11 abril 2013

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XXI 02 11/04/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: PEC 37 Destaques: Ações contestam poder de investigação do MP - p. 01 Procuradores-gerais internacionais apoiam campanha Brasil Contra a Impunidade - p. 07 Representantes do MP se unem contra “PEC da Impunidade” - p. 11

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XXI

02

11/04/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

PEC 37

Destaques:

Ações contestam poder de investigação do MP - p. 01

Procuradores-gerais internacionais apoiam campanha Brasil Contra a Impunidade - p. 07

Representantes do MP se unem contra “PEC da Impunidade” - p. 11

O GLOBO - RJ - P. 08 - 11.04.2013

CONT.... O GLOBO - RJ - P. 08 - 11.04.2013

FAUSTO MACEDOReunidos ontem em São

Paulo para o segundo deba-te com a classe, os quatro candidatos à lista tríplice ao cargo de procurador-geral de República declararam a seus pares que não abrem mão do poder de investigação do Ministério Público. Durante três horas, os subprocurado-res-gerais Deborah Duprat, Ela Wiecko, Rodrigo Janot e Sandra Cureau responde-ram a colegas, servidores e jornalistas e se comprome-teram a defender o que con-sideram missão constitucio-nal da instituição.

O encontro dos candi-datos à sucessão de Roberto Gurgel, que deixa o cargo em agosto, foi promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da Re-pública. A lista com os três nomes mais votados inter-namente é encaminhada à Presidência da República. Já virou tradição o chefe do Executivo, a quem compete fazer a nomeação, acatar o desejo da classe e escolher o primeiro colocado do plei-to.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff prestigiaram a manifestação dos procuradores. Os candi-datos que almejam a cadeira de Gurgel vão fazer cinco debates.

O Ministério Público tem sido alvo frequente de ataques de políticos que

apontam abusos de promo-tores e procuradores. Avan-ça no Congresso a PEC 37, Proposta de Emenda à Constituição que alija o Mi-nistério Público das investi-gações de âmbito criminal. A ‘PEC da impunidade’, como ficou conhecida, tem apoio dos delegados de po-lícia.

“O Ministério Público não quer fazer o papel de delegado de polícia, não somos delegados e eles não são membros do Ministé-rio Público”, disse Sandra Cureau. “Queremos apenas que em determinados casos e situações possamos fazer o que outros órgãos já fazem, como a Controladoria-Geral da União, o INSS e a Recei-ta que também investigam. Além disso, o inquérito po-licial não é peça imprescin-dível para o oferecimento da denúncia, desde que haja provas dos fatos e indícios suficientes da autoria.”

Sandra disse que é “fe-rozmente” contra a PEC 37. “Só interessa derrubar o nosso poder investigatório àqueles que querem manter para os poderosos, política ou financeiramente, a impu-nidade que já foi uma triste realidade no nosso país e que a gente está conseguin-do mudar pouco a pouco.”

Para Ela Wiecko, a ques-tão é saber se precisaria de uma lei para definir os casos em que o Ministério Público poderia ou não investigar.

“Essa lei é inconstitucional. Por força da própria Consti-tuição, o Ministério Público é o titular da ação penal pú-blica e também do controle externo da atividade poli-cial. É o Ministério Público que decide o que vai inves-tigar ou não.”

Rodrigo Janot disse que “não é possível e não é razoável que o titular ex-clusivo da ação penal não possa produzir as provas que necessite para viabilizar a sua execução em juízo”. Ele afirmou que é inerente à atuação do MP o poder de investigação.

Deborah Duprat con-sidera que “a autonomia de investigação é essencial para que o Ministério Públi-co cumpra com eficiência a missão constitucional de ór-gão acusador”.

Os quatro candidatos pregam que o chefe do Mi-nistério Público da União deve ser protagonista. “O procurador-geral tem que sair do gabinete”, disse Ela Wiecko. “Queremos um Ministério Público sem mis-térios.” Reclamou do enges-samento dos subsídios e as perdas dos últimos anos. Deborah prometeu valorizar a carreira. Janot criticou o “isolamento institucional” e advertiu que as questões de interesse dos procuradores, como as que estão afetas à remuneração, exigem “arti-culação política e habilida-de de negociação”.

O EsTadO dE s.PauLO - sP - P. a9 - 11.04.2013

Candidatos a procurador-geral atacam ‘PEC da impunidade’

O EsTadO dE sP - sP - P. a3 - 11.04.2013

IPATINGA - Na tarde desta terça-feira (09), os promotores e procuradores de justiça de toda região se reuniram no salão do júri do Fórum de Ipatinga em um Ato Público contra a Proposta de Emenda Consti-tucional - PEC 37, também conhecida como a “PEC da Impunidade”, que retira do Ministério Público a prerrogativa de investigação de muitos casos.

A atividade faz parte da campanha nacional “Bra-sil Contra a Impunidade”, que prevê ações nos Esta-dos até a próxima sexta-feira (12), para evitar a apro-vação da PEC 37 que tramita no Congresso Nacional. Além disso, o ato serviu para encerrar a coleta de assinaturas do abaixo-assinado que vinha ocorrendo desde o início do mês passado e que será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados em uma grande manifestação em Brasília no próximo dia 24.

A principal mudança que a PEC 37 faz é tirar de órgãos como o Ministério Público, a Receita Federal e o Tribunal de Contas o poder de realizar investiga-ções. Com isso, a competência para investigar crimes seria atribuída exclusivamente às polícias Federal e Civil.

Além dos promotores, o salão do Júri contou com grande participação de advogados e público em geral.

Em Minas Gerais o MP tem mais três mil investi-gações em curso, nas mais diversas áreas.

O promotor Walter Freitas, da Promotoria de Cri-mes do Meio Ambiente e da Ordem Urbanística, diz que a investigação de crimes de ordem eleitoral, de lesão ao patrimônio público, sonegação fiscal e con-tra o meio ambiente são realizados pela repartição.

Muitos inquéritos e processos existentes hoje são ins-taurados com base nessas investigações que não serão mais possíveis se a PEC for aprovada. “Minha pasta, por exemplo, tem hoje mais de mil investigações em curso”, observa.

O promotor Bruno Cesar Jardini, da Promoto-ria de Execução Penal, que também faz o Controle Externo das Atividades Policiais Civil e Militar, diz que tem mais de 100 investigações em curso. Já Fá-bio Finotti, promotor de Crimes contra o Patrimônio Público, diz que investiga poucos crimes, mas cita um caso relevante na cidade: o que diz respeito à Esta-ção Qualifica, no Centro de Ipatinga, que permanece fechada e não cumpre as funções para as quais foi construída na época.

Já a promotora Criminal e de Controle Externo das Atividades Policiais de Timóteo, Luz Maria Ro-manelli, teme que centenas de processos fiquem sem solução.

O procurador Adolfo Jacob, do Ministério Pú-blico do Trabalho (MPT), também presente ao ato, afirma que crimes chamados de “colarinho branco” não poderão ser investigados e suas provas levadas ao conhecimento do Ministério Público Federal e ór-gãos competentes para tomarem as medidas devidas para evitar a impunidade. “O direito do MP investigar é previsto na Constituição de 1988, exatamente para acabar com crimes como este. A nós caberá apenas acompanhar as investigações que a polícia fizer, sem interferir. Não poderemos buscar provas como às ve-zes fazemos. Isso não pode acontecer, pois a socieda-de ficará prejudicada. Esse é o nosso medo”, explica.

JORNaL imPREssO JORNaL diáRiO dO açO: www.JvaONLiNE.COm.BR1 - quaRTa-fEiRa, 10.04. 2013

MP da região enumera casos que pode se prejudicados

Os promotores do Vale do Aço se manifestaram contrários a aprovação da PEC de impunidade

Janete Araújo

Representantes do Ministério Público (MP) se reuniram nesta terça-feira (09), no Fórum Benjamin Colucci, em ato público de repúdio contra a proposta de emenda à Constituição (PEC 37), que define a compe-tência para a investigação criminal pelas po-lícias federal e civis dos estados e do Distrito Federal. A manifestação contou com a parti-cipação de representantes da promotoria de Justiça, da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), da Câmara Municipal, do Poder Executivo entre outras autoridades.

De autoria do deputado Lourival Men-des (PTdoB/MA), delegado de polícia, a proposta foi aprovada em novembro de 2012 pela Comissão Especial que trata do tema na Câmara dos Deputados e tramita agora no Congresso Nacional. O tema ganhou reper-cussão em todo o país e resultou na campa-nha “Brasil contra a impunidade”, lançada com o intuito de sensibilizar a sociedade e os parlamentares quanto ao risco de se retirar do Ministério Público a prerrogativa de rea-lizar investigações criminais. Há o temor de que a aprovação da PEC 37 possa favorecer a impunidade, inclusive no que se refere ao controle da atividade policial.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt, que participou do ato pública, classificou a iniciativa como um retrocesso na demo-cracia brasileira, baseada em interesses po-líticos contrários aos da própria sociedade. “Em um país onde já se verifica a constante presença de práticas ilícitas, não é produtivo que se exclua o direito do Ministério Públi-co de avaliar crimes de tamanha gravidade.” Segundo ele, a investigação de crimes de violação de direitos humanos, sonegação fiscal, crime organizado, desvio de verbas, corrupção e abusos cometidos por agentes do Estado precisam de avaliação do MP.

Já para a promotora de Justiça e pre-sidente regional da AMMP, Sandra Fatima Totte, o projeto atenta contra os direitos fun-damentais da Constituição. “Estamos reco-lhendo assinaturas para comprovar o alto nú-mero de pessoas que repudiam a aprovação da PEC.”No dia 12 de abril, será realizado ato público em Belo Horizonte. No dia 24, em Brasília, haverá mobilização em frente ao Congresso para apresentação do abaixo-assinado.

TRiBuNa dE miNas - ON LiNE - 10 dE aBRiL dE 2013

MP protesta contra PEC 37Representantes do MP alertam para risco de órgão ficar impedido de fazer investigações criminais

Reunião ocorreu nesta terça-feira

O procurador-geral adjunto da Repúbli-ca da Croácia e procurador de ligação com a EUROJUST (Unidade Européia de Coopera-ção Judiciária), Josip Cule, e o procurador-geral do Ministério Público de Buenos Aires, Argentina, German Carlos Garavano, envia-ram mensagens de solidariedade à campanha Brasil Contra a Impunidade. A campanha é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/11, que estabelece exclusividade da investigação criminal às polícias.

Josip informou que o MP croata tem amplos poderes para conduzir investigações criminais, com base nas disposições Art. 219 do Código de Processo Penal daquele País. O procurador europeu esclareceu ainda que o membro do Ministério Público da Croácia pode conduzir investigações criminais por iniciativa própria e em procedimento autôno-mo ou, através de uma ordem, pode confiar a realização de ações específicas de coleta de evidências de crimes aos agentes policiais.

Já German afirma que suprimir a tarefa de investigação criminal do âmbito do Mi-nistério Público, bem como invadir, cerce-ar ou perturbar a sua esfera de atuação e/ou condicionar o cumprimento de suas funções mediante a não disponibilização dos recur-sos correspondentes que permitam fortalecer o seu trabalho atentam, de forma definitiva, contra o Estado de Direito estabelecido e o sistema republicano de governo.

Confira abaixo as mensagens:

Josip Cule“Regarding powers of the state attorney

in criminal proceedings, and especially in relation to police authoritative, please note that in the Republic of Croatia state attorney is conducting investigation, and that is ex-plicitly prescribed under Article 219 of the Criminal Procedure Act. The State Attorney may conduct inquiries into criminal offences by himself or, by an order, entrust the per-

formance of particular evidence collecting actions to the police officers”.

Therefore, State Attorney’s Office has great and independent powers in conducting investigation, inquiries and contacts with po-lice”.

German Carlos Garavano

El Ministerio Público Fiscal cuenta, para el cumplimiento de sus funciones, con auto-nomía funcional y autarquía dentro del Poder Judicial (art. 124 de la CCABA).El sistema acusatorio que la propia Constitución local prevé (inc. 3, art. 13 CCABA), determina que sea este órgano el que ejerza la acción públi-ca, y sitúa en su cabeza para ello, la respon-sabilidad de llevar adelante la investigación penal preparatoria (art. 4, Código Procesal Penal de la CABA), como paso previo a la eventual formulación de la acusación.

En ese sentido, resulta indiscutible que la absoluta garantía de independencia en su actuación constituye un elemento fundamen-tal para el cabal cumplimiento de la labor in-vestigativa que cumplen los integrantes del Ministerio Público Fiscal. No obstante, el rol preponderante que el sistema acusatorio le concede al Ministerio Público Fiscal, exige que la observancia irrestricta de esta indepen-dencia funcional – que incluye el ejercicio pleno de las prerrogativas que el código de forma le otorga - sea acompañada de la provi-sión de todas las herramientas que coadyuven a potenciar de manera efectiva la capacidad de investigación de éste.

Sustraer la labor de investigación de su ámbito; invadir, cercenar o perturbar su esfera de actuación; y/o condicionar el cumplimien-to de su cometido mediante la no asignación de los recursos correspondientes que permi-tan fortalecer su labor atentan, en definitiva, contra el estado de derecho establecido y el sistema republicano de gobierno.

NOTíCia da HORa - CONamP - BRasíLia, 10 dE aBRiL dE 2013

Procuradores-gerais internacionais apoiam campanha Brasil Contra a Impunidade

Na tarde dessa terça-feira (9), o Ministério Público realizou um Ato Público, no Salão do Júri do Fórum de Ipatinga, com o intuito de informar a população quanto aos “riscos da PEC 37”, que estabelece que a apuração das infrações penais passe a ser competência privativa das Polícias Federal e Civil.

Procuradores, promotores, lideranças políticas, membros da OAB e populares participaram do encon-tro.

O promotor de Justiça de Ipatinga, Walter Freitas

de Morais, ressaltou que a campanha “Brasil contra a impunidade – Não à PEC 37”, visa sensibilizar a socie-dade “quanto ao risco de se retirar do Ministério Públi-co a prerrogativa de realizar investigações criminais”.

De acordo com Walter Freitas, a PEC 37 “vai na contramão de tratados Internacionais” assinados pelo Brasil, que determinam ampla participação do Ministé-rio Público nas investigações”.

O promotor criminal Bruno César lembrou que muitas das provas utilizadas no processo do “Mensa-lão” foram colhidas pelo Ministério Público. Ele fri-sou que se a PEC for aprovada, as investigações em trâmite em Minas Gerais serão anuladas e as pessoas ficarão impunes. “Notadamente essas investigações são na área de violência policial e de corrupção”, destacou o promotor.

Edmar Gomes Machado, procurador da República, salientou que “a Justiça está passando a condenar pes-soas poderosas, e essa é a razão dessa malfadada PEC”. Ele declarou que “essa PEC não pode passar, se passar será um retrocesso muito grande para todos nós”.

Adolfo Jabob disse que a apuração restrita à um órgão contribuirá para que a impunidade prevaleça no país. “Nós temos uma tentativa de retrocesso”, frisou o procurador da República.

HTTP://www.PLOx.COm.BR - 09.04.2013

Ministério Público alerta população de Ipatinga contra riscos da “PEC da Impunidade”

IPATINGA – Representantes do Ministério Público da região se reuniram para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 37, a chamada PEC da Im-punidade. O manifesto, feito em forma de esclarecimentos, ocorreu na tarde de ontem (9), no Salão do Júri Vito Gag-giato, no Fórum da Comarca de Ipatinga, onde promotores expuseram sua opinião sobre a proposta. A PEC pretende retirar o poder de investigação criminal do Ministério Públi-co e de outros órgãos, como o Tribunal de Contas, Receita Federal e o Banco Central.

A intenção da PEC é transformar a investigação de cri-mes uma atribuição exclusiva das Polícias Civil e Federal, o que é questionado pelos promotores de Justiça. O ato pú-blico reuniu representantes do Ministério Público Estadual, Federal e do Trabalho, que firmaram a posição contrária à aprovação da PEC 37. O promotor Walter Freitas, que é se-cretário das Promotorias de Justiça de Ipatinga, pontuou que não existe nenhum posicionamento contra as Polícias Civil e Federal, que são parceiras do MP.

Entretanto, a proposta foge à tendência mundial das democracias, de ampliar os organismos que podem realizar investigações criminais. “O afetado não será apenas o MP, mas diversas outras instituições que realizam apurações de caráter criminal, como as Receitas, as próprias Comissões Parlamentares de Inquérito, o INSS, e uma série de insti-tuições que garantem apurações de sonegação fiscal, crimes eleitorais e contra o meio ambiente”, destacou. O promotor disse ainda que o Ministério Público tem realizado atos, em todo o Brasil, firmando posição contrária a esse retrocesso e alertar a sociedade sobre o que está ocorrendo, e o que repre-senta esse tipo de proposta, que iguala o Brasil a países de pouquíssima tradição democrática. “Em todo mundo, ape-nas os Ministérios Públicos de Quênia, Indonésia e Uganda não possuem tal poder. Seria um retrocesso para o Brasil”, avaliou.iNsEGuRaNça

Para Walter Freitas, a proposta representa uma insegu-rança jurídica, além de ser a contramão de um modelo es-tabelecido por países desenvolvidos. “É bom lembrar que só na Promotoria de Meio Ambiente temos mais de 1.000 processos relativos a crimes contra o Meio Ambiente. Minas Gerais tem milhares de casos que contam com a participa-ção do Ministério Público, o que seria uma grande perda”, lamentou.

Presente ao evento, o presidente da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB) em Ipatinga, Eduardo Figueredo, re-latou que a PEC está na contramão do que a sociedade cobra, que são instrumentos contra a corrupção e impunidade. “Sou contra essa subtração do poder do MP na questão investi-gatória, até porque temos presenciado inúmeras ações que

se basearam na colaboração de suas investigações. Em mo-mento algum, o Ministério Público quer se valer das funções da Polícia e sim colaborar. Hoje não tem como abrir mão da capacidade de investigação do Tribunal de Contas, MP e outros que tem esse poder de investigação”, exemplificou.

AçõesAté o dia 12 de abril serão realizados atos públicos em

todos os Estados. As mobilizações ocorrerão nas comarcas do interior até o dia 11 deste mês e, no dia 12, nas capitais brasileiras. As manifestações visam prestar informações à sociedade sobre a proposta e todos os efeitos de sua aprova-ção, no que concerne ao combate à criminalidade, à corrup-ção e à impunidade no Brasil. No próximo dia 24, está pre-vista uma ampla mobilização nacional contra a impunidade, marcada para ocorrer em Brasília.

Ministério Público seria “incômodo”

A atuação do Ministério Público em diversos casos esta-ria “incomodando” algumas pessoas, razão pela qual a PEC estaria em discussão. O promotor de Justiça da 6ª promoto-ria de Ipatinga, Bruno César Jardini, relata que não existe vantagem para a sociedade com a aprovação da PEC. “Só vejo vantagem para as pessoas que estão sendo punidas e in-vestigadas e querem permanecer impunes. Na verdade, com a aprovação da PEC, quem foi punido pode ter o processo cancelado, desde que seja provado que a prova foi produzida por meio do Ministério Público”, observou.

O promotor recorda que o MP “tomou corpo” em 1988, e a partir daí com as investigações em parceria com as po-lícias, tem punido pessoas de alto escalão no Brasil, o que, talvez, tenha produzido uma retaliação ao MP e demais enti-

diáRiO dO açO - ON LiNE - 10/04/2013

Para promotores, PEC 37 representa retrocesso e insegurança jurídica

Proposta pretende retirar o poder de investigação criminal do Ministério Público e de outros órgãos

Ato público realizado reuniu representantes do Ministério Público Estadual, Federal, do Trabalho e da comunidade

Wôlmer Ezequiel

dades. Bruno Jardini reforça que a sociedade quer respostas e não saber quem vai investigar. Ele destaca que, há algum tempo, quando o MP começou a atuar, falou-se em lei da mordaça. Tempos depois, começam a sair as primeiras con-denações de tal atuação do MP.

Agora, avalia Bruno, o intuito é retardar esse processo de democratização da Justiça no Brasil. Já o procurador da República, Edmar Machado, lembra que tal restrição difi-cultaria e muito as investigações e ficaria “muito mais fácil” para quem infringe a lei, uma vez que não haveria punição. O promotor do Patrimônio Público e da Infância, Fábio Fi-notti, frisou ainda que a situação é uma clara evidencia de

que o MP está incomodando.“Enquanto não tínhamos resultado na Justiça, não se fa-

lava disso. Querem retirar o MP da investigação justamente pelos resultados e também pela mera possibilidade de existir investigação, inibindo muitos casos. Além disso, ações do MP geralmente revertem para geração de dinheiro em prol dos municípios. Exemplo disso é o que aconteceu em São Paulo, onde milhões foram desviados pelo ex-prefeito Paulo Maluf, estão sendo repatriados de um paraíso fiscal para o município de São Paulo. Isso ocorre em escala menor, mas em vários municípios também”, enfatizou Fábio Finotti.

Fábio Finotti é promotor da Defesa do Patrimônio Público

Walter Freitas considera PEC como retrocesso

Wôlmer Ezequiel

Wôlmer Ezequiel - I075328.JPG

CONT... diáRiO dO açO - ON LiNE - 10/04/2013

IPATINGA - Os representantes do Ministério Público da região aderiam a um movimento nacional da classe e realiza-ram nesta terça-feira (9) um ato público que coletou assinatu-ras para um abaixo-assinado. O objetivo é impedir a aprova-ção da Proposta de Emenda Constitucional 37 (PEC 37), que tira dos profissionais o poder de investigação criminal.

O projeto, que recebeu o título de PEC da Impunidade, pretende modificar a Constituição Brasileira, que permite a participação dos Ministérios Públicos Estaduais e também Federal nas apurações dos crimes cometidos em território na-cional. A matéria tramita na Câmara Federal e deve ser votada em breve.No Vale do Aço, existem 20 integrantes do Minis-tério público: nove promotores em Ipatinga, três em Timó-teo e quatro em Coronel Fabriciano. Além destes, existe um Procurador da República em Ipatinga e três procuradores no Ministério Público do Trabalho, com sede em Fabriciano.

O movimento de ontem levou 16 representantes regio-nais da instituição ao Fórum de Ipatinga. Para o promotor Walter Freitas, a PEC é um retrocesso. Ele afirma que o MP não possui nenhum tipo de divergência com as polícias, insti-tuições que segundo ele são grandes parceiras. Entretanto, ele acredita que a proposta foge da tendência dos países democrá-ticos de ampliar os entes legitimados a realizar investigações criminais.Walter Freitas disse que, além do MP, outros órgãos serão afetados com a possível aprovação desta emenda, como a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Fi-nanceiras (COAF), o Tribunal de Contas da União (TCU), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e até mesmo as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) das Câmaras brasileiras. “São diversos órgãos que realizam investigações de caráter criminal como sonegação fiscal, crimes eleitorais, crimes contra o meio ambiente”, explicou. “São atuações,

sejam isoladas ou em conjunto, até mesmo com outras po-lícias que estarão prejudicadas, levando impunidade a fatos que vêm sendo investigados nessas áreas”, finalizou.Durante o movimento no Fórum de Ipatinga, os promotores afirmaram que em todo o mundo apenas três países vedam a investiga-ção do MP: Quênia, Indonésia e Uganda, nações com grandes sinais de violação dos direitos e da liberdade da população e pouca tradição democrática.

Já o promotor de justiça Fábio Finotti, que atua nas áre-as de Patrimônio Público e Infância e Juventude, explicou que as investigações nestes setores ficariam dependentes da Polícia Civil. Porém, o promotor afirma que na cidade os re-sultados das investigações da PC não apresentaram o resulta-do esperado. “Infelizmente, não sei por qual o motivo, todos os casos que foram encaminhados até hoje para Polícia Civil a gente não conseguiu um resultado satisfatório. Cito como exemplo a investigação do caso da Estação Qualifica, que foi encaminhada para a PC já tem vários anos e até hoje não foi concluída”.

Caso a PEC venha a ser aprovada, todas as investiga-ções criminais que já existem serão paralisadas e remetidas às polícias, que serão as únicas responsáveis pelo encaminha-mento bem como continuidade das apurações. Somente na promotoria do Meio Ambiente de Ipatinga são cerca de mil procedimentos que poderiam ser prejudicados e até mesmo anulados.O Ministério Público busca, com movimentos como o de ontem, alertar e informar a sociedade sobre o que está acontecendo e quais as consequências para o Brasil se a PEC for aprovada. Os atos acontecem até a próxima sexta-feira (12) em todo o país, mas a coleta de assinaturas continuará a ser feita mesmo depois, por meio da internet. A petição pode ser assinada no endereço: www.change.org/pec37.

Promotores Bruno Jardini, Fábio Finotti e Walter Freitas aderiram ao movimento contra a aprovação da PEC 37 (Crédito: André Almeida)

diáRiO POPuLaR - ON LiNE - 09/04/2013

Representantes do MP se unem contra “PEC da Impunidade”Projeto quer tirar poder de investigação criminal dos promotores e procuradores

da República; apenas polícias Civil e Federal poderão realizar apurações