apostila filosofia 1 ano 2 bimestre aluno

24
Aluno Filosofia C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 2 2 1° Série | 2° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série Filosofia Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Identificar o discurso mítico e o discurso filosófico. 2. Articular as relações entre mito e filosofia. 3. Situar o surgimento da Filosofia e suas contribuições na Grécia Antiga.

Upload: tricia-carnevale

Post on 12-Nov-2015

185 views

Category:

Documents


28 download

DESCRIPTION

Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

TRANSCRIPT

  • Aluno

    Filosofia

    CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

    PPeeddaaggggiiccaass ddee

    AApprreennddiizzaaggeemm

    AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0022 11 SSrriiee || 22 BBiimmeessttrree

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Filosofia Ensino Mdio 2 1

    Habilidades Associadas

    1. Identificar o discurso mtico e o discurso filosfico.

    2. Articular as relaes entre mito e filosofia.

    3. Situar o surgimento da Filosofia e suas contribuies na Grcia Antiga.

  • 2

    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

  • 3

    Caro aluno,

    Neste caderno, voc encontrar algumas atividades diretamente relacionadas s

    habilidades e competncias do 2 Bimestre do Currculo Mnimo de Filosofia da 1 Srie

    do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um

    ms.

    A nossa proposta que voc, aluno, desenvolva estas Atividades de forma

    autnoma, com o suporte pedaggico eventual de um professor, que mediar as trocas

    de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc desenvolver a disciplina e

    independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do

    conhecimento do sculo XXI.

    Neste Caderno de Atividades, vamos aprender algumas caractersticas e relaes

    entre o mito e a filosofia! Na primeira aula deste caderno, voc vai aprender a

    identificar o discurso mtico e o discurso filosfico e compreender como este assunto

    est relacionado a nossa vida. Na segunda aula, voc ir perceber e articular as relaes

    entre mito e filosofia. E, por fim, na terceira aula, vai aprender e situar o surgimento da

    Filosofia e suas contribuies na Grcia Antiga.

    Este documento apresenta 03 (trs) aulas. As aulas podem ser compostas por

    uma explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e

    atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as atividades propostas. As

    atividades so referentes a um tempo de aula. Para reforar a aprendizagem, prope-se,

    ainda, uma avaliao e uma pesquisa sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho!

    Equipe de Elaborao

  • 4

    Introduo .......................................................................................................... 3

    Aula 1: identificar o discurso mtico e o filosfico ............................................... 5

    Aula 2: articular as relaes entre mito e filosofia. ............................................. 9

    Aula 3: surgimento da Filosofia e Grcia Antiga ................................................ 12

    Avaliao ............................................................................................................. 17

    Pesquisa .............................................................................................................. 21

    Referncias ......................................................................................................... 23

    Sumrio

  • 5

    Caro aluno, nesta atividade, iremos identificar o discurso mtico e o discurso

    filosfico. Voc poder perceber que so duas maneiras com caratersticas prprias

    que o ser humano desenvolveu ao longo do tempo para tentar responder as suas

    perguntas mais inquietantes. importante dizer que o mito e a filosofia no

    apresentam uma oposio entre si. O fato de serem diferentes no significa que sejam

    opostos. Mas vamos isso com mais calma na aula 2. Por enquanto, nossa tarefa de

    identificar os principais elementos que compem cada discurso, o mtico e o filosfico.

    A palavra mito, de origem grega, significa narrao. Eram ensinamentos orais

    que eram passados de gerao em gerao e utilizados pelos povos antigos para tentar

    explicar fatos e fenmenos da natureza, as origens do mundo e do homem.

    Dentre os mitos mais conhecidos, temos a mitologia grega que foi uma espcie

    de preparao a prpria filosofia, pois muitas questes levantadas pelos filsofos

    gregos j estavam presentes nos relatos mticos. Mas, ento, como podemos

    identificar um discurso mtico?

    Podemos dizer que os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens

    naturais e sobrenaturais, deuses e heris. Todos estes componentes so misturados a

    fatos reais, caractersticas humanas e pessoas que realmente existiram ou no.

    Poseidon, Zeus, Hades, Afrodite e Dionsio eram deuses gregos

    1.

    1 http://www.brasilescola.com/mitologia/mitologia-grega.htm. Acesso em 30.07.2013.

    Aula 1: identificar o discurso mtico e o filosfico

  • 6

    Repare que na figura apresentada os deuses possuem caractersticas humanas.

    Assim, podemos concluir que a linguagem mtica simblica, alegrica, fantasiosa. E

    nesse sentido que o mito no sinnimo de mentira, mas uma maneira muito especial

    que o ser humano possui de buscar o conhecimento como fazem os poetas. O mito

    no possui uma preocupao com o rigor lgico e argumentativo prprios da filosofia.

    Ento, podemos afirmar que existem diferenas entre o mito e a filosofia?

    Vamos avanar um pouco mais para tentarmos juntos responder essa questo.

    Filosofia

    2

    Conforme vimos no 1 bimestre, a palavra filosofia, tambm de origem grega,

    significa amigo ou amante da sabedoria. E quais caractersticas que existem no

    discurso filosfico? Como podemos identificar um texto ou um pensamento filosfico?

    Caro aluno, voc j sabe identificar um mito porque ele utiliza smbolos,

    personagens e por ser uma narrativa imaginria e fantasiosa. Os filsofos, em geral,

    apresentam outro tipo de linguagem e no necessariamente melhor, superior ou

    contrrio ao mito. Simplesmente podemos dizer que os discursos, mtico e filosfico,

    apresentam algumas diferenas. E que diferenas so essas?

    O discurso filosfico possui um cuidado com o rigor lgico. Os smbolos que so

    to marcantes no mito no so utilizados pelos filsofos. O texto filosfico procura

    estabelecer conceitos e demonstraes sobre os mais variados tipos de assunto. Para o

    filsofo muito importante que exista uma argumentao. A imaginao que to

    importante para os poetas e, portanto, para os mitos, no estar to presente na

    linguagem de muitos filsofos. Em outras palavras, podemos dizer que o discurso

    mtico mais livre, enquanto que o discurso filosfico apresenta-se mais crtico e

    questionador.

    2 http://www.aviafilosofica.com/uncategorized/dicas-para-estudar-filosofia-2/. Acesso em 30.07.2013.

  • 7

    Agora, caro aluno, vamos exercitar o que acabamos de estudar.

    1. Podemos dizer que a tragdia grega teve seu auge entre os sculos VI e IV a.C. Foi a

    expresso de profundas mudanas ocorridas na ordem sociopoltica e cultural dessa

    poca. A mitologia j no a nica forma de representao do mundo, mas rivaliza

    com a concepo filosfica fundamentada na razo (lgos), e as leis de origem divina

    se confrontam com as leis escritas. A tragdia expressa os conflitos e os impasses em

    que se encontram no apenas a plis, mas tambm a alma (psych) do homem grego.

    Questo: como base no texto e no que foi estudado, estabelea critrios para

    identificar o discurso mtico e o discurso filosfico.

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    2. Leia o texto com ateno e responda.

    Os antigos, ou melhor, os antiqussimos, (telogos), transmitiram por tradio a ns outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros so Deuses e que o divino abrange toda a natureza... Costuma-se dizer que os Deuses tm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres viventes... Porm, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto , se acreditou que as substncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspirao divina... Aristteles, Metafsica, XII, 8, 1074b, O pensamento antigo, I, So Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13.

    Atividade 1

  • 8

    O texto de Aristteles mencionado faz referncia a algumas caractersticas do

    discurso mtico. Que caratersticas so essas?

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

  • 9

    Caro aluno, agora que j sabemos identificar o discurso mtico e o discurso

    filosfico, vamos perceber que existem tambm muitas relaes e aproximaes entre

    o mito e a filosofia.

    muito comum encontrarmos afirmaes que a filosofia surgiu em oposio ao

    mito, pois seriam duas formas de conhecimento totalmente opostas entre si. Mas ser

    que isso verdadeiro? Vamos pensar e refletir melhor. Para isso, vamos pedir ajuda a

    um dos maiores pensadores de todos os tempos. Voc j deve conhec-lo. O nome

    dele Aristteles e veja s o que ele disse: todos os homens, por natureza, tendem

    ao saber3.

    Assim, podemos dizer que a busca pelo conhecimento no tarefa exclusiva da

    filosofia. O ser humano possui uma inclinao pelo conhecimento. E o mito tambm

    uma forma de conhecimento, tambm uma tentativa de explicao. E voc, aluno, j

    pode concluir que o mito preparou o prprio caminho da filosofia, pois as narrativas

    mticas so respostas as mais diversas indagaes humanas. Inclusive muitos filsofos,

    como o caso de Plato, utilizaram mitos como instrumentos, meios de explicao de

    suas ideias. o famoso caso do mito da caverna! Ser que Plato queria ensinar

    simplesmente um mito para os seus discpulos? Ou Plato est se utilizando de uma

    linguagem simblica para transmitir suas ideias?

    Agora que voc a percebeu a relao entre mito e filosofia, vamos prestar

    bastante ateno a um importante trecho que se segue sobre o mito. Quanto

    filosofia, vamos conhec-la um pouco mais na aula 3.

    Na verdade, os mitos no so apenas narrativas sobre a origem do homem,

    das coisas da natureza, do mundo. Eles tambm falam sobre aspectos da condio

    humana, como o fato de ser mortal e sexuado, de viver em sociedade e de ter de

    trabalhar para sobreviver e da necessidade de regras de convivncia... Dessa forma,

    so parte da histria de todos os povos, por todo o planeta.4

    3 ARISTTELES. Metafsica. Traduo de Giovanni Reale. Tomo II. So Paulo: edies Loyola, 2002, p 4. 4 CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. So Paulo, 2002, p. 23.

    Aula 2: articular as relaes entre mito e filosofia.

  • 10

    Portanto, podemos concluir que as relaes entre mito e filosofia so formas

    do discurso do ser humano. Formas distintas, mas no opostas entre si. A experincia

    filosfica se aproxima e muito da narrativa mtica, pois so tentativas de compreenso

    do prprio ser humano e do mundo que o circunda.

    Assim, tanto o mito, quanto filosofia apresentam-se como sabedoria pela qual

    os seres humanos tentam garantir sua sobrevivncia, estabelecer sua identidade e

    buscam formular o sentido de sua existncia. O que seramos sem o mito e a filosofia?!

    Agora, caro aluno, vamos exercitar nossos conhecimentos!

    1. Leia com ateno o seguinte trecho:

    Scrates: imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevao que existe na frente dela. Os seus habitantes esto l dentro desde a infncia, algemados por correntes nas pernas e no pescoo, de modo que no conseguem mover-se nem olhar para trs, e s podem ver o que ocorre sua frente. (...) Naquela situao, voc acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa alm das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna? (PLATO. A Repblica [adaptao de Marcelo Perine]. So Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).

    O texto citado parte do mito da caverna de Plato. A partir do texto e de suas

    reflexes, como podemos estabelecer as relaes entre mito e filosofia?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    Atividade 2

  • 11

    2. Os poemas de Homero serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporo, o limite e a medida, assim como a presena de questionamentos acerca das causas, dos princpios e do porqu das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaborao dos princpios metafsicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni. Histria da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. So Paulo: Loyola, 1994. p. 19.)

    Por que podemos afirmar que o mito foi uma preparao para a prpria filosofia?

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

  • 12

    Que representa a Filosofia? uma das raras possibilidades de existncia

    criadora. Seu dever inicial tornar as coisas mais refletidas, mais profundas.

    Heidegger, Martin.

    Caro aluno, voc j sabe que, segundo Aristteles, a admirao que leva o

    homem a filosofar. E agora vamos aprender um pouco sobre o incio desta importante

    forma de conhecimento. A filosofia possui uma histria, uma tradio! Vamos

    conhec-la?

    Existe uma grande discusso entre os estudiosos que a filosofia possui um local

    e data especfica para o seu surgimento. Ser que a filosofia prpria de algum povo

    ou cultura? Conforme j estudamos, para Aristteles, o ser humano deseja conhecer.

    Isso ocorre independentemente da questo cultural. Mas ser que no existem

    diversas maneiras de se conhecer?

    Leia com bastante ateno o seguinte trecho e reflita:

    o homem naturalmente filsofo, amigo da sabedoria. E verdade. vido de

    saber, no se contenta em viver o momento presente e aceitar passivamente as informaes fornecidas pela experincia imediata, como fazem os animais. Seu olhar interrogativo quer conhecer o porqu das coisas, sobretudo o porqu da prpria vida.

    MONDIN, B. Introduo Filosofia. So Paulo, 1981, p. 5.

    E foi na Grcia Antiga, por volta do sculo VI a.C., que tivemos um

    acontecimento muito importante. Foi l que surgiu o que ficou conhecido como sendo

    o grupo dos primeiros filsofos. Eles receberam o nome de pr-socrticos e se

    preocuparam em encontrar um princpio constitutivo de todas as coisas. Repare que os

    mitos tambm buscavam explicaes, mas se baseavam em elementos sobrenaturais.

    J os pr-socrticos queriam encontrar um elemento primordial na prpria natureza.

    Elementos como a gua, o ar, a terra e o fogo.

    Aula 3: surgimento da Filosofia e Grcia Antiga

  • 13

    Grcia Antiga e os pr-socrticos

    5

    Em seguida, tivemos o perodo socrtico! Voc j conheceu o Scrates quando

    estudou o 1 bimestre. Vamos agora aprofundar algumas ideias dele. Scrates

    representou um marco importante da histria da filosofia; enquanto a filosofia pr-

    socrtica se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Scrates procura o

    conhecimento indagando o homem. Scrates, inclusive, chegou a ser condenado

    morte por defender ideias inovadoras para sua poca. Dentre outras coisas, Scrates

    costumava cobrar pelos seus ensinamentos, ao contrrio dos sofistas.

    A morte de Scrates

    6

    Veja como a filosofia tambm passa por mudanas. Leia com bastante ateno

    o trecho a seguir!!

    A atitude filosfica inicia-se dirigindo indagaes ao mundo que nos rodeia e

    s relaes que mantemos com ele. Pouco a pouco, porm, descobre que essas

    5 https://www.google.com.br/search?q=figura+dos+pr%C3%A9socr%C3%A1ticos&client. Acesso em 01.08.2013.

    6 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://jfariaadvogados.files.wordpress.com/. Acesso em 31.07.2013.

  • 14

    questes se referem, afinal, nossa capacidade de conhecer, nossa capacidade de

    pensar.7

    E isso aconteceu exatamente com Scrates!! Ele questionou e muito a nossa

    capacidade de pensar. E ele fez isso utilizando um mtodo que era composto por duas

    partes: a maiutica e a ironia. A maiutica, parto das ideias, era o momento em que o

    prprio discpulo encontrava-se por si s as respostas aos seus questionamentos;

    Scrates defendia a ideia que o conhecimento no era uma simples transmisso de

    informaes. E a ironia era a forma, inteligente e stil, que Scrates levava o seu

    interlocutor a reconhecer o seu prprio equvoco na forma de pensar. Esse mtodo foi

    to importante que Plato, seu mais famoso discpulo, fez do mtodo a sua forma de

    escrita em seus famosos dilogos.

    Com isso, Scrates iniciou uma grande tradio que se estende at os dias

    atuais. E para a prpria Grcia Antiga, a filosofia influenciou os hbitos, os costumes, a

    linguagem, a poltica, a cincia, a literatura. Enfim, a filosofia passou a fazer parte

    essencial do que ns chamamos de cultura, tudo aquilo que produzido pelo homem

    em termos de valores.

    7 CHAU, Marilena. Convite Filosofia, 1996, p. 14.

  • 15

    Chegou a hora de exercitarmos nossos conhecimentos!

    1. Coloque V, quando for verdadeiro, F, quando falso. Em seguida, justifique a sua

    resposta.

    Scrates, para no ser condenado morte, negou, diante dos seus juzes, os

    princpios ticos da sua filosofia.

    Discpulo de Scrates, Plato utilizou, como protagonista da maior parte de seus

    dilogos, o seu mestre.

    O mtodo socrtico compe-se de duas partes: a maiutica e a ironia.

    Tal como os sofistas, Scrates costumava cobrar dinheiro pelos seus

    ensinamentos.

    Scrates, ao afirmar que s sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a

    necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo

    caminho para a sabedoria.

    2. (UEL 2007) Leia com ateno:

    A filosofia grega parece comear com uma ideia absurda, com a proposio: a gua a origem e a matriz de todas as coisas. Ser mesmo necessrio deter-nos nela e lev-la a srio? Sim, e por trs razes: em primeiro lugar, porque essa proposio enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulao; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crislida, est contido o pensamento: Tudo um. A razo citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filsofo grego.

    Fonte: NIETZSCHE, F. Crtica Moderna. In: Os Pr-Socrticos. Traduo de Rubens Rodrigues Torres Filho. So Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43.

    Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia,

    considere as afirmativas a seguir:

    Atividade 3

  • 16

    I. Com a proposio sobre a gua, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenmenos

    a um nico princpio do qual, todas as coisas e fenmenos derivam.

    II. A proposio de Tales sobre a gua compreende a proposio Tudo um.

    III. A segunda razo pela qual a proposio sobre a gua merece ser levada a srio

    mostra o aspecto filosfico do pensamento de Tales.

    IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da

    virtude.

    A alternativa que contm todas as afirmativas corretas :

    a) I e II

    b) II e III

    c) I e IV

    d) I, II e IV

    e) II, III e I

  • 17

    Agora, caro aluno, vamos avaliar seus conhecimentos sobre a filosofia. Acredite

    em voc mesmo. Voc capaz!!

    As questes 1 e 2 so dissertativas.

    1) Leia o texto com ateno e responda.

    Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo est ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no cu etreo foi expulso, ou para a priso do Trtaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem so eles? (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire dAguiar. So Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56)

    O texto acima se refere a um discurso mtico ou a um discurso filosfico?

    Justifique sua resposta com os prprios elementos do texto.

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    Avaliao

  • 18

    2) Leia o texto com ateno e responda.

    A filosofia a disciplina que permite que o indivduo tenha uma atitude de admirao. Por que admirao? Por que estranhamento? Admirao a categoria que nos possibilita tomar conscincia da nossa prpria ignorncia. Ignorncia entendida aqui como ausncia de conhecimento. essa categoria que estimula a abertura para o saber, o conhecer.

    PRATES, Admilson Eustquio. O Fazer Filosfico. Montes Claros: Unimontes, 2006.

    Explique a relao entre a admirao e ignorncia com a possibilidade de se

    fazer filosofia.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    As questes de 3 a 5 so questes objetivas. Assinale a nica resposta correta em cada

    uma das questes.

    3) (UEL- 2003) Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existncia de um princpio originrio nico, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princpio a gua. Essa proposta importantssima... podendo com boa dose de razo ser qualificada como a primeira proposta filosfica daquilo que se costuma chamar civilizao ocidental. (REALE, Giovanni. Histria da filosofia: Antigidade e Idade Mdia. So Paulo: Paulus, 1990. p. 29)

    A filosofia surgiu na Grcia, no sculo VI a.C. Seus primeiros filsofos foram os

    chamados pr-socrticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa

    o principal problema por eles investigado.

  • 19

    a) A tica, enquanto investigao racional do agir humano.

    b) A esttica, enquanto estudo sobre o belo na arte.

    c) A epistemologia, como avaliao dos procedimentos cientficos.

    d) A cosmologia, como investigao acerca da origem e da ordem do mundo.

    e) A filosofia poltica, enquanto anlise do Estado e sua legislao.

    4) (UEL 2007) H, porm, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a servio do seu problema ltimo da origem e essncia das coisas as observaes empricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas prprias, bem como no modo de submeter ao pensamento terico e casual o reino dos mitos, fundado na observao das realidades aparentes do mundo sensvel: os mitos sobre o nascimento do mundo. Fonte: JAEGER, W. Paidia. Traduo de Artur M. Parreira. 3.ed. So Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.

    Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relao entre mito e filosofia na

    Grcia, correto afirmar:

    a) Em que pese ser considerada como criao dos gregos, a filosofia se origina no

    Oriente sob o influxo da religio e apenas posteriormente chega Grcia.

    b) A filosofia representa uma ruptura radical em relao aos mitos, representando uma

    nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.

    c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma

    gradual.

    d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relao de interdependncia, uma vez que

    o pensamento filosfico necessita do mito para se expressar.

    e) O mito j era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que at hoje

    so objeto da pesquisa filosfica.

  • 20

    5) (UEL- 2003) Ainda sobre o mesmo tema, correto afirmar que a filosofia:

    a) Surgiu como um discurso terico, sem embasamento na realidade sensvel, e em

    oposio aos mitos gregos.

    b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipteses

    lgico-argumentativas.

    c) Reafirmou a aspirao atesta dos gregos, vetando qualquer prova da existncia de

    alguma fora divina.

    d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graas supremacia

    cultural dos gregos.

    e) Estabeleceu-se como um discurso acrtico e teve suas teses endossadas pela fora

    da tradio.

    6) (UEL 2004) Mais que saber identificar a natureza das contribuies substantivas dos primeiros filsofos fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferao de ticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por fora da tradio ou da imposio religiosa, o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade. (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pr-socrticos: a inveno da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)

    Assinale a alternativa que apresenta a guinada de atitude que o texto afirma ter

    sido promovida pelos primeiros filsofos.

    a) A aceitao acrtica das explicaes tradicionais relativas aos acontecimentos

    naturais.

    b) A discusso crtica das ideias e posies, que podem ser modificadas ou

    reformuladas.

    c) A busca por uma verdade nica e inquestionvel, que pudesse substituir a verdade

    imposta pela religio.

    d) A confiana na tradio e na imposio religiosa como fundamentos para o

    conhecimento.

    e) A desconfiana na capacidade da razo em virtude da proliferao de ticas

    conflitantes entre si.

  • 21

    Caro aluno, agora que j estudamos todos os principais assuntos relativos ao 2

    bimestre, hora de discutir um pouco sobre a importncia deles na nossa vida. Ento,

    vamos l?

    Iniciamos este estudo com a identificao do discurso mtico e do discurso

    filosfico, conhecendo depois a relao entre ambos e introduzimos o estudo

    surgimento da filosofia e sua contribuio para Grcia Antiga.

    Leia atentamente as questes a seguir e atravs de uma pesquisa responda

    cada uma delas de forma clara e objetiva. ATENO: no se esquea de identificar as

    Fontes de Pesquisa, ou seja, o nome dos livros e sites nos quais foram utilizados.

    I Faa uma pesquisa sobre os principais poetas gregos, Homero e Hesodo,

    apontando suas obras e a importncia de tais autores para a literatura grega.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    II - Os filsofos pr-socrticos tentaram explicar a diversidade e a

    transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princpios

    elementares, os quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Pesquise

    sobre os principais pensadores pr-socrticos, indicando, respectivamente o elemento

    constitutivo de todas as coisas.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    Pesquisa

  • 22

    III Pesquise na internet os vdeos sobre a relao entre Mito e Filosofia -

    Partes 1 e 2, disponveis em

    http://www.joseferreira.com.br/blogs/filosofia/2011/07/videos-sobre-a-relacao-

    entre-mito-e-filosofia-partes-1-e-2/, e faa um resumo dos principais itens abordados.

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

    _______________________________________________________________________

  • 23

    [1] ARANHA, Maria Lcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando.

    Introduo Filosofia. 4 edio So Paulo: Moderna, 2009.

    [2] ARISTTELES. Metafsica. Traduo de Giovanni Reale. Tomo II. So Paulo: edies

    Loyola, 2002.

    [3] CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. So Paulo, 2002, p. 23.

    [4] CHAU, Marilena. Iniciao Filosofia. 1 edio. 1 impresso. So Paulo: tica,

    2011.

    [5] COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos da Filosofia. 1 edio. So

    Paulo: Saraiva, 2010.

    [6] MARCONDES, Danilo; FRANCO, Irley. A Filosofia: O que ? Para que serve? Rio de

    Janeiro: Zahar: Ed. PUC-Rio, 2011.

    [7] MONDIN, B. Introduo Filosofia. So Paulo, 1981.

    [8] PLATO. A Repblica. So Paulo: Editora Scipione, 2002.

    Referncias

  • 24

    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Maurcio Tavares Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento Bianca Neuberger Leda

    Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Ivete Silva de Oliveira Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES

    Prof. Giovnia Alves Costa Prof. Julio Cesar F. Offredi

    Equipe de Elaborao