que lhe so imputados, a parte poder provar a contradita com documentos ou com testemunhas, at trs, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensar a testemunha, ou lhe tomar o depoimento, observando o disposto no art. 405, 4o.

Momento: prevalece o entendimento que logo aps a qualificao da testemunha.ATENO: Doutrina tradicional que este prazo preclusivo.Jurisprudncia tambm tem sido rigorosa na aplicao do art. 407 do CPC;Obs. Para provar a incapacidade/impedimento/suspeio a parte pode ouvir testemunhas (art. 414, 1 do CPC).

Aula 02 19/02/2013Fredie Didier

TEORIA DO RECURSO

1. Recurso: Conceito construdo passo a passo:1.1. um meio de impugnao voluntrio de deciso judicial ele esta a disposio do interessado no se pode falar em recurso necessrio, por isso que a remessa necessria no recurso, justamente por ser necessria.

1.2.previsto em lei:No existe recurso atpico, ou seja, as partes no podem criar recurso. Tem que estar previsto em lei.O Agravo regimental seria uma exceo a isso? No, o chamado agravo regimental nada mais do que um agravo contra deciso de relator previsto em lei, mas regulamentado pelo regimento interno, e por conta disso algumas pessoas passaram a cham-lo de agravo regimental. O agravo regimental um recurso previsto em lei mas o seu processamento disciplinado pelo regimento.

1.3. para no mesmo processo,O recurso no gera um processo novo (ao recorrer no se d incio a outro processo), o recurso prolonga a existncia de um processo Recurso prolonga a litispendncia. Essa caracterstica que diferencia recurso da ao rescisria, uma vez que est gera um processo novo.

Observao: O agravo de instrumento o mesmo processo, com capa prpria, autos prprios. O fato de ter autos prprios no fundamental para se considerar um outro processo.

1.4. reformar, invalidar, esclarecer ou integrar uma deciso judicial.Essa parte do conceito volta-se ao objetivo do recurso, aos seus propsitos.O recurso um ato postulatrio (pelo recurso se pede algo), deve ter pedido e causa de pedir.O recurso uma demanda, busca-se a formulao de um pedido, baseado numa causa de pedir recursal. A causa de pedir e o pedido da Petio inicial diferente do pedido e a causa de pedir do recurso, ou seja, so atos postulatrios com contedos diversos.O pedido do recurso um dos quatros acima mencionados (reformar, invalidar, esclarecer ou integrar).

O pedido e a causa de pedir definem o mrito da ao. O mrito da causa no se confunde com o mrito do recurso, o mrito do recurso ser sempre reformar, invalidar, esclarecer ou integrar.Dessa forma, decidir o mrito do recurso no decidir o mrito da causa.

A petio inicial e o recurso se assemelham. Deve se aplicar aos recursos por analogia todo regramento aplicvel ao pedido. Exemplo: A cumulao de pedidos

A cumulao de pedidos em um recurso pode ser:- Prpria (quando se quer duas coisas), Ex: Tribunal reforme o captulo A e reforme o captulo B; ou- Imprpria (quando se quer s uma coisa). Ex: Tribunal reforme um captulo da deciso, se no reformular invalide.

H ainda em um mesmo recurso a possibilidade da parte impugnar duas decises, em que cabe o mesmo recurso e o mesmo procedimento para duas decises (Cumulao de recursos).

Se o recurso no tiver pedido o recurso ser inepto.

# Pedidos Recursais:

- Pedido de reforma: o pedido para reformar uma deciso, ou seja, corrigi-la, aprimor-la, aperfeioada. pedido para que se altere o contedo da deciso. Tribunal o juiz decidiu mal - A causa de pedir do pedido de reforma a injustia da deciso. A causa de pedir desse recurso o error in iudicando, que o erro de anlise, de julgamento.

- Invalidar: o desfazimento da deciso em razo de um defeito. A deciso defeituosa, a invalidade no discute o contedo da deciso, ou seja, se ela justa ou injusta, uma vez que a deciso nula (no tem validade). Exemplo: Se eu recorro porque a deciso no est fundamentada. Aqui no se est questionando o mrito da deciso.A causa de pedir do recurso para invalidar o error in procedendo. o erro que gera invalidade.

Lembra-se que possvel cumular, sempre afirmando as respectivas causas de pedir.

Prova: Eu vou dizer para o tribunal que a deciso e nula ou que a deciso errada? Se a deciso nula pede-se a invalidade, se a deciso e errada/ ruim pede-se a reforma.

Exemplos:I - E deciso se baseia num documento que a outra parte no se manifestou a deciso nula.II - O Juiz entende que a petio inepta, a parte recorre para dizer que a petio e apta, o recurso da parte para reformar a deciso do juiz. III - Deciso sem fundamentao a parte quer e a invalidao da deciso.

- Esclarecer: o pedido para aclara a deciso. Sua causa de pedir a obscuridade ou contradio. formulado pelos embargos de declarao.

- Integrao: pedir para que a deciso seja completada, ou seja, que se torne a deciso integra. A deciso omissa falta um pedido e a parte pede para que falta seja suprida, podendo ser formulada por embargos de declarao.

2. Panorama dos meios de impugnao da deciso judicial

A deciso judicial pode ser impugnada por meio de:

2.1. Recurso

2.2. Ao autnoma de impugnao: Gera um processo novo, cujo propsito de impugnar uma deciso judicial. Essa a grande diferena entre a ao autnoma e o recurso. Exemplos: ao rescisria, a reclamao constitucional, o mandado de segurana contra ato judicial, a querella nulitatis.

2.3. Sucedneos recursais: tudo aquilo que serve para impugnar uma deciso judicial, mas que no recurso nem ao autnoma de impugnao, ou seja, uma categoria residual. Exemplo: reexame necessrio, correio parcial, o pedido de suspenso de segurana.

3. Princpio do duplo grau de jurisdio:

a garantia do direito de pelo menos um recurso. Visa garantir as pessoas o direito ao recurso, de poder recorrer, de v a sua questo submetida a outra instncia. No tem previso expressa na Constituio, mas que tem fundamento nos Princpios do devido processo legal ou da inafastabilidade Direito Fundamental.

H possibilidade de haver restries (mitigao) ao direito de recurso pelo legislador, desde que, com justificativa razovel, como, alis, ocorre a qualquer restrio a direito fundamental.Como qualquer princpio pode haver restries ao direito de recorrer: Exemplos: A CF prev aes de competncias originrias do STF e a Deciso que homologa acordo nos juizados especiais no cabe recurso.Dessa forma, no se pode dizer que sempre ir caber recurso de uma deciso.

4. Classificao dos recursos

4.1. Recursos de fundamentao livre e os Recursos de fundamentao vinculada:

- Recurso de fundamentao livre: aquele pelo qual se pode afirmar qualquer tipo de problema (ou vcios) na deciso. Exemplo: apelao, agravo.- Recurso de fundamentao vinculada: aquele que exige que na sua fundamentao conste um determinado tipo de alegao, ou seja, o recorrente tem de afirmar uma das causas de pedir tipicamente previstas em lei (recurso de fundamentao tpica). H de observar hipteses tpicas que lhe autorizam a fundamentao. Exemplo: Embargos de declarao, recurso especial e recurso extraordinrio.

4.2. Recurso total e Recursos parcial- O recurso total quando se impugna tudo quanto poderia ser impugnado. O recurso abrange tudo que recorrvel.- Recurso parcial se a parte recorre da parte daquilo que poderia ter recorrido o recurso parcial porque ele no abrange tudo que era recorrvel. Logo a parte da deciso que no foi recorrido transita em julgado.

Exemplo: Se uma deciso possui 2 pedidos (A e B), o A acolhido e B no acolhido. Se a parte recorre de B est recorrendo de tudo que poderia recorrer, uma vez que o pedido A foi acolhido e no recorrvel (recurso total).

Observao: Para Candido Dinamarco apresenta outro conceito de recurso parcial ou total. Para Dinamarco o recurso total quando se impugna toda deciso.

5. Atos sujeitos a recurso

Somente as decises so recorrveis. Os despachos so irrecorrveis. As decises dividem se em decises: de Juiz e decises em Tribunal

De Juiz: Decises Interlocutrias: cabvel agravo retido (art. 522, CPC) ou agravo de instrumento (522, CPC).Sentena: cabe apelao (art. 515).

Em Tribunal:Singulares (monocrticas): Divide-se em:Decises de relatorDecises de presidente ou vice presidente

Acrdos

Observao sobre decises de Juiz:

Observao 01 Temos que lembrar o problema das decises parciais, as decises parciais, diz respeito parcela do processo. Elas para algumas pessoas so decises interlocutrias para outras pessoas so sentenas parciais. H ai uma discusso na doutrina sobre a natureza jurdica. H quem defenda que so sentenas parciais, mas impugnveis por agravo e h quem defenda que so sentenas parciais impugnveis por instrumentos. H tambm quem defenda que so sentenas parciais apelveis. Prevalece o entendimento de que as decises parciais so interlocutrias impugnveis por agravo de instrumento.

Observao 02 H casos que por expressa previso de lei cabe agravo de instrumento contra sentena, o que acontece com a sentena que decreta a falncia e com a sentena que julga a liquidao de sentena so impugnveis por agravo de instrumento.

Observaes 03 Execuo fiscal Sentenas em execues fiscais de at 50 ORTN a sentena no impugnvel por apelao, nesse caso a sentena impugnvel por embargos infringentes de alada, que um recurso peculiar, pois quem julga o prprio juiz da causa (art. 34 da LEF Lei. 6830/80).

O valor de 50 ORTN foi definido pelo STJ: 50 ORTN equivale a R$ 328, 27 at jan./2001. Basta atualizar monetariamente para saber o valor atual.

Observao 04 Nos Juizados Especiais estaduais a sentena no apelvel, mas impugnvel por recurso inominado. As interlocutrias nos Juizados no so impugnveis imediatamente por agravo. Elas so impugnadas pelo recurso que impugna as sentenas. Da sentena no juizado no cabe apelao.Nos Juizados especiais federais h uma pequena mudana, l se admite agravo contras as decises interlocutrias das decises proferidas em situao de urgncia (tutela antecipada) . Mas, apenas nessas situao.

Observao 05 Lei de Assistncia Judiciria Lei 1.060/50, art. 17 - das decises que aplicarem essas lei caber apelao.Em geral so decises que defere, indefere, revoga, no revoga a justia gratuita. Essas decises no so sentenas, mas decises interlocutrias impugnveis com apelao. A lei de assistncia judiciria prev casos em que essas decises so tomadas em autos apartados. Exemplo: quando se trata do exame do pedido de revogao da justia gratuita e quando se trata do exame do pedido de justia gratuita formulada ao longo do processo. A doutrina diz que apelveis so apenas as decises proferidas em autos apartados, se nos mesmos autos no so apelveis, mas agravveis.A lei de assistncia judiciria prev situaes em que h decises so tomadas em autos apartados: Deciso sobre o pedido de revogao da justia gratuita, deciso sobre o pedido superveniente da justia gratuita, nestes casos temos decises proferidas com base na lei em autos apartados, a doutrina diz que s essas decises so apelveis. Se a deciso foi proferida nos mesmo autos caberia agravo Tentativa de compatibilizar o sistema, uma vez que do ponto de vista operacional seria invivel. Com o Cdigo Novo toda essa situao ser modificada.

Observao 06 H quem defenda que as decises do juiz deveriam ser dividas em trs:a) Deciso que no admite apelao (no interlocutria nem sentena sui generis) impugnvel com agravo de instrumento. uma deciso que se no for recorrida o processo extinto (motivo de no ser interlocutria). uma deciso que o juiz toma depois da sentena (motivo de no ser interlocutria).

Decises em Tribunal:

a) Monocrticas:Relator: agravo do art. 544; agravo interno.Presidente ou vice

b) Acrdos: recurso especial, recurso extraordinrios, embargos infringentes (art. 530, CPC), embargos de divergncia (art. 546, CPC) e o recurso ordinrio constitucional.

5.2. Decises do relator:responsvel pelas decises do processo. Ele uma figura importantssima, pois at a causa ser julgada todas as decises sero tomadas por ele. De uns tempos pra c, a legislao comeou a atribuir ao relator cada vez mais poder decisrio. O fundamento dessa tendncia legislativa , sobretudo, a durao razovel do processo. uma tendncia inevitvel. Agora veja, o Tribunal um rgo colegiado, de modo que, sempre que se permite o relator decida sozinho, o que se permite que ele fale em nome do colegiado, como que antecipando o que diria o colegiado. E, em sendo assim, possvel que se leve ao colegiado a possibilidade de verificar se o que o relator fez est correto ou no com a posio do colegiado. Assim, se o relator pode decidir sozinho tem de caber recurso ao colegiado de que ele faz parte, para que o mesmo controle essa deciso.Esse recurso o chamado de agravo interno ou regimental, cujo o prazo de 5 dias e no possui preparo.Sucede que essas mudanas que atribui poderes ao relator foram sendo de modo episdico, de modo que essas prticas foram sendo feitas, sem se fazer meno possibilidade de manejar o agravo interno. O que acabou gerando problemas, pois a parte acaba interpondo mandado de segurana.A deciso de um relator pode gerar extino de um processo.

possibilidade de converso do agravo instrumento em agravo retido.O projeto do Novo Cdigo acaba com isso, pois ele dispe que contra deciso de relator cabe agravo interno.H ainda, uma interpretao atual muito boa a lei 8.038/90, que regula os recursos no STJ e no STF, em seu art. 39, prev que cabe agravo contra deciso de relator em 5 dias. O STJ pegou esse dispositivo e disse que ele geral e se aplica a qualquer Tribunal do Pas.Deciso de relator tem que caber agravo interno sempre.

Caso: (Agravo interno contra deciso de relator sobre apelao) Relator julga monocraticamente uma apelao a parte entrou com Agravo Interno de julgou uma apelao e foi para a turma. Esse agravo ser julgamento por uma turma, ao julgar esse agravo a turma de duas uma a Turma concordar com o posicionamento do relator (julgando a apelao nos termos da deciso do relator) ou a Turma discordar do posicionamento do relator. Se a Turma concordar com o feito do relator, ela vai julgar a apelao do jeito que o relator julgaria. Mas se a turma no concordar vai julgar de modo distinto daquela julgada pelo relator. De um jeito ou de outro, a Turma ao julgar o agravo interno estar julgando a prpria apelao (recurso que foi julgado monocraticamente).

Em suma, o julgamento do agravo interno assume a natureza do julgamento do recurso que foradecidido monocraticamente. A deciso da turma que julgo agravo interno contra deciso de julgou apelao tem natureza de julgamento de apelao.

Cabem embargos infringentes de acrdo de apelao.Prova: Cabe Embargos infringentes contra acordo em agravo interno? Cabe porque o acrdo de agravo interno pode ter natureza de acrdo de apelao e se tiver cabe embargos infringentes.Prova: Os embargos de divergncia cabe contra Acordo de Especial e Extraordinrio. Cabe Embargos de divergncia contra acrdo de agravo interno? Se o acrdo tiver natureza de julgamento de Recurso extraordinrio e Recurso especial cabe embargos de divergncia.

Smula 316 do STJ - Cabem embargos de divergncia contra acrdo que, em agravo regimental, decide recurso especial O julgamento do agravo interno pode ser de varias natureza.

- Deciso singulares em tribunal de presidente ou vice: Se trata de uma situao excepcional.A regra geral de que deciso de presidente e vice cabe agravo interno regra que se extrai do art. 39 da lei 8.038/90. Principal caso especfico da deciso do presidente ou vice que no admite recurso especial ou recurso extraordinrio na origem, essa deciso no impugnvel por agravo interno mais por outro recurso que agravo contra deciso que no admite recurso especial ou extraordinrio. Art. 544, que o agravo contra deciso do presidente ou vice que no admite recurso especial ou extraordinrio.O novo CPC se refere a esse recurso como o de Agravo de admisso.

- Contra acordo pode caber 5 tipos de recursos: recurso especial e recurso extraordinrio, recurso ordinrio constitucional, embargos infringentes e embargos de divergncia.

CONTRA QUALQUER DECISO CABE EMBARGOS DE DECLARAO.

Aula 02- 01/03/2013

JUIZO DE ADMISSIBILIDADE:

Conceito - Todo procedimento tem por objetivo a produo de um ato final que tenha certo contedo, mais para deciso ser colhida ou no o juiz tem que observar se o procedimento vlido, se obedece alguns pressupostos sem os quais o mrito no poderia ser observado. O juiz tem que observar se o procedimento vlido rene os pressupostos que permitem ao juiz examinar o que foi pedido, em seguida o juiz examina o que foi pedido. Ao primeiro juzo se chama juzo de admissibilidade ou segundo se chama juzo de mrito. Juzo de admissibilidade o juzo de validade do procedimento.

Qualquer ato postulatrio se submete a dois juzos: o juzo sobre admissibilidade e outro sobre o seu mrito.

O juzo de Admissibilidade um juzo sobre aptido formal para que o pedido seja examinado, sobre a validade do procedimento.

O juzo de mrito um juzo sobre a possibilidade de um pedido ser acolhida. Somente possvel, aps, superado o juzo de admissibilidade. O juzo de admissibilidade negativo quando se tem entende que o pedido no ser possvel de ser examinado.

Terminologia 1: Quando o juzo de admissibilidade :a) positivo: conheceu, admitiu.b) negativo: no conheceu, inadmitiu.# J o juzo de mrito poder ser: provido ou no provido.O juzo de admissibilidade prvio

Terminologia 2:a) Juzo a quo: o juzo de origem, aquele que proferiu a deciso recorrida.b) Juzo ad quem: o juzo de destino, para onde o recurso dirigido.

Terminologia importante, uma vez que no Brasil vale a regra do duplo exame do juzo de admissibilidade: o recurso primeiro interposto no rgo a quo, em que feita o primeiro juzo de admissibilidade. Se o rgo a quo admitir o recurso este subir para o ad quem, que poder refazer esse juzo de admissibilidade. Se o a quo no reconhecer do recurso, sempre caber outro recurso para que o ad quem controle isso. De modo que o ad quem sempre pode controlar a deciso do a quo em relao a deciso quando a admissibilidade do recurso. Trata-se de um sistema binrio, pois em regra, no Brasil o recurso interposto no a quo, que faz o primeiro juzo de admissibilidade. E, se ele no conhece desse recurso, sempre caber um recurso para que ad quem controle.

Ressalta-se que o juzo de mrito feito apenas pelo rgo ad quem.

Observaes:1) O agravo de instrumento o nico recurso no Brasil, ainda, que interposto diretamente no ad quem. No passa ento pelo duplo juzo de admissibilidade, ou seja, s o ad quem faz juzo de admissibilidade sobre ele.

2) H recursos em que a quo e ad quem se confundem, ou seja, o rgo de origem o mesmo de destino. Como o caso dos embargos de declarao e dos embargos infringentes em execuo fiscal. Nesses casos, s haver um controle de admissibilidade e o mrito ser feito pelo juiz da sentena.

3) H recursos que permitem retratao pelo juiz a quo. Nesses casos, o juiz pode revogar sua prpria deciso. Exemplos: agravo de instrumento o agravo retido, a apelao contra sentena que indefere a petio inicial, apelao contra sentena nos casos de improcedncia prima facie em causas repetitivas, apelao nas causas do ECA. Esse efeito que alguns recursos tm de permitir retrao se chama de efeito regressivo.

Natureza Jurdica do Juzo de Admissibilidade:

- O juzo de admissibilidade positivo, ou seja, deciso que admite um recurso tem natureza de um juzo declaratrio com efeitos retroativos.- O juzo de admissibilidade negativo, ou seja, deciso que no admitiu o recurso. Possui trs correntes:1 Corrente: A deciso de inadmissibilidade uma deciso declaratria com eficcia retroativa. Em suma, o recurso seria inadmissvel desde o dia em que foi interposto. Recurso inadmissvel recurso que no produz nenhum efeito, dessa forma j teria transitado em julgado a sentena recorrida. Ressalta-se que isso poderia gera a situao prescrio do direito da ao rescisria, o que gera insegurana jurdica (Barbosa Moreira). Concepo Minoritria.2 Corrente: A deciso de inadmissibilidade uma deciso desconstitutiva, e assim, sem eficcia retroativa. (Fredie Didier)3 Corrente: Concepo Ecltica. A deciso de inadmissibilidade uma deciso declaratria, sem eficcia retroativa, salvo em dois casos de inadmissibilidade haveria efeitos retroativos: intempestividade e manifesto incabimento. Concepo Majoritria.Smula 100 do TST, III- Salvo se houver dvida razovel, a interposio de recurso intempestivo ou a interposio de recurso incabvel no protrai o termo inicial do prazo decadencial.

Requisitos de Admissibilidade:

Intrnsecos1. Cabimento2. Legitimidade3. Interesse recursal4. Inexistncia de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer Esse requisito aparece em alguns livros com extrnsecos (Observar na hora da prova!!!!)

Extrnsecos5. Preparo6. Regularidade formal7. Tempestividade1. Cabimento:

O recurso cabvel se passar por dupla anlise. cabvel o recurso quando a deciso for recorrvel e o recurso utilizado for o correto.

Em relao ao cabimento dos recursos a doutrinas costuma a identificar trs princpios:

I Princpio da Taxatividade: S existem os recursos previstos em lei. Dessa forma, o recurso s cabvel se estiver previsto em lei.

II Princpio da Singularidade (ou da Unirecorribilidade): contra uma mesma deciso no cabe mais de um recurso ao mesmo tempo. Ressalta-se que esse princpio no tem uma aplicao muito clara em mbito de tribunal, uma vez que contra um acrdo de tribunal pode-se entrar ao mesmo tempo com Resp e RE.

III Princpio da Fungibilidade do Recursos: De acordo com esse princpio os recursos so fungveis entre si, se a parte entra com um recurso equivocado esse recurso pode ser recebido como recurso correto. Esse princpio a aplicao da tcnica do aproveitamento do ato nulo, ou seja, o ato defeituoso, mas aproveitvel. Esse princpio prestigia a instrumentalidade das formas. Sendo assim, o princpio da fungibilidade extrado do Art. 244 do CPC que consagra a instrumentalidade das formas. Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominao de nulidade, o juiz considerar vlido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcanar a finalidade.

# Pressuposto para aplicao do Princpio da Fungibilidade:a) Inexistncia de erro grosseiro: aquele cometido sem lastro jurisprudencial ou doutrinrio. b) Prazo: a parte deve respeitar o prazo do recurso correto. O projeto no novo CPC equipara os prazos.

2. Legitimidade:

o Estudo de quem pode recorrer:- Pode recorrer a parte que foi vencida, uma vez que fez parte do processo, inclusive os terceiros que intervieram.# Assistente simples pode recorrer se o assistido no recorreu? Duas correntes:1 Corrente: No pode recorrer2 Corrente: Pode recorrer, salvo se houver a renncia expressa do direito de recurso pelo assistido, no poder prosperar o recurso o do assistente.- Pode recorrer o MP (Fiscal da lei), mesmo se as parte no recorrerem- Terceiro prejudicado: o recurso de terceiro uma modalidade de interveno de terceiro. Pode recorre como terceiro todo aquele que poderia ter intervindo no processo mas no interveio, (salvo no caso do opoente: sujeito que poderia mas no entrou com a oposio, ele no pode entrar com o recurso).Prazo para recurso do terceiro o mesmo prazo que dispe a parte.

3. Interesse Recursal:

O interesse recursal se revela na utilidade e necessidade da interposio do recurso. O recurso til quando puder propiciar algum proveito ao recorrente.Como regra h interesse recursal quando h sucumbncia. No entanto, o terceiro no sucumbe por ser terceiro, mas possui interesse recursal, dessa forma pode haver interesse recursal sem sucumbncia.- Interesse recursal e o fundamento da deciso:Como regra, no h interesse recursal na fundamentao de deciso.Atualmente alguns autores demostram que h casos em que h interesse recursal na discusso do fundamento. A coisa julgada secundu eventus probationis improcedncia por falta de provas no faz coisa julgada. Exemplo: Aes coletivas e Mandado de segurana. A improcedncia por ausncia de direito faz coisa julgada. Dessa Forma, o ru recorre para manter a deciso, mas para mudar a fundamentao que a embasou, ou seja, busca mudar a fundamentao e deixar a concluso.

4. Inexistncia de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer:

pressuposto negativo, uma vez que so fatos que no podem ocorrer para que o recurso seja admitido.

Exemplos: - Renncia:A renncia expressa e no depende da aceitao da outra parte. E por ser anterior a interposio do recurso, ser pressuposto de inadmissibilidade do recurso.

- Aceitao:A aceitao o ato da parte de concordar com a deciso. Se a parte concorda com a deciso no poder recorrer, o recurso ser inadmissvel. A aceitao pode ser tcita ou expressa: Aceitao tcita qualquer comportamento que seja incompatvel com vontade de recorrer (Exemplo: a parte cumpre espontaneamente a deciso).

- Desistncia:A desistncia do recurso a revogao de um recurso que j foi interposto. A desistncia do recurso pode se d at o incio da votao no depende de aceitao do recorrido e no depende de homologao judicial.

5. Preparo: o pagamento das despesas relacionadas ao processamento dos recursos.

# Essa despesa se divide em duas espcies: Custas processuais e o porte de remessa e retorno (despesas postais). A soma desses dois valores o preparo

O pagamento do preparo deve ser feito antes da interposio do recurso e deve ser comprovado no momento da interposio do recurso. Excees: juizados especiais em que o preparo pode ser feito em at 48 horas da interposio do recurso e na justia federal nos recursos contra sentena o preparo pode ser feito em at 05 dias aps a interposio do recurso.

# Preparo em valor menor, ou seja, preparo insuficiente o tribunal tem que mandar que a parte complemente, uma vez que o tribunal no pode deixar de conhecer do recurso em razo de um preparo insuficiente. O STJ entendeu essa regra do preparo insuficiente no se aplica ao juizado.

# Falta de preparo por justo motivo: O juiz deve estabelecer um prazo para o preparo ser feito, uma vez que no pode deixar de reconhecer o recurso por falta de preparo. Exemplos de justo motivo: Expediente bancrio fechou, greve, Art. 519 do CPC - Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevar a pena de desero, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo.Smula 484 do STJ - Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia til subsequente, quando a interposio do recurso ocorrer aps o encerramento do expediente bancrio.

# Recursos que dispensam preparo: Embargos de declarao, Agravo Retido, Embargos em execuo fiscal, o agravo do art. 544 do CPC, Recursos do ECA s no caso de interposio por criana e adolescente.

# Sujeitos dispensveis para fazer o preparo: Entes pblicos, Ministrio Publico e Beneficirio da justia gratuita (sujeito recorre, pede o benefcio e no faz o preparo. Se o benefcio for negado, ser intimado para fazer o preparo).

7. Tempestividade

O recurso deve ser interposto no prazo estabelecido.

- Ministrio Pblico e Ente Pblico: prazo em dobro que ocorre at quando eles recorrem como terceiro. Esse prazo em dobro no se aplica no mbito dos juizados especiais e no se aplica para Ministrio Pblico no caso do ECA.- Prazo para MP e ente pblico contrarrazoar: prazo simples. - Parte assistida por defensor: prazo em dobro para recorrer. - Ncleo de prtica jurdica for de instituio pblica o prazo ser em dobro, se o ncleo for de instituio privada o prazo simples.- Litisconsorte com advogados diferentes tem prazo em dobro para recorrer. Se a deciso s prejudica um dos litisconsorte o prazo simples. Smula 641 do STF (No se conta em dobro o prazo para recorrer, quando s um dos litisconsortes haja sucumbid). Se os advogados diferentes estivem no mesmo escritrio no se aplica a dobra do prazo. O projeto do novo cdigo dobra o prazo somente se aplica se os advogados pertencerem a escritrios diferentes.

# Recurso prematuro: aquele interposto antes do incio do prazo. Trata-se de um recurso intempestivo?- Doutrina: recurso tempestivo- STJ: desde 2004 entende tempestivo. Em 2013 mudou o entendimento para Intempestivo.- TST: recurso intempestivo- STF: at o ano passado entendia que recurso prematuro era intempestivo. Depois do HC 101.132 houve mudana de entendimento. Hoje, o STF considera tempestivo.

# Recurso Especial e Extraordinrio podem ser interpostos em protocolos de tribunais que se localizes em comarcas do interior.

# Conta-se a tempestividade pela data do protocolado na secretaria.Smula 216 do STJ - A tempestividade de recurso interposto no SJT aferida pelo registro no protocolo da secretaria e no pela data da entrega na agncia do correio.

# Poder haver a comprovao posterior da tempestividade.

# Restituio integral de prazo:Art. 507 CPC - Se, durante o prazo para a interposio do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado, ou ocorrer motivo de fora maior, que suspenda o curso do processo, ser tal prazo restitudo em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem comear a correr novamente depois da intimao.

6. Regularidade formal:

O recurso possui seus requisitos formais que devem ser observados:- O recurso deve ser assinado por advogado - O recurso tem que ter pedido- Deve ser escrito, salvo a possibilidade de recurso oral. - O instrumento do agravo tem que ter as peas obrigatrias - O recurso tem ter fundamentao (princpio da dialeticidade dos recursos: os recursos devem ter fundamentao para que a outra parte possa contrarrazoar)

Aula 03 04/03/2013

EFEITOS DOS RECURSOS:

1.1. Efeito de impedir o trnsito em julgado a interposio do recurso impede que deciso recorrida transite em julgado, portanto prolonga a litispendncia. Adotada a concepo de Barbosa Moreira recurso inadmissvel no produz efeito algum, nem esse efeito (concepo minoritria).

1.2 Efeito regressivo ou efeito de retratao h alguns recursos que permitem que o rgo a quo revogue sua deciso, esse efeito de permitir retratao chamado de efeito regressivo.

1.3 Efeito suspensivo O efeito suspensivo de um recurso o efeito que o recurso tem de prolongar a ineficcia da deciso, tornando-a ineficaz, no sistema brasileiro diz a doutrina que a recorribilidade o que faz com que a deciso no produza efeito, se o recurso tem efeito suspensivo significa que a deciso vai manter-se ineficaz. Todo recurso pode ter efeito suspensivo, alguns tem efeito suspensivo por fora de lei, basta recorrer deciso estar sem efeito (suspenso), outros que no tem efeito suspensivo por fora de lei o recorrente pode pedir o efeito suspensivo.

Exemplo de efeito suspensivo automtico: Apelao e Embargos infringentes. J o Agravo de instrumento, REsp e RE demanda pedido das parte para que o recurso tenha efeito suspensivo.

1.4 Efeito expansivo subjetivo a regra o que o recurso produza efeito apenas para o recorrente, sucede que h casos que o recurso interposto por algum atinjam outras pessoas alm do recorrente ocorrendo efeito expansivo subjetivo (o recurso estende os seus efeitos para outros sujeitos).

Exemplos 1 - Embargos de declarao oposto por uma parte interrompem o prazo de recurso para ambas s partes.

Exemplo 2 - Recurso de litisconsorte unitrio estende seus efeitos a outros litisconsortes.Exemplo 3 - Recurso de devedor solidrio que se afirma defesa comum a todos os devedores solidrios beneficia o outro art. 509 pargrafo nico.Art. 509 CPC - O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.Pargrafo nico - Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitar aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

1.5 Efeito Substitutivo: Decorre do julgamento do recurso, ou seja, significa dizer que o recurso teve seu mrito examinado, esse efeito s produzido por recursos admissveis. A deciso que julga o recurso substitui a deciso recorrida (substituio de uma deciso por outra). Exatamente por conta do efeito substitutivo que a parte vai saber qual a ltima deciso proferida no processo (ser objeto de rescisria, ttulo executivo que ser executado).

Art. 512 do CPC - O julgamento proferido pelo tribunal substituir a sentena ou a deciso recorrida no que tiver sido objeto de recurso.

- S existe uma situao em que o julgamento de um recurso no substitui a outra deciso: acolhimento de recurso para invalidar um deciso.

1.6 Efeito Devolutivo: - Dupla dimenso: Extenso (dimenso horizontal) e Profundidade (dimenso vertical)

Alguns autores quando examina o feito devolutivo eles tratam a dimenso vertical do efeito devolutivo com o nome efeito translativo.

- Pela extenso do efeito devolutivo o recurso devolve ao tribunal o exame da matria impugnada, ou seja, o recurso determina o que o tribunal poder examinar. Aquilo que foi impugnado pela parte a extenso do efeito devolutivo. a rea em que o tribunal poder atuar naquilo. o recorrente que determina a extenso do que ser analisado pelo Tribunal. (manifestao do princpio dispositivo) Dessa forma, o tribunal esta vinculado naquilo em que o recorrente definiu no seu recurso.Exemplo: Se a deciso tem trs captulos o recorrente recorre dos trs captulos, o tribunal ter que examinar os trs captulos. Se o recorrente s recorrer de dois captulos, assim o captulo no recorrido no poder ser examinado.

Regra da congruncia a sentena est limitada ao que foi demandado na petio inicial, logo o tribunal estar vinculado ao recurso da parte. Se o Tribunal acerca de captulo no impugnado estar violando a regra da congruncia.

- A profundidade do efeito devolutivo: So as questes que o tribunal poder examinar para decidir o captulo impugnado. So as questes que sobem pela profundidade do efeito devolutivo. Aqui a regra o respeito ao princpio inquisitivo, no o recorrente que delimita a profundidade do efeito devolutivo, ou seja, o recorrente apenas delimita a rea (extenso).

# Questes que sobem ao tribunal:- Todas as questes suscitadas no processo relativo ao captulo impugnado- Todas as questes de ordem pblica relativas ao captulo impugnado. Ou seja, nada que no diga respeito ao captulo impugnado sobe. O captulo no impugnado transitou em julgado.- Em suma: a extenso bitola a profundidade.

Exemplo: Condenao por danos morais e danos materiais, a parte recorre apenas dos danos morais. O tribunal entende que a parte ilegtima (questo de ordem pblica). Isso atinge o captulo dos danos materiais? No, uma vez que o tribunal ficar limitado aos danos materiais, mesmo sendo questo de ordem pblica.

2 RECURSO EM ESPCIES:

2.1 APELAO:

- o recurso contra a sentena.

# Efeito suspensivo a apelao:

No Brasil a apelao tem, em regra, efeito suspensivo automtico, h casos porm, em que ela no tem efeito suspensivo automtico, nestes casos possvel pedir o efeito suspensivo. O CPC no estabelece o modo pelo qual se pode pedir do efeito suspensivo quando a apelao no a possui de forma automtica. Basicamente a parte se vale de dois instrumentos: ou apelam e entram com uma cautelar no tribunal para pedir efeito suspensivo apelao; ou apelam e espera o juiz a quo no dar efeito suspensivo e entram com o pedido de agravo de instrumento contra a deciso do tribunal.

Outra ponderao: s vezes a sentena tem vrios captulos e a apelao pode ter efeito suspensivo para alguns captulos e no ter efeito suspensivo automtico para outros. A apelao divisvel.

Art. 520 A apelao ser recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Ser, no entanto, recebida s no efeito devolutivo, quando interposta de sentena que: (No tem efeito suspensivo automtico)I - homologar a diviso ou a demarcao;II - condenar prestao de alimentos;III - julgar a liquidao de sentena;IV - decidir o processo cautelar;V - rejeitar liminarmente embargos execuo ou julg-los improcedentes;

Observao sobre o inciso V do Art. 520:I - Embargos execuo um meio de defesa na execuo de ttulo extrajudicial.II - Os embargos execuo no suspende automaticamente a execuo.A improcedncia dos embargos execuo vai produzir efeito imediato. A execuo volta a correr de forma definitiva.

Smula 317 do STJ - definitiva a execuo de ttulo extrajudicial, ainda que pendente apelao contra sentena que julgue improcedentes os embargos.

Com a reforma de 2006 trouxe uma nova redao ao art. 587:Art. 587. definitiva a execuo fundada em ttulo extrajudicial; provisria enquanto pendente apelao da sentena de improcedncia dos embargos do executado, quando recebidos com efeito suspensivo (art. 739).

Esse dispositivo o contrrio da smula 317 do STJ (aberrao). Dispositivo inconstitucional, segundo Fredie por dar tratamento desigual ao executado.

VI - julgar procedente o pedido de instituio de arbitragem. VII confirmar ou revogar a antecipao dos efeitos da tutela; Houve uma antecipao da tutela e o juiz na sentena ratifica a antecipao mesmo havendo apelao no h efeito suspensivo s na parte que houve a antecipao da tutela. Esse dispositivo tambm se aplica nos casos em que a antecipao da tutela for concedida na sentena, em caso de apelao no ter efeito suspensivo na parte pertinente antecipao da tutela.Essa redao traz dvida: e se sentena revogar a antecipao da tutela a apelao ter efeito suspensivo logo a antecipao da tutela continua produzindo efeitos, a doutrina diz: que a apelao tambm no tem efeito suspensivo contra a sentena que revogue a tutela antecipada, para que a revogao produza efeitos imediatos. A apelao no tem efeito suspensivo em captulo da sentena que concede confirma suspende e revoga a tutela antecipada.

# H outras hipteses de apelao sem efeito suspensivo que esto fora do art. 520:1. Sentena que decreta interdio2. Apelao contra sentena que concede Mandado de Segurana ou Habeas Data3. Apelao contra sentena de despejo4. Apelao contra sentena que julga Ao Civil Pblica

# 4 do Art. 515 do CPC

Art. 514 4 Constatando a ocorrncia de nulidade sanvel, o tribunal poder determinar a realizao ou renovao do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligncia, sempre que possvel prosseguir o julgamento da apelao.

Esse 514 4 tem teor pedaggico Correo de defeitos sanveis mesmo na pendncia de apelao.

# Art. 515 do CPC Art. 515. A apelao devolver ao tribunal o conhecimento da matria impugnada.

- Esse artigo aplica-se a qualquer recuso. Regula a extenso do efeito devolutivo

Os pargrafos 1 e 2 do art. 515 regulam a profundidade do efeito devolutivo, so dispositivos gerais: 1 - Sero, porm, objeto de apreciao e julgamento pelo tribunal todas as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado por inteiro. 2 - Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelao devolver ao tribunal o conhecimento dos demais.

# Exame do 3 do art. 515: 3oNos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento.

- Imagine uma sentena em que o juiz extingue o processo sem exame do mrito (sentena terminativa) uma apelao contra uma sentena terminativa. Tradicionalmente a apelao contra sentena terminativa no permitia que o tribunal avanasse para decidir o mrito, os autos teria que se enviado ao juiz a quo para decidir. Atualmente (desde 2001) se permite que um tribunal ao julgar uma apelao contra sentena terminativa avance para julgar o mrito que no foi julgado na primeira instncia. Para que o tribunal possa avanar e julgar o mrito que no foi julgado em primeira instncia preciso observar alguns pressupostos:a) preciso que o tribunal d provimento a apelaob) A causa tem que esta madura a causa tem que esta pronta para ser julgada, ou seja, condies de imediato julgamento (No h mais prova a ser produzida, no h mais ningum pra ser citado).c) Pressuposto Controvertido - O tribunal s pode avanar para julgar o mrito que no foi julgado em primeira instncia se for pedido pelo apelante.

- No caso de deciso citra petita (juiz deixou de julgar um pedido), o tribunal poderia avanar para julgar o que o juiz deixou de julgar na instncia anterior, aplicando art. 515 3.- Se o juiz decidir por prescrio, se o tribunal entender que no houve a prescrio pode avanar para julgar o mrito? O tribunal pode sim, pois a prescrio mrito e o tribunal pode avanar.

# Inovao em matria de fato na apelao:O apelante pode suscitar novas questes de fato na apelao:1. Se se trata de fato novo aplica o art. 462 do CPCArt.462.Se, depois da propositura da ao, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caber ao juiz tom-lo em considerao, de ofcio ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentena.2. Fatos velhos podem ser suscitados na apelao desde que se demonstre justa razo.Art. 517 - As questes de fato, no propostas no juzo inferior, podero ser suscitadas na apelao, se a parte provar que deixou de faz-lo por motivo de fora maior.

# Procedimento da apelao:A apelao interposta perante o rgo a quo fazendo o primeiro juzo de admissibilidade, sendo o caso o juiz manda ouvir o apelado para apresentar as contrarrazes, no retorno das contrarrazes o juiz pode fazer um novo juzo de admissibilidade.- A apelao passa por dois juzo de admissibilidade no a quo (assim que recebe a apelao e aps receber as contrarrazes do apelado) (No projeto do novo CPC a apelao ser interposta diretamente no tribunal)

# A fora normativa dos precedentes o art. 518:Art. 518 Interposta a apelao, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandar dar vista ao apelado para responder. 1 O juiz no receber o recurso de apelao quando a sentena estiver em conformidade com smula do Superior Tribunal de Justia ou do Supremo Tribunal Federal.

O Juiz esta autorizado a no receber recurso cuja sentena foi baseada contra a smula do STJ e STF (smula impeditiva de recurso). Esse dispositivo s serve para os casos em que o recurso pretende discutir a smula, agora se a parte recorrer que a smula no se aplica ao caso do recorrente, o que se esta fazendo um DISTINGUISHING (uma distino do caso da parte recorrente), neste caso a apelao tem que subir. Havendo superao da smula a apelao ter que seguir (Overruling) a apelao por erro em procedendo (in procedendo), ela discute a validade da deciso e no o erro, ela ter que subir.

3. EMBARGOS DE DECLARAO:

- Recurso prazo 05 dias- Sem preparo- Ser julgado pelo mesmo rgo que prolatou a deciso embargada. Ressalta-se que o relator s poder julgar suas decises e no a da turma.- Recurso de fundamentao vinculada parte s pode embargar afirmando algumas situaes especficas que a lei autoriza: Omisso, Contradio ou Obscuridade.

- A jurisprudncia passou a admitir embargos de declarao nos casos de erro material. A jurisprudncia tambm admite embargos nos casos de deciso ultra ou extra petita.- (CLT) Embargos de declarao por erro na anlise dos requisitos extrnsecos de admissibilidade dos recursos. (art. 897- A da CLT)

- Lei dos juizados especiais prev os embargos nos casos que houver dvida na deciso.

# Decises embargveis: Qualquer deciso embargvel mesmo deciso de relator

# Natureza jurdica da deciso que julga os embargos: o julgamento dos embargos de declarao passa a fazer parte da sentena, ou seja, se incorpora a ela. Dessa forma, a natureza da deciso que julga os embargos tem a natureza da deciso embargada.

# Efeito interruptivo dos embargos de declarao: A interposio de embargos de declarao interrompe o prazo para que ambas as partes recorram daquela deciso.Mas no mbito dos juizados suspendem o prazo para a interposio de outro recurso. Posio do STF embargos contra sentena nos juizado especiais o prazo suspende, sendo embargos contra acordo da turma recursal esse interrompe o prazo para o recurso. (O projeto do novo cdigo muda esse entendimento)

# Os embargos so instrumento de protelao, uma vez que interrompem o prazo:Art. 538 Os embargos de declarao interrompem o prazo para a interposio de outros recursos, por qualquer das partes.Pargrafo nico - Quando manifestamente protelatrios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o so, condenar o embargante a pagar ao embargado multa no excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiterao de embargos protelatrios, a multa elevada a at 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposio de qualquer outro recurso ao depsito do valor respectivo.

Esse dispositivo teria proibido uma terceira interposio de embargos declaratrios, uma vez que j houve duas condenaes por embargos protelatrio (STF)

# Embargos de declarao com intuito de pr-questionamento no tem carter protelatrio segundo a smula 98 do STJ (Embargos de declarao manifestados com notrio propsito de prequestionamento no tm carter protelatrio).

Aula 05 08/03/2013Continuao Embargos de Declarao

- Efeito modificativo dos embargos de declarao: Em alguns casos o acolhimento dos embargos pode modificar a deciso embargada. Efeito infringente dos embargos de declarao: o efeito modificativo dos embargos de declarao.

# No h menes no cdigo as contrarrazes aos embargos de declarao. Sempre Embargos de Declarao puder ter efeito modificativo h necessidade de intimar o embargado para apresentar contrarrazes.

# Sobre uma deciso interposto: embargos de declarao e apelao. Se os embargos modificam a deciso, a parte que interps a apelao poder alterar o seu recurso? Sim, a parte poder complementar o seu recurso sobre aquilo que foi alterar. A doutrina nomeia esse fenmeno de Aplicao do princpio da complementariedade dos recursos. Quando a deciso no alterada com o julgamento dos embargos, a parte precisa ratificar seu recurso (apelao)? Fredie Didier: No h necessidade, uma vez que no houve alterao da deciso apelada (opinio generalizada na doutrina). Ressalta-se a existncia da smula 418 do STJ, que embora trate de recurso especial ser aplicado em todos os casos:

Smula 418 do STJ: inadmissvel o recurso especial interposto antes da publicao do acrdo dos embargos de declarao, sem posterior ratificao.

Dessa forma, para o STJ deve ser ratificada a apelao!

4. EMBARGOS INFRINGENTES

- Pressupostos: Cabvel contra acrdo no unnime em:a) apelao: que tenha reformado sentena de mrito;b) ao rescisria.

A deciso no unnime em acrdo de apelao 2x1, e esse 1, igual sentena proferida pelo juiz a quo.O objetivo dos embargos infringentes fazer valer o voto vencido, ou seja, busca um novo julgamento para que o voto vencido prevalea. Ele no objetiva a unanimidade.

Polmicas:

1 - O STJ pacificou entendimento de que no cabem embargos infringentes contra acordo em reexame necessrio.Smula 390 do STJ: Nas decises por maioria, em reexame necessrio, no se admitem embargos infringentes.

2 - No cabem embargos infringentes em Mandado de segurana.

3 - Cabem embargos infringentes em decises de falncia.Smula 88 do STJ: So admissveis embargos infringentes em processo falimentar.

4 - Cabem embargos infringentes contra acordo em agravo retido, que discuta questo de mrito.Smula 255 do STJ: Cabem embargos infringentes contra acrdo, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matria de mrito.

5 - Cabem embargos infringentes em julgamento de agravo de instrumento que discuta questo de mrito.

6 - Cabem embargos infringentes contra acrdo que aplicar o 3 do art. 515 do CPC (Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento). A sentena sem exame de mrito, mas o mrito julgado pelo Tribunal e se foi julgado por maioria.

7 - Cabem embargos infringentes contra o captulo relativo aos nos captulos dos honorrios advocatcios.

8 - Cabem embargos infringentes contra acrdo que julgou agravo regimental contra deciso de relator que julgou apelao.

9 - Cabem embargos infringentes contra acrdo que julga embargos de declarao que tenha natureza de acrdo de apelao.

10 - Cabem embargos infringentes contra acrdo lavrado com o voto mdio.Acordo com voto mdio: pode acontecer que no haja entre os 3 julgadores maioria, ou seja, os trs divergem. Essa divergncia pode se dar no mbito quantitativo (Exemplo: um manda pagar 50, outro, 30, outro 70) ou qualitativo (exemplo: em caso de guarda de filho, o 1 julgador mandar a criana ficar com a me, o outro com o pai e o outro com o av). Na divergncia quantitativa deve-se optar pelo o voto mdio, ou seja, o voto que fica entre os extremos, que no necessariamente a mdia dos votos. Cabe embargos infringentes contra os dois votos vencidos e no pelo contra o voto mdio.Quando a divergncia qualitativa: a apelao tem de ser transferida para um colegiado maior. L imagine que 3 tenham julgado pelo av, 5 pelo pai e 2 pela me (duas orientaes vencidas, cabem embargos infringentes contra elas)

2 hipteses de cabimento de Embargos Infringentes: Ao rescisriaCabem contra acordo no unanime que rescindiu a deciso de ao rescisria

# Prazo dos embargos Infringentes: 15 dias

# ltima possibilidade de se recorrer ordinariamente contra uma deciso.

5. AGRAVOS:

- Agravos de instrumento e agravo retido cabem contra as decises Interlocutrias: No existe opo para o agravante, ou seja, ou entra com o agravo retido ou entra com agravo de instrumento. No existe hiptese em que os dois recursos sejam cabveis.

# Agravo Retido:

- Recurso retido: o recurso que interposto, mas no processado imediatamente, ou seja, fica retido espera de uma ratificao posterior. Se no houver confirmao por ocasio da apelao ou das contrarrazes e como se a parte tivesse desistido dele (no ratificao = Desistncia). Feita a ratificao pela parte o agravo retido sobe junto com a apelao, sendo julgado antes dela como preliminar.

# O agravo retido um recurso que interposto no juzo a quo, dispensa preparo.

- O CPC prev duas espcies de agravo retido:a) Agravo retido contra decises proferidas em audincia:Caractersticas: Deve ser interposto oralmente e imediatamente na audincia de instruo e julgamento. No sendo interposto no momento oportuno, haver precluso.b) O agravo retido proferido contra decises escrita (interlocutrias): O agravo retido deve ser por escrito e no prazo de 10 dias.

- Cabimento do agravo retido:Cabe agravo retido quando no couber agravo de instrumento. No existe nenhuma situao em que a parte possa optar por um ou por outro.

- Trs hipteses de cabimento do agravo de instrumento:

I - cabe Agravo de Instrumento sempre que a deciso interlocutria puder causar prejuzo gravo irreparvel ou de difcil reparao. (Prejuzo iminente)

- De deciso que concede, nega ou revoga tutela antecipada cabe Agravo de instrumento.Aplicao Prtica: Se o relator pegar o agravo de instrumento e percebe que o caso no de urgncia, o relator poder converter o agravo de instrumento em agravo retido. Dessa deciso que converte agravo instrumento em agravo retido por ausncia de urgncia no impugnvel por agravo regimental. Logo, para evitar insegurana jurdica a parte poder utilizar o Mandado de Segurana ou interpor agravo regimental ignorando regra. (jurisprudncia do STJ)* Se a tutela antecipada for concedida na sentena o recurso cabvel apelao.

II - Cabe Agravo de Instrumento quando a lei expressamente estabelecer. Independentemente de urgncia. Nesta segunda hiptese gravo de instrumento por disposio legal. Neste caso no h converso de Agravo de Instrumento em Agravo Retido.

# Hiptese de cabimento de agravo de instrumento por disposio legal:- Agravo de sentena que decreta falncia.- Agravo em liquidao de sentena (art. 475 H do CPC).- Agravo contra deciso que no admite apelao.- Agravo contra deciso do juiz que recebe a apelao em efeitos diversos.- Agravo contra deciso que recebe petio inicial de improbidade administrativa.

III - Cabe Agravo de Instrumento sempre que o agravo retido for incompatvel com a situao.Exemplos: No cabe agravo retido1. Deciso interlocutria proferida em execuo: sempre agravo de instrumento.2. Contra deciso interlocutria de mrito: Se resolveu parte do mrito, no h razo em esperar a soluo dos outros para interpor o recurso.3. Contra decises que reconhece competncia. 4. Contra deciso que expulsa litisconsorte5. Deciso para julgamento antecipado da lide6. Deciso sobre alguma alegao do ru que foi afastada no saneamento.

# Agravo de Instrumento:

O agravo de instrumento interposto diretamente no Tribunal. O recorrente vai forma o instrumento do agravo como os documentos necessrios para o Tribunal proferir a deciso.

A lei lista algumas de documentos obrigatrios:- Cpia da deciso recorrida- Cpia das procuraes de agravante- Cpia da procurao do agravado-Certido de intimao da deciso agravada: exigida para fins de comprovao da tempestividade do agravo. Quando a tempestividade do agravo for manifesta dispensvel essa certido. Exemplo: deciso foi agravada dia 10 e prazo final para interposio 15. # Jurisprudncia: O agravante deve juntar todas as peas indispensveis compreenso da controvrsia.Se o Tribunal entender pela falta de documentos indispensveis a compreenso da controvrsia sem serem as dos documentos obrigatrios dever ser estipulado um prazo para poder a parte agravante complementar.

# O agravante, no prazo de 3 (trs) dias, requerer juntada, aos autos do processo no juzo a quo de cpia da petio do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposio, assim como a relao dos documentos que instruram o recurso. Se o agravante no juntar esses documentos e o agravado no primeiro momento que lhe couber falar nos autos demonstrar esse descumprimento, o agravo no ser conhecido. O tribunal no pode de ofcio no conhece do agravo por no ter sido cumprida essa exigncia.

# Efeito suspensivo:O agravo de instrumento no possui efeito suspensivo automtico. preciso que o agravante pea o efeito suspensivo no agravo de instrumento e caber ao relator examinar.

# Efeito suspensivo de uma deciso negativa: Deciso que negou a tutela antecipada a parte dever pedir um efeito suspensivo de uma deciso negativa para suspender a no concesso (se suspende o que no foi dado concedendo) Efeito Suspensivo ativo (Pedido de antecipao da tutela recursal). Observao: Existe uma hiptese de Agravo de Instrumento com efeito suspensivo automtico o Agravo de Instrumento de deciso interlocutria que trata da compensao de crditos da dvida ativa em precatrios. Basta a Fazenda pblica agravar, esse agravo tem efeito suspensivo automtico (Lei 12.431/11 Art. 34).

# Pode o processo ser extinto no julgamento de um agravo? possvel pela profundidade do efeito devolutivo do agravo de instrumento, pode o tribunal conhecer de uma questo que torna extinto o processo.

# Supervenincia da sentena na pendncia do agravo de instrumento, o que fazer com esse agravo? Depende do contedo do agravo: - se o contedo do agravo puder repercutir na validade da sentena, o agravo permanece em vigor, uma vez que acolhido poder anular a sentena; - se um tema que ficou prejudicado com a sentena o agravo cair.

6. RECURSOS EXTRAORDINRIO E ESPECIAL

Designao genrica que abrange os recursos especiais para o STJ e o recurso extraordinrio para STF e o recurso de revista para o TST. Tambm denominados de recursos excepcionais ou recursos de superposio.

Parte Geral Regramento Comum do Recurso Especial e Recurso Extraordinrio:

# Prazo: 15 dias

# Efeito suspensivo: No possuem efeito suspensivo automtico. Os Recursos Extraordinrios (Especial e Extraordinrio) so interpostos no tribunal a quo. o Presidente ou o vice-presidente que far o primeiro juzo de admissibilidade. Sobre essa situao o STF definiu como deve ser pedido o efeito suspensivo: Enquanto o recurso no tiver passado pelo juzo de admissibilidade na origem, cabe ao Presidente ou Vice do tribunal local examinar o pedido de efeito suspensivo. Se o recurso j tiver passado pelo juzo de admissibilidade na origem caber ao STF examinar esse pedido (Smula 634 e 635 do STF: ambas aplicveis aos recursos).Smula n 634: No compete ao supremo tribunal federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinrio que ainda no foi objeto de juzo de admissibilidade na origem.Smula n 635: Cabe ao presidente do tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinrio ainda pendente do seu juzo de admissibilidade.

Os recursos s podem ser interpostos aps o esgotamento das instncias ordinrias.

Aula 06 11/03/2013

- Publicao de acordo com dois captulos (unnime e no unnime) Art. 498 do CPCPublicado um acordo com dois captulos (um unnime e outro no unnime) em 15 dia pode-se entrar com embargos infringentes contra o captulo no unnime. Ressalta-se que o captulo unanime no tem o que se fazer nessa etapa. Aps o acordo dos embargos infringentes pode-se entrar com RE ou Resp, uma vez que no h mais recursos ordinrios. Ressalta-se que poder nessa etapa interpor contra todo o acordo (captulo unnime e no unnime).Ressalta-se que a no interposio dos embargos infringentes o captulo no unnime transita em julgado e automaticamente conta-se 15 dias para a interposio de RE ou Resp contra o captulo unnime.

- Fundamentao Vinculada:Os recursos extraordinrios so recursos de fundamentao vinculada, ou seja, por eles no se podem alegar qualquer coisa. Os recursos extraordinrios exigem um tipo especfico de fundamentao, ou seja, s servem para discutir questes de direito (federal Resp e constitucional - RE). Essa fundamentao vinculada est prevista na Constituio.

# No se pode pretender reexame de fatos em recursos extraordinrios.# No se pode pretender o reexame de provas em recursos extraordinrios (Smula 07 do STJ). Observao: possvel entrar com recursos extraordinrios pleiteando o reexame do direito probatrio (normas que regula a produo e a valorao das provas). # No se pode pretender a interpretao de clusula contratual (Smula 05 do STJ).Observao: As vezes a interpretao da clusula de um contrato indispensvel para que se possa determinar qual o direito aplicvel ao caso. Quando da interpretao de uma clusula contratual depende da definio de qual norma se aplica ao caso, o STJ admite Resp para interpretar uma clusula contratual, se essa interpretao for indispensvel para saber qual norma se aplica ao caso.

# Prequestionamento: um requisito de admissibilidade especfico dos recursos extraordinrios. Rigorosamente falando, o prequestionamento uma etapa no exame do cabimento dos recursos extraordinrios.A expresso Causas decididas utilizada nos art. 102, III e art. 105, III da CF que determina a exigncia do prequestionamento.- Concepes sobre o prequestionamento:I O prequestionamento seria a prvia manifestao da parte sobre aquilo que ela pretende ver examinada pelo STJ ou pelo STF. II O prequestionamento seria uma exigncia dupla: a parte tem que ter suscitado e o Tribunal tenha se manifestado.III Para o prequestionamento bastaria o enfrentamento do tema pelo Tribunal. No relevante se a parte tenha suscitado antes, at porque o Tribunal poder enfrentar o tema de ofcio. Atualmente os Tribunais aceitam a terceira concepo.

* E quando a parte suscita a questo e o tribunal no enfrenta? A parte dever entrar com Embargos de declarao para fins de prequestionamento. Obriga o tribunal a manifesta-se sobre a questo que a parte pretende ter como objeto no recurso ordinrio. Se aps os embargos o Tribunal se manifestou a situao do prequestionamento estar resolvida. E se o tribunal no suprir a omisso apesar da interposio dos embargos? Para o STJ se h interposio dos embargos e o Tribunal no se manifestou, no haver prequestionamento (smula 211 do STJ). O STJ criou uma soluo para essa situao, a parte poder interpor o recurso especial para discutir o artigo que cuida dos embargos de declarao, suscitando que o tribunal ao no suprir a omisso violou o art. 535. Para o STF se a parte suscitou a questo e o tribunal se calou, a parte embargou e o tribunal no se manifestou, haver o prequestionamento (prequestionamento ficto) (smula 356 do STF).

Smula 320 do STJ A questo federal somente ventilada no voto vencido no atende ao requisito do prequestionamento. Para que haja prequestionamento a questo dever est presente nos votos vencedores.

* O que se entende por prequestionamento implcito? Ocorre quando o tribunal enfrenta a questo, mas no h a meno ao artigo de lei. admitido.

- Profundidade do Efeito devolutivo dos recursos extraordinrios:

Uma vez superado juzo de admissibilidade dos recursos extraordinrios o Tribunal Superior ter que julgar o mrito do recurso. Para julgamento do mrito do recurso no haver qualquer tipo de limitao ao Tribunal Superior (podero reexaminar os fatos, as provas). Por esse motivo que o STJ diminui ou aumenta as indenizaes por danos morais (matria de fato), por exemplo. Smula 456 do STF - o STF conhecendo do recurso extraordinrio, julgar a causa aplicando o Direito espcie.

Como ficam as questes de ordem pblica e a profundidade do Efeito devolutivo dos recursos extraordinrios? Se o objeto do recurso extraordinrio for ordem pblica dever ter sido prequestionado. Se a questo de ordem pblica mesmo se no tiver sido suscitada no recurso, poder ser examinada se conhecido o recurso extraordinrio.Ressalta-se que o julgado Agr. EResp 999.342 estabeleceu que as questes de ordem pblica s poder ser examinada se houver prequestionamento. Deciso que modificou a orientao consagrada do STJ (EResp 595742) contrariando o entendimentos do STF.

- Recursos Extraordinrios Retidos:

Contra Deciso interlocutria interpe Agravo de instrumento Contra o acordo do agravo de instrumento cabe RE ou Resp.

# Este RE ou Resp ficam retidos:Observao: Em interlocutria em execuo no h reteno (CPC art. 542, 3 do CPC).

Tambm no h reteno obrigatria nos casos de antecipao de tutela ou em que se discuta competncia (extenso feita pela Jurisprudncia e doutrina).

# Qual o instrumento utilizado para destrancar o recurso? O legislador no estabelece esse instrumento. A jurisprudncia passou admitir qualquer instrumento, desde uma cautelar para processar imediatamente o recurso at agravo regimental contra deciso do presidente que determinou a reteno do recurso.

Cabe contra sentena apelao. Do acordo de apelao cabem em alguns casos embargos infringentes. Do acordo dos embargos Infringentes caber RE ou Resp.

# No prazo para a interposio do RE ou do Resp contra ltima deciso proferida na instncia ordinria dever ser taxativamente manifestado o interesse em reiterar o recurso anteriormente retido. Pode ser feita por petio simples ou no bojo do recurso extraordinrio.

Peculiaridades do RECURSO ESPECIAL:

- O recurso especial s cabe de acordo de TJ ou TRF. *No cabe recurso especial no mbito dos Juizados Especiais.

- Discutia-se o cabimento de Resp contra acordo de reexame necessrio. O ente pblico no apelou e subiu em reexame necessrio, poderia o ente pblico agora interpor Resp? O STJ passou a entender que cabe Resp pelo ente pblico contra o acordo que julga reexame necessrio mesmo no tendo o ente pblico apelado.

- Procedimento prprio para julgamento dos Resp repetitivos: Procedimento idntico para julgado o RE repetitivo (ser abordado depois)

- Cabimento do Resp: art. 105, III da CF

a) Contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes vigncia;* Contrariar: ofender de qualquer maneira a lei federal ou tratado. Portanto quem nega vigncia (deixa de aplicar) tambm contrariar. * Lei federal: lei ordinria, lei delegada, lei complementar, medida provisria, decreto lei (legislao federal em sentido amplo)* Tratado: H um tipo de tratado que a depender da matria e do qurum (direitos humanos e 3/5) tem status de norma constitucional. Nesses casos dever ser interposto o Recurso Extraordinrio. Nesse caso os tratados devero ter natureza infraconstitucional.

b) Julgar vlido ato de governo local contestado em face de lei federal.* Basta que o Tribunal local tenha feito prevalecer um ato de governo local em face de lei federal.* Alterado pela EC 45.

c) Der a lei federal interpretao divergente de que lhe haja atribudo outro tribunal.* Recurso especial que se fundamento em divergncia jurisprudencial. * Refora o papel do STJ como corte uniformizadora do entendimento prevalecente no Brasil.* Nesse caso h deciso recorrida e a deciso paradigma (outra deciso citada pela parte para justificar o recurso). A deciso paradigma deve ter sido proferida por outro Tribunal, e este outro Tribunal poder ser o STJ. * preciso provar a existncia dessa divergncia. E a prova pode se dar com a extrao de um julgado da internet (site do Tribunal).* Se o Resp com base na letra c, deve-se abrir um item no recurso: Confronto Analtico entre o caso concreto e o caso paradigma. A parte dever demonstrar que o seu caso semelhante ao caso paradigma Distinguishing (comparao entre os casos). Se no houver essa distino o recurso nem conhecido ser.

Peculiaridades do RECURSO EXTRAORDINRIO:

- Cabe RE em qualquer ltima deciso. Dessa forma, cabe RE na justia eleitoral, do trabalho, militar, nos Juizados, no TRF e no TJ. Existem casos de RE contra deciso de Juiz: caso em que o juiz julga os embargos infringentes em execuo fiscal. (uma vez que no cabe Resp, pois este s cabe contra acordo). Smula 640 do STF:

- Smula 733 do STF: No cabe RE contra deciso proferida no processamento de precatrio. Trata-se de deciso de natureza administrativa contra a qual no dever caber RE.

- Smula 735 do STF No cabe RE contra acrdo que defere medida liminar. Trata-se de uma deciso de cognio sumria, ou seja, no h deciso definitiva.

- O RE deve afirmar a existncia a violao direta a constituio, ou seja, no cabe RE por ofensa reflexa (ou indireta, oblqua,) Constituio federal.Ofensa reflexa: Para o STF h ofensa reflexa sempre que para voc constata-la for preciso examinar primeiro a lei federal.Smula 636 do STF - No cabe RE por contrariedade ao principio constitucional da legalidade, quando a sua verificao pressuponha rever a interpretao dada a normas infraconstitucionais pela deciso recorrida.

- Alm de instrumento para proteo ao recorrente o RE passou a ser encarado como um instrumento do STF de definir orientao em matria constitucional com fora vinculativa (importante instrumento de controle difuso de constitucionalidade). Quando o STJ julga um RE est definindo um precedente para todas as causas semelhantes quela.

Repercusso Geral:- Repercusso geral no RE: exigncia para admissibilidade. Para que o RE seja admitido preciso que ele tenha repercusso geral. Foi includa no ordenamento jurdico brasileiro pelaEmenda Constitucional45 de 2004.- O recorrente deve demostrar que o recurso repercute alm dele. - A definio sobre se h ou no repercusso geral exclusiva do STF- Para que o STF dizer que no h repercusso geral preciso do voto de 8 ministros (2/3 dos membros do STF). Se 7 disserem que no h, ento h repercusso geralSe 4 disserem que h repercusso geral, ento h repercusso geral, pois s no haver se 8 disserem que no h.

Art. 543-A

Aula 07 13/03/2013

A deciso do supremo em repercusso geral uma deciso que vale para todos que estejam na mesma situao. A construo dessa deciso sobre a repercusso geral seja construda com a maior quantidade de argumentos (amplitude de debates), fazendo um precedente que valer para todos, da porque se admite a interveno de Amicus Curie no procedimento para decidir a repercusso geral

Art. 543-A - 5o Negada a existncia da repercusso geral, a deciso valer para todos os recursos sobre matria idntica, que sero indeferidos liminarmente, salvo reviso da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 6o O Relator poder admitir, na anlise da repercusso geral, a manifestao de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Vem o legislador e cria um procedimento diferenciado para o julgamento dos recursos extraordinrios e especiais repetitivos, constatada uma quantidade de recursos cria-se um procedimento, o STJ e STF verifica a existncia de muitos recursos da mesma espcie, eles selecionam-se alguns recursos representativos da controvrsia, os demais recursos ficam sobrestados, a deciso sobre a tese que comum a todos eles, a deciso sobre a tese ser aplicado todos os recursos, essa deciso fixa uma tese vinculante.

O STJ afeta alguns recursos ao procedimento de fixao da tese comum e a deciso valer para todos. Esse procedimento transforma uma soluo que seria individual em uma situao coletiva. E uma forma de tutelar os direitos individuais homogneos. Essa previso de recurso repetitivo esta na esfera dos tribunais superiores.

Logo que comeou o processo de recurso repetitivo havia um processo de um banco no STJ e um ministro entendeu que aplicaria o afetamento a esse recurso, o banco desistiu do recurso em face da repercusso em outros casos (buscou impedir a fixao da tese). O STJ entendeu que uma vez afetado o recurso no caberia mais a desistncia, pois haveria um interesse pblico em jogo.

A doutrina entende que o STJ pensou bem mais executou mal. No d para impedir a parte desistir do recurso. Afetado o recurso para feito de modelo, a parte poder desistir, mas o tribunal prosseguir para fixara a tese encampada, esse pensamento o mesmo para a repercusso geral. (Ser Adotado no novo CPC)

A Determinao do sobrestamento do processo da competncia do presidente do tribunal local (Presidente do TJ ou do TRF). Se o presidente do tribunal local sobrestar indevidamente processos, cabe o pedido de reconsiderao, seno reconsiderar cabe agravo interno para o pleno ou rgo especial.

O STJ e STF estabeleceram que o posicionamento local vincula e que o tribunal local tem que adotar, para no adotar entendimento o tribunal dever dizer que que houve distino ou que o caso de OVERRULING

Ler artigos 542, 542-A, 543-B, 543-C do CPC..

AO RESCISRIA

Conceito: a ao autnoma de impugnao que tem por objetivo a resciso de deciso judicial transitada em julgado, e eventualmente o rejulgamento da causa.

Dois propsitos:Pedido de resciso Idicium RescidensPedido de rejulgamento (Eventualidade) Iudicium Decissorium

Meios de reviso da coisa julgada:

1. Ao rescisria: Principal instrumento de reviso da coisa julgada (no o nico)Prazo: 02 anosCompetncia: TribunalA ao rescisria um instrumento de controle da coisa julgada por questes formais ou substanciais, ou seja, com a rescisria a parte pode rescindir uma deciso alegando problemas formais ou injustia.

2. Querela Nulitatis: Prazo: No tem um instrumento que se fundamenta em um problema formal falta ou nulidade da citao

3. Correo de erro material: Pode ser feita a qualquer tempo e at mesmo ex officio

4. Reviso da sentena que se funda em lei, ato normativo ou interpretao tidos pelo supremo como inconstitucionais.Ler artigos 475-L 1 e 741, pargrafo nico

Pressuposto da Ao Rescisria:

# DECISO RESCINDVEL: preciso que haja uma deciso rescindida. Observaes:I - Regra geral: rescindvel a deciso de mrito transitada em julgado (Acrdo, Sentena ou deciso interlocutria de mrito).II - Nada impede que a rescisria tenha por alvo alguns captulos da deciso Ao rescisria parcial.III - No cabe rescisria de ADIN, ADC ou ADPF.IV - No cabe rescisria no mbito dos juizados Especiais - Lei n 9.099/95 (mbito Estadual). H proibio expressa na referida lei, acerca do cabimento da Rescisria no mbito dos juizados (Art. 59. No se admitir ao rescisria nas causas sujeitas ao procedimento institudo por esta Lei).A lei dos juizados federais no regula o assunto. Dessa forma, prevalece o entendimento que no cabe rescisria no mbito dos juizados federais.V - Querela nullitatis Sentena que foi proferida sem a devida citao. O STJ entende que no cabe rescisria quando se tratar de querela nullitatis.VI - Cabe rescisria em sentena terminativa? Pergunta dividida em trs partes:1 Parte. Tradicionalmente o entendimento que no cabe rescisria de sentena terminativa (prevalecia), porm no ano passado (2012) STJ enfrentou o tema no Resp 1.217.321/SC e passou a admitir rescisria em sentena terminativa.

2 Parte A premissa para no