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12 1. INTRODUÇÃO A busca para compreender o envelhecimento e todas as modificações decorrentes do avanço da idade teve início com as civilizações mais antigas. Atualmente, dados epidemiológicos demonstram que está ocorrendo um crescimento da população idosa como consequência da diminuição da taxa de mortalidade e do declínio da fecundidade. Esse crescimento afeta diretamente a estrutura etária da população, gerando dificuldades socioeconômicas à nação, intensificando problemas relacionados à população idosa, sendo necessário mais investimentos no setor de saúde (FREITAS et al., 2002; RIBEIRO; PAÚL, 2008; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008). As estimativas demográficas apontam que em 2025 a maioria dessa população habitará o mundo desenvolvido e em 2050 a população de pessoas com idade superior a 60 anos no mundo será de 2 bilhões de pessoas (BENEDETTI et al., 2008). No Brasil o envelhecimento populacional, resultou de melhorias médico- sanitárias e das correntes migratórias em direção as cidades, bem como à participação efetiva do homem e da mulher no mercado de trabalho, mudanças evidenciadas tanto pelo aumento da expectativa de vida quanto da proporção de idosos na população geral. No século XXI, tem havido um aumento sensível da expectativa de vida média da população brasileira, que passou a ser de 73, 3 anos em 2010 (BRASIL, 2010). Atualmente, existem no Brasil cerca de 19 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa, pelo menos, 10% do total da população geral. Estimativas apontam que de 1950 a 2025 a quantidade de idosos no país aumentará quinze vezes, contra cinco vezes a população total, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no país. Com isso o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao número de idosos, alcançando, em 2025, aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (BRASIL, 2010). O crescimento da população idosa coloca o Brasil entre os países que serão significativamente afetados pelo processo de envelhecimento, uma vez que esse aumento implica no surgimento de doenças crônicas, perda de capacidades físicas e mentais e de papéis sociais. Dessa forma torna-se necessária a criação de políticas

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1. INTRODUÇÃO

A busca para compreender o envelhecimento e todas as modificações

decorrentes do avanço da idade teve início com as civilizações mais antigas.

Atualmente, dados epidemiológicos demonstram que está ocorrendo um

crescimento da população idosa como consequência da diminuição da taxa de

mortalidade e do declínio da fecundidade. Esse crescimento afeta diretamente a

estrutura etária da população, gerando dificuldades socioeconômicas à nação,

intensificando problemas relacionados à população idosa, sendo necessário mais

investimentos no setor de saúde (FREITAS et al., 2002; RIBEIRO; PAÚL, 2008;

CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008). As estimativas demográficas

apontam que em 2025 a maioria dessa população habitará o mundo desenvolvido e

em 2050 a população de pessoas com idade superior a 60 anos no mundo será de 2

bilhões de pessoas (BENEDETTI et al., 2008).

No Brasil o envelhecimento populacional, resultou de melhorias médico-

sanitárias e das correntes migratórias em direção as cidades, bem como à

participação efetiva do homem e da mulher no mercado de trabalho, mudanças

evidenciadas tanto pelo aumento da expectativa de vida quanto da proporção de

idosos na população geral. No século XXI, tem havido um aumento sensível da

expectativa de vida média da população brasileira, que passou a ser de 73, 3 anos

em 2010 (BRASIL, 2010). Atualmente, existem no Brasil cerca de 19 milhões de

pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa, pelo menos, 10%

do total da população geral. Estimativas apontam que de 1950 a 2025 a quantidade

de idosos no país aumentará quinze vezes, contra cinco vezes a população total,

fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no

país. Com isso o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao número de idosos,

alcançando, em 2025, aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 anos ou

mais de idade (BRASIL, 2010).

O crescimento da população idosa coloca o Brasil entre os países que serão

significativamente afetados pelo processo de envelhecimento, uma vez que esse

aumento implica no surgimento de doenças crônicas, perda de capacidades físicas e

mentais e de papéis sociais. Dessa forma torna-se necessária a criação de políticas

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sociais voltadas aos idosos, bem como à reorganização dos serviços de saúde, de

forma a melhorar a assistência prestada a essa crescente população (CAMARANO;

KANSO, 2009).

Outro aspecto importante relacionado ao processo de envelhecimento refere-

se à qualidade da alimentação, pois indivíduos idosos são particularmente

susceptíveis a desequilíbrios nutricionais, sendo este processo relacionado com o

aumento da mortalidade, risco aumentado de desnutrição proteico-energética e de

nutrientes, susceptibilidade aumentada a infecções e redução da qualidade de vida

(GUIMARÃES; CUNHA, 2004). Dentre os fatores que afetam a ingestão alimentar,

destacam-se a diminuição do poder socioeconômico nessa idade, isolamento social,

síndromes de má absorção, problemas de dentição, alimentação inadequada e

patologias (NOVAES et al., 2005).

Informações sobre o estado nutricional, visando identificar os distúrbios

nutricionais, são de extrema importância para a avaliação das condições de saúde

de coletividades humanas, principalmente na população idosa (WHO, 1995). Neste

sentido, a finalidade da avaliação nutricional é identificar indivíduos desnutridos, em

risco nutricional ou com excesso de peso, fornecendo suporte para cuidados com a

alimentação, bem como com os hábitos de vida. A antropometria é amplamente

utilizado na avaliação nutricional de idosos, universalmente aplicável e com

satisfatória aceitação pela população e comunidade científica (CUPPARI et al.,

2005).

A inatividade física é um fator que tem contribuído para o aumento da

prevalência de distúrbios nutricionais e de outras doenças e agravos crônicos não

transmissíveis (MATSUDO, 2001). A prática regular de atividade física é considerada

como um dos indicadores de qualidade de vida em pessoas saudáveis ou doentes

em todas as faixas etárias, devido aos benefícios a ela relacionados à capacidade

física, estado emocional, interação social, atividade intelectual, situação econômica

e autoproteção de saúde.

A prática regular e adequada de exercício físico favorece as áreas física,

psíquica e social, promovendo benefícios na composição corporal (aumento da

massa magra e redução da massa gorda, contribuindo para a redução do peso

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corporal), no sistema cardiovascular (aumenta a capacidade do sistema

cardiovascular), no perfil lipídico (reduz os níveis de LDL colesterol e triglicerídeos, e

aumenta os de HDL colesterol), no sistema respiratório (maior eficiência e

capacidade aeróbica) e no controle neuromuscular, melhorando o desempenho

físico, contribuindo para prevenir quedas, melhorar o equilíbrio, a força muscular, a

mobilidade articular, a massa óssea e a coordenação motora (BARBOSA, 2000).

O exercício físico ou atividade física regular pode ainda contribuir para a

redução dos níveis de marcadores inflamatórios sistêmicos, como PCR e IL-6.

Desse modo, o exercício parece estar também relacionado à redução dos efeitos

mediados pelas moléculas inflamatórias no tecido muscular (NADER; LUNDEBERG,

2009). Ribeiro et al. (2011) relatam também que a prática de atividade física, de uma

forma geral, promove o aumento tanto da expressão gênica quanto do conteúdo

protéico, estando relacionado ao aumento da expressão do GLUT-4, promovendo

aumento da tolerância a glicose em indivíduos que apresentam resistência a

insulina.

Quanto aos benefícios psicológicos da prática regular de atividade física,

Nahas (2001) e Moreira (2001) destacam: relaxamento, redução de níveis de

ansiedade e controle do stress, melhora da autoestima, percepção de bem-estar

geral melhorada, melhor saúde mental, principalmente menor risco de depressão,

melhoria cognitiva e da imagem corporal, ajudando o idoso a ter autoconfiança.

Em relação aos benefícios sociais, é possível observar indivíduos idosos mais

seguros de si, melhor integração social e cultural, maior integração na comunidade;

rede social e cultural ampliadas; funções sociais preservadas e possivelmente

ampliadas (NAHAS, 2001). Moreira (2001) considera ainda os benefícios sociais,

melhoria na integração sociocultural; formação de novas amizades e melhoria da

atividade integracional. Shephard (2003) sugere que mudanças no estilo de vida

favorecem as áreas físicas, psíquicas e sociais, contribuindo para a prevenção de

doenças e de problemas funcionais que se manifestam na velhice.

No Brasil, o crescimento da população idosa tem despertado o interesse dos

profissionais da área de saúde para o desenvolvimento de pesquisas que abordem

essa temática (NAHAS, GARCIA, 2010). Diante disso, é necessário que as ações

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dos profissionais da área da saúde e das ciências humanas sejam dirigidas à

transformação dessa realidade, não apenas enfocando a velhice, mas todas as

fases da vida nas suas diferentes abrangências, incluindo habitação, educação,

saneamento, previdência, bem como problemas relacionados aos desvios do estado

nutricional e sedentarismo (OLIVEIRA, 2002).

A maioria dos estudos direcionados as pessoas idosas que aborda os desvios

do estado nutricional e o nível de atividade física dos idosos, são realizados em

grandes centros urbanos (Alves, 2005; Benedetti, Petroski; Gonçalves 2004; Lebrão,

2003; Ramos, 2003; Silva, 2004), havendo a necessidade de realização de tais

estudos em regiões com condições socioeconômicas menos favorecidas, como a

região Nordeste.

Em Teresina, PI, estudo realizado por Santos et al. (2007) com 125 idosos

hipertensos, de ambos os sexos, avaliou o estado nutricional dos idosos através de

antropometria e pelo levantamento do consumo alimentar, utilizando recordatório de

24 horas, e revelou elevadas proporções de sobrepeso (45,6%) e baixo peso

(36,0%) entre os idosos de acordo com o índice de massa corpórea (IMC). Coimbra

(2012), também em estudo realizado em Teresina, PI, avaliou o estado nutricional de

140 idosos de ambos os sexos, em atendimento ambulatorial, utilizando indicadores

antropométricos na avaliação, destacando, segundo os indicadores utilizados,

índices elevados de desnutrição, de acordo com os resultados do IMC, dobra

cutânea tricipital (DCT) e circunferência muscular do braço (CMB).

A elevada prevalência de pessoas com distúrbios nutricionais em estudos

relacionados em grupos de idosos de Teresina e a escassez de estudos avaliando o

nível de atividade física isoladamente ou associada com avaliação do estado

nutricional evidencia a necessidade de elaboração de estudos específicos,

direcionadas a essa faixa etária em prol da efetividade nas intervenções, dentro das

equipes da Estratégia Saúde da Família.

Vale ressaltar que a Estratégia Saúde da Família não é dirigida somente à

cura e à prevenção de doenças, mas, sobretudo, voltada para promover a saúde e

incrementar a qualidade de vida, valorizando o papel dos indivíduos no cuidado com

sua saúde, de sua família e da comunidade. Cabe à equipe de profissionais de

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saúde executar, de acordo com sua qualificação, os procedimentos de vigilância e

promoção da saúde nas diferentes fases do ciclo da vida: criança, adolescente,

adulto e idoso, bem como, prestar assistência integral à população, respondendo à

demanda de forma contínua e racionalizada. A realização do estudo nesta equipe da

Estratégia Saúde da Família (ESF) de Teresina – PI se justifica pela necessidade de

avaliar o nível de atividade física e o estado nutricional desses idosos assistidos,

uma vez que não existem trabalhos com essa temática voltada a essa população

dentro da equipe da ESF.

Portanto, resultados aqui obtidos evidenciando elevada proporção de idosos

com desvios do estado nutricional e nível insuficiente de atividade física, ou

relacionando o sedentarismo com esses desvios, poderiam trazer subsídios na

elaboração e implementação de políticas públicas direcionadas ao controle e/ou

redução dos distúrbios nutricionais, além de servir como incentivo na prática regular

de atividade física entre os idosos assistidos na estratégia saúde da família.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Envelhecimento

A senescência é o processo natural do envelhecimento que compromete

progressivamente aspectos físicos e cognitivos. Segundo a Organização Mundial de

Saúde (OMS, 2002), a terceira idade tem início entre os 60 e os 65 anos. No Brasil

define-se como idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos. O Brasil

ocupa hoje a sétima colocação mundial em número de idosos, com projeções

estatísticas apontando que em 2025 ocupe a sexta posição mundial e a primeira

posição da América Latina (ISHIZUKA, 2003; WHO, 2002).

O envelhecimento consiste num fenómeno profundamente relacionado com

os processos de crescimento e de diferenciação celular, pois resulta da interação

entre a informação genética e todas as outras variáveis individuais e socioculturais

que compõem o conjunto de vida do indivíduo (TAMER; PETRIZ, 2007). As

mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que ocorrem com o processo de

envelhecimento podem influenciar de maneira decisiva a qualidade de vida na

terceira idade, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um

estilo de vida saudável (SANTARÉM, 1997; MATSUDO; MATSUDO; BARROS

NETO, 2000; OKUMA, 1998).

O envelhecimento fisiológico compreende uma série de alterações nas

funções orgânicas e mentais resultantes dos efeitos da idade avançada sobre o

organismo. Todas essas alterações decorrentes do processo fisiológico do

envelhecimento estão ligadas ao envelhecimento celular. Esse envelhecimento é

geralmente caracterizado pela diminuição da capacidade de responder a desafios à

função orgânica. Estes desafios em geral oneram a capacidade funcional de nossos

órgãos e sistemas, diminuindo com o passar dos anos. Em indivíduos jovens e

saudáveis, esta capacidade funcional se encontra muito além do necessário para o

quotidiano, de forma que existe uma denomidada reserva funcional (LIMA;

DELGADO, 2010; VONO, 2007).

Esse envelhecimento fisiológico pode também ser entendido como uma

diminuição progressiva desta reserva funcional, de forma a diminuir a capacidade de

resposta a desafios, dificultando a manutenção da homeostase e acarretando

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manifestação de sobrecarga funcional, a qual pode culminar em processos

patológicos pelo comprometimento dos sistemas endócrino, nervoso e imunológico

(STRAUB et al., 2001; JACOB FILHO; SOUZA, 2000).

Considerando a heterogeneidade implícita ao processo de envelhecimento,

há, todavia, uma série de alterações estruturais e orgânicas que fazem desse

processo. No Quadro 1 são apresentadas as principais alterações anatômicas e

funcionais em diferentes sistemas orgânicos.

Quadro 1 – Alterações anatómicas e funcionais dos principais sistemas

orgânicos, no processo de envelhecimento.

Spar, La Rue (2005)

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Os idosos constituem o segmento da população brasileira que mais cresce.

Esse fato pode ser observado analisando os censos de 1991 e 2000, uma vez que

os dados revelam que a população de pessoas com idade entre 60 a 69 anos

aumentou 28%, ao passo que, para os de idade entre 70 a 79 e 80 anos ou mais,

esse crescimento foi de 42% e 62% respectivamente (BRASIL, 2010a). É possível

verificar, ainda, que a esperança de vida no país elevou-se de 66,9 anos, em 1991,

para 72,1 anos, em 2005, com maior sobrevida para as mulheres e que a vida média

aos 60 anos cresceu 20,9 anos no período (BRASIL, 2006a). Como apresenta o

Gráfico 1.

Gráfico 1: Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade. Fonte: IBGE, 2010.

2.2 Envelhecimento, nutrição e saúde

O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo

a diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de

saúde e nutrição do idoso. Neste contexto, torna-se imprescindível a criação de

medidas que visem à promoção da saúde desse grupo populacional em constante

crescimento (ELDIN, 2002). Um dos principais fatores que contribui diretamente para

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a prevenção e o controle das doenças que acometem o indivíduo idoso é um padrão

alimentar adequado. Na realidade, a dieta do idoso pouco difere da dieta de um

adulto. No entanto, é necessário atentar para a consistência dos alimentos, pois,

muitas vezes, o idoso apresenta disfunções no ato da mastigação e da deglutição,

fato que acarreta consideráveis déficits nutricionais, tendo em vista que, mediante

tais limitações, os hábitos alimentares são comumente alterada (TORAL; GUBERT;

SCHMITZ, 2002).

Para o idoso, a determinação do estado nutricional deve considerar, entre

outros, uma complexa rede de fatores, em que é possível relatar o isolamento social,

a solidão, as doenças crônicas, as incapacidades e as alterações fisiológicas

próprias do processo de envelhecimento (BRISKIN; DONALD, 2000). Entre os

fatores mais importantes na gênese da má nutrição do idoso, encontram-se os

fatores psicossociais, tais como perda do cônjuge, depressão, isolamento social,

pobreza, integração social, incapacidade de deslocamento e capacidade cognitiva

diminuída (CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000). Entre essas alterações,

ressaltam-se as referentes ao sistema digestório, que assim como os demais

sistemas, sofre modificações estruturais e funcionais com o envelhecimento

(ALENCAR; CURIATI, 2002).

De acordo com o Protocolo de Atenção à Saúde do Idoso (PASI) (BRASIL,

2006b), ocorrem alterações na cavidade oral, havendo perda do paladar, redução da

inervação do esôfago, redução na secreção de lipase e insulina pelo pâncreas,

diminuição da metabolização de medicamentos pelo fígado, dificuldade de

esvaziamento da vesícula biliar e discreta diminuição da absorção de lipídeos no

intestino delgado. Além disso, no cólon ocorre o enfraquecimento muscular e

diminuição de peristalse. No reto e ânus são observadas alterações com

espessamento das mucosas, alterações do colágeno e redução de força muscular,

que diminuem a capacidade de retenção fecal (FERRIOLI; MORIGUTI, 2006).

Essas alterações interferem diretamente no estado nutricional dos idosos,

uma vez que, esse o grupo etário está mais susceptível à desnutrição protéico-

energética, vitamínica e de minerais. As principais causas dessa desnutrição nos

idosos seriam decorrentes da ingestão alimentar diminuída, má absorção em virtude

da flora bacteriana anormal, balanço metabólico negativo, reserva diminuída de

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nutrientes e a menor conversão de vitaminas para suas formas ativas (CAMPOS;

MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

Concernente ao estado nutricional de vitamina A, a população idosa não tem

sido considerada como um grupo de risco para os distúrbios da deficiência de

vitamina A (SOMMER; DAVIDSON, 2002). Isso tem sido reflexo da extrema

escassez de investigações abordando o estado nutricional de vitamina A, nesse

grupo populacional. Por outro lado, os fatores de risco para hipovitaminose A, a

exemplo do baixo consumo de alimentos fonte de vitamina A de origem animal bem

como da presença de infecções são achados prevalentes nesse grupo etário.

A deficiência de vitamina B12 é frequente entre as pessoas idosas, atingindo

prevalência superior a 20%, entretanto suas manifestações clínicas iniciais são sutis.

O diagnóstico, cujo retardo pode provocar sérias doenças neuropsiquiátricas e

hematológicas, é fundamental para garantir a qualidade de vida do idoso (ANDRÉS

et al., 2004). A vitamina B12 é um importante elo entre a geriatria e a hematologia,

já que sua deficiência é muito frequente em indivíduos idosos, uma vez que além

das alterações nos processos proliferativos dos glóbulos vermelhos, muitos estudos

têm relacionado a deficiência de B12 com alterações neurológicas, sendo que o

aumento do nível plasmático de homocisteína é um forte fator independente de risco

para o desenvolvimento de demência e doença de Alzheimer. A prevenção é

possível, desde que sejam avaliados os valores séricos de B12(SESHADRI et al.,

2002).

Outro fator relacionado ao estado nutricional dos idosos são as alterações na

capacidade mastigatória, que estão comumente correlacionadas ao frequente

aparecimento de cárie e doenças periodontais, próteses totais ou parciais mal

adaptadas ou em péssimo estado de conservação, bem como à ausência de dentes.

Esses fatores interferem no comportamento inicial do processo digestivo, uma vez

que quando o processo mecânico não está em boas condições de funcionamento

para a trituração dos alimentos, acabam por mudar hábitos alimentares, tendo como

consequência a depauperação orgânica com o aumento dos problemas digestivos

decorrentes de uma apresentação inadequada do bolo alimentar em seu interior,

favorecendo também sua inadequação no aspecto enzimático (GOOCH et al., 2005;

BRUNETTI; MONTENEGRO, 2000; SILVA; VALSECKI JÚNIOR, 2000).

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Com a redução da capacidade mastigatória, um maior intervalo de tempo é

despendido na preparação do bolo alimentar. Ademais, no que concerne ao

mecanismo de deglutição, é sabido que, com o avançar da idade, ocorre uma

diminuição deste reflexo, devido ao fato de as ações motoras apresentarem-se mais

lentas ou descoordenadas (SANTOS 2001).

Pessoas idosas que usam dentaduras mastigam 75 a 85% menos

eficientemente que aquelas com dentes naturais, o que leva à diminuição do

consumo de carnes, frutas e vegetais frescos, razão pela qual os idosos com

próteses totais tendem a consumir alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres

em fibras, vitaminas e minerais, fato que pode ocasionar consumo inadequado de

energia, ferro e vitaminas (SHUMAN, 1998).

Para Silva; Goldenberg (2001), com o envelhecimento acontece um

decréscimo do fluxo salivar que, somado a fatores como atrofia da língua, gera uma

dificuldade de formação e deglutição do bolo alimentar, ocasionando uma redução

do tamanho do bolo, bem como da mucosa oral, que sofre transformações como a

perda de elasticidade e de aderência ao tecido conjuntivo, aos ossos e músculos.

Ainda segundo o autor supracitado, associado às alterações decorrentes do

envelhecimento, é frequente o uso de múltiplos medicamentos que influenciam a

ingestão de alimentos, a digestão, a absorção e a utilização de diversos nutrientes,

de modo a comprometer o estado de saúde e as necessidades nutricionais do

indivíduo idoso.

A redução da sensibilidade por sabores primários, como o doce, o amargo e o

ácido, durante o processo de envelhecimento, apresenta considerável importância

na diminuição do consumo alimentar. A gustação está diretamente relacionada ao

número de botões gustativos das papilas linguais. De modo que, nos jovens, este

número corresponde a mais de 250 para cada papila, enquanto as pessoas acima

de 70 anos têm menos de cem (NOGUÉS, 1995).

O envelhecimento afeta o esvaziamento gástrico de uma refeição, tornando-o

mais lento, traz modificações intestinais, ocorrendo certo grau de atrofia na mucosa

e no revestimento muscular que resultando na deficiência de absorção de nutrientes.

Também são observadas alterações da composição do muco protetor da mucosa

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gástrica, com declínio do bicarbonato, sódio, secreção não-parietal, prostaglandinas,

levando a comprometimento da capacidade regenerativa da mucosa e aumentando

a suscetibilidade a fatores lesivos, como anti-inflamatórios não-esteroides

(FERRIOLLI; MORIGUTI, 2002; FARIA, 2006). Modificações intestinais também são

observadas no indivíduo idoso, ocorrendo certo grau de atrofia na mucosa e no

revestimento muscular que resulta na deficiência de absorção de nutrientes e

favorece a instalação de diverticulose, em virtude da menor motilidade no intestino

grosso e cólon (NOGUÉS, 1995).

Com o envelhecimento, o fígado é submetido a algumas alterações

anatômicas e funcionais, incluindo diminuição do peso do fígado e do número de

hepatócitos e aumento de tecido fibroso. Consequentemente, em nível

citoplasmático têm-se registrado mudanças que interferem na biotransformação dos

fármacos, na síntese protéica, no metabolismo lipoprotéico e na secreção da bile

(NOGUÉS, 1995). A sensibilidade da vesícula a colecistocinina (CCK) diminui e a

incidência de doença biliar e litíase aumentam com o avançar da idade e a vesícula

tende à discinesia (FARIA, 2006).

O estado de hidratação é um fator de extrema relevância no processo de

envelhecimento saudável. No idoso a desidratação torna-se frequente podendo

desencadear outras doenças como enfermidades infecciosas (NOGUÉS, 1995). O

risco de desidratação do idoso está relacionado com a ingestão alimentar, devido a

alguma debilidade física ou dependência de outras pessoas, pois ao diminuir a

quantidade de alimentos consumidos, o idoso diminui o aporte de líquidos ao seu

organismo, aumentando o risco de desidratação e de constipação intestinal,

diminuição na eliminação de toxinas e da termorregulação. Vale ressaltar que o

volume total de líquidos no organismo deve ser regulado para garantir uma perfeita

saúde (FERRY, 2003).

Como forma de incentivo à reposição de líquidos, tão importante nesta faixa

etária, alguns autores sugerem incentivar o consumo de água e sucos de frutas

variados e atrativos, além de chás digestivos e calmantes (CAMPOS; COELHO,

2003).

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2.3 Aspectos socioeconômicos e envelhecimento

O crescimento da população idosa brasileira pode representar um grave

problema para a sociedade caso os anos de vida adicionais não sejam vividos em

condições de saúde adequadas (CHAIMOWICZ, 1997). A saúde é fundamental para

que os idosos mantenham - se independentes e autônomos. Contudo, na ausência

de políticas públicas adequadas, a tendência é que no Brasil haja um número

crescente de indivíduos idosos, que apresentem saúde precária e sejam incapazes

de executar tarefas cotidianas (WHO, 2001; RAMOS, 2003).

Segundo Paschoal (1999), os avanços da ciência e a melhoria das condições

sanitárias são os principais responsáveis pela transição demográfica e

epidemiológica, que tem como consequência o aumento absoluto da população

idosa. E apesar do envelhecimento populacional ser amplamente reconhecido como

uma das principais conquistas sociais do século XX também traz grandes desafios

para as políticas públicas, sendo que um dos mais importantes é o de assegurar que

o processo de desenvolvimento econômico e social ocorra de forma contínua, com

base em princípios capazes de garantir tanto um patamar econômico mínimo para a

manutenção da dignidade humana quanto a equidade entre os grupos etários na

partilha dos recursos, direitos e responsabilidades sociais (CAMARANO;

PASINATO, 2004).

Nos países desenvolvidos é crescente o número de investigações que

abordam os fatores relacionados entre a saúde dos idosos e as características

socioeconômicas e demográficas, doenças crônicas e capacidade funcional, sendo

que tais estudos podem ser conduzidos por meio do levantamento de informações

sobre a percepção dos idosos em relação ao seu próprio estado de saúde. Ainda

que a mensuração do estado de saúde seja bastante difícil, uma vez que engloba

diversos aspectos da vida do indivíduo, a autopercepção de saúde tem se mostrado

um método bastante confiável para Bailis; Segall; Chipperfield (2003) e Martikainen

et al. (1999).

Entre os problemas relacionados aos fatores socioeconômicos e a saúde dos

idosos estão os distúrbios nutricionais, uma vez que a avaliação do estado

nutricional de idosos abrange uma complexa rede de fatores, além dos econômicos

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e alimentares, tais como o isolamento social, as doenças crônicas, as

incapacidades, as alterações fisiológicas decorrentes da idade e do estilo de vida

(CAMPOS; MONTEIRO; ORNELAS, 2000).

O Brasil é um país com importantes desigualdades sociais, ocupando a

segunda posição no mundo em termos de concentração de renda (BRASIL, 2011),

em que cerca de cinquenta e três milhões de brasileiros têm renda inferior à linha de

pobreza (PAES-DE-BARROS; HENRIQUES; MENDONÇA, 2001). Apesar disso, a

influência da situação socioeconômica sobre a saúde dos idosos tem recebido

pouca atenção no país (LIMA-COSTA et al., 2002; VERAS, 1994).

Estudos têm revelado que a maioria dos idosos ainda possui renda igual ou

inferior a um salário mínimo, gastando aproximadamente um quarto da renda com

medicamentos, interferindo assim na sua qualidade da vida. As condições de saúde

da população idosa também podem ser determinadas pelos perfis de morbidade e

de mortalidade, presença de déficits físicos e cognitivos e frequência na utilização de

serviços de saúde (LIMA-COSTA; LOYOLA FILHO; MATOS, 2007).

2.4 Aspectos conceituais sobre atividade física, saúde e envelhecimento

Em consequência do crescimento do contingente de idosos, o interesse de

pesquisadores de diversos campos de conhecimento por investigações na

gerontologia tem se expandido, principalmente na área da saúde, que tem

demonstrado interesse crescente em investigar a relação da atividade física a partir

de parâmetros relacionados à saúde da população idosa (RAMOS, 2003; BARBOSA

et al., 2007).

O processo de envelhecimento traz consigo a diminuição das aptidões físicas,

declínio das capacidades funcionais, diminuição da massa óssea e muscular,

diminuição da elasticidade e flexibilidade articular, aumento de peso, maior lentidão

e doenças crônicas. Com a prática regular de atividade física pode beneficiar

componentes fisiológicos, psicológicos e sociais característicos desse processo.

Logo, ela pode retardar e até mesmo evitar alguns dos declínios relacionados à

idade (CERRI; SIMÕES, 2007).

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O American College of Sports Medicine (ACSM) propõe que a prática regular

de atividade física e uma maior aptidão física estão associadas a um menor índice

de mortalidade e melhora na qualidade de vida na população idosa (AMERICAN

COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2010). A aptidão física não é determinada

inteiramente pela atividade física. Outros fatores interagem significativamente no

processo de aquisição de aptidão física, como os ambientais, sociais e genéticos,

podendo variar bastante em função da idade, raça, sexo e nível social (MAZO;

LOPES; BENEDETTI, 2001).

Para Nahas (2001) o sedentarismo é o estilo de vida que traz os maiores

problemas no envelhecimento, uma vez que leva a uma diminuição funcional e a

redução na qualidade de vida do idoso. O exercício físico é de fundamental

importância para esta população, uma vez que possibilita a retomada da

independência física, atuando na manutenção de um estado saudável e as suas

capacidades necessárias para as atividades de vida diárias, modificando e

interferindo no grau de declínio funcional do organismo.

Matsudo (1997) descreve como o “ciclo do envelhecimento” (Figura 1)

acontece à medida que a idade do indivíduo aumenta e o torna menos ativo. As

suas capacidades físicas diminuem e começa a aparecer o sentimento de velhice,

que pode, por sua vez, causar stress, depressão e levar a uma diminuição da

atividade física e, consequentemente, ao aparecimento de doenças crônicas,

acelerando o processo de envelhecimento.

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O declínio nos níveis de atividade física habitual para idoso contribui para a

manifestação de diversas doenças crônicas não transmissíveis advindas de hábitos

de vida inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividade

laboral, ausência de atividade física regular), promovendo uma aceleração do

processo de envelhecimento (TRIBESS; VIRTUOSO JÚNIOR, 2005).

Um programa de atividade física para o idoso deve estar dirigido para quebrar

o ciclo vicioso do envelhecimento (figura 1), melhorando sua capacidade física,

diminuindo os efeitos deletérios resultantes do processo de envelhecimento,

conseguindo maximizar o contato social dos sujeitos e procurando reduzir os

problemas psicológicos, como ansiedade e depressão, características desse grupo

populacional (MOTTA, 2002). Entre os benefícios da prática regular de exercícios

físicos em idosos estão a promoção da homeostase fisiológica (controle dos níveis

de glicose no sangue, melhor qualidade de sono, melhora das capacidades físicas

relacionadas à saúde), psicológica (relaxamento, redução dos níveis de ansiedade

e estresse, melhora do estado de espírito, melhoras cognitivas) e social (indivíduos

mais seguros, melhora da integração social-cultural, integração com a comunidade,

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rede social e cultural ampliadas, entre outros), além de prevenir desvios posturais e

doenças como a osteoporose (NAHAS, 2001).

Para Shephard (2003) o objetivo da prática de exercícios na terceira idade é

preservar ou melhorar a sua autonomia, bem como minimizar ou retardar os efeitos

do envelhecimento, além de aumentar a qualidade de vida dos indivíduos. A

realização de uma avaliação inicial (anamnese), antes da prática de atividades

físicas é importantíssima, uma vez que muitos idosos possuem alguma patologia

(hipertensão, diabetes, osteoporose e doença cardiovascular e problemas

articulares) e tomam medicamentos. Sendo assim o cuidado deve ser redobrado

para que cada exercício seja adequado àquele sujeito e sua condição. A partir da

avaliação podem-se iniciar as atividades. Variados tipos de atividades físicas vêm

sendo propostos, e entre elas a hidroginástica, a ginástica, a musculação e a

caminhada, ficando a cargo do idoso escolher a que melhor de adapta (SANTOS;

PEREIRA, 2006).

Estudos de cunho epidemiológico envolvendo idosos são importantes para

que seus resultados possam direcionar programas de promoção da saúde,

principalmente no que diz respeito a comportamento mais ativo dessa população,

gerando impactos positivos, relacionados à saúde dos idosos. Um estilo de vida

saudável esta associado ao incremento da pratica de atividades físicas, sejam elas

realizadas no âmbito do trabalho, da locomoção, do lazer e das atividades

domesticas, e, como consequência, com melhores padrões de saúde e qualidade de

vida (TOSCANO; OLIVEIRA, 2009).

2.5 Nível de Atividade física e envelhecimento

O século XX foi marcado por um crescimento progressivo da inatividade

física, que levou a prevalências de sedentarismo extremamente elevadas em todo o

mundo (MATSUDO et al., 2002a). A relação da atividade física com a saúde tem

merecido alguns questionamentos, especialmente quanto ao tipo e

intensidade/duração para as diferentes populações e faixas etárias. Identificar a

intensidade/duração ideal de atividade física, procurando respeitar as diferenças

comportamentais e ideológicas na prevenção e controle do sedentarismo, tem

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representado uma incógnita na relação com os benefícios para a saúde (RABACOW

et al., 2006).

O nível de atividade física em idosos tem importante efeito sobre diversos

fatores relacionados com a saúde e aptidão funcional de forma geral. A medida do

nível de atividade física tem sido obtida através de respostas a vários tipos de

questionários e ou instrumentos, que apresentam diferentes níveis de validade e

confiabilidade para pesquisas envolvendo pessoas idosas (SANTOS; HIRAYAMA;

GOBBI, 2005). Identificar a quantidade ideal de atividade física é fundamental para

que se possa orientar práticas coerentes em relação à quantidade, intensidade e

frequência, bem como construir programas de intervenções para minimizar e

controlar os problemas relacionados com o declínio funcional em idosos (CURI,

2009).

Segundo Benedetti; Mazo; Barros (2004), devido a falta de ferramentas

padronizadas, com um bom nível de precisão, torna-se difícil avaliar o nível de

atividade física em estudos populacionais em diferentes contextos sociais e

culturais. Outra dificuldade em estudos epidemiológicos que visam averiguar

associações entre o sedentarismo com volume/intensidade ideal dos níveis de

atividade física em determinada população, deve-se ao fato da utilização de vários

métodos e instrumentos de medidas de atividade física, com mais de 50 técnicas

diferentes de avaliação (RABACOW et al., 2006).

Para Lamonte; Ainsworth (2001), estes métodos podem ser divididos em

diretos (observação, calorimetria, água duplamente marcada, plataformas de força,

vetores de aceleração, sensores de movimento, recordatórios ou diários) e indiretos

(calorimetria indireta, medidas fisiológicas, questionários e estimativa de ingestão

calórica). Dentre os métodos indiretos, os questionários têm sido os mais utilizados

para avaliar o nível de atividade física e o gasto energético em estudos de grande

abrangência, devido ao baixo custo financeiro e baixa demanda de tempo para

aplicação.

Segundo Reis; Petroski; Lopes (2000) cada método apresenta vantagens e

desvantagens que dependem muito do tipo de atividade e do grupo que se deseja

investigar, como pode-se observar no Quadro 1.

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Quadro 02. Uso potencial dos procedimentos de medida na pesquisa

epidemiológica em atividade física.

Os questionários de avaliação do nível de atividade física visam mensurar a

duração, intensidade e tipos de atividade física que os indivíduos praticam durante o

dia, a semana, o mês e até o ano. Questionários, como instrumentos de avaliação,

possuem boa aplicabilidade e praticabilidade. Além disso, requerem pouco material

e instalações, e não interferem na vida diária dos indivíduos (KRISKA;

CASPERSEN, 1997). Dentre os métodos e técnicas, os questionários têm sido os

mais empregados para avaliar a atividade física e o gasto energético.

Em estudo de revisão realizado por Rabacow et al. (2006) esses autores

relatam que os questionários BAECKE e IPAQ são os únicos traduzidos e validados

para a língua portuguesa, principalmente o IPAQ que apresenta as melhores

condições para ser aplicado em idosos brasileiros, devido a sua melhor

reprodutibilidade (CURI, 2009). O IPAQ é um questionário que permite estimar o

tempo semanal gasto em atividades físicas em diferentes níveis de intensidade

(moderada, vigorosa e intensa), em diferentes contextos do cotidiano (trabalho,

transporte, tarefas domésticas e lazer) e ainda o tempo gasto com atividades

passivas, realizadas sentadas com baixo dispêndio energético (BENEDETTI; MAZO;

BARROS, 2004).

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Para Matsudo; Matsudo (1992) a intensidade do esforço físico deverá

corresponder a uma fração de 50 a 74% do VO2 máximo ou da frequência cardíaca

máxima, em uma escala visando a determinação da percepção subjetiva de esforço.

Recomenda-se adotar níveis entre 12-13 da escala proposta por Gunnar Borg que

varia de 6 a 20. A recomendação do American College of Sports Medicine (2010) é

que todo indivíduo deve acumular ao menos 30 minutos de atividade física, na

maioria dos dias da semana, em intensidade moderada, de forma contínua ou

acumulada.

Segundo Matsudo et al. (2002b), o Programa Agita São Paulo tem sido no

Estado de São Paulo, desde 1996, uma experiência bem sucedida na promoção da

atividade física, tendo objetivos como aumentar o conhecimento sobre os benefícios

e o nível de atividade física nos múltiplos níveis da comunidade.

A identificação do nível de atividade física em grupos etários específicos na

população tem servido com parâmetro importante na formulação de políticas

públicas que favoreçam a mudança no estilo de vida mais ativo. No caso do idoso,

são inegáveis os benefícios que a prática de atividade física regular proporciona

para sua saúde. Portanto, identificar instrumentos que avaliem o nível de atividade

física para o idoso, retratando as devidas limitações e dificuldades, apresenta uma

importância para o campo da pesquisa, a fim de construir intervenções que

minimizem e controlem os problemas relacionados com o processo de

envelhecimento e orientem práticas coerentes (quantidade, intensidade e

frequência) com a realidade da população idosa (RABACOW et al., 2006).

2.6 Avaliação do estado nutricional do idoso

A avaliação nutricional é um importante componente da avaliação geriátrica,

pois possibilita a detecção precoce da desnutrição. Vários métodos de avaliação são

necessários para a determinação precisa do estado nutricional, entre eles o método

baseado em indicadores antropométricos é um dos mais utilizados, sendo

considerado essencial na avaliação nutricional geriátrica. Contudo, algumas

alterações que ocorrem com o envelhecimento podem comprometer a determinação

de um diagnóstico antropométrico acurado e preciso, caso cuidados específicos não

sejam tomados no sentido de neutralizar ou amenizar o efeito dessas alterações

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sobre a avaliação (PERISSINOTTO et al., 2002; GOODMAN-GRUEN; BARRET-

CONNOR, 1996).

Para Sánchez-García (2007) vale a pena reforçar que a utilização de

indicadores antropométricos tem se mostrado instrumento importante na avaliação

do estado nutricional de indivíduos idosos, pois proporciona informações sobre

medidas físicas e composição corporal, além de ser um método de baixo custo, não

invasivo e de fácil e rápida aplicação, podendo ser aplicado em grandes estudos

epidemiológicos. Os principais indicadores antropométricos mais utilizados para

identificar problemas nutricionais em idosos são o IMC, a Circunferência da

Panturrilha (CP), a Área Muscular do Braço (AMB), Circunferência Muscular do

Braço (CMB), a Dobra Cutânea Tricipital (DCT) e o questionário da Mini-Avaliação

Nutricional (MAN).

Um dos indicadores antropométricos mais utilizados é o Índice de Massa

Corpórea (IMC), que é calculado a partir do peso (em kg) dividido pelo quadrado da

estatura em metros (Peso/Estatura2 – kg/m2) e que tem como finalidade avaliar a

massa corporal em relação à altura. Trata-se de método simples e de baixo custo

que, apesar do seu uso frequente, deve estar sempre associado a outros

indicadores pelo fato de ser considerado, um indicador pobre para avaliar o excesso

de peso em idosos, tendo em vista que o mesmo não reflete a distribuição regional

de gordura ou qualquer mudança na distribuição de gordura ocorrida com o

processo de envelhecimento (PERISSINOTTO et al., 2002).

Adicionalmente ao estudo do IMC, em relação à estatura, estudos apontam

uma redução na estatura com a idade. Perissinotto et al. (2002) encontraram um

decréscimo de 2 cm a 3 cm/década de vida. Este declínio inicia-se por volta dos 40

anos e torna-se mais acentuado com o avançar da idade, em decorrência de fatores

como achatamento das vértebras, redução dos discos intervertebrais, cifose dorsal,

escoliose, arqueamento dos membros inferiores e/ou achatamento do arco plantar.

Para contornar essas limitações tem sido recomendada a estimativa da estatura de

indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos a partir do comprimento da perna

(altura do joelho ou knee height), envergadura do braço ou da altura recumbente

(CHUMLEA et al., 1985). No entanto, em virtude da rigidez nas articulações, torna-

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se difícil para o idoso posicionar-se adequadamente para a identificação das

medidas (CHUMLEA et al., 1988).

As divergências quanto aos pontos de corte do IMC, nos diferentes estudos

com populações de idosos têm sido atribuídas às diferentes médias de idade dos

participantes; ao fato do tipo de população estudada ser institucionalizada,

hospitalizada ou não; à etnia; à presença de doenças associadas, realização de

tratamento farmacológico e tempo de internação hospitalar; ao nível socioeconômico

e à adoção de diferentes critérios para avaliar o IMC dos indivíduos (GUIGOZ,

LAUQUE , VELLAS, 2002). Outro aspecto refere-se ao grau de desenvolvimento do

país, que estaria relacionado com os pontos de corte adotados para a classificação

do estado nutricional dos idosos, de forma que em países em desenvolvimento

indivíduos seriam classificados como desnutridos caso o IMC fosse < 18,5 kg/m2,

enquanto em países desenvolvidos poderiam ser utilizados pontos de corte maiores

para a mesma classificação (KUZUYA et al., 2005).

Além dessas limitações, que se aplicam à população em geral, somam-se as

mudanças que ocorrem na composição corporal com o envelhecimento, tornando

ainda mais difícil a utilização do IMC para avaliação do estado nutricional desse

grupo. Em relação às alterações corporais que ocorrem com o envelhecimento e que

podem interferir no estado nutricional do idoso, incluem-se a redução da massa

muscular, mudanças no padrão de distribuição da gordura corporal, com diminuição

do tecido adiposo dos braços e pernas, e aumento da deposição de gordura na

região do tronco (SÁNCHEZ-GARCÍA et al., 2007). Lipschitz (1994) acrescenta que

esse problema é agravado pela heterogeneidade que acompanha o envelhecimento

e pela presença de doenças relacionadas com o envelhecimento.

Estudos mostram que o homem ganha peso até os 65 anos de idade e, a

partir daí, passa a perder, enquanto que a mulher aumenta de peso até os 75 anos

e, apenas a partir desta idade, começa a apresentar perda ponderal. As causas

principais da perda ponderal são a perda de água corporal e a redução no peso das

vísceras, além da redução de tecido muscular (BARONI et al., 2011). Na situação

em que o indivíduo estiver impossibilitado de ser pesado com auxílio de balança, é

possível estimar o peso corporal utilizando equações, as quais apresentam

importantes limitações pela elevada margem de erro e pela necessidade de várias

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medidas corporais, ou seja, circunferências da panturrilha (CP) e do braço (CB), o

comprimento da perna e a dobra cutânea subescapular (DCSE).

A circunferência da panturrilha é considerada um indicador sensível de

alterações na massa muscular do indivíduo idoso e esta deve ser utilizada para

monitoração das alterações na reserva de tecido muscular. Quanto ao percentual de

gordura, apesar das limitações devido a heterogeneidade da população idosa,

recomenda-se a utilização da dobra cutânea tricipital (DCT) (KUCZMARSKI;

KUCZARISK; NAJJAR, 2000).

Najas; Nebuloni (2005) consideram a circunferência da panturrilha é um

importante indicador antropométrico na avaliação do estado nutricional dos idosos,

uma vez que fornece bons resultados para avaliar a massa muscular nos idosos.

Esta medida indica alterações na massa magra que ocorrem com a idade e com o

decréscimo na atividade física.

A medição das dobras cutâneas é um dos testes mais frequentemente

realizados para estimar a composição corporal de idosos. Esse método rápido, não-

invasivo e barato, fornece bons dados para avaliação do percentual de gordura

corporal. O valor percentual de gordura obtido através das equações de dobras

cutâneas está dentro de 4% do valor medido utilizando-se pesagem subaquática,

sendo essa avaliação baseada na suposição de que ao se ganhar tecido adiposo

haverá um aumento proporcional na espessura das dobras cutâneas (LOHMAN,

1992). Entretanto, as variações biológicas resultantes de alterações na elasticidade,

na hidratação e na compressibilidade do tecido adiposo subcutâneo, cuja amplitude

no idoso é elevada, induz alterações na relação entre as medições das pregas

cutâneas e os índices de distribuição do tecido adiposo (DIAS, 1989; FIATORONE-

SINGH, 1998).

Para Waitzberg; Ferrini (1995), a circunferência do braço representa a

somatória das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do

braço, sendo possível derivar a circunferência muscular do braço (CMB). A CMB e a

área muscular do braço (AMB) são importantes indicadores antropométricos da

massa protéica do músculo esquelético excluindo o tecido ósseo (GRANT; CUSTER;

THURLOW, 1981). Da mesma forma que a CMB e AMB, a CP pode fornecer

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estimativa da massa muscular corporal. Esses indicadores são considerados

indicadores de desnutrição protéico-energética e são recomendadas como medidas

indicadoras da massa corporal em idosos (WHO, 1995).

Outro indicador do estado nutricional de idosos é a Mini Avaliação Nutricional

(MAN), que consiste em ferramenta de avaliação nutricional que pode identificar

desnutrição ou risco de desnutrição em pacientes com idade maior ou igual a 60

anos. Trata-se de um instrumento de avaliação dividido em uma triagem de quatro

partes, primeiro realiza-se uma avaliação antropométrica (IMC, circunferência do

braço, circunferência da panturrilha e perda de peso), é aplicado um questionário de

avaliação global (perguntas relacionadas com o modo de vida, medicação,

mobilidade e problemas psicológicos), bem como uma avaliação dietética (perguntas

relativas ao número de refeições, ingestão de alimentos e líquidos e autonomia na

alimentação) e por último realiza-se uma autoavaliação (a autopercepção da saúde

e da condição nutricional) (HENGSTERMANN et al., 2008).

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Avaliar o nível de atividade física através do questionário IPAQ e o estado

nutricional por meio de indicadores antropométricos e da mini- avaliação

nutricional de idosos assistidos por equipe da Estratégia Saúde Família de

uma Unidade Básica de Saúde da rede municipal de Teresina-PI.

3.2 Objetivos específicos

Caracterizar o perfil socioeconômico de idosos assistidos por uma equipe da

Estratégia Saúde da Família;

Identificar desvios do estado nutricional por meio de antropometria em idosos

assistidos por uma equipe da Estratégia Saúde da Família;

Identificar o nível de atividade física dos idosos assistidos por uma equipe da

Estratégia Saúde da Família;

Relacionar o estado nutricional com o nível de atividade física.

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4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

O presente estudo desenvolveu-se como pesquisa descritiva, transversal,

com uma abordagem quantitativa, pois trata-se de um levantamento epidemiológico

que apresenta um corte no fluxo histórico do tema em estudo, evidenciando e

analisando suas características e correlações naquele momento, ou seja, o fator e

efeito são observados num mesmo momento histórico, para descrever um

fenômeno, apoiando-se em métodos de análise estatística qualificados de

“estatística descritiva” (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).

4.2 População e Amostra

A população do estudo foi representada por amostra de contingência de 291

idosos, residentes no Bairro Aeroporto, assistidos por equipe da Estratégia Saúde da

Família de uma unidade básica de saúde do município de Teresina- Piauí, que

pertence a Coordenadoria Regional de Saúde Centro/Norte, Unidade de Saúde -

Primavera Nº 6, equipe 158 da ESF - Hospital da Primavera. A população estudada

foi selecionada com base em informações obtidas na unidade básica de saúde, por

se tratar de um dos maiores grupos de idosos atendidos na cidade.

Teresina possui 3 regionais de saúde, divididas em: Regional Centro/Norte,

Regional Leste/Sudeste e Regional Sul, compostas por 227 equipes cadastradas no

sistema do Ministério da Saúde. A opção por avaliar idosos atendidos por apenas

uma equipe da ESF, foi baseada na operacionalização da coleta de dados,

considerando a participação de profissional envolvido com o grupo a ser estudado e

na falta de avaliação diagnóstica que possibilitasse melhor planejamento das ações

educativas para educação em saúde com esse grupo de idosos.

Após totalizar 7,5% de perdas e aplicação de critérios de exclusão a amostra

foi constituída por 252 idosos assistidos por essa equipe.

4.2.1 Critérios de inclusão

Foram considerados critérios de inclusão ter idade ≥ sessenta anos, aceitar

participar da pesquisa, não possuir problemas de ordem neurológica como demência

ou depressão grave, bem como não estar em fase terminal de doenças.

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4.2.2 Critérios de exclusão

Foram considerados critérios de exclusão não querer/consentir participar da

pesquisa, amputados e casos de incapacidade motora severa.

4.2.3 Perdas

Foram consideradas perdas, falecimento, não ser possível entrevistar o

indivíduo selecionado e mudança de endereço.

4.3 Local e período de estudo

As informações foram obtidas por meio de entrevistas realizadas em domicílio

dos participantes entre os meses de julho e dezembro de 2010.

4.4 Instrumentos de Medida e Coleta de Dados

Inicialmente foram obtidas as relações nominais com os respectivos

endereços dos idosos cadastrados em cada microárea atendida pela equipe de

estratégia saúde da família selecionada. As visitas domiciliares foram iniciadas para

obter informações sobre aspectos socioeconômicos e de saúde em geral, tais como

idade, sexo, estado civil, grau de instrução, renda familiar e sobre a prática de

atividade física. No caso de incapacidade do entrevistado em responder com clareza

e discernimento aos questionamentos, o cuidador colaborou nas respostas.

Os entrevistadores, formados por 06 pessoas, sendo 04 responsáveis pelos

questionários socioeconômicos e 02 pessoas responsáveis pela avaliação

antropométrica. Todos foram previamente treinados para aplicação dos

questionários e para a realização dos procedimentos de medida e avaliação física.

As medidas foram realizadas sempre no período da manhã (entre 07h30min e

11h30min).

4.4.1 Mini Avaliação Nutricional (MAN)

A MAN é composta de 18 questões distribuídas em duas partes. Na primeira

parte estavam contidas seis perguntas relativas à avaliação da ingestão alimentar e

perda ponderal referente aos últimos três meses, que antecederam ao estudo da

mobilidade, ocorrência de estresse psicológico ou doença aguda recente, alterações

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neuropsicológicas e índice de massa corpórea (IMC). A segunda parte abordava

medidas antropométricas, como circunferências de braço e panturrilha e questões

sobre investigação alimentar, como o número de refeições consumidas, ingestão de

líquidos e de alimentos; autonomia para se alimentar; avaliação global, com

perguntas relacionadas ao estilo de vida e medicamentos utilizados e uma

autoavaliação relativa à saúde e nutrição do idoso (McGEE; JENSEN, 2000).

Foi utilizada, neste estudo, a versão desenvolvida por Rubenstein et al. (2001)

e Guigoz et al. (1994) conhecida como Short-form Mini Nutritional Assessment e

traduzida para o português pela Nestle Services como Mini Avaliação Nutricional

(ANEXO C).

Cada resposta recebia um valor, os quais eram somados perfazendo um

escore final. Idosos que apresentavam escore de pelo menos 12 pontos tinham a

avaliação interrompida. As próximas doze perguntas compreendiam a avaliação

global. A classificação do estado nutricional foi realizada com base nos pontos de

corte, referentes a soma das respostas contidas no questionário, perfazendo um

escore final considerando a pontuação ≥ 12 como estado nutricional normal

(eutrófico), enquanto para a pontuação ≤ 11 exige a continuidade da aplicação do

questionário correspondente à Avaliação Global, na qual o valor do escore final ≥ 24

é considerado estado nutricional normal, entre 17 a 23,5 risco de desnutrição e < 17

desnutrido. O formulário apresenta-se no Anexo C (VELLAS; VILLARS; ABELLAN,

2006; RUBENSTEIN et al., 2001; GUIGOZ, 2006).

4.4.2 Avaliação Antropométrica

Massa Corpórea

A massa corpórea foi aferida com uma Balança Digital Wind MEA-07700

marca Plenna, com capacidade de 150 kg e divisão de 100 g, previamente aferida,

para os 100 g mais próximos. No momento da mensuração, o idoso estava vestindo

o mínimo de roupas possível, sem calçados, e posicionado no centro da balança, de

forma a distribuir o peso do corpo entre os pés. Os idosos ficaram com os pés

(calcanhares) juntos, em posição ereta e os braços estendidos ao lado do corpo

sendo, portanto, anotado o valor obtido (BRASIL, 2008).

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40

Estatura

A estatura dos idosos foi medida em metros, através de um estadiômetro

adaptado, com base de madeira e haste com medição de 2 metros. Os idosos

subiram no estadiômetro para a medição de sua altura, sem chapéus ou adornos na

cabeça. Estes continuaram em posição de Frankfurt, em posição ortostática, com a

cabeça ereta, olhando para frente, com o corpo erguido em extensão máxima, com

os pés juntos e com as costas próximas ao estadiômetro, sendo colocada a parte

superior da régua na cabeça, tomando a medida ao final da expiração (BRASIL,

2008).

Índice de Massa Corpórea

O Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado, posteriormente, a coleta dos

dados de estatura e peso, e analisado, considerando pontos de corte específicos

para idosos propostos por Lipschitz (1994) e adotados pelo Sistema de Vigilância

Nutricional (BRASIL, 2004b), classificando-se o estado nutricional em baixo peso o

IMC ≤ 22,0 kg/m2, eutrofia quando o resultado for 22,0 kg/m2 ≤ IMC ≤ 27,0 kg/m2 e

sobrepeso > 27,0 kg/m2.

Dobra Cutânea

A dobra cutânea tricipital (DCT) foi medida para avaliar a massa adiposa

subcutânea. As medidas foram realizadas com a utilização de adipômetro clínico da

marca Sanny, com pressão uniforme de 10 g/mm2. O resultado foi representado pela

média de três medidas sucessivas realizadas segundo a padronização de Lohman et

al. (1988). O tecido subcutâneo foi diferenciado do tecido muscular com o auxílio do

polegar e do indicador da mão esquerda.

Para a mensuração da dobra cutânea tricipital (DCT) o idoso ficou sentado

em posição ereta, com o braço direito estendido ao lado do tronco e com os ombros

relaxados. Para a obtenção da medida, a pele e o tecido adiposo foram pinçados

com o dedo indicador e o polegar, por volta de um centímetro acima do ponto médio

do braço, entre o acrômio e o olécrano, sendo o adipômetro posicionado no músculo

tríceps braquial e a leitura repetida três vezes (HARRISON et al., 1988).

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41

Para determinação do estado nutricional de idosos utilizando a dobra cutânea

tricipital utilizou-se a adequação da DCT (%) segundo a fórmula e dados do percentil

50 propostos por Frisancho (1990).

Adequação da DCT (%) = DCT obtida (cm) x100 DCT percentil 50

Quadro 03. Classificação do estado nutricional segundo adequação da DCT%

Estado Nutricional Adequação DCT (%)

Desnutrição

Grave

Moderada

Leve

< 70

70 – 80

80 – 90

Eutrofia 90 – 100

Sobrepeso 110 – 120

Obesidade > 120

Fonte: Frisancho (1990)

Circunferências

Também foi realizada a classificação do estado nutricional através das

medidas de circunferência do braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB) e

circunferência da panturrilha (CP). As medidas antropométricas foram realizadas no

lado direito do corpo, segundo a padronização de Lohman et al. (1988). Três

medidas foram realizadas e para efeito de análise foram consideradas as médias

das três medidas realizadas.

A circunferência do braço (CB) representa a soma das áreas constituídas

pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso do braço. Para sua obtenção, localizou-

se e marcou-se o ponto médio entre o acrômio e olécrano, com o braço estendido ao

longo do corpo e a palma da mão voltada para a coxa. No ponto marcado,

contornou-se o braço com a fita métrica flexível de forma ajustada, evitando

compressão da pele ou folga.

Já a circunferência muscular do braço (CMB) avalia a reserva de tecido

muscular sem correção da massa óssea e é obtida a partir dos valores da CB e da

dobra cutânea tricipital (DCT).

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Para avaliação da CMB foi adotada a classificação de Frisancho (1981),

conforme a equação:

CMB (cm) = CB (cm) / π x [DCT (mm) ÷ 10].

E para o cálculo de adequação da CMB% foi determinada por meio da

fórmula:

CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100 /CMB percentil 50 (FRISANCHO, 1981).

Quadro 04. Classificação do estado nutricional segundo a adequação da

CMB%.

Estado Nutricional Adequação CMB (%)

Desnutrição

Grave

Moderada

Leve

< 70

70 – 80

80 – 90

Eutrofia 90 – 100

Fonte: Frisancho (1981)

A partir das medidas da CB e DCT foi possível obter o parâmetro da AMB

(Área Muscular do Braço), que permite avaliar o compartimento muscular

descontando-se a massa óssea.

Para avaliar o estado nutricional utilizando o indicador AMB, foi utilizada a

equação proposta por Gurney; Jelliffe (1973). A fórmula para obtenção deste

parâmetro é a seguir apresentada:

AMB (cm) = [(CB (cm) – (π x DCT (cm))]2

A estimativa da AMBc (Área Muscular do Braço Corrigida) para homens e

mulheres foi realizada a partir das equações propostas por Heymsfield et al. (1982).

Homem: AMB (cm) = [(CB (cm) – (π x DCT (cm))]2 - 10 4π Mulher: AMB (cm) = [(CB (cm) – (π x DCT (cm))]2 – 6,5 4π

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Quadro 05. Classificação do estado nutricional segundo o percentil da AMBc.

Normal Desnutrição Leve/Moderada

Desnutrição Grave

AMBc Percentil > 15 Percentil entre 5 - 15 Percentil < 5

Fonte: Frisancho (1990)

A circunferência da panturrilha (CP) foi determinada por meio da

determinação do perímetro máximo do músculo da panturrilha, no sentido horizontal

(NACIF; VIEBIG, 2008). Para a classificação do estado nutricional do idoso segundo

a circunferência da panturrilha foram utilizados os pontos de corte sugeridos por

Coelho, Pereira e Coelho (2002), considerando-se eutrofia CP > 31 cm e desnutrição

CP ≤ 31 cm.

4.4.3 Avaliação do nível de atividade física

O nível de atividade física habitual dos idosos foi avaliado por meio da versão

longa do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (ANEXO A) adaptado

para idosos por Benedetti, Mazo, Barros (2004), que foi respondido levando em

consideração as atividades desenvolvidas pelos idosos em uma semana

normal/usual.

Em estudo de validação do IPAQ para populações idosas no Brasil, realizado

por Benedetti et al. (2004) demonstrou que esse instrumento apresentou um

coeficiente de consistência de medidas teste reteste de R=0,88, índice de correlação

entre os escores derivados da média entre o teste e reteste r=0,77, e as medidas de

atividades físicas obtidas pelo pedômetro de r=0,27 e o Diário de Atividade Física

adaptado de Bouchard r=0,54, sendo considerado o mais indicado para discriminar

níveis gerais de atividades físicas na população idosa.

O IPAQ apresenta questões relacionadas com as atividades físicas realizadas

numa semana normal, com intensidade vigorosa, moderada e leve, com duração

mínima de 10 minutos contínuos, distribuídos em cinco domínios de atividade física,

sendo eles, trabalho, transporte, atividade doméstica, atividade de lazer/recreação e

tempo sentado.

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Para a classificação dos indivíduos conforme as respostas do questionário

IPAQ utilizou-se a classificação de Metabolic Equivalent of Task (MET’s) -

minuto/semana, que consiste em uma estimativa da energia gasta multiplicando-se a

média de horas gastas por semana. Um MET representa o equivalente metabólico

individual em repouso, com 3,5 mL de oxigênio consumido por quilograma de massa

corporal por minuto, ou aproximadamente 1 Kcal/kg/h (AINSWORTH et al., 2000).

Para utilizar esta metodologia existem tabelas que propõem o gasto aproximado em

MET’s de cada tipo de atividade e classificar o nível de atividade física dos

entrevistados a partir de valores constantes de conversão (AINSWORTH et al.,

2000; IPAQ, 2005).

Quadro 06. Distribuição dos equivalentes metabólicos de acordo com os

domínios da atividade física propostos pelo questionário IPAQ versão longa

adaptado.

Questão (tempo) Correspondente em METs Questão (tempo) Correspondente em METs

1.b 8 3.b 4

1.c 4 3.c 3

1.d 2.5 4.a 3.3

2.a 1 4.b 8

2.b 6 4.c 4

2.c 3.3 5.a 4

3.a 5.5 5.b 4

* Os números das questões são referentes aos domínios da atividade física propostos pelo IPAQ. Fonte: IPAQ (2005)

Para cada nível de atividade deve ser somado o tempo em horas e

multiplicado pelo correspondente em METs, para que após encontrado o valor

correspondente para cada nível de atividade, realizar-se a soma dos níveis que

correspondem as atividades. O escore encontrado deve ser inserido na seguinte

fórmula: MET × peso corporal × 3,5 ÷ 200, para que posteriormente o escore

resultante seja multiplicado por 8,8, obtendo-se, assim, o valor em Kcal/dia.

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Quadro 07. Classificação do nível de atividade física segundo o IPAQ

CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

INATIVO < 600 MET min/sem

INSUFICIENTEMENTE ATIVO ≥ 600 a < 1500 MET min/sem

ATIVO ≥ 1500 a < 3000 MET min/sem

MUITO ATIVO ≥ 3000 MET min/sem

Fonte: Guidelines for Data Processing and Analysis of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) – 2005

4.5 Análise dos dados

A análise estatística foi realizada utilizando o programa Statistical Package for

the Social Science (SPSS), versão 14.0.

A análise descritiva dos dados foi realizada para caracterizar a amostra, com

a distribuição da frequência. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de

Kolmogorov-Smirnov para todas as variáveis analisadas. Para as variáveis que não

apresentaram uma distribuição normal foram utilizados testes não-paramétricos.

Foi utilizado o teste de Qui-quadrado e, quando necessário, foi adotado o

teste Exato de Fisher, para verificar a associação entre as variáveis categóricas,

relacionando o estado nutricional de acordo com os indicadores antropométricos e o

nível de atividade física dos idosos. Adicionalmente, o índice kappa foi utilizado para

avaliar a concordância entre os métodos de avaliação do estado nutricional de

idosos, de acordo com a sensibilidade, especificidade, eficiência, valor preditivo

positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN). O nível de significância foi

estabelecido em p<0,05. Para todos os procedimentos de análise, foi adotado o nível

de significância de 5% (p<0,05).

4.6 Aspectos Éticos

O projeto em que está incluída esta dissertação foi aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CAAE 045/2010) (ANEXO B).

Previamente à submissão do projeto ao CEP foi obtido termo de anuência junto à

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Fundação Municipal de Saúde autorizando a realização do estudo. O estudo foi

realizado respeitando as recomendações da Resolução 196/96 do Conselho

Nacional de Saúde para pesquisas envolvendo seres humanos. Os participantes ou

a pessoa responsável por eles assinaram termo de consentimento livre e

esclarecido, após serem informados sobre os objetivos do estudo, procedimentos

aos quais foram submetidos, e possíveis benefícios e riscos atrelados à execução

do estudo.

O relatório do estudo diagnóstico realizado será apresentado à equipe da ESF

envolvida com o acompanhamento do grupo de idosos estudados, visando criar

subsídios na elaboração e implementação de políticas públicas direcionadas ao

controle e/ou redução dos distúrbios nutricionais, além de servir como incentivo na

prática regular de atividade física entre os idosos assistidos na estratégia saúde da

família.

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5. RESULTADOS

5.1 Características da Amostra

Na tabela 01 são apresentadas as características socioeconômicas dos 252

idosos, incluídos na pesquisa. Do grupo estudado, 65,8% pertenciam ao sexo

feminino e 34,2% ao masculino, compreendendo idosos com idade entre 60 a 92

anos com idade média de 73,09 (DP±7,67) anos. Vale ressaltar que a faixa etária de

70 a 79 anos, apresentou maior frequência 43,5%, em relação as outras faixas

etárias 60 a 69 anos 34,1% e maior igual a 80 anos com 22,4%.

Quanto ao estado civil, entre os idosos investigados houve predomínio de

casados (55,6%), com 32,2% viúvos, 7,9% solteiros e 4,4% divorciados. No tocante

a escolaridade, predominaram idosos que possuíam o ensino fundamental

incompleto 51,8%, seguido de 14,6% com ensino médio completo e 11,6% que

cursaram o ensino superior completo ou pós-graduação. Em relação à renda

familiar, 1/3 da população estudada possuía renda de até um salário mínimo,

enquanto que apenas 3,2% afirmaram receber mais de dez salários mínimos.

Tabela 01. Distribuição dos idosos atendidos por uma equipe da ESF, segundo as

características socioeconômicas. Teresina, 2010.

Aspectos socioeconômicos Masculino Feminino Geral

N % n % N %

Faixa Etária (anos)

60 – 69 27 10,7 59 23,4 86 34,1

70 – 79 38 15,1 71 28,4 109 43,5

80 ou + 21 8,40 36 14,0 57 22,4

Estado Civil

Casado 66 26,2 74 29,4 140 55,6

Solteiro 03 1,20 17 6,70 20 7,90

Divorciado 03 1,20 08 3,20 11 4,40

Viúvo 14 5,60 67 26,6 81 32,2

Escolaridade

Ensino Fundamental Incompleto 42 16,6 89 35,2 131 51,8

Ensino Fundamental Completo 08 3,20 13 5,20 21 8,40

Ensino Médio Incompleto 04 1,60 03 1,20 07 2.80

Ensino Médio Completo 13 5,20 24 9,40 37 14,6

Ensino Superior Incompleto 02 0,80 04 1,60 06 2,40

Ensino Superior Completo ou Pós-Graduação

11 4,40 18 7,20 29 11,6

Não sabe ou não respondeu 06 2,40 15 7,00 21 8,40

Renda Familiar (Salários Mínimos)

1 SM 21 8,30 68 27,0 89 35,3

1 a 3 salários 18 7,20 51 20,3 69 27,5

3 a 5 salários 23 9,10 16 6,30 39 15,4

5 a 10 salários 18 7,10 07 2,80 25 9,90

Mais de 10 salários 04 1,60 04 1,60 08 3,20

Sem Rendimentos ou não sabe 02 0,80 20 7,90 22 8,70

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5.2 Identificação do estado nutricional de idosos por meio de indicadores

antropométricos

Na tabela 02 é apresentada a distribuição dos idosos por sexo, segundo

estado nutricional classificado com base em indicadores antropométricos. A análise

desses resultados mostra segundo o IMC que mais da metade dos idosos

apresentavam algum desvio nutricional, 40,1% classificados como obesos e 16,7%

como desnutridos. Outro dado importante referente ao estado de obesidade trata-se

de que 29,4% pertenciam ao sexo feminino.

Em relação ao estado nutricional avaliado através da MAN, observa-se que

77,4% dos idosos encontravam-se classificados como eutróficos, com 22,6%

apresentando algum distúrbio nutricional, como risco de desnutrição e desnutrição.

Ao avaliar o estado nutricional através da CP identificou que 34,1% dos

idosos apresentavam-se com risco de desnutrição, sendo esses 23,8% do sexo

feminino. Os desvios do estado nutricional também aparecem em destaque na

avaliação dos idosos em relação à DCT, em que foram encontradas proporções de

sobrepeso/obesidade e desnutrição leve/moderada, respectivamente, de 36,5% e

17,4%.

Quanto ao indicador AMB, 40,4% dos idosos apresentaram-se desnutridos e

em relação ao estado nutricional segundo a CMB, foi demonstrado um elevado

percentual 97,2%, com baixa reserva de massa muscular magra, ou seja,

desnutridos. Vale ressaltar que, 64,2% desses idosos desnutridos pertenciam ao

sexo feminino.

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Tabela 02. Distribuição dos idosos atendidos por uma equipe da ESF, segundo os

indicadores antropométricos do estado nutricional e a MAN. Teresina, 2010.

CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL

SEGUNDO INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS

Masculino Feminino Geral

IMC N % N % N %

Desnutrição 17 6,7 25 9,9 42 16,7 Eutrofia 42 16,7 67 26,6 109 43,3 Obesidade 27 10,7 74 29,4 101 40,1

MAN

Eutrofia 74 29,4 121 48 195 77,4 Risco de Desnutrição 12 4,8 41 16,3 53 21 Desnutrição 0 0 4 1,6 4 1,6

CP

Sem Risco de Desnutrição 60 23,8 106 42,1 166 65,9 Risco de Desnutrição 26 10,3 60 23,8 86 34,1

DCT

Desnutrição Moderada 3 1,2 21 8,3 24 9,5 Desnutrição Leve 4 1,6 16 6,3 20 7,9

Eutrofia 19 7,5 44 17,5 63 25

Sobrepeso 4 1,6 14 5,6 18 7,1 Obesidade 43 17,1 31 12,3 74 29,4

AMB

Eutrofia 28 11,1 122 48,4 150 59,5 Desnutrição Leve/Moderada 25 9,9 28 11,1 53 21 Desnutrição Grave 33 13,1 16 6,3 49 19,4

CMB

Desnutrição Leve 24 9,5 24 9,5 48 19 Desnutrição Moderada 32 12,7 87 34,5 119 47,2 Desnutrição Grave 27 10,7 51 20,2 78 31 Eutrofia 3 1,2 4 1,6 7 2,8

*IMC – Índice de massa corpórea, MAN – Mini Avaliação Nutricional, CP – Circunferência da Panturrilha, DCT – Dobra Cutânea Tricipital, AMB – Área Muscular do Braço e CMB – Circunferência Muscular do Braço.

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50

Tabela 03. Distribuição de fatores associados com a prevalência de desnutrição e

obesidade, classificado pelo IMC, em idosos atendidos por uma equipe da ESF.

Teresina, 2010.

Variáveis

n

IMC

Desnutrição (<22Kg/m2) Obesidade (>27Kg/m

2)

c χ2

P C χ2

P

Gênero Feminino 169 55 6,81 0,009 77 3,71 0,05

Masculino 85 42 28

Idade (anos) 60-69 97 23 11,2 0,003 37 9,29 0,009

70-79 123 41 53

≥80 70 34 15

Presença do cônjuge Com

cônjuge

252 223 0,67 0,41 95 1,58 0,20

Sem

cônjuge

37 31 10

Renda per capita (SM) ≤1 109 36 3,71 0,44 34 12,3 0,01

>1 e ≤3 77 28 32

>3 e ≤5 42 16 11

>5 e ≤10 26 8 5

>10 11 1 8

CP ≤31 88 53 29,1 0,0001 15 30,0 0,0001

>31 170 44 89

IMC: Índice de Massa Corporal; SM: Salários Mínimos; CP: Circunferência da Panturrilha.

São apresentados na tabela 03, os resultados referentes a distribuição de

fatores associados com a prevalência de desnutrição e obesidade, classificado pelo

IMC, observando-se associação estatisticamente significativa para o estado de

desnutrição, com o sexo feminino (p=0,009), idade compreendida entre 70 a 79 anos

(p=0,003) e da circunferência da panturrilha (≤31), com p=0,0001).

Em relação ao estado de obesidade, observou-se uma associação

estatisticamente significativa com o sexo feminino com p=0,05, idade compreendida

entre 70 a 79 anos (p=0,009), baixa renda per capita (p=0,01) e com a circunferência

da panturrilha (>31) com p=0,0001 (tabela 03).

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51

Tabela 04. Associação dos desvios nutricionais, classificados pelo IMC, e o tempo

de permanência sentado de idosos atendidos por uma equipe da ESF. Teresina,

2010.

Variáveis

n

IMC

Desnutrição (<22Kg/m2) Obesidade (>27Kg/m

2)

c χ2

P c χ2

P

Horas sentado/dia >0 e ≤4 122 43 0,30 0,58 40 1,0 0,30

>4 168 54 65

IMC: Índice de Massa Corporal

Pode-se observar, de acordo com a tabela 04, que não houve associação

estatisticamente significativa entre os desvios do estado nutricional, segundo

classificação do IMC, com o tempo de permanência sentado/dia, entre os idosos

desta pesquisa.

Faz-se importante a realização de testes com os indicadores antropométricos

do estado nutricional, visando identificar suas sensibilidades e especificidades na

classificação do estado nutricional de idosos em estudos epidemiológicos.

Assumindo a MAN como método de referência para o risco de desnutrição

(Tabela 03), a especificidade (73,4%) foi superior à sensibilidade (62,3%), eficiência

de 71%, com valor preditivo negativo de 88%, em relação ao indicador

Circunferência da Panturrilha (CP) (tabela 05).

Tabela 05. Análise da sensibilidade e especificidade dos indicadores

antropométricos em relação ao risco de desnutrição, em idosos atendidos por uma

equipe da ESF. Teresina, 2010.

Risco de Desnutrição Sensibilidade (%) Especificidade (%) Eficiência (%) VPP (%) VPN (%) p

MAN vs CP 62,3 73,4 71 38,3 88 0,06

Teste de Análise de Concordância – Kappa

Em relação ao estado de desnutrição (Tabela 06) destaca-se a comparação

do IMC vs CMB que mostrou uma sensibilidade de 100% do método, valor preditivo

negativo de 100%, com resultado significativo com (p=0,00). Tomando como base os

resultados obtidos do IMC vs MAN, observa-se uma especificidade de 84,8% do

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método, apresentando valor preditivo positivo de 80,5% quando usados para

determinar o estado de desnutrição entre os idosos.

Tabela 06. Análise da sensibilidade e especificidade dos indicadores

antropométricos em relação ao estado de desnutrição, em idosos atendidos por uma

equipe da ESF. Teresina, 2010.

Desnutrição Sensibilidade (%) Especificidade (%) Eficiência (%) VPP (%) VPN (%) p

IMC vs CMB 100 3,3 19,4 18,3 100 0,00

IMC vs AMB 88,1 69 72,2 36,2 96,6 0,05

IMC vs MAN 59,5 84,8 80,5 43,8 91,2 0,07

IMC vs DCT 76,2 69 70,2 33 93,5 0,05

Teste de Análise de Concordância – Kappa

Em relação ao estado de eutrofia (Tabela 07) utilizando os indicadores IMC vs

MAN, os resultados mostraram uma sensibilidade de 84,4%, com valor preditivo

negativo de 71,1% (p=0,04). Outra associação significativa para avaliar o estado de

eutrofia entre os idosos foi a do IMC vs CMB, com especificidade de 95,8% do

método, apresentando valor preditivo negativo de 56%, com p = 0,02.

Tabela 07. Análise da sensibilidade e especificidade dos indicadores

antropométricos em relação ao estado de eutrofia, em idosos atendidos por uma

equipe da ESF. Teresina, 2010.

Eutrofia Sensibilidade (%) Especificidade (%) Eficiência (%) VPP (%) VPN (%) P

IMC vs DCT 30,3 79 58 52,3 59,8 0,05

IMC vs CP 63,3 32,2 45,6 41,5 53,5 0,05

IMC vs MAN 84,4 28 52,4 47,1 71,1 0,04

IMC vs CMB 0,9 95,8 54,7 14,3 56 0,02

IMC vs AMB 59,6 40,6 48,8 43,3 56,8 0,06

Teste de Análise de Concordância – Kappa

A tabela 08 apresenta os resultados obtidos em relação aos indicadores IMC

vs DCT, apresentam uma especificidade de 82,8% do método, valor preditivo

negativo de 70,2%, quando o intuito foi diagnosticar o estado de obesidade entre

idosos.

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Tabela 08. Análise da sensibilidade e especificidade dos indicadores

antropométricos em relação ao estado de obesidade, em idosos atendidos por uma

equipe da ESF. Teresina, 2010.

Obesidade Sensibilidade (%) Especificidade (%) Eficiência (%) VPP (%) VPN (%) P

IMC vs DCT 47,5 82,8 68,6 64,8 70,2 0,06

Teste de Análise de Concordância – Kappa

5.3 Classificação do nível de atividade física

A tabela 09 apresenta dados referentes à classificação do nível de atividade

física (NAF), com maioria (79,4%) considerada inativa e apenas 2,4% dos idosos

classificados como ativos. Vale ressaltar que dentre os idosos classificados como

inativos, 52% pertenciam ao sexo feminino. Outro dado importante é que mesmo

com alto índice de inatividade física, as mulheres tiveram uma proporção maior que

as dos homens em relação à classificação ativo/muito ativo.

Tabela 09. Classificação do nível de atividade física, de idosos atendidos por uma

equipe da ESF, segundo o IPAQ. Teresina, 2010.

CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE

ATIVIDADE FÍSICA SEGUNDO O

IPAQ

Masculino Feminino Geral

n % N % N %

Inativo 68 27 132 52,4 200 79,4

Insuficientemente Ativo 16 6,3 29 11,5 45 17,9

Ativo 02 0,8 04 1,6 06 2,4

Muito Ativo 0 0 01 0,4 01 0,4

5.4 Estado nutricional e nível de atividade física

A tabela 10 apresenta os dados referentes à associação do estado nutricional

com o nível de atividade física dos idosos. Segundo os resultados encontrados,

observou-se que 64,7% dos idosos encontravam-se obesos e inativos de acordo

com a classificação do IMC e do IPAQ, respectivamente. E conforme a classificação

da MAN, 73,8% encontravam-se eutróficos e inativos.

De acordo com os pontos de corte da CP, 23,2% apresentam-se com risco

de desnutrição e inativos segundo o IPAQ. Tomando como base os pontos de corte

da DCT para classificação do estado nutricional de idosos, 51,3% apresentavam-se

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desnutridos e ativos segundo o IPAQ. Na classificação do estado nutricional dos

idosos utilizando os indicadores AMB e CMB, os resultados apresentados

identificaram que, 40,8% e 94,7% encontravam-se desnutridos e inativos,

respectivamente.

Não houve associação estatística significativa entre os indicadores

antropométricos do estado nutricional, a MAN e o nível de atividade física dos idosos

estudados (Tabela 10).

Tabela 10. Associação entre o nível de atividade física e estado nutricional, de

idosos atendidos por uma equipe da ESF segundo indicadores antropométricos.

Teresina, 2010.

ESTADO NUTRICIONAL SEGUNDO INDICADORES

ANTROPOMÉTRICOS

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA Geral Valor de p Inativo Ativo

N % N %

IMC

Desnutrição 38 32,8 0 0 38 32,8 Obesidade 75 64,7 03 2,6 78 67,2 0,30

MAN Risco de Desnutrição 47 23,2 0 0 47 23,2 Eutrofia 150 73,8 06 3,0 156 76,9 0,20

CP Sem Risco de Desnutrição 125 60,7 05 2,4 130 63,1 Risco de Desnutrição 75 36,4 01 0,5 76 36,9 0,28

DCT Desnutrição 81 51,3 03 1,9 154 97,5

0,35 Obesidade 73 42,6 01 0,6 04 2,5

AMB

Eutrofia 116 56,3 04 1,9 120 58,3 0,50

Desnutrição 84 40,8 02 1,0 86 41,7

CMB Desnutrição 195 94,7 06 2,9 201 97,6

0,86 Eutrofia 05 2,4 0 0 05 2,4

*Teste exato de Fisher p<0,05 *IMC – Índice de massa corpórea, MAN – Mini Avaliação Nutricional, CP – Circunferência da Panturrilha, DCT – Dobra Cutânea Tricipital, AMB – Área Muscular do Braço e CMB – Circunferência Muscular do Braço.

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55

6. DISCUSSÃO

6.1 O estudo

O presente estudo, realizou de forma pioneira, avaliação combinada do nível

de atividade física através do questionário IPAQ e o estado nutricional por meio de

indicadores antropométricos e da mini - avaliação nutricional, de idosos assistidos

por equipe da Estratégia Saúde Família de uma Unidade Básica de Saúde da rede

municipal de Teresina-PI.

O município de Teresina de acordo com o Censo 2010 (BRASIL, 2010a),

conta com 814.439 habitantes, sendo essa população composta por 8,3% de

pessoas idosas ou 69.722 habitantes com idade igual ou superior a 60 anos. A

pesquisa foi realizada na equipe da Estratégia Saúde da Família pertencente a

Coordenadoria Regional de Saúde Centro/Norte, Unidade de Saúde - Primavera Nº

6, equipe 158 - Hospital da Primavera, que presta serviço a 291 idosos residentes

no local.

6.2 Caracterização da Amostra

O referido estudo contemplou uma amostra de 252 idosos de ambos os

sexos, tendo em sua maioria participantes do sexo feminino (65,8%). Dados

semelhantes foram encontrados por Ribeiro, Rosa e Bozzeti (2011), em pesquisa

realizada com 236 idosos atendidos por uma equipe da ESF no sul do Brasil,

durante o período de vacinação contra gripe, identificando a participação de 62,7%

de mulheres, com idade média de 68,0 (± 7,0) anos. Em levantamento realizado por

Alvarenga et al. (2011), com 503 idosos, residentes em Dourados (MS),

cadastrados em uma equipe da Estratégia Saúde da Família, identificaram que

69,0% pertenciam ao sexo feminino, seguindo tendência encontrada para população

brasileira, na qual a proporção de mulheres idosas chegou a 55,8% de acordo com o

censo 2010 (BRASIL, 2010a).

Em relação ao estado civil neste estudo, observou-se uma predominância de

idosos casados 55,6% (26,2% do sexo masculino e 29,4% do sexo feminino) e

32,2% viúvos (5,6% do sexo masculino e 26,6% do sexo feminino). Os dados podem

ser comparados com pesquisa realizada em São Paulo pelo projeto SABE (Saúde,

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Bem – Estar e Envelhecimento), em que a maioria dos idosos (86,8%) viviam

acompanhados (LEBRÃO; LAURETI, 2005). Já na região nordeste, Barreto et al.

(2003) verificaram que a prevalência de viuvez em Recife/PE foi de 44,5% entre 308

idosos do (UNATI/UPE). Em pesquisa realizada em Dourados/MS, com idosos

cadastrados na ESF demonstrou que o percentual de viúvos e casados foi de 42,9%

e 41,6%, respectivamente (ALVARENGA et al., 2010).

No tocante à escolaridade dos idosos da ESF de Teresina/PI, observou-se

que mais da metade dos idosos eram alfabetizados, porém cursaram apenas ensino

médio incompleto. Dados semelhantes foram encontrados por Pilger (2006) em

estudo realizado com 239 idosos que recebiam atendimento do Programa de Saúde

da Família, na cidade de Veranópolis – RS, identificando baixo nível de escolaridade

na população estudada. No estudo de Monteiro (2002), realizado com 322 idosos

usuários do SUS no município de Alambari - SP foi demonstrado que 87% possuíam

baixa escolaridade. É importante destacar os dados apontados pelo Censo 2010,

cujos resultados identificam que 13.933.173 pessoas não sabiam ler ou escrever,

sendo que 39,2% desse contingente eram idosos, com a maior proporção de

analfabetos concentrados nos municípios com até 50 mil habitantes na Região

Nordeste (BRASIL, 2010b).

A análise da série de dados das PNADs referentes aos anos de 1997, 2002,

2007, 2009 e 2011 mostra uma queda expressiva na proporção de idosos em

situação de pobreza ao longo do período, possivelmente, resultado de políticas

públicas dirigidas a este segmento populacional. A Lei Orgânica da Assistência

Social - LOAS (Lei no 8.742, de 07.12.1993), que concedeu o benefício de 1 salário

mínimo para os maiores de 70 anos de idade pertencentes às famílias com renda

mensal per capita inferior a ¼ do salário mínimo, foi modificada em 1998, reduzindo

a idade mínima para 67 anos, e em 2004, em nova redução, para 65 anos de idade.

Neste sentido, deve-se considerar o provável impacto positivo dessa política nas

condições de vida da população idosa (BRASIL, 2010b).

De acordo com Coutrim (2006), uma parcela considerável dos idosos ainda

tem a necessidade de assegurar não só a própria manutenção, mas a sobrevivência

de sua família, fato evidenciado nas pesquisas do IBGE (CENSO, 2010), que

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57

mostraram que a participação do idoso na renda familiar se revela cada vez mais

expressiva.

Em relação à renda, este estudo identificou que 35,3% dos idosos possuíam

renda mensal de até 01 salário mínimo e 27,5% renda entre 01 a 03 salários

mínimos mensais. Em estudo realizado por Machado et al. (2007) com 74 idosos

cadastrados no Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI) do município de

Viçosa, MG, em que 89% dos idosos recebiam entre 1 a 3 salários. Fato que pode

ser observado no referido estudo, uma vez que, a maior parte dos idosos possui

como fonte de renda a aposentadoria.

6.3 Avaliação do estado nutricional segundo os indicadores

antropométricos

Para a avaliação do estado nutricional de idosos têm sido propostos vários

métodos de avaliação, utilizando testes de avaliação clínica, bioquímica,

antropométrica e exames de composição corporal. No entanto, nenhum indicador,

de forma isolada, pode ser considerado como “padrão ouro”. Todos apresentam

vantagens e limitações, sendo necessária a escolha adequada de um ou mais

métodos de avaliação, devido as modificações anátomo-fisiológicas que ocorrem

durante o envelhecimento (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2005).

O processo de envelhecimento provoca diminuição no poder de predição dos

indicadores antropométricos em relação à quantidade de gordura corporal

(AMORIM; SILVA; FERNANDES FILHO, 2004). Essa diminuição do poder de

predição reflete-se nos pontos de corte estabelecidos para a identificação do

excesso de gordura em indivíduos de meia-idade e idosos. Assim, a adoção de

pontos de corte estabelecidos de forma generalizada para cálculos dos desvios

nutricionais em grupos específicos, pode apresentar distorções (SARDINHA;

TEIXEIRA, 2000).

Na avaliação do estado nutricional dos idosos, foi possível observar

diferenças nas classificações dos desvios nutricionais, através dos indicadores

antropométricos utilizados (IMC, CP, DCT, AMB E CMB) e a MAN, para idosos. A

antropometria é considerada um método não invasivo e de relativo baixo custo mais

simples e prático para avaliação do estado nutricional, apresentando aceitável

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confiabilidade (MCTIGUE ET AL. 2006) sendo amplamente utilizado e aceito para

discriminar risco a saúde, por meio de medidas e índices corporais, em estudos

clínicos e populacionais (VILLAREAL et al., 2005).

Os resultados da referida pesquisa revelaram uma elevada prevalência de

distúrbios nutricionais nos idosos segundo os pontos de corte adotados do IMC. Em

estudo realizado com idosos regularmente matriculados na Universidade Aberta à

Terceira Idade (UNATI) da UNIFAL- MG, em Alfenas, MG, identificou que 52,4% dos

idosos estavam obesos segundo o índice de massa corporal (IMC) (BUENO et al.,

2008). Rech et al. (2006) em seu estudo também encontrou uma proporção maior de

idosos obesos 69,8%.

Outro dado importante da pesquisa em relação aos resultados do IMC trata-

se que dentre os desvios nutricionais encontrados, houve predominancia de

obesidade no sexo feminino. Dados semelhantes foram evidenciados em outros

estudos, Tribess, (2006) e Santos; Sichieri (2005), identificando uma elevada

proporção de mulheres obesas.

A utilização do IMC em estudos epidemiológicos e na prática clínica como

indicador para determinar o estado nutricional de idosos tem sido justificada, pela

facilidade de obtenção de dados de peso e estatura, bem como pela sua boa

correlação com a morbimortalidade de idosos (CERVI; FRANCESCHINI; PRIORI,

2005). Garrow; Webster (1985), afirmam que o IMC pode ser considerado

conveniente e de fácil execução no diagnóstico de obesidade.

Quanto aos pontos de corte para classificação do estado nutricional, estudo

realizado por Paula et al. (2007) constatou que o critério de classificação proposto

por Lipschitz (1994) foi capaz de identificar maior percentual de idosos desnutridos

do que dois outros critérios de classificação utilizados WHO 1995 e WHO 1997,

sendo que as divergências quanto aos pontos de corte nos diferentes estudos com

populações de idosos têm sido atribuídas às diferentes médias de idade dos

participantes, ao fato do tipo de população estudada ser institucionalizada,

hospitalizada ou não, à etnia, presença de doenças associadas, realização de

tratamento farmacológico e tempo de internação hospitalar, ao nível socioeconômico

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59

e à adoção de diferentes critérios para avaliar o IMC dos indivíduos idosos

(GUIGOZ; LAUQUE; VELLAS, 2002).

Vale ressaltar que não há valores antropométricos de referência para idosos

(institucionalizados ou não) no Brasil, sendo utilizados padrões de referência

internacionais. Dos estudos antropométricos comumente utilizados como referência

em pesquisas no Brasil, utiliza-se o padrão estabelecido por Burr, Phillips (1984) que

incluiu idosos institucionalizados, normalmente excluídos em planos amostrais de

pesquisas realizadas em populações representativas (BARBOSA et al., 2005;

MENEZES; MARUCCI, 2005).

Outro aspecto refere-se ao grau de desenvolvimento do país, que estaria

relacionado com os pontos de corte adotados para a classificação do estado

nutricional dos idosos, de forma que em países em desenvolvimento, seriam

indivíduos classificados como desnutridos caso o IMC fosse < 18,5 kg/m2, enquanto

em países desenvolvidos poderiam ser utilizados pontos de corte maiores para a

mesma classificação (KUZUYA et al., 2005).

Medidas de dobras cutâneas podem oferecer uma estimativa razoável de

gordura corporal, uma vez que apresentam um bom parâmetro para avaliar o tecido

adiposo subcutâneo (BUSNELLO, 2007). Dentre essas medidas, podemos destacar

a dobra cutânea tricipital, que segundo a literatura é um importante instrumento para

avaliar desvios nutricionais idosos de ambos os sexos (FRISANCHO, 1990).

Em estudo realizado por Moleiro e Bennemann (2008) destaca a classificação

do estado nutricional utilizando a DCT, com (84,6%) dos idosos apresentando-se

com o peso adequado. Dado também observado em estudo de Menezes, Souza e

Marucci (2008), com idosos de ambos os sexos, residentes em domicílios

particulares da cidade de Fortaleza/CE, com 54,4% dos idosos eutróficos segundo

os pontos de corte da DCT. Nesta pesquisa os resultados da DCT apontaram uma

porcentagem maior de idosos com sobrepeso/obesos.

Os indicadores CMB e AMB são comumente utilizados na avaliação do

estado nutricional de idosos, por apresentarem medidas sensíveis para avaliar a

massa muscular, possibilitando verificar a reserva protéica, uma vez que os idosos

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60

tendem a ter menos massa magra que os adultos jovens, devido às alterações

musculares decorrentes do processo de envelhecimento (WHO, 1995).

Os resultados deste estudo demostram que, em relação a avaliação do

estado nutricional segundo os pontos de corte da AMB, 59,5% dos idosos foram

classificados como eutróficos (sendo 11,1% do sexo masculino e 48,4% do sexo

feminino), com 19,4% considerados com desnutrição grave. De acordo com a CMB,

47,2% foram classificados com desnutrição moderada (sendo 12,7% do sexo

masculino e 34,5% do sexo feminino). Os resultados desta pesquisa divergem dos

de Menezes e Marucci (2005), tendo em vista que as variáveis indicativas de reserva

de massa muscular CMB e AMB apresentaram valores maiores entre os homens

quando comparados aos valores das mulheres.

Nas últimas duas décadas, instrumentos de avaliação nutricional vem sendo

desenvolvidos para diagnosticar e tratar distúrbios nutricionais em idosos (CASAS et

al., 2004). A MAN foi projetada e validada para prover uma avaliação simples e

rápida do estado nutricional de idosos em clínicas, hospitais, asilos, etc. Segundo

Vellas, Guigoz e Garry (1999), o objetivo da MAN consiste em avaliar o risco de

desnutrição a fim de permitir uma antecipada intervenção nutricional quando

necessária.

Em levantamento realizado por Colembergue e Conde (2011), com 28 idosos,

na cidade de Rio Grande/ RS, classificou com risco de desnutrição segundo a MAN,

18,75% do sexo feminino e 25% do sexo masculino, não apresentando diferença

significativa entre os sexos. Para Azevedo et al. (2007), utilizando a MAN em estudo

conduzido em um hospital geral na cidade de Blumenau-SC , identificaram que a

prevalência de desnutrição e risco de desnutrição foi de 10,8% e 49,8%,

respectivamente. Os resultados acima citados discordam com os da referida

pesquisa, uma vez que a maioria dos idosos foi classificado como eutrófico.

Em estudos epidemiológicos é importante conhecer os conceitos e aplicações

da reprodutibilidade e validade de um instrumento de medida. Entende-se por

reprodutibilidade o grau de estabilidade exibida quando uma mensuração é repetida

sob condições idênticas. Em outros termos, a reprodutibilidade refere-se a condição

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61

em que os resultados obtidos por uma mensuração podem ser reproduzidos (LAST,

1988).

A preocupação em estabelecer a sensibilidade e a especificidade dos

indicadores antropométricos em relação à medida de excesso de gordura é

justificada pelas constantes alterações na composição corporal da população de

meia-idade e idosa (POEHLMAN, 2003). No presente estudo foram realizados testes

para avaliar a sensibilidade e a especificidade dos indicadores antropométricos do

estado nutricional dos idosos, observando-se para classificação de risco de

desnutrição utilizando a MAN uma sensibilidade de 62,3% para o método com valor

preditivo negativo de 88% em relação a CP.

Em estudo de validação, realizado por Loureiro (2008), com 200 idosos, em

Portugal, identificaram que a MAN é um instrumento vantajoso, com boa

sensibilidade e especificidade, utilizando o teste de kappa, contribuindo

significativamente para identificar e tratar precocemente os casos de desnutrição e

em risco de desnutrição de idosos, proporcionando-lhes deste modo não só um

melhor prognóstico vital, mas também uma melhor qualidade de vida. Ainda

segundo o autor supracitado, a MAB deve fazer parte como método essencial na

avaliação do estado nutricional de idosos.

Fontes (2011) em estudo realizado em um Hospital de Belo Horizonte, com

171 idosos, relata a concordância foi apenas superficial entre a dobra tricipital

(Kappa= 0,39; valor p= <0,001), circunferência da panturrilha (Kappa= 0,25; valor p=

<0,001) de acordo com a escala do teste. Ainda segundo o autor supracitado, a

concordância foi pobre em relação a circunferência muscular do braço (Kappa= 0,18;

valor p= 0,006) e área muscular do braço (Kappa= 0,16 ; valor p=0,021). Beghetto et

al. (2007), em levantamento realizado, considerando os percentis usualmente

adotados para classificação nutricional a partir da antropometria do braço, constatou

moderada concordância entre os indicadores CB (kappa = 0,78; IC95%: 0,65 - 0,91;

p<0,001), DCT (kappa = 0,65; IC95%: 0,48 - 0,82; p<0,001) e CMB (kappa = 0,73;

IC95%: 0,54 - 0,92; p<0,001).

Vale ressaltar que estudos sobre validação dos indicadores antropométricos

do estado nutricional de idosos em levantamentos epidemiológicos, de acordo com a

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62

absortometria radiológica de dupla energia (DEXA) ainda são escassos,

principalmente no Brasil, uma vez que é uma técnica considerada de alto custo

operacional e que possui algumas questões limitantes, tais como a utilização de

constante hidratação dos tecidos e utilização de softwares específicos para

diferentes idades (MARQUES; HEYWARD; PAIVA, 2000).

6.4 Avaliação do Nível de Atividade Física

Atualmente, segundo o posicionamento da ACSM (2010) quanto maior o nível

de atividade física de uma pessoa, melhor será sua qualidade de vida, apresentando

como benefícios a melhora na composição corporal, diminuição de dores articulares,

aumento da densidade mineral óssea, melhora na força e flexibilidade, dentre

outros.

Em estudo realizado por Nascimento et al. (2009), com 48 idosos, identificou

que 91,6% da população classificada como suficiente ativa e 8,3% da população foi

classificada como insuficiente ativa, não existindo indivíduos classificados como

muito ativos. Alves et al. (2010) em estudo transversal com uma amostra de 1.017

indivíduos adultos e idosos, atendidos por UBS’s, no estado do Pernambuco,

identificaram prevalência de sedentarismo em 68,3% dos idosos. A prevalência da

inatividade física também foi observada por Hallal et al. (2003) em estudo realizado

em Pelotas/RS, classificou 43,2% das mulheres com idade entre 60 a 69 anos como

insuficientemente ativas. Com o avançar da idade, estes valores foram ainda

superiores, atingindo 69,1% nas mulheres com mais de 70 anos.

Em São Paulo, SP, Matsudo et al. (2002a) analisaram 2.001 pessoas, e

constataram como inativos (34,6%) dessa população. Segundo o presente estudo a

maioria dos idosos encontravam-se inativos, dados semelhantes foram encontrados

nos estudos de Nascimento et al. (2009) e Matsudo et al. (2002).

Ao analisar-se o tempo de permanencia sentado dos idosos nesta pesquisa,

observa-se que grande parte passa, durante a semana, uma boa parte do dia na

posição sentada e tempo ainda maior nos fins de semana. Estudo de Andresen e

Meyers (2000) apontaram que as principais atividades detectadas no dia a dia de

mulheres idosas foram ver televisão, ouvir radio, costurar, ler e receber visitas.

Essas atividades são predominantemente de intensidade leve, adotam em geral

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63

postura sentada e não promovem nenhum estimulo benéfico à saúde. De acordo

com o IBGE (BRASIL, 2010b), no Brasil, ver televisão e o maior componente na

ocupação do tempo livre das pessoas. A falta de atividade física e a quantidade de

horas vendo televisão estão associadas significativamente aos marcadores de

obesidade.

Outro fator importante aqui observado na pesquisa, foi o fato de as mulheres

serem classificadas como mais ativas que os homens. Um fator que pode justificar

as diferenças dos níveis de atividade física das pessoas idosas da presente

investigação é o hábito de vida, pois as atividades diárias realizadas entre os

sujeitos da amostra apresentavam uma característica predominante de intensidade

de esforço leve tais como, limpar a casa, lavar roupa, varrer/capinar o jardim, entre

outras. Ainsworth (2000) inclui as mulheres como pessoas muito ativas durante toda

a sua vida devido à realização das tarefas domésticas e estima que as mulheres

dispendam em média 3,9 horas por dia em tarefas domésticas leves, moderadas e

vigorosas, além do cuidado da família, proporcionando um gasto elevado de energia

(421 MET.min-1.dia-1). Concordantemente neste estudo maior proporção de

mulheres se encontravam mais ativas que os homens.

A prevalência da inatividade física foi observada por Hallal et al. (2003) em

estudo realizado em Pelotas - RS com 3 182 pessoas acima de vinte anos, o qual

revelou que 43,2% das mulheres entrevistadas de 60 a 69 anos (n = 183) eram

insuficientemente ativas e, com o avançar da idade, esses valores foram ainda

superiores, atingindo 69,1% naquelas com mais de setenta anos.

Diversas pesquisas comprovaram que a prática regular exercícios físicos traz

benefícios para a saúde. Pessoas ativas têm menos chances de desenvolver

doenças crônicas não transmissíveis e distúrbios nutricionais. Há ainda benefícios

psicológicos, como diminuição do estresse e ansiedade. Entretanto, a maioria das

pessoas é sedentária ou não pratica exercícios de forma suficiente ou adequada

para atingir estes benefícios, como pode ser observado durante a discussão. Esta

situação tem ampliado o foco das investigações científicas, e hoje em dia, muito se

tem pesquisado sobre as causas de um estilo de vida sedentário.

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64

Entretanto, ainda hoje o avançar da idade está relacionado ao decréscimo

dos níveis de atividade física, fato de grande relevância, pois o processo de

envelhecimento evidencia mudanças antropométricas, fisiológicas e redução de

muitas qualidades físicas, e com essas mudanças, associadas ao baixo nível de

atividade física nos idosos podem levar ao declínio da autonomia, refletindo

negativamente na qualidade de vida desses indivíduos.

A medida obtida por DEXA tem sido considerada como "padrão-ouro" nos

estudos de validação de métodos e equações para a avaliação da composição

corporal e, principalmente, por ser uma das técnicas densitométricas mais usadas

no mundo, para determinação da densidade óssea (KHAN et al., 2001; SILVA,

2001). Com finalidade de pesquisas epidmiológicas, os métodos não-convencionais

desempenham papel importante, mas têm custo elevado para realização rotineira.

Diante dessas observações, mais pesquisas deverão ser realizadas, visando

estabelecer qual a melhor associação entre os indicadores antropométricos para

avaliar o estado nutricional de idosos, bem como e o nível de atividade física dessa

população, uma vez que ainda são escassos estudos relacionados sobre essa

temática em Teresina, bem como na região Nordeste.

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7. CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos neste estudo, destacam-se as seguintes

conclusões:

A maioria dos idosos era do sexo feminino, casado(a), possuía ensino

fundamental incompleto e renda familiar de até 1 salário mínimo.

Houve uma maior predominância de eutrofia nos idosos do referido estudo

segundo classificação do índice de Massa Corpórea, Mini Avaliação

Nutricional e Área Muscular do Braço, sem risco de desnutrição pela

Circunferência da Panturrilha, com desnutrição leve pela Circunferência

Muscular do Braço e obeso pela Prega Cutânea Tricipital. Vale ressaltar que

mesmo com uma maior predominância do estado de eutrofia, de acordo com

alguns indicadores, a porcentagem de idosos com desnutrição ou obesidade

ainda foi alta, sendo necessárias intervenções por parte da ESF, visando

resolver esse problema.

Houve associação estatisticamente significativa entre o sexo feminino com o

estado de desnutrição e obesidade. Foi verificada ainda associação

estatística entre a idade de 70 à 79, tanto com o estado de desnutrição,

quanto de obesidade entre os idosos estudados. Em relação à baixa renda

per capita, observou-se uma associação estatística com o estado de

obesidade.

Observou-se uma associação estatística entre a circunferência da panturrilha

(≤31 cm) para o estado de desnutrição e (>31 cm) para o de obesidade.

A maioria dos idosos foi considerada inativa segundo classificação do IPAQ.

Não houve associação estatística relacionando o estado nutricional ao nível

de atividade física dos idosos.

Não houve associação entre os desvios do estado nutricional, segundo IMC,

com o tempo de permanência sentado dos idosos.

O Programa Saúde da Família pode ser uma estratégia eficiente para fazer

frente a esse desafio, mas seria necessário que a questão do cuidado ao idoso

dependente fosse incorporada pelo programa de forma específica, incluindo

previsão de financiamento das ações e estabelecimento de uma rede de suporte

institucional, o que ainda não foi feito. Através de medidas educativas o cuidador

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informal, ou seja, a família poderia e deveria ser visto como um agente de saúde e

receber orientações direcionadas para prestar um cuidado adequado ao idoso,

incluindo medidas preventivas para evitar a dependência precoce e específica sobre

os cuidados com o idoso dependente que envelhece na comunidade.

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