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VIVÊNCIAS SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER NA UNESP DIÁLOGO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO JOSÉ LUIZ RIANI COSTA LARISSA PIRES DE ANDRADE ANGELICA MIKI STEIN (ORG.)

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Vivencias sobre a doença de Alzhiemer

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  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESPDILOGO ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSOJOS LUIZ RIANI COSTA

    LARISSA PIRES DE ANDRADE

    ANGELICA MIKI STEIN

    (ORG.)

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA

    UNESP

  • Conselho Editorial AcadmicoResponsvel pela publicao desta obra

    Profa Dra Adelita Aparecida Sartori Paoli (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Massanori Takaki (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Silvia Marina Anaruma (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Wilson do Carmo Junior (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Silvia Deutsch (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Carmen Maria Aguiar (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Laurita Marconi Schiavon (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Marcia Reami Pechula (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Dbora Cristina Fonseca (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Andreia Osti (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Regiane Helena Bertagna (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Odair Correa Bueno (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Mrio Srgio Palma (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Afonso Antonio Machado (IB/Rio Claro)

    Prof. Dr. Diogo Cavalcanti Cabral de Mello (IB/Rio Claro)

    Profa Dra Clia Regina Rossi (IB/Rio Claro)

    Sra Isabel Aparecida Rocha Braz Seneda (IB/Rio Claro)

    Sra Ana Carlota Alfaro Kronenberg Mantelli (IB/Rio Claro)

    Sr. Paulo Roberto Gimenez (IB/Rio Claro)

    Sra Maria Cristina Apolinrio Antunes (IB/Rio Claro)

    Sra Grazieli Silva Tbero (IB/Rio Claro)

    Sra Pollyanna Natalia Micali (IB/Rio Claro)

  • JOS LUIZ RIANI COSTALARISSA PIRES DE ANDRADE

    ANGELICA MIKI STEIN (ORG.)

    VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER

    NA UNESPDILOGO ENTRE ENSINO,

    PESQUISA E EXTENSO

  • 2014 Editora UNESPCultura AcadmicaPraa da S, 10801001-900 So Paulo SPTel.: (0xx11) 3242-7171Fax: (0xx11) [email protected]

    CIP Brasil. Catalogao na PublicaoSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    V842

    Vivncias sobre a Doena de Alzheimer na UNESP [recurso eletrnico]: dilogo entre ensino, pesquisa e extenso / organizao Jos Luiz Riani Costa, Larissa Pires de Andrade, Angelica Miki Stein. So Paulo : Cultura Acadmica, 2014.

    recurso digital

    Formato: ePDFRequisitos do sistema: Adobe Acrobat ReaderModo de acesso: World Wide WebISBN 978-85-7983-532-2 (recurso eletrnico)

    1. Alzheimer, Doena de. 2. Alzheimer, Doena de Pacientes. 3. Livros eletrnicos. I. Costa, Jos Luiz Riani. II. Andrade, Larissa Pires de. III. Stein, Angelica Miki.

    14-13148 CDD: 616.831 CDU: 616.892.3

    Este livro publicado pelo Programa de Publicaes da Pr-Reitoria de Extenso Universitria da Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (UNESP)

  • No se pode regredir o relgio, mas pode-se tornar a dar-lhe corda.

    Bonnie Prudden

  • SUMRIO

    Prefcio 9

    Apresentao 13

    1. Uma breve e rica histria 15Jos Luiz Riani CostaAngelica Miki SteinLarissa Pires de Andrade

    2. Exerccio fsico e doena de Alzheimer 23Maria Carolina BarretoGrazieli Silva TberoJulimara Gomes dos SantosRenata Valle PedrosoGilson Fuzaro Junior

    3. Convvio social 33Paulo Fernando MoraesGilson Fuzaro JniorElisangela Gisele do Carmo

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    4. Atividades para cuidadores 41Pollyanna Natalia MicaliReisa Cristiane de Paula VenancioDanilla Icassatti CorazzaLais Scarpari

    5. Estendendo a extenso 47Larissa Pires de AndradeAngelica Miki SteinJos Luiz Riani Costa

    Posfcio 57

    Apndice: Produo bibliogrfica ligada ao PRO-CDA 61

    Sobre os organizadores 69

  • PREFCIO

    Muito se pesquisa e se fala a respeito da Doena de Alzheimer e sobre as demais demncias em geral, de todos os pontos de vista. No entanto, apesar de a cincia concordar e apontar que o ideal na abordagem e no tratamento dessas doenas realizarem-se os trata mentos farmacolgico e o no farmacolgico conjuntamente e dando-lhes igual ateno, na prtica isso no acontece, priori-zando-se, na maioria das vezes, o primeiro e reservando o segundo para algumas situaes particulares e especficas.

    Sabe-se, entretanto, que essa conduta no a mais correta, mas, assim mesmo, realizada de maneira generalizada, tambm pelo menor conhecimento desse tipo de atuao.

    Por que isso ainda acontece? por falta de pesquisa adequada ou de divulgao das propostas? pela ausncia de um patrocnio mais forte, como faz a indstria farmacutica em relao ao trata-mento farmacolgico? pela escassez de conhecimentos, de pr-ticas e de profissionais capacitados para o desenvolvimento e adoo da abordagem cientificamente recomendada?

    Todas essas interrogaes tm fundamento e podem ser res-pondidas afirmativamente. Mas a grande novidade e contribuio cincia que se est fazendo neste momento esta obra realizada pelos professores, ps-graduandos e graduandos da UNESP/campus Rio Claro.

  • 10 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    Este trabalho, denominado Vivncias sobre a Doena de Al-zheimer na UNESP: dilogo entre ensino, pesquisa e extenso, vem como resposta plena a essas inquietaes presentes no mundo da cincia referentes abordagem da Doena de Alzheimer e simi-lares de forma no farmacolgica. de um contedo riqussimo, pioneiro tambm na proposta de ser um livro digital.

    A grande riqueza deste estudo seu alicerce slido: os pesqui-sadores/autores deste livro e seus colegas que fazem parte desta estrutura so os produtores dos conhecimentos reais e validados atravs da prtica clnica a que se propuseram.

    Esta obra apresentada inicialmente atravs do Programa de Cine sioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Al-zheimer (PRO-CDA), que mostra claramente seu objetivo maior: propiciar aos participantes o benefcio da prtica regular de exerccio fsico e convvio social, levando atenuao das manifestaes cogni-tivas, motoras e sociais da doena, bem como a reduo do estresse do cuidador. Demonstra que os docentes e discentes participantes do projeto tm desenvolvido trabalhos de concluso de curso, disserta-es de mestrado e teses de doutorado, alm de palestras, mesas--redondas, apresentao de trabalhos em eventos nacionais e internacionais e publicaes de captulos de livros e artigos em peri-dicos. O projeto, assim, compreende simultaneamente extenso, pesquisa e ensino, propiciando e estimulando a vivncia pedaggica e administrativa para alunos de graduao e ps-graduao, possibi-litando ainda o aprimoramento de profissionais e alunos de outras instituies de ensino.

    Os captulos que compem este livro digital so apresentados objetiva e claramente, favorecendo sua leitura e fixao das pro-postas.

    O Captulo 1 apresenta o histrico do PRO-CDA, que tem suas razes em um projeto de extenso iniciado em 1989 e foi aper-feioado ao longo dos anos que se sucederam. J desde o princpio evidenciaram-se benefcios nas funes cognitivas e de equilbrio. Fundamentou-se sempre em atividades multidisciplinares, utili-zando-se da atividade fsica regular como metodologia especfica,

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 11

    tornando-se uma alternativa de terapia no farmacolgica que po-deria contribuir para o tratamento tradicional. Ao longo dos anos, esse projeto foi ganhando corpo e acrescentando outras atividades, que so apresentadas nos captulos seguintes do livro. Interessante ressaltar que, por ser destinado a pacientes idosos que tm Doena de Alzheimer e apresentam vrios comprometimentos, exigiu a participao de diversas pessoas, alunos da graduao e da ps-gra-duao, que tambm ajudaram a dar proteo e segurana aos idosos.

    O Captulo 2 mostra como o exerccio fsico regular pode pro-duzir benefcios para idosos com demncia, e todos os relatos so fundamentados em pesquisas nacionais e internacionais. Tem como objetivo descrever os protocolos de exerccios desenvolvidos pelo PRO-CDA para idosos com Doena de Alzheimer. So descritos seis protocolos para pacientes na fase leve e moderada e um para aqueles na fase avanada, este ltimo realizado no domiclio dos pa-cientes. So citadas duas grandes virtudes do programa: baixo custo e alta reprodutibilidade.

    O Captulo 3 mostra como o convvio social pode estimular as habilidades de convivncia, afeto e comunicao, levando inte-grao social, afastando tambm a inatividade. Cita diversas ativi-dades utilizadas, especialmente a terapia de orientao da realidade, sincronizando os idosos com a atualidade e em situaes de tempo e de espao. Por exemplo, a musicoterapia tambm utilizada, po-dendo aumentar a autoestima e a interao social, favorecendo me-lhora da qualidade de vida.

    O Captulo 4 destinado aos cuidadores, mostrando as ativi-dades que podem benefici-los, em funo de saber-se hoje que, para levar alguma melhora ao paciente com demncia, h neces-sidade de garantir sade e qualidade de vida ao cuidador. Os cui-dadores que levam os idosos universidade para participar das atividades teraputicas tambm aproveitam o tempo livre para praticar atividades especficas desenvolvidas para eles. Foram criados diferentes protocolos, incluindo atividades fsicas, com destaque para as danas circulares, e psicoeducativas.

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    O Captulo 5 mostra que, alm das atividades oferecidas aos idosos e aos seus cuidadores, o projeto tambm tem como sua respon sabilidade oferecer um retorno comunidade, levando maiores informaes acerca da doena e do programa desenvol-vido, atravs da realizao de eventos. So trs os eventos anuais oferecidos comu nidade, alm de um trabalho junto mdia. Nesse captulo tambm est includa a rica produo bibliogrfica, bem como a intensa participao em eventos cientficos, divulgando o contedo do que foi pesquisado e produzido.

    Por tudo isso, lendo este livro digital, o leitor ter oportu nidade de conhecer o que se faz de cientfico em nosso meio, no interior do estado de So Paulo, conduzido por uma equipe cientfica que me-rece o nosso respeito e admirao. Boa leitura...

    Prof. dr. Paulo Renato CanineuProfessor assistente-doutor da

    Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo,

    diretor do Instituto Paulo Canineu,

    diretor clnico da Aldeia de Emas Casa para Idosos

  • APRESENTAO

    O Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA) um projeto de extenso da Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho UNESP/campus Rio Claro, desenvolvido no Departa-mento de Educao Fsica, do Instituto de Biocincias.

    O PRO-CDA um projeto pioneiro no Brasil que, atravs do trabalho conjunto de docentes, ps-graduandos, graduandos (bolsis tas ou voluntrios), graduados e servidores tcnico-admi-nistrativos, oferece uma forma alternativa de tratamento no far-macolgico da Doena de Alzheimer, atendendo os pacientes e seus cuidadores.

    O objetivo do programa propiciar aos participantes os bene-fcios da prtica regular de exerccio fsico e convvio social como atenuao dos sintomas cognitivos, motores e comportamentais da doena, bem como reduo do estresse dos cuidadores.

    Desde sua criao, em 2006, o PRO-CDA tem beneficiado dire tamente centenas de pessoas, entre pacientes, cuidadores, estu-dantes e profissionais, seja nas intervenes, seja nos eventos que promove envolvendo toda a comunidade. Alm disso, por meio de entrevistas em jornais, televiso e rdio, o projeto tem conseguido levar informao e conhecimento a milhares de pessoas, entre

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    cuidadores, familiares, profissionais de sade, estudantes e popu-lao em geral.

    No mbito da pesquisa, os docentes e discentes participantes do projeto tm desenvolvido trabalhos de concluso de curso, dis-sertaes de mestrado e teses de doutorado, alm de palestras, mesas-redondas e apresentao de trabalhos em eventos nacionais e internacionais, bem como publicaes de captulos de livros e arti gos em peridicos, que, alm de difundir os conhecimentos produzidos, contribuem para a visibilidade acadmica da UNESP.

    Alm das atividades de extenso e pesquisa, o projeto se man-tm ainda sobre um terceiro pilar, o ensino, propiciando e estimu-lando a vivncia pedaggica e administrativa para os alunos de graduao e ps-graduao, possibilitando o aprimoramento de pro-fissionais e alunos de outras instituies de ensino.

    Os captulos a seguir foram organizados da seguinte forma: o Captulo 1 traz a apresentao do projeto, relatando o seu histrico, objetivo e estrutura organizacional; os captulos 2, 3 e 4 descrevem brevemente os protocolos desenvolvidos no projeto, abrangendo respectivamente os protocolos de exerccio fsico, de convvio socia l e aqueles voltados aos cuidadores; por fim, no Captulo 5, tem-se uma explanao do desdobramento do projeto entre a comunidade local e cientfica, por meio de eventos e publicaes.

    Julimara Gomes dos SantosMestre em Cincias da Motricidade na UNESP/campus Rio Claro

    Jos Luiz Riani CostaCoordenador do Programa de Cinesioterapia Funcional e

    Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA) e do

    Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe)

  • 1 UMA BREVE E RICA HISTRIA

    Jos Luiz Riani Costa1

    Angelica Miki Stein2

    Larissa Pires de Andrade3

    Se queremos progredir, no devemos repetir a histria, mas fazer uma histria nova.

    Mahatma Gandhi

    O Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA) tem sua origem liga da ao Programa de Atividades Fsicas para Terceira Idade (Profit), um projeto desenvolvido desde 1989 na UNESP/campus Rio Claro. Em 2005, uma jovem tomou conhecimento do Profit por meio da divulgao na imprensa local e procurou a UNESP

    1. Professor assistente doutor do Departamento de Educao Fsica Univer-sidade Estadual Paulista/campus Rio Claro. Coordenador do Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA) e do Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe).

    2. Graduada em Educao Fsica pela Universidade Estadual Paulista. pesqui-sadora no Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe). Desde a graduao colabora no Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA).

    3. Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitrio Hermnio Ometto (Uniararas). Docente substituto do Departamento de Fisioterapia, na disci-plina de Geriatria, da Universidade Federal de So Carlos. Pesquisadora no Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe) e colaboradora do Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA).

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    muito entusiasmada com a possibilidade de oferecer a sua av uma alternativa de atividade, pois a famlia estava preocupada com alguns problemas que a idosa apresentava, principalmente um certo grau de agitao e confuso mental. Ao realizar a avaliao inicial dessa senhora, foi identificado um quadro de demncia, posteriormente diagnosticado como Doena de Alzheimer (DA), o que impos sibilitava a insero da mesma nas atividades desenvol-vidas no Profit, pois eram voltadas a idosos preservados cognitiva-mente. No entanto, no seria possvel simplesmente dizer famlia que, lamentavelmente, o problema de sade impedia o ingresso da idosa no programa. Decidiu-se, ento, desenvolver um protocolo individualizado para ela, programado e implementado pelos mes-trandos Merlyn Mrcia Oliani e Gustavo Christofoletti, que foi vinculado a um estudo de caso (Christofoletti et al., 2009).

    Outro estudo realizado nessa poca com o intuito de comparar diferentes tipos de protocolos de interveno em idosos instituciona-lizados com demncia mostrou que aqueles submetidos a um pro-grama com uma equipe multidisciplinar (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e profissionais de Educao Fsica) tiveram resul tados benficos nas funes cognitivas e de equilbrio (Christofoletti et al., 2008). Tal estudo foi fundamental para a motivao da criao de um programa multidisciplinar para essa populao, sobretudo para ido-sos com DA.

    Diante dos resultados animadores e do conhecimento de ou-tros casos da doena no municpio e na regio, foi criado um sub-grupo do Profit voltado especificamente para idosos com DA. No ano seguinte, diante do crescimento do nmero de interessados e da especificidade dos protocolos de interveno, foi organizado um projeto de extenso independente, denominado Programa de Cine-sioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Al-zheimer (PRO-CDA).

    Assim, o PRO-CDA um projeto de extenso universitria que atende uma demanda social especfica de ateno a idosos com Doena de Alzheimer, bem como a seus cuidadores e familiares,

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 17

    que participam de atividades fsicas regulares e de eventos voltados divulgao de informaes.

    O crescimento acelerado da populao idosa, nacional e inter-nacionalmente, tem sido acompanhado pelo aumento dos casos da DA, caracterizada pelo comprometimento cognitivo progressivo. Tal patologia impe um pesado nus ao paciente, a seu cuidador, a sua famlia, bem como apresenta significativo impacto socioeco-nmico (Stefanacci, 2011).

    A DA a principal causa de demncia, com maior prevalncia em pessoas com idade acima de 65 anos. Caracteriza-se por ser uma doena neurodegenerativa e progressiva, com intensa diminuio no nmero de neurnios e de sinapses, com atrofia de reas espec-ficas do crebro, acometendo inicialmente o lobo temporal, com destaque para o hipocampo, passando a afetar todo o crtex com o avanar da doena. Em nvel microscpico, as principais caracters-ticas dessa doena so as placas senis ou placas amiloides (formadas pelo acmulo de protena beta-amiloide) e os emaranhados neuro-fibrilares (formados pela protena tau-hiperfosforilada) (Vital et al., 2013).

    O diagnstico provvel da DA geralmente feito com base em uma anamnese detalhada, avaliao neuropsicolgica e exames de imagem, como a tomografia computadorizada cerebral e a resso-nncia magntica. Diferentes biomarcadores vm sendo pesqui-sados na tentativa de se chegar a um diagnstico mais precoce, mas ainda no esto disponveis na prtica clnica.

    As alteraes de memria, sobretudo para fatos recentes, ge-ralmente constituem as manifestaes mais conhecidas da DA. Mas outros comprometimentos cognitivos podem estar presentes, incluindo: alteraes na linguagem, desorientao temporal, dficit atencional, alteraes visuoespaciais e prejuzo nas funes exe-cutivas. Alm dos prejuzos cognitivos, podem estar presentes dis-trbios neuropsiquitricos ou comportamentais, sendo os mais comuns: apatia, depresso, distrbios do sono, agitao, irritabili-dade, agressividade, ansiedade, euforia, desinibio, alteraes de apetite, delrios e alucinaes (Vital et al., 2013).

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    Existe ainda uma srie de alteraes motoras na DA, dentre as quais podem ser citadas: alteraes na marcha e no controle postu ral e diminuio nos componentes da capacidade funcional (fora, equilbrio, coordenao motora, agilidade, flexibilidade e aptido aerbia). Algumas dessas mudanas podem ser observadas j nos estgios iniciais da doena, mas so mais marcantes nos es-tgios mais avanados da DA, tendendo a aumentar o risco de quedas. Os comprometimentos cognitivos, comportamentais, mo-tores e funcionais podem afetar a autonomia e a independncia dos pacientes, exigindo a presena de um cuidador (Vital et al., 2013).

    O PRO-CDA fundamentado teoricamente em evidncias cientficas de que a atividade fsica regular, com metodologia espec-fica, uma alternativa de terapia no farmacolgica que pode contri-buir com o tratamento tradicional, ao promover a liberao de fatores neurotrficos (Cotman & Berchtold, 2002), estimular cognitiva-mente, influenciar positivamente a capacidade cerebral, melhorar a perfuso sangunea cerebral (Kramer, Erickson & Colcombe, 2006), bem como propiciar um contexto estimulante de interao social (Vance et al., 2005), que tambm contribui para a terapia.

    Ao longo dos ltimos anos, o projeto vem desenvolvendo as seguintes atividades:

    a) Programa de atividade fsica regular para pacientes com Doena de Alzheimer, por meio de diferentes protocolos.

    b) Grupo de convvio social. c) Programa de atividade fsica regular para cuidadores e fa-

    miliares. d) Entrevistas em jornais, TV e rdio, beneficiando milhares

    de pessoas, entre cuidadores, familiares, profissionais de sade, estudantes e populao em geral.

    e) Palestras, mesas-redondas e apresentao de trabalhos em eventos (orais e pster).

    f) Organizao dos eventos Encontro de Cuidadores e Fami-liares de Idosos com Doena de Alzheimer e Jornada de

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 19

    Cine sioterapia e Doena de Alzheimer e participao ativa no Manifesto do Dia Mundial da Doena de Alzheimer.

    O projeto mantm interface com o ensino, beneficiando alunos de graduao e ps-graduao, por meio de vivncia pedaggica e administrativa e da participao em grupo de estudo e discusso. Possibilita tambm o aprimoramento de profissionais de sade e alunos de outras instituies de ensino.

    Quanto interface com a pesquisa, o projeto viabiliza a reali-zao de pesquisas relacionadas a trabalhos de concluso de curso, dissertaes de mestrado e teses de doutorado, alm de estudos inde pendentes, que tm possibilitado apresentaes em congressos e elaborao e submisso de artigos cientficos que permitem a di-fuso dos conhecimentos produzidos. Maiores informaes sobre as publicaes produzidas a partir da experincia do PRO-CDA podem ser vistas no Captulo 5.

    O projeto realiza reunies semanais que permitem o cresci-mento conceitual do grupo, alm de fortalecer os laos de coope-rao entre as diferentes atividades desenvolvidas no PRO-CDA (Grupo de Atividade Fsica, Grupo de Convvio Social e Grupo de Cuidadores).

    O PRO-CDA desenvolvido no Departamento de Educao Fsica, do Instituto de Biocincias (IB), campus Rio Claro, com o apoio da Pr-Reitoria de Extenso Universitria (Proex) e do N-cleo Local UNESP-Unati. A Associao Brasileira de Alzheimer (ABRAz) fornece material informativo, enquanto a Prefeitura Mu-nicipal de Rio Claro realiza o transporte de participantes e o Con-selho Municipal do Idoso de Rio Claro presta cooperao tcnica (Garuffi et al., 2011). Vale destacar tambm que, semestralmente, so produzidos relatrios sobre o projeto de extenso para a Proex. Esse registro peridico facilita o feedback em relao ao impacto so-cial e acadmico do projeto, servindo de base para muitas informa-es apresentadas na presente publicao.

    As pesquisas desenvolvidas dentro do projeto integram a rea de neurocincias do Laboratrio de Atividade Fsica e Envelheci-

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    mento (Lafe), cujas atividades so apresentadas no link .

    O PRO-CDA tem como maiores objetivos:

    Oferecer programa de atividade fsica regular para pacientes com Doena de Alzheimer, como forma de tratamento no farmacolgico, por meio de mtodo especfico, com in-fluncia em todos os aspectos da vivncia humana dos pa-cientes e seus respectivos cuidadores.

    Oferecer programa de atividade fsica regular para cuida-dores de idosos com Doena de Alzheimer, como fator de promoo da sade e da qualidade de vida.

    Divulgar informaes sobre a Doena de Alzheimer, por meio de palestras e entrevistas, estimulando a prtica re-gular de atividade fsica.

    Beneficiar alunos de graduao e de ps-graduao por meio de vivncia pedaggica e administrativa e da partici-pao em grupo de estudo e discusso.

    Criar espao facilitador de pesquisas (dissertaes de mes-trado, iniciao cientfica, trabalhos de concluso de curso, estudos independentes) sobre a Doena de Alzheimer, cujo conhecimento possa ser difundido por meio de participao em congressos e elaborao de publicaes.

    Como o programa est voltado populao idosa com compro-metimentos cognitivos e motores da Doena de Alzheimer, exi-gindo a ateno constante durante a realizao das atividades, a presena de alunos de graduao e ps-graduao fundamental para o bom andamento do projeto e segurana dos idosos. Por outro lado, o contato com pessoas de outra gerao auxilia a estimulao dos participantes. Os alunos tambm se beneficiam com a aqui-sio de conhecimentos e habilidades que podero ampliar as oportu nidades de trabalho e a realizao profissional, bem como possibilitar o contato com pessoas de uma faixa etria que rara-

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 21

    mente frequenta o ambiente universitrio. Alm dos alunos do Curso de Educao Fsica que j participavam como voluntrios do PRO-CDA, alunos dos cursos de Pedagogia e de Cincias Bio-lgicas da UNESP tm participado das atividades regularmente, bem como alunos de diversos cursos de outras faculdades de Rio Claro e regio. O projeto tambm tem sido acompanhado even-tualmente por alunos do Curso de Geografia da UNESP.

    Os contedos trabalhados no projeto tm sido incorporados em disciplinas da graduao e da ps-graduao, como o caso da disciplina Sade Mental, Atividade Fsica e Envelhecimento do Programa de Ps-Graduao em Cincias da Motricidade, minis-trada pelos professores Sebastio Gobbi e Florindo Stella, que ti-veram papel decisivo na implantao do PRO-CDA. O projeto tambm enseja debates acadmicos, interferindo na formao da comunidade universitria. Alm disso, suas atividades so objeto de estudos e pesquisas em diferentes nveis.

    O projeto realiza, anualmente, trs eventos que visam atingir diferentes pblicos interessados na temtica: o Encontro de Cui-dadores e Familiares de Idosos com Doena de Alzheimer, a Jor-nada de Cinesioterapia e Doena de Alzheimer e o Manifesto do Dia Mundial da Doena de Alzheimer. Este ltimo vem sendo in-tegrado Semana de Conscientizao e Preveno da Doena de Alzheimer, promovido em parceria com a Prefeitura e com a Cma ra Municipal de Rio Claro. Membros do PRO-CDA parti-cipam de eventos cientficos, publicam artigos e participam de en-trevistas com o objetivo de divulgar informaes que melhorem as condies de vida da comunidade nessa rea, com estratgias efe-tivas. Com esse objetivo, docentes e ps-graduandos vinculados ao projeto integram os conselhos municipais do Idoso e da Sade, bem como participam de conferncias municipais, colaborando na for-mulao de propostas que melhorem o atendimento dos pacientes e de seus cuidadores e familiares, contribuindo para a transformao da realidade.

  • 22 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    Referncias bibliogrficas

    CHRISTOFOLETTI, G. et al. A controlled clinical trial on the ef-fects of motor intervention on balance and cognition in institutio-nalized elderly patients with dementia. Clinical Rehabilitation, v.22, p.618-26, 2008.

    _____. Influenza de la actividad fsica en la Enfermedad de Alzheimer: un caso clnico. Revista Iberoamericana de Fisioterapia y Kinesio-logia, v.12, n.2, p.96-100, 2009.

    COTMAN, C. W., BERCHTOLD, N. C. Exercise: a behavioral in-tervention to enhance brain health and plasticity. Trends in Neuros-ciences, v.25, n.6, p.295-301, 2002.

    GARUFFI, M. et al. Atividade fsica para promoo da sade de idosos com Doena de Alzheimer e seus cuidadores. Revista Brasi-leira de Atividade Fsica e Sade, v.16, n.1, p.80-3, 2011.

    KRAMER, A. F., ERICKSON, K. I., COLCOMBE, S. J. Exercise, cognition, and the aging brain. Journal of Applied Physiology, v.101, p.1.237-42, 2006.

    STEFANACCI, R. G. The costs of Alzheimers Disease and the value of effective therapies. Am J Mang Care, 17, p.356-62, 2011.

    VANCE, D. E. et al. The effects of physical activity and sedentary be-havior on cognitive health in older adults. Journal of Aging and Physical Activity, v.13, p.294-313, 2005.

    VITAL, T. M. et al. Doena de Alzheimer. In: COELHO, F. G. M. et al. (Org.). Exerccio fsico no envelhecimento saudvel e patol-gico: da teoria prtica. v.1. 1.ed. Curitiba: CRV, 2013. p.185-200.

  • 2 EXERCCIO FSICO E

    DOENA DE ALZHEIMER

    Maria Carolina Barreto1

    Grazieli Silva Tbero2

    Julimara Gomes dos Santos3

    Renata Valle Pedroso4

    Gilson Fuzaro Junior5

    A maior riqueza do homem a sua incompletude.

    Manoel de Barros

    A manuteno de um estilo de vida ativo vem sendo direta-mente associado a uma maior qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, tanto saudvel, como patolgico. Alguns es-tudos tm apontado que a prtica regular de exerccio fsico pode promover benefcios para idosos com demncia, tais como: ate-nuao do declnio cognitivo (Coelho et al., 2009; Hernandez et al.,

    1. Graduada em Educao Fsica. Mestranda em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

    2. Graduada em Fisioterapia. Mestranda em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

    3. Graduada em Educao Fsica. Mestre em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

    4. Graduada em Educao Fsica. Mestre e doutoranda em Cincias da Motrici-dade UNESP/campus Rio Claro.

    5. Graduado em Educao Fsica e Nutrio. Mestrando em Cincias da Motri-cidade UNESP/campus Rio Claro.

  • 24 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    2010), atenuao dos distrbios neuropsiquitricos (como sin-tomas depressivos, ansiedade, apatia, agressividade, entre outros) (Vital et al., 2010; Canonici et al., 2012; Stella et al., 2011), e me-lhora nos componentes fsicos da capacidade funcional (como o equilbrio, agilidade, fora etc.) (Hernandez et al., 2010; Christofo-letti et al., 2008). Alm disso, tem sido observada reduo no des-gaste do cuidador (Stella et al., 2011; Canonici et al., 2012).

    Sendo assim, o exerccio fsico vem sendo cada vez mais estu-dado pela comunidade cientfica e seus benefcios cada vez mais difundidos por profissionais da rea da sade como uma forma de tratamento no farmacolgico para idosos com Doena de Al-zheimer (DA).

    Portanto, o objetivo deste captulo descrever, brevemente, os protocolos de exerccio fsico para idosos com DA desenvolvidos pelo Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA).

    Alguns dos protocolos j foram citados detalhadamente em outras produes cientficas realizadas pelos membros do Labo-ratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento, como ser visto no Captulo 5. No presente captulo, em especial, sero descritas infor maes gerais sobre os protocolos.

    O PRO-CDA tem como caracterstica desenvolver protocolos de exerccios voltados aos idosos com DA, com materiais simples, de fcil aquisio e que podem ser reproduzidos por profissionais de sade que trabalham com o tema sade mental e envelheci-mento (Santos et al., 2013).

    Desde o surgimento do PRO-CDA, vrios programas de exer-ccio fsico foram desenvolvidos, de acordo com as caractersticas de cada estgio da DA.

    As atividades do PRO-CDA ocorrem em trs dias da semana no consecutivos (segundas, quartas e sextas-feiras), das 17h s 18h, salvo algumas atividades. Os protocolos desenvolvidos nas dependncias do Departamento de Educao Fsica so oferecidos para idosos nos estgios leve e moderado da doena. Esse critrio de incluso para o participante foi adotado devido natureza das

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 25

    tarefas executadas nas atividades propostas. Os exerccios foram adaptados a essa populao, buscando contemplar as necessidades dos idosos, bem como se adequar s condies clnicas e aptido fsica destes. Para os idosos no estgio grave, porm, as atividades em grupo podem no ser as mais indicadas. Sendo assim, para esses idosos foi oferecido um tipo de protocolo com atendimento domi-ciliar (abordado posteriormente) reforando que essa populao pode realizar exerccio fsico independentemente do estgio da doena.

    A elaborao e implementao dos protocolos foram realizadas por profissionais de Educao Fsica e/ou fisioterapeutas, respei-tando-se a rea de atuao de cada profissional.

    Todos os protocolos realizados seguiram os parmetros e prin-cpios da programao de exerccio fsico (Gallo et al., 2013).

    Protocolos para os estgios leve e moderado da doena:1. Multimodal: a dinmica de funcionamento baseou-se na

    prtica de atividades rtmicas, ldicas e ginstica localizada, alm de exerccios de alongamento. Este protocolo foi reali-zado em 2008 e 2009 e maiores informaes podem ser en-contradas na dissertao de mestrado de Canonici (2009) e no trabalho de concluso de curso de Hernandez (2008), alm de outros artigos que tambm descrevem este proto-colo de interveno, como: Canonici et al. (2012) e Stella etal. (2011).

    2. Tarefa dupla: este protocolo visava estimular funes cog-nitivas frontais, concomitantemente com exerccios para trabalho dos componentes da capacidade funcional. Foi reali zado nos anos de 2009 e 2010 e maiores informaes podem ser encontradas nas dissertaes de mestrado de Coelho (2010) e de Andrade (2011), nos artigos j publi-cados de Coelho et al. (2013a) e Andrade et al. (2013), alm de captulos de livro, como os de Gobbi et al. (2010) e Coelho et al. (2013b) e, ainda, no trabalho de concluso de curso de Pedroso (2009).

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    3. Exerccios com pesos: consistiu na realizao de cinco exer-ccios resistidos: rosca direta, trceps no pulley, puxador frente, voador e leg press. A descrio mais detalhada deste protocolo pode ser encontrada em Stein et al. (2013), no livro Exerccio fsico no envelhecimento saudvel e patolgico: da teoria prtica, em trabalhos acadmicos como os de Ga-ruffi (2010), Stein (2010), Vital (2011), Hernandez (2011) e no artigo de Garuffi et al. (2012). Este protocolo foi reali-zado em 2010 e 2011.

    4. Atividade generalizada com carter aerbio: este protocolo visou estimular todos os componentes da capacidade fun-cional (exemplo: fora, equilbrio, agilidade, flexibilidade e coordenao motora) com predominncia aerbia. O ano de realizao foi em 2012 e os resultados, bem como a disser-tao de mestrado e tese de doutorado envolvendo esse tipo de protocolo, esto em vias de anlise.

    5. Esteira ergomtrica: o tipo de exerccio fsico adotado neste protocolo foi a caminhada na esteira ergomtrica, com velo-cidade constante e inclinao individualizada. Tal protocolo visa, sobretudo, capacidade aerbia do participante. Tem sido oferecido desde 2012 e encontra-se em andamento.

    6. Treinamento funcional: os exerccios se assemelham aos mo-vimentos realizados no cotidiano (exemplo: sentar e levantar da cadeira, subir escadas, transpor cones segurando sacolas, movimentos para secar as costas). Este protocolo tem sido oferecido no programa desde 2013 e os trabalhos acad-micos envolvendo este tipo de interveno motora esto em desenvolvimento.

    Protocolo para o estgio avanado:7. Interveno domiciliar de exerccios cognitivos e motores: fo-

    ram includos nesta modalidade exerccios de estimulao cognitiva (exemplo: reconhecer objetos, relembrar e cantar uma msica, fazer recortes e colagens); atividades de vida diria (exemplo: vestir-se, calar-se, pentear-se) e exerccios

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 27

    de fora (exemplo: sentar e levantar da cadeira); flexibi-lidade (exemplo: sentar na cadeira e abraar uma das pernas); equilbrio (exemplo: abaixar-se e pegar um objeto no cho) e para a capacidade aerbia (exemplo: caminhar pelo quarteiro). As atividades foram planejadas para serem realizadas de segunda a sexta-feira, trinta minutos por dia. Maiores detalhes deste protocolo encontram-se na disser-tao de mestrado de Santos (2013).

    Relatos de cuidadores e familiares sobre o PRO-CDA

    A prtica regular e sistematizada de exerccios fsicos tem tra-zido resultados positivos para pacientes com DA. Observa-se uma melhora ou manuteno das funes cognitivas, dos distrbios neuro psiquitricos, da funcionalidade motora, dos componentes da capacidade funcional, entre outros. Deve-se ressaltar que al-canar a manuteno dos sintomas um importante resultado, uma vez que a DA neurodegenerativa e progressiva. Portanto, conter o seu avano j pode ser interpretado como algo benfico.

    Observa-se que o programa tem tido cada vez maior procura, e os idosos participantes tm grande aderncia a ele. A seguir, sero apresentados alguns relatos, extrados da dissertao de mestrado de Vital (2011), nos quais so apontadas as principais caracters-ticas do programa que o tornam to essencial e relevante para a vida daqueles que o utilizam.

    Quando os familiares foram questionados sobre as mudanas observadas depois do incio da participao no PRO-CDA, espe-cialmente em relao ao comportamento dos idosos, algumas res-postas foram:

    Houve uma melhora expressiva no humor. Ela estava muito ap-tica e mal-humorada, diferente do que sempre foi. Depois de co-mear a frequentar o grupo, seu bom humor voltou.

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    Mudana para melhor. Melhorou a disposio, a vontade. Diria at a alegria de viver dela melhorou.

    O que melhorou muito foi a depresso, a tristeza profunda que ela sentia, e tambm no teve mais crise de pnico. Embora ela ainda tome medicao para o pnico.

    No houve grandes mudanas, mas percebemos uma melhora no humor e tambm no sono.

    O comportamento continua o mesmo, apenas sentindo-se bem nas atividades do grupo.

    Outra fonte de opinio dos familiares pode ser encontrada em uma reportagem sobre o PRO-CDA, realizada pelo Jornal Na-cional (2012):

    E ela j teve uma melhora muito grande neste sentido; ela j voltou a cozinhar, voltou a costurar, voltou a fazer as atividades de arte-sanato dela. Essa vontade de viver mais e melhor, ela adquiriu atravs dessas atividades fsicas do projeto.

    Segura muito... falar o portugus claro segura muito a ponta da gente nessa situao. D uma fora que vem de onde o senhor no esperava encontrar...

    Alm disso, os cuidadores afirmam que, durante o afastamento dos idosos do grupo seja por motivo de frias, viagens, internao ou outra intercorrncia , o participante geralmente apresenta uma piora do seu quadro geral.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 29

    Consideraes finais

    Aps a descrio dos vrios protocolos de interveno reali-zados pelo PRO-CDA, notria a presena de caractersticas em comum, como ser de baixo custo e alta reprodutibilidade, mesmo que as caractersticas dessa populao demandem um nmero consi dervel de pessoas para atender suas necessidades. Assim, apoiada pela evidncia cientfica, aderncia aos protocolos e pelos resultados trazidos pela prtica regular e sistematizada de exerc-cios fsicos, associada ou no a exerccios cognitivos, fica claro que se trata de uma importante alternativa de tratamento no farmaco-lgico da DA.

    Referncias bibliogrficas

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  • 3 CONVVIO SOCIAL

    Paulo Fernando Moraes1

    Gilson Fuzaro Jnior2

    Elisangela Gisele do Carmo3

    No a conscincia do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrrio, o seu ser

    social que lhe determina a conscincia.Karl Marx

    O Grupo de Convvio Social foi introduzido no Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA), em 2010, com o intuito de isolar efeitos da realizao de exerccio fsico daqueles que poderiam advir da socializao gerada pela atividade em grupo. No entanto, a prtica cotidiana e a literatura especializada demonstram que entre as vrias alternativas para tratamento no farmacolgico da doena, o convvio social merece destaque. Estimular as habilidades de convivncia, afeto e comunicao, por meio de aes que pro-movam integrao social e que evitem a inatividade, pode ser uma alternativa interessante.

    1. Graduado em Educao Fsica. Especialista em Cincias do Treinamento, Nutrio e Condicionamento Fsico e Atividade Fsica para Grupos Especiais. Mestrando em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

    2. Graduado em Educao Fsica e Nutrio. Mestrando em Cincias da Motri-cidade UNESP/campus Rio Claro.

    3. Graduada em Gerontologia. Mestranda em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

  • 34 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    As atividades de convvio social so desenvolvidas nos mesmos dias e horrios dos demais protocolos, ou seja, trs vezes por se-mana (segunda, quarta e sexta-feira), com uma hora cada sesso, com uma mdia de vinte idosos por semestre. As sesses so con-duzidas por graduados e ps-graduandos, que tambm supervi-sionam a participao de graduandos. Para tanto, existe uma equipe multidisciplinar que j contou com profissionais da Educao F-sica, Fisioterapia, Medicina, Biologia, Psicologia, Nutrio, Peda-gogia, Gerontologia e Terapia Ocupacional.

    As atividades desenvolvidas so programadas previamente, constantes em um manual. Dentre as propostas, destacam-se: din-micas de grupo, pintura, show de talentos, atividades mu sicais, atividades com diferentes tipos de aromas, leitura de textos, rela-xamento, mmica, atividades recreativas e jogos diversos (exem plo: jogo de domin, de memria, sequncia lgica, bingo e quebra--cabea).

    Uma das abordagens aplicadas nas sesses do convvio, e que merece destaque, so os jogos de mesa. Andrade et al. (2012) mos-traram que jogos de mesa exercitam a mente do idoso, auxiliando na melhora da autoestima atravs do contato manual com as peas dos jogos, alm da interao dinmica com o outro jogador, relem-brando momentos passados.

    Ademais, atividades como jogos de memria, palavras cru-zadas ou caa-palavras melhoram de modo significativo a sade cognitiva, ativando funes importantes, alm de serem passa-tempos contra monotonia e depresso. Outro exemplo de atividade utilizada no Grupo de Convvio o jogo de bingo, que proporciona a estimulao cognitiva e a terapia de socializao (Sobel, 2001).

    O Grupo de Convvio tambm proporciona a chamada terapia de orientao para a realidade, que consiste em um tipo de estimu-lao cognitiva destinada a sincronizar os idosos com demncia na atualidade e em situaes de tempo e espao, utilizando para essa finalidade perguntas direcionadas aos idosos sobre o dia, ms, ano e local em que se encontram, alm de demonstraes com figuras mostrando diversos locais e atualizao com leitura de notcias de

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 35

    jornais e revistas (Diaz Barrientos & Sosa Coronado, 2010). Com esse objetivo, tambm so utilizadas as comemoraes de datas c-vicas e festivas, geralmente com grande interesse dos participantes. Em algumas sesses do Grupo de Convvio Social ocorrem inter-venes com trabalhos manuais, incluindo recorte, colagem e pin-tura de regies geogrficas brasileiras em mapas impressos, jogos de memria sobre histria do Brasil e do mundo.

    Periodicamente, desenvolvida uma atividade que simula a compra de alimentos, produtos de limpeza e outros itens comuns nas residncias, com a utilizao de cpias de moeda corrente utili-zadas em brinquedos.

    Os benefcios da estimulao cognitiva em idosos com DA tm sido comprovados por diversos estudos (vila & Miotto, 2002; Lindolpho, S & Cruz, 2010; Treiber et al., 2011; Woods et al., 2012; Maci et al., 2012). Em especial, Machado et al. (2009) obser-varam que sesses de intervenes multiprofissionais, com estimu-lao cognitiva e funcional, aliadas ao tratamento farmacolgico, podem ser uma tima ttica para melhorar a qualidade de vida de idosos com DA.

    De Rotrou et al. (2006) definem a interveno de estimulao cognitiva como sendo uma forma de tratamento no farmacolgico que beneficia a cognio e fatores psicossociais, como a autoestima, a qual proporciona maior socializao do idoso.

    Belleville et al. (2011), para entender melhor os efeitos da esti-mulao cognitiva, utilizaram exames para identificar as reas ce-rebrais beneficiadas com essa interveno, e observaram que esta pode proporcionar novas conexes neurais tanto para idosos cogni-tivamente preservados como para idosos no estgio leve da DA.

    As atividades que envolvem msicas procuram abordar o m-todo de musicoterapia. Segundo Oliveira et al. (2012), a musico-terapia uma estimulao cognitiva baseada em terapia no verbalizada, expresso rtmica e sonoridade instrumental que pro-voca sensaes diversas em nosso crebro, aumentando a autoes-tima e a interao social, refletindo na qualidade de vida.

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    Especificamente na DA, Svansdottir & Snaedal (2006) alegam que o uso da msica tem sido um mtodo empregado no tratamento no farmacolgico da DA, diminuindo a agitao dos idosos. Esses pesquisadores investigaram 38 pacientes com diagnstico clnico de DA de uma instituio de longa permanncia (Ilpi) e obser-varam que a musicoterapia foi um mtodo efetivo para a melhora dos distrbios de atividade e ansiedade dos pacientes. Ainda nesse mesmo tipo de abordagem, pode-se citar o coro teraputico, que sintetizado pelo canto, o qual uma forma de expressar as emo-es atravs do ato de cantar, beneficiando a sade mental do idoso, seja aquele cognitivamente saudvel ou aquele com DA (Vink, Bruinsma & Scholten, 2003).

    Alm da musicoterapia, atividades que envolvam diferentes tipos de aromas, chamadas de aromaterapia, tambm podem ser consideradas como um tipo de abordagem de estimulao cogni-tiva. Essa tcnica pode trazer benefcios aos idosos com DA, princi-palmente nos estgios moderado e grave, diminuindo os sintomas comportamentais e psicolgicos, tpicos da doena, beneficiando a cognio desses idosos (Fung, Tsang & Chung, 2012). Nas sesses do Grupo de Convvio Social do PRO-CDA tem sido aplicada atravs do uso de ervas desidratadas e temperos culinrios.

    Consideraes finais

    Alm da prestao de servio comunidade, que visa me-lhoria da qualidade de vida, integrao e socializao dos idosos participantes, o Grupo de Convvio Social do PRO-CDA tem ser-vido para a ampliao do conhecimento cientfico, atravs de pes-quisas de graduao, mestrado e doutorado, assim como a expe-rincia no ensino ao ministrar essas sesses.

    Os benefcios dessa interveno foram observados em vrios aspectos, como o de socializao entre os idosos e da intergeracio-nalidade, que ocorre no contato dos participantes do programa e cuidadores com os estudantes.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 37

    Os dados oriundos da participao dos idosos no Grupo de Convvio Social indicam que houve benefcios motores, funcio-nais, metablicos e atenuao dos sintomas neuropsiquitricos da doena (Garuffi, 2010; Stein, 2010; Hernandez, 2011; Vital, 2011; Garuffi et al., 2013).

    Esses resultados apontam que o convvio social tambm parece ser bastante eficaz, podendo ser um aliado ao tratamento farma-colgico da doena. De forma geral, esse tipo de interveno pode auxiliar as funes cognitivas, funcionalidade, integrao social, diminuio de distrbios neuropsiquitricos, entre outros bene-fcios, melhorando assim a qualidade de vida dos idosos partici-pantes deste protocolo.

    Referncias bibliogrficas

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  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 39

    STEIN, A. M. Efeito do treinamento com pesos nos distrbios do sono e na qualidade de vida de pacientes com Demncia de Alzheimer. Rio Claro, 2010. 122f. Trabalho de Concluso de Curso (licenciatura em Educao Fsica) Instituto de Biocincias Universidade Es-tadual Paulista.

    STERN, Y. et al. Influence of education and occupation on the inci-dence of Alzheimers Disease. Jama, 271, p.1.004-10, 1994.

    SVANSDOTTIR, H. B., SNAEDAL, J. Music therapy in moderate and severe dementia of Alzheimers type: a case-control study. In-ternational Psychogeriatrics/IPA, 18(4), p.613-21, 2006.

    TREIBER, K. A. et al. Cognitive stimulation and cognitive and func-tional decline in Alzheimers Disease: the cache county dementia progression study. The Journals of Gerontology Series B: Psycholo-gical Sciences and Social Sciences, 66(4), p.416-25, jul. 2011.

    VINK, A. C., BRUINSMA, M. S., SCHOLTEN, R. J. P. M. Music therapy for people with dementia. Cochrane Database Systematic Reviews, (4):CD003477.2003.

    VITAL, T. Efeitos do treinamento com pesos nos sintomas depressivos e variveis metablicas em pacientes com DA. Rio Claro, 2011. 141f. Dissertao (mestrado em Cincias da Motricidade) Universi-dade Estadual Paulista.

    WOODS, B. et al. Cognitive stimulation to improve cognitive func-tion in people with dementia. Cochrane Database of Systematic Re-views, (2):CD005562.2012.

  • 4 ATIVIDADES PARA CUIDADORES

    Pollyanna Natalia Micali1

    Reisa Cristiane de Paula Venancio2

    Danilla Icassatti Corazza3

    Lais Scarpari4

    A grande questo que de vez em quando eu preciso que me cuidem.

    Cansa cuidar sempre.Clarissa Corra

    O paciente com Doena de Alzheimer apresenta quadros carac tersticos na evoluo da doena que muitas vezes levam neces sidade de assistncia para o desempenho das atividades roti-neiras. Assim, se faz indispensvel o auxlio de algum que tome para si a responsabilidade dessa ocupao. Na literatura, os cuida-dores so caracterizados como formais e informais. Os formais so pessoas contratadas para desempenhar unicamente essa tarefa, ao passo que os informais so pessoas mais prximas que assumem a gerncia dos cuidados. Culturalmente, essa tarefa designada a algu m da famlia, do sexo feminino, sendo geralmente a esposa ou

    1. Graduada em Educao Fsica. Mestranda em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

    2. Graduada em Educao Fsica. Aluna do Curso de Gerontologia da Universi-dade Federal de So Carlos (UFSCar).

    3. Graduada em Educao Fsica. Mestre e doutoranda em Cincias da Motrici-dade UNESP/campus Rio Claro.

    4. Graduada em Educao Fsica. Mestranda em Cincias da Motricidade UNESP/campus Rio Claro.

  • 42 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    a filha (Dunkin & Hanley, 1998; Garrido & Almeida, 1999). Esses cuidadores tambm so idosos (Garrido & Menezes, 2004) e des-pendem em mdia sessenta horas semanais com as tarefas relacio-nadas ao ato de cuidar (Haley, 1997).

    Cuidar de um idoso com DA pode gerar desgastes fsicos e psi-colgicos, devido, principalmente, ao aumento da sobrecarga e do estresse (Garrido & Almeida, 1999). J descrito na literatura que cuidadores de idosos com DA, alm dos aumentos dos nveis de estresse e sobrecarga, tendem a apresentar um maior nmero de al-teraes psiquitricas e uma incidncia maior de conflitos fami-liares e no trabalho (Cerqueira & Oliveira, 2002). Existem alguns tipos de intervenes voltadas a essa populao, sendo mais co-muns as psicoeducativas e teraputicas. Com o objetivo de ame-nizar tais sintomas do cuidador, o PRO-CDA desenvolveu um programa com intervenes voltadas a essa populao, a fim de atenuar os impactos gerados pela doena e pela sobrecarga devido ao ato de cuidar. Os cuidadores, que inicialmente se deslocavam at as dependncias da universidade unicamente para levar o idoso com DA para as atividades, agora aproveitam o tempo livre para praticar atividades especificamente desenvolvidas para eles. Ini-cialmente, a proposta se restringia a um protocolo de atividade f-sica, mas, com o passar do tempo, observou-se a necessidade da criao de diferentes tipos de protocolo que visavam no s pr-tica de atividades fsicas, mas tambm interao social e troca de experincias entre os participantes. Esses protocolos sero des-critos ao longo deste captulo.

    Devido ao convvio prximo com o indivduo com DA, os cui-dadores so fundamentais para identificar aspectos relacionados aos doentes, contribuindo de maneira significativa para as avalia-es referentes progresso da doena. Os cuidadores so de suma importncia no processo de avaliao dos protocolos desenvolvidos para traar o perfil do paciente, uma vez que algumas avaliaes necessitam ser respondidas por eles.

    Relatos demonstram que a participao no grupo de cuida-dores propicia benefcios relacionados ao aumento da rede de

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 43

    supor te social dos participantes, aumento de conhecimento e auto-estima ao receberem informaes relacionadas ao desenvolvimento e tratamento da doena, favorecimento de troca de experincias, alm de se beneficiarem dos resultados da prtica de atividade f-sica sistematizada.

    As atividades, assim como para os pacientes, so realizadas trs vezes por semana, em dias no consecutivos, com durao de ses-senta minutos cada sesso. At o presente momento foram desen-volvidas as seguintes modalidades: Programa de Exerccio Fsico Generalizado, Programa de Atividades Psicoeducativas e Motoras e Programa Sistematizado de Danas Circulares (Corazza et al., 2013).

    1) Programa de Exerccio Fsico Generalizado

    Este protocolo teve como objetivo estimular os componentes da capacidade funcional dos indivduos, incluindo exerccios de fora, flexibilidade, equilbrio, coordenao e capacidade aerbia, no intuito de promover benefcios tanto em relao a tais compo-nentes como para a minimizao dos sintomas depressivos e da sobre carga dos cuidadores. Este protocolo est descrito detalhada-mente na monografia de Golfeto (2009).

    2) Programa de Atividades Psicoeducativas e Motoras

    Posteriormente ao Programa de Exerccio Fsico Generalizado, observou-se a necessidade de realizar protocolos que beneficiassem no somente aspectos fsicos, como tambm psicolgicos. Para isso, um novo protocolo foi elaborado, envolvendo atividades f-sicas, tcnicas de relaxamento e sesses psicoeducativas, incluindo palestras sobre a doena, relatos de experincia e espaos para troca de informaes entre os cuidadores e familiares. O detalhamento para a implementao deste protocolo est descrito em Corazza etal. (2013).

  • 44 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    3) Programa Sistematizado de Danas Circulares

    Este protocolo utiliza-se de danas circulares advindas de dife-rentes etnias, tendo como caractersticas comuns o fato de os parti-cipantes permanecerem em crculo, de mos dadas, para a execuo de diferentes coreografias, que podem resultar em diferentes dese-nhos, como o prprio crculo, espiral e linhas sinuosas. A dana cir-cular utiliza-se de coreografias que variam conforme a msica utilizada. O fato de realizar as atividades de mos dadas confere tanto uma segurana para a realizao dos exerccios como trans-mite a sensao de no se estar sozinho na conduo das tarefas.

    Atualmente, esse programa vem sendo desenvolvido para a realizao de uma tese de doutorado e tambm est descrito com maiores detalhes em Corazza et al. (2013).

    Consideraes finais

    As atividades descritas anteriormente foram vivenciadas no PRO-CDA e resultados benficos foram e vm sendo observados em relao aos cuidadores, o que contribui com a literatura e para a melhoria da vida desses participantes, num contexto geral de sade.

    Diante desse contexto, observa-se a relevncia desses pro-gramas para cuidadores de idosos com DA, no sentido de contri-buir para melhoria da sade fsica, mental e tambm social. Alm disso, as pesquisas vm contribuindo para a produo de conhe-cimento e enriquecimento da literatura, servindo de apoio e funda-mentao para profissionais da rea da sade e pesquisadores envolvidos com o tema. Cabe ressaltar, ainda, que polticas p-blicas nacionais tm levantado a importncia da criao de projetos similares, com o intuito de atuar dentro das estratgias de desen-volvimento do envelhecimento saudvel.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 45

    Referncias bibliogrficas

    CERQUEIRA, A. T. A. R., OLIVEIRA, N. I. L. Programa de Apoio a Cuidadores: uma ao teraputica e preventiva na ateno sade dos idosos. Psicologia USP, v.13, n.1, p.133-50, 2002.

    CORAZZA, D. I. et al. Exerccio fsico para idosos cuidadores. In: COELHO, F. G. M. et al. (Org.). Exerccio fsico no envelheci-mento saudvel e patolgico: da teoria prtica. 1.ed. Curitiba: CRV, 2013. p.261-79.

    DUNKIN, J. J., HANLEY, C. A. Dementia caregiver burden: a re-view of the literature and guidelines for assessment and interven-tion. Neurology, v.51, p.53-60, 1998.

    GARRIDO, R., ALMEIDA, O. P. Distrbios de comportamento em pacientes com demncia: impacto sobre a vida do cuidador. Ar-quivos de Neuropsiquiatria, v.57, n.2-B, p.427-34, 1999.

    _____, MENEZES, P. R. Impacto em cuidadores de idosos com de-mncia atendidos em um servio psicogeritrico. Revista de Sade Pblica, v.38, n.6, p.835-41, 2004.

    GOLFETO, G. M. Atividade fsica e sintomas depressivos em cuida-dores de idosos com Demncia de Alzheimer. Rio Claro, 2009. 66f. Trabalho de Concluso de Curso (licenciatura em Educao F-sica) Instituto de Biocincias Universidade Estadual Paulista.

    HALEY, W. The family caregivers role in Alzheimers Disease. Neu-rology, v.48, n.5, p.25-9, 1997.

  • 5 ESTENDENDO A EXTENSO

    Larissa Pires de Andrade1

    Angelica Miki Stein2

    Jos Luiz Riani Costa3

    Ningum educa ningum, ningum educa a si mesmo, os homens se educam entre si,

    mediatizados pelo mundo.Paulo Freire

    Alm do objetivo principal do PRO-CDA em promover aten-dimento populao com DA e seus cuidadores, por meio de pro-tocolos de exerccio fsico e convvio social, o projeto tambm se responsabiliza em oferecer um retorno comunidade, levando maiores informaes acerca da doena, bem como sobre o pro-

    1. Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitrio Hermnio Ometto (Uniararas). Docente substituto do Departamento de Fisioterapia, na disci-plina de Geriatria, da Universidade Federal de So Carlos. pesquisadora no Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe) e colabora no Pro-grama de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Al-zheimer (PRO-CDA).

    2. Graduada em Educao Fsica pela Universidade Estadual Paulista. pesqui-sadora no Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe). Desde a graduao colabora no Programa de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA).

    3. Professor assistente doutor do Departamento de Educao Fsica Universi-dade Estadual Paulista UNESP/campus Rio Claro. Coordenador do Pro-grama de Cinesioterapia Funcional e Cognitiva em Idosos com Doena de Alzheimer (PRO-CDA) e do Laboratrio de Atividade Fsica e Envelheci-mento (Lafe).

  • 48 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    grama, atravs da realizao de eventos. Assim, ao longo do ano so realizados, a Jornada de Cinesioterapia e Doena de Alzheimer, o Encontro de Familiares e Cuidadores de Idosos com Doena de Al-zheimer e o Manifesto do Dia Mundial da Doena de Alzheimer. Os objetivos e desdobramentos de cada um desses eventos para a comunidade, o ensino e a pesquisa, esto descritos a seguir.

    Jornada de Cinesioterapia e Doena de Alzheimer

    A jornada um evento cientfico voltado a acadmicos e pro-fissionais da rea da sade em geral. Nesse evento, os alunos da ps-graduao e docentes proferem palestras sobre as principais pesquisas a respeito da DA por meio de artigos da literatura atual e principalmente com as novas informaes sobre os efeitos do exerccio fsico para essa populao, sobretudo as decorrentes das pesquisas encerradas e daquelas em andamento no PRO-CDA.

    Com um carter cientfico, atravs das palestras, a jornada realizada convidando o pblico a conhecer o programa, na tentativa de aprimorar conhecimentos sobre a DA e o manejo com o pa-ciente. Caso seja do interesse do convidado, este pode ingressar no PRO-CDA como aprimorando e participar das intervenes, tendo contato com os idosos e das reunies do grupo, se integrando equipe multidisciplinar do programa.

    Nessa ocasio, participam, anualmente, cerca de cinquenta profissionais, ps-graduandos e graduandos da rea de sade, como Educao Fsica, Fisioterapia, Enfermagem, Odontologia, Farmcia, Psicologia, entre outras. Os acadmicos e profissionais so oriundos de Rio Claro e regio.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 49

    Encontro de Familiares e Cuidadores de Idosos com Doena de Alzheimer

    O pblico-alvo desse evento so cuidadores informais (fami-liares) e formais (profissionais), alm de profissionais da rea da sade que lidam com idosos com Alzheimer. Nesse evento so rea-lizadas palestras, ministradas pelos alunos de ps-graduao e do-centes, contendo informaes atuais sobre as alteraes cognitivas, comportamentais e motoras manifestadas pela doena, seguidas de orientaes gerais de como lidar com o idoso com DA, como ma-nejar os distrbios advindos da doena, bem como acerca da casa, da alimentao e de atividades fsicas. Esse encontro tem o obje-tivo de atualizar os cuidadores sobre a DA, bem como direcion--los no manejo do idoso com a doena. Para que todos esses tpicos sejam abordados, a comisso organizadora planeja um cronograma com trs horas semanais, distribudas em trs dias de evento. As palestras ministradas tambm procuram trazer resultados das pes-quisas realizadas pelos alunos da ps-graduao, com uma lin-guagem no cientfica para que possa atingir o pblico-alvo do evento.

    Os cuidadores participantes do PRO-CDA so convidados a participar, principalmente para visualizarem os principais resul-tados com os grupos de interveno. Participam desse evento, anualmente, cerca de cem pessoas, majoritariamente familiares, alm de cuidadores profissionais.

    Manifesto do Dia Mundial da Doena de Alzheimer

    No dia 21 de setembro comemorado o Dia Mundial da Doena de Alzheimer. Anualmente, o PRO-CDA promove um evento na praa central da cidade de Rio Claro, e entrega folhetos contendo informaes sobre alguns sinais e sintomas da doena e como o cuidador pode lidar com o paciente no dia a dia. Alm

  • 50 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    disso, o programa realiza avaliaes de rastreio cognitivo e, caso sejam identificadas alteraes cognitivas, orienta o idoso ou fami-liar sobre como podem procurar ajuda especializada. Para que esse evento ocorra, previamente, docentes, alunos da ps-graduao e graduao se renem para discutir e treinar o instrumento de ava-liao cognitiva que aplicado nos idosos. Procura-se tambm, du-rante o evento, divulgar o PRO-CDA para a comunidade em geral. Nos ltimos anos, o evento vem sendo integrado Semana de Conscientizao e Preveno da Doena de Alzheimer, promovido em parceria com a Prefeitura e com a Cmara Municipal de Rio Claro. Esse evento iniciou-se em 2007 e desde ento vem ganhando espao na mdia com a divulgao do manifesto, e esperado pela populao da cidade. Em mdia, 130 idosos so avaliados nesse dia e cerca de duzentas pessoas so informadas ou tiram dvidas sobre a doena.

    Informaes complementares sobre os eventos

    Para que todos os eventos sejam organizados, so realizadas v-rias reunies com a equipe para que sejam distribudas as tare fas, bem como garantir uma boa execuo das atividades planejadas. As tarefas, como divulgao do evento (em mdia, universidades p-blicas e particulares e reunies do Conselho da Sade e do Idoso na Prefeitura), emisso de declaraes, escolha dos temas e sequencia-mento das palestras, registro do evento (fotos e vdeos), coffee break, reserva de espaos, material de apoio (folhetos informativos, folders do PRO-CDA, escalas de rastreio cognitivo etc.), entre outras atri-buies, so distribudas conforme recursos humanos, de infraes-trutura e apoio financeiros, como o da Proex, para que seja possvel a boa efetivao dos eventos.

    Os participantes ouvintes, palestrantes, organizadores re-cebem uma declarao da coordenao do PRO-CDA com carga horria e o evento frequentado.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 51

    Repercusso na mdia

    Nos ltimos anos, devido ao crescimento do PRO-CDA, alm do reconhecimento da qualidade dos servios prestados comu-nidade, o programa tem sido procurado pela mdia local e nacional para divulgao das intervenes junto aos idosos com DA.

    Semestralmente, so divulgadas informaes sobre o programa e abertas inscries a cuidadores e idosos que se interessarem em fazer parte do PRO-CDA. Para tanto, os principais jornais da cidad e de Rio Claro divulgam matrias sobre o projeto de extenso.

    Alm de mdia impressa, este projeto de extenso tambm constantemente divulgado em reportagens e entrevistas nas prin-cipais emissoras de rdio da regio, com informaes e matrias acerca do PRO-CDA. Ademais, faz-se a divulgao em redes so-ciais sobre o programa e mensagens disponibilizadas por meio de rdio releases do Podcast UNESP, disponveis no endereo .

    A mdia televisiva, local, regional e nacional, tem colaborado significativamente na divulgao dos trabalhos desenvolvidos no PRO-CDA, bem como de alguns dos eventos antes descritos.

    Em nvel nacional, o PRO-CDA j participou de um pro-grama de grande impacto, o Jornal Nacional, em maio de 2012. Nessa ocasio, alguns cuidadores foram entrevistados, relatando os efeitos positivos do programa de exerccio fsico oferecido por este projeto de extenso. Os professores/pesquisadores prof. dr.Jos Luiz Riani Costa e prof. dr. Sebastio Gobbi, envolvidos no PRO-CDA, tambm foram entrevistados, reportando os bene-fcios advindos da prtica regular de exerccio fsico. Link da ma-tria: .

  • 52 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    Revista UNESP Cincia

    Em setembro de 2012, foi publicada na revista UNESP Cincia uma matria sobre o programa, intitulada Pausa no Alzheimer. A matria traz informaes mais detalhadas sobre a interveno de tarefa dupla, com atividades motoras e cognitivas concomitantes, que foi desenvolvida em 2009 (ver Captulo 2), com o intuito de retardar o avano rpido da doena e melhorar a qualidade de vida dos idosos e de seus cuidadores.

    Produo bibliogrfica

    Por meio dos protocolos desenvolvidos no PRO-CDA, so realizadas vrias pesquisas que redundaram em trabalhos de con-cluso de curso, iniciao cientfica, teses e dissertaes, envol-vendo graduandos e ps-graduandos do Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe). Em decorrncia da significativa dedicao, alguns trabalhos foram produzidos em forma de traba-lhos acadmicos e outros relacionados a estes foram publicados como artigos cientficos, captulos de livros, livros e trabalhos apre-sentados em eventos nacionais e internacionais.

    Entre os trabalhos acadmicos produzidos por intermdio do PRO-CDA, grande parte sobre a temtica do exerccio fsico e DA e exerccio fsico para cuidadores de idosos com DA, foram regis-trados 10 trabalhos de concluso de curso de alunos de Educao Fsica, 9 dissertaes de mestrado e 3 teses de doutorado, alm de muitas em andamento no Programa de Ps-Graduao em Cin-cias da Motricidade da UNESP. Todos os referidos estudos encon-tram-se na biblioteca da UNESP/campus Rio Claro, muitos deles disponveis na Internet.

    Alm disso, alguns projetos de pesquisa so financiados por agncias de fomento. Dessa forma, existem alguns relatrios cient-ficos produzidos para tais agncias.

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 53

    Advindo da experincia e produo de conhecimento acumu-lado ao longo desses anos na interveno com idosos com DA, foi publicado, em 2013, o livro Exerccio fsico no envelhecimento sau-dvel e patolgico: da teoria prtica (Coelho et al., 2013), que contm um mdulo denominado Exerccio fsico e Doena de Al-zheimer, com quatro captulos.

    Outro livro, que tambm faz referncia ao trabalho do PRO--CDA, intitulado Unati: espao aberto ao ensino e a criatividade (Del-Masso & Azevedo, 2012), mais especificamente no captulo Atividade fsica: envelhecimento e sade (Costa et al., 2012).

    Alm das obras citadas, h uma notria produo bibliogrfica referente a artigos. Desde 2006, foram publicados artigos em re-vistas nacionais e internacionais de significativo fator de impacto. Algumas dessas publicaes, incluindo trabalhos acadmicos, esto no Apndice deste livro.

    Participao em eventos

    A produo bibliogrfica decorrente dos trabalhos desenvol-vidos no PRO-CDA com os idosos com DA participantes do pro-jeto, com prvio consentimento e aspectos ticos avaliados, bem como o de seus cuidadores e familiares, permite a elaborao de resumos para participao em congressos e seminrios nacionais e internacionais.

    Em relao aos trabalhos apresentados em eventos nacionais e internacionais, foram aprovados cerca de quarenta resumos reali-zados por meio de dados coletados no PRO-CDA. Dessa forma, acadmicos tm a oportunidade de divulgar o projeto de extenso em outros locais, alm de participar de eventos cientficos, como congressos e seminrios, que complementam a formao.

    Esses trabalhos so apresentados em forma de painel ou apre-sentao oral para a comunidade cientfica. At a atual data, reali-zaram-se cinquenta apresentaes de trabalhos dos envolvidos no

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    PRO-CDA graduandos, graduados, ps-graduandos, ps-gra-duados, estagirios e docentes.

    A participao em eventos cientficos tem sido, na maioria, em congressos nacionais e internacionais relacionados rea da sade, realizados em vrios estados do Brasil. Tambm houve a partici-pao em congressos internacionais, em pases da Amrica Latina e Europa.

    A cada binio, h a participao dos integrantes do PRO-CDA nos Congressos de Extenso realizados pela Proex. Em 2011, no VICongresso de Extenso Universitria da UNESP, um dos traba-lhos desenvolvidos no PRO-CDA foi premiado por meio da expo-sio oral do trabalho Exerccio fsico aerbio para promoo da sade de pacientes com Doena de Alzheimer.

    Vale ressaltar, tambm, a premiao de trabalhos do programa em outros eventos internacionais. Em 2010, no XIV Simpsio Inter nacional de Atualizao em Psiquiatria Geritrica Proter/IPQ/HC/USP, o trabalho intitulado Efeito de uma tarefa cogni-tiva frontal no controle postural de pacientes com Alzheimer e Parkin son (Andrade et al., 2010) foi eleito o melhor trabalho ori-ginal. No ano de 2012, em outra edio do mesmo evento, o tra-balho intitulado Inventrio de apatia: resultados preliminares da validao no Brasil, foi escolhido como primeiro lugar na sesso pster.

    Como consequncia da participao em eventos cientficos e do reconhecimento pela comunidade acadmica das experincias advindas do PRO-CDA, tm sido constantes os convites para pro-ferir palestras, minicursos, cursos de capacitao, entre outros.

    Consideraes finais

    Alm de integrar-se com o ensino e com a pesquisa, uma das funes de um projeto de extenso universitria colaborar na ela-borao e implementao de polticas pblicas relacionadas com sua rea de atuao. Por isso, o PRO-CDA est aberto partici-

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 55

    pao de profissionais de secretarias municipais de Sade, de Espor tes e de Assistncia Social, com o objetivo de implantar servi os semelhantes em diferentes municpios, em unidades de sade, equipamentos esportivos ou Centro-Dia do Idoso. O pro-jeto tambm campo de aprimoramento de profissionais de insti-tuies de longa permanncia para idosos, que geralmente contam com pacientes com Doena de Alzheimer entre seus usurios.

    Est entre os planos do PRO-CDA a apresentao de proposta ao Ministrio da Sade de produo de um manual para cuidadores de idosos com Doena de Alzheimer, impresso e em vdeo, a ser distribudo s secretarias estaduais e municipais de Sade, com base no Protocolo Interveno domiciliar de exerccios cognitivos e motores, desenvolvido com idosos com DA no estgio avanado da doena, descrito no Captulo 2.

    Referncias bibliogrficas

    ANDRADE, L. P. et al. Efeito de uma tarefa cognitiva frontal no con-trole postural de pacientes com Alzheimer e Parkinson. In: XIV SIMPSIO INTERNACIONAL DE ATUALIZAO EM PSIQUIATRIA GERITRICA. So Paulo, 2010. Anais... So Paulo: HCFM/USP, 2010.

    COELHO, F. G. de M. et al. Exerccio fsico no envelhecimento sau-dvel e patolgico: da teoria prtica. v.1. 1.ed. Curitiba: CRV, 2013.

    COSTA, J. L. R. et al. Atividade fsica: envelhecimento e sade. In: DEL-MASSO, M. C. S., AZEVEDO, T. C. A. M. de. (Org.). Unati: espao aberto ao ensino e criatividade. 1.ed. v.1. So Paulo: Cultura Acadmica, 2012. p.59-279.

    DEL-MASSO, M. C. S., AZEVEDO, T. C. A. M. de. (Org.). Unati: espao aberto ao ensino e criatividade. 1.ed. v.1 So Paulo: Cul-tura Acadmica, 2012.

    GARUFFI, M. et al. Exerccio fsico aerbio para promoo da sade de pacientes com Doena de Alzheimer. In: VI CONGRESSO

  • 56 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    DE EXTENSO UNIVERSITRIA DA UNESP. guas de Lindoia, 2011. Anais... guas de Lindoia: UNESP, 2011.

    STELLA, F. et al. Inventrio de apatia: resultados preliminares da va-lidao no Brasil. In: XVI SIMPSIO INTERNACIONAL DE ATUALIZAO EM PSIQUIATRIA GERITRICA. So Paulo, 2012. Anais... So Paulo: HCFM/USP, 2012.

  • POSFCIO

    A atividade fsica recebeu, em 2013, a maior confirmao legal de sua importncia para a sade, na medida em que uma lei federal dedicou-lhe especial e isolada ateno, no sentido de expressar cla-ramente que atividade fsica determinante e condicionante da sade.

    H consenso cientfico sobre seus benefcios na sade fsica e, mais recentemente, a comunidade cientfica tem relatado evidn-cias auspiciosas tambm em relao sade mental. O fato de que a prtica regular de exerccio fsico, quando bem orientada profis-sionalmente, pode impactar positivamente todas as dimenses da sade (preveno, promoo, proteo e teraputica), tem rele-vncia social elevadssima num contexto no qual megacidades bra-sileiras podem comportar 30% de seus habitantes apresentando algum tipo de desordem mental.

    Algumas aes de promoo da atividade fsica so inovadoras e dentre elas ousamos destacar o Programa de Atividade Fsica para a Terceira Idade (Profit), criado em 1989, que incorporou im-portantes inovaes, a exemplo da incluso de pessoas com Doena de Alzheimer ou de Parkinson. Tal iniciativa logo mostrou a neces-sidade de mtodo especfico de estudo e interveno dadas as neces sidades e interesses de tais pessoas. Assim, para atender tal

  • 58 J.L.R.COSTA L.P.ANDRADE A.M.STEIN

    especificidade em relao s pessoas com Doena de Alzheimer, nasce o PRO-CDA, tambm eivado de ousadia e inovao.

    O nascimento formal do PRO-CDA, em 2006, est vinculado a um conjunto de aes iniciadas na UNESP, que lhe so umbili-calmente ligadas, quais sejam: a) em 2001, so criados o Ncleo UNESP-Unati, com o objetivo de promover a relao entre as ati-vidades da universidade e o envelhecimento, no sentido ltimo de mudar a realidade do idoso para melhor, e o Ncleo Local UNESP--Unati campus Rio Claro, partilhando o mesmo objetivo, agora em escala regional; b) em 2002, passa a ser oferecida a disciplina Sade Mental, Atividade Fsica e Envelhecimento no Programa de Ps-Graduao em Cincias da Motricidade; c) em 2003, estru-turado o Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe), que passa a promover pesquisa, tambm sobre a relao atividade fsica e sade mental, particularmente em relao Doena de Alzhei mer, a partir de 2005.

    Esse concerto de aes leva ao desenvolvimento de uma verda-deira linha de pesquisa, Exerccio Fsico e Sade Mental, prova-velmente a primeira iniciativa neste sentido em programas de ps-graduao no Brasil. Tal iniciativa, mais recentemente, foi forma lizada expressamente no Programa de Ps-Graduao em Cincias da Motricidade como a linha de pesquisa Neurocincias e Atividade Fsica, no mbito da rea de Concentrao Atividade Fsica e Sade.

    Feita essa necessria contextualizao, inclusive histrica, vol-temos ao PRO-CDA, propriamente dito. A equipe, coordenada pelo prof. dr. Jos Luiz Riani Costa (um entusiasta e um batalhador a favor da promoo da atividade fsica como determinante de sade e da insero do profissional de Educao Fsica nos rgos de sade), d um exemplo de como a realidade vivenciada pelo idoso com Doena de Alzheimer pode ser melhorada por meio de estratgias eficientes e de baixo custo.

    O PRO-CDA , sem dvida, um modelo de interveno que pode servir de base para aplicao em outros locais, no s em uni-versidades (pela alta interface entre ensino, pesquisa e extenso),

  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 59

    mas tambm em rgos governamentais (por exemplo, secretarias de Esportes e particularmente em secretarias de Sade) e em insti-tuies de sade complementar. Tal aplicao, que pode ser feita no todo ou em aspectos especficos, ser uma eficiente ao de pro-moo da sade e os Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf) e polos de Academias da Sade so propcios para a oferta de servios semelhantes.

    Finalizo expressando meus reconhecimentos equipe do PRO-CDA pela dedicao e competncia com que realiza a inter-veno, contribui para a formao profissional e aumenta o conhe-cimento sobre a relao atividade fsica e Doena de Alzheimer.

    Prof. dr. Sebastio GobbiProfessor adjunto da Universidade Estadual Paulista/campus Rio Claro,

    coordenador dos projetos Ncleo UNESP-Unati,

    Atividade Fsica para a Terceira Idade (Profit),

    Atividade Fsica para Pacientes com Doenas de Alzheimer ou de Parkinson,

    coordenador do Laboratrio de Atividade Fsica e Envelhecimento (Lafe)

  • APNDICE PRODUO BIBLIOGRFICA LIGADA AO

    PRO-CDA

    Artigos

    2013

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  • VIVNCIAS SOBRE A DOENA DE ALZHEIMER NA UNESP 63

    PEDROSO, R. V. et al. Balance, executive functions and falls in el-derly with Alzheimers Disease (AD): a longitudinal study. Ar-chives of Gerontology and Geriatrics, v.54, p.348-51, 2011.

    STELLA, F.