auditoria afrfb 2013 - aula 04

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Auditoria p/ Receita Federal - 2013 Teoria e exercícios comentados Prof. Claudenir Brito e Prof. Rodrigo Fontenelle Aula 04 Prof. Claudenir Brito Prof. Rodrigo Fontenelle www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 69 AULA 04: Amostragem. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis. SUMÁRIO PÁGINA Introdução 1 1. Amostragem 2 2. NBC TA 530 5 3. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis 34 Questões comentadas durante a aula 58 Referências bibliográficas 69 Olá Pessoal! Sejam bem-vindos a nossa aula 04. Hoje iremos abordar um tema (Amostragem) que muitos têm dificuldades, mas que, como veremos, não é esse bicho de sete cabeças. Na segunda parte vamos falar de testes em áreas específicas das demonstrações contábeis, que no edital de 2009 estava explícito e no de 2012 veio apenas com a nomenclatura Testes (item 21). Entendemos que a ESAF pode cobrar de forma mais superficial, como vimos na aula passada, mas também pode aprofundar, como tem ocorrido em provas da área fiscal elaboradas por outras bancas (vide ISS-SP 2012). Portanto, deixamos pra vocês fazerem, nesse ponto do edital, a gestão de riscos de vocês. Se entenderem que vale a pena ir mais fundo, trouxemos diversas questões nesta aula sobre o tema (até por isso a aula ficou um pouco maior que o de costume). Se acharem que não vale a pena, em relação ao item Testes, fiquem com o que foi dado na aula 03. Para aqueles que optarem por se aprofundar e acharem necessário, temos algumas questões comentadas de outras bancas, que podemos disponibilizar a vocês. Tendo interesse, é só enviarem um email. Continuamos à disposição nos emails [email protected] e rodrigofontenelle@estratégiaconcursos.com.br. Bons estudos e vamos à aula!

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AULA 04: Amostragem. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis.

SUMÁRIO PÁGINA Introdução 1 1. Amostragem 2 2. NBC TA 530 5 3. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis 34 Questões comentadas durante a aula 58 Referências bibliográficas 69 Olá Pessoal! Sejam bem-vindos a nossa aula 04. Hoje iremos abordar um tema (Amostragem) que muitos têm dificuldades, mas que, como veremos, não é esse bicho de sete cabeças. Na segunda parte vamos falar de testes em áreas específicas das demonstrações contábeis, que no edital de 2009 estava explícito e no de 2012 veio apenas com a nomenclatura Testes (item 21). Entendemos que a ESAF pode cobrar de forma mais superficial, como vimos na aula passada, mas também pode aprofundar, como tem ocorrido em provas da área fiscal elaboradas por outras bancas (vide ISS-SP 2012). Portanto, deixamos pra vocês fazerem, nesse ponto do edital, a gestão de riscos de vocês. Se entenderem que vale a pena ir mais fundo, trouxemos diversas questões nesta aula sobre o tema (até por isso a aula ficou um pouco maior que o de costume). Se acharem que não vale a pena, em relação ao item Testes, fiquem com o que foi dado na aula 03. Para aqueles que optarem por se aprofundar e acharem necessário, temos algumas questões comentadas de outras bancas, que podemos disponibilizar a vocês. Tendo interesse, é só enviarem um email. Continuamos à disposição nos emails [email protected] e rodrigofontenelle@estratégiaconcursos.com.br. Bons estudos e vamos à aula!

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1. Amostragem em Auditoria A norma do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – que trata do tema é a Resolução CFC nº 1.222/09, que aprovou a NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria. Assim, a base da nossa aula será essa norma, embora adiantamos que faremos uma complementação na parte teórica, tendo em vista que a norma antiga, a NBC T-11.11, ainda venha sendo cobrada em alguns certames. Não deve acontecer com o concurso do ICMS-SP, mas a precaução é importante. A literatura disponível sobre o assunto amostragem em auditoria é bastante farta, tendo em vista que a grande maioria dos autores dedica um ponto de suas obras ao tema. Um teste eficaz fornece evidência de auditoria apropriada e suficiente quando, considerada com outra evidência de auditoria obtida ou a ser obtida, será suficiente para as finalidades do auditor. Os meios à disposição do auditor para a seleção de itens a serem testados são:

(a) seleção de todos os itens (exame de 100%); (b) seleção de itens específicos; e (c) amostragem de auditoria.

O exame de 100% dos itens, na prática, raramente é aplicável, pois as empresas de auditoria não têm estrutura suficiente - nem tempo – para fiscalizar a totalidade dos registros que fazem parte de sua competência. É por essa razão que definimos as prioridades da auditoria e o escopo dos trabalhos. Mesmo nos objetos selecionados, é comum que a equipe de auditoria verifique, antecipadamente, que não dispõe dos meios necessários para a verificação do universo de itens a serem auditados. Sobre universo, podemos defini-lo como sendo o conjunto integral de elementos a serem verificados, dependendo dos objetivos da auditoria. Pode ser o universo de registros efetuados; o universo de despesas realizadas; o universo de funcionários da empresa auditada, por exemplo. Em certos casos, é possível, ou necessário, realizarmos os testes de auditoria na totalidade dos elementos do universo, como, por exemplo, se a quantidade de empregados constante da folha de pagamento da empresa a ser auditada for muito pequena (é possível), ou no caso do censo promovido pelo IBGE, para que se verifique as características da população brasileira.

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Crepaldi (2012) explica que, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a testar, o auditor pode empregar técnicas de amostragem, assim a definindo:

“é a utilização de um processo para obtenção de dados aplicáveis a um conjunto, denominado universo ou população, por meio do exame de uma parte deste conjunto denominada amostra.” (grifamos)

O método de amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização das auditorias em situações onde o objeto alvo da ação se apresenta em grandes quantidades e/ou se distribui de maneira bastante pulverizada. A amostragem é também aplicada em função da necessidade de obtenção de informações em tempo hábil, em casos em que a ação na sua totalidade se torne impraticável. A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada população a partir de uma parcela representativa.

A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada população a partir de uma parcela representativa. É um método utilizado quando se necessita obter informações sobre um ou mais aspectos de um grupo de elementos (população) considerado grande ou numeroso, observando apenas uma parte do mesmo (amostra). As informações obtidas dessa parte somente poderão ser utilizadas de forma a concluir algo a respeito do grupo, como um todo caso esta seja representativa. A representatividade é uma característica fundamental para a amostra, que depende da forma de seleção e do tamanho da amostra. Potencialmente, a amostra obtém essa característica quando ela é tomada ao acaso. Para uma amostra ser considerada representativa de uma população, ela deve possuir as características de todos os elementos da mesma, bem como ter conhecida a probabilidade de ocorrência de cada elemento na sua seleção. Existem várias razões que justificam a utilização de amostragem em levantamentos de grandes populações. Uma dessas razões é a economicidade dos meios. Onde os recursos humanos e materiais são

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escassos, a amostragem se torna imprescindível, tornando o trabalho do auditor bem mais fácil e adequado. Outro fator de grande importância é o tempo, pois onde as informações das quais se necessitam são valiosas e tempestivas, o uso de amostra também se justifica. Outra razão é o fato de que com a utilização da amostragem, a confiabilidade dos dados é maior. Devido ao número reduzido de elementos, pode-se dar mais atenção aos casos individuais, evitando erros nas respostas. Além disso, a operacionalidade em pequena escala torna mais fácil o controle do processo como um todo. Porém, existem casos onde não se recomenda a utilização de amostragem, tais como: a) quando a população é considerada muito pequena e a sua amostra fica relativamente grande; b) quando as características da população são de fácil mensuração, mesmo que a população não seja pequena; e c) quando há necessidade de alta precisão recomenda-se fazer censo, que nada mais é do que o exame da totalidade da população.

O método de amostragem se subdivide em dois tipos: a estatística e a não-estatística. Segundo Crepaldi (2012), amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatísticas, sendo seu uso recomendável quando os itens da população apresentam características homogêneas. Tem como característica fundamental o fato de poder ser submetido a tratamento estatístico, sendo, portando, os resultados obtidos na amostra generalizáveis para a população.

AMOSTRAGEM NÃO RECOMENDADA

POPULAÇÃO PEQUENA -

AMOSTRA GRANDE

CARACTERÍSTICAS DE FÁCIL

MENSURAÇÃO

NECESSIDADE DE ALTA PRECISÃO

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Amostragem não estatística (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditor utilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade. A principal característica do método de amostragem não estatístico é que este se baseia, principalmente, na experiência do auditor, sendo assim, a aplicação de tratamento estatístico a seus resultados se torna inviável, bem como a generalização dos resultados obtidos através da amostra para a população. Essa limitação faz com que o método não sirva de suporte para uma argumentação, visto que a extrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes. Contudo, é inegável a sua utilidade dentro de determinados contextos, tal como, na busca exploratória de informações ou sondagem, quando se deseja obter informações detalhadas sobre questões particulares, durante um espaço de tempo específico. Assim, seus resultados podem ser considerados em pareceres e relatórios, em algumas circunstâncias.

O método de amostragem não estatístico não serve de suporte para uma argumentação, visto que a extrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes. Entretanto, seus resultados podem ser considerados em pareceres e relatórios, em algumas circunstâncias. 2. NBC TA 530 Esta Norma se aplica quando o auditor independente decide usar a amostragem na execução de procedimentos de auditoria, e trata do uso de amostragem estatística e não estatística na definição e seleção da amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e na avaliação dos resultados da amostra. Segundo o CFC, a NBC TA 530 complementa a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, que trata da responsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para chegar a conclusões razoáveis que fundamentem sua opinião de auditoria.

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A NBC TA 500 fornece orientação sobre os meios disponíveis para o auditor selecionar os itens para teste, dos quais a amostragem de auditoria é um deles. Mas qual o objetivo do auditor ao utilizar a amostragem? Segundo a norma, é proporcionar uma base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada. 2.1 Definições Para fins das normas de auditoria do CFC, os termos a seguir tem os seguintes significados (e têm sido cobrados literalmente nas provas): 2.1.1 - Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria (ou seja, em partes do universo), de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. 2.1.2 - População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir.

Fonte: Barbetta (2006) 2.1.3 - Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragem pode levar a dois tipos de conclusões errôneas:

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(a) no caso de teste de controles, em que os controles são

considerados mais eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que não seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo de conclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

(b) no caso de teste de controles, em que os controles são

considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante, quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência da auditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que as conclusões iniciais estavam incorretas.

2.1.4 - Risco não resultante da amostragem é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem. Os exemplos de risco não resultante da amostragem incluem o uso de procedimentos de auditoria não apropriados ou a interpretação errônea da evidência de auditoria e o não reconhecimento de uma distorção ou de um desvio. 2.1.5 - Anomalia é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo em uma população.

Controles são considerados mais

eficazes do que realmente são.

(Risco de Superavaliação de

Confiabilidade)

Não se detectou distorção relevante

mas ela existe. (Risco de aceitação

Incorreta)

Afeta a Eficácia Controles são

considerados menos eficazes do que realmente são.

(Risco de Subavaliação de Confiabilidade)

Detectou-se distorção relevante mas ela não

existe. (Risco de rejeição

Incorreta)

Afeta a Eficiência

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2.1.6 - Unidade de amostragem é cada um dos itens individuais que constituem uma população. As unidades de amostragem podem ser itens físicos (por exemplo, cheques relacionados em comprovante de depósito, lançamentos de crédito em extratos bancários, faturas de venda ou saldos de devedores) ou unidades monetárias. 2.1.7 - Amostragem estatística é a abordagem à amostragem com as seguintes características:

(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os

resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem.

A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem não estatística.

A amostragem estatística possui as seguintes características: (a) seleção aleatória dos itens da amostra; e (b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuração do risco de amostragem. Se não tiver as características acima, é amostragem não estatística. 2.1.8 - Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário). 2.1.9 - Distorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor não seja excedido pela distorção real na população. Ao definir uma amostra, o auditor determina a distorção tolerável para avaliar o risco de que o conjunto de distorções individualmente irrelevantes possa fazer com que as demonstrações contábeis apresentem distorções relevantes e forneça margem para possíveis distorções não detectadas. Ou seja, é a distorção que o auditor aceita, a fim de que as pequenas distorções, no conjunto, não se tornem grandes distorções.

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A distorção tolerável é a aplicação da materialidade na execução da auditoria, em procedimento de amostragem específico. A distorção tolerável pode ter o mesmo valor ou valor menor do que o da materialidade na execução da auditoria. 2.1.10 - Taxa tolerável de desvio é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população. 2.2 Requisitos Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra. A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da qual a amostra é retirada. Como vimos, a amostragem em auditoria pode ser aplicada usando tanto a abordagem de amostragem não estatística como a estatística. Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar os fins específicos a serem alcançados e a combinação de procedimentos de auditoria que devem alcançar esses fins. A consideração da natureza da evidência de auditoria desejada e as eventuais condições de desvio ou distorção ou outras características relacionadas com essa evidência de auditoria ajudam o auditor a definir o que constitui desvio ou distorção e qual população usar para a amostragem. A consideração do auditor sobre a finalidade do procedimento de auditoria inclui um claro entendimento do que constitui desvio ou distorção, de modo que todas essas condições, e somente elas, que são relevantes para a finalidade do procedimento de auditoria estejam inclusas na avaliação de desvios ou na projeção de distorções. Por exemplo, em um teste de detalhes relacionado com a existência de contas a receber tais como confirmação, pagamentos efetuados pelo cliente da entidade antes da data de confirmação, mas que a entidade recebeu pouco depois dessa data, não é considerada distorção.

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Adicionalmente, um registro errôneo entre as contas de clientes não afeta o saldo total das contas a receber. Portanto, pode não ser apropriado considerar que isso seja uma distorção na avaliação dos resultados da amostragem desse procedimento de auditoria em particular, embora isso possa ter um efeito importante em outras áreas da auditoria, como por exemplo, na avaliação do risco de fraude ou da adequação da provisão para créditos de liquidação duvidosa. Ao considerar as características de uma população, para testes de controles, o auditor faz uma avaliação da taxa esperada de desvio com base no entendimento do auditor dos controles relevantes ou no exame de pequena quantidade de itens da população. Essa avaliação é feita para estabelecer a amostra de auditoria e determinar o tamanho dessa amostra. Por exemplo, se a taxa esperada de desvio for inaceitavelmente alta, o auditor geralmente decide por não executar os testes de controles. Da mesma forma, para os testes de detalhes, o auditor faz uma avaliação da distorção esperada na população. Se a distorção esperada for alta, o exame completo ou o uso de amostra maior pode ser apropriado ao executar os testes de detalhes. Ao considerar as características da população da qual a amostra será extraída, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. A decisão quanto ao uso de abordagem de amostragem estatística ou não estatística é uma questão de julgamento do auditor, entretanto, o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre as abordagens estatísticas e não estatísticas.

- Decisão quanto ao uso de abordagem de amostragem estatística ou não estatística: questão de julgamento do auditor; - o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre as abordagens estatísticas e não estatísticas; - quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. O auditor deve determinar o tamanho de amostra suficiente para reduzir o risco de amostragem a um nível mínimo aceitável.

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O nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. O tamanho da amostra pode ser determinado mediante aplicação de fórmula com base em estatística ou por meio do exercício do julgamento profissional. O auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada. Pela amostragem estatística, os itens da amostra são selecionados de modo que cada unidade de amostragem tenha uma probabilidade conhecida de ser selecionada. Pela amostragem não estatística, o julgamento é usado para selecionar os itens da amostra. Como a finalidade da amostragem é a de fornecer base razoável para o auditor concluir quanto à população da qual a amostra é selecionada, é importante que o auditor selecione uma amostra representativa, de modo a evitar tendenciosidade mediante a escolha de itens da amostra que tenham características típicas da população. Os principais métodos para selecionar amostras correspondem ao uso de seleção aleatória, seleção sistemática e seleção ao acaso.

2.3 Execução de procedimentos de auditoria O auditor deve executar os procedimentos de auditoria, apropriados à finalidade, para cada item selecionado. Se o procedimento de auditoria

MÉTODOS DE SELEÇÃO

ALEATÓRIA

SISTEMÁTICA

AO ACASO

Risco Amostra

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não for aplicável ao item selecionado, o auditor deve executar o procedimento em um item que substitua o anteriormente selecionado. Um exemplo de quando é necessário executar o procedimento em item de substituição é quando um cheque cancelado é selecionado durante teste de evidência de autorização de pagamento. Se o auditor estiver satisfeito que o cheque foi cancelado de forma apropriada de modo a não constituir desvio, um item escolhido de maneira apropriada para substituí-lo é examinado. Se o auditor não puder aplicar os procedimentos de auditoria definidos ou procedimentos alternativos adequados em um item selecionado, o auditor deve tratar esse item como um desvio do controle previsto, no caso de testes de controles ou uma distorção, no caso de testes de detalhes. Um exemplo de quando o auditor não pode aplicar os procedimentos de auditoria definidos a um item selecionado é quando a documentação relacionada com esse item tiver sido perdida. Um exemplo de procedimento alternativo adequado pode ser o exame de recebimentos subsequentes, juntamente com a evidência da fonte dos recebimentos e os itens que eles visam liquidar quando nenhuma resposta tiver sido recebida para uma solicitação positiva de confirmação. 2.4 Natureza e causa de desvios e distorções O auditor deve investigar a natureza e a causa de quaisquer desvios ou distorções identificados e avaliar o possível efeito causado por eles na finalidade do procedimento de auditoria e em outras áreas de auditoria. Ao analisar os desvios e as distorções identificados, o auditor talvez observe que muitos têm uma característica em comum como, por exemplo, o tipo de operação, local, linha de produto ou período de tempo. Nessas circunstâncias, o auditor pode decidir identificar todos os itens da população que tenham a característica em comum e estender os procedimentos de auditoria para esses itens. Além disso, esses desvios ou distorções podem ser intencionais e podem indicar a possibilidade de fraude. Em circunstâncias extremamente raras, quando o auditor considera que uma distorção ou um desvio descobertos na amostra são anomalias, o auditor deve obter um alto grau de certeza de que essa distorção ou esse desvio não sejam representativos da população.

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O auditor deve obter esse grau de certeza mediante a execução de procedimentos adicionais de auditoria, para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que a distorção ou o desvio não afetam o restante da população. 2.5 Projeção de distorções Para os testes de detalhes, o auditor deve projetar, para a população, as distorções encontradas na amostra, para obter uma visão mais ampla da escala de distorção, mas essa projeção pode não ser suficiente para determinar o valor a ser registrado. Quando a distorção tiver sido estabelecida como uma anomalia, ela pode ser excluída da projeção das distorções para a população. Entretanto, o efeito de tal distorção, se não for corrigido, ainda precisa ser considerado, além da projeção das distorções não anômalas. Para testes de controles, não é necessária qualquer projeção explícita dos desvios uma vez que a taxa de desvio da amostra também é a taxa de desvio projetada para a população como um todo. Explicando melhor. A não projeção nos testes de controle se refere ao fato de não estarmos falando de unidades monetárias, mas de procedimentos de controle. Dessa forma, quando estamos aplicando os testes de detalhes, ao verificarmos uma distorção de 1 milhão de reais em uma amostra que corresponde a 10% de determinada conta das demonstrações contábeis, se projetarmos essa distorção, teríamos uma distorção, para a população, de 10 milhões de reais (projeção linear, apenas para fins exemplificativos). Já numa observação de um controle de acesso ao almoxarifado de determinada empresa, em que se constata que não há um sistema de identificação para a entrada dos funcionários (qualquer um entra), como seria essa projeção? 2.6 Avaliação do resultado da amostragem em auditoria O auditor deve avaliar:

(a) os resultados da amostra; e (b) se o uso de amostragem de auditoria forneceu uma base

razoável para conclusões sobre a população que foi testada.

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Para os testes de controles, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante, a menos que sejam obtidas evidências adicionais de auditoria que comprovem a avaliação inicial. Para os testes de detalhes, o valor de distorção inesperadamente alto em uma amostra pode levar o auditor a acreditar que uma classe de operações ou o saldo de uma conta está distorcido de modo relevante, na ausência de evidências adicionais de auditoria de que não há distorções relevantes. No caso de testes de detalhes, a distorção projetada mais a distorção anômala, quando houver, é a melhor estimativa do auditor de distorção na população. Quando a distorção projetada mais a distorção anômala excederem uma distorção tolerável, a amostra não fornece uma base razoável para conclusões sobre a população que foi testada. Quanto mais próximo o somatório da distorção projetada e da distorção anômala estiver da distorção tolerável, mais provável será que a distorção real na população exceda a distorção tolerável. Além disso, se a distorção projetada for maior do que as expectativas de distorção do auditor usadas para determinar o tamanho da amostra, o auditor pode concluir que há um risco inaceitável de amostragem de que a distorção real na população exceda a distorção tolerável. A consideração dos resultados de outros procedimentos de auditoria ajuda o auditor a avaliar o risco de que a distorção real na população exceda a distorção tolerável e o risco pode ser reduzido se for obtida evidência adicional de auditoria. Se o auditor conclui que a amostragem de auditoria não forneceu uma base razoável para conclusões sobre a população que foi testada, o auditor pode: - solicitar que a administração investigue as distorções identificadas e o potencial para distorções adicionais e faça quaisquer ajustes necessários; ou - ajustar a natureza, época e extensão desses procedimentos adicionais de auditoria para melhor alcançar a segurança exigida. Por exemplo, no caso de testes de controles, o auditor pode aumentar o tamanho da amostra, testar um controle alternativo ou modificar os respectivos procedimentos substantivos.

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Limite Superior de Desvios – LSD (Testes de Controle)

Desvios encontrados na amostra devem ser adequadamente avaliados. Para cada controle testado o auditor irá calcular uma taxa de desvios da amostra, que é realizada dividindo a quantidade de desvios pelo tamanho da amostra examinada.

Realizado esse cálculo, o auditor irá determinar o limite superior dos desvios, que é a taxa máxima de desvios da população, baseada na quantidade de desvios da amostra.

LSD = Taxa de desvios da amostra + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

Exemplificando:

Se 1 desvio é encontrado em uma amostra de 100 unidades, a taxa de desvio será de 1%. Para encontrar o limite superior de desvios, devemos somar essa taxa de 1% à PRA.

Encontrado o LSD, o auditor irá comparar com a taxa aceitável de desvios definida na seleção da amostra. Se o LSD for igual ou inferior à taxa aceitável de desvios, os resultados darão suporte ao risco de controle planejado. Caso o LSD seja superior, o auditor deverá revisar a estratégia de auditoria ou revisar os procedimentos substantivos planejados.

Limite Superior de Desvios – LSE (Testes Substantivos)

Ao utilizar amostragem para testes substantivos, o auditor aplica procedimentos de auditoria sobre os elementos da amostra e determina o valor real de cada unidade. A diferença entre o valor encontrado pelo auditor e o valor registrado na contabilidade será utilizado para projetar o erro (distorção) total na população.

Da mesma forma como visto nos testes de controle, o auditor calcula o limite superior (agora de erros) para os testes substantivos.

LSE = Erro projetado da população + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

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Calculado o LSE, o auditor irá compará-lo com o erro aceitável (EA), definido quando da seleção da amostra. Se o LSE for igual ou inferior ao EA, o auditor conclui que a população (saldo da conta analisada) não contém erros relevantes. Se for maior, pode-se suspeitar que a amostra não tenha sido representativa da população e aplicar procedimentos adicionais sobre unidades de amostragem.

2.7 Estratificação e seleção com base em valor Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. 2.7.1 Estratificação A eficiência da auditoria pode ser melhorada se o auditor estratificar a população dividindo-a em subpopulações distintas que tenham características similares. O objetivo da estratificação é o de reduzir a variabilidade dos itens de cada estrato e, portanto, permitir que o tamanho da amostra seja reduzido sem aumentar o risco de amostragem. Atenção! Se compararmos um estrato com outro, eles continuam sendo heterogêneos. O que passa a ser mais homogêneo são os elementos que compõem cada estrato. Na execução dos testes de detalhes, a população é geralmente estratificada por valor monetário. Isso permite que o trabalho maior de auditoria possa ser direcionado para os itens de valor maior, uma vez que esses itens podem conter maior potencial de distorção em termos de superavaliação. Da mesma forma, a população pode ser estratificada de acordo com uma característica específica que indica maior risco de distorção como, por exemplo, no teste da provisão para créditos de liquidação duvidosa na avaliação de contas a receber, os saldos podem ser estratificados por idade. Os resultados dos procedimentos de auditoria aplicados a uma amostra de itens dentro de um estrato só podem ser projetados para os itens que compõem esse estrato. Para concluir sobre toda a população, o auditor precisa considerar o risco de distorção relevante em relação a quaisquer outros estratos que componham toda a população.

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Por exemplo, 20% dos itens em uma população podem compor 90% do saldo de uma conta. O auditor pode decidir examinar uma amostra desses itens. O auditor avalia os resultados dessa amostra e chega a uma conclusão sobre 90% do saldo de uma conta separadamente dos 10% remanescentes (nos quais outra amostra ou outros meios de reunir evidências de auditoria serão usados ou que possam ser considerados não relevantes). Se uma classe de operações ou o saldo de uma conta tiver sido dividido em estratos, a distorção é projetada para cada estrato separadamente. As distorções projetadas para cada estrato são, então, combinadas na consideração do possível efeito das distorções no total das classes de operações ou do saldo da conta. 2.7.2 Seleção com base em valor Ao executar os testes de detalhes, pode ser eficaz identificar a unidade de amostragem como unidades monetárias individuais que compõem a população. Após ter selecionado unidades específicas da população, como por exemplo, o saldo das contas a receber, o auditor pode, então, examinar os itens específicos, como por exemplo, os saldos individuais que contêm essas unidades monetárias. O benefício dessa abordagem para definir a unidade de amostragem é que o trabalho de auditoria é direcionado para itens de valor maior porque eles têm mais chances de serem selecionados e podem resultar em amostras de tamanhos menores. Essa abordagem é muito eficiente quando os itens são selecionados usando a seleção aleatória.

Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinar que a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada. 2.8 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de controles A seguir apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar em consideração ao determinar o tamanho da amostra para os testes de controles. Esses fatores, que precisam ser considerados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica a natureza ou a época dos testes

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de controles nem de outra forma modifica a abordagem aos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE CONTROLE

Fator Relação

Taxa tolerável de desvio Inversa

Taxa esperada de desvio Direta

Nível de segurança desejado Direta

Extensão da avaliação de riscos dos controles relevantes Direta

Quanto menor a taxa tolerável de desvio que o auditor irá aceitar, maior o tamanho da amostra que irá precisar testar. Quanto mais alta for a taxa esperada de desvio, maior o tamanho da amostra para que o auditor esteja em posição de fazer uma estimativa razoável dessa taxa. Quanto maior for o nível de segurança de que o auditor espera que os resultados da amostra sejam de fato indicativos com relação à incidência real de desvio na população, maior deve ser o tamanho da amostra. Por fim, quanto mais segurança o auditor pretende obter da efetividade dos controles, menor a avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante e maior deve ser o tamanho da amostra. Quando a avaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante inclui uma expectativa da efetividade operacional dos controles, o auditor tem que executar os testes de controles. Sendo os outros fatores iguais, quanto maior for a confiança que o auditor deposita na efetividade operacional dos controles na avaliação de risco, maior será a extensão dos testes de controles do auditor (e, portanto, maior o tamanho da amostra). Em outras palavras, se o auditor irá depositar uma confiança grande na efetividade dos controles, deverá aplicar mais testes de controle pra se precaver. Assim, de posse dos resultados e confirmando essa efetividade dos controles, aplicará menos testes substantivos, como veremos a seguir.

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2.9 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de detalhes De forma análoga ao item anterior, apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar em consideração ao determinar o tamanho da amostra para testes de detalhes. Esses fatores, que precisam ser considerados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica a abordagem aos testes de controles nem a natureza ou a época dos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE DETALHES

Fator Relação

Distorção tolerável Inversa

Risco de distorção relevante Direta

Distorção esperada Direta

Estratificação da população Redução

Uso de procedimentos alternativos Inversa

Quanto menor for a distorção tolerável aceita pelo auditor, maior deverá ser o tamanho da amostra. Quanto mais alta for a avaliação do risco de distorção relevante, maior deve ser o tamanho da amostra. Quanto maior for o valor da distorção que o auditor espera encontrar na população, maior deve ser o tamanho da amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real de distorção na população. No caso da utilização da estratificação, o conjunto de tamanhos de amostra dos estratos geralmente será menor do que o tamanho da amostra que seria necessário para alcançar certo nível de risco de amostragem se uma amostra tivesse sido retirada de toda a população. Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o risco de detecção relacionado com uma população em particular, menos segurança precisa da amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da amostra.

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2.10 Métodos de seleção da amostra Existem muitos métodos para selecionar amostras. Os principais são os seguintes:

(a) Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números

aleatórios como, por exemplo, tabelas de números aleatórios).

(b) Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e após determinar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte é selecionada. Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que a amostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador computadorizado de números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas de modo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população.

(c) Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com

base em valores, na qual o tamanho, a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.

(d) Seleção ao acaso, na qual o auditor seleciona a amostra sem

seguir uma técnica estruturada. Embora nenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ou previsibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitar sempre os primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria se assegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

(e) Seleção de bloco envolve a seleção de um ou mais blocos de itens

contíguos da população. A seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria das populações está estruturada de modo que esses itens em sequência podem ter características semelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população. Embora, em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um procedimento de auditoria examine um bloco de itens, ela raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada quando o auditor pretende obter inferências válidas sobre toda a população com base na amostra.

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A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

EXERCÍCIOS COMENTADOS 1 - (ESAF / CGU/ 2012) - Nos casos em que o auditor independente desejar reduzir o tamanho da amostra sem aumentar o risco de amostragem, dividindo a população em subpopulações distintas que tenham características similares, deve proceder a um(a): a) Estratificação. b) Seleção com base em valores. c) Teste de detalhes. d) Seleção sistemática. e) Detalhamento populacional. Comentários: Questão recente da ESAF, mas que cobrou apenas o conhecimento literal da definição de Estratificação, conforme visto repetidas vezes na parte teórica. Lembrem-se: subpopulações (estratos) distintas, mas com unidades de amostragem similares dentro de cada estrato.

Resposta: A 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra, deve considerar: I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem; II. que estratificação é o processo de dividir a população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares; III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados. a) Somente a I é verdadeira. b) Somente a II é verdadeira. c) I e III são verdadeiras. d) Todas são falsas. e) Todas são verdadeiras. Comentários:

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Questão da prova da RFB 2009, retirada em sua literalidade da NBC T 11, norma vigente à época. Segundo o item 11.11.2.3.3 dessa norma, “cada item que compõe a população é conhecido como unidade de amostragem.” (grifos nossos) Portanto, o item I da questão está errado, pois trocou a palavra população por amostra. Já o item II está de acordo com o item 11.11.2.4 da supracitada norma, que estabelece que “para auxiliar no planejamento eficiente e eficaz da amostra, pode ser apropriado usar estratificação, que é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares.” Por fim, segundo o item 11.11.2.5.1 da norma, “ao determinar o tamanho da amostra, o auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados.” (grifos nossos) Portanto, o item III da questão está incorreto. Atualmente os principais conceitos que devemos saber acerca de amostragem, e que constam na NBC TA 530, norma vigente atualmente, são: Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população. População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir. Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse ser diferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. Risco não resultante da amostragem é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem. Anomalia é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população. Unidade de amostragem é cada um dos itens individuais que constituem uma população. Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário). Distorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população. Taxa tolerável de desvio é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população. Resposta: B

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3 - (ESAF / CGU / 2008) - Sobre o tema “amostragem estatística em auditoria”, segundo o que dispõe a NBC-T-11, é incorreto afirmar que: a) na seleção da amostra é vedada a seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiência profissional. b) ao usar métodos de amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada. c) na determinação da amostra o auditor deve levar em consideração, entre outros fatores: a população objeto da amostra; o tamanho da amostra e o risco da amostragem. d) a amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período. e) ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem. Comentários: A NBC T 11, norma em que se baseia a questão, estabelece, em seu item 11.11.3.1.3, que na seleção de amostra, devem ser consideradas: a) a seleção aleatória ou randômica; b) a seleção sistemática, observando um intervalo constante entre as transações realizadas; e c) a seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiência profissional. Portanto, a letra “a” está incorreta. Atualmente, a NBC TA 530 estabelece, além da seleção aleatória, sistemática e ao acaso, a seleção de bloco e a amostragem de unidade monetária como métodos de seleção da amostra. A alternativa “b” descreve de maneira correta os procedimentos que devem ser adotados pelo auditor, segundo a norma, quando da utilização de métodos de amostragem. As assertivas “c” e “d” também estão certas, pois ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) os objetivos específicos da auditoria; b) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra; c) a estratificação da população; d) o tamanho da amostra; e) o risco da amostragem; f) o erro tolerável; e g) o erro esperado. Por fim, segundo o item 11.11.1.2 da mencionada norma, “ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a testar, o auditor pode empregar técnicas de amostragem.” Portanto, a letra “e” foi retirada em sua literalidade da norma e está correta. Resposta: A

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4 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra. b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra. c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame. d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor. e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados. Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o auditor não é obrigado a utilizar qualquer método de amostragem.

A letra B também está incorreta, pois o número de elementos a serem testados está diretamente relacionado ao volume da amostra.

A alternativa C está correta, e é o gabarito da questão. A letra D está incorreta, pois a área auditada não participa da

determinação de critérios para a seleção da amostra. A alternativa E está incorreta, pois os métodos não estatísticos

também devem ser considerados. Resposta: C 5 - (ESAF / CCU / 2006) - Nos trabalhos de auditoria, o método da amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização de ações de controle em situações onde o objeto-alvo da ação se apresenta em grandes quantidades e/ou se apresenta de forma muito pulverizada. Acerca da aplicação do método de amostragem em auditoria, assinale a opção incorreta. a) Achados de auditoria obtidos por meio de amostragem não-estatística não têm valor na composição dos pareceres. b) Por estratificação entende-se a separação da população-objeto em classes. c) Por erro tolerável entende-se o erro máximo que o auditor estaria disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que se possa atingir o objetivo dos trabalhos. d) Por risco de amostragem entende-se da possibilidade de que a conclusão do auditor, tomando por base uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se o procedimento de auditoria tivesse sido aplicado de forma censitária. e) Entre os aspectos a serem considerados estão o tamanho da amostra e a população-objeto da amostra.

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Comentários:

A alternativa A está incorreta, e é o gabarito da questão, pois os achados de auditoria obtidos por meio de amostragem não-estatística tem valor na composição dos pareceres. O que ocorre é que a aplicação de tratamento estatístico a seus resultados se torna inviável, bem como a generalização dos resultados obtidos através da amostra para a população.

Contudo, como vimos, é inegável a sua utilidade dentro de determinados contextos, tal como, na busca exploratória de informações ou sondagem, quando se deseja obter informações detalhadas sobre questões particulares, durante um espaço de tempo específico. Nesse sentido, suas informações poderiam ser incluídas em parecer.

As demais alternativas estão corretas. Chamamos atenção para o termo erro tolerável que, na nova norma em vigor foi substituído por duas outras nomenclaturas:

a) Distorção tolerável (refere-se aos procedimentos substantivos): valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população.

b) Taxa tolerável de desvio (refere-se aos testes de controle): taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos, definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não seja excedida pela taxa real de desvio na população.

Resposta: A 6 - (ESAF / ENAP / 2006) - A amostragem estratificada consiste em: a) gerar diretamente o resultado estatístico final da amostra. b) eliminar a possibilidade de erro na definição da amostra. c) dividir a população em grupos relativamente homogêneos. d) determinar o risco de rejeição incorreta ou erro aceitável. e) avaliar a população total por meio de amostra única. Comentários:

Segundo a NBC TA 530, Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário).

As bancas adoram tentar confundir o candidato, dizendo que nesse tipo de processo se divide uma população homogênea em grupos heterogêneos. Portanto, não confundam!

Estratificação: Divide uma população heterogênea

em estratos homogêneos.

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As outras alternativas estão incorretas, pois não se relacionam à

definição de amostragem estratificada. Resposta: C 7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Das assertivas a seguir, identifique a que não está relacionada à determinação da amostra: a) estratificação b) tamanho c) erro tolerável d) erro esperado e) sequência Comentários:

Questão retirada de forma literal da NBC T-11.11, em vigor à época da aplicação desta prova. Segundo ela, ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deveria levar em consideração os seguintes aspectos:

- os objetivos específicos da auditoria; - a população da qual o auditor deseja extrair a amostra; - a estratificação da população; - o tamanho da amostra; - o risco da amostragem; - o erro tolerável; e - o erro esperado.

Ressalta-se que, segundo a NBC TA 530, atualmente vigente, “ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características da população da qual será retirada a amostra”. (grifamos). Além disso, deve determinar o tamanho de amostra suficiente para reduzir o risco de amostragem a um nível mínimo aceitável.

Entretanto, mesmo com essa nova definição, muitas bancas ainda continuam cobrando, quando o assunto é a determinação da amostra pelo auditor, da forma como era estabelecido na norma antiga. Por essa razão trouxemos esta questão. Resposta: E 8 - (ESAF / CGU / 2006) - O auditor, para determinar a extensão de um teste de auditoria, pode recorrer a técnicas de amostragem. Qual dos fatores abaixo não corresponde a um fator a ser levado em consideração na determinação da amostra? a) tamanho da amostra b) risco de amostragem c) erro tolerável d) erro esperado e) uniformidade

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Comentários: Conforme questão anterior, e segundo a norma vigente à época, o único fator que não deveria ser levado em consideração pelo auditor na determinação da amostra era a uniformidade, letra “e”. Resposta: E 9 - (ESAF / RFB / 2003) - Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, na determinação da amostra para auditoria externa, devem ser considerados, no mínimo: a) população objeto da amostra, tamanho da amostra, risco de amostragem e fraude. b) tamanho da amostra, erro tolerável, tamanho da empresa e inadimplência. c) risco de amostragem, erro intolerável, erro esperado e manipulação. d) erro inesperado, risco de amostragem, tamanho da amostra e valores. e) estratificação da amostra, tamanho da amostra, erro tolerável e erro esperado. Comentários: Mais uma questão que cobra apenas o conhecimento dos fatores que devem ser levados em conta na definição de uma amostra e, como já ressaltamos anteriormente, ainda é importante e tem sido cobrado pelas bancas, mesmo com a revogação da NBC T 11. Como vimos, ao planejar e determinar a amostra de auditoria, o auditor deveria levar em consideração os seguintes aspectos:

- os objetivos específicos da auditoria; - a população da qual o auditor deseja extrair a amostra; - a estratificação da população; - o tamanho da amostra; - o risco da amostragem; - o erro tolerável; e - o erro esperado.

A alternativa A está incorreta, pela inclusão de “fraude”. A letra B pelo “tamanho da empresa” e “inadimplência”. A alternativa C, pelo “erro intolerável” e a letra D, pelo “erro inesperado” e “valores”.

Resposta: E 10 - (ESAF / TCU / 2002) - Ao utilizar o método de amostragem estatística para verificar a aderência aos controles internos, o auditor tem maior probabilidade em conduzir a uma opinião errônea quando incorre no risco de: a) Subavaliação da confiabilidade b) Rejeição incorreta c) Aceitação incorreta d) Superavaliação da confiabilidade e) Avaliação da população

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Comentários: Na verificação dos controles internos, o maior risco de erro para o auditor seria na superavaliação dos controles internos, estimando-os mais eficientes do que seriam na realidade. Essa interpretação inadequada faria com que o auditor aplicasse testes em menor profundidade do que o devido, pois a amplitude e profundidade dos testes de auditoria é inversamente proporcional à eficiência dos controles internos. Qualquer dúvida nesse tipo de questão, retornem ao esquema do item 2.1.3 na parte teórica da aula. Resposta: D 11 - (ESAF / ICMS-PI / 2001) - Para conseguir o nível de confiança desejado com menores amostras, a melhor técnica estatística que o auditor pode utilizar é a: a) Amostragem por Intervalo b) Amostragem por Estratificação c) Amostragem por Julgamento d) Tabela de Números Aleatórios e) Amostragem Exploratória Comentários: De acordo com a NBC TA 530, a eficiência da auditoria pode ser melhorada se o auditor estratificar a população dividindo-a em subpopulações distintas que tenham características similares. O objetivo da estratificação é o de reduzir a variabilidade dos itens de cada estrato e, portanto, permitir que o tamanho da amostra seja reduzido sem aumentar o risco de amostragem. Resposta: B 12 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A relação existente entre o fator de confiabilidade com a amostra é: a) quanto mais baixo for o fator de confiabilidade, maior será o tamanho da amostra. b) não existir no modelo a expectativa de risco de aceitação incorreta. c) o fator de confiabilidade e a amostra devem ter correlação positiva. d) independente do fator de confiabilidade, o tamanho da amostra não varia. e) não correlacionar o fator de confiabilidade da amostra com o seu tamanho. Comentários: Para responder a essa questão era necessário que o aluno entendesse que o caput se refere à confiabilidade da evidência de auditoria obtida pelo auditor. Nesse sentido, o fator de confiabilidade é inversamente proporcional ao tamanho da amostra, ou seja, quanto maior for a confiança do auditor

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nas evidencias obtidas, menor será a quantidade de testes a serem aplicados e menor pode ser o tamanho da amostra. Portanto, o gabarito da questão é a letra “a”. Resposta: A 13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - No processo de amostragem o LSE – Limite Superior de Erro para superavaliações é determinado pela: a) soma do erro projetado e da provisão para risco de amostragem. b) divisão da população pela amostra estratificada. c) soma do erro estimado e da confiabilidade da amostra. d) divisão do erro total pela população escolhida. e) subtração do erro total, do desvio das possíveis perdas amostrais. Comentários: Pessoal, questão extremamente específica, difícil e rara em auditoria, embora tenha sido praticamente uma cópia de uma elaborada pela mesma banca em concurso realizado no ano de 2008, para a Prefeitura de Natal / RN. Para respondê-la o candidato deveria ter conhecimento da definição de Limite Superior de Erros (LSE). Entretanto, para conhecimento do candidato, apresentamos a seguir também a definição de Limite Superior de Desvios (LSD), caso a banca volte a cobrar questões acerca do tema. Limite Superior de Erros (LSE) para superavaliações é o erro da população após a projeção dos erros encontrados na amostra. Deve ser comparada à distorção tolerável e é a soma do provisão de risco de amostragem (PRA) com o erro projetado (EP). Se LSE > Distorção tolerável, a amostra é falha. Se o LSE for menor, não há o que se alterar, pois era a situação esperada. Já Limite Superior de Desvios (LSD) é a taxa máxima de desvios aceita pelo auditor na avaliação do processo de amostragem. É igual à provisão de risco de amostragem (PRA) + Taxa de desvios da amostra (TD). Se LSD > Taxa tolerável de desvios, a amostra é falha. Portanto, a resposta correta é a letra “a”. Resposta: A 14 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que indica a sequência correta. I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados; II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada; III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de auditoria não apropriados;

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IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. a) V, V, F, V b) F, V, V, V c) V, V, V, F d) F, F, F, V e) V, F, V, F Comentários: Pessoal, uma das poucas questões sobre o tema de provas da ESAF elaboradas já a partir das novas normas de auditoria. Segundo o item A 10 da NBC TA 530, o nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido. Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra. Portanto, o item I está incorreto. A mesma norma define amostragem de auditoria como sendo a “aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens de população relevante para fins de auditoria, de maneira que todas as unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma base razoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população”. (grifamos). Portanto, o item II está correto. O item III também está certo, pois segundo a norma supra existe o Risco não resultante da amostragem, que é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem, conforme vimos na questão 1. Como exemplos temos o uso de procedimentos de auditoria não apropriados ou a interpretação errônea da evidência de auditoria e o não reconhecimento de uma distorção ou de um desvio. Por fim, o item IV foi retirado de forma literal do item A 21 da NBC TA 530, que estabelece que “Para os testes de controles, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante, a menos que sejam obtidas evidências adicionais de auditoria que comprovem a avaliação inicial”. (grifamos) Resposta: B 15 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O aumento no uso de procedimentos substantivos no processo de auditoria para confirmação dos saldos do contas a receber da empresa Financia S.A. (A) exige a estratificação da amostra. (B) obriga que a amostra seja aleatória. (C) possibilita um aumento da amostra. (D) causa uma diminuição da amostra. (E) não influencia no tamanho da amostra.

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Comentários: O aumento de uso de procedimentos substantivos (aumento de testes) irá permitir a redução do risco de detecção e, assim, reduzirá o risco de amostragem, fazendo com que o tamanho da amostra também diminua.

Resposta: D 16 - (FCC / TRE-SP / 2012) – A técnica de amostragem que consiste em dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes é denominada amostragem: (A) randômica. (B) estratificada. (C) de seleção em bloco. (D) aleatória. (E) de seleção com base na experiência do auditor. Comentários: Segundo a NBC TA 530, Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes. Portanto, questão literal trazida pela FCC. Por isso a importância de se apresentar os conceitos, conforme vimos no começo do capítulo.

Resposta: B 17 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 530, que versa sobre a utilização de amostragem em auditoria, é correto afirmar: (A) O objetivo da estratificação da amostra é o de aumentar a variabilidade dos itens de cada estrato e permitir que o tamanho da amostra seja aumentado. (B) Quanto menor o risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar, menor deve ser o tamanho da amostra. (C) Anomalia é a distorção ou o desvio comprovadamente representativo de distorção ou desvio em uma população. (D) O método de seleção da amostra em que o auditor não segue nenhuma técnica estruturada é denominado método de seleção aleatório. (E) Quanto maior a confiança do auditor em procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos), menor pode ser o tamanho da amostra. Comentários: Conforme vimos na questão anterior, a estratificação diminui a variabilidade dos itens de cada estrato, o que faz com que a letra A esteja incorreta. A alternativa B também está errada, pois há uma relação inversa entre risco de amostragem a ser aceito e tamanho da amostra definida.

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Na letra C faltou um NÃO antes da palavra representativo, conforme vimos na definição da NBC TA 530. Dessa forma, anomalia é uma distorção ou desvio não representativo. Quando o auditor não segue nenhuma técnica estruturada, temos a chamada Amostragem ao acaso. Portanto, a alternativa D também está errada. A letra E apresenta uma relação correta entre confiabilidade do auditor nos procedimentos substantivos e tamanho da amostra, sendo, assim, o gabarito da questão.

Resposta: E 18 - (FCC/INFRAERO/Analista Contábil/2011) - Em relação à utilização de amostragem na auditoria, é correto afirmar: A) A amostragem utilizada em auditoria é necessariamente probabilística, sob pena de ocorrerem riscos decorrentes da utilização do julgamento pessoal do auditor sobre os itens a serem selecionados. B) A estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características heterogêneas. C) O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados. D) O erro tolerável é o erro mínimo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. E) Quando o erro projetado for inferior ao erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. Comentários: Vamos aos erros das alternativas: A – a amostragem utilizada em auditoria pode ser probabilística ou não probabilística. B – na estratificação, os componentes dos estratos são homogêneos, e não heterogêneos. Por exemplo, podemos estratificar uma população de pessoas por faixa etária (10 a 20 anos; 21 a 30 anos). C – alternativa correta. D – o erro tolerável é o erro máximo, e não mínimo, que o auditor pode aceitar (tolerar). E – Quando o erro projetado for superior ao erro tolerável é que o auditor deve tomar o procedimento descrito na alternativa.

Resposta: C 19 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Conforme normas técnicas de auditoria independente, NÃO se refere à definição de uma amostragem de auditoria: A) a possibilidade de existência de fraude.

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B) os fins específicos da auditoria. C) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra. D) as condições de desvio ou distorção. E) a natureza da evidência da auditoria. Comentários: A possibilidade de existência de fraude não é considerada na definição da amostra, ao contrário das demais alternativas. Fraude é um ato intencional, que pode ou não ocorrer, mas que não vai interferir no tamanho da amostra a ser definida pelo auditor.

Resposta: A 20 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, com relação à amostragem em auditoria, define o termo anomalia como: a) o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, possa

ser diferente se toda a população estiver sujeita ao mesmo procedimento de auditoria.

b) a distorção ou o desvio comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população.

c) o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes.

d) um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população.

e) o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir.

Comentários: Nesta questão, mais uma vez, a FGV cobra a literalidade de uma definição constante nas novas normas de auditoria. Nesse caso, a NBC TA 530 define anomalia como sendo a “distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população.” Portanto, a resposta correta é a letra “b”. A assertiva “a” é a definição dada pela norma de risco de amostragem. Já a “c” refere-se ao conceito de estratificação. A alternativa “d” define distorção tolerável e, por fim, a opção “e” apresenta o conceito de população. Resposta: B 21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Para propiciar representatividade da população contábil aplicada nos testes de auditoria, o auditor pode estipular intervalos uniformes entre os itens a serem selecionados como um método de seleção de amostras denominado: a) números aleatórios.

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b) amostragem de atributos. c) amostragem sistêmica. d) amostragem por bloco. e) amostragem ao acaso. Comentários: Segundo o apêndice 4 da NBC TA 530, na seleção sistemática, a quantidade de unidades de amostragem na população é dividida pelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem. Portanto, a resposta correta é a letra “c”. As definições das assertivas “a”, “d” e “e” encontram-se na questão 14. Já a amostragem de atributos (letra “b”) tem a finalidade de estimar a taxa de desvios em uma população e é utilizada em testes de observância (atualmente, testes de controle). Resposta: C 22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A estratificação da amostra pode ser útil quando: (A) superar a 100 unidades a quantidade de itens que compõe a amostra. (B) existir risco de mais de 10% da amostra conter erros. (C) houver uma grande amplitude nos valores dos itens a serem selecionados. (D) for identificada uma linearidade nos valores dos itens a serem selecionados. (E) for pequeno o número de itens que compõe a amostra. Comentários: Como vimos na parte teórica, Estratificação é o processo de dividir a população em subpopulações ou estratos, com o intuito de facilitar o processo de amostragem em situações em que existe uma grande variabilidade das unidades de amostragens (itens que compõem a população). Dessa forma, a escolha por esse processo não está relacionado ao tamanho da amostra (letras A e E), nem com a probabilidade de erros na amostra (alternativa B), mas sim com a homogeneidade da população. Se os elementos da população forem homogêneos, não há necessidade de estratificação, se forem heterogêneos, aí sim a estratificação é indicada.

Resposta: C 3. Tipos de Teste em áreas específicas das Demonstrações Contábeis As Demonstrações Contábeis obrigatoriamente sujeitas à Auditoria Independente, segundo a Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações –

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são o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas (NE) que as acompanham. Conforme vimos em nossa aula demonstrativa, para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis:

- Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais); - Demonstrações (balanços e outras demonstrações); - Auditoria; e - Análise de balanços (ou análise das demonstrações contábeis).

A análise das demonstrações contábeis (ADC) é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidão e da fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame dos registros contábeis e dos documentos que deram origem a esses registros. Vimos também que, de acordo com a NBC TA 200, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis é:

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

Na aula passada, ao citar a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, dissemos que o objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoria que permitam conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião. Ou seja:

- executar PROCEDIMENTOS; para - conseguir EVIDÊNCIAS; que possibilitem - obter CONCLUSÕES; para - fundamentar sua OPINIÃO.

Agora chegamos ao tema específico da nossa aula. Para cada tipo de conta das demonstrações contábeis, devemos aplicar testes e procedimentos específicos, em busca de evidências de distorções relevantes que possam justificar a existência de não conformidades porventura existentes.

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Essa não conformidades – ou distorções –, segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), podem ser de quatro tipos:

- saldo superavaliado (valor maior que o real); - saldo subavaliado (valor menor que o real); - saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou - saldo oculto (omissão de valor).

As não conformidades – ou distorções – encontradas nas DC podem ser de quatro tipos:

- saldo superavaliado (valor maior que o real); - saldo subavaliado (valor menor que o real); - saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou - saldo oculto (omissão de valor).

Assim, em virtude desses riscos, recomenda-se que todas as contas apresentadas nas DC sejam testadas. Em linhas gerais, funciona da seguinte forma: o auditor confere os cálculos dos grupos de contas apresentados nas DC, para depois conferir os saldos iniciais com os saldos finais da auditoria do exercício anterior. Adicionalmente, verifica se os saldos informados “batem” com os registrados nos livros contábeis (principalmente no razão). Se julgar conveniente, em vista do necessário ceticismo que deve possuir, estende as verificações aos registros contábeis. Isso porque o simples confronto entre os saldos das contas apresentadas nas DC com os saldos existentes no Livro-Razão dificilmente irá evidenciar as distorções nos respectivos saldos. Lembrem-se de que, de acordo com o Método das Partidas Dobradas (MPD), cada lançamento (ou mais) no Ativo corresponderá a um lançamento (ou mais) no Passivo, e vice versa. Isso explica o fato de que o auditor, ao analisar a documentação, deva ter ciência de que, normalmente, a superavaliação do saldo de uma conta (ou mais) encontra guarida na subavaliação do saldo de sua (s) contrapartida (s). Observem o quadro resumo a seguir, contendo algumas das contas que abordaremos “em sala”, conforme a Lei nº 6.404/76, alterada pela 11.941/09.

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BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO Ativo Circulante (AC) - Disponibilidades - Caixa e bancos - Clientes (contas a receber) - Estoques Ativo Não Circulante (ANC) - Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP) - Investimentos - Imobilizado - Intangível

Passivo Circulante (PC) Passivo Não Circulante (PNC) Patrimônio Líquido (PL)

Esse quadro não está completo, mas serve apenas para os colegas que ainda não estão craques na Contabilidade terem uma noção do posicionamento das contas no Balanço Patrimonial. Elaboramos outro quadro, com base na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012), apresentando alguns exemplos das muitas situações que podem ocorrer:

Situação Definição Exemplo Saldo superavaliado O saldo constante de

uma conta da DC é superior ao saldo da mesma conta no livro-razão

Superavaliação em conta de despesa: despesa de 100 paga em $ (valor deixa de compor “caixa”), mas escriturada como 120. Para haver compensação, ou o caixa será subavaliado em 20 ou o passivo será superavaliado com a inclusão de um saldo fictício (conta inexistente)

Saldo subavaliado O saldo constante de uma conta da DC é inferior ao saldo da mesma conta no livro-razão

Subavaliação em conta de receita: receita de 500 recebida em $ (valor passa a compor “caixa”), mas escriturada como 400. Acarretará subavaliação na conta de receita, e em contrapartida, subavaliação no saldo da conta “caixa”, que será menor que o real.

Saldo fictício O saldo constante de uma conta da DC não existe no livro-razão

Para compensar desfalque de 50 no caixa, o contador intencionalmente lança o respectivo valor na conta “duplicatas a receber”.

Saldo oculto O saldo de uma conta constante do livro-razão não foi informado ou sequer contabilizado

Nota fiscal de venda de mercadorias a prazo, no valor de 80, não escriturada no livro diário. Essa omissão provocou uma subavaliação no saldo da conta “duplicatas a receber” e a consequente subavaliação da conta de “receitas com vendas”.

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3.1. Caixa e Bancos Como sabemos, no Balanço Patrimonial, os ativos são classificados em ordem decrescente de grau de liquidez. Assim, caixa e bancos são classificados na primeira linha do lado do ativo do BP, pois é o ativo de maior liquidez. São registrados no grupo de caixa e bancos os recursos disponíveis para aplicação nas transações da empresa, tais como:

- dinheiro em caixa; - dinheiros em contas correntes bancárias; - recebimentos não depositados.

O valor de caixa e bancos é composto, em geral, por dois componentes: o numerário em caixa (também denominado encaixe) e o depósito em bancos. Para cada componente, o auditor realiza procedimentos próprios. De acordo com Almeida (2010), para um ativo ser classificado nesse grupo, é importante que não haja restrições quanto ao seu uso imediato. Os cheques emitidos e ainda não entregues aos beneficiários não devem ser considerados como redução de caixa e bancos. O autor afirma que “caixa e bancos”, por ser um ativo de pronta liquidez, é o mais sujeito a uma utilização indevida. Nessa área, mesmo que haja bom sistema de controle interno, o auditor executa maior volume de testes do que o normal, já que o risco é maior. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. Entre os objetivos específicos, estão a verificação da existência, da propriedade da exatidão dos valores, a descoberta de restrições e a apresentação exata nas DC. E qual seria, na opinião de vocês, a melhor forma de se ter certeza da existência de recursos em caixa? Exatamente: contá-los fisicamente, principalmente em empresas nas quais o fluxo de dinheiro diário é mais expressivo. Sempre que possível, a auditoria das DC deve ser iniciada pela contagem física do dinheiro existente em caixa. Para os recursos em contas correntes bancárias, esse procedimento não poderá ser executado, mas uma carta do banco, em resposta a uma circularização, normalmente é a forma utilizada para essa conferência.

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As contas “caixa e bancos” são as mais testadas nos trabalhos de auditoria, pois apresentam alto grau de liquidez, oferecendo mais riscos que as demais. Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do ativo. 3.1.1 Contagem de caixa (encaixe) É normalmente utilizada para as empresas que costumam manter uma quantia considerável em caixa na data do Balanço Patrimonial. Isso é bastante comum naquelas que vendem à vista grandes quantidades de produtos de pequeno valor. Para se realizar a contagem, na visão de Ribeiro e Ribeiro (2012), algumas recomendações devem ser seguidas: - que a contagem física seja realizada em horário bem próximo ao final do expediente, para evitar que o saldo esteja muito baixo, o que descaracterizaria as verificações; - o fator surpresa inibe o mascaramento do movimento por parte dos responsáveis (isso pode ser conseguido por meio de uma segunda contagem, já que o auditado vai acabar esperando pela primeira); - quando a empresa trabalhar com mais de um caixa, é importante se destacar membros da equipe de auditoria para que a contagem seja realizada simultaneamente (para evitar que o mesmo numerário seja contado nos dois caixas, por substituição de fundos); - a contagem do dinheiro deve ser feita, se possível, pelo próprio tesoureiro, na presença da equipe de auditores (os auditores não devem se apoderar dos valores); - a contagem física deve abranger não só o dinheiro, mas também outros documentos integrados ao saldo, como por exemplo, recibos e cheques; - é importante verificar a existência de cheques depositados e devolvidos por falta de fundos ou por outro motivo (se os cheques não forem depositados enquanto o auditor controla o numerário, não será possível certificar-se da validade dos mesmos);

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- após a conclusão da contagem, lavrar um termo de conferência. 3.1.2 Saldos bancários Aqui, o auditor não mais está tratando de dinheiro em mãos, mas com documentos que comprovam a existência do dinheiro. A checagem é feita, normalmente, por meio de circularização aos bancos e de conferência dos extratos bancários, após a resposta. Almeida (2010) relaciona as principais atividades a serem desenvolvidas pelo auditor, na verificação dos saldos bancários: - solicitar o preenchimento da carta de circularização (lembre-se de que quem preenche a carta é a administração da empresa, pois não há vínculo direto entre a equipe de auditoria e o banco a ser circularizado); - incluir na carta um envelope selado endereçado à própria firma de auditoria (a resposta será enviada diretamente aos auditores, e isso facilitaria o trabalho do banco); - para as cartas não respondidas, reiterar em quinze dias. Se ainda assim não obtiver êxito, obter confirmação pessoalmente; Os procedimentos finais de auditoria concentram-se nas conciliações bancárias. 3.2 Clientes As contas de clientes, ou contas a receber, representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados ao objetivo social da empresa. Além desses, algumas transações são classificadas como contas a receber: - adiantamentos (férias, 13º salário), e empréstimos a empregados, administradores, acionistas e empresas controladas e coligadas; - impostos a recuperar; - conta retificadora (provisão para devedores duvidosos – PDD); - notas fiscais a receber; - duplicatas a receber. Na venda de bens, a principal exigência é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios mais significativos inerentes à propriedade dos bens. O principal objetivo do auditor na auditoria dos valores a receber é cobrir a existência, a avaliação e a classificação das contas.

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Por serem de natureza intangível, exigem procedimentos diferentes daqueles aplicados na auditoria de caixa e bancos, tendo o auditor que aplicar critérios de julgamento não só quantitativos, mas qualitativos, por meio de evidências indiretas. De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos de auditoria usados no exame de contas a receber podem ser classificados da seguinte maneira: - coleta e exame de evidências externas; - exame de evidências internas da firma; - procedimentos analíticos referentes a saldos de contas a receber e Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. 3.2.1 Evidências Externas - Confirmação A confirmação externa é um dos mais importantes procedimentos de auditoria, e é particularmente utilizado na verificação da conta clientes. Como vimos na aula passada, podem ocorrer dois tipos de pedidos de confirmação: positivo e negativo. LEMBRETE: O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmação formal. Pode ser usado de duas formas: - branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação; - preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada. O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação. Considera-se de melhor qualidade a evidência obtida por meio dos pedidos de confirmação positivos, pois o auditor não tem meios imediatos de determinar se a ausência de resposta ocorreu por anuência ou negligência do devedor. Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentos alternativos: - inspeção de pedido de venda e nota fiscal; - exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas; - verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantes de depósitos.

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Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentos alternativos: - inspeção de pedido de venda e nota fiscal; - exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas; - verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantes de depósitos. 3.2.2 Evidências Internas – teste de avaliação das contas a receber Os procedimentos utilizados para essa parte da auditoria são os testes de registros contábeis e o exame da documentação hábil. Devem ser testadas a exatidão dos registros contábeis e os documentos comprobatórios, comparando-os aos registros. Esses procedimentos de auditoria são comumente denominados testes de transações. Para tanto, o auditor deve solicitar da empresa um mapa demonstrativo de contas a receber por idade de recebimento, a fim de facilitar a identificação de problemas. 3.2.3 Procedimentos Analíticos Consiste em analisar, pelos vencimentos, os saldos das contas a receber, e fornece dados sobre o vencimento das contas a receber. Esse procedimento relaciona-se diretamente com a avaliação que o auditor faz da adequação da PDD, o que se traduz de grande para a fidedignidade das contas a receber, embora outros dados também possam ser utilizados com a mesma finalidade:

- antecedentes de porcentagens dos saldos a receber, expressos pela provisão; - tendências da incidência de dívidas duvidosas; - alterações na política de concessão de crédito; - cálculos de movimentação de contas a receber; e - condições econômicas vigentes no momento.

3.3 Estoques Segundo Almeida (2010), os estoques são bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com os objetivos e atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício social e na determinação do valor do capital circulante líquido do Balanço Patrimonial.

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A importância dada a este item, na auditoria das DC, deve-se ao fato de que os resultados da empresa podem ser facilmente manipulados pela superavaliação ou subavaliação dos estoques. As principais classes de estoques são:

- matérias-primas (bens comprados e destinados à produção); - produtos em processo (bens que estão em processo de produção); - produtos acabados (bens produzidos e destinados à venda); - mercadorias (bens comprados e destinados à venda).

Ainda conforme a obra citada, os principais objetivos da auditoria de estoques (feita por amostragem) são:

- verificar se as quantidades de bens declaradas realmente existem; - verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com os princípios de contabilidade; - verificar se as informações referentes aos estoques foram adequadamente divulgadas nas DC.

Crepaldi (2012), por sua vez, apresenta os seguintes objetivos:

- determinação de que há bom controle sobre os estoques; - verificação de que o cliente é realmente o proprietário do estoque; - determinação de quantidade de estoque em mão do cliente; - averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado a seu estoque; - determinação se há ônus sobre o estoque; - determinação da possibilidade de venda do estoque existente, atentando para indícios, tais como mercadoria danificada, itens obsoletos, etc; - determinação da forma correta de apresentação do estoque nas DC.

Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques). A verificação da existência física ocorre por meio da observação e da contagem física, confrontando os resultados com os registros contábeis. O corte das operações (cut-off), de acordo com Franco e Marra (2011) consiste em determinar o momento em que os registros contábeis auxiliares, bem como os documentos a ele relacionados, refletem o levantamento do inventário. Assim, o que estiver registrado até aquele momento será incluído, o que vier a ser registrado depois será excluído.

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É escolhida uma data limite, e estando os registros rigorosamente em dia, verifica-se a última anotação constante, a qual indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário. Os testes de avaliação dos estoques dizem respeito à revisão do sistema de alocação de custos aos estoques – PEPS, UEPS – e à verificação de que o somatório das relações finais de inventário concorda com os saldos das respectivas contas do razão geral da contabilidade.

Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existência física) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques). 3.4 Investimentos Como parte da política de algumas empresas, estas aplicam recursos em títulos e outros direitos. Essas aplicações normalmente se dividem em três grupos (Almeida, 2010):

- instrumentos financeiros de dívidas: aplicações em títulos públicos e privados; - instrumentos financeiros de capital: participação no capital social de outras empresas; - investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial: investimentos em sociedades coligadas e em sociedades controladas.

Para concursos – ou seja, o que nos interessa no momento – o mais importante é o investimento no capital de outras empresas, tendo em vista que o que acontece com a investida acaba por refletir na situação da investidora, de acordo com a materialidade do investimento. Na auditoria de investimentos, o auditor deve tomar cuidados especiais, além daqueles comuns a outras contas do BP, em virtude das características das operações que envolvem as operações de investimentos, especificamente às relativas à legislação de aquisição e métodos de avaliação. As informações mais importantes dizem respeito:

- natureza do título; - data e valor da aplicação;

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- data e taxa dos juros e outros rendimentos que eles possam gerar; - data do resgate; - valor dos dividendos provisionados; - valor de mercado, etc.

De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos usados pelo auditor para atingir o objetivo referente à existência e à propriedade dos investimentos, normalmente, compreendem exame ou confirmação. Quando há títulos envolvidos, considera-se boa prática examiná-los e confrontá-los com a contagem realizada pelo cliente. Se esse procedimento for impraticável, uma alternativa pode ser a confirmação com o encarregado externo da custódia dos bens, ponderando sobre a reputação e os antecedentes financeiros de quem faz a confirmação. Os principais procedimentos utilizados são, de acordo com a obra de Franco e Marra (2011): 1 - Verificação física (exame documental) dos títulos de investimento: verificação física, caso os títulos, contratos ou certificados estejam de posse da empresa; ou circularização, em caso negativo. 2 - Verificação da contabilização do investimento: quando de sua aquisição, e das variações ocorridas, para assegurar-se da adequação dos valores mencionados no BP. 3 - Avaliações dos investimentos em coligadas e controladas (investimento relevante): deve ser feito por meio do Método de Equivalência Patrimonial – MEP –, por determinação legal. 3.5 Imobilizado O Art. 179, IV, da Lei nº 6.404/76, considera Ativo Imobilizado como sendo os direitos que tenham por objeto os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Companhia ou da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à Cia. os benefícios, riscos e controle desses bens. Ou seja, o Imobilizado é composto exclusivamente por bens materiais, tangíveis. Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória.

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Uma característica importante, tendo em vista a sujeição ao desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência, é avaliação dos planos e cálculos de depreciação. De acordo com Crepaldi (2012), a auditoria do imobilizado tem os seguintes objetivos:

- determinar sua existência física e a permanência em uso; - determinar se pertence à empresa; - determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade, em bases uniformes; - determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado, as despesas não contêm itens capitalizáveis; - determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente depreciados monetariamente, em bases aceitáveis; - determinar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou com restrição de uso; - determinar se está corretamente classificado nas DC e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas; - estudar e avaliar o controle interno existente para esses bens.

Com base nesses objetivos, podemos concluir pelas ações mais comuns:

- avaliação dos bens, inclusive correção; - existência, propriedade e posse; - eventual ônus sobre os bens; - critérios e extensão das depreciações e amortizações.

Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como a conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e da documentação comprobatória. 3.6 Fornecedores Da mesma forma que nas Contas a Receber, o grupo Contas a Pagar engloba um conjunto de obrigações, como as obrigações com fornecedores, as obrigações trabalhistas, empréstimos, financiamentos, etc., de curto ou de longo prazo, ou seja, podem ser classificadas tanto no Passivo Circulante (PC) como no Passivo Não Circulante (PNC).

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Em geral, o maior volume de testes recai sobre as obrigações com fornecedores. A conta fornecedores (componente do “contas a pagar”) representa uma obrigação da empresa auditada, uma dívida com fornecedores, devida às aquisições de bens ou serviços, e deve ser reconhecida quando a empresa recebe a prestação do serviço ou quando o ativo passa para sua propriedade. Os procedimentos de auditoria são semelhantes aos utilizados nas contas a receber, e podem ser identificados da seguinte forma:

- Inspeção física; - Circularização; - Recálculo; - Investigação.

Em relação à circularização, da mesma forma que na auditoria do ”contas a receber”, no caso de “fornecedores”, é o procedimento mais importante, com a seguinte observação encontrada na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012): “Em relação à circularização, nesse caso, nas cartas enviadas aos fornecedores, não constam valores, pois é o fornecedor quem informa o valor da dívida da auditada”. Nesse caso, a experiência demonstra ser a circularização mais eficiente, pois o credor tem maior interesse em demonstrar seu crédito ou apontar irregularidades, sendo de grande importância na detecção de omissão de passivos. Segue um quadro adaptado de enumeração constante da obra de Attie (2010), no qual o autor ilustra alguns dos principais procedimentos que poderão ser utilizados nos trabalhos de auditoria do Passivo:

Procedimento Aplicação

Exame físico (inspeção) - Contagem das contas a pagar - Contagem dos títulos a pagar

Circularização (confirmação) - Dos fornecedores - Dos empréstimos a pagar - Das contas a pagar

Inspeção de documentos

- Exame documental das faturas / notas fiscais - Exame documental dos contratos de empréstimos - exame das atas e assembleias -Exame documental das guias de recolhimento de impostos

Cálculo (recálculo)

- Dos impostos a pagar - Dos juros a pagar - Da composição dos fornecedores - Das provisões de férias, 13º salário

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- Dos royalties a pagar

Observação - Classificação adequada das contas - Observação aos princípios de contabilidade - Observação de ativos dados em garantia

Fonte: Attie (Atlas, 2010, p. 455 e 456) 3.7 Advogados De acordo com a orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), referente à NBC T 11.15 – Contingências –, a circularização dos advogados é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pela administração, referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias. As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentos adequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativas ou passivas). A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor, que deve levar em consideração: - a estrutura de controles internos da empresa; - a natureza e a relevância dos assuntos envolvidos. Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seus procedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamento quanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC. 3.8 Seguros De acordo com Franco e Marra (2011), para verificação deste item, além do exame atento das apólices vigentes, é recomendável a circularização, com o objetivo principal de constatar qual a cobertura existente para os ativos da empresa, se é suficiente e adequada, e se existem outros tipos de seguros para contingências. 3.9 Folha de pagamentos (salários a pagar) De acordo com Franco e Marra (2011), os procedimentos são orientados sobre a razoabilidade do saldo final a pagar. Para tanto, se deve pesquisar o movimento durante o exercício, a fim de verificar possíveis lançamentos extraordinários. O confronto das folhas de pagamento, se demonstrar regularidade, é um bom elemento de convicção.

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Almeida (2010) sugere as seguintes ações: - análise de composição do saldo da conta; - conferência do valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade; - verificação de que não existam itens antigos ou anormais na análise; - confrontação dos valores com a folha de pagamentos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS 23 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado. Comentários: A questão foi anulada por não ter uma resposta correta. De qualquer forma, é interessante resolvê-la, dada a pouca quantidade de questões recentes da ESAF que temos sobre o assunto. Foi informado na questão que não foi realizado um lançamento das horas extras referente ao período. Dessa forma, a conta horas extras a pagar (conta do passivo, credora) está subavaliada. Analogamente, a conta Despesas com horas extras (conta de resultado, devedora), também está subavaliada. Portanto, o resultado do período está superavaliado, já que horas extras (despesa que reduziria o resultado) não foram contabilizadas. Resposta: Anulada 24 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período.

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b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. Comentários: Questão retirada em sua literalidade da NBC T 11.13, que trata das estimativas contábeis e era a norma vigente à época. Segundo o item 11.13.1.6 dessa norma, “quando a comparação entre as estimativas feitas em períodos anteriores e os valores reais destas evidenciar variações significativas, o auditor deve verificar se houve o competente ajuste nos procedimentos, de forma a permitir estimativas mais apropriadas no período em exame.” (grifos nossos). Portanto, a letra “e” é a assertiva correta. O restante das alternativas não corresponde a procedimentos que devam ser adotados pelo auditor quando da identificação do fato enunciado no caput da questão. Atualmente, a norma vigente que trata de Estimativas Contábeis é a NBC TA 540. Resposta: E 25 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva de Reavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada. b) a conta de investimento reavaliação está adequada. c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada. d) a conta de lucros acumulados está superavaliada. e) a conta de resultado do exercício está subavaliada. Comentários: Ao reavaliar um bem, quando era possível pela legislação, a empresa também registrava uma provisão para imposto de renda sobre a realização da reserva, debitando a conta imposto sobre reserva de realização (conta redutora do PL) e creditando imposto de renda diferido (passivo não circulante).

Nessa questão, a banca afirma que o contador não realizou um estorno de imposto pertinente à reavaliação, o que faz com que a conta Imposto de Renda Diferido apresente um valor maior do que o real. Dessa forma, ela está superavaliada e a resposta correta da questão é a letra “c”.

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Resposta: C 26 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no ajuste a valor presente do ativo e do passivo de longo prazo de que trata a Lei n. 11.638/2007, as empresas devem obedecer aos seguintes procedimentos, exceto: a) as notas explicativas deverão detalhar as premissas e fundamentos que justificaram as taxas de desconto adotadas pela Administração. b) ao submeter ativos e passivos de curto prazo ao ajuste, devem ser observadas, além das regras gerais, as taxas de retorno para investimentos de curto prazo. c) as reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras. d) as premissas e fundamentos que justificarem as estimativas contábeis relativas ao cálculo dos ajustes a valor presente, inclusive as taxas de desconto, serão objeto de avaliação quanto à razoabilidade e pertinência pelos auditores independentes. e) A quantificação do ajuste a valor presente deverá ser realizada em base exponencial “pro rata die”, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam. Comentários: Esta questão é bem específica da prova da CVM e não está relacionada diretamente ao conteúdo de auditoria, mas sim contabilidade. Entretanto, recentemente (vide ISS-SP) as bancas têm explorado um pouco mais o conhecimento dos CPCs e por isso achamos interessante trazer essa questão. As alternativas “a”, “c”, “d” e “e” foram retiradas, em sua literalidade, do Pronunciamento Técnico CPC 12, que trata de ajuste a valor presente, conforme verificamos a seguir: “Em se tratando de evidenciação em nota explicativa, devem ser prestadas informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos, compreendendo: (...) (b) premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco (risk-free, risco de crédito, etc.), montantes dos fluxos de caixa estimados ou séries de montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado ou esperado, expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos (probabilidades associadas);;” (CPC 12, Item 33) “A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.” (CPC 12, Item 22)

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“As reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras (...)” (CPC 12, Item 23) Por fim, segundo a norma supra “os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.” (grifos nossos) Portanto, a alternativa “b” está incorreta. Resposta: B 27 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar testes no cálculo do valor recuperável de um ativo imobilizado, feito pelo método do fluxo de caixa descontado, identificou que a taxa utilizada para descontar o fluxo de caixa estava maior que a recomendada para aquela atividade. Dessa forma, pode-se afirmar que a conta: a) de ajuste especial no Patrimônio Líquido, está subavaliada. b) de despesa de depreciação, do imobilizado, está superavaliada. c) do ajuste especial no Resultado do Exercício, está subavaliada. d) de depreciação acumulada do imobilizado, está superavaliada. e) do ativo imobilizado está subavaliada. Comentários: Segundo a nova redação do § 3º do art. 183 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei nº 11.638/07, a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam:

I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

Dessa forma, o valor contábil de um ativo permanente não pode estar registrado no balanço patrimonial por montante superior ao seu valor recuperável. Portanto, quando a empresa utiliza, no fluxo de caixa descontado, uma taxa de desconto maior do que a recomendada para aquela atividade, o valor de uso do imobilizado será menor do que deveria realmente ser, levando à subavaliação da conta do ativo imobilizado, e provocando uma superavaliação da conta de ajuste no Resultado do Exercício. Assim, a alternativa “c” está incorreta e a letra “e” é a assertiva correta. A mesma lei estabelece que serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do

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exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. A letra “a” está errada, pois o ajuste patrimonial está superavaliado e não subavaliado, já que é uma conta redutora do patrimônio líquido. A despesa com depreciação é uma conta do resultado e a depreciação acumulada uma conta redutora do imobilizado. Ambas, nesse caso, estão subavaliadas, pois dependem diretamente do valor do ativo imobilizado. Como verificamos que este está subavaliado, essas duas contas também estão, o que leva à incorreção das assertivas “b” e “d”. Resposta: E 28 - (SEFAZ/SP/APOFP/ESAF/2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizável a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimônio Líquido. Comentários:

Normalmente a conta Caixa e Bancos é verificada por meio do procedimento da inspeção física, e pertence ao Ativo Circulante.

Resposta: A 29 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Grande Porte S.A. tem o seu Ativo formado em 15% pelo Contas a Receber e 35% composto pelos Estoques. Dessa forma, a auditoria contratada, ao realizar seus serviços, deve: A) proceder à conferência de 100% do faturamento e realizar inventário físico na empresa, para confirmar a existência dos estoques. B) ressalvar em parecer o Contas a Receber por não ser possível auditar por amostragem e recalcular a apropriação dos custos. C) realizar o procedimento de circularização para confirmação dos saldos de contas a receber e acompanhar o inventário físico realizado pela entidade. D) confrontar com os fornecedores o saldo de contas a receber e determinar a realização de inventário físico pela empresa. E) validar a existência de todos os clientes, mediante verificação do cadastro de clientes da empresa e realizar com sua equipe técnica, inventário físico para confirmação dos Estoques. Comentários:

Sobre o contas a receber (clientes), o auditor, em vista da materialidade dos valores envolvidos (15%) e pelas características da conta clientes, deverá utilizar o procedimento da circularização para

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confirmação dos saldos de contas a receber. Sobre o procedimento na auditoria dos estoques, a verificação da existência física ocorre por meio da observação e da contagem física, confrontando os resultados com os registros contábeis.

Assim, podemos concluir que a alternativa que atende ao pedido é a de letra C.

A alternativa A está incorreta, pois a conferência da totalidade do faturamento pode não trazer uma boa relação entre custo e benefício, ainda mais com valores tão representativos. Nesse caso, seria desejável a utilização de amostragem.

A alternativa B está incorreta, pois é possível a utilização de amostragem ao contrário do que se afirma.

A alternativa D está incorreta, pois contas a receber se relacionam aos clientes, e não aos fornecedores da empresa.

A alternativa E está incorreta, pois a validação da existência dos clientes, sem referência aos valores, não atenderia às necessidades da auditoria.

Resposta: C 30 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Celta S.A. apresentou um nível de ociosidade de 30% de sua capacidade instalada. Seu gestor, com o objetivo de apresentar resultados mais condizentes com a performance de seus negócios, decidiu reter essa ociosidade no processo produtivo, dimensionando esses valores e mantendo-os nos estoques. O auditor, ao realizar os testes nas contas de estoques, deve concluir que o saldo da conta: A) Estoques está superavaliado, visto que não é permitido no sistema de custeio reconhecer a ociosidade. B) Custo das Mercadorias Vendidas está superavaliado por ter reconhecido mais custos do que deveria apropriar aos resultados. C) Fornecedores está superavaliado por não ter sido apropriado aos custos dos produtos. D) Depreciação está superavaliado, visto ter reconhecido mais depreciação em função da ociosidade. E) Estoques está correto, visto que desde que fundamentado a ociosidade pode ser retida nos custos. Comentários:

De acordo com Attie (2010) em períodos de baixa produtividade, o custo de ociosidade será apurado e levado ao resultado em rubrica específica. Isso porque os custos referentes à ociosidade compõem o estoque, já que, por exemplo, um custo de depreciação das máquinas vai ocorrer, mesmo no caso da questão, onde estas operam apenas com 70% de sua capacidade. Assim, podemos concluir que a ociosidade pode ser retida nos custos, tornando a alternativa E correta.

A alternativa A está incorreta, por contrariar a informação apresentada acima.

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As alternativas B, C e D estão incorretas, por não se referirem à manutenção da ociosidade nos estoques, como afirma a questão.

Resposta: E 31 - (SRF/AFRF/ESAF/2005) - Os procedimentos de controles internos têm sido fundamentais na prevenção e inibição de desvios, identificação de erros nos processos contábeis e deterioração ou perdas dos ativos das empresas. Identifique a seguir o procedimento relativo ao controle dos estoques. A) Limites de alçada escalonados de acordo com os cargos para aprovação de vendas. B) Segregação de funções do departamento de contas a pagar e do gestor financeiro. C) Restrições de acesso aos ativos da empresa realizando movimentações via requisições. D) Circularização semestral de fornecedores de ativos para confirmação dos saldos. E) Inventário físico dos bens patrimoniais da empresa pelo menos uma vez ao ano. Comentários:

Das alternativas apresentadas, a única que efetivamente possibilitaria o controle dos estoques é a de letra C, com a exigência de que as movimentações de materiais do estoque somente possam ser realizadas por meio de requisições formais.

Uma observação importante é quanto à definição de limite de alçada, que nada mais é do que o valor permitido a cada nível hierárquico para a aprovação de certas operações.

Outra observação diz respeito à alternativa E, que não teria um efeito tão preventivo, sendo mais utilizado para a detecção de distorções do que para inibir futuras ações fraudulentas.

Resposta: C 32 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - No processo de acompanhamento do inventário físico de estoques de matéria-prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não constavam dos registros físico-financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto: A) ativos e passivos fictícios B) ativos e passivos ocultos C) ativos ocultos e passivos fictícios D) ativos fictícios e passivos ocultos E)ativos obsoletos e passivos a descoberto Comentários:

A alternativa A e D estão incorretas, pois na realidade há mais ativos do que registros, o que inviabiliza a existência de ativos fictícios.

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A alternativa B está correta, pois faltam registros de ativos (ativos ocultos), e, consequentemente, em virtude do Método das Partidas Dobradas, é possível que existam obrigações com fornecedores (dívidas) não registradas (passivos ocultos).

A alternativa C está incorreta, pois não há possibilidade de passivo fictício, como vimos.

A alternativa E está incorreta, pois não há referência a obsolescência de ativos no enunciado, nem indícios de passivo a descoberto.

Resposta: B 33 - (Estado do RN/Auditor do Tesouro/ESAF/2005) - O auditor externo, ao auditar entidade que controle outras empresas e que registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial, tem responsabilidade sobre: A) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalência patrimonial. B) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas. C) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora. D) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes. E) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada. Comentários:

Acreditamos que essa questão deveria ter sido anulada, pois o auditor não tem responsabilidade sobre a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora, ou de qualquer saldo das DC, mas apenas em relação a sua opinião.

De qualquer modo, como o candidato deve escolher a opção que atenda ao pedido da melhor forma possível, o gabarito da questão (C) é a única alternativa que se refere à controladora, já que as demais estão de acordo com as controladas, que não são de responsabilidade do auditor.

Resposta: C 34 - (SEFAZ-CE/AFRE/ESAF/2007) - Ao analisar a contabilização em uma imobiliária, de um terreno destinado à construção da sede da empresa, percebeu-se que o mesmo tinha sido contabilizado nos Estoques. Pode-se afirmar que: A) ao executar o teste primário de superavaliação na conta de Terrenos no Imobilizado, esta conta estará sub-avaliada e a conta Estoques de Terrenos estará superavaliada.

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B) ao praticar o teste primário de superavaliação na conta de Estoques, a mesma estará com seu saldo sub-avaliado e o Contas a Pagar superavaliado. C) independentemente da atividade da empresa, terrenos devem ser sempre contabilizados no Imobilizado, por se tratar de bem imóvel. D) ao proceder o teste primário de superavaliação do Contas a Receber, este apresentará saldo sub-avaliado. E) o referido procedimento está adequado, em virtude de a atividade da empresa ser de comercialização de imóveis. Comentários:

O terreno deveria ter sido contabilizado na conta “terrenos” da empresa imobiliária, do ativo imobilizado. Como o terreno foi contabilizado em estoques ao invés de em “terrenos”, a conta “terrenos” ficou subavaliada e conta “estoques” ficou superavaliada, o que torna a alternativa A correta.

Resposta: A 35 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Caracteriza-se como fraude o seguinte evento identificado pelo auditor: A) o sistema de folha de pagamentos não está calculando os duodécimos da provisão de férias para dois funcionários. B) a área de produção desativou máquina da linha de produção e não informou a área contábil para suspender a depreciação. C) a empresa não reconheceu os créditos de impostos decorrentes de prejuízos fiscais a compensar. D) saldo em aberto na Conta Fornecedores que, consultado na carta de circularização, respondeu não possuir nenhum crédito contra a empresa. E) existem depósitos não identificados efetuados na conta-corrente que estão em aberto na conciliação. Comentários:

Recordando a diferença entre fraude e erro, enquanto a primeira é um ato intencional, o erro é consequência de um ato não intencional.

A alternativa D apresenta um fato bastante característico de fraude, pois existe uma dívida registrada que, segundo o credor, não existe. Esse aumento fictício do passivo poderia justificar uma diminuição criminosa do ativo.

As demais alternativas podem ter ocorrido por equívoco ou falha na interpretação de normativos.

Resposta: D 36 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Assinale a opção que não representa um controle eficaz para prevenir o inflacionamento da folha de pagamento. A) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria. B) Anotações formais de realização de jornada de trabalho.

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C) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente. D) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente. E) Comparação com valores anteriores e análise de variações independentes. Comentários:

A única alternativa que não faria diferença como controle para prevenção do inflacionamento da folha de pagamento é a de letra C, que é o gabarito da questão.

O reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria, as anotações formais de realização de jornada de trabalho, a conferência dos cálculos realizada por funcionário independente e a comparação com valores anteriores e análise de variações independentes seriam atividades bastante eficientes nesse sentido.

Resposta: C Bom pessoal, por hoje é isso. Esperamos que tenham gostado e compreendido a forma de cobrança, principalmente da ESAF, dos temas vistos na aula de hoje. Segue, a partir de agora, a relação de questões comentadas durante a aula, a fim de que possam resolver as questões sem os comentários, como um simulado. O gabarito está ao final. Até a próxima aula! Bons estudos!

EXERCÍCIOS COMENTADOS 1 - (ESAF / CGU/ 2012) - Nos casos em que o auditor independente desejar reduzir o tamanho da amostra sem aumentar o risco de amostragem, dividindo a população em subpopulações distintas que tenham características similares, deve proceder a um(a): a) Estratificação. b) Seleção com base em valores. c) Teste de detalhes. d) Seleção sistemática. e) Detalhamento populacional. 2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra, deve considerar: I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem;

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II. que estratificação é o processo de dividir a população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características homogêneas ou similares; III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados. a) Somente a I é verdadeira. b) Somente a II é verdadeira. c) I e III são verdadeiras. d) Todas são falsas. e) Todas são verdadeiras. 3 - (ESAF / CGU / 2008) - Sobre o tema “amostragem estatística em auditoria”, segundo o que dispõe a NBC-T-11, é incorreto afirmar que: a) na seleção da amostra é vedada a seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiência profissional. b) ao usar métodos de amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar uma amostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, de forma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada. c) na determinação da amostra o auditor deve levar em consideração, entre outros fatores: a população objeto da amostra; o tamanho da amostra e o risco da amostragem. d) a amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período. e) ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, o auditor pode empregar técnicas de amostragem. 4 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação de todos os itens da amostra. b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra. c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área ou transação objeto do exame. d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor. e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os fatos que comprovem os itens selecionados.

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5 - (ESAF / CCU / 2006) - Nos trabalhos de auditoria, o método da amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização de ações de controle em situações onde o objeto-alvo da ação se apresenta em grandes quantidades e/ou se apresenta de forma muito pulverizada. Acerca da aplicação do método de amostragem em auditoria, assinale a opção incorreta. a) Achados de auditoria obtidos por meio de amostragem não-estatística não têm valor na composição dos pareceres. b) Por estratificação entende-se a separação da população-objeto em classes. c) Por erro tolerável entende-se o erro máximo que o auditor estaria disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que se possa atingir o objetivo dos trabalhos. d) Por risco de amostragem entende-se da possibilidade de que a conclusão do auditor, tomando por base uma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se o procedimento de auditoria tivesse sido aplicado de forma censitária. e) Entre os aspectos a serem considerados estão o tamanho da amostra e a população-objeto da amostra. 6 - (ESAF / ENAP / 2006) - A amostragem estratificada consiste em: a) gerar diretamente o resultado estatístico final da amostra. b) eliminar a possibilidade de erro na definição da amostra. c) dividir a população em grupos relativamente homogêneos. d) determinar o risco de rejeição incorreta ou erro aceitável. e) avaliar a população total por meio de amostra única. 7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Das assertivas a seguir, identifique a que não está relacionada à determinação da amostra: a) estratificação b) tamanho c) erro tolerável d) erro esperado e) sequência 8 - (ESAF / CGU / 2006) - O auditor, para determinar a extensão de um teste de auditoria, pode recorrer a técnicas de amostragem. Qual dos fatores abaixo não corresponde a um fator a ser levado em consideração na determinação da amostra? a) tamanho da amostra b) risco de amostragem c) erro tolerável d) erro esperado e) uniformidade

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9 - (ESAF / RFB / 2003) - Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, na determinação da amostra para auditoria externa, devem ser considerados, no mínimo: a) população objeto da amostra, tamanho da amostra, risco de amostragem e fraude. b) tamanho da amostra, erro tolerável, tamanho da empresa e inadimplência. c) risco de amostragem, erro intolerável, erro esperado e manipulação. d) erro inesperado, risco de amostragem, tamanho da amostra e valores. e) estratificação da amostra, tamanho da amostra, erro tolerável e erro esperado. 10 - (ESAF / TCU / 2002) - Ao utilizar o método de amostragem estatística para verificar a aderência aos controles internos, o auditor tem maior probabilidade em conduzir a uma opinião errônea quando incorre no risco de: a) Subavaliação da confiabilidade b) Rejeição incorreta c) Aceitação incorreta d) Superavaliação da confiabilidade e) Avaliação da população 11 - (ESAF / ICMS-PI / 2001) - Para conseguir o nível de confiança desejado com menores amostras, a melhor técnica estatística que o auditor pode utilizar é a: a) Amostragem por Intervalo b) Amostragem por Estratificação c) Amostragem por Julgamento d) Tabela de Números Aleatórios e) Amostragem Exploratória 12 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A relação existente entre o fator de confiabilidade com a amostra é: a) quanto mais baixo for o fator de confiabilidade, maior será o tamanho da amostra. b) não existir no modelo a expectativa de risco de aceitação incorreta. c) o fator de confiabilidade e a amostra devem ter correlação positiva. d) independente do fator de confiabilidade, o tamanho da amostra não varia. e) não correlacionar o fator de confiabilidade da amostra com o seu tamanho. 13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - No processo de amostragem o LSE – Limite Superior de Erro para superavaliações é determinado pela: a) soma do erro projetado e da provisão para risco de amostragem. b) divisão da população pela amostra estratificada.

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c) soma do erro estimado e da confiabilidade da amostra. d) divisão do erro total pela população escolhida. e) subtração do erro total, do desvio das possíveis perdas amostrais. 14 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a respeito do uso de amostragem estatística em auditoria e assinale a opção que indica a sequência correta. I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da amostra exigido em razão da existência de outros controles a serem utilizados; II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da população tenha a mesma chance de ser selecionada; III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de auditoria não apropriados; IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a um aumento no risco identificado de distorção relevante. a) V, V, F, V b) F, V, V, V c) V, V, V, F d) F, F, F, V e) V, F, V, F 15 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O aumento no uso de procedimentos substantivos no processo de auditoria para confirmação dos saldos do contas a receber da empresa Financia S.A. (A) exige a estratificação da amostra. (B) obriga que a amostra seja aleatória. (C) possibilita um aumento da amostra. (D) causa uma diminuição da amostra. (E) não influencia no tamanho da amostra. 16 - (FCC / TRE-SP / 2012) – A técnica de amostragem que consiste em dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes é denominada amostragem: (A) randômica. (B) estratificada. (C) de seleção em bloco. (D) aleatória. (E) de seleção com base na experiência do auditor. 17 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 530, que versa sobre a utilização de amostragem em auditoria, é correto afirmar:

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(A) O objetivo da estratificação da amostra é o de aumentar a variabilidade dos itens de cada estrato e permitir que o tamanho da amostra seja aumentado. (B) Quanto menor o risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar, menor deve ser o tamanho da amostra. (C) Anomalia é a distorção ou o desvio comprovadamente representativo de distorção ou desvio em uma população. (D) O método de seleção da amostra em que o auditor não segue nenhuma técnica estruturada é denominado método de seleção aleatório. (E) Quanto maior a confiança do auditor em procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentos analíticos substantivos), menor pode ser o tamanho da amostra. 18 - (FCC/INFRAERO/Analista Contábil/2011) - Em relação à utilização de amostragem na auditoria, é correto afirmar: A) A amostragem utilizada em auditoria é necessariamente probabilística, sob pena de ocorrerem riscos decorrentes da utilização do julgamento pessoal do auditor sobre os itens a serem selecionados. B) A estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupo de unidades de amostragem com características heterogêneas. C) O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem, bem como os erros toleráveis e os esperados. D) O erro tolerável é o erro mínimo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. E) Quando o erro projetado for inferior ao erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anterior do risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos. 19 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Conforme normas técnicas de auditoria independente, NÃO se refere à definição de uma amostragem de auditoria: A) a possibilidade de existência de fraude. B) os fins específicos da auditoria. C) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra. D) as condições de desvio ou distorção. E) a natureza da evidência da auditoria. 20 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, com relação à amostragem em auditoria, define o termo anomalia como: a) o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, possa

ser diferente se toda a população estiver sujeita ao mesmo procedimento de auditoria.

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b) a distorção ou o desvio comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população.

c) o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com características semelhantes.

d) um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor monetário não seja excedido pela distorção real na população.

e) o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja concluir.

21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Para propiciar representatividade da população contábil aplicada nos testes de auditoria, o auditor pode estipular intervalos uniformes entre os itens a serem selecionados como um método de seleção de amostras denominado: a) números aleatórios. b) amostragem de atributos. c) amostragem sistêmica. d) amostragem por bloco. e) amostragem ao acaso. 22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A estratificação da amostra pode ser útil quando: (A) superar a 100 unidades a quantidade de itens que compõe a amostra. (B) existir risco de mais de 10% da amostra conter erros. (C) houver uma grande amplitude nos valores dos itens a serem selecionados. (D) for identificada uma linearidade nos valores dos itens a serem selecionados. (E) for pequeno o número de itens que compõe a amostra. 23 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidade mensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilização de uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentos apresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado. b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado. c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado. d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação. e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado.

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24 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. 25 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva de Reavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada. b) a conta de investimento reavaliação está adequada. c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada. d) a conta de lucros acumulados está superavaliada. e) a conta de resultado do exercício está subavaliada. 26 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no ajuste a valor presente do ativo e do passivo de longo prazo de que trata a Lei n. 11.638/2007, as empresas devem obedecer aos seguintes procedimentos, exceto: a) as notas explicativas deverão detalhar as premissas e fundamentos que justificaram as taxas de desconto adotadas pela Administração. b) ao submeter ativos e passivos de curto prazo ao ajuste, devem ser observadas, além das regras gerais, as taxas de retorno para investimentos de curto prazo. c) as reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras. d) as premissas e fundamentos que justificarem as estimativas contábeis relativas ao cálculo dos ajustes a valor presente, inclusive as taxas de desconto, serão objeto de avaliação quanto à razoabilidade e pertinência pelos auditores independentes. e) A quantificação do ajuste a valor presente deverá ser realizada em base exponencial “pro rata die”, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.

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27 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar testes no cálculo do valor recuperável de um ativo imobilizado, feito pelo método do fluxo de caixa descontado, identificou que a taxa utilizada para descontar o fluxo de caixa estava maior que a recomendada para aquela atividade. Dessa forma, pode-se afirmar que a conta: a) de ajuste especial no Patrimônio Líquido, está subavaliada. b) de despesa de depreciação, do imobilizado, está superavaliada. c) do ajuste especial no Resultado do Exercício, está subavaliada. d) de depreciação acumulada do imobilizado, está superavaliada. e) do ativo imobilizado está subavaliada. 28 - (SEFAZ/SP/APOFP/ESAF/2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, é procedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do: (A) Ativo Circulante. (B) Ativo Realizável a Longo Prazo. (C) Ativo Permanente. (D) Passivo Circulante. (E) Patrimônio Líquido. 29 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Grande Porte S.A. tem o seu Ativo formado em 15% pelo Contas a Receber e 35% composto pelos Estoques. Dessa forma, a auditoria contratada, ao realizar seus serviços, deve: A) proceder à conferência de 100% do faturamento e realizar inventário físico na empresa, para confirmar a existência dos estoques. B) ressalvar em parecer o Contas a Receber por não ser possível auditar por amostragem e recalcular a apropriação dos custos. C) realizar o procedimento de circularização para confirmação dos saldos de contas a receber e acompanhar o inventário físico realizado pela entidade. D) confrontar com os fornecedores o saldo de contas a receber e determinar a realização de inventário físico pela empresa. E) validar a existência de todos os clientes, mediante verificação do cadastro de clientes da empresa e realizar com sua equipe técnica, inventário físico para confirmação dos Estoques. 30 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Celta S.A. apresentou um nível de ociosidade de 30% de sua capacidade instalada. Seu gestor, com o objetivo de apresentar resultados mais condizentes com a performance de seus negócios, decidiu reter essa ociosidade no processo produtivo, dimensionando esses valores e mantendo-os nos estoques. O auditor, ao realizar os testes nas contas de estoques, deve concluir que o saldo da conta: A) Estoques está superavaliado, visto que não é permitido no sistema de custeio reconhecer a ociosidade.

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B) Custo das Mercadorias Vendidas está superavaliado por ter reconhecido mais custos do que deveria apropriar aos resultados. C) Fornecedores está superavaliado por não ter sido apropriado aos custos dos produtos. D) Depreciação está superavaliado, visto ter reconhecido mais depreciação em função da ociosidade. E) Estoques está correto, visto que desde que fundamentado a ociosidade pode ser retida nos custos. 31 - (SRF/AFRF/ESAF/2005) - Os procedimentos de controles internos têm sido fundamentais na prevenção e inibição de desvios, identificação de erros nos processos contábeis e deterioração ou perdas dos ativos das empresas. Identifique a seguir o procedimento relativo ao controle dos estoques. A) Limites de alçada escalonados de acordo com os cargos para aprovação de vendas. B) Segregação de funções do departamento de contas a pagar e do gestor financeiro. C) Restrições de acesso aos ativos da empresa realizando movimentações via requisições. D) Circularização semestral de fornecedores de ativos para confirmação dos saldos. E) Inventário físico dos bens patrimoniais da empresa pelo menos uma vez ao ano. 32 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - No processo de acompanhamento do inventário físico de estoques de matéria-prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não constavam dos registros físico-financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto: A) ativos e passivos fictícios B) ativos e passivos ocultos C) ativos ocultos e passivos fictícios D) ativos fictícios e passivos ocultos E)ativos obsoletos e passivos a descoberto 33 - (Estado do RN/Auditor do Tesouro/ESAF/2005) - O auditor externo, ao auditar entidade que controle outras empresas e que registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial, tem responsabilidade sobre: A) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalência patrimonial. B) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas. C) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora.

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D) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes. E) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada. 34 - (SEFAZ-CE/AFRE/ESAF/2007) - Ao analisar a contabilização em uma imobiliária, de um terreno destinado à construção da sede da empresa, percebeu-se que o mesmo tinha sido contabilizado nos Estoques. Pode-se afirmar que: A) ao executar o teste primário de superavaliação na conta de Terrenos no Imobilizado, esta conta estará sub-avaliada e a conta Estoques de Terrenos estará superavaliada. B) ao praticar o teste primário de superavaliação na conta de Estoques, a mesma estará com seu saldo sub-avaliado e o Contas a Pagar superavaliado. C) independentemente da atividade da empresa, terrenos devem ser sempre contabilizados no Imobilizado, por se tratar de bem imóvel. D) ao proceder o teste primário de superavaliação do Contas a Receber, este apresentará saldo sub-avaliado. E) o referido procedimento está adequado, em virtude de a atividade da empresa ser de comercialização de imóveis. 35 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Caracteriza-se como fraude o seguinte evento identificado pelo auditor: A) o sistema de folha de pagamentos não está calculando os duodécimos da provisão de férias para dois funcionários. B) a área de produção desativou máquina da linha de produção e não informou a área contábil para suspender a depreciação. C) a empresa não reconheceu os créditos de impostos decorrentes de prejuízos fiscais a compensar. D) saldo em aberto na Conta Fornecedores que, consultado na carta de circularização, respondeu não possuir nenhum crédito contra a empresa. E) existem depósitos não identificados efetuados na conta-corrente que estão em aberto na conciliação. 36 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Assinale a opção que não representa um controle eficaz para prevenir o inflacionamento da folha de pagamento. A) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria. B) Anotações formais de realização de jornada de trabalho. C) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente. D) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente. E) Comparação com valores anteriores e análise de variações independentes.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 A B A C A C E E 9 10 11 12 13 14 15 16 E D B A A B D B

17 18 19 20 21 22 23 24 E C A B C C Anulada E

25 26 27 28 29 30 31 32 C B E A C E C B

33 34 35 36 C A D C

Referências utilizadas na elaboração das aulas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ARAGÃO, Marcelo. Auditoria CESPE – questões comentadas e organizadas por assunto. 1. ed. Rio de janeiro: Método, 2010. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ________. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria e controle interno na administração pública. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO. Instrução Normativa 01, de 06 de abril de 2001. Brasília, 2001. CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FONTENELLE, Rodrigo. Auditoria - Questões. Rio de Janeiro: Elsevier. 1. ed. 2012. FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. INSTITUTO CHIAVENATO (Org.). Auditoria e gestão de riscos. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.