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Aula sobre processo tributário

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  • Direito Tributrio II1

    PROCESSO TRIBUTRIO

    Adriano Colle

  • 2Norma Jurdica

    - O direito tem o papel de regular a conduta humana em suas relaes intersubjetivas;

    - As normas jurdicas tm como funoviabilizar o cumprimento desse papel,apresentando a estrutura peculiar da HC(hiptese e a tese congregadas pelooperador dentico neutro)

  • 3Processo de Positivao

    - as relaes tributrias em sentido estrito (obrigaestributrias) iniciam seu processo de formao nasede de uma norma geral e abstrata, estabelecidana lei instituidora, que conduz a construo danorma individual e concreta, com a subsuno dofato norma, que revela o fato jurdico tributrio e arelao jurdica tributria.

    NGA NIC

  • 4Processo Tributrio - atuao

    - A efetivao do escopo do direito, consistente em regular ascondutas intersubjetivas, no direito tributrio, exercitadonas esferas administrativa e judicial:

    - ADMINISTRATIVO: a) Federal: Decreto 70.235/70, Lei9.784/99 (processo administrativo), Portaria do MF n256/2009 (Regimento Interno do Conselho Administrativo deRecursos Fiscais - CARF); b) Estadual: LC 465/09 (TAT),Lei 3.938/66, o Regulamento das Normas Gerais de DireitoTributrio de Santa Catarina e Decreto 3.114/2010 Regimento Interno Administrativo de Santa Catarina;

    - JUDICIAL: Lei de Execues Fiscais (Lei 6.830/80) e Cdigo de Processo Civil (aplicado de forma subsidiria art. 1 da LEF)

  • 5Processo Tributrio Administrativo

    Federal:

    - Regulado pela legislao mencionada que descreve os rgos competentes,estabelece hierarquia, duplo grau de instncia, medidas cabveis, prazos e oprocedimento a ser observado.

    - Note: sempre observe a legislao administrativa antes de qualquer ato, emdiversos casos ela estabelece regras especficas, como, por exemplo, prazosdiferenciados;

    - Em sntese: Lavrado o auto de infrao ou notificao de lanamento ocontribuinte dispe do prazo de 30 (trinta) dias para apresentar impugnaoadministrativa (art. 15 Decreto 70.235/70). Dessa deciso cabe recurso aoConselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), tambm, em regra, noprazo de 30 (trinta) dias (art. 33 Decreto 70.235/70); observe-se que existepreviso para apresentao de recurso especial, no prazo de 15 dias (art. 37, 2, do Decreto 70.235/70) e de embargos de declarao, no prazo de 05 dias(art. 65, Regimento Interno do CARF Portaria MF n 256/2009)

  • 6Processo Tributrio Administrativo

    - Sobre o recurso especial tem-se que ponderar o seguinte: a)dever ser apresentado dentro do prazo de 15 (quinze) dias; b)deve atender os requisitos dispostos no art. 37, 2, do Decreto70.235/70: II de deciso que der lei tributria interpretaodivergente da que lhe tenha dado outra Cmara, turma deCmara, turma especial ou a prpria Cmara Superior deRecursos Fiscais;

    - IMPORTANTE: Durante o trmite do processoadministrativo o crdito tributrio fica com suaexigibilidade suspensa em razo do disposto no art.151, III, do CTN;

  • 7Processo Tributrio Administrativo

    - Incidem as garantias constitucionais da ampladefesa, contraditrio e duplo grau de instncia,disposta no art. 5, LV, da CF;

    - A deciso administrativa proferida no vincula ocontribuinte, pode esse recorrer ao Judicirio;

    - A tendncia que a vedao de que o fiscoprocure o judicirio para rever a deciso que lhe foidesfavorvel seja amenizada com fundamentono amplo acesso ao Judicirio e a jurisdioexercida apenas no mbito judicial.

  • 8Processo Tributrio Judicial

    - O processo tributrio, apesar de possuir legislao prpria Lei6.830/80 (LEF) - busca arrimo no direito processual civil,incidindo aqui praticamente todas as suas regras: princpios,condies da ao, possibilidade jurdica do pedido, legitimidadede partes, interesse processual, pedido, procedimentos(ordinrio, executivo e cautelar), procedimentos especiais, regrasrelativas a contagem de prazos, requisitos da petio inicial, etc.

    - Tanto assim que a LEF, em seu art. 1, remete a aplicao noCPC nos casos em que a legislao especial seja omissa.

    - Existem alguns casos especficos como: a) prazo para nomeaode bens penhora; b) prazo para apresentao de embargos etermo inicial de sua contagem; c) art. 11 ordem legal parapenhora; d) art. 185-A do CTN: penhora on line depois deesgotadas as demais tentativas de constrio de bens, dentreoutros.

  • 9Processo Tributrio Judicial Competncia de Tributos Federais

    - Tributos Federais: Justia Federal art. 109 da CF

    - Art. 109. (...) 1 - As causas em que a Unio for autora sero aforadas na seo judiciriaonde tiver domiclio a outra parte; (se no for sede de JF ajuza na JE) 2 - As causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seojudiciria em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato oufato que deu origem demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, noDistrito Federal. (nesse caso ajuza na JF verificar a Jurisdio das VarasFederais) 3 - Sero processadas e julgadas na justia estadual, no foro do domicliodos segurados ou beneficirios, as causas em que forem parte instituiode previdncia social e segurado, sempre que a comarca no seja sede devara do juzo federal, e, se verificada essa condio, a lei poder permitirque outras causas sejam tambm processadas e julgadas pela justiaestadual. (esse entendimento tem se estendidos as execues fiscais, mesmoque no sejam previdencirios regra geral do domiclio do ru) 4 - Na hiptese do pargrafo anterior, o recurso cabvel ser sempre para oTribunal Regional Federal na rea de jurisdio do juiz de primeiro grau.

  • 10

    Processo Tributrio Judicial: Competncia de Tributos Estaduais e Municipais

    - Tributos Estaduais (ICMS, IPVA e ITCMD, alm de taxas econtribuies) e Municipais (ISS, IPTU e ITBI, alm de taxas econtribuies) seguem a distribuio de competncia ditada peloCPC em regra o domiclio do ru e tramitam na JustiaEstadual.

    - As aes do contribuinte (ordinrias, cautelares e mandados desegurana), ajuizadas em face desses entes tambm seguem adistribuio de competncia do CPC domiclio do ru;

    - Mesmo raciocnio para as execues fiscais;

    - Os recursos so direcionados aos Tribunais de Justia.

    - Observar, aqui, as regras de prazos, recolhimentos de custas eprocedimento interno dos Tribunais de Justia.

  • 11

    Processo Tributrio Judicial

    - As medidas judiciais cabveis para defesa de interesses do fiscoe do contribuinte se dividem em:

    EXACIONAIS ANTIEXACIONAIS PREVENTIVAS

    - Execuo fiscal - mandado de segurana preventivo

    - Medida cautelar - declaratria

    Fiscal - cautelar

    ANTIEXACIONAIS REPRESSIVAS

    - anulatria

    - cautelar

    - repetio de indbito

    - embargos execuo

    - exceo de pr-executividade

  • 12

    Processo Tributrio Judicial Medida a ser proposta e processo de Positivao da Norma

    - O momento para o ajuizamento de cada medida judicial ser aferidoatravs da verificao do processo de positivao da norma;

    - Processo de positivao ainda no iniciado: se dirige para atendersituaes futuras, que possam vir a acontecer. Nesse caso teremos lugarpara o mandado de segurana preventivo, ao declaratria e medidascautelares. Exemplo: antes do auto de infrao, antes de notificao delanamento, antes do ato coator, antes de qualquer medidaadministrativa ou judicial;

    - Processo de positivao iniciado: nesse caso j houve o lanamentoou notificao do contribuinte ou ato coator ou inscrio em dvida ativa,enfim, j teve alguma manifestao do fisco sobre o assunto que serdebatido. Nesse caso poderemos apresentar: anulatria, mandado desegurana, repetio do indbito, cautelar, embargos execuo eexceo de pr-executividade. Exemplo: intimao para defesa em autode infrao ou de notificao de lanamento; prtica de ato coator pelaautoridade; citao em processo judicial.

  • 13

    Aes Exacionais Execuo Fiscal

    - Pela execuo fiscal, espcie da execuo porquantia certa, dirige-se a Fazenda Pblica aoPoder Judicirio para ter satisfeito o seu direitode ressarcimento de determinada prestaopecuniria lquida, certa e exigvel, identificadana certido da dvida ativa, que poderabranger valores devidos por dvidas tributriase no tributrias, compreendendo atualizaomonetria, juros e multa de mora, conformedeterminam os arts. 1 e 2 da Lei 6.830/80.(Cleide Previtalli Cais)

  • 14

    Aes exacionais Execuo Fiscal

    - Nas execues fiscais incidem as regras prescritaspela Lei 6.830/80, que em seu artigo 1 assim dita:

    Art. 1 - A execuo judicial para cobrana da Dvida Ativada Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpiose respectivas autarquias ser regida por esta Lei e,subsidiariamente, pelo Cdigo de Processo Civil. (semgrifo no original)

    - Isso significa dizer que nas execues fiscais oCdigo de Processo Civil ser aplicado sempre quea LEF no dispor de norma especfica sobre o tema;

  • 15

    Aes exacionais Execuo Fiscal

    - A execuo fiscal tem como substrato o descumprimento daobrigao pelo sujeito passivo (executado), que pode se dar: a)lana, mas no paga; b) no lana e no paga; c) lanacorretamente e paga valores menores que os efetivamentedevidos; d) lana e paga valores menores.

    - Sem obter sucesso na tentativa de cobrana na via administrativa,obriga-se a Fazenda Pblica a buscar a satisfao do crdito pelavia coativa, judicial;

    - O que lhe confere fundamento a certido de dvida ativa,expedida pelo rgo administrativo e que est prevista no art.585, VII, do CPC, como ttulo executivo extrajudicial;

    - A certido para ser ttulo jurdico hbil deve atender aos requisitostrazidos pelo art. 2, 5 e 6 da LEF e art. 202 do CTN.

  • 16

    Aes Exacionais Execuo Fiscal

    - A execuo tem como base a CDA que possui apresuno de liquidez, certeza e exigibilidade,somente ilidida por prova inequvoca a cargo doexecutado (art. 3 LEF);

    - Procedimento: ajuizamento despacho ordenandoa citao - citao nomeao de bens oficialpenhora termo de penhora embargos efeitosuspensivo aos Embargos (requerimento noautomtico) designao de leilo arrematao satisfao do crdito.

  • 17

    Aes Exacionais Execuo FiscalRegras especficas:

    Prazo para nomear bens:

    Art. 8 - O executado ser citado para, no prazo de 5(cinco) dias, pagar a dvida com os juros e multa demora e encargos indicados na Certido de DvidaAtiva, ou garantir a execuo, observadas asseguintes normas: (sem grifo no original)

  • 18

    Aes Exacionais Execuo FiscalRegras especficas:

    - Ordem da penhora art. 11 LEF relativizada pelos Tribunais ex.precatrios;

    - Prazo embargos: 30 dias contados dodepsito, da juntada da prova da fianabancria; da intimao da penhora;

  • 19

    Aes Exacionais Execuo Fiscal

    - Nas EFs apenas se garante o contraditrio, no aampla defesa (essa ser feita em ao autnoma deembargos);

    - A doutrina e jurisprudncia tem admitido o uso daexceo de pr-executividade para defesa dematrias de ordem pblica, ou passveis deconhecimento de ofcio ou sem instruo probatria,e mesmo aquelas matrias em que j houvemanifestao dos Tribunais Superiores.

  • Ampla defesa na Execuo FiscalExceo de pr-executividade

    PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO - EXECUO FISCAL -EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. ARGIO DEINCONSTITUCIONALIDADE - POSSIBILIDADE.

    1. O STJ possui entendimento de que as questes de ordempblica, a prescrio e a decadncia, assim como ainconstitucionalidade da lei, quando prescindem de dilaoprobatria, podem ser discutidas na via da Exceo de Pr-Executividade.

    2. Recurso especial conhecido e provido. (STJ Resp1187030/RS. Rel. Min. Eliana Calmon. 2 T. Dje 13/05/2010)

    20

  • 21

    Aes Exacionais Medida Cautelar Fiscal

    - A Lei 8.397/92, parcialmente alterada pelo art. 65 da Lei9.532/97, instituiu a medida cautelar fiscal;

    - Por esse diploma ficou assegurado s FazendasPblicas da Unio, dos Estados, dos Municpios e ssuas autarquias, aps a devida constituio do crdito,de ordem tributria, ou no, requerer a medida cautelarfiscal contra o responsvel pelo mesmo;

    - Nos termos do art. 1 da Lei 8.397/92, a medidacautelar fiscal, alm de depender da prvia constituiodo crdito tributrio, pode ser requerida antes, ou nocurso da execuo judicial da dvida ativa das pessoasjurdicas de direito pblico, sendo sempre dependentesda execuo a cujos autos deve ser apensada,conforme consta dos arts. 5, 11 e 14 da Lei.

  • 22

    Aes Exacionais Medida Cautelar Fiscal - Cabimento

    Hipteses de cabimento art. 2

    Art. 2 A medida cautelar fiscal poder ser requerida contra o sujeito passivo de crdito tributrio ou no tributrio, quando o devedor:

    I- sem domiclio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigao no prazo fixado;

    II - tendo domiclio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigao;

    III - caindo em insolvncia, aliena ou tenta alienar bens; IV - contrai ou tenta contrair dvidas que comprometam a liquidez do seu patrimnio; V - notificado pela Fazenda Pblica para que proceda ao recolhimento do crdito fiscal:a) deixa de pag-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade; b) pe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; VI - possui dbitos, inscritos ou no em Dvida Ativa, que somados ultrapassem trinta por

    cento do seu patrimnio conhecido; VII - aliena bens ou direitos sem proceder devida comunicao ao rgo da Fazenda

    Pblica competente, quando exigvel em virtude de lei;VIII - tem sua inscrio no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo rgo

    fazendrio; IX - pratica outros atos que dificultem ou impeam a satisfao do crdito.

  • 23

    Aes Exacionais medida Cautelar Fiscal - Objetivo

    O objetivo da medida cautelar fiscal , segundo oart. 4 da Lei 8.397/92, a indisponibilidade dosbens do requerido, at o limite da satisfao daobrigao, o que pode ser decretada de imediato,nos termos do art. 7 da mesma lei, desde que o seurequerimento seja instrudo com prova literal daconstituio do crdito fiscal e com provadocumental de que algum dos casos mencionadosno art. 2, conforme determina o art. 3 queconstituem os fatos ensejadores do procedimentocautelar em questo.

  • 24

    Aes Exacionais Medida Cautelar Fiscal

    Defesas do requerido

    - Da deciso que concede a tutela liminarmentecabe agravo de instrumento art. 7, pargrafonico;

    - Aps citado o requerido poder apresentarcontestao, em quinze dias art. 8;

    - O processo segue o contraditrio processualat culminar na deciso, estando apensa aosautos de execuo fiscal.

  • 25

    Aes AntiexacionaisAo Declaratria

    - Por ao declaratria entende-se, via de regra,aquela em que o pedido do autor gira em tornoexclusivamente da eliminao de afirmada incertezaquanto (in)existncia de um vnculo jurdico,buscando-se, por isso mesmo, a declarao (da onome da prpria categoria) de que ele (vnculo)existe ou no (tudo conforme o pedido do autor)(Paulo Czar Conrado)

    - Seu fundamento est no art. 4 do CPC e oprocedimento a ser seguido aquele prescrito peloCdigo de Processo Civil quanto ao rito ordinrio.

  • 26

    Aes AntiexacionaisAo Declaratria

    - Esse processo ser iniciado antes da fixaoda norma individual e concreta, onde ocontribuinte apresenta sua resistncia pretenso fiscal iminente, assim entendidaaquela ainda no corporificada em normaindividual e concreta, mas que se apresentadesde sempre possvel, dada a existncia danorma geral e abstrata regra-matriz deincidncia tributria no sistema.

  • 27

    Aes AntiexacionaisAo Declaratria

    - Antes de dizer o bvio (isto , que a obrigao no existe), taisprovimentos firmam no sistema norma individual e concretainibitria da produo, pelo fisco, de outra norma individual econcreta, a do lanamento;

    - As declaratrias negativas em geral veiculam verdadeiranorma de proibio, sendo essa, assim, sua eficcia;

    - O provimento declaratrio irradia efeitos para o porvir (futuro),vale dizer, a partir do momento em que revestido da potncianormativa;

    - A produo desses efeitos se d com a edio da NIC, masisso no impede ao contribuinte a possibilidade de obterprovimento impeditivo da produo de ato que a sentenadeclaratria quer definitivamente afastar;

  • 28

    Aes AntiexacionaisAo Declaratria

    - trata-se, aqui, da possibilidade de suspenso da exigibilidadedo crdito tributrio, com suporte no art. 151, V, do CTN ,atravs de provimentos de natureza provisria liminar,antecipao da tutela e depsito (tutela jurisdicionaldiferenada);

    - A expresso suspenso da exigibilidade do crdito tributriodeve ser tomada em seu sentido amplssimo, entendendo-seno apenas no sentido estrito que a expresso crditotributrio informa, mas tambm em relao aos casos em quetal figura ainda no se apresenta;

    - Essa expresso significa a obstaculizao do processo depositivao do direito tributrio, impondo, como resultado,uma proibio, sempre provisria, para que o Estado-Fiscoemita lanamento.

  • 29

    Aes AntiexacionaisAo Declaratria

    - Sobrepondo-se sentena de procedncia o entendimentodoutrinrio tem sido no sentido de que na clusula doCdigo Tributrio Nacional que prev suspenso daexigibilidade por fora de medida liminar encontra-se(sub)inscrita, como causa de idntica potncia a sentenano transitada em julgado o que significa reconhecer queas causas de suspenso da exigibilidade do crditotributrio, art. 151 do CTN, no so taxativas.

    - Com a deciso final do processo, transitada em julgado,pela procedncia do pedido, o fisco est impedido derealizar qualquer ato em face do contribuinte, visto que foireconhecida a inexistncia de relao jurdica entre eles.

  • 30

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - Regulado pela Lei 12.016/2009.

    - A ao de mandado de segurana, quando ajuizada antes daprtica de qualquer ato por parte da autoridade, hospeda contedodeclaratrio preventivo;

    - Nesse caso o ato coator ainda no aconteceu, est naiminncia.

    - O mandado de segurana revela-se como instrumento dejurisdio especfica, afastando-se, portanto, da clusula(genrica) do art. 5, XXXV, da Constituio Federal, paraaproximar-se da base (especial) do art. 5, inciso LXIX, dispositivodo qual sacamos as (especficas) condies que permeiam essaao (especial):

    (i) a existncia iminente de ato de autoridade pblica;

    (ii) direito lquido e certo.

  • 31

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - O ato de autoridade possui presuno de legalidade, caber oMandado de Segurana Preventivo quando se pretende inibir aocorrncia do ato que se sabe que ser praticado.

    Ex.: tem-se certeza que o lanamento ocorrer e assim sendo serfeito com base em inconstitucionalidade, discute-se essa matria antesque ele ocorra para evitar prejuzos, preventivamente.

    - Em matria tributria, o lanamento o ato de autoridadepblica que se busca afastar pela via do mandado desegurana, nesse caso, mesmo que ainda no lavrado, suaveiculao apresenta-se iminente, bastando, para isso, queexistam no sistema enunciados prescritivos suficientes para aconstruo da regra-matriz de incidncia e, consequentemente,da respectiva norma individual e concreta;

  • 32

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - O predicativo lquido e certo deve ser entendido comoalgo que no se aplica imediatamente ideia de direito,mas aos fundamentos fticos e jurdicos que sustentam oexerccio dessa especial forma de jurisdio;

    - Liquidez e certeza a tessitura do argumento jurdico,articulada na inicial do mandado de segurana, senecessrio com a prova dos fatos que o justificam,tendente a qualificar o direito que se pleiteia;

    - Prende-se prova unicamente da condio de potencialcontribuinte que haver de recobrir o impetrante;

  • 33

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - O mrito ataca objetivamente o ato normativo daautoridade pblica, relativizando sua presuno delegalidade;

    - Busca definir a subsistncia ou no da presuno delegalidade do ato normativo da autoridade;

    - Implica, quando julgado procedente, a emisso denorma individual e concreta que se no anula o atoimpede sua realizao, funcionando comoverdadeira norma de proibio, de carterdeclaratrio.

  • 34

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - Afasta a presuno de legalidade que permeariatodo e qualquer ato que viesse a ser praticado pelaautoridade pblica, proibindo-a de faz-lo;

    - No se limita, no entanto, a proibio, implica umcomando canalizado a autoridade responsvel pelaprtica do ato iminente, em eficcia nitidamentesuperior mandamental;

    - o poder (jurisdicional) limitando, de forma direta, opoder (administrativo); ao poder, ainda noexercitado, de emitir atos com especial presunode legalidade (Paulo Csar Conrado).

  • 35

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Preventivo

    - Cabe aqui a concesso da medida liminar, cortando, desde logo, a presuno delegalidade, isso se estiverem presentes os requisitos do periculum in mora e dofumus boni juris;

    - Suspende a exigibilidade do crdito tributrio nos moldes do art. 151, IV, do CTN.

    - O processo segue o procedimento previsto na legislao de regncia e CPC, tendoprioridade de julgamento;

    - Das decises interlocutrias cabe recurso de agravo de instrumento e da sentenaapelao;

    - A sentena no autoexecutvel (deve-se manejar ao de repetio de indbitoou compensao), por fora da natureza jurdica mandamental da ao e nocondenatria, bem como pelo disposto nas Smulas 269 e 271 do STF:

    SMULA N 269O MANDADO DE SEGURANA NO SUBSTITUTIVO DE AO DE COBRANA.

    SMULA N 271CONCESSO DE MANDADO DE SEGURANA NO PRODUZ EFEITOS PATRIMONIAIS EM RELAO A PERODO PRETRITO, OS QUAIS DEVEM SER RECLAMADOS ADMINISTRATIVAMENTE OU PELA VIA JUDICIAL PRPRIA.

  • 36

    Aes AntiexacionaisAo Anulatria

    - A ao anulatria de dbito fiscal pode ser promovida pelocontribuinte contra o Poder Pblico tendo como pressuposto apreexistncia de um lanamento fiscal, cuja anulao sepretende pela procedncia da ao, desconstituindo-o (CleidePrevitalli Cais).

    - Falar de anulatria em matria tributria, significa tratar demodalidade processual antiexacional judicial que sucede aconstituio da obrigao tributria - preexistncia delanamento ou de qualquer ato da autoridade administrativa queconstitua o crdito tributrio;

    - Segue o procedimento e regras do CPC;- Tem o mesmo formato de uma declaratria, diferencia-se dessa

    em virtude de seu objeto ser direcionado a um ato j ocorrido, aolanamento j efetivado, ao auto de infrao lavrado, ao ato daautoridade j praticado.

  • 37

    Aes AntiexacionaisAo Anulatria

    - Objetivo: produo de norma individual e concreta(sentena) desconstitutiva da eficcia de anteriornorma tributria (tambm individual e concreta);

    - As anulatrias de dbito fiscal podem conter, ademaisdessa sua peculiar eficcia, um tpico projetodeclaratrio: julgando-a procedente, o Estado-juiz,no apenas feriria a norma individual e concreta jproduzida, mas tambm proibiria o Estado-fisco, emcondies fticas e normativas idnticas, de novasautuaes;

    - Cabem as consideraes acerca da concesso deliminar ou antecipao da tutela e depsito parasuspender a exigibilidade do crdito tributrio, nosmoldes do art. 151 do CTN.

  • 38

    Aes AntiexacionaisRepetio do Indbito

    - Cinco elementos: sujeito ativo, sujeito passivo, objeto, crdito edbito;

    - Verificada a ocorrncia da figura do pagamento indevido exsurgepara o sujeito passivo da obrigao tributria o direito subjetivo restituio da parcela indevidamente paga: eis a figura do dbito dofisco;

    - Pressupe a existncia de pagamento indevido e relao de dbitodo fisco;

    - ao ordinria e se submete as regras processuais do ritoordinrio, com ela busca que o Juzo reconhea o direito de crditoperante a fazenda pblica e determine a devoluo de valores;

    - comum estar cumulada com a ao declaratria e a anulatria dedbitos.

  • 39

    Aes AntiexacionaisRepetio do Indbito

    - relao que permite a produo, sempre por provocaodo contribuinte, do veculo de linguagem que carrega em siaquelas duas figuras pagamento indevido e relao dedbito do fisco. (Paulo Csar Conrado);

    - A constituio do fato do pagamento indevido e dacorrespondente relao (de dbito do fisco), diversamente doque se passa com o fato tributrio em sentido estrito ecorrespondente obrigao tributria, demanda, sempre,atividade enunciativa inaugural do contribuinte.

    - Isso significa que valores indevidamente recolhidos aoscofres pblicos somente so devolvidos ao contribuintemediante o seu reconhecimento administrativo ou judicial,atravs a formao da Regra-Matriz de Indbito Tributrio.

  • 40

    Aes AntiexacionaisRepetio do Indbito

    - Para que venham luz, fato e relaojurdicos atinentes figura do dbito do fiscodependem da iniciativa do respectivo sujeitoativo do direito de crdito (contribuinte);

    - 3 formas: 1) Administrativa: requerimento; 2)judicial: petio; 3) extra-estatal:compensao;

    - O que constituir definitivamente ser adeciso administrativa (1) e a sentena (2);

  • 41

    Aes AntiexacionaisRepetio do Indbito

    - relao processual que supe o termo do ciclo depositivao do direito tributrio;

    - Acaso acolha a alegao do contribuinte se reconhecerno s que o pagamento efetuado seria indevido, mas que aprpria norma individual e concreta tambm assim seapresentara;

    - Decorrente da natureza da ao, a deciso culmina com aordem para restituio do valor que fora entregue aos cofrespblicos de forma equivocada;

    - A sentena/deciso representam formas de tutelajurisdicional de natureza constitutiva, eficcia reconhecida,de ordinrio, como condenatria.

  • 42

    Aes AntiexacionaisMandado de Segurana Repressivo

    - A ao de mandado de segurana quando ajuizada depois daprtica do ato de autoridade, deter carter anulatrio, devendo-se observar as mesmas condies do mandado de seguranapreventivo que foram explicitadas alhures (ato de autoridade edireito lquido e certo), diferenciando-se desse pelo momento emque o ato de autoridade foi praticado;

    - Ser o ato de lanamento que cumprir o papel de ato deautoridade pblica;

    - Essa medida concorre com a anulatria, porque tem comopressuposto um ato de autoridade j praticado, medida que seinterpe aps a ocorrncia de um fato tributrio, como, porexemplo, lanamento, auto de infrao, notificao, etc;

    - Medida liminar eixo de calibrao entre o mundo jurdico e osocial requisitos: periculum in mora e fumus boni juris;

    - Prazo decadencial de 120 dias, contados do ato coator, para suapropositura.

  • 43

    Aes AntiexacionaisEmbargos Execuo Fiscal

    - Sabendo-se inexistente no mbito das execuesfiscais o ideal da ampla defesa projeta-se, comogarantia do contribuinte em vista da formulao(pelo Estado-fisco) de pretenso daquele jaez, deum modo todo peculiar para opor-se ao pleito deexecuo. Cabe-lhe provocar o Estado-juiz por meiode outro processo, o de embargos;

    - Ostenta natureza jurdica de processo autnomocom clara tendncia de funcionar como resistnciaao pedido executivo;

  • 44

    Aes AntiexacionaisEmbargos Execuo Fiscal

    Art. 16 - O executado oferecer embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,contados:I - do depsito;II - da juntada da prova da fiana bancria;III - da intimao da penhora. 1 - No so admissveis embargos do executado antes degarantida a execuo. 2 - No prazo dos embargos, o executado dever alegar toda

    matria til defesa, requerer provas e juntar aos autos osdocumentos e rol de testemunhas, at trs, ou, a critrio do juiz, at odobro desse limite. 3 - No ser admitida reconveno, nem compensao, e asexcees, salvo as de suspeio, incompetncia e impedimentos,sero arguidas como matria preliminar e sero processadas ejulgadas com os embargos.

  • 45

    Aes AntiexacionaisEmbargos execuo fiscal

    - Exigem a garantia do dbito art. 16, 1, LEF. Ocontribuinte precisa demonstrar que possui meios de,afastada sua resistncia, cumprir a obrigao que selhe ope;

    - Conforme preceitua o art. 16, 2, LEF nos embargosdeve ser alegada toda a matria til defesa, o piceda defesa do contribuinte;

    - Na justia federal no tem custas, na estadual tem;

    - Autuao em separado, mas em apenso execuo.

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    Aes AntiexacionaisEmbargos execuo fiscal

    - Os embargos do luz a relao processual autnoma, inconfundvel,portanto, com a relao processual executiva, o que produz tutelajurisdicional igualmente autnoma;

    - Grande embate doutrinrio acerca dos efeitos do recebimento dosembargos art. 739-A do CPC, tentativa de afastar o efeito suspensivoautomtico;

    - Exigncia de penhora e ao mesmo tempo no confere efeito suspensivo,mantendo o curso da execuo;

    - O efeito suspensivo somente conferido se for requerido e atendidos osrequisitos do art. 739-A, 1, do CPC:

    Art. 739-A. Os embargos do executado no tero efeito suspensivo.

    1o O juiz poder, a requerimento do embargante, atribuir efeitosuspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos,o prosseguimento da execuo manifestamente possa causar aoexecutado grave dano de difcil ou incerta reparao, e desde que aexecuo j esteja garantida por penhora, depsito ou cauo suficientes.

  • 47

    Aes AntiexacionaisEmbargos execuo fiscal

    - Os Tribunais tm entendido que o art. 739-A do CPC incide sobre aexecuo fiscal em razo do disposto no art. 1 da LEF e por inexistirpreceito expresso nessa lei que diga de forma diversa. Apenas concedemo efeito suspensivo se houver pedido devidamente motivado do risco deleso grave ao executado.

    EMENTA: AGRAVO DE INTRUMENTO. EMBARGOS A EXECUO RECEBIDOS APENAS NO

    EFEITO SUSPENSIVO.EMBARGOS DE DECLARAO. ILEGITIMIDADE DA PARTE PARARECORRER QUANTO A IMPENHORABILIDADE DO IMVEL. 1. Com as inovaes no processo deexecuo trazidas recentemente pela Lei em comento (11.382/06), revogou-se a norma anterior (doCPC) e, em seu lugar, surgiu a regra de que os embargos do executado no suspendem o processoexecutivo, nos termos do supracitado art. 739-A, caput, do CPC. Dessa forma, considerando que aosexecutivos fiscais aplicam-se, supletivamente, as regras do CPC, sendo que do referido cdigo quese extraa o preceito de que os embargos suspendiam a execuo, no h como dar guarida a tese doagravante no sentido da inaplicabilidade do art. 739-A, do CPC. 2. No caso, os argumentos vertidos nosembargos no possuem a relevncia necessria para paralisar o curso da execuo fiscal. 3. Severdadeira a premissa de que o imvel penhorado no pertence recorrente, patente suailegitimidade para recorrer ao menos sob a suposta impenhorabilidade. 4. Embargos de declaraorejeitados e agravo de instrumento desprovido. (TRF4, AG 2009.04.00.039454-6, Segunda Turma,Relator Otvio Roberto Pamplona, D.E. 26/05/2010)

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    Aes AntiexacionaisEmbargos Execuo Fiscal

    - Quem defende o inverso funda sua tese na falta desincronia, afirmam que se for aplicar o art. 739-A do CPCa exigncia de penhora deveria ser afastada, como prevo CPC, no art. 736, sob pena de sobrecarregar oexecutado com a exigncia cumulada de penhora +continuidade da execuo. Alm disso, alegam quealgumas normas da Lei 6.830/80 trariam, de formaexplcita, a necessidade de efeito suspensivo automtico,exemplo dos artigos 18 e 19 da LEF;

    - O julgamento dos embargos pode implicar o julgamentodo prprio ato constitutivo da obrigao tributria, mais afundo, redunda no julgamento da prpria norma padrode incidncia;

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    Aes AntiexacionaisEmbargos Execuo Fiscal

    - Potencial eficcia constitutiva de norma de proibio,acaba o Estado-juiz por construir norma individual econcreta proibitiva de novas autuaes com o mesmoperfil;

    - O julgamento dos embargos implica na reviso dapresuno relativa de certeza, liquidez e exigibilidade. Seacolhidos ela desaparece, se rejeitados ela confirmada;

    - Antes de eventual eficcia declaratria a sentenahospeda ntido carter constitutivo: qualifica a presunode legitimidade do pleito executivo;

    - Como sucede o ajuizamento da execuo fiscal tpicamedida antiexacional repressiva, dirige-se a ato deautoridade j praticado, j ocorreu a inscrio em dvidaativa, inclusive.

  • 50

    Aes AntiexacionaisExceo de Pr-executividade

    - No tem previso legal, mas ampla aceitabilidade nadoutrina e jurisprudncia;

    - Embora no tenha ampla defesa na execuo fiscalcasos h, com efeito, que admitiro a insurreio(defesa) do executado dentro do prprio processode execuo, sem a necessidade de instauraodos embargos;

    - Por excepcional aplicvel ser apenas a hiptesesigualmente extravagantes.

  • 51

    Aes AntiexacionaisExceo de Pr-executividade

    - Matria exclusivamente de direito exemploinconstitucionalidade de enunciado prescritivointegrante da norma padro de incidncia (AgRg noAgravo de Instrumento n 850.528/RJ. Rel. Min.Castro Meira. 2 T. DJU 1 de 14.5.2007);

    - Nulidades formais e materiais;

    - matria de fato, desde que atestada em provadocumental incontrastvel exemplo: pagamento.

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    Aes AntiexacionaisExceo de Pr-executividade

    - No ser menos acertado dizer que matrias dedefesa cognoscveis de plano dispensam a viaautnoma dos embargos, podendo ser alegadadentro da execuo, independente de prviaconstrio do patrimnio (menor onerosidade art.620 do CPC);

    - Sem garantia, sem custas.

    - Ideal apresentar as matrias no prazo paranomeao de bens cinco dias contados dacitao;

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    Outras Medidas Judiciais Cabveis

    - Processo cautelar: exemplo cauo,produo antecipada de provas, exibio dedocumentos, dentro outros;

    - Procedimentos especiais: exemploconsignao em pagamento, embargos deterceiro, dentre outros;