jbg abril 2013

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº155 ABRIL 2013 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE “O TEATRO EM ALCOUTIM É UM MEIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL” Francisco Braz é responsável há três anos pelo Teatro Experimental de Alcoutim (TEA); uma aposta cultural da câmara municipal local. O grupo conta atualmente com 12 ele- mentos e prepara-se para estrear duas peças, uma delas infanto-juvenil, embora encenada de modo a ser apetecível para o público de todas as idades. É ao público que Francisco Braz dispensa mais atenção e energias. É para ele que trabalha, é a ele que forma e é dele que espera o retorno dos projetos levados à cena. Este grupo existe não apenas pela arte em si mesma, mas com a função social de tornar esta expressão artística num instrumento de desenvolvimento do concelho. SAL DE CASTRO MARIM GANHA NOVO FÔLEGO NA ALEMANHA

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Em destaque na edição de Abril do JBG 2013 o sal de Castro Marim e o TEA - Teatro Experimental de Alcoutim.

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Page 1: JBG Abril 2013

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº155

ABRIL 2013

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

“O TeATRO em ALcOUTIm é Um meIO De DeseNvOLvImeNTO sOcIAL”

Francisco Braz é responsável há três anos pelo Teatro Experimental de Alcoutim (TEA); uma aposta cultural da câmara municipal local. O grupo conta atualmente com 12 ele-mentos e prepara-se para estrear duas peças, uma delas infanto-juvenil, embora encenada de modo a ser apetecível para o público de todas as idades. É ao público que Francisco Braz dispensa mais atenção e energias. É para ele que trabalha, é a ele que forma e é dele que espera o retorno dos projetos levados à cena. Este grupo existe não apenas pela arte em si mesma, mas com a função social de tornar esta expressão artística num instrumento de desenvolvimento do concelho.

sAL De cAsTRO mARIm GANhA NOvO fôLeGO NA ALemANhA

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Vejo de maneira positiva, pois foram cerca de 4 mil crianças e familiares que deram um certo ânimo à indústria hote-leira e colocaram a cidade de VRSA na «boca do mundo».

Nome: Joaquim FélixProfissão: Técnico Comercial Refor-mado

R: Vejo com bons olhos. Foi uma semana animada e saudável, para aqueles que pra-ticam futebol e para aqueles que assistem. Sendo o maior torneio de futebol infantil do mundo, Vila Real de Santo António encheu, o que é também uma boa oportunidade para os turistas visitarem os pontos fulcrais do con-celho nesta semana de Páscoa.

Nome: Carina RosaProfissão: Jornalista/Escritora

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CP 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoMaria Celeste SantosMiguel GodinhoPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Como diz a propaganda de uma das maiores empresas de comuni-cação do País, há uma linha que nos divide entre o passado e o presente. Parafraseando o slogan, e mesmo tratando-se de acordo com o anún-cio, de uma linha imaginária, existe de facto uma fronteira real que divide um país de ausência de liberdade, atra-sado económica e socialmente de um outro, integrado numa comunidade pertencendo a um conjunto de Países que constituem a maior fortaleza eco-nómica mundial, que acertaram viver entre si, com base em Tratados nos quais eram explícitos princípios de respeito por diferenças de desenvol-vimento económico, social, cultural e que, aceitando-as, se governavam

ancorados em normas fundadas em solidariedade mútua porque delas todos, os mais e menos desenvolvidos, retiravam de tais princípios vantagens para os seus povos e países. Os últi-mos acontecimentos que nos atingiram com a aceitação das exigências que nos foram, sem resistência, impostas por quem nos financiou, na situação difícil que o País atravessava, não tiveram em conta o respeito por tais princípios. O que acaba de acontecer com Chipre ultrapassa a linha divisória que nos mobilizou para a construção de uma União Europeia, tal como a imaginamos, eventualmente porque fomos demasiadamente crentes nos fundamentos em que assentava a sua constituição ou porque, na circunstân-cia presente, quem a dirige, não está à altura dos desafios que países e povos se dispuseram enfrentar.

Na linha divisória que divide o País real dos discursos e medidas tomadas por quem nos governa, também nos damos conta das diferenças existentes entre um realidade virtual, próxima dessa linha imaginária que divide passado e futuro, marcada uma, por

flagelos de desemprego, trabalho sem futuro, desqualificação do valor do tra-balho, economia estagnada, roturas de obrigações sociais e, uma outra, que remando contra ventos e marés, figuras singulares de resistência às dificuldades que nos são impostas, se transfiguram em auto emprego, refugiando-se na arte, objecto singular de independência a exigir forte von-tade e persistência, para através da modificação de objectos reciclados em figuras históricas, ou transformando bolos de comemoração em peças de arte conseguem, a custo, sobreviver. São jovens que se recusaram a aban-donar o País. Essas pessoas existem e têm de ser apoiadas, mais que não seja pelo exemplo de resistência à adver-sidade que à maioria (não a todos) nos toca.

Linha divisória também existe nos que não baixam braços e procuram no poder que exercem, abrir cami-nho para, tirando partido dos parcos recursos existentes, resolver proble-mas estruturais ou promover inicia-tivas que ajudem a economia local. O êxito da presença do Sal de Castro

Marim numa feira destinada a apre-sentação na Alemanha de produtos orgânicos, apoiada por fundos comu-nitários, o investimento de um milhão de euros para resolver problemas de saneamento básico na Aldeia Nova, a presença de mais de 4000 crianças e respectivas famílias, de 54 nacionali-dades, na maior manifestação mundial de futebol infantil, realizada no com-plexo desportivo de Vila Real de Santo António, na semana da Páscoa, evento cujos reflexos na economia local foram por demais evidentes, são sinais de diferença que têm de ser valoriza-dos.

No mês de Abril também existe uma linha divisória que importa não esque-cer entre passado e presente. A que divide os que aspiram a um País livre, democrático, respeitando, sem insultos nem demagogia opiniões diferentes, País desenvolvido, justo socialmente, independente e solidário, honrando compromissos, mas não se vergando à agiotagem chantagista, e o regresso a um passado que embora com nuances que o diferenciem, nos remeta para o fundo do nosso atraso secular.

Carlos Luis [email protected]

R: Vejo como um bom cartão-de-visita para a nossa cidade. Os jogadores trazem as famílias que por sua vez aproveitam para passear e acabam por contribuir para a eco-nomia local.

Nome: Susana PintoProfissão: Gerente comercial

R: Creio que é uma mais valia para a nossa terra só que, com a crise, provocada pelos maus governantes que temos, as pessoas não têm dinheiro para gastar como antes.

Nome: Bertília da ConceiçãoProfissão: Secretária Administrativa

ABERTURA

como viu a «invasão pacífica» que marcou a semana da Páscoa em vRsA com o mundialito 2013?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

2012/2013

- TRANSF Jornal do Baixo Guadi, 04 Maio 2012, € 10,00 - TRANSF Alexandre Carlos, 1 Junho 2012, € 10,00

- TRANSF Maria Isabel Gois, 15 Janeiro 2013, € 20,00

Foram efetuadas transferências bancárias para validação de assinatura do Jornal do Baixo Guadiana cujo jornal desconhece a identidade do remetente/assinante. Agradecemos ao visado que contacte o JBG de modo a proceder à atualização e faturação da respetiva assinatura.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 3

CRÓNICAS

No momento em que o líder do Par-tido Socialista apresenta na Assem-bleia da República uma moção de censura ao Governo de Pedro Passos Coelho, a Rádio e Televi-são de Portugal (RTP) contrata José Sócrates como comentador político e a última sondagem da Universi-dade Católica indica um empate técnico entre PS e PSD, gostaria de reflectir acerca da conduta política de Mário Soares.

Ao arrepio das responsabilidades que devem assistir a um ex-chefe de Estado, o mesmo é dizer recato e parcimónia nos comentários relati-vos à vida político-partidária, Mário

Soares, animal político experimen-tado, aproveitando a volúpia da comunicação social em atiçar o Governo, usa com uma frequên-cia inusitada alguns impropérios para se referir ao primeiro-minis-tro: “Este Governo não é legítimo nem democrata. Pelo contrário, está contra o povo, é inimigo dos pobres” ou “o Governo continua alegremente a roubar as pensões dos portugueses”

Já sabíamos que Mário Soares se intitulava o pai da democracia portuguesa, o que não sabíamos e ficamos a saber é que esse estatuto lhe confere o direito de atacar e insultar politicamente e pessoal-

mente o chefe do Governo. Receio bem que Mário Soares, tenha tido algum acesso de amnésia política. Em 1974, quem desprezou os por-tugueses em África, aquando do processo de descolonização? Quem foi o político responsável pela vinda do FMI a Portugal duas vezes em 1977 e em 1983-1985, quando a inflação estava próxima dos 30%? Nessa altura em que faltava gaso-lina, leite e açúcar tiraram-se os subsídios de Natal, congelaram-se salários, não se podia levantar dinheiro, as importações ficaram limitadas e o Governo impedia a RTP de filmar pessoas na cidade de Setúbal a tirar restos de comida

dos contentores do lixo. É de questionar Mário Soares

se o Governo de então não des-truía Portugal, não enfurecia os portugueses, nem fazia desapare-cer a democracia. Não vou dizer ao antigo Presidente da República que desapareça como ele disse a um militar da GNR que acompanhava uma das suas presidências abertas, muito menos, caso seja autuado por excesso de velocidade na condução, vou ser insurrecto com os agentes da autoridade e dizer que o Estado paga a multa.

O que os portugueses esperam de Mário Soares é que use da sua magistratura de influência para

os ajudar a sair do atoleiro onde foram colocados pelo Governo de José Sócrates e do Partido Socia-lista, fazendo Portugal perder a independência financeira, ao invés de pedir a demissão de Pedro Passos Coelho, e acicatar o povo para a conflitualidade social.

Se o não fizer, estará simples-mente a potenciar a austeridade e a recessão económica e o Povo não poderá ordenar mais se a derrapa-gem orçamental não for corrigida e o endividamento público e privado não baixar. Como escreveu João César das Neves, “Quem protesta são não os mais atingidos, mas os mais influentes.”

Vítor Madeira

É um sentimento que atravessa a gene-ralidade dos «jovens», essa massa dis-forme que hoje em dia abarca pessoas até aos trinta e muitos anos: esque-ceram-se de nós, não querem saber o suficiente de nós, ainda que digam que estão a lutar por nós. Agora, mais que nunca, sente-se que é já tempo de fazer alguma coisa para contrariar isso mesmo, é já tempo de arriscar, de não ter medo de perder tudo porque já quase tudo se perdeu, de nos livrar-mos do medo, esse medo que paralisa tudo e que todos trespassa, de dizer tudo aquilo que nos vai na alma, de cumprir com aquilo que sabemos que

Passados 39 anos sobre o derruba-mento da ditadura fascista, é ainda o espírito do 25 de Abril que se levanta como exemplo para enfrentar e supe-rar a crise profunda em que o país está mergulhado.

Quando falamos em exemplo não estamos pensar, é claro, na parte militar da revolução e na sua força operacional, o movimento dos capi-tães – o glorioso MFA – que teve nas circunstâncias de então um papel absolutamente decisivo.

O país estava em guerra e grande

com o esforço que empreendeu, e que agora quer sentir-se útil e não sabe como nem o que mais fazer, que quer viver e não consegue. É já tempo de merecermos uma vida, é já tempo de mudarmos o rumo à nossa vida, é já tempo de ser tempo que alguma coisa aconteça, que alguma coisa mude, que tudo isto mude, de nos concentrarmos em fazer tudo aquilo que estiver ao nosso alcance para que tudo isto mude. Porque tudo isto tem de mudar. Não para que tudo fique na mesma, mas para que tudo mude mesmo. Não foi só a economia que contraiu, também nós contraímos, uma contracção acen-tuada, perdemos as forças, o vigor, o viço, encolhemos, como encolhem as roupas depois de lavadas, manchou-se

traços exemplares para a luta que travamos nos dias de hoje: a deter-minação combativa das forças políti-cas democráticas e de largas camadas do nosso povo; a audácia com que arriscaram acompanhar e apoiar os militares; o sentido de convergência e de unidade entre as forças oposicio-nistas que se conseguiu construir; a plataforma com as linhas essenciais de uma política alternativa progres-sista de largo alcance social.

Recordar a exemplaridade da atitude assim assumida parece-me especialmente oportuno na encru-zilhada política em que o país está

tudo de negro, como se mancham os tecidos numa máquina. Vivemos agora um tempo que nos obriga a saltar num instante de jovens para velhos, até aos trinta e nove dizem que somos jovens, aos quarenta já estamos velhos. Já não há um tempo intermédio, um meio-termo etário, uma meia-idade. Da juventude caímos de repente para dentro da velhice, tombamos lá para dentro, o sistema empurra-nos pelas costas. Jovens demais para merecer-mos um emprego, velhos de mais para nos oferecerem um emprego, pobres de mais para que nos paguem condignamente, fracos de mais para exigirmos mais consideração, calados de mais porque queremos manter um emprego, falando de mais (e, segundo nos querem fazer crer, fazendo de menos) quando não temos direito a esse emprego. Gostamos de culpar a sociedade, o sistema, “eles” isto, “eles” aquilo, mas esse “eles” fomos nós que o criámos, nós somos parte desse mesmo sistema, esse “eles” é da nossa respon-sabilidade. “Eles” existem porque nós deixamos que “eles” existam. Porque

colocado.O Governo de Passos Coelho falhou

em toda a linha. Os principais resul-tados que tem para apresentar são o desemprego medonho, a atingir os 19 por cento, as falência em massa, a espiral recessiva, o empobrecimento generalizado e forçado da população. Nem sequer conseguiu controlar o défice e a dívida, os objectivos invo-cados para os sacrifícios impostos aos portugueses.

Mas, por outro lado, a oposição de esquerda, no seu conjunto, tem hesitado em colocar abertamente a demissão do Governo e agora que

nunca nos importámos com isso. Porque nunca prestámos a devida atenção, nunca quisemos verdadei-ramente saber. “Eles” são “eles” porque nós permitimos que “eles” sejam “eles”. Não fazemos mais porque não que-remos fazer mais. Porque ainda não tentámos realmente fazer mais. Se nós quisermos, ainda é possível fazer mais. Gosto de acreditar que se nós quisermos ainda é possível fazermos mais, fazermos diferente, fazermos melhor. E parece-me que tudo isto vai mudar, tudo isto tem de mudar, tudo isto está a mudar. Parece-me que esta sociedade está a acordar, que estes jovens estão a renascer, uma primavera jovem, um despontar de consciências, um despertar da mente, um processo de reconquista – eh! Estás acordado? – um caminho que temos de trilhar. Parece-me que é mais que tempo de qualquer coisa. Parece-me que é mais que tempo de qualquer coisa aconte-cer. Acreditemos que é mais que tempo de qualquer coisa acontecer. Qualquer coisa nova, qualquer coisa diferente, qualquer coisa melhor.

ultrapassou essa hesitação, falta-lhe audácia para reclamar em uníssono a realização de eleições antecipadas, sem as quais não se vê qual é a alter-nativa possível à desgraçada situção presente. O que falta de todo é o entendimento à volta de uma plata-forma política de resposta à crise, que enfrente as suas principais causas e garanta um novo curso à vida nacio-nal. Falta até que os partidos desta área conversem uns com os outros.

Esperemos que as proclamações favoráveis à moção de censura anunciada pelo PS modifiquem esta situação.

nos vai na alma, é já tempo de lembrar (e de nos lembrarmos) que anda tudo muito mais preocupado em estabilizar o sistema financeiro do que uma gera-ção inteira. Agora, mais que nunca, sente-se que é já tempo de acabar com a dor daqueles que têm filhos e não sabem o que vai ser dos filhos, dos que querem ter filhos e sentem que não devem ter filhos, dos que são filhos e não sabem o que vai ser de si próprios. Andamos todos de cabeça perdida, andamos todos perdidos, muito mais perdidos do que julgamos, ainda pouco preocupados em salvar esta nossa geração que está a ruir, que não tem emprego, que estudou con-vencida que seria recompensada, que teria trabalho, um trabalho de acordo

parte da juventude em armas. Era a guerra colonial, em três frentes, que dominava a vida nacional, tornava ainda mais pesado o fardo da dita-dura, atirava para a morte dezenas de milhar de jovens e exauria os recursos do país.

Mas além da componente militar, a revolução teve uma componente popular e democrática também deci-siva para a vitória sobre a ditadura. É a esta componente que nos refe-rimos especialmente quando aqui invocamos o espírito e o exemplo do 25 de Abril.

São quatro, a meu ver, os seus

Miguel Godinho

Carlos Brito

O insubmisso Os delírios de Mário Soares

Qualquer coisa diferente, qualquer coisa melhor

O espírito do 25 de Abril

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

“O Governo tem de se demitir. Esta é a boa oportunidade para o fazer, antes que o Tribunal Constitucional se pronuncie, os portugueses se enfureçam

e a democracia desapareça”Mário Soares

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

concurso «Logótipo Jovem»

Alunos marcaram presença em concurso nacional

Agrupamento de escolas de Alcoutim: Lições de vida

encontro juvenil em Alcoutim debateu futuro

Jovens querem ter voz ativa em castro marim

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

No âmbito das comemorações do Dia do Associativismo Jovem (30 de abril) o Instituto Português do Desporto e Juventude promove um concurso nacional «Logótipo do Associativismo Jovem». O desafio foi já lançado publicamente aos jovens.

A candidatura a este concurso prevê a apresentação logótipo, alu-sivo a matérias que se prendam com o associativismo jovem, para ser uti-lizado pelo IPDJ.IP no exercício das suas funções, bem como integrado em iniciativas ou atividades da área da juventude.

Podem participar jovens residen-tes em Portugal, em nome indivi-dual ou em coletivo, com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos, inclusive. As candidaturas decorrem até 10 de abril de 2013 inclusive e devem ser enviadas, por correio, para os serviços centrais do IPDJ, IP.

O Agrupamento de Escolas do Con-celho de Alcoutim esteve represen-tado por seis alunos do 3º ciclo, três de cada uma das escolas, na final distrital de Faro do Concurso Nacional de Leitura, no passado dia 13 de Março no Cineteatro de São Brás de Alportel. Os represen-tantes da Escola Básica Professor Joaquim Moreira foram os alunos Ana Dias (7ºA), Hugo Palma (7ºA) e Tatiana Custódio (9ºA). Por sua vez, os alunos Pedro Cavaco (8ºA),

“Este é o melhor dia da minha vida !” rematava assim o João do 1º ciclo, o último dia de aulas do segundo perí-odo na EBI de Alcoutim. Mas esse dia havia começado bem cedo… Às 9 da manhã, a 15 de março, no centro da vila de Alcoutim, alunos, professores e funcionários da EBI de Alcoutim dinamizaram uma Feira Solidária destinada a apoiar a aluna Beatriz Rosário. Esta atividade contou com a contribuição das famílias que ofere-ceram diversos produtos locais desde frutas, legumes, azeite, vinho, entre outros, e ainda doces confecionados por mães talentosas. O entusiasmo era visível. A alguns movia-os a novi-dade, noutros via-se autonomia. Em todos se mobilizou o espirito de entre-ajuda. A ação foi um enorme sucesso não apenas no montante angariado mas, também, porque um dia vivido através da solidariedade é uma lição

Márcia Jacob (9ºA) e Rui Pereira (9ºA) representaram a Escola Básica Integrada de Alcoutim. Os concorrentes responderam a ques-tões sobre as obras lidas: «A Sara mudou de visual», de Maria Teresa Maia González e «A bicicleta que tinha bigodes», do escritor ango-lano Ondjaki.

Recorde-se que em 2012 o aluno Vasco Martins obteve o segundo lugar na final distrital deste con-curso.

ganha de cidadania. Outra facto a assinalar, foi a Feira

do Brinquedo Usado realizada na mesma semana, organizada pela turma do 8ºA e alguns dos seus pro-fessores, da EB professor Joaquim Moreira, em Martinlongo. O mesmo objetivo e uma excelente adesão por parte de todos os que contribuiram, colaboraram, bem como da popu-lação local.

Ações destas fortalecem a comu-nidade e dão visibilidade ao impor-tante papel da Escola pública na criação de espaços de cidadania.

Esta ideia de vamos ajudar a Bea-triz transforma-se. Cada vez mais a Beatriz está ajudar-nos. Em cada momento que nos mobilizamos é ela que nos ajuda a ser melhores.

A organização do encontro foi da OIKOS, Organização não-governa-mental para o desenvolvimento, que contou com a colaboração da associação andaluza CIC-Bata e da câmara municipal de Alcoutim. O evento teve caráter ibé-rico e enquadrou-se no projeto de educação para a cidadania global, sobre os Objetivos de Desenvol-vimento do Milénio, intitulado «Cinema Documental ODM».

De acordo com a OIKOS o encon-tro serviu para a “partilha e apren-dizagem para o futuro sobre o papel dos jovens na luta por um mundo mais justo”.

Para fomentar a cultura de partici-pação juvenil no Baixo Guadiana a ECOS - Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento, com a colaboração do município castro-marinense, realizou uma consulta aos jovens de Castro Marim. Meia centena de jovens marcou presença no dia 25 de Março na Biblioteca de Castro Marim e já participa no desenvolvimento da região através da sessão «Algarve 2020 – Uma Pro-posta Jovem». O projeto está a correr os concelhos algarvios e quer que os jovens participem nas tomadas de decisão local e regional.

Tratou-se de uma sessão marcada pela informalidade e irreverência que caracteriza a juventude, mas não só; não se ouviu apenas, debateu-se e tro-caram-se ideias e propostas para uma cultura e participação juvenil ativa e proactiva. Segundo Rui Afonso e Sofia Martins da ECOS, o objetivo fulcral é «dar voz aos jovens». “Queremos saber o que os jovens pensam sobre o seu concelho e o que podem fazer por ele, pois é um projeto sobre e para os jovens,”, explicam adiantando o carater da sessão. “Isto é uma con-sulta onde se quer auscultar os jovens, sendo que queremos dar-lhes voz”.

Quem são os jovens do Algarve?A panóplia é diversa e de acordo

com os censos de 2011 o Algarve tem 73.597 jovens dos 15 aos 30 anos de idade, mas também 45% desemprego jovem do algarve e 26% de abandono escolar. De acordo com Filomena Sintra, vereadora com o pelouro da Juventude em Castro Marim, uma das grandes preocupações é “o não já reju-venescimento no caso do concelho de Castro Marim, sendo que atualmente são 650 os jovens do concelho, sendo

que inversamente às tendências, são mais homens que mulheres”, disse a autarca.

O encontro foi multidisciplinar, diversificado e numa metodologia assente em grupos de trabalho saíram já algumas propostas para o conce-lho e para a região que tocam sobre-tudo as sinergias entre as entidades e associações existentes, bem como no aproveitamento das instalações concelhias que podem ser utilizadas pelos jovens.

Recorde-se que entre os objetivos do «Algarve 2020» está a partilha de boas práticas sobre participação juvenil e abordagens para aumentar o envolvi-mento dos jovens na vida local e regio-nal, o desenvolvimento de estratégias que visem minimizar o desemprego jovem e o abandono escolar. Estão ainda em marcha consultas a outros concelhos, um documentário sobre a juventude na região e o 1.º Encontro de Juventude no Algarve.

Recorde que Vila Real de Santo António já recebeu uma sessão no pas-sado dia 30 de Janeiro e em Alcoutim poderá acontecer nas próximas sema-nas. Mais informações sobre o projeto: www.facebook.com/Algarve2020 | www.algarve2020.ecos.pt/

IDPJ em Castro Marim a 12 de Abril

No próximo dia 12 de Abril a dele-gação regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude vai estar em Castro Marim. Uma visita no âmbito de um périplo que a entidade está a realizar na região com o obje-tivo de divulgar as suas iniciatias, bem como a necessidade de serem criadas sinergias em prol da juvente.

A primeira ação passou pela tertúlia mensal que tem lugar em Alcoutim. Na sexta-feira, dia 1 de Março os jovens reuniram-se na Biblioteca Municipal de Alcoutim (Casa dos Condes), e integraram a «Palavra Sexta à Noite», onde apresentaram os seus objetivos de desenvolvimento do Milénio atra-vés da apresentação dos microfil-mes, resultado da participação no concurso «Curtas de Cinema Docu-mental Jovem».

Durante o sábado os cerca de 60 jovens portugueses e espanhóis dividiram-se entre workshops de vídeo, teatro, pintura, tai chi e

música, ministrados pelos quatro formadores alcoutenejos Vítor Teixeira, Francisco Braz, Carlos Luz e Irma Lopes, e pelo andaluz Daniel Sanchez, onde desenvolveram as apresentações artísticas que leva-ram à noite à Igreja de Nossa Sra. da Conceição, num espetáculo para a comunidade alcouteneja.

De acordo com a ONG “muitas são as acções que a Oikos tem desenvolvido junto das escolas e municípios portugueses utilizando para tal os vossos vídeos como um material pedagógico precioso no trabalho de sensibilização para o desenvolvimento”.

Encontro ibérico serviu para a partilha e aprendizagem para o futuro sobre o papel dos jovens por um mundo melhor

meia centena de jovens respondeu ao apelo da ecOs e debateu e apresentou propostas pelo futuro do concelho. O projeto regional quer dar voz e participação ativa aos jovens da região.

Encontro OIKOS

Até 10 Abril

Prof. ª cristina crista

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 5

1 milhão de euros beneficia saneamento na Aldeia Nova

Lojas da água já chegam a monte Gordo e vila Nova de cacela

Obras no cemitério municipal terminam em Junho

LOCAL

A câmara municipal de Vila Real de Santo António já deu seguimento a mais uma obra no concelho. Desta vez para a beneficiação do saneamento básico na localidade de Aldeia Nova. No total, é preciso investir 1 milhão de euros na rede de saneamento básico naquela zona da freguesia pombalina, sendo que vão ser beneficiados 250 moradores.

A obra vai ser levada a cabo pela empresa municipal VRSA – Sociedade de Gestão Urbana (SGU) e terá início em Abril. “A obra permitirá acabar com as fossas séticas ainda existentes, ligando-as ao Sistema Intercetor de Manta Rota / Altura / Monte Gordo / Vila Real de Santo António”, explica a autarquia em comunicado enviado às redações.

De acordo com o presidente da

As freguesias de Monte Gordo e Vila Nova de Cacela já possuem a «Loja da Água». Esta iniciativa surgiu em Janeiro de 2012 na sede de fregue-sia e agora estende-se ao restante concelho. “Nestes pontos de atendi-mento, que se juntam ao já existente na Rua Conselheiro Frederico Rami-rez, em Vila Real de Santo António, será possível efetuar serviços como pagamentos, celebração de contra-tos, reclamações, requerimentos,

O «Projeto Alcoutim» arrancou em Fevereiro 2013 e tem como entida-des parceiras a Câmara Municipal de Alcoutim, a Universidade do Algarve e a Associação Alcance. O Projeto pretende apresentar propostas ino-vadoras e sustentáveis para dinamizar económica, social e culturalmente o concelho de Alcoutim.

Para tal, o projeto tem uma coorde-nação científica e executiva e durante nove meses, estarão cinco jovens licenciados em várias áreas (Gestão

As obras do cemitério em Vila Real de Santo António deverão estar concluídas em Junho próximo. A notícia é avan-çada pela câmara municipal pomba-lina que explica que os atrasos da obra devem-se a incumprimento da empresa contratada para o efeito.

“Considerando a pouca disponibi-lidade apresentada pela Empresa em concluir a obra, bem como por terem retirado todo o equipamento e mate-rial da mesma aquando do seu aban-dono no início de dezembro de 2012 e tendo o prazo para execução da mesma concluído em 31/12/2012, a Câmara Municipal decidiu não fazer mais pror-rogações à Empresa”, pode ler-se numa nota no site da autarquia.

Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, “a inter-venção põe fim a um problema que se arrastava há vários anos e responde a uma justa reivindicação dos mora-dores”.

Moradores esclarecidos

De forma a minimizar os incómo-dos, a autarquia levou a cabo a 9 de Março uma sessão de esclarecimento com todos os moradores da Aldeia Nova, onde se procuraram definir soluções personalizadas para cada uma das habitações que vierem a ser beneficiadas.

Os trabalhos têm a duração prevista de cinco meses, e sem interrupções, sendo que com esta intervenção vai ser possível “ampliar

alteração de dados, entre outros”, explica a autarquia em comunicado de imprensa.

Em Vila Real de Santo António e em Vila Nova de Cacela a Loja da Água está aberta entre as 9h30 e as 12h30 e entre as 14h00 e as 16h00. Já em Monte Gordo, encontra-se a funcionar entre as 9h30 e as 12h30 e entre as 14h00 e as 15h30.

Loja da Água representa

de Empresas, Engenharia Alimentar, Biologia, Ciências da Comunicação e Turismo) a realizar estágios profissio-nais (IEFP), onde irão desenvolver as suas competências e envolver-se na vida local para “perceber” as suas potencialidades, desenvolver ativi-dades, estimular negócios e projetos empresariais sustentáveis a longo prazo.

Todas as atividades têm presente a valorização da cultura, das tradições locais e dos recursos endógenos.

Em menos de dois meses de funcio-namento já foram realizados inúme-ros contatos nomeadamente, visitas a locais de interesse histórico-cultural, contato com a população da vila e dos montes. Houve uma aproxima-ção à comunidade local, aos corpos autárquicos e aos empresários o que permitiu começar a conhecer a rea-lidade do concelho.

O Projeto já tem um vasto leque de atividades orientadas, que vão desde percursos turísticos, seminários e workshops, concursos de fotografia e doçaria, exposições, eventos cultu-rais, sociais e apoio aos produtores

“eficiência”

Para o presidente da Câmara Municipal de VRSA, Luís Gomes, as novas lojas permitem, de uma forma mais eficiente, “concentrar todos os serviços num único local, poupando tempo e aumentando a proximidade entre os munícipes e a SGU”. A abertura das novas lojas enquadra-se no processo de trans-ferência da gestão da rede de abas-

locais.A coordenadora executiva do Pro-

jeto, Maria Luísa Francisco, refere que “coordenar uma equipa multi-disciplinar e motivá-la diariamente é um desafio muito estimulante”. Acrescenta que “ver como a cada dia há novos avanços e oportunidades e como as ideias conseguem fluir e ter um horizonte de concretização a curto prazo, apesar de poucos recursos financeiros, é algo que só se faz quando há entrega e espirito de missão.”

O lema escolhido, “um contri-buto sustentável”, surge no sen-tido de que o desenvolvimento só existe se for sustentável. Conclui ainda a coordenadora executiva e simultaneamente investigadora na área da Sociologia Rural, que “é nessa senda que se pode começar a vislumbrar um contributo, ainda que a uma escala muito pequena, para alterar o rumo da desertifi-cação do interior, apostando nas potencialidades do nordeste algar-vio.” O site do projeto Alcoutim é: www.projetoalcoutim.pt.vu

tecimento de água e saneamento do concelho de VRSA para a empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU).

Todas as dúvidas e sugestões podem ser esclarecidas através do email [email protected], em www.vrsa-sgu.pt ou ainda pela linha de apoio ao cliente 808 200 013. Os mesmos contactos podem ser utilizados para a comu-nicação de leituras.

os níveis de atendimento do conce-lho relativamente ao saneamento de águas residuais, protegendo os aquíferos e melhorando a qualidade ambiental do município”, garante o município.

De referir que a obra faz parte de uma candidatura comunitária, inserida no Programa Operacional Temático de Valorização do Territó-rio (POVT), ao abrigo do Quadro de Referência Estratégica Nacional.

Luís Gomes encabeçou sessão de esclarecimento aos moradores de Aldeia Nova

vão ser beneficiados 250 moradores. A obra vai acabar com as fossas séticas.

As lojas da água do concelho de vila Real de santo António pretendem concentrar serviços de água e saneamento e torná-los mais acessíveis aos munícipes.

VRSA

Nesta edição gostaria de partilhar convosco como criar um pequeno jardim de ervas aromáticas.

As ervas aromáticas são um ingrediente essencial da nossa dieta mediterrânea e têm funções importantes no funcionamento do nosso organismo. É sempre uma vantagem tê-las “à mão” e, o que é ainda melhor, fresquinhas e acaba-dinhas de colher. Mesmo que viva num pequeno apartamento decerto terá uma pequena varanda. Se não tem varanda aproveite o parapeito da janela e use vasos que possam ficar pendurados no parapeito da mesma.

Existem alguns supermercados que vendem estas ervas já germi-nadas e crescidas. Quando comprar qualquer erva aromática envasada não se esqueça de a transferir para um ou mais recipientes maiores.

Pode optar por germinar todas as suas ervas! Eu acho esta opção mais divertida, pois podemos ver a evolu-ção das plantinhas até ao momento de serem colhidas.

Como fazer? Eu comecei por usar o velho truque que se ensina às crian-ças nas escolas: o algodão. Com um pequeno disco de algodão humede-cido num pequeno recipiente, deite algumas sementes ( entre 10 a 15 sementes) e mantenha o algodão apenas humedecido. Se for salsa leva cerca de duas semanas a germinar, o coentro apenas uma semana. Se decidir deitar a semente diretamente à terra pode usar pequenos tabulei-ros de plástico com cerca de 5 cm de altura, com drenagem adequada.

Os resultados nem sempre são imediatos mas com a experiência e aprendendo com os erros eles acabam por aparecer! Eu posso dizer que sou afortunada pois tenho uma varanda que recebe sol durante todo o dia (quando há sol!) e tendo ini-ciado esta divertida experiência há cerca de 7 meses atrás tenho neste momento na minha varanda salsa, coentros, hortelã, mangericão, cebo-linho, endro... Com o tempo pode experimentar outras coisas como alfaces e até tomateiras! As alfaces, depois de germinadas e quando têm cerca de 2cm de altura, passo-as para tabuleiros de plástico (com buracos para a drenagem) de 40cmX50cm e espero que vão crescendo. A rega diária em tempo seco é essencial. Neste momento já vou no ter-ceiro tabuleiro de alfaces! Tudo o que puder colher da sua “horta” é dinheiro que poupa!

Divirtam-se e até à próxima edição.

Maria Celeste Santos

POUPANÇA CRIATIVA

«Projeto Alcoutim»

* devido a problemas técnicos repetimos em Março a rubrica de Fevereiro. Pedimos desculpa à autora e leitores

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

el Guadiana a su paso por calatrava La vieja

en el día de Andalucia… semana santa en Ayamonte

mujeres empresarias andaluzas…

Viajo a Agmat en 1924, para buscar su tumba y encontrarse con sus descendientes mas directos; años mas tarde viajó a Silves, donde este rey se había educado y vivido sus años de juventud.

Almutamid, es el nuevo poemario del grupo de poetas de “Los Cuader-nos de Roldán” editado para con-memorar este acontecimiento. Han participado 28 poetas y 28 pintores, siendo la portada, obra de Ahmed Ben-Yessef, pintor marroquí, asen-tado en Sevilla desde hace tiempo. La obra fue coordinada por Serafin Madrigal y José María Bedoya.

Un rendido homenaje de la poesía, para un rey de leyenda y máximo representante de la poesía andalusí en todas las épocas.

está fortificada, a su vez, por 44 tor-reones y cuatro corachas. El recinto amurallado se divide en dos zonas: la medina y el alcázar.

La ciudad fue un importante cruce de caminos entre Córdoba y Toledo y fue sede de la Orden de los Templa-rios del reino y, mas tarde, sede de la primera orden militar hispana, la Orden de Calatrava

Desde 1984, esta antigua ciudad-fortaleza, es objeto de investigación por los historiadores y está conside-rada la ciudad islámica de mayor interés por su conservación y sus abundantes testimonios, muchos de ellos expuestos en el Museo Provincial de Ciudad –Real.

Su historia paralela al Guadiana, transcurrió entre los siglos VIII y XV.

Coincidiendo con la señalada fecha del día de Andalucía, 28 de Febrero, el colectivo del Grupo poético “Los Cuadernos de Roldán”, representan-tes de la Asociación Al-Idrissi, con su presidente Ahmed Tahiri y amigos en general, viajaron a Marraquekch, la Ciudad Roja, para visitarla tumba, y rendir homenaje al rey - poeta Al Mutamid , rey de Silves, en Portugal, y rey de Sevilla, que acabó sus días en la prisión de Agmat, en 1095.

Blas Infante, Padre de la Patria Andaluza, homenajeado en este día, sintió una gran admiración por la figura de Almutamid, al que con-sideraba un símbolo de pacifismo y convivencia en aquellos tiempos convulsos de la historia del Al-An-dalus.

La Semana Santa ayamontina está considerada “Fiesta de Interés Turís-tico Nacional en Andalucía”.

Las Hermandades y Cofrad-ías, con sus Juntas de Gobierno, son las encargadas de los “pasos procesionales”desde el domingo de Ramos al domingo de Resurrec-ción, a través de veintitrés tronos que, desde el punto de vista esté-tico y patrimonial, son de un valor extraordinario por su orfebrería, bordados, y tallas realizadas por extraordinarios artistas como los renombrados Antonio León Ortega o José Vázquez, ambos ayamonti-nos.

La Asociación Juvenil El Solá, ha expuesto una muestra en miniatura sobre la Semana Santa en esta loca-lidad, en el Centro Comercial “La Plaza”.

Recrea, en concreto, la Real, Ilustre y Muy Fervorosa Herman-dad del Salvador” a su paso por la Plaza del Rosario en esta localidad fronteriza.

La Exposición estará presente hasta el 31 del mes de Agosto.

La antigua ciudad islámica de Cala-trava la Vieja, llamada, ya, en el año 785, Qal at Rabah , época del emir omeya Abderramán I, fue en la alta Edad Media, la ciudad mas impor-tante del Al-Andalus en el curso del río Guadiana.

Situada en la Comunidad de Cas-tilla - la Mancha, en un cruce de caminos entre Andalucía y Castilla la Vieja, la fortaleza, con 1500 metros de muralla, era protegida por el río en su frente norte, y el gran foso que rodeaba el recinto, tenía 750 metros de longitud y una profundidad de 10 metros.

El foso era alimentado directa-mente por las aguas del Guadiana. Otro río, el Valdecano también la rodea estratégicamente. La fortaleza

En el Día Internacional de la Mujer, hay que valorar y celebrar la impor-tancia, cada vez mas, presente de la mujer, en el tejido empresarial de Andalucía.

La Asociación Empresarial de Muje-res de Huelva, AME, se formalizó, en 1972 con el firme propósito de defen-der los intereses de las mujeres en este campo de negocios, tan exclusivo del hombre.

Esta Asociación busca la seguridad y el apoyo para la mujer en la reali-zación de sus proyectos y actividades dentro del mundo empresarial, y para definir estrategias de futuro.

Su presidenta es Soledad Mora Abril desde 2005, y abarca a un colec-tivo de mas de 100 empresarias que

dedicada a la fabricación de jabón y cosmética natural, también en este año.

En la localidad de Punta Umbria, en la provincia de Huelva, fue pre-miada también Angélica Miranda, jubilada que, ya viuda, montó su pequeño negocio en su barrio, como ayuda para sacar adelante a su familia, con sus únicos ingresos y su determinación.

Dentro del marco del convenio de colaboración entre el Instituto Andaluz de la Mujer y la Federación Andaluza de Mujeres Empresarias, se realizan numerosas actividades y cursos para la mejor formación y oportunidades de las mujeres en Andalucía.

representan a diferentes sectores eco-nómicos en la provincia de Huelva.

Dice su presidenta que “es un hecho que las mujeres emprende-doras mas jóvene, se arriesgan por un tipo de negocio que no son los tradicionalmente femeninos: guar-derías, peluquerías, mercerías…y que su formación y ambición, es cada día mayor”.

Mujeres emprendedoras que reci-bieron el distintivo por la Igualdad del Instituto Andaluz de la Mujer, en este año 2013, como la empresaria sevillana, Maria Belén Parra o la presidenta de la Fundación Persán, Concha Yoldi, y Carmen Fernández, premiada por la Cámara de Comercio de Sevilla, por su empresa Jaboteca,

La Asociación Empresarial de Mujeres de Huelva, AME, se formalizó, en 1972

El Guadiana a su paso por Calatrava la Vieja En el día de Andalucía

La Semana Santa ayamontina está considerada «Fiesta de Interés Turístico Nacional en Andalucía»

¡Que gran tristeza al contemplar

tus soberbios muros,

tan poderosos en otras épocas!

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 7

LOCAL

há mais munícipes a usufruir do «cartão do Idoso» em castro marim

O «Cinema em Movimento» nasceu em 2009 e percorre as 100 povoações dispersas

D. Manuel Netos Quintas

A iniciativa nasceu em 2011 e desde então a divisão de ação social da câmara municipal já atribui cerca de 200 cartões aos idosos mais carenciados.

está de regresso para mais uma temporada a iniciativa «cinema em movimento». Desta vez os filmes portugueses são de comédia e o objetivo é “resgatar sorrisos” aos idosos alcoutenejos.

Este cartão representa para muitos idosos um apoio sem qual não esta-ria garantida a condição mínima de vida. Desde logo se atentarmos ao facto de os beneficiários do «Cartão do Idoso» usufruírem da comparti-cipação pelo Município em 50% na aquisição de medicamentos nas far-mácias do concelho, bem como da redução de 50% no pagamento de taxas e demais tributos devidos pelos serviços prestados pela autarquia e, ainda, na redução de 50% relativa à taxa do fornecimento de água, quando o consumo do agregado

A solidão já não é o que era! Isso é um facto constatável quando num conce-lho deprimidos do Interior do Algarve, como é Alcoutim, o cinema está em movimento. O projeto consiste em levar até às cerca de uma centena de dispersas povoações alcoutenejas a sétima arte. Tal tornou-se possível há cerca de quatro anos, desde que a ideia de transformar um autocarro em cinema móvel tornou-se numa ini-ciativa bem-sucedida porque muito bem aceite pela comunidade-alvo, respondendo a uma carência exis-tente. Quantos alcoutenejos nunca tinham visto um filme é uma per-gunta que impera nestas circunstân-cias. Muitos nunca conheceram uma sala de cinema e muito menos jamais lhes tinha atravessado o pensamento receber longas metragens à porta de casa.

Estes habitantes, na esmagadora maioria idosos, assim não estão iso-lados como muitos outros estão ao longo deste nosso Portugal.

«Cinema em Movimento» está de regresso

Desde meados de Março que o «Cinema em Movimento» regressou às estradas de Alcoutim. A iniciativa é totalmente municipal e já sofreu algu-mas inovações. Por exemplo, até ao final do ano passado o autocarro, para além da projeção de filmes, contou com a animação de teatro de fanto-

O Bispo do Algarve, D. Manuel Netos Quintas, esteve em Alcoutim até ao dia 10 de março em visita pastoral às paró-quias de Alcoutim, Pereiro e Giões. No quartel dos Bombeiros Voluntários de Alcoutim, onde deu a bênção à imagem de S. Marçal, padroeiro dos Bombeiros. D. Manuel Quintas realçou a importân-cia do reconhecimento e apoio dado aos bombeiros, “benfeitores, que nos amam, nos protegem e de modo admi-rável estão em comunhão connosco”. O Bispo do Algarve visitou o infantá-rio, Santa Casa da Misericórdia, Lar de Idosos e Escola de Alcoutim. Ao longo da sua visita D. Manuel Quintas passou por diversas povoações das paróquias de Giões, Alcoutim e Pereiro para orar com a população local. A conclusão da visita pastoral foi assinalada pela euca-ristia em Giões e em Alcoutim.

“A paz e o amor nos nossos corações”

A direção da Associação Himanitá-ria de Alcoutim, os funcionários e os idosos disseram ao JBG estar “gratos ao Bispo D. Manuel Netos Quintas, ao Senhor Padre Atalívio e aos Irmãos pela visita à instituição que foi do agrado de todos os presentes”. Especialmente os idosos demonstram a sua “satisfação e agrado pela Vossa presença, não apenas durante a visita pastoral mas também pela presença semanal que mantêm nestas valências”. Esta associação humanitária lembrou a visita como “a Paz e o Amor que trazem aos nossos corações”.

Aprender a lidar com a menopausa e as alterações do climatério, foi o tema da palestra proferida em Mar-tinlongo, pela enfermeira Patrícia Jerónimo. A assistência, maioritaria-mente feminina, mostrou-se muito interessada e participativa. No final, ficou acertada nova vinda da pales-trante, acompanhada pela enfer-meira alcouteneja Deonilde, para nova palestra sobre o diagnóstico precoce do cancro da mama, pato-logia muito frequente nesta região. Esta iniciativa foi do município de Alcoutim, do Centro de Saúde de Vila Real de Santo António e da Uni-dade de Cuidados na Comunidade Santo António de Arenilha.

Já a 18 de março realizou-se no Centro de Dia do Pereiro uma sessão sobre as demências, com a médica Isabel Valente, neurologista do Hos-pital de Faro. A palestra, que contou também com a presença do médico e autarca Francisco Amaral, clarificou os diferentes tipos de demência e as características de diagnóstico e deixou ainda alguns conselhos aos familiares sobre a melhor forma de lidar e tratar estes doentes. “Todos nós teremos demência, depende da nossa longevidade”, focalizou neu-rologista, prendendo a atenção da sala lotada. “Em Portugal nasce-se com muita dignidade, mas envelhe-ce-se com muito pouca”, continuou, caracterizando o quadro geral das demências no país. “O alzheimer é cada vez mais frequente”, lembrou a médica numa sessão aberta ao debate.

ches e sessões de acordeão. Desta feita a dinamização foi possível graças a um amigo de Alcoutim que se dispo-nibilizou gratuitamente a fazê-lo; o médico aposentado José Pepo.

Agora «o cinema à minha porta» é o mote para esta temporada e vai levar às diferentes povoações filmes portu-gueses de comédia. E tal não acontece por acaso, é que Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim quer “resgatar um sorriso” aos idosos”. O autarca que é também médico lembra que “o riso é uma das formas mais eficazes de prevenir e combater estados depressivos, que são muito frequentes na idade avançada

e aqui agravados pelo isolamento”. Além disso, termina o autarca, “é uma forma de aproximar as pessoas e de lhe oferecer momentos culturais e de lazer a que dificilmente acederiam de outra forma”.

Cinema num autocarro

Iniciativa da Câmara Municipal de Alcoutim, o Cinema em Movimento é um autocarro transformado num auditório móvel, equipado com uma tela e com capacidade para 25 luga-res sentados, que exibe, nas cerca de 100 povoações dispersas do concelho, filmes portugueses.

familiar não ultrapassar os 10 m3. Os benefícios são assim da esfera

mais básica e em Março o município castromarinense decidiu renovar e atribuir mais cartões desta natureza aos munícipes seniores do concelho. A autarquia, liderada pelo sosical democrata José Estevens, garante que está “atenta às crescentes difi-culdades socioeconómicas de muitas famílias do concelho, em especial, os idosos que vivem em estado de carência devido a questões que se prendem com a idade avançada e a saúde frágil”. Recentemente foi

aprovada “a atribuição de dezenas de Cartões do Idoso e renovação de outros tantos”, pode ler-se numa nota da câmara municipal à comu-nicação social.

200 cartões em menos de dois anos

Desde Junho de 2011, a Câmara Municipal já emitiu mais de duas centenas de Cartões do Idoso, acre-ditando que está a contribuir “para a melhoria das condições de vida e do conforto de muitos castroma-

rinenses”. A criação do Cartão do Idoso insere-se num vasto conjunto de políticas sociais que a Câmara Municipal de Castro Marim tem em desenvolvimento, que “visam propi-ciar qualidade de vida e bem-estar às famílias desfavorecidas do conce-lho que, estando a viver situações de grande debilidade económica, neces-sitam da ajuda e da solidariedade do executivo municipal”.

Outros apoios sociais

E para além deste cartão do idoso

a câmara municipal faz questão de relembrar outros apoios criados e que abarcam os munícipes de todas as faixas etárias. Apoios esses, frisa a autarquia, são “resultado de um esforço financeiro muito significa-tivo”. Tais como, a recuperação e qualificação de casas de habitação a idosos, o transporte para consul-tas ao médico, a rede de transportes coletivos «Castro Marim Mais perto», o «Castro Marim Amigo», «Bibliomó-vel» (biblioteca itinerante), subsídios de incentivo à natalidade e atribuição de bolsas de estudo.

Reforço no apoio

«Cinema em Movimento» nos montes Saúde

Alcoutenejos recebem comédia portuguesa à porta de casa

Bispo visitou Alcoutim

Palestras encheram em martinlongo e no Pereiro

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GRANDE PLANO

O stand do sal do Baixo Guadiana em Nuremberga foi patrocinado pela Associação Terras do Baixo Guadiana [ATBG] que no âmbito do «Plano de Aquisição de Competências e Animação PACA – Subprograma3 – Dinamização das Zonas Rurais» do Programa PRODER, conseguiu verbas para levar até a este certame o sal e a flor de sal de Castro Marim. Esta entidade contou com a parceria da Associação Odiana a quem coube estabelecer um contacto direto com todos os produtores, dinamizar a comunicação e organização logística para a presença na Alemanha.

Para este stand aceitaram o con-vite e marcaram presença a coopera-tiva «Terras de Sal», que congrega 11 produtores de sal de Castro Marim e a empresa «Pedaços de Mar», que levou até a Alemanha a sua marca registada «Baesuris» - também conhecida como «Baesurisal».

BioFach é barómetro para «Pedaços de Mar»

«Baesuris» é uma marca registada da empresa «Pedaços de Mar» que surgiu no ano de 2005. A produ-ção do sal e flor de sal tem o escoa-mento assegurado numa estratégia que tem vindo a ser definida na base do mercado externo. “70% das nossas vendas corresponde a exportação”, declara o empresário Fernando Reis que aponta os quatro cantos do mundo como potencial para a compra deste «ouro branco» de Castro Marim, como muitos já lhe chamam.

Os produtos que a «Pedaços de Mar» levou para a BioFach foram muito variados, sendo que para esta, que é a maior feira de produtos orgânicos do mundo, prepararam um conjunto de novos produtos que denotam a evolução desta empresa ao nível do setor produtivo, mas também do marketing. “Prepará-mos muitos produtos novos, bem como uma nova imagem”, conta-nos Fernando Reis. Sal de escama natural, mas também sal de escama natural com vinho tinto biológico, Flor de sal com azeitona, com algas, com xitaque (espécie de cogumelo) e outras misturas fizeram parte de um conjunto de inovações desta empresa que adquire somente ervas

aromáticas mediterrânicas no mer-cado biológico nacional

Esta foi já a segunda vez que a «Pedaços de Mar» foi até à BioFach (a primeira em 2007). Na primeira vez fez dois clientes que ainda hoje se mantêm e se a partir desta edição conseguir “um ou dois clien-tes, então já será muito positivo”, avança Fernando Reis. É que este negócio “não é a galinha dos ovos de ouro”, afiança, lembrando que singrar enquanto produtor de sal é possível “mas com muito trabalho, organização e, sobretudo, persis-tência”.

O empresário sublinha que há muita oferta deste produto noutras partes do mundo, sendo a concorrên-cia forte. Apesar de “o sal de Castro Marim ser de excelente qualidade no mercado internacional tem concor-rentes diretos”, sinalizando países como a Espanha, França, Itália, Grécia, Chipre, Croácia, Indonésia, África de Sul e Brasil.

Superar este obstáculo é possível, frisa “com uma estratégia articulada em que produtores, cooperativa e empresa municipal tenham como meta a promoção deste enquanto um produto de excelência”. O empresá-rio está convicto que este caminho é possível se houver concertação. “A empresa municipal de Castro Marim deverá assumir um papel de promo-ção e não de concorrência direta”, defende, acreditando também no papel da cooperativa «Terra de Sal», de Castro Marim “enquanto entidade escoadora, mas também catalisadora”.

Produção: 100 toneladas de sal e 10 de flor de sal

O retorno de uma feira como a BioFach “é sempre uma incógnita”, afiança Fernando Reis que esta-beleceu na Alemanha cerca de 50 contactos oriundos de destinos tão variados como Alemanha, Áustria, Suécia, Filândia, Noruega, Espanha, Taiwan, Brasil, Israel, Emirados Árabes Unidos, Tailândia, Rússia, Bulgária e Croácia. O empresário avança que nesta fase as negociações estão “a decorrer”.

No total a «Pedaços de Mar» produz anualmente 100 toneladas de sal e 10 toneladas de flor de sal. A

«Pedaços de Mar» tem duas salinas, num total de 74 talhos. Emprega a tempo inteiro duas pessoas, uma na recolha, outra no embalamento, e quando há mais trabalho recorre a contratos temporários. Fernando Reis garante que face há uma década atrás a produção quase que tripli-cou. Está também mais confiante no papel da Cooperativa “que tem uma visão mais aberta e que gere melhor o interesse de todos” .

O empresário gostaria de ver contempladas nas candidaturas de entidades como a Odiana e Terras do Baixo Guadiana, mais verba para a promoção dos empresários em feiras porque “para além da presença no stand deveria ser financiada a des-locação e a estadia aos promotores que muitas vezes não conseguem fazer face aos elevados custos em causa”.

Presença na feira na Alemanha traduz-se em encomendas para Cooperativa

A BioFach foi lugar de “muito boa aceitação” dos visitantes à presença da «Terras de Sal», ao seu conceito e produtos. O resultado foi o contacto de cerca de 50 empresas de todos os continentes. “Desde quase todos os países europeus, até China, India, Tailândia, Austrália, Japão, Israel, Líbano, USA, Peru, Brasil, Bolívia, Chile e Gana”, discrimina Luís Horta Correia, presidente da Cooperativa acrescentando que destes, alguns contactos já tiveram seguimento, concretizados em encomendas. “Outro aspeto também muito impor-tante e positivo foi a possibilidade de perceber o mercado mundial atual de produtos biológicos e do sal em particular. Esta perceção é essencial para a nossa atividade. Perceber as tendências de produtos e preços desta forma só é possível num evento desta natureza. Neste aspeto foi muito gratificante obser-var a excelente reação dos compra-dores ao Sal Tradicional e à Flor de Sal de Castro Marim. Apreciaram não só a qualidade do produto, comparando muito positivamente com outros produtos concorrentes de outras origens, mas também a história de Castro Marim, das suas

entre 13 e 16 de fevereiro na cidade de Nuremberga, Alemanha, o sal de castro marim esteve presente na «Biofach», a maior feira Internacional de Produtos Orgânicos do mundo. Os produtores de sal presentes neste certame trouxeram boas expetativas e ganharam novo fôlego para dar continuidade a esta produção. O stand do Baixo Guadiana foi bastante procurado e os contactos feitos chegaram dos quatro cantos do mundo. Agora é hora de dar continuidade às relações comerciais estabelecidas.

Susana H. de Sousa

sal de castro marim ganha novo fôlego na Alemanha

Os produtores de Castro Marim que estiveram presentes na BioFach - a maior feira de produtosorgânicos do mundo - garantem que o certame é bastante importante para a promoção do sal. Da Alemanha a «Pedaços de Mar» e a «Terras de Sal» trouxeram inúmeros contactos e agora encontram-se a estabelecer conversações com o objetivo de criar novas relações comerciais. O sal de Castro Marim é, de acordo com estes produtores, requisitado nos quatro cantos do mundo.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 9

GRANDE PLANO

gentes e das suas salinas”, testemu-nha aquele responsável.

Foram também encetados contac-tos “muito importantes com enti-dades certificadoras de produtos biológicos no sentido de sensibilizá-los para a necessidade de introduzir o Sal Tradicional e a Flor de Sal nos cadernos de normas de produtos bio-lógicos, de forma a tentar evitar esse fenómeno estranho que é o de os mercados certificados como 100% biológicos incluírem sal industrial, sem qualquer tipo de orientação biológica, nos seus ingredientes”. De acordo com este responsável é urgente travar a desregulação do mercado mundial da Flor de Sal. “Surgem produtos dos mais variados tipos, origens e modos de produ-ção classificados como Flor de Sal, até sal de mina”, denuncia Luís H. Correia que recorda que esta ten-dência “é uma clara contrafação do produto, que pode prejudicar muito a imagem da Flor de Sal junto dos consumidores, mas também levá-los a desvalorizar o produto”. Na Alemanha os responsáveis da Coo-perativa tentaram sensibilizar as grandes certificadoras biológicas mundiais. Esperam agora que “esta iniciativa tenha seguimento, particu-larmente pelas associações de defesa do setor do sal, como seja a TRADI-SAL [Associação de Produtores de Sal do Sotavento algarvio]”.

O papel comercial e social da Cooperativa

O papel da «Terras de Sal», Coo-perativa de sal de Castro Marim é tanto comercial como social. São duas vertentes de atuação que estão interligadas para a defesa dos pequenos produtores, pressupondo o escoamento da sua produção. Um papel que o atual presidente da Cooperativa assegura que “tem sido possível executar de forma con-tinuada e satisfatória”. A «Terras de Sal» agrega a maioria dos produto-res de Castro Marim e tem-se reve-lado “um instrumento precioso no desenvolvimento desta atividade em Castro Marim”. Luís Horta Correia, também produtor de sal, afirma que “individualmente teria sido muito difícil a presença destes produtores no mercado global”.

A linha é ascendente no que diz respeito à exportação do sal e flor de sal de Castro Marim. Aliás, a Cooperativa de produtores de sal de Castro Marim está muito focada na exportação, sendo o seu principal mercado que representa atualmente cerca de 70% das vendas. Estes são os dados mais recentes a que o JBG teve acesso e que dão conta de uma fase positiva que a linha coopera-tivista neste concelho de origens medievais está a viver.

“A presença internacional do Sal de Castro Marim é um aspeto fun-damental para o desenvolvimento da produção de sal e flor de sal do concelho, que no fundo repre-senta uma das nossas principais razões de existir. A participação em feiras internacionais é o principal meio para esta divulgação e para

o estabelecimento de novas rela-ções comerciais. Sendo a BioFach o maior evento mundial na área dos produtos biológicos – o nosso principal mercado – percebe-se o quão importante é esta participação na nossa estratégia”, esclarece Luís H. Correia.

A inovação com os produtos «Raw»

A «Terras de Sal» levou até à Alemanha a linha «Raw», que con-siste numa imagem mais cuidada das embalagens e em novos pro-dutos. Um dos novos produtos é o sal líquido, baseado nas «águas-mãe», que são as águas que perma-necem nas salinas após o final da época de produção. É um produto que possui elevada proporção de minerais muito importantes para a saúde, como o magnésio e o potás-sio, e pretende ser um substituto aos comprimidos que existem no mercado de complemento mineral, ainda com a vantagem de ser algo completamente natural. Esta linha enquadra-se no nosso novo conceito de marketing que pretende distin-guir Castro Marim no mercado do sal de alta qualidade”. O dirigente frisa que Castro Marim “além de produzir um sal de altíssima quali-dade, tem características históricas, culturais, sociais e ambientais únicas a nível mundial”. Poucas localidades terão uma relação tão próxima e tão antiga com o sal como Castro Marim e a nova estratégia da «Terras de Sal» foca-se muito na potenciação destes valores.

«Terras de Sal» aumenta vendas

A atual direção tomou posse em Setembro de 2011 e é constituída por Luís Horta Correia, Rosa Dias e João Pedro Grelha. O presidente lembra que a «Terras de Sal» atravessou momentos menos bons, derivados principalmente de alguma dificuldade na obtenção de capacidade de investimento, “tão necessária para desenvolver as nossas capacidades logísticas e comerciais”, frisa Luís H. Correia, que garante que desde que a nova direção assumiu funções tem sido feito um esforço principalmente no desenvolvimento das capacidades comerciais, na manutenção dos clientes existentes e na garantia de ser produzido sal e flor de sal de qualidade única. “Os nossos produtores têm sido exemplares no apoio a estes esforços”, elogia o responsável que como resul-tado declara que a Cooperativa aumentou as vendas em países já clientes, “como é o caso da Alemanha”, tendo sido alargado o leque de clientes internacio-nais com exportação para o Reino Unido, Brasil, Hong-Kong e Israel. Estarão também em curso nego-ciações em estado avançado com França, Noruega e Holanda.

Atualmente a Cooperativa Terras de Sal conta com cinco trabalhadores diretos.

Associação Terras do Baixo Guadiana no apoio financeiro ao sal

“A aposta no sal tem sido significativa na medida em que se trata de um produto de qualidade certificada e um dos poucos produtos locais que apresenta uma escala suficiente que justifique uma tentativa de se procurar novos mercados de consumo”, confirma Ricardo Bernardino, coordenador da Associação Terras do Baixo Guadiana (ATBG) avançando que os “recursos financeiros da associação são escassos para pro-moção deste e outros produtos”, mas que a oportunidade de o sal de Castro Marim marcar presença na BioFach justificou o investimento. “A nossa estratégia local de desenvolvimento, para além do turismo, património, cultura e apoio social, assenta bastante na promoção e desenvolvimento dos produtos locais. Para além das ações de promoção e divulgação, temos também apoiado projetos relacionados com esta temática”. A certificação do sal foi cofinanciada no anterior quadro comunitário ao abrigo do PIC LEADER+. No atual quadro comunitário a ATBG já apoiou “documentários sobre o sal e a extração de sal; vários projetos de requalificação das salinas e infraestruturas de apoio; projetos relacionados com a comercialização e marketing, entre outros”.

Há cerca de 15 anos que a ATBG tem vindo a apoiar financeiramente diversos programas ligados ao sal. “Ao abrigo do subprograma 3 do PRODER já foram aprovados alguns projetos que vão desde o apoio à produção e extração de sal e flor de sal, como sejam requalificação e adaptação das salinas e infraes-truturas de apoio; apoio à comercialização como caixas, paletas, viaturas, e apoio na área de marketing, como imagem do produto, páginas de internet, e também projetos de promoção e divulgação, como por exemplo um documentário sobre a produção de sal e flor de sal tradicional”, esclarece Ricardo B.

Convicto que “muito já foi feito, se compararmos a realidade há 10 ou 15 anos atrás” o responsável é da opinião que “ainda não se recebeu o devido retorno” desse investimento. Ricardo Bernardino está confiante que “num curto espaço de tempo o sal e a flor de sal se possam afirmar ainda mais como produtos de qualidade e de excelência, o que lhes permita ganhar a importância que tiveram noutros tempos, não só a nível económico como de fator identitário deste território”.

Quanto a feiras internacionais, para já, não está prevista qualquer participação desta associação. “Neste momento a prioridade são pequenos eventos de promoção e divulgação de produtos locais/regionais, uma vez que, como foi referido anteriormente, o orçamento disponível é limitado”, explica o coordenador.

Odiana destaca a prioridade dada ao sal

A associação Odiana tem tido, igualmente, um papel de desenvolvimento no que toca a este produto de excelência. Entre Abril de 2004 e Fevereiro de 2005 teve lugar na associação um curso de formação de Sal tradicional no qual participaram 18 formandos que tiveram oportunidade de se deslocar a Guè-rande, cidade francófona geminada com Castro Marim e conhecida como a capital do sal em França, para ali se aperceberem da dinâmica de produção salineira. Mais tarde a associação teve a oportunidade de assegurar a certificação do sal como produto biológico através de uma entidade certificadora fran-cesa. Vários têm sido os eventos e certames em que esta associação tem participado para promover o sal de Castro Marim. “Consideramos que o sal tem de ganhar o seu papel de destaque a título local, mas também nacional e internacional”, defende Valter Matias, diretor executivo da Odiana. Este responsável garante que “muito já foi feito, mas que muito há ainda a fazer” por este produto de excelência. Apela à união dos produtores e afiança que a associação irá “fazer tudo ao seu alcance em prol da valorização do sal de Castro Marim”.

Empresa municipal investe na promoção

Recorde-se que a título local a câmara municipal de Castro Marim tem previsto a construção de um museu do sal. A obra deste Centro, junto ao parque de estacionamento da vila, está parada devido à insolvêcia do empreiteiro, tendo a autarquia tomado posse administrativa da obra. O equipamento será dotado de meios tecnológicos de ponta e servirá como um espaço museológico interativo para promover o sal marinho tradicional de Castro Marim. No total este investimento rondou os 800 mil euros.

A empresa municipal de Castro Marrim explora uma salina com o objetivo de promover o sal, nome-adamente, através de «operações de charme», oferecendo sal e saleiros à restauração e hotelaria locais. São medidas que, de acordo com José Estevens, presidente da câmara e do conselho de administração da empresa municipal “servem para ajudar a tornar este produto mais consumido e apetecível”.

De referir que em Castro Marim apenas está aproveitada uma décima parte do potencial salineiro.

Sinergias em prol do «Ouro Branco» de Castro Marim

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POLÍTICA

David murta é o candidato do Ps à câmara de vRsA

candidato do PsD em Alcoutim aposta na ação social e na criação de emprego

Candidato do PS vai auscultar a população para criar programa eleitoral

José Carlos Pereira, atual vice-presidente da câmara municipal de Alcoutim é o candidato do PSD local às autárquicas

A apresentação oficial de David Murta contou com a presença do deputado à Assembleia da República Miguel Freitas, de Jamila Madeira, em representação do secretariado do partido, António Eusébio presi-dente da federação regional, Célia Paz, líder concelhia da estrutura rosa e João Guerreiro que é o mandatário desta candidatura.

Célia Paz apresentou David Murta como o “candidato esforçado para combater a desigualdade que reina em Vila Real de Santo António”. A líder rosa diz que “o concelho está carente de valores que fazem falta à democracia”, apontando o dedo acu-satório ao atual executivo camarário liderado por Luís Gomes. “Vila Real de Santo António vive em compa-drio, com uma dívida monstruosa e sem património – que foi vendido ao desbarato”. Célia Paz apontou David Murta como “jovem capaz, trabalha-dor, honesto, com conhecimento na gestão e devoto à causa pública”.

«David Murta, Um novo rumo» é o slogan desta campanha apoiada também pelo presidente da federa-ção António Eusébio. “Ele é o melhor candidato que o PS poderia ter para Vila Real de Santo António”, afirmou o também presidente da câmara municipal de São Brás de Alportel. O líder regional do PS lembrou as dificuldades da conjuntura atual e frisou “que não virão tempos melho-

José Carlos Pereira, atual vice-pre-sidente da câmara municipal de Alcoutim é o candidato do PSD local às autárquicas. O atual numero dois de Francisco Amaral avança com “um projeto de continuidade, com prioridades dirigidas para a ação social e para a criação de emprego”, lembrando que integra uma equipa há já 16 anos, cujo projeto imple-mentado “ainda não está terminado. Muito foi feito, mas muito ainda há por fazer. Essa é uma das razões por que sou candidato à Câmara de Alcoutim”, afirmou José Carlos Pereira à agência Lusa.

O autarca acredita que é pos-sível criar uma “economia mais forte, mais justa e criadora de mais emprego”, acreditando em “um caminho de sucesso no concelho, onde cada vez valha mais a pena viver”. José Carlos Pereira, que entrou na autarquia em 1998 como adjunto do presidente e passou a vereador eleito no ano seguinte,

res, pelo contrário”, reportando a Lei das Finanças Locais “que vai trazer um corte de 25% das verbas canali-zadas para a autarquia”, sublinhou, dizendo que “com a coragem e polí-ticas novas desta equipa liderada por David Murta é possível mudar o rumo de Vila Real”.

Campanha “construtiva, positiva e serena”

disse que a câmara tem também sido “pioneira num conjunto de iniciativas nas áreas da ação social, saúde, educação ou cultura” e vem promovendo a “qualidade de vida das populações com investimento no saneamento básico, rede viária, habitação, desporto ou turismo”.

“Em termos de gestão financeira somos uma referência nacional, temos feito uma gestão séria e res-ponsável, somos dos municípios com menor endividamento líquido e somos referência em termos de contenção orçamental e estabilidade financeira”, destacou.

José Carlos Pereira, que preside à concelhia social-democrata de Alcoutim, frisou que, apesar da crise, que o município também sente, a “câmara tem estabilidade financeira e recursos para poder continuar o trabalho que tem sido feito”.

“Queremos continuar a pro-mover o crescimento económico,

Por seu lado, David Murta garante que vai levar a cabo “uma campa-nha construtiva, positiva e serena”. Admitindo que “os tempos não são fáceis” e que “o PS não vai deixar de assumir as suas responsabilidades” o candidato quer “ouvir os cidadãos, as instituições e as empresas para quem se destina o projeto autárquico”. Criti-cou “as promessas do atual executivo que mexem com os sentimentos das

pessoas, como é o caso da habita-ção social”, acusando que a este nível “nada foi feito”.

Candidatura elaborada sob auscultação popular: 4 eixos de atuação

O candidato explicou que o programa autárquico vai ser construído através de uma aus-cultação à população. Reuniões regulares que já terão tido início passarão por uma maior proximi-dade com os munícipes, empresas e instituições várias. A atividade económica, as infraestruturas e equipamentos, bem como as polí-ticas sociais e apoio às coletivida-des são os quatro eixos de atuação a partir do qual David Murta vai construir o seu projeto autár-quico. “120 milhões de euros de dívida em sete anos é hediondo”, acusa o socialista, dizendo que a

economia de VRSA “está hipotecada para os próximos 30/40 anos”, lem-brando que “o PS sempre chamou a atenção do executivo, mas nunca foi tido em conta”. Acusa também o atual executivo de responsabilidade sobre o desemprego “galopante” e aponta o dedo a “uma taxa de execu-ção do QREN [fundos comunitários] baixíssima”. David Murta considera urgente criar um Gabinete de Apoio

ao Empresário. “Os nosso empresá-rios estão estrangulados pelas dívi-das contraídas pelo engenheiro Luís Gomes”. Na ótica das infraestruturas e equipamentos David Murta reclama para “o PS a nível local e nacional a responsabilidade na construção da maior parte dos equipamentos” em VRSA. “Em oito anos nada foi feito em relação ao desassoreamento do Guadiana, à reabilitação dos bair-ros sociais, aos esgotos escoados para o rio às piscinas municipais, ao pavilhão multiusos, ao mercado de Monte Gordo, ao nó da Via do Infante. Em quatro anos nada foi feito em relação à habitação social e veja-se onde se permitiu chegar em relação à escola secundária”, discriminou David Murta que quer trabalhar “em concertação com a comunidade, nomeadamente com as coletividades locais que atravessam momentos muito difíceis”, afirma.

No que diz respeito à empresa municipal SGU, David Murta garante que não está contra a exis-tência desta estrutura, mas afiança que necessita de “uma boa gestão e melhor aproveitamento dos recursos existentes”.

No que diz respeito à agricultura o PS prepara-se para apresentar um projeto para as localidades de Hortas e Vila Nova de Cacela. “É a nossa hora, acreditemos que é possível”, aclamou o socialista.

criando mais riqueza, e esta é uma prioridade, com o objetivo claro de, a curto prazo, criar mais emprego”, considerou.

O candidato do PSD alcoute-nejo às autárquicas deste ano prometeu uma aposta forte na construção de lares e de uma unidade de cuidados continuados caso vença as eleições num dos concelhos mais desertificados do país. “Vamos apostar seriamente em infraestruturas sociais e de saúde, estou a falar de lares e de uma unidade de cuidados con-tinuados. É a forma que temos de, mais urgentemente e a curto prazo, criarmos emprego. Cada lar emprega entre 25 e 30 pes-soas”, afiançou.

José Carlos Pereira recordou que, no início deste mandato, a câmara se propôs a construir quatro lares, o que representa, segundo o candidato, “à volta de 100 postos de trabalho”.

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LOCAL

Cerca de 70 pessoas, de ambos os sexos (embora sendo a maioria mulheres) marcaram presença para ouvir falar sobre a mulher em toda a sua condição. Foram convidadas para a tertúlia quatro nomes bem conhecidos da comunidade, sendo quatro mulheres com papel ativo na sociedade. Isabel Soares, adminis-tradora delegada da empresa Águas do Algarve; Elsa Cordeiro, deputada na Assembleia da República; Nélia Mateus, presidente da Junta de Fre-guesia de Altura, em Castro Marim, e Rita Pires, professora e membro executivo da Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António. A mode-rar também uma mulher, desta feita a jornalista castromarinense Alme-rinda Romeira. O proposto foi refletir abertamente acerca do papel social e profissional da mulher nas trans-formações ocorridas no mundo, a sua emancipação e a conquista de lugares de decisão, seja na econo-mia, na política, na ciência ou no conhecimento.

Questionadas sobre o papel da mulher na sociedade atual Isabel Soares realçou a sua posição quanto à lei da paridade, sendo que se opõe a este mecanismo que obriga à con-templação de 33% de mulheres nas listas políticas. A ex-presidente da camara municipal de Silves é da opinião que as mulheres devem ser destacadas politicamente pelo seu real valor. A deputada Elsa Cordeiro lembrou que a lei da paridade é “uma lei de género, não foi feita para as mulheres”, considerando que “é um erro continuar a pensar que esta lei é para as mulheres”. A percentagem de mulheres na maioria dos parlamen-

No passado dia 8 de Março a Associação de Bem-Estar Social da Freguesia de Odeleite com o apoio da Junta de Freguesia local e câmara municipal levaram a cabo uma iniciativa que teve como grande objetivo mimar as senho-ras de Odeleite. A surpresa foi um tratamento cabeleireiro gra-tuito. Aderiram à iniciativa cerca de 15 senhoras que aproveitaram o mimo para naquele dia ficarem mais belas.

Foi o caso da senhora Fernanda Gonçalves de 88 anos (os 89 serão cumpridos a 8 de Junho!) que lavou e penteou o seu cabelo e

que com uma simpatia que lhe caracteriza mostrou-se agrade-cida pela iniciativa. Costuma “ir ao cabeleireiro de três em três meses” e assim evita uma deslo-cação até à vila porque o cabelei-reiro foi até Odeleite.

Mas o dia naquela aldeia não ficou por ali. No local onde teve lugar o tratamento de cabelei-reiro as senhoras tiveram um direito a um lanchinho. As entidades promotoras encarre-garam-se também de oferecer flores às senhoras e à noite teve lugar um tradicional baile da Pinha.

Mimos um pouco por todo o lado

O Dia da Mulher caracterizou-se por dar lugar a mimos um pouco por todo o Baixo Guadiana e de género variado. À sede do Jornal do Baixo Guadiana, na associação Odiana, chegaram flores ofereci-das pela Junta de Freguesia de Castro Marim, bem como uma flor em artesanato urbano e uma resenha histórica acerca do «Dia Internacional da Mulher» ofereci-das pela Santa Casa da Misericór-dia de Castro Marim. As senhoras agradecem!

tos dos países da Europa “é de 20 por cento. Em Portugal é ligeiramente superior”, destacou Elsa Cordeiro. Por sua vez Nélia Mateus conside-rou que as mulheres “já mostraram que são capazes de exercer funções em diversas áreas”, considerando que “esta mistura entre homens e mulheres é muito mais produtiva. Cada um tem as suas características e sensibilidades”. Por sua vez, a pro-fessora Rita Pires frisou o facto de que “há mais mulheres a entrar para as universidades”, estando expec-tante em conhecer uma sociedade de futuro onde haverá mais mulheres qualificadas do que homens.

Quais os desafios que se colocam à mulher no século XXI?

As mulheres do século em que nos encontramos têm de enfrentar os graves problemas económicos da Europa, sendo que para Isabel

Soares, perante esta conjuntura global, a mulher receia, mais do que tudo, “a questão do desemprego”. A deputada à Assembleia da República, Elsa Cordeiro, recorda que os desafios do secúlo XXI nos países europeus passa pela “educação, participação pública e mercado de trabalho”. Na sua opinião a autarca de Altura, Nélia Mateus, instigue as mulheres a ousarem mais, a arriscarem mais e a deixarem de lado “a ideia de que muitas das oportunidades existentes na sociedade existem apenas para os homens”. Rita Pires preferiu lembrar o papel importante que a mulher tem no seio familiar e que cada vez mais é partilhado pelo homem. “Há cada vez mais homens a executar tarefas que antes eram apenas femininas”, destacou a docente, que não quis, no entanto, deixar de recordar que ainda são as mulheres que mantém a maioria das tarefas de gestão fami-liar, e ainda são “mais as mulheres que têm que cuidar dos idosos da

família”. Do seu ponto de vista um desafio de relevo que as mulheres enfrentam é “ter mais tempo para os filhos”. A docente garante que observa com regularidade “muitas famílias com muitas dificuldades para acompanhar os filhos”, preo-cupada com esta realidade a docente insiste que “é importante olhar para isto como um desafio muito sério”.

Jornalista Almerinda

Romeira moderou

A moderar esta tertúlia esteve a jornalista Almerinda Romeira. Esta castromarinense lembrou que algu-mas das conquistas das mulheres em termos legislativos durante a I República foram perdidas no perí-odo do Estado Novo. A ditadura de Salazar “representou um retrocesso”, disse, lembrando que a situação mudou após a Revolução de 1974. “Só em 1976 foi abolido o direito de o marido abrir acorrespondência da mulher e apenas em 1978 a mulher casada deixou de ter um estatuto de dependência para ter um estatuto de igualdade”, recordou a jornalista, sublinhando que “avançou-se muito, mas uma coisa são as leis e outra é a realidade da vida”.

Almerinda Romeira tem 52 anos e é jornalista do jornal Económico «Oje», desde 2008, depois de ter passado pelo Correio da Manhã e «A Capital». É autora do conto «A Estrela do Avô» - da antologia «50 Histórias de Quem Foi Criança» e recentemente publicou o livro com o título «Portugal Entre Gerações».

Tertúlia sobre as mulheres deste século pôs a nu evolução e fragilidades

Dia da mulher assinalado em Odeleite

No passado dia 8 de março a biblioteca municipal de castro marim recebeu uma tertúlia subordinada ao tema «mulheres do século XXI – o papel da mulher na sociedade atual». A organização foi da câmara municipal local.

Quatro mulheres convidadas a debater o papel feminino na sociedade Almerinda Romeira moderou o debate

Uma dezena de senhoras aderiu à iniciativa de estética

Castro Marim

A violência contra as mulheres esteve também em destaque neste encon-tro que durou cerca de duas horas. E onde também foi referido que nos países menos desenvolvidos o grande desafio é a educação. Quanto mais as mulheres entrarem para a escola e estudarem, mais capacitadas vão ficar para o mercado de trabalho. Em Portugal a percentagem de mulheres que ocupa cargos nos conselhos de administração de grandes empresas em Portugal é de 6 por cento, muito inferior à realidade do resto da Europa. Em Portugal, as mulheres têm que trabalhar, em média, mais 65 dias por ano para receber o mesmo do que os homens.

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LOCAL

O JBG teve a possibilidade de assistir à sessão de encerramento da terceira edição do curso «Desenvolvimento de Competências Parentais» que desta vez decorreu na biblioteca municipal de Vila Real de Santo António. No total a iniciativa decorreu ao longo de 11 sessões, em que cada uma durou duas horas.

Muitas são as problemáticas que envolvem as famílias no que toca ao processo educativo dos mais pequenos. Os pais que integraram este curso estão sinalizados por dificuldades várias e quis o conjunto de entidades envol-vidas na produção do curso ajudar estes pais e mães que, para além da aquisição de competências, quiseram de forma aberta partilhar experiências de vida, angústias e conhecimento.

Este terá sido mesmo a edição do curso onde o grupo foi mais coeso e de maior entrega. Nenhum membro faltou às sessões e em todas o debate foi intenso e o esforço meritório para não deixar escapar nenhuma informa-ção importante.

Educação: um percurso com altos e baixos

O maior objetivo deste curso foi

dotar os formandos de mais ferramen-tas para ultrapassarem dificuldades com que se deparam na educação dos seus filhos. Através do módulo «Estilos Educativos» uma das mães que deu o seu testemunho ao JBG recolheu ensinamentos sobre qual a melhor forma de comunicar com o seu filho mais velhos, bem como estabelecer uma relação mais próxima com os seus problemas na escola. Tal como nos explicou, a criança de 13 anos é vítima de “gozos por parte dos colegas na escola”. O bullying de que é alvo está a fazer com que tenha uma ele-vada taxa de absentismo escolar. No sétimo ano conta com oito negativas e até “que ele não é mau aluno, pois gosta de estudar”, mas “foge dos cole-gas e por isso não quer ir às aulas”, conta. Mãe também de uma criança de 4 anos garante que o curso foi “bas-tante importante para gerir melhor o dinheiro todos os meses”. Aqui o módulo «Economia Doméstica» foi determinante para dar algumas dicas acerca da temática, mostrando que “apesar de ser muito difícil ainda se

pode poupar em algumas coisas”. Para esta formanda “toda a formação foi importante”, destacando, igualmente, o módulo que focou a sexualidade.

José Ramos é pai de cinco filhos, em que o mais velho tem 15 anos e o mais novo 16 meses. De etnia cigana garante que o mais difícil passa por controlar a rebeldia dos filhos, mas a qual associa também “ao estilo de vida”. Gostava de “ter uma casinha, pois viver numa barraca sem água nem luz torna as crianças revoltadas e isso não é nada bom”. Este pai quer “dar a melhor educação” aos filhos e por isso considerou que o curso de desenvolvimento de competências parentais “foi bastante útil”. Permitir que os filhos cresçam de uma forma

equilibrada é o seu objetivo de vida. “Quero que estudem para terem um futuro melhor”, diz-nos João Ramos que teve oportunidade de aprender a ler e a escrever, tal como a sua mulher, já na idade adulta.

Ferramentas para uma vida melhor

A vereadora da ação social da câmara municipal de Vila Real de Santo Antó-nio, Sílvia Madeira, regozijou-se pela forma como decorreu a terceira edição deste curso. “A entrega dos formandos permitiu que o curso corresse muito bem”, salientou, dando conta das alte-rações introduzidas. “Antes o curso era ministrado no projeto «Escolhas

Vivas» e agora decorreu na biblio-teca que é um sítio mais familiar aos formandos e também conseguimos na parceria estabelecida assegurar a animação dos filhos dos forman-dos que assim estiveram ocupados de uma forma lúdica e didática na biblioteca”. A vereadora referiu ainda que “este curso é importante pelo facto de permitir conhecer melhor a realidade das famílias”.

Cursos como estes vão ter continui-dade em Vila Real de Santo António. Essa é a convicção da parceria.

Parceria deu origem ao curso

O curso de desenvolvimento de

competências parentais foi organi-zado pela Câmara Municipal, Comis-são de Proteção de Crianças e Jovens, Projeto Escolhas Vivas, Instituto de Segurança Social – Equipa do Proto-colo do Rendimento Social de Inser-ção e Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento (ACES) e abran-geu áreas como Economia Domés-tica, Alimentação Saudável, Violência Doméstica, Internet Segura - nível 1 e 2, Estilos Educativos, Vigilância de Saúde Infantil, Sexualidade, Preven-ção de Comportamentos Aditivos e Família e Sucesso Escolar.

A população destinatária deste curso são famílias que, de algum modo, são acompanhadas por estas instituições.

curso de competências parentais deixa saudades a formandosDecorreu em vila Real de santo António entre 26 de fevereiro e 26 de março a terceira edição do curso «Desenvolvimento de competências Parentais». Tratou-se de uma parceria de várias instituições do concelho que se pretende que seja útil para dotar de mais ferramentais educativas os pais que estão sinalizados. Os formandos consideram que cursos como estes nunca são demais

VRSA

No total participaram 15 formandos num curso feito de parcerias de entidades de VRSA

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“O Teatro em Alcoutim é um instrumento de

desenvolvimento social”

Francisco Braz é responsável há três anos pelo Teatro Experimental de Alcoutim (TEA); uma aposta cultural da câmara municipal local. O grupo conta atualmente com 12 elementos e prepara-se para estrear duas peças,

uma delas infanto-juvenil, embora encenada de modo a ser apetecível para o público de todas as idades. É ao público que Francisco Braz dis-

pensa mais atenção e energias. É para ele que trabalha, é a ele que forma e é dele que espera o retorno dos projetos levados à cena. Este grupo existe não apenas pela arte em si mesma, mas com a função social de tornar esta

expressão artística um instrumento de desenvolvimento do concelho.

Susana H. de Sousa

Braz

Direto

r art

ístico

TEAFr

ancis

co

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Jornal do Baixo Guadiana: O Teatro Experimental de Alcou-tim prepara-se para estrear não uma, mas duas peças em breve. Promete agitar a vida cultural do concelho…

Francisco Braz: Exatamente. São duas peças; uma infanto-juve-nil que se chama «Era uma vez um dragão» - de António Manuel Couto Viana. Trata-se de uma peça muito divertida que eu representei imenso quando me estreei no teatro…! Estreamos em meados de Abril e entre Maio e Junho faremos uma digressão pelas escolas, infantários, instituições de apoio à terceira idade e montes.

JBG: E do trata esta peça?FB: É uma peça com três perso-

nagens. Uma é o «Catrapaz», um fanfarrão; outro é o «Catrapiz», um mentiroso e também há o «Catra-puz», que é a consciência daqueles dois! A moral desta história é que não se deve mentir. Foca também temas atuais como o bullying e pro-move a aceitação entre as pessoas e as suas diferenças. Nesta peça temos dois apresentadores. A encenação que preparei está adaptada à rea-lidade dos dias de hoje, nomeada-mente através de uma música rap, o cenário é um parque de campismo. As roupas são também dos dias de hoje… Houve uma adaptação desta peça que é dos anos 60 [do século XX]. Do princípio ao fim as falas são em verso, o que a torna mais engraçada! Posso adiantar que é uma peça que tem ingredientes que vão agradar aos públicos de todas as idades.

JBG: A outra peça «Monte Demo» estava prevista estrear há precisamente um ano, de acordo com o que nos avan-çou na altura...

FB: Estava previsto, mas o facto de sermos um grupo amador sig-nifica que os elementos fazem isto por gosto, mas no seu tempo livre e depois do trabalho... Acontece que tivemos elementos que saíram, por razões várias, outros entraram; o que não permitiu concretizar o pro-jeto nas datas previstas. Mas agora estamos em condições de apresentar

esta peça. JBG: Com quantos ele-

mentos conta o TEA neste momento?

FB: Somos 12 elementos.JBG: A equipa consegue ser

plural e multifacetada? FB: Claro que sim; aliás é isso que

se pretende. Nem todos os elemen-tos gostam de interpretar persona-gens, tendo apetências várias como na área das tecnologias, do cenário, guarda-roupa... Numa estrutura amadora todos fazem tudo e isso é muito importante. Há um sentido de coletivo muito grande o que torna este projeto em algo muito saudável porque envolve a solidariedade, a entreajuda, a partilha.

JBG: Não deve ser fácil gerir um grupo que tem passado por várias mutações!?

FB: Não é, de facto, mas o que posso dizer é que os que agora estão, estão de pedra e cal. Eu cos-tumo dizer que a difiuldade destes projetos é manter; temos de lutar contra as adversidades inerentes a um grupo amador. O TEA tem vivido como um grupo em autoformação. E a verdade é que não podemos estar presos ao calendário. Conseguimos esticar o «Auto das Pinduronas» que esteve em digressão dois anos! O mais importante é que o que é feito

seja-o com diversão e alegria. É o caso desta peça que foi bastante aceite pelo público, precisamente, porque transparece essa alegria.

JBG: Um dos objetivos do TEA é contribuir para dias mais enriquecidos deste público alcoutenejo. ... Isso passa pela diversão?!

FB: Também. Há um compro-misso com este público porque em Alcoutim têm muito pouco, pois vive-se um isolamento intenso que apenas é contrariado pela televisão e pela conversa de café... O que damos ao nosso público é alegria, confraternização e quebras na rotina solitária. E temos tido uma exce-lente aceitação.

JBG: Têm várias apresenta-ções ao longo do ano, partici-pando nos eventos locais. Já marcam a esfera cultural do concelho...

FB: Essa tem sido uma forma ótima para mostrarmos o nosso trabalho e estarmos junto da comu-nidade. Participamos na animação da Praça às quartas-feiras à noite, integrámos o desfile etnográfico no Dia do Município; representámos no projeto «Cinema em Movimento» também.

JBG: E quando saem fora do concelho onde costumam

apresentar o vosso traba-lho?

FB: Já participámos no Festival de Teatro de Vila Real de Santo António, vamos também a socie-dades recreativas, como é o caso do Campesino, no Monte Francisco [concelho de Castro Marim] de onde já nos contactaram para voltarmos. Uma coisa importante é que onde temos ido temos deixado raízes.

JBG: Apesar de o TEA tra-balhar para o público-alvo de Alcoutim os vossos espe-táculos direcionam-se para um público generalista...

FB: Sem dúvida que sim. E é muito importante sabermos para que público estamos a trabalhar, de modo a irmos de encontro às suas expectativas. Não podemos dar o que não gostam, o que não perce-bem, mas também não podemos ofe-recer peças de fasquia baixa. Claro que o público também se educa e é essa formação que temos levado a cabo aqui em Alcoutim.

JBG: Produz as peças de modo a que a encenação aproxime o trabalho das pes-soas?

FB: Se trabalhamos para a diver-são e entendimento das pessoas significa que recorremos a uma linguagem o mais adaptada possí-

vel a estas pessoas. O sucesso do «Auto das Pinduronas» teve que ver com o facto de ser uma história que aborda temas comuns, onde as personagens representam pessoas comuns em que o público se revê ou de algum modo conhece alguém semelhante.

Essa é a virtude do teatro de Gil Vicente [século XVI] que criou um estilo a pensar no povo; que abor-dou o povo, a sua história, cultura e quotidiano.

JBG: E para além do «Auto das Pinduronas» [uma adap-tação do «Auto da Índia] tem previsto mais adaptações do teatro de Gil Vicente para Alcoutim?

FB: Está nos meus horizontes fazer uma montagem do «Auto da Barca do Inferno», que seria representada no rio Guadiana. Já começámos a ensaiar e o objetivo é estrear no Verão. No fundo, a minha ideia é utilizar os recursos existen-tes como palco para os espetáculos. Em carteira está também a tragédia de Inês de Castro que seria repre-sentada no castelo. Enquanto não houver em Alcoutim uma estrutrura para receber as peças de teatro irei recorrer também a estes espaços disponíveis.

JBG: Está em Alcoutim há três anos, como vê hoje a opção de apostar na vida cul-tural local?

FB: Olhe, não estou nem desilu-dido nem muito ansioso em relação ao projeto TEA. É preciso ter sere-nidade para resolver contratempos e caminharmos sempre em prol de uma integridade plena na comuni-dade.

JBG: E como avalia a rece-tividade que o TEA tem atualmente na comunidade alcouteneja?

FB: Tem sido fabulosa e essa é a parte mais gratificante de todo o projeto. Para além de formarmos o público e de proporcionar momentos de prazer e alegria aos elementos do grupo, é extraordinária a acei-tação que temos tido. As pessoas reconhecem e valorizam a dedica-ção da nossa equipa, elogiam-nos

“Para além de formarmos o público,

e de proporcionar momentos de prazer

e alegria aos elementos do grupo é

extraordinária a aceitação

que temos tido em Alcoutim”

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 15

constantemente. É muito bom! JBG: E como é que se con-

segue colocar uma equipa de amadores do teatro a traba-lhar com o brio e rigor pro-fissionais?

FB: A minha grande preocupa-ção é que os que participam neste projeto saibam o que estão a fazer e ganhem confiança na sua presta-ção. E essa é uma preocupação que vem de trás; de um projeto que eu levei a cabo ao longo de 21 anos com um grupo de teatro exclusiva-mente constituído por pessoas com deficiência.

O TEA é muito heterogéneo. Temos pessoas de variadas forma-ções e de faixas etárias diversas. Fazem isto por amor e a título volun-tário. A eles cabe ter a vontade e a mim dirigi-los da melhor maneira. Costumo dizer que no teatro não há democracia porque quem dirige é quem decide! (risos). No trabalho artístico como o teatro tem de se trabalhar no coletivo, não podendo sobressair o individual e só o diretor artístico é que pode fazer esse traba-lho, pois é quem melhor conhece o material humano de que dispõe.

JBG: E qual tem sido a entrega dos seus pupilos em Alcoutim?!

FB: Tem sido enorme. O que lhes digo é que apesar de sermos um grupo amador temos de incutir no nosso trabalho uma postura profis-sional.

JBG: Considera que passa-dos três anos o público em Alcoutim está mais formado para o teatro?

FB: Ainda é cedo para dizer isso... O que posso afiançar é que há uma grande generosidade do público que reconhece o trabalho que desenvol-vemos.

JBG: Este agora é o seu público, mas a verdade é que esta é desde sempre a sua terra! Nasceu nas Cortes Perei-ras de onde saiu com apenas um ano de idade. Voltar às origens como acontece?

FB: Eu reformei-me da formação e ao nível da representação há cada vez menos trabalho em Lisboa. Eu movo-me tanto no teatro, como na televisão e cinema, mas a crise é muito grande, sem dúvida. O último trabalho que fiz em televi-são foi uma participação especial na série «Morangos com Açucar». As produtoras estão a cortar bas-tante nas contratações, e por con-seguinte isso nota-se na qualidade das produções. Em detrimento dos profissionais estão a recorrer a amadores, sem experiência, que não cobram os mesmos valores. Eu tenho um mínimo que cobro pelo meu trabalho e não posso baixar a fasquia porque sou profissional da representação e esse é o meu sustento.

JBG: Começou há 37 anos e passou por todos os estilos de representação. O que dife-rencia mais outros tempos da atualidade na área da repre-sentação?

FB: A grande diferença são os valores que norteiam esta profis-são em que não existe a valorização do ator com formação e/ou experi-ência. Facilmente se troca um ator experiente por uma pessoa sem conhecimento; ou porque é famosa do grande público ou até porque quase trabalha de graça. Sempre se ganhou mal no teatro; o grande

suporte dos atores foi sempre a tele-visão, o cinema e a publicidade, por exemplo. Mas atualmente a situação está mesmo decadente.

JBG: O que costuma dizer aos que ambicionam seguir a área da representação?

FB: Digo que se formem e não se iludam com a fama e o sucesso fácil. Nada surge de geração espon-tânea; tem de haver muito trabalho e dedicação.

JBG: A par da sua carreira de ator esteve sempre a de formador, esta última, pre-cisamente, para assegurar o sustento. Algo improvável surgiu na sua vida quando teve oportunidade de iniciar formação a um grupo de teatro de pessoas com Síndrome de Down. A direção artística do grupo de teatro da Crinabel é um dos maiores marcos da sua carreira?

FB: Sem dúvida que sim. Durou 21 anos, mas ainda hoje faz parte da minha vida. Corremos mundo com um grupo de cerca de 12 pes-soas portadoras de deficiência e que mostraram todo o seu valor.

JBG: O que conseguiu fazer neste grupo?

FB: Conseguíamos levar à cena até duas produções por ano. Cor-remos o mundo. Cada espetáculo era um passo a mais na integração daquelas pessoas.

JBG: Sentiu-se reconhecido pelo trabalho que desenvolveu junto dessas pessoas?

FB: Ah sim, muito! Este projeto foi o livro que não escrevi, o monumento que não construí... marcou-me para toda a vida. Sem veleidade nenhuma digo-lhe que considero que consegui fazer muito por pessoas com Síndrome de Down; pela sua integração. Foi comigo que houve pessoas com esta deficiência a integrarem elencos em televisão e cinema. Um deles ganhou o prémio de melhor ator no Festival de Montereal pela sua prestação do filme «A Outra Margem», de Luís Filipe

Rocha [Francisco Braz foi responsá-vel pela direção artística do ator neste filme].

JBG: E quais as caracte-rísticas fundamentais para dirigir um grupo de teatro constituído exclusivament por pessoas com Síndrome de Down?

FB: Persistência e muita dedica-ção. Simultaneamente uma grande auto-disciplina, até porque mantive sempre a minha profissão enquanto ator. Depois uma grande vontade em partilhar afetos, porque estas pessoas têm muito para dar; e não nos deve-mos esquecer disso.

JBG: Teve uma vida muito pre-enchida sempre ligada à repre-sentação. Agora está fixado em Alcoutim. Como olha para a rea-lidade deste concelho?

FB: Há muito para continuar a fazer. É preciso agitar os agentes culturais de modo a não deixar estagnar o desen-volvimento a este nível. É preciso con-tinuar a lutar contra o isolamento. O investimento que a edilidade tem feito no TEA está a ter resultados muito gra-tificantes e é preciso continuar a trilhar este caminho.

Sinto-me muito acarinhado por cá e por isso desejo continuar com este projeto durante muito tempo.

JBG: Para além do teatro, que outras atividades desenvolve por cá?

FB: Apesar de estar aqui mais tempo desloco-me com frequência a Lisboa, mas cada vez que lá vou já me faz confusão aquele corropio! Por cá tenho a serenidade que gosto e que me dá espaço fazer caminhadas e para escrever. Dedico-me muito à escrita e quem sabe um dia não torno público os meus contos e a minha poesia...!

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16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

LOCAL

O projeto PRODeR «Um Outro Algarve…» uniu os Grupos de Ação Local (GAL) do Algarve e os 16 municípios da região. O objetivo é reforçar a projeção do Turismo de Natureza no território algarvio.

«Um Outro Algarve...» em prol do Turismo de Natureza

Produtos tradicionais cativaram visitantes na «feira Pão Quente e Queijo fresco»

Peddy paper invade Alta Mora

convívio juntou amigos «Pró-futuro de Alcoutim»

Apresentada a 27 de Fevereiro

Foi apresentada na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) a imagem regional para o Turismo de Natureza. Este ato teve lugar por ocasião de inaugura-ção do certame, a 27 de Fevereiro, no stand do Turismo do Algarve.

Trata-se de um dos primeiros resul-tados públicos da Cooperação entre os Grupos de Acção Local (GAL) do Algarve, dinamizados pelas associa-ções «Vicentina», «In loco» e «Terras do Baixo Guadiana» e envolvendo a totalidade dos municípios do Algarve, no âmbito do projecto PRODER «Um outro Algarve…».

O objetivo deste projeto é ambi-

A «casa» esteve cheia na aldeia de Vaqueiros, a 10 de Março, durante a 15ª edição da Feira do Pão Quente e Queijo Fresco, um dos eventos promotores dos pro-dutos alcoutenejos.

O pão cozido no decorrer da feira e o queijo fresco foram reis do evento, mas as outras iguarias tradicionais, como os doces e os enchidos, atraem, ano após ano, mais visitantes a esta aldeia do concelho de Alcoutim.

Só durante a manhã, o evento

A Associação Recreativa Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDA) está a preparar mais uma iniciativa. É já a 14 de Abril que vai ter lugar a 10.ª edição do Peddy Paper «Cumeada de Alta Mora». O número de inscrições está limitado às 40 equi-pas, que deverão ter no mínimo quatro elementos e no máximo seis.

O valor da inscrição é de 13 «pega-das» por participante e inclui t-shirt, seguro, abastecimento de líquidos, almoço, lembranças e prémios para as cinco primeiras equipas. Para as crianças dos 6 aos 12 anos a inscrição é de 10 pegadas. O ponto de encontro está marcado para as 9 horas da manhã na localidade de Corte Pequena, junto ao Café Romeira. As inscrições podem ser feitas até 10 de Abril. Para mais informações estão disponíveis os con-tactos www.arcdaa.com, 965284657 ou e-mail: [email protected]

Decorreu no dia 16 de Março uma actividade do grupo “Amigos p’ró futuro de Alcoutim”, que para além do almoço incluiu uma apresenta-ção do Projeto Alcoutim e uma visita ao castelo de Alcoutim.

As intervenções começaram com as palavras de Carlos Brito, um dos principais responsáveis pelo grupo, que referiu a importância do encon-tro e da preocupação por todos os assuntos que dizem respeito ao concelho. Seguidamente passou a palavra ao Presidente da Câmara de Alcoutim, que valorizou o papel das associações no concelho destacando algumas delas. Disse que é impor-tante trazer mais jovens para Alcou-tim, mas que lamenta por exemplo que jovens profissionais da GNR ou enfermeiros naturais do concelho vão trabalhar noutras localidades e não mostrem interesse em ficar na terra que os viu nascer.

Seguidamente um elemento do grupo, Cristina Ahrens, salientou o abaixo-assinado contra o encer-ramento dos Correios de Alcoutim, um Workshop sobre Literatura Por-tuguesa com a escritora Teresa Rita Lopes e um Seminário “Pró Futuro de Alcoutim” realizado no Guadiana River Hotel em finais de 2012.

A seguir deu-se a intervenção de António Covas, professor univer-sitário e coordenador científico do Projeto Alcoutim. Este foi o tema principal do almoço dos “Amigos P’ró Futuro de Alcoutim” e teve a intervenção estimulante do mentor do projeto que explicou a origem do mesmo e as suas preocupações com o desenvolvimento das zonas mais desertificadas do país [ver pag.5].

recebeu cerca de 400 pessoas, participantes na marcha-passeio regional.

Com a gastronomia e o arte-sanato, também presente no certame, houve animação musi-cal, com os grupos «Bailasons» e «Banza», que prolongou o conví-vio até ao cair do dia.

A Feira do Pão Quente e Queijo Fresco é uma iniciativa da Junta de Freguesia de Vaqueiros, orga-nizada com o apoio da Associação “A Moira” e da Câmara Municipal de Alcoutim.

cioso porque prevê a criação de uma estratégia regional para o Turismo de Natureza, articulando e integrando as iniciativas empresariais, autarquias e organizações sectoriais.

«Carta de qualidade»

Este acordo prevê a avaliação de potencial das principais tipologias de potencialiades do território e criação de uma marca de qualidade que con-fira coerência e confiança mas que assegure a diversidade territorial e sectorial.

Nesta lista estão os percursos

pedestres, paisagens e locais de ele-vada qualidade ambiental e cultural, produtos locais genuínos e de quali-dade e atividades e serviços de apoio (restauração, animação turística, alo-jamento).

Está prevista a criação de uma «Carta de Qualidade» que, por sua vez, vai balizar os critérios de qualidade para cada tipologia de recurso.

Em curso está também a promoção interna e externa das Rotas&Produtos «Puro Algarve».

O sítio da internet de cada entidade promotora tem informações disponí-veis acerca deste projeto.

Certame vai já na 15.ª edição

Nasceu o projeto «Um outro Algarve...» para fomentar turismo de natureza

Dia Aberto no sapal de castro marimO ICNB, através da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António está a orga-nizar um «Dia Aberto» destinado aos residentes, coletividades locais e visitantes, com o objetivo de pro-mover a valorização e fruição destes espaços e dar a conhecer os valores naturais a elas associadas.

Esta iniciativa, realizar-se no dia 6 de abril na Sede do Centro Interpretativo desta Área Protegida, entre as 14h e as 20h e conta com um leque muito diversificado de atividades disponíveis ao público, incluindo comes e bebes e espec-táculos musicais.

Vai ter lugar a realização de uma exposição de fotografia, resultante do final do Curso de «Iniciação à Fotografia da Natureza», promovido pela Associação Odiana e ministrada pelo fotógrafo Agostinho Gomes.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 17

DESENVOLVIMENTO

A região do Algarve vai receber dinheiro comunitário extra num total de 75 milhões de euros. O anúncio foi feito pelo presidente da comissão de coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (ccDRAlg).

Algarve recebe mais 75 milhões de euros

Junta de Andaluzia vai apoiar eurocidade Ayamonte – vila Real santo António

marcha lentaem Abril

Fundos comunitários

A notícia surgiu após uma reunião com a representante da Política Regional da União Europeia (DG Regio), Rosalina Bernon que no início do mês de Março esteve em visita de trabalho ao Algarve, para inteirar-se da situação actual da região e perspectivas futuras, integrada no acompanhamento regular ao Programa Operacional Regional do Algarve (PO Algarve 21).

O encontro serviu para apre-sentar um ponto de situação dos trabalhos e contributos que a CCDR desde o início do ano, está a recolher junto dos mais variados setores para enriquecer o diag-nóstico prospetivo da região, no quadro da preparação da próxima

Os autarcas de Vila Real de Santo António e de Ayamonte querem integrar a recém-criada Euroci-dade Ayamonte – Vila Real de Santo António nos projetos ele-gíveis do Quadro de Referência Estratégica Nacional 2014-2020, dando seguimento às metas do Plano Estratégico de Cooperação Transfronteiriça Andaluzia-Algar-ve-Alentejo.

Para conseguir este objetivo, os presidentes dos dois municí-pios do Guadiana reuniram-se em meados de Março em Ayamonte (Espanha), com a Conselheira da Presidência e Igualdade da Junta da Andaluzia, Susana Díaz, que se comprometeu a desenvolver esfor-ços «para conduzir ao êxito» todos os projetos da Eurocidade.

Em calendário já se encontra a celebração do Dia Europeu de Cooperação Transfronteiriça, assi-nalado a 21 de setembro, estando em carteira a realização de diver-sos mercados tradicionais no ter-ritório da Eurocidade.

Para o presidente da Câmara

A marcha lenta vai ter lugar na Estrada Nacional 125, entre Faro e Olhão, e embora a data ainda não estivesse definida em fecho de nossa edição, a Comissão de Utentes divul-gou, desde logo que seria para finais de Abril e o objetivo é exigir o fim do pagamento das portagens. Num comunicado enviado às redações a Comissão de Utentes da Via do Infante informa que decidiu realizar no final de Abril a marcha lenta após uma reunião em Armação de Pera, no concelho de Silves. A CUVI con-dena “autênticos crimes que se estão a cometer sobre o Algarve e as suas populações devido à imposição das famigeradas portagens”, lembrando que “em pouco mais de dois meses, desde o início do ano, já se verifica-ram nas estradas algarvias 13 mortes, onde se inclui cinco atropelamentos mortais em apenas um mês.

Campanha de desobediên-cia civil

Além desta medida, os membros da CUVI decidiram na mesma reu-nião “desenvolver e apelar, a partir de agora, a uma campanha de deso-bediência civil de todos os utentes e demais população – que se prolongará até e durante o verão – que poderá passar por diversas iniciativas envol-vendo a EN 125, a Via do Infante e outras localidades do Algarve”.

tranche de Fundos Comunitários, para o período 2014 – 2020.

«Foi definido para o País um envelope financeiro extra de mil milhões e o Algarve será a única região de Transição em Portugal pelo que poderá ambicionar a um reforço de 75 milhões de euros», revelou David Santos, durante a reunião.

Recorde-se que o Algarve era uma região em phasing out, ou seja, estaria excluída agora do grosso dos fundos comunitários. Ao ser atribuída esta classificação a região ganha um fôlego dife-rente para enfrentar os próximos anos.

Reunião conjunta e

Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, o envol-vimento da Junta de Andaluzia mostra “o impacto que a Euroci-dade já tem junto das entidades públicas e da população”, tendo o autarca assumido o compromisso de manter contactos com a homó-loga Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

“O projeto Eurocidade repre-senta um universo de 40 mil pessoas e é o exemplo de uma nova política de cooperação e desenvolvimento social e eco-nómico. Todos os mecanismos de financiamento que vierem a ser encontrados serão por isso multiplicados pelas duas cida-des e pelas regiões do Algarve e de Huelva”, destaca Luís Gomes numa nota de imprensa enviada às redações.

Este encontro bilateral foi pre-cedido por reuniões de trabalho com os técnicos das Câmaras Municipais de VRSA e de Aya-monte responsáveis pelas áreas

vista a empresas

No dia 5 de março Rosalina Bernon reuniu-se em Faro com o presidente da CCDR Algarve, David Santos, entidades públicas e associações empresariais regio-nais e, no segundo dia visitou projetos financiados por fundos estruturais em Olhão, Tavira, Lagoa e Vila do Bispo.

Rosalina Bernon e comitiva, visitaram a empresa Sparos, em Olhão, o Núcleo Museológico Islâ-mico, a Igreja da Nossa Senhora das Ondas, em Tavira, a Requa-lificação da Baixa e do Litoral no Carvoeiro, em Lagoa e a visita ter-minou em Sagres na Fortaleza e no Martinhal Resort.

da cultura, desporto, comércio e turismo, educação, ambiente, entre outras, que manterão sessões de trabalho conjuntas durante os próximos meses.

A criação da Eurocidade surge no âmbito do plano de atividades apresentado pelo Presidente da CCDR-Algarve, durante a II Reu-nião do Conselho da Eurorregião, quando assumiu a presidência da Eurorregião Alentejo-Algarve-

Andaluzia, a 28 de setembro de 2012, em Sevilha, por um período de dois anos.

A Eurocidade Ayamonte – Vila Real de Santo António é um pro-jeto que vai além da cooperação institucional e pretende o forta-lecimento da ligação já existente entre os dois municípios, promo-vendo a convergência económica, social, cultural, turística e ambien-tal entre as duas cidades.

NOVA FÁBRICA EM OLHÃO — Uma das novidades do mês de Março é a entrada em labo-ração de uma nova fábrica de conservas de peixe em Olhão, por iniciativa de um empresário da Figueira da Foz, José Freitas. A empresa Freitas Mar, já insta-lada na cidade algarvia, utiliza tecnologia de ponta no fabrico da conserva e dá de novo traba-lho a uma centena de operárias da antiga fábrica J. A. Pacheco para além de mais vinte novos postos de trabalho. O investi-mento total é de 5,5 milhões de euros, sendo 2 milhões de fundos comunitários e o resto de compromissos do empresário com a Banca. A empresa produ-zirá conservas de atum, cavala e sardinha, a maior parte com destino à exportação.

PARTOS DIMINUEM — A acompanhar uma tendência nacional, os partos realizados no Algarve, diminuíram de 4.723 para 4.329, entre 2010 e 2011, e para 3.912 em 2012. A maior parte dos observadores explicam esta diminuição da natalidade com a falta de incentivos às famílias, o aumento do desem-prego e da estabilidade nos postos de trabalho, que criam incerteza na vida dos casais.

IMPLANTE INÉTIDO — O Hospital Particular do Algarve, em Alvor, foi pioneiro, no sector privado, na realização de um implante percutâneo da válvula aórtica. É um procedimento inovador que impede o refluxo do sangue da artéria aorta para o coração (estenose aórtica), sem que o doente tenha de ser submetido a uma cirurgia de coração aberto, sempre muito arriscada. A novidade é princi-palmente para o sector privado da saúde. Existem já em Por-tugal quatro hospitais públicos com capacidade de realizar esta cirurgia.

Um em cada 15 portugueses com mais de 80 anos sofre de estenose aórtica.

ELEIÇÕES NA ACRAL A 5 DE ABRIL — O presidente João Rosado anunciou que vai recorrer da decisão da Assem-bleia Geral de não aceitar a sua recandidatura ao cargo.

João Rosado disse à agência Lusa que o presidente da Assem-bleia Geral, Álvaro Viegas, que integra a lista do outro candi-dato, Vítor Guerreiro, decidiu não aceitar a candidatura da lista que encabeçava por, alega-damente, ter dado entrada nos serviços da ACRAL após o prazo definido.

A lista de Vítor Guerreio já lamentou que as ilegalidades processuais não permitam a lista de João Rosado de con-correr e sejam o impedimento a que, pela primeira vez, como se desejava, as eleições tivessem mais que uma lista concorrente.

NO ALGARVE

José Cruz

Conselheira da Presidência e Igualdade da Junta da Andaluzia, Susana Díaz, que se comprometeu a desenvolver esforços para conduzir ao êxito todos os projetos da Eurocidade

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

DESENVOLVIMENTO

Todos vamos usar óculos digitais

Isenção de IRs na Agricultura, silvicultura e Pecuária

Ainda este ano, segundo anúncio já efetuado pelo cofundador da Google, Sergey Brin, vão ser colo-cados à venda óculos com camara integrada, ligada à Internet. Tra-ta-se de uma inovação futurista, já a causar polémica, porque permite fotografar as pessoas num piscar de olhos, sem que estas se aper-cebam.

O lançamento do produto, de nome “Google Glass”, previsto para 2014, foi antecipado, devido a uma ampla participação no teste expe-rimental.

A câmara integrada e o micro-fone podem ligar-se à Internet atra-vés de wi-fi ou bluetooth, exibindo nas lentes pequenos troços retan-gulares, com informação relevante sobre os lugares onde se encontrar o utilizador.

A coordenadora do recentemente criado movimento «Amigos Pró-futuro de Alcoutim» tem discutido e tentado encontrar soluções que facilitem o escoamento e comer-cialização de produtos agrícolas, diretamente pelos pequenos agri-cultores.

Pensamos nós que a grande difi-culdade para a maioria das pessoas é precisamente a parte fiscal, e como tal foi nesse sentido que procurámos encontrar na Lei, algum regime que fosse de fácil aplicação e vantajoso para os pequenos produtores.

Assim, o nº. 4º. do Artº. 3º. do Código do IRS, dispõe: “... são exclu-ídos de tributação os rendimentos resultantes de atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias quando o valor dos proveitos ou das receitas, isola-damente ou em cumulação com os

rendimentos ilíquidos sujeitos, ainda que isentos, desta ou de outras cate-gorias que devam ser ou tenham sido englobados, não exceda por agregado familiar quatro vezes e meia o valor anual do IAS (Inde-xante de Apoios Sociais)...”.

No ano de 2013 o valor excluído de tributação é de € 22.637,88 (4,5 x 12 x 419,22). No ano de 2012 era de € 26.410,86 (4,5 x 14 x 419,22).

Estes valores estão sujeitos a ser alterados pelo Orçamento do Estado.

O facto de existirem outro tipo de rendimentos, e não exclusivamente rendimentos de atividades agríco-las, silvícolas e pecuárias, não obsta à aplicação da isenção, desde que naturalmente não se exceda o limite estabelecido.

Um exemplo prático. Um agre-gado familiar com um rendimento anual, de qualquer proveniência, no montante de € 15.000,00, ainda pode beneficiar da isenção de ren-dimentos da sua atividade agrícola, silvícola ou pecuária no montante de € 7.637,88, não podendo nunca ultrapassar este limite sob pena de ser tributado em IRS pela sua tota-lidade.

Para isto basta o produtor cole-tar-se como tal no Serviço de Finan-ças, naturalmente passando fatura

das vendas efetuadas.Quanto ao IVA pode estar isento

nos termos do Artº. 53º. do respe-tivo Código, desde que:

Não tenham nem sejam obri-•gados a ter contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC;Não pratiquem importações, •exportações ou actividades conexas com alguma destas operações;Não exerçam atividades que •consistam em transmissões de bens ou prestações de serviços do sector de des-perdícios, resíduos e sucatas recicláveis, mencionados no anexo E (sucatas) do CIVA;Não tenham atingido, no ano •civil anterior, um volume de negócios superior a € 10.000,00.

No caso que nos importa focar, desde que não ultrapasse uma fac-turação superior a € 10.000,00 esta isenção está salvaguardada. A Lei diz que “não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios superior a € 10.000,00”.

Como no ano inicial não existe o “ano civil anterior” foram cria-dos mecanismos sobre a forma e procedimentos, bem esclarecidos no Of. Circulado Nº. 30138/2012, de 2012-12-27 da Autoridade Tri-

butária e Aduaneira, Direção de Serviços do Iva, que contempla as várias hipóteses.

Visto tratar-se de documento de várias páginas não vamos transcre-vê-lo.

Quanto à faturação a mesma é obrigatória, em fatura simplificada, fatura ou fatura/recibo.

Para o caso que focamos a fatu-ração poderá ser feita de forma manual.

Também a comunicação mensal à Autoridade Tributária, do total das faturas emitidas, a entregar até ao dia 25 do mês seguinte, poderá ser feita de forma eletrónica ou por declaração em impresso próprio.

Com isenção do IVA, em todas as transações, não haverá lugar à cobrança do imposto. Se for con-sumidor final será emitida fatura simplificada. Sendo comerciante emitirá fatura/recibo.

Tais são os esclarecimentos que obtivemos junto das competentes fontes oficiais. Achamos que contém pistas muito importantes para dina-mizar a pequena produção agrícola e incentivar a comercialização dos seus produtos, o que também redun-dará em benefício do consumidor.

Durante a conferência, realizada em Los Angeles, com o objetivo “pro-pagar as ideias que valem a pena”, Sergey Brin vangloriou-se das van-tagens dos óculos para libertar os clientes dos telemóveis, que clas-sificou como “castradores”, e dos comportamentos antissociais que geram.

Estes óculos libertam os olhos e as mãos, nas situações em que quere-mos estar ligados à Internet fora de casa, anunciou e disse mais: “É por isso que colocamos um écran fora da linha de visão. Se o utilizador colocar um boné, o écran estará na pala e não onde olha, enquanto o som passa através da sua cabeça. No começo parece estranho, mas a pessoa acos-tuma-se com facilidade”.

O dispositivo do Google será comercializado ao público por um

preço inferior a 1.500 dólares.Este lançamento demonstra que

os mundos paralelos em que as grandes corporações da eletrónica e da informática viviam, a Google com a Internet, a Microsoft com os sistemas operativos e a Apple com os seus revolucionários tablets e smartphones, está a ficar mais mis-turado, procurando cada uma destas empresas abarcar todos os nichos destes mercados.

Os óculos da Google é um esforço desta empresa para desenvolver um

óculo de realidade aumentada. Exibem informações na pequena tela de vidro dos óculos, como se fosse um telemóvel, deixando as mãos livres. São comandados por voz ou gestos com os dedos na armação. A interecção com a Internet é feita através de tele-móvel com o sistema operativo Android.

Necessitam apenas de uma armação de óculos e uma pequena tela de vidro aonde as informa-ções serão projetadas.

Sergey Brin, com os óculos da Google

Transporte ferroviário: Comis-são procura torná-lo mais aces-sível às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida

A Comissão Europeia quer tornar a acessibilidade um requisito essencial para as infraestruturas ferroviárias que venham a ser construídas, moderniza-das ou renovadas. Pode assegurar-se a acessibilidade prevenindo a criação de obstáculos ou eliminando os existentes e implementando outras medidas, como a prestação de assistência. As regras aplicam-se à infraestrutura (itinerários livres de obstáculos, sistemas de bilhe-teira, balcões de informações, instala-ções sanitárias, meios de informação visuais e sonoros, largura e altura das plataformas, ajudas ao embarque/desembarque, etc.) e às carruagens (portas, instalações sanitárias, espaços para cadeiras de rodas, prestação de informações, etc.).

Ambiente: Que fazer a res-peito dos resíduos de plástico? Novo Livro Verde lança reflexão à escala da UE

O plástico tornou-se um mate-rial imprescindível no nosso mundo moderno. Os plásticos são versáteis e duráveis, mas essa durabilidade pode tornar problemática a sua eliminação. O Livro Verde publicado pela Comis-são Europeia visa lançar um debate estruturado sobre o modo de tornar os produtos de plástico mais sustentáveis durante todo o seu ciclo de vida e de reduzir o impacto dos resíduos de plás-tico no ambiente. Uma vez libertados no ambiente, em especial no meio marinho, os resíduos de plástico podem persistir durante centenas de anos. Anualmente, são lançados cerca de 10 milhões de toneladas de lixo, principalmente de plástico, para todos os oceanos e mares, que assim se tornam o maior vazadouro de plástico do mundo. Na nossa socie-dade do desperdício, o plástico é visto, frequentemente, como um material barato e descartável, pelo que a taxa de reciclagem é baixa. Metade dos resí-duos de plástico produzidos na Europa é depositada em aterros, mas esta prá-tica deve ser evitada, já que os plásticos podem ter componentes perigosos e a sua eliminação pode originar emissões indesejáveis e resíduos concentrados e poluentes.

Produtos farmacêuticos: Novo símbolo para identificar medica-mentos que necessitam de moni-torização adicional

Um triângulo invertido irá em breve constar do folheto interior de determi-nados medicamentos no mercado da UE, na sequência de um ato jurídico adotado pela Comissão Europeia. O símbolo permitirá que os doentes e os profissionais da saúde identifiquem facilmente os medicamentos sujeitos a monitorização adicional; o seu texto de acompanhamento incentivará a notifi-cação de reações adversas inesperadas através de sistemas nacionais de notifi-cação.

«Perto daEuropa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

José Cruz

José SerafimNatural de Alcoutim e aposentado da banca

Economia

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 19

CULTURA

Filipe Baptista cativa novos leitores

«Fech’Ó Pano» projeta parque temático em Monte Gordo

JBG: És um jovem escritor que se iniciou com o lançamento do livro «As três viagens» - Livro I. Mas assumes um compromisso que se traduz numa triologia. Como surgiu esta vontade?

Filipe Baptista: Inicialmente o meu plano era escrever um só livro, colocando as três viagens de Telmo numa só obra. Mas ao longo do tempo fui percebendo que seria impossível falar de tantos assuntos, de tantas personagens e de tantas histórias num só livro. Fazer uma triologia tornou-se inevitável.

JBG: Na apresentação do teu livro fizeste questão de afir-mar que o mesmo é de leitura fácil. Já colocaste não-leitores a ler!?

FB: Curiosamente foram os “não-leitores” os primeiros a terminar de ler o livro. Em menos de uma semana! Para mim é uma vitória, um objectivo cumprido. Colocar pessoas que não gostam de ler a folhear as páginas do meu livro e a reclamar já pelo segundo da triologia é muito compensador para mim, que sempre me preocupei bastante em tornar «As Três Viagens» um livro para todo o tipo de público.

JBG: Qual o feedback que estás a ter do teu livro?

FB: Muito melhor do que alguma

Desde o mês de agosto do ano pas-sado que a companhia de teatro vila-realense «Fech’Ó Pano» ocupou um espaço cedido pela câmara munici-pal de Vila Real de Santo António e com o aval do Instituto de Conser-vação da Natureza e da Biodiver-sidade. Desde então que o espaço está a ser composto e atualmente conta já com diversas iniciativas e pequenas casas de madeira onde têm lugar os pequenos empresários que ali podem fazer o seu negócio. Depois de um iniciativas temáticas relacionadas com o Carnaval e a Páscoa a equipa está a projetar um verão “animado” e, igualmente, “temático” num parque que “se pretende ser palco para várias ati-vidades temáticas”, avança Pedro Santos, diretor artístico da compa-

vez poderia imaginar. Há já muita expectactiva para a segunda parte da história.

JBG: Per-corres temas de grande densidade psicológica como o bullying, a depressão, o aborto clandestino e a exclu-são social. Porque esco-lheste este caminho na literatura? E que mensa-gens preten-des passar?

FB: Desde que me conheço que abordo assun-tos polémicos nas minhas histórias. Sei que são esses temas tabu que mais entu-siasmam tanto o autor como o leitor. Mas não se trata apenas de tocar com o dedo

nhia. Para ali está também projetado um parque de diversões para toda a família. “Os pais podem trazer as crianças e enquanto tomam algo na nossa esplanada podem deixar os mais pequenos a brincar”,

Trata-se de um espírito comuni-tário que Pedro Santos faz questão de encabeçar num concelho onde está há 15 anos. “Ainda não foram criadas as condições para vivermos apenas na criação de espetáculos de teatro, por isso voltámo-nos para a formação e dinamização de parce-rias na comunidade”.

O responsável da companhia explica que mantém a sede onde para além da formação tem lugar para outras associações e grupos que ali têm um espaço de dinami-zação da atividade.

A importância da formação

O mentor desta companhia tea-tral realça da panóplia de ações que têm sido levadas a cabo “a importância da formação de públi-cos”, mas também a formação de executantes de teatro e artes de circo. A «Fech’Ó Pano» dinamiza uma escola de teatro-circo que conta com cerca de 20 alunos e uma escola de teatro tem uma dezena de formandos”.

Nova peça para breve

Quanto a espetáculos em breve vai estrear em VRSA uma nova peça da companhia que dá pelo nome de «As Usadas».

na ferida e suscitar conversas e curiosidade. Trata-se sobretudo de mostrar o impacto que estes assuntos

tão íntimos e complexos têm na vida de alguém.

JBG: A ideia criativa da tua triologia passa por segredos que os leitores terão de des-

vendar. Como te surgiu esta ideia?

FB: Foi mais uma estratégia para colar o leitor às páginas da obra. Quando lemos um livro gostamos de um elemento surpresa, de des-cobrir, de des-vendar e decifrar. Gostamos de ser entusiasmados pelas palavras. E para além de serem um ingre-diente misterioso no livro, os três segredos da famí-lia de Telmo são também grandes lições de vida.

JBG: Quanto tempo levaste a produzir «As três Viagens» - Livro I?

FB: Cerca de três anos, embora não tenha escrito durante muitos meses.

JBG: É habitual ouvirmos os autores lamentarem que em Portugal não é fácil publicar um livro. O que nos podes dizer da tua experiência?

FB: Muitas vezes o que me impe-dia de escrever era o receio de estar a trabalhar para nada. De estar a gastar o meu tempo e a minha imaginação num projecto que poderia, muito provavelmente, resultar em nada. Portanto foi uma surpresa bastante grande quando recebi respostas posi-tivas de duas editoras. Estudei as pro-postas e acabei por escolher aquela que achava melhor para mim. E até agora não me posso queixar. A experiência tem sido bastante boa e muito compensadora.

JBG: Estás a conseguir agendar apresentações do teu livro noutros espaços?

FB: Estou a elaborar algumas propostas para apresentar o meu livro em outros lugares e talvez até em outras cidades,provavelmente durante o próximo Verão.

JBG: Gostavas que o teu futuro passe pela escrita?

FB: Sei que vou escrever até ao fim dos meus dias. É uma paixão, um autêntico prazer. Conciliar a escrita e a produção de livros com uma profissão segura é um dos meus objectivos de vida.

Jovem vilarealense lançou primeiro livro de uma triologia

«Fech’Ó Pano» dinamiza parque das merendas desde agosto de 2012

filipe Baptista lançou o primeiro livro de uma triologia. O jovem vilarealense garante que já contribuiu para o surgimento de novos leitores. «A três viagens – Livro I» está a ter uma aceitação “inesperada”.

«As três Viagens – livro I»

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |ABRIL 2013

CULTURA

Casa da Marioneta e Jardim Municipal convidam à cultura

Tertúlias do JBG em Abril

No período de 23 de a 30 de Março de 2013 decorreu o evento “A CASA da MARIONETA (CON) VIDA…E O LIVRO NO JARDIM ” no jardim municipal de Vila Real de Santo António, junto ao complexo desportivo, organizado

pela Livraria Lusíada, a Associação Cultural Boneco Sabichão com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Esta iniciativa teve como principal objectivo a promoção e o incentivo da leitura, e atividades lúdicas

relacionadas com o teatro de fantoches e marionetas e o imaginário infantil e juvenil. Constam do seu programa diverso atividades cultural entre estas uma Feira do Livro,

exposições de artes plásticas, palestras, espetáculos de dança e música, construções escotistas e teatro. Os promotores do evento contam com a parceria de associações e individualidades das cidades de Vila Real de

Santo António e de Ayamonte, como a associação de dança SPLASH, a associação cultural de Vila Real de Santo António, o grupo de escoteiros n.º 60 de VRSA., o historiador Hugo Cavaco, a Capitania do porto de Vila Real de

Santo António, entre outros. Neste ciclo marcaram presença vários escritores de renome nas letras portuguesas. Para a próxima edição queremos fazer um balanço desta iniciativa e dar a conhecer melhor as parcerias envolvidas.

O Jornal do Baixo Guadiana vai participar no mês de Abril em dois eventos de bastante relevância no panorama cultural e social no

concelho de Vila Real de Santo António. O JBG vai dinamizar uma tertúlia a 8 de Abril , integrada no Festival Cultural do projeto «Escolhas Vivas» [ver pág. 12]. Mais tarde, a 23 de Abril será a vez da tertúlia em volta do livro na segunda edição do ciclo «Sinónimos de Leitura», organizado

pela biblioteca municipal Vicente Campinas.As tertúlias, que são dinamizadas desde 2010 nos três concelhos do

Baixo Guadiana [Alcoutim, Castro Marim e VRSA], pretendem ser um instrumento cívico de maior proximidade com a comunidade, colocando

à disposição momentos de conversa sobre temáticas que contribuam para o desenvolvimento do território. A entrada nas tertúlias é livre e

para mais informações estão à disposição os contactos: [email protected] e 966902856

O jardim municipal de Vila Real de Santo António recebeu uma iniciativa cultural que reuniu associações da cultura local. Ao longo de uma semana os

momentos lúdicos e culturais multiplicaram-se.

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

Teatro-Revista «Bordeira não é só isto!»13 Abril, 21h30Salão da Junta de Freguesia de Martinlongo

Feira de S. Marcos 24 Abril, 09h Largo da Feira, Pereiro

Comemorações 25 de Abril – Sessão Solene 25 Abril, 10hPereiro

“Workshop de Marketing e Empreendedorismo em Meio Rural”30 Abril 14hAlcoutimwww.projetoalcoutim.pt.vu

Castro Marim

Serões do Acordeão06 Abril, Vale do Pereiro13 Abril, Funchosa de Cima20 Abril, S. Bartolomeu27 Abril, Junqueira

Peddy Paper Alta Mora14 Abril, 09hAlta Mora

Dia Nacional dos MoinhosPasseios Pedestres, BTT, Parque Aventura7 Abrilwww.cm-castromarim.ptTel: 281 510778

Dia dos Monumentos e Sítios18 Abrilwww.cm-castromarim.ptTel: 281 510778

Comemorações 25 AbrilPrograma Desportivo e Culturalwww.

VRSA

Exposição«Zero Figura sobre o 25 de Abril»5 a 30 de AbrilExposição de jovens dos 16 concelhos algarviosIntegrado nas comemorações do 25 de Abril em VRSAParceria IPDJ

E na Biblioteca Vicente Campinas...

Exposição “Bordados Lausin a cabelo ou seda” de Carmén Muñoz MonteroDe 01 a 30

Exposição Educação + financeira org. PmatE / Universidade de AveiroDe 09 a 11 das 9h30 às 12h3013h30 às 18h00

Conferência “Educação financeira: é comigo?” por Sérgio Cruz - PmatE/ Universidade de AveiroDia 11 às 18h00

Palestra “Autoestima - amando o eu” por Braham Kumaris – Academia para um mundo melhorDia 13 às 15h00

Hora do contoTer. a Sex. às 11h00Conta lá! *Pré-escolar, 1º ano“Cotãozinho e os seus irmãos” de Daniel Barradas e il. de Carla Pott

Visitas guiadas à Biblioteca Seg. a Sex.

Partilha de saberes*Atividades criativas com público séniorSeg. a Sex.

SINÓNIMOS DE LEITURA - 2ª ediçãoDe 18 a 24 de Abril Na Biblioteca, os escritores, os contadores, os editores, os livreiros e os leitores juntam-se numa semana de atividades que congregou, na sua primeira edição, mais de 1 000 participantes. - Sessões de conto- Sessões de animação à leitura- Concertos- Apresentação de livros- Concertos comentados- Tertúlia

Alcoutim

«Fins-de-semana Doces» - Mercado de Doces Típicos Abril e Maio, 10h às 18h

O Cinema à Minha Porta21hDia 9 – Filme da Treta – Pessegueiro Dia 10 – Fátima – Diogo Dias Dia 11 – Toma Lá Revista – Barrada Dia 15 – Amália – Castelhanos Dia 16 – Filme da Treta – Santa Justa Dia 17 – Fátima – LutãoDia 18 – Toma Lá Revista – Alcaria Alta Dia 22 – Amália – Giões Dia 23 – Filme da Treta – Farelos Dia 24 - Fátima – Alcaria Cova de Cima Dia 29 – Filme da Treta – Fonte Zambujo Dia 30 – Toma Lá Revista – Pereiro

Exposição «Maquetes em Paus de Fósforo», de Carlos Porfírio GonçalvesAté 12 Abril Casa dos Condes

Exposição «Homenagem 80 anos, Carlos Brito»Até 09 Maio Casa dos Condes

Mercado de Vaqueiros11 Abril, 09hRua do Poço Novo - Vaqueiros

Depois do sucesso alcançado em «O MELHOR DE LA FÉRIA», João Frizza, regressa à sua terra natal num espe-táculo memorável, em que homena-geou os grandes nomes da música, do teatro e do cinema. O espetáculo, do passado dia 9 de Março, aconteceu no âmbito do Dia Internacional da Mulher e cativou muitas senhoras, e não só. O centro cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, encheu para assistir a um evento de cultura na cidade que contou a participação de uma artista de renome nacional. Vanessa Silva, cantora e atriz, foi a

grande convidada da noite. De refe-rir que Vanessa interpreta o papel de Amália Rodrigues em «Uma noite em casa de Amália», de Filipe La Féria.

Ao som de uma orquestra coman-dada pelo maestro José António Rosa o espetáculo prestou homenagem às senhoras, mas foi também espaço de aclamação dos grandes nomes da música, do teatro e do cinema, atra-vés da interpretação de temas que fazem parte da memória de todas as gerações.

João Frizza regressa a VRSADepois do sucesso alcançado em

«O MELHOR DE LA FÉRIA», João Frizza, regressa à sua terra natal num espetáculo memorável, em que homenageou os grandes nomes da música, do teatro e do cinema. Um espetáculo que contou com as canto-ras Rita Livramento, Nádia Catarro e Catarina Claro e que interpretaram músicas que fazem parte da memória de todas as gerações!

Diogo Chamorra abrilhantou o espe-táculo com momentos de humor que animaram o público. A produção do espetáculo foi de «II ACTO – Produções Artísticas».

João Frizza trouxe Vanessa para comemorar «Dia da Mulher»

João Frizza e Vanessa Silva num momento de partilha no espetáculo comemorativo do «Dia Internacional da Mulher»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 21

CULTURA

Garcia de Melo – Alcaide-mor de Castro Marim e anadel-mor dos besteiros

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* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

A Associação Cultural de Dança Espanhola de VRSA e o Grupo de Danza del Patronato Municipal de Deporte de Ayamonte realizaram um espetáculo que uniu entidades artísticas dos dois lados do rio Guadiana.

O espetáculo chama-se «Casual» e vai fazer digressão a 12 de Abril em Ayamonte, na vizinha Espanha, depois do bom acolhimento que teve em Vila Real de Santo António, no passado dia 23 no Centro Cultural António Aleixo.

O projeto promove o encontro e a partilha entre dois grupos que, unidos pelo Rio Guadiana, partilham as suas cidades, sonhos, ilusões, técnicas, formação e a arte do baile através de diferentes estilos e histórias.

O espetáculo tem a direção artística das bailarinas e coreógrafas Gracia Díaz, Carolina Caetano e Susan Oliveira «Casual» é composto por um reportório diversificado de coreografias, técnicas, formações a solo e conjuntas, através de fusões e tradições. A estes três elementos juntam-se doze jovens alunas com idades entre os 12 e os 22 anos.

Projeto nasceu em Dezembro de 2012

Na noite de estreia em declarações ao JBG as coreógrafos mostraram-se bastante satisfeitas com esta união que teve início enquanto projeto em Dezembro de 2012. Gracia Diaz, mentora da ideia, referiu a importância de integrar «Casual» na dinâmica da euro-cidade Ayamonte/Vila Real de Santo António. “É muito importante estarmos unidos também na cultura”, salientou e em conjunto com as restantes coreógrafas prometeu manter esta união para futuros espetáculos.

Em atividade na área, mas no outro lado do rio, Carolina Caetano, de nacionalidade brasileira, sublinhou o “encanto” destas terras raianas que considera que devem manter-se “unidas também pela arte”.

A «AdorArte» surgiu da ideia de criar uma marca própria para divulgar o trabalho de uma jovem no desemprego. Em grande parte o seu trabalho artesanal dedica-se a reciclar e a reutilizar, criando peças únicas. A mentora sabe que a ideia não é nova, mas este é o contributo que quer deixar no sentido de parar com o desperdício urbano. Seguiu a vontade, como diz, de “coração aberto” neste desafio. O atelier de Dora Nunes, 35 anos, é improvisado. É a sua casa, o espaço onde a imaginação flui e onde a vontade não tem hora marcada para chegar. Assim tem crescido o projeto ADorArte em Vila Real de Santo António. Da esfera familiar e de amizades para os mercadinhos e feiras foi um pequeno grande passo. Atualmente esta artesã pertence à família da Associação Cultural de Vila Real de Santo António que lhe ter permitido marcar presença em inúmeros eventos. A crise domina a carteira dos potenciais compradores, mas o coração desta jovem palpita pela oportunidade em realizar um sonho e com a perspetiva de se aperfeiçoar e oferecer produtos diferenciadores.

Artesanato urbano, reciclagem e reutilização de materiais, bonecos e fantoches temáticos (medievais, islâmicos, contos infantis), fadas, deusas e outros seres em lã feltrada e muito mais estão disponíveis na banca e na imaginação que parece não ter limites em Dora Nunes. Tem artigos temáticos que têm tomado quase a totalidade do tempo disponível com “muita vontade de inovar, criar e fazer coisas novas”.

“Sempre tive uma paixão imensa no artesanato, mas é agora que me encontro desempregada que consigo ter tempo para criar os meus bonecos, os meus utilitários”, explica-nos a artesã que também nos conta a opção de vir morar para terras pombalinas. “Esta foi uma opção que surge por razões económicas, mas que me fez descobrir um cantinho maravilhoso onde a qualidade de vida é muito superior em relação ao centro da região e onde acredito que terei espaço para crescer na área do artesanato”.

Dora Nunes está neste momento a também a direcionar o seu projeto para a formação dos mais novos. “Será interessante que possam conhecer a História através de uma dinâmica diferente que possa passar por este processo criativo”, advoga.

Figuras históricas

A mais recente aposta de Dora Nunes passa pela criação de figuras históricas que poderão mais tarde vir a dar corpo a um elenco. “Está nos meus planos criar algo virado para a encenação com um conjunto de bonecos da nossa história. Para já estão à venda, mas gostaria muito de criar uma encenação com as várias figuras”, avança Dora Nunes que conta com o apoio do seu companheiro para elaborar um pequeno texto de contextualização história que é vendido com o boneco representativo da história de Portugal. “Tenho várias figuras medievais que nos remetem para a história de Castro Marim, por exemplo”. Como é o caso de D. Inês de Castro, o cavaleiro da Ordem de Cristo, entre outros.

Redes sociais ajudam na promoção

O objetivo de Dora Nunes passa por expandir a sua presença em feiras e mercadinhos por todo o país. “Não podemos parar e temos de estar presente em todo o lado não apenas para motivar as vendas, mas também para partilhar conhecimento e dicas de inovação”. A artesã tem investido também nas novas tecnologias, criando uma página de facebook e um blog. “As redes sociais têm sido fantásticas para divulgar o meu trabalho”, assegura.

Artesã recria figuras históricas

Dora Nunes criou o projeto «ADorArte»

As três coreógrafas juntaram-se em dezembro e coordenaram 12 bailarinos

Já aqui referimos - na edição de Novembro de 2011 – a figura de António Leite, Senhor de Arenilha, enquanto protótipo do cava-leiro português da era de quinhentos que, através da carreira das armas e dos serviços prestados à Coroa no Algarve Dalém, viu os seus esforços serem coroados com honras e títulos no Algarve Daquém. Outro desses casos foi o de Garcia de Melo, alcaide-mor de Castro Marim e anadel-mor dos besteiros. Com efeito, as conquistas portuguesas em Marrocos implicaram, desde logo, a fixação de oficiais régios, muitas vezes pertencen-tes à pequena nobreza, para desempenharem cargos de chefia militar e administrativa nas praças lusas do Norte de África. Garcia de Melo foi um desses cavaleiros que, bem ao espírito da época, procurou promoção social através da carreira das armas no teatro de guerra hostil que era a presença portuguesa em Marrocos.

Sabemos que, em 1504, liderou um vito-rioso ataque a Larache (شئارعلا), na altura um conhecido ninho de piratas que incan-savelmente atacava as costas do Algarve. Nesse ataque capturou cinco galeotas, dois bergantins e uma caravela, tendo incendiado uma galé e três outras caravelas. Segundo “Garcia de Melo em Castro Marim…”, de Luís Miguel Duarte, o fidalgo terá ajudado na construção da fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué (actual Agadir ريداڭأ), em 1505. Em 1508, encontramo-lo como ana-del-mor dos besteiros de Arzila (ةليصأ), e no mesmo ano participou na conquista de Safim (يفسآ), tendo depois sido encarre-gado da defesa marítima da praça recém-conquistada. Não sabemos, ao certo, em que ano foi investido com a alcaidaria de Castro Marim, contudo, uma carta que foi datada de 1509 (A.N.T.T., Gaveta 20, Maço V, nº 14), apresenta-o como alcaide-mor desta praça de guerra do Algarve, nesse mesmo ano.

Nos anos seguintes voltamos a encontrá-lo em Marrocos: em 1513 está presente na conquista de Azamor (رومزأ), e ano seguinte socorre Safim com os seus barcos, perante a ameaça de um cerco inimigo. Em 1515 conheceu, finalmente, o travo da derrota, na malograda expedição portuguesa à barra de Mamora (ةيدهملا) e, em1516 socorreu o cerco a Arzila com doze caravelas, junta-mente com Rui Barreto, vedor da fazenda do Algarve. Não sabemos quando nem onde morreu este bellator português. Porém, a sua extraordinária vida de aventuras e de servi-ços prestados à Coroa, acabou por ser coro-ada com a capitania da praça mais temida e importante do dispositivo português no sul de Marrocos; a capitania de Safim, entre 1526 e 1529.

Fernando PessanhaFormador de História do Algarve

Dora Nunes é mais uma, entre muitas, professoras sem colocação. Atualmente o tempo disponível permite-lhe dar asas à imaginação e a uma grande paixão: o artesanato. Se à habilidade artesanal juntarmos a recriação de figuras históricas isso é «ADorArte» na sua

mais recente performance.

Carimbo euro-cidade

Dança uniu margens do Guadiana

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Ideias e Pensamentos

Castro Marim és velhinhoMostras bem a tua idade

São as tuas casas branquinhasQue são alegres na verdade

A vila de Castro MarimNunca me esqueci de tiMeu querido povo NatalFoi terra onde eu nasci

Na vila de Castro MarimDuas coisas lhe dão graça

São as lindas torres da IgrejaE muita gente na praça

Minha terra para mimNão há outra terra igualFoi localidade sem fimHoje vila e povo Natal.

António Victor Severo Martins

O Romper da Madrugada

Canta o melro à desgarradaPoisado no ramo da Oliveira

Anuncia o «Romper da Madrugada»Cantando daquela maneira.

Responde lá longe a cotoviaEm tom de desafio

Exibe excelente melodiaQue executa com todo o brio

Pega na batuta o RouxinolMestre da melhor canção

Ensaia em tom menorMúsicas do coração.

Está assim formada a cantoriaEm plena madrugada

Num dia lindo de Primavera

Nunca se viu tanta alegriaComo o desta passarada

Com trinados que são só dela.

Relógio

QUE TEMPO?

-Alô!... é Passo Dias Aguiar?-Sim! Quem fala?-Pinto Ramos de Oliveira, como tens passado o tempo?-Passo o meu tempo, dentro do tempo, pois agora, são outros os tempos, há maus tempos e bons tempos, mas…vão mal os tempos.-Mas ai, havia bom tempo.-Há que tempos, isso eram outros tempos.-E tu como tens passado o tempo?-Vou passando, outros tempos dentro do meu tempo.-Ainda pintas?-Sim sempre que tenho tempo.-Tu tens todo o tempo.-Já se foi o tempo, e não perco tempo, pois é precioso o meu tempo.-O que tens mais, é tempo.-Que tempo?-O teu tempo!-O meu tempo?-Tens visto o Domingos Dias Santos?-Sim, está cá a passar um tempo, na terra dele está mau o tempo.-Que tempo!

Manuel Tomaz

A Crise do País

Só se fala é na crise.Agora pergunto eu

Que foi feito do dinheiro,Será que alguém o comeu?

Os políticos que nos governamE os que já nos governaram

A culpa não é delesE dos que já passaram?

Quando a coisa corre malDizem que foi um deslizeMas isso é o prato do dia,

Só se fala é na crise!

Desde a esquerda à direita.Para mim não há distinção

Cada um que diga o que quiserÉ a minha opinião.

Se a coisa está tão mal,E isto deu no que deu

Porque é que todos querem governar?!Agora pergunto eu?

Eles querem é bons tachosDo doutor ao engenheiro

E têm um saco azulPara somar de mealheiro

Havia dinheiro para todos,Nacional ou estrangeiroAgora todos reclamam.

Que foi feito do dinheiro?!

Meia dúzia tem tudoOs outros estão como eu

Comem uma sopinha à noiteE é porque alguém lha deu!

Eu ainda questionoComo isto aconteceu.

Para onde foi o dinheiro?Será que alguém o comeu?!

António Teresa Mariano

COLABORADORES

Por decisão da Organização Mundial das Nações Unidas, 2013 foi declarado o “Ano Internacional para a Cooperação pela Água”.

As Nações Unidas esperam, melhorar significativamente as condições de vida de uma larga franja da população mundial que não tem acesso à água potável e/ou ao saneamento básico, se os países coopera-rem.

Todos sabemos que mais ou menos 70% do nosso planeta é constituído por água, mas desses 70 % só 3 % são de água doce, dois terços acumulados nos glaciares, ficando apenas 1% de água para consumo humano.

Estes 1% de água doce disponível, repre-sentam cerca de 13 600 000 km3, seriam, de acordo com a Organização das Nações Unidas, mais do que suficientes para as necessidades de toda a população mundial, não fosse o desperdício e à poluição deste recurso em todo o mundo.

Por cá bem sabemos como é: fábricas descarregam os seus resíduos muitas vezes tóxicos para ribeiras que levariam a água para as populações regarem os campos, que matam os peixes, que mesmo que não sirvam para comer oxigenam a água.

Em Julho de 2010, a Organização das Nações Unidas declarou o acesso à água um direito humano essencial, mas como muitos outros direitos humanos não passa de letra morta.

Sabe-se que uma pessoa pode sobreviver vários dias sem comer, mas não sem beber. Lembremos aquela tragédia dos mineiros chilenos – quando foi possível fazer-lhes chegar água foi o começo da sua salvação com vida.

A Resolução das Nações Unidas apela a que as nações se empenhem na melhoria da situação actual e que as cooperações internacionais sejam reforçadas para que se cumpram os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio na data acordada de 2015.

Na sequência desta resolução, a ONU declarou, em Dezembro de 2010, que o ano de 2013 fosse o Ano Internacional da Coo-peração da Água, o que não impede que o dia 22 de Março de 2013, normalmente celebrado como o Dia Mundial da Água, o seja também este ano.

Um dos mais graves problemas da Huma-nidade, é a falta de água própria para con-sumo humano e animal, bem como a falta de saneamento para cerca de um terço da população mundial. A falta de água potá-vel leva à morte de cerca de 5 mil crianças por dia devido a doenças, como a gastren-terite.

“Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio são oito objectivos específicos, esta-belecidos oficialmente durante a Cimeira do Milénio das Nações Unidas, em 2000, visando o combate à pobreza e a procura do desenvolvimento sustentável. Foram subscritos por todas as 193 nações que integravam a ONU à data e por mais de 23 organizações internacionais, que se com-prometeram a atingi-los no ano de 2015”.

Mas se estas questões assumem um carácter de maior urgência nos países em desenvolvimento, os países desenvolvidos enfrentam também enormes dificuldades, devido ao desenvolvimento tecnológico, ao uso de fertilizantes e outros poluentes oriundos da actividade agrícola. A agri-cultura é também a actividade com maior intensidade hídrica, com cerca de 50 a 60 % do consumo total de água, quantidade essa que atinge os 80% nos países do Sul da Europa, e nomeadamente em Portugal e Espanha.

Portugal, sendo um país mediterrâneo, encontra-se numa situação particularmente vulnerável a fenómenos extremos decor-rentes das alterações climáticas, nomeada-mente secas, ou inundações, mas quando vemos o que se passa noutros países, deve-mos dar graças a Deus.

Maria Fernanda Barroca

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e sete de Março de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas sessenta e dois a folhas sessenta e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Gilberto Pereira Neves e mulher, Clarisse do Carmo Dores, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia e concelho de Castro Marim, ela da freguesia de São Sebastião dos Carros, concelho de Mértola, residentes em Ribeiro, Pisa Barro de Cima, na dita freguesia de Castro Marim, contribuintes fiscais números 105 686 697 e 137 211 511. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito no Curral Velho, na freguesia e concelho de Castro Marim, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, composto por cultura arvense de sequeiro, alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras, mato, oliveiras e leitos de curso de água, com a área de cento e quinze vírgula seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Herdeiros de Jorge Pereira Neves, a Sul com Herdeiros de José António Joaquim, a Nascente com Herdeiros de António Raposo, e a Poente com Herdeiros de Jorge Pereira Neves e José Sousa Neves, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 9, secção AL, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de dois mil oitocentos e vinte e um euros e sessenta e um cêntimos, igual ao atribuído.Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, feita com os demais interessados, por óbito dos pais do primeiro outorgante marido, José de Horta Neves e Mariana Pereira, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no já referido Sítio do Ribeiro, Pisa Barro de Cima, na dita freguesia e concelho de Castro Marim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 27 de Março de 2013.

A Colaboradora,(Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Con-ceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto

do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 88/03 Factura n.º 3454

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2013

Ano Internacional para a cooperação pela Água

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 23

PATRIMÓNIO&COLABORADORES

O uso da platibanda generali-zou-se a partir do final do século XIX e prolongou-se até às primei-ras décadas do século XX, altura em que se afirma como um dos elementos mais característicos da arquitectura popular algarvia. A platibanda remata a cobertura, escondendo o telhado ou a aço-teia. É um fenómeno mais comum no litoral, embora se encontrem alguns exemplares na zona serrana do Baixo Guadiana, sobretudo nas principais aldeias, como Odeleite ou as Furnazinhas.

No Baixo Guadiana, como na restante região, as platibandas são um reflexo da pujança económica da província no início do século XX, em grande parte devido à indús-tria conserveira ou corticeira, e à agricultura e comércio de frutos secos. O desafogo económico leva

a que até algumas famílias mais modestas aplicassem uma parte do seu orçamento na construção de uma platibanda, em parte

devido ao estatuto social que a mesma concedia. Este elemento adquiriu então uma função social e cultural que demonstrava a prosperidade e o bom gosto do proprietário. Para além disso, permitia o escoamento das águas pluviais directamente nas ruas através de canais, constituindo um aspecto mais sofisticado em ruas de contexto urbano.

A platibanda é o elemento arquitectónico decorativo que personaliza o edifício e anima o branco da cal, em harmonia com a cor da barra de rodapé, que pode ser azul-cobalto, ocre e, de modo menos frequente, os ama-relos e verdes. A decoração, feita

A platibanda no Baixo Guadiana: função arquitectónica e social

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

com baixos-relevos, é dominada por motivos geométricos, isolados ou em trechos repetidos, como o losango e o círculo; e por motivos florais e vegetalistas. Tem cerca de um metro de altura e forma variável, podendo ser construída em adobe, tijolo ou cerâmica.

O final dos anos 20 foi trágico para a região algarvia. A crise de 1929, com origem nos Estados Unidos da América, afectou a antiga burguesia da região, que era a principal encomendadora das platibandas. Apesar de se verificar a sua construção até meados do século XX, a Grande Depressão marcou o início do fim da plati-banda na arquitectura popular. A partir dos anos 70 assistimos, um pouco por todo o território, à sua destruição em nome do pro-gresso. Contudo, ainda podemos encontrar vários exemplares nos principais núcleos urbanos do lito-ral, como Castro Marim, e junto à principais vias de comunicação.

Pedro PiresTécnico de Património CulturalMembro do CEPHA / UALg

“O telhado pode ser cercado de um parapeito, como o do terraço ou soteia, de modo que da rua nem sempre se sabe se a cobertura é telhado ou terraço.

Chamam-se estes parapeitos platibandas.”

José Leite de Vasconcelos

Nos tempos que correm, os pais parecem obcecados pelo sucesso escolar dos filhos, o que não é de admirar se pensarmos na competitividade do meio profissional, no desemprego e na sociedade de con-sumo em que vive-mos. A estes fatores podemos acrescentar a quantidade de ati-vidades extracurricu-lares que as crianças frequentam como forma de desenvol-ver aptidões neces-sárias para terem um “futuro promissor”, pais que trabalham muitas vezes até tarde e crianças que ficam expostas a canais de televisão onde são bombardeadas com uma programação vinte e quatro horas com inúmeros estímu-los de consumismo e informações inade-quadas e que muitas vezes substitui o lugar do brincar. Este brincar fica quase sempre adiado para o fim-de-semana. E brincar só ao fim-de-semana não é brincar...

Talvez poucos pais saibam o quanto é importante o brincar para o desenvol-vimento físico e psíquico do seu filho e têm ideia que o ato de brincar se limita a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.

A brincadeira tem como função favo-recer a autoestima, possibilitar o desen-volvimento da linguagem oral e gestual, ajudar na elaboração dos sentimentos e

na construção de regras sociais. Enquanto brincam, as crianças assumem diferentes papéis sociais que podem proporcionar o estabelecimento de vínculos, de rela-ções e uma interiorização de modelos e valores dos adultos. Além disso, possibi-lita o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Ao perceberem as diferentes formas de pensar e de agir, podem com-parar aquilo que é seu e aquilo que é do outro, tendo a possibilidade de incluir essas semelhanças e diferenças na cons-trução de sua personalidade.

Surge muitas vezes aqui uma preo-cupação dos pais em encontrar quais os

brinquedos mais didáticos que podem comprar para os filhos, quais os que os vão fazer ficar mais inteligentes que os outros meninos. Esta questão é muito sim-

ples e sem custos. Uma boa brincadeira não exige nada de muito dispendioso ou sofisticado. Mesmo durante a rotina da vida diária de uma família, existem muitas oportunidades para brincar e estimular o pensamento das crianças e para torná-las mais confiantes (por exemplo na hora do banho podem ser organizadas brincadei-ras com brinquedos, bolinhas de sabão, etc.).

E quando falamos em brincar com o seu filho, isso significa brincar mesmo, de verdade. Têm que se sentar no chão e mergulhar no mundo das crianças. Têm que ser capazes de brincar com as

almofadas, com caixas de cartão, com os dedos, transformar um bocado de madeira num cavalo. Porque mais importante que o brinquedo é o que se pode fazer com ele.

Uma caixa cheia de areia, uma bisnaga, material para pintar e papel, plasticina e roupas velhas com que possam inventar máscaras e personagens estimulam a ima-ginação e são muito mais baratos.

Os pais que sugerirem uma brincadeira ao filho, não devem tentar impor a sua vontade, dizendo-lhe que era mais giro se ele fizesse assim ou assado, ou ainda serem os pais a fazer tudo sozinhos. A criança terá muito mais orgulho na torre pouco equilibrada que fez com as próprias mãos do que uma grande obra de arte, toda perfeitinha, feita pelos pais.

E não se preocupem se o vosso filho não

tem um “quarto-museu”. Ter espalhados cubos, puzzles ou blocos coloridos na hora de brincar são um passaporte para que a criança venha a estar entre os primeiros

da turma, pois estes brinque-dos para construir estimulam a criatividade da criança, uma vez que se podem transformar em inúmeras coisas diferen-tes. As crianças têm direito a desarrumar todos os brinque-dos (e de seguida arrumá-los à maneira deles).

Poder brincar é um processo terapêutico, brinca-se com o que não se pode entender, brinca-se para se poder enten-der melhor e brinca-se para dar novos significados às coisas. Na brincadeira, a criança estimu-

la-se cognitivamente, socialmente e afe-tivamente. E porque “não há crianças se não houver brincar”.

Os Brinquedos e o Brincar

NEIP (Núcleo de Estudos e Investigação Psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Cle-

mente, Dorisa Peres, Fabrícia Gonçalves, Patrícia Santos,

Pedro Costa, Sílvia Cardoso. Colaboração: Dina Figueira,

Ana Sofia Gonçalves, Daniela Santos

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e dois de Março de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e quatro a folhas cinquenta e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte e Três- A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: José António Guilherme e mulher, Lizabete Estrela de Oliveira Guilherme, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Conceição, concelho de Tavira, ela da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes na Rua Monte da Pita, Manta Rota, na dita freguesia de Vila Nova de Cacela, contribuintes fiscais números 170 536 203 e 170 536 190. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito no Buraco, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Vítor Manuel dos Reis Garcia, a Sul e a Poente com António de Sousa e a Nascente com Manuel Madeira Batista, inscrito na matriz rústica sob o artigo 124, secção AD, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de setenta euros e trinta e dois cêntimos, igual ao atribuído. Que o referido prédio lhes pertence por o mesmo ter entrado na sua posse por com-pra verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e quatro, já no estado de casados, feita a Arminda Rita Madeira, viúva, Maria Fernanda Rosário Balbina, viúva, Carlos Manuel Rosário Mariano, ao tempo, solteiro, menor, e Maria Graciete Madeira Mariano, casada com Marcelino da Conceição Do-mingos sob o regime de comunhão geral de bens, residentes, os primeiros três, no Sítio do Buraco, e a quarta no lugar de Corte António Martins, todos na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, pagando suas contribuições, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 22 de Março de 2013.

A Colaboradora,(Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no

artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º69/03 Factura / Recibo n.º3444

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2013

Os pais que sugerirem uma brincadeira ao filho, não devem tentar impor a sua

vontade, dizendo-lhe que era mais giro se ele fizesse assim ou assado, ou ainda

serem os pais a fazer tudo sozinhos. A criança terá muito mais orgulho na torre

pouco equilibrada que fez com as próprias mãos do que uma grande obra de arte,

toda perfeitinha, feita pelos pais.

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PASSATEMPOS&LAZER

Porquê comprar, quando pode adotar?

Visite o canil/gatil Intermunicipal de

VRSA/Castro-MarimEm teoria é possível pagar as prestações do crédito à habita-ção com o plano de poupança-reforma, mas, na prática, alguns bancos não deixam. Desde o princípio do ano que, teorica-mente, os portugueses podem usar o saldo dos seus planos de poupança-reforma para pagar as prestações do crédito à aquisição de habitação própria e permanente. Para usufruir do direito, os aforradores têm de pedir no banco uma declaração com o montante das prestações e entregá-la na instituição que gere o plano de poupança-reforma. Esta instituição encarre-ga-se de transferir o dinheiro para o banco, que liquida as pres-tações. O pagamento é apenas das prestações em atraso ou das que se vão vencendo. O planos de poupança-reforma não pode ser usado para reduzir a dívida, ao invés do que defen-demos e como muitos consumidores nos têm questionado. Não há uma antecipação do prazo de pagamento do crédito. Em princípio, só vale a pena usar o plano de poupança-reforma para pagar a prestação do empréstimo se o rendimento do plano for inferior à taxa de juro do crédito à habitação, assu-mindo que não existe comissão de reembolso. Por exemplo, se o seu PPR rende 1% por ano e está a pagar 5% de taxa de juro pelo crédito, deve usar o plano para pagar as prestações. Pelo contrário, se o PPR rende 5% e a taxa de juro cobrada pelo crédito for apenas de 1%, então é mais rentável manter o PPR e ir capitalizando para a sua reforma. De um modo genérico, quem tem crédito há alguns anos (quando os spreads eram reduzidos), as taxas de juro são bastante inferiores, estando, de momento, a pagar taxas inferiores a 1 por cento. Nestes casos, poucas vezes compensará resgatar o PPR, só se a família não tiver qualquer outro recurso financeiro.

Susana Correia jurista

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

“Estou a passar algumas dificuldades e tenho

um Plano de Poupança Reforma. Vale a pena pagar

a prestação do crédito à habitação com estas

quantias?”

Andorinha1. Pardal2. Pintassilgo3. Codorniz4. Coruja5. Morcego6. Águia7. Milhafre8.

Abutre9. Gaivota10. Pombo11. Perdiz12. Mocho13. Corvo14. Tordo15. Colibri16. Canário17. Piriquito18. Gralha19. Rola20.

Quadratim - n.º106

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Jogo da Paciência n.º 112

“ILUSTRES PORTUGUESES ”Portugal não pode ser miséria, fome, doen-

ças. Desemprego, falências de empresas, mas sim produtor, industrial, comercial, expor-tador, fomentar a agricultura, pescas e suas indústrias de construção naval, metalurgias, serviços e tecnologia (…) austeridade não desenvolve, só empobrece.

Pelo caminho correto do Quadra-tim vá ao encontro do «PORTUGAL SEMPRE» Soluções Jogo da Paciência - n.º111

Esta actividade nasceu em 2010, quando a Direcção da Delegação tomou consciência da necessidade de acompanhar pessoas idosas em deslocações a outras cidades para consultas, exames médicos ou tratamentos.

Desde então, com a colaboração de alguns voluntários, o serviço tem sido assegurado com regularidade. O utente é transportado desde a sua residência até ao local desejado. Para além do condutor, há sempre uma voluntária, que o acompanha, faz as marcações para as consultas ou exames seguintes e regista as indicações ou cuidados necessários.

Está previsto proporcionar a estas pessoas um acompanhamento noutras pequenas diligências necessárias no seu dia-a-dia e aumentar o raio de acção, alargando o transporte à zona rural do concelho.

Av. Ministro Duarte Pacheco s/n Vila Real S. António 281541827 – 913771910

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Não vá sozinho! Vamos consigo…

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 25

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CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste Cartório Notarial, a folhas cento e oito do Livro de Notas paras Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, António Francisco Jerónimo, N.I.F. 129.410.667, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim e mulher, Dilar Rosa Cavaco, N.I.F. 129.410.691, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, residentes em Zambujal, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim:Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem do prédio urbano, sito em Zambujal, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, denominado Moinho do Vento Branco, de nome «Moi-nho do Vale da Caieira». O qual se encontra em estado de ruínas, com a superfície coberta de dez metros quadrados e descoberta de duzentos metros quadrados, a confrontar do norte e poente com herdeiros de José Gonçalves, do sul e nascente com José Costa e Manuel da Palma, inscrito na matriz em nome de Francisco Cavaco Teixeira, sob o artigo 1308, com o valor patrimonial tributário de três mil e seiscentos e setenta euros e sessenta e três cêntimos, a que atribuem igual valor.Que o prédio supra identificado não se encontra descrito na Conser-vatória do Registo Predial de Alcoutim.Que casaram entre si no ano de mil novecentos e setenta e dois, tendo o referido prédio entrado na sua posse em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal e nunca redu-zida a escrito feita a Francisco Cavaco Teixeira e mulher, Augusta da Assunção Bartolomeu Teixeira, casados no regime de comunhão geral e residentes em Alcaria Queimada, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, pelo que o indicado prédio tem a natureza de bem comum do casal.E que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portan-to há mais de vinte anos, têm estado na posse do referido prédio, procedendo à sua demarcação, vedação e vigilância, pagando as contribuições e impostos, enfim extraindo algumas utilidade por ele proporcionadas, sempre com ânimo de que exercita direito próprio, posse essa exercida de boa fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica por que sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o prédio por usucapião não tendo todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial, capaz de provar o seu direito de propriedade para fins de registo.Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos vinte de Fevereiro de dois mil e treze.

A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20.º n.º 4.5……€ 23,00São: Vinte e três euros.Conta Registada sob o nº 07

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2013

EXTRACTO PARA PUBLICAÇÃO

Nos termos do artigo 100º, nºs. 1 e 2, do Código do Notariado, CERTIFICO: - Que, no dia seis de Março de dois mil e treze, a folhas 40, do Livro de notas para escrituras diversas 144-A, deste Car-tório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, JOSÉ TEIXEIRA DOMINGOS, NIF 159.927.072, natural da freguesia de Santiago, concelho de Tavira, e mulher MARIA DE LURDES LOPES MACHADO DOMINGOS, NIF 159.927.080, natural da freguesia de Santana de Campos, concelho de Mértola, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Praça da Paz, Acesso 2, 5.º Dt.º B, em Faro, declarou o outorgante marido, com a autorização da outorgante mulher:- Que é dono e legítimo possuidor com exclusão de outrem dos seguintes bens imóveis: I – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Cerro das Casas, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de seiscentos e oitenta metros quadrados, que confronta do Norte com José João Teixeira e João Rodrigues, do Sul com Manuel Rodrigues, do Nascente com José Teixeira Domingos, e do Poente com João Domingos Barão, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respec-tiva matriz sob o artigo 26 secção 059, com o valor patrimonial tributário de 24,54 €, igual ao atribuído. II – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Cerro das Casas, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com José João Teixeira e João Rodrigues, do Sul com Manuel Rodrigues, do Nascente e do Poente com José Teixeira Domingos, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 29 secção 059, com o valor patrimonial tributário de 41,40 €, igual ao atribuído. III – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Portela da Amoreira, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de catorze mil quinhentos e vinte metros quadrados, que confronta do Norte com Manuel José, do Sul com Manuel Custódio, do Nascente com Custódio Maria, e do Poente com Manuel Cesário, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 23 secção 059, com o valor patrimonial tributário de 132,48 €, igual ao atribuído.IV – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvo-res, sito em Cerro do Anjo, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de dezoito mil setecentos e vinte metros quadrados, que confronta do Norte com José Manuel Pedro, do Sul e do Nascente com João Júlio, e do Poente com Manuel Mar-tins Justo, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 13 secção 078, com o valor patrimonial tributário de 360,23 €, igual ao atribuído. V – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Cerro dos Urros, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de doze mil quinhentos e vinte metros qua-drados, que confronta do Norte e do Nascente com José Fernandes Pereira, do Sul com Herdeiros de João Cavaco, e do Poente com José Teixeira Domingos, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 16 secção 074, com o valor patrimonial tributário de 86,49 €, igual ao atribuído.VI – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Portela da Amoreira, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de quatro mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, que confronta do Norte com Isabel Maria das Neves Pereira, do Sul com Manuel Miguel Teixeira, do Nascente com Manuel Pedro Valente, e do Poente com José Teixeira Domingos, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 68 secção 059, com o valor patrimonial tributário de 36,31 €, igual ao atribuído.

VII – Prédio rústico, composto por terra de cultura com árvores, sito em Monte de Monchique, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, com a área de cento e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte e do Poente com Via Pública, do Sul com Manuel Rodrigues, e do Nascente com João Domingos Barão, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 28 secção 059, com o valor patrimonial tributário de 22,55 €, igual ao atribuído.

- Que estes prédios vieram à posse dele primeiro outorgante marido por volta do ano de mil novecentos e setenta e oito por partilha verbal feita com os demais interessados, por óbito dos avós do outorgante marido, Francisco Domingos e mulher Maria Antónia Teixeira, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes que foram em Monchique, Vaqueiros, Alcoutim, não tendo, porém, sido reduzida a escritura pública. - Que desde aquela data em que se operou a tradição material dos identificados prédios, ele primeiro outorgante marido os vem utilizando, e plantando-os, cultivando-os e colhendo os seus frutos, agindo com a convicção de ser o proprietário daqueles imóveis e como tal sempre por todos foi reputado. - Que, assim, há mais de vinte anos de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência, nem oposição de ninguém, reiterada e ininterrup-tamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencido de ser titular dos respectivos imóveis e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – pelo que tendo em consideração as referidas características de tal posse os adquiriu por usucapião; estando impossibilitado de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

- Está conforme o original.

Cartório Notarial do Notário Privado Nuno Manuel Santos Louro em Vilamoura, freguesia de Quarteira, Concelho de Loulé, em 06 de Março de 2013. A Colaboradora auto-

rizada a praticar este acto pelo Notário Nuno Manuel Santos Louro, autorização publicada no sítio da Ordem dos Notários em

03/01/2013, Rita Marta da Silva Cabral (53/1)

Conta registada sob o nº 2/663

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezoito de Março de dois mil e treze foi lavrada neste Cartório, de folhas quarenta e quatro a folhas quarenta e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e três - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:João Pereira e mulher, Olívia Maria Inácio, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ela natural da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, residentes no lugar de Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, contribuintes fiscais números 102 066 949 e 102 066 930. Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito em Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por uma morada de casas térreas destinada a habitação, ramada, palheiro e logradouro, com a área total de cento e vinte e quatro metros quadrados, dos quais sessenta e quatro são de área coberta, a confrontar a Norte e a Nascente com caminho, a Sul com Manuel Valente e a Poente com Manuel Martins Mónica, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste con-celho, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1010, com o valor patrimonial tributável de 6.200,00€, igual ao atribuído.Que o referido prédio lhes pertence, por o terem adquirido por partilha verbal, e nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta, por óbito dos pais do primeiro outorgante marido, Manuel João Dias e mulher, Francisca Isabel, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes em Furnazinhas, na dita freguesia de Odeleite, ambos actualmente já falecidos.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, habitando nele enquanto esteve habitável, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportan-do os encargos com obras de conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 18 de Março de 2013.

A Colaboradora, (Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publi-cado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos

do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 58/03 Factura n.º3435

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Abril 2013

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste Car-tório Notarial, a folhas cento e dez do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, Manuel António Simão, N.I.F. 140.261.311, natural da freguesia do Pereiro, concelho de Alcoutim e mulher, Maria Luísa Mestre Simão, N.I.F. 140.261.320, natural da freguesia do Pereiro, concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Tenência, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim:Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem dos seguintes prédios, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim:a)Prédio rústico, sito em Retorta, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por vinha, cultura arvense e mato, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, que confronta do norte com António João, do sul com herdeiros de Sebastião da Palma, do nascente com herdeiros de Lopes Silveira e poente com herdeiros de Domingos Belchior, inscrito na matriz ca-dastral em nome do justificante marido, sob o artigo 110 da secção M, com a proveniência no artigo não cadastral 4958, com o valor patrimonial tributário e atribuídos de cento e vinte e três euros e oitenta e cinco cêntimos.b)Prédio rústico, sito em Carvão, também conhecido por Gavião, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por mato e cultura arvense, com a área de sete mil e setecentos e vinte metros quadrados, que confronta do norte, sul e nascente com herdeiros de António João Cavaco e poente com ribeira da Foupana, inscrito na matriz cadastral em nome do justificante marido, sob o artigo 129 da secção J, com a proveniência nos artigos não cadastrais 4757, 6278 e 6287, com o valor patrimonial tributário e atribuído de vinte e cinco euros e catorze cêntimos.c)Prédio rústico, sito em Porto Largo, freguesia de Odeleite concelho de Castro Marim, composto por vinha, com a área de quinhentos e sessenta metros quadrados, que confronta do norte com caminho e herdeiros de Alberto Cavaco Pereira; sul com herdeiros de Adelino Mestre; nascente com Francisco Sebastião Ribeiro Mestre e poente com herdeiros de António Sequeira, inscrito na matriz cadastral em nome do primeiro ante possuidor Manuel Mestre, sob o artigo 99 da secção V, com o valor patrimonial tributário e atribuído de cento e vinte e oito euros e setenta e seis cêntimos.d)Prédio urbano, sito em Tenência, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo, destinado a arrecadações e arrumos com uma divisão, com a área coberta de vinte metros quadrados, que confronta do norte com Francisco Pereira; sul, nascente e poente com rua, inscrito na matriz em nome do primeiro ante possuidor Manuel Mestre, sob o artigo 822, com o valor patrimonial tributário e atribuído de seiscentos e oitenta euros.Que o prédio, identificado na alínea a) lhes pertence por o haverem adquiri-do em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e um, portanto há mais de vinte anos, por compra verbal e nunca reduzida a escrito feita a Maria Cavaco Martins, solteira, maior e residente em Balurcos de Baixo, freguesia e concelho de Alcoutim.Que o prédio, identificado na alínea b) lhes pertence por o haverem adquirido em data qye não podem precisar do ano de mil novecentos e oitenta, portanto há mais de vinte anos, por compra verbal e nunca reduzida a escrito feito a Sebastião António Beatriz e mulher Ana Maria Afonso, casados sob o regime de comunhão geral e residentes em Furnazinhas, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.Que as referidas compras foram efetuadas na constância do seu matrimónio, celebrado em sete de Agosto de mil novecentos e setenta e seis, pelo que os referidos imóveis têm a natureza de bens comuns do casal.Que os prédios, identificados nas alíneas c) e d) lhes pertencem por os haverem adquirido, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e um, portanto há mais de vinte anos, por doação verbal e nunca reduzida a escrito feita pelos pais da justificante mulher e sogros do justificante marido, Manuel Mestre e mulher Emília Antónia, casados sob o regime de comunhão geral e residentes em Tenência freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, pelo que os indicados prédios têm a natureza de bens comuns do casal.Que tendo-se tratado de aquisições meramente verbais, por compra e por doação, não tituladas por escritura pública, não dispõem eles justificantes de títulos formalmente válidos que as comprovem.E que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, eles justificantes entraram na posse e fruição dos citados imóveis ininterruptamente, sempre com ânimo de quem exercita direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente, pacífica porque sem violência, sem oposição de quem quer que seja, e contínua com a consciência de utilizar e fruir coisas exclusivamente suas, adquiridas de anteriores proprietários, pagando as respetivas contribuições e impostos, fazendo sementeiras, plantações e cultu-ras, cuidando da sua reparação e manutenção, enfim deles retirando todos os seus normais frutos, produtos e utilidades por eles proporcionadas, pelo que adquiriram os referidos prédios por usucapião não tendo todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial, capaz de provar o seu direito de propriedade para fins de registo.Está conforme o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos doze de Março de dois mil e treze.

A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20º nº 4.5………€ 23,00São: Vinte e três euros.Conta registada sob o nº 12

Jornal do Baixo Guadiana, 01Abril 2013

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DESPORTO

A altura de Sara Carreiras desper-tou a curiosidade de um treinador de basquete em vê-la jogar. Desde logo, a jovem com apenas 10 anos mostrou que tinha muito para dar à modalidade. O basquete é desde há cinco anos a esta parte a sua priori-dade desportiva, estando integrada na equipa campeã «Juventude Bas-quetebol Clube», de Vila Real de Santo António.

Para trás deixou o ballet, o padel, o ténis e a natação. “Sem arrepen-dimento” porque o basquete é a “verdadeira paixão”. A jovem é peremtória ao afirmar que “o mais importante é experimentar muitas modalidades desportivas” para se

Os concelhos de Vila Real de Santo António e Castro Marim receberam a quinta edição das Jornadas Desporto na Natureza. O objetivo do certame passa por fomentar o desporto aliado às excelentes condições naturais exis-tentes na região algarvia. Estas jorna-das tiveram lugar a 22 e 23 de março e proporcionaram a formação de cerca 30 professores da área de educação física. Os formando oriundos de todo o Algarve, mas também de Ayamonte e da Mancomunidad de Beturia, na vizinha Espanha.

Estiveram presentes na cerimónia de abertura o diretor regional do Ins-tituto Português e do Desporto, Luís Romão que salientou a importância das sinergias para que “projetos com este alcance aconteçam em parce-rias com diversas entidades e com vista a um objetivo tão importante como é o desporto na natureza”. Em consonância com este responsável esteve o diretor regional da educação

O secretário de Estado do Desporto, Alexandre Mestre, garantiu que o complexo desportivo de Vila Real de Santo António vai passar a integrar a rede nacional de Alto Rendimento. O anúncio foi feito à margem da inaugu-ração do Mundialito 2013. O gover-nante disse que “pelo menos desde 2009” que foi feita “uma tremenda injustiça” ao não incluir o complexo naquela rede”.

Alexandre Mestre mostrou-se impressionado com as condições do complexo desportivo após a visita guiada feita pelo presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo Antó-nio, Luís Gomes. Este autarca por sua vez, em declarações ao JBG, congratu-lou-se com o anúncio feito pelo secre-tário de Estado. “Este complexo tem

perceber o que se gosta mais. Porque, tal como afirma, “nada

se consegue sem trabalho”, o seu esforço valeu-lhe já o lugar nos trei-nos da seleção nacional de basquete no Algarve, que têm lugar em Albu-feira, bem como tem feito parte dos estágios de observação da seleção de Portugal. Este ano pode ser decisivo para a integração desta jovem do Monte Francisco, concelho de Castro Marim, na equipa das quinas ao nível nacional.

Sara Carreiras treina até quatro vezes por semana e chega a ter duas competições semanais. “Cada vez que marcamos um cesto, que rouba-mos a bola é uma sensação plena de

que lembrou também a necessidade de descentralizar estas ações, lem-brando “as condições excecionais do Baixo Guadiana para estas modali-dades”.

De referir que o programa das jor-nadas versou formação em diversas

todas as condições para integrar a rede nacional de alto rendimento”, insistiu Luís Gomes que lembrou que “está a ser feito um enorme esforço para equilibrar as contas” desta estrutura, nomeadamente, através “do reforço da promoção externa do complexo, pelas condições excelentes que tem, sobretudo, para a prática do atletismo e de futebol”.

Na rota das grandes competições

Esta estrutura está na rota das gran-des competições, como garantem os certificados de Centro de Preparação Olímpica, pelo Comité Olímpico de Portugal; Centro Oficial de Treinos, pelo Euro 2004, e Centro de Treino

realização”, descreve ao JBG.O seu maior objetivo é superar no

basquete o maior número de metas possível. Para já a sua maior expecta-tiva é fazer parte do Europeu sub-16 de basquete que este ano acontece em terras lusas no mês de Agosto.

Desporto não interfere nos estudos

Sara Carreiras, que um dia gosta-ria de vir a ser jornalista, sublinha que a paixão e o esforço que dedica ao basquete “não interferem no ren-dimento escolar”. Pelo contrário, a jovem garante que “ajuda a ter maior concentração nos estudos”.

frentes. Desde orientação, pedestria-nismo, triatlo, escalada e BTT.

A formação teórica decorreu na biblioteca municipal de VRSA e a prática teve como palco a mata de Monte Gordo, o Complexo Desportivo e o Parque Aventura de Odeleite.

acreditado pela International Asso-ciation of Athletics Federations nas disciplinas de Meio Fundo, Fundo e Corta-Mato. Recorde-se que com modernas instalações, o Complexo Desportivo de Vila Real de Santo Antó-nio é escolhido por atletas e clubes de renome, de várias modalidades da alta competição, para fazerem está-gios e preparações. Este complexo inclui um pavilhão, três polidespor-tivos, dois ginásios, quatro campos de ténis, estádio com campo de futebol relvado, dois campos de futebol rel-vados para treinos, pista de atletismo com piso sintético, campo de treino de lançamentos e pista de Cross. Possui também um sistema simulador de treino em altitude, essencial para os atletas de alta competição.

Esta foi uma iniciativa da Direção Regional do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude - IPDJ, em parceria com o Desporto Escolar/Escola Ativa Algarve, associa-ção ODIANA e o núcleo sportinguista «Os leões de Olhão».

Sara Carreiras sonha com o basquete nacional

Baixo Guadiana recebeu Jornadas «Desporto na Natureza»

Complexo Desportivo vai integrar Rede Nacional de Alto Rendimento

Futebolândia

Jovem integra já os estágios de observação da seleção de Portugal

Iniciativa da Direção Regional do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude e parceiros

Olá e sejam bem-vindos á edição de Abril de mais uma crónica sobre o mundo do futebol.

Ao que parece Vítor Pereira, trei-nador do F.C. do Porto, tem os dias contados na equipa do “Bobby e do Tareco”. Em pouco espaço de tempo colocou a sua equipa fora da Liga dos Campeões como ficou comprometida a revalidação do título de campeão nacional.

Alguns dirão que Vítor Pereira continua firme no cargo, como alguns comentadores “da treta” que dizem que em Portugal não vai acontecer o que esteve pres-tes a acontecer no Chipre, porque segundo eles os bancos portugue-ses são muito sólidos, basta só olhar para o caso do BPN, mais sólido é impossível…digo eu.

Agora pergunta-se qual vai ser o adversário da equipa portista na Liga dos Campeões. Como ele per-guntou ao Jorge Jesus, porque será que falta humildade aos treinado-res que rumam à cidade invicta? Vítor Pereira que além de treinar o F.C. do Porto tinha treinado uma equipa de matraquilhos em Vila nova de Gaia.

Humildade tem a Manuela Fer-reira Leite de sobra, ela que depois do corte na sua pensão admitiu que ia deixar de ir ao cabeleireiro e eu a pensar que ela nunca lá tinha ido.

O José com sobrenome de um dos grandes filósofos da história (Sócrates) vai comentar a atuali-dade política, ui a barraca que aí vem, estou curioso em saber se vai falar em português ou em francês e eu a pensar que só ria nas con-ferências de imprensa do Jorge Jesus.

Além disso está arriscado a levar um “enxerto de porrada” dos adep-tos do Vitória de Guimarães que ultimamente batem em tudo o que mexe ou de um qualquer portu-guês que esteja no aeroporto á sua chegada.

Wolfswinkel avançado do Spor-ting foi vendido ao Norwich para pagamento de salários, depois vão vender o Ruí Patrício, Diego Capel, Rinaudo, Carrillo e quando vende-rem todos os jogadores, o Jesualdo Ferreira para o Porto (aliás o F.C. do Porto é o asilo dos que saem do Sporting) e o roupeiro “Paulinho”, os lugares atrás do ecrã gigante, o estacionamento á frente do estádio e o leão ao circo do Victor Hugo Cardinali e os azulejos do estádio para decoração de casas de banho no parque de campismo da Trafa-ria.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciências da comunicaçã[email protected]

Compreendendo os benefícios da natação a nível muscular, mas também a nível psicológico, a Câmara Municipal de Castro Marim tem em desenvolvimento a 2ª edição de “Encontros para Bebés”, na Pis-cina Municipal de Castro Marim para bebés entre os 9 e os 36 meses, com periodicidade mensal, decor-rendo esta edição até ao mês de Maio. Os “Encontros para Bebés”, que são monitorizados por técnicos credenciados da Autarquia, além de fortalecer os laços afetivos entre pais e filhos, contribuem, significativa-mente, para proporcionar uma maior socialização entre os bebés.

A participação dos bebés nas aulas de natação é gratuita, estando sujeita a inscrição prévia na Pis-cina Municipal, através do tele-fone 281 510 748 ou pelo e-mail: [email protected].

Natação para bebés em Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | ABRIL 2013 | 27

DESPORTO

O evento desportivo teve lugar em Faro no pavilhão da Escola Afonso III e foi uma organização da Asso-ciação de Taekwondo do Distrito de Faro. O Taekwondo Clube de Vila Real de Santo António renovou o título de campeão distrital, deixando para trás o Clube de Taekwondo de Faro (3.º classificado), Clube de Taekwondo de Portimão (2.º clas-sificado) e Louletano Desportos Club. As equipas participaram com escalões infantis, cadetes, juniores e seniores.

Recorde-se que no ano passado o campeonato distrital teve lugar em Vila Real de Santo António.

O Clube dá aulas nas

três freguesias

O Taekwondo Clube de Vila Real de Santo António é um clube sem fins lucrativos que tem como objecto divulgar, promover e desenvolver a prática da Modalidade Olímpica e Arte Marcial de Defesa Pessoal deno-minada TAEKWONDO. Foi constituído a 11 de Junho de 2000.

Focado em promover o Taekwondo no concelho de Vila Real de Santo António, são ministradas aulas nas localidades de Vila Real de Santo António , Monte Gordo e Vila Nova de Cacela. São treinadores do clube, os Mestres José Teixeira com gradu-ação de 5º Dan e Rogério Rosa com graduação de 4º Dan .

Taekwondo de VRSA é campeão do AlgarveNo passado dia 2 de março o Taekwondo clube de vila Real de santo António sagrou-se campeão distrital de técnica.

Equipa foi campeâ distrital pelo segundo ano consecutivo

De forma geral, os atletas alcou-tenejos conseguiram uma ótima classificação em todas as catego-rias.

Resultados

K1 menor masculino: Ricardo Faustino - 2º, Alexandre Palma - 3º;

K1 menor Feminino: Joana Ramos - 1º, Ana Mestre - 2º;

K1 Iniciado Feminino: Mariana Costa - 1º, Beatriz Ribeiro - 2º, Daniela Mestre - 3º, Barbara Tei-xeira - 6º;

são recebidos na nossa Vila. Este maravilhoso Evento não terminou ao pisar da meta, pois foi no Restau-rante «SEM ESPINHAS NATURA» na Praia da Retur, onde todos os Participantes, poderam brindar e recuperar as energias perdidas, com um maravilhoso almoço, com vista para o mar. Após concluído o Evento, a Associação RODACTIVA/SEM ESPINHAS, não baixou os braços, pois ao verificar que ainda abundava logística alimentar, deci-diu contactar o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, e doá-la em prol do bem-estar das pessoas que acolhe. A RODACTIVA/SEM ESPINHAS agra-dece aos Patrocinadores, Câmara Municipal de Castro Marim, a todas as outras entidades envolvidas assim como em nome individual e participantes.

96º Ricardo Mestre (Euskaltel Euskadi) Tempo: +46m14s

Com uma Volta a Catalunha a cumprir 100 anos de existência, esta é uma das provas mais importan-tes da do calendário internacional e onde muitos ciclistas apontam baterias. Mestre foi um dos parti-cipantes, mas apesar de um resul-tado pessoal modesto, o seu papel foi cumprido ao serviço dos seus lideres, para quem trabalhou. No final destes sete dias de competição, o balanço foi positivo e mais uma prova de excelência para juntar ao curriculo.

31ª Volta ao Alentejo

K1 Infantil Masculino: André Madeira - 2º, Bruno Ramos - 3º, Ricardo Martins - 4º, João Melo - 6º;

K1 Infantil Feminino: Joana Mestre - 2º, Ana Filipa Simão - 4º, Soraia Marques - 6º;

K1 Cadete masculino: Mikael Marques - 1º, Pedro Jeremias - 2º, Rodrigo Romão - 3º, João Domin-gues - 4º, Pedro Cavaco - 14º;

K1 Júnior Masculino: Hugo Carmo - 3º, João Rodrigues - 11º

K1 sénior Masculino: Daniel Cavaco - 4º;C1 Sénior Masculino: João Simão - 1º

Vencedor: Jasper Stuyven (Bontrage Cycling Team) Tempo: 19:30:47

41ºSamuel Caldeira (OFM/Quinta da Lixa) Tempo: +9m22s

Mais um ano a Alentejana foi para a estrada e Samuel Caldeira voltou a ser um dos participantes tentando lutar pelos bons resultados nas che-gadas ao sprint.

Com cinco etapas a disputar foi na 4º em que o natural da Manta Rota obteve o seu melhor resultado, um quarto lugar. As outras etapas forem entregues ao trabalho colectivo em prol dos seus chefes de fila o que levou a serem os vencedores por equipas no final da prova.

Decorreu no passado sábado, dia 16, o Regional de fundo de canoa-gem em Alcoutim. A prova contou com a participação de 7 clubes algarvios e alentejanos e mais de uma centena de atletas, tendo o Grupo Desportivo de Alcoutim conquistado o 1º lugar, com 1510 pontos.

No pódio ficaram também o KCC Arade, em 2º lugar, e o ADD Mexilhoeira da Carregação, na 3ª classificação. Na competição estive-ram também o CN Olhão, CN Por-timão, Clube Fluvial Odemirense e CN Mértola.

Foi no 3 de Março que a Associação RODACTIVA/SEM ESPI-NHAS, pelo segundo ano conse-cutivo, proporcionou aos amantes do desporto de duas rodas, um dia de cheio de desporto, diversão e emoção pelos maravilhosos trilhos do nosso Concelho de Castro Marim. Apesar da chuva e do vento que se fazia sentir nesse dia, os participan-tes aderiram num número total de 212, sendo que 176 eram BTTistas e 36 na vertente de pedestria.

Este Raid «Por Trilhos de Castro Marim», apesar de não ter a ver-tente competitiva, tem vindo a ganhar alguma fama no mundo do BTT, não só pelos praticantes locais mas sim pelos de todo o País assim e pelos “nuestros hermanos” Espanhóis, pelo seu grau de difi-culdade, pela excelente organiza-ção e pela forma carinhosa como

Entramos na primavera e já temos a nova epoca de ciclismo a todo gás, com os «cavaleiros» do Baixo Gua-diana a competirem em diferentes frentes.

Enquanto que a nível nacional a Volta ao Alentejo marco um mês de Março com representação de Samuel Caldeira, a nível interna-cional os melhores deste desporto mediram forças no país vizinho na Volta a Catalunha onde esteve Ricardo Mestre.

Volta a Catalunha 2013

Vencedor: Daniel Martin (Garmin Sharp) Tempo: 29:02:25

GDA é Campeão Regional de Fundo

«Por Trilhos de Castro Marim»

Começou nova época de ciclismo

Canoagem de Alcoutim mais uma vez em destaque a nível nacional

Canoagem de Alcoutim

Humberto Fernandes

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Evite comprar e utilizar produ-tos descartáveis e com excesso de embalagens. Copos, talheres e copos de plástico são utiliza-dos em minutos e demoram cen-tenas de anos a decompor-se. A reciclagem não justifica o uso de materiais descartáveis, porque o próprio processo de reciclagem é poluente e consome muita água, energia e combustíveis fósseis. Compre produtos reciclados, biodegradáveis ou recarregáveis sempre que puder.

No total foram 4 mil as crianças que ao longo da semana da Páscoa fizeram a maior festa de futebol infantil do mundo. Este é torneio que atingiu já uma dimensão ibérica, e pela primeira vez contou com o apoio do Governo português, que se fez representar pelo secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre. O Secretário de Estado do Desporto reconheceu “o mérito” do Mundialito, ao mesmo tempo que elogiou as instalações do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António, acreditadas pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), desde 2002, e classificadas como Centro de Preparação Olímpica, desde 2004. Este é um torneio de dimensão transnacional e que mostra como Portugal sabe receber e organizar eventos que potenciam o desporto”, disse Alexandre Mestre.

O Mundialito voltou a crescer, contando com a participação de 4 mil crianças de 54 nacionalidades e de 200 equipas, vindas dos quatro cantos do mundo. As partidas tiveram lugar nos nove campos do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António, nos campos do Lusitano e do Beira-mar, e nos Estádios Cidade de Ayamonte e Blas Infante (Espanha). Um torneio que se dividiu em quatro grupos: além das formações habituais (7/8 anos, 9/10 anos e 11/12 anos). Pelo segundo ano consecutivo o «Mundialito» reuniu a classe dos Querubins, destinada às crianças nascidas em 2007 (futebol de 6). A alegria e a festa dos mais pequenos é sempre crescente neste evento desportivo e mexe com o calor humano das duas cidades raianas.

Crise afeta apoios

Com um investimento total de 245 mil euros [200 mil de VRSA e 45 mil de Ayamonte] este torneio tem visto os apoios reduzirem-se de ano para ano. Os apoios públicos representam agora menos de metade do que aconteceu nas primeiras edições. A crise tem afe-tado esta festa do futebol, mas os responsáveis políticos das duas cidades anfitriãs referem que o retorno gerado na economia local atinge a fasquia dos 2 milhões de euros.

CartoonecOdica

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1 milhão de euros de investimento no saneamento básico em VRSA

Sal de Castro Marim são requisitados nos quatro cantos do mundo

Governo anuncia mais despedimentos no setor público

Mundialito 2013: «invasão pacífica» de 4 mil crianças

sotavento algarvio