a construção sustentável da unasul por meio da entropia e hermenêutica heterorreflexiva - sergio...

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AQUINO, Sérgio Ricardo Fernandes de. Instrução sustentável da UNASUL por meio da entropia e hermenêutica heterorreflexiva. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.8, n.3, 3º quadrimestre de 2013. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1703 A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DA UNASUL POR MEIO DA ENTROPIA E HERMENÊUTICA HETERORREFLEXIVA SUSTAINABLE CONSTRUCTION OF UNASUR THROUGH ENTROPY AND LEGAL HETERORREFLEXIVE HERMENEUTICS “É verdade que a transição para um mundo sustentável não será fácil. Mudanças graduais não serão suficientes para virar o jogo; vamos precisar também de algumas grandes revoluções. A tarefa parece sobre-humana, mas, na verdade, não é impossível. 1 Sérgio Ricardo Fernandes de Aquino 2 SUMÁRIO: Introdução; 1. O princípio: sustentabilidade entrópica como esfinge jurídica do Século XXI; 2. O caminho: A revelação da sustentabilidade entrópica a partir da hermenêutica heterorreflexiva; Considerações Finais; Referências das fontes citadas. RESUMO Esse artigo destina-se a refletir sobre a construção dos significados propostos pela Sustentabilidade Entrópica desvelados, a partir das relações intersubjetivas na América do Sul, por meio da Hermenêutica Jurídica Heterorreflexiva. O ponto de partida desse estudo está no Tratado Constitutivo das Nações Sul-Americanas – UNASUL. Palavras-chave: Hermenêutica Jurídica Heterorreflexiva; Sustentabilidade Entrópica; UNASUL; Pós-Modernidade. 1 CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Cultrix, 2005, p. 272. Título original: the hidden connections. 2 Doutor e Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado – em Direito do Complexo de Ensino Superior Meridional – IMED. E-mail: [email protected]

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A Construção Sustentável Da Unasul Por Meio Da Entropia e Hermenêutica Heterorreflexiva - Sergio Aquino

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AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1703 A CONSTRUO SUSTENTVEL DA UNASUL POR MEIO DA ENTROPIA E HERMENUTICA HETERORREFLEXIVA SUSTAINABLE CONSTRUCTION OF UNASUR THROUGH ENTROPY AND LEGAL HETERORREFLEXIVE HERMENEUTICS verdadequeatransioparaummundo sustentvelnoser fcil. Mudanas graduais no sero suficientes para virar o jogo; vamos precisar tambmdealgumasgrandesrevolues.Atarefa parecesobre-humana,mas,naverdade,no impossvel.1 Srgio Ricardo Fernandes de Aquino2 SUMRIO:Introduo;1.Oprincpio:sustentabilidadeentrpicacomoesfinge jurdicadoSculoXXI;2.Ocaminho:Arevelaodasustentabilidadeentrpicaa partirdahermenuticaheterorreflexiva;ConsideraesFinais;Refernciasdas fontes citadas. RESUMO Esse artigo destina-se a refletir sobre a construo dos significados propostos pela SustentabilidadeEntrpicadesvelados,apartirdasrelaesintersubjetivasna AmricadoSul,pormeiodaHermenuticaJurdicaHeterorreflexiva.Opontode partidadesseestudoestnoTratadoConstitutivodasNaesSul-Americanas UNASUL.

Palavras-chave:HermenuticaJurdicaHeterorreflexiva;Sustentabilidade Entrpica; UNASUL; Ps-Modernidade.

1CAPRA,Fritjof.Asconexesocultas:cinciaparaumavidasustentvel.TraduodeMarcelo Brando Cipolla. So Paulo: Cultrix, 2005, p. 272. Ttulo original: the hidden connections. 2DoutoreMestreemCinciaJurdicapelaUniversidadedoValedoItajaUNIVALI.Professor PermanentedoProgramadePs-GraduaoStrictoSensuMestradoemDireitodoComplexode Ensino Superior Meridional IMED. E-mail: [email protected] AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1704 ABSTRACT ThisarticleintendstoexaminethemeaningofEntropicSustainabilityfrom interpersonalrelationsinSouthAmericabytheLegalHeterorreflexive Hermeneutics. The base for this study is the Constitutive Treaty of South American Nations - UNASUR. Key-words: Legal Heterorreflexive Hermeneutics; Entropic Sustainability; UNASUR; Postmodernity. INTRODUO AintegraohumanadeterminadapelaUniodasNaesSul-Americanas UNASUL - estabelece que um dos critrios para se forjar sua identidade comum a Sustentabilidade.Entretanto,ousoindiscriminadodessacategoriainviabiliza qualquer Projeto Civilizatrio3 no qual permite a presena indefinida do Ser humano no citado continente e planeta. ASustentabilidadeaparececomoEsfingeJurdica,cujanossaincapacidadede desvendar seus enigmas que aparecem no decorrer do tempo pode promover nossa extino. Por esse motivo, a Segunda Lei da Termodinmica a Entropia sugerem umaestratgianecessriaparasepermitiraprxissustentvelparaasgeraes presentesefuturas.ASustentabilidadeEntrpicasemanifestacomoainteno legislativa que aparece no texto do Tratado Constitutivo da UNASUL. Nobasta,contudo,identificarasestratgiasparasepermitirapreservaodos sereshumanosjuntobiodiversidadecontinentaleplanetria.necessrio, tambm,estabelecerossignificadosqueessescritriosassumempara disseminaremeampliaremoscenriosdeDignidadeparatodos.AHermenutica Jurdica Heterorreflexiva parece ser o espao reflexivo adequado para essa tarefa.

3AreferidaexpressoserpropostaparaesseestudoconformeoseguinteConceitoOperacional: Projeto Civilizatrio o objetivo de perene aperfeioamento da humanizao do mundo, desde que se saiba identificar, integrar, mediar e complementar as virtudes e vcios num dilogo constante entre os cenrios antropocntricos e biocntricos. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1705 A Sustentabilidade observada como gnero assume natureza principiolgica. O ponto de partida de sua existncia o texto proposto pelo Tratado Constitutivo da UNASUL,pormoseuexaurimentonopodeocorrersomentepormeiodoseu sentidonormativo,ouseja,afunodotextoconstitutivodaUNASULode permitiracriaodemecanismososquaispossibilitempreservareampliara Sustentabilidade, principalmente na sua espcie entrpica, como enfoque de dilogo antropocntrico e biocntrico. Ocritriometodolgicoutilizadoparaessainvestigaoeabaselgicadorelato dosresultadosapresentados4residenoMtodoIndutivo5.NafasedeTratamento dosDados6,utilizou-seoMtodo Cartesiano7parasepropiciarindagaessobreo temaeanecessidadedeserefletircomoaSustentabilidadeEntrpicasetorna critrioaxiolgicoaserdes-veladopelaHermenuticaJurdicaHeterorreflexivaa partir do novo contexto social, poltico e jurdico proposto pela UNASUL.Oproblemadestapesquisapodeserdescritonaseguinteindagao:A Hermenutica Jurdica Heterorreflexiva a proposta terica na qual torna possvel o desenvolvimento e desdobramento do Valor Sustentabilidade Entrpica no contexto daUNASULcomocenriodegarantiadeDignidadeparatodosospovosque habitam a Amrica do Sul?A hiptese para essa pergunta surge, inicialmente, como positiva na medida em que aHermenuticaJurdicaHeterorreflexivacontribuiparaodes-velar,odes-cobrir

4PASOLD,CesarLuiz.Metodologiadapesquisajurdica:teoriaeprtica.12.ed.Florianpolis: Conceito Editorial/Millenium, 2011, p. 87. 5 [...] base lgica da dinmica da Pesquisa Cientfica que consiste em pesquisar e identificar as partes de um fenmeno e colecion-las de modo a ter uma percepo ou conslluso geral.. PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurdica: teoria e prtica. p. 205.6 [...] os frutos da Investigao so os Dados Recolhidos, que no caso da Cincia Jurdica, so as formulaes doutrinrias, os elementos legais e jurisprudenciais colecionados em funo do Referente estabelecido; [...].. PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurdica: teoria e prtica. p. 83. Grifos originais da obra em estudo. 7[...]baselgico-comportamentalpropostaporDescartes,[...],equepodesersintetizadaem quatroregras:1.duvidar;2.decompor;3.ordenar;4.classificarerevisar..PASOLD,CesarLuiz. Metodologia da pesquisa jurdica: teoria e prtica. p. 204. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1706 enigmticodoValorSustentabilidadeEntrpicainscritonapluralidadededilogos presentes no continente sul-americano e que permitem a presena indefinida do Ser humanonotempoeespao.Opontodepartidadesseesclarecimentoestno Tratado Constitutivo das Naes Sul-Americanas UNASUL.As tcnicas utilizadas nesse estudo sero a Pesquisa Bibliogrfica8, a Categoria9 e o Conceito Operacional10, quando necessrio. Outros instrumentos de Pesquisa, alm daquelesanteriormentemencionados,poderoseracionadosparaqueoaspecto formal desse estudo se torne esclarecedor ao leitor.Para fins deste artigo, buscaram-se, tambm, autores tais como Husserl, Heidegger, Gadamer, Bittar, Bauman, Streck, Cunha, entre outros, que apresentam diferentes percepes sobre o tema em estudo para elucidar o(s) significado(s) e contexto(s) de determinadas categorias apresentadas nesta pesquisa. 1.OPRINCPIO:SUSTENTABILIDADEENTRPICACOMOESFINGE JURDICA DO SCULO XXI Percebe-se,nocotidiano,queabrisamatutinadasmudanashumanasnotempo temsopradocommaiorintensidade.OperodohistricodenominadodePs-Modernidade11exigenovasformasdepensareagirparaquesereforcem,entre

8[...]Tcnicadeinvestigaoemlivros,repertriosjurisprudenciaisecoletneaslegais..PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurdica: teoria e prtica. p. 207. 9[...]palavraouexpressoestratgicaelaboraoe/ouexpressodeumaidia.. PASOLD,CesarLuiz.Metodologiadapesquisajurdica:teoriaeprtica.p.25. Grifosoriginaisda obra em estudo.10 [...] uma definio para uma palavra ou expresso, com o desejo de que tal definio seja aceitaparaosefeitosdasidiasqueexpomos[...]..PASOLD,CesarLuiz.Metodologiada pesquisajurdica:teoriaeprtica.p.37.Grifosoriginaisdaobraemestudo.TodaCategoriaque aparece neste estudo ser destacada com letra maiscula.11[...]Aps-modernidade,porisso,comomovimentointelectual,acrticadamodernidade,a conscinciadanecessidadedeemergnciadeumaoutravisodemundo,aconscinciadofimdas filosofias da histria e da quebra das grandes metanarrativas, demandando novos arranjos que sejam capazesdeiralmdoshorizontesfixadospelodiscursodamodernidade.Aomesmotempo,como contextohistrico,aps-modernidadesintomadeumprocessodetransformaesqueesto AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1707 todos, o vnculo antropolgico comum e permite maior compreenso sobre o nosso sentimento de Humanidade no qual habita todo o planeta.AMetamorfose12que,silenciosamente,transfiguraaSociedade13,Cultura14, Economia15,entreoutros,exige,tambm,doDireito16umanovaposturapara reconhecer, por meio das Relaes Humanas17, novos critrios axiolgicos a fim de protegerem a Dignidade18 para todos na Amrica do Sul. profundamente imersas em uma grande revoluo cultural, que desenraiza paradigmas ancestralmente fixados.. BITTAR, Eduardo C. B. O direito naps-modernidade:e reflexes frankfurtianas. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2009, p. 146. 12 [...] simultaneamente, manuteno da identidade e transformao fundamental. a lagarta que se transforma em borboleta aps a fase da crislida. Processos metamrficos esto em curso. Isso no querdizerqueametamorfoseprevisvel,programada.Noeliminoaincertezaeasprobabilidades de regressoe at mesmode destruio. Contudo, observadasessasprecaues,eudiria queesses processossovisveis,emnvelplanetrio,noadventodaglobalizao,queseraltimaerade constituio de um sistema nervoso sobre todo o planeta, graas economia mundializada e s novas tecnologias de comunicao. Isso no representaria a infraestrutura de um novo mundo que est para nascer?. MORIN, Edgar.Rumo ao abismo?ensaio sobre odestino dahumanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011, p. 28/29.13 A sociedade, enquanto fenmeno humano, decorre da associao de homens, da vida em comum, fundadanamesmaorigem,nosmesmosusos,costumes,valores,culturaehistoria.Constitui-se sociedade no e pelo fluxo dasnecessidades e potencialidades da vida humana; oque implica tanto a experinciadasolidariedade,docuidado,quantodaoposio,daconflitividade.Organizaoecaos soploscomplementaresdeummesmomovimentodialticoqueddinamismovidada sociedade.. DIAS, Maria da Graa dos Santos. Sociedade. In: BARRETO, Vicente de Paulo. Dicionrio de filosofia poltica. So Leopoldo, (RS): Editora da UNISINOS, 2010, p. 487. 14 Sob o ngulo da Antropologia, trata-se de todo acrscimo ao mundo natural produzido pelo labor do Homem. No sentido sociolgico, a categoria se revela como o patrimnio material ou espiritual de uma comunidade.MELO,OsvaldoFerreirade.DicionriodePolticaJurdica.Florianpolis:Editorada OAB/SC, 2000, p. 25. 15Cinciaqueestudaaatividadeprodutiva.Focalizaestritamenteosproblemasreferentesaouso maiseficientederecursosmateriaisescassosparaaproduodebens;estudaasvariaese combinaes na alocao dos fatores de produo (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuio de renda, na oferta e procura e nos preos das mercadorias. Sua preocupao fundamental refere-se aosaspectosmensurveisdaatividadeprodutiva,recorrendoparaissoaosconhecimentos matemticos,estatsticoseeconomtricos..SANDRONI,Paulo(Org.).Novssimodicionriode economia. So Paulo: Best-Seller, 1999, p. 189. 16 Categoria multidisciplinar que se revela como [...] compreenso [...] in acto, como efetividade de participaoedecomportamentos,sendo,essencialaoseuconceitoavivnciaatualdodireito,a concretacorrespondnciadasformasdajuridicidadeaosentirequerer,ousvaloraesda comunidade..REALE, Miguel. O direito como experincia: introduo epistemologia jurdica. 4. tir. So Paulo: Saraiva, 2010, p. 31. Grifos da obra original em estudo.17Acategoria,paraesseestudo,designaosmodosdeinteraoentreaspessoas,enquantonessa relaoexistiroreconhecimentomtuocomosereshumanos.AsRelaesHumanascomportamos ireseviressobreacertezaeincertezadenossahumanidadeperanteoOutro.SegundoMorin,na AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1708 Surgemnovosparadigmassociais,polticosejurdicososquaisviabilizamoutros modosdeconvivnciaquepermitemoDesenvolvimentoeducacional,cientfico, tecnolgico, ambiental, econmico. Esses fenmenos tornam-se possveis porque se observaaacentuadamisriacausadapelasposturasindividuaissolipsistasno planetaincapazesdecaminharem,demododialogal,entreaaoegostaea altrusta. A indiferena fundamentada pela Liberdade Lquida Camalenica19 desfaz, rapidamente,osvnculosantropolgicoscomunsqueseconstituememtodoo territrio terrestre. EssaatitudesemlimitesquedesprezaapresenadoOutroedabiodiversidade planetriacomprometeacontinuidadehistricaebiolgicadetodosna(ecoma) Terra.AdegradaointergeracionaldoMeioAmbiente20umexemplonoqual medidaemqueoegonoseabreparaadiferenadoOutro,essesetornaestranhoparans.Sob diferentengulo,aaberturaaltrustafrenteaosemelhanteotornasimptico.Nohinterao humanaseoOutronoreconhecidocomoPessoa,mastosomenteobjeto.MORIN,Edgar.O mtodo 5: humanidade da humanidade a identidade humana. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007, p. 77. 18 A dignitas um atributo que se confere ao indivduo desde fora e desde dentro. A dignidade tem a vercomoqueseconfereaooutro(experinciadesdefora),bemcomocomoqueseconfereasi mesmo (experincia desde dentro). A primeira tem a ver com o que se faz, o que se confere, o que se oferta [...] para que a pessoa seja dignificada. A segunda tem a ver com o que se percebe como sendo a dignidade pessoal, com uma certa auto-aceitao ou valorizao-de-si, com um desejo de expanso de si, para que as potencialidade de sua personalidade despontem, floresam, emergindo em direo superfcie. Mas, independentemente do conceito de dignidade prpria que cada um possua (dignidade desdedentro),todoindivduo,germinalmente,delamerecedor,bemcomoagentequalificadopara demand-lodoEstadoedooutro(dignidadedesdefora),pelosimplesfatodeserpessoa, independentedecondicionamentossociais,polticos,tnicos,raciaisetc.[...]Shdignidade, portanto,quandoaprpriacondiohumanaentendida,compreendidaerespeitada,emsuas diversasdimenses,oqueimpe,necessariamente,aexpansodaconscinciaticacomopratica diuturna de respeito pessoa humana.. BITTAR, Eduardo C. B. O direitona ps-modernidade:e reflexes frankfurtianas. p. 301/302. 19 Capacidade de uma destruio criativa e contnua da identidade para se adaptar aos estilos de vida determinados pelo desejo, prazer e Mercado. Trata-se de se intensificar a individualidade e desprezar a pluralidadedasdiferenashumanaspormeiodaparticipaopoltica.Essacategoriafoicriadapelo autor deste texto a partir dos fundamentos tericos do Socilogo Zygmunt Bauman.20Conjuntodascondiesexterioresdavidadoindivduooudosgrupos,osconceitosdemeio, ambienteemeio-ambientesosinnimosetratamdofatodequeocontextoemqueosseres humanos vivem no inerte e que o estudo da paisagem revela as relaes sociais predominantes na sociedade,especialmenteasdiferenasculturaiseasrelaesdetrabalhoedepropriedade.. LEONELLI,Vera(Org.).DicionriodosDireitosHumanos.Salvador:UNICEF,2002,p.55/56. Disponvelem: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/veraleonelli/leonelli_abc_direitos_humanos.pdf.Acesso em 12 de jan. de 2013. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1709 demonstracomoainsustentabilidadeemqualquerregiodogloboinviabiliza qualquer Projeto Civilizatrio cujo objetivo a integrao humana.Por esse motivo, o Direito precisa estabelecer princpios21 - nacionais, continentais, internacionais,supranacionaisoutransnacionais22-capazesdeimporemlimites conduta humana e restringirem a aplicao desses contedos fundamentais para a soluodoscasosconcretos.Apartirdesseargumento,aSustentabilidade23se torna Princpio24 que permite a presena indefinida do Ser humano na Terra porque prope a manuteno da vida alm da sobrevivncia25.

21 [...] no devemos esquecer que os princpios vieram justamente para superar a abstrao da regra, desterritorializando-a de seu locus privilegiado, o positivismo. Os princpios [...] possuem um profundo enraizamentoontolgico(nosentidodafenomenologiahermenutica),porqueessaperspectiva ontolgicaestvoltadaparaohomem,paraomododeessehomemser-no-mundo,nafaticidade.. STRECK,LnioLuiz.Verdadeeconsenso:constituio,hermenuticaeteoriasdiscursivas;da possibilidade necessidade de respostas corretas em direito. p. 171.22Oprefixotransdenotariaaindaacapacidadenoapenasdejustaposiodeinstituiesouda superao/transposiodeespaosterritoriais,masapossibilidadedaemergnciadenovas instituiesmultidimensionaisobjetivandoaproduoderespostasmaissatisfatriasaosfenmenos globaiscontemporneos.Dessaforma,aexpressolatinatranssignificariaalgoalmdeoupara alm de, a fim de evidenciar a superao de um locus determinado, que indicaria que so perpassadas diversascategoriasunitrias,numconstantefenmenodedesconstruoeconstruode significados.. CRUZ, Paulo Mrcio; BODNAR, Zenildo. A Transnacionalidade e a emergncia do Estado edoDireitotransnacionais.In:CRUZ,PauloMrcio;STELZER,Joana(Orgs.).Direitoe Transnacionalidade. 2. reimp. Curitiba: Juru, 2011, p. 57/58. 23Aindaqueadiscussosobrequesteselementaressejadeverascomplicadaemfacedatenso entre cientificidade e senso comum, faz sentido acreditar que desde os primrdios o homem procurou esegueprocurandofazermaiscommenos,especialmentesoboviseconmico.Noporacaso,a categoriasustentabilidadeassumamltiplasacepesemrazodosvariadoscontextosemque utilizada.Cabeaoindivduoatribuirosentidotiledesejadoparatalcategoriaemdeterminado contextocomunicativo,afinalaexistnciaseobtmpelalinguagem.Tem-secomestaconstataoo calcanhardeAquilesdestamonografia,istoporque,quandosefaladesustentabilidadenecessrio delimitarsobrequalcenrioseidealizaoreferidosubstantivo.Valeressaltarqueacomunhodos significados para as palavras, via acordo semntico, condio de segurana, previsibilidade e eficcia scomunicaesinterpessoais..ROSA,AlexandreMoraisda;STAFFEN,MrcioRicardo.Ensaios sobreodiscursoconstitucionaledasustentabilidade.Itaja,(SC):UNIVALI/FAPESC,2012,p. 46. Coleo Osvaldo Ferreira de Melo. 24[...]Losprincpiossonmandatosdeumdeterminadotipo,asaber,mandatosdeoptimizacin.En cuantomandatos,ellespertenecenalmbitodeontolgico.Emcambio,losvaloresseadscribenal nvel axiolgico. ALEXY, Robert.Teoradelosderechosfundamentales. 2. ed. Madrid: Centrode Estudos Polticos y Constitucionales, 2007, p. 119. 25 [...] Una sociedad que d un salto significativo en el progreso civilizatorio, que deje atrs o al menos aminore lasgrandes lacrasde laHumanidadqueatodos nos debenavergonzar, como elhambre, la miseria,laignoranciaylainjusticia.ElparadigmaactualdelaHumanidadeslasostenibilidad.La voluntaddearticularunanuevasociedadcapazdeperpetuarseeneltiempoenunascondiciones AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1710 AcategoriaanteriormentemencionadaSustentabilidade-representaumnovo Valor26centradonaResponsabilidadeepermiteacompreensodatransiode outroparadigmademanutenodavidanaTerraquenoestejafundamentado, exclusivamente,nocrescimentoeconmico.Estabelecem-seoitocritrios(ou estratgias)dialogaisecomplementares-osquaisaSustentabilidadeprecisa atuar para se evitar a acelerao da extino humana no planeta, quais sejam: a) social;b)ambiental;c)cultural;d)ecolgico;e)econmico;f)territorial;g) poltico (nacional); h) poltico (internacional)27. Percebe-se que a essa categoria em estudo surge no sculo XXI como enigma a ser decifrado.AmetforadaEsfingepareceapropriadaparacompreenderessenovo cenriohumano.Namedidaemqueosdesafiosnoplanetasetornammais complexos,noseadmitemrespostassimplistas28,isoladas,incapazesdereligar esse fenmeno Sustentabilidade com outros ramos dos saberes humanos. Caso anossaindiferenapersistadiantedaMetamorfoseexigidanessemomentode transio histrica denominada precariamente - de Ps-Modernidade, todos sero devorados pela Esfinge. dignas.EldeterioromaterialdelPlanetaesinsostenible,perotambinesinsosteniblelamiseriayla exclusin social, la injusticia y la opresin, la esclavitud y la dominacin cultural y econmica. FERRER, GabrielReal.Calidaddevida,medioambiente,sostenibilidadyciudadanaconstruimosjuntosel futuro?. NovosEstudosJurdicos-Revista,v.17,n.3,p.319,Dez.2012.Disponvelem: . Acesso em: 10 Jan. 2013. 26 Juzo de preferncia proferido por humano que decorre [...] no da sua limitao, como recurso, para um animal de segunda classe, desprovido de uma carapaa instintiva forte, mas da excelncia da naturezahumana,precisamentelivre,ecapazdeconduzirasuavidanoportiquesinscritosno cdigo gentico ou no genoma, mas por horizontes de possibilidades face aos quais o Homem, senhor doseudestino,(aindaquelimitadoporsiepelasuacircunstncia,panodefundodoseudrama), decidirsoberanamente..CUNHA,PauloFerreirada.OpontodeArquimedes:naturezahumana, direito natural, direitos humanos. Lisboa: Almedina, 2001, p. 55. 27Acomposiodessacategoriarefere-seatrsobras:VEIGA,JosElida.Sustentabilidade:a legitimao de um novo valor. 2. ed. So Paulo: SENAC, 2010, p. 39/40; SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentvel. Rio de Janeiro: Garamond, 2009, p. 85-87; FERRER, Gabriel Real.Calidaddevida,medioambiente,sostenibilidadyciudadanaconstruimosjuntosel futuro?. NovosEstudosJurdicos.p.319.Disponvelem: . Acesso em: 09 Jan. 2013.28Portanto,paraaperguntaOquesustentabilidade?,nohrespostassimples(emuitomenos definitiva). O que exige muito cuidado com os vulgares abusos que esto sendo cometidos no emprego dessa expresso.. VEIGA, Jos Eli da. Sustentabilidade: a legitimao de um novo valor. p. 21. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1711 Numaexpresso:SeoDireitoforincapazdeproteger,ampliaredisseminara SustentabilidadecomoPrincpioaserobservadonasatividadeshumanas,asua extinoser()acelerada.AEsfingeJurdicadevoraratodosporquenose soubedistinguirosfenmenossobongulodaAxiologia29fundamentaisdos instrumentais.Houveoreceioedesinteresseparaseenfrentarono-enfrentvel30.Essessoosresultadosdaausnciadosvnculosde Responsabilidade entre todos no planeta. Entretanto,noparecesersuficienteadeclaraodeumnovoPrincpioprotegido pelo Direito. preciso escolher as estratgias necessrias para o seu cumprimento. ASustentabilidade31precisaserdisseminadaapartirdaSegundaLeida Termodinmica: a Entropia32. Para fins dessa caracterizao, esse item abordar as relaes entre a mencionada categoria em estudo e a Economia. A Sustentabilidade Entrpica se manifesta como a terceira via entre as proposies econmicasconvencionais eecolgicas33.Paraessaterceiravertenteeconmica,a

29 Refere-se Teoria dos Valores. 30BAUMAN,Zygmunt.Avidaemfragmentos:sobreaticaps-moderna.RiodeJaneiro:Zahar, 2011, p. 31.31Igualmentefundamentaladmitirqueasustentabilidadeprescindedadurabilidadedas organizaes e, particularmente, das empresas. Ao contrrio da crena que se generaliza, pode ocorrer exatamenteoinverso.Nadaimpedequeasustentabilidadesistmicadasociedade,exija, freqentemente, renovadores choques de destruio criativa. Como nos ecossistemas, o que est em riscoasuaresilincia,enoadurabilidadeespecficadeseusindivduos,grupos,oumesmo espcies.. VEIGA, Jos Eli da. Sustentabilidade: a legitimao de um novo valor. p. 21.32Caracteriza-secomoaleidanaturezaquetendeareduzirasdiferenas(presso,temperatura, concentraoqumica,movimento)entreosfluxosenergticosfazendocomqueosresduos produzidosporessasinteraessejameliminadosespontaneamente.Alcana-seoequilbrio termodinmico. CECHIN, Andrei. A natureza como limite da economia: a contribuio de Nicholas Georgescu-Roegen. So Paulo: SENAC/EDUSP, 2010, p. 69. 33 A Economia Convencional denominada, tambm, de panglossiana no consegue compreender a complexidadedosfenmenosambientais.Ocrescimentoeconmicoocorre,sempre,indiferentede existir,noplaneta,degradaodoMeioAmbiente.Paraessavertente,quandoocorreadestruio ambiental,porexemplo,asuarecuperaoserpossvel,desdequearendapercapitadeumpas estivesseaoredordeU$20mil.Poressemotivo,paraquehajaSustentabilidadenecessrio maximizao do crescimento econmico. No extremo oposto, surge a vertente da Economia Ecolgica. Para esses economistas, os pases atingiram nveis acentuados de desenvolvimento, precisam planejar suatransioparaumaformadeprosperidadesemcrescimento.Oseconomistasconvencionais,no entanto,alegaramqueestaposturaimpraticvelporqueretiraaLiberdadeproporcionadapela AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1712 ofertadebenseserviosnopoderia(nempode)crescerdemodoilimitado. necessria a reconfigurao do processo produtivo por meio de sua ecoeficincia, ou seja, precisam-se respeitar os limites ecolgicos dos recursos naturais. Sob semelhante argumento, Veiga adverte sobre esse crescimento econmico sem limites estimulado pela vertente panglossiana (convencional): No h como escapar, portanto, do dilema do crescimento. E o seudebatevaiexigirumrompimentomentalcomuma macroeconomia inteiramente centrada no aumento ininterrupto doconsumo,emvezdeumcontinusmopretensamente esverdeadoporpropostasdeecoeficinciamasquejamais vaipoderdeteroaumentodepressosobreosrecursos naturais.Paraasustentabilidade,necessriauma macroeconomiaque,almdereconhecerossrioslimites naturaisexpansodasatividadeseconmicas,rompacoma lgicasocialdoconsumismo.Infelizmente,forosoconstatar que tal macroeconomia inexiste.34. AEntropiasecaracterizacomoummedidordograudedesordem35naNatureza, especialmenteaquelasprovocadaspelainterfernciaeconmicadesmedida.Esse desrespeitoaoslimitesdosrecursosnaturaisimpedequalquerProjetoCivilizatrio noqualpermitaumDesenvolvimentoSustentvelsustentado36,ouseja,criar mecanismos que assegurem modos de crescimento econmico sem que haja perdas naturais e humanas significativas. Economia e Sustentabilidade convergem esforos para permitir a presena (qualitativa) de todos no planeta. QuandoaEconomiadissociadadaEntropia,noexistecrescimentonoqual preservecondiesmnimasdeDignidadeparatodos.Aocontrrio,extinguem-se Economia Capitalista. VEIGA, Jos Eli da. Sustentabilidade: a legitimao de um novo valor. p. 21-24.34 VEIGA, Jos Eli da. Sustentabilidade: a legitimao de um novo valor. p. 25/26. 35GEORGESCU-ROEGEN,Nicholas.Laleydelaentropiayelprocesoeconmico.Madrid: Fundacin Argentaria, 1996, p. 198.36[]Oadjetivosustentvelsereferecondicionalidadeambiental,enquantosustentadose refere permanncia do processo de desenvolvimento. O desenvolvimento sustentado no o mesmo queocrescimentomaterial..SACHS,Ignacy.Desenvolvimento:includente,sustentvele sustentado. Rio de Janeiro. Garamond, 2008, p. 70. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1713 oscritriosdepreservaohumanaedabiodiversidadecontinental.Essaa primeira lio que a Economia aprende quando transforma os recursos naturais por meio da baixa entropia37. Percebe-se que o processo econmico, sob o ngulo da Termodinmica, entrpico, ouseja,[...]nocrianemconsomematriaeenergia,masapenastransforma baixaentropiaemaltaentropia.38.Essadiferenaentrpicaqueocorrenas atividadeseconmicasdiferentedaquelanaqualsemanifestanosprocessos biolgicos. Segundo Cechin: Oquedistingue,ento,aatividadeeconmicadosprocessos biolgicosalocalizaodosdispositivosdecapturade energia.Namaioriadasespcies,essesdispositivosfazem partedaconstituiobiolgicadosorganismoseporisso mesmosodenominadosinstrumentosendossomticos.As converses energticas acontecem dentro do corpo biolgico. O homemusaemsuasatividadesaparatosquenofazemparte desuaconstituiobiolgicaeletransferepartesubstancial deseumetabolismoparaforadasfronteirasdeseucorpo.Os economistaschamamessesaparatosdebensdeproduoou capital,masotermoinstrumentosexossomticosenfatizaque oprocessoeconmico,entendidodemaneiraampla,uma continuaodoprocessobiolgico.Taisinstrumentos possibilitamaohomemobteramesmaquantidadedebaixa entropia,pormcomumgastomenordaprpria,doquea obteriaseutilizasseapenasosinstrumentosendossomoticos. [...] Por isso, o processo econmico tem a ver com a evoluo exossomtica da humanidade. Em outras palavras, trata-se das mudanasnomododeproduodeinstrumentospormeiode instrumentos. Como tal evoluo cria novos e diferentes meios,

37[...]Essadescobertaconseqnciadeatermodinmicatersedesenvolvidoapartirdeum problema econmico: a eficincia das mquinas trmicas. A energia dissipada em forma de calor pela mquinanopode serutilizada novamente. Por isso, o surgimento da termodinmica constituiu uma verdadeirafsicadovaloreconmico,umavezquedistingueaenergiatildaenergiaintilpara propsitos humanos. Pode-se dizer,portanto, que baixa entropia uma condio necessria, mesmo queno suficiente, para algo que seja til para a humanidade.. CECHIN, Andrei. A naturezacomo limite da economia: a contribuio de Nicholas Georgescu-Roegen. p. 72. 38CECHIN,Andrei.Anaturezacomolimitedaeconomia:acontribuiodeNicholasGeorgescu-Roegen. p. 73. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1714 fins e relaes econmicas, seu estudo no pode ser feito com base em estruturas analticas mecnicas.39.Percebe-se que o aperfeioamento desses instrumentos somente ocorre quando se disseminareampliaaeseducacionaisvoltadasparaCinciaeTecnologia40.A desejadaintegraohumanaconseguereforarosvnculosantropolgicoscomuns porqueseconvergematitudesdepromooEducaonasquaissemitigamas ameaas que impedem outros modos de convivncia. A Sustentabilidade, por meio da Entropia, avalia o nvel de desordem na Natureza e inviabiliza novas perspectivas devidaparaalmdasmisriasesobrevivncianaAmrica doSule,tambm,no planeta. A partir dessas estratgias, possvel verificar o cumprimento da Sustentabilidade enquantoPrincpioparaestabelecer,emcasacaso,umindicativodograude desordemprovocadapelainterfernciaeconmicanautilizaoexageradasdos recursos naturais. A Sustentabilidade Entrpica demonstra que no possvel obter um crescimento econmico indefinido dentro de um planeta materialmente finito. necessrio respeitar os limites ecolgicos para se constituir vida com Dignidade para todos. Aintenodeunirospovossul-americanosrepresentaEsperananesseprojeto vitalimprovveldenominadoSustentabilidade.Reitera-sequeaquelaexpresso improvvel - a fora regeneradora que modifica o momento presente. Trata-se de observar que, historicamente, o improvvel se manifestou e substituiu as misrias, adegradaomassiva,aindiferena,aviolncia,asobrevivncia,adesigualdade. Transfigurou cenrios de insuportabilidade e insustentabilidade em todo o territrio terrestre e permitiu a continuidade histrica da vida.

39CECHIN,Andrei.Anaturezacomolimitedaeconomia:acontribuiodeNicholasGeorgescu-Roegen. p. 74/75. 40[...]enquantoassociedadescivisdasemiperiferianoseconvenceremdeque,desdeoensino fundamental,devematribuirprioridadeeducaocientfica,nadadissopoderocorrer,pois,sem isso, no vo ter chance de criar, em tempo hbil, sistemas de cincia, tecnologia e inovao capazes deenfrentarosdesafiosdadescarbonizao..VEIGA,JosElida.Sustentabilidade:alegitimao de um novo valor. p. 31. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1715 OTratadoConstitutivodaUniodasNaesSul-AmericanasUNASULrevela essa inteno na medida em que traduz a necessidade de se constituir a identidade daAmricadoSulpormeiodasdiferenasculturaisemcadaregiodesse continente. A Sustentabilidade Princpio cujos desdobramentos jurdicos precisam serentrpicos,acompanhadosdeincentivosacentuadosemaeseducacionais conjuntas as quais possibilitem o avano cientfico, tecnolgico, energtico41 (artigo 3, d), cultural, poltico e econmico (artigo 2)42. O texto do citado Tratado um ponto de partida no qual se percebe a indicao da SustentabilidadecomoPrincpio,masnoexplicitacomoessacategoriase dissemina como prxis entrpica. Precisa-se criar significados a partir da descrio normativaafimdequeaSustentabilidadeconsigaestabelecerdiretrizesde integraocontinentalapartirdesuadiversidadeantropolgicaebiolgica.Por essemotivo,aproduodossignificadossustentveiscapazesdeampliare preservaraDignidadeprecisamserelaboradospormeiodaHermenutica Heterorreflexiva.

41Podem-se,assim,resumiradoisosdesafiosda integraoenergticasul-americana,osquaisse extraem dos objetivos especficos do Tratado constitutivo da UNASUL declinados no artigo 3, alnea, d,asaber:oaproveitamentosustentveldosrecursos,comsuaimprescindvelconexoaonovo paradigma ambiental eoaproveitamento solidrio daenergia, correlacionado,tanto incluso social comobuscadediminuiodasdesigualdadesentreasdiversasnaes..MORAES,Germanade Oliveira;MARQUESJNIOR,WilliamPaiva.OdesafiodaUNASULdeaproveitamentosustentveldos recursosenergticoseonovoparadigmaambiental.In:CADEMARTORI,DanielaMesquitaLeutchuk; MORAES,GermanadeOliveira;CESAR,RaquelCoelhoLenz;CADEMARTORI,SrgioUrquhart.A construo jurdica da UNASUL. Florianpolis: Editora da UFSC; Fundao Boiteux, 2011, p. 175. 42Veja-se,ainda,oprembulodoreferidoTratado:CONVENCIDASdequelaintegracinylaunin suramericanassonnecesariasparaavanzareneldesarrollosostenibleyelbienestardenuestros pueblos, as comopara contribuir a resolverlosproblemas que an afectan a la regin, como son la pobreza,laexclusinyladesigualdadsocialpersistentes;[...].UNASUL.UniodasNaesSul-Americanas.TratadoconstitutivodaUNASUL.Disponvelem: http://www.unasursg.org/index.php?option=com_content&view=article&id=290&Itemid=339.Acesso em 10 de jan. de 2013. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1716 2.OCAMINHO:AREVELAODASUSTENTABILIDADEENTRPICAA PARTIR DA HERMENUTICA HETERORREFLEXIVA A Hermenutica des-cobre os significados dos fenmenos que surgem por meio da interpretao.Estabelecenovoshorizontesdepossibilidadessgnicasque, anteriormente,nosemanifestavamporqueovudadvidatornavanebulosaa sua existncia. A Hermenutica nasce do ato interpretativo e confere vida ao texto jurdico.Trata-se,numaexpresso,doespaonoqualseprocura,identifica, questiona e prope os significados das Relaes Humanas no cotidiano. Poressemotivo,Gadamer43insisteemdestacarostraosfundamentaisdessa categoria em estudo:Quemquisercompreenderumtexto,realizasempreum projetar.Tologoapareanumprimeirosentidonotexto, intrpreteprelineiaumsentidodotodo.Naturalmentequeo sentidosomentesemanifestaporquequemlotextola partirdedeterminadasexpectativasenaperspectivadeum sentidodeterminado.Acompreensodoqueestpostono textoconsisteprecisamentenaelaboraodesseprojeto prvio,que,obviamente,temqueirsendoconstantemente revisadocombasenoquesedconformeseavanana penetraodosentido.[...]Acompreensosalcanasua verdadeirapossibilidadequandoasopiniesprviascomas quaisinicianoforemarbitrrias.Porisso,fazsentidoqueo intrpretenosedirijadiretamenteaostextosapartirda opinioprviaquelheprpria,masexamineexpressamente essas opinies quanto sua legitimao, ou seja, quanto sua origem e validez. [...] A tarefa hermenutica se converte por si mesma num questionamento pautado na coisa em questo, e j seencontrasempreco-determinadoporesta.Assim,o empreendimentohermenuticoganhaumsolofirmesobseus ps.Aquelequequercompreendernopodeseentregarde antemoaoarbtriodesuasprpriasopiniesprvias, ignorandoaopiniodotextodamaneiramaisobstinadae conseqentepossvelatqueesteacabepornopoderser ignorado e derrube a suposta compreenso.

43 GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Mtodo I: traos fundamentais de uma hermenutica filosfica. 6. ed. Petrpolis, (RJ): Vozes, 1997, par. 272/273. Grifos originais da obra em estudo. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1717 Parafinsdestapesquisa,oprembulodoTratadoConstitutivodaUNASULbem como seus artigos 2 3 3, d precisa dessa operao de esclarecimento sobre os possveis significados propostos ao Princpio Sustentabilidade.Esse apelo inscrito normativamente categoria anteriormente citada somente des-cobertaquandoointrpretetrazavidaquesemanifestanocotidianoem todososseresvivosparaotextolegal.Poressemotivo,aSustentabilidade representa o fluxodo rio heraclitano44sempreem movimento o qual no podeter qualquersignificado45,comoseobservanasdiversasatividadeseconmicas. precisoestabelecerumacordosemntico46mnimoparaqueaSustentabilidade amplie e dissemine Dignidade para todos. AspalavrasdeRosaeStaffendemonstramocuidado hermenuticonecessriono tratamento jurdico conferido ao Princpio da Sustentabilidade. Segundo os referidos autores:[...]aconstruodeumconceito,necessariamente transdisciplinar,desustentabilidadeumobjetivocomplexoe sempreser uma obraem construo. Afinal,trata-se de uma idealidade,algoaserconstantementebuscadoeconstrudo comooprprioconceitodeJustia.umconceitoaberto, permevel,ideologizado,dialtico.Oqueconsiderado sustentvel num perodo de profunda crise econmica pode no osernumperododefartura.Emverdade,maisfcil identificarassituaesdeinsustentabilidade.Portaisrazes,

44Aexpressoutilizadapeloautorrefere-seaosfundamentospropostosporHerclitonosentidode quetudoseencontraemmovimento.Tudofludo,dinmico.HUSSERL,Edmund.Laideadela fenomenologia: cinco leciones. 3. reimp. Madrid: Fondo de Cultura Econmica, 2004, p. 59. 45 Transportando essa questo para a hermenutica jurdica nos parmetros aqui propostos, fica fcil perceberque,quandoquerodizerqueanormasempreresultadodainterpretaodeumtexto, quero dizer que estou falando do sentido que esse texto vem a assumir no processo compreensivo. A norma de que falo o sentido do ser do ente (texto). O texto s ex-surge na sua normao, valendo omesmoraciocnioparaadicotomiavigncia-validade.[...]Anormanoumacapadesentido, queexistiriaapartadadotexto.Aocontrriodisto,quandomedeparocomotexto,elejex-surge normado, a partir de minha condio de ser-no-mundo.. STRECK, Lnio Luiz. Hermenutica jurdica e(m)crise:umaexploraodaconstruododireito.7.ed.PortoAlegre:LivrariadoAdvogado, 2007, p. 223/224. Grifos originais da obra em estudo. 46[...]atopeloqualosenvolvidosnumprocessocomunicativopartilhamossignificadosparaas palavraseexpressesqueestoescrevendooufalando..PASOLD,CesarLuiz.Metodologiada pesquisa jurdica: teoria e prtica. p. 196. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1718 reclama-seaaproximaodoconceitoemconstruoda sustentabilidadecomosditamesdahermenutica,poissea sobrevivnciahumanaumimperativododesenvolvimento sustentvelnadamaisjustodoqueacompreensodo fenmeno da convivialidade humana.47.ASustentabilidadeEntrpicanoaparecedemodoexplcitonostextoslegaisdo TratadoConstitutivodaUNASUL.Osdesdobramentosjurdicosdacategoriaem estudosomentesedes-velampormeiodaHermenuticaJurdica.Essesero espaonoqualseobservaanecessidadedeumadesaceleraodasatividades econmicas e, inclusive, seu decrescimento48 a fim de no se acelerar o tempo deextinodahumanidadenaTerra.ainterpretaodaSustentabilidade Entrpica que possibilita outros modos de convivncia entre os diferentes povos da Amrica do Sul.Por esse motivo, a Hermenutica Jurdica precisa de parmetros heterorreflexivos a fimdecumprirseuobjetivointerpretativo.AHermenuticaJurdica Heterorreflexiva, conforme demonstra Carneiro, uma proposta terica na qual no ignoraasdificuldadesprovenientesdosdiferentesdilogosnodecorrerdotempo paraseconstituirumacordosemnticomnimosobreoque(oupodeviraser)o Direito49.SeaSustentabilidadePrincpioprotegidopeloDireitoemsuadimenso normativa,osseussignificadosprecisamaparecerpormeiodessaatividade hermenuticaque,segundoocitadoautor,assumeeresgataopapeldapoltica [...]edoespaopbliconadeterminaodaquiloqueserodireito,aomesmo

47 ROSA, Alexandre Morais da; STAFFEN, Mrcio Ricardo. Ensaios sobre o discurso constitucional e da sustentabilidade. p. 49/50. 48 MORIN, Edgar. La va para el futuro de la humanidad. Barcelona: Paids, 2011, p. 100/101. 49CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011, p. 294. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1719 tempo em que assegura uma crtica ontolgica contra os desvios estratgicos desse modelo.50. AproposiodaHermenuticaJurdicaHeterorreflexivaparaaSustentabilidade Entrpicademonstrasuacompatibilidadecomoprojetodemocrticonoqualse recompeeregeneranaAmricaLatinapormeiodaUNASUL.Observa-sequeo DesenvolvimentoSustentvel51intrageracionaleintergeracionaldesejadosomente semanifestapeloesforointerpretativodacategoriaSustentabilidadeprevistano Prembulo do citado Tratado, bem como dos artigos 2 e 3, d.Segundo Carneiro, toda interpretao compreenso e, essa ltima postura, indica aplicao52.Opontodepartidaparaessaelaboraojurdicaotexto53proposto peloTratadoConstitutivodaUNASUL,pormossignificadospropostosnose exauremsomentenaquelelocaldescrito,ouseja,atotalidadesignificativa interpretativaecompreensivadacategoriaSustentabilidadeprecisaser

50CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. p. 294.51Caracteriza-secomoo"[...]desenvolvimentoquesatisfazasnecessidadesdopresente,sem comprometeracapacidadedasgeraesvindourassatisfazeremassuasprpriasnecessidades.". ONU.OrganizaodasNaesUnidas.Nossofuturocomum.p.24.Disponvelem: http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/N8718467.pdf. Acesso em 09 de jan. de 2013. 52 [...] Mas, nem toda compreenso vem acompanhada desse esforo reflexivo, muito pelo contrrio. Assim,emboratodainterpretao(necessariamentereflexiva)sejaumacompreenso,nemtoda compreensopodesertomadacomoumainterpretao.[...]Ainterpretao,portanto,oespao reflexivodahermenuticaeolocalondepoderemosconstruirumaepistemologiajurdicadecarter reflexivo. [...] falar em autenticidade da compreenso j pressupe um processo reflexivo, o que torna necessrioenfrentarosparmetrosquecaracterizaroumacompreensojurdica..CARNEIRO, WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicadodireito.p.235. Grifos originais da obra em estudo. 53[...]Textoevento;textosnoproduzemrealidadesvirtuais;textosnosomerosenunciados lingsticos;textosnosopalavrasaovento,conceitosmetafsicosquenosdigamrespeitoaalgo (algo como algo). Eis a especificidade do direito: textos so importantes; textos nos importam; no h norma sem texto; mas nem eles so plenipotencirios, carregando seu prprio sentido [...] e nem so desimportantes,apontodepermitirquesejamignoradospelasposturaspragmatistas-subjetivistas, em que o sujeito assujeita o objeto (ou, simplesmente, o inventa). Em outras palavras,o texto no existe em uma espcie de textitude metafsica; o texto inseparvel de seu sentido; textos sempre dizemrespeitoaalgodafaticidade;interpretarumtextoaplic-lo;daa impossibilidadedecindir interpretaodaaplicao.STRECK,LnioLuiz. Verdadeeconsenso:constituio,hermenuticae teorias discursivas; da possibilidade necessidade de respostas corretas em direito. p. 164/165. Grifos originais da obra em estudo. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1720 observada,tambm,nacondutahumanaanteriorprescrionormativa.Esse texto legal o ente54 que traduz, esclarece o ser da Sustentabilidade. Nesse sentido, a advertncia do autor anteriormente citado parece adequada: [...] O texto, de fato, no pode ser verdadeiro, sendo essa uma qualidade do ente, isto , daquilo para a qual o texto aponta e, aosemostrar,desvela-seemseuser.Otextomostraaquilo quepodeserverdadeiro;iluminaaquiloque,aoserevelar, desvela o ser. Quando lemos um texto, estamos nos abrindo ao acontecerdoentequeeleilumina,aindaquetenhamosa impresso de estarmos vendo nele a verdade sobre o ente. [...] A verdade sobre o direito no est nos textos, mas naquilo que sedesvelaapartirdoqueiluminado,isto,nosproblemas quese(im)pemdiantedens.Issoexplica,porexemplo,a razopelaqualumtextoanacrnicodeixadeserutilizadona soluodedeterminadosproblemase,noobstante,pode passaraserutilizadoemoutroscasosapartirdenovas leituras.55. AelaboraodossignificadospropostospelaSustentabilidadeenquantoPrincpio noprescindedeatividadehermenuticaheterorreflexiva.Nosepodeaceitar qualquer conceito propostos categoria em estudo porque essa relatividade terica setornaprejudicial,nessemomento,paravalidarqualquerinteresse especialmente os econmicos sob o nome de Sustentabilidade. QuandooTratadoConstitutivodaUNASULmencionaacategoriaanteriormente citadasignificaqueexisteumapreocupaointraeintergeracionalparase preservarosrecursoshumanosenaturaismnimosafimdesepromovera integraoeaperfeioamentosdosdiferentespovosquehabitamcontinentesul-americano.Poressemotivo,aEntropiafenmenoindispensvelparao

54 [...] Chamamos de ente muitas coisas e em sentidos diversos. Ente tudo de que falamos, de que entendemos, com que nos comportamos dessa ou daquela, ente tambm o que e como ns mesmo somos. Ser est naquilo que como na realidade, no simplesmente dado [...], no teor e no recurso, no valor e validade, na pre-sena, no h. HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Traduo de Mrcia S CavalcanteSchuback.14.ed.Petrpolis,(RJ)/BraganaPaulista,(SP):Vozes/UniversidadeSo Francisco, 2005, 2, v. 1. Ttulo original: Sein und Zeit. 55CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. p. 236/237. Grifos originais da obra em estudo. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1721 cumprimentodoprojetocivilizacionalesboadopeloreferidoTratado.Semesse medidor de desordem, improvvel que se consiga estabelecer, num perodo de longadurao,aconvivnciasadiaentreossereshumanoseoplanetaqueos acolhe.AHermenuticaJurdicaHeterorreflexivaindicacomoparmetrosconstrutivos dessesignificadoacoernciaeintegridade.Paracadafatonoqualsepreciseda interveno do Princpio Sustentabilidade compreendida pela proposio entrpica esses dois critrios mencionados precisam servir como base de orientao para a resoluo dos conflitos jurdicos e hermenuticos. O critrio da coerncia, segundo Carneiro, refere-se postura de compreender de igualmodoconflitossemelhantese,aomesmotempo,compreenderconflitos diferentesconformealgicadesuadiferena,ouseja,observaraimportnciada diferenanaconstituiodaqueleconflitoespecfico.Osconflitosprecisam, portanto, ser coerentes, seja pela semelhana ou diferena56.Aintegridade,porseuturno,significanoaceitaracoernciademodopassivo. Muitas vezes, necessrio romper com sua proposio para que haja mudana nas decises, especialmente quando se enfrenta novas perspectivas as quais demandam novos significados distintos, inclusive, daqueles sugeridos pela coerncia57. Aconjugaodessescritriosatividadehermenuticajurdicaheterorreflexiva permitequeaSustentabilidadeEntrpicasejaespciecompreensivadognero SustentabilidadepropostonotextodoTratadoConstitutivodaUNASUL.Apartir dessacondio,observa-sequeareferidacategoriaemestudonopodeterum grauzerodesignificao58,tampoucopoderserconceituadaconformeos

56CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. p. 238. 57CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. p. 238 58[...]nohgrauzerodesignificao,isto,alusoaocasoconcreto,enfim,aoprecedenteque solucionouo casoconcreto, jamais pode ser uma soluo construda adhoc, como se fossepossvel aplicarnocampodainterpretaododireitoumaespciedeneo-nominalismo,circunstncia,alis, AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1722 diversosinteressesquecircundamasatividadeshumanassejameconmicasou jurdicas.Quandoseenfrentaono-enfrentvelesedetermina,acadacaso,oacordo semnticomnimopropostopelaHermenuticaJurdicaHeterorreflexivapara categoriascomoaSustentabilidade,obtm-seaalmejadaSeguranaJurdica59. Percebe-se, por meio dessa atividade, que Segurana Jurdica no uma condio atemporal, esttica e imutvel na qual pe dos fenmenos humanos numa redoma devidro,maspropesuaestabilidadetemporriaconformeapercepodes-vela, des-cobre o que fundamental para permitir a continuidade das Relaes Humanas no (e com o) planeta. Insiste-se nas palavras de Carneiro: A segurana em uma perspectiva hermenutica exige, portanto, oenfrentamentodaquestodentrodasnossaspossibilidades existenciaiseafastaaartificialidadesinviveis.Asegurana est no enfrentamento das impossibilidades e na abertura para ofenmenooriginrio,nonodesviodasquestes problemticas em nome de uma razo descontaminada, tpica do paradigma cartesiano.60.A unidade sul-americana prope a sua integrao, dentre outros critrios, por meio daSustentabilidade.Nosepode,contudo,estabelecerqualquersignificadopara essa categoria. O seu limite e acordo semntico mnimo ocorrem pela sua natureza principiolgica.Casoessadeterminaonosejaobservada,qualquerposturana bempresentenodireitobrasileiro,emqueocasoconcretoassumecaractersticadelibi-para-a-prtica-de-deciosnismos-e-arbitrariedades por parte dos juzes e tribunais, isto , pensa-se que o caso concretopassaporteparaummundodenaturezahermenutica,comandadopelointrprete(um onomaturgo ps-moderno, s que sem amarras eidticas).. STRECK, Lnio Luiz. Apresentao. In: TRIBE,Laurence;DORF,Michael.Hermenuticaconstitucional.TraduodeAmarlisdeSouza Birchal. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. XXV. Ttulo original: On reading the constitution.59[...]Estadodegarantialegalasseguradoaotitulardeumdireitocujoexerccioficaprotegido.. MELO, Osvaldo Ferreira de. Dicionrio de Poltica Jurdica. p. 87. 60CARNEIRO,WlberArajo.Hermenuticajurdicaheterorreflexiva:umateoriadialgicado direito. p. 238. AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1723 qualdegradeoSerhumanoouoMeioAmbientepoder,silenciosamente,ser nominada como Sustentvel. Poressemotivo,aHermenuticaJurdicaHeterorreflexivapermite Sustentabilidadeconstruirseussignificadosnodecorrerdotempo,desdeque encontreformasdeproteoecontinuidadevidaemtodasassuas manifestaes.Apartirdessecenrio,oTratadoConstitutivodaUNASULgarante Segurana Jurdica Sustentabilidade, praticada, no cotidiano, por meio do conceito de Entropia. CONSIDERAES FINAIS O desejo de constituir uma identidade sul-americana no pode ocorrer sem critrios mnimosparaquepossaesboarumacartografiacapazdeviabilizarumprojeto civilizacional na qual amplie e dissemina para todos a Dignidade. Essa uma tarefa difcilparaesseperododetransiohistricadenominadaPs-Modernidade, especialmente pelo terror causado pelo eco de seu esvaziamento axiolgico. Anovidadedeoutromomentohistricoexige,pelomenos,umaavaliaodaquilo quesetemcomoreferncianasdiversasatividadeshumanas,especialmenteas culturais.DireitoeEconomia,porexemplo,soelementosconstitutivosdomundo daCultura.Pertencemdinmicasocial,porm,hoje,representammodosde proteo e desenvolvimento aos seres humanos? Na Amrica do Sul, essa proposta conseguecumprirseusobjetivos?Acredita-sequeDireitoeEconomiano conseguiram representar tampouco compreender - as angstias e inquietaes do momentopresente,ouseja,tornaram-seindiferentesquantoMetamorfosena qual a Histria exige para a continuidade humana na Terra.Metamorfosee Esperanaso os fundamentos quecaracterizam oimpulso utpico paraamudanadesejadanosculoXXI.Aprimeiraexpressoecondiode viabilidade para se desvelar a vida - denota transfigurao. A modificao interna e AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1724 externarepresentaessefluxoincontveldavidanorioheraclitano.Trata-sede fenmeno que envolve destruio e composio num nico perodo de tempo.AsegundaexpressoconstitutivadavidaEsperanaosurgimentodo improvvelquesematerializaetornafrtildasRelaesHumanas.Oimprovvel substitui cenrios de misria, degradao, indiferena por outros mais acolhedores e tolerantes. Aos poucos,afora das duascategoriascombinadasconvergeesforos parasecompreenderoOutropelovnculoantropolgicocomumeserecepciona essedesconhecidocomoasiprpriopelasuafragilidade,incerteza,angstias, alegrias, enfim, pelo aperfeioamento mtuo do sentimento de Humanidade.Poressemotivo,aSustentabilidadesemanifestacomoPrincpioquepermitea presenaindefinidadoSerhumanojuntocomtodaabiodiversidadecontinentale planetria.Entretanto,aUNASULnopodeadmitir,apenas,ousoindiscriminado dessacategoriasem,aomenos:a)determinarsuaaberturaaomundo;b) identificar, sob o ngulo axiolgico, os possveis fundamentos para a preservao da vidanoplanetaegaranti-lospormeiodaNormaJurdicanacional,continental, supranacionaloutransnacional;c)permitirsuadesconstituioereconstituio sempre que a sua natureza for contrria manuteno da Dignidade.Percebe-se,nessemomento,queoPrincpioSustentabilidadegnero.Asua espcie e prxis ocorre por meio da Entropia: a Segunda Lei da Termodinmica. ASustentabilidadeEntrpicasetornaessemedidordedesordemnaqual possibilitadelimitaroslimitesdosrecursosnaturais.Aexploraodesmedidada NaturezanoasseguraintraeintergeracionalmenteapreservaodoMeio Ambienteparatodos.Nopossvelconciliarosrecursosnaturaisdeumplaneta finito com o desejo ilimitado e indefinido de crescimento econmico. Omomentopresentenodeseja,nemprocuraacelerarotempodaextino humananoplaneta.Aocontrrio,desenhacaminhosparaadesaceleraoeo decrescimentoeconmico.Entretanto,aausnciadeesclarecimento,posturas educacionais que promovamaculturae odesenvolvimentocientficoe tecnolgico AQUINO,SrgioRicardoFernandesde.InstruosustentveldaUNASULpormeiodaentropiae hermenuticaheterorreflexiva.RevistaEletrnicaDireitoePoltica,ProgramadePs-GraduaoStrictoSensuemCinciaJurdicadaUNIVALI,Itaja,v.8,n.3,3quadrimestrede2013. Disponvel em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791. 1725 perpetuamaesquetendemaatendertosomenteosinteressesegostas.A flechaatiradasegueumanicadireo.Poucassoaschancesdeseestabelecer um ir e vir dialogal entre a postura egosta e a altrusta. Aespcie Sustentabilidade Entrpica no aparece no texto do Tratado Constitutivo daUNASUL,porm,apartirdogneroSustentabilidade-,possvelcriar condiesinterpretativasparasuaexistncia.Interpretaraplicar.Os desdobramentosdainterpretaoocorrempormeiodaHermenuticae,poresse motivo,aproposiotericadialogaldaHermenuticaJurdicaHeterorreflexiva viabilizaaconstituiodecritriosargumentativoscapazesdeorientaoaprxis humananapreservaosustentveldossereshumanosesuarelaocomo planeta.Observa-sequeaintenodaUNASULprecisaconjugaressesesforos educacionais,legais,argumentativosparaesclarecer,iluminaraquiloquese decidiu, conjuntamente, como fundamental para a continuidade histrica dos povos quehabitamnessecontinente.Otextolegalumpontodepartidaparaquea SustentabilidadeEntrpicagarantaatodasasgeraespresentesefuturas espaoserecursosnosquaistorneavidaumconviteparaserememorarquea pluralidade de seus sentidos manifestos e latentes a garantia de uma unidade continentalquepreservaemcadaSerhumanoaimportnciadessatotalidade existencial. 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