apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 4

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Tavares, uma das que foram coligidas no livro Não te deixarei morrer, David Croquete. Diga-se que a referência do texto não ficou perfeita, já que falta o nome da crónica. Devia estar assim:

Tavares, Miguel Sousa (2001), «Ao longo do caminho», Não te deixarei David Crockett, 8.ª ed., Lisboa, Oficina do Livro.

à (= a + a)

às (= a + as)

àquele, àqueles (= a + aquele, es)

àquela, àquelas (= a + aquela, as)

àquilo (= a + aquilo)

ia

ias

ia

íamos

íeis

iam

bebé

cocó

Cacá (Cá-Cá, Ká-Ká)

Nos dois sketches (de Monty Python Flying Circus), mostram-se casos em que o princípio de cortesia não foi cumprido, porque as formas de tratamento escolhidas pelo locutor fazem o seu interlocutor «perder a face» — a face é a imagem pública de cada falante.

No primeiro, «Sir Edward Ross», o tratamento escolhido não é suficientemente formal para uma entrevista na televisão: em vez de «Sir Edward», o apresentador começa por usar Edward (o que era aceitável), mas depois passa a Ted (já descabido, mas que o interlocutor ainda suporta), até chegar a Eddie Baby (Querido) (que desespera o realizador). O hipocorístico (nome de carinho) é, naquele contexto, ofensivo.

No segundo sketch («Arthur ‘Two Sheds’ Jackson»), o que faz que o compositor não possa preservar a face é a menção repetida da sua alcunha, «Dois barracões».

(tu) estás bom?

(você) está bom?

O Luís está bom?

O senhor engenheiro está bom?

estais bons?

estais bons?

estão bons?

1

Levantai, hoje de novo, o esplendor de Portugal.

B — 2.ª pessoa do plural

1 — Jogador de râguebi para os heróis portugueses (ao cantar o hino).

2

Pai Nosso, que estais no céu, livrai-nos do mal.

B — 2.ª pessoa do plural

6 — Crente para Deus (em oração).

3

O Luís tem gostado das turmas?

G — artigo + nome + 3.ª pessoa do singular

8 — Professora para um colega que fora em tempos seu professor.

4

Vossa Reverência não se importava de me dar mais uma hóstia?

O — Vossa Reverência + 3.ª pessoa do singular

7 — Católico para o seu bispo ou para o seu padre.

5

O D. Januário pode confessar-me agora?

L — artigo + Dom/Dona + nome + 3.ª pessoa do singular

7 — Católico para o seu bispo ou para o seu padre.

6

A Dona Fernanda tem aí o ofício da empresa de limpeza de cocós de cão?

L — artigo + Dom/Dona + nome + 3.ª pessoa do singular

20 — Funcionário para outra funcionária, não licenciada e mais velha.

Dona

Senhora Dona > Seudona

7

Tens de trazer sempre o livro.

A — 2.ª pessoa do singular

11 — Professor para aluno.

8

Compra-me os ténis e eu prometo ter boas notas a Português.

A — 2.ª pessoa do singular

9 — Rapaz para mãe.

9

Compre-me os ténis e eu prometo ter boas notas a Português.

C — 3.ª pessoa do singular

9 — Rapaz para mãe.

10

Você é paulista ou carioca?

D — você + 3.ª pessoa do singular

19 — Brasileiro para brasileiro (independentemente da classe social).

11

Vossemecê, meu pai, permite que eu vá ouvir o MP3?

F — vossemecê + 3.ª pessoa do singular

16 — Rosália para o seu pai, pequeno agricultor em Constantim (Trás-os-Montes).

Vossa Mercê > Vossemecê > Você

12

Você tem de evitar comer tantos fritos.

D — você + 3.ª pessoa do singular

2 — Médico para doente.

13

Vossa Excelência deseja o quarto com vista para o mar ou a suite com vista para as latrinas?

N — Vossa Excelência + 3.ª pessoa do singular

21 — Empregado de hotel para cliente.

14

O Lopes da Silva já tratou do tal assunto?

G — artigo + nome + 3.ª pessoa do singular

17 — Patrão para empregado.

15

O engenheiro pode chegar aqui?

J — artigo + título profissional + 3.ª pessoa do singular

18 — Patrão para funcionário licenciado.

16

O senhor doutor já comeu o empadão?

I — O senhor + título profissional + 3.ª pessoa do singular

3 — Criada para patrão.

17

Estás bom?

A — 2.ª pessoa do singular

13 — Jovem para outro jovem.

18

Ide lavar-vos.

B — 2.ª pessoa do plural

22 — Sexagenária de Vila Nova de Gaia para a canalha.

Vai tu (2.ª sing.) Imperativo

Vá (3ª sing.) Pres. Conj.

Ide vós (2.ª pl.)Imperativo

Vão (3.ª pl.) Pres. Conj.

19

O professor já viu os testes?

J — artigo + título profissional + 3.ª pessoa do singular

12 — Alunos para professor da faculdade.

20

Cê viu Ronaldinho?

E — cê + 3.ª pessoa do singular

5 — Brasileiro de classe popular para outro da mesma classe.

Vossa Mercê > Vossemecê > Você

Você > Ocê > Cê

21

O stor vai dar-me positiva?

I — O senhor + título profissional + 3.ª pessoa do singular

J — artigo + título profissional + 3.ª pessoa do singular

4 — Aluno remelento da ESJGF para seu mestre.

Senhor Doutor > Soutor > Stor

22

Vocês dão-me o carro hoje?

Q — vocês + 3.ª pessoa do plural

15 — Cliente para empregado(s) da oficina.

23

A menina estude, que eu prometo ver isso dos ténis.

M — A menina + 3.ª pessoa do singular

10 — Pai para filha.

24

Façam-me este exercício sobre formas de tratamento.

P — 3.ª pessoa do plural

14 — Professor para turma.

25

Passe, por favor.

C — 3.ª pessoa do singular

23 — Professor para encarregado de educação.

26

O senhor já pediu?

H — O senhor + 3.ª pessoa do singular

24 — Empregado de restaurante para cliente.

TPC — O texto reproduzido em baixo pertence à secção «Pequenos Prazeres», uma coluna que havia no Jornal de Letras, Artes e Ideias. Nesta secção, intelectuais ou figuras públicas eram convidados a revelar situações de que gostavam.

Repara que os parágrafos variam bastante na extensão e estilo. (O primeiro, à esquerda, não é grande exemplo do que pretendo.) Nos segundo, terceiro e quarto, os do meio, temos linhas quase fílmicas, que tentam agarrar, por pinceladas, um dado ambiente de que se gosta ou uma sensação que se quer rememorar. Os parágrafos à direita são breves, em cada um se sintetizando um motivo de pequena felicidade (por vezes, o importante é um pormenor apenas).

Escreve tu também alguns parágrafos assim, com os teus «Pequenos Prazeres».