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    www.resumosconcursos.comApostila:Finanas Pblicas por Desconhecido

    Finanas Pblicas

    Assunto:

    APOSTILA SOBRE FINANASPBLICAS

    Autor:

    2

    DESCONHECIDO

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    FINANAS PBLICAS1. CONCEITOS BSICOS TEORIA DAS FINANAS PBLICAS: AS FALHAS DE

    MERCADO. OBJETIVOS DA POLTICA FISCAL.

    TEORIA DAS FINANAS PBLICAS

    A existncia do governo necessria para guiar, corrigir e complementar o sistemade mercado, que, sozinho, no capaz de desempenhar todas as funes econmicas.As razes que levam a existncia dos governos esto associadas questes de justia,defesa, soberania, etc.

    O governo conseqncia natural da evoluo da sociedade, de forma a organizar

    e disciplinar da melhor forma as relaes entre as pessoas.Os principais aspectos para a existncia do governo so:1) O mercado, representado pelas famlias, empresas, etc. necessita de contratos

    para funcionar que dependem da proteo jurdica do Estado e das leis enormas implementadas pelo governo.

    2) Alguns bens no podem ser fornecidos pelo sistema de mercado, visto oselevados investimentos necessrios e a no possibilidade de retorno sobre oinvestimento feito, assim como a no possibilidade da cobrana pelo sistema depreo. H existncia de bens pblicos, como pontes, estradas, praas, justia,etc. e semi-pblicos (educao, segurana, sade, etc.), incobrveis ou que

    nem todos podem pagar e, ainda, externalidades geradas pelo mercado(poluio de indstrias, barulhos, etc.), que precisam ser regulados, para evitaro caos, o que caracteriza que o mercado sozinho no perfeito e nem podefuncionar livremente. Ou seja, h falhas de mercado que levam necessidadede solues, que somente podem ser equacionadas pelo setor pblico.

    3) O mercado livremente no garante por si s um elevado nvel de emprego sociedade, a estabilidade de preos e o crescimento do PIB ou economia nonvel desejado. As empresas pensam em apenas maximizar o seu lucro e nono bem-estar geral. A ao do governo fundamental para assegurar estesobjetivos.

    4) Para que um sistema de mercado funcione de forma mais plena, ele deve

    promover uma distribuio de renda ou riqueza equilibrada, visto que nem todosos cidados tem renda para o consumo. A ao do governo corrige aindesejada distribuio (ou concentrao) de renda do ponto de vista social, queseria absurda caso ocorresse o livre funcionamento do mercado.

    FALHAS DE MERCADO

    Os objetivos do Governo so corrigir as falhas de mercado e as distores,visando manter a estabilidade, melhorar a distribuio de renda, e alocar recursoscom mais eficincia.

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    As metas so regular o mercado e coibi r abusos, reduzi r as falhas e asexternalidades (efeitos adversos causados por certos agentes no mercado comopoluio descontrolada pela produo, etc.), proporcionar o acesso de todos aos

    produtos, construir obras pblicas mediante a cobrana de impostos, assegurar ocumprimento das funes elementares do Estado (justia, segurana, sade,educao, etc.).

    Falhas de Mercado so as circunstncias na economia que impedem asituao timapara as empresas num mercado competitivo. O mercado, por si s, noconsegue superar todos os obstculos e gerar o bem-estar a todos.

    As falhas de mercado so originadas pela:

    Existncia de bens pblicos;

    Falha de competioque se reflete na existncia dos monoplios naturaisde empresas; Externalidades (positivas e negativas); Mercados incompletose a ocorrncia de desemprego e inflao.

    O setor pblico poderia inexistir se no houvesse falhas de mercado e todos osrecursos fossem empregados e gerados perfeitamente.

    Na Economia, denomina-se equilbrio geral a situao onde todos os bens erecursos do mercado so alocados da melhor forma possvel, com o mximo de utilidade,com maximizao da produo e satisfao das demandas dos consumidores.

    No equilbrio geral, em tese, todas as variveis econmicas estariam equilibradas(preos, salrios, renda, etc.) de maneira que, se uma varivel for alterada (preos, porexemplo), haver uma piora na situao dos indivduos, no sentido de perda de poderaquisitivo, inflao, aumento de tributao.

    OBJETIVOS DA POLTICA FISCAL

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    O Oramento de um determinado Governo (previso anual de gastos pblicos)funciona como um verdadeiro balizador na Economia. Se temos elevados investimentosgovernamentais previstos no Oramento, provavelmente o nmero de empregosaumentar, assim como a renda agregada melhorar. Em compensao, um oramentode um Governo restrito em investimentos, provocar desemprego, desacelerao daeconomia, e decrscimo no produto interno bruto. O Governo pode provocar oramentosexpansionistas ou gerar um oramento recessivo.

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    2. VISO CLSSICA DAS FUNES DO ESTADO, EVOLUO DAS FUNESDO GOVERNO.

    As funes clssicas do Estado so a sade, a educao, a defesa nacional, opoliciamento, a regulao de mercados, a justia e o assistencialismo.

    Se o governo no assumir essas funes que so bens pblicos ou semipblicos,ningum ir faz-lo ou ir faz-lo de modo insatisfatrio e parcial para a populao, por setratar da oferta de bens pblicos ou semipblicos, no passveis de serem cobrados pelavia dos preos.

    O princpio da excluso nas finanas pblicas causado pela lei de preos. Oprincpio dita que se uma pessoa possuir renda, pode comprar um bem ou mercadoriaque deseja, do contrrio, no. Os bens privados esto sujeitos a lei do preo e por isso,

    a eles, se aplica o princpio da excluso. Quem tem dinheiro compra, quem no tem,no consegue o bem, sendo excludo.

    Os bens pblicos no esto sujeitos ao preo e ao princpio da excluso , ouseja, por exemplo, no possvel negar a um cidado o policiamento s porque ele nopagou seus tributos! Por outro lado, pontes, estradas, praas, justia e outros benspblicos nem podem ser cobrados da sociedade. Mesmo que houvesse pagamento, nose poderia impedir o livre deslocamento das pessoas por bens pblicos. Uma estradapedagiada, ao contrrio, no um bem pblico, e sim, um bem privado, onde se aplica alei do preo e o princpio da excluso, pois quem no pagar no pode usufruir.

    Para maximizar o bem-estar da sociedade, necessria a interveno do governo.No possvel o mercado sozinho, enfrentar todos os problemas da sociedade e resolv-los com satisfao a todos. Os monoplios, os cartis, os interesses distintos e difusosdos empresrios em maximizar o lucro e a produo, no se coadunam com os interessesdos empregados em melhores salrios. Algum tem que regular esta relao, comnormas claras, sob pena de se instaurar o caos ou haver a explorao dos trabalhadores,diante da elevada oferta de trabalho e baixa demanda. Outro exemplo de interveno doEstado, para elevao do bem-estar geral a oferta de bens pblicos, como justia esegurana gratuitas, mesmo para os mais pobres, que no tem como pagar tributos.Quem iria oferecer estes bens aos mais pobres? O mercado, agindo livremente? OEstado tem que propiciar o acesso aos bens pblicos, mesmo os que no tm condies,proporcionando os direitos bsicos consagrados na Constituio Federal.Seria uma utopia imaginar que todos os preos fossem constantes ou fixos, que houvessetantos compradores quanto vendedores interessados em vender e comprar seus produtosna mesma proporo, que todos tivessem perfeito conhecimento do mercado e dos bensfornecidos, em perfeita harmonia, ou que todos os produtores procurassem satisfazer emaximizar seus lucros, com a maximizao da utilidade dos bens para os consumidores.

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    O bem-estar geral s conseguido com a interveno do governo, pois este quem redistribui as riquezas, estabiliza os preos e regula e cobe as aes do mercado.Ao contrrio do pregavam os clssicos, o mercado por si s no pode resolver todos os

    problemas sociais e econmicos. O desemprego, a inflao, os monoplios, etc. soconseqncias quase que naturais do processo de mercado. Mas tambm h um pontona economia onde todos os fatores se ajustam, numa espcie de equilbrio geral.

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    Sob certas condies econmicas (preos, salrios, etc.), gera-se uma alocao derecursos que se caracteriza pelo fato de que impossvel promover uma realocao de

    recursos de tal forma que um indivduo aumente o seu grau de satisfao, sem que, aomesmo tempo, isso seja associado a uma piora de outro indivduo. A este ponto, naEconomia, denominamos ponto timo ou timo de Pareto, quando a situao daEconomia tal que mexendo em uma varivel, alteram-se as demais.

    Por exemplo, no possvel cobrar menos impostos, tendo melhorar o bem-estardas pessoas, sem fazer com que algum saia perdendo na distribuio de recursos.Algum ser sacrificado e deixar de receber a sua parte. Neste caso, pode-se dizer queatingiu-se o ponto timo ou maximizou-se o bem-estar na economia.

    Com a totalidade dos recursos de uma sociedade empregados e distribudos, no

    h como aumentar o bem-estar de alguns, com a realocao de recursos oramentriosde outros, sem piorar a situao destes, que no recebero mais estes recursos.

    A interveno do governo no mercado pode ser de vrias formas, seja na forma detributos, seja na forma de leis para coibir a produo de determinados produtos, regulardeterminadas atividades, aplicar multas ou penas por abusos como poluio, crimes, etc.

    Para que o Governo possa gerar os bens pblicos ou gratuitos, como a construode pontes, rodovias, etc. por exemplo, com conseqente aumento do bem-estar para asociedade, necessrio cobrar tributos da sociedade e investir estes recursos emprojetos e obras no Oramento.

    Sem arrecadar, o governo no pode gerar bens pblicos, como dar justia a quemno tem acesso, ou dar educao a quem pobre. A tributao, na verdade, opera umaverdadeira transferncia de recursos dos mais ricos para os mais pobres, das maisdiversas formas, seja na oferta maior de bens pblicos, seja no repasse direto de recursos determinadas regies.

    Por outro lado, os tributos acabam reduzindo a renda, e desta forma, o consumo(demanda) das famlias. Elevadas cargas tributrias podem induzir as pessoas a notrabalhar tanto, produzindo menos do que poderiam.

    No lado das empresas, os tributos podem reduzir a oferta de bens privados,dependendo de quem arca com o nus.

    Se os produtos so elsticos ou sensveis a qualquer aumento de preo, mesmoque este seja provocado por um tributo, provvel que o tributo no seja repassado aosconsumidores e sim, seja absorvido pelo produtor. O produtor no tem sada. Seaumentar o preo, tentando repassar aos consumidores o tributo cobrado, as vendascaem vertiginosamente (produto com elasticidade). Desta forma, o produtor absorve otributo no seu parque fabril, sob a forma de corte de custos, com demisses detrabalhadores.

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    Por outro lado, em produtos com baixa elasticidade, ou essenciais, como arroz,feijo, carne, etc, qualquer novo imposto ou aumento de alquota repassado pelo

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    produtor diretamente aos consumidores, pois no haver grandes redues na compradestes produtos por um simples aumento de preo, j que so produtos essenciais.

    As polticas de juros tambm influenciam o comportamento dos consumidores.Quando se tem elevados juros na economia e o crdito difcil, h diminuio dademanda agregada (consumo das famlias). Por outro lado, quando h juros baixos ecrdito fcil, a demanda aumenta, a produo tambm e o que pode acontecer umaelevao dos preos.

    O Governo intervm todo dia na Economia, com a imposio de taxas de juros,tabelamento de preos, normas para coibio de abusos, incentivos produo,proibio de importaes, controle de remdios, etc. Resta saber se estas intervenesda mquina pblica realmente elevam o bem-estar de todos, pois o prprio Governo caro e um pesado nus para a sociedade carregar. A mquina governamental, com seus

    elevados dficits e sua elevada dvida, acaba por intervir demais na economia, fazendotodos pagarem um pesado nus na forma de elevados impostos provocados por dficitsgovernamentais.

    Dentre as funes bsicas de um Governo consubstanciadas no OramentoPblico, destacamos:

    Funo alocativa - Oferecer bens e servios (pblicos puros) que no seriamoferecidos pelo mercado ou seriam em condies ineficientes (meritrios ou semipblicos)e. criar condies para que bens privados sejam oferecidos no mercado (devido ao altorisco, custo, etc) pelos produtores, por investimentos ou intervenes, corrigir

    imperfeies no sistema de mercado (oligoplios, monoplios, etc) e corrigir os efeitosnegativos de externalidades.

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    Funo distributiva Tornar a sociedade menos desigual em termos de renda eriqueza, atravs da tributao e transferncias financeiras, subsdios, incentivos fiscais,alocao de recursos em camadas mais pobres da populao, etc.

    Funo estabilizadora ajustar o nvel geral de preos, nvel de emprego,estabilizar a moeda, mediante instrumentos de poltica monetria, cambial e fiscal, ououtras medidas de interveno econmica (controles por leis, limites).

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    3. FINANAS PBLICAS NO BRASIL: DE 1970 FASE DE ESTABILIZAO.

    At 1970, no havia, no pas, instrumentos ou mecanismos que permitissem aferiro desequilbrio das contas pblicas. Nesta dcada, houve enorme aumento dos gastosgovernamentais, por conta da expanso desenfreada do governo e gasto com suasestatais. As contas pblicas tinham vrios Oramentos, um Geral, outro das estatais,outro monetrio com a conta da dvida. A dvida pblica evoluiu muito nesta poca porconta de descontrole das autoridades monetrias, falta de cumprimento de metas, falta detransparncia nas contas, dficits fiscais crescentes, proliferao de fundos, programasde fomento, colocao de ttulos pblicos no mercado, etc.

    Apresentamos abaixo, resumidamente, um breve relato do que aconteceu no pas

    em termos de finanas pblicas desde antes de 1970 at a atualidade:

    PERODO 1967 73 MILAGRE ECONMICO BRASILEIROGoverno Costa e Silva: Busca do crescimento econmico (aumento de investimentos),diminuio do setor pblico e estmulo ao crescimento do setor privado, incentivos aocomrcio exterior, aumento da oferta de empregos.

    PLANO ESTRATGICO DE DESENVOLVIMENTOObjetivos Acelerao do desenvolvimento econmico e social, com reduo dainflao p/ 6% a.a a no mnimo e aumento das oportunidades de emprego.

    Instrumentos de poltica monetria, creditcia e fiscal. Estmulo demanda (poltica expansionista) em 67 (poltica monetria, creditcia e

    fiscal mais flexvel), e oferta de produtos da agricultura., construo de moradias,aumento de investimentos estrangeiros, isenes, subsdios, incentivos, crditofinanceiro, etc.

    Financiamento do dficit com emisso de ttulos ( manuteno de dispndios doGoverno)

    Expanso em diversos setores produtivos, exportaes, servios, etc. Crescimento do PIB em mdia de 11,3 % (68 e 73).

    Convvio com uma inflao de 20 a 30% em mdia. Expanso dos meios de pagamento at 28 % em 73. Aumento significativo das exportaes, por polticas diversas e desburocratizao. Balana Comercial brasileira positiva de 67 a 73, negativa em 71/72 e equilibrada

    em 73. Com o choque do Petrleo, em 73, a Balana Comercial tornou-senegativa, encerrando o perodo de relativo equilbrio.

    Aumento do endividamento, por emprstimos ao setor privado e pblico (empresaspblicas).

    Aumento dos investimentos de capitais externos no Brasil

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    Poltica de salrios de conteno dos nveis de salrio real, com manuteno dolucro e acumulao de capital e poltica de salrio mais seletiva p/ pessoal de nvel

    mais elevado.

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    Concentrao de renda, sem distribuio igual da riqueza, sem benefcioproporcional.

    ResultadosAumento do PIB per captaAumento do nvel de investimento brutoAumento das exportaes

    Caractersticas Carter autoritrio (poucas possibilidades a outros Poderes) Milagre econmico brasileiro

    PERODO 1974 80 II PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO PND. CRISE E

    MUDANAS: DESACELERAO DO CRESCIMENTO. EFEITOS DA CRISEEXTERNA. POLTICA ECONMICA, CRESCIMENTO E INFLAO. O DESEMPENHODO SETOR AGRICOLA E A QUESTO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL. AQUESTO URBANA E A POBREZA

    Choque do Petrleo 73 Brasil altamente dependente do produto(quadruplicou o preo).

    O pas importou-se no primeiro ano com polticas de curto prazo. No deu o realvalor para a crise internacional e os reflexos na economia interna.

    Remoo de controles inflacionrios. Aumento da inflao para de 15% em 72 p/34,5 % em 74.

    Controle da liquidez real (meios de pagamento) O primeiro ano de Geisel foi expansionista, com emprstimos de bancos oficiais ao

    setor privado e do Banco Central atravs da poltica monetria e de crdito. Desacelerao dos nveis de produo em 75 por tentativas de controle do gasto

    pblico com medidas fiscais. Em 75, houve crise financeira, queda em exportaes e aprovao do II PND. Cobriu os 4 anos de Geisel e o 1 de Figueiredo, fixou metas como crescimento do

    PIB, investimentos, produo, emprego, exportaes, mas no conseguiu, devidos crises externas.

    Rpida perda de reservas, com deteriorao de contas externas. Aumento da dvida externa em 75 para algo em torno de 21 bilhes. Crescimento com dvida. Aumento da dvida externa. nfase nas indstrias bsicas, para ajustar a escassez do petrleo e substituir

    importaes, programa para aumento de gerao em 60% de energia eltrica. Sucesso no controle de importaes (encargos, bloqueios, elevao de tarifas) Desacelerao do crescimento do comrcio mundial. Acelerao da taxa de juros paga pelo Brasil. Queda da arrecadao do estado por subsdios, incentivos e endividamento

    contnuo. Em 79, Figueiredo assume com dificuldade de refinanciamento da dvida externa,

    com a elevao das taxas de juros internacionais.

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    Ameaa de desequilbrio com inflao crescente.

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    Deciso de no desvalorizar o cmbio. Fracasso nas polticas 79-80 de combate inflao e do dficit em BP.

    Anos 80 - AJUSTAMENTOS EXTERNOS E DESEQUILBRIO INTERNO, INFLAO ERECESSO. A DBACLE INTERNACIONAL, O FMI E O BRASIL. ORECRUDESCIMENTO DA INFLAO E AS TENTATIVAS DE ESTABILIZAO.EXPERIMENTOS HETERODOXOS

    1979 Segunda crise do petrleo Duplicao dos preos. Indisposio dos credores internacionais de renegociar a dvida sem pesados

    custos internos no curto prazo. Polticas expansionistas de Delfim Neto em 79. Desconfiana dos credores. Difcil obteno de recursos externos p/ cobrir o dficit do BP. 1981-82 Poltica a ser seguida - conteno salarial, controle de gastos do

    Governo, aumento de arrecadao, elevao das taxas de juros internas econtrao dos meios de pagamento. Tratamento especial a agricultura, energia,exportao e s pequenas empresas.

    Polticas restritivas de demanda, visando tornas a exportao o caminho maisatraente.

    Rigidez inflacionria e recesso profunda, por vrias medidas restritivas no crdito,na poltica salarial, etc.

    Supervits na Balana Comercial, mas dficit em conta corrente, devido aos altos

    juros pagos. Incio em 82 de conversaes com o FMI. Necessrio ajustamento das contas devido s restries do Fundo. Previso para 83 de incremento de exportao 9,5% , de diminuio das

    importaes em at 17% . Controle da demanda interna Estagnao econmica em 82. Operao de emergncia em 82, com emprstimos

    diversos, depois da crise mexicana. Em 83, acordo com o FMI Em 84, taxa de inflao de 250% a. a . No perodo 81-84 o ajustamento foi bem sucedido. Supervits comerciais e

    reequilbrio do BP, porm um ajuste muito limitado, comparado aos ajustesanteriores.

    Aumento da recesso. Reduo do investimento pblico. Desequilbrios internos impostos limites ao crdito e emprstimos do setor

    pblico. Tratamento das elevadas taxas de inflao com complacncia. Era necessrio um

    ajuste fiscal, que no foi feito. O perodo foi marcado pela estagnao e altas taxas de inflao. Plano Cruzado 861 plano heterodoxo Diagnsticoinflao era inercial. Tentou-se congelar preos e salrios pela mdia. Criao de nova moeda

    (Cruzado)

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    Criao de novo ttulo do Governo e proibio de clusulas de indexao.

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    Converso de aluguis e prestaes. Rpido crescimento e aquecimento da economia. Inflao de 400% a quase zero. Falta de alguns produtos (gio por presso da demanda reprimida).

    Emprstimos compulsrios (cruzadinho) com objetivo de reduzir a demanda. Plano Cruzado II aumento de impostos indiretos reestabele indexaes. Plano Bresser 87 e plano Vero 89 Congelamentos temporrios, sem

    aumentos reais de salrios, no permitiram a defasagem da taxa de cmbio emantiveram as taxas de juros elevadas. Falta de apoio poltico, no foram adotadasmedidas mais amplas (hiperinflao)

    ANOS 90 - ATUALIDADES PERSISTNCIA DOS DESEQUILBRIOSINTERNACIONAIS. MUDANAS NA ECONOMIA INTERNACIONAL. POLTICA

    INDUSTRIAL E INTEGRAO ECONMICA. INFLAO E BALANO DEPAGAMENTOS. O PLANO COLLOR E O PLANO REAL. ABERTURA ECONMICA ECOMPOSIO DO PRODUTO. PERSPECTATIVAS.

    Plano Collor (90) congelamento e reteno de ativos financeiros para enxugara demanda. Liberaes antes do prazo recolocou a Economia em inflaoimprevisvel.

    Plano Collor II - Mudana no sistema financeiro, abertura financeira erenegociao da dvida externa em novas bases.

    Controle da inflao por elevadas taxas reais de juros. Dvida pblica abaixo do

    nvel de 89 (Collor I). Plano Real reduziu a inflao em julho/94. FHC , ministro em 93, indexa taxade cmbio inflao para futura estabilizao. Aumenta as reservas internacionaiscom capitais externos, devido s elevadas taxas de juros. Abertura financeira. OBC comprava as dividas, s custas de aumento do dficit. URV real para anulara indexao (inflao inercial). 1/07/94 Real. Estabilidade e crescimento sustentadocom PIBs de 4 % ou menos ao ano. Crescimento da dvida interna e externa e aentrada de capitais de curto prazo riscos ao Plano Real

    Desafios do Programa de estabilizao presso da demanda, pela reduo dainflao.

    Formas de conteno da demanda depsitos compulsrios no BC, taxas de juros

    altas. Globalizao. Mercosul. Euro (moeda nica a partir de 2001) Comunidades econmicas (europia e Mercosul) Crise da Rssia. Dependncia de capitais externos (volteis) para financiamento

    oramentrio e pblico das despesas Ajuda do FMI ao Brasil. Medidas de ajuste econmico impostas. Reformas. Supervit primrio (receitas despesas) exigido pelo FMI de 25 bilhes. Liberao de parcelas condicionadas a aprovao das reformas da Previdncia.

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    Dficit previdncia 99sistema privado e pblico = 21 bilhes.

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    4. A DINMICA DA DVIDA PBLICA E O CASO BRASILEIRO. DFICIT E DVIDAPBLICA. A CONDIO DE EQUILBRIO DA RELAO DVIDA PBLICA/PIB.

    A dvida pblica deve ser medida em relao ao PIB de uma determinadaeconomia. Uma dvida de U$ 10 bilhes em um pas pequeno pode representar umelevado nus a pagar sob a forma de impostos ou aumento de preos.

    A relao dvida pblica/ PIB determina o nvel de endividamento de um pas. Atrajetria da relao sinaliza o crescimento, estabilizao ou diminuio da dvida. Se advida for crescente, mas o PIB do pas crescer na mesma proporo, teoricamente noh aumento do endividamento, j que o pas tem mais capacidade de pagamento com o

    crescimento da economia.

    Muitos pases tm dvidas superiores ao prprio PIB, mas os ttulos a pagar so delongo prazo e as taxas so pr-fixadas, o que faz com que a dvida nestes pases sejacontrolada e no sujeita a oscilaes do mercado. O tamanho da dvida, unicamente, noavalia as condies de um pas, pois preciso saber tambm a estrutura da dvida, comseus prazos de vencimento e a taxa de juros mdia paga pelo governo.

    De 1981 a 1984, o pas apresentou elevao na relao dvida /PIB, com fortedficit fiscal e estagnao econmica. A dvida passou de 20% do PIB para mais de 50%,sobretudo pela desvalorizao cambial em 1983, que elevou a dvida externa

    significativamente.

    De 1985 a 1989 houve uma queda da relao dvida / PIB, sobretudo por umaumento expressivo no PIB de 85 a 89 de 24%, mas o dficit fiscal foi elevado e similar aoperodo anterior.

    De 1990 a 1994, a dvida caiu substancialmente, apesar da variao do PIB sernula nesta poca. Mas de 1995 a 1998, os altos dficits fiscais elevaram a relaonovamente.

    O dficit pblico em um pas pode ser financiado ou pela venda de ttulospblicos ao setor pr ivado, com a transferncia de poupana privada ao setor pblico, oupela venda de ttulos pblicos ao Banco Central, que representa um endividamento dosetor pblico, com rolagem de dvidas e pagamentos de juros.

    Existem dois critrios de clculo para o dficit pblico. O primeiro chamado"acima da linha",no qual so diminudas as receitas totais das despesas. O segundocritrio denominado de "abaixo da linha" , que calcula o dficit com base na variaoda dvida pblica, ou seja, pelas necessidades de financiamento do setor pblico(NFSP). A linha referida aquela linha imaginria do total quando subtramos umvalor de outro. Mede-se o dficit acima desta linha ou abaixo, pelas necessidades

    de financiamento de um pas

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    Pelo primeiro critrio (acima da linha)pode-se calcular:

    a) Dficit Nominal= a diferena entre as receitas totais arrecadadas e os gastostotais do governo.

    b) Dficit Primrio= so apenas os gastos no financeiros deduzidos das receitasno financeiras, ou seja, a arrecadao de impostos do governo retirando-seapenas os gastos correntes e o investimento governamental, sem subtrair-se asdespesas e receitas financeiras. Exclui do dficit nominal os juros pagos e asamortizaes da dvida, que so despesas financeiras, entre outras.

    c) Dfic it Operacional= o Dficit primrio + pagamento de juros reais. Esta medidaexclui do clculo o pagamento dos juros nominais da dvida, alm dos efeitos da

    correo monetria.

    O dficit nominal usado por todos como o indicador fiscal por excelncia. O BCdeixou de divulgar mensalmente o resultado do dficit operacional.

    No setor pblico, h uma certa restrio oramentria. Para manter em equilbrio oOramento, os gastos devem ser iguais arrecadao. Caso isto no ocorra, estargerando-se um supervit ou dficit no oramento.

    No caso de supervit, o governo acumula poupana e pode emprestar recursos para osetor privado. No segundo caso, com o governo gastando mais do que arrecada, gera

    uma necessidade de financiamento junto ao setor privado e/ou Banco Central.

    Pelo critrio "abaixo da linha", os principais conceitos so:

    Dvida Lquida do Setor Pblico (DLSP): a soma das dvidas interna eexterna do setor pblico (governo federal, Estados e municpios e empresasestatais) junto ao setor privado, com a incluso da base monetria e aexcluso dos ativos do setor pblico, tais como reservas internacionais,crditos com o setor privado e os valores das privatizaes.

    Ajuste patr imonial: a diferena entre passivos do governo, contrados nopassado e posteriormente reconhecidos (esqueletos"), e os resultados daprivatizao.

    Dvida Fiscal Lquida (DFL) : a diferena entre a DLSP e o ajustepatrimonial.

    Necessidades de Financiamento do Setor Pblico: o mesmo conceitode dficit nominal apurado pelo critrio "acima da linha". Refere- se avariao da DFL entre dois perodos de tempo.

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    Necessidades de Financiamento do Setor Pblico no conceitooperacional: Exclui das necessidades de financiamento nominais a

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    correo monetria (efeito inflacionrio) sobre a DFL. o mesmo conceito"acima da linha" do dficit operacional.

    Necessidades de Financiamento do Setor Pblico no conceitoprimrio: Exclui das necessidades de financiamento nominais, o pagamentode juros nominais que incide sobre a DFL. Equivale ao dficit primrioapurado pelo critrio "acima da linha".

    O problema do clculo das necessidades de financiamento que no se tem certezaabsoluta dos valores de receita e despesa de todo o governo. De qualquer forma, adiferena negativa entre receita e despesa sempre ser financiada porendividamento. As autoridades, mesmo no tendo certeza das receitas e despesas deestados e municpios bem como das empresas estatais, acompanham a evoluo dos

    passivos junto sistema financeiro pblico e privado.

    Assim, pela variao do endividamento (ou conceito abaixo da linha), pode-se tercerteza de quanto foi necessrio para cobrir o dficit do governo. No Brasil, as NFSP somedidas pelo conceito abaixo da linha, ou seja, a partir das alteraes no valor doendividamento pblico que se sabe se a diferena entre receitas e despesasaumentou ou diminuiu.

    No Brasil, as necessidades de financiamentos so apuradas pelo conceito decaixa, exceto pelas despesas de juros, apuradas pelo com conceito de competnciacontbil. Entretanto h dificuldades de se obter valores precisos nas contas pblicas.

    O Brasil utiliza o conceito de DLSP nas estatsticas oficiais, computando a variaoda dvida fiscal e da base monetria para chegar ao dficit pblico. Muitas dvidas decarter no-fiscal foram reconhecidas recentemente e contriburam para o aumento dodficit brasileiro, como esqueletos que ainda no haviam sido registrados. As dvidas deestados e municpios tambm contriburam para a elevao do dficit pblico no passardos anos. Entretanto, o maior problema da dvida pblica brasileira sempre foi o prazo dematurao, sendo que a maior parte dos ttulos era emitido com prazo de 1 a 2 anos.

    A dvida pblica pode ser definida como a dvida no perodo anterior mais os jurosnominais menos o supervit primrio do exerccio e a receita de senhoriagem.Senhoriagem o poder de compra resultante do fluxo de emisso de base monetria.

    Na evoluo da relao dvida/pblica PIBdeve-se ter em conta o tamanho doresultado operacional e no do resultado nominal do Governo, que se perde emambientes de alta inflao.

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    5. FEDERALISMO FISCAL. O SISTEMA FEDERATIVO E O FENMENO DADESCENTRALIZAO. FUNDAMENTOS TERICOS. EVOLUO DE RECEITA

    DISPONVEL. CONTROLE DE ENDIVIDAMENTO.O federalismo fiscal constitui-se em uma tcnica administrativa que possibilita

    o exerccio do poder em territr ios de grande amplitude, geralmente com populaescultural e socialmente diversificadas. um sistema federal de governo tem apossibilidade de permitir nao acomodar um amplo leque de prefernciasindividuais . Baseia-se no estabelecimento de governos de mbitos regional emunicipal. Pressupe a livre negociao entre as partes, com vistas a garantir certograu de autonomia e delinear a diviso das funes a serem cumpridas pelosdiversos nveis administrativos.

    A descentralizao fiscal em cada pas se manifesta na criao de vriascompetncias tributriase pode ser decorrente de vrios fatores, entre eles, fatores a)econmicos; b) culturais, polticos e institucionais, e c) geogrficos.No existe ummodelo nico, h caractersticas especficas em cada pas. Descentralizar competnciassignifica administrar de modo mais eficiente os impostos, os gastos, transferncias, etcentre outras funes pblicas. No Brasil, h impostos federais, estaduais e municipais ecompetncias definidas na Constituio para cada ente federativo.

    O fator econmicoda alocao mais eficiente de recursos pelas esferas estaduaise municipais est intimamente ligado questo da descentralizao, alegando-se sobreesta tese, de que governos estaduais e municipais esto mais prximos dos seus efetivos

    problemas, e, portanto, mais capacitados para atender s demandas e gerenciar melhoros recursos. Sob a tica alocativa, servios de cunho municipal ou estadual, devem serfinanciados preferencialmente por impostos municipais ou estaduais. E se houversuperposio nos servios como sade, educao, que tambm so de competnciafederal, o financiamento deve ser mediante transferncias do governo central, somando-se aos recursos dos Estados e Municpios.

    A descentralizao fiscal por fatores culturais, polticos e institucionais outrarealidade, pois a descentralizao das competncias de arrecadao e destino dosrecursos favorece a integrao social com maior participao poltica e democrtica doscidados nas decises e rumos da comunidade.

    Os fatores geogrficos tambm contriburam para uma descentralizao fiscal,pois quanto maior a rea do pas, menor o ganho de eficincia dos governos, em termosde alocao de recursos, pois mais caros sero os servios, se custeados pelo entefederal.

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    Em termos de evoluo da receita disponvel , o que se pode dizer que desde1964, havia uma forte tendncia centralizao de recursos pele ente federal, emdetrimento dos entes estaduais e municipais. Porm, nas dcadas de 1980 e 1990, com apromulgao da nova Carta Poltica em 1988, este tendncia se inverteu e o que se viu foi

    um acentuado crescimento das receitas estaduais e municipais, em detrimento dosrecursos federais da Unio, que passou a transferir grande parte da sua arrecadaotributria a estados e municpios.

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    Aps o advento da Constituio Federal de 1988, os principais beneficiados com oprocesso de descentralizao tributria foram os municpios, que praticamente dobraram

    sua receita disponvel pelas diversas transferncias, tanto da Unio como dos Estados.Em 1996, 62% dos recursos municipais foi gerado por transfernciasintergovernamentais e 38% pela arrecadao de suas competncias. Os municpios dointerior dependem em alto grau das transferncias, visto que no contam com umamquina eficiente no sentido de cobrar os prprios tributos. Porm, municpios maisdensos em populao contam com um sistema mais eficaz de arrecadao dos seusprprios impostos. Em compensao, os problemas urbanos e a pobreza se acentuamnas grandes cidades, fazendo com que municpios maiores dependam mais tambm dainterveno federal. Altos ndices de urbanizao tornam a situao mais complexa deadministrar e aumentam os gastos dos municpios com polticas pblicas.

    A receita disponvel a receita lquida que fica em poder de cada ente federativo,depois de computadas as transferncias recebidas e os repasses efetuados outrasesferas de Governo. O Governo Federal tem hoje uma receita disponvel bem menor doque arrecada, pois transfere boa parte de seus recursos para os Estados e Municpios pordeterminao constitucional. Os Estados tambm transferem parte dos impostosarrecadados de sua competncia para os Municpios. Em termos de transfernciasconstitucionais da Unio para os Estados, o Fundo de Participao dos Estados - FPE(inclui DF) calculado a base de 21,5 % do Imposto de Renda e do IPI. Quanto stransferncias federais aos Municpios, o Fundo de Participao dos Municpios - FPM calculado a base de 22,5 % do IR e IPI. Tambm h uma transferncia de 3% do IR e IPIa programas de financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

    Tambm no IPI, 10% da arrecadao bruta deve ser destinada Estados/ DF naproporo de seus produtos exportados, sendo que estes entregam 25% do valor aosmunicpios.

    Por outro lado, o imposto de renda (IR) cobrado dos servidores prprios de Estadose Municpios, o valor arrecadado pertence aos prprios Estados e Municpios.

    Aos Estados e o DF, tambm pertencem 20% dos impostos residuais criados (seforem criados impostos novos criados na competncia residual da Unio).

    Aos Municpios, pertence 50% do ITR (imposto territorial rural) de competncia daUnio, 50% do IPVA, de competncia dos Estados (Imposto sobre a Propriedade deVeculos Automotores) e 25% do ICMS (Imposto sobre a Circulao de Mercadorias eServios).

    O controle do endividamento mais complexo em pases descentralizados comoo Brasil, tendo em vista que nem todos os governantes tm interesse na conteno dosgastos, tendo em vista a questo do voto. O governo federal no tem controle direto sobreos Estados e Municpios no que tange s finanas dos entes federativos, mas exerce ummonitoramento sobre as fontes de financiamento.

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    Os instrumentos de controle do endividamento estadual e municipal do governofederal consistem em resolues do Banco Central e Conselho Monetrio Nacional,determinando limites para o endividamento, controle na aprovao de projetos com apoiofinanceiro externo e restrio avais, limitao de emprstimos das instituiesfinanceiras federais, regras mais rgidas para rolagem ou ampliao da dvida bancria e

    aprovao pelo Congresso de restries ao endividamento pela emisso de ttulospblicos.

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    Vrias medidas foram tomadas pelo Governo federal nos ltimos anos para contero endividamento e melhorar os resultados das contas pblicas dos Estados e Municpios,dentre eles, a privatizao de vrios bancos estaduais que financiavam o tesouro dos

    Estados, a limitao de contratos com vistas a antecipar a receita oramentria nosbancos e a renegociao de dvidas estaduais com a Unio.

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    6. A ECONOMIA DO AJUSTE FISCAL: A TEORIA DO CICLO POLTICO. IMPASSEDISTRIBUTIVO E PARALISIA FISCAL.

    As decises dos governos em onde empregar os recursos so influenciadas poragentes e grupos polticos. O governo nada mais do que um canal de transmisso derecursos de uma parte da sociedade para outra. Os estmulos fiscais e monetrios para oaumento da renda e do emprego tm custo inflacionrio. Existe um hiato temporal entreos benefcios gerados pelo aumento de produo, crescimento da renda e os prejuzosseguintes com as altas taxas de inflao. O eleitorado tem memria curta, de modo que oprestgio do governante maior, por exemplo, quando baixa o desemprego nas vsperasdas eleies.

    Na teoria do ciclo poltico, existem duas fases do governante, a primeira que se

    sucede s eleies com medidas de carter restritivo, fiscais e monetrias, com vistas aarrumar a casa e a economia, e a segunda, de carter expansionista, com vistas a obter ovoto nas prximas eleies, com medidas e polticas fiscal e monetria visando a crescera economia, podendo gerar uma inflexo na trajetria da inflao.

    O impasse distributivo gerado pelo problema de que todos os indivduos, mesmosem contriburem para a arrecadao, so contemplados com benefcios na ao doGoverno provida pelo Oramento. Assim acontece com vrios Estados da federao, quemesmo sem contriburem muito, so os mais desejosos de recursos do bolo oramentrio.

    As diferentes rea do Governo como sade, educao, transportes, etc. tambm

    desejam receber recursos sem cortes no Oramento, mas o problema que o Governo,muitas vezes, tem que fazer ajustes voltados poltica fiscal, com vistas a obterresultados e aumentar o supervit primrio. Nenhum Ministro em nenhuma pasta degoverno est disposto a ter os recursos de seu Ministrio cancelados. Cabe ao Presidenteda Repblica escolher onde cortar e alocar os recursos de acordo com a suaconvenincia. O Legislativo tambm pode remanejar algumas despesas de um rgo paraoutro, por ocasio da votao do oramento.

    As presses pela liberao de recursos e verbas do oramento comprometem asaes do Governo no sentido de sanear as contas pblicas com o ajuste fiscal. H umaverdadeira paralisia fiscal do Governo no que tange questo da influncia de grupos,lobbies e setores politicamente organizados. O Governo, muitas vezes, no consegueimplantar suas polticas, sofrendo, ainda, diversos revezes de grupos que se organizamno Congresso, propondo e criando novos fundos, ou subsdios para algum setorespecfico. Todos esperam receber um benefcio pelo gasto do governo, mas poucos soos que querem ser penalizados ou incorrer nos custos.

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    7. O ESTADO REGULADOR.

    O Brasil comeou a criar agncias reguladoras no final dos anos 90, principalmente nocampo da infra-estrutura, para o controle de servios pblicos. O poder regulador tem aobrigao de zelar pelas regras de prestao de servios de utilidade pblica prestado porterceiros, com garantia de qualidade a um preo justo. Cabe ao rgo regulador a defesae a interpretao das regras, a definio operacional dos contratos e a investigao edenncia de atividades ilcitas ou abusos. O objetivo o bem-estar do consumidor, amelhora da eficincia alocativa e distributiva, com regras de concorrncia e determinaoda estrutura de tarifas a serem cobradas pelos servios pblicos. Os contratos deconcesso so a tnica no caso brasileiro e cabe ao Estado regulador dar independncias agncias para atender os direitos e interesses dos consumidores e indstrias, com aescolha de instrumentos eficientes de produo e alocao de recursos. As agncias

    devem propiciar o estmulo atividade competitiva e qualidade dos servios.

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    8. INSTRUMENTOS E RECURSOS DA ECONOMIA PBLICA (POLTICA FISCAL,REGULATRIA, CAMBIAL E MONETRIA).

    O Governo intervm de vrias formas no mercado. Por intermdio da poltica fiscale da poltica monetria, por exemplo, possvel controlar preos, salrios, inflao, imporchoques na oferta ou restringir a demanda.

    Instrumentos e recursos utilizados pelo Governo para intervir na Economia

    Poltica Fiscal - envolve a administrao e a gerao de receitas, alm documprimento de metas e objetivos governamentais no oramento, utilizado para aalocao, distribuio de recursos e estabilizao da economia. possvel, com a polticafiscal, aumentar a renda e o PIB e aquecer a economia, com uma melhor distribuio derenda.

    Poltica Regulatria - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias,etc., expedidos como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar aeconomia. Com o uso das normas, diversas condutas podem ser banidas, como a criaode monoplios, cartis, prticas abusivas, poluio, etc.

    Poltica Monetria envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e docrdito em geral, para efeito de estabilizao da economia e influncia na deciso deprodutores e consumidores. Com a poltica monetria, pode-se controlar a inflao,preos, restringir a demanda, etc.

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    Poltica de cmbio determina a oferta e a demanda de divisas ou saldo da Balanade Transaes Correntes (BTC) entre os pases. H forte interveno do governo na

    fixao das taxas de cmbio, seja por especulao dos mercados, seja pelas grandesalteraes na economia provocadas por bruscas variaes na taxa de cmbio. Quantomaior a taxa de cmbio, maior o volume que as empresas desejam exportar. Quantomenor, menor o volume de exportao. A oferta de divisas proporcional taxa decmbio, ou seja, crescente em relao ao cmbio. Quando a taxa de cmbio maior,menor a quantidade de empresas que desejam importar e menor a demanda de divisaspara o exterior. A quantidade de divisas tambm pode se alterar com a maior demanda deprodutos nacionais no mercado externo, dependendo tambm da renda do pasimportador.

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    9. CLASSIFICAO DAS RECEITAS E DESPESAS PBLICAS SEGUNDOFINALIDADE, NATUREZA E AGENTE.

    Este tpico ser abordado posteriormente nos itens 19 e 20 das aulas. A classificao dasreceitas e despesas segundo a finalidade, natureza e agente (funes, subfunes,programas, modalidades, categoria econmica, classificao institucional) o mesmoassunto dos itens 19 e 20, contido no Manual Tcnico de Oramento da Secretaria deOramento Federal, que ser tratado mais a frente.

    10. HIPTESES TERICAS DO CRESCIMENTO DAS DESPESAS PBLICAS.

    H determinados gastos governamentais permanentes, tais como os relacionados sade, educao, defesa nacional, policiamento, regulao, justia e assistencialismo. Seo governo no assumir essas funes, ningum ir faze-lo ou ir faze-lo de modo parcialou insatisfatrio, por se tratar da oferta de bens pblicos. Os gastos aumentam tendo emvista fatores demogrficos, associados ao envelhecimento progressivo da populao, edespesas maiores com sade, assistncia, etc e tambm devido ao fenmeno daurbanizao, que exige maiores gastos com transportes, sade, educao, etc.As sociedades mais urbanizadas tambm demandam servios de melhor qualidade, tendoem vista a elevao do nvel de renda, o que acarreta o aumento de gastos pblicos. Oaumento mdio do preo dos servios oferecidos populao tambm causa do

    aumento dos gastos pblicos, tendo em vista que alguns trabalhadores do governoexigem ser melhor remunerados, fazendo presso por melhores salrios.

    11. O TIMO DAS DIMENSES DO GOVERNO.

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    Segundo o conceito, o sistema econmico deve repartir seus recursos entre as esferasprivada e pblica da melhor forma, de maneira a maximizar as possibilidades de produoe as preferncias dos indivduos em termos de benefcios. Ou seja, h que se maximizara diviso de recursos de tal forma entre as esferas pblica e privada no sentido de quequalquer outra partilha de recursos no seja a mais eficiente. Esta partilha de recursos dasociedade pode se dar de forma solidria ou conflitiva. Uma situao tima ou balanceadade diviso de recursos entre estas duas esferas, pblica e privada, uma situao noqual conhecendo-se as preferncias e demandas da sociedade, demonstradas nas suasintenes de voto, haveria uma alocao de recursos tal na sociedade que nenhum ganhoextra de bem-estar adicional seria possvel para ambas as partes, sem que houvesseprejuzo da outra. Em sntese, o timo o ponto mais favorvel sociedade em termos dealocao dos recursos pblicos, onde no h mais possibilidade de melhora, de acordocom as preferncias dos indivduos.

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    12. O FINANCIAMENTO DOS GASTOS PBLICOS - TRIBUTAO E EQIDADE.INCIDNCIA TRIBUTRIA.

    A ESAF tem repetidamente cobrado em suas provas o tema Financiamento dosGastos Pblicos ou Princpios Tericos da Tributao. Posso afirmar aos candidatosque a fonte principal para este assunto tm sido, h muitos anos, o livro de Al fredoFilellini, intitulado Economia do Setor Pblico, da Editora Atlas, um livro fcil e simplesde entender. Mas tambm h outro livro mais recente, de Fbio Giambiagi, intituladoFinanas Pblicas, que tem sido cobrado nas provas.

    Os contedos dos livros tm sido cobrados tanto em Finanas Pblicas como emoutras disciplinas de concursos pblicos, como Administrao Financeira e Oramentria- AFO ou Economia do Setor Pblico, nas provas para Analista de Finanas e Controle doMinistrio da Fazenda, Gestor e Analista de Planejamento e Oramento do MPO.

    O que ocorre que as trs disciplinas so semelhantes em contedo e abordambasicamente os mesmos tpicos relacionados teoria das finanas pblicas, como ostributos, a dvida pblica ou o federalismo fiscal.

    O FINANCIAMENTO DOS GASTOS PBLICOS

    O fluxo de arrecadao de receitas do Governo Federal praticamente determina oprocesso de liberao dos recursos junto aos rgos, realizado pela Secretaria doTesouro Nacional (STN). Como toda empresa responsvel pela gesto de recursos, o

    Governo Federal tambm administra e gere seus recursos, liberando verbasoramentrias mediante a arrecadao de receitas. Hoje, o fluxo de liberao de recursosdo Governo Federal fixado pela STN via Decreto, no que denominamos de Decreto deProgramao Financeira

    Todo incio de ano, a STN publica o decreto, impondo tetos (limites) mensais aosrgos, e contingenciando o Oramento, com base na expectativa de arrecadao. Aeste processo, denominamos de programao financeira de desembolso.

    Para que o Governo efetivamente cumpra os programas consignados noOramento, fundamental a busca por novas receitas e uma melhoria contnua noprocesso de arrecadao. Todo o esforo de arrecadao provm de rgosarrecadadores como a Secretaria da Receita Federal (SRF), do Instituto Nacional deSeguridade Social (INSS) e dos prprios rgos executores (Ministrios, Secretarias, etc)mediante o recebimento de tributos e recursos prprios.

    A Secretaria de Oramento Federal (SOF), responsvel pela elaborao doOramento Pblico, previamente classifica todas as receitas pblicas, em fontes derecurso. As fontes de recurso so agrupamentos de determinadas receitas como asderivadas de impostos, taxas, contribuies, etc e/ou originadas por emprstimosexternos, tarifas, etc., que so utilizadas para financiar os gastos pblicos.

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    Cada projeto ou atividade do Oramento pode conter uma fonte nica ou mais deuma fonte de recurso financiando o programa. Um programa do Oramento pode serfinanciado tanto porfontes de recursos do Tesouro, derivadas de impostos, taxas, etc

    como por fontes de recursos diretamente arrecadados, originados, por exemplo, davenda de um servio.

    Algumas fontes de recurso so compostas por vrios tributos, como acontece coma fonte 100 Recursos Ordinrios, que agrega diversos impostos como o Imposto deRenda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outras fontes socompostas por apenas uma receita, ou mesmo, como vimos, por recursos diretamentearrecadados pelo rgo.

    O Manual Tcnico do Oramento (MTO-02) da Secretaria de Oramento Federalcontm uma tabela, j demonstrada, indicando as fontes de recurso que financiam os

    gastos pblicos (que no necessrio decorar para a prova!!!).

    TRIBUTAO E EQIDADE

    Desde a Idade Mdia, os reis exigiam de seus cidados determinados valores emtroca da simples proteo ou da extenso de algumas prerrogativas da Corte. Da seoriginou o conceito dojus imperisestatal, da compulsoriedade no pagamento de tributos,sem nada efetivamente em troca, ou apenas a mera prestao de algum servio.

    Muito se discute na doutrina at hoje sobre quais seriam os princpios que

    deveriam alicerar a tributao ou a cobrana de tributos. Discute-se, at mesmo, em diasatuais, sobre quais os mtodos mais eficientes ao Estado para que este efetivamentearrecade mais, sem sacrificar a populao com onerosas cargas tributrias, quecomprometam a produo ou o PIB e, consequentemente, a prpria arrecadao detributos.

    Alguns princpios so aplicveis na cobrana de tributos. Outros, entretanto,carecem de uma razo mais lgica ou coerente que permita sua aplicao efetiva. Osestudiosos convergem, entretanto, para um ponto em comum: a eqidadeno tratamentotributrio.

    A eqidadeimpe o que poderia chamar de justeza tributria ou tributao com amxima justia entre os cidados. Neste sentido, haveria igualdade de tratamentotributrio para aqueles que se encontrassem em condies iguais (eqidade horizontal)e desigualdade de tratamento tributrio para aqueles considerados em situao dedesigualdade (eqidade vertical). Ou seja,aos iguais, tratamento igual, com alquotasou faixas de tributao iguais. Aos desiguais, tratamento desigual, com alquotasdiferenciadas, na mesma medida de suas diferenas.

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    INCIDNCIA TRIBUTRIA

    Caso o tributo seja majorado, podem ocorrer duas situaes relativamente a

    transferncia de tributos. O produtor pode transferir o tributo para os consumidores ouabsorver o tributo no seu prprio negcio, diminuindo custos para compensar o aumentoda alquota. Em termos tributrios, h duas hipteses de transferncia tributria pormajorao nas alquotas:

    Para frente significa aumentar o preo do produto e onerar o consumidor.Para trs pagar menos pelos fatores de produo.

    O processo de transferncia em relao aos impostos afetado pelo tipo deimposto, pelas condies de oferta e demanda e pelo perodo de tempo envolvido nosajustes.

    Quando a oferta e a demanda so elsticas ao preo, opem dificuldades aorepasse. Um exemplo so os suprfluos. Qualquer aumento no preo do consumidorcausado por um repasse de impostos pode afastar de vez os consumidores, diminuindodrasticamente as vendas. Em conseqncia, os produtores acabam absorvendo o custo epagando o imposto.

    Quando a oferta e a demanda so inelsticas, o imposto admite suatransferncia tanto para frente(demanda inelstica) como para trs(oferta inelstica).O sal de cozinha um produto inelstico, pois mesmo que se onere o consumidorrepassando o imposto, mesmo assim, ele no consumir menos sal, ou seja, continuar

    com o mesmo consumo, tendo em vista a necessidade fisiolgica humana do consumoadequado consumo de sal. um produto que onde o produtor repassa na totalidadequalquer tipo de imposto adicional.

    Os impostos indiretos podem ser repassados em cascata, como o IPI, porexemplo, repassado aos compradores. J os impostos diretos no so repassados ,recaindo diretamente sobre o dono oupossuidor do bem ou renda qualquer aumento dealquota Um exemplo clssico um aumento no Imposto de Renda, que recai diretamentesobre o prprio dono da renda ou patrimnio.

    No produto de demanda elstica, difcil repassar o imposto para frente,sendo este absorvido pelo produtor, que tender a baixar seus custos. Qualquer tentativade aumento de preo, provocar uma drstica diminuio nas vendas. No produtoinelstico, atransferncia ao consumidor fica mais fcil sob a forma de aumento depreos fica mais fcil, pois no haver significativa reduo nas vendas do produto.

    Alguns tericos tm afirmado (e com razo!) que os tributos indiretos no Brasiltem caracterstica de regressividade, pois independente da riqueza ou patrimnio deuma pessoa, mesmo ela sendo extremamente pobre ou faraonicamente rica, paga omesmo em tributos deste tipo! Ou seja, como o tributo incide geralmente nas compras (ex.IPI, ICMS), estar-se-ia sacrificando mais a renda dos mais pobres ou aqueles com menor

    poder de compra e consumo.

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    13. OS PRINCPIOS TERICOS DA TRIBUTAO: TIPOS DE IMPOSTOS;PROGRESSIVIDADE, REGRESSIVIDADE E NEUTRALIDADE.

    O princpio do benefcio o princpio que teoriza que cada contribuinte pagariaum valor correspondente ao seu prpr io benefcio pelo bem ou servio gerado peloEstado, conforme a proporoque faria uso.

    Sob este princpio, os impostos seriam vistos apenas como preos pagos porservios pblicos utilizados. Se usasse o servio, pagaria. Do contrrio, estariaisento.

    O valor total do gasto seria financiado com recursos de todos os contribuintesbeneficiados. Se determinado gasto no influenciasse a vida do cidado, ele noprecisaria pagar. Os impostos no precisam ser equivalentes aos benefcios totais

    recebidos pelos cidados, mas proporcionais a estes. Ou seja, no se deve cobrar,segundo a tica, o custo total de uma ponte ou obra, em valores idnticos para cadacidado, mas na medida proporcional ao uso do bem por cada um deles.

    Os impostos deveriam ser distribudos de acordo comos benefcios marginaisrecebidos, ou seja, de acordo com a potencialidade para uso do bem ou obra, neste caso.

    Ainda que defensvel do ponto de vista lgico, no existem meios prticos quepermitam operacionalizar o princpio do benefcio. um princpio de difcil aplicaona prtica, devido ao princpio da excluso, pois h pessoas que se beneficiam dobem ou servio, mesmo no pagando nada em tributos.

    Dando um exemplo trivial, se fosse construda uma ponte, no se poderiaassegurar quantos atravessariam a ponte ou seriam beneficiados com a sua construo.No se poderia impedir, tambm, que algum que no tivesse contribudo, atravessasse aponte, pois tal prtica revelar-se-ia inconstitucional.

    Alm do mais, o princpio, se aplicado, estaria em rota de coliso com outros doisprincpios mais amplos aplicados s finanas pblicas, como o princpio da distribuiode riquezas ou da alocao de recursos, que arrazoam pelo privilgio na distribuiodo Oramento s pessoas com piores condies de renda ou menor capacidade depagamento.

    Segundo o princpio mais comum na teoria das finanas pblicas, o princpioda capacidade econmica, as pessoas devem contribuir segundo a sua capacidadereal de pagamento, ou seja, quem recebe mais ou detm maior patrimnio, paga mais.Caso contrrio, paga menos.

    A preferncia moderna pela aplicao do princpio da capacidade de pagamento,pois ele representa uma maior justia tributria, num sentido mais aproximado deeqidade de tratamento entre iguais e desiguais. A renda preferencialmente oindicador da capacidade econmica, mas o patrimnio tambm pode servir para se aplicaro princpio.

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    TIPOS DE TRIBUTOS

    Tributos com caractersticas fiscais Imposto um tributo independente de qualquer atividade estatal especficarelativa ao contribuinte ou independente da contraprestao de um servio .Decorre do jus imperis estatal, de exigir-se compulsoriamente um tributo com afinalidade de financiar os gastos do Oramento. A competncia, segundo a CF/88 privativa da Unio, Estados, DF e Municpios, ou seja, cada ente detm umacompetncia prpria de impostos j definidos e elencados na Constituio. Porexemplo, aos Estados, compete o ICMS, Unio, o IPI, aos Municpios, o ISS, etc.Cada ente possui um conjunto de impostos especficos j previamente determinados.No pode o Estado instituir ou cobrar imposto de competncia da Unio, ou doMunicpio, por isso dizemos que a competncia privativa para cada ente, ou

    seja, s o ente determinado na CF pode cobrar o imposto que lhe atribudo.

    Taxa um tributo cobrado tendo em vista a prestao de servios pblicosespecficos e divisveis, efetivamente prestados ou potencialmente colocados disposio do contribuinte, ou, ainda, pelo simples exerccio do poder depolcia. Os servios tem que ser especficos e divisveis, ou seja, tem que estarclaramente definidos na lei e poderem ser medidos no consumo por cada usurioefetivo ou potencial. No podem ser servios genricos nem indivisveis, como acobrana da taxa de iluminao pblica, por exemplo, repetidamente argida comoinconstitucional pelos cidados, pela sua no divisibilidade entre os contribuintesbeneficiados. O poder de polcia vem definido no CTN e corresponde a uma srie de

    atividades de fiscalizao, no se aplicando apenas polcia federal ou fardada, masa todas as formas de represso de atividades nocivas ao interesse pblico, como aprpria vigilncia sanitria, por exemplo.A competncia de ins ti tuir taxas comumda Unio, Estados, DF, Municpios, ou seja, tanto a Unio, como Estados, DF ouMunicpios, podem instituir taxas com o mesmo nome em suas esferas (nunca sobre amesma base de clculo dos impostos).

    Contribuio de melhoria um tributo cobrado somente nos acrscimos de valorde imveis, decorrente de alguma obra pblica. A competncia comum entre aUnio, Estados, DF e Municpios.

    Alguns tributos apresentam caracterstica de extrafiscalidade, ou seja, o objetivo no arrecadar, mas sim, coibir uma atividade ou regular o prprio mercado . Exemplodisto o imposto de importao, no destinada propriamente arrecadar, mas sim, coibira entrada de produtos estrangeiros com preos mais baratos que os nacionais, reduzindoas chances da produo prpria e consequentemente a oferta de empregos no pas.

    Tributos com caractersticas parafiscais (atuam paralelamente aos fiscais)

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    Emprstimo Compulsrio exigido a partir de investimento relevante efetuadopela Unio (princpio da anterioridade da lei) ou por motivo de guerra externa ouiminncia de guerra, ou, ainda, por calamidade pblica. No caso de guerra ou

    calamidade pblica, o emprstimo compulsrio no fica sujeito ao princpio daanterioridade, ou seja, da antecedncia que deve haver entre a publicao da lei e a

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    cobrana efetiva do tributo. A competncia para a instituio do emprstimocompulsrio exclusiva da Unio e necessrio Lei Complementar (maioriaabsoluta de parlamentares) para instituio do tributo.

    Contribuio As contribuies previstas na Constituio Federal podem ser sociais,de interesse de categorias profissionais ou econmicas, de interveno no domnioeconmico ou da seguridade social, sendo que estas ltimas necessitam de 90 dias deprazo entre a lei que as instituiu e a sua efetiva cobrana. A competncia parainstituio de contribuies exclusiva da Unio.

    Aqui cabe um comentrio sobre a situao jurdica das tarifas ou preospblicos. As tarifas so valores cobrados por um bem ou servio prestado, masno compulsrio como a taxa, que um tributo exigido do contribuinte,independentemente da utilizao do servio, bastando a potencialidade de uso para a

    cobrana.As tar ifas so preos pbl icos cobrados por algum servio efet ivamenteprestado ou consumido, como o que se consome em energia eltrica ou no uso dosistema telefnico. As tarifas envolvem um contrato entre o fornecedor (concessionrio doservio pblico) e um consumidor (usurio) do servio. O usurio paga o que consome,nada alm disto. Geralmente as tarifas de servios vem discriminadas para ns dealguma forma, como em nossas eternas contas telefnicas, que mostram os diferentesperodos de consumo e o valor cobrado. As tarifas no so tributos! !! No tem cartercompulsrio, nem podem ser exigidas ao livre arbtrio. Ou seja, paga quem quer oservio! Cuidado com esta proposio!

    NEUTRALIDADE, REGRESSIVIDADE E PROGRESSIVIDADE

    Sobre o princpio da progressividade, as maiores alquotas seriam aplicadas scamadas mais favorecidas ou em classes de renda mais altas da populao. Sobre oprincpio da regressividade, quanto maior a renda, menor seria o percentual da alquota.J o princpio da neutralidade ou proporcionalidade implica dizer em tributosproporcionais aos ganhos, ou seja, alquotas iguais e nicas em qualquer faixa.resultariam em maiores valores arrecadados, conforme a situao individual de renda decada um.

    Os modernos sistemas f iscais consagram a progressividade na tributao. Aincidncia progressiva leva a coletividade ao mnimo sacrifcio agregado. O rico devepagar proporcionalmente mais e o pobre proporcionalmente menos.

    Este princpio tambm baseia-se na hiptese de que a renda sujeita a lei deutilidade marginal decrescente, ou seja, quanto maior os acrscimos de renda dados aoconsumidor, menor ser a utilidade daquela renda. Exemplificando, se um consumidorganha o suficiente apenas para se manter, a utilidade que dar a sua renda ser maior doque aquele que ganha muito, cuja renda permite at mesmo uma aplicao financeira.Para o menos favorecido, a renda essencial para a sobrevivncia e ele tentarmaximizar o consumo, devido a sua restrio oramentria e ao grau de utilidade que da sua renda.

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    Outra classificao dos tributos:

    Tributos Diretos -aplicados ao contribuinte diretamente, sobre a renda e a riqueza sem

    transferncias tributrias. Ex. IPTU, IPVA, IR, IOF.

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    Tributos Indiretosso aqueles cobrados sobre a produo, sobre o consumo, sobrevendas ou circulao de bens e mercadorias e repassados para o consumidor. Quemarca o consumidor final, no o produtor ou vendedor, que repassa o imposto. Ex. IPI,ICMS, ISS.

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    14. ESTRUTURA E DIMENSO DO SETOR PBLICO BRASILEIRO.

    A dimenso do Governo normalmente medida pelo total dos gastos oramentrios,devendo ser expurgados os gastos com subsdios e transferncias. A Renda Nacional, oProduto Nacional, etc. so medidas que do dimenso ao setor pblico brasileiro.

    Produto Interno - diz respeito produo cuja renda gerada dentro dos limites doterritrio do pas.Produto Nacional- a diferena entre o Produto Interno e a Renda Lquida Enviada aoExterior. Refere-se produo cuja renda de propriedade dos residentes do pas,independente de essa renda ter sido gerada em outro pas.

    PIBpm = Produto Interno Bruto a preo de mercado;

    PIBcf = Produto Interno Bruto a custo de fatores = PIBpm - impostos indiretos + subsdios;PILcf = Produto Interno Lquido a custo de fatores = PIBcf - depreciao;PNBpm = Produto Nacional Bruto a preo de mercado = PIBpm - RLEE;

    Renda Nacional (RN) - Produto Nacional Lquido a custo de fatores (PIBcf depreciao),

    Sistema de Contas NacionaisAtualmente baseia-se em 4 contas, uma de apropriao (ou utilizao da renda), outra deacumulao (ou formao de capital), outra dos agentes econmicos (famlias, empresas,setor pblico e setor externo) e a relativa s operaes com o resto do mundo.

    So assim denominadas:I. Conta Produto Interno Bruto (produo).

    II. Conta Renda Nacional Disponvel Bruta (apropriao).

    III. Conta Transaes Correntes com o Resto do Mundo.

    IV. Conta de Capital (acumulao).

    Balano de Pagamentos (BP) um pequenoresumo das transaes econmicas deum pas com o resto do mundo, durante determinado perodo de tempo. possvel avaliara situao econmica internacional de um pas por meio do BP. Na contabilidade

    nacional, toda transao que cria um direito ou entra como recurso crdito. Asexportaes, por exemplo, so indicadas como crditos. As importaes so lanadascomo dbitos, como os juros pagos aos banqueiros, por exemplo. Todo ingresso dedivisas corresponde a um crdito e toda sada de divisas, a um dbito. Exemplos:

    Crditos: exportaes; recebimento de doaes internacionais; recebimento de emprstimos internacionais ; reembolso de capital do estrangeiro;

    venda de ativos para outros pases;

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    recebimento de fretes internacionais

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    Dbitos

    Importaes; Pagamentos de doaes internacionais;

    Pagamentos de capital do exterior; Reembolso de capital internacional; Compra de ativos de outros pases; Pagamentos de fretes internacionais

    BALANO DE PAGAMENTOS

    A BALANA DE TRANSAES CORRENTES

    A 1 BALANA COMERCIALA 1.1. EXPORTAES FOB

    A 1.2. IMPORTAES FOB

    A 2 BALANA DE SERVIOS

    A 2.1. TRANSPORTES (FRETES, ETC) E SEGUROS

    A 2.2. VIAGENS INTERNACIONAIS E TURISMO

    A 2.3. RENDAS DE CAPITAL (LUCROS E JUROS)A 2.4. DIVERSOS

    A - 3 TRANSFERNCIAS UNILATERAIS

    B BALANA (MOVIMENTO) DE CAPITAIS

    B 1. INVESTIMENTOS

    B 2 REINVESTIMENTOS

    B 3 EMPRESTIMOS E FINANCIAMENTOS A LONGO E MEDIO PRAZO

    B 4 EMPRESTIMOS EM CURTO PRAZO

    B 5 AMORTIZAES

    B 6 CAPITAIS EM CURTO PRAZO

    C ERROS E OMISSES

    = SALDO DO BALANO DE PAGAMENTOS (A+B+C)

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    D TRANSAES COMPENSATRIAS (FINANCIAMENTO OFICIAL

    COMPENSATRIO)

    D.1. VARIAO DE RESERVASD.2. OPERAES DE REGULARIZAO

    D.3. ATRASADOS COMERCIAIS

    A. BALANA DE TRANSAES CORRENTES (BTC) a diferena entre asExportaes e Importaes de um pas, sendo includo tambm o saldo positivo ounegativo das transferncias unilaterais de valores (donativos enviados e recebidos)executadas durante o perodo. Se houver supervit na BTC, significa que o pas estrecebendo recursos de fora, que podem ser utilizados no pagamento de emprstimos ou

    contratos assumidos anteriormente (diminuio do endividamento externo), investimentodo pas no exterior ou para aumentar as reservas do pas. J uma BTC deficitria implicaa necessidade de se contrair emprstimos no exterior para se cobrir o rombo, contrairinvestimentos estrangeiros no pas ou diminuir as reservas nacionais.

    Saldo do Balano de Transaes Correntes = Poupana Externa do pas.O dficit na BTCrepresenta Poupana Externa Positiva, ou seja, h envio de recursosfinanceiros para outros pases em troca de bens e servios. A contrapartida financeiradesse fluxo real o aumento do endividamento do pas.Supervit no BTC -Poupana Externa Negativa (estamos transferindo bens e serviospara o resto do mundo via exportaes de produtos ou mo de obra, de regra).

    A.1. Balana Comercial - inclui basicamente as exportaes e as importaes demercadorias.Exportaes > importaes - balana comercial superavitria.Exportaes < importaes - balana comercial deficitria.

    Obs. O preo considerado nas exportaes e importaes o preo FOB (free on board),j que as despesas com seguros e fretes j esto includas na balana de servios.

    Principais fatores que determinam o saldo da balana comercial: Nvel de renda da economia e do resto do mundo; Taxa de cmbio e os termos de troca.

    Nvel de renda - Quanto maior a renda de um pas, maior a sua demanda por produtosimportados e menor o saldo da sua balana comercial. Quanto maior a renda do resto domundo, maior o saldo da balana comercial.

    Taxa de cmbio - quanto mais desvalorizada a moeda nacional em relao s moedasestrangeiras, maior a competitividade dos produtos nacionais e, portanto, maior oestmulo s exportaes e desestmulo s importaes.

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    Termos de troca - quanto mais caros os produtos que exportamos em relao aos queimportamos, melhor ser o saldo da balana comercial.

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    A.2. Balana de Servios representa o saldo das entradas ou sadas de valordeterminadas por bens ou produtos intangveis, e os rendimentos de investimentos.Dentre estes bens, destacamos as seguintes contas:

    A.2.l . Transportes e Seguros- saldo das receitas e despesas internacionais com fretes eprmios de seguros efetuados.

    A.2.2. Viagens Internacionais - saldo das receitas e despesas gastas pelos turistasnacionais e estrangeiros.

    A.2.3. Rendas de Capital a conta que representa a diferena entre rendimentos docapital internacional pagos ou recebidos, juros pagos ou recebidos do exterior poremprstimos ou financiamentos recebidos ou concedidos, lucros de empresas nacionaisno exterior, lucros remetidos pelas empresas estrangeiras no pas, etc.

    A.2.4. Diversos a conta que representa o saldo de diversas transaes, como gastoscom representaes diplomticas no exterior menos as transferncias dos demais pasespara os gastos de suas representaes diplomticas no pas; recebimentos e pagamentosinternacionais referentes a royalties, patentes, assistncia tcnica, comisses etc., aluguelde equipamentos, filmes, etc.

    A.3. Transferncias Uni laterais (ou donativos) so remessas de valores semcontrapartida de um pas para outro. Podem ser feitas por empregados que trabalhamfora do pas ou doaes feitas por um governo para outro.

    B. MOVIMENTO DE CAPITAIS esta conta representa o saldo das modificaes nosdireitos e obrigaes de residentes no pas para com no residentes. Essa rubrica inclui:

    B.l. Investimentos a diferena entre o capital de no residentes que est aplicado nopas, dos investimentos feitos por residentes do pas aplicados no exterior .

    B.2. Reinvestimentos - o saldo de investimentos internacionais de empresasestrangeiras j localizadas no pas.

    B.3. Emprstimos e Financiamentos a longo e mdio prazo.

    B.4. Emprstimos em Curto Prazo so os emprstimos internacionais tomados pelosgovernos, empresas e indivduos, alm dos financiamentos para importaes eexportaes. Prazo Mdio (de 1 a 5 anos) / Longo prazo (mais de 10 anos) / Curto prazo(menos de um ano).

    B.5. Amortizaes so os pagamentos do principal de emprstimos e financiamentostomados no exterior, e os pagamentos do principal do emprstimo feito por noresidentes.

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    B.6. Capitais em curto prazo- so capitais especulativos, provenientes de aplicaes no

    mercado financeiro, muito volteis e sujeitos evases. Os juros so a principal razopara explicar o movimento de capitais entre os pases. Quanto maior a taxa de juros em

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    um pas em relao ao resto do mundo, maior ser o estmulo dos especuladores emaplicar recursos nesse pas.

    C. ERROS E OMISSES so provenientes de equvocos existentes no registro dasoperaes do pas com o exterior. Na verdade, no se sabe exatamente quantosemprstimos h no exterior ou quanto se tomou em valores. Vrias contas so registradascom valores estimados, o que impede a equivalncia perfeita entre os crditos e osdbitos. Esta conta entra no Balano de Pagamentos a fim de cobrir os erros estatsticoscometidos, bem como as transaes no registradas.

    = (A+B+C) RESULTADO DO BALANO DE PAGAMENTOS a soma da Balana deTransaes Correntes, do Movimento de Capitais e dos Erros e Omisses (A + B + C),com supervit se a soma for positiva, e dficit se a soma for negativa.

    D. TRANSAES COMPENSATRIAS(Financiamento Oficial Compensatrio) Comoo nome diz, o valor que compensa o dficit ou supervit do BP. Em caso de balanopositivo, com entrada de recursos no pas, Transaes Compensatrias ser deficitria.Quando o balano for deficitrio, a conta de Transaes Compensatrias ser credora.Os principais itens desta conta so:

    D.l. Variao de Reservas a variao de haveres em moeda estrangeira e ouropossudos em reservas pelo pas, tendo em vista o dficit ou supervit no balano depagamentos. Se houver sada de reservas do pas ou ouro por dficit no balano de

    pagamentos, indica-se por uma conta credora na conta variao de reservas. Se obalano for superavitrio, haver entrada de divisas ou ouro, ou seja, haver um dbito naconta variao de reservas.

    D. 2. Operaes de Regularizao so emprstimos com instituies internacionais,como o FMI (Fundo Monetrio Internacional). Se h dficit no balano de pagamentos,recorre-se a emprstimos dessas instituies para sanar estes dficits.

    D.3.Atrasados Comerc iais o no-pagamento de compromissos no prazo, com vistaa financiar o saldo negativo do Balano de Pagamentos.

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    15. ORAMENTO PBLICO: CONCEITOS E PRINCPIOS ORAMENTRIOS;ORAMENTO TRADICIONAL, ORAMENTO DE BASE ZERO, ORAMENTO

    DE DESEMPENHO, ORAMENTO-PROGRAMA. ORAMENTO NACONSTITUIO DE 1988: LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS, LEIORAMENTRIA ANUAL; PLANO PLURIANUAL.

    CONCEITO

    O Oramento Pblico um documento legal de previso de receitas e estimativade despesas, a serem realizadas por um Governo em um determinado perodo de tempo(geralmente um ano).

    Os primeiros Oramentos que se tm notcia eram os oramentos tradicionais,com nfase no gasto. Eram simples documentos de previso de receita e autorizao de

    despesas, sem nenhum vnculo com um sistema de planejamento governamental.Simplesmente se fazia uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se ondegastar, sem nenhuma prioridade ou senso de eqidade na distribuio de riquezas.

    O Oramento evoluiu, hoje, para o conceito de Oramento-Programa,segundo oqual o oramento um conjunto de aes vinculadas a um processo de planejamentopblico com objetivos e metas a alcanar durante um perodo de tempo (a nfase noOramento-Programa nas realizaes do Governo, ou seja, aquilo que por esterealizado).

    O Oramento Pblico no Brasil ou Oramento Geral da Unio um documento

    elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para discusso,aprovao e converso em lei, contendo a previso da arrecadao de receitasfederais para o ano seguinte e a previso da realizao de despesas nos programas deGoverno.

    O Oramento Geral da Unio (OGU) constitudo pelo Oramento Fiscal,Oramento da Seguridade Social e pelo Oramento de Investimento das empresasestatais federais. Existem princpios bsicosque devem ser seguidos para elaborao econtrole dos Oramentos, que esto definidos na Constituio, na Lei 4.320, de 17 demaro de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Oramentrias.

    A Constituio Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a responsabilidade pelosistema de Planejamento e Oramento, e a iniciativa dos seguintes projetos de lei do (a):

    Plano Plur ianual (PPA) Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO)

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    Lei de Oramento Anual (LOA)

    O PPA define as prioridades do governo por um perodo de quatro anos e deve serenviado pelo Presidente da Repblica ao Congresso Nacional at o dia 31 de agosto doprimeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerramento da sesso legislativa).

    http://www.planejamento.gov.br/orcamento/conteudo/sistema_orcamentario/principios_orcamentarios.htmhttp://www.planejamento.gov.br/orcamento/conteudo/sistema_orcamentario/principios_orcamentarios.htm
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    De acordo com a Constituio Federal, o Projeto de Lei do PPA deve conter asdiretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capitale outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. O

    PPA estabelece a ligao entre as prioridades de longo prazo e a Lei Oramentria Anual.O Projeto de Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) deve ser enviado pelo Poder

    Executivo ao Congresso Nacional at o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meioantes do encerramento da sesso legislativa). A LDO estabelece as metas e prioridadespara o exerccio financeiro subseqente; orienta a elaborao do Oramento; dispesobre alterao na legislao tributria e estabelece a poltica de aplicao das agnciasfinanceiras de fomento.

    Com base na LDO aprovada pelo Legislativo, a Secretaria de Oramento Federalelabora a proposta oramentria para o ano seguinte, em conjunto com os Ministrios e

    as unidades oramentrias dos poderes Legislativo e Judicirio. Por determinaoconstitucional, o governo obrigado a encaminhar o Projeto de Lei do Oramento aoCongresso Nacional at o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do encerramentoda sesso legislativa). Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da Repblica,na qual feito um diagnstico sobre a situao econmica do pas e suas perspectivas.

    A Lei Oramentria disciplina todas as aes do governo federal. Nenhumadespesa pblica pode ser executada fora do Oramento, mas nem tudo feito pelogoverno federal. As aes dos governos estaduais e municipais devem estar registradasnas leis oramentrias dos Estados e municpios. No Congresso, deputados e senadoresdiscutem na Comisso Mista de Oramentos e Planos a proposta enviada pelo Executivo,

    fazem as modificaes que julgam necessrias atravs das emendas e votam o projeto. AConstituio determina que o Oramento deve ser votado e aprovado at o final de cadaLegislatura (15.12). Depois de aprovado, o projeto sancionado pelo Presidente daRepblica e se transforma na Lei Oramentria Anual.

    A Lei Oramentria Anual (LOA) estima as receitas e autoriza as despesas deacordo com a previso de arrecadao. Se durante o exerccio financeiro houvernecessidade de realizao de despesas acima do limite que est previsto na Lei, o PoderExecutivo submete ao Congresso Nacional projeto de lei de crdito adicional. Por outrolado, crises econmicas mundiais como aquelas que ocorreram na Rssia e siaobrigaram o Poder Executivo a editar Decretos com limites financeiros de gastos abaixodos limites aprovados pelo Congresso. So chamados de Decretos de Contingenciamentoem que so autorizadas despesas no limite das receitas arrecadadas.

    Legislao bsica do Oramento

    Constituio Federal de 1988 Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964 (Lei de Finanas Pblicas) Lei do Plano Plurianual Lei de Diretrizes Oramentrias Lei Oramentria Anual

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    Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

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    Lei n 4.320/64- estabelece que a Lei do Oramento conter a discriminao da receita edespesa, de forma a evidenciar a poltica econmico-financeira e o programa de trabalhodo Governo, obedecidos os princpios de unidade, universalidade e anualidade.

    PRINCPIOS

    Unidade O Oramento uma pea nica, ou seja, s existe um oramento paracada esfera de governo (Um para a Unio, um para cada Estado e um para cadaMunicpio). Cada Governo deve possuir o seu prprio oramento, fundamentado em umanica poltica oramentria e estruturado uniformemente. O Oramento Geral da Unio,mesmo desdobrado em trs partes (oramento fiscal, da seguridade social e deinvestimentos) uma pea nica, regido sobre uma mesma poltica oramentria em todoo territrio nacional. Universalidade o Oramento deve agregar todas as receitas e despesas dos

    rgos de Governo, sem exceo, da Administrao Direta e Indireta. Nenhuma receitaou despesa pblica deve ficar fora do Oramento. No entanto, algumas entidades daAdministrao Indireta, como as sociedades de economia mista e empresas pblicas(estatais), por exemplo, no tm suas receitas e despesas previstas no Oramento, poistais entidades so regidas pelo direito privado. Tais entidades, muitas vezes, aparecemapenas no Oramento de Investimentos do Oramento Geral da Unio. Anual idade ou Periodic idade o Oramento de um Governo cobre um perodolimitado, geralmente de um ano. No Brasil, esse perodo corresponde ao exercciofinanceiro, de 01 de janeiro a 31 de dezembro. A periodicidade estabelece um perodolimitado de tempo para as estimativas de receita e fixao da despesa, ou seja, ooramento deve compreender um exerccio, que corresponde ao prprio ano fiscal. Legalidade O Oramento um documento legal e, como tal, objeto de uma leiespecfica, aprovada pelo Poder Legislativo. Exclusividade O Oramento s pode versar sobre matria oramentriaexclusivamente, vedados outras matrias ou assuntos alheios. Entretanto, o Oramentopode conter (e geralmente contm!) autorizao para abertura de crditos suplementarese operaes de crdito por antecipao da receita. Especificao ou discriminao ou especializao As despesas devem serespecficas, referindo-se claramente a que se destinam, ou seja, so vedadasautorizaes globais de despesas no Oramento. As despesas devem ser especificadas,no mnimo, por modalidade de aplicao, classificao oramentria contida nas normas.

    Publicidade O Oramento, por ocasio de sua aprovao, deve ser semprepublicado na imprensa oficial. Equilbrio As despesas autorizadas no Oramento devem ser sempre iguais sreceitas previstas, para atender o princpio. No pode haver desequilbrio acentudado nosgastos, com despesas muito maiores s receitas. Uma conseqncia deste princpio acontrao de emprstimos do setor pblico, para fazer face s despesas crescentes. Oramento-Bruto Tanto a receita como a despesa oramentria, devemaparecer pelo valor total ou pelo valor bruto, sem dedues no Oramento.

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    No-afetao ou no-vinculao vedada a vinculao de impostos a rgo,fundo ou despesa, exceto transferncias constitucionais permitidas, como as para amanuteno e desenvolvimento do ensino, o Fundo de Participao dos Estados, o Fundo

    de Participao dos Municpios e garantias s operaes de crdito por antecipao dareceita.

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    Programao e tipicidade As despesas previstas no Oramento soclassificadas em determinados nveis com funes, subfunes e programas pr-estabelecidos, segundo uma classificao oramentria existente (classificao funcional

    da despesa). A classificao funcional dispe quais programas pertencem s subfunese quais subfunes, respectivamente, pertencem s funes, numa espcie de rvore ouregra denominada regra de tipicidade. Entretanto, pode ocorrer no Oramento de umprograma no ficar subordinado diretamente subfuno na qual vinculado naclassificao funcional. O mesmo acontece quando uma subfuno no ficar vinculada asua funo tpica. Quando isto acontece, dizemos que houve uma regra atpica, ou seja, oOramento no seguiu a regra de tipicidade, prevista na classificao funcional dadespesa.

    ORAMENTO TRADICIONAL, ORAMENTO DE BASE ZERO, ORAMENTO DEDESEMPENHO, ORAMENTO-PROGRAMA.

    Oramento Tradicional ou Clssico Os primeiros Oramentos eram oschamados oramentos tradicionais ou clssicose tinham nfase apenas no gasto.Eram meros documentos de previso de receitas e estimativa de despesas, semnenhum vnculo com um processo de planejamento governamental.

    Oramento de Desempenho representou uma evoluo do oramento clssico.Procurava-se saber tambm as coisas que o Governo fazia e no somente ascoisas que o Governo comprava.

    Oramento-Programa representou uma evoluo do Oramento de Desempenho.As aes governamentais ficaram vinculadas a um processo de planejamentopblico, com objetivos e metas a alcanar durante um determinado exerccio. Anfase do Oramento-Programaest nasrealizaes.

    O Oramento-programafoi cr iado no pas pelo Decreto-Lei n 200/67,o qual consagrouas funes de planejamento e oramento pblico no pas. Previa uma classi ficao dasdespesas inicialmente com uma srie de funes do Estado (administrao, sade,educao, cultura, etc), consideradas o maior nvel de agregao das despesas. As

    funes desdobravam-se em programas de Governo, que faziam a ligao entre osplanos e o oramento, a ser executado no exerccio . Os programas se desdobravamem subprogramas e estes em projetos e atividades. Esta estrutura denominava-seclassi ficao funcional-programtica da despesa. A nfase no Oramento-Programa nas realizaes que se pretende alcanar.

    As caractersticas principais do Oramento-Programaso:

    Evoluo do oramento tradicional, vinculando-o ao planejamento.

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    Melhor controle, identificao das funes, da situao, das solues,objetivos e recursos, com nfase naquilo que se realiza e no no que

    se gasta.

  • 7/25/2019 Orc17 Financas Publicas

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    Classificaes atuais do oramento-programa - dentre as tabelas atuais contendo asclassificaes oramentrias da despesa no oramento-programa, destacam-se aclassificao funcional, a classificao institucional e a classificao econmica da

    despesa. Em 2000, com o processo de reestruturao do sistema oramentriofederal e a eleio do programa, como elo de integrao entre o planejamento e ooramento pblico, vrias classificaes do Oramento foram alteradas. A partir de2000, o Oramento passou a contemplar uma nova classificao funcional dadespesa com a seguinte disposio:

    H um rol de funes, representando objetivos mais gerais, caracterizando omaior nvel de agregao das aes, de modo a refletir as atribuiespermanentes do Governo.

    Abaixo das funes, existe um ro l de subfunes, como meios einstrumentos de aes organicamente articulados para o cumprimento das

    funes.

    Oramento Base Zero:O Oramento base zero foi um sistema paralelo criado no Texas EUA e no representou propriamente uma evoluo do oramento, mas uma simplesvariao no mtodo de planejamento, no qual no existiam direitos adquiridos sobreverbas concedidas em anos anteriores. No final de cada perodo oramentrio, osprogramas existentes eram zerados no seu valor, o que obrigava os rgos envolvidos anovas demonstraes de custos e benefcios, concorrendo por verbas, e pela prioridadena execuo, tanto os programas em fase de execuo avanada, como aquelesiniciados no novo perodo.

    ORAMENTO NA CONSTITUIO DE 1988: LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS,LEI ORAMENTRIA ANUAL; PLANO PLURIANUAL

    Competncia legislativa concorrente direito oramentrio competncia da Unio,Estados e ao Distrito Federal para legislar concorrentemente sobre Oramento,alm do direito t ributrio e financeiro, entre outras matrias e ramos do Direito.

    Regras no mbito da legislao concorrente:

    A Unio l imita-se a estabelecer normas gerais.

    A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui acompetncia suplementar dos Estados.

    Se inexistir lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero acompetncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

    A