aula 06- processo administrativo

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Direito Administrativo p/ Agente Administrativo - PRF. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita Aula 06 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 54 Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita AULA 06: Processo Administrativo Federal SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 06 2 2) ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 2 2.1. NOÇÃO 2 2.2. PROCESSO E PROCEDIMENTO 3 2.3. PRINCÍPIOS 4 3) PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL - LEI Nº 9.784/1999 (LPA) 12 3.1. DIREITOS E DEVERES 15 3.2. COMPETÊNCIA 17 3.3. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 20 3.4. DAS INTIMAÇÕES 22 3.5. INSTRUÇÃO E DECISÃO 24 3.6. DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO 28 3.7. RECURSO 29 3.8. REVISÃO 35 3.9. ANULAÇÃO E CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS 37 4) RESUMO 40 5) QUESTÕES 48 6) REFERÊNCIAS 53

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    AULA 06: Processo Administrativo Federal

    SUMRIO

    1) INTRODUO AULA 06 2

    2) ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 2

    2.1. NOO 2

    2.2. PROCESSO E PROCEDIMENTO 3

    2.3. PRINCPIOS 4

    3) PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL - LEI N 9.784/1999 (LPA) 12

    3.1. DIREITOS E DEVERES 15

    3.2. COMPETNCIA 17

    3.3. IMPEDIMENTO E SUSPEIO 20

    3.4. DAS INTIMAES 22

    3.5. INSTRUO E DECISO 24

    3.6. DESISTNCIA E EXTINO 28

    3.7. RECURSO 29

    3.8. REVISO 35

    3.9. ANULAO E CONVALIDAO DE ATOS ADMINISTRATIVOS 37

    4) RESUMO 40

    5) QUESTES 48

    6) REFERNCIAS 53

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    1) Introduo aula 06

    Bem vindos nossa aula 06 de direito administrativo para o

    concurso de Agente Administrativo da PRF!

    Se voc chegou at esta aula porque voc est focado e

    determinado. Isso quer dizer que voc vai passar no concurso ou, no

    mnimo, que voc est no caminho certo para ser aprovado nos

    prximos certames!

    Nesta aula 06, abordaremos a matria 3.2 Processo

    administrativo: conceito, princpios, fases e modalidades. 10 Lei n

    9.784/1999: processo administrativo no mbito da administrao

    pblica federal..

    Vamos com tudo!

    2) Aspectos gerais do processo

    administrativo

    2.1. Noo

    O processo administrativo um instrumento a disposio do

    administrado e da Administrao para que esta emita uma deciso no

    sentido de revogar, anular ou manter atos administrativos referentes a

    relaes jurdicas em que estejam envolvidos. No processo

    administrativo, o interessado e a Administrao apresentam

    requerimentos, defesas, manifestaes, provas, pareceres, recursos e

    decises que culminam na palavra final da Administrao sobre

    determinado tema.

    A essa palavra final d-se o nome de objeto do processo.

    A expresso processo administrativo em sentido amplo abrange

    qualquer procedimento da Administrao desencadeado por alguma das

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    diversas hipteses de reclamaes, impugnaes e peties em geral,

    visando provocar a apreciao de questes de interesse dos

    administrados pela prpria Administrao.

    2.2. Processo e Procedimento

    O processo existe como algo fundamental e indispensvel para a

    funo administrativa. As manifestaes da Administrao Pblica ficam

    documentadas em um processo, seja para se manifestar quanto uma

    obra ou sobre um documento.

    O procedimento refere-se s formalidades que devero ser

    adotadas para a prtica de determinados atos administrativos, o

    procedimento se desenvolve dentro no processo administrativo.

    Em algumas situaes a lei no estabelece qual procedimento

    dever ser adotado, quando isso ocorrer o Administrador estar livre

    para escolher aquele mais adequado para atingir o interesse pblico.

    Os processos de soluo de conflitos integram, pelo menos, 3

    fases, vejamos a classificao feita por Di Pietro:

    Instaurao: Que poder ser de ofcio ou a pedido do

    interessado. Na instaurao, os requisitos que devero ser observados

    devero ser indicados, alm de possibilitar a elaborao de formulrios

    para assuntos do mesmo efeito. E ainda havendo mais de um

    interessado, possvel que um s requerimento seja formulado, salvo

    preceito legal ao contrrio. Esta fase estabelecida nos artigos 5 ao 8

    da Lei 9.784/99.

    Instruo: A atividade ser realizada de ofcio ou mediante

    impulso do rgo responsvel pelo processo, o direito dos interessados

    de propor atuaes probatrias no poder ser prejudicado (art. 29);

    So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por

    meios ilcitos. (art.30); Cabe ao interessado a prova dos fatos que

    tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente

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    para a instruo e do disposto no art. 37, alm de prever a

    possibilidade de o interessado requerer diligencias e percias, bem como

    aduzir alegaes quanto a matria objeto do processo (art.38); as

    provas propostas pelo interessado somente podero ser recusadas,

    mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos

    interessados quando sejam ilcitas, impertinentes, desnecessrias ou

    protelatrias. (art. 38 2), estabelece prazo de 15 dias para a

    elaborao de parecer, salvo norma especial ou comprovada

    necessidade de maior prazo (art. 42); Em caso de risco iminente, a

    Administrao Pblica poder motivadamente adotar providncias

    acauteladoras sem a prvia manifestao do interessado. (art. 45).

    Deciso: A Administrao tem o dever de decidir (art.48),

    possuindo o prazo de 30 dias para decidir, exceto prorrogao por igual

    perodo quando expressamente motivada, conforme artigo 49.

    2.3. Princpios

    Sem demora ou embromation, vamos j para os princpios do

    processo administrativo um dos pontos mais importantes desta aula.

    O art. 2 da Lei n 9.784/99, a lei que regula o processo

    administrativo no mbito da Administrao Pblica federal, menciona

    quais so os princpios norteadores, no s dos processos

    administrativos, mas de toda atividade da Administrao Pblica.

    Confira a redao do dispositivo:

    Veja que o princpio da impessoalidade e da publicidade, apesar

    de estarem no LIMPE do art. 37 da Constituio, no esto nesse

    dispositivo legal. Isso, por bvio, NO quer dizer que esses dois

    Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,

    moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico

    e eficincia.

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    princpios no so aplicveis aos processos administrativos. Pelo

    contrrio! Os princpios do LIMPE so aplicveis a toda e qualquer

    atividade da Administrao Pblica, especialmente nos processos

    administrativos.

    Alm disso, esse rol do art. 2 no exaustivo, repare bem que a

    expresso dentre outros denota um contedo exemplificativo.

    Partindo desse dispositivo, e com base na doutrina de Marcelo de

    Melo Castro (Srie Advocacia Pblica, Ed. Mtodo), possvel identificar

    os seguintes princpios norteadores dos recursos e processos

    administrativos:

    a) Devido processo legal

    Num Estado de Direito, a Administrao Pblica se submete

    norma que o prprio Estado criou. E o devido processo legal um

    princpio constitucional que tem por destinatrio o Estado.

    Veja o que nos diz o art. 5, LVI, da C.F.:

    Isso quer dizer que, tambm no processo administrativo, as

    normas previamente estabelecidas devem ser observadas pelas partes,

    especialmente a parte que goza do princpio da supremacia do interesse

    pblico sobre o privado, ou seja a Administrao Pblica.

    Desse modo, o princpio do devido processo legal no outra

    coisa seno a obrigatoriedade que o Estado tem de adotar os

    procedimentos previamente estabelecidos.

    Veja como a Sexta Turma do STJ se manifestou, recentemente,

    sobre esse tema, conforme noticiado no informativo n 490:

    Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a

    inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

    (...) LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal..

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    A Turma reconheceu a violao dos princpios constitucionais do

    devido processo legal e da ampla defesa e anulou a exonerao ad

    nutum dos recorrentes, que ingressaram na Administrao Pblica

    estadual, no perodo de 1990 a 2001, por meio de contratos celetistas e

    temporrios, contudo foram enquadrados em cargos de provimento

    efetivo da Cmara Municipal por meio de portarias. Com efeito, revela-

    se nula a dispensa dos recorrentes enquadrados por fora de ato

    unilateral que, em afronta segurana jurdica, desconstituiu situao

    com aparncia de legalidade sem que fosse instaurado o devido

    processo legal. (RMS 26.261-AP)

    b) Oficialidade

    De acordo com esse princpio, o processo administrativo pode ser

    iniciado sem qualquer provocao do particular. O Estado pode

    inaugurar um processo administrativo de ofcio.

    Decorre desse princpio, tambm, a faculdade que o Estado tem

    de produzir provas num processo sem que a parte interessada tenha

    formulado requerimento nesse sentido. Basta que o Estado queira

    esclarecer determinado fato que ele pode produzir a prova

    (testemunhal, pericial ou documental) tambm de ofcio.

    Esse princpio no aplicado da mesma forma no processo civil.

    L o processo no se inicia sem a provocao de um interessado. O Juiz

    no pode abrir um processo para investigar determinado crime, por

    exemplo, ele deve ser provocado por algum para que possa julgar.

    c) Contraditrio e ampla defesa

    comum a todos os tipos de processos, judiciais e

    administrativos, estando expresso no art. 5, LV, da Constituio

    Federal. decorrncia do princpio do devido processo legal, previsto no

    inciso LIV do mesmo dispositivo constitucional.

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    S haver contraditrio e ampla defesa quando houver litgio.

    Vejamos o dispositivo correspondente a esse princpio na Lei 9.784/99,

    art. 2, nico:

    Se esse princpio no for observado, ocorre o cerceamento de

    defesa. Esse cerceamento, em qualquer fase do processo, acarreta a

    nulidade do processo relativamente a todos os atos subseqentes que

    decorrerem do ato viciado. Se no for possvel salvar nenhum ato,

    todo o processo ser nulo.

    Mais um exemplo de como o STJ aplicou o princpio

    (Informativo/STJ n 490):

    A Turma deu provimento ao recurso sob o fundamento de que o

    procedimento administrativo realizado por Tribunal de Contas estadual

    que importe em anulao ou revogao de ato administrativo cuja

    formalizao haja repercutido no mbito dos interesses individuais deve

    assegurar aos interessados o exerccio da ampla defesa luz das

    clusulas ptreas constitucionais do contraditrio e do devido processo

    legal. Precedente citado: RMS 21.929-SP, DJe 26/2/2009. (RMS

    27.233-SP).

    d) Publicidade

    Por ser pblica a atividade da Administrao, os processos que ela

    desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados. Esse

    direito alcana qualquer pessoa que seja titular de interesse direta ou

    indiretamente atingido por ato constante do processo ou que atue na

    defesa do interesse coletivo ou geral.

    O direito de acesso s pode ser restringido por razes de

    segurana da sociedade e do Estado ou quando a defesa da

    intimidade ou o interesse social o exigirem.

    X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que

    possam resultar sanes e nas situaes de litgio;

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    O art. 2, nico, inciso V, da Lei n 9.784/99, confirma esse

    princpio, ressalvando as hipteses de sigilo previstas na Constituio

    Federal, os atos administrativos devem ser divulgados.

    ATENO NO SE ESQUEA!!!

    Hipteses em que possvel restringir a publicidade do processo

    administrativo:

    Segurana da sociedade e do Estado;

    Defesa da intimidade;

    Interesse social.

    e) Informalismo

    Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a

    cargo do particular, no exigem formalidades especiais, bastando que

    sejam estas suficientes para assegurar a certeza jurdica e segurana

    processual.

    Esse princpio deve ser entendido favoravelmente ao particular,

    inclusive porque este no necessita de advogado para represent-lo no

    processo, podendo atuar pessoalmente.

    At mesmo nos processos administrativos disciplinares a presena

    do advogado no obrigatria, conforme a redao da Smula

    Vinculante n 5 do STF:

    Entretanto, caso exista exigncia legal expressa quanto

    forma de determinado ato, esta dever ser cumprida, sob pena de

    nulidade do ato praticado em desacordo com a formalidade legal.

    Em suma, s se a lei estabelecer sero exigidas formas

    determinadas para os atos processuais.

    A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo

    disciplinar no ofende a Constituio.

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    1. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) A ausncia de

    defesa tcnica oferecida por advogado no processo administrativo

    disciplinar ofende a Constituio Federal, o que determina a nulidade de

    todo o processo.

    Nos processos administrativos disciplinares a presena do

    advogado no obrigatria, conforme a redao da Smula Vinculante

    n 5 do STF:

    Gabarito: Errado.

    f) Verdade material

    No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente

    ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da

    fase em que se encontra o processo (desde que at o julgamento final).

    tambm por isso (e pelo princpio da oficialidade) que a

    Administrao pode buscar as provas independentemente da vontade

    do interessado.

    g) Gratuidade

    Sendo a Administrao Pblica uma das partes do processo

    administrativo, no se justifica a mesma onerosidade que existe no

    processo judicial.

    Assim, a Administrao no pode exigir o pagamento de custas ou

    depsito de valores nem para inaugurar o processo administrativo nem

    A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo

    disciplinar no ofende a Constituio.

    Questo de concurso

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    para apreciar o recurso. Isso o que determina a Smula Vinculante n

    21 do STF:

    2. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial)

    inconstitucional a exigncia de depsito prvio de dinheiro ou bens para

    a admissibilidade do primeiro recurso administrativo interposto pelo

    particular em face de determinado ato administrativo, ilegitimidade que

    no se estende aos demais recursos cabveis.

    Como vimos, a Administrao no pode exigir o pagamento de

    custas ou depsito de valores nem para inaugurar o processo

    administrativo nem para apreciar o recurso. O problema da questo

    est na afirmao de que a ilegitimidade no se estende aos demais

    recursos cabveis.

    Gabarito: Errado.

    h) Motivao

    A Administrao Pblica dever expor os fundamentos normativos

    e fticos da sua deciso. o que nos diz o art. 2 da Lei 9.784/99:

    Se verificada a redao da Lei n 9.784/99 isoladamente, a

    motivao no dever ser feita em todos os atos administrativos. Essa

    lei exige a motivao nos seguintes casos:

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre

    outros, os critrios de: VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

    deciso;

    inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de

    dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

    Questo de concurso

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    Apresentados os princpios, vamos treinar um pouco para voc

    testar os seus conhecimentos.

    3. (CESPE - 2011 - IFB - Professor Direito) Com base na Lei

    n. 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo: Entre os

    princpios expressamente consignados na lei em questo, inclui-se o

    relativo impessoalidade.

    Ao falar dos princpios comentei que o princpio da impessoalidade

    e da publicidade, apesar de estarem no LIMPE do art. 37 da

    Constituio, no esto nesse dispositivo legal. Os princpios do LIMPE

    so aplicveis a toda e qualquer atividade da Administrao Pblica,

    especialmente nos processos administrativos. Porm a questo pediu os

    princpios expressamente consignados em lei, que so:

    Gabarito: Errado.

    I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica;

    IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio; V - decidam recursos administrativos;

    VI - decorram de reexame de ofcio; VII - deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais;

    VIII - importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

    Questes de concurso

    Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,

    moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse

    pblico e eficincia.

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    4. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Os

    princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, embora no estejam

    mencionados no texto constitucional, esto previstos, de forma

    expressa, na lei que rege o processo administrativo federal.

    Leia novamente o artigo para que voc no erre essa questo na

    prova!

    Como vimos questo est correta!

    3) Processo Administrativo Federal - Lei n

    9.784/1999 (LPA)

    Agora entraremos nos dispositivos da Lei n 9.784/99. Se voc

    estava meio sonolento at esse momento da aula, ACORDE! SANGUE

    NOS OLHOS, pois a partir daqui que o bicho pega!

    No pela dificuldade em entender os dispositivos da lei, mas

    porque a sua banca gosta de transcrever dispositivos legais na prova!

    Como vimos, essa uma lei federal aplicvel administrao

    pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes

    Legislativos e Judicirio da Unio.

    Os estados-membros, municpios ou Distrito Federal no so

    obrigados a adotar tais normas, mas muitos deles a aplicam ou a

    adotam como legislao subsidiria (na falta de dispositivos especficos

    nas leis locais, essa lei federal aplicada).

    Como vimos acima, o art. 2 da Lei n 9.784/99 exemplifica

    alguns princpios adotados pela Administrao Pblica. Alm disso, o

    Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,

    moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse

    pblico e eficincia.

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    pargrafo nico desse mesmo dispositivo serve para nos dar o norte,

    para apresentar quais valores e normas gerais sero adotas no processo

    administrativo.

    Para que voc fique por dentro, transcrevemos quais so os

    critrios gerais da Lei n 9.784/99:

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:

    I - atuao conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renncia total ou parcial

    de poderes ou competncias, salvo autorizao em lei; III - objetividade no atendimento do interesse pblico, vedada a promoo pessoal de agentes ou autoridades;

    IV - atuao segundo padres ticos de probidade, decoro e boa-f; V - divulgao oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipteses de

    sigilo previstas na Constituio; VI - adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao

    atendimento do interesse pblico; VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

    deciso; VIII observncia das formalidades essenciais garantia dos direitos dos administrados;

    IX - adoo de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos administrados;

    X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que

    possam resultar sanes e nas situaes de litgio; XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

    XII - impulso, de ofcio, do processo administrativo, sem prejuzo da atuao dos interessados;

    XIII - interpretao da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova interpretao.

    Se voc est pensando que esse artigo no cai em concurso, no

    se engane! Olhe para essas questes:

    Questes de concurso

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    5. (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) A Lei n.

    9.784/1999 no se aplica aos rgos dos Poderes Judicirio e

    Legislativo, ainda que no desempenho de funes de natureza

    administrativa.

    Como vimos, essa uma lei federal aplicvel administrao

    pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes

    Legislativos e Judicirio da Unio.

    Gabarito: Errado.

    6. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judicirio) Os preceitos

    dessa lei aplicam-se administrao pblica direta e indireta no mbito

    do Poder Executivo federal, mas no alcanam os Poderes Legislativo e

    Judicirio da Unio, que dispem de autonomia para editar atos acerca

    de sua organizao e funcionamento quando no desempenho de funo

    administrativa.

    Mais uma vez, essa lei uma lei federal aplicvel administrao

    pblica federal, direta e indireta, inclusive aos rgos dos Poderes

    Legislativos e Judicirio da Unio.

    Gabarito: Errado.

    7. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia

    Jnior) Nos processos administrativos, nova interpretao dada pela

    administrao pblica sobre determinada matria deve ser aplicada

    retroativamente.

    Um dos critrios observados no processo administrativo o de

    que a interpretao da norma administrativa da forma que melhor

    garanta o atendimento do fim pblico a que se dirige, vedada aplicao

    retroativa de nova interpretao (inciso XIII, acima transcrito).

    Gabarito: Errado

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    8. (CESPE - 2012 - STJ - Tcnico Judicirio) No processo

    administrativo, a norma administrativa deve ser interpretada de forma

    a garantir o atendimento do fim pblico a que se destine, vedada a

    aplicao retroativa de nova interpretao.

    Simplesmente repetio da questo anterior! A interpretao da

    norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do

    fim pblico a que se dirige, vedada aplicao retroativa de nova

    interpretao (inciso XIII, acima transcrito).

    Gabarito: Certo.

    9. (CESPE - 2012 - STJ - Todos os Cargos) Considerando-se

    que o processo administrativo gera nus para a administrao pblica,

    a regra a cobrana de despesas processuais, as quais somente

    podero ser afastadas nos casos expressamente previstos em lei.

    Como vimos na lei:

    Gabarito: Errado.

    3.1. Direitos e Deveres

    De forma exemplificativa, a Lei n 9.784/99 assim informa os

    direitos dos administrados:

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre outros, os critrios de:

    XI - proibio de cobrana de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;

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    Nesse sentido, as autoridades e os servidores devem ser

    respeitados, mas estes tambm devem respeitar os administrados. E

    mais, devero facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de

    suas obrigaes.

    O inciso II decorre, diretamente, do devido processo legal e do

    princpio da publicidade ao afirmar que o interessado deve ter cincia do

    processo, vista dos autos, conhecer as decises e obter cpia dos autos.

    O inciso III, por sua vez, decorre do devido processo legal e do

    contraditrio e da ampla defesa, pois garante a participao efetiva do

    interessado no processo, que poder apresentar alegaes e produzir

    provas. Por outro lado, esse dispositivo impe um dever ao julgador: o

    de apreciar os elementos trazidos aos autos pelo interessado.

    O inciso IV, por fim, ressalta o princpio do informalismo ao

    colocar como faculdade a presena do advogado.

    Lembre-se da Smula Vinculante 5, que afasta a obrigatoriedade

    do advogado no PAD processo administrativo disciplinar.

    Mas o administrado no goza s de direitos perante um processo

    administrativo. Ele tem alguns deveres. Os deveres elencados na Lei

    n 9.784/99 so os seguintes:

    Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administrao, sem

    prejuzo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devero

    facilitar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes; II - ter cincia da tramitao dos processos administrativos em que tenha a condio de interessado, ter vista dos autos, obter cpias de documentos neles

    contidos e conhecer as decises proferidas; III - formular alegaes e apresentar documentos antes da deciso, os quais

    sero objeto de considerao pelo rgo competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatria a representao, por fora de lei.

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    3.2. Competncia

    J comeamos esse tpico pedindo a sua ATENO!!!

    Competncia irrenuncivel o que diz o art. 11 da Lei n

    9.784/99, vejamos:

    Lendo esse dispositivo, devemos ter extremo cuidado para no

    confundirmos dois conceitos: delegao de atribuio e renncia de

    competncia.

    A competncia do agente pblico definida por lei. A cada cargo

    ocupado corresponde uma competncia, um complexo de atribuies

    que devem ser desempenhadas pelo agente.

    Se a competncia definida por lei, no pode o agente renunci-

    la, pois somente a lei poderia tirar o que ela mesma deu.

    Por outro lado, o instituto da delegao de atribuio

    plenamente reconhecido, aceito e at mesmo incentivado pela lei.

    Decorre do poder hierrquico e do princpio da eficincia, pois quanto

    mais prximo do fato estiver um agente e quanto mais especializado ele

    for, melhor ser o desempenho de sua atribuio.

    ASSIM, MUITO CUIDADO:

    Renncia de competncia VEDADA

    Art. 4o So deveres do administrado perante a Administrao, sem prejuzo de

    outros previstos em ato normativo: I - expor os fatos conforme a verdade;

    II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-f; III - no agir de modo temerrio; IV - prestar as informaes que lhe forem solicitadas e colaborar para o

    esclarecimento dos fatos.

    Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos

    administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao e avocao legalmente admitidos.

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    Delegao de atribuio AUTORIZADA

    Para que isso fique claro, lei atentamente o seguinte dispositivo

    da Lei n 9.784/99:

    Lembramos que a delegao serve como instrumento de

    descentralizao administrativa, com o objetivo de assegurar maior

    rapidez e objetividade s decises.

    Mas todas as atribuies podem ser delegadas, professor?

    NO, MEUS CAROS!

    Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da

    LEI N 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de

    delegao:

    a) a edio de atos de carter normativo;

    b) a deciso de recursos administrativos;

    c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou

    autoridade.

    importante salientar que tanto a delegao como a revogao

    do ato devero ser publicados por meio oficial. Veja os detalhes

    impostos pela Lei 9784, art.14:

    1o O ato de delegao especificar as matrias e poderes transferidos, os limites da atuao do delegado, a durao e os objetivos da delegao e o

    recurso cabvel, podendo conter ressalva de exerccio da atribuio delegada. 2o O ato de delegao revogvel a qualquer tempo pela autoridade

    delegante. 3o As decises adotadas por delegao devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-o editadas pelo delegado.

    Art. 12. Um rgo administrativo e seu titular podero, se no houver impedimento legal, delegar parte da sua competncia a outros rgos ou titulares, ainda que estes no lhe sejam hierarquicamente subordinados,

    quando for conveniente, em razo de circunstncias de ndole tcnica, social, econmica, jurdica ou territorial.

    Pargrafo nico. O disposto no caput deste artigo aplica-se delegao de competncia dos rgos colegiados aos respectivos presidentes.

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    Podemos concluir que a delegao no um ato que pode ser

    deliberado de qualquer forma. Ela acompanha uma srie de detalhes

    como as matrias e poderes transferidos, os limites, a durao e os

    objetivos. A delegao no algo ad eternum, alm de possuir um

    tempo de durao, ainda poder ser revogada a qualquer tempo.

    Repare que o delegado se responsabiliza pelos seus atos.

    A lei permite, em carter excepcional e por motivos relevantes

    devidamente justificados, a avocao temporria de competncia

    atribuda a rgo hierarquicamente inferior.

    Voc se lembra o que a avocao?

    A avocao ocorre quando o superior hierrquico busca para si

    prprio a atribuio que era de um subordinado.

    A avocao pode ocorrer de duas formas:

    a) Quando, de modo temporrio, o superior hierrquico chama

    para si uma competncia que a lei confere a um rgo ou agente

    subordinado;

    b) Quando o superior, que havia delegado determinada

    competncia temporariamente, a chama para si de novo, sem que seja

    extinta a delegao.

    c) Veja que, na primeira, a avocao de uma competncia

    atribuda por lei e, na segunda, de uma competncia que havia sido

    delegada pelo superior.

    No podemos encerrar este tpico sem responder seguinte

    pergunta: perante qual autoridade deve ser instaurado o processo

    administrativo?

    O art. 17 da Lei determina que, inexistindo competncia legal

    especfica, o processo administrativo dever ser iniciado perante a

    autoridade de menor grau hierrquico para decidir.

    Sem mais delongas, vamos questo.

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    10. (CESPE - 2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal)A

    deciso de recursos administrativos no pode ser objeto de delegao.

    Como vimos NO poder ser objeto de delegao:

    a) a edio de atos de carter normativo;

    b) a deciso de recursos administrativos;

    c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou

    autoridade.

    Gabarito: correto.

    3.3. Impedimento e suspeio

    No processo administrativo as causas de impedimento (art. 18) e

    suspeio (art.20) da Lei 9.784/1999 visam a preservao da

    imparcialidade do agente pblico no processo administrativo.

    O legislador considera impedido de atuar no processo

    administrativo (= praticar qualquer ato no processo) o servidor ou

    autoridade que:

    a) tenha interesse direto ou indireto na matria;

    b) tenha participado ou venha a participar como perito,

    testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao

    cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;

    c) esteja litigando judicial ou administrativamente com o

    interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.

    Considerando as hipteses descritas acima conclumos h

    influncia direta dos princpios da impessoalidade e da moralidade na

    norma.

    No concernente a suspeio, dispe a lei:

    Questo de

    concurso

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    Veja que a suspeio, na Lei n 9.784/99, relaciona-se com a

    amizade ou a inimizade, e alcana at os parentes de terceiro grau.

    No impedimento, por sua vez, os critrios so o interesse na

    matria (o servidor que tenha uma demanda parecida junto a

    Administrao no pode atuar no processo administrativo), a

    participao no mesmo processo administrativo (incluem-se os parentes

    at terceiro grau) ou o litgio com o interessado (ou com seu cnjuge ou

    companheiro).

    11. (CESPE - 2012 - STJ - Todos os Cargos) Estar impedido de

    atuar no processo administrativo o servidor que estiver litigando

    administrativamente com o interessado, hiptese em que a

    comunicao do fato dever ser dirigida autoridade competente, sob

    pena de configurar-se a prtica de falta grave, para fins disciplinares.

    O legislador considera impedido de atuar no processo

    administrativo o servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou

    indireto na matria. Ademais, sobre a penalidade, a lei nos fala:

    Gabarito: Certo.

    Art. 20. Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os

    respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau.

    Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato autoridade competente, abstendo-se de atuar. Pargrafo nico. A omisso do dever de comunicar o impedimento

    constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

    Questo de concurso

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    3.4. Das intimaes

    Intimar dar conhecimento ao interessado de algum ato

    praticado no processo, seja para cincia de alguma deciso ou para

    efetivar ou acompanhar diligncias.

    Quando for necessrio o comparecimento do interessado em

    algum ato, a Administrao, por meio do rgo em que tramita o

    processo administrativo, dever intim-lo com antecedncia mnima

    de trs dias teis quanto data de comparecimento.

    Quanto forma, a intimao poder ser realizada de quatro

    meios, nos termos do art. 26, 3 e 4, da Lei n 9.784/99:

    a) Pessoal: provada pela cincia no processo, anotada por

    ocasio do comparecimento repartio do interessado, ou se for o

    caso, de quem o possa representa;

    b) Por via postal, com aviso de recebimento, ou telegrama;

    c) Por outros meios, desde que assegurem a certeza da

    cincia do interessado;

    d) Por publicao oficial: quando se tratar de interessado

    indeterminado, desconhecido ou com domiclio incerto:

    IMPORTANTE!

    Alm do prazo de antecedncia de 3 (trs) dias teis, a lei prev

    algumas formalidades para a intimao. Dentre elas, destacamos:

    identificao do intimado; finalidade da intimao; data, hora e local em

    que deve comparecer; informao da continuidade do processo

    independentemente do seu comparecimento; etc.

    Se a intimao for realizada sem a observncia de alguma

    prescrio legal, ela ser considerada nula. Entretanto, meus

    amigos, ABRAM O OLHO: O comparecimento do administrado

    supre a irregularidade da notificao.

    E se o interessado no atender intimao, professor?

    ATENO TAMBM PARA ESSE PONTO!

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    Veremos abaixo que o processo poder ser arquivado,

    dependendo da situao. Mas o que voc deve aprender agora que,

    diferentemente do que ocorre em um processo civil, no processo

    administrativo o desatendimento da intimao NO IMPORTA EM

    RECONHECIMENTO da verdade dos fatos NEM A RENNCIA a

    direito pelo administrado.

    Observe o que diz o art. 27 da Lei 9.784/99:

    12. (CESPE - 2012 - Cmara dos Deputados - Analista) Em um

    processo administrativo, a administrao pblica deixou de intimar

    Lucas, a parte interessada, para tomar cincia de sano que lhe foi

    imposta; contudo, Lucas apresentou-se nos autos de forma espontnea.

    Nessa situao, configurou-se hiptese de nulidade, por ofensa ao

    princpio da ampla defesa e do contraditrio, visto que o

    comparecimento de Lucas no supre a falta cometida pela

    administrao.

    Tratei sobre esse tema na aula, mas trouxe o artigo para te dar

    ainda mais segurana:

    Gabarito: Errado.

    Art. 27. O desatendimento da intimao no importa o reconhecimento da

    verdade dos fatos, nem a renncia a direito pelo administrado.

    Art. 26. O rgo competente perante o qual tramita o processo administrativo determinar a intimao do interessado para cincia de deciso ou a efetivao de diligncias.

    5o As intimaes sero nulas quando feitas sem observncia das prescries legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta

    ou irregularidade.

    Questo de concurso

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    3.5. Instruo e deciso

    Nessa fase, poder ocorrer a oitiva de testemunhas, audincia

    pblica para debates sobre a deciso da matria, solicitao de emisso

    de pareceres, realizao de percias etc.

    Como vimos acima, em ateno ao princpio da oficialidade, no

    momento da instruo, a Administrao agir de ofcio, para melhor

    esclarecer as questes e fundamentar corretamente a tomada de

    deciso.

    Mas no s a Administrao quem deve se mexer. O interessado

    pode produzir as suas provas ou requerer que a Administrao

    apresente documentos, realize percia etc. Isso porque, se o interessado

    no conseguir comprovar o fato que constitui o seu direito, o processo

    ter deciso desfavorvel.

    A Administrao s poder indeferir os pedidos de prova do

    interessado se entender que a prova requerida ilcita, impertinente,

    desnecessria ou protelatria (=com o fim exclusivo de atrasar o

    processo).

    Se os elementos que constituem o direito do interessado

    estiverem na posse da Administrao, esta dever providenciar a

    obteno desses documentos.

    Leia com ateno os dispositivos da Lei n 9.784/99 mais

    importantes sobre esse assunto:

    Art. 29. As atividades de instruo destinadas a averiguar e comprovar os

    dados necessrios tomada de deciso realizam-se de ofcio ou mediante impulso do rgo responsvel pelo processo, sem prejuzo do direito dos

    interessados de propor atuaes probatrias. 1o O rgo competente para a instruo far constar dos autos os dados

    necessrios deciso do processo. 2o Os atos de instruo que exijam a atuao dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.

    Art. 30. So inadmissveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilcitos.

    (...) Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuzo do dever atribudo ao rgo competente para a instruo e do

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    disposto no art. 37 desta Lei.

    Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados esto registrados em documentos existentes na prpria Administrao responsvel pelo

    processo ou em outro rgo administrativo, o rgo competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos documentos ou das respectivas

    cpias. Art. 38. O interessado poder, na fase instrutria e antes da tomada da deciso, juntar documentos e pareceres, requerer diligncias e percias, bem

    como aduzir alegaes referentes matria objeto do processo. 1o Os elementos probatrios devero ser considerados na motivao do

    relatrio e da deciso. 2o Somente podero ser recusadas, mediante deciso fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilcitas, impertinentes,

    desnecessrias ou protelatrias. Art. 39. Quando for necessria a prestao de informaes ou a apresentao

    de provas pelos interessados ou terceiros, sero expedidas intimaes para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condies de atendimento. Pargrafo nico. No sendo atendida a intimao, poder o rgo

    competente, se entender relevante a matria, suprir de ofcio a omisso, no se eximindo de proferir a deciso.

    Art. 40. Quando dados, atuaes ou documentos solicitados ao interessado forem necessrios apreciao de pedido formulado, o no atendimento no prazo fixado pela Administrao para a respectiva apresentao implicar

    arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados sero intimados de prova ou diligncia ordenada,

    com antecedncia mnima de trs dias teis, mencionando-se data, hora e local de realizao.

    13. (CESPE - 2011 - STM - Analista Judicirio) Em um processo

    administrativo, cabe ao interessado fornecer a prova dos fatos que

    tenha alegado; por essa razo, mesmo que o interessado declare que

    os dados alegados estejam em poder da prpria administrao, o rgo

    no poder obter esses documentos de ofcio, visto que cabe ao

    interessado providenciar a sua respectiva juntada.

    Eu avisei que os dispositivos acima eram importantes!

    Quando o interessado declarar que fatos e dados esto

    registrados em documentos existentes na prpria Administrao

    responsvel pelo processo ou em outro rgo administrativo, o rgo

    Questo de

    concurso

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    competente para a instruo prover, de ofcio, obteno dos

    documentos ou das respectivas cpias, art. 37.

    Gabarito: Errado.

    Veja que, em ateno ao princpio do contraditrio e da ampla

    defesa, os interessados sero intimados da realizao do ato que

    produzir a prova com antecedncia mnima de trs dias teis.

    Observe, tambm, que se necessria a prestao de informaes

    de terceiros ou do prprio interessado, a Administrao deve expedir

    intimaes para esse fim. Se a informao no for prestada pelo

    interessado no prazo fixado, o processo ser arquivado. Se no for

    prestada por terceiro, a Administrao no pode se eximir de julgar. Ela

    deve suprir, de um jeito ou de outro, essa informao com outros

    elementos de prova.

    Nessa mesma fase de instruo, quando for necessria a emisso

    de um parecer, este dever ser emitido no prazo mximo de 15

    dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

    H casos previstos em lei que esse parecer obrigatrio e

    vinculante. Nesses casos, quem deu causa ao atraso ser

    responsabilizado e o processo no ir seguir at que o parecer chegue

    aos autos.

    Em outros casos, o parecer obrigatrio e no vinculante.

    Nesses casos, o processo no espera pela demora. Ele seguir seu

    curso e ser decidido com a sua dispensa.

    E o que acontecer com o servidor relapso, que no formulou o

    parecer no prazo?

    Ele ser responsabilizado disciplinarmente pelo atraso.

    Veja o que diz o art. 42 da Lei n 9.784/99:

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    Encerrada a instruo, o interessado poder se manifestar em

    razes finais em at 10 dias. Veja o dispositivo:

    E depois das alegaes finais, professor, o que acontece?

    Se o rgo que for responsvel pela instruo do processo no for

    o mesmo responsvel pela deciso, o primeiro dever formular

    relatrio, com a indicao dos seguintes elementos:

    o pedido inicial;

    o contedo das fases do procedimento;

    proposta de deciso, objetivamente justificada.

    Em seguida, o rgo responsvel pela instruo encaminhar o

    processo autoridade competente para decidir.

    A deciso dever ser proferida no prazo de 30 dias. Esse prazo

    pode ser prorrogado por mais 30 dias, se justificado. Confira a redao

    dos arts. 48 e 49 da Lei n 9.784/99:

    Art. 44. Encerrada a instruo, o interessado ter o direito de manifestar-se

    no prazo mximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

    Art. 48. A Administrao tem o dever de explicitamente emitir deciso nos processos

    administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia.

    Art. 49. Concluda a instruo de processo administrativo, a Administrao tem o prazo

    de at trinta dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo expressamente

    motivada.

    Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um rgo consultivo, o

    parecer dever ser emitido no prazo mximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

    1o Se um parecer obrigatrio e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo no ter seguimento at a respectiva apresentao, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.

    2o Se um parecer obrigatrio e no vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poder ter prosseguimento e ser decidido com sua

    dispensa, sem prejuzo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

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    14. (CESPE -2008 - SEMAD-ARACAJU - Procurador Municipal)

    Concluda a instruo de processo administrativo, a administrao tem

    at 30 dias para decidir, salvo prorrogao por igual perodo

    expressamente motivada.

    Opa! No tem nem como errar! Acabamos de transcrever

    dispositivo!

    Gabarito: correto!

    3.6. Desistncia e extino

    O interessado poder desistir ou renunciar os direitos disponveis.

    Ele pode desistir total ou parcialmente do pedido formulado.

    Porm, sendo a matria de interesse pblico, a desistncia no

    poder impedir o caminhar do processo, pois prevalece o princpio da

    supremacia do interesse pblico.

    Havendo mais de um interessado, a desistncia ou renuncia

    formulada por um deles no atinge os demais (art. 51 1).

    Alm das hipteses de renncia ou desistncia, o processo

    administrativo ter deciso anormal (= sem anlise do mrito do pedido

    do interessado) se o rgo competente verificar que restou exaurida a

    finalidade do processo ou que o objeto da deciso se tornou impossvel,

    intil ou prejudicado por fato superveniente. Nesses casos, haver a

    extino prematura do processo.

    Nesse sentido, confira a redao dos seguintes dispositivos:

    Questo de concurso

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    3.7. Recurso

    Como bem informa o art. 56 da Lei n 9.784/99, das decises

    administrativas cabe recurso, em face de razes de legalidade e de

    mrito.

    O recurso ser dirigido autoridade que proferiu a deciso, a

    qual, se no a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhar

    autoridade superior.

    Alguns doutrinadores, como Carvalho Filho e Marcelo de Melo,

    classificam o recurso hierrquico como prprio e imprprio. Vejamos o

    quadro comparativo:

    RECURSO HIERRQUICO

    PRPRIO

    RECURSO HIERRQUICO

    IMPRPRIO 1. Tramita na via interna de um

    rgo. 1. A autoridade que analisar o

    recurso est em outro rgo e no no que proferiu a deciso.

    2. Independe de previso legal. 2. Depende de expressa previso legal.

    A Lei n 9.784/99, ao afirmar que o recurso ser encaminhado

    autoridade superior, trata do recurso hierrquico prprio. O recurso

    hierrquico imprprio decorre, normalmente, do instituto da superviso

    ministerial, em que a administrao direta fiscaliza os atos das

    entidades da administrao indireta.

    Art. 51. O interessado poder, mediante manifestao escrita, desistir total ou

    parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponveis.

    1o Havendo vrios interessados, a desistncia ou renncia atinge somente quem a

    tenha formulado.

    2o A desistncia ou renncia do interessado, conforme o caso, no prejudica o

    prosseguimento do processo, se a Administrao considerar que o interesse pblico

    assim o exige.

    Art. 52. O rgo competente poder declarar extinto o processo quando exaurida

    sua finalidade ou o objeto da deciso se tornar impossvel, intil ou prejudicado por

    fato superveniente.

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    Voltando para a anlise dos dispositivos da Lei n 9.784/99,

    observamos que o recurso administrativo interpe-se por meio de

    requerimento no qual o recorrente dever expor os fundamentos do

    pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar

    convenientes (art. 60).

    Ao observamos o artigo 57, veremos que o direito de recorrer

    encontra-se limitado a trs instncias administrativas.

    Voc deve se lembrar, quanto aos recursos, que a Smula

    vinculante n21 veda a exigncia de depsito ou arrolamento de

    dinheiro ou bens como condio de admissibilidade de recurso

    administrativo.

    IMPORTANTE saber, ainda, que o prazo para a interposio de

    recurso administrativo de 10 dias, contados a partir da cincia ou

    divulgao oficial da deciso recorrida.

    E, interposto o recurso, o rgo que o recebe deve intimar os

    demais interessados para que, no prazo de cinco dias teis,

    apresentem alegaes.

    Ressalta-se que a Lei n 9.784/99, em seu artigo 61, informa que

    o recurso em processo administrativo no tem efeito suspensivo, salvo

    disposio legal em contrrio.

    O que isso, professor, efeito suspensivo?

    Efeito suspensivo o instituto que suspende a eficcia da deciso

    proferida. Por exemplo: a administrao decide que o ato administrativo

    que determinou a interdio de um restaurante legal. O dono do

    restaurante recorre dessa deciso. Nesse perodo compreendido entre a

    deciso e o julgamento do recurso interposto pelo restaurante, a

    deciso ser executada e o restaurante dever fechar e permanecer

    fechado at que venha deciso em sentido contrrio. A simples

    interposio do recurso no faz com que a deciso da Administrao de

    fechar o estabelecimento seja suspensa.

    Mesmo, professor! E isso ocorre em todos os casos?

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    No, meus caros, o efeito suspensivo poder excepcionalmente

    ser concedido pela autoridade competente (= a que proferiu a deciso

    que est sendo objeto de recurso) ou pela imediatamente superior, de

    ofcio ou a pedido, se houver justo receio de prejuzo de difcil ou

    incerta reparao decorrente da execuo da deciso recorrida. Mas

    ateno! A autoridade competente que falamos, a que proferiu a

    deciso.

    Assim, temos:

    Ainda com relao aos recursos, IMPORTANTSSIMO voc saber

    que, no processo administrativo, aquele que recorre pode sair com a

    situao pior do que tinha quando interps o recurso!

    Isso porque, vigora no processo administrativo o princpio do

    reformatio in pejus.

    H, ainda, outros dispositivos legais relativos aos recursos no

    processo administrativo que merecem ser lidos com ateno:

    O recurso administrativo, em regra, no tem efeito

    suspensivo. Poder ser concedido efeito

    suspensivo se, no caso, houver justo receio de prejuzo de difcil ou incerta reparao.

    Art. 63. O recurso no ser conhecido quando interposto:

    I - fora do prazo;

    II - perante rgo incompetente;

    III - por quem no seja legitimado;

    IV - aps exaurida a esfera administrativa.

    1o Na hiptese do inciso II, ser indicada ao recorrente a autoridade competente,

    sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

    2o O no conhecimento do recurso no impede a Administrao de rever de ofcio

    o ato ilegal, desde que no ocorrida precluso administrativa.

    Art. 64. O rgo competente para decidir o recurso poder confirmar, modificar,

    anular ou revogar, total ou parcialmente, a deciso recorrida, se a matria for de

    sua competncia.

    Pargrafo nico. Se da aplicao do disposto neste artigo puder decorrer gravame

    situao do recorrente, este dever ser cientificado para que formule suas

    alegaes antes da deciso.

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    Se voc leu com ateno o art. 63, 2, percebeu que ele decorre

    do poder de autotutela da Administrao.

    Por fim, com relao aos recursos administrativos, no podemos

    deixar de mencionar a importante alterao que a Lei n 11.417/06

    promoveu na Lei n 9.784/99.

    Falamos aqui nesta aula de duas smulas vinculantes. Essas

    smulas so comandos do Supremo Tribunal Federal que, nos termos

    do art. 103-A da Constituio, vinculam as decises do Poder Judicirio

    e da administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal,

    estadual e municipal.

    Mas, o que acontece se a Administrao, em um processo

    administrativo, decidir de forma a violar uma smula vinculante?

    Foi justamente isso que passou a Lei n 9.784/99 a prever, depois

    da edio da Lei n 11.417/06.

    O interessado dever impugnar a deciso por meio de recurso

    administrativo, afirmando que a mesma contraria enunciado da smula

    vinculante.

    A autoridade prolatora da deciso impugnada, se no a

    reconsiderar, dever explicitar, antes de encaminhar o recurso

    autoridade superior, as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da

    smula, conforme o caso (art. 56, 3, da Lei n 9.784/99).

    Recebido o recurso pela autoridade superior, ela deve decidir o

    mesmo, explicitando as razes da aplicabilidade ou inaplicabilidade da

    smula, conforme o caso. (art. 64-A).

    Se a deciso for contrria ao interessado, afastando a aplicao

    da smula vinculante, o mesmo poder pedir, diretamente ao Supremo

    Tribunal Federal, que seja observada a smula vinculante, por meio de

    um instrumento processual chamado reclamao.

    Se o STF entender que, realmente, foi violada smula vinculante,

    o tribunal dar cincia autoridade que proferiu a deciso

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    administrativa e ao superior que julgou o recurso, determinando que,

    nas futuras decises administrativas em casos semelhantes, seja

    adotado o comando da smula vinculante, sob pena de

    responsabilizao pessoal nas esferas cvel, administrativa e penal da

    autoridade administrativa (art. 64-B).

    15. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista Processual)

    Considerando-se que ao superior hierrquico permitido rever os atos

    de seus subordinados, admite-se, no processo administrativo, a

    alegao em instncia superior de fato no arguido no incio do

    processo, bem como o reexame de matria ftica e a produo de

    novas provas.

    Nessa questo o examinador cobrou vrios pontos da lei. Vamos

    rev-los?

    Primeiramente indiscutvel a afirmao de que o superior

    hierrquico pode rever os atos de seus subordinados.

    E como havamos comentado recurso administrativo interpe-se

    por meio de requerimento no qual o recorrente dever expor os

    fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos

    que julgar convenientes (art. 60).

    Gabarito: Certo.

    16. (CESPE - 2011 - STM - Tcnico Judicirio) O prazo para a

    interposio de recurso administrativo , em regra, de dez dias,

    contados a partir da cincia ou da divulgao oficial da deciso recorrida

    e quando a lei no fixar prazo diferente.

    Lembra que eu avisei que IMPORTANTE saber, que o prazo para

    a interposio de recurso administrativo de 10 dias, contados a partir

    Questes de concurso

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    da cincia ou divulgao oficial da deciso recorrida. Pois , olha a

    questo a!!!

    Gabarito: Correto.

    17. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Os

    recursos administrativos, meios colocados disposio do administrado

    para o reexame do ato pela administrao pblica, s sero dotados de

    efeito suspensivo quando a lei expressamente o estabelecer.

    Concordo com voc que cobrar a exceo sacanagem! Mas por

    outro lado voc est frente de muita gente que no tem conhecimento

    da exceo que tratamos em nossa aula!

    Lembre-se: o efeito suspensivo poder excepcionalmente ser

    concedido pela autoridade competente (= a que proferiu a deciso que

    est sendo objeto de recurso) ou pela imediatamente superior, de ofcio

    ou a pedido, se houver justo receio de prejuzo de difcil ou incerta

    reparao decorrente da execuo da deciso recorrida. Mas ateno!

    A autoridade competente que falamos, a que proferiu a deciso.

    Gabarito: errado.

    18. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judicirio) A deciso de

    recursos administrativos no mbito do processo administrativo na

    administrao pblica federal no pode ser objeto de delegao.

    Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da

    Lei n 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de

    delegao:

    a) a edio de atos de carter normativo;

    b) a deciso de recursos administrativos;

    c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou

    autoridade.

    Gabarito: Certo.

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    3.8. Reviso

    A Lei N 9.784/99 prev a possibilidade de reviso da deciso em

    processo administrativo, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio,

    quando da deciso resultar em sanes.

    Entretanto, MUITO CUIDADO! A reviso s possvel se surgirem

    fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inadequao da

    sano aplicada.

    Olho aberto! Se no recurso administrativo a situao do

    recorrente pode piorar, AQUI ISSO NO OCORRE.

    AQUI NO PODE HAVER A REFORMA PARA PIOR OU A

    REFORMATIO IN PEJUS.

    Confira a redao do art. 65 da multicitada lei:

    19. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) Um

    empregado pblico submetido a procedimento administrativo disciplinar

    do qual resultou punio interps recurso administrativo dirigido ao

    superior hierrquico do agente pblico que lhe aplicara a sano. Nessa

    situao, o servidor deve estar ciente de que a administrao, ao

    conhecer do recurso interposto, poder aplicar, no exerccio da

    autotutela, sano mais grave , assim como deve estar ciente de

    que no incide na esfera administrativa, por este fundamento, a

    vedao do reformatio in pejus.

    Questes de

    concurso

    Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser

    revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da

    sano aplicada. Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.

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    O CESPE cobrou justamente o que acabamos de destacar. Por se

    tratar de um recurso administrativo PODE HAVER A REFORMA PARA

    PIOR OU A REFORMATIO IN PEJUS.

    Gabarito: correta.

    20. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Analista Processual) Com

    fundamento no princpio da oficialidade, nos processos administrativos

    dos quais resulte a aplicao de sanes ao administrado, quando

    surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes capazes de justificar

    a inadequao da sano aplicada, ser admitida a reviso de ofcio,

    hiptese em que poder haver o agravamento da sano imposta.

    Veja que aqui trata-se de reviso. Na reviso no poder ser a

    pena agravada. Conforme nos diz o artigo:

    Gabarito: Errado.

    21. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judicirio) Os processos

    administrativos de que resultem sanes podem ser revistos a qualquer

    tempo, a pedido ou de ofcio; dessa reviso pode resultar o

    agravamento da sano, diferentemente do que ocorre na esfera

    judicial.

    No esqueam!!!

    Gabarito: Errado.

    Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanes podero ser

    revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da sano aplicada.

    Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.

    Art. 65.Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento da sano.

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    22. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Os processos

    administrativos de que resultem sanes podero ser revistos, a

    qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quando surgirem fatos novos ou

    circunstncias relevantes suscetveis de justificar a inadequao da

    sano aplicada, sendo certo que da reviso do processo poder

    resultar agravamento da sano.

    Moleza! Vimos no artigo 65, pargrafo nico, que da reviso do

    processo no poder resultar agravamento da sano.

    Lembre-se NO PODE HAVER A REFORMA PARA PIOR OU A

    REFORMATIO IN PEJUS NA REVISO (no recurso pode!).

    Gabarito: Errado.

    23. (CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Cincia e Tecnologia

    Jnior) Em concordncia com o princpio da vedao da reformaticio in

    pejus, a deciso proferida por autoridade competente, em sede de

    recurso administrativo hierrquico, no pode prejudicar a situao do

    recorrente.

    Olha o peguinha!!! No recurso, como vimos, a situao do

    recorrente pode piorar. na reviso que o reformatio in pejus no pode

    ser aplicado.

    Gabarito: Errado.

    3.9. Anulao e convalidao de atos

    administrativos

    Voc que j estudou nossa aula de atos administrativos est

    craque nessa matria!

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    Aqui nos limitaremos a apresentar os dispositivos da Lei n

    9.784/99 relativos a essa matria, pois todo o regime da teoria das

    nulidades j foi estudado neste curso.

    Vimos, por exemplo, que a Administrao deve anular seus

    prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los

    por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos

    adquiridos.

    Esse postulado corresponde redao do art. 53 da Lei ora

    analisada.

    Lembre-se que na revogao no h vcio no ato administrativo,

    apenas uma deciso discricionria da Administrao que entende no

    ser mais o ato conveniente ou oportuno.

    Lembre-se, tambm, que a anulao opera efeitos retroativos e

    para o futuro (ex tunc) e que a revogao opera efeitos apenas para o

    futuro (ex nunc).

    J mencionamos tambm que o direito da Administrao de

    anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para

    os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que foram

    praticados, salvo comprovada m-f (art. 54).

    Isso quer dizer que, se um ato administrativo beneficiou um

    sujeito, esse ato s poder ser anulado se no ultrapassados 5 anos de

    sua edio. Essa regra s no valer se o tal sujeito agiu de m-f.

    Voc deve saber, tambm, que se o ato administrativo gerou

    efeitos patrimoniais contnuos, o prazo de decadncia dever ser

    contado da percepo do primeiro pagamento.

    Estudamos tambm o instituto da convalidao. Se o ato puder

    ser convalidado, ou seja, se ele tiver vcios sanveis, esse ato ser

    anulvel. Se ele no puder ser convalidado (=seus vcios no forem

    sanveis), o ato ser nulo.

    A convalidao opera efeitos retroativos.

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    Os atos com defeitos sanveis s podero ser convalidados se

    essa convalidao no acarretar leso ao interesse pblico nem prejuzo

    a terceiros (art. 55 da lei).

    24. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Em deciso

    na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem

    prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis

    podero ser convalidados pela prpria administrao.

    Acabamos de estudar que os atos com defeitos sanveis s

    podero ser convalidados se essa convalidao no acarretar leso ao

    interesse pblico nem prejuzo a terceiros (art. 55 da lei).

    Gabarito: Correto.

    25. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Consoante

    o princpio da autotutela, consagrado na Lei n. 9.784/1999, a

    administrao deve anular seus prprios atos de contedo decisrio,

    quando eivados de vcio de legalidade.

    Sabemos que a Administrao deve anular seus prprios atos,

    quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Veja

    que no existe a restrio de atos de contedo decisrio.

    Gabarito: errado.

    26. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscpico) Apenas

    pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos ter prioridade na

    tramitao, em qualquer rgo ou instncia, dos procedimentos

    administrativos em que figure como parte ou interessado.

    Para responder a essa questo, leia o dispositivo abaixo:

    Questes de

    concurso

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    Veja que no s os maiores de 60 anos, mas todos os demais

    casos citados acima tero prioridade.

    Gabarito: errado.

    27. (CESPE- STJ- 2012 Tcnico Judicirio) A administrao

    pode anular seus prprios atos por motivo de convenincia ou

    oportunidade.

    Vimos que a Administrao deve anular seus prprios atos,

    quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de

    convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

    Gabarito: Errado.

    isso a, pessoal! Hoje ficamos por aqui!

    4) Resumo

    As manifestaes da Administrao Pblica ficam documentadas

    em um processo, seja para se manifestar quanto uma obra ou sobre um

    documento.

    Art. 69-A. Tero prioridade na tramitao, em qualquer rgo ou instncia, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou

    interessado: I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; II - pessoa portadora de deficincia, fsica ou mental;

    IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose mltipla, neoplasia maligna, hansenase, paralisia irreversvel e incapacitante, cardiopatia

    grave, doena de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avanados da doena de Paget (ostete deformante), contaminao por radiao, sndrome de imunodeficincia

    adquirida, ou outra doena grave, com base em concluso da medicina especializada, mesmo que a doena tenha sido contrada aps o incio do

    processo.

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    O procedimento refere-se s formalidades que devero ser

    adotada para a prtica de determinados atos administrativos, o

    procedimento se desenvolve dentro no processo administrativo.

    O art. 2 da Lei n 9.784/99, a lei que regula o processo

    administrativo no mbito da Administrao Pblica federal, menciona

    quais so os princpios norteadores, no s dos processos

    administrativos, mas de toda atividade da Administrao Pblica.

    Confira a redao do dispositivo:

    Partindo desse dispositivo, e com base na doutrina de Marcelo de

    Melo Castro (Srie Advocacia Pblica, Ed. Mtodo), possvel identificar

    os seguintes princpios norteadores dos recursos e processos

    administrativos:

    a) Devido processo legal

    O princpio do devido processo legal no outra coisa seno a

    obrigatoriedade que o Estado tem de adotar os procedimentos

    previamente estabelecidos.

    b) Oficialidade

    De acordo com esse princpio, o processo administrativo pode ser

    iniciado sem qualquer provocao do particular. O Estado pode

    inaugurar um processo administrativo de ofcio e produzir provas num

    processo sem que a parte interessada tenha formulado requerimento

    nesse sentido.

    c) Contraditrio e ampla defesa

    comum a todos os tipos de processos, judiciais e

    administrativos, estando expresso no art. 5, LV, da Constituio

    Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da

    legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico

    e eficincia.

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    Federal. Vejamos o dispositivo correspondente a esse princpio na Lei

    9.784/99, art. 2, nico:

    Se esse princpio no for observado, ocorre o cerceamento de

    defesa. Esse cerceamento, em qualquer fase do processo, acarreta a

    nulidade do processo relativamente a todos os atos subseqentes que

    decorrerem do ato viciado. Se no for possvel salvar nenhum ato,

    todo o processo ser nulo.

    d) Publicidade

    Por ser pblica a atividade da Administrao, os processos que ela

    desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados.

    ATENO NO SE ESQUEA!!!

    Hipteses em que possvel restringir a publicidade do processo

    administrativo:

    Segurana da sociedade e do Estado;

    Defesa da intimidade;

    Interesse social.

    e) Informalismo

    Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a

    cargo do particular, no exigem formalidades especiais.

    A presena do advogado no obrigatria nos processos

    administrativos, conforme a redao da Smula Vinculante n 5 do STF:

    f) Verdade material

    X - garantia dos direitos comunicao, apresentao de alegaes finais, produo de provas e interposio de recursos, nos processos de que possam resultar sanes e nas situaes de litgio;

    A falta de defesa tcnica por advogado no processo administrativo

    disciplinar no ofende a Constituio.

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    No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente

    ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da

    fase em que se encontra o processo (desde que at o julgamento final).

    g) Gratuidade

    A Administrao no pode exigir o pagamento de custas ou

    depsito de valores nem para inaugurar o processo administrativo nem

    para apreciar o recurso. Isso o que determina a Smula Vinculante n

    21 do STF:

    h) Motivao

    A Administrao Pblica dever expor os fundamentos normativos

    e fticos da sua deciso. o que nos diz o pargrafo nico do art. 2 da

    Lei 9.784/99:

    Vimos ao longo da aula que a competncia irrenuncivel

    o que diz o art. 11 da Lei n 9.784/99, vejamos:

    Por outro lado, o instituto da delegao de atribuio

    plenamente reconhecido, aceito e at mesmo incentivado pela lei.

    Pargrafo nico. Nos processos administrativos sero observados, entre

    outros, os critrios de: VII - indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

    deciso;

    inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de

    dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

    Art. 11. A competncia irrenuncivel e se exerce pelos rgos administrativos a que foi atribuda como prpria, salvo os casos de delegao

    e avocao legalmente admitidos.

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    Decorre do poder hierrquico e do princpio da eficincia, pois quanto

    mais prximo do fato estiver um agente e quanto mais especializado ele

    for, melhor ser o desempenho de sua atribuio.

    ASSIM, MUITO CUIDADO:

    Renncia de competncia VEDADA

    Delegao de atribuio AUTORIZADA

    Nem tudo poder ser objeto de delegao, saiba que no art. 13 da

    Lei n 9.784/99 o legislador determinou que NO poder ser objeto de

    delegao:

    a) a edio de atos de carter normativo;

    b) a deciso de recursos administrativos;

    c) as matrias de competncia exclusiva do rgo ou

    autoridade.

    Lembre-se que a lei permite, em carter excepcional e por

    motivos relevantes devidamente justificados, a avocao temporria de

    competncia atribuda a rgo hierarquicamente inferior.

    Com relao aos impedimentos e suspeies, observamos que o

    legislador considera impedido de atuar no processo administrativo (=

    praticar qualquer ato no processo) o servidor ou autoridade que:

    a) tenha interesse direto ou indireto na matria;

    b) tenha participado ou venha a participar como perito,

    testemunha ou representante, ou se tais situaes ocorrem quanto ao

    cnjuge, companheiro ou parente e afins at o terceiro grau;

    c) esteja litigando judicial ou administrativamente com o

    interessado ou respectivo cnjuge ou companheiro.

    No concernente a suspeio, dispe a lei:

    Art. 20. Pode ser argida a suspeio de autoridade ou servidor que tenha amizade ntima ou inimizade notria com algum dos interessados ou com os

    respectivos cnjuges, companheiros, parentes e afins at o terceiro grau.

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    Passando para o resumo das intimaes, vimos que, quando for

    necessrio o comparecimento do interessado em algum ato, a

    Administrao, por meio do rgo em que tramita o processo

    administrativo, dever intim-lo com antecedncia mnima de trs dias

    teis quanto data de comparecimento.

    Se a intimao for realizada sem a observncia de alguma

    prescrio legal, ela ser considerada nula. Entretanto, meus

    amigos, ABRAM O OLHO: O comparecimento do administrado

    supre a irregularidade da notificao.

    E se o interessado no atender intimao o processo poder ser

    arquivado, dependendo da situao. Mas o desatendimento da

    intimao NO IMPORTA EM RECONHECIMENTO da verdade dos

    fatos NEM A RENNCIA a direito pelo administrado.

    Com relao instruo, como vimos acima, em ateno ao

    princpio da oficialidade, no momento da instruo, a Administrao

    agir de ofcio, para melhor esclarecer as questes e fundamentar

    corretamente a tomada de deciso.

    Mas no s a Administrao quem deve se mexer. O interessado

    pode produzir as suas provas ou requerer que a Administrao

    apresente documentos, realize percia etc. Isso porque, se o interessado

    no conseguir comprovar o fato que constitui o seu direito, o processo

    ter deciso desfavorvel.

    A Administrao s poder indeferir os pedidos de prova do

    interessado se entender que a prova requerida ilcita, impertinente,

    desnecessria ou protelatria (=com o fim exclusivo de atrasar o

    processo).

    Nessa mesma fase de instruo, quando for necessria a emisso

    de um parecer, este dever ser emitido no prazo mximo de 15

    dias, sal