apostila financas corporativas
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FINANÇAS CORPORATIVAS
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Este material é parte integrante da disciplina “Finanças Corporativas” oferecido pela
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fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos
diretamente no ambiente de aprendizagem online.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Sumário
AULA 01 • CONCEITOS BÁSICOS E AREAS DE ATUAÇÃO.........................................................6 Introdução ...................................................................................................................................6 Histórico ......................................................................................................................................7 Funcões principais do administrador financeiro ...........................................................................8 Objetivos e Funcões da Administração Financeira ....................................................................10 Introdução .............................................................................................................................10
Objetivos da administração financeira .......................................................................................10 Funções financeiras ..................................................................................................................11 Conceitos financeiros básicos ...................................................................................................12 Introdução: objetivo das empresas ........................................................................................12
Atividades empresariais.............................................................................................................12 Regime de competência e regime de caixa ...............................................................................13 Exercícios..................................................................................................................................14
AULA 02 • RISCO E RETORNO ...................................................................................................15 Introdução .................................................................................................................................15 Retorno .....................................................................................................................................15 Risco .........................................................................................................................................16 Avaliação do risco .....................................................................................................................17 Distribuição de probabilidades...................................................................................................18 O desvio padrão como medida de risco.....................................................................................19 Exercícios..................................................................................................................................20
AULA 03 • MERCADO FINANCEIRO............................................................................................22 Sistema financeiro nacional.......................................................................................................22 Introdução .............................................................................................................................22
Evolução histórica .....................................................................................................................22 Autoridades monetárias.............................................................................................................24 Instituições financeiras ..............................................................................................................26 Mercados Financeiros Classificação..........................................................................................27 Mercado monetário....................................................................................................................28 Mercado de crédito....................................................................................................................28 Mercado de capitais ..................................................................................................................29 Mercado de câmbio ...................................................................................................................29 Exercícios..................................................................................................................................30
AULA 04 • CONTABILIDADE FINANCEIRA..................................................................................31 Contabilidade ............................................................................................................................31 Conceito ................................................................................................................................31
Objeto da contabilidade.............................................................................................................31 Objetivo da contabilidade ..........................................................................................................32 Finalidade..................................................................................................................................32 Principais categorias de usuários ..............................................................................................32 Técnicas contábeis básicas.......................................................................................................33 Campos de atuação da contabilidade........................................................................................33 Aplicação da contabilidade: ...................................................................................................33
O patrimônio..............................................................................................................................34 Conceito ................................................................................................................................34
Aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio ......................................................................35 Representação gráfica do patrimônio ........................................................................................35 Balanço patrimonial ...................................................................................................................36
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Introdução .............................................................................................................................36 Origens e aplicações de recursos..............................................................................................39 Passivo – origem dos recursos..................................................................................................39 Ativo aplicação de recursos.....................................................................................................39 Classificação dos componentes patrimoniais ............................................................................40 Exercícios..................................................................................................................................40
AULA 05 • ANALISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS..................................................42 Análise horizontal e vertical .......................................................................................................42 Introdução .............................................................................................................................42
Análise horizontal ......................................................................................................................42 Análise vertical ..........................................................................................................................42 Análise por índices: índices de estrutura de capital ...................................................................43 Introdução – Análise por Índices............................................................................................43 Classificação dos índices.......................................................................................................43
Índices de estrutura de capital ...................................................................................................44 Análise por índices: índices de liquidez e rotação......................................................................45 Introdução .............................................................................................................................45
Índices de liquidez.....................................................................................................................46 Índices operacionais..................................................................................................................47 Análise por índices: índices de rentabilidade e retorno..............................................................48 Introdução .............................................................................................................................48
Índices de Rentabilidade ...........................................................................................................48 Margem Bruta............................................................................................................................49 Margem Operacional .................................................................................................................49 Giro dos ativos.......................................................................................................................50 Lucro por ação.......................................................................................................................50
Índices de retorno......................................................................................................................50 A fórmula da Dupont..................................................................................................................50 Exercícios..................................................................................................................................51
AULA 06 • FLUXO DE CAIXA .......................................................................................................53 Introdução .................................................................................................................................53 Conceitos ..................................................................................................................................53 Representação através de tabela ..........................................................................................53 Representação gráfica...........................................................................................................54
Cálculos e componentes ...........................................................................................................54 Fluxos de caixa relevantes ........................................................................................................54 Determinação do investimento inicial.........................................................................................55
AULA 07 • ANALISE DE INVESTIMENTOS..................................................................................57 Decisão de investimentos: valor presente líquido (vpl) ..............................................................57 Valor presente líquido................................................................................................................57 Fluxo......................................................................................................................................57 Critérios de decisão...............................................................................................................58
Decisão de investimentos: taxa interna de retorno (tir) ..............................................................59 Taxa interna de retorno .............................................................................................................59 Critérios de decisão...................................................................................................................60 Estimação do valor presente líquido..........................................................................................60
AULA 08 • GESTÃO DE TESOURARIA ........................................................................................63 Rentabilidade vs Risco ..............................................................................................................63 Ativo Circulante .........................................................................................................................63 Introdução .............................................................................................................................63
Fluxo do Ativo Circulante...........................................................................................................63 Manutenção do Capital de Giro .................................................................................................63
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Estoques ...................................................................................................................................64 Contas a receber.......................................................................................................................65 A função de Crédito...................................................................................................................65 Cobrança...................................................................................................................................65 Capital de Giro – Capital Circulante Líquido ..............................................................................66 Introdução .............................................................................................................................66
Capital Circulante Líquido..........................................................................................................66 Situações do Capital Circulante Líquido ....................................................................................67 Fontes de Financiamento ..........................................................................................................67 Fontes de Capital de Giro..........................................................................................................67 Planejamento Financeiro – Visão Integrada do Fluxo de Caixa.................................................68 Introdução .............................................................................................................................68
Fluxo de Caixa ..........................................................................................................................68 Manutenção do Saldo de Caixa.................................................................................................69 Fontes de Financiamento em Curto Prazo.................................................................................69 Introdução .............................................................................................................................69
Financiamentos Externos ..........................................................................................................70 Desconto de Títulos...................................................................................................................70 Empréstimos para Capital de Giro.............................................................................................71 Conta Garantida ........................................................................................................................71 Principais Aplicações de Fundos ...............................................................................................71 Introdução .............................................................................................................................71
Aplicação Sobras de Caixa........................................................................................................71 Caderneta de poupança ............................................................................................................72 Aplicações de renda fixa............................................................................................................72 Fundos mútuos de renda fixa ....................................................................................................72 Títulos da dívida pública ............................................................................................................73 Aplicações de renda variável.....................................................................................................73 Conclusão .................................................................................................................................73
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................75
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AULA 01 • CONCEITOS BÁSICOS E AREAS DE ATUAÇÃO
Introdução
Não podemos perder de vista que existe um componente financeiro em todas as decisões
de negócio. Este fato obriga todos os executivos, inclusive aqueles que atuam em áreas tidas
como não financeiras, a ter conhecimentos que lhes permitam transitar com algum conforto nesta
área. No mundo atual, é impossível uma pessoa fazer uma carreira em negócios sem uma base
em administração financeira.
No entanto, esta função empresarial nem sempre teve a importância que tem nos dias de
hoje. Inicialmente voltada para os aspectos legais nas fusões e aquisições empresariais e nas
diversas formas de levantar capitais, vem evoluindo para uma posição extremamente sofisticada
na empresa moderna.
A função financeira corresponde aos esforços despendidos objetivando a formulação de
um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações
ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau
de liquidez.
Na verdade, a função financeira dentro de uma empresa está diretamente relacionada com
a decisão de se fazer um investimento e à decisão de se fazer um financiamento, sem esquecer
que estas duas funções principais estão interligadas.
Seguem alguns aspetos relacionado à Administração Financeira, segundo diversos
autores:
a) Administração financeira cuida de planejamento, análise de investimentos, política de
crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (Lima Netto, 1978).
b) Segundo Sanvicente (1987), o objetivo básico implícito nas decisões de administração
financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos
ou instituições caracterizados como proprietários acionistas ordinários, no caso de uma
sociedade anônima. Entretanto, é feita uma ressalva à rentabilidade máxima, desde que
não seja comprometida a liquidez da empresa.
c) Segundo Lima Netto (1978), a análise de investimentos tem os seguintes métodos:
Período de Pagamento, Lucro Médio, Valor Presente, Valor Futuro, Taxa de Retorno
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Interna e Benefício/Custo. A decisão de investimento é feita em cima de alguns
métodos, citados a seguir e descritos; nem todos são recomendáveis, mas são
incluídos, devido ao seu grande uso na prática.
• Período de pagamento – consiste em medir o número de períodos em que se paga um
investimento, e existem duas variantes desses métodos. A primeira consiste em medirse
quantos anos o lucro acumulado paga o capital. Outra variante do método consiste em
considerarse toda a geração de fundos do projeto, no caso, lucro líquido mais
depreciação. A segunda variante é preferível, pois considera a depreciação.
• Lucro Médio – consiste em calcular o Lucro Líquido Médio de um investimento durante
todos os seus períodos e dividir este lucro pelo investimento.
• Valor Presente – consiste em calcular o Valor Presente do fluxo de fundos do
investimento, a uma certa taxa de juros. Os investimentos de maior valor presente são
preferidos. O problema crucial é a escolha da taxa de juros, devendo ser usada a taxa
mínima alternativa.
• Valor Futuro – é bem parecido com o método de valor presente, exceto pelo fato de que
se comparam valores futuros nas alternativas.
• Taxa de Retorno Interna – O valor presente de um investimento depende da taxa de juros
considerada. Em quase todos investimentos considerados na prática existe uma taxa de
juros, em alguns casos mais que uma, e o valor presente do investimento é zero.
Histórico
Nos anos 30, época de grandes crises financeiras, era natural que a função financeira
estivesse voltada para falências e concordatas. No momento seguinte, voltase para a
regulamentação do mercado de títulos, com o intuito de evitar novos desastres. Neste período,
começam a tomar forma melhores controles internos e métodos mais sofisticados de preparação
de relatórios financeiros, com a finalidade de demonstrar com maior fidelidade a posição real das
empresas.
Já nos anos 50, o foco muda para o valor das empresas e a melhor forma de escolher
investimentos em ativos e formas de financiamento para maximizar o valor das empresas.
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Vinte anos depois, na década de 70, o foco voltase para a administração do capital de giro
e a obtenção de melhor forma de controlar os ativos, buscando melhores métodos de manutenção
dos registros financeiros e análise dos relatórios.
A partir dos anos 90, testemunhamos uma grande expansão da Administração Financeira,
buscando prever com maior acuidade a utilização de recursos cada vez mais escassos e
buscando investimentos mais eficazes com menores riscos. Desenvolvemse, ainda, técnicas de
simulação mais sofisticadas, utilizando Tecnologia da Informação, que permitam decisões mais
seguras.
Funcões principais do administrador financeiro
Todas as atividades de uma empresa envolvem recursos. Isso irá refletir de forma direta ou
indireta nas operações financeiras. Assim, apesar de não participar diretamente das decisões
operacionais, cabe ao Administrador Financeiro – em última análise – prover os recursos
necessários para materializar as atividades operacionais.
As empresas normalmente possuem uma função dedicada exclusivamente à gestão dos
assuntos financeiros. Veja um organograma típico da função financeira – também chamada de
Tesouraria.
Figura 1. Funções do Administrador Financeiro
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As funções principais da Administração Financeira são:
• Planejamento, controle e análise financeira: consiste em determinar o nível de capital
necessário para a operação adequada da empresa. Para tanto, busca reduzir as
operações da empresa a dados financeiros que permitam uma análise adequada das
atividades.
• Decisões de investimentos: consiste na escolha da destinação dos recursos para aplicá
los: em curto prazo – em ativos circulantes; em longo prazo – em investimentos não
correntes; ou ativos permanentes – tendo em vista a relação apropriada entre risco e
retorno dos investimentos.
• Decisões de financiamento: em determinadas situações, as operações da empresa
necessitam da obtenção de recursos financeiros em curto ou longo prazo que satisfaçam
estas necessidades dentro do perfil de endividamento mais adequado à estrutura da
empresa.
• Geração de previsões financeiras para uso da alta administração: projeções que
demonstrem as necessidades e excedentes de caixa ao longo do tempo. Estas
informações são essenciais para decisões de produção, comercialização e
investimentos.
As principais áreas de finanças são:
Serviços financeiros, concepção e prestação de assessoria financeira e entrega de
produtos financeiros:
• Bancos e instituições correlatas
• Planejamento das finanças pessoais
• Investimentos
• Bens imóveis
• Seguros
Administração financeira: responsabilidades do administrador financeiro:
• Análise financeira
• Análise/ gerência de orçamento de capital
• Gerência de projetos financeiros
• Gerência de caixa
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• Análise/ gerência de crédito
• Administração de fundos de pensão
• Gerência de câmbio
Objetivos e Funcões da Administração Financeira
Introdução
A administração financeira pode ser exercida nas mais diversas organizações: indústria,
comércio ou serviços; empresas estatais ou privadas; voltadas ou não para lucro; governo,
escolas, hospitais, clubes recreativos, ONGs e outras. Suas funções principais são planejamento,
controle, orçamento, previsões, fluxo de caixa, investimentos, financiamentos, crédito, cobrança,
câmbio, operações bancárias e gerenciamento de risco. Ao exercer essas funções, o
administrador financeiro procura responder a questões como: quais investimentos devem ser
feitos? Quais fontes de financiamentos devem ser utilizadas? Qual deve ser a política de
remuneração dos acionistas? Estamos agregando valor aos acionistas?
Existem inúmeros enfoques da administração financeira, destacandose os de retorno,
risco, liquidez, endividamento, eficácia operacional, alavancagem, valor, fusões e aquisições,
mercados financeiro e de capital, mercados futuros e de opções.
Objetivos da administração financeira
De acordo com Ross (1998), é objetivo normativo da empresa" maximizar o valor de
mercado do capital dos proprietários existentes". Esse objetivo deve atender também a um desejo
mais específico do acionista: a remuneração de seu capital, sob a forma de distribuição de
dividendos.
A maximização do lucro, tida por muito tempo como o objetivo principal da empresa, é
objetivo impreciso, pois ações tomadas para maximizar os lucros atuais podem diminuir os lucros
futuros e viceversa. A maximização da riqueza é mais precisa porque envolve o conceito de valor
presente líquido da empresa, incorporando conceitos de risco e de custo de capital. Nas
instituições não voltadas ao lucro, existem outros objetivos que não a maximização da riqueza. No
entanto, essas organizações não prescindem da boa administração, pois precisam garantir sua
solvência financeira.
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Funções financeiras
O Quadro 1 apresenta as principais funções da administração financeira, agrupadas em
duas grandes áreas: tesouraria e controladoria. No Brasil, de modo geral, as funções de tesouraria
são exercidas pelo gerente financeiro, e as funções de controladoria são exercidas pelo controller. Essas funções surgem e se expandem ou desaparecem dependendo das necessidades de cada
empresa, variando segundo sua natureza, porte e estágio de desenvolvimento.
Quadro 1. Funções do Administrador Financeiro
Tesouraria Controladoria • Administração de caixa • Administração de custos e preços • Administração de crédito e cobrança • Auditoria interna • Administração do risco • Contabilidade • Administração de câmbio • Orçamento • Decisão de financiamento • Patrimônio • Decisão de investimento • Planejamento tributário • Planejamento e controle financeiro • Relatórios gerenciais
• Proteção de ativos • Desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informação financeira
• Relações com acionistas e investidores • Relações com bancos
As funções financeiras podem ser de curto ou longo prazo. As funções financeiras de curto
prazo envolvem a administração do caixa, do crédito, das contas a receber e a pagar, dos
estoques e dos financiamentos de curto prazo. A empresa precisa dispor de recursos suficientes
para saldar os compromissos com fornecedores, salários, tributos e demais contas. Para tanto, os
recebimentos das vendas e/ ou prestação de serviços aos clientes precisam ocorrer
simultaneamente ao vencimento dos compromissos. Quando existem prazos diferentes entre os
recebimentos e os pagamentos, na maioria das vezes a empresa precisa buscar recursos no
mercado financeiro, por meio de empréstimos ou da aplicação dos recursos excedentes. A
administração financeira de curto prazo também é chamada de administração do capital
O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza do acionista.
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circulante. No curto prazo, o administrador financeiro preocupase ainda com o planejamento
tributário.
O hiato entre recebimentos e pagamentos originase nas políticas de concessão de crédito
a clientes e obtenção de crédito junto a fornecedores; diferentes prazos legais para pagamentos
de salários e tributos; diferentes políticas de estocagem e diferentes ciclos de produção dos
produtos vendidos e serviços prestados.
As funções financeiras de longo prazo envolvem as decisões financeiras estratégicas, tais
como orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com investidores
entre outras. No longo prazo, as decisões financeiras envolvem a obtenção de recursos para
projetos e investimentos e a definição dos critérios a serem adotados para a escolha entre
investimentos alternativos. O administrador financeiro é responsável pela saúde econômica e
financeira da empresa.
Conceitos financeiros básicos
Introdução: objetivo das empresas
A maioria dos estudantes acredita que o objetivo das empresas é o lucro. Na realidade, o
lucro é apenas um meio. O objetivo real das empresas é a maximização de seu valor em longo
prazo – daí o lucro ser um meio e não o fim.
Os investimentos são feitos com a expectativa de um retorno alinhado com os riscos
assumidos. Este retorno deve ser alcançado através da produção de resultados econômicos e
financeiros – lucros e caixa – adequados por um extenso período de tempo.
A contabilidade define esta situação através do Postulado da Continuidade, que considera
a empresa como uma entidade em continuidade, ou, de forma mais simples, considera a empresa
como sendo um empreendimento que foi realizado com a finalidade de manterse em
funcionamento.
Atividades empresariais
De um modo geral, podemos agrupar as atividades de uma empresa como a seguir:
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• Atividades operacionais: são aquelas executadas para preencher a finalidade da
empresa, visando a obter um retorno adequado para os investimentos feitos pelos
proprietários. Estas atividades geralmente refletemse no Demonstrativo Resultado do
Exercício (DRE), que geram o resultado operacional.
• Atividades de investimento: este grupo inclui as operações de aplicações de recursos
para dar continuidade à empresa e permitir seu funcionamento. Estas aplicações
referemse, normalmente, às contas do Ativo Circulante ou Permanente, de acordo com o
prazo destes investimentos.
• Atividades de Financiamento: são reflexo da forma com que a empresa decidiu financiar
seus investimentos (Ativos); financiamento de terceiros (Exigível); ou financiamento
próprio (Patrimônio Líquido). Até este ponto, acreditamos que já se tornou evidente que
as atividades operacionais refletemse na DRE (no Ativo) e as operações de investimento
e de financiamento refletemse no Balanço (no Passivo).
Regime de competência e regime de caixa
Enquanto o Contador trabalha com o Regime de Competência, o Administrador Financeiro
trabalha em regime de Caixa.
No Regime de Caixa, a Receita e a Despesa são reconhecidas (registradas) apenas
quando realizadas, ou seja, no efetivo recebimento ou pagamento. Assim, quando apuramos o
Lucro (que, por definição, é o resultado da subtração: Receitas – Despesas), o valor obtido é
palpável e tangível, e deve estar todo na gaveta da caixa registradora do feliz proprietário da
empresa.
Por seu turno, no Regime da Competência, a Receita e a Despesas são reconhecidas
quando incorridas, independentemente do recebimento efetivo.
Com isto, o Lucro é o resultado puro e simples da contraposição de receitas e despesas
incorridas no mesmo período, independentemente do recebimento de uma e do pagamento da
outra.
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Exercícios
1. As funções básicas de um administrador financeiro são: a) controle financeiro, tomadas de decisões de investimentos e tomadas de decisões de
financiamentos. b) análise, planejamento e controle financeiro; tomadas de decisões de investimentos; e
tomadas de decisões de financiamentos. c) operacionalização do contas a pagar e receber, estoques, fluxo de caixa e contabilidade. d) controle financeiro, tomadas de decisões de investimentos tomadas de decisões de
financiamentos e operacionalização do contas a pagar e receber, estoques, fluxo de caixa e contabilidade.
2. Com relação aos regimes de competencia e de caixa, podemos afirmar que (escolha a alternativa correta): a) o regime de competência mede o resultado financeiro e o regime de caixa mede o resultado
econômico. b) o regime de competencia mede o resultado economico e o regime de caixa mede o resultado
financeiro. c) ambas medem o lucro operacional. d) ambos medem a liquidez no curto prazo.
3. Qual o objetivo da empresa: a) o lucro. b) a maximização do lucro. c) a venda. d) a maximização de seu valor em longo prazo.
4. Como podemos agrupar as atividades de uma empresa: a) Atividades de financiamento e Atividades operacionais. b) Atividades de compra, Atividades de venda, Atividades produção, Atividades de controle. c) Atividades de financiamento, Atividades de investimento, Atividades operacionais. d) Atividades de investimento, Atividades operacionais.
Respostas do Exercícios
1. As funções básicas de um administrador financeiro são: RESPOSTA CORRETA: B
2. Com relação aos regimes de competencia e de caixa, podemos afirmar que (escolha a alternativa correta): RESPOSTA CORRETA: B
3. Qual o objetivo da empresa: RESPOSTA CORRETA: D
4. Como podemos agrupar as atividades de uma empresa: RESPOSTA CORRETA: C
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AULA 02 • RISCO E RETORNO
Introdução
Os investidores, de um modo geral, estão conscientes de que retorno e risco caminham
sempre juntos. Cabe ao gerente financeiro decidir qual o nível que irá obter do retorno, dentro de
determinados limites que está disposto a aceitar do risco.
Retorno
A primeira variável a ser examinada em qualquer investimento é o retorno. Retorno é o
resultado – ganho ou perda – de qualquer investimento em um período. O que estamos dizendo é
que um investimento qualquer muda de valor no decorrer do tempo, seja um aumento ou uma
redução no seu valor.
O retorno de um investimento normalmente é medido sob a forma de porcentagem, e não
em valores monetários. Exprime a variação do valor do investimento acrescido de qualquer
retorno em caixa que este tenha rendido no período. Assim, podemos exprimir esta variação como
a seguir:
Onde:
I0 Investimento inicial (no tempo 0)
I1 Valor final do investimento (investimento no tempo t)
Ct Lucro corrente (fluxo de caixa, dividendos, ou juros) recebido do investimento no
tempo t
kt taxa de retorno do investimento durante o tempo t
I0 Ct I0) – (I1 kt + =
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Veja um exemplo de cálculo do retorno de um investimento. Observe que o retorno está
intimamente ligado aos valores de mercado do investimento através do tempo.
Exemplo: A empresa NRM efetuou um investimento de R$ 1.000,00 em ações. No final do
período do investimento estas ações estavam valendo R$ 1.400,00; a empresa recebeu de
dividendos destas ações o valor de R$120,00. Qual seria a taxa de retorno deste investimento?
kt = ???????
I0 = R$ 1.000,00
I1 = R$ 1.400,00
Ct = R$120,00
Risco
“Risco total de um investimento é a variabilidade total dos retornos previstos em torno do
retorno médio.” (Hélio Paula Leita)
“Risco é o grau de incerteza associado a um investimento.” (A. A, Gropelli e Ehsan
Nikbakht)
“Risco é o desvio dos resultados esperados em relação a uma média ou valor esperado.”
(A. A, Gropelli e Ehsan Nikbakht)
“Risco é a chance de perda financeira.” (Lawrence J. Gitman)
“Risco é a possibilidade de que algum acontecimento desfavorável venha a ocorrer.” (J.
Fred Weston e Eugene F, Brigham)
Determinados investimentos apresentam resultados maiores que outros. Os resultados
menores estão relacionados a riscos menores. Os executivos financeiros, de um modo geral,
preferem riscos mais baixos, mesmo que isto represente retornos menores. Este raciocínio é
lógico se considerarmos que os recursos investidos por eles pertencem aos investidores e, por
conseguinte, precisam ser protegidos.
Uma das formas de se analisar o risco é dividilo em dois componentes:
• Nível de risco – é a comparação do risco entre dois ativos
1.000 120 1.000) (1.400 0,52 ou 52%
I C ) I – (I k
0
t 0 1 t =
+ =
+ =
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FINANÇAS CORPORATIVAS
• Risco de prazo – o risco aumenta com o tempo de aplicação dos recursos.
Não há dúvida de que o prazo de um investimento tem uma grande influência sobre o risco
deste mesmo investimento. Veja abaixo uma tabela comparando diversos investimentos – a tabela
(Gropelli, 2002: 78) mostra a mensuração para títulos do governo americano com diferentes
prazos de resgate, e como o risco se altera com os prazos:
Prazo de Resgate
Taxa Livre de Risco (%)
Prêmio pelo Risco (%) RiscoTotal
Letras do Tesouro 90 dias 5 0 5 Notas do Governo 1 ano 5 2 7 Obrigações do Tesouro 20 anos 5 4 9 Obrigações do Tesouro 20 anos 5 5 10
Esta tabela ajuda a avaliar os méritos relativos dos ativos.
Gropelli (2002) assim se expressa:
“Um estudo dos retornos desses ativos indicaria que os preços dos títulos de curto prazo são menos voláteis que os dos de longo prazo. As chances de inadimplência para os títulos de curto prazo são menores que para os de longo prazo. Conseqüentemente, o risco atribuído aos títulos de curto prazo é menor que o atribuído aos títulos de prazos mais longos e incertos.”.
O risco de uma carteira de investimento pode ser dividido como abaixo:
• Risco sistêmico – é o risco que se origina nas flutuações da economia como um todo.
• Risco não sistêmico – relacionase a um empreendimento ou a um setor.
O risco sistêmico b (ou Beta) é diversificável, enquanto o risco não sistêmico ou a (Alfa)
não é diversificável.
Segundo William Sharpe, professor da Universidade de Stanford, e Prêmio Nobel de
Economia de 1990, somente o risco sistêmico paga prêmio. O risco não sistêmico é diversificável,
e, por este motivo, não paga prêmio.
Avaliação do risco
Podemos analisar o risco empregando a análise de sensibilidade e a distribuição de
probabilidades para verificar o comportamento dos retornos. Desta forma, podemos ter uma visão
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do nível de risco embutido em um determinado ativo. Na análise de sensibilidade, utilizamos uma
quantidade de estimativas de retornos possíveis para analisar a variabilidade entre os resultados.
Normalmente estimamos uma possibilidade pessimista (pior), a mais provável (esperada), e uma
otimista (a melhor), associadas a um determinado ativo. O risco será medido pelo intervalo obtido
pela subtração entre o resultado otimista e o pessimista.
A empresa XYZ tem duas alternativas de investimento: A e B. Ambos exigem um
desembolso inicial de caixa de R$30 000 e ambos têm a taxa de retorno mais provável de 15%.
Para avaliar o risco de cada um destes ativos, a administração fez estimativas pessimistas e
otimistas dos resultados associados a cada um deles:
Ativo A Ativo B Investimento Inicial R$30 000 R$30 000 Taxa anual de retorno Pessimista 8% 4% Mais provável 12% 12% Otimista 16% 20% Intervalo 8% 16%
O ativo A parece ser menos arriscado do que B, uma vez que seu intervalo (8%) é menor
do que o de B (16%). Assim, apesar de os dois ativos apresentarem o mesmo retorno mais
provável, o ativo B aparenta um risco maior e o administrador financeiro, avesso ao risco, iria
preferir o primeiro.
Apesar de este método ser muito simples, dá ao administrador uma visão global do
comportamento esperado dos investimentos, servindo para uma avaliação bruta dos resultados.
Distribuição de probabilidades
Outro modelo que pode ser utilizado para avaliação de risco é a distribuição de
probabilidades. Neste modelo, relacionamos probabilidades de acontecimento a cada um dos
retornos projetados. A probabilidade de um dado resultado é, na realidade, sua chance de ocorrer.
Um retorno com a probabilidade de 100% é uma certeza.
No caso da XYZ, estas probabilidades de ocorrência – em ambos os investimentos – são,
respectivamente de 25%, 50% e 25% para os retornos pessimistas, mais prováveis e otimistas.
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Observe que a soma das probabilidades deve ser sempre 100%, ou seja, as probabilidades
devem cobrir todas as alternativas consideradas.
O retorno esperado, ou retorno médio (m), seria a média de todos os retornos, levandose
em conta as probabilidades de cada um destes retornos. Assim, o retorno esperado do ativo A
seria:
m = k1p1 + k2p2 + k3p3
m = (8 x .25) + (12 x .5) + (16 x .25) = 12%
O retorno médio ou retorno esperado seria 12%.
O desvio padrão como medida de risco
A forma mais aceita de determinar o risco de um investimento é calcular os desvios dos
retornos em relação a um retorno médio esperado (v. o exemplo apresentado). Supomos,
inicialmente, que todos os valores envolvidos têm uma distribuição normal. Desse modo, podemos
medir a volatilidade dos retornos para cada projeto em relação ao retorno esperado, ou retorno
médio.O desvio padrão dos retornos prováveis de um investimento em relação ao investimento
médio é a medida de risco do investimento. Veja a seguir como é feito o cálculo do Desvio Padrão
de um investimento.
Vamos calcular o desvio padrão dos dois investimentos planejados pela XYZ. O
investimento que apresentar um desvio padrão menor deverá ser o escolhido, uma vez que terá
um risco menor.
Ativo A
Retorno % Probabil. Retorno
Médio Dispersão Variância Variância Ponderada
k p m k – m (k m)2 (k m)2 * 2 Pessimista 8 0,25 2,00 (4,00) 16 4,00 + provável 0,50 6,00 Otimista 12 0,25 4,00 4,00 16 4,00 Média 16 12,00 32 8,00 Intervalo 8
Total 1,00
Risco (Desvio Padrão) s = ((km) 2 * p) 1/2
s = 2,8284
20
FINANÇAS CORPORATIVAS
Ativo B
Retorno % Probabil. Retorno Médio Dispersão Variância Variância
Ponderada k p m k – m (k m) 2 (k m)2 * 2
Pessimista 4 0,25 1,00 (4,00) 64 16,00 + provável 0,50 6,00 Otimista 12 0,25 5,00 4,00 64 16,00 Média 20 12,00 128 32,00 Intervalo 16
Total 1,00
Risco (Desvio Padrão) s = ((km) 2 * p) 1/2
s = 5,6569
Sem qualquer dúvida, o investimento A deverá ser escolhido, uma vez que seu desvio
padrão é menor.
Exercícios
1. Como pode ser dividido o risco de uma carteira de investimento? a) pode ser dividido em nível de risco e risco de prazo. b) pode ser dividido em risco sistêmico e risco nãosistêmico. c) pode ser dividido em alto e baixo risco. d) pode ser dividido em risco permanente e risco periódico.
2. Qual dos itens a seguir normalmente é medido sob a forma de percentual e exprime a variação do valor do investimento acrescido de qualquer retorno em caixa que este tenha rendido no período: a) Taxa de juros de um investimento. b) Risco de um investimento. c) Retorno de um investimento. d) Taxa de risco de um investimento.
3. Assinale a alternativa correta: a) a forma mais aceita de determinar o risco de um investimento é calcular os desvios dos
retornos em relação a um retorno médio esperado. b) em hipótese alguma, o desvio padrão dos retornos prováveis de um investimento em relação
ao investimento médio é a medida de risco do investimento. c) a forma mais aceita de determinar o risco de um investimento é calcular os desvios dos
retornos em relação a um retorno mínimo esperado.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
d) os estudos feitos até hoje mostram que não há formas de determinar o risco de um investimento.
4. Assinale a alternativa correta: a) Não há dúvida de que o prazo de um investimento tem uma pequena influência sobre o
retorno e o risco deste mesmo investimento. b) Não há dúvida de que o prazo de um investimento não tem nenhuma influência sobre o risco
deste mesmo investimento. c)Não há dúvida de que o risco de um investimento tem uma grande influência sobre o prazo
deste mesmo investimento. d)Não há dúvida de que o prazo de um investimento tem uma grande influência sobre o risco
deste mesmo investimento.
Respostas dos Exercícios
1. Como pode ser dividido o risco de uma carteira de investimento? RESPOSTA CORRETA: B
2. Qual dos itens a seguir normalmente é medido sob a forma de percentual e exprime a variação do valor do investimento acrescido de qualquer retorno em caixa que este tenha rendido no período: RESPOSTA CORRETA: C
3. Assinale a alternativa correta: RESPOSTA CORRETA: A
4. Assinale a alternativa correta: RESPOSTA CORRETA: D
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 03 • MERCADO FINANCEIRO
Sistema financeiro nacional
Introdução
O Sistema Financeiro Nacional – SFN tem por finalidade intermediar os fluxos de recursos
entre os diversos participantes do mercado financeiro. Foi criado pela Lei 4595 de 31 de
dezembro de 1964, com a seguinte constituição:
• Conselho Monetário Nacional
• Banco Central do Brasil
• Banco do Brasil S/A
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (este nome foi posteriormente trocado
para Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES).Demais instituições
financeiras públicas e privadas. Posteriormente, com a Lei 6385 de 7 de dezembro de 1976, o
Sistema Financeiro Nacional foi completado com a criação da Comissão de Valores Mobiliários –
CVM. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil, o Banco do Brasil, o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Comissão de Valores Mobiliários são as
chamadas Autoridades Monetárias, e têm a função de regular e fiscalizar o mercado.
Evolução histórica
Até 1965:
a) predominância do setor monetário Razões:
1) Lei estabelecia teto máximo da taxa de juros de 12% a.a.
2) Lei impossibilitava correção dos débitos pela variação cambial ou do preço do ouro
b) taxas de inflação crescentes, particularmente depois de 1957.
c) carência de recursos para empréstimos de longo prazo.
d) criação do BNDE em 1952 – infraestrutura.
23
FINANÇAS CORPORATIVAS
e) política de substituição de importações.
Reformas 1964/1965:
a) Leis nº 4380/64 criação do BNH e SFH, e 4357/64 instituição da correção monetária.
b) Lei nº 4595/64 lei da reforma bancária, institucionaliza o sistema financeiro nacional e
cria o CMN e o BC.
c) Lei nº 4728/65 disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu
crescimento.
d) Essas mudanças possibilitaram:
surgimento de intermediários financeiros não monetários
diversificação da pauta de ativos financeiros
desenvolvimento do mercado de ações
recursos para financiamento de longo prazo
Anos 70:
a) criação de mecanismos de poupança compulsória: PIS/PASEP LC 07/70, e FGTS Lei
5107/66.
b) crise das bolsas de valores.
c) aceleração da inflação.
d) endividamento das empresas (faltou capital de giro).
e) concentração das instituições financeiras.
f) regulamentação de operações de leasing Lei 6099/74; criação da CVM Lei 6385/76;
vigência da lei das S/A 6404/76; criação das entidades de previdência Lei 6435/77.
g) modernização das bolsas de valores.
h) criação dos fundos de investimentos.
Anos 80:
a) intensificação do processo inflacionário.
24
FINANÇAS CORPORATIVAS
b) redução dos níveis de investimento.
c) redução do endividamento das empresas.
d) ausência quase total de recursos de longo prazo.
e) concentração do sistema financeiro nos títulos públicos.
f) surgimento e crescimento dos mercados futuro e de opções.
g) surgimento dos bancos múltiplos.
Anos 90:
a) criação de novos fundos de investimentos e expansão dos recursos neles aplicados.
b) incremento do programa de desestatização.
c) incremento dos recursos estrangeiros no mercado financeiro.
d) extinção da correção monetária.
e) criação do primeiro mercado de balcão no país – SOMA.
f) criação do PROER e PROES.
g) alterações nas leis de mercados de capitais e das S/A.
Autoridades monetárias
Conselho Monetário Nacional: é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. A
competência é definida pelo art. 4 o da Lei 4595. É um órgão normativo, não tendo, portanto,
funções executivas. É o responsável pela regulamentação das diretrizes de política monetária,
creditícia e cambial (art. 3 o incisos I a VII e art 4o incisos I a XXXI e par. 1 o ao 7 o ). O Ministro da
Fazenda é presidente do CMN.
Banco Central do Brasil: ao Banco Central do Brasil (BACEN) cabem as seguintes
atribuições, entre outras (art. 10 o ):
a) Emitir moeda dentro dos limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional;
b) Receber os recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras;
c) Realizar operações de redesconto e empréstimo a instituições financeiras;
25
FINANÇAS CORPORATIVAS
d) Controlar o crédito sob todas as formas;
e) Efetuar o controle dos capitais estrangeiros;
f) Ser o depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira;
g) Fiscalizar as instituições financeiras;
h) Conceder autorização de funcionamento, instalação, transformação, fusão e
incorporação de instituições financeiras.
Comissão de Valores Mobiliários: de acordo com o art. 8 o da lei 6385, à Comissão de
Valores Mobiliários cabe disciplinar e fiscalizar o mercado de capitais.
Mercado de Capitais: mercado de ações de debêntures – além de fomentar seu
desenvolvimento, compete ainda à CVM fiscalizar a emissão e negociação de títulos emitidos
pelas sociedades anônimas, de forma a permitir um funcionamento adequado das bolsas de
valores.
Banco do Brasil: o Banco do Brasil S/A é essencialmente um banco múltiplo, participando
normalmente do mercado financeiro. Além disto, o art. 19 da lei 4595 especifica que o Banco do
Brasil também agirá como instrumento da execução da política creditícia e financeira do Governo
Federal.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: definido no par. 2 o do art. 22
da lei 4595 como o principal instrumento da execução de política de investimentos do Governo
Federal.
Figura 2. Estrutura Sistema Financeiro Nacional
26
FINANÇAS CORPORATIVAS
Instituições financeiras
De acordo com a lei 4595, as instituições financeiras dividemse em públicas e privadas.
De acordo com o art. 22, as Instituições Financeiras Públicas são os órgãos auxiliares da
execução da política de crédito do Governo Federal. As Instituições Públicas terão suas atividades
reguladas pelo CMN ao qual deverão submeter seus programas de recursos e aplicações.
Por outro lado, as instituições financeiras privadas deverão ser constituídas unicamente
sob a forma de sociedade anônima, sendo a totalidade de seu capital com direito a voto sob a
forma de ações nominativas. Esta norma não se aplica, no entanto, às cooperativas de crédito.
As instituições financeiras podem se apresentar sob os seguintes tipos:
• Bancos Comerciais: formando a base de todo o sistema financeiro. Representam os
intermediadores financeiros cujo objetivo principal é levantar os recursos necessários
27
FINANÇAS CORPORATIVAS
para financiar as operações em curto e médio prazos de pessoas físicas e jurídicas.
Prestam também uma variedade de serviços, como cobrança de títulos e recebimento de
tributos. Realizam também operações de câmbio.
• Caixas Econômicas: são essencialmente instituições com objetivos sociais que
concedem empréstimos e financiamentos a programas e projetos habitacionais,
assistência social, saúde, educação e outros de cunho semelhante. Além destas
operações, também agem como bancos comercias. São parte do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo e do Sistema Financeiro da Habitação. A Caixa Econômica
Federal é a administradora dos Recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço.
• Bancos de Investimento: são basicamente intermediadores de fundos de médio e longo
prazos para financiamento de capital fixo ou de giro. Não podem captar recursos através
de depósitos, mas apenas através de CDB’s – Certificados de Depósito Bancário ou
venda e cotas de fundos de investimento.
• Sociedades de Arrendamento Mercantil: são as empresas de leasing. Seus recursos são
captados principalmente através de empréstimos em médio e longo prazo, e financiam as
operações de arrendamento mercantil.
Mercados Financeiros Classificação
Segmentos Prazos Fim Tipo intermed
Monetário Curtíssimo e curto Controle da liquidez monetária da economia, suprimentos momentâneos de caixa
Bancária e não bancária
Crédito Curto, médio e aleatório
Financiamento do consumo e capital de giro das empresas
Bancária e não bancária
Capitais Médio, longo e indeterminado
Financiamento de capitais fixo, de giro e especiais (habitação)
Não bancária
Câmbio À vista e curto Conversão de valores em moedas estrangeiras e nacional
Bancária e auxiliar (corretoras)
O mercado financeiro se divide em:
(1) Mercado monetário
(2) Mercado de crédito
(3) Mercado de capitais
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FINANÇAS CORPORATIVAS
(4) Mercado de Câmbio
Veja a seguir um pouco mais sobre cada categoria.
Mercado monetário
No mercado monetário acontecem, normalmente, as operações de curto e curtíssimo
prazos. Além destas operações, cabem a este mercado as necessidades de caixa dos agentes
econômicos e intermediadores financeiros.
É neste mercado que as autoridades monetárias regulam a liquidez geral do sistema,
através da negociação de títulos emitidos pelo Banco Central. Caso seja necessário reduzir a
liquidez do mercado, o governo aumenta o volume do depósito compulsório – que é o depósito
obrigatório feito pelos bancos no Banco Central. Uma outra estratégia de política monetária para
reduzir o excesso de moeda em circulação consiste na venda de títulos públicos, que, uma vez
adquiridos pelos agentes financeiros, reduzem a liquidez do mercado.
Aqui também são negociados títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional: Notas do
Tesouro Nacional – NTN, e Letras do Tesouro Nacional LTN. Também são negociados títulos
emitidos pelos Estados e Municípios e por instituições privadas: CDI Certificado de Depósitos
Interbancários, e CDB Certificado de Depósito Bancário.
Mercado de crédito
A função básica do mercado de crédito é suprir as necessidades de crédito em curto e
médio prazos, tanto das pessoas físicas quanto jurídicas. Os créditos, de um modo geral, são
financiamentos concedidos para capital de giro (pessoas jurídicas) e financiamentos de bens e
serviços (pessoas físicas). Os recursos negociados originamse nos depósitos captados pelas
instituições financeiras, repasse de linhas de crédito – nacionais e estrangeiras – e recursos
próprios das instituições financeiras.
As operações mais comuns são as seguintes:
1) Empréstimos para capital de giro
2) Conta garantida
3) Adiantamento de contrato de câmbio
29
FINANÇAS CORPORATIVAS
4) Repasses de recursos externos (Resolução 2.770)
5) Financiamento de importações
6) Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis
Mercado de capitais
O mercado de capitais atende às necessidades de financiamento em médio e,
principalmente, longo prazo dos agentes produtores. A maior parte dos financiamentos destinase
a capital fixo, e se origina, normalmente, de agentes financeiros nãobancários.
Os principais meios de financiamento são:
(1) ações
(2) debêntures
(3) notas promissórias (commercial papers).
De um modo geral, as ações e as debêntures são negociadas inicialmente no mercado
primário. Neste mercado, os títulos são emitidos pelas empresas e obtêm novos recursos para
satisfazer suas necessidades. No mercado secundário, estes títulos são transacionados entre os
proprietários dos mesmos, sem que o resultado das transações seja destinado às empresas
emissoras. Os recursos pertencem aos próprios investidores, os quais negociam estes títulos –
ações e títulos de crédito, nas bolsas de valores.
Mercado de câmbio
As negociações com moeda estrangeira são realizadas por empresas que mantenham
operações de comércio internacional ou que captem recursos no exterior, além das instituições
financeiras autorizadas a operar com câmbio. As instituições que realizam operações de câmbio
devem ser autorizadas pelo Banco Central, que controla e autoriza estas operações. A legislação
brasileira não permite operações em moeda estrangeira no Brasil. Assim, as moedas estrangeiras
recebidas devem ser vendidas aos agentes de câmbio quando do recebimento, e os importadores
devem trocar o valor em moeda local pelo equivalente em moeda estrangeira para efetuar seus
pagamentos no exterior. Esta sistemática aplicase também a outros tipos de operações que
envolvam moeda estrangeira – investimentos, empréstimos, financiamentos, pagamentos de juro,
remessa de dividendos, viagens internacionais, etc.
30
FINANÇAS CORPORATIVAS
Exercícios
1. Assinale a alternativa correta, levandose em consideração a divisão do mercado financeiro: a) Mercado de futuros e Mercado a termos. b) Mercado de capitais, Mercado de cambio, Mercado futuro e Mercado de crédito. c) Mercado monetário, Mercado de crédito, Mercado de capitais e Mercado de Câmbio. d) Mercado monetário, Mercado de crédito imobiliario, Mercado de capitais e Mercado de
Câmbio.
2. Assinale a alternativa onde temos as operações mais comuns no mercado de crédito: a) Empréstimos para capital de giro, Conta garantida, Adiantamento de contrato de câmbio,
Repasses de recursos externos, Financiamento de importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.
b) Empréstimos para capital de giro, Adiantamento de contrato de câmbio, Financiamento de importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.
c) Empréstimos para capital de giro, CDB e RDB, Poupança, Repasses de recursos externos, Financiamento de importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.
d) Empréstimo pessoal, Conta Corrente, Adiantamento de contrato de câmbio, Repasses de recursos externos, Financiamento de importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.
3. No mercado de capitais os principais meios de financiamento são: a) BNDES, CDI, CDB e RDB. b) ações, debêntures e notas promissórias (commercial papers). c) ações preferenciais, debêntures, Dbonds e titulos publicos. d) ações, ouro, certificados bancarios, debêntures e moeda estrangeira.
4. Não faz parte do Sistema Financeiro Nacional: a) Banco Central e CVM. b) Banco do Brasil e Caixa Economica Federal. c) Corretora de títulos e valores mobiliarios e corretora de imóveis. d) Bancos Multiplos e Bancos Comerciais.
Respostas dos Exercícios
1. Assinale a alternativa correta, levandose em consideração a divisão do mercado financeiro: RESPOSTA CORRETA: C
2. Assinale a alternativa onde temos as operações mais comuns no mercado de crédito: RESPOSTA CORRETA: A
3. No mercado de capitais os principais meios de financiamento são: RESPOSTA CORRETA: B.
4. Não faz parte do Sistema Financeiro Nacional: RESPOSTA CORRETA: C
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 04 • CONTABILIDADE FINANCEIRA
Contabilidade
Conceito
Diversos são os conceitos apresentados para a contabilidade. Apresentamos a seguir
alguns deles.
• Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o
registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim
de oferecer informações sobre sua composição e suas variações, bem como sobre o
resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (Franco, 1982).
• A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades (pessoas e
organizações), em seus aspectos qualitativos (físico) e quantitativos (monetários). Para
tanto, utilizase de um conjunto de conhecimentos, leis, princípios e métodos próprios, no
sentido de estudar, registrar, controlar e demonstrar as evoluções ocorridas no
patrimônio.
• Sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações
e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade com relação à
entidade objeto de estudo.
Objeto da contabilidade
O objeto da contabilidade é o estudo do patrimônio, geralmente constituído por um
conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade, avaliado em
moeda.
A Contabilidade estuda o patrimônio sob dois aspectos: o qualitativo (tipo de item que
compõe o patrimônio: caixa, estoques, contas a pagar) e o quantitativo (mensuração monetária
dos itens que compõem o patrimônio).
32
FINANÇAS CORPORATIVAS
Objetivo da contabilidade
O objetivo da contabilidade é permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da
gestão do patrimônio das entidades.
Finalidade
A contabilidade deve prover os usuários com demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.
Análise econômica: capital, patrimônio, receitas e despesas.
Análise financeira: fluxo de caixa e capital de giro.
Análise física: estoques, número de ações.
Análise de produtividade: lucro por ação, depósitos por cliente, custo por produto.
Principais categorias de usuários
São inúmeros os usuários das informações contábeis, tendo em vista que a complexidade
do mundo atual não permite que tenhamos pleno controle sobre os destinatários das informações
geradas e tornadas públicas. Para fins didáticos, poderíamos citar os principais usuários como
sendo:
• administradores, diretores e executivos: permite o uso da informação contábil no
processo de tomada de decisão, servindo como instrumento de apoio à decisão.
• Sócios e/ ou acionistas: permite aos investidores do capital na entidade acompanhar o
desempenho obtido pelo seu investimento na entidade em estudo.
• Bancos, financiadores e investidores: permite obter informações patrimoniais,
econômicas e financeiras com vistas a avaliar o potencial das garantias oferecidas
quando da concessão de empréstimos e de aplicações de recursos na entidade.
• Fornecedores: permite saber se o cliente terá condições de honrar os compromissos
com as compras efetuadas.
• Empregados: permite saber se a organização em que trabalha lhe proporciona segurança
e garantia de recebimento do seu salário.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
• Poder Público (Federal, Estadual e Municipal): permite a elaboração de estudos para o
planejamento e controle das receitas tributárias, bem como das políticas macro
econômicasl.
Técnicas contábeis básicas
• Escrituração: tratase dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil
(Diário e Razão) e nos livros auxiliares;
• Demonstrações Contábeis – dados técnicos que apresentam dados extraídos dos
registros contábeis das entidades. As demonstrações contábeis mais conhecidas são:
Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados do Exercício, Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
• Auditoria – verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações financeiras,
através do exame minucioso dos registros contáveis e dos documentos que deram
origem a eles;
• Análise das Demonstrações Contábeis – exame e interpretação dos dados contidos nas
demonstrações financeiras, com o fim de transformar esses dados em informações úteis
aos diversos usuários da contabilidade.
Campos de atuação da contabilidade
A Contabilidade é aplicada a pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas, com ou sem
fins lucrativos.
Aplicação da contabilidade:
• Gerenciamento das atividades de uma empresa.
• Concessão de empréstimos pelos bancos.
• Cobrança de impostos pelo Governo.
• Prestação de contas à sociedade (entidades públicas).
• Análise de investimentos.
34
FINANÇAS CORPORATIVAS
• Matériaprima para as atividades de fiscalização de órgãos públicos ou privados.
O patrimônio
Conceito
O conceito de patrimônio originase na antiguidade, delineandoo como uma ciência que
controlaria a riqueza. Atualmente, o conceito mais utilizado para o patrimônio é:
Bens: São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das
empresas. Consideramse bens as coisas que possuem valor de troca, sendo, portanto,
consideradas como itens de riqueza. Neste sentido, é importante salientar que somente devem
ser considerados os bens que efetivamente são suscetíveis de avaliação econômica. Os bens
podem ser:
• Tangíveis: conjunto de bens que têm forma física, sendo palpáveis. Ex: carros, móveis e
utensílios, imóveis, instalações, ferramentas, etc.
• Intangíveis: compõem o conjunto de bens que não são constituídos de matéria, mas que
possuem valor econômico e de troca. Ex: Marcas de empresas (CocaCola), patentes de
invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o direito
exclusivo de explorar uma invenção).
Os bens podem ainda ser divididos em:
• Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem
destruição ou danos: edifícios, construções, árvores, etc.
• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras
pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, etc.
Direitos: em contabilidade, direito referese ao poder de exigir alguma coisa. São
exemplos de direito: títulos a receber, duplicatas a receber correspondentes a vendas a prazo,
notas promissórias a receber, depósitos bancários, aluguéis a receber, etc.
Obrigações: São dívidas com outras pessoas (entidades). Em contabilidade, estas dívidas
são denominadas de obrigações exigíveis. São as obrigações que serão exigidas, cujo
“Um conjunto de bens, direitos e obrigações, mensuráveis em dinheiro, pertencentes a
uma pessoa física ou jurídica.”
35
FINANÇAS CORPORATIVAS
pagamento deverá ser efetuado na data de vencimento. Como exemplo de obrigações exigíveis,
temos as dívidas com fornecedores (compras a prazo), os empréstimos bancários, as dívidas para
com funcionários (salários a pagar), as dívidas para com o governo (impostos a pagar), as contas
a pagar (água, energia elétrica, telefone, aluguel, etc.).
Patrimônio Líquido: é a parte do patrimônio que efetivamente sobra para o seu
proprietário, após somar bens e direitos e subtrair do total das obrigações. Também pode ser
denominado de situação líquida ou riqueza líquida. Este enunciado pode ser representado pela
seguinte equação:
Aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio
Todos os relatórios elaborados a partir da contabilidade e de sua escrituração deverão
ressaltar esses dois aspectos:
• Qualitativo: consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do respectivo
relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um;
• Quantitativo: consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda.
Representação gráfica do patrimônio
Podemos representar o patrimônio por um gráfico em forma de “T”
No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, são classificados os elementos positivos
(Bens e Direitos). No lado Direito, denominado lado do Passivo, são classificados os elementos
negativos (Obrigações). Representase pelo seguinte gráfico:
Patrimônio Líquido = Bens + Direitos () Obrigações
36
FINANÇAS CORPORATIVAS
Balanço patrimonial
Introdução
No tópico anterior, vimos que a equação patrimonial é representada pela diferença entre a
soma dos bens e direitos menos as obrigações, que resultará na situação líquida ou patrimônio
líquido. Por dedução, temos que a soma dos bens + direitos, comparada com a soma das
obrigações + patrimônio líquido, dará uma relação de igualdade. O demonstrativo contábil que
representa esta relação de igualdade é o BALANÇO PATRIMONIAL.
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, o Balanço Patrimonial pode ser
assim conceituado:
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e
qualitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da entidade.
O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido:
a) O Ativo compreende as aplicações de recursos (destino dos recursos) representados
pelos bens e direitos.
b) O Passivo compreende as origens de recursos (de onde vêm os recursos),
representados pelas obrigações para com terceiros (dívidas).
c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor é a
diferença entre o valor do Ativo e do Passivo (Ativo menos Passivo). Portanto, o valor do
Patrimônio Líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. O Patrimônio Líquido negativo
pode ser também denominado de Passivo a Descoberto.
37
FINANÇAS CORPORATIVAS
Desta forma, o gráfico do balanço patrimonial será assim representado:
Considerando os aspectos qualitativo e quantitativo do Balanço Patrimonial, resultará em
uma demonstração em que, obrigatoriamente, deverá haver um equilíbrio perfeito entre o Ativo
(lado direito) e o Passivo (lado esquerdo). Note que o Passivo é resultante da soma das
obrigações (exigíveis) e do Patrimônio Líquido, que são as obrigações da entidade para com os
seus sócios (não exigível). Desta forma, este enunciado resultará no seguinte gráfico:
O Patrimônio Líquido, portanto, é a medida exata da riqueza patrimonial à disposição dos
seus acionistas ou quotistas.
As três situações possíveis de existência de Patrimônio Líquido podem ser representadas
pela seguinte equação:
Nota: Pela Legislação Brasileira (Lei 6.404/76), o conjunto do Passivo corresponde ao
Passivo Exigível (obrigações) mais o Patrimônio Líquido. Dessa forma, sempre que
falarmos em Passivo, abordaremos o conjunto de obrigações exigíveis e não exigíveis
(Passivo mais Patrimônio Líquido).
38
FINANÇAS CORPORATIVAS
Bens + Direitos > Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Positivo
Bens + Direitos = Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Neutro
Bens + Direitos < Obrigações Exigíveis = Patrimônio Líquido Negativo ou
Passivo a Descoberto
Situação Líquida Positiva:
Situação Líquida Negativa (Passivo a Descoberto):
Situação Líquida Neutra ou Nula:
39
FINANÇAS CORPORATIVAS
Origens e aplicações de recursos
Ao observarmos um Balanço Patrimonial, podemos visualizar o total de recursos que a
empresa obteve e que estão à sua disposição. O lado do Passivo mostra onde a empresa
conseguiu esses recursos; o lado do Ativo, onde ela aplicou os referidos recursos.
Passivo – origem dos recursos
Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originarse de duas fontes:
• Recursos de terceiros: correspondem às obrigações, isto é, são recursos de terceiros que
a empresa utiliza no seu capital de giro normal. Esses recursos, por sua vez, provêm de
duas fontes:
• Dívidas de funcionamento: obrigações que surgem das atividades normais de gestão da
organização, tais como obrigações com fornecedores, salários a pagar, impostos a pagar,
etc.
• Dívidas de financiamentos: são recursos obtidos pela organização junto a instituições
financeiras, destinadas a financiar as atividades normais da empresa.
• Recursos Próprios – também podem provir de duas fontes:
• Proprietários ou sócios: parcela do capital que foi investida na empresa pelo titular ou
pelos sócios;
• Resultado da gestão: acréscimos ocorridos no Patrimônio Líquido em decorrência da
gestão normal da empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros, que poderão ser
representados na conta de Lucros Acumulados ou em Conta de Reservas.
Ativo aplicação de recursos
O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos que tem à sua disposição. O
Ativo representa, como já foi assinalada anteriormente, o conjunto de bens e direitos à disposição
da empresa.
40
FINANÇAS CORPORATIVAS
Classificação dos componentes patrimoniais
O quadro 1 mostra de forma bastante sucinta as principais características dos
componentes patrimoniais, sua composição e características peculiares a cada um dos
elementos.
Ativo Passivo Bens (máquinas, terrenos, dinheiro, veículos, mercadorias, etc.); Direitos (contas a receber, duplicatas a receber, impostos a recuperar, etc.).
Obrigações (Contas a pagar, impostos a recolher, salários a pagar, etc.).
Aplicação dos recursos. Origem dos recursos. Uso dos recursos. Fonte dos recursos. Dispostos em ordem decrescente de liquidez.* Dispostos em ordem decrescente de exigibilidade.** Características: Propriedade da empresa; Representa benefícios presentes e futuros para a entidade; Mensurável monetariamente.
Dividese em capital próprio (nãoexigível) e capital de terceiros (exigível); O capital próprio é conhecido como Patrimônio Líquido e representa a parcela do Ativo da entidade que não pertence a terceiros.
Natureza do saldo das contas: devedor. Natureza do saldo das contas: credor. Quadro 1 – Características dos componentes patrimoniais
Exercícios
1. A liquidação de uma dívida é uma operação que: a) Diminui e aumenta a Patrimônio Líquido. b) Diminui o Passivo e o Patrimônio Líquido e aumenta o Ativo. c) Diminui o passivo e o Ativo. d) Aumenta o Ativo e diminui o Passivo.
2. Qual das alterações abaixo é determinada pela compra de um veículo a prazo, na soma do Balanço Patrimônio? a) Aumento do Ativo e diminuição do Passivo. b) Diminui o Passivo e o Patrimônio Líquido e aumenta o Ativo c) Aumento do Ativo e aumento do Passivo d) Não altera a soma do Passivo nem a do Ativo
3. Qual a definição de Patrimônio Líquido? a) Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa ou pessoa física. b) É a medida eficiente da verdadeira riqueza. Patrimônio líquido é igual a soma dos bens e
direitos menos as obrigações. c) É a verdadeira riqueza, ou seja, o valor do capital social da empresa. d) É a diferença entre Ativo e Passivo, mais as obrigações.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
4. Determine o capital de terceiros: a) Capital b) Títulos a pagar c) Capital + Títulos a pagar d) Capital + Lucros acumulados
Respostas do Exercícios
1. A liquidação de uma dívida é uma operação que: RESPOSTA CORRETA: C
2. Qual das alterações abaixo é determinada pela compra de um veículo a prazo, na soma do Balanço Patrimônio? RESPOSTA CORRETA: C
3. Qual a definição de Patrimônio Líquido? RESPOSTA CORRETA: B
4. Determine o capital de terceiros: RESPOSTA CORRETA: B
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 05 • ANALISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
Análise horizontal e vertical
Introdução
A análise dos Demonstrativos Contábeis nasce da necessidade, principalmente dos
financiadores, de determinar a situação econômicofinanceira das empresas tomadoras de
empréstimos, para se decidirem pela concessão ou não de financiamentos, bem como para
determinar os níveis de garantias necessárias para suportar as operações financeiras.
Internamente, esta ferramenta é utilizada pela direção das empresas para analisar o
desempenho e indicar possíveis pontos fracos ou oportunidades. Serve também para suportar
decisões de investimentos ou programas de crescimento.
Os acionistas utilizamse destas análises para determinar a rentabilidade e o valor da
empresa, de modo que possam escolher adequadamente onde irão investir.
Análise horizontal
Nesta análise, buscamos acompanhar a evolução das várias contas dos demonstrativos
contábeis ao longo do tempo. Colocamos os relatórios lado a lado e comparamos os valores e a
forma com que evoluem de um período para outro.
Normalmente, tomase por base o relatório do exercício mais antigo – base 100 – e
calculase a evolução percentual dos demais períodos em relação a este período base.
Análise vertical
Por outro lado, na análise vertical, nosso objetivo é examinar a importância relativa de
cada conta dentro do total para que tenhamos uma visão da importância de cada uma delas nos
períodos sob análise.
43
FINANÇAS CORPORATIVAS
Análise por índices: índices de estrutura de capital
Introdução – Análise por Índices
A Matemática nos ensina que Índice é uma relação entre duas grandezas. Assim, a
análise de Demonstrativos Financeiros com a utilização de índices ou coeficientes consiste
basicamente no estudo comparativo dos valores para determinar a eficácia operacional da
empresa.
De uma maneira geral, a análise por índices serve para medir o estado geral da empresa,
uma vez que, através desta, podese formar uma idéia bastante clara do comportamento
financeiro, seu endividamento e suas operações.
Neste sistema, os índices são calculados separadamente para um único período, e são
analisados isoladamente, sem qualquer comparação. Esta sistemática está completamente
abandonada atualmente.
Nas análises comparativas, os índices obtidos nos demonstrativos financeiros da empresa
examinada são comparados com índices do ramo ou uma evolução temporal destes índices.
Existem empresas especializadas em publicar índices setoriais para comparação. Estes índices
são uma média dos índices das principais empresas do ramo e servem perfeitamente para balizar
os resultados obtidos.
Visite o site da SERASA, empresa especializada em fornecer dados e índices para
análises.
Nas análises comparativas, os índices obtidos nos demonstrativos financeiros da empresa
examinada são comparados com índices do ramo ou uma evolução temporal destes índices.
Existem empresas especializadas em publicar índices setoriais para comparação. Estes índices
são uma média dos índices das principais empresas do ramo e servem perfeitamente para balizar
os resultados obtidos.
Classificação dos índices
A seguir, os principais grupos de índices – apesar de existirem outros grupos, vamos nos
restringir a apenas estes.
• Índices de Estrutura de Capital
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FINANÇAS CORPORATIVAS
• Índices de Liquidez
• Índices de Rentabilidade
• Índices de Operações
Índices de estrutura de capital
Já vimos que os Passivos são as fontes de financiamento e que os Ativos são as
aplicações destes financiamentos. O Passivo é a soma dos Capitais Próprios (Patrimônio Líquido)
e Capitais de Terceiros (Exigíveis em Curto e em Longo Prazo). Assim:
Estes índices nos mostram como a empresa financia seus ativos – se com capital próprio
ou de terceiros. No primeiro caso, ela estaria a salvo de flutuações de mercado, uma vez que não
depende de capitais externos para seu financiamento.
No segundo, está exposta a uma série de variações externas, tais como taxas de juro e
disponibilidade de capitais, o que a torna mais exposta. É interessante também observar que,
caso a empresa tenha uma grande concentração de financiamentos em curto prazo, as pequenas
reversões de mercado terão um impacto significativo sobre ela. Uma concentração em longo
prazo permite rever as tendências e alterar a rota.
Índice de Participação do Capital de Terceiros
PCT = Líquido Patrimônio
Exigível do Total
Também chamado de Grau de Endividamento, este índice mede a relação entre o financiamento próprio e o financiamento de terceiros. Indica o nível de dependência da empresa dos capitais externos.
Fontes De Recursos = Capitais Próprios + Capitais de Terceiros
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Índice de Endividamento
IE = Ativo do Total
Exigível do Total
Este índice mostra o percentual dos Ativos, que é financiado por capitais externos. Naturalmente, quanto menor for este índice, menor será a dependência da empresa em relação ao mercado.
Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido
IPL = Líquido Patrimônio
Permanente Ativo
Observe que este índice é calculado sobre o Ativo Permanente. Indicanos quanto do Patrimônio Líquido está sendo dirigido para aquisição de Permanente, o que poderá prejudicar a própria liquidez da empresa. Ou seja, este índice nos indica quanto está sendo investido no giro dos negócios.
Análise por índices: índices de liquidez e rotação
Introdução
A maioria das pessoas acredita que o prejuízo é o causador da falência. Naturalmente,
uma empresa com prejuízos seguidos por um longo tempo terá um problema de fluxo de caixa e,
eventualmente, poderá tornarse incapaz de solver seus compromissos, o que irá conduzila à
falência. Assim, o que realmente causa a bancarrota é a incapacidade de saldar os
compromissos, ou seja, a falta de liquidez.
Por seu turno, os índices de rotação relacionamse com o giro dos ativos. Medem a
eficácia da empresa em gerir seus ativos em curto prazo.
Todos nós sabemos que o dinheiro varia de valor com o tempo, ou seja, com o decorrer do
tempo, irá render o valor definido pelo tempo em que foi empregado e a taxa de juro que foi
negociada entre as partes. Assim, é importante que os ativos girem de forma a se transformar em
caixa o mais rápido possível, para que possam então ser investidos.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Índices de liquidez
Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, ou
seja, sua capacidade de pagamento.
Liquidez Geral
LG = Prazo Longo em Exigível Circulante Passivo Prazo Longo em Realizável Circulante Ativo
+ +
Este índice leva em consideração todos os ativos da empresa, sem considerar seu prazo de maturação, comparando estes ativos com todas as suas obrigações, também sem considerar seus prazos. Ou seja, este índice mede a capacidade geral da empresa de saldar seus compromissos. É importante, no entanto, levar em conta que poderá haver um grande descasamento de prazos, o que irá conduzir o índice a conclusões errôneas.
Liquidez Corrente
LC = Circulante Passivo
Circulante Ativo
Neste caso, estamos comparando duas grandezas mais próximas, ou seja, os prazos estão mais próximos – estamos comparando ativos com prazo de maturação semelhante ao prazo de vencimento dos passivos. Estamos medindo a capacidade que a empresa tem de saldar seus compromissos em curto prazo.
Liquidez Seca
LS = Circulante Passivo
Estoques Circulante Ativo
Nesse caso estamos subtraindo os Estoques do total dos ativos circulantes, isto porque, apesar de os Estoques serem parte integrante do Ativo Circulante, devemos levar em conta que normalmente é o de realização mais lenta, pois, na melhor das hipóteses, ainda deverá ser vendido – transformado em contas a receber – para então transformarse em caixa. Assim, tomando uma posição mais conservadora, excluímos os Estoques, para então calcularmos uma nova posição de liquidez.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Índices operacionais
• Prazo médio de recebimento (prazo médio de contas a receber)
Não podemos deixar de observar que o saldo da Conta Duplicatas a receber representa o
saldo das contas em aberto dos clientes no encerramento do período contábil; assim, será mais
representativo se utilizarmos o saldo médio de duplicatas a receber. Neste caso, utilizamos uma
média aritmética simples entre o saldo inicial e o saldo final do ano corrente:
Este índice nos mostra o tempo médio em que as duplicatas são recebidas. É um índice
importante, quando comparado com o prazo normal de vendas; serve para medir também a
eficácia do departamento de cobrança.
Outra ferramenta importante para mensurar a eficácia do departamento de cobrança é a
análise do Contas a Receber por idade – accounts receivable age analysis – que nos dá uma visão global dos recebíveis da empresa de acordo com sua idade.
Um excelente instrumento de análise e controle dos recebíveis é a Análise do Contas a
Receber por idades ou Age Analysis. Este relatório nos mostra a composição de nosso Contas a Receber sob o ponto de vista do prazo de vencimento.
• Prazo Médio de Pagamentos
Como no caso anterior, vamos calcular o saldo médio da conta de Fornecedores:
Nota: usamos 365 dias caso queiramos fazer o cálculo sobre o ano civil. Caso seja
usado o ano comercial, o valor é 360 dias.
PMP = Compras
365 X es Fornecedor
PMR = Vendas
365 X receber a Duplicatas
Saldo Médio = 2
exercício do final Saldo exercício do inicial Saldo +
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Devemos observar que o saldo da conta de Compras normalmente não é indicado nos
balanços, assim devemos utilizar a seguinte fórmula para obtêlo:
Compras = Custo das Mercadorias Vendidas + Estoque final – Estoque inicial
Este índice indica o prazo médio em que os fornecedores são pagos.
• Prazo Médio de estoques
Vamos utilizar o saldo médio dos estoques:
Análise por índices: índices de rentabilidade e retorno
Introdução
Até o momento, preocupamonos apenas com a liquidez, gestão dos ativos, e
financiamento das operações; não nos detivemos em analisar a rentabilidade. O termo rentabilidade pode ser analisado sob duas ópticas diferentes: a do gestor e a do investidor.
O gestor está preocupado em analisar o resultado de suas políticas de marketing e venda,
ou seja, a lucratividade de suas vendas. Por outro lado, o investidor deseja conhecer o retorno de
seu investimento.
Índices de Rentabilidade
A demonstração contábil principal é sem dúvida o balanço. É uma visão do patrimônio da
empresa em um dado momento, e composta de Ativo e Passivo.
PME = CMV
365 X Estoques
Saldo Médio = 2
final estoque inicial Estoque +
Saldo Médio = 2
es Fornecedor de final Saldo es Fornecedor de inicial Saldo +
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FINANÇAS CORPORATIVAS
O Ativo é formado pelos Bens e Direitos da empresa. O Passivo é composto pelas
Exigibilidades e o Patrimônio Líquido. As Exigibilidades representam as obrigações da empresa,
enquanto o Patrimônio Líquido – também chamado, com mais propriedade, de Patrimônio dos
Acionistas – é constituído pelo Capital Social. Os Resultados Acumulados representam os
recursos dos proprietários investidos na empresa.
Também conhecidos como índices econômicos, na maioria dos casos são extraídos da
análise vertical da Demonstração de Resultado do Exercício. Sua finalidade é determinar o
resultado das vendas efetuadas de forma a que se possa mensurar o quanto se está ganhando
nas vendas.
Margem Bruta
Também denominado de mark up, a relação entre o lucro bruto e as vendas líquidas, a margem bruta é inversamente proporcional ao custo das vendas – ou seja, uma margem maior
significa um custo de vendas mais baixo.
Margem Operacional
O Lucro operacional tem uma importância muito significativa, uma vez que é o resultado
das operações da empresa, ou seja, é o resultado de sua atividade principal. Este índice indica o
percentual restante das vendas após a dedução do custo de vendas e das despesas
operacionais.
Nota: Vendas líquidas: vendas brutas, menos impostos sobre vendas, devoluções
e descontos comerciais.
Margem Operacional = líquidas Vendas
l operaciona Lucro
Margem Bruta = Líquidas Vendas Bruto Lucro
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Giro dos ativos
Este índice mede a eficiência dos ativos. Revela a capacidade da empresa em produzir
vendas com sua base de ativos.
Lucro por ação
O Lucro Após o Imposto de Renda é aquele que está à disposição da Assembléia Geral
para distribuição entre os acionistas e indica qual o ganho de cada ação após a dedução do
Imposto de Renda.
Índices de retorno
Os investidores vêem a empresa como um investimento, e, na realidade, desejam medir
qual retorno vêm obtendo deste investimento – o Retorno do Investimento RI, ou usando a
denominação mais utilizada Return on Investment, o conhecido ROI.
A receita da empresa resulta diretamente da combinação de seus ativos. Assim, estoques,
recebíveis, imobilizado e todos os ativos irão produzir as receitas e, conseqüentemente, os lucros.
A idéia é medir qual o retorno – lucro – que é obtido com a estrutura de ativos – investimentos.
A fórmula da Dupont
Desenvolvida pela Dupont Corporation, esta abordagem trabalha ao mesmo tempo os
Índices de Balanço e os Índices de Rentabilidade. Relaciona a rentabilidade sobre as vendas com
o retorno dos ativos que já descrevemos.
Existem algumas variações entre os autores quanto qual o resultado a ser utilizado –
alguns preferem o lucro líquido e outros preferem o lucro operacional. Vamos utilizar, neste
LPA = ações de Número
renda de imposto o após Lucro
GA = Total Ativo líquidas Vendas
51
FINANÇAS CORPORATIVAS
trabalho, o lucro operacional antes dos juros, por ser mais representativo, já que não inclui
resultados estranhos às operações, tais como receitas e despesas financeiras e resultados não
operacionais.
Já conhecemos estas duas fórmulas; o que a Dupont fez foi relacionar estes dois índices
de forma a obter o Retorno do Investimento. Assim, substituindo, temos:
O resultado de um empresa depende da margem e do retorno sobre os ativos –
dependendo do ramo, o resultado será obtido através da margem ou do retorno sobre os ativos.
Exercícios
1. Assinale abaixo a alternativa que representa os principais índices de análise de estrutura de capitais: a) Índice de inflação, Índices de Estrutura de Capital e Índices de Liquidez. b) Índices de Rentabilidade, Índices de Operações, Índices de Estrutura de Capital, Índices de
Liquidez e Índice de relevância patrimonial. c) Índices Índices de Rentabilidade e Índices de Operações. d) Índices de Estrutura de Capital, Índices de Liquidez, Índices de Rentabilidade e Índices de
Operações
2. Assinale abaixo a alternativa correta sobre os índices de liquidez: a) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, ou
seja, sua capacidade de pagamento. b) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de analisar a rotatividade dos seus
estoques em relação às vendas. c) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de captar recursos de terceiros. d) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de administrar seus direitos, ou seja,
sua capacidade de recebimento.
3. Qual dos itens relacionados mede a eficiência dos ativos e revela a capacidade da empresa em produzir vendas com sua base de ativos: a) Margem Bruta e Margem Operacional. b) Giro do Ativo. c) Índices de retorno. d) Lucro por ação.
4. Assinale abaixo a alternativa correta sobre Análise Horizontal: a) Busca acompanhar a evolução dos vários demonstrativos contábeis ao longo do tempo.
ROI = Margem Líquida X Giro do ativo total
ROI = Ativos líquidas Vendas
líquidas x Vendas l operaciona Lucro
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FINANÇAS CORPORATIVAS
b) Busca acompanhar a evolução das várias contas dos demonstrativos contábeis ao longo do tempo.
c) busca acompanhar a evolução das contas do ativo circulante ao longo do tempo. d) busca acompanhar os demonstrativos contábeis ao longo do tempo.
Respostas dos Exercícios
1. Assinale abaixo a alternativa que representa os principais índices de análise de estrutura de capitais: RESPOSTA CORRETA: D
2. Assinale abaixo a alternativa correta sobre os índices de liquidez: RESPOSTA CORRETA: A
3. Qual dos itens relacionados mede a eficiência dos ativos e revela a capacidade da empresa em produzir vendas com sua base de ativos: RESPOSTA CORRETA: B
4. Assinale abaixo a alternativa correta sobre Análise Horizontal: RESPOSTA CORRETA: B
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 06 • FLUXO DE CAIXA
Introdução
A Administração eficiente das disponibilidades, mais precisamente o caixa, contribui de
uma forma significativa para a maximização do lucro das empresas. Quando o departamento
financeiro recebe ou paga, normalmente as decisões que geraram estes pagamentos e
recebimentos já foram tomadas anteriormente pelos gestores responsáveis. Para a administração
financeira é imprescindível que as informações de recebimento e pagamento estejam disponíveis
antes dos mesmos serem efetivados. É o fluxo de caixa que na maioria das vezes fornece estas
informações.
Conceitos
O fluxo de caixa é um esquema, ou modelo, que representa todas as entradas e saídas de
caixa ao longo do tempo. Costumase afirmar que em um fluxo de caixa deve existir pelo menos
uma entrada e pelo menos uma saída de caixa ou viceversa. A representação acima citada pode
ser feita através de tabela ou através de gráficos. Veja a seguir um exemplo da representação do
fluxo de caixa.
Exemplo: Um investidor efetuou um investimento no valor de R$ 110.000 no instante
inicial (mês zero) e teve os seguintes retornos: R$ 40.000 no mês 2, R$ 50.000 no mês 3, e R$
60.000 no mês 6. Porem, o investidor teve que desembolsar mais R$ 10.000 no mês 3 e R$
20.144 no mês 5.
Representação através de tabela
Meses Entrada Saída Saldo 0 (110.000) (110.000) 1 (110.000) 2 40.000 (70.000) 3 50.000 10.000 (30.000) 4 (30.000) 5 20.144 (50.144) 6 60.000 9.856
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Representação gráfica
Cálculos e componentes
“Uma unidade monetária recebida hoje vale mais do que uma unidade monetária esperada
no futuro distante.” (Brigham, 2004).
Por fluxo de caixa definese, segundo Ross (2000), a diferença entre a quantidade de
dinheiro que entrou no caixa e a quantidade que saiu.
Através do estudo do fluxo de caixa, podese analisar o valor do dinheiro no tempo,
contribuindo de diversas maneiras para a empresa, variando do estabelecimento de cronogramas
para liquidação de empréstimos a decisões sobre a necessidade da aquisição de um novo
equipamento.
Existem padrões de fluxo de caixa. O convencional é aquele seguido por apenas uma série
de fluxos de entrada; o nãoconvencional é aquele cujo fluxo de saída de caixa não é seguido por
apenas uma série de fluxos de entradas.
Fluxos de caixa relevantes
Na avaliação das alternativas de dispêndios de capital, a empresa tem de determinar os
fluxos de caixa relevantes, que são os fluxos de saída de caixa incrementais após o IR e os fluxos
de entrada resultantes subseqüentes, associados ao dispêndio proposto.
Porém existem os fluxos de caixa incrementais, que representam os fluxos de caixa
adicionais que devem resultar de um dispêndio de capital proposto.
A construção de fluxos de caixa envolve 3 componentes:
1) Investimento inicial;
2) Fluxos de entrada de caixa operacionais;
3) Fluxo de caixa residual.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Todos os projetos possuem os dois primeiros componentes, porém, em alguns, não existe
o fluxo de caixa residual.
Determinação do investimento inicial
Referese às saídas de caixa relevantes a ser consideradas quando se avalia um gasto de
capital proposto, ocorrendo em uma data zero.
O fluxo de caixa que deve ser considerado quando da determinação do investimento inicial
associado a um gasto de capital é o custo instalado do novo ativo, os recebimentos (se houver)
depois do IR, decorrentes da venda de um antigo ativo, e a variação (se ocorrer) de capital de giro
líquido. Se não houver custos de instalação, ou caso não seja substituição de um ativo, então o
preço de compra do ativo será o investimento inicial.
Exemplo:
Custo instalado do novo ativo
() recebimentos depois do IR com a venda do antigo
( ou +) variação de capital de giro líquido
(=) Investimento Inicial
Onde:
Custo instalado do novo ativo = Custo do novo ativo + custos de instalação
() recebimentos depois do IR com a venda do antigo ativo = Recebimentos com a venda
do antigo ativo ( ou +) imposto sobre a venda do antigo ativo
( ou +) variação de capital de giro líquido
• Custo do novo ativo: é o desembolso para aquisição;
• Custos de instalação: custos para colocar um ativo em funcionamento;
• Custo instalado do novo ativo: é igual ao somatório do custo do novo ativo + custo de
instalação. Este custo é passível de depreciação.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
• Recebimentos depois do IR com a venda do ativo antigo: correspondem à diferença entre
o produto da venda do antigo ativo e os pagamentos ou devoluções de IR relacionados a
sua venda;
• Recebimentos com a venda do antigo ativo: é igual ao fluxo líquido de entrada, gerado
pela venda, depois de deduzido o gasto incorrido no processo de remoção do ativo
(despesas de limpeza e remoção).
• Variação do capital líquido: é a diferença entre a variação dos ativos circulantes e a dos
passivos circulantes; se essa diferença for negativa, é tratada como entrada inicial, e se
for positiva, é tratada como saída inicial.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 07 • ANALISE DE INVESTIMENTOS
Decisão de investimentos: valor presente líquido (vpl)
Outra técnica, um pouco mais sofisticada, é usualmente utilizada pelas empresas o valor
presente líquido, pelo qual se leva em conta o valor do dinheiro no tempo.
Valor presente líquido
O valor presente líquido (VPL), também denominado de valor atual líquido (VAL) ou, ainda,
net present value (NPV) "...é a representação de um saldo hipotético (positivo, nulo ou negativo)
dos valores envolvidos no empreendimento, transladados equivalentemente para o instante inicial
e comparados, no mesmo instante, com uma aplicação financeira em que os mesmos valores são
aplicados 'a uma taxa mínima de atratividade, durante um prazo igual' à vida útil do
empreendimento".
O valor presente líquido é obtido subtraindose o investimento inicial de um projeto do valor
presente de suas entradas de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de capital da
empresa.
O valor presente líquido (VPL) é a diferença entre o valor de mercado de um investimento
e seu custo.
Como calcular o VPL através de uma calculadora financeira HP 12c:
Investimento Inicial = R$ 50.000
Taxa de mínima de atratividade = 10%
Fluxo
1. 30.000
2. 30.000
3. 20.000
4. 15.000
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FINANÇAS CORPORATIVAS
5. 25.000
Digite Tecle Tecle Tecle 50.000 CHS g Cfo 30.000 g CFj 30.000 g CFj 20.000 g CFj 15.000 g CFj 25.000 g CFj
Digite 10 e tecle i.
Após alimentar a calculadora com os dados, tecle f e depois NPV (net present value) ou
valor presente líquido, que será igual a R$ 42.860,65.
Critérios de decisão
Se VPL > 0, o projeto deverá ser aceito.
Se VPL < 0, o projeto deverá ser rejeitado.
Se VPL = 0, é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto.
Se o VPL for positivo, isto indicará que o investimento é viável; se negativo, inviável; e, se
igual a zero, indiferente.
O método de valor atual líquido, por adotar um fluxo de caixa descontado, permite a
análise do fluxo de caixa em função da real magnitude de cada fluxo de caixa (valor aquisitivo da
moeda) em valor atual.
Apresentaremos alguns exemplos que permitirão que, com o uso de uma calculadora
financeira, você entenda o processo.
Utilizaremos o exemplo do fluxo de caixa da Special Motors S/A.
Se o custo da empresa for igual a 10 %, os valores presentes líquidos dos projetos A (uma
anuidade) e B (uma série mista) podem ser calculados como indicado abaixo:
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Esses cálculos resultam em VPL de $11.071 para o projeto A, e $10.924 para o projeto B.
Os dois projetos são aceitáveis, já que seus valores presentes líquidos são maiores de $0. Se
estivessem sendo classificados, o projeto A seria considerado superior ao projeto B, pois tem VPL
$11.071 versus $10.924, e, portanto, irá gerar maior valor para a empresa.
Decisão de investimentos: taxa interna de retorno (tir)
Outra técnica comumente usada na administração financeira é a taxa interna de retorno,
que iguala o valor presente líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras, é
a taxa que faz com que o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas.
Taxa interna de retorno
“Para fins de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada à taxa que representa o custo
de capital da empresa, e o projeto só deverá ser aceito quando a sua taxa interna de retorno
ultrapassar o custo de capital, significando que as aplicações da empresa estarão rendendo mais
do que o custo dos recursos usados na entidade como um todo.”
A taxa interna de retorno ou IRR Internal Rate of Return é determinada pelo método de tentativa e erro, o que acarreta um largo dispêndio temporal, especialmente quando se trata de
um fluxo de caixa mais longo. Assim, tornase necessária a utilização da calculadora financeira.
Esta taxa apresenta algumas deficiências, porém a principal é a possibilidade de existência
de mais de uma taxa interna de retorno num mesmo fluxo de caixa. Por outro lado, talvez seja o
único método em que sua definição seja padronizada, não havendo ambigüidade quanto a sua
utilização ou forma de cálculo.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que é igual ao valor presente líquido
das saídas ao valor presente das entradas.
A TIR é a taxa intrínseca de retorno do projeto.
Critérios de decisão
Assim como no valor presente líquido, existem critérios para decidir se o projeto deve ou
não ser aceito, segundo sua TIR:
k = custo do capital.
Se TIR > k, o projeto deverá ser aceito.
Se TIR < k, o projeto deverá ser rejeitado.
Se TIR = k, é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto.
Um investimento vale a pena quando cria valor para seus proprietários.
Por exemplo, suponha que você compre uma casa usada em mau estado de conservação
por $25.000 e gaste outros $25.000 em reformas para consertála. Ao final, seu investimento seria
$50.000, porém, ao colocála à venda, percebe que seu valor de mercado é de $60.000,
superando seu custo ($50.000) em $10.000.
Então, você agiu como um administrador, gerando valor em seu negócio.
Estimação do valor presente líquido
Imagine que estamos pensando em começar a produzir e vender um novo produto.
Podemos estimar o custo de implantação desse negócio com precisão razoável, porque sabemos
o que será necessário para iniciar a produção. Será um bom investimento?
Vai depender se o valor do novo negócio será maior que o custo de implantação.
Porém, um novo negócio pode não ser tão fácil como comprar e vender uma casa usada.
É praticamente impossível observar o valor de mercado de investimentos semelhantes.
Então procuraremos estimar os fluxos de caixa futuros que esperamos que o novo negócio
gere, para, em seguida, aplicar o procedimento para descobrir a TIR e comparála à nossa taxa de
atratividade, descobrindo, assim, se o investimento será ou não viável.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Suponha que a receita bruta de nosso negócio seja de R$20.000,00 por ano. Imaginando
que tudo saia conforme o esperado, e os custos desembolsados sendo de R$14.000,00 por ano,
teremos uma entrada líquida de R$6.000,00. A liquidação do negócio será em 8 anos. O
lançamento do projeto será de R$30.000,00.
Utilizando uma taxa de desconto de 15% em novos projetos, responda: através do critério
da TIR, esse é um bom investimento? Por quê?
Utilizando uma HP 12c
Digite Tecle Tecle Tecle n 0 30.000 CHS g Cfo 1 6.000 g Cfj 2 6.000 g Cfj 3 6.000 g Cfj 4 6.000 g Cfj 5 6.000 g Cfj 6 6.000 g Cfj 7 6.000 g Cfj 8 6.000 g Cfj 9 6.000 g Cfj
15 i f NPV f irr
Resultado: VPL(NPV) = (1.370,50) Resultado: TIR(IRR) = 13,70%
OU
Digite Tecle Tecle Tecle 0 30.000 CHS g Cfo
6.000 g Cfj 9* g Nj
15 i f NPV f irr
* número de vezes que se repete o valor 6.000
Resultado: VPL(NPV) = (1.370,50) Resultado: TIR(IRR) = 13,70%
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Após alimentar a máquina com os dados acima, aperte f e depois IRR, o resultado será
13,70%.
Significa que não é um bom investimento, uma vez que o IRR é menor que a taxa de
atratividade (custo de oportunidade). Dessa forma, é preferível deixar o dinheiro aplicado a 15%
ao ano, ou aplicálo em outro projeto.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
AULA 08 • GESTÃO DE TESOURARIA
Rentabilidade vs Risco
Ativo Circulante
Introdução
O Administrador Financeiro dedica a maior parte de seu tempo administrando as
disponibilidades para fazer face às exigibilidades de curto prazo. Compete a ele, também,
assegurar que todos os valores devidos à empresa sejam recebidos dentro do prazo negociado,
de forma a manter o fluxo adequado dos recursos.
O estudo do Ativo Circulante é de suma importância porque a empresa necessita recuperar
seus custos incorridos durante o ciclo de produção para que possa repor seus estoques e manter
as operações.
Fluxo do Ativo Circulante
Quando da incorporação de uma empresa, os valores recebidos em dinheiro para formar o
capital (observe que o capital de uma empresa não precisa necessariamente ser integralizado em
dinheiro podese utilizar qualquer tipo de ativo para tal finalidade) são encaminhados para o
caixa de empresa, de onde vão inicialmente para o estoque – aquisição de matériasprimas.
Durante a produção, acrescentamse a MãodeObra Direta e as Despesas Indiretas de
Fabricação – formando o Custo Industrial. Ao ser vendido o produto, o custo industrial – acrescido
de lucro – é encaminhado para outra conta do Ativo Circulante: Contas a Receber – ou Clientes –
lá ficando até o pagamento, quando então retorna ao caixa.
Manutenção do Capital de Giro
Uma boa gestão do ativo circulante implica na manutenção de um nível de caixa que
permita fazer face às responsabilidades da empresa e eventuais pagamentos não programados,
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FINANÇAS CORPORATIVAS
porque, se o fluxo de caixa fosse totalmente realizável, seria possível manter um saldo de caixa
igual a zero.
O saldo de caixa deve ser capaz de suprir as seguintes necessidades:
Pagamentos das necessidades operacionais, como:
• Aquisição de matériaprima
• Serviços profissionais
• Folha de pagamento
• Despesas operacionais
• Liquidação e amortização de financiamentos
• Investimentos de capital
•Pagamentos não previstos
Não podemos deixar de considerar eventuais necessidades oriundas de negociações
bancárias, tais como reciprocidades e manutenção de saldo médio.
Estoques
Apesar de a responsabilidade pelos estoques não ser atribuição direta do administrador
financeiro, mas do Diretor de Produção, na indústria, ou do Diretor Comercial, no comércio, o
Administrador Financeiro deve acompanhar de perto a evolução dos saldos dos estoques, porque
representam imobilização de fundos.
O assim chamado “custo de manter estoques” é formado pelos seguintes componentes:
I. Espaço físico ocupado pelo estoque – depreciação da área.
II. Custo – depreciação – do equipamento usado em movimentar, manipular e cuidar do
material.
III. Salário do pessoal ocupado em adquirir, estocar, manipular, movimentar, manter e
controlar o material.
IV. Custos da segurança do espaço e do material estocado.
V. Custo do dinheiro imobilizado sob a forma de estoque – que poderia estar investido.
Está claro que, com os juros altos, o custo de manter é extremamente alto.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Contas a receber
Duas das funções mais importantes do gerenciamento do ativo circulante são as funções
de crédito e de cobrança. São exatamente estas funções que garantem que os valores devidos à
empresa sejam recebidos dentro dos prazos negociados, assegurando, assim, o fluxo de caixa
necessário para as operações da empresa.
A função de Crédito
A maioria das vendas das empresas é realizada a prazo – tanto para outras empresas,
quanto aos consumidores finais. Estas vendas resultam no Contas a Receber – que podem
também receber o nome de Fornecedores, ou mesmo Duplicatas a Receber.
O risco de inadimplência destas operações depende de uma análise de crédito do
comprador. Esta análise deve ser feita antes da efetivação da venda ao cliente. Estas análises
devem incluir levantamentos comerciais e financeiros dos clientes através de revisões de seus
relatórios financeiros e levantamento de sua Ficha Cadastral.
Devese acompanhar cuidadosamente a evolução financeira e comercial dos clientes de
forma a assegurar pagamentos pontuais. Podese obter informações cadastrais utilizando o
serviço de entidades especializadas, como SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, da
Associação Comercial de São Paulo, ou Centralização de Serviços Bancários – SERASA. Existem
também empresas privadas especializadas neste serviço, como a multinacional Dun & Bradstreet.
Além disso, é essencial a existência de uma Política de Crédito clara e bem definida que
permita um acompanhamento adequado dos clientes, o que irá resultar em recebimentos dentro
do prazo negociado.
Cobrança
Junto com a política de crédito, devese colocar em prática uma política de cobrança. A
análise de crédito deve acompanhar as expectativas de cobrança, de forma que, quando se
antecipe uma dificuldade de cobrança junto a determinado cliente, a análise de crédito seja mais
rígida.
66
FINANÇAS CORPORATIVAS
De modo geral, a utilização da cobrança bancária é a forma mais eficaz de realizar as
cobranças. Mais barata, segura e efetiva que a cobrança em carteira. Nesta sistemática, o banco
toma para si a parte mais desagradável da cobrança, tirando da empresa esta função, que pode
trazer resultados desagradáveis no relacionamento com o cliente. Neste caso, a empresa define
as condições dentro das quais as cobranças deverão ser realizadas, cabendo ao banco cumprir
estas instruções, permitindo que as empresas mantenham boas relações com seus clientes.
Capital de Giro – Capital Circulante Líquido
Introdução
Já vimos anteriormente que o Ativo Circulante é formado pelos bens e direitos com
maturação até o término do exercício social subseqüente (Lei 6404/76 art. 179). Ou seja, os ativos
classificados neste grupo devem tornarse em caixa dentro deste período.
A gestão destes valores é essencial para a sobrevivência da empresa e deve ser realizada
de forma cuidadosa para certificar que os vencimentos das exigibilidades sejam equacionados
com a maturação dos recebíveis, de forma que haja um casamento de prazos. Assim, é
extremamente importante um gerenciamento adequado dos estoques e recebíveis.
Capital Circulante Líquido
Também chamado de Capital de Giro Próprio, o Capital Circulante Líquido (CCL) é o
resultado da subtração do Ativo Corrente menos o Passivo Corrente. Alguns autores usam o
termo Capital de Giro para definir o Ativo Circulante. Desta forma, o Capital de Giro Próprio é
aquela porção do Ativo Circulante não comprometida com o Passivo Circulante.
É o que resta após o pagamento de todos os passivos em curto prazo – ou seja: é o valor
que pode ser investido em longo prazo – uma vez que as responsabilidades em curto prazo já
foram liquidadas. Tamanha é sua importância, que em seu livro Contabilidade Empresarial o Professor Marion se refere ao Capital Circulante Líquido como sendo a “saúde da empresa”.
(MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10ª ed., São Paulo: Atlas, 2003).
CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Situações do Capital Circulante Líquido
Capital circulante líquido positivo – ativo corrente maior que o passivo corrente.
Este espaço representa a parte do Ativo não Corrente que é financiada pelo capital próprio.
Capital circulante líquido negativo – ativo corrente menor que o passivo corrente.
Este espaço representa a parte do Ativo não Corrente que é financiada pelo Passivo
Corrente.
Fontes de Financiamento
Como já discutimos anteriormente, os Passivos representam as fontes de financiamento da
empresa.
Fontes de Capital de Giro
Acima vemos que os passivos circulantes são a fonte de financiamento de curto prazo.
Destas fontes, temos aquelas que são geradas normalmente pelas operações, como as contas a
pagar a fornecedores, salários a pagar e impostos a recolher. Por seu turno, outras são
provenientes das atividades de financiamento, tais como empréstimos e financiamentos bancários
e títulos descontados.
De um modo geral, as fontes de financiamento são onerosas, o que significa que têm um
custo, uma vez que resultam em encargos financeiros. Em alguns casos, como os financiamentos
e empréstimos bancários, estes custos financeiros estão claramente definidos, sendo inclusive
registrados em contas específicas de despesas financeiras. Em outros casos, como contas a
pagar a fornecedores, estes custos financeiros são incluídos no valor de aquisição.
No entanto, existem outras fontes de financiamentos em curto prazo que não são
onerosas. Dentre estas fontes, podemos mencionar as contas de salários a pagar, encargos e
impostos a recolher (este últimos, se recolhidos até o vencimento) e as provisões de Folha de
Pagamento: provisão para férias e provisão para décimoterceiro salário.
Em casos de descompassos entre recebimentos e pagamentos, a empresa poderá
recorrer a financiamentos externos em curto prazo – a um custo financeiro adequado.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Planejamento Financeiro – Visão Integrada do Fluxo de Caixa
Introdução
O resultado das empresas depende também de suas políticas financeiras e da eficiência
com que são administradas suas disponibilidades e exigibilidades. Cabe ao executivo responsável
pela administração financeira da empresa colocar em prática as políticas definidas pela alta
direção, mantendo o equilíbrio entre os ativos e passivos em curto prazo, de forma que os
compromissos sejam saldados dentro dos prazos, interagindo com as operações geradoras de
caixa para manter o equilíbrio necessário.
O instrumento principal de gestão das disponibilidades é o Fluxo de Caixa, documento que
demonstra a movimentação dos fundos durante um determinado período de tempo.
Fluxo de Caixa
Já vimos que as contas de patrimônio – contas de balanço – são chamadas de contas de
fluxo, ou seja, o saldo final é obtido utilizandose a seguinte expressão:
É extremamente importante observar:
• As cobranças (entradas nas contas de disponibilidades) são as saídas da conta de
clientes (ou contas a receber)
• Os pagamentos (saídas nas contas de disponibilidades) são as saídas da conta de
fornecedores (ou contas a pagar).
O documento principal para uma gestão efetiva de caixa – disponibilidades – é o Fluxo de
Caixa Projetado. O Fluxo de Caixa Projetado parte do saldo de caixa existente e inclui o
movimento futuro, ou seja, as cobranças e pagamentos futuros projetados.
O documento tem o formato abaixo:
Saldo final = saldo inicial + entradas – saídas
Saldo final = saldo inicial + cobranças pagamentos
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Este formulário dá ao tesoureiro – assumindo que este seja o título do executivo
responsável pela movimentação dos recursos da empresa – a visão futura que lhe permitirá
manter o saldo de caixa necessário.
Observe que o tesoureiro poderá aumentar os detalhes das entradas e saídas de caixa
acrescentando outros tipos de recebimentos e desembolsos de caixa.
Manutenção do Saldo de Caixa
Acompanhando a evolução do saldo de caixa neste documento, o tesoureiro é capaz de
determinar quando seu fluxo de caixa irá apresentar uma posição de falta de caixa, de forma que
possa entrar no mercado para obter os fundos necessários pelo prazo necessário.
Poderá também definir as datas em que terá sobras de caixa e planejar a melhor forma de
investilas, evitando exposições inúteis. Deste modo, será capaz de manter o saldo de caixa.
Fontes de Financiamento em Curto Prazo
Introdução
Não podemos perder de vista que, se os elementos que compõem o fluxo de caixa –
cobranças e pagamentos – fossem perfeitamente previsíveis, não haveria necessidade da
manutenção de um saldo de caixa.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
Por caixa devemos entender os recursos disponíveis. Por questão de controle interno,
consideramos como disponíveis apenas os depósitos bancários à vista. Não estamos
considerando as aplicações financeiras de liquidez imediata, uma vez que sua remuneração não
cobre sequer os impostos.
Financiamentos Externos
Ao observar que a empresa irá atravessar um período de escassez de caixa, é necessário
que se lance mão de financiamentos em curto prazo para cobrir os períodos em que o saldo de
caixa não for suficiente para cobrir os pagamentos. A seguir, iremos discutir brevemente as
principais fontes de financiamento de curto prazo. É importante observar que esta lista não inclui
todas as possibilidades existentes no mercado, e representa apenas uma definição rápida.
Desconto de Títulos
Sem dúvida, esta é a forma de financiamento preferida pelos gestores financeiros
brasileiros. De um modo geral, é realizado a uma taxa de juros mais baixa, uma vez que o banco
tem garantias bastante grandes. Podemse descontar duplicatas ou notas promissórias –
presentemente, tendo em conta os usos e costumes, o cheque vem sendo usado como título de
crédito, o que o torna também descontável.
O cedente – sacador – transfere ao banco o direito de receber o título – seja ele qual for,
recebendo em troca o valor facial do título descontado por uma taxa negociada entre as partes.
No vencimento, o devedor – sacado – paga ao banco, o qual baixa a responsabilidade do
sacador.
É importante observar que, caso o sacado não liquide o título no vencimento, o banco
debita de volta na conta do sacador o valor do título.
Fica claro que o risco do banco é realmente muito pequeno, o que normalmente conduz a
taxas de juros mais baixas.
71
FINANÇAS CORPORATIVAS
Empréstimos para Capital de Giro
Nesta operação, é feito um contrato entre o banco e o tomador do empréstimo definindo os
detalhes da operação, como valor, taxa de juros, prazo e as garantias. Estas normalmente são
promissórias, avalizadas por sócios ou diretores. A negociação pode também ser efetuada com
garantias adicionais como duplicatas, hipotecas e penhor mercantil. As garantias dependerão
naturalmente da classificação da empresa no banco.
Conta Garantida
Descrevendo de uma maneira simplificada, esta operação é, na realidade, um cheque
especial para pessoas jurídicas. É definido pelo banco um limite que ficará à disposição da
empresa, a qual poderá sacar livremente até o limite determinado até o final do contrato. Os
encargos são cobrados pelo tempo em que o limite é utilizado.
A grande vantagem desta operação é que permite ao tomador gerenciar melhor suas
necessidades de caixa.
Principais Aplicações de Fundos
Introdução
Já deve ter ficado muito claro que não se deve deixar saldo de caixa ocioso. O caixa fica
exposto à inflação e vai perdendo poder de compra. No Brasil, os investimentos de curtíssimo
prazo têm uma remuneração excessivamente baixa, não cobrindo normalmente os impostos
pagos. Assim, o Tesoureiro precisa administrar com muito cuidado seu fluxo de caixa para evitar
sobras de caixa de valores altos por períodos de tempo muito curtos.
Para períodos de tempo mais longos, pode lançar mão de investimentos outros, com taxas
de remuneração mais atraentes.
Aplicação Sobras de Caixa
As eventuais sobras de caixa devem ser aplicadas numa tentativa de minimizar a
exposição do caixa. Após analisar o fluxo de caixa projetado, o tesoureiro deverá determinar
72
FINANÇAS CORPORATIVAS
quando terá sobras de caixa, seu valor e por quanto tempo esta situação irá perdurar. O
tesoureiro deverá, então, definir qual aplicação deverá ser feita.
Aplicações Financeiras
Renda Fixa Renda Variável
Caderneta de poupança
Por tradição do mercado, os investimentos denominados “Investimentos sem Risco” têm a
remuneração mensal de 0,5% (meio porcento), que em juros simples significa 6% (seis porcento
ao ano). A Caderneta de Poupança no Brasil é um investimento sem risco.
Tratase de um investimento que normalmente não é utilizado pelas empresas, no entanto
pode servir para abrigar eventuais sobras de caixa de valores significativos por períodos curtos,
que de outra forma teriam de ficar expostos.
Aplicações de renda fixa
São títulos emitidos pelas instituições financeiras por prazos determinados. As taxas de
juros podem ser prefixadas ou pósfixadas. No primeiro caso, a taxa de juros é pactuada no
momento do investimento, cabendo ao investidor assumir o risco de uma eventual subida da taxa
de juros. No caso oposto, a taxa será pactuada no vencimento do investimento. Os CDBs são
endossáveis, o que significa que podem ser transferidos para terceiros.
Dentro deste mesmo grupo, temos o Recibo de Depósito Bancário – RDB – cuja única
diferença para o CDB é o fato de não serem endossáveis.
Fundos mútuos de renda fixa
São fundos administrados por entidades especializadas, normalmente ligadas a um banco
comercial. Estas entidades cobram uma taxa de administração. O investidor adquire um número
de cotas de Patrimônio Líquido do fundo. Caso haja resgates antecipados, os rendimentos retidos
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FINANÇAS CORPORATIVAS
resultantes são distribuídos entre os cotistas remanescentes. Se a administradora do fundo vier a
encerrar suas operações, os ativos do fundo continuam pertencendo aos cotistas.
Estes fundos são compostos por carteiras de investimentos normalmente formadas por
títulos da dívida pública, debêntures e CDBs. Para reduzir os riscos, estes títulos devem ser
diversificados. (Veja aula sobre riscos.)
Títulos da dívida pública
São títulos emitidos pelo governo com a finalidade de financiar a dívida pública. São
normalmente emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central.
Os títulos prefixados são emitidos pelo chamado “valor de face”, determinado, assim, que a
negociação será feita com deságio. O deságio, por sua vez, irá definir o ganho do investidor no
momento do resgate do título. Os títulos pósfixados têm uma taxa de juro negociada e seu valor
varia de acordo com um indexador definido por ambas as partes.
Aplicações de renda variável
Comentaremos, neste item, apenas os Fundos Mútuos de Renda Variável. Estes fundos
têm um estrutura jurídica muito semelhante à dos fundos de Renda Fixa que vimos. Neste caso,
os resgates ao valor da cota (no momento do resgate) podem ser feitos a qualquer momento. Por
ser composto por títulos de renda variável, este fundo pode apresentar uma rentabilidade
negativa.
Sua carteira é composta basicamente por títulos de renda variável, como ações, ouro, e
commodities. Para reduzir o risco mencionado acima, podem aplicar parte de seus recursos em
títulos de renda fixa ou mesmo no mercado de derivativos.
Conclusão
É importante ter em mente que o administrador financeiro tem sob sua responsabilidade
recursos que pertencem aos acionistas. Assim, não pode aceitar riscos, uma vez que está
arriscando recursos que não lhe pertencem. De um modo geral, o tesoureiro deve sempre assumir
uma posição conservadora em relação aos riscos.
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FINANÇAS CORPORATIVAS
“Administradores financeiros geralmente procuram evitar o risco. A maioria dos administradores tem aversão ao risco – para um certo aumento no risco, em contrapartida, eles exigem um aumento no retorno.” (GITMAN, Lawrence J. Administração Financeira Essencial. São Paulo: Bookman, 2000.)
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FINANÇAS CORPORATIVAS
BIBLIOGRAFIA
CHIAVENATO, Idalberto. Administração financeira Uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
FIPECAFI – Manual de contabilidade das sociedades por ações. 6.ed. São Paulo: 2003.
GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. 10.ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira uma abordagem prática. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005.
LEMES JR, Antonio Barbosa; RIGO Claudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula M.S Administração financeira Princípios fundamentos e práticas brasileiras. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.