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ANO 8 - Número 1874 Brasília-DF, quarta-feira, 18 de julho de 2007 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS 4 2 J. BATISTA A votação da Medida Provisória 374/07, sobre regimes previdenciários, ficou para agosto O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, fez um balanço, ontem, dos trabalhos do primeiro semestre dessa le- gislatura e destacou, entre as principais matérias aprovadas pela Casa, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Fundeb, o aumenta em um ponto percentual do repasse ao Fundo de Participação dos Municípios, em primeiro turno, e a nova política de reajustes para o salário míni- mo, além de projetos sobre saúde e segu- rança pública. Chinaglia destacou tam- bém o início da votação da reforma polí- tica, após 10 anos de tramitação, afirman- do que o tema continuará em debate a partir de agosto. Nesse primeiro semestre legislativo, a Câmara aprovou 153 pro- postas de novas leis. Chinaglia faz balanço do semestre legislativo Lei da microempresa, Fundeb, salário mínimo e aumento do FPM enstão entre as principais matérias aprovadas O Plenário encerrou ontem a última ses- são deliberativa do semestre sem votar a Medida Provisória 347/07, que prorroga por três anos o prazo para os regimes próprios de previdência social da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal e o Re- gime Geral de Previdência Social trocar in- formações a fim de garantir a compensação financeira entre os regimes. A discussão da matéria foi iniciada mas a votação não ocor- reu por falta de quórum. O presidente Ar- lindo Chinaglia anunciou que vai registrar a falta dos deputados que não comparece- ram, mas rebateu insinuações de que o nú- mero de faltosos teria aumentado neste iní- cio de legislatura. “Se há um número maior de faltas, é porque está havendo mais rigor. Não há dados comparativos se não se consi- derar também a atitude de consignar faltas. Nesses primeiros meses, a Câmara traba- lhou muito acima da média”, afirmou. Plenário encerra sessão e votações ficam para agosto Mauro Benevides e Janete Rocha Pietá avaliam resultados do semestre Comissão aprova projeto que disciplina uso de informações genéticas humanas PLENÁRIO SEGURIDADE O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, informou ontem em nota ofi- cial que o líder da Minoria na Câmara, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), estava a bordo do avião da TAM aci- dentado no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Redecker embarcou em Deputado Júlio Redecker estava em avião acidentado da TAM Página 3 Comissão convida economista inglês para debate no Congresso AQUECIMENTO GLOBAL Comunicado O Jornal da Câmara não circulará durante o recesso parlamentar, que se inicia hoje. A circulação volta ao nor- mal em agosto, com a retomada dos trabalhos legislativos. Deputado Júlio Redecker (2º à direita) em reunião de líderes, no dia 10 de julho O economista inglês Nicho- las Stern, que produziu em 2006 relatório para o governo britânico sobre os custos eco- nômicos das mudanças climá- ticas, deve participar, no segun- do semestre, de debate no Congresso sobre o aqueci- mento global. O convite foi feito por membros da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, que estão em Lon- dres para conhecer a experiên- cia britânica de combate aos efeitos do aumento da tempe- ratura da Terra. O presidente da comissão, deputado Eduardo Gomes, lem- brou que o relatório de Stern mu- dou o paradigma em relação às análises sobre o tema, ao indi- car que o custo final de uma mu- dança climática descontrolada pode chegar a 20% do PIB mun- dial a cada ano. Segundo o de- putado, a presença de Nicholas Stern no Brasil vai contribuir para o desenvolvimento de atividades estratégicas de combate às con- seqüências do aquecimento glo- bal. Também integram a comi- tiva os deputados Rocha Lou- res, Rebecca Garcia, Augusto Carvalho e Fernando Ferro. Porto Alegre e pegaria outro vôo em São Paulo com o presidente da Câmara, Ar- lindo Chinaglia, para uma viagem oficial aos Estados Unidos. Em função do aciden- te, Chinaglia cancelou a viagem, pois quer ficar no Brasil acompanhando o caso, in- clusive a divulgação dos nomes das vítimas. J. BATISTA

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  • ANO 8 - Número 1874Brasília-DF, quarta-feira, 18 de julho de 2007 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

    ImpressoEspecial

    11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

    DEPUTADOS

    CORREIOS

    4

    2

    J. BATISTA

    A votação da Medida Provisória 374/07, sobre regimes previdenciários, ficou para agosto

    O presidente da Câmara, ArlindoChinaglia, fez um balanço, ontem, dostrabalhos do primeiro semestre dessa le-gislatura e destacou, entre as principaismatérias aprovadas pela Casa, a Lei Geralda Micro e Pequena Empresa, o Fundeb,o aumenta em um ponto percentual dorepasse ao Fundo de Participação dosMunicípios, em primeiro turno, e a novapolítica de reajustes para o salário míni-mo, além de projetos sobre saúde e segu-rança pública. Chinaglia destacou tam-bém o início da votação da reforma polí-tica, após 10 anos de tramitação, afirman-do que o tema continuará em debate apartir de agosto. Nesse primeiro semestrelegislativo, a Câmara aprovou 153 pro-postas de novas leis.

    Chinaglia faz balanço do semestre legislativoLei da microempresa, Fundeb, salário mínimo e aumento do FPM enstão entre as principais matérias aprovadas

    O Plenário encerrou ontem a última ses-são deliberativa do semestre sem votar aMedida Provisória 347/07, que prorroga portrês anos o prazo para os regimes própriosde previdência social da União, dos estados,dos municípios e do Distrito Federal e o Re-gime Geral de Previdência Social trocar in-formações a fim de garantir a compensaçãofinanceira entre os regimes. A discussão damatéria foi iniciada mas a votação não ocor-reu por falta de quórum. O presidente Ar-lindo Chinaglia anunciou que vai registrara falta dos deputados que não comparece-ram, mas rebateu insinuações de que o nú-mero de faltosos teria aumentado neste iní-cio de legislatura. “Se há um número maiorde faltas, é porque está havendo mais rigor.Não há dados comparativos se não se consi-derar também a atitude de consignar faltas.Nesses primeiros meses, a Câmara traba-lhou muito acima da média”, afirmou.

    Plenário encerrasessão e votaçõesficam para agosto

    Mauro Benevides eJanete Rocha Pietáavaliam resultados

    do semestre

    Comissão aprovaprojeto que disciplina

    uso de informaçõesgenéticas humanas

    PLENÁRIO

    SEGURIDADE

    O líder do PSDB no Senado, ArthurVirgílio, informou ontem em nota ofi-cial que o líder da Minoria na Câmara,deputado Júlio Redecker (PSDB-RS),estava a bordo do avião da TAM aci-dentado no aeroporto de Congonhas,em São Paulo. Redecker embarcou em

    Deputado Júlio Redecker estavaem avião acidentado da TAM

    Página 3

    Comissão convidaeconomista inglês para

    debate no Congresso

    AQUECIMENTO GLOBAL

    ComunicadoO Jornal da Câmara não circulará

    durante o recesso parlamentar, que seinicia hoje. A circulação volta ao nor-mal em agosto, com a retomada dostrabalhos legislativos.

    Deputado Júlio Redecker (2º à direita) em reunião de líderes, no dia 10 de julho

    O economista inglês Nicho-las Stern, que produziu em2006 relatório para o governobritânico sobre os custos eco-nômicos das mudanças climá-ticas, deve participar, no segun-do semestre, de debate noCongresso sobre o aqueci-mento global. O convite foi feitopor membros da ComissãoMista Especial de MudançasClimáticas, que estão em Lon-dres para conhecer a experiên-cia britânica de combate aosefeitos do aumento da tempe-ratura da Terra.

    O presidente da comissão,deputado Eduardo Gomes, lem-brou que o relatório de Stern mu-dou o paradigma em relação àsanálises sobre o tema, ao indi-car que o custo final de uma mu-dança climática descontroladapode chegar a 20% do PIB mun-dial a cada ano. Segundo o de-putado, a presença de NicholasStern no Brasil vai contribuir parao desenvolvimento de atividadesestratégicas de combate às con-seqüências do aquecimento glo-bal. Também integram a comi-tiva os deputados Rocha Lou-res, Rebecca Garcia, AugustoCarvalho e Fernando Ferro.

    Porto Alegre e pegaria outro vôo em SãoPaulo com o presidente da Câmara, Ar-lindo Chinaglia, para uma viagem oficialaos Estados Unidos. Em função do aciden-te, Chinaglia cancelou a viagem, pois querficar no Brasil acompanhando o caso, in-clusive a divulgação dos nomes das vítimas.

    J. B

    ATIS

    TA

  • Brasília, 18 de julho de 2007

    Mesa da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura

    Diretor: William França (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

    SECOM - Secretaria de Comunicação Social

    Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DFwww.camara.gov.br

    [email protected]

    Jornal da CâmaraDiretora: (61) 3216-1651Amneres Pereira

    Editor-chefe:Marcondes Sampaio

    Diagramadores: (61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros,José Antonio Filho,Roselene Figueiredoe Alexandre Valente

    Editores: (61) 3216-1666Maria Clarice Dias,Rosalva NunesIlustrador: Renato Palet

    Presidente:Arlindo Chinaglia (PT-SP)

    1º Vice-Presidente:Nárcio Rodrigues (PSDB-MG)

    2º Vice-Presidente:Inocêncio Oliveira (PR-PE)

    1º Secretário:Osmar Serraglio (PMDB-PR)

    2º Secretário:Ciro Nogueira (PP-PI)

    3º Secretário:Waldemir Moka (PMDB-MS)

    4º Secretário:José Carlos Machado (PFL-SE)

    Suplentes:Manato (PDT-ES), Arnon Bezerra (PTB-CE),Alexandre Silveira (PPS-MG) e Deley (RJ-PSC)

    Ouvidor Parlamentar:Carlos Sampaio (PSDB - SP)

    Procurador Parlamentar:Alexandre Santos (PMDB - RJ)

    Diretor-Geral:Sérgio Sampaio de Almeida

    Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

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    As causas das vaias ao presi-dente Lula durante a aberturados Jogos Pan-Americanos noRio causaram divergências on-tem em Plenário. O líder do PT,Luiz Sérgio (RJ), destacou osinvestimentos de R$ 1,8 bilhãofeitos pelo governo federal no Pane disse que o episódio do Maraca-nã não expressa a índole do povodo Rio de Janeiro. “ O carioca sabeperfeitamente bem que o êxito doPan deve-se, em grande parte, aoapoio do governo, que teve a gran-deza de entender que não podiaolhar para quem governa o esta-do ou para quem governa o mu-nicípio, porque era preciso mos-trar ao mundo que o Brasil temcompetência não apenas nascompetições, mas também na or-ganização dos Jogos”, afirmou.

    Vice-líder do Governo, BetoAlbuquerque (PSB-RS) disse queas vaias não foram politizadas e nembaseadas em análise do desempe-nho do governo, mas orquestradase armadas, “sorrateira e desrespei-tosamente no momento errado edirigida à pessoa errada”.

    Já o líder do DEM, OnyxLorenzoni (RS), refutou a tesede que as vaias teriam sido orga-nizadas pela prefeitura do Rio.“Eu estava lá. Só alguém fora darealidade para pensar isso. No-venta mil pessoas, ninguém en-saia”, afirmou. Segundo o depu-tado, quando a imagem do pre-sidente Lula apareceu no telão,já houve vaias, e o prefeito Cé-sar Maia também recebeu algu-mas vaias, “mas, sem dúvida al-guma, muito mais aplausos”.Para o vice-líder do PSDB Leo-

    nardo Vilela (GO), “ nunca nahistória deste País houve noMaracanã uma manifestaçãotão espontânea e significativa”.Ele disse esperar que o Gover-no Lula reflita sobre o coman-do do País e suas ações, sobresuas ações.

    Para Marcelo Itagiba(PMDB-RJ), a vaia em si nãotem importância, porque éapenas uma manifestação emfunção de uma questão especí-fica. Para ele, a questão funda-mental é investigar denúncias

    Deputados divergem sobre causa de vaia a Lulade superfaturamento de váriasobras do Pan. Edson Santos(PT-RJ) atribuiu as vaias a umamobilização de pessoas ligadasá prefeitura do Rio e classificouo ato como “lamentável”, resul-tado de uma disputa política co-mandada pelo prefeito CésarMaia.

    Antonio Carlos MagalhãesNeto (DEM-BA) refutou as de-clarações de que houve orques-tração. “ É impossível imaginarque alguém vai conseguir reunirtanta gente e combinar que to-dos, num ambiente tão amplocomo é o estádio do Maracanã,comece a vaiar automaticamen-te no mesmo instante”, afirmou.Para o deputado, Lula é um líderpolítico popular, mas não é una-nimidade, pois 40% dos brasilei-ros não votaram nele.

    Márcio Junqueira (DEM-RR) afirmou que, se o presiden-te da República for a Roraima,será vaiado por 300 mil pessoas,“muito mais que os 70 mil que ovaiaram na abertura do Pan”. Jápara Tarcísio Zimmermann

    (PT-RS), as vaias refletem opensamento “de uma elite bran-ca e endinheirada, que não con-segue admitir o fato de que oBrasil melhorou nas mãos de umoperário, eleito democratica-mente pelo povo brasileiro”.João Oliveira (DEM-TO) dis-se não associar o episódio a algoplanejado, mas aos aconteci-mentos no Congresso Nacio-nal. “Quando assisti às vaiaspela televisão, associei-as às de-clarações de Renan Calheiros,o homem das vacas caras, quenão quer abrir mão da Presidên-cia do Senado para permitir aapuração de possíveis irregulari-dades”, disse. Alice Portugal(PCdoB-RJ) disse que o povo doRio, apesar de ser refratário aaplausos, não está ausente decompreender “que esse foi o mai-or investimento da história doesporte brasileiro”. Para Feli-pe Maia (DEM-RN), no en-tanto, seria muito difícil, emum estádio com mais de 70 milpessoas, reunir um grupo paravaiar seja lá quem fosse”.

    Onyx Lorenzoni Luiz Sérgio

    A Comissão de Segurida-de Social e Família aprovou osubstitutivo do deputado Dr.Talmir (PV-SP) ao Projeto deLei 4610/98, originário do Se-nado, que disciplina o uso deinformações genéticas huma-nas e impõe penas para a dis-criminação baseada no códi-go genético da pessoa. Antesda votação pelo Plenário, o PL4610/98 e os apensados se-rão analisados pela Comis-são de Constituição e Justiçae de Cidadania.

    De acordo com o relator, osubstitutivo tem duas linhasprincipais. Primeiro, classificaa informação genética do indi-víduo como confidencial e in-violável, especificando so-mente quatro situações emque ela pode ser revelada: nodiagnóstico e tratamento dedoença genética; no desen-

    Seguridade aprova punição para discriminação genéticavolvimento de pesquisa cientí-fica, desde que não seja iden-tificada a pessoa doadora domaterial genético; em examede paternidade; e em investi-gação criminal.

    Nos dois primeiros casos,exige-se a autorização da pes-soa. Nos dois últimos, a autori-zação tem que ser da Justiça, senão houver anuência da pessoainvestigada. Se o objetivo é ob-ter material genético de pessoaque corre risco de morte e nãoestá consciente, a autorizaçãoterá que ser dada pelo parentemais próximo, segundo o textoaprovado na comissão.

    PenasO segundo ponto relevante,

    segundo o relator, é a definiçãodas penas para quem discrimi-na uma pessoa com base nasua identidade genética. A pro-posta do Senado prevê detenção

    de um mês a um ano, multa eobrigação de reparar danos mo-rais e materiais, dependendo docrime; o substitutivo determina,para todos os casos, detençãode três meses a um ano, multae obrigação de reparar danosmorais e materiais.

    As penas valem para as se-guintes hipóteses de manifes-tação de preconceito: negar, li-mitar ou descontinuar a cober-tura de seguro de qualquer es-pécie (como de saúde e de vida)com base em informação gené-tica do contratante ou do benefi-ciário; recusar a matrícula, o in-gresso ou a permanência dealuno em escola ou curso deaperfeiçoamento; negar a inscri-ção em concurso público e ou-tras formas de seleção de pes-soal; e impedir o casamento oua convivência familiar e social.

    A mesma pena será aplica-

    da a quem divulgar informaçãogenética de uma pessoa semautorização prévia por escrito.Além disso, a discriminação noserviço público sujeita o respon-sável à perda do cargo e à proi-bição de realizar contratos comentidades estatais e de receberrecursos públicos.

    RegistroPara evitar que a informação

    genética caia em domínio públi-co, o parecer dispõe que osprontuários médicos de papelcom dados genéticos, por exem-plo, sejam guardados em arqui-vos fechados. Os eletrônicosdeverão ser registrados em lo-cal diferente do prontuário co-mum. Além disso, a informaçãogenética só deverá ser franque-ada a um médico. Outro aspec-to importante do texto aprovadoé que o código genético nãopode ser utilizado nos proces-

    sos de adoção de crianças.ApensadosSegundo o relator, o subs-

    titutivo reúne os aspectos maisrelevantes do PL 4610/98 e deoutros seis projetos que tra-mitam apensados a ele (PLs1934/99, 4900/99, 3377/00,4661/01, 4662/01 e 7373/06).Ele destacou que o avan-ço da engenharia genética, aomesmo tempo em que bene-ficia a humanidade com o de-senvolvimento do tratamentode doenças, pode ser usadopara restringir os direitos indivi-duais. “São muitos os exem-plos, principalmente os relaci-onados a discriminações prati-cadas por companhias de se-guro, de planos de saúde, comotambém as possibilidades da-nosas de interferência em pro-cessos de seleção no mundodo trabalho”, disse Dr. Talmir.

  • Brasília, 18 de julho de 2007 3

    Principais matérias aprovadas, por áreas de interesse

    Educação

    MP 339/06, que regulamentou o Fundeb. Ela foitransformada na Lei 11.494/07 e estabelece regraspara o repasse de recursos da União, dos estadose dos municípios para o fundo que substitui o Fun-def para financiar todo o ensino público básico (daeducação infantil ao ensino médio).

    Substitutivo ao PL 7701/06, do Senado, per-mitindo que o Fundo de Financiamento ao Estu-dante do Ensino Superior (Fies) financie até 100%da mensalidade, inclusive nos casos de mestra-do e doutorado.

    PL 7410/06, do Senado, que determina o desli-gamento do ProUni o curso que tiver duas avalia-ções consecutivas consideradas insuficientes noSistema Nacional de Avaliação da Educação Supe-rior (Sinaes).

    Meio Ambiente

    Substitutivo ao PL 5270/01, do Senado, sobreproteção dos peixes em áreas de represas. O textoaprovado pelos deputados responsabiliza os pro-prietários ou concessionários de represas pelo fo-mento à aqüicultura em suas áreas de atuação epelo “peixamento” (introdução de alevinos ou depeixes adultos com a finalidade de povoar ou repo-voar o local) do reservatório.

    Substitutivo ao PL 2938/04, do deputado Dr. Ro-sinha (PT-PR), que agrava penas para empresas,técnicos e agricultores responsáveis pela contami-nação de alimentos e produtos por agrotóxicos.

    PAC

    MP 351/07 (Lei 11.488/07), que isenta do PIS/Pasep e da Cofins a compra de máquinas, apare-lhos e equipamentos por empresas participantesdo Regime Especial de Incentivos para o Desenvol-vimento da Infra-Estrutura (Reidi).

    MPs 348/07 (Lei 11.478/07) e 349/07 (Lei 11.491/07) que criaram, respectivamente, o Fundo de In-

    vestimento em Participações em Infra-Estrutura (FIP-IE) e o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia doTempo de Serviço (FI-FGTS).

    PL 7709/07, do Executivo, que prioriza o pregão en-tre as modalidades de licitação que podem ser usadaspelo Poder Público.

    Economia

    PL 6272/05 (Lei 11.457/07), que criou a Receita Fe-deral do Brasil (Super-Receita).

    PL 79/07, do deputado José Pimentel (PT-CE), quemuda regras do Simples Nacional ou Supersimples,um regime de tributação especial para micro e peque-nas empresas.

    PL 4760/05, do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), sobre liquidação de saldo devedor da casa própriapelo Fundo de Compensações de Variações Salariais(FCVS). A proposta seguiu para análise do Senado.

    Defesa do Consumidor

    PL 405/99, do deputado José Pimentel, que proíbeas empresas prestadoras de serviço de cobrar taxas paraexpedir certidões e declarações e para fornecer documen-tos necessários ao esclarecimento de situações pesso-ais, quando houver vínculo contratual entre a empresa e osolicitante. A proposta segue para análise do Senado.

    Segurança Pública

    PL 6793/06 (Lei 11464/07), que disciplina o di-reito à progressão de pena do condenado por cri-me hediondo.

    PL 7225/06 (Lei 11466/07), que considera falta gra-ve o preso ter em sua posse, usar ou fornecer aparelhotelefônico, de radiocomunicação e todo e qualquer meiode comunicação eletrônico ou similar.

    PL 166/07, que dobra a pena para aqueles quecometam crimes com a participação de menoresde 18 anos.

    PL 1383/03, que determina a contagem da prescri-ção somente a partir do recebimento da denúncia ouda queixa de um crime.

    PL 4203/01, que estabelece novos procedimen-tos relativos aos processos de competência do Tri-bunal do Júri, como a diminuição da idade mínimapara participar do júri

    PL 7227/06, que torna regra geral o uso da video-conferência nos interrogatórios e nas audiências ju-diciais das quais participe o juiz, o acusado preso eseu advogado.

    PL 4480/01, do deputado Osmar Serraglio(PMDB-PR), que isenta das custas judiciais, despe-sas processuais e honorários advocatícios os réusque reconheçam sua culpa em ações civis públicaspromovidas na defesa do meio ambiente, do consu-midor e dos bens e direitos de valor artístico, estéti-co, histórico, turístico e paisagístico.

    Exploração sexual

    PL 4125/04, que obriga a afixação de cartazes emestabelecimentos comerciais - hotéis, postos de ga-solina, salões de beleza e casas noturnas, por exem-plo - com o alerta de que a exploração sexual é crime.

    PL 4852/05, que determina o fechamento definiti-vo de hotéis e similares que hospedarem criançasou adolescentes sem a autorização escrita dos pais.

    PL 4851/05, que muda o Estatuto da Criança e doAdolescente (Lei 8069/90) para tipificar melhor oscrimes em situações relacionadas à produção e àdivulgação de cenas de sexo explícito ou pornográfi-cas envolvendo criança ou adolescente.

    Saúde

    PL 7291/02, do deputado Pompeo de Mattos(PDT-RS), sobre a assistência à saúde dos maioresde 60 anos.

    PL 30/07, da deputada Rita Camata (PMDB-ES), queestimula a doação de sangue do cordão umbilical.

    Agricultura

    PL 3933/04, do deputado Nilson Pinto (PSDB-PA), que vincula a pesca industrial às atividadesdo setor rural.

    O presidente da Câma-ra, Arlindo Chinaglia, fezontem uma avaliação po-sitiva dos trabalhos legis-lativos no primeiro semes-tre e destacou as principaismatérias aprovadas naCasa. “Para que haja umacomparação, nós fizemosmais sessões extraordiná-rias do que ordinárias. Ti-vemos 106 sessões delibe-rativas, o que significa que,distribuídas ao longo decinco meses, a média é de20 dias de trabalho pormês. Então, nós trabalhamos todos osdias úteis. E votamos matérias impor-tantes”, destacou.

    Chinaglia ressaltou entre os itens

    aprovados a Lei Geral da Micro e Pe-quena Empresa, o Fundeb, e o primeiroturno da proposta de aumento de umponto percentual do repasse para o

    Chinaglia destaca aprovações do semestreFundo de Participação dosMunicípios (FPM), além daaprovação de uma políticapara o salário mínimo negoci-ada com as centrais sindicais,e várias matérias relativas àsaúde e à segurança pública.

    Em relação à reforma po-lítica, Chinaglia considerouum avanço a inclusão da ma-téria na pauta do Plenário,depois de 10 anos de tramita-ção. Segundo ele, o temacontinuará em debate a par-tir de agosto. A Proposta deEmenda à Constituição 50/

    07, que prorroga a CPMF e a Desvin-culação das Recei tas da União(DRU), também terá prioridade naretomada dos trabalhos legislativos.

    A Cãmara aprovou nesse semestre 153 propostas de novas leis

    J. BATISTA BalançoA Câmara aprovou, no primeiro se-

    mestre, 153 propostas de novas leis.Parte delas vai a sanção presidencial;outra parte ainda precisa ser analisadapelo Senado Federal. Foram 59 proje-tos de lei, 47 projetos de decreto legis-lativo, 45 medidas provisórias, um pro-jeto de lei complementar e um projetode resolução.

    Dessas propostas, 37 foram aprova-das em caráter conclusivo, ou seja, nãoprecisaram ser votadas pelo Plenário.O Regimento Interno da Câmara per-mite que a maioria das propostas sejamanalisadas apenas pelas comissões téc-nicas que têm relação com o tema daproposta. Caso todas as comissões de-signadas aprovem a proposta, ela podeseguir para o Senado ou para sanção.

  • 4 Brasília, 18 de julho de 2007

    PINGA-FOGO

    A deputada Janete RochaPietá (PT-SP) fez um balançodo primeiro semestre e das vo-tações que considerou relevan-tes na Câmara. Segundo ela, “oBrasil soberano, através do Po-der Legislativo, neste período,aprovou o Fundo de Manuten-ção e Desenvolvimento da Edu-cação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação (Fun-deb), que traz no seu bojo in-vestimentos da União na edu-cação de base, na creche e naeducação de adultos”.

    A parlamentar enfatizou aimportância dos projetos quetipificam como crime fotogra-far ou filmar, disponibilizar oufacilitar o acesso a cenas desexo explícito ou pornográficoque envolvam crianças ou ado-lescentes na internet. “Essesprojetos de profunda mobiliza-ção da bancada feminina con-taram com o apoio de todas asLideranças desta Casa para asua aprovação”, ressaltou.

    Trabalho positivoA aprovação da Super-Re-

    ceita e as mudanças no Códi-go Penal são exemplos do tra-balho positivo feito pela Câma-ra no primeiro semestre, naavaliação de Rodrigo Rollem-berg (PSB-DF). O deputado ci-tou entre as matérias maisimportantes votadas pelaCasa medidas provisórias eprojetos do Programa de Ace-leração do Crescimento que,segundo ele, estimulam o de-senvolvimento com reduçãoda burocracia. Na avaliação deRollemberg, propostas funda-mentais para o setor produti-vo e as áreas de Educação ede Ciência e Tecnologia fo-ram apreciadas e aprovadas,como a regulamentação doFundeb e o aumento de umponto percentual do Fundo deParticipação dos Municípios.

    Desenvolvimento regionalVeloso (PMDB-BA) agra-

    deceu ao presidente Lula pelolançamento do PAC, que devedestinar mais de R$ 1 bilhãoa obras de infra-estrutura noestado, incluindo as cidadesde Ilhéus e Itabuna, na zonacacaueira. Segundo ele, o se-tor enfrenta uma grave crise, emuitos dos produtores foramobrigados a abandonar o cul-tivo do cacau. Ele pediu ao go-verno atenção especial paradinamizar a economia da re-gião. Veloso cobrou recursospara a modernização do portode Ilhéus que movimentaquase uma tonelada de grãospor ano. Na sua opinião, o por-to é fundamental para o de-senvolvimento regional.

    Energia renovávelPaulo Teixeira (PT-SP)

    destacou a importância do pro-jeto de lei, apresentado emconjunto por vários deputados,para estimular a produção deenergia renovável. O projetoprevê a contratação do forneci-mento de mais de 6 mil kilo-watts de energia, e o investi-mento na energia eólica e naprodução de biomassa. O de-putado cobrou a redução dospreços da energia para o con-sumidor e defendeu que oaquecimento de água seja fei-to apenas por energia solar.Teixeira apelou aos líderespara que no segundo semes-tre seja aprovado um pacotede leis de redução da emis-são de gases que provocamefeito estufa e que apresen-tem um posicionamento claroda Câmara na contenção doaquecimento global.

    Janete Rocha Pietá

    Além dessas propostas, a de-putada sublinhou a aprovaçãodos acordos com Gana, Angola,África do Sul, Índia, Cabo Ver-de, entre outros, e também a cri-ação do Centro de CooperaçãoRegional para Educação deAdultos na América Latina e noCaribe (Crefal). Em seu pro-nunciamento, a deputada come-morou a aprovação do Projeto

    de Lei 6797/03, enviado aoCongresso, que disciplina os di-reitos à progressão de pena docondenado por crime hedion-do; do Projeto de Lei 7225/06,do Senado Federal, que consi-dera falta grave o preso ter emsua posse aparelhos telefônicos;e o Projeto de Lei 166/07, quevisa aumentar a pena para cri-me praticado com a participa-ção de menores de 18 anos.

    Janete Pietá lembrou aindaque, em conjunto com o Sena-do, a Câmara aprovou a Lei deDiretrizes Orçamentárias(LDO) para 2008, “estabele-cendo as bases para os projetosestruturantes para o novo pro-grama, o Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC)”.

    Para ela, outra discussãoimportante foi a reforma elei-toral, “a chamada reforma po-lítica, que há dez anos trami-tava nesta Casa e não chegavaà votação nesse Plenário”. “Adiscussão persistirá no segun-

    do semestre. Mas desta primei-ra discussão percebemos queserá necessária uma ampla dis-cussão, em que a mobilizaçãoenvolva toda a sociedade civilpara promover as mudançasnecessárias e urgentes para aconstrução de um Parlamentomais democrático”, garantiu.A deputada paulista defendeuainda a atualização das leis depunição para a corrupção e amanutenção do veto do Presi-dente à Emenda nº 3 no Pro-jeto de Lei conhecido comoSuper-Receita.

    Janete Pietá ressaltou queo Brasil constitui um EstadoDemocrático de Direito, quetem como fundamentos a so-berania; a cidadania; a digni-dade dos seres humanos; osvalores sociais de trabalho e dalivre iniciativa; e o pluralismopolítico. Ela lembrou que“todo o poder emana do povo”e agradeceu aos seus eleitoresde Guarulhos por sua eleição.

    LAYCER TOMAZ

    Ao fazer um balanço dostrabalhos do Plenário no pri-meiro semestre, o deputadoMauro Benevides (PMDB-CE) citou levantamento reali-zado pelo jornal Correio Brazili-ense para destacar os principaisprojetos aprovados pela Câma-ra dos Deputados no período:as dez medidas provisórias queintegram o Programa de Ace-leração do Crescimento (PAC),com investimentos de R$ 503bilhões até 2011; o projeto dosalário mínimo; a aprovação,em primeiro turno, da Propos-ta de Emenda à Constitucio-nal que aumenta em um pontopercentual o repasse de tribu-tos da União ao Fundo de Par-ticipação dos Municípios(FPM), que segundo ele, vaipossibilitar a transferência,ainda este ano, de R$ 450 mi-lhões a mais às prefeituras.

    Em relação aos Jogos Pan-Americanos, a aprovação de

    Janete Pietá destaca ação da bancadafeminina e votação do PAC e Fundeb

    Benevides exalta atuação da Mesa e esperamaior celeridade no segundo semestre

    crédito extra ao Orçamento deR$ 100 milhões para financiaros jogos, que estão sendo rea-lizados no Rio de Janeiro, paraos quais convergem as aten-ções populares.

    Benevides ainda computou,entre as principais medidasaprovadas no primeiro períodolegislativo de 2007, a prorroga-ção do prazo do parcelamentopara o pagamento de impostospelas microempresas; as leisque liberam R$ 25 milhões doOrçamento para combate à fe-bre aftosa e suspendem a co-brança de tributos para alimen-tos de primeira necessidade.

    O deputado cearense aindarealçou a aprovação do crédi-to extra de R$ 14 bilhões parao Fundo de Manutenção e De-senvolvimento da EducaçãoBásica (Fundeb), que tambémvai financiar as creches comu-nitárias e a ampliação do Fun-do de Financiamento ao Estu-

    dante do Ensino Superior(Fies). Benevides atribuiu obalanço positivo ao esforço daMesa Diretora, “a principiar dodirigente máximo ArlindoChinaglia e de V.Exa, [segun-do vice-presidente, Inocênciode Oliveira]”.

    O representante do PMDB,porém, lamentou que algumas

    matérias que considera impor-tantes deixaram de ser vota-das. “É o caso, por exemplo, daPEC que dispõe sobre os de-fensores públicos, de autoriado ex-deputado Roberto Frei-re, relatada pelo deputado Nel-son Pellegrino (PT-BA), noâmbito da comissão especial,da qual fui vice-presidente”,exemplificou. Benevides, in-cluiu entre as matérias que de-veriam ter sido priorizadas,ainda, a PEC que trata dos ve-readores suplentes, de autoriado deputado Pompeo de Mat-tos (PDT-RS).

    O deputado cearense pediuaos parlamentares que impri-mam “maior celeridade às obri-gações legislativas” no reiní-cio das atividades em 1º deagosto. “Qualquer negligên-cia ou desídia afeta o prestí-gio institucional, o que não ébom para a vitalidade demo-crática do Pais”, advertiu.

    Mauro Benevides

    BALANÇO DO SEMESTRE

    LAYCER TOMAZ