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    CURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTRIO P/ A RECEITA FEDERAL TEORIA COMPLETA E QUESTES COMENTADAS TURMA 5

    Prof.: Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br 1

    PROFESSOR EDVALDO NILOCURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTRIO PARA A

    RECEITA FEDERAL 5 TURMA TEORIA COMPLETA EQUESTES COMENTADAS AULA 5 (PARTE 1) VIGNCIA DA

    LEGISLAO TRIBUTRIA. APLICAO DA LEGISLAOTRIBUTRIA. INTERPRETAO E INTEGRAO DALEGISLAO TRIBUTRIA. (PARTE 2) OBRIGAO

    TRIBUTRIA PRINCIPAL E ACESSRIA. FATO GERADOR DAOBRIGAO TRIBUTRIA - (30/03).

    Ol,

    A primeira parte da aula de hoje a continuao da aula 3 sobreLegislao Tributria, que no conteve os temas vigncia, aplicao,

    interpretao e integrao do direito tributrio.Ento, o sumrio da parte 1 ficou assim:

    2. Vigncia da Legislao Tributria: 2.1. Conceitos devalidade, vigncia e eficcia jurdica da norma; 2.2 Regrageral da vigncia da norma tributria; 2.3 Vigncia notempo; 2.4 Vigncia no espao.3. Aplicao da Legislao Tributria: 3.1 Fato geradorfuturo, fato gerador pendente, smula 584 do STF,

    retroatividade prpria e retroatividade imprpria; 3.2Aplicao retroativa da legislao tributria.4. Interpretao e Integrao da Legislao Tributria: 4.1Viso clssica do CTN; 4.2 Princpios gerais de direitoprivado; 4.3. Direito tributrio como direito desobreposio; 4.4 Mtodos de interpretao: literal, lgico,histrico, sistemtico e teleolgico; 4.5 Interpretao literale interpretao mais favorvel.

    Antes da aula propriamente, vamos colocar o gabarito puro e

    algumas questes da aula 1, conforme solicitao dos alunos nofrum. Abraos.

    QUESTES DA AULA 1

    1. (ESAF/APO/Unio/2010) A extrafiscalidade caracterstica quepossuem alguns tributos de permitirem, alm da pura e simplesforma de ingresso de receitas nos cofres pblicos, tambm deintervirem na economia, incentivando ou no determinada atividadeou conduta do contribuinte. Assinale, entre os tributos listados

    abaixo, aquele que no possui carter extrafiscal.

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    a) Imposto sobre produtos industrializados.b) Imposto sobre importao.c) Contribuio de interveno no domnio econmico sobrecombustveis.

    d) Imposto sobre produtos industrializados.e) Taxa de iluminao pblica.

    2. (ESAF/APO/Unio/2010) De acordo com a ConstituioFederal, no se pode cobrar tributos em relao a fatos geradoresocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houver institudo ouaumentado. Trata-se do princpio da anterioridade tributria.Entretanto, a prpria Constituio estabelece que ato do PoderExecutivo pode elevar alquotas de determinados tributos, como, porexemplo:

    a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados econtribuio social sobre o lucro lquido.b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuio deinterveno no domnio econmico sobre combustveis e impostosobre importaes.c) Imposto sobre importaes, imposto sobre exportaes e impostosobre a renda.d) Imposto sobre importaes, imposto sobre a renda e impostosobre produtos industrializados.e) Contribuio de interveno no domnio econmico sobre

    combustveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportaes.

    3. (CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) As obrigaes principais eacessrias esto sujeitas ao princpio constitucional da legalidadeestrita.

    4. (ESAF/APO/Unio/2008) A competncia tributria, assimentendida como o poder que os entes polticos Unio, Estados-Membros, Distrito Federal e Municpios tm para instituir tributos,no ilimitada. Ao contrrio, encontra limites na Constituio

    Federal, entre os quais destacamos o princpio da legalidadetributria, segundo o qual nenhum tributo poder ser institudo oumajorado a no ser por lei. Porm, a prpria Constituio Federalexcetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo s-lopor ato do Poder Executivo) alguns tributos. So exemplos dessestributos:a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importao deprodutos estrangeiros / contribuio para o PIS/PASEP.b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustvel /contribuio para o PIS/PASEP.

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    c) imposto sobre importao de produtos estrangeiros / impostosobre exportao de produtos nacionais ou nacionalizados / impostosobre renda e proventos.d) CIDE combustvel / imposto sobre produtos industrializados /

    imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguros.e) contribuio para o PIS/PASEP / imposto sobre operaes decrdito, cmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.

    5. (ESAF/Analista Jurdico/2007/CE) O princpio constitucionalda legalidade preceitua que a instituio ou a majorao de tributosdever ser estabelecida por lei. Com relao majorao dealquotas, porm, a prpria Constituio Federal prev que algunstributos podero t-la por meio de decreto presidencial. Entre estes,no se inclui:

    a) Imposto de Importao.b) Imposto Territorial Rural.c) Imposto sobre Operaes Financeiras.d) Contribuio de Interveno no Domnio EconmicoSobre Combustveis.e) Imposto Sobre Produtos Industrializados.

    6. (AFTN/96/ESAF) O princpio da legalidade no se aplica, em toda asua extensoa) aos impostos de importao e exportao, imposto sobre produtos

    industrializados e imposto extraordinrio decorrente de guerra.b) aos impostos de importao e exportao, ao imposto sobreprodutos industrializados e ao impostos sobre operaes financeiras.c) s taxas e contribuies de melhoria.d) aos impostos de importao e exportao, imposto sobre produtosindustrializados e imposto extraordinrio de guerra.e) s taxas e contribuies sociais.

    7. (AFRF/2005/TA/ESAF) Ainda que atendidas as condies e oslimites estabelecidos em lei, vedado ao Poder Executivo alterar as

    alquotas do imposto sobrea) importao de produtos estrangeiros.b) exportao, para o exterior, de produtos nacionais ounacionalizados.c) propriedade territorial rural.d) operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ouvalores mobilirios.e) produtos industrializados.

    8. (ESAF/Analista Contbil-Financeiro/2006/CE) O princpio

    constitucional da anterioridade, corolrio da segurana jurdica,

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    estabelece que os entes tributantes Unio, Estados, Distrito Federale Municpios no podero exigir tributo no mesmo exercciofinanceiro em que tenha sido publicada a lei que o tenha institudo ouaumentado. No tocante possibilidade de majorao de tributos no

    mesmo exerccio financeiro em que tenha sido publicada a lei que ostenha aumentado, porm, a prpria Constituio Federal estabeleceualgumas excees. Entre os itens a seguir, assinale aquele que noconstitui exceo ao referido princpio.a) Imposto sobre produtos industrializados.b) Contribuio de interveno no domnio econmico, cobrada sobrecombustveis.c) Imposto de exportao.d) Emprstimo compulsrio para despesas extraordinriasdecorrentes de calamidade pblica.

    e) Emprstimo compulsrio para despesas de investimento pblico decarter urgente e relevante interesse nacional.

    9. (TTN/98/ESAF/Adaptada) Quanto ao princpio da anterioridade,pode-se dizer quea) probe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes doincio da vigncia da lei que houver institudo ou aumentado umtributo.b) no se aplica ao Imposto de Importao, ao Imposto sobreOperaes Financeiras e s Taxas decorrentes do exerccio do poder

    de polcia.c) no se aplica ao Imposto de Importao, ao Imposto sobreOperaes Financeiras e ao Imposto de Exportao.d) se aplica aos emprstimos compulsrios, qualquer que seja opressuposto de sua instituio.e) se aplica s contribuies para seguridade social da mesma formaque s outras espcies tributrias.

    10. (AFRF/2005/TI/ESAF) A Constituio da Repblica veda acobrana de tributos no mesmo exerccio financeiro em que haja sido

    publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princpio daanterioridade tributria, que, contudo, encontra na prpriaConstituio algumas excees. Assinale, a seguir, a modalidadetributria em que s pode ser exigido o tributo no exerccio seguinteao de sua instituio ou majorao:a) Imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativasa ttulos ou valores mobilirios.b) Imposto sobre produtos industrializados.c) Emprstimo compulsrio para atender a investimento pblicourgente e relevante.

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    d) Emprstimo compulsrio por motivo de guerra externa ou decalamidade pblica.e) Imposto sobre exportao, para o exterior, de produtos nacionaisou nacionalizados.

    11. (FTE PA/2002/ESAF/Adaptada) Os princpios da___________________ e da ____________________ no seaplicam, em toda a sua extenso, aos impostos sobre: importao deprodutos estrangeiros; exportao, para o exterior, de produtosnacionais ou nacionalizados; produtos industrializados; operaes decrdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios.a) estrita reserva legal, anterioridade.b) isonomia, irretroatividade da lei.c) uniformidade da tributao, capacidade contributiva.

    d) igualdade tributria, liberdade de trfego.e) vedao de tributo confiscatrio, transparncia dos impostos.

    12. (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estadode Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, emateno s Constituies Estadual e Federal, medida provisriavisando majorao de imposto estadual. A norma entrou em vigorna data de sua publicao. O Poder Legislativo Estadual, porm,somente converteu a medida provisria em lei no dia 20 de fevereirode 2008. Em face da situao hipottica e considerando os

    parmetros de vigncia e aplicao da legislao tributria, aponteem que data o aumento poder ser efetivamente cobrado.a) 1 de janeiro de 2008.b) 4 de fevereiro de 2008.c) 20 de maio de 2008.d) 1 de janeiro de 2009.e) 31 de maro de 2009.

    13. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2006) Aumentadaa alquota do imposto de renda, por medida provisria, em 1 de

    dezembro de 2005, a nova alquota poder ser cobrada a partir de 1de janeiro de 2006, independentemente da converso da medidaprovisria em lei no ano de 2005, uma vez que a esse imposto no seaplica o princpio da anterioridade nonagesimal.

    14. (ESAF/Auditor Fiscal/2005/MG) Assinale a opo correta. Oprincpio segundo o qual vedado cobrar tributos em relao a fatosgeradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houverinstitudo ou aumentado (art. 150,III, a da CRFB/88) o da:a) anterioridade.

    b) irretroatividade.

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    c) anualidade.d) imunidade recproca.e) legalidade.

    15. (ESAF/APOF/SP/2009) O princpio da capacidade contributiva:a) no se aplica s penalidades tributrias.b) aplica-se somente s contribuies.c) aplica-se somente aos impostos.d) aplica-se indistintamente a todas as espcies tributrias.e) atendido pela progressividade dos impostos reais.

    16. (ESAF/Defensor Pblico/CE/2002) Em matria de direitotributrio, o postulado da igualdade perante a lei s pode serlegitimamente implementado se considerada a capacidade do

    indivduo para contribuir com os encargos pblicos, sendo estreita arelao entre o princpio da isonomia e o da capacidade contributiva,sendo o segundo conseqncia do primeiro.

    17. (ESAF/Advogado/IRB/2006) A Constituio Federal outorgacompetncia tributria, ou seja, aptido para criar tributos, aosdiversos entes da Federao. Sobre essa afirmativa, podemos dizerquea) a contribuio de melhoria, decorrente de obras pblicas, poderser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes

    tenham-se beneficiado, ou, no caso de omisso deste, pela Unio.b) as taxas podero ser institudas em razo do exerccio do poder depolcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicosespecficos e divisveis, prestados ou postos disposio docontribuinte.c) a aplicao dos recursos provenientes de emprstimoscompulsrios ser preferencialmente vinculada despesa quefundamentou sua instituio.d) os impostos tero, sempre que possvel, carter pessoal e base declculo diversa das taxas.

    e) todos os tributos devero respeitar a capacidade econmica doscontribuintes.

    18. (ESAF/Advogado/IRB/2006) O Sistema Tributrio Nacional disciplinado na Constituio Federal de 1988 a partir do art. 145.Sobre seus princpios gerais (arts. 145 a 149-A), incorreto afirmar-se que,a) a fim de conferir efetividade aos princpios da pessoalidade e dacapacidade econmica do contribuinte, faculta-se administraotributria identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos

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    da lei, o patrimnio, os rendimentos e as atividades econmicas aque se dedique o contribuinte.b) embora originalmente no tenha sido elaborado com oatendimento aos requisitos de tal espcie normativa, o Cdigo

    Tributrio Nacional, sendo lei ordinria, foi recepcionado pelaConstituio com o status de lei complementar. Portanto, suasalteraes somente podem ser efetuadas por intermdio de leicomplementar.c) aos Municpios e ao Distrito Federal facultada a instituio decontribuio para o custeio do servio de iluminao pblica, naforma da respectiva lei; todavia, se optarem por cobr-la, tais entesdevero faz-lo por via da respectiva fatura de consumo de energiaeltrica.d) a instituio de contribuies de interveno no domnio

    econmico da competncia exclusiva da Unio, no podendo,portanto, ser delegada a outros entes federativos, como Estados,Municpios e Distrito Federal.e) somente a Unio possui a competncia para a instituio de duasdiferentes modalidades de emprstimos compulsrios, sendonecessrio, para ambas, a edio de lei complementar.

    19. (AFRF/2000/ESAF) Para responder esta questo preenchacorretamente as lacunas, indique a opo que, de acordo com aConstituio da Repblica, contm o par correto de expresses.

    ______(1)______, os impostos tero carter pessoal para, entreoutros objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar osimpostos segundo a capacidade econmica do contribuinte, facultado administrao tributria, identificar o patrimnio, osrendimentos e as atividades econmicas do contribuinte,

    _____(2)_____a) (1) Tendo em vista o princpio da impessoalidade, em caso algum(2) desde que haja determinao da autoridade administrativa, emmandado especfico de investigao fiscal.b) (1) Havendo opo pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua

    livre discrio, (2) desde que, segundo expressa exignciaconstitucional, haja especfica autorizao judicial.c) (1) Havendo expressa opo pelo legislador, (2) mas apenas sehouver alterao constitucional nesse sentido, pois hoje o EstatutoSupremo o impede.d) (1) Sempre que possvel, (2) respeitados os direitos individuais enos termos da lei.e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidenteda Repblica, (2) mas a Constituio expressamente veda acesso adados financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

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    20. (ESAF/Analista Jurdico/2007/CE) Sobre o princpioconstitucional da seletividade, incorreto afirmar-se que:a) aplicado obrigatoriamente ao ICMS.b) permite ao legislador a tributao diferenciada de produtos,

    aplicando alquotas maiores aos produtos menos essenciais.c) aplicado facultativamente ao IPTU.d) segundo tal princpio, os produtos mais essenciais devem sertributados com alquotas mais baixas.e) aplicado obrigatoriamente ao Imposto Sobre ProdutosIndustrializados.

    21. (ESAF/Ministrio Pblico/TCE/GO/2007) Sobre aslimitaes do poder de tributar do Estado de Gois e sem prejuzo deoutras garantias asseguradas ao contribuinte, pode-se afirmar,

    exceto que vedado,a) exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea.b) estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou de bens por meiode tributos, ressalvada a cobrana de pedgio pela utilizao de viasconservadas pelo Distrito Federal.c) estabelecer diferena tributria entre bens e servios de qualquernatureza, salvo se a diferena for fundada na procedncia ou nodestino dos bens ou dos servios.d) cobrar tributos em relao a fatos geradores ocorridos antes doincio da vigncia da lei que os houver institudo ou aumentado.

    e) instituir impostos sobre livros, jornais e peridicos e o papeldestinado a sua impresso.

    22. (ESAF/AFE/2007/CE) As limitaes constitucionais ao poderde tributar constituem garantias aos contribuintes de que no serosubmetidos tributao sem a estrita observncia de tais princpios.Sobre estes, correto afirmar-se que:a) somente as leis podero instituir ou aumentar tributos, admitindo-se algumas excees, somente em relao a alguns impostos, emque estes podero ser majorados por meio de decretos presidenciais.

    b) vedado a todos os entes tributantes instituir tributos sobretemplos de qualquer culto.c) os tributos devero observar o princpio da capacidadecontributiva.d) vedado Unio instituir tributo que no seja uniforme em todo oterritrio nacional.e) vedado aos entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercciofinanceiro em que haja sido publicada a lei que os tenha aumentado,em quaisquer casos.

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    23. (ESAF/Auditor/TCE/GO/2007) Sobre as limitaesconstitucionais do poder de tributar, incorreto afirmar que:a) vedado aos Estados cobrar tributos antes de decorridos noventadias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou

    aumentou, observada a regra segundo a qual a cobrana no poderecair no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a leique os instituiu ou aumentou.b) a proibio da instituio de impostos sobre templos de qualquerculto no alcana os impostos de importao de produtosestrangeiros; exportao, para o exterior, de produtos nacionais ounacionalizados; produtos industrializados; e operaes de crdito,cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores imobilirios.c) no diz respeito s taxas, a regra de que qualquer subsdio ouiseno, reduo de base de clculo, concesso de crdito presumido,

    anistia ou remisso s poder ser concedido por lei especfica,federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente asmatrias acima enumeradas ou a correspondente exao.d) a lei poder atribuir a sujeito passivo de obrigao tributria acondio de responsvel pelo pagamento de imposto ou contribuio,cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada aimediata e preferencial restituio da quantia paga, caso no serealize o fato gerador presumido.e) a vedao de instituio de impostos sobre o patrimnio, renda ouservios da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios,

    uns dos outros, extensiva s autarquias e s fundaes institudas emantidas pelo Poder Pblico, considerada a necessria vinculao asuas finalidades essenciais, ou s delas decorrentes, desde que noguardem relao com explorao de atividades econmicas regidaspelas normas aplicveis a empreendimentos privados, ou em quehaja contraprestao ou pagamento de tarifas pelo usurio, nemexonera o promitente comprador da obrigao de pagar impostorelativamente ao bem imvel.

    24. (ESAF/PFN/2004) Com ateno aos princpios do sistema

    tributrio nacional, marque com V a assertiva verdadeira e com F afalsa, assinalando ao final a opo correspondente.( ) O imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias eprestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal ede comunicao ICMS sujeita-se ao princpio da no-cumulatividade, podendo a lei que o instituir observar o princpio daseletividade.( ) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) sujeita-se aoprincpio da no-cumulatividade, em funo da essencialidade doproduto.

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    ( ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos princpios da generalidade, uniformidade e progressividade.( ) O princpio da legalidade tributria remonta Declarao dosDireitos do Homem e do Cidado.

    a) V, F, F, F.b) V, V, V, V.c) F, F, V, V.d) V, F, V, F.e) V, V, V, F.

    25. (ESAF/PFN/2004) Considerado o entendimento atualmentedominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a resposta quecompleta corretamente a assertiva. A alquota de contribuio socialdestinada ao financiamento da Seguridade Social, majorada por

    medida provisria que tenha sido editada na primeira metade doexerccio financeiro, objeto de reedio e converso em Lei, poderser exigida ...a) depois de decorridos noventa dias da data da publicao da Leiresultante da converso.b) depois de decorridos noventa dias da data da publicao damedida provisria originria.c) depois de decorridos noventa dias da data da reedio da medidaprovisria.d) no prximo exerccio financeiro.

    e) depois de decorridos noventa dias do incio do prximo exercciofinanceiro.

    26. (ESAF/PFN/2004) Em ateno ao tema substituio tributria,marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando aofinal a opo correta correspondente.( ) Segundo o entendimento atualmente dominante no SupremoTribunal Federal, o fato gerador presumido provisrio e, por isso, densejo restituio ou complementao do imposto pago na hiptesede sua no-realizao ou realizao em dimenso diversa da

    presumida.( ) Segundo o entendimento atualmente dominante no SupremoTribunal Federal, o fato gerador presumido no provisrio mas simdefinitivo, no dando ensejo restituio ou complementao doimposto pago, seno, no primeiro caso, na hiptese de sua no-realizao final.( ) A substituio tributria progressiva, ou para frente, tcnica detributao introduzida no ordenamento jurdico brasileiro pelaEmenda Constitucional no 03, de 17 de maro de 2003, e

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    regulamentada pela Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de1996.( ) Instituto que atende ao princpio da praticabilidade da tributao,a substituio tributria pode ser: regressiva, ou para trs, tendo por

    efeito o diferimento do tributo; e progressiva, ou para frente,pressupondo a antecipao do fato gerador, calculando-se o tributodevido de acordo com uma base de clculo estimada.a) V, F, F, F.b) F, V, F, V.c) F, V, V, F.d) V, F, V, V.e) V, F, V, F.

    27. (AFRF/2002.2/ESAF) Avalie o acerto das afirmaes adiante e

    marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marquea opo correta.( ) O princpio da anterioridade tributria no pode ser afastado pormeio de emenda constitucional, ainda que em relao a um impostodeterminado, no constante da enumerao excetuada no prpriotexto constitucional original.( ) O princpio da irretroatividade protege de alteraes a tributaodos lucros apurados no perodo base a ser encerrado em data futura.( ) inconstitucional a cobrana de imposto sobre movimentaofinanceira que atinja indiscriminadamente todas as aplicaes, no

    ponto em que atinja as realizadas por Estados e Municpios, porexemplo (imunidade recproca), sendo portanto invlido o 2 doart. 2 da Emenda Constitucional n 3, de 18 de maro de 1993.a) V, V, V.b) V, V, F.c) V, F, V.d) F, F, F.e) F, V, F.

    28. (AFPS/2002/ESAF) luz da Constituio, avalie as formulaes

    seguintes e, ao final, assinale a opo que corresponde respostacorreta.I. vedado Unio elevar a alquota do imposto sobre a renda eproventos de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobrerenda lquida igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civilpor pessoa fsica, por fora da disposio constitucional vedatria dautilizao de tributo com efeito de confisco, bem assim da que preva graduao de impostos segundo a capacidade econmica docontribuinte.

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    II. A cobrana de pedgio pela utilizao de vias conservadas pelopoder pblico no constitui violao do dispositivo constitucional queveda o estabelecimento de limitaes ao trfego de pessoas ou benspor meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.

    III. Somente Unio compete instituir impostos extraordinrios, naiminncia ou no caso de guerra externa, compreendidos ou no emsua competncia tributria, podendo a respectiva cobrana seriniciada no mesmo exerccio financeiro em que seja publicada a leiordinria que os instituir.a) Somente I falsa.b) I e II so falsas.c) I e III so falsas.d) II e III so falsas.e) Todas so falsas.

    29. (AFTE/RN/2005/ESAF) Marque a resposta correta, considerandoas formulaes abaixo.I - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigaotributria no se sujeita ao princpio da anterioridade.II - O depsito em ttulos da dvida agrria suspende a exigibilidadedo crdito tributrio da Unio.III - No legtima a cobrana de multa fiscal de empresa em regimede concordata, porquanto, de acordo com o disposto no art. 112, II,do Cdigo Tributrio Nacional, a lei tributria que define infraes, ou

    lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira maisfavorvel ao acusado, em caso de dvida quanto natureza ou scircunstncias materiais do fato, ou natureza ou extenso dos seusefeitos.IV - inconstitucional a lei que estabelece alquotas progressivaspara o imposto de transmisso inter vivos de bens imveis (ITBI)com base no valor venal do imvel.a) Somente I, II e III so verdadeiras.b) Somente II, III e IV so verdadeiras.c) Somente I e II so verdadeiras.

    d) Somente I e IV so verdadeiras.e) Somente II e IV so verdadeiras.

    30. (AFTN/98/ESAF/Adaptada) De acordo com os princpios queemanam da Constituio da Repblica e do Cdigo TributrioNacional, em relao ao imposto de renda, retido na fonte, dosservidores do Estado do Piau, no que concerne aos vencimentosdestes, quem tem a competncia para estabelecer-lhe a alquota?A quem pertence o produto da arrecadao desse imposto retido peloEstado do Piau?

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    Quem o contribuinte da obrigao tributria principal?Qual o ente responsvel pela fiscalizao do contribuinte,relativamente declarao desses vencimentos?Assinale a opo que contenha, na ordem devida, as respostas

    certas.a) O Estado, o Estado, o servidor, o Estado.b) A Unio, a empresa fornecedora do servio, o empregado desta, oEstado.c) A Unio, o Estado, o servidor, a Unio.d) O Estado, a empresa fornecedora do servio, o empregado desta,a Unio.e) A empresa fornecedora do servio, essa mesma empresa, oempregado dela, a Unio.

    31. (TTN/98/ESAF/Adaptada) Assinale a opo incorreta.No que diz respeito ao Imposto sobre a Renda e Proventos deQualquer Natureza, pode-se afirmar quea) deve ser progressivo, aumentando a alquota medida que seeleva a base de clculo.b) deve obedecer aos critrios da universalidade e da generalidade.c) deve obedecer aos princpios da capacidade contributiva eirretroatividade da lei tributria.d) no pode ter suas alquotas alteradas pelo Poder Executivo.e) no pode prever hipteses de iseno, sob pena de violar-se o

    princpio da igualdade.

    32. (TRF/2002.2/ESAF) Avalie a correo das afirmaes abaixo.Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida,marque a opo que contenha a seqncia correta. A ConstituioFederal de 1988 veda( ) o estabelecimento de limitaes ao trfego de pessoas, capitais oubens por meio de impostos.( ) a instituio de tributo sobre o patrimnio, a renda ou serviosdos partidos polticos, das entidades sindicais e das instituies de

    educao e de assistncia social.( ) a instituio de imposto que no seja uniforme em todo oterritrio estadual ou municipal do ente poltico criador do imposto,admitida a concesso de incentivos fiscais para a correo dosdesequilbrios regionais scio-econmicos.a) V, V, V.b) V, V, F.c) V, F, F.d) F, F, F.e) V, F, V.

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    33. (AFRE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas limitaesconstitucionais ao poder de tributar, competncia tributria,

    princpios constitucionais tributrios e imunidades, marque com

    (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final aopo correspondente.( ) Decreto que reduz o prazo de recolhimento de imposto inconstitucional, porque o prazo integra as exigncias do princpio dalegalidade.( ) A competncia tributria no exercida por um ente da Federaopoder ser delegada a outro.( ) O imposto sobre produtos industrializados IPI e o imposto sobreoperaes relativas circulao de mercadorias e prestaes deservios de transporte interestadual e intermunicipal e de

    comunicao ICMS esto sujeitos ao princpio da no-cumulatividade, em funo da essencialidade do produto.( ) vedado aos Estados institurem contribuio de melhoria.a) V, F, F, F.b) V, F, F, V.c) F, V, F, F.d) F, F, V, F.e) F, F, F, F.

    34. (AFTN/mar/94/ESAF)

    (I) proibido exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea;(II) vedado instituir tratamento desigual entre os contribuintes queestejam em situao equivalente;(III) defeso cobrar tributos em relao a fatos geradores ocorridosantes do incio da vigncia da lei que o instituiu ou aumentou;(IV) vedado cobrar tributo no mesmo exerccio em que tenha sidopublicada a lei que o instituiu ou aumentou.Combine as quatro vedaes acima com os seguintes princpios: (W)anterioridade; (X) isonomia tributria, (Y) legalidade; (Z)irretroatividade. As vedaes correspondem, respectivamente, aos

    princpios referidos nas seguintes letras:a) W X Y Z.b) X Y Z W.c) Y X Z W.d) Y W X Z.e) W Y X Z.

    35. (AFRF/2002.1/ESAF) lcito ao ente tributante

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    a) instituir distino em razo de ocupao profissional ou funoexercida pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequadadenominao jurdica dos rendimentos, ttulos ou direitos.b) cobrar tributos em relao a fatos geradores ocorridos antes do

    incio da vigncia da norma jurdica que os houver institudo ouaumentado, desde que expressa a lei que os tenha previsto.c) estabelecer limitaes ao trfego de pessoas ou bens, mediantecobrana de pedgios, interestaduais ou intermunicipais, pelautilizao de vias conservadas pelo Poder Pblico.d) cobrar imposto no mesmo exerccio financeiro em que haja sidopublicada a lei que os instituiu ou aumentou.e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo,desde que publicado antes do incio do exerccio em que sercobrado.

    36. (ESAF/PFN/2007.2) Das formulaes abaixo, assinale a queno se inclui entre os contedos normativos que a Constituioconsidera, relaciona e tipifica, na Seo II, do Captulo I, do seuTtulo VI, como Limitaes do Poder de Tributar.a) vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea.b) vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aosMunicpios instituir impostos sobre patrimnio, renda ou servios, unsdos outros.

    c) vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituirisenes de tributos da competncia da Unio, bem como dacompetncia de uns e outros.d) A lei determinar medidas para que os consumidores sejamesclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias eservios.e) vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpiosestabelecer diferena tributria entre bens e servios, de qualquernatureza, em razo de sua procedncia ou destino.

    37. (ESAF/PGDF/2007.2) A Unio, os Estados, o Distrito Federal eos Municpios podero instituir taxas, em razo do exerccio do poderde polcia ou pela utilizao, efetiva ou potencial, de servios pblicosespecficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou postos a suadisposio. Em razo desse preceito constitucional e das demaisregras do nosso ordenamento jurdico positivo e jurisprudencial,assinale a opo correta.a) A instituio de taxas pelo Poder Pblico no est obrigada arespeitar os princpios da anterioridade, da isonomia e da capacidade

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    contributiva, tendo em vista que a tributao envolve prestao deservios pblicos ou exerccio de poder de polcia.b) constitucional a taxa instituda para inspeo de importao eexportao de produtos da indstria pesqueira, instituda por Portaria

    assinada pelo Ministro do Meio Ambiente, com cobrana autorizadapelo Instituto Brasileiro de Meio AmbienteIBAMA, haja vista tratar-se de servios prestados para proteger direitos fundamentais.c) As custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviosnotariais e registrais so qualificadas como taxas remuneratrias deservios pblicos e podem ter como base de clculo o valor dacondenao, desde que obedea ao princpio da razoabilidade.d) constitucional a escolha do valor do monte-mor (inventrio)como base de clculo da taxa judiciria, por no afrontar o artigo145, 2, da CF.

    e) No h possibilidade de, segundo os princpios que informam onosso ordenamento jurdico tributrio, ser alocado o produto daarrecadao de custas judiciais (taxas) ao Poder Judicirio, paracobrir despesas com treinamento de pessoal que serve Justia.

    GABARITO

    1. E 2. B 3. Falso. 4. D 5. B 6. B 7. C

    8. E 9. C 10. D 11. A 12. D

    13. Falso 14. B 15. A 16. Certo 17. B

    18. C 19. D 20. A 21. C 22. D 23. C

    24. A 25. B 26. B 27. C 28. A 29. D 30. C 31. E 32. D 33. E 34. C

    35. C 36. C 37. C

    Ento, agora vamos nessa.

    2. VIGNCIA DA LEGISLAO TRIBUTRIA

    Antes de se dissertar propriamente sobre a vigncia da legislaotributria, devemos diferenciar os conceitos de validade, vigncia eeficcia da norma jurdica.

    2.1. CONCEITOS DE VALIDADE, VIGNCIA E EFICCIAJURDICA DA NORMA

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    Afirmar que a norma Y vlida significa dizer que a norma est deacordo com o ordenamento jurdico, no s por ter obedecido scondies formais para o seu ingresso, mas tambm as condiesmateriais de sua produo. Ou seja, para verificar a validade da

    norma devemos analisar a compatibilidade formal e material danorma com a Constituio, que o fundamento de validade de todasas demais normas do sistema de dado territrio.

    Decerto, a validade a qualidade ou o predicado da norma. Porexemplo, determinada Cmara Municipal instituiu emprstimocompulsrio para atender despesas ordinrias previstas nooramento. Tal lei criou norma invlida, pois esta desobedece scondies formais para o seu ingresso (autoridade incompetente -Cmara Municipal), bem como as condies materiais de sua

    produo (atender despesas extraordinrias, decorrentes decalamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia).

    Nesse rumo, tanto a norma criada por autoridade incompetente econforme o procedimento previsto em lei quanto norma criada porautoridade competente e sem a observncia do procedimentoprevisto em lei so invlidas, pois no esto de acordo com asnormas constitucionais que so o fundamento de suas validades.

    J a vigncia exige o critrio da publicao da norma e diz respeito

    possibilidade da norma incidir, de produzir efeitos jurdicos no planoabstrato. Noutro ponto, a eficciajurdica a capacidade da normade Direito produzir efeitos jurdicos no plano concreto. A eficcia

    jurdica tem relao direta com a possibilidade da aplicao da normaem determinada situao concreta.

    Assim sendo, a vigncia e a eficcia jurdica podem andar juntas,como irms siamesas, ou separadas. No direito tributrio, clara apossibilidade de separao entre a vigncia e a eficcia jurdicaquando visualizamos o princpio da anterioridade.

    Isto , uma lei que aumente a alquota do imposto sobre a renda (IR)pode ser vigente na data da sua publicao (25/12/09), mas s tereficcia jurdica a partir do exerccio financeiro seguinte(01/01/2010), observando-se o princpio da anterioridade anual.Portanto, durante o perodo compreendido entre 25/12/09 e31/12/09 a referida lei vigente (plano abstrato), mas no eficaz(plano concreto).

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    Noutro exemplo, o lanamento tributrio reporta-se data daocorrncia do fato gerador da obrigao e rege-se pela lei entovigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada, segundoo caputdo art. 144 do CTN. Na hiptese, a norma legal da data da

    ocorrncia do fato gerador da obrigao tributria pode ser eficaz eno mais vigente. Por exemplo, determinado contribuinte paga umtributo em 2009, cujo fato gerador aconteceu em 2006, aplica-se,ento, a alquota do tributo vigente em 2006, mesmo que em 2009 aalquota esteja menor.

    2.2 REGRA GERAL DA VIGNCIA DA NORMA TRIBUTRIA

    Nesse contexto, a vigncia, no espao e no tempo, da legislaotributria rege-se pelas disposies legais aplicveis s normas

    jurdicas em geral, que so a Lei de Introduo ao Cdigo Civil LICC(Decreto-Lei n 4.567/1942) e Lei Complementar n 95/1998, salvodispositivo em contrrio disposto no prprio CTN.

    2.3 VIGNCIA NO TEMPO

    A respeito da vigncia no tempo, a LICC determina em seu art. 1,que, ressalvado norma dispositiva em contrrio, a lei comea avigorar em todo o pas quarenta e cinco dias (45) depois deoficialmente publicada. Isto , sendo omissa a lei, aplica-se

    subsidiariamente o prazo de 45 dias de vacncia previsto na LICC.

    O tempo entre a publicao da lei e a sua entrada em vigor tambm denominado de vocatio legis, que serve para a populaotomar conhecimento da lei. Normalmente, a lei j dispe que entraem vigor na data de sua publicao, dispensando a aplicao doprazo de 45 dias.

    Como exemplo, a LC 104/2001 estatuiu no seu ltimo artigo queEsta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicao.

    As leis que estabeleam perodo de vacncia devero utilizar aclusula esta lei entra em vigor aps decorridos (o nmero de) diasde sua publicao oficial (2, do art. 8, da LC 95/98).

    Neste sentido, a vigncia da lei ser indicada de forma expressa e demodo a contemplar prazo razovel para que dela se tenha amploconhecimento, reservada a clusula entra em vigor na data de suapublicao para as leis de pequena repercusso (art. 8 da LC95/98).

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    A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleamperodo de vacncia far-se- com a incluso da data da publicao edo ltimo dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqente suaconsumao integral.

    Por exemplo, a Lei Complementar 118/2005, que alterou diversosdispositivos do CTN estabeleceu em seu ltimo artigo que esta Leientra em vigor 120 (cento e vinte) dias aps sua publicao. A suapublicao oficial foi no dia 9 de fevereiro de 2009, entrando em vigorno dia 9 de junho de 2005. Portanto, o perodo de vacatio legis foientre 9/02/2005 e 9/06/2005.

    Por sua vez, o art. 103 do CTN estabelece regras especficas sobre aentrada em vigor das normas complementares, afirmando que, salvo

    disposio em contrrio, entram em vigor:

    Os atos normativos expedidos pelas autoridadesadministrativas, na data da sua publicao;

    As decises dos rgos singulares ou coletivos de jurisdioadministrativa, a que a lei atribua eficcia normativa, quanto aseus efeitos normativos, 30 (trinta) diasaps a data da suapublicao;

    Os convnios que entre si celebrem a Unio, os Estados, oDistrito Federal e os Municpio, na data neles prevista.

    Em relao s prticas reiteradamente observadas pelas autoridadesadministrativas (costume), a entrada em vigor ocorre no momentoem que caracterizada, ou seja, no momento em que a conduta daAdministrao se torna reiterada.

    O art. 104 do CTN, I a III, estabelece que entram em vigor noprimeiro dia do exerccio seguinte quele em que ocorra a suapublicao os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre opatrimnio ou a renda:

    que instituem ou majoram tais impostos; que definem novas hipteses de incidncia; que extinguem ou reduzem isenes, salvo se a lei

    dispuser de maneira mais favorvel ao contribuinte, eobservado o disposto no artigo 178.

    Este dispositivo contraria o art. 150, III, b e c, da CF/88, que norestringe a aplicao da anterioridade apenas aos impostos sobreo patrimnio ou a renda (IR, ITR, IGF, ITCMD, IPVA, ITBI e IPTU),

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    e tambm a jurisprudncia atual do STF que entende comoconstitucional a inobservncia da anterioridade na extino oureduo da iseno incondicionada.

    Contudo, o concursando deve ficar atento a literalidade do art. 104do CTN, que est em vigor e no ainda foi declarado inconstitucionalpelo STF.

    Nesse rumo, a ESAF aplicou inteiramente o art. 104, I, do CTN, naltima prova para AFRFB (2010). Assim sendo, a ESAF afirmou

    Considerando a publicao de norma, em 15 de dezembro de 2009,visando majorao de tributo, sem disposio expressa sobre adata de vigncia, tratando-se de imposto sobre a renda e proventosde qualquer natureza, poder ser editada lei ordinria, produzindo

    efeitos financeiros a partir de 1 de janeiro de 2010. Isto , oexaminador adotou exclusivamente o art. 104, I, do CTN.

    2.4 VIGNCIA NO ESPAO

    No que se refere vigncia no espao (aspecto espacial daincidncia), as normas jurdicas devem em regra obedecer aoprincpio da territorialidade, dispondo que a lei de cada entefederativo vigora nos limites de seu territrio.

    Porm, excepcionalmente, a legislao tributria dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios vigora, no Pas, fora dos respectivosterritrios, nos limites em que lhe reconheam extraterritorialidade osconvnios de que participem, ou do que disponham esta ou outrasleis de normas gerais expedidas pela Unio, de acordo com o art.102 do CTN.

    Nesse rumo, ressaltamos o entendimento da ESAF em 2010 nosentido da interpretao restritiva do art. 102 do CTN. Isto , otermo legislao tributria neste dispositivo significa apenas

    normas que digam respeito arrecadao e fiscalizao detributos.

    Por consequencia, o art. 102 do CTN no outorga poder para que osMunicpios, os Estados-membros e o DF instituam tributos fora dosseus limites territoriais, sob pena de afronta a competnciatributria.

    Em outras palavras, o aspecto espacial da norma tributriaestadual, distrital ou municipal (local onde ocorre o nascimento da

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    obrigao tributria) tem por limite o prprio territrio dorespectivo ente federativo que criou o tributo, em razo dacompetncia tributria delineada na Constituio.

    Assim, a norma estadual, distrital ou municipal que cria o tributo nopossui extraterritorialidade, que, nos termos dos convnios ou dasnormas gerais de direito tributrio, apenas tem validade no que dizrespeito s normas de arrecadao e fiscalizao tributria.

    Por exemplo, segundo os termos da LC 116/03 (norma geral dedireito tributrio), o ISS pode ser cobrado em local distinto dodomiclio do prestador de servio. Deste modo, as administraestributrias de dois Municpios podem firmar convnio de colaboraono sentido de ajuda mtua (troca de informaes fiscais, apoio do

    aparato administrativo etc.) para a efetiva cobrana do tributo.

    Contudo, isto no quer dizer que a obrigao tributria do ISS nasceufora dos limites territoriais do Municpio competente para instituir otributo.

    A ESAF no concurso da SUSEP/2010 adotou como incorreto oseguinte enunciado: o aspecto espacial da incidncia tributria nemsempre corresponder ao territrio da pessoa poltica tributante, jque a extraterritorialidade da tributao estadual e municipal no

    necessariamente implica invaso de idntica competncia dos demaisEstados e Municpios.

    Podemos agora resolver as seguintes questes:

    1. (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Cdigo Tributrio Nacional, osatos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entramem vigor, salvo disposio em contrrio,a) no primeiro dia do exerccio seguinte quele em que ocorra a suapublicao.

    b) 30 dias aps sua publicao.c) 45 dias aps sua publicao.d) na data da sua publicao.e) na data de sua assinatura.

    Segundo o art. 103, I, do CTN, os atos normativos expedidos pelasautoridades administrativas entram em vigor, salvo disposio emcontrrio, na data da sua publicao.

    Deste modo, a resposta a letra d.

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    2. (AFE/PI/2000/ESAF/Adaptada) Lei que majora a alquota doImposto de Renda das Pessoas Jurdicas, publicada em 30 dedezembro, omissa quanto data de incio de sua vigncia, tornar-se-

    obrigatria:a) na data de sua publicao.b) no primeiro dia do exerccio financeiro seguinte.c) trinta dias aps a data de sua publicao.d) quarenta e cinco dias aps a data de sua publicao.e) sessenta dias aps a data de sua publicao.

    Lei que majora a alquota do Imposto de Renda das PessoasJurdicas, publicada em 30 de dezembro, omissa quanto data deincio de sua vigncia, tornar-se- obrigatria quarenta e cinco (45)

    dias aps a data de sua publicao.

    a aplicao subsidiria do art. 1 da Lei de Introduo ao CdigoCivil LICC (Decreto-Lei n 4.567/1942).

    Deste modo, a resposta a letra d.

    3. (ATE/MS/2001/ESAF) Os convnios sobre matria tributria,includos entre as normas complementares da legislao tributria,tm como regra de vigncia temporal o seguinte:

    a) entram em vigor no primeiro dia do exerccio seguinte ao de suapublicaob) entram em vigor trinta dias aps a data de sua publicao.c) entram em vigor na data neles prevista.d) entram em vigor na data de sua publicao.e) entram em vigor trinta dias aps sua homologao pelaAssemblia Legislativa.

    Segundo o art. 103, III, do CTN, convnios sobre matria tributria,includos entre as normas complementares da legislao tributria,

    entram em vigor, salvo disposio em contrrio, na data nelesprevista.

    Deste modo, a resposta a letra c.

    4. (AFRF/2005/ESAF) Considerando os temas vigncia eaplicao da legislao tributria, julgue os itens a seguir. Marquecom (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando aofinal a opo correspondente.( ) condio de vigncia da lei tributria a sua eficcia.

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    ( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislao tributria.( ) No vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vignciados atos expedidos pelas autoridades administrativas tributrias.( ) O Cdigo Tributrio Nacional adota como regra a irretroatividade

    da lei tributria.a) V F F V.b) F F V F.c) F F V V.d) V F V V.e) V F V F.

    O primeiro item falso, porque no condio de vigncia da leitributria a sua eficcia.

    Lembre do princpio da anterioridade, podendo a lei ser vigente, masainda no eficaz.

    O segundo item falso, porque o CTN permite a extraterritorialidadeda legislao tributria.

    O art. 102 do CTN autoriza a extraterritorialidade, a saber: Alegislao tributria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosvigora, no Pas, fora dos respectivos territrios, nos limites em quelhe reconheam extraterritorialidade os convnios de que participem,

    ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidaspela Unio.

    O terceiro item verdadeiro, eis que no vedado aos decretosdispor sobre o termo inicial da vigncia dos atos expedidos pelasautoridades administrativas tributrias.

    O art. 103 trata das normas complementares.

    Segundo o art. 100 do CTN, so normas complementares das leis,

    dos tratados e das convenes internacionais e dos decretos: (I) osatos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (II) asdecises dos rgos singulares ou coletivos de jurisdioadministrativa, a que a lei atribua eficcia normativa; (III) asprticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas(costume); (IV) os convnios que entre si celebrem a Unio, osEstados, o Distrito Federal e os Municpios.

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    Assim, segundo o art. 103, I, do CTN, salvo disposio em contrrio,entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso Ido artigo 100, na data da sua publicao.

    Portanto, pode um Decreto dispor sobre o termo inicial da vignciados atos expedidos pelas autoridades administrativas tributrias, deacordo com a interpretao do art. 100, I, c/c art. 103, I, do CTN.

    O quarto item verdadeiro, eis que o Cdigo Tributrio Nacionaladota como regra a irretroatividade da lei tributria, isto , em regra,a lei se aplica a ato ou fato futuro. A retroatividade exceo, comoestudaremos no prximo tpico.

    Deste modo, a resposta a letra c.

    5. (ATM/Recife/2003/ESAF) Avalie as formulaes seguintes e, aofinal, assinale a opo que corresponde resposta correta.I - Em consonncia com a Constituio Federal, medida provisriaque implique majorao do imposto sobre propriedade territorial rurals produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sidoconvertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.II - De conformidade com a Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966,a legislao tributria dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicpios vigora, no Pas, fora dos respectivos territrios, nos limites

    em que lhe reconheam extraterritorialidade os convnios de queparticipem, ou do que disponham o Cdigo Tributrio Nacional ououtras leis de normas gerais expedidas pela Unio.III - Os dispositivos de lei que definem novas hipteses de incidncia,referentes a impostos sobre o patrimnio ou a renda, entram emvigor no primeiro dia do exerccio seguinte quele em que ocorra asua publicao, conforme estabelece o Cdigo Tributrio Nacional.IV - Determina o Cdigo Tributrio Nacional que, salvo disposio emcontrrio, os convnios que entre si celebrem a Unio, os Estados, oDistrito Federal e os Municpios entram em vigor na data da sua

    publicao.a) Apenas as formulaes I, II e III so corretas.b) Apenas as formulaes I, II e IV so corretas.c) Apenas as formulaes I, III e IV so corretas.d) Apenas as formulaes II, III e IV so corretas.e) Todas as formulaes so corretas.

    O primeiro item verdadeiro, pois, em consonncia com o art. 62,2, da Constituio Federal, medida provisria que impliquemajorao do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) s

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    produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sidoconvertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.

    O segundo item verdadeiro, porque de conformidade com o art. 102

    da Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), a legislaotributria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios vigora, noPas, fora dos respectivos territrios, nos limites em que lhereconheam extraterritorialidade os convnios de que participem, oudo que disponham o Cdigo Tributrio Nacional ou outras leis denormas gerais expedidas pela Unio.

    O terceiro item verdadeiro, eis que os dispositivos de lei quedefinem novas hipteses de incidncia, referentes a impostos sobre opatrimnio ou a renda, entram em vigor no primeiro dia do exerccio

    seguinte quele em que ocorra a sua publicao, conforme estabeleceliteralmente o art. 104, II, do CTN.

    O quarto item falso, eis que determina o art. 103, III, do CdigoTributrio Nacional que, salvo disposio em contrrio, os convniosque entre si celebrem a Unio, os Estados, o Distrito Federal e osMunicpios entram em vigor na data neles prevista.

    Deste modo, a resposta a letra a.

    6. (CESPE/AGU/2009) Caso a Unio celebre com os estados-membros convnio para a adoo de mtodo eletrnico para olanamento de certos tributos, o referido convnio entrar em vigorna data nele prevista.

    correta, pois dispe o art. 103, III, do CTN que, salvo disposioem contrrio, os convnios que entre si celebrem a Unio, osEstados, o Distrito Federal e os Municpios entram em vigor na dataneles prevista.

    7. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Caso lei instituindo otributo de ISS em determinado municpio tenha sido publicada em20/12/2008, sem indicar a data de sua vigncia,A o tributo poder ser cobrado a partir de 1./1/2009, em funo doprincpio da anterioridade.B o tributo de ISS, por estar sendo institudo no municpio, poderser cobrado a partir da publicao da lei.C o ISS poder ser cobrado somente aps 40 dias, contados dapublicao da lei que no determinou a data de sua vigncia.

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    D a aplicao da lei ocorrer na data de sua vigncia, que se dar 30dias aps sua publicao.E a lei ter aplicao no exerccio seguinte ao da sua publicao, masse ter de esperar 45 dias para sua entrada em vigor.

    De incio, devemos afirmar que o ISS obedece ao princpio daanterioridade anual e nonagesimal.

    Portanto, a resposta a resposta mais adequada a letra e,afirmando que a lei ter aplicao no exerccio seguinte ao da suapublicao, mas se ter de esperar 45 dias para sua entrada emvigor.

    Quando se diz que a lei ter aplicao no exerccio seguinte ao da sua

    publicao no se est dizendo que no se observar os 90 dias daanterioridade nonagesimal, contados de 20/12/2008, estando mesmoassim correta a alternativa.

    A espera de 45 dias para sua entrada em vigor decorre da omissoda lei que instituiu o tributo de ISS em determinado municpio e, porconseguinte, da aplicao subsidiria do art. 1 da Lei de Introduoao Cdigo Civil LICC.

    8. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os atos normativos expedidos pela

    autoridade administrativa entram em vigor na data de sua assinatura,salvo disposio de lei em contrrio.

    incorreta, pois dispe o art. 103, I, do CTN que, salvo disposioem contrrio, atos normativos expedidos pela autoridadeadministrativa entram em vigor na data da sua publicao.

    9. (CESPE/Procurador Federal/2007) Salvo disposio emcontrrio, uma deciso do delegado da Receita Federal, a que a leiatribua eficcia normativa, entrar em vigor trinta dias aps a data

    de sua publicao.

    correta, pois dispe o art. 103, II, do CTN, que, salvo disposioem contrrio, as decises dos rgos singulares ou coletivos de

    jurisdio administrativa, a que a lei atribua eficcia normativa,entram em vigor 30 (trinta) dias aps a data da sua publicao.

    10. (CESPE/AFRE/ES/2009) As decises dos rgos singulares oucolegiados de jurisdio administrativa, quanto aos efeitos

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    normativos, entram em vigor 30 dias aps a data da sua publicao,salvo disposio em contrrio.

    correta, de acordo com o art. 103, II, do CTN.

    11. (CESPE/AFRE/ES/2009) Os dispositivos de lei que instituemos tributos, sejam quais forem, comeam a vigorar no primeiro dia doexerccio seguinte quele em que ocorreu a sua publicao.

    incorreta, pois existem tributos que devem obedecer aanterioridade nonagesimal ou especial e tambm existem excees aanterioridade anual.

    12. (CESPE/AFRE/ES/2009) O princpio da anterioridade no se

    aplica a todos os tributos.

    correta, pois existem tributos que no devem obedecer aanterioridade.

    A tabela das excees ao princpio da anterioridade e noventena a que segue.

    Preste ateno: se exceo porque no deve observar oprincpio. E todos os demais tributos devem observar, porque

    a regra a observncia ao princpio.

    Anterioridade anual NoventenaII IIIE IEIPI IRIOF IOF

    Imposto extraordinrio pormotivo de guerra externa (IEG)

    Imposto extraordinrio pormotivo de guerra externa (IEG)

    Emprstimo compulsrio pormotivo de guerra externa ou

    de calamidade pblica

    Emprstimo compulsrio pormotivo de guerra externa ou

    de calamidade pblicaRestabelecimento de alquotas doICMS Combustveis e da CIDE

    Combustveis

    Base de clculo do IPTU

    Contribuies para a seguridadesocial

    Base de clculo do IPVA

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    3. APLICAO DA LEGISLAO TRIBUTRIA

    A aplicao da legislao tributriarefere-se adequao da norma

    prevista na lei ao caso concreto, tambm denominada de subsunodo fato norma.

    Em regra geral, as normas tributrias novas no retroagem para asua aplicao em situaes passadas, em razo do princpio dairretroatividade tributria. Este princpio disposto no art. 150, III, a,da CF, estabelece a proibio de cobrar tributos em relao a fatosgeradores ocorridos antes do incio da vigncia da lei que os houverinstitudo ou aumentado.

    3.1 FATO GERADOR FUTURO, FATO GERADOR PENDENTE,SMULA 584 DO STF, RETROATIVIDADE PRPRIA ERETROATIVIDADE IMPRPRIA

    Com efeito, o art. 105 do CTN, disciplina que a legislao tributriaaplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aospendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrncia tenha tido incioe no esteja completa nos termos do artigo 116 do mesmo Cdigo.

    Segundo esta classificao prevista explicitamente no CTN: (a) fatos

    geradores futuros so aqueles que ainda iro acontecer; (b) fatosgeradores pendentes so aqueles que j iniciaram a sua formao,mas ainda no completaram o seu crculo de formao ou noatingiram a sua perfeio.

    Em relao aplicao imediata da legislao tributria aos fatosgeradores futuros no h qualquer desentendimento na doutrina ou

    jurisprudncia, observando sempre tambm o princpio daanterioridade.

    Resta a controvrsia em relao aos fatos geradores pendentes,sobretudo a smula 584 do STF.

    Segundo determinada parte da doutrina, no h distino entre fatogerador futuro ou pendente, afirmando-se que no existe fatogerador pendente. S existe fato gerador que ocorre ou que nocorre.

    Deste modo, o fato gerador pendente aquele sujeito a condiosuspensiva (art. 116, II e 117, I, do CTN). Como o fato gerador

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    pendente de condio suspensiva s ocorre com o implemento dacondio. O fato gerador pendente acaba se assimilando ou igualandoao fato gerador futuro.

    Entretanto, outra parte da doutrina sustenta como vlida a citadaclassificao e assevera que fato gerador pendente o fato geradorcomplexivo ou peridico, que ainda no se aperfeioou.

    Neste sentido, o fato gerador pendente aquele cuja realizaoainda no se completou ao longo de um espao de tempo. Porexemplo, o fato gerador do imposto de renda de pessoa fsica (IRPF)acontece ao longo de um perodo de tempo, que, segundo alegislao do IR, de 1 de janeiro at 31 de dezembro do mesmoano, estando, portanto, pendente o fato gerador at a data de 31 de

    dezembro.

    Assim, a smula 584 do STF, que ainda continua sendo aplicadapela Excelsa Corte, dispe que ao Imposto de Renda calculado sobreos rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercciofinanceiro em que deve ser apresentada a declarao. Do modo, oSTF aplica tal entendimento a contribuio social sobre o lucro lquido(CSLL).

    Assim, uma lei publicada em 31 de Dezembro de 2009 aumentando o

    valor do imposto de renda atinge situaes caracterizadoras do fatogerador do IRPF (aquisio da disponibilidade econmica ou jurdicade renda ou proventos de qualquer natureza) acontecidas antes dapublicao da lei, desde o dia 01 de janeiro de 2009.

    Logo, a lei nova publicada durante o ano-base pode incidir sobre oIRPF do mesmo ano, pois estar vigente no exerccio financeiroseguinte, que quando o IRPF ser lanado por homologao eocorrer tambm a apresentao da declarao de ajuste anual.

    Nesse rumo, ressaltamos que a retroatividade imprpria(retrospectiva) ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurdicoainda no concludo, isto , no direito tributrio acontece quando a lei aplicada sobre o fato gerador pendente

    Decerto, a smula 584 o exemplo clssico de retroatividadeimprpria ou retrospectiva e o STF tem adotado este entendimento(RE n 104.259-RJ, RTJ 115/1336).

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    Portanto, a retroatividade imprpria, segundo entendimento atualdo STF, pode ocorrer nos tributos com fato gerador de perodo oucomplexivo, eis que a lei nova alcana perodo j decorrido em partequando da sua publicao.

    Contudo, no ltimo concurso para ATRFB, a ESAF adotou oentendimento doutrinrio de Misabel Derzi, que contrrio a

    jurisprudncia atual do STF, a saber: A mesma lei que rege o fato tambm a nica apta a reger os efeitos que ele desencadeia (comosujeio passiva, extenso da responsabilidade, base de clculo,alquotas, dedues, compensaes, correo monetria etc.) (...) Oprincpio da irretroatividade no direito positivo brasileiro no relativo, mas absoluto e insistentemente repetido nos Textos Magnosnacionais. Descabe entre ns a chamada retrospectiva ou

    retroatividade imprpria, mesmo para o imposto de renda.

    Por sua vez, a retroatividade prpria (ou autntica) acontecequando a lei alcana fatos ocorridos apenas no passado, o que permitido por exceo, como no caso das leis interpretativasprevistas no art. 106, I, do CTN.

    Neste sentido, o STF j decidiu da seguinte forma: As leis, em facedo carter prospectivo de que se revestem, devem, ordinariamente,dispor para o futuro. O sistema jurdico- constitucional brasileiro,

    contudo, no assentou, como postulado absoluto,incondicional e inderrogvel, o princpio da irretroatividade. Aquesto da retroatividade das leis interpretativas (ADI 605-MC).

    13. (ESAF/ATRFB/2010) Entre outras limitaes ao poder detributar, que possuem os entes polticos, temos a de cobrar tributosem relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia dalei que os houver institudo ou aumentado. Sobre essa limitao,analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos.Depois, escolha a opo que seja adequada s suas respostas:

    I. a irretroatividade da lei tributria vem preservar o passado daatribuio de novos efeitos tributrios, reforando a prpria garantiada legalidade, porquanto resulta na exigncia de lei prvia,evidenciando-se como instrumento de otimizao da segurana

    jurdica ao prover uma maior certeza do direito;II. o Supremo Tribunal Federal tem como referncia, para anlise dairretroatividade, o aspecto temporal da hiptese de incidncia, ouseja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que sedeve considerar ocorrido o fato gerador;

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    III. a mesma lei que rege o fato tambm a nica apta a reger osefeitos que ele desencadeia, como a sujeio passiva, extenso daresponsabilidade, base de clculo, alquotas, dedues,compensaes e correo monetria, por exemplo;

    IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, comoregra, prospectiva; admite-se, porm, a sua retroatividade imprpria.a) Todos os itens esto corretos.b) Esto corretos apenas os itens I, II e III.c) Esto corretos apenas os itens I, III e IV.d) Esto corretos apenas os itens I, II e IV.e) Esto corretos apenas os itens I e III.

    Esta questo baseada na doutrina de Misabel Derzi (O princpio dairretroatividade do Direito na Constituio e no CTN, Revista de

    Direito Tributrio n 67, So Paulo: Editora Malheiros; LimitaesConstitucionais ao Poder de Tributar , 7edio, Rio de Janeiro: Forense, 2003, pginas 189-223).

    ITEM I. Segundo entendimento doutrinrio, o princpio dairretroatividade um plus a anterioridade tributria, reforando alegalidade tributria e a segurana jurdica. Logo, correta.

    ITEM II. A aplicao da irretroatividade leva em conta o momento daocorrncia do fato gerador (aspecto temporal da hiptese de

    incidncia). Assim, segundo o STF, a lei tributria apenas pode atuarsobre o fato gerador ocorrido aps a sua vigncia, sob pena deafronta a anterioridade. Logo, correta.

    ITEM III. Foi cpia literal do entendimento de Misabel Derzi nostextos j citados. Portanto, segundo o examinador, correta.

    ITEM IV. Foi cpia literal do entendimento de Misabel Derzi tambm,que afirma que o sistema jurdico no admite a retroatividadeimprpria ou retrospectiva. Logo, incorreta. A retroatividade

    imprpria ocorre quando a lei atuar sobre um fato jurdico ainda noconcludo, isto , no direito tributrio acontece quando a lei aplicadasobre o fato gerador pendente, o que no aceito por Misabel Derzi.

    Em face do exposto, a alternativa considerada correta peloexaminador a letra b.

    3.2 APLICAO RETROATIVA DA LEGISLAO TRIBUTRIA:RETROTIVIDADE PRPRIA OU AUTNTICA

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    A lei tributria pode ter aplicao retroativa, denominando-seigualmente de retroatividade benigna ou in bonam partem, podendoser aplicada ato ou fato pretrito nas hipteses que se seguem,segundo o art. 106 do CTN.

    Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivosinterpretados. Tal regra tem por base a retroatividade benigna dainterpretao autntica, que a interpretao elaborada pelo prprioPoder Legislativo, ressaltando-se que este tipo de interpretao noexclui a apreciao do caso pelo Poder Judicirio.

    Por exemplo, os arts. 3 e 4, da LC 118/2005, estabeleceram,respectivamente, que (a) para efeito de interpretao do art. 168, I,

    do CTN, a extino do crdito tributrio ocorre, no caso de tributosujeito a lanamento por homologao, no momento do pagamentoantecipado de que trata o 1o do art. 150 da referida Lei; (b) estaLei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias aps sua publicao,observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, I, do CTN.

    Interpretando tais dispositivos, o STJ entendeu que: a) o art. 3 daLC 118/05 s pode ter eficcia prospectiva, incidindo sobre situaesque venham a ocorrer a partir de sua vigncia; b) o art. 4, segundaparte, da LC 118/05, que determina a aplicao retroativa do art. 3,

    ofende o princpio constitucional da autonomia e independncia dosPoderes (CF, art. 2) e o da garantia do direito adquirido, do atojurdico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5, XXXVI).

    Com efeito, o STJ interpretou que o artigo 3, da LC 118/05, crioudireito novo, no configurando lei meramente interpretativa, cujaretroao permitida.

    Importante: o esclarecimento do significado de uma lei tributriapor outra lei posterior configura tambm a denominada

    interpretao autntica, que a interpretao da norma realizadapelo prprio Poder Legislativo.

    Nesse rumo, tratando-se de ato no definitivamente julgado, a leiaplica-se a ato ou fato pretrito (art. 106, II, CTN):

    Quando deixe de defini-lo como infrao; Quando deixe de trat-lo como contrrio a qualquer exigncia

    de ao ou omisso, desde que no tenha sido fraudulento eno tenha implicado em falta de pagamento de tributo;

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    Quando lhe comine penalidade menos severa que a previstana lei vigente ao tempo da sua prtica.

    Assim sendo, permite-se a extino ou reduo da multa, moratria

    ou punitiva, prevista na lei mais nova, por ser mais benfica aocontribuinte, independentemente de o fato gerador do tributo tenhaocorrido em data anterior a vigncia da norma sancionatria.

    Todavia, ressaltamos que o pagamento regular da multa tributriaextingue o crdito tributrio, no permitindo a aplicao do art. 106do CTN.

    Importante: Ato no definitivamente julgado significa ato notransitado em julgado, compreendendo tanto o mbito administrativo

    como o mbito judicial (Poder Judicirio). Neste sentido, pacfico oentendimento do STJ no sentido de que, tratando-se de execuofiscal no definitivamente julgada, aplica-se o disposto no art. 106 doCTN.

    14. (ATE/PI/2001/ESAF) A aplicao retroativa de lei tributriano admitida quando:a) estabelecer hipteses de iseno.b) for interpretativa.c) deixar de definir ato no definitivamente julgado como infrao.

    d) estabelecer penalidade mais branda que a prevista na lei vigenteao tempo da prtica do ato.e) deixar de tratar ato no definitivamente julgado como contrrio aqualquer exigncia de ao ou omisso, respeitados os demaisrequisitos legais.

    A aplicao retroativa de lei tributria admitida nas hipteses doart. 106 do CTN, a saber:

    A lei aplica-se a ato ou fato pretrito:

    I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivosinterpretados;II - tratando-se de ato no definitivamente julgado: a) quando deixede defini-lo como infrao; b) quando deixe de trat-lo comocontrrio a qualquer exigncia de ao ou omisso, desde que notenha sido fraudulento e no tenha implicado em falta de pagamentode tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que aprevista na lei vigente ao tempo da sua prtica.

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    Deste modo, a resposta a letra a.

    15. (TRF/2000/ESAF) A lei no se aplica a ato ou fato pretrito:a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei

    vigente ao tempo da sua prtica.b) quando seja expressamente interpretativa.c) tratando-se de ato no definitivamente julgado quando deixe dedefini-lo como infrao.d) quando deixe de tratar ato no definitivamente julgado comocontrrio a qualquer exigncia de ao ou omisso, no sendofraudulento e no tendo implicado falta de pagamento de tributo.e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicao depenalidade por infrao dos dispositivos interpretados.

    a aplicao novamente do art. 106 do CTN.

    Deste modo, a resposta a letra e.

    16. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) De acordo com o CdigoTributrio Nacional a lei aplica-se a ato ou fato pretrito. A esserespeito analise as afirmativas que apresentam as situaes em que alei se aplica.I. Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivos

    interpretados.II. Quando reduza a alquota de tributo cujo fato gerador j foipraticado, desde que a defesa ofertada pelo contribuinte,administrativa ou judicial, ainda no tenha sido definitivamente

    julgada.III. Tratando-se de ato no definitivamente julgado, quando deixe detrat-lo como contrrio a qualquer exigncia de ao ou omisso,desde que no tenha sido fraudulento e no tenha implicado falta depagamento de tributo.Assinale:

    (A) se somente a afirmativa I estiver correta.(B) se somente a afirmativa II estiver correta.(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    O primeiro item verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretrito em qualquer caso, quando sejaexpressamente interpretativa, excluda a aplicao de penalidade infrao dos dispositivos interpretados, de acordo com o art. 106, I.

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    O segundo item falso, aplicando-se o caput do art. 144 do CTN,dispondo que o lanamento reporta-se data da ocorrncia do fatogerador da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que

    posteriormente modificada ou revogada.O quarto item verdadeiro, pois, de acordo com o CTN, a lei aplica-se a ato ou fato pretrito, tratando-se de ato no definitivamente

    julgado, quando deixe de trat-lo como contrrio a qualquerexigncia de ao ou omisso, desde que no tenha sido fraudulentoe no tenha implicado falta de pagamento de tributo, de acordo como art. 106, II, b.

    Destarte, a resposta a letra c.

    17. (CESPE/Procurador de Estado/AL/2009) Com relao aodireito tributrio, considerando que seja editada a lei ordinria Y,esclarecendo como dever ser aplicada a lei vigente X, que possuipenalidades para as infraes a seus dispositivos, assinale a opocorreta.A A lei Y s poder ser aplicada a ato e fato futuro ou pendente,como rege o CTN.B A lei Y sempre ter aplicao a ato ou fato pretrito, quando houvera imposio de penalidades s infraes dos dispositivos

    interpretados.C A lei X foi revogada, pois a lei Y regulamentou a mesma matria.D Em qualquer caso, quando for expressamente interpretativa, a lei Yaplicar-se- a ato ou fato pretrito.E Fato gerador ocorrido antes da vigncia da lei Y no ser por elaatingido, em virtude do princpio da irretroatividade.

    Conforme o art. 106, I, do CTN, a resposta a letra d.

    Esta questo no foi anulada pela banca examinadora do concurso da

    PGE/AL, considerando como certa definitivamente a letra "d", mascompreendo que foi omissa quanto a excluso da aplicao depenalidade infrao dos dispositivos interpretados.

    Neste caso, no concurso voc deve marcar a menos errada, que a"d", eis que as demais alternativas so absurdas e nem sempre asquestes de concurso so anuladas.

    4. INTERPRETAO E INTEGRAO DA LEGISLAOTRIBUTRIA

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    A hermenutica, atualmente, entendida como uma teoria oufilosofia da interpretao que deve tornar compreensvel o significadode determinado texto. Assim, a interpretao hoje vista como uma

    tarefa criadora no mbito da linguagem.4.1 VISO CLSSICA DO CTN

    Sem se aprofundar no estudo da hermenutica contempornea,afirmamos, de logo, que o CTN adota uma viso tradicional dahermenutica, que entendida como um problema normativo emetodolgico. Ou seja, para o CTN a hermenutica conjunto detcnicas e mtodos destinados a interpretar a norma.

    Com efeito, de acordo com o art. 107 do CTN, a legislao tributriadever ser interpretada conforme o disposto no prprio Cdigo.Interpretar no Direito compreender o sentido e alcance da norma,pressupondo a existncia de norma sobre a questo.

    J a integrao no direito, segundo a hermenutica tradicional doCTN, o preenchimento da lacuna ou do vazio normativo. Isto , noexiste dispositivo expresso para regular determinada situao e ointrprete se utiliza dos mtodos de integrao para colmatar o vazionormativo.

    Deste modo, o CTN no seu art. 108 estabelece que na ausncia dedisposio expressa, a autoridade competente para aplicar alegislao tributria utilizar sucessivamente, na ordemindicada: 1. a analogia; 2. os princpios gerais de direitotributrio; 3. os princpios gerais de direito pblico; 4. a equidade.

    O CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 adotou como correto:Um dos aspectos mais importantes para se compreender o sistematributrio nacional consiste na interpretao e integrao da lei

    tributria, objetivando o efetivo alcance de tais normas. Naausnciade disposio expressa, a autoridade competente, porocasio da aplicao da legislao tributria, dever utilizar,sucessivamente, na ordem indicada, a analogia; os princpios geraisde direito tributrio; os princpios gerais de direito pblico; e aequidade.

    Nesse rumo, o emprego da analogia no poder resultar naexigncia de tributo no previsto em lei, ou mesmo na criao de

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    hipteses suspenso, extino ou excluso do crdito tributrio, emface do princpio da legalidade tributria.

    A analogia um mtodo de integrao que busca o preenchimento da

    lacuna normativa com a aplicao de uma norma semelhante ao docaso concreto.

    Podemos considerar os seguintes exemplos discutidos recentementepela jurisprudncia do STJ, a saber:

    O Convnio ICMS 69/98, ao determinar a incidncia do ICMSsobre a habilitao de aparelho mvel celular, empreendeuverdadeira analogia extensiva do mbito material de incidnciado tributo, em flagrante violao ao art. 108, 1, do CTN

    (AGREsp 956312/RO); Deveras, princpio basilar do Direito Tributrio Brasileiro que

    a imposio de nus tributrio ao contribuinte, que s podedecorrer de lei (CF/88, art. 150, inciso I), no pode resultar doemprego da analogia (CTN, art. 108, 1.), e equiparar osmeros servios de aformoseamento prestados pela empresarecorrida aos de construo, demolio, reforma, ampliao deedificao ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsoloimplica analogia in malam partem, vez que resultariam emimpor esta bices que a legislao vigente no lhe impe

    (Resp 818674/MG).

    Realamos tambm que no se confunde a analogia com ainterpretao extensiva ou analgica, como muito bem ensina o STJna interpretao da Lista Anexa a LC 116/2003:

    Embora taxativa, em sua enumerao, a lista de serviosadmite interpretao extensiva, dentro de cada item, parapermitir a incidncia do ISS sobre servios correlatos quelesprevistos expressamente. Esse entendimento no ofende a

    regra do art. 108, 1, do CTN, que veda o emprego daanalogia para a cobrana de tributo no previsto em lei. Nahiptese, no se cuida de analogia, mas de recurso interpretao extensiva, de resto autorizada pela prpria normade tributao, j que muitos dos itens da lista de serviosapresentam expresses do tipo congneres, semelhantes,

    qualquer natureza, qualquer espcie, entre outras tantas.No se pode confundir analogia com interpretaoanalgica ou extensiva. A analogia tcnica deintegrao, vale dizer, recurso de que se vale o operador

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    do direito diante de uma lacuna no ordenamento jurdico.J a interpretao, seja ela extensiva ou analgica, objetivadesvendar o sentido e o alcance da norma para ento definir-lhe, com certeza, a sua extenso. A norma existe, sendo o

    mtodo interpretativo necessrio, apenas, para precisar-lhe oscontornos.

    Por sua vez, o emprego da equidade no poder resultar nadispensa do pagamento de tributo devido (art. 108, 2). A equidade considerada como a aplicao da justia ao caso concreto,abrandando o rigor da lei, tendo em conta as caractersticas pessoaisou materiais do caso.

    Noutro ponto, o inc. IV, do art. 172 do CTN dispe que a lei pode

    autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despachofundamentado, remisso total ou parcial do crdito tributrio,atendendo a consideraes de equidade, em relao com ascaractersticas pessoais ou materiais do caso.

    O CESPE no concurso para Procurador Federal/2010: Um fiscal daReceita Federal do Brasil, ao aplicar a legislao tributria, naausncia de disposio legal expressa, pode empregar a analogia,desde que isso no resulte na dispensa do pagamento de tributodevido. O fiscal, ao aplicar a legislao tributria, na ausncia de

    disposio legal expressa, pode empregar a analogia, desde que issono resulte na exigncia de tributo no previsto em lei. Portanto,errada.

    4.2 PRINCPIOS GERAIS DE DIREITO PRIVADO

    Por outro lado, os princpios gerais de direito privado utilizam-se parapesquisa da definio, do contedo e do alcance dos institutos,conceitos e formas do direito tributrio, mas no para definiodos respectivos efeitos tributrios, conforme art. 109 do CTN.

    Exemplos de princpios gerais de direito privado so a eticidadefundada no princpio da dignidade da pessoa humana; a socialidadeque a prevalncia dos valores coletivos em detrimento dos valoressociais e a operalidade traduzida na efetivao da norma jurdica,afirmando a doutrina que o direito feito para ser utilizada e eficaz.

    Ressaltamos que os princpios gerais de direito privado no definemos efeitos das normas tributrias. Nessa senda, a lei tributria nopode alterar a definio, o contedo e o alcance de institutos,

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    conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ouimplicitamente, pela Constituio Federal, pelas Constituies dosEstados, ou pelas Leis Orgnicas do Distrito Federal ou dosMunicpios, para definir ou limitar competncias tributrias (art. 110

    do CTN).Por exemplo, o STF entendeu que a ampliao do conceito de receitabruta, pela Lei 9.718/98, para abarcar todas as receitas auferidaspela pessoa jurdica, teria afrontado o conceito de faturamento ou dereceita bruta previsto inicialmente no art. 195 da CF/88 (aplicao assituaes ocorridas antes da Emenda Constitucional n 20/98).

    Portanto, por desobedecer a um conceito de direito privado utilizadopor norma constitucional teria ocorrido violao ao art. 110 do CTN.

    4.3 DIREITO TRIBUTRIO COMO DIREITO DE SOBREPOSIO

    Decerto, com fundamento nos arts. 109 e 110 do CTN, parte dadoutrina compreende que o direito tributrio um direito desobreposio ou superposio, pois incide sobre realidadesprevistas em ramos do direito privado para destes buscar oscontornos dos seus institutos, conceitos e formas.

    Logo, o direito tributrio se utiliza dos conceitos e princpios de direito

    privado (Direito Civil, Empresarial e do Trabalho) para interpretaodas suas normas. Por exemplo, prestar servios, propriedade debens imveis, remunerao do trabalhador, circulao demercadorias so institutos regulados por normas de direito privadoutilizados no alcance do direito tributrio.

    4.4 MTODOS DE INTERPRETAO: LITERAL, LGICO,HISTRICO, SISTEMTICO E TELEOLGICO

    Os mtodos clssicos da hermenutica jurdica destinados

    interpretao em geral, inclusive o direito tributrio, so osseguintes: (i) literal ou filolgico; (ii) lgico; (iii) histrico; (iv)sistemtico e (v) teleolgico.

    O mtodo literal consiste em discernir o significado literal daspalavras que compem a norma jurdica interpretada, servindo-sedas normas gramaticais existentes no vernculo, sendo o primeiropasso a ser dado na interpretao jurdica. Isto , a interpretaogramatical ou literal aquela que se fundamenta na compreensodas palavras dispostas literalmente na norma jurdica.

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