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    Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

    PROFESSOR EDVALDO NILOCURSO REGULAR DE DIREITO TRIBUTRIO PARA A RECEITA

    FEDERAL 5 TURMA AULA 1 LIMITAESCONSTITUCIONAIS DO PODER DE TRIBUTAR. PRINCPIOS

    CONSTITUCIONAIS TRIBUTRIOS. CONCEITO ECLASSIFICAO DOS TRIBUTOS - (03/02).

    Ol, amigos (as).

    Vamos iniciar o nosso curso hoje.

    Vamos nessa.

    TEMA I - LIMITAES CONSTITUCIONAIS DO PODER DE

    TRIBUTAR. PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTRIOS.

    Ento, vamos l.

    1. INTRODUO

    A CF/88 possui um captulo denominado de Sistema TributrioNacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seo especfica sob otitulo Limitaes ao Poder de Tributar (arts. 150 a 152).

    Dentro da seo Limitaes ao Poder de Tributar oulimitaes constitucionais ao poder de tributar, como prefere adoutrina predominante, encontramos as chamadas imunidadestributrias como balizas importantes e tambm diversos princpiosconstitucionais tributrios.

    2. PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTRIOS

    A norma jurdica o gnero do qual se diversificam, comoespcies, as regras e os princpios jurdicos. Dentre os ltimos esto

    compreendidos os princpios constitucionais tributrios dispostosexplicitamente ou implicitamente no texto constitucional,principalmente na seo denominada de limitaes do poder detributar (arts. 150 a 152).

    2.1 PRINCPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE SEGURANAJURDICA

    A segurana jurdica exige, na maior medida do possvel, acompreensibilidade, previsibilidade e conhecimento antecipado das

    normas vigentes pelo sujeito passivo da relao tributria. Decerto,decorre do Estado de Direito previsto constitucionalmente no art. 1

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    da CF/88 e, na seara tributria, consagrada, especialmente, pelosprincpios da legalidade (art. 150, I), irretroatividade (art. 150, III,a), no-surpresa (art. 150, III, b e c) e transparncia fiscal (art.150, 5 e 6).

    2.1.1 PRINCPIO DA LEGALIDADE

    O texto constitucional estabelece explicitamente no art. 150, I,que os tributos devem ser criados ou aumentados por lei prvia,buscando excluir o arbtrio do poder estatal. a denominadalegalidade tributria, que obriga o surgimento da obrigao tributriapor lei formal (obrigao ex lege). Em regra, os tributos soinstitudos por lei ordinria. Todavia, existem tributos que, se foremcriados, devem ser por meio de lei complementar.

    Lei complementarImposto sobre grandes fortunas;

    Emprstimos compulsriosImpostos residuais da Unio

    Contribuies sociais novas ou residuais

    2.1.1.1 PRINCPIO DA TIPICIDADE

    Significa que no basta o tributo ser criado ou aumento por leiformal, devendo tambm ocorrer a adequao da conduta do sujeitopassivo norma tributria. a subsuno do fato real normaabstrata.

    A tipicidade ordena que o legislador estabelea em lei todos osaspectos da regra matriz de incidncia tributria. Assim sendo, emfuno da obedincia a tipicidade, os aspectos material (situaogeradora da incidncia), espacial (local de incidncia), temporal(momento de incidncia), pessoal (sujeito ativo e passivo) equantitativo (base de clculo e alquota) devem est previstos em lei.

    (ESAF/Analista/SUSEP/2010) A lei deve esgotar, como preceito gerale abstrato, os dados necessrios identificao do fato gerador daobrigao tributria e quantificao do tributo, sem que restem autoridade poderes para, discricionariamente, se A ir ou no pagartributo, em face de determinada situao. correta.

    A tipicidade complementar ao princpio da legalidade,Segundo parte da doutrina, a tipicidade est expressa igualmente no

    art. 150, I, da CF/88. Assim, afirma-se que a legalidade tributria faz

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    referncia ao veculo da norma (lei formal) e a tipicidade ao contedoda lei, que a prpria norma tributria em todos os seus aspectos.

    Neste sentido, o art. 97 do CTN concretiza a tipicidade

    tributria. De acordo com a interpretao deste dispositivo luz dotexto constitucional, apenas lei pode estabelecer:

    A instituio de tributos, ou a sua extino; A majorao de tributos, ou sua reduo, ressalvado o disposto

    no texto constitucional; A definio do fato gerador da obrigao tributria principal

    e do seu sujeito passivo; A fixao da base de clculo do tributo e de sua alquota,

    ressalvado o disposto no texto constitucional; A cominao de penalidades para as aes ou omissescontrrias a seus dispositivos, ou para outras infraes nela

    definidas; As hipteses de excluso, suspenso e extino de crditos

    tributrios, ou de dispensa ou reduo de penalidades,ressalvado o disposto no texto constitucional.

    De mais a mais, ressaltamos o entendimento do STF no sentidode que a coisa julgada em matria fiscal fica delimitada relaojurdico-material em que debatida, no podendo, portanto, ser

    invocada em exerccios posteriores, de acordo com a Smula 239 (AI189.787-AgR,DJde 4-4-1997).

    (CESPE/Delegado de Polcia/RN/2009) A deciso judicial que declaraindevida a cobrana do imposto em determinado exerccio faz coisajulgada em relao aos posteriores, em respeito aos princpios daseparao dos poderes e da autoridade da coisa julgada. errada.

    2.1.1.2 MITIGAES, EXCEES OU ATENUAES ALEGALIDADE

    Por sua vez, esclarece-se que existem tributos que podero tersuas alquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivofederal, por meio de decreto, atendidas as condies e os limitesestabelecidos em lei, a saber: imposto de importao (II); imposto deexportao (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI);impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas attulos ou valores mobilirios (IOF). o que dispe o art. 153, 1,da CF.

    (CESPE/Consultor/ES/2010) Em respeito ao princpio da legalidade,no permitido ao chefe do Poder Executivo elevar a alquota do

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    imposto de importao, mesmo dentro de limites autorizados por lei. errada.

    Quanto a Contribuio de interveno no domnio econmico

    (CIDE) sobre combustveis (art. 177, 4, I alnea b, da CF) e oICMS Combustveis e Lubrificantes (art. 155, 4, IV, da CF), asalquotas podero somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, oPoder Executivo reduz a alquota e, uma vez reduzida, poderestabelec-la, tendo, como teto, a alquota, previstaanteriormente em lei.

    (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Inexistindo legislao especficaimpondo condies e limites, lcito ao Poder Executivo alterar asalquotas da contribuio de interveno no domnio econmico

    (CIDE). errada.

    No caso do ICMS Combustveis e Lubrificantes, aexceo se refere incidncia monofsica do imposto, e as alquotasso definidas nacionalmente por convnios dos ExecutivosEstaduais, ou seja, por ato de deliberao do Poder Executivo dosEstados e do Distrito Federal.

    (CESPE/Procurador/PB/2008) Nos termos e limites fixados em leicomplementar federal, o Poder Executivo estadual, mediante decreto,

    pode reduzir, com o objetivo de regular a demanda, as alquotas deICMS de determinados produtos, dada a natureza extra-fiscal dessetributo. errada, pois no pode ser mediante decreto.

    Outra ressalva se refere aos benefcios fiscais do ICMS(iseno, reduo de base de clculo, concesso de crditopresumido, anistia ou remisso) por meio de convnio interestadualdo CONFAZ (art. 150, 6, da CF).

    O fundamento da mitigao a legalidade tributria est no fato

    de que esses tributos tm carter extrafiscal, ou seja, so tributosreguladores da poltica econmica, monetria e fiscal do Pas. Comoexemplo, o Presidente da Repblica quer intervir no comrcioexterior, incentivando as exportaes e, por conseguinte, diminui aalquota do imposto de exportao (II) ou quer desestimular aproduo de determinado produto industrial e aumenta a alquota doIPI.

    Ressaltamos queno foram recepcionados pela CF/88 os arts.21, 26 e 65 do CTN, no que estabelecem sobre a competncia do

    Poder Executivo de alterar as bases de clculo do imposto sobreimportao (II), do imposto sobre exportao (IE) e dos impostos

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    sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ouvalores imobilirios (IOF), a fim de ajust-los aos objetivos da polticacambial e do comrcio exterior. Este o entendimento na doutrina ejurisprudncia predominante.

    Por exemplo, afirma o STJ que a instituio ou a fixao dabase de clculo de tributo, a que se refere o art. 97 do CdigoTributrio, que explicita o princpio constitucional da legalidadeagasalhado no art. 150, I, da Constituio, se faz mediante a ediode lei (AGREsp 465740/MG).

    Por sua vez, segundo compreende parte da doutrina, atenuao ou exceo legalidade tributria a possibilidade deinstituio ou majorao de tributo por medida provisria.

    Nesse rumo, a partir da Emenda Constitucional (EC) n. 32/01, expressa na CF a possibilidade das medidas provisrias atuaremcomo veculos introdutores de normas tributrias (art. 62, 2),sendo proibido na hiptese da CF exigir lei complementar.

    (21 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Considerado oprincpio da legalidade estrita em matria tributria, certo afirmarque a criao de novos tributos ou a majorao dos existentes:

    a)Pode ocorrer mediante edio de medida provisria;b)Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal;c)Pode ocorrer mediante edio de medida provisria somente se

    se tratar de taxa que tenha base de clculo prpria deimpostos;

    d)Somente pode ocorrer mediante lei em sentido formal, deiniciativa do chefe do poder executivo do ente polticorespectivo, a que a Constituio, atribui o poder de tributar.

    A resposta letra a.

    Poder Executivo Federal (alterar a alquota)

    IIIEIPIIOF

    CIDE Combustveis

    Poder Executivo estadual e distrital (alquotas definidasnacionalmente por convnio)

    ICMS Combustveis e Lubrificantes

    Poder Executivo estadual e distrital (benefcios fiscais definidos

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    nacionalmente por convnio)ICMS

    1. (ESAF/APO/Unio/2010) A extrafiscalidade

    caracterstica que possuem alguns tributos de permitirem,alm da pura e simples forma de ingresso de receitas noscofres pblicos, tambm de intervirem na economia,incentivando ou no determinada atividade ou conduta docontribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo,aquele que no possui carter extrafiscal.a) Imposto sobre produtos industrializados.b) Imposto sobre importao.c) Contribuio de interveno no domnio econmico sobrecombustveis.

    d) Imposto sobre produtos industrializados.e) Taxa de iluminao pblica.

    A questo cobra os tributos que so considerados extrafiscais,segundo a doutrina majoritria.

    O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadao derecursos financeiros para o Estado. So exemplos: o IR, o IPVA e oIPTU.

    J o tributo extrafiscal tem como funo principal ainterferncia no domnio econmico, monetrio e fiscal do Pas,buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadao de recursosfinanceiros, podendo ter como funo o desenvolvimento dedeterminadas atividades ou setores especficos da economia.

    So exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. Por exemplo, oPresidente da Repblica quer intervir no comrcio exterior,incentivando as exportaes e, por conseguinte, diminui a alquota doimposto de exportao (II) ou quer desestimular a produo de

    determinado produto industrial e aumenta a alquota do IPI.

    Assim, so considerados de carter fiscal os tributos enunciadosnas letras A, B, C e D (Imposto sobre produtosindustrializados, Imposto sobre importao e Contribuio deinterveno no domnio econmico sobre combustveis).

    Logo, deve ser marcada a letra E, inclusive a taxa deiluminao pblica considerada inconstitucional pelo SupremoTribunal Federal (smula 670).

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    2. (ESAF/APO/Unio/2010) De acordo com aConstituio Federal, no se pode cobrar tributos em relaoa fatos geradores ocorridos antes do incio da vigncia da leique os houver institudo ou aumentado. Trata-se do

    princpio da anterioridade tributria. Entretanto, a prpriaConstituio estabelece que ato do Poder Executivo podeelevar alquotas de determinados tributos, como, porexemplo:a) Imposto sobre a renda, imposto sobre produtosindustrializados e contribuio social sobre o lucro lquido.b) Imposto sobre produtos industrializados, contribuio deinterveno no domnio econmico sobre combustveis eimposto sobre importaes.c) Imposto sobre importaes, imposto sobre exportaes e

    imposto sobre a renda.d) Imposto sobre importaes, imposto sobre a renda eimposto sobre produtos industrializados.e) Contribuio de interveno no domnio econmico sobrecombustveis, imposto sobre a renda e imposto sobreexportaes.

    O enunciado da questo tem um erro grotesco, pois afirmaque o princpio da anterioridade estabelece que no se pode cobrartributos em relao a fatos geradores ocorridos antes do incio da

    vigncia da lei que os houver institudo ou aumentado (art. 150, III,a, CF). Na verdade, trata-se do princpio da irretroatividade e noda anterioridade tributria.

    Por sua vez, a questo cobra as excees ou mitigaes aoprincpio da legalidade tributria.

    Decerto, esclarece-se que existem tributos que podero tersuas alquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivofederal, por meio de decreto, atendidas as condies e os limites

    estabelecidos em lei, a saber: imposto de importao (II); imposto deexportao (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI);impostos sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas attulos ou valores mobilirios (IOF). o que dispe o art. 153, 1,da CF.

    Quanto a CIDE Combustveis (art. 177, 4, I alnea b, daCF) e o ICMS Combustveis e Lubrificantes (art. 155, 4, IV, daCF), as alquotas podero somente ser reduzidas e restabelecidas, ouseja, o Poder Executivo reduz a alquota e, uma vez reduzida, pode

    restabelec-la, tendo, como teto, a alquota, prevista anteriormenteem lei.

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    Deste modo, vamos analisar as alternativas.

    Letra (A). O imposto sobre a renda (IR) e contribuio social

    sobre o lucro lquido (CSLL) no so excees ao princpio dalegalidade tributria. Logo, incorreta.

    Letra (B). O imposto sobre produtos industrializados (IPI), acontribuio de interveno no domnio econmico sobrecombustveis (CIDE Combustveis) e o imposto sobre importaes(II) so exemplos concretos de mitigao do princpio da legalidadetributria. Logo, correta.

    Letras (C), (D) e (E). O imposto sobre a renda (IR) no

    exceo ao princpio da legalidade tributria. Portanto, incorretas asalternativas.

    2.1.1.3 JURISPRUDNCIA DO STF

    De incio, ressaltamos que a definio de vencimento dasobrigaes tributrias (data para pagamento) e a instituio deobrigaes tributrias acessrias no esto no campo reservado lei, podendo ser alvo de Decreto do Poder Executivo.

    (CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) As obrigaes principais eacessrias esto sujeitas ao princpio constitucional da legalidadeestrita. errada.

    Por sua vez, destacamos que no competncia exclusiva doPresidente da Repblica a possibilidade de alterao das alquotas dostributos federais estabelecidas no texto constitucional. Segundo oSTF, o enunciado Poder Executivo disposto no art. 153, 1, daCF/88, no significa competncia privativa ou exclusiva do Presidenteda Repblica, mas sim que tal competncia pode ser exercida por

    rgo que integre a estrutura do Poder Executivo. Por exemplo, aCmara de Comrcio Exterior (CAMEX).

    (CESPE/Defensoria Pblica-Unio/2010) A competncia para afixao das alquotas do imposto de exportao de produtos nacionaisou nacionalizados no exclusiva do presidente da Repblica; podeser exercida por rgo que integre a estrutura do Poder Executivo. correta.

    Assim, ressaltamos os seguintes precedentes:

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    No implica ofensa a legalidade tributria o fato de a lei deixarpara o regulamento a complementao dos conceitos deatividade preponderante e grau de risco leve, mdio e grave(RE 567.544-AgR);

    Regulamento que antecipa o dia de recolhimento do tributo edetermina a incidncia de correo monetria a partir de entono fere a legalidade, pois no se encontra sob o princpio dalegalidade estrita e da anterioridade a fixao do vencimento daobrigao tributria (RE 195.218, RE 182.971);

    (CESPE/Juiz Federal/TRF1REGIO/2009) Ofende o princpio dalegalidade decreto que antecipa data de recolhimento de tributo. errada.(CESPE/Procurador/PE/2009) A simples atualizao monetria no

    se confunde com majorao de tributo. certa.

    Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os valores dastaxas. Assim, fere a legalidade a instituio dos emolumentoscartorrios por Tribunal de Justia, bem como as normas pormeio das quais a autarquia institua uma taxa, sem lei que aautorizasse (ADI 1.709, ADI 1.823-MC).

    (CESPE/Procurador/PE/2009) A instituio de emolumentoscartorrios pelo tribunal de justia de um estado no afronta o

    princpio da reserva legal. errada.

    2.1.2PRINCPIO DA IRRETROATIVIDADE

    Preceitua que a lei deve abranger apenas situaes geradorasda obrigao tributria (aspecto material) posteriores sua edio,no devendo abranger fatos pretritos. Por exemplo, se a alquota doIPVA aumentada ou diminuda, no pode alcanar fatos geradoresocorridos antes do incio da sua vigncia.

    Destacamos que irretroatividade em matria tributria no absoluta, podendo, por exemplo, as leis interpretativas e as multasmenos severas retroagirem para atingirem situaes passadas.

    Importante: Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano-

    base, aplica-se a lei vigente no exerccio financeiro em que

    deve ser apresentada a declarao (Smula 584 do STF).

    Assim, no fere o princpio da irretroatividade lei editada no

    final do ano-base, que atingiu a renda apurada durante todo o

    ano, pois o fato gerador do IR somente se completa e se

    caracteriza, ao final do respectivo perodo, ou seja, no dia 31de dezembro RE 197.790-6, RE 194.612, RE n. 104.259 ;

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    (21 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Lei, editada emfinal de dezembro, majora alquota do imposto de renda de pessoajurdica, tem-se, ento, que :

    a)Vlida essa majorao porque sobre os rendimentos do anobase aplica-se a lei vigente no exerccio financeiro em que deveser apresentada a declarao de rendimentos;

    b)Indevida a majorao por violar o princpio da anterioridade eisque a lei a incidir seria a vigente ao tempo do fato gerador, eno aquela a ter incidncia no ano seguinte;

    c)Indevida a majorao porque a se confunde o conceito de ano-base com o do exerccio financeiro;

    d)Indevida por violar o princpio da irretroatividade.A resposta a letra a, conforme smula 584 do STF.

    Os temas da irretroatividade prpria, irretroatividade imprpriae da smula 584 so tratados na nossa aula sobre obrigaotributria.

    2.1.3PRINCPIO DA NO-SURPRESA TRIBUTRIA

    Consagrado no art. 150, III, b e c, da CF, pelaanterioridade, busca proteger o sujeito passivo de uma tributaoinesperada. Decerto, umplus a irretroatividade, pois no satisfaz asegurana jurdica apenas que a situao tributvel seja prvia,

    devendo tambm existir um tempo razovel para que o sujeitopassivo possa planejar as suas atividades econmicas, o que fortalecea confiana e a certeza no Estado de Direito.

    2.1.3.1 ANTERIORIDADE GENRICA OU ANUAL

    a proibio do poder estatal fiscal cobrar tributos nomesmo exerccio financeiro em que tenha sido publicada a leique tenha institudo ou majorado o tributo.

    A interpretao mais adequada do princpio da anterioridadegenrica que a norma jurdica criadora ou majoradora dotributo apenas ir incidir sobre os fatos jurdicos ocorridos noexerccio financeiro subseqente ao de sua publicao.

    No Brasil, conforme dispe a legislao infraconstitucionalbrasileira (art. 34 da Lei n. 4.320/64), o exerccio financeiro operodo de 1 de janeiro a 31 de dezembro, coincidindoperfeitamente com o ano civil.

    Neste sentido, a interpretao dominante na doutrina arespeito da anterioridade que lei criadora ou majoradora do tributo

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    entra em vigorno dia da sua publicao, mas s tem eficciaaps a observncia do prazo constitucional.

    (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) E Atende ao princpio da

    anterioridade de exerccio a publicao, no Dirio Oficial, da leiinstituidora de imposto no dia 31/12, sbado, apesar de a suacirculao dar-se apenas na segunda-feira. certa, pois vale a datada publicao.

    Por exemplo, se uma lei majorar o imposto sobre propriedadeterritorial rural (ITR) em 30 de abril de 2009, s poder produzirefeitos jurdicos a partir de 1 de janeiro de 2010. Ou seja, a lei entraem vigor no dia 30 de abril de 2009, mas s tem eficcia jurdica apartir de 1 de janeiro de 2010.

    Deve-se salientar, entretanto, que, por motivos de polticaeconmica ou de urgncia, o princpio da anterioridade anual,segundo a Constituio Federal,no se aplica apenas ao emprstimocompulsrio para atender despesas de calamidade pblica oudespesas decorrentes de guerra externa (art. 148, I), ao imposto deimportao de produtos estrangeiros (II art. 153, I), ao imposto deexportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados(IE art. 153, II), ao imposto sobre produtos industrializados (IPI art. 153, IV), ao imposto sobre operaes de crdito, cmbio e

    seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF art. 153,V), ao imposto extraordinrio por motivo de guerra externa (IEG art. 154, II), e as contribuies para a seguridade social (art. 195,6).

    Do mesmo modo, existem mais duas importantes normas queatenuam a aplicao da regra da anterioridade anual, que so asseguintes: (i) o imposto sobre circulao de mercadorias incidenteem etapa nica sobre combustveis e lubrificantes (ICMS Combustveis) que pode ter suas alquotas reduzidas e restabelecidas

    mediante deliberao dos Estados e Distrito Federal; e a (ii) alquotada contribuio de interveno no domnio econmico relativas importao ou comercializao de petrleo e seus derivados, gsnatural e seus derivados e lcool combustvel (CIDE Combustveis)que poder ser reduzida e restabelecida por ato de competncia doPoder Executivo Federal.

    Com efeito, nestes dois ltimos casos criados pela EC n.33/2001, deve-se afirmar que a interpretao mais consentnea comas normas jurdicas constitucionais e com a jurisprudncia do STF

    que o Poder Executivo poder reduzir e restabelecer a alquota doICMS Combustveis e da CIDE Combustveis, mas no poder

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    ultrapassar o teto da alquota prevista anteriormente a reduo e queno se deve observar o princpio da anterioridade.

    Anota-se tambm que o princpio da anterioridade garantia

    individual do contribuinte e, portanto, clusula ptrea, no podendoser alterado nem pelo poder constituinte derivado. Assim sendo, aanterioridade tributria limitao material ao poder constituintederivado (ADIn n. 939-7).

    2.1.3.2 ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

    Por sua vez, o poder constituinte derivado atravs da EC n.42/2003 revigorou a certeza e a segurana no direito tributrio,garantindo-se ainda mais o sujeito passivo da relao tributria

    contra uma tributao inesperada ou surpresa, vedando a cobranade alguns tributos antes de decorridos 90 dias da data em quetiver sido publicada a lei que os tenha institudo ou aumentado(art. 150, inciso III, alnea c), consoante j era igualmente fixadopelo poder constituinte originrio para as contribuies da seguridadesocial (art. 195, 6, da CF/88).

    Exemplificando, publica-se uma lei aumentando a alquota doimposto sobre propriedade territorial rural (ITR) no dia 31 dedezembro de 2008, esta lei, de acordo com o art. 150, inciso III,

    alnea c, da CF/88, s tem eficcia jurdica em 1 de abril de 2009.

    A nova regra denominada de princpio da anterioridadenonagesimal ou especial (noventena) tambm excepcionadapara o II, IE, IR, IOF, IEG e o emprstimo compulsrio por motivo deguerra externa ou de calamidade pblica, bem como no que dizrespeito fixao da base de clculo do imposto sobre a propriedadede veculos automotores (IPVA) e do imposto sobre propriedadepredial e territorial urbana (IPTU).

    (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2008) As duas facetas do princpio da no-surpresa Constituio Federal/88, art. 150, III, b e c aplicam-se ao:(A) imposto de renda.(B) IPI.(C) emprstimo compulsrio.(D) ICMS.(E) imposto extraordinrio de guerra.

    As duas facetas do princpio da no-surpresa so a anterioridade

    genrica e a anterioridade nonagesimal. Portanto, a resposta maisadequada letra d. Contudo, ressaltamos que na hiptese de

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    restabelecimento de alquotas do ICMS incidente sobre Combustveisno se aplica a anterioridade genrica ou anual.

    Observamos, portanto, algumas importantes singularidades

    decorrentes da EC 42/2003, que so: o IPI no exceo noventena, mas anterioridade comum; o IR no exceo anterioridade comum, mas noventena; o restabelecimento (nuncao aumento propriamente dito) de alquotas do ICMS Combustveis eda CIDE Combustveis no exceo noventena, mas anterioridade comum; o IPVA e o IPTU se submetem anterioridadecomum, mas a definio das suas bases de clculo no est sujeita noventena.

    (CESPE/Ministrio Pblico/ES/2010) Lei estadual, que determine a

    majorao das alquotas e da base de clculo do imposto sobre apropriedade de veculos automotores,publicada no dia 31 de dezembro, com clusula de vigncia imediata,produzir efeitosA no dia 1. de janeiro do ano seguinte, apenas em relao majorao da base de clculo do imposto.B no dia 1. de janeiro do ano seguinte, em relao majorao dasalquotas e da base de clculo.C 45 dias aps a data da publicao da lei, em relao apenas majorao da base de clculo.

    D noventa dias aps a data da publicao da lei, apenas em relao majorao das alquotas.E no dia 1. de janeiro do ano seguinte, apenas em relao majorao das alquotas.A resposta letra a.

    O quadro das excees ao princpio da anterioridade e noventena a que segue. Preste ateno: se exceo porqueno deve observar o princpio. E todos os demais tributos devemobservar as duas anterioridades, porque a regra a observncia ao

    princpio.

    Anterioridade anual NoventenaII IIIE IEIPI IRIOF IOFIEG IEG

    Emprstimo compulsrio pormotivo de guerra externa ou de

    calamidade pblica

    Emprstimo compulsrio pormotivo de guerra externa ou de

    calamidade pblica

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    Restabelecimento de alquotas doICMS Combustveis e da CIDE

    Combustveis

    Base de clculo do IPTU

    Contribuies para a seguridade

    social

    Base de clculo do IPVA

    2.1.3.3 MEDIDA PROVISRIA

    O art. 62, 2, da CF, dispe que medida provisria queimplique instituio ou majorao de impostos s produzirefeitos no exerccio financeiro seguinte (anterioridade genrica) sehouver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foieditada, exceto nos casos do imposto de importao (II), imposto deexportao (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI),

    imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas attulos ou valores mobilirios (IOF) e o imposto extraordinrio deguerra (IEG).

    (FGV/Juiz De Direito/MS/2008) Medida provisria que impliqueinstituio ou majorao de impostos, como regra, s produzirefeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido convertida emlei at o ltimo dia daquele em que foi editada. correta.

    Decerto, salvo as excees anteriores, a medida provisria

    (MP) tambm deve atender tambm a anterioridade nonagesimal ounoventena, contada da publicao da medida provisria se estafor convertida em lei sem alteraes substanciais realizadas peloPoder Legislativo.

    Ao contrrio, se a medida provisria for significativamentemodificada, a noventena contada da data da converso da MP emlei. Acrescentamos que a medida provisria que implique instituioou majorao de impostos, salvo II, IE, IPI, IOF, IEG, s produzirefeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido convertida em

    lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.

    (FGV/Juiz De Direito/MS/2008) Medida provisria no poderinstituir ou majorar o imposto de importao, exportao, IPI e IOFpor serem tributos extrafiscais.

    Importante: o STF tem jurisprudncia para a hiptese dascontribuies da seguridade social, afirmando que, publicada amedida provisria at o dia 31 de dezembro, possvel a cobrana dacontribuio nova ou majorada a partir de 01 de janeiro do exerccio

    financeiro seguinte, desde que obedecida a noventena prevista no

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    art. 195, 6, da CF, e que no tenha havido alterao substancialdo texto aprovado pelo Congresso Nacional.

    2.1.3.4 ANUALIDADE TRIBUTRIA

    O princpio da anualidade tributria estabelece que para criaoou majorao de tributo necessrio a prvia autorizao em leioramentria. Tal princpio no mais vigente no ordenamentojurdico atual, segundo doutrina amplamente majoritrio.

    (FGV/SEFAZ/RJ/2010) As alternativas a seguir apresentamprincpiostributrios consagrados no texto constitucional, exceo de uma.Assinale-a.(A) Princpio do no-confisco.

    (B) Princpio da liberdade de trfego.(C) Princpio da anualidade.(D) Princpio da anterioridade.(E) Princpio da capacidade contributiva.A resposta c.

    2.1.3.5JURISPRUDNCIA DO STF

    O STF j consolidou sua jurisprudncia no sentido de que no necessria a observncia da anterioridade na hiptese de

    prorrogao de alquota majorada j vigente.

    Em caso decidido recentemente (RE 584110), por exemplo, oSTF entendeu que determinada lei paulista, que manteve, para o anoseguinte, a majorao de alquota do ICMS de 17% para 18%, jvigente em anos anteriores, no necessita cumprir a anterioridadenonagesimal (art. 150, III, c, da CF/88).

    Isto , o STF interpretou mais uma vez restritivamente oprincpio da anterioridade, compreendendo que em caso de mera

    prorrogao de alquota e no de instituio ou majorao detributo, no h surpresa ou insegurana jurdica para o sujeitopassivo da relao tributria.

    (CESPE/Defensoria Pblica-Unio/2010) Considere que determinadoestado da Federao tenha publicado lei majorando a alquota doICMS de 18% para 19% e estabelecendo que sua vigncia terminariaem 31 de dezembro de 2009. Considere, ainda, que, em meadosdesse ms, tenha sido publicada lei que manteve a alquota de 19%para o ano de 2010. Nesse caso, a lei publicada em dezembro de

    2009 viola o princpio da anterioridade nonagesimal. errado.

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    Outras decises importantes so as seguintes:

    No h incidncia do princpio da anterioridade tributria nareduo ou a extino de desconto para pagamento de tributo

    sob determinadas condies previstas em lei, como opagamento antecipado em parcela nica, pois no ocorreaumento do valor do tributo (ADI 4.016-MC);

    Revogada a iseno incondicionada, o tributo torna-seimediatamente exigvel, porque no h que se observar aanterioridade, dado que o tributo j existente (RE 204.062);

    (CESPE/Direito/TCE/AC/2009) A revogao de iseno tem sidoequiparada pelo STF instituio ou majorao de tributo, razo pelaqual s poder produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte, em

    respeito regra da anterioridade tributria. errada.

    Em caso de taxas, devem observar-se as limitaesconstitucionais ao poder de tributar, dentre essas, aanterioridade nonagesimal para que a lei tributria se torneeficaz (ADI 3.694);

    (CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) s taxas aplicado o princpio daanterioridade de exerccio, mas no o da anterioridade nonagesimal,que restrita a impostos e contribuies. errada.

    (CESPE/Consultor/ES/2010) Considerando que uma lei que criouuma taxa tenha sido promulgada e publicada em 3/12/2009, comvigncia a partir da data de publicao, a referida taxa somentedever ser cobrada a partir 1. de janeiro de 2010. errada, emface da no obedincia a anterioridade nonagesimal.

    A simples atualizao monetria no se confunde commajorao do tributo. Logo, a modificao dos fatores deindexao, com base em legislao superveniente, no constituidesrespeito a situaes jurdicas consolidadas, nem

    transgresso ao postulado da no-surpresa, instrumentalmentegarantido pela clusula da anterioridade tributria (RE 200.844-AgR, AI 626.759-AgR);

    Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigaotributria no se sujeita ao princpio da anterioridade (smula669 do STF).

    2.1.4 PRINCPIO DA TRANSPARNCIA FISCAL

    O princpio da transparncia fiscal implcito no texto

    constitucional.

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    No direito tributrio, busca garantir a adequada e clarainformao ao sujeito passivo da carga tributria que lhe imposta.Neste sentido, destacam-se dois dispositivos constitucionais, a saber:a lei determinar medidas para que os consumidores sejam

    esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias eservios (150, 5); qualquer subsdio ou iseno, reduo de basede clculo, concesso de crdito presumido, anistia ou remisso(benefcios fiscais) s poder ser concedido mediante lei especfica,sem prejuzo dos convnios interestaduais do CONFAZ (art. 150, 6).

    2.2 PRINCPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE JUSTIATRIBUTRIA

    A justia idia elementar do Direito. No campo da tributao,segundo doutrina abalizada, basicamente distributiva,caracterstica do regime publicstico, consistindo em tratardesigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam; mas,s vezes, comutativa, prpria das relaes de troca, como ocorrecom as taxas e as contribuies.

    A justia tributria consagrada, notadamente, pelos princpiosconstitucionais da igualdade (art. 150, II), da capacidade contributiva(art. 145, 1) e do no-confisco (art. 150, IV).

    2.2.1PRINCPIO DA IGUALDADE

    A isonomia ou igualdade, no mbito tributrio, veda Unio,aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituir tratamentodesigual entre contribuintes que se encontrem em situaoequivalente, o que probe qualquer distino em razo de ocupaoprofissional ou funo por eles exercida, independentemente dadenominao jurdica dos rendimentos, ttulos ou direitos (art. 150,II).

    Importante: Victor Uckmar distingue dois sentidos da igualdadetributria: (a) igualdade no sentido jurdico, que exige igual regimefiscal a contribuintes que estejam em idnticas situaes; (b)igualdade no sentido econmico, que significa dever de contribuir emigual medida, com a graduao dos impostos de acordo com acapacidade contributiva dos indivduos.

    2.2.1.1 PRIVILGIOS ODIOSOS

    A isonomia no probe qualquer tipo de discriminao, mas simas discriminaes irrazoveis, chamadas pela doutrina de privilgios

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    odiosos, tais como as decorrentes de opo sexual, origem, sexo,raa, crena religiosa, convico filosfica ou poltica. Em outraspalavras, discriminaes razoveis so juridicamente consentidas,desde que pertinentes aos interesses constitucionalmente protegidos,

    sobretudo, os direitos e garantias individuais. Decerto, deve existircorrelao lgica e pertinncia constitucional entre o tratamentotributrio diferenciado (v.g., benefcio fiscal) e o elemento dediscriminao tributria.

    Nesse rumo, o art. 150, II, da CF, afirma expressamente que oscontribuintes em situao equivalente tero tratamento igual,evitando perseguies e favoritismos. Um fcil exemplo de privilgioodioso seria a iseno tributria de IPVA para os automveis de todosaqueles que ocupam o cargo de Senador Federal, o que tornaria tais

    indivduos privilegiados de forma ilegtima em relao a todos osdemais contribuintes.

    2.2.1.2 PRINCPIO DO NON OLET

    O dinheiro no tem cheiro, como j afirmava historicamente oImperador Vespasiano na Roma Antiga. Deste modo, todos aquelesque realizam a situao geradora da obrigao tributria, emprincpio, devero pagar o tributo, independentemente da legalidadedo ato que gera o fato presuntivo de riqueza tributvel.

    Ressaltamos, assim, que legitima a cobrana de imposto derenda (IR) incidente sobre produtos financeiros resultantes deatividades criminosas (STF, HC n 77.530-RS). a consideraoobjetiva da manifestao da riqueza para fins de incidncia tributria,de acordo com a isonomia e o art. 118, I, do CTN. Por exemplo,tambm lcita a cobrana de tributos resultantes de atividades debicheiro, doleiros, mensaleiros (caixa dois) etc.

    2.2.1.3 JURISPRUDNCIA DO STF

    A jurisprudncia relevante e atual do STF no que concerne aoprincpio da igualdade a seguinte:

    Desrespeita a isonomia tributria a iseno de IPTU, em razoda qualidade de servidor pblico (AI 157.871-AgR), e a isenodos membros do Ministrio Pblico do pagamento de custasjudiciais, notariais, cartorrias e quaisquer taxas ouemolumentos (ADI 3.260);

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    (CESPE/PROCURADOR/PE/2009) Lei complementar estadual queisente os membros do MP do pagamento de custas judiciais ouemolumentos constitucional. errada.

    No possvel ao Poder Judicirio estender iseno acontribuintes no contemplados pela lei, a ttulo de isonomia(RE 159.026, RE 344.331);

    No possvel o STF efetivar a extenso do tratamentotributrio diferenciado concedido s instituies financeiras, scooperativas e s revendedoras de carros usados, a ttulo doPIS/PASEP e da COFINS, o que implicaria converter-se o STFem legislador positivo (RE 402.748-AgR);

    No ofende o princpio da isonomia lei que restringe oscontribuintes da COSIP aos consumidores de energia eltrica do

    municpio, ante a impossibilidade de se identificar e tributartodos os beneficirios do servio de iluminao pblica (RE573.675);

    No h ofensa a isonomia tributria se a lei, por motivosextrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas eempresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta,afastando do regime do Simples aquelas cujos scios tmcondio de disputar o mercado de trabalho sem assistncia doEstado (ADI 1.643);

    A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e s entidadesfinanceiras, no tocante contribuio previdenciria sobre afolha de salrios, no fere o princpio da isonomia tributria,ante a expressa previso constitucional ( 9 do art. 195; AC1.109-MC);

    No h violao ao princpio da isonomia o diploma legal queestabelece valores especficos para cada faixa de contribuintes,sendo estes fixados segundo a capacidade contributiva de cadaprofissional (ADI 453);

    A instituio de incentivos fiscais a empresas que contratamempregados com mais de quarenta anos, utiliza-se do carter

    extrafiscal dos tributos, sem violar o princpio da isonomia (ADI1.276).

    (ESAF/ATRFB/2010) A Constituio Federal, entre outraslimitaes ao poder de tributar, estabelece a isonomia, valedizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que seencontrem em situao equivalente. Sobre a isonomia, correto afirmar que:a) diante da regra mencionada, o tratamento tributriodiferenciado dado s microempresas e empresas de

    pequeno porte, por exemplo, deve ser consideradoinconstitucional.

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    b) no se permite a distino, para fins tributrios, entreempresas comerciais e prestadoras de servios, bem comoentre diferentes ramos da economia.c) para que um tratamento tributrio diferenciado (iseno,

    por exemplo) seja justificado, no necessrio havercorrelao lgica entre este e o elemento de discriminaotributria.d) em razo do princpio constitucional da isonomia, nodeve ser diferenciado, por meio de isenes ou incidnciatributria menos gravosa, o tratamento de situaes queno revelem capacidade contributiva ou que meream umtratamento fiscal ajustado sua menor expressoeconmica.e) a iseno, como causa de excluso do crdito tributrio,

    , por sua prpria natureza, fator de desigualao ediscriminao entre pessoas, coisas e situaes. Nem porisso, no entanto, as isenes so inconstitucionais, desdeque reste demonstrado que se teve em mira o interesse oua convenincia pblica na aplicao da regra da capacidadecontributiva ou no incentivo de determinadas atividades deinteresse do Estado.

    A questo cobra decises do Supremo Tribunal Federal (STF)sobre o princpio da igualdade.

    Letra (A). Segundo o STF, no h ofensa a isonomia tributriase a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual amicroempresas e empresas de pequeno porte de capacidadecontributiva distinta, afastando, por exemplo, do regime do Simplesaquelas cujos scios tm condio de disputar o mercado de trabalhosem assistncia do Estado (ADI 1.643). Logo, incorreta.

    Letra (B). O STF permite a distino, para fins tributrios, entreempresas comerciais e prestadoras de servios, bem como entre

    diferentes ramos da economia. Por exemplo, a sobrecarga impostaaos bancos comerciais e s entidades financeiras, no tocante contribuio previdenciria sobre a folha de salrios, no fere oprincpio da isonomia tributria, ante a expressa previsoconstitucional ( 9 do art. 195; AC 1.109-MC). Logo, incorreta.

    Letra (C). necessrio haver correlao lgica entre otratamento tributrio diferenciado e o elemento de discriminaotributria, para que se fundamente a iseno ou qualquer outro tipode discriminao tributria. Portanto, incorreta.

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    Letra (D). Em razo da isonomia, deve ser diferenciado, pormeio de isenes ou incidncia tributria menos gravosa, otratamento de situaes que no revelem capacidade contributiva ouque meream um tratamento fiscal ajustado sua menor expresso

    econmica. a concretizao da isonomia com base na capacidadecontributiva. Por exemplo, obedece ao princpio da isonomia odiploma legal que estabelece valores especficos para cada faixa decontribuintes, sendo estes fixados segundo a capacidade contributivade cada profissional (ADI 453). Logo, incorreta.

    Letra (E). Segundo o STF, a iseno traduz ato discricionrioque, fundado em juzo de convenincia e oportunidade do PoderPblico, destina-se, a partir de critrios racionais, lgicos eimpessoais estabelecidos de modo legtimo em norma legal, a

    implementar objetivos estatais qualificados pela extrafiscalidade (AI142.348-AgR). Logo, correta.

    2.2.2PRINCPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA

    Disposta no art. 145, 1, da CF, a capacidade contributiva instrumento de solidificao da igualdade tributria, que opera comolimite e graduao da obrigao de pagar o tributo e deve ser vistasob duas perspectivas.

    Em primeiro lugar, o aspecto objetivo ou absoluto, que levaem conta as manifestaes reais de riqueza do fato tributvel, isto ,o legislador deve eleger as situaes ou atividades que revelem acapacidade econmica do sujeito passivo (signos presuntivos deriqueza). Por exemplo, ser proprietrio de um veculo, auferir renda,importar um produto estrangeiro. Com feito, a capacidadecontributiva absoluta fundamento para instituio do imposto e, porconseguinte, serve de orientao para o legislador na escolha dashipteses de incidncia.

    Em segundo lugar, o aspecto subjetivo ou relativo, que temem conta as particularidades de cada sujeito passivo (capacidadecontributiva in concreto) e tem aplicao direta com o princpio dapersonalizao dos impostos. Assim, a capacidade contributivarelativa serve de limite incidncia tributria e critrio paraprogressividade do imposto.

    Decerto, apesar de a doutrina consagrar como sinnimos ostermos capacidade contributiva e capacidade econmica, a primeirasignifica a capacidade de pagar impostos (ability to pay),

    pressupondo a capacidade econmica (renda, patrimnio e consumo),mas tambm as caractersticas pessoais, tal como a reduo da base

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    de clculo do imposto de renda com as dedues com despesas desade, educao e dependentes.

    Em outras palavras, a capacidade contributiva aptido para

    suportar e pagar o tributo (conceito mais amplo) e a capacidadeeconmica a mera potencialidade de aquisio de riquezas (conceitomais restrito). Tal distino relevante do ponto de vista de justiafiscal, na medida em que otimizar a pura capacidade econmica dosujeito passivo no tomar em conta a tributao isonmica e justa,que deve buscar mensurar adequadamente a riqueza real dosindivduos. Ou seja, a tributao justa deve privilegiar a riquezaefetiva e real do sujeito passivo e no s a riqueza presumida, talcomo o simples ganho de capital.

    (13 Concurso para Procurador da Repblica/MPF) Conceituar,distinguindo-as, capacidade contributiva e capacidade econmica docontribuinte, esclarecendo, ademais, se e em que medida essadistino importante do ponto de vista de justia fiscal (mximo de20 linhas).

    Importante: A doutrina entende que so modos de concretizao doprincpio da capacidade contributiva a: (i) imunidades tributrias; (ii)iseno; (iii) seletividade e (iv) progressividade.

    (CESPE/Promotor/RN/2009) A instituio de tributo com alquotasprogressivas sem ser exageradamente oneroso, no podendo,portanto, ser considerado confisco, faz transparecer, no direitotributrio, na instituio do referido tributo, o cuidado com o princpiodaA seletividade.B no-diferenciao tributria.C legalidade estrita.D capacidade contributiva.E igualdade tributria, em sentido jurdico.

    A resposta d.

    2.2.2.1 A PERSONALIZAO DOS IMPOSTOS

    um subprincpio da capacidade contributiva, explicitamenteprevisto no art. 145, 1, da CF, que dispe que, sempre quepossvel, os impostos tero carter pessoal.

    Assim, sempre que possvel, deve-se analisar as caractersticaspessoais do sujeito passivo, o que acontece, por exemplo, na

    quantificao do IR que tem como parmetros de deduo do seuvalor os gastos com educao, sade, dependentes, dentre outros.

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    2.2.2.2 MNIMO VITAL

    O mnimo existencial, tambm denominado de mnimo

    indispensvel ou mnimo vital, corolrio da capacidade contributiva,sendo o direito no tributao do rendimento necessrio adignidade da pessoa humana, tendo como parmetro o salriomnimo previsto constitucionalmente (art. 7, IV).

    Isto , o mnimo vital um limite mnimo para a tributaoestatal, o que significa a eliminao da tributao sobre a rendanecessria para sobrevivncia do indivduo e de sua famlia. Porexemplo, a iseno no imposto de renda (IR) no que diz respeito aolimite mnimo de renda ou proventos adquiridos ou a iseno de

    custas judiciais para os reconhecidamente pobres.

    2.2.2.3 APLICAO AS ESPCIES TRIBUTRIAS

    Nesse rumo, apesar da literalidade do art. 145, 1, da CF,que dispe sobre a aplicao da capacidade contributiva apenas aosimpostos, a jurisprudncia do STF firmou orientao no sentido daaplicao s taxas, especialmente quando fato gerador o exercciodo poder de polcia como fato gerador (RE 216.259-AgR, RE177.835).

    (CESPE/Direito/TCE/AC/2009) O princpio da capacidadecontributiva, segundo previso expressa na CF, aplica-se a todos ostributos federais, estaduais e municipais. errada.

    No que diz respeito a contribuio social do empregador, daempresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei (art. 195, I,a, b e c), a CF tambm deixou caminho aberto para aplicaoda capacidade contributiva, pois tais contribuies podero teralquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade

    econmica, da utilizao intensiva de mo-de-obra, do porte daempresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho.

    Por sua vez, realamos o entendimento da ESAF em 2009 deque a capacidade contributiva no se aplica as multas tributrias, emface da ausncia explcita de previso constitucional.

    (ESAF/APOF/SP) O princpio da capacidade contributiva:a) no se aplica s penalidades tributrias.b) aplica-se somente s contribuies.

    c) aplica-se somente aos impostos.d) aplica-se indistintamente a todas as espcies tributrias.

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    e) atendido pela progressividade dos impostos reais.A resposta a letra a.

    2.2.2.4 JURISPRUDNCIA DO STF

    Ressaltamos como atuais as seguintes decises do STF:

    A exigibilidade do ISS, uma vez ocorrido o fato gerador que a prestao do servio , no est condicionada aoadimplemento da obrigao de pagar-lhe o preo, assumidapelo tomador dele: a conformidade da legislao tributria comos princpios constitucionais da isonomia e da capacidadecontributiva no pode depender do prazo de pagamentoconcedido pelo contribuinte a sua clientela. (AI 228.337-AgR);

    O fato de um dos elementos utilizados na fixao da base declculo do IPTU a metragem da rea construda do imvel ser tomado com parmetro na determinao da alquota dataxa de coleta de lixo uma forma de realizao da isonomiatributria e do princpio da capacidade contributiva (RE232.393, RE 336.782-AgR);

    A CF no autoriza a progressividade das alquotas no ITBI,realizando-se o princpio da capacidade contributivaproporcionalmente ao preo da venda do imvel (RE234.105).

    2.2.3 PRINCPIO DO NO-CONFISCO

    Tem como base fundamental o direito constitucional depropriedade (art. 5, XXII) e dispositivo explcito do sistematributrio nacional (art. 150, IV), sendo um limite mximo para atributao. Isto , enquanto o mnimo vital um limite mnimo paraincidncia tributria, o no-confisco um limite mximo.

    A Constituio no define o que seja confisco, competindo, emltima instncia, ao Poder Judicirio estabelecer, utilizando-se darazoabilidade e proporcionalidade, os contornos deste conceitojurdico indeterminado.

    Neste sentido, conforme doutrina amplamente majoritria,compreendemos que o princpio da vedao do tributo com efeito deconfisco pode alcanar qualquer espcie tributria e deve serinterpretado de forma sistemtica com outros princpiosconstitucionais. Isto , o carter confiscatrio ou no do tributo deveser analisado em conjunto, sobretudo, com os princpios do direito a

    propriedade, dignidade da pessoa humana, liberdade de trabalho,

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    ofcio ou profisso, igualdade, capacidade contributiva eprogressividade.

    (ESAF/AFRFB/2010) O princpio do no-confisco ajuda a dimensionar

    o alcance do princpio da progressividade, j que exige equilbrio,moderao e medida na quantificao dos tributos. correta.

    2.2.3.1 PERSPECTIVA DINMICA E PERSPECTIVA ESTTICA

    A perspectiva dinmica e a perspectiva esttica de incidnciado princpio do no confisco uma distino que analisa a aplicaoda proibio de tributo com efeito de confisco sob a tica temporaldas normas tributrias.

    Deste modo, afirma Fabio Brun Goldschmidt: A perspectivaesttica faz a anlise da aplicabilidade do art.150, IV diante de umadada realidade normativa vigente; diz com os resultados, osefeitos funestos causados pela legislao em vigor. A perspectivadinmica, por outro lado, tem em vista, no as leis em si mesmasconsideradas, mas a transio normativa como um processo; diz comos efeitos confiscatrios que podem ser gerados pela alterao dasnormas tributrias.

    Assim, conforme afirmamos em estudos publicados

    periodicamente no site , aperspectiva esttica diz respeito anlise do princpio do no-confisco em razo do valor dos tributos vigentes no ordenamentojurdico (quantum do tributo) e a perspectiva dinmica avalia oefeito do princpio do no-confisco na alterao ou mutao ocorridana legislao tributria (quantum do aumento dos tributos).

    Noutra perspectiva, Aires Barreto afirma que o imposto sobre arenda pode ser confiscatrio e tambm os impostos sobre opatrimnio, quer considerados em sua perspectiva esttica

    (propriedade imobiliria IPTU e ITR), quer em sua perspectivadinmica (transmisso de propriedade imobiliria ITCMD e ITBI).

    Assim, o imposto incide numa perspectiva esttica quandoconsidera apenas o patrimnio em si mesmo, isto , a puramanuteno do patrimnio adotada como ndice de capacidadecontributiva. Assim, o ITR, o IPTU, o IGF e o IPVA so exemploscaractersticos de impostos que tomam o patrimnio, a partir de umaperspectiva esttica.

    Por sua vez, o imposto incide numa perspectiva dinmicaquando considera possveis modificaes patrimoniais (riqueza

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    renovvel), ou seja, as mutaes dos elementos patrimoniais soadotadas como ndice de capacidade contributiva. Isto , a sada e aentrada (movimentaes: ingresso, circulao, transferncia,transmisso e doao) de riqueza relevam a possibilidade de suportar

    o nus tributrio. Decerto, o II, IE, IR, IPI, IOF, ITCMD, ICMS e ITBIoneram o patrimnio, a partir de uma perspectiva dinmica.

    Importante: No mundo da realidade, os tributos podem serconfiscatrios (mundo do ser). Contudo, de acordo com o nossoordenamento jurdico, sobretudo, em razo do art. 150, IV, da CF, ostributos no devem ser confiscatrios (mundo do Direito).

    2.2.3.2 IMPOSTO PROIBITIVO, IMPOSTO EXCESSIVO EIMPOSTO CONFISCATRIO

    A vedao ao imposto proibitivo, princpio implcito derivado dono-confisco tributrio, objetiva impedir a onerosidade excessiva ouexacerbada do imposto que obste o aproveitamento da atividadeeconmico do sujeito passivo.

    O imposto proibitivo fere de morte o princpio constitucional dalivre iniciativa (art. 1, IV) e as garantias constitucionais dodesenvolvimento nacional (art. 3, II) e do livre exerccio profissional(art. 5, XIII).

    Ademais, a doutrina de Sampaio Dria distingue impostoproibitivo, imposto excessivo e imposto confiscatrio:

    Imposto proibitivo asfixia, destri e impossibilita a atividadetributada;

    Imposto excessivo desencoraja ou dificulta a atividadetributada;

    Imposto confiscatrio absorve parcela substancial dapropriedade ou a totalidade da renda do indivduo ou da

    empresa.

    2.2.3.3 JURISPRUDNCIA DO STF

    As decises relevantes do STF so as seguintes:

    A multa moratria de 20% ou 30% do valor do impostodevido, no se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindoofensa aos princpios da capacidade contributiva e da vedaoao confisco (RE 239.964, AI 755.741-AgR, RE 220.284);

    No existe carter confiscatrio de multa de 100% imposta aocontribuinte, por meio de lanamento de ofcio, que decorre do

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    fato de haver-se ele omitido na declarao e recolhimentotempestivo da contribuio (RE 241.087-AgR);

    Fere o princpio constitucional da no-confiscatoriedadediploma legislativo que institui multa fiscal de 300% (ADI

    1.075-MC, AI 482.281-AgR);(CESPE/Juiz Federal/TRF1/2010) Contra a imposio de multas porsonegao fiscal ou mesmo pelo no recolhimento do tributo, no sepode argumentar com a proibio constitucional de utilizao detributo com efeito de confisco, j que de tributo no se trata. incorreta.

    No configura confisco deciso que, a partir de normasestritamente legais, aplicveis a espcie, resultou na perda de

    bem mvel importado (AI 173.689-AgR); Taxa: correspondncia entre o valor exigido e o custo da

    atividade estatal. Se o valor da taxa ultrapassar o custo doservio prestado ou posto disposio do contribuinte,dando causa a uma situao de onerosidade excessiva, quedescaracterize essa relao de equivalncia, configurar-se-hiptese de ofensa ao princpio do no-confisco (ADI2.551-MC-QO);

    A instituio de alquotas progressivas para a contribuioprevidenciria dos servidores pblicos ofende o princpio da

    vedao de utilizao de qualquer tributo com efeitoconfiscatrio (AI 701.192-AgR); A identificao do efeito confiscatrio deve ser feita em

    funo da totalidade da carga tributria, medianteverificao da capacidade do contribuinte para suportar e sofrera incidncia de todos os tributos que ele dever pagar, dentrode determinado perodo, mesma pessoa poltica que oshouver institudo. Assim, resulta configurado o carterconfiscatrio de determinado tributo, sempre que o efeitocumulativo resultante das mltiplas incidncias

    tributrias estabelecidas pela mesma entidade estatal afetar, substancialmente, de maneira irrazovel, opatrimnio e/ou os rendimentos do contribuinte. (ADC 8-MC; ADI 2.551-MC-QO);

    O regime de substituio tributria para frente no ofende aoprincpio do no-confisco (AI 207.377 AgR);

    Imposto de Importao. Aumento de alquota de 4% para14%. A caracterizao do efeito confiscatrio pressupe aanlise de dados concretos e de peculiaridades de cadaoperao ou situao, tomando-se em conta custos,

    carga tributria global, margens de lucro e condiespontuais do mercado e de conjuntura social e econmica

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    (...). O isolado aumento da alquota do tributo insuficientepara comprovar a absoro total ou demasiada do produtoeconmico da atividade privada, de modo a torn-la invivel ouexcessivamente onerosa (RE 448.432-AgR, DJE de 28-5-

    2010); A desproporo entre o desrespeito norma tributria e suaconsequncia jurdica, a multa, evidencia o carterconfiscatrio desta, atentando contra o patrimnio docontribuinte, em oposio a proibio de tributos com efeito deconfisco (ADI 551, DJde 14-2-2003).

    (CESPE/Juiz Federal/TRF2/2010) Com relao s limitaesconstitucionais do poder de tributar, assinale a opo correta.A A proibio constitucional da utilizao de tributo com efeito de

    confisco decorre de seu efeito cumulativo, ou seja, sempre que vriasincidncias estabelecidas pelo mesmoente tributante afetarem o patrimnio ou rendimentos do contribuintede forma no razovel. Nessa situao, sua verificao individual,passvel apenas de controle difuso da constitucionalidade.B A utilizao de tributo com efeito de confisco tem como parmetroa incidncia do novo tributo em face de sua prpria carga tributria,no o total da carga tributria a queesteja submetido o contribuinte.C As multas aplicadas em face da sonegao ou do no recolhimento

    dos impostos, quando superem o valor do bem, em princpio ofendemtanto o princpio da proporcionalidade quanto o da proibio detributos com efeito de confisco.D Confisco sano e, para verificar se o tributo tem esse efeito, necessrio examinar se a lei que instituiu o tributo tem como fimimpor penalidade ao contribuinte.E Os tributos indiretos so repassados ao consumidor final e noincidem sobre renda ou patrimnio, sendo-lhes inaplicvel o princpioconstitucional da vedao de confisco.A resposta a letra c.

    (ESAF/AFRFB/2010) Entre as limitaes constitucionaisao poder de tributar, que constituem garantias doscontribuintes em relao ao fisco, incorreto afirmar que:a) os impostos sobre o patrimnio podem ser confiscatrios,quando considerados em sua perspectiva esttica.b) uma alquota do imposto sobre produtos industrializadosde 150%, por exemplo, no significa necessariamenteconfisco.c) o imposto de transmisso causa mortis, na sua

    perspectiva dinmica, pode ser confiscatrio.

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    d) o princpio do no-confisco ajuda a dimensionar o alcancedo princpio da progressividade, j que exige equilbrio,moderao e medida na quantificao dos tributos.e) a identificao do efeito confiscatrio no deve ser feita

    em funo da totalidade da carga tributria, mas sim emcada tributo isoladamente.

    Letras (A e C). Segundo entendimento doutrinrio (Aires F.Barreto, ISS na Constituio e na Lei, So Paulo: Dialtica, 2003, pp.21-22), os impostos sobre o patrimnio podem ser confiscatrios,quer considerados em sua perspectiva esttica (propriedadeimobiliria), quer em sua perspectiva dinmica (transmisso depropriedade imobiliria ITCMD e ITBI). Logo, corretas.

    Letra (B). A alquota do IPI de 150% no significanecessariamente confisco, eis que o IPI um tributo extrafiscal, oque possibilita um lastro maior para majorao deste tributo (v.g., II,IE e IOF).Logo, correta.

    Letra (D). Oprincpio da progressividade representa o aumentoda alquota do tributo medida que a base de clculo do respectivotributo igualmente aumente. Assim, o princpio do no-confisco que um limite mximo a tributao contribui para estabelecer o alcanceda progressividade, eis que esta no pode tornar a exigncia

    tributria confiscatria. Logo, correta.

    Letra (E). Segundo entendimento do STF (ADC 8-MC, ADI2.551-MC-QO), a identificao do efeito confiscatrio feito emfuno da totalidade da carga tributria e no em relao a cadatributo isoladamente. Logo, incorreta.

    2.3 PRINCPIOS VINCULADOS ESPECIALMENTE FORMAFEDERATIVA DE ESTADO

    O federalismo a forma de organizao do estado brasileiro,tendo como caractersticas fundamentais a: (i) descentralizaopoltico-administrativa fixada pela Constituio, por meio do processode repartio das competncias legislativas e tributrias; (ii)autonomia dos Estados federados, de acordo com a Constituio;(iii) participao das vontades parciais na vontade geral, que aparticipao dos Estados federados nas decises da Unio (SenadoFederal); (iv) auto-organizao dos Estados-membros por meio deConstituies prprias; (v) existncia rgos prprios dos Estados-membros para o exerccio das funes legislativa, executiva e

    jurisdicional.

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    Nesse rumo, na seara tributria, h princpios constitucionaiscom o objetivo de preservar o pacto federativo, tais como o daliberdade de trfego (art. 150, V), da uniformidade geogrfica (art.151, I), da no-discriminao em razo da procedncia ou destino

    (art. 152) e da territorialidade das leis.2.3.1 PRINCPIO DA LIBERDADE DE TRFEGO

    Expresso no art. 150, V, da CF/88,probe Unio, aos Estados,ao Distrito Federal e aos Municpios estabelecer limitaes ao trfegode pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ouintermunicipais, salvo a cobrana de pedgios pela utilizao devias conservadas pelo Poder Pblico.

    Decerto, o princpio em anlise confirma a proteoconstitucional da liberdade de locomoo, devendo-se entender que ofato gerador de qualquer tributo deve ser distinto de transposio deMunicpios e de transposio de Estados. Caso contrrio, prejudicar-se-ia o trfego de pessoas e bens no territrio nacional.

    (CESPE/Consultor/ES/2010) Se, devido a incentivos fiscaisconcedidos pelo governo do Esprito Santo, novas empresasprodutoras de automveis instalarem-se no estado, e esse fatocontribuir para atrair milhares de trabalhadores de outros estados

    brasileiros, nesse caso, visando conter o fluxo migratrio e para noprejudicar a poltica de gerao de empregos local, o governadorpoder instituir um tributo interestadual, limitando a entrada detrabalhadores de outros estados, pelo mesmo perodo de tempo doincentivo fiscal concedido s montadoras de automveis. errada.

    Ademais,ressaltamos que o ICMS cobrado nos Postos Fiscais defronteira cobrado em virtude da circulao de mercadorias (umdos fatos geradores do ICMS) e no pelas transposies territoriaissupramencionadas.

    (FGV/FRE/AP/2010) Sobre a limitao liberdade de trfego depessoas e mercadorias prevista no artigo 150, inciso V, daConstituio Federal, assinale a afirmativa incorreta.(A) No se admite limitao ao trfego de pessoas ou mercadoriasmediante a instituio de tributos interestaduais ou intermunicipais.(B) No se trata de regra de imunidade.(C) Impede o agravamento do nus tributrio meramente em virtudede se tratar de uma operao interestadual ou intermunicipal.(D) No impede a cobrana de pedgio nas vias conservadas pelo

    Poder Pblico.

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    (E) Trata-se de regra de imunidade aplicvel s operaes estaduaisou intermunicipais, de tal forma que estas no podero sofrer aincidncia de qualquer tributo.Segundo a doutrina amplamente majoritria, tal regra no

    classificada como imunidade tributria, mas, sim, como o princpio daliberdade de trfego. Portanto, a alternativa correta a letra e.

    2.3.2 PRINCPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRFICA

    O princpio da uniformidade geogrfica est estabelecido no art.151, I, da CF/88, afirmando que vedado Unio instituir tributoque no seja uniforme em todo o territrio nacional ou que impliquedistino ou preferncia em relao a Estado, ao Distrito Federal ou aMunicpio, em detrimento de outro, admitida a concesso de

    incentivos fiscais destinados a promover o equilbrio dodesenvolvimento scio-econmico entre as diferentes regiesdo Pas.

    (CESPE/Advogado/CEF/2010) A Unio pode instituir tributo que noseja uniforme em todo o territrio nacional. errada, conformegabarito definitivo da banca, pois, em regra, proibido.

    Portanto, o princpio da uniformidade geogrfica prega que vedado a Unio instituir ou majorar tributos de forma desigual em

    todo o territrio nacional. Assim, por exemplo, o tributo decompetncia da Unio deve conter a mesma alquota em todo oBrasil.

    Entretanto, existe uma atenuao a este princpio no caso deincentivos fiscais destinados a promover o equilbrio dodesenvolvimento scio-econmico entre as diferentes regies do Pas.Por exemplo, a Unio deve conceder a Zona Franca de Manausbenefcios fiscais at 2023, conforme o art. 92 dos Atos dasDisposies Constitucionais Transitrias (ADCT).

    2.3.2.1 A VEDAO DA TRIBUTAO DIFERENCIADA DARENDAS DAS OBRIGAES DE DVIDA PBLICA E DAREMUNERAO DOS AGENTES PBLICOS

    o impedimento constitucional da Unio de tributar a rendadas obrigaes da dvida pblica dos Estados, do Distrito Federal edos Municpios, bem como a remunerao e os proventos dosrespectivos agentes pblicos, em nveis superiores aos que fixar parasuas obrigaes e para seus agentes (art. 151, II).

    2.3.2.2 A VEDAO DAS ISENES HETERNOMAS

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    O texto constitucional probe a Unio de instituir isenes detributos da competncia dos Estados, do Distrito Federal ou dosMunicpios (art. 151, III). No entanto, segundo interpretao

    consolidada no STF e STJ, o mbito de aplicao desta norma o dasrelaes das entidades federadas entre si (ordem interna) e no aatuao da Unio na ordem externa (tratados, convenes e acordosinternacionais).

    2.3.3 PRINCPIO DA NO-DISCRIMINAO EM RAZO DAPROCEDNCIA OU DESTINO

    Previsto no art. 152 da CF/88 veda aos Estados, ao DistritoFederal e aos Municpios estabelecer diferena tributria entre bens e

    servios, de qualquer natureza, em razo de sua procedncia oudestino.

    (CESPE/Advogado/CEF/2010) Qualquer ente federativo pode instituirtributo que importe em distino ou preferncia em favor dedeterminado estado ou municpio. errada.(CESPE/Advogado/CEF/2010) Os estados podem estabelecerdiferenas tributrias entre bens de qualquer natureza, em razo desua natureza ou do seu destino. errada.

    Decorre do princpio federativo, pois busca evitar a guerrafiscal entre os entes federados. Neste sentido, o STF declarou ainconstitucionalidade do Decreto 35.528/2004, do Estado do Rio deJaneiro (RJ), que estabelecia reduo na base de clculo do ICMS nassadas internas de caf torrado ou modo produzido emestabelecimento industrial localizado no Estado do RJ, uma vez quegerava um grave bice livre circulao de bens e mercadorias entreEstados da federao (ADI 3.389; ADI 3.673).

    (CESPE/Advogado/CEF/2010) vedado aos municpios, e no aos

    estados, ao DF e Unio, o estabelecimento de diferenas tributriasentre bens de qualquer natureza, em razo de sua natureza ou deseu destino. errada.

    2.3.4 PRINCPIO DA TERRITORIALIDADE DAS LEIS

    princpio implcito,assentando que as leis tributrias s tmvalidade e eficcia no mbito do Poder Legislativo que o produziu.Assim, em princpio, no caso da Unio (Congresso Nacional), a lei temvalidade no territrio nacional. Na hiptese de lei estadual

    (Assemblia Legislativa), a lei tem validade no territrio estadual. Nocaso de lei municipal (Cmara de Vereadores), a lei tem validade no

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    territrio municipal. Portanto, a regra a territorialidade.

    Contudo, existem casos extraterritorialidade como no caso dostratados internacionais. Outro exemplo o art. 102 do CTN, dispondo

    que a legislao tributria dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicpios vigora, no Pas, fora dos respectivos territrios, nos limitesem que lhe reconheam extraterritorialidade os convnios de queparticipem, ou do que disponham esta ou outras leis de normasgerais expedidas pela Unio.

    2.4 PRINCPIOS CARACTERSTICOS A DETERMINADOSTRIBUTOS

    Alguns princpios tributrios dizem respeito explicitamente a

    determinados tributos, a saber: (i) generalidade, universalidade eprogressividade no IR (art. 153, 2); (ii) obrigatoriedade daseletividade e da no-cumulatividade no IPI (art. 153, 3); (iii)progressividade de forma a desestimular a manuteno depropriedades improdutivas no ITR (art. 153, 4); (iv)facultatividade da seletividade e obrigatoriedade da no-cumulatividade no ICMS (art. 155, 2); (v) progressividade emfuno do tipo e utilizao do veculo no IPVA (art. 155, 6); (vi)progressividade em razo do valor do imvel e da funo social dapropriedade (aproveitamento do solo urbano) no IPTU (arts. 156, 1,

    e 182, 4 II).

    2.4.1 PRINCPIOS DA GENERALIDADE E DA UNIVERSALIDADE

    O princpio da generalidade para a doutrina majoritriasignifica que todas as pessoas, independentemente de qualquercondio (raa, sexo, credo, estado civil etc.), que realizam o fatogerador, devem se submeter incidncia do imposto de renda,exceto quando alcanados pela imunidade ou iseno.

    J o princpio da universalidade se contrape a idia deseletividade, isto , o imposto de renda deve incidir sobre todas asespcies de obteno de disponibilidade de renda ou provento.

    Desse modo, critrio da universalidade dispe que toda aobteno de disponibilidade de renda ou provento deve submeter-se incidncia do imposto, ou seja, os acrscimos patrimoniais de todasas espcies e gneros, independentemente da denominao,localizao, condio jurdica, nacionalidade da fonte ou origem,esto sujeitos a incidncia do IR, salvo os excludos pelas prprias

    normas jurdicas (imunidade e iseno).

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    Destacamos, todavia, como afirma Marcelo Alexandrino que noexiste consenso sobre a diferena entre os princpios da generalidadee da universalidade: De qualquer forma, se isso aparecer em algumconcurso, majoritria a identificao da generalidade com a

    incidncia sobre todas as pessoas e da universalidade com aincidncia sobre todas as rendas e proventos. O certo mesmo quedizer que o IR deve observar obrigatoriamente os critrios dageneralidade e da universalidade significa que todas as pessoas erendas (e proventos) esto a ele sujeitas. O fundamento o princpioda isonomia.

    2.4.2 PRINCPIO DA PROGRESSIVIDADE

    H dois tipos de progressividade, a saber: (i)progressividade

    fiscal, com intuito puramente arrecadatrio, em que a alquotacresce medida que aumenta a respectiva base de clculo do tributo;(ii) progressividade extrafiscal, com a finalidade principal deestimular ou desestimular determinada conduta do sujeito passivo,em que o tributo aumenta de valor em face do comportamento dosujeito passivo.

    Exemplo de progressividade predominantemente fiscal ocorreno IR. Outro exemplo de progressividade fiscal ocorre com o IPTU nahiptese de progressividade em razo do valor do imvel, que s

    pode existir a partir da Emenda Constitucional (EC) n. 29/2000(Smula 668 do STF).

    Deste modo, segundo interpretao STF anterior a EC n.29/2000, no sistema tributrio nacional, no admitida aprogressividade fiscal do IPTU, com base exclusivamente no artigo145, 1, da CF, porque esse imposto tem carter real que incompatvel com a progressividade decorrente da capacidadeeconmica do contribuinte (RE 153.771, julgamento em 20/11/96).Decerto, conforme tal entendimento antigo do STF, cobrado na ltima

    prova de AFRFB (2009-2010), a capacidade contributiva no possuirelevante significado para o IPTU, podendo ser atendida com aproporcionalidade da alquota (percentual constante).

    Por sua vez, exemplo de progressividade extrafiscal o caso doITR que deve ser progressivo e suas alquotas devem ser fixadas deforma a desestimular a manuteno de propriedades improdutivas(art. 153, 4, I, da CF/88). a hiptese tambm da progressividadeextrafiscal do IPTU no caso de no aproveitamento do solo urbanopelo seu proprietrio em razo do tempo (descumprimento da funo

    social da propriedade urbana).

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    (23 Concurso para Procurador da Repblica/MPFe tambmESAF/AFRFB/2010) Analise os itens a seguir, classificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). Em seguida, escolhaa opo adequada s suas respostas:

    I. de acordo com a Constituio Federal, o imposto sobre arenda e proventos de qualquer natureza ser informado pelageneralidade, universalidade e progressividade, na forma dalei. Pode-se afirmar que o critrio da progressividadedecorre dos princpios da igualdade e da capacidadecontributiva, na medida em que contribuintes com maioresrendimentos sejam tributados de modo mais gravoso do queaqueles com menores rendimentos;II. a Constituio estabelece expressamente que o impostosobre a renda ser progressivo, enquanto o imposto sobre a

    propriedade imobiliria poder ser progressivo;III. a Constituio traa uma dupla progressividade para oIPTU, quais sejam, progressividade em razo do imvel eem razo do tempo;IV. o princpio da capacidade contributiva no possuisignificado muito importante para o IPTU, visto que estetributo se caracteriza por ser um imposto real, sem relaocom as caractersticas pessoais do sujeito passivo.a) Esto corretos somente os itens I e III.b) Esto corretos somente os itens I, II e IV.

    c) Esto corretos somente os itens I e II.d) Esto corretos somente os itens II e IV.e) Todos os itens esto corretos.

    Item I.O IR ser informado pela generalidade, universalidade eprogressividade, na forma da lei (art. 153, 2, I, CF). E segundodoutrina majoritria, a progressividade decorre e harmoniza-se comos princpios da igualdade tributria e da capacidade contributiva.Logo, correta.

    Item II. Segundo a CF/88, o IR ser progressivo(art. 153, 2,I) e o imposto sobre propriedade imobiliria (considerado como IPTUpelo examinador!) poder ser progressivo em razo do valor doimvel (art. 156, 1, I). Logo, correta.

    Item III. Segundo a CF/88, h progressividade do IPTU emrazo do valor do imvel (sinnimo de razo do imvel, segundo oexaminador!) e em razo do tempo(art. 182, 4). Logo, correta.

    Item IV. O IPTU um imposto real e no um imposto pessoal.

    Deste modo, segundo interpretao antiga do STF, no sistematributrio nacional, no admitida a progressividade fiscal do IPTU,

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    com base exclusivamente no seu artigo 145, 1, porque esseimposto tem carter real que incompatvel com a progressividadedecorrente da capacidade econmica do contribuinte (RE 153.771,julgamento em 20/11/96). Decerto, conforme tal entendimento doSTF, a capacidade contributiva no possui grande significado para oIPTU. Logo, correta.

    Portanto, a alternativa e deve ser marcada.

    Ademais, realamos os seguintes precedentes do STF:

    No h tributo progressivo quando as alquotas sodiferenciadas segundo critrios que no levam em consideraoa capacidade contributiva (RE 414.259-AgR);

    A progressividade e a iseno so institutos distintos. Aprogressividade pode constituir sano imposta peloinadequado aproveitamento da propriedade, nos termos emque dispuser a lei federal; enquanto a iseno diz respeito observncia capacidade contributiva do contribuinte (RE238.671);

    inconstitucional a lei que estabelece alquotas progressivaspara o imposto de transmisso inter vivos de bens imveis(ITBI) com base no valor venal do imvel (Smula 656 doSTF);

    A progressividade da alquota da COSIP, que resulta do rateiodo custo da iluminao pblica entre os consumidores deenergia eltrica, no afronta o princpio da capacidadecontributiva (RE 573.675).

    (19 Concurso para Procurador da repblica/MPF) Ante o textoconstitucional federal, em vigor, certo dizer que:

    a)O princpio da capacidade econmica do contribuinte aplicvelunicamente nos chamados impostos pessoais;

    b)A progressividade do imposto sobre a propriedade predial eterritorial urbana (IPTU) prevista apenas nas hipteses deassegurar o cumprimento da funo social da propriedade;

    c)A faculdade de os Municpios institurem alquotas progressivassobre imposto de natureza real depende de resoluo doSenado Federal;

    d)Nenhuma das alternativas acima correta.A resposta letra d.

    2.4.3 PRINCPIO DA SELETIVIDADE

    A seletividade obrigatria (ser) no IPI e facultativa(poder ser) no ICMS. Decerto, a seletividade dispe que as

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    alquotas sejam estabelecidas conforme a essencialidade do produto,mercadoria e servio.

    Segundo definio doutrinria, a seletividade quer dizer

    discriminao ou sistema de alquotas diferenciadas por espcies deproduto, mercadoria e servio. A seletividade dirigida ao legisladorordinrio, recomendando- lhe que estabelea as alquotas em razoinversa da imprescindibilidade dos produtos, mercadorias e serviosde consumo generalizado.

    Assim, por exemplo, quanto mais sejam os produtos oumercadorias necessrias alimentao, ao vesturio, moradia, aotratamento mdico e higinico das classes mais numerosas, tantomenores devem ser as alquotas.

    Portanto, as alquotas devem ser maiores para os produtos oumercadorias suprfluos (exs.: caviar, cigarro etc.) e menores para osprodutos ou mercadorias consideradas essenciais (ex.: produtos dacesta bsica).

    2.4.4 PRINCPIO DA NO-CUMULATIVIDADE

    A no-cumulativa tem por finalidade evitar a denominadatributao em cascata, isto , a incidncia do imposto sobre o

    imposto.

    O IPI e o ICMS, pro exemplo, so impostos plurifsicos, umavez que incidem em operaes sucessivas. Assim, a no-cumulativavisa a impedir que o imposto se torne confiscatrio, tornando-o cadavez mais gravoso nas vrias operaes de circulao do produto oumercadoria.

    (23 Concurso para Procurador da repblica/MPF) Segundo a CF, noque se refere aos tributos IPI e ICMS, pode-se afirmar que:

    I. O IPI e o ICMS so impostos no-cumulativos, compensando-se oque for devido em cada operao com o montante cobrado nasanteriores;II. O lPl e o ICMS sero seletivos apenas com relao aos produtos,mercadorias e servios definidos em lei complementar;III. O IPI ser seletivo, em funo da essencialidade do produto;IV. O ICMS poder ser seletivo, em funo da essencialidade dasmercadorias e dos servios.Das proposies acima:a) Apenas a alternativa I est correta.

    b) Apenas as alternativas I e II esto corretas.c) Apenas as alternativas I, III e IV esto corretas.

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    d) Apenas as alternativas III e IV esto corretas.A resposta letra c.

    Neste sentido, a no-cumulatividade se refere a uma tcnica de

    tributao que busca evitar a cobrana do imposto em cascata,funcionando mediante o sistema de crditos e dbitos. Isto ,compensa-se o valor devido em cada operao com o valor cobradona operao anterior.

    Destaca-se que a compensao, neste caso, no significa formade extino do crdito tributrio estabelecido nos arts. 156, inc. II, e170 do CTN, mas sim deduo do tributo j cobrado na cadeiaprodutiva.

    Segundo o STF (ADIn 939), a no-cumulativa no clusulaptrea,eis que no constitui garantia individual e direito fundamentaldos contribuintes. O STF entende que a no-cumulativa apenasvincula o legislador ordinrio e no o poder constituinte derivado.

    Em relao ao IPI, por exemplo, destaca-se a lei deve dispor deforma que o montante devido resulte da diferena a maior, emdeterminado perodo, entre o imposto referente aos produtos sadosdo estabelecimento e o pago relativamente aos produtos neleentrados. Ressalta-se que o saldo verificado, em determinado

    perodo, em favor do contribuinte transfere-se para o perodo ouperodos seguintes (art. 49 do CTN).

    Anota-se o seguinte exemplo da doutrina: Imagine umaIndstria 1 que venda uma chapa de ao pelo valor de R$ 1.000,00(mil reais), acrescido de IPI calculado pela alquota de 10%, ou seja,R$ 100,00 (cem reais = 10% do valor da