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REVISTA ACIRP2

REVISTA ACIRP 3

aoassociadop a l a v r a d o p r e s i d e n t e

Paulo SaderP r e s i d e n t e d a a c i r P

ReinventaR-se é o máximo

caro associado e amigo leitor: a Revista acirp que está em suas mãos tem muita coi-sa diferente! você tem percebido evolução de conteúdo e, agora, se depara com um novo formato! Parabéns e obrigado à equipe de Comunicação que cumpriu com nos-

so propósito: uma mudança radical que acompanhasse nossa linha editorial mais moderna e as nossas reportagens de temática mais rica. OnovoprojetográficodarevistaAcirptraduzemsuasformasecoresumnovoconceitodecomunicação,atualizado,comprometidocomoleitorparaumafácileagradávelleitura.Nagrafia,amudançafoicompleta:otítulodasmatériasganhouletrasgarrafais,numafontesem serifas e extremamente “bold”, realçando a frase em destaque. Para o texto das matérias, umafonteserifadaefinafoiutilizada,agregandovalorvisual. Alémdenovasletras,novosentrelinhamentos,muitastabelas,fotoscomqualidade,fiosleves e mais sutis, retrancas coloridas indicando mudanças de conteúdo e de página, a revis-ta agora conta com diversos “olhos” - frases preponderantes retiradas do texto em questão e destacadas na página no formato de aspas, chamando a atenção do leitor ao texto. Eomaisimpactante:umanovacapanasceu,comchamadasdistribuídasaleatoriamen-teeumatarjafixadeassuntorelevantenorodapé.Junto,criamosonovologotipodarevista,que preencheu a capa com uma fonte elaborada sem serifa, de preenchimento vasto, trans-parecendosegurança,credibilidadee,também,belezaplástica.PalmasparanossodesignerIvanPeixe,quesoubetraduziranovamensagemquegostaríamosdepassaravocê,associa-do. Paraacompanharessagrandetransformação,trouxemos,nestaprimeiraenovíssimaedição de 2017, uma reportagem que, de tão profunda e opulenta, virou Caderno especial. aproveitamos o gancho de que este é o ano internacional do turismo sustentável para o Desenvolvimento,declaradooficialmentepelaONU,paramostraroqueissorealmentesig-nificaparaonegóciodenossosassociados.Confira,aolongodeoitopáginas,tudosobreoassunto,comparticipaçõesvaliosasdeprofissionaisdaáreaeumaentrevistainéditacomoprofessorTitulardaEscoladeArtes,CiênciaseHumanidadesdaUSP,LuizGonzagaGodoitrigo, que apresenta uma visão macro e microeconômica do turismo sustentável no Brasil. o Caderno especial tem o principal objetivo de funcionar como uma espécie de mola propulsora, um ‘start’, mostrando ao empresário caminhos de dentro para fora. Queremos queaAcirpsejausadacomoumceleirodeideiasepontodeencontroparadebatescapazesdetransformaraeconomiadeSãoJosédoRioPretoefazercomqueaclasseempresarialsaiafortalecida da crise. estou convicto de que, embora pouco explorado, nossa cidade tem um grande potencial para o turismo sustentável. além da reportagem especial, você vai conhecer um pouco mais do que pensam os cincopalestrantesdo3ºSeminárioAcirpdeLiderança.Ummêsapósoiníciodasvendas,osconvitesparaoeventoestavampraticamenteesgotados,confirmandoaimportânciaeacei-tação deste serviço que a entidade presta ao empresário associado e da região. sem dúvida nenhuma,oSemináriodeLiderançaconsolida-secomoumdosmaisrelevanteseventosdecapacitação do interior paulista! VocêestáprontoparaaNOVARevistaAcirp?Tenhocertezadequevaigostar!Nossocompromisso é de, a cada número, ser melhor do que no anterior. e ponto! Boa leitura!

Este material é uma publicação bimestral da Associação Comercial e Empresarial

de São José do Rio Preto/SPRua Silva Jardim, 3099

Centro - CEP 15010-060F. (17) 3214.9433

w w w. a c i r p s j r i o p r e t o . c o m . b r

diretOria acirP - BiÊniO 2016-2018

Presidente PAULOTADEUDE OLIVEIRASADER

1º Vice-Presidente instituciOnal LISZTREISABDALAMARTINGO

2ª Vice-Presidente instituciOnal BenY maRia veRDi HaDDaD

3º Vice-Presidente serViçOs aOs assOciadOs ADILBERBERT

4º Vice-Presidente setOrial JORGELUISDESOUZA

5º Vice-Presidente administratiVO KELVINKAISER

diretOr secretáriO Geral ARTUREDUARDORIBEIROBastos

1° secretáriO AURÉLIONESTOR MIRANDAGRISI

2ª secretáriO GILEDUARDOFERREIRAFONTES

diretOr tesOureirO Geral VALDECIRBUOSI

diretOr 1º tesOureirO ALVAROLUIZESTRELLA

diretOr 2º tesOureirO MAURÍCIOSCARPASSA

diretOra de eVentOs LILIAMAURAGONÇALVESDELIMA

diretOr de relações PúBlicas LUIZFERNANDOGARCIA

diretOr dO scPc WILSONSOUBHIAJUNIOR

diretOr de marketinG ALESSANDRODESÁBOSSAN

diretOr de cOmérciO exteriOr MARCUSDAMATA

diretOr de PatrimôniO PEDROLUIZRIBEIRORODRIGUES

diretOr da distrital sul MÁRIOAUGUSTOCOVIZZI

diretOr da distrial Oeste MILTONBENITERAMOS

diretOra dO cmee LUCIANAVARTANIANGOMESDASILVEIRA

diretOra de treinamentO e desenVOlVimentO ANACAROLINAVERDIBRAGARAGONHA

diretOr de assuntOs JurídicOs SÉRGIOHENRIQUE FERREIRAVICENTE

diretOr dO núcleO de JOVens emPreendedOres FLAVIOHENRIQUE BATISTAALVES

diretOr de aGrOneGóciOs ANDRÉLUISSEIXAS

diretOr de cOmunicaçãO JOSÉROBERTOTOLEDO

diretOr de BenefíciOs RAFAELHENRIQUECHIQUETO

diretOr de indústria FELIPEOLIVEIRAPRATA

diretOra dO setOr de cOnstruçãO ciVil DENISELONGHIFARINA

diretOr dO cOmérciO JOSÉRAIMUNDODEOLIVEIRA

diretOr dO setOr de serViçOs DANIELFERNANDORODRIGUES

diretOr dO emPreender OSVALDOLUISDOnasCimento

diretOr dO setOr de ti GILBERTOPEREZMARIANO

diretOra de açãO sOcial CREUSAMANZALLI

diretOr de sustentaBilidade emPresarial GERMANOHERNANDESFILHO

diretOr Para centrO de cOmPra WALTERCARRAZZONEJUNIOR

diretOr de Vendas RUPENGRISIKUYUMJIAN

diretOr Para O centrO incuBadOr de emPresas CEZARJUNIORDA SILVASOUZA

diretOra de PrOmOções CRistina Bassitt

diretOra Para recursOs HumanOs DANIELABRANDIFONTES

diretOr dO setOr de saúde KÁSSEYHENRIQUEVASCONCELOS

Presidente câmara mediaçãO e arBitraGem ANDRÉGUSTAVODEGIORGIO

Presidente dO cOnselHO cOnsultiVO aDRiana Cássia neves

Presidente dO cOnselHO fiscal MAURICIOBELLODI

diretOr de cOmunicaçãO Roberto toledo

editOra e Gerente cOmercial stella Coeli

17 3021.9595 / 99771.7664 [email protected]

JOrnalista resPOnsáVel Carol soler (mtB 32.583/sP)

[email protected]

cOlaBOradOr Bruno almeida

PrOJetO GráficO e diaGramaçãO Px (ivan iggor Barreto - 17 99655.1313)

[email protected]

fOtOGrafia Paulo de Paula

PrOduçãO

anO xii - nº 164 - Jan/feV de 2017

REVISTA ACIRP4

caPacitaçãO

a Acirp realiza, no pró- ximo dia 9 de mar- ço, em seu Cen-

tro de Convenções, um dos maiores eventos de capacita-

ção do interior. Cinco grandes profissionais renomados e reco-

nhecidos nacional e internacio-nalmente, trarão suas bagagens

de vida para 400 empresários que farão parte do 3º Seminário Acirp

de Liderança. Os ingressos esgota-ram-se pouco depois que as vendas

foram iniciadas. Conheça, agora, cada um dos palestrantes que participarão da edição

de 2017. Alguns responderam aos questionamen-tos da Revista Acirp por meio de entrevista, outros

preferiram compilar as perguntas e escrever um artigo exclusivo para nossa publicação. Confira esse valioso material

nas próximas páginas e delicie-se com mais um benefício exclu-sivo que a entidade oferece à classe empresarial de São José do Rio

Preto e de toda a região.

está chegando!

REVISTA ACIRP4

Seminário Acirp de Liderança

REVISTA ACIRP 5

DONNY DE NUCCIO cenário político e econômico do Brasil: diagnóstico de um paciente chamado Brasil

É âncora do principal telejornal da Globonews, o Jornal das Dez. Já foi apresentador do programa Conta Corrente e repórter de diversos jornais da TV Globo, além de ter trabalhado vários anos no mercado financeiro. Em sua palestra, com um dinâmico, divertido e profundo olhar sobre a conjuntura política, econômica e internacional, Dony esclarece não só onde estamos e o que esperar para o futuro, mas também quais são nesse contexto as estratégias indispensáveis para sair na frente e vencer.

O Brasil está ecOnOmica-mente dOente?

dOnnY de nUcciO: a economia bra-sileiraficouemcomadurantedoisanos.somados, 2015 e 2016 resultaram na maior recessão em mais de um século de nossa história.Depoisdeumperíodo tão críti-coassim,arecuperaçãodificilmenteseriaimediata e intensa. mas temos em 2017, em que pese a complexidade da conjun-tura nacional e internacional, uma chuva de sinais apontando para um ano muito melhor que o passado recente. se a econo-miadopaísentrounoburaco,elaagoraaomenos parou de cavar - o que já é uma boa notícia. E está pavimentando o caminhopara uma retomada mais vigorosa.

cOmO nasce Um empreende-dOr?

dOnnY de nUcciO: Umempreende-dor nasce de duas formas. ou do sonho ou da necessidade. o primeiro grupo é da-queles que carregam o desejo ardente de criar um negócio, produto ou serviço. e usam esse apetite como força propulsora para empreender. o segundo é daqueles

que são arremessados na vida empreen-dedoraporimposiçãodascircunstâncias,como a perda do emprego.

QUais sãO Os tipOs de em-preendedOr?

dOnnY de nUcciO: se por um lado um empreendedor nasce do sonho ou da necessidade, por outro ele sobrevive sen-do motor ou sendo carroça. em outras pa-lavras, há os que criam o próprio destino, buscando constantes novidades dos pro-dutos e serviços, melhorando seus pro-cessosefidelizandoclientesaogerarumaexperiência de consumo única. são os mo-tores, que com esse empenho escrevem o própriofuturo.Jáosempreendedores-car-roça podem sobreviver e prosperar por muito tempo, ou dar com a cara no muro em poucos meses. isso porque eles vão a reboquedacorrenteza,enãoguiamseusnegócios, mas são levados pelo ambiente econômico ao seu redor.

QUais dicas vOcê daria para QUem QUer desafiar O

mOmentO de tantas incerte-zas QUe vivemOs?dOnnY de nUcciO: não se contami-ne pelo ambiente à sua volta. não mire exclusivamente nisso para determinar os caminhos estratégicos do seu negócio. Sempreemmomentosdeincertezaháosqueprosperameosquedefinham.Ahis-tória que está sendo escrita na sua traje-tória empreendedora é resultado mais da sua condução do que da conjuntura alheia àsuavontade.Identifiqueasoportunida-des que se apresentam no atual cenário. incorpore as fatias de mercado que con-correntes menos preparados estão aban-donando.Useaincertezaparacrescereminfluênciaeaumentaraeficiência.Quan-do a economia em conjunto voltar a deco-lar, seu negócio estará bem posicionado para receber os melhores dividendos des-sa guinada.

SEmprE Em momEntoS dE incErtEza há oS quE proSpEram E oS quE dEfinham. a hiStória quE EStá SEndo EScrita na Sua trajEtória EmprEEndEdora é rESultado maiS da Sua condução do quE da conjuntura alhEia à Sua vontadE.

REVISTA ACIRP6

caPacitaçãO

JOÃO CORDEIRO

OSVALDO NASCIMENTO

accountability - a evolução da responsabilidade pessoal nas empresas - o caminho da execução eficaz

diversidade - imperativo estratégico

Pensarcomopatrãofazdiferença,segundooconsultorJoãoCordeiro.Ele,quetrabalhoucomogarçom e conseguiu pagar sua faculdade de Psico-logia, hoje é dono de uma consultoria de gestão que atende empresas multinacionais. mas, segundo o coach que também faz palestras e escreve livros,é comum os empreendedores pensarem como funcionários. "tem dono que não trata a empresa como sua. ele coloca a empresa a seu serviço, e não ocontrário.Qualadificuldade?Équeelespreci-sam assumir muito mais responsabilidades, mas a maioria não quer isso e cria um mecanismo de autoproteçãoparaprotelaralgumasdecisões",dizCordeiro. Desde a época de universitário, o consultor ti-nhaemmentemontaropróprionegócio.Logoquese formou, abriu uma consultoria. "eu nunca me vi como funcionário. tinha meus objetivos muito claros. aceitei o trabalho de garçom até concluir a faculdade". Cordeirodizque,comopoucodinheiroquetinha, comprou uma secretária eletrônica, impri-miu cartões de visita e montou sua consultoria no quarto da casa dos pais. Recentemente lançou o

livro"Desculpability:eliminedevezasdesculpase entregue resultados excepcionais". veja cinco dicas de João cordeiro para pensar como patrão: 1. entenda QUe a BOla está cOm vOcêsegundo Cordeiro, a partir do momento que mon-tou o seu próprio negócio, o empreendedor precisa ter em mente que não terá com quem dividir as res-ponsabilidades.2. pare de cUlpar fatOres externOs"é preciso tomar uma atitude, diferentemente de quando você estava empregado, quando era pos-síveltransferiradecisãoparaalguém."3. vOcê é respOnsável pelOs seUs empregadOs"você o contratou e é o grande responsável por treiná-loparafazeracoisacerta."4. sOlUções nãO caem dO céUCordeiroafirmaqueoempreendedornãopodees-perar que um milagre resolva os seus problemas. ele tem de agir! 5. nãO adie necessidadesmuitas necessidades da companhia não podem ser adiadas. segundo Cordeiro, é preciso agir mesmo queissosignifiquetomarmedidasdrásticas.

profissional com comprovado conhecimento do ciclo de vendas privado e governamental, relacionamento executivo e gerenciamento de equipes. possui um amplo histórico de sucesso em planejamento e execução de projetos nas áreas de vendas, finanças, serviços educacionais e recursos humanos. já foi diretor Superintendente do Banco iBm S.a e Gerenciador do ecossistema de parceiros de negócios formado por iBm, oracle, hp, Emc, vmware e red hat.

HánasprincipaisempresasdosEstadosUni-dosmaisCEOshomenschamadosJohnqueototaldemulheresCEOsdestasempresas,segundoJus-tin Wolfers, do new York times. Estatísticas não diferem nas categorias raça,orientaçãosexualepessoascomdeficiência.Oqua-dro aniquila a saúde dos negócios. empresas enfrentam tendências mutantes de mer-cado que remodelam o ambiente de negócios e de-mandam inovação. Neste cenário de desafios planetários, po-demos prescindir do talento de uma pessoa cuja orientação sexual é entendida como distinta da comumente aceita, da experiência de outra por possuirdeficiênciafísica,dacompetênciadeoutrapor conta da cor de sua pele, do conhecimento ad-quirido e experiência acumulada de outra pelo seu gênero? Diversidade não é apenas como as pessoas se percebem, mas como percebem outras. Percepções afetam interações e oferecem variedade de visões que nutrem a organização e erradicam o pensa-mento homogêneo.

Existeumarelaçãoentreoníveldediversidade,en-tendido como grau de representatividade de gru-pos na composição das empresas, e a performance financeira,deacordocompesquisasdaMcKinsey& Company. empresas dos quartis superiores da diversi-dade de gênero e da diversidade étnica/racial têm 15% e 35%, respectivamente, mais propensão de apresentarem retornos financeiros acima da mé-dia da indústria. empresas do quartil inferior para ambos gênero e étnica/raça não alcançam sequer a médiadosresultadosfinanceirosdaindústria. Pense na diversidade como o pôquer. ideal-mente, você escolheria as melhores 7 cartas do bara-lhode52parafazersuamão.Vocêseriainvencível.mas, quanto menos diversa for sua equipe, menos cartas você terá para escolha. Talvez você tenha25 cartas. Provavelmente, nem sabe quais cartas faltam. seus concorrentes podem ter as cartas que faltam mais todas as mesmas que você também tem. inclua a diversidade na sua estratégia e forme a equipe com os recursos faltantes. volte à mesa e faça sua aposta com a mão da sua vida.

Diversidade - Imperativo Estratégico

com uma história de mais de 30 anos de pesquisa e desenvolvimento profissional, joão cordeiro é especialista em palestras e coaching executivo. E, mais do que isso, é um evangelista da accountability, a profunda convicção de que é dever de cada um tomar para si a responsabilidade pelo resultado do seu trabalho e de suas decisões.

REVISTA ACIRP 7

RENATO MENDES Processos de inovação para vencer na crise

diversidade - imperativo estratégico

Sócio da orgânica, professor do insper e mentor da Endeavor Brasil, renato mendes é um dos executivos mais inovadores do Brasil, com mais de 15 anos de experiência, já tendo colaborado com a estratégia digital de empresas como ambev, Telefônica e Camargo corrêa. é, ainda, professor de E-commerce e Social media nos principais cursos do país. Em 2014, foi eleito pelo comunique-se o Executivo do ano na categoria de comunicação Corporativa.

a crise existe? cOmO fazer para sOBreviver a essa era de incer-

tezas?renatO mendes: o mais importante em um momento de crise é ter uma atitude proativa e se preparar antecipadamente para enfrentar essa situ-ação. as empresas costumam falar muito da crise, mas não preparam um plano claro para enfrentá--la.Aí,quandoacriserealmentechega,elassofrempor não ter um plano e acabam tomando decisões equivocadas. a primeira coisa que costumamos fazeremtemposassiméentendercomoocenáriomacroeconômico irá impactar a vida do consumi-dor.Comofazerisso?Simples,conversecomele.Chame clientes para um papo e tente entender a perspectiva dele em relação ao novo cenário. se ele vai ter menos dinheiro no bolso, provavelmente irá valorizarcadacentavo.Seráqueparamantê-loco-migo, consigo ofertar produtos com preço mais bai-xo?Talveztenhaquebuscarnovosfornecedoresourenegociar com os atuais para conseguir esse preço. o entendimento da necessidade do consumidor e a adequação da estratégia são parte fundamental para ser bem sucedido em momentos de crise. a segunda coisa importante é um olhar interno. Cri-sessãoúteisparafazermosverdadeirasfaxinasnasnossas empresas. é hora de olhar como cada real está sendo gasto e preparar planos de cortes caso sejamnecessários.Gostodefazer3planosdecor-tes de despesas: de 10%, 25% e 50%. assim, caso seja necessário, posso simplesmente implementar umplanoquejáestámontadoeaprovado.Porfim,precisamos ter claro que o digital é amigo da crise. temos uma série de ferramentas tecnológicas que podemmeajudarafaturarmaisemtemposdifí-ceis. Para dar um exemplo concreto: hoje, quando uma pessoa quer fazer uma compra, a primeiracoisaqueelafazécomprarpreçosonline.Eupos-so montar uma estratégia de preço que considere valores mais baixos para canais de comparação ou ainda posso implementar uma ação de remarke-ting que “persiga” esse prospect interessado em meu produto.

cOmO fUnciOna a nOva ecOnO-mia e cOmO saBer se a empresa

está preparada para enfrentar?renatO mendes: a grande mudança que a NovaEconomiatrazéoempoderamentodocon-sumidor. Hoje, mais do que nunca, é ele quem manda nas relações de consumo. Com um celular nasmãos,umconsumidorécapazdefazerumacompra com um único click ou de acabar com a reputação de uma marca com um único post no Facebook.Tudoissoemquestãodesegundos.Asempresas que ainda não entenderam isso vão ter problemas. toda a estratégia de negócios precisa ser repensada e deve colocar o cliente no centro dela.

QUais sãO Os prOcessOs de inO-vaçãO QUe empresas de QUal-

QUer segmentO OU pOrte pOdem se-gUir para vencer essa crise?renatO mendes: Precisamos entender que o processo de inovação é inerente ao erro. ou seja, antes de inovar, de se alcançar aquela solução que ninguém havia pensado, vamos errar muito. e o maior erro das empresas é punir o erro por con-siderá-lo um fracasso e não parte do processo de inovação. Por isso, precisamos mudar nosso mind-set. inovação é tentativa e erro. Comece por ouvir seu consumidor, entender as necessidades dele e ir testandonovasformasdecomercializarseuprodu-to ou serviço. aquelas iniciativas que forem bem sucedidas devem ser ampliadas. as que não trou-xerem resultado devem ser descontinuadas. assim por diante, num processo permanente de testes de hipóteseseaprendizadocontínuo.

as redes sOciais sãO ferramen-tas impOrtantes para a classe

empresarial? será QUe eles estãO UsandO cOrretamente?renatO mendes: as redes sociais são ferra-mentas fundamentais para quem quer fazer ne-gócios usando a plataforma digital. o primeiro passo é entendermos quais nossos objetivos com elas. as redes sociais podem ser usadas para vários finscomo,porexemplo,oconhecimentodoqueaspessoas falam sobre nossa marca, a venda de pro-dutos, o atendimento ao cliente pré e pós-venda e acomunicaçãoparaficaremalgunsexemplos.Agrande vantagem das redes sociais é a possibilida-dedefazertudoissoemtemporeal,comclientesde verdade. o que vai funcionar para a sua empre-sa? você só vai aprender testando. experimente o Whatsapp, brinque com o snapchat. vá desco-brindo as potencialidades da rede e usando isso a seufavornoseunegócio.Umponto importante:se entrar nas redes, saiba que terá que responder a seus consumidores. é um caminho sem volta.

com um cElular naS mãoS, um conSumidor é capaz dE fazEr uma compra com um único click ou dE acaBar com a rEputação dE uma marca com um único poSt no facEBook.

REVISTA ACIRP8

caPacitaçãO

A parte e o todo

LEANDRO KARNAL liderança no mundo líquido

é historiador, doutor em história Social pela uSp e professor na unicamp, convidado de programas como o jornal da cultura e café filosófico. Escreveu em autoria ou co-autoria mais de dez livros, alguns dos quais estão entre os mais vendidos do Brasil. foi entrevistado por quase todos os grandes nomes da televisão e suas análises ocupam páginas de revistas de circulação nacional. Seus vídeos e frases circulam pela internet com grande popularidade.

Diante da imensidão do mundo natu-raledosdesafioseperigosdosoutrosho-mens,oindivíduo,desdehámuito,criouideias de grupo. a primeira agremiação foiafamília.TambémoEstadoéfrutodaideia de que um grupo é mais expressivo do que o ser autônomo. Por todo lado e por vários motivos, surgem associações. associar-se é um diálogo complexo en-tre minha autonomia e o interesse de ver preservado meu direito. Quando entro no mundo associado, abro mão de uma parceladoqueeugostariade fazerparagarantirumaparcelamaiordebenefícios.Háumônuseháumbônus.Funcionaas-

simemfamíliaeassimnasassociações. na idade média, comerciantes e pro-dutores formavamcorporaçõesdeofício,as guildas, grêmios que integravam todos de um determinado ramo. Ao fazeremisto, concordavam que combinar preço, qualidade e critérios de formação eram meios importantes de preservar o justo trabalho e a justa remuneração. Domina-ram, com poucos atritos, centenas de anos das cidades europeias. a ideia ampliou-se. Congregações re-ligiosas passaram a cuidar do enterro dos seus membros, agrupamentos políticostraduziaminteressesespecíficoseopossí-vel rival virava um colega, um membro de uma mesma irmandade associativa. Pode--se muito pouco de forma isolada. Pode-se imensamente mais em grupo. Conta velha tradição que um pai mo-ribundochamouseusmuitosfilhosepe-diu que cada um comparecesse com uma vara fina. Pegou uma e, mesmo doente,quebrou-a com facilidade. Depois, pediu que reunissem as restantes e ordenou que cada um tentasse quebrar o feixe grosso. ninguém conseguiu. essa era a lição pas-sada pelo pai e a base da ideia de associa-ção.Cadafilhoéfracoemsi,todoscons-tituemuma força inquebrantável. Juntossomos sempre mais fortes. olhe ao seu redor: os prédios, o com-putador, a luz, os carros que passam, asroupas das pessoas. não existe nada que não tenha nascido de um grupo de pesso-as. nenhum carro é ideia de uma pessoa e produçãodeumindivíduo.Cadaserhu-mano colabora um pouco para a vitória da humanidade. o mundo como o conhece-mos é fruto de um esforço associativo. De novo: juntos, sempre somos mais fortes.

olhE ao SEu rEdor: oS prédioS, o computador, a luz, oS carroS quE paSSam, aS roupaS daS pESSoaS. não ExiStE nada quE não tEnha naScido dE um Grupo dE pESSoaS. nEnhum carro é idEia dE uma pESSoa E produção dE um indivíduo. cada SEr humano colaBora um pouco para a vitória da humanidadE. o mundo como o conhEcEmoS é fruto dE um ESforço aSSociativo.

REVISTA ACIRP10

esPecial

turismo sustentável2017 é o ano do

De acordo com a organização das nações unidas (onu), este é o ano internacional do turismo Sustentável para o desenvolvimento. mas você sabe o que isso significa para o seu negócio?

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REVISTA ACIRP 11

turismo sustentável2017 é o ano do

a Organização das Nações Uni-das declarou 2017 o ano inter-nacional do turismo sustentá-

vel para o Desenvolvimento. a decisão foi comunicada durante a assembleia GeraldasNaçõesUnidas e é lideradapelaOrganizaçãoMundialdoTurismo(OMT). A meta da ONU é ampliar aconscientizaçãosobreoricopatrimôniomundial natural, estimulando a criação e adoção de políticas públicas para oturismo com foco na sustentabilidade. segundo o secretário-geral da omt, ta-lebRifai,“adeclaraçãodaONUéumaoportunidadeúnicaparafazeravançara contribuição do setor do turismo para os três pilares da sustentabilidade – econômica, social e ambiental – aumen-tando a consciência sobre um setor que é frequentemente subestimado”. a resolução vai ao encontro do que debateramoslíderesglobaisnaConfe-rênciadasNaçõesUnidassobreoDe-senvolvimento sustentável (Rio+20) e não poderia ter vindo em hora melhor, já que o turismo vem crescendo gene-rosamente em todo o mundo. segundo aONU, um em cada 11 empregos nomundo é gerado pelo setor, que tam-bém responde por 10% do PiB global e 7% das exportações mundiais. De janei-ro a setembro de 2016, o número de tu-ristas foi 4% maior que 2015, chegando a 965 milhões de pessoas.

O emPresáriO e O turismO sustentáVel mas você, empresário, sabe o que significa para sua empresa oAno In-ternacional do turismo sustentável? a verdade é que, mesmo em evidência, o assunto ainda não é tão popular em ro-dasdeconversa.Faltaconscientizaçãodos dois lados: da classe empresarial, sobre como é poder proporcionar o tu-rismo sustentável ao seu público, e dos viajantes, em escolher destinos onde existam essas práticas dentro das em-presas locais. a “confusão” é mais comum do que se imagina. a grande maioria dos empresários entende por turismo sus-tentável a própria sustentabilidade em si,eacreditaqueaspolíticasdeecono-mia e preservação do meio ambiente querealizanaempresajáenglobamemseu negócio a legitimidade do concei-to.Nãoébemporaí.DeacordocomaProfessora mestre em Hospitalidade, NizamarOliveira,éimportantedistin-guir conceitos. “ser sustentável não é apenas se preocupar com o meio am-biente. Quando a sustentabilidade se tornou um tema atual, todos a associa-ram ao meio ambiente, tão somente. os pilares da sustentabilidade são muito mais abrangentes e envolvem, ainda, outro tema muito debatido, que é a res-ponsabilidade social, o que, consequen-

temente, afetará a economia. Portanto, éprecisopensarosatrativos turísticoscomolocaisquerevertemembenefícioseconômicos à sociedade local, respei-tando o meio ambiente. é fundamen-tal que os envolvidos no setor tenham esses pilares muito claros, para que o turismo seja sustentável. não podemos simplesmente esgotar todos os recursos porumdeterminadoperíodoedepoisesquecermos o local, abandoná-lo com suasterríveisconsequências”,reiteraaespecialista. em 2015, o mapa da sustentabili-dade apresentado pelo ministério do turismo trouxe um guia incentivando viajantes a visitar lugares que possuam boas práticas de sustentabilidade. se-gundoNizamar,osturistas,atualmen-te, já preferem escolher destinos que avançaram na implementação do turis-mo sustentável. “o turista consciente, principalmente aquele que vem de pa-ísesquetêmessapráticacomoalgoco-mum, valoriza tais empreendimentos.aqui no Brasil temos locais com alto grau de preocupação com a sustentabi-lidade.Umavezquesevisitaumlocalassim, e pode-se perceber o resultado positivo para a sociedade e o atrativo, esse turista passa a ter uma nova visão da sustentabilidade. ele mesmo passa a tomar medidas adequadas e exigir das pessoasquefaçamomesmo”,afirma.

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REVISTA ACIRP12

o Brasil tem grande potencial para o turismo sustentável. Infelizmente,ainda há pouco incentivo para o turis-ta e para o morador das cidades que já são turísticasou têmpotencialparaisso. Falta, também, preocupação emcapacitar habitantes do local para que eles compreendam o conceito e possam sebeneficiarcomageraçãodeempregoe renda.Nizamar explica que oPlanonacional de turismo e o Plano de Re-gionalização do Turismo são excelen-tes,masnãosaíramdopapel.“Somosumpaís‘abençoadoporDeus’emquetodos estrangeiros se encantam com nossa hospitalidade. mas isso é muito superficial. Hospitalidade não é sinô-nimodecapacidadedegerirconflitos,nem de capacidade de garantir segu-rança para o turista. o alto custo de hospedagem, alimentação e transporte é um convite para o turista nacional passarsuasfériasemoutrospaísesme-lhor estruturados e com custos mais acessíveis. Precisamos fazer melhoressa lição de casa”, completa.a secretária municipal do meio am-biente de Rio Preto, Kátia Penteado, acredita que muitos entraves, como osrelatadosporNizamar,poderãoserdiluídos diante de iniciativas planeja-das, com foco na sustentabilidade am-biental, econômica e social. “Podemos planejar todosospontos turísticos (deuma cidade) dentro dessas vertentes”, reitera.

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destinos sustentáveis vários destinos brasileiros têm se destacado dentro deste conceito. a ci-dadedeBonito,noMatoGrossodoSul,recebeu uma premiação internacional como melhor destino de turismo res-ponsável do mundo, sendo um dos lu-gares que mais recebe turistas com essa proposta. “A premiação confirma queoBrasil jáéumexcelentepolo turísti-co aos olhos domundo.Um em cadacinco turistas estrangeiros que o Brasil recebe vem em busca de ecoturismo, e agora, com essa premiação, a tendência é aumentar a entrada de turistas que se interessam por esse segmento”, disse à época o então presidente da embratur, FlávioDino.

outras premiações importantes estão, cada vez mais, movimentandoestabelecimentos a implantar práticas de sustentabilidade. a intenção? Que esses destinos possam se tornar, num futuro breve, empresas totalmente vol-tadas ao turismo sustentável. o Prêmio Braztoade Sustentabilidade éumdosexemplos. Com o apoio do ministério do turismo, a edição de 2016 contou com cerca de cinquenta concorrentes que apresentaram propostas e solu-çõessustentáveisparaosetor.Umdosdestaques foi o Cambará eco Hotel, de aparados da serra, em Cambará do sul (Rs), que em todas as etapas de servi-ços de hospedagem executa práticas sustentáveis. em Rio Preto, várias empresas já estão entendendo a relevância do as-sunto. a gerente geral do Hotel Quality saint Paul e membro do núcleo Hote-leiro da acirp, valéria De Biasi, conta que, com a chegada de redes interna-cionais de hotéis no Brasil, empresários do setor começaram a se preocupar

o consumo responsável no setor de turismo minimiza os gastos das empresas – o que gera economia nos destinos para os viajantes –, promove emprego e renda para a população – reduzindo a pobreza –, além de estar em sintonia com a preservação do meio ambiente – o que diminui o impacto ambiental e promove benefícios para todas as cidades do entorno dos destinos. Esse é o conceito real do turismo sustentável”.

PaulO sader presidente da acirp

a professora mestre em hospitalidade, nizamar oliveira, em entrevista exclusiva para a revista acirp: “Ser sustentável não é apenas se preocupar com o meio ambiente”

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mentosnestesegmento.AONUdecla-rar 2017 como o ano internacional do turismo sustentável, para nosso hotel, em especial, é o reforço de tudo o que viemos tentando implantar. a região está engatinhando no segmento, te-mosmuitoafazer,mastambémtemosmuito a oferecer. seria ótimo que todos entendessema relevância e estimulas-sem, divulgassem e se dedicassem ao turismo sustentável de nossa região. inclusive, reforçaremos esta questão e receberemos escolas para enfatizar odiscurso e a vivência da sustentabilida-de nos dias de hoje”, explica. Valéria comenta que realiza umtrabalho de divulgação e apresentação daregiãoaotradeturísticohá18anos.“a média mensal de vendas do hotel é de 300 diárias para pessoas de todo o Brasil,queacabamportrazerrecursoseconômicos e ajudam a divulgar a re-gião. além disso, oferecemos empregos diretos e indiretos, treinamentos, cur-sos,orientaçõeseformaçãoprofissionalparadezenasde famílias com foconoturismo sustentável. todo este traba-lho,infelizmente,vemsendorealizadoapenas por nós, sendo que o turismo

é a saída não só para Cardoso, comopara o mundo. minha dica para quem quer investir no turismo sustentável é, primeiramente, ter muita paciência paraformarindivíduosquepensemdemaneira sustentável dentro dos pilares econômico,socialeambiental”,afirmaa empresária. Conhecer bem os pilares da susten-tabilidade e ter consigo profissionaiscapacitados e habilitados para traba-lhar de forma ética e profissional é adicaqueNizamartambémdáaosem-presários que desejam investir no setor. “Umacidadeouumaregiãoquequertrabalhar o turismo de forma sustentá-vel precisa ter metas, um plano diretor claro e objetivo. sem planejamento tu-rístico,nadaavança.Seriaumfracassopré-anunciado. Faz-se necessário uminventário da cidade ou região, para conhecer a infraestrutura, capacidade de carga, número de hospitais, meios de comunicação, vias de acesso, entre tantositens.UmaPPP(ParceriaPúblicae Privada) também é essencial, pois o turismosempretrazbenefícios,quandobemestruturadoeorganizado”,explicaa especialista.

mais com a questão do turismo sus-tentável. “a maioria de nossos funcio-nários nos hotéis é local, o que mostra umaculturadeutilizara comunidadelocal dentro dos pilares da sustentabi-lidade. nas questões ambientais, temos programasde reutilizaçãodeenxoval,energia solar para água quente, troca de lâmpadasLED,chavesmagnéticas.Realizamos,ainda,treinamentoecons-cientização de colaboradores, o quemexe com toda a cadeia produtiva e amplia o conceito de turismo sustentá-vel.Umapráticacomumdahotelariaépensar tudo como uma grande cadeia. ou seja, não adianta meu hotel planejar ações que venham ao encontro dos pi-lares de sustentabilidade se o meu for-necedor da padaria não tem. a cadeia acaba se rompendo”, comenta. AempresáriaValériaFoz,proprie-tária do Hotel Fazenda Foz do Mari-nheiro, em Cardoso (sP), acredita que o Brasil está em processo de desenvol-vimento quando o assunto é turismo sustentável. não pela falta de destinos, mas pela falta de atenção. “viajamos quase o mundo todo e vemos que o Brasil,infelizmente,nãopossuiinvesti-

Existe um grande potencial em São José do rio preto. não necessariamente uma vocação, mas potencial. o que eu vejo são empresas seguindo leis que se revertem em benefício ecológico, social, econômico. mas, isso é porque falta uma cultura de conscientização do que é realmente o turismo sustentável. E isso não é da noite para o dia”.

auréliO Grisi primeiro-secretário da acirp e representante da entidade no

Comtur – Conselho municipal de turismo

museu de arte naïf (man): ótima oportunidade para fomentar o

turismo sustentável na cidade

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Pesquisa realizada pelo site Tri-padvisor em 2015 mostrou que o bra-sileiro já começou a se preocupar com o impacto ambiental de suas escolhas, sendo, inclusive, mais responsável queturistasdepaísescomoEspanha,EUA, Itália, Reino Unido, França ealemanha. no levantamento, 75% dos entrevistadosafirmaramqueconside-ram o meio ambiente no planejamen-to do destino das férias, 30% disseram que se esforçam para compreender o impacto ambiental que suas viagens podem causar e 40% comentaram que gostariamdefazerescolhassustentá-veis em suas viagens sempre ou fre-quentemente. a grande maioria dos entrevistados(71%)afirmouquejásehospedou em hotéis com práticas sus-tentáveis e 46% já pesquisaram sobre hospedagem em lugares que execu-tam práticas de sustentabilidade. a desinformação, porém, ainda é gran-de: 48% dos entrevistados não sabem onde encontrar esse tipo de dado na hora de planejar suas viagens e 71% comentaramqueédifícilencontrarin-

Preocupação com as escolhasformação sobre o assunto. além disso, 54% afirmaram que hotéis em geralnão informam suas práticas sustentá-veis e 35% dos entrevistados disseram que os estabelecimentos que deixam claro as suas práticas e ações do tipo ofazemapenascomo“jogadademar- keting”. Nizamar Oliveira explica que épreciso ter em mente a necessidade de conscientizaroturistadequeeledeverespeitar a diversidade. “temos que conhecer os hábitos, costumes e tradi-çõesdecadacivilizaçãoe,quandoes-tivermos nesse universo, respeitá-lo. somos apenas visitantes, não temos o direito de interferir. Para que o obje-tivoseconcretize,oturismoemissivodeveráfazerumtrabalhodeconscien-tização e o turismo receptivo, cobraresse trabalho”, acredita a especialista. Recentemente, o tripadvisor lan-çouochamadoProgramaEcolíderes,com ajuda de institutos especialistas nacionais e internacionais, que pre-mia hotéis e pousadas comprometi-dos com práticas sustentáveis. os es-

tabelecimentos qualificados possuemum selo em suas páginas, facilitando a busca de viajantes por esse tipo de destino. “Como já sabemos, existe uma grande diferença entre você ser uma empresa de turismo sustentável e você realizar práticas sustentáveis.Realizar ações de sustentabilidadenãotefaz,necessariamente,umdesti-no de turismo sustentável. mas, inega-velmente, esse tipo de ação leva a um cenário mais amplo de turismo, já que aconscientizaçãodoempresárioedapopulação aumentam. a prova disso é esse selo do tripadvisor, por exem-plo, que teve a chancela, dentre outros institutos de renome, do Programa dasNaçõesUnidasparaoMeioAm-biente (Pnuma). a população passa a ter uma visão mais completa do que realmente é o turismo sustentável. Dentro da acirp, há sete anos estamos debatendo o tema, tentando criar uma rededeconscientizaçãocomadireto-ria de sustentabilidade empresarial”, comenta o presidente da acirp, Paulo sader.

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sustentaBilidade amBiental e ecológica está ligada diretamente à manutenção e preservação do meio ambiente. atitudes como reciclagem do lixo, coleta de óleo de cozinha, economia de energia, dentre outras ações, estão relacionadas a esse tipo de sustentabilidade.

sustentaBilidade emPresarial não é somente como a empresa lida com as estratégias de preservação do meio ambiente, mas também em como ela pratica ações que levem ao seu crescimento econômico, sempre valorizando a ética e os valores morais, e, dessa forma, colaborando para o desenvolvimento sustentável da sociedade.

as ações de sustentaBilidade sOcial têm o propósito de reduzir as desigualdades sociais, ampliando o acesso da população de baixa renda a serviços básicos de cidadania.

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atuação direta o turismo sustentável, por trabalhar os pilares da sustentabilidade, atuará dire-tamente na economia da cidade ou região. Nizamarcomentaqueoturismosustentá-vel é, antes de tudo, um turismo conscien-te e, portanto, será relevante para aqueles que opriorizamao escolherum roteiro,seja em uma viagem de férias, feriado ou atémesmoumfimde semana. “Atrain-do turistas, todo o trade turístico serábeneficiado. Ou seja, hotéis, pousadas,restaurantes,museus,eventosartísticoseculturais, transportes, lojas de artesanatos esouvenirs,comidastípicas,dentreoutrossetores.Umavezqueissoocorra,todaaci-dadeeosmoradoresserãobeneficiados”,explica a especialista em Hospitalidade. AAcirp faza suapartena tentativade estimular o turismo sustentável em Rio Preto. em seu manual das Bandeiras em Desenvolvimento, entregue ao Prefei-to edinho araújo, a entidade reivindica ações e propostas ao Poder Público. Den-tre elas, está a urgente implantação de um Centro de Convenções. Há muito tempo que a acirp trabalha para que essa rei-vindicação saia efetivamente do papel. a construção de um Centro de Convenções dará a Rio Preto dimensões internacionais, apresentando a cidade para toda a popu-lação brasileira. este centro fomentará a economia regional, alavancará o turismo

de negócios e de eventos, vai gerar em-prego e renda, trará novos investimentos eaumentaráaarrecadaçãodomunicípio.inúmeros empresários reclamam a im-portânciadestaconstrução.AempresáriaGislaineGalvesdeFreitas,diretoradoCe-nacon (Centro nacional de Congressos) e membro do núcleo Hoteleiro da acirp, acredita que existam inúmeras oportuni-dades para se trabalhar os vários setores da área de sustentabilidade dentro de um eventoespecífico.“Existeumgrandepo-tencialparaserdesenvolvido”,afirma. outra reivindicação antiga da entida-de, e que vai ao encontro do turismo sus-tentáveléarevitalizaçãodaáreacentral.as primeiras reuniões com o arquiteto marcelo Pala começaram na associação, há quase duas décadas, com a então pre-sidente iolanda Bassit. o projeto de Pala foi comprado pela acirp e doado ao Po-derPúblico.“QueremosqueSãoJosédoRio Preto tenha um espaço à altura do que se exige de uma cidade como a nossa, considerada um polo comercial”, reitera Paulo sader. a obra aconteceu apenas em sua primeira fase, e a associação, junto da classe empresarial, aguarda ansiosamente pelasegundaetapa,quetrarávalorizaçãoimobiliáriaeaumentodofluxodeconsu-midores no local. na tentativa de expandir e debater a

questão, a acirp trouxe a discussão para perto dos empresários membros do nú-cleo Hoteleiro da entidade. todos concor-damqueéprecisomaiorconscientizaçãoda classe e também dos viajantes para que efetivamente possam ocorrer ações dire-cionadas para a prática do turismo susten-tável. “as pessoas ainda não sabem bem o significadodisso.Precisamosbuscaroqueé turismo sustentável dentro dos padrões daONU,porquesãoospadrõesquevãonos pautar de forma geral e também aos investidores de fora. isso interessa, e mui-to, aos projetos e ambições da acirp, como oCentrodeConvençõeseaRevitalizaçãodo Centro. mas, nós estamos preparados? nós, empresários, temos a cultura de sus-tentabilidade em nossos negócios? essa é uma cadeia que engloba fornecedores, empresários e consumidores. e todos pre-cisam trabalhar isso. a sociedade costuma enfatizar muito a questão ambiental dasustentabilidade. existem outras verten-tes, e uma delas é a sustentabilidade em-presarial que, para nós, é bastante relevan-te”, comenta o presidente da acirp.

VOcaçãO e OPOrtunidades de neGóciOs São José do Rio Preto temmuito aoferecer aos turistas. mas é preciso que seus destinos sejam descobertos. a cidade pode não ter vocação natural para o turis-mo sustentável, mas possui grande poten-cial. nossa região, por exemplo, é berço da arte naïf. o museu de arte naïf (man), situado na Rua saldanha marinho, foi inaugurado em 2007 e tem em seu acervo obrasdeartistasprimitivistasdomunicí-pio e região.OFestival InternacionaldeTeatro(FIT)reúnecompanhiasdeváriosestados e também de outras partes do mundo, trazendoaRioPreto turistasdetodo o Brasil para consumir e se instalar aqui. a poucos quilômetros da cidade está, ainda, o distrito de schmitt, mais conhe-cido como a capital dos doces artesanais. além disso, a região é conhecida por ser um dos maiores produtores brasileiros de borracha natural – lembrando que a cas-cadaseringueirapodeserutilizadaparadiversos tipos de artesanatos. “se você ob-servar, verá que tudo é uma cadeia. o ob-jetivo do turismo sustentável é estender, sem degradar, a presença do consumidor que vai gastar na cidade. veja: em schmitt temos os doces e o artesanato local. se o

valéria foz, proprietária do hotel fazenda foz do marinheiro, afirma que falta atenção ao turismo sustentável no Brasil pelo poder público

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empresário estimula e divulga isso, a pos-sibilidade das pessoas se interessarem em conhecer é muito maior. temos também, num outro exemplo, o trem Caipira, que evoca temas fundamentais para a susten-tabilidade, como os valores de ser caipira, de se usar um transporte coletivo, o valor da história da cidade. isso tudo é um ele-mentoquemotivao indivíduoasairdeonde está e vir para Rio Preto em busca de novas experiências”, explica Paulo sader, presidente da acirp. segundo ele, é preciso mais ação dos empresários para criação de oportunida-des de negócios dentro do turismo sus-tentável que possam ser exploradas na cidade. “Rio Preto é referência na arte naïf enós temosummuseu específico!Mas,os hotéis divulgam? Com certeza, seriauma forma de atrair mais turistas para se hospedar na cidade. se o hóspede, inicial-mente, ficaria umdia, ele acabaficandodois ou mais para visitar o museu. isso é dar sustentabilidade ao turismo! e você tem uma série de oportunidades para se-rem criadas. outro exemplo interessan-te: qualquer museu do mundo tem uma loja. o man poderia ser mais explorado,

oferecendo cartões de natal, postais, mar-cadores de livro, uma série de souvenirs que poderiam ser feitos na cidade, com o nosso artesanato, e vendidos para turistas, ampliando o nome de Rio Preto e, dessa forma, atraindo mais turistas, num cír-culo virtuoso. as cascas das seringueiras podem virar lindos acessórios! os hotéis daqui poderiam explorar mais essa poten-cialidade da cidade e gerar negócio. Por que não colocar na beira da cama, ou em cima do travesseiro do hóspede, um doce de schmitt contando a história do distri-to?Nenhumempresário identificouessaoportunidade. existem inúmeras possibi-lidades, potencialidades que não vemos. é aíqueentraopapeldoempresário,deen-xergá-las”, explica o presidente da acirp, Paulo sader. o diretor executivo da associação das agencias de viagem do estado de são Paulo (aviesp), sebastião Pereira, acredita que, para disseminar a discussão e cons-cientizar a população sobre o assunto,é interessante também realizar projetosque tragam o turismo para Rio Preto em pequenas propriedades da região. “Umexemplo disso é Bonito (ms), que é, senão, a congregação de várias pequenas pro-priedades que desenvolveram um proje-to de sustentabilidade, conscientizandoa população de que aquilo seria o futuro. até hoje, o projeto tem sucesso por conta disso.FernandodeNoronhatambémco-meçou assim, e é o melhor exemplo de turismo de sustentabilidade que temos hoje, pois eles trabalham dentro de um conjuntodenormaseprincípiosqueper-petuam o projeto. acredito que somente assim a sustentabilidade tem sentido. é um projeto onde você começa pensan-do em gerar empregos, em melhorar as condições de vida da população local, em agregar motivação e qualidade no serviço prestadoparatrazeroturista.Sóqueissonãoéalgoparavocêfazeragoraeganhardinheiro agora. Rio Preto tem condições. Umacoisa importantepara ajudarnissotudo é termos aqui um Centro de Con-venções adequado à nossa realidade, o que vai ajudar a tornar nossa cidade ainda maisreceptiva”,finalizaoempresário.e como ajudar esses empresários a buscar alternativas sustentáveis em suas em-presas, já com a meta de transformar seu empreendimento? a secretária municipal de meio ambiente comenta que, conside-rando o padrão de consumo da sociedade

na atualidade, e em consequência do au-mentodageraçãoderesíduosedoriscode esgotamento dos recursos naturais, torna-se uma necessidade que a lógica do turismo seja repensada. “é importante en-tendermos que, quando falamos do turis-mo sustentável, devemos pensar em um contexto maior, que envolve o turismo Urbano,oTurismoRural,alémdoAgro-turismo e do turismo ecológico”, reitera. segundo Kátia Penteado, Rio Preto pos-sui locais que podem ser potencialmente utilizados para projetos turísticos, comoo Zoológico, Parque Ecológico, Represamunicipal, Biblioteca municipal, teatros e pontos gastronômicos. Para deixar a região pronta para aten-der a demanda do turista que tem foco na sustentabilidade é necessário, num primeiromomento, realizar umplaneja-mentoturísticoparaacidade,fazendoumlevantamentodetodososatrativosturís-ticose comoelesestãosendoutilizados.“Esteéumtrabalhoparaprofissionaisdaáreaturísticaquepossuamconhecimentopara este trabalho. Como citei antes, há muito a ser feito. e atrair turistas será de grandebenefícioeconômico,socialeam-bientalparaaregião”,comentaNizamar.Paulo silva, presidente do sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes e similares de Rio Preto (sinhores), também presta atendimento para empresários que quei-ram implantar práticas sustentáveis em seus estabelecimentos. “Quanto nos é so-licitado, orientamos da forma correta e, inclusive,dentrodalei”,afirma. “não podemos nos esquecer, quando estamos tratando de associação Comer-cial,dequefazempartetodosostiposetamanhos de empresários, dos mais va-riados segmentos. Quando temos a res-ponsabilidade de difundir o conceito do turismo sustentável, nós temos a respon-sabilidade de englobá-los, porque Rio Pre-to se manifestará, se projetará como um polo no setor na medida em que todos os empresários estejam realmente engajados, conhecedores do conceito e executores das práticas de sustentabilidade. a acirp está de portas abertas para receber empresá-rios associados e, em parceria com as enti-dades de classe, oferecer orientações para que todos possam tirar o máximo de pro-veito deste ano internacional do turismo Sustentável,ampliandosuasconscientiza-ção e usando isso para o progresso de seus negócios”,finalizaopresidentedaAcirp.

o turismo sustentável necessita de uma parceria saudável entre governo, iniciativa privada, terceiro setor e comunidade. um depende do outro para funcionar. além disso, para promover essa transformação, há temas transversais que valem para todos, e há ações práticas que devem ser tomadas por cada personagem: turistas, agências e operadoras de turismo, meios de transportes e locais de hospedagens e alimentação. a falta de consciência dessa parceria dificulta o desenvolvimento do turismo sustentável em rio preto”.

GermanO Hernandes filHO diretor de sustentabilidade empresarial da acirp

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E N T R E V I S T A

cOm sUa experiência em pesQUisa nO setOr, QUais as sUas dicas de práticas sUstentáveis para QUem QUer investir

nO setOr? lUiz trigO: em primeiro lugar, a consciência social em tudo o que se refere a ci-dadania; a consciência ambiental para garantir um desenvolvimento equilibrado, sustentável e justo; e a consciência de que turismo é prestação de serviços altamente diversificadaequalificadae requerelevadospadrõesparagarantirbonsserviços.sustentabilidade, qualidade e competitividade são inseparáveis no mundo atual dos serviçosdestinadosaoprazer,lazer,entretenimentoeviagens.

vOcê acredita QUe O tUrismO sUstentável prOmOve e va-lOriza as diferenças cUltUrais e cOntriBUi para O fOr-

talecimentO da paz nO mUndO? lUiz trigO: sim, esse é exatamente um dos seus objetivos. em alguns lugares do mundoocidental(Europa,Brasil,EstadosUnidos)háumacrescenteondaconserva-doraquecomprometejustamenteavalorizaçãodosdireitosindividuais,fundamen-tais à construção da cidadania, além de discriminar certas práticas étnicas, culturais

em entrevista

exclusiva à revista

acirp, o professor

titular da escola de

artes, ciências e Humanidades

da universidade de são Paulo

(USP) faz uma análise macro

e microeconômica do turismo

sustentável no Brasil e na

região noroeste paulista e

afirma: “sem vontade coletiva,

não existem caminhos para o

desenvolvimento”.

GOdOi triGOluiz GOnzaGa

“O turismo depende da estabilidade econômica, social ou política”

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e comportamentais que também formam as bases da cidadania. Respeito, tolerância einclusão são fundamentais para fortalecer a pazediminuirosperigosdofundamentalis-moreligiosooudofascismopolítico.

O cOnsUmO respOnsável dOs serviçOs tUrísticOs mi-

nimiza Os impactOs negativOs amBientais e sOciOcUltUrais? lUiz trigO: sim. essa é uma prática já existente em parques naturais e temáticos, em portos e aeroportos, centros de feiras e convenções, restaurantes, hotéis e resorts. o consumo responsável implica em racionali-zarmatéria prima, evitar desperdício, pro-mover hábitos e produtos saudáveis, evitar exploração das comunidades locais, incenti-var a cadeia produtiva local ao longo de toda sua extensão, promover atividades culturais e educativas, apoiar a comunidade na elabo-raçãoeimplementaçãodepolíticas,públicase privadas, que fortaleçam a qualidade e sus-tentabilidade local e regional.

cOmO O senhOr enxerga a realidade dO tUrismO nO

Brasil?lUiz trigO: o turismo atual é fruto de uma história bastante conturbada. o Brasil possui um histórico de ciclos de crises e eufo-rias em sua história recente. a crise mundial do petróleo, na década de 1970, acabou com a aura desenvolvimentista da ditadura mili-taremergulhouopaísemumasériedepe-núrias, planos econômicos frustrados, inter-vençõesdoFMInaeconomiaequedalivredaimagemnopaísnoexterior.Essascrisessempre afetaram os campos de viagens e turismonopaís,sóquenasdécadasde1970e 1980, ainda era um setor relativamente pe-queno, pois não se desenvolvia justamente pela concentração de renda e por causa das crises cíclicas. Foram sete planos econômi-cos,dezmoedaseumainflaçãoabsurda(1,1quatrilhão por cento, de 1965 a 1994), até que oPlanoReal(fevereirode1994)estabilizouaeconomia e possibilitou sucessivas ondas de prosperidadenosgovernosFernandoHen-rique e Lula. Foi exatamente nessa épocaque houve um inchaço na oferta dos cursos superiores em turismo no Brasil, no governo FernandoHenrique,sobocomandodePau-loRenatodeSouza,noMinistériodaEduca-ção,eteveinícioumcrescimentodoturismoque parecia muito promissor, especialmen-te com os mega eventos de 2014 e 2016. a partir de 2015, a situação brasileira entrou emumnovoprocessocrítico,nasinstânciaseconômica,políticaejurídica,causandoumaretração geral em vários setores produtivos, aumentododesempregoedainflação,alémdeumacrisedeconfiançageneralizada.Emtodas essas crises históricas, o turismo sem-

pre foi uma das áreas que mais sofreu as consequências. A cada desvalorização damoedabrasileira,ospreçosnoexteriorfica-vam mais caros, assim como passagens aére-asemarítimas.Poroutrolado,ossetoresdegastronomia, hospedagem, eventos e algu-mas operações aeroportuárias (os aeroportos privatizados) tiverammelhorias considerá-veis na qualidade de serviços ao longo das últimas décadas. o problema maior, no caso do Brasil, é sua imagem de violência e alta criminalidade, graças aos 56 mil assassinatos por ano, rebeliões em presídios, corrupçãosistêmicaedespreparodaspolíciaseforçasde segurança. os problemas de infraestru-tura, preços elevados em algumas cidades, especialmentenosperíodosdealtaestação,sinalização deficiente e trânsito complexoajudamadificultar a imagemdopaís.Poroutro lado, o Brasil é conhecido por sua hos-pitalidade, alegria, sensualidade e diversida-de natural e cultural. ou seja, nossa imagem é dúbia e frágil.

QUais sUas cOnsiderações e reflexões em relaçãO aO

tUrismO nO Brasil para O mer-cadO, para a sOciedade e para O tUrista? lUiz trigO: são decorrentes dessa discus-são sobre sustentabilidade. Com todos esses problemaseconômicos,políticos,ambientaise sociais, oBrasilprecisa estabilizar sua si-tuação regional e resolver suas pendências referentes ao saneamento da corrupção no

país,oqueenvolvesetoresgovernamentaiseprivados.Apartirdaí,precisaterpolíticassetoriaisclaraseeficientesquegarantamumdesenvolvimento equilibrado e pulsante do país.Oturismodependedaestabilidadeeco-nômica, social ou política. Uma sociedademelhorestruturadasignificabonsresultadosem saúde, segurança, educação, desenvolvi-mento, energia etc. se a tudo isso se juntar umainfraestruturaeficienteeboaqualidadede serviços, preços justos e muita diversão, os bons resultados podem ser esperados. Issosignificatrabalho,estudoecompromis-so, intenso e constante. não há caminhos fá-ceis para nossos mercados e sociedades, mas hácaminhosviáveisepossíveis,desdequehaja vontade coletiva.

O senhOr acredita QUe a gastrOnOmia tem relaçãO

cOm O tUrismO sUstentável? e QUal a sUa impOrtância para esse nichO de mercadO?lUiz trigO: sim, pois uma boa gastrono-mia implica em alimentos livres de agrotóxi-cos, pesticidas e de procedimentos sociais in-justosoupredatórios.Umaboaalimentaçãoimplica em conceitos sanitários, nutricionais, culturais, éticos, bioquímicos, hedonistas esócio-políticosereligiosos.

O senhOr tem cOnhecimen-tO da relevância dO tUris-

mO sUstentável na regiãO nO-rOeste dO estadO de sãO paUlO? lUiz trigO: é uma região rica do estado de são Paulo (e do Brasil), com ótima infra-estrutura instalada de transportes, hospe-dagem, alimentação, educação, eventos etc. Penso que precisa de mais divulgação de suasfestas,atraçõesculturaiseriquezasna-turaisacessíveisaovisitante.

QUais sUas sUgestões de práticas de tUrismO sUs-

tentável para O empresariadO de nOssa regiãO? lUiz trigO: Fortalecerdemaneiracons-tante e consciente suas instituições de classe, seus conselhos locais que contam com parti-cipação da comunidade e que trabalhem em conjunto.Essetrabalhoemconjuntosignifi-ca não apenas entre si (as empresas partici-pantes do segmento), mas com a totalidade do trade turístico, com outras instituições,empresas e governos que possam colaborar com seus projetos. e uma mente sempre aberta e disposta a entender as mudanças e a estudar a crescente complexidade do nos-so mundo. estudo e treinamento constantes não são importantes apenas para nossos co-legas ou empregados, nós temos que manter umaltoníveldeatualizaçãoeampliaçãodenossos conhecimentos.

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os problemas de infraestrutura, preços elevados em algumas cidades, especialmente nos períodos de alta estação, sinalização deficiente e trânsito complexo ajudam a dificultar a imagem do país. por outro lado, o Brasil é conhecido por sua hospitalidade, alegria, sensualidade e diversidade natural e cultural. ou seja, nossa imagem é dúbia e frágil.

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Bastidores p o r d e n t r o d a n o t í c i a

OmêsdeJaneirofoimarcadoporumaforteinteraçãoentreaAcirpeonovoprefeitodeRioPreto,EdinhoAraújo.Logono dia 1º, o Presidente da acirp, Paulo sader, foi convidado para compor mesa, representando a entidade em nome de seus quase cinco mil associados, durante a cerimônia de posse da nova gestão do prefeito, dos vereadores e dos secretários. Durante a solenidade, o vice-presidente daAcirp,LisztAdbala,conformeindicaçãodaAcirpaoprefeito, foi empossado como secretario municipal de Desenvolvimento econômico e negócios de turismo

no dia 25, parte do Corpo Diretivo da entidade foi recebida por edinho para o primeiro “Café

doGabinete”.Naocasião,oPresidentedaAcirp,Paulo sader, abriu um debate sobre temas como o ParqueTecnológico,arevitalizaçãodocentroda

cidadeeadestinaçãodeumlocalparaarealizaçãode eventos, de forma a impulsionar o turismo de

negócios. todos eles, devidamente bem recebidos peloprefeito,quedestacouaimportânciadecada

um em seu programa de governo.

Jánodia26,oPresidentedaentidadeparticipoudeumareuniãojuntoàApeti(AssociaçãodosProfissionaiseEmpresasdeTecnologiadaInformação),tambémnogabinete do prefeito, para tratar da implantação efetiva do Parque tecnológico de Rio Preto.OencontrotratoudiretamentedaestruturafísicadoParquequejáestápronta,mas que necessita de detalhes técnicos, burocráticos e administrativos para que ele sesolidifiqueedesempenheseupapeldetransformarRioPretoemuma“cidadeinteligente”. o prefeito edinho araújo, ao lado do secretário de Desenvolvimento, LisztAbdala,garantiuqueasaçõesirãoavançarjáquenaparceriacomosempresários há um cronograma a ser cumprido dentro do seu tempo.

TENDÊNCIASDO VAREJO

tradicional no calendário da entidade, no dia 07 de abril acontece a quarta edição do “seminário do varejo”, no centro de convenções da acirp. O encontro, realizado por meio das diretorias de comércio e centro de compras em parceria com o sebrae-sp, traça o panorama do que foi visto e debatido na maior feira sobre o setor varejista do mundo, o retail’s Big show, realizada pela national retail federation (nrf) em nova York (eUa). para apresentar os destaques da feira e os rumos que o varejo deve seguir ao longo de 2017, o seminário recebe o palestrante dr. francisco alvarez, professor da Usp, e um consultor de negócios do sebrae que esteve presente à missão empresarial nos eUa. O quarto “seminário do varejo” é gratuito, mas os convites devem ser retirados antecipadamente na sede da associação.

PARCERIA COM O PODER PÚBLICO

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Uma parceria entre sebrae rio preto, movimento startups rio preto, núcleo de Jovens empreendedores da acirp e ciesp resultou na edição pioneira do startup sp, um programa de desenvolvimento de startups digitais do sebrae sp. dos 38 inscritos, foram selecionados dez projetos de empresas inovadoras, com alto potencial de crescimento, que utilizam softwares ou serviços de tecnologia da informação como ponto central do negócio e que ainda não estejam com seu modelo validado. as startups: Best condomínio, concreto Online, Deliiv, DoohNow, Fazenda Aberta, Field Control, Mobidic - soluções em aplicativos móbile, Senhor Saúde, Ucar e Upwifi integrarão um programa de pré-aceleração durante quatro meses que contempla workshops, oficinas, mentorias individuais e coletivas, monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento dos negócios, além de conexão com investidores e aceleradoras. Os selecionados receberão suporte para ratificar suas hipóteses de negócio, desenvolver seu MVP e conquistar os primeiros clientes. O objetivo do programa é ajudar o empreendedor a superar um dos principais desafios no processo de desenvolvimento da startup: validar sua proposta de valor e seu modelo de negócio, construindo algo que tenha aceitação no mercado.

CAPACITAÇÃO DE STARTUPS

AAcirprecebeunofimdomêsdeJaneiro,acomitivadaAgênciaConsular Honorária da itália em Rio Preto. o Presidente da entidade, PauloSader,recepcionouogrupolideradopeloCônsulGeral,Mi-chele Pala, seguido de seu agente Consular Honorário, alceu sestini, que foi designado para comandar a representação italiana na cidade. no encontro, foram debatidas as potenciais negociações entre Rio PretoeItáliatendoemvistaaseconomiasdinâmicasediversificadas.o Presidente da acirp destacou o bom momento no qual o grupo estáchegando,levandoemconsideraçãoaevidênciadomunicípionoâmbitonacional.Pala,porsuavez,destacouograndeinteressedeempresas italianas se instalar em Rio Preto, criando assim um ciclo virtuoso entre a cidade dos grandes lagos e a república italiana.

ITÁLIA APORTA EM RIO PRETO

o Centro de Convenções da acirp foi palco de palestra em comemoração aos 25 anos do sebrae SãoJosédoRioPreto.OEscritórioRegionaldoSebraeSPpromoveuoFórumEmpresarial:DesafiosdoCrescimentoEconômico,ministradopelo consultor e escritor erick Penna. o encontro, entremaisdetrezentaslideranças,foiumfrutíferomomentoparaofortalecimentodaredede contatos entre os participantes.

25 ANOS DE SEBRAE RIO PRETO

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alô, associado!por ROBERTO TOLEDO

t o l e d o r o b e r t o @ i g . c o m . b r

Insetos só atacam lâmpadas que brilham.s O r r i a , B e B a m u i ta á G u a e s e J a f e l i z !

GOLPE DE MESTRE

trem Bala Presenteem201países,ajaponesaSuzukiacabadepousaremRioPreto.Aconcessionária Yama, que tem o comando do grupoJCMattias,vairepresentaramarcanacidade e recebeu investimento de mais de R$ 500 mil.

Grana segundo levantamento do Banco Central, juntos, Banco do Brasil, Caixa econômica, Bradesco e itaú detêm 61% dos ativos do sistemafinanceirodopaís.

serPentina JoséLuizFranzotti,managementdasBebidasPoty, libera todos os dias para degustação de amigos, clientes e parceiros seu novo produto, a cerveja trieste, que já transita pelas prateleiras dos supermercados e boas casas doramo.Quemexperimentoureafirmouobom sabor.

tendÊncias Afamíliario-pretenseBelentani,donadarede de franquias de mini salgados tia sô Minidelícias,montouumapadariadentrodafábricaparaproduziraprópriafarinhaderoscautilizadaparaempanarossalgados,

o que gerou uma economia mensal de R$ 50mil.Numpaíscomoonossoedianteda economia que vivemos, quem não se reinventar tá roubado!

tela na mãO Umapesquisafeitanestasemanamostraque, hoje, grande parte da população está na era digital, independente da idade. a cada dezpessoas,principalmentenotransportepúblico, 5 estão no celular, em redes sociais, nobate-papoouemjogos;trêsnãofazemnada ou conversam com amigos e somente duas lêem livros e jornais.

emPresa seGura a seguralta foi destaque no ranking das 50 maioresfranquiasdopaís,divulgadopelaAssociaçãoBrasileiradeFranchising.Deacordocomaestatísticaoficialdaentidade,a marca, que atua no segmento de serviços e outros negócios, ocupa a 24ª posição e soma 642 unidades em operação espalhadas por todoopaís.

mais cOm menOs Com o objetivo de estimular e difundir a cultura do consumo inteligente de energia, a

distribuidoraCPFLPaulistainvestiuR$218milhõesemaçõesdeeficiênciaenergéticajunto aos seus clientes residenciais em Rio Pretonoanopassado.OProgramadaCPFLdestinou recursos para a doação e instalação de 6609 equipamentos mais modernos, eficienteseeconômicos,comochuveirosinteligenteselâmpadasLED.Aotodo,2.227famíliasforambeneficiadas.

é BOm saBer AnossaFaculdadedeMedicinaestáentreas20melhoresdopaísnaavaliaçãodoConselhoFederaldeMedicina,deBrasília.Oanúnciooficialda“Acreditação”destacao corpo docente, campos de estágio e infraestrutura da faculdade. não custa tambéminformarqueaFAMERPjáéconsiderada uma das melhores do Brasil e os mais renomados rankings sempre colocam a faculdade entre as principais escolas médicas.

PreVina-se Governoquerqueaposentadoriasejaapartirdos 65 anos. em anúncio no jornal, gastando o escasso dinheiro da Previdência, e sem ocultaradesfaçatez,ogovernoafirmaquehá pessoas que vivem mais tempo recebendo aposentadoria do que trabalhando. Convenhamos,queargumentomaispífio!

BOa nOtícia Olhasóqueboanotícia:oSuperMuffato,emparceria com a opus Design, conquistou o “Prêmio Design de varejo 2016” na categoria de “supermercados e Hipermercados”. aqui em Rio Preto, a loja também foi homenageada pela acirp, durante a noite empresarial, como o maior empreendimento do ano.

acontecenomeio

deliVerYSegundo pesquisa do Ibope encomendada pelo aplicativo iFood, 43% das classes A, B e C pedem comida pelo sistema delivery, pelo menos uma vez por semana. 67% dos pedidos são feito no horário do jantar nos finais de semana. Segundo a pesquisa, ainda 8% dos solicitantes moram sozinhos, 41% moram com o cônjuge e filhos e 29% com amigos ou outros parentes. E dos pedidos em casa, 38% são feitos por smartphones.

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