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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA Weksiley da Silva Sodre ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA : ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ALTAMIRA - PA Altamira- Pará - Brasil 2010

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Weksiley da Silva Sodre

ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA :

ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ALTAMIRA - PA

Altamira- Pará - Brasil

2010

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Weksiley da Silva Sodre

ASPECTO DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA:

ESTUDO DE CASONA CIDADE DE ALTAMIRA - PA

Monografia de conclusão de curso,

apresentado como requisito para obtenção do grau de Bacharel em

Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof ª. MsC. Silvia Maia Altamira- Pará - Brasil

2010

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“A confiança em si mesmo é o primeiro segredo do sucesso” (Ralph Waldo Emerson)

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AGRADECIMENTOS

A cada conquista alcançada somos auxiliados por pessoas importantes em nossas vidas.

Adquirimos valores que são construídos a cada dia, em gesto e com a experiência dos que nos cercam construímos nosso próprio caminho. Deus nosso Pai, fonte de toda a força, nos dá a oportunidade de conhecermos e convivermos com pessoas que nos ajudam a crescer. Por isso, agradecemos primeiramente a Deus, pela perseverança durante toda a nossa trajetória de vida, onde a cada provação podemos encontrar forças nele, para poder prosseguir, tomando-o como escudo durante todas as adversidades da vida.

Aos meus pais (Zailton Araújo Sodré e Edna da Silva Sodré) que sempre me apoiaram na busca de objetivos como este, sendo companheiros e incentivadores para esta vitória.

Aos meus irmãos Asley e Lenadro pelo carrinho, apóio e incentivo, muito importante para esta conquista.

A minha Orientadora Silvia, pela paciência e conselhos que me levaram a essa conquista.

Aos funcionários e aos coordenadores do curso de agronomia que colaboram de forma direta ou indireta na formação dos discentes. Aos professores de modo geral, que contribuíram com seus ensinamentos, direcionando e mostrando o caminho a prosseguir.

Aos amigos que contribuíram na realização dessa pesquisa e a turma 2002 pelas diversas situações hilárias vividas.

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram, ajudando-me a ser uma pessoa melhor e capaz de realizar grandes conquistas. Mesmo sabendo que é apenas um passo de uma longa caminhada.

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ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA: ESTUDO DE CA SO NA CIDADE DE ALTAMIRA, PA.

RESUMO: A cultura da banana é uma das atividades de destaque da agricultura

brasileira, sendo um importante componente da balança comercial e geradora de divisas. O presente trabalho teve como proposta, realizar um estudo de caso sobre a comercialização da banana no município de Altamira, situado no Estado do Pará. O objetivo geral, consistiu na analise dos aspectos que envolvem o canal de comercialização da banana, observando as questões que norteiam a produção no campo até a comercialização nos diversos tipos de estabelecimentos. Para obtenção dos dados, foram necessárias a realização de entrevistas na Zona Rural e Zona Urbana, sendo escolhidas 10 propriedades rurais, onde a comercialização do produto eram freqüentes, gerando renda e benefícios para o produtor e sua família. As propriedades rurais situam-se em Altamira nas localidades do Assurini e Surubim e no município de Medicilândia, onde a produção é destinada principalmente para o município de Altamira. Com relação às entrevistas na zona urbana, foram entrevistados 14 pessoas, entre as quais, gerentes de supermercados, feirantes, donos de comércios e quitandas. O trabalho mostrou que a cultura da banana acompanha o crescimento da cultura do cacau, por ser utilizada como planta de sombreamento provisório e que tanto os agricultores como donos de estabelecimentos comerciais reclamam das péssimas condições das estradas, da falta de incentivo dos governos e de tantos outros problemas que prejudicam a comercialização da banana no município de Altamira. Palavras-chave: Cultura da banana, município de Altamira, comercialização.

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ------------------------------------- --------------------------------------------------- 1

2 – REVISÃO DE LITERATURA ------------------------- ------------------------------------------- 3

2.1 – LEVANTAMENTO HISTÓRICO: DADOS DO BRASIL E DO MUNDO SOBRE O CULTIVO DA BANANA. ------------------------------------------------------------------------------- 3

2.1.1 – VARIEDADES ------------------------------------------------------------------------------------- 8

2.1.2 – FITOPATOLOGIAS ------------------------------------------------------------------------------ 9

2.1.2.1 – SIGATOKA-AMARELA ---------------------------------------------------------------------- 9

2.1.2.2 - SIGATOKA-NEGRA ------------------------------------------------------------------------ 11

2.1.2.3 – MAL-DO-PANAMÁ -------------------------------------------------------------------------- 12

2.2 – O CULTIVO DA BANANA PELA AGRICULTURA FAMILIAR ---------------------- 13

3 – COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO ------------------- --------------------------------- 16

3. 1 –PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA PESQUISA --------------------------- 19

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ----------------------------------------------------------------- 22

4.1 – PRINCIPAIS AGENTES DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NA CIDADE DE ALTAMIRA ---------------------------------------------------------------------------------------------- 22

4.2 - ASPECTOS GERAIS SOBRE A PRODUÇÃO --------------------------------------------------- 23

4.3 - ASPECTOS GERAIS SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO REALIZADA PELOS PRODUTORES ------------------------------------------------------------------------------------------ 26

4.4 – PRÁTICA DE COLHEITA E PÓS-COLHEITA DE BANANA APLICADA PELOS PRODUTORES ------------------------------------------------------------------------------------------ 26

4.4.1- PRÁTICAS PRÉ E PÓS-COLHEITA DE BANANA: CONSERVAÇÃO DOS FRUTOS -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27

4.4.2 – ALGUNS CUIDADOS IMPORTANTES ---------------------------------------------------- 27

4.4.3 – TRANSPORTE PARA O MERCADO ------------------------------------------------------- 28

4.5 – ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS ---------------------------------------------------------------- 28

4.6 – FATORES LIMITANTES NA COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO --------------- 30

4.7 – ASPECTO DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA ---------------------------------------------------------------------------------------------- 31

4.8 - ANÁLISE GERAL DOS VALORES PRATICADOS NA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA ------------------------------------------------------ 32

5 – CONCLUSÕES ------------------------------------------------------------------------------------- 35

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------- ------------------------------------ 36

ANEXOS ------------------------------------------------------------------------------------------------- 39

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1: Susceptibilidade das variedades as doenças--------------------------------------------29

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gráfico da produção de banana nas regiões brasileiras-----------------------------------5

Figura 2: Mapa dos municípios paraenses------------------------------------------------------------19

Figura 3: Distribuição das variedades cultivadas pelos agricultores------------------------------25

Figura 4: Problemas enfrentados na comercialização da banana----------------------------------30

Figura 5: Canal de comercialização da produção de banana na cidade de Altamira------------34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Produção brasileira de banana em 2009----------------------------------------------------5

Tabela 2: Principais produtores de banana no Brasil em 2009-------------------------------------23

Tabela 3: Produção de banana nos principais municípios paraenses 2009-----------------------24

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1- INTRODUÇÃO

Homma (2001) enfatiza que no Estado do Pará se destacam culturas como a mandioca

(Manihot esculenta) que em sua grande parte é beneficiada para a produção de farinha e o

dendêzeiro (Elaeis guineensis) onde modernas indústrias produzem o óleo. Contudo, novas

políticas de incentivos para setor agropecuário, colocam a cultura da banana como alternativa

de ampliação de oportunidade de renda para os agricultores. Segundo Cordeiro (2010), o

governo do estado está montando estratégias para a criação e ampliação de Pólos de

bananicultura em virtude da grande disponibilidade de terras férteis no Pará.

A bananeira (Musa spp.) é uma fruta de consumo universal, sendo comercializada por

dúzia, por quilo e até mesmo por unidade. É rica em carboidratos e potássio, apresenta médio

teor em açúcares e vitamina A, proteínas e vitaminas B e C (NETO & MELO, 2003). A

bananeira é uma planta adaptada ao clima tropical, pertencente à família Musaceae, gênero

Musa, e apresenta como característica própria da espécie a emissão de novos rebentos,

permitindo que o bananal se renove ciclicamente por muitos anos (ALVES, 1999). O tempo

de vida médio do bananal é de 25 anos, ocorrendo variação no tempo de vida do bananal de

acordo com o manejo adotado pelo produtor.

Segundo Silva Neto et al., (2001), com a introdução da cultura do cacaueira,

(Theobroma cacao) no Território da Transamazônica nos anos de 1976 a 1978, a cultura da

banana começou a ser utilizada como sombreamento provisório e como renda alternativa para

o produtor na fase inicial da cultura do cacaueiro, já que esta só produz a partir do 3 ano. Na

cidade de Altamira as áreas com plantios de banana estão aumentando, devido ao crescente

aumento das áreas de cacau que são implantadas em função do elevado preço do produto.

Atualmente o cacau e a banana são consideradas as culturas mais importantes do setor

agrícola do município de Altamira. A produção de cacau em 2009 representou 5,75% da

produção do Estado do Pará, sendo 28,06% menor que a produção do município de

Medicilândia. A cultura da banana representou 3,44% da produção do Estado do Pará, sendo

inferiores 1,04% em relação ao município de Medicilândia (IBGE, 2010). A diferença na

produção de banana entre os municípios de Altamira e Medicilândia é pequena. O último

município apresenta 2.020 ha de área plantada e com rendimento médio de 11.108kg/ha.

Enquanto o município de Altamira possui 1.555 ha de área plantada com rendimento médio

de 15.700kg/ha, portanto com rendimento maior.

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O canal de comercialização na cidade de Altamira começa com a venda do produto in

natura pelo produtor rural para os atravessadores e esses repassam para os atacadistas os

quais vendem para os varejistas até chegar ao consumidor final. Configura-se então um canal

de distribuição por não apresentar nenhum beneficiamento neste processo, mas sim agregação

quanto a margem de comercialização. A cidade é o destino da produção de diversos

municípios vizinhos, principalmente, Medicilândia que é o maior município produtor de cacau

do Brasil.

As cidades paraenses enfrentam problemas com as questões fitossanitárias, que

causam a diminuição da produção e até a morte das plantas. Os fungos são os principais

agentes patogênicos da bananeira, destacando-se aqueles causadores das doenças conhecidas

como sigatoka-amarela, sigatoka-negra e o mal-do-Panamá (FREIRE et al., 2003). A escolha

de material genético resistente a doenças e adaptáveis às condições climáticas são essenciais

no cultivo da banana.

Diante da complexidade do canal de comercialização que envolve a produção de

banana o trabalho tem como objetivo geral, analisar os aspectos que envolvem a

comercialização da banana no município de Altamira, observando as questões que norteiam a

produção no campo até a comercialização nos diversos tipos de estabelecimento. Como

objetivo específico, foi analisado as dificuldades enfrentadas por produtores e vendedores na

comercialização da banana, verificando o grau de atuação dos órgãos e segmentos sociais,

direta e indiretamente ligados com a problemática da produção da banana. Apontando os

entraves e perspectivas, observados no canal de distribuição.

Este trabalho apresenta como estrutura, além da abordagem introdutória que

corresponde ao primeiro capítulo, mais quatro capítulos, sendo a revisão de literatura,

metodologia, resultados e discussão e a conclusões, que irá contextualizar o tema.

O segundo capítulo apresenta informações do Levantamento histórico do cultivo da

banana, variedades e dos aspectos das fitopatologias que acometem a cultura da banana, a

importância da agricultura familiar no cultivo dos bananais, os dados mais recentes sobre a

comercialização da banana no âmbito mundial, nacional, regional e local. O terceiro capítulo

bordará os métodos utilizados para obtenção dos dados da pesquisa, o delineamento da área

de estudo, as técnicas de coleta de dados e técnicas de análise. O quarto capítulo, apresentará

os resultados da pesquisa com relação à comercialização da banana realizada pelos diferentes

agentes na cidade de Altamira. Já o quinto capítulo, apresenta de forma sintética, os resultados

do trabalho sobre a comercialização da banana na cidade de Altamira, salientando a extensão

e os resultados de sua contribuição, bem como seus méritos.

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2 – REVISÃO DE LITERATURA 2.1 – LEVANTAMENTO HISTÓRICO: Dados do Brasil e do Mundo sobre o cultivo da banana. Os principais gêneros que se destacam na comercialização de frutos são o Theobroma,

Ananas, Euterpe, Anacardium, Psidium, Annona, além do gênero Musa, ao qual pertence às

bananeiras criado por Lineu em homenagem a Antonio Musa, médico de Otávio Augusto,

primeiro imperador de Roma (63 – 14 A.C.). A palavra banana é originária das línguas serra-

leonesa e liberiana a qual foi simplesmente incorporada pelos portugueses a sua língua

(ALVES, 1999).

A bananeira é um vegetal herbáceo completo, pois apresenta caule, raízes, flores,

frutos e sementes. Quanto a origem, atualmente admite-se que seja oriunda do Oriente, do Sul

da China ou da Indochina, pois há referência da presença na Índia, na Malásia e nas Filipinas,

onde tem sido cultivada há mais de 4.000 anos, conforme registros históricos (MOREIRA,

1999). Os países Asiáticos possuem as condições edafoclimáticas perfeitas para o cultivo da

banana, sendo esses motivos de serem os lideres mundiais na produção do fruto.

Segundo Food and Agriculture Organization (FAO), em 2009 a Índia é o maior

produtor de banana do mundo com 16,8 milhões de toneladas e o Brasil é o segundo com

produção de 7 milhões toneladas. A produção brasileira apresentou aumento de 0,6 toneladas

comparado com dados de 2002, onde o Brasil havia produzido 6,4 milhões de toneladas e

estava em terceiro no mesmo ranking, perdendo para a Índia e Equador respectivamente. O

aumento na produção de banana no Brasil é resultado dos investimentos nas diferentes etapas

que transcorrem a produção da banana como: melhoramento genético das plantas; difusão das

práticas culturais (nutrição adequada, manejo fitotécnico, irrigação e manejo fitossanitário)

para os agricultores, melhoria da infraestrutura rodoviária e portuária e a construção de

armazéns com climatizadores nas propriedades agrícolas e nos mercados, evitando perdas dos

produtos na fase de transporte e armazenamento, além de outras melhorias. Entretanto, há

necessidade desses investimentos serem bem maiores, para que abranjam de forma igualitária

as regiões brasileiras e dessa maneira, possa aumentar a produção de banana.

Os Estados Unidos tem se mantido como maior comprador de bananas nos últimos

vinte anos e apresentando aumento constante nas importações. O Japão é o segundo maior

importador efetivo, pois a Alemanha e a Bélgica reexportam (NETO; MELO, 2003). Esses

países são extremamente exigentes na compra do produto, tendo inúmeras regras que devem

ser atendidas pelos exportadores para que as negociações realmente se concretizem.

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A banana constitui hoje grande fonte de divisas para os países internacionalmente

cognominados Repúblicas bananeiras: Colômbia, Costa Rica, Equador, Guadalupe, Honduras,

Jamaica, Martinica, México, Panamá e Venezuela (VIEIRA, 2009). Dessa forma, constata-se

a importância da cultura da banana na economia dos países da América do Sul e Central que

investem muito na melhoria do produto para atender as exigências dos países compradores

como Estados Unidos, Japão e Europa.

O cultivo de bananeira no Brasil talvez seja uma das poucas explorações agrícolas

feitas, em maior ou menor proporção, em quase todos os municípios. É essa freqüência que

torna o Brasil um grande produtor. Depois da laranja, a banana é o produto mais explorado no

Brasil (NETO; MELO, 2003). Entretanto, o cultivo da bananeira não recebe os investimentos

que a cultura da laranja recebe como variedades altamente produtivas, insumos em geral e

mão-de-obra qualificada. Mas, apresenta a capacidade de crescimento que poucos países

apresentam, pois temos solos, clima, áreas agricultáveis em abundância para a expansão da

cultura.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas (FAO, 2009). Apesar disso tem

mercado interno como principal consumidor. De acordo com Lacerda et al apud Bagaiolo

(2008), as frutas tropicais in natura não têm acesso aos principais mercados internacionais

como a União Européia, Japão e Estados Unidos, com exceção da laranja e da banana.

A cultura da banana ocupa o segundo lugar em volume de frutas produzidas e

consumidas no Brasil e a terceira posição em área colhida. A parcela da renda gasta pelo

brasileiro na aquisição desse produto é de 0,87% do total das despesas com alimentação

(CORDEIRO, 2003). Segundo dados do IBGE (2009), a produção brasileira de banana está

distribuída no território nacional, sendo a Região Nordeste a maior produtora (37,28%),

seguidas das Regiões Sudeste (32,88%), Sul (14,38%), Norte (11,98) e Centro-Oeste (3,47%).

(Figura 1).

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Produção brasileira por região fisiográfica em 2009

11,98%

37,28%

14,38%

32,88%

3,47%Região Norte

Região Nordeste

Região Sul

Região Sudeste

Região Centro-Oeste

Figura 1: Gráfico da produção de banana nas regiões brasileira. Fonte: IBGE (2009)

Ainda de acordo com IBGE (2009), o Estado de São Paulo é o maior produtor

nacional de banana, com produção de 1.257.539 toneladas, seguido pelo estado da Bahia com

produção de 1.015.505 toneladas. Em termos de rendimento médio, o Rio Grande do Norte é

o primeiro colocado, com 26,08 quilos por hectare, seguido do Paraná com 23.20 quilos por

hectare e o Pará aparece na 12° colocação. O Rio Grande do Norte é o maior exportador

brasileiro, superando Santa Catarina que em 2009, havia sido o maior exportador nacional

(Jornal de Fato, 2010). Na Tabela 1, constata-se os dados atuais sobre a produção brasileira de

banana.

Tabela 1: Produção brasileira de banana em 2009

Estados Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha)

São Paulo 53.078 1.257.539 23,69

Bahia 65.487 1.015.505 15,51

Santa Catarina 30.922 624.204 20,19

Minas Gerais 39.194 620.931 15,84

Pará 38.925 501.344 12,88

Pernambuco 42.910

437.155 10,19

Ceará 44.742 429.506 9,60

Paraíba 17.478 267.468 15,30

Paraná 9.900 229.683 23,20

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Espírito Santo 19.757 196.678 9,95

Goiás 13.497 170.794 12,65

Rio de Janeiro 22.876 155.216 6,79

Rio Grande do Norte 5.251 136.920 26,08

Amazonas 14.650 136.108 9,29

Rio Grande do Sul

12.291 121.640 9,90

Maranhão 10.350 109.353 10,57

Sergipe 3.898 55.935 14,35

Mato Grosso 5.958 50.331 8,45

Acre 5.219 50.109 9,60

Rondônia 5.812 49.183 8,46

Alagoas 4.247 47.282 11,13

Roraima 4.640 45.000 9,70

Piauí 2.028 29.894 14,74

Tocantins 3.540 25.348 7,16

Mato Grosso do Sul 1.348 10.797 8,01

Amapá 1.432 5.849 4,08

Distrito Federal 184 3.710 20,16

BRASIL 479.614 6.783.482 14,14

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2009

Em relação aos dados econômicos, no ano de 2008, as vendas brasileiras de banana

caíram para 130,9 mil toneladas, (em 2007 foram 186 mil toneladas) e representaram um

volume financeiro de 30,1 milhões de dólares – contra 44,3 milhões de dólares do ano anterior

(VIANA, 2009). O Brasil não teve produção maior, devido principalmente há ocorrência de

problemas fitossanitários e climáticos, que reduziram consideravelmente a produção nacional

de banana.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior SECEX (2010), apontam que as

exportações brasileiras de fruta mantêm praticamente estáveis os níveis de vendas durante os

anos de 2002 a 2009. Além disso, houve crescente valorização dos preços médios anuais nos

centros consumidores internacionais no mesmo período analisado. Isso deve-se ao

aprimoramento do sistema de produção e a qualificação da mão de obra utilizada nas

atividades.

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O Brasil está longe de liderar as exportações para os países mais desenvolvidos como

os mercados europeus e norte americano, devido não atenderem as exigências dos mesmos,

principalmente em relação às qualidades organolépticas da banana. Segundo a SECEX

(2009), em torno de 80% a 90% da produção de banana são enviados para Mercado Comum

do Sul (Mercosul), pois as exigências de qualidade são muito menores.

Quanto à exportação da banana, os Estados das Regiões Sul e Sudeste vendem a maior

parte da produção para os países que compõem o Mercosul, enquanto os Estados do Nordeste

(Rio Grande do Norte e Ceará) exporta para os centros consumidores do Reino Unido,

Alemanha e Itália (VIEIRA, 2009). A Região do Nordeste, destaca-se na produção de banana,

devido as condições edafoclimáticas propícias para o cultivo da cultura da banana, refletindo

na baixa incidência de doenças e alta produtividade, apresentando frutos que se destacam

principalmente quanto a qualidade. Além disso, possui as menores distâncias portuárias entre

a região e os principais mercados importadores de banana.

O Estado do Pará até o final da década de 80 era o maior produtor nacional de banana

chegando a produzir 70% para o consumo interno e parte destinada para o mercado externo

(HOMMA, 2001). Atualmente, de acordo com os dados da SAGRI de 2009, o estado

paraense possui a quarta maior área plantada no Brasil com 39.440 hectares e a quinta maior

produção do Brasil com produção 503.958 toneladas. A produção agrícola da banana teve

perda de 455 hectares, decorrentes principalmente de doenças e pragas e o rendimento médio

da produção foi de 12.927 kg/ha. Este dado de rendimento, mostra que a média do Estado do

Pará está abaixo da média nacional que é de 13.952 kg/ha e bem distante da marca do Estado

do Paraná que obtém o melhor dado nacional de rendimento médio que é de 23.200 kg/ha.

Os principais problemas que acarretaram na diminuição da produção da banana no

Estado do Pará são: a falta de estradas para escoar a produção, as doenças como a Sigatoka

amarela e a negra e o mal do Panamá que tomaram conta dos bananais, falta de políticas de

incentivo para o homem do campo (assistência técnica, crédito, financiamento etc.), além da

falta de técnicas e tecnologia que ajudassem na obtenção de resultados satisfatórios, entre

outros. Para superar esses problemas relatados, há necessidade de investimentos nessas áreas

e somente assim, o Estado do Pará poderá retomar a briga pelo primeiro lugar de maior

produtor nacional de banana.

Os municípios paraenses que mais produzem banana são Novo Repartimento e

Trairão, sendo a produção 45.500 e 29.120 toneladas, respectivamente. Já na Transamazônica

os municípios de Uruará e Medicilândia se destacam como maiores produtores, com

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produções 25.937 e 22.440 toneladas (IBGE, 2009). Essa expansão é atrelada ao aumento das

implantações de áreas de cacaueiros nesses municípios.

Segundo o IBGE (2009), o município de Altamira apresenta a 9° colocação em termos

de produção de banana no Estado do Pará, com rendimento de 15.700 kg/ha, sendo apenas o

vigésimo colocado. Em termos de rendimento, Rondon do Pará e Bom Jesus do Tocantins são

os municípios paraenses que possuem os melhores índices de rendimento, sendo colhido

26.000 kg/ha e 25.000 kg/há, respectivamente. O rendimento baixo da produção de banana no

município de Altamira, deve-se principalmente a falta de tratos culturais, pois os agricultores

não fazem análise de solo, desbate, desfolha, não implantam projeto de irrigação e portanto,

não investem na melhoria do bananal. Dois são os fatores para o agricultor não realizarem os

tratos culturais, o primeiro é a falta de conhecimento de como manejar a cultura e o outro

fator é a falta de interesse, por considerar que não vale a pena investir na cultura.

O Brasil precisa intensificar os investimentos para aumentar a produção de banana em

todas as regiões principalmente na Região Norte, pois necessitamos ser auto-suficiente para

abastecer o mercado interno e termos excedentes para exportar. Além disso, não basta apenas

aumentar a produção, pois o Brasil precisa melhorar a qualidade do produto a fim de fornecer

aos países Europeus e para os Estados Unidos e Japão, o produto da forma que eles exigem,

somente assim, o Brasil será competitivo no mercado internacional.

2.1.1 – Variedades

As variedades mais difundidas no Brasil são a Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã,

Mysore, Terra e D’Angola, do grupo AAB, utilizadas unicamente para o mercado interno

(SILVA; SEREJO; CORDEIRO, 2004). Segundo Cordeiro (2000), para exportação

sobressaem o Nanica, Nanicão e Grande Naine, do grupo AAA.

Com relação à exportação para o mercado internacional, a banana do tipo Cavendish é

a mais apreciada. Ainda de acordo com Cordeiro (2000) no Brasil, a comercialização orienta-

se para a banana tipo prata. De acordo com Almeida, et al., (2001), dificilmente os países

produtores de banana tipo Prata irão conquistar espaço no mercado internacional, pois os

países produtores da banana tipo Cavendish possuem maior aceitação no mercado e a

produtividade média da banana tipo Cavendish e o dobro do tipo Prata em condições de

irrigação. Tentando mudar esse panorama, alguns estados como São Paulo e Santa Catarina

estão investindo em variedades do tipo Cavendish, como exemplo a Grand Naine. De acordo

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com dados do Instituto Agronômico de Campinas (2003), em São Paulo, 80% das bananas

produzidas pertencem ao grupo Cavendish e os outros 20% são Prata. Porém, nas regiões

Norte e Nordeste predominam a banana Prata.

Quanto à susceptibilidade a doenças, a banana “Maçã” é altamente susceptível ao mal-

do-Panamá, as variedades Nanica, Nanicão, Grande Naine, Terra e D’ Angola apresentam alta

susceptibilidade aos nematóides e a Sigatoka-negra (SILVA; SEREJO; CORDEIRO, 2004).

Em Altamira o tipo Prata predomina nas plantações, entretanto, esta é muito

susceptível a doenças, principalmente aquelas causadas por fungos (Sigatoka-amarela e

negra), acometendo diversas lavouras, ocasionando redução na produtividade e reduzindo a

renda dos produtores.

2.1.2 – Fitopatologias

A bananeira é cultivada em todas as regiões do Brasil, sob diferentes condições

edafoclimáticas, sendo que as doenças que ocorrem nessa cultura assumem uma importancia

regional, podendo ser influenciada pelas variedades cultivadas. De acordo com Freire, et al.,

(2003), os fungos são os principais agentes patogênicos da bananeira, destacando-se aqueles

causadores das doenças conhecidas como sigatoka-amarela, sigatoka-negra e o mal-do-

Panamá.

2.1.2.1 – Sigatoka-amarela

De acordo com Cordeiro, et al., (2004), a Sigatoka-amarela é causada pelo fungo

Mycosphaerella musicola, é considerada uma das mais importantes doenças da bananeira,

sendo também conhecida como cercosporiose ou mal-de-sigatoka. Segundo os mesmos

autores, essa doença pode reduzir em 50% a produção, trazendo grandes perdas para a

economia dos países produtores de banana.

O primeiro relato ocorreu em 1902 quando foram registrados os primeiros danos

econômicos nas Ilhas fiji no vale de Sigatoka e hoje presente em todo mundo (FREIRE;

CARDOSO; VIANA, 2003). Alves (1999) em sua obra, cita que no Brasil a constatação

inicia ocorreu no Estado do Amazonas, em 1944. Atualmente, está presente em todo o país,

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mas com maior importância econômica naquelas regiões e microrregiões onde as chuvas são

mais freqüentes e onde a temperatura se mantém em torno do ótimo, que é de 25°.

De acordo com Freire; Cardoso; Viana (2003), os sintomas iniciais caracterizam-se

pelo desenvolvimento de uma leve descoloração em forma de pontos, localizados entre as

nervuras secundárias das folhas mais novas, notadamente a segunda, terceira e quarta. A

contagem das folhas é feita de cima para baixo, onde a folha da “vela” é a zero e as

subseqüentes recebem os números 1,2,3,4 e assim por diante (CARDOSO, 2000). A

descoloração amplia-se formando uma estria de coloração amarela. Estás pequenas estrias

crescem, formando manchas necróticas, elípticas, alongadas dispostas paralelamente as

nervuras secundárias da folha, desenvolvendo por fim uma lesão com centro deprimido, de

coloração cinza, circundada por um halo amarelo (ALVES, 1999). Sob ataque severo, as

lesões coalescem, formam lesões maiores comprometendo grande área foliar e, em

conseqüência, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, com reflexos negativos na

qualidade do fruto e na produção (FREIRE; CARDOSO; VIANA, 2003). Durante seu

desenvolvimento, as lesões passam por 5 estádios.

Com relação aos danos e distúrbios fisiológicos, os prejuízos causados pela sigatoka-

amarela são da ordem de 50% da produção, mas, em microclimas muitos favoráveis esses

prejuízos podem atingir os 100%, uma vez que os frutos sem nenhum controle da doença, não

apresentam valor comercial (CORDEIRO; MATOS; FILHO, 2004). Alves (1999), lista as

limitações causadas pela doença: diminuição do número de pencas por cachos, redução do

tamanho dos frutos, maturação precoce dos frutos no campo, podendo provocar também a

maturação dos frutos durante o transporte, que no caso da exportação da mercadoria

ocasionaria perda total do produto. Segundo Alves (1999), outras conseqüências seriam o

enfraquecimento do rizoma, que deixa de acumular reservas, refletindo-se no

desenvolvimento da planta, com a perda de vigor e perfilhamento lento.

Os tipos de controle são mais eficientes são o químico e genético, há também o

controle cultural que ameniza os sintomas perversos da doença, através do manejo constante

de desfolha, drenagem, combate às folhas daninhas, nutrição e outros. O controle químico

utiliza-se produtos que são aplicados sobre a planta, já o genético constitui no

desenvolvimento de variedades resistente a doença.

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2.1.2.2 - Sigatoka-Negra

Considerada a mais grave doença da bananeira no mundo, a sigatoka-negra foi descrita

pela primeira vez em 1963, nas Ilhas Fiji, distrito de Sigatoka. Atualmente, está presente nas

principais regiões produtoras de banana no mundo, abrangendo Ásia, África, América,

Oceania (FREIRE; CARDOSO; VIANA, 2003). Segundo Cavalcante et al., (2003) a doença

foi constatada no Brasil em fevereiro de 1998, estando hoje disseminada por toda a Região

Norte e Estado do Mato Grosso.

A sigatoka-negra, é causada por Micosphaerella fijiensis Morelet, é a doença mais

importante para a cultura da bananeira no mundo, atingindo as principais variedades

cultivadas, reduzindo significativamente a produção, afetando a qualidade dos frutos e

elevando o custo da produção (ALVES, 1999). Segundo Cordeiro; Matos; Filho (2004), a

doença causou a mudança das variedades mais plantadas na Região Norte, com uma forte

penetração das variedades resistentes, em substituição as susceptíveis.

Os sintomas causados pela evolução das lesões produzidas pela sigatoka-negra se

assemelham aos decorrentes do ataque da sigatoka-amarela. A infecção ocorre nas folhas mais

novas da planta, sendo que os primeiros sintomas na face inferior da folha como estrias de cor

marrom, evoluem para estrias negras, formando halo amarelo (FREIRE; CARDOSO;

VIANA, 2003). As lesões amarelas em estádio final apresentam também centro deprimido

de coloração cinza (CAVALCANTE et al., 2003). No entanto, a alta freqüência de infecções,

coalescimento das lesões desta doença ocorre ainda na fase de estrias, não possibilitando a

formação de halo amarelo em volta da lesão, causando o impacto visual preto nas folhas

afetadas e consequentemente necrose precoce da área foliar afetada (FREIRE; CARDOSO;

VIANA, 2003). De acordo com Alves (1999), os reflexos da doença são sentidos pela rápida

destruição da área foliar, reduzindo-se a capacidade fotossintética da planta e,

consequentemente, a sua capacidade produtiva. O desenvolvimento da doença perpassa por 6

estádios.

Os danos e distúrbios provocados pela sigatoka-negra causam perdas nas produções

que variam 70% nos plátanos e 100% nas variedades tipo prata e cavendish, onde o controle

não é realizado (CORDEIRO, 2000). O Segundo Cavalcante et al., (2003), a presença da

doença aumenta o custo de controle, em função, basicamente, do maior número de aplicações

de fungicidas durante o ano. Na América Central este número tem chegado a ultrapassar em

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algumas épocas, 50 aplicações anuais, ou seja, cinco vezes mais do que o número de

aplicações que normalmente era utilizado para o controle da sigatoka-amarela

(CAVALCANTE et al., 2003).

Cordeiro; Matos; Filho (2004), o fator agravante é o aumento do espectro de

variedades atingidas pela doença, que ataca severamente a banana “maçã” e os plátanos, do

tipo Terra. Em relação aos distúrbios provocados pela doença, estes são similares aqueles

causados pela sigatoka-amarela, embora em maior intensidade.

Controle ocorre com aplicação de produtos químicos, a utilização de variedades

desenvolvidas que possuem resistência a sigatoka-negra e o controle cultural como a desfolha,

drenagem, nutrição adequada da planta e combate as ervas daninhas.

2.1.2.3 – Mal-do-Panamá Conhecida como fusariose ou murcha de fusarium da bananeira, o mal-do-Panamá é

uma das doenças mais destrutivas da cultura. Segundo Cordeiro (2000), dados revelam que

por volta 1874 na Austrália, ocorreu a primeira constatação da doença. No Brasil, a primeira

constatação da doença ocorreu em Piracicaba, no Estado de São Paulo, em 1930. O mal-do-

Panamá é uma doença endêmica por todas as regiões produtoras de banana do mundo. No

Brasil o problema é ainda mais grave em função das variedades cultivadas, que na maioria

dos casos são suscetíveis (CORDEIRO, 2003).

Atualmente o mal-do-Panamá está presente em todas as regiões do mundo. No Brasil,

a doença ocorre de forma endêmica em todo o território nacional, onde o cultivo de

variedades altamente suscetíveis como a “Maça”, de grande aceitação comercial, vem

cedendo espaço, gradativamente, as variedades resistentes, especialmente aquelas do

subgrupo Cavendish (FREIRE; CARDOSO; VIANA, 2003).

O mal-do-Panamá é causado por Fusarium oxysporum f. sp. Cubense (E.F.Smith) Sn e

Hansen (CORDEIRO, 2003). As principais formas de disseminação da doença são o contato

dos sistemas radiculares de plantas sadias com esporos liberados por plantas doentes e, em

muitas áreas, o uso de material de plantio contaminado (ALVES, 1999). O fungo também é

disseminado por água de irrigação, de drenagem, de inundação, assim como pelo homem, por

animais e equipamentos.

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De acordo com Cordeiro (2003), as plantas infectadas exibem um amarelecimento

progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, começando pelos bordos do limbo

foliar e evoluindo no sentido da nervura principal. Cordeiro (2003) ainda salienta, que as

folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um

guarda-chuva fechado. É comum constata-se que as folhas centrais das bananeiras

permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas, sendo assim, possível notar

próximo ao solo, rachaduras do feixe de bainhas, cuja extensão varia com a afetada no rizoma

(FREIRE; CARDOSO; VIANA, 2003). Alves (1999), fala que internamente, pode-se observa

uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada pela

presença do patógeno nos vasos.

Quanto aos danos e distúrbios fisiológicos, o mal-do-Panamá, quando ocorre em

variedades altamente susceptíveis como a banana “maça”, provoca perdas de 100% na

produção. Já nas variedades tipo Prata, a susceptibilidade é bem menor, ocasionando perdas

na faixa de 20% (CORDEIRO; MATOS; FILHO, 2004). Segundo Cordeiro (2003), as perdas

são influenciadas por características dos solos, que em alguns casos, comporta-se como

supressivo ao patógeno.

O controle químico, rotação de culturas, dentre outra práticas não se tem mostrado

efetivo no controle do mal-do-Panamá. De acordo com Freire; Cardoso; Viana (2003), os

principais métodos de controle são a exclusões do patógeno em áreas livres da doença e o

plantio de variedades resistentes. O controle cultural através da quarentena e também da

exclusão do patógeno são medidas eficientes de controle do mal-do-Panamá, uma vez que

reduzem a movimentação de rizomas, mudas e solo, capazes de introduzir o patógeno em

regiões livres da doença (FREIRE; CARDOSO; VIANA, 2003). O controle genético através

da introdução de variedades resistentes a doença é a medida mais eficaz de controle do mal-

do-Panamá. Desta forma, as variedades Cavendish são as recomendadas no mercado mundial

de banana.

2.2 – O CULTIVO DA BANANA PELA AGRICULTURA FAMILIAR

A agricultura familiar é conceituada como uma forma de organização produtiva em

que os critérios adotados para orientar as decisões relativas à exploração agrícola não se

subordinam unicamente pelo ângulo da produção e rentabilidade econômica, mas leva em

consideração também as necessidades e objetivos da família (CARMO, 1999). Desta forma,

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podemos dizer que agricultura familiar ao mesmo tempo em que é proprietária dos meios de

produção, assume o trabalho no estabelecimento produtivo.

A fruticultura no Brasil desempenha um importante papel econômico e social, pois gera

4 milhões de empregos, sendo esta considerada a atividade que mais emprega no setor

agrícola brasileiro (VIEIRA apud BAGAIOLO, 2008). Um exemplo é a banana, sendo a

matéria-prima de diversas indústrias alimentícias e se constituem como principal fonte de

renda para inúmeros agricultores familiares que comercializam a fruta in-natura, além da

produção artesanal/industrial de doces, balas banana-passa, purê, entre outros. A exploração

da bananicultura por produtores familiares é uma realidade identificada nas diversas regiões

agrícolas brasileiras, representando uma fonte alimentar e de renda para muitas famílias que

sobrevivem da agricultura.

Nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste a agricultura familiar possui mais acesso a

assistência técnica, crédito, tecnologia, então estes agricultores conseguem produzir e vender

para o mercado interno e externo sem grandes dificuldades. Ledo (2010) afirma que a

bananicultura possui uma grande importância socioeconômica para pequenos agricultores

familiares, principalmente no Nordeste. Constitui parte integrante da alimentação de

populações de baixa renda, não só pelo seu valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo,

tendo papel fundamental na fixação de mão-de-obra rural. Um exemplo da força da

agricultura familiar vem do estado da Bahia, onde a produção da fruta concentra-se na

agricultura de base familiar, que representa 60% dos produtores rurais, sendo cultivados cerca

de 14 mil hectares de banana, com uma produção de 35 mil toneladas/ano e geração de

aproximadamente 14 mil empregos diretos e 20 mil indiretos (NOTÍCIA DA BAHIA, 2008).

No Estado do Pará, não se tem dados numéricos sobre a contribuição da agricultura familiar

na produção da banana.

Em algumas regiões produtoras do Nordeste e do Norte de Minas Gerais, o acesso ao

conjunto dos agentes de comercialização denominados sacolões, supermercados, redes de

supermercados e grandes varejistas é restrito aos grandes produtores tecnificados. A venda do

produto em feiras livres e a pequenos varejistas do tipo quitandas é praticada principalmente

por pequenos e médios produtores não tecnificados (CORDEIRO, 2003).

O governo do Pará através da SAGRI está estimulando desde 2009, os agricultores

familiares do nordeste paraense a investir na produção de banana, com objetivo de formar um

novo pólo de bananicultura no estado e diminuir a importação da fruta. O apoio será dado pela

SAGRI, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Ministério da

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Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que incentivarão a formação de cooperativas

por parte dos agricultores, a fim de agregarem maior valor no produto final (SAGRI, 2010).

Nesse contexto, falta a ampliação do projeto para todos os municípios do estado do Pará,

beneficiando a todos os agricultores de maneira geral.

De acordo com Gasparotto e Pereira (2010), o Pará e a Região Norte em geral, devem

cria programas de governo voltados para agricultura familiar, e dá condições de órgãos

estaduais e federais vinculados a agricultura para atender e orientar os agricultores com

financiamento e assistência técnica. Com base nesses comentários, se faz necessário a adoção

de medidas que estimulem o uso de variedades de bananas que sejam produtivas e resistentes

as diversas doenças, além da introdução de tecnologias para que a atividade seja ainda mais

lucrativa. Essas medidas devem ser cuidadosamente planejadas e adaptadas à realidade da

local de cada município, pois a compra de pacotes tecnológicos pronto de outros paises ou

estados, acabam não surtindo os efeitos esperados, decorrente da diversidade de clima, solo,

além dos aspectos culturais de cada região quanto a forma de manejar as culturas.

Na Transamazônica três municípios são destaques na produção de banana, Novo

Repartimento, Uruará e Medicilândia, com uma produção de 45.500 toneladas, 25.937

toneladas e 22,440 toneladas respectivamente, sendo que os dois últimos tem aumentado

consideravelmente as suas áreas de plantio, devido ao grande aumento das áreas com

implantação de lavouras de cacauais, estimulados pelo preço da amêndoa do cacau. Desta

maneira, são implantadas grandes áreas com bananais para sombrear as mudas novas de cacau

no campo, refletindo no aumento da produção de banana nesses municípios, que geram renda

enquanto o cacau não produz. Esses aumento na produção da banana, estão diretamente

relacionadas à agricultura familiar, que implantam e expandem suas lavouras, no intuito de

obter a renda necessária para se manter no estabelecimento agrícola.

Na cidade de Altamira, os agricultores enfrentam muitas dificuldades para escoar a

produção, devido às péssimas condições das estradas ou pela falta de transporte. Essa situação

faz do atravessador um importante agente de compra, pois o mesmo enfrenta todos os tipos de

obstáculo para obter o produto desejado. Entretanto, esses pagam preços bem abaixo do valor

de mercado, desanimando aqueles agricultores familiares mais humildes a investirem na

melhora da estrutura da propriedade e consequentemente no aumento qualidade do produto.

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Um comércio bastante comum na cidade de Altamira é do artesanato realizado por

algumas comunidades familiares, envolvidas no aproveitamento dos resíduos de bananeiras

(fibra de bananeira) para confecção de produtos artesanais como esteiras, cortinas, assentos de

cadeiras, sandálias, bolsas, jogo americano e outros objetos de uso doméstico e pessoal, além

de papel artesanal. A venda de doces de banana é bastante comum nos comércios da cidade,

sendo que muitas vezes são os próprios agricultores que fazem e vendem nos comércios da

cidade. Portanto, o aproveitamento do fruto e da planta é feito de diversas formas, sendo uma

importante fonte de renda para as famílias que dela dependem para o seu sustento como o

povo ribeirinho e indígena da região.

3 – COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO

A comercialização envolve uma série de atividades ou funções através das quais bens

e serviços são transferidos dos produtores aos consumidores. Essas atividades resultam na

transformação dos bens, mediante utilização de recursos produtivos – capital e trabalho - que

atuam sobre a matéria-prima agrícola. Este contexto caracteriza-se como um processo

contínuo e organizado de encaminhamento da produção agrícola ao longo de um canal de

comercialização, no qual o produto sofre transformação, diferenciação e agregação de valor.

Para produtos agropecuários costuma-se referir ao mercado do produtor, mercado

atacadista e mercado varejista. O mercado do produtor é aquele em que os produtores

oferecem sua produção aos intermediários. O mercado atacadista refere-se aquele segmento

do mercado onde as transações mais volumosas. Nesse nível ocorrem fundamentalmente

transações entre intermediários – atacadistas e varejistas, sendo pequena a participação de

produtores e consumidores. O mercado varejista é aquele onde os consumidores adquirem

suas mercadorias. Os vendedores são chamados varejistas que, colocando a mercadoria no

momento, na forma e no lugar desejados pelos consumidores, constituem o último elo da

cadeia de intermediários envolvidos na comercialização (BARROS, 2007).

Segundo Almeida & Souza (2000), a diferença entre auferir lucro ou prejuízo muitas

vezes reside na forma de comercializar o produto. A banana apresenta algumas características

que contribuem para comercialização, tais como: a facilidade de propagação, o bom

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rendimento por hectare, o fato de ser cultura de ciclo curto, de fácil manipulação quando

verde, além de fácil armazenamento e maturação acelerada.

Os Estados de São Paulo, Bahia, Pará, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco e

Ceará são de longa data os mais representativos, tanto em área colhida quanto em produção de

banana no Brasil. Esses setes estados respondem por, aproximadamente 66% da área colhida e

72% da produção (IBGE, 2009). Esses dados revelam que de 27 unidades da federação,

incluindo o Distrito Federal, apenas 7 estados, concentram praticamente toda a produção e

comercialização no Brasil. Devido a fatores climáticos a exploração da banana está

concentrada no Estado de São Paulo, que responde por 16,5% da produção. Com relação à

produtividade, o destaque nacional é o Estado do Rio Grande do Norte com a expressiva

marca de 31,4 toneladas/ha, sendo 135% maior que a média do país (13,4t/ha). Na seqüência,

aparecem Santa Catarina com produtividade superior à média brasileira em 64% e São Paulo,

em 54,7%.

As Regiões Nordeste e Sudeste detém 70% da produção nacional de banana e a região

Norte participa do mercado com uma produção de 11,98%. No Estado do Pará, a área colhida

equivale a 55% do total da região Norte e, associada à do Estado do Amazonas, perfaz 76%

de toda a área colhida na Amazônia. Apesar desse percentual, a produtividade dos bananais na

região Norte é, ainda, bastante reduzida; sendo de aproximadamente 11 toneladas nos estados

do Pará e Amazonas e apenas 7,96 toneladas nos demais estados da região.

A bananicultura nacional, ainda precisa superar a fase de baixa eficiência na produção

e comercialização. Na fase de comercialização os principais problemas são:

• Elevadas perdas na etapa de pós-colheita.

• Condições desfavoráveis de transporte.

• Grande número de intermediários.

• Baixa qualidade da fruta.

• Acesso restrito as informações de mercado por parte dos pequenos produtores.

Para o produtor rural a grande dificuldade se concentra na manipulação do produto após a

colheita, no armazenamento, acondicionamento e transporte. Segundo Cordeiro (2003) a falta

de cuidados na fase de comercialização é responsável por aproximadamente 40% de perdas do

total de banana produzida no Brasil. As perdas são maiores nas Regiões Norte e Nordeste,

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onde a atividade é menos organizada. As perdas estão assim distribuídas: na lavoura (mais de

5%); no processo de embalagem (mais de 2%); no atacado (6 a 10%); no varejo (10 a 15%); e,

no consumidor (5 a 8%).

O transporte é uma das mais importantes etapas ao longo do canal de distribuição, pois

agrega-se valor ao preço do produto. Para evitar perdas quanto a qualidade do produto

recomenda-se que as mesmas estejam acondicionadas em caixas apropriadas. Fato que para

maioria dos agricultores familiares entrava a produção. É difícil atender todas as exigências, e

ter estrutura totalmente apropriada requer alto investimento o que torna-se um entrave para

agricultura familiar.

De acordo com Neves (2005) existem três formas de comercialização do produto no

mercado brasileiro, que são:

i) transações com banana verde, em cachos ou a granel ou em pencas em caixas;

ii) transações com banana madura no atacado, em caixas ou em cachos;

iii) transações com banana madura no varejo, em dúzias ou por peso.

Estas são alternativas de comercialização por parte dos agricultores nos seus

respectivos estados. Segundo Almeida & Souza (2000), nos Estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, parte

considerável da produção é transportada em caixas de madeiras (cabem 18 kg de banana), não

sendo apropriadas ao seu volume. No estado do Pará, os cachos de banana na sua maioria são

transportados sobre a carroceria de caminhões, sem nenhuma proteção ou acondicionamento

do produto em caixas.

A Sagri (2010) sobre a comercialização da banana mostram que 88% da banana

consumida em Belém são provenientes de outros estados, principalmente da região nordeste.

O Estado do Pará pagou somente para o estado de Pernambuco cerca de 3,8 milhões na

compra de banana. Isso mostra que mesmo sendo o 5° colocado no ranking nacional de

produção de banana, o estado não consegue produzir para abastecer o mercado interno.

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Figura 2: Mapa dos municípios paraenses

Na Figura 2 constata-se os municípios paraenses que produzem banana. O município

que se destaca atualmente é Novo Repartimento com produção de 45.500 toneladas. Em 2003

o município de São Felix do Xingu foi o maior produtor com produção de 172.125 toneladas

registrada, porém em 2009 sua produção foi de apenas 12.000 toneladas. Essa queda de

produção é decorrente do surgimento das doenças como a Sigatoka amarela e negra e também

do mal-do-Panamá, onde as variedades eram susceptíveis ao ataque desses patógenos.

3. 1 –PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA PESQUISA

A pesquisa teve como foco a realização de estudo de caso sobre os principais aspectos

da comercialização da banana na cidade de Altamira - Pará. A cidade é considerada o maior

município do mundo em extensão territorial e que segundo Umbuzeiro (1999) apresenta área

de 159695,938 Km². As principais atividades econômicas do município são a Pecuária (gado

bovino) e Agricultura (arroz, cacau, feijão, milho, pimenta-do-reino e banana), além da

extração de madeira, borracha e castanha-do-pará.

Para a realização do estudo de caso foi utilizado a pesquisa qualitativa e quantitativa

como ferramenta da pesquisa. Segundo Chizzotti (1998), a qualitativa se fundamenta em

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dados reunidos, coligidos nas interações interpessoais, na co-participação das situações dos

informantes, analisadas a partir da significação que estes dão aos seus atos. No caso,

pesquisador participa, compreende e interpreta, enquanto a quantitativa prevê a mensuração

de variáveis preestabelecidas, procurando verificar e explicar sua influencia de incidências e

de correção estatística. A coleta dos dados, foi realizada por meio de visitas in loco,

procedendo à identificação dos produtores, atravessadores e comerciantes. Foi utilizada a

observação estruturada ou sistemática, de acordo com Chizzotti (1998). O método consiste na

coleta e registro de eventos observados que foram previamente definidos, o qual o observador

munido de listagem de comportamento, registra a ocorrência destes comportamentos num

determinado período de tempo, classificando-os para tanto algumas informações relevantes,

adquiridas em conversas informais com os proprietários dos estabelecimentos agrícolas e

urbanos.

O trabalho conforme os objetivos traçados apresenta três etapas, sendo os quais:

• Definição dos locais das entrevistas e o número de entrevistados.

• Elaboração e aplicação do questionário.

• Sistematização dos dados; consulta e revisão de literatura; discussão dos dados

e elaboração do diagnóstico.

Foram realizadas entrevistas na Zona Rural e Zona Urbana onde em 10 propriedades

rurais selecionadas por forte comercialização do produto a qual garantia renda e benefícios

para o produtor e sua família. As propriedades rurais situam-se em Altamira nas localidades

do Assurini e Surubim e no município de Medicilândia, onde a produção é destinada

principalmente para o município de Altamira. Com relação às entrevistas na zona urbana,

foram entrevistadas 14 pessoas, entre as quais, gerentes de supermercados, feirantes, donos de

comércios e quitandas. Foi utilizada a aplicação de um questionário pré-elaborado (anexo I e

II), o qual foi estruturado de forma a obter uma gama de informações que pudesse ser

relacionadas com os objetivos do trabalho. As conversas formais e informais revelavam

muitas informações importantes sobre a comercialização da banana, como exemplo, a

destinação da produção, o porquê da implantação dos bananais, a renda, os compradores, as

variedades produzidas, aquisição de mudas e etc. Após a realização das entrevistas ocorreu a

sistematização dos dados.

Como fonte de informações secundárias utilizou-se o site da SAGRI e IBGE que

apresentam dados de 2009, sobre a produção, o rendimento e a colheita de banana nos

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municípios Paraense. Foram também consultadas algumas literaturas como referência para a

elaboração da revisão de literatura e para a discussão dos resultados. Para se chegar ao

resultado da pesquisa, cruzou-se as informações coletadas nas entrevistas com os bancos de

dados do IBGE e SAGRI de 2009, sobre o município de Altamira, relativos à comercialização

da banana.

666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666 6666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX X

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 – PRINCIPAIS AGENTES DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NA CIDADE DE ALTAMIRA

Os produtores de banana são os pequenos e médios agricultores que utilizam

geralmente a mão-de-obra familiar para cuidar da propriedade rural. Estes têm como

principais atividades agropecuárias o plantio de cacau e/ou rebanho bovino, sendo o comércio

da banana uma atividade secundária, que ajuda na renda familiar.

A comercialização do produto no município de Altamira ocorre basicamente com a

venda do produtor para o intermediário que vai até a propriedade comprar a produção por um

preço baixo, em torno de R$ 1,50 a 3,00 reais. Ou o mesmo vende diretamente para o

supermercado, que é mais exigente na compra dos produtos principalmente quanto à

qualidade, mas remunera melhor o produtor. Alguns supermercados só compram

determinadas variedades de bananas e no caso, os frutos não podem apresentar podridão,

amassado, queimadura, danos mecânicos, tendo uma aparência perfeita

Os atravessadores são os agentes que compram o produto do agricultor por um preço

baixo e revendem o mesmo produto por preços mais elevados. A venda da banana ocorre no

atacado e varejo. Os atacadistas são comerciantes que compram grande quantidade de banana,

tanto dos produtores como dos atravessadores, e vendem para varejistas, a outros atacadistas e

consumidores, sendo as vendas volumosas. Os varejistas compram os produtos dos

atravessadores e atacadistas e revendem diretamente aos consumidores. Inclui-se aqui uma

gama de situações: desde as quitandas, mercearias, armazéns, até os grandes supermercados.

Quanto à comercialização do produto no município de Altamira, o produtor

basicamente tem duas opções, vender para o intermediário que vai até a propriedade comprar

a produção por um preço baixo, em torno de R$ 1,50 a 3,00 reais, dependendo de vários

fatores o qual será abordado no tópico 4.8 do trabalho ou vender diretamente para o

supermercado, que é mais exigente na compra dos produtos principalmente quanto à

qualidade, entretanto, remunera melhor o produtor. A segunda opção é restrita para alguns

produtores, pois os supermercados só compram determinadas variedades de bananas e no

caso, os frutos não podem apresentar podridão, amassado, queimadura, danos mecânicos,

tendo uma aparência perfeita. Com relação aos atravessadores, estes não fazem muitas

exigências, o que define a compra do produto é o valor a ser aceito pelo produtor pela sua

mercadoria. Após a compra realizada pelo atravessador, esse deixa a mercadoria no atacado

que distribui pela cidade, mais especificamente nos supermercados; feiras dos produtores;

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pequenos mercados e quitandas. A grande quantidade de banana adquirida nesses atacados, dá

opção de escolha preferencial para os supermercados que escolhem os produtos de melhor

aparência. Os varejistas ficam com o refugo da produção, não tendo o privilégio da escolhas

dos produtos.

Atualmente, diversas pessoas processam a banana verde para a produção de

bananica, que são bananas fritas em rodelas salgadas, bem crocantes, vendidas em

embalagens de 50g. Nesse comércio, a compra da banana deve ser realizada diretamente do

produtor, justamente para escolha do cacho e pelo valor do produto ser menor. Essa é uma

prática que a cada dia aumenta mais no município de Altamira, gerando renda e se

configurando como novo agente da cadeia produtiva da banana.

4.2 - ASPECTOS GERAIS SOBRE A PRODUÇÃO

O estado do Pará se configura como 5° maior produtor de banana do Brasil, com uma

quantidade produzida de 501.344 toneladas, plantada em uma área 39.380 hectares, obtendo-

se um rendimento de 12.879 kg/ha (IBGE, 2009). Na Tabela 2 encontra-se os principais

produtores de banana no Brasil.

Tabela 2: Principais produtores de banana no Brasil em 2009

Fonte: IBGE (2009)

O Estado do Pará vem apresentando uma queda na produção desde 2004, sendo a

causa motivada por diversos fatores como cultivares inadequadas para a comercialização,

doenças, falta de incentivo governamental, péssimas condições das estradas entre outros

fatores que serão abordados ao longo do trabalho.

O município de Altamira é o 9°colocado em termos de produção no estado do Pará,

com uma produção de 17.270 toneladas registrado no ano de 2009, segundo dados do IBGE.

A área destinada à colheita foi de 1555 hectares, sendo o sétimo município que mais destinou

Estados Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha) São Paulo 53.078 1.257.539 23,69

Bahia 65.487 1.015.505 15,51 Santa Catarina 30.922 624.204 20,19 Minas Gerais 39.194 620.931 15,84

Pará 38.925 501.344 12,88

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área para a produção. Entretanto, houve uma perda de 455 hectares, sendo que a área colhida

correspondeu a 1100 ha. Esses dados revelam que a falta de conhecimento em manejar a

cultura, as cultivares propícias aos ataques de pragas e doenças e até mesmo o objetivo do

produtor na implantação da cultura são os fatores que podem ter ocasionado a perda de área.

Em termos de rendimento, o município de Altamira é o 20° colocado no Estado do Pará, com

rendimento de 15.700 kg/ha, representando 8 kg/ha a menos que o município de Rondon do

Pará, o qual obteve a melhor média de rendimento (kg/ha). Na Tabela 3 constata-se uma

síntese da produção da banana nos municípios paraenses.

Tabela 3: Produção de banana nos principais municípios paraenses 2009

Fonte: Sagri (2009) O município de Novo Repartimento apresenta a maior produção do Estado do Pará,

com 45.500 toneladas. Entretanto, é o que apresenta o pior rendimento dentre os 9 primeiros

colocados dos municípios paraense. A baixa produtividade pode ser devido as cultivares de

padrão genético baixo, plantas susceptíveis ao ataque de pragas e doenças e a falta de manejo

adequado.

Com relação às entrevistas realizadas com os produtores de banana no município de

Altamira, 100% dos entrevistados afirmaram plantar a cultura da banana com o objetivo de

sombreamento das mudas novas de cacaueiro. Enquanto a cultura do cacau não inicia a

produção, o agricultor consegue reduzir custos e obter renda com a produção da cultura da

banana. Portanto, o aumento do preço da amêndoa do cacau, estimula a ampliação da cultura

cacaueira e também do bananal.

O tamanho médio das áreas com a implantação do consórcio entre cacaueiros e

bananeiras é de 3,39 ha, sendo que, a maior área registrada entre os entrevistados foi de 7,5 ha

e o menor de 0,31 ha.

Municípios Área Colhida (ha) Produção (t) Rendimento (t/ha) Novo Repartimento 3.500 45.500 13.000 Trairão 2.080 29.120 14.000 Rurópolis 1.470 29.000 20.000 Uruará 1.630 25.937 15.912 Itupiranga 1.900 23.750 14.400 Medicilândia 2.020 22.440 11.109 Parauapebas 1.500 18.750 12.500 Tucuruí 1.200 18.000 15.000 Altamira 1.100 17.270 15.700

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Quanto às variedades produzidas, 40% dos entrevistados plantam e comercializam

apenas a variedade maçã; 10% plantam e comercializam a variedade Prata e 50% dos

produtores, possuem mais de uma variedade, sendo que os mesmos exigem preços diferentes,

dependendo da variedade. A exemplo do valor maior da variedade Maça em relação à Prata,

chegando essa diferença a ser de R$ 1,00 a mais no preço do cacho. Na Figura 3, constata-se

a distribuição das variedades entre os produtores entrevistados.

Variedades Produzidas pelos Agricultores

40%

10%

50%

Apanas Maçã

Apenas Prata

Mais de umavariedade

Figura 3: Distribuição das variedades cultivadas pelos agricultores.

Diversos fatores limitantes foram constatados quanto ao manejo da cultura, pois 100%

dos entrevistados não fazem análise de solo e consequentemente não realizam adubação, não

possuem sistema de irrigação e não contam com a presença da assistência técnica. Além

disso, as variedades Prata e Maçã, apresentam respectivamente baixa produção e

susceptibilidade a doenças, sendo consideradas variedades ultrapassadas para a

comercialização. Então, constata-se a falta de conhecimento dos agricultores quanto ao

manejo correto que objetiva o aumento da produtividade e consequentemente da produção e

também a ausência dos órgãos de assistência técnica no município de Altamira, para orientar

os agricultores que ficam a mercê das políticas públicas.

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4.3 - ASPECTOS GERAIS SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO REALIZADA PELOS PRODUTORES

A cultura da banana mostrou ser apenas um plantio secundário, onde os produtores

com objetivo de sombrear o cacaueiro no campo, aproveitam à produção tanto para vender

como para consumir. Segundos os produtores entrevistados, a banana produzida é vendida

para os atravessadores, varejistas e para os supermercados. Conforme a pesquisa realizada,

60% da produção é comprada pelos atravessadores, 30% pelos varejistas e 10% pelos

supermercados (observar os preços de comercialização no tópico 4.8). A média de preço pago

pelo cacho da banana é de R$ 3,00, sendo que a compra do cacho varia entre R$ 0,75 a 5

reais. A variação de preço ocorre pela negociação que ocorre entre o produtor e o comprador,

sendo influenciado pela variedade e o aspecto do cacho com relação a manchas e danos

mecânicos.

O atravessador é um mal necessário, pois esse vai até a propriedade do agricultor e

negocia diretamente com o mesmo. O agricultor não tem condições de escoar sua produção,

devido à falta de transporte e de estradas. Desta forma o atravessador se torna importante, pois

utiliza caminhonetes com tração e consegue passar pelas estradas ruins e recolhe na

propriedade do agricultor toda a sua produção A desvantagem é o preço pago, que é bem

abaixo do valor de mercado variando de R$ 0,75 a 2,50 o cacho.

De acordo com as informações prestadas pelos produtores, em 1hectare de área são

plantadas 1.111 bananeiras, no espaçamento 3x3m, sendo retirados 15 a 20 cachos a cada 30

dias. Segundo relato dos produtores, um dos maiores entraves para a comercialização da

banana se encontra no escoamento da produção, pois as estradas ruins e a falta de pontes

impedem que o carro chegue aos locais onde se encontram o produto. E quando o

atravessador consegue chegar ao local de produção, exige preços muito baixos, alegando a

questão da dificuldade de chegar ao estabelecimento rural. Dessa forma, o produtor é

penalizado pela falta de obras e ações governamentais, restringindo a margem de lucro.

4.4 – PRÁTICA DE COLHEITA E PÓS-COLHEITA DE BANANA APLICADA PELOS PRODUTORES.

A banana é um dos frutos mais perecíveis, e as perdas do cultivo até o consumidor

alcançam de 40 a 60% da produção. Por isso, é necessário diminuir os danos causados aos

frutos tanto na fase de pré-colheita como na pós-colheira (Bezerra, 2009).

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As entrevistas realizadas com os produtores do município de Altamira revelaram que

as práticas de manejo de colheita restringem-se em retirar o fruto com facão e amontoar no

chão os cachos a espera do transporte. Em seguida, os cachos são colocados em cima do

caminhão e forrados com a palha da bananeira. Apenas um agricultor, relatou lavar o cacho

para retirar a sujeira e resina que ficam aderidas aos frutos, sendo essa lavagem apenas com

água, o mesmo relatou que realiza essa prática pelo fato de fornecer a produção para um

supermercado, sendo o comprador exigente.

O desconhecimento dos produtores de como manejar na pré-colheita como na pós-

colheita é reflexo da falta de informação e orientação dos órgãos de assistência técnica, que

segundo os agricultores não funcionam no município. Outro problema é o transporte, pois de

acordo com Almeida & Souza (2000), a etapa de transporte é uma das mais importantes,

sendo a produção brasileira de banana e plátanos, quando destinada ao mercado interno, é

geralmente transportada de forma inadequada, contribuindo para perdas substanciais na fase

de comercialização.

4.4.1- Práticas pré e pós-colheita de banana: conservação dos frutos

A Embrapa recomenda que durante a colheita os cachos não sejam empilhados e

sempre armazenados a sombra, evitando queimadura pelo sol. Se houver algum meio de

transporte dentro da área plantada, o fundo da carroceria do veículo deve ser forrado, assim

como colocar alternadamente as camadas de cachos, e sempre em local de sombra. A limpeza

e despistilagem consiste na retirada das folhas maiores e dos pistilos dos frutos. Já o

despencamento consiste em usar uma ferramenta própria chamada de espátula n° 5 de

vidraceiro, recurvada no diâmetro de uma garrafa de cerveja ou uma faca tipo “S”.

4.4.2 – Alguns cuidados importantes

Na retirada dos cachos da bananeira deve-se evitar ferimentos com as ferramentas nas

outras pencas do cacho; evitar deixar as pencas caírem ao chão; evitar segurar a penca por um

fruto, causando o defeito “colo roto” entre o pendúculo e a almofada; evitar choque das

pencas com a parede dos tanques e entre pencas dentro dos tanques; após o despencamento, as

pencas podem ou não ser lavadas; se as pencas não forem lavadas, deixá-las na sombra, no

chão forrado com folhas, “chorando” por 20 minutos.

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A lavagem do fruto é um procedimento que ajuda a eliminar as impurezas que estão

sobre os frutos. Se a água não for tratada, então fazer a cloração que consiste em colocar a

cada litro de água, 10mL de hipoclorito de sódio (2% de cloro ativo). Em tanques com 100

litros de água, colocar 1.000mL ou 1 litro de hipoclorito de sódio. Outra forma de lavagem é a

utilização de detergente orgânico neutro com dodecil benzeno sulfonado, onde para cada 1

litro de água colocar 2 mL de detergente (0,2%). Em tanques com 100 litros de água, colocar

200 mL de detergente orgânico neutro. Pode-se também promover a cicatrização dos cortes e

precipitação de resíduos com sulfato de alumínio, sendo necessário para cada 1 litro de água

colocar 0,5 grama de sulfato de alumínio. No tanque de 100 litros de água, colocar 50 gramas

de sulfato de alumínio. As pencas devem permanecer no tanque por 15 a 30 segundos.

4.4.3 – Transporte para o mercado

Com relação ao transporte, observar o horário de transporte, o clima, o tipo de

carroceria e as condições de estradas e ramais. Evitar queimaduras de sol, desidratação da

fruta, cozimento da polpa, maturação precoce e os danos por atrito.

4.5 – ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS

Nas entrevistas realizadas com os produtores, 60% reclamaram da existência de pragas

e doenças em seus bananais, onde relatavam o surgimento de folhas amareladas, com o passar

do tempo, secavam no pé e também a questão da broca no rizoma (Cosmopolites sordidus)

que eram comuns em vários pés de banana. Os outros agricultores, afirmaram não existir

nenhum tipo de praga ou doença presente na cultura da banana.

Os agricultores que participaram das entrevistas, mostraram não ter conhecimento dos

nomes das doenças que acometem a bananeira, onde dos 10 entrevistados, apenas 6

descreveram os sintomas que ocorriam nas folhas das bananeiras. Em relação às pragas, dois

agricultores apontaram a existência da broca da bananeira na cultura, onde os mesmos

identificavam pela galeria formada no rizoma.

Com base nas descrições dos agricultores, podemos supor que as doenças que

provocam amarelecimento nas folhas e consequentemente secam no pé de banana, são a

Sigatoka-amarela ou mal-do-Panamá, pois os sintomas dependendo do estádio de

desenvolvimento da doença, apresentam uma semelhança, sendo diferenciado mais pelos

profissionais que trabalham na área de Ciências Agrárias. Além disso, todos os agricultores

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possuem variedades susceptíveis as doenças Sigatoka-amarela e mal-do-Panamá, no caso, as

variedades Maça e Prata. No quadro 1, podemos analisar a susceptibilidade das variedades as

doenças.

Quadro 1: Susceptibilidade das variedades as doenças

Variedade Sigatoka-negra Sigatoka-amarela Mal-do-Panamá Prata Susceptível Susceptível Susceptível

Pacovan Susceptível Susceptível Susceptível Prata Anã Susceptível Susceptível Susceptível

Maça Susceptível Mediamente Susceptível Altamente Susceptível Nanica Susceptível Susceptível Resistente

Grande Naine Susceptível Susceptível Resistente Preciosa Susceptível Resistente Resistente

Terra Susceptível Resistente Resistente Fonte: Embrapa

Muitas vezes, os sintomas de um ataque de praga pode ser parecido com de algumas

doenças, pois no caso da broca do rizoma, Fancelli (2004), descreve que as plantas infectadas

pela praga, apresentam desenvolvimento limitado, amarelecimento e consequentemente o

secamento das folhas, redução no peso do cacho e morte da gema apical. Então, há

possibilidade das descrições da sintomatologia das plantas, fornecidos pelos agricultores,

terem sido provocados pela broca do rizoma, como citado por dois produtores que observaram

pequenos buracos nos rizomas das bananeiras. Além disso, a variedade Prata é bastante

susceptível a essa praga que causa redução de até 30% na produção (FANCELLI, 2004).

Com relação ao combate das doenças e pragas, 100% dos agricultores afirmaram não

realizar nenhum tipo de manejo ou aplicação de fungicida ou inseticida, pois não possuem

orientação dos órgãos de assistência técnica e também não compensa investir no combate das

doenças e pragas, devido o preço baixo do cacho da banana e pelo fato da cultura do cacau ser

a principal na área. Entretanto, é importante salientar, que os manejos são imprescindíveis

para obtenção de boas produções, no caso, utilização de variedades resistentes; o controle

cultural como a drenagem, combate às plantas invasoras, desfolha sanitária e adubação; o

controle químico também é importante para combater as pragas e doenças que muitas vezes

provocam danos irreparáveis a cultura da banana.

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4.6 – FATORES LIMITANTES NA COMERCIALIZAÇÃO DO PRODUTO

Diversos foram os fatores apontados pelos agricultores como limitante na

comercialização, dentre os quais foram citados os preços baixos, doenças, barreiras sanitárias

e estradas. O principal problema citado para a comercialização da banana foi a questão das

péssimas condições das estradas, onde 50% dos entrevistados apontaram como entrave o

escoamento da produção, pois muitos locais não tem estradas e quando tem, são muito mal

conservadas, pela falta de manutenção de responsabilidade das prefeituras municipais da

cidade de Altamira e dos municípios circunvizinhos, pois uma parte da banana vem de

propriedades pertencentes a outros municípios. Já 30% dos entrevistados, comentaram que a

questão fitossanitária é a principal limitação da comercialização, devido à redução da

produção, decorrente da morte de bananeiras ou da diminuição dos cachos, ocasionadas por

pragas ou doenças. Os outros 20% dos produtores reclamaram do preço baixo do produto que

não estimula investimentos para aumentar a produção para a comercialização, a falta de

armazéns para estocar a produção e a questão das barreiras fitossanitárias que são burocráticas

nas exigências feitas aos agricultores. A figura 4 mostra a relação de dificuldades apontadas

pelos agricultores na comercialização da banana.

Problemas para efetuar a comercialização da banana

50%

30%

20%

Estradas

Doenças

Preço Baixo

Figura 4: Problemas enfrentados na comercialização da banana

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4.7 – ASPECTO DA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA

No município de Altamira, a banana é uma das frutas mais procuradas pelos

consumidores. Em decorrência dessa procura, foram entrevistados 14 estabelecimentos, onde

foram entrevistados gerentes e donos dos principais comércios da cidade, para obter

informações sobre a comercialização da banana. Nas entrevistas, identificou-se 3 tipos de

estabelecimentos, sendo as redes de supermercados (2), feirantes (10) e pequenos comércios

(2), no total de 14 estabelecimentos, no qual se diferenciam em diversos aspectos quanto a

comercialização da banana. Os dois supermercados adquirem o produto diretamente de

agricultores ou de intermediários. Nesse caso, a compra é realizada na forma de penca, onde o

preço é de R$ 0,80 centavos o quilograma. Já os pequenos comerciantes e os feirantes,

compram o cacho principalmente dos intermediários, sendo o preço do cacho entre R$ 1,50 a

6,00 reais.

Quanto à origem do produto 50% dos entrevistados afirmaram comprar produtos de

produtores e intermediários que trazem a banana apenas do município de Medicilândia; 15%

compram de produtores e intermediários que trazem a banana apenas do município de

Altamira e outros 35% compram o produto advindo tanto de Altamira quanto de

Medicilândia. De acordo com a entrevista, percebeu-se que a maior parte da banana

comercializada em Altamira é produzida em Medicilândia o 5° maior produtor do estado do

Pará.

Os estabelecimentos apresentaram uma diversidade de variedades, entre as quais: a

Prata; Maça; chifre de boi conhecida também como banana da terra; Peruá; Pacovan; Ourinho

e banana Roxa, sendo a variedade Maça e Prata as mais procuradas e consumidas pelos

consumidores. Com relação à freqüência de compra do produto pelos estabelecimentos, varia

de uma a duas vezes por semana, dependendo muito da quantidade que se vende ao longo da

semana. Todos os entrevistados afirmaram comercializar a produção apenas no município de

Altamira.

Os supermercados comercializam semanalmente 800 a 900 kg de banana. Já os

pequenos mercados e feirantes, vendem entre 10 a 500 cachos por semana. Essa variação

ocorre, devido alguns feirantes realizarem a revenda de mercadorias para quitandas e outros

feirantes. O mercado consumido da fruta é bastante exigente, pois segundo os entrevistados,

os frutos só tem boa aceitação se não houverem manchas, arranhões ou amassados. Além

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disso, os frutos devem ser grandes e suculentos. As perdas do produto variam entre 5 a 30%,

conforme informações dos entrevistados, sendo os motivos diversos, entre os quais: o

armazenamento inadequado das frutas; a maturação rápida da banana e a manipulação do

produto pelos clientes.

Quanto ao armazenamento do produto os supermercados deixam a banana guardada

em caixotes de madeira, dentro de armazéns. Os pequenos comerciantes guardam o produto

em caixas de papelão, que ficam em depósitos. Já os feirantes, depositam as mercadorias

sobre lonas estendidas no chão, em suas residências e outros deixam em bancadas de madeira,

ficando o produto exposto ao sol, poeira e insetos.

O intermediário quando transporta o produto para distribuir nos estabelecimentos, não

o faz de forma adequada, sendo os cachos e pencas amontoados diretamente nas carrocerias

de caminhões, sem nenhuma proteção, causando diversos danos aos frutos. Segundo os

entrevistados, principalmente feirantes e pequenos comerciantes, os produtos chegam

empoeirados, amassado e arranhado na casca, causando prejuízo para quem vende o produto,

pois este arca com as despesas do desperdiço. Para os supermercados, o produto chega em

caixotes, bem acondicionados.

Nenhum estabelecimento apresenta câmaras de climatização para controlar a

maturação do fruto. Desta forma, a falta de um ambiente adequado, ocasiona aumento da

respiração e eleva a produção de etileno, sendo este um hormônio que acelera a

amadurecimento do fruto. Por isso, os frutos amadurecem todos quase ao mesmo tempo,

causando perdas se os frutos não forem comercializados rápidos, isso dependendo do grau de

maturação dos frutos.

4.8 - ANÁLISE GERAL DOS VALORES PRATICADOS NA COMERCIALIZAÇÃO DA BANANA NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA. Os preços praticados na comercialização da banana variam muito, de acordo com os

agentes (produtores, atravessadores, atacadista, varejista e supermercados) envolvidos na

negociação do produto. Vários são os fatores definidores dos preços de comercialização, entre

os quais podemos citar a qualidade, o tamanho e principalmente a variedade da banana que irá

influir no preço final do produto.

Os atravessadores que realizam as compras nos estabelecimentos rurais,

principalmente no município de Medicilândia paga em torno de R$ 1,50 a 3,00 pelo cacho da

banana para o produtor, sendo o preço definido nesse caso, pela variedade e pelo tamanho dos

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frutos. As variedades Ourinho e Prata pequena custam R$ 1,50 reais; a banana Prata média

custa R$ 2,00 reais; a banana Maça e Comprida R$ 2,50 reais e a banana Peruá (banana de

fritar) custa R$ 3,00 a 4,00 reais.

Após a realização das negociações com os produtores, os atravessadores distribuem as

mercadorias nos atacados, varejos e supermercados da cidade de Altamira. A negociação

entre esses agentes é mais complexo, pois além do tamanho e variedade da banana, um novo

elemento é definidor dos preços, no caso a qualidade do produto. Os preços variam entre R$

2,00 a 5,00 reais o cacho. A variedade ourinho custa R$ 4,00 reais; a banana Prata e Pacovan

custam R$ 4,00 a 5,00 reais, conforme tamanho e qualidade; a banana Maçã e Comprida

custam R$ 5,00 reais e a Banana Peruá custa R$ 6,00 a 7,00 reais.

Quando o varejista não consegue comprar do atravessador, o produto é adquirido

diretamente no atacado. Os preços não variam muito, pois como a maturação da banana é

muito rápida pela falta de Câmaras que controlem a maturação do produto, os atacados não

têm como cobrar preços superiores aos comprados dos atravessadores, ao contrário, muitas

vezes tem que vender mais barato, devido ao ponto de maturação avançado dos frutos. O

varejista compra o cacho da variedade comprida por R$ 6,00 reais, quando o cacho apresenta

muitos frutos em estágio avançado de maturação consegue comprar a R$ 3,00 reais; a banana

Maçã e Prata custam R$ 4,00 a 5,00 reais, conforme a qualidade e o tamanho (quando o fruto

está muito maduro, o atacadista compra por R$ 2,00 a 3,00 reais o cacho).

A comercialização da banana para o consumidor é feita em atacado, varejo e

supermercado. As variedades Maçã, Prata, Pacovan, Comprida e Ourinho são vendidas a R$

1,00 a 1,50 a dúzia, ocorrendo à variação de preço conforme o tamanho do fruto. Já a banana

Peruá é vendida a fruta pela unidade, custando R$ 0,50 centavos ou 3 por R$ 1,00 real.

Na Figura 5, podemos verificar quais os canais de distribuição da produção de banana

na cidade de Altamira e os preços praticados no mercado.

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Figura 5: Canal de comercialização da produção de banana na cidade de Altamira XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX X

Produtor Vende o cacho por R$ 1,50 a 3,00 reais

Atravessador Vende o cacho por R$ 2,00 a 7,00 reais

Atacado Vende o cacho por R$ 2,00 a 7,00 reais. Vende a dúzia por R$ 1,00 a 1,50 reais

Varejista Vende a dúzia por R$ 1,00 a 1,50 reais

Consumidor

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5 – CONCLUSÕES

A banana comercializada em Altamira é em sua maioria advinda das áreas rurais do

município de Medicilândia.

O principal agente comprador de banana dos Agricultores é o intermediário que dita o

preço do produto.

A banana comercializada nos supermercados, pequenos comércios e feiras, não

apresentam padrão de qualidade, sendo que os frutos em sua maior parte, apresentam manchas

de podridão, arranhões e levemente amassados.

Os maiores problemas da comercialização da banana são a falta de transporte

adequado dos produtos e o armazenamento inadequado dos produtos nos estabelecimento de

venda.

A carência de políticas voltadas para a fruticultura de modo geral e a dificuldade de

acesso a financiamentos, representam os principais gargalos para que ocorra um aumento

exponencial na produção e comercialização da banana. Contudo, há projetos para melhorar

esse panorama atual, faltando apenas à execução dos mesmos que trava na burocracia

existente, principalmente na liberação de recursos financeiros, dificultando o andamento dos

projetos.

Portanto, somente com investimentos em todos os setores da produção e

comercialização da banana é que se pode almejar o crescimento na produção e melhora na

qualidade do produto.

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6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Clóvis Oliveira de ; SOUZA, J. S. . Comercialização. In: Zilton José Maciel Cordeiro. (Org.). Banana: Produção - Aspectos Técnicos (Frutas do Brasil). 1 ed. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000, v. 1, p. 131-135.

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ANEXOS

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Roteiro para a obtenção dos dados para o TCC (Estabelecimentos Comerciais)

1. Nome do estabelecimento? ____________________________________________ 2. Nome do proprietário? _______________________________________________

3. Que variedades comercializam?

___________________________________________________________________

4. Qual a variedade preferida pelo consumidor? ____________________________ 5. De onde vem a banana? ______________________________________________ 6. Qual a forma de aquisição da banana (penca, cacho)? _____________________ ___________________________________ 7. Freqüência de compra? ______________________________________________ ______________________________________________________________________ 8, Preço de compra? ___________________________________________________ ______________________________________________________________________ 9. Comercializa pra onde? ______________________________________________ ______________________________________________________________________ 10. Quantidade que comercializa? _________________________________________ ______________________________________________________________________ 11. Exigência do consumidor? ____________________________________________ 12. Aceitação do produto?________________________________________________ 13. Perdas? (muito importante) ___________________________________________

14. Motivos de perda? ___________________________________________________ ______________________________________________________________________ 15. Armazenamento do produto? _________________________________________ ______________________________________________________________________

16. Qual o estado em que a banana chega? __________________________________ __________________________________________________________________________

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Roteiro para obtenção de dados para o TCC

Produtor

1. Nome do produtor? __________________________________________________ 2. Localização/endereço? _______________________________________________

3. Que variedades produz e qual predomina? ______________________________

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4. Tamanho da área ? __________________________________________________ 5. Forma de cultivo? (em consórcio)? _____________________________________

______________________________________________________________________

6. Qual a finalidade do produto? _________________________________________ ______________________________________________________________________ 7. Para quem vende? ___________________________________________________ ______________________________________________________________________ 8. Qual o valor de venda? _______________________________________________ 9. Quantidade que vende semanalmente? __________________________________ ______________________________________________________________________ 10. Meio de transporte e forma de transportar? _____________________________ ______________________________________________________________________ 11. Como realiza o manejo da colheita e pós-colheita? ________________________ ______________________________________________________________________ 12. Qual a principal limitação na comercialização? __________________________

_____________________________________________________________________

13. Aproveita as bananas amassadas? _____________________________________ ______________________________________________________________________

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