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XXI 73 09/04/2013 Superintendência de Comunicação Integrada CLIPPING Nesta edição: Clipping Geral Saúde Procon-MG Meio Ambiente Destaques: Ministério Público reforça pressão contra a PEC que tira poder de investigação - p 02 Contas da PBH estão na mira da Câmara - p. 08 Comunidades terapêuticas violam direitos Humanos - p. 22

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Clipping Geral e Espec. Eletrônico

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Page 1: 09 Abril 2013

XXI

73

09/04/2013

Superintendência de Comunicação Integrada

CLIPPINGNesta edição:

Clipping GeralSaúde

Procon-MGMeio Ambiente

Destaques:

Ministério Público reforça pressão contra a PEC que tira poder de investigação - p 02

Contas da PBH estão na mira da Câmara - p. 08

Comunidades terapêuticas violam direitos Humanos - p. 22

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Restringir a apuração das infrações penais à competência privativa das Po-lícias Federal e Civil. Esse é o teor da Proposta de Emenda à Constituição Fe-deral (PEC) 37/11, do deputado federal Lourival Mendes (PTdoB/MA), que tra-mita na Câmara dos Deputados. A PEC foi tema de debate público promovido ontem pela Comissão de Direitos Hu-manos, no Plenário da Assembleia. O presidente da comissão, deputado Dur-val Ângelo (PT), disse que a reunião foi um ato em repúdio à proposta, e teve o intuito de fortalecer ações contrárias à aprovação da emenda, realizadas em todo o País.

De acordo com Durval, a PEC traz uma visão equivocada de um inquérito policial, dentro do estado democrático de direito. Por isso, a ALMG, com a anuência do presidente, Dinis Pinhei-ro (PSDB), é contrária a PEC, segundo Durval.

Durval leu carta do Sindicato e da Associação dos Delegados de Polícia de Minas, na qual essas entidades pro-testam contra o formato do debate, uma vez que não foram convidadas para a discussão sobre o assunto. O deputado explicou que essa medida foi proposital, pois a reunião não se destinava a discutir a viabilidade da proposta, e sim repudiá-la. Mas ponderou que a comissão está aberta a debater o tema em audiência.

Segundo o parlamentar, a PEC 37/11 intervém de forma abusiva nas in-vestigações do Ministério Público (MP) e restringe a atuação de outras entidades públicas, como o próprio Legislativo – as Comissões Parlamentares de Inqué-rito (CPIs) perderiam a prerrogativa de autoridade policial nas investigações. Por fim, Durval enfatizou que há erros na atuação do MP e de outros órgãos investigativos, mas que a PEC pretende punir os acertos.

Falhas da PEC – A coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário, promotora Nívia Silva, ressaltou que o temor das ações investigativas do MP resultou na PEC 37/11. Para ela, o po-der de investigação do órgão não visa a substituir a polícia, mas há momentos em que o MP é imprescindível. Ainda segundo Nívia, no Brasil, a cada 5 horas,

AssembleiA informA - P. 02 terçA-feirA , 9 de Abril de 2013

Direitos Humanos repudia proposta que limita investigação criminal

um delito de violação de direitos huma-nos é causado por um agente público, o que reforça a importância do papel fis-calizador do MP.

Concordando com a promotora, o coordenador estadual do MP Eleitoral, Edson Castro, ressaltou a experiência das apurações na investigação eleito-ral, garantindo a lisura do processo. Ele acrescentou que quase todos os casos de corrupção eleitoral, sonegação fiscal, improbidade administrativa vêm sendo apurados pelo MPE. “Sem isso, have-ria prejuízo para a própria democracia”, afirmou. “Aqueles que nada devem não têm por que desejar que as investigações sejam coibidas”, salientou.

Com a Constituição em punho, William dos Santos, presidente da Co-missão de Direitos Humanos da OAB-MG, destacou funções do MP previstas na Constituição, como: promover ação penal, inquérito civil e ação civil públi-ca; exercer controle da atividade poli-cial; requisitar diligências investigató-rias e instaurar inquérito policial. Para ele, à PEC interessa colocar um freio na atuação do MP, o qual pode intervir em atuações, cargos, mandatos e afins.

ComissÕes

PEC perpetua investigação

ineficazPara o vice-presidente do Sindicato

dos Policiais Federais no Estado de Mi-nas Gerais, Cristian Ribeiro Guimarães, a proposta perpetua um modelo de inves-tigação “comprovadamente ineficiente”.

Ele apresentou dados estatísticos que dão a dimensão da impunidade no País: entre 5% e 8% dos casos de homicídio no Brasil são solucionados, enquanto na Europa, o índice passa dos 80%; e cer-ca de 90 mil de 150 mil inquéritos sobre assassinatos abertos antes de 2007 ainda não foram concluídos.mobilizAção

Ao contrário do que propõe a PEC, o Ministério Público deve estar cada vez mais integrado com as Polícias Civil e Federal. É a opinião do deputado fede-ral Gabriel Guimarães (PT-MG), que se comprometeu a participar do esforço de mobilização da bancada petista na Câmara dos Deputados para derrubar a PEC.“Essa PEC nos remete à condição jurídica do Quênia, de Uganda e da In-donésia, países sem qualquer tradição de formação jurídica e de combate ao crime”, lamentou o procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado de Minas, Adailton Nascimento. “Será que Itália, França e Alemanha não servem de exemplo para os autores dessa PEC?”, questionou ele, classificando a proposta como uma “nau de insensatos”.

Já para o procurador de Justiça e presidente da Associação Mineira do Mi-nistério Público, Nedens Ulisses Vieira, a PEC 37/11 é “um retrocesso absurdo e inaceitável no processo investigativo brasileiro”. Vieira vê com preocupação o desinteresse da população com a PEC e defendeu maior conscientização sobre o risco que ela representa. Quanto a isso, o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Carlos André Bittencourt, ga-rantiu que o MP em todo o Brasil está mobilizado, realizando atos em diversos estados em repúdio à PEC 37/11.

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Debate. Integrantes do MP, além de deputados, estão preocupados com o que consideram “retrocesso”

FOTO: DIVULGAÇÃO/ALMG

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MINAS GERAIS 2

E www.iof.mg.gov.br

PODERES DO ESTADO

LEGISLATIVO

em Minas. É um Prefeito Marcio Lacerda e o presidente Dinis Pinheiro, em ato público promovido domingo, na Capital

Deputados participam de ato público pela ampliação dos investimentos federais na Saúde

Durante o evento, foram

minAs gerAis - P. 02 - 09.04.2013

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LEGISLATIVO

em Minas. É um Prefeito Marcio Lacerda e o presidente Dinis Pinheiro, em ato público promovido domingo, na Capital

Deputados participam de ato público pela ampliação dos investimentos federais na Saúde

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LEGISLATIVO

em Minas. É um Prefeito Marcio Lacerda e o presidente Dinis Pinheiro, em ato público promovido domingo, na Capital

Deputados participam de ato público pela ampliação dos investimentos federais na Saúde

Durante o evento, foram

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estAdo de minAs - mg - P. 04 - 09.04.2013

A campanha Brasil Contra a Impunidade está promovendo ações de mobilização social em todo o país. As associações dos Ministérios Públicos estaduais e as Procuradorias-Gerais de Justi-ça de todo o Brasil, em parceria com outras entidades, tem propos-to atos públicos, palestras, encontros e reuniões a fim de divulgar aos cidadãos as consequências da Proposta de Emenda Constitu-cional (PEC) 37/2011, caso seja aprovada. A matéria retira o poder de investigação do Ministério Público.O ato nacional ocorrerá no dia 24, em Brasília, com a realização do I Simpósio Brasileiro Contra a Impunidade, no auditório do Ministério Público do Dis-trito Federal e Territórios (MPDFT).

Confira abaixo a programação do ato nacional:

9h – Mesa de Debates no Auditório do MPDFT: ministro Ayres de Britto, professor Lênio Streck, jornalista Heraldo Perei-ra, deputado Alessandro Molon (PT-RJ) e senador Randolfe Ro-drigues (PSOL-AP);

10h- Mesa de Discussões Político-institucionais: CONAMP, CNMP, CNPG, ANPR, ANPT, AMPDFT e demais parceiros ins-titucionais;

15h – Mobilização Nacional contra a Impunidade, em defesa do poder investigatório criminal do Ministério Público e de outras instituições, em concentração próxima às bandeiras, em frente ao Congresso Nacional.

Para mais informações, clique aqui e acesse a agenda dos es-tados.

notíCiA dA HorA - ConAmP - brAsíliA, 08 de Abril de 2013.

Campanha Brasil Contra a Impunidade realiza atos públicos contra a PEC 37

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Bra-sil, em parceria com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) e diversas entidades da so-ciedade civil promoveu, hoje (08), ato público em defesa do financiamento democrático de campanhas eleitorais. O secretário-geral da CONAMP, Vinícius Gahyva, participou do evento.

Durante o ato foi lançado um manifesto em defesa da reforma política e por eleições limpas no País, centradas no projeto de financiamento democrático das campanhas, que exclui as doações de pessoas jurídicas do processo eleitoral. O movimento das entidades que compõem o Comitê entre-gou o manifesto às presidências das duas Casas do Congres-so Nacional.

Confira abaixo a íntegra do manifesto:“ELEIÇÕES LIMPAS”:

CONTRA O FINANCIAMENTO PRIVADO E EM DEFESA DO FINANCIAMENTO DEMOCRÁTICO DE CAMPANHA

“O atual sistema político brasileiro está viciado. Abre caminho para a corrupção eleitoral e para uma representação política que, em muitos casos, não atende às aspirações do povo brasileiro. Com isto, distorce a vontade popular limi-tando o alcance de uma verdadeira democracia política.

Desta forma cresce na sociedade a exigência de uma Reforma Política Democrática. A Lei da Ficha Limpa cum-priu importante papel ao atacar as consequências da corrup-ção eleitoral. Agora é necessário enfrentar suas causas.

A causa fundamental da corrupção eleitoral está no atu-al sistema eleitoral e no financiamento privado de campanha que permite ao poder econômico influenciar o processo po-lítico, privilegiando candidatos que representam interesses de uma minoria em prejuízo dos candidatos que visam os interesses da maioria do povo brasileiro.

A verdade é que a maior parte das doações não aparece, constituindo importantes recursos eleitorais não declarados e que se prestam à formação do chamado “caixa dois”, causa principal da corrupção eleitoral.

Uma análise deste financiamento, dito privado, eviden-cia que de privado tem apenas o nome, já que políticos que dele se beneficiam, muitas vezes, retribuem aos seus finan-ciadores com recursos públicos, prática esta que acarreta um saque nos dinheiros públicos de regra muito maior do que a doação.Os candidatos que assim se elegem traem compro-missos com seus eleitores, pois defendem os interesses de quem os financiou, causando justa indignação na sociedade.

O passo inicial para uma reforma política democráti-ca deve ser o fim do financiamento privado de campanha, instituindo o financiamento democrático através de recursos públicos.A Reforma Política Democrática representa, pois, o caminho para aprofundar a democracia, garantindo a am-pliação da representação política da maioria da sociedade,

valorizando o papel do eleitor e contribuindo para o fim da corrupção eleitoral.

A Sociedade civil organizada se reserva o direito e dever de apresentar um Projeto de Iniciativa Popular mais abran-gente, apresentando e representando os anseios da sociedade onde eles não forem atendidos pelos que deveriam represen-tá-la e que compõem o Congresso Nacional

Sim à Reforma Política Democrática!Não ao financiamento privado de campanha!Fora a influência do poder econômico nas eleições.

SUBSÍDIOS PARA O PROJETO SOBRE O FINAN-CIAMENTO DE CAMPANHA

1. Financiamento da campanha eleitoral Fica proibido o financiamento eleitoral privado, seja por pessoa física ou jurídica, a partidos e candidatos.

2. Origem dos recursos O financiamento das eleições será oriundo de recursos públicos, depositados em um Fun-do de Campanha, composto por verbas provenientes de do-tações orçamentárias da União e das multas administrativas e penalidades eleitorais. Na distribuição dos recursos oriun-dos das multas e penalidades deverão ser excluídos os parti-dos infratores ou beneficiados pelos atos que as originaram.

3. Distribuição Os recursos públicos destinados ao fi-nanciamento das campanhas eleitorais serão repassados exclusivamente aos partidos políticos e distribuídos de for-ma que não superestime os partidos de bancadas maiores no Congresso Nacional nem forneça recursos excessivos a partidos sem qualquer representação congressual. Do total recebido pelo partido, o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) dos recursos serão destinados para candidaturas de cada um dos gêneros.

4. Gestão Os recursos serão administrados por Comis-sões Gestoras, organizadas em níveis federal, estadual e mu-nicipal, conforme o caso, escolhidas democraticamente em convenção partidária. Apenas Comissões Gestoras ligadas a diretórios regularmente eleitos pelo voto direto e secreto dos filiados poderão receber recursos do Fundo de Campanha. A comissão provisória do partido deverá ser convertida em diretório municipal em no máximo 90 (noventa) dias. Os delegados nas convenções partidárias serão eleitos pela base em eleição direta. Será proibida a designação de delegado nato. Ficará vedada ao delegado convencional fazer parte da Comissão Gestora. Os critérios de distribuição dos recursos aos diversos candidatos nas eleições proporcionais será ob-jeto de deliberação da convenção, respeitados os princípios da equidade

5. Transparência Será obrigatório o uso de cartão de dé-bito, transferência bancária ou cheque nominal não endos-sável na realização dos gastos de campanha. Os recursos do Fundo de Campanha serão movimentados em banco oficial federal. Nas transações eletrônicas a publicação da movi-mentação será feita automaticamente até um dia depois do pagamento. O mesmo se dará com o cheque compensado.

notíCiA dA HorA - ConAmP - brAsíliA, 08 de Abril de 2013

CONAMP presente em ato público pelas eleições limpas

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Toda sexta-feira o candidato lançará na internet a descrição da despesa relativa a cada movimentação efetuada. O mon-tante disponível para cada partido, coligação ou candidato será publicado imediatamente na internet. As sobras de cam-panha serão devolvidas automaticamente ao Fundo de Ca mpanha no dia posterior ao da votação. Haverá um aporte único das verbas de campanha, o qual será disponibilizado até quinze dias antes do início da campanha eleitoral. Caberá aos candidatos responder perante a Justiça Eleitoral pelas despesas realizadas em suas respectivas campanhas.

6. Penalidades Cometerão crime eleitoral tipificado na lei, as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive os partidos que doarem, receberem ou de qualquer forma efetuarem gastos em desconformidade com as prescrições legais. Tal conduta será também considerada infração administrativa, impedin-do as pessoas jurídicas e físicas que incidirem nesta ilicitude de contratar ou servir ao Poder Público, sob qualquer forma, pelo prazo de 5 (cinco) anos, além de ensejar a aplicação de multa no montante de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o valor ilegalmente doado. A conta de campanha rejeitada em razão de fraude não admitirá convalidação, ficando o responsável impedido de obter quitação de débitos eleitorais por todo o período do mandato d isputado. Na sentença que julgar a prestação de contas de campanha, perderá o diploma o can-didato que tiver suas contas rejeitadas em razão de fraude, ressalvando o direito do candidato à ampla defesa e ao con-traditório. A conduta de gestão fraudulenta dos recursos de campanha será tipificada criminalmente.

7. Gastos individuais de campanha nas eleições propor-cionais Será permitida a utilização, tão somente, de bens de uso pessoal, de propriedade do candidato declarado a Justiça Eleitoral no registro de candidatura. Esses recursos serão li-mitados à metade dos recursos públicos que lhe forem desti-nados. Nas eleições majoritárias será vedada a utilização de bens de uso pessoal.

8. Horário eleitoral A distribuição do tempo de rádio e televisão, entre os partidos, deverá atender ao princípio democrático da equidade, sendo observados os mesmos percentuais definidos para divisão das verbas de campanha (item 3).

9. Internet e Redes Sociais A Internet deverá ser utiliza-da como um instrumento em que o candidato poderá conver-sar e interagir com seus eleitores e amadurecer suas propos-tas. Neste sentido, ficará vedado qualquer tipo de dispêndio financeiro, quer seja com verba pessoal ou do partido.

A utilização da Internet e das redes sociais será permiti-da independentemente do período eleitoral das campanhas. Isso se deve, pois o pré-candidato atingirá apenas aqueles que voluntariamente e conscientemente optarem1 por ter acesso as suas manifestações. Por exemplo, para ter aces-so ao conteúdo proposto por algum pré-candidato o usuário deverá segui-lo no Twitter, adicioná-lo no Facebook, aces-sar seu blog ou site. O pré-candidato que utilizar a Internet para disseminar conteúdos não solicitados (os chamados “spams”) será punido com multa e a remoção do conteú-do (perfil, site, blog etc). Será facultado o cadastramento do

“perfil oficial do candidato” no órgão eleitoral. Esse cadas-tro poderá ser feito a qualquer tempo e servirá como forma de controle dos chamados &ldq uo;perfis falsos” (quando um terceiro se utiliza da imagem do candidato se fazendo passar por quem não é). Isso servirá como segurança para o próprio sistema e principalmente ao pré-candidato. Os “perfis falsos” serão administrativamente removidos e seus responsáveis ficarão sujeitos à responsabilização criminal. Fica ressalvado que os perfis de tom humorístico não serão classificados como “perfis falsos”, mas como mera forma de liberdade de expressão e manifestação. Os cidadãos terão o direito de livre manifestação quanto a candidatos, dirigentes partidários, ocupantes de cargos e líderes políticos, punidos criminalmente a injúria, a calúnia e a difamação baseada em fatos sabidamente inverídicos.

10. A coleta de assinaturas para Projetos de Lei de ini-ciativa popular poderá receber assinaturas eletrônicas, fican-do a cargo do TSE a conferência das mesmas.

11. Será fixada a coincidência entre domicílio eleitoral e lugar de residência.

1 Diferentemente das mídias tradicionais (TV, rádio, jornais etc), a Internet segue a lógica do conteúdo “On De-mand”, ou “sob demanda”. Isso significa que para ter acesso ao conteúdo o usuário deve procurar o que deseja. Em outras palavras, se trata de um público seleto e interessado naquele conteúdo específico. Isso não ocorre nas mídias tradicionais onde se tem um público indiscriminado, passivo e genérico.

12. Ficará proibida a “compra de apoio político” (paga-mento a líderes políticos, sindicais ou associativos em troca da adesão política).

13. O candidato será obrigado a apresentar previamente uma lista contendo o nome do pessoal contrato para cam-panha, respeitando-se uma limitação objetiva no número de contratações.

14. Será obrigatória a apresentação de todos os docu-mentos que comprovem a não incidência nas hipóteses da Ficha Limpa no momento do registro da candidatura.

15. Haverá uma determinação de que o Conselho Na-cional de Justiça mantenha banco de dados sobre todas as condenações e rejeições de contas (de candidatos e gesto-res).

16. Serão criados os Fóruns Nacional, Estaduais e Mu-nicipais da Transparência Eleitoral, com a presença de re-presentantes do Judiciário, Ministério Público, Tribunais de Contas, Polícia Federal, Receita Federal e da sociedade civil que terão a competência de monitorar e fiscalizar a gestão do Fundo de Campanha e dos processos eleitorais, bem como promover a mobilização e a educação popular para o exercí-cio ético do voto.

17. O financiamento dos partidos será realizado por meio do Fundo Partidário e de doações individuais mensais que não poderão ultrapassar a quantia correspondente a um salário mínimo. Os estatutos partidários poderão definir con-tribuição em valor maior por parte dos mandatários eleitos que integrem a agremiação. Será vedada a doação de empre-sas privadas aos partidos políticos.

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JOHNATAN CASTROO goleiro Bruno Fernandes e Luiz Henrique Romão, o

Macarrão - condenados pela morte de Eliza Samudio - po-derão estar presentes no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola - apontado como o executor da modelo -, que começa no próximo dia 22. A defesa estuda pedir uma acareação entre os envolvidos. O advogado de Bola, Fer-nando Magalhães, afirmou que a decisão deve ser tomada até a próxima semana, mas não quis informar o objetivo da acareação.

O advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, disse que foi in-formado da intenção pelo advogado Ércio Quaresma, que também faz parte da defesa de Bola. “Ele (Quaresma) acha que parte dos depoimentos anteriores é contraditória e quer checar as informações. É um direito dele, e só vou me ma-

nifestar oficialmente quando o requerimento for feito”, afir-mou Adolfo, ressaltando que a acareação não prejudicará seu cliente.

Ele criticou a demora no julgamento das apelações envolvendo o processo de Bruno. Defesa e acusação impe-traram recursos pedindo o cancelamento do julgamento e o aumento da pena, respectivamente.

Trâmite. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justi-ça de Minas Gerais (TJMG) informou que as apelações estão em fase de análise e que, em breve, serão encaminhadas à segunda instância, na qual serão julgadas por três desembar-gadores. A tramitação deve demorar, no mínimo, 20 dias.

Ainda segundo o TJMG, nenhum pedido de acareação foi protocolado. O advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, negou saber da possível acareação.

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Goleiro e Macarrão podem ficar cara a cara no júri de BolaAcareação seria feita para esclarecer depoimentos dos dois condenados

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CAMILA BASTOSPrestes a entrar em votação na Câmara dos Deputados,

o Projeto de Lei (PL) 7.663 - que altera a política nacional antidrogas e determina a internação compulsória dos usuá-rios de drogas - defende também uma parceria do governo com as chamadas comunidades terapêuticas. Como o Es-tado não tem condições de suprir a demanda de tratamento de dependentes químicos, o texto, de autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), sugere que os pacientes sejam encaminhados às comunidades terapêuticas - ligadas quase sempre a alguma igreja.

A presidente do Conselho Regional de Psicologia, de Minas Gerais, Marta Elizabete de Souza, critica a propos-ta. Segundo ela, relatório do Conselho Federal de Psicolo-gia (CFP) apontou violações de direitos humanos em todas as 68 instituições visitadas no país em 2011. O documento cita a ocorrência de violência física, humilhação, imposi-ção de credo, desrespeito à orientação sexual, revista vexa-tória de familiares e violação de privacidade, entre outros problemas.

Marta Elizabete conta que, em Minas Gerais, as irre-gularidades encontradas foram sutis. Segundo ela, no Es-tado, foram observadas, entre outras violações, instalações inadequadas, com ambientes precários, e comunidades em que o usuário era obrigado a passar o dia inteiro em oração. Das sete instituições visitadas aqui, três contavam com médico no local e quatro, com psicólogo.

A vistoria de 2011 foi realizada pelos conselhos regio-nais de cada Estado a pedido do Conselho Federal de Psi-cologia, que se baseou em denúncias feitas pela sociedade civil. Na época, o conselho visitou apenas as comunidades que já haviam sido alvo de denúncias por parte de fami-liares de usuários, da comunidade e dos próprios usuários, além de queixas anônimas.

A psicóloga admite que os problemas encontrados em Minas são considerados leves, mas lembra de casos graves que não ocorreram no período de pesquisa. “Havia uma (comunidade terapêutica) que enterrava o paciente até a cabeça e o deixava no sol, em Uberlândia”, denuncia um caso que ocorreu em 2009. A instituição foi investigada pelo Ministério Público (MP), e os responsáveis pelo cri-me foram presos.

Marta Elizabete explica que as comunidades terapêu-ticas podem, sim, ter efeitos positivos em alguns depen-dentes, já que existem casos de pessoas que vencem o vício sem qualquer ajuda. “A gente precisa é lutar para que essas

pessoas tenham oportunidades efetivas de tratamento, com os equipamentos públicos em funcionamento adequado”, afirma ela.

“Normalmente, o tempo é de nove meses - eles dizem que é pra você renascer - e, depois, você vira obreiro (mo-nitor responsável pela disciplina) ou vai embora.”

em trAtAmento

Usuário conta ter vivido agressões em instituições

Alex Maciel, 33, hoje coordenador do Movimento da População de Rua, de Belo Horizonte, já passou por nove comunidades terapêuticas – oito na Bahia e uma em Minas Gerais. Das violações aos direitos humanos denunciadas no relatório do Conselho Federal de Psicologia, ele já so-freu ou presenciou várias: já foi enterrado até a cabeça, ficou sem jantar e até teve que arrancar um toco de árvore com as mãos, quando não soube recitar um versículo bí-blico.

Maciel conta que, uma vez, presenciou um ataque a um colega que, “acusado de ser homossexual”, foi espan-cado, teve as roupas rasgadas, e, amarrado apanhou com um pedaço de pau. O coordenador contou que a agressão foi conduzida pelo presidente da comunidade, um pastor evangélico. Todas as instituições pelas quais ele passou, disse, tinham ligações com igrejas – católicas ou evangé-licas.

Críticas. Alex critica a falta de políticas de reintegra-ção à sociedade. “Normalmente, o tempo é de nove meses – eles dizem que é pra você renascer – e, depois disso, ou você vira obreiro (monitor responsável pela disciplina, normalmente sem formação psicológica) ou vai embora. Não tem nada para reinserir você na sociedade”.

Hoje, ele segue a política de redução de danos, que de-fende que o usuário de drogas pode manter a vida sob con-trole. Alex trabalha, estuda e utiliza vários tipos de droga. “Tem gente que precisa de tratamento e tem muita gente que se prejudica pela droga. Eu faço o uso consciente – e não sou o único”, conta.

De acordo com ele, o Movimento de População de Rua não é contra as comunidades. Para ele, “A Igreja pode fazer o que quiser”, diz Maciel, desde que seja sincera ao recrutar o usuário e que isso não seja feito com o dinheiro público. (CB)

drogAs

Comunidades terapêuticas violam direitos humanosEm 100% delas, foi encontrado algum tipo de problema; sete ficam em MG

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Nova York, EUA. Um estudo publicado nesta semana estima que o número de pessoas infectadas com dengue por ano em todo o mun-do seja mais de três vezes maior do que a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) acreditava.No artigo, publicado na versão online da revista “Nature”, a equipe internacional de pesquisado-res reuniu dados de vários países afetados pela doença e criou um modelo de computador para estimar o número de pessoas infectadas.

Eles concluíram que cerca de 96 milhões apresentam sintomas claros da doença, mas que até 300 milhões podem adquiri-la sem te-rem o diagnóstico confirmado por médicos. O total ficaria em aproximadamente 390 milhões

de casos por ano, bem acima dos 100 milhões estimados pela OMS.O levantamento mostrou ainda onde ocorrem esses casos. A Ásia é o con-tinente mais atingido, com 70% dos casos - a Índia sozinha reúne 34% das infecções do pla-neta. Outros 14% dos casos estão nas Américas, com destaque para o Brasil e para o México. O restante está na África, o que serve como um alerta. Geralmente, a doença não é considerada uma ameaça tão grande no continente porque os médicos não conseguem fazer muitos diagnós-ticos - em boa parte das vezes, a dengue é con-fundida com outras doenças que têm sintomas parecidos.

A equipe de Samir Bhatt, da Universidade

de Oxford, na Inglaterra, afirmou que a desco-berta deve ajudar na coordenação na prevenção da dengue, principalmente depois que os cien-tistas conseguirem elaborar uma vacina contra o vírus. Outro objetivo dos autores é ampliar a discussão sobre o impacto global da doença - apesar de presente no cotidiano brasileiro, a dengue não é muito conhecida na Europa e nos Estados Unidos.No Brasil, o número de casos notificados de suspeita de dengue teve aumento 279% entre 1º de janeiro e 23 de março de 2013 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde - as notificações passaram de 167,2 mil para 635,1 mil no período.

sAÚde

Incidência de dengue no mundo pode ser Pesquisa estimou ainda diagnósticos que médicos não conseguem fazer

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O presidente da Federa-ção Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, fez um relato franco e cru do ce-nário caótico nos serviços de emergência e urgência da rede pública de saúde e nos hospi-tais federais brasileiros, ao ser recebido em audiência pela presidente Dilma Rousseff. Depois do encontro, ele con-tou: “Falamos da degradação da rede de hospitais federais, mais marcadamente no Rio, onde se transformaram em verdadeiras pocilgas humanas e não têm a menor condição de dar atendimento à população. Atribuímos isso à perda de re-cursos humanos ao longo dos anos pelo achatamento salarial e pela perda de gratificações”.

Não há nenhuma novidade no aviso: há muito tempo, têm sido noticiados pelos meios de comunicação casos de mortes por falta de atendimento. A ro-tina trágica de salas de espera congestionadas, doentes dei-tados no piso dos corredores e longas filas para consultas ou até atendimentos de emer-gência tem sido flagrada no País inteiro. Em setembro de 2011, Gabriel Santos de Sa-les, de 21 anos, percorreu 88 quilômetros numa ambulân-cia em busca de atendimento em hospitais públicos do Rio. Durante sete horas, foi levado para cinco unidades até conse-guir ser atendido no Hospital Salgado Filho, no Méier. No mês seguinte, a funcionária pública Elisiane San Martins, de 34 anos, grávida de gême-os, percorreu 534 quilômetros pelo interior do Estado do Rio

Grande do Sul, com a bol-sa rompida no sétimo mês de gestação, de Santa Vitória do Palmar até Novo Hamburgo, onde, afinal, atendida, deu à luz.

A situação no Estado do Rio, apontada como a mais dramática do País pelo presi-dente da Federação Nacional dos Médicos, tem provocado muitas mortes de pacientes em portas de hospitais incapacita-dos para recebê-los por falta de leitos. Isso ocorreu em frente à emergência do Hospital Esta-dual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em setembro do ano passado. E se repetiu mi-lhares de quilômetros ao norte, em Belém e Ananindeua (PA), Aracaju e muitas outras cida-des.

Ou seja, a tragédia da saú-de não é exclusiva do Rio nem se limita aos hospitais fede-rais. Em novembro de 2012, o Hospital Municipal Clemen-tino Moura, em São Luís, ca-pital do Maranhão, parou de fornecer alimentos e remédios a seus pacientes. Então, sem gasolina nem manutenção para as ambulâncias nem refeições para plantonistas do Samu, o sistema de saúde pública de São Luís entrou em colapso.

Crise similar à do Mara-nhão eclodiu no Distrito Fede-ral em janeiro de 2013, quan-do a superlotação habitual dos hospitais públicos foi agrava-da nos fins de semana, com muitos médicos se recusando a trabalhar. O governo distrital

e as entidades médicas con-cordam que faltam médicos na capital da República e em seu entorno, mas discordam quanto à solução. O Conselho Regional de Medicina fala na necessidade de contratação de 4 mil médicos e a Secretaria Distrital da Saúde garante que 800 seriam suficientes para evitar a rotineira falta de leitos disponíveis para pacientes que recorrem a prontos-socorros e ambulatórios públicos em Brasília.

Esse caos dos serviços médicos públicos no Brasil foi classificado pelo presidente da Federação Nacional dos Médi-cos à presidente Dilma como uma “violação dos direitos hu-manos”, à qual, segundo ele, só se porá fim quando a rede pública hospitalar brasileira for recuperada e ofereça con-dições dignas de atendimento para os cidadãos que precisam dos hospitais e dos médicos que os atendem. “A situação das salas de repouso médico é uma coisa vergonhosa, uma imoralidade pública”, afirmou ele, que foi acompanhado na audiência por representantes do Conselho Federal de Medi-cina e da Associação Médica Brasileira.

Os médicos saíram otimis-tas do encontro, pois Dilma mandou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tomar pro-vidências. Resta saber o que se fará para corrigir problemas tão graves. Não há dúvida de que é preciso atuar com ur-gência, pois a situação, que só piora, já é intolerável.

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‘Pocilgas humanas’

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Aldo Rebelo *

Na história recente do Congresso Nacional, nenhuma lei foi tão debatida, internamente e em audiências públicas, quanto a do novo Código Florestal. Foram dez anos de dis-cussões e consultas à sociedade. Como todo acordo razo-ável, o resultado final não agradou inteiramente às partes, grosseira e impropriamente polarizadas em ruralistas e am-bientalistas. Mas a lei veio à luz para cumprir o seu papel ambivalente de zelar pela conservação do meio ambiente e tornar viável a atividade agropecuária.

De um cenário de campo conflagrado, as cicatrizes es-tavam se fechando; a segurança do agricultor, em reconstru-ção; a pujante agricultura nacional, incentivada a continuar conquistando mercados dominados por países ricos - até que apareceu o Ministério Público (MP) para reabrir o debate ao questionar a constitucionalidade de 23 dispositivos da nova legislação. A Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal três ações diretas de incons-titucionalidade (Adins) que estigmatizam reformas feitas pelo Congresso acerca das áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal e da suposta anistia a produtores rurais punidos por degradação ambiental.

Ao contrário do que argumenta a Procuradoria, contudo, a Lei 12.651, ainda retocada por nove vetos da presidente da República, Dilma Rousseff, não encerra retrocesso nem ofende a Constituição. O mesmo artigo 23 da Carta Magna que atribui competência ao poder público para “proteger o meio ambiente” e “preservar as florestas, a fauna e a flora” também determina que lhe compete “fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar”. Ao conciliar as vertentes de preservação e produção, o Congres-so aperfeiçoou e manteve a nossa legislação ambiental como a mais rigorosa do mundo.

Difícil é desfazer a lenda maliciosa, urdida no exterior e aqui medrada, de que os brasileiros calcinam o meio am-biente, pois, em verdade, somos o país que mais preservou suas florestas. Enquanto os Estados Unidos e a Europa des-truíram as deles e as da Ásia, o Brasil manteve em pé nada menos que 69,4% da vegetação nativa. Não é, portanto, a proteção da natureza que está no centro da questão.

A agressividade ambientalista, recheada de alarmismo, que grassa entre nós como erva daninha, tem como pano de fundo o crescente protagonismo do Brasil no comércio de produtos agrícolas. Incapazes de concorrer com as vanta-gens comparativas de que dispomos, para produzir alimentos fartos e baratos que lhes tomam divisas, países desenvolvi-dos desfraldam a bandeira de “florestas lá, agricultura aqui”. Quanto maiores forem as salvaguardas ambientais impostas ao concorrente, as mesmas que eles não seguem, menor será o crescimento da agropecuária brasileira. Daí por que, in-centivadas por seus governos, e contando com a boa-fé de militantes engajados nesta justa causa da humanidade, or-ganizações não governamentais (ONGs) ambientalistas de

origem estrangeira tentam inscrever na lei brasileira a defesa dos interesses estratégicos que representam.

A legislação ambiental do Brasil, preconizada pelo Pa-triarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, no século 19, é salutar e rigorosa. O primeiro Código Flo-restal, de 1934, foi radicalmente alterado em 1965, embora conservando os parâmetros que revestiam sua ambivalência. Nas décadas de 1980 e 1990, uma série de mudanças abu-sivas foi introduzida, algumas delas por medida provisória, como o aumento das áreas de preservação permanente. Um monstrengo jurídico passou incólume pelo escrutínio seleti-vo dos jurisconsultos de ocasião: a tipificação de crime am-biental com efeito retroativo. O produtor rural dos nossos dias passou a ser responsabilizado por desmatamentos prati-cados desde o início da exploração da terra, não importa se nos primórdios da colonização do País. Muitíssimos foram multados em valores que excediam o da propriedade. Ou-tros, impedidos de receber financiamento. Todos deveriam arrancar lavouras para replantar mata nativa. A deformidade prejudicou principalmente os pequenos proprietários, que dispõem de pouca terra para semear. Dos 5,1 milhões de imóveis rurais cadastrados no Brasil, 4,3 milhões (84,4%) classificam-se como de agricultura familiar, com área média de 18 hectares. Os grandes proprietários (acima de mil hec-tares) controlam 46 mil estabelecimentos.

O Congresso Nacional agiu para simultaneamente pre-servar a natureza e tirar o agricultor da ilegalidade. As multas absurdas podem ser convertidas em serviços de preservação, melhoria e qualidade do meio ambiente. A isso se chamou indevidamente de anistia, cabendo citar aqui, mais uma vez, a definição do Barão de Itararé (o humorista político Apparí-cio Torelly, 1895-1971): “Anistia é o ato pelo qual o gover-no perdoa generosamente crimes que ele próprio cometeu”. Outro avanço da reforma foi respeitar a atividade agrícola nas várzeas - prática mundial tão antiga quanto a agricultura, mas que o Código Florestal criminalizava. A exigência de replantio de mata nas áreas cultivadas às margens dos cur-sos d’água passou a ser proporcional ao tamanho do imóvel. Tais avanços são tachados de inconstitucionais.

Como as ONGs não têm legitimidade para propor Adins, um setor do Ministério Público assumiu a tarefa de desqualificar o Congresso em seu papel soberano e discri-cionário de legislar ungido da prerrogativa de poder popular por excelência. Leis são pactos sociais costurados com a li-nha da democracia pelos representantes do povo. Tal poder é exclusivo do Parlamento. Vem a propósito a observação de renomado professor de que “o MP é o braço institucional das ONGs”, na medida em que essas entidades tentam extorquir “dos Poderes constituídos o que estes, e só estes, podem fa-zer - em especial o que depende de se legislar ou de ou de se fazer cumprir a lei”.

* Aldo Rebelo é Ministro do Esporte e foi relator do Código Florestal

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O MP e o Código Florestal

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Guilherme Paranaiba Começou ontem na Avenida

Barbacena, no Barro Preto, Re-gião Centro-Sul de Belo Horizon-te, a poda em galhos secos de 19 exemplares de fícus que integram a paisagem histórica da região. Os alvos da prefeitura são as par-tes que, segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Com-dec), trazem risco à população depois que os espécimes foram infestados pela mosca-branca-do-fícus (Singhiella simplex), praga que desafia a administração pú-blica e ameaça as árvores cente-nárias. Das árvores atingidas pelo mal, pelo menos nove estão secas e não têm salvação. Ainda não há data para corte, mas as autorida-des já admitem a supressão segui-da de um replantio sem espécie definida.

Ontem, os trabalhos começa-ram com uma reunião de técnicos da Defesa Civil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, além do Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e BHTrans. O trânsito foi fechado na Avenida Barbacena, entre as ruas Tenen-te Brito Melo e Timbiras, e logo depois dois funcionários da PBH começaram a marcar as partes que deveriam ser cortadas. O barulho da motosserra chamou a atenção de quem passava. Como os galhos são muito pesados, o trabalho é lento, não sendo possível cortá-los de uma só vez.

Todas as partes suprimidas estavam secas e praticamente se desmanchavam ao tocar o chão. O coordenador de Defesa Civil mu-nicipal, coronel Alexandre Lucas, disse que a operação tem caráter

preventivo”: “Estamos monitoran-do todos os fícus da cidade e nesse caso avaliamos que é necessário cortar os galhos secos de 19 ár-vores por conta do risco de queda dessas partes. Isso expõe pessoas e bens a risco de acidentes”. A poda está prevista para durar até sexta-feira e ocorre diariamente entre as 8h e as 16h, com a interdição do tráfego nesse período. Quem sobe a Avenida Barbacena deve entrar na Tenente Brito Melo e pegar a Timbiras para voltar à avenida.

Enquanto os funcionários da PBH trabalham no corte de partes dos fícus da Barbacena, a Secre-taria Municipal do Meio Ambien-te (SMMA) segue fazendo testes para descobrir um tratamento para as árvores que já foram infestadas pela mosca-branca-do-fícus. Em laboratório, os técnicos usam o in-seticida orgânico óleo de nim em mudas da espécie. Os espécimes foram infestados com a mosca e agora está em andamento a ten-tativa de eliminar a praga. Outra possibilidade é o uso do fungo Metarhizium, que está sendo tam-bém testado para agir no controle biológico da praga que ameaça as árvores da época da fundação da capital. AçÕes distintAs

A engenheira-agrônoma da SMMA Cássia Lafetá afirmou que a poda dos fícus da Barbacena não tem ligação com tratamento. “A poda tem caráter de prevenção. Sobre tratamento, estamos aguar-dando a liberação da Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (An-visa) para os testes no conjunto de árvores com as substâncias que estão sendo testadas em laborató-

rio”, afirma. Cássia diz que a PBH tem atuado de forma a tentar dei-xar os espécimes mais fortes, para que resistam mais tempo à praga. “Estamos fazendo adubação com silício, irrigação e há também uma vertente da Fundação Zoo-Botâni-ca trabalhando com homeopatia. Tudo com o objetivo de manter os exemplares fortes”, ressaltou a engenheira.

O empresário Sávio Figueire-do, de 44 anos, que circula cons-tantemente pela Avenida Barba-cena, elogiou o corte dos galhos secos, mas pediu empenho na con-servação das árvores. “A prefeitura deve fazer o que estiver ao alcance para manter os fícus”, disse ele. A estudante Letícia Zampier, de 23, não imagina a Barbacena sem os gigantes verdes. “São eles que fa-zem este ambiente ficar lindo. É importante eliminar galhos secos para evitar o risco, mas as árvores não podem sair”, afirmou.

Em 26 de março, a prefeitura decretou situação de emergência por meio do Decreto 15.183 com o objetivo de acelerar procedi-mentos junto a órgãos federais e também de garantir a compra de serviços ou produtos necessários para eliminar a mosca-branca-do-fícus. A estratégia principal é eli-minar a burocracia para conseguir autorização da Anvisa no que diz respeito ao uso das substâncias que estão sendo testadas. Já há contaminação dos exemplares das avenidas Barbacena e Bernardo Monteiro, além do adro da Igreja da Boa Viagem, todos na Região Centro-Sul, e do Parque Muni-cipal Lagoa do Nado, na Região Norte.

estAdo de minAs – mg – o line - 09.04.2013meio Ambiente

À espera da motosserra PBH inicia operação de poda de galhos secos de 19 fícus na Avenida Barbacena atacados pelo mal da mosca-branca, mas especialistas adiantam que nove deles já estão condenados

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