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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA SISTEMA ALTERNATIVO DE CRIAÇÃO DE GALINHAS CAIPIRAS UTILIZADO NA GRANJA XINGU, ALTAMIRA, PARÁ Fernanda de Fátima Morbach Merencio Altamira-PA Agosto/2009 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, como requisito para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

SISTEMA ALTERNATIVO DE CRIAÇÃO DE GALINHAS

CAIPIRAS UTILIZADO NA GRANJA XINGU, ALTAMIRA,

PARÁ

Fernanda de Fátima Morbach Merencio

Altamira-PA

Agosto/2009

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Engenharia

Agronômica da Universidade Federal do

Pará, Campus Universitário de Altamira,

como requisito para obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo.

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Fernanda de Fátima Morbach Merencio

SISTEMA ALTERNATIVO DE CRIAÇÃO DE GALINHA

CAIPIRA UTILIZADO NA GRANJA XINGU, ALTAMIRA,

PARÁ

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Prof.M.Sc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira - Universidade Federal do Pará

Orientador

_________________________________________________________________

Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto – Universidade Federal do Pará

Examinador I

_________________________________________________________________

Prof. Dr. Miguel Alves Júnior – Universidade Federal do Pará

Examinador II

ii

i

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DEDICO

À Deus. “O temor do Senhor é o princípio

da sabedoria, e a ciência do Santo é a

prudência”.

Provérbio 9:10.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, o criador de todas as coisas, que permitiu a realização desse trabalho, dando-

me saúde, ânimo e conforto nos momentos de angústias e também, proporcionando momentos

de muitas alegrias e realizações durante toda a minha vida acadêmica.

Aos meus Pais Arno Morbach e Ana Maria Ribeiro Morbach, que sempre me

apoiaram e acreditaram em mim. Obrigada pelo esforço, dedicação, sacrifícios feitos para que

eu pudesse alcançar meus objetivos.

Aos meus irmãos Leandro Ribeiro Morbach e Luciano Ribeiro Morbach pelo apoio,

carinho e respeito.

Ao meu cônjuge Rodrigo Almeida Merencio da Silva, homem de caráter, que muito

respeitou, incentivou e ajudou de forma essencial para a realização desse trabalho.

Ao Professor Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira pela dedicação, compreensão que

muito me apoiou e auxiliou através de sua atenção, experiência e conhecimento.

A Universidade Federal do Pará por seu conhecido processo de interiorização,

oportunizando o acesso ao ensino superior no interior do Estado.

A todos os Professores do curso de Agronomia que me acompanharam durante esses

cinco anos.

Agradeço aos membros da banca examinadora o Professor Dr. Sebastião Geraldo

Augusto e o Professor Dr. Miguel Alves Júnior, pela colaboração e sugestões apresentadas.

Aos meus amigos e colegas de curso, em especial aos que estiveram presentes na

realização desse trabalho, mais uma vez ao Rodrigo Merencio, a minha eterna amiga Kalila

Pinheiro, ao meu grande amigo Ricardo Freitas, ao meu irmão Leandro Morbach e ao amigo

Flaviano Tontini.

Agradeço a Massao Shimon e sua família, pela paciência, compreensão e ajuda com as

informações fornecidas para realização desse trabalho.

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A verdadeira descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em possuir

novos olhos. Marcel Proust

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3

2.1. ORIGEM DA GALINHA ................................................................................................ 3

2.2. A AVICULTURA NO MUNDO E NO BRASIL ........................................................... 4

2.3. CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA DAS AVES ............................................................. 6

2.4. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA CRIAÇÃO DE GALINHA .............................. 7

2.5. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS ............................................... 7

2.5.1 Escolha da área ......................................................................................................... 7

2.5.2 Tipos de aviário ........................................................................................................ 8

2.5.3 Construções de piquetes para sistema de produção semi-intensivo .................. 10

2.5.4 Equipamentos necessários ..................................................................................... 11

2.6 SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE AVES .......................................................................... 12

2.6.1 Frango Convencional ............................................................................................. 13

2.6.2 Frango Caipira ou Colonial ................................................................................... 14

2.6.3 Frango Alternativo ................................................................................................. 14

2.6.4 Frango Orgânico .................................................................................................... 16

2.7 MANEJO ALIMENTAR ................................................................................................ 17

2.7.1 Alimentos................................................................................................................. 18

2.7.2 Água ......................................................................................................................... 20

2.7.3 Concentrados .......................................................................................................... 20

2.7.4 Mineralização ......................................................................................................... 22

2.7.4.1 Macroelementos e sua importância ................................................................... 23

2.7.4.2 Microelementos e sua importância .................................................................... 23

2.7.5 Composição da pastagem nos piquetes ................................................................ 24

2.7.6 Alimentação por fase .............................................................................................. 25

2.7.6.1 Fase de cria ........................................................................................................ 25

2.7.6.2 Fase de recria ..................................................................................................... 26

2.7.6.3 Fase de terminação ............................................................................................ 26

2.7.7 Conversão alimentar .............................................................................................. 27

2.8 MANEJO SANITÁRIO .................................................................................................. 28

2.8.1 Medidas Sanitárias ................................................................................................. 28

2.8.2 Prevenção e Controle das Principais Doenças ..................................................... 29

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2.8.3 Doenças parasitárias .............................................................................................. 31

2.9 MELHORAMENTO GENÉTICO ................................................................................. 32

2.10 RAÇAS DE GALINHA ................................................................................................ 32

2.10.1 Sem Raça Definida ............................................................................................... 33

2.11 ANÁLISE FINANCEIRA DE MÓDULO DE PRODUÇÃO ...................................... 34

2.11.1 Módulo para corte ................................................................................................ 34

2.12 COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................................ 34

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 35

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA................................................. 35

3.2 DADOS METEOROLÓGICOS ..................................................................................... 35

3.3 DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES ............................................................ 36

3.4 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ............................................................................... 37

3.4.1 Campânula .............................................................................................................. 37

3.4.2 Círculo de proteção ................................................................................................ 37

3.4.3 Comedouros ............................................................................................................ 38

3.4.4 Bebedouros .............................................................................................................. 39

3.4.5 Balança .................................................................................................................... 39

3.4.6 Cama aviária ........................................................................................................... 39

3.4.7 Cortina..................................................................................................................... 40

3.4.8 Desinfecção .............................................................................................................. 40

3.5 COLETA DE DADOS .................................................................................................... 40

3.6 VARIÁVEIS ANALISADAS ........................................................................................ 42

3.6.1 Evolução peso vivo ................................................................................................. 43

3.6.2 Ganho de peso médio diário .................................................................................. 43

3.6.3 Conversão alimentar .............................................................................................. 43

3.6.4 Custo de produção .................................................................................................. 44

4.1 EVOLUÇÃO DO PESO VIVO, GANHO DE PESO MÉDIO E CONVERSÃO

ALIMENTAR ....................................................................................................................... 45

4.2 DOENÇAS ...................................................................................................................... 47

4.3 INSTALAÇÕES ZOOTÉCNICAS E EQUIPAMENTOS ............................................ 48

4.4 CUSTO DE PRODUÇÃO DO LOTE EM ESTUDO .................................................... 48

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 50

6. BIBLIOGRAFIA CITADA ............................................................................................... 51

7.ANEXOS ............................................................................................................................. 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Aviário com capacidade para 600 aves na Granja Xingu, Altamira – PA. ............ 36

Figura 02. Campânula com capacidade para 500 pintos utilizado na Granja Xingu, Altamira,

PA. ............................................................................................................................................ 37

Figura 03. Círculo de proteção utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA. ........................... 38

Figura 04. Comedouro utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA. ........................................ 38

Figura 05. Bebedouro utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA. ......................................... 39

Figura 06. Evolução do peso vivo do plantel de 50 aves. ....................................................... 45

Figura 07. Ganho de peso médio por ave ................................................................................ 46

Figura 08. Conversão alimentar de galinha caipira na Granja Xingu, Altamira – PA. ........... 47

Figura 09. Preparo da água com açúcar fornecida aos pintinhos. ........................................... 55

Figura 10. Uso do bebedouro infantil. ..................................................................................... 55

Figura 11. Realização da pesagem das aves. ........................................................................... 56

Figura 12. Captura das aves para a realização da pesagem das aves. ..................................... 56

Figura 12. Aves pastando no piquete. ..................................................................................... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Composição de rações para galinha poedeira e de corte ........................................ 19

Tabela 02. Quantidade de ração consumida ............................................................................. 27

Tabela 03. Dados de precipitação e temperatura média diária em Altamira, Pará, no período

de Nov/2008 a fev/2009 ........................................................................................................... 35

Tabela 04. Registro de datas e visitas realizadas para coleta de dados, na Granja Xingu,

Altamira – PA. .......................................................................................................................... 41

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01. Principais doenças, sinais clínicos, prevenção e tratamento. ................................ 30

Quadro 02. Calendário de vacinação para galinhas caipiras de acordo com a fase de criação.31

Quadro 03. Demonstrativo do custo de produção, dados da comercialização e receita líquida.

.................................................................................................................................................. 49

Quadro 04. Modelo utilizado para calculo dos custos e comercialização e receita líquida ..... 54

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SISTEMA ALTERNATIVO DE CRIAÇÃO DE GALINHAS CAIPIRAS UTILIZADO

NA GRANJA XINGU, ALTAMIRA, PARÁ

RESUMO: A criação de galinhas caipira no território da Transamazônica no Estado do Pará

é uma atividade importante para os agricultores uma vez que contribui tanto na alimentação

da família quanto na geração de renda. Este trabalho teve como objetivo principal avaliar as

técnicas de manejo alimentar e sanitário no sistema alternativo de criação de galinha caipira

na Granja Xingu, Altamira-Pará. Tendo como objetivos específicos avaliar a conversão

alimentar das aves no ciclo de produção; observar a ocorrência de endo e ectoparasitoses;

avaliar as instalações zootécnicas e equipamentos usados e analisar custo de produção do lote

estudado. O trabalho foi realizado no período de 11 de novembro de 2008 a 20 de fevereiro de

2009 onde foram realizadas 10 pesagens, que tiveram início no dia do recebimento dos pintos

até o 85º dia. Os resultados indicaram valor para a conversão alimentar média de 3,28 kg de ração

para 1 kg de peso vivo, a não ocorrência de endo e ectoparasitoses, as instalações zootécnicas

estão de acordo com as recomendações técnicas ao indicado na literatura, faltando alguns ajustes

estruturais. Conclui-se que as técnicas de manejo alimentar e sanitário adotadas foram

adequadamente utilizadas o que contribuiu para que os resultados da conversão alimentar, as

instalações e equipamentos usados estavam de acordo com as recomendações técnicas, e foi

comprovado que a atividade gera uma rentabilidade significativa para o produtor.

Palavras-chave: Avicultura; Manejo alternativo; Sistema de produção.

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1. INTRODUÇÃO

A procura de maior produtividade e rentabilidade, a agropecuária tem conquistado,

no Brasil e no mundo, desempenho cada vez melhor. Animais que antes levavam certo tempo

para chegar ao abate hoje atingem o peso ideal numa fração desse período. Um frango, por

exemplo, com menos de um mês e meio de vida já está disponível no mercado.

Essa tecnologia que proporcionou essa evolução, elevando a escala de produção, e

com isso maiores lucros, tem um preço a cobrar. Esse acelerado processo produtivo solapou

parte da autenticidade dos produtos agrícolas oferecidos no mercado para os consumidores, a

maioria dos alimentos não tem mais o mesmo gosto de antigamente. Os cruzamentos

industriais e as rações comerciais, sobretudo na cadeia da avicultura, impuseram uma

padronização não somente ao desempenho dos exemplares, mas também ao sabor de sua

carne (GLOBO RURAL, 2002).

O aumento da procura por alimentos com características naturais, faz com que o

próprio mercado demonstre que há espaço para esses produtos, resgatando os sabores

perdidos. A procura cada vez maior, dos consumidores, por alimentos saudáveis e naturais,

faz com que a criação de galinha caipira desponte como uma atividade rentável, devido ao

valor dos alimentos produzidos sem agredir o meio ambiente, nem causar sofrimento às aves,

assim como a não utilização de produtos químicos na sua criação.

Figueiredo et al. (2001), descreveram que a produção alternativa de frangos de corte

e galinhas de postura tornou-se uma esperança para pequenos e médios produtores de

qualquer região do Brasil, tanto para consumo doméstico, como para produção comercial,

com ofertas de produtos nos supermercados, açougues e feiras-livres.

No município de Altamira, Pará, não é diferente de outros municípios brasileiros.

Agricultores vêm desenvolvendo essa alternativa que segundo Muniz (2001), apud Figueiredo

et al. (2001) explica que não se trata de uma novidade no mercado, mas sim de uma

modalidade antiga de criação de aves, obviamente com novas correções conceituais. Aqui o

sistema organizacional completa a produção dirigida no campo da sanidade, genética, nutrição

e gerenciamento como negócio.

Este trabalho teve como objetivo geral investigar as técnicas de manejo alimentar e

sanitário no sistema alternativo de criação de galinha caipira na Granja Xingu, Altamira-Pará.

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Os objetivos específicos foram: avaliar a conversão alimentar das aves no ciclo de produção;

observar a ocorrência de endo e ectoparasitoses; avaliar as instalações zootécnicas e

equipamentos utilizados na criação de galinhas caipiras e analisar custo de produção do lote

estudado.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. ORIGEM DA GALINHA

O reconhecimento dos animais como sendo úteis para a humanidade se deu

aproximadamente há 6.000 a.C., quando o homem primitivo, caçador e pescador, vendo

escassearem os recursos em sua volta, apreendeu, multiplicou e domesticou os animais. Com

essa domesticação o homem proporciona a esses animais cuidados e alimentação, e em troca

recebe utilidades (TORRES, 1981).

De acordo com Englert (1998), Perde-se nas cinzas da história o inicio da

domesticação da galinha. Pesquisadores, concluem que a galinha foi domesticada no

continente asiático, e a maioria destes sustentam a teoria de Darwin de que todas as raças

existentes têm como origem o Gallus bankiva, também denominada de Gallus gallus que até

hoje habita as selvas da Índia.

Os autores Smith & Daniel (2000), apud Guelber Sales (2005), afirmam que há

discussões sobre esse “centro de origem”, onde a teoria sustentada por Darwin defende que

todas as raças existentes tiveram origem das raças asiáticas, pois o intenso cruzamento dessas

aves com as aves européias, ocorridos a partir do século XV, não deixa nenhuma evidencia

sólida de que esses argumentos sejam corretos.

Atualmente os argumentos são sobre quatro espécies selvagens que contribuíram

para o desenvolvimento da galinha moderna: a galinha de Java (Gallus varius); do Ceilão

(Gallus lafayetti); de Bankiva (Gallus gallus), espalhada pela Índia Oriental, Malásia,

Camboja, Sumatra e Filipinas; e a galinha de Sonnerat (Gallus sonneratti), na Índia Ocidental

e Meridional. As pesquisas mais recentes têm indicado que essas quatro espécies não são uma

simples variação de uma única espécie, como Darwin acreditava, mas espécies distintas entre

as quais o cruzamento é quase impossível (SMITH & DANIEL (2000), apud GUELBER

SALES, (2005).

De acordo com Guelber Sales (2005), os arqueólogos mais recentes afirmam que a

origem da galinha doméstica (Gallus domesticus) remonta há milhares de anos, onde a

domesticação dessa espécie ocorreu a 3.000 a.C. Há evidencias de que as galinhas já eram

conhecidas na Suméria no II milênio a.C.

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Segundo o autor supracitado, no Egito a menção às galinhas data da segunda

dinastia. Referências no século XIV a.C. e outras datadas do século IV a.C. mostram não só a

continuidade da criação de galinha pelos egípcios, mas que estes foram capazes, também, de

fazer incubação de ovos em larga escala.

Segundo Mesquita (1970), apud Picoli (2004), a respeito da galinha no novo mundo,

há vários questionamentos sobre estas terem origem na América através de Colombo ou se

vieram com os espanhóis ou portugueses. As evidências favorecem a teoria pré-colombiana.

Assim permanece uma questão se as galinhas eram naturais da América, se estas foram

domesticadas pelos indígenas americanos, ou se elas foram trazidas pelo mar com os

polinésios ou mesmo pelos próprios egípcios.

De acordo com Cardozo & Yamamura (2004), os primeiros relatos da presença de

galinha caipira no Brasil são do período colonial. Na carta enviada ao rei de Portugal, houve

discrição do espanto dos indígenas brasileiros ao terem o primeiro contato com esta ave em

uma nau da esquadra de Pedro Álvares Cabral.

2.2. A AVICULTURA NO MUNDO E NO BRASIL

Em 1873 um grupo de criadores de várias regiões dos Estados Unidos e do Canadá

fundaram a Sociedade Americana de Avicultura (American Poultry Association - APA). Sua

proposta inicial foi padronizar as variedades de aves domésticas de modo a tornar imparciais e

justas as decisões das premiações através das observações das características individuais

marcadas. O espírito amador ainda muito evidente, e a criação de raças finas e sua exibição

em exposições de aves tinha outros propósitos, mas não econômicos (GUELBER SALES,

2005).

Foi a partir de 1888 depois das publicações de manuais, que passou a ser usado o

manual dos criadores de aves adotado pela APA, com objetivos de estabilizar as raças

comerciais e econômicas para obter uniformidade no tamanho, forma e cor, com boa

produção e praticidade.

No Brasil segundo Malavazzi (1977), no final do século XIX, foram importados para

o país os primeiros galos e galinhas de raça pura e o homem passou a criar aves mais como

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“hobby”, do que como meio de obtenção de lucros, onde a beleza das aves passava a ser

valorizada, de acordo com as variadas cores das penas, tamanho e formação de cristas,

posteriormente estas passaram a ser criadas para produção de ovos e carne.

Segundo o referido autor, diversos fatos foram marcantes como: a criação do

Instituto Biológico, dando início ao preparo de vacinas contra a bouba e a cólera; assim como

a permissão do Governo Federal para a importação de material avícola, como incubadoras

automáticas, permitindo dessa forma aos interessados iniciarem a venda de pintos de um dia

em bases comerciais.

A partir de 1960, principalmente na região sul do Brasil, houve o início da

industrialização do sistema de produção de aves, com tecnologia adquirida na Europa e a

implantação de técnicas de produção em escala industrial de acordo com os autores Cardozo

& Yamamura (2004). Esse período ficou conhecido como “especialização das raças”,

surgindo o sistema totalmente confinado, utilizado até os dias atuais.

Segundo os autores supracitados com a introdução de diferentes linhagens

estrangeiras no país, houve a rápida evolução de nossa avicultura, juntamente com a expansão

da produção de grãos no Brasil e com isso a redução do custo devido à oferta dos subprodutos

vegetal provenientes da soja e do milho. Com essa evolução agrícola a produção avícola

atingiu índices de competitividade mundiais.

Na Região Norte do país a criação de galinha caipira na agricultura familiar

desempenha um papel importante na subsistência e na comercialização de ovos e aves

podendo funcionar como uma renda emergencial ou até, como a principal renda do produtor.

Segundo Ramos et al. (2001), a galinha caipira se encontra em 99,9% dos domicílios

rurais da Região Meio-Norte do Brasil e também possui lugar de destaque no turismo

gastronômico regional.

No estado do Pará até meados da década de 1960 à avicultura era uma atividade

restrita aos quintais das propriedades rurais, resumindo-se a uma avicultura tradicional, na

qual se criavam as chamadas galinhas “caipiras” de dupla aptidão para auto-consumo

(SANTOS et al., 2000).

A partir de 1965 a avicultura do Pará passa a assumir padrões comerciais, devido ao

convênio celebrado entre a Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (SAGRI) e o

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Ministério da Agricultura, permitindo a implantação de um incubatório com capacidade de 22

mil ovos/mês, no município de Ananindeua, visando solucionar um dos principais fatores

limitantes ao desenvolvimento da atividade avícola na época, e no caso, assegurar a oferta de

pintos de um dia e o início da avicultura de corte com bases comerciais, conforme Santos et

al. (2000).

Em 1977 a capacidade instalada da SAGRI havia sido ampliada em cerca de seis

vezes mais, além da implantação feita pela iniciativa privada, e juntos geraram uma

capacidade operacional para incubação de 300 mil ovos/mês. Essa foi uma das fases de maior

exportação do Estado.

Costa et al. (1995), apud Santos et al. (2000), destacam que no período de 1973 a

1980, o efetivo agrícola estadual evoluiu a taxas superiores a 10% ao ano, ou seja,

praticamente duplicou no decorrer da década de 1970.

Segundo Santos et al. (2000), o Estado do Pará está ocupando o décimo terceiro

lugar entre os maiores produtores nacionais de frango. No conjunto dos Estados das Regiões

Norte e Nordeste, o Pará ocupa o terceiro lugar, participando com 10,99% da produção total.

Notadamente na Região Norte é o Estado que apresenta a avicultura de corte mais

desenvolvida, dado que muitos produtores atingem índices zootécnicos compatíveis com

aqueles obtidos nos grandes centros produtores do Brasil.

2.3. CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA DAS AVES

Sobre as aves, segundo Englert (1998), estas podem ser classificadas através da

classificação biológica que se refere ao esquema geral da classificação das espécies: FILO:

Chordata; SUBFILO: Vertebrada; CLASSE: Aves; SUBCLASSE: Neornithes; SUPER

ORDEM: Neognathae; ORDEM: Galliformes; SUBORDEM: Galli; FAMÍLIA:

Phasianidae; SUBFAMÍLIA: Phasianinae; GÊNERO: Gallus; ESPÉCIE: Gallus domesticus.

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2.4. CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA CRIAÇÃO DE GALINHA

O bom êxito de uma criação depende de um planejamento minucioso e embasado em

informações idôneas sobre os diversos pontos que a envolvem. Segundo Guelber Sales (2005)

é importante que o criador se preocupe em obter a qualidade que o consumidor está buscando,

com tecnologias poupadoras de energia e recursos. Para isso ele precisa buscar o máximo de

informações sobre a atividade, capacitando–se para fazer um planejamento do seu sistema de

criação, adequando às informações recebidas às condições de sua propriedade procurando a

autonomia da produção. Um bom planejamento em que as instalações a raça ou linhagem o

manejo alimentar e sanitário a organização da produção e comercialização estejam bem

definidos é essencial para o êxito na criação.

2.5. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

As instalações em qualquer avicultura são indispensáveis para que exista produção

rentável, seja para subsistência ou comercialização. Quando as aves são criadas soltas existe

uma série de problemas que podem ser resolvidos com as instalações, devido o produtor poder

controlar melhor o manejo alimentar e sanitário, a proteção contra predadores, a produção de

carne e ovos, sendo todos fatores importantes para o sucesso da criação (ALBUQUERQUE et

al., 1998).

2.5.1. Escolha da área

Recomenda-se um local seco, ventilado, de pouca declividade evitando a formação

de poças de água, é desejável manter o aviário de certa forma isolado e longe de outras

criações de aves, que poderiam contaminar o ar com enfermidades.

É importante que no local tenha uma vegetação que pode ser do tipo secundária,

como capoeira, com árvores para sombreamento. Esta vegetação servirá de meio favorável

para o criatório de insetos e moluscos que serão usados pela ave como fonte de proteína,

complementando a alimentação (ALBUQUERQUE et al., 1998).

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2.5.2. Tipos de aviário

O aviário deve ser construído em um local seco, ventilado, com água de boa

qualidade e quantidade, com energia elétrica, em terreno de boa fertilidade e que possua

acesso fácil (SENAR, 2004).

Segundo Silva (2006), o local ideal para as instalações é um terreno alto, seco e bem

ensolarado, fora da rota de enxurradas e ventos. Galinhas resistem bem ao frio, mas umidade

e calor excessivos podem ser fatais ao seu metabolismo.

A sua localização no terreno deve ser no sentido leste – oeste para que a linha do sol

ao meio-dia passe pela cumeeira do aviário, evitando, assim que o mesmo entre na instalação

no período de maior temperatura, aquecendo as aves, os ninhos, a ração nos comedouros e à

água nos bebedouros (SENAR, 2004).

O excesso de calor aumenta a mortalidade de aves no plantel. Além disso, aumenta o

consumo de água e diminui o consumo de alimento, reduzindo, assim, o desenvolvimento das

aves, a produção de ovos e o tamanho destes.

Os tipos de aviário são:

a) Aviário convencional para criação de galinha caipira

Segundo recomendações do SENAR (2004), para a construção desse tipo de aviário

são necessárias:

- definir a quantidade de aves a criar, levando em consideração a disponibilidade de

capital para investir, mercado consumidor, existência de mão-de-obra;

- dimensionar o aviário, que dependerá do número de aves por metro quadrado, pois se

recomendam 12 aves/m² no galinheiro e de 5m²/ave no piquete. Porém, segundo

Albuquerque et al. (1998), se recomendam 5 a 6 aves/m² no galinheiro e no piquete

3m²/ave.

- definir a altura do pé-direito, que deve ser no mínimo de 2,6m;

- o beiral do telhado de um metro;

- ter muretas nas laterais com 50cm de altura, isso serve para evitar respingos da chuva

no galinheiro e vento frio;

- estrutura que pode ser de alvenaria, madeira, concreto pré-moldado;

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- usar telhas de barro;

- fazer cabeceira e fundo do galpão, fechados;

- fazer portas a cada seis metros de comprimento, em uma das laterais;

- colocar tela de arame galvanizado nas laterais, acima das muretas e das portas;

-fazer piso de cimento, possibilita a limpeza e desinfecção do galinheiro;

-fazer rede de água e elétrica.

b) Aviário alternativo

O sistema alternativo de criação de galinha caipira preconiza a construção de

instalações simples e funcionais, a partir dos recursos naturais disponíveis na propriedade do

agricultor. As instalações devem oferecer principalmente um ambiente higiênico e protegido,

que não permita a entrada de predadores e que ajude a minimizar os impactos de variações

extremas de temperatura e umidade. Além disso, devem assegurar o acesso das aves ao

alimento e a água (SILVA, 2006).

O material usado para a construção do galinheiro alternativo, procura provocar o

mínimo de danos ao meio ambiente, de aproveitar racionalmente os recursos naturais

renováveis, procurando se adequar ao poder aquisitivo do produtor.

Segundo Albuquerque et al. (1998), o material para a construção de um aviário pode

ser encontrado na própria propriedade. Podendo ser utilizado madeira, bambu, taboca, palha,

cavaco e outros.

Para definir o tamanho do aviário, é necessário definir a quantidade de aves. Segundo

Silva (2006) a lotação ideal para cada galpão varia conforme a construção e o clima.

Recomenda-se de 9 a 12 aves/m². O comprimento deste galpão é variável, mas a largura não

deve ultrapassar os 12 metros para que haja uma boa aeração.

Segundo Albuquerque et al. (1998), o material utilizado na cobertura é irrelevante,

podendo ser de qualquer tipo. Para os climas quentes como o da Região Norte do País, deve-

se tomar cuidado de utilizar coberturas que absorva pouco calor, como: palha, cavaco e telha

de cerâmica.

O beiral tem que ter de 1 a 1,5 m para poder proteger as aves do sol e das chuvas

durante o ano todo, principalmente das chuvas na Região Norte, onde a pluviosidade é

elevada.

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O piso do aviário pode ser de chão batido, tomando o cuidado de deixar a parte

interna mais alta que a externa cerca de 0,2 m, para evitar a entrada de água no galinheiro,

sendo importante também a utilização da cama aviária, que pode ser feita de palha de arroz ou

capim seco picado, de sabugo de milho triturado, tomando-se o cuidado de utilizar o devido

manejo higiênico e sanitário.

As paredes poderão ser construídas com o material de fácil acesso na propriedade

com varas de madeira, bambu e tábuas e telas de arame.

Segundo Barbosa et al. (2007), a área construída deve apresentar detalhes que

favorecem tanto a ventilação térmica, tornando o ambiente agradável para as aves. Com esse

objetivo, recomenda-se um pé-direito de 2,1 m de altura, composto de rodapé 0,3 m e área

vazada, limitada por tela de arame ou varas numa malha capaz de manter contidas as aves e

de protegê-las de possíveis predadores.

O rodapé poderá ser construído com tijolos, tábuas, taipa ou outro material

disponível. A altura da cumeeira poderá variar, dependendo do material de cobertura. Se a

opção for por telha, a inclinação será de 30°, enquanto que para cobertura de palha se sugere

uma inclinação de 45°. Quanto à formação da cobertura, essa poderá ser tanto de quatro como

de duas águas, desde que os beirais impeçam a penetração de raios solares nas horas mais

quentes e as rajadas de ventos na época de chuvas. Com a mesma finalidade poderão ser

usadas cortinas, desde que não escureçam o interior das instalações.

2.5.3. Construções de piquetes para sistema de produção semi-intensivo

As aves devem ter a sua disposição áreas com gramíneas, que apresentem boa massa

verde, para pastejo, denominados de piquetes. Quando não estão no aviário, as aves ficam no

piquete, reduzindo, assim, o consumo de ração.

Este local onde as aves ficam soltas para ciscar deve ser construído de tela ou varas

de madeira e bambu, com altura aproximada de 2 metros. O tipo de pastagem deve ser

resistente ao pisoteio e a períodos mais secos do ano e ter boa capacidade de rebrota. Ainda

recomenda-se a construção de um piquete que fique em descanso para facilitar a rebrota da

pastagem fazendo rodízio de piquete (MEGALE-FILHO & REIS, 199...). Devem ser

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plantadas árvores para fazer sombra às aves, nos períodos mais quentes do dia, de preferência

frutíferas, pois servirão de alimentos as aves (SENAR, 2004).

2.5.4. Equipamentos necessários

Diversos equipamentos e acessórios são encontrados a disposição do produtor para

serem utilizados durante a criação de aves, de acordo com idade e finalidade da produção

(SENAR, 2004).

a) Círculo de proteção e campânula

O círculo de proteção mantém os pintos próximos a fonte de calor e uniformiza a

distribuição destes. Pode ser feito com chapas de Eucatex, de compensado, de metal ou de

plástico, com 60 cm de altura. A campânula é usada para o aquecimento dos pintos no início

da criação.

Segundo recomendações da Megale-Filho & Reis, [199...] nos primeiros dias, o

principal inimigo da criação capaz de exterminá-la é a falta ou excesso de calor. As aves ainda

não desenvolveram a capacidade de controlar a temperatura do seu corpo, por isso ficam

inteiramente sujeitas às variações externas. Um pintinho nasce com 39,8ºC e cabe ao criador

atenuar as diferenças entre as temperaturas do corpo e a do meio ambiente. Essa medida se faz

com campânulas elétricas ou a gás, indicados para lotes de até 500 pintinhos.

O comportamento da ninhada dirá se a temperatura dentro do círculo está ou não

adequada. A altura correta da campânula é cerca de 90 cm, podendo variar em função da

quantidade de pintos alojados por círculo e da temperatura externa. Todas essas variações

devem levar em conta o bem-estar das aves, por isso, é importante ficar atento ao

comportamento dos pintinhos, verificar se eles estão circulando a vontade, sem fugir da fonte

de calor, sem se aglomerarem e também se estão comendo e bebendo a vontade. Pintinhos

amontoados junto à campânula e piando indica calor insuficiente, ao contrário, se

permanecerem distante da campânula, mas piando, há excesso, bom sinal é vê-los

regularmente distribuído, em silêncio, alimentando-se normalmente.

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b) Comedouros e bebedouros

Segundo Barbosa et al. (2007), estão à disposição do criador de galinhas, no país,

modelos de comedouros e bebedouros, manuais ou automáticos, que podem ser utilizados nas

condições de criação alternativa de galinha caipira. Porém, fica a cargo da criatividade do

criador utilizar modelos artesanais de bebedouros e comedouros, desde que as condições de

sanidade e funcionalidade sejam mantidas. No caso específico do sistema alternativo a opção

por bebedouros confeccionados com garrafas PETs e comedouros feitos com varas, de tubos

plásticos em forma de calha foram bem sucedidos, facilitando a higienização.

Para os primeiros dias de criação a recomendação é usar um comedouro tubular

infantil para 60 pintos. Posteriormente, fornecer um comedouro tubular adulto para 35 aves.

Os bebedouros de pressão, tipo copo, durante os três primeiros dias de idade para 80 aves,

depois substituir por um bebedouro pendular automático, segundo sugestão do SENAR

(2004).

c) Cama aviária

A cama é um material que se usa para forrar o piso do aviário. A finalidade da cama

é impedir que a umidade do chão e das fezes passe para as aves e, também, evitar a formação

de calosidades no peito que irão depreciar as carcaças quando da comercialização das aves. O

material usado pode ser de sabugo de milho triturado, casca de arroz ou casca de café, além de

outros materiais absorventes e isolantes (MEGALE-FILHO & REIS, 199...). É importante que

o material utilizado esteja bem seco, sem resíduos químicos ou fungos (SENAR, 2004).

d) Balança

A balança é usada para acompanhar o desenvolvimento das aves, para pesar alimentos

e as aves a serem comercializadas.

2.6. SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE AVES

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Existem diversas formas diferentes de criação de frangos e galinhas caipiras em

função da região, instalações, manejo, ambiência, nutrição, linhagens, medidas profiláticas,

aspectos sanitários, planejamento da produção e capacidade de investimentos na atividade,

desta forma, apresenta-se algumas destes formatos pesquisados.

Segundo a Associação da Avicultura Alternativa – AVAL (2004), citado por

Demattê-Filho et al. (2005), os sistemas de criação de frangos podem ser assim classificados:

2.6.1. Frango Convencional

Frangos produzidos em granjas de exploração e linhagem comercial geneticamente

selecionada para alta taxa de crescimento e excelente eficiência alimentar, criados em sistema

intensivo com uma densidade elevada segundo as normas sanitárias vigentes, sem restrição ao

uso de antibióticos, coccidiostáticos, promotores de crescimento, quimioterápicos e

ingredientes de origem animal na dieta. O período de alojamento fica em torno de seis

semanas.

Este sistema é caracterizado por apresentar alta densidade de produção, ganho de

peso e crescimento corporal rápido, boa conversão alimentar e abate precoce. No Brasil a

média de idade de abate é de 42 dias com peso médio de 2,350 kg, sendo permitido o uso de

medicamentos preventivos e curativos (CARDOZO & YAMAMURA, 2004).

Segundo Figueiredo et al. (2007), é o sistema utilizado em granjas de exploração

comercial, de linhagens comerciais geneticamente selecionadas para alta taxa de crescimento

e excelente eficiência alimentar, criados segundo as normas sanitárias vigentes, sem restrições

ao uso de antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e

ingredientes de origem animal.

Segundo Englert (1998), ao decidir criar frango de corte, há necessidade de

instalação da granja, onde devem ser levados em consideração vários fatores de ordem

econômica e técnicas, para isso, o empreendedor necessitará de: capital inicial, mercado

consumidor e potencial de consumo, estradas e vias de acesso, energia elétrica, água,

condições climáticas, condições topográficas, tipo de solo e drenagem, encarregado da granja

e mão-de-obra, telefone, área da granja, proximidade de abatedouros, proximidades de fábrica

ou distribuidor de rações e concentrados. Esses são alguns pontos que devem ser levados em

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consideração em qualquer empreendimento avícola, antes de tomar qualquer iniciativa deve-

se calcular exatamente o custo necessário para tal investimento.

2.6.2. Frango Caipira ou Colonial

Aves cuja alimentação é constituída por ingredientes exclusivamente de origem

vegetal, sendo proibido o uso de promotores de crescimento, coccidiostáticos e antibióticos na

ração. O sistema de criação é feito em galpões, até os 28 dias de idade. Após essa idade,

soltos a campo, sendo sua criação semi-intensiva, recomendando-se 2 a 5m2 de área no

piquete por ave. O abate realiza-se com a idade mínima de 85 dias. As linhagens utilizadas

devem ser próprias para este fim, sendo proibidas às linhagens comerciais específicas para

frango de corte (DEMATTÊ-FILHO et al., 2005).

2.6.3. Frango Alternativo

De exploração intensiva, sem restrição de linhagem, criado sem o uso de antibióticos,

coccidiostáticos, promotores de crescimento, quimioterápicos, e ingredientes de origem

animal na dieta. As linhagens podem ser as mesmas que as utilizadas no frango industrial, às

diferenças estão por conta da densidade que deve ser bem menor e o tempo de alojamento que

fica em torno oito semanas.

Existe uma forte demanda, em todos os países, notadamente nos mais desenvolvidos,

por alimentos não contaminados por agrotóxicos, que não contenham resíduos de qualquer

natureza, que valorizem atributos tais como aparência e sabor, que estejam associados ao bem

estar animal e social e, ambientalmente limpo. Isso questiona o paradigma do custo mínimo e

abre espaço para novas formas de produção, menos intensiva, mas que asseguram os aspectos

anteriormente mencionados (FIGUEIREDO et al., 2001).

Esse novo sistema de produção oferece ao consumidor um produto saudável e de

elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de resíduos que ofereça risco a saúde do

consumidor, do produtor e do meio ambiente. Esses modelos diferenciados atualmente

atingem cada vez mais consumidores e vem apresentando uma demanda crescente, atualmente

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mais se fala em “consumo consciente”, onde os consumidores estão preocupados em

consumir alimentos que estejam sendo produzidos sob condições que preservem o meio

ambiente e que são pautadas pela responsabilidade social.

Segundo Demattê-Filho et al. (2005), em criações intensivas, ocorrem o aumento de

reação de pânico, diminuição exagerada da locomoção e efeitos negativos em músculos, ossos

e articulações de pernas e pés. Além disso, aliam-se a preocupação devido ao contínuo uso de

medicamentos como os promotores de crescimento antimicrobianos e os anticoccidianos são

práticas rotineiras na prevenção de doenças e melhoria da produtividade, reduzindo a idade de

abate.

O Sistema Alternativo, ao mesmo tempo em que resgata a tradição de galinhas

caipiras, tem como objetivo o aumento do padrão econômico da agricultura, principalmente

familiar, melhorando a qualidade e aumentando a quantidade da produção. Esse sistema

minimiza os danos ao meio ambiente, as aves são criadas em ambientes mais naturais são

submetidas a menos estresse, sua carne é considerada de melhor sabor e menor teor de

colesterol.

Lana (2000), apud Picoli (2004) publicou que em 1988 foi introduzida no Brasil a

linhagem de galinha caipira francesa “Label Rouge”, dando o primeiro passo para o

desenvolvimento da avicultura alternativa, que hoje no país apresenta pouco mais de 1% do

mercado avícola e seu crescimento ainda não acompanha o potencial do mercado consumidor

que é cada vez mais exigente em alimentos saudáveis e de qualidade.

Segundo Schmidt & Figueiredo (2007), a criação de galinha alternativa no Brasil

vem crescendo desde a década de 1990. Os empresários dedicados a essa atividade estão se

multiplicando, abrangendo um leque de iniciativas baseadas em motivos ecológicos e

principalmente na busca por saúde.

Na Europa esse sistema de produção é conhecido como Label Rouge, que busca

produzir alimentos saudáveis. No Brasil esse sistema pode ser chamado de sistema alternativo

de produção de galinha caipira, os nomes são diferentes, mas o conceito é o mesmo: um

frango rústico, criado fora do galpão em pelo menos parte do tempo para que possa

movimentar-se pelo terreno e pastar, procurando os alimentos que mais lhe interessam é

justamente o que garante a ave seus maiores diferenciais o sabor e a textura da carne.

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Segundo Demattê-Filho et al. (2005), sistema alternativo é o sistema de produção de

aves de exploração extensiva ou não, sem restrições de linhagens, criados em o uso de

antibióticos, anticoccidianos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de

origem animal na dieta. A isenção dessas substâncias será total, se houver necessidade de uso

para fins terapêuticos o lote será comercializado como convencional, implicando em perda da

qualidade própria do frango alternativo.

A produção de galinhas caipiras no Brasil concentra-se mais na agricultura familiar.

Nessas condições ela representa muitas vezes a viabilidade econômica das propriedades

rurais, dos assentamentos da reforma agrária e de alguns pequenos municípios em vários

estados brasileiros ( Oliveira et al., 2007).

Atualmente a produção conta com uma criação tecnificada, onde se busca melhorar o

desempenho das aves via melhorias das linhagens ou raças utilizadas, melhoria na

alimentação, no manejo e nos cuidados sanitários para garantir uma produção sistematizada e

contínua, com a qualidade necessária para o abastecimento dos canais de comercialização,

obedecendo toda a legislação sobre comercialização de alimentos de origem animal

(BARBOSA et al., 2007).

Segundo Barbosa et al.(2007), a produção alternativa de frango de corte pode ser

uma opção interessante para produtores rurais localizados em agrovilas, assentamentos rurais,

distribuídos nos municípios do interior do Brasil, entretanto é necessário que as iniciativas

empreendedoras nesta área garantam a qualidade do produto, para se ter acesso a mercado,

não danifique o meio ambiente e favoreça o bem-estar do homem e das aves.

2.6.4. Frango Orgânico

Criado segundo as normas de produção orgânica, cujas principais características

produtivas são a alimentação das aves com ingredientes que tenham origem orgânica,

cultivada respeitando-se o bem-estar e o meio ambiente. O sistema de criação é feito em

galpões, até os 28 dias de idade. Após essa idade, soltos a campo, sendo doravante sua criação

semi-intensiva, recomendando-se 2 a 5m2 de área no piquete por ave. O abate realiza-se com a

idade mínima de 85 dias. As linhagens utilizadas devem ser próprias para este fim, não sendo

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recomendadas às linhagens comerciais específicas para frango de corte (DEMATTÊ-FILHO

et al., 2005).

2.7. MANEJO ALIMENTAR

A crescente demanda de alimentos, de modo especial aqueles oriundos da exploração

animal, foi e continua sendo o fator básico do extraordinário desenvolvimento verificado no

campo da criação de aves, devido a seu rápido ciclo de produção (ANDRIGUETTO et al.,

1983).

De acordo com Englert (1998) a nutrição das aves faz parte da nutrição dos

monogástricos e pode ser definida como o estudo dos processos pelos quais a ave ingere e

assimila o alimento com finalidade de promover crescimento e repor tecidos.

Segundo o autor supracitado até o final do século XX as aves eram criadas soltas e

supriam suas necessidades alimentares ingerindo insetos, vegetais e grãos. Somente por volta

de 1900 é que se começou a usar rações a base de grãos de cereais e alguns subprodutos de

origem vegetal e animal. Naqueles tempos a produção se verificava na primavera, quando

havia, quantidade suficiente de pastos, raios solares e insetos que contribuíam para um

balanço nutritivo completo dos pintinhos.

Hoje, a nutrição avícola tem um desenvolvimento científico e tecnológico que

acompanha os avanços das técnicas nas viagens espaciais e na eletrônica. Isso porque ao criar

aves no confinamento total, tornou-se indispensável fornecer a estas máquinas vivas todos os

nutrientes necessários para que cresçam o mais rápido possível e produzam o máximo de ovos

e carne (ENGLERT, 1998).

Do ponto de vista econômico, é justamente sobre o fator alimentação que recai a

maior parcela dos significativos ônus de produção, fazendo com que os benefícios finais da

criação das aves sejam mais ou menos sensíveis, conforme varia a eficiência das rações

utilizadas e, mais especificamente, os custos de produção destas mesmas rações. Daí a

preocupação de melhorar a eficiência das rações, não apenas utilizando matéria prima de

melhor qualidade, mas adotando ou introduzindo, paralelamente, tecnologia de fabricação,

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com o objetivo de utilizar o máximo da potencialidade destas mesmas matérias primas

(ANDRIGUETO et al., 1983).

O objetivo econômico da alimentação das aves produtoras de carne e de ovos é a

conversão de alimentos para animais em alimentos para uso humano, valorizados pelas

transformações fisiológicas que sofrem. Sob este aspecto as aves são, possivelmente, os

animais que operam tais transformações com maior rapidez e eficácia. Por exemplo, uma

poedeira de 1,8 kg produz por ano cerca de 11,4 kg de ovos, ou seja, cerca de 6,3 vezes o seu

próprio peso. Um frango de corte transforma cerca de 4,2 kg de ração em 2 kg de seu próprio

peso vivo em aproximadamente 52 dias (ENGLERT, 1998).

Segundo Oliveira et al. (2007), a alimentação apresenta 70% do custo da produção

das aves, principalmente porque as matérias-primas são largamente usadas tanto para criação

de aves quanto para consumo humano. Portanto, se deve buscar fontes alternativas de

alimentos, principalmente energéticos e protéicos, como também de formulações que atendam

as necessidades qualitativas e econômicas de produção da galinha caipira.

Ramos et al. (2001), afirma que o objetivo principal desse manejo é suprir as

necessidades nutricionais das aves em todos os seus estágios de desenvolvimento e produção,

otimizando o crescimento, a eficiência produtiva e a lucratividade da exploração, já que o

custo com alimentos representa 75% do custo total de produção. Diante disso, o manejo

alimentar proposto para o sistema alternativo de criação de galinha caipira prevê a integração

das atividades agropecuárias, com o aproveitamento de resíduos oriundos da atividade

agrícola.

2.7.1. Alimentos

Segundo Guelber Sales (2005), em relação à alimentação das aves, temos que ter em

conta as exigências nutricionais, sua fisiologia e finalidade para que o sistema possa oferecer

ao máximo a qualidade do que ela necessita o balanceamento, a quantidade certa.

As rações devem prover proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas.

Rações incompletas ou inadequadas poderão ocasionar queda no crescimento ou produção,

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perda da eficiência ou sintomas nutritivos de deficiência (ENGLERT, 1998). O autor ressalta

conforme a Tabela 1:

“que a energia e a proteína formam a parte mais cara de uma ração. Num estudo do

custo dos vários nutrientes de uma ração para as aves em postura e outras para frango de

corte, o Professor H. R. Bird da Universidade de Wisconsin chegou aos seguintes valores para

uma ração formulada com matérias primas brasileiras”.

Tabela 01. Composição de rações para galinha poedeira e de corte

NUTRIENTES RAÇÃO PARA RAÇÃO PARA

POEDEIRAS FRANGO DE

CORTE

ENERGIA 50,0% 38,5%

PROTEÍNAS 44,0% 50,0%

MINERAIS 4,5% 2,5%

VITAMINAS 1,5% 9,0%

Fonte: Englert, (1998).

Observa-se que o custo de energia e da proteína somadas fica em torno de 90% do

custo total da ração, por isso, tudo o que poder ser feito para baixar este custo refletirá

diretamente no custo total da ração.

A energia de uma ração é aquela parte que a ave vai utilizar para; crescimento,

produção de ovos, movimentos musculares, manutenção da temperatura do corpo, respiração,

trabalho do coração, funcionamento do aparelho digestivo, síntese de inúmeros compostos e

processos bioquímicos. Quando a ave ingere alimentos que contém energia em excesso, ela os

deposita em forma de gordura. Uma ração deficiente em energia poderá determinar uma

diminuição no crescimento da ave, bem como queda na postura e perda de peso. Todos os

ingredientes com exceção dos minerais possuem energia (ENGLERT, 1998).

Segundo Englert (1998), as proteínas são importantes para a formação e dos

músculos, tecidos, sangue, penas, ovos, anticorpos, enzimas, hormônios e são necessárias para

a constante reposição dos tecidos. Uma deficiência de proteína na ração poderá ocasionar uma

queda no crescimento, canibalismo e diminuição de produção. As matérias-primas mais

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usadas como fontes de proteínas nas formulações de rações para aves são, entre outras, a

farinha de peixe, farinha de carne, farelo de soja, milho e sorgo.

Os minerais e vitaminas como nos casos de outros nutrientes estudados, apresentam

aspectos especiais em vista que devem ser dados na quantidade correta para o atendimento

das necessidades, a fim de permitir o desenvolvimento da ave e suas funções normais. São as

vitaminas que regulam as funções metabólicas. Os sintomas de deficiência vitamínica que

normalmente podem aparecer são crescimento retardado, penas eriçadas, fraqueza geral, perda

de apetite e palidez (ANDRIGUETO et al., 1983).

2.7.2. Água

Segundo Englert (1998), ao determinarmos o local do aviário, devemos nos certificar

se existe água potável em abundância, não somente para servir as aves, como também para a

limpeza do ambiente e utensílios.

O fornecimento de água para as aves deve ser feito em quantidades suficientes e com

boa qualidade. Estima-se que as aves consomem de água o dobro da ração fornecida. A água

de boa qualidade deve ser incolor, sem sabor, sem odor e livre de impurezas, devendo ser

renovada diariamente (ANDRIGUETO et al., 1983).

2.7.3. Concentrados

Os alimentos nesta categoria são ricos em carboidratos e denominados energéticos,

cuja percentagem de energia esta acima de 60% na composição da matéria seca. Também

estão às fontes de proteínas, de um modo geral são de origem vegetal e animal. As fontes

vegetais fornecem outros nutrientes importantes, como carboidratos e fitoquímicos, que

previnem doenças. Por outro lado, a proteína animal é rica em ferro, zinco e vitaminas do

complexo B. Portanto não há como dizer que uma é melhor que a outra, mas sim que a

composição da alimentação com alimentos de ambas as fontes é a ideal (GUELBER SALES,

2005).

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De acordo com Englert (1998), os cereais são em geral de grande valor energético,

pois possuem alta concentração de amido e baixo teor de fibra. São os cereais que fazem a

parte volumosa da ração, daí a sua grande importância no cálculo de rações agrícolas. A sua

palatabilidade é alta e de ótima aceitação pelas aves.

Segundo Guelber Sales (2005), as principais fontes de energia e proteínas para a

alimentação de galinhas são:

a) Milho (Zea mays L.) é a principal fonte de energia e pigmentos naturais; a xantofila é

importante para a coloração da gema do ovo, característica muito observada pelos

consumidores. O autor Englert (1998), relata que é importante que o milho utilizado na

mistura de rações avícolas esteja moído para evitar que as aves escolham apenas as partículas

de milho ao comer, desbalanceando assim sua ração.

b) Sorgo (Sorghum bicolor Moench) é uma gramínea bastante rústica e produtiva, cujo valor

nutricional do grão é bastante semelhante ao do milho.

c) Trigo (Triticum aestivum L.) e arroz (Oryza sativa L.) são importantes alimentos

energéticos, especialmente nas regiões do país onde são produzidos em grandes quantidades.

Seus subprodutos, os farelos de trigo e arroz, são ricos em carboidratos, proteínas e vitaminas

do complexo B. Devido ao seu alto teor de fibras são mais recomendadas para aves adultas,

principalmente frango de corte, pois para os pintinhos causam efeito laxante. Mesmo aos

adultos seu emprego deverá estar condicionado aos valores de fibras tolerados (GUELBER

SALES, 2005).

d) Raízes e tubérculos são ricos em energia e poderão ser usados na alimentação das aves “in

natura” ou desidratados e transformados em farelo.

A mandioca (Manihot esculenta Crantz.) por ser popular, é muito cultivada em todo

o Brasil, nesse sentido é o tubérculo mais usado na alimentação das aves, mas poderão ser

usados também as sobras e os refugos de lavouras de outros tubérculos e raízes muito

aproveitamento na alimentação das aves.

e) Farelo de soja é o suplemento protéico de origem vegetal usado em maior quantidade para

rações de aves, devido ao seu teor de proteína bruta que varia entre 44 a 47% no farelo de boa

qualidade e sua excelente composição em aminoácidos essenciais, um subproduto da indústria

de óleo, pois através desse processamento, o teor de proteínas fica concentrado e eliminam-se

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fatores antinutricionais presentes na soja crua e também o óleo, que em excesso, prejudica a

dieta.

f) Guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.), tem assumido importância como fonte de proteínas e

minerais na alimentação humana, como adubo verde e planta forrageira, pelo seu alto valor

protéico. Haag (1987), apud, Guelber Sales (2005), verificou que, com a inclusão de ração

com mais de 30% de guandu, houve um aumento na taxa de crescimento basal obtida quando

se utilizou apenas milho e soja como fonte protéica.

g) Farinha de peixe é também fonte de ácido ômega três. Ela é o produto obtido da cocção do

peixe integral, extração de parte da gordura, secagem e moagem. No Brasil se produz a

farinha de peixe de sardinha, possui aproximadamente 65% de proteína (ENGLERT, 1998).

Outras formas de origem de proteínas de origem animal estão à farinha de carne, de

osso, de ostras, através também de larvários, minhocas, lagartas nas pastagens, sendo estes

três últimos, encontrados durante as pastagens das aves em sistema semi-intensivo (GLOBO

RURAL, 2002).

2.7.4. Mineralização

Os minerais são importantes na dieta alimentar das aves, alguns são na formação dos

ossos e da casca do ovo, outros são necessários aos processos metabólicos, hormonais e

enzimáticos. Os minerais mais críticos nas rações são chamados de macro elementos porque

entram em maiores quantidades nas rações. Outros devem estar presentes em menores

quantidades são os chamados microelementos, mas são igualmente essenciais

(ANDRIGUETO et al., 1983).

A quantidade e a qualidade dos minerais na ração são muito importantes, quando em

quantidades abaixo das necessidades, aparecerão deficiências nutricionais, se em excesso o

crescimento poderá ser retardado, a eficiência de antibióticos poderá ser afetada e vitaminas

poderão ser destruídas (ENGLERT, 1998).

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2.7.4.1 Macroelementos e sua importância

De acordo Englert (1998) os macroelementos e sua importância são:

Cálcio é necessário para a formação dos ossos e casca do ovo. A deficiência desse

mineral causa ossos moles e raquitismo em aves em crescimento, baixa na eclosão de

ovos, ovos de casca mole.

Fósforo para a formação de ossos e ovos, manutenção do pH do sangue, assimilação e

utilização dos carboidratos e faz parte de importantes compostos orgânicos. Sua

deficiência ocasionara raquitismo, ossos moles e queda na postura.

Manganês ainda não é bem conhecida sua função específica, os embriões de aves

deficientes em manganês apresentam várias deformações como pernas e asas curtas,

tamanho pequeno, cabeça esférica, bico de papagaio e, conseqüentemente baixa

eclosão.

Sódio este é importante na manutenção da pressão osmótica do sangue e na

manutenção do pH dos fluidos corporais. Sua deficiência entre outras poderá

ocasionar canibalismo entre as aves e baixa conversão alimentar.

2.7.4.2. Microelementos e sua importância

Andriguetto et al., (1983) explica a importância dos microelementos:

Cloro é necessário para manter a pressão osmótica e o pH, é importante na formação

do suco gástrico, sendo sua deficiência difícil de verificar em condições normais de

criação.

Iodo quantidades mínimas são necessárias para funcionamento normal da glândula

tireóide nas aves.

Zinco é parte integrante de várias enzimas e sistemas enzimáticos que estão

envolvidos no metabolismo do fósforo, cálcio e digestão das proteínas. Os sintomas de

deficiência aparecem na forma de inibição no crescimento, penas eriçadas e

quebradas, ossos das pernas curtos e respiração dificultada.

Selênio a deficiência inibe o crescimento, mas quando em conjunto com a falta da

vitamina E, causa acumulação de fluídos e exudatos nos tecidos logo abaixo da pele

do peito, abdômen e pernas, que se chama de diátese exudativa.

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Potássio encontra-se em vários tecidos da ave e é necessário para os batimentos do

coração, além de ter influência no equilíbrio osmótico e ácido-base da ave. Sua

deficiência é rara, pois esta presente em quase todas as matérias primas tanto na de

origem animal com vegetal, porém se houver deficiência apresenta alta mortalidade

nas aves.

Magnésio esta relacionado diretamente com o metabolismo do cálcio e é essencial

para a formação dos ossos. O perigo, no entanto não é a deficiência e sim o excesso, já

que ele é tóxico.

Ferro elemento fundamental para a formação da hemoglobina, integrando sua

molécula. Está presente nos músculos, fígado, baço e rins. Sua deficiência provoca

anemia nas aves.

Cobre junto com o ferro é importante na formação da hemoglobina, embora não seja

parte integrante de sua molécula.

Enxofre os aminoácidos sulfúricos metionina e cistina fornecem praticamente todo

enxofre necessário ao organismo da ave.

Cobalto é encontrado em pequeníssimas quantidades na maioria dos órgãos.

Molibdênio é necessário em diminutas quantidades para o crescimento das aves.

De acordo com Guelber Sales (2005) recomenda-se o fornecimento de minerais

conforme as exigências de cada fase e finalidade. Vale lembrar a importância do cálcio para

as aves de postura, o que muitas vezes é negligenciado. Muitas vezes as galinhas chegam a

bicar as partes brancas das instalações em busca de cálcio. O mineral completa o que falta no

capim e nos alimentos. O fornecimento dos minerais evita o atraso no crescimento dos

pintinhos, as perdas de peso, as quedas nas posturas, deformações na casca do ovo, ausência

de casca e o desenvolvimento de doenças nutricionais.

2.7.5. Composição da pastagem nos piquetes

Segundo Guelber Sales (2005) os piquetes devem ser construídos em locais sem

risco de alagamentos e formação de poças de água com as chuvas, biodiversidade presente na

pastagem deve ser bem diversificada, pode ser composta de gramíneas e leguminosas

forrageiras. Como as aves não conseguem digerir a fibra do capim como fazem os ruminantes,

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a qualidade da forrageira é fundamental, pois os carboidratos solúveis, a clorofila, as

vitaminas, os minerais e outras substâncias presentes na forragem são de suma importância na

alimentação das aves.

Outro fato a se considerar, segundo a revista Globo Rural (2002), é a escolha de

forrageiras estoloníferas, que apresentem bom enraizamento e cobertura do solo, devido ao

comportamento das galinhas de ciscar e de formar buracos no chão, danificando a pastagem.

O capim-estrela-africano (Cynodon plectostachius) e o capim-estrela-africano roxo

(Cynodon nlemfuensis) têm sido testados com bons resultados. Forrageiras como a grama-

bermuda, o coastcross e o tifton, as três do gênero Cynodon, a grama-batatais (Paspalum

notatum), a hermatria (Hermathria altissima) e o amendoim forrageiro (Arachis pintoi)

apresentam as características recomendadas e tem sido empregada por alguns agricultores,

com bons resultados (GUELBER SALES, 2005).

Segundo Coelho (2005), o pastejo das aves caipiras é muito importante na melhoria

das qualidades organolépticas da carne e do ovo.

2.7.6 .Alimentação por fase

Barbosa et al. (2007), afirma que as necessidades nutricionais das aves mudam de

acordo com a idade, sexo, raça, estado nutricional e sanitário, fase produtiva e finalidades

econômicas. O consumo de alimentos está relacionado com a fase de criação, tanto em termos

quantitativos como de diversidades de ingredientes.

As fases são divididas da seguinte forma:

2.7.6.1 Fase de cria

Aproximadamente um mês, os pintos devem ser alimentados com ração inicial, é

uma ração balanceada de acordo com as exigências nutricionais da fase segundo Albuquerque

(1998). Recomenda-se incluir nessa primeira fase alimentos de alta digestibilidade e evitar o

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fornecimento de frutos e folhas verdes, pois os animais estão com o sistema digestivo imaturo

(BARBOSA et al., 2007).

De acordo com Ramos et al. (2001), nesta fase torna-se imprescindível a proteção

térmica dos pintos, assim como o fornecimento de água e alimento e procedimentos para

imunização do plantel.

2.7.6.2 Fase de recria

Inicia-se na quinta semana de idade e se estende até aos 60 dias. Nesta fase, embora a

fonte principal de alimento seja a ração devidamente balanceada, pode ser incluído na dieta

alimento verde, frutos e folhas. Também o reforço na imunização do plantel torna-se muito

importante (RAMOS et al., 2001).

2.7.6.3 Fase de terminação

Segundo Ramos et al. (2001), esta fase inicia-se aos 61 e quando as aves

apresentarem um peso vivo de 2,0 kg, estas estando prontas para abate, em no máximo 120

dias. De acordo com Oliveira et al. (2007), nesta fase pode ser oferecidos alimentos verdes à

vontade para as aves, a qual pode conter gramíneas, frutíferas, que serviram como importante

fonte de alimento, em complementação a ração fornecida, onde estes alimentos naturais são

responsáveis pela cor e sabor característico dos produtos tipo caipira.

A Tabela 02 apresenta a quantidade de ração consumida pela linhagem Isa Label,

Paraíso Pedrês e Embrapa 051, sendo a composição da ração de: 1-28 dias (20% de

concentrado inicial + 80% de milho), 29 a 140 dias ( 20% de concentrado de crescimento

mais 80% de milho) mais alimentos verdes, acima de 140 dias 30% de ração para postura

mais 70% de milho) mais alimentos verdes.

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Tabela 02. Quantidade de ração consumida

IDADE (dias) PARAÍSO ISA LABEL EMBRAPA 051

(g/ave/dia)

0-28 30,05 25,5 20,5

29-42 62,5 37,5 37,5

43-56 87,5 47,5 47,5

57-70 95,0 57,5 55,0

71-84 95,0 77,5 59,0

85-98 97,5 92,5 63,0

99-112 100,0 97,5 69,0

113-126 100,0 100,0 80,0

127-140 - 100,0 90,0

>140 - 100,0 90,0

Fonte: Oliveira et al. (2005).

2.7.7. Conversão alimentar

Conversão é a quantidade de alimento necessário para obter-se o aumento de uma

unidade de peso, é um dos dados mais valiosos ao granjeiro, pois permitirá tomar várias

decisões de manejo como, qual ração usar, qual melhor data de venda, se está havendo bom

manejo dos comedouros sem desperdício (TORRES, 1977).

Segundo Englert (1998), a conversão alimentar é a proporção existente entre quilos

de ração consumida pela ave para produzir um quilo de carne de frango vivo. Pode ser

determinada pela fórmula:

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Conversão alimentar = Alimento consumido (em kg) / aumento de peso vivo (em kg)

= kg de alimento para o aumento de um kg de peso

2.8. MANEJO SANITÁRIO

Garantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das

aves, tanto o potencial genético quanto o aproveitamento nutricional sejam expressos na sua

totalidade (JAENISCH, 2003).

O manejo sanitário é importante para manter essas condições de higiene no sistema

de criação, proporcionar saúde ao plantel, minimizar, ou até mesmo, eliminar a ocorrência de

doenças, é importante para obter bom desempenho e bem-estar das aves, além de um produto

de boa qualidade. Deve ser estabelecido levando-se em conta dois pontos principais: a

assepsia de instalações e equipamentos e o controle de doenças fisiológicas, patogênicas e

parasitárias (FETT, 2005).

2.8.1. Medidas Sanitárias

A limpeza pessoal dos envolvidos no manejo das aves, limpeza e higienização das

instalações e equipamentos, processamento criterioso e controle de qualidade dos ingredientes

dietéticos, programas de vacinação, manipulação correta dos produtos, controle ativo de

pragas (insetos e roedores), descarte de aves problema e manejo adequado para os resíduos

(aves mortas, cama, restos de ração etc.) são as principais medidas que devem ser mantidas

nos núcleos de produção (RAMOS et al. 2001).

É necessário que antes de alojar as aves, o aviário esteja limpo de todo e qualquer

resíduo e o piso desinfetado, essa limpeza pode ser feita, através do lança-chamas, queimando

restos de cama e penas, dentro e fora do galpão, polvilhar no chão cal virgem é uma

alternativa de desinfetar, ou ainda a cal virgem feito em calda com água limpa e água sanitária

na proporção de 1:1.000 (para cada 1.000 litros de água deve-se colocar 1 litro de água

sanitária) e lavar totalmente o piso (ALBUQUERQUE et al., 1998).

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2.8.2. Prevenção e Controle das Principais Doenças

Além da rotina de limpeza e desinfestação das instalações e equipamentos,

recomendam-se coberturas vacinais e anti-helmínticas como forma de prevenção de doenças

(BARBOSA et al., 2007).

Albuquerque et al. (1998), afirmam que a maioria das doenças de galinha não tem

tratamento, por esse motivo, a vacinação é muito importante, sendo uma forma prática,

econômica de evitar prejuízos.

Segundo Araújo (2005), as principais doenças que ocorrem na região Meio-Norte do

Brasil com suas respectivas peculiaridades estão apresentadas no Quadro 01.

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Quadro 01. Principais doenças, sinais clínicos, prevenção e tratamento.

DOENÇAS SINAIS CLÍNICOS PREVENÇÃO TRATAMENTO

Doença de

Marek

Asas caídas, torcicolo,

diarréia, dificuldade de

locomoção

Vacinação logo

após o

nascimento

Não existe

Doença de

Newcastle

Tosse, espirros, respiração

com o bico aberto, torcicolo,

cambalhotas para trás,

caminhando em círculos,

diarréia de cor esverdeada

Higiene e

vacinação

Não existe, pode

se fornecer

vitamina A para

ajudar na

recuperação

Doença de

Gumborro

Diarréia branca Vacinação Não existe

Bronquite

infecciosa

Tosse, roncado, corrimento

nasal, cara inchada, olhos

lacrimejando, respiração

difícil

Higiene e

vacinação

Fornecer

antibiótico e

vitamina A para

ajudar na

respiração

Bouba aviária Nódulo na crista, barbela,

cabeça, pernas e pés e/ou

lesões de cor amarelada na

boca

Vacinação Não existe pode

fornecer vitamina

A para ajudar na

recuperação

A prevenção das doenças é de grande importância na manutenção da saúde das aves,

que consiste em um conjunto de práticas que envolvem higiene, profilaxia e combate

sistemático a endo e ectoparasitas, em função da realidade epidemiológica onde está

localizada a sua criação (BARBOSA et al., 2001).

O calendário de vacinação é de suam importância para o sistema de criação de

galinhas caipiras, conforme discriminado no Quadro 02.

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Quadro 02. Calendário de vacinação para galinhas caipiras de acordo com a fase de criação.

IDADE

(Dias)

VACINA APLICACÃO

1° Bouba e

Marek

Punção na membrana da asa

(feita no incubatório)

10º Newcastle Intra-ocular

21° Bouba

aviária

Punção na membrana da asa

35° Newcastle Água de bebida (não clorada)

63° Bouba

aviária

Membrana da asa

4 em 4

meses

Newcastle Água de bebida (não clorada)

Fonte: Barbosa et al., (2007).

2.8.3. Doenças parasitárias

As aves criadas em sistemas que propiciam maior contato com o solo apresentam

com maior freqüência problemas de parasitose (CARDOSO & YAMAMURA, 2004). Para o

controle dos parasitas, além da limpeza de equipamentos e instalações deve-se, também,

estabelecer um plano de controle de endo e ectoparasitas, que dependerá do monitoramento

das condições das aves (ARAÚJO, 2005).

a) Endoparasitoses mais encontradas nas galinhas no sistema alternativo de criação são os

nematóides como (Ascaridia galli, Heterakis gallinarum), e os platelmintos (Davainea

proglotina, Raillietina spp) onde as aves novas são mais susceptíveis do que as adultas e os

vermes adultos podem causar obstrução intestinal e a morte das aves (RAMOS et al., 2001).

Devem-se combater os vermes através de vermífugos que podem ser dissolvidos na água não

clorada (ALBUQUERQUE et al., 1998)

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b) Ectoparasitoses os mais comuns são os hematófagos e os malófagos, piolhos de galinha,

causam grande prejuízos como: anemia, irritação, queda na produção de ovos, até a morte das

aves se for grande a infestação. Pode ser combatidos com inseticida próprio, deve ser feito

uma pintura com cal sendo uma forma de tratamento indicado para a eliminação desses

parasitas (FREITAS, 1996).

2.9. MELHORAMENTO GENÉTICO

O melhoramento de uma raça pode ser de duas formas, pelo melhoramento das

condições ambientais, pela ginástica funcional, controle de rendimento e seleção, este é um

processo lento. Outro processo é pela difusão de sangue melhorado (cruzamento) de raças

aperfeiçoadas, alterada ou continuamente, obtendo vários graus de sangue, e praticando-se

ainda a melhoria das condições ambientes, a ginástica funcional, a seleção, tal como no

método anterior (TORRES, 1981).

A atividade avícola vem apresentando nas últimas décadas significativo incremento

em seus volumes de produção. Essa expressiva evolução deve-se ao intenso trabalho de

seleção e melhoramento genético que tem contribuído para a melhoria da eficiência produtiva

das aves de corte, através do aperfeiçoamento de características tais como: ganho de peso,

conversão alimentar, rendimento de carcaça e viabilidade

2.10. RAÇAS DE GALINHA

A escolha certa da raça de galinha depende do objetivo da criação das aves, sendo

que essa seleção é fundamental para o sucesso do (JULIÃO, 2003). Empreendimento, pois

segundo Figueiredo et al. (2003), para os interessados na produção de subsistência as galinhas

capazes de produção de ninhadas, e que integrem o plantel de produção de ovos, onde os

machos podem ser abatido aos seis meses de idade.

Bellaver (2005), afirma para os interessados em produzir e melhorar a eficiência e a

competitividade comercial que existe um grupo de linhagens híbridas adaptadas para sistemas

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alternativos de produção, assim como Figueiredo et al. (2003), relatam sobre um grupo de

linhagens híbridas adaptadas para sistemas alternativos de produção do tipo colonial,

orgânico, biodinâmico, biológico e agroecológico, mais produtivas do que as raças puras, das

quais os de postura e os de corte são: linhagem Embrapa 041, Paraíso Pedrês, Label Rouge

Pesadão, Label Rouge Pescoço Pelado, Gigante Negro.

Segundo Bellaver (2005), a linhagem de frangos de corte colonial Embrapa 041,

apresenta plumagem avermelhada, crescimento mais lento do que os de linhagem industrial

alcançando idade de abate aos 85 dias, um híbrido de duas linhagens selecionadas para melhor

conversão alimentar, maior ganho de peso com potencial para alcançar 2.225 g aos 84 dias de

idade, com conversão alimentar de 3.123 g, podem ser alimentados com rações menos

energéticas e também utilizar alimentos alternativos e pastagem em adição a ração

balanceada.

2.10.1. Sem Raça Definida

Segundo Oliveira et al. (2007), a galinha que é chamada de Sem Raça Definida

(SRD), conhecida popularmente como “pé duro” é aquela obtida através de uma mistura de

várias raças, ocorridas ao acaso, sem nenhum critério técnico ou algum tipo de orientação

zootécnica.

As galinhas SRD estão presentes na maioria das propriedades rurais no interior do

país, onde a finalidade maior dessas aves é para consumo da família, como fonte de proteína.

Essas são criadas soltas na propriedade sem manejos alimentar, sanitário, controle de

produção, ou seja, sem acompanhamento, passam o dia ciscando em volta da casa e a noite

procura as árvores para dormir, estando assim mais susceptível a doenças e predadores. Esses

animais apresentam baixa conversão alimentar, quase sempre apresentam deficiência de

minerais e demoram cerca de seis a oito meses para estar pronta para o abate.

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2.11. ANÁLISE FINANCEIRA DE MÓDULO DE PRODUÇÃO

2.11.1. Módulo para corte

Conforme Oliveira et al. (2007), este módulo consiste na criação no sistema semi-

intensivo de aves melhoradas com características de rusticidade, necessita de um aviário,

podendo ser rústico, com acesso a piquete para o pastejo e caminhamento das aves. Este

módulo para corte tem como objetivo realizar uma análise da rentabilidade financeira da

criação.

2.12. COMERCIALIZAÇÃO

Segundo Demattê-Filho et al. (2005), o consumo de carne de frango teve um

aumento, em nível mundial, devido às alterações nos hábitos alimentares, com a substituição

da carne vermelha pelas carnes brancas. Os autores relatam que é promissor o mercado para

aves criadas em sistemas alternativos, com uma alimentação mais natural, pois a procura por

alimentos naturais e saudáveis é cada vez mais procurada pelos consumidores, com isso a

carne de frango caipira atinge as expectativas e desejos de uma grande parcela da população

mundial que está cada vez mais preocupada em consumir alimentos saudáveis e seguros.

Portanto para o produtor a viabilidade de financeira do sistema de criação de galinha caipira é

uma alternativa com representatividade de renda considerável para o agricultor familiar, assim

como o médio empreendedor rural.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

O trabalho foi realizado no município de Altamira, Pará, tendo como coordenadas

geográficas 03º12'12"Sul e 52º12'23" Oeste, estando a uma altitude de 109 metros (INMET,

2009). A Granja Xingu, fica localizada a aproximadamente seis km da zona urbana do

referido município, com uma área de 200 hectares. A área ocupada pela atividade avícola

corresponde a um hectare do total da propriedade.

3.2. DADOS METEOROLÓGICOS

Os dados de precipitação e de temperatura média diária, referentes ao período de

desenvolvimento do trabalho estão representados na Tabela 03.

Tabela 03. Dados de precipitação e temperatura média diária em Altamira, Pará, no período

de Nov/2008 a fev/2009

Mês Precipitação (mm) Temperatura (ºC)

Novembro 89,0 27,5

Dezembro 265,2 26,1

Janeiro 277,6 26,8

Fevereiro 305,8 24,9

Fonte: INMET, dados não publicados.

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3.3. DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES

Na granja existem seis aviários com capacidade para 600 aves com seus respectivos

piquetes. Existe um depósito para armazenamento de ração e um galpão improvisado de abate

com os equipamentos básicos.

Cada aviário tem as seguintes dimensões: 6 m de largura e 20 m de comprimento,

perfazendo uma área coberta de 120 m2. São construídos de madeira e cobertos com telha de

amianto. O piso é cimentado, cercado de tela metálica de duas polegadas, com cortinas

laterais de plástico, a altura do pé-direito é de 3 m e muretas laterais de tijolos com altura de

0,25 m, conforme a Figura 01.

Figura 01. Aviário com capacidade para 600 aves na Granja Xingu, Altamira – PA.

A área dos piquetes corresponde a 1.800 m², com capacidade para 600 aves, uma

ave/3m². A pastagem dos piquetes é constituída basicamente de capim braquiarão (Brachiaria

brizanta) com a presença de árvores frutíferas, como a aceroleira (Malpighia emarginata). Os

piquetes são cercados com tela metálica de duas polegadas, com dois metros de altura.

O depósito de ração é construído de tábuas de madeira, coberto com telhas de

amianto e o piso é cimentado. O abatedouro é improvisado, coberto com lona de plástico, piso

cimentado e equipamentos necessários para o abate dos animais.

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37

A captação de água para o abastecimento da granja é realizada através de um poço

amazonas, sendo utilizada uma caixa de água para distribuição no aviário.

3.4. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

Os equipamentos e materiais utilizados no manejo das aves são comedouros,

bebedouros, campânula, círculo de proteção, balança, cortina, cama aviária e fichários para

registros diários.

3.4.1. Campânula

A campânula usada foi a gás, com capacidade para aquecer 500 pintos (Figura 02).

Figura 02. Campânula com capacidade para 500 pintos utilizado na Granja Xingu, Altamira, PA.

3.4.2. Círculo de proteção

O círculo de proteção usado tinha as seguintes dimensões: 3 m de diâmetro e 0,6 m

de altura e capacidade para 500 pintos (Figura 03).

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38

Figura 03. Círculo de proteção utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA.

3.4.3. Comedouros

Foi utilizado um comedouro para cada 50 aves jovens e posteriormente para 40 aves

adultas (figura 04). Para os pintos comedouros tipo bandeja com dimensões de 30 cm de

largura e 30 cm de comprimento e 5 cm de altura (Figura 02).

Figura 04. Comedouro utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA.

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39

3.4.4. Bebedouros

Foi usado um bebedouro para 50 aves jovens e posteriormente 40 aves adultas, com

10 cm a 15 cm do piso, variando a altura de acordo com a idade das aves (Figura 05).

Figura 05. Bebedouro utilizado na Granja Xingu, Altamira – PA.

3.4.5. Balança

Foram utilizadas duas balanças, uma com capacidade para 5 kg, usada na pesagem

das aves ainda jovens, e uma com capacidade para 15 kg na pesagem das aves na fase de

recria até ao abate.

3.4.6. Cama aviária

A cama aviária utilizada foi casca de arroz, no círculo de proteção e no aviário, numa

espessura de 2,5 cm, porém no aviário faltou parte da cama.

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40

3.4.7. Cortina

A cortina utilizada foi de plástico de cor amarela, sendo controlada, fechada a noite e

nos dias mais frios e dias de chuva com vento, evitando que molhasse dentro do galpão, esta

foi utilizada apenas durante os primeiros 45 dias. Após esse período as aves foram

transferidas para outro aviário, onde tiveram acesso aos piquetes.

3.4.8. Desinfecção

A desinfecção do aviário foi feita antes da chegada dos pintos com creolina na

proporção de 1 litro para 1.000 litros de água. Todos os bebedouros e comedouros foram

lavados e desinfetados. A água utilizada para as aves beber foi clorada na proporção de duas

gotas de água sanitária para cada litro de água.

3.5. COLETA DE DADOS

O trabalho foi realizado no período de 11 de novembro de 2008 a 20 de fevereiro de

2009. As instalações previamente preparadas para a recepção dos pintos estavam com o

círculo de proteção, campânula a gás e cama aviária com uma espessura de 2,5 cm, conforme

as recomendações técnicas.

Os animais foram adquiridos com idade de um dia, provenientes de incubatório

comercial, totalizando 500 aves. Após recebimento, foram pesados, 10% do lote totalizando

50 aves e alojados no pinteiro com os demais. Durante as duas primeiras horas foi fornecida

apenas água clorada com açúcar na proporção de um litro de água e duas colheres (sopa) de

açúcar. Posteriormente foi fornecida ração à vontade e água sempre limpa e tratada com cloro.

A fonte de calor foi mantida até que os pintos completassem 14° dia de vida mantendo o

ambiente aquecido conforme o requerimento e comportamento das aves. Após os 14 dias

tirou-se o círculo de proteção e as aves ficaram alojadas num espaço de 24 m² durante 30 dias.

O manejo da cortina dependia da temperatura diária e do comportamento das aves.

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Com o objetivo de adaptar os animais ao consumo de vegetais, após 45 dias de vida

estes foram soltos no piquete para pastarem e ciscarem a procura de alimentos.

Para a coleta de dados na realização do trabalho, foram feitas visitas na granja na

primeira fase de nove em nove dias, posteriormente de dez em dez dias conforme a Tabelas

04, onde foram pesadas 50 aves, escolhidas ao acaso a cada visita realizada. As anotações do

consumo de ração das aves para avaliar a conversão alimentar, assim como o

acompanhamento do calendário de vacinação, foram devidamente registrados em caderneta de

campo.

Tabela 04. Registro de datas e visitas realizadas para coleta de dados, na Granja Xingu,

Altamira – PA.

Data Visita realizada

11/11/2008 1° visita

20/11/2008 2° visita

29/11/2008 3° visita

08/12/2008 4° visita

17/12/2008 5° visita

26/12/2008 6° visita

04/01/2009 7° visita

14/01/2009 8° visita

24/01/2009 9° visita

03/02/2009 10° visita

20/02/2009 Abate do lote

Tabela 05. Registro do calendário de vacinação das aves na Granja Xingu, Altamira – PA.

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Período Doença e forma de aplicação

1° dia Marek e Bouba – uma gota no olho.

7o ao 10° dia Newcastle, Gumboro e Bronquite – uma

gota no olho. (vírus vivo, Tipos B1,

amostra B)

20° dia Bouba forte – Mergulhar o estilete na

vacina e perfurar a membrana da asa.

35°dia Newcastle, Gumboro e Bronquite – uma

gota no olho ou na água de beber.

45o ao 60° dia Bouba forte – Mergulhar o estilete na

vacina e perfurar a membrana da asa.

45o ao 60° dia Aplicar 0,5 cc no músculo do peito.

Fonte: Oliveira et al., (2005).

A cada visita realizada eram feitas as anotações do ocorrido dentro do período entre

as visitas e feita à pesagem de 10% do lote.

3.6. VARIÁVEIS ANALISADAS

As variáveis analisadas foram: manejo alimentar, evolução do peso vivo, conversão

alimentar, manejo sanitário, ocorrência de endo e ectoparasitoses, instalações zootécnicas e

equipamentos e custo de produção.

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3.6.1. Evolução peso vivo

A evolução do peso vivo foi analisada a partir dos valores correspondentes a 10% do

lote totalizando 50 aves nas pesagens, inicialmente de nove em nove dias, posteriormente de

dez em dez dias.

3.5.2. Ganho de peso médio diário

O ganho de peso médio é a diferença de peso entre pesagens consecutivas e o

número de dias transcorridos entre elas, pode ser observado na equação 01:

Equação: GP = PF - PI

GP = Ganho de Peso médio

PF = Peso Final

PI = Peso Inicial.

3.5.3. Conversão alimentar

A conversão alimentar é obtida através do total de alimento consumido pelas aves

convertido em peso vivo.

CA = AC / PV

CA = Conversão Alimentar

AC = Alimento Consumido (kg)

PV = Peso Vivo (kg)

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3.5.4. Custo de produção

No custo de produção foram quantificados os custos da produção, excluindo os

valores da construção das instalações e equipamentos, conforme anexo. Para a quantificação

da renda líquida, foram deduzidos os valores da comercialização pelo custo total para a

produção do lote. Ver na pagina 63.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. EVOLUÇÃO DO PESO VIVO, GANHO DE PESO MÉDIO E CONVERSÃO

ALIMENTAR

A evolução do peso vivo dos 10% das aves analisadas passou de 1,6 kg do primeiro

dia até o peso de 69,2 kg aos 85 dias, ou seja, um aumento de 67,6 kg no lote de 50 aves

(Figura 06). Aos 102 dias ocorreu o abate quando o lote de 50 aves atingiu 90 kg de peso,

com média de 1,9 kg/ave obtendo um resultado inferior ao encontrado por Picoli (2004), que

obteve aos 91 dias peso médio de 2,722 kg/ave.

Figura 06. Evolução do peso vivo do plantel de 50 aves.

Os valores para o ganho de peso médio por ave se mantiveram crescentes até os 46

dias onde houve restrição alimentar, uma vez que a ração foi substituída apenas por milho.

Contudo após a volta do fornecimento da ração balanceada houve novamente crescimento no

ganho de peso por ave. A média do ganho de peso dia por ave foi de 0,015 kg. Os valores

acumulados nos primeiros 10 dias de 0,0563 kg/ave chegando no ápice aos 46 dias com 0,227

kg e aos 85 dias com o valor de 0,1706 kg por ave (Figura 07). Isso demonstra a importância

1,6 4,4

11,7

18,1

26,1

37,5

47,4

54,3

60,6

69,2

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 10 19 28 37 46 55 65 75 85

Pe

so e

m k

g

Idade do plantel (dias)

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do manejo alimentar, uma vez que os menores ganhos de peso ocorreram nos momentos de

descontinuidade do fornecimento da ração apropriada para a criação.

Figura 07. Ganho de peso médio por ave

A conversão alimentar média foi de 3,28 kg de ração/kg de peso vivo. O período que

foi do 19º dia até do 46º dia houve uma melhor conversão alimentar. Porém a partir da

restrição alimentar houve um menor aproveitamento da alimentação chegando próximo de 4

kg de ração para um kg de carne no 75º dia, conforme Figura 08. Outro fator que pode estar

associado a isso é que de acordo com Englert (1988), após 63º dia a conversão alimentar

diminui, inclusive o lucro do avicultor. O valor médio obtido é aproximado aos valores

encontrados por Picoli (2004), que obteve médias de 4,2 kg e 3,7 kg de ração para 1,0 kg de

peso vivo.

0,0563

0,1460,127

0,1602

0,227

0,199

0,13860,1258

0,1706

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

10 19 28 37 46 55 65 75 85

Pe

so m

éd

io p

or

ave

(kg

)

Idade do plantel (dias)

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Figura 08. Conversão alimentar de galinha caipira na Granja Xingu, Altamira – PA.

4.2. DOENÇAS

A mortalidade foi de 4,4%, sendo registrado o maior número nos primeiros dias de

vida, com a fragilidade e estresse promovidos no transporte dos pintinhos, pois estes para se

protegerem do frio foram esmagados pelo grupo devido ao manuseio inadequado da

campânula.

Não houve surto de doenças, não sendo registrada nenhuma morte e nem aves

apresentaram sintomas. Isso devido ao tratamento de prevenção realizado, onde foi

implementado o calendário de vacinações de acordo com Ramos et al. (2001), com a

aplicação de vacinas para prevenção das doenças, assim como a desinfecção do local antes de

receber o lote de aves e todas as medidas sanitárias tomadas, como limpeza dos bebedouros,

comedouros, água sempre limpa e clorada. Não houve ocorrência de endo e ectoparasitoses,

por isso o índice de mortalidade é considerado baixo. Segundo Englert (1998), índices de

mortalidade de até 3% em lotes de frangos de corte são considerados normais nas condições

da avicultura atual.

Segundo Barbosa et al. (2007) as enfermidades que ocorrem na avicultura são

controladas e até mesmo evitadas pelo uso correto de procedimentos sanitários, que incluem

coberturas vacinais elaboradas de acordo com o histórico da região.

2,17

1,25

1,79 1,892,10 2,18

3,02

3,99

3,44

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

10 19 28 37 46 55 65 75 85

Kg

de

raç

ão/

Kg

de

pe

so v

ivo

Idade do plantel (dias)

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4.3. INSTALAÇÕES ZOOTÉCNICAS E EQUIPAMENTOS

As instalações foram construídas seguindo recomendações técnicas, sendo na

posição leste-oeste (ENGLERT, 1998). Porém, alguns detalhes não foram corretamente

respeitados, como, por exemplo, o beiral de 1,2 m, recomendado por cartilha do SENAR

(2004). Na granja este está com apenas com 0,8 m, favorecendo a penetração de chuvas e

ventos fortes, para isso foram utilizadas cortinas para manter a temperatura ideal e prevenir

contra esses fatores.

Os equipamentos como bebedouros e comedouros, foram corretamente utilizados,

sendo respeitadas as idades das aves e a altura à medida do crescimento das mesmas e a

quantidade de aves para cada equipamento. A campânula não foi manuseada corretamente de

acordo com as indicações técnicas do SENAR (2004), uma vez que vários pintinhos foram

esmagados. Podendo-se afirmar que tanto o excesso como o déficit de calor provoca

mortandade.

A cama aviária não foi distribuída uniformemente por todo o galpão, porém poucos

danos foram constatados por essa falha.

4.4. CUSTO DE PRODUÇÃO DO LOTE EM ESTUDO

Foi adotado o sistema semi-intensivo de criação, com um lote de 500 aves de ambos

os sexos, acompanhados com um dia de vida até o abate com 102 dias, tiveram acesso a

pastagem após 45 dias de idade. Os custos da produção somam R$ 4.549,70 distribuídos na

aquisição de ração, pintos, medicamentos, transporte entre outros, ou seja, um custo de

aproximadamente R$ 9,51 por ave. Foram comercializados 908,2 kg a R$ 10,00/kg. O valor

bruto alcançou R$ 9.082,00 que deduzido os custos formam uma renda liquida de R$

4.532,30. Traduzido em valor por ave tem-se R$ 9,48, aproximadamente. No Quadro 03 há

um demonstrativo dos custos da produção, valores da comercialização, renda bruta e a renda

líquida.

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Quadro 03. Demonstrativo do custo de produção, dados da comercialização e receita líquida.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Valor Total

Pintos Unid. 500 R$ 2,00 R$ 1.000,00

Milho Kg 330 R$ 0,66 R$ 217,80

Ração Kg 1240 R$ 1,14 R$ 1.413,60

Mão-de–obra H/D 90 R$ 15,50 R$ 1.395,00

Energia

usada: gás

butano

Botijão 1 R$ 38,00 R$ 38,00

Combustível Litro 50 R$ 2,80 R$ 140,00

Vacinas ml 4 aplicações R$ 30,00 R$ 120,00

Vermífugo ml 2 aplicações R$ 5,00 R$ 10,00

Vitamina ml 2 aplicações R$ 6,00 R$ 12,00

Embalagens,

sacolas

plásticas

Unid 500 R$ 0,04 R$ 20,00

Aluguel da

banca na feira Diária 6 finais de semana R$ 15,00 R$ 90,00

Transporte/

barco ou

carro/5 litros

gasolina

L 6 viagens R$ 14,05 R$ 84,30

Etiquetas Unid R$ 9,00

Custos Totais R$ 4.549,70

Dados da comercialização

Receita Bruta 908,2 kg de carne x 10,00

R$ 9.082,00

Receita líquida = Renda bruta – Custos totais

RECEITA LÍQUIDA R$ 4.532,30

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5. CONCLUSÃO

O manejo alimentar foi comprometido em virtude do período chuvoso ter dificultado

o transporte da ração concentrada na rodovia Transamazônica.

O manejo sanitário adotado no sistema de criação de galinha caipira, na Granja

Xingu, foi adequadamente utilizado de acordo com as recomendações zootécnicas.

Os calendários de vacinação e vermifugação preventivos adotados evitaram a

ocorrência de ecto e endoparasitoses.

A conversão alimentar das aves foi de 3,28 kg de ração para obtenção de um

quilograma de peso vivo.

As instalações zootécnicas e os equipamentos utilizados no sistema de criação estão

em bom estado de conservação e tecnicamente corretos, com exceção do beiral e muretas.

O custo de produção foi comprometido em função do manejo alimentar, diminuindo

a conversão, porém com rentabilidade significativa para o produtor.

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7. ANEXOS

Quadro 04 – Modelo utilizado para calculo dos custos e comercialização e receita líquida

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Discriminação Unidade Quantidade Valor unitário (R$) Total

Pintos Unid.

Milho Kg

Ração Kg

Mao-de–obra H/D

Energia

usada: gás

butano

Botija

Combustível Litro

Vacinas

Vermífugo

Vitamina

Embalagens,

sacolas

plásticas

VB

Aluguel da

banca na feira VB

Transporte/

barco ou

carro/5 litros

gasolina

VB

Etiquetas VB

Custos Totais

Dados da comercialização

Receita Bruta

Receita líquida = renda bruta – custos totais

RECEITA LÍQUIDA

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Figura 09. Preparo da água com açúcar fornecida aos pintinhos.

Figura 10. Uso do bebedouro infantil.

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Figura 11. Realização da pesagem das aves.

Figura 12. Captura das aves para a realização da pesagem das aves.

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Figura 12. Aves pastando no piquete.