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Quando falamos em sucessão, pensa-se primeiro que alguém morreu e daí é preciso saber o que esse alguém deixou. Também é preciso saber se essa pessoa deixou dívidas e se seu patrimônio será o suficiente para quitá-las. No estudo do direito dos contratos, no que tange ao contrato de compra e venda, o vendedor, ao alienar um bem precisa realizar a transferência de propriedade. No caso de imóveis, ainda é preciso que se faça a inscrição no registro de imóveis. Isso é considerado sucessão e essa sucessão ou transferência é um ato inter vivos e ocorre periodicamente. Também, numa doação existe a transferência do bem, que é uma sucessão gratuita. Assim, nos atos praticados entre pessoas vivas também ocorre a sucessão. O indivíduo é portador de um conjunto de direitos e de obrigações, isso é o mais comum que ocorre. Quando a pessoa morre, esse conjunto passa para outras pessoas: essa sucessão é chamada de sucessão causa mortis.Em conclusão, temos dois tipos de sucessões: a) Inter vivos: sucessão de uma pessoa viva para outra, também viva. b) Causa mortis: sucessão de um conjunto de direitos e obrigações de uma pessoa que morreu para uma pessoa que está viva. Daí, deve existir um patrimônio e uma relação jurídica entre a pessoa que morreu e a pessoa que sobreviveu à pessoa morta. O patrimônio é um conjunto de direitos e de obrigações que se inicia num primeiro momento e se acresce até a morte. O indivíduo possui somente um patrimônio, pois o seu sentido é de conjunto. Quando uma pessoa fale, por exemplo, tendo uma baixa no seu patrimônio, mesmo assim, considera-se que ela possui apenas um patrimônio ao longo da sua vida. É quase impossível que o patrimônio das pessoas se mantenha estável ou imutável ao longo de toda vida. Assim, o patrimônio é único, porém variável. Quando alguém investe em um setor empresarial, ele o faz para auferir lucro. Assim, pega-se o valor de investimento no negócio, diminui-se o que se gastou, para se chegar a um possível lucro e assim, sucessivamente, de tempos em tempos. Um patrimônio que começa com somas modestas em dinheiro, pode aumentar gradativamente, até se transformar numa grande fortuna. 1

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Quando falamos em sucessão, pensa-se primeiro que alguém morreu e daí é preciso saber o que esse alguém deixou. Também é preciso saber se essa pessoa deixou dívidas e se seu patrimônio será o suficiente para quitá-las.

No estudo do direito dos contratos, no que tange ao contrato de compra e venda, o vendedor, ao alienar um bem precisa realizar a transferência de propriedade. No caso de imóveis, ainda é preciso que se faça a inscrição no registro de imóveis. Isso é considerado sucessão e essa sucessão ou transferência é um ato inter vivos e ocorre periodicamente. Também, numa doação existe a transferência do bem, que é uma sucessão gratuita. Assim, nos atos praticados entre pessoas vivas também ocorre a sucessão.

O indivíduo é portador de um conjunto de direitos e de obrigações, isso é o mais comum que ocorre. Quando a pessoa morre, esse conjunto passa para outras pessoas: essa sucessão é chamada de sucessão causa mortis.Em conclusão, temos dois tipos de sucessões:a) Inter vivos: sucessão de uma pessoa viva para outra, também viva.b) Causa mortis: sucessão de um conjunto de direitos e obrigações de uma pessoa que

morreu para uma pessoa que está viva. Daí, deve existir um patrimônio e uma relação jurídica entre a pessoa que morreu e a pessoa que sobreviveu à pessoa morta.

O patrimônio é um conjunto de direitos e de obrigações que se inicia num primeiro momento e se acresce até a morte. O indivíduo possui somente um patrimônio, pois o seu sentido é de conjunto. Quando uma pessoa fale, por exemplo, tendo uma baixa no seu patrimônio, mesmo assim, considera-se que ela possui apenas um patrimônio ao longo da sua vida. É quase impossível que o patrimônio das pessoas se mantenha estável ou imutável ao longo de toda vida. Assim, o patrimônio é único, porém variável.

Quando alguém investe em um setor empresarial, ele o faz para auferir lucro. Assim, pega-se o valor de investimento no negócio, diminui-se o que se gastou, para se chegar a um possível lucro e assim, sucessivamente, de tempos em tempos. Um patrimônio que começa com somas modestas em dinheiro, pode aumentar gradativamente, até se transformar numa grande fortuna.

Ao fim da vida, o patrimônio de alguém é transmitido por intermédio de uma relação jurídica para alguém que está vivo. Essa relação jurídica deve ser uma relação de parentesco por consangüinidade, ou de parentesco por afinidade, ou até por afinidade sem parentesco (amizade).

O senhor Antônio faleceu, deixando seu patrimônio para três outras pessoas que estão vivas e com as quais mantinha uma relação jurídica. Essas três pessoas devem ter capacidade para receber a herança. A relação jurídica deve ser legítima para essas pessoas estarem na condição de herdeiros. Essa é uma primeira idéia de sucessões.

Uma segunda idéia é que, quando o senhor Antônio formou seu patrimônio, ele não tinha idéia de como isso iria se desenvolver. Ao final ele possuía dez milhões, o que constitui uma universalidade em que estão contidos os seus bens. O automóvel que seu Antonio possuía faz parte dessa universalidade, mas ao mesmo tempo é uma coisa certa, singular. Assim, as coisas singulares ou determinadas são consideradas coisas simples.

Então, existe a sucessão:a) Sucessão a título universal: denota uma noção de conjunto em que não é possível se

determinar as coisas que estão dentro de um universo. Daí, existe a figura do herdeiro, que recebe sempre na sucessão a título universal. Entretanto, pode existir um herdeiro que recebe uma parte desse universo ou o todo desse universo, quando é o único herdeiro (é também chamado herdeiro universal, pois é o único, que recebe a titulo universal, pois recebe toda a herança).b)Sucessão a título singular: implica noção de coisa determinada. Não se trata de herdeiro, pois herdeiro somente se relaciona com a sucessão a título universal. Então, a pessoa que recebe a título singular é denominada legatário.

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Importante ressaltar essa diferença entre o herdeiro e o legatário. Cabe lembrar que tanto pessoas físicas como as pessoas jurídicas podem ser legatários. Pessoa jurídica é uma ficção jurídica formada por um conjunto de pessoas que se reúnem para constituir uma outra personalidade, distinta da dos sócios. Em conclusão, a pessoa jurídica não pode ser herdeiro, dada a impossibilidade de se estabelecer vínculo de parentesco. Assim, a herança decorre da lei, pois é o ordenamento jurídico que estabelece, por exemplo, o direito do filho de receber do pai a herança. Além da lei, a vontade da pessoa também pode transmitir o patrimônio. Dessa forma, existem:Sucessão legítima, que decorre da lei, pois ela diz quem é o herdeiro.e Sucessão testamentária, que decorre da vontade. O de Cujus diz quem é o legatário.Existe uma variação dentro desse quadro, pois há um universo que se deixa para os herdeiros em decorrência de lei, mas também existe um universo que se deixa para alguém, pela vontade. No entanto, nessa hipótese tal pessoa não pode ser o legatário, pois este recebe coisa determinada. Pela vontade é possível a figura do herdeiro instituído.Assim, no testamento existe o legatário e o herdeiro instituído ou herdeiro testamentário, e isso depende da vontade do de Cujus. Importante ressaltar que o herdeiro instituído recebe a universalidade e não é possível determinar o que ele irá receber. Isso ocorre apenas com o legatário. É possível que se deixa a totalidade dos bens que se possui, por meio de um herdeiro instituído que pode ser universal, recebe toda a herança, ou o herdeiro universal recebe parte dos bens, mas a herança é a titulo universal.A lei impõe limites à vontade quando existe a figura dos herdeiros necessários. O limite é da metade dos bens, isto é, metade de todo o patrimônio que se possui (direito e obrigações) vai para os herdeiros necessários e a outra metade pode ir para os herdeiros testamentários ou instituídos. Os herdeiros necessários situam-se em três classes:Descendentes: direito natural de pai para filho.Ascendentes: direito positivo, de filho para os pais, por exemplo.Cônjuge:A doutrina chama esse herdeiro de herdeiros reservatários, pois a lei lhes reserva uma porção da universalidade do patrimônio.A morte é um fato natural e dentro do direito sucessório ela tem uma conotação bastante formal. Inventário é um procedimento judicial que transmite o bem para as pessoas, nunca pode ser amigável, sempre é judicial. Então a transmissão ocorre por meio do inventário. É um instrumento de transmissão de direito. De outro modo, o inventário não dá direito às pessoas. Ao fim, faz-se a partilha, que devolve a singularidade à universalidade de bens.O inventário é um instrumento contencioso no sentido de transmissão por obrigatoriedade de se fazer perante o juiz, daí apresenta-se o direito das pessoas. As pessoa precisam provar que são herdeiro, por intermédio da certidão de nascimento ou de casamento: essa é a prova da titularidade, para que a pessoa se habilite na herança. Então o processo de inventário é contencioso e é judicial.Quando a pessoa não possui o titulo de herdeiro (certidão ou de nascimento ou de casamento), mas é filho, deve-se primeiro ingressar com ação na vara de família para comprovar o parentesco e depois é que se terá direito à herança. Então a habilitação é posterior, pois ela requer titulo. Não é possível que cumule essas duas ações, pois elas possuem ritos distintos.Deve-se para o imposto devido, o imposto causa mortis. O inventário é um processo que se arrecada todos os bens, apresenta-se todos os herdeiros, faz-se a partilha, paga-se o imposto, etc.Na investigação de paternidade não é possível que se entre contra o espolio, mas sim contra cada um dos herdeiros. O espolio não tem personalidade jurídica, é um Estado transitório e no momento em que se faz a partilha, ele se extingue.Uma pessoa pode ou não deixar testamento. Se não deixar, faz-se de acordo com a lei é a sucessão ab intestato, isto é, sucessão sem testamento. O falecido é o de Cujus, de origem no direito romano, (de cuja sucessão se tratava daquela pessoa). Só se faz inventário quando existe patrimônio. Para a sucessão é preciso patrimônio e o de cujus.Existe a figura do inventário negativo que é necessário quando uma pessoa era casada e o cônjuge faleceu e a pessoa que casar-se novamente com regime de comunhão total ou parcial. É para afastar uma causa impeditiva de casamento. É para evitar que a pessoa case obrigatoriamente no regime de separação total de bens.Somente não se transmitem os direitos pessoais, que se vão

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com o falecido. É o caso dos direitos políticos, alimentos. Os direitos patrimoniais devem ser transmitidos.Existem os herdeiros colaterais: sobrinhos, primos, irmãos, chamados urubus. O parentesco colateral tem um parentesco comum. Na ordem direita os parentes são chamados em linha reta (descendentes e ascendentes e não há limite na lei, pois é possível se ter uma ascendente de 5 ou 6 grau e sempre serão parentes; mesmo com a dissolução do casamento não é possível o casamento em linha reta; artigo 159.. e impedimentos).Na linha lateral é preciso voltar-se ao ascendente comum. O colateral a lei estabelece um limite. Pelas ordenações Filipinas o parentesco dos colaterais iria até o 10º grau. Clovis Beviláqua fez o projeto em 1899 que deu origem ao código de 1916. Em 1907 veio uma lei, chamada Feliciano pena que trata dos direitos da mulher, da possibilidade de a mulher administrar seus próprios bens e reduziu para o 6º grau para se considerar parentes os colaterais, antecipando o CCB de 1916. Getúlio Vargas, por meio de um decreto instituiu para até o 3º grau o parentesco colateral e o direito à herança. Lei em vigor na data do óbito. Herança jacente, depois de um determinado tempo se transforma em herança vacante se incorporando ao Estado (poder público). Após a ditadura, foi instituído para o 4 grau para o direito à herança, e no CCB ainda era 6 o parentesco colateral. Somente com o CCB de 2002 passou para 4 grau, tanto o parentesco (direito de família) quanto o direito à herança (sucessão).Herdeiros: ascendentes, descendentes cônjuge e colateral é diferente de herdeiros necessários. A regra é que todo herdeiro necessário é herdeiro, mas nem todo herdeiro simples é herdeiro necessário, pois existem herdeiros colaterais que são legais, mas não são necessários. A segunda regra é que existe um patrimônio e a transmissão de herdeiros a herança. Não é possível que se transmita dividas, pois quem paga a divida é o patrimônio. A herança = crédito – débito. Se o credito for maior existe a herança. Se o debito for maior que o credito não existirá herança.Quando o herdeiro faz jus à herança? Segundo a Lei Brasileira, a morte significa a abertura da sucessão e faz com que, imediatamente, os herdeiros tenham esse direito. Isso não ocorre por meio do inventário, pois este é um mero procedimento para entregar o bem àquele que já possuía titularidade. Os herdeiros recebem a integralidade de todos os bens, constituindo uma universalidade. Havendo mais de um herdeiro, há a indivisibilidade dos bens que permanece até a partilha. Enquanto não houver a partilha todos os bens do monte pertencem a todos, conseqüentemente todos os frutos gerados pertencerão a todos (alugueis, por exemplo), também todas as despesas serão partilhadas. Então a abertura da sucessão faz com que qualquer herdeiro tenha legitimidade para interpor um interdito possessório, pois é titular de todos os bens.Em face disso, surge uma dificuldade: tomamos por base quando alguém morre e existem três herdeiros. Os três são titulares do patrimônio que foi transmitido imediatamente com o falecimento. Assim, podem surgir conflitos em como administrar esse monte. Então pergunta-se quem irá tomar conta dessa universalidade até o momento da partilha. A lei criou a figura do inventariante (administrador dos bens) e dividindo a posse direta e indireta. A posse direta fica com o inventariante e os demais herdeiros ficam com a posse indireta. Com posse direta ou indireta, não há óbices para a interposição de interditos possessórios.Existe uma comunhão forçada, pois os herdeiros não demandaram para que assim o fosse, e essa comunhão somente se encerra com a partilha dos bens. A lei estabelece que essa comunhão ou universalidade tenha uma característica própria, pois é possível que exista, ações, gados, investimentos, em suma, existem bens móveis e semoventes. Então a lei diz que a herança é bem imóvel, para que não sejam dispostos pela simples tradição (artigo 80, II do CCB). A conseqüência prática disso é que para que seja habilitado no processo do inventário, se o herdeiro for casado, deve haver assinatura dos cônjuges.Historicamente esse processo não era dessa forma, pois no Direito Romano a propriedade pertencia somente ao pai, em face do pater família. No final do século XIX é que esse pater família se transformou em face do desenvolvimento industrial e a novas formas de aquisição dos bens, além de toda a transformação cultural. No Direito Romano o herdeiro era escolhido pelo patriarca que não poderia se negar a isso. Sabemos que a herança

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é resultado dos créditos menos os débitos. Então em Roma havia a figura da herança negativa e o herdeiro deveria pagar tal divida com seus próprios bens, sob pena de responsabilização, até como a própria vida, como ocorria naquela época.A força da herança é proporcional ao credito dos bens. Se o quinhão é 10%, a divida correspondente somente poderá ser até 10%. Na Itália até os dias atuais, os herdeiros são responsáveis pela divida do De Cujus, mas os herdeiros podem requerer o beneficio de inventário ..... O artigo 1792 do CCB estabelece que o individuo não responde por encargos superiores à força da herança, mas a prova de que existem mais dividas do que crédito incumbe ao herdeiro.O direito à herança se transmite ao herdeiro no exato momento da morte (droit de saisine). A morte tem essa conseqüência primária, mas também no que diz respeito a comoriência (artigo 8º do CCB), quando falecem na mesma ocasião. É o caso de Antonio que se casa com Maria, em que esta não possui bens. Os dois sofrem um acidente... Com a comoriência um não sucede ao outro, assim, divide-se metade para uma e metade para outro.Existe a sucessão legitima e a sucessão testamentária. Na sucessão legitima existe os herdeiros necessários que tem direito a uma universalidade. Se houver sucessão testamentária, que pode ser em até 50% do valor total do monte, também haverá a constituição de uma universalidade (artigo 1789 do CCB).Digamos que exista uma universalidade no valor de 600, existem três herdeiros, Primus, Secundus e Tércio. Existe a figura desses herdeiros necessários, que são três, e ainda de herdeiros testamentários. 50% ou 300 para os três herdeiros, os outros 300, 50 para santa casa, 50 para uma associação e o restante para os herdeiros necessários. A parte testamentário poderia ser entregue somente à santa casa.Pode ocorrer que como o pai estima mais um dos três filhos, ele pode instituí-lo a receber toda a herança. Quando da aplicação da lei, 50% vai para os herdeiros necessários e os outros (art 1788) pode ir para o filho.Trabalho sobre bem de família; artigo da revista veja: estudo sobre a educação na Coréia do Sul.Aberta sucessão transmite-se a titularidade do patrimônio do autor para os herdeiros. A forma instrumental que deve ser feita para que a transferência possa ser efetivada é o registro. Como a herança é classificada como bem imóvel, para sua transferência é preciso que se faça o registro. Assim, perante terceiros ela somente tem eficácia com o registro.Assim, perante terceiros, só efetiva a sucessão perante o cartório competente para a transferência do patrimônio.O processo de inventário deve ser requerido onde a lei ordena e por quem possa requerer: é preciso postular a abertura no juízo competente e por quem tenha capacidade.Artigo 5º, inciso XXX da CF: é um direito constitucionalmente protegido e absoluto. Trata-se de uma disposição geral que garante a herança dos nossos antepassados. Na Antiga URSS não havia respeito a esse princípio, pois a herança se transmitia para o Estado e, em face disso as pessoas não se preocupavam em aumentar seu patrimônio. O lugar ao qual a lei ordena que seja requerido o inventário é o lugar do domicilio do De Cujus (de preferência o último domicilio). No caso do Credireal que tinha sede em Juiz de Fora, mas o seu proprietário vivia em Belo Horizonte, então o foro para ser interposto o inventario é Belo Horizonte (artigo 96 do CPC cc 1785 do CCB). Antes de 1939, cada ente da federação possuía o seu próprio CPC. Então havia várias leis processuais. Por causa disso, o CCB 1916 continha várias disposições relativas ao processo. O CCB de 2002 traz uma disposição nesse sentido. O CPC de 1939 e de 1973 dizia que deveria iniciar até 30 dias após a morte e concluído o inventario até 6 meses. O CCB de 1916 dava inicio até 30 dias após a morte, mas o prazo para concluir em até 3 meses. O objetivo é óbvio, pois quanto mais o inventário demora mais os herdeiros, principalmente os menores e incapazes, são prejudicados, pois a herança é coisa indivisível.O ultimo domicilio é onde se ingressa com o procedimento de inventário. Deve-se distribuir para somente um juiz para vara de sucessão.Quando o De Cujus é um estrangeiro, um italiano, por exemplo, possuindo bens tanto na Itália, quanto bens no Brasil. Os bens do Brasil devem ser inventariados no Brasil, desde que se tenha família, especialmente filhos no Brasil. A LICC trouxe essa proteção aos filhos de estrangeiros, dando a ele a preferência para a lei que fosse mais benéfica. A Constituição também protege esse direito.

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A lei estabelece um prazo se iniciar o inventário, prazo esse de 30 dias. Se o inventário não for requerido no prazo do 30 dias, a sanção era uma multa, fruto de uma norma de direito tributário, pois se pagava 20% do imposto causa mortis, mesmo que fosse apenas um dia após a expiração do prazo, o imposto era devido. No entanto, a partir de 1996 uma lei estadual dizia que se o imposto fosse recolhido até o prazo de 90 dias havia um desconto. Havia uma espécie de escala em que era concedido o desconto em função do prazo em que era recolhido o tributo. Outra lei estadual de 2002, não existe a punibilidade para requerer o inventário não há o pagamento de multa, pois a lei fiscal retirou o pagamento da multa e promove um desconto se o imposto fosse recolhido em até 90 dias. Se o inventario não for requerido no prazo de 30 dias, será cobrado um imposto de 20% sobre ITCD (imposto causa mortis).Os governos ficaram preocupados com a arrecadação dos tributos, então saiu uma lei revogando tal cobrança, pois se o imposto fosse recolhido até 90 dias após a morte teriam direito a 25% de desconto. Mas em 2002 alterou tal disposição, onde não se paga mais multa, mas a lei burocratizou o recolhimento do imposto.Art. 1026, CPC – verificar.O inventariante é um personagem muito importante no processo, mas antes do inventariante temos a figurado do administrador provisório que pode ser o cônjuge supérstite ou o companheiro, desde que na época da morte morassem juntos e se casados fossem pouco importa o regime de bens. Este administrador provisório ficaria no máximo 40 dias contados da morte do de cujus, administrando os bens até ser nomeado um inventariante. O supérstite ou administrador provisório (art 1797, I, CC) fica com a administração dos bens até o compromisso do inventariante. Se não houver testamenteiro, o juiz nomeara a pessoa de confiança para assumir o compromisso (art 1797, IV, CC). Normalmente, quando isso ocorria no âmbito do trabalho (empresa) era quem era o gerente, um diretor da empresa, etc. Isso era possível sob a égide do CCB de 1916. O CCB de 2002, em seu artigo 1797, estabelece uma linha sucessiva de quem poderá ser o administrador. O inciso IV do referido artigo é opção em ultimo caso, se não houver outra pessoa para ser o administrador. Assim, em primeiro lugar vem a família, principalmente o cônjuge ou companheiro.Depois do administrador provisório, tem-se a nomeação do inventariante (art 990, CPC). Aqui ocorre um conflito com o CC/02, pois o cônjuge nomeado deveria ser casado no regime de comunhão. Os juizes estão levando em consideração o disposto no CPC (art 990, I) para solucionar o conflito de normas. O professor lembra que quando o CPC foi criado em 1973 não havia esse atrito. Os problemas começaram com a mudança no regime supletivo legal em 1977, que passou de comunhão universal para comunhão parcial. De certa forma, há que se observar que a comunhão parcial cerceia um pouco a nomeação.Art 990, II, CPC: se não houver cônjuge supérstite o inventariante será o herdeiro que se achar na posse da administração dos bens ou se nenhum herdeiro estiver na posse da administração, poderá ser qualquer um, tendo um múnus publico,ou seja,não recebem nada por isso, salvo o herdeiro menor que nunca poderá ser inventariante. O espolio ou monte não tem personalidade jurídica e aquele que é o administrador deve ter capacidade (art 3 e 4 do CCB). Caso não haja herdeiros capazes para administrar os bens, o juiz devera nomear um inventariante dativo, administrando os bens recebendo uma remuneração para isso, causando uma perda no patrimônio. Este dativo será um auxiliar do juízo tendo fé pública e quaisquer dos herdeiros poderão pedir prestação de contas da administração. O inventariante tem a posse direta dos bens, devendo ser um bom gestor para aumentar o patrimônio e não prejudicar.A vis atractiva do procedimento de inventário atrai todas as ações que envolvam o patrimônio inventariado. Assim, essas AÇÕES DEVERÃO SER PROPOSTAS NO MESMO FORO DO INVENTARIO. O foro do inventário atrai:Sobrepartilha: terminado o inventário, faz a partilha o bem, mas os bens que estavam em litígio ou outro lugar; A ação de nulidade de partilha; a ação de sonegados (quem não recebeu a herança ou bens que não foram relacionados ou colacionados pelo inventariante); ação de nulidade de testamento; Ação de prestação de contas do inventariante; Ação de prestação de contas do testamenteiro, Ação de petição de herança: envolve até o

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desfazimento da partilha em ação rescisória. Ação de deserdação: exclusão de herdeiros necessários. Ação para Alienação dos bens inventariados; cessão de direito hereditário; venda de bens clausulados: são bens com clausula de inalienabilidade e incomunicabilidade e impenhorabilidade.Por outro lado NÃO há vis atractiva, vale dizer não atrai para o foro do inventário:A prestação de contas do inventariante contra herdeiro (qualquer lugar);A execução do formal de partilha (de acordo com a localização dos bens);Cobrança contra o espolioAção renovatória contra o espolio (no caso de inquilino)Ação de investigação de paternidade: foro próprio, pois o investigando é quem escolhe, quando se tratar de menor é o foro do seu domicilio.O inventariante pode ser destituído do cargo, devendo ser fundamentando o motivo, a chamada justificação. Pode ocorrer de oficio pelo juiz (artigo 125 do CPC) ou a requerimento dos herdeiros, mas deve haver justificação; O processo corre em apenso com o principal, vale dizer o processo de inventário continua seu curso.Quando o inventariante não for destituído, sendo o pedido improcedente, o recurso cabível será o agravo de instrumento. Destituindo o inventariante, o mérito será atingido, cabendo o recurso de apelação.Quando há liberação no processo de inventário, de verbas para alimentos (comida, educação, roupa e lazer) não são abatidas do quinhão, segundo o Professor, pois era uma obrigação que era do falecido. Os débitos fazem parte do conjunto de obrigações que são abatidas do credito.Aplica-se na sucessão a lei vigente na data do óbito, ou seja, serão considerados herdeiros sucessórios (capacidade sucessória) aqueles que estão estabelecidos na lei vigente (art 988, CPC) Um tema prático que ocorre diversas vezes no direito sucessório é o seguinte: quando uma pessoa tem um quinhão hereditário, mas não possui nenhum bem. Também quando falece um dos cônjuges e o outro fica.O herdeiro tem direito a uma herança que será transferida no momento da morte. Após a partilha da universalidade (que é considerada bem imóvel e indivisível pela comunhão forçada até a partilha) pode gastar o que ganhou. Antes disso como eu faço pra ganhar dinheiro? Assim, o cód. criou a CESSÃO DE DIREITO HEREDITÁRIO. E para que se venda o bem deverá fazê-lo por escritura pública. Antes devera provar que é seu direito, com a certidão de nascimento, que promove a habilitação no procedimento do inventário. Mas isso só poderá ocorrer por cessão, total quando se vende a totalidade do direito hereditário. Ou parcial que diz respeito a somente uma parte da herança. Não se pode dizer que é venda pois esses bens são indivisíveis e universal, então não se pode dizer que a casa é sua, mas sim fazer a cessão, de uma maneira genérica. Se houver uma cessão especificando o que está sendo vendido, por exemplo, uma casa que faz parte do espolio. Essa cessão é nula. Assim não se pode ceder ou vender coisa certa e determinada. A lei não nos permite vender aquilo que não nos pertence, pois existem outros herdeiros. O que pode é vender percentual do seu direito. Então se faz a cessão por escritura pública. Se amanhã acontecer um acréscimo na sua herança a porcentagem não será calculada em cima desse aumento. Pois você vende aquele percentual equivalente a um valor. Se no futuro ocorrer um acréscimo na herança, tal acréscimo será tão somente do herdeiro, que é o cedente nessa operação. Nesse sentido, é possível que no curso do procedimento de inventário, exista um direito de acrescer em face da renuncia de outro herdeiro. A regra é que o acréscimo pertence ao herdeiro e não ao cessionário.Como resultado da comunhão forçada, temos os co-proprietários. A lei impõe que todas as vezes que temos uma propriedade em condomínio com outros, eu somente posso vender se eu der a preferência para os outros co-proprietários. E faço esse direito de preferência por escrito ( com preço e forma de pagamento). E quando se tratar de herdeiro a titulo universal, há cessão de credito.Lei 8245/1991, lei de locação: o proprietário ou locador precisa vender o imóvel que está locado. O locador deve dar preferência para o locatário, declarando o preço e o prazo no instrumento de oferta. Se o locador não o fizer, o locatário pode no prazo de 6 meses anular a venda. É muito comum tanto o comprador pedir para declarar o valor a menor. As vezes o valor da escritura é menor que o valor da transação e o locatário, propondo a ação, depositará o valor o valor da escritura.Essas mesmas regras se aplicam ao direito hereditário, pois primeiro

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oferece-se ao outros co-herdeiros. Esse direito é absoluto e se houver qualquer infração, a cessão pode ser anulada. Os co-herdeiros têm direito à preferência pela proporção do seu quinhão. Não interessa se um herdeiro paga mais que o outro, deve-se observar a ordem de preferência ou proporção de preferência. O prazo é de 180 dias.Com a escritura pública o cessionário vai provar o seu direito por meio do titulo. Também é preciso que o herdeiro cessionário peça (por meio de petição) que o juiz autorize a cessão. Também enquanto o juiz não aquiescer não poderá ser cedido o credito. Artigo 125 do CPC.O juiz tem que dar uma autorização para que o herdeiro faça a cessão do direito, só depois que poderá lavrar a escritura publica, e fazer o negócio. (art. 1793, ss).Lembrar que no caso de direitos reais, imóveis, o marido e a mulher têm que vender a escritura. Capacidade sucessória. Aplica-se sempre a lei que está em vigor na data do óbito, para definir os herdeiros colaterais. P.ex: óbito que ocorreu em 14.02.1993, nessa época só o cód.civil que definia a matéria. Em 1995 temos o CC e a lei 8971/ dez. 94 que trata da sucessão dos companheiros (que, o direito deles, era inclusive superior a de todos os colaterais). Inciso III, art. 2 dessa lei o companheiro excluiu do direito hereditário os colaterais. Em janeiro de 2003 o NCC fez com que a lei fosse revogada, e o direito dos companheiros são definidos pelo NCC. Capacidade sucessória passiva (vocação hereditária): 1. sucessão legitima: de acordo com a lei todas as pessoas vivas ou concebidas (nasce com vida); não existe a pessoa jurídica, pois prova-se a sucessão pela certidão de nascimento; 2. na sucessão testamentária pode-se deixar o testamento beneficiando pessoas vivas (físicas) ou pessoas jurídicas (junta o contrato social para demonstrar que é a referida pessoa jurídica); 3. prole eventual: deixa para filho de alguma pessoa viva, tal filho deve ser concebido no prazo de 2 anos após a morte do De Cujus. Pergunta-se, os filhos adotivos estão entre os havidos nessa situação, já que a Constituição diz sobre a igualdade, mas não entrem, pois se trata da concepção. A lei diz que a prole seja concebida até dois anos. No código anterior não havia delimitação temporal, mas existia a figura da prole eventual. A prole eventual pode ser tanto para pessoa física, quanto para pessoa jurídica. A lei estabeleceu que deve existir um curador, que naturalmente deve ser um dos pais da criança. Se não houver a prole eventual o bem será redistribuído para os outros herdeiros. Pode ser que se deixe uma quantia para uma fundação, deixando inclusive o nome das pessoas que irão administrar o patrimônio. As pessoas fazem a escritura pública de fundação que contará com a supervisão do MP. Se não fizer no prazo de 6 meses o estatuto, a lei delega para o MP essa atribuição. 1800, par 4º. (Caderno EDNA).Isso decorre do art. 1787 CC combinada com o art. 2041 CC, que diz que se a pessoa morreu em 1995 eu tenho que utilizar a lei daquela época. Ou seja, a capacidade sucessória passiva ou vocação hereditária. Na sucessão legitima será determinada de acordo com a lei em vigor na época do óbito, usadas para as pessoas vivas ou concebidas desde que nasça com vida. E não pode ser para pessoas jurídicas. Na cessão testamentária pode-se deixa para pessoas vivas, ou para uma pessoa jurídica (que deverão provar quem são no processo para que tenham o direito de receber).no CC antigo poderia deixar para a prole eventual. No NCC pode ainda, mas tem condições, por exemplo, minha mãe deixa para meus (eu tenho que estar viva) filhos mas estes deverão ser concebidos no prazo de dois anos após a morte dela. No código anterior não existia o prazo, então poderia ocorrer até 15 anos depois, e no NCC no art. 1799, I c/c com o 1800, § 4º. A lei estabeleceu que essa criança deverá ter um curador e que provavelmente será o pai (art.1800 NCC). Se não tiver os herdeiros após esses dois anos será dividido para turma toda (eu e Carol, por exemplo). Essas todas são as pessoas que tem capacidade passiva hereditária. Se a pessoa morrer antes do NCC aplica a falta do prazo antigo. Algumas pessoas não têm capacidade de receber e são excluídas do processo sucessório. Para fazer o testamento o testador deverá estar lúcido, e nunca ter ocorrido vicio de consentimento. As testemunhas do testamento, alguma pessoa que faça o testamento a rogo, o tabelião e etc. são todas proibidas de receber algo pois, podem influenciá-lo assim como os irmãos, ascendentes e cônjuges dessas pessoas proibidas. A lei se esqueceu dos sobrinhos que podem também

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influenciá-lo (art. 1801do CC). Não pode deixar pra amante nunca nem simulando uma venda. Mas pro filho que teve com ela pode. (art. 1803 NCC e CR/88).Existe também as pessoas que são proibidas de receber a herança, por algum motivo razoável. O testamento é um ato livre de vontade em que a pessoa transmite às pessoas de quem gosta,o que bem quiser. Mas é preciso que essa pessoa esteja num bom Estado mental e psicológico para se afastar qualquer hipótese de vicio de consentimento. 1. Testemunhas do testamento (cônjuges, parentes das testemunhas), 2. pessoa que fez o testamento a rogo (a pedido de); 3. o tabelião do cartório; 4. no testamento aéreo e marítimo, os comandantes não podem receber, pois elas exercem influencia ao testador. O companheiro, os ascendentes e irmão. O professor adverte que a lei se esqueceu dos sobrinhos que também exercem muita influência. Artigo 1801. Existe também a figura da amante do homem casado. Não se pode deixar para ela, nem para outra pessoa que intermediará para ela. Mas os filhos havidos fora do casamento recebem (artigo 1803) cc artigo 227 par 6 da CF. (caderno Edna)ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA (art. 1804)Implica numa pratica de ato jurídico, manifestação de vontade de uma pessoa. A lei permite que quando uma pessoa entra no inventário que ela aceite ou não a herança. É um ato volitivo, espontâneo. Na Itália somente no processo de inventário é que a pessoa tem essa opção de aceitar ou não a herança. No Brasil é de uma maneira expressa ou tácita. A expressa será quando o herdeiro declara que aceita a herança, a qualidade de herdeiro de maneira inequívoca. Quando ele aceita é definitivo, ou seja, jamais dentro do processo ele pode voltar atrás, se voltar, ou seja, quiser desistir ele pagará um imposto por isso. Isso é uma novidade do NCC, é uma forma do poder executivo receber mais imposto. (art. 1805 NCC) A aceitação presumida, mas a lei não deixa isso bem claro: A tácita é por meios normais, por meio de procuração no processo de inventário. A simples inda ao enterro não significa que aceita a herança, mas se ele pratica atos que somente o herdeiro pode fazer ele tem que ter aceitado a herança. Outra forma de presumida é quando existe uma garantia do credor de ir ao processo receber o débito. A lei permite que o credor aceite a herança pelo devedor que não apareceu, para satisfazer os seus créditos. Mas no limite do que o devedor vai receber. A lei é que diz quando essa aceitação será possível. Pode-se aceitar a qualquer momento antes da partilha. Se mesmo citado não comparecer aos autos o juiz nomeia um curador para esse. E se você coloca sua procuração mas não aparece é aceitação tácita.A renúncia somente pode ser total, nunca parcial e deve ser pura e simples, não pode ter condição. Quando o herdeiro falece antes de aceitar a herança ou entrar no inventário a lei permite que os sucessores desse herdeiro aceitem a herança por ele (art. 1809). A transmissão se faz no exato momento da morte do “Pai”, e se depois disso o filho morre e não tem tempo de aceitar a herança passará para os filhos dele. Nesse caso tem a herança do Térsios e do Antônio e os filhos do Térsios podem aceitar as duas ou uma só. A renúncia é a perda do direto e para tanto a lei coloca vários obstáculos. P. ex. se forem casados a mulher poderá se opor a renúncia do marido da herança que ele tem para receber. Se ela for casada na comunhão universal ela pode entrar com um processo dizendo que a metade dela ela quer receber. A renúncia exige capacidade jurídica diferentemente da aceitação. Que no caso do menor pode ser por seu representante legal. Mas a renúncia não, pois ninguém pode renunciar ao direito de outrem. Mesmo que exista o MP no caso, pois aquilo irá ferir o patrimônio dele. O menor poderá renunciar somente com sua maioridade. Agente capaz, forma lícita, e prevista em lei tem que estar presentes para que ocorra a renúncia. E a lei diz que somente será de forma expressa essa renuncia, pois não existe renúncia tácita (art. 1806). Isso porque a universalidade é bem imóvel então só poderá ocorrer a renúncia por instrumento público, ou seja, expressa.A renúncia é irrevogável, definitiva e incondicional (art. 1812). Pode-se aceitar a herança da sucessão legitima e recusar a sucessão testamentária, ou o contrário, ou aceitar as duas, ou ainda renunciar as duas. São quatro alternativas que a lei permite. A renúncia tem uma conseqüência pavorosa para os sucessórios do renunciante. P.ex: Térsios renuncia e assim é tido para o direito como

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se nunca tivessem existido então, seus filhos também não existem para o direito e nada lhes será transmitido.(art. 1810).A renuncia é abdicativa (autêntica, em que pessoa abdica do seu direito de receber a herança ficando sem meios jurídicos de recebê-la, e fica como beneficio do monte não gerando tributo, pois o herdeiro não aceitou) ou translativa (transmissão de uma herança já aceita, é um ato duplo, por exemplo renunciar em beneficio de fulano, primeiro você aceita a herança de Antonio e depois passa para Maria, gerando dois tributos o causa mortis e o de doação, ou a título oneroso, saindo do estado e indo pro município. Nada mais é que uma cessão de direito hereditário). A lei admite que pode ser por instrumento publico ou termos nos autos, fazendo uma petição ao juiz dizendo que Térsios renuncia a herança de Antonio junto com uma procuração, e pede que o juiz lavre o termo de renuncia que deverá ser assinado por Tersios. Se for por instrumento público eu posso assinar por Tersios. O renunciante pode ser o único herdeiro, p.ex quando os outros irmãos forem pré mortos ao “pai”. Se Tércios renunciar o direito que seria dele vai para seus filhos por direito próprio e não por direito de representação, pois não se tem mais ninguém de primeiro grau. E vai dividir o montante total para os netos do Antônio, e não o que cada um receberia se estivesse recebendo por direito de representação.Ex: Antônio deixa 1200 reais pros 3 filhos, mas todos morrem antes dele ou renunciam ai não fica ninguém do primeiro grau, daí chama o segundo grau que serão os netos do Antonio e por acaso são 4, cada um vai receber 1200 dividido por quatro que dará 300,00 reais. Se só um filho, dos três, do Antonio ficar este receberá 400,00 e os filhos do Secundos e do Primos (estes morreram) receberão 400 dos pais dividido por quantos filhos esse pai teve (se primos teve dois cada um vai receber 200,00 e se Secundos teve 1 este receberá os 400 do pai). Se o Tertius renunciar e o Secundos e primos estiverem vivos os filhos do Tertius não receberão.Mas se sobrar um somente dos filhos de Antônio ai os netos vão receber por direito de representação e não próprio. O direito próprio só vai existir se todos os filhos renunciarem ou morrem. Aceitação de herançaO ato de aceitação de uma herança implica na prática de um negocio jurídico, ou seja, numa manifestação inequívoca de vontade de uma pessoa que vai declarar que aceita a herança deixada pelo de cujus. A herança se transmite no exato momento da morte, independentemente da vontade da pessoa. Mas quando essa pessoa entre no processo de inventário a lei permite que ela declare que aceita a herança. A aceitação é um ato volitivo.O beneficio de inventário é um instituto muito utilizado na Itália em que a pessoa, de pois de arrecadar os bens, a pessoa tem a faculdade de aceitar ou não a herança.No Brasil a aceitação pode ser expressa ou tácita. A expressa será feita quando o herdeiro declara que aceita a herança, praticando os atos inerentes da qualidade de herdeiro, de forma inequívoca. O herdeiro pode lutar contra o invasor de um imóvel, tendo em vista a defesa da posse ou propriedade. Quando o herdeiro aceita a herança, expressa ou tacitamente, ela é definitiva. Isso significa que jamais, dentro do processo o herdeiro não pode voltar atrás com a decisão. A aceitação implica no pagamento do imposto de transmissão causa mortis. Isso é uma novidade trazida pelo CCB de 2002. O professor ressalta que essa “definitividade” da aceitação somente existe no Brasil. Ele acredita que isso é uma forma de se arrecadar tributos. Quando a lei diz que é definitiva, o herdeiro não pode mais se utilizar a faculdade da recusa. Isso não traz nenhuma vantagem ou praticidade para o contribuinte. Quem ganha com isso é o poder executivo, segundo entendimento do Professor.Existe uma aceitação, embora a lei não seja clara, que chama-se aceitação presumida. A aceitação tácita é quando o herdeiro prática os atos normais dentro doprocesso, outorgando uma procuração, manifestando-se no inventario, querendo que a herança integre o seu patrimônio. Os atos inoficiosos não significam a aceitação da herança, como por exemplo, vai ao enterro, vai à missa de 7º dia. Mas se o herdeiro, prática atos condizentes com a postura de um herdeiro, presume-se que ele aceitou.O legislador também garante ao credor determinado acesso à herança. Se o Sr, Antonio morreu, deixando R$ 1.200,00 para três filhos, um deles deve ao Banco Real. Se por acaso o herdeiro devedor renuncia a herança em favor dos outros, por meio de conluio, para

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se eximir do pagamento, o lei permite que o credor manifeste a aceitação. O herdeiro é citado para manifestar-se a respeito da aceitação e se houver renuncia, o credor, no limite do seu credito e para satisfação da obrigação, aceita a herança, o que independe da vontade do herdeiro.A aceitação da mesma forma que a renuncia é sempre total e não existe aceitação parcial. Não se pode declarar que se aceita determinados bens em detrimento dos outros (pode ser que um imóvel esteja hipotecado). A aceitação deve ser pura e simples e não pode haver condição, ou seja, o herdeiro não pode vincular o ato a um evento futuro e incerto.Quando um herdeiro falece antes do ato da aceitação da herança, a lei permite que o sucessores desse herdeiro, que também são herdeiros, tenha oportunidade de pronunciar sobre a aceitação. É o caso do Sr. Antonio que faleceu no RJ e um dos herdeiros falece no acidente. Assim, antes da aceitação da herança o herdeiro faleceu e como esse herdeiro tem dois filhos, eles podem aceitar a herança. Pode ser que um dos dois não aceite e herança, mas isso pouco importa. Então se esse herediro que faleceu tinha direito a R$ 400,00, então restará R$ 200,00 para cada um desses sucessores. Se um dos herdeiros sucessores não aceitar, a sua parte irá para o outro, que receberá R$ 400,00. Nesse caso, em que há duas sucessões, os herdeiros sucessores pode aceitar a herança do herdeiro falecido e renunciar a herança do De cujus, e vice versa.O momento para aceitação ocorre em qualquer fase do procedimento, desde que antes da partilha. Não se faz necessária a outorga do outro cônjuge para a aceitação.Renúncia de Herança.Significa a perda do direito e, dessa forma, a lei impõe determinados obstáculos. Para dispor de bem imóvel a lei exige a outorga do outro cônjuge e como herança é bem imóvel, por ficção, para dispor dela é preciso a outorga do outro cônjuge.Também a renuncia exige capacidade jurídica. No que diz respeito à aceitação, a herança é aceita pelo responsável do menor, mas com relação à renuncia é preciso que ele atinja a maioridade ou emancipação, pois o seu representante não pode renunciar por ele. O MP vela pelo interesse do menor e acompanha esse procedimento e nunca corroborará com a renúncia, pois esta lesa direito do menor. A renúncia requer agente capaz.A renuncia requer os três elementos do negocio jurídico: agente capaz, licitude do objeto, forma definida em lei. Assim, com relação à forma, essa somente poderá ser feita de forma expressa, nunca de forma tácita.A renúncia se faz por instrumento público, pois a herança é bem imóvel, que para transmissão, somente se faz por instrumento público.Se não existir aceitação expressa ou renúncia, a aceitação é tácita. Se os herdeiros não constituiram advogado, o juiz manda citar. Se mesmo assim, não aparecerem o juiz nomeia um curador.A renuncia é definitiva, vale dizer, é irrevogável. Da mesma forma que a aceitação, não existe condição dentro da renúncia.Podem existir quatro situações distintas:Pode-se aceitar a herança da sucessão legitima e aceitar o legado da sucessão testamentária.Pode-se aceitar a herança da sucessão legitima e renunciar ao legado da sucessão testamentária.Pode-se renunciar a herança da sucessão legitima e aceitar o legado da sucessão testamentária.Pode-se renunciar a herança da sucessão legitima e renunciar ao legado da sucessão testamentária.A renúncia tem uma conseqüência funesta para os sucessores do renunciante. Assim, quando um herdeiro renuncia é tido para o direito como se nunca tivesse existido. Ora, se ele nunca, existiu, seus herdeiros sucessores também não. Conseqüentemente, os sucessores não têm a mínima possibilidade de receber a herança.A renúncia pode ser abdicativa ou translativa. A primeira é a renúncia autêntica em que a pessoa abdica do seu direito e ela não possui meios jurídicos para recolher a herança, futuramente. Também não gera tributo e se faz em benefício do monte. A renuncia translativa é a transmissão de uma herança já aceita. Então, nessa hipótese, primeiro se aceita e a posteriormente, transmite-se. Ocorreu dois negócios jurídicos, há o recolhimento de dois tributos, um causa mortis o outro inter vivos. A renuncia translativa é uma cessão de direitos hereditários, feita por instrumento público, podendo ser onerosa ou gratuita. O juiz permite que a transmissão pode ser feita por termo nos autos. O juiz lavra o termo de renuncia, assinado pelo próprio herdeiro e não é preciso fazer um instrumento público. A renuncia tranlativa a rigor não é uma renuncia.Existe a possibilidade de o renunciante ter sido o único

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da sua classe. Suponhamos que o Sr. Antonio tenha três herdeiros, dois pre-mortos e o único sobrevivente renuncia. Assim não existe mais ninguém no primeiro grau. O herdeiro que renunciou possui dois filhos e não por representação, mas por direito próprio, os sucessores do herdeiro que renunciou receberão a herança, por direito próprio. Suponhamos também que exista os sucessores do pre-morto, um filho de cada pre-morto: ao invés da herança ser dividida entre os três, por direito próprio será dividido por quatro herdeiros, no segundo grau. Assim cada um receberá 300,00. se houver, no primeiro grau, um herdeiro vivo, um renunciou, e outro pre-morto. O herdeiro vivo receberá 600, o sucessor do pre-morto receberá 600 e o que renunciou não receberá nada, tampouco seus sucessores, pois é como se eles não existissem para o direito.A aceitação expressa também é transmitida pelo herdeiro aos seus sucessores e eles não podem renunciar depois da aceitação.Exclusão de herdeiros e de legatários.

Sabemos que a força legal dá a cada um o direito e o direito à herança pode ser relativizado quando se trata de questões como o sentimento, a gratidão, etc.

A unanimidade dos autores pensa que o direito à herança é absoluto. Mas o professor diz que além do vínculo biológico para caracterizar o direito, o amor, o respeito, o sentimento de gratidão também compõe direito. Tanto é assim que a própria lei promove a exclusão das pessoas a esse direito. Dessa forma, o direito é relativo, segundo o professor.

Assim, a exclusão de um herdeiro pode se dar pela:

a) Indignidadeb) Deserdação

A deserdação somente ocorre por meio do testamento e a estudaremos após o estudo do testamento.

Quem pode praticar o que a lei chama de indignidade são os:

1. Herdeiros legítimos2. Herdeiros instituídos3. Legatários

i. A indignidade tem lugar quando as pessoas acima praticam os seguintes atos e, nessa ordem de importância, segundo o professor.

1. Contra a vida: é o pior ato, pois é ato contra a vida, configurado pelo homicídio ou pela sua tentativa, conta a vida do autor da herança, do seu cônjuge, dos seus descendentes e dos seus ascendentes. Quem pratica o ato pode ser o autor, o co-autor ou o mandante, desde que tenha intenção de atentar contra a vida. Não basta o planejamento, é preciso que ao menos o homicídio seja tentado.

2. Contra a honra: ocorre quando se calunia em juízo o autor da herança ou prática os crimes capitulados nos artigos 138 a 140 do CP. Isso pode ocorrer depois da morte da pessoa e cabe quanto ao autor da herança, seu cônjuge ou seu companheiro. O rol é menor.

3. Contra a liberdade de testar: somente contra o autor da herança; é aquele em que a pessoa pode dispor livremente dos bens. É um corolário do Estado Democrático, ao contrario do que ocorria

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no Estado Russo. É uma forma de impedir ou que interferir na livre vontade da pessoa. Vale também para a hipótese de se sumir, destruindo ou escondendo, o testamento.

i. Para que uma pessoa seja excluída pela indignidade é preciso que se obedeça aos requisitos traçados pelo artigo 1814, sem prejuízo do disposto nos artigos 138 a 140. Trata-se portanto de hipóteses taxativas.

ii. É preciso a existência de um elemento básico, o dolo, proveniente da reta intenção do autor, pois o individuo que agir no sentido de provocar o resultado, seja um ato contra a vida, contra a honra ou conta a liberdade de testar.

iii. Deve ter uma petição e uma sentença judicial. Não se trata de incidente, mas sim corre na vara cível, pelo rito ordinário. Somente pode interpor a ação o interessado no processo sucessório.

iv. O Sr. Antônio tem três filhos: Primus, Secundus e Tércio. Primus prática um ato contra o Sr, Antonio. Daí, como nascerá para Secundus e Tércio o direito de acrescer e eles são os legitimados para propor a ação. Mas em decorrência do Princípio Constitucional de que nenhuma pena passará da pessoa do criminoso, os filhos de Primus têm direito à herança. Os sucessores do herdeiro indigno podem propor ação para exclusão de herdeiro. Também os credores podem propor essa ação, mas cabe lembrar que os credores dos outros herdeiros e não do próprio herdeiro que esta sendo excluído.

v. A doutrina e jurisprudência não são pacifica somente quanto ao cônjuge, quando o regime de casamento é o de comunhão universal de bens, se ele tem legitimidade para propror essa ação. O raciocínio é que o cônjuge não é herdeiro, mas sim cônjuge do herdeiro.

vi. O prazo é de quatro anos, contados a partir da abertura da sucessão para se propor essa ação.

vii. Se Primus tenta contra a vida do Sr. Antônio, que não morreu, há trinta anos atrás, o crime pode estar prescrito. Mas quando o Sr. Antônio falece, no âmbito cível, prescreve em 4 anos após a abertura da sucessão. Os herdeiros não poderiam excluir Primus antes da morte do Sr. Antonio, pois não estava aberta a sucessão.

viii. Somente o autor da herança pode perdoar. O perdão é incito à pessoa autora da herança, que deve faze-lo antes de morrer. Quando: antes de morrer. Esse perdão no direito sucessório, chama-se reabilitação.

ix. Como: por testamento ou por ato autentico que são cumpridos após a morte. Ato autentico ato produzido pela pessoa que tem uma chancela que porta a fé pública (tabelião, escrivão, juiz de direito). O autor da herança, quando num possível interrogatório, dizer que perdoa o filho que o tentou matar. Se o autor a herança disser a uma multidão isso de nada vale.

x. Cezar Fiúza defende que a dotação testamentária (deixou um bem para o individuo) é uma forma de perdão tácito. Mas o legislador atual estabelece que o perdão não pode ser tácito, somente expresso. Além do mais, o legislador entende que o autor da herança excluiu o herdeiro, mas lhe legou um bem, por meio do testamento. Assim, a herança ele não tem direito somente tem direito ao legado (artigo 1818 do CCB).

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Efeitos para o herdeiro indigno

a. Pessoais, vale dizer a imputação não passa da pessoa imputada. Assim, os filhos ou sucessores do herdeiro têm direito, mesmo que ele seja considerado indigno. É uma hipótese contrária a renúncia, que acarreta prejuízo aos sucessores do herdeiro que renuncia.

b. O indigno não administra os bens dos filhos menores; é nomeado um curador especial para tanto.

c. Não herda (de volta) os bens recebidos pelos filhos. Diferença entre capacidade ( a pessoa nunca teve capacidade sucessória; artigo 1801) e indignidade (a pessoa tem capacidade, recebe e perde).

d. validade dos negócios jurídicos praticados: se o herdeiro alienou o bem para o terceiro de boa-fé, o negocio jurídico é preservado, justamente porque o terceiro estava de boa-fé, mas o produto da venda deve ser devolvidos aos outros herdeiros. Se alugou o imóvel, por exemplo, deve devolver os frutos. No caso de doação ela será reputada nula, pois é um ato gratuito, cabendo o direito de regresso do donatário contra o doador. É uma figura distinta do herdeiro aparente.

Como excluir herdeiros (art. 1814 e ss.)

O sentimento próprio é mais forte que a força da herança a ser transmitida. E isso inclui fortemente o respeito. Justifica a herança quando há amor, senão não justifica. Daí teremos casos de exclusão da sucessão.

A exclusão se faz de duas formas: pela indignidade e pela deserdação (só pode ocorrer por intermédio de testamento).

Indignidade abrange não só os herdeiros legítimos tanto quanto os instituídos e os legatários. Ou seja, todos os que podem receber a herança. Mas para que eles sejam excluídos é preciso que haja uma ação contra essas pessoas. Poderão ocorrer atos contra a vida, contra a honra e contra a liberdade de testar, que acarretarão a indignidade, e conseqüentemente a exclusão.

Contra a vida do autor, do cônjuge, do companheiro, ou de seus herdeiros, ascendentes ou descendentes. Ou um homicídio ou a tentativa de homicídio, e quem pratica o ato pode ser o autor, o co-autor, mandante, mas sempre com a intenção de atingir aquela pessoa. Somente poderá ocorrer antes da morte do autor da herança. Sendo contra qualquer um. Abrange mais gente do que no caso de crime contra a honra

Contra a honra pode ser quando se quer caluniar em juízo o autor da herança, ou quando pratica alguns dos crimes previstos no CP, art.138 a 140 (crimes contra a honra). Poderá ser antes ou depois da morte. Contra o autor da herança seu companheiro e seu cônjuge somente.

Contra a liberdade de testar, somente contra o autor da herança. P.ex: no caso de terceiro intervir no testamento, e depois da morte do autor escondendo o testamento.

É preciso que haja os casos do artigo 1814, se não for uma das três hipóteses desse artigo não haverá como deserdar. Vale lembrar, que nos casos do crime contra a honra também se tem os art. 138 a 140 do CP.

É preciso a ocorrência do dolo, ou seja, a reta intenção do autor. Se for somente com culpa, mesmo que ele mate o autor não será excluído da herança por indignidade. Sem esse elemento não se exclui o herdeiro ou legatário.

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Só existe nesses casos. Não existe deserdação por ex. quando o filho casa com quem a mãe não quer.

Para excluir alguém tem que ter uma ação judicial, ordinária, uma sentença e inclusive o devido processo legal, em vara cível. E somente pode propor ação o interessado pelo processo sucessório. (art. 1815). Mesmo que seja ele condenado criminalmente não será deserdado se não tiver o processo cível próprio.

O Sr. Antônio tem três filhos: Primus, Secundus e Tércio. Primus prática um ato contra o Sr,

Antonio. Daí, como nascerá para Secundus e Tércio o direito de acrescer e eles são os legitimados para propor a ação. Mas em decorrência do Princípio Constitucional de que nenhuma pena passará da pessoa do criminoso, os filhos de Primus têm direito à herança. Os sucessores do herdeiro indigno podem propor ação para exclusão de herdeiro. Também os credores podem propor essa ação, mas cabe lembrar que os credores dos outros herdeiros e não do próprio herdeiro que esta sendo excluído.

Lembrar que a pena nunca passa da pessoa do condenado. O credor de qualquer dos herdeiros de primos, que matou o pai Antonio, poderão entrar. A dúvida é sobre o cônjuge poder entrar ou não, se casados na comunhão universal, por esse não ser herdeiro, mas sim cônjuge do herdeiro.

Pode-se propor essa ação no prazo de 4 (quatro) anos a ser contado da abertura da sucessão. Art. 1815 parágrafo único.

Pode prescrever o crime na área penal, mas não necessariamente na área civil que poderá ser proposta somente depois da morte do autor, abrindo a sucessão. Lembrar também que contra menor não corre prazo prescricional.

Quem pratica o ato não vai ser punido somente por ter feito uma das ações que acarretam a deserdação. Só o autor da herança pode perdoar, pois é incito da pessoa do ofendido. Ou seja, só Antônio pode perdoar, e isso obviamente em vida. Esse perdão civil é chamado de reabilitação, fazendo-o por testamento ou por ato autêntico, em que ambos serão cumpridos após a sua morte. Um ato autêntico é aquele que feito pela pessoa e tem uma chancela de alguém que porta a fé pública, ou seja, um tabelião, um juiz. e não existe perdão tácito. Por ex. mesmo sabendo que o Primos tentou matá-lo Antônio deixa no testamento coisas para Primos. Fiúza acha que pode sim, antes do CC novo. Nesse NCC o perdão tem que ser necessariamente expresso. (art. 1818 NCC).

Quanto a parte disponível o Antônio poderá dar para o primos mesmo assim

Os efeitos são pessoais, e se Primos morrer antes da divisão da herança e tendo tentado matar o pai, seus filhos recebem normalmente.

Se houverem filhos menores de Primos este não poderá administrar os bens dos menores, devendo-se nomear um curador especial. Inclusive não podendo Primos herdar dos filhos esses bens do Antonio mesmo que sub-rogados, somente pode herdar os bens que os filhos adquiriram por seu trabalho.

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Na indignidade a pessoa tem capacidade, recebe, mas perde por ato praticado por ele. Já na incapacidade a pessoa nunca teve direito de receber, como no caso de deixar herança para amante.

Outro efeito é o da validade dos negócios jurídicos praticados, alienações. Pressupõe que o adquirente de boa fé tem preservado seu negocio jurídico. Ficando o adquirente com a coisa, mas ficando o herdeiro obrigado a ressarcir o que vendeu para os outros herdeiros, inclusive os frutos. Se houve gastos com o bem, exceto as voluptuárias, deverá ser ressarcido.

AULA 03/03/2005

HERANÇA JACENTE

Ocorre quando a pessoa que falece não deixando herdeiros, legatários, cônjuge ou quando deixou um desses e até deixou testamento e elas se recusam a receber a herança ou legado renunciando-o. Ou ainda, quando a pessoa não tem parentes e faz um testamento considerado inválido ou nulo. Em todas as hipóteses existe patrimônio, mas não tem pra quem entregar. Ou seja, faz a herança.

Todo patrimônio tem que ter um titular. Exceto no caso de terras devolutas. Na Herança Jacente o Poder Público ou o Estado passa a ser candidato a essa herança. Pois não se transmite no exato momento da morte, a lei deverá dizer, através de um processo de herança jacente, que o Estado será o titular.

O juiz de direito que vai baixar uma PORTARIA abrindo o processo do seu Antonio. O CPC diz que o juiz vai à casa do falecido e acompanhado do MP, um escrivão e policiais talvez, iniciar a arrecadação desses bens, feito pela inventariança, ou seja, relacionando os bens caracterizado-os em uma folha de papel. Nomeia uma pessoa chamada curador que fará as vezes de um inventariante. Esse curador relaciona todos os bens, inclusive cartas, anotações. Tudo que tiver do falecido a fim de encontrar seus parentes. Sendo então levado pelo juiz, para investigar imprescindivelmente se algum parente existe. Assim, manda-se publicar editais para achar o pessoal do falecido.

São publicados três editais com lapso de tempo entre um e outro de trinta dias. Se aparecer alguém esta provará que é herdeiro e reivindicará sua herança. Se ele não existir o processo andará normalmente. Se descobrir que seu Antonio era do nordeste, por exemplo, o juiz mandara citar o cidadão por carta precatória lá em Fortaleza, e se for estrangeiro será por carta rogatória. Ou vai ao consulado Português, por exemplo, para que o cônsul tente achar alguém lá em Portugal. O curador, caso tenha um endereço poderá mandar uma carta para ele e tentar saber se ele é parente ou não.

Resolvido todos os requerimentos para tentar achar alguém, restando esta infrutífera, o juiz, após um ano da primeira publicação, proferirá uma sentença transformando herança jacente em HERANÇA VACANTE. (art. 1820 CC). Após essa sentença os herdeiros colaterais que não se habilitaram decaem em seu direito, continuando apenas o direito dos herdeiros necessários. (novidade do CC). Se alguém tiver se habilitado, provando ser parente, acaba a herança jacente transformando em inventário normal.

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Esperará 5 anos do falecimento (abertura da Sucessão) do Seu Antonio para que a herança se incorpore ao Poder Público (art. 1822), sendo recolhido pelo Município, onde estão localizados os bens. Antes de 1990 ia para o Estado da Federação, como p.ex MG. O CPC continua com a lei antes de 1990, não foi atualizado.

O CC veio revogando a lei 8791, que dizia que se não tinha ninguém o companheiro recebia a totalidade e os colaterais eram excluídos. Hoje tudo vai para o Estado. É um absurdo!!!!!

PETIÇÃO DE HERANÇA (art. 1824 e segs.):

Após cinco anos se alguém aparecer deverá entrar com a Petição de Herança. Para ser autor dessa ação a pessoa tem que ter o titulo de herança. Ele vai reivindicar a universalidade inteira até saber qual é o direito dele.

No caso dos títulos de crédito tenho 3 anos para executar o devedor, no inventário é um ano,

mas se ele habilitar depois não haverá problema. O juiz terá que resolver essa questão antes de tornar herança vacante.

Essa herança não poderá ser utilizada pelo poder público para qualquer coisa. O D. 8207/45 dizia que toda essa herança deveria ser destinada para o aperfeiçoamento do ensino universitário. Daí inclusive que surgiu a UEMG, que são Estaduais e já deviam ter se tornado Municipais, por essas heranças Vacantes. E hoje continua essa destinação e se fizer o contrário será ilegal, pois lei não se revoga pelo desuso.

Quando o bem é do Município vai para o Município. Mas há alguns bens que estão em território Federal, como o DF, ou no estrangeiro e esses vão para a União.

Antes desses cinco anos o Município não é dono e essa área que, por exemplo, poderá ser usucapita. O estado falava que quando morria no exato momento era transmitido para o Estado mesmo fazendo o processo depois, e o Município falava que não que deveria esperar os 5 anos para então se incorporar ao patrimônio público. No art. 1603 do CC/16, na enumeração tinha o poder público nos seus incisos, já no CC/02 no art. 1829, o Estado foi retirado dos enumerados do artigo, para resolver essa questão.

Pela lei nova o direito dos herdeiros vai perecer, se não houver nenhum outro prazo determinado em lei, em 10 ANOS do falecimento do seu Antonio, segundo o art. 205 CC/02. Daí para frente nem com petição de herança nem nada consegue-se entrar e reivindicar.

AULA DIA 07/03/05

ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

É uma técnica que o legislador encontrou para chamar as classes para a herança.

A primeira classe é a dos descendentes: primeiramente os filhos, que são os herdeiros por excelência. Estes receberão por cabeça, pois todos são iguais para o NCC. Os demais descendentes recebem por cabeça ou por estirpe. Se Primos, Secundos e Tércios estiverem vivos somente eles receberão. Mas, se Primos estiver pré-morto o que lhe é devido será

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entregue aos seus filhos por estirpe (por origem), ad ifinitum. Ou seja, enquanto tiver um descendente não pode chamar um ascendente. Regra básica entre os descendentes, O grau mais próximo exclui o mais remoto. .

Se não houver nenhum descendente chamará a classe seguinte, dos ascendentes. Só se recebe por direito próprio, ou seja, ninguém pode representar ascendente pré-morto.

A segunda classe é dos ascendentes: Antonio tem seu pai e sua mãe e estes têm pais também, que são os avós de Antônio, tanto por parte de mãe quanto de pai. Ai será dividido 50% para o lado paterno e 50% para o lado materno. Se Antonio tiver pai e mãe ai vão pra estes e os avós de Antonio somente receberão se ele não tiver pai nem mãe. E será dividido dentro dos 50 %.

A terceira classe é a do cônjuge: o cônjuge só terá direito se não estiver separado de direito, ou separado de fato a mais de dois anos no mínimo, e não tenha dado causa para a separação. (art. 1830). E não há discussão sobre regime de bens. Qualquer que seja o regime de bens, se não tiver descendente ou ascendente o cônjuge será chamado, e receberá todos os bens.

Se o casal tinha um único bem imóvel residencial, mesmo tendo vários outros bens, e inclusive se tiver filhos, desse bem imóvel, independentemente do direito da herança, o cônjuge tem direito de real habitação, ou seja, viver naquele imóvel até a sua morte, e mesmo que ele venha casar depois. (Art. 1831). Esse imóvel é dividido sim, mas o direito de habitação fica com o cônjuge.

A quarta classe é a dos colaterais: o grau mais próximo exclui o mais remoto, além de ser dividido por cabeça, quando estiver no mesmo grau. Não há direito de representação, exceto no caso de Primos, que tem filhos A e B, está pré-morto. Esses filhos A e B representarão o pai Primos, que está pré-morto. Se um desses filhos, A e B, estiver morto, os seus filhos, E e F, netos de Primos, não receberão, sendo dividido essa parte para todos os outros herdeiros, irmãos de Primos.

Outra regra é que quando todos estão no mesmo grau divide-se igual, se forem irmãos bilaterais recebem igualmente e se forem unilaterais também. Mas se for bilateral e unilateral juntos, ao bilateral é atribuído o peso dois e ao unilateral o peso um. Somo a totalidade de pesos pego a herança e divido por essa totalidade. Ai eu distribuo por peso. Depois somo tudo pra saber se deu o total da herança. Isso ocorre no caso de dividir a herança de um irmão pré-morto com os outros bilaterais e unilaterais.

No caso de concorrência entre o cônjuge com ascendente: concorrem em todas as hipóteses, qualquer que seja o regime de bens, desde que não ocorra as condições do art. 1830. Quando a concorrência do cônjuge com os PAIS de Antônio (avós paternos dos filhos de Antonio) será dividido por cabeça, cada um recebendo um terço. Se um dos pais de Antônio for pré-morto será também por cabeça, recebendo o cônjuge metade e a avó metade.

Se o cônjuge for concorrer com os AVÓS de Antonio (bisavós dos filhos de Antônio) ela receberá metade, 50 %, e a outra metade será dividida para os avós de Antônio 50%, primeiro entre paternos e maternos, 25%, e depois por cabeça 12,5% para cada avô de Antonio vivo.

AULA 10/03/05

Há seis regimes de bens no Código Civil:

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a) Comunhão Universal: tudo que for adquirido antes e depois do casamento se comunica a ambos, exceto os bens ditados no art. 1668 que nunca se comunicarão, como no caso dos proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; lembrando que todas as despesas comuns deve ser paga pelos dois com esse dinheiro que ele conseguiu com seu trabalho. Se a mulher trabalha em casa não entra nessa questão, pois cada um está contribuindo de maneira diferente. Hoje não se usa mais a comunhão universal, o regime legal é hoje a comunhão parcial. No pacto ante-nupcial, feito com instrumento publico somente, tendo eficácia quando o casamento se efetiva, é que decidimos qual o regime adotar.

b) Separação Obrigatória: é o regime que a lei impõe,por exemplo nos casos de idade núbil com menos de 18 e o maior de 60 anos. Casar antes de terminar o inventario da mulher e o cara tem filhos menores.

c) Comunhão Parcial sem bens particulares; (art. 1659). Na Doação declarando que é só para um ou na herança não comunica.

d) Comunhão parcial com bens particulares; e) Separação Convencional: quando as partes estipularem o regime de separação. f) Parte final dos aquestos. Bens comuns dos dois(ver art. 1659): misto entre comunhão parcial e

universal. Durante o casamento cada um administra seus bens, como uma separação, mas num divorcio ou numa morte, por exemplo, quando o casamento se dissolve, a lei transforma no regime de comunhão parcial.

A concorrência do cônjuge com os descendentes

Se forem um dos três primeiros regimes NÃO haverá concorrência se forem um dos três últimos regimes HAVERÁ concorrência. Lembrar sempre do art.1830 (dar causa a separação)

Art. 1832, ao final declara que o cônjuge terá sempre assegurado um quarto da herança.

EX: Se tem o Antonio casado com a Maria e com os filhos Primos, Secundos, Tercios, não há problema. Mas se houverem mais de três filhos ( Quartos e Quintos) ai você deverá tirar o um quarto da Maria, ou seja, 25%, e o restante divide com os 5 filhos do caso do exemplo. Mas essa regra só se aplica quando os filhos forem comuns, se não forem, o cônjuge não tem os 25 %.

Se com Primos, Secundos, Tércios, Quartos e Quintos e Antônio casa com outra chamada Rita, sem ter filhos. Vai continuar dividindo por cabeça e ela não tem garantia dos vinte e cinco por cento.

Se no caso acima a Rita tiver filhos com Antônio ela terá os 25 % garantido. A solução é da Rita concorrer com os filhos que tem o mesmo direito que ela. Há 5 filhos mais a Rita que dão 6 pessoas. Se tem 1200, divide por seis e da 200 pra cada. Ai os filhos de Antonio com Maria recebem 200cada. Em relação aos filhos dela com Antonio eu pego os 200 de cada multiplico com 3 ( quintos quartos e Rita) dá 600, tiro os um quarto de Rita e divido o restante para os filhos dela com Antonio.

Mas se no caso Antonio tiver 4 filhos com Rita e um só com Maria. Eu pego os 1200 divido com seis dando 200. o primos , filho só de Antonio recebera 200. Daí eu pego 200 de cada e multiplico pelo que sobrou de herdeiros (Rita e seus 4 filhos), ou seja, 5 (cinco), dando o total de 1000. Desse total separo os um quarto da Rita (250,00) e o que restar, ou seja, 750,00 eu divido pelos filhos dela com Antonio, dando 187 para cada. Tudo isso não prejudicara na meação dos aquestos.

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Companheiro

Com a CR/88 houve o reconhecimento da União estável. Depois disso o projeto do NCC estava em tramitação até que Fernando Henrique aprovou. Em 1994 a lei 8971 deu direitos amplos demais. P.ex: Quando não haveria ascendente ou descendente o cônjuge recebia tudo. E deveria ter 5 anos de relacionamento. A regra do CC era quando não tem regime será comunhão parcial. Na união estável será da mesma maneira se não houver contrato definindo isso antes. Com isso veio a lei de 1996, que deu muita confusão na imprensa e etc. ai o Fernando Henrique mandou um projeto que nunca andou.

Daí veio o CC02,que nele foi inserido nas definições gerais a União Estável, art. 1790.

Art. 1790: os bens havidos, a titulo oneroso, na constância da União serão partilhados entre os companheiros.

I- O cônjuge terá o mesmo direito dos filhos de Antonio, ou seja, será por cabeça. Ela não tem direito aos 25 % que a lei diz no caso de casamento.

II- Antonio separou da Maria e casou com Rita sem filhos comuns, só Antonio e Maria tiveram filhos. Nesse caso a Rita terá direito a metade do direito dos filhos de Antonio. Ai joga peso dois para os filhos de Antonio e peso um para Rita. Divide tudo pela quantidade de herdeiros e vê o resultado e entrega de acordo com o peso.

III- Parentes sucessíveis ou colaterais: eram afastados os colaterais na lei 8971 tendo o companheiro mais direito que os colaterais. Agora os colaterais também tem direito. Antonio tem dois irmãos e uma companheira sem filhos. Os bens a titulo oneroso conseguidos na constância da união ela vai participar em 50 %. P.ex: se for 60 mil ela terá direito a 30 mil, pelo direito de família. E mais um terço no mínimo pelo direito sucessório, ou seja, 1/3 dos trinta mil que sobraram será dela tendo quantos irmãos ele tiver.Como no caso há dois irmãos não terá problema. Mas se tiver mais irmãos terá que usar a regra que foi explicada acima.

O que Antonio conseguiu antes da união estável não comunica com Rita se não tiver quem dar será para o Estado como herança jacente.

Aula 14/03/2005

Prova

Aula 17/03/2005

CÁLCULO DA LEGITIMA (art. 1847, CC/02)

Herdeiros necessários: são os ascendentes, descendentes e cônjuge (art. 1845). O descendentes é peça fundamental, sendo o filho do autor da herança. O neto terá direito à herança por representação, caso seu pai (ascendente) seja pré-morto. O cônjuge será herdeiro necessário, embora em alguns casos não concorrer com os ascendentes e descendentes.

A legitima sempre será devida para os herdeiros necessários (art 1846, CC/02)

O calculo da legitima se faz a partir do calculo do conjunto patrimonial deixado pelo autor da herança.

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A data da abertura da sucessão (do óbito daquele de cuja herança se trata) é fundamental para a identificação precisa do todo unitário da herança e de seu valor. Todo o acervo da herança, passivo e ativo, ao valor da época da aberturada sucessão, deve integrar ao calculo.

Do ativo será descontado o passivo e despesas funerárias. Ao valor da herança deve ser adicionado o valor das doações que os ascendentes receberam em vida dos ascendentes e que o sobrevivente recebeu em vida do seu consorte.

EX 1: Antonio tem um patrimônio de R$ 1000,00, mas teve que ser submetido a uma cirurgia de urgência, tendo que pagar ao Hospital Biocor o valor correspondente de R$ 50,00 para despesas com a cirurgia. Ocorre que Antonio não resistiu e veio a falecer, tendo que pagar o funeral o valor de R$ 3,00. Ainda, tinha uma divida no Banco do Brasil de R$ 27,00.

Dados: Antonio antes de casar tinha R$ 80,00 Maria antes de casar tinha R$ 60,00 Patrimônio total do casal = R$ 1.000,00 Divida de Antonio = R$ 50,00 + 3,00 + 27,00 = 80,00 O casal possui três filhos (primus, secundus e tercius) Antonio doou em vida para primus R$ 50,00, secundus R$ 40,00 e tercius R$ 10,00

1) Deve-se somar os valores que Antonio e Maria tinham antes de casarem → 80+ 60 = 140,00

2) Após deve-se subtrair o patrimonio do casal com o patrimônio que cada um tinha antes do casamento → 1000 – 140 = 860

3) O valor encontrado deverá ser subtraído com o valor da divida de Antonio → 860 – 80 = 780

4) 780 será dividido por 2 para encontrar a meação dos cônjuges → 780 : 2 = 390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônio que tinha antes do casamento, além de somar os valores dos bens doados em vida para seus herdeiros necessários → 390 + 80 = 470

470 + (50 + 40 + 10) = 570

6) Os 570 encontrado deverá ser dividido por 4, ou seja, para Maria, primus, secundus e tercius, para encontrar a quota parte de cada um deles separadamente → 570 : 4 = 142,50

7) A igualdade das legitimas Maria = 142,50 + 390 + 60 = 592,50 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 142,50 – 50 = 92,50 └ doação recebida em vida Secundus = 142,50 - 40 = 102,50 └ doação recebida em vida Tercius = 142,50 - 10 = 132,50 └ doação recebida em vida

8) As doações recebidas em vida devem ser subtraídas, pois já foram integradas ao patrimônio de cada um antes do falecimento do ascendentes (Antonio). Já a mulher Maria deverá ter o valor do seu patrimônio antes do casamento somado, mais a meação que cada cônjuge tem.

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Cálculos feitos direto com explicações simples 1) 80 + 60 = 140 └──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

2) 1000 – 140 = 860 └ Patrimônio do casal 3) 860 – 80 = 780 └ divida deixada por Antonio

4) 780 : 2 = 390 └ meação de cada cônjuge 5) 390 + 80 = 470 Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

470 + (50 + 40 + 10) = 570 └──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

6) 570 : 4 = 142,50 └ quota parte de cada um 7) A igualdade das legitimas Maria = 142,50 + 390 + 60 = 592,50 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 142,50 – 50 = 92,50 └ doação recebida em vida Secundus = 142,50 - 40 = 102,50 └ doação recebida em vida Tercius = 142,50 - 10 = 132,50

└ doação recebida em vida EX 2: Antonio tem um patrimônio de R$ 1000,00, mas teve que ser submetido a uma cirurgia de

urgência, tendo que pagar ao Hospital Biocor o valor correspondente de R$ 50,00 para despesas com a cirurgia. Ocorre que Antonio não resistiu e veio a falecer, tendo que pagar o funeral o valor de R$ 3,00. Ainda, tinha uma divida no Banco do Brasil de R$ 27,00.

Dados: Antonio antes de casar tinha R$ 80,00 Maria antes de casar tinha R$ 60,00 Patrimônio total do casal = R$ 1.000,00 Divida de Antonio = R$ 50,00 + 3,00 + 27,00 = 80,00 O casal possui três filhos (primus, secundus e tercius) Antonio doou em vida para primus R$ 50,00, secundus R$ 40,00 e tercius R$ 10,00 Antonio no testamento deixou para Santa Casa R$ 10,00, para Hospital Mario Pena R$

10,00 e um apto para Maria no valor de R$ 50,00

- Existem duas maneiras de fazer o calculo

1º Maneira (mais fácil)

1) Deve-se somar os valores que Antonio e Maria tinham antes de casarem → 80+ 60 = 140,00

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2) Após deve-se subtrair o patrimônio do casal com o patrimônio que cada um tinha antes do casamento → 1000 – 140 = 860

3) O valor encontrado deverá ser subtraído com o valor da divida de Antonio → 860 – 80 = 780

4) 780 será dividido por 2 para encontrar a meação dos cônjuges → 780 : 2 = 390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônio que tinha antes do casamento → 390 + 80 = 470 6) Pega-se os 470 e subtrai o valor das disposições testamentárias → 470 - (10 + 10 + 50) = 400

7) Após soma os 400 com os valores das doações feitas para os herdeiros necessários em vida (primus, secundus e tercius) → 400 + (50 + 40 + 10) = 500

8) Os 500 encontrado deverá ser dividido por 4, ou seja, para Maria, primus, secundus e tercius, para encontrar a quota parte de cada um deles separadamente → 500 : 4 = 125,00

┌ apto deixado p/ Antonio

9) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 125,00 - 50 = 75,00 └ doação recebida em vida Secundus = 125,00 - 40 = 85,00 └ doação recebida em vida Tercius = 125,00 - 10 = 115,00 └ doação recebida em vida

10) As doações recebidas em vida devem ser subtraídas, pois já foram integradas ao patrimônio de cada um antes do falecimento do ascendentes (Antonio). Já a mulher Maria deverá ter o valor do seu patrimônio antes do casamento somado, mais a meação que cada cônjuge tem.

Cálculos feitos direto com explicações simples

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1) 80 + 60 = 140 └──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

2) 1000 – 140 = 860 └ Patrimônio do casal 3) 860 – 80 = 780 └ divida deixada por Antonio

4) 780 : 2 = 390 └ meação de cada cônjuge 5) 390 + 80 = 470 Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

6) 470 - (10 + 10 + 50) = 400 └──┴──┴ disposições testamentárias de Antonio 7) 400 + (50 + 40 + 10) = 500 └──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

8) 500 : 4 = 125,00 └ quota parte de cada um ┌ apto deixado p/ Antonio 9) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 125,00 - 50 = 75,00 └ doação recebida em vida Secundus = 125,00 - 40 = 85,00 └ doação recebida em vida Tercius = 125,00 - 10 = 115,00 └ doação recebida em vida

2º Maneira

1) Pega-se o patrimônio do casal e subtrai a divida deixada por Antonio → 1000 – 80 = 920

2) Soma-se o valor do patrimônio do casal antes do casamento → 80 + 60 = 140

3) Pega-se os 920 e subtrai o valor do patrimônio do casal antes do casamento → 920 – 140 = 780

4) O valor encontrado deverá ser divido por 2 par saber o valor da meação de cada cônjuge → 780 : 2 = 390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônio que tinha antes do casamento → 390 + 80 = 470

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6) Os 470 deverá ser divido por 2, pois é a metade que pertence aos herdeiros e assegurada pela lei, pois a outra metade o testador dispôs da maneira que pretendia no testamento → 470 : 2 = 235

7) 235 é o valor disponível para o testamento e para os herdeiros: → 235 ( disponível p/ testamento) → 235 + colação (herdeiros necessários)

8) Disposição testamentária → Santa Casa R$ 10,00, para Hospital Mario Pena R$ 10,00 e um apto para Maria no valor de R$ 50,00 → 10 + 10 + 50 = 70

9) Os 235 deverá ser subtraído com os 70 do testamento → 235 – 70 = 165

10) Os 165 foi o que sobrou do total do testamento que era de 235, ou seja, a lei assegura metade do patrimônio para os herdeiros necessários e a outra metade o testador poderá dispor da maneira que quiser, mas no caso Antonio só dispôs de 70 dos 235, restando o valor correspondente a 165, que deverá integrar ao patrimônio dos herdeiros necessários (integrar a legitima) além da metade que lhe é assegurada. Ainda deverá somar os valores das doações recebidas antes da morte de Antonio.→ 235 + 165 + (50 + 40 + 10) = 500

11) Os 500 deve ser dividida por 4 para encontrar a quota parte de cada um (Maria, primus, secundus e tercius) → 500 : 4 = 125

┌ apto deixado p/ Antonio 12) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 125,00 - 50 = 75,00 └ doação recebida em vida Secundus = 125,00 - 40 = 85,00 └ doação recebida em vida Tercius = 125,00 - 10 = 115,00 └ doação recebida em vida

Cálculos feitos direto com explicações simples

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Page 25: Caderno Direito Civil Vii[1]

1) 1000 – 80 = 920 └ divida de Antonio

2) 80 + 60 = 140 └──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

3) 920 – 140 = 780 └ valor encontrado no nº 1 4) 780 : 2 = 390 └ meação de cada cônjuge

5) 390 + 80 = 470 Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

6) 470 : 2 = 235 └ metade do patrimônio que será disposto (50% p/ testamento e 50% para os herdeiros necessários).

7) → 235 ( disponível p/ testamento) → 235 + colação (herdeiros necessários)

8) Testamento → 10 + 10 + 50 = 70 └──┴──┴disposições testamentárias de Antonio 9) 235 – 70 = 165Parte disponível do testamento ┘ └ disposição testamentária

10) 235 + 165 + (50 + 40 + 10) = 500 O que sobrou do testamento ┘ └──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

11) 500 : 4 = 125 └ quota parte de cada um ┌ apto deixado p/ Antonio 12) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00 meação ┘ └ tinha antes do casamento

Primus = 125,00 - 50 = 75,00 └ doação recebida em vida Secundus = 125,00 - 40 = 85,00 └ doação recebida em vida Tercius = 125,00 - 10 = 115,00 └ doação recebida em vida

Aulas 21/03/2005 e 28/03/2005

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA (art 1857, CC/02)

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Formas testamentária

As formas mais comuns de testamentos são: testamento público, cerrado e particular. As formalidades testamentárias referem-se apenas aos elementos extrínsecos, ou seja, de acordo com a vontade do testador e ao numero, rogarão e idoneidade das testemunhas instrumentárias.

i. Testamento público (art 1864): só pode ser feita na língua portuguesa e deverá constar no livro de notas de um tabelião ou quem exerce tal função. É a forma que oferece maior segurança. No caso de pessoas cegas, somente é permitido fazer por meio do testamento público.

Deve ser lavrado pelo tabelião ou pelo seu substituto legal (pessoa habilitada para lavrar no livro de notas). O testamento público lavrado por tabelião fora dos limites de sua competência territorial será considerado nulo de pleno direito.

A lei permite que o tabelião desloque do cartório com o livro de notas para o lugar onde encontra o testador (casa, hotel, hospital, escritório, durante o dia ou à noite, em feriados, domingos ou não). Assim, não é exigível que o testamento público seja feito dentro do cartório, somente. O testamento não poderá ser interrompido, caso contrario o tabelião ou seu substituto legal não poderão se ausentar do local.

As testemunhas (duas no mínimo que saibam escrever pelo menos o próprio nome) não precisam estar presentes durante todo o ato, mas é essencial assistirem a leitura do testamento.

Se o testador não sabe ler e escrever, poderá mesmo assim fazer testamento público a rogo, ou seja, por meio de outra pessoa em seu nome. É obvio que deverá ser feito com todas as formalidades essenciais para que o ato se complete corretamente, produzindo efeito após sua morte.

Após a morte do testador, o testamento é apresentado ao juiz que mandará processa-lo para em seguida ser registrado, inscrito e cumprido. O cumprimento do testamento pode ser requerido por qualquer pessoa interessada.

Formalidades essenciais do testamento público: deve ser escrito pelo tabelião ou seu substituto legal no livro de notas e em língua portuguesa (vernáculo); deve ser lido em seguida, a um só tempo, ou seja, na presença das testemunhas e do testador simultaneamente; deve ao final ser assinado pelo testador, testemunhas e pelo oficial, nesta ordem. Na falta de uma das pessoas presentes no final do ato o testamento não se completa sendo invalido.

Pessoas que podem testar publicamente:

1) pessoa analfabeta : desde que o oficial declare, devendo uma das testemunhas assinar a rogo. Mas se o testador não quis assinar sem justificativa plausível o testamento será nulo;

2) pessoa surda : se a pessoa sabe ler, esta deverá fazê-lo obrigatoriamente ao final do ato, na presença das testemunhas, caso contrário uma das testemunhas escolhida pelo testador é que deverá fazê-lo em seu lugar para depois assinarem o instrumento;

3) pessoa muda : podendo o testador servir-se de minuta para declarar sua vontade ao contrário de declara-las em voz alta, poderá faze-lo sem problemas;

4) pessoa cega :só pode faze-lo por meio de testamento público e a leitura em voz alta deve ser feita duas vezes, uma pelo oficial e outra por uma das testemunhas escolhida pelo testador. Se o

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testador souber escrever deverá assinar ao final ou se não souber poderá ser feito a rogo. No caso de militar que tornou-se cego em combate será permitido uma forma de testar especial que será vista logo abaixo.

ii. Testamento particular (art 1876): de custo zero, pois qualquer pessoa pode fazer a qualquer momento desde que obedeçam as normas legais, na língua brasileira ou na língua que todos saibam. A lei requer 3 testemunhas que irão presenciar o ato, sendo imprescindível. Pode ser feita em uma folha de papel, sendo informal, simples a forma do testamento. Depois da morte do testador o juiz irá marcar uma audiência para ouvir estas testemunhas para produzir efeito o testamento,declarando a autenticidade do ato para o juiz, caso contrario o testamento será invalido, sem produzir efeitos jurídicos.

1. Tem-se uma forma diferenciada, pois pode ser feito em circunstancia excepcionais,ou seja, por escrito de próprio punho do testador sem a necessidade de haver testemunhas, após a morte o juiz ira analisar se o testamento foi feito pelo próprio testador para considera-lo valido.Ocorre em momento imprevisível, excepcional.

2. EX: Ocorre uma enchente e um determinado prédio ficou dentro do rio e o corpo de bombeiros resgatou as pessoas que estavam dentro do prédio. Assim, Antonio preocupado em morrer resolve fazer um testamento de próprio punho deixando seus bens para os legatários. Antonio, por sua vez, não conseguiu sobreviver a ao baixar as águas do rio encontraram o testamento deixado por ele d e próprio punho, sendo, portanto, este instrumento valido.

3. Na Itália o documento particular feito pela própria pessoa não precisa de testemunhas como também o feita pelo próprio punho. Já no testamento publico deve haver 2 testemunhas.

iii. Testamento cerrado (art 1868): é um misto entre testamento publico e particular, chamado também de secreto ou místico, pois só o testador é que sabe o conteúdo do testamento e cheio de formalidades. Deve levar duas testemunhas para comprovar que o testamento seja aquele mesmo e que seja cumprido após usa morte. O Tabelião aprova o testamento sendo feito um termo de aprovação que deve ser assinado por todos (testador, testemunhas e tabelião), então, posteriormente, deverá ser lançado no cartório que houve um testamento cerrado. Pode ser feito em qualquer língua que devera ser levado a um tradutor juramentado para traduzir o testamento caso este seja feito em outra língua. A lei admite que se o testador não puder escrever com o próprio punho poderá haver um testador a rogo, feito por outra pessoa em seu favor, sendo um absurdo, pois se o testamento cerrado é aquele que não poderá ter seu conteúdo divulgado, conforme alhures frisado. Não pode ser aberto mais, mesmo que queira fazer alterações, pois somente o juiz poderá abri-lo, mesmo que seja aberto por outrem a mando do testador perderá sua validade. A grande desvantagem deste testamento é a sua fragilidade, pois se alguém abrir o testamento a pedido do testador ele devera provar que foi a pedido.

- Entre os testamentos o primeiro é mais seguro, mais nada diferenciam um do outro.

iv. Testamentos especiais (art 1886): são os casos dos testamentos de marítimos, militares, etc.

4.1.Marítimo: é assemelhado a um testamento público ou cerrado, onde o comandante ira lavrar o testamento no diário de bordo, pode ser feito por qualquer pessoa desde que o navio seja nacional e não pode estar portado, ou seja, atracado no porto, pois é essencial que esteja navegando. Devera ter 2 testemunhas. Após 90 dias depois do navio atracar no Pais perderá sua validade.

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4.2.Aeronáutica: ocorre da mesma maneira que a anterior, mas lavra-se no diário de bordo pelo comandante. Deve ter 2 testemunhas também. O testamento só produzirá seus efeitos dentro de 90 dias depois que o avião pousou, tendo, portanto, tempo para produzir o testamento ordinário, comum por isso que após os 90 dias perderá sua validade.

4.3.Militar: quando o militar é convocado para guerra, podendo fazer o testamento aquele que faz parte das forças militares. O testamento poderá ser feito dirigido ao comandante (patente mais alta da tropa). Irá prevalecer no prazo de 90 dias depois de terminada a situação de fato (risco). O art 1895 estabelece que o testamento será valido com 2 testemunhas, sendo assemelhado ao publico e ao cerrado. Mas quando não houver testemunhas deve-se tomar um cuidado, ou seja, quando o militar for ferido em batalha poderá fazer oralmente por duas testemunhas, chamado também de testamento nuncupativo, correndo o risco de haver fraudes.

Codicilo: forma de dispor de bens em pequena monta, estabelecendo o desejo do testador de como quer ser enterrado, depois disponho sobre bens moveis ou esmola de pequeno valor. Deve ser feito de próprio punho sem a necessidade de haver testemunhas. Tem uma validade longa ou curta, pois depois do codicilo, se houver um testamento a lei obriga o testador a dizer que existe um codicilo, pois o testamento poderá revogar o codicilo. Somente pode dispor de bens móveis e não imóveis.

Aula 31/03/05

Num contrato cada parte acorda em fazê-lo e alguém ficara responsável pela redação. Dizem que o contrato é lei entre as partes, pois representa naquele momento a legitima vontade das partes, adquirindo obrigações entre si.

No testamento nos não temos duas partes. É unilateral, ou seja, há só uma parte. Somente vê o lado do testador, e se este não souber fazer as clausulas estas poderão ser anuladas pelo juiz. Por ser um ato de ultima vontade e somente começa a funcionar depois da morte, terá que ser perfeito.

Em relação ao contrato temos o preâmbulo e as cláusulas do contrato. Inclusive com estética, sob pena de seu trabalho ser depreciado. Em todo documento jurídico deve-se deixar uma margem.

Contrato_______________________________________

_______________________________________

a. ______________________________________________________________________b. ______________________________________________________________________c. ______________________________________________________________________d. ______________________________________________________________________

No testamento as cláusulas são chamadas de disposições, mas o conteúdo pragmático é o mesmo. Será disposto com o nome do testamento em cima e o seu Antonio vai escrever: eu, fulano, filho de tal, casado com tal, residente em tal, dando todas as características. Não terá a estética do contrato, sendo continua as linhas do tipo:

TESTAMENTO

Eu,___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Assim, é evitado os espaços em branco para que não haja fraude. Principalmente em se falando de herdeiros.

Disposições Testamentárias: Conjuntos das minhas idéias que eu quero colocar para perpetuar após a minha morte, que a partir daí começara a vigorar. Se envolver valores econômicos serão patrimoniais se não envolver serão não patrimoniais. As disposições devem ser validas e possíveis, desta maneira, não podem ser ilegais, imorais, e impossíveis, e se assim sendo serão anuláveis ou não produzindo efeitos.

No testamento que coloco o herdeiro instituído (o legitimo não esta no testamento) e legatário (que somente poderá ser dentro do testamento). Deve-se cuidar para que estas pessoas recebam.

Deve-se declarar quem é essa pessoa de forma que não seja confundida com outra. Sempre indicando pelo nome especifico, sendo genérico somente quando falo de um grupo, como por exemplo, os médicos que fizeram minha cirurgia. Fora isso não pode se deixar pra pessoas indeterminadas, sob pena de se anular aquela disposição testamentária. Isso se da porque o testamento é personalíssimo.

Posso deixar essas disposições testamentárias de norma pura e simples ou com encargo, ou seja com condições futura e certa, para fazer jus a coisa legada. EX: Deixo para primus um carro desde que ele passe no vestibular até 2010, caso contrario perde-se o direito à coisa legada, pois o direito não se consubstanciou e sua parte não é transmitido para seus herdeiros, mas se o legatário vier a receber seu legado e após sua morte o bem é transmitido para seus herdeiros normalmente (art 121 a 137, CC/02).

Pode-se também fazer uma disposição testamentária com encargo, ou seja, deixa determinado bem para Primus desde que pague (cumpra) alguma coisa que seja da vontade do testador.

O testamento não poderá ser a termo, ou seja, começar a ter validade depois de um determinado tempo, mas o testamento a termo só será valido no caso de prole eventual, com prazo máximo de 2 anos após a abertura da sucessão do testador.

Interpretação: da vontade dele após a sua morte. Sob pena de uma ou outra disposição ser nula. Acima de tudo devera o testador especificar tudo com muita clareza, sem deixar para o juiz interpretar seu testamento. O ideal é usar palavras simples que não gerem dúvidas. Há algumas regras de interpretação de testamentos, e alguns autores falam sobre isso em seus livros, inclusive o Cateb.

Se a disposição for obscura deverá ser interpretada pelo contexto do testamento e se mesmo assim não for possível será anulado. Interpretação autêntica, gramatical etc.

O Código diz que se eu colocar clausula sobre inalienabilidade, será também impenhorável e incomunicabilidade, para assim evitar a fraude. Tanto particulares quanto o Estado.

Alguns casos a clausula de inalienabilidade não prevalece, como no caso de desapropriação por utilidade pública, ou quando o beneficiário requer a sub-rogação para outro bem. Mas há duas hipóteses: a inalienabilidade pode ser dentro da legitima ou da porção disponível, na legitima você obrigatoriamente tem que justificar o porquê. A causa de você está colocando a cláusula.

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Na porção disponível não preciso justificar, somente não posso deixar pra pessoas que a lei não quer. Mas justificar não.

Se no testamento não for distribuindo todos os bens, será o remanescente distribuído pelos legítimos.

Aula 04/04/05

Continuação da sucessão testamentária

Fazer pesquisa jurisprudencial dos efeitos dos legados e caducidade dos legados para a próxima aula.

LEGADO: dentro do legado tem-se 3 pessoas: testador ou legante(titular do patrimônio e que por intermédio do testamento deixa algo para alguma pessoa) , legatário (quem ira receber os bens deixados pelo testador) e onerado (é a pessoa indicada pelo testador para que sua vontade seja cumprida, entregando ao legatário o objeto do legado, que pode ser o testamenteiro para fiscalizar o cumprimento do testamento após a morte sendo este remunerado ou também nomeia do uma pessoa que ficara encarregado de fazer cumprir o testamento chamado de onerado, ainda poderá ser o herdeiro legitimo ou instituídos).

Legítimos: nomeados pela lei

Instituídos: aquele escolhido pelo testador como sendo herdeiro.

Os legatários adquirem os bens no momento do falecimento do testador, mas só depois do inventário (partilha) é que terá direito de receber os bens, pois não terá mais duvidas sobre o legatário. Pode ser impugnado ate 5 anos depois da morte.

OBJETOS: todas as coisas possíveis e licitas, em principio, que pertençam ao testador, alem de coisas alheias vinculadas as disposições testamentárias. EX: Deixo para Alexandre um Vade mecum verde do Gabriel, assim não esta licita, pois a coisa deixada não pertence ao testador, salvo quando deixar uma compensação para o Gabriel (deixou o bem com um encargo, fazendo jus quando cumprir o que ficou estabelecido pela vontade do testador), caso contrario só poderá dispor dos bens que pertencem a ele. O encargo é coercitivo.

A pessoa onerada ficara responsável de requerer ao juiz o dinheiro necessário para cumprir o encargo. (art. 1915) EX: se eu tiver R$ 600,00 e deixo somente R$ 100,00e um carro que eu não tenho, a pessoa onerada fica responsável a requerer ao juiz para liberar o dinheiro suficiente dentro dos R$ 500,00 restantes para comprar o carro (cumprir o encargo).

Se a coisa não for individualizada ela será inócua, ineficaz e não poderá ser cumprida. EX: deixo um anel de formatura que esta dentro do cofre, ocorre que este anel no existe. Mas se deixar um valor R$10.000,00 na conta do Banco do Brasil e na época da morte só tinha R$ 5.000,00, o legatário receberá apenas os R$ 5.000,00 existentes na conta.

Art. 1922: o juiz é que ira determinar qual será o bem deixado pelo testador, quando o testamento for mal redigido,pois se deixar terras deve-se estabelecer a área exata que será entregue, caso contrário o juiz deverá consultar a legislação civil. EX: existe uma fazenda de 500 há, mas o testador compra mais 200 há antes da sua morte. Ao deixar este bem para o legatário devera especificar se o bem deixado será de 500 há ou 700 há.

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Tipos de legados:

1.bens móveis: que se transfere pela tradição e que poderá ser deslocado por vontade proporia (semoventes) ou por terceiros sem que ele perca as características. EX: automóvel, jóias, quadros, livros, dinheiro, animais.

2. coisas imóveis estabelecidas por lei: que será ou não singularizada após o termino do inventario.

3. coisas comuns: pertencente a várias pessoas, mas será a sua quota parte pertencente a cada legatário não necessitando do direito de preferência. Só depois de adquirir o bem é que primus, secundos ou tercius poderá dispor da sua quota parte, mas a lei exigira o direito de preferência para posteriormente oferecer a terceiros não pertencentes a herança. Afinal são condôminos na propriedade. Se um deles doar sua parte poderá ocorrer sem a preferência por ser gratuita.

4. Legado de crédito: tem-se um credito para receber assim o legatário terá direito de receber este credito após a morte do testador. (art 1918)

5. Legado de quitação de dívida: o credor poderá fazer a quitação da divida perante o legatário que terá que pagar a quantia devida ao credor, existente na data da abertura da sucessão. (art 1918). Após o processo de inventário.

6. Legado de alimentos: abrange alimentação, roupas, lazer enquanto houver menor. (art 1920)

7.Legado condicional: vincula a transferência do bem legado ao adimplemento de um acontecimento futuro e certo. Enquanto não ocorrer o implemento da condição o legatário não terá direito ao legado, e consequentemente, seus herdeiros não terão direito a nada, pois só depois de incorporar o bem ao patrimônio do legatário que os herdeiros terão direito. A condição não é coercitiva diferente do encargo que será coercitivo.

8. Legado com encargo: a coisa já pertence ao legatário devendo este cumprir o que lhe foi imposto, sendo coercitivo. O legatário devera retirar do seu patrimônio para cumprir o encargo.

Pode ocorrer que no testamento seja determinado o que é o legatário, mas poderá também deixar ao legatário a escolha do bem deixado. EX: deixo para Pedro 10 cavalos da minha fazenda sem especificar de quem será o direito de escolher, assim quem deverá fazê-lo será o onerado ou o juiz (se o onerado não quiser faze-lo), mas se o testador disser que o legatário poderá escolher 10 cavalos dentro dos demais, podendo este escolher os 10 melhores ou piores. (art 1929 e 1931).

Aula 07/04/2005

EFEITOS E CADUCIDADE DOS LEGADOS

Efeitos: O legatário é dono da coisa a partir da morte com a abertura da sucessão, mas não tem o direito de apossar da coisa (aquisição após a aceitação), pois deve esperar o momento certo para adquirir a titularidade do bem. Afinal pode existir uma impugnação do testamento no prazo de 4 anos. O legatário então tem a propriedade do legado sem sua posse, que somente virá após a partilha. O legatário não esta obrigado a aceitar o legado, sendo permitido a renuncia mediante expressa declaração unilateral de vontade retroagindo ao dia da abertura da sucessão.

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Legado puro e simples: o domínio da coisa legado será adquirida após a morte do testador e a posse dependerá da efetiva entrega que incumbe ao herdeiro, depois da partilha.

Legado sujeito a condição suspensiva: a aquisição ocorre com o seu implemento, ou seja, depois de realizada a condição, o esmo ocorre com os frutos. Caso o legatário falecer antes de cumprir a condição nada será transmitido aos seus sucessores.

Aceitação e renuncia: a aquisição do legado independe da aceitação, enquanto que a renuncia só poderá ser feita após a abertura da sucessão ou após realizada a condição do legado. É proibida a renuncia parcial. Após a renuncia, chama-se o substituto se houver, não havendo, chama-se o herdeiro legitimo ou o testamentário ou o co-legatário.

As doações em vida são atingidas na sucessão testamentária.

O legatário terá direito a pedir o legado podendo exercê-lo contra o testamenteiro, certos herdeiros (onerados), o herdeiro ou legatário a quem pertencer a coisa legada (cabendo direito de regresso proporcional a quota hereditária) ou a todos os herdeiros instituídos (se o testador não designar quem deva executar o legado). As despesas com a entrega do legado correm por conta do legatário a menos que o testador o libere do encargo.

O efeito dos legados possui vários aspectos, pois o legado é entregue ao legatário de acordo com o testamento. O testador deverá ser bem claro no testamento estabelecendo o legado livre de ônus ou não, para não haver duvidas sobre o legado. O legatário não poderá exigir nada sobre o bem que ira receber, recebendo o bem do jeito em que se encontrar n momento da morte do testador. O testador poderá estipular que o legatário recebera o bem sem nenhum ônus (encargo) ou ainda com algum tipo de ônus.

A obrigação do onerado tem como prestação a entrada da coisa indicada como objeto do legado no estado em que se encontrava no momento da morte do testador (insubstituível). O herdeiro não responde pela evicção (perda do bem por meio de sentença judicial) nem pode liberar a coisa dos ônus reais que a gravem (servidões ou rendas constituídas sobre imóveis).

O testador defere o testamento de acordo com sua vontade. Se o testamento for claro o juiz não poderá interpretá-lo de outra maneira. O legatário vindo a falecer antes da partilha permanece integro a legado, sendo transmitido para seus herdeiros.

Art 1924 – o legatário só pode pedir seu legado quando não houver mais nenhum litígio do testamento, pois este poderá ser nulo. O inventariante não tem nenhuma obrigação de fazer cumprir o testamento. O testamenteiro é quem tem esta obrigação.

Se deixar para alguém um valor de R$ 10.000,00 que devera ser sacado na conta corrente do testador, o legatário devera notificar o inventariante para que ele aplique o dinheiro no fundo de investimento passando a ter direito sobre os juros (art 1925) caso contrario só terá direito a receber os R$ 10.000,00. Assim, a coisa legada deve ser considerada ao legatário com seus acessórios. As prestações periódicas vendem no inicio do período e não no final.

Cumprimento do legado: o legado de coisa determinada cumpre com a entrega ao legatário, no tempo, lugar e modo devidos. Já o legado de coisa indeterminada cumpre pela escolha, podendo o testador atribuir tal função ao onerado, legatário ou a terceiro. Na omissão da declaração a opção será do herdeiro. Uma vez feita a escolha esta será irretratável.

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1) opção do legatário: poderá escolher a melhor coisa que houver na herança, pois como o interesse do legatário é o oposto do herdeiro, supõe que o testador quis favorece-lo.

2) Opção do terceiro: deve observar a mesma regra do onerado, devendo escolher o meio-termo, ou seja, entre as congêneres da melhor e pior qualidade. Não podendo ou não querendo o terceiro escolher, compete ao juiz com observância do mesmo critério.

3) Opção do onerado: idem ao item 2.

Se a escolha couber ao herdeiro ou legatário, e este falecer antes da escolha, a faculdade transmite-se aos respectivos herdeiros.

O problema da escolha estabelecido na aula anterior deverá ser feito pelo testador de forma clara no testamento.

Art 1929 ; ver no livro de sucessões e código

Se o legatário morrer antes de escolher o bem, caberá aos herdeiros o direito de escolha, mas não pode haver condição o bem escolhido.

Art 1935: o legatário devera cumprir o desejo do testador de retirar parte do meu legado para entregar para terceiros, sendo onerado, pois devera pagar uma parte para receber a outra parte que lhe pertence, sendo a responsabilidade do legatário. Se o terceiro beneficiado morrer antes da partilha o legatário terá direito a receber tudo que foi estabelecido no testamento para ele, inclusive a parte do terceiro pré-morto. (completar com o livro)

Extinção dos legados: pode ocorrer pela prescrição, caducidade, decadência, frustração da condição, invalidade do testamento, adenção, translação e incapacidade do legatário.

1) prescrição: o direito prescreve em 10 anos.2) Frustração da condição: se não verificar a condição o legado tornar-se-á ineficaz.3) Invalidade ou nulidade do testamento: se o testamento não estiver dentro das formas legais

tornar-se-á o legado extinto.4) Caducidade: quando certos motivos supervenientes ao testamento impeçam a eficácia que

institui o legado, como perecimento da coisa, aquisição a titulo gratuito pelo legatário, morte do legatário antes do testador, renuncia e exclusão por indignidade.4.1)Adenção: quando o testador revoga o legado ou torna sem efeito. A revogação pode ser expressa ou tácita no mesmo testamento ou em outro. Será tácita quando o testamento posterior omitir o legado pelo testador; quando em vida o testador dispor da coisa legada; quando o legado for destruído ou modificado.4.2)Translação: quando mudar a pessoa do legatário, mudar a pessoa do herdeiro que o deve prestar, quando der outra coisa ao mesmo legatário em vez da coisa legada ou tornar condicional o que se havia deixado sem condição.

Caducidade: existe uma disposição valida, inicialmente e em decorrência de algum fato posterior perde-se a validade esta disposição. EX: deixo para Renata meu anel de grau que esta no cofre do escritório. Posteriormente a realização do testamento, o testador abre o cofre e retira o anel tentando colocar em outro cofre com prateleira falsa, mas o anel não entra, assim o testador vai ao ourive para derreter o anel transformando-o em barra de ouro para que este caiba dentro do cofre. Avisa para um dos herdeiros o ocorrido, mas este herdeiro não declara o fato. Após a morte do testador a Renata vai requerer este anel, que atualmente, não existe mais, pois foi transformada em barra de ouro. O juiz então não entendera o direito da Renata e o herdeiro que sabia do

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derretimento do anel ira dizer que houve a caducidade. EX; Construtora Lider (ver livro do Salomão Cateb pg. 183).

Uma vez onerado o legado este irá caducar não podendo voltar atrás. Pode ocorrer de fazer o testamento deixando um automóvel para Fernando que será entregue logo após a morte. Mas um dia saindo da faculdade o testador bate o carro e morre, deixando o caro destruído. Fernando não ira receber o carro, pois este não existe mais e nem poderá receber o valor do seguro do carro, assim a coisa pereceu ocorrendo a caducidade do legado.

Outro motivo da caducidade do legado é quando exclui o herdeiro instituído ou legatário, como também a pré-morte do legatário.

Trazer jurisprudência sobre direito de acrescer entre herdeiros e legatários (art 1941) e substituições do herdeiro ou legatário nomeado (art 1947), próxima aula.

Aula dia 11/04/05

DIREITO DE ACRESCER

O código procura suprir ausência de disposição feitas peço testador, que deve dispor toda vontade pra não sofrer intervenções de terceiros.no testamento quando o testador vai exprimir sua vontade devera declarar seus herdeiros instituídos não podendo fixar percentuais para essas pessoas,se assim fizer não poderá haver o direito de acrescer. Da mesma maneira quando ele deixa bens para os legatários estes receberão em comunhão.

Tem pressupostos para o direito de acrescer: a) Quanto aos herdeiros:

Haja uma disposição conjuntiva (duas ou mais pessoas recebam a mesma coisa ou participem da mesma porção disponível) na mesma disposição testamentária, sob pena de gerar duvidas podendo o juiz inclusive anular a disposição testamentária inteira.art. 1941 CC.

Não haja determinação de parte. De quantum. Quando houver uma recusa ou uma impossibilidade ou um exclusão.

b) Quanto aos legatários: Haja uma disposição conjuntiva (duas ou mais pessoas recebam a mesma coisa ou

participem da mesma porção disponível) na mesma disposição testamentária ou em outra. Pois não necessita que seja tão restrito quanto a instituição dos herdeiros.

Não haja determinação de parte. De quantum. Quando houver uma recusa ou uma impossibilidade ou um exclusão.

O direito de acrescer surgiu no direito romano. Existia a novela que tinha a re et verbis (na mesma disposição você determina a mesma coisa para as pessoas que conjuntamente são chamadas para o processo. P.ex: deixo para Edna e Fernanda minha casa na Afonso Pena. Se uma delas morre opera a caducidade do legado em relação a essa pessoa acrescendo o direito do outro porque não foi determinado o quantum iria para cada um. Se eu tivesse definido iria para sucessão legitima e não acresceria no direito do outro).

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Em segundo lugar temos a re tantum (quando eu tenho uma mesma coisa, mas tenho em uma disposição testamentária diferentes. P.ex: Coloco assim: deixo minha casa na Afonso Pena para Carla depois eu escrevo que deixo também pra Rodrigo minha casa na Afonso Pena. Assim, não revogará a disposição para Carla por causa da palavra também. Se não houvesse essa palavra a disposição posterior revogará a anterior para que não rasure o testamento todo que poderá ser anulado.)

Por fim verbis tantum (será quando eu determino o que cada um vai receber não se operando o direito de acrescer) P. ex: deixo para Denise e Carla minha casa sendo 1/3 para Carla e 2/3 para Denise. Se uma delas morrer não vai ocorrer o direito de acrescer da outra, vai para a sucessão legitima essa parcela.

O testamento depois de feito não pode ser completado, pode ser ratificado EM TEMPO. Ai poderá mudar tudo, mas sem rasura.

Há o usufruto no caso do direito de acrescer. No direito civil há duas formas de liberalidade: a

doação (feita em vida) e testamento (feita para o pós morte). Os doutrinadores acham as duas são doações. O usufruto pode ser: vitalício (quando não determina o tempo do seu cumprimento) e temporário (quando determina o tempo para ser cumprido. O termo do prazo com ocorrência do fato que delimitava). Art. 1941 CC.

Se eu determinar o percentual não ocorrerá o direito de acrescer. Se eu não determinar o percentual ai sim ocorrerá o direito de acrescer.

Quando ocorrer o usufruto por prazo determinado ou indeterminado, mas com um valor determinado para cada uma das partes, a parte do que faltar (morrer) não acresce no direito do outro e sim vai para o nu proprietário. Ex: tenho uma determinação de 50% para cada usufrutuário e um morre. Assim, não vai pra o outro usufrutuário vai para o nu proprietário. Se houver mais que um nu proprietário racha o direito de acrescer para todos.

O direito de acrescer somente se opera se não houver substituto. (próxima aula) Art. 1941

AULA DIA 14/04/05

SUBSTITUIÇÕES

Reafirmação do testador de querer que sua vontade seja cumprida. Se ocorrer algo que empeça a pessoa de ficar com o legado, mas o testador quer que alguém fique com o legado se o verdadeiro destinatário do bem não quiser ou não puder recebê-lo. Pode ser com os herdeiros instituídos ou com os legatários. A coisa ou os bens chegarem aos seus verdadeiros destinatários.

Pode ser:a) Vulgar (simples) : aquela pura e simples e direta, em que eu nomeio uma ou vários legatários

para substituir o herdeiro, ou os herdeiros, instituídos ou legatários. Não tem maiores conseqüências. Se uma dessas aceita nenhuma outra pode mais. Você deixa para A ou para B, C, D, E. se uma aceitar o próximo perde o direito.

b) Coletiva : quando tenho um legatário e em substituição daquele legatário eu nomeio os filhos de outras pessoas. Ou seja, você tem uma pessoa e substitui por muitas. Ou de muitas para uma. Art. 1948 CC.

c) Recíproca : você já coloca no testamento que eles são substitutos recíprocos. Um pelo outro, substituem entre si. Art. 1948 e 1950 CC.

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d) Fideicomissária : Art.1951 CC. Beneficia duas pessoas ao mesmo tempo, mas você quer a que ultima pessoa fique com a coisa (CC 1916), no NCC a coisa já passa automática mas o pior é que agora não pode ser para pessoas vivas, nem concebidas, só para pessoas que ainda não nasceram, se nascer antes dele morrer será usufrutuário e nu proprietário. Tem o fideicomitente que é o testador, o fiduciário que será quem vai receber em primeiro lugar e o fideicomissário que é recebe em segundo lugar. Ocorria muito na época de guerra. Vigorou no Brasil desde o descobrimento até 10 de janeiro de 2003. No NCC mudou a sistemática, em que a substituição fideicomissária permanece, mas aleijada. O testador institui herdeiro ou legatário impondo a um deles a obrigação de, por sua morte, acerto tempo, ou sob determinada condição, transmitir ao outro a herança ou o legado. O herdeiro a quem impõe a obrigação qualifica-se gravado ou fiduciário. O segundo instituído chamado fideicomissário. Ex: Antonio deixa para seu filho Pedro a casa da Av. Afonso Pena, devendo , mais tarde, passados 20 anos, ser o bem entregue ao futuro filho de Pedro, ainda não concebido (mas deverá ser concebido até dois anos da morte do seu Antonio, somente será entregue 20 anos depois), que adotará a posição de fideicomissário. Se, entretanto, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário (filho de Pedro), a nua propriedade lhe será entregue e Pedro ficará apenas com o usufruto da casa legada. Art. 1952 CC. o fiduciário arrecada a propriedade do bem legado ou da herança resolúvel e restrita. Tem ele todas as prerrogativas do dominus, ou seja, direito de usar, gozar, dispor e reivindicar. Usufruto e direito real de coisa alheia, muito diferente de fideicomisso por isso que o professor acha que foi confuso. A propriedade é resolúvel. Ocorrendo uma dupla vocação e condicional.

Era bom antes com o código civil de 1916, pois protegia os filhos doentes e etc. Hoje para estes somente sobrou o usufruto e a nu propriedade.

e) Compendiosa: será a vulgar + a fideicomissária. É difícil pois hoje somente poso criar o fideicomissário para uma pessoa não concebida. Você pode fazer a simples quanto em relação ao fiduciário ou ao fideicomissário. Crio essas pessoas e os substitutos para essas pessoas.

JURISPRUDENCIA : Deserdação e redução das disposições testamentárias.

AULA 18/04/05

DESERDAÇÃO (art 1961)

É uma das formas de exclusão do herdeiro. A outra é a indignidade.

A diferença entre elas está na interferência pessoal do autor da herança. Somente o autor pode deserdar, enquanto na indignidade qualquer pessoa pode, ou o herdeiro, ou descendente ou credor do herdeiro.

Exclusão por indignidade Deserdação - é requerida por 3º interessados no prazo de 4 anos da abertura da sucessão, e obtida mediante sentença judicial- alcança herdeiros necessários, instituídos e legatários.- nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança- todos os motivos da indignação são validos para a deserdação

- é feita por testamento pelo próprio testador e com declaração expressa de causa

- só alcança herdeiros necessários (arts 1962 e 1963)- os fatos são anteriores à morte do autor da herança.-nem todos os motivos da deserdação configuram a indignidade

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- resolve uma vocação hereditária existente no momento da abertura da sucessão.

- priva de uma vocação legitima por meio da vontade imperial do testador.

Somente os herdeiros necessários podem ser deserdados. Visa tirar a legitima dos herdeiros necessários, é única função da deserdação, ou seja, a privação da legitima para o herdeiro necessário.

Somente posso deserdar em testamento, em nenhum outro ato a lei me permite deserdar. Mesmo que por escritura pública, se você não especificar no testamento não poderá deserdar ninguém. Quando se faz o testamento e coloca uma deserdação você deverá explicar a causa dessa deserdação. Além disso, o ônus da prova será dos demais herdeiros que serão beneficiados com aquela deserdação e uma ação judicial, que inclusive é inominada.

Por exemplo: Antonio têm filhos Primus, Secundos e Tertios, mas Primos é deserdado e tem os filhos M e N. M e N é que deverão provar. Excepcionalmente o credor também.

As causas da deserdação são as taxativamente previstas em lei (arts. 1814, 1962 e 1963):

a) Atos contra a vida (homicídio doloso ou tentativa de homicídio, contra o autor, cônjuge, companheiro ou descendentes ou ascendente.)

b) Atos contra a honra-difamação, calúnia e injúria (somente contra o autor, contra o cônjuge, companheiro ou companheira).

c) Atos contra liberdade de testar (contra o autor).d) Ofensa física contra o autor da herança, que deverá ser provado na ação pela pessoa que será

beneficiada por isso. Deve ter a vontade dirigida de atingir de maneira violenta, ou seja, deve haver o dolo. Zeno Veloso fala que qualquer tapa é motivo de ofensa física.

e) Injúria grave contra o autor da herança: deverá ser necessariamente grave. Intolerável ofensa a dignidade do autor da herança. Aqui deverá ter ocorrido antes dele fazer o testamento, pois deverá vir no testamento ( no caso de indignidade pode ser depois da morte,porque não precisa vir no testamento). Somente o juiz poderá analisar e julgar (art. 138 a 140 do CP).

f) Ações Ilícitas: de ordem sexual do pai com o filho ou do filho com o pai (art.1963) em relação ao cônjuge e ao companheiro também. (o filho ter relação com a madrasta por exemplo.) a base é puramente moral.

g) Desamparo em grave enfermidade ou alienação mental: pode ser de duas formas: quando o autor do patrimônio teve uma enfermidade mental (momentânea, senão ele não poderia nem fazer o testamento) e o filho o abandonou. Deverá provar no testamento e os beneficiários também provarão no processo próprio, que não sofre a vis atractiva, mas que obsta o processo de inventário. Outra forma é a resultante da obrigação alimentar de pais pra filhos e de filhos para os pais considera como uma forma de desamparo.

No caso de indignação você poderá também, encaixar essas outras causas da deserdação provando isso depois da morte.

1) Deserdação dos descendentes pelos ascendentes (art 1962)I- o testador deve indicar que deserda o seu herdeiro por ele ter sido autor, co-autor ou

participe do homicídio ou tentativa de homicídio de seu cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente.

II- O testador deve indicar qual o crime cometido por seu sucessível, sem a necessidade de apresentar provas do ato lesivo à vida, honra ou à liberdade por ele sofrida de forma direta (contra ele mesmo) ou indireta (contra um parente seu).

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III- Havendo cláusula de deserdação no testamento do de cujus, mostrara que o testador recuperou sua liberdade de testar, pondo fim a situação viciada.

IV- O alienado mental não pode testar, não podendo deserdar, enquanto não recuperar a razão.

Ainda, as causas são: ofensa física praticada pelo descendente contra o ascendente, injuria grave havida entre esses mesmo personagens, prática de relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou do neto, ou com o marido ou o companheiro da filha ou da neta, além do desamparo do filho ou do neto que sofre de alienação mental ou grave enfermidade.

2) Deserdação dos ascendentes pelos descendentes (art 1963)As causas são as mesmas da anterior, como ofensa física praticada pelo ascendente contra o

descendente, injuria grave havida entre esses mesmo personagens, prática de relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou do neto, ou com o marido ou o companheiro da filha ou da neta, além do desamparo do filho ou do neto que sofre de alienação mental ou grave enfermidade, incluídas as atitudes de educação que não podem ser extrapoladas, baseado no respeito a dignidade humana dos filhos.

OBS: Os filhos menores de 16 anos que possuírem patrimônio e sofrerem ofensas físicas não podem deserdar os ascendentes, devendo esperar completar os 16 anos para fazer. O mesmo vale para o desamparo moral e material da descendência por parte da ascendência.

3) Deserdação do cônjuge sobrevivente (art 1814)Com a elevação do cônjuge supérstite à categoria de herdeiro necessário, torna impossível a

deserdação do sobrevivo pela mera facção de um testamento que disponha de todo o patrimônio do testador sem contemplar a futura viúva ou viúvo. Assim, para que este seja deserdado é preciso que o testador invoque uma das causas elencadas no art 1814, CC/02.

Efeitos

São os mesmos efeitos da indignidade (antes, em 1916, ficavam no mesmo capitulo, quando separam eles resolveram não repetir os efeitos). Lembrar que não vai além da pessoa do criminoso, assim o ato praticado por Primus somente a ele responde. É fato é que esse herdeiro, que praticou ato, sabe que ele não está ali de boa fé (no caso de o seu Antonio não ter tempo de colocar o Primus como deserdado). Que somente algo impediu que ele concretizasse o homicídio, por exemplo.

O prazo é de 4 anos da abertura do testamento e não da sucessão. Se só um beneficiado entrar com a ação para comprovar a deserdação todos serão beneficiados se julgado procedente, e se não quiserem receber o proveniente daquela deserdação, deverão renunciar posteriormente.

AULA 21 – 25/04/2005

Redução de disposições testamentárias

Ver jurisprudência.

A função da redução das disposições testamentárias é acima de tudo preservar a igualdade das legitimas dos herdeiros necessários. Existe um limite legal de 50% do patrimônio, que o testador pode destinar aos herdeiros instituídos ou legados, constituindo a porção disponível.

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As liberalidades são de duas ordens: testamento e doação (art. 549 do CCB). Assim, mesmo em vida, o doador não pode exceder a porção disponível em testamento. No testamento, faz-se uma doação após morte. Em suma, as liberalidades, de forma geral, devem se situar no limite legal, estipulado para a porção disponível.

Assim, quando alguém doa determinado bem, é preciso que se tenha muita atenção no sentido de não ferir a integralidade das legitimas.

Art. 1846: colações abrangem as doações feitas em vida. O professor ressalta que colação é um capitulo bem mais extenso, mais o CCB, nesse artigo refere-se ao adiantamento de legítimas.

Importante ressaltar que existem bens que sofrem desvalorização com o tempo, como ocorre com os automóveis. No entanto existem bens que sofrem valorização, como os bens imóveis.

Procede-se à soma das liberalidades, dadas em vida e as liberalidades dadas em testamento, para verificar o enquadramento no limite legal de 50% da parte disponível do patrimônio.

Essa questão remonta ao direito romano em que era assegurado o direito de herança ao filho, se este percebesse que o pai estava se desfazendo do patrimônio, doando bens para outros.

Como forma de se observar o disposto na lei, a regra é que se diminua a parte dos herdeiros instituídos, dos legatários e por último, das doações.

É possível que o doador doe, em vida, os bens para seus herdeiros. Mas deve ser respeitada a reserva de parte. O art. 2018 estabelece a partilha por ato inter vivos.

As reduções são feitas em primeiro lugar na dotação para herdeiros instituídos e depois para a dotação dos legatários, em face de se constatar em quase todos os testamentos existe o legatário e nem sempre existe o herdeiro instituído. Os herdeiros instituídos recebem a título universal.

Entretanto, o testador pode dispor que se houverem reduções testamentárias, que essa seja deduzida do legado. Isso é um contra-senso, pois o legatário recebe coisa determinada e reduzir a coisa certa seria uma violação à vontade do testador.

A redução dos herdeiros instituídos pode se dar de forma mínima, se o excesso for pequeno ou a redução pode ser total, se o testador dispôs em excesso. Quando se faz as reduções ela se dá de maneira proporcional a todos os herdeiros testamentários ou instituídos. Mas o testador pode estabelecer a redução de apenas um dos herdeiros instituídos.

Caso o excesso seja de tal monta, é preciso que se invada as disposições dos legatários e somente depois se procede à anulação das doações.

Por definição os bens indivisíveis não são passíveis, por definição, de divisão, ou por impossibilidade física (o bem perderia sua substancia se dividido) ou por determinação legal. Existem bens que apesar de serem passíveis de divisão, mas que ao se fazer, há uma desvalorização do bem.

Dessa forma, se o excesso for superior a ¼ do bem, esse bem ficará no monte. Uma casa, no valor de $ 400 foi deixada para um legatário e o excesso das disposições foi de $ 100. Então o legatário restitui o monte em $ 100, para ficar com o bem. Numa outra hipótese, se o excesso fosse de $ 200,

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o bem não sairia do monte. Então o legatário receberia o valor de $ 200 e não o bem em si, ou seja, a casa.

AULA 22 – 28/04/2005

Prova.

AULA 23 – 02/05/2005

Revogação

Revogação se trata da manifestação de vontade do testador, declarando que o testamento feito anteriormente não representa mais a sua vontade. É uma alteração de vontade, em síntese. O testador deixou um bem para uma pessoa e posteriormente se arrepende do ato.

Importante ressaltar que a revogação de um testamento, qualquer que seja, revoga outro testamento, também independentemente de sua espécie. O testamento aeronáutico pode revogar o testamento público. Isso corrobora a tese de que todos os testamentos tenham o mesmo valor.

Enquanto não se revogar o testamento, ele prevalecerá.

A revogação é distinta tanto da caducidade, quanto da nulidade do testamento . A nulidade implica defeito de origem, pois na hora da facção do testamento houve algum vício, ou de vontade (intrínsecas) ou formal (extrínsecas). É o caso de se faltar testemunha, desrespeitando o mínimo legal exigido. Pela natureza do testamento, não pode existir clausula de irrevogabilidade e se existir ela é considerada nula, não existindo no testamento. Assim, é possível que mesmo diante dessa clausula, exista testamento posterior. Importante ressaltar que não existe direito adquirido em sede de testamento, antes da morte do testador. Com relação à caducidade que ocorre, por exemplo, no caso de falecimento do legatário antes do testador. Assim, se o testamento posterior instituir um legatário e este morre antes do testador, operou-se a caducidade. No entanto não existirá a repristinação, vale dizer, não ressuscitará o primeiro testamento naquela disposição que revogou. Assim, se no primeiro testamento o bem era de Primus, mas no segundo, foi instituído um legado em favor de Secundus, se este morrer antes do testador, se operará a caducidade, mas o bem irá para o beneficio do monte.

A única disposição que é irrevogável em sede de testamento é o reconhecimento de paternidade.

A revogação pode ser:

o Expressa: existe uma menção expressa sobre a revogação que pode ser total ou parcial.

Total: ocorre quando o testamento posterior faz menção à revogação integral do testamento anterior. Diz respeito a todo o testamento, portanto.

Parcial: o segundo testamento vale dentro das suas disposições e o primeiro, vale naquilo em que não conflita com o anterior. Diz respeito a apenas uma ou mais disposições testamentárias. O segundo testamento faz menção expressa à cláusula do primeiro testamento que revogará.

o Tácita: também pode ser parcial ou total. Existe uma incompatibilidade entre as disposições anteriores e posteriores.

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Parcial: se o segundo testamento versa sobre o mesmo bem do testamento anterior, mas de forma diversa, vale dizer, beneficiando outra pessoa, o que valerá é a disposição do segundo testamento, pois houve alteração na vontade do testador.

Total: pode ser que o segundo testamento verse de forma diversa sobre todos os bens elencados pelo testador. Assim, nesse caso, será uma revogação tácita total.

o Presumida ou Legal: o art. 1972 diz respeito ao testamento cerrado que quando aberto pelo testador ou por pessoa a mando do testador, será revogado. O CCB, nos artigos 1973 e 1974 também trata dessa situação, ou seja, trata-se em verdade de revogação presumida, mas o CCB as elenca como causa de rompimento do testamento.

Rompimento

A mens legis é que se o testamento foi feito sem que o testador soubesse da existência de descendente ou de ascendente vivo, pois, presume-se que se ele soubesse, iria beneficiá-los no inventário. O entendimento antes do CCB de 2002 é que haverá uma redução das disposições testamentárias para que se respeite a vontade do testador, qual seja reduz-se as disposições testamentárias ao limite legal, a fim de se cumprir aquilo que o testador desejava e o cinqüenta por cento terá o destino dado pela lei, que é para os herdeiros necessários.

No CCB atual, segundo o Professor, não se deve aplicar a letra fria da lei, que dá a entender que o testamento não mais subsistirá. Assim, segundo ele, deve-se reduzir as disposições testamentárias a fim de se respeitar a vontade do testador, bem como respeitar o direito à herança, adequando-se à lei.

Jurisprudência: revogação e rompimento de testamento.

AULA 24 – 05/05/2005

Trabalho sobre testamenteiro.

AULA 25 – 09/05/2005

Inventário

Primeiramente devemos saber que todo inventário é judicial e a lei não permite que ele seja amigável, diferentemente da partilha que poderá ser amigável. Então deve haver um processo para caracterizar o inventário. O inventário, sob certos aspectos se assemelha a uma escritura de compra e venda. Na escritura, existe um corretor que aproximará o vendedor do comprador.

A sucessão transmite os bens e é preciso fazer o inventário. Para proceder ao inventário deve haver uma pessoa falecida com um patrimônio. O prazo, segundo o código é de 30 dias para iniciar (contados da morte) e deve ser concluído em 6 meses. Case se ultrapassasse o prazo de 30 dias haverá um multa fiscal, que segundo o professor, deverá voltar a ser imposta. O governo estadual, ao invés de impor uma multa, estabeleceu um desconto único se o imposto for pago antecipadamente. Nos outros Estados as multas variam de 5 a 20%.

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O inventário é requerido no último domicilio do de cujus (art. 98 do CPC) e se existirem vários é possível que os interessados elejam o domicilio mais adequado. O arrolamento é uma forma bem parecida com o inventário, mas não se confunde com o mesmo.

O registro de bens imóveis somente poderá ser feito onde o imóvel está localizado. Trata-se da competência de cada cartório.

Quem pode requerer? Em primeiro lugar o cônjuge ou companheiro, em segundo lugar qualquer herdeiro, qualquer interessado (credor do herdeiro ou da meeiro ou do próprio monte) e se ninguém requerer pode ser o MP em face da existência do menor, ou o testamenteiro ou a fazenda pública para receber os tributos devidos pelo monte. Por ultimo pode ser aberto por portaria a mando do juiz.

É preciso que se tenha uma procuração com poderes ad judicia e também poderes especiais (assinar termo de compromisso, primeiras declarações, etc; e poderes para assinar termos de estilo). Caso contrário é preciso que o inventariante assine todas as vezes no processo. Mas, como visto o advogado pode, se tiver poderes especiais.

Segundo o Estatuto da Ordem dos Advogados, com relação aos honorários é possível que seja de 1 a 6% sobre o valor do monte. Processo simples: quando a parte da meeira não entre na incidência dos honorários. Somente serve para separar o valor que pertence à meeira. Quando o monte é pequeno o valor dos honorários é pequeno, pois se presume que a questão será de fácil solução. Quando o monte é grande, presume-se que se refere a questões mais complexas. Via de regra o valor do monte é que designa o percentual de honorários.

Caso o monte totalizar $1.500.000,00, o valor dos honorários, se forem de 1% ficará $15.000,00, se for 2% ficará $30.000,00 e, por último, ficará em 6% $90.000,00.

Deve ser feito um contrato de honorários e até existem modelos no site da OAB. Deve ser aposto no contrato os seguintes termos:

Inventário do Senhor Antônio

Monte: R$ 1.500.000,00Honorários: R$ 30.000,00 (2%)

Pagamento em 10 parcelas mensais

Belo Horizonte, 09/09/2005

PrimusSecundus

TércioMaria

A lei estabelece que no prazo de 7 dias é possível a revogação desse contrato. Os honorários podem ser pagos deduzidos o que receberem a titulo de herança e quando receberem, como também pode ser adiantado pelos herdeiros e meeiro.

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Em seguida os herdeiros entregarão os documentos necessários (certidão de casamento, nascimento, etc) e assinarão a procuração para o advogado. Até as primeiras declarações para se juntar os documentos.

Assim, procede-se ao requerimento de abertura, primeiro documento que vem no formal de partilha. Nesse documento, a margem deve ser respeitada para respeitar os furinhos da pasta. Deve ter os seguintes termos:

Exmo. Senhor Juiz de Direito da ____ Vara de Sucessões da Comarca de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Ou

Exmo. Senhor Desembargador

{espaçamento de 8 linhas}

Preâmbulo: Dona Maria (qualificação completa), vem por intermédio de seu advogado,

Parte expositiva (que depois deve estar no requerimento);

Requerimentos

Valor da causa

Pede deferimento

Belo Horizonte,

AdvogadoOAB

No caso do inventário os requerimentos constituem na abertura do inventário e na nomeação do inventariante. Enquanto não houver inventariante existirá o administrador provisório, que segundo o CPC, a administração não poderá ser feita pelo companheiro, somente pelo cônjuge ou na sua ausência pelas pessoas estabelecidas pela lei.

AULA 26 – 12/05/2005

Requerimento de abertura nomeação do inventariante compromisso de inventariante.

O juiz deve dar o despacho em dois dias, quando a lei é omissa; art. 990 e seguintes do CPC.

O CCB estabelece que o cônjuge inventariante será o cônjuge supérstite se o regime de bens será o da comunhão parcial, comunhão universal, até o de separação final dos aquestros. A única exceção

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a isso é o regime de separação de bens em que o cônjuge não tem meação e sua participação no inventário é mínima.

Com relação aos recursos e a parte de inventário, o novo código não alterou quase nada os dispositivos. O professor entende que a companheira não tem autorização expressa do código para ser inventariante (ela não está no rol dos possíveis inventariantes). O legislador brasileiro, ao invés de adaptar o CPC à nova dinâmica do CCB, permaneceu inerte. Mas ela pode ser nomeada inventariante, segundo o professor, desde que tenha participado na aquisição dos bens. O STF entende que havendo aquisição dos bens, proveniente do esforço de ambos os cônjuges, para vedar o enriquecimento sem causa, princípio geral de direito, proceder-se-á a divisão desses bens.

Quando os bens do falecido forem todos divididos em testamento, posto que não existem herdeiros necessários, o testamenteiro será o inventariante. O inventariante dativo é um estranho, nomeado pelo juiz, somente na ausência de todas as pessoas descritas no rol. Importante ressaltar que ele é remunerado e somente é nomeado em casos extremos. Quando o inventariante é herdeiro ou meeiro ele não recebe nada por isso. Existia a figura do inventariante judicial que fazia parte da estrutura judiciária anterior aqui no Estado de Minas Gerais. Hoje não existe mais.

No caso emblemático de Antônio Luciano, foram nomeados três advogados dativos, dado o valor do monte e o número de herdeiros.

Depois da nomeação é prestado o compromisso do inventariante. Tal compromisso deve ser firmado por quem tenha poderes para tanto. Assim, se o advogado não tiver poderes especiais, ele deverá levar o termo para o inventariante assinar. Assinado o termo, correrá o prazo de 20 dias para se prestar as primeiras declarações.

Segundo o professor é um ponto de extrema importância dentro do inventario. Deve se apor todas as informações nas primeiras declarações. Nas primeiras declarações nada é requerido, o que se pede é a juntada do referido documento, qual seja, das primeiras declarações. Assim, faz-se uma petição de juntada.

Coloca-se o nome do falecido, estado civil, nacionalidade, endereço e CPF (posto que é um documento fiscal e serve para evitar homônimos)Coloca-se também o nome da meeira e o regime de bens do casamento.Daí coloca-se as declarações propriamente dita: coloca-se o que o falecido deixou:

1. Filhos: deve colocar marido e mulher, quando casados, com a qualificação completa de ambos. Deve juntar todos os documentos, inclusive. Se houver filho pré-morto, deve haver qualificação, se há direito de representação;

1.1 Primus1.2 Secundus1.3 Tércio (pre-morto)1.3.1 Filho de Tércio

2. Bens:2.1 Bens imóveis: começa com eles, pois tradicionalmente são mais importantes; os bens

imóveis devem ser declarados com o documento do cartório do registro de imóveis em mãos. O objetivo é individualizar ao máximo o bem para que o cartório, quando da partilha, não recuse o registro em face de erros nessa declaração. A localização, o número do registro e matricula são imprescindíveis. O valor do imóvel deve ser retirado de uma

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guia de IPTU, que consta o valor venal do imóvel e deve ser colocada uma cópia dessa guia junto com o processo. Com relação aos apartamentos existe a chamada fração ideal do lote, posto que o lote comporta todo o edifício. A fração ideal de cada apartamento, mais a área comum deve totalizar o valor total da área do lote.

2.2 Bens móveis: para veículos é imprescindível o numero do chassi; também os valores deixados em conta corrente (banco, numero da conta e valor deixado no dia do óbito), ações, poupança, etc; também devem ser apostos os semoventes nesse tópico. Também deve ser aposto o valor do bem.

3. Dívidas do monte: devem ser apostas de maneira a deixar bem evidente a divida para não haver problemas com o fisco, posto que reduz o valor do monte e do tributo, por conseqüência. Quando o falecido deixou empresa deve ser feito um balanço especial para inventário e calculado valor da participação na empresa. Se for LTDA (valor patrimonial das cotas, que é igual ao valor nominal, mais créditos e dividas da empresa) ou SA (valor da ação).

4. Bens de terceiros que estavam em pode do falecido.

Não precisa colocar pede deferimento.

Após as primeiras declarações, promover-se-á a citação de todos os herdeiros, inclusive dos que ainda não estão no procedimento. A secretaria verifica as primeiras declarações e confere se falta algum documento. Se faltar documento, o juiz manda citar o herdeiro para que entregue o documento faltante. Se não residir na mesma comarca, proceder-se-á a citação por edital, inclusive se o herdeiro morar no exterior. Em 10 dias o herdeiro deve se pronunciar, inclusive para impugnar as primeiras declarações.

Também se iniciará o prazo para colação (que é o adiantamento de legitimas). Inicia-se a obrigação de colacionar. E dá ciência ao MP, principalmente se houver menor.

Proceder-se-á a avaliação dos bens e tem lugar quando a parte não declara ou quando há impugnação do valor declarado em sede de primeiras declarações. Cabe o recurso de agravo se o herdeiro não concordar com o valor do bem. A fazenda pública também pode impugnar.

O juiz pergunta se existem mais bens para inventariar. Daí surgem as últimas declarações, que ultima o prazo para colacionar. Depois das últimas declarações, o juiz determina o pagamento do imposto (ITCM).

Depois, segundo o art. 1026 do CPC deve se apresentar as certidões negativas fiscais {(municipal (de onde estão localizados os bens imóveis), estadual e federal (IR)} para que se proceda a partilha e o juiz posteriormente a homologue, expedindo o formal de partilha. O formal de partilha deverá ser averbado no registro de imóveis.

Depois: colação, ação de sonegação e partilha.

AULA 27 – 16/05/2005

Colações

Colação é o mesmo que conferencia. Colacionar = conferir.

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Trata-se de um conferencia dos bens havidos durante a vida do testador que os doou aos seus herdeiros em vida. O CCO preconiza pela igualdade das legitimas (arts.1847 cc 2002) quando os descendentes participam por direito próprio; a idéia principal do código é que os herdeiros que concorrem entre si, com direitos iguais devem ter respeitada a igualdade de legitimas. Aos ascendentes não existe esse ônus de colacionar. Tal disposto refere-se somente aos descendentes, nessa condição, qual seja, por direito próprio e não por direito de representação.

Assim, A doou para P, seu filho, $ 50.000,00, que quando vivo empreendeu um negocio de autopeças, perdendo seu patrimônio. Quando P morre já não há bens. Quando A morre, P já é pré-morto, os seus filhos, B e C devem entrar com o valor de $ 50.000,00 para colacionar e promover a igualdade das legitimas. Se a doação tivesse sido feita diretamente aos netos, B e C, não haveria necessidade de colação. Se todos os irmãos de P, ou tiverem renunciado ou forem pré-mortos, somente havendo herdeiros no segundo grau, então os netos receberão por cabeça e não existe a necessidade de colacionar o bem que o pai deles recebeu do de cujus.

$ 1.200,00 : 2 = 600 (meação); 600 : 2 = 300 (porção disponível da herança). Nessa porção disponível da herança é possível que se faça doações. Se a doação for feita para um herdeiro e o testador quiser dispensa-lo de colacionar o bem recebido, é preciso que em testamento, o testador o faça. Então deve haver a dispensa de colação. Se a doação ultrapassar o valor disponível (doou mais do que pode dispor) opera-se a chamada doação inoficiosa. (arts. 2006 e 2007). Na doação inoficiosa o excesso deve ser colacionado.

Mesmo quando o donatário é renunciante ele deverá colacionar, justamente para promover a igualdade das legítimas.

Digamos que A doou para P um apartamento no valor de $120. Quando A morre existe um patrimônio de $ 1200, que dividido por 2, encontre-se o valor da meação em $ 600, que dividido por 2 dá 300 e encontra-se o valor da porção disponível. Para o cálculo da legitima: 300 + 120 = 420 : 3 = 140. Então, com relação a P, subtrai-se dos 140, os 120 que ele já recebeu. Assim, S e T receberão 140 cada.

Se P fosse dispensado da colação, então o bem recebido não será computado juntamente com a herança. De outro modo, P receberá o valor igual ao de seus irmãos, acrescido o valor da doação recebida.

Ver art. 549 do CCB.

O art. 2012 diz respeito à doação feita por ambos os cônjuges e no inventário de cada um será aposto o valor da metade dos bens.

A essência da colação diz respeito somente aos descendentes, segundo o artigo 2002. No artigo 2003 a doutrina constatou que havia uma contradição entre os arts. 2002 e o 2003. o art. 2002 diz que a colação somente tem lugar com relação aos descendentes. Não se trata, na verdade, que o cônjuge deva colacionar, pois não é da natureza desse instituto que o cônjuge colacione. O art. 544 do CCB deu a entender a necessidade de o cônjuge colacionar. No CCB de 1916, o cônjuge não era herdeiro necessário e somente recebia em sede de meação. Quando o regime era de separação de bens era possível que um cônjuge doasse a outro os bens de sua parte disponível e o dispensava da colação. Parágrafo único do art. 2003.

No Código atual existe a discussão sobre a obrigatoriedade de o cônjuge colacionar e a conseqüente ação de sonegados. Hoje, com o novo código, foi instituída a concorrência do cônjuge

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com os outros herdeiros (ascendentes, descendentes), tornou-se pouco freqüente a doação de um cônjuge para outro. Os especialista em família e sucessões divergem.

A dispensa da colação é feita em dois momentos: ou no ato da liberalidade (ou seja, no ato de doação) ou também pode ser feita a dispensa em testamento. Não é possível que se faça a dispensa de colação por intermédio de um ato particular.

Alguns bens não são sujeitos a colação, como é o caso de dote para a filha. Existem também brigas com relação ao pai que realiza um festa suntuosa para o casamento da filha, ou bens que são comprados para casamento. Também o custeio de filhos em universidades particulares ou mesmo em curso no exterior são objetos de contestação. A regra é que os valores destinados para a educação não sejam colacionados, mas quando foge à regularidade, ou seja, podia estudar numa faculdade pública e foi para uma particular, isso pode ser considerado como adiantamento de legitima.

Com relação à valorização de bens doados, uma doação de um lote no valor de $ 20.000,00 que hoje está avaliado em $ 400.000,00. O CCB diz que se trata do valor do bem de acordo com o ato da liberalidade. Então a questão será resolvida em sede de tribunal.

AULA 28 – 19/05/2005

Ação de Sonegados

Jurisprudência sobre colações e ação de sonegados;

A ação de sonegados se trata de uma conseqüência natural à inexistência da colação feita por quem de direito, que deveriam ser feitas desde as primeiras declarações até as últimas declarações. Ultrapassadas a fase das últimas declarações, quando os herdeiros declaram que não há bens a declarar é possível que em sede da existência de bens não colacionados é que terá lugar a ação de sonegados.

Quando o herdeiro é citado e confessa que há bem não colacionados, a ação de sonegados não prossegue e os bens voltam para o acervo para serem partilhados ou mesmo uma sobrepartilha.

É necessário o dolo para configuração dessa ação e posteriormente a condenação do herdeiro sonegador. É a vontade de se enriquecer ou a vontade de prejudicar os outros herdeiros. A maioria da doutrina entende que se faz necessário a configuração do dolo, mas parte minoritária da doutrina entende que a simples culpa (negligencia, imperícia, imprudência) é bastante para sua caracterização.

A pena para o herdeiro considerado sonegador é a perda total do bem sonegado.

Na hipótese de doação de um bem de pai para filho, pode ser que isso tenha ocorrido num prazo muito grande, por exemplo, 40 anos. No entanto, o prazo para interpor a ação de sonegados, conta-se do óbito, mais precisamente se até as ultimas declarações não tiver o herdeiro declarado a existência de outros bens. Art. 205 do CCB: a prescrição ocorre em 10 anos, pois dentro da ação de sonegados não há fixação de outro prazo, contados do óbito. Mas o prazo se inicia depois das últimas declarações.

A jurisprudência estabelece que o prazo é de 10 anos e não se extingue, mesmo quando os herdeiros fazem um termo de entendimento entre si.

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Ação de sonegados é uma ação ordinária e somente é possível falar em bem sonegado, após o transito em julgado da ação. E segundo o Professor deve haver o dolo, ou seja, a vontade dirigida para tal.

Não é possível que se alegue bens sonegados, dentro do processo de inventário, posto que a ação de sonegados é uma ação autônoma e como visto, segue o rito ordinário.

Hipóteses de ação de sonegados:

Não descrição dos bens no inventário: quando o herdeiro sabe que o bem pertence ao falecido e não declara. A declaração deve ser feita pelo herdeiro, pelo credor do herdeiro ou pelo inventariante, que, aliás, é uma de suas atribuições;

Ocultação de bens em poder do herdeiro, de terceiros (quando o bem está sendo consertado);

Omissão de bens sujeitos à colação: são bens referidos no art. 1847;

Recusa em devolver os bens: a pessoa detinha o bem e se recusa a devolver, como ocorre nos casos de simulação de compra e venda de ascendente para descendente.

Se o inventariante não for herdeiro, a única conseqüência é a perda do cargo e o juiz manda buscar ou apreender o bem.

Art. 1994: quando se trata de sonegação o código não faz nenhuma remissão a este aspecto, não incluindo o cônjuge à pena de sonegação. Então fica sem efeito o dispositivo do art. 2003.

Os frutos também devem ser colacionados, como é o caso dos aluguéis.

Quem tem obrigação de colacionar: o herdeiro, o credor do herdeiro, o inventariante ou terceiros que estão na posse dos bens;

AULA 29 – 23/05/2005

Jurisprudência sobre partilha e arrolamento.

Partilha

O processo de partilha é importante dentro do inventário, mas também nos casos de separação judicial e do divórcio em que são utilizadas a mesma técnica.

A partilha não é a declaração do direito de alguém, pois esse foi transmitido no exato momento da morte. Na verdade, não é mais do que o desfazimento da comunhão ou universalidade e o pagamento de cada herdeiro. Em suma, sua função é pagar ao herdeiro.

A partilha pode ser amigável ou judicial. Quando todos os herdeiros forem maiores e capazes e estão de pleno acordo com a partilha, procede-se à mesma. Assim, quando há incapaz, faz-se obrigatória a partilha judicial. Essa é diferença básica entre as duas: quando há unanimidade de vontade, procede-se à partilha amigável. Se não há vontade uníssona ou se há incapazes, procede-se à partilha amigável.

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A partilha amigável pode ser de três categorias:

Por instrumento particular: representa um custo zero e é feito pelo advogado, que deve obedecer aos requisitos legais e doutrinários para se fazer uma boa partilha, fazendo crescer a sua responsabilidade que deve atender aos anseios das partes envolvidas. Então o advogado deve-se prevenir, fazendo observar todas as vontades envolvidas. Deve-se basear nas primeiras declarações, mas nada impede que verifique as últimas declarações. Daí, o advogado submeterá à apreciação dos herdeiros, a aquiescência com a partilha. O advogado somente assina a partilha amigável, depois que todos os herdeiros assinaram. A partilha é devolvida ao advogado, que, por meio de petição, requer a sua juntada da partilha aos autos.

Dona Maria, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado, apresentar o plano de partilha assinado pelas partes e requerer a juntada do mesmo, bem como a sua posterior homologação.

Sendo todos maiores e incapazes renunciam ao prazo recursal.

A renúncia ao prazo recursal faz com que o processo será mais célere.

Em seguida o juiz ordena que se paguem as custas processuais e pede a apresentação ou juntada aos

autos das certidões negativas fiscais (art. 1026 do CPC). Se não houver empecilho, ou seja,

pendências fiscais as certidões serão expedidas sem mais delongas. A certidão em nível federal é

bem simplificada. No caso da certidão estadual é preciso pagar o imposto e requerer a certidão

negativa. O professor ressalta que se trata de um procedimento um tanto burocrático. Em nível

municipal, também é preciso verificar se não há tributos pendentes. A partir da juntada das

certidões, o juiz homologa a partilha que, após o transito em julgado, é expedido o formal de

partilha.

Por escritura pública: trata-se de uma preparação também feita pelo advogado, mas que, no entanto, quer se precaver de algum contratempo. Mesmo sendo lavrado no cartório de notas, o tabelião pede ao advogado para preparar o plano de partilha, que no cartório, confere-se a documentação, junto com o plano e lavra a escritura. As partes devem ir ao cartório para assinar a escritura e é importante, pois os herdeiros não poderão alegar vicio de consentimento. No entanto, a desvantagem está no preço, que se aproxima de R$ 1000,00, dependendo da quantidade de bens e do número de escrituras emitidas. Quando todos assinam o tabelião envia o primeiro translado para o advogado. De posse da partilha o advogado deve requere nos autos a sua juntada e sua homologação. O juiz ordena o pagamento das custas processuais e a juntada das certidões negativas.

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Por termo nos autos: tem lugar quando dois ou mais herdeiros disputam um mesmo bem. Assim, não há consenso entre os herdeiros. É marcada uma audiência de conciliação em que o juiz tenta conciliar as partes, buscando uma solução para tal. Conseguindo a conciliação, o juiz dita para o escrivão que atermará nos autos o que o juiz ditar. O juiz em seguida pergunta se as partes renunciam ao prazo recursal, ordena o pagamento das custas, juntada das certidões, etc.

O formal de partilha é um instrumento que outorga ao herdeiro a apropriação do bem e deve conter a petição inicial do inventário, as primeiras declarações...

De posse do formal, cada herdeiro irá requerer no órgão competente (cartório, Detran, etc.) a titularidade do bem.

No plano de partilha apõe o pagamento do herdeiro ou do meeiro.

A partilha judicial ocorre quando não há acordo entre as partes ou quando há incapaz entre os herdeiros (art. 2016).

É preciso se observar determinadas regras para se proceder à partilha. Assim, a lei sugere que deve haver a maior igualdade possível tanto de quantidade, quando de qualidade. Digamos que num monte arrecadado existam 2 apto., 2 lotes, 1 casa, 1 fazenda e um fundo de investimento. Tal partilha deve contemplar a igualdade tanto em termos de quantidade, quanto em termos de qualidade para os herdeiros. Presume-se que quem recebe em dinheiro tem mais qualidade em termos de recebimento da herança. Essa é a única regra expressa no código. As outras regras sobre partilha estavam no CPC de 1939 que não foram perfilhadas pelo CPC atual.

Uma outra regra é se evitar litígios futuros. Então, procede-se à partilha pensando no futuro, no sentido de evitar brigar entre os herdeiros. É o caso do Senhor Antônio que se casou com Maria e comprou um terreno e construiu um imóvel. Depois de alguns anos e com vários filhos, o Senhor Antônio constrói vários imóveis dentro do lote para alojar os filhos, que nesse momento, já são maiores e casados. No fim da vida o Senhor Antônio morre e deixa o lote cheio de barracões. O lote está avaliado em $ 40. Dona Maria tem direito à metade, ou seja, $ 20. Os outros $ 20,00 serão partilhados entre os 8 herdeiros que receberão cada um $ 2,50. Na verdade o mais aconselhável seria que não fosse vendido o imóvel.

Existe a regra de se consultar a comodidade das partes. É o caso de dar a cada herdeiro, de acordo com sua localização, o bem que melhor lhe aprouver. Assim, deve-se consultar o interesse de cada herdeiro. Se os bens tiverem valores distintos, existe a chamada torna: que é o pagamento da diferença entre os valores dos bens, para evitar a desigualdade na partilha.

Existe uma outra forma de partilha, que é feita em vida. Segundo o professor é uma das mais difíceis que se tem. Geralmente a pessoa consulta os herdeiros, que dificilmente se contentam. Para se proceder a esse tipo de partilha, o autor deve separar uma parte da herança para sua sobrevivência (reserva de parte). É uma espécie de doação em vida. Se no futuro o bem precisar ser vendido pelo doador, não será possível, posto que os bens já foram doados. Também o doador não deve ficar desprotegido. O professor não aconselha a partilha em vida.

O artigo 2014 estipula uma regra nova, pois a partilha pode ser feita em testamento e será válida depois da morte do testador. Ela será válida, desde que não se prejudique a legítima dos herdeiros. Caso desrespeite as legítimas, a partilha pode ser anulada. Não é possível que o testador delimite um tempo para ser feita a partilha. Trata-se de disposição temporal, tida como não escrita. Assim,

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não é possível determinar quando vigorará a partilha. O disposto no artigo 2014 é uma novidade trazida pelo CCB.

Com relação à valorização ou desvalorização do bem, o CCB estipula que o valor é o da data da liberalidade, pressupondo o legislador que não haja inflação.

As partilhas homologadas podem ser anuladas ou rescindidas. Nas amigáveis o prazo é de um ano, na judicial o prazo é de dois anos. Um outro prazo não expresso na lei em decorrência das ações de investigação de paternidade que é imprescritível, dá ensejo a ação de petição de herança que rescinde a sentença de homologação. Uma sentença somente obriga a parte que daquele processo participa. De outro modo quem não participou não se submete à obrigatoriedade do julgado. O prazo será de 10 anos quando a lei não fixar outro prazo (art. 205 do CCB). No caso de usucapião o prazo máximo (em sede de má-fé) é de 15 anos e pode ser oposto quando o herdeiro está na posse dos bens. Os bens, via de regra, são regidos pelo prazo descritos no direito das coisa.

AULA 30 – 30/05/2005

Arrolamento

No CPC de 1973, ainda no período da ditadura, verificaram os administradores públicos federais que havia uma crise na Administração Pública, não somente no poder judiciário, configurando um emperramento da máquina estatal. Naquela época não existiam varas especializadas de sucessões. O inventário era processado numa vara civil. com a criação de um ministério da desburocratização, bem como o projeto de lei que criou o rito sumaríssimo, que tinha o prazo de 90 dias para terminar. Esse rito, posteriormente foi extinto e sem seu lugar foi criado o rito sumário.

No que se refere ao inventário, foram criados dois procedimentos: o arrolamento sumário e o arrolamento comum.

Arrolamento sumário

No arrolamento sumário os herdeiros devem ser maiores e capazes, bem como deve haver a unanimidade de vontades. A diferença para inventário reside nos requisitos os quais devem ser seguidos. No arrolamento existe uma petição de abertura de inventário onde são declarados os herdeiros, os bens e o valor desses bens, assim como se propõe o plano de partilha. Dessa forma, em uma única petição condensa-se o procedimento de inventário. Depois do plano de partilha, pede-se o deferimento. Assim, declara-se todos os bens numa única petição.

O código permite que seja nomeado o inventariante e, dentro do prazo máximo de 10 dias, deve haver o pagamento do imposto causa morte, ou também já se pode pagar antecipadamente. Depois são juntadas as certidões descritas no art. 1026 do CPC. Mas o juiz pode homologar a partilha sem a juntada dessas certidões. Não existe termo de inventariante, nem do seu compromisso, bem como das primeiras e últimas declarações.

Também, como celeridade, a fazenda pública também não intervém (nem poderia, segundo a lei). Caso seja necessária a intervenção a fazenda pública abrirá um processo administrativo, para a hipótese de não concordância com o valor dos bens.

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A lei também estabelece que o inventário seja convertida em arrolamento. De outro modo, também sem nenhum prejuízo dos atos praticados no processo, o arrolamento também pode ser convertido em inventário, caso algum herdeiro discorde, por exemplo, da partilha.

Também o MP não se pronuncia nesse processo. Mas nos últimos anos, o foco da preocupação do MP é com o interesse coletivo. No arrolamento sumário não há menores, posto que todos os herdeiros são maiores e capazes.

A avaliação é feita nas primeiras declarações, quando se trata de inventário. Antigamente existia uma fase de avaliação, mas em decorrência da influencia no procedimento de arrolamento, tal foi recepcionado pelo procedimento de inventário. No entanto, quando se tratar de menores, os juízes podem fazer proceder a essa fase de avaliação.

Com relação ao pagamento do imposto de transmissão causa morte, ele deve ser calculado e pago pelo advogado do inventariante. Trata-se de um tributo por homologação. Hoje a guia é entregue à repartição, que se correta, poderá ser paga.

No arrolamento sumário não há limite de valor dos bens.

Arrolamento comum

No arrolamento comum existem herdeiros capazes e incapazes no procedimento, mas o valor dos bens não ultrapassa 2.000 ORTN’s. Não existe mais ORTN, entretanto o disposto no CPC não foi alterado. Primeiramente, houve uma conversão de ORTN para UFIR. Depois, por intermédio da lei estadual, o valor foi estipulado é de bens até o valor de R$ 25.000,00.

A função do MP nesse procedimento é resguardar o interesse do menor. A fazenda pública, nesse procedimento confere se o valor dos bens é da ordem dos R$ 25.000,00. Se o valor for superior, a fazenda pública declara o real valor e o juiz converterá o procedimento em inventário.

Presta-se a atender aos interesses das classes menos favorecidas.

Importante ressaltar que se o valor do bem for, por exemplo, R$ 35.000,00 e haja meação, visto que o cônjuge tem direito à metade, essa metade do cônjuge entra no processo de arrolamento, mas somente sobre o valor dos herdeiros, que corresponderia a R$ 17.500,00, é que incidirá o imposto.

A lei exige que o formal de partilha somente poderá ser expedido após a entrega das certidões do art. 1026, mas a homologação da partilha poderá ser feita antes da apresentação das certidões. Art. 1031, § 1º e 2º.

AULA 31 – 02/06/2005

Garantia dos quinhões hereditários

É uma conseqüência constitucional do direito de herança. A universalidade é arrecada e pertence, até a partilha, a todos os herdeiros. Com a partilha, simplesmente, entrega-se a cada herdeiro, o seu respectivo quinhão, posto que o direito de herança já existia, desde sempre e a herança foi transmitida no exato momento da morte.

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Então a lei reserva a esse herdeiro o direito ao quinhão hereditário. Uma herança de $ 1000, dividido por 4 herdeiros, resulta no quinhão de 250. Segundo o professor essa divisão tem condão infraconstitucional.

No entanto, se um terceiro vier em juízo e pleitear um bem, posto que é seu verdadeiro titular, em detrimento de este bem estar elencado dentro os bens existentes no monte de uma herança. Ocorrerá a chamada evicção, ou seja, por sentença judicial o bem é perdido em favor desse terceiro.

Caso os herdeiros suspeitem se o bem é ou não de titularidade do sucedido, eles assumem o risco, então não serão ressarcidos no caso de evicção. No entanto, o mais comum, é que os herdeiros não assumam o risco da evicção. Segundo o professor não é muito comum ser aposta essa clausula em sede de partilha.

Assim, se o monte é composto de vários bens, equivalentes entre si, e um dos bens, que fica com um herdeiro, é um imóvel que sofre evicção, tal herdeiro terá direito ao ressarcimento por parte dos outros co-herdeiros. Isso constitui a garantia do quinhão hereditário.

Pode ocorrer que a evicção seja declarada em face de o herdeiro ter cometido dolo. São hipóteses em que o herdeiro é omisso e deixa um terceiro se apossar do bem, fazendo jus à usucapião.

O artigo 1040 do CPC trata da sobrepartilha. A sobrepartilha tem lugar para imprimir celeridade ao procedimento do inventário, vez que dentre os bens do monte pode haver um bem sobre o qual verse algum litígio.

A sobrepartilha tem lugar quando há bens litigiosos ou de liquidação difícil ou morosa, bens desconhecidos, bens sonegados e bens situados em lugar remoto.

A ação de sonegados ocorre depois das últimas declarações, mas antes da partilha. No entanto é possível que se faça a partilha e depois se proponha a ação de sonegados, ocorrendo, então, a sobrepartilha.

Podem existir bens de que os herdeiros não tenham conhecimento, muito comum nos casos em que o bem está situado em outra localidade.

Ocorre a sobrepartilha nos casos em que um imóvel esteja invadido, recaindo sobre o mesmo, um litígio. Assim, após a solução do litígio é que se procede à partilha. No entanto, como a lei bem autoriza, nessa situação, é melhor que seja a sobrepartilha. Assim, procede-se a partilha sem o bem litigioso e quando se resolver a situação, faz-se a sobrepartilha.

A sobrepartilha constitui num requerimento para desarquivar o processo de inventário, a fim de se averiguar quem são os herdeiros e o inventariante. Dessa forma, em nome do inventariante, procede-se à sobrepartilha e paga-se o imposto causa morte somente da sobrepartilha. Geralmente, o juiz não designa a apresentação das certidões negativas, mas pode ocorrer que ele ordene a apresentação somente da certidão municipal.

Isso ocorre dentro do mesmo procedimento de inventario. É apresentado um plano de partilha sobre o bem em questão e não há um limite legal para a ocorrência das sobrepartilhas.

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Se o herdeiro sofrer evicção, não existe uma ação nominada para que ele se volte contra os outros co-herdeiros. O rito é o ordinário e o processo ocorre na vara cível. O herdeiro que foi evicto levará o documento de partilha e a sentença da evicção; art. 2026 do CCB.

AULA 32 – 06/06/2005

Terminado o processo de inventario, a partilha transita em julgado e é expedido o formal de partilha. Caso sejam poucos bens, apenas um formal é suficiente. Se forem muitos os bens, é importante que cada herdeiro tenha uma cópia.

De posse do formal de partilha e recebendo os honorários, duas providencias devem ser tomadas e não dependem do advogado. Uma é a declaração de encerramento do IR, daí o CPF do de cujus será cancelado. Faz-se uma verificação entre os valores declarados dos bens e se não tiver procedido com o valor correto, haverá uma suplementação na ordem de 15% sobre a diferença. A segunda providência é que de posse do formal de partilha, os herdeiros dirigem-se ao cartório, detran, bolsa de valores, etc, para transferir a titularidade do bem. O formal de partilha é valido como uma escritura pública.

Quando há uma devolução de verbas do IR, verbas oriundas do contrato de trabalho, PIS ou FGTS, tais verbas não são próprias do inventario. Então, utiliza-se a lei 6858/1980 para requerer alvará judicial e levantamento das quantias respectivas. Importante notar que muitos juízes não sabem da existência dessa lei. Tal lei não respeita a ordem de vocação hereditária, pois as pessoas recebem de acordo com a inscrição de dependência no INSS. Assim, se houverem herdeiros não relacionados nessa guia, eles não poderão requerer alvará judicial. Importante ressaltar que a lei 6858/1980 não foi revogada pelo CCB de 2002. o art. 1º: somente em última hipótese é que se observa a sucessão descrita no CCB.

Acórdãos sobre sucessões em geral: apelação TJSP

AULA 33 – /06/2005

Apresentação acórdão.

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