processo civil - caderno

74
Andrea Caraciola - Processo Civil III - Página  | 1 08/08/2011 PROCESSO é relação jurídica, reunião de atos processuais encadeado no tempo e no espaço com vistas à pacificação social com justiça para definir o conflito. Há 3 espécies/classificação do processo: 1. Execução 2. Cautelar 3. Conhecimento O critério se estabelece de acordo com a pretensão, o pedido. Conhecimento Surge a partir de uma INDEFINIÇÃO acerca da titularidade do direito material. O juiz ouve o autor e o réu, em contraditório, colhe as provas, se decide e profere sua sentença, motivando- a. É o princípio do livre convencimento motivado. Execução (Lei 11.232/2005)   desestruturou o processo de execução. Título executivo  exterioriza o grau de certeza que legitima o ato de constrição. Processo de execução: sabe-se de quem é o direito, mas precisa viabilizar o usufruto desse direito, que de alguma forma está inviabilizado. Por exemplo, sentença condenatória não cumprida   a parte condenada não pagou. O credor não precisa de um novo processo, aparelha-se o título executivo de constrição. Processo de execução existe? Se o título for  judicial, não existe mais processo. Existirá uma fase de cumprimento de sentença. Se for extrajudicial (cheque, debênture, nota promissória), sobre esse título haverá sim processo de execução. O título extrajudicial é aquele produzido fora do juízo. FASE DE EXECUÇÃO  TÍTULO JUDICIAL PROCESSO DE EXECUÇÃO  TÍTULO EXTRAJUDICIAL Cautelar Acautelar, proteger. Mas proteger do quê? Protege o direito processual, direito a outro processo regular, o de conhecimento ou execução. Processo cautelar é instrumento do instrumento, instrumentalidade². Ele protege a efetividade de um outro processo. ITER COGNITIVO ORDINARIZADO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO 1. Petição Inicial   provocação do judiciário Processo nasce quando se pede algo ao judiciário. Por exemplo, o juiz indefere uma petição inicial liminarmente (antes da citação, in limine) pela decisão interlocutório liminar. O processo nasce antes da citação, com a distribuição ou com o despacho inicial. Com a petição inicial o autor ingressa em juízo. Ela define o objeto litigioso do processo. É o PEDIDO que delimita o processo. É o principal ato a delimitar a cognição, conhecimento do juiz. 2. FASE POSTULATÓRIA   fase entre a defesa e a petição inicial 3. Defesa 

Upload: gabriel-carmona

Post on 10-Oct-2015

63 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Caderno de processo civil II

TRANSCRIPT

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    1/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 1

    08/08/2011

    PROCESSO relao jurdica, reunio de atos processuais encadeado no tempo e no espao

    com vistas pacificao social com justia para definir o conflito.

    H 3 espcies/classificao do processo:

    1.

    Execuo2. Cautelar

    3.

    Conhecimento

    O critrio se estabelece de acordo com a pretenso, o pedido.

    Conhecimento

    Surge a partir de uma INDEFINIO acerca da titularidade do direito material. O juiz ouve o

    autor e o ru, em contraditrio, colhe as provas, se decide e profere sua sentena, motivando-

    a. o princpio do livre convencimento motivado.

    Execuo(Lei 11.232/2005)desestruturou o processo de execuo.

    Ttulo executivoexterioriza o grau de certeza que legitima o ato de constrio.

    Processo de execuo: sabe-se de quem o direito, mas precisa viabilizar o usufruto desse

    direito, que de alguma forma est inviabilizado.

    Por exemplo, sentena condenatria no cumprida a parte condenada no pagou. O credor

    no precisa de um novo processo, aparelha-se o ttulo executivo de constrio.

    Processo de execuo existe? Se o ttulo for judicial, no existe mais processo. Existir uma

    fase de cumprimento de sentena. Se for extrajudicial(cheque, debnture, nota promissria),

    sobre esse ttulo haver sim processo de execuo.

    O ttulo extrajudicial aquele produzido fora do juzo.

    FASE DE EXECUOTTULO JUDICIAL

    PROCESSO DE EXECUOTTULO EXTRAJUDICIAL

    Cautelar

    Acautelar, proteger. Mas proteger do qu? Protege o direito processual, direito a outro

    processo regular, o de conhecimento ou execuo.

    Processo cautelar instrumento do instrumento, instrumentalidade.

    Ele protege a efetividade de um outro processo.

    ITER COGNITIVO ORDINARIZADO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO

    1. Petio Inicialprovocao do judicirio

    Processo nasce quando se pede algo ao judicirio. Por exemplo, o juiz indefere uma

    petio inicial liminarmente (antes da citao, in limine) pela deciso interlocutrio

    liminar.

    O processo nasce antes da citao, com a distribuio ou com o despacho inicial.

    Com a petio inicial o autor ingressa em juzo. Ela define o objeto litigioso do

    processo. o PEDIDO que delimita o processo.

    o principal ato a delimitar a cognio, conhecimento do juiz.

    2.

    FASE POSTULATRIAfase entre a defesa e a petio inicial3. Defesa

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    2/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 2

    4.

    FASE ORDINRIAo processo interesse muito mais ao Estado Juiz do que ao interesse

    particular das partes.

    As matrias de ordem pblica interessam ao Estado, o interesse pblico do processo.

    Art. 301elenca preliminares (matrias impeditivas do exame do mrito).

    4 - matrias de ordem pblica (vcio)

    5.

    SANEAMENTOA deciso saneadora uma deciso interlocutria complexa. Todo ato

    processual complexo formalmente uno, mas fracionvel em tpicos, matrias,

    contedos.

    Deciso saneadoralimpar o processo

    a. O juiz determina que sejam regularizados os vcios sanveis;

    b.

    O juiz determina os pontos controvertidos;

    c. O juiz defere, autoriza os meios de provas pertinentes e indefere os impertinentes;

    d. Se houver sido determinada prova oral, o juiz designa audincia de instruo,

    debates e julgamento.

    Onde o juiz saneia? Em gabinete ou em audincia?

    Em audinciade acordo com:

    I. A natureza jurdica do direito material, que precisa ser transacionvel,

    disponvel ou parcialmente disponvel;

    II. Demonstrao no caso concreto da possibilidade real de transao. Por

    exemplo, quando o ru alega ilegitimidade passiva e o juiz acolhe essa

    ilegitimidade. Logo, no h possibilidade de transao, ento o juiz nem vai

    perder tempo saneado o processo.

    10/08/2011

    Deciso saneadora = deciso complexaabrange vrias matrias.

    6. FASE INSTRUTRIAcolhe as provas deferidas no saneamento, aquelas que tenham

    sido requeridas pelas partes.

    O juiz poder determinar provas ex oficio, por causa dos poderes instrutrios que lhes

    so conferidos.

    7.

    Se houver prova oral a ser colhida, ela ser na audincia de instruo, debates e

    julgamento.

    Audincia de instruo debates e julgamento serve para colher prova ORAL deferidano saneamento ou determinada ex oficiopelo juiz.

    8.

    FASE DECISRIAse o magistrado estiver convencido, ele ir proferir...

    9. SENTENA

    O vencido poder impugnar a sentena:

    10.

    FASE RECURSAL

    11.COISA JULGADA= imutabilidade da deciso dentro do processo, porque no cabe mais

    recurso, porque:

    1.

    Exerccio de toda cadeia recursal;

    2.

    No exerccio da cadeia recursalparte se conformou, perdeu prazo etc.

    Publicada a sentena, tem 15 dias para recorrer.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    3/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 3

    Imutabilidade da sentena de mrito daquele processo.

    Houve coisa julgada, mas um ano depois a parte vencida descobre que o juiz recebeu

    R$ 2 milhes para julgar485, I. A parte lesada poder propor outra aopar anular a

    coisa julgada. a AO RESCISRIA(processo de conhecimento).

    Ao rescisriarescindir sentena de mrito transitada em julgado com vcio previsto

    no art. 485- A sentena de mrito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

    I - se verificar que foi dada por prevaricao, concusso ou corrupo do juiz;

    II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;

    III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de

    coluso entre as partes, a fim de fraudar a lei;

    IV - ofender a coisa julgada;

    V - violar literal disposio de lei;

    VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou

    seja provada na prpria ao rescisria;

    VII - depois da sentena, o autor obtiver documento novo, cuja existncia ignorava, oude que no pde fazer uso, capaz, por si s, de Ihe assegurar pronunciamento

    favorvel;

    VIII - houver fundamento para invalidar confisso, desistncia ou transao, em que se

    baseou a sentena;

    IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;

    1 H erro, quando a sentena admitir um fato inexistente, ou quando considerar

    inexistente um fato efetivamente ocorrido.

    2 indispensvel, num como noutro caso, que no tenha havido controvrsia, nem

    pronunciamento judicial sobre o fato.

    Ao rescisria observa o processo de conhecimento. de competncia originria dostribunais, ela j comea em 2 grau, decidida por acrdo.

    plenamente possvel ao rescisria de rescisria. permitida rescisria sucessiva.

    CF/88 assegurou duas espcies de tutela:

    1. Preventiva(inibitria)tutela ameaa de abuso

    2.

    Ressarcitria (indenizatria) proteo pedida ao judicirio depois que o dano

    aconteceu.

    Audincia preliminarquando o saneamento feito em audincia.

    Audincia de conciliaopoder ser determinada a qualquer tempo para tentar conciliar as

    partes.

    Audincia de instruo, debates de julgamentoprova oral.

    EXECUO

    Se j tiver coisa julgada, a execuo ocorrer no mesmo processo de conhecimento e

    ser chamada de execuo ou cumprimento de sentena definitiva, porque o ttulo

    definitivo, j que houve o trnsito em julgado.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    4/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 4

    Proferida a sentena e interposto recurso de apelao, se este for recebido sem efeito

    suspensivo, aquela sentena produzir efeitos antecipadamente, a EXECUO

    PROVISRIA, porque ainda no houve trnsito em julgado.

    SENTENA RECURSO SEM EFEITO SUSPENSIVO EXECUO PROVISRIA

    Marcos preclusivos defesa, saneamento, audincia de IDJ, sentena e coisa julgada No

    processo de conhecimento (sistema do CPC), como regra (h exceo), ultrapassada uma fase

    processual a ela no se retorna, SALVOdiante do reconhecimento judicial em grau recursal de

    um error in procedendoerro no procedimento.

    Praticado um ato processual, a ele no se retroage. Processo sempre anda para frente.

    Excepcionalmente possvel retroagir ao ato j praticado, por exemplo, quando o juiz errou ao

    fixar os pontos controvertidos:

    Parte se conforma

    Parte agrava Recurso de AGRAVO, que interposto perante a deciso

    interlocutria.

    agravo de instrumento.

    A deciso saneadora contm um vcio.

    Se o acrdo de agravo de instrumento concorda com o agravante, retorna-se ao

    momento do ato invalidado para que ele seja repraticado. E eventuais atos tambm

    praticados em primeiro grau so repraticados.

    Agravo NO suspende o processo.

    Se for conferido efeito suspensivo ao agravo, o processo fica travado.

    ImportanteCAI NA PROVA:

    Processo pode caminhar para trs quando houver VCIO, o error in procedendo erro de

    procedimento.

    ERROR IN PROCEDENDO o erro cometido pelo juiz na conduo do processo, o erro de

    atividade que viola regras processuais ou procedimentais.

    Por exemplo, juiz que no motiva a deciso, que viola regras processuais/procedimentais etc.

    Diante de error in procedendo, interposto recurso e este sendo acolhido, volta-se ao tempo do

    vcio, e tudo aquilo que foi praticado do acrdo ao vcio ser invalidado.

    Processo marcha para frente.

    Excepcionalmente marcha para trs quando houver sido reconhecido em segundo

    grau o error in procedendo.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    5/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 5

    Audincia de instruo, debates e julgamento

    Conceito: ato processual formal, solene, pblico e complexo durante o qual as provas orais so

    produzidas, a causa debatida e sobrevm a sentena.

    ATO PROCESSUAL

    Complexo

    Pblico

    Formal e solene processo = forma segurana jurdica. Porm a cincia processual

    vem evoluindo.

    Atualmente h um abrandamento do rigor formal, a instrumentalidade do processo

    e das formas.

    Processo MEIO. A forma pela forma no leva a nada.

    244, 250 nico instrumentalidade da forma: ato praticado da forma diferente da

    prevista em lei. Se ele atingir sua finalidade sem causar prejuzo real para a parte esse

    ato ser reaproveitado, com base nos princpios da celeridade, economia dos atos

    processuais, aproveitamento dos atos processuais e instrumentalidade das formas.

    Por exemplo, audincia ato formal, mas se houver vcio, este poder ser amenizado.

    Art. 452ordem das provas orais na audincia de instruo, debates e julgamento

    Impe um rigor formal na colheita da prova oralRIGOR FORMAL:

    1.

    Perito + assistentes

    2. Depoimento pessoal das partes

    1 autor

    2 ru

    3.

    Testemunhas

    Por exemplo, h uma testemunha adoecida que saiu do hospital somente para prestar

    seu testemunho. O juiz ento resolve ouvi-la primeiro. Pode? Se no tiver trazido

    prejuzo e a audincia tiver atingido seu objetivo, nohavererror in procedendo, pois

    com a instrumentalidade h uma abrandamento da forma. Caso contrrio, se houver

    prejuzo das partes e/ou a audincia no tiver atingido seu objetivo, haver error in

    procedendo; a parte prejudicada dever agravar para que o error in procedendoseja

    reconhecido.

    15/08/2011AUDINCIA DE INSTRUO DEBATES E JULGAMENTO

    CPC 444 458

    1. Conceito

    2.

    Finalidade

    3.

    Obrigatoriedade (?)

    4. Momento processual

    5.

    Precluso prova documental

    6. Ato processual

    a.

    Formal (instrumentalidade [?])

    b.

    Solenepoderes do juiz

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    6/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 6

    De polcia

    De contempt of court

    Complexo

    Atos probatrios (452)

    Atos postulatrios (454, 3)

    Atos decisriosplural

    7. Momentos da audincia

    Tentativa de conciliao?

    8. Princpios

    9. Adiantamento / Antecipao

    Cndido Rangel Dinamarco o pai da chamada instrumentalidade temperada: se o ato atingir

    seu objetivo e no houver prejuzo para as partes.

    Audincia de instruo, debates e julgamento um ato processual complexo, ou seja, com

    vrias fases, momentos:

    1. H colheita de prova oraldeferida no saneamento, desde que requerida pelas partes

    ou ex oficiopelo juiz;

    2.

    Debates oraisda causa;

    3. Espera-se a prolao de sentena oralpelo juiz

    A audincia (=ouvir) concentra trs atos de natureza oral Princpio da oralidade.

    Hoje, muita dessa oralidade foi perdida.

    A oralidade implica em Celeridade, mas h uma grande quantidade de processos.

    A audincia preliminar deixou de ser obrigatria em 2002, deixando de preservar a oralidade.O atual CPC prestigia a Oralidade, que traz Efetividade e Celeridade ao processo.

    Ovdio Baptista afirma que a audincia de instruo, debates e julgamento o ponto mximo

    da atividade probatria do processo. Por que essa audincia to importante? Nessa

    audincia h a valorizao do elemento humano. O CPC/73 valoriza o lado humano. A

    expresso sentenasignifica sentimento, de justia do juiz.

    O juiz tem trs limites:

    1.

    Lei

    2. Provas

    3.

    Pedidos

    Quando o juiz sentencia, ele transporta um sentimento para o papel.

    So trs os elementos limitadores:

    Como regra, a lei, porque a jurisdio de direito, ou seja, o juiz aplica a lei ao caso

    concreto. Em no havendo lei, o juiz usar a analogia, costume e princpios gerais.

    Quando a jurisdio de equidade (art. 6, lei 9.099 - O Juiz adotar em cada caso a

    deciso que reputar mais justa e equnime, atendendo aos fins sociais da lei e s

    exigncias do bem comum):

    Equidade Soluo do conflito pautada nos fins sociais, no senso comum, emcritrios de justia.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    7/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 7

    Quando o juiz tem o permissivo para aplicar a equidade, ele no est preso lei.

    Na audincia, quando h pessoalidade, autor, ru e juiz, haver melhores condies de

    desenvolver o sentimento de justia. o princpio da identidade fsica do juiz. O juiz

    que olhou nos olhos das partes ou das testemunhas o que tem o dever de

    sentenciar.

    Nesta audincia de IDJ o ponto mximo das provas, porque h contato humano

    entre as razes do conflito, as partes, e o juiz. E tambm porque h maior possibilidade

    de conciliao. H melhor percepo do magistrado sobre o conflito.

    Momento processual: audincia de IDJ realizada ao final da fase instrutria. um marco

    preclusivo, encerra a fase instrutria e inicia a fase decisria.

    Finalidade: colheita de prova oral. A audincia no obrigatria, pois a prova oral pode ou na

    ter sido deferida no saneamento. Logo, se no houver prova oral no haver audincia de IDJ,

    assim o juiz passar para a fase decisria.

    Precluso prova documental. Aps essa audincia no poder mais ser juntada prova

    documental (regra). Exceo feita quanto aos fatos novos supervenientes.

    Audincia de instruo, debates e julgamento

    1.

    Prego ou Apreagoamento ato que consiste no chamamento das partes para que

    adentrem a sala de audincia. O magistrado faz a declarao de abertura de audincia.

    Art. 450 No dia e hora designados, o juiz declarar aberta a audincia, mandando

    apregoar as partes e os seus respectivos advogados.

    O artigo acima transcrito est errado, o legislador inverteu a ordem dos trabalhos. O

    certo primeiro o prego e depois a abertura dos trabalhos.

    2.

    Art. 125, IV O juiz dirigir o processo conforme as disposies deste Cdigo,

    competindo-lhe tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes Tentativa de

    conciliao: deverdo juiz tentar conciliar as partes a qualquer tempo.

    A conciliaohoje vista como a forma mais plena de tutela, demonstrado a maturidade

    das partes em dispensar a interveno estatal, demonstra a autocomposio das partes.

    Tentativa de conciliao antecedente lgico.

    Pode ser a qualquer tempo: por exemplo, a conciliao possvel quando o direito for

    transacionvel.

    Por que possvel ao magistrado homologar um acordo aps o trnsito em julgado? porque

    a conciliao a forma mais plena de tutela. o que diz o professor Nelson Nery.

    CAI NA PROVA:

    Tentativa de conciliao:

    No obtm a conciliao = infrutfera. Continua a audincia com colheita de prova

    oral, debates e sentena. Obtm a conciliao = frutfera

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    8/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 8

    O juiz prolatar a sentena, em que sua atuao ser HOMOLOGATRIA, para dar

    validade ao ato.

    Sentena homologatria com ou sem resoluo do mrito? O CPC classifica sentena

    em com ou sem julgamento do mrito, podendo ser definitiva ou terminativa. Nas

    sentenas definitivas (269), o magistrado define o conflito, adentra ao direito material

    e resolve a lide, extinguindo o julgamento analisando o mrito. Nas terminativas

    (267), o juiz no resolve o conflito, ele posterga a deciso do conflito em razo de

    vcios na forma; ele no analisa o mrito pois h defeitos.

    269, IIIquando as partes transigiremsentenas homologatrias da conciliao so

    sentenas definitivas com julgamento do mrito. Est correto? Porque no houve

    realmente umjulgamentodo mrito. Est correto, devido formao da coisa julgada,

    inviabilizando a repropositura de ao idntica.

    Um exemplo: trata-se de prestao de contas. Designada a audincia de instruo debates e

    julgamento, o autor e o ru se compuseram. O ru prestar as contas e entregar ao autor

    uma BMW-2012. O juiz poder homologar tal acordo? Analisando o pedido mediato

    (prestao de contas) e o pedido imediato, qualquer que seja ele, de acordo com o art. 128,

    CPC, o juiz decidir a lide nos limites em que ela foi proposta (Princpio da adstrio ou

    congruncia). O juiz poder homologar por sentena algo alm do pedido, porque a

    conciliao a forma mais plena de tutela, as partes tem liberdade de deliberar, se o direito

    for transacionvel e disponvel.

    As partes so livres para transacionar;

    Ao magistrado no caber discutir o direito material transacionado. A ele caber

    apenas verificar o preenchimento dos requisitos de validade do ato jurdico. Se as

    partes quiserem transacionar 500kg de cocana, o juiz no poder homologar.

    O princpio da adstrio ou da congruncia no vigora diante das sentenas homologatrias da

    transao ou da conciliao. CPC, 475-N, III

    17/08/2011

    269 SENTENA HOMOLOGATRIA

    Audincia de IDJao processual formal, solene, pblicoe complexo.

    formalem razo da segurana jurdica, caso a forma no seja observada o ato seria

    nulo, quando causar error in procedendo. Atualmente h um abrandamento da forma.

    soleneporque ela conduzida pelo juiz, que a figura do Estado no processo.

    Poderes do juiz:

    1.

    Jurisdicionais: para dizer o direito no caso concreto. So 3 espcies:

    a. Ordinatrios: poder dever para a todo tempotutelar o processo para

    que ele marche adiante. Para sanar os vcios.

    Matrias de ordem pblica so aquelas que dizem respeito ao

    interesse publicstico do processo.

    O processo interessa mais ao Estado, pois ele o detentor do exerccioda funo jurisdicional. Ao estado no interessa manter vivo um

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    9/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 9

    processo que tem um vcio insanvel, assim o juiz deve extinguir o

    processo sem resoluo do mrito.

    Art. 301, 4 Matrias de ordem pblica

    CAI NA PROVA: As matrias de ordem pblica devem ser

    conhecidas de ofcio pelo juiz ou tribunal nas instncias ordinrias.

    Nas instncias extraordinrias (REsp e REst) as matrias de ordem

    pblica devem ser prequestionadas, ou seja, no podem ser

    conhecidas de ofcio.

    Em 1 e 2 grau as matrias de ordem pblica DEVEM ser

    reconhecidas DE OFCIOpelo juiz.

    Nas instncias extraordinrias, em REsp e REst, por questo de poltica

    antirrecursal, as matrias de ordem pblica no podem ser conhecidas

    de ofcio. A parte dever alegar o vcio antes de adentrar a instancia

    extraordinria, caso contrrio ela no poder ser conhecida.

    Matria de ordem pblica processual267, CPCMatria de ordem pblica substancial funo social do contrato, da

    propriedade etc.

    b. Instrutrios: poderes para colher as provas que foram requeridas pelas

    partes. O juiz tambm tem poderes para buscar provas por si s.

    Teoria da carga dinmica da prova

    c. Decisrias (?): os poderes que a doutrina clssica fala que so

    decisrios so apenas decisrios? Questionamento do termo

    decisrio. Aps a lei de execuo (11.232/05), o juiz tem apenas

    poderes decisrios?

    BINMIO DE LIEBMAN(h dois processos)

    |PI_Conhecimento

    _Sentena| |PI_Execuo

    _|

    Antes da lei de execuo, proferida a sentena e esta no sendo

    executada, deveria ter uma nova ao de execuo para executar a

    sentena.

    Sentena meramente declaratria autoexequvel

    Sentena constitutiva ou desconstitutiva tambm autoexequvel.

    Sentena condenatria, com a nova lei de execuo houve uma

    desestruturao. Hoje o autor ingressa com a petio inicial.

    |PI_fase cognitiva

    _Sentena|MODELO SINCRTICO DE TUTELA (h duas fases no mesmo processo)

    Se esta sentena no for cumprida h a chamada fase de

    cumprimento da sentena. O juiz NOpode abrir a fase de execuo

    de ofcio. Precisa ter uma petio da parte.

    |PI_fase cognitiva_Sentena|_fase de execuo_|

    IMPORTANTE: O juiz tem poderes para decidir (poderes decisrios) e

    para executar (poderes executrios) no mesmo processo. Antes da lei

    de execuo, o juiz tinha esses dois poderes, decisrios e executrios,

    s que em processos distintos.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    10/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 10

    2.

    Poderes de polcia: para reprimir ou prevenir os atos atentatrios

    adminsitrao da justia (445, 446 III, 125 III - CPC). So poderes de

    natureza administrativa, so preventivos, inibitrios e repressivos.

    pblicoem razo da necessidade de transparncia dos atos do Poder Pblico.

    Publicidade e motivao so garantias do Estado Democrtico de Direito.

    Como regra, os atos processuais so pblicos. Excepcionalmente correro em segredo

    de justia. O sigilo implica em restrio da publicidade em razo de um interesse

    pblico mais relevante.

    Art. 155- Os atos processuais so pblicos. Correm, todavia, em segredo de justia os

    processos:

    I - em que o exigir o interesse pblico; - depende do caso concreto, de acordo com o

    princpio da proporcionalidade.

    II - que dizem respeito a casamento, filiao, separao dos cnjuges, converso desta

    em divrcio, alimentos e guarda de menores so as chamadas aes de estado da

    pessoa, que so aquelas que implicam em mudana ou constituio do estado dapessoa:

    Status civitatis(civil),familiae(famlia) e libertatis(liberdade).

    O art. 155 no um rol fechado.

    Segredo de justia pode ser requerido pelas partes. O juiz proferir deciso

    interlocutria deferindo ou no o segredo de justia; dessa deciso cabe agravo.

    21/08/2011

    COMPLEXIDADE DA AUDINCIA

    Audincia de IDJ um ato complexo porque em um nico ato h a concentrao de vrioscontedos:

    1. Conciliao infrutfera: h a COLHEITA DE PROVA ORAL.

    ATOS PROBATRIOScolheita de prova oral.

    Art. 451 - Ao iniciar a instruo, o juiz, ouvidas as partes, fixar os pontos

    controvertidos sobre que incidir a provaem contradio: juiz deveria fixar os pontos

    controvertidos no saneamentoart. 331, 3.

    H uma antinomia aparente, contradio entre normas Traz

    superao/compatibilizao entre normas. O art. 331 sofreu reforma em 2002 e o art.

    451 de 1973 Temporariedade: O art. 451 foi revogado tacitamente pelo art. 331,3.

    Nelson Nery Junior fala que o legislador impe ao magistrado a fixao dos pontos

    controvertidos no saneamento. Parece a doutrina mais atualizada. Esse autor fala que

    ocorreu a revogao tcita do art. 451 pelo art. 331, 3.

    Ordem da prova452:

    I. Perito e assistentes: prova pericial e requerimento do perito pelas partes ou

    ex oficiopelo juiz. S haver esclarecimento do perito se houver sido deferida

    prova pericial por requerimento das partes ou ex oficiopelo juiz na audincia.

    Diferente dos assistentes tcnicos que so das partes.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    11/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 11

    II.

    Depoimento pessoal das partes: cujo objetivo a obteno de confisso.

    Primeiro fala o autor e depois fala o ru.

    III. Oitiva de testemunha: primeiro as do autor e depois as do ru. Pode ter

    inverso dessa ordem quando h ao de reconveno.

    A ordem cogente(452), mas o magistrado pode inverter a ordem da colheita

    por causa do Princpio da Instrumentalidade, a jurisprudncia majoritria do

    STJ, somente se no houver o error in procedendo: a nulidade pode ocorrer se

    a audincia no atingir sua finalidade ou se houver prejuzo para uma das

    partes.

    2. Realizao de atos postulatrios: O magistrado abrir os debates (orais) entre as

    partes.

    Debates orais servem para que o autor e o ru faam suas ltimas consideraes entre

    as partes. Qual a importncia desses debates orais? Excepcionalmente esses debates

    podem ser convertidos em memoriais escritos. Qual a funo? Fazer um balano

    sobre o desenvolvimento e o cumprimento do nus da prova.No CDC h a possibilidade de inverso do nus da prova. A Jurisprudncia recomenda

    o deferimento da inverso no saneamento.

    Debates Tempo repartido, art. 454

    IMPORTANTECAI NA PROVA: MEMORIAIS so peas de advogado que contm

    de forma sinttica as alegaes finais do autor e do ru sobre o exerccio do nus das

    provas e o seu cumprimento, postulando o autor o reconhecimento da procedncia de

    seu pedido e o ru a improcedncia do pedido do autor.

    Prazo para os memoriais: art. 454, 3 - Quando a causa apresentar questes

    complexas de fato ou de direito, o debate oral poder ser substitudo por memoriais,

    caso em que o juiz designar dia e hora para o seu oferecimentoQuando a causa

    apresentar complexidade, os debates orais podero ser convertidos em memoriais. H

    discricionariedade do magistrado.

    muito comum os debates serem convertidos em memoriais, at mesmo porque se os

    debates acontecerem, espera-se que o magistrado prolate uma sentena tambm oral

    ao final da audincia.

    CAI NA PROVA: O prazo para os memoriais judicial, como regra, porm se o juiz

    se omitir na fixao do prazo, este prazo, que era judicial, passa a ser legal, fixado no

    art. 185e ser de 5 dias. O prazo para oferecimento dos memoriais podem ser comum

    ou sucessivo. Ser comumquando o juiz der, por exemplo, 5 dias para autor e ru,assim, tanto o autor quanto o ru ao final dos 5 dias devero apresentar os memoriais.

    Ser sucessivo quando o juiz, por exemplo, fixar 15 dias para somente o autor

    apresentar os memoriais e findo esse prazo, o autor apresentar seus memoriais e

    logo em seguida comear a fluir o prazo, tambm de 15 dias, para o ru apresentar

    seus memoriais.

    3. Prolao de sentenaATO DECISRIO

    Espera-se que o juiz sentencie na audincia. Se ele no sentenciar na audincia, nada

    acontece.

    Sentena s pode vir depois dos memoriais, caso haja a converso. E h um prazo para

    prolao: art. 456:Encerrado o debate ou oferecidos os memoriais, o juiz proferir a

    sentena desde logo ou no prazo de 10 (dez) diasSentena desde logo, quando h

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    12/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 12

    debates ou em 10 dias em caso de memoriais. Esses 10 dias PRAZO IMPRPRIO,

    caso o juiz no sentencie em 10 dias nada acontece, porque o prazo no fatal.

    Sentena o principal ato de tutela na relao processual. No processo de

    conhecimento a funo da sentena definir a titularidade do Direito Material. Na

    sentena, alm de relatar os fatos, mostrando s partes que o juiz desenvolveu

    cognio, conhecimento, o juiz deve motivar sua deciso, fundamentando-a e dever

    efetivamente decidir.

    Requisitos essenciais da sentena: Relatrio, Motivao/Fundamentao e

    Dispositivo.

    Todos os requisitos essenciais devem estar presentes, caso um esteja ausente, h

    nulidade da sentena.

    Se o requisito essencial, ele confere validade ao ato, portanto a ausncia de qualquer

    um desses requisitos causa nulidade de pleno direito por error in procedendo.

    Se a sentena for proferida em audincia, as partes j saem intimadas e comea a fluir

    o prazo recursal, que de 15 dias, no primeiro dia til seguido do ato.Mas se a sentena no for proferida em audincia, haver necessidade das partes

    serem dela (sentena) intimadas e a partir da comear a fluir o prazo recursal.

    Como ficam as interlocutrias em audincia?

    24/08/2011

    ATOS DECISRIOS

    Sentena Deciso interlocutria

    Deciso interlocutria: Juiz falando entre as falas das partes com carga decisria, mas sem

    adentrar ao mrito. Ela decide ponto duvidoso, questo de natureza formal, incidente no

    processo.

    Temos deciso interlocutria em 1 e em 2 grau.

    Comoregra, o contedo formal, processual.

    A exceose d em interlocutria que tocam o mrito: Deciso interlocutria que levemente

    toca o mrito, por exemplo, antecipao de tutela.

    Requisitos da antecipao de tutelaart. 273:

    1. Fumus boni iuris: probabilidade de que o autor seja titular do direito.

    2. Periculum in mora: risco de dano grave e irreparvel caso a providncia no seja

    concedida.

    Risco de urgncia caso a tutela no seja antecipada.

    Deciso interlocutria com contedo misto(forma e material)antecipao de tutela

    Cognio sumria, portanto,

    3.

    Reversvel

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    13/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 13

    Existem interlocutrias que podem ser proferidas na audincia de instruo, debates e

    julgamento. E o legislador prev um agravocontra essas decises.

    Art. 162

    Atos judiciais (no tem natureza de deciso Atos judiciais do 162)

    Sentenas Deciso interlocutria

    Despachos ( meramente ordinatrio; de mero expediente; nada decide, apenas

    ordena)

    CAI NA PROVA: Natureza jurdica do ato o que aquele ato provoca ao mundo jurdico

    em essncia.

    CITE-SE: apenas um despacho. O juiz apenas d efetividade garantia constitucional de

    contraditrio e ampla defesa. O cite-se a garantia mxima do judicirio de ouvir o ru se

    ele quiser ser ouvido.

    O art. 285-A Quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo j houver

    sido proferida sentena de total improcedncia em outros casos idnticos, poder ser

    dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada

    INCONSTITUCIONAL, porque fere o contraditrio e a ampla defesa.

    CAI NA PROVA: Natureza jurdica do cite-se um simples despacho, portanto no

    comporta recurso.

    Art. 504 Dos despachos no cabe recurso. Esse artigo foi reformado em 2006.

    Despacho no ato exclusivo do juiz.

    Deciso interlocutria: h resoluo de alguma questo, portanto uma das partes poder sairlesada, logo, h lesividade, prejuzo, sucumbncia. Portanto, de deciso interlocutria cabe

    recurso.

    Aquele que sair lesado poder propor recurso, que, em regra, movimentar, ser examinado

    por instncia superior.

    IMPORTANTE

    Art. 522 Das decises interlocutriascaber AGRAVO

    Art. 503 Das sentenascaber APELAO

    Art. 504 Dos despachosNO CABER AGRAVO

    Este o Sistema de Correlao Tpica no CPC.

    CAI NA PROVA: SISTEMA DE CORRELAO TPICA consiste na relao segundo a qual paracada espcie de deciso judicial o ordenamento prev uma nica espcie recursal.

    Obs. Esse quadro estabelece a correlao tpica do CDIGO DE PROCESSO CIVIL.

    Ao redor do CPC h vrias leis:

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    14/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 14

    Dentro do CPC esse Sistema de correlao tpica assim.

    Nos microssistemas esse Sistema de correlao tpica no tem correspondncia.

    Lei. 9.099/95em seu art. 41 fala que a sentena no apelvel, porque no tem 2 grau.

    Nos juizados especiais, da Sentena caber Recurso Inominado, que julgado pelo COLGIO

    RECURSAL, que um rgo do prprio juizado. composto por 3 juzes de primeiro grau.

    As decises interlocutrias comportam agravo nos Juizados Especiais? NO! Em razo do

    prestgio da celeridade.

    No sistema do CPC: DECISES INTERLOCUTRIAS AGRAVO

    Nos Juizados Especiais no cabe agravo, mas no h um sistema rgido da precluso, como h

    no CPC, onde, se o advogado no discutir o assunto daquela deciso interlocutria no agravo,

    ocorrer a precluso.

    IMPORTANTECAI NA PROVA: Nos Juizados Especiais, pela letra da lei, no cabe agravo,mas tambm no existe um sistema rgido de precluses. As interlocutrias no podem ser

    impugnadas separadamente uma a uma, mas podero ser impugnadas ao final, aps a

    sentena, em preliminar de recurso inominado. Este o PRINCPIO DA IRRECORRIBILIDADE EM

    SEPRADO DAS DECISES INTERLOCUTRIAS.

    Alguns Juizados admitem agravo, contra legem, quando isso acontece ilegal.

    RECURSOS NOS JUIZADOS ESPECIAIS

    RECURSOINOMINADOcontra sentena

    EMBARGO DE DECLARAO

    RECURSO EXTRAORDINRIO

    CORRELAO TPICA Para cada espcie de deciso, h uma espcie de recurso. H 3princpios envolvidos:

    1. UNICIDADEcada deciso s comporta, s desafia um nico recurso. Exceo se d

    em REsp e RE para 1 acrdo.

    2.

    TAXATIVIDADEa lei, taxativamente, diz qual o recurso cabvel.

    3. TIPICIDADEpara cada tipo de deciso, h um tipo de recurso

    Esses trs princpios so fundamentais e esto interligados.

    Decises interlocutrias so agravadas, o que diz o art. 522 do CPC.

    O agravo um recurso s com vrias formas:

    CPC

    Lei delocao

    Lei daao civilpblica

    Lei dosjuizadosespeciais

    Lei deexecuo

    fiscal

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    15/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 15

    O REsp e o RE so interpostos no TJ ou no TRF para serem julgados l em Braslia. Casso esseREsp e esse RE sejam indeferidos, caber agravo, chamado simplesmente de Agravo ou

    Agravo nos autos.

    Interlocutrias em 1 grau H duas formas de agravo:

    1. Como regra (forma obrigatria) deve ser interposto na forma AGRAVO RETIDO nos

    autos.

    a forma obrigatria de agravo em 1 grau.

    No pressupe urgncia e recurso para ser julgado no FUTURO: o juiz profere

    interlocutria, a parte prejudicada interpe agravo retido em 1 grau, que ser julgado

    em 2 grau. Esse agravo fica adormecido em 1 grau para ser julgado no futuro, sehouver interesse. O processo continua; juiz profere sentena, se houver interesse em

    julgar aquele agravo retido, antes da interposio da apelao, o juiz julgar aquele

    agravo que estava adormecido.

    2. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ou na forma de instrumento): exige urgncia e

    interposto diretamente no Tribunal.

    Por exemplo, o paciente vai ao hospital fazer uma quimioterapia e o seguro mdico

    fala que no cobre esse tipo de despesa. O advogado ir interpor um agravo de

    instrumento, pois exige urgncia. No d para esperar.

    Questionamento: Contra deciso interlocutria proferida em audincia o agravo dever ser

    interposto na forma retida e oral. E se o juiz conceder ou no uma tutela antecipada ou

    Deciso

    interlocutria

    1 grau

    AGRAVO

    2 grau

    Agravo nos autos

    RE

    REsp

    Agravo interno

    Era o chamadoagravo regimental

    que se dinternamente

    dentro doTribunal

    Agravo Retido

    Evitar precluso

    Condicionado

    Recurso para o futuro(possibilidade de

    espera)

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    16/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 16

    cautelar no curso da audincia? Ainda sim o agravo dever ser retido e oral como determina o

    art. 523, 3?

    29/04/2011

    Art. 523, 3 - Devemos excepcionar. O agravo poder de instrumento.

    PRINCPIOS DA AUDINCIA

    1. Princpio da Oralidade;

    2.

    Princpio da Concentrao da causa: decorre da complexidade da audincia de

    instruo, debates e julgamento. H trs etapas concentradas;

    3.

    PrincpiodaPublicidade;

    4.

    Princpio da Imediao: est consignado no 446, II e nico: o juiz que elabora as

    perguntas feitas s partes, peritos e assistentes tcnicos, de maneira direta e

    pessoalmente. O magistrado aprecia a oportunidade, funcionamento e a linguagem;

    5.

    Princpio da Unicidade(445) e

    6. Princpio da Continuidade(445)

    Art. 445Audincia uma e contnua.

    Todo ato complexo, em essncia, uno, no perde suas caractersticas de unicidade.

    Caso no seja possvel iniciar e concluir o trabalho num nico dia, no teremos uma

    nova audincia, teremos uma audincia em continuidade. a mesma audincia que

    vai se protrair no tempo e no espao.

    Consequncias:

    a. No se junta novo rol de testemunhas;

    b.

    No haver um ingresso em nova fila para designao de audincias.

    Hipteses em que o juiz comumente designa audincia em continuidade:

    a. O adiantado da hora (expediente forense: 172, CPC 6h s 20h): quando h

    um nmero excessivo de provas orais a serem produzidas;

    b.

    Carta precatria e rogatria que no tenham sido devolvidas a tempo da

    audincia;

    c. Caso fortuito ou fora maior, quando a audincia j houver comeado;

    d.

    Necessidade de ouvir uma testemunha referida, que no foi arrolada. Joo,

    que testemunha e foi arrolado, durante seu testemunho falou que Jos sabe do fatoem discusso, mas Jos no foi arrolado como testemunha. O juiz poder chamar Jos

    e designar audincia em continuidade.

    7. Princpio da Identidade Fsica do Juiz:

    Contedo: O juiz que concluir a colheita da prova oral em audincia se vincula ao

    processo, devendo sentenciar.

    Regra + Excees Art. 132, CPC - O juiz, titular ou substituto, que concluir a

    audincia julgar a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer

    motivo, promovido ou aposentado, casos em que passar os autos ao seu sucessor.

    O juiz que estiver mais afeioado ao conflito tem melhores condies de decidir. O

    fundamento o Humanismo do processo, a feio humanista do processo.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    17/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 17

    Limitaes a esse princpio: a que espcie de audincia esse princpio se aplica? Temos

    quatro tipos de audincia:

    a. Preliminar (saneamento)

    b. Instruo, Debates e Julgamento

    c.

    Conciliao

    d.

    Justificativa prvia: audincia especfica de alguns procedimentos especiais: como

    a Reintegrao de Posse quando a posse durar menos de um ano e um dia

    esbulhopede reintegrao liminar. s vezes a prova no 100% clara, segura, na

    petio inicial a prova no est clara ao juiz. Ento o magistrado designar

    audincia de justificativa prvia, para que o autor melhor comprove os elementos

    que compe a inicial (posse/esbulho). Se o ru no for chamado NO haver error

    in procedendo. Procedimento ordinrio Antecipao de tutela (prova de

    verossimilhana e urgncia). Quando houver dvida do magistrado quanto s

    provas vindas na inicial, ele poder designar audincia de justificativa prvia para

    que o autor melhor esclarea.

    Princpio da identidade fsica do juiz se aplica nas audincias em que h colheita de

    prova: s na Audincia de instruo, debates e julgamento.

    Na audincia de justificativa no h colheita de prova oral em debates e em

    contraditrio. A prova apenas ser melhor esclarecida.

    Excees ao princpio - Art. 132, segunda parte: o rol de excees aberto ou

    fechado? O rol aberto, admite uma releitura doutrinria e jurisprudencial.

    Convocao: esperando para tomar assento.

    Licena: gestante (maternidade), estudos.

    Afastamento por qualquer motivo: frias tambm quebram a identidade fsica do juiz.O juiz substituto quem sentencia.

    Promoo: entre instncias e entrncias.

    Aposentadoria: art. 70 da Lei orgnica da magistratura.

    IMPORTANTECAI NA PROVA: Quais so as conseqncias do descumprimento

    da identidade fsica do juiz? Art. 132 impe um dever ao juiz, se ele descumpre, h o

    error in procedendo, a sentena ser nula. o entendimento mais formal. No

    entendimento moderno o sistema de nulidade passa por uma releitura, devido ao

    princpio da instrumentalidade: jurisprudncia do STJ vem quebrando o rigor formal

    se a sentena atingir sua finalidade pacificadora (se aquele que sentenciar tinha

    condies de o fazer) e se no houver prejuzo s partes. O juiz dever mostrar

    convico quanto ao julgamento.

    REsp 780.755/CEMin. Ftima Nancy Andrighi

    REsp 149.366/SCMin. Slvio F. Teixeira

    ADIAMENTO E ADIANTAMENTO DA AUDINCIA

    Hipteses de adiantamento (antecipao)

    1. Por convenincia do servio judicial

    2.

    Requerimento das partes

    Hipteses de adiamentoart. 453

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    18/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 18

    1.

    Conveno das partes, que pode ser requerido apenas uma nica vez

    2.

    No comparecimento por justo motivo do perito, das partes e das testemunhas ou

    dos advogados, que precisa ser comprovado at a abertura dos trabalhos em

    audincia. O que um justo motivo? o motivo no razovel aos olhos do homem

    comum e que torna inevitvel o no comparecimento (doena, outra audincia

    designada no mesmo horrio). Esse motivo precisa ser comprovado e instrudo. A

    consequncia do no comparecimento injustificado depende de quem no tiver

    comparecido: ausncia injustificada de quem?

    a. Parte devidamente intimada para depoimento pessoal, a pena de confisso;

    b. Advogado: o magistrado poder dispensar a prova requerida por aquele patrono

    ou poder adiar a audincia;

    c. Testemunha devidamente intimada: vai ser trazida de forma coercitiva (418); se a

    prpria parte se responsabilizou pela conduo da testemunha, presume-se

    desistncia daquela testemunha, desistncia de sua oitiva.

    31/08/2011

    SENTENA CPC 162 1 - 267 e 269 458 e 55

    1. Sentena

    Direito deao

    Cogniojudicial

    2. Conceito

    Doutrinrio

    Legal (?)Conceito (?) -lei 11.232/05

    3. Requisitos

    Lingustico(535)

    Formais (458)- ausncia?

    4.Classificao

    Quanto aomrito

    Terminativo- 267

    Coisajulgada?

    Definitivo -269

    Coisajulgada?

    Quanto aopedido

    Quanto efetividade

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    19/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 19

    Sentena fruto do direito de ao:

    O Direito de aopode ser Constitucionalou Processual.

    A CF88 em seu art. 5, XXXV assegura o direito de ao (amplo e genrico, sem limitao).

    assegurada uma resposta, que vir na sentena.

    E hoje, aps a EC 45, a celeridade garantia constitucionalPacto San Jos da Costa Rica.

    Garantia de um processo em um prazo razovel e sem dilao indevida.

    A garantia de resposta vem na Sentena, que nem sempre ser de mrito. S haver mrito se

    exercitar o direito constitucional de ao e tambm o direito processual da ao, com as

    condies e os pressupostos da ao.

    Em suma, s exerce o direito processual da ao que bate s portas do judicirio (direito

    constitucional da ao) e preenche as condies e os pressupostos da ao.

    Juiz quando sentencia desenvolve a cognio judicial. Mas como essa cognio se desenvolve?

    Preenchidas as condies e os pressupostos, o juiz adentra ao mrito.

    Tem que preencher primeiro os antecedentes lgicos do mrito, as condies e os

    pressupostos.Kazuo Watanabe (cognio judicial)

    IMPORTANTE CAI NA PROVA O que cognio judicial? toda atividade crtica,

    intelectiva, racional e valorativa que o juiz desenvolve sobre as questes, os pontos

    controvertidos, de fato e de direito que lhes so apresentadas.

    A cognio se desenvolve em 2 planos simultaneamente: horizontalmente e verticalmente.

    Na horizontal o juiz conhece as matrias que podem ser conhecidas numa ao. O juiz comea

    analisando pressupostos (existncia, validade e negativo). Depois adentra s condies da

    ao (requisitos mnimos para que o juiz possa adentrar ao mrito possibilidade jurdica,

    legitimidade e interesse processual, a necessidade e adequao).

    Pressupostos e condies so antecedentes lgicos ao mrito.

    Toda cognio horizontal recai sobre o trip pressupostos, condies e mrito.

    5. Princpio dacongruncia (128)

    Vcios (460) -Sano? Recurso

    e Ao rescisria

    6. Princpio dainalterabilidade dasentena pelo juiz

    (463)

    Excees

    Horizontal

    Vertical

    Cognio Judicial

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    20/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 20

    Quando o juiz extingue por sentena terminativa o processo sem adentrar ao mrito,

    porque havia vcios, o juiz exercitou apenas a garantia constitucional da ao.

    Tem mrito quando primeiro tem a garantia constitucional e depois a garantia processual,

    preenchidos os pressupostos e condies da ao.

    Tem respostaquando o juiz acata ou no os pedidos do autor.

    Por exemplo, o autor pede em juzo uma caneta que est na posse do ru:

    Se o juiz acolher o pedido feito na inicial H tutela ao direito do AUTOR H transferncia

    de patrimnio.

    Se o juiz no acolher o pedido feito na inicial H tutela ao direito do RU No h

    transferncia de patrimnio.

    A intensidade da tutela do autor e do ru no a mesma.

    A tutela existe em menor intensidadeao ru, porque ele no ser coagido a fazer (facere) e

    no fazer (non facere), ou pagar. A tutela do ru de menor intensidade comparada tutela

    do autor.

    IMPORTANTE Sentena terminativa NO faz coisa julgada. A coisa julgada apenas da

    sentena definitiva. Na sentena terminativa, corrigido o vcio, possibilita-se ao jurisdicionado

    autor propor nova demanda.

    Quando o juiz adentra ao mrito h tutela ao direito material, mesmo se a sentena for de

    procedncia ou improcedncia.

    Se houver procedncia do pedido do autor, h tutela plena ao autor.

    Se houver improcedncia do pedido do autor, haver tutela de menor intensidade ao ruou

    tutela semiplena.

    Cognio vertical Profundidade com que essas matrias podem ser conhecidas:

    1. Plena ou exauriente profunda, certeza. a cognio exigida para proferir sentena,

    propiciando o juzo de certeza.

    2.

    Sumria ou superficial rasa, urgncia. Tutela de urgncia, que so decises

    provisrias. juzo de probabilidade, verossimilhana.

    Como regra, cognio horizontal AMPLA.

    Na contestao vigora o princpio da eventualidade: devemos impugnar TUDO!

    Tutela

    Sentena de mrito

    Autor: plena ao autorquando o pedido

    acolhido

    Ru: semiplena ao ruquando o pedido no

    acolhido

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    21/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 21

    A cognio excepcionalmente limitadaem algumas matrias que esto na lei, por exemplo,

    ao possessria s pode discutir posse; na ao de desapropriao s pode discutir justa

    indenizao. O legislador limita a cognio horizontal por um interesse pblico, o tempo do

    processo diminui.

    05/09/2011

    CONCEITO DE SENTENA

    Art. 162 Os atos do juiz consistiro em sentenas, decises interlocutrias e despachos.

    1 Sentena o ato do juiz que implica alguma das situaes previstas nos arts. 267 e 269

    desta Lei. (Redao dada pela Lei n 11.232, de 2005)

    No art. 162, 1 o legislador conceitua sentena, extrapolando sua funo legislativa, mas com

    o objetivo de no deixar dvida ao intrprete. Ele define sentena de forma errada. O conceito

    foi alterado pela Lei n 11.232, de 2005lei de execuoe continua errado.

    Sentena o ato magno com funo pacificadora que define o mrito, o que se espera.

    Redao antes da lei de execuo:

    Sentena o ato pelo qual o juiz pe termoao processodecidindo ou no o mrito da causa.

    Mas pode haver recurso.

    O modelo de tutela antes da lei de execuo era o de Liebman: a sentena implicaria no fim do

    processo e depois haveria o processo de execuo2 processos.

    O conceito de sentena era relacionado a um conceito topogrfico: era o final do processo,

    punha fim. Pode ser chamado de topografia processualou finalidade.

    Redao depois da lei de execuo:

    A sentena agora definida pelo contedodo Art. 267 e 269.

    o Modelo Sincrtico do processoque adotado atualmente.

    INSUFICIENTE, porque h casos em que a sentena tem contedo do 267 ou do 269, mas noencerra a cognio:

    Seno vejamos:

    1. Autor XB + C Litisconsrcio passivo facultativo

    1 Processo

    2 Demandados: AB e AC

    Supondo que o ru C tenha sido demandado de forma inidnea, o juiz ento,

    percebendo, exclui C do plo passivo da lide. uma excluso liminar, porque antes

    da citao. Qual a natureza jurdica dessa deciso? O legislador fala que ato com

    contedo de sentena (267, IV - Extingue-se o processo, sem resoluo de mritoquando se verificar a ausncia de pressupostos de constituio e de desenvolvimento

    Sentena

    267Terminativa

    269 Definitiva

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    22/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 22

    vlido e regular do processo), mas NO PODE SER SENTENA, seno vejamos as

    consequncias negativas:

    a. Em sendo sentena o recurso cabvel o de apelao, que ser julgado no TJ.

    Ento a demanda entre AB ficar paralisada, enquanto transitar a apelao no

    TJ, e ainda, dessa apelao caber REsp e RE. Demoraria muito.

    b.

    Ter 2 demandas cumuladas: H 2 aes e 1 processo. S pode haver 1 sentena

    por processo. inevitvel que a sentena resolva ambas as aes. Ento, o ato no

    pode ser definido como sentena porque s foi resolvida uma demanda, excluindo

    C da lide.

    Ento podemos concluir que esse ato de deciso interlocutriae o recurso cabvel o

    agravona forma de instrumento, ainda que caiba no conceito legal de sentena.

    2. Indeferimento liminar de ao reconvencional

    Joo (Autor) x Jos (Ru) Ao principal

    Jos (Autor reconvinte) x Joo (Ru reconvindo) Ao reconvencionalOfertada a ao reconvencional no procedimento errado, o juiz indefere a ao

    reconvencional liminarmente, pela carncia da ao (267, IV).

    Consequncias negativas, caso esse ato seja uma sentena:

    a.

    Eventual recurso de apelao paralisaria a ao principal;

    b. A sentena resolve todosos pedidos cumulados. E o magistrado no teve cognio

    em relao ao principal.

    Trata-se, ento, de deciso interlocutria, da qual caber agravo de instrumento.

    3.

    Indeferimento liminar de oposio (interveno de terceiros com natureza de ao)Ao reivindicatria:

    - Pedido mediato: propriedade

    - Pedido imediato: condenao

    AO PRINCIPAL:

    AO DE OPOSIO:

    H 1 processo e 2 aes

    Autor

    Ru

    Terceiro

    Opoente

    Autor eRu

    TerceitoOpoente

    Ao deoposio

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    23/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 23

    Supondo que a ao de oposio tenha vcio, por exemplo, o opoente ops ao de

    oposio pelo procedimento sumrio, errado. O juiz ento indefere a ao de

    oposio, de acordo com o 267, IV.

    Vejamos as consequncias negativas, caso esse ato fosse uma sentena:

    a.

    Eventual recurso de apelao paralisaria a ao principal;

    b.

    No ter havido finalizao da cognio em face da ao principal.

    Trata-se ento de deciso interlocutria, que cabe agravo de instrumento.

    *IMPORTANTE*

    O critrio do contedo (art. 162, 1 - lei de execuo) insuficiente para definir sentena.

    Exemplos: indeferimento liminar de reconveno, oposio, denominao da lide, chamamento

    ao processo, assistncia, excluso liminar de litisconsorte. Assim, preciso reunir o critrio do

    contedo com o topogrfico ou da finalidade. Surge a o chamado CRITRIO MISTO, doutrina

    do professor Nelson Nery Junior: Sentena o pronunciamento do juiz que contm uma das

    circunstncias descritas no CPC 267 e 269 e que, ao mesmo tempo, extingue o processo ou o

    procedimento no 1 grau de jurisdio, resolvendo ou no o mrito. Em duas situaes

    especficas, nos arts. 475-H e 475 M, 3 o legislador tipifica e determina o recurso cabvel,

    superando, portanto, as discusses sobre a natureza jurdica da deciso proferida.

    A professora Teresa Arruda Alvim Wambier (RS) tem posio doutrinria diferente. Ela diz que

    sentena, mas no apelvel.

    Art. 475-H Da deciso de liquidao caber agravo de instrumento. (Includo pela Lei n

    11.232, de 2005)

    Fase Cognitiva (sentena genrica)Fase de liquidao Fase de cumprimento deciso

    interlocutria

    Art. 475-M 3 A deciso que resolver a impugnao recorrvel mediante agravo de

    instrumento, salvo quando importar extino da execuo, caso em que caber apelao .

    (Includo pela Lei n 11.232, de 2005)

    Impugnao serve tambm para a exceo de pr-executividade Impedimentos execuo.

    o expediente que visa acabar com a ao de execuo com vcios de ordem pblica.

    Extino da execuo Sentena Ento cabe apelao.

    Quando o juiz afasta a impugnao porque ela no tem razo de ser, a exceo continua,

    porque deciso interlocutria, cabendo agravo de instrumento.

    A natureza judicial varia conformo o acolhimento das defesas.

    12/09/2011

    Critrio deContedo

    CritrioTopogrfico

    CritrioMisto

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    24/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 24

    Os arts. 267 e 269 falam em resoluo do mrito, na redao revogada o juiz julgava, hoje ele

    resolve. Julgar (processo) Resolver (teoria geral dos contratos do D. Civil).

    267 - Sentena Terminativa 269 - Sentena Definitiva

    ResoluoLiebmanmodelo clssico Sem julgamento do mrito

    JulgamentoModelo sincrtico Haver resoluo do mrito

    O legislador errou no art. 267 na redao atual quando fala em extino do processo.

    Julgar um termo tcnico do mundo do processo.

    Resolver no tem tecnicismo processual. teoria geral dos contratos.

    Art. 269, II, III, V Resolverseria o termo mais adequado.

    A cada reforma processual ns nos aproximamos da common Law, afastando-nos da civil Law.

    Na Common Lawvigora a fora dos precedentes.

    Julgar como se fosse uma lapidao de um diamante, um processo quase que artesanal.

    Resolver automtico.

    REQUISITOS DA SENTENA

    Lingustico

    Formal

    Sentena enquanto linguagem precisa ser:

    1. Clara;

    2. Precisa;

    3. Certa;

    4. Inteligvel;

    5.

    Inteira ou completa

    Esses 5 elementos so os requisitos lingusticos da sentena.

    o art. 535, de forma indireta:

    I. Obscuridadecontradio

    II.

    Omisso

    As decises judiciais que forem obscuras (clareza), contraditrias (certeza) ou omissas

    (completas) so viciadas e ensejam um remdio processual, os embargos declaratrios. O

    legislador aponta esses requisitos como sendo essenciais.

    Constituio Federal, art. 5, XXXV Direito de ao tambm assegurado o direito a uma

    sentena clara, certa e completa.

    Art. 535 Embargos de declarao restrito somente s sentenas e acrdos (deciso

    colegiada).

    Essa restrio indevida. A deciso interlocutria, por exemplo, tem que ser clara, certa e

    completa. A restrio legislativa no merece razo de ser. E nesse passo, a melhor doutrina e

    jurisprudncia fogem dessa restrio e ampliam o fundamento do embargo de declarao com

    razo no PRINCPIO DA AMPLA EMBARGABILIDADE: toda e qualquer manifestao judicial

    que contenham os vcios de obscuridade, contraditrias ou omissas podem ser embargadas

    de declarao. MANIFESTAO, qualquer uma.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    25/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 25

    Embargos de declarao dirigido ao prprio juiz que supostamente errou em alguma coisa,

    por esse motivo que a maioria dos embargos declaratrios no so aceitos.

    PRINCPIO DA AMPLA EMBARGABILIDADE

    No somente sentena ou acrdo, mas qualquer manifestao (deciso interlocutria etc).

    Funo dos embargos de declarao tornar exeqvel uma deciso, a fim de que seja

    cumprida.

    IMPORTANTE: A parte vencida e vencedora pode embargar de declarao para entender a

    deciso e fiscalizar o cumprimento da obrigao.

    Todas as vezes que uma deciso judicial for omissa, ela negar tutela jurisdicional, violando a

    garantia do direito de ao. Se o vcio no for corrigido nas instncias inferiores (1 e 2 grau)

    caber, em tese, recurso especial e recurso extraordinrio, por violao do art. 5, XXXV, CF.

    REQUISITOS FORMAIS DA SENTENA

    So essenciais, portanto condicionam a validade da sentena, ou seja, ela existe mas noproduz efeitos vlidos.

    ARt. 458:

    I.

    Relatrio: sinopse de tudo que aconteceu no processo. a garantia mnima do

    jurisdicionado de que o magistrado desenvolveu cognio.

    Nos juizados especiais, o art. 38 dispensa o relatrio por conta do princpio da

    informalidade;

    II. Motivao ou fundamentao: num Estado democrtico de direito todas as

    decises do Poder Pblico devem ser motivadas, por causa da transparncia.

    Motivao e fundamentao consistem na exposio dos motivos, das razoes pelasquais o juiz acolhe ou rejeita, no todo ou em parte, o pedido formulado.

    A motivao que autoriza e legitima o sistema recursal.

    A motivao do recurso buscada na motivao da deciso.

    Deciso sem motivao aquele que inviabiliza o recurso. Essa deciso nula e

    pode ser reconhecida ex oficiopor se tratar de matria de ordem pblica.

    Na motivao o magistrado expe os porqus de sua deciso.

    14/09/2011

    ESPCIES DE MOTIVAO

    1.

    Amplacompleta, aprofundada: Debrua-se sobre todas as principais razoes.

    Qualquer omisso passvel de embargos de declarao.

    2. Sucinta: aquela que no se exige de forma exauriente. breve, no necessita

    esgotar as razoes do julgado.

    A lei exige motivao amplapara sentenas e acrdos definitivos.

    A motivao breve admitida diante da sentena ou acrdo terminativos (267),

    tambm para as sentenas ou acrdos homologatrios da transao ou da

    conciliao e tambm para as decises interlocutrias.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    26/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 26

    MOTIVAO SUCINTA AUSNCIA DE MOTIVAO

    IMPORTANTECAI NA PROVA: Deciso no concessiva de tutela antecipada:

    Ausentes os requisitos da tutela antecipada, indefiro a liminar.

    ausnciade motivao.

    A motivao do recurso extrada da deciso. Logo, se ausente a motivao, no

    consigo elaborar recurso motivado. Dessa forma a deciso nula de pleno direito.

    A motivao sucintad para motivar o recurso.

    Falta de motivao error in procedendo; invalida-se o ato, retroage-se ao

    momento do vcio para corrigi-lo.

    MOTIVAO PER RELACIONEM- CAI NA PROVA!!!!

    tambm chamada de motivao aliundi.

    aquela que est fora da prpria deciso. aquela relacionada a um precedente,

    em outro caso, em smulas etc. uma aproximao ao common Law.

    No sistema posto sempre foi rechaada.Hoje tem-se um aceite maior, uma aproximao ao common Lawe afastamento

    do civil Law. por causa de smulas e foras de precedentes.

    III.

    Dispositivo: a parte do julgamento propriamente dita, onde o juiz declara o

    direito, condena, constitui ou desconstitui... Ele resolve o conflito.

    Ante ao exposto........ parte dispositiva

    IMPORTANTE: S a parte dispositiva transita em julgado. O relatrio e a

    motivao no transitam porque no h deciso contida neles.

    Por exemplo, o autor pede danos morais e danos materiais, h cumulao de

    pedidos. cumulao prpria simples, o autor quer que os dois pedidos sejamacolhidos. O juiz julga e acolhe o dano material em R$1.000 e silencia em relao

    ao dano moral. H uma omisso. O advogado tem que embargar de declarao em

    5 diase apelar em 15 dias. Se no fizer isso, no 16 dia h trnsito em julgado s

    do dispositivo, ou seja, somente transita em julgado o dano material. Como o juiz

    silenciou em relao ao dano moral, logo podemos propor uma nova demanda em

    relao ao dano moral. Se o advogado repropor a demanda pedindo o dano moral

    e tambm o dano material, anteriormente recebido, o dano material afastado,

    permanecendo somente o dano moral.

    O juiz deve dar o fundamento de direito, ele no precisa dizer o artigo

    (fundamento legal).

    CONSEQUNCIA DA AUSNCIA DOS REQUISITOS ESSENCIAIS

    Os requisitos essenciais acarretam a validade do ato. A ausncia deles acarreta em nulidade

    por error in procedendo.

    RelatrioMotivaoDispositivo Essa ordem pode ser invertida.

    PRINCPIO DA CONGRUNCIACPC 128 + 460

    Art. 128 O juiz decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecerquestes, no suscitadas, a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    27/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 27

    Art. 460 defeso ao juiz proferir sentena, a favor do autor, de natureza diversa da pedida,

    bem como condenar o ru em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi

    demandado.

    Pargrafo nico:A sentena deve ser certa, ainda quando decida relao jurdica condicional.

    Art. 1281 parte: O juiz decidir a lide nos limites em que foi proposta CONGRUNCIA

    Aplica em 1 grau e em grau recursal.

    IMPORTANTE - Art. 515caputRecurso de apelao: o recurso me, logo todas as regras do

    515 aplicam-se a todos os demais recursos.Art. 515 caputlimitao da cognio:

    Tantum devolutum, quantum apellatumDeriva do princpio da congruncia e se aplica em

    grau recursalTanto se devolve, quanto se apela.

    Tantum devolutum, quantum apellatum o desdobramento do princpio da congruncia em

    grau recursal. Significa que o reexame de uma deciso judicial ocorrer nos exatos limites do

    apelo, ou seja, do pedido recursal. Esta ideia se aplica no s ao recurso de apelao, mas a

    todos os recursos.

    128 + 515 Poder judicirio tem sua cognio limitada pelo pedido, tanto em 1 grau, quanto

    em grau recursal.

    A petio inicial o rascunho da sentenaA sentena est presa ao que foi pedido na inicial.O acrdo est preso ao pedido do recurso

    Art. 1282 parte: a primeira exceoao princpio da congruncia: As matrias de ordem

    pblica devem ser conhecidas de ofcio em 1 grau e em 2 grau de jurisdio, apenas nas

    instncias ordinrias. Nas instncias excepcionais exige-se o pr-questionamento.

    1 exceo ao princpio da congruncia Matria de ordem pblica

    IMPORTANTECAI NA PROVA:

    Fundamentoa justificar a congruncia:

    1. Primeiro fundamento: encontra-se na garantia constitucional do direito de ao

    (inrcia da jurisdio e iniciativa da parte);

    2.

    Segundo fundamento: contraditrio e ampla defesa. O processo deve-se pautar pela

    previsibilidade, ou seja, no incio o autor/ru deve saber o que de melhor e pior pode

    lhe acontecer.

    VCIOS DE CONGRUNCIA

    1.

    Ultrapetio: encontra-se numa deciso ultra petita, que a deciso que condena o

    ru em QUANTIA($) superior demandada.

    Diferente a extrapetio, que a condenao em (no) fazer/(no) dar.

    Autor pede R$1000 a ttulo de dano material, mas juntou prova que os danos foram deR$5000.

    Art. 128 -primeira parte

    Congruncia

    Primeiro Grau

    Grau Recursal

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    28/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 28

    O juiz condena o ru em R$5000. Essa deciso tem vcio. Pode ser que o autor tenha

    renunciado a parte da dvida para procedimento mais clere. H um excesso de

    R$4000, sobre esse valor excedente ter havido tutela de ofcio, no ter havido

    contraditrio e ter havido ultrapetio somente no excesso, que dever ser

    enxugado. Remetendo-nos a duas possibilidades recursais:

    a.

    Apelao (em preliminar);

    b. Embargos de declarao mais gil. Tem cabimento jurisprudencialmente cada

    vez mais amplo.

    Doutrina e jurisprudncia tem consolidado os embargos declaratrios para corrigir

    vcio de ultrapetio. Nesta hiptese o embargo de declarao ter efeito

    infringente.

    Continua na prxima aula.

    19/09/2011

    PRINCPIO DA CONGRUNCIA

    Efeito infringente do embargo de declarao diante de uma sentena ultra petita

    Efeito infringente ou modificativo

    Os embargos de declarao so um recurso e sobre isso no h mais nenhuma divergncia a

    respeito. S lei federal cria recurso, s o que lei federal disser o que recurso, recurso.

    Art. 496, IVOs Embargos de Declarao so recurso.

    So um recurso com uma fisionomia um tanto quanto sui generis. Pois so endereados ao

    prprio juiz prolator da sentena embargada.

    VCIOS DE CONGRUNCIA:

    1. ULTRAPETIOultra petita

    julgado pelo mesmo rgo prolator da deciso embargada;

    Os Embargos de Declarao s cabem diante dos vcios da lei para esclarecer a deciso

    embargada - questionvel que os embargos de declarao no podem mudar a

    deciso embargada, o que diz a maioria da doutrina. uma alegao falsa. Os ED

    cabem para afastar obscuridade, contradio e omisso. A nica hiptese dos

    Embargos de Declarao no alterarem a deciso embargada para afastar a

    obscuridade, os ED vo apenas esclarecer, no altera-se a deciso.

    Mas quando os ED so manejados para afastar contradio e omisso eles mudam a

    deciso embargada. A contradio interna que enseja os Declaratrios, acontradio dentro da sentena.

    O vcio de omisso tambm muda a sentena.

    Os embargos de declarao no foram concebidos para mudarem a deciso, mas eles

    podem.

    A melhor doutrina e jurisprudncia dizem que os ED podem corrigir vcio de deciso.

    Sempre que do julgamento dos embargos de declarao houver modificao na

    deciso embargada, esses embargos tero efeito modificativo ou infringente.

    Pelo julgamento dos declaratrios posso der uma modificao ou uma infringncia e a

    condenao em quantia.

    2. EXTRAPETIOextrapetita:

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    29/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 29

    Extrapetio o julgamento que condena em coisa diversa da demandada. o

    julgamento de coisa alheia.

    a deciso que no tem nenhuma relao com o pedido.

    a. Totalmantm a total falta de sintonia entre o que concedido e o que pedido,

    logo a sentena totalmente nula. A nulidade arguida em recurso de apelao,

    alegando a nulidade em preliminar por error in procedendo por falta de

    congruncia. No d para aproveitar NADA, logo no d para interpor embargos

    de declarao. Tem que interpor sentena.

    b. Parcialo juiz julga a causa e outras alm. O autor pede reintegrao de posse do

    imvel A, B e C. E o juiz reintegra tambm o imvel D. O magistrado vai alm em

    termos qualitativos, ele acaba dando coisa diversa. H o que se aproveitar, pois

    houve tutela jurisdicional, o magistrado apenas se excedeu.

    O autor pede condenao em danos materiais. O magistrado acolhe os danos

    materiais e morais. H extrapetio, porque os danos morais no faziam parte do

    pedido.Extrapetio parcial envolve a causa submetida a prestao e outras.

    Surge o mesmo raciocnio posto acima: o recurso cabvel o de apelao, mas a

    doutrina e jurisprudncia entendem que pode-se embargar de declarao, que

    tero efeito modificativo ou infringente.

    3.

    VCIO DE INFRA OU CITAPETIO

    Corresponde a uma omissodo julgado, logo h negativa de tutela jurisdicionada. Se

    h omisso, cabe recurso de embargo de declarao.

    Por exemplo: O autor ingressa em juzo com uma ao de despejo por falta de

    pagamento c/c cobrana dos alugueres em atraso. Ao final o magistrado julga o pedido

    de despejo por sua improcedncia. H omisso, a deciso infra ou cita petita? Hcumulao de pedidos prpria. O pedido subsidirio s ser apreciado se o principal

    for acolhido. Se o despejo julgado pela sua improcedncia, a cobrana dos alugueres

    em atraso no precisa ser julgada, porque fica prejudicada. Portanto, no h omisso

    em relao ao segundo pedido, porque o primeiro no foi acolhido, logo o segundo

    pedido fica prejudicado.

    Cumulao Prpriasimples ou prpria

    Cumulao Imprpriaalternativas ou eventuais

    EXCEES AO PRINCPIO DA CONGRUNCIA

    1. Sentena homologatria da transao ou da conciliao(j foi estudada);

    2.

    Condenao em alimentos: alimentos so fixados pela possibilidade de quem d e

    necessidade de quem pede, logo novigora o princpio da congruncia;

    3. Reconhecimento de paternidade e alimentos: a prpria lei de alimentos determina o

    seguinte: uma vez reconhecida a paternidade, tenha pedido ou no o autor os

    alimentos, se estes forem necessrios sobrevivncia do reconhecido, esses alimentos

    sero fixados. Deve-se verificar a necessidade dos alimentos, se houver necessidade,

    no h extrapetio;

    4.

    Pedidos implcitos: so os pedidos que se compreendem na prpria pretenso inicial.

    So os juros legais, honorrios advocatcios, correo monetria e ainda prestaes

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    30/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 30

    peridicas. Se o juiz condenar em honorrios advocatcios, no h extrapetio, pois

    um pedido implcito;

    5. Fungibilidade das possessrias e das cautelares: autor ingressou com ao de

    interdito proibitrio. No curso da sentena o juiz proferiu uma deciso de reintegrao

    de posse. No contm vcio, por causa do princpio da funbilidade.

    Esse rol de excees no fechado, existem outras. Mas estas so as principais.

    PRINCPIO DA INALTERABILIDADE DA SENTEA PELO JUIZRegra: 463, primeira parte

    Publicada a sentena o juiz cumpre e esgota sua funo jurisdicional na fase cognitiva, no

    podendo como regra alterar a sua sentena.

    O juiz assim que determina a publicao da sentena, ns temos uma situao de

    imutabilidade do julgado a fim de segurana jurdica. H uma estabilidade jurdica das

    situaes. O marco divisrio a publicao da sentena.

    O juiz de primeiro grau exerce funo jurisdicional na fase cognitiva para acertar o processo e

    exerce funo jurisdicional na fase executiva, mas aqui a sua atuao juris satisfativa, no

    pode mais mudar a deciso cristalizada pelos efeitos da coisa julgada.

    H EXCEES o 463, segunda partemesmo aps publicada sentena o juiz pode mud-la,

    excepcionalmente:

    1. Correo de erro material: o equvoco perceptvel ictu oculi. o erro perceptvel a

    primeira vista por qualquer homem mdio, porque independe de cognio judicial.

    um erro flagrante, ostensivo, visvel.

    A principal espcie de erro material o erro de clculo. H tambm o erro de

    digitao, que no se relaciona nem ao mrito e nem a forma. o erro flagrante que

    independe de cognio.

    O erro material no transita em julgado, pode e deve ser corrigido a qualquer tempo e

    grau de jurisdio, na fase cognitiva ou na fase de execuo.

    O juiz pode corrigir o erro material de ofcio ou a requerimento das partes. E se for a

    requerimento basta uma simples petio dirigida ao prprio juiz, quando os autos

    estiverem em primeiro grau, ou ao Tribunal. Mas no dia-a-dia muito comum a

    interposio de embargos de declarao para corrigir erro material e tero efeito

    modificativo ou infringente. o que a doutrina e jurisprudncia falam. No precisa

    embargar de declarao necessariamente neste caso, basta uma simples petio.

    2.

    Embargos de declarao pela interposio dos embargos de declarao seexcepciona o princpio da inalterabilidade.

    H outras situaes de exceo:

    3. Art. 296 indeferimento liminar da petio inicial todas as vezes que o juiz

    indeferir liminarmente a petio inicial (295) somente o autor poder apelar. O

    recurso de apelao interposto perante o prprio juiz que prolatou a sentena e

    julgado pelo Tribunal. Interposto o recurso de apelao ao juiz facultado, em

    48 horas, se retratar. Quando o juiz se retrata ele excepciona o princpio da

    inalterabilidade da sentena.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    31/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 31

    Juiz pode se retratar e transformar aquela sentena terminativa em despacho

    liminar positivo de recebimento, mandando citar o ruou em despacho liminar

    corretivo, determinando a emenda ou complementao da inicial.

    Indeferida liminarmente a inicial, caso o autor apele, ao juiz facultado em 48h se

    retratar.

    Se o juiz no se retratar, no h violao ao princpio da inalterabilidade.

    4. Art. 461, 5Sempre que o juiz condenar a uma obrigao de fazer ou no fazer, dar

    ou no dar, possvel que essa sentena venha acompanhada de medidas executivas.

    Essas medidas executivas no precisam ser requeridas, o juiz pode dar de ofcio. So

    medidas de apoio para que a deciso seja cumprida, so medidas de coero ao

    cumprimento da deciso.

    Por exemplo: a sentena fala que o plano de sade deve custear o tratamento

    quimioterpico sob pena de multa diria de R$1.000,00. Essa multa diria medida de

    apoio.

    Sobre as medidas de apoio no vigora o princpio da inalterabilidade e nem o dacongruncia.

    As medidas executivas no transitam em julgado, poder ser alterada a qualquer

    tempo e grau de jurisdio, em fase de cognio ou executiva.

    Pode ser modificada de ofcio ou a requerimento das partes.

    5.

    Art. 285-AHipteses de sentena liminar de mrito. Pende de uma ADIN 3.965, mas

    o artigo continua em vigncia. Nos autos dessa Adin o IBEP ingressou na qualidade de

    amicus curiaepara defender a constitucionalidade desse artigo.

    O amicusdefende interesse constitucional, no interveno de terceiro.

    Art. 285-A - Quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzo (na

    mesma vara)j houver sido proferida sentena de total improcedncia em outros casosidnticos, poder ser dispensada a citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor

    da anteriormente prolatada.

    O magistrado pode deixar de determinar a citao, proferindo uma sentena de mrito

    de total improcedncia. O legislador autoriza a motivao per relao (Common Law).

    O dispositivo legal diz que quando a matria for de direito e o juiz j houver julgado

    matria semelhante, ele pode deixar de citar o ru e proferir uma sentena de mrito

    de total improcedncia.

    Problemas: se eventualmente o autor apelar e o Tribunal reformar a sentena,

    transformando-a em sentena de total procedncia. O ru dificilmente ter acesso svias recursais. Ento, aonde que o ru poder questionar, se houve supresso de seu

    contraditrio?

    Logo, viola o devido processo legal, o contraditrio e temos uma deciso nica e

    irrecorrvel.

    Os Tribunais vem admitindo o 285-A em matria de direito e tambm a matria ftica.

    REsp e RE s analisa matria de direito. Logo, se aplicar o 285-A para matria ftica,

    no h que se falar em interposio de REsp e RE.

    O 285-A possibilita, e a nica situao em que se possibilita, uma sentena de mrito

    liminar, sem a citao. O ru no integrado ao processo, mas ele j est jungido

    coisa julgada, o que na verdade um absurdo. Porque a coisa julgada vincula aspartes, mas o ru no foi integrado no processo.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    32/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 32

    1o Se o autor apelar, facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, no

    manter a sentena e determinar o prosseguimento da ao.

    2oCaso seja mantida a sentena, ser ordenada a citao do ru para responder ao

    recurso.

    O juiz aplica o 285-A, o autor apela. Abre-se duas possibilidades ao juiz:

    I.

    O juiz pode se retratar. o juzo de retratao: a exceo ao princpio da

    inalterabilidade. O magistrado tem 5 dias para se retratar e transformar

    aquela sentena de mrito de total improcedncia em cite-se, determinando

    o prosseguimento da ao em primeiro grau. O ru ser citado para ingressar

    o processo em primeiro grau exercitar o seu contraditrio.

    II.

    O juiz mantm a sentena de total improcedncia e determina o

    processamento do recurso de apelao. Ainda em primeiro grau o juiz

    determina a citao do ru para ofertar em 15 dias contrarrazes de apelao.

    O que obrigatrio, o juzo de retratao ou a retratao? O juzo de retratao

    obrigatrio.

    Por que o ru citado para apresentar contrarrazes? Porque o primeiro

    chamamento do ru ao processo, logo ele no pode ser intimado.

    CLASSIFICAES DAS SENTENAS

    1. Critrio de resoluo ou no do mrito: as sentenas podem ser classificas quanto

    resoluo ou no do mrito.

    Podem ser:a. Definitivasadentram e resolvem o mrito (269);

    b. Terminativaso magistrado no adentra ao mrito por causa de vcios formais ou

    gravssimos em relao presena de pressupostos negativos (267)

    Ambas repercutem no instituto da coisa julgada (467).

    Coisa julgada = trnsito em julgado = imutabilidade dos efeitos de uma sentena de

    mrito, porque em face dela no existe mais nenhum mecanismo de reviso

    endoprocessual (dentro do processo no qual ela foi proferida). Ainda h a

    possibilidade de discutir, desconstituir essa sentena de mrito transitada em julgado

    fora do processo no prazo de 2 anos contados do trnsito mediante ao rescisria.Esgotado o prazo para propositura de ao rescisria o efeito o da coisa

    soberanamente julgada. Mas em sede excepcionalssima, em situaes extremas,

    podemos desconstituir essa coisa soberanamente julgada. Por exemplo, exame de

    paternidade. a relativizao da coisa julgada por qualquer meio, pois a jurisprudncia

    do STF/STF no impe formalismos. Pode ser por ao rescisria, em outra ao de

    investigao de paternidade fundamentada no avano tecnolgico.

    Coisa julgada = Pedido julgado atributo nico das sentenas de mrito, sentenas

    definitivas.

    A nica sentena que faz coisa julgada a sentena definitiva. a coisa julgada

    material.

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    33/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 33

    A expresso coisa julgada formal diz respeito sentena terminativa, onde o vcio

    formal impede a anlise de mrito. A expresso coisa julgada formal errada, o certo

    seriaprecluso.

    Art. 467 Denomina-se coisa julgada material a eficcia, que torna imutvel e

    indiscutvel a sentena (de mrito), no mais sujeita a recurso ordinrio ou

    extraordinrio(nem a exame necessrio).

    Esse conceito est errado! Faltam algumas expresses (acrescidas em vermelho).

    Fazenda Pblica o Estado em sentido econmico.

    Coisa julgada s tem uma, que a legtima, a material que nos reporta sentena de

    mrito definitivas.

    Coisa julgada formal, na verdade precluso. Diz respeito sentena terminativa. As

    terminativas no fazem coisa julgada, por isso posso repropor a demanda, salvo em 3

    hipteses:

    I.

    Litispendncia

    II. Perempo

    III. Coisa julgada

    Esses trs vcios constituem pressupostos processuais negativos.

    2.

    Pedido CLASSIFICAO TERNRIA: as sentenas podem ser classificadas quanto ao

    pedido, quanto quilo que o autor deseja.

    Ideia de congruncia quanto ao pedido imediato.

    Em relao ao pedido imediato, como as tutelas so classificadas?

    a. (?) Quando o autor deseja que o juiz simplesmente declare algo sobre umarelao jurdica, ou falsidade ou autenticidade de um documento a ao proposta

    a meramente declaratria. A sentena dever ser meramente declaratria.

    Ento a primeira possibilidade de tutela essa. O objetivo desse pedido

    simplesmente a declarao.

    b. Quando o autor deseja a constituio ou desconstituio de um direito, ele entra

    com uma ao constitutiva ou desconstitutiva. Portanto, o juiz proferir uma

    sentena constitutiva ou desconstitutiva, objetivando a criao, modificao ou

    extino de uma relao jurdica. Essas sentenas so auto-exequveis.

    c. Ao condenatria gera sentena condenatria, cujo objetivo impor uma

    obrigao ao devedor: quantia, (no) dar e (no) fazer.

    Em relao s sentenas meramente declaratrias o legislador determinou que essas

    sentenas tenham eficcia executiva, concedendo fora condenatria s sentenas. O

    legislador deu fora executiva, considerou ttulo executivo judicial a sentena

    meramente declaratria. O legislador conferiu ULTRA EFICCIA EXECUTIVA s

    sentenas meramente declaratrias. o art. 475-N, I: So ttulos executivos judiciais:

    I a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de

    fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia.

    IMPORTANTECAI NA PROVA: O que o juiz deve e pode fazer? Antes de proferir

    a sentena, ao acolher o pedido, chama o autor e indaga o autor acerca da suavontade. Essa a nica forma de aplicar a lei dentro de um regime democrtico,

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    34/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 34

    dentro do respeito s garantias constitucionais do processo. Se ele no agir dessa

    forma, viola a feio democrtica da jurisdio.

    3. CLASSIFICAAO QUINRIA: EFICCIA: no considera o pedido, mas a eficcia, a

    produo de efeitos

    a.

    Mandamentais

    b.

    Executivas lato sensu

    No toda doutrina que aceita a autonomia dessas duas espcies. Mas ambas nada

    mais so do que as condenatrias com algo a mais, elas convivem com a imposio de

    medidas executivas. Discute-se se essas medidas executivas poderiam chegar a

    imposio de priso civil por descumprimento ordem judicial, que no est

    excepcionada pela CF, porque no se enquadra em priso civil por dvida.

    21/09/2011

    TEORI GER L DOS RECURSOS

    1.

    Duplo grau de jurisdio

    2.

    Conceito de recurso

    3. Elementos conceituais

    a. Voluntariedade REEXAME NECESSRIO

    b.

    Endoprocessualidade

    c. Objetivos

    d. Objeto Sistema de correlao tpica

    4.

    Princpios

    5.

    6.

    Efeito dos recursos

    26/09/2011

    AdmissibilidadePressuposto deadmissibilidade

    -

    No tem

    +

    Conhecimento

    2 mrito

    Provimento

    Improvimento

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    35/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 35

    Duplo grau de jurisdio o direito ao reexame das decises judiciais, via de regra pela

    instncia hierarquicamente superior, mas no necessariamente.

    Doutrina do professor Nelson Nery temos uma garantia do duplo grau relativa ao reexame

    das decises. da essncia da natureza humana o inconformismo, diante disso que surge o

    duplo grau. Via de regra essa situao de reexame feito pela instncia superior, mas no

    necessariamente. Por vezes o prprio rgo prolator ou cmara relatora competente para o

    reexame, nos embargosdeclaratrios ou infringentes ou de divergncia.

    Quando falamos em duplo grau, falamos em garantia constitucional.

    Quando falamos de rgo competentepara o exame, falamos simplesmente em distribuio

    de competncia, que afeta ao legislador ordinrioe no constitucional.

    O duplo grau uma garantia posta indiretamente na Constituio. Nenhum artigo da CF

    assegura expressamente o duplo grau:

    Art. 5, LV, CFcontraditrio e ampla defesa a todo jurisdicionado assegurado o

    contraditrio e a ampla defesa com todos os meios e recursos[ em sentido genrico e

    em sentido estrito]a eles inerente;

    Art. 93, CF prev a estrutura hierarquizada do Poder Judicirio o Poder Judicirio

    nacional composto por Tribunais que atuam em competncia derivada.

    Consequncias:

    1.

    possvel a restrio e a limitao do sistema recursal infraconstitucional, salvo no

    que diz respeito ao REsp e RE, pois esses dois recursos tem assento na prpria

    Constituio Federal, logo s podem ser retirados da CF por norma de igual hierarquia,

    emenda constitucional ou nova Constituio.

    possvel banir, extinguir os embargos infringentes, o recurso de agravo.

    2. Necessrio se faz manter no sistema infraconstitucional ao menos um recursos de

    cognio ampla para assegurar plenamente esse direito de reviso de decises

    judiciais. Ele precisa ter um perfil de cognio horizontal ampla e vertical exauriente.

    Conceito de recurso (Jos Carlos Barbosa Moreira):

    Meio voluntrio idneo a ensejar dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidao, o

    esclarecimento ou a integrao de deciso judicial que se impugna.

    1. Meio voluntrioa principal caracterstica de um recurso a voluntariedade, ou seja,

    s recorre a parte prejudicada, se quiser ter a chance de eventualmente ter suasituao melhorada no processo. Ningum compelido a recorrer.

    Observaes:

    a. O recurso um meio facultativo, que depende de escolha;

    b.

    nus processual, que diferente de obrigao. O recurso enquanto nus: se a

    parte no recorrer, no vai melhorar sua situao. Se ela recorrer, ela ter a

    chance de melhorar a situao. A interposio do recurso no garante a melhora

    da situao, mas o nico meio para tentar melhorar a sua situao. E quem

    recorre no pode ter sua situao prejudicada;

    c. No existe recurso obrigatrio, necessrio e nem de ofcio. A obrigatoriedade viola

    a principal caracterstica do sistema recursal, que a voluntariedade. A ideia de

  • 5/20/2018 Processo Civil - Caderno

    36/74

    A n d r e a C a r a c i o l a - P r o c e s s o C i v i l I I I - P g i n a | 36

    recurso necessrio, obrigatrio e de ofcio rechaada na prpria relao

    vernacular.

    O reexame necessrio, obrigatrio ou remessa necessria, obrigatria ou de ofcio

    diferente de recurso obrigatrio