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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA NA COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA: ANO 2 Hugo Borges França Altamira – Pará – Brasil 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA NA COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA: ANO 2

Hugo Borges França

Altamira – Pará – Brasil

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Hugo Borges França

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA NA COMUNIDADE

PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA: ANO 2

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, como requisito obrigatório para a conclusão do curso de Agronomia.

Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto

Orientador

Altamira – Pará

Setembro – 2011

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca

França, Hugo Borges Avaliação de Variedades de mandioca na comunidade Princesa do Xingu, Altamira-PA: ano 2/ Hugo Borges França; orientador, Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto. — 2011.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade

Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, 2011

1.Mandioca – Avaliação- Princesa do Xingu (PA).Título.

CDD: 633.682

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EPÍGRAFE

“O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no

Dicionário.” (Albert Einstein)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar presente em todos e quaisquer momentos de minha vida, durante o

tempo de graduação e desenvolvimento deste trabalho;

Aos meus pais, que lutaram para que eu obtivesse a melhor educação possível, carinho

e contribuição financeira dedicada para que eu pudesse concretizar mais uma etapa de minha

vida, em especial minha esposa Fabíolla pelo apoio constante e incondicional;

Ao meu orientador Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto pelas valiosas orientações

conselhos e ajuda nos momentos necessários no decorrer de todo o curso e na elaboração

deste trabalho;

Aos professores da Faculdade de Engenharia Agronômica e funcionários do Campus

Universitário de Altamira que de forma direta e indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho;

Ao Sr. Miguel Calvi e Srª Julita F. Calvi e seus filhos Miquéias, Bruno e Lucas por

permitirem a implantação do experimento em sua propriedade e pela ajuda e dedicação na

condução das atividades.

Ao pesquisador M.Sc. Pedro Celestino Filho e a todos os técnicos, operários rurais e

funcionários que integram o Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia da

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – NAPT Transamazônica/EMBRAPA -

Amazônia Oriental, na Cidade de Altamira, PA.

A todos os meus amigos das turmas de Agronomia 2005 e 2006 e de outas turmas, em

especial ao Eder Alves, Cássio Polla, Andréia Portugal, Edna Santos, Fernanda Morbach,

Rogério, Elison, Leandro e Luciano Morbach.

A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram na realização deste

trabalho.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO............................................................................................................ 01

2 – REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 03

2.1 – CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA E ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS.................. 03

2.2 – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA............................................................................... 04

2.3 – IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL............................................................................ 05

2.4 – SISTEMA DE CULTIVO.......................................................................................... 06

2.5 – AVALIAÇÃO DE VARIEDADES.......................................................................... 08

3 – MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 10

3.1 – LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL........... 10

3.2 – SELEÇÃO E PREPARO DAS MANIVAS.............................................................. 10

3.3 – INSTALAÇÃO E COLHEITA DO EXPERIMENTO............................................. 11

3.4 – ANÁLISE ESTATÍSTICA………………………………………………………... 12

3.5 – CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA…………………………………………. 13

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 14

4.1 – ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE RAÍZES E DE FARINHA.................................... 14

4.2 – CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA.................................................................. 19

5 –CONCLUSÕES............................................................................................................. 24

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 25

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 01 – Produtividades médias de raízes de mandioca das variedades

estudadas..............................................................................................................................

Figura 02 – Produtividades médias de raízes das variedades avaliadas nas safras

2008/2009 e 2009/2010........................................................................................................

LISTA DE TABELAS Pág.

Tabela 01 – Identificação dos tratamentos e variedades utilizadas no

experimento..........................................................................................................................

Tabela 02 – Resultado do teste de Skott – Knott para as médias de produtividade de

raízes (t.ha-1) obtidas com as variedades estudadas............................................................

Tabela 03 – Resultado de produtividade de raízes, rendimento de farinha e

produtividade de farinha obtidos na safra 2008/2009 (Polla, 2010) e produtividade de

raízes da safra 2009/2010 e projeção de produtividade de farinha para a safra 2009/2010

..............................................................................................................................................

Tabela 04 – Cor da polpa das raízes, percentagem de plantas tombadas e altura média

das cultivares estudadas.......................................................................................................

Tabela 05 – Percentagem de plantas atacadas pela broca do caule, pela cochonilha

branca e pela podridão de raízes..........................................................................................

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AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA NA

COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA: ANO 2

RESUMO: A introdução de cultivares de mandioca em um determinado ecossistema e

a seleção das mais adaptadas é um procedimento simples e de baixo custo realizado

devido à alta interação entre genótipo e ambiente, pois dificilmente uma variedade se

comportará de maneira semelhante em todas as regiões ecológicas. Assim, este trabalho

foi conduzido com o objetivo de avaliar 13 variedades de mandioca, em termos de

desenvolvimento e produtividade de raízes com adubação mineral NPK e calagem, na

comunidade Princesa do Xingu, município de Altamira-PA. O delineamento

experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 13 tratamentos (variedades)

e três repetições. O espaçamento utilizado foi 1,0 x 1,0 m, com 25 plantas por parcela.

Foi utilizado 1,0 t.ha-1 de calcário dolomítico e 30g da fórmula 11:30:17 por planta. A

produtividade de raízes foi submetida à análise de variância e as médias foram

agrupadas pelo teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Os dados de rendimento e

produtividade de farinha foram estimados e comparados com recomendações técnicas

para indústrias farinheiras e comparados com resultados obtidos em pesquisas similares.

A produtividade de raízes das variedades Inajá, Chico Vara, Inha, Saracura, Jurará e Pau

Velho, foram significativamente superiores às demais e iguais entre si, com destaque

para a Inajá e Chico Vara, que ultrapassaram 45,0 t.ha-1. As variedades Cearense, Pau

Velho e Inha proporcionaram os maiores rendimentos percentuais de farinha, com 29,7;

29,6; 29,3 %, respectivamente. A menor altura foi observada na variedade Capembas

(1,89m), enquanto a variedade Surubim II apresentou a maior altura (2,50m). As

maiores produtividades de farinha foram obtidas com as variedades Inha e Inajá

alcançando 13,0 e 12,9 t.ha-1, respectivamente. As variedades Inha, Chico Vara, Inajá,

Pau Velho e Jurara podem ser promissoras para a indústria farinheira do Território da

Transamazônica e Xingu.

Palavras-chave: Manihot esculenta. Produtividade. Raiz. Farinha

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1 – INTRODUÇÃO

Segundo Treche (1995), a mandioca é considerada a quarta cultura mais importante do

mundo, depois do arroz, trigo e do milho, por sua contribuição na alimentação humana, além

de ter grande valor econômico agregado devido às diversas formas de aproveitamento. Da

mandioca tudo pode ser aproveitado, porém o consumo das raízes em âmbito mundial é muito

mais expressivo, sendo que dentre os principais subprodutos destacam-se a fécula e a farinha.

No Brasil, a produção de mandioca se caracteriza por fortes variações periódicas, que

prejudicam muito a competitividade do setor nos mercados nacionais e internacionais

(VILPOUX, 2006). Essas oscilações devem-se principalmente às variações na produção

agrícola, com plantio maior nos períodos de preço alto e redução drástica da produção após

queda dos preços.

No Município de Altamira, Estado do Pará, o cultivo da mandioca é realizado pelo

segmento dos pequenos agricultores familiares, com o objetivo de garantir a subsistência,

utilizando, ao longo do tempo, por falta de acesso a informações e tecnologia, a prática de

preparo de área itinerante via derruba e queima, principalmente de mata primaria e capoeiras.

Além disso, é comum o uso das mesmas variedades no decorrer do tempo. O baixo nível

tecnológico aplicado contribui para a baixa produtividade que é da ordem de 20,0 t.ha-1

(IBGE, 2009).

Para mudar esse paradigma e fazer com que a mandiocultura se transforme numa

opção agrícola para a região, capaz de atender não somente às demandas locais, mas, também,

criar alternativas de mercado, criar frentes de emprego e renda, proporcionar a melhoria da

qualidade de vida dos agricultores e fortalecer o desenvolvimento socioeconômico da região,

é de extrema importância à introdução de novas variedades de mandioca e gerar técnicas

apropriadas de cultivo adequadas às peculiaridades da região.

Sagrilo et al. (2007) destacam que a introdução e avaliação de novos genótipos, em

novas áreas, constitui o método de melhoramento mais comum para a seleção de novas

cultivares de mandioca, além de ser o mais simples e de menor custo. A avaliação regional de

novas cultivares se faz necessária uma vez que no caso da mandioca a interação genótipo e

ambiente é muito pronunciada. Utilizando material testado em outras regiões, reduz-se o

tempo médio para obtenção de cultivares que atendam as necessidades especificas dos

agricultores.

De acordo com Fukuda e Silva (2003), devido à alta interação entre genótipo

ambiente, dificilmente uma variedade se comportará de maneira semelhante em todas as

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regiões ecológicas. Portanto, torna-se necessária a avaliação continuada de variedades

introduzidas em comparação as locais, visando selecionar aquelas que melhor se adaptam as

condições edafoclimáticas de cada região e possibilitem melhores rendimentos.

Esse trabalho foi iniciado por Polla (2010) na safra 2008/2009, Como parte do projeto

de pesquisa “Introdução e avaliação de genótipos de mandioca e estabelecimento de uma rede

de distribuição de manivas sementes no Estado do Pará” em parceria entre a UFPA/Campus

de Altamira e a EMBRAPA Amazônia Oriental.

Esse trabalho teve como objetivo introduzir e avaliar a produtividade de raízes de 13

variedades de mandioca submetidas à calagem e a adubação mineral com NPK, avaliar o

potencial de produção de farinha dessas variedades e realizar caracterização agronômica

relativa à cor da polpa das raízes, altura médias das plantas, índice de tombamento de plantas,

incidência de broca do caule, de cochonilha branca e podridão das raízes, a fim de indicar as

mais promissoras para a indústria no Território da Transamazônica e Xingu.

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2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA E ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS

A mandioca é planta dicotiledônea, pertencente à família Euphorbiaceae e gênero

Manihot. O gênero compreende várias espécies, das quais se destaca do ponto de vista

econômico a Manihot esculenta Crantz, a qual apresenta elevada rusticidade, se adapta a

diversos tipos de solo e clima (ALMEIDA et al., 1993).

É uma planta originária da América do Sul, principalmente da Região Amazônica,

tendo o Brasil como país de origem. No entanto, a África é de longe o continente de maior

produção. Isto demonstra que esta cultura está difundida em inúmeras regiões do planeta, pois

apresenta ampla tolerância as condições adversas de clima e solo. É cultivada em regiões de

clima tropical e subtropical, com precipitações anuais variável de 600 a 1.200 mm (CEPLAC,

2007), bem como em regiões de clima equatorial, com precipitação anual superior a 2.500

mm, caso que ocorre na Amazônia brasileira.

A propagação através da semente é utilizada apenas em cultivos para fins

experimentais e de melhoramento genético. Para cultivos comerciais é utilizado como

propágulo vegetativo o caule da própria planta, obtido do terço médio da parte aérea. O caule

é cortado em pequenos seguimentos de 15 a 20 cm de comprimento com cinco a sete gemas,

denominados “maniva” (MATOS; CARDOSO, 2003).

A mandioca pertence ao grupo de plantas cianogênicas por apresentarem compostos

ciânicos e enzimas distribuídas em concentrações variáveis nas diferentes partes da planta.

Pela ruptura da estrutura celular da raiz, as enzimas presentes (linamarase), degradam estes

compostos, liberando o acido cianídrico (HCN), que é o principio tóxico da mandioca e cuja

ingestão ou mesmo inalação, representa sério perigo a saúde, podendo ocorrer casos extremos

de envenenamento. A dose letal é de aproximadamente 10 mg de HCN por kg de peso vivo

(CAGNON et al., 2002).

Em relação ao teor de acido cianídrico na raiz, as cultivares são classificadas em

mansas: menos de 50 mg de HCN/kg de raiz fresca sem casca; moderadamente venenosas: 50

a 100 mg de HCN/kg de raiz fresca sem casca; e bravas ou venenosas: acima de 100 mg

HCN/kg de raiz fresca sem casca, sendo as cultivares mansas também conhecidas como de

mesa, aipim e macaxeira (CAGNON et al., 2002).

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As consequências das intoxicações crônicas por glicosídeos cianogenicos presentes na

mandioca são diversas. Uma dessas envolve o sistema nervoso e é chamada neuropatia atáxica

tropical (TAN), que é representada por uma mielopatia, atrofia óptica bilateral, surdez

bilateral e polineuropatia (MIDIO e MARTINS, 2000).

De acordo com Mattos e Cardoso (2003), a presença do HCN é constatada em todas as

partes do vegetal. As folhas detêm as maiores porcentagens. Na raiz, o córtex ou casca grossa,

encerra teores mais elevados que a polpa, podendo o córtex das raízes de variedade “mansa”

encerrar dose porcentual mais elevada que a polpa das raízes de variedades "bravas".

As variedades de mandioca com elevados teores de HCN podem ser utilizadas para

fins industriais, devido o teor de HCN nas raízes ser liberado durante o processamento, porém

a cocção pode não eliminar todo o acido, razão pela qual a mandioca "brava", ainda que

cozida, pode ocasionar acidentes, o que não acontece com os produtos da indústria que são

submetidos a temperaturas mais elevadas e por mais tempo. A secagem (pelo calor do sol ou

de secadores) elimina o ácido por volatilização (MATTOS e CARDOSO, 2003).

2.2 – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A mandioca, em relação a outros cultivos, apresenta uma série de vantagens, tais

como: fácil propagação; elevada tolerância à longa estiagem; rendimento satisfatório mesmo

em solos de baixa fertilidade; pouca exigência em insumos agrícolas; potencial resistência ou

tolerância a pragas e doenças, elevado teor de amido nas raízes, além da possível utilização

desde a raiz até a folha. A mandioca é utilizada na elaboração produtos alimentícios humanos

e de rações animais, utilizando da raiz à parte aérea da planta (ramas e folhas) a fim de serem

fornecidas aos animais cruas, na forma de fatias, trituradas ou de farelos desidratados, como

componente de ração na criação de suínos, aves e bovinos (CEREDA, 2005).

Foi constatado recentemente melhoria da qualidade sensorial da farinha produzida

por grandes indústrias e ampliação das aplicações a partir da mandioca ou seus produtos,

como: a fécula, as raspas, dextrinas, colas, indústrias de papel, papelão e tecidos, a produção

de glicose, álcool e acetona, entre outros (FOLEGATI et al., 2005; SOUSA e FIALHO,

2007). Com a evolução dos hábitos alimentares, as necessidades industriais e as exigências de

mercado, a abertura e a busca de mercado, novos usos vão surgindo (FOLEGATTI et al.,

2005).

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Atualmente, a América Latina ocupa a terceira posição no ranking dos continentes

produtores de mandioca, com participação de menos de 20% da produção mundial de raízes.

O Brasil tem a maior parcela de contribuição, com aproximadamente 70% do total produzido

no continente no ano 2000, atingindo aproximadamente 23 milhões de toneladas (FAO, 2001).

Juntamente com o Brasil, Paraguai, Colômbia, Peru e Bolívia responderam por quase 95% da

produção latino americana no mesmo ano.

Apesar do Brasil, ser o maior produtor da América Latina, o rendimento da cultura não

se configura como o maior do continente, de forma que a produtividade brasileira é inferior à

produtividade obtida no Paraguai. Segundo Cock (1979), a mandiocultura pode apresentar um

potencial produtivo de 90 t.ha-1, porém, a média brasileira é de apenas 14 t.ha-1 (FAO, 2007).

Na distribuição da produção pelas diferentes regiões do Brasil, as Regiões Nordeste

e Norte se sobressaem em relação às demais, com participação de 46% e 25%

respectivamente. A Região Sul participa com 17%, o Sudeste com 7% e o Centro-Oeste com

4% (IBRE/FGV, 2005 citado por FURLANETO, 2006). Nas Regiões Sul e Sudeste têm a

maior parte da produção orientada para a indústria, principalmente nos Estados do Paraná, São

Paulo e Minas Gerais.

As Regiões Norte e Nordeste, com produtividades médias de 16 e 11 t.ha-1,

respectivamente, se destacaram como as principais produtoras, sendo que a produção nessas

regiões é essencialmente utilizada na dieta alimentar, na forma de farinha.

O Pará é o principal produtor de mandioca do Brasil. Em 2006, foram produzidas no

Estado 4.578.748 toneladas, numa área plantada de 298.096 hectares, o que corresponde a

produtividade média de 15,7 t.ha-1 (IBGE, 2009).

Segundo Diniz et al., (2004), a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual

equivalente a 2,5 bilhões de dólares a economia mundial e contribuição tributária de 150

milhões de reais ao Brasil. A produção destinada à fabricação de farinha e fécula gera,

respectivamente receita anual bruta equivalente a 600 milhões e 150 milhões de reais ao país

respectivamente, demonstrando que a cultura apresenta contribuição significativa para o

Produto Interno Bruto (PIB) Brasileiro.

2.3 – IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL

Segundo FOLEGATTI et al., (2005), a importância da mandioca na alimentação do

brasileiro é reconhecida desde o início da colonização do Brasil. Os cronistas da época

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afirmavam que a raiz (ainda desconhecida para o europeu, identificada como “semelhante ao

inhame”) era um “alimento regular, obrigatório, indispensável aos nativos e europeus recém

vindos”.

De acordo com Mattos e Cardoso (2003), as raízes são fontes de carboidratos e a parte

aérea além de carboidratos também fornece proteínas, principalmente, nas folhas. Para a

alimentação animal o teor de ácido cianídrico deve ser baixo, tanto nas folhas como nas

raízes, para evitar intoxicação dos animais. Quando forem usadas variedades bravas na

alimentação animal, essas devem ser ministradas em forma de raspas desidratadas ou silagem.

Segundo Sousa e Fialho (2007), as raízes representam importante fonte alimentícia,

ricas em calorias e carboidratos, podendo ser destinadas ao consumo humano e animal e além

de possuir diversas formas de processamento, tais como: raiz cozida, farinha, tucupi, amido,

além da produção de álcool e acetona, entre outros.

Os teores de proteínas da mandioca e de seus produtos, bem como as principais

vitaminas encontradas, foram descritas por Franco (1996). O autor destaca que as folhas

concentram maior quantidade de proteínas, vitaminas, cálcio e ferro que os derivados da raiz;

O tipo de processamento pode levar a alteração de alguns nutrientes;

A raiz da mandioca, segundo Correa et al., (2005) pode proporcionar cerca de 1.460

Kcal.kg-1 de peso fresco, podendo ser considerada, em termos nutricionais, como fonte de

energia barata necessitando de outros alimentos como fonte de proteína, vitamina, mineral e

gordura para suprir as necessidades nutricionais do homem.

Cereda (2001) relata que a raiz de mandioca apresenta baixo conteúdo de vitaminas,

embora às variedades amarelas possam apresentar teores apreciáveis de caroteno, além de

vitamina C que, em grande parte, perde-se no processamento. Entretanto, o consumo de

mandioca ou dos derivados deve sempre ser acompanhado de alimentos ricos em proteínas,

como carnes e peixes, devido ser alimento essencialmente energético e com baixo teor

proteico.

2.4 – SISTEMA DE CULTIVO

Para implantação da cultura da mandioca a primeira atividade a ser realizada é o

preparo da área de plantio. Em pequenos estabelecimentos agrícolas, caracterizados pela mão

de obra familiar, o preparo é feito geralmente no sistema tradicional de corte e queima, em

áreas de floresta primária ou capoeira. Geralmente é um cultivo de sucessão onde a mandioca

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é a segunda cultura a ser implantada na área comumente precedida de culturas anuais

(TONTINI, 2009; SANTOS, 2007).

O plantio é feito normalmente no início da estação chuvosa, quando a umidade e o

calor tornam-se elementos essenciais para a brotação e enraizamento. Segundo Matos e

Cardoso (2003), na maioria das áreas de produção do Estado do Pará, o plantio da mandioca

ocorre em dois períodos climáticos distintos: no início do período chuvoso, realizado no final

do mês de dezembro ou início de janeiro, conhecido como “plantio de inverno”; e o “plantio

de verão” no final dos meses de maio e junho, quando as chuvas diminuem de intensidade e

frequência.

A qualidade da maniva influencia diretamente na instalação e na condução da lavoura

mandioqueira. O vigor da maniva é um dos atributos que influi no processo de brotação e

emergência e consequentemente no estabelecimento de plantas no campo. A utilização de

boas manivas tem influência direta no aumento da produtividade, tendo-se constatado

aumentos de 20 a 30% sem alteração de outras praticas culturais ou utilização de insumos

modernos (SILVA et al., 2001).

Para obter manivas com as características desejáveis, Matos e Cardoso (2003)

recomendam escolher ramos maduros, provenientes de plantas com 10 a 12 meses de idade e

utilizar apenas o terço médio, eliminando-se a parte herbácea superior que possui poucas

reservas e a parte basal que é muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis. As manivas

devem possuir diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos do

diâmetro. É importante verificar o teor de umidade da haste, o que pode ser comprovado se

ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. As manivas devem ser cortadas de modo

que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no

corte em bisel.

Para uma boa formação da lavoura, facilidade na colheita e obtenção de melhor

produtividade recomenda-se que o plantio das manivas seja realizado a 10 cm de

profundidade (SILVA et al., 2001). De acordo com esses autores, a determinação do

espaçamento vai depender da fertilidade do solo e do clima da região, do tipo de cultivar a ser

utilizada e da finalidade a que se destina a cultura. No Brasil predomina o plantio em fileiras

simples, sendo que, ultimamente, para determinadas regiões preconiza-se a utilização de

fileiras duplas. De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 1,00 m, em fileiras

simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a

distância entre fileiras simples para 1,20 m.

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Em plantios destinados à produção de ramas para ração animal recomenda-se

espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita

for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da

colheitadeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento motomecanizado, deve-se adotar

espaçamento mais largo entre as linhas para facilitar a circulação das máquinas. Para permitir

a realização de capinas mecanizadas, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m no

caso do uso de micro tratores, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. Nos pequenos

cultivos, capinados à enxada, deve-se usar espaçamento mais estreito, para que a cultura cubra

mais rapidamente o solo e dificulte o desenvolvimento das ervas daninhas (MATOS;

CARDOSO, 2003).

A colheita ou arranquio das raízes, segundo Mattos e Cardoso (2003) e Silva et al.

(2001), deve ser realizada quando as plantas diminuírem o número e o tamanho das folhas,

condição em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido.

2.5 – AVALIAÇÃO DE VARIEDADES

A mandioca é cultivada em todo o território brasileiro e apresenta alta interação entre

genótipo e ambiente. Esse é um dos motivos de às vezes uma mesma variedade se comportar

de forma diferente em função das condições edafoclimáticas presentes, e até mesmo em

função do manejo aplicado na área do agricultor. Dentre as causas que contribuem para a

baixa produtividade da mandioca no Brasil, pode-se citar a falta de variedades adaptadas às

diferentes condições de cultivo (FUKUDA e CALDAS, 1985).

Rodrigues et al., (2007) avaliaram a produtividade de raízes de 10 variedades de

mandioca em Latossolo Amarelo Distrófico de textura arenosa, no Município de Salvaterra,

PA. A área foi preparada com grade aradora. Foi utilizado o espaçamento de 1,0 x 1,0 m, com

a aplicação de 2,0 kg por cova de composto orgânico no plantio e uma adubação de cobertura

com o equivalente a 600 kg.ha-1 de NPK, formulação de 10:28:20, 30 dias após. A

produtividade de raízes variou de 17,2 a 54,1 t.ha-1 com as variedades Pai Mané e Roxinha,

respectivamente.

Carvalho et al., (2009) avaliaram a produtividade de raízes de 13 genótipos de

mandioca em duas microrregiões do Estado de Sergipe, áreas de tabuleiros costeiros onde

predominam temperaturas médias de 26ºC e precipitações anuais oscilando entre 1.500 a

2.000 mm, com forte estação seca de quatro meses. Com as colheitas realizadas aos 12 meses,

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na microrregião de Lagarto obtiveram produtividades de raiz variando de 16 a 31 t.ha-1 com as

cultivares Aramaris e 8740/10, respectivamente. Na microrregião de Umbaúba, com as

mesmas cultivares e idade, obtiveram produtividades variando de 11 t.ha-1 com a cultivar

Aramaris a 24 t.ha-1 com as cultivares Lagoão e 8740/10. Quanto à altura média aos 12 meses,

em Lagarto variou de 81 a 198 cm, enquanto em Umbaúba variou de 157 a 213 cm.

Com o objetivo de avaliar a produtividade de raízes e o rendimento de farinha de 15

variedades regionais de mandioca, Guimarães et al. (2006) conduziram um trabalho em

Vitória da Conquista, BA. Para simular as condições normais de cultivo da região o solo foi

arado e gradeado, porém sem calagem e adubação e utilizaram o espaçamento de 1,0 x 0,6 m.

Nesta pesquisa foram verificadas produtividades de raízes variando de 5,7 a 18,67 t.ha-1,

rendimento de farinha de 18,9 a 25,0 % e produtividade de farinha variando de 1,20 a 3,87

t.ha-1.

Guimarães et al. (2006) verificaram ainda que das variedades mais produtivas de

raízes, apenas a Platinão permaneceu entre as de maiores rendimentos de farinha. Mesmo

assim, aquelas com maior produtividade de raiz foram aquelas com maiores produtividades de

farinha, em t.ha-1. Por outro lado, as variedades com menor produtividade de raízes também

foram as de menor produtividade de farinha. Destaca-se nessa pesquisa a variedade Platinão,

significativamente superior nos três quesitos avaliados.

Estudo realizado por Polla (2010) com a avaliação de 13 genótipos de mandioca em

Latossolo Amarelo Distrófico Franco Arenoso, na comunidade Princesa do Xingu, Altamira,

PA, alcançou, sem o uso de calagem e adubação e colheita aos 12 meses, as maiores

produtividades de raízes com as cultivares Cearense, Chico Vara, Inha, Pau Velho e Inajá,

com 41,1; 40,3; 39,4; 35,1 e 32,7 t.ha-1, respectivamente, e melhores rendimentos de farinha

do tipo puba com a Cearense, Pau Velho, Inha e Inajá, com 29,7; 29,6; 29,3 e 28,1,

respectivamente, proporcionando produtividade de farinha superior a 10 t.ha-1.

Os tipos de farinha e as técnicas de produção variam de região para região, no Brasil, e

têm a ver com as influências culturais na composição da população (CARDOSO, 2005). De

acordo com ENGETECNO (2006), entre 10 e 14 meses de idade a maioria das cultivares de

mandioca está pronta para a colheita e o rendimento médio de farinha é de 25 a 30% do peso

total de raízes colhidas, dependendo da variedade de mandioca e da eficiência dos

equipamentos utilizados.

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3 – MATERIAL E MÉTODOS

3.1 – LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL

Para a condução do experimento foi estabelecida área experimental na propriedade

rural do senhor Miguel Cavalini Calvi, localizada na comunidade Princesa do Xingu, na

Vicinal 6 (seis), distante 28 km da sede do município de Altamira - PA. A área escolhida para

implantação da lavoura possui como característica o relevo plano, sendo a vegetação anterior

constituída de pastagem com capim Braquiarão (Brachiaria brizantha).

Silva et al. (2009) avaliaram dados meteorológicos da cidade de Altamira-PA,

relativos ao período de 1990 a 2002. Os resultados indicaram que a precipitação média anual é

de 2.123 mm, caracterizado por um período chuvoso entre os meses de janeiro a maio, com

74% das chuvas, sendo março o mês com maior precipitação pluvial, com média de 379,2

mm. Apenas 14% das chuvas ocorrem de julho a novembro, sendo agosto o mês mais seco,

com média de 22,5 mm. A temperatura média diária anual do período foi de 27,3°C, com

média das máximas e das mínimas de 32,4°C e 22,1°C, respectivamente. A umidade relativa

do ar média mensal foi de 80,4%. No mês de julho acontece o período de maior insolação,

com 7,4 horas de brilho solar médio diário.

A lavoura foi implantada em Latossolo Amarelo Distrófico, textura arenosa, que,

segundo o Centro Nacional de Pesquisa de Solos da EMBRAPA (1999), compreende solos

minerais em avançado estádio de intemperização, possuem baixa capacidade de troca de

cátions, são em geral fortemente ácidos, com baixa saturação por bases.

Este trabalho contou com a participação do Núcleo de Apoio à Pesquisa e

Transferência de Tecnologia – NAPT Transamazônica, da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária – EMBRAPA Amazônia Oriental, localizada na Cidade de Altamira, PA.

3.2 – SELEÇÃO E PREPARO DAS MANIVAS

Foram avaliadas 13 variedades de mandioca, sendo 11 fornecidas pela EMBRAPA

Amazônia Oriental, oriundas da Estação Experimental localizada no km 23 da Rodovia

Transamazônica, sentido Altamira/Brasil Novo, e duas obtidas com agricultores vizinhos ao

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local da pesquisa. As manivas foram obtidas de plantas sadias com idade variando entre 12 e

16 meses.

Foram selecionadas para o experimento apenas as manivas localizadas no terço médio

das plantas, cortadas em tamanhos iguais a 20 cm e utilizadas as que possuíam diâmetro de

aproximadamente 2,0 cm, com cinco a sete gemas vegetativas (CORREA & ROCHA, 1979).

3.3 – INSTALAÇÃO E COLHEITA DO EXPERIMENTO

Como os dados climáticos não seguem uma distribuição normal, destacadamente a

distribuição das chuvas ao longo do ano, o projeto prevê a condução do experimento por três

safras consecutivas, para verificação da consistência dos resultados. A primeira ação do

projeto de pesquisa foi conduzida por Polla (2010), denominada safra 2008/2009. A segunda

ação, objeto desse trabalho, corresponde à safra 2009/2010. Os trabalhos estão sendo

conduzidos no mesmo local, na mesma época de plantio, com as mesmas variedades e tipo de

solo, porém, na safra 2008/2009 não foi realizada a correção com calagem e nem a adubação.

O experimento foi implantado no delineamento inteiramente casualizado, com 13

tratamentos (13 variedades) e três repetições, totalizando 39 parcelas experimentais. Cada

parcela foi estabelecida em área de 5 m x 5 m, com as covas espaçadas de 1,0 m x 1,0 m,

somando 25 plantas por parcela. A parcela útil utilizada para obtenção da produtividade média

de raízes foi constituída pelas nove (09) plantas centrais da parcela total. As demais plantas da

periferia de cada parcela experimental foram utilizadas, como bordadura e atenuar os efeitos

externos. Os tratamentos aplicados com a identificação das respectivas variedades de

mandioca estão relacionados na Tabela 01.

O preparo da área experimental foi realizado no mês abril de 2009, utilizando-se

inicialmente o Glifosato, na dose de 5,0 mL por litro de água, para a dessecação do

brachiarão. Após a dessecação, foi realizada a gradagem para incorporação dos restos vegetais

e nivelamento do solo. Foi feita a aplicação de 1,43 t.ha-1 de calcário dolomítico com PRNT

70%. Finalmente, foi realizado o balizamento das parcelas experimentais, culminando com o

plantio no dia 21 de maio de 2009. Foi feito adubação 30 dias após o plantio com a aplicação

de 30 g por planta do adubo formulado 11:30:17.

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Tabela 01 – Identificação dos tratamentos e variedades utilizadas no experimento.

TRATAMENTOS VARIEDADES ORIGEM

T-01 Cearense EMBRAPA T-02 Saracura EMBRAPA T-03 Pacajás EMBRAPA T-04 Olho Verde EMBRAPA T-05 Jurara EMBRAPA T-06 Inha EMBRAPA T-07 Chico Vara EMBRAPA T-08 Maranhense EMBRAPA T-09 Pau Velho EMBRAPA T-10 Surubim I EMBRAPA T-11 Surubim II EMBRAPA T-12 Inajá UFPA – Regional T-13 Capembas UFPA – Regional

A limpeza da área foi realizada com duas capinas manuais e dois roços manuais no

terceiro e sexto e no nono e décimo segundo mês após a germinação, respectivamente. O

controle de pragas foi realizado sistematicamente, reportando-se o ataque de formigas

cortadeiras, com o uso de isca formicida, e mandarová com o uso de Lorsbam, na dose de 2,5

mL por litro de água. Não foi verificado ataque significativo de doenças da parte aérea que

justificasse o controle.

A colheita das variedades foi realizada aos 12 meses da data da germinação. Após a

colheita as raízes foram ensacadas e identificadas por tratamento e posteriormente pesadas. A

produtividade média de raízes foi obtida pela pesagem individualizada por parcela, após a

limpeza e retirada da parte não aproveitável pela indústria.

3.4 – ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados de produtividade e altura das plantas foram submetidos à análise de

variância para verificar a existência de diferenças estatísticas entre as médias das cultivares.

As médias das produtividades e das alturas foram submetidas ao teste de Scott-Knott a 5% de

significância. Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o Software “GENES –

Aplicativo Computacional em Genética e Estatística, versão 2009.7.0”, segundo CRUZ

(2006).

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3.5 – CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA

As variedades foram avaliadas, além da produtividade média, quanto aos seguintes

aspectos de interesse agronômico: cor da polpa, altura média, índice de tombamento e índices

de ataque pela broca do caule, cochonilha branca e podridão das raízes.

A Cor da polpa das raízes e o índice de ataque por podridão das raízes, em

percentagem, foram avaliados aos 12 meses, nas mesmas plantas colhidas para obtenção da

produtividade de raízes.

A altura média das plantas e o percentual de plantas tombadas foram avaliados nas 15

plantas das três filas centrais de cada parcela experimental, aos 10 meses de idade.

Após constatação em campo do alto índice de infestação pela broca do caule e da

cochonilha branca, em 04/12/2009 foi realizada uma avaliação, por parcela, do percentual de

plantas atacadas por essas pragas.

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE RAÍZES E DE FARINHA

Os resultados das produtividades médias de raízes em kg.ha-1 das 13 variedades de

mandioca colhidas aos 12 meses de idade foram submetidos à análise de variância, cujos

resultados indicaram a existência de diferenças altamente significativa (P < 0,01). O

coeficiente de Variação foi de 22,9%.

Os valores das produtividades médias foram avaliados pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância e os resultados encontram-se na Tabela 02. As produtividades médias das

variedades mais produtivas variaram de 38,7 a 45.8 t.ha-1, com as variedades Inajá, de origem

regional, Chico Vara, Inha, Saracura, Jurará e Pau Velho, de origem da EMBRAPA, sendo

iguais entre si e significativamente superiores às demais.

Tabela 02 – Resultado do teste de Scott – Knott para as médias de produtividade de raízes

(t.ha-1) obtidas com as variedades avaliadas.

Tratamentos Produtividades médias (t.ha-1)

T -12 - Inajá 45,8 A T -07 - Chico Vara 45,5 A T -06 - Inha 44,4 A T -02 - Saracura 43,2 A T -05 - Jurará 39,0 A T -09 - Pau velho 38,7 A T -01 - Cearense 33,3 B T -03 - Pacajás 32,8 B T -04 - Olho Verde 32,7 B T -13 - Capembas 31,9 B T -08 - Maranhense 31,2 B T -11 - Surubim II 30,4 B T -10 - Surubim I 29,3 B

* Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste Scott – Knott a 5% de significância.

Comparando os resultados da Tabela 02 com os da produtividade média do Estado do

Pará, que é da ordem e 15,7 t.ha-1 (IBGE, 2009), verifica-se que todas as variedades estudadas

superaram esse valor, destacando-se as variedades Inajá, Chico Vara, Inha, Saracura, Jurará e

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Pau Velho, que foram 192; 190; 183; 175; 148 e 146% mais produtivas, respectivamente. Os

resultados foram obtidos com correção e adubação do solo. A variação das produtividades

médias entre as variedades estudadas está ilustrada na Figura 01.

Figura 01 – Produtividades médias de raízes de mandioca das variedades estudadas

Na safra 2008/2009 foram avaliados os resultados de produtividade de raízes,

rendimento de farinha e produtividade de farinha, contidos na Tabela 03. Para efeito

comparativo, nessa Tabela também estão contidos os dados de produtividade de raízes obtidos

na safra 2009/2010 e a projeção de produtividade de farinha com base nos rendimentos

percentuais obtidos por Polla (2010). As variedades estão relacionadas por ordem decrescente

de produtividade de raízes obtidas na safra 2008/2009.

A AA

A

A A

B B B B B BB

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

PR

OD

UT

IVID

AD

E (

t.h

a-1

)

VARIEDADES

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Tabela 03 – Resultados de produtividade de raízes, rendimento de farinha e produtividade de farinha obtidos na safra 2008/2009 (Polla, 2010) e

produtividade de raízes da safra 2009/2010 e projeção de produtividade de farinha para a safra 2009/2010.

SAFRA 2008/2009 SAFRA 2009/2010

VARIEDADES Rendimento de

farinha (t.ha-1)

Produtividade de

raízes (%)

Produtividade de

farinha (t.ha-1)

Produtividade de

raízes (t.ha-1)

Produtividade de

farinha (t.ha-1)

1 - Cearense 29,7 41,1 A 12,2 33,3 B 9,9

2 - Chico Vara 26,1 40,3 A 10,5 45,5 A 11,9

3 - Inha 29,3 39,4 A 11,6 44,4 A 13,0

4 - Pau velho 29,6 35,1 A 10,4 38,7 A 11,5

5 - Inajá 28,1 32,7 A 9,2 45,8 A 12,9

6 - Jurará 25,6 31,3 B 8,0 39,0 A 10,0

7 - Pacajás 22,4 30,2 B 6,8 32,8 B 7,4

8 - Olho verde 21,7 28,6 B 6,2 32,7 B 7,1

9 - Saracura 20,8 26,7 B 5,5 43,2 A 9,0

10 - Maranhese 24,7 24,8 B 6,1 31,2 B 7,7

11 - Surubim I 25,2 24,0 B 6,1 29,3 B 7,4

12 - Surubim II 21,3 22,9 B 4,9 30,4 B 6,5

13 - Capembas 28,0 22,8 B 6,4 31,9 B 8,9

MÉDIAS 30,8 36,8

.*Médias seguidas pelas mesmas letras, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Scott – Knott a 5% de significância.

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Os resultados da Tabela 03 indicaram que houve incremento de produtividade de

raízes em todas as variedades. A única exceção foi à variedade Cearense. O incremento médio

geral foi da ordem de 20% da primeira para a segunda safra. Porém, esse incremento pode

estar relacionado às variações climáticas e/ou à correção e adubação do solo, o que sugere a

continuidade desse estudo, de forma a isolar o efeito desses fatores. Contudo, os resultados

permitem avaliar a relação genótipo x ambiente, principalmente no que diz respeito às

possibilidades de incremento da produtividade com o uso de técnicas adequadas.

Os resultados mais relevantes de uma safra para outra, em termo de produtividade de

raízes, foram verificados negativamente com a variedade Cearense e positivamente com as

variedades Saracura e Inajá.

A variedade Cearense, classificada no topo do grupo das melhores variedades da

primeira safra, com 41,1 t.ha-1 de raízes, teve a produtividade reduzida em 19% na segunda

safra, atingindo a marca de 33,3 t.ha-1, ficando no grupo das variedades de menores

produtividades (Scott - Knott, P < 0,05). Por outro lado, as variedades Saracura e Inajá

apresentaram os maiores incrementos. A Saracura passou do grupo “B” em 2008/2009, com

26,7 t.ha-1, para o grupo “A” em 2009/2010 com 43 t.ha-1, o que representa o incremento de

61,8%. Já a Inajá continuou no grupo das melhores variedades, porém, passou de 32,7 para

45,8 t.ha-1, o que corresponde ao incremento de 40,1%. A Figura 02 ilustra com mais detalhes

a variação entre as variedades.

Guimarães et al. (2006) obtiveram produtividades de raízes variando de 5,7 a 18,7

t.ha-1, bem abaixo dos resultados encontrados nesse trabalho. Carvalho et al. (2009), na

Microrregião de Lagarto, SE, obtiveram produtividades de raiz variando de 16 a 31 t.ha-1 e na

microrregião de Umbaúba, SWE, com as mesmas cultivares e idade, obtiveram

produtividades variando de 11 a 24 t.ha-1, também abaixo dos resultados obtidos nesse

trabalho.

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Figura 02 – Produtividades médias de raízes das variedades avaliadas nas safras 2008/2009 e

2009/2010.

Rodrigues et al. (2007) obtiveram resultados variando entre 17,2 a 54,1 t.ha-1, ou seja,

algumas variedades tiveram produtividade de raízes superiores e outras inferiores aos desse

trabalho. Contudo os autores além de trabalharem com outras variedades e em local

ecologicamente diferente, utilizaram adubação orgânica e química. Isto demonstra que os

resultados de produtividades alcançados com as variedades utilizadas nesse trabalho também

poderão ser incrementados com a utilização de novas técnicas de manejo, pois nos dois casos

trata-se de Latossolo Amarelo Distrófico.

Comparativamente aos resultados de outras regiões tradicionais produtoras de

mandioca (Carvalho et al., 2009; Rodrigues et al., 2007; Guimarães et al., 2006), embora se

trate de variedades e condições edafoclimáticas bem distintas, os resultados ressaltam o

potencial do Território da Transamazônica e Xingu, bem como a importância de se avaliar

regionalmente as variedades disponíveis e o intercâmbio de material genético

interinstitucional, pois devido à relação genótipo x ambiente, o material genético que não

responde bem a um agrossistema, pode ser interessante para outro.

A A A

AA

B BB

BB B B B

B

A A

A

A

A

B B

A

B B BB

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

PR

OD

UT

IVID

AD

E (

t.ha

-1 )

VARIEDADES

2009 2010

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Para a característica rendimento de farinha, contatou-se pelos resultados da Tabela 03

que os valores percentuais variaram entre 20,8 a 29,7%. Segundo ENGETECNO (2009), o

rendimento médio de farinha é de aproximadamente 25 a 30%, o que depende, segundo o

autor, da variedade e da eficiência dos equipamentos utilizados. Pelos dados da Tabela 03

verifica-se que oito das 13 variedades estudadas apresentaram resultados entre esses valores,

demonstrando seu potencial entre as demais. As variedades Cearense, Pau Velho, Inha, Inajá,

Capembas e Chico Vara apresentaram os melhores resultados percentuais, com 29,7; 29,6;

29,3; 28,1; 28,0 e 26,1%, respectivamente.

Guimarães (2006) obteve rendimento médio de farinha em Vitória da Conquista, BA,

entre 18,9 a 25,0 % e produtividade de farinha variando de 1,2 a 3,9 t.ha-1. Esses resultados

foram percentualmente menores que das variedades Cearense, Pau Velho, Inha, Inajazão e

Capembas.

Os valores de produtividade de farinha projetados para a safra 2009/2010, contidos na

Tabela 03, destacam o rendimento das variedades Inha, Inajá, Chico Vara, Pau Velho e a

Jurará, com 13,0; 12,9; 11,9; 11,5 e 10,0 t.ha-1, respectivamente, o que permite incluí-las na

lista de variedades indicadas para a indústria farinheira do Território da Transamazônica e

Xingu.

4.2 – CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA

As variedades estudadas foram caracterizadas quanto à cor da polpa das raízes, a altura

média das plantas e índice percentual de tombamento, cujos resultados estão na Tabela 04.

Com relação à cor da polpa, destaca-se a importância na diversidade de usos das raízes. Na

fabricação de farinha, a classificação também é feita pela cor, o que pode está diretamente

relacionada à cor da polpa. Ainda como produto derivado da mandioca, em alguns Estados da

Região Norte é muito comum à produção de tucupi, que é fabricado com a manipueira,

líquido obtido pela prensagem da mandioca ralada. Na fabricação do tucupi são usadas

exclusivamente variedades com polpa de raiz amarelo.

Existem regiões em que a população prefere farinhas de cor amarelo e, na ausência de

variedades com essa coloração natural, os produtores de farinha fazem uso de corantes

artificiais. Assim, mesmo uma variedade com cor da polpa amarela não se destacando como

de alta produtividade de raiz em um dado agrossistema, ela poderá ser de grande importância

econômica em função do aspecto cultural, pois ela poderá ser cultivada intercalada na área de

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plantio, numa proporção que não justifique o uso de corantes artificiais. Assim, obtêm-se uma

solução, principalmente para o seguimento da produção orgânica. Além disso, essas

variedades também poderão ser usadas para a produção do tucupi, que é altamente consumido

na Região Norte, principalmente nos Estados do Pará, Amazonas e Amapá, o que possibilita

agregar valor na cadeia produtiva da mandiocultura.

Tabela 04 – Cor da polpa das raízes, percentagem de plantas tombadas e altura média* das plantas das cultivares estudadas. VARIEDADES COR DA POLPA

DA RAÍZ TOMBAMENTO

(%) ALTURA

(cm) Surubim I Amarelo 4,4 250 A Saracura Branco 11,1 241 A

Surubim II Amarelo 4,4 238 A Olho Verde Branco 13,3 230 A

Jurará Branco 2,2 228 A Cearense Branco 0,0 207 B

Maranhense Creme 28,9 204 B Pacajás Creme 31,1 203 B

Inajá Branco 15,6 195 B Inha Creme 33,3 194 B

Chico Vara Branco 17,8 193 B Pau Velho Branco 20,0 191 B Capembas Amarelo 6,7 189 B

*Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott - Knott a 5% de significância.

Com relação à altura média das plantas, a Análise de Variância indicou diferença

altamente significativa (P < 0,01) entre as variedades. O Coeficiente de Variação do

experimento foi de 6,4%. As variedades foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de

significância em dois grupos (A) e (B), os resultados encontram-se na Tabela 04. As alturas

médias variaram de 189 cm com a variedade Capembas, 250 cm com a Surubim I.

Pelos dados da Tabela 04 observa-se que as alturas médias das variedades Surubim I,

Saracura, Surubim II, Olho Verde e Jurará, com 250, 241, 238, 230 e 228 cm,

respectivamente, foram estatisticamente iguais entre si, porém significativamente superiores

às demais, cujos valores médios variaram de 207 a 189 cm, com as variedades Cearense e

Capembas, respectivamente.

A altura das plantas, aspecto muito observado nos sistemas de plantio mecanizado de

mandioca, também é característica variável com o ambiente. Carvalho et al., (2009) avaliando

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13 variedades de mandioca em duas regiões do Estado de Sergipe, aos 12 meses de idade,

observou na região de Lagarto as maiores alturas chegaram a 198 cm com a cultivar 8711/03 e

a menor altura foi de 81 cm com a cultivar 8735/01. Já na região de Umbaúba a cultivar

8711/03 obteve comportamento semelhante, com 182 cm, porém a 8735/01 se comportou

diferentemente, com a altura média também de 182 cm, sendo ali incluída pelo teste de Scott-

Knott (P < 0,05) no grupo das cultivares de maior porte. Esses resultados demonstram a

importância da caracterização agronômica das plantas nos diversos agrossistemas, pois é

grande a interação genótipo x ambiente na mandiocultura.

Com relação ao tombamento de plantas, que certamente redundam em perda de

produtividade e qualidade das raízes, este pode não estar diretamente relacionado à altura das

mesmas. Observa-se pela Tabela 04 que as variedades com maior percentual de tombamento

foram a Inha, Pacajás, Maranhense e Pau Velho, com 33,3; 31,1; 28,9 e 20,0% de plantas

tombadas, respectivamente, e as suas alturas médias foram 194; 203; 204 e 191 cm, incluídas

no grupo de menor altura de plantas pelo teste de Scott-Knott (P< 0,05). No entanto, as

variedades mais altas pelo teste de Scott-Knott foram a Surubim I, Saracura, Surubim II, Olho

Verde e Jurará, com alturas de 250; 241; 238; 230 e 228 cm e índices de tombamento de 4,4;

11,1; 4,4; 13,3 e 2,2%, respectivamente.

A Tabela 05 contém os resultados do índice percentual de plantas atacadas pela broca

do caule, pela cochonilha branca e por podridão das raízes, entre as variedades estudadas.

Com relação à podridão das raízes, uma das doenças que mais causam prejuízos na

mandiocultura, às variedades com maior percentual de ataque foram a Olho Verde,

Maranhense e Surubim I, com 22,2% de plantas atacadas em cada variedade.

Até então, não se tem registro significativo dessa doença na região estudada. Assim,

devem ser tomados cuidados redobrados nos trabalhos de introdução de novas variedades em

regiões ainda isenta de determinadas doenças, pois esta prática pode se tornar um perigoso

meio de disseminação de novas doenças e pragas.

Contudo, pode-se observar na Tabela 02 que nenhuma das três variedades com

maiores índices de podridão se destacou com relação à produtividade de raízes. Assim, como

a pesquisa tem por objetivo, também, indicar variedades promissoras para a região,

automaticamente essas variedades deverão ser eliminadas do campo de matrizes.

Os índices percentuais de plantas atacadas pela cochonilha branca não ultrapassaram a

taxa de 10% em nenhuma variedade, como pode ser constatado na Tabela 05. Esse pequeno

surto parece ter sido conseqüência da forte estiagem sobre a região no período estudado.

Conforme dados da Estação Climatológica do INMET, em Altamira, PA, os índices

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pluviométricos foram da ordem de 30, 30, 50 e 30 mm nos meses de agosto a novembro de

2009, respectivamente (INMET, 2009). Conforme relato de LIMA; FERREIRA (1941) é

comum o aparecimento desse inseto sob essas condições. Com o controle do mandarová,

realizado no sexto mês, também foi observado uma redução drástica desse inseto, não

causando maiores danos.

Tabela 05 – Percentagem de plantas atacadas pela broca do caule, pela cochonilha branca e pela podridão das raízes. VARIEDADES

PLANTAS COM BROCA DO CAULE (%)

PLANTAS COM COCHONILHA BRANCA (%)

PLANTAS COM PODRIDÃO DAS RAÍZES (%)

Cearense 1,3 6,7 5,6 Saracura 1,3 9,3 0,0 Pacajás 4,0 9,3 5,6 Olho verde 2,7 0,0 22,2 Jurará 12,0 1,3 11,1 Inha 8,0 0,0 0,0 Chico Vara 12,0 4,0 11,1 Maranhense 8,0 0,0 22,2 Pau velho 13,3 0,0 0,0 Surubim I 8,0 0,0 22,2 Surubim II 5,3 0,0 0,0 Inajá 13,3 2,7 0,0 Capembas 8,0 0,0 0,0

Com relação ao ataque de broca do caule, os dados da Tabela 05 indicaram que todas

as variedades tiveram algum nível de ataque. Porém, as variedades Cearense, Saracura,

Pacajás e Olho Verde apresentaram incidência em menos de 5% das plantas, destacando-se

dentre elas a Saracura, com 1,3% de ataque por broca, e que, além de apresentar bom nível de

tolerância essa praga, também foi agrupada entre as melhores variedades na produtividade de

raízes pelo teste de Scott Knott (P < 0,05), com 43,2 t.ha-1, conforme Tabela 02.

As variedades Jurará, Chico Vara, Pau Velho e Inajá foram as que apresentaram maior

incidência de plantas atacadas pela broca do caule, com índices variando de 12 a 13,3% de

plantas atacadas. A produtividade observada nessas variedades certamente foi influenciada

pelo alto índice de ataque dessa praga.

Dentre as variedades do grupo que apresentaram maior produtividade de raízes (Tabela

02), as variedades Inajá, com 13,3%, e a Chico Vara, com 12,0% de ataque por broca, devem

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ser melhores avaliadas, pois foram as duas que apresentaram maior rendimento de raízes, com

mais de 45 t.ha-1. Por se tratar de praga de difícil controle, a atenção deve ser redobrada na

seleção das manivas sementes, pois é nessa fase que ocorre maior disseminação desse inseto.

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5 – CONCLUSÕES

As variedades Inajá, Chico Vara, Inha, Saracucura e Pau Velho proporcionaram as

maiores produtividades de raízes e de farinha aos 12 meses sendo iguais entre si e

significamente superiores entre as demais.

As variedades mais resistentes foram Pau Velho, Surubim II, Inajá, Capembas, Inha e

Saracura e as mais susceptíveis foram Surubim I, Maranhense e Olho Verde, todas com

índices maiores que 20% de incidência de podridão das raízes.

Destaque para as variedades mais tolerantes, com índices menores que 5% de

incidência de ataque da broca do caule Cearense, Saracura e Olho Verde, e as mais

susceptíveis foram Inajá, Pau Velho, Chico Vara e Jurará, com índices maiores de 10% de

ataque.

As variedades Inha, Inajá, Chico Vara, Pau Velho e Jurará foram as de maiores

rendimentos de farinha, com 13,0; 12,9; 11,9; 11,5 e 10,0 t.ha-1, respectivamente.

Com o elevado potencial proporcionado pelas variedades Inha, Chico Vara, Inajá Pau

Velho e Jurara, referentes à produtividade de raízes e de farinha, estas são recomendadas para

a indústria farinheira do Território da Transamazônica e Xingu.

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6 –REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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