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Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Marco Aurelio AULA N° 9 Gostaria de começar essa aula com uma dica. Na verdade é quase uma constatação. Muitas vezes, não só eu, mas também outros professores, falamos que determinada ideia está certa ou está errada, baseados em nossa experiência de vida e em concursos públicos. A nossa intenção sempre será a melhor, ou seja, prepará-lo para acertar ao máximo nas provas. Por exemplo, quando falamos que a questão foi mal elaborada ou que o pensamento não é majoritário. Em todos os casos, o candidato deve ponderar na hora de resolver cada questão, procurando o item mais correto. A banca busca as questões em vários livros ou nos sites do Poder Judiciário, sem, contudo contrariar o edital do concurso. Nunca será nossa intenção brigar com a banca, pois dificilmente uma questão será anulada, além do que, se o candidato se prepara para a prova com esse pensamento, ele irá procurar erros na resolução das questões. Muitas vezes para justificar seus próprios erros. Então fica a dica: Não se preocupe com a formulação da questão. A preocupação estará em acertar a questão. Relaxe, faça exercícios, físicos e mentais, encare com bom humor e seriedade a prova. Vamos à aula! SISTEMA TRIBUTÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Entramos, neste ponto, no estudo dos principais dispositivos sobre o sistema tributário contido na Constituição Federal. A competência tributária concedida pela Constituição aos entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios), não é ilimitada, encontra limites em seu próprio texto. O constituinte, ao eleger determinados valores como mais relevantes dentro do texto constitucional, estabeleceu uma série de regras que visam assegurar o respeito ao cidadão em matéria de Direito Tributário, principalmente no capítulo relativo ao Sistema Tributário Nacional, fazendo com que o Estado não exagere em sua função de cobrar e arrecadar tributos. A Constituição apresenta como título deste capítulo o sistema tributário nacional abrangendo do artigo 145 ao artigo 162, porém há matéria tributária em outros artigos da Constituição. www.pontodosconcursos.com.br 1

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Direito Tributário - Teoria e Exercícios Curso Regular

Prof. Marco Aurelio

AULA N° 9

Gostaria de começar essa aula com uma dica. Na verdade é quase uma constatação. Muitas vezes, não só eu, mas também outros professores, falamos que determinada ideia está certa ou está errada, baseados em nossa experiência de vida e em concursos públicos. A nossa intenção sempre será a melhor, ou seja, prepará-lo para acertar ao máximo nas provas. Por exemplo, quando falamos que a questão foi mal elaborada ou que o pensamento não é majoritário. Em todos os casos, o candidato deve ponderar na hora de resolver cada questão, procurando o item mais correto. A banca busca as questões em vários livros ou nos sites do Poder Judiciário, sem, contudo contrariar o edital do concurso. Nunca será nossa intenção brigar com a banca, pois dificilmente uma questão será anulada, além do que, se o candidato se prepara para a prova com esse pensamento, ele irá procurar erros na resolução das questões. Muitas vezes para justificar seus próprios erros.

Então fica a dica: Não se preocupe com a formulação da questão. A preocupação estará em acertar a questão. Relaxe, faça exercícios, físicos e mentais, encare com bom humor e seriedade a prova.

Vamos à aula!

SISTEMA TRIBUTÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Entramos, neste ponto, no estudo dos principais dispositivos sobre o sistema tributário contido na Constituição Federal.

A competência tributária concedida pela Constituição aos entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios), não é ilimitada, encontra limites em seu próprio texto. O constituinte, ao eleger determinados valores como mais relevantes dentro do texto constitucional, estabeleceu uma série de regras que visam assegurar o respeito ao cidadão em matéria de Direito Tributário, principalmente no capítulo relativo ao Sistema Tributário Nacional, fazendo com que o Estado não exagere em sua função de cobrar e arrecadar tributos.

A Constituição apresenta como título deste capítulo o sistema tributário nacional abrangendo do artigo 145 ao artigo 162, porém há matéria tributária em outros artigos da Constituição.

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Os limites ao poder de tributar não se resumem às regras encontradas neste capítulo da Constituição Federal. Em outros pontos da Constituição Federal, encontramos várias normas, que têm como efeito a limitação do poder de tributar do Estado, sendo um exemplo disso as imunidades conferidas nos artigos relativos a alguns tributos, assim, quando formos estudar as limitações ao poder de tributar, devemos ter em mente que se trata de um conceito bem mais amplo.

Vamos analisar os limites impostos pela Constituição Federal ao poder de tributar, esses limites ora aparecem como vedações absolutas, que constituem as imunidades tributárias, ora aparecem como garantia de proteção aos direitos individuais dos contribuintes, os chamados Princípios Constitucionais Tributários ou Princípios Jurídicos da Tributação.

Nós iremos abordar os artigos acima e trazer outros que estão espalhados pela Carta Magna.

Já falamos que a Constituição recepcionou o CTN, com exceção de alguns poucos pontos que assinalamos em nosso estudo.

Veremos nesta aula os artigos 145 a 150 da CF, destacando os seguintes temas:

1) Princípios Tributários;

2) SIMPLES;

3) BIS IN IDEM e BITRIBUTAÇÃO;

4) Contribuições Especiais;

5) Limitações ao Poder de Tributar; e

6) Imunidades Tributárias.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL - TÍTULO VI

Da Tributação e do Orçamento

CAPÍTULO I

DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Seção I

DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Nesse primeiro artigo, temos as disposições iniciais, atribuindo competência aos entes federados para instituir os tributos.

Somente as pessoas jurídicas de direito público são competentes para instituir tributos. Vimos, ao estudar o artigo 6° do

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CTN, que essa atribuição compreende a legislação plena à pessoa jurídica de direito público.

Se a Constituição atribuiu competência à União para instituir o ITR, somente a União poderá legislar sobre esse imposto.

A posição constitucional é da classificação quimpartite ou pentapartite, pois considera como tributos os impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.

Princípio da capacidade contributiva

O parágrafo 1° acima define que, "sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte".

Esse princípio, que alguns chamam de regra, é programático. O legislador deve levar em consideração, sempre que possível, a situação econômica de cada contribuinte.

O legislador deve perseguir a justiça tributária e para isso deve conhecer bem seus cidadãos, cobrando de cada um deles apenas o suficiente para o funcionamento perfeito da máquina administrativa, tudo conforme a lei, nem mais, nem menos.

O princípio da capacidade contributiva está bem materializado no imposto de renda. A cobrança do imposto de renda da pessoa física leva em consideração a capacidade contributiva permitindo as deduções individualizadas. O ente que irá tributar deve conhecer cada sujeito passivo e pode conceder isenções e outros benefícios fiscais, de acordo com a situação de cada um. O Imposto de Renda utiliza tabela de alíquotas diferenciadas, tributando cada grupo de acordo com sua capacidade contributiva.

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JURISPRUDÊNCIA

O STF acolheu e aprovou a proposta de edição da Súmula Vinculante n° 19, com os seguintes termos: "A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 29/10/2009. Como estudado acima, o artigo 145, II trata da definição de taxa.

EIS A QUESTÃO!

1) (AFRF/2000/ESAF) Para responder esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões.

(1) , os impostos terão caráter pessoal

Para, entre outros objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (2)

a) (1) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum (2) desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico de investigação fiscal. b) (1) Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre discrição, (2) desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja específica autorização judicial. c) (1) Havendo expressa opção pelo legislador, (2) mas apenas se houver alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede. d) (1) Sempre que possível, (2) respeitados os direitos individuais e nos termos da lei. e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República,(2) mas a Constituição expressamente veda acesso a dados financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

Solução:

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A afirmação é o que consta no artigo 145 da CF. § 1° -Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A resposta certa é a letra "d".

2) (SEFAZ/SP-2009-ESAF) O princípio da capacidade contributiva:

a) aplica-se somente às contribuições. b) não se aplica às penalidades tributárias. c) aplica-se somente aos impostos. d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. e) é atendido pela progressividade dos impostos reais.

Solução:

Base legal: CF 145 § 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A resposta certa é a letra "c".

3) (FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito dos princípios constitucionais tributários, assinale a alternativa correta, considerando que a segunda assertiva é decorrência lógico-jurídica da primeira. (A) O princípio da capacidade contributiva tem por finalidade atingir a justiça fiscal, / e essa finalidade só é alcançada pela progressividade obrigatória das espécies de tributos. (B) O princípio da capacidade contributiva determina que os impostos tenham, sempre, caráter pessoal; / assim sendo, os impostos devem ser graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. (C) O princípio da vedação do tributo confiscatório impede a utilização de imposto com tal efeito; / dessa forma, o imposto só será confiscatório se ultrapassar 33% da renda.

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(D) O princípio da vedação do tributo confiscatório impede a utilização de imposto com efeito de confisco, / mas não há percentual que estabeleça previamente os limites do tributo confiscatório. (E) O princípio da legalidade veda aos entes da Federação que se exija ou aumente tributo sem lei que o estabeleça; / desse modo, a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo tem de ser sempre prevista em lei.

So lução :

A alternativa "a" está errada. A progressividade não é obrigatória para todas as espécies de tributos. Base legal: CF art.145, § 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A alternativa "b" está errada. O art. 145, §1° da CF que vimos acima, diz que sempre que possível os impostos terão caráter pessoal.

A alternativa "c" está errada. Não há na legislação tributária um valor para que se configure o confisco em uma tributação.

A alternativa "d" está certa. Esta alternativa, correta, está de acordo com a explicação da letra c.

A alternativa "e" está errada. A atualização do valor monetário não constitui majoração do tributo. Base legal: CF art. 97 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; § 2° Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

A resposta certa é a letra "d".

4) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Assinale, dentre os impostos abaixo, aquele que não obedece ao princípio da progressividade.

(A) IPTU (B) ITBI

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(C) Imposto de Renda (D) IPVA (E) ITR

Solução:

O princípio da progressividade está estabelecido na Constituição Federal e abrange os seguintes impostos:

Letra "a" - IPTU - CF art. 156; § 1° Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4°, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

Letra "b" - ITBI - A CF não estabelece que este imposto seja progressivo.

Letra "c" - Imposto de Renda - CF art. 153 § 2° - O imposto previsto no inciso III (IR): I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Letra "d" - IPVA - CF art. 155, §6° (O IPVA) II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização;

Letra "e" - ITR - § 4° O imposto previsto no inciso VI (ITR) do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas

A resposta a ser marcada é a letra "b".

§ 2° - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Neste parágrafo, temos uma importante regra que costuma cair em concursos, de forma mais variada possível.

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Por vezes, o examinador conta uma história bem enrolada para confundir o candidato, mas você tem que prestar atenção e lembrar que: quando começar uma história falando sobre a base de cálculo, pode estar aí embutido o questionamento sobre este parágrafo.

Para o nosso objetivo, você deve conhecer a base de cálculo dos impostos instituídos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados,

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do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;(Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

Este artigo é o que recepciona literalmente o CTN, pois dita que a lei complementar estabelecerá as normas gerais da legislação tributária. Essa lei complementar, a que se refere à Constituição, nada mais é que o nosso Código Tributário Nacional.

Este artigo trata da exigência constitucional de elaboração de lei complementar para os dispositivos apresentados. Aqui, vemos no inciso III, alínea d, a criação do modelo de tributação SIMPLES.

O SIMPLES foi criado para que muitos sujeitos passivos, que estavam trabalhando na informalidade, por causa da tributação incidente nas pessoas jurídicas à época, pudessem aderir a esse modelo de tributação.

A Lei Complementar 123/2006 instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Ela trata da apuração e recolhimento dos impostos e contribuições que compõem o SIMPLES e das obrigações acessórias do sujeito passivo.

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Para essa Lei Complementar, consideram-se microempresas aquelas com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 e empresa de pequeno porte aquela com receita bruta anual acima de R$ 240.000,00.

Esse regime implica recolhimento mensal dos seguintes tributos, conforme artigos 13 e 14 da LC 123/2006, abaixo:

Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:

I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1° deste artigo;

III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 1° deste artigo;

V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1° deste artigo;

VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5°-C do art. 18 desta Lei Complementar;

VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;

VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

§ 1° O recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:

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I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF;

II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II;

III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE;

IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR;

V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável;

VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente;

VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF;

VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;

IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador;

X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual;

XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas;

XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços;

XIII - ICMS devido:

a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária;

b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente;

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c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização;

d) por ocasião do desembaraço aduaneiro;

e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal;

f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal;

g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal:

1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4° do art. 18 desta Lei Complementar;

2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregação de qualquer valor;

h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

XIV - ISS devido:

a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte;

b) na importação de serviços;

XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores.

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Calma Concurseiro! Para que você não precise se preocupar em decorar toda a legislação colacionada acima, pois dificilmente cairá em uma prova de concurso público com tantos detalhes, o Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, do IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, INSS, ICMS e ISS.

Entretanto, em alguns desses tributos há exceções, pois o recolhimento será realizado de forma distinta, conforme a atividade.

EIS A QUESTÃO!

5) (AFRF/2002-2/ESAF) O estabelecimento, em caráter geral, da definição da base de cálculo e do fato gerador dos impostos discriminados na Constituição há de ser feito por

a) lei complementar federal, em todos os casos. b) exclusivamente por lei complementar federal, para a União, e por lei complementar estadual para os Estados e Municípios. c) apenas em lei ordinária federal, estadual e municipal, conforme o caso, tendo em vista o princípio da autonomia dos Estados e Municípios. d) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal em qualquer caso. e) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal quanto aos tributos da União, por lei estadual ou convênios para os Estados, e por lei municipal, para os Municípios.

Solução:

Esta questão refere-se ao artigo 146, pois trata de verificar se o candidato sabe qual a legislação que deve estabelecer as normas gerais em matéria de legislação tributária.

Na alínea a, do inciso III, desse artigo verifica-se que a lei complementar irá dispor, entre outras matérias, sobre definição da base de cálculo, fato gerador e contribuintes dos impostos discriminados na Constituição.

O examinador quis confundir o candidato ao colocar lei complementar Federal. O motivo é que cabe ao Congresso Nacional legislar sobre o sistema tributário, conforme artigo 48, inciso I da CF.

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Concluímos que o CTN é lei complementar federal em caráter material.

A resposta certa é a letra "a".

6) (AFRF/2003/ESAF) Responda com base na Constituição Federal.

• Medida Provisória publicada em 10 de dezembro de 2002 que majorou, a partir de 1° de janeiro de 2003, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza de pessoas físicas, mas não convertida em lei até 31 de dezembro de 2002, continuou a produzir efeitos a partir de 1° de janeiro de 2003?

• É admitida a edição de medida provisória para estabelecer, em matéria de legislação tributária, normas gerais sobre a definição de base de cálculo do imposto de competência da União sobre propriedade territorial rural?

• No tocante ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação?

a) Não, não, não b) Não, sim, não c) Não, não, sim d) Sim, não, sim e) Sim, sim, não

Solução:

A resposta à primeira pergunta é não. No caso de instituição ou majoração, somente produzirão efeitos no exercício seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício anterior em que foi editada. Base legal: CF art. 62.

A resposta à segunda pergunta é não. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta

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Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

A resposta à terceira pergunta é não. Base legal: CF art. §4° inciso IV: as alíquotas do ICMS serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal.

A resposta certa é a letra "a".

7) (SEFAZ/RJ/2010/ESAF) Em matéria tributária, são privativas de lei complementar, exceto:

a) instituição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes. b) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. c) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. e) instituição, por parte da União, de novos impostos, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição.

Solução:

A letra "a" está errada. Quem institui tributos, em regra, é a lei ordinária. À lei complementar cabe a definição de tributos e suas espécies. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III -estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

A letra "b" está certa. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

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A letra "c" está certa. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

A letra "d" está certa. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.

A letra "e" está certa. Base legal: CF Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

A alternativa a ser marcada é a letra "a".

8) (SEFAZ/RJ/2010/ESAF) A Constituição Federal prevê o tratamento diferenciado e favorecido para micro-empresas e para as empresas de pequeno porte, abrangendo determinados tributos federais, e podendo ainda se estender a impostos e contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Este regime, consoante a Constituição, obedecerá às seguintes regras, exceto:

a) será opcional para o contribuinte. b) não poderá ter condições de enquadramento diferenciadas por estado. c) terá seu recolhimento unificado e centralizado. d) a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento. e) sua arrecadação, fiscalização e cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados.

Solução:

A letra "a" está correta. Base legal: CF art. 146; Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá

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instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte;

A letra "b" está errada. Base legal: CF art. 146; Parágrafo único. II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;

A letra "c" está correta. Base legal: CF art. 146; Parágrafo único. III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;

A letra "d" está correta. Base legal: CF art. 146; Parágrafo único. III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;

A letra "e" está correta. Base legal: CF art. 146; Parágrafo único. IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.

A resposta a ser marcada é a letra "b".

9) (AFRF/2000/ESAF) O Código Tributário Nacional, editado como uma lei ordinária (Lei n.° 5.172, de 1966), foi recebido pelo regime inaugurado pela Constituição de 1988 como:

a) lei ordinária, do modo como se encontra, mas podendo ser revogado ou alterado por lei, lei delegada ou medida provisória, pois têm a mesma hierarquia b) lei ordinária, apesar de ter sido alterada sua ementa e denominação, que passou a ser Código Tributário Nacional c) lei complementar, porque foi alterado por atos complementares, nos anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos Institucionais então em vigor d) lei complementar, por ser um Código e, pelas normas constitucionais em vigor à data de sua edição, os projetos de Código tinham tramitação especial

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e) lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de legislação tributária.

Solução:

Essa é a teoria da recepção das normas. A Constituição estabelece em seu 146 que cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária. O CTN foi recepcionado em toda matéria não divergente da CF por já conter estas normas.

A resposta certa é a letra "e".

10) (AFRF/2000/ESAF) O estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá fazer-se, segundo norma contida na Constituição, mediante

a) lei ordinária federal b) lei ordinária de cada ente tributante c) lei complementar de cada ente tributante d) lei complementar federal e) lei ordinária, medida provisória ou lei delegada federal

Solução:

A CF em seu artigo 146, inciso III, letra "b" estabelece que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.

A lei complementar deverá ser federal tendo em vista que a competência constitucional para legislar sobre o sistema tributário é do Congresso Nacional.

A resposta certa é a letra "d".

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Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

Caberá à lei complementar estabelecer regras para evitar concorrências desleais por meio da tributação. Ela será obedecida por todos os entes federados.

Os desequilíbrios concorrênciais, apontados aqui, dizem respeito às vantagens decorrentes de benefícios fiscais. E mais um dispositivo para garantir a livre concorrência e o equilíbrio sócio-econômico do mercado.

O artigo ressalta que a União poderá editar lei federal com o mesmo objetivo.

Estaria estabelecida aqui a função extrafiscal dos critérios especiais de tributação.

EIS A QUESTÃO!

11) (ATRFB/2010/ESAF) "A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. "Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia", explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010.

Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe "A", ou

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seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe "B" passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%."

(Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009).

Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou.

a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores.

Solução:

A letra "a" está errada. A característica da seletividade do IPI diz respeito a produtos diferentes em relação a sua essencialidade. No caso, ora em comento, está se referindo a um mesmo produto com características de gasto de energia elétrica.

A letra "b" está errada. O princípio da capacidade contributiva diz respeito ao poder de compra do cidadão. Art. 145, § 1° da CF que determina que os impostos, sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

A letra "c" está errada. O IPI é exceção ao princípio da legalidade e da anterioridade tributária, porém tem que obedecer à

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anterioridade nonagesimal. Este item está desconexo em relação à história da questão.

A letra "d" está errada. Base legal: art. 153 II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Não há conexão com o texto apresentado.

A letra "e" está certa. E a única alternativa que se encaixa no texto apresentado.

A resposta a ser marcada é a letra "e".

12) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) Quando o tributo onera determinada atividade, empresa, ou grupo empresarial, interferindo no regime de competição estará

(A) atingindo o princípio da neutralidade. (B) confrontando o princípio do não confisco. (C) atendendo ao princípio da isonomia. (D) violentando o princípio federativo. (E) observando o princípio da capacidade contributiva.

Solução:

O princípio da neutralidade da tributação é corolário do princípio da isonomia e foi incorporado na legislação tributária no artigo 146-A da CF. Este princípio constitucional tem como finalidade fazer com que a tributação não provoque desequilíbrio na livre concorrência empresarial, de forma que nenhum setor deve ser favorecido ou desfavorecido. A tributação deve ser neutra em relação à economia de uma país. Base legal: CF Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

A resposta certa é a letra "a".

13) (FGV/Fiscal/RJ/2009) A Lei Complementar desempenha papel de grande relevância em matéria tributária. Conforme se infere do artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei Complementar:

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(A) fixar uma alíquota única do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (2%) em todo o território nacional, com o fim de debelar a guerra fiscal travada entre os Municípios. (B) regulamentar a denominada "cláusula geral antielisiva" inserida no Código Tributário Nacional (parágrafo único do artigo 116). (C) introduzir os tratados internacionais em matéria tributária (acordos de bitributação) no sistema tributário brasileiro. (D) ampliar a competência tributária constitucionalmente estabelecida dos entes da federação. (E) prevenir situações de desequilíbrio nas condições de concorrência mediante critérios especiais de tributação.

Solução:

A letra "a" está errada. A alíquota mínima do ISS foi fixada por Emenda Constitucional, enquanto a Lei Complementar fixou a alíquota máxima de 5% - de qualquer forma, não seria o caso de fixação de uma alíquota única, pois cada Município tem liberdade para, respeitadas a alíquota mínima (2%) e máxima (5%), estabelecer a sua própria tributação.

A letra "b" está errada. A cláusula geral antielisiva, que se tentou inserir no parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional, deverá ser regulamentada por lei ordinária - houve a tentativa, mal sucedida, de regulamentá-la pela Medida Provisória 66, que acabou não sendo, neste aspecto, convertida na Lei 10.637/01;

A letra "c" está errada. Os tratados internacionais são introduzidos por meio de Decretos Legislativos;

A letra "d" está errada. A competência é traçada na Constituição Federal de forma rigorosa, não havendo possibilidade de ampliá-la senão modificando-se o próprio texto constitucional.

A letra "e" está certa. Tal dispositivo consta expressamente no artigo 146-A da Constitucional Federal, tendo sido inserido por meio da Lei Complementar n. 104/01, no contexto do combate à guerra fiscal e aos planejamentos tributários.

A resposta certa é a letra "e".

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Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

Temos aqui a competência cumulativa, pois a União terá competência para instituir os impostos estaduais em Território Federal e, se este não for dividido em municípios, a União terá competência também para instituir os impostos municipais. Lembre-se que atualmente não existe Território Federal.

O Distrito Federal, que não pode ser dividido em municípios, por determinação contida na Constituição Federal, terá a competência cumulativa para instituir os impostos municipais em seu território. A determinação constitucional consta em seu artigo 32.

BIS IN IDEM X BITRIBUTAÇÃO

Vamos pensar que, um ente federado pode tributar um sujeito passivo duas vezes pelo mesmo fato gerador ou dois entes federados podem cobrar tributo do mesmo sujeito passivo por um único fato gerador.

Nesses casos teremos o bis in idem ou a bitributação, respectivamente.

A União exige da pessoa jurídica o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, porém os dois tributos possuem a mesma base de cálculo, que é a receita bruta ou lucro.

O PIS e o FINSOCIAL possuem a mesma base de cálculo, que é o faturamento ou o lucro.

Nesses dois exemplos temos o bis in idem, o mesmo ente federado tributando duas vezes o mesmo sujeito passivo, utilizando a mesma base de cálculo.

A União tem competência residual para instituir outros impostos com fato gerador e base de cálculo diferentes dos impostos já

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existentes. A União também tem competência para instituir contribuições sociais.

As taxas não podem ter a mesma base de cálculo dos impostos, mas não há a mesma vedação para as contribuições sociais.

Vamos imaginar agora que uma pessoa física compra um terreno, constrói uma residência e no início do ano seguinte ele receba o IPTU e o ITR para pagar. Nesse caso teremos a bitributação, pois teremos dois entes federados cobrando dois tributos de um mesmo sujeito passivo por um mesmo fato gerador.

Vimos acima que o bis in idem é permitido pela Constituição e a bitributação é proibida pela repartição de competência constitucional.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Os comentários acerca deste dispositivo estão no artigo 15 do CTN, porém quero ressaltar que os empréstimos compulsórios somente devem obedecer ao princípio da anterioridade tributária e nonagesimal quando se tratar de caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

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Os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência constituem exceção aos princípios da anterioridade tributária e da anterioridade nonagesimal.

CONTRIBUIÇÕES

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir *** m m ** * V

contribuições sociais, de intervenção no domínio economico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1° Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 41, 19.12.2003)

§ 2° As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 42, de 19.12.2003)

III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

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b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

§ 3° A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

§ 4° A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 33, de 2001)

A União poderá instituir Contribuições Sociais, as Contribuições de intervenção no domínio econômico e as Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

A competência é exclusiva da União, sendo autorizado constituicionalmente, no parágrafo 1° acima, aos Estado, Distrito Federal e Municípios a possibilidade deles instituírem contribuições de seus servidores para o custeio de seus regimes previdenciários.

Por exemplo, o Rio de Janeiro cobra de seus servidores contribuição para o PREVI-RIO, que é o Instituto de Previdência e assistência do Município do Rio de janeiro. Essa autarquia municipal é responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões dos servidores municipais, além de outros benefícios.

O parágrafo 1° determina que as alíquotas das contribuições, instituídas pelos outros entes federados, não poderão ser menores do que a cobrada pela União de seus servidores.

As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não podem incidir nas receitas de exportação, mas incidirão nas operações de importações.

As alíquotas podem ser ad valorem ou específicas, conforme inciso II, do parágrafo 2° acima.

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A competência para instituição de Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE - é da União, que poderá fazê-lo por lei ordinária.

A CIDE-combustíveis, que incide na operação de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, está estabelecido na Constituição Federal em seu artigo 177.

O adicional de tarifa portuária é considerado como CIDE pelo STF.

As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas estão estabelecidas na Constituição Federal no artigo 8° e no art. 5°, XIII.

A contribuição sindical, estabelecida no artigo 8°, é subdividida em contribuição "voluntária" dos trabalhadores sindicalizados. Coloquei entre aspas porque ela é decidida em assembléia geral, geralmente pouco representativa.

O outro tipo de contribuição sindical tem suas regras fixadas em lei e é cobrada de todos os trabalhadores de cada categoria. A arrecadação desse tipo é revertida para o sindicato.

A outra contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômicas é a contribuição corporativa. A instituição dessa contribuição é autorizada pelo artigo 5°, XIII da Constituição Federal, porém necessita de lei.

As contribuições destinadas aos conselhos de profissões como o CREA, CRM, OAB são destinadas à fiscalização das atividades dos profissionais ligados a elas. Essas atividades são consideradas de interesse público.

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Contribuições

Especiais

EIS A QUESTÃO!

14) (AFRF/2005/TI/ESAF) Sobre as contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal), é errôneo afirmar-se, haver previsão de que

a) poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas. b) incidirão, também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. c) incidirão, em todos os casos, uma única vez. d) poderão ter por base, entre outras, o faturamento e a receita bruta e) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

Solução:

As contribuições gerais são subdivisões das contribuições especiais estabelecidas pelo artigo 149 e obedecem as mesmas regras estabelecidas para todas as contribuições especiais.

A alternativa "a" está certa, pois o parágrafo2°, inciso III, do artigo 149 da CF estabelece que as contribuições sociais gerais poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas.

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A alternativa "b" está certa, literalmente, de acordo com o parágrafo 2°, inciso II, do artigo 149 da CF.

A alternativa "c" está errada. O parágrafo 4°, deste artigo determina que a lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

A alternativa "d" está certa. O artigo acima, parágrafo2°, inciso III, define que as alíquotas ad valorem das contribuições poderão ter como base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro.

A alternativa "e" está certa. As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme o parágrafo 2°, inciso I acima.

A letra a ser marcada é: "c".

15) (AFRFB/2009/ESAF) Assinale a afirmativa incorreta.

a) A Constituição Federal, além de conter normas instituidoras de tributos, igualmente contempla, em seus dispositivos, regras voltadas à discriminação das competências tributárias, a fim de que os entes políticos possam criar seus tributos, dentro das suas respectivas esferas de atribuições. b) A Constituição Federal prevê a possibilidade da criação, exclusivamente por lei, de contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. c) De acordo com o Código Tributário Nacional, a pessoa que alienar sua empresa, o fundo de comércio ou apenas um estabelecimento da empresa, e o adquirente continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou diversa razão social ou sob firma ou nome individual, a este último recai a responsabilidade pelos tributos do primeiro devidos até a data da alienação e que incidam sobre quaisquer daquelas universalidades de coisas. d) Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao tempo do início do processo de inventário e partilha.

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e) Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação.

Solução:

A letra "a" está errada. Quem institui tributos é a lei, a Constituição Federal atribui competência tributária aos entes federados para instituir tributos por lei. Base legal: CTN, art. 97, I. Somente a lei pode estabelecer: b) A instituição de tributos, ou a sua extinção. CF art.150, inciso I: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

A letra "b" está certa. Base legal: CF art. 149, caput e §1°. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico ..., observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, .... O art.146 III determina que cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies. O art. 150, I e III trata dos princípios da legalidade, da irretroatividade, da anterioridade tributária e da anterioridade nonagesimal. CF art. 177, § 4° A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; II -os recursos arrecadados serão destinados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

A letra "c" está certa. Base legal: CTN art. 133 - "A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: a) Integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. b) Subsidiariamente com o alienante, se este

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prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão." Fundo de comércio é a universalidade das coisas citadas nesta letra.

A letra "d" está certa. Súmula 112 do STF: "O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão."

A letra "e" está certa. Súmula 113 do STF: "O imposto de transmissão "causa mortis" é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação."

A resposta a ser marcada é a letra "a".

16) (AFRF/2003/ESAF) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições constitucionais.

• As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição Federal sobre as receitas decorrentes de exportação,

sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

• As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art. 149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da .

a) incidirão / podendo incidir também / anterioridade b) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade c) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade mitigada ou nonagesimal d) incidirão / não podendo incidir / anterioridade e) não incidirão / não podendo incidir também / anterioridade mitigada ou nonagesimal

Solução:

A CIDE da segunda formulação tem que obedecer a todos os princípios. Base legal: CF art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de

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interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I(princípio da legalidade) e III(princípios da irretroatividade, anterioridade tributária e noventena), e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6°(noventena), relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 2° - As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I -não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II -incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

A resposta certa é a letra "b".

17) (FGV/Fiscal/RJ/2010) Com relação à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), assinale a afirmativa incorreta.

(A) Não poderá incidir sobre receitas de exportação. (B) Não poderá incidir sobre a importação de produtos estrangeiros. (C) Poderá incidir sobre a importação de serviços. (D) Poderá ter alíquota ad valorem tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação. (E) Poderá ter alíquota específica tendo por base a unidade de medida adotada.

Solução:

A letra "a" está correta. Base legal: CF art. 149, §2°; inc. I.

A letra "b" está incorreta. Segundo o inciso II do parágrafo 2° do artigo 149 da Constituição Federal de 1988, a CIDE poderá incidir sobre a importação de produtos estrangeiros.

A letra "c" está correta. Base legal: CF art. 149, §2°; inc. II.

A letra "d" está correta. Base legal: CF art. 149, §2°; inc. III, letra "a".

A letra "e" está correta. Base legal: CF art. 149, §2°; inc. III, letra "b".

A resposta a ser marcada é a letra "b".

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18)(FISCAL/RESENDE/CEPERJ/2007)Dentre as contribuições citadas abaixo, aquela que não possui natureza tributária é a: A) contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas B) contribuição confederativa C) contribuição previdenciária D) contribuição de intervenção no domínio econômico E) contribuição social do salário-educação

Solução:

As letras "a" e "d" estão erradas. As contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas possuem natureza tributária com a competência constitucional incluída no capítulo I do título VI - Sistema Tributário Nacional. Base legal: CF Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

A letra "b" está certa. A contribuição confederativa não possui natureza tributária, pois não é instituída por ente com competência tributária. Base legal: CF art. 8° IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei.

A letra "c" está errada. A contribuição previdenciária possui natureza tributária. Essa contribuição pertence à contribuição de seguridade social, que faz parte da subespécie contribuição social. Base legal: CF Art. 149.

A letra "e" está errada. A contribuição social do salário-educação possui natureza tributária. Base legal: CF Art. 212 § 5° A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

A resposta certa é a letra "b".

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Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional n° 39, de 2002)

Nesse artigo, a Constituição permite que os municípios e o Distrito Federal, que tem competência cumulativa, instituam uma contribuição especial para custeio de serviço de iluminação pública.

A inclusão deste artigo, na Constituição, deveu-se à dificuldade dos municípios no passado em tentar instituir taxa de iluminação pública. A taxa, como vimos, deve estar vinculada a um serviço público divisível e específico e a taxa de iluminação pública, que os municípios tentavam criar, não tinha esses requisitos.

A contribuição para custeio da iluminação pública foi aprovada e consta da Constituição Federal, a despeito de discussões acaloradas sobre a sua constitucionalidade.

Como essas discussões não são cobradas em provas de concursos objetivos, por enquanto, vamos nos abster em discutir o assunto neste trabalho.

Essa contribuição pode ser cobrada juntamente com a conta de energia elétrica.

JURISPRUDÊNCIA

O STF entende que os estados, Distrito Federal e municípios não podem instituir contribuições. Somente às destinadas a cobrir o custeio da previdência de seus servidores, conforme julgado trazido abaixo.

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RE 573540 / MG - MINAS GERAIS Julgamento: 14/04/2010 EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA, HOSPITALAR, ODONTOLÓGICA E FARMACEÚTICA. ART. 85 DA LEI COMPLEMENTAR N° 62/2002, DO ESTADO DE MINAS GERAIS. NATUREZA TRIBUTÁRIA. COMPULSORIEDADE. DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS. ROL TAXATIVO. INCOMPETÊNCIA DO ESTADO-MEMBRO. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO PROVIDO. I - É nítida a natureza tributária da contribuição instituída pelo art. 85 da Lei Complementar n° 64/2002, do Estado de Minas Gerais, haja vista a compulsoriedade de sua cobrança. II - O art. 149, caput, da Constituição atribui à União a competência exclusiva para a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais e econômicas. Essa regra contempla duas exceções, contidas no arts. 149, § 1°, e 149-A da Constituição. À exceção desses dois casos, aos Estados-membros não foi atribuída competência para a instituição de contribuição, seja qual for a sua finalidade. III -A competência, privativa ou concorrente, para legislar sobre determinada matéria não implica automaticamente a competência para a instituição de tributos. Os entes federativos somente podem instituir os impostos e as contribuições que lhes foram expressamente outorgados pela Constituição. IV - Os Estados-membros podem instituir apenas contribuição que tenha por finalidade o custeio do regime de previdência de seus servidores. A expressão "regime previdenciário" não abrange a prestação de serviços médicos, hospitalares, odontológicos e farmacêuticos.

EIS A QUESTÃO!

19) (FCC/FISCAL/RO/2010)Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que

(A) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente. (B) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal.

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(C) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal. (D) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública. (E) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública.

Solução:

A letra "a" está errada. A CF somente permite à União instituir os empréstimos compulsórios mediante lei complementar nos dois casos. Base legal: CF Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

A letra "b" está errada. A contribuição para custeio de iluminação pública é da competência dos municípios. Base legal: CF Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 39, de 2002)

A letra "c" está errada. O imposto é tributo não vinculado a uma atividade estatal. Base legal: CTN Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

A letra "d" está errada. As taxas podem ser cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos. O tributo relativo às obras públicas é a contribuição de melhoria. Base legal: CF Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II -taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

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A letra "e" está certa. Base legal: CF Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

A resposta certa é a letra "e".

20)(FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que

(A) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir, exclusivamente, os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) de acordo com o Código Tributário Nacional, considera-se imposto o tributo vinculado a qualquer atividade estatal específica. (C) a taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem, como possível fato gerador, o exercício regular do poder de polícia. (D) a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, é de competência exclusiva da União. (E) a contribuição de melhoria é o tributo cobrado em função da realização de obras e prestação de serviços.

Solução:

A alternativa "a" está errada. Além dessas espécies de tributos a União pode instituir o empréstimo compulsório, conforme art. 148 da CF. A União pode instituir as Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas de acordo com o art. 149 da CF. Os estados podem instituir Contribuições para custeio do regime de previdência de seus servidores, conforme art. 149, §1°. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

A alternativa "b" está errada. O CTN em seu art. 16 define que o imposto é tributo não vinculado a uma atividade estatal. Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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A alternativa "c" está errada. A taxa é um tributo vinculado à uma atividade estatal. Base legal: art. 149, inc. II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição

A alternativa "d" está certa. Base legal: CF Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas

A alternativa "e" está errada. Vejamos o que diz a CF em seu artigo 145, A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: Inc. III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, portanto não é possível criar contribuição de melhoria por prestação de serviços.

A resposta certa é a letra "d".

Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Quando estudamos o artigo 9° do CTN, passeamos por vários princípios constitucionais, mas agora vamos nos aprofundar em alguns pontos e rever outros para complementar essa matéria.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

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Princípio da legalidade ou da reserva legal

O texto do referido art. 150, I da CF estabelece que "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça".

É o princípio da legalidade tributária, baseado no artigo 5°, II da Constituição Federal que assegura que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. É uma limitação ao poder de tributar, pois o Poder Público somente pode exigir tributo se este estiver estabelecido em lei.

Toda a limitação constitucional ao poder de tributar visa à segurança jurídica dos contribuintes.

A lei deve ser de origem legislativa, admitindo-se, porém, a edição de medida provisória no caso de não haver necessidade de lei complementar determinado pela Constituição, em alguns casos.

Há exceções em relação ao princípio da legalidade. O Executivo pode alterar as alíquotas dos impostos sobre exportação, importação, produtos industrializados e sobre operações financeiras através de decreto. Essa exceção nós veremos no artigo 153 desta Constituição.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

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Este inciso traz outra regra programática que deve ser perseguida pelo legislador tributário.

Princípio da igualdade ou isonomia tributária

Isonomia tem a ver com justiça. Podemos ter uma justiça com pessoas de mesmo nível, nesse caso chamaremos de justiça horizontal. Tratar os iguais de forma igual.

Temos a justiça vertical, quando damos um tratamento diferenciado a pessoas que estão em diferentes níveis, chamaremos de justiça vertical.

Quando a Constituição utiliza a proibição, neste inciso de conteúdo programático, ela está determinando aos legisladores que busquem a justiça total, incluindo a justiça horizontal e a vertical.

Mais uma vez, buscamos o imposto de renda da pessoa física como exemplo de justiça total, com sua tabela de alíquotas, suas deduções possíveis e a possibilidade de escolha do tipo de declaração, completa ou simplificada.

A Constituição ainda proíbe a discriminação em razão da ocupação profissional ou função exercida. Ninguém poderá buscar tratamento desigual, em favorecimento próprio ou de outrem, por estar em uma determinada carreira.

Aqui, também a Lei Maior buscou estabelecer os princípios da universalidade e generalidade. Todos os rendimentos serão tributados, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos, seguindo o princípio da universalidade. Não haverá distinção entre pessoas em razão de sua ocupação profissional ou função por eles exercida, atendendo ao princípio da generalidade.

EIS A QUESTÃO!

21) (ATRFB/2010/ESAF) A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, veda

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o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que:

a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, deve ser considerado inconstitucional. b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por exemplo) seja justificado, não é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica. e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas atividades de interesse do Estado.

Solução:

A letra "a" está errada. O tratamento diferenciado serve para fazer justiça econômica e social. Base legal: CF Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

A letra "b" está errada. Base legal: CF art. 195; § 9° As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

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A letra "c" está errada. STJ (Processo REsp 1062175)...O elemento discriminador utilizado pelo legislador na Lei 8.393/91, envolvendo diferentes áreas e Estados da Federação, guarda correlação lógica com o propósito buscado, qual seja, garantir o equilíbrio entre aqueles que se distinguem no desenvolvimento sócio-econômico.

STF "na exceção posta no art. 151, I, in fine, da Constituição da República, que admite "a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País", o termo "regiões" não pode interpretar-se em acepção tão estrita que denote apenas o Sul, Sudeste, Centro Oeste, Nordeste e Norte, porque dentro destas mesmas regiões existem outras áreas geográficas que se distinguem entre si em termos econômicos e sociais. Embora gozem do mesmo status político-representativo na estrutura da federação, não há como nem por onde equiparar os Estados de São Paulo e de Minas Gerais ao Rio de Janeiro e Espírito Santo, em termos de produção de açúcar. A localização em si, enquanto critério de discriminação tributária, guarda correlação com a necessidade de tratamento legislativo distinto, tendente a estimular produção de açúcar de cana nas regiões beneficiadas, razão porque não se lhe descobre ofensa à isonomia (art. 150, II, da CF/88), nem à uniformidade da tributação (art,151, I)" (STF - AI - 515.168-AgR-ED/MG - Primeira Turma - Relator Ministro Cezar Peluso - V.U. -30.08.2005)."

A letra "d" está errada. STJ (REsp 1138757 ) ... 9. O fato de se estipular maior peso fiscal para a pessoa que apresenta maior capacidade econômica atende inteiramente ao princípio constitucional da igualdade, assim como satisfaz o princípio constitucional da capacidade contributiva o qual, é consabido, representa projeção da igualdade tendo por base o discrímem fundado no nível de riqueza produzido..." Data da Publicação: 07/05/2010

A letra "e" está correta. STF PUBLIC 28-03-2008 EM E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO - IPI - AÇÚCAR DE CANA - LEI N° 8.393/91 (ART. 20) - ISENÇÃO FISCAL - CRITÉRIO ESPACIAL - APLICABILIDADE -EXCLUSÃO DE BENEFÍCIO - ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA - INOCORRÊNCIA - NORMA LEGAL DESTITUÍDA DE CONTEÚDO ARBITRÁRIO - ATUAÇÃO DO JUDICIÁRIO COMO LEGISLADOR POSITIVO - INADMISSIBILIDADE - RECURSO IMPROVIDO. CONCESSÃO DE ISENÇÃO TRIBUTÁRIA E UTILIZAÇÃO EXTRAFISCAL DO IPI. - A concessão de isenção em matéria tributária traduz ato

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discricionário, que, fundado em juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público (RE 157.228/SP), destina-se - a partir de critérios racionais, lógicos e impessoais estabelecidos de modo legítimo em norma legal - a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade.

Trago à colação, acórdão do Tribunal Regional da 4a Região e assim ementado: "CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO. A isenção, como causa de exclusão do crédito tributário (CTN, art. 175, I), é, por sua própria natureza fator de desigualação e • • • • *** m m m m ***

discriminação entre pessoas, coisas e situações. Inconstitucionalidade haverá se, em determinada situação, ficar demonstrado que a desigualdade criada não teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinada atividade de interesse do Estado. Recurso improvido." (fl. 131)

A resposta certa é a letra "e".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

Princípio da irretroatividade tributária

Não se pode cobrar tributo relativo a fatos ocorridos antes do início da vigência da lei que os tenha definido como hipóteses de incidência, ou seja, a lei sempre se aplicará a fatos geradores ocorridos após o início da sua vigência.

A regra aqui se refere ao início da vigência da lei.

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A regra geral é da não-surpresa. Os cidadãos têm que ter uma segurança jurídica na sua relação para com o Estado. A Constituição não deixou para o bom senso do governante, pois estaria concedendo espaço para arbitrariedades de maus governantes. Ela determinou que somente no exercício seguinte, à vigência da lei que instituiu ou aumentou o tributo, ele poderia ser cobrado. Há exceções a essa regra como as leis retroativas, etc.

Vamos atentar que em concursos públicos vale o que está escrito na lei. Se a banca escrever que a regra da anterioridade não comporta exceções, ela estará correta, pois vimos na alínea acima que não há exceções. Pode ser falado que apesar de a Constituição não falar expressamente que não há exceções, a lei complementar pode tratar de leis retroativas, não havendo incompatibilidade entre os dois pensamentos.

Lembre-se: A CF não estabelece exceções, mas não as proíbe. Isso é matéria de lei complementar.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

§ 1° A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I (empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência) , 153, I(IE), II(II), IV(IPI) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra declarada);...

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Princípio da anterioridade

Vimos que o princípio da anterioridade trata de proibição à cobrança de tributo no mesmo exercício da publicação da lei. Aqui, diferente do princípio da irretroatividade, a regra é em relação à data da publicação da lei.

Haverá sempre uma preocupação da Constituição com a segurança jurídica na relação tributária.

O princípio cuida da instituição e da majoração, permitindo que a redução e a extinção se façam dentro do mesmo exercício.

Não há vedação expressa, também, em relação à mudança da data do pagamento do tributo e nem em relação ao valor do tributo ou base de cálculo.

Nesse sentido o governo de um estado, que dá desconto para pagamento do IPTU, pode retirar esse desconto. Ele não precisa obedecer ao princípio da anterioridade.

O princípio da anterioridade comporta algumas exceções, o II, IE, IPI, IOF, o imposto extraordinário de guerra, o empréstimo compulsório decorrente de calamidade pública ou guerra externa, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social, ICMS monofásico sobre combustíveis e CIDE-combustíveis.

Veremos, depois, que as duas últimas exceções citadas acima têm regras um pouco diferentes.

JURISPRUDÊNCIA

O STF, com o entendimento de que a mera antecipação da data de recolhimento de tributo não implica instituição ou majoração, editou a Súmula n° 669: "NORMA LEGAL QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE." Data de Aprovação Sessão Plenária de 24/09/2003

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

§ 1° ... e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, (empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência) , 153, I(IE), II(II), III (IR) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários na iminência ou no caso de guerra declarada), nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III(IPVA), e 156, I(IPTU).

Princípio da anterioridade nonagesimal

Este princípio, que a Constituição nos apresenta, é chamado por vários nomes: anterioridade mitigada, nonagintídeo, noventena.

(Não conheço os apelidos...rs)

Este princípio deriva da regra que era exclusiva das Contribuições para financiamento da seguridade social, com uma diferença na redação delas. Para a contribuição, o legislador escreveu que era nos casos de instituição ou modificação e no caso deste artigo, que estamos estudando agora, é de instituição ou majoração. O STF entende que se restringe aos casos de instituição ou aumento, então "modificação" quer dizer "majoração".

Vimos que regra geral, os tributos terão que obedecer aos dois princípios, o da anterioridade e da noventena.

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As exceções à anterioridade nonagesimal são II, IE, IOF, IR, Imposto extraordinário de guerra, o empréstimo compulsório decorrente de calamidade pública ou guerra externa, base de cálculo do IPTU e do IPVA.

EIS A QUESTÃO!

22) (FCC/FISCAL/RO/2010) O Estado de Rondônia majorou a base de cálculo do IPVA para o exercício de 2010, em 20 de novembro de 2009, conforme lei publicada no diário oficial do Estado naquela data. Considerando que a lei entrou em vigor na data de sua publicação, é correto afirmar que esta lei terá eficácia

(A) a partir do início do exercício financeiro de 2010, por ser exceção à anterioridade nonagesimal, mas se submeter à anterioridade anual. (B) 90 dias da publicação, desde que já no outro exercício financeiro, por dever obediência às regras de anterioridades nonagesimal e anual. (C) 90 dias a contar do início do exercício de 2010, tendo em vista a anterioridade nonagesimal. (D) na data de sua publicação, podendo ser aplicada imediatamente, ainda no exercício de 2009, por ser exceção à anterioridade. (E) 90 dias a contar da publicação, por dever obediência apenas à anterioridade nonagesimal.

Solução:

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores -IPVA - de competência estadual é exceção à anterioridade nonagesimal, porém deve obedecer à anterioridade tributária. Base legal: CF art. 150, inciso III Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:-cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (princípio da anterioridade tributária); § 1° A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I (II), II(IE), IV(IPI) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários de guerra externa). A vedação do inciso III, c (princípio da noventena), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I(II), II(IE), III(IR) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários de guerra externa), nem à fixação da base de cálculo dos impostos

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previstos nos arts. 155, III(IPVA), e 156, I(IPTU), conforme dita o art. 150, §1° da CF

A resposta certa é a letra "a".

23) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Acerca do princípio da anterioridade tributária, assinale a alternativa correta.

(A) A contribuição social sobre o lucro e a contribuição social sobre a folha de salários estão sujeitas ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal. (B) A majoração do imposto incidente sobre a importação de produtos estrangeiros e do imposto territorial rural não estão sujeitos ao princípio da anterioridade. (C) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a sua criação, em decorrência da previsão constitucional do princípio da anterioridade. (D) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a publicação da lei que o criou, em decorrência da previsão constitucional do princípio da anterioridade. (E) Imposto extraordinário, no caso de guerra externa, não observa o princípio da anterioridade, mas deve respeitar a anterioridade nonagesimal.

So lução :

O princípio da anterioridade tributária e da noventena estão estabelecidos no artigo 150, letras "b" e "c". Base legal: CF art. 150, Art. 150 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Inciso III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

§ 1° A vedação do inciso III, b (anterioridade), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I (II), II(IE), IV(IPI) e V(IOF); e 154, II (impostos extraordinários de guerra externa).

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A vedação do inciso III, c (princípio da noventena), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I(II), II(IE), III(IR) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários de guerra externa), nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III(IPVA), e 156, I(IPTU), conforme dita o art. 150, §1° da CF.

A alternativa "a" está certa. Conforme art. 150, §1°, as contribuições devem obedecer ao princípio da noventena.

A alternativa "b" está errada. O Imposto de Importação não precisa obedecer ao princípio da anterioridade, mas o ITR está sujeito à noventena.

A alternativa "c" está errada. O princípio da anterioridade tributária estabelece que em regra o tributo somente poderá ser cobrado no exercício posterior ao de sua publicação. Base legal: Cf art. 150, inciso III, letra "b".

A alternativa "d" está errada. Conforme explicação da letra "c" acima.

A alternativa "e" está errada. Os impostos extraordinários de guerra externa não estão sujeitos à anterioridade tributária e à nonagesimal.

A resposta certa é a letra "a".

24) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) O imposto "A" foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004 e a taxa "B" foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004. Esses tributos já poderiam ser cobrados (A) desde a data de suas respectivas publicações. (B) em 02 de janeiro de 2005 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente. (C) em 05 de outubro de 2004 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (D) em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (E) em 05 de outubro de 2004 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente.

Solução:

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De uma forma geral a instituição dos tributos deve obedecer ao princípio da anterioridade tributária e à anterioridade nonagesimal. Nesta questão, portanto, o imposto poderá ser cobrado no primeiro dia do exercício seguinte ao que foi publicado, pois a data é além de 90 dias da publicação. A taxa será cobrada após 90 dias de sua instituição. É o princípio da segurança jurídica sendo respeitado nos dois casos, nesse caso falamos que os princípios são corolários deste princípio.

A resposta certa é a letra "d".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

Princípio do não-confisco ou vedação ao confisco

O que seria confisco, para você.

Pois bem, esta é a pergunta que o legislador deve fazer a si mesmo, antes de estabelecer a alíquota e base de cálculo dos tributos.

De uma forma geral, temos em mente que utilizar o tributo com efeito de confisco, seria torná-lo tão gravoso de modo a atingir de forma desproporcional o patrimônio do contribuinte.

Não existe na legislação tributária uma medida de confisco, a própria Constituição Federal não diz o que deve ser considerado tributo com efeito de confisco.

Nesse caso, somente iremos ler algo sobre as características que os tributos devem possuir em alguma doutrina ou decisões do Poder Judiciário.

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Esse caso é parecido com o da equidade, lembra?

Nos dois casos, a legislação tributária entrega a decisão à discricionariedade do legislador e do Poder Judiciário.

A regra que deve ser seguida é a de que o legislador ou o administrador não pode matar a galinha dos ovos de ouro.

Se uma pessoa jurídica ou física não puder mais pagar os tributos, o Estado não mais receberá desta pessoa. É o caso de fechamento de empresa ou, como existe nos Estados Unidos, "falência" da pessoa física.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

Princípio da liberdade de trânsito

Esse princípio está de acordo com o artigo 5°, inciso XV da CF que trata da liberdade de locomoção das pessoas no território nacional com seus bens.

A Constituição garante a todos os seres humanos a liberdade de locomoção no território nacional, não podendo o Poder Público instituir tributos interestaduais e intermunicipais com a finalidade de impedir a locomoção das pessoas e seus bens.

A exceção pela cobrança de pedágio, em vias conservadas pelo Poder Público, deve-se ao fato de discussões passadas sobre sua natureza jurídica.

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EIS A QUESTÃO!

25) (FGV/Fiscal/RJ/2010) As alternativas a seguir apresentam princípios tributários consagrados no texto constitucional, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Princípio do não-confisco. (B) Princípio da liberdade de tráfego. (C) Princípio da anualidade. (D) Princípio da anterioridade. (E) Princípio da capacidade contributiva.

Solução:

O princípio da anualidade, que exigia a prévia autorização orçamentária para que os tributos pudessem ser cobrados em um determinado exercício não mais vigora no atual panorama constitucional. Esse princípio constava da Constituição anterior.

A resposta certa é a letra "c".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

§ 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 3° - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que

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haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Imunidade Recíproca

A imunidade recíproca somente se aplica aos impostos sobre o patrimônio, renda e serviços.

Nada impede que a União cobre taxa de vigilância sanitária, caso seja instituída, de um município por serviço realizado em uma de suas repartições.

No Rio de Janeiro, o Estado cobra taxa de incêndio. Esta poderá ser cobrada da União em função de suas repartições localizadas no Estado.

A vedação acima se aplica, de acordo com o parágrafo 2°, às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

De acordo com o parágrafo 3° deste artigo, as pessoas jurídicas abrangidas com a imunidade recíproca não podem se beneficiar com esse direito e concorrer com outras pessoas jurídicas de direito privado. Evita-se assim a concorrência desleal.

No final do parágrafo 3° a Constituição estabelece que essa imunidade recíproca não exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Promitente comprador é pessoa que firma contrato irreversível de compra e venda, em que o vendedor deverá passar-lhe a propriedade ao final do pagamento.

O parágrafo 3° acima reza que se o promitente vendedor for pessoa jurídica que goze de imunidade, o promitente comprador não será beneficiado, ele será o contribuinte do tributo.

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JURISPRUDÊNCIA

O STF entende que o ITDC é encargo de quem compra o imóvel, não importando a discussão sobre a imunidade do vendedor. Com isso editou a Súmula n° 75: "SENDO VENDEDORA UMA AUTARQUIA, A SUA IMUNIDADE FISCAL NÃO COMPREENDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS", QUE É ENCARGO DO COMPRADOR." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963

A súmula 324 refere-se à imunidade recíproca, estabelecida pelo artigo 150, VI da Constituição Federal de 1988. A imunidade recíproca alcança apenas os impostos. Baseado nesse fato, o STF editou a Súmula n° 324: "A IMUNIDADE DO ART. 31, V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO COMPREENDE AS TAXAS." Data de Aprovação: Sessão Plenária de 13/12/1963. A súmula cita o art. 31, V, pois foi editada sob a égide da Constituição Federal de 1946.

Em julgamentos, os quais se discutiam que o domínio de imóvel por parte de autarquia, conferia imunidade visando ao pagamento do IPTU, o STF, com base na Emenda Constitucional 1/1969 e no CTN, artigos 32 e 34, editou a Súmula 583: "PROMITENTE COMPRADOR DE IMÓVEL RESIDENCIAL TRANSCRITO EM NOME DE AUTARQUIA É CONTRIBUINTE DO IMPOSTO PREDIAL TERRITORIAL URBANO." Fonte de Publicação: DJ de 3/1/1977, p. 6; DJ de 4/1/1977, p. 38; DJ de 5/1/1977, p. 62. A imunidade das autarquias é restrita ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas atividades essenciais ou delas decorrentes. O IPTU é um imposto direto, que faz incidir sobre a posse a qualquer título e tornou exigível do mero possuidor.

Todas as empresas que prestam serviços próprios dos entes federados estão abrangidas pela imunidade recíproca, conforme julgado trazido à colação: "A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO está abrangida pela imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF, haja vista tratar-se de empresa pública federal que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-estrutura aeroportuária, mediante

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outorga da União, a quem constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, tal encargo (CF, art. 21, XII, c). Com base nesse entendimento, a Turma manteve decisão monocrática do Min. Celso de Mello que negara provimento a recurso extraordinário, do qual relator, em que o Município de Salvador pleiteava a incidência do ISS sobre a atividade desempenhada pela ora agravada. Precedentes citados: RE 265749/SP (DJU de 2.2.2007); RE 357291/PR (DJU de 2.6.2006); RE 407099/RS (DJU de 6.8.2004). RE 363412 AgR/BA, rel. Min. Celso de Mello, 7.8.2007 (INFORMATIVO 475, de agosto de 2007)

EIS A QUESTÃO!

26) (SEFAZ/RJ/2010/ESAF) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que:

a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder/dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o 'contribuinte de direito' e o 'contribuinte de fato').

Solução:

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A letra "a" está certa. Base legal: CTN art. 194. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.

A letra "b" está certa. Base legal: CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; § 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

A letra "c" está errada. Base legal: CF § 3° - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

A letra "d" está certa. O inciso VI do artigo 150 da CF determina que a imunidade abrange somente os impostos.

A letra "e" está certa. Se o contribuinte de direito e de fato é o município, na operação de importação não incidirá o imposto de importação.

A resposta a ser marcada é a letra "c".

27) (AFRF/2002-1/ESAF) É lícito ao ente tributante

a) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que expressa a lei que os tenha previsto.

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c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. d) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.

Solução:

A letra "a" está errada. A CF em seu art. 150, inciso II trata do princípio da igualdade ou isonomia e veda a instituição de tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

A letra "b" está errada. Base legal: CF art. 150 III, letra b. Trata do princípio da irretroatividade tributária e veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.

A letra "c" está correta. O artigo 150, inciso V da CF veda aos entes federados estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

A letra "d" está errada. O artigo 150, inciso III, letra b veda aos entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Como o imposto é uma espécie de tributo, a vedação a ele se refere. Vejam o problema do "copia e cola". O examinador colocou o pronome oblíquo "os" porque na CF "os" se refere a tributos. Há exceções a esse princípio, mas a questão se refere à letra do artigo 150 da CF.

A letra "e" está errada. O CTN no artigo 97 estabelece que somente a lei pode instituir ou aumentar tributos. A CF art. 150, inc. III, letra "b" estabelece que é vedado aos entes federados cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Este é o princípio da anterioridade tributária.

A resposta certa é a letra "c".

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28) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) A Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados e aos Municípios instituir

(A) tributos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros. (B) impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros. (C) tributos sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros. (D) impostos sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros. (E) impostos e taxas sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros.

Solução:

Esta questão refere-se à imunidade recíproca, estabelecida no art. 150 da CF. Base legal: CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

A resposta certa é a letra "b".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

§ 4° - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,

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relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RELIGIOSA

Esta imunidade garante a liberdade de culto, sem ingerência do Estado.

A liberdade de culto está estabelecida na Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso VI.

Ela somente abrange os impostos incidentes nas atividades das religiões, que tem a palavra templo como figura de linguagem, quero dizer que a imunidade abrange tudo o que está vinculado às suas finalidades essenciais, prédio, atividades, rendas auferidas pela instituição religiosa.

Mesmo que uma atividade não esteja aparentemente vinculada ao culto, se a entidade provar o vínculo, esta atividade gozará dessa imunidade.

IMUNIDADE DE PARTIDOS POLÍTICO, SINDICATOS DE TRABALHADORES E ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS SEM FINS LUCRATIVOS

Inicialmente, trataremos da imunidade de partidos políticos. Essa imunidade visa à proteção aos partidos da interferência governamental. Vamos imaginar, se o partido A elege o presidente do país. Para conseguir benefícios políticos, o governo poderia tributar determinado partido como forma de pressão política.

A CF assegura o pluripartidarismo no artigo 17.

A imunidade dos sindicatos dos trabalhadores funciona como proteção à liberdade de associação sindical, estabelecida no artigo 8° da CF.

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A imunidade das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos é um benefício para um serviço de grande interesse público.

Vimos os requisitos necessários para utilização da imunidade, citados na letra "c" acima, quando estudamos o artigo 14 do CTN. Esta imunidade é considerada como condicional por necessitar de lei para ter plena eficácia, ao contrário de outras que não necessitam de lei, por isso são consideradas incondicionais.

O fato de as instituições de educação e de assistência social não poderem ter fins lucrativos é para garantir a livre concorrência com as outras instituições que não gozem de benefício fiscal.

Em todos os casos acima, há a ideia de que, se uma entidade não possui condições econômicas para suportar o ônus tributário ela terá algum benefício fiscal do Estado para sua sobrevivência.

JURISPRUDÊNCIA

As rendas recebidas pelas entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, não são somente aquelas produzidas pelo objeto social da entidade, porém todas as rendas recebidas e aplicadas nas atividades essenciais estão protegidas pela imunidade constitucional. Com esse entendimento o STF exarou a Súmula 724, segundo a qual, "ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "C", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades."

As entidades de previdência privada que se mantenham com a contribuição de associados, não são entidades de assistência social, portanto não estão abrangidas pela imunidade constitucional do artigo 150, VI, c. Com base nesse raciocínio o STF exarou a Súmula n° 730: "A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários." Data de aprovação: Sessão plenária de 26/11/2003

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EIS AS QUESTÕES!

29) (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta.

( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.

( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade.

a) V, V, V b) V, V, F c) V, F, V d) F, F, V e) F, V, F

Solução:

A primeira afirmativa, verdadeira, é a súmula 730 do STF.

A segunda afirmativa é falsa, porque a imunidade atinge o patrimônio dos entes federados vinculados ou não às suas atividades. Diferente da imunidade que abrange as autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público, estas somente atinge o patrimônio vinculado às suas atividades.

A terceira afirmativa, verdadeira, tem base constitucional na imunidade dessa entidade na alínea "c", inciso VI do artigo 150. Com esse entendimento o STF editou a súmula n° 724: "Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição,

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desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades"

A resposta certa é a letra "c".

30)(FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito da imunidade tributária, é correto afirmar que

(A) os templos de qualquer culto não poderão ser tributados em relação ao IPTU e às taxas de contribuição de melhoria. (B) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja, abarca todas as espécies de tributos. (C) as imunidades seguem as regras de competência previstas na Constituição, mas são criadas por meio de lei. (D) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de imunidade tributária. (E) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Solução:

A alternativa "a" está errada. A imunidade religiosa estabelecida pela CF em seu art. 150, inc. VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto;

A alternativa "b" está errada. A imunidade recíproca somente abrange os impostos. Base legal: CF art. 150 VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

A alternativa "c" está errada. Imunidades são estabelecidas pela Constituição.

A alternativa "d" está errada. Somente as entidades sindicais dos trabalhadores gozam de imunidade. Base legal: CF art. 150 VI -instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

A alternativa "e" está certa. A imunidade recíproca somente se aplica aos impostos. Base legal: CF art. 150 VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

A resposta certa é a letra "e".

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

IMUNIDADE CULTURAL

Aqui temos a proteção aos direitos relacionados à cultura, assegurados pela Constituição no artigo 5°, incisos IV, IX e XIV.

Como vimos no estudo do artigo 9° do CTN, esta é uma imunidade objetiva e não abrange as pessoas e nem outras coisas vinculadas ao objeto a que se refere à imunidade, como proprietário, empregados, imóvel,etc.

Não estão abrangidas nesta imunidade as mídias magnéticas como CD e DVD.

JURISPRUDÊNCIA

Os insumos necessários para publicação de jornais e periódicos estão protegidos pela imunidade cultural, de outra forma, o jornal ou periódico estaria sendo indiretamente gravado pela tributação desses insumos. Com esse entendimento o STF editou a Súmula n° 657, com os seguintes termos: "A IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ABRANGE OS FILMES E PAPÉIS FOTOGRÁFICOS NECESSÁRIOS À PUBLICAÇÃO DE JORNAIS E PERIÓDICOS." Fonte de Publicação: DJ de 9/10/2003, p. 3; DJ de 10/10/2003, p. 3; DJ de 13/10/2003, p. 3.

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EIS A QUESTÃO!

31) (AFRF/2003/ESAF)

• Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de imunidade tributária?

• Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão abrangidos por imunidade tributária?

• A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de comercialização de livros, jornais, periódico se papel destinado a sua impressão?

a)Não, sim, não b)Não, não, sim c)Não, não, não d)Sim, sim, não e)Sim, não, sim

Solução:

A resposta à primeira pergunta é não. A súmula 730 do STF: "A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários."

A resposta à segunda pergunta é sim. A súmula 657 do STF que vimos acima responde com firmeza.

A resposta à terceira pergunta é não. A imunidade conferida, pelo artigo 150, VI, "d" da CF, aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão não alcança as pessoas vinculadas a essa atividade.

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JURISPRUDÊNCIA

O STF entende que a imunidade cultural é de natureza objetiva.

"Anistia (sic) do art. 150, VI, d, da Constituição Federal. IPMF. Empresa dedicada à edição, distribuição e comercialização de livros, jornais, revistas e periódicos. Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, empresas jornalísticas ou de publicidade — que permanecem sujeitas à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos. Conseqüentemente, não há falar em imunidade ao tributo sob enfoque, que incide sobre atos subjetivados (movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira)."

(RE 206.774, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 3-8-99, DJ de 29-10-99) RE 342336 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 20/03/2007 Órgão Julgador: Segunda Turma

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COFINS. IMUNIDADE. LIVROS. 1. A imunidade tributária prevista na alínea "d" do inciso VI do artigo 150 da Constituição do Brasil não alcança as contribuições para a seguridade social, não obstante sua natureza tributária, vez que imunidade diz respeito apenas a impostos. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.

A resposta certa é a letra "a".

32)(FCC/FISCAL/R0/2010) Considerando as regras constitucionais sobre tributação de uma empresa pública, é correto afirmar que terá

(A) imunidade sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com exploração de atividade econômica.

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(B) imunidade sobre impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais. (C) o mesmo regime tributário dos entes federados. (D) isenção de tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com suas atividades essenciais. (E) terá isenção sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

Solução:

As empresas públicas gozam da mesma imunidade relacionada no art. 150, §2° da CF. Base legal: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 2° - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

A alternativa "a" está errada, pois a imunidade está vinculada à finalidade essencial ou decorrente.

A alternativa "b" está certa. De acordo com o acima exposto.

A alternativa "c" está errada. Não é o mesmo regime tributário dos entes federados, pois a imunidade está vinculada às finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

A alternativa "d" está errada. Não é isenção, pois é uma determinação constitucional, ou seja, é imunidade.

A alternativa "e" está errada, conforme explicado na letra acima.

A resposta certa é a letra "b".

33)(FCC/FISCAL/R0/2010) A vedação constitucional conferida aos entes federados de cobrarem impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros é denominada

(A) não incidência. (B) anistia.

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(C) isenção recíproca. (D) imunidade recíproca. (E) remissão específica.

Solução:

A imunidade recíproca consta do artigo 150 da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: inciso VI -instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

A resposta certa é a letra "d".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

§ 5° - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

Este é um parágrafo de conteúdo programático. É um dever do Estado ser transparente em suas ações, porém, até o momento, não há normas estabelecidas para fiel cumprimento deste artigo pelo Poder Público.

Algumas vezes, escutamos na televisão algum noticiário sobre esse fato, porém são institutos privados que fazem a pesquisa e divulgam. É uma pena...

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

§ 6.° Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.°, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 3, de 1993)

Reserva legal de favores fiscais

Quaisquer favores fiscais sob a forma de isenção, subsídio, redução de base de cálculo, anistia, remissão ou concessão de crédito presumido em relação a impostos, taxas e contribuições, só podem ser concedidos através de lei específica, federal, estadual ou municipal, conforme a competência do tributo afetado, que regule exclusivamente as matérias acima citadas ou o correspondente tributo ou contribuição.

Para os benefícios fiscais relativos ao ICMS deve-se ainda observar o art. 155, XII, "g", ou seja, é preciso lei complementar para regular o que for deliberado pelos Estados e pelo DF sobre a forma de concessão e revogação de isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos a este tributo.

34) (FCC/Fiscal/RO/2010) A Constituição Federal dispõe sobre lei complementar em matéria tributária dentro do Sistema Tributário Nacional. Mediante lei complementar,

(A) podem ser concedidas isenções federais sobre tributos estaduais municipais. (B) serão criadas as limitações ao poder de tributar. (C) devem ser instituídos os impostos discriminados na Constituição. (D) devem ser fixadas as alíquotas dos impostos discriminados na Constituição.

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(E) devem ser fixados a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes dos impostos discriminados na Constituição.

So lução :

A alternativa "a" está errada. A União não pode conceder isenções sobre tributos estaduais ou municipais, chamadas de isenções heterônomas. Base legal: CF art. 150 § 6.° Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.°, XII, g.

A alternativa "b" está errada. As limitações ao poder de tributar são criadas pela Constituição. A lei complementar irá regular essas limitações. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: II -regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

A alternativa "c" está errada. Compete à lei a instituição de tributos. À lei complementar compete estabelecer normas gerais. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

A alternativa "d" está errada. Compete à lei a fixação de alíquotas Base legal: CTN art. 97 Somente a lei pode estabelecer: IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

A alternativa "e" está certa. A CF estabelece no art. 146 que cabe à lei complementar fixar a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes dos impostos discriminados na Constituição. Base legal: CF Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.

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Repare, nos comentários das letras "d" e "e" acima, que apesar de o CTN, em seu art. 97, inciso IV, determinar que somente a lei possa fixar a base de cálculo, a Constituição determina no artigo 146 que isto cabe à lei complementar.

A resposta certa é a letra "e".

35) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Assinale a alternativa correta, considerando que a segunda assertiva se vincula e é decorrência lógico-jurídica da primeira.

(A) O CTN equipara à majoração de tributo a modificação de sua base de cálculo que importe em torná-lo mais oneroso, sendo matéria reservada à lei; / entretanto, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo não configura majoração de tributo e, portanto, não é matéria reservada à lei. (B) De acordo com o princípio da vedação de isenções heterônomas, os Estados e Municípios não podem determinar isenções nos tributos de competência dos demais entes federados; / contudo, somente a União poderá instituir isenções de tributos de competência de Estados e Municípios, como prevê a Constituição. (C) Pelo princípio da anterioridade tributária, que destaca o valor da segurança jurídica, os tributos criados ou majorados só poderão ser cobrados no exercício financeiro posterior ao da lei que os instituiu ou majorou; / assim sendo, esse princípio deve ser aplicado a todas as espécies tributárias. (D) Pelo princípio da noventena, que está vinculado ao valor da segurança jurídica, a lei que cria ou aumenta tributos só pode produzir efeitos noventa dias após a sua publicação; / dessa forma, todos os tributos estão sujeitos a essa regra, exceto as contribuições sociais. (E) De acordo com Princípio da Liberdade de Tráfego, é vedado à União, Estados e Municípios estabelecer tributos pelo fato de pessoa ou bem estar indo ou voltando de um ponto a outro; / por isso, o pedágio não pode ter natureza jurídica de tributo.

Solução:

A alternativa "a" está certa. A atualização do valor monetário não constitui majoração do tributo. Base legal: CF art. 97 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; § 2° Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II

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deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

A alternativa "b" está errada. Isenções heterônomas são aquelas que a União, por lei complementar, concede a impostos dos outros entes federados. Em nossa Constituição esta hipótese está vedada, art. Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Há, porém, exceção: CF art. 155, §2°, inciso XII, letra "e", caso em que a União, por lei complementar, exclui a incidência do ICMS, de competência estadual, nos seguintes casos: XII - cabe à lei complementar: e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"; X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;

A alternativa "c" está errada. Há exceções em relação ao princípio da anterioridade tributária. Base legal: CF art. 150, inciso III Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:- cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; § 1° A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I (II), II(IE), IV(IPI) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários de guerra externa).

A alternativa "d" está errada. As Contribuições Sociais se sujeitam à noventena, porém a vedação do inciso III, c (princípio da noventena), não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I(empréstimos compulsórios no caso de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência), 153, I(II), II(IE), III(IR) e V(IOF); e 154, II(impostos extraordinários de guerra externa), nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III(IPVA), e 156, I(IPTU), conforme dita o art. 150, §1° da CF.

A alternativa "e" está errada. O pedágio é uma ressalva ao princípio do não tráfego. Base legal: Art. 150. Sem prejuízo de outras

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garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

A resposta certa é a letra "a".

36) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) Com relação respectivamente à isenção, imunidade e à não incidência, é correto afirmar que

(A) a isenção é norma de exceção; a imunidade é limitação legal à competência tributária; e a não incidência é zona de liberdade fiscal. (B) a isenção é norma que materializa o princípio da isonomia; a imunidade, da capacidade contributiva; e a não incidência tem como referencial o princípio da legalidade. (C) a não incidência não é via de regra expressa; a imunidade é tácita; e a isenção é literal. (D) a isenção requer interpretação literal; a imunidade, interpretação conforme os fins constitucionais; e a não incidência normalmente dispensa norma expressa. (E) a não incidência é norma tácita; a imunidade é expressa; e a isenção é presumida.

Solução:

A Isenção é forma de exclusão do crédito tributário que deve ser interpretada literalmente, conforme dicção do art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção;

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

A imunidade é decorrente da Constituição que impede a incidência de lei tributária em determinado fato.

A não incidência normalmente é norma não expressa, pois tudo o que não for definido como hipótese de incidência será uma

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situação de não incidência. A não incidência expressa somente serve para dirimir dúvida em relação à interpretação da norma jurídica.

Portanto a resposta certa é a letra "d".

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

§ 7.° A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional n° 3, de 1993)

Este parágrafo trata de adiantamento ao "credor".

Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo "clássico".

O imposto de renda retido na fonte é um adiantamento à União. As fontes pagadoras têm a obrigação de reter um percentual do valor pago ao trabalhador, como adiantamento do imposto de renda da pessoa física. No exercício seguinte a pessoa física irá declarar no ajuste anual e deduzir do valor tributável, a parcela que foi retida pela fonte pagadora e transferida à União.

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Vamos fazer um resumo das imunidades tributárias:

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

Tipo de imunidade e legislação

Abrangência Tributos com imunidade

Recíproca Art. 150, inc. VI, a, §3°

Entes federados Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços

Recíproca Art. 150, inc. VI, a, §2° e §3°

Autarquias e fundações dos entes federados

Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados às atividades

Art. 150, inc. VI, b, §4°

Templos de qualquer culto

Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados às finalidades essenciais.

Condicional Art. 150, inc. VI, c, §4°

Partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, entidades de educação e de assistência social sem fins lucrativos.

Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados às finalidades essenciais.

Condicional Art. 150, inc. VI, c, §4° c/c art. 195, §7°

Entidade beneficentes de assistência social, sem fins lucrativos.

^Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, vinculados às finalidades essenciais.

^Contribuições para seguridade social.

Art. 150, inc. VI, letra d

Livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão

Impostos em geral

Art. 149, §2°, inc. I Receitas de exportação

Contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico

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153, §3°, inc. III Exportação de produtos

IPI

Art. 153, §4°, inc. II Pequenas glebas rurais

ITR

Art. 153, §5° Ouro como ativo financeiro

Todos, com exceção do IOF

Art. 155, §2°, inc. X ^Exportação

^ sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica

^ Prestações de serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita

ICMS

Art. 155, §3° Operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País

Exceto II, IE, ICMS, todos os outros impostos não incidirão.

Art. 5°, XXXIV, LXXIII, LXXVI, LXXVII

Certidões, ação popular, registro civil, habeas corpus e habeas data

Custas judiciais e emolumentos

Art. 195, II Rendimentos de aposentadoria e pensão

Contribuição previdenciária

Art. 195, §7° Entidades beneficentes de assistência social

Contribuição da seguridade social

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Vimos no quadro acima que a imunidade tributária também atinge as taxas e contribuições. É pacífico o entendimentos do STF que custas judiciais e emolumentos (serventias judiciais e extrajudiciais) têm natureza jurídica de taxas, conforme parte de julgamento trazido à colação: "É da jurisprudência do Tribunal que as custas e os emolumentos judiciais ou extrajudiciais tem caráter tributário de taxa." (ADI 3694 / AP - 20/09/2006)

O STJ considera custa e emolumentos, pagos no curso da ação judicial, como tributos da espécie taxas. Com esse entendimento editou a Súmula 178: "O INSS NÃO GOZA DE ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS E EMOLUMENTOS, NAS AÇÕES ACIDENTARIAS E DE BENEFÍCIOS, PROPOSTAS NA JUSTIÇA ESTADUAL." Data da Publicação/Fonte: DJ 16/12/1996.

EIS AS QUESTÕES!

37) (FUNIVERSA/SEPLAN DF/2011) Acerca da imunidade tributária, assinale a alternativa correta. (A) A Constituição Federal não prevê a aplicação da imunidade para taxas. (B) A imunidade prevista na instituição e na cobrança de impostos entre entes políticos é chamada de imunidade condicional. (C) Aplica-se a imunidade tributária a empreendimentos privados ou àqueles em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário de serviço público. (D) A imunidade fiscal recíproca não se aplica a taxas. (E) A vedação de instituição e cobrança de impostos sobre a renda de entidades de assistência social sem fins lucrativos está desobrigada da observância dos requisitos previstos em lei.

Solução:

A alternativa "a" está errada. Como exemplo, a CF, no artigo 5°, inc. LXXVII, prevê imunidade para as custas judiciais e emolumentos incidentes em habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, atos necessários ao exercício da cidadania.

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A alternativa "b" está errada. A imunidade recíproca é incondicional, pois tem aplicação imediata, sem necessitar de lei para produzir seus efeitos.

A alternativa "c" está errada. Imunidades são estabelecidas pela Constituição e dizem respeito a tributo. No caso deste item não há pagamento de tributo, somente preço ou tarifa, que não estão compreendidos no conceito de tributo. É o que ocorre com o pedágio.

A alternativa "d" está certa. Somente se aplica a impostos. Base legal: CF art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

A alternativa "e" está errada. A imunidade das instituições de assistência social tem que atender aos requisitos da lei. Base legal: CF art. 150. VI - instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.

A resposta certa é a letra "d".

38) (FGV/2008/TJ-MS) Com base nos Princípios Constitucionais Tributários, analise as afirmativas a seguir:

I. A vedação que impede a União, os Estados, o DF e os Municípios de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça consagra o princípio da legalidade tributária. II. O princípio da irretroatividade tributária veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou majorou. III. O princípio da uniformidade geográfica admite excepcionalmente que sejam concedidos incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país.

Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Solução:

A afirmativa I está correta. O princípio da legalidade tributária está previsto no art. 150, inc. I da CF. Base legal: CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça

A afirmativa II está incorreta. O princípio da irretroatividade estabelece que em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado, de acordo com o art. 150, inc. III, letra "a" da CF. O princípio da anterioridade tributária, de acordo com o art. 150, inc. III, letra "b" da CF, reza que veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou majorou.

A afirmativa III está correta. O princípio da uniformidade geográfica é destinado à União e tem exceção. Base legal: CF art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

A resposta certa é a letra "c".

39) (TRF/2005/ESAF) A competência tributária, assim entendido o poder que os entes políticos têm para instituir tributos, encontra limites na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional.

Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que:

a) é vedado à União cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. b) é vedado aos entes políticos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

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c) é vedado à União conceder isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, exceto para os produtos definidos em lei como integrantes da denominada "cesta básica". d) é vedado aos entes políticos, em geral, utilizar tributo com efeito de confisco.

Solução:

Na alternativa "a", temos o princípio da irretroatividade. CF art. 150, III, a.

Na alternativa "b" é o princípio da não tributação mútua. CF art. 150, VI, a.

A alternativa "c" está errada, pois o §6° do artigo 150 da CF não tem exceção para os produtos da "cesta básica"

A alternativa "d" é o princípio do não-confisco, estabelecido no artigo 150, IV.

O candidato teria que marcar a alternativa "c", porque a questão pede a incorreta.

40) (AFRF/2003/ESAF) O texto abaixo sobre substituição tributária é reprodução do § 7° do art. 150 da Constituição Federal. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

" [I] poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de [II] pelo pagamento [III] , cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso [IV] o fato gerador presumido."

a) [I] A lei...[II] responsável...[III] de impostos ou contribuição...[IV] não se realize b) [I] A legislação tributária...[II] substituto tributário...[III] de tributos...[IV] não ocorra c) [I] Resolução do CONFAZ...[II] responsável...[III] do ICMS...[IV] se efetive d) [I] Somente lei complementar...[II] substituto tributário...[III] do ICMS...[IV] não se materialize

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e) [I] Medida Provisória...[II] substituto legal...[III] de impostos e contribuições...[IV] ocorra

Solução:

Essa é a redação do §7° do artigo 150, sendo correta a opção "a".

41) (TTN/94/ESAF) Na forma da Constituição, a isenção do imposto sobre a propriedade territorial urbana pode ser concedida somente:

a) por lei federal b) por lei específica estadual c) por lei específica municipal d) por lei federal, estadual ou municipal e) por lei complementar federal, ou lei municipal.

Solução:

O parágrafo 6° do artigo 150 da CF estabelece que só poderá ser concedida isenção mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente a matéria ou o correspondente tributo. Como a competência para instituir o IPTU é dos municípios, conclui-se que a lei deve ser específica municipal.

A resposta certa é a letra "c".

42) (ATRFB/2010/ESAF) Entre outras limitações ao poder de tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas:

I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover uma maior certeza do direito;

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II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador;

III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária, por exemplo;

IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria.

a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. e) Estão corretos apenas os itens I e III.

Solução:

Esta questão é discussão doutrinária, tendo sido objeto de questionamentos frente às decisões do STF. Abstendo-se das polêmicas, vamos ao aprendizado que a questão pode nos trazer.

Questão baseada no livro da Professora Misabel Derzi (O princípio da irretroatividade do Direito na Constituição e no CTN, Revista de Direito Tributário n° 67, São Paulo: Editora Malheiros; Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar (notas de atualização), 7° edição, Rio de Janeiro: Forense, 2003, páginas 189-223)

O item I está correto. O princípio da irretroatividade traz a segurança jurídica para que não haja surpresas em relação às normas tributárias.

O item II está correto. STF AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. MOREIRA ALVES Julgamento: 29/09/2000 Publicação DJ 23/10/2000 P - 00009 Decisão

DESPACHO: 1. Esta Corte já firmou o entendimento de que a antecipação do prazo para o recolhimento do ICMS determinado por

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decreto não viola os princípios constitucionais da legalidade, da anterioridade e da irretroatividade (assim, a título de exemplo, nos RREE 161.540, 154.273 e 203.684). Por outro lado, ao julgar, em sessão plenária, o RE 192.711, decidiu, em caso análogo ao presente, quanto ao disposto no artigo 155, § 2°, IX, "a": "ICMS INCIDENTE SOBRE MERCADORIAS IMPORTADAS. FATO GERADOR. ELEMENTO TEMPORAL. CF/88, ART. 155, § 2°, IX, A. ... Alterações que tiveram por consequência lógica a substituição da entrada da mercadoria no estabelecimento do importador para o do recebimento da mercadoria importada, como aspecto temporal do fato gerador do tributo, condicionando-se o desembaraço das mercadorias ou do bem importado ao recolhimento, não apenas dos tributos federais, mas também do ICMS incidente sobre a operação... (Lei n. 6.374/89, art. 2°, V)."

O item III está correto. Em regra a lei cria o tributo deverá prever o sujeito passivo, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária.

O item IV está errado. Não é admissível, segundo o livro em referência, a retroatividade imprópria.

A resposta certa é a letra "b".

43) (SEFAZ/SP/2009/ESAF) As imunidades tributárias são classificadas em:

a) proporcionais e progressivas. b) ontológicas e políticas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e não cumulativas. e) vinculadas e não vinculadas.

Solução:

Segundo a professora Derzi imunidade ontológica é aquela conferida às instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos. A imunidade é decorrente do relevante serviço público prestado e a ausência de capacidade contributiva de tais instituições, pois devem canalizar seus parcos recursos para a atividade fim.

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"Imunidade ontológica, que "corresponde a uma exigência natural do sistema. Em certo sentido é um subproduto dele. Contém-se, implicitamente, no próprio esquema constitucional, como verdadeira decorrência de sua composição. Não se trata de uma liberdade do constituinte mas da resultante imediata da adoção de certos princípios que definem o sistema federativo. É precisamente o caso de imunidade recíproca dos entes públicos. Sua insubmissão a impostos deflui implicitamente da harmonia entre eles." (CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, "Natureza e Regime Jurídico das Autarquias", RT, 1968, p.462/463).

Quanto às imunidades políticas estas são conferidas para prestigiar outros princípios constitucionais e podem beneficiar pessoas que tem capacidade contributiva.

Como exemplo, temos as imunidades dos templos, das entidades sindicais de trabalhadores, dos partidos políticos e suas fundações, dos jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão.

A resposta certa é a letra "b".

Foi bom estar em sua companhia, até a próxima.

Bons estudos!!!

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Seguem abaixo as questões que foram comentadas nesta aula, com o gabarito no final.

1) (AFRF/2000/ESAF) Para responder esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões.

(1) , os impostos terão caráter pessoal

Para, entre outros objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte (2)

a) (1) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum (2) desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico de investigação fiscal. b) (1) Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre discrição, (2) desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja específica autorização judicial. c) (1) Havendo expressa opção pelo legislador, (2) mas apenas se houver alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede. d) (1) Sempre que possível, (2) respeitados os direitos individuais e nos termos da lei. e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República,(2) mas a Constituição expressamente veda acesso a dados financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

2) (SEFAZ/SP/2009/ESAF) O princípio da capacidade contributiva:

a) aplica-se somente às contribuições. b) não se aplica às penalidades tributárias. c) aplica-se somente aos impostos. d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. e) é atendido pela progressividade dos impostos reais.

3) (FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito dos princípios constitucionais tributários, assinale a alternativa correta, considerando que a segunda assertiva é decorrência lógico-jurídica da primeira.

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(A) O princípio da capacidade contributiva tem por finalidade atingir a justiça fiscal, / e essa finalidade só é alcançada pela progressividade obrigatória das espécies de tributos. (B) O princípio da capacidade contributiva determina que os impostos tenham, sempre, caráter pessoal; / assim sendo, os impostos devem ser graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. (C) O princípio da vedação do tributo confiscatório impede a utilização de imposto com tal efeito; / dessa forma, o imposto só será confiscatório se ultrapassar 33% da renda. (D) O princípio da vedação do tributo confiscatório impede a utilização de imposto com efeito de confisco, / mas não há percentual que estabeleça previamente os limites do tributo confiscatório. (E) O princípio da legalidade veda aos entes da Federação que se exija ou aumente tributo sem lei que o estabeleça; / desse modo, a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo tem de ser sempre prevista em lei.

4) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Assinale, dentre os impostos abaixo, aquele que não obedece ao princípio da progressividade.

(A) IPTU (B) ITBI (C) Imposto de Renda (D) IPVA (E) ITR

5) (AFRF/2002-2/ESAF) O estabelecimento, em caráter geral, da definição da base de cálculo e do fato gerador dos impostos discriminados na Constituição há de ser feito por

a) lei complementar federal, em todos os casos. b) exclusivamente por lei complementar federal, para a União, e por lei complementar estadual para os Estados e Municípios. c) apenas em lei ordinária federal, estadual e municipal, conforme o caso, tendo em vista o princípio da autonomia dos Estados e Municípios. d) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal em qualquer caso. e) lei delegada, medida provisória ou lei ordinária federal quanto aos tributos da União, por lei estadual ou convênios para os Estados, e por lei municipal, para os Municípios.

6) (AFRF/2003/ESAF) Responda com base na Constituição Federal.

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• Medida Provisória publicada em 10 de dezembro de 2002 que majorou, a partir de 1° de janeiro de 2003, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza de pessoas físicas, mas não convertida em lei até 31 de dezembro de 2002, continuou a produzir efeitos a partir de 1° de janeiro de 2003?

• É admitida a edição de medida provisória para estabelecer, em matéria de legislação tributária, normas gerais sobre a definição de base de cálculo do imposto de competência da União sobre propriedade territorial rural?

• No tocante ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação?

a) Não, não, não b) Não, sim, não c) Não, não, sim d) Sim, não, sim e) Sim, sim, não

7) (SEFAZ/RJ 2010) Em matéria tributária, são privativas de lei complementar, exceto:

a) instituição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes. b) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. c) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte. e) instituição, por parte da União, de novos impostos, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição.

8) (SEFAZ/RJ/2010/ESAF) A Constituição Federal prevê o tratamento diferenciado e favorecido para micro-empresas e para as empresas de pequeno porte, abrangendo determinados tributos federais, e podendo ainda se estender a impostos e contribuições da

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União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Este regime, consoante a Constituição, obedecerá às seguintes regras, exceto:

a) será opcional para o contribuinte. b) não poderá ter condições de enquadramento diferenciadas por estado. c) terá seu recolhimento unificado e centralizado. d) a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento. e) sua arrecadação, fiscalização e cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados.

9) (AFRF/2000/ESAF) O Código Tributário Nacional, editado como uma lei ordinária (Lei n.° 5.172, de 1966), foi recebido pelo regime inaugurado pela Constituição de 1988 como:

a) lei ordinária, do modo como se encontra, mas podendo ser revogado ou alterado por lei, lei delegada ou medida provisória, pois têm a mesma hierarquia b) lei ordinária, apesar de ter sido alterada sua ementa e denominação, que passou a ser Código Tributário Nacional c) lei complementar, porque foi alterado por atos complementares, nos anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos Institucionais então em vigor d) lei complementar, por ser um Código e, pelas normas constitucionais em vigor à data de sua edição, os projetos de Código tinham tramitação especial e) lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de legislação tributária.

10) (AFRF/2000/ESAF) O estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá fazer-se, segundo norma contida na Constituição, mediante

a) lei ordinária federal b) lei ordinária de cada ente tributante c) lei complementar de cada ente tributante d) lei complementar federal e) lei ordinária, medida provisória ou lei delegada federal

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11) (ATRFB/2010/ESAF) "A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. "Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia", explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010.

Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe "A", ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe "B" passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%."

(Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009).

Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou.

a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores.

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12) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) Quando o tributo onera determinada atividade, empresa, ou grupo empresarial, interferindo no regime de competição estará

(A) atingindo o princípio da neutralidade. (B) confrontando o princípio do não confisco. (C) atendendo ao princípio da isonomia. (D) violentando o princípio federativo. (E) observando o princípio da capacidade contributiva.

13) (FGV/Fiscal/RJ/2009) A Lei Complementar desempenha papel de grande relevância em matéria tributária. Conforme se infere do artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei Complementar:

(A) fixar uma alíquota única do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (2%) em todo o território nacional, com o fim de debelar a guerra fiscal travada entre os Municípios. (B) regulamentar a denominada "cláusula geral antielisiva" inserida no Código Tributário Nacional (parágrafo único do artigo 116). (C) introduzir os tratados internacionais em matéria tributária (acordos de bitributação) no sistema tributário brasileiro. (D) ampliar a competência tributária constitucionalmente estabelecida dos entes da federação. (E) prevenir situações de desequilíbrio nas condições de concorrência mediante critérios especiais de tributação.

14) (AFRF/2005/TI/ESAF) Sobre as contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal), é errôneo afirmar-se, haver previsão de que

a) poderão ter alíquotas ad valorem ou específicas. b) incidirão, também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. c) incidirão, em todos os casos, uma única vez. d) poderão ter por base, entre outras, o faturamento e a receita bruta e) não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

15) (AFRFB/2009/ESAF) Assinale a afirmativa incorreta.

a) A Constituição Federal, além de conter normas instituidoras de tributos, igualmente contempla, em seus dispositivos, regras voltadas à discriminação das competências tributárias, a fim de que os entes

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políticos possam criar seus tributos, dentro das suas respectivas esferas de atribuições. b) A Constituição Federal prevê a possibilidade da criação, exclusivamente por lei, de contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. c) De acordo com o Código Tributário Nacional, a pessoa que alienar sua empresa, o fundo de comércio ou apenas um estabelecimento da empresa, e o adquirente continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou diversa razão social ou sob firma ou nome individual, a este último recai a responsabilidade pelos tributos do primeiro devidos até a data da alienação e que incidam sobre quaisquer daquelas universalidades de coisas. d) Consoante entendimento do STF, o imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão e não ao tempo do início do processo de inventário e partilha. e) Ainda sobre o imposto de transmissão causa mortis, o cálculo do referido imposto deve operar-se sobre o valor dos bens na data da avaliação.

16) (AFRF/2003/ESAF) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições constitucionais.

• As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição Federal sobre as receitas decorrentes de exportação,

sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.

• As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art. 149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da .

a) incidirão / podendo incidir também / anterioridade b) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade c) não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade mitigada ou nonagesimal d) incidirão / não podendo incidir / anterioridade e) não incidirão / não podendo incidir também / anterioridade mitigada ou nonagesimal

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17) (FGV/Fiscal/RJ/2010) Com relação à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), assinale a afirmativa incorreta.

(A) Não poderá incidir sobre receitas de exportação. (B) Não poderá incidir sobre a importação de produtos estrangeiros. (C) Poderá incidir sobre a importação de serviços. (D) Poderá ter alíquota ad valorem tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação. (E) Poderá ter alíquota específica tendo por base a unidade de medida adotada.

18) (FISCAL/RESENDE/CEPERJ/2007) Dentre as contribuições citadas abaixo, aquela que não possui natureza tributária é a: A) contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas B) contribuição confederativa C) contribuição previdenciária D) contribuição de intervenção no domínio econômico E) contribuição social do salário-educação

19)(FCC/FISCAL/R0/2010)Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que

(A) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente. (B) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal. (C) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal. (D) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública. (E) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública.

20)(FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que

(A) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir, exclusivamente, os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) de acordo com o Código Tributário Nacional, considera-se imposto o tributo vinculado a qualquer atividade estatal específica.

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(C) a taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem, como possível fato gerador, o exercício regular do poder de polícia. (D) a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, é de competência exclusiva da União. (E) a contribuição de melhoria é o tributo cobrado em função da realização de obras e prestação de serviços.

21) (ATRFB/2010/ESAF) A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que:

a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, deve ser considerado inconstitucional. b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por exemplo) seja justificado, não é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica. e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas atividades de interesse do Estado.

22) (FCC/FISCAL/R0/2010) O Estado de Rondônia majorou a base de cálculo do IPVA para o exercício de 2010, em 20 de novembro de 2009, conforme lei publicada no diário oficial do Estado naquela data. Considerando que a lei entrou em vigor na data de sua publicação, é correto afirmar que esta lei terá eficácia

(A) a partir do início do exercício financeiro de 2010, por ser exceção à anterioridade nonagesimal, mas se submeter à anterioridade anual.

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(B) 90 dias da publicação, desde que já no outro exercício financeiro, por dever obediência às regras de anterioridades nonagesimal e anual. (C) 90 dias a contar do início do exercício de 2010, tendo em vista a anterioridade nonagesimal. (D) na data de sua publicação, podendo ser aplicada imediatamente, ainda no exercício de 2009, por ser exceção à anterioridade. (E) 90 dias a contar da publicação, por dever obediência apenas à anterioridade nonagesimal.

23) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Acerca do princípio da anterioridade tributária, assinale a alternativa correta.

(A) A contribuição social sobre o lucro e a contribuição social sobre a folha de salários estão sujeitas ao princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal. (B) A majoração do imposto incidente sobre a importação de produtos estrangeiros e do imposto territorial rural não estão sujeitos ao princípio da anterioridade. (C) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a sua criação, em decorrência da previsão constitucional do princípio da anterioridade. (D) A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a publicação da lei que o criou, em decorrência da previsão constitucional do princípio da anterioridade. (E) Imposto extraordinário, no caso de guerra externa, não observa o princípio da anterioridade, mas deve respeitar a anterioridade nonagesimal.

24) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) O imposto "A" foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004 e a taxa "B" foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004. Esses tributos já poderiam ser cobrados

(A) desde a data de suas respectivas publicações. (B) em 02 de janeiro de 2005 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente. (C) em 05 de outubro de 2004 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (D) em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (E) em 05 de outubro de 2004 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente.

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25) (FGV/Fiscal/RJ/2010) As alternativas a seguir apresentam princípios tributários consagrados no texto constitucional, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) Princípio do não-confisco. (B) Princípio da liberdade de tráfego. (C) Princípio da anualidade. (D) Princípio da anterioridade. (E) Princípio da capacidade contributiva.

26) (SEFAZ/RJ/2010/ESAF) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que:

a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder/dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o 'contribuinte de direito' e o 'contribuinte de fato').

27) (AFRF/2002-1/ESAF) É lícito ao ente tributante

a) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

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b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que expressa a lei que os tenha previsto. c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. d) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.

28)(FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) A Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados e aos Municípios instituir

(A) tributos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros. (B) impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros. (C) tributos sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros. (D) impostos sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros. (E) impostos e taxas sobre o patrimônio, a renda, os serviços e a produção, uns dos outros.

29) (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta.

( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes.

( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando alugado a terceiros,permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal entidade.

a) V, V, V b) V, V, F

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c) V, F, V d) F, F, V e) F, V, F

30)(FGV/Fiscal/RJ/2011) A respeito da imunidade tributária, é correto afirmar que

(A) os templos de qualquer culto não poderão ser tributados em relação ao IPTU e às taxas de contribuição de melhoria. (B) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja, abarca todas as espécies de tributos. (C) as imunidades seguem as regras de competência previstas na Constituição, mas são criadas por meio de lei. (D) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de imunidade tributária. (E) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

31)(AFRF/2003 - ESAF)

• Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de imunidade tributária?

• Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão abrangidos por imunidade tributária?

• A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de comercialização de livros, jornais, periódico se papel destinado a sua impressão?

a)Não, sim, não b)Não, não, sim c)Não, não, não d)Sim, sim, não e)Sim, não, sim

32)(FCC/FISCAL/R0/2010) Considerando as regras constitucionais sobre tributação de uma empresa pública, é correto afirmar que terá

(A) imunidade sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com exploração de atividade econômica.

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(B) imunidade sobre impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais. (C) o mesmo regime tributário dos entes federados. (D) isenção de tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com suas atividades essenciais. (E) terá isenção sobre tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços relacionados com a prestação de serviços públicos essenciais.

33)(FCC/FISCAL/R0/2010) A vedação constitucional conferida aos entes federados de cobrarem impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros é denominada

(A) não incidência. (B) anistia. (C) isenção recíproca. (D) imunidade recíproca. (E) remissão específica.

34) (FCC/Fiscal/R0/2010) A Constituição Federal dispõe sobre lei complementar em matéria tributária dentro do Sistema Tributário Nacional. Mediante lei complementar,

(A) podem ser concedidas isenções federais sobre tributos estaduais municipais. (B) serão criadas as limitações ao poder de tributar. (C) devem ser instituídos os impostos discriminados na Constituição. (D) devem ser fixadas as alíquotas dos impostos discriminados na Constituição. (E) devem ser fixados a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes dos impostos discriminados na Constituição.

35) (FGV/Fiscal/RJ/2011) Assinale a alternativa correta, considerando que a segunda assertiva se vincula e é decorrência lógico-jurídica da primeira.

(A) O CTN equipara à majoração de tributo a modificação de sua base de cálculo que importe em torná-lo mais oneroso, sendo matéria reservada à lei; / entretanto, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo não configura majoração de tributo e, portanto, não é matéria reservada à lei. (B) De acordo com o princípio da vedação de isenções heterônomas, os Estados e Municípios não podem determinar isenções nos tributos de competência dos demais entes federados; / contudo, somente a União

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poderá instituir isenções de tributos de competência de Estados e Municípios, como prevê a Constituição. (C) Pelo princípio da anterioridade tributária, que destaca o valor da segurança jurídica, os tributos criados ou majorados só poderão ser cobrados no exercício financeiro posterior ao da lei que os instituiu ou majorou; / assim sendo, esse princípio deve ser aplicado a todas as espécies tributárias. (D) Pelo princípio da noventena, que está vinculado ao valor da segurança jurídica, a lei que cria ou aumenta tributos só pode produzir efeitos noventa dias após a sua publicação; / dessa forma, todos os tributos estão sujeitos a essa regra, exceto as contribuições sociais. (E) De acordo com Princípio da Liberdade de Tráfego, é vedado à União, Estados e Municípios estabelecer tributos pelo fato de pessoa ou bem estar indo ou voltando de um ponto a outro; / por isso, o pedágio não pode ter natureza jurídica de tributo.

36) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) Com relação respectivamente à isenção, imunidade e à não incidência, é correto afirmar que

(A) a isenção é norma de exceção; a imunidade é limitação legal à competência tributária; e a não incidência é zona de liberdade fiscal. (B) a isenção é norma que materializa o princípio da isonomia; a imunidade, da capacidade contributiva; e a não incidência tem como referencial o princípio da legalidade. (C) a não incidência não é via de regra expressa; a imunidade é tácita; e a isenção é literal. (D) a isenção requer interpretação literal; a imunidade, interpretação conforme os fins constitucionais; e a não incidência normalmente dispensa norma expressa. (E) a não incidência é norma tácita; a imunidade é expressa; e a isenção é presumida.

37) (FUNIVERSA/SEPLAN DF/2011) Acerca da imunidade tributária, assinale a alternativa correta. (A) A Constituição Federal não prevê a aplicação da imunidade para taxas. (B) A imunidade prevista na instituição e na cobrança de impostos entre entes políticos é chamada de imunidade condicional. (C) Aplica-se a imunidade tributária a empreendimentos privados ou àqueles em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário de serviço público. (D) A imunidade fiscal recíproca não se aplica a taxas.

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(E) A vedação de instituição e cobrança de impostos sobre a renda de entidades de assistência social sem fins lucrativos está desobrigada da observância dos requisitos previstos em lei.

38) (FGV/2008/TJ-MS) Com base nos Princípios Constitucionais Tributários, analise as afirmativas a seguir:

I. A vedação que impede a União, os Estados, o DF e os Municípios de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça consagra o princípio da legalidade tributária. II. O princípio da irretroatividade tributária veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou majorou. III. O princípio da uniformidade geográfica admite excepcionalmente que sejam concedidos incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país.

Assinale: a) se nenhuma afirmativa estiver correta. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

39) (TRF/2005/ESAF) A competência tributária, assim entendido o poder que os entes políticos têm para instituir tributos, encontra limites na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional.

Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que:

a) é vedado à União cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. b) é vedado aos entes políticos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. c) é vedado à União conceder isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, exceto para os produtos definidos em lei como integrantes da denominada "cesta básica". d) é vedado aos entes políticos, em geral, utilizar tributo com efeito de confisco.

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40) (AFRF/2003/ESAF) O texto abaixo sobre substituição tributária é reprodução do § 7° do art. 150 da Constituição Federal. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

" [I] poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de [II] pelo pagamento [III] , cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso [IV] o fato gerador presumido."

a) [I] A lei...[II] responsável...[III] de impostos ou contribuição...[IV] não se realize b) [I] A legislação tributária...[II] substituto tributário...[III] de tributos...[IV] não ocorra c) [I] Resolução do CONFAZ...[II] responsável...[III] do ICMS...[IV] se efetive d) [I] Somente lei complementar...[II] substituto tributário...[III] do ICMS...[IV] não se materialize e) [I] Medida Provisória...[II] substituto legal...[III] de impostos e contribuições...[IV] ocorra

41) (TTN/94/ESAF) Na forma da Constituição, a isenção do imposto sobre a propriedade territorial urbana pode ser concedida somente:

a) por lei federal b) por lei específica estadual c) por lei específica municipal d) por lei federal, estadual ou municipal e) por lei complementar federal, ou lei municipal.

42) (ATRFB/2010/ESAF) Entre outras limitações ao poder de tributar, que possuem os entes políticos, temos a de cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Sobre essa limitação, analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros ou falsos. Depois, escolha a opção que seja adequada às suas respostas:

I. a irretroatividade da lei tributária vem preservar o passado da atribuição de novos efeitos tributários, reforçando a própria garantia da legalidade, porquanto resulta na exigência de lei prévia, evidenciando-se como instrumento de otimização da segurança jurídica ao prover uma maior certeza do direito;

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II. o Supremo Tribunal Federal tem como referência, para análise da irretroatividade, o aspecto temporal da hipótese de incidência, ou seja, o momento apontado pela lei como sendo aquele em que se deve considerar ocorrido o fato gerador;

III. a mesma lei que rege o fato é também a única apta a reger os efeitos que ele desencadeia, como a sujeição passiva, extensão da responsabilidade, base de cálculo, alíquotas, deduções, compensações e correção monetária, por exemplo;

IV. a lei instituidora ou majoradora de tributos tem de ser, como regra, prospectiva; admite-se, porém, a sua retroatividade imprópria.

a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e III. c) Estão corretos apenas os itens I, III e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. e) Estão corretos apenas os itens I e III.

43) (SEFAZ/SP/2009/ESAF) As imunidades tributárias são classificadas em:

a) proporcionais e progressivas. b) ontológicas e políticas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e não cumulativas. e) vinculadas e não vinculadas.

GABARITO:

1 D 2 C 3 D 4 B 5 A 6 A 7 A 8 B 9 E 10 D 11 E 12 A 13 E 14 C 15 A 16 B 17 B 18 B 19 E 20 D 21 E 22 A 23 A 24 D 25 C 26 C 27 C 28 B 29 C 30 E 31 A 32 B 33 D 34 E 35 A 36 D 37 D 38 C 39 C 40 A 41 C 42 B 43 B

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