criação de galinhas caipiras

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ABC da Agricultura Familiar Criação de galinhas caipiras

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Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Informação TecnológicaEmbrapa Meio-NorteMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF2007

Criação degalinhas caipiras

Page 3: Criação de Galinhas Caipiras

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB), Av. W3 Norte (final)CEP 70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) [email protected]/liv

Embrapa Meio-NorteElaboração da cartilha: Edvaldo Sagrilo

Firmino José VieiraRaimundo Bezerra de A. NetoRobério dos Santos Sobreira

Produção editorial: Embrapa Informação TecnológicaCoordenação editorial: Fernando do Amaral Pereira

Mayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Compilação e edição: Guido Heleno DutraRevisão técnica: Juliana Meireles FortalezaRevisão de texto: Ana Lúcia Maciel WeinmannProjeto gráfico da coleção: Carlos Eduardo Felice BarbeiroEditoração eletrônica: Grazielle Tinassi OliveiraIlustração da capa: CW Produções Ltda.

(Paulo Sérgio Soares e Eloi Neves Gameleira)

1a edição1a impressão (2007): 1.000 exemplares

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em

parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n° 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

© Embrapa 2007

Criação de galinhas caipiras / Embrapa Informação Tecnológica; Embrapa Meio-Norte. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2007.73 p. : il. – (ABC da Agricultura Familiar, 20)

ISBN 978-85-7383-401-7

1. Abate. 2. Avicultura. 3. Manejo. 4. Nutrição animal. 5. Ovo. 6. Reprodução. I.Embrapa Informação Tecnológica. II Embrapa Meio-Norte. III. Coleção.

CDD 636.5

Page 4: Criação de Galinhas Caipiras

ApresentaçãoEmpenhada em auxiliar o pequeno produtor, a

Embrapa lança o ABC da Agricultura Familiar, queoferece valiosas instruções sobre o trabalho nocampo.

Elaboradas em linguagem simples e objetiva,as publicações abordam temas relacionados àagropecuária e mostram como otimizar a atividaderural. A criação de animais, técnicas de plantio,práticas de controle de pragas e doenças, adubaçãoalternativa e fabricação de conservas de frutas sãoalguns dos assuntos tratados.

De forma independente ou reunidas emassociações, as famílias poderão beneficiar-sedessas informações e, com isso, diminuir custos,aumentar a produção de alimentos, criar outrasfontes de renda e agregar valor a seus produtos.

Assim, a Embrapa cumpre o propósito adicionalde ajudar a fixar o homem no campo, pois coloca apesquisa a seu alcance e oferece alternativas demelhoria na qualidade de vida.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

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SumárioIntrodução ............................................... 7

O que é galinha caipira? ......................... 7

Como escolher as galinhaspara começar a criação? ......................... 9

Como escolher o galo? ........................... 9

O galinheiro ........................................... 11

Onde e como construiro galinheiro? .......................................... 13

As fases da criação ............................... 20

Fase de reprodução .............................. 21

Fase de choco ou incubação ................ 24

Fase de cria de pintos até30 dias de idade .................................... 27

Fase de recria de pintos de31 a 60 dias de idade ............................ 32

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Fase de terminaçãoou engorda ............................................ 34

Quantidade de aves no sistema ............ 36

Alimentação das galinhas ..................... 37

Prevenção e combate àsprincipais doenças................................. 44

Produção de ovos ................................. 53

É vantagem usar a chocadeira? ............ 59

Abate e preparação para venda ............ 62

Quando e como abater ......................... 63

Como depenar e retirar as víscerasdas aves abatidas? ............................... 65

Armazenamento das carcaças .............. 67

O negócio da criação degalinhas caipiras.................................... 68

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IntroduçãoNo Brasil, a criação de galinhas caipiras

é uma tradição. Mesmo em áreas urbanas,em improvisados galinheiros, a criação dessasaves é meio de obtenção de carne e ovos,geralmente para o próprio consumo familiar.

Criar galinhas é sonho de muitos brasi-leiros. No entanto, é uma atividade que exigemuita seriedade para se transformar emnegócio gerador de lucros ao criador.

Nesta publicação, trataremos a criaçãode galinhas caipiras como uma atividadeprofissional, um empreendimento viável parapequenos criadores de todas as regiões,principalmente para os do Semi-Árido nor-destino.

O que é galinha caipira?As galinhas caipiras de verdade são

originadas a partir daquelas que foramintroduzidas no Brasil na época do desco-brimento. Como vieram de vários lugares

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do mundo, apresentam diferentes cores depenas, portes e comportamentos distintos.É comum vê-las sendo criadas soltas nosquintais, ciscando o tempo todo, na buscade insetos, minhocas, plantas e restos dealimentos. Além de adaptarem-se bem aoclima quente são mais resistentes a algu-mas doenças. Sua carne e seus ovos sãomuito mais saborosos que os produzidosem granjas industriais e vendidos nos super-mercados. Por isso, mesmo sendo maiscaras, têm a preferência de muitos consumi-dores.

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Como escolher as galinhaspara começar a criação?

Escolha entre aquelas aves já existen-tes no seu quintal ou na vizinhança, masobserve a idade, os hábitos, a mansidão, aprodução, a beleza e a saúde.

Selecione fêmeas de 6 a 24 meses deidade que nunca tenham adoecido e quesejam:

• Boas poedeiras ou filhas de boaspoedeiras.

• Boas criadeiras.

• Mansas.

• De bom tamanho.

Como escolher o galo?O galo tem que vir de outra criação,

mesmo sendo da mesma comunidade. Isso

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evita o grau de parentesco próximo entreas galinhas e o galo, prevenindo o nasci-mento de pintos fracos, com defeitos físicosou pouco produtivos.

Escolha um galo:

• Filho de galinhas com boas qua-lidades.

• Esperto e valente.

• Com idade próxima à idade das gali-nhas.

• Nem gordo nem magro, mas que sejacarnudo.

A criação se inicia com 1 galo e12 galinhas.

Se houver mais galinhas, o galo nãodá conta. Quando o número de galinhas émaior que 12 por galo, começam a aparecerovos que não chocam (inférteis), podendolevar a criação ao fracasso.

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O galinheiroPara criar as galinhas da maneira reco-

mendada neste manual, são necessárias asseguintes instalações:

Um galpão com cobertura de 4 águase 2,10 metros de pé-direito com 5 divisões,sendo:

• Uma para galinhas em postura epara o galo, com ninhos.

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• Uma para incubação dos ovos.

• Uma para pintos de até 30 diasde nascido (cria).

• Uma para pintos de 31 até 60 diasde idade (recria).

• Uma para frangos e frangas emterminação.

Área do galpão com 5 divisões.Ilustração: Robério dos Santos Sobreira

Um cercado com quatro divisões(piquetes) sendo:

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• Uma para galos e galinhas em repro-dução e postura.

• Uma para cria de pintos de até30 dias de nascidos.

• Uma para recria de pintos de 31 a60 dias de idade.

• Uma para terminação (engorda) defrangos e frangas.

Os piquetes são de tamanho variadoe ficam ligados às divisões do galpão deacordo com a fase de criação.

Veja os tamanhos de cada cercado(piquete) na planta geral.

Onde e comoconstruir o galinheiro?

O galinheiro deve ser construído prefe-rencialmente:

• Perto da casa, a uma distância de30 a 50 metros, para facilitar os traba-

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lhos e para ser mais facilmentevigiado.

• Fora da direção do vento, para nãotrazer o cheiro do criatório para acasa do agricultor.

• Em terreno arenoso que não enchar-que e que tenha um certo declivepara facilitar a drenagem e a limpeza.

• Próximo a uma fonte de água.

O galinheiro deve ter ainda:

• Estrutura de madeira roliça e cober-tura de palha (de coqueiro, carnaúba,etc) ou telha de cerâmica, com a cu-meeira no sentido nascente-poente.

• Mureta de tijolo ou taipa, de 30 centí-metros de altura, separando as divi-sões internas do galpão; completarcom tela de galinheiro.

• Piso 10 centímetros acima do níveldo chão, de barro batido ou cimen-tado, sempre forrado com casca dearroz, capim seco ou raspa de madeira.

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Galpão em madeira roliça em fase de construção.

Cobertura feita com folhas de babaçu.

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Divisões internas do galpão feitas com mureta e tela degalinheiro.

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Piso de barro batido a malho. Para que fique bem batido, obarro deve estar meio úmido. Observe que o malho é umpedaço de linha, com um cabo de madeira roliça.

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• Cercas dos piquetes de 1,60 metrode altura, feitas de arame farpado,estacas e estacotes de madeiraroliça. As estacas devem ter espa-çamento de 2 metros. Os estacotesfecham a parte inferior da cerca e oarame fecha a parte superior. Outrostipos de cercas são permitidos desdeque sejam firmes e que dêem segu-rança às aves.

Esquema de construção da cerca com estacas, estacotes earame farpado.Ilustração: Robério dos Santos Sobreira

Cerca dos piquetesfeita com estacotes,estacas e aramefarpado.

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• Comedouros feitos de cano plásticode esgoto (100 milímetros) tampadonas pontas.

• Bebedouros feitos com garrafas derefrigerantes de 2 litros (tipo pet) eembalagens de doce vazias (deplástico), penduradas com arame.

• Ninhos feitos com tábuas ou varas,cada um com 15 centímetros de al-tura por 35 centímetros de largura,sem fundo, para facilitar a higiene.

Comedouro feito de cano plástico de esgoto.

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As fases da criaçãoA criação se faz separando pinto de

galinha, galinha de frango, frango de pintoe dando a cada um desses grupos umtratamento diferente. As fases são:

• Reprodução.

• Choco ou incubação.

• Cria dos pintos, desde o nascimentoaté 30 dias de idade.

Bebedouro feito de garrafa de refrigerante e embalagem dedoce vazia, e ninhos feitos de tábuas.

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• Recria dos pintos de 31 até 60 diasde idade.

• Terminação ou engorda.

Fase de reproduçãoÉ a fase em que o galo vai cruzar com

as galinhas e estas vão pôr os seus ovos.Para que a fase de reprodução transcorrasem problemas é preciso observar algunspontos muito importantes:

• Trocar o galo a cada seis meses paranão cruzar com as filhas. Na trocado galo é muito importante adquirir onovo animal 40 dias antes de fazera troca, deixando-o em um local paraverificar se não apresenta doençase se mostra interesse pelas matrizes,indicando que será um bom repro-dutor.

• Não usar galo de mais de dois anosde idade, pois a partir desta idade afertilidade dele é menor.

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Galo (reprodutor) próximo ao bebedouro de pressão.

• Descartar as galinhas com mais dedois anos de idade, porque a partirdessa idade as galinhas passam acomer mais e produzir menos.

O galo e as 12 galinhas devem sercriados na área de reprodução, que é for-mada por uma parte do galpão, que devemedir 2,50 metros por 1,50 metro e tambémpor um cercado de 40 m2 (4 metros por 10metros).

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• Na parte coberta destinada à repro-dução, deve haver um ninho comquatro lugares, onde as galinhascolocam seus ovos.

• Quando uma galinha fica choca, deveser colocada em outro compartimen-to vizinho, dentro do mesmo galpão,onde vai chocar os ovos até nasce-rem os pintos.

Fase de choco ouincubação

Os principais cuidados nessa fase são:

• Ter sempre preparado um dos ninhosdo compartimento de choco, ondeserá colocada a galinha que ficarchoca.

• Observar a incubação dos ovos quedura 21 dias. Cada galinha devechocar entre 12 e 15 ovos, de acordocom o tamanho da mesma.

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• Forrar o fundo do ninho com materialmacio (capim, palha, etc.), podendoaproveitar o mesmo material do pisodo galinheiro, dando um formato deuma meia-lua. Observe os desenhosabaixo:

Desse jeito está ERRADO.Em um ninho sem preparo,os ovos ficam espalhadose não recebem calor ade-quadamente.

Desse jeito também estáERRADO. Com um ninhomuito afunilado, os ovosficam amontoados e osque ficam por baixo nãorecebem calor por igual

Este é o jeito CORRETO.Os ovos recebem calor porigual.

Ilustrações: Robério dos Santos Sobreira

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• Deixar sempre água e comida (ração)à disposição da galinha, evitandoassim que ela perca muito peso ouabandone o ninho.

• Colocar a galinha imediatamentedepois do nascimento dos pintos, naárea de reprodução, onde largará ochoco em 3 dias, ou no máximo 5dias (11 dias depois de deixarem oninho já estarão pondo ovos nova-mente).

• Imediatamente após o nascimento,levar os pintos para a área de cria,do outro lado do galpão.

Fase de cria de pintos até30 dias de idade

Principais cuidados:

• Na área de cria, o piso deve ser co-berto por uma cama, e os pintosdevem ter à disposição bebedouro

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do tipo pressão e um comedourotipo bandeja, que pode ser uma latade doce ou uma outro recipiente pa-recido.

• É importante que o telado realmenteevite que os pintos fujam e queimpeça a entrada de outros animais.

• Também é na fase de cria que ospintos recebem as vacinas, que vãoevitar as principais doenças (fiquesabendo mais sobre o assunto noitem específico sobre doenças).

Pintos na fase de cria em cama sobre o piso.

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Tela de viveiro e tela de galinheiro na fase de pintos de 0 a30 dias.

• O comedouro pode também ser feitocom lata de leite em pó ou com latade doce. É preciso fazer uns furosde lado, na parte de baixo da lata,para a saída da ração. Veja o esque-ma a seguir.

Comedouro para pintos feito de lata de doce e lata de leite.

Ilustração: Robério dos Santos Sobreira

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• É importante que o material usadopara comedouros e bebedouros se-jam fáceis de limpar e não acumulemsujeira.

• Na fase de cria, os pintos passam amaior parte do tempo na área cobertadentro do galpão. Mas podem passar,em alguns momentos, para um pe-queno cercado fora do galpão, parapegar um pouco de sol. Como os pintosnão vão ficar com a galinha é precisoprotegê-los do frio. A fonte de calor po-de ser também uma lâmpada de 60 W.

• Na falta de eletricidade é recomen-dado fechar as laterais da divisão decria com papelão, palha ou outro mate-rial para não entrar o frio ou ventoforte. Colocar uma caixa de papelãopara os pintos dormirem dentro, jáque assim o calor de um ajuda o outro,mantendo a temperatura adequada.

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Fase de recria de pintos de31 a 60 dias de idade

Os pintos passam 30 dias na fase decria e depois são levados para a área aolado, para a fase de recria.

Nessa fase, os pintos vão dispor deuma área coberta dentro do galpão, ondeterão dois bebedouros tipo pressão e doiscomedouros tipo calha, além de uma áreade pastejo, com 20 m2, onde além de se

Fase de recria, observando-se bebedouro de pressão e a camade casca de arroz.

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exercitarem, começam a se alimentar comfolhas novas, frutos, insetos, etc.

Ainda nessa fase são repetidas asdoses de vacina para garantir que as avesnão adoeçam.

Fase de terminação ouengorda

Essa fase vai dos 61 até os 120 dias,quando as aves já passam a frangos.

As aves terão uma área coberta de16 m2 no galpão, mais uma área de aproxi-madamente 1.800 m2 já arborizada ou quepossa se transformar num bom pomar.

Na área coberta devem ser colocadospoleiros, bebedouros de pressão e come-douros tipo calha, de tamanho suficientepara a quantidade de aves existentes.

No cercado, é necessário que existamato, capins ou outras plantas cultivadas,especialmente fruteiras que servem de ali-mento para os frangos e frangas.

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Aos 120 dias, os frangos e as frangasdevem pesar em torno de 1,8 quilo, sendoessa a idade e peso ideal para o abate.

Quantidadede aves no sistema

Depois de um determinado tempo defuncionamento do sistema, existirão gali-nhas de postura, pintos nascendo e cres-cendo e frangos sendo engordados e abati-dos para a própria alimentação do agricultor

Poleiros feitos de varas na fase de engorda ou terminação.

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e de sua família ou para venda. Quando acriação atingir esse ponto existirão:

• Na área de reprodução: 1 galo e 12galinhas.

• Na área dos pintos de até 30 dias:63 a 97 pintos.

• Na área dos pintos de 31 até 60 dias:entre 60 e 92 pintos.

• Na área dos frangos e frangas: de112 a 174 aves.

A criação toda, portanto, pode chegara ter até 376 aves.

Alimentação das galinhasDar atenção especial à alimentação

das galinhas é essencial para que o gali-nheiro seja produtivo, tanto em termos deengorda das aves, de reprodução e de produ-ção de ovos. A seguir, as mais importantesrecomendações a respeito deste assunto.

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Prepare a raçãodas aves em casa

O que faz esse sistema diferente dosoutros é que o agricultor não precisará com-prar quase nada. O próprio agricultor podepreparar a ração em sua propriedade, comos ingredientes que produzir na sua terra.

Principaisingredientes da ração

Os produtos mais comuns que podemser plantados e usados para fazer a raçãosão:

• Milho (grãos).

• Sorgo (grãos).

• Mandioca (folhas secas e moídas,raspas e cascas das raízes).

• Guandu (folhas secas e moídas esementes).

• Leucena (folhas secas).

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• Algaroba (folhas secas e vagens).

• Outros alimentos disponíveis em cadaregião como: “bandinha de soja”,torta de babaçu, grãos de milheto,sobras de hortaliças etc.

Esses produtos devem ser desidrata-dos, moídos e ensacados, e guardados emlocais adequados para conservar sua qua-lidade e assegurar a alimentação das avesdurante o período de escassez.

Outros ingredientesAlém dos alimentos citados é preciso

completar a comida das aves com algum tipode alimento verde. Podem ser usados:

• O próprio mato existente nos piquetes.

• Frutas.

• Capins.

• Hortaliças frescas colocadas à dispo-sição das aves dentro dos piquetes.

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• Leucena (folhas verdes).

• Palma forrageira.

• Grãos germinados (plântulas) demilho, guandu, sorgo, etc.

Além disso, a área do piquete maior(terminação) pode ser utilizada para fazerum pomar. Assim as aves aproveitam as fru-tas que caem das árvores.

Geralmente esses alimentos são colo-cados, picados ou não, nos comedouros,ou amarrados em feixes e pendurados nascercas do galinheiro.

Os capins são mais indicados paraplantio no cercado, onde as aves podempastar diretamente.

Para fornecer grãos germinados, colocá-los em uma vasilha com água, durante 24horas, para incharem. Depois disso, os grãossão plantados em canteiros. Quando asplantinhas germinarem e alcançarem entre10 e 15 centímetros de altura são coloca-

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das no comedouro para que as aves sealimentem. Por isso é sempre bom plane-jar o plantio, dispondo assim de plantas nomomento de oferecer às aves.

Folhas de mandioca.

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Feijão-guandu. As folhas secas e moídasservem para a ração.

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Acrescenta-se também à ração ingre-dientes minerais, tais como:

• Sal comum.

• Fosfato bicálcico.

• Calcário calcítico.

Preparo da raçãoPara fazer uma ração caseira, os pro-

dutos devem ser misturados em quantidadescertas. Muitas são as misturas que podemser feitas, existindo também outras opçõesque podem ser usadas para fazer a ração.

Leucena. As folhas secas e moídas são umalimento muito rico para as galinhas.

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Para as galinhas em fase de pôr ovos(postura), por exemplo, uma ração adequa-da deve conter:

• Farelos e farinhas (de milho, de se-mentes e frutos de época).

• Folhas moídas (de mandioca, guan-du, leucena).

• Cascas de mandioca (crueira).

• Mistura mineral de sal comum, fosfa-to bicálcico e calcário.

O fornecimento da ração para cadauma das fases deve feita de acordo com asseguintes orientações:

Reprodução – Cada ave vai comerentre 100 e 150 gramas por dia, dependen-do do tamanho e do seu peso.

Cria – A ração é fornecida à vontadee os pintos comem entre 15 e 40 gramaspor dia.

Recria – A ração, fornecida à vontade,representa um consumo aproximado de60 a 70 gramas por cabeça por dia.

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Terminação – A ração, também forne-cida à vontade, representa um consumomédio aproximado de 90 gramas por cabeçapor dia.

Prevenção e combate àsprincipais doenças

Além de uma alimentação adequada,as aves do galinheiro precisam ser sadias,livres de risco de doenças. Nesse sentido,o criador que desejar alimentos de quali-dade e assim obter lucros, não poderá sedescuidar de forma alguma desses aspectos.

Pintos saudáveis: os cuidados com a saúde dos animaiscomeçam logo nos primeiros dias de vida.

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Principais doençasAs galinhas caipiras ou galinhas de

capoeira são animais difíceis de adoecer,mas podem ficar doentes e trazer prejuízos.

As principais doenças que as galinhaspodem ter são:

• Bronquite infecciosa.

• Tristeza ou mal-de-roda (doença deNewcastle).

• Gumboro.

• Bouba.

• Parasitas internos e externos.

Não existe tratamento contra a tristezadepois que a ave é atacada.

Contra a bouba, o tratamento existentenão ajuda muito, sendo assim melhor pre-venir.

A mortalidade no galinheiro é muito altaquando aparece uma dessas duas doenças,

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podendo acabar com todas as aves empouco tempo.

As principais medidas aconselhadaspara evitar as doenças são:

• Manter o galinheiro sempre limpo.

• Limitar a quantidade de aves deacordo com a capacidade de aloja-mento.

• Alimentar as aves com qualidade.

• Tornar o galpão sempre bem venti-lado para expulsar o calor e algunsgases.

• Proteger o galpão na época chuvosae mais fria.

Importância da limpezaEmbora as galinhas caipiras sejam

mais resistentes às doenças, não se devedescuidar da higiene do local, mantendo-oem perfeito estado de limpeza.

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Os principais cuidados em relação àlimpeza são:

• Limpar diariamente os comedourose bebedouros, não permitindo juntarsujeira nos galinheiros.

• Colocar sempre água limpa para asaves.

• Usar sempre novo enchimento parao ninho, cada vez que for deitar umagalinha.

• Retirar as fezes das galinhas, perio-dicamente, e trocar a cama quandonotar que a mesma não está maissegurando o molhado das fezes (apro-ximadamente a cada 45 dias).

Para espantar insetos que possamprejudicar as galinhas, como pechilingas,barbeiros e carrapatos, é necessário pulve-rizar todo o galpão a cada 30 dias com umacalda de fumo e sabão feita da seguinte forma:

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• Pique e misture bem 100 gramas defumo de rolo e 100 gramas de sabãoem barra.

• Coloque essa mistura em 1 litro deágua e deixe descansar durante24 horas.

• Dê mais uma mexida, coe num panofino e acrescente mais água atécompletar 5 litros.

• Pulverize todo o galpão com essacalda. Essa calda não é prejudicialàs aves, que podem permanecer nogalpão durante a aplicação, deixandocontudo as cancelas abertas paraque as aves assustadas saiam.Deve-se ter cuidado para não molharos pintos da fase de cria, para evitarque sintam frio, e nem as galinhasque estão chocando pois isso poderesfriar os ovos atrapalhando o nas-cimento dos pintos.

• No caso de infestação por pechi-lingas é preciso tratar todas as aves

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com a calda de fumo, mergulhando-as, uma a uma, até o pescoço emum balde. Os pintos de 0 a 30 dias eas galinhas que estão incubando nãodevem receber esse tratamento.Para o controle de pechilingas nafase de incubação, geralmente seobtém bons resultados colocando osrestos da calda, junto com os peda-ços de fumo que foram filtrados, aoredor dos ninhos. Nesse caso acama deverá ser trocada assim queterminar o choco das galinhas.

Como evitar doenças deorigens variadas

• Não deixe mais aves do que o reco-mendado em cada fase da criação.Muitas aves amontoadas facilitam oaparecimento de doenças.

• Tenha muito cuidado com a qualida-de e quantidade da alimentação dasaves, em todas as fases.

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• Mantenha o galpão ventilado (porisso é importante a tela), principal-mente nas épocas mais quentes.

• Proteja o galpão nas épocas de chu-va e nas noites de vento frio.

Como evitar as doençascausadas por micróbios

Os micróbios são tão pequenos quenão é possível vê-los, mas são os grandesresponsáveis pelas doenças que mais matam.

Para evitar essas doenças é neces-sária a aplicação de vacinas.

As vacinas são vendidas em casas deprodutos agropecuários e, geralmente,estão em embalagens com 1.000 doses.

Como o criador não precisará de todasessas doses e como as vacinas não podemser guardadas depois de abertas, a soluçãoé comprar com outros criadores de aves desua comunidade, dividindo o medicamento,de acordo com a necessidade de cada um.

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A aplicação das vacinasPintos com até 30 dias de idade (fase

de cria):

• Aplicar a vacina contra a doença deNewcastle, a gumboro, a bronquite infec-ciosa e a bouba, de preferência na primeirasemana de vida, ou no máximo com 15 diasde idade.

Pintos de 31 a 60 dias de idade (recria):

• Aplicar a vacina contra a doença deNewcastle, a gumboro e a bronquiteinfecciosa com 45 dias de idade.

Frangos após 61 dias de idade (termi-nação ou engorda):

• Aplicar a vacina contra a doença deNewcastle, a gumboro e a bronquiteinfecciosa entre 90 e 100 dias devida.

Galos e galinhas:

• Aplicar a vacina contra a doença deNewcastle, a gumboro e a bronquite

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infecciosa, de preferência mensal-mente ou a cada 60 dias.

Na prática, a vacinação do plantel acada 30 dias com todas as vacinas permiteque se tenha uma cobertura satisfatória,protegendo a maioria dos animais contra asprincipais doenças. Dessa forma todos osanimais serão vacinados contra Newcastle,gumboro e bronquite infecciosa. Os pintoscom aproximadamente 35 dias, serão vaci-nados também contra a bouba aviária, alémdas demais vacinas já recomendadas. Nãoé necessário vacinar os animais com maisde 35 dias contra bouba porque essa doen-ça ocorre principalmente em animais novos,não tendo muito efeito em animais maisvelhos.

As vacinas são geralmente dadas naágua de beber, em gotas pelo nariz, pelapele ou por meio de injeções.

Geralmente, a vacina vendida servepara mais de uma doença e deve ser con-servada na geladeira. Para fazer as primeirasaplicações, procure antes conversar com

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alguém que já tenha feito isso, um técnicoou um produtor.

De qualquer forma, é necessário fazertudo com calma para não assustar as aves,dando preferência às horas mais frescas dodia.

Lembre-se: todo gasto em higiene elimpeza do galinheiro, em alimentação deboa qualidade e em remédios para mantera saúde de suas aves é recompensado nofinal, pela qualidade da carne e dos ovosobtidos, bem como, com a venda de animaispara reprodução. Produtos sadios e comqualidade geram melhores lucros.

Produção de ovos

Ovos para comer e venderUma das vantagens da criação de

galinhas caipiras é a produção de ovos. Os

Atenção!Não corra riscos: faça sempre a coisa certa!

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ovos de qualidade serão chocados, ven-didos ou consumidos pelos familiares. Porisso é muito importante conservá-los ade-quadamente.

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Cuidados com os ovos• Os ovos devem ser recolhidos ao

meio-dia e à tardinha para evitar que,ficando muito tempo no ninho, que-brem, ou fiquem muito sujos, oucomecem a desenvolver o pintinhocom o aquecimento por outras gali-nhas que venham pôr no ninho.

• Após serem recolhidos, devem serlimpos com um pano úmido. Nunca os

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mergulhe em água, pois isto preju-dica o nascimento dos pintos.

• Depois de limpos, escrever com lápisgrafite a data da postura, em cadaum, para fins de um bom controle,tanto de venda como de incubação,não correndo o risco de incubar ouvender ovos velhos.

Os ovos são escolhidos conforme otamanho:

• Os grandes e os pequenos sãodestinados ao consumo ou à venda.

• Os de tamanho médio são ideaispara serem chocados.

Em temperatura ambiente, dentro decasa, em local arejado, os ovos podem serguardados por até 7 dias.

Na geladeira, para consumo, podemser guardados por até 30 dias.

No caso de ovos para chocar, deve-se ter o cuidado de virá-los pelo menos suas

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vezes por dia, evitando que a gema fiquepregada na casca e impeça o nascimentode pintos.

Exame dos ovos (ovoscopia)Ovoscopia é o processo de olhar o ovo

por dentro, usando para isto, uma luz forte.O objetivo desse exame é separar os ovosrachados, com duas gemas ou que apre-sentam manchas internas estranhas, e retirardo choco os que não estão gerando pintos.

A ovoscopia deve ser realizada nomomento da coleta e 10 dias depois que osovos vão para a chocadeira ou são incu-bados (deitados) pela galinha.

O aparelho para o exame, o ovos-cópio, pode ser feito pelo próprio agricultor.Trata-se de uma caixa de madeira, com maisou menos 30 centímetros de lado, com umaluz forte dentro (60 W) e um buraco por ondesai o foco de luz para observar o ovo. Opróprio agricultor pode fazer um aparelhodesse.

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Ovoscópio feito com caixa de madeira e lâmpada comum de60 W. O ovo deve ser observado contra o feixe de luz.Ilustração: Robério dos Santos Sobreira

Os ovos podem ser chocados (incuba-dos) pela própria galinha ou em chocadeiraselétricas manuais ou automáticas. Nos doiscasos é necessário saber se os ovos estãogerando pintos. Se estiver tudo certo e oovo estiver gerando pinto, pode-se observaro desenvolvimento do embrião.

É possível que no começo, o produtorcometa alguns erros, jogando fora ovos compintos e deixando no ninho ovos goros (sempintos). Mas com a prática, a chance deerrar diminui muito, ficando no ninho somen-te ovos que, realmente, gerarão pintos.

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Tudo certo.Pinto se desenvol-vendo.

Ovo goro!Rachadura na cas-ca e nada dentro.Deve ser retiradodo ninho.

Ovo goro!Mancha diferentecolocada à casca.Deve ser retiradodo ninho.

Desenhos de algumas situações vistas através do ovoscópio.Ilustração: Robério dos Santos Sobreira

Produção esperada de ovosUma criação de galinhas caipiras feita

corretamente, de acordo com as recomen-dações, deve apresentar os seguintesdados de produção:

• Ovos postos por ano, com as galinhaschocando:

12 galinhas x 12 ovos por ciclo de pos-tura x 7,7 chocos por ano = 1.108 ovos

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• Ovos postos por ano, com choca-deira:

12 galinhas x 12 ovos por ciclo de pos-tura x 13 chocos por ano = 1.872 ovos

A quantidade maior de ovos obtidoscom o uso da chocadeira se deve ao fatode que as galinhas que passam menostempo chocas, podem logo voltar a pôr.

Incubação natural: galinha caipira chocando ovos.

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É vantagemusar a chocadeira?

O uso da chocadeira é importante paraaumentar a produção, mas cada caso é um

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caso. Cada produtor deve pensar um poucoantes de usar a chocadeira nesse sistema.

No caso do choco feito pela galinha:

• Cada galinha vai ficar choca a cada47 dias, tendo uma postura de 76a 107 ovos por ano.

• Como de cada 10 ovos, geralmente1 não presta para deitar (incubar),uma galinha vai produzir, então, de68 a 96 ovos em condições de seremchocados.

• Sabendo ainda que, de cada 10ovos chocados, 9 estarão galados(capazes de gerar pinto), teremosde 61 a 86 ovos férteis por galinha,por ano.

No caso de usar a chocadeira:

• Uma galinha terá uma postura anualentre 130 e 180 ovos. Esse maiornúmero de ovos se deve ao fato deque o tempo que a galinha destinaria

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ao choco dos ovos, será aproveitadoem novos ciclos de postura.

• Como, de cada 10 ovos, 9 devemprestar para incubação, uma gali-nha produzirá por ano entre 117 a168 ovos capazes de serem incu-bados.

• Considerando que, de cada 10 ovosincubados, 9 têm condição de virarpintos (ou seja, foram galados), istosignifica produção de 105 a 147ovos por ano, por galinha, capazesde gerar pinto.

Finalmente, tem-se:

• Sistema de choco na galinha = 58pintos por ano, por galinha.

• Sistema de chocadeira = 76 pintospor ano, por galinha.

• Com a chocadeira, portanto, cadagalinha vai produzir 18 pintos a maispor ano.

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Cabe ao produtor avaliar se essa dife-rença compensa, considerando o preço dachocadeira, o gasto com energia e commão-de-obra. Além disso, o criador irá pre-cisar de uma quantidade maior de ração paraconduzir a sua criação, pois terá mais avespara alimentar.

Por isso é importante discutir com osvizinhos para analisar a possibilidade deformar uma associação de criadores degalinha caipira na comunidade, com o obje-tivo de dividir as despesas.

Abate e preparaçãopara venda

Adotando o sistema aqui ensinado ese bem conduzido, pode-se obter, ao final,até 50 frangos por mês. Em média, contudo,o que mais se observa é uma produçãoentre 20 a 30 frangos por mês. De qualquerforma, é possível obter uma quantidadeconsiderável de aves, seja para venda oupara consumo da família.

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Quando e como abaterGeralmente, as aves estão prontas

para o abate aos 120 dias de vida ou quandoalcançam o peso vivo de 1,8 quilo, ou seja,o que acontecer primeiro.

A ave será abatida quando completar120 dias de idade sem ter atingido o pesode 1,8 quilo ou quando a ave atingir o pesode 1,8 quilo antes de completar 120 dias deidade.

Lote de várias aves de engorda. O abate acontece aproxi-madamente aos 120 dias, ou quando a ave alcançar o pesovivo de 1,8 quilo.

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O mais comum é que o produtor vendaas aves vivas para atravessadores ou direta-mente para restaurantes ou consumidores.

Há ainda a possibilidade de vender asaves já abatidas e de abater parte da pro-dução para o consumo da própria família.Para tanto é necessário conhecer a formacorreta de realizar o abate e o armazena-mento das aves.

Antes de qualquer coisa é importantelembrar da grande importância da limpezado local de abate, assim como de todos osutensílios usados.

As aves devem ficar 12 horas semcomer e receber apenas água antes deserem abatidas. Isso deve ser feito paradiminuir o risco de as tripas e o papoestourarem na hora de sua retirada, conta-minando a carne e prejudicando sua qua-lidade. Esse descanso também proporcionauma maior maciez à carne.

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Para diminuir o sofrimento da ave,antes da sangria deve ser feito o desnu-camento, virando o pescoço para trás ouperfurando a base da nuca. Esse processodeve ser feito com a ave bem segura, bemfirme para evitar que, ao se debater, elasofra pancadas (contusões) ou quebrealgum osso, o que prejudicaria a qualidadedo produto. Para isso, confecciona-se umfunil de zinco que caiba a ave dentro, comum buraco na ponta que passe a cabeçada ave, onde é feita a sangria.

Como depenare retirar as víscerasdas aves abatidas?

Para a retirada das penas, a ave aba-tida deve ser mergulhada em água quentepor cinco minutos.

Para não prejudicar a aparência e aqualidade da carcaça, a água não deve estar

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fervendo, mas apenas formando aquelascarreiras de bolhinhas no fundo da panela.Isso vai permitir a retirada das penas semdeixar os canhões (cabeças das penas), bemcomo a retirada da pele da parte escamosadas pernas e dos pés.

Depenar com água quente ajuda a daruma tonalidade dourada à carne.

Após a depenação, deve-se fazer alavagem da carcaça com água corrente efria, deixando-a bem limpinha.

Na seqüência, retiram-se as vísceras,com dois cortes: um acima do papo, no finaldo pescoço, retirando o papo e o esôfago;outro na região da cloaca (parte traseira),por onde são retiradas as vísceras (moela,fígado, intestinos e outros).

Após essa operação, realiza-se umanova lavagem da carcaça, também comágua fria e corrente, tanto pela parte de foracomo pela parte de dentro, deixando es-correr por 15 minutos.

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Armazenamentodas carcaças

Quando as carcaças estiverem frias,devem ser colocadas, uma a uma, em sacosplásticos. Se for para guardar pelo períodode até 48 horas, pode ser na geladeira (nãono congelador). Mas, se for necessário guar-dar por mais tempo é preciso colocar nocongelador. Mesmo assim, o período nãopode ser superior a 90 dias.

Os miúdos (coração, fígado e moela)são colocados separados em um sacomenor, que será colocado juntamente coma carcaça no saco maior.

Para conseguir um preço melhor paraas aves, tanto as vivas como as abatidas, éimportante que o produtor esteja organizadoem cooperativas ou associações, pois ven-dendo as aves em quantidades maiores, épossível procurar mercados que paguemmais pelas aves, diferentemente se o pro-

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dutor vender isoladamente, pois de umamaneira geral não compensaria levar pou-cas aves para vender em outros municípios.A associação de criadores permite, ainda,baratear os custos com transporte, aqui-sição de vacinas, ingredientes de rações ede mão-de-obra, aumentando os lucros.

A vantagem do abate doméstico dasaves é facilitar e diminuir o trabalho para oconsumidor final, pois, para ele fica maisdifícil se desfazer das penas e das tripas. Ébom lembrar que as aves vendidas jáabatidas não passam pelo sofrimento como transporte e a exposição ao sol e à chuvae também não ficam o tempo todo amar-radas.

O negócio da criação degalinhas caipiras

Você encontrou na presente publica-ção, as práticas recomendáveis para acriação de galinhas, tanto para a produção

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de carne como para a de ovos. Soube tambémque, se os procedimentos forem corretos,a produção final compensa. Procure plane-jar a produção, visando à comercialização.É recomendável que a atividade seja vista,desde o início, como um negócio que temque dar lucros. Tanto as aves vivas comoas abatidas, assim como os ovos, por seremcaipiras, são comercializados por um preçomelhor.

Organize-se também na hora de venderseus produtos e bons lucros!

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Atenção!Para mais informações e esclarecimentos,procure um técnico da extensão rural, da Embrapa,da prefeitura ou de alguma organização deassistência aos agricultores.

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Forme uma associaçãocom seus vizinhos

Quando você se associa com outrosmembros de sua comunidade, as vantagenssão muitas, pois:

• Fica mais fácil procurar as autori-dades e pedir apoio para os projetos.

• Os associados podem comprarmáquinas e aparelhos em conjunto.

• Fica mais fácil obter crédito.

• Juntos, os associados podem vendermelhor sua produção.

• Os associados podem organizarmutirões.

A união faz a força!

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Títulos lançados• Como organizar uma associação

• Como plantar abacaxi

• Como plantar hortaliças

• Controle alternativo de pragas edoenças das plantas

• Caupi: o feijão do Sertão

• Como cultivar a bananeira

• Adubação alternativa

• Cultivo de peixes

• Como produzir melancia

• Alimentação das criações na seca

• Conservas caseiras de frutas

• Como plantar caju

• Formas de garantir água na seca

• Guandu Petrolina: uma boa opçãopara sua alimentação

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• Umbuzeiro: valorize o que é seu

• Preservação e uso da Caatinga

• Criação de bovinos de leite no Semi-Árido

• Criação de abelhas (apicultura)

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Impressão e acabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

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Informação TecnológicaMeio-Norte

CG

PE:

6480

Com o lançamento do ,a Embrapa coloca à disposição do pequeno produtor

valiosas instruções sobre as atividades do campo.

Numa linguagem simples e objetiva, os títulos abordama criação de animais, técnicas de plantio, práticas

de controle de pragas e doenças, adubação alternativae fabricação de conservas de frutas, dentre outros

assuntos que exemplificam como otimizar o trabalho rural.

Inicialmente produzidas para atender demandas porinformação do Semi-Árido nordestino, as recomendações

apresentadas são de aplicabilidade prática tambémem outras regiões do País.

Com o a Embrapademonstra o compromisso assumido com

o sucesso da agricultura familiar.

ABC da Agricultura Familiar

ABC da Agricultura Familiar,

ISB

N9

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9788573834017