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CURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO P/ A RECEITA FEDERAL – TEORIA COMPLETA E QUESTÕES COMENTADAS – TURMA 5 1 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br PROFESSOR EDVALDO NILO CURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA A RECEITA FEDERAL – 5° TURMA – AULA 1 LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS - (03/02). Olá, amigos (as). Vamos iniciar o nosso curso hoje. Vamos nessa. TEMA I - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS. Então, vamos lá. 1. INTRODUÇÃO A CF/88 possui um capítulo denominado de Sistema Tributário Nacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seção específica sob o titulo “Limitações ao Poder de Tributar” (arts. 150 a 152). Dentro da seção “Limitações ao Poder de Tributar” ou limitações constitucionais ao poder de tributar, como prefere a doutrina predominante, encontramos as chamadas imunidades tributárias como balizas importantes e também diversos princípios constitucionais tributários. 2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS A norma jurídica é o gênero do qual se diversificam, como espécies, as regras e os princípios jurídicos. Dentre os últimos estão compreendidos os princípios constitucionais tributários dispostos explicitamente ou implicitamente no texto constitucional, principalmente na seção denominada de limitações do poder de tributar (arts. 150 a 152). 2.1 PRINCÍPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE À SEGURANÇA JURÍDICA A segurança jurídica exige, na maior medida do possível, a compreensibilidade, previsibilidade e conhecimento antecipado das normas vigentes pelo sujeito passivo da relação tributária. Decerto, decorre do Estado de Direito previsto constitucionalmente no art. 1°

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CURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO P/ A RECEITA FEDERAL – TEORIA COMPLETA E QUESTÕES COMENTADAS – TURMA 5

1Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PROFESSOR EDVALDO NILO CURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA A RECEITA

FEDERAL – 5° TURMA – AULA 1 – LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. PRINCÍPIOS

CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS - (03/02).

Olá, amigos (as).

Vamos iniciar o nosso curso hoje.

Vamos nessa.

TEMA I - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS.

Então, vamos lá.

1. INTRODUÇÃO

A CF/88 possui um capítulo denominado de Sistema Tributário Nacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seção específica sob o titulo “Limitações ao Poder de Tributar” (arts. 150 a 152).

Dentro da seção “Limitações ao Poder de Tributar” ou limitações constitucionais ao poder de tributar, como prefere a doutrina predominante, encontramos as chamadas imunidades tributárias como balizas importantes e também diversos princípios constitucionais tributários.

2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

A norma jurídica é o gênero do qual se diversificam, como espécies, as regras e os princípios jurídicos. Dentre os últimos estão compreendidos os princípios constitucionais tributários dispostos explicitamente ou implicitamente no texto constitucional, principalmente na seção denominada de limitações do poder de tributar (arts. 150 a 152).

2.1 PRINCÍPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE À SEGURANÇA JURÍDICA

A segurança jurídica exige, na maior medida do possível, a compreensibilidade, previsibilidade e conhecimento antecipado das normas vigentes pelo sujeito passivo da relação tributária. Decerto, decorre do Estado de Direito previsto constitucionalmente no art. 1°

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da CF/88 e, na seara tributária, é consagrada, especialmente, pelos princípios da legalidade (art. 150, I), irretroatividade (art. 150, III, “a”), não-surpresa (art. 150, III, “b” e “c”) e transparência fiscal (art. 150, §§5° e 6°).

2.1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O texto constitucional estabelece explicitamente no art. 150, I, que os tributos devem ser criados ou aumentados por lei prévia, buscando excluir o arbítrio do poder estatal. É a denominada legalidade tributária, que obriga o surgimento da obrigação tributária por lei formal (obrigação ex lege). Em regra, os tributos são instituídos por lei ordinária. Todavia, existem tributos que, se forem criados, devem ser por meio de lei complementar.

Lei complementar Imposto sobre grandes fortunas;

Empréstimos compulsórios Impostos residuais da União

Contribuições sociais novas ou residuais

2.1.1.1 PRINCÍPIO DA TIPICIDADE

Significa que não basta o tributo ser criado ou aumento por lei formal, devendo também ocorrer a adequação da conduta do sujeito passivo à norma tributária. É a subsunção do fato real à norma abstrata.

A tipicidade ordena que o legislador estabeleça em lei todos os aspectos da regra matriz de incidência tributária. Assim sendo, em função da obediência a tipicidade, os aspectos material (situação geradora da incidência), espacial (local de incidência), temporal (momento de incidência), pessoal (sujeito ativo e passivo) e quantitativo (base de cálculo e alíquota) devem está previstos em lei.

(ESAF/Analista/SUSEP/2010) “A lei deve esgotar, como preceito geral e abstrato, os dados necessários à identificação do fato gerador da obrigação tributária e à quantificação do tributo, sem que restem à autoridade poderes para, discricionariamente, se ‘A’ irá ou não pagar tributo, em face de determinada situação”. É correta.

A tipicidade é complementar ao princípio da legalidade, Segundo parte da doutrina, a tipicidade está expressa igualmente no art. 150, I, da CF/88. Assim, afirma-se que a legalidade tributária faz

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referência ao veículo da norma (lei formal) e a tipicidade ao conteúdo da lei, que é a própria norma tributária em todos os seus aspectos.

Neste sentido, o art. 97 do CTN concretiza a tipicidade tributária. De acordo com a interpretação deste dispositivo à luz do texto constitucional, apenas lei pode estabelecer:

• A instituição de tributos, ou a sua extinção; • A majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto

no texto constitucional; • A definição do fato gerador da obrigação tributária principal

e do seu sujeito passivo; • A fixação da base de cálculo do tributo e de sua alíquota,

ressalvado o disposto no texto constitucional; • A cominação de penalidades para as ações ou omissões

contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

• As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades, ressalvado o disposto no texto constitucional.

De mais a mais, ressaltamos o entendimento do STF no sentido de que a coisa julgada em matéria fiscal fica delimitada à relação jurídico-material em que debatida, não podendo, portanto, ser invocada em exercícios posteriores, de acordo com a Súmula 239 (AI 189.787-AgR, DJ de 4-4-1997).

(CESPE/Delegado de Polícia/RN/2009) “A decisão judicial que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício faz coisa julgada em relação aos posteriores, em respeito aos princípios da separação dos poderes e da autoridade da coisa julgada”. É errada.

2.1.1.2 MITIGAÇÕES, EXCEÇÕES OU ATENUAÇÕES A LEGALIDADE

Por sua vez, esclarece-se que existem tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF.

(CESPE/Consultor/ES/2010) “Em respeito ao princípio da legalidade, não é permitido ao chefe do Poder Executivo elevar a alíquota do

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imposto de importação, mesmo dentro de limites autorizados por lei”. É errada.

Quanto a Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) sobre combustíveis (art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF) e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei.

(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) “Inexistindo legislação específica impondo condições e limites, é lícito ao Poder Executivo alterar as alíquotas da contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE)”. É errada.

No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal.

(CESPE/Procurador/PB/2008) Nos termos e limites fixados em lei complementar federal, o Poder Executivo estadual, mediante decreto, pode reduzir, com o objetivo de regular a demanda, as alíquotas de ICMS de determinados produtos, dada a natureza extra-fiscal desse tributo. É errada, pois não pode ser mediante decreto.

Outra ressalva se refere aos benefícios fiscais do ICMS (isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão) por meio de convênio interestadual do CONFAZ (art. 150, §6°, da CF).

O fundamento da mitigação a legalidade tributária está no fato de que esses tributos têm caráter extrafiscal, ou seja, são tributos reguladores da política econômica, monetária e fiscal do País. Como exemplo, o Presidente da República quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI.

Ressaltamos que não foram recepcionados pela CF/88 os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que estabelecem sobre a competência do Poder Executivo de alterar as bases de cálculo do imposto sobre importação (II), do imposto sobre exportação (IE) e dos impostos

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sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF), a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Este é o entendimento na doutrina e jurisprudência predominante.

Por exemplo, afirma o STJ que a “instituição ou a fixação da base de cálculo de tributo, a que se refere o art. 97 do Código Tributário, que explicita o princípio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituição, se faz mediante a edição de lei” (AGREsp 465740/MG).

Por sua vez, segundo compreende parte da doutrina, é atenuação ou exceção à legalidade tributária a possibilidade de instituição ou majoração de tributo por medida provisória. Nesse rumo, a partir da Emenda Constitucional (EC) n.° 32/01, é expressa na CF a possibilidade das medidas provisórias atuarem como veículos introdutores de normas tributárias (art. 62, §2°), sendo proibido na hipótese da CF exigir lei complementar.

(21° Concurso para Procurador da República/MPF) Considerado o princípio da legalidade estrita em matéria tributária, é certo afirmar que a criação de novos tributos ou a majoração dos existentes:

a) Pode ocorrer mediante edição de medida provisória; b) Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal; c) Pode ocorrer mediante edição de medida provisória somente se

se tratar de taxa que tenha base de cálculo própria de impostos;

d) Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal, de iniciativa do chefe do poder executivo do ente político respectivo, a que a Constituição, atribui o poder de tributar.

A resposta é letra ‘a”.

Poder Executivo Federal (alterar a alíquota) II IE IPI IOF

CIDE – Combustíveis

Poder Executivo estadual e distrital (alíquotas definidas nacionalmente por convênio)

ICMS – Combustíveis e Lubrificantes

Poder Executivo estadual e distrital (benefícios fiscais definidos

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nacionalmente por convênio) ICMS

1. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Imposto sobre importação. c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Taxa de iluminação pública.

A questão cobra os tributos que são considerados extrafiscais, segundo a doutrina majoritária.

O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU.

Já o tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, monetário e fiscal do País, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia.

São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. Por exemplo, o Presidente da República quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI.

Assim, são considerados de caráter fiscal os tributos enunciados nas letras “A”, “B”, “C” e “D” (Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre importação e Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis).

Logo, deve ser marcada a letra “E”, inclusive a taxa de iluminação pública é considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (súmula 670).

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2. (ESAF/APO/União/2010) De acordo com a Constituição Federal, não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Trata-se do princípio da anterioridade tributária. Entretanto, a própria Constituição estabelece que ato do Poder Executivo pode elevar alíquotas de determinados tributos, como, por exemplo: a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e contribuição social sobre o lucro líquido. b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis e imposto sobre importações. c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto sobre a renda. d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto sobre produtos industrializados. e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportações.

O enunciado da questão tem um erro “grotesco”, pois afirma que o princípio da anterioridade estabelece que não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150, III, “a”, CF). Na verdade, trata-se do princípio da irretroatividade e não da anterioridade tributária.

Por sua vez, a questão cobra as exceções ou mitigações ao princípio da legalidade tributária.

Decerto, esclarece-se que existem tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF.

Quanto a CIDE – Combustíveis (art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF) e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei.

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Deste modo, vamos analisar as alternativas.

Letra (A). O imposto sobre a renda (IR) e contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) não são exceções ao princípio da legalidade tributária. Logo, incorreta.

Letra (B). O imposto sobre produtos industrializados (IPI), a contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis (CIDE – Combustíveis) e o imposto sobre importações (II) são exemplos concretos de mitigação do princípio da legalidade tributária. Logo, correta.

Letras (C), (D) e (E). O imposto sobre a renda (IR) não é exceção ao princípio da legalidade tributária. Portanto, incorretas as alternativas.

2.1.1.3 JURISPRUDÊNCIA DO STF

De início, ressaltamos que a definição de vencimento das obrigações tributárias (data para pagamento) e a instituição de obrigações tributárias acessórias não estão no campo reservado à lei, podendo ser alvo de Decreto do Poder Executivo.

(CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) “As obrigações principais e acessórias estão sujeitas ao princípio constitucional da legalidade estrita”. É errada.

Por sua vez, destacamos que não é competência exclusiva do Presidente da República a possibilidade de alteração das alíquotas dos tributos federais estabelecidas no texto constitucional. Segundo o STF, o enunciado “Poder Executivo” disposto no art. 153, §1°, da CF/88, não significa competência privativa ou exclusiva do Presidente da República, mas sim que tal competência pode ser exercida por órgão que integre a estrutura do Poder Executivo. Por exemplo, a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX).

(CESPE/Defensoria Pública-União/2010) “A competência para a fixação das alíquotas do imposto de exportação de produtos nacionais ou nacionalizados não é exclusiva do presidente da República; pode ser exercida por órgão que integre a estrutura do Poder Executivo”. É correta.

Assim, ressaltamos os seguintes precedentes:

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• Não implica ofensa a legalidade tributária o fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’ (RE 567.544-AgR);

• Regulamento que antecipa o dia de recolhimento do tributo e determina a incidência de correção monetária a partir de então não fere a legalidade, pois não se encontra sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária (RE 195.218, RE 182.971);

(CESPE/Juiz Federal/TRF1°REGIÃO/2009) “Ofende o princípio da legalidade decreto que antecipa data de recolhimento de tributo”. É errada. (CESPE/Procurador/PE/2009) “A simples atualização monetária não se confunde com majoração de tributo”. É certa.

• Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas. Assim, fere a legalidade a instituição dos emolumentos cartorários por Tribunal de Justiça, bem como as normas por meio das quais a autarquia institua uma taxa, sem lei que a autorizasse (ADI 1.709, ADI 1.823-MC).

(CESPE/Procurador/PE/2009) “A instituição de emolumentos cartorários pelo tribunal de justiça de um estado não afronta o princípio da reserva legal”. É errada.

2.1.2 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

Preceitua que a lei deve abranger apenas situações geradoras da obrigação tributária (aspecto material) posteriores à sua edição, não devendo abranger fatos pretéritos. Por exemplo, se a alíquota do IPVA é aumentada ou diminuída, não pode alcançar fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência.

Destacamos que irretroatividade em matéria tributária não é absoluta, podendo, por exemplo, as leis interpretativas e as multas menos severas retroagirem para atingirem situações passadas.

Importante: “Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração” (Súmula 584 do STF). Assim, não fere o princípio da irretroatividade lei editada no final do ano-base, que atingiu a renda apurada durante todo o ano, pois o fato gerador do IR somente se completa e se caracteriza, ao final do respectivo período, ou seja, no dia 31 de dezembro (RE 197.790-6, RE 194.612, RE n. 104.259);

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(21° Concurso para Procurador da República/MPF) Lei, editada em final de dezembro, majora alíquota do imposto de renda de pessoa jurídica, tem-se, então, que é:

a) Válida essa majoração porque sobre os rendimentos do ano base aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração de rendimentos;

b) Indevida a majoração por violar o princípio da anterioridade eis que a lei a incidir seria a vigente ao tempo do fato gerador, e não aquela a ter incidência no ano seguinte;

c) Indevida a majoração porque aí se confunde o conceito de ano-base com o do exercício financeiro;

d) Indevida por violar o princípio da irretroatividade. A resposta é a letra “a”, conforme súmula 584 do STF.

Os temas da irretroatividade própria, irretroatividade imprópria e da súmula 584 são tratados na nossa aula sobre obrigação tributária.

2.1.3 PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA TRIBUTÁRIA

Consagrado no art. 150, III, “b” e “c”, da CF, pela anterioridade, busca proteger o sujeito passivo de uma tributação inesperada. Decerto, é um plus a irretroatividade, pois não satisfaz a segurança jurídica apenas que a situação tributável seja prévia, devendo também existir um tempo razoável para que o sujeito passivo possa planejar as suas atividades econômicas, o que fortalece a confiança e a certeza no Estado de Direito.

2.1.3.1 ANTERIORIDADE GENÉRICA OU ANUAL

É a proibição do poder estatal fiscal cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que tenha instituído ou majorado o tributo.

A interpretação mais adequada do princípio da anterioridade genérica é que a norma jurídica criadora ou majoradora do tributo apenas irá incidir sobre os fatos jurídicos ocorridos no exercício financeiro subseqüente ao de sua publicação.

No Brasil, conforme dispõe a legislação infraconstitucional brasileira (art. 34 da Lei n. 4.320/64), o exercício financeiro é o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, coincidindo perfeitamente com o ano civil.

Neste sentido, a interpretação dominante na doutrina a respeito da anterioridade é que lei criadora ou majoradora do tributo

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entra em vigor no dia da sua publicação, mas só tem eficáciaapós a observância do prazo constitucional.

(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) “E Atende ao princípio da anterioridade de exercício a publicação, no Diário Oficial, da lei instituidora de imposto no dia 31/12, sábado, apesar de a sua circulação dar-se apenas na segunda-feira”. É certa, pois vale a data da publicação.

Por exemplo, se uma lei majorar o imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) em 30 de abril de 2009, só poderá produzir efeitos jurídicos a partir de 1° de janeiro de 2010. Ou seja, a lei entra em vigor no dia 30 de abril de 2009, mas só tem eficácia jurídica a partir de 1° de janeiro de 2010.

Deve-se salientar, entretanto, que, por motivos de política econômica ou de urgência, o princípio da anterioridade anual, segundo a Constituição Federal, não se aplica apenas ao empréstimo compulsório para atender despesas de calamidade pública ou despesas decorrentes de guerra externa (art. 148, I), ao imposto de importação de produtos estrangeiros (II – art. 153, I), ao imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE – art. 153, II), ao imposto sobre produtos industrializados (IPI – art. 153, IV), ao imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF – art. 153, V), ao imposto extraordinário por motivo de guerra externa (IEG – art. 154, II), e as contribuições para a seguridade social (art. 195, §6°).

Do mesmo modo, existem mais duas importantes normas que atenuam a aplicação da regra da anterioridade anual, que são as seguintes: (i) o imposto sobre circulação de mercadorias incidente em etapa única sobre combustíveis e lubrificantes (ICMS – Combustíveis) que pode ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal; e a (ii) alíquota da contribuição de intervenção no domínio econômico relativas à importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE – Combustíveis) que poderá ser reduzida e restabelecida por ato de competência do Poder Executivo Federal.

Com efeito, nestes dois últimos casos criados pela EC n.° 33/2001, deve-se afirmar que a interpretação mais consentânea com as normas jurídicas constitucionais e com a jurisprudência do STF é que o Poder Executivo poderá reduzir e restabelecer a alíquota do ICMS – Combustíveis e da CIDE – Combustíveis, mas não poderá

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ultrapassar o teto da alíquota prevista anteriormente a redução e que não se deve observar o princípio da anterioridade.

Anota-se também que o princípio da anterioridade é garantia individual do contribuinte e, portanto, cláusula pétrea, não podendo ser alterado nem pelo poder constituinte derivado. Assim sendo, a anterioridade tributária é limitação material ao poder constituinte derivado (ADIn n. 939-7).

2.1.3.2 ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

Por sua vez, o poder constituinte derivado através da EC n. 42/2003 revigorou a certeza e a segurança no direito tributário, garantindo-se ainda mais o sujeito passivo da relação tributária contra uma tributação inesperada ou surpresa, vedando a cobrança de alguns tributos antes de decorridos 90 dias da data em que tiver sido publicada a lei que os tenha instituído ou aumentado(art. 150, inciso III, alínea “c”), consoante já era igualmente fixado pelo poder constituinte originário para as contribuições da seguridade social (art. 195, §6°, da CF/88).

Exemplificando, publica-se uma lei aumentando a alíquota do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) no dia 31 de dezembro de 2008, esta lei, de acordo com o art. 150, inciso III, alínea “c”, da CF/88, só tem eficácia jurídica em 1° de abril de 2009.

A “nova” regra denominada de princípio da anterioridade nonagesimal ou especial (noventena) também é excepcionada para o II, IE, IR, IOF, IEG e o empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública, bem como no que diz respeito à fixação da base de cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e do imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

(FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) As duas facetas do princípio da não-surpresa– Constituição Federal/88, art. 150, III, “b” e “c” – aplicam-se ao: (A) imposto de renda. (B) IPI. (C) empréstimo compulsório. (D) ICMS. (E) imposto extraordinário de guerra.

As duas facetas do princípio da não-surpresa são a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal. Portanto, a resposta mais adequada é letra “d”. Contudo, ressaltamos que na hipótese de

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restabelecimento de alíquotas do ICMS incidente sobre Combustíveis não se aplica a anterioridade genérica ou anual.

Observamos, portanto, algumas importantes singularidades decorrentes da EC 42/2003, que são: o IPI não é exceção à noventena, mas é à anterioridade comum; o IR não é exceção à anterioridade comum, mas é à noventena; o restabelecimento (nunca o aumento propriamente dito) de alíquotas do ICMS – Combustíveis e da CIDE – Combustíveis não é exceção à noventena, mas é à anterioridade comum; o IPVA e o IPTU se submetem à anterioridade comum, mas a definição das suas bases de cálculo não está sujeita à noventena.

(CESPE/Ministério Público/ES/2010) Lei estadual, que determine a majoração das alíquotas e da base de cálculo do imposto sobre a propriedade de veículos automotores, publicada no dia 31 de dezembro, com cláusula de vigência imediata, produzirá efeitos A no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, apenas em relação à majoração da base de cálculo do imposto. B no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, em relação à majoração das alíquotas e da base de cálculo. C 45 dias após a data da publicação da lei, em relação apenas à majoração da base de cálculo. D noventa dias após a data da publicação da lei, apenas em relação à majoração das alíquotas. E no dia 1.º de janeiro do ano seguinte, apenas em relação à majoração das alíquotas. A resposta é letra “a”.

O quadro das exceções ao princípio da anterioridade e à noventena é a que segue. Preste atenção: se é exceção é porque não deve observar o princípio. E todos os demais tributos devem observar as duas anterioridades, porque a regra é a observância ao princípio.

Anterioridade anual Noventena II II IE IE IPI IR IOF IOF IEG IEG

Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de

calamidade pública

Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de

calamidade pública

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Restabelecimento de alíquotas do ICMS – Combustíveis e da CIDE –

Combustíveis

Base de cálculo do IPTU

Contribuições para a seguridade social

Base de cálculo do IPVA

2.1.3.3 MEDIDA PROVISÓRIA

O art. 62, §2°, da CF, dispõe que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte (anterioridade genérica) se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada, exceto nos casos do imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) e o imposto extraordinário de guerra (IEG).

(FGV/Juiz De Direito/MS/2008) “Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, como regra, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada”. É correta.

Decerto, salvo as exceções anteriores, a medida provisória (MP) também deve atender também a anterioridade nonagesimal ou noventena, contada da publicação da medida provisória se esta for convertida em lei sem alterações substanciais realizadas pelo Poder Legislativo.

Ao contrário, se a medida provisória for significativamente modificada, a noventena é contada da data da conversão da MP em lei. Acrescentamos que a medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, salvo II, IE, IPI, IOF, IEG, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

(FGV/Juiz De Direito/MS/2008) “Medida provisória não poderá instituir ou majorar o imposto de importação, exportação, IPI e IOF por serem tributos extrafiscais”.

Importante: o STF tem jurisprudência para a hipótese das contribuições da seguridade social, afirmando que, publicada a medida provisória até o dia 31 de dezembro, é possível a cobrança da contribuição nova ou majorada a partir de 01 de janeiro do exercício financeiro seguinte, desde que obedecida a noventena prevista no

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art. 195, § 6º, da CF, e que não tenha havido alteração substancial do texto aprovado pelo Congresso Nacional.

2.1.3.4 ANUALIDADE TRIBUTÁRIA

O princípio da anualidade tributária estabelece que para criação ou majoração de tributo é necessário a prévia autorização em lei orçamentária. Tal princípio não é mais vigente no ordenamento jurídico atual, segundo doutrina amplamente majoritário.

(FGV/SEFAZ/RJ/2010) As alternativas a seguir apresentam princípios tributários consagrados no texto constitucional, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Princípio do não-confisco. (B) Princípio da liberdade de tráfego. (C) Princípio da anualidade. (D) Princípio da anterioridade. (E) Princípio da capacidade contributiva. A resposta é “c”.

2.1.3.5 JURISPRUDÊNCIA DO STF

O STF já consolidou sua jurisprudência no sentido de que não é necessária a observância da anterioridade na hipótese de prorrogação de alíquota majorada já vigente.

Em caso decidido recentemente (RE 584110), por exemplo, o STF entendeu que determinada lei paulista, que manteve, para o ano seguinte, a majoração de alíquota do ICMS de 17% para 18%, já vigente em anos anteriores, não necessita cumprir a anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “c”, da CF/88).

Isto é, o STF interpretou mais uma vez restritivamente o princípio da anterioridade, compreendendo que em caso de mera prorrogação de alíquota e não de instituição ou majoração de tributo, não há surpresa ou insegurança jurídica para o sujeito passivo da relação tributária.

(CESPE/Defensoria Pública-União/2010) “Considere que determinado estado da Federação tenha publicado lei majorando a alíquota do ICMS de 18% para 19% e estabelecendo que sua vigência terminaria em 31 de dezembro de 2009. Considere, ainda, que, em meados desse mês, tenha sido publicada lei que manteve a alíquota de 19% para o ano de 2010. Nesse caso, a lei publicada em dezembro de 2009 viola o princípio da anterioridade nonagesimal”. É errado.

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Outras decisões importantes são as seguintes:

• Não há incidência do princípio da anterioridade tributária na redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob determinadas condições previstas em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, pois não ocorre aumento do valor do tributo (ADI 4.016-MC);

• Revogada a isenção incondicionada, o tributo torna-se imediatamente exigível, porque não há que se observar a anterioridade, dado que o tributo já é existente (RE 204.062);

(CESPE/Direito/TCE/AC/2009) “A revogação de isenção tem sido equiparada pelo STF à instituição ou majoração de tributo, razão pela qual só poderá produzir efeitos no exercício financeiro seguinte, em respeito à regra da anterioridade tributária”. É errada.

• Em caso de taxas, devem observar-se as limitações constitucionais ao poder de tributar, dentre essas, a anterioridade nonagesimal para que a lei tributária se torne eficaz (ADI 3.694);

(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) “Às taxas é aplicado o princípio da anterioridade de exercício, mas não o da anterioridade nonagesimal, que é restrita a impostos e contribuições”. É errada. (CESPE/Consultor/ES/2010) “Considerando que uma lei que criou uma taxa tenha sido promulgada e publicada em 3/12/2009, com vigência a partir da data de publicação, a referida taxa somente deverá ser cobrada a partir 1.º de janeiro de 2010”. É errada, em face da não obediência a anterioridade nonagesimal.

• A simples atualização monetária não se confunde com majoração do tributo. Logo, a modificação dos fatores de indexação, com base em legislação superveniente, não constitui desrespeito a situações jurídicas consolidadas, nem transgressão ao postulado da não-surpresa, instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (RE 200.844-AgR, AI 626.759-AgR);

• Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade (súmula 669 do STF).

2.1.4 PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA FISCAL

O princípio da transparência fiscal é implícito no texto constitucional.

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No direito tributário, busca garantir a adequada e clara informação ao sujeito passivo da carga tributária que lhe é imposta. Neste sentido, destacam-se dois dispositivos constitucionais, a saber: a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços (150, § 5º); qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão (benefícios fiscais) só poderá ser concedido mediante lei específica, sem prejuízo dos convênios interestaduais do CONFAZ (art. 150, § 6º).

2.2 PRINCÍPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE À JUSTIÇA TRIBUTÁRIA

A justiça é idéia elementar do Direito. No campo da tributação, segundo doutrina abalizada, “é basicamente distributiva, característica do regime publicístico, consistindo em tratar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam; mas, às vezes, é comutativa, própria das relações de troca, como ocorre com as taxas e as contribuições”.

A justiça tributária é consagrada, notadamente, pelos princípios constitucionais da igualdade (art. 150, II), da capacidade contributiva (art. 145, §1°) e do não-confisco (art. 150, IV).

2.2.1 PRINCÍPIO DA IGUALDADE

A isonomia ou igualdade, no âmbito tributário, veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, o que proíbe qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II).

Importante: Victor Uckmar distingue dois sentidos da igualdade tributária: (a) igualdade no sentido jurídico, que exige igual regime fiscal a contribuintes que estejam em idênticas situações; (b)igualdade no sentido econômico, que significa dever de contribuir em igual medida, com a graduação dos impostos de acordo com a capacidade contributiva dos indivíduos. 2.2.1.1 PRIVILÉGIOS ODIOSOS

A isonomia não proíbe qualquer tipo de discriminação, mas sim as discriminações irrazoáveis, chamadas pela doutrina de privilégios

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odiosos, tais como as decorrentes de opção sexual, origem, sexo, raça, crença religiosa, convicção filosófica ou política. Em outras palavras, discriminações razoáveis são juridicamente consentidas, desde que pertinentes aos interesses constitucionalmente protegidos, sobretudo, os direitos e garantias individuais. Decerto, deve existir correlação lógica e pertinência constitucional entre o tratamento tributário diferenciado (v.g., benefício fiscal) e o elemento de discriminação tributária.

Nesse rumo, o art. 150, II, da CF, afirma expressamente que os contribuintes em situação equivalente terão tratamento igual, evitando perseguições e favoritismos. Um fácil exemplo de privilégio odioso seria a isenção tributária de IPVA para os automóveis de todos aqueles que ocupam o cargo de Senador Federal, o que tornaria tais indivíduos privilegiados de forma ilegítima em relação a todos os demais contribuintes.

2.2.1.2 PRINCÍPIO DO NON OLET

O dinheiro não tem cheiro, como já afirmava historicamente o Imperador Vespasiano na Roma Antiga. Deste modo, todos aqueles que realizam a situação geradora da obrigação tributária, em princípio, deverão pagar o tributo, independentemente da legalidade do ato que gera o fato presuntivo de riqueza tributável.

Ressaltamos, assim, que é legitima a cobrança de imposto de renda (IR) incidente sobre produtos financeiros resultantes de atividades criminosas (STF, HC n° 77.530-RS). É a consideração objetiva da manifestação da riqueza para fins de incidência tributária, de acordo com a isonomia e o art. 118, I, do CTN. Por exemplo, também é lícita a cobrança de tributos resultantes de atividades de bicheiro, doleiros, “mensaleiros” (caixa dois) etc.

2.2.1.3 JURISPRUDÊNCIA DO STF

A jurisprudência relevante e atual do STF no que concerne ao princípio da igualdade é a seguinte:

• Desrespeita a isonomia tributária a isenção de IPTU, em razão da qualidade de servidor público (AI 157.871-AgR), e a isenção dos membros do Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos (ADI 3.260);

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(CESPE/PROCURADOR/PE/2009) “Lei complementar estadual que isente os membros do MP do pagamento de custas judiciais ou emolumentos é constitucional”. É errada.

• Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026, RE 344.331);

• Não é possível o STF efetivar a extensão do tratamento tributário diferenciado concedido às instituições financeiras, às cooperativas e às revendedoras de carros usados, a título do PIS/PASEP e da COFINS, o que implicaria converter-se o STF em legislador positivo (RE 402.748-AgR);

• Não ofende o princípio da isonomia lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energia elétrica do município, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública (RE 573.675);

• Não há ofensa a isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do Simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado (ADI 1.643);

• A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional (§ 9º do art. 195; AC 1.109-MC);

• Não há violação ao princípio da isonomia o diploma legal que estabelece valores específicos para cada faixa de contribuintes, sendo estes fixados segundo a capacidade contributiva de cada profissional (ADI 453);

• A instituição de incentivos fiscais a empresas que contratam empregados com mais de quarenta anos, utiliza-se do caráter extrafiscal dos tributos, sem violar o princípio da isonomia (ADI 1.276).

(ESAF/ATRFB/2010) A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, estabelece a isonomia, vale dizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que: a) diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, deve ser considerado inconstitucional.

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b) não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. c) para que um tratamento tributário diferenciado (isenção, por exemplo) seja justificado, não é necessário haver correlação lógica entre este e o elemento de discriminação tributária. d) em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica. e) a isenção, como causa de exclusão do crédito tributário, é, por sua própria natureza, fator de desigualação e discriminação entre pessoas, coisas e situações. Nem por isso, no entanto, as isenções são inconstitucionais, desde que reste demonstrado que se teve em mira o interesse ou a conveniência pública na aplicação da regra da capacidade contributiva ou no incentivo de determinadas atividades de interesse do Estado.

A questão cobra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o princípio da igualdade.

Letra (A). Segundo o STF, não há ofensa a isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando, por exemplo, do regime do Simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado (ADI 1.643). Logo, incorreta.

Letra (B). O STF permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia. Por exemplo, a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional (§ 9º do art. 195; AC 1.109-MC). Logo, incorreta.

Letra (C). É necessário haver correlação lógica entre o tratamento tributário diferenciado e o elemento de discriminação tributária, para que se fundamente a isenção ou qualquer outro tipo de discriminação tributária. Portanto, incorreta.

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Letra (D). Em razão da isonomia, deve ser diferenciado, por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica. É a concretização da isonomia com base na capacidade contributiva. Por exemplo, obedece ao princípio da isonomia o diploma legal que estabelece valores específicos para cada faixa de contribuintes, sendo estes fixados segundo a capacidade contributiva de cada profissional (ADI 453). Logo, incorreta.

Letra (E). Segundo o STF, a isenção traduz ato discricionário que, fundado em juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público, destina-se, a partir de critérios racionais, lógicos e impessoais estabelecidos de modo legítimo em norma legal, a implementar objetivos estatais qualificados pela extrafiscalidade (AI 142.348-AgR). Logo, correta.

2.2.2 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

Disposta no art. 145, §1°, da CF, a capacidade contributiva é instrumento de solidificação da igualdade tributária, que opera como limite e graduação da obrigação de pagar o tributo e deve ser vista sob duas perspectivas.

Em primeiro lugar, o aspecto objetivo ou absoluto, que leva em conta as manifestações reais de riqueza do fato tributável, isto é, o legislador deve eleger as situações ou atividades que revelem a capacidade econômica do sujeito passivo (“signos presuntivos de riqueza”). Por exemplo, ser proprietário de um veículo, auferir renda, importar um produto estrangeiro. Com feito, a capacidade contributiva absoluta é fundamento para instituição do imposto e, por conseguinte, serve de orientação para o legislador na escolha das hipóteses de incidência.

Em segundo lugar, o aspecto subjetivo ou relativo, que tem

em conta as particularidades de cada sujeito passivo (capacidade contributiva in concreto) e tem aplicação direta com o princípio da personalização dos impostos. Assim, a capacidade contributiva relativa serve de limite à incidência tributária e critério para progressividade do imposto.

Decerto, apesar de a doutrina consagrar como sinônimos os termos capacidade contributiva e capacidade econômica, a primeira significa a capacidade de pagar impostos (ability to pay), pressupondo a capacidade econômica (renda, patrimônio e consumo), mas também as características pessoais, tal como a redução da base

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de cálculo do imposto de renda com as deduções com despesas de saúde, educação e dependentes.

Em outras palavras, a capacidade contributiva é aptidão para suportar e pagar o tributo (conceito mais amplo) e a capacidade econômica é a mera potencialidade de aquisição de riquezas (conceito mais restrito). Tal distinção é relevante do ponto de vista de justiça fiscal, na medida em que otimizar a pura capacidade econômica do sujeito passivo é não tomar em conta a tributação isonômica e justa, que deve buscar mensurar adequadamente a riqueza real dos indivíduos. Ou seja, a tributação justa deve privilegiar a riqueza efetiva e real do sujeito passivo e não só a riqueza presumida, tal como o simples ganho de capital.

(13° Concurso para Procurador da República/MPF) Conceituar, distinguindo-as, capacidade contributiva e capacidade econômica do contribuinte, esclarecendo, ademais, se e em que medida essa distinção é importante do ponto de vista de justiça fiscal (máximo de 20 linhas).

Importante: A doutrina entende que são modos de concretização do princípio da capacidade contributiva a: (i) imunidades tributárias; (ii) isenção; (iii) seletividade e (iv) progressividade.

(CESPE/Promotor/RN/2009) A instituição de tributo com alíquotas progressivas sem ser exageradamente oneroso, não podendo, portanto, ser considerado confisco, faz transparecer, no direito tributário, na instituição do referido tributo, o cuidado com o princípio da A seletividade. B não-diferenciação tributária. C legalidade estrita. D capacidade contributiva. E igualdade tributária, em sentido jurídico. A resposta é “d”.

2.2.2.1 A PERSONALIZAÇÃO DOS IMPOSTOS

É um subprincípio da capacidade contributiva, explicitamente previsto no art. 145, §1°, da CF, que dispõe que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal.

Assim, sempre que possível, deve-se analisar as características pessoais do sujeito passivo, o que acontece, por exemplo, na quantificação do IR que tem como parâmetros de dedução do seu valor os gastos com educação, saúde, dependentes, dentre outros.

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2.2.2.2 MÍNIMO VITAL

O mínimo existencial, também denominado de mínimo indispensável ou mínimo vital, é corolário da capacidade contributiva, sendo o direito à não tributação do rendimento necessário a dignidade da pessoa humana, tendo como parâmetro o salário mínimo previsto constitucionalmente (art. 7°, IV).

Isto é, o mínimo vital é um limite mínimo para a tributação estatal, o que significa a eliminação da tributação sobre a renda necessária para sobrevivência do indivíduo e de sua família. Por exemplo, a isenção no imposto de renda (IR) no que diz respeito ao limite mínimo de renda ou proventos adquiridos ou a isenção de custas judiciais para os reconhecidamente pobres.

2.2.2.3 APLICAÇÃO AS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Nesse rumo, apesar da literalidade do art. 145, §1°, da CF, que dispõe sobre a aplicação da capacidade contributiva apenas aos impostos, a jurisprudência do STF firmou orientação no sentido da aplicação às taxas, especialmente quando fato gerador é o exercício do poder de polícia como fato gerador (RE 216.259-AgR, RE 177.835).

(CESPE/Direito/TCE/AC/2009) “O princípio da capacidade contributiva, segundo previsão expressa na CF, aplica-se a todos os tributos federais, estaduais e municipais”. É errada.

No que diz respeito a contribuição social do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, I, “a”, “b” e “c”), a CF também deixou caminho aberto para aplicação da capacidade contributiva, pois tais contribuições poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

Por sua vez, realçamos o entendimento da ESAF em 2009 de que a capacidade contributiva não se aplica as multas tributárias, em face da ausência explícita de previsão constitucional.

(ESAF/APOF/SP) O princípio da capacidade contributiva: a) não se aplica às penalidades tributárias. b) aplica-se somente às contribuições. c) aplica-se somente aos impostos. d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias.

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e) é atendido pela progressividade dos impostos reais. A resposta é a letra “a”.

2.2.2.4 JURISPRUDÊNCIA DO STF

Ressaltamos como atuais as seguintes decisões do STF:

• “A exigibilidade do ISS, uma vez ocorrido o fato gerador — que é a prestação do serviço —, não está condicionada ao adimplemento da obrigação de pagar-lhe o preço, assumida pelo tomador dele: a conformidade da legislação tributária com os princípios constitucionais da isonomia e da capacidade contributiva não pode depender do prazo de pagamento concedido pelo contribuinte a sua clientela.” (AI 228.337-AgR);

• O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – ser tomado com parâmetro na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo é uma forma de realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva (RE 232.393, RE 336.782-AgR);

• A CF não autoriza a progressividade das alíquotas no ITBI, realizando-se o princípio da capacidade contributiva proporcionalmente ao preço da venda do imóvel (RE 234.105).

2.2.3 PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO

Tem como base fundamental o direito constitucional de propriedade (art. 5º, XXII) e dispositivo explícito do sistema tributário nacional (art. 150, IV), sendo um limite máximo para a tributação. Isto é, enquanto o mínimo vital é um limite mínimo para incidência tributária, o não-confisco é um limite máximo.

A Constituição não define o que seja confisco, competindo, em última instância, ao Poder Judiciário estabelecer, utilizando-se da razoabilidade e proporcionalidade, os contornos deste conceito jurídico indeterminado.

Neste sentido, conforme doutrina amplamente majoritária, compreendemos que o princípio da vedação do tributo com efeito de confisco pode alcançar qualquer espécie tributária e deve ser interpretado de forma sistemática com outros princípios constitucionais. Isto é, o caráter confiscatório ou não do tributo deve ser analisado em conjunto, sobretudo, com os princípios do direito a propriedade, dignidade da pessoa humana, liberdade de trabalho,

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ofício ou profissão, igualdade, capacidade contributiva e progressividade.

(ESAF/AFRFB/2010) “O princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos”. É correta.

2.2.3.1 PERSPECTIVA DINÂMICA E PERSPECTIVA ESTÁTICA

A perspectiva dinâmica e a perspectiva estática de incidência do princípio do não confisco é uma distinção que analisa a aplicação da proibição de tributo com efeito de confisco sob a ótica temporal das normas tributárias.

Deste modo, afirma Fabio Brun Goldschmidt: “A perspectiva estática faz a análise da aplicabilidade do art.150, IV diante de uma dada realidade normativa vigente; diz com os resultados, os efeitos funestos causados pela legislação em vigor. A perspectiva dinâmica, por outro lado, tem em vista, não as leis em si mesmas consideradas, mas a transição normativa como um processo; diz com os efeitos confiscatórios que podem ser gerados pela alteração das normas tributárias”.

Assim, conforme afirmamos em estudos publicados periodicamente no site <www.pontodosconcursos.com.br>, a perspectiva estática diz respeito à análise do princípio do não-confisco em razão do valor dos tributos vigentes no ordenamento jurídico (“quantum do tributo”) e a perspectiva dinâmica avalia o efeito do princípio do não-confisco na alteração ou mutação ocorrida na legislação tributária (“quantum do aumento dos tributos”).

Noutra perspectiva, Aires Barreto afirma que o imposto sobre a renda pode ser confiscatório e também os impostos sobre o patrimônio, quer considerados em sua perspectiva estática (propriedade imobiliária – IPTU e ITR), quer em sua perspectiva dinâmica (transmissão de propriedade imobiliária – ITCMD e ITBI).

Assim, o imposto incide numa perspectiva estática quando considera apenas o patrimônio em si mesmo, isto é, a pura manutenção do patrimônio é adotada como índice de capacidade contributiva. Assim, o ITR, o IPTU, o IGF e o IPVA são exemplos característicos de impostos que tomam o patrimônio, a partir de uma perspectiva estática.

Por sua vez, o imposto incide numa perspectiva dinâmica quando considera possíveis modificações patrimoniais (riqueza

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renovável), ou seja, as mutações dos elementos patrimoniais são adotadas como índice de capacidade contributiva. Isto é, a saída e a entrada (“movimentações”: ingresso, circulação, transferência, transmissão e doação) de riqueza relevam a possibilidade de suportar o ônus tributário. Decerto, o II, IE, IR, IPI, IOF, ITCMD, ICMS e ITBI oneram o patrimônio, a partir de uma perspectiva dinâmica.

Importante: No mundo da realidade, os tributos podem serconfiscatórios (mundo do ser). Contudo, de acordo com o nosso ordenamento jurídico, sobretudo, em razão do art. 150, IV, da CF, os tributos não devem ser confiscatórios (mundo do Direito).

2.2.3.2 IMPOSTO PROIBITIVO, IMPOSTO EXCESSIVO E IMPOSTO CONFISCATÓRIO

A vedação ao imposto proibitivo, princípio implícito derivado do não-confisco tributário, objetiva impedir a onerosidade excessiva ou exacerbada do imposto que obste o aproveitamento da atividade econômico do sujeito passivo.

O imposto proibitivo fere de morte o princípio constitucional da livre iniciativa (art. 1°, IV) e as garantias constitucionais do desenvolvimento nacional (art. 3°, II) e do livre exercício profissional (art. 5°, XIII).

Ademais, a doutrina de Sampaio Dória distingue imposto proibitivo, imposto excessivo e imposto confiscatório:

• Imposto proibitivo asfixia, destrói e impossibilita a atividade tributada;

• Imposto excessivo desencoraja ou dificulta a atividade tributada;

• Imposto confiscatório absorve parcela substancial da propriedade ou a totalidade da renda do indivíduo ou da empresa.

2.2.3.3 JURISPRUDÊNCIA DO STF

As decisões relevantes do STF são as seguintes:

• “A multa moratória de 20% ou 30% do valor do imposto devido, não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade contributiva e da vedação ao confisco” (RE 239.964, AI 755.741-AgR, RE 220.284);

• Não existe caráter confiscatório de multa de 100% imposta ao contribuinte, por meio de lançamento de ofício, que decorre do

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fato de haver-se ele omitido na declaração e recolhimento tempestivo da contribuição (RE 241.087-AgR);

• Fere o princípio constitucional da não-confiscatoriedade diploma legislativo que institui multa fiscal de 300% (ADI 1.075-MC, AI 482.281-AgR);

(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) “Contra a imposição de multas por sonegação fiscal ou mesmo pelo não recolhimento do tributo, não se pode argumentar com a proibição constitucional de utilização de tributo com efeito de confisco, já que de tributo não se trata”. É incorreta.

• Não configura confisco decisão que, a partir de normas estritamente legais, aplicáveis a espécie, resultou na perda de bem móvel importado (AI 173.689-AgR);

• Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. Se o valor da taxa ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência, configurar-se-á hipótese de ofensa ao princípio do não-confisco (ADI 2.551-MC-QO);

• A instituição de alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos servidores públicos ofende o princípio da vedação de utilização de qualquer tributo com efeito confiscatório (AI 701.192-AgR);

• A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade do contribuinte para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído. Assim, resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte. (ADC 8-MC; ADI 2.551-MC-QO);

• O regime de substituição tributária ‘para frente’ não ofende ao princípio do não-confisco (AI 207.377 AgR);

• “Imposto de Importação. Aumento de alíquota de 4% para 14%. A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação, tomando-se em conta custos, carga tributária global, margens de lucro e condições pontuais do mercado e de conjuntura social e econômica

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(...). O isolado aumento da alíquota do tributo é insuficientepara comprovar a absorção total ou demasiada do produto econômico da atividade privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa” (RE 448.432-AgR, DJE de 28-5-2010);

• “A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte”, em oposição a proibição de tributos com efeito de confisco (ADI 551, DJ de 14-2-2003).

(CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) Com relação às limitações constitucionais do poder de tributar, assinale a opção correta. A A proibição constitucional da utilização de tributo com efeito de confisco decorre de seu efeito cumulativo, ou seja, sempre que várias incidências estabelecidas pelo mesmo ente tributante afetarem o patrimônio ou rendimentos do contribuinte de forma não razoável. Nessa situação, sua verificação é individual, passível apenas de controle difuso da constitucionalidade. B A utilização de tributo com efeito de confisco tem como parâmetro a incidência do novo tributo em face de sua própria carga tributária, não o total da carga tributária a que esteja submetido o contribuinte. C As multas aplicadas em face da sonegação ou do não recolhimento dos impostos, quando superem o valor do bem, em princípio ofendem tanto o princípio da proporcionalidade quanto o da proibição de tributos com efeito de confisco. D Confisco é sanção e, para verificar se o tributo tem esse efeito, é necessário examinar se a lei que instituiu o tributo tem como fim impor penalidade ao contribuinte. E Os tributos indiretos são repassados ao consumidor final e não incidem sobre renda ou patrimônio, sendo-lhes inaplicável o princípio constitucional da vedação de confisco. A resposta é a letra “c”.

(ESAF/AFRFB/2010) Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que: a) os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quando considerados em sua perspectiva estática. b) uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por exemplo, não significa necessariamente confisco. c) o imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica, pode ser confiscatório.

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d) o princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação dos tributos. e) a identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente.

Letras (A e C). Segundo entendimento doutrinário (Aires F. Barreto, ISS na Constituição e na Lei, São Paulo: Dialética, 2003, pp. 21-22), os impostos sobre o patrimônio podem ser confiscatórios, quer considerados em sua perspectiva estática (propriedade imobiliária), quer em sua perspectiva dinâmica (transmissão de propriedade imobiliária – ITCMD e ITBI). Logo, corretas.

Letra (B). A alíquota do IPI de 150% não significa necessariamente confisco, eis que o IPI é um tributo extrafiscal, o que possibilita um lastro maior para majoração deste tributo (v.g., II, IE e IOF). Logo, correta.

Letra (D). O princípio da progressividade representa o aumento da alíquota do tributo à medida que a base de cálculo do respectivo tributo igualmente aumente. Assim, o princípio do não-confisco que é um limite máximo a tributação contribui para estabelecer o alcance da progressividade, eis que esta não pode tornar a exigência tributária confiscatória. Logo, correta.

Letra (E). Segundo entendimento do STF (ADC 8-MC, ADI 2.551-MC-QO), a identificação do efeito confiscatório é feito em função da totalidade da carga tributária e não em relação a cada tributo isoladamente. Logo, incorreta.

2.3 PRINCÍPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE À FORMA FEDERATIVA DE ESTADO

O federalismo é a forma de organização do estado brasileiro, tendo como características fundamentais a: (i) descentralização político-administrativa fixada pela Constituição, por meio do processo de repartição das competências legislativas e tributárias; (ii)autonomia dos Estados federados, de acordo com a Constituição; (iii) participação das vontades parciais na vontade geral, que é a participação dos Estados federados nas decisões da União (Senado Federal); (iv) auto-organização dos Estados-membros por meio de Constituições próprias; (v) existência órgãos próprios dos Estados-membros para o exercício das funções legislativa, executiva e jurisdicional.

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Nesse rumo, na seara tributária, há princípios constitucionais com o objetivo de preservar o pacto federativo, tais como o da liberdade de tráfego (art. 150, V), da uniformidade geográfica (art. 151, I), da não-discriminação em razão da procedência ou destino (art. 152) e da territorialidade das leis.

2.3.1 PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO

Expresso no art. 150, V, da CF/88, proíbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, salvo a cobrança de pedágios pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

Decerto, o princípio em análise confirma a proteção constitucional da liberdade de locomoção, devendo-se entender que o fato gerador de qualquer tributo deve ser distinto de transposição de Municípios e de transposição de Estados. Caso contrário, prejudicar-se-ia o tráfego de pessoas e bens no território nacional.

(CESPE/Consultor/ES/2010) “Se, devido a incentivos fiscais concedidos pelo governo do Espírito Santo, novas empresas produtoras de automóveis instalarem-se no estado, e esse fato contribuir para atrair milhares de trabalhadores de outros estados brasileiros, nesse caso, visando conter o fluxo migratório e para não prejudicar a política de geração de empregos local, o governador poderá instituir um tributo interestadual, limitando a entrada de trabalhadores de outros estados, pelo mesmo período de tempo do incentivo fiscal concedido às montadoras de automóveis”. É errada.

Ademais, ressaltamos que o ICMS cobrado nos Postos Fiscais de fronteira é cobrado em virtude da “circulação de mercadorias” (um dos fatos geradores do ICMS) e não pelas transposições territoriais supramencionadas.

(FGV/FRE/AP/2010) Sobre a limitação à liberdade de tráfego de pessoas e mercadorias prevista no artigo 150, inciso V, da Constituição Federal, assinale a afirmativa incorreta. (A) Não se admite limitação ao tráfego de pessoas ou mercadorias mediante a instituição de tributos interestaduais ou intermunicipais. (B) Não se trata de regra de imunidade. (C) Impede o agravamento do ônus tributário meramente em virtude de se tratar de uma operação interestadual ou intermunicipal. (D) Não impede a cobrança de pedágio nas vias conservadas pelo Poder Público.

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(E) Trata-se de regra de imunidade aplicável às operações estaduais ou intermunicipais, de tal forma que estas não poderão sofrer a incidência de qualquer tributo. Segundo a doutrina amplamente majoritária, tal regra não é classificada como imunidade tributária, mas, sim, como o princípio da liberdade de tráfego. Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.

2.3.2 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA

O princípio da uniformidade geográfica está estabelecido no art. 151, I, da CF/88, afirmando que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

(CESPE/Advogado/CEF/2010) “A União pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional”. É errada, conforme gabarito definitivo da banca, pois, em regra, é proibido.

Portanto, o princípio da uniformidade geográfica prega que é vedado a União instituir ou majorar tributos de forma desigual em todo o território nacional. Assim, por exemplo, o tributo de competência da União deve conter a mesma alíquota em todo o Brasil.

Entretanto, existe uma atenuação a este princípio no caso de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Por exemplo, a União deve conceder a Zona Franca de Manaus benefícios fiscais até 2023, conforme o art. 92 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

2.3.2.1 A VEDAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO DIFERENCIADA DA RENDAS DAS OBRIGAÇÕES DE DÍVIDA PÚBLICA E DA REMUNERAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS

É o impedimento constitucional da União de tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes (art. 151, II).

2.3.2.2 A VEDAÇÃO DAS ISENÇÕES HETERÔNOMAS

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O texto constitucional proíbe a União de instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151, III). No entanto, segundo interpretação consolidada no STF e STJ, o âmbito de aplicação desta norma é o das relações das entidades federadas entre si (ordem interna) e não a atuação da União na ordem externa (tratados, convenções e acordos internacionais).

2.3.3 PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO EM RAZÃO DA PROCEDÊNCIA OU DESTINO

Previsto no art. 152 da CF/88 veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

(CESPE/Advogado/CEF/2010) “Qualquer ente federativo pode instituir tributo que importe em distinção ou preferência em favor de determinado estado ou município”. É errada. (CESPE/Advogado/CEF/2010) “Os estados podem estabelecer diferenças tributárias entre bens de qualquer natureza, em razão de sua natureza ou do seu destino”. É errada.

Decorre do princípio federativo, pois busca evitar a “guerra fiscal” entre os entes federados. Neste sentido, o STF declarou a inconstitucionalidade do Decreto 35.528/2004, do Estado do Rio de Janeiro (RJ), que estabelecia redução na base de cálculo do ICMS nas saídas internas de café torrado ou moído produzido em estabelecimento industrial localizado no Estado do RJ, uma vez que gerava um grave óbice à livre circulação de bens e mercadorias entre Estados da federação (ADI 3.389; ADI 3.673).

(CESPE/Advogado/CEF/2010) “É vedado aos municípios, e não aos estados, ao DF e à União, o estabelecimento de diferenças tributárias entre bens de qualquer natureza, em razão de sua natureza ou de seu destino”. É errada.

2.3.4 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE DAS LEIS

É princípio implícito, assentando que as leis tributárias só têm validade e eficácia no âmbito do Poder Legislativo que o produziu. Assim, em princípio, no caso da União (Congresso Nacional), a lei tem validade no território nacional. Na hipótese de lei estadual (Assembléia Legislativa), a lei tem validade no território estadual. No caso de lei municipal (Câmara de Vereadores), a lei tem validade no

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território municipal. Portanto, a regra é a territorialidade.

Contudo, existem casos extraterritorialidade como no caso dos tratados internacionais. Outro exemplo é o art. 102 do CTN, dispondo que a “legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União”.

2.4 PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICOS A DETERMINADOS TRIBUTOS

Alguns princípios tributários dizem respeito explicitamente a determinados tributos, a saber: (i) generalidade, universalidade e progressividade no IR (art. 153, §2°); (ii) obrigatoriedade daseletividade e da não-cumulatividade no IPI (art. 153, §3°); (iii) progressividade de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas no ITR (art. 153, §4°); (iv) facultatividade da seletividade e obrigatoriedade da não-cumulatividade no ICMS (art. 155, §2°); (v) progressividade em função do tipo e utilização do veículo no IPVA (art. 155, §6°); (vi) progressividade em razão do valor do imóvel e da função social da propriedade (aproveitamento do solo urbano) no IPTU (arts. 156, §1, e 182, § 4º II).

2.4.1 PRINCÍPIOS DA GENERALIDADE E DA UNIVERSALIDADE

O princípio da generalidade para a doutrina majoritária significa que todas as pessoas, independentemente de qualquer condição (raça, sexo, credo, estado civil etc.), que realizam o fato gerador, devem se submeter à incidência do imposto de renda, exceto quando alcançados pela imunidade ou isenção.

Já o princípio da universalidade se contrapõe a idéia de seletividade, isto é, o imposto de renda deve incidir sobre todas as espécies de obtenção de disponibilidade de renda ou provento.

Desse modo, critério da universalidade dispõe que toda a obtenção de disponibilidade de renda ou provento deve submeter-se à incidência do imposto, ou seja, os acréscimos patrimoniais de todas as espécies e gêneros, independentemente da denominação, localização, condição jurídica, nacionalidade da fonte ou origem, estão sujeitos a incidência do IR, salvo os excluídos pelas próprias normas jurídicas (imunidade e isenção).

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Destacamos, todavia, como afirma Marcelo Alexandrino que não existe consenso sobre a diferença entre os princípios da generalidade e da universalidade: “De qualquer forma, se isso aparecer em algum concurso, é majoritária a identificação da generalidade com a incidência sobre todas as pessoas e da universalidade com a incidência sobre todas as rendas e proventos. O certo mesmo é que dizer que o IR deve observar obrigatoriamente os critérios da generalidade e da universalidade significa que todas as pessoas e rendas (e proventos) estão a ele sujeitas. O fundamento é o princípio da isonomia”.

2.4.2 PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE

Há dois tipos de progressividade, a saber: (i) progressividade fiscal, com intuito puramente arrecadatório, em que a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo do tributo; (ii) progressividade extrafiscal, com a finalidade principal de estimular ou desestimular determinada conduta do sujeito passivo, em que o tributo aumenta de valor em face do comportamento do sujeito passivo.

Exemplo de progressividade predominantemente fiscal ocorre no IR. Outro exemplo de progressividade fiscal ocorre com o IPTU na hipótese de progressividade em razão do valor do imóvel, que só pode existir a partir da Emenda Constitucional (EC) n.° 29/2000 (Súmula 668 do STF).

Deste modo, segundo interpretação STF anterior a EC n.° 29/2000, no sistema tributário nacional, não é admitida a progressividade fiscal do IPTU, com base exclusivamente no artigo 145, § 1º, da CF, porque esse imposto tem caráter real que é incompatível com a progressividade decorrente da capacidade econômica do contribuinte (RE 153.771, julgamento em 20/11/96). Decerto, conforme tal entendimento antigo do STF, cobrado na última prova de AFRFB (2009-2010), a capacidade contributiva não possui relevante significado para o IPTU, podendo ser atendida com a proporcionalidade da alíquota (percentual constante).

Por sua vez, exemplo de progressividade extrafiscal é o caso do ITR que deve ser progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano pelo seu proprietário em razão do tempo (descumprimento da função social da propriedade urbana).

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(23° Concurso para Procurador da República/MPF e também ESAF/AFRFB/2010) Analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas: I. de acordo com a Constituição Federal, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza será informado pela generalidade, universalidade e progressividade, na forma da lei. Pode-se afirmar que o critério da progressividade decorre dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva, na medida em que contribuintes com maiores rendimentos sejam tributados de modo mais gravoso do que aqueles com menores rendimentos; II. a Constituição estabelece expressamente que o imposto sobre a renda será progressivo, enquanto o imposto sobre a propriedade imobiliária poderá ser progressivo; III. a Constituição traça uma dupla progressividade para o IPTU, quais sejam, progressividade em razão do imóvel e em razão do tempo; IV. o princípio da capacidade contributiva não possui significado muito importante para o IPTU, visto que este tributo se caracteriza por ser um imposto real, sem relação com as características pessoais do sujeito passivo. a) Estão corretos somente os itens I e III. b) Estão corretos somente os itens I, II e IV. c) Estão corretos somente os itens I e II. d) Estão corretos somente os itens II e IV. e) Todos os itens estão corretos.

Item I. O IR será informado pela generalidade, universalidade e progressividade, na forma da lei (art. 153, §2°, I, CF). E segundo doutrina majoritária, a progressividade decorre e harmoniza-se com os princípios da igualdade tributária e da capacidade contributiva. Logo, correta.

Item II. Segundo a CF/88, o IR será progressivo (art. 153, §2°, I) e o imposto sobre propriedade imobiliária (considerado como IPTU pelo examinador!) poderá ser progressivo em razão do valor do imóvel (art. 156, §1°, I). Logo, correta.

Item III. Segundo a CF/88, há progressividade do IPTU em

razão do valor do imóvel (sinônimo de “razão do imóvel”, segundo o examinador!) e em razão do tempo (art. 182, § 4º). Logo, correta.

Item IV. O IPTU é um imposto real e não um imposto pessoal. Deste modo, segundo interpretação antiga do STF, no sistema tributário nacional, não é admitida a progressividade fiscal do IPTU,

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com base exclusivamente no seu artigo 145, § 1º, porque esse imposto tem caráter real que é incompatível com a progressividade decorrente da capacidade econômica do contribuinte (RE 153.771, julgamento em 20/11/96). Decerto, conforme tal entendimento do STF, a capacidade contributiva não possui grande significado para o IPTU. Logo, correta.

Portanto, a alternativa “e” deve ser marcada.

Ademais, realçamos os seguintes precedentes do STF:

• “Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva” (RE 414.259-AgR);

• A progressividade e a isenção são institutos distintos. A progressividade pode constituir sanção imposta pelo inadequado aproveitamento da propriedade, nos termos em que dispuser a lei federal; enquanto a isenção diz respeito à observância à capacidade contributiva do contribuinte (RE 238.671);

• “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel” (Súmula 656 do STF);

• A progressividade da alíquota da COSIP, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva (RE 573.675).

(19° Concurso para Procurador da república/MPF) Ante o texto constitucional federal, em vigor, é certo dizer que:

a) O princípio da capacidade econômica do contribuinte é aplicável unicamente nos chamados impostos pessoais;

b) A progressividade do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) é prevista apenas nas hipóteses de assegurar o cumprimento da função social da propriedade;

c) A faculdade de os Municípios instituírem alíquotas progressivas sobre imposto de natureza real depende de resolução do Senado Federal;

d) Nenhuma das alternativas acima é correta. A resposta é letra “d”.

2.4.3 PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE

A seletividade é obrigatória (“será”) no IPI e facultativa (“poderá ser”) no ICMS. Decerto, a seletividade dispõe que as

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alíquotas sejam estabelecidas conforme a essencialidade do produto, mercadoria e serviço.

Segundo definição doutrinária, a seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas diferenciadas por espécies de produto, mercadoria e serviço. A seletividade é dirigida ao legislador ordinário, recomendando- lhe que estabeleça as alíquotas em razão inversa da imprescindibilidade dos produtos, mercadorias e serviços de consumo generalizado.

Assim, por exemplo, quanto mais sejam os produtos ou mercadorias necessárias à alimentação, ao vestuário, à moradia, ao tratamento médico e higiênico das classes mais numerosas, tanto menores devem ser as alíquotas.

Portanto, as alíquotas devem ser maiores para os produtos ou mercadorias supérfluos (exs.: caviar, cigarro etc.) e menores para os produtos ou mercadorias consideradas essenciais (ex.: produtos da cesta básica).

2.4.4 PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE

A não-cumulativa tem por finalidade evitar a denominada tributação em cascata, isto é, a incidência do imposto sobre o imposto. ´

O IPI e o ICMS, pro exemplo, são impostos plurifásicos, uma vez que incidem em operações sucessivas. Assim, a não-cumulativa visa a impedir que o imposto se torne confiscatório, tornando-o cada vez mais gravoso nas várias operações de circulação do produto ou mercadoria.

(23° Concurso para Procurador da república/MPF) Segundo a CF, no que se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-se afirmar que: I. O IPI e o ICMS são impostos não-cumulativos, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; II. O lPl e o ICMS serão seletivos apenas com relação aos produtos, mercadorias e serviços definidos em lei complementar; III. O IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto; IV. O ICMS poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços. Das proposições acima: a) Apenas a alternativa I está correta. b) Apenas as alternativas I e II estão corretas. c) Apenas as alternativas I, III e IV estão corretas.

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d) Apenas as alternativas III e IV estão corretas. A resposta é letra “c”.

Neste sentido, a não-cumulatividade se refere a uma técnica de tributação que busca evitar a cobrança do imposto em “cascata”, funcionando mediante o sistema de créditos e débitos. Isto é, compensa-se o valor devido em cada operação com o valor cobrado na operação anterior.

Destaca-se que a compensação, neste caso, não significa forma de extinção do crédito tributário estabelecido nos arts. 156, inc. II, e 170 do CTN, mas sim dedução do tributo já cobrado na cadeia produtiva.

Segundo o STF (ADIn 939), a não-cumulativa não é cláusula pétrea, eis que não constitui garantia individual e direito fundamental dos contribuintes. O STF entende que a não-cumulativa apenas vincula o legislador ordinário e não o poder constituinte derivado.

Em relação ao IPI, por exemplo, destaca-se a lei deve dispor de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Ressalta-se que o saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes (art. 49 do CTN).

Anota-se o seguinte exemplo da doutrina: “Imagine uma ‘Indústria 1’ que venda uma chapa de aço pelo valor de R$ 1.000,00 (mil reais), acrescido de IPI calculado pela alíquota de 10%, ou seja, R$ 100,00 (cem reais = 10% do valor da operação). O valor total da venda foi de R$ 1.100,00 (mil e cem reais). A ‘Indústria 2’, adquirente desta chapa, credita-se do valor de IPI recolhido pela ‘Indústria 1’, que foi de R$ 100,00 (cem reais). Imagine agora que a ‘Indústria 2’, transforme a chapa em uma caldeira (industrialização) e venda-a por R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) e que o IPI incidente nesta operação seja de 10%. O tributo devido pela venda da caldeira seria de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais). No entanto, como a ‘Indústria 2’ creditou-se no valor de R$ 100,00 (cem reais), o IPI a ser pago pela ‘Indústria 2’ é de R$ 50,00 (cinquenta reais). Neste exemplo, simplificado, verificamos que o IPI a ser recolhido para União é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) – R$ 100,00 cobrado da ‘Indústria 1’e R$ 50,00 cobrado da ‘Indústria 2’, o que corresponde exatamente a 10% do valor da venda do produto final, que foi de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais)”.

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Seguem diversas questões comentadas sobre os temas da aula:

1. (FCC/Procurador de Contas/TCE/MG/2007) Obedece ao princípio da anterioridade anual, mas não obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena) o imposto sobre (A) a renda (IR). (B) produtos industrializados (IPI). (C) importação (II). (D) serviço de qualquer natureza (ISS). (E) exportação (IE).

LETRA A – CORRETA

O imposto sobre a renda (IR) obedece ao princípio da anterioridade anual, mas não obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena), portanto a alternativa “a” é a correta.

LETRA B – INCORRETA

O IPI deve observar a noventena e não deve observar a anterioridade anual.

LETRA C - INCORRETA

O imposto sobre importação (II) não deve observar a noventena e não deve observar a anterioridade anual.

LETRA D – INCORRETA

O imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN ou simplesmente ISS) deve observar a noventena e deve observar a anterioridade anual.

LETRA E - INCORRETA

O imposto sobre exportação (IE) não deve observar a noventena e não deve observar a anterioridade anual.

2. (FCC/Defensoria Pública/Pará/2009) Lei que fixa nova base de cálculo e majora as alíquotas do IPTU e do ITBI municipal, publicada em novembro de 2008 tem eficácia (A) a partir do primeiro dia do exercício de 2009. (B) a partir do primeiro dia do exercício de 2009 apenas para a nova base de cálculo do IPTU.

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(C) noventa dias a contar da publicação da nova lei. (D) noventa dias a contar da publicação da nova lei para base de cálculo e alíquota do ITBI e do primeiro dia do exercício de 2009 para base de cálculo e alíquota do IPTU. (E) noventa dias a contar da publicação da nova lei para base de cálculo e alíquota do IPTU e do primeiro dia do exercício de 2009 para base de cálculo e alíquota do ITBI.

A resposta correta é a letra “b”.

O IPTU não deve observar a noventena, mas deve observar a anterioridade anual.

O ITBI deve observar a noventena e deve observar a anterioridade anual.

3. (FCC/Procurador Municipal/São Paulo/2008) Em relação aos impostos, haverá exceção aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal a majoração de (A) alíquotas do IPI. (B) alíquotas do IR. (C) alíquotas do IOF. (D) base de cálculo do IPTU. (E) base de cálculo do IPVA.

LETRA A - INCORRETA

A majoração das alíquotas do IPI não deve obedecer ao princípio da anterioridade anual, mas deve obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

LETRA B - INCORRETA

A majoração das alíquotas do imposto sobre a renda (IR) obedece ao princípio da anterioridade anual, mas não obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

LETRA C - CORRETA

A majoração das alíquotas do IOF não deve obedecer ao princípio da anterioridade anual e não deve obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

LETRA D - INCORRETA

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A majoração da base de cálculo do IPTU deve obedecer ao princípio da anterioridade anual, mas não deve obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

LETRA E – INCORRETA

A majoração da base de cálculo do IPVA deve obedecer ao princípio da anterioridade anual, mas não deve obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

4. (FCC/Fiscal de Rendas /São Paulo/2006) NÃO se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena criada pela Emenda Constitucional no 42/2003) ao imposto sobre (A) propriedade territorial rural (ITR) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU). (B) serviços de qualquer natureza e à fixação da base de cálculo do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) e do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR). (C) circulação de mercadoria e serviços (ICMS) incidente sobre as operações com lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo e à contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados. (D) renda e proventos de qualquer natureza (IR) e à fixação da base de cálculo dos impostos sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) e sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU). (E) produtos industrializados (IPI) e aos impostos sobre exportação (IE) e importação (II).

A resposta correta é a letra “d”.

Não se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena) criada pela Emenda Constitucional no 42/2003 ao imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) e à fixação da base de cálculo dos impostos sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) e sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

4. (FCC/Fiscal de Rendas/São Paulo/2006) De acordo com o princípio constitucional da anterioridade, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja

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sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. O referido princípio tributário NÃO se aplica aos impostos sobre (A) serviços de qualquer natureza, propriedade de veículos automotores e transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos. (B) importação, exportação, produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários e imposto extraordinário instituído em caso de guerra ou sua iminência. (C) a renda e proventos de qualquer natureza, produtos industrializados e propriedade predial e territorial urbana. (D) importação, exportação, produtos industrializados, renda e proventos de qualquer natureza e propriedade territorial rural. (E) propriedade territorial rural, circulação de mercadorias e serviços, renda e proventos de qualquer natureza e imposto extraordinário instituído em caso de guerra ou sua iminência.

LETRA A – INCORRETA

A anterioridade anual se aplica aos impostos sobre serviços de qualquer natureza (ISS), propriedade de veículos automotores (IPVA) e transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD).

LETRA B – CORRETA

A anterioridade anual não se aplica aos impostos sobreimportação (II), exportação (IE), produtos industrializados (IPI), operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) e imposto extraordinário instituído em caso de guerra ou sua iminência (IEG).

LETRA C - INCORRETA

A anterioridade anual se aplica aos impostos sobre a renda (IR) e propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

LETRA D - INCORRETA

A anterioridade anual se aplica aos impostos sobre a renda (IR) e propriedade territorial rural (ITR).

LETRA E - INCORRETA

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A anterioridade anual se aplica aos impostos sobre a renda (IR), propriedade territorial rural (ITR) e circulação de mercadorias e serviços (ICMS).

5. (FCC/Auditor Fiscal Municipal/São Paulo/2007) O imposto “A” foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004 e a taxa “B” foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004. Esses tributos já poderiam ser cobrados (A) desde a data de suas respectivas publicações. (B) em 02 de janeiro de 2005 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente. (C) em 05 de outubro de 2004 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (D) em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente. (E) em 05 de outubro de 2004 e 02 de janeiro de 2005, respectivamente.

A resposta correta é a letra “d”.

Na questão não se identifica qual é a espécie de imposto.

Portanto, deve-se partir da premissa que o imposto “A” deve observar a anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal.

A taxa deve sempre observar a anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal (noventena).

Assim sendo, se o imposto “A” foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004 e a taxa “B” foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004, tais tributos só poderiam ser cobrados em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente.

6. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/São Paulo/2009)Dispõe o § 2o, do art. 62, da Constituição Federal, que medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os impostos de importação, exportação, sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários, produtos industrializados e extraordinário, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Por sua vez, dispõe o §1o do art. 150, in fine, da Constituição Federal, que a anterioridade mínima de 90 dias para a incidência de leis instituidoras ou majoradoras de

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tributos não se aplica aos seguintes tributos: empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias; imposto de importação; imposto de exportação; imposto de renda; imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários; e imposto extraordinário. Uma medida provisória editada em março de 2009 que venha a majorar o imposto de importação e o imposto de renda. (A) terá eficácia imediata em relação a ambos os impostos. (B) terá eficácia imediata apenas em relação ao imposto de importação, devendo ser convertida em lei até o último dia do exercício de 2009 para que tenha eficácia a partir de 01 de janeiro de 2010, em relação ao imposto de renda. (C) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação a ambos os impostos. (D) só produzirá efeitos noventa dias a contar da sua edição, em relação ao imposto de importação, e no exercício seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda. (E) só produzirá efeitos noventa dias a contar do exercício seguinte, se for convertida em lei até o último dia do exercício de 2009, em relação ao imposto de renda, e noventa dias a contar da sua edição em relação ao imposto de importação.

A questão é puramente interpretativa. A própria banca examinadora já deu a resposta no enunciado.

Assim, em razão do §2°, do art. 62, da CF/88, a resposta é a “b”.

Em relação à medida provisória, segundo o entendimento jurisprudencial predominante, realçamos a informação de que para se atender a anterioridade nonagesimal ou noventena se deve contar da publicação da medida provisória se esta for convertida em lei sem alterações substanciais realizadas pelo Poder Legislativo.

Ao contrário, se a medida provisória for significativamente modificada, a noventena é contada da data da conversão da medida provisória em lei.

7. (FCC/Auditor/TCE/AM/2007) A lei federal que criou o Adicional de Indenização ao Trabalhador Portuário (AITP) enunciou como sujeito passivo desse tributo, de modo genérico, o operador portuário. A União, por meio de decreto do Presidente da República, equiparou a operador

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portuário os importadores, exportadores e consignatários de mercadorias importadas do exterior. Tal equiparação é (A) legal, pois ocorreu apenas adequação a um conceito previamente definido em lei. (B) legal, de vez caber aos decretos a especificação dos conceitos definidos em lei. (C) ilegal, porquanto a definição de sujeitos passivos é privativa de lei. (D) ilegal, em razão de não competir ao Presidente da República, mas ao Ministro dos Transportes, a definição de "operador portuário". (E) ilegal, em razão de não competir ao Presidente da República, mas ao Ministro do Comércio Exterior, a definição de “operador portuário”.

A resposta correta é a letra “c”.

O art. 97, inc. III, do CTN, dispõe que a definição do fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo deve ser feita por lei.

E a jurisprudência do STJ entende da mesma forma, a saber:

“Ementa: Adicional de indenização do trabalhador portuário. Lei 8.630/93. Definição do sujeito passivo da obrigação. Decreto nº 1.035/93. Ofensa ao princípio da legalidade. II. O art. 3º do Decreto n. 1.035/93, ao regulamentar a Lei n. 8.630/93, que instituiu o Adicional de Indenização do Trabalhador Portuário, extrapolou os seus limites, ao incluir como sujeitos passivos da obrigação tributária os importadores, exportadores, ou consignatários de mercadorias, afrontando, em conseqüência, o Princípio da Legalidade Tributária, previsto no art. 97, inciso III, do CTN.” (STJ. REsp 911014/SP)

8. (FCC/Auditor/TCE/AL/2008) Sujeita-se ao princípio da anterioridade nonagesimal, mas é exceção aos princípios da anterioridade anual e da legalidade o imposto (A) sobre operações de câmbio. (B) de importação. (C) sobre produtos industrializados. (D) de exportação. (E) sobre circulação de mercadorias.

A resposta correta é a letra “c”.

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O IPI se sujeita ao princípio da anterioridade nonagesimal, mas é exceção aos princípios da anterioridade anual e da legalidade o imposto, conforme o art. 150, §1°, c/c 153, §1°, da CF/88.

Lembro aqui novamente que no caso do ICMS, apenas no ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF/88) é que as alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas, sendo que a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal.

9. (FCC/Analista/Agência reguladora/CE/2007)Através de decreto do Presidente da República é possível, dentro dos limites legais e sem obediência aos princípios da anterioridade e da noventena a majoração de alíquotas do imposto (A) de importação e imposto de renda. (B) de exportação e imposto sobre a propriedade territorial rural. (C) sobre produtos industrializados e imposto sobre operações de crédito. (D) sobre produtos industrializados e imposto de renda. (E) sobre operações de crédito e imposto de importação.

LETRA A - INCORRETA

O imposto de renda (IR) deve obedecer ao princípio da anterioridade anual.

LETRA B - INCORRETA

O imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) deve obedecer ao princípio da anterioridade anual e a noventena.

LETRA C - INCORRETA

O imposto sobre produtos industrializados (IPI) deve obedecer a noventena.

LETRA D - INCORRETA

O imposto sobre produtos industrializados (IPI) deve obedecer a noventena e o imposto de renda (IR) deve obedecer ao princípio da anterioridade anual.

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LETRA E - CORRETA

O imposto sobre operações de crédito (IOF) e imposto de importação (II) são exceções ao princípio da anterioridade anual e a noventena.

10. (FCC/Juiz de Direito/Roraima/2008) Diante da majoração da contribuição social sobre o lucro líquido das empresas através de decreto presidencial, para que tenha eficácia no mesmo exercício financeiro da sua publicação, é possível afirmar que é (A) ilegal, pois depende de medida provisória, com eficácia de 60 dias, prorrogáveis por igual período uma única vez. (B) inconstitucional, pois depende de lei tal majoração, ainda que tenha eficácia no mesmo exercício financeiro ao da sua publicação. (C) inconstitucional, pois a majoração depende de lei e só pode entrar em vigor no exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei. (D) constitucional, por se tratar de tributo extrafiscal, sendo exceção aos princípios da legalidade e da anterioridade. (E) legal, por ser uma contribuição de intervenção no domínio econômico, admitindo alíquota majorada por decreto e vigência no mesmo exercício financeiro.

A resposta correta é a letra “b”.É inconstitucional, uma vez que desobedece ao princípio da legalidade, que proíbe a União de aumentar tributo sem lei que o estabeleça (art. 150, I) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) não é exceção a tal princípio.

Por outro lado, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) disposta no art. 195, I, “c”, da CF/88 é contribuição para seguridade social e não deve observar a anterioridade anual, mas somente a noventena (art. 195, §6°), podendo, portanto, ter eficácia no mesmo exercício financeiro ao da sua publicação.

11. (FCC/Procurador de Contas/Alagoas/2008) O Chefe do Poder Executivo poderá, através de (A) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota da CIDE combustível. (B) medida provisória, instituir empréstimo compulsório das despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública.

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(C) medida provisória, instituir imposto residual, com fato gerador e base de cálculo distintos dos impostos já discriminados na Magna Carta. (D) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários. (E) decreto, instituir contribuição social para seguridade social, dentro da competência constitucional residual.

LETRA A – INCORRETA

A alíquota da CIDE combustível poderá apenas ser reduzida e restabelecida, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei, conforme o art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF/88.

LETRA B - INCORRETA

O empréstimo compulsório somente pode ser instituído por lei complementar aprovada pelo Poder Legislativo federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal), de acordo com o art. 148 da CF/88.

LETRA C - INCORRETA

O imposto residual apenas pode ser criado mediante lei complementar, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição, segundo o art. 154, I, da CF/88.

LETRA D – CORRETA

O Chefe do Poder Executivo poderá, através de decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários, segundo art. 153, §1°, da CF/88.

LETRA E - INCORRETA

A contribuição social para seguridade social, dentro da competência constitucional residual, apenas pode ser criado mediante lei complementar, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição, segundo o art. 154, I c/c 195, §4°, da CF/88.

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Realço que o §4°, do art. 195, da CF/88, trata especificadamente das contribuições residuais da seguridade social.

A interpretação do STF a respeito desta norma afirma é que para criação das contribuições residuais da seguridade social é necessária lei complementar, além de obediência ao princípio da não-cumulatividade e base de cálculo ou fato gerador diferentes das contribuições especiais já referidas na CF/88.

Noutros termos, a contribuição residual ou nova contribuição social (art. 154, I, da CF/88) não pode ter base de cálculo ou fato gerador igual à de qualquer contribuição especial já discriminado na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de cálculo igual ou fato gerador semelhante à de imposto já descrito na CF/88 (por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.).

12. (FCC/Procurador Municipal/São Paulo/2008) Um Prefeito Municipal, através de Decreto, corrige a base de cálculo do IPTU em 45% (quarenta e cinco por cento), em 31 de dezembro de 2007, para que seja aplicada a nova base de cálculo a partir de 01 de janeiro de 2008. Esta medida é (A) constitucional, porque correção monetária de base de cálculo é exceção ao princípio da legalidade, por não se caracterizar como majoração, apesar de dever obediência ao princípio da anterioridade anual. (B) constitucional, porque além de poder ser feita por decreto a correção da base de cálculo, por ser exceção ao princípio da legalidade, é também exceção ao princípio da anterioridade anual. (C) inconstitucional, porque a correção monetária depende da indicação de índice de correção monetária, enquanto no fato apresentado houve verdadeira majoração da base de cálculo, violando, portanto, o princípio da legalidade. (D) inconstitucional, porque a correção monetária de base de cálculo depende de lei, visto que acarreta a majoração do tributo, e também porque não foi observado o princípio da anterioridade nonagesimal. (E) inconstitucional, porque correção monetária de base de cálculo do IPTU deve obediência ao princípio da anterioridade nonagesimal, apesar de ser exceção ao princípio da legalidade.

A resposta correta é a letra “c”.

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O artigo 150, inc. I, da CF/88, dispõe que os tributos não poderão ser aumentados ou exigidos sem lei que o estabeleça. É o princípio da legalidade, que não abrange exceção no caso da base de cálculo. Este é o entendimento dominante.

Nesse rumo, você deve conhecer o §§1° e 2°, do art. 97, do CTN, que foram recepcionados pelo texto constitucional. Estes dispositivos afirmam, respectivamente, que se equipara “à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso” e que não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

No caso, um Prefeito Municipal, através de Decreto, corrige a base de cálculo do IPTU em 45%, em 31 de dezembro de 2007, para que seja aplicada a nova base de cálculo a partir de 01 de janeiro de 2008.

Isto é, há observância do princípio da anterioridade anual, mas não há obediência ao princípio da legalidade, eis que a correção em 45% constitui verdadeira majoração do tributo e não mera atualização do valor monetário do tributo, que poderia ser feita por Decreto.

Realço novamente que a majoração da base de cálculo do IPTU não precisa observar a noventena ou anterioridade nonagesimal.

13. (FCC/Procurador de Contas/Alagoas/2008) O Governo Federal, lançando mão de um pacote tributário em janeiro de 2008, adotou as seguintes medidas: I. majorou a alíquota do imposto de renda por medida provisória de eficácia imediata já para o ano calendário 2008; II. majorou a alíquota do imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários por decreto publicado em 10 de janeiro de 2008, que passará a ser aplicada a partir da publicação; III. encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei complementar para majorar a alíquota de contribuição social sobre o lucro líquido; IV. majorou a alíquota do IPI sobre cigarro, por decreto, que passará a ser aplicada a partir da publicação; V. concedeu, por medida provisória, isenção de imposto de importação sobre o combustível e, na mesma medida, de ICMS sobre o combustível.

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Dentre estas medidas, NÃO atendem aos princípios constitucionais tributários (A) I, II e III. (B) II, III e IV. (C) I, III e IV. (D) II, IV e V. (E) I, IV e V.

A resposta correta é a letra “e”.

Os itens I, IV e V não atendem aos princípios constitucionais tributários.

O item I não atende ao princípio da anterioridade anual.

O item II é constitucional, eis que a majoração da alíquota do imposto sobre operações de câmbio, crédito, seguro e valores mobiliários (IOF) por decreto publicado em 10 de janeiro de 2008, que passará a ser aplicada a partir da publicação não fere anterioridade anual ou nonagesimal, bem como o princípio da legalidade, conforme art. 150, §1°, c/c 153, §1°, da CF/88.

O item III é constitucional, pois não há qualquer problema jurídico no encaminhamento ao Congresso Nacional de projeto de lei complementar para majorar a alíquota de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).

De acordo com a jurisprudência do STF a majoração da alíquota poderia ser até por lei ordinária.

Senão, vejamos:

“As contribuições do art. 149, CF — contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas — posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. (...) A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes.”

O item IV não atende ao princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena.

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O item V não atende ao princípio da legalidade, uma vez que o ICMS sobre o combustível é de competência dos Estados e do Distrito Federal.

14. (FCC/Procurador de Contas/Alagoas/2008) É exceção ao princípio da uniformidade geográfica a (A) vedação da União em instituir tributo uniforme em todo o território nacional. (B) concessão, pela União, de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do País. (C) vedação aos Estados e Distrito Federal de instituir isenções de tributos de competência dos Municípios. (D) concessão, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, de diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão da procedência. (E) vedação de estabelecer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.

A resposta correta é a letra “b”.

O princípio da uniformidade geográfica está estabelecido no art. 151, I, da CF/88, afirmando que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Portanto, o princípio da uniformidade geográfica prega que é vedado a União instituir ou majorar tributos de forma desigual em todo o território nacional. Assim, por exemplo, o tributo de competência da União deve conter a mesma alíquota em todo o Brasil.

Entretanto, existe uma atenuação a este princípio no caso de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. Por exemplo, a União deve conceder a Zona Franca de Manaus benefícios fiscais até 2023, conforme o art. 92 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

15. (FCC/Auditor/TCE/AM/2007) O princípio da não-cumulatividade, em relação ao Imposto Sobre Operações

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relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e Comunicação (ICMS), significa que o (A) Fisco não poderá exigir, cumulativamente com o ICMS, qualquer outro tributo em tese incidente sobre a mesma operação. (B) contribuinte poderá descontar, do valor devido em cada operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, o montante do tributo cobrado em operações anteriores. (C) contribuinte tem o direito à redução progressiva do montante a recolher a título de ICMS, conforme o número de operações realizadas desde o início de suas atividades. (D) Fisco deverá excluir o IPI ou o ISS da base de cálculo do ICMS, sempre que qualquer daqueles dois tributos for exigido concomitantemente com este. (E) contribuinte tem o direito à redução progressiva da alíquota do ICMS, conforme o número de operações realizadas em determinado espaço de tempo.

A resposta correta é a letra “b”, pois, como expliquei na questão anterior, o princípio da não-cumulativa quer dizer exatamente que o contribuinte poderá descontar, do valor devido em cada operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, o montante do tributo cobrado em operações anteriores.

16. (FCC/Procurador Municipal/São Paulo/2008) Em relação às imunidades e isenções tributárias, é correto afirmar: (A) o Município não paga IPVA e taxa de licenciamento de veículo em relação aos veículos automotores de sua propriedade em razão da imunidade recíproca. (B) os serviços comunitários prestados por igreja evangélica são isentos de ISS por disposição expressa na Constituição Federal. (C) é constitucionalmente devida a taxa de expediente para expedição de certidão em repartição pública municipal, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente. (D) a União e o Estado não podem ser sujeitos passivos, na qualidade de contribuintes, de contribuição de melhoria devida em razão de obra pública municipal que gera valorização de seus imóveis, por existir imunidade recíproca.

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(E) o promitente comprador de imóvel de propriedade de autarquia municipal não se exonera da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel objeto da aquisição.

LETRA A - INCORRETO

O Município não paga IPVA em relação aos veículos automotores de sua propriedade em razão da imunidade recíproca, mas deve pagar, em princípio, taxa de licenciamento de veículo, porque a imunidade recíproca se refere apenas a impostos.

LETRA B – INCORRETO

A imunidade dos templos de qualquer culto, igualmente denominada de imunidade religiosa, está prevista no art. 150, VI, “b” e §4°, da CF/88, alcançando os impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas.

Neste contexto, os serviços comunitários prestados por igreja evangélica são imunes e não isentos de ISS por disposição expressa na Constituição Federal.

LETRA C - INCORRETO

Não é constitucionalmente devida a taxa de expediente para expedição de certidão em repartição pública municipal, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.

Existe uma imunidade específica disposta no art. 5°, inc. XXXIV, da CF/88, dispondo que são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

LETRA D - INCORRETO

A imunidade recíproca se refere apenas aos impostos.

LETRA E - CORRETO

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É correto afirmar que o promitente comprador de imóvel de propriedade de autarquia municipal não se exonera da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel objeto da aquisição.

A parte final do §3º, do art. 150, da CF/88, estabelece que a imunidade recíproca não exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Isto é, a imunidade do ente público referente ao pagamento de imposto incidente sobre bem imóvel não ocorre no caso do imóvel objeto de promessa de venda a particular ou a terceiro não acobertado pela imunidade tributária.

Daí a súmula 583 do STF, dispondo que o promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU.

17. (FCC/Advogado/Metrô/São Paulo/2008) Sobre a limitação do poder de tributar, é correto afirmar que à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é permitido (A) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou serviços das fundações vinculadas a partidos políticos. (B) cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei anterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda. (C) cobrar imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros em relação aos seus serviços próprios e inerentes aos seus objetivos. (D) estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. (E) cobrar imposto sobre papel destinado exclusivamente à impressão de livros.

LETRA A - INCORRETA

O texto constitucional estabelece a proibição de se criar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, bem como dispõe que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, segundo o art. 150, VI, “c” e §4°.

LETRA B - CORRETA

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O enunciado se refere ao princípio da anterioridade anual.

E se a cobrança do imposto sobre o patrimônio e a renda é feita com base em lei anterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda não ocorre desobediência a tal princípio.

LETRA C - INCORRETA

Esta letra contraria a imunidade tributária recíproca (art. 156, VI, “a”, da CF/88).

LETRA D - INCORRETA

Esta letra contraria o art. 150, V, da CF/88, estabelecendo que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fixar limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Esta é a regra que foi cobrada na questão. Mas lembre também que existe a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

LETRA E - INCORRETA

Esta letra contraria a imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão, também chamada de imunidade cultural, que está prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88, visando concretizar diversas normas jurídicas constitucionais, tais como a livre manifestação de pensamento (art. 5°, IV), da atividade artística, intelectual, científica e da comunicação (art. 5°, IX) e o acesso à informação (art. 5°, XIV).

18. (FCC/Analista Judiciário/TRF-5°Região/Execução de mandados/2008) Dentre outras limitações ao poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é vedado instituir impostos sobre (A) templos de qualquer culto, sendo extensivo aos demais tributos como taxas, contribuições de melhoria e contribuições parafiscais, relacionados ou não com suas atividades essenciais. (B) patrimônio, renda ou serviços das entidades sindicais patronais e dos trabalhadores, relacionados, ou não com as finalidades essenciais dessas entidades. (C) patrimônio, renda ou serviço, uns dos outros, e é extensivo às autarquias e às fundações instituídas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades ou às delas decorrentes.

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(D) livros, jornais, periódicos, revistas, o papel destinado à sua impressão, os noticiários por qualquer meio de radiodifusão, assim como os institutos de educação ou de assistência social, com ou sem finalidade lucrativa. (E) patrimônio dos partidos políticos e coligações partidárias, salvo a renda, ainda que não contabilizada, assim como os serviços de qualquer natureza, mesmo decorrentes de suas finalidades.

LETRA A - INCORRETA

Somente se refere a impostos, de acordo com art. 150, VI, “b”, da CF/88.

LETRA B - INCORRETA

A imunidade se refere apenas a entidades sindicais dos trabalhadores, de acordo com art. 150, VI, “b”, da CF/88.

LETRA C – CORRETA

Esta letra se refere a imunidade tributária recíproca, também denominada de imunidade intergovernamental, refere-se à proibição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem como é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

LETRA D - INCORRETA

Os noticiários por qualquer meio de radiodifusão, assim como os institutos de educação ou de assistência social, com finalidade lucrativa não estão abrangidos pelas imunidades dipostas no art. 150, VI, “c” e “d”, da CF/88.

LETRA E - INCORRETA

O texto constitucional estabelece a proibição de se criar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, bem como dispõe que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, segundo o art. 150, VI, “c” e §4°.

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19. (FCC/ Defensoria Pública/São Paulo/2009) A respeito das limitações do poder de tributar, assinale a opção INCORRETA. (A) A imunidade prevista sobre a tributação do patrimônio, renda ou serviços das instituições de assistência social inclui as rendas recebidas dos imóveis alugados, quando aplicadas em suas finalidades essenciais. (B) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor cultural ou pedagógico da publicação. (C) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados. (D) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. (E) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.

LETRA A - CORRETA

A letra “a” é correta, segundo a súmula 724 do STF, dispondo que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF),

LETRA B - CORRETA

A letra “b” é correta, de acordo com a jurisprudência do STF, a saber:

“A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à

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educação. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil.” (RE 221.239).

Neste sentido, a imunidade cultural alcança o álbum de figurinhas; listas telefônicas (RE 114.790); as chamadas apostilas para estudo, considerando-as manuais técnicos didáticos (RE 183.403).

Entretanto, o produto tem que ser algo considerado livro, jornal ou periódico, o que não inclui, por exemplo, cadernos e blocos de papel para anotações, livros contábeis, calendários, agendas de anotações e os encartes exclusivos de propaganda distribuídos com jornais e periódicos (RE 213.094).

LETRA C - INCORRETA

A letra “c” é incorreta, eis que à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios não é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, sendo vedado nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, segundo art. 150, §3°, da CF.

LETRA D - CORRETA

A letra “d” é correta, segundo art. 152 da CF/88, estabelecendo que é proibido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

LETRA E - CORRETA

A letra “e” é correta, porque segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado.

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Vejamos a seguinte decisão neste sentido: “Constitucional. Tributário. Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Exame da índole dos serviços prestados. Diferenciação entre serviços públicos de prestação obrigatória e serviços de índole econômica. Em juízo cautelar, reputa-se plausível a alegada extensão da imunidade recíproca à propriedade de veículos automotores destinados à prestação de serviços postais.” (ACO 765-AgR).

20. (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Em determinado município houve a cobrança de IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como cemitério. Essa cobrança: (A) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, b refere-se tão-somente aos templos de qualquer natureza. (B) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b” só compreende os templos e a casa do celebrantes. (C) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de expressão religiosa. (D) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados com a exploração do cemitério. (E) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, bem como todas as atividades relacionadas à liberdade religiosa.

A letra “c” é a correta, de acordo com o entendimento do STF, a saber:

“Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, DJE de 12-9-08)

21. (FGV/MPE/TC/RJ/2008) Assinale a assertiva correta. (A) A imunidade tributária recíproca, pertencente aos entes federativos, não se estende às empresas públicas, sociedades de economia mistas, autarquias e fundações públicas. (B) O princípio da anterioridade tributária consagrado na Constituição Federal confunde-se com a própria idéia de anualidade tributária, já que o tributo somente poderá ser

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cobrado no exercício seguinte àquele em que a lei que o instituiu ou majorou entrou em vigor. (C) Segundo a Constituição de 1988, é vedado à União conceder isenção heterônoma. (D) Não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. No caso do IPTU, pode ser atualizada por decreto do prefeito, ainda que o índice da atualização seja um pouco superior ao índice de inflação oficial do governo. (E) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

A alternativa “a” é incorreta, pois a imunidade tributária recíproca, pertencente aos entes federativos, estende-se as autarquias, fundações públicas, bem como às empresas públicas e sociedades de economia mistas prestadoras de serviços públicos essenciais.

A alternativa “b” é incorreta, pois a anterioridade tributária não se confunde a idéia de anualidade tributária. Esta é a exigência de previsão na lei orçamentária para a criação ou majoração do tributo, o que não é mais previsto no sistema tributário nacional.

A alternativa “c” é correta, pois, conforme a literalidade do art. 151, III, da CF/88, é vedado à União conceder isenção heterônoma.

A alternativa “d” é incorreta.

Não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo (art. 98, §2°, do CTN). Contudo, no caso do IPTU, pode ser atualizada por decreto do prefeito, desde que o índice da atualização não seja superior ao índice de inflação oficial do governo.

A alternativa “e” é incorreta, pois o IPTU não pode ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

22. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) De acordo com o art. 150 da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir: (A) tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou

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serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (B) impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (C) impostos ou contribuições sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (D) tributos e impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (E) contribuições e tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

A letra “b” é a correta, de acordo com o art. 150, VI, “a” a “d”, da CF/88.

23. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) Com base na Constituição da República Federativa de 1988 e suas atualizações e na jurisprudência do STF, julgue as afirmativas a seguir: I. As imunidades recíprocas vedam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de instituírem impostos

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sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros, e são extensivas aos Correios e à Infraero. II. Os partidos políticos, entidade sindicais dos trabalhadores, instituições de ensino e entidades assistenciais sem fins lucrativos são imunes ao pagamento de IPTU de imóveis de sua titularidade, ainda que locados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas respectivas atividades essenciais. III. A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Assinale: (A) se nenhuma afirmativa estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

O item I é verdadeiro, conforme interpretação do STF as imunidades recíprocas vedam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de instituírem impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros, e são extensivas aos Correios e à Infraero.

O item II é verdadeiro, segundo a súmula 724 do STF, a saber: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades”.

O item III é verdadeiro, segundo a súmula 657 do STF, a saber: “A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”.

Portanto, todas as afirmativas estão corretas e a alternativa “e” é a que deve ser marcada.

24. (FGV/FRE/AP/2010) Analise as afirmativas a seguir. I. A anterioridade nonagesimal foi estendida à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a fim de vedar-lhes a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, comportando, dentre suas exceções, o imposto sobre a renda. II. À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedada ainda a instituição de impostos sobre o

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patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos empregadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. III. A vedação à instituição de tributos com efeito de confisco não atinge as multas moratórias ou punitivas, que podem ser fixadas em qualquer patamar conforme admitido pela jurisprudência. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

O item I é verdadeiro, pois, de acordo com o art. 150, III, “c”, da CF, a anterioridade nonagesimal foi estendida a todos os entes federativos a fim de vedar-lhes a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Dentre as suas exceções, encontra-se realmente o imposto de renda (IR), segundo o §1°, do art. 150, da CF.

O item II é falso, pois aos entes federativos é vedada a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos das entidades sindicais dos trabalhadores e não dos empregadores (art. 150, VI, “c”, CF)

O item III é falso, pois, segundo jurisprudência consolidada do STF, o princípio do não-confisco (art. 150, IV, CF) atinge as multas moratórias ou punitivas, que não podem ser fixadas em qualquer patamar. Por exemplo, diploma legislativo que institui multa fiscal de 300% fere o princípio do não-confisco.

Portanto, a alternativa correta é a letra “a”.

25. (FGV/FRE/AP/2010) Analise as afirmativas a seguir. I. É vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. II. A jurisprudência admite a possibilidade de tratados internacionais, de competência privativa do Presidente da República e referendo do Congresso Nacional, versarem sobre tributos estaduais ou municipais, inclusive, isentando-os;

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III. A União não pode instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, ou que implique distinção em relação a Estado, Distrito Federal ou Município, admitindo-se, contudo, a concessão de incentivos fiscais visando a promover o desenvolvimento econômico entre as regiões do País. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

O item I é verdadeiro, pois, segundo interpretação literal do art. 151, III, da CF, é vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Esta proibição é exclusiva para a ordem jurídica interna e não quando a União atua na representação da ordem jurídica externa.

O item II é verdadeiro, segundo entendimento consolidado no STF e STJ, é legal a possibilidade de tratados internacionais, de competência privativa do Presidente da República e referendo do Congresso Nacional, versarem sobre tributos estaduais ou municipais, inclusive, isentando-os;

O item III é verdadeiro, pois, segundo o princípio da uniformidade geográfica (art. 151, I, CF), à União é vedado instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.

26. (FGV/FRE/AP/2010) Sobre a limitação à liberdade de tráfego de pessoas e mercadorias prevista no artigo 150, inciso V, da Constituição Federal, assinale a afirmativa incorreta. (A) Não se admite limitação ao tráfego de pessoas ou mercadorias mediante a instituição de tributos interestaduais ou intermunicipais. (B) Não se trata de regra de imunidade. (C) Impede o agravamento do ônus tributário meramente em virtude de se tratar de uma operação interestadual ou intermunicipal.

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(D) Não impede a cobrança de pedágio nas vias conservadas pelo Poder Público. (E) Trata-se de regra de imunidade aplicável às operações estaduais ou intermunicipais, de tal forma que estas não poderão sofrer a incidência de qualquer tributo.

O art. 150, V, da CF, dispõe que é proibido aos entes federativos estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

Segundo a doutrina amplamente majoritária, tal regra não é classificada como imunidade tributária, mas, sim, como o princípio da liberdade de tráfego.

Decerto, o princípio da liberdade de tráfego de bens e pessoas evita que se estabeleça o gravame tributário em razão da mera transposição interestadual ou intermunicipal de bens ou pessoas.

Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.

27. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2009) São princípios constitucionais tributários, que estão literalmente expressos na Constituição: (A) o da personalização do imposto e o da tipicidade. (B) o da capacidade contributiva e o do imposto proibitivo. (C) o da vedação das isenções heterônomas e da transparência fiscal. (D) o da solidariedade fiscal e o da legalidade tributária. (E) o da uniformidade tributária e o da justiça tributária.

A questão solicita os princípios tributários expressos no texto constitucional.

Segundo a doutrina majoritária, são princípios tributários explícitos no texto constitucional: (i) personalização do imposto, disposto no §1°, do art. 145; (ii) tipicidade, expresso no inc. I, do art. 150; (iii) capacidade contributiva, disposto no §1°, do art. 145; (iv) vedação das isenções heterônomas, estabelecido no art. 151, III; (v) legalidade tributária, expresso no inc. I, do art. 150; (v) uniformidade tributária ou geográfica, estabelecida no art. 151, I.

Por sua vez, são princípios tributários que decorrem da interpretação sistemática do texto constitucional (princípios

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implícitos): o imposto proibitivo, a transparência fiscal, a solidariedade fiscal e a justiça tributária.

Portanto, a alternativa correta é a letra “a”.

28. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2009) O Estado Moderno é caracterizado pelas finanças funcionais, ou seja, pela atividade financeira do Estado orientada no sentido de influir sobre a conjuntura econômica. Prova desse fato é: (A) o mix tributário diversificado dos Estados. (B) a criação de multas elevadas no âmbito fiscal. (C) a extrafiscalidade marcante de alguns tributos. (D) o tabelamento de preços, em situações de crise. (E) a despersonalização dos impostos.

A extrafiscalidade é característica notada em alguns tributos (II, IE, IPI, IOF, dentre outros) o que influi sobre a conjuntura econômica.

Em outras palavras, segundo definição doutrinária apropriada, a extrafiscalidade é “característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do contribuinte”.

Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.

29. (FGV/MPE/TC/RJ/2008) Assinale a assertiva correta. (A) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos é restrita ao papel, não sendo por isso extensiva aos filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. (B) Segundo entendimento do STF, os imóveis alugados das instituições religiosas, por exteriorizarem capacidade econômica, perdem a imunidade, ainda que a renda seja revertida para a atividade-fim. (C) A União pode instituir, desde que por lei complementar, isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, desde que com a finalidade de estimular as relações internacionais e a integração dos países do Mercosul. (D) A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do

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cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão. (E) Segundo o CTN, a isenção, ainda que concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, já que se trata de um benefício fiscal.

A letra “a” é falsa, pois, segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

A letra “b” é falsa, pois permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF).

A letra “c” é falsa, pois a União pode instituir, mediante apenas tratado ou convenção internacional e não lei complementar, isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios..

A letra “d” é verdadeira, eis que a isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão (art. 179 do CTN).

A letra “e” é falsa, pois, segundo o art. 178 do CTN, a isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, já que se trata de um benefício fiscal.

30. (FGV/SENADO FEDERAL/2008) Não é limitação constitucional do poder de tributar a proibição de: (A) conferir tratamento desigual a contribuintes que estejam em situação equivalente. (B) instituir ou majorar tributo por medida provisória. (C) cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos anteriormente à lei que o instituiu ou majorou. (D) cobrar tributo com efeito de confisco. (E) instituir impostos sobre templos de qualquer culto.

A letra “a” trata do princípio da igualdade (art. 150, II).

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A letra “c” aborda do princípio da irretroatividade (art. 150, III, “a”).

. A letra “d” versa sobre o princípio do não-confisco (art. 150,

IV).

A letra “e” trata da imunidade religiosa (art. 150, VI, “b”).

Assim sendo, as letras “a”, “c”, “d” e “e” são limitações constitucionais do poder de tributar.

A letra “b” não reflete a literalidade do art. 150, I, da CF, que estabelece a proibição de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, referindo-se ao princípio da legalidade. Portanto, não é limitação constitucional do poder de tributar a proibição de instituir ou majorar tributo por medida provisória.

31. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2008) As duas facetas do princípio da não-surpresa– Constituição Federal/88, art. 150, III, “b” e “c” – aplicam-se ao: (A) imposto de renda. (B) IPI. (C) empréstimo compulsório. (D) ICMS. (E) imposto extraordinário de guerra.

As duas facetas do princípio da não-surpresa são a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal.

A letra “a” é falsa, pois ao IR se aplica a anterioridade genérica (art. 150, §1°, CF).

A letra “b” é falsa, pois ao IPI se aplica a anterioridade especial (art. 150, §1°, CF).

A letra “c” é falsa, pois ao empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não se aplica a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal (art. 150, §1°, CF).

A letra “e” é falsa, eis que ao imposto extraordinário de guerra

não se aplica a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal (art. 150, §1°, CF).

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Portanto, resta o ICMS (letra “d”) que se aplica a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal.

Contudo, ressalta-se que na hipótese de restabelecimento de alíquotas do ICMS – Combustíveis não se aplica a anterioridade genérica ou anual.

32. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) É vedada a cobrança no mesmo exercício financeiro, e antes de noventa dias da data da publicação da lei que os institui ou aumenta, dos seguintes tributos: (A) ITD e ISS. (B) Imposto de Renda e ICMS. (C) IPI e ICMS. (D) Imposto de Renda e ISS. (E) IPI e Contribuição para o Custeio de Iluminação Pública.

A alternativa correta é a letra “a”, pois ao ITD e ao ISS se aplica a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal.

33. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) Caso a União, em 1º de julho de 2008, publique lei aumentando a alíquota da Cofins, de 3% para 3,5%, de pessoas jurídicas não sujeitas ao regime da não-cumulatividade, a primeira data em que o referido aumento poderá produzir efeitos, considerando as alternativas a seguir, será: (A) 1º de janeiro de 2009. (B) 1º de abril de 2009. (C) 1º de novembro de 2008. (D) 2 de julho de 2008. (E) 29 de setembro de 2008.

A alternativa correta é a letra “e”, pois a COFINS (contribuição para a seguridade social) se aplica apenas a anterioridade nonagesimal ou noventena.

Decreto, em 1º de julho de 2008 foi publicada lei aumentando a alíquota da COFINS, então, conta-se noventa dias e a data correta é 29 de setembro de 2008.

34. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) Caso o Estado, em 30 de junho de 2008, publique lei majorando a alíquota do ICMS na prestação de serviços de comunicação, de 25% para 30%, o referido aumento passará a produzir efeitos em: (A) 1º de janeiro de 2009.

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(B) 1º de setembro de 2008. (C) 1º de abril de 2009. (D) 1º de outubro de 2008. (E) 1º de julho de 2008.

A alternativa correta é a letra “a”, pois no ICMS incidente na prestação de serviços de comunicação se aplica a anterioridade genérica e a anterioridade nonagesimal.

Portanto, o referido aumento passará a produzir efeitos em 1º de janeiro de 2009.

35. (FGV/JUIZ DE DIREITO/MS/2008) Com base nos Princípios Constitucionais Tributários, analise as afirmativas a seguir: I. A vedação que impede a União, os Estados, o DF e os Municípios de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça consagra o princípio da legalidade tributária. II. O princípio da irretroatividade tributária veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou majorou. III. O princípio da uniformidade geográfica admite excepcionalmente que sejam concedidos incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país. Assinale: (A) se nenhuma afirmativa estiver correta. (B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

O item I é verdadeiro, pois, segundo o art. 150, I, da CF, a vedação que impede os entes federativos de exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça consagra o princípio da legalidade tributária.

O item II é verdadeiro, pois o princípio da anterioridade genérica e não o princípio da irretroatividade tributária veda a cobrança de tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou majorou (art. 150, III, “b”, CF).

O item III é verdadeiro, eis que o princípio da uniformidade geográfica admite excepcionalmente que sejam concedidos incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país (art. 151, I, CF).

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Decerto, a alternativa correta é a letra “c”.

36. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) De acordo com a Constituição de 1988 e suas atualizações, analise as afirmativas abaixo e assinale a incorreta. (A) O Poder Executivo pode, atendidas as condições e limites estabelecidos em lei, alterar por decreto as alíquotas do imposto de importação, de exportação, imposto sobre produtos industrializados (IPI) e imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). (B) A União poderá, como instrumento de atuação nas respectivas áreas, instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. (C) Os impostos de importação e de exportação são exceções ao princípio constitucional da anterioridade tributária em razão de sua finalidade extrafiscal e podem ter suas alíquotas majoradas e cobradas de imediato. (D) O IPTU e o IPVA podem ter sua alíquota e base de cálculo majoradas e cobradas de imediato, por força da Emenda Constitucional 42/03, que os excepcionou do princípio da anterioridade tributária, sendo irrelevante o exercício financeiro e a noventena. (E) A atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo não constitui majoração, conforme o disposto no CTN.

A alternativa “a” é correta, pois o Poder Executivo pode, atendidas as condições e limites estabelecidos em lei, alterar por decreto as alíquotas do II, IE, IPI e IOF (art. 153, §1°).

A alternativa “b” é correta, pois a União poderá, como instrumento de atuação nas respectivas áreas, instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (art. 149 da CF).

A alternativa “c” é correta, pois o II e o IE são exceções ao princípio constitucional da anterioridade tributária em razão de sua finalidade extrafiscal e podem ter suas alíquotas majoradas e cobradas de imediato, de acordo com o art. 150, §1°, da CF.

A alternativa “d” é incorreta, pois o IPTU e o IPVA podem ter suas bases de cálculo e não alíquotas majoradas e excepcionadas da noventena ou anterioridade nonagesimal (art. 150, §1°, da CF).

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Além do mais, no caso, não há exceção alguma a anterioridade anual ou genérica.

A alternativa “e” é correta, pois, segundo o §2° do art. 97 do CTN, a atualização do valor monetário da base de cálculo não constitui majoração do tributo.

37. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) A Constituição Federal de 1988 atribui competência tributária aos entes da Federação. Com relação à União, é correto afirmar que: (A) encontra-se autorizada a tributar a renda de obrigações da dívida pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (B) tem competência para instituir isenções de tributos cuja competência foi constitucionalmente assegurada aos Estados, Distrito Federal e Municípios. (C) pode estabelecer tributo não uniforme no território nacional. (D) pode estabelecer, por meio de lei complementar, outros tributos além dos expressamente mencionados na Constituição Federal, desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados constitucionalmente. (E) não tem competência, em Território Federal, sobre impostos estaduais.

A alternativa “a” é correta.

É o seguinte: o art. 151, II, da CF, veda à União de tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

Ou seja, a União encontra-se autorizada a tributar a renda de obrigações da dívida pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios, desde que em níveis similares ou inferiores aos que fixar para suas obrigações.

A alternativa “b” é incorreta, pois, conforme literalidade do artigo 151, inciso III da CF, é vedado à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do DF ou dos Municípios.

A alternativa “c” é incorreta, em face do princípio da uniformidade geográfica (art. 151, I, da CF).

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A alternativa “d” é incorreta, pois, segundo o art. 154, I, da CF, a União poderá instituir mediante lei complementar, impostosnovos, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

A alternativa “e” é incorreta, pois competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147 da CF).

38. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) Com relação ao tema Limitações ao Poder de Tributar, analise as seguintes sentenças: I. Como modo de combater a guerra fiscal, a Constituição Federal outorgou ao legislador complementar competência para regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Em atendimento a esse objetivo, a Lei Complementar nº 24/75 determina que a concessão de benefícios, ou a sua revogação total ou parcial, dependerá sempre de decisão unânime dos Estados federados. II. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, sendo inadmitida, portanto, a concessão de incentivos fiscais ainda que destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país. III. Em caso de outorga de isenção tributária a uma classe de contribuintes, a fim de promover o desenvolvimento socioeconômico de uma dada região, é possível àqueles excluídos pela lei socorrerem-se do Poder Judiciário para, com base no princípio da isonomia, obterem idêntico tratamento fiscal. Assinale: (A) se todas as sentenças estiverem corretas. (B) se somente as sentenças I e II estiverem corretas. (C) se somente as sentenças I e III estiverem corretas. (D) se somente as sentenças II e III estiverem corretas. (E) se nenhuma sentença estiver correta.

O item I é falso, pois, conforme o §2°, do art. 2°, da LC 24/75, a concessão de benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos Estados representados; contudo, a sua revogação

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total ou parcial dependerá de aprovação de quatro quintos, pelo menos, dos representantes presentes.

O item II é falso, uma vez que o princípio da uniformidade geográfica (art. 151, I, da CF) permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do país.

O item III é falso, pois, segundo interpretação sedimentada no STF, “a concessão de isenção é ato discricionário, por meio do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de conveniência e oportunidade, implementa suas políticas fiscais e econômicas e, portanto, a análise de seu mérito escapa ao controle do Poder Judiciário” (RE 149.659, AI 138.344-AgR, RE 344.331).

Assim sendo, “não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia” (RE 159.026).

Decerto, a alternativa correta é a letra “e”.

TEMA 2 - CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO GERAL

Sumário • 1. Natureza jurídica do tributo: 1.1 Base de cálculo; 1.2 Destinação legal do produto da arrecadação – 2. Função

socioeconômica dos tributos – 3. Direito Tributário material e direito tributário formal.

1. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO

O art. 4º do CTN estabelece que a natureza jurídica específica do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

No concurso do CESPE para Advogado/SERPRO/2010 foi considerado errado: “A destinação legal do produto da arrecadação de determinado tributo é imprescindível para qualificar sua natureza jurídica”. Do mesmo modo, no concurso do CESPE para Consultor/ES/2010 foi adotado como correto: “Se dois tributos

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tiverem o mesmo fato gerador, embora um deles seja denominado taxa, e o outro, imposto, um deles estará com uma incorreta atribuição de natureza jurídica específica”.

Fato gerador (in abstrato) significa a hipótese prevista em lei, cuja ocorrência faz surgir à obrigação tributária, por isso também é denominado de hipótese de incidência. Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre renda (IR) é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN.

De tal modo, com fundamento apenas no art. 4º, do CTN, você já responde diversas questões, a saber:

1. “A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: (a) a denominação e demais características formais adotadas pela lei; (b) a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

2. “O que determina a natureza jurídica de um tributo é o fato gerador da respectiva obrigação, independentemente de sua denominação e da destinação legal do produto de sua arrecadação” (ESAF/AFTM/NATAL/2008).

3. “Para conhecimento da natureza específica das diversas espécies tributárias previstas no Sistema Tributário Nacional, é essencial o exame do fato gerador da respectiva obrigação, tendo em vista que, à luz do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002).

4. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (ESAF/IRB/2004).

5. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) O fato gerador da obrigação tributária é determinante para o estabelecimento da natureza jurídica do(da) a) crédito tributário. b) lançamento.

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c) sujeito passivo. d) tributo. e) dívida ativa.

6. (ESAF/AFTE/MS/2001) A natureza jurídica dos tributos é determinada pela(o) a) denominação adotada pela lei. b) compulsoriedade que lhe é inerente. c) fato gerador da respectiva obrigação. d) destinação legal do montante arrecadado. e) adoção estrita do princípio da legalidade.

7. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada: a) pelos dispositivos da Constituição Federal que disciplinam as espécies tributárias neles previstas. b) pela denominação e demais características formais do tributo, estabelecidas na lei que o institui. c) pela base de cálculo e a alíquota do tributo, fixadas em lei. d) pelo fato gerador da respectiva obrigação. e) pela destinação constitucionalmente conferida ao produto da arrecadação do tributo.

8. (ESAF/GESTOR/MG/2005) A natureza jurídica dos tributos é determinada: a) pela denominação legal. b) pelo critério quantitativo da norma que o criou. c) pela finalidade de sua arrecadação. d) pelo fato gerador. e) pela previsão ou não de obrigações acessórias.

9. A denominação e as demais características formais adotadas pela lei são relevantes para qualificar natureza jurídica específica do tributo (ESAF/IRB/2004).

As quatro primeiras questões são verdadeiras. A quinta, a letra correta é a “d”. A sexta é a “c”, a sétima e oitava são “d”. A nona questão é falsa. Todas estas questões cobraram o aprendizado literal do art. 4º, do CTN.

1.1 BASE DE CÁLCULO

Por sua vez, salientamos que bancas de concurso podem aprofundar um pouco mais o tema da classificação das espécies

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tributárias e cobrar o conhecimento da relevância da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo.

Assim sendo, o grande valor da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo tem fundamento jurídico na CF/88, quando dispõe que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §1º) e que a União poderá instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I).

Com efeito, devemos afirmar com tranquilidade que numa interpretação conforme a CF/88, a identificação da natureza jurídica do tributo pode ser realizada pelo binômio: hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e base de cálculo. A hipótese de incidência é também chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista abstratamente na lei.

A base de cálculo (também nomeada de base imponível) serve igualmente para quantificar a grandeza financeira do fato gerador do tributo, sendo a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Neste sentido, afirmamos que a base de cálculo é o elemento mensurador do fato gerador do tributo.

Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: (a) função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); (b) função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; (c) função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo.

São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc.

Ademais, registramos a distinção doutrinária tênue entre a base de cálculo e base calculada. A base de cálculo esta no plano da lei, prevista no plano abstrato, ou seja, é uma definição ou descrição legal (mundo do direito). Já a base calculada é a base de cálculo aplicada no caso concreto, ou seja, é o simples valor em moeda da base de cálculo numa situação prática (mundo dos fatos). Por

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exemplo, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel e, numa situação concreta (“X”), a base calculada é de R$ 400.000,00.

Importante: De acordo com a interpretação predominante da CF/88, a fixação da base de cálculo deve sempre ser estabelecida por meio de lei, sem qualquer tipo de exceção. Decerto, não foram recepcionados pela CF os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que estabelecem sobre a competência do Poder Executivo de alterar as bases de cálculo do imposto sobre importação (II), do imposto sobre exportação (IE) e dos impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF), a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Por exemplo, afirma o STJ que a “instituição ou a fixação da base de cálculo de tributo, a que se refere o art. 97 do CTN, que explicita o princípio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituição, se faz mediante a edição de lei” (AGREsp 465740/MG).

Agora você já pode responder as seguintes questões:

1. “O conhecimento da hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e da base de cálculo nos coloca em condições de identificar a estrutura e a natureza de um determinado tributo” (ICMS/MG/1995).

2. “O Código Tributário Nacional, ao indicar, em seu art. 4º, que a ‘natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação’, revela certa omissão, desconsiderando a importância da base de cálculo para a identificação da figura tributária” (ICMS/MG/1995).

3. “A natureza jurídica específica de um tributo é dada pelo cotejo entre o seu fato gerador e a sua base de cálculo” (PROCURADOR DO ESTADO/RN/2002).

4. (ESAF/TTN/1997) A natureza jurídica específica do tributo é determinada a) pela denominação que lhe dá a lei. b) pelas características formais adotadas pela lei. c) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. d) pela competência da pessoa jurídica de direito público que o instituir. e) pelo fato gerador e base de cálculo da respectiva obrigação.

5. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos

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é correto afirmar-se que devem sempre ser estabelecidas por meio de lei (ESAF/AFTM/TERESINA/2002).

6. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que só podem ser modificadas por lei complementar ou emenda constitucional (ESAF/AFTM/TERESINA/2002).

As três primeiras questões são verdadeiras. A quarta questão

é a letra “e”. A quinta é verdadeira e a sexta é falsa, pois à fixação das bases de cálculo dos tributos podem ser modificadas por lei ordinária e não só por lei complementar ou emenda constitucional.

1.2 DESTINAÇÃO LEGAL DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO

Ademais, devemos dizer ainda que algumas questões de concursos dificultam o tema um pouco mais e exigem do candidato o conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o critério do fato gerador (art. 4°, caput, do CTN) é insuficiente para a identificação da natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios estabelecidos pela CF/88.

Por exemplo, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) tem, em princípio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ), que é o lucro auferido, podendo-se perceber com facilidade que o fato gerador não é suficiente para identificar a natureza jurídica da CSLL.

Em relação às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios, destacamos também que a doutrina citada compreende que a destinação do produto da arrecadação é relevante para identificar a natureza jurídica destas espécies tributárias, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadação a determinados fins.

Como afirma Misabel Derzi: “A Constituição de 1988, pela primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que são as contribuições e os empréstimos compulsórios, dando à destinação que lhes é própria relevância, não apenas do ponto de vista do Direito Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito Constitucional Tributário”.

No 15° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrada seguinte questão discursiva: “No intuito de fixar rigidamente as competências impositivas tributárias, a Constituição Federal erigiu um outro componente a conjugar-se com a hipótese de incidência para

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melhor definir a natureza jurídica específica do tributo. Indique-o, exemplificando” (responder em até 20 linhas).

Ademais, alguns autores ainda acrescentam o critério da restituição do tributo para fins de distinção das espécies tributárias. A restituição do tributo apenas acontece com o empréstimo compulsório.

Para fins de simplificação deste ponto entendemos o seguinte:

• A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo.

• O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios.

• Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para identificação das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN. Neste sentido, encontram-se superados os arts. 4° e 5° do CTN.

Importante: Sempre prestando bastante atenção no enunciado da questão do concurso, podemos resumir em três hipóteses as respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do CTN; (b) compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importância da base de cálculo; (c) entendimento à luz do que dispõe a CF/88.

No concurso da FUNDAÇÃO UNIVERSA para ADASA/Advogado/2009 foi considerado correto: “As espécies tributárias impostos, taxas e contribuição de melhoria são definidas pela análise do fato gerador, sendo irrelevante para tal a destinação legal do produto da arrecadação”. Por sua vez, no 24° Concurso para Procurador da República/MPF foi adotado como verdadeiro o entendimento de que os artigos 4° e 5°, do CTN, acham-se superados.

Mãos à obra:

1. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de

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natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007).

2. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006).

A primeira e a segunda questão são verdadeiras.

3. (OAB/SP – 119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório e contribuições especiais. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria.

A terceira questão é letra “c”.

4. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador.

A quarta é letra “c”, pois cobra o entendimento literal do art. 4°, do CTN.

5. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa

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afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação. (C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

A quinta questão é bastante interessante, sendo a letra “d”. Verifique que esta só trata de impostos e taxas, portanto deve-se aplicar o art. 4°, do CTN, sendo o fato gerador o critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

2. FUNÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TRIBUTOS

A função socioeconômica dos tributos tem relação com a justa alocação dos recursos arrecadados pelo Estado com os tributos. Assim, é concretizada com a promoção da redistribuição da renda arrecadada, bem na atuação positiva do Estado para a satisfação dos direitos sociais do cidadão (alimentação, saúde, vestuário, moradia, educação, acesso ao trabalho, livre iniciativa etc.).

A doutrina aponta também como forma de concretização função socioeconômica dos tributos: (i) a tributação justa, com respeito aos princípios tributários constitucionais; (ii) a democratização dos orçamentos, com o incentivo a participação popular na gestão pública.

3. DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIAL E DIREITO TRIBUTÁRIO FORMAL

A doutrina separa o direito tributário quanto à natureza da legislação em direito tributário material e em direito tributário formal.

O direito tributário material ou substantivo cuida das normas tributárias reguladoras dos direitos e obrigações das pessoas, isto é, do nascimento e extinção da obrigação tributária, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a responsabilidade tributária etc.

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Tais normas, em rigor, devem seguir estritamente os princípios da legalidade tributária e da irretroatividade da lei. Isto é, não há grande dose de liberdade na atuação do poder tributário e as situações são regidas pela lei então vigente, mesmo que posteriormente modificada ou revogada, conforme, por exemplo, disciplina o caput, do art. 144 do CTN.

Por sua vez, o direito tributário formal ou adjetivo cuida da aplicação da norma material ao caso concreto, ou seja, dos deveres instrumentais, dos aspectos procedimentos de apuração e fiscalização do crédito tributário, tal como os poderes de investigação das autoridades administrativas. Por exemplo, a “quebra” do sigilo bancário pela autoridade fiscal ou o pedido de informação ao contribuinte.

Decerto, o direito tributário formal diz respeito à atuação da autoridade administrativa durante o procedimento de lançamento tributário. Neste sentido, aplica-se de forma imediata ao lançamento a legislação formal posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação, de acordo com o §1°, do art. 144, do CTN. Assim, constamos a aplicação imediata e retroativa da norma tributária formal a fato geradores do passado.

No concurso do CESPE para o Ministério Público/ES/2010 foi considerado verdadeiro: “Se uma nova lei for publicada após a ocorrência do fato gerador de imposto não lançado por período certo de tempo, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas, o lançamento será regido pela lei em vigor na data da feitura do lançamento”. Isto é, o tema se refere ao direito tributário formal (ampliação de poderes de investigação), podendo retroagir para atingir fato gerador passado. Assim, aplica-se a lei do dia da realização do lançamento.

CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÕES NO DIREITO TRIBUTÁRIO

Sumário • 1. Introdução – 2. Classificação das espécies tributárias – 3. Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato

gerador – 4. Classificação quanto ao destino da arrecadação – 5.Classificação quanto à base econômica de incidência – 6.

Classificação quanto à forma de percepção: tributo direto e tributo indireto – 7. Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos

da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais – 8. Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos: tributos

fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais – 9. Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação: tributos fixos,

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tributos proporcionais, tributos progressivos e tributos regressivos – 10. Classificação simples da receita pública: receita originária e

receita derivada.

1. INTRODUÇÃO

Inicialmente, destacamos que o Direito Tributário admite diversas classificações, de acordo com as ideologias ou as correntes de pensamentos existentes.

No entanto, o sentido da classificação deve ser sempre facilitar o estudo das espécies tributárias, mediante o aspecto preponderante a ela conferido por certas doutrinas ou pela própria jurisprudência (decisões reiteradas dos Tribunais Superiores).

Deste modo, ao se classificar alguma coisa, pretendemos compartimentar e sistematizar o conhecimento, de maneira a tornar mais fácil a sua compreensão e, para fins pedagógicos, a sua memorização e praticidade.

Deste modo, vamos tratar de todas as classificações dos tributos que são cobradas em concursos públicos, a saber:

• Classificação das espécies tributárias, em que prepondera o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são cinco espécies tributárias, que são os impostos, as taxas, a contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou gerais; • Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência(fato gerador in abstrato) do tributo, que pode se dividir em tributo vinculado e tributo não-vinculado; • Classificação quanto ao destino da arrecadação, separando os tributos de arrecadação vinculada dos tributos de arrecadação não-vinculada; • Classificação quanto à base econômica de incidência, que pode separar os impostos em impostos sobre o comércio exterior, impostos sobre o patrimônio ou a renda, impostos sobre a produção ou a circulação e impostos especiais. • Classificação quanto à forma de percepção, apartando os tributos em diretos e indiretos; • Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência, distinguindo os tributos em reais e pessoais; • Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos, que pode ser fiscal, extrafiscal e parafiscal; • Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de

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quantificação, que divide os tributos em fixos, proporcionais, progressivos e regressivos. • Classificação simples da receita pública, com base na diferença entre receitas originárias e receitas derivadas.

O CESPE no concurso para Procurador da Paraíba/2008 cobrou a seguinte questão discursiva: “A doutrina propõe inúmeras classificações para os tributos, com base em suas especificidades, semelhanças e diferenças. Tais classificações, embora ausentes na legislação, ajudam na compreensão da natureza jurídica e aplicação de cada espécie tributária. Com foco nas principais classificações propostas pela doutrina, redija um texto dissertativo, conceituando as espécies tributárias e mencionando, necessariamente, os seguintes critérios: natureza do fato gerador, destinação da arrecadação, finalidade, aspectos subjetivos e objetivos da hipótese de incidência” (máximo de 25 linhas).

2. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no seu art. 145, estabeleceu a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria.

Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5º do CTN) alguns renomados autores crêem que só existem três espécies tributárias no sistema jurídico nacional, de forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo esta a denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies tributárias.

Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as

contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em cada caso concreto.

Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias.

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Ressaltamos que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam:

• O art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica;

• O art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União;

• O art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar.

Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para fins de concurso público: “qualquer questão de concurso que pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que integram o Sistema Tributário Nacional (STN), a resposta é: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições. Observação: as contribuições do art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuições sociais todas as contribuições, exceto as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em concursos”.

Nesse rumo, podemos visualizar o seguinte quadro geral das espécies tributárias de competência da União estabelecidas pela CF:

• Impostos (art. 153, incisos I a VII, art. 154, I e II): a)imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c)imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) –

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art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; h) impostos residuais – art. 154, I; i) impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II;

• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); • Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por

calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II);

• Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c)contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º.

Destacamos também que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF).

Ao Distrito Federal competem os impostos estaduais e municipais (arts. 147, 155 e 156, da CF).

Neste contexto, as espécies tributárias de competência dos Estados e do Distrito Federal fixadas pela CF são as seguintes:

• Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III;

• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); • Contribuição previdenciária (art. 149, §1º).

No que concerne aos Municípios e ao Distrito Federal, a CF dispõe:

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• Impostos (art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) – art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c)imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III;

• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); • Contribuições: a) contribuição previdenciária (art. 149, §1º);

b) contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A.

O CESPE no concurso para Consultor/ES/2010 adotou como incorreto: “É admissível que a União, os estados e os municípios instituam, desde que por meio de lei, contribuição para custeio da iluminação pública”.

Com base nos ensinamentos acima, você pode responder os seguintes questionamentos de concurso público:

1. “São espécies tributárias previstas na Constituição Federal: imposto, taxa, empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA 2002).

2. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que o empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias” (ESAF/AFPS/2002).

3. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFPS/2002).

4. “Imposto, taxa, preço público e contribuição de interesse de categorias profissionais são espécies

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tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

5. “Empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e contribuição para a seguridade social são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

6. “Contribuição de interesse de categorias econômicas, taxa, imposto e encargo de reparação de guerra são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003).

As quatro primeiras questões e a sexta questão estão erradas, porque não são espécies tributárias o preço público, o encargo de reparação de guerra e a compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas. Este último tem natureza jurídica de preço público.

O quinto enunciado está correto.

7. “Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva” (ESAF/AFPS/2002).

8. “Cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir e cobrar adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital” (ESAF/AFTE/RN 2005).

9. “O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos é instituído e cobrado pelos Municípios” (ESAF/AFTE/RN 2005).

10. “É permitido à União, aos Estados e ao Distrito Federal instituir, nos respectivos âmbitos de atuação, contribuições de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFTE/RN 2005).

11. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,

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inclui-se na competência impositiva a) dos Estados e do Distrito Federal. b) da União. c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

12. “Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007).

13. “Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia” (ESAF/AFTE/MS 2001).

14. “Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001).

15. “As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF” (ESAF/AFTE/MS 2001).

O sétimo, o oitavo, o nono, o décimo (10) e o décimo quinto(15) estão incorretos, uma vez que não é permitido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competência para instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico. Também não cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir adicional de imposto de renda e aos Municípios o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (competências extintas com a Emenda Constitucional nº 3/1993).

A décima primeira (11) questão é a letra “b”.

A décima segunda (12) e a décima terceira (13) são verdadeiras.

A décima quarta (14) questão é falsa, porque o Distrito Federal e os Municípios também podem instituir contribuições de melhoria.

16. “Compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento

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de sua atuação nas respectivas áreas” (ESAF/AFRRF 2002).

17. “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência social” (ESAF/AFRRF 2002).

18. “Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União” (ESAF/AFRFB/2005).

19. “Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica?” (ESAF/AFRFB/2005).

20. “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO/2007).

21. “É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública” (ESAF/AFTE/RN/2005).

22. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) É da competência dos Estados a instituição do imposto sobre a) a propriedade territorial urbana. b) a propriedade territorial rural. c) a transmissão inter vivos de bens imóveis. d) a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos. e) serviços de qualquer natureza.

23. (ESAF/AFTE/MS 2001) É da competência dos Estados o seguinte imposto: a) sobre a propriedade de veículos automotores. b) sobre a importação de produtos estrangeiros. c) sobre serviços de qualquer natureza. d) sobre a propriedade territorial urbana. e) sobre produtos industrializados.

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24. (ESAF/AFTE/PA/2002) A Constituição Federal atribui aos Estados a competência para a instituição de: a) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuições de melhoria e taxas. c) contribuições previdenciárias relativas à seguridade social, contribuições de melhoria e taxas. d) pedágios, empréstimos compulsórios e imposto sobre a propriedade de veículos automotores. e) contribuições de intervenção no domínio econômico, pedágios e imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos.

25. O Distrito Federal pode instituir os impostos estaduais, municipais, taxas e contribuição de melhoria (ESAF/PFN/2006).

A décima sexta (16), a décima nona (19), a vigésima (20), a vigésima primeira (21) e a vigésima quinta (25) são corretas.

A décima sétima (17) é errada, pois os Estados, os Municípios e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88).

Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE e das contribuições corporativas (de interesses de categorias profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88. Com base nestes argumentos, a questão é errada, eis que o termo federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88.

A décima oitava (18) é falsa, porque os Estados podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

A vigésima segunda (22) tem como alternativa correta a letra “d”, a vigésima terceira (23) a letra “a” e a vigésima quarta (24) a “c”.

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26. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007) O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. (E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios.

A vigésima sexta (26) é letra “a” (tome cuidado!!!), porque o art. 5º do CTN determina que os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Aqui o examinador cobra, nos termos do CTN, a literalidade do dispositivo.

27. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) As receitas tributárias dividem-se em impostos, taxas, tarifas e contribuições de melhoria.

A vigésima sétima (27) é falsa, uma vez que a tarifa não é tributo.

3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA OU FATO GERADOR

Esta classificação separa os tributos em tributos vinculados e tributos não-vinculados.

O tributo vinculado significa que o fato gerador do tributo é uma atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Como exemplo, temos a contribuição de melhoria que decorre da atividade do Estado de realizar uma obra pública da qual deve resultar valorização imobiliária para o contribuinte.

Temos também o exemplo das taxas, uma vez que fato gerador indica que a taxa deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e divisíveis.

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Já o tributo não vinculado significa que o fato gerador do tributo é um fato praticado pelo contribuinte independente de qualquer atividade estatal específica realizada para o próprio contribuinte. O melhor exemplo de tributo não vinculado são todos os impostos.

Valem aqui ponderações feitas por Robinson Sakiyama: “Os fatos geradores próprios dos impostos são as situações de ser proprietário de algo (ITR, IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, ITBI), prestar serviços ou fazer circular mercadorias (ISS, ICMS) etc., ou seja, todas as situações que não se referem a uma atividade estatal específica voltada ao contribuinte. Por esta razão, muitos autores se referem aos impostos como tributos não vinculados.”

A FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou correta: “Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas”.

Já o empréstimo compulsório pode ser um tributo vinculado ou um tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador especificado na lei complementar que criar este tributo. Ou seja, não há como classificar o empréstimo compulsório antes da sua criação, uma vez que o fato gerador é apenas juridicamente conhecido com a sua instituição por lei complementar.

Ademais, apesar da polêmica, a doutrina majoritária entende que as contribuições sociais são tributos não vinculados, devendo obedecer ao princípio da solidariedade social, uma vez que não implicam uma atuação do Estado específica e individualizada em relação ao contribuinte.

Responda as seguintes questões e veja se você realmente aprendeu o assunto:

(FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as seguintes características: I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II. A materialidade do seu fato gerador consiste na atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviço. III. A materialidade do fato gerador é a atuação do Estado em forma de obras públicas que decorra valorização imobiliária.

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No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, seqüencialmente, a (A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado (imposto) e contribuição de melhoria. (B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria e tributo não-vinculado (taxa). (C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e tributo não-vinculado (imposto). (D) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado (taxa) e contribuição de melhoria. (E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de melhoria, e tributo vinculado (imposto).

A resposta correta é a letra “d”. Imposto (tributo não-vinculado), taxa (tributo vinculado) e contribuição de melhoria (tributo vinculado).

(UFRS/ICMS/RS/2006) Assinale a alternativa correspondente àquela espécie de exações, classificável, pela sua hipótese de incidência, como tributos vinculados a atividades realizadas pelo poder público. (A) impostos diretos. (B) taxas. (C) empréstimos compulsórios. (D) impostos indiretos. (E) contribuições de intervenção no domínio econômico.

A resposta correta é a letra “b”, eis que a taxa é um tributo vinculado a atividade realizada pelo poder público. Vamos trabalhar com a classificação de tributos direitos e indiretos ainda nesta aula.

4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DESTINO DA ARRECADAÇÃO

Esta classificação separa os tributos em tributos de arrecadação vinculada e não-vinculada.

Tributo de arrecadação vinculada é aquele que os recursos arrecadados devem ser utilizados com despesas legais previamente determinadas. Por exemplo, o empréstimo compulsório, pois a CF/88 dispõe que a aplicação dos recursos provenientes deste tributo será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Tributo de arrecadação não-vinculada é aquele que os recursos podem ser aplicados sem vinculação a despesa previamente destinada. Como exemplo, a doutrina cita os impostos, uma vez que, em princípio, as suas receitas não podem ser vinculadas a órgãos,

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fundos ou despesas, salvo as exceções previstas no inciso IV e §4°, do art. 167, da CF/88.

Destacamos que em virtude do dispositivo do art. 167, IV, da CF/88, o STF recentemente entendeu inconstitucional a isenção de IPVA concedida pelo Distrito Federal para aqueles empresários que patrocinem o esporte. Isso porque a isenção representaria vincular a receita do IPVA à atividade de patrocínio do esporte.

Entretanto, é relevante prestar atenção em relação às exceções previstas nesta regra constitucional (art. 167, IV, da CF/88). Em outras palavras, os recursos arrecadados com os impostos também podem ser utilizados com despesas previamente determinadas.

Vejamos as exceções à arrecadação não-vinculada dos impostos previstas expressamente no art. 167, inc. IV, da CF/88:

• Recursos destinados para as ações e serviços públicos de saúde;

• Recursos destinados para a manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental (FUNDEF);

• Recursos destinados às atividades da administração tributária; • Recursos destinados à prestação de garantia às operações de

crédito por antecipação da receita (ARO); • Recursos destinados à prestação de garantia ou contragarantia

à União e para pagamento de débitos para com esta.

O CESPE no concurso de Juiz Federal/TRF1/2010 cobrou a seguinte questão: Considerando que o governo de determinado estado da Federação, após a arrecadação de impostos, tenha criado um fundo para que essa receita seja destinada à manutenção do ensino fundamental, assinale a opção correta: (a) A CF autoriza a União a fazer a vinculação em questão, mas não os estados; (b) O estado pode criar fundo com a referida vinculação de receita de imposto, bem como de receita proveniente de taxa; (c) A vedação de vincular receita de imposto a fundo ou órgão tem exceção apenas quanto à prestação de garantias às operações de crédito por antecipação; (d) O estado poderia criar essa vinculação à despesa para custear serviços públicos de segurança pública. A resposta é letra “b”.

Por sua vez, destacamos que em relação às taxas não há previsão constitucional explícita de destinação específica para o

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produto de sua arrecadação, salvo na única hipótese das custas e emolumentos (espécie de taxa judiciária). Neste caso, a CF prescreve que serão destinadas apenas ao custeio dos serviços afetos às atividades da Justiça (art. 98, §2°).

Neste contexto, o STF entende que é inconstitucional a lei que vincular a arrecadação de taxas a pessoas jurídicas de direito privado (ADI 1.145).

Contudo, o STF compreende como constitucional a arrecadação vinculada de taxas a instituições públicas, ao próprio Poder Judiciário e a fundos públicos, desde que tenham relação direta ou indireta com a atividade relacionada ao fato gerador da exação.

Assim, o STF afirma que “nada pode justificar seja o produto de sua arrecadação afetado ao custeio de serviços públicos diversos daqueles a cuja remuneração tais valores se destinam especificamente” (ADI 2.040, ADI 1.378).

Portanto, o STF já julgou como constitucional:

• Lei estadual que destina à seção regional da OAB parcela das custas processuais (ADI 1.707);

• Lei estadual que destina parcela da arrecadação de taxa de polícia sobre as atividades notariais e de registro a um fundo da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (ADI 3.643);

• Lei estadual que vincula a arrecadação de taxa cobrada sobre serviços notariais e de registros para financiar um Fundo de Reaparelhamento do Ministério Público estadual (ADI 3028).

Vamos para as questões:

(PGDF/2007) “É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público”.

É falsa a alternativa, pois o STF entende que é constitucional.

(FUNDATEC/Assessor em Finanças/UERS/2005) Em relação ao IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, levando em conta o conceito legal de imposto, está correto afirmar que este tributo

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A) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação de rodovias, hidrovias e ferrovias. B) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. C) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação e conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. D) não pode ter outra finalidade que não aquelas relacionadas com as atividades estatais de transporte, educação e saúde. E) independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, ou seja, não se vincula a qualquer despesa em particular.

A resposta é a letra “e”. Mas perceba que o examinador confunde as classificações quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador e quanto ao destino da arrecadação.

O mais certo seria a seguinte resposta: Em relação ao IPVA está correto afirmar que este tributo independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, bem como (ou “e também”) não se vincula a qualquer despesa em particular.

5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À BASE ECONÔMICA DE INCIDÊNCIA

Esta classificação é baseada no CTN, dividindo os impostos em (i) impostos sobre o comércio exterior, (ii) impostos sobre o patrimônio e a renda, (iii) impostos sobre produção e a circulação e (iv) impostos especiais.

Os impostos sobre o comércio exterior incidem sobre operação de importação ou exportação. São eles: imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) e o imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE).

Os impostos sobre o patrimônio e a renda incidem sobre a propriedade de bens móveis, bens imóveis e sobre a renda. São eles: imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR), imposto sobre propriedade territorial rural (ITR), imposto sobre grandes fortunas (IGF), impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD), imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis,

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exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU).

Os impostos sobre produção e a circulação incidem sobre a circulação de bens ou valores e sobre a produção dos bens. São eles: imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) e imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS).

Por fim, o imposto especial é o imposto extraordinário de guerra (IEG) estabelecido art. 154, II, da CF/88, dispondo que a União poderá na iminência ou no caso de guerra externa, instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DE PERCEPÇÃO: TRIBUTO DIRETO E TRIBUTO INDIRETO

O tributo direto é aquele em que o próprio contribuinte arca com ônus financeiro do tributo. Ou seja, o contribuinte fixado pela lei não repassa o ônus tributário para terceiro. São exemplos de tributo direto: IRPF, IRPJ, ITR, IPTU, IPVA, dentre outros.

O tributo indireto é aquele em que contribuinte eleito pela lei (contribuinte de direito ou de jure) repassa o ônus financeiro do tributo para terceiro (contribuinte de fato ou de facto). Chama-se repercussão do ônus financeiro esta transferência do encargo tributário do contribuinte de direito para o contribuinte de fato. A doutrina afirma igualmente que os tributos indiretos incidem sobre o consumo, as vendas e a produção.

É o que acontece no IPI e no ICMS, pois ocorre a transferência do ônus tributário para o adquirente final do bem (contribuinte de fato), isto é, que realmente paga o tributo é o consumidor final.

Assim, aos tributos indiretos, aplica-se o art. 166 do CTN: “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la”.

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No 22° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrado a seguinte questão: Ante o art. 166, do CTN, indique o tributo que, por sua natureza, acarreta a transferência do respectivo encargo financeiro: (a) Imposto sobre operações financeiras se o contribuinte, numa importação de bens, faz inclusão destes no seu ativo; (b) As taxas, quando sob o enfoque econômico, repercutem e possam vir a integrar os custos fixos das empresas; (c) Contribuição previdenciária; (d) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços. A resposta é letra “d”.

Ademais, destacamos que o ISS é espécie tributária que admite a sua dicotomização como tributo direto ou indireto a depender do caso concreto. Isto é, o ISS pode ser classificado como tributo direto ou indireto conforme as circunstâncias fáticas de cada caso.

Neste sentido, o STJ, por exemplo, compreendeu que o pedido de restituição de valores indevidamente recolhidos “a título de ISS incidente sobre a locação de bens móveis (cilindros, máquinas e equipamentos utilizados para acondicionamento dos gases vendidos), hipótese em que o tributo assume natureza indireta, reclama da parte autora a prova da não repercussão, ou, na hipótese de ter a mesma transferido o encargo a terceiro, de estar autorizada por este a recebê-los”.

Realçamos que o Plenário do STF já reconheceu a inconstitucionalidade do ISS sobre locação de bem móvel (súmula vinculante 31), sendo inexigível, portanto, tal tributação.

Deste modo, segundo o STJ, o ISS incidente sobre a locação de bens móveis assume natureza de imposto indireto, uma vez que a empresa (contribuinte de direito) repassa ao locador da mercadoria (contribuinte de fato).

Nesse rumo, a empresa deve provar que assumiu o impacto financeiro decorrente do pagamento indevido ou que está autorizada a demandar em nome do locador. Em outras palavras, a comprovação da inexistência de repasse do imposto devido em cada operação ou a autorização para a demanda do locador é imprescindível para a restituição do ISS.

Em resumo, o ISS é tributo que pode ser classificado como indireto e, por conseguinte, aplica-se o art. 166 nesta hipótese.

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Vejamos também a seguinte questão:

(Procurador/RS/97) São impostos indiretos: a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações financeiras (IOF). c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a produtos industrializados (IPI). e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre produtos industrializados (IPI).

A resposta correta é a letra “e”, que se refere ao ICMS e ao IPI.

7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ASPECTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA: TRIBUTOS REAIS E TRIBUTOS PESSOAIS

Os tributos reais incidem sobre a coisa (res), o bem ou a operação realizada, desconsiderando as características pessoais do contribuinte. São exemplos: o ITR, o IPTU, o ITCMD, o ITBI, IOF, entre outros.

Os tributos pessoais consideram e valorizam as características pessoais do contribuinte, de acordo com o postulado da pessoalidade estabelecido no art. 145, §1º, da CF. Por exemplo, o IR.

8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE OU FUNÇÃO DOS TRIBUTOS: TRIBUTOS FISCAIS, TRIBUTOS EXTRAFISCAIS E TRIBUTOS PARAFISCAIS

O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU.

O tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. Em outras palavras, a extrafiscalidade dos tributos influi sobre a conjuntura econômica do Estado. São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE.

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A FGV no concurso para Juiz de Direito/PA/2009 cobrou a seguinte questão: “O Estado Moderno é caracterizado pelas finanças funcionais, ou seja, pela atividade financeira do Estado orientada no sentido de influir sobre a conjuntura econômica. Prova desse fato é: (a) o mix tributário diversificado dos Estados; (b) a criação de multas elevadas no âmbito fiscal; (c) a extrafiscalidade marcante de alguns tributos; (d) o tabelamento de preços, em situações de crise; (e) a despersonalização dos impostos”. A resposta é a letra “c”.

O tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos.

São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc.

Vamos para as questões:

1. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) Em relação aos tributos e suas espécies, assinale a opção correta. a) O fato gerador de um tributo não pode decorrer de circunstância ilícita. b) Para determinação da natureza jurídica do tributo, é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. c) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. d) O tributo denominado taxa, quando cobrado em razão de serviço público específico e divisível, pode receber a denominação de tarifa pública. e) O tributo tem função extrafiscal quando seu objetivo principal é a interferência no domínio econômico, não se limitando apenas à simples arrecadação de recursos financeiros.

Na primeira questão a resposta correta é a letra “e”.

A letra “a” é falsa, pois o fato gerador (in concreto) de um

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tributo pode decorrer de circunstância ilícita. Lembra do exemplo do início da aula? A tributação sobre atividades criminosas. A letra “b” também é falsa, uma vez que para determinação da natureza jurídica do tributo não é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. A letra “c” é falsa, pois não é admitido no direito brasileiro o tributo in labore. A letra “d” é falsa, eis que a taxa (espécie de tributo) não se confunde com a tarifa ou preço público.

2. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder Público competente, a uma entidade paraestatal dotada de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: a) Acessórias. b) Complementares. c) Extraordinárias. d) Extrafiscais. e) Parafiscais.

A segunda questão se enquadra perfeitamente no conceito de tributos (receitas compulsórias) parafiscais (letra “e”).

3. (FCC/Procurador/2008) Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades −pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como (A) contribuições e extrafiscais. (B) parafiscais e especiais. (C))extrafiscais e parafiscais. (D) especiais e extraordinários. (E) fiscais e empréstimos compulsórios.

A terceira questão a resposta é a letra “c”.

4. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do

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contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Imposto sobre importação. c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Taxa de iluminação pública.

A questão cobra os tributos que são considerados extrafiscais, segundo a doutrina majoritária.

O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU.

Já o tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, monetário e fiscal do País, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia.

São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. Por exemplo, o Presidente da República quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI.

Assim, são considerados de caráter fiscal os tributos enunciados nas letras “A”, “B”, “C” e “D” (Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre importação e Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis).

Logo, deve ser marcada a letra “E”, inclusive a taxa de iluminação pública é considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (súmula 670).

5. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-

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feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores.

Letra (A). O IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto (art. 153, §3°, I, CF). Contudo, a notícia não traz exemplo de seletividade, até porque explicitamente enuncia que a alíquota reduzida de 5% abrange somente os produtos da chamada classe ‘A’. Logo, incorreta.

Letra (B). A notícia não demonstra a aplicabilidade do princípio da capacidade tributária (art. 145, §1°), pois examina situação em que a tributação sobre produtos das classes mais pobres possuem carga tributária maior. Logo, incorreta.

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Letra (C). O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode baixar ou restabelecer as suas alíquotas. Contudo, esta flexibilidade não justifica a notícia. Portanto, incorreta.

Letra (D). A não-cumulatividade é característica obrigatória do IPI. Todavia, a notícia não diz respeito a não-cumulatividade. Logo, incorreta.

Letra (E). A extrafiscalidade tributária interfere diretamente no domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. Desta forma, a extrafiscalidade explica e justifica a notícia, pois o ministro da Fazenda Guido Mantega afirma literalmente que pretende desonerar mais os produtos que consomem menos energia, aumentando, por conseguinte, o consumo destes bens ou produtos. Portanto, correta.

9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALÍQUOTA DO TRIBUTO OU FORMA DE QUANTIFICAÇÃO: TRIBUTOS FIXOS, TRIBUTOS PROPORCIONAIS, TRIBUTOS PROGRESSIVOS E TRIBUTOS REGRESSIVOS

De início, registramos a lição de Paulo de Barros Carvalho de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”.

Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto.

Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma.

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Já nos tributos progressivos, a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode ocorrer a denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade.

A progressividade fiscal também pode ocorrer com o IPTU, pois este pode ser progressivo em razão do valor do imóvel, a partir da Emenda Constitucional n. 29/2000 (Súmula 668 do STF).

Ressaltamos que a progressividade também pode ser extrafiscal, aumentando-se a alíquota não pelo crescimento da base de cálculo, mas para desestimular determinados procedimentos realizados pelo contribuinte. É o caso do ITR que deve ser progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano pelo seu proprietário ou em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana, que é disciplinado no art. 182, §4º, inc. I, II e III, da CF/88, no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) e também na lei do plano diretor de cada Município.

A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 considerou falso o seguinte item: “Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional”.

Por fim, no tributo regressivo, a alíquota deve decrescer à medida que aumente a base de cálculo.

1. (ESAF/TTN/1997) A Constituição Federal permite a aplicação de alíquotas progressivas para a cobrança dos seguintes impostos: a) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Propriedade Territorial Rural; Propriedade Predial e Territorial Urbana. b) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; Propriedade Predial e Territorial Urbana. c) Produtos Industrializados; Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Propriedade de Veículos Automotores. d) Propriedade Predial e Territorial Urbana; Propriedade Territorial Rural; ICMS.

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e) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; ICMS.

A resposta correta é a letra “a”.

10. CLASSIFICAÇÃO SIMPLES DA RECEITA PÚBLICA: RECEITA ORIGINÁRIA E RECEITA DERIVADA

As receitas originárias são decorrentes de obrigações convencionais ou voluntárias (obrigação ex voluntate) estabelecidas entre o Poder Público e os administrados, sem qualquer ato de coerção (utilização do poder de império) por parte do Estado. São exemplos de receitas originárias o preço público ou a tarifa.

As receitas derivadas são todas aquelas decorrentes de obrigações legais impostas pelo Estado (obrigação ex lege). Isto é, a receita derivada é decorrente de uma obrigação legal, caracterizada pelo poder de império do Estado, utilizando-se da coercibilidade. São exemplos: tributos em geral (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais ou parafiscais), penalidades pecuniárias, multas administrativas, dentre outros.

A FCC no concurso para o SEFAZ/SP/2010 cobrou a seguinte questão: “Classificam-se como receita originária e derivada, respectivamente: (a) multa e imposto; (c) taxa e contribuição social; (c) contribuição de melhoria e multa; (d) imposto e tarifa; (e) tarifa e taxa”. A resposta é letra “e”.

Este assunto foi cobrado na prova de direito tributário também em outros recentes concursos. Vejamos:

1. (ESAF/Analista/SP/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) taxas. e) preços públicos.

A resposta correta da primeira é a letra “e”, pois os preços públicos são receitas originárias e não derivadas.

2. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) São consideradas receitas originárias: (A) as taxas e os impostos.

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(B) as taxas e os preços públicos. (C) os preços públicos e as tarifas. (D) as tarifas e as taxas. (E) os impostos e as tarifas.

A segunda é letra “c”, pois são consideradas receitas originárias os preços públicos e as tarifas.

CAPÍTULO III TAXAS

Sumário • 1. Considerações gerais – 2. Taxa de polícia – 3. Taxa de serviços – 4. Base de cálculo das taxas – 5. Taxas x Preço Público x

Tarifas x Pedágio.

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN).

Notamos que para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas taxas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público (art. 80, do CTN).

Assim sendo, se o serviço é prestado pelo Município, dentro da sua competência, a ele caberá criar a taxa; se o serviço é prestado pela União, de acordo com a sua competência, é a própria União que poderá instituir a taxa, e assim por diante.

Deste modo, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) da taxa indica que esta deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faça às vezes) referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e divisíveis.

Portanto, a taxa é tributo vinculado a uma atuação estatal

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ou um tributo contraprestacional (retributivo), ao contrário dos impostos.

Deste modo, o fato gerador da taxa pode ser o Estado prestar o serviço cartorário, fornecer certidão, vacinar. Alguns exemplos de taxas: a taxa de serviço postal, a taxa de fiscalização de anúncios publicitários, a taxa coleta domiciliar de lixo, a taxa de demolição de edifícios perigosos, a taxa de destruição de aparelhos e instrumentos danosos ao meio ambiente, a taxa de apreensão de objetos instrumentais de delitos, dentre outras.

Com efeito, temos dois tipos de taxas distintas: a) taxa de polícia, que decorre do exercício do poder de polícia; b) taxa de serviços, que decorre da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

2. TAXA DE POLÍCIA

Em relação à taxa de polícia, esta deve existir para cobrir os custos administrativos com o exercício do poder de polícia diretamente referido a certas pessoas que o provocam, ou o exigem, em razão da sua atividade.

Poder de polícia é a atividade estatal, fundada em lei, tendente a limitar a propriedade e a liberdade, em razão do interesse público, com a finalidade de assegurar a igualdade no seu exercício.

Para o CTN o poder de polícia significa a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Exemplos: dar licença, dar autorização, fiscalizar, identificar etc.

Destacamos que a taxa de polícia é decorrente do exercício da atividade de polícia administrativa, que não se confunde com a polícia de manutenção da ordem pública ou a polícia judiciária.

A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, enquanto a polícia de manutenção da ordem pública ou a polícia judiciária incide sobre pessoas.

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Como bem diz Hely Lopes Meirelles: “A polícia administrativa é inerente e se difunde por toda a Administração Pública, enquanto que as demais são privativas de determinados órgãos (Polícias Civis) ou corporações (Polícias Militares)”.

Portanto, por não ser atividade de polícia administrativa, a polícia militar, a polícia civil, a polícia municipal (guarda municipal), a polícia rodoviária federal e a polícia federal, em princípio, não podem ser remuneradas por meio de taxa de polícia. Eventualmente, pode ser cobrada por estas polícias alguma taxa de serviço, no caso de prestação de serviço específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Por sua vez, a doutrina dominante compreende que a taxa de polícia só pode ser cobrada se exercida regularmente eefetivamente, não podendo ser cobrada com fundamento em potencial exercício deste poder. Destarte, neste pensamento, somente é constitucional a taxa de polícia se existir a materialização estatal do poder de polícia.

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder (art. 78, parágrafo único, do CTN).

Contudo, em relação à chamada taxa de fiscalização, localização e funcionamento, a jurisprudência do STF compreende que “não pode o contribuinte furtar-se à exigência tributária sob a alegação de o ente público não exercer a fiscalização devida, não dispondo sequer de órgão incumbido desse mister, sendo, pois, irrelevante a falta de prova do efetivo exercício do poder de polícia”. (RE 396.846, DJ 28/08/08; AI 553.880-AgR, DJE de 17-4-2009; RE 549.221–ED, DJE de 20-3-2009).

Logo, no STF, prevalece a orientação no sentido de que o poder de polícia é presumido em favor do ente público (RE 581.947-AgR, DJE de 27-2-2009).

Nesse rumo, o STJ cancelou a sua súmula 157, que asseverava a ilegalidade da cobrança de taxa na renovação de licença por município.

Por sua vez, recentemente, em sede de repercussão geral, o STF julgou que “é constitucional taxa de renovação de funcionamento e localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de

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polícia, demonstrado pela existência de órgão e estrutura competente para o respectivo exercício” (informativo 591).

“Afirmou-se que, à luz da jurisprudência do STF, a existência do órgão administrativo não seria condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e fiscalização, mas constituiria um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia”.

Assim, o STF julgou improcedente recurso extraordinário no qual se alegava a inconstitucionalidade da referida taxa, por ausência de comprovação do efetivo exercício do poder de polícia.

Nas palavras do Min. Cezar Peluso, a administração já exerce o poder de polícia no momento da autorização do funcionamento do estabelecimento empresarial. O poder de polícia “já está implícito na autorização do uso da propriedade privada. Não é sequer necessário que um agente vá ao local para que se efetive esse poder”.

Em face do exposto, podemos estabelecer os seguintes parâmetros para concursos futuros: (a) é legítima a taxa de renovação de alvará de localização e funcionamento; (b) não é obrigatória a comprovação do efetivo exercício do poder de polícia, bastando que haja órgão administrativo que exercite tal poder.

Ademais, dentre outros, registramos exemplos de taxas de polícia consideradas constitucionais pela jurisprudência:

• Taxa de fiscalização de anúncios publicitários; • Taxa de licença para localização de estabelecimentos

empresariais ou industriais; • Taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores

mobiliários (Súmula 665 do STF: “É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940/1989”);

• Taxa de alvará ou de fiscalização de construções; • Taxa de vigilância sanitária; • Taxa de fiscalização e controle dos serviços públicos delegados; • Taxa de fiscalização de atividades poluidoras e utilizadoras de

recursos ambientais; • Taxa de avaliação in loco (feita no próprio local)

das Instituições de Ensino Superior e dos Cursos de Graduação, a taxa florestal;

• Taxa de ocupação do solo e do espaço aéreo.

3. TAXA DE SERVIÇOS

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No que concerne a taxa de serviços, esta decorre da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

O que é utilização efetiva de serviços públicos? E utilização potencial de serviços públicos? E serviços públicos específicos? Eserviços públicos divisíveis?

Utilização efetiva de serviços públicos significa serviços públicos usufruídos a qualquer título pelo contribuinte (art. 79, I, “a”, do CTN).

Utilização potencial de serviços públicos ocorre, quando, sendo de utilização compulsória (obrigatória) pelo contribuinte, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b”, do CTN).

Ou seja, o serviço pode ser posto à disposição do contribuinte e mesmo se este não utiliza o serviço por qualquer razão ou motivo não fica livre do dever tributário de pagar a taxa de serviço.

Neste caso, a lei deve estabelecer que o serviço seja de utilização compulsória, devendo também o serviço público ser regularmente prestado e que esteja à disposição do contribuinte da taxa.

O STF, por exemplo, entendeu como constitucional a cobrança de taxa pela utilização potencial do serviço de coleta domiciliar de lixo, em razão de ser um serviço público essencial à saúde da população e que estava sendo posto à disposição contribuinte mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento, mesmo que o contribuinte não utilizasse o serviço ou não produzisse qualquer espécie de lixo domiciliar. Observamos que a lei deve tornar o serviço público obrigatório, para que a sua simples disponibilidade possa tornar a taxa constitucional.

Noutra banda, os serviços públicos são consideradosespecíficos (# gerais ou universais) quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas (art. 79, II, do CTN). Assim, o serviço deve ser prestado pelo órgão ou entidade administrativamente instituído para sua prestação.

Neste ponto, vale à pena citar Roque Carrazza: “Os serviços

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públicos se dividem em gerais e específicos. Os serviços públicos gerais, ditos também universais, são os prestados uti universi, isto é, indistintamente a todos os cidadãos. Eles alcançam a comunidade como um todo considerada, beneficiando número indeterminado (ou, pelo menos, indeterminável) de pessoas. É o caso dos serviços de iluminação pública, de segurança pública, de diplomacia, de defesa externa do país etc. Esses serviços são custeados pelos impostos. Os serviços públicos específicos, também chamados singulares, são os prestados uti singuli. Referem-se a uma pessoa ou a um número determinado (ou, pelo menos, determinável) de pessoas. São de utilização individual e mensurável. Gozam, portanto, de divisibilidade, é dizer, da possibilidade de avaliar-se a utilização efetiva ou potencial, individualmente considerada.”

Nesse rumo, os serviços públicos são divisíveis quando

suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários (art. 79, III, do CTN).

Ou seja, o oferecimento da utilização do serviço público deve acontecer em relação a cada contribuinte e não de forma genérica para a coletividade. O serviço público divisível é capaz de ser prestado de forma individualizada (para cada um) e não de forma universal (para todos).

O STF já declarou a inconstitucionalidade de diversas taxas, porque não são serviços públicos específicos e divisíveis, quais sejam: taxa de serviço de segurança pública, taxa de serviço de limpeza de vias públicas ou taxa de limpeza urbana, taxa de serviço de iluminação pública (Súmula 670: “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”), dentre outras.

Por sua vez, o STF já declarou que são serviços públicos específicos e divisíveis e, portanto, constitucionais as seguintes taxas: taxa judiciária, taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos, taxa de lixo e sinistro, taxa de coleta domiciliar de lixo, custas judiciais e os emolumentos (taxa de serviços notariais e registrais), taxa de combate a incêndio, dentre outras.

Nessa senda, surgiu a súmula vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.”

Todavia, o STF tem considerado ilegítima a cobrança da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública - TCLLP, porquanto não está vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também a serviço

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de caráter universal e indivisível, como a limpeza de logradouros públicos, afirmando a impossibilidade, no caso, de separação das duas parcelas.

Deste modo, o STF julga que a taxa de coleta de lixo e limpeza pública é vinculado não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à limpeza de logradouros públicos, hipótese em que os serviços são executados em benefício da população em geral (uti universi), sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários e, conseqüentemente, da referibilidade a contribuintes determinados, não se prestando para custeio mediante taxa.

Isto significa que o seguinte: (a) a taxa de limpeza pública é inconstitucional, uma vez que o serviço de limpeza de logradouros e bens públicos é universal e indivisível; (b) a taxa de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis de lixo é constitucional (taxa de coleta de lixo), sendo serviço público específico e divisível; (c) a taxa de coleta de lixo e de limpeza pública é inconstitucional, em razão da impossibilidade de separação das duas parcelas.

Realçamos também que o STF adota o entendimento favorável a constitucionalidade da taxa de prevenção de incêndio, por tratar-se de serviço público e divisível, cujos beneficiários são suscetíveis de referência individual (RE 206.777-6/SP, RMS 24382/MG).

Porém, deve-se ressaltar que é inconstitucional a taxa de segurança pública que diz respeito exclusivamente à atividade de segurança da polícia. Por exemplo, não se pode cobrar taxa pelo serviço público de atividade policial-militar, inclusive policiamento preventivo, devendo essa atividade estatal ser sustentada pelos impostos (ADI 1.942-MC, ADI 2.424).

Ou seja, segundo o STF, é constitucional a taxa de segurança pública, devida pela utilização potencial do serviço de extinção de incêndio; contudo, é inconstitucional a taxa de segurança pública cobrada em razão de atividade de segurança da polícia.

4. BASE DE CÁLCULO DAS TAXAS

A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas (art. 145, §2º, da CF/88, c/c art. 77, par. único, do CTN).

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Verificamos, assim, que as taxas diferem dos impostos porque além de ter (i) o fato gerador vinculado ao exercício de uma atividade estatal (tributo vinculado), (ii) a base de cálculo das taxas deve quantificar a atividade estatal referida ao contribuinte, refletindo, por exemplo, o custo da fiscalização ou do serviço prestado.

Interpretando tal tema, o STF aprovou a súmula vinculante 29: “É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra”.

Em outras palavras, o STF entende como constitucional a lei instituidora da taxa que adote um ou mais elementos que compõem a base de cálculo própria dos impostos, desde que não exista identidade integral entre a base de cálculo da taxa e a base de cálculo do imposto. Logo, segundo o STF, no cálculo da taxa, não há como se exigir precisa correspondência com o valor destinado a prestação do serviço ou a adoção de fatores exclusivamente vinculados ao seu custo. Assim, o STF julga que a CF/88 exige a ausência completa de identidade da base de cálculo da taxa com a base de cálculo própria dos impostos.

Neste sentido, o STF já sumulou o entendimento de que é inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural (ITR) (Súmula 595).

O STF também entende que a base de cálculo da taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários é constitucional (Súmula 665), uma vez que os valores das taxas são fixos. E a alteração do valor de acordo com o patrimônio do contribuinte não significa dizer que a Lei 7.940/89 elegeu como base de cálculo da taxa o próprio patrimônio do contribuinte.

O STF igualmente julgou constitucional que a taxa de serviços notariais e registros (custas e emolumentos) seja fixada em valores fixos dispostos de acordo com o valor do imóvel objeto do negócio. De fato, o STF afirmou literalmente que os valores dos imóveis são utilizados apenas como padrão para determinar o valor da taxa, o que quer dizer que o valor do imóvel (base de cálculo do IPTU) não é à mesma base de cálculo da taxa.

Ademais, recentemente o STF compreendeu que a taxa municipal de fiscalização, localização e funcionamento cobrada como

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contrapartida ao poder de polícia calculada em razão da área fiscalizada não viola o texto constitucional, uma vez que tal dado não poder ser confundido com qualquer dos fatores que entram na composição da base de cálculo do IPTU.

O STF, por sua vez, já decidiu que a “taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder Público, não pode superar a relação de razoável equivalência que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada contribuinte” (ADI 2.551).

Nesse rumo, o STF admite que a taxa judiciária seja calculada em função do valor da causa ou da condenação, desde que se obedeça ao princípio da razoabilidade e que se determine um limite para este valor, pois o valor excessivo da taxa pode ferir o princípio constitucional do livre acesso à jurisdição. É o que diz a súmula 667 do STF: “viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”.

5. TAXAS X PREÇO PÚBLICO X TARIFAS X PEDÁGIO

A distinção entre taxa e preço público (também chamado de tarifa) pode ser verificada com a seguinte tabela:

TAXA PREÇO PÚBLICO (TARIFA) Regime jurídico de direito

tributário (legal). Regime jurídico contratual

(direito privado) e de direito administrativo (legal).

A obrigação jurídica é de natureza tributária.

A obrigação jurídica é, sobretudo, de natureza contratual.

Decorre da lei. Decorre da autonomia da vontade.

Não admite rescisão. Admite rescisão. A taxa de serviço pode ser

cobrada por utilização potencial do serviço.

Só a utilização efetiva enseja a cobrança.

Sujeita aos princípios tributários (legalidade, anterioridade etc.).

Não sujeita aos princípios tributários.

É receita pública derivada (existência do poder de império).

É receita pública originária (inexistência do poder de

império). O sujeito ativo é uma pessoa

jurídica de direito público. O sujeito ativo é uma pessoa

jurídica de direito público ou de direito privado (ex.:

concessionária de serviço

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público). Há taxa decorrente do exercício

do poder de polícia. Não há preço público cobrado em razão do exercício do poder de

polícia. A taxa admite extrafiscalidade. O preço público, em regra, não

admite extrafiscalidade, objetivando o lucro.

Assim sendo, o STF considera o preço público e a tarifa como sinônimos.

Entretanto, parte minoritária da doutrina distingue preço público de tarifa da seguinte forma: a denominação preço público é o gênero e a tarifa é uma espécie de preço público; a tarifa seria o preço público cobrado pelas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos (art. 175, parágrafo único, da CF/88).

Nesse rumo, registramos a súmula 545 do STF: “preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daquelas, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à previa autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”.

O problema interpretativo desta súmula se refere ao emprego do critério da “compulsoriedade” (obrigatoriedade) para apartar a taxa do preço público, uma vez que a segunda parte da súmula diz respeito à anualidade tributária, que não está mais de acordo com o atual panorama constitucional brasileiro.

Decerto, com fundamento na doutrina de Caio Tácito, tal súmula compreende que os serviços tipicamente estatais, prestados privativamente pelo Estado (taxas judiciárias, de polícia e de registro), devem se remunerados por taxa; enquanto os serviços não tipicamente estatais (serviços ferroviários, telefônicos e de transporte) devem ser remunerados por preço público, pois, embora possam ser prestados pelo Estado, não lhes são privativos.

Contudo, a atual jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que, a despeito de sua “compulsoriedade”, a contraprestação dos serviços de coleta, tratamento e destino final de esgotos sanitários não se submete aos princípios e regras jurídico-tributárias (RE-ED 456.048, DJ de 30.09.2005; RE 471119, DJ de 24.02.2006; RE 330.353, DJ de 10.5.2005).

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Por conseguinte, enfatizamos que o STF e o STJ consolidaram o entendimento de que a contraprestação pelos serviços de água e esgoto por concessionária de serviço público não possui caráter tributário por ter natureza jurídica de tarifa ou preço público e que sua prescrição é regida pelo Código Civil. O mesmo raciocínio é aplicado pelo STF ao fornecimento de energia elétrica, ou seja, é custeado por meio de tarifa (RE n° 96.590).

Por outro lado, segundo o STF (ADPF 46, DJE de 26-2-2010), a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional é de competência exclusiva e indelegável da União, ou seja, é atividade privativa do Estado. Deste modo, segundo entendimento da ESAF, o serviço postal deve ser custeado por meio de taxa.

Noutro ponto, a natureza jurídica do pedágio não é sempre a mesma da taxa.

A CF/88 proibiu os entes federativos (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) de estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

Assim, o pedágio tem natureza jurídica de taxa (espécie tributária) quando explorado diretamente por pessoa jurídica de direito público. Neste sentido, já admitiu o STF no julgamento do extinto selo-pedágio (RE 181.475/RS).

Todavia, quando o pedágio for cobrado por concessionária ou

permissionária de serviço público, afirma-se que o pedágio tem natureza de preço público ou tarifa.

(ESAF/Analista/SP/2009) Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água. b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal.

A resposta considerada correta foi a da alternativa “e”.

Realmente, no Brasil, o serviço postal é cobrado por meio de taxa de serviço, pois este serviço é de competência exclusiva da União (art. 21, X, da CF/88) e não pode ser explorado mediante

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autorização, permissão ou concessão.

Nesse rumo, os serviços de energia, água e esgoto podem ser remunerados por tarifa ou preço público quando prestados sob o regime de autorização, permissão e concessão de serviço público (art. 21, XI e XII c/c art. 175, parágrafo único, III, da CF/88). Entretanto, quando estes serviços forem cobrados pelos entes federativos (União, Estados-membros, DF e Municípios) a doutrina predominante entende que tem caráter de tributo (taxa). O problema é que a questão é objetiva, devendo-se marcar a mais correta, que realmente é a letra “e”.

O erro da letra “d” é que o pedágio explorado por concessão não representa uma taxa, mas sim uma tarifa, conforme entendimento reiterado da jurisprudência.

Vamos agora a diversas questões de extrema relevância já cobradas pelos concursos públicos.

Quero que você acerte todas!!!

1. “As taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte” (ESAF/IRB/2006).

A primeira questão é verdadeira.

2. “Território Federal pode instituir taxa” (ESAF/PFN/2006).

A segunda é falsa, porque o Território Federal não pode instituir taxa, uma vez que esta competência é da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

3. “É permitido que o serviço de iluminação pública seja remunerado mediante taxa” (ESAF/AFTE/RN 2005).

A terceira é falsa, porque o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa (Súmula 670 do STF), uma vez que não é serviço público específico e divisível.

4. “Não é permitido instituir e cobrar taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural”

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(ESAF/AFTE/RN 2005).

O quarto enunciado é correto, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos e a súmula 595 do STF dispõe que é inconstitucional a taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural (ITR).

5. (ESAF/AFRFB/2003) Indique a opção que preenche corretamente as lacunas, consideradas as pertinentes disposições do Código Tributário Nacional. Para efeito de fato gerador e cobrança de taxa, considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado _________________ nos limites da lei aplicável, com observância ________________ e, tratando-se de atividade que a lei tenha como _____________________, sem abuso ou desvio de poder. a) pelo Poder Público / das disposições regulamentares aplicáveis / contrária aos bons costumes b) por órgão de segurança pública / das normas administrativas aplicáveis / perigosa c) pelo órgão competente / de procedimentos administrativos / vinculada d) somente por órgão de segurança pública / do devido processo legal / atentatória a direitos fundamentais e) pelo órgão competente / do processo legal / discricionária

A quinta questão é a letra “e”, cobrando o art. 78, parágrafo único, do CTN, que considera regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

6. (ESAF/AFTE/RN 2005) Preencha as lacunas do texto abaixo e escolha, em seguida, a opção que contém a seqüência em que foram preenchidas. Para fins de instituição e cobrança de taxas, o Código Tributário Nacional considera os serviços públicos: _______________, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários; _________________, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; __________________ utilizados

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pelo contribuinte, quando por ele usufruídos a qualquer título. a) específicos / unitários / potencialmente b) individuais / autônomos / virtualmente c) utilizáveis / independentes / normalmente d) potenciais / necessários / essencialmente e) divisíveis / específicos / efetivamente

A sexta é a letra “e” também, pois o CTN considera os serviços públicos: divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários; específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; efetivamente utilizados pelo contribuinte, quando por ele usufruídos a qualquer título (art. 79).

7. (ESAF/AFRFB 2006) Taxas, na dicção do artigo 145, inciso II, da Constituição Federal, constituem a modalidade de tributo que se podem cobrar em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Sobre a taxa, é errado afirmar que a) é um tributo cuja base de cálculo ou fato gerador há de ser diversa dos de imposto, e não pode ser calculada em função do capital das empresas. b) competente para instituir e cobrar a taxa é a pessoa política – União, Estado, Distrito Federal ou Município – legitimada para a realização da atividade que caracterize o fato gerador do tributo. c) os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, efetivamente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento. d) serviços públicos específicos são aqueles destacáveis em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas. e) serviços públicos divisíveis são aqueles suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

A sétima questão é a letra “c”, uma vez que os serviços públicos que ensejam sua cobrança consideram-se utilizados pelo contribuinte, potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade

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administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, “b”, do CTN).

8. (ESAF/PGDF/2007.1 - adaptada) Marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando em seguida a opção correspondente. ( ) A autorização para que loja coloque anúncio luminoso na porta externa, concedida (a autorização) pela administração municipal, pode ensejar a cobrança, pelo Município, de uma taxa fundada no seu poder de polícia. ( ) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa. ( ) Tributo exigido em virtude de serviços públicos postos à disposição do contribuinte, mas não utilizados por ele, constitui taxa de serviço. ( ) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural. a) V, V, V, V b) V, V, F, F c) V, F, V, F d) F, V, V, F e) F, F, F, F

A oitava questão é a letra “c”. No que se refere à primeira assertiva desta questão, é a famosa taxa de polícia, especificada normalmente como taxa de fiscalização de anúncios publicitários.

9. “É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários” (ESAF/PGDF/2007).

A nona questão é falsa, uma vez que é constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários (Súmula 665 do STF).

10. “Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos” (ESAF/PGDF/2007).

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A décima é verdadeira, pois os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas, uma vez que não são serviços públicos específicos e divisíveis.

11. “As bases de cálculo dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria podem ser idênticas” (ESAF/AFTM/TERESINA 2002).

12. “As bases de cálculo dos impostos devem estar relacionadas com o serviço público prestado aos contribuintes” (ESAF/AFTM/TERESINA 2002).

13. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível.

14. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

A décima primeira, a décima segunda e a décima quarta são falsas, pois as bases de cálculo dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria não podem ser idênticas e as bases de cálculo dos impostos não têm qualquer relação ou pertinência com os serviços públicos prestados aos contribuintes.

A décima terceira é falsa, uma vez que as taxas têm como fato gerador a utilização, efetiva ou potencial, de serviço públicoespecífico e divisível, ou o exercício regular do poder de polícia. O poder de polícia deve ser efetivamente prestado.

15. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública.

A décima quinta é falsa, porque apenas os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública e não a União.

Do mesmo modo, a União, os Municípios e o Distrito Federal não poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública (Súmula 670 do STF), uma vez que o serviço de iluminação público não é serviço público específico e divisível.

16. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) É tributo contraprestacional:

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(A) a CSLL. (B) o IRPJ. (C) a COFINS. (D) a contribuição para o CREA. (E) a taxa judiciária.

A décima sexta é letra “e”, uma vez que a taxa é tributo contraprestacional, sendo exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faça às vezes) referida ao contribuinte.

17. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) As taxas têm como fato gerador o exercício regular de poder de política, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

A décima sétima é verdadeira, de acordo com o art. 145, II, da CF/88.

18. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2009) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

É verdadeira, de acordo com o art. 145, II, e §2°, da CF/88: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”; “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”.

19. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2009) A taxa e o preço público se caracterizam por: (A) o preço público ser receita derivada do Estado e a taxa ser receita originária. (B) a cobrança da taxa obedecer ao princípio da proporcionalidade do uso e a do preço público não. (C) o preço público poder ser cobrado pela utilização potencial do serviço, enquanto e a taxa não poder. (D) a taxa ter como sujeito ativo pessoa jurídica de direito público e o preço público poder ser exigido por pessoa jurídica de direito privado.

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(E) o regime jurídico da taxa ser sui generis, já o dos preços públicos ser, sobretudo, contratual.

A letra “a” é falsa, pois o preço público é receita originária do Estado e a taxa é receita derivada.

A letra “b” é falsa, pois a cobrança da taxa não atende necessariamente o princípio da proporcionalidade do uso, eis que pode ser cobrada pela utilização potencial do serviço público.

Em outras palavras, a taxa pode ser cobrada ao contribuinte sem que este tenha se utilizado efetivamente do serviço. Ou seja, o princípio da proporcionalidade do uso afirma que deve existir uma relação de proporcionalidade entre o uso efetivo do serviço e preço cobrado ao usuário.

A letra “c” é falsa, pois a taxa poder ser cobrada pela utilização potencial do serviço, enquanto o preço público não pode.

A letra “d” é verdadeira, uma vez que a taxa deve ter como sujeito ativo pessoa jurídica de direito público e o preço público pode ser exigido por pessoa jurídica de direito privado ou pessoa jurídica de direito público.

A letra “e” é falsa, pois o regime jurídico da taxa é o tributário, já o dos preços públicos pode ser considerado, sobretudo, contratual.

20. (FCC/Defensoria Pública/Pará/2010) Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto e taxa, respectivamente, (A) serviços de qualquer natureza e exercício regular do poder de polícia. (B) transmissão de bem imóvel e serviço público específico e indivisível. (C) propriedade e serviço de comunicação. (D) serviço público específico e divisível e serviço de pavimentação. (E) serviço de comunicação e serviços de qualquer natureza.

LETRA A

Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto a prestação de serviços de qualquer natureza, tal como previsto no art. 156, III, da CF/88, que estabelece a competência dos Municípios para

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instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos nas hipóteses de incidência do ICMS.

Já a taxa pode ter como hipótese de incidência o exercício regular do poder de polícia (art. 145, II, da CF/88).

Portanto, correta.

LETRA B

Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto a transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição serviços de qualquer natureza, tal como previsto no art. 156, II, da CF/88.

Já a taxa pode ter como hipótese de incidência a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88).

Portanto, incorreta.

LETRA C

Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto, por exemplo, propriedade predial e territorial urbana (IPTU), tal como previsto no art. 156, I, da CF/88.

Já a taxa só pode ter como hipótese de incidência ou fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88).

Portanto, incorreta.

LETRA D

Não pode ser definido como hipótese de incidência de imposto serviço público específico e divisível.

Portanto, incorreta.

LETRA E

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Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto os serviços de comunicação, tal como nas operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS), segundo o art. 155, II, da CF/88.

Os serviços de qualquer natureza não podem ser considerados como hipótese de incidência das taxas.

Portanto, incorreta.

21. (FCC/Analista Judiciário/TRF-2°Região/2008)No que diz respeito às taxas é certo que, (A) é facultativa e também leva em conta a realização de obra ou serviço público, de que decorra valorização imobiliária. (B) seu fato gerador poderá ser uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. (C) podem, em certos casos, ter base de cálculos idêntica a dos impostos, e ser calculadas em função do capital das empresas. (D) tem como fato gerador, além de outros elementos, o exercício regular do Poder de Polícia. (E) sua hipótese de incidência não é vinculada, salvo quando criada no caso de investimento público urgente e de relevante interesse estatal.

LETRA A

A taxa é obrigatória, eis que é tributo. E a contribuição de melhoria só deve ser cobrada em decorrência de obra pública que cause valorização imobiliária.

Portanto, incorreta.

LETRA B

O imposto é que poderá ter como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica e não as taxas.

Portanto, incorreta.

LETRA C

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As taxas nunca podem ter bases de cálculos idênticas a dos impostos e também não podem ser calculadas em função do capital das empresas, de acordo com o art. 145, §2º, da CF/88, c/c art. 77, parágrafo búnico, do CTN.

Portanto, incorreta.

LETRA D

A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN). Portanto, a assertiva é correta.

LETRA E

A hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) da taxa é sempre vinculada a uma atuação estatal.

Decerto, a hipótese de incidência da taxa indica que esta deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faça às vezes) referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e divisíveis. Portanto, a taxa é tributo vinculado a uma atuação estatal ou um tributo contraprestacional (retributivo), ao contrário dos impostos.

Portanto, incorreta.

22. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006/adaptada)Em relação às taxas, o nosso ordenamento jurídico, expressamente, dispõe: (A) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível. (B) Ao se referir à imunidade recíproca, a Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir taxas e impostos uns dos outros. (C) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

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(D) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública. (E) As taxas têm como fato gerador fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

LETRAS A e E

A taxa tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN).

Portanto, incorreta a letra “a” e correta a letra “e”.

LETRA B

Ao se referir à imunidade recíproca, a Constituição Federal de 1988 veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos uns dos outros e não taxas, de acordo com o art. 150, VI, alínea “a”.

Portanto, incorreta.

LETRA C

As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos, segundo art. 145, §2°, da CF/88.

Portanto, incorreta.

LETRA D

A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal nãopoderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública.

O fundamento é o seguinte: os serviços públicos são considerados específicos (# gerais ou universais) quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas (art. 79, II, do CTN).

Assim, o STF já declarou a inconstitucionalidade de diversas taxas, porque não são serviços públicos específicos e

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divisíveis, quais sejam: taxa de serviço de segurança pública, taxa de serviço de limpeza de vias públicas ou taxa de limpeza urbana, taxa de serviço de iluminação pública (Súmula 670: “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”), dentre outras.

Portanto, incorreta.

23. (FCC/Analista/Agência reguladora/CE/2007)Taxa e preço público são institutos distintos. A taxa (A) é um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Público; enquanto o preço público ou tarifa remunera o concessionário de serviço público. (B) é classificada como receita originária; enquanto o preço público como receita derivada. (C) e o preço público podem ser cobrados por pessoas jurídicas de direito privado mesmo quando estas não sejam delegadas de serviço público. (D) remunera exercício de serviço outorgado a particular; enquanto o preço público decorre de exercício de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Público. (E) não depende de lei para ser instituída ou majorada, ao contrário do preço público, que se submete ao princípio da legalidade.

LETRA A

A taxa é um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Público, isto é, a taxa é decorrente de atividade prestada apenas por pessoa jurídica de direito público (Administração Direta e Administração Indireta – apenas autarquias e fundações de direito público).

Já o preço público ou tarifa remunera o concessionário ou permissionário de serviço público ou pessoa jurídica de direito público.

Portanto, correta.

LETRA B

A taxa é classificada como receita derivada de natureza tributária; enquanto o preço público é classificado como receita originária de natureza não tributária.

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Portanto, incorreta.

LETRA C

O preço público só pode ser cobrado por pessoas jurídicas de direito privado quando estas sejam concessionárias ou permissionárias de serviço público. Dispõe o art. 175, parágrafo único, inc. III, da CF/88: “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: III - política tarifária”.

Portanto, incorreta.

LETRA D

A taxa remunera o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN).

O preço público decorre de exercício de atividade prestada diretamente pelo Poder Público ou sob regime de concessão ou permissão de serviços públicos.

Portanto, incorreta.

LETRA E

A taxa deve observar os princípios constitucionais tributários, inclusive o da legalidade, por isso depende de lei para ser instituída ou majorada.

Já o preço público não se sujeita aos princípios constitucionais tributários. Assim, o preço público não depende necessariamente de lei para ser instituído ou majorado.

Portanto, incorreta.

24. (FCC/Técnico em Direito/Assembléia Legislativa de São Paulo/2010). Segundo Geraldo Ataliba, “Não há possibilidade jurídica de confusão entre taxa e preço. Nem há, como muitos supõem, liberdade do legislador em converter uma na outra e vice-versa. Juridicamente, são coisas reciprocamente repelentes e excludentes”. Partindo

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deste pressuposto, é traço distintivo entre taxa e preço público o fato da taxa (A) remunerar obra pública e o preço remunerar serviço público prestado pelo Poder Público sem exclusividade. (B) ser fixada contratualmente e o preço ser fixado por decreto. (C) ser receita originária de natureza tributária e o preço ser receita derivada de natureza não tributária. (D) remunerar serviço público prestado pelo Poder Público e o preço remunerar serviço público delegado a particular. (E) remunerar poder de polícia e o preço remunerar serviço público indivisível.

LETRA A

A taxa remunera serviço público e não obra pública (contribuição de melhoria).

Já o preço público ou tarifa remunera o concessionário ou permissionário de serviço público ou pessoa jurídica de direito público.

Portanto, incorreta.

LETRA B

A taxa deve ser fixada por lei.

Portanto, incorreta.

LETRA C

A taxa é classificada como receita derivada de natureza tributária; enquanto o preço público é classificado como receita originária de natureza não tributária.

Portanto, incorreta.

LETRA D

A taxa remunera serviço público prestado pelo Poder Público e o preço remunera serviço público delegado a particular.

Portanto, correta.

LETRA E

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O preço público não remunera serviço público indivisível.

Portanto, incorreta.

25. (FCC/APOF/SP/2010). Um tributo que remunera o exercício regular do poder de polícia consistente na concessão de alvará de construção é da espécie (A) imposto. (B) contribuição de interesse de categoria econômica. (C) taxa. (D) tarifa. (E) contribuição de segurança pública.

O tributo que remunera o exercício regular do poder de polícia consistente na concessão de alvará de construção é da espécie taxa.

26. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que: a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam. b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia. c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não. d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas. e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Letra (A). O fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte (por exemplo, auferir renda ou possuir propriedade imobiliária rural), mas um fato do Estado, que é o exercício do poder de polícia ou a prestação de serviço público específico e divisível. Logo, correta.

Letra (B). O fato gerador da taxa pode ser o exercício do poder de polícia (art. 145, §2°, CF). Logo, correta.

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Letra (C). A cobrança de taxas pressupõe, no caso de serviços públicos, sua utilização, potencial ou efetiva. E que os serviços sejam sempre específicos e divisíveis, sendo prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, §2°, CF). Logo, incorreta.

Letra (D). Segundo entendimento consagrado no STF (ADI 1.942-MC, ADI 2.424), as atividades ou serviços gerais do Estado (por exemplo, prestados por órgãos de Segurança Pública) devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas, pois não são serviços públicos específicos e divisíveis. Logo, correta.

Letra (E). De acordo com o parágrafo único do art. 78 do CTN, considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Logo, correta.

27. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú/Fiscal da Fazenda) Sobre os princípios gerais constitucionais do sistema tributário nacional, assinale a alternativa incorreta: (A) As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (B) Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. (C) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. (D) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. (E) Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos, de acordo com o art. 145, §2°, da CF. Logo, correta a letra “a”.

Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, de acordo com o art. 145, §1°, da CF. Logo, correta a letra “b”.

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As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços e não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, de acordo com o art. 149, §2°, I e II, da CF. Logo, incorreta a letra “c”.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, de acordo com o art. 145, II, da CF. Logo, correta a letra “d”.

Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo, de acordo com o art. 146-A, da CF. Logo, correta a letra “e”.

28. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Florianópolis/Consultor Jurídico) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: (A) Taxa. (B) Tarifa. (C) Imposto. (D) Contribuição social. (E) Contribuição de melhoria.

Segundo o art. 16 do CTN, o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se imposto.

Logo, correta a letra “c”.

CAPÍTULO IV CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

A contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

De fato, tal como nas taxas, a competência tributária para a criação da contribuição de melhoria foi repartida entre os entes federativos.

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Nessa medida, a contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme disciplinado no art. 81, do CTN.

Segunda CF/88, a contribuição de melhoria deve ser exigida em decorrência de obra pública (art. 145, III).

Entretanto, apesar do laconismo da CF/88, a contribuição de melhoria só deve ser cobrada em decorrência de obra pública que cause valorização imobiliária, conforme entendimento predominante na doutrina e jurisprudência.

Deste modo, o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição de melhoria consiste em obter (auferir) valorização imobiliária, decorrente de obra pública. Esta valorização imobiliária é chamada de mais valia por alguns autores.

Observamos, portanto, que as contribuições de melhoria estão vinculadas a uma atuação estatal, referida ao contribuinte, que é a realização de obra pública que motive a valorização do imóvel. Portanto, a contribuição de melhoria é um tributo vinculado.

Com base neste fundamento, a doutrina entende que a contribuição de melhoria observa o postulado da vedação (proibição) ao enriquecimento sem causa, uma vez que apenas determinado grupo de proprietários são beneficiados com a valorização imobiliária decorrente da obra pública.

Por exemplo, não se observa o fundamento ético-jurídico do não enriquecimento injusto na hipótese de determinado grupo enriquecer com a valorização imobiliária decorrente da realização de obra pública custeada por toda a sociedade, sem a cobrança de contribuição de melhoria.

Nessa medida, a contribuição de melhoria se distingue de outras espécies tributárias, pois a (i) base de cálculo é exatamente o valor (quantum debeatur) que acresceu ao imóvel do contribuinte em razão da obra pública e (ii) não se vislumbra exigência constitucional específica para o produto de sua arrecadação (arrecadação não-vinculada).

Com efeito, em relação aos recursos provenientes da cobrança das contribuições de melhoria não existe previsão normativa para sua

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destinação, podendo servir para cobrir despesas gerais do Estado.

Neste contexto, a contribuição de melhoria tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas, sendo que responde pelo pagamento deste tributo o proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título, do domínio do imóvel.

Ademais, executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, pode a contribuição de melhoria ser cobrada.

Deste modo, a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte).

Por outro lado, ressaltamos que a lei que instituir à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos (art. 82 do CTN):

• Publicação prévia dos seguintes elementos: (a) memorial descritivo do projeto; (b) orçamento do custo da obra; (c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; (d) delimitação da zona beneficiada; (e)determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

• Fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no item anterior;

• Regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação pelos interessados, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

Neste sentido, a contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.

Por fim, registramos que por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.

Vamos colocar a mão na massa:

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1. “A contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, ou, no caso de omissão deste, pela União” (ESAF/IRB/2006).

A primeira questão é falsa, porque a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, pode ser cobrada pelo ente público executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, mas não, no caso de omissão deste, pela União.

2. (ESAF/AFTE/PA/2002) Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto. b) taxa. c) empréstimo compulsório. d) contribuição social. e) contribuição de melhoria.

A segunda é a letra “e”.

3. “O texto constitucional (art. 145, III) deixou de se referir expressamente à valorização imobiliária, ao cogitar de contribuição de melhoria. Com isso, o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas ainda figura como fato gerador da contribuição” (ESAF/AFRF 2002).

A terceira questão é verdadeira, porque o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição de melhoria ainda consiste em obter valorização imobiliária, decorrente de obra pública.

4. “Os Estados não têm competência para a instituição de contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001).

A quarta questão é falsa, pois a contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

5. (ESAF/AFTE/MS 2001) Em matéria tributária, é correto afirmar-se que: a) Somente a União pode instituir impostos com fundamento no exercício regular do poder de polícia. b) Os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir empréstimo compulsório.

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c) A contribuição de melhoria é devida em função da prestação de serviços públicos divisíveis. d) As taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. e) As contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada.

A quinta questão é a letra “d”, pois as taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos (art. 145, §2º, da CF/88).

6. “A contribuição de melhoria pode ser cobrada quando a construção de obra pública trouxer qualquer benefício para o contribuinte” (CESPE/Procurador Federal/2004).

A sexta questão é falsa, porque a contribuição de melhoria não pode ser cobrada quando a construção de obra pública trouxer qualquer benefício para o contribuinte, mas apenas quando trouxer o benefício da valorização imobiliária.

7. “A Constituição de 1988 não estabelece que o limite total da contribuição de melhoria seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa” (ESAF/PFN/1998).

A sétima questão é verdadeira, uma vez que é o art. 81, do CTN, e não a CF/88 que estabelece que o limite total da contribuição de melhoria seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa.

8. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido: (A) só poderá ser uma contribuição de melhoria.(B) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa. (C) é de competência privativa conforme classificação doutrinária. (D) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível. (E) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

A oitava questão é letra “a”.

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Esta questão é difícil.

O candidato deve prestar atenção no enunciado que estabelece algumas dicas importantes: (i) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, então não pode ser taxa, uma vez que a construção de redes de esgoto não é serviço público específico e divisível; (b) Com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica, então também não pode ser imposto, eis que este, em princípio, não pode ter arrecadação vinculada (vamos estudar o assunto ainda na aula de hoje).

Assim, só poderá ser cobrado pela espécie tributária conhecida como contribuição de melhoria.

9. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: (A) ter competência comum para instituição. (B) ser vinculada a uma atividade estatal. (C) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. (D) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. (E) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

A nona questão é letra “d”. São características do tributo contribuição de melhoria: (a) ter competência comum para instituição; (b) ser vinculada a uma atividade estatal; (c) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária; (e) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

Todavia, a contribuição de melhoria só deve ser instituída para fazer frente à obra pública já iniciada. Como afirmei na aula, a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte).

10. (FUNDATEC/Agente Tributário/Caxias do Sul/2004) Acerca das espécies tributárias, julgue as seguintes assertivas: I - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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II - Em algumas situações, as taxas podem ter base de cálculo própria de impostos. III - A contribuição de melhoria é cobrada quando ocorre valorização de um imóvel, decorrente de obras públicas. Quais estão corretas? A) Apenas a I. B) Apenas a I e a II. C) Apenas a I e a III. D) Apenas a II e a III. E) A I, a II e a III.

A décima questão é a letra “c”, pois os itens I e III estão certos.

O item II está incorreto, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos em nenhuma situação (CF, art. 145, §2°)

11. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2009) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

É verdadeira, de acordo com o art. 81 do CTN, pois a contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

12. (FCC/Defensoria Pública/Pará/2010) Município institui contribuição de melhoria no valor de trezentos reais, para todos os contribuintes, em razão de obra pública de calçamento de vias públicas municipais realizada no exercício de 2008. Esta contribuição de melhoria é (A) devida, por ter por fato gerador obra pública. (B) devida, porque o Município tem direito a se reembolsar das obras públicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. (C) indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realização da obra. (D) indevida, porque obra de calçamento público não pode ser cobrada dos moradores.

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(E) indevida, porque não está sendo cobrada de maneira individualizada em razão da valorização imobiliária, deixando de considerar o quantum que cada imóvel teve de valorização em razão da obra pública.

A contribuição de melhoria é devida para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (art. 81, do CTN).

Assim, a contribuição de melhoria só deve ser cobrada em decorrência de obra pública que cause valorização imobiliária. Deste modo, o fato gerador ou hipótese de incidência da contribuição de melhoria consiste em obter (auferir) valorização imobiliária, decorrente de obra pública.

LETRA A

A contribuição de melhoria não é devida, por ter apenas por fato gerador obra pública, uma vez que é cobrada incorretamente de todos os contribuintes e não daqueles que obtiveram valorização imobiliária.

Portanto, incorreta.

LETRA B

O Município tem direito a se reembolsar das obras públicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. Todavia, o enunciado da questão disserta sobre cobrança de todos os contribuintes.

Portanto, incorreta.

LETRA C

A contribuição de melhoria não é indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realização da obra. O entendimento doutrinário dominante é que a cobrança ou a arrecadação da contribuição de melhoria deve ser feita depois da realização da obra pública (na sua totalidade ou em parte), pois a contribuição de melhoria tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas por obras públicas.

Portanto, incorreta.

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LETRA D

A contribuição de melhoria não é indevida, porque obra de calçamento público não pode ser cobrada dos moradores, eis que esta obra pública pode valorizar o imóvel de cada particular.

Portanto, incorreta.

LETRA E

A contribuição de melhoria é realmente indevida, porque não está sendo cobrada de maneira individualizada em razão da valorização imobiliária, deixando de considerar o quantum que cada imóvel teve de valorização em razão da obra pública. Corretíssima esta afirmativa.

13. (FCC/Auditor/TCE/AM/2007) Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas (A) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário. (B) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. (C) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. (D) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo. (E) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de obras públicas.

LETRA A

As taxas não são facultativas e remuneram serviços públicos específicos e divisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário.

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Já as contribuições de melhoria remuneram uma atuação estatal, referida ao contribuinte, que é a realização de obra pública que motive a valorização imobiliária.

Portanto, incorreta.

LETRA B

As taxas dizem sim respeito a uma atividade estatal específica, que é o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Já as contribuições de melhoria também apresentam o atributo da referibilidade a contribuintes determinados, que são aqueles que tiveram valorização imobiliária decorrente de uma atividade estatal de realização de obra pública.

Portanto, incorreta.

LETRA C

As taxas remuneram serviços públicos específicos e divisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria uma atuação estatal, referida ao contribuinte, que é a realização de obra pública que motive a valorização imobiliária.

Portanto, incorreta.

LETRA D

As taxas são cobradas pela prestação de serviços públicos, específicos e divisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é obrigatório, porque se trata de um tributo.

Portanto, incorreta.

LETRA E

As taxas remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de obras públicas.

Portanto, correta.

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14. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Florianópolis/Consultor Jurídico) Considere Falsas ( F ) ou Verdadeiras ( V ) as seguintes afirmações: I. A contribuição de melhoria cobrada pelo Município tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. II. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público. III. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. IV. As taxas cobradas pelo Município são instituídas para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. V. Por ocasião do lançamento do imposto, cada contribuinte deverá ser notificado do seu montante, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. Assinale a seqüência correta: (A) V – V – F – V – F. (B) V – F – V – F – V. (C) F – F – F – V – V. (D) F – F – V – F – V. (E) F – V – V – F – F.

ITEM I. A taxa cobrada pelo Município tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Logo, falsa.

ITEM II. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público, de acordo com o art. 78 do CTN. Logo, verdadeira.

ITEM III. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de

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poder, de acordo com a literalidade do parágrafo único do art. 78 do CTN. Logo, verdadeira.

ITEM IV. As contribuições de melhoria cobradas pelo Município são instituídas para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. Logo, falsa.

ITEM V. Por ocasião do lançamento do imposto, segundo o art. 142 do CTN, a autoridade administrativa deve determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Ressalta-se também o lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa (art. 150 do CTN). Ou seja, não é regra geral que cada contribuinte seja notificado do seu montante, da forma e dos prazos de seu pagamento. Logo, falsa.

Portanto, a alternativa correta é a letra “e” (F – V – V – F – F).

CAPÍTULO V EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO

Diferentemente dos impostos, das taxas e das contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório é tributo de competência exclusiva da União.

Conforme o art. 148 da CF/88, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios nas seguintes hipóteses: (a) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; (b) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princípios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena).

No que se refere ao CTN, o art. 15 dispõe que apenas a União pode instituir empréstimos compulsórios, nos seguintes casos excepcionais: a) guerra externa, ou sua iminência; b) calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e c) conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Destacamos com veemência que não pode ser mais considerado como pressuposto para a criação de empréstimo compulsório a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo (art. 15, III, do CTN), uma vez que tal pressuposto

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não foi recepcionado pela CF/88.

Isto é, não pode existir a criação de empréstimo compulsório para atender a hipótese de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, mas somente nos casos constitucionalmente especificados de calamidade pública, ou de guerra externa (ou sua iminência) ou de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Urge dissertar também que aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Portanto, é um tributo de arrecadação vinculada.

Observamos também que não há indicação do fato gerador do empréstimo compulsório pela CF/88, mas sim indicação dos pressupostos necessários para a sua legítima instituição, que são: (i)calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii)investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Assim, embora as circunstâncias fáticas ou pressupostos

dispostos na CF/88 não se confundam com o fato gerador ou a hipótese de incidência do empréstimo compulsório, são os pressupostos que autorizam a sua criação, sendo que a lei complementar ao instituir o empréstimo poderá valer-se dos fatos geradores dos tributos já existentes da União (bem, renda, patrimônio) ou então deverá dotar materialidade nova de tributação(novo fato gerador), podendo licitamente ocorrer à bitributação ou o bis in idem.

Nessa esteira, o empréstimo compulsório pode ser um tributo não-vinculado ou um tributo vinculado, dependendo do fato gerador instituído pela lei complementar.

Portanto, quando o empréstimo compulsório for criado é que vamos saber se ele é tributo vinculado ou não-vinculado, uma vez que a lei complementar da União (competente para instituição do empréstimo compulsório) é livre no que se refere à escolha do seu fato gerador.

Por exemplo, o empréstimo compulsório criado em 1986 sobre aquisição de automóveis e sobre o consumo de gasolina e álcool combustível foi um tributo não-vinculado, pois os seus fatos geradores (aquisição de automóveis e consumo de gasolina e álcool

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combustível) foram situações independentes de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Do mesmo modo, o empréstimo compulsório criado em 1962 sobre o consumo de energia elétrica foi também um tributo não-vinculado, uma vez que o seu fato gerador (consumo de energia elétrica) é uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

De fato, todos os empréstimos compulsórios criados no Brasil até agora foram tributos não-vinculados, pois em virtude da liberdade conferida ao legislador no que tange a escolha do fato gerador, este mesmo legislador optou pela via mais fácil, que é a não necessidade de determinada atividade estatal específica referente ao contribuinte.

Outra característica relevante dos empréstimos compulsórios, é que o Estado deve restituir ao particular, ao cabo de determinado período especificado na lei complementar, o montante que foi por ele recolhido ao erário (cofres públicos), a título de empréstimo compulsório. A restituição deverá ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do empréstimo.

Dessa forma, algumas singularidades do empréstimo compulsório são:

• Destinação do produto de sua arrecadação ao custeio das despesas extraordinárias que autorizaram a sua instituição (arrecadação vinculada);

• Apenas lei complementar da União pode instituí-lo; • Pode ser um tributo vinculado ou um tributo não-vinculado,

dependendo da natureza do fato gerador especificado na lei complementar;

• Deve existir restituição do respectivo empréstimo ao contribuinte;

• A CF não indica os seus fatos geradores, mas apenas os pressupostos necessários para a sua legítima instituição.

Vamos juntos acertar as questões:

1. “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição” (ESAF/IRB/2006).

2. “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório não será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”

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(ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007).

A primeira e a segunda são falsas, pois a aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será obrigatoriamente e não preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

3. “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação” (ESAF/AFPS/2002).

A terceira é falsa, porque somente lei complementar da União pode instituir o empréstimo compulsório.

4. (ESAF/AFTE/MS/2001) Com referência à instituição de empréstimos compulsórios, assinale abaixo a assertiva correta. a) O empréstimo compulsório não é uma espécie de tributo, não estando sujeito à exigência de prévia autorização orçamentária. b) A União pode instituí-lo por meio de lei ordinária federal. c) Cabe à lei complementar definir as hipóteses excepcionais para sua instituição. d) Aos empréstimos compulsórios aplicam-se as disposições constitucionais relativas aos tributos e às normas gerais de Direito Tributário. e) A competência para instituir empréstimos compulsórios é da União, podendo ser excepcionalmente atribuída ao Distrito Federal.

A quarta questão é letra “d”. A letra “a” é incorreta, porque o empréstimo compulsório é uma espécie de tributo. A letra “b” é incorreta, porque a União apenas pode instituí-lo por meio de lei complementar. A letra “c” é incorreta, porque cabe a CF/88 definir as hipóteses (pressupostos) excepcionais para sua instituição, quais sejam: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Por isso, não pode ser mais considerado como pressuposto para a criação de empréstimo compulsório a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, disposto no art. 15, III, do CTN, que é lei complementar. A letra “e” também é incorreta, porque a competência para instituir empréstimos compulsórios é apenas da União.

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5. (ESAF/Analista/CE/2006) Sobre os empréstimos compulsórios, espécie de tributo da competência da União, é incorreto afirmar-se que a) podem ser instituídos para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. b) podem ser instituídos para o custeio de investimento público de caráter urgente. c) depende a sua instituição, em alguns casos, da edição de lei complementar. d) a aplicação dos recursos provenientes da sua arrecadação será integralmente vinculada à despesa que tenha fundamentado a sua instituição. e) poderão, ou não, sujeitar-se ao princípio constitucional da anterioridade (conforme a hipótese que tenha motivado a sua instituição).

A quinta questão é letra “c”, pois depende a instituição do empréstimo compulsório, em todos os casos, da edição de lei complementar da União.

6. No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório e cobrá-lo a partir do ano em que for publicada a lei complementar que o criar (ESAF/IRB/2004).

A sexta questão é falsa, porque no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório, mas apenas pode cobrá-lo no ano posterior em que for publicada a lei complementar que o criar (observância do princípio da anterioridade anual).

7. (ESAF/AFRF/2002) A assertiva errada, entre as constantes abaixo, é a que afirma que a) a instituição de empréstimos compulsórios só pode ser feita por lei complementar. b) um dos fundamentos possíveis do empréstimo compulsório é a calamidade pública. c) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios. d) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de caráter urgente não se aplica o princípio da anterioridade. e) os recursos provenientes de empréstimo compulsório só podem ser aplicados para atender à despesa que tiver

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fundamentado a sua instituição.

A sétima questão é letra “d”, porque no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional se aplica o princípio da anterioridade.

8. (ESAF/AFTE/MS/2001) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, a União pode instituir: a) imposto extraordinário. b) imposto seletivo. c) taxa especial. d) empréstimo compulsório. e) imposto emergencial progressivo.

A oitava questão é letra “d”.

9. A União pode instituir empréstimo compulsório para resgatar sua dívida interna (ESAF/TTN/1997).

10. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Já a nona e a décima questões são falsas, porque a União somente pode instituir empréstimo compulsório conforme os pressupostos constitucionais, que são: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Além disso, estes pressupostos constitucionais não podem ser confundidos com os fatos geradores do empréstimo compulsório.

11. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2008) A respeito dos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta. (A) A competência para a instituição de empréstimo compulsório é exclusiva da União Federal. (B) Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância e urgência. (C) Lei complementar não pode estabelecer situações de cabimento para instituição de empréstimo compulsório. (D) O empréstimo compulsório vinculado à calamidade pública é excepcionado do princípio da anterioridade.

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(E) Só podem ser instituídos empréstimos compulsórios no caso de guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

A letra “a” é verdadeira, pois a competência para a instituição de empréstimo compulsório é exclusiva da União Federal (art. 148 da CF/88).

A letra “b” é incorreta, eis que os empréstimos compulsórios só podem ser instituídos por lei complementar.

A letra “c” é verdadeira, uma vez que somente a Constituição Federal pode estabelecer situações de cabimento para instituição de empréstimo compulsório.

A letra “d” é verdadeira, porque o empréstimo compulsório vinculado à calamidade pública é excepcionado do princípio da anterioridade (art. 148, I, da CF/88).

A letra “e” é verdadeira, pois só podem ser instituídos empréstimos compulsórios no caso de guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional (art. 148, I e II, da CF/88).

12. (FGV/MPE/TC/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

É falsa, porque a União somente pode instituir empréstimo compulsório conforme os pressupostos constitucionais, que são: (i) calamidade pública; (ii) a guerra externa ou sua iminência e o (iii) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

13. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) A adoção da teoria do “pentapartite” pelo STF implica a adoção de cinco modalidades de tributos previstos na Constituição Federal. Em conseqüência, a Súmula 418 do STF, que dispõe que “o empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência constitucional de prévia autorização orçamentária”, perdeu sua eficácia.

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É verdadeira, de acordo com entendimento prevalecente atualmente na doutrina e no STF.

14. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) A conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo não pode ensejar a cobrança de empréstimo compulsório pela União, tendo em vista que esse dispositivo do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal.

É verdadeira, de acordo com entendimento prevalecente na doutrina e no STF, pois somente a Constituição Federal pode estabelecer os pressupostos necessários para instituição de empréstimo compulsório.

15. (FCC/Auditor/TCE/SP/2008) Os empréstimos compulsórios (A) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. (B) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam restituídos no prazo de dois anos. (C) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência. (D) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa. (E) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-se o princípio da anterioridade.

LETRA A

Os empréstimos compulsórios são tributos instituídos somente pela União, conforme o art. 148, caput, da CF/88.

Portanto, incorreta.

LETRA B

Conforme o art. 148 da CF/88, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios apenas nas seguintes hipóteses: (i) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; (ii) No caso de investimento público de caráter urgente e

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de relevante interesse nacional, observados os princípios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena).

No que se refere ao CTN, o art. 15 dispõe que apenas a União pode instituir empréstimos compulsórios, nos seguintes casos excepcionais: a) guerra externa, ou sua iminência; b) calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e c) conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Destacamos que não pode ser mais considerado como pressuposto para a criação de empréstimo compulsório a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo (art. 15, III, do CTN), uma vez que tal pressuposto não foi recepcionado pela CF/88.

Ou seja, não pode existir a criação de empréstimo compulsório para atender a hipótese de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, mas somente nos casos constitucionalmente especificados de calamidade pública, ou de guerra externa (ou sua iminência) ou de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Portanto, incorreta.

LETRA C

Os empréstimos compulsórios são tributos instituídos somente por lei complementar.

Portanto, incorreta.

LETRA D

Os empréstimos compulsórios podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa, uma vez que, nesta hipótese, o art. 148, I, da CF/88, não exige observância ao princípio da anterioridade anual ou nonagesimal.

Portanto, correta.

LETRA E

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Os empréstimos compulsórios são tributos instituídos pela União, por meio de lei complementar, observando-se os princípios da anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal apenas no caso do art. 148, II, da CF/88, que é a hipótese de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Portanto, incorreta. Vamos detalhar o princípio da anterioridade na aula 3.

16. (FCC/Advogado/Santos/2006) Os tributos consistentes na coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administração, tendo destinação certa e finalidade predeterminada; e aqueles instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, sendo qualificados pela promessa de restituição relacionam-se, respectivamente, (A) aos impostos gerais e às taxas. (B) às contribuições extrafiscais e às contribuições de melhoria. (C) aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais. (D) às contribuições sociais e aos empréstimos compulsórios. (E) às contribuições de movimentação financeira e às contribuições parafiscais.

A resposta correta é a letra “d”, eis que às contribuições sociais são tributos consistentes na coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administração, tendo destinação certa e finalidade predeterminada.

E os empréstimos compulsórios, de acordo com o art. 148, da CF/88, são de competência exclusiva da União, que, mediante lei complementar, poderá instituí-lo nas seguintes hipóteses: (a) Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; (b) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princípios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena).

Outra característica dos empréstimos compulsórios é que o Estado deve restituir ao particular, ao cabo de determinado período

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especificado na lei complementar, o montante que foi por ele recolhido ao erário (cofres públicos), a título de empréstimo compulsório. A restituição deverá ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do empréstimo.

17. (FCC/Procurador de Contas/TCE/RR/2008) São características comuns aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais: (A) sempre são de competência da União. (B) só podem ser instituídos por lei complementar. (C) não são considerados tributos e não estão inseridos no Sistema Tributário Nacional. (D) possuem vinculação de receita. (E) são restituíveis, os primeiros em prazo e forma fixado em lei ou depois de um período de carência de contribuição.

LETRA A

As contribuições especiais não são sempre de competência da União.

Segundo o art. 149, §1º, da CF/88, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

Existe também a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) de competência do Distrito Federal e dos Municípios, sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica, de acordo com o art. 149-A, da CF/88.

Portanto, incorreta.

LETRA B

As contribuições especiais podem ser instituídas por lei ordinária.

Por exemplo, em relação a observância das normas gerais de direito tributário, o STF entende que as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas deverão observar à lei complementar que

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dispõe sobre normas gerais de direito tributário (Código Tributário Nacional), mas isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar, isto é, a lei ordinária pode criar tais espécies tributárias.

Com efeito, este tipo de contribuição não é espécie tributária imposto, portanto não se exige que a lei complementar estabeleça a sua hipótese de incidência, a base de cálculo e contribuintes.

Por exemplo, assim já se pronunciou o STF em importante precedente:

“As contribuições do art. 149, CF — contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas — posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. (...) A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes.”

Portanto, incorreta.

LETRA C

Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais são considerados tributos e estão inseridos no Sistema Tributário Nacional.

Lembre da seguinte jurisprudência do STF: “As diversas espécies tributárias são as seguintes: a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que podem ser assim classificadas: c.l) de melhoria(CF, art. 145, III); c.2) parafiscais (CF, art. 149), que são: c.2.1) sociais, c.2.1.1) de seguridade social (CF, art. 195, I, II, III), c.2.1.2) outras de seguridade social (CF, art. 195, §4º), c.2.1.3) sociais gerais (salário educação, CF, art. 212, § 5º, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 240); c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) corporativas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).”

Também você deve lembrar novamente que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam:

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(a) o art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica;

(b) o art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União;

(c) o art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar.

Portanto, incorreta.

LETRA D

Segundo entendimento dominante, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais são considerados tributos que possuem vinculação de receita.

Portanto, correta.

LETRA E

Os empréstimos compulsórios devem ser restituíveis, em determinado prazo e forma fixada em lei. Segundo parágrafo único do art. 15 do CTN, a “lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei”.

Entretanto, as contribuições especiais não possuem a característica da restituição.

Portanto, incorreta.

18. (FCC/SEFAZ /SP/2009) Os Empréstimos Compulsórios

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(A) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade. (B) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade. (C) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos. (D) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação. (E) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

LETRA A

O empréstimo compulsório pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência, uma vez que, nesta hipótese, o art. 148, I, da CF/88, não exige observância ao princípio da anterioridade anual ou nonagesimal.

Portanto, correta.

LETRA B

Conforme o art. 148 da CF/88, II, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princípios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena).

Portanto, incorreta.

LETRA C

Os empréstimos compulsórios são tributos de competência apenas da União. Isto é, o empréstimo compulsório é tributo instituído somente pela União, conforme o art. 148, caput, da CF/88.

Portanto, incorreta.

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LETRA D

Segundo o art. 76 do CTN, o imposto extraordinário de guerra (IEG), e não o empréstimo compulsório, têm sua cobrança suprimida, gradativamente, no prazo máximo de 5 anos, quando cessadas as causas de sua criação (celebração da paz).

Portanto, incorreta. Estudaremos com mais detalhes o imposto extraordinário de guerra na aula 3.

LETRA E

Segundo o art. 148, parágrafo único, da CF/88, os recursos advindos de empréstimos compulsórios têm obrigatoriamente vinculação à despesa que fundamentou sua instituição.

Ou seja, a aplicação dos recursos provenientes do empréstimo compulsório será vinculada ao custeio das despesas extraordinárias que autorizaram a sua instituição (arrecadação vinculada).

Portanto, incorreta.

19. (ESAF/AFRFB/2010) Em relação aos empréstimos compulsórios, é correto afirmar que: a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3° do Código Tributário Nacional. b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado “Plano Collor” (Lei n. 8.024/90). c) o conceito de ‘despesa extraordinária’ a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. d) se conceitua como um contrato de direito público, com a característica da obrigatoriedade de sua devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação. e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver instituído.

Letra (A). O empréstimo compulsório é tributo, segundo doutrina majoritária e jurisprudência do STF. Ou seja, o empréstimo compulsório não se enquadra no art. 4° do CTN, mas se encaixa perfeitamente no art. 3° do CTN. Logo, correta.

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Letra (B). O empréstimo compulsório é espécie de tributo e não de confisco. Logo, incorreta.

Letra (C). Conforme doutrina dominante, o conceito de ‘despesa extraordinária’ abrange apenas despesas quando tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. Logo, incorreta.

Letra (D). O empréstimo compulsório é espécie de tributo e não contrato de direito público. Logo, incorreta.

Letra (E). Conforme interpretação dos arts. 148, I, e 150, § 1°, da CF, o empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não se subordina ao princípio da anterioridade. Logo, incorreta.

20. (FEPESE/2009/ Prefeitura Municipal de Brusque/Advogado) Com base na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar: (A) Cabe à lei complementar estabelecer normas a. gerais sobre obrigação, lançamento, crédito, compensação e isenção tributários. (B) Qualquer subsídio ou isenção, referente a impostos, taxas ou contribuições, somente poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal. (C) As taxas e contribuições de melhoria não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (D) É vedado aos entes federativos instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos, bem como o papel e a tinta destinados a sua impressão. (E) É proibida a cobrança de empréstimos compulsórios instituídos para atender despesas decorrentes de calamidade pública no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

A letra “a” é falsa, pois cabe à lei complementar estabelecer normas gerais sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, mas não sobre compensação e isenção tributária.

A letra “b” é verdadeira, pois, em regra, qualquer subsídio ou isenção, referente a impostos, taxas ou contribuições, somente poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal (art. 150, §6°). A única exceção são os convênios interestaduais do CONFAZ.

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A letra “c” é falsa, pois, segundo o art. 145, §2°, da CF, as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

A letra “d” é falsa, porque é vedado aos entes federativos instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos, bem como o papel destinado a sua impressão. A imunidade cultural explícita na CF (art. 150, VI, “d”) não abrange as tintas.

A letra “e” é falsa, pois a cobrança de empréstimos com-pulsórios instituídos para atender despesas decorrentes de calamidade pública é exceção aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal (arts. 148, I e 150, §1°, todos da CF).

SÍNTESE FUNDAMENTAL DA AULA

(I) São cinco espécies tributárias, de acordo com o sistema tributário nacional, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais.

(II) O Distrito Federal e os Municípios podem instituir a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.

(III) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema de previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

(IV) A natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

(V) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

(VI) A taxa é um tributo que pode ser cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

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(VII) Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

(VIII) Utilização efetiva de serviços públicos significa serviços públicos usufruídos a qualquer título pelo contribuinte.

(IX) Utilização potencial de serviços públicos ocorre, quando, sendo de utilização compulsória pelo contribuinte, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.

(X) Os serviços públicos são considerados específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas.

(XI) Os serviços públicos são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

(XII) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto e nem ser calculada em função do capital das empresas.

(XIII) A contribuição de melhoria pode ser instituída pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições.

(XIV) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, conforme dispõe o art. 81, do CTN.

(XV) O fato gerador da contribuição de melhoria consiste em obter valorização imobiliária, decorrente de obra pública. A base de cálculo é exatamente o valor (quantum debeatur) que acresceu ao imóvel do contribuinte em razão da obra pública.

(XVI) O empréstimo compulsório é tributo de competência exclusiva da União.

(XVII) A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios nas seguintes hipóteses: a) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ou b) no caso de investimento

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público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observando, neste caso, o princípio da anterioridade.

(XVIII) Deve existir restituição do empréstimo compulsório pago pelo contribuinte. A restituição deverá ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do empréstimo.

(XIX) As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais. Assim sendo, de acordo com o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN.

(XX) Para fins de simplificação para concursos entenda o seguinte: (a) A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo; (b) O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios; (c) Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para identificação das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN.

SÍNTESE FUNDAMENTAL

(I) A competência tributária é o poder conferido à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios de instituir tributos por meio do processo legislativo discriminado nas normas constitucionais.

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(II) O texto constitucional não institui os tributos, mas sim outorga a competência tributária para os entes federativos criarem os tributos e descreve de que forma esta competência pode ser exigida.

(III) A competência legislativa é o gênero do qual se origina a competência tributária, que é uma espécie de competência legislativa para a criação de tributos

(IV) A competência legislativa classifica-se como exclusiva, privativa, concorrente, suplementar, local e residual.

(V) A competência legislativa exclusiva ocorre quando atribuída a apenas um ente da federação, com a exclusão de todos os demais.

(VI) A competência legislativa privativa acontece quando enumerada como própria de uma entidade (União, no caso brasileiro), com possibilidade, ao contrário da competência exclusiva, de delegação ou suplementariedade.

(VII) A competência legislativa concorrente é aquela que pode ser exercida por mais de uma pessoa política. A Constituição Federal estabelece, por exemplo, que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito tributário. Neste caso, é fundamental deixar claro que no âmbito da legislação concorrente no sistema jurídico brasileiro, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Assim, a competência da União para legislar sobre normas gerais de direito tributário não exclui a competência suplementar dos Estados e do Distrito Federal, eis que inexistindo lei federal (União) sobre normas gerais de direito tributário, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. E a superveniência de lei federal sobre normas gerais de direito tributário suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

(VIII) A competência legislativa suplementar significa exatamente a competência de poder de fixar normas que desdobrem o conteúdo de normas gerais da União ou que preencham a ausência ou omissão destas normas gerais.

(IX) A competência legislativa local é dos Municípios e do Distrito Federal, uma vez que a CF/88 disciplina que compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local. E o Distrito Federal possui competência legislativa municipal e estadual.

(X) A competência legislativa residual é pertencente aos Estados e ao Distrito Federal, pois a CF/88 determina que são reservadas aos

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Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição.

(XI) Noutra perspectiva, a competência tributária classifica-se como exclusiva, residual, extraordinária, comum e cumulativa.

(XII) A competência tributária exclusiva ou privativa se refere a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os tributos que a Constituição prevê especificamente apenas para cada ente federativo.

(XIII) Competência exclusiva ou privativa da União: (i) Impostos: a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d)imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e)imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; (ii) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II); (iii) Contribuiçõesespeciais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º.

(XIV) Competência exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal: (i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III. Competência exclusiva ou privativa dos Municípios e do Distrito Federal: (i) Impostos (CF, art. 156): a)imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 156,

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III; (ii) Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A.

(XV) A competência tributária residual se refere à competência da União para instituir mediante lei complementar, impostos não previstos na sua competência, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I).

(XVI) A competência tributária extraordinária é a competência da União para instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação (art. 154, II).

(XVII) A competência tributária comum ou concorrente é a competência de todos os entes políticos para instituição de taxas, contribuições de melhoria e contribuição previdenciária dos seus servidores, dentro da esfera de competência político-administrativa de cada um. Competência comum ou concorrente da União, Estados-membros, DF e Municípios: (i) Taxas (art. 145, II): a)taxas de polícia; b) taxas de serviço; (ii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iii) Contribuição previdenciária (art. 149, §1º).

(XVIII) A competência tributária cumulativa é a competência da União para instituir, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88).

(XIX) A doutrina atribui algumas características à competência tributária: (i) indelegabilidade; (ii) incaducabilidade; (iii)inalterabilidade; (iv) irrenunciabilidade; (v) facultatividade. A indelegabilidade é entendida como a impossibilidade do ente federativo delegar a terceiros a sua competência para instituir o tributo. A incaducabilidade ou imprescritibilidade ou, ainda, não sujeita a decadência, a significar que o não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. A inalterabilidade, no sentido que o próprio ente federativo competente para instituir determinados tributos pelo texto constitucional não pode ampliar por meio de norma ordinária (infraconstitucional) a sua competência tributária. A irrenunciabilidade, segundo a qual não pode o ente federativo renunciar a competência tributária, em virtude do postulado da indisponibilidade do interesse público. A facultatividade significa que a competência tributária é uma faculdade que pode ou

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não ser utilizada pela pessoa política, criando ou não o tributo, ou ainda, criando-o somente em parte.

(XX) A norma jurídica é o gênero do qual se diversificam, como espécies, as regras e os princípios jurídicos. Dentre os últimos estão compreendidos os princípios constitucionais tributários dispostos explicitamente ou implicitamente no texto constitucional, principalmente na seção denominada de limitações do poder de tributar (arts. 150 a 152).

(XXI) O texto constitucional estabelece explicitamente no art. 150, I, que os tributos devem ser criados ou aumentados por lei prévia, buscando excluir o arbítrio do poder estatal. É o denominado princípio da legalidade tributária, que obriga o surgimento da obrigação tributária por lei formal (obrigação ex lege). Em regra, os tributos são instituídos por lei ordinária. Todavia, existem tributos que, se forem criados, devem ser por meio de lei complementar.

Tributos instituídos por lei complementar (i) imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF);

(ii) empréstimos compulsórios (art. 148 da CF); (iii) impostos residuais da União (art. 154, I da CF);

(iv) contribuições sociais novas ou residuais (art. 195, §4° da CF/88).

(XXII) Princípio da tipicidade - Significa que não basta o tributo ser criado ou aumento por lei formal, devendo também ocorrer a adequação da conduta do sujeito passivo à norma tributária. É a subsunção do fato real à norma abstrata. A tipicidade ordena que o legislador estabeleça em lei todos os aspectos da regra matriz de incidência tributária. Assim sendo, em função da obediência a tipicidade, os aspectos material (situação geradora da incidência), espacial (local de incidência), temporal (momento de incidência), pessoal (sujeito ativo e passivo) e quantitativo (base de cálculo e alíquota) devem está previstos em lei.

(XXII) Mitigações, exceções ou atenuações a legalidade - Por sua vez, esclarece-se que existem tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal, por meio de decreto, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF.

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(XXIII) Quanto a CIDE – Combustíveis (art. 177, §4°, I alínea “b”, da CF) e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155, §4°, IV, da CF), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei.

(XXIV) No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal.

Poder Executivo Federal (competência para alterar a alíquota)Imposto de importação de produtos estrangeiros (II) Imposto de importação de produtos estrangeiros (II)

Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE)

Imposto sobre produtos industrializados (IPI) Impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas

a títulos ou valores mobiliários (IOF) Restabelecimento da alíquota da Contribuição de Intervenção no

Domínio Econômico - Petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CIDE – Combustíveis)

Poder Executivo (alíquotas definidas nacionalmente por convênio)

ICMS – Combustíveis e Lubrificantes

Poder Executivo (benefícios fiscais definidos nacionalmente por convênio)

ICMS

Princípio da legalidade (art. 150, I, da CF) A definição de vencimento das obrigações tributárias (data para pagamento) e a instituição de obrigações tributárias acessórias não estão no campo reservado à lei, podendo ser alvo de Decreto do Poder Executivo. Não é competência exclusiva do Presidente da República a possibilidade de alteração das alíquotas dos tributos federais estabelecidas no texto constitucional. Segundo o STF, o enunciado “Poder Executivo” disposto no art. 153, §1°, da CF/88, não significa competência privativa ou exclusiva do Presidente da República, mas

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sim que tal competência pode ser exercida por órgão que integre a estrutura do Poder Executivo. Por exemplo, a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). Não implica ofensa a legalidade tributária o fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de ‘atividade preponderante’ e ‘grau de risco leve, médio e grave’ (RE 567.544-AgR); Regulamento que antecipa o dia de recolhimento do tributo e determina a incidência de correção monetária a partir de então não fere a legalidade, pois não se encontra sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária (RE 195.218, RE 182.971); Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores das taxas. Assim, fere a legalidade a instituição dos emolumentos cartorários por Tribunal de Justiça, bem como as normas por meio das quais a autarquia institua uma taxa, sem lei que a autorizasse (ADI 1.709, ADI 1.823-MC).

(XXIV) Princípio da irretroatividade - Preceitua que a lei deve abranger apenas situações geradoras da obrigação tributária (aspecto material) posteriores à sua edição, não devendo abranger fatos pretéritos. Por exemplo, se a alíquota do IPVA é aumentada ou diminuída, não pode alcançar fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência.

Princípio da irretroatividade (art. 150, III, “a”, da CF) (i) “Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a

declaração.” (Súmula 584 do STF) (ii) Assim, não fere o princípio da irretroatividade lei editada no

final do ano-base, que atingiu a renda apurada durante todo o ano, já que o fato gerador do IR somente se completa e se caracteriza, ao final do respectivo período, ou seja, a 31 de dezembro (RE 197.790-

6, RE 194.612, RE n. 104.259);

(XXV) Princípio da não-surpresa tributária - Consagrado no art. 150, III, “b” e “c”, da CF, pela anterioridade, busca proteger o sujeito passivo de uma tributação inesperada. Registra-se que o STF já consolidou o entendimento de que a anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal são direitos individuais do contribuinte e, portanto, cláusulas pétreas.

(XXVI) Anterioridade genérica ou anual – É a proibição do poder estatal fiscal cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em

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que tenha sido publicada a lei que tenha instituído ou majorado o tributo.

(XXVII) Anterioridade nonagesimal - Por sua vez, o poder constituinte derivado através da EC n. 42/2003 revigorou a certeza e a segurança no direito tributário, garantindo-se ainda mais o sujeito passivo da relação tributária contra uma tributação inesperada ou surpresa, vedando a cobrança de alguns tributos antes de decorridos 90 dias da data em que tiver sido publicada a lei que os tenha instituído ou aumentado (art. 150, inciso III, alínea “c”), consoante já era igualmente fixado pelo poder constituinte originário para as contribuições da seguridade social (art. 195, §6°, da CF/88).

(XXVIII) A tabela das exceções ao princípio da anterioridade e à noventena é a que segue. Preste atenção: se é exceção é porque não deve observar o princípio. E todos os demais tributos devem observar as duas anterioridades, porque a regra é a observância ao princípio.

Anterioridade anual Noventena II II IE IE IPI IRIOF IOF

Imposto extraordinário por motivo de guerra externa (IEG)

Imposto extraordinário por motivo de guerra externa (IEG)

Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou

de calamidade pública

Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou

de calamidade pública Restabelecimento de alíquotas do ICMS – Combustíveis e da CIDE –

Combustíveis

Base de cálculo do IPTU

Contribuições para a seguridade social

Base de cálculo do IPVA

Princípio da anterioridade Não é necessária a observância da anterioridade na hipótese de

prorrogação de alíquota majorada já vigente. Por exemplo, o STF entendeu que determinada lei paulista, que manteve, para o ano seguinte, a majoração de alíquota do ICMS de 17% para 18%, já vigente em anos anteriores, não necessita cumprir a anterioridade

nonagesimal (art. 150, III, “c”, da CF/88). Não há incidência do princípio da anterioridade tributária na redução

ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob

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determinadas condições previstas em lei, como o pagamento antecipado em parcela única, pois não ocorre aumento do valor do

tributo (ADI 4.016-MC); Revogada a isenção incondicionada, o tributo torna-se

imediatamente exigível, porque não há que se observar a anterioridade, dado que o tributo já é existente (RE 204.062);

Em caso de taxas, devem observar-se as limitações constitucionais ao poder de tributar, dentre essas, a anterioridade nonagesimal para

que a lei tributária se torne eficaz (ADI 3.694); A simples atualização monetária não se confunde com majoração do tributo. Logo, a modificação dos fatores de indexação, com base em

legislação superveniente, não constitui desrespeito a situações jurídicas consolidadas, nem transgressão ao postulado da não-

surpresa, instrumentalmente garantido pela cláusula da anterioridade tributária (RE 200.844-AgR, AI 626.759-AgR); Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação

tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade (súmula 669 do STF).

(XXIX) Anualidade tributária - Estabelece que para criação ou majoração de tributo é necessária a prévia autorização em lei orçamentária. Tal princípio não é mais vigente no ordenamento jurídico atual, segundo doutrina amplamente majoritário.

(XXX) Princípio da transparência fiscal - O princípio da transparência fiscal é implícito no texto constitucional. No direito tributário, busca garantir a adequada e clara informação ao sujeito passivo da carga tributária que lhe é imposta. Neste sentido, destacam-se dois dispositivos constitucionais, a saber: a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços (150, § 5º); qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão (benefícios fiscais) só poderá ser concedido mediante lei específica, sem prejuízo dos convênios interestaduais do CONFAZ (art. 150, § 6º).

(XXXI) Princípio da igualdade - A isonomia ou igualdade, no âmbito tributário, veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, o que proíbe qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II).

Princípio da igualdade (art. 150, II, da CF) (i) Desrespeita a isonomia tributária a isenção de IPTU, em razão da

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qualidade de servidor público (AI 157.871-AgR), e a isenção dos membros do Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos (ADI 3.260); (ii) Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026, RE 344.331); (iii) Não é possível o STF efetivar a extensão do tratamento tributário diferenciado concedido às instituições financeiras, às cooperativas e às revendedoras de carros usados, a título do PIS/PASEP e da COFINS, o que implicaria converter-se o STF em legislador positivo (RE 402.748-AgR); (iv) Não ofende o princípio da isonomia lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de energia elétrica do município, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os beneficiários do serviço de iluminação pública (RE 573.675); (v) Não há ofensa a isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do Simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado (ADI 1.643); (vi) A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional (§ 9º do art. 195; AC 1.109-MC); (vii) Não há violação ao princípio da isonomia o diploma legal que estabelece valores específicos para cada faixa de contribuintes, sendo estes fixados segundo a capacidade contributiva de cada profissional (ADI 453); (viii) A instituição de incentivos fiscais a empresas que contratam empregados com mais de quarenta anos, utiliza-se do caráter extrafiscal dos tributos, sem violar o princípio da isonomia (ADI 1.276).

(XXXII) Princípio da capacidade contributiva – Expresso no art. 145, §1°, da CF, é instrumento de solidificação da igualdade tributária, que opera como limite e graduação da obrigação de pagar o tributo e deve ser vista sob duas perspectivas. Em primeiro lugar, o aspecto objetivo ou absoluto, que leva em conta as manifestações reais de riqueza do fato tributável, isto é, o legislador deve eleger as situações ou atividades que revelem a capacidade econômica do sujeito passivo. Por exemplo, ser proprietário de um veículo, auferir renda, importar um produto estrangeiro. Em segundo lugar, o aspecto subjetivo ou relativo, que tem em conta as particularidades

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de cada sujeito passivo (capacidade contributiva in concreto) e tem aplicação direta com o princípio da personalização dos impostos.

Princípio da capacidade contributiva (art. 145, §1°, da CF) (i) “A exigibilidade do ISS, uma vez ocorrido o fato gerador — que é a prestação do serviço —, não está condicionada ao adimplemento da obrigação de pagar-lhe o preço, assumida pelo tomador dele: a conformidade da legislação tributária com os princípios constitucionais da isonomia e da capacidade contributiva não pode depender do prazo de pagamento concedido pelo contribuinte a sua clientela.” (AI 228.337-AgR); (ii) O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área construída do imóvel – ser tomado com parâmetro na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo é uma forma de realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva (RE 232.393, RE 336.782-AgR); (iii) A CF não autoriza a progressividade das alíquotas no ITBI, realizando-se o princípio da capacidade contributiva proporcionalmente ao preço da venda do imóvel (RE 234.105); (iv) A progressividade da alíquota da COSIP, que resulta do rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva (RE 573.675).

(XXXIII) Princípio do não-confisco - Tem como base fundamental o direito constitucional de propriedade (art. 5º, XXII) e dispositivo explícito do sistema tributário nacional (art. 150, IV), sendo um limite máximo para a tributação. Isto é, enquanto o mínimo vital é um limite mínimo para incidência tributária, o não-confisco é um limite máximo. A Constituição não define o que seja confisco, competindo, em última instância, ao Poder Judiciário estabelecer, utilizando-se da razoabilidade e proporcionalidade, os contornos deste conceito jurídico indeterminado.

Princípio do não-confisco (art. 150, IV, da CF) (i) “A multa moratória de 20% ou 30% do valor do imposto devido, não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade contributiva e da vedação ao confisco” (RE 239.964, AI 755.741-AgR, RE 220.284); (ii) Não existe caráter confiscatório de multa de 100% imposta ao contribuinte, por meio de lançamento de ofício, que decorre do fato de haver-se ele omitido na declaração e recolhimento tempestivo da contribuição (RE 241.087-AgR); (iii) Fere o princípio constitucional da não-confiscatoriedadediploma legislativo que institui multa fiscal de 300% (ADI 1.075-MC,

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AI 482.281-AgR); (iv) Não configura confisco decisão que, a partir de normas estritamente legais, aplicáveis a espécie, resultou na perda de bem móvel importado (AI 173.689-AgR); (v) Taxa: correspondência entre o valor exigido e o custo da atividade estatal. Se o valor da taxa ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa a uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência, configurar-se-á hipótese de ofensa ao princípio do não-confisco (ADI 2.551-MC-QO); (vi) A instituição de alíquotas progressivas para a contribuição previdenciária dos servidores públicos ofende o princípio da vedação de utilização de qualquer tributo com efeito confiscatório (AI 701.192-AgR); (vii) A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da capacidade do contribuinte para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído. Assim, resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte. (ADC 8-MC; ADI 2.551-MC-QO); (viii) “Imposto de Importação. Aumento de alíquota de 4% para 14%. A caracterização do efeito confiscatório pressupõe a análise de dados concretos e de peculiaridades de cada operação ou situação, tomando-se em conta custos, carga tributária global, margens de lucro e condições pontuais do mercado e de conjuntura social e econômica (...). O isolado aumento da alíquota do tributo é insuficiente para comprovar a absorção total ou demasiada do produto econômico da atividade privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa” (RE 448.432-AgR, DJE de 28-5-2010); (ix) “A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte”, em oposição a proibição de tributos com efeito de confisco (ADI 551, DJ de 14-2-2003); (x) O regime de substituição tributária ‘para frente’ não ofende ao princípio do não-confisco. (AI 207.377 AgR).

(XXXIV) Princípio da liberdade de tráfego - Expresso no art. 150, V, da CF/88, proíbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,

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por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, salvo a cobrança de pedágios pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

(XXXV) Princípio da uniformidade geográfica - O princípio da uniformidade geográfica está estabelecido no art. 151, I, da CF/88, afirmando que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

(XXXVI) A vedação da tributação diferenciada da rendas das obrigações de dívida pública e da remuneração dos agentes públicos - É o impedimento constitucional da União de tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes (art. 151, II).

(XXXVII) A vedação das isenções heterônomas – O texto constitucional proíbe a União de instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151, III). Segundo interpretação consolidada no STF e STJ, o âmbito de aplicação desta norma é o das relações das entidades federadas entre si (ordem interna) e não a atuação da União na ordem externa (tratados, convenções e acordos internacionais).

(XXXVIII) Princípio da não-discriminação em razão da procedência ou destino - Previsto no art. 152 da CF/88 veda aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

(XXXIX) Princípio da territorialidade das leis – É princípio implícito, assentando que as leis tributárias só têm validade e eficácia no âmbito do Poder Legislativo que o produziu. Assim, em princípio, no caso da União (Congresso Nacional), a lei tem validade no território nacional. Na hipótese de lei estadual (Assembléia Legislativa), a lei tem validade no território estadual. No caso de lei municipal (Câmara de Vereadores), a lei tem validade no território municipal.

(XL) Salienta-se que a regra é a territorialidade. Contudo, existem casos extraterritorialidade como no caso dos tratados internacionais.

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Outro exemplo é o art. 102 do CTN, dispondo que a “legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União”.

(XLI) Princípios característicos a determinados tributos – Alguns princípios tributários dizem respeito explicitamente a determinados tributos, a saber: (i) generalidade, universalidade e progressividade no IR (art. 153, §2°); (ii) obrigatoriedade daseletividade e da não-cumulatividade no IPI (art. 153, §3°); (iii) progressividade de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas no ITR (art. 153, §4°); (iv) facultatividade da seletividade e obrigatoriedade da não-cumulatividade no ICMS (art. 155, §2°); (v) progressividade em função do tipo e utilização do veículo no IPVA (art. 155, §6°); (vi) progressividade em razão do valor do imóvel e da função social da propriedade (aproveitamento do solo urbano) no IPTU (arts. 156, §1, e 182, § 4º II).

(XLII) PRINCÍPIOS DA GENERALIDADE E DA UNIVERSALIDADE (IMPOSTO DE RENDA): Aplicáveis ao imposto de renda (art. 153, CF). O princípio da generalidade para a doutrina majoritária significa que todas as pessoas, independentemente de qualquer condição (raça, sexo, credo, estado civil etc.), que realizam o fato gerador, devem se submeter à incidência do imposto de renda, exceto quando alcançados pela imunidade ou isenção. Já o princípio da universalidade se contrapõe a idéia de seletividade, isto é, o imposto de renda deve incidir sobre todas as espécies de obtenção de disponibilidade de renda ou provento. Desse modo, dispõe que toda a obtenção de disponibilidade de renda ou provento deve submeter-se à incidência do imposto, ou seja, os acréscimos patrimoniais de todas as espécies e gêneros, independentemente da denominação, localização, condição jurídica, nacionalidade da fonte ou origem, estão sujeitos a incidência do IR, salvo os excluídos pelas próprias normas jurídicas (imunidade e isenção).

(XLIII) PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE: Há dois tipos, a saber: (i) progressividade fiscal, com intuito puramente arrecadatório, em que a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo do tributo; (ii) progressividade extrafiscal, com a finalidade principal de estimular ou desestimular determinada conduta do sujeito passivo, em que o tributo aumenta de valor em face do comportamento do sujeito passivo. Exemplo de progressividade predominantemente fiscal ocorre no IR. Outro

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exemplo de progressividade fiscal ocorre com o IPTU na hipótese de progressividade em razão do valor do imóvel, que só pode existir a partir da Emenda Constitucional (EC) n.° 29/2000 (Súmula 668 do STF).

(XLIV) Por sua vez, exemplo de progressividade extrafiscal é o caso do ITR que deve ser progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano pelo seu proprietário em razão do tempo (descumprimento da função social da propriedade urbana).

JURISPRUDÊNCIA DO STF “Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a capacidade

contributiva” (RE 414.259-AgR); A progressividade e a isenção são institutos distintos. A

progressividade pode constituir sanção imposta pelo inadequado aproveitamento da propriedade, nos termos em que dispuser a lei

federal; enquanto a isenção diz respeito à observância à capacidade contributiva do contribuinte (RE 238.671);

“É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base

no valor venal do imóvel” (Súmula 656 do STF); A progressividade da alíquota da COSIP, que resulta do rateio do

custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o princípio da capacidade contributiva (RE

573.675).

(XLV) PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE (ICMS e IPI): A seletividade é obrigatória (“será”) no IPI e facultativa (“poderá ser”) no ICMS. Decerto, a seletividade dispõe que as alíquotas sejam estabelecidas conforme a essencialidade do produto, mercadoria e serviço. Segundo definição doutrinária, a seletividade quer dizer discriminação ou sistema de alíquotas diferenciadas por espécies de produto, mercadoria e serviço. A seletividade é dirigida ao legislador ordinário, recomendando- lhe que estabeleça as alíquotas em razão inversa da imprescindibilidade dos produtos, mercadorias e serviços de consumo generalizado. Portanto, as alíquotas devem ser maiores para os produtos ou mercadorias supérfluos (exs.: caviar, cigarro etc.) e menores para os produtos ou mercadorias consideradas essenciais (ex.: produtos da cesta básica).

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(XLVI) PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE: A não-cumulativa tem por finalidade evitar a denominada tributação em cascata, isto é, a incidência do imposto sobre o imposto. O IPI e o ICMS, por exemplo, são impostos plurifásicos, uma vez que incidem em operações sucessivas. Assim, em regra, a não-cumulativa será aplicada nestes dois impostos, visando a impedir que se tornem confiscatórios, tornando-os cada vez mais gravosos nas várias operações de circulação do produto ou mercadoria.

QUESTÕES

1. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Imposto sobre importação. c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Taxa de iluminação pública.

2. (ESAF/APO/União/2010) De acordo com a Constituição Federal, não se pode cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Trata-se do princípio da anterioridade tributária. Entretanto, a própria Constituição estabelece que ato do Poder Executivo pode elevar alíquotas de determinados tributos, como, por exemplo: a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtos industrializados e contribuição social sobre o lucro líquido. b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis e imposto sobre importações. c) Imposto sobre importações, imposto sobre exportações e imposto sobre a renda. d) Imposto sobre importações, imposto sobre a renda e imposto sobre produtos industrializados. e) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis, imposto sobre a renda e imposto sobre exportações.

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3. (CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) As obrigações principais e acessórias estão sujeitas ao princípio constitucional da legalidade estrita.

4. (ESAF/APO/União/2008) A competência tributária, assim entendida como o poder que os entes políticos – União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios – têm para instituir tributos, não é ilimitada. Ao contrário, encontra limites na Constituição Federal, entre os quais destacamos o princípio da legalidade tributária, segundo o qual nenhum tributo poderá ser instituído ou majorado a não ser por lei. Porém, a própria Constituição Federal excetua da obrigatoriedade de ser majorados por lei (podendo sê-lo por ato do Poder Executivo) alguns tributos. São exemplos desses tributos: a) imposto sobre renda e proventos / imposto sobre importação de produtos estrangeiros / contribuição para o PIS/PASEP. b) imposto sobre produtos industrializados / CIDE combustível / contribuição para o PIS/PASEP. c) imposto sobre importação de produtos estrangeiros / imposto sobre exportação de produtos nacionais ou nacionalizados / imposto sobre renda e proventos. d) CIDE combustível / imposto sobre produtos industrializados / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros. e) contribuição para o PIS/PASEP / imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguros/ imposto sobre produtos industrializados.

5. (ESAF/Analista Jurídico/2007/CE) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação. b) Imposto Territorial Rural. c) Imposto sobre Operações Financeiras. d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis. e) Imposto Sobre Produtos Industrializados.

6. (AFTN/96/ESAF) O princípio da legalidade não se aplica, em toda a sua extensão a) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto extraordinário decorrente de guerra. b) aos impostos de importação e exportação, ao imposto sobre produtos industrializados e ao impostos sobre operações financeiras. c) às taxas e contribuições de melhoria.

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d) aos impostos de importação e exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto extraordinário de guerra. e) às taxas e contribuições sociais.

7. (AFRF/2005/TA/ESAF) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre a) importação de produtos estrangeiros. b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. c) propriedade territorial rural. d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. e) produtos industrializados.

8. (ESAF/Analista Contábil-Financeiro/2006/CE) O princípio constitucional da anterioridade, corolário da segurança jurídica, estabelece que os entes tributantes – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – não poderão exigir tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que o tenha instituído ou aumentado. No tocante à possibilidade de majoração de tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os tenha aumentado, porém, a própria Constituição Federal estabeleceu algumas exceções. Entre os itens a seguir, assinale aquele que não constitui exceção ao referido princípio. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Contribuição de intervenção no domínio econômico, cobrada sobre combustíveis. c) Imposto de exportação. d) Empréstimo compulsório para despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. e) Empréstimo compulsório para despesas de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

9. (TTN/98/ESAF/Adaptada) Quanto ao princípio da anterioridade, pode-se dizer que a) proíbe que se tributem fatos geradores que ocorreram antes do início da vigência da lei que houver instituído ou aumentado um tributo. b) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações Financeiras e às Taxas decorrentes do exercício do poder de polícia. c) não se aplica ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre Operações Financeiras e ao Imposto de Exportação. d) se aplica aos empréstimos compulsórios, qualquer que seja o pressuposto de sua instituição.

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e) se aplica às contribuições para seguridade social da mesma forma que às outras espécies tributárias.

10. (AFRF/2005/TI/ESAF) A Constituição da República veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que, contudo, encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só pode ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração: a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. b) Imposto sobre produtos industrializados. c) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e relevante. d) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública. e) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

11. (FTE PA/2002/ESAF/Adaptada) Os princípios da _______¹____________ e da __________²__________ não se aplicam, em toda a sua extensão, aos impostos sobre: importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; produtos industrializados; operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. a) ¹ estrita reserva legal, ² anterioridade. b) ¹ isonomia, ² irretroatividade da lei. c) ¹ uniformidade da tributação, ² capacidade contributiva. d) ¹ igualdade tributária, ² liberdade de tráfego. e) ¹ vedação de tributo confiscatório, ² transparência dos impostos.

12. (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) O Governador do Estado de Minas Gerais fez publicar, em 6 de novembro de 2007, em atenção às Constituições Estadual e Federal, medida provisória visando à majoração de imposto estadual. A norma entrou em vigor na data de sua publicação. O Poder Legislativo Estadual, porém, somente converteu a medida provisória em lei no dia 20 de fevereiro de 2008. Em face da situação hipotética e considerando os parâmetros de vigência e aplicação da legislação tributária, aponte em que data o aumento poderá ser efetivamente cobrado. a) 1º de janeiro de 2008. b) 4 de fevereiro de 2008. c) 20 de maio de 2008. d) 1º de janeiro de 2009. e) 31 de março de 2009.

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13. (ESAF/TCU/Analista de Controle Externo/2006) Aumentada a alíquota do imposto de renda, por medida provisória, em 1° de dezembro de 2005, a nova alíquota poderá ser cobrada a partir de 1° de janeiro de 2006, independentemente da conversão da medida provisória em lei no ano de 2005, uma vez que a esse imposto não se aplica o princípio da anterioridade nonagesimal.

14. (ESAF/Auditor Fiscal/2005/MG) Assinale a opção correta. O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (art. 150,III, ‘a’ da CRFB/88) é o da: a) anterioridade. b) irretroatividade. c) anualidade. d) imunidade recíproca. e) legalidade.

15. (ESAF/APOF/SP/2009) O princípio da capacidade contributiva: a) não se aplica às penalidades tributárias. b) aplica-se somente às contribuições. c) aplica-se somente aos impostos. d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias. e) é atendido pela progressividade dos impostos reais.

16. (ESAF/Defensor Público/CE/2002) Em matéria de direito tributário, o postulado da igualdade perante a lei só pode ser legitimamente implementado se considerada a capacidade do indivíduo para contribuir com os encargos públicos, sendo estreita a relação entre o princípio da isonomia e o da capacidade contributiva, sendo o segundo conseqüência do primeiro.

17. (ESAF/Advogado/IRB/2006) A Constituição Federal outorga competência tributária, ou seja, aptidão para criar tributos, aos diversos entes da Federação. Sobre essa afirmativa, podemos dizer que a) a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, ou, no caso de omissão deste, pela União. b) as taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. c) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

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d) os impostos terão, sempre que possível, caráter pessoal e base de cálculo diversa das taxas. e) todos os tributos deverão respeitar a capacidade econômica dos contribuintes.

18. (ESAF/Advogado/IRB/2006) O Sistema Tributário Nacional é disciplinado na Constituição Federal de 1988 a partir do art. 145. Sobre seus princípios gerais (arts. 145 a 149-A), é incorreto afirmar-se que, a) a fim de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade econômica do contribuinte, faculta-se à administração tributária identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas a que se dedique o contribuinte. b) embora originalmente não tenha sido elaborado com o atendimento aos requisitos de tal espécie normativa, o Código Tributário Nacional, sendo lei ordinária, foi recepcionado pela Constituição com o status de lei complementar. Portanto, suas alterações somente podem ser efetuadas por intermédio de lei complementar. c) aos Municípios e ao Distrito Federal é facultada a instituição de contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, na forma da respectiva lei; todavia, se optarem por cobrá-la, tais entes deverão fazê-lo por via da respectiva fatura de consumo de energia elétrica. d) a instituição de contribuições de intervenção no domínio econômico é da competência exclusiva da União, não podendo, portanto, ser delegada a outros entes federativos, como Estados, Municípios e Distrito Federal. e) somente a União possui a competência para a instituição de duas diferentes modalidades de empréstimos compulsórios, sendo necessário, para ambas, a edição de lei complementar.

19. (AFRF/2000/ESAF) Para responder esta questão preencha corretamente as lacunas, indique a opção que, de acordo com a Constituição da República, contém o par correto de expressões. ______(1)______, os impostos terão caráter pessoal para, entre outros objetivos, conferir efetividade, ao objetivo de graduar os impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte, é facultado à administração tributária, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, _____(2)_____ a) (1) Tendo em vista o princípio da impessoalidade, em caso algum (2) desde que haja determinação da autoridade administrativa, em mandado específico de investigação fiscal.

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b) (1) Havendo opção pelo legislador e aplicador da lei, segundo sua livre discrição, (2) desde que, segundo expressa exigência constitucional, haja específica autorização judicial. c) (1) Havendo expressa opção pelo legislador, (2) mas apenas se houver alteração constitucional nesse sentido, pois hoje o Estatuto Supremo o impede. d) (1) Sempre que possível, (2) respeitados os direitos individuais e nos termos da lei. e) (1) Desde que previsto em lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República, (2) mas a Constituição expressamente veda acesso a dados financeiros do contribuinte em poder de terceiros.

20. (ESAF/Analista Jurídico/2007/CE) Sobre o princípio constitucional da seletividade, é incorreto afirmar-se que: a) é aplicado obrigatoriamente ao ICMS. b) permite ao legislador a tributação diferenciada de produtos, aplicando alíquotas maiores aos produtos menos essenciais. c) é aplicado facultativamente ao IPTU. d) segundo tal princípio, os produtos mais essenciais devem ser tributados com alíquotas mais baixas. e) é aplicado obrigatoriamente ao Imposto Sobre Produtos Industrializados.

21. (ESAF/Ministério Público/TCE/GO/2007) Sobre as limitações do poder de tributar do Estado de Goiás e sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, pode-se afirmar, exceto que é vedado, a) exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. b) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Distrito Federal. c) estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, salvo se a diferença for fundada na procedência ou no destino dos bens ou dos serviços. d) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. e) instituir impostos sobre livros, jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão.

22. (ESAF/AFE/2007/CE) As limitações constitucionais ao poder de tributar constituem garantias aos contribuintes de que não serão submetidos à tributação sem a estrita observância de tais princípios. Sobre estes, é correto afirmar-se que: a) somente as leis poderão instituir ou aumentar tributos, admitindo-se algumas exceções, somente em relação a alguns impostos, em que estes poderão ser majorados por meio de decretos presidenciais.

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b) é vedado a todos os entes tributantes instituir tributos sobre templos de qualquer culto. c) os tributos deverão observar o princípio da capacidade contributiva. d) é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional. e) é vedado aos entes tributantes cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os tenha aumentado, em quaisquer casos.

23. (ESAF/Auditor/TCE/GO/2007) Sobre as limitações constitucionais do poder de tributar, é incorreto afirmar que: a) é vedado aos Estados cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observada a regra segundo a qual a cobrança não pode recair no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. b) a proibição da instituição de impostos sobre templos de qualquer culto não alcança os impostos de importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; produtos industrializados; e operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários. c) não diz respeito às taxas, a regra de que qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão só poderá ser concedido por lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou a correspondente exação. d) a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. e) a vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, uns dos outros, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, considerada a necessária vinculação a suas finalidades essenciais, ou às delas decorrentes, desde que não guardem relação com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

24. (ESAF/PFN/2004) Com atenção aos princípios do sistema tributário nacional, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.

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( ) O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS sujeita-se ao princípio da não-cumulatividade, podendo a lei que o instituir observar o princípio da seletividade. ( ) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) sujeita-se ao princípio da não-cumulatividade, em função da essencialidade do produto. ( ) O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza sujeita-se aos princípios da generalidade, uniformidade e progressividade. ( ) O princípio da legalidade tributária remonta à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. a) V, F, F, F. b) V, V, V, V. c) F, F, V, V. d) V, F, V, F. e) V, V, V, F.

25. (ESAF/PFN/2004) Considerado o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, assinale a resposta que completa corretamente a assertiva. “A alíquota de contribuição social destinada ao financiamento da Seguridade Social, majorada por medida provisória que tenha sido editada na primeira metade do exercício financeiro, objeto de reedição e conversão em Lei, poderá ser exigida ...” a) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da Lei resultante da conversão. b) depois de decorridos noventa dias da data da publicação da medida provisória originária. c) depois de decorridos noventa dias da data da reedição da medida provisória. d) no próximo exercício financeiro. e) depois de decorridos noventa dias do início do próximo exercício financeiro.

26. (ESAF/PFN/2004) Em atenção ao tema substituição tributária, marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a opção correta correspondente. ( ) Segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, o fato gerador presumido é provisório e, por isso, dá ensejo à restituição ou complementação do imposto pago na hipótese de sua não-realização ou realização em dimensão diversa da presumida. ( ) Segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal, o fato gerador presumido não é provisório mas sim definitivo, não dando ensejo à restituição ou complementação do

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imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-realização final. ( ) A substituição tributária progressiva, ou para frente, é técnica de tributação introduzida no ordenamento jurídico brasileiro pela Emenda Constitucional no 03, de 17 de março de 2003, e regulamentada pela Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996. ( ) Instituto que atende ao princípio da praticabilidade da tributação, a substituição tributária pode ser: regressiva, ou para trás, tendo por efeito o diferimento do tributo; e progressiva, ou para frente, pressupondo a antecipação do fato gerador, calculando-se o tributo devido de acordo com uma base de cálculo estimada. a) V, F, F, F. b) F, V, F, V. c) F, V, V, F. d) V, F, V, V. e) V, F, V, F.

27. (AFRF/2002.2/ESAF) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) O princípio da anterioridade tributária não pode ser afastado por meio de emenda constitucional, ainda que em relação a um imposto determinado, não constante da enumeração excetuada no próprio texto constitucional original. ( ) O princípio da irretroatividade protege de alterações a tributação dos lucros apurados no período base a ser encerrado em data futura. ( ) É inconstitucional a cobrança de imposto sobre movimentação financeira que atinja indiscriminadamente todas as aplicações, no ponto em que atinja as realizadas por Estados e Municípios, por exemplo (imunidade recíproca), sendo portanto inválido o § 2º do art. 2º da Emenda Constitucional nº 3, de 18 de março de 1993. a) V, V, V. b) V, V, F. c) V, F, V. d) F, F, F. e) F, V, F.

28. (AFPS/2002/ESAF) À luz da Constituição, avalie as formulações seguintes e, ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. I. É vedado à União elevar a alíquota do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, de 27,5% para 41%, incidente sobre renda líquida igual ou superior a R$ 120.000,00, auferida no ano civil por pessoa física, por força da disposição constitucional vedatória da utilização de tributo com efeito de confisco, bem assim da que prevê

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a graduação de impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte. II. A cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público não constitui violação do dispositivo constitucional que veda o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. III. Somente à União compete instituir impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, podendo a respectiva cobrança ser iniciada no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei ordinária que os instituir. a) Somente I é falsa. b) I e II são falsas. c) I e III são falsas. d) II e III são falsas. e) Todas são falsas.

29. (AFTE/RN/2005/ESAF) Marque a resposta correta, considerando as formulações abaixo. I - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. II - O depósito em títulos da dívida agrária suspende a exigibilidade do crédito tributário da União. III - Não é legítima a cobrança de multa fiscal de empresa em regime de concordata, porquanto, de acordo com o disposto no art. 112, II, do Código Tributário Nacional, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos. IV - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel. a) Somente I, II e III são verdadeiras. b) Somente II, III e IV são verdadeiras. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e IV são verdadeiras. e) Somente II e IV são verdadeiras.

30. (AFTN/98/ESAF/Adaptada) De acordo com os princípios que emanam da Constituição da República e do Código Tributário Nacional, em relação ao imposto de renda, retido na fonte, dos servidores do Estado do Piauí, no que concerne aos vencimentos destes, quem tem a competência para estabelecer-lhe a alíquota? A quem pertence o produto da arrecadação desse imposto retido pelo Estado do Piauí?

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Quem é o contribuinte da obrigação tributária principal? Qual é o ente responsável pela fiscalização do contribuinte, relativamente à declaração desses vencimentos? Assinale a opção que contenha, na ordem devida, as respostas certas. a) O Estado, o Estado, o servidor, o Estado. b) A União, a empresa fornecedora do serviço, o empregado desta, o Estado. c) A União, o Estado, o servidor, a União. d) O Estado, a empresa fornecedora do serviço, o empregado desta, a União. e) A empresa fornecedora do serviço, essa mesma empresa, o empregado dela, a União.

31. (TTN/98/ESAF/Adaptada) Assinale a opção incorreta. No que diz respeito ao Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, pode-se afirmar que a) deve ser progressivo, aumentando a alíquota à medida que se eleva a base de cálculo. b) deve obedecer aos critérios da universalidade e da generalidade. c) deve obedecer aos princípios da capacidade contributiva e irretroatividade da lei tributária. d) não pode ter suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo. e) não pode prever hipóteses de isenção, sob pena de violar-se o princípio da igualdade.

32. (TRF/2002.2/ESAF) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a opção que contenha a seqüência correta. A Constituição Federal de 1988 veda ( ) o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas, capitais ou bens por meio de impostos. ( ) a instituição de tributo sobre o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de educação e de assistência social. ( ) a instituição de imposto que não seja uniforme em todo o território estadual ou municipal do ente político criador do imposto, admitida a concessão de incentivos fiscais para a correção dos desequilíbrios regionais sócio-econômicos. a) V, V, V. b) V, V, F. c) V, F, F. d) F, F, F. e) V, F, V.

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33. (AFRE/MG/2005/ESAF) Considerando os temas “limitações constitucionais ao poder de tributar”, “competência tributária”, “princípios constitucionais tributários” e “imunidades”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) Decreto que reduz o prazo de recolhimento de imposto é inconstitucional, porque o prazo integra as exigências do princípio da legalidade. ( ) A competência tributária não exercida por um ente da Federação poderá ser delegada a outro. ( ) O imposto sobre produtos industrializados – IPI e o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS estão sujeitos ao princípio da não-cumulatividade, em função da essencialidade do produto. ( ) É vedado aos Estados instituírem contribuição de melhoria. a) V, F, F, F. b) V, F, F, V. c) F, V, F, F. d) F, F, V, F. e) F, F, F, F.

34. (AFTN/mar/94/ESAF) (I) É proibido exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (II) é vedado instituir tratamento desigual entre os contribuintes que estejam em situação equivalente; (III) é defeso cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que o instituiu ou aumentou; (IV) é vedado cobrar tributo no mesmo exercício em que tenha sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou. Combine as quatro vedações acima com os seguintes princípios: (W) anterioridade; (X) isonomia tributária, (Y) legalidade; (Z) irretroatividade. As vedações correspondem, respectivamente, aos princípios referidos nas seguintes letras: a) W X Y Z. b) X Y Z W. c) Y X Z W. d) Y W X Z. e) W Y X Z.

35. (AFRF/2002.1/ESAF) É lícito ao ente tributante a) instituir distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte, desde que prevista em lei adequada denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

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b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da norma jurídica que os houver instituído ou aumentado, desde que expressa a lei que os tenha previsto. c) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, mediante cobrança de pedágios, interestaduais ou intermunicipais, pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. d) cobrar imposto no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. e) exigir ou aumentar tributo mediante decreto ou ato administrativo, desde que publicado antes do início do exercício em que será cobrado.

36. (ESAF/PFN/2007.2) Das formulações abaixo, assinale a que não se inclui entre os conteúdos normativos que a Constituição considera, relaciona e tipifica, na Seção II, do Capítulo I, do seu Título VI, como “Limitações do Poder de Tributar”. a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. b) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. c) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir isenções de tributos da competência da União, bem como da competência de uns e outros. d) A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. e) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

37. (ESAF/PGDF/2007.2) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Em razão desse preceito constitucional e das demais regras do nosso ordenamento jurídico positivo e jurisprudencial, assinale a opção correta. a) A instituição de taxas pelo Poder Público não está obrigada a respeitar os princípios da anterioridade, da isonomia e da capacidade contributiva, tendo em vista que a tributação envolve prestação de serviços públicos ou exercício de poder de polícia. b) É constitucional a taxa instituída para inspeção de importação e exportação de produtos da indústria pesqueira, instituída por Portaria assinada pelo Ministro do Meio Ambiente, com cobrança autorizada

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pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente–IBAMA, haja vista tratar-se de serviços prestados para proteger direitos fundamentais. c) As custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais são qualificadas como taxas remuneratórias de serviços públicos e podem ter como base de cálculo o valor da condenação, desde que obedeça ao princípio da razoabilidade. d) É constitucional a escolha do valor do monte-mor (inventário) como base de cálculo da taxa judiciária, por não afrontar o artigo 145, § 2º, da CF. e) Não há possibilidade de, segundo os princípios que informam o nosso ordenamento jurídico tributário, ser alocado o produto da arrecadação de custas judiciais (taxas) ao Poder Judiciário, para cobrir despesas com treinamento de pessoal que serve à Justiça.

GABARITO

1. A 2. B 3. C 4. D 5. B 6. D 7. B 8. C 9. C 10. E

11. B 12. D 13. C 14. E 15. B 16. B 17. E 18. B 19. C 20. C

21. C 22. C 23. A 24. D 25. A 26. E 27. C 28. A

QUESTÕES TRATADAS EM AULA

1. (ESAF/GESTOR MG/2005) “A prestação do tributo não é obrigatória”

2. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) “Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário”.

3. (ESAF/TRF/2000) “A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária”. 4. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”.

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5. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida”. 6. (TJDFT/2000) “As multas são espécies de tributos cujo fato gerador é a infração de uma norma jurídica”. 7. (ESAF/TTN/1998) “A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal”.

8. (Procurador/BACEN/2001) “Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos”.

9. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra”.

10. (ESAF/GESTOR MG/2005) “O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito”.

11. (CESPE/INSS/1997) “No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar”.

12. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Não é preciso lei para exigir um tributo”.

13. (ESAF/AFTM/Natal/2008) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto”.

14. (CESPE/TCU/2006) “Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de lei complementar”.

15. (ESAF/AFPS/2002) “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação”.

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16. (CESPE/DPF/1997) “O empréstimo compulsório não poderá, sem exceção, ser instituído por estado federado ou por município”.

17. (ESAF/TTN/1997) “O empréstimo compulsório é considerado tributo, pelo regime jurídico a que está submetido”.

18. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são, respectivamente: (A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômica. (B) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas. (C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria. (D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições sociais. (E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

19. (ESAF/AFRF/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI).

20. (ESAF/Analista/CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

21. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre

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Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

22. (ESAF/GESTOR MG/2005) “Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei”.

23. “Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária”.

24. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.

25. “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”.

26. (CESPE/DPF/2002) “Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais são tributos da espécie taxa”.

27. (ESAF/PFN/1998) “Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte”.

28. (ESAF/AFTM/Natal/2008) A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recursos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento.

29. (CESPE/DPF/1997) “No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição”.

30. (ESAF/AFPS/2002) “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

31. (ESAF/IRB/2006) “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição”.

32. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se:

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a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório. e) preço público.

33. (FCC/ICMS/SP/2009). Conforme o art. 3o do CTN, Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Partindo da premissa de que o conceito de tributo previsto no Código Tributário Nacional foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e fazendo uma interpretação sistemática do Código Tributário Nacional inserido na ordem constitucional vigente, é correto afirmar que no conceito legal de tributo é possível identificar alguns dos denominados “princípios constitucionais tributários”. São identificáveis no conceito legal de tributo os princípios (A) da capacidade contributiva e da uniformidade geográfica. (B) da isonomia e da liberdade de tráfego. (C) da capacidade contributiva e da anterioridade. (D) da anterioridade e da irretroatividade. (E) da legalidade e da vedação ao efeito de confisco.

34. (FCC/Auditor/TCE/AL/2008) Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3° do Código Tributário Nacional, é correto afirmar: (A) Pode ser considerado sanção por ato ilícito, como na hipótese de exigência de imposto de importação em razão de crime de contrabando. (B) Na hipótese de lançamento por homologação, como é o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, não é a autoridade administrativa plenamente vinculada quem realiza o lançamento tributário. (C) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produção de uma indústria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. (D) Via de regra é instituído mediante lei, mas a Constituição Federal prevê exceções. (E) É prestação pecuniária voluntária prestada pelo contribuinte, nas hipóteses de tributos com lançamento por homologação.

35. (UFRS/ICMS/RS/2006) Conforme o Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo pode, excepcionalmente, constituir-se de uma prestação não pecuniária.

36. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção correta.

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a) As taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. b) Território Federal pode instituir taxa. c) É permitido que o serviço de iluminação pública seja remunerado mediante taxa. d) É permitido instituir e cobrar taxa de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto sobre propriedade territorial rural. e) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários.

37. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção incorreta. a) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. b) As bases de cálculo dos impostos e das taxas não podem ser idênticas. c) As bases de cálculo dos impostos devem estar relacionadas com o serviço público prestado aos contribuintes. d) O texto constitucional (art. 145, III) deixou de se referir expressamente à valorização imobiliária, ao cogitar de contribuição de melhoria. Com isso, o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas ainda figura como fato gerador da contribuição. e) A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, conforme competência que a Constituição confere a este ente da Federação.

38. (ESAF-Adaptada) Assinale a opção correta. a) No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, a União está autorizada a instituir empréstimo compulsório e cobrá-lo a partir do ano em que for publicada a lei complementar que o criar. b) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. c) A União pode instituir empréstimo compulsório para resgatar sua dívida interna. d) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. e) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório

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será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

39. (ESAF/Analista/SP/2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) taxas. e) preços públicos.

40. (ESAF/Analista/SP/2009) Assinale a opção que representa uma taxa pública. a) Serviço de água. b) Serviço de energia. c) Serviço de esgoto. d) Pedágio explorado diretamente ou por concessão. e) Serviço postal.

41. (ESAF/AFTE/MS/2001) Em matéria tributária, é correto afirmar-se que: a) Somente a União pode instituir impostos com fundamento no exercício regular do poder de polícia. b) Os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir empréstimo compulsório. c) A contribuição de melhoria é devida em função da prestação de serviços públicos divisíveis. d) As taxas têm que ter bases de cálculo diferentes das dos impostos. e) As contribuições sociais decorrem da realização de obras públicas que promovam a valorização imobiliária privada. 42. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder Público competente, a uma entidade paraestatal dotada de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: a) Acessórias b) Complementares c) Extraordinárias d) Extrafiscais e) Parafiscais

43. (FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as seguintes características: I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II. A materialidade do seu fato gerador consiste na atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de

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serviço. III. A materialidade do fato gerador é a atuação do Estado em forma de obras públicas que decorra valorização imobiliária. No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, seqüencialmente, a (A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado (imposto) e contribuição de melhoria. (B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria e tributo não-vinculado (taxa). (C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e tributo não-vinculado (imposto). (D)) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado (taxa) e contribuição de melhoria. (E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de melhoria, e tributo vinculado (imposto).

44. (FCC/Procurador/2007) Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades − pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como (A) contribuições e extrafiscais. (B) parafiscais e especiais. (C))extrafiscais e parafiscais. (D) especiais e extraordinários. (E) fiscais e empréstimos compulsórios.

45. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) A prestação de serviço militar é compulsória e constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária. (b) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. (c) A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.

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(d) No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão-somente os tributos que aceitaram pagar. (e) As multas são espécies de tributos cujo fato gerador é a infração de uma norma jurídica.

46. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. a) Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. b) Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra. c) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. d) Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos. e) Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida. 47. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal. (b) Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei. (c) Não é preciso lei para exigir um tributo. (d) O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito. (e) A prestação do tributo não é obrigatória.

48. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. (b) Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária.

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(c) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto. (d) Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. (e) As disposições do Código tributário Nacional se aplicam às contribuições para o FGTS.

49. (ESAF - adaptada) Assinale a opção correta. (a) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de lei complementar. (b) A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação. (c) O empréstimo compulsório poderá ser instituído por estado federado ou por município. (d) Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais não são tributos. (e) No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório não tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição.

50. (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa b) contribuição de melhoria c) preço público d) empréstimo compulsório e) imposto

51. (ESAF/ARFB/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI).

52. (ESAF/Analista-CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a

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própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

53. (FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006) Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são, respectivamente: (A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômica. (B)) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas. (C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria. (D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições sociais. (E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

54. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo.

55. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007). O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. (E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios.

56. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007).

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57. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006).

58. (OAB/SP/119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria.

59. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador.

60. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação. (C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo.

61. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível.

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62. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos.

63. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública.

64. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) É tributo contraprestacional: (A) a CSLL. (B) o IRPJ. (C) a COFINS. (D) a contribuição para o CREA. (E) a taxa judiciária.

65. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido: (A) só poderá ser uma contribuição de melhoria. (B) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa. (C) é de competência privativa conforme classificação doutrinária. (D) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível. (E) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

66. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: (A) ter competência comum para instituição. (B) ser vinculada a uma atividade estatal. (C) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. (D) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. (E) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

67. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

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68. (Procurador/RS/97) São impostos indiretos: a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações financeiras (IOF). c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a produtos industrializados (IPI). e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre produtos industrializados (IPI).

69. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional.

70. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) São consideradas receitas originárias: (A) as taxas e os impostos. (B) as taxas e os preços públicos. (C) os preços públicos e as tarifas. (D) as tarifas e as taxas. (E) os impostos e as tarifas

71. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2009) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

72. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2009) A taxa e o preço público se caracterizam por: (A) o preço público ser receita derivada do Estado e a taxa ser receita originária. (B) a cobrança da taxa obedecer ao princípio da proporcionalidade do uso e a do preço público não. (C) o preço público poder ser cobrado pela utilização potencial do serviço, enquanto e a taxa não poder. (D) a taxa ter como sujeito ativo pessoa jurídica de direito público e o preço público poder ser exigido por pessoa jurídica de direito privado. (E) o regime jurídico da taxa ser sui generis, já o dos preços públicos ser, sobretudo, contratual.

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73. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2009) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

74. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido: (A) só poderá ser uma contribuição de melhoria. (B) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa. (C) é de competência privativa conforme classificação doutrinária. (D) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível. (E) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

75. (FGV/FISCAL DE RENDAS/RJ/2008) A respeito dos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta. (A) A competência para a instituição de empréstimo compulsório é exclusiva da União Federal. (B) Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância e urgência. (C) Lei complementar não pode estabelecer situações de cabimento para instituição de empréstimo compulsório. (D) O empréstimo compulsório vinculado à calamidade pública é excepcionado do princípio da anterioridade. (E) Só podem ser instituídos empréstimos compulsórios no caso de guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

76. (FGV/MPE/TC/RJ/2008) Segundo a Constituição, o empréstimo compulsório tem os seguintes fatos geradores: guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis e a conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

77. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) A adoção da teoria do “pentapartite” pelo STF implica a adoção de cinco modalidades de tributos previstos na Constituição Federal. Em conseqüência, a Súmula 418 do STF, que dispõe que “o empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está sujeita à exigência

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constitucional de prévia autorização orçamentária”, perdeu sua eficácia.

78. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) A conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo não pode ensejar a cobrança de empréstimo compulsório pela União, tendo em vista que esse dispositivo do CTN não foi recepcionado pela Constituição Federal.

79. (FCC/Defensoria Pública/Pará/2010) Pode ser definido como hipótese de incidência de imposto e taxa, respectivamente, (A) serviços de qualquer natureza e exercício regular do poder de polícia. (B) transmissão de bem imóvel e serviço público específico e indivisível. (C) propriedade e serviço de comunicação. (D) serviço público específico e divisível e serviço de pavimentação. (E) serviço de comunicação e serviços de qualquer natureza.

80. (FCC/Analista Judiciário/TRF-2°Região/2008) No que diz respeito às taxas é certo que, (A) é facultativa e também leva em conta a realização de obra ou serviço público, de que decorra valorização imobiliária. (B) seu fato gerador poderá ser uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. (C) podem, em certos casos, ter base de cálculos idêntica a dos impostos, e ser calculadas em função do capital das empresas. (D) tem como fato gerador, além de outros elementos, o exercício regular do Poder de Polícia. (E) sua hipótese de incidência não é vinculada, salvo quando criada no caso de investimento público urgente e de relevante interesse estatal.

81. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006/adaptada) Em relação às taxas, o nosso ordenamento jurídico, expressamente, dispõe: (A) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível. (B) Ao se referir à imunidade recíproca, a Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir taxas e impostos uns dos outros. (C) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos. (D) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública. (E) As taxas têm como fato gerador fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço

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público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

82. (FCC/Analista/Agência reguladora/CE/2007) Taxa e preço público são institutos distintos. A taxa (A) é um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Público; enquanto o preço público ou tarifa remunera o concessionário de serviço público. (B) é classificada como receita originária; enquanto o preço público como receita derivada. (C) e o preço público podem ser cobrados por pessoas jurídicas de direito privado mesmo quando estas não sejam delegadas de serviço público. (D) remunera exercício de serviço outorgado a particular; enquanto o preço público decorre de exercício de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Público. (E) não depende de lei para ser instituída ou majorada, ao contrário do preço público, que se submete ao princípio da legalidade.

83. (FCC/Técnico em Direito/Assembléia Legislativa de São Paulo/2010). Segundo Geraldo Ataliba, “Não há possibilidade jurídica de confusão entre taxa e preço. Nem há, como muitos supõem, liberdade do legislador em converter uma na outra e vice-versa. Juridicamente, são coisas reciprocamente repelentes e excludentes”. Partindo deste pressuposto, é traço distintivo entre taxa e preço público o fato da taxa (A) remunerar obra pública e o preço remunerar serviço público prestado pelo Poder Público sem exclusividade. (B) ser fixada contratualmente e o preço ser fixado por decreto. (C) ser receita originária de natureza tributária e o preço ser receita derivada de natureza não tributária. (D) remunerar serviço público prestado pelo Poder Público e o preço remunerar serviço público delegado a particular. (E) remunerar poder de polícia e o preço remunerar serviço público indivisível.

84. (FCC/APOF/SP/2010). Um tributo que remunera o exercício regular do poder de polícia consistente na concessão de alvará de construção é da espécie (A) imposto. (B) contribuição de interesse de categoria econômica. (C) taxa. (D) tarifa. (E) contribuição de segurança pública.

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85. (FCC/Procurador municipal/Recife/2008) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: (A) ter competência comum para instituição. (B) ser vinculada a uma atividade estatal. (C) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. (D) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. (E) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra.

86. (FCC/Defensoria Pública/Pará/2010) Município institui contribuição de melhoria no valor de trezentos reais, para todos os contribuintes, em razão de obra pública de calçamento de vias públicas municipais realizada no exercício de 2008. Esta contribuição de melhoria é (A) devida, por ter por fato gerador obra pública. (B) devida, porque o Município tem direito a se reembolsar das obras públicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. (C) indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realização da obra. (D) indevida, porque obra de calçamento público não pode ser cobrada dos moradores. (E) indevida, porque não está sendo cobrada de maneira individualizada em razão da valorização imobiliária, deixando de considerar o quantum que cada imóvel teve de valorização em razão da obra pública.

87. (FCC/Auditor/TCE/AM/2007) Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas (A) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário. (B) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. (C) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. (D) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo.

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(E) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de obras públicas.

88. (FCC/Auditor/TCE/SP/2008) Os empréstimos compulsórios (A) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. (B) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam restituídos no prazo de dois anos. (C) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência. (D) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa. (E) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-se o princípio da anterioridade.

89. (FCC/Advogado/Santos/2006) Os tributos consistentes na coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administração, tendo destinação certa e finalidade predeterminada; e aqueles instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, sendo qualificados pela promessa de restituição relacionam-se, respectivamente, (A) aos impostos gerais e às taxas. (B) às contribuições extrafiscais e às contribuições de melhoria. (C) aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais. (D) às contribuições sociais e aos empréstimos compulsórios. (E) às contribuições de movimentação financeira e às contribuições parafiscais.

90. (FCC/Procurador de Contas/TCE/RR/2008) São características comuns aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais: (A) sempre são de competência da União. (B) só podem ser instituídos por lei complementar. (C) não são considerados tributos e não estão inseridos no Sistema Tributário Nacional. (D) possuem vinculação de receita. (E) são restituíveis, os primeiros em prazo e forma fixado em lei ou depois de um período de carência de contribuição.

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91. (FCC/SEFAZ /SP/2009) Os Empréstimos Compulsórios (A) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade. (B) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade. (C) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos. (D) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação. (E) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

92. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Imposto sobre importação. c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Taxa de iluminação pública.

93. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de

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10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores.

94. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que: a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam. b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia. c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não. d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas. e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

95. (ESAF/AFRFB/2010) Em relação aos empréstimos compulsórios, é correto afirmar que: a) é um tributo, pois atende às cláusulas que integram o art. 3° do Código Tributário Nacional.

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b) é espécie de confisco, como ocorreu com a retenção dos saldos de depósitos a vista, cadernetas de poupança e outros ativos financeiros, por ocasião do chamado “Plano Collor” (Lei n. 8.024/90). c) o conceito de ‘despesa extraordinária’ a que alude o art. 148, inciso I, da Constituição Federal, pode abranger inclusive aquelas incorridas sem que tenham sido esgotados todos os fundos públicos de contingência. d) se conceitua como um contrato de direito público, com a característica da obrigatoriedade de sua devolução ao final do prazo estipulado na lei de sua criação. e) se subordina, em todos os casos, ao princípio da anterioridade da lei que o houver instituído.

96. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú/Fiscal da Fazenda) Sobre os princípios gerais constitucionais do sistema tributário nacional, assinale a alternativa incorreta: (A) As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (B) Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. (C) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. (D) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. (E) Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

97. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Florianópolis/Consultor Jurídico) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: (A) Taxa. (B) Tarifa. (C) Imposto. (D) Contribuição social. (E) Contribuição de melhoria.

98. (FEPESE/2008/Prefeitura Municipal de Florianópolis/Consultor Jurídico) Considere Falsas ( F ) ou Verdadeiras ( V ) as seguintes afirmações:

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I. A contribuição de melhoria cobrada pelo Município tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. II. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público. III. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. IV. As taxas cobradas pelo Município são instituídas para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. V. Por ocasião do lançamento do imposto, cada contribuinte deverá ser notificado do seu montante, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. Assinale a seqüência correta: (A) V – V – F – V – F. (B) V – F – V – F – V. (C) F – F – F – V – V. (D) F – F – V – F – V. (E) F – V – V – F – F.

99. (FEPESE/2009/ Prefeitura Municipal de Brusque/Advogado) Com base na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar: (A) Cabe à lei complementar estabelecer normas a. gerais sobre obrigação, lançamento, crédito, compensação e isenção tributários. (B) Qualquer subsídio ou isenção, referente a impostos, taxas ou contribuições, somente poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal. (C) As taxas e contribuições de melhoria não poderão ter base de cálculo própria de impostos. (D) É vedado aos entes federativos instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos, bem como o papel e a tinta destinados a sua impressão. (E) É proibida a cobrança de empréstimos compulsórios instituídos para atender despesas decorrentes de calamidade pública no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

GABARITO

1. Falso. 2. Falso. 3. Verdadeiro. 4. Falso. 5. Falso. 6. Falso.

7. Falso. 8. Falso. 9. Falso. 10. Verdadeiro. 11. Verdadeiro.

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12. Falso. 13. Falso. 14. Verdadeiro. 15. Falso. 16. Verdadeiro.

17. Verdadeiro. 18. B 19. C 20. B 21. Falso. 22. Falso.

23. Falso. 24. Falso. 25. Verdadeiro. 26. Verdadeiro. 27. Verdadeiro.

28. Falso. 29. Verdadeiro. 30. Verdadeiro. 31. Falso. 32. C 33. E

34. D 35. Falso. 36. A 37. C 38. E 39. E 40. E 41. D 42. E

43. D 44. C 45. D 46. C 47. D 48. D 49. A

50. E 51. C 52. B 53. B 54. Falso. 55. A 56. Verdadeiro.

57. Verdadeiro. 58. C 59. C 60. D 61. Falso. 62. Falso. 63. Falso.

64. E 65. A 66. D 67. Falso. 68. E 69. Falso. 70. C 71. V 72. D

73. V 74. A 75. B 76. F 77. V 78. V 79. A 80. D 81. E 82. A

83. D 84. C 85. D 86. E 87. E 88. D 89. D 90. D 91. A 92. E 93. E

94. C 95. A 96. C 97. C 98. E 99. B