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SUMÁRIO 1 NOÇÕES DE FINANÇAS E MATEMÁTICA FINANCEIRA............................................. 2 1.1 O QUE É FINANÇAS .................................................................................................... 2 1.2 ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS ..................................................................................... 3 1.3 CONSTRUINDO UMA IMAGEM ................................................................................... 4 1.4 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE UMA EMPRESA ............................................. 5 1.5 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DA FAMÍLIA.......................................................... 6 1.6 A RELAÇÃO ENTRE FINANÇAS E MARKETING ....................................................... 7 1.7 RELAÇÃO ENTRE OBJETIVOS CORPORATIVOS E MARKETING ........................... 9 2 MATEMÁTICA FINANCEIRA APLICADA.................................................................... 9 2.1 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 9 2.2 JURO .......................................................................................................................... 11 2.3 TAXAS ........................................................................................................................ 12 2.4 TAXA DE JURO .......................................................................................................... 13 2.5 REGRAS BÁSICAS .................................................................................................... 14 2.6 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS (SIMPLES E COMPOSTO)............ 15 3 JUROS SIMPLES E COMPOSTOS .............................................................................. 17 3.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DOS JUROS SIMPLES E COMPOSTOS ........................ 17 3.2 FÓRMULAS DE JUROS SIMPLES............................................................................. 18 3.3 MONTANTE E CAPITAL (JUROS SIMPLES) ............................................................. 21 3.4 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE (JUROS SIMPLES) ..................... 23 3.5 JURO EXATO E JURO COMERCIAL ......................................................................... 26 3.6 EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA ................................................................................... 27 3.7 FÓRMULAS DE JUROS COMPOSTOS ..................................................................... 28 3.8 TAXAS EQUIVALENTES (JUROS COMPOSTOS) .................................................... 33 3.9 TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA (JUROS COMPOSTOS) .................................... 38 4 DESCONTOS ............................................................................................................. 42 4.1 DESCONTO SIMPLES ............................................................................................... 43 4.1.1 Desconto Racional (ou “por dentro”) ................................................................... 43 4.2 DESCONTO COMPOSTO .......................................................................................... 47 4.2.1 Desconto composto “por fora”............................................................................. 48 4.2.2 Desconto Composto “por dentro”........................................................................ 50 5 PRESTAÇÕES ........................................................................................................... 55 6 PROJETOS DE INVESTIMENTOS EM MARKETING .................................................. 58 6.1 AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO EM MARKETING ....................... 60 LISTA DE EXERCÍCIOS................................................................................................... 66 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 75

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  • SUMRIO

    1 NOES DE FINANAS E MATEMTICA FINANCEIRA............................................. 2 1.1 O QUE FINANAS .................................................................................................... 2 1.2 ADAPTAO S MUDANAS..................................................................................... 3 1.3 CONSTRUINDO UMA IMAGEM................................................................................... 4 1.4 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE UMA EMPRESA ............................................. 5 1.5 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DA FAMLIA.......................................................... 6 1.6 A RELAO ENTRE FINANAS E MARKETING....................................................... 7 1.7 RELAO ENTRE OBJETIVOS CORPORATIVOS E MARKETING ........................... 9 2 MATEMTICA FINANCEIRA APLICADA.................................................................... 9 2.1 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 9 2.2 JURO .......................................................................................................................... 11 2.3 TAXAS ........................................................................................................................ 12 2.4 TAXA DE JURO.......................................................................................................... 13 2.5 REGRAS BSICAS .................................................................................................... 14 2.6 CRITRIOS DE CAPITALIZAO DOS JUROS (SIMPLES E COMPOSTO)............ 15 3 JUROS SIMPLES E COMPOSTOS .............................................................................. 17 3.1 APLICAES PRTICAS DOS JUROS SIMPLES E COMPOSTOS ........................ 17 3.2 FRMULAS DE JUROS SIMPLES............................................................................. 18 3.3 MONTANTE E CAPITAL (JUROS SIMPLES)............................................................. 21 3.4 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE (JUROS SIMPLES) ..................... 23 3.5 JURO EXATO E JURO COMERCIAL......................................................................... 26 3.6 EQUIVALNCIA FINANCEIRA................................................................................... 27 3.7 FRMULAS DE JUROS COMPOSTOS..................................................................... 28 3.8 TAXAS EQUIVALENTES (JUROS COMPOSTOS) .................................................... 33 3.9 TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA (JUROS COMPOSTOS) .................................... 38 4 DESCONTOS ............................................................................................................. 42 4.1 DESCONTO SIMPLES ............................................................................................... 43 4.1.1 Desconto Racional (ou por dentro)................................................................... 43 4.2 DESCONTO COMPOSTO.......................................................................................... 47 4.2.1 Desconto composto por fora............................................................................. 48 4.2.2 Desconto Composto por dentro........................................................................ 50 5 PRESTAES ........................................................................................................... 55 6 PROJETOS DE INVESTIMENTOS EM MARKETING .................................................. 58 6.1 AVALIAO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO EM MARKETING ....................... 60 LISTA DE EXERCCIOS................................................................................................... 66 REFERNCIAS ................................................................................................................ 75

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    1 NOES DE FINANAS E MATEMTICA FINANCEIRA

    1.1 O QUE FINANAS

    Podemos conceituar Finanas como sendo a aplicao de uma srie de princpios

    econmicos e financeiros para maximizar a riqueza ou o valor total de um negcio. Mais

    especificamente, ao usar o valor presente lquido (fluxo de caixa futuro, descontado o

    valor presente menos os custos originais) para medir a rentabilidade, uma empresa

    maximiza a riqueza investindo em projetos e adquirindo ativos cujos retornos combinados

    produzem os lucros mais altos possveis com os menores riscos. Na realidade, ningum

    realmente sabe quando a riqueza mxima atingida, embora ela seja entendida como a

    meta final de toda empresa. Uma maneira de descobrir a riqueza de uma empresa por

    intermdio do preo de sua ao ordinria. Quando o preo das aes de uma empresa

    aumenta, diz-se que a riqueza dos seus acionistas est aumentando. Por que o preo das

    aes reflete a capacidade de uma empresa criar e aumentar riqueza? Porque o mercado

    de aes um mecanismo muito eficiente. Portanto, o preo das aes reage muito

    rapidamente a todas as informaes disponveis como tambm perspectiva de

    mudanas futuras na riqueza da empresa. Atualmente, o mercado ainda mais eficiente

    porque os investidores esto mais bem informados e os administradores utilizam mtodos

    melhores e estratgias mais eficazes para evidenciar o seu desempenho. A proliferao

    de computadores tem propiciado uma base mais ampla para selecionar as melhores

    alternativas de investimento. Naturalmente, o advento da Internet revolucionou as formas

    de procura, coleta e difuso de informaes a partir das quais so tomadas decises

    empresariais mais seguras.

    Atualmente, os administradores financeiros dispem de muitas ferramentas

    sofisticadas para solucionar difceis problemas empresariais. Mas nem sempre foi assim.

    Antes de 1970, a nfase incidia sobre as novas formas de atingir eficcia na

    administrao do capital de giro, melhorando os mtodos para manuteno de registros

    financeiros e de interpretao dos balanos patrimoniais e demonstrativos de resultados.

    O horizonte das finanas se ampliou desde ento, e a nfase hoje recai sobre as formas

    de orar com eficcia os recursos escassos e investir os capitais nos ativos ou projetos

    que apresentam o melhor balanceamento de risco/retorno. A ateno tem se voltado ao

    estudo das diferentes alternativas e do efeito de cada uma delas sobre o valor da

    empresa. O foco mais importante so as opes de proteo contra os riscos do uso de

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    derivativos financeiros. Mtodos mais aprimorados j esto disponveis para avaliar os

    riscos e os lucros dos investimentos, como tambm para simular os resultados das

    diferentes decises antes de se investir capitais limitados e escassos. A necessidade de

    desenvolver planos em um longo prazo, para tirar proveito de novos instrumentos

    financeiros e para entender os princpios das finanas internacionais, est se tornando

    cada vez mais evidente.

    O conhecimento de finanas no deve se restringir aos tesoureiros, controladores e

    planejadores financeiros. Em qualquer empresa, se contadores, estatsticos e

    profissionais de marketing, concomitantemente, fizerem uma avaliao e tiverem um

    entendimento dos princpios de finanas, podero participar mais efetivamente do

    processo decisrio. Diferentes departamentos devem participar da finalizao dos planos

    elaborados pela rea financeira.

    1.2 ADAPTAO S MUDANAS

    A rea de finanas , em parte, cincia e, em parte, arte. A anlise financeira

    fornece os meios de tomar decises de investimento flexveis e corretas, no momento

    apropriado e mais vantajoso. Quando os administradores financeiros so bem-sucedidos,

    ajudam a melhorar o valor das aes da empresa.

    Um administrador emite sinais favorveis aos investidores ao estabelecer um

    registro de demonstrativos financeiros seguros, mostrando retorno com um crescimento

    rpido e contnuo, com um nvel mnimo de risco. Por que os sinais corretos so to

    necessrios? Porque so os acionistas (investidores), fundamentalmente, que

    determinam o valor de mercado da empresa a partir dos preos das aes que ela emite.

    Se a empresa tiver um bom resultado, e as pessoas acreditarem que tal resultado ir se

    manter, a valorizao ser grande. Ao contrrio, um mau resultado, com expectativas de

    retornos desfavorveis e altos nveis de riscos, reduzir o valor das aes.

    Para ter xito, os administradores financeiros precisam se envolver com as

    mudanas que ocorrem constantemente no campo das finanas. Eles devem adotar

    mtodos mais sofisticados para poder planejar melhor num ambiente de crescente

    competitividade. Precisam lidar de forma eficiente com as mudanas que ocorrem dentro

    e fora da empresa. Em resumo, os administradores financeiros so responsveis pelo

    reconhecimento e pela resposta aos fatores de mudanas nos ambientes privados,

    pblicos e financeiros.

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    H uma crescente necessidade de escolher corretamente o momento para

    introduzir novos produtos, para entregar produtos e servios que atendam s

    necessidades atuais e em desenvolvimento, e para assegurar que as decises de

    marketing sejam apoiadas por planos alternativos. Mudanas nos esforos de pesquisa e

    produo so algumas vezes necessrias para garantir que os novos produtos possam

    responder aos desafios de um mercado cada vez mais competitivo (em essncia, essa

    uma das principais atividades de marketing: desenvolver novos produtos, novos mercados

    para garantir a sobrevivncia da empresa).

    1.3 CONSTRUINDO UMA IMAGEM

    Muitas vezes, os planos financeiros mais bem-sucedidos no recebem a devida

    ateno principalmente porque os administradores e/ou profissionais de finanas no

    conseguem divulg-los ou os promovem excessivamente. No passado, essa informao

    era transmitida aos analistas de ttulos que, por sua vez, informavam aos investidores

    sobre os novos progressos que ocorriam na empresa. Mas, essa abordagem era muito

    seletiva e atingia apenas alguns investidores. Geralmente, os funcionrios da empresa

    divulgavam essa informao pelos jornais, pela televiso e por relatrios trimestrais e

    anuais. Na melhor das hipteses, essa informao era espordica e sem imediao.

    A meta deveria ser a disseminao de nova informao to rapidamente quanto

    possvel, alcanando um grande nmero de investidores. A Internet est se tornando e

    ir se consolidar como - um veculo eficaz para atingir essa meta.

    A empresa deveria procurar fazer investimentos em reas que os investidores

    associem a crescimento, atrao, e que possuam grande potencial. Infelizmente, muitas

    empresas boas e financeiramente confiveis so associadas a reas pouco valorizadas.

    Bons produtos no recebem o reconhecimento que merecem. A idia dirigir a ateno

    dos investidores para as reas mais atraentes da empresa para conseguir uma melhor

    valorizao. A empresa pode querer que os investidores saibam que ela est se

    deslocando para reas mais atraentes de crescimento e rentabilidade. A responsabilidade

    da empresa com os acionistas criar a melhor imagem possvel. Uma recente estratgia

    de sucesso tem sido o emprego de aes de ativos especficos da empresa. Tal

    estratgia consiste na emisso de uma nova ao para representar aquela parte dos

    ativos que tm a melhor perspectiva financeira. Dessa forma, os investidores podem

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    associar a ao a reas similares de alto valor e dar ao preo de uma ao de ativos

    especficos da empresa todo o valor que ela merece.

    Os administradores devem dar maior ateno a este conceito de construo da

    imagem ao adquirirem novas empresas, ao criarem novas linhas de produtos ou a darem

    novos rumos pesquisa. Essa parte da estratgia de investimento, seja real ou ilusria,

    deve estar sempre presente na mente dos administradores quando tencionam mudar a

    percepo que o investidor tem do potencial de investimentos da ao da empresa.

    1.4 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE UMA EMPRESA

    O oramento a ferramenta administrativa mais adequada para se planejar

    financeiramente e, com segurana, as atividades operacionais de uma instituio, quer

    sejam atividades rotineiras (tais como folha de pagamento, manuteno da frota de

    veculos) ou peridicas (tais como projetos com tempo certo de durao, participao em

    seminrios ou congressos). Os oramentos devem ser confeccionados,

    preferencialmente, subdivididos em centros de custos, os quais refletiro as necessidades

    de controle de cada conjunto de tarefas, grupos de pessoas ou eventos. Orar no s

    significa estimar a real necessidade de recursos de um centro de custo durante um

    determinado perodo como tambm avaliar com preciso a entrada dos recursos para

    sustentar a operacionalidade da instituio, ou seja, consiste em responder, de forma

    imediata, s seguintes perguntas:

    1 - Nas prximas X semanas teremos disponibilidade para pagar os desembolsos

    que iro ocorrer?

    2 - Caso negativo, que desembolsos podero ser remanejados? Ou que entradas

    de recursos podero ser antecipadas?

    3 - Caso positivo e havendo disponibilidade de caixa, que investimentos podero

    ser efetuados?

    O acompanhamento dos eventos financeiros efetuado em tempo hbil e mediante

    nmeros precisos atravs do fluxo de caixa. Essa ferramenta administrativa permite o

    acompanhamento peridico - de acordo com as necessidades da instituio e, em tempo

    real das origens e aplicaes dos recursos, o que possibilita decises em tempo hbil. O

    fluxo de caixa permite responder s questes acima e garantem a sobrevivncia da

    empresa.

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    Os Administradores Financeiros costumam avaliar a sade financeira de uma

    empresa sob trs aspectos:

    1 Lucro Lquido: quanto foi o lucro lquido alcanado depois de suas operaes?

    (medida absoluta);

    2 Retorno sobre o Investimento: para cada R$ 1,00 investido qual foi o retorno

    em termos percentuais? (medida relativa);

    3 Fluxo de Caixa: a empresa teve disponibilidades financeiras para saldar e

    honrar seus compromissos em dia? (medida de sobrevivncia).

    Ganhar dinheiro o objetivo de toda e qualquer empresa privada. Maximizar o

    capital o objetivo de seus proprietrios ou acionistas.

    1.5 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DA FAMLIA

    Tal qual uma empresa, uma famlia deve se planejar financeiramente para garantir

    o atendimento das necessidades bsicas de seus membros: sade, alimentao,

    moradia, educao, lazer dentre outros. Uma famlia que se planeja financeiramente

    consegue viver de forma mais tranqila e consegue assegurar um futuro melhor para

    todos os seus membros.

    Quando falamos em Planejamento Financeiro Familiar, devemos usar a

    racionalidade em todas as decises que envolvam recursos financeiros. Como exemplo,

    podemos citar o planejamento para se conceber um filho, que um desejo de todos os

    casais. Antes da concepo, pai e me devem ter certeza suficiente de que tero

    recursos financeiros para essa nova despesa que vir. Segundo os especialistas, um

    filho consome, em mdia, 30% do oramento familiar. Devemos estar preparados para

    essa despesa. Muitos dos problemas sociais que enfrentamos atualmente so oriundos

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    da ausncia de um planejamento familiar e, conseqentemente, da ausncia de recursos

    financeiros para possibilitar uma boa educao, sade, alimentao etc. Um filho sem

    educao, tem muito mais dificuldade para ter acesso a um bom emprego e garantir uma

    boa renda. Sem renda e sem oportunidades, d-se incio a um novo ciclo, sem

    planejamento e, conseqentemente, aumentar-se- a pobreza do pas e todos os

    problemas sociais que enfrentamos atualmente.

    Outro exemplo da ausncia de planejamento financeiro nas famlias de baixo poder

    aquisitivo o que chamamos de bola de neve. Comumente, em razo da facilidade de

    compra e dos prazos de pagamento oferecidos por lojas de diversos segmentos,

    consumidores tendem a comprar, por exemplo, uma TV que custa vista R$ 399,00 em

    12 prestaes mensais de R$ 55,00 (que gera, no final de 12 meses, um montante final

    de R$ 660,00 ou juros de R$ 261,00, valor este, que poderia ser usado para adquirir

    outros bens, caso houvesse sido adotada uma estratgia de poupar os recursos para se

    comprar essa mesma TV com valor de vista, ou barganhando um desconto,

    considerando-se o pagamento vista).

    1.6 A RELAO ENTRE FINANAS E MARKETING

    Os caminhos do marketing esto cada vez mais atrelados aos resultados

    financeiros, como acontece em qualquer outro setor. Nesse mercado, contudo, nota-se

    que as mudanas de comportamento dos indivduos, devido s influncias das novas

    tecnologias, imprimiram agilidade ao dia-a-dia tanto dos profissionais como dos

    consumidores. Nas reas de comunicao e marketing, os reflexos so muitos,

    principalmente com relao fragmentao das verbas da publicidade e, nesse sentido,

    uma das maiores preocupaes dos executivos do setor mensurar o retorno real aps a

    realizao das aes de marketing.

    As decises de marketing esto diretamente ligadas rea financeira. As decises

    de produto englobam a identificao de oportunidades de lanamento de produtos e

    servios, a adequao destes s necessidades e desejo dos clientes, a formulao de

    estratgias de produto e linhas de produto (como diferenciao, posicionamento etc.) e a

    administrao do ciclo de vida do produto. Com base no ciclo de vida de um produto,

    pode-se projetar a receita da empresa (parte integrante de um oramento empresarial).

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    Qtd (Mil)

    RT

    (R$

    )

    654321

    5000

    4000

    3000

    2000

    1000

    0

    Grfico da Receita Total

    FIGURA 1. Ciclo de Vida do Produto.

    Com as informaes da demanda, pode-se projetar a receita da empresa conforme

    abaixo:

    Receita Total = Preo de Venda (Preo de Venda Praticado) x Qtd (Vendida)

    GRFICO 1. Receita Total.

    As decises de preo envolvem a seleo da estratgia de preo que gere

    vantagem competitiva e diferenciao para cada produto ou linha de produto, bem como

    maximize o retorno para a empresa, em termos financeiros e, como tambm, para os

    parceiros da empresa (canais de distribuio).

    As decises de promoes so aquelas relativas aos investimentos em estratgias

    e atividades de comunicao (propaganda, marketing direto, relaes publicas,

    CRESCIMENTOINTRODUO MATURIDADE DECLNIO

    DE

    MA

    ND

    A

    TEMPO

    CRESCIMENTOINTRODUO MATURIDADE DECLNIO

    DE

    MA

    ND

    A

    TEMPO

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    publicidade, eventos, seminrios) e promoo de vendas (sorteios, prmios, campanhas,

    descontos de preos, brindes e outros).

    Enfim, toda e qualquer deciso de marketing tem relao direta com a rea

    financeira, pois a funo marketing e de vendas que so responsveis pela gerao de

    receita para a empresa. Como todo e qualquer investimento, o investimento realizado na

    rea de marketing tem um nico objetivo: aumentar a participao da empresa no

    mercado, ou seja, gerar mais receita e ganho para a empresa.

    1.7 RELAO ENTRE OBJETIVOS CORPORATIVOS E MARKETING

    Ao investirem em aes de marketing de relacionamento com o mercado, as

    empresas descobrem que a qualidade do atendimento nos estabelecimentos comerciais

    est relacionada ao comprometimento dos profissionais de venda e, para isso, atentam

    para a conquista de sua confiana para que eles vistam a camisa da marca. Para esse

    resultado, entretanto, fundamental que esses profissionais sejam, e se sintam,

    valorizados. Assim, o incentivo financeiro usado como nico benefcio no tem mais o

    mesmo impacto de antes, o convvio se tornou essencial para estabelecer a relao de

    confiana. Ento, nos programas de relacionamento com o mercado, h objetivo claro de

    resgatar o comprometimento desses profissionais, cada vez mais capacitados e

    especializados na funo que optaram como carreira.

    Para se atingir um objetivo corporativo, o comprometimento deve ser de toda a

    organizao e no somente da funo de marketing ou de produo.

    2 MATEMTICA FINANCEIRA APLICADA

    2.1 FLUXO DE CAIXA

    Fluxo de Caixa um grfico contendo informaes sobre Entradas (Recebimento

    de Valores) e Sadas (Pagamentos de Valores) de capital, realizadas em determinados

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    perodos. O fluxo de caixa pode ser apresentado na forma de uma linha horizontal (linha

    de tempo) com os valores indicados nos respectivos tempos ou na forma de uma tabela

    com essas mesmas indicaes.

    Na representao grfica de um fluxo de caixa, as entradas so representadas com

    uma seta para cima e as sadas so representadas com uma seta para baixo, conforme

    demonstrado na abaixo:

    FIGURA 2. Representao Grfica de um Fluxo de Caixa.

    Considerando-se as movimentaes financeiras constantes no fluxo de caixa da

    FIGURA 2, podemos descrever essas movimentaes como:

    Perodo 0 Entrada de R$ 1.000;

    Perodo 1 Sada de R$ 100;

    Perodo 2 Sada de R$ 100;

    Perodo 3 Sada de R$ 200;

    Perodo 4 Sada de R$ 200;

    Perodo 5 Sada de R$ 150;

    Perodo 6 Sada de R$ 100.

    Com a utilizao de um fluxo de caixa, uma empresa pode prever todas as suas

    movimentaes financeiras (entradas e sadas) bem como pode estimar o saldo final em

    um determinado perodo de tempo futuro. Essa prtica conhecida como Planejamento

    Financeiro ou Oramento Empresarial.

    Com base no fluxo de caixa da Figura 2, podemos afirmar que o saldo final

    (previsto) no perodo 6 ser de R$ 150,00 resultantes da diferena entre valores a receber

    e a pagar. Podemos projetar o saldo utilizando a frmula abaixo:

    0

    1 2 3 4 5 6

    R$ 1.000

    R$ 100 R$ 100 R$ 200 R$ 200 R$ 150 R$ 100

    0

    1 2 3 4 5 6

    R$ 1.000

    R$ 100 R$ 100 R$ 200 R$ 200 R$ 150 R$ 100

    0

    1 2 3 4 5 6

    R$ 1.000

    R$ 100 R$ 100 R$ 200 R$ 200 R$ 150 R$ 100

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    Saldo Final = Valor das Entradas Valor das Sadas

    Saldo Final = R$ 1.000 R$ 850

    Saldo Final = R$ 150,00

    Caso o saldo final seja negativo, a empresa necessitar de recursos financeiros

    para saldar e honrar seus compromissos em dia. Nesse caso, poder utilizar limites ou

    linhas de crdito disponveis no mercado financeiro (mediante pagamento de juros). Uma

    outra alternativa tentar negociar a prorrogao de algum pagamento junto aos seus

    fornecedores para evitar que o caixa fique com o saldo negativo evitando assim, o

    pagamento de juros financeiros para bancos ou instituies financeiras. O pagamento de

    juros (sobre recursos tomados para cobrir o caixa) considerado uma despesa ruim e

    afeta diretamente o Lucro Lquido Final da Empresa, reduzindo assim, a sua rentabilidade

    (retorno sobre o Capital).

    2.2 JURO

    A matemtica financeira trata, em essncia, do estudo do valor do dinheiro ao

    longo do tempo. O seu objetivo bsico o de efetuar anlises e comparaes dos vrios

    fluxos de entrada e sada de dinheiro de caixa verificados em diferentes momentos.

    Receber uma quantia hoje ou no futuro no , evidentemente, a mesma coisa. Em

    princpio, uma unidade monetria hoje no prefervel mesma unidade monetria

    disponvel amanh. Postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo tempo

    envolve um sacrifcio, que deve ser pago mediante uma recompensa, definida pelos juros.

    Dessa forma, so os juros que, efetivamente, induzem o adiamento do consumo,

    permitindo a formao de poupanas e de novos investimentos na economia.

    As taxas de juros devem ser diferentes de maneira a remunerar:

    O risco envolvido na operao (emprstimo ou aplicao), representado

    genericamente pela incerteza com relao ao futuro;

    A perda do poder de compra do capital motivada pela inflao. A inflao um

    fenmeno que corri o capital e o valor do dinheiro, determinando um volume cada

    vez menor de compra com o mesmo montante com o passar do tempo;

  • MTE CETAM - SETRAB

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    Os juros devem gerar um lucro para o capital emprestado ou aplicado ao

    proprietrio do capital como forma de compensar a sua privao por determinado

    perodo de tempo. Esse ganho estabelecido basicamente em funo das

    diversas outras oportunidades de investimentos e definido por custo de

    oportunidade.

    2.3 TAXAS

    Taxa um ndice numrico relativo cobrado sobre um capital para a realizao de

    alguma operao financeira.

    No importando se a capitalizao simples ou composta, existem trs tipos principais de

    taxas:

    Taxa Nominal: quando o perodo de formao e incorporao dos juros ao

    Capital no coincide com aquele a que a taxa est referida;

    Exemplos:

    1. 1200% ao ano com capitalizao mensal.

    2. 450% ao semestre com capitalizao mensal.

    3. 300% ao ano com capitalizao trimestral.

    Taxa Efetiva: quando o perodo de formao e incorporao dos juros ao Capital

    coincide com aquele a que a taxa est referida.

    Exemplos:

    1. 120% ao ms com capitalizao mensal.

    2. 450% ao semestre com capitalizao semestral.

    3. 1300% ao ano com capitalizao anual.

    Taxa Real: a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionria do perodo da operao.

    Exemplo: Se a taxa de inflao mensal foi de 30% e um valor aplicado no incio do ms

    produziu um rendimento global de 32,6% sobre o valor aplicado, ento o resultado igual

  • MTE CETAM - SETRAB

    13

    a 1,326 sobre cada 1 unidade monetria aplicada. Assim, a variao real no final deste

    ms, ser definida por:

    Taxa real = 1,326 / 1,30 = 1,02, o que significa que a taxa real no perodo foi de 2%.

    2.4 TAXA DE JURO

    A taxa de juro o coeficiente que determina o valor do juro, isto , a remunerao

    do fator capital utilizado durante certo perodo de tempo.

    As taxas de juros se referem sempre a uma unidade de tempo (ms, semestre, ano etc.) e

    podem ser representadas equivalentemente de duas maneiras: taxa percentual e taxa

    unitria.

    A taxa percentual refere-se aos centos do capital, ou seja, ao valor dos juros para

    cada centsima parte do capital.

    Por exemplo, um capital de R$ 1.000,00 aplicado a 20% ao ano rende de juros, ao final

    deste perodo:

    Juro = R$ 10,00 x 20 = R$ 200,00

    O capital de R$ 1.000,00 tem dez centos. Como cada um deles rende 20, a

    remunerao total da aplicao no perodo , portanto, R$ 200,00.

    A taxa unitria centra-se na unidade de capital. Reflete o rendimento de cada unidade de

    capital em certo perodo de tempo.

    No exemplo acima, a taxa percentual de 20% ao ano indica um rendimento de 0,20

    (20% / 100) por unidade de capital aplicada, ou seja:

    Juro = R$ 1.000 x 0,20 = R$ 200,00

    R$ 1.000,00

    100

    X 20 Juro =

    R$ 1.000,00 x

    100

    20 Juro =

  • MTE CETAM - SETRAB

    14

    A transformao da taxa percentual em unitria se processa simplesmente pela

    diviso da notao em percentual por 100. Para a transformao inversa, basta multiplicar

    a taxa unitria por 100. Conforme exemplos abaixo:

    Taxa Percentual Taxa Unitria

    1,5% 0,015

    8% 0,08

    17% 0,17

    86% 0,86

    120% 1,20

    1.500% 15,0

    Nas frmulas de matemtica financeira todos os clculos so efetuados utilizando-

    se a taxa unitria de juros. Podemos usar as seguintes frmulas para encontrar a taxa

    unitria e a taxa percentual:

    Taxa Unitria (i) = r / 100, onde: r = taxa percentual

    Taxa Percentual (r) = i x 100, onde i = taxa unitria

    Nos enunciados dos exerccios deste mdulo todas as taxas de juros sero

    apresentadas em taxa percentual. Porm, como citado acima, utilizaremos nas frmulas

    de matemtica financeira a taxa unitria. Os resultados finais devero ser convertidos

    para taxas percentuais.

    2.5 REGRAS BSICAS

    Nas frmulas de matemtica financeira, tanto o prazo da operao como a taxa de

    juros devem necessariamente estar expressos na mesma unidade de tempo. Por

    exemplo, admita que um fundo de poupana esteja oferecendo juros de 2% ao ms e os

    rendimentos creditados mensalmente. Nesse caso, o prazo a que se refere taxa (ms) e

    o perodo de capitalizao do fundo (mensal) so coincidentes, atendendo regra bsica.

  • MTE CETAM - SETRAB

    15

    Se uma aplicao foi efetuada pelo prazo de um ms, mas os juros definidos em taxa

    anual, no h coincidncia nos prazos e deve ocorrer necessariamente um rateio.

    indispensvel para o uso das frmulas financeiras transformar a taxa de juro anual para o

    intervalo de tempo definido pelo prazo da operao, ou vice-versa, o que for considerado

    mais apropriado para os clculos. Somente aps a definio do prazo e da taxa de juro na

    mesma unidade de tempo que as formulaes da matemtica financeira podem ser

    operadas.

    Os critrios de transformao do prazo e da taxa para a mesma unidade de tempo

    podem ser efetuados atravs das regras de juros simples (mdia aritmtica) e de juros

    compostos (mdia geomtrica), dependendo do regime de capitalizao definido para a

    operao.

    2.6 CRITRIOS DE CAPITALIZAO DOS JUROS (SIMPLES E COMPOSTO)

    Os critrios (regimes) de capitalizao demonstram como os juros so formados e

    sucessivamente incorporados ao capital no decorrer do tempo. Nessa conceituao

    podem ser identificados dois regimes de capitalizao dos juros: simples (ou linear) e

    composto (ou exponencial).

    O regime de capitalizao simples comporta-se como se fosse uma progresso

    aritmtica (PA), crescendo os juros de forma linear ao longo do tempo. Nesse critrio, os

    juros incidem sobre o capital inicial da operao (aplicao ou emprstimo), no se

    registrando juros sobre o saldo dos juros acumulados.

    Por exemplo, admita um emprstimo de R$ 1.000,00 pelo prazo de 5 anos,

    pagando-se juros simples razo de 10% ao ano. O quadro abaixo ilustra a evoluo

    dessa operao no perodo, indicando os vrios resultados.

    Ano Saldo no incio

    de cada ano

    (R$)

    Juros apurados para cada

    ano (R$)

    Saldo devedor ao

    final de cada ano

    (R$)

    Crescimento

    anual do saldo

    devedor (R$)

    Incio do 1 Ano - - 1.000,00 -

    Fim do 1 Ano 1.000,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00

    Fim do 2 Ano 1.100,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.200,00 100,00

    Fim do 3 Ano 1.200,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.300,00 100,00

    Fim do 4 Ano 1.300,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.400,00 100,00

    Fim do 5 Ano 1.400,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.500,00 100,00

  • MTE CETAM - SETRAB

    16

    Algumas observaes podem ser apresentadas:

    Os juros, por incidirem exclusivamente sobre o capital inicial de R$ 1.000,00,

    apresentam valores idnticos ao final de cada ano (0,10 x R$ 1.000,00 = R$

    100,00);

    Em conseqncia, o crescimento dos juros no tempo linear (no exemplo, cresce

    R$ 100,00 por ano), revelando um comportamento idntico a uma progresso

    aritmtica. Os juros totais da operao atingem, em 5 anos, R$ 500,00;

    Se os juros simples ainda no forem pagos ao final de cada ano, a remunerao do

    capital emprestado somente se opera pelo seu valor inicial (R$ 1.000,00), no

    ocorrendo remunerao sobre os juros que se formam no perodo. Assim, no 5

    ano, a remunerao calculada de R$ 500,00 obtida com base no capital

    emprestado h 5 anos, ignorando-se os R$ 400,00 de juros que foram se

    acumulando ao longo do tempo;

    Como os juros variam linearmente no tempo, a apurao do custo total da dvida

    no prazo contratado processada simplesmente pela multiplicao do nmero de

    anos pela taxa anual, isto : 5 anos x 10% ao ano = 50% para 5 anos.

    O regime de capitalizao composta incorpora ao capital no somente os juros

    referentes a cada perodo, mas tambm os juros sobre os juros acumulados at o

    momento anterior. um comportamento equivalente a uma progresso geomtrica (PG)

    em que os juros incidem sempre sobre o saldo apurado no incio do perodo

    correspondente (e no unicamente sobre o capital inicial).

    Admitindo-se no exemplo anterior, que a dvida de R$ 1.000,00 deva ser paga em

    juros compostos taxa de 10% ao ano, tem-se os resultados ilustrados no quadro a

    seguir.

    Ano Saldo no incio

    de cada ano

    (R$)

    Juros apurados para cada

    ano (R$)

    Saldo devedor ao

    final de cada ano

    (R$)

    Crescimento

    anual do saldo

    devedor (R$)

    Incio do 1 Ano - - 1.000,00 -

    Fim do 1 Ano 1.000,00 0,10 x 1.000,00 = 100,00 1.100,00 100,00

    Fim do 2 Ano 1.100,00 0,10 x 1.100,00 = 110,00 1.210,00 110,00

    Fim do 3 Ano 1.210,00 0,10 x 1.210,00 = 121,00 1.331,00 121,00

    Fim do 4 Ano 1.331,00 0,10 x 1.331,00 = 133,10 1.464,10 133,10

    Fim do 5 Ano 1.464,10 0,10 x 1.464,10 = 146,41 1.610,51 146,41

  • MTE CETAM - SETRAB

    17

    As seguintes observaes so vlidas:

    No primeiro perodo do prazo total, os juros simples e compostos igualam-se (R$

    100,00), tornando tambm idntico o saldo devedor de cada regime de

    capitalizao. Assim, para operaes que envolvam um s perodo de incidncia

    de juros (tambm denominado de perodo de capitalizao), indiferente o uso do

    regime de capitalizao simples ou composto, pois ambos produzem os mesmos

    resultados;

    A diferena entre os critrios estabelece-se em operaes com mais de um perodo

    de capitalizao. Enquanto os juros simples crescem linearmente, configurando

    uma PA, os juros compostos evoluem exponencialmente, segundo o

    comportamento de uma PG. No regime composto, h uma capitalizao dos juros,

    tambm entendida por juros sobre juros; os juros so periodicamente incorporados

    ao saldo devedor anterior e passam, assim, a gerar juros. Quanto maior for o

    nmero de perodos de incidncia dos juros, maior ser a diferena em relao

    capitalizao simples.

    Os juros passam a crescer linearmente a partir do 2 perodo de capitalizao.

    Quanto maior o perodo de capitalizao, maior ser a incidncia de juros sobre

    juros.

    3 JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

    3.1 APLICAES PRTICAS DOS JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

    Os juros simples, principalmente diante de suas restries tcnicas, tm aplicaes

    prticas bastante limitadas. So raras as operaes financeiras e comerciais que formam

    temporalmente seus montantes de juros segundo o regime de capitalizao linear. O uso

    de juros simples restringe-se principalmente s operaes praticadas no mbito do curto

    prazo.

    No entanto, as operaes que adotam juros simples, alm de apresentarem

    geralmente prazos reduzidos, no costumam apurar o seu percentual de custo (ou

  • MTE CETAM - SETRAB

    18

    rentabilidade) por esse regime. Os juros simples so utilizados para o clculo dos valores

    monetrios da operao (encargos a pagar, para emprstimos, e rendimentos financeiros,

    para aplicaes), e no para a apurao do efetivo resultado percentual.

    importante ressaltar, ainda, que muitas taxas praticadas no mercado financeiro

    (nacional e internacional) esto referenciadas em juros simples, porm a formao dos

    montantes das operaes processa-se exponencialmente (juros compostos). Por

    exemplo, a Caderneta de Poupana paga tradicionalmente uma taxa de juros de 6% ao

    ano para seus depositantes, creditando todo ms o rendimento proporcional de 0,5%. A

    taxa referenciada para essa operao linear, porm os rendimentos so capitalizados

    segundo o critrio de juros compostos, ocorrendo ao longo dos meses juros sobre juros.

    Para uma avaliao mais rigorosa do custo ou rentabilidade expressos em

    percentual, mesmo para aquelas operaes que referenciam suas taxas em juros simples,

    sugerida a utilizao do critrio de juros compostos. Tecnicamente mais correto por

    envolver a capitalizao exponencial dos juros, o regime composto reconhecidamente

    adotado por todo o mercado financeiro e de capitais.

    Uma observao mais detalhada ainda, revela que outros segmentos alm do

    mercado financeiro tambm seguem as leis dos juros compostos, tais como o estudo do

    crescimento demogrfico, do comportamento dos ndices de preos da economia, da

    evoluo do faturamento e de outros indicadores empresariais de desempenho, dos

    agregados macroeconmicos, da apropriao contbil de receitas e despesas financeiras

    etc.

    De um modo geral, o consumidor deve ficar atento aos juros praticados pelo

    mercado. Embora representem uma taxa pequena se capitalizada mensalmente, podem

    transformar-se em uma taxa bastante elevada com o prolongamento dos perodos.

    3.2 FRMULAS DE JUROS SIMPLES

    O valor dos juros calculado a partir da seguinte expresso:

    J = C x i x n

    Onde:

    J = valor dos juros expresso em unidades monetrias;

    C = capital. o valor (em R$) representativo de determinado momento;

  • MTE CETAM - SETRAB

    19

    i = taxa de juros, expressa em sua forma unitria;

    n = prazo.

    Essa frmula bsica tanto para o clculo dos juros como para outros valores

    financeiros mediante simples reduo algbrica:

    Exemplos:

    Um capital de R$ 80.000,00 aplicado taxa de 2,5% ao ms durante um

    trimestre. Pede-se determinar o valor dos juros acumulados nesse perodo.

    Soluo: C = R$ 80.000,00

    i = 2,5% a.m. (0,025)

    n = 3 meses

    J =?

    J = C x i x n

    J = 80.000,00 x 0,025 x 3

    J = R$ 6.000,00

    Um negociante tomou um emprstimo pagando uma taxa de juros simples de 6%

    ao ms durante nove meses. Ao final deste perodo, calculou em R$ 270.000,00 o total

    dos juros incorridos na operao. Determinar o valor do emprstimo.

    Soluo: C = ?

    i = 6% a.m. (0,06)

    n = 9 meses

    J = R$ 270.000,00

    C = J

    i x n

    i = J

    C x n

    n = J

    C x i

    C = J

    i x n

    i = J

    C x n

    n = J

    C x i

    C = J

    i x n

    C = J

    i x n

  • MTE CETAM - SETRAB

    20

    C = R$ 500.000,00

    Um capital de R$ 40.000,00 foi aplicado num fundo de poupana por 11 meses,

    produzindo um rendimento financeiro de R$ 9.680,00. Pede-se calcular a taxa de juros

    oferecida por essa operao.

    Soluo: C = R$ 40.000,00

    i = ?

    n = 11 meses

    J = R$ 9.680,00

    i = 0,022 ou 2,2% ao ms.

    Uma aplicao de R$ 250.000,00, rendendo uma taxa de juros de 1,8% ao ms

    produz, ao final de determinado perodo, juros de R$ 27.000,00. Calcular o prazo da

    aplicao.

    Soluo: C = R$ 250.000,00

    i = 1,8% a.m. (0,018)

    n = ?

    J = R$ 27.000,00

    C = 270.000,00

    0,06 x 9C =

    270.000,00

    0,54C =

    270.000,00

    0,06 x 9C =

    270.000,00

    0,06 x 9C =

    270.000,00

    0,54C =

    270.000,00

    0,54

    i = J

    C x n

    i = J

    C x n

    i = 9.680,00

    40.000,00 x 11i =

    9.680,00

    440.000,00i =

    9.680,00

    40.000,00 x 11i =

    9.680,00

    440.000,00

    n = J

    C x i

    n = J

    C x i

  • MTE CETAM - SETRAB

    21

    n = 6 meses

    3.3 MONTANTE E CAPITAL (JUROS SIMPLES)

    Um determinado capital, quando aplicado a uma taxa peridica de juro por

    determinado tempo, produz um valor acumulado denominado de montante, e identificado

    em juros simples por M. Em outras palavras, o montante constitudo do capital mais o

    valor acumulado dos juros, isto :

    M = C + J

    No entanto, sabe-se que:

    J = C x i x n

    Substituindo essa expresso na frmula do montante supra, e colocando-se C em

    evidncia:

    M = C + C x i x n M = C (1 + i x n)

    Evidentemente, o valor de C desta frmula pode ser obtido atravs de simples

    transformao algbrica:

    n = 27.000,00

    250.000,00 x 0,018n =

    27.000,00

    4.500,00n =

    27.000,00

    250.000,00 x 0,018n =

    27.000,00

    4.500,00

    C = M

    (1 + i x n)C =

    M

    (1 + i x n)C =

    M

    (1 + i x n)

  • MTE CETAM - SETRAB

    22

    A expresso (1 + i x n) definida como fator de capitalizao (ou de valor futuro

    FVF) dos juros simples. Ao multiplicar um capital por esse fator, corrige-se o seu valor

    para uma data futura, determinando o montante. O inverso, ou seja, 1/(1 + i x n)

    denominado de fator de atualizao (ou valor presente FVP). Ao se aplicar o fator sobre

    um valor expresso em uma data futura, apura-se o seu equivalente numa data atual.

    Graficamente, tem-se:

    Exemplos:

    Uma pessoa aplica R$ 18.000,00 taxa de 1,5% ao ms durante 8 meses.

    Determinar o valor acumulado ao final deste perodo.

    Soluo:

    C = R$ 18.000,00

    i = 1,5% a.m. (0,015)

    n = 8 meses

    M = ?

    M = C (1 + i x n)

    M = 18.000,00 (1 + 0,015 x 8)

    M = 18.000,00 x 1,12 = R$ 20.160,00

    Uma dvida de R$ 900.000,00 ir vencer em 4 meses. O credor est oferecendo

    um desconto de 7% ao ms caso o devedor deseje antecipar o pagamento para hoje.

    Calcular o valor que o devedor pagaria caso antecipasse a liquidao da dvida.

    Soluo:

    C = ?

    i = 7% a.m. (0,07)

    n = 4 meses

    M = R$ 900.000,00

    C = M

    (1 + i x n)C =

    M

    (1 + i x n)

  • MTE CETAM - SETRAB

    23

    C = R$ 703.125,00

    3.4 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE (JUROS SIMPLES)

    Para se compreender mais claramente o significado dessas taxas deve-se

    reconhecer que toda operao envolve dois prazos: (1) o prazo a que se refere taxa de

    juros; e (2) o prazo de capitalizao (ocorrncia) dos juros.

    Como exemplo, admita um emprstimo bancrio a uma taxa (custo) nominal de

    24% ao ano. O prazo a que se refere especificamente taxa de juros anual. A seguir,

    deve-se identificar a periodicidade de ocorrncia dos juros. Ao se estabelecer que os

    encargos incidiro sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos

    considerados so coincidentes.

    O crdito direto ao consumidor promovido pelas Financeiras outro exemplo de

    operao com prazos iguais. Caracteristicamente, a taxa cobrada definida ao ms e os

    juros capitalizados tambm mensalmente. Outro exemplo o financiamento de uma

    compra em uma determinada loja de eletrodomsticos. A taxa cobrada definida ao ms

    e os juros so capitalizados ao ms.

    Mas, em inmeras outras operaes esses prazos no so coincidentes. O juro

    pode ser capitalizado em prazo inferior ao da taxa, devendo-se nesta situao ser definido

    como o prazo da taxa que ser rateado ao perodo de capitalizao.

    Por exemplo, sabe-se que a Caderneta de Poupana paga aos seus depositantes uma

    taxa de juros de 6% ao ano, a qual agregada (capitalizada) ao principal todo ms

    atravs de um percentual proporcional de 0,5%. Tem-se aqui, ento, dois prazos: prazo

    da taxa (ano) e o prazo de capitalizao (ms).

    necessrio para o uso das frmulas de Matemtica Financeira, conforme foi

    abordado anteriormente, expressar esses prazos diferentes na mesma base de tempo.

    C = 900.000,00

    ( 1 + 0,07 x 4)C =

    900.000,00

    1,28C =

    900.000,00

    ( 1 + 0,07 x 4)C =

    900.000,00

    1,28

  • MTE CETAM - SETRAB

    24

    Ou transforma-se o prazo especfico da taxa para o de capitalizao ou, de maneira

    inversa, o perodo de capitalizao passa a ser expresso na unidade de tempo da taxa de

    juros.

    No regime de juros simples, diante de sua prpria natureza linear, essa

    transformao processada pela denominada taxa proporcional de juros tambm

    denominada de taxa linear ou nominal. Essa taxa proporcional obtida da diviso entre a

    taxa de juros considerada na operao e o nmero de vezes em que ocorrero os juros

    (quantidade de perodos de capitalizao).

    Por exemplo, para uma taxa de juros de 18% ao ano, se a capitalizao for definida

    mensalmente (ocorrero 12 vezes juros no perodo de um ano), o percentual de juros que

    incidir sobre o capital a cada ms ser:

    A aplicao de taxas proporcionais ou equivalentes muito difundida,

    principalmente em operaes de curto e curtssimo prazo, tais como: clculo de juros de

    mora, descontos bancrios, crditos de curtssimo prazo, apurao de encargos sobre

    saldo devedor de conta corrente bancria etc.

    As taxas de juros simples se dizem equivalentes quando, aplicadas a um mesmo

    capital e pelo mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo volume linear de juros.

    Por exemplo, em juros simples, um capital de R$ 500.000,00, se aplicado a 2,5% ao ms

    ou 15% ao semestre pelo prazo de um ano, produz o mesmo montante linear de juros.

    Isto :

    J (2,5% a.m.) = R$ 500.000,00 x 0,025 x 12 = R$ 150.000,00

    J (15% a.s.) = R$ 500.000,00 x 0,15 x 2 = R$ 150.000,00

    Os juros produzidos pelas duas taxas de juros so iguais, logo so definidas como

    taxas equivalentes.

    Taxa Proporcional =18%

    12

    = 1,5% ao ms.Taxa Proporcional =18%

    12

    = 1,5% ao ms.Taxa Proporcional =18%

    12

    = 1,5% ao ms.Taxa Proporcional =18%

    12

    = 1,5% ao ms.

  • MTE CETAM - SETRAB

    25

    No regime de juros simples, taxas proporcionais (nominais ou lineares) e taxas

    equivalentes so consideradas a mesma coisa, sendo indiferente a classificao de duas

    taxas de juros como proporcionais ou equivalentes.

    No exemplo ilustrativo acima, observe que 2,5% a.m. equivante a 15% a.s.,

    verificando-se ainda uma proporo entre as taxas. A taxa de 2,5% est relacionada ao

    perodo de um ms, e a de 15% a seis meses, Logo:

    Exemplos:

    Calcular a taxa anual equivalente a: (a) 6% ao ms; (b) 10% ao bimestre.

    Soluo:

    a) i = 6% x 12 = 72% a.a.

    b) i = 10% x 6 = 60% a.a.

    Calcular a taxa de juros semestral proporcional a: (a) 60% ao ano; (b) 9% ao

    trimestre.

    Soluo: conforme foi demonstrado, deve haver uma igualdade entre a proporo das

    taxas e entre os perodos a que se referem.

    a)

    1

    6

    2,5

    15

    =1

    6

    2,5

    15

    1

    6

    2,5

    15

    =

    i =60%

    12

    X 6 = 30% a.s.i =60%

    12

    X 6 = 30% a.s.

    Pois =12

    6

    60

    i

    =

    12

    6

    60

    30

    =

    Pois =12

    6

    60

    i

    =

    12

    6

    60

    30

    =

  • MTE CETAM - SETRAB

    26

    b)

    ou: i = 9% x 2 = 18% a.s.

    Calcular o montante de um capital de R$ 600.000,00 aplicado taxa de 2,3% ao

    ms pelo prazo de um ano e cinco meses.

    Soluo: M = ?

    C = R$ 600.000,00

    n = 1 ano e 5 meses (17) meses

    i = 2,3% a.m. (0,023)

    M = C (1 + i x n)

    M = 600.000,00 (1 + 0,023 x 17) = R$ 834.600,00

    Uma dvida de R$ 30.000,00 a vencer dentro de um ano saldada 3 meses antes.

    Para a sua avaliao antecipada, o credor concede um desconto de 15% ao ano. Apurar

    o valor da dvida a ser pago antecipadamente,

    Soluo: M = R$ 30.000,00

    C = ?

    i = 15% ao ano (15% / 12 = 1,25% ao ms)

    n = 3 meses

    C = 30.000,00 / (1 + 0,0125 x 3) = R$ 28.915,66

    3.5 JURO EXATO E JURO COMERCIAL

    comum nas operaes de curo prazo, em que predominam as aplicaes com

    taxas referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em nmero de dias. Nesses

    casos, o nmero de dias pode ser calculado de duas maneiras.

    Pelo tempo exato, utilizando-se efetivamente o calendrio do ano civil (365 dias). O

    juro apurado dessa maneira determina-se juro exato;

    i =9%

    3

    X 6 = 18% a.s.i =9%

    3

    X 6 = 18% a.s.

  • MTE CETAM - SETRAB

    27

    Pelo ano comercial, o qual admite o ms com 30 dias e ao ano com 360 das. Tem-

    se, por esse critrio, a apurao do denominado juro comercial ou ordinrio.

    Como exemplo, 12% ao ano equivale, pelos critrios enunciados, a uma taxa diria

    de:

    a)

    b)

    Na ilustrao acima, o juro comercial dirio ligeiramente superior ao exato pelo

    menor nmero de dias considerado no intervalo de tempo.

    3.6 EQUIVALNCIA FINANCEIRA

    O problema da equivalncia financeira constitui-se no raciocnio bsico da

    matemtica financeira. Conceitualmente, dois ou mais capitais representativos de uma

    certa data dizem-se equivalentes quando, a uma certa taxa de juros, produzem resultados

    iguais numa data comum.

    Como exemplo, R$ 120,00 vencveis daqui a um ano e R$ 100,00, hoje, so

    equivalentes a uma taxa de juros simples de 20% ao ano, uma vez que os R$ 100,00,

    capitalizados, produziriam R$ 120,00 dentro de um ano, ou os R$ 120,00, do final do

    primeiro ano, resultariam em R$ 100,00 se atualizados para hoje. Ou seja, ambos os

    capitais produzem, numa data de comparao (data focal) e a taxa de 20% ao ano,

    resultados idnticos. Graficamente:

    =

    18%

    .Juro Exato =

    365

    = 0,032877% a.d. .=

    18%

    .Juro Exato =

    365

    = 0,032877% a.d. .

    =

    18%

    .Juro Comercial =

    360

    = 0,0333333% a.d. .=

    18%

    .Juro Comercial =

    360

    = 0,0333333% a.d. .

  • MTE CETAM - SETRAB

    28

    Exemplo:

    Determinar se R$ 438.080,00 vencveis daqui a 8 meses equivalente a se

    receber hoje R$ 296.000,00, admitindo-se uma taxa de juros simples de 6% ao ms.

    Soluo: M = C (1 + i x n) M = 296.000,00 x (1 + 0,06 x 8) M = R$ 438.080,00

    C = M (1 + i x n) C = 438.080,00 / (1 + 0,06 x 8) C = R$ 296.000,00

    Logo, os capitais so equivalentes taxa de 6% ao ms. Portanto, a essa taxa de

    juros indiferente receber R$ 296.000,00 hoje ou R$ 438.080,00 daqui a 8 meses.

    3.7 FRMULAS DE JUROS COMPOSTOS

    O regime de juros compostos considera que os juros formados em cada perodo

    so acrescidos ao capital formando o montante (capital mais juros) do perodo. Esse

    montante, por sua vez, passar a render juros no perodo seguinte formando um novo

    montante (constitudo do capital inicial, dos juros acumulados e dos juros sobre os juros

    formados nos perodos anteriores), e assim por diante.

    Esse processo de formao dos juros diferente daquele descrito para os juros

    simples, em que unicamente o capital rende juros, no ocorrendo remunerao sobre os

    juros formados em perodos anteriores.

    Tecnicamente, o regime de juros compostos superior ao de juros simples,

    principalmente pela possibilidade de fracionamento dos prazos, conforme foi comentando

    anteriormente. No critrio composto, a equivalncia entre capitais pode ser apurada em

    qualquer data, retratando melhor a realidade das operaes que o regime linear (juros

    simples).

    R$ 100,00 R$ 120,00

    M = 100,00 x (1 + 0,20 x 1)

    C = 120,00 / (1 + 0,20 x 1)

    R$ 100,00 R$ 120,00

    M = 100,00 x (1 + 0,20 x 1)

    C = 120,00 / (1 + 0,20 x 1)

  • MTE CETAM - SETRAB

    29

    No regime de juros compostos, os juros so capitalizados, produzindo juros sobre

    juros periodicamente.

    Para melhor desenvolver este conceito e definir suas frmulas de clculo, admita

    ilustrativamente uma aplicao de R$ 1.000,00 taxa composta de 10% ao ms.

    Identificando-se por VP o valor presente (capital) e VF o valor futuro (montante), tm-se

    os seguintes resultados ao final de cada perodo:

    - Final do 1 ms: o capital de R$ 1.000,00 produz juros de R$ 100,00 (10% x R$

    1.000,00) e um montante de R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 + R$ 100,00), ou seja:

    VF = VP x (1 + i)

    VF = 1.000,00 x (1 + 0,10) = R$ 1.100,00

    - Final do 2 ms: o montante do ms anterior (R$ 1.100,00) o capital deste 2 ms,

    servindo de base para o clculo dos juros deste perodo. Assim:

    VF = VP x (1 + i)

    VF = VP x (1 + i) x (1 + i)

    VF = 1.000,00 x (1 + 0,10) x (1 + 0,10)

    VF = 1.000,00 x (1 + 0,10)2 = R$ 1.210,00

    Logo, podemos deduzir que a frmula para obteno do montante (Valor Futuro):

    VF = VP x (1 + i)n

    - Final do 3 ms: dando seqncia ao raciocnio de juros compostos:

    VF = VP x (1 + i)n

    VF = 1.000,00 (1 + 0,10)3

    VF = R$ 1.331,00

    - Final do ensimo ms: aplicando-se a evoluo dos juros compostos exposta para cada

    um dos meses, o valor futuro obtido atravs da aplicao da VF = VP x (1 + i)n.

    Generalizando-se:

  • MTE CETAM - SETRAB

    30

    Onde (1 + i)n o fator de capitalizao (ou fator de valor futuro), FVF (i, n) a juros

    compostos, e 1 / (1 + i) n o fator de atualizao (ou fator de valor presente), FVP (i, n) a

    juros compostos.

    A movimentao de um capital ao longo de uma escala de tempo em juros

    compostos se processa mediante a aplicao desses fatores.

    Alternativamente ao uso de calculadoras financeiras ou cientficas, existem tabelas

    desenvolvidas em muitos livros de finanas que apresentam os resultados desses fatores

    para diferentes valores de i e n.

    Por outro lado, sabe-se que o valor monetrio dos juros (J) apurado pela

    diferena entre montante (VF) e o capital (VP), podendo-se obter o seu resultado tambm

    pela seguinte expresso:

    Como:

    Colocando-se VP em evidncia:

    Exemplos:

    Se uma pessoa deseja obter R$ 27.500,00 dentro de um ano, quanto dever ela depositar

    hoje numa alternativa de poupana que rende 1,7% de juros compostos ao ms?

    Soluo: VF = R$ 27.500,00

    VF = PV x (1 + i)n VP = VF

    (1 + i)nVF = PV x (1 + i)n VP =

    VF

    (1 + i)n

    J = VF - VP

    VF = PV x (1 + i)n

    J = VP x [(1 + i)n 1]

  • MTE CETAM - SETRAB

    31

    n = 1 ano (12 meses)

    i = 1,7% a.m. (0,017)

    VP = ?

    De fato, uma aplicao de R$ 22.463,70 hoje, a 1,7% ao ms de juros compostos,

    produz ao final de um ano o montante de R$ 27.500,00 ou seja:

    VF = 22.463,70 x (1 + 0,017)12 = R$ 27.500,00

    Considerando-se ainda a taxa composta de 1,7% ao ms, pelo conceito de valor

    presente (VP) indiferente a essa pessoa receber R$ 22.463,70 (valor presente) hoje ou

    esse valor capitalizado ao final de 12 meses. Efetivamente, esses valores, mesmo

    distribudos em diferentes datas, so equivalentes para uma mesma taxa de juros de

    1,7% ao ms.

    Qual o valor de resgate de uma aplicao de R$ 12.000,00 em um ttulo pelo prazo de 8

    meses taxa de juros compostas de 3,5% ao ms?

    Soluo: VF = ?

    n = 8 meses

    i = 3,5% a.m. (0,035)

    VP = R$ 12.000,00

    VF = VP x (1 + i)n

    VF = 12.000,00 x (1 + 0,035)8

    VF = 12.000,00 x 1,316809 = R$ 15.801,71

    VP = VF

    (1 + i)nVP =

    VF

    (1 + i)n

    VP = 27.500,00

    (1 + 0,017)12VP =

    27.500,00

    (1 + 0,017)12

    VP = 27.500,00

    (1,017)12VP =

    27.500,00

    (1,017)12

    VP = 27.500,00

    1,224197 VP = R$ 22.463,70VP =

    27.500,00

    1,224197 VP = R$ 22.463,70

  • MTE CETAM - SETRAB

    32

    Uma aplicao de R$ 22.000,00 efetuada em certa data produz, taxa composta

    de juros de 2,4% ao ms, um montante de R$ 26.596,40 em certa data futura. Calcular o

    prazo da operao.

    Soluo: VF = 26.596,40

    n = ?

    i = 2,4% a.m. (0,024)

    VP = R$ 22.000,00

    VF = VP x (1 + i)n

    26.596,40 = 22.000,00 x (1 + 0,024)n

    1,208927 = (1,024)n

    Aplicando-se logaritmos, tem-se:

    Log 1,208927 = n x log 1.024

    Uma pessoa possui 3 prestaes no valor de R$ 280,00 que iro vencer

    respectivamente em maro, abril e maio. Considerando-se que a taxa do financiamento

    de 2,4% ao ms, at que valor compensa antecipar o pagamento das prestaes para

    fevereiro?

    Soluo: VF1 = R$ 280,00

    VF2 = R$ 280,00

    VF3 = R$ 280,00

    n = 3

    i = 2,4% a.m. (0,024)

    VP = ?

    26.596,40

    22.000,00= (1.024)n

    26.596,40

    22.000,00= (1.024)n

    log 1,208927

    log 1,024n =

    0,082400

    0,010300= = 8 meses

    log 1,208927

    log 1,024n =

    0,082400

    0,010300= = 8 meses

    VP =

    VF

    (1 + i)nVP =

    VF

    (1 + i)n

  • MTE CETAM - SETRAB

    33

    VP = 273,44 + 267,03 + 260,77

    VP = R$ 801,24

    Neste caso, compensa antecipar o pagamento das prestaes pagando-se, em

    valores de fevereiro, R$ 801,24. Acima desse valor, no se compensa fazer a

    antecipao.

    3.8 TAXAS EQUIVALENTES (JUROS COMPOSTOS)

    Em se tratando de juros simples, foi comentado que a taxa equivalente a prpria

    taxa proporcional da operao. Por exemplo, a taxa de 3% ao ms e 9% ao trimestre so

    dias proporcionais, pois mantm a seguinte relao:

    So tambm equivalentes, pois promovem a igualdade dos montantes de um

    mesmo capital ao final de certo perodo de tempo.

    Por exemplo, em juros simples um capital de R$ 80.000,00 produz o mesmo montante em

    qualquer data se capitalizado a 3% ao ms e 9% ao trimestre.

    FVF (i = 3% a.m., n = 3 meses) = 80.000,00 x (1 + 0,03 x 3) = R$ 87.200,00

    FVF (i = 9% a.m., n = 1 trimestre) = 80.000 x (1 + 0,09 x 1) = R$ 87.200,00

    280,00

    (1 + 0,024)1VP = +

    280,00

    (1 + 0,024)2+

    280,00

    (1 + 0,024)3

    280,00

    (1 + 0,024)1VP = +

    280,00

    (1 + 0,024)2+

    280,00

    (1 + 0,024)3

    280,00

    (1,024)1VP = +

    280,00

    (1,024)2+

    280,00

    (1,024)3

    280,00

    (1,024)1VP = +

    280,00

    (1,024)2+

    280,00

    (1,024)3

    1=

    3

    3

    9Prazos Taxas

    1=

    3

    3

    9Prazos Taxas

  • MTE CETAM - SETRAB

    34

    O conceito enunciado de taxa equivalente permanece vlido para o regime de juros

    compostos diferenciando-se, no entanto, a frmula de clculo da taxa de juros. Por se

    tratar de capitalizao exponencial, a expresso da taxa equivalente composta a mdia

    geomtrica da taxa de juros do perodo inteiro, isto :

    Onde: q = nmero de perodos de capitalizao.

    Por exemplo, a taxa equivalente composta mensal de 10,3826% ao semestre de

    1,66%, ou seja:

    i6 = 1,0166 1 = 0,0166 ou 1,66% ao ms

    Assim, para um mesmo capital e prazo de aplicao, indiferente (equivalente) o

    rendimento de 1,66% ao ms ou 10,3826% ao semestre. Ilustrativamente, um capital de

    R$ 100.000,00 aplicado por dois anos produz:

    Para i = 1,66% ao ms e n = 24 meses:

    VF = VP x (1 + i)n = VF = 100.000,00 x (1 + 0,0166)24 = R$ 148.457,63

    Para i = 10,3826% ao semestre e n = 4 semestres:

    VF = VP x (1 + i)n = VF = 100.000,00 x (1 + 0,103826)4 = R$ 148.457,62

    Outro exemplo visa facilitar o melhor entendimento do conceito e clculo de taxa

    equivalente de juros no regime exponencial (composto).

    iq = 1 + i - 1

    q

    iq = 1 + i - 1iq = 1 + i - 1

    q

    i6 = 1 + 0,103826 - 1

    6

    i6 = 1 + 0,103826 - 1

    6

    i6 = 1,103826 - 1

    6

    i6 = 1,103826 - 1

    6

  • MTE CETAM - SETRAB

    35

    Um certo banco divulga que a rentabilidade oferecida por uma aplicao financeira

    de 12% ao semestre (ou 2% ao ms). Dessa maneira, uma aplicao de R$ 10.000,00

    produz, ao final de 6 meses, o montante de R$ 11.200,00 (10.000,00 x 1,12).

    Efetivamente, os 12% constitui-se na taxa de rentabilidade da operao para o perodo

    inteiro de um semestre, e, em bases mensais, esse percentual deve ser expresso em

    termos de taxa composta.

    Assim, os 12% de rendimentos do semestre determinam uma rentabilidade efetiva

    mensal de 1,91% e no de 2% conforme enunciado acima.

    De outra maneira:

    i6 = 1,019068 1 = 0,019068 i6 = 1,91% ao ms.

    Naturalmente, ao se aplicar R$ 10.000,00 por 6 meses a uma taxa composta de

    1,91% ao ms, chega-se ao montante de R$ 11.200,00:

    VF = VP x (1 + i)n VF = 10.000,00 (1 + 0,0191)6 = R$ 11.202,13

    Verifica-se, ento, que o processo de descapitalizao da taxa de juro no regime

    composto processa-se pela apurao de sua mdia geomtrica, ou seja, da taxa

    equivalente. Nesse caso, o percentual de juro considerado representa a taxa efetiva de

    juro da operao.

    Exemplos:

    Quais as taxas de juros compostos mensal e trimestralmente equivalentes a 25%

    ao ano?

    Soluo:

    a) Taxa de juros equivalente mensal

    i6 = 1,12 - 1

    6

    i6 = 1,12 - 1

    6

    i6 = 1 + 0,12 - 1

    6

    i6 = 1 + 0,12 - 1

    6

  • MTE CETAM - SETRAB

    36

    i = 25% ao ano (0.25)

    q = 1 ano (12 meses)

    i12 = 1,018769 1 i12 = 0,018769 i12 = 1,877% a. m.

    b) Taxa de juros equivalente trimestral

    q = 1 ano (4 trimestres)

    i4 = 1,057371 1 i4 = 0,057371 i4 = 5,737% a. t.

    Explicar a melhor opo: aplicar um capital de R$ 60.000,00 taxa de juros

    compostos de 9,9% ao semestre ou taxa de 20,78% ao ano.

    Soluo: para a identificao da melhor opo apura-se o montante para as duas taxas e

    para um mesmo perodo. Por exemplo: n = 1 ano.

    i12 = 1 + 0,25 - 1

    12

    i12 = 1 + 0,25 - 1

    12

    iq = 1 + i - 1

    q

    iq = 1 + i - 1iq = 1 + i - 1

    q

    i12 = 1,25 - 1

    12

    i12 = 1,25 - 1

    12

    i4 = 1 + 0,25 - 1

    4

    i4 = 1 + 0,25 - 1

    4

    i4 = 1,25 - 1

    4

    i4 = 1,25 - 1

    4

  • MTE CETAM - SETRAB

    37

    VF (9,9% a.s.) = 60.000,00 x (1 + 0,099)2 = R$ 72,468,00

    VF (20,78% a.a.) = 60.000,00 x (1 + 0,2078)1 = R$ 72.468,00

    Produzindo resultados iguais para um mesmo perodo, diz-se que as taxas so

    equivalentes. indiferente para um mesmo prazo, e para o regime de juros compostos

    aplicar 9,9% a.s. ou a 20,78% a.a.

    Demonstrar se a taxa de juros de 11,8387% ao trimestre equivalente taxa de

    20,4999% para cinco meses. Calcular tambm a equivalente mensal composta dessas

    taxas.

    Soluo: uma maneira simples de identificar equivalncia de taxas de juros apurar o

    MMC de seus prazos e capitaliz-las para este momento. Se os resultados forem iguais

    na data definida pelo MMC, diz-se que as taxas so equivalentes, pois produzem, para

    um mesmo capital, montantes idnticos.

    Sabendo-se que o MMC dos prazos das taxas de 5 meses (3 meses e 5 meses),

    tm-se:

    a) (1 + 0,118387)5 1 = 74,9688% para 15 meses

    b) (1 + 0,204999)3 1 = 74,9688% para 15 meses

    As taxas de 11,8387% ao trimestre e 20,4999% para 5 meses so equivalentes

    compostas, pois quando capitalizadas para um mesmo momento produzem resultados

    iguais.

    Taxa equivalente Mensal (descapitalizao):

    a)

    i3 = 1+ 0,118387 - 1

    3

    i3 = 1+ 0,118387 - 1

    3

    i3 = 1,118387 - 1

    3

    i3 = 1,118387 - 1

    3

  • MTE CETAM - SETRAB

    38

    i3 = 1,038000 1 i3 = 0,038000 i3 = 3,8% a. m.

    b)

    i5 = 1,038000 1 i5 = 0,038000 i5 = 3,8% a. m.

    Por serem equivalentes, a taxa mensal igual.

    3.9 TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA (JUROS COMPOSTOS)

    A taxa efetiva de juros a taxa dos juros apurada durante o prazo n, sendo

    formada exponencialmente atravs dos perodos de capitalizao. Ou seja, taxa efetiva

    o processo de formao de juros pelo regime de juros compostos ao longo dos perodos

    de capitalizao. obtida pela seguinte expresso:

    Taxa Efetiva (if) = (1 + i)q - 1

    Onde q representa o nmero de perodos de capitalizao dos juros.

    Por exemplo, uma taxa de 3,8% ao ms determina um montante efetivo de juros de

    56,45% ao ano, ou seja:

    if = (1 + 0,038)12 1 = 56,45% a.a.

    Quando se diz, por outro lado, que uma taxa de juros nominal, geralmente

    admitido que o prazo de capitalizao dos juros (ou seja, perodo de formao e

    incorporao dos juros ao principal) no o mesmo daquele definido para a taxa de juros.

    Por exemplo, seja a taxa nominal de juros de 36% ao ano capitalizada

    mensalmente. Os prazos no so coincidentes. O prazo de capitalizao de um ms e o

    prazo a que se refere taxa de juros igual a um ano (12 meses).

    i5 = 1+0,204999 - 1

    5

    i5 = 1+0,204999 - 1

    5

    i5 = 1,204999 - 1

    5

    i5 = 1,204999 - 1

    5

  • MTE CETAM - SETRAB

    39

    Assim, 36% ao ano representam uma taxa nominal de juros, expressa para um

    perodo inteiro, a qual deve ser atribuda ao perodo de capitalizao (nesse caso, a

    capitalizao mensal).

    Quando se trata de taxa nominal comum admitir-se que a capitalizao ocorre

    por juros proporcionais simples. Assim, no exemplo, a taxa por perodo de capitalizao

    de 36% / 12 = 3% ao ms (taxa proporcional ou linear).

    Ao se capitalizar essa taxa nominal, apura-se uma taxa efetiva de juros superior

    quela declarada para a operao. Baseando-se nos dados do exemplo ilustrativo acima,

    tem-se:

    - Taxa nominal da operao para o perodo = 36% ao ano

    - Taxa proporcional simples

    (taxa definida para o perodo de capitalizao) = 3% ao ms

    - Taxa efetiva de juros: if = (1 + 0,36 / 12)12 1 = 42,6% ao ano

    Observe que a taxa nominal no revela a efetiva taxa de juros de uma operao.

    Ao dizer que os juros anuais so de 36%, mais capitalizados mensalmente, apura-se que

    a efetiva taxa de juros atinge 42,6% ao ano.

    Para que 36% ao ano fossem considerados a taxa efetiva, a formao mensal dos

    juros deveria ser feita a partir da taxa equivalente composta, ou seja:

    i12 = 1,025955 1 i12 = 0,025955 i12 = 2,6% a. m.

    Ao se capitalizar exponencialmente essa taxa de juros equivalente mensal, chega-

    se, evidentemente, aos 36% ao ano.

    if = (1 + 0,026)12 1 = 36% a.a.

    iq = 1 + i - 1

    q

    iq = 1 + i - 1iq = 1 + i - 1

    q

    i12 = 1 + 0,36 - 1

    12

    i12 = 1 + 0,36 - 1

    12

    i12 = 1,36 - 1

    12

    i12 = 1,36 - 1

    12

  • MTE CETAM - SETRAB

    40

    Convenciona-se, nesta apostila, quando houver mais de um perodo de

    capitalizao e no houver uma meno explcita de que se trata de uma taxa efetiva, que

    a atribuio dos juros a esses perodos deve ser processada atravs da taxa proporcional.

    Por outro lado, quando os prazos forem coincidentes (prazo da taxa e o de formao dos

    juros) a representao da taxa de juros abreviada. Por exemplo, a expresso nica

    10% a.a. indica que os juros so tambm capitalizados em termos anuais.

    Exemplos:

    Um emprstimo no valor de R$ 11.000,00 efetuado pelo prazo de um ano taxa

    nominal (linear) de juros de 32% ao ano, capitalizados trimestralmente. Pede-se

    determinar o montante e o custo efetivo do emprstimo.

    Soluo: admitindo-se, de acordo com a conveno adotada, que a taxa de juros pelo

    perodo de capitalizao seja proporcional simples, tem-se:

    Taxa nominal (linear)

    i = 32% a.a.

    Descapitalizao proporcional i = 32% / 4 = 8% a.t.

    Montante do emprstimo VF = VP x (1 + i)n VF = 11.000,00 x (1 + 0,08)4

    VF = R$ 14.965,38

    Taxa Efetiva

    if = (1 + i)n -1 if = (1 + 0,08)4 1 if = 36,05% a.a.

    Sendo 24% ao ano a taxa nominal de juros cobrada por uma instituio, calcular o

    custo efetivo anual, admitindo-se que o perodo de capitalizao dos juros seja:

    Mensal;

    Trimestral;

    Semestral.

    Soluo:

    a) Custo efetivo (if) = (1 + 0,24 / 12)12 1 = 26,82% a.a.

  • MTE CETAM - SETRAB

    41

    b) Custo efetivo (if) = (1 + 0,24 / 4)4 1 = 26,25% a.a.

    c) Custo efetivo (if) = (1 + 0,24 / 2)2 1 = 25,44% a.a.

    Uma aplicao financeira promete pagar 42% ao ano de juros. Sendo de um ms o

    prazo de aplicao, pede-se determinar a sua rentabilidade efetiva considerando-se os

    juros de 42% ao ano, como:

    Taxa Efetiva;

    Taxa Nominal.

    Soluo:

    a) Taxa Efetiva a rentabilidade mensal a taxa equivalente composta de 42% ao

    ano.

    I12 = 1,029653 1 i12 = 0,029653 i12 = 2,97% a.m.

    Capitalizando-se exponencialmente os juros de 2,97% ao ms, chega-se,

    evidentemente, taxa efetiva anual de 42%, isto :

    (1 + 0,0297)12 1 = 42% a.a.

    Taxa Nominal a rentabilidade mensal de 42% ao ano definida pela taxa

    proporcional simples, isto :

    i = 42% / 12 i = 3,5% a.m.

    Ao se capitalizar exponencialmente essa taxa para o prazo de um ano, chega-se a

    um resultado efetivo superior taxa nominal dada de 42% ao ano:

    if = (1 + 0,035)12 1 if = 51,10% a.a.

    i12 = 1 + 0,42 - 1

    12

    i12 = 1 + 0,42 - 1

    12

    i12 = 1,42 - 1

    12

    i12 = 1,42 - 1

    12

  • MTE CETAM - SETRAB

    42

    Logo, 51,10% ao ano a taxa efetiva anual da operao, sendo de 42% a taxa

    declarada (nominal).

    Muitas vezes, o mercado financeiro define, para uma mesma operao, expresses

    diferentes de juros em termos de sua forma de capitalizao. Por exemplo, uma linha de

    crdito de cheque especial costuma ser definida, na prtica, tanto por taxa efetiva como

    por taxa nominal. Nessas condies, para a comparabilidade dos custos essencial que

    se referenciem as taxas segundo um mesmo critrio de apurao dos juros. importante

    que a pessoa que ir realizar e/ou calcular as transaes esteja atenta a essas taxas.

    4 DESCONTOS

    Entende-se por valor nominal o valor do resgate, ou seja, o valor definido para um

    ttulo em sua data de vencimento. Representa, em outras palavras, o prprio montante da

    operao.

    A operao de se liquidar um ttulo antes de seu vencimento envolve geralmente

    uma recompensa, ou um desconto pelo pagamento antecipado. Dessa maneira, desconto

    pode ser entendido como a diferena entre o valor nominal de um ttulo e seu valor

    atualizado apurado n perodos antes de seu vencimento.

    Por outro lado, valor descontado de um ttulo o seu valor atual na data do

    desconto, sendo determinado pela diferena entre o valor nominal e o desconto, ou seja:

    Valor Descontado = Valor Nominal Desconto

    As operaes de desconto podem ser realizadas tanto sob o regime de juros

    simples como no de juros compostos. Tanto no regime linear como no composto, ainda

    so identificados dois tipos de desconto: a) desconto por dentro ou racional e; b)

    desconto por fora ou bancrio ou comercial.

  • MTE CETAM - SETRAB

    43

    4.1 DESCONTO SIMPLES

    4.1.1 Desconto Racional (ou por dentro)

    O desconto racional, tambm denominado de desconto por dentro, incorpora os

    conceitos e relaes bsicas de juros simples, conforme desenvolvido no incio desta

    apostila.

    Assim, sendo Dr o valor do desconto racional, C o capital (ou valor atual), i a taxa

    peridica de juros e n o prazo do desconto (nmero de perodos que o ttulo negociado

    antes de seu vencimento), tem-se a conhecida expresso de juros simples:

    Dr = C x i x n

    Pela prpria definio de desconto e introduzindo-se o conceito de valor

    descontado no lugar de capital no clculo do desconto, tem-se:

    Dr = N x Vr

    Sendo N o valor nominal (ou valor de resgate, ou montante) e Vr o valor

    descontado racional (ou valor atual) na data da operao.

    Como:

    Tem-se:

    A partir dessa frmula possvel calcular o valor do desconto racional obtido de

    determinado valor nominal (N), a uma dada taxa simples de juros (i) e a um determinado

    prazo de antecipao (n).

    N

    1 + i x nVr = C =

    N

    1 + i x nVr = C =

    N x i x n

    1 + i x nDr =

    N x i x n

    1 + i x nDr =

  • MTE CETAM - SETRAB

    44

    J o valor descontado, conforme definio apresentada, obtido pela seguinte

    expresso de clculo:

    Observe, uma vez mais, que o desconto racional representa exatamente as

    relaes de juros simples descritas no incio desta apostila. importante registrar que o

    juro incide sobre o capital (valor atual) do ttulo, ou seja, sobre o capital liberado da

    operao. A taxa de juro (desconto) cobrada representa, dessa maneira, o custo efetivo

    de todo o perodo do desconto.

    Exemplo:

    Seja um ttulo de valor nominal de R$ 4.000,00 vencvel em um ano, que est

    sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de

    juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado dessa operao.

    Soluo: representada graficamente.

    Desconto:

    N

    1 + i x nVr =

    N

    1 + i x nVr =

    0 9 12 mesesi = 42% a.a.

    = 3,5% a.m.

    Vr N = R$ 4.000,00

    0 9 12 mesesi = 42% a.a.

    = 3,5% a.m.

    Vr N = R$ 4.000,00

    N x i x n

    1 + i x nDr =

    N x i x n

    1 + i x nDr =

    4.000,00 x 0,035 x 3

    1 + 0,035 x 3Dr =

    4.000,00 x 0,035 x 3

    1 + 0,035 x 3Dr =

    420,00

    1,105Dr =

    420,00

    1,105Dr =

  • MTE CETAM - SETRAB

    45

    Dr = R$ 380,10

    Valor descontado: Valor descontado = Valor Nominal Desconto

    Vr = N - Dr

    Vr = 4.000,00 380,10 = R$ 3.619,90

    Ou

    Vr = R$ 3.619,90

    Utilizando-se a segunda expresso (Vr), consegue-se chegar ao valor descontado

    de forma mais rpida.

    4.1.2 Desconto Bancrio (ou Comercial, ou por fora)

    Esse tipo de desconto, simplificadamente por incidir sobre o valor nominal (valor de

    resgate) do ttulo, proporciona maior volume de encargos financeiros efetivos nas

    operaes. Observe que, ao contrrio dos juros por dentro, que calculam os encargos

    sobre o capital efetivamente liberado na operao, ou seja, sobre o valor presente, o

    critrio por fora apura os juros sobre o montante, indicando custos adicionais ao tomador

    de recursos.

    A modalidade de desconto por fora amplamente adotada pelo mercado,

    notadamente em operaes de crdito bancrio e comercial em curto prazo.

    O valor desse desconto, genericamente denominado de desconto por fora (DF),

    no regime de juros simples determinado pelo produto do valor nominal do ttulo (N), da

    taxa de desconto peridica por fora contratada na operao (d) e do prazo de

    antecipao para o desconto (n). Isto :

    DF = N x d x n

    N

    1 + i x nVr =

    N

    1 + i x nVr =

    4.000,00

    1 + 0,035 x 3Vr =

    4.000,00

    1 + 0,035 x 3Vr =

  • MTE CETAM - SETRAB

    46

    O valor descontado por fora (VF), aplicando-se a definio, obtido:

    VF = N DF

    VF = N N x d x n

    VF = N (1 - d x n)

    Exemplo: Para melhor avaliar as diferenas dos tipos de descontos, so desenvolvidos os

    mesmos exemplos utilizados anteriormente no desconto racional (ou por dentro).

    Seja um ttulo de valor nominal de R$ 4.000,00 vencvel em um ano, que est

    sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa de

    desconto adotada, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operao.

    Soluo: analogamente.

    Desconto: DF = N x d x n

    DF = 4.000,00 x 0,035 x 3 DF = R$ 420,00

    Observe que o maior valor dos juros cobrados pelo ttulo deve-se ao fato, conforme

    ressaltado anteriormente, de o desconto por fora ser aplicado diretamente sobre o valor

    nominal (valor de resgate) e no sobre o valor atual como caracterstico das operaes

    de desconto racional.

    Em verdade, o valor do desconto for fora equivale, num mesmo momento do

    tempo, ao montante do desconto por dentro, supondo-se as mesmas condies de

    prazo e taxa. Isto :

    0 9 12 mesesd = 42% a.a.

    = 3,5% a.m.

    VF N = R$ 4.000,00

    0 9 12 mesesd = 42% a.a.

    = 3,5% a.m.

    VF N = R$ 4.000,00

  • MTE CETAM - SETRAB

    47

    Dr = R$ 380,10

    DF = R$ 420,00

    Para uma taxa de 3,5% a.m. e um perodo de desconto de 3 meses, conforme

    estabelecido na ilustrao, tm-se:

    DF = Dr (1 + i x n)

    DF = 380,10 x (1 + 0,035 x 3)

    DF = 380,10 x (1,105)

    DF = R$ 420,00

    O clculo do valor descontado (VF) desenvolvido:

    VF = N (1 d x n)

    VF = 4.000,00 x (1 0,035 x 3)

    VF = 4.000,00 x (0,895)

    VF = R$ 3.580,00

    Torna-se evidente que o devedor desse ttulo, descontado pelo desconto bancrio

    (ou comercial, ou por fora), assume encargos maiores do que aqueles declarados para a

    operao.

    A taxa de juros efetiva dessa operao no equivale taxa de desconto utilizada.

    Note que, se so pagos R$ 420,00 de juros sobre um valor atual de R$ 3.580,00, a taxa

    de juros assume o seguinte percentual efetivo:

    i = R$ 420,00 / R$ 3.580,00 i = 11,73% a.t.

    Logo, no desconto por fora fundamental separar a taxa de desconto (d) e a taxa

    efetiva de juros (i) da operao. Em toda operao de desconto por fora h uma taxa

    implcita (efetiva) de juros superiores taxa declarada.

    4.2 DESCONTO COMPOSTO

  • MTE CETAM - SETRAB

    48

    O desconto composto, utilizado basicamente em operaes em um longo prazo,

    pode ser identificado, igualmente ao desconto simples, em dois tipos: o desconto por

    dentro (racional) e o desconto por fora.

    4.2.1 Desconto composto por fora

    O desconto composto por fora caracteriza-se pela incidncia sucessiva da taxa de

    desconto sobre o valor nominal do ttulo, o qual deduzido, em cada perodo, dos

    descontos obtidos em perodos anteriores.

    Nesta conceituao, o desconto composto por fora apresenta os seguintes

    resultados numa sucesso de perodos:

    1 Perodo: VF1 = N D

    Como: DF = N x d

    Tem-se:

    VF1 = N N x d

    VF1 = N (1 d)

    O valor N (1 d) o novo valor nominal sobre o qual incidir a taxa de desconto no

    perodo seguinte:

    2 Perodo: DF2 = N (1 d) x d

    Logo: VF2 = VF1 DF2

    VF2 = N (1 d) N (1 d) x d

    VF2 = N Nd (N + Nd) x d

    VF2 = N Nd Nd + Nd2

    VF2 = N 2Nd - Nd2

    Colocando N em evidncia:

    VF2 = N (1 2d + d2)

    VF2 = N (1 d)2

    3 Perodo: DF3 = N (1 d)2 x d

    Logo: VF3 = VF2 DF3

    VF3 = N (1 d)2 N (1 d)2 x d

    VF3 = N (1 2d + d2) N (1 2d + d2) x d

    VF3 = N 2dN + Nd2 Nd + 2d2N Nd3

  • MTE CETAM - SETRAB

    49

    VF3 = N (1 2d + d2 d + 2d2 d3)

    VF3 = N (1 3d + 3d2 d3)

    VF3 = N (1 d)3

    E assim sucessivamente at o ensimo perodo.

    Ensimo perodo: generalizando o desenvolvimento do desconto composto por

    fora, obtm-se a seguinte expresso de clculo:

    VF = N (1 d)n

    Como: DF = N VF

    Tem-se: DF = N N (1 d)n

    DF = N [1 (1 d)n]

    Por apresentar rarssimas aplicaes prticas, os exerccios desse tipo de

    desconto composto ficam restritos ao exemplo abaixo desenvolvido.

    Exemplo:

    Um ttulo de valor nominal de R$ 35.000,00 negociado atravs de uma operao

    de desconto composto por fora 3 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto

    adotada atinge 5% ao ms. Pede-se determinar o valor descontado, o desconto e a taxa

    de juros efetiva da operao.

    Soluo: N = R$ 35.000,00 VF = ?

    n = 3 meses

    DF = ?

    d = 5% a.m.

    i = ?

    Desconto:

    DF = N [1 (1 d)n]

    DF = 35.000,00 [1 (1 0,05)3]

  • MTE CETAM - SETRAB

    50

    DF = 35.000,00 x 0,142625

    DF = R$ 4.991,88

    Valor Descontado: VF = N (1 d)n

    VF = 35.000,00 (1 0,05)3

    VF = R$ 30.008,12

    Ou :

    VF = N - DF

    VF = 35.000,00 - 4.991,88 = R$ 30.008,12

    Taxa efetiva de juros:

    35.000,00 = 30.008,12 (1 + i)3

    1,0526 = 1 + i i = 0,0526 ou: 5,26% a.m.

    4.2.2 Desconto Composto por dentro

    0 3 (meses)

    N = R$ 35.000,00VF = R$ 30.008,12

    0 3 (meses)

    N = R$ 35.000,00VF = R$ 30.008,12

    35.000,00= (1 + i)3

    3

    30.008,12

    335.000,00

    = (1 + i)3

    3

    30.008,12

    3

    1,166351 = (1 + i)

    3

    1,166351 = (1 + i)

    3

  • MTE CETAM - SETRAB

    51

    Conforme comentado, o desconto composto por dentro ou (racional) aquele

    estabelecido segundo conhecidas relaes do regime de juros compostos.

    Assim sendo, o valor descontado racional (Vr) equivale ao valor presente de juros

    compostos, conforme apresentado anteriormente nesta apostila, ou seja:

    Por outro lado, sabe-se que o desconto obtido pela diferena entre o valor

    nominal (resgate) e o valor descontado (valor presente). Logo, o desconto racional (Dr)

    tem a seguinte expresso de clculo:

    Dr = N Vr

    Dr = N

    Colocando-se N em evidncia:

    Dr = N

    Por exemplo, suponha que uma pessoa deseja descontar uma nota promissria 3

    meses antes de seu vencimento. O valor nominal desse ttulo de R$ 50.000,00. Sendo

    4,5% ao ms a taxa de desconto racional, o valor lquido recebido (valor descontado) pela

    pessoa na operao atinge:

    Vr = R$ 43.814,83

    O valor do desconto racional, por seu lado, soma a:

    N

    (1 + i)nVr =

    N

    (1 + i)nVr =

    N

    (1 + i)n

    N

    (1 + i)n

    ( 1(1 + i)n1 - ) ( 1

    (1 + i)n1 - )

    50.000,00

    (1 + 0,045)3Vr =

    50.000,00

    (1 + 0,045)3Vr =

    N

    (1 + i)nVr =

    N

    (1 + i)nVr =

  • MTE CETAM - SETRAB

    52

    Dr = N Vr

    Dr = 50.000,00 43.814,83 = R$ 6.185,17

    Por se tratar de desconto racional (por dentro), a taxa efetiva de juros a prpria

    taxa de desconto considerada, isto :

    50.000,00 = 43.814,83 (1 + i)3

    1,045 = 1 + i

    i = 4,5% a.m.

    Exemplos:

    Sabe-se que um ttulo, para ser pago daqui a 12 meses, foi descontado 5 meses

    antes de seu vencimento. O valor nominal do ttulo de R$ 42.000,00 e a taxa de

    desconto de 3,5% ao ms. Calcular o valor lquido liberado nessa operao sabendo-se

    que foi utilizado o desconto composto por dentro.

    Soluo:

    50.000,00

    3

    43.814,83= (1 + i)3

    350.000,00

    3

    43.814,83= (1 + i)3

    3

    = (1 + i)33

    1,141166 = 1 + i

    3

    1,141166 = 1 + i

    3

    0 7 12 mesesi = 3,5% a.m.

    Vr N = R$ 42.000,00

    0 7 12 mesesi = 3,5% a.m.

    Vr N = R$ 42.000,00

    N

    (1 + i)nVr =

    N

    (1 + i)nVr =

  • MTE CETAM - SETRAB

    53

    Vr = R$ 35.362,87

    O valor do desconto racional:

    Dr = N Vr

    Dr = 42.000,00 35.362,87 = R$ 6.637,13

    Calcular o valor do desconto racional de um ttulo de valor nominal de R$

    12.000,00 descontado 4 meses antes de seu vencimento taxa de 2,5% ao ms.

    Soluo: Dr = ?

    N = R$ 12.000,00

    n = 4 meses

    i = 2,5% a.m.

    Dr = N

    Dr = 12.000,00

    Vr =42.000,00

    (1 + 0,035)5Vr =

    42.000,00

    (1 + 0,035)5

    ( 1(1 + i)n1 - ) ( 1

    (1 + i)n1 - )

    ( 1(1 + 0,025)41 - ) ( 1

    (1 + 0,025)41 - )

  • MTE CETAM - SETRAB

    54

    Dr = 12.000,00 x 0,094049 R$ 1.128,59

    Um banco libera a um cliente R$ 6.800,00 provenientes do desconto de um ttulo

    de valor nominal de R$ 9.000,00 descontado taxa de 4% a.m. Calcular o prazo de

    antecipao em que foi descontado esse ttulo.

    Soluo: Vr = R$ 6.800,00

    N = R$ 9.000,00

    n = ?

    i = 4% a.m.

    log (1,04)n = log 1,323529

    n x log 1,04 = log 1,323529

    n = 0,121733 / 0,017033 n = 7,146891 n = 7,15 meses

    N

    (1 + i)nVr =

    N

    (1 + i)nVr =

    6.800,00 = 9.000,00

    (1 + 0,04)n6.800,00 =

    9.000,00

    (1 + 0,04)n

    (1,04)n = 9.000,00

    6.800,00(1,04)n =

    9.000,00

    6.800,00

    n = log 1,323529

    log 1,04n =

    log 1,323529

    log 1,04

  • MTE CETAM - SETRAB

    55

    5 PRESTAES

    cada vez mais demandado o uso do clculo financeiro na definio de

    estratgias comerciais de compra e venda, analisando a atratividade dos vrios planos

    financeiros que comumente so divulgados pelo comrcio em geral. Para as vrias

    decises econmicas a serem tomadas por uma empresa ou por uma pessoa fsica,

    indispensvel o conhecimento da taxa efetiva de juros embutidos nas operaes a prazo,

    e o seu confronto com o desconto concedido em operaes vista.

    A aplicao da matemtica financeira nas operaes comerciais objetiva

    determinar:

    A efetiva reduo do preo da mercadoria/produto, causada pelas condies de

    pagamento concedidas para determinada taxa de inflao ou custo de

    oportunidade;

    O percentual de desconto nas operaes vista que seria equivalente concesso

    do prazo respectivo;

    Para determinado nvel de inflao, quais os planos de venda a prazo

    considerados economicamente mais interessantes.

    O objetivo da avaliao dessas estratgias comparar as vrias alternativas de

    venda expressas em moeda constante, ou seja, com poder de compra de mesma data.

    Evidentemente, o fluxo de valores das vendas poderia tambm ser descontado por um

    custo de oportunidade de mercado, como a taxa de desconto bancrio de duplicatas, sem

    que isso alterasse a essncia do raciocnio apresentado.

    Por outro lado, o enfoque das estratgias de vendas a ser adotado neste item

    preferencialmente voltado para o lado do vendedor, apurando-se assim a perda da venda.

    De forma oposta, essa perda transforma-se em benefcio para quem compra.

    A frmula de matemtica financeira para se calcular uma prestao a seguinte:

    Onde, PMT a prestao.