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PRÊMIO MERCOSUL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA Obtenção de biodiesel através da transesterificação enzimática: energia alternativa para auto-desenvolvimento Projeto de pesquisa a ser desenvolvido Laboratório de Energia (LEN) Departamento de Engenharia Química (DEQ) Escola Politécnica (EP) Universidade Federal da Bahia (UFBA) Brasil Apresentação: Dra. Celina Luízar Obregón. outubro de 2004 1

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PRÊMIO MERCOSUL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Obtenção de biodiesel através da transesterificação enzimática: energia alternativa para auto-desenvolvimento

Projeto de pesquisa a ser desenvolvido Laboratório de Energia (LEN)

Departamento de Engenharia Química (DEQ) Escola Politécnica (EP)

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Brasil

Apresentação: Dra. Celina Luízar Obregón.

outubro de 2004

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Resumo

No presente projeto propõe-se um processo de transesterificação do

óleo de dendê, Elaeis guineensis, bruto e in natura, com etanol, mediante

microorganismos produtores de lipase. Serão definidas as condições para os

melhores rendimentos da catálise, assim como também a qualidade dos

produtos obtidos em cada reação, em nível de bancada.

Para a determinação da composição do produto da catálise, a técnica

analítica será a cromatografia gasosa acoplada com espectrometria de

massas. Os espectros serão obtidos durante o monitoramento do processo de

transesterificação microbiana e os cromatogramas decorrentes serão objeto de

uma análise multivariada, comparando com aqueles obtidos na

transesterificação com enzima comercial, usada como controle, permitindo a

avaliação da qualidade do processo proposto.

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Conteúdo

I. Introdução ......................................................... 4

1.1.- Transesterificação enzimática ...........................................

1.2.- O óleo de dendê ..............................................................

1.3.- Metodologias analíticas ....................................................

5

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8

II. Justificativa ........................................................................ 11

III. Objetivos ........................................................................... 13

IV. Materiais e Métodos ........................................................... 13

V. Resultados Esperados .......................................................... 17

VI. Cronograma ....................................................................... 17

VII. Bibliografia ....................................................................... 18

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Obtenção de biodiesel através da transesterificação enzimática:

energia alternativa para auto-desenvolvimento

I. Introdução

Os produtos da conversão de óleos vegetais em ésteres metílicos ou

etílicos de ácidos graxos, são comumente chamados de biodiesel, porque suas

propriedades combustíveis são comparáveis às do combustível diesel No. 2. [1]

Diversos estudos demonstraram que a obtenção destes ésteres a partir

de óleo de colza (canola), girassol, soja e palma (dendê) é ecologicamente

recomendável, sobre tudo porque apresenta menor combustão incompleta do

que os hidrocarbonetos, e menor emissão de monóxido de carbono, materiais

particulados, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e fuligem. Por outro lado,

ele pode ser produzido domesticamente, diminuindo assim os prejuízos sócio-

econômicos da importação do petróleo. Ele é biodegradável e, se comparado

com o combustível diesel, sua armazenagem e transporte apresentam menos

riscos. Também é uma vantagem muito relevante o fato da sua produção ser

feita a partir de fontes renováveis.[2-8] O biodiesel tem sido produzido a partir

de uma variedade de fontes, incluindo óleos vegetais crus e refinados, resíduos

da extração de óleos vegetais, óleos usados em cozinha e gorduras animais.[1]

A metodologia comercial de obtenção utiliza freqüentemente meios

alcalinos para a transeterificação do óleo ou gordura, na presença de um

álcool, produzindo ésteres metílicos de ácidos graxos e glicerol. [9] Entretanto,

esta metodologia apresenta alguns inconvenientes, como a dificuldade na

recuperação do glicerol, o uso de catalisador alcalino que permanece no meio,

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o tratamento posterior dos efluentes alcalinos, a natureza fortemente

energética do processo, a interferência dos ácidos graxos livres e a presença

de água na reação.[2,10]

Recentemente, foi observado que, a catálise enzimática sintetiza

especificamente ésteres alquílicos, permite a recuperação simples do glicerol, a

transesterificação de glicerídeos com alto conteúdo de ácidos graxos, a

transesterificação total dos ácidos graxos livres, e o uso de condições brandas

no processo, com rendimentos de no mínimo 90%, tornando-se uma alternativa

comercialmente muito mais rentável.[2,9,11-18]

1.1 Transesterificação enzimática

As lipases (glicerol éster hidrolase EC 3.1.1.3) são as enzimas que

catalisam a hidrólise de acilgliceróis em ácidos graxos, diacil gliceróis, monoacil

gliceróis e glicerol (transesterificação ou alcoólise).[19] Estas enzimas são

produzidas intra- e extracelularmente em diversos microrganismos, por

exemplo, nos fungos Candida rugosa, Candida antarctica, Thermomyces

lanuginosus, Rhizomucor miehei e nas bactérias Bukholdeira cepacia,

Pseudomonas alcaligenes, Pseudomonas mendocina, Chromobacterium

viscosum.

As inúmeras pesquisas ao seu respeito direcionam-se principalmente às

suas aplicações práticas na indústria, na hidrólise de gorduras, à produção de

ácidos graxos, aditivos alimentares, síntese de ésteres e peptídeos, definição

de misturas racêmicas, detergentes, entre outros. Na literatura há interessantes

revisões, [4,7,8,13,17-20] que incluem a sua produção, purificação, separação e

caracterização.

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A maior parte das pesquisas sobre a transesterificação de óleos

vegetais, para a obtenção de biodiesel, utilizam a enzima comercial pura, em

diversos meios reacionais (solventes[1], presença de aditivos,[21] soluções

polares-íons,[22,23] fluídos supercríticos[24] ou fazendo uso da imobilização

enzimática em suportes (celite e polímeros principalmente)[10,25,19,26,27] Também

há estudos sobre novos aceitores do grupo acila, na presença de lipase de

Candida antarctica imobilizada,[28] e inibição da lipase pelo glicerol. [29]

Shiamada e col. (2002)[30] apresentaram uma revisão apontando para a

dificuldade de reuso de enzimas na transesterificação e expuseram que o

metanol insolúvel é o agente que inativa irreversivelmente a lipase, ainda que

imobilizada. Avaliaram um sistema de metanólise com lipase de Candida

antarctica imobilizada, e óleos residuais em bateladas de duas etapas, com

variação das proporções de enzima e metanol, obtendo rendimentos maiores

ao 90% de biodiesel.

Watanabe e col. (2001)[31] utilizaram óleo residual e lipase de Candida

antarctica imobilizada numa coluna junto a proporções variadas de metanol,

observando que a atividade da enzima permanece durante 100 dias de reação

sem diminuir sua atividade.

Entretanto, há poucos estudos que procurem a diminuição dos custos de

enzimas puras e sobre as aplicações diretas de microorganismos em reações

de transesterificação.[32-34]

1.2. O óleo de dendê

No Sudeste da Ásia, na Malásia, a indústria opera com produção

excedente de óleo de palma (dendê) e tem-se tornado um dos quatro maiores

mercados de óleo vegetal no mundo. O custo baixo do óleo tem motivado

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diversos estudos, sobre tudo no “Palm Oil Research Institue of Malásia” e no

“National Automobile Industry of Malásia”, para seu uso como biocombustível.

Na atualidade a tecnologia está muito adiantada, embora os estudos

publicados a esse respeito são poucos.

Assim, Kalam e Masjuki[35] compararam os requerimentos do biodiesel

de óleo palma (BOP) para motores diesel, obtendo em automóveis de 1.8

cilindradas um consumo médio de BOP de 12 km/L, comparado com 13 km/L

de diesel de petróleo (com um número de cetanos na faixa de 50-52), sendo

que, ainda, a velocidades maiores que 80 km/h o BOP apresentou maior

economia que o combustível convencional.[1,35]

No Brasil, mais especificamente na Região Norte e Nordeste, existe uma

ampla produção de óleo de palma em baixo custo, em localidades carentes de

fontes de energia, o que estimula a realização de pesquisas nesta área,

visando a diminuição dos custos de produção do biodiesel de óleo de palma

(BOP) e procurando benefícios ambientais, energéticos e econômicos.

Pelo dito, a alternativa interessante de utilização de catálise enzimática

para a produção de BOP, utilizando cepas superprodutoras que atuem

diretamente no óleo de palma, surge com uma idéia muito promissora.

Há alguns estudos para o uso direto de células inteiras (biocatalíticas) de

microorganismos.[4] Segundo esta metodologia, as células podem ser

imobilizadas em semelhança aos suportes catalíticos em fase-sólida usados

tradicionalmente em reações de química orgânica. Há diversas formas de

imobilização, entre elas as técnicas usando partículas de suporte de biomassa

(biomass support particles BSPs) que têm várias vantagens:

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i.- fácil aplicação industrial,

ii.- não têm a necessidade de reprodução celular

iii.- não é necessária a assepsia das partículas,

iv.- grão proporção de transferência de massa de substrato e produção,

v.- as partículas são reutilizáveis,

vi.- as partículas suportam agitação mecânica,

vii.- simplicidade no escalonamento do biorreator,

viii.- baixos custos quando comparados com outros métodos.[4]

Bana e col. (2002)[36] encontraram as condições adequadas para o uso

de células de Rhizopus oryzae, imobilizadas dentro de partículas de suporte de

biomassa (BSPs), como catalizador de células intactas para a produção de

biodiesel. Avaliando os efeitos da presença de 0,1% do glutaraldeído (GA) na

estabilidade da atividade lipásica, encontraram que, a ausência de GA leva à

diminuição da atividade em cada ciclo dos testes contínuos realizados e

formação do éster metílico em 50% no sexto ciclo.

1.3 Metodologias Analíticas

Outro aspecto é o relacionado com a necessidade de estudar os

produtos formados durante e após a transesterificação. Assim, Yunus e col.

(2002) [37] conseguiram identificar a composição do produto de esterificação de

óleo de palma, através de CG após a derivatização com N, o-

bis(trimetilsilil)trifluoroacetamida em acetato de etila, conseguindo a separação

dos mono-ésteres metílicos, diésteres e triésteres. Também Brondz (2002)[5]

publicou uma revisão ao respeito da análise de ácidos graxos em

microorganismos, usando técnicas cromatográficas de HPLC e CG, com

inovações que evitem os pré-processamentos necessários para a análise. 8

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Furukawa e col. (2002) monitoraram a transesterificação on-line, do vinilacetato

ao vinilalcool usando uma sonda de fibra óptica e espectroscopia NIR, desde a

adição do octanol e do catalisador (metóxido de sódio) até a formação do

produto.[38].

Uosukainen e col (1999)[39] realizaram um estudo estatístico combinado

com análise de componentes principais para avaliar a interdependência das

variáveis do processo enzimático de transesterificação. Os autores estudaram

a alcoólise com óleo de colza e trimetilolpropano, encontrando que, alguns dos

fatores que afetam a reação são a atividade de água e a eliminação do metanol

produzido durante a reação. Os ésteres mono- di- e tri-substituidos foram

produzidos em ótimas condições.[39]

Ainda em 1994 Keller e col.[40] demonstraram que é possível usar a

análise de Reconhecimento de Origem (Pattern Recognition - PR) para

monitorar processos de fermentação, com o objetivo de distinguir fermentações

microbiais normais das anormais, quando comparados com um sistema

modelo. Os dados foram coletados usando HPLC e os cromatogramas

comparados usando análise de clusters (HCA) e componentes principais

(PCA).

Os dados químicos, biológicos, individuais ou relacionados podem ser

analisados matematicamente através da Quimiometria. A complexidade real

dos dados não permite que avaliações univariadas forneçam toda a informação

possível, que neles existe. A quimiometria pode ser utilizada especificamente

quando são realizadas múltiplas medições num conjunto amplo de amostras.

Os algoritmos multivariados mais importantes em Quimiometria são: Análise

de Componentes Principais – PCA, Análise de Agrupamentos Hierárquicos –

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HCA, Regressão Multivariada (PLS, PCR e CLS), Reconhecimento de Origem

– PR e Classificação: KNN e SIMCA.[41]

A análise exploratória de dados (EDA) é freqüentemente usada para

simplificar e entender melhor os conjuntos imensos de dados e para determinar

quantas propriedades fundamentais estão representadas no conjunto de dados

e, para entender, quais destas propriedades são redundantes. O

Reconhecimento de Origem (Pattern Recognition, PR) pode ser usado para

identificar a área de cultivo ou origem de uma matéria-prima ou sua qualidade,

ou a produção da fábrica na qual um produto é elaborado. Procedimentos

avançados de PR podem ser usados para detectar a adulteração, segurança

da qualidade ou controle de qualidade.[42] Os modelos empíricos têm muitas

aplicações, incluindo o desenvolvimento de métodos analíticos, diferenciação

de relações entre composição de produtos e propriedades sensoriais,

desenvolvimento de conhecimento de relações entre estrutura molecular e

propriedades químicas, e desenvolvimento de algoritmos de controle para

operações unitárias ou processos.[42]

A maior parte dos estudos ao respeito da análise multivariada empírica e

as diversas variáveis que influenciam a qualidade e rendimento de biodiesel

envolveram o uso de catalisadores inorgânicos ou enzimas puras, devido à

facilidade de controle dos parâmetros, como as proporções entre catalisador,

álcool e substrato.

Wu e col. [43] também otimizaram a produção de ésteres etílicos de

gordura com etanol (95%) e lipase PS-30 e SP-435, através da metodologia de

resposta de superfície. Segundo o modelo era possível obter 85,4% do éster

etílico, o qual não foi atingido, ainda que o rendimento tivesse aumentado após

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uma segunda adição da enzima no meio reacional. Chowdary e col. (2000) [44]

usaram lipase de Rhizomucor miehei imobilizada, para sintetizar o éster isoamil

isovaleriato, com aroma de maçã. E, a seguir, investigaram vários parâmetros

da reação: concentração do substrato, concentração da enzima, proporção

molar do substrato, temperatura, incubação, tipo de solvente. A relação entre

estes parâmetros e os rendimentos obtidos, foi modelada usando análise de

dados multivariada. Shieh (2003)[10] utilizou a metodologia de resposta de

superfície para encontrar as melhores condições para a reação da Lipozina IM-

77, uma lipase obtida a partir de Rhizomucor miehei imobilizada em resina

catiônica macroporosa, para transesterificar óleo de soja na presença de

metanol (95%). Após a análise, as melhores condições permitiriam a conversão

de 92% em peso. Estes parâmetros foram tempo reacional 6,3 h, temperatura

36,5º, proporção molar de substrato 3:4:1 e adição de 5,8% de água.

O presente projeto visa aplicar os diversos avanços ao respeito do uso

de microorganismos para reações de transesterificação direta no óleo de

dendê, e avaliar os produtos experimentais através das técnicas

cromatográficas disponíveis e a análise multivariada dos dados obtidos,

permitindo assim identificar as cepas de microorganismos que catalisem nas

melhores condições e baixo custo.

II Justificativa

O Estado da Bahia em particular e as Regiões Nordeste e Norte em

geral possuem uma série de plantas produtoras de óleos vegetais adequadas

para a produção de biodiesel. O óleo de dendê e mamona têm surgido como

uma alternativa para a promoção do desenvolvimento regional, demonstrado

não só, pelos resultados dos grandes investimentos realizados em outros

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países como do Sudeste da Ásia (especialmente na Malásia) onde a tecnologia

do biodiesel de palma está altamente desenvolvida, mas também pelos poucos

estudos realizados em outros países produtores da palma.

Os estudos realizados no Brasil ao respeito do biodiesel de óleo de

dendê são poucos e constituem uma área muito fértil para sua exploração.

Ainda que o óleo de dendê apresente a desvantagem ambiental de plantação,

por ser produzido unicamente em algumas regiões, e ser uma monocultura

com tempo de produção aproximado de sete anos, é necessário desenvolver

tecnologias descentralizadas para as regiões isoladas, carentes de fontes de

energia, tornado-las em geradoras auto-sustentáveis, sempre que, o óleo de

dendê seja a matéria-prima mais disponível. Por isso, o presente projeto visa

um caminho para diminuir os custos da produção de biodiesel a partir de óleo

de dendê e evitar a formação de rejeitos alcalinos. Não está totalmente fora do

escopo do presente projeto a utilização de outras oleaginosas (mamona,

cupuaçu, amendoim, algodão, girassol, cacau, babaçu, pupunha, açaí, entre

outras possíveis), mas o dendê estará no foco principal desta fase da pesquisa.

Sabe-se que, o processo inorgânico convencional da produção de

biodiesel está melhor desenvolvido, mas há outras alternativas plausíveis como

o da catálise enzimática. As vantagens desta última são a inexistência de

rejeito aquoso alcalino, menor produção de outros contaminantes, maior

seletividade e bons rendimentos, que motivam a realização de pesquisas que

visem diminuir a principal desvantagem da metodologia: alto custo das enzimas

puras.

O desenvolvimento atual das técnicas cromatográficas permite a análise

dos produtos formados durante as reações de transesterificação. Tanto a

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cromatografia gasosa (CG) quanto a cromatografia líquida de alta pressão

(HPLC) têm inovadoras adaptações nos seus sistemas de detecção, que

permitem a análise direta das amostras sem derivatizações prévias. Ainda, o

uso da análise multivariada dos cromatogramas permite a avaliação da

qualidade do produto obtido através de sua correlação.

III Objetivos

O presente projeto tem como objetivo geral contribuir ao

desenvolvimento da tecnologia da produção enzimática de biodiesel a partir de

óleo de dendê, contribuindo também, à consolidação do núcleo de pesquisa na

área de biotecnologia do Departamento de Engenharia Química da Politécnica

- UFBA.

Os objetivos específicos do projeto são:

Utilizar microorganismos para a transesterificação do óleo de dendê.

Identificar as variáveis que influenciam na atividade enzimática com

cepas de microorganismos no óleo bruto filtrado.

Selecionar cepas superprodutoras de biodiesel através de análise

multivariada dos cromatogramas dos produtos de transesterificação e

das variáveis identificadas.

IV. Materiais e Métodos

Matéria-prima: O óleo de dendê será adquirido de um único produtor-

fornecedor a fim de ter homogeneidade nas suas propriedades e

características, que serão avaliadas prévio uso.

Cepas de pelo menos dois microorganismos (a ser escolhido(s) entre os

fungos C. Antarctica, C. Rugosa, T. lanuginosus, R. miehei, e entre as

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bactérias Bukholdeira cepacia, P. alcaligenes, P. medocina, Ch. Viscosum)

serão obtidas a partir de um centro de pesquisas nacional (no UCP da

Universidade Católica de Pernambuco ou no Banco de Cepas da FioCruz no

Rio de Janeiro).

Meios de cultura específicos para o microorganismo selecionado.

Solução buffer e reagentes químicos freqüentes em laboratório de

microbiologia.

Enzima lipase imobilizada.

Agitador de plataforma com banho termostático

Biorreator

Câmara incubadora – estufa para cultura microbiológica

Capela de fluxo laminar

Autoclave

pH-metro

Freezer vertical

Cromatógrafo CG-MS,

Software Eingsith da Infometrix (free).

4.1 Imobilização do microorganismo

A imobilização do microrganismo selecionado será realizada segundo

adaptações da metodologia descrita por Bana e col. (2002),[36] para células

intactas de Rhizopus oryzae onde, o meio com BSPs fora inoculado com

esporas e incubado a 35 ºC por 90 h num agitador a 150 oscilações /min e

amplitude de 70 mm. A imobilização foi realizada com cubos de 6 mm de

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poliuretano reticulado, cavidade acima de 97% e com tamanho do poro de 50

poros/polegada. As células imobilizadas de Rhizopus oryzae em BSPs foram

separadas, lavadas e secas a 25 ºC por aproximadamente 48 h e usadas como

catalisador na metanólisis, com possibilidade de reaproveitamento.

4.2 Atividade de transesterificação

A atividade de transesterificação será avaliada segundo adaptação dos

procedimentos descritos por Lozano (2003),[23] onde, alíquotas da mistura

reacional, foram colocados em hexano, e a bi-fase é separada, permitindo a

extração de substratos e produtos. Como referência interna, para a análise em

CG, o autor utiliza o acetato de propila. As análises foram realizadas utilizando

um CG Shimadzu GC-17A com detector FID e uma coluna NukolTM (15 m x

0,53 mm, Supelco) e nitrogênio gasoso na fase móvil.

4.3 Transesterificação do óleo

A etapa de transesterificação do óleo de palma também seguirá

adaptações ao trabalho de Bana e col. (2002),[36] onde 9,65 g de óleo de soja,

foram adicionados ao meio reacional contendo 1,5 ml buffer fosfato 0,1 M (pH

6,8), metanol (0,175-0,525 g), e 50 BSPs, e incubados num agitador de

plataforma a 35 ºC por até 72 h.

4.4 Análise dos produtos da transesterificação

As variáveis mais importantes, que influenciam o rendimento, e que já

foram reconhecidas em diversas pesquisas são a proporção molar

álcool/óleo/enzima, a temperatura de reação, o tempo reacional.[1,10] Também

serão consideradas a atividade de água, molaridade do buffer, pH, presença de

surfactante [45]

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A formação de acilgliceróis será monitorada através de CG-MS segundo

a metodologia proposta por Shieh (2003)[10] que utilizou um cromatógrafo CG

Hewlett Packard 6890 (Avondale, PA, USA) equipado com um detector de

ionização de chama e coluna capilar de sílica fundida DB-5 ( 15m x 0,32 mm

i.d., J&W Scientific).

4.5 Análise Multivariada

Os cromatogramas de CG obtidos serão inseridos numa base de dados

Einsigth e “Pirouette”, o último na versão para Windows, da Infometrix. A

seguir, os dados serão submetidos a análise exploratória, calibração

multivariada, e classificação para a extração da informação. A otimização da

Análise de Componentes Principais considerará uma matriz de dados, onde

cada linha (i) corresponda a um cromatograma e cada coluna (k) a uma

variável (análise). Através do algoritmo adequado, o dado xik da matriz, está

representado pela equação:

∑=

+=A

aakiakikx

1βθα

onde αk é a media da variável k, para todos os objetos i. βak são

denominados “loadings”, relacionados com a variável k, e θia são os “scores,”

relacionados com cada objeto i. As novas variáveis são combinações lineares

das originais, ortogonais entre sim, e construídas segundo a diminuição da

ordem de variância que as descreve. Isto é, a PCA agrupará as variáveis

antigas em uma nova variável denominada componente principal (PC).

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V. Resultados Esperados

A partir do presente projeto, pretende-se obter resultados acadêmicos

que encorajem ao fortalecimento de estruturas que visem a formação e

consolidação de pequenas indústrias produtoras de biodiesel de óleo de dendê

e produtores de matéria-prima exclusiva para a produção de biodiesel, em

regiões onde, o combustível convencional é pouco disponível ou é muito caro,

promovendo também a consolidação do setor agrícola que produz o dendê.

Mais especificamente, será definida uma metodologia para a obtenção

de biodiesel a partir de óleo de dendê e etanol, na presença de

microorganismos, diminuindo os custos da rota que faz uso de enzimas puras.

VI. Cronograma

Quadro 1 – Cronograma de Atividades/Ações Proposto

2005 2006 2007 ATIVIDADE

AÇÕES/Trimestre 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Instalação e acondicionamento do laboratório e pesquisa bibliográfica

X X X X X X

Instalação e fortalecimento da infraestrutura

Aquisição e acondicionamento de reagentes, meios de cultura, bioreator e microorganismos

X X X X X X

Aquisição e instalação de computador e instrumentos analíticos

X X X X X X

Imobilização de microorganismos

Ensaios preliminares de imobilização de microorganismos e padronização da metodologia

X X X

Ensaios prévios de análise dos produtos da reação, reagentes de referência e padronização da metodologia analítica

X X X X X X

Ensaios preliminares e padronização da metodologia de obtenção de biodiesel.

X X X X X X X

Transesterificação do óleo Caracterização do biodiesel X X X X X X X

Monitoração das variáveis X X X X X X X X

Aquisição e instalação do software e hardware. Análise de Resultados

X X X X X X X X X X

Análise Multivariada dos Resultados

Coleta de dados, pré-processamento multivariado X X X X X X X

Análise exploratória dos resultados e cromatogramas: PCA e HCA

X X X X X X X X X

Difusão de resultados Participação em eventos e intercambio de experiências

X X X X

Relatório X X X

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VIII. Bibliografia

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