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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA Mário José Costa Carneiro Altamira - Pará 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE

QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA

Mário José Costa Carneiro

Altamira - Pará

2011

ii

Mário José Costa Carneiro

CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE

QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agronômica.

Orientador: Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira

Co-Orientadora: Profª. M.Sc. Maristela Marques da Silva

Altamira - Pará

2011

iii

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca

Carneiro, Mario Jose Costa Caracterização da cobertura vegetal de quintais urbanos do município de Altamira – Pará,/ Mario Jose Costa Carneiro; orientador, Profº Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira.— Altamira: [s.n.], 2011.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade

Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, 2011

1. Plantas. 2. Plantas Medicinais. 3. Plantas Ornamentais. I.Oliveira, Francisco Plácido Magalhães.II.Título.

CDD: 581.6

iv

Mário José Costa Carneiro

CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DE

QUINTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA-PA

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC submetido à aprovação como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agronômica, pela banca examinadora formada pelos professores:

Orientador: Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira Faculdade de Ciências Biológicas, UFPA Banca Examinadora: Prof. Dr. Maurício Möller Parry Faculdade de Ciências Biológicas, UFPA Prof. Dr. Miguel Alves Júnior Faculdade de Engenharia Agronômica, UFPA

Altamira - Pará, 18 de Março de 2011

v

“[...] Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue

seus objetivos esta condenado a fracassar 100% das vezes [...]”

Augusto Cury

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido saúde e perseverança para chegar ao final deste

trabalho.

Agradeço em especial aos meus Pais José Gonçalves Carneiro e Maria Lucia de

Fátima Costa, aos meus irmãos Cristiane Costa Carneiro, Ângela Cristina Costa Carneiro e

Mauro Roberto Costa Carneiro, as minhas sobrinhas Maria Eduarda, Sthefanny e Amanda,

pessoas as quais devo minha vida e são as grandes responsáveis pela realização deste trabalho.

Ao meu Orientador Prof. Dr. Francisco Plácido Magalhães Oliveira, pela orientação e

dedicação ao presente trabalho.

Aos professores da Faculdade de Engenharia Agronômica e aos demais professores de

outras faculdades que contribuíram no decorrer do curso, em especial a professora M.Sc.

Maristela Marques da Silva por toda sua dedicação e paciência na orientação em trabalhos

acadêmicos e na contribuição neste trabalho.

Agradeço ao Prof. Dr. Miguel Alves Júnior e Prof. Dr. Maurício Möller Parry, por

aceitarem participar da banca do meu Trabalho de Conclusão de Curso.

Aos Moradores dos bairros Centro, Mutirão, Uirapuru e Brasília por disponibilizarem

parte do seu tempo para realização deste trabalho.

Ao Sr. Francisco Bolsanelo, Zelinda Bolsanelo, Francisco Nascimento e Amabilez

Oleose por permitirem a realização dos meus estágios em suas propriedades e pela ajuda e

dedicação na condução das atividades.

Aos moradores da Comunidade Princesa do Xingu: Miguel, Julita, Ireni, Neto, Thiago,

Zé e Patrícia que contribuíram com a realização de algumas atividades durante o estágio e em

nossas longas caminhadas ao longo dos travessões.

Aos amigos da turma de agronomia 2006 e mais novos Engenheiros Agrônomos da

região, em especial a Carla, Helem, Edna, Andréia Portugal. Pessoas que ao longo do curso

foram de fundamental importância, além de me incentivaram a não desistir de meus objetivos.

A todos aqueles que acreditam em mim e que deforma direta ou indireta me apoiaram.

Muito obrigado a todos vocês!

vii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 2

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................. 6

4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 8

4.1 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 8

4.2 ANÁLISE DE DADOS ......................................................................................... 8

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 9

5.1 PERFIL SOCIAL DOS ENTREVISTADOS ...................................................... 9

5.2 DIVERSIDADE VEGETAL DOS QUINTAIS .................................................... 12

5.2.1 5.2.1 Espécies vegetais dos quintais urbanos .................................................... 15

5.3 IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES CULTIVADAS ............................................. 26

5.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DOS QUINTAIS NA

PERCEPÇÃO DOS MORADORES ..................................................................... 28

6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 31

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 32

ANEXO I ......................................................................................................................... 35

ANEXO II ........................................................................................................................ 37

ANEXO III ...................................................................................................................... 38

viii

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 01. Localização da área do estudo ........................................................................ 6

Figura 02. Estados Brasileiros representados pelas familias entrevistadas ..................... 10

Figura 03. Grau de Instrução dos entrevistados ............................................................... 11

Figura 04. Ocupação dos entrevistados ........................................................................... 11

Figura 05. Quintal de uma residência do bairro Uirapuru, Altamira-Pa ......................... 13

Figura 06. Área de serviço do quintal da residencia do bairro centro, Altamira-PA ...... 14

Figura 07. Estágio dos quintais ao longo do tempo de moradia ...................................... 14

Figura 08. Diversidade de plantas encontradas no quintal de uma residência do bairro

uirapuru, Altamira, PA ...................................................................................................... 15

Figura 09: Espécies encontradas em um quintal do bairro de brasília, Altamira, PA ..... 24

Figura 10. Responsáveis pelos cuidados com os quintais ............................................... 25

Figura 11. Variação da Importância alimentar e medicinal das espécies cultivadas ....... 28

Figura 12. Importância dos quintais na qualidade ambiental segundo os moradores ..... 29

Figura A1. A) Rosedá (Lagerstroemia indica L.). B) Jasmim manga (Plumeria rubra L.). C) Pingo de ouro (Duranta erecta L.). D) Cacto estrela (Stapelia hirsuta L.). E) Cacto bola (Echinocactus grusonii). F) Coroa de Frade (Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.) ............................................................................................................

38

Figura A2. A) Alfavaca grossa (Ocimum gratissimum L.). B) Boldo pequeno (Plectranthus neochilus Schlechter). C) Noni (Morinda citrifolia L.). D) Babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.). E) Cebolinha (Allium fistolosum L.). F) Acerola (Malpighia glabra L.) ......................................................................................................................... 39

Figura A3. A) Comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). B) Trevo roxo (Oxalis regnellii atropurpurea). C) Hibiscus (Hibiscus rosa-sinensis L.) D) Tinhorão (Caladium bicolor Schott.) ................................................................................ 40

Tabela 01. Tamanho dos terrenos e casa (área construída) dos bairros ........................... 13

Tabela 02. Especies vegetais encontradas nos quintais ................................................... 17

ix

RESUMO

Os quintais domiciliares apresentam importância significativa no conforto ambiental, na complementação da dieta alimentar pelo cultivo de frutas, hortaliças e medicinais, além de ser uma das formas de manejo do solo e embelezamento por meio das plantas ornamentais. Para conhecer a cobertura vegetal dos quintais urbanos, no município de Altamira, Estado do Pará, foi realizado um levantamento das espécies vegetais, visando analisar a relação da área do terreno disponível e as espécies vegetais existentes, assim como, compreender a importância sócio-ambiental dos quintais. Para tanto, foram amostrados 40 domicílios, distribuídos nos seguintes bairros: Centro, Jardim Uirapuru, Brasília e Mutirão. O levantamento botânico identificou 156 espécies vegetais distribuídas em três categorias: medicinais (55), alimentícias (52) e ornamentais (58), sendo, que, nove espécies foram mencionadas em duas categorias distintas. Dentre o conjunto das espécies identificadas nos quintais, destacou-se: côco (Cocos nucifera L.), mamão (Carica papaya L.), goiaba (Psidium guajava L.), erva cidreira (Lippia alba (Mill.) NE. Brown), espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata Prain.), roseira (Rosa x grandiflora Hort.), acerola (Malpighia glabra L.) e comigo ninguem pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). Entre as alimentícias e medicinais, houve uma variação em relação ao grau de importância das diferentes categorias, onde, uma pode se destacar mais que a outra, podendo determinar entre elas, quais têm a maior importância dentre a variedade do cultivo. Entre as funcionalidades dos quintais definidas entre os entrevistados, a importancia ambiental é considerada de grande relevância entre alguns moradores, dessa forma, identifica-se que, de acordo com a variação do porte das plantas, essa finalidade garante uma maior contribuição em relação as melhorias na qualidade do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento, disponibilidade de oxigênio, ventilação, conservação do solo e amenização da temperatura gerando consequentemente um ambiente mais agradável.

Palavras-chave: Meio ambiente, Espécies vegetais, Conforto ambiental.

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ABSTRACT The home gardens have significant importance in the environmental comfort, complementing the diet for growing fruits and vegetables, medicinal plants, besides being one of the forms of soil management and beautification through ornamental plants. To know the vegetation of urban gardens in the town of Altamira in Pará State, was a survey of plant species in order to analyze the relationship of the land area available and the plant species, as well as understand the importance of socio-environmental backyards . For this purpose we sampled 40 households distributed in neighborhoods Center, Garden Uirapuru, Brasilia and Mutirão. The botanical survey identified 156 plant species distributed in three categories: medical (55), food (52) and ornamental (58), and nine species were listed in two categories. Among all the species identified in, stood out: coconut (Cocos nucifera L.), papaya (Carica papaya L.), guava (Psidium guajava L.), grass (Lippia alba (Mill.) NE. Brown) sword of Saint George (Sansevieria trifasciata Prain.), rose (Rosa x grandiflora Hort.) acerola (Malpighia glabra L.) and me nobody can (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). Among the food and medicinal was a variation in terms of degree of importance of different categories, where one can stand out more than the other may determine between them which have the greatest importance among the variety of cultivation. Among the features of the gardens set among the interviewees, the importance of the environment is considered of great relevance among some residents, thus it is identified that, according to the variation of plant height for this purpose ensures a greater contribution for the improvements inquality of the environment, directly influencing the shade, availability of oxygen, ventilation, conservation of soil and consequently softening temperature generating a more pleasant environment. Key-words: Environment, Plant species, Environmental comfort.

1

1 INTRODUÇÃO

Os quintais podem ser definidos como áreas ao redor dos domicílios, onde, são

cultivadas plantas para vários fins, tais como, alimentares, medicinais, ornamentais, entre

varias outras finalidades. Podem ainda, serem caracterizados como locais de acesso imediato,

onde, primeiro se introduzem propágulos de plantas oriundas de outras áreas, para se observar

seu desempenho e aclimatação, e para onde se transplantam elementos úteis da vegetação

nativa. Assim, conhecer a relação que cada comunidade tem com seus quintais, pode auxiliar

no desenvolvimento de estratégias de conservação (AMAROSO, 2007 apud SOBRINHO e

GUIDO, 2008).

A diversidade vegetal encontrada nos quintais apresenta uma importância

significante na sustentação dos povos e no conhecimento dos ambientes naturais e suas

formas de manejo, pois, contribuem para a subsistência a determinadas populações. Diante da

marcha acelerada da urbanização, exploração dos ambientes naturais e das possíveis

influências de aculturação, é preciso resgatar o conhecimento que a população urbana detém

sobre o uso dos recursos naturais, em diferentes culturas (MOURA e ANDRADE, 2007).

O cultivo de espécies em quintais é uma das formas mais antigas de manejo da

terra, fato esse, que, por si só, indica sua sustentabilidade. Embora esse sistema de produção

de múltiplas espécies tenha provido e sustentado milhões de pessoas economicamente, pouca

atenção científica tem sido destinada ao assunto (AMARAL e NETO, 2008). Assim, o

desaparecimento destes, não implicaria somente na perda de um sistema ecologicamente

estável e geneticamente rico, como também, na perda da valiosa herança cultural associada a

ele (NAIR e KRISHNANKUTTY, 1984 apud LACERDA, 2008). Dessa forma, cada sistema

de quintais apresentam particularidades que lhes são próprias, definidas pelas condições

agroecológicas e pelas características socioculturais.

Desta forma, este trabalho justifica-se pela importância de caracterizar a

diversidade vegetal encontrada em quintais do município de Altamira, assim como, suas

múltiplas utilidades. Tendo como objetivo geral, realizar o levantamento das espécies vegetais

encontradas em quintais urbanos, analisando a relação entre a área do terreno disponível e a

riqueza das espécies vegetais, assim como, compreender a importância sócio-ambiental das

espécies cultivadas na perspectiva dos residentes. E como objetivos específicos: caracterizar a

cobertura vegetal de diferentes quintais; identificar e quantificar a freqüência e uso das

espécies; diagnosticar a importância das espécies existentes nas residências; e verificar a

qualidade ambiental dos quintais na percepção das famílias visitadas.

2

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O estreitamento de relações entre comunidades florestais e áreas urbanas é um

fenômeno observável especialmente na região amazônica, onde, atividades de produção, entre

as quais, a agricultura, originalmente praticadas em contextos florestais, está sendo modelada

por novos condicionantes oriundos da esfera urbana, em particular, novos modelos culturais e

novas condições fundiárias (EMPERAIRE e LUDIVINE, 2008 apud AMARAL e NETO,

2008).

O planejamento urbano, para a prática de agricultura, tem de ser adequadamente

elaborado, planejado e integrado, não se resumindo apenas ao plantio de espécies destinadas à

alimentação, mas, para todos os aspectos ligados ao manejo da biodiversidade e ao meio

ambiente. Arborização, jardins, aves, animais e plantas ornamentais, fazem parte do desenho

urbano e se ligam a prática da agricultura urbana. Dessa forma, os quintais, assim como todos

os espaços da cidade, podem constituir um contorno verde entre prédios, casas, vias públicas,

praças, parques e encostas e, dessa forma, alterar as condições climáticas locais, contribuindo

para incrementar a umidade, reduzir a temperatura, melhorar o odor, capturar gases do ar

poluído, proteger do vento e interceptar a radiação solar, criando lugares sombreados e

protegidos (MACHADO e MACHADO, 2002).

É necessário destacar, que toda cobertura vegetal dentro dos centros urbanos são

de grande relevância quando se enfoca a análise da qualidade de vida da população em

detrimento das funções ecológicas que estas desempenham e seus benefícios para a saúde.

Logo, a vegetação de porte arbóreo, em relação às herbáceas, apresenta maior importância

para a manutenção de funções ecológicas, principalmente em termos de diminuição da

poluição do ar e manutenção da climatização natural, uma vez que, o principal problema

gerado pelo crescimento conpulsivo das áreas urbanas é em relação ao crescimento da

poluição e conseqüente, aumento da temperatura, gerando a chamada ilha de calor que define

um clima essencialmente urbano, que se difere das áreas rurais. Este fenômeno tem como

principal característica, a ocupação desordenada e conseqüente degradação ambiental pelo

aumento em grande escala, de áreas pavimentadas, fontes geradoras de calor e a ausência de

cobertura vegetal (COSTA e FERREIRA, 2008).

Quintais associados a habitações humanas podem ser classificados como sistemas

agroflorestais, funcionando como reservatórios de diversidade de espécies de árvores,

arbustos e ervas situados dentro de um limite residencial, e sob o manejo e o trabalho familiar

(FERNANDES e NAIR, 1986; MCCONNELL, 1992; NAIR, 1993 apud SEMEDO e

3

BARBOSA, 2007). Podendo ainda ser considerados sistemas domésticos importantes para

cultivo, seleção e conservação de espécies de plantas reconhecidas como úteis, além de

fornecerem recursos para consumo familiar e preservarem parte da cultura e história local

(KUMAR e NAIR, 2004 apud MORAIS et al., 2007).

As nossas cidades foram assentadas à custa de grandes devastações vegetais,

sendo hoje um desafio influenciar as pessoas, de que, nós seres humanos, somos apenas uma

parcela minúscula do meio ambiente, e, que por isso, devemos manter e multiplicar a

vegetação, no meio urbano. Daí surge então, à necessidade de instituir um índice ou um

percentual, que reflita uma qualidade de vida aceitável a população (CAVALHEIRO e DEL

PICHIA, 1992 apud ROCHA e WERLANG, 2005).

Oke (1973) citado por Nucci (2008) estimou, que um índice de cobertura vegetal

na faixa de 30% da área considerada, seria o mínimo recomendável, para proporcionar um

adequado balanço térmico em áreas urbanas e que este índice, quando se apresenta inferior a

5%, determina a esta vegetação, características semelhantes às de um deserto, designando

estas áreas, como desertos florísticos. Além disso, considerando os vários benefícios que a

vegetação pode trazer para melhorar a qualidade ambiental e de vida da população, pode-se

concluir, que, em lugares sem ou com baixa quantidade de vegetação (abaixo de 5%) esta

qualidade seja bem inferior ao desejável.

Por sua vez, para Sukopp e Werner (1991) citado por Nucci et al. (2005) e Buitron

& Favero (2009) a cidade que apresenta as condições ideais para a conservação da natureza e

da paisagem, deveria ocupar 33% do seu solo, principalmente, na região central, permeáveis e

não edificados, e, ainda, deveriam apresentar ampla conexão entre a vegetação da zona rural e

a das áreas urbanas centrais, diminuindo o grau de variação, entre os usos dos solos destes

meios.

A aparência estrutural dos quintais é determinada em grande parte, pelo ambiente

natural e pela tentativa da família em utilizar tantas espécies localmente adaptadas quanto

possível, em uma extensão de terra relativamente pequena, para múltiplos propósitos. Os tipos

de cultivo encontrados nos quintais são ditados pelo potencial ecológico da região, e,

preferência alimentar cultural (NIÑEZ, 1984; FOX, 1999 apud LACERDA, 2008). Essa

atividade vem sendo praticada há vários milênios, com isso, a humanidade vem cultivando, e,

conseqüentemente, selecionando as espécies vegetais que melhor servem às suas

necessidades. No decorrer desse tempo, acumulamos conhecimento dos ambientes naturais e

sua forma de manejo, necessários para obter melhores resultados no cultivo de diferentes

espécies, para fins alimentares, medicinais, ornamentais, religiosos, entre outros

4

(AMOROZO, 2008 apud RIBEIRO, 2009). Sua finalidade primária é a produção de alimento

para complementação da dieta familiar. Porém, uma alta diversidade de espécies, com

múltiplas finalidades, é cultivada nos quintais, tais como plantas usadas para: construção,

combustível, artesanato, ornamental, sombra, fibra, religião e medicina (FERNANDES e

NAIR, 1986; apud RIBEIRO, 2009).

Dos grupos de espécies botânicas utilizadas por populações na forma de quintais

caseiros na Amazônia, o de maior expressão, ou pelo menos o de maior visibilidade, é o da

categoria “perene”. Neste grupo, se encaixam as árvores frutíferas comestíveis, que

incorporam à alimentação diferentes fontes de vitaminas, de suma importância ao

metabolismo fisiológico humano, podendo, também, oferecer sombra e lazer, além de se

enquadrarem no grupo das medicinais alternativas (MADALENO, 2000 apud SEMEDO e

BARBOSA, 2007). Diversas espécies de plantas, utilizadas na medicina popular, nativas e

exóticas, são cultivadas e protegidas nos quintais, representando alternativas, de baixo custo,

aos medicamentos industrializados (AMOROZO, 2002 apud MORAIS et al., 2007).

Um dos elementos diferenciadores das áreas residenciais é a porção de espaço

destinado à cobertura vegetal. Essas vegetações podem estar situadas em áreas públicas ou

privadas e constitui um indicador da qualidade ambiental desses espaços (LUCHIARI, 2001).

Nucci e Cavalheiro (1999) define cobertura vegetal como qualquer área provida

de vegetação dentro do espaço urbano, compreendendo a vegetação herbácea, arbustiva e

arbórea. Os jardins, os quintais, as praças, os parques, os canteiros em vias de circulação, as

áreas preservadas, dentre outras formas de cobertura vegetal, estão compreendidas dentro

desta categoria.

Akbari et al. (2003) citado por Moura e Nucci (2005) também enfatizam a

classificação a cobertura vegetal com base na propriedade, se pública ou privada, bem como,

uma análise para se saber o quanto existe de vegetação arbórea, arbustiva ou herbácea, pois,

essa distribuição está relacionada com conforto térmico e qualidade do ar.

Existem muitas espécies que são plantadas com o único objetivo de gerar sombra

para os proprietários, estas, são consideradas plantas de uso para o sombreamento. Este

espaço, normalmente é o local onde as crianças brincam e os adultos conversam e descansam.

Também serve de abrigo para aves, que vivem em áreas urbanas, ou, que estejam de

passagem pelo local, algumas dessas árvores, que na visão dos moradores só são úteis para

minimizar os efeitos dos raios de sol, na verdade, podem produzir frutos que eventualmente

são consumidos pela família e por alguns animais frugívoros que predominam no local

(BRIZIDIO e NUNES, 2010).

5

As áreas verdes urbanas devem ser manejadas como um recurso de uso múltiplo

para o benefício das comunidades, pois, elas vão minimizar alguns efeitos adversos do

ambiente urbano, tornando o ambiente mais agradável através do sombreamento, amenização

da temperatura, redução de ruídos e embelezamento, contribuindo assim para a qualidade

ambiental e de vida (ROSSET, 2005 apud SERAFIM, 2007).

De acordo com Oliveira (1996) citado por vários autores, destacam-se os

benefícios proporcionados pela vegetação:

“[. . .] os benefícios proporcionados pela vegetação, em especial arbórea, destacam-se entre outros, a manutenção do equilíbrio dos ciclos biogeoquímicos; manutenção das taxas de evapotranspiração; manutenção do micro clima; manutenção da fauna; melhoria da qualidade do ar através da eliminação de materiais tóxicos particulados e gasosos e sua incorporação nos ciclos biogeoquímicos; redução do escoamento superficial; fluxo de organismos entre fragmentos e atenuação sonora. Além de proporcionar uma valorização visual e ornamental; prevenção de deslizamentos, prevenção de inundações; redução da pressão sanguínea e aumento da produtividade no trabalho; valorização local; redução da fadiga mental e aumento da qualidade de vida (OLIVEIRA, 1996; NUCCI, 2001; MOURA e NUCCI, 2005 e REZENDE, 2005 apud COSTA e FERREIRA, 2008). ”

Para a compreensão do espaço urbano como um todo, é necessário estudar o uso

do solo, como uma expressão sócio-econômica de apropriação do homem no meio natural e

da cobertura vegetal, que, são aspectos que contribuem para a qualidade ambiental. “O

conceito de qualidade ambiental, em sentindo amplo, está relacionado com o nível de

satisfação que a pessoa obtém ao comparar as percepções do entorno, com suas expectativas,

seus ideais e necessidades” (MORENO, 2001, p.7 apud SERAFIM, 2007).

6

3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Altamira, no Estado do Pará, está situado na margem esquerda do

rio Xingu, ficando a uma latitude 03º12'12" Sul e a uma longitude 52º12'23" Oeste, estando a

uma altitude de 109 metros. Sua população estimada, segundo o censo do IBGE (IBGE,

2010), totaliza 105.030 habitantes, distribuidos entre a zona rural e zona urbana do

município, abrangendo uma área territórial de 159.533 km2. Os residentes da zona urbana

estão distribuidos entre 19 bairros, sendo estes, delimitados conforme Lei Municípal n° 2.046,

de 28 de agosto de 2009. A área correspondente ao espaço amostral da pesquisa, corresponde

aos bairro Mutirão, Brasília, Centro, Jardim Uirapurú (Figura 01).

Fonte: Adaptado de Google 2010.

Figura 01. Localização da área do estudo.

O Bairro Mutirão compreende a área envolvida pela poligonal que tem início na

interseção da Rodovia Magalhães Barata com Linhão Tramoeste, deste ponto, segue por uma

linha imaginária, com ângulo de 87º à direita, em direção ao Igarapé Ambé, segue por este no

sentido de sua foz até a Rodovia Transamazônica, segue por esta até a Rodovia Magalhães

Barata, e segue por esta até o início da poligonal.

O Bairro de Brasília compreende a área envolvida pela poligonal que tem início

na interseção da Rodovia Transamazônica com a Travessa Pedro Miranda, segue por esta até

7

a Rua João Pinho, vira à esquerda e segue por esta até Travessa Presidente Médice, vira à

direita e segue por esta até a Joaquim Acácio, vira à direita e segue por esta até a Avenida

Antônio Vieira, vira à direita e segue por esta até a Avenida João Coelho, vira à esquerda e

segue por esta o Igarapé Altamira, segue por este, no sentido de sua nascente, até a Rua dos

Operários, vira á direita e segue por esta até a Travessa Pedro Acácio, vira à direita e segui

por esta até a Rodovia Transamazônica, vira à direita e segue por esta até o inicio da

poligonal.

O bairro Centro compreende a área envolvida pela poligonal que tem início na

intersecção da Rua Anchieta com o Igarapé Altamira, segue por este, no sentido de sua foz, na

margem esquerda do Rio Xingu, dobra à direita e segue por este até a Travessa Pedro Gomes,

vira à direita e segue por esta até a Rua Anchieta, segue por esta até o início da poligonal.

O Jardim Uirapuru tem início na intersecção da Avenida Perimetral com a

Avenida João Rodrigues e segue por esta até a Avenida Alacid Nunes, dobra à direita e segui

por esta até a Avenida Perimetral, vira à direita e segue por esta até o início da poligonal.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 COLETA DE DADOS

Nos meses de junho a julho de 2010, foram aplicados questionários semi-

estruturados por meio de visitas, aos residentes dos bairros Centro, Jardim Uirapuru, Brasília

e Mutirão. De acordo com Albuquerque et al. (2008) citado por Lacerda (2008), as entrevistas

semi-estruturadas são aquelas em que as perguntas são parcialmente formuladas, antes de ir

ao campo, porém, apresentam flexibilidade, permitindo um aprofundamento em questões em

que se façam necessárias.

As entrevistas transcorreram em 10 domicílios por bairro, onde, utilizou-se o

método de sorteio para a escolha das ruas e residências, com isto, garantiu uma melhor análise

da variação da cobertura verde de diferentes quintais, totalizando uma amostra de 40

residências.

Para análise da cobertura vegetal, adotou-se o quintal como a área que abrange

todo espaço do terreno disponível para o cultivo das espécies (frente e fundo da residência),

ou seja, toda cobertura vegetal encontrada na área, compreendendo a vegetação herbácea,

arbustiva e arbórea.

O roteiro da entrevista foi direcionado para obtenção de informações sociais de

cada entrevistado, a relação destes com as espécies vegetais encontradas em seus quintais,

assim como suas características. Sendo ainda, apresentado dados relacionados às formas de

uso e obtenção, origem, manejo, altura e circunferência à altura do peito (CAP), sendo este

realizado apenas em espécies com porte acima de 1,30 metros.

O inventário das plantas presentes nos quintais foi conduzido na forma de passeio

com os entrevistados, afim da melhor caracterização do quintal, sendo as informações das

espécies e seus respectivos nomes populares coletados de acordo com o conhecimento de cada

morador. Sempre que possível, foram tiradas fotografias dos quintais e de suas respectivas

espécies, para fins de comparação e por favorecer a identificação. Para a identificação das

plantas, o referencial teórico utilizado foi: Lorenzi e Matos (2002); Souza e Lorenzi (2008),

além de sites específicos.

4.2 ANÁLISE DE DADOS

Após a coleta das informações, os dados foram tabulados e analisados com base

na frequência de vezes que uma resposta foi mencionada. Para isto, utilizaram-se os métodos

da estatística descritiva, que segundo Reis e Reis (2001) utilizam técnicas e ferramentas, entre

9

elas, gráficos e tabelas que servem para descrever e sumarizar um conjunto de características

observadas ou comparar tais características.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PERFIL SOCIAL DOS ENTREVISTADOS

A pesquisa foi realizada com 40 moradores, distribuidos entre os quatro bairros

pesquisados, dos quais, 36 eram mulheres e quatro homens, sendo entrevistado um morador

por residência, conforme a disponibilidade de cada um, representada pelas seguintes faixas

etárias: 32,5% dos entrevistados pertenciam a faixa etária de 16 a 35 anos, , 30% de 36 a 55

anos e 37,5% de 56 a 76 anos de idade, o estado civil dos mesmos representam o percentual

de 42,5% de solteiros e 57,5% casados.

Os moradores são oriundos de quatro regiões Brasileiras, sendo o Nordeste

representados por 21 (52,5%), Norte 16 (40%), Sudeste 2 (5%) e Centro-oeste 1 (2,5%). Essa

representação, mostra o fluxo de migrantes, provenientes da colonização da região

transamazônica da decada de 70, que permanecem até os dias atuais, mostrando a diversidade

cultural que contribui com o enriquecimento e disseminação do conhecimento popular (Figura

02). Brizidio e Nunes (2010) em seu estudo sobre a composição florística dos quintais nos

bairros Floresta e Texeirão na cidade de Cacoal, Rondônia, confirmam esta hipótese,

afirmando que a diversidade de pessoas oriundas de vários estados, contribui com a

diversificação do conhecimento, uma vez que, os hábitos de vida pessoal de cada grupo

acabam sendo difundido com a população local.

10

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

PA GO PB PI CE BA MA RN PE ES MG

40%

2,5% 2,5%

7,5%5%

12,5%15%

7,5%

2,5% 2,5% 2,5%

Pe

rce

ntu

al

Estados

Figura 02. Estados Brasileiros representados pelas familias entrevistadas.

As regiões citadas se sub-dividem em 11 diferentes Estados, dos quais os mais

representativos são: Pará, Maranhão e Bahia, com 40%, 15% e 12,5%, respectivamente,

sendo, o Estado do Pará o mais citado em três dos quatro bairros estudados, perdendo apenas

para o Estado do Maranhão no Bairro Mutirão.

A pesquisa, identificou que dos residentes, 35 possuem casa própria, três moram

em casas alugadas e dois em residências cedida por familiares. Destes, 27,5% residem em

suas propriedades num periodo de um a cinco anos, percentual que também representa os que

moram de seis a dez anos, 20% residem na localidade de 11 a 19 anos e 25% moram em suas

residencias em um periodo acima de 21 anos, variando de 21 a 70 anos.

Entre os entrevistados, pode-se observar que há moradores com grau de instrução,

que variam desde o analfabetismo, até aqueles que possuem o nível superior, identificando

que 40% dos moradores não possuem o ensino fundamental completo (Figura 03).

11

15%

40%17,5%

10%

15%

2,5%

ANALFABETO

FUNDAMENTAL INCOMPLETO

FUNDAMENTAL COMPLETO

MÉDIO INCOMPLETO

MÉDIO COMPLETO

SUPERIOR

Figura 03. Grau de Instrução dos entrevistados.

A Figura 03, mostra os diferentes níveis de escolaridade entre os residentes

pesquisados, sendo, que entre estes 15% nunca frequentaram a escola, porém, sabem apenas

assinar seus nomes, sendo eles denominados como analfabetos funcionais, 17,5% e 40%

determinam aqueles que concluiram e não concluiram o nivel fundamental respectivamente,

25% totalizam aqueles que possuem o ensino médio completo e imcompleto (15% e 10%,

respectivamentre) e apenas 2,5% concluiram o ensino superior.

Em relação a profissão dos moradores, observou-se que, 20 deles (50%)

representam a classe das dona-de-casa, sendo elas, as principais responsáveis pelos cuidados

diários com os quintais (Figura 04). Dessa forma, constata-se, que além do gerenciamento

familiar, estas mulheres contribuem com a manutenção das espécies lá cultivadas, sendo as

principais responsaveis pela conservação da diversidade vegetal.

50%

17,5%

5%

2,5%

5%

12,5%

2,5%

2,5%2,5%

DONA DE CASA

DOMÉSTICA

LAVRADOR

SERVENTE

PROFESSSORA

ESTUDANTE

AGRICULTOR

CABELEIREIRA

VIGILANTE

Figura 04. Ocupação dos entrevistados.

12

Entre as outras, descam-se a profissão de doméstica com 17,5% e estudante com

12,5%, as demais, sua representação corresponde a indices que ocilam entre 2,5 e 5%. Da

ocupação dos homens entrevistados, a de lavrador atingiu o indice de 5%, seguido pela

profissão de vigilante e agricultor com o percentual de 2,5% cada. Entre eles, a ocorrência de

um que não contribui com a manutenção do quintal, sendo a atividade desenvolvida apenas

pela esposa, os demais contribuem significativamente para essa atividade, porém reconhecem

que a esposa é a principal responsável pelo cultivo das plantas, onde eles, contribuem

principalmente com limpeza dos quintais.

5.2 DIVERSIDADE VEGETAL DOS QUINTAIS

A cobertura vegetal presente nos quintais depende significativamente da área

disponível para cultivá-las, dessa forma, identificou-se que estes espaços variam conforme o

tamanho dos terrenos e das casas, porém, sua presença não depende exclusivamente desta

disponibilidade de espaço, pois, observou-se, que, aqueles que moram em casas alugadas não

costumam cultivar nestes quintais, devido a morada ser por tempo indeterminado, inpedindo-

os de dar continuidade ao plantio, e ainda, por que alguns donos dos imovéis não permitem

que seus inquilinos plantem nada nestes quintais, toda via, este inpecílio abrange

principalmente o cultivo de plantas com porte médio e grande, pois, algumas ornamentais, são

cultivadas dentro de vasos e quando o morador vai embora ela é transportada junto do mesmo.

Para Brizidio e Nunes (2010) a quantidade de plantas no quintal, esta diretamente relacionada

com o espaço disponível, sendo, que nos terrenos onde há mais de uma casa a quantidade de

plantas é menor, podendo ser justificado também, pelo fato de que existem quintais onde há

uma menor quantidade de plantas devido a falta de tempo para cuidar do mesmo; pouco

tempo de residência no local e ainda por tratar-se de casa alugada (Figura 05).

13

Figura 05. Jardim de uma residência no bairro Uirapuru, Altamira-Pa.

Entre a diversidade de espaços cultivaveis nos quintais, destacam diferentes

tamanhos, pois, algumas residencias ocupam praticamente todo o terreno, outros,

correspondem a aproxidamente 50%, e ainda existe aqueles que tem disponibilidade de

espaço, porém, o solo é calçado com concreto evitando o plantío (Tabela 01).

Tabela 01. Tamanho dos terrenos e casa (área construída) dos bairros.

Nº Bairro Uirapuru Bairro Brasília Bairro Mutirão Bairro Centro

Terreno Casa Terreno Casa Terreno Casa Terreno Casa 01 228 m2 54 m2 375 m2 75 m2 360 m2 180 m2 140 m2 112 m2 02 125 m2 64 m2 300 m2 176 m2 200 m2 60 m2 120 m2 60 m2 03 125 m2 40 m2 150 m2 77 m2 200 m2 42 m2 750 m2 500 m2 04 175 m2 60 m2 450 m2 150 m2 125 m2 115 m2 250 m2 150 m2 05 250 m2 80 m2 450 m2 200 m2 120 m2 140 m2 450 m2 260 m2 06 325 m2 144 m2 240 m2 90 m2 250 m2 54 m2 250 m2 200 m2 07 375 m2 200 m2 300 m2 150 m2 200 m2 180 m2 90 m2 60 m2 08 250 m2 160 m2 140 m2 91 m2 120 m2 50 m2 150 m2 90 m2 09 375 m2 180 m2 240 m2 168 m2 160 m2 90 m2 250 m2 120 m2 10 375 m2 150 m2 250 m2 110 m2 200 m2 70 m2 240 m2 120 m2

A tabela, demonstra a relação entre o terreno e as casas de cada residência nos

quatro bairros investigados, assim, percebe-se, que entre os diversos tamanhos, uns

predominam sobre os demais, porém, destaca-se, que quanto maior é o quintal, maior é o

interesse dos moradores em aumentar a casa, onde, indentifica-se que aqueles que ainda têm

disponibilidade de terreno, tem a pretensão de aumentar os cômodos da casa, como: dispensa,

área de serviço e garagens (Figura 06).

14

Figura 06. Área de serviço do quintal da residencia do bairro Centro, Altamira-PA.

Uma parcela dos quintais, durante o tempo de morada do entrevistado, sofreu

algumas alterações, assim sendo, houve a ocorrência de quintais que permaneceram iguais

durante todo o tempo, outros, sofreram algumas alterações com justificativa de aumento da

residência (Figura 07).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

UIRAPURU BRASÍLIA MUTIRÃO CENTRO

8

7

6

8

2

3

4

2

Anos

Bairro

SEMPRE O MESMO TAMANHO

MAIOR QUE ATUALMENTE

Figura 07. Estágio dos quintais ao longo do tempo de moradia.

Identifica-se, na Figura 07, que grande parte dos quintais permanecem iguais em

relação ao tamanho durante o tempo que a família reside no local, representando 72,5%, em

15

contraposição a 27,5% daqueles que alteraram o espaço disponivel para o cultivo, desse

modo, o bairro Uirapuru e Centro apresentam os quintais que sofreram menos alteração ao

longo do tempo (Figura 08).

Figura 08. Diversidade de plantas encontradas no quintal de uma residência do bairro Uirapuru, Altamira, PA. 5.2.1 Espécies vegetais dos quintais urbanos

Com base na disponibilidade de espaço e o interesse do morador em cultivar

espécies vegetais, foram encontradas 155 espécies vegetais agrupadas em 138 gêneros e 65

famílias botânicas, sendo as mais representativas: a lamiaceae, com 11 espécies, Asteraceae e

Araceae, ambas com 8 espécies, Myrtaceae, com 6 espécies, Solanaceae, Arecaceae e

Zingiberaceae, com 5 espécies cada uma. As espécies se sub-dividem conforme sua

utilização, abrangendo as medicinais, alimentícias e ornamentais (Tabela 02). As medicinais,

abrangem 55 espécies, cultivadas visando utilizá-las como tratamento de algumas doenças,

sendo assim, utilizadas na medicina caseira, em substituição aos medicamentos

industrializados. As alimentícias, caracterizam-se por serem utilizadas na alimentação diária,

destacando 52 espécies, entre frutíferas e olerícolas. Já as ornamentais, encontradas em maior

número, apresentaram 58 espécies, caracterizando-se com plantas de pequeno porte e algumas

com hábito arbóreo, porém, ainda em estágio inicial. No trabalho de Brizidio e Nunes (2010),

16

com 30 moradores, identificou-se a categoria das alimentícias com 47 citações, ornamentais

49 e medicinais 31.

A maioria das plantas presentes nos quintais pertenceu apenas a uma das

categorias de uso, podendo destacar poucas espécies de uso múltiplo, ou seja, que se insere

em mais de uma categoria, entre elas, está a mangueira (Mangifera indica L.), o caju

(Anacardium occidentale L.), o alho (Allium sativum L.), o maracujá (Passiflora edulis Sims.

f. flavicarpa Deg.), a goiaba (Psidium guajava L.), a laranja (Citrus ssp), o abacate (Persea

americana Mill), destacadas entre as de uso na medicina caseira e na alimentação. Já nas que

abrangem tanto a categoria das medicinais como das ornamentais, estão: a vinca

(Catharanthus roseus (L.) G. Don) e a coroa de frade (Melocactus zehntneri (Britton & Rose)

Luetzelb.).

17

Tabela 02. Especies vegetais encontradas nos quintais. (Alim.: Alimentícias; Med.: Medicinais; Orn.: Ornamentais; Bras.: Brasília; Cent.: Centro; Mut.: Mutirão; Uirap.: Uirapuru).

Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Abacate Persea americana Mill. Lauraceae 5 X X 2 2 1

Abacaxi Ananas comosus (L.) Merr. Bromeliaceae 3 X 1 2

Abacaxizinho Ananas lucidus Miller Bromeliaceae 2 X 2

Abóbora Cucurbita moschata Duch. ex Poir. Cucurbitaceae 1 X 1

Açafrão Curcuma longa L. Zingiberaceae 4 X 1 1 2

Açaí Euterpe oleracea Mart. Arecaceae 5 X 1 1 2 1

Acerola Malpighia glabra L. Malpighiaceae 10 X 4 2 2 2

Alfavaca grossa Ocimum gratissimum L. Lamiaceae 9 X 3 1 2 3

Alfazema Lavandula angustifolia Mill. Lamiaceae 1 X 1

Algodão Gossypium hirsutum L. Malvaceae 4 X 1 1 2

Alho Allium sativum L. Liliaceae 1 X X 1

Alpinia Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum. Zingiberaceae 2 X 2

Amor crescido Portulaca pillosa L. Portulacaceae 8 X 3 1 2 2

Amora Morus nigra L. Moraceae 3 X 2 1

Antúlia Anthurium andraeanum Linden ex André Araceae 2 X 2

Araçá Eugenia stipitata Mc. Vaugh Myrtaceae 2 X 1 1

Arruda Ruta graveolens L. Rutaceae 4 X 1 1 2

Aveloz Euphorbia tirucalli L. Euphorbiaceae 1 X 1

Avenca Adiantum raddianum C. Presl. Pteridaceae 3 X 1 2

Azeitona Syzygium cumini (L.) Skeels. Myrtaceae 1 X 1

Babosa Aloe vera (L.) Burm. F. Liliaceae 9 X 2 4 3

Balsamo Sedum dendroideum Moc & Sessé Crassulaceae 1 X 1

18

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Bambuzinho Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière Poaceae 1 X 1

Banana Musa sp Musaceae 6 X 2 2 2

Batata da terra Ipomoea batatas (L.) Lam. Convolvulaceae 1 X 1

Beijo de frade Impatiens balsamina L. Balsaminaceae 1 X 1

Biriba Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. Annonaceae 1 X 1

Boca de leão Antirrhinum majus L. Plantaginaceae 1 X 1

Bola do mundo Scadoxus multiflorus (Martyn) Raf. Amaryllidaceae 2 X 1 1

Boldo baiano Vernonia condensata Baker Asteraceae 3 X 2 1

Boldo da folha grossa Plectranthus barbatus (Andrews) Benth Lamiaceae 2 X 1 1

Boldo pequeno Plectranthus neochilus Schlechter Lamiaceae 2 X 1 1

Buque de noiva Spiraea cantoniensis L. Rosaceae 2 X 1 1

Cacau Theobroma cacao L. Sterculeaceae 4 X 2 1 1

Cacto bola Echinocactus grusonii Cactáceae 1 X 1

Caju Anacardium occidentale L. Anacardiaceae 3 X X 1 2

Cana Saccharum officinarum L. Poaceae 4 X 2 1 1

Canarana Costus spicatus (Jacq.) Sw. Zingiberaceae 6 X 1 3 2

Canela Cinnamomum zeylanicum Breyn. Lauraceae 1 X 1

Capim santo Cymbopogon citratus (AC) Stapf. Poaceae 9 X 2 1 2 4

Carambola Averrhoa carambola L. Oxalidaceae 3 X 2 1

Cariru Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn. Portulacaceae 1 X 1

Catinga de mulato Tanacetum vulgare L. Asteraceae 1 X 1

Cebolinha Allium fistolosum L. Alliaceae 5 X 3 1 1

Chapéu de Napoleão Thevetia peruviana (Pers.) Schum. Apocynaceae 1 X 1

19

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Cheiro verde Petroselinum crispum (Mill.) Nym. Umbeliferaeae 2 X 1 1

Chicória Cichorium intybus L. Asteraceae 3 X 1 2

Cica Cycas circinalis L. Cycadaceae 2 X 1 1

Côco Cocos nucifera L. Arecaceae 18 X 6 4 5 3

Coentro Coriandrum sativum L. Apiaceae 2 X 2

Com. ninguém pode Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil Araceae 10 X 4 3 1 2

Compacta Ixora coccinea L. Rubiaceae 2 X 2

Copo de leite Zantedeschia aethiopica Spren. Araceae 5 X 2 1 1 1

Coroa de Frade Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luet. Cactaceae 1 X X 1

Couve Brassica oleracea L. Brassicaceae 2 X 2

Cravo amarelo Tagetes pusilla Kunth Asteraceae 1 X 1

Cravo do norte Varronia leucocephala (Moric.) J. S. Mill. Boraginaceae 1 X 1

Crista de galo Celosia cristata L. Amaranthaceae 1 X 1

Crote Alocasia cucullata (Lour.) G. Don Araceae 2 X 1 1

Cumaru Amburana cearensis (Allemão) A. C. Sm. Fabaceae 4 X 1 1 2

Cupuaçu Theobroma grandiflorum K. Schum. Sterculeaceae 8 X 3 1 3 1

Dracena Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl. Liliaceae 2 X 1 1

Elixe paregórico Piper callosum Ruiz & Pav. Piperaceae 1 X 1

Emília Plumbago auriculata Lam. Plumbaginaceae 1 X 1

Erva cidreira Lippia alba (Mill.) NE. Brown Verbenaceae 11 X 2 4 1 4

Erva de jabuti Peperomia pellucida (L.) Kunth. Piperaceae 1 X 1

Espada de São Jorge Sansevieria trifasciata Prain. Ruscaceae 10 X 2 1 3 4

Feijão de corda Vigna unguiculata L. Fabaceae 1 X 1

20

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Feijão guandu Cajanus cajan (L.) Millsp. Fabaceae 1 X 1

Ficus Ficus benjamina L. Moraceae 1 X 1

Flor-estrela Stapelia hirsuta L. Apocynaceae 1 X 1

Folha da fortuna Bryophyllum daigremontianum Crassulaceae 1 X 1

Folha gorda Kalanchoe brasiliensis Camb. Crassulaceae 3 X 1 1 1

Fruta pão Artocarpus incisa L. Moraceae 1 X 1

Gengibre Zingiber officinale Roscoe Zingiberaceae 3 X 1 1 1

Genipapo Genipa americana L. Rubiaceae 1 X 1

Gérbera Gerbera jamesonii Adlam Asteraceae 1 X 1

Gervrão Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl. Zingiberaceae 1 X 1

Goiaba Psidium guajava L. Myrtaceae 11 X X 5 1 3 3

Grama mato grosso Zoysia japonica Steud. Poaceae 1 X 1

Gravatinha Chlorophytum comosum (Thunb.) Jacques Agavaceae 5 X 2 3

Graviola Annona muricata L. Annonaceae 1 X 1

Guine Trixis divaricata (Kunth.) Spreng Asteraceae 2 X 1 1

Heliconia-papagaio Heliconia psittacorum L. f. Heliconiaceae 1 X 1

Hibisco colibri Malvaviscus arboreus Cav. Malvaceae 1 X 1

Hibiscu Hibiscus rosa-sinensis L. Malvaceae 5 X 3 2

Hortelã da folha grossa Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Llamiaceae 8 X 1 1 3

Hortelãnzinho Mentha piperita L. Lamiaceae 3 X 1 2

Ingá Ínga edulis Mart . Leguminosae 2 X 1 1

Inhame Colocasia esculenta (L.) Schott. Araceae 2 X 1 1

Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha Standl. Bignoniáceae 1 X 1

21

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Jabuticaba Myrciaria cauliflora Berg. Myrtaceae 1 X 1

Jaca Artocarpus integrifolia L. f Moraceae 1 X 1

Jambo Eugenia malaccensis L. Myrtaceae 6 X 3 1 2

Jambú Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen Asteraceae 1 X 1

Jasmim manga Plumeria rubra L. Apocynaceae 1 X 1

Jiló Solanum gilo Raddi Solanaceae 1 X 1

Juca Caesalpinia ferrea Mart. Leguminosae 1 X 1

Laranja Citrus aurantium L Rutaceae 9 X X 5 2 1 1

Leia rubra Leea rubra Blume ex Spreng Vitaceae 2 X 2

Limão galego Citrus aurantifolia Swingle Rutáceae 3 X 1 2

Lírio da paz Spathiphyllum cannifolium (Dryand) Schott. Araceae 4 X 1 1 2

Macaxeira Manihot esculenta Crantz. Euphorbiaceae 4 X 2 1 1

Mamão Carica papaya L. Caricaceae 16 X 5 3 4 4

Mandacarú Cereus jamacaru DC. Cactaceae 5 X 2 3

Manga Mangifera indica L. Anacardiaceae 8 X X 2 3 1 2

Mangericão Ocimum basilicum L. Lamiaceae 3 X 1 2

Maracujá Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg. Passifloraceae 5 X X 3 2

Maravilha Calendula officinalis L. Asteraceae 1 X 1

Mastruz Chenopodium ambrosioides L. Chenopodiaceae 5 X 1 1 1 2

Meracilina Graptophyllum pictum (L.) Griff. Acanthaceae 1 X 1

Murici Byrsonima intermedia A. Juss. Malpighiaceae 1 X 1

Muringa Moringa oleifera Lam. Moringaceae 1 X 1

22

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Noni Morinda citrifolia L. Rubiaceae 5 X 1 1 3

Odontonêma Odontonema tubaeforme (Bertol.) Kuntze Acanthaceae 1 X 1

Onze horas Portulaca oleraceae L. Portulacaceae 1 X 1

Ora-pro-nobis Pereskia aculeata Mill. Portulacaceae 1 X 1

Orquídea violeta Spathoglottis plicata Blume Orchidaceae 2 X 2

Palmeira leque Lactania livistona chinensis Arecaceae 1 X 1

Palmeirinha Dypsis lutescens Beentje & J. Dransf. Arecaceae 7 X 4 2 1

Panaceia Nicotiana tabacum L. Solanaceae 1 X 1

Pariri Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. V. Bignoniaceae 4 X 2 2

Patchouly Pogostemon patchouly Pellet. Lamiaceae 1 X 1

Pau Brasil Caesalpinia echinata Lam. Leguminosae 1 X 1

Pé de coelho Davallia fejeensis Hook. Davalliaceae 1 X 1

Pimenta de cheiro Capsicum chinense L. Solanaceae 5 X 2 1 2

Pimenta de macaco Piper aduncum L. Piperaceae 2 X 1 1

Pimenta malagueta Capsicum frutescens L. Solanaceae 4 X 1 1 2

Pingo de ouro Duranta erecta L. Verbenaceae 2 X 1 1

Pinha Annona squamosa L. Annonaceae 2 X 2

Pinhão roxo Jatropa gossypiifolia L. Euphorbiaceae 5 X 1 1 1 2

Pitanga Eugenia uniflora L. Myrtaceae 2 X 1 1

Primavera Bougainvillea glabra Nyctaginaceae 1 X 1

Pupunha Bactris gasipaes Kunth Arecaceae 1 X 1

Quebra pedra Phyllanthus niruri L. Euphorbiaceae 8 X 1 1 6

Quiabo Abelmoschus esculentus ( L.) Moench Malvaceae 2 X 2

23

Continuação... Nome popular Nome científico Família Citações Categoria Bairros

Alim. Med. Orn. Bras. Cent. Mut. Uirap.

Romã Puniza granatum L. Punicaceae 2 X 1 1

Rosedá Lagerstroemia indica L. Litraceae 1 X 1

Roseira Rosa x grandiflora Hort. Rosaceae 10 X 2 1 1 6

Roseirinha Rosa chinensis Jacq. Rosaceae 5 X 3 1 1

Sabugueira Sambucus australis Cham. & Schitdl. Caprifoliaceae 1 X 1

Samanbaia Nephrolepis cordifolia (L.) C. Presl. Davalliaceae 8 X 3 2 1 2

Taioba Xanthosoma sagittifolium (L.) Araceae 1 X 1

Tamarindo Tamarindus indica L. Caesalpiniaceae 1 X 1

Tangerina Citrus reticulata L. Rutaceae 1 X 1

Teca Tectona grandis L. f. Lamiaceae 1 X 1

Tinhorão Caladium bicolor Schott. Araceae 2 X 1 1

Típe Petiveria allicea L. Phytolaccaceae 1 X 1

Tomate Lycopersicon esculentum Mill. Solanaceae 5 X 1 2 2

Trevo Marsilea quadrifolia L. Marsileáceae 1 X 1

Trevo roxo Oxalis regnellii atropurpurea Oxalidaceae 2 X 1 1

Uva Vitis vinifera L. Vitaceae 1 X 1

Vassourinha Scoparia dulcis L. Scrophulariaceae 1 X 1

Vinca Catharanthus roseus (L.) G. Don Apocynaceae 4 X X 2 2

Vique Mentha arvensis L. Lamiaceae 1 X 1

24

Dentre o conjunto das espécies identificadas nos bairros, destacam-se: côco

(Cocos nucifera L.) com 18 citações, mamão (Carica papaya L.) com 16 citações, goiaba e

erva cidreira (Lippia alba (Mill.) NE. Brownit) ambas com 11 citações, espada de São Jorge

(Sansevieria trifasciata Prain.), roseira (Rosa x grandiflora Hort.), acerola (Malpighia glabra

L.) e comigo ninguem pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil) cada uma com 10

citações.

A caracterização da vegetação dos quintais, distinguem-se entre nativas e exóticas

e também, em relação ao seu hábito, destacando as herbáceas, com 45%, os arbustos, com

30% e árvores, com 25%, sendo cultivadas em proporções que revelam, em alguns quintais, a

preferência pelas ornamentais, que, em sua grande maioria, corresponde às herbáceas, assim,

essa diversidade de espécies são classificadas como exóticas (69,2%) e nativas do Brasil

(30,8%) (Figura 09). As exóticas destacaram-se também no estudo de Sá e Moraes (2008) que

mesmo com uma diversidade de especies menos expressiva classificaram entre as 54 espécies

identificadas em seu estudo com 26 pesquisados no bairro de Vitória em Ivinhema – MS, que

57,4% das plantas são exóticas, enquanto 42,6% são nativas.

Figura 09: Espécies encontradas em um quintal do bairro de Brasília, Altamira - PA.

Quando questionados sobre a decisão de plantar alguma espécie, ocorreu a

frequencia de duas alternativas dos que plantam, onde, 67,6% cultivam para consumo

familiar, servindo na alimentação e no tratamento de doenças, 18,9% plantam somente porque

25

acham as plantas bonitas devido suas ênflorescências, como relatado pela moradora: “Elas

saõ tão bonitas que parecem que têm vida (M.F.)”, 13,5% afirmaram as duas opções, com as

mesmas justificativas dos demais.

A partir da análise dos entrevistados, constantou-se, que diferentes pessoas

cuidam diretamente e indiretamento do cultivo e manejo das plantas presentes nos quintais,

onde, alguns apenas fazem a limpeza do quintal, enquanto outros, irrigam diariamente e

desenvolvem práticas que surge durante o dia-a-dia (Figura 10).

19

8

7

3

SOMENTE A ENTREVISTADA

TODA A FAMÍLIA

O CASAL CUIDA DO QUINTAL

OUTROS

Figura 10. Responsáveis pelos cuidados com os quintais.

Com exce ção de três residências que não cultivam nenhuma espécie, estas

práticas são conduzidas principalmente pelas mulheres entrevistadas, indice correspondente a

19 citações, ou seja, 51,35% destes, seguido pelo processo realizado por toda família, com

oito citações (21,62%), marido e mulher com sete relatos (18,91%) e três citações

correspondente aos outros, sendo a tia ou a sogra com 8,10%. Corroborando com os

resultados obtidos por Brizidio e Nunes (2010) nos quintais de Floresta e Teixerão, na cidade

de Cocoal, Rondônia, dos 30 entrevistados 46,66% disseram ser as mulheres quem cuidam do

quintal. Segundo o estudo, a acentuada diferença na divisão dos cuidados com o quintal,

provém do fato, de que, as mulheres passam muito mais tempo em casa do que os homens, o

próprio número de entrevistados, mostra uma maior representatividade de mulheres nas casas

durante o período da pesquisa, isto porque, a coleta de dados foi realizada no período diurno,

horário em que os homens geralmente, estão no trabalho.

Entre as espécies preferidas pelos moradores, estão plantas ligadas tanto na

ornamentação da casa, como as alimentícias e medicinais, entre elas, destacam-se 20 espécies

escolhidas por diferentes justificativas, entre as quais, o fato das plantas produzirem frutos o

26

ano inteiro, da mesma ser de facil cultivo e também por produzirem lindas flores. Podemos

citar: capim santo (Cymbopogon citratus (AC) Stapf.), côco, Acerola, banana (Musa sp) e

roseira. Já quando o questionamento era a respeito de plantas que foram removidas por

estarem causando algum problema, foram citadas 10 espécies, entre elas, o jambo (Eugenia

malaccensis L.), côco, tamarindo (Tamarindus indica L.), laranja, noni (Morinda citrifolia

L.), araçá (Eugenia stipitata Mc. Vaugh), abacate, goiaba, e graviola (Annona muricata L.).

Entre os motivos da remoção das plantas, destacam-se a necessidade de aumentar a casa,

quebra da calçada, grande acumulo de plantas próximas uma da outra e atração de insetos.

O meio de obtenção destas plantas, em sua grande maioria são doação de vizinhos

e parentes, destacando também, aqueles moradores que trazem as mudas da roça e ainda

espécies que se propagam sem necessitar o plantio da mesma, sendo caracterizadas como

espécies de crescimento espontâneo.

Quando questionados se eles buscam conhecer as planta antes de implantá-la em

seus quintais, dos 37 que plantam 25 moradores disseram que sim, principalmente pelo fato

de não gostarem de cultivar espécies, sem saber a sua utilidade, em contrapossição, estão 12

que plantam aleatoriamente, alegando que “todas as plantas são iguais, todas têm algumas

finalidades, é só saber como utilizá-las (M.G.)”. Já quanto ao auxílio de algum profissional na

orientação do cultivo, apenas um indicou a utilização, sendo este, através de um curso

realizado a alguns anos atrás.

5.3 IMPORTÂNCIA DAS ESPÉCIES CULTIVADAS

Entre a diversidade de espécies cultivadas nos quintais constatou-se que existem

duas categorias que determinam a importância de cada quintal, dentre elas está a categoria das

medicinais e alimentícias, sendo que, a presença de determinada categoria predomina em

relação as demais em diferentes quintais, dessa forma, a variabilidade das espécies pode

determinar e caracterizar a riqueza vegetal encontrada em diferentes quintais.

Das alimentícias, se destacam duas sub-categorias de uso, as frutíferas que

abrangem 32 espécies e as olerícolas que correspondem a 20 do total de 52 cultivadas,

destacando quatro espécies do total, sendo elas: coco, mamão, goiaba e acerola.

Do conjunto de 40 residências investigadas, revelaram que das espécies cultivadas

no quintal, a importância alimentar contribui em diferentes graus de importância , variando de

nenhuma, pequena, média ou grande importância no consumo diário para os familiares, sendo

que, 12 pessoas, ou seja, 30% do total, revelaram que as mesmas não contribuem em nenhum

momento. Poucos entrevistados (7 pessoas), consideram as plantas como de grande

27

importância no seu consumo diário, para estes, destacam-se o fácil acesso e por elas serem

úteis frequentemente, contribuindo diariamente como condimentos, sucos e principalmente no

consumo das frutas. Dentre os demais relatos, revelou-se, que a pequena e média importância

representam 10 e 11 citações respectivamente, devido às plantas geralmente crescerem muito

e a falta de disponibilidade de espaço para o cultivo, fato que impede os moradores de

continuarem manejando as espécies já existentes e implantando novas culturas em seus

quintais.

Entre as medicinais, houve uma grande diversidade de espécies, entre as mais

citadas está: erva cidreira, babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.), alfavaca grosa (Ocimum

gratissimum L.) e capim santo, porém quando questionado sobre a importância destas plantas,

15 moradores argumentaram que por mais que cultivem algumas espécies, elas não

contribuem em nada para seu consumo, relatando que há espécies que nascem sem ao menos

eles plantarem, como é o caso do quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.) e a erva de jabuti

(Peperomia pellucida (L.) Kunth.), permanecendo no quintal até ser efetuado a limpeza do

mesmo. Seis consideraram que as plantas têm uma pequena importância, dizendo que, por

mais que não há uma grande contribuição rotineira, existem momentos, que chegam a recorrer

ao uso de algumas ervas, principalmente, em emergências e quando não tem dinheiro para

comprar o medicamento industrializado. Para nove dos entrevistados, as plantas medicinais

cultivadas em suas casas são de média importância, e 10 consideram de grande importância,

pois, elas são a primeira alternativa de uso, devido serem de acesso fácil e não custarem nada,

além de corresponderem com as expectativas de cura. Relatando que o fato de a maioria dos

entrevistados terem preferência em utilizar plantas medicinais para a manutenção ou

recuperação da saúde é de certa forma, um aspecto bastante positivo, pois, além de fortalecer

práticas tradicionais quanto ao uso e conhecimento de plantas medicinais.

Entre as alimentícias e medicinais verifica-se que houve uma variação em relação

ao grau de importância das diferentes categorias, onde, uma pode se destacar mais que a outra

podendo determinar entre elas, quais têm a maior importância dentre a variedade do cultivo

(Figura 11).

28

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

NENHUMA PEQUENA MÉDIA GRANDE

30%

25%27,5%

17,5%

37,5%

15%

22,5%25%

Percentual

Importância

ALIMENTÍCIAS

MEDICINAIS

Figura 11. Variação do grau importância alimentar e medicinal das espécies cultivadas.

Na figura acima identificou-se, que para alguns moradores uma categoria tem

maior importância em relação à outra, neste caso, enquanto uma é determinante no quintal as

outras têm pequena ou nenhuma importância, verificando que as alimentícias entre os

diferentes graus, se destacam mais que as medicinais, representando 70% da preferência,

oscilando entre pequena, média e grande importância.

Entre as justificativas, de ambas as categorias de uso declaradas pelos residentes,

a que mais se destacou foi à facilidade na obtenção destas plantas, pois, segundo os

entrevistados, elas se propagam com facilidade, com isso, o fácil acesso e a grande

disponibilidade das espécies facilitam sua utilização e disseminação.

No conjunto das espécies, a categoria das ornamentais obtiveram um maior

número de exemplares, porém segundo relato dos moradores essas plantas somente

contribuem com o embelezamento de suas residências, não tendo importância significativa

para família.

5.4 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL DOS QUINTAIS NA PERCEPÇÃO

DOS MORADORES

Entre as diversas funcionalidades dos quintais definidas entre os entrevistados, a

importancia ambiental é bastante debatida entre eles, onde, percebe-se a grande relevância

que cada espécie tem sobre cada quintal, dessa forma, identifica-se que, de acordo com a

variação do porte das plantas, essa utilidade garante uma maior contribuição em relação as

melhorias na qualidade do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento,

29

disponibilidade de oxigênio, ventilação, conservação do solo e amenização da temperatura

gerando consequentemente um ambiente mais agradável (Figura 12).

02468

1012141618

86 7

17

1

7

1Citações

Importância

Figura 12. Importância ambiental dos quintais segundo os moradores.

Observa-se na figura, os diferentes enfoques dos residentes sobre a análise da

importância da cobertura vegetal em seus quintais, revelando que 17 moradores, ou seja,

42,5% do total, destacaram somente a importância na amenização da temperatura, um

morador destacou o ambiente mais agradável e outro na consevação do solo, os demais, o

percentual de citação variou de 15% a 25%, incluindo aqueles, que salientaram não haver

nenhuma importância neste cultivo. No trabalho de Sá e Moraes (2008) as respostas mais

mencionadas foram: dar sombra e produzem frutas comestíveis com 37,74% cada um, gosta

da natureza (7,55%), ar fresco (5,65%), purifica o ar (1,89%) e outros com 9,43%,

demonstrando, pouco conhecimento em relação à importância ambiental, que foi abordada

com frequencia bem reduzida.

A avaliação de cada morador, pode determinar a importância de cada espécie

cultivada no quintal, dessa forma, existe aqueles que já plantam planejando o bem estar

fornecido pelas plantas, enquanto outros, buscam apenas a beleza que estas irão fornecer a

suas resiedências, porém, relatam que estas plantas são atrativas de pequenos animais como:

borboletas e beija-flor, contribuindo significativamente para a manutenção do ambiente, pois,

30

estes animais, contribuem como agentes de polinizações e disseminadores, consequentemente

inplantando novas espécies em seus quintais. Como exemplo citado está o mamão e a goiaba,

que se propagam de residencias vizinhas em seus quintais sem o auxilio do morador para

implantá-las.

Dessa forma, a diversidade de espécies, determinam sobre cada quintal a

contribuição que o mesmo esta gerando para o meio ambiente e consequentemente para os

moradores, onde, nota-se, que na percepção dos moradores, este fato está diretamente ligado

não somente a melhoria que o quintal está oferecendo para sua família, mas sim, para toda a

população. Uma moradora destaca que: “Se todos nós plantasse, mesmo que fosse uma unica

árvore, teriamos um ambiente mais equilibrado (M.M)”, justificando-se, pelo fato que, no

período do verão a temperatura é muito elevada, inpedindo-os de ficarem até mesmo dentro

de casa, pois, além da quentura, o ambiente fica sufocante.

Assim, entre os entrevistados, verificou-se que houve uma conscientização de

grande parcela em relação a importância do cultivo de plantas em seus quintais, porém,

ocorreu relatos de moradores que expuseram opiniões contrárias, argumentando que as poucas

plantas que tem em seu terreno, não influenciariam de nenhuma forma nessa melhoria, pois,

além destas plantas serem em pequeno número, o fato de um morador cultivar e outro não

ocassiona um desequilibrio ambiental, interferindo nos demais.

31

6 CONCLUSÃO

Entre as espécies cultivadas nos quintais, existem duas categorias que determinam a

importância de cada quintal, dentre elas, está a categoria das medicinais e alimenticias, sendo

as alimenticias as que mais se destacam, representando 70% da preferência dos moradores.

Entre os fatores determinantes no cultivo esta a facilidade na obtenção das plantas e

disponibilidade de espaço no terreno para cultivá-las.

Quanto a importância ambiental, a maioria dos entrevistados alegaram benefícios

fornecidos pelas espécies cultivadas, identifica-se que, de acordo com a variação do porte das

plantas, essa finalidade garante uma maior contribuição em relação as melhorias na qualidade

do ambiente, influenciando diretamente no sombreamento, disponibilidade de oxigênio,

ventilação e amenização da temperatura gerando, consequentemente, um ambiente mais

agradável.

32

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, C. N. do.; NETO, G. G. Os Quintais como Espaço de Conservação e Cultivo de Alimentos: um Estudo na Cidade de Rosário Oeste (Mato Grosso, Brasil). Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 3, n. 3, p. 329-341, 2008. Brasil, Altamira/PA. Lei Municípal n° 2.046 de 28 de agosto de 2009. Estabelece a delimitação das áreas que compõem os bairros de Altamira, altera denominações e dá outras providências. BRIZIDIO, A. K.; NUNES, R. O. Composição Florística dos Quintais nos bairros Floresta e Teixeirão na Cidade de Cacoal, Rondônia, 2010. Disponível em: <http://www.facimed.edu.br/site/revista/pdfs/e20120ef01d7486ce757df704e68330b.pdf?PHPSESSID=77bde6374ecdb57f8586d1de7fc2d31f>. Acesso em: 12 de outubro de 2010. BUITRON, L.; FÁVERO, O. A. Estudo da Cobertura Vegetal do Subdistrito da Bela Vista (Centro de São Paulo/SP), 2008. Disponível em: http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo11/060.pdf. Acesso em 11 de janeiro de 2011. COSTA, R. G. S.; FERREIRA, C. de C. M. Uma Análise da Vegetação Urbana nos Bairros Manoel Honório e Bairu, Juiz de Fora/MG, 2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo-3a6.pdf>. Acesso em 01 de abril de 2010. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Contagem Populacional – Censo 2010. Disponivel em: < http://www.ibge.com.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em 02 de fevereiro de 2011. LACERDA, D. V. Quintais do sertão do Ribeirão: Agrobiodiversidade Sob um Enfoque Atnobotânico. Monografia (bacharel em Ciências Biológicas) Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC, 2008. LORENZI, H.; MATOS, F. J. de A. 2002. Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum. LUICHIARI, A. Identificação da Cobertura Vegetal em Áreas Urbanas por Meio de Produtos de Sensoriamento Remoto e de um Sistema de Informação Geográfica. Revista do departamento de Geografia, p. 45-58, 2001. MACHADO, A. T.; MACHADO, C. de T.. Agricultura Urbana. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2002. 25 p. MORAIS, F.; DUQUE-BRASIL, R.; AMARAL, V. B.; PACHECO, J. C.; CAPURUCHU, M. J.; D’ANGELO NETO, S. Riqueza de Plantas Medicinais nos Quintais da Comunidade de mato Verde (Coração de Jesus, Norte de Minas Gerais). Anais do VII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu-MG, 2007. MOURA, A. R.; NUCCI, J. C. Análise da Cobertura Vegetal do Bairro de Santa Felicidade, Curitiba/PR. Anais do XI Simpósio de Geografia Física Aplicada – USP, 2005.

33

MOURA, L. C.; ANDRADE, L. H. C. Etnobotânica em Quintais Urbanos Nordestinos: um Estudo bo Bairro da Muribeca, Jaboatão dos Guararapes – PE. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 219-221, jul. 2007. NUCCI, J. C.; CAVALHEIRO, F. Cobertura Vegetal em Áreas Urbanas: Conceito e Método. GEOUSP, n.6, p. 29-36 (1999). NUCCI, J.C. Qualidade ambiental e adensamento urbano – Um estudo de ecologia e planejamento da paisagem aplicada ao distrito de Santa Cecília (MSP). 2ª ed. – Curitiba, 2008. 150 p. Disponível no endereço: < http://www.geografia.ufpr.br/laboratorios/labs. ROCHA, J. R.; WERLANG. M. K. Índice de cobertura vegetal em Santa Maria: o caso do Bairro Centro. Revista Ciência e Natura, UFSM, 27 (2): 85 – 99, 2005. SÁ, V. A. de.; MORAIS, G. A. de. A percepção Ambiental da Vegetação Urbana por Residentes do Bairro Vitória em Ivinhema-MS. Revista de Biologia e Farmácia, ISSN 1983-4209 - Volume 02 – Numero 01 – 2008. SEMEDO, R. J. C. G.; BARBOSA, R. I. Árvores Frutíferas nos Quintais Urbanos de Boa Vista, Roraima. ACTA AMAZONICA, vol. 37(4) 2007: 497 – 504 p. SERAFIM, A. R. M. D. B. da R. Verde na Cidade: Análise da Cobertura Vegetal nos Bairros do Centro Expandido na Cidade de Recife-PE. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT8-91-560-20080519075525.pdf>. Acesso em: 01 de abril de 2010. SOBRINHO, I. A. P.; GUIDO, L. de F. E. Educação Ambiental a Partir do Resgate dos Quintais seu valor Etnoboitânico no Distrito de Miraporanga, Uberlândia, MG. VIII Encontro Interno e XII Seminário de Iniciação Científica – UFU/2008. SOUZA, V. C.; LORENZI, H. 2008. Botânica Sistemática: Guia Ilustrado para Identificação das Famílias de Fanerógamas Nativas e Exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2ª Ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.

34

ANEXOS

35

ANEXO I – Questionário aplicado aos moradores dos bairros Brasília, Centro, Mutirão, Uirapuru, Altamira-PA. Nº. do Formulário: _______ Data da Entrevista: ____/____/____

Bairro: __________________________ Rua: ___________________________ Nº______

Nome do Entrevistado: _______________________________________________________

Idade: ________ Estado Civil: _______________ Sexo: Masculino Feminino

Escolaridade: _______________ Profissão: _________________

Origem:__________________

1- Residência: própria ( ) alugada ( ) outros:___________________

2- Há quanto tempo mora neste local?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3- Qual o tamanho total (aprox.) do quintal? E o da casa?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4- O quintal já foi:

( ) maior que é atualmente? Qual motivo?

( ) menor que é atualmente? Qual motivo?

( ) Sempre o mesmo tamanho.

5- Por que planta? (o que motiva a plantar no quintal)?

( ) consumo familiar ( ) lazer

( ) comércio ( ) outro: ________________

6- Quantas pessoas cuidam do quintal? Quem são elas?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

7- Entre as espécies cultivadas quais tem maior importância para família? Por quê?

( ) grande ( ) média ( ) pequena ( )nenhum

36

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8- Entre estas plantas qual a preferida? Qual a razão?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

10- Existe alguma espécie que o senhor (a) deixou de plantar por algum motivo? Qual?

Por quê?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

11- Já recebeu orientação de algum profissional no cultivo das plantas?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

12- Em sua opinião qual importância destas plantas para melhoria do ambiente?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

13- Qual o meio de obtenção destas plantas?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

14- Manejo do quintal?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

15- O senhor (a) busca conhecer a planta antes de implantá-la em seu quintal?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

37

ANEXO II – Inventário Florístico utilizado na caracterização da cobertura vegetal dos bairros, Altamira-PA.

INVENTÁRIO FLORÍSTICO IDENT. NOME COMUM USO ORIGEM ALTURA CAP OBS

Nº. FORMULÁRIO: ______

38

ANEXO III – Registro fotográfico de algumas espécies encontradas nos quintais, Altamira-PA.

A B

C D

E F

Figura A1. A) Rosedá (Lagerstroemia indica L.). B) Jasmim manga (Plumeria rubra L.). C) Pingo de ouro (Duranta erecta L.). D) Cacto estrela (Stapelia hirsuta L.). E) Cacto bola (Echinocactus grusonii). F) Coroa de Frade (Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb.)

39

A B C D A B

E F

C D

Figura A2. A) Alfavaca grossa (Ocimum gratissimum L.). B) Boldo pequeno (Plectranthus neochilus Schlechter). C) Noni (Morinda citrifolia L.). D) Babosa (Aloe vera (L.) Burm. F.) E) Cebolinha (Allium fistolosum L.). F) Acerola (Malpighia Glabra L.).

40

A B

Figura A3. A) Comigo ninguém pode (Dieffenbachia amoena hort. ex L. Gentil). B) Trevo roxo (Oxalis regnellii atropurpurea). C) Hibiscus (Hibiscus rosa-sinensis L.) D) Tinhorão (Caladium bicolor Schott.).

D C