caderno civil iv resumo

87
16/09/2014 Contratos 1- Conceito: A palavra “contrato” é usada erroneamente, podendo significar: 1 - Negócio jurídico bilateral → É o único significado correta para a palavra. O contrato é um negócio jurídico bilateral que gera Direitos e deveres para ambas as partes. Por ser um negócio jurídico, deve haver 2 manifestações de vontades complementares 2 - Instrumento → Muitas vezes, as pessoas confundem um simples instrumento com o contrato. INSTRUMENTO NÃO É CONTRATO! Se liga! O que diferencia o instrumento de um documento qualquer? O instrumento é um documento feito para servir de prova. Ex: Instrumento de contrato de compra e venda – Serve para provar que há um contrato de compra e venda. Quando o contrato está em um instrumento, fica muito mais fácil de provar a existência do negócio. Diferente dos contratos verbais, que tem que ter testemunhas e tal. 3 -Relação contratual → Não se pode confundir contrato com a relação contratual. A relação contratual são os efeitos do contrato. É a relação que surge por causa dos contratos, os efeitos que foram criados por causa do contrato. “Acabou o contrato da casa” → Na verdade, os efeitos do contrato que acabaram, o contrato já acabou faz tempo, pois já houve as manifestações de vontade e o cumprimento das obrigações estipuladas. Conclusão: Enfim, não devemos confundir o contrato com os outros dois termos. Visto isso, vale reiterar: O CONTRATO É UM NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL QUE GERA DIREITOS E DEVERES PARA AS PARTES. Ex: lei 8245/91, Art 22. A -> B A <- B Gera obrigações para as partes.

Upload: rafael-oliver

Post on 01-Oct-2015

73 views

Category:

Documents


40 download

DESCRIPTION

Resumo de civil IV, Teoria geral dos contratos, contrato de compra e venda, permuta e doação.

TRANSCRIPT

  • 16/09/2014

    Contratos

    1- Conceito:

    A palavra contrato usada erroneamente, podendo significar:

    1 - Negcio jurdico bilateral o nico significado correta para a palavra.

    O contrato um negcio jurdico bilateral que gera Direitos e deveres para ambas as partes. Por ser um negcio jurdico, deve haver 2 manifestaes de vontades complementares

    2 - Instrumento Muitas vezes, as pessoas confundem um simples instrumento com o contrato. INSTRUMENTO NO CONTRATO!

    Se liga!

    O que diferencia o instrumento de um documento qualquer?

    O instrumento um documento feito para servir de prova.Ex: Instrumento de contrato de compra e venda Serve para provar que h um contrato de comprae venda. Quando o contrato est em um instrumento, fica muito mais fcil de provar a existncia do negcio. Diferente dos contratos verbais, que tem que ter testemunhas e tal.

    3 -Relao contratual No se pode confundir contrato com a relao contratual. A relao contratual so os efeitos do contrato. a relao que surge por causa dos contratos, os efeitos que foram criados por causa do contrato.

    Acabou o contrato da casa Na verdade, os efeitos do contrato que acabaram, o contrato j acabou faz tempo, pois j houve as manifestaes de vontade e o cumprimento das obrigaes estipuladas.

    Concluso:

    Enfim, no devemos confundir o contrato com os outros dois termos. Visto isso, vale reiterar:

    O CONTRATO UM NEGCIO JURDICO BILATERAL QUE GERA DIREITOS E DEVERES PARA AS PARTES.

    Ex: lei 8245/91, Art 22.

    A -> BA

  • Conceito de contrato:

    Natureza jurdica do contrato Negcio jurdico bilateral

    Ser que todo negcio jurdico contrato?

    H uma divergncia doutrinria:

    A) Dizem que, para ser um contrato, tem que ser economicamente aprecivel. Ou seja, tem que haver um carter patrimonial;

    B) No precisa ter um carter patrimonial. Com isso, todo negcio jurdico bilateral ser um contrato.

    Ex: Casamento

    Caractersticas do contrato:

    Carter patrimonial Criao de Direitos e obrigaes

    Resumo da Prosa:

    Contrato: Negcio jurdico bilateral, economicamente aprecivel que gera Direitos e obrigaes.

  • 11/09/2014

    Estrutura do contrato:

    1 - Manifestao de vontades a base do contrato, devem ser manifestaes de vontades COMPLEMENTARES.

    Ex: A quer vender e B quer comprar.

    SE LIGA!

    Existe a figura do Auto- Contrato(2 manifestaes de vontade na mesma pessoa).

    A Contrata B para vender um terreno para ele no Acre (Como se o Acre existisse, rs). Para isso, ele faz uma procurao, dando poderes para B vender o terreno em seu nome(No nome de A).

    B chegando l, se apaixona pelo terreno e quer compr-lo.

    Apesar de ele ter uma procurao para vender, ele precisa da autorizao de A para vender para ele mesmo.

    Ele manifestar as 2 vontades no cartrio, todavia ele s ser um transmissor da vontade do vendedor. Se ele vender para ele mesmo sem o consentimento de A, o negcio invlido, pois necessrio que haja a manifestao de vontade do vendedor.

    2 Sujeitos Tem que haver uma duplicidade de sujeitos (Dois polos), Sujeitos capazes e devem ser legtimos.

    Capacidade Legitimidade Capacidade Capacidade genrica de vender algoLegitimidade Capacidade de vender algo especfico

    Exemplo: S eu tenho legitimidade de vender meu carro, pois sou o proprietrio dele.

  • 3 Objeto Aquilo sobre o qual recai o Direito do sujeito ativo. Como nas obrigaes, uma prestao (Entrega do carro).

    O objeto deve ser lcito, possvel e determinvel.

    Ilcito Juridicamente impossvel

    Ilcito Violvel. Fere uma normaJuridicamente impossvel no violvel, mas impossvel. Ex: Adotar algum que mais velho

    4 Forma A manifestao de vontade deve ter uma forma. Ex: Verbal, escrita, etc.

    Forma prescrita: CC, Art 104,III. no precisa ter forma especial, exceto quando a lei obriga.

    Princpios

    As normas que regem os contratos foram praticamente copiadas do cdigo de 1916. Com isso, devem ser interpretadas luz dos princpios, para que sua aplicabilidade no se torne anacrnica.

    Conceito de Princpios Normas cujas condies de aplicao no so pr-determinadas. Sua aplicabilidade no predeterminada.

    No pode haver duas normas contraditrias, mas podem haver dois princpios contraditrios. Apesarde serem contraditrios, eles NO SE ANULAM! A aplicao dos princpios contraditrios ser por PONDERAO.

  • PRINCPIOS DO DIREITO CONTRATUAL:

    Princpios Liberais (Clssicos) - Leva em conta a Autonomia Privada

    Princpios sociais (Contemporneos)- Leva em conta a Dignidade humana+ Solidariedade social*

    1- Liberdade Contratual

    A) Boa f Objetiva

    2- Fora obrigatria B) Princpio do equilbrio econmico

    3- Relatividade dos Efeitos do contrato C) Funo social do Contrato

    1 Princpio da Liberdade contratual:

    o princpio base. As partes so livres para celebrar, ou no, um contrato.

    O contrato um produto da liberdade dos contratantes. As partes podem escolher os efeitos do contrato

    livre para contratar com quem quiser e livre para escolher os efeitos do contrato

    Alguns autores preferem diferenciar:

    Liberdade de contratar Liberdade de celebrar um contrato ou no.

    Liberdade contratual liberdade de escolher o contedo e as clusulas do contrato. Ex: Liberdade de escolher as obrigaes que o contato vai gerar, elementos acidentais, condies, termo, etc.

    partir do sculo XX, o Estado comeou a impor certas restries a este princpio e comea a intervir nas relaes contratuais, gerando um:

    DIRIGISMO CONTRATUAL O prprio Estado vai afastando certas liberdade do contrato, porexemplo:

    Afastando clusulas, intervindo no limite da incidncia de juros, Correo monetria (S uma vez ao ano), Etc.

    Obrigando certas clusulas. Ex: clusulas obrigatrias em um plano de sade.

    O Dirigismo Contratual diminui o espao da liberdade contratual

    At nas liberdades de contratar, o dirigismo incide:

  • Ex: Servios prestados ao pblico, onde, na teoria, o nibus no pode passar direto pelo ponto.

    2 PRINCPIO DA FORA OBRIGATRIA

    O princpio obriga os contratantes a cumprirem o contrato.

    Voc tinha a liberdade de contratar. Quis contratar, agora cumpre!

    O dirigismo contratual tambm atua aqui Se uma das partes colocou uma clusula abusiva, o outro pode alegar a abusividade da clusula para no cumpri-la.

    3- PRINCPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO

    Os que no so partes do contrato no sofrem os efeitos dele. O contrato s gera Direitos e obrigaes para as partes.

    Partes Quem manifestaram a vontadesTerceiros Quem no manifestou a vontades

    Em certas situaes, deve-se quebrar essa relatividade.

    Exemplos:

    Seguro O cara assina um seguro de vida. O efeito vai recair perante um terceiro, pois seusparentes s iro receber quando o cara morrer.

    Fiador Mesmo no sendo contratante, os efeitos do contrato podem cair sobre ele.

  • A) PRINCPIO DA BOA F

    A boa f pode ser:

    Boa f subjetiva um Estado de conscincia, A ignorncia em um negcio jurdico. Se define pela negativa (No sabe que est fazendo algo errado).

    Boa f objetiva um princpio que determina um padro de conduta.

    Subjetiva Estado (Estava de boa f)Objetiva conduta (Agi de boa f, agi conforme a legtima expectativa da outra parte)

    Confiana: o valor jurdico que est por trs da boa f. A boa f busca proteger a confiana das partes.

    O contratante deve agir e atender as legtimas expectativas da outra parte. Legtimas expectativas Expectativas que so praxes naquela natureza contratual

    Resumo:

    A boa f objetiva um princpio que busca o cumprimento de um determinado padro de conduta criado a partir das legtimas expectativas (Expectativas que so ligados natureza docontrato) das partes.

    APLICAO DA BOA F:

    A trplice funo da boa f:

    A.1) Parmetro interpretativo (canon hermenutico) Quando houver uma dvida quanto interpretao do contrato, Aplicar-se- aquela interpretao que mais se ajusta s legtimas expectativas das partes.

    (CC,Art 113)

    Ex: A Aluga um apartamento para B e colocam no contrato uma clusula onde o apartamento deve ser devolvido pintado. B, ao entregar o imvel, pinta de preto. Ao fazer isso, feriu uma legtima expectativa de A.

    A.2) Limitao ao exerccio do Direito uma rea de intercesso enter o princpio da boa f e o abuso do Direito. (CC, art 187).

    Ao exercer um Direito, deve-se atentar para as limitaes ao exerccio do mesmo, para que no haja

  • um abuso de Direito.O princpio aplicado por meio das:

    Especializaes funcionais So maneiras de identificar os abusos de direitos que so limitados pela boa f. (Exemplos de como a boa f pode atuar na relao para impedir o abuso do Direito).

    Tipos de especializaes funcionais:

    Adimplemento Substancial:

    Ao cumprir significativamente (Substancialmente) uma relao, havendo um inadimplemento de uma parcela irrisria, o credor no pode resolver o contrato.

    Ex: Carro parcelado em 70 vezes e h o inadimplemento da parcela 65. O credor no pode resolver o contrato, pois o devedor j tem uma legtima expectativa de se tornar dono do carro.

    Se liga!!Sempre que formos analisar um caso onde h a aplicabilidade de descumprimento da boa f, devemos ver se havia uma legtima expectativa das partes.

    Nemo potest Venire Contra Factum Proprium (Venire)

    Proibio de comportamento contaditrio.

    Possui 2 fases:

    Fato inicial Falou que no iria exercer o Direito.Fato Contraditrio exerce o Direito

    Exemplo:

    1- No contrato estabeleceram que a mercadoria deveria ser entregue na residncia do credor;2- O credor fala que pode entregar em seu domiclio profissional; (Fato inicial)3- Depois exige que o devedor volte a entregar em sua residncia. (Fato contraditrio)

    (CC, Art 619)O melhor exemplo o do empreiteiro que cobra um preo X pela obra.Acaba que gasta muito mais, chegando a um dobro do que havia dito (2X)O contratante s precisar pagar o preo acordado no incio (X).

    Ao cobrar o dobro do que haviam acordado no incio, o empreiteiro estar ferindo a legtima expectativa do contratante.

    Se liga! - Se o contratante autorizar os gastos por escrito, no haver Venire, pois no feriu uma legitima expectativa dele. Ele sabia que estava gastando mais, pois autorizou os gastos. Logo no h um ferimento da legtima expectativa.

  • - Se o contratante estava acompanhando de perto a obra e no falou nada. Por ver o gasto excedente e no falar nada, cria uma legtima expectativa no empreiteiro de que o contratante estava concordando com os gastos excedentes. Logo, mesmo que no fale nada, o contratante ter que pagar os gastos excedentes. (CC, Art 619, Pargrafo nico)

    Supressio/Surrectio

    Diferencia-se do Venire, deve haver um comportamento reiterado. (CC, Art 330)

    Ex:

    1- Mesmo a obrigao sendo portvel, o credor vai e busca na casa do devedor;O credor vai buscar reiteradas vezes na casa do devedor;O credor no poder mais pedir que o devedor venha entregar em sua casa. 2- O vencimento dia 10 e o credor deixa que pague dia 15, sem cobrar multa e nem juros; O devedor paga reiteradas vezes dia 15; O credor no poder mais exigir que o pagamento seja dia 10 e nem pode cobrar multa e juros seo devedor pagar dia 15.

    Supressio O credor perde o Direito, pois deixou de exerc-lo reiteradamente.

    Surrectio O devedor ganha o Direito

    Na verdade, ambos so a mesma coisa, s que em perspectivas diferentes. Tu quoque:

    O Tu quoque est vinculado a uma ideia de reciprocidade.

    A no pode cobrar de B um comportamento que ele mesmo no cumpre.

    Ex:

    A e B fecham um contrato que precisa de uma escritura. A se compromete a fazer isso, mas no faz. Passa um tempo, A sente o peso do contrato e quer alegar nulidade do contrato, visto queele no fez a devida escritura.O contrato no poder ser anulado, pois frustraria a legtima expectativa de B.

  • A.3) Criao de deveres anexos

    So deveres que esto anexos ao dever principal,mas no esto estritamente vinculados. Surge a partir da expectativa da criao do contrato.

    No esto estritamente vinculados ao contrato, pois surgem a partir de uma expectativa e permanecem mesmo aps o cumprimento do contrato. Em algumas situaes, mesmo que o contrato nem venha a existir, alguns desses deveres incidem. Ex: Sigilo (Mesmo que o paciente no contrate os servios do mdico, este tem que manter sigilo de tudo que foi conversado).

    Tempo:

    Pode surgir antes da criao do contrato.Ex: Mesmo antes de contratar, o mdico deve manter sigilo das informaes expostas pelo paciente.

    Permanece durante o contrato.Ex: O sigilo permanece durante o perodo de cumprimento do contratos

    Permanece aps o trmino da relao contratualEx: terminou o tratamento, o mdico ainda deve manter sigilo.

    DEVERES ANEXOS:

    1- Dever de cuidado e proteo: Os deveres de proteo e cuidado visam a preservar o co-contratante de danos sua integridade pessoal, moral e patrimonial.

    2- Dever de informao: As partes interessadas em firmar um negcio devem revelar a verdade sobre as condies, riscos, cobertura, limitaes e excluses de responsabilidade contratual que envolvem a negociao.Ex: Informar sobre o produto e os cuidados que se deve tomar com ele.

    3 Dever de sigilo: No compartilhar com terceiros os dados que lhe foram confiados.Ex: mdico

    4 Colaborao e cooperao: O credor e o devedor devem colaborar para o cumprimento da obrigao.Ex: O credor deve colaborar para receber o produto. Se ele no colaborar, o devedor poder consignar.

  • Caractersticas dos deveres anexos:

    - Pr e ps contratuais no so exclusivos do perodo contratual.

    - No dependem da validade do negcio mesmo que o contrato seja nulo, os deveres permanecem.

    - Podem atingir terceiros Os deveres podem incidir em pessoas que no fazem parte da relao contratual. Ex: Se o tapete da loja cai em cima do filho da mulher.

    - Depende do caso concreto S d para identificar os deveres, no caso concreto.

    Um exemplo de dever anexo a violao positiva do contrato, a qual vimos no perodo passado.

    TRIPLICE FUNO DA BOA F:

    - Parmetro interpretativo

    Adimplemento substancial Venire -Limitao ao exerccio do Direito: Especializaes funcionais Supressio/surrectio Tu quoque

    Cuidado e proteo Pr e ps contratual informao No depende de validade- Criao de deveres anexos Sigilo Caractersticas Atinge terceiros Colaborao Depende do caso concreto

  • B) Princpio da Funo social do contratoPor ser muito incerto, alguns doutrinadores dizem que nem princpio.

    O contrato deve ser exercido atendendo a funo social. No deve somente atender aos interesses dos contratantes, mas de toda a sociedade. (Cc, art 421)

    1 corrente:

    Defende que a funo social no um princpio autnomo, pois no produz efeitos especficos. usado somente para reforar os efeitos de outros institutos. No uma norma com efeitos prprios.

    2 Corrente:

    Defende que a funo social um princpio que possui um efeito autnomo, qual seja, considerar o interesse de terceiros na relao contratual.

    Nesta corrente, a relao contratual produzem Direitos e deveres para terceiros tambm.

    Direitos de 3:

    Ex: Seguro de responsabilidade social A assina um contrato de seguro com a seguradora B

    A bateu no carro de C. A seguradora s ir reembolsar A quando ele pagar C. Se A For insolvente, no poder pagar C e, por conseguinte, no poder receber o reembolso da seguradora.

    A jurisprudncia afirma que, com base no princpio da funo social do contrato, C poder entrar com ao perante a seguradora para receber o valor do dano. Ele poder exigir da seguradora algo que s o contratante poderia.

    Deveres de 3:

    O terceiro no obrigado a cumprir o contrato, mas tem o dever de no interferir no cumprimento do mesmo.

    Ex: O posto que mantm o contrato de exclusividade com uma distribuidora e exibe sua bandeira. Oposto no pode contratar com outra distribuidora que possui um preo menor.

    Crtica:Doutrinadores da 3 corrente dizem que no uma questo de funo social, esta hiptese feriria a oprincpio da boa f, visto que o posto frustrou a legtima expectativa da distribuidora que possua exclusividade.

  • 3 doutrina: O contrato no deve atender somente aos interesse dos contratantes, mas atender ao interesse coletivo. Se no o fizer, no ser merecedor de proteo jurdica.

    A funo social possui o efeito de determinar se o contrato ser ou no merecedor de proteo jurdica, a partir da anlise se ele atende aos interesses da coletividade.

    Ex: Contratar uma empresa para construir uma hidroeltrica que ir desapropriar milhares de casas, modificar todo o ecossistema do local, etc.

    No estaria levando em conta o interesse de terceiros.

    SE LIGA!H momentos em que, mesmo que a forma estrutural do contrato esteja errado, a justia mantm o contrato com base na funo social.

    Ex: Contrato de gaveta: Apessoa financia uma casa na Caixa e, antes de terminar de pagar, passa a casa para outra pessoa para ela terminar de pagar. Faz um contrato entre eles, sem a autorizao da CAIXA. Este contrato nulo, mas, levando em conta as circunstncias, a jurisprudncia concede eficcia ao contrato, apesar de ele ser nulo, pois um contrato de grande relevncia para o interesse social.

    Resumo:

    1 Corrente No tem efeitos autnomos2 Corrente Possui efeitos perante terceiros3 Corrente Possui efeitos perante a coletividade

    C) Princpio do equilbrio econmico: Este princpio no possui um efeito autnomo, ento s poder ser aplicado tendo em vista outros institutos.

    Em um contrato, espera-se que as prestaes de uma parte sejam um mnimo proporcional em relao prestao da outra parte.

    O princpio do equilbrio econmico aplicado quando houver:

    1 - desequilbrio contratual

    O desequilbrio pode ser:

    Originrio O contrato j surgiu desequilibrado.

    Superveniente Houve um desequilbrio posterior formao do contrato.

  • 2 Institutos que geram o desequilbrio:

    O princpio ser aplicado quando o desequilbrio for causado por:

    Leso (CC, art 157)

    Conforme dito anteriormente, no deve haver somente um desequilbrio, mas deve haver um contrato que est em desequilbrio por causa de uma LESO.

    Onerosidade excessiva

    Neste caso, deve-se levar em conta se o desequilbrio foi gerado por um fato IMPREVISVEL.

    Se for imprevisvel e tornou-se desproporcional, o princpio aplicado.

    SE LIGA!

    O princpio ser aplicado quando houver:

    1- Desequilbrio originrio Gerado por uma Leso

    2- Desequilbrio superveniente Gerado por uma Onerosidade excessiva imprevisvel

    CLASSIFICAO DOS CONTRATOS

    1 -Unilaterais x Bilaterias

    Contratos Bilaterais A obrigao de uma parte a razo de ser da outra parte.

    H um NEXO DE RECIPROCIDADE entre as obrigaes.A s d o carro se B dar o dinheiro.

    Este nexo chama-se SINALAGMA.

    O contrato s ser Bilateral se houver o sinalagma

    Contratos unilateriais No h sinalagma, pois no h uma vinculao entre as prestaes das partes. Pode at haver obrigaes de ambas as partes, mas uma no ser a razo de ser da outra.Ex: Doao com encargo.

    No h o nexo de reciprocidade, no h sinalagma.

  • SE LIGA!Contratos Plurilaterais: obrigaes de vrias partes, mas no h sinalagma, pois no h uma reciprocidade, todos buscam esforos de cooperao para um determinado objetivo. No um contrato plurilateral e nem unilateral, um contrato diferente.

    S A oB cC iD eE d a d e

    Se houver um vcio de um dos contratantes, ele sair, mas o contrato permanece.

    2- Gratuitos X Onerosos

    Leva em conta os efeitos econmicos pretendido pelas partes

    Onerosos Pretende gerar vantagens e desvantagens econmicas para ambas as partes.

    Gratuitos gera vantagens para uma e desvantagens para a outra parte.

    Se liga!

    Contratos unilaterais podem ser:

    -Gratuitos doao -Oneroso doao com encargo

    Contratos bilaterais s podem ser:

    -Onerosos sempre haver o sinalagma, onde ambos tero vantagens e desvantagens.

    Efeitos da classificao:

    Como o professor sempre diz: S vale a pena classificar algo quando gera efeitos distintos

    No caso, classificar como oneroso e gratuito servir para:- interpretao nos contratos gratuitos, a interpretao ser sempre a favor de quem est tendo desvantagens.

    - Inadimplemento Nos contratos onerosos, a culpa o critrio de imputabilidade; nos contratos gratuitos, s haver imputabilidade do devedor, quando houver dolo.

  • 3 - Consensuais x formais x Reais(O que necessrio para a formao vlida do contrato)

    Consensuais O contrato se forma apenas com a manifestao de vontade das partes.

    Formais No basta apenas a manifestao de vontade, esta manifestao deve ser expressa de uma forma especial.Ex: A fiana deve ser escrita; Transferncia de um Direito real sobre um imvel deve ser por instrumento pblico.

    Real No basta s a manifestao de vontade, mas a transferncia do bem no momento da manifestao de vontade.Ex: Arras, Dao em pagamento, depsito, doao de pequeno valor...

    O contrato pode ser Formal e Real:

    Entrega do bem no momento da manifestao + manifestao de vontade por forma especial

    Ex: Arras em compra e venda de imvel: As manifestaes de vontade sero por escritura pblica (Contrato de compra e venda de imveis) e haver a entrega de um valor no ato da celebrao do contrato.

    Se liga! Doao de pequeno valor RealDoao de grande valor Formal

    4 -COMUTATIVOS X ALEATRIASEst vinculado relao das criaes das vantagens e desvantagens.

    Comutativo Cria vantagens e desvantagens para ambas as partes e h um mnimo de equivalncia entre elas.

    Aleatrios No h uma equivalncia entre as partes, pois a existncia ou a extenso de uma das vantagens subordinada sorte.Exemplo: Jogo de loteria.

    Se as duas prestaes forem aleatrias, ser um contrato comutativo, pois haver um equilbrio.Ex: Te dou 2 reais por cada peixe que pescar.

    EfeitosH efeitos diferentes para os contratos aleatrios e comutativos.

    - Comutativos: somente nesse tipo de contrato haver onerosidade excessiva, leso, garantia contra defeitos, garantias contra evico.

  • Se liga!Parte da doutrina diz que se houver uma onerosidade muuuito excessiva, este princpio incide sobre o contrato aleatrio.

    Exemplo: contrato um cara para pescar para mim e dou 200 reais pelos peixes que ele pescar. Se houve um vazamento de leo e todos os peixes dali morreram.

    - Aleatrios: O devedor s responder por inadimplemento se ele agir com culpa ou dolo. Se no houver como cumprir a obrigao, mas ele no agiu com culpa, ele receber o valor integral. (Cc, Art 458). (emptio spei)

    (CC, art 459) Se o credor do contrato aleatrio condiciona o contrato a uma quantia, mas recebe menos do que esperado, ainda ter que pagar o valor integral ao devedor (Se no houver culpa do devedor, claro). Emptio Rei Sperare

    Ex: Queria que pescasse 200 peixes, mas pescou 150. O credor ter que pagar para o pescador o valor dos 200 peixes.

    Pargrafo nico: Se a obrigao aleatria no gerar nada, o credor no precisar pagar o valor.Ex: Se o pescador no conseguiu pescar nada.

    (CC, art 460) Se a coisa existe, mas est exposta a risco e o adquirente assume o risco.Ex: A vende uma casa para B que est sendo objeto de litgio na justia e no sabe se a casa ainda ser dele. B paga 30% do valor da casa e, se a casa continuar sendo propriedade de A, elese dar bem.

    (CC, art 461) No haver culpa ou dolo de A se a casa no for mais dele. Mas se ele sabia que a casa no era mais dele e, mesmo assim, vende para B, o contrato poder ser anulado por DOLO.

    Se liga!O seguro contrato aleatrio?

    No, pois h uma pulverizao dos riscos. Devido massificao dos contratos, onde muita gente contrata, d para fazer uma estimativa de quantos sinistros ir ocorrer e, por conseguinte, j haver um nmero pr estabelecido de indenizaes que eles tero que pagar.

    5 -Paritrios X de Adeso

    Est ligado ao grau de liberdade das partes na criao do contrato

    - Adeso o contedo do contrato pr determinado e massificado. um contrato construido para ser reproduzido diversas vezes com partes diferentes.

    1- H a liberdade de contratar, mas no a liberdade contratual. Ou a parte aceita os termos ou no. Uma parte ir determinar o contedo e a outra s dir se aceita ou no.

  • 2- Nos contratos de adeso, o ordenamento jurdico sempre protege o aderente visto que ele o ladomais fraco da relao.

    3- Nem sempre, por ser de adeso, ser uma relao de consumo. Apesar de as relaes de consumo, em geral, serem de adeso.

    Exemplos: Contrato de franquia um contrato de adeso, mas no uma relao de consumo. Contrato padro de imobiliria.

    4- H contratos de adeso que seus termos so predeterminados por lei. Ex: Seguro(CDC, Art 54)

    5- O fato de o contrato ser de adeso, significa que o aderente no poder mudar substancialmente ocontrato. Ele pode at ter o poder de escolher certas clusulas, mas no ter o poder de mdar substancialmente.Ex: O cliente pode escolher entre receber a fatura em casa ou ir buscar na loja.

    6- Regras de proteo ao aderente:

    parmetro interpretativo (CC, Art 423): Em caso de dvida em de interpretao de uma clusula, esta ser interpretada de uma maneira que melhor favorea o aderente

    Algumas clusulas que seriam vlidas nas relaes paritrias, podem vir a ser invlidas no contato de adeso.

    Ex: Clusula que estipule renncia de Direitos resultantes da natureza do negcio (Efeitos no essenciais, mas naturais) O locatrio tem Direito a reembolso pelas benfeitorias realizadas no imvel, mas ele pode afastar este Direito, em um contrato de locao.Se o contrato de locao for de adeso, ele no poder remover esses Direitos.Outro exemplo o Direito de ordem de um fiador. Se um contrato for de adeso, no poder haver arenncia desse Direito.

    Embora A interpretao do 424 seja bem aderida, o jurisprudncia no a adota, ento, um contrato de locao que haja a renncia de reembolso por benfeitorias, no ser nulo.

    - Paritrios: Igualdade no poder de negociao do contrato.

    6 -Tpicos x Atpicos

    Contratos que se encaixam ou no nos modelos previstos em lei.

    Contrato tpico Contrato que est igual ao modelo previsto em lei. Aplica-se as normas especficas. Ex: Relao de consumo, aplicar-se- as normas de Direito do consumidor.

    Contrato atpicos Contrato que no est igual ao modelo previsto em lei. Aplicar as normas gerais do cdigo.

  • Esta classificao no to rgida. Haver casos em que, mesmo sendo um contrato tpico, aplica-seas normas gerais.

    Identificamos quais normas usar de acordo coma funo.

    7 -Instantneos X Continuativos Est relacionado execuo do contrato no tempo.

    Instantneo O contrato tem execuo em um momento instantneo.

    - Os instantneos podem ser:

    Imediato: Execuo no momento da celebrao

    Diferido: A execuo ser em um momento posterior celebrao Ex: Reservar um livro na Saraiva.

    Continuativos A execuo se protrai no tempo

    - Os continuativos podem ser:

    Execuo contnua: Cumpre o contrato de forma ininterrupta Ex: Obrigao de no fazer, Dever de sigilo.

    Execuo peridica: Execuo reiterada por um determinado perodo.

    A peridica se subdivide em:

    Trato sucessivo Ex Aluguel

    Parcela Ex: parcela do carto

    Para que diferenciar?

    No contrato de execuo instantnea imediata no se aplica as regras dos riscos: Perda por culpa ouqualquer risco superveniente celebrao do contrato.

    RELAO DE CONSUMO

    H uma relao de consumo sempre que houver uma parte mais fraca que a outra em uma relao.

    Vulnerabilidade:

  • Em uma relao de consumo, essencial que haja uma vulnerabilidade de uma das partes.

    Exemplo: Um contrato de compra e venda entre uma pessoa jurdica que atua de forma massificada (Vende centenas de produtos) e uma pessoa fsica.Neste caso, no aplica-se somente as normas de compra e venda, mas o CDC.

    1- Conceito de consumidor (Art 2 CDC):

    Pessoa fsica e jurdica que seja a o destinatrio final.

    O artigo diz que a ltima pessoa a receber o produto, ser o consumidor.

    Em relao s pessoas fsicas, no h problema algum, visto que iro usar para uma atividade pessoal.

    O problema est na pessoa jurdica, pois difcil ver a ideia de vulnerabilidade , pois ela usar o produto para incrementar a atividade dela e, por conseguinte, incrementar seu lucro.

    H 3 correntes que debatem sobre isso:

    - Corrente maximalista:

    Qualquer pessoa que seja destinatrio final, ou seja, retirou o produto da cadeia de produo, ser consumidor. No importa se incrementa ou no seu lucro.

    - Corrente finalista:No basta retirar o produto da cadeia de produo, deve levar em conta a finalidade que o produto ter.

    Se for usada para incrementar o lucro, no ser uma relao de consumo.

    Se for usado para organizao interna da e no maximizar o lucro, uma relao de consumo.

    Corrente finalista mitigada (Posio do STF):

    A questo no avaliar se o produtor incrementa ou no o lucro, deve levar em conta a proporo de fora que as partes tm.

    A pessoa deve ser:

    Destinatrio final + vulnervel (inferioridade)

    A vulnerabilidade pode ser pecuniria, de conhecimento, jurdica, formacional.

  • Se liga!A vulnerabilidade da pessoa natural presumida. O problema est na vulnerabilidade da pessoa jurdica.

    - Locao, franquia, fornecedor. Na jurisprudncia, j fato que essas hipteses no so relaes de consumo

    - H jurisprudncia que diz que relao entre instituio financeira e microempresa relao de consumo.

    - Relao entre escritrio de advocacia e cliente. controverso, tem julgados que dizem que relao de consumo e tem outros que dizem que no.

    - Existem outras figuras que podem ser tratados como relao de consumo, mesmo no sendo destinatrio final:Propaganda abusiva, preconceituosa, etc. (CDC, Art 29)Coletividade de pessoas expostas. (CDC, art 2 pargrafo nico)terceiro que tambm atingido. (CDC, art 19)

    Conceito de fornecedor (CDC, art 3):

    1 - O fornecedor tem que fornecer servios em troca de remunerao.E o Google, Shopping, etc?

    Diz-se que eles possuem uma remunerao indireta, ento tambm so relaes de consumo.

    2 Tem que viver disso, ento o vizinho que decide vender o carro, no fornecedor.

    Direitos bsicos do consumidor:

    O consumidor tem uma srie de Direitos a seu favor (CDC, art 6 e 7)

    Vantagens:

    1 - Inverso do nus da prova Protege o consumidor processualmente. bvio que existem algumas coisas que cabe a ele provar.Ex: Se comeu uma rosquinha estragada, deve provar que estava.

    2 Direito reviso e resoluo do contrato em caso de obrigaes economicamente desequilibradas.O consumidor no precisava provar que havia previsibilidade. (Requisito para resolver uma relao que no de consumo)

    Responsabilidade do fornecedor:

    objetiva, ou seja, no precisa provar que o fornecedor agiu com culpa.

    O fornecedor no ir se livrar da responsabilidade, mesmo se provar que no agiu sem culpa.

  • Mesmo que o defeito seja por um infortuito, o fornecedor ainda responde.

    No faz diferena se o defeito provm da produo, venda, etc.Todos vo responder solidariamente e, na relao interna, cobrem do culpado.

    Formao do contrato:

    Se na propaganda, o fornecedor d informaes minuciosas sobre o produto, o consumidor poder cobrar o produto naqueles termos. Haver uma flexibilizao na formao do contratos

    Prticas abusivas:

    So prticas que o fornecedor proibido de fazer, mas so autorizadas no ambito civil comum. Venda casada Oferece um produto, mas o consumidor s poder adquiri-lo, se adquirir outro.Ex: Cinema que s deixa entrar com a pipoca comprada dentro dele.

    Clusulas abusivas:

    uma clusula proibida por ser uma relao de consumo. S pode ser alegada pelo consumidor. Na rea civil comum, nula e pode ser alegada por qualquer um.

    Smula 385 Determina que a nulidade das clusulas abusivas do CDC no podem ser declaradas de ofcio.

    Exemplos de clusulas abusivas (CDC, Art 51):

    - Clusula que mitigue o regime de responsabilidade.Ex: Clusula penal que limita um valor para o descumprimento. Clusula no valor de 8 mil, mas o dano 10 mil.

    - Clusula que afasta o nus da prova

    16/10/2014

    Civil

    _____________________________x__________________Perodo pr- contratual momento de Formao do contrato

  • Formao dos contratos:

    extremamente relevante indicar o momento que houve a formao do contrato. Ser nesse momento em que gerar Direitos e deveres.

    Exemplo, se formou-se um contrato e surgiu uma nova lei sobre o tema. No ir incindir sobre o contrato, pois eles j tinham direito adquirido.

    Contrato: tem que haver:

    1. Manifestao de 2 vontades que gera direitos e deveres.

    Mas no s pode haver as 2 manifestaes para que haja o contrato, faltam certos elementos essenciais ao contrato.

    Normalmente o processo de formao de contrato se arrasta pelo tempo.

    Ex: quero vender o carro Ah quero comprar, quanto t? Ahh 15 mil t caro, abaixa pra 10...

    Formao progressivaOs contratos mais complexos, tem um processo de negociao muuito longo e as partes vo fechando mini acordos. Ex: quem vai ser responsvel para registra no cartrio.

    1 - Perodo pr contratual (Indiferena jurdica): O direito no totalmente indiferente nesta parte, tem deveres que j so criados (Deveres anexos), h algumas condutas e cuidados. Este perodo merece um tratamento jurdico, no o mesmo do momento em que oh a formao do contrato.1.1 - Negociaes preliminares: Ainda no h contrato, mas tendo em vista que as partes esto se dedicando, gastando tempo, dinheiro, se expondo, eles merecem ser protegidos por principios (Boa f).

    H Direito de no negociar, mas, como a boa f incide aqui, o que seria um abuso de Direito de no contratar? Quanto mais perto estiver da formao do contrato, mais difcil ser exercer o Direito de desistir sem ser de forma abusiva. (Quando se ter um justo motivo de decidir, tudo bem).

    O que poderia usar para tentar afastar o abuso do Direito? Analisar o padro esperado das partes. Normalmente se faz assimo nus provar que agiu abusivamente.

    Critrios que o juiz usa para saber se foi abusivo:Foi tempo suficiente para criar uma expectativa?Foi um motivo justo para desistir do contrato?

  • Negociar por muito tempo e mudar de ideia:Lembra do Venire? Ento, pode ser aplicado aqui, pois, se a pessoa mudou de ideia no ultimo momento, ela est agindo em contrrio do que foi estipulado. Houve um comportamento contraditrio.

    A pessoa no obrigada a contratar, ento ter que indenizar a parte que se deu mal, pois foi contra o princpio da boa f.

    FINAL DA FASE DAS NEGOCIAES PRELIMINARES:

    Comea-se a fazer um contrato.

    H uma manifestao de vontade inicial unilateral:

    Proposta: o comeo da formao do contrato. A proposta uma manifestao de vontade que contm todos os elementos essenciais celebrao de contrato. A ponto da outra parte s ter que dizer sim ou no.

    Ex: Compra e venda, onde se diz tudo que est vendendo e o valor.

    A contra proposta uma simples proposta, onde inverte quem est ofertando e a outra parte (Quem estava propondo antes) s ter que dizer sim ou no.

    (Art 427,CC) A proposta VINCULANTE, ou seja, o destinatrio da proposta tem o Direito potestativo de aceitar ou no a proposta. O proponente est em uma situao de sujeio. No tem como ele no aceitar a aceitao do destinatrio.

    Proponente Policitante - Est sujeito deciso do destinatriodestinatrio Oblato - Tem o Direito potestativo

    A proposta no ser vinculante quando acordado pelas partes sua no vinculao, pela circunstncias, prpria natureza, do contexto... etc, etc.

    Ex: Batedeira a 49 reais, Sujeita disponibilidade do estoque. Anunciante que no coloca preo, para se resguardar da vinculao.

    Tempo da vinculao (428,CC)O proponente fica sujeito vinculao pelo tempo necessrio para a proposta ir at o oblaco e sua aceitao chegar ao proponente. (Ir e voltar)

    Ex: Ligou para o oblato, fez a proposta, ele no respondeu, perdeu.

    Entre presentes Pessoas que a comunicao seja imediataEntre ausentes Pessoas que a comunicao demora de um tempo para sair do proponente, chegar ao oblato e depois retornar ao proponente.

  • Retratao (428, IV) (No haver efeito vinculante)O cdigo admite a retratao do contrato, no revogar (manifestao de vontade contrria quela que foi feita primeira.)

    Difere da revogao porA retratao o intervalo de tempo entre emitir a proposta e o oblato receber a proposta.J que ele ainda no recebeu a proposta no criou a legitima expectativa.

    Ex:

    Mando uma carta e falo que quero venderme arrependo no dia seguinte e mando outra para o oblato desconsiderar a proposta.Se chegar junto ou antes, considerar-se- retratada a proposta e no haver efeito vinculante.Se chegar depois, senta e chora.

    OFERTA (CC, Art 429):Um tipo de proposta que possui um oblato indeterminado. No dirigida a algum especificamente.

    Reger-se- pelas mesmas regras da proposta.

    Se ofertar, ter efeito vinculante.

    PARAGRAFO UNICO:Cabe revogao se estiver prevista na prpria oferta.

    _______________________________________________________________________

    Aps a proposta, h a segunda manifestao de vontade que ir constituir o contrato:

    Aceitao:

    S ser aceitao a manifestao de vontade pura , simples e tempestiva (Estar no prazo).Ser ela que colocar fim negociao.

    Qualquer condio, especificao, fora do prazo, vira proposta. (CC, Art 431.) no ser aceitao, proposta.

    Se estiver fora do prazo, o proponente ter efeito potestativo de aceitar ou no esta nova proposta (que ser manter a proposta, depois do tempo pretendido) que ser feita pelo oblato.

    (CC, art 430) - Se a carta chegar tarde para o proponente, mesmo tendo sido enviado no prazo pelooblato, o proponente tem o dever de informar ao oblato que a carta chegou depois, para que o oblatono crie a legtima expectativa de que fecharam o contrato.

    Forma da aceitao: pode ser expressa, tcita, presumida (CC, 432)...Tcita : Te dou o xampu, testa e, se voc no quiser, me devolve amanh.

  • Da mesma forma que no cabe revogao, mas cabe retratao da aceitao.

    Mesma regra. Mandei a aceitao, me arrependi, ligo para o cara e falo pra ele desconsiderar a aceitao, se chegar antes ou ao mesmo tempo, ok. Se chegar depois, chora. (CC, 433)

    21/10/14

    Qual dos 4 momentos se forma o contrato?

    Oblato manifesta vontades

    Oblato expede a vontades

    a vontade recebida pelo proponente

    O momento que o proponente toma conhecimento da vontade

    Nenhuma dessas opes perfeita, Ento o nosso cdigo adotou uma delas, mas com algumas excees.

    A regra geral, em princpio, que o contrato se forma no momento da expedio da aceitao.

    O sistema no funciona perfeitamente ento h excees:

    (Art 434, CC)

    I Retratao No caso em que haja a retratao, modifica esta regra, pois, se houver a retratao em um momento posterior expedio, ela retroage e cancela a aceitao do contrato no momento da expedio.

    II As partes podem afastar o momento da formao do contrato para algum momento que no seja o da expedio. O proponente pode estipular outro momento para a formao do contrato.Ex: Prazos, etc.

    III A aceitao chega intempestiva. Se a aceitao chegar atrasada, no podemos dizer que houveformao de contrato no momento da expedio. Se o contrato chega aps o prazo, ser uma nova proposta.

    Onde se considera formado o contrato:Em qual lugar ser determinante para saber a legislao aplicvel, no caso de DIPRI; Saber onde se deve executar as obrigaes, etc.

    Ser no local onde ele foi proposto. (CC, art 435)

    Dizem que o artigo 423 no serve para relao de consumo, pois difcil saber, em relaes de

  • consumo virtuais internacionais, qual ser a lei aplicvel. Se for a lei estrangeira, pode acabar desfavorecendo o consumidor.

    Questo 5 CC, Art 458 um contrato aleatrio e ele assume o risco de no receber nada. Ele pode reclamar pelo fato de houver culpa ou dolo do devedor. A caixa agiu de forma negligente, podendo pleitear perdas e danos.

    Questo 4

    Perdas e danos por violao boa-f, mais especificamente por ter havido um comportamento contraditrio (Venire), sendo que tal comportamento proibido pela boa f. Ento houve a violao de uma expectativa legtima. Sem justa causa.

    Questo 8 Em princpio formou-se o contrato, pois a retratao s eficaz se chegasse antes. A retratao no chegou a tempo. Ento ele teria Direito de exigir o que foi acordado no contrato.

    Poderia alegar que seria um abuso de Direito por parte dos herdeiros, pois eles abriram as 2 cartas juntas, ento no poderiam cobrar o cumprimento do contrato. Mas seria forar a barra.

    Questo 7

    Deve-se enviar uma retratao para que no possam ser cobrados pela borracha que eles achavam que estava em um preo inferior.

    Obrigar diferente de vinculao

    A vinculao um Direito potestativo da outra parte. No violvel.Ele est sujeito aceitao da outra parte.

    Obrigar um dever, faz parte do Direito subjetivo. violvel.

  • ____________Matria P2___________________________________

    28/10/14 (Ouvir udio)

    Contrato Preliminar

    1 Definio: um contrato que tem por objeto a celebrao de outro contrato. A partes se obrigam dali a tanto tempo, celebrar um outro contrato.

    Neste caso, celebrado o preliminar, as partes no podero mais desistir do contrato. Assinou o preliminar, estou preso ao contrato, a no ser as hipteses que qualquer pessoa poderia desfazer o contrato. Ex: Tornou-se excessivamente onerosa.

    Quais so os requisitos essenciais do preliminar? (CC, art 462):

    Os requisitos essenciais do preliminar so os requisitos essenciais do definitivo, exceto a forma.

    Ex: Se for contrato de compra e venda de imvel, haver o objeto que ser vendida e o preo que ser pago. No contrato preliminar ter que haver a coisa que ser vendida e o preo que ser pago, todavia no necessitar de escritura pblica.

    Tudo que for no essencial, pode-se deixar para colocar no definitivo.

    Quanto aos aspectos acessrios, se no chegar a um acordo na hora do contrato definitivo, poder usar as regras do cdigo. Se ainda no acordaram sobre os acessrios, pode-se fazer um contrato preliminar para resolver isso no futuro. Se no acordarem quanto aos acessrios quando for para a formao do contrato definitivo, aplica-se as regras do cdigo Ex: Em regra, a obrigao quesvel.

    A nica coisa que deve estar previsto no definitivo e no deve estar previsto no preliminar, a FORMA.Ex: No se pode fazer um contrato de compra e venda de imvel sem forma especial. Mas pode-se fazer um contrato preliminar para, no futuro, fazer um contrato com escritura pblica.

    Inexecuo do preliminar:

    - Pode-se exigir as perdas e danos por causa da negao da parte de celebrar o definitivo (CC, ar 465). Vai ter at lucro cessante, mas ser difcil calcular tudo que ele deixou de ganhar com a inexecuo do contrato definitivo.

  • - Pode-se pedir a execuo Forada do contrato definitivo, onde o que nega pode ser condenado a celebrar o contrato definitivo (CC, art 463). Ex: pode-se pedir que haja multa diria (Astreintes) at ele ir celebrar o contrato. Produz a declarao no emitida

    O juiz vai dar a deciso judicial, voc leva ao cartrio e o notrio far a escritura de compra evenda da casa.

    - Se o anterior no funcionar, pode haver a Execuo forada do definitivo Declarao de vontade do juiz que substitui a declarao de vontade da parte. (Suprimento judicial 3 perodo) O juiz vai dar a deciso que deve ser levado pelas partes para mudar o nome no registro de imveis

    Se for mvel, o juiz manda o oficial de justia pegar o bem.

    Se for um imvel

    Adjudicao compulsria Ordem determinando que troque-se o registro que consta no registro de imvel do devedor para o credor. Condena s partes aos efeitos do que seria o contrato definitivo

    cpc, art 466-A

    Produz os efeitos no emitidos, como se o contrato definitivo j tivesse sido descumprido.

    SE LIGA!

    Registro:Muito cuidado, pois tem um artigo no cdigo, que fala algo que nos induzir ao erro. PU do art 463.Ningum obrigado a registrar contrato preliminar. Eles PODEM registrar o preliminar.

    nus Vs DeverO nus um comportamento livre (No obrigatrio), mas necessrio.

    O dever,quando descumprido, voc est agindo ilicitamente.

    O nus da prova ningum obrigado a fazer, mas necessrio. Pois se no fizer, mas bom fazer para se ganhar uma causa.

    O registro um nus pois no obrigatrio, mas bom. O registro d a publicidade ao contratoEx: Fao um contrato preliminar de compra e venda de casa e registro. Se, antes de haver o contratodefinitivo, o cara vender para um terceiro, pode-se forar o terceiro a me dar, pois o 3 tinha a obrigao de saber que havia um contrato preliminar.Se no fosse registrado, chora e pede indenizao.

    H a possibilidade de o contrato preliminar ser unilateral (No h sinalagma)No bilateral, as duas partes se comprometem a manifestar a vontade e assinar o definitivo. Ambas aspartes esto obrigadas e podem exigir o cumprimento

  • No Unilateral, somente uma parte tem o dever de transformar o contrato em definitivo e a outra tero Direito de exigir o cumprimento do contrato.

    Ex: Promessa de venda: Faz um contrato em que uma das partes se compromete a vender a casa e a outra ter a FACULDADE de comprar.

    Contrato unilateral sem prazo(CC, art 466) Coloca uma das partes em uma desvantagem enorme, ento as vezes o Direito precisar intervir. Se um contrato preliminar no tiver prazo para o credor converter o contrato em definitivo, o devedor, dentro de um prazo razovel, pode exigir que o credor se decida logo.

    Contrato preliminar unilateral Vs proposta:Semelhana: (Ambos ficam na angstia para receber a vontade da outra parte)

    O que diferencia o contrato preliminar unilateral da proposta:

    Na proposta, a situao surgiu da declarao de vontade de 1 pessoa, ento um negcio jurdico unilateral.

    No preliminar, surgiu de um acordo em ambos, Ento um negcio jurdico bilateral

    30/10/2014

    Relatividade do Contrato

    Hipteses em que um terceiro participa da relao jurdica

    Estipulao em favor de terceiros

    Ser uma exceo ao princpio da relatividade quando independer do consentimento do terceiro. O terceiro ganha o Direito de exigir de uma parte a prestao, mesmo sem manifestao de vontade dele.

    Se estipula um contrato que gera efeitos terceiros, mas precisa da concordncia dele.. Ento no uma exceo ao princpio, pois ele manifestou vontade.

    Conceito: uma clusula contratual que atribui a um terceiro o direito de exigir uma prestao decorrente do

  • contrato.

    A estipulao em terceiro pode:

    Depender da aceitao de terceiros

    No depender da aceitao de terceiro (Exceo ao princpio da relatividade)

    O efeito dessa diferena que:Se depender da aceitao de terceiro, o contrato no possuir efeito para ele at sua anunciaSe no depender da aceitao, o terceiro j o adquirente daquele Direito, sendo beneficiado por todos os efeitos do contrato.

    Pessoas:

    A --------> B C

    A paga para B para B pagar para C

    A o Estipulante

    B o Promitente ou promissrio

    C o beneficirio

    O Seguro de vida o melhor exemplo de estipulao em favor de terceiro.

    Estipulao propriamente dita

    Prev que o terceiro automaticamente adquire o Direito de cobrar a prestao.

    Temos 2 partes na celebrao do contrato (Estipulante e promitente), mas no momento de cumprimento do contrato, teramos uma outra parte. (Art 436, CC)

    O estipulante e o beneficirio podem exigir que o promitente cumpra com sua obrigao.

    Os 2 tm o poder de exigir que a obrigao seja cumprida, mas somente o beneficirio tem o poder de receber a prestao.

    O Estipulante no tem o poder de exigir para si a prestao. Ele tem o Direito de exigir que a obrigao seja cumprida, mas no para ele.

    No uma sucesso:O Direito no foi transmitido de A para C, pois se fosse isso, e o A fosse insolvente, seria uma

  • fraude contra credores.

    O Direito no existia antes e j nasceu na mo de C. No foi transmitido de A para C.Se um A endividado fizer um seguro em favor de C, os credores no podero cobrar dele.

    Se liga!

    A estipulao em favor de terceiro sempre gratuita para o beneficirio. Se ele tiver que pagar algo, no ser mais uma estipulao em favor de terceiro

    Estipulao imprpriaO Direito garantido ao terceiro no imediatamente adquirido por ele. Clusulas que impedem que o terceiro adquira imediatamento o Direito. Ele s ter Direito quando, no momento do cumprimento do contrato, ele no ser substitudo ou a estipulao no tiver sido revogada.

    Ex: A contrata B para prestar algo para o C no futuro. A paga para B para dar um seguro de vida para C, aps sua morte.

    Pode ser feito atravs das clusulas de:

    Possibilidade de revogao por parte do estipulante: A contrata B para dar seguro de vida a C, mas diz que pode revogar a qualquer momento (CC, art 437) Se tem revogabilidade pelo estipulante, o 3 no tem Direito de exigir por enquanto

    possibilidade de substituio do terceiro pelo estipulante: Mesma coisa, s que ao invs de revogar, substituir por outro algum (CC, art 438)

    S ter o Direito se, quando morrer, no ter revogado ou substitudo Nestas clusulas, o beneficirio pode no ser o cara que est no contrato, ento ele no ter um direito adquirido(?)Se no houvesse estas clusulas e o beneficirio morresse, os herdeiros poderiam cobrar o promitente.

    No o beneficirio, est sendo o beneficirio, podendo ser trocado ou revogado a qualquer momento.

  • Promessa de fato de terceirosS produz efeito para o terceiro se ele concordar.

    No uma exceo ao princpio da relatividade, pois necessita da manifestao de vontade do terceiro. Ento, se manifesta a vontade, no um terceiros

    A

  • Promessa coativa (CC, art 439, PU) um caso ilcito de proibir o fato de terceiros

    Se o marido promete para o cara que conseguir a concordncia da mulher. Se ele no conseguir convencer a mulher, ter que pagar perdas e danos. E perdas e danos sair do prprio patrimnio do casal. Ento ela seria obrigado a concordar.

    Neste caso, no haver perdas e danos, pois sairia da renda do prprio casal.

  • Contrato com pessoa a declararNo exceo ao princpio da relatividade tambm. Precisa da aceitao do 3

    Duas partes firmam um contrato, mas convenciona-se no contrato a possibilidade de um dos contratantes se fazer substituir, naquela relao contratual, por um terceiro.

    Ex:

    A se obriga a pagar 100 mil em Dezembro e B Se obriga a transferir o imvel. S que se estipula nocontrato que, quem aparecer l ser C para transferir o imvel

    A parte que executar o contrato poder ser alterada por outra pessoa.

    A grande vantagem a tributria. Evitar que haja a tributao de uma revenda. Se a outra pessoa comprasse a casa e depois eu comprasse, teria que pagar 2 vezes impostos.

    As partes inclui no contrato uma clusula que prev a faculdade de nomeao de terceiros.

    Se ele no indicar o terceiro, a parte estar obrigado a fazer.

    Grande diferena entre promessa de fato de terceiros. Neste, se ele no conseguir o terceiro, ele no ter que cumprir a obrigao, responder por PD. Ex: Se o Konder no conseguir o cara, ele no ter que fazer a palestra, ter que dar PDNo contrato com pessoa a declarar, se no arrumar um terceiro, ele ter que cumprir a obrigao.

    Requisitos da substituio:

    - Indicao do terceiro- O terceiro precisa concordar- comunicao - B no precisa concordar, pois ele j tinha concordado que haveria uma clusula, ento ele s ser notificado.

    CC, art 468

    Deveria ser 5 dias para indicar, mas pode ser afastado pelas partes. Se no fala nada, ter que indicar o terceiro, o terceiro aceitar e avisar para a outra parte, no prazo de 5 dias.

    Crtica: Se estipular um prazo, pode ser em 30 anos, gera uma insegurana.

  • Resumo:Estipulao em favor de 3 Exceo ao princpio da relatividadePromessa de fato de 3 no exceo ao princpio da relatividadeContrato com pessoa a declarar Tambem no exceo

    06/11/2014

    Como havamos dito, h uma resistncia da doutrina em considerar a promessa de fato de terceiro como um instituto, pois aparentava ser um instrumento de fraude.

    Ex: A pessoa v uma boa oportunidade de comprar uma casa, porm no tem dinheiro. Faz um contrato com pessoa a declarar e, se no tiver o dinheiro para pagar no dia do cumprimento do contrato, chama o terceiro que ele pagar. O vendedor da casa no poder questionar essa escolha, pois ele j aceitou que o contrato fosse com pessoa a declarar quando este foi elaborado.

    Uma vez ocorrendo a substituio, temos algumas questes:

    A substituio tem efeito ex tunc ou ex nunc?

    Se no quiser fazer o contrato com pessoa a declarar, pode-se fazer a

    Cesso da posio contratual uma terceira forma de se transferir a obrigao. o negcio jurdico pelo qual se transmite todos os Direitos e todos os deveres a uma nova pessoa.

    Se no tiver feito um contrato com pessoa a declarar, pode-se fazer uma cesso de crdito e assuno de dvida, mas vai precisar da permisso do credor/devedor.

    Essa cesso a soma de todas as cesses de crdito e todas as assunes de dvidas relacionados ao contrato.

    Ser operado a partir dos requisitos da assuno de dvida: Concordncia do credores

    Ento esta cesso ser bilateral, pois ser necessrio a anuncia da outra parte.

    Esta cesso no retroagir, ento ter efeito ex nunc.

    O contrato com pessoa a declarar, quando houver a substituio, ter efeito ex tunc, pois seria comose o terceiro que entrou estivesse no contrato desde sua origem. (CC, art 469)

  • Casos em que as partes voltam a ser as originrias (CC, art 570):

    Se o terceiro no aceitar Se o terceiro aceitar e o B no for comunicado Se A no quiser indicar C

    insolvncia de C:

    470, II O legislador previu uma ideia igual assuno de dvida: Se B provar que C insolvente e ele no sabia dessa insolvncia, volta os contratantes originrios

    471 Volta aos contratantes originrios, independente se B sabia ou no. Basta que C seja insolvente.

    Estes artigos so contraditrios, ento para salvar os dois, devemos interpret-los da seguinte maneira:

    Se no contrato com pessoa a declarar, j havia a nomeao do 3 que assumiria no lugar de A, B ter que comprovar que no sabia da insolvncia

    J que precisava da anuncia de B para que se estipulasse a clusula com pessoa a declarar, se ela teve que aceitar, ela ter que prova que no sabia de sua insolvncia. Assum aplica-se o 470, II.

    Se, no momento da criao do contrato ainda no houvesse sido indicado o terceiro, aplica-se o 471, pois B no podia saber quem seria o terceiro, ento no precisa provar a insolvncia.

    Resumo:

    Sabia quem seria o terceiro que seria o possvel substituto tem que provar que no sabia da insolvncia.

    No sabia quem seria o terceiro No precisa provar, pois no poderia adivinhar que o terceiro escolhido seria insolvente.

  • Vcios Redibitrios:

    Clusula de garantias:Um dos contratantes promete para o outro que um fato no ir acontecer.

    So elementos natuais do contrato Elementos que fazer parte da natureza do contrato, mas podem ser afastados pelas partes.

    Se no falar nada, estar l. Ex: A obrigao escolhida pelo devedor, mas pode-se convencionar que quem ir escolher ser o credor. Mas, no silncio das partes, ser escolhido pelo devedor.

    Garantias contra vcios redibitrios e contra evico sero garantias contra problemas fticps e problemas jurdicos, respectivamente.

    Garantia contra vcios redibitrios: a garantia contra vcios no bem alienado. Garantia do alienante que o bem alienado no possui erros que compromentam a funo, o valor do produto, etc.

    (CC, art 441) Nos contratos comutativos, essa garantia est implcita.

    Nos contratos aleatrios e gratuitos, essa garantia no est implcita.

    Se aplica tambm nas doaes onerosas. Ex: Te dou um carro para passear com a minha av, mas o carro est todo ferrado.

    Voc esperava uma certa qualidade do bem e, faltando esta qualidade, ele poderia no ter aceitado a doao.

    Se liga!!!

    Posso reclamar de um bem que comprei em leilo (hasta pblica)?

    O cdigo de 16 falava que no poderia reclamar. O de 2002 no fala nada.

    A interpretao majoritria diz que se aplica sim! Ento se se aplica, a quem se deve reclamar sobre o defeito??O Estado que fez o leilo?O dono do carro?O credor que recebeu o dinheiro?

    Normalmante o leiloeiro coloca uma clusula afastando esta garantia, mas se no puser, d este problema.

  • Contratos (441):

    Comutativos gratuitos onerosos hasta pblica (Se aplica?)

    Requisitos para que o defeito possa vir a ser reclamado (CC, art 444):

    1) O defeito deve ser oculto e desconhecido: Defeito de no foi visto e que no deveria ser visto.

    Defeito oculto: Normalmente no pode ser percebido.

    Defeito desconhecido: No pode ser percebido para aquele adquirente em especfico.Ex: Se o adquirente for um mecnico, deveria ser um defeito desconhecido at para ele.

    2) O vcio deve ser preexistente: A mesma ideia do res perito domino, deve-se provar que o defeito preexistia antes da alienao do bem.

    Se comprou o carro e o caro d defeito, a coisa perece para o dono, a no ser que ele comprove que preexistia.

    3) Gravidade do vcio:No poder usar a garantia caso o vcio seja mnimo.Ex: Um arranho no carter do carro.

    Para que a garantia contra vcio seja utilizada, deve-se haver uma desvalorizao do bem por causa dele ou que, por causa do vcio, o bem torne-se imprprio para uso. (CC, art 441)

    Vcio redibitrio e Dolo ou erro:

    Haver efeitos diferentes quando se tratar de dolo e quando se tratar de dolo ou erro.Ex: O prazo decadencial para anulao de 4 nos e o dos vcios redibitrios de 30 dias.

    Para saber se estamos diante de erro/dolo ou de um vcio redibitrio, devemos analisar se o problema se deu na percepo subjetiva ou na qualidade objetiva do bem.

    Se est faltando, mas eu achava que deveria ter ou se o vendedor me falou que teria Ser Erro/Dolo.Ex: Eu achava que o carro tem trao nas quatro rodas ou o vendedor me falou que havia, mas nenhum modelo deste carro tem trao nas quatro rodas.

  • Se est faltando algo que normal de ter, vcio.Ex: Compro um carro que possui trao nas quatro rodas, mas o boto que liga esta trao est quebrado.

    Efeitos da garantia contra vcios:

    Ao estimatria (CC, art 442): Retm o bem e pede o abatimento do valor

    Ao redibitria (CC, art 441): Pleito de resolver o contrato, voltando as partes para os Estados originais.

    Se houver m-f subjetiva (Sabia do defeito) do alienante, o adquirente ter o Direito de receber perdas e danos. (CC, art 443)

    Prazos: O prazo de exercer o Direito potestativo de desfazer o contrato que havia sido reailizado.O prazo ser decadencial.

    Para a contagem do prazo, devemos levar em conta uma srie de circunstncias:

    1 hiptese Bens mveis e imveis: Nos bens imveis, haver um prazo maior , pois demora maistempo para descobrir os defeitos.

    Prazo para reclamar de defeito em bens mveis: 30 diasPrazo para reclamar de defeito em bens imveis: 1 ano

    2 hiptese Se o adquirente j estava com a posse antes da tradio:Ex: Locatrio qie decide comprar o imvel locado

    O prazo ser contado a partir da transferncia da propriedade, mas conta pela metade. (CC, art 445)6 meses se for imvel15 dias se for mvel

    O cdigo torna-se injusto, pois se o cara ficou 2 dias na casa e decide comprar, o prazo j ir cair.

    3 hiptese Vcio que, pela sua natureza, s pode ser descoberto mais tarde:Ex: A casa que alaga em um certo perodo do ano ou o carro que s superaquece no vero

  • Ser contado 180 dias a 1 ano, aps o descobrimento do vcio, se for mvel e imvel, respectivamente. (CC, art 445, 1)

    Ento, haver 2 prazos correndo simultneamente:

    1 ou 2 hiptese (Prazo fixo) + 3 Hiptese (Prazo mvel mximo)

    A questo se este prazo mximo para descobrir ou para descobrir ou reclamar:

    A discusso doutrinria se o prazo total ( Fixo + Mvel) para descobrir ou para descobrir e reclamar.

    2 regras a mais sobre os prazos:(Costume secondo legem) costumes que esto de acordo com a lei.

    (CC, art 445, 2) Se tratando de animal, analise a regulamentao prpria, mas tem que ver antes se no h costume jurdico local.(A lei se coloca em um patamar inferior ao costume)

    Prazo adicional de garantia convencional:

    As partes podem convencionar prazos de garantias. Esta garantia convencional se somar aos prazos da garantia legal e este s correr quando aquele acabar.Ex: 3 anos de garantia convencional + 30 dias de garantia legal

    Dever do adquirente que foi beneficiado pela garantia convencional (CC, art 446):

    Ainda que o adquirente tenha o prazo convencional + o legal, o adquirente ter o prazo de 30 dias para informar ao alienante.

    Ex: Se o cara comprou uma mquina de lavar com garantia d e 3 anos os 30 dias de prazo legal. Se o defeito ocorreu no no primeiro ano, ele ter que reclamar nesses 30 dias, se ele no reclamar nesteprazo, ele perde a garantia.

  • Vcios redibitrios Defeitos na relao de consumoO alienante s pagar perdas e danos se agiu com m-f

    No depende de culpa ou m-f, o alienante ter que pagar perdas e danos

    O defeito deve ser grave, oculto e desconhecido No preciso que o defeito seja grave ou at oculto. Tambm no precisa ser vcio de qualidade, mas de quantidade (Que no Direito Civil seria inadimplemento parcial)

    A responsabilidade exclusiva do alienante A respnsabilidade solidaria a quem faz parte dacadeia de consumo

    As partes podem reduzir, afastar ou ampliar a garantia

    A garantia s pode ser ampliada

    Garantia contra Evico

    uma garantia contra problemas no prprio Direito.

    Definio de evico:

    A B < - - - - - - - C

    A evico quando um terceiro alega ser o verdadeiro titular de um bem alienado entre duas partes,sendo o fato que o fez ser titular do bem anterior alienao do bem.

    S ser considerado evico se o fato que o fez ser titular daquele bem for anterior transferncia do bem de A para B.

    A evico um caso de nulidade, ento ter efeito extintivo relao juridica entre A e B.Ento B nunca adquiriu o bem, pois o ato que o adquirir o bem era nulo.

    Resultados:

    C poder requerer o bem, pois um Direito real erga omnes.

    B Poder cobrar de A indenizao, mesmo que ele no estivesse alienado o bem em m-f.

    Problema da hasta pblica:

    Se o proprietrio do bem que foi penhorado no era realmente o dono?O cdigo diz que h garantia contra evico, se esta no for afastada. (CC, art 447)

  • Quem dever ser cobrado? Ningum sabe.

    Requisitos da garantia contra evico:

    B S pode reclamar de evico se houver privao do Direito que adquiriu.Ex: Se o locatrio no puder mais morar na casa devido a uma evico.

    Este exemplo uma exceo, pois a regra a privao do Direito de propriedade.Ex: No poder usar o carro, pois ele foi objeto de evico

    Esta privao dever ocorrer devido a uma causa preexistente (Res perito domino)

    A causa que gerou a privao dever ser anterior alienao do bem

    Problema:

    O cara compra um imenso terreno e pessoas esto vivendo em uma parte deste terreno. Se eles estopor l perto de completar 15 anos:Se j tinha completado os 15 anos nas mos do alienante, o adquirente poder reclamar dele.Se o alienante vendeu faltando 1 ms para que se configurasse usucapio? Aqui est o problema, haver res perito domino?

    Ento a doutrina e a jurisprudncia estabeleceram que o parmetro ser se houve tempo hbil para entrar com processo de desapropriao. Se foi um tempo razovel, o adquirente no poder reclamar a garantia contra evico Se no houve tempo hbil, poder reclamar normalmente.

  • 25/11/2014

    Evico:

    Requisitos:

    - Privao do Direito S pode reclamar se j foi privado do bemAt quando s tem a posse como, por exemplo, na locao, onde o locatrio pode reclamar do locador.

    - Causa anterior A causa tem que ser anterior.Usucapio, O adquirente poder reclamar do alienante se no houve tempo hbil para evitar o usucapio.

    - Sentena Judicial ( pacfico, pela nossa jurisprudncia que no requisito)Se a privao do direito do adquirente tiver ocorrido aps sentena judical.

    S quando o juiz decide que o bem no do adquirente, que este poder cobrar a garantia.

    A B C

    S quando a sentena condenatria fazendo o B entregar o bem para C sair, que o B poder acionar o A.

    A jurisprudncia diz que a sentena pode ser substituido por um ato administrativo inequvoco. Quando a polcia apreende o bemEx: O adquirente compra um carro, passa na blitz e descobre que o carro roubado. O carro ser apreendido e a pessoa j poder ajuizar a ao em face ao alienante,

    - Denunciao da Lide (No requisito) (Art 456, CC)Informar ao terceiro a existncia desse processo.

    Senhor juiz, denuncie a presente lide ao fulano para que ele participe da lide.

    Um cara atropela algum, o seguro tem que pagar.Eu denuncio a lide para a seguradora, para ela pagar a vtima que est me processando.

    Na evico, quando sou processado por algum exigindo a titularidade de bem, denuncia a lide.

    Compro uma casa em 2012 e chega algum falando que a casa era dela desde 2002. Denuncio a lideao alienante, pois eu nem sabia que a casa existia. O que me vendeu que poderia ter alguma chance de se defender.

  • Doutrinadores dizem que um requisito, mas os processualistas dizem que no um requisito, pois pode-se responsabilizar o alienante mesmo sem a denncia da lide

    A denunciao da lide necessria par que a condenao do alienante a ressarcir ocorra no mesmo processo que o adquirente restitua o bem ao evictor.

    um requisito processual para que recebe a indenizao no mesmo processo de evico.

    Pode ser que o adquirente no denuncie a lide, ento ele com certeza perder, mas poder ajuizar uma ao posterior para que o alienante o restitua.

    Pode-se denunciar a lide para um outro que no alienante.

    X A B C

    B ir denunciar a lide para X, no para B.

    Se a pessoa que recebeu a denncia da lide no comparecer, o adquirente pode abrir mo de contestar para que o processo ocorra mais rpido e ele possa cobrar mais rpido do alienante.

  • Efeitos da ocorrencia da evico:Nos vcios redibitrios, era necessrio que houvesse a m-f para que houvesse as Perdas e danos.

    - Na Evico, por ser objetiva, dever pagar perdas e danos independende de m-f do alienante.

    O alienante dever pagar (CC, Art 450):

    O Equivalente pecunirio do bem: No o que o adquirente pagou, mas o preo do bem. O cdigo meio ambguo, mas deve-se interpretar como o valor.

    Perdas e danos.

    A indenizao calculado de forma peculiar:

    -Se tiver ocorrido deteriorao do bem antes de haver evico:Ex: Se o bem se deteriorou e agora est valendo menos

    Cobrar o valor do bem tem desconsiderada as deterioraes (CC, art 451)

    - Se o Adquirente lucrar com a deteriorao (CC, Art 452):Ex: O cara compra a casa de 80 mil e derruba a parede que tinha tijolos especiais que valem 10 mil e a casa passa a valer 60 mil.

    O cara vai receber o equivalente antes das deterioraes, abatido o valor que ele lucrou. Ento ele receberia 70 mil.

    - Benfeitorias (CC, art 453):Se o cara realizou uma obra que fez a casa valer 100 mil.

    Se a benfetoria foi necessria, ele dever ser indenizado pelo evictor C. Ele s receber o bem quando pagar essa quantia.

    Nos Direitos reais, veremos que nem sempre o evictor ter que pagar.

    Ento, se o C no pagar, O adquirente poder cobrar do alienante.

    Ento B pode receber de A os equivalentes e as benfeitorias que no foram indenizadas por 'C

  • Se a benfeitoria tiver sido realizado pelo prprio alienante e o adquirente quem recebe o valor da benfeitoria do evicto: (CC, art 454)

    Ento quando o adquirente for pedir o equivalente do alienante, dever abater do valor a benfeitoria.

    Porque seno seria enriquecimento sem causa. Quem deveria receber a benfeitoria era o alienante, ento, j que quem recebeu foi o adquirente. Ento o valor ser descontado do valor que o alienante ter que pagar ao a adquirente.

    Evico parcial (CC, art 455):Se o alienante evicto de parte de um terreno.

    Evico considervel: No precisa ser uma grande parte, mas tem que ser uma parte relevante, como por exemplo, compro um terreno e a parte que era mais frtil evicta.

    Se a evico for considervel poder requerer a resciso do contrato e pedir PD de tudo ou manter o contrato e receber o valor da parte evicta + PD.

    Se no for considervel, poder pedir indenizao + Equivalente da parte evicta.

    - MODIFICAO DA GARANTIAPode-se diminuir, retirar ou ampliar essa garantia, mas o relevante a:

    Excluso da garantia (CC, art 449)

    O cdigo faz parecer que, mesmo excluindo a garantia, tem como invoc-la. O que realmente acontece que h dois tipos de excluso

    Excluso genrica da garantia Em caso de haver evico, a pessoa no poder pedir indenizao, mas no afasta o Direito devoluo do preo pago.

    Se a excluso for genrica e ocorrendo a evico, o adquirente poder pedir o valor que pagou. Mas somente ele.Pagou 80 mil, vai receber 80 mil. Nada da parte indenizatria se aplicar aqui.

    Excluso da garantia em concreto Pegar um risco especfico de evico e faz o adquirente assumir esse risco.

    Essa excluso da garantia em concreto transforma o contrato em contrato aleatrio. (CC, art 453)

    Ex: A vende para B, mas deixa claro que o imvel est em litgio e ele pode perder o bem.

  • Se perder o bem, B no poder reclamar face a A.

    A excluso especfica s serve para aquele caso especfico!!! Se vier um caso em que no houve a excluso, ele poder cobrar todas as garantias contra evico do 450.Ex: A garantia relacionada ao litgio e o bem objeto de usucapio, ele ter todas as garantias contra evico.

    Extino dos contatos

    Veremos s como os contratos terminam, pois os contratos podem terminar por causas de extino de negcio jurdico (Termo, nulidade, etc). Todas as causas de extino das obrigaes, podem ser as causas de extino do contrato (Pagamento, novao, remisso, etc).

    Ento veremos s as causas peculiares aos contratos (Que s se aplicam aos contratos):

    1- Resoluo por inadimplemento Extino do contrato quando uma das partes quer extinguir o contrato por inadimplemento

    2- Resilio Resoluo do contrato apenas pela vontade das partes

    3- Resoluo por onerosidade excessiva Resoluo em razo de um desequilbrio superveniente.

    Resilio:

    Podem ambas as partes resolverem o contrato, mas se somente uma das partes quiser resolver o contrato, poder somente em algumas circunstncias.

    Resilio bilateral (Distrato) Ocorre com a manifestao de vontade de ambas as partes.

    CUIDADO! A nica regra que relavante no distrato uma regra formal. (CC, art 472)

    Se precisa-se de escritura pblica para fazer o contrato, necessrio a escritura pblica para haver distrato?

    O contrato precisava ser feito por escritura pblica? Pois as vezes a lei exige ser por uma determinada forma, todavia, mesmo a lei no requerendo a forma, as partes podem usar uma determinada forma.

    Se era exigido escritura pblica O Distrato ser por escritura pblicaSe no era exigido e, mesmo assim as partes usaram escritura pblica No necessrio, pois a lei

  • no exigia que tivesse essa forma.

    Resilio Unilaterial Apenas uma das partes quer resolver o contrato. (CC, art 473)

    Explcita:

    Contratos com Direito de arrependimento: Quando houver o Direito de arrependimento, dentro de um prazo, a pessoa pode unilateralmente resolver o contrato e pagar, se houver, as arras compensatrias.

    Implcita:

    Contratos de prazos indeterminados possuem essa resilio unilaterial. Ex: Contratos de trabalho, contrato de mandato, etc.

    Tanto na implcita quanto na explcita, deve haver a notificao, em um prazo razovel, outra parte.

    Renncia do advogado, revogao do cliente, Doao em que o donatrio atenta contra a vida do doador.

    Cabe resilio unilateral? Se cabe, deve haver o aviso prvio.

    (CC, art 473, PU) Se tiver havido um alto investimento, o avis prvio s produzir efeito aps im prazo razovel compativel com a natureza dos investimentos.

    27/11/14

    Resoluo por inadimplemento

    Uma das partes inadimplir a obrigao, no cabe resoluo do contrato.Ex: Se o cara atrasar o pagamento da conta de luz, se resolver por inadimplemento, o cara nunca mais poderia contratar o servio de luz.

    No entanto, em alguns casos, o inadimplemento pode dar para outra parte a opo de resolver o contrato.Ex: No paga o aluguel por vrios meses, e o locador decide resolver o contrato

    Resoluo :

  • O Direito do credor, vtima do inadimplemento, extinguir o contrato.

    No qualquer situao que se atribui o Direito a extinguir o contrato...Ex: Pintar a porta de bege em um contrato de locao, no um motivo forte o suficiente para resolver o contrato.

    Em princpios os inadimplementos que permitiro a resoluo so as obrigaes que compe o sinalagma. Por isso, um contrato bilateral.

    Ento, se houver um inadimplemento da obrigao que composta pelo sinalagma, o credor ter o Direito potestativo de resolver o contato, pois o sinalagma foi quebrado.

    A Carro B (entrega dia 15)B 3 motos A (entrega dia 30)

    1 Em obrigaes, se A no entregasse o carro, B poderia pedir o equivalente + PD, se no houvesse mais interesse. (Inadimplemento absoluto)

    2 Tambm poderia exigir a prestao do carro + PD, se ainda houvesse interesse. (Inadimplemento relativo)

    Se liga!Nos 2 casos, B teria que entregar as 3 motos.

    Nos contratos, B ter mais opes:

    3 B poder cobrar Perdas e danos e a resoluo do contato. (Ele no ir entregar as motos, pois quis resolver o contrato)

    Alguns contratos pe uma clusula expressa que o contrato pode ser resolvido por inadimplemento, todavia, mesmo sem esta clusula, o contrato poder ser resolvido.

    4 Exceo de contrato no cumprido (Exceptio non adimpleti contractius):Reteno da prestao at que a outra parte cumpra a dela:

  • ex: Se o indivduo no pagar, a light corta a luz.

    Suspender o efeito do contrato at que o inadimplemento seja cumprido

    No gera a resoluo do inadimplemento, uma forma temporria de evitar essa resoluo.

    (CC, Art 476) Se a pessoa est inadimplente, pode-se recusar a pagar a ela. Ela no poder cobrar, por causa do tu quoque.

    Se liga!

    S pode alegar exceo de contrato no cumprido se a obrigao da outra parte vencer antes da minha.

    Se o cumprimento for na mesma hora ou se eu tivesse que cumprir primeiro, no pode alegar exceo de contrato no cumprido.

    No caso, B s pode reter as 3 motos se A no pagar.

    Clusula resolutiva tcita (CC, art 474)Em todas os contratos tm, implicitamente, alguma possibilidade de resoluo de contraato quando o sinalagma for quebrado.

    Est prevista em qualquer contrato.

    Gera uma insegurana, pois no sabemos quais so as clusulas que, descumpridas, podem resultar na resoluo do contrato.

    J que gera uma insegurana maior, para resolver o contrato, ter que ir ao juiz alegando que o descumprimento afetou a relao sinalagmtica, gerando o direito resoluo.

    Ento sempre depende de interpelao judicial

    Clusula resolutiva expressa (CC, art 474:Se esta parte est prevista em qualquer contrato, por que as partes colocam expressamente uma clusula falando sobre a resoluo por inadimplemento?

    Para deixar claro quais so as obrigaes cujo inadimplemento pode resultar na resoluo do contrato.

    Esta clusula gera uma segurana maior, pois sabero quais so as clusulas quais sero as que geraro a resoluo por inadimplemento. Por isso, a resoluo pode ser feita extrajudicialmente.

    Opera de pleno Direito, basta a manifestao das partes. No necessrio a ida ao judicirio.

    Cuidado!

  • No quer dizer que a resolutiva expressa no possa haver interpelao judicial, pois ele pode entrar com a ao para fazer valer o litgio que foi gerado pela extino do contrato.Ex: O cara inadimpliu uma clusula de locao de imvel, eu resolvo o contrato, mas ele continua l.

    Na clausula resolutiva expressa ter uma deciso judicial declaratria, onde o juiz ir reconhecer que, desde a poca do inadimplemento, o contrato j havia sido resolvido (Efeito ex tunc)

    Nas clusulas resolutivas tcitas, a deciso ser constitutiva do fim do vnculo. At a deciso, o contrato ainda estar em vigor.

    Pode as partes resolverem o contrato por um dever lateral? (Violao positiva do contrato)Ex: fornecedor de cervejas de um bar, onde o fabricante no tomou cuidado e as bebidas vieram contaminadas e os clientes passaram mal.

    Se for um dever lateral que cause um impacto na relao contratual, onde houve uma quebra de confiana. Se for bem gravoso, como no caso, poder haver a resoluo do contrato.

    Presena de vcio e exceo de contrato no cumprido:Se A entregou o carro para B, mas, antes de B ter que pagar ele (dia 20), encontrou um vcio redibitrio.A doutrina diz que ele poder reter as 3 motos, mas ter o nus de provar que havia um vcio, uma violao positiva do contrato ou se houve a violao de um dever lateral.

    A percebe que B no ir pagar, futuramente e eu tenho que pagar dia 15 e ele s dia 30:

    Antecipao do vencimentoCasos em que o A, por ntima convico que B no ir dar as 3 motos, resolve cobrar antes. Ento Ateria que comprovar que B no ir entregar as motos, com base no artigo 333.

    Art 333 Casos de antecipao de vencimento e o credor pode cobrar na hora.

    Se conseguir alegar alguma destas hipteses, A poderia fazer exceo de contrato no cuprido, vistoque a obrigao de B agora no vence mais naquela data, vence agora.

    Inadimplemento antecipado (Anterior ao termo)

    O sujeito deve tomar as providncias para que a obrigao seja cumprida.

  • Sempre que o devedor esteja com um comportamento imcompatvel com o cumprimento futuro, j est em inadimplemento.

    Ex: Se ele vendeu as motos para outra pessoa, se ele nem comeou a construir as motos, etc.

    Se B no se adequa s hipteses do artigo 333 e ele ainda dispe tempo para cumprir a obrigao, mas ele percebe que B no ir quitar por causa da diminuio de seu patrimnio. Ento poder ajuizar uma:

    Exceo de inseguridade (CC, art 477)

    Se o patrimnio do B diminuiu a ponto de deixar A preocupado se ele conseguir adimplir o contrato.

    Haver uma insegurana fundada em um fato real. No em uma percepo subjetiva de A.

    Neste caso, A poder conter o pagamento dele at que B lhe d garantias que ele ter condies de pagar.Ex: Colocar um fiador na jogada, etc.

    Resoluo por onerosidade excessiva :

    Requisitos para que haja a resoluo por onerosidade excessiva (CC, art 478 a 480 x 317):

    O 478 tem um requisito que o 317 no exige:

    Alm de comprovar um elemento imprevisvel e a excessiva onerosidade, deve provar que o desequilbrio causou uma extrema vantagem outra parte.Ex: A contrata b para vender cada controle remoto 10 reais, ento vem um controle de qualidade que faz com que sujeite o controle a um teste de qualidade. No gerar vantagem nenhuma para A, mas B ter um gasto muito maior para produzir os controles.

    Ento este requisito no usado na jurisprudncia, pois torna a relao mais injusta.

    No necesrio que comprove a extrema vantagem.

  • Outra diferena na sano:O 478 diz que deve pedir a resoluo do contratoso 371 diz que deve pedir a reviso.

    A reviso mais ameaadora autonomia privada, pois o juiz ir estipular o que as partes devem fazer.A reviso defendida pelos doutrinadores mais modernos.

    A resoluo defendida pelos mais conservadores.

    Neste conflito, boa parte da doutrina diz que deve, em princpio, fazer a reviso. No logrando xito, o juiz dever cair para resoluo.

    Mas no pacfico.

    Tudo que estiver no 478-480 que no est no 317, no se aplica.

    02/12/14

    Diferenas entre o 317 e 0 478- 480

    478- 480 317

    Acontecimento extraodinrio e imprevisvel Motivos imprevisveis

    Excessivamente oneroso - A comparao para definira onerosidade excessiva, se d entre a prestao de uma parte e a prestao da outra.

    Desproporo manifesta - a desproporo manifesta deve se dar entre o valor da prestao no momento da sua criao e no momento da sua execuo. O desequilbrio medido se olhando a mesma prestao no momento que foi feito o contrato e no momento que ele tem que ser cumprido.

    Extrema vantagem - Extrema vantagem. A tendncia pensar que se o contrato ficou caro demais para um, ele ficou barato demais para outra parte, mas no necessariamente isso acontece. A nossa interpretao, tendo em vista a historia de que a jurisprudncia no exigia isso, de que no necessrio comprovar essa extrema vantagem. O requisito pode ser afastado porque o art. 317 no prev essa exigncia. Inclusive no caso de resoluo.

    No exige

    Resoluo - O efeito dessa situao no a previso de reviso, a resoluo. O artigo no prev a manuteno do contrato, ele prev a extino do contrato.

    Reviso - O juiz no vai extinguir o contrato, ele vai manter o contrato e colocar outros termos.

  • Reviso ou resoluo?

    Reviso - O efeito, dentre essas duas opes, que fere mais as partes e d mais poder ao juiz a reviso e noa resoluo. Na reviso, o juiz vai modificar obrigaes para as partes envolvidas, na resoluo simplesmente se volta ao estado anterior. Pode ter um prejuzo sim, mas no to inesperado quanto a reviso. Na reviso, o juiz determina uma mudana no contrato. Por isso, a reviso por onerosidade excessiva era uma figura que tinha muito mais resistncia na doutrina clssica do que a resoluo.Mas a doutrina mais moderna tende a dar mais valor a reviso. Porque preferivelmente optar pela reviso e no pela resoluo? Pelo princpio da conservao dos negcios jurdicos. Em geral, desfazer um contrato muito mais prejudicial para a sociedade para as partes do que tentar mant-lo reequilibrando-o. Ento, se nofor traumtico demais para as partes, sempre prefervel rever do que resolver, porque a reviso gera uma repercusso social mais positiva do que a resoluo.

    Cuidado!

    No 479 fala-se de uma reviso, mas ela no a mesma do 317, pois esta reviso depende da concordncia doru!

    No 317 o juiz podia de ofcio ou a pedido de uma das partes.

    A reviso relevante quando um quer e o outro no, ento no 479 no to relevante.

    Requisitos que o cdigo no colocou, mas a doutrina cita como requisito:

    Fato inimputvel ao devedor:S pode haver alegao de onerosidade excessiva se este for resultado de uma esfera jurdica alheia a vontade do devedor.

    Fatos vinculados pessoa do deveor no ensejam a possibilidade de resolver ou rever o contrato porcausa da onerosidade excessiva.

    Ausncia de mora: controvrso, h 3 teorias:

    1- O devedor em mora nunca deve alegar onerosidade excessiva, pois se o motivo que gerou a onerosidade excessiva um problema independente da mora, ele deveria ter alegado antes do vencimento.Abreria uma brecha para todo devedor em mora alegar onerosidade excessivamente

    2- Todo devedor em mora poder alegar onerosidade excessiva, basta que cumpra os requisitos enumerados anteriormente.Ele no poder alegar que eventuais juros de mora deixaram a obrigao excessivamente onerosa, pois um fato imputvel a ele.

  • 3- Depende. Se o fato que ensejou o desequilbrio for anterior mora, poder alegar onerosidade excessiva. Se for posterior mora, no poder alegar.

    No poderar alegar onerosidade excessiva posteriormente mora, pois o devedor em mora respondepor qualquer fato posterior ao vencimento. No caso, a onerosidade excessiva gerada aps a mora.

    A corrente que prevalece a primeira, todavia d uma cada para a segunda e terceira.

    CDC:

    O CDC adotou uma teoria Radical:

    TEORIA DA BASE OBJETIVA DO NEGCIO:

    No necessrio que seja imprevisvel para que se alegue a onerosidade excessiva.

    A jurisprudncia tem se contrapondo em relao previsibilidade no Direito do consumidor:

    Ex: Paridade cambial - 1Dolar por 1 Real

    Quando o dolar voltou a ser 3 reais, houve milhares de aes por onerosidades excessivas, pois o produto que foi comprado por 30 dlares agora estava valendo 90 reais, ao invs de 30.

    A deciso do STJ foi dividir a metade dos gastos entre as partes. As pessoas tiveram que pagar 45 reais.

    A percebeu que a previsibilidade tinha uma relevncia no Direito do consumidor.

  • 08/12

    Contratos em espcie:

    uma das vrias espcies de contrato que temos. A quantidade de contratos em especie vai muito alm dos tipos ditos pelo cdigo, mas ele regulou os mais comuns.Estudaremos vrios contratos, mas no esgotaremos os tipos de contrato que existem.Isso remeter ao problema dos contratos tpicos e atpicos que j falamos no passado, quando tratamos de classificao dos contratos, que o problema dos tipos.O Cdigo regulamenta os modelos que so mais comuns na prtica, mas claro que existem infinitos modelos possveis. Existem modelos costumeiros, que ainda no esto regulamentados em lei, existem modelos que a lei prev, ma na pratica, as pessoas mudam. A fronteira entre os contratos tpicos no rigoroso, at mesmo porque as partes iro modificar um pouco os modelos previstos. Os modelos previstos em lei so abstratos, mas o elaborado pela prtica em concreto.

    Veremos modelos abstratos de contrato, onde no sero o ponto de chegada. Veremos que o modelo no caso concreto um modelo anlogo ao modelo abstrato tal e aplicaremos as normas daquele modelo abstrato.Mas isso no esgota a atividade do intrprete que tem que ver se h alguma peculiaridade que justifique a aplicao daquele modelo.

    Ex: Compra e venda, vemos que no caso concreto anlogo a compra e venda e aplico as normas atinentes a compra e venda.Se for consumidor, no resolveremos pelas normas de compra e venda, mas pelo CDC.Os modelos que estudaremos serve para facilitar a atividade do intrprete, mas sempre tomando cuidado para no ficar muito preso a ideia dos tipos, que tem que se encaixar perfeito para se caracterizar.Estudaremos para se ter uma noo geral de qual norma aplicar, mas isso no vai esgotar as nossas questes.

    Contrato de compra e venda:

    Nosso primeiro modelo a Compra e venda, que o mais antigo, s perde para a troca, mas o contrato de troca existe de pouca frequncia, pois depois que inventaram o dinheiro, troca-se a coisaque por dinheiro e depois troca pela coisa que quer. raro a gente ver uma permuta e o contrato de troca regido pela compra e venda.

    Caracterstica:

    Ao contrrio de outros, o cdigo prev uma definio, isso no ocorre em todos os modelos e veremos que cada tipo usamos critrios diferentes para definir.

    No Contrato de compra e venda, o cdigo usa o critrio mais comum para definir o contrato, que so as obrigaes criadas pelo contrato.

    A compra e venda, segundo o cdigo, pode ser identificada a partir das obrigaes criadas pelo contrato.

  • (CC, art 481)Duas obrigaes:

    Um dos contratantes, que a gente chama de vendedor, se obriga a transferir a propriedade de uma certa coisa.-Uma obrigao de dar

    O outro, chamado comprador, se obriga a pagar uma certa quantia em dinheiro.- Uma obrigao pecuniria.

    So os elementos distintivos do contrato de compra e venda.

    Observao Importante:O Contrato de compra e venda no transfere a propriedade de nada, o contrato de compra e venda OBRIGA a transferir a propriedade. Celebrada uma compra e venda, o comprador no vira dono de alguma coisa, ele ganha o Direito a exigir a transferncia da propriedade.Celebrado uma compra e venda, o comprador no vira dono, ele ganha o Direito de exigir a transferncia de propriedade.