avaliação de direitos de consumidor i 26 05 14 13 valores.pdf

UNIVERSIDADE POLITCNICA APOLITCNICA

ESCOLA SUPERIOR ABERTA

CURSO DE LICENCIATURA EM CINCIAS JURDICAS

1

DIREITO DO CONSUMIDOR

I Trabalho de Avaliao

Maio, 2014




2

Trabalho de Avaliao: Disciplina de Direito de Consumidor

Tema: Aspectos Histricos e Legais do Direito do Consumidor e Direitos do Consumidor no

Sistema Jurdico de Moambique

Elaborado por: Joaquim Carlos Ferreira

Data de Entrega: 26 de Maio de 2014

Professor Orientador: Mestre Mouzinho Nicols




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Sumrio

Introduo....................................................................................................................................4

Captulo I - Aspectos Histricos e Legais do Direito do Consumidor..................................5

Captulo II - Direitos do Consumidor no Sistema Jurdico de Moambique.....................15

Concluso.....................................................................................................................................18




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Introduo

Desde a existncia da humanidade at hoje sempre esteve extractificada em diversas formas de

sociedade e com respeitado perodo de existncia de cada uma delas e a questo de proteco do

comprador ou consumidor contra os abusos ou ma-f do produtor, remota dos tempos antigos com as

civlilizaes antigas do oriente tais Egipto, Mesopotmia, ndia, China, assim nas civilizaes antigas

do ocidente Grcia e Roma.

Dever-se- entender que a sociedade um conjunto de pessoas que vivem no mesmo espao e submissos

s leis impostas para essa sociedade, com subdivises de classes antagnicas gerando-se um conflito

interno dentro dela, e as regras para proteco surgiram no sentido de dirimir os antagonismos entre o

vendedor e o comprador. Ora, no mundo antigo existia um equilbrio nas relaes de compra e venda,

na medida que o comprador procedia a negociao directa com o produtor. Com o desenvolvimento dos

processos produtivos e descatracterizao da produo personalizada, criou-se uma rotura nas relaes

que os consumidores estabeleciam com os produtores, onde o consumidor j no tem nenhuma relao

com o produtor e como resultado o consumidor deixa de ter a possibilidade de negociar e de conhecer o

produto que pretende comprar.

A questo de proteco do comprador ou consumidor contra os abusos ou ma-f do produtor, remota dos

tempos antigos com destaque para as civlilizaes antigas do Egipto, Mesopotmia, nas civilizaes

grega e romana.

Ora esta nova situao, torna o consumidor vulnervel, com vantagem para o fornecedor que passa a

estabelecer as regras do negcio. Para que se torne a estabelecer o equilbrio nas relaes de consumo,

estabeleceram-se normas com a finalidade de garantir a proteco mais fraca na relao, o consumidor.

O presente trabalho de avaliao tem a finalidade de fazer uma resenha histria e dar a conhecer a sua

natureza jurdica, assim como compreender os alicerces legais que justificam a tutela legal do

consumidor em Moambique.




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CAPITULO I - ASPECTOS HISTRICOS E LEGAIS DO DIREITO DO CONSUMIDOR

1. Generalidades Resenha Histria

O Direito do Consumidor um dos direitos mais antigos da humanidade, todavia um tema jurdico que

teve o seu desenvolvimento a partir dos meados do sculo XX, tendo em vista uma relao harmnica

entre fornecedores de bens e servios e os compradores, atravs de adopo de legislao igual as outras

normas de direito, apesar de ser uma legislao avulsa e de acordo com os hbitos e costumes de

diversos pases, para fazer o devido acompanhamento desta nova dinmica da sociedade.

Estudos sobre as grandes civilizaes antigas do Egipto, Mesopotmia, ndia entre outras no oriente

assim como nas civilizaes antigas do ocidente, com nfase para o Cdigo de Hamurbi (2300 A.C.),

que consagrava a interveno do estado na actividade privada, quer atravs de delimitao de salrios e

preos e da sua estrita obserncia pelos agentes econmicos da poca, quer atravs de regras no domnio

comercial e do controle e a inspeco se encontravam a cargo do palcio real, o que evidenciava a

necessidade de haver cautelas com o lucro excessivo e a tutela dos interesses do consumidor. Verbi

gratia, Santos1, destaca que consuante a regra 235 do Cdigo de Hamurbi, o construtor de barcos tinha

a obrigao de refaz-lo em caso de defeito estrutural, num prazo at um ano. Aqui se extrai a noo de

vcios redibitrios2, neste caso a obrigao do construtor do barco ser exorbitante, assim como a

modificao unilateral dos desajustes por desiquilbrio nas prestaes, em razo das foras de natureza.

Apesar de estar emanado de diversas lacunas, estas regras demonstram que havia necessdidade de se

acautelar as relaes de consumo sem que fossem prejudicados os compradores ou os fornecedores de

bens e servios, embora teoricamente com benefcios avantajados para os consumidores. Pode-se ainda

demonstrar, na ndia do sculo XVIII A.C., o famoso Cdigo de Manu3 (Lei 967 e 968), que estabelecia

a pena de multa ou punio para alm da compensao pelos danos, aos que adulterassem os produtos,

1SANTOS, Altamiro Jos dos. Direitos do Consumidor. Revista do IAP. Curitiba, Instituto dos Advogados do Paran,. 1987 2PRATA, Ana. Dicionrio Jurdico, 5 Edio Actualizada e Aumentada. Coimbra, Edies Almedina, 2008 Vcios

Redibitrios defeitos ou vcios de coisa oculta que objecto de negcio, que a tornam inadequada para o uso a que de

destina ou lhe diminuem o valor. 3O Cdigo de Manu, no seu artigo 200 no se deve vender nenhuma mercadoria de baixa qualidade como boa, nem uma

mercadoria com um peso mais fraco que o convencionado, nem uma coisa afastada, nem uma coisa que tem escondido os

defeitos www.dhnet.org/direitos/anthist/Manu2.




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fizessem a entrega de coisa de valor inferior ao acertado ou venda de bens igual natureza a preos

diferentes.

Os grandes pensadores gregos j se referiam a manobras dos mercadores e sua preocupao com com o

mercado e suas regras, assim as relaes de consumo.

O Direito Romano, com semelhanas ao Cdigo de Manu, estabelecia que o vendedor era responsvel

pelos vcios da coisa, se no fossem por ele ignorados. No perodo do Imperador Justiniano, o vendedor

era responsvel pelos vcios da coisa ainda que no fossem do seu conhecimento, aliando-se a boa-f do

comprador, compensavam em casos de vcios ocultos na coisa vendida. Se fosse do conhecimento do

vendedor, deveria desse modo, compensar pelo dobro que recebeu.

No decurso da Idade Mdia, houve uma grande intesificao da produo de normas jurdicas relativas

ao acesso aos bens de consumo, com intuito de se proteger os consumidores e os produtres da

concorrncia desleal. Verbi gratia, na Frana, o Rei Lus XI, estatui um edital na qual punia com banho

escaldante para a pessoa que comercializa-se a manteiga com pedra no interior para aumentar o peso, ou

o leite com gua para aumentar o volume.

Fazendo um regresso ao passado, pode-se afirmar que o Direito, aleatoriamente estabelecia normas de

proteco ao consumidor. Desde a preocupao com lucros excessivos praticados pelos comerciantes

tipificado nas leis de Hamurbi e as multas e punies nas leis de Manu.

Constata-se que desde as pocas antigas, havia um interesse por arte dos Soberanos na proteco dos

consumidores na aquisio de produtos ou servios, atravs da interveno na economia para o controle

e superviso dos lucros abusivos praticados pelos produtores/fornecedores ou atravs do

estabelecimento de regras que garantiam aos consumidores o direito troca ou devoluo da quantia

paga, no caso do produto adquirido apresentar vcio ou no apresentar as qualidades promovidas pelo

produtor/fornecedor, apesar de no se pensar em direito das relae de consumo. O modelo desse tempo,

era estabelecido pelo prncipio da Pacta Sund Servanda4 que obrigava ao cumprimento dos contratos de

acordo com as clusulas neles contidos, amplamente discutidas e acordadas entres as partes, pois deve

sempre prevalecer nesse modelo de contrato vontade das partes contraentes, excepto, se o contrato




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estiver ferido de algum vcio, questo a ser tratada nas outras cadeiras do curso. Com o decurso do

tempo, e o crescimento dos mercados e o aumento da procura, o auxlio da manufactura ao sistema

feudal j em decadncia, revela-se insuficiente para atender a sociedade, na medida que foi tomada pela

indstria gerida pela Sociedade Burguesa que se desenvolvia e aumentava o seu capital e arruinando

quase todas as classes mediavais. Contudo, o Estado Absolutista ainda detinha o poder e estabelecia as

regras que deveriam serem feitas as negociaes e transaes comerciais e este no preocupava com os

consumidores mas com o seu Jus Imperium.

Importa destacar, apesar de no existir nenhuma legislao especfica de proteco do consumidor, nos

tempos coloniais dos Estados Unidos da Amrica, surge em 1773 uma manifestao dos consumidores

em Boston denominada (Boston Tea Party), contra as taxas do ch fornecido pelos ingleses em razo das

suas exigncias exorbitantes.. Aps esta manifestao, em 1776, ocorreu a denominada revoluo

americana, mundialmente conhecida como a Revoluo dos consumidores.

A partir do sculo XIX, entra em aco o movimento de defesa do consumidor, nos Estados Unidos,

com o advento do capitalismo, que se resumia na luta dos trabalhadores por melhores condies de

trabalho e o reconhecimento enquanto seres humanos. Por iniciativa de Josephine Lowel criada a New

York Consumers League Liga dos Consumidores de Nova Yorque, actualmente Consumers Union,

que iniciou o movimento consumista para todo o Mundo. Em 1899, Florence Kelly unificou as

associaes de Nova Yorque, Chicago, Boston e Filadlfia na Liga Nacional dos Consumidores

(National Consumers League), que exigia melhores condies de trabalho para as mulheres e crianas

nas fbricas de Algodo5. Com o advento da Revoluo Industrial, inicia-se um perodo importante no

desenvolvimento do direito do consumidor, pois a partir dela se inicia o fenmeno de produo massiva

e por consequncia, aparecem os intermedirios nas relaes de consumo entre produtores e

consumidores. O produtor iniciou com a prtica de actos ilcitos, fraudulentos, enganosos e muitas vezes

abusivos. Desse modo, justia social entendeu ser essencial a adopo de leis para controlar as relaes

de consumo ou seja para controlar o produtor/fornecedor/vendedor e garantir a proteco do

4PRATA, Ana. Dicionrio Jurdico, 5 Edio Actualizada e Aumentada. Coimbra, Edies Almedina, 2008 - Pacta Sund

Servanda, prncipio segundo o qual os contratos devem ser cumpridos nos exatos termos que foram celebrados. 5BUREAU, Childrens. Historia de la Oficina de Infancia. New York, 2012




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comprador/consumidor. Depois da II guerra mundial, foram criadas organizaes de defesa do

consumidor fora dos EUA, verbi gratia a fundao do Conselho do Consumidor na Dinamarca,

Associao dos Consumidores do Canad e com a internacionalizao e fuso das grandes empresas

aparecem organizaes de consumidores no Reino Unido, Sucia, Holanda, Frana e com destaque para

para a Associao dos comsumidores da Inglaterra em 1957, comum um nmero considervel de

membros em 1990 e laboratrios de testes para produtos de consumo.

2. Generalidades Tutela Jurdica do Consumidor

O produtor, sempre tem o interesse de ganhar mais do que com a satisfao do consumidor, atravs de

utilizao de tcnicas de informao, propaganda e outros meios para assediar o consumidor, gerando-se

aqui um grande desiquilbrio nas relaes de consumo e tornando-se imperativo a necessidade de

proteco do parte fraca, neste caso o consumidor, contra a fraude, publicidade enganosa, desonestidade

nas transaes comerciais e outros comportamentos por parte dos fornecedores. Por presso da opinio

pblica, inicia o processo de considerao da interveno do Estado para a tutela dos consumidores que

tem o seu auge na criao em 1960, da IOCU International Organization of Consumers Union,

actualmente com a denominao de CI Consumers International, que era composta numa fase inicial

pela Austrlia, Estados Unidos, Blgica, Holanda e Gr Bretanha. A tutela dos consumidores tambm

recebeu um grande impulso por parte do Presidente John Fitzgerald Kennedy, na sua messagem aos

Congressistas Americanos, em 15 de Maro de 1962 atravs da Consumer Bill of Rights6, que

estabeleceu uma srie de direitos dos consumidores, constituindo este um marco para o despertar desta

problemtica dentro e fora dos Estados Unidos e a partir da at a actualidade, assiste-se ao grande

crescimento do movimento consumista a nvel mundial. Esta posio poltica de John Kennedy, foi

6 A Consumer Bill of Rights, estabelecia entre outros: O Direito segurana, segundo a qual o consumidor no pode ser

exposto a perigos; Direito a informao, que probe a omisso de dados relevantes sobre produto colocado venda; Direito

livre escolha, que assegura ao consumidor a livre deciso de compra; Direito de ser ouvido, que obriga os fornecedores a

receber queixas dos consumidores e tomarem providncias para resolv-las.




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grandemente seguida pelos sucessivos Presidentes dos Estados Unidos e tornando-se o dia 15 de Maro,

como o dia mundial do consumidor.

O Movimento consumista extrapulou as fronteiras americanas para a Europa, onde pode-se destacar,

pases como a Alemanha que estabeleceu o primeiro documento para a poltica de consumo 1972, nos

pases da Escandinvia (Sucia em 1971, Noruega em 1972, Dinamarca em 1974 e Finlndia em 1978) e

noutros pases da Europa. Destaque para O.C.D.E. Organizao do Conselho para o Desenvolvimento

da Europa, atravs da Comisso para a Defesa do Consumidor elaborou em 1972, a Carta de Proteco

do Consumidor7, que enuncia os direitos do consumidor e estabelece um plano de aco a ser

conjugadas com as polticas comunitrias e, teve influncia significativa na adopo de polticas de

consumo nos pases membros.

Nesta dcada, o Conselho Econmico da ONU, reconhece a proteco do consumidor como um dos

marcos para o desenvolvimento econmico e social e a 9 de Abril de 1985, a Assembleia Geral das

Naes Unidas, atravs da Resoluo 39/248 aprovou os princpios directores da proteco do

consumidor, tambm conhecidos como Directrizes para a Proteco do Consumidor8, contendo as

linhas gerais para os Estados membros estabelecerem um conjunto de normas para a Defesa do

Consumidor, sendo pela primeira vez, que houve o reconhecimento e aceitao dos direitos bsicos do

consumidor e adoptou-se outros prncipios e normas adicionais para fazer face aos desafios do sculo

XXI, que sero abordadas adiante.

Em relao a frica, Em 1992, a OIUC Organizao Internacional das Unies de Consumidores

estabeleceu Harare at finais de 2005, o ROAF - Gabinete Regional para frica da Consumers

International. Foi este Gabinete que promoveu as Conferncias de Dakar e Kadoma, para discutirem a

situao de defesa do consumidor e avaliar o impacto das directrizes das Naes Unidas. Promoveu

estudos diversos e com destaque ao estudo sobre o comportamento dos Estados Africanos em relao a

7Carta de Proteco do Consumidor A proteo do consumidor no direito comparado e ptrio: enfoque na OCDE, uma

Comisso para a poltica dos consumidores; Rio de Janeiro: Fundao Getlio Vargas, 1972

8ABREU, Paula Santos de. A Proteo do consumidor no mbito dos tratados da UE, Nafta e Mercosul. Braslia,

Revista Jurdica, Presidncia da Repblica, 1985




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problemtica dos consumidores, como ponto de partida para para a adopo do modelo de lei sobre a

defesa do consumidor para frica, a Model Law for Africa9. O texto da lei, foi apresentado e

adoptado na Conferncia Africana sobre Proteco do Consumidor e tem estado a guiar o tratamento dos

consumidores nos Estados Africanos, onde na sua maioria no tem legislao especfica para o

consumidor. Em 1997, existiam em frica seis organizaes de defesa do consumidor, mas como parte

do trabalho exercido pelo Gabinete onde das 273 organizaes filiadas na CI, mais de 83 eram africanas.

Existe um reconhecimento, que o movimento est a ter maior dinmica, apenas alguns pases adoptaram

nos seus sistemas jurdicos a legislao especfica sobre a proteco do consumidor, entre estes pases

destacam-se a frica do Sul, Gana, Zimbabwe, Mali, Malawi, Nambia e Senegal. Na SADC

Southern Africa Development Community (inicialmente criada para reduzir a dependncia em relao a

frica do Sul segregacionista, com a denominao da SADCC- Southern Africa Development

Conference Coordination), ainda no existe uma poltica uniforme sobre a defesa do consumidor que

opere sob orientao da organizao. Porm, existem organizaes ou associaes10 independentes

orientadas para a defesa do consumidor, que atravs de leis e regulamentos domsticos implementam

estratgias e aces no quadro e na letra da Resoluo das Naes Unidas sobre a defesa dos

consumidores. Este movimento de defesa do consumidor comeado, pelo Presidente JFK.11

9GRANT, Hatch et al. The Dynamic African Consumer Market. Accenture, 2011 10

Em Moambique, existem trs organizaes de consumidores. A ProConsumers Associao para o Estudo e Defesa do

Consumidor, criada em finais de 1996, a DECOM Associao de Defesa do Consumidor de Moambique, criada nos

princpios de1997 e o IDCM Instituto do Direito de Consumo de Moambique, em 2000. 11JFK John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), 35 Presidente dos Estados Unidos, durante a sua Administrao, na Amrica

houve a consolidao dos grandes movimentos sociais, tais como dos direitos cvicos dos negros liderados por Martin Luther

King, assim como dos movimentos de proteco e defesa de consumidores, que levaram o Presidente a apresentar ao

Congresso, a Proposta para a Defesa do Consumidor atravs da sua clebre afirmao Consumidores por definio somo

todos ns, a 15 de Maro de 1962. Esta data viria a ser comemorada como o Dia Mundial do Consumidor e celebrado pela

primeira vez em 1983 e no dia 9 de Abril de 1985, a Assembleia Geral das Naes Unidas adoptou uma srie de Directrizes

de Proteco ao Consumidor que abrangem os prncipios dos direitos dos consumidores e uma estrutura para reforar as

Polticas Internas dos Pases Membros para a Proteco aos Consumidores.




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3. Autonomia do Direito do Consumidor

O Direito do Consumidor uma disciplina jurdica recente, que nasce, se desenvolve e consolida-se nas

nas sociedades sofisticadas com mercados complexos. Neste mbito, um dos problemas que se coloca

a questo da sua autonomia como ramo do Direito. Essa autonomia12 significa que no apenas um

ramo de direito civil e comercial ou pretender-se isolar dos restantes ramos de direito, mas ressalvar que

a sua estrutura circula em torno de um ncleo particualar uniforme e coerente, dando o contorno de

regime especial com princpios, conceitos, insititutos e mtodos prprios e por causa do sua

caracterstica multidisciplinar no obstrui o dilogo das fontes13. Nos ltimos trinta anos, a

Comunidade Internacional vem se preocupando com a defesa jurdica dos interesses do consumidor. Na

actualidade j no motivo de pasmo falar-se em proteco ao consumidor, especialmente o Direito do

Consumidor. uma rea que caminha em terrenos pouco firmes e, em constante mutao.

Este direito aparece devido a incapacidade do mercado de consumo em proteger, com as leis e de forma

adequada o consumidor. Porm, esta disciplina ainda nom esta moldada e com fronteiras definidas,

embora os jursiconsultos tenha j uma concepo clara dos sujeitos, objecto, fontes, campos de

aplicao, instrumentos e mtodos de interpretao prprios.

A sua preocupao tem haver com as relaes de consumo mais rebuscadas, aquelas que do origem a

uma srie de fenmenos colectivos, como os acidentes de consumo, os contratos de adeso, as prticas

abusivas, a publicidade enganosa e abusiva, o acesso justia para as colectividades de consumidores. O

seu grande objectivo corrigir as desigualdades existentes no mercado entre o consumidor e

12BENJAMIM, Antnio Herman Et Al. Manual do Direito do Consumidor, 5 Edio. S. Paulo, 2013, pag. 252, A

autonomia do direito, no um conceito hostil, da prpria unidade fundamental do Direito, resultam vinculaes entre ramos

distanciados. Com maior razo h maior interdependncia nos ramos mais aproximados. A autonomia do Direito do

Consumidor, no absoluta e moldada pela multidisciplinaridade que informa todo sistema. Importa ressaltar que o conceito

de autonomia de um ramo de direito sempre relativo, no se podendo admitir uma separao absoluta ou estanque. Quer

significar somente a presena de um direito especial, regulando relaes concretas e especiais, que mantm entre si uma

particular homogeneidade substancial e merecendo um tratamento substancial especial. 13A ideia de que as leis devem ser aplicadas de forma isolada umas das outras, afastada pela teoria do dilogo das

fontes, segundo a qual o ordenamento jurdico deve ser interpretado de forma unitria. A teoria do dilogo das fontes foi

idealizada na Alemanha pelo jurista Erik Jayme, professor da Universidade de Heidelberg.




12

fornecedor. Desse modo, o Direito do Consumidor evolui no sentido de um ramo do direito cada vez

mais autnomo, embora com necessidade de recorrer ao direito subsidirio.

4. Definio dos Conceitos Bsicos14

4.1. Mercado de Consumo o um processo atravs do qual compradores e vendedores interagem

com o intuito de obter informao sobre aquilo que desejam comprar e vender, bem como com o

objectivo de determinar os termos da operao econmica, vale dizer, o preo das mercadorias e as

quantidades a serem compradas e vendidas, estando em contacto directo.

4.2. Contrato de Consumo - A relao de consumo instituda atravs de um acto de consumo, que

nasce, quase sempre, na base de contrato que tem como partes integrantes o consumidor e o

fornecedor.No h tipos especficos de negcios que sempre so tidos como contratos de

consumo. Esses contratos so caracterizados atravs da qualidade dos sujeitos contraentes (ser um dos

contraentes consumidor e o outro fornecedor). Entretanto, existem contratos que pela forma no podem

ser tidos como de consumo, estando inseridos, necessariamente, em relaes interempresariais15. Alm

desses, h tambm contratos que, pela forma, so necessariamente civis, como o caso da cesso de

direitos autorais e da constituio de associao, cooperativa ou sociedade civil. A importncia de saber

se uma relao ou no de consumo que, no caso de existncia de uma lei especfica de defesa do

consumidor, as partes devem recorrer a ela sempre que se vislumbre desequilbrio na relao contratual.

14Nicols, Mouzinho. Proteco do Consumidor na Ordem Jurdica Moambicana. Publifix. Maputo, 2010 15Dentro das relaes empresariais existem os contratos de franchising e factoring. Franchising basicamente um sistema de

distribuio onde o franqueador cede ao franqueado o direito de trabalhar com a marca e cobra por isso uma taxa de franquia.

A empresa franqueadora consegue colocar seus produtos no mercado mais facilmente e com menor dispndio de capital. A

pessoa que adquirir a franquia (o franqueado) ser dono de seu prprio negcio, ao mesmo tempo em que estar contando

com toda a experincia do franqueador. O factoring uma actividade de fomento mercantil que se destina a ajudar,

sobretudo, o segmento das pequenas e mdias indstrias a expandir seus activos, a aumentar suas vendas, sem fazer dvidas,

uma atividade complexa, cujo fundamento a prestao de servios, ampla e abrangente, que pressupe slidos

conhecimentos de mercado, de gerncia financeira, de matemtica e de estratgia empresarial, para exercer suas funes de

parceiro dos clientes. O sentido da parceria essencial ao exerccio efectivo do factoring.




13

Na legislao de Moambique, os contratos esto sujeitos a dois regime jurdicos distintos: O civil e o

comercial e a lei civil constitui por regra, um direito subsidirio. O contrato de consumo encontra-se

submetido a regra geral.

4.3. Consumidor todo aquele a quem sejam fornecidos bens ou servios destinados ao uso

privado. Apesar do Presidente John Kennedy ter expressado que todos ns somos consumidores, a

realidade no assim, pois todos podemos ser consumidores em razo de alguns actos que uma

pessoa pratique ser consumido, e para outros no ser. Quem consumidor no pode ser fornecedor, mas

o fornecedor pode ser consumidor.

4.4. Fornecedor todo aquele que exera, com carcter profissional uma actividade ecoonmica

5. Fundamentao do Direito do Consumidor

As medidas de defesa do consumidor destinam-se para enfrentar as disparidades nas relaes de

consumo. O Estado intervm na proteco do consumidor, incluindo e no limitando-se a:

Eficincia econmica

Direito individual

Justia distributiva

Tomada de decises participativas

Valores comuns positivos

Direito ao desenvolvimento

6. Responsabilidade e Quadro de Defesa do Consumidor

A funo de defesa do consumidor16 est sob a responsabilidade das entidades pblicas e privadas, quer

pro via normativa, quer por via de representantes de grupos de interesse colectivo tais como Instituies

16Jornal Correio da Manh, Lisboa Portugal

A Associao Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) defendeu hoje que a cobrana de comisses bancrias s

deve aplicar-se aos servios solicitados pelos consumidores e no, sobre aqueles estipulados pelos bancos




14

Governamentais, Provedoria de Justica, Associaes profissionais, Associaes Comerciais e

Industriais e Organizaes de Defesa do Consumidor.

O quadro de defesa do consumidor17 engloba mecanismos institucionais, onde o Estado tem um papel

relevante, contudo sem prejudicar a liberdade de exercerem a sua actividade dentro da legalidade ou

sufocar os consumidores no exerccio da escolha individual, constituem elementos essenciais de um

quadro de defesa do consumidor, os seguintes:

Poltica Nacional de Consumidores

Agncia de Proteco do Consumidor

Leis do Consumidor

Cdigos ou Soft Laws18

Mecanismos de Reparao ao Consumidotr

Sistemas de Monitoria e Vigilincia

Mecanismos de Cumprimento ou Aplicao

Programas de Educao e Informao de Consumidores

Cooperao Internacional e Criao de Redes

17

A defesa do consumidor a actividade de proteco do consumidor atravs da divulgao de informao sobre a

qualidade dos bens e servios e atravs do exerccio de presso sobre as entidades pblicas com o objetivo de defender os

direitos dos consumidores.

A defesa do consumidor no se baseia apenas na punio dos que praticam ilcitos e violam os direitos do consumidor, como

tambm na consciencializao dos consumidores de seus direitos e deveres e consciencializar os fabricantes, fornecedores e

prestadores de servios sobre suas obrigaes demonstrando que agindo corretamente eles respeitam o consumidor e

ampliam seu mercado de consumo contribuindo para o desenvolvimento do pas.

Os princpios que regem a defesa do consumidor norteiam-se pela boa-f do adquirente e do comerciante, uma vez que

a publicidade pode estabelecer os liames de seu exerccio. Caso a publicidade seja enganosa o consumidor tem direito justa

reparao, da mesma forma que ter direito venda conforme o anunciado. A respeito do tema publicidade enganosa, esta se

trata de assunto de interesse pblico, pertencendo ao ramo dos direitos difusos de carter meta-individual. 18

Soft Laws, uma expresso utilizada no mbito do Direito Internacional Pblico que designa o texto internacional, sob

diversas denominaes, que so desprovidos de carter jurdico em relao aos signatrios. So, portanto, facultativas, ao

contrrio do que ocorre com o jus cogens, que so normas cogentes. Por sua vez, so tambm conhecidas como droit doux

(direito flexvel) ou mesmo soft norm.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Deverhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimentohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Publicidadehttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Publicidade_enganosa&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Interesse_p%C3%BAblicohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_difusos




15

CAPITULO II

DIREITOS DO CONSUMIDOR NA ORDEM JURDICA MOAMBICANA

1. Aprovao da Lei de Defesa do Consumidor em 2009, razes para tal?

Aps a independncia de Moambique em 1975, toda a legislao anterior que no contrariasse o

esprito da nova Constituio foi mantida e foi sendo adequada s condies do desenvolvimento scio-

economico e cultural do pas. Moambique assim como outros pases africanos de lngua portuguesa,

no sofreu influncia legislativa colonial em relao a temrica de defesa do consumidor, pois a mesma

constava da agenda de discusso na Assembleia Nacional, em Lisboa, no dia 25 de Abril de 1974. Em

1996, um grupo de Deputados, um projecto de lei com a finalidade de se proteger legalmente o

consumidor em Moambique

Algumas leis ainda em vigor no pas so o legado do colonialismo. Destas, umas, no mbito da reforma

legal em curso no pas, tem sido revistas para se ajustarem a realidade local, e outras tm sido

introduzidas para o reforo deste quadro legal existente. Como se sabe, o nosso ordenamento jurdico j

dispe de uma legislao especial e adequada problemtica do consumidor. Assim se justifica a

afirmao de que a ordem jurdica moambicana j no incipiente em relao proteco do

consumidor. Mas tambm se pode recorrer aos vrios diplomas legais que regulam situaes, que directa

ou indirectamente procuram proteger o consumidor.

Argumentos diversos foram apresentados para no deixar passar a lei e um dos argumentos referia-se a

existncia de um forte mercado informal que funcionava sem obwservncia a lei e este no seria

abrangido por este projecto de lei e esta destinar-se-ia apenas para os operadores econmicos

legalizados, penalizando-os.19

Actualmente tem uma Lei de Defesa de Consumidor, aprovada pela Assembleia da Repblica.20

19DAUTO, Ossumane Aly, Presidente da Comisso de Assutnos Jurdicos, Direitos Humanos e Legalidade da Assembleia da

Repblica de Moambique. Jornal Notcias, 8 de Maro de 1996. Oito anos , depois do Projecto de Lei ser chumbado, 20Lei n 22/2009 de 28 de Setembro, cuja a proposta foi submetida em 2002, pela Associao de Defesa do Consumidor

(DECOM) em 2002.




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2. Diplomas Legais de Defesa dos Direitos do Consumidor em Moambique

2.1. Constituio da Repblica de Moambique 2004

A Constituio a lei fundamental do pas, que estabelece e delimita os prncipios da organizao

poltica e jurdica, geralmente os direitos e deveres fundamentais. No mbito da Lei Fundamental

Moambicana, os Direitos do Consumidor, encontram-se consagrados no Artigo 92 CRM e estatui que:

Os consumidores tm direito, qualidade dos bens e servios consumidos, formao e informao,

proteco da sade e da segurana dos seus interesses econmicos, bem como reparao de danos; A

publicidade disciplinada por lei, sendo proibida as formas de publicidade oculta, indirecta ou enganosa

e as associaes de consumidores e as cooperativas de consumo tm direito, nos termos da lei, ao apoio

do Estado e a serem ouvidas sobre as questes que digam respeito defesa dos consumidores, sendo-

lhes reconhecida legitimidade processual para a defesa dos seus associados, conjugado com a CRM

existem outros diplomas legais especficos tais como o Cdigo Civil; Cdigo Penal; Cdigo Comercial;

Cdigo de Publicidade: Lei de Defesa do Consumidor21 e outra Legislao avulsa, verbi gratia Postura

sobre Aferies, etc.

21

Trata-se de uma lei oportuna na medida em que o consumidor final, aquele que adiquire o bem ou servio para a sua

utilizao final, no sej um agente passivo do processo, mas tenha salvaguardado uma srie de direitos que de certa maneira

contribuem para uma melhor qualidade de prestao de servios e de venda.

Continuamos a assistir de forma abusiva a recusa ou omisso de alguns estabelecimentos comerciais de apresentao do

LIVRO DE RECLAMAES aos clientes, quando solicitados, um facto que tem sido dificil de fiscalizar por parte das

autoridades, sendo por isso importante que haja uma autoridade fiscalizadora dos Direitos dos consumidores.

Um outro exemplo, que tambm no deve ser ignorado, o ramo dos Seguros, em particular o seguro automvel, onde

afigura-se importante a institucionalizao de um regime que fixa as regras e os procedimentos a observar pelas empresas de

seguros com vista a garantir, de forma pronta e diligente, a assuno da sua responsabilidade e o pagamento das

indemnizaes devidas em caso de sinistro no mbito do seguro de responsabilidade civil automvel.

As questes de Defesa do consumidor tais como qualidade dos bens e servios; proteco da sade e da segurana fsica;

formao e educao para o consumo; informao para o consumo; proteco dos interesses econmicos; preveno

e reparao dos danos patrimoniais ou no patrimoniais que resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais

homogneos, colectivos ou difusos; proteco jurdica e a uma justia acessvel e pronta e participao, por via

representativa, na definio legal ou administrativa dos seus direitos e interesses, no podem ser vistas de forma isoladas do

ponto de vista regulador e implementador. preciso que sejam tomados em considerao a regulamentao existente em

Moambique sobre concorrncia entre agentes econmicos, sobre sade e segurana alimentar e outros sectores

complementares.O Consumidor Moambicano no deve ser o agente econmico com o maior peso derivado da fraca

qualidade ou do mau atendimento, ou simplesmente aquele que paga uma factura pesada devido as externalidades ou factores

endgenos negativos causadas pelo mercado Moambicano.




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2.2. Contratos de Adeso

A expresso contrat dadhsion parece ter surgido para designar os contratos em que uma das partes

impunha um clausulado pr-estabelecido outra parte, por sinal a economicamente ou socialmente mais

fraca, devendo esta ltima limitar-se a aceitar esse clausulado em bloco, o qual ficaria a valer como

lei. Por isso, se costuma dizer que nestas situaes ocorreria uma predominncia exclusiva de uma nica

vontade que dita a sua lei.

2.2.1. Caractersticas dos Contratos de Adeso

Uniformidade, pois o intento do fornecedor obter de um nmero indeterminado de

consumidores, a aceitao de um bloco de condies idnticas, conseguindo a padronizao de

suas relaes contratuais. Esta padronizao uma exigncia da racionalizao das actividades

economicas que por seu intermdio se desenvolvem;

Pr-determinao, por ser o modo ideal de se manter a uniformidade, sendo que a uniformidade

sem a pr-elaborao das clusulas do contrato de adeso seria fruto do acaso e no serviria para

racionalizar negcio algum;

Rigidez, sendo esta rigidez uma consequncia das caractersticas acima. De facto, como se

racionalizaria um negcio que, `a nascena, fosse uniforme e pr-determinado, mas que no seu

termino pudesse ser totalmente desfigurado? A rigidez garante a uniformidade e protege a pr-

determinao.

2.2.2. Os Contratos de adeso no Pas e sua soluo

Embora o Cdigo Comercial define as condies gerais nos contratos de adeso, no seu artigo 474. na

verdade, o nosso direito no consigna normas directamente dirigidas matria, assim como, ao que

sabemos, o problema ainda no mereceu demasiada ateno. Mesmo assim, estes contratos so

permitidos. Esta permisso se enquadra no princpio da autonomia da vontade. Embora a sua permisso

seja lcita, tem havido, incluindo em Moambique, um movimento de reaco contra os abusos de

poderio econmico dos poderosos operadores e econmicos de menor dimenso e menos




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possibilidades. A reaco surge na medida em que o contrato de adeso coloca o consumidor numa

situao de precariedade, pois v mitigada a sua liberdade contratual prevista no artigo 405. do Cdigo

Civil vigente em Moambique, na medida em que ele no participa na elaborao do contrato mas sim

na celebrao. Quer dizer, o consumidor v o seu direito de estipulao reduzido ao direito de

celebrao. Aqui o consumidor, que apenas adere ao contrato, aparece como parte fraca na relao. Esta

posio desfavorvel do consumidor est espelhada nas caractersticas do contrato de adeso j

referidas. Do Cdigo Civil em vigor podem-se retirar alguns princpios que se resumem em Principio da

Boa F, de Proibio do Abuso do Direito e do Principio da Proibio do Pacto Leonino, previsto nos

artigos 227.103, 334.104 e 994.105.

Concluso

As questes de Defesa do consumidor tais como qualidade dos bens e servios; proteco da sade e

da segurana fsica; formao e educao para o consumo; informao para o consumo;

proteco dos interesses econmicos; preveno e reparao dos danos patrimoniais ou no

patrimoniais que resultem da ofensa de interesses ou direitos individuais homogneos, colectivos ou

difusos; proteco jurdica e a uma justia acessvel e pronta e participao, por via representativa,

na definio legal ou administrativa dos seus direitos e interesses, no podem ser vistas de forma

isoladas do ponto de vista regulador e implementador. preciso que sejam tomados em considerao a

regulamentao existente em Moambique sobre concorrncia entre agentes econmicos, sobre sade e

segurana alimentar e outros sectores complementares. O Consumidor Moambicano no deve ser o

agente econmico com o maior peso derivado da fraca qualidade ou do mau atendimento, ou

simplesmente aquele que paga uma factura pesada devido as externalidades ou factores endgenos

negativos causadas pelo mercado Moambicano.

avaliação de direitos de consumidor i 26 05 14 13 valores.pdf

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