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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PRPPG CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO MESTRADO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO ÁREA: QUALIDADE EM ALIMENTOS ADOLFO MARCITO CAMPOS DE OLIVEIRA CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE PIMENTAS DO GÊNERO Capsicum spp TERESINA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PRPPG

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

MESTRADO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO

ÁREA: QUALIDADE EM ALIMENTOS

ADOLFO MARCITO CAMPOS DE OLIVEIRA

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE IN VITRO E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE

PIMENTAS DO GÊNERO Capsicum spp

TERESINA 2011

1

ADOLFO MARCITO CAMPOS DE OLIVEIRA

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE

ANTIOXIDANTE IN VITRO E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE

PIMENTAS DO GÊNERO Capsicum spp

TERESINA 2011

Dissertação apresentada ao programa de

pós-graduação em Alimentos e Nutrição da

Universidade Federal do Piauí para a

obtenção do título de Mestre em Alimentos

e Nutrição.

Área: Qualidade em Alimentos

Orientador: Prof. Dr. Alessandro de Lima

2

Á Deus, pela vida, saúde e força para superar obstáculos e conseguir atingir objetivos. Aos meus pais Ana e Jury, pela educação e estímulo ao

conhecimento. À minha madrinha Hercília, pelo amor incondicional. À minha irmã Aninha, pelo apoio, amizade e dedicação.

DEDICO

3

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Alessandro de Lima pela confiança e orientação em todas as

etapas desse trabalho.

À Profa. e coordenadora do mestrado em Alimentos e Nutrição Dra. Regilda

Moreira-Araujo pela credibilidade, amizade, apoio e colaboração dada ao longo do

mestrado e da especialização.

Ao Prof. Dr. Algaci Lopes, pelos conhecimentos repassados ao longo do

curso e pela ajuda na realização das análises estatísticas do presente trabalho.

A todos os professores que contribuíram para o desenvolver das atividades

do mestrado em Alimentos e Nutrição, em especial a Profa. Dra. Julia Geracila, pelo

estímulo e inspiração.

Aos professores do curso de Farmácia e departamento de Bioquímica e

Farmacologia da Universidade Federal do Piauí, pelo incentivo e compreensão.

A todos os profissionais do departamento de Nutrição que colaboraram com

as atividades do mestrado, como Seu Lima, Dona Maísa e Seu Osvaldo.

A todas as colegas da turma do mestrado pela amizade, ajuda e força que foi

compartilhada ao longo desses dois anos, principalmente a amiga Theídes, pela

fidelidade e bonita amizade que nasceu ainda na especialização há quatro anos.

Aos técnicos, Jurandy e Emanoel, do Instituto Federal do Piauí (IFPI), pela

disponibilidade e ajuda dada no decorrer das análises das pimentas.

4

Ao estudante Lucas Pinheiro Dias do Instituto Federal do Piauí (IFPI), pela

ajuda nas análises da atividade antifúngica.

Á CAPES/ FAPEPI pela concessão da bolsa de mestrado.

5

“Sou um pouco de todos que conheci,

um pouco dos lugares que fui,

um pouco das saudades que deixei,

sou muito das coisas que gostei.

Entre umas e outras errei,

entre muitas e outras conquistei.”

Ramon Hasman

6

RESUMO

O Brasil é o segundo maior produtor de pimenta (Capsicum spp) do mundo.

Estudos mostram que esta especiaria possui propriedades funcionais. O objetivo

deste trabalho foi realizar uma caracterização química, avaliar a atividade

antioxidante in vitro e a atividade antifúngica de quatro espécies de pimentas

Capsicum bacccatum var. pendulum (Dedo de moça); Capsicum chinense (Pimenta

de Cheiro); Capsicum chiniense (Pimenta de Cheiro “ardida”) e Capsicum frutescens

(Malagueta). Foi determinada a composição centesimal (umidade, cinzas, proteínas,

carboidratos e lipídios); os compostos bioativos (vitamina C, fenólicos totais e

carotenóides totais, por espectrofotometria); a atividade antioxidante in vitro; pelos

métodos de captura de radicais DPPH e ABTS e a atividade antifúngica. Os

resultados demonstraram que a pimenta malagueta apresentou os maiores teores

de proteínas (6,00% ± 0,21) e lipídeos (5,68% ± 0,19). Já os teores de carboidratos

totais variam de 4,94% ± 0,04 para a pimenta de cheiro a 12,59% ± 1,13 para a

pimenta malagueta. A pimenta malagueta apresentou o maior teor de carotenóides

totais (3,35± 0,1 mg/100g), já a pimenta de cheiro apresentou o maior teor de

vitamina C (10,59± 1,31 mg/100g). Na pimenta dedo-de-moça foi quantificado 65,61

mg/100g de fenólicos totais, seguido da malagueta (55,8 mg/100g). Quanto à

atividade antioxidante, pelo método DPPH, o extrato alcoólico da pimenta malagueta

apresentou a maior atividade antioxidante com EC50 de 480,08 μg/mL. Pelo método

ABTS, observou-se que o extrato alcoólico e aquoso da pimenta malagueta

apresentou a mais elevada capacidade antioxidante, com valores TEAC de 2,89 ±

0,02 e 1,55 ± 0,06 mM TROLOX/g, respectivamente. A pimenta malagueta

apresentou também maior atividade antifúngica. Concluindo-se que as pimentas

empregadas neste estudo são fontes de compostos bioativos, além de possuírem

significativa atividade antioxidante in vitro e antifúngica, variando-se de acordo com

a pimenta e a concentração estudada, destacando-se a pimenta malagueta como

mais rica em compostos antioxidantes.

Palavras-chave: Pimenta, Compostos bioativos, Antioxidante.

7

ABSTRACT

Brazil is the second biggest world producer of pepper (Capsicum spp).

Studies show that this spice has functional properties. The purpose of this work was

to make a chemical characterization, to evaluate the antioxidant activity in vitro and

the antifungal activity of four species of the Capsicum bacccatum var. pendulum

(Dedo de moça); Capsicum chinense (Pimenta de Cheiro); Capsicum chiniense

(“hot” Pimenta de Cheiro) and Capsicum frutescens (Malagueta). The centesimal

composition was determined (humidity, ashes, proteins, carbohydrates and lipids);

the bioactive compounds (vitamin C, total phenolics and total carotenoids for

spectrophotometry); the antioxidant activity in vitro; through the capture methods of

radicals DPPH and ABTS and the antifungal activity. The results showed that the

“malagueta” pepper presented the highest content of protein (6.00% ± 0,21) and

lipids (5.68% ± 0,19). The total carbohydrate contents vary from 4.94% ± 0,04 to the

“pimenta de cheiro” to 12.59% ± 1.13 for the “malagueta” pepper. The “malagueta”

pepper presented the highest content of total carotenoids (3.35± 0,1 mg/100g), the

“pimenta de cheiro” presented the highest content of vitamin C (10.59± 1.31

mg/100g). On the “dedo-de-moça” pepper the quantity was of 65.61 mg/100g of total

phenolics, followed by the “malagueta” (55.8 mg/100g). As much as the antioxidant

activity through the DPPH method, the alcoholic extract of the “malagueta” pepper

presented the highest antioxidant capacity, with EC50 of 480.08 μg/ml. Through the

ABST method, it was noticed that the alcoholic and aqueous extract of the

“malagueta” pepper presented the highest antioxidant capacity, with TEAC values of

2.89 ± 0.02 e 1.55 ± 0.06 mM TROLOX/g, respectively. The “malagueta” pepper

presented also the highest antifungal activity. Concluding that the peppers used in

this study are source of bioactive compounds, beside possessing significant

antioxidant activity in vitro and antifungal, varying according to the kind of pepper and

to the concentration studied, emphasizing the “malagueta” pepper as the richest in

antioxidant compounds.

Key words: Pepper, bioactive compounds, antioxidant.

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................

2.1 Radicais livres e estresse oxidativo...............................................................

2.2 Atividade antioxidante..................................................................................

2.3Compostos fenólicos: classificação, metabolismo e identificação........ .....

2.4 Antioxidantes e fontes alimentares...........................................................

2.5 Atividade antifúngica................................................................................

2.6 Gênero Capsicum....................................................................................

3 OBJETIVOS..............................................................................................................

4 METODOLOGIA..................................................................................................

4.1 Obtenção das amostras............................................................................

4.2 Local e período de estudo........................................................................

4.3 Preparação das amostras........................................................................

4.4 Determinações analíticas.........................................................................

4.4.1 Determinação da composição centesimal............................................

4.4.2 Determinação de vitamina C..................................................................

4.4.3 Determinação de carotenóides...............................................................

4.4.4 Determinação da acidez.......................................................................

4.4.5 Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso de pimentas

do gênero Capsicum spp. .................................................................................

4.4.6 Determinação do teor de compostos fenólicos totais...........................

4.5 Determinação da atividade antioxidante in vitro.......................................

4.5.1 Método do radical DPPH.......................................................................

4.5.2 Método do radical ABTS........................................................................

4.6 Avaliação da atividade antifúngica...........................................................

4.7 Análise de dados......................................................................................

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................

5.1 Composição química................................................................................

5.1.1 Composição centesimal........................................................................

5.1.2 Determinação da acidez titulável............................................................

5.1.3 Determinação do teor de vitamina C e carotenóides totais.................

5.1.4 Determinação quantitativa de compostos fenólicos totais dos

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extratos etéreo, alcoólico e aquoso das pimentas...............................................

5.2 Determinação da atividade antioxidante in vitro utlizando o radical

DPPH..............................................................................................................

5.3 Atividade antioxidante avaliada pelo método de captura do radical

ABTS•+.............................................................................................................

5.4 Avaliação da atividade antifúngica.............................................................

6 CONCLUSÕES......................................................................................................

REFERÊNCIAS..........................................................................................................

54

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10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Grupo de Flavonóides, seus componentes individuais e

fontes alimentares.

25

Tabela 2 - Composto ativo, efeito fisiológico e principais fontes de

alimentos funcionais

32

Tabela 3 - Características morfológicas para a identificação das

espécies domesticadas de Capsicum spp

36

Tabela 4- Composição centesimal das pimentas do gênero Capsicum

spp. em base úmida em g/100g de amostra

50

Tabela 5 – Valores da acidez total titulável em pimentas Capsicum

spp.

52

Tabela 6 - Teores de vitamina C e carotenóides totais das pimentas

do gênero Capsicum spp. em mg/ 100 g de amostra in natura

52

Tabela 7 – Teores de fenólicos totais (expressos em equivalente de

ácido gálico) nos extratos etéreo, alcoólico e aquoso de pimentas do

gênero Capsicum spp. em mg/100g de amostra in natura.

54

Tabela 8 – Intervalos de concentrações utilizadas e coeficientes de

correlação linear (r2) obtidos pelos extratos das pimentas na

avaliação da atividade antioxidante pelo método do DPPH•

57

Tabela 9 - Capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos

alcoólico e aquoso de pimentas utilizando o radical livre DPPH•

58

Tabela 10 - Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente

ao TROLOX) pelo Método ABTS para os extratos de pimentas,

valores expressos em mM TROLOX/g de amostra fresca

65

Tabela 11 - Taxa de inibição do crescimento micelial de C.

cladosporioides e C. lindemunthianum sobre ação do extrato aquoso

da Pimenta dedo-de-moça em diferentes concentrações.

67

11

Tabela 12 - Taxa de inibição do crescimento micelial de C.

cladosporioides e C. lindemunthianum sobre ação do extrato aquoso

da Pimenta malagueta em diferentes concentrações

68

12

LISTA DE FIGURAS

Esquema 1. Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso dos frutos

de pimentas do Gênero Capsicum spp. por extração seqüencial, usando

solventes de diferentes polaridades

45

Figura 1. Redução do oxigênio a espécies reativas 17

Figura 2. Mecanismo de ataque de EROs, partindo da redução

monoeletrônica do O2 e os sistemas de defesa antioxidante

18

Figura 3. Estrutura química básica dos antioxidantes 20

Figura 4. Estrutura química dos flavonóides 26

Figura 5. Estrutura das principais classes de flavonóides 27

Figura 6. Classificação dos antioxidantes 31

Figura 7. Curva de calibração do ácido gálico 46

Figura 8. Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição do

trolox em etanol (2,5 a 15 μM) frente ao radical ABTS•+.

48

Figura 9. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico da pimenta dedo-de-moça pelo método DPPH•

59

Figura 10. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico

da pimenta malagueta pelo método DPPH•

59

Figura 11. . Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico

da pimenta de cheiro pelo método DPPH•

60

Figura 12. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico

da pimenta de cheiro ardida pelo método DPPH•

60

Figura 13. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da

pimenta dedo-de-moça pelo método DPPH•.

61

Figura 14. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da pimenta malagueta pelo método DPPH•

61

13

Figura 15. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da

pimenta de cheiro pelo método DPPH•

62

Figura 16. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da

pimenta de cheiro ardida pelo método DPPH•

62

Figura17. Curva cinética da atividade antioxidante de extratos alcoólicos

e aquosos das pimentas de cheiro (ardida), de cheiro, dedo-de-moça e

malagueta e do padrão trolox pelo método ABTS.

66

14

1 INTRODUÇÃO

Estudos epidemiológicos mostram que uma dieta saudável, na qual a maior

parte da ingestão de calorias provém de vegetais, pode reduzir o risco de

surgimento de doenças crônicas não transmissíveis como aterosclerose e câncer

(HALLIWELL, 2000). Este efeito protetor advém não somente dos macronutrientes

presentes nas plantas, como as proteínas, carboidratos complexos e lipídeos, mas

também de compostos originários do seu metabolismo secundário, que são

denominados genericamente de fitoquímicos (BRAVO, 1998; HALLIWELL, 2000).

Estas substâncias são capazes de agir como protetores frente ao estresse oxidativo

(conjunto de condições intra e extracelulares que leva à geração exacerbada de

radicais livres) atuando como varredores de radicais livres e/ou moduladores dos

mecanismos de defesa antioxidante do sistema de reparo do DNA (RATNAM et al,

2006).

Dos vários produtos naturais, como as frutas, os cereais e as leguminosas,

que estão sendo estudados, os que contêm compostos fenólicos tem sido objeto de

muitas pesquisas (BROINIZI et al, 2007; CANUTO, et al, 2010) .Os compostos

fenólicos constituem-se num grupo complexo de substâncias químicas presentes em

plantas e produtos de origem vegetal, podendo ser definidos quimicamente como

substâncias que possuem pelo menos um anel aromático com um ou mais

substituintes hidroxílicos incluindo seus grupos funcionais (MALACRIDA e MOTTA,

2005), sua atividade antioxidante é principalmente devida às suas propriedades de

óxido-redução, as quais podem desempenhar um importante papel na absorção e

neutralização de diferentes espécies de radicais livres (DEGÁSPARI, 2004).

Dessa forma, cada vez mais, se atribui, aos compostos fenólicos, o potencial

antioxidante das frutas, hortaliças, especiarias e demais vegetais, pois muitas

pesquisas têm associado o consumo regular de alimentos vegetais ricos em

polifenóis e a diminuição do risco de surgimento de doenças crônicas não

transmissíveis, como aterosclerose e câncer (MOREIRA e MANCINI-FILHO, 2004;

KUSKOSKI, ASUERO, TRONCOSO e FETT, 2006).

15

A pimenta (Capsicum spp) é uma especiaria bastante apreciada pela sua

pungência, flavor e como conservante alimentar, assim como por suas propriedades

fisiológicas e farmacêuticas, devido à presença de determinados componentes como

a capsaicina e a dihidrocapsaicina (OLGA CISNEROS-PINEDA, et al, 2006). Alguns

estudos têm apontado que as pimentas também são boas fontes de antioxidantes

alimentares, como vitamina C, vitamina E, carotenóides e compostos fenólicos

(REIFSCHNEIDER, 2000).

O Brasil é o segundo maior produtor de pimenta do mundo e centro da

diversidade do gênero Capsicum. Essa hortaliça está difundida em todas as regiões

brasileiras, sendo cultivado principalmente nas regiões, sudeste, centro oeste e

nordeste, contemplando quatro espécies domesticadas, são elas: Capsicum annuum

var. annuum (pimentão, pimenta americana – doce, jalapeño); Capsicum bacccatum

var. pendulum (dedo- de- moça e cambuci); Capsicum chinense (pimenta de cheiro,

bode, cumari-do-pará, murupi); Capsicum frutescens (malagueta) (EMBRAPA

HORTALIÇAS, 2009). Dentre estas se destacam a pimenta de cheiro, a pimenta

malagueta e a dedo de moça, bastante apreciadas e utilizadas na culinária do

nordeste brasileiro, especialmente no estado do Piauí (DONALD, 2009).

Devido à abundância dos vários tipos de pimentas na região nordeste e às

poucas pesquisas direcionadas para análises destas, o objetivo deste trabalho foi

realizar uma caracterização química, avaliar a atividade antioxidante in vitro e a

atividade antifúngica de quatro espécies de pimentas largamente produzidas e

consumidas no Nordeste brasileiro e assim agregar uma maior valorização desses

frutos, incentivar o consumo e com isso contribuir para expansão no setor industrial.

16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Radicais Livres e Estresse Oxidativo

O termo radical livre advém de um átomo ou molécula altamente reativa, que

contém número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica (FERREIRA e

MATSUBARA, 1997). Tornando-os moléculas altamente instáveis, com meia-vida

muito curta e quimicamente muito reativas (BIANCHI e ANTUNES,1999). Porém não

é o termo mais adequado para se referir aos agentes patogênicos por alguns não

apresentarem elétrons desemparelhados em sua última camada. Como a grande

maioria dos radicais livres é derivada do metabolismo do oxigênio, alguns autores

utilizam o termo “espécie reativas do metabolismo do oxigênio” (ERMO) (FERREIRA

e MATSUBARA, 1997), ou simplesmente “espécie reativa de oxigênio” (ERO) (APEL

e HIRT, 2004).

Espécies reativas de oxigênio e nitrogênio são formadas em excesso

quando o corpo é submetido á um esforço físico intenso e associados ao

metabolismo energético acelerado e contribuem para danos tissulares e celulares.

Porém esses radicais livres de oxigênio (RLO) são muitas vezes de extrema

importância, como nas situações em que há necessidade de ativação do sistema

imunológico e na produção do fator relaxante derivado do endotélio (SCHNEIDER e

OLIVEIRA, 2004).

As espécies reativas de oxigênio são átomos, íons ou moléculas que contêm

oxigênio com um elétron não pareado em sua órbita externa. Tendem a ligar o

elétron não pareado com outros presentes em estruturas próximas de sua formação,

comportando-se como receptores (oxidantes) ou como doadores (redutores) de

elétrons (KOURY e DONÂNGELO, 2003). Nessas reações são formados

intermediários reativos (figura 1), como o radical superóxido (O2 -), o peróxido de

hidrogênio (H2O2) e o radical hidroxila (•OH), sendo este último o mais reativo das

espécies (ISIDÒRIO, 2007).

17

Figura 1. Redução do oxigênio a espécies reativas (KOURY e DONÂNGELO,

2003).

O desequilíbrio entre a liberação de espécies reativas de oxigênio e a

capacidade de ação dos sistemas de defesa antioxidante leva ao estresse oxidativo.

A elevada liberação das espécies reativas de oxigênio está associada com o

aparecimento de várias doenças como isquemia, inflamação, trauma, doenças

degenerativas e morte celular por ruptura da membrana (lipoperoxidação) e

inativação enzimática (KOURY e DONÂNGELO, 2003).

Os radicais livres podem ser gerados no citoplasma, nas mitocôndrias ou na

membrana plasmática, e o seu alvo celular (proteínas, lipídios, carboidratos e DNA)

está relacionado com seu sítio de formação (BIANCHI e ANTUNES, 1999). A figura

2 representa o mecanismo de ataque de EROs, partindo da redução monoeletrônica

do O2 e os sistemas de defesa antioxidante.

O organismo dispõe de diversos mecanismos de defesa antioxidante para

prevenir ou reduzir os efeitos causados pelo estresse oxidativo (KOURY e

DONÂNGELO, 2003), O sistema de defesa antioxidante nos animais pode atuar de

três formas: como antioxidantes de prevenção, que impedem a formação de radicais

livres; como varredores, impedindo o ataque de radicais livres ás células; e de

reparo, favorecendo a remoção de danos da molécula de DNA e a reconstituição

das membranas celulares danificadas (KOURY e DONÂNGELO, 2003). Esses

compostos podem ser classificados em antioxidantes não enzimáticos e

enzimáticos, entre os primeiros temos os compostos sintetizados pelo organismo

humano como a bilirrubina, a ceruloplasmina, os hormônios sexuais, a melatonina, a

coenzima Q, o ácido úrico, e outros, ingeridos através da dieta regular ou via

suplementação, como tocoferóis, ácido ascórbico, carotenóides, polifenóis. E entre

os antioxidantes enzimáticos temos as enzimas antioxidantes endógenas, como

O2 + eˉ → O2ˉ• radical superóxido

O2 ˉ• + H2O → H2Oˉ• + OH radical hidroperoxil

H2Oˉ• + eˉ + H→ H2O2 peróxido de hidrogênio

H2O2 + eˉ → •OH + OHˉ radical hidroxila

18

catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx) e superóxido dismutase (SOD)

(ISIDÒRIO,2007; SCHNEIDER e OLIVEIRA,2004).

Figura 2. Mecanismo de ataque de EROs, partindo da redução monoeletrônica do

O2 e os sistemas de defesa antioxidante. O símbolo □ refere-se aos mecanismos de

produção de EROs e o símbolo ⌂, ás principais enzimas de defesas antioxidante

(GANDRA, ALVES e MACEDO, 2004).

19

2.2 Atividade Antioxidante

Um antioxidante pode ser definido como uma substância que quando

presente em baixas concentrações retarda ou previne a oxidação do substrato.

Quando o mecanismo de ação do antioxidante for através de sua reação com o

radical livre, o novo radical formado deve ser estável e incapaz de propagar a

reação. A atividade antioxidante de um dado composto está relacionada à sua

capacidade de liberação de hidrogênio que reage e elimina a ação negativa dos

diversos radicais livres, essa atividade pode ser influenciada por uma série de

fatores, como concentração do composto, forma química do antioxidante, tipo de

radical livre a ser neutralizado e interação com outros constituintes, dentre outros

(SHAHIDI, JANITHA e WANASUNDARA, 1992; HALLIWEL, 1995).

No século passado, a partir dos anos 80, deu-se o início às pesquisas com

antioxidantes naturais visando à substituição total ou parcial dos antioxidantes

sintéticos, em produtos alimentícios ou para uso farmacêutico (SILVA, MOREIRA e

NASCIMENTO, 2007) aos quais se atribuem efeitos deletérios ao organismo animal

quando utilizados em doses elevadas (BROINIZI et al, 2007). Os antioxidantes

sintéticos utilizados pelas indústrias de alimentos são: o butil-hidróxi-tolueno (BHT),

o butil-hidróxi-anisol (BHA), terc-butil-hidroquinona (TBHQ), tri-hidroxo-butil-fenona

(THBP) e galato de proprila (GP) (SOUSA et al, 2007; JARDINI e MANCINI-FILHO

2007). Além disso, é relatado que os antioxidantes de origem natural são mais

potentes que os sintéticos (LEJA et al, 2007) e atuam em benefício à saúde.

Como conseqüência, ênfase tem sido dada à identificação e purificação de

novos compostos com atividade antioxidante, provenientes de fontes naturais. Pois o

consumo de substâncias antioxidantes na dieta diária pode produzir uma ação

protetora efetiva contra os processos oxidativos que naturalmente ocorrem no

organismo e estabiliza os ácidos graxos em alimentos através da reação com

radicais livres, quelando íons metálicos e interrompendo a fase de propagação da

oxidação lipídica (DEGÁSPARI, 2004).

20

Com o objetivo de minimizar os efeitos danosos das EROs, os organismos,

ao longo de sua evolução, desenvolveram sistemas antioxidantes enzimáticos e não

enzimáticos . No primeiro grupo estão enzimas como a superóxido dismutase (SOD),

a catalase (CAT) e a peroxidase (GSH-Px), as quais protegem diretamente contra o

radical O2- e o H2O2, neutralizando-os ou convertendo-os em espécies menos

reativas (RATNAM et al, 2006; BERNARD et al, 1999). Entre as defesas não-

enzimáticas estão as vitaminas C, E, beta caroteno, a glutationa, o ácido úrico, o

ubiquinol, a melatonina e os polifenóis (LAGUERRE et al, 2007).

As propriedades antioxidantes naturais encontradas em algumas frutas,

ervas e condimentos estão relacionados com a presença de compostos fenólicos

(LEJA et al, 2007). Muitos das propriedades benéficas nos alimentos de origem

vegetal estão associados à atividade antioxidante e as propriedades nutritivas

destes compostos (MARTINEZ-VALVERDE, PERIAGO, ROS, 2000). Na figura 3

pode-se observar a estrutura básica desses principais compostos antioxidantes.

Figura 3. Estrutura química básica dos antioxidantes (POKORNÝ, 2007).

Além dos compostos fenólicos bastante difundidos entre os vegetais,

podemos encontrar alguns outros compostos com atividade antioxidantes presente

nos alimentos. Como os carotenóides, presente em alimentos com pigmentação

amarela, laranja ou vermelha (tomate, abóbora, pimentão, laranja), precursores da

vitamina A e o licopeno, ambos parecem apresentar ação protetora contra o câncer;

a vitamina E que é a principal vitamina antioxidante transportada na corrente

sanguínea pela fase líquida das lipoproteínas, é um componente dos óleos vegetais

encontrada na natureza e protege os lipídios da peroxidação; e a vitamina C (ácido

21

ascórbico) bastante consumida em grandes doses pelos seres humanos e

adicionada a muitos produtos alimentares para inibir a formação de metabólitos

nitrosos carcinogênicos (MORAES e COLLA, 2006).

Ao contrário desta atividade antioxidante, o estresse oxidativo ocorre como

um desequilíbrio entre o balanço pró-oxidante/antioxidante, em favor da situação

pró-oxidante, promovendo um dano potencial. O dano oxidativo que as biomoléculas

sofrem está relacionado com as patologias de um grande número de doenças

crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, câncer e doenças neurodegenerativas

(ASOLINI et al, 2006).

A atividade antioxidante está relacionada à sua capacidade de liberação de

hidrogênio que reage e elimina a ação negativa do oxigênio singlet. Em relação à

saúde humana, os compostos fenólicos presentes nas plantas, dentre eles, as

antocianinas, flavan-3-óis, procianidinas, flavonóis e ácidos fenólicos, são os

responsáveis, juntamente com os carotenóides e a vitamina C, pela diminuição do

risco de várias doenças associadas com o estresse oxidativo (ZARDO, 2009).

Diversos fatores interferem na biossíntese dos compostos bioativos nos

vegetais como a variedade, o tipo de solo, a temperatura e o tipo de fertilizante

utilizado, o que torna indispensável se ter dados sobre os alimentos cultivados no

país.

Portanto, é importante conhecer a capacidade antioxidante dos alimentos

antes de se avaliar seus efeitos biológicos. Para isto têm sido desenvolvidas várias

metodologias para estimar a capacidade antioxidante não enzimática dos alimentos

de origem vegetal e seus derivados, e assim, dispor de uma ferramenta para poder

recomendar o consumo de alimentos que mostrem uma alta capacidade antioxidante

(ARAYA, CLAVIJO e HERRERA, 2006).

Dentre os métodos mais utilizados para avaliar extratos e substâncias

isoladas é o do radical DPPH,(KUSKOSKI et al, 2006; BARBOSA et al, 2006, ABE et

al, 2006; DUARTE-ALMEIDA et al, 2006) que consiste em avaliar a atividade

seqüestradora do radical livre (2,2 – difenil- 1- picril- hidrazila- DPPH•), que possui

22

coloração púrpura que absorve a 515 nm, na qual através de um antioxidante o

radical DPPH• é reduzido formando o difenil-picril-hidrazina, de coloração amarela

(SOUSA et al, 2007). Outra metodologia bastante utilizada para análise da atividade

é a que utiliza o radical ABTS, 2,2'-azino-bis (ácido 3-etilbenztiazoline-6-sulfonico),

principalmente para medir a atividade antioxidante total em substâncias puras, em

fluidos corporais e em material vegetal (ANTOLOVICH et al, 2002).

Diferentemente ao método DPPH, cujo radical pode ser obtido diretamente

sem nenhuma reação química, o radical ABTS deve ser gerado através de uma

reação que pode ser química, utilizando-se o dióxido de manganês, o persulfato de

potássio e o 2,2′-azobis2-aminepropane (ABAP) ou através de uma reação

enzimática (peroxidase e mioglobina). O método ABTS apresenta algumas

vantagens em relação ao DPPH, pois é possível medir a atividade de compostos de

natureza hidrofílica e lipofílica, enquanto que o DPPH só pode dissolver-se em meio

orgânico (KUSKOSKI et al, 2005).

Apesar de ensaios químicos identificarem a capacidade antioxidante dos

compostos fenólicos nos alimentos, eles não são representativos das condições

celulares humana. Sendo que os antioxidantes possuem um papel fundamental na

redução do risco de diversas patologias, se tornam necessário maiores informações

a partir de sistemas biológicos (SOARES, ANDREAZZA, SALVADOR, 2005).

A avaliação da capacidade antioxidante empregando animais de laboratório

requer um número considerável de pessoas na execução das atividades, um alto

dispêndio de tempo por empregar um número elevado de animais para obter

resultados estatisticamente significativos (SOARES, ANDREAZZA e SALVADOR,

2005). Por isso o emprego de microorganismos como bactérias e fungos para se

avaliar a atividade antioxidante dos compostos presentes nos extratos tem sido

bastante difundido.

23

2.3 Compostos fenólicos: classificação, metabolismo e identificação

Os compostos fenólicos são definidos como substâncias que possuem pelo

menos um anel aromático com um ou mais substituintes hidroxílicos incluindo seus

grupos funcionais (MALACRIDA; MOTTA, 2005). Englobam uma gama enorme de

substâncias: fenóis simples, ácidos fenólicos (tanto o ácido benzóico e os derivados

do ácido cinâmico), cumarinas, flavonóides, estilbenos, taninos condensados e

hidrolisados e ligninas. Na maioria das vezes, os polifenóis possuem elevada

polaridade, muito reativos, e suscetíveis à ação de enzimas (SOARES, 2002;

NACZK e SHAHIDI, 2004).

Os polifenóis são considerados produtos do metabolismo secundário que as

plantas sintetizam durante seu desenvolvimento normal e em reposta a condições

de estresse como infecções, ferimentos, radiação ultravioleta, dentre outros. Esses

compostos ocorrem em várias porções das plantas e são um grupo de fitoquímicos

muito diversificado derivado da fenilalanina e tirosina. Na planta, os fenólicos podem

agir como fitoalexinas, atraentes para polinizadores, antioxidantes e protege contra

os raios ultravioletas. Nos alimentos, os fenólicos podem contribuir para o gosto

amargo, adstringência, cor, odor, sabor e estabilidade oxidativa dos produtos.

(BRAVO, 1998; NACZK e SHAHIDI, 2004).

Os compostos fenólicos compreendem desde moléculas simples até

moléculas com alto grau de polimerização. Estão presentes nos vegetais na forma

livre ou ligados a açúcares (glicosídios) e proteínas. RIBÉREAU-GAYON (1968)

classificou estes compostos em três categorias: pouco distribuídos na natureza,

polímeros e largamente distribuídos na natureza (SOARES, 2002).

Na família dos compostos fenólicos pouco distribuídos na natureza,

encontra-se um número bem reduzido, embora com certa freqüência. Neste grupo

estão os fenóis simples, o pirocatecol, a hidroquinona e o resorcinol. Pertencem

ainda a esta família os aldeídos derivados dos ácidos benzóicos, que são

constituintes dos óleos essenciais, como a vanilina (SOARES apud ÂNGELO e

JORGE, 2007). Os polímeros são alguns fenólicos que não se apresentam na forma

24

livre nos tecidos vegetais, esta família engloba os taninos e as ligninas (ÂNGELO e

JORGE, 2007).

Na família dos compostos largamente distribuídos na natureza estão os

fenólicos encontrados geralmente em todo reino vegetal, mas às vezes podem estar

localizados em uma só planta. Este grupo pode-se dividir em flavonóides

(antocianinas, flavonóis e seus derivados) e ácidos fenólicos (ácidos benzóico,

cinâmico e seus derivados) e cumarinas (KING apud ÂNGELO e JORGE, 2007;

BROINIZI et al, 2007). A tabela 1 apresenta os principais grupos de flavonóides com

seus componentes e onde são encontrados em maior abundância nos alimentos.

25

Tabela 1. Grupo de Flavonóides, seus componentes individuais e fontes alimentares

(VOLP et al, 2008).

Grupos Componentes Fonte alimentar

Flavonas Apigenina

Chrisina

Kaempferol

Luteolina

Miricetina

Rutina

Sibelina

Quercetina

Cascas de maçãs

Cerejas

Brócolis

Peles de Frutas

Cramberries

Uvas

Alfaces

Oliva

Alho

Flavanonas Fisetina

Hesperetina

Narigina

Narigenina

Taxifolina

Frutas cítricas

Peles de frutas cítricas

Catequinas Catequina

Epicatequina

Epigalocatequina galate

Vinho tinto

Chá

Antocianinas Cianidina

Delfinidina

Malvidina

Perlagonidina

Peonidina

Petunidina

Cerejas

Uvas

Raspberries

Uvas vermelhas

Morangos

Chá

Peles de frutas com

pigmentos escuros

Os compostos fenólicos de fontes vegetais podem ser divididos em dois

grupos: os flavonóides e os não flavonóides, sendo que ambos são metabólitos

secundários presentes em frutas e vegetais. Os denominados de flavonóides são os

que apresentam a estrutura química descrita como C6-C3-C6 (figura 4). Já os

denominados de não flavonóides são classificados como: os derivados das

estruturas químicas C6-C1 específicas dos ácidos hidroxi benzóico, gálico e elágico;

os derivados das estruturas químicas C6-C3 específicas dos ácidos cafêico e p-

26

cumárico hidroxi cinamatos e os derivados das estruturas químicas C6-C2-C6

específicas do trans resveratrol, cis-resveratrol e trans-resveratrol-glucosídio

(DEGÁSPARI, 2004).

Figura 4. Estrutura química dos flavonóides (ÂNGELO e JORGE, 2007)

Um grupo importante de flavonóides são os flavonóis, e que o diferencia dos

demais flavonóides é a presença do grupo hidroxílico (na posição 3) e do grupo

carbonílico (na posição 4) no anel C. Os flavonóis ocorrem em alimentos geralmente

como O-glicosídeos, com mono, di ou triglicosídeos ligados em sua maioria, na

posição 3, e em alguns casos, na posição 7. Os flavonóis mais encontrados são a

quercetina, miricetina e kaempferol (MATSUBARA e RODRIGUEZ-AMAYA, 2006).

Na figura 5 podem ser observadas as estruturas químicas desses principais

compostos.

27

Figura 5. Estrutura das principais classes de flavonóides (CERQUEIRA, MEDEIROS

e AUGUSTO, 2007).

Os compostos polifenólicos tem tido bastante importância por serem

compostos bioativos e seus efeitos positivos na saúde podem estar relacionados

com suas propriedades em nível do trato gastrointestinal, atividade antiviral,

antiinflamatória e antialérgica, antimutagência/anticarcinogênica, anticolesterolêmica

e atividade antioxidante (SANCHEZ- MORENO, 2002,).

Abundantes experimentos e evidências epidemiológicas acumuladas ao

longo das décadas de vários estudos forneceram argumentos convincentes de que

os antioxidantes polifenóis presente em chá verde e preto podem reduzir o risco de

câncer e uma variedade de tumores de animais. Esse efeito preventivo em relação

ao câncer do chá verde é mediado pelo EGCG (Epigalocatequina-3-galate), o maior

constituinte polifenólico presente (MUKHTAR e AHMAD, 2000; MATSUMOTO e

BASTOS, 2009).

Essas propriedades são justificadas pelo fato dos compostos fenólicos

serem antioxidantes primários e agirem como seqüestradores de radicais livres e

bloqueadores de reações em cadeia (MOREIRA e MANCINI-FILHO, 2004). Tem-se

estabelecido que a posição e o grau de hidroxilação é a importância principal na

28

determinação da atividade antioxidante dos flavonóides e especificamente, acredita-

se que a orto-dihidroxilação contribui marcadamente para isto e que todo composto

com hidroxilas na posição 3‟ e 4‟ no anel B apresenta propriedade antioxidante,

assim como a presença do grupo carbonila na posição 4 e hidroxilas livres na

posição 3 e/ou 5 (SHAHIDI e WANASUNDARA, 1998; MELO e GUERRA, 2002).

Assim, os antioxidantes fenólicos interagem preferencialmente com o radical

peroxil por ser este mais prevalente na etapa de propagação da autoxidação e por

possuir menor energia que outros radicais, fato que favorece a abstração do

hidrogênio. O radical fenoxil resultante, embora relativamente estável, pode interferir

na reação de propagação ao reagir com um radical peroxil, via interação entre

radicais. O composto formado, por ação da luz ultravioleta e temperaturas elevadas,

poderá originar novos radicais, comprometendo a eficiência do antioxidante,

demonstrando que a eficácia de um antioxidante não se restringe a doar elétrons ou

hidrogênio, sendo necessário que o radical fenoxil formado possua baixa

reatividade, o que lhe é conferida pela ressonância de deslocamento do elétron

desemparelhado em volta do anel aromático e pela ausência de sítios capazes de se

ligar ao oxigênio (MELO e GUERRA, 2002).

A absorção e metabolismo de fenólicos alimentares são determinados

primariamente pela sua estrutura química, na qual depende de fatores como o grau

de glicosilação / acilação, suas estruturas básicas (benzenos ou derivados

flavônicos), conjugação com outros fenólicos, tamanho da molécula, grau de

polimerização e solubilidade. A enorme variabilidade de substâncias desse grupo,

bem como a ocorrência em plantas como uma complexa mistura de compostos

fenólicos, cria grandes dificuldades em se estudar a sua biodisponibilidade e seus

efeitos fisiológicos e nutricionais (BRAV0, 1998).

Parece evidente que alguns componentes polifenóis são metabolizados no

trato gastrointestinal. Agliconas e os componentes fenólicos simples livres,

flavonóides, (quercetina, genisteína) e ácidos fenólicos, podem ser diretamente

absorvido através da mucosa do intestino delgado (BRAVO, 1998; MANACH E

DONOVAN, 2004). Porém é importante perceber que apesar dos polifenois serem

muito comuns na dieta humana, não é necessariamente os mais ativos dentro do

29

organismo devido ao fato deles terem uma baixa atividade intrínseca, ou por serem

pouco absorvidos pelo intestino, altamente metabolizado ou rapidamente eliminado.

O que se torna essencial o conhecimento extensivo da biodisponibilidade dos

polifenóis para que os seus reais efeitos á saúde possam ser compreendidos

(MANACH et al, 2004). Além disso, os metabólitos que são encontrados no sangue

e em órgãos alvos, resultantes da digestão e atividade hepática podem diferir das

substâncias nativas em termos de atividade biológica, por terem sido hidrolisadas

por enzimas intestinais ou pela microbiota, e quando a microflora é envolvida a

eficiência da absorção é ainda mais reduzida por degradar as agliconas que são

eliminadas e produzir vários ácidos fenólicos simples. Os polifenóis e seus derivados

são eliminados principalmente na urina e bile (MANACH et al, 2004).

A extração dos componentes fenólicos em plantas é influenciada por sua

natureza química, o método de extração empregado, tamanho da partícula, tempo e

condições de armazenamento, bem como a presença de substâncias interferentes.

A solubilidade desses compostos é influenciada pelo tipo de solvente utilizado, o

grau de polimerização dos fenólicos, bem como a interação dos fenólicos com outros

constituintes alimentares e formação de complexos insolúveis (NACZK e SHAHIDI,

2004).

A quantificação de compostos fenólicos é realizada por uma variedade de

técnicas por espectrofotometria, a que utiliza o reagente Folin-Cicalteu está entre as

mais utilizadas (SOUSA et al, 2007). Já o método de Folin-Denis é o mais utilizado

para a determinação de fenólicos totais em vegetais. Na qual se baseia na redução

do ácido fosfomolíbdico-fofotúngstico pelas hidroxilas fenólicas, produzindo um

complexo de coloração azul que absorve entre 620 e 740 nm com um comprimento

de onda máximo em 725 nm. Sendo o primeiro mais sensível à redução pelos fenóis

e diminui a tendência à precipitação (ÂNGELO e JORGE, 2007).

30

2.4 Antioxidantes e fontes alimentares

Antioxidantes são substâncias que atuam neutralizando ou prevenindo os

danos causados pelos radicais livres. Esse dano hostil provocado pelos oxidantes

pode ser grandemente reduzido, antes que ocorram reações com alvos biológicos,

prevenindo reações em cadeia ou prevenindo a ativação do oxigênio e seus

produtos altamente reativos (RATNAM et al, 2006).

Os antioxidantes podem ser classificados em dois grandes grupos,

enzimáticos e não enzimáticos. Alguns dos antioxidantes são endogenamente

produzidos na qual incluem enzimas, moléculas de baixo peso molecular e cofatores

enzimáticos. Dentre os antioxidantes não-enzimáticos, muitos são obtidos de fontes

dietéticas e estes podem ser classificados em várias classes, na qual temos os

polifenóis, um grande grupo em que consiste de ácidos fenólicos e flavonóides.

Outras classes de antioxidantes dietéticos incluem vitaminas, carotenóides,

compostos organossulfurados e minerais (RATNAM et al, 2006). (Figura 6).

31

Figura 6. Classificação dos antioxidantes segundo RATNAM et al, 2006

Os alimentos contêm compostos oxidantes, os quais podem ocorrer

naturalmente ou ser introduzidos durante o processamento para o consumo. Porém,

os alimentos, principalmente as frutas, verduras e legumes também contêm agentes

antioxidantes, tais como as vitaminas C, E e A, a clorofilina, os flavonóides,

carotenóides, curcumina e outros que são capazes de restringir a propagação das

reações em cadeia e as lesões induzidas pelos radicais livres (BIANCH e

ANTUNES, 1999). Além dos antioxidantes, os alimentos possuem vários outros

compostos bioativos que possuem efeitos fisiológicos específicos e os classificam

como alimentos funcionais (ANJO, 2004). Na tabela 2 encontra-se o resumo dos

principais compostos ativos, suas fontes e seus efeitos no organismo.

32

Tabela 2. Composto ativo, efeito fisiológico e principais fontes de alimentos

funcionais (ANJO, 2004).

Composto ativo Efeito Fonte

Terpenóides

Carotenóides Atividade antioxidante e anticancerígena (útero, próstata, seio,

cólon, reto e pulmão)

Frutas (melancia, mamão, melão, damasco, pêssego), verduras (cenoura, espinafre, abóbora, brócolis, tomate, inhame, nabo)

Fitoesteróis Redução dos níveis de

colesterol total e LDL-

colesterol

Óleos vegetais,

sementes, nozes,

algumas frutas e

vegetais.

Glucosinolatos Detoxificação do fígado,

atividade anticancerígena

e antimutagênica

Brócolis, couve-flor,

repolho, rabanete,

palmito e alcaparra

Fenólicos

Ácido Fenólico Atividade antioxidante Frutas (uva, morango,

frutas cítricas),

vegetais (brócolis,

repolho, cenoura,

berinjela, salsa,

pimenta, tomate,

agrião), chá

Flavonóides Atividade antioxidante,

redução do risco de

câncer e doença

cardiovascular

Frutas cítricas,

brócolis, couve,

tomate, berinjela, soja,

abóbora, salsa, nozes,

cereja

Isoflavonas Inibição do acúmulo de

estrogênio, redução das

enzimas carcinogênicas

Leguminosas

(principalmente soja),

lgumes

Catequinas Atividade antioxidante,

redução do risco de

doença cardiovascular

Uva, vinho tinto,

morango, chá verde,

chá preto, cacau

Antocianinas Atividade antioxidante,

proteção contra

mutagênese

Frutas (amora,

framboesa)

33

Tabela 2 Continuação. Composto ativo, efeito fisiológico e principais fontes de

alimentos funcionais (ANJO, 2004).

Composto ativo Efeito Fonte

Ácidos graxos w3 e w6 Redução do risco de

câncer e de doenças

cardiovasculares,

redução da pressão

arterial

Peixes de água fria,

óleo de canola,

linhaça e nozes

Oligossacarídeos

Polissacarídeos

Redução dos níveis de

câncer e dos níveis de

colesterol

Frutas, verduras e

leguminosas,

Cereais integrais

Prebióticos Regulação do trânsito

intestinas e da pressão

arterial, redução do risco

de câncer e dos níveis de

colesterol total e

triglicerídeos, redução da

intolerância à lactose

Raiz de chicória,

cebola, alho, tomate,

aspargo, alcachofra,

banana, cevada,

cerveja, centeio,

aveia, trigo e mel.

Probióticos Regulação do trânsito

intestinal, redução do

risco de câncer e dos

níveis de colesterol total e

triglicerídeos, estímulo ao

sistema imunológico

Iogurte, leite

fermentado

Certas especiarias e extratos de especiarias contêm componentes com

atividade antioxidante. Tal atividade se confirma na aplicação destes componentes

em diferentes preparações culinárias para intensificar as características

organolépticas, aumentar a aceitabilidade e principalmente, melhorar a estabilidade

oxidativa. Estes compostos têm sido identificados em várias especiarias, tais como:

alecrim, sálvia, tomilho, cravo-da-índia, dentre outras. E os compostos responsáveis

pela estabilidade oxidativa são os antioxidantes fenólicos (MOREIRA e MANCINI-

FILHO, 2004).

Pimentas também são importantes fontes de nutrientes na dieta humana, e

uma excelente fonte de vitaminas A e C bem como de compostos fenólicos. Os

níveis desses compostos podem variar de acordo com o genótipo e maturação e são

34

influenciados pelas condições de crescimento e perdas após processamento (GUIL-

GUERRERO, 2006). As pimentas, principalmente as malaguetas, são utilizadas pelo

brasileiro para condimentar comidas e excitar o apetite. Por causa da capsaicina, um

alcalóide encontrado na semente, são acres, excitantes e provocam localmente um

estímulo rápido e energético. O fruto é usado popularmente em diversas doenças,

como nas inflamações de garganta, diarréia, dilatador capilar, expectorante, para

diminuir o broncoespasmo e na obstrução da passagem de ar pulmonar induzido

pela histamina (PIRES et al, 2004).

2.5 Atividade Antifúngica

Todo alimento possui suas características próprias de sabor, cor, odor e

aparência. Os microrganismos em geral utilizam os alimentos como fonte de

nutrientes para seu crescimento e podem desta forma promover alterações

significativas nestas características. Dependendo da alteração causada, o alimento

pode ser rejeitado pelo consumidor devido às mudanças ocorridas e as alterações

podem ainda causar intoxicações e doenças (FRAZIER e WESTHOFF, 1993).

Com o descobrimento da penicilina em 1929 e sua posterior introdução na

clínica, passou-se a ter uma verdadeira revolução no tratamento de doenças

infecciosas. (CALVO e MARTINEZ-MARTINEZ, 2009). Porém, doenças causadas

por bactérias, fungos, vírus e protozoários ainda são uma grande ameaça à saúde

pública, apesar do enorme progresso na medicina humana. Este impacto é

particularmente grande em países em desenvolvimento devido à relativa

indisponibilidade da medicina e a resistência dos microorganismos às drogas (COS

et al, 2006).

Existem diversos ingredientes com ação antimicrobiana comprovada, tais

como produtos ou derivados de cravo (KARAPINAR e AKTUG, 1987; MATAN et al,

2005; MYTLE et al, 2006; NIELSON e RIOS, 2000), canela (GUYNOT el al, 2005;

MATAN et al, 2005, NIELSON e RIOS, 2000), pimenta (CAREAGA et al, 2003;

PRASAD e SEENAYYA, 2000), laranja (FERNADEZ-LOPEZ el al, 2005); café

(DAGLIA et al, 1998), mel (MUNDO, PADILLA-ZAKOUR e WOROBO, 2004) e

extrato de própolis (SFORCIN et al, 2000).

35

Para estudos de compostos antifúngicos em tecidos de origem vegetal, são

utilizadas ervas medicinais, especiarias (orégano, cravo, canela e pimenta) e outras

plantas comestíveis ou não. Os resultados têm mostrado que extratos e óleos

essenciais de cebola, alho e outros vegetais de uso na dieta da população tem

potencial para inibir o desenvolvimento de fungos (BENKEBLIA, 2004; OLIVEIRA e

BADIALE-FURLONG, 2008; SOUZA et al., 2004).

As espécies vegetais são uma nova fonte de busca de substâncias com

papel antimicrobiano, visto que produzem compostos derivados de vias metabólicas

secundárias, nas quais são utilizados como mecanismo de defesa contra seus

predadores. Dentre estes compostos temos os compostos fenólicos, que se

destacam provavelmente por apresentar atividade antimicrobiana por complexar

proteínas extracelulares solúveis e células de parede bacteriana (KAPPEL, 2007).

Esses extratos naturais surgem como uma alternativa à substituição de pesticidas

químicos que contaminam os alimentos e o meio ambiente.

2.6 Gênero Capsicum

As espécies de pimentas do gênero Capsicum pertencem à família

Solanaceae, como o tomate, a batata, a berinjela e o jiló. Dentre as espécies do

gênero Capsicum, cinco são domesticadas e largamente cultivadas e utilizadas pelo

homem: Capsicum annuum; C. bacccatum; C. chinense; C. frutescens e C.

pubescens. Conforme descrito na tabela 3. Destas, apenas C. pubescens não é

cultivada no Brasil (LOPES et al, 2007).

O Brasil é um grande centro de diversidade genética do gênero Capsicum,

possuindo assim, uma grande variedade de pimentas que estão difundidas em todas

as regiões do Brasil, e as principais áreas de cultivo estão localizadas nas regiões

sudeste, centro-oeste e nordeste. O seu cultivo é realizado por pequenos, médios e

grandes produtores individuais ou integrados a agroindústrias (FURTADO, DUTRA e

DELIZA, 2006). „Malagueta‟, „dedo-de-moça‟, „doce americana‟, „chapéu de bispo‟,

36

„cumari amarela‟, „bode‟, „de Cheiro‟, „tabasco‟ „murupi‟, „biquinho‟ são apenas

algumas das inúmeras pimentas cultivadas no Brasil (LOPES,et al, 2007).

Tabela 3. Características morfológicas para a identificação das espécies

domesticadas de Capsicum spp (EMBRAPA, 2009).

Espécie Características morfológicas

C. annuum var. annuum

Pimentão

Geralmente apresenta uma flor por nó, raramente mais de uma e ocasionalmente fasciculadas. Na antese, os pedicelos podem ser eretos, pendentes ou inclinados. A corola é branca (raramente violeta), sem manchas na base dos lobos das pétalas. As anteras são geralmente azuladas. Os cálices dos frutos maduros são pouco dentados e não possuem constrição anelar na junção do pedicelo. Os frutos são de várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes, com polpa firme; as sementes são cor de palha.

C. baccatum var. pendulum

Dedo-de-Moça

As flores se apresentam em número de uma a duas. Na antese, os pedicelos são geralmente eretos. A corola é branca e sempre apresenta um par de manchas amareladas ou esverdeadas na base de cada lobo das pétalas. As anteras são amarelas. Os cálices dos frutos maduros são evidentemente dentados e não possuem constrição anelar na junção do pedicelo. Os frutos são de várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes, com polpa firme; as sementes são cor de palha.

C. chinense

Pimenta de cheiro

As flores se apresentam em número de duas a cinco por nó (raramente solitárias). Na antese, os pedicelos são geralmente inclinados ou pendentes, porém, podem se apresentar eretos. A corola é branca esverdeada sem manchas (raramente branca ou com manchas púrpuras) e com lobos planos (que não se dobram). As anteras são geralmente azuis, roxas ou violetas. Os cálices dos frutos maduros são pouco dentados e, tipicamente, apresentam uma constrição anelar na junção com o pedicelo. Os frutos são de várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes, com polpa firme; as sementes são cor de palha.

37

C. frutescens

Malagueta

As flores se formam em número de uma a três por nó (ocasionalmente fasciculadas). Na antese, os pedicelos são tipicamente eretos. A corola é branca esverdeada, sem manchas e, geralmente, os lobos dobram-se para trás. As anteras são geralmente azuis, roxas ou violetas. Os cálices dos frutos maduros são pouco a não dentados e não apresentam constrição anelar na junção com o pedicelo. Os frutos geralmente são vermelhos, cônicos, eretos, parede muito delgada, com polpa mole; as sementes são cor de palha e mais espessas no hilo.

O cultivo de pimenta tem grande importância socioeconômica, pois contribui

para a geração de renda na pequena propriedade e para fixação de pessoas na área

rural. Sendo que as grandes agroindústrias do ramo de pimentas possuem extensas

áreas de cultivo (próprias ou em parceria) empregando um número significativo de

pessoas, principalmente na época da colheita. Na qual o mercado é bastante

diversificado, indo desde a comercialização de pimentas para consumo in natura e

conservas caseiras até a exportação de produtos processados e industrializados

(FURTADO, DUTRA e DELIZA, 2006).

O mercado para as pimentas é muito segmentado e diverso, podendo ser

dividido em dois grandes grupos: o consumo in natura e as formas processadas,

através de molhos, conservas, flocos desidratados e pó como ingrediente de

alimentos processados (LOPES, et al, 2007).

O mercado para as pimentas in natura é fortemente influenciado pelos

hábitos alimentares de cada região do Brasil, como os estados da região Sul são os

que menos consomem pimentas in natura no País, havendo uma preferência pelas

formas processadas, como molhos, conservas e pimentas desidratadas. Na região

Sudeste consome-se principalmente a pimenta doce do tipo americana, pimenta

„Cambuci‟, „Malagueta‟ e „Cumari Vermelha‟. Já na região Nordeste, predomina as

pimentas „Malagueta‟ e „De Cheiro‟. Na região Norte, as pimentas mais apreciadas

são a „Murupi‟, „Cumari do Pará‟ e a „De Cheiro‟; na região Centro-Oeste,

38

tradicionalmente são cultivadas e consumidas as pimentas „Bode‟, „Malagueta‟,

„Cumari do Pará‟, „Dedo de Moça‟ e mais recentemente a „De Cheiro‟, anteriormente

importada do Pará e atualmente já cultivada em Goiás (LOPES, et al, 2007).

Para atender tanto ao mercado interno quanto ao externo, é crescente o

interesse no cultivo de Capsicum, principalmente para o processamento na forma

de conservas ou molhos líquidos. O mercado externo é exigente em qualidade e

são poucas as informações sobre o manejo adequado desta cultura, a qualidade da

matéria-prima e os genótipos mais adaptados ao processamento (FURTADO,

DUTRA e DELIZA, 2006).

Pimenta é um condimento popular em todo o mundo conhecido por conter

capsaicina e dihidrocapsaicina como os maiores ingredientes pungentes (OGISO et

al, 2008). Sendo a capsaicina o composto mais pungente das pimentas vermelhas

cuja estrutura é formada por um grupo de amida ácida de vanililamina com C8 a C13

ácidos graxos (OCHI et al, 2003). As pimentas também contêm muitas substâncias

fisiológicas ativas como ácido ascórbico, tocoferol, carotenóides, etc (OGISO et al,

2008; DEEPA et al, 2006). Estas substâncias são importantes na proteção contra

danos oxidativos produzidos pelos radicais livres. No corpo humano, os vários

mecanismos de defesa que controla os radicais livres inicia seu declínio quando as

pessoas se tornam mais velhas. Então, os antioxidantes são cruciais na nutrição

humana para que eles possam compensar este declínio (OGISO et al, 2008).

Segundo KOZUKUE et al (2005), capsaicinóides são relatados por

possuírem uma variedade de propriedades biológicas que provavelmente afetam a

saúde humana. Estas incluem atividade antimicrobiana contra bactérias

patogênicas; atividade antioxidativa; potencial anticâncer; e larga bioatividade contra

estruturas neuronais que contém substâncias associada com nocicepção e

inflamação neurogênica.

Estudos também apontam que as pimentas inibem o crescimento do

patógeno gástrico Helicobacter pilori, exercem atividade bactericida, promovem

ainda inibição da agregação plaquetária, efeitos estimulantes neurais e diuréticos,

além de aumentar a atividade adrenocortical e a produção de cortisol. Topicamente

39

é usada para alopecia, a neuralgia, a pleurite e artrite reumatóide. As folhas são

usadas como curativo em locais feridos e inflamados, ocorrendo, porém

controvérsias na literatura quanto ao uso do fruto em inflamações aguda (PIRES et

al, 2004).

40

3 OBJETIVOS

Geral: Avaliar a atividade antioxidante in vitro e a atividade antifúngica de três

espécies de pimentas Capsicum spp cultivadas no nordeste brasileiro.

Específicos:

Realizar a composição química das pimentas;

Determinar o conteúdo de compostos fenólicos totais das pimentas;

Avaliar a atividade antioxidante in vitro das pimentas pelos métodos do

DPPH e ABTS;

Quantificar a atividade antifúngica das pimentas, frente aos fungos

Cladosporium cladosporioides e Colletotrichum lindemunthianum.

41

4 METODOLOGIA

4.1 Obtenção das amostras

Os frutos utilizados, para análise, foram adquiridos na Central de

Abastecimento do Piauí (CEAPI). A seleção destes foi feita visualemtente de acordo

com o seu estado de conservação e maturação. Foram adquiridos cerca de 1 Kg de

cada espécie, e imediatamente transportados em recipiente isotérmico ao laboratório

de alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), em seguida armazenados sob

congelamento a -20 ºC. Foram estudadas as pimentas: Capsicum baccatum var.

pendulum (Dedo de moça); Capsicum chinense (Pimenta de Cheiro); Capsicum

chiniense (Pimenat de Cheiro “ardida”) e Capsicum frutescens (Malagueta).

4.2 Local e período do estudo

As análises foram realizadas no laboratório de Bromatologia e Química do

Departamento de Nutrição/ Centro de Ciências de Saúde (CCS) da Universidade

Federal do Piauí (UFPI) e laboratório de Análises de Alimentos do Instituto Federal

do Piauí (IFPI), no período de fevereiro a setembro de 2010.

4.3 Preparação das amostras

Inicialmente uma alíquota de cerca de 500 g de cada pimenta foi desidratada

em estufa (Tecnal®) com circulação de ar forçada a 50ºC, por 12 horas, triturados,

em moinho analítico, e mantidos sob congelamento (-20ºC) até o momento das

análises de composição química. Uma segunda alíquota dos frutos foi mantida in

natura, sob congelamento, para obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso,

que foram utilizados para determinação dos compostos fenólicos totais, da atividade

antioxidante in vitro e da atividade antifúngica.

42

4.4 Determinações analíticas

4.4.1 Determinação da composição centesimal

A determinação de umidade foi feita pela secagem em estufa (Tecnal®) a

105º C até peso constante. Após secagem, as amostras foram resfriadas em

dessecador (Satelit® HS320/250MM) por 30 min. e pesadas. A determinação do

resíduo mineral fixo (cinzas) foi realizada pela incineração em mufla (Tecnal®) a

550º C. As proteínas foram determinadas pelo método de Kjeldahl, utilizando o fator

de 6,25 para conversão do nitrogênio em proteína. Os lipídeos totais foram obtidos

com extração da fração etérea por fluxo intermitente, utilizando éter etílico como

solvente sob refluxo, em aparelho de Soxhlet. Os carboidratos foram obtidos por

diferença. Todas as análises foram realizadas segundo as normas do Instituto Adolfo

Lutz (IAL, 2005). Foi calculado o valor energético total (VET), considerando-se os

fatores de conversão de 4 kcal/g de proteína, 4 kcal/g de carboidrato e 9 kcal/g de

lipídeo, conforme Ferreira (1983).

4.4.2 Determinação de vitamina C

O teor de vitamina C foi determinado através do método Tillmans, em que se

titulou a amostra com 2,6-diclorofenol indofenol obtendo-se o teor de vitamina C em

miligramas a partir do volume gasto na titulação. A amostra foi composta de 10 g de

pimenta in natura, 50 mL de água destilada 50 mL de ácido oxálico a 1% que foi

homogeneizado. Titulou-se até coloração rosada persistente durante 15 segundos,

obtendo - se o volume gasto em mL (IAL, 2005). Para o cálculo do teor de vitamina

C utilizou a fórmula abaixo:

Vitamina C (mg/100g) = V gasto x 100 x fator de correção

Peso da amostra

43

4.4.3 Determinação de carotenóides

A determinação dos carotenoides totais foi realizada segundo Higby (1962).

Preparou-se um extrato partindo-se de 10 gramas de cada amostra in natura, 30 mL

de álcool isopropílico e 10 mL de hexano que foram colocados em um erlenmeyer. A

mistura foi homogeneizada, em seguida, adicionou-se 85 mL de água e a transferiu

para o balão de separação. Após 30 minutos de repouso, adicionou-se 10 mL de

água destilada. Em seguida, filtrou-se a mistura utilizando papel de filtro Whatman n.

04. O filtrado foi recolhido em balão volumétrico contendo 5 mL de acetona, o qual

foi completado com hexano até completar 50 mL. Procedeu-se a leitura dos

carotenóides em espectrofotômetro (Coleman 33 D) a 450 nm. para o cálculo do teor

de cartotenóides totais utilizou a fórmula abaixo:

Carotenóides (mg/100g) = Absorbância lida x 100

250 x L x W

L- largura da cubeta

W- quociente original entre a amostra inicial e o volume final da diluição

4.4.4 Determinação de acidez

A acidez foi determinada por titulometria (IAL, 2005). Pesou-se 10 g da

amostra homogeneizada em frasco Erlenmeyer, diluiu-se com aproximadamente 100

mL de água e adicionou-se 0,3 mL de solução de fenolftaleína para cada 100 mL da

solução a ser titulada. Titulou-se com solução de hidróxido de sódio 0,1 M sob

agitação constante, até coloração rósea persistente por 30 segundos. As análises

foram feitas em triplicatas.

Acidez (mg/100g) = Vg x F x N x 100

P

Vg – volume gasto na titulação

F – fator de correção da solução de hidróxido de sódio

N – Normalidade da solução de hidróxido de sódio

P – massa da amostra em grama.

44

4.4.5 Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso de pimentas

do gênero Capsicum spp

Foram obtidos de forma seqüencial os extratos etéreo, alcoólico e aquoso

das três espécies de pimentas, pesando-se, cerca de 20 gramas de cada amostra in

natura, em erlenmeyer de 250 mL, em seguida foi adicionado 100 mL de éter etílico

(P.A) e postos em agitação, em mesa agitadora durante 1 hora a 10 rpm (Orbital-

Nova Orgânica®), em seguida esse material foi filtrado, com auxílio de uma bomba

de vácuo, utilizando-se papel de filtro Whatman n. 04, ou centrifugado, quando a

filtração não era possível; e coletado o sobrenadante (extrato etéreo). O Resíduo foi

seco e novamente extraído de forma seqüencial com álcool etílico e água de acordo

com o esquema 01.

45

(extrato etéreo)

(extrato alcoólico)

(extrato aquoso)

Esquema 1. Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso dos frutos de

pimentas do Gênero Capsicum spp. por extração seqüencial, usando solventes de

diferentes polaridades (LIMA, 2008) adaptado

4.4.6 Determinação do teor de compostos fenólicos totais

O teor de Compostos Fenólicos foi determinado por espectrofotometria, de

acordo com a metodologia descrita por Swain e Hills (1959). Em tubos de ensaio,

foram adicionados 0,5 mL da solução com a amostra, 8 mL de água destilada, 0,5

mL de solução de Folin Denis, agitados e depois de 3 minutos foi adicionado 1 mL

de solução saturada de carbonato de sódio (NaCO3) e novamente realizada a

20 gramas da amostra

Sobrenadante

(extrato etéreo)

Resíduo

Sobrenadante Resíduo

+ 100 mL éter etílico (1:5)

+ 1h de agitação

+ filtração a vácuo, utilizando filtro Whatman n

o 4

+ álcool etílico (1:5)

+ 1h de agitação

+ filtração a vácuo

+ água (1:5)

+ 1h de agitação

+ filtração a vácuo

Resíduo Sobrenadante

46

agitação. Em seguida, os tubos de ensaio foram mantidos em repouso e ao abrigo

da luz durante 30 minutos para o desenvolvimento da cor, e depois feita a leitura da

absorbância a 720 nm em espectrofotômetro (Colerman 33D) .O branco foi

preparado da mesma maneira, mas sem a adição do extrato.

Para quantificação dos fenólicos totais foi construída uma curva padrão com

solução de ácido gálico nas concentrações de 1, 5, 10, 20, 40, 60 e 80 μg/ mL

(figura 7). A partir da reta obtida, realizou-se o cálculo de fenólicos totais, expressos

em mg de ácido gálico /g da amostra. Todas as determinações foram realizadas em

triplicata

Figura 7. Curva de calibração do ácido gálico (μg/mL)

47

4.5 Determinação da atividade antioxidante in vitro

4.5.1 Método do radical DPPH

Para a determinação do poder antioxidante dos frutos em estudo foi utilizado

o radical [2,2 difenil- 1- picril- hidrazil (DPPH•) (SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998;

KIM et al., 2002). O radical por redução e ao receber o íon H• do composto em

estudo, diminui a absorbância, possibilitando o cálculo após a reação da quantidade

de antioxidante gasto para reduzir em 50% o radical DPPH•.

A absorbância do radical DPPH foi determinada em 517 nm em

espectrofotômetro (Coleman 33D). Em 1,5 mL de radical DPPH a 6x10 -5 µM foram

dissolvidos em metanol puro, adicionada 0,5 mL das soluções contendo diferentes

concentrações de cada extrato e em seguida realizada a homogeneização e depois

armazenada à temperatura ambiente (LIMA, 2008) adaptada. Foi medida a

absorbância ao longo de 30 minutos e em intervalos de 5 minutos, determinando a

curva cinética da reação. A diminuição gradativa da leitura da densidade ótica das

amostras, determinando-se a porcentagem de descoloração do radical DPPH,

indicado na fórmula abaixo:

% de proteção = (Abscontrole – Absamostra) / Abscontrole

Foi também calculado o valor do EC50 (concentração da amostra necessária

para inibir 50% do radical.

4.5.2 Método do radical ABTS

A técnica do radical ABTS descrita está diretamente relacionada com a

coloração azul a verde do ABTS•+ obtida através da reação entre o radical e o

persulfato de potássio (K2S2O8), na qual é perdida a medida que reage com os

antioxidantes do meio.

48

Para a determinação da atividade antioxidante pelo método do radical ABTS,

baseou-se na metodologia descrita por Re et al. (1999). Preparou-se o radical

ABTS•+, a partir da reação de ABTS 7 mM com persulfato de potássio a 2,45 mM na

obtenção da concentração final, mantido a temperatura ambiente e na ausência de

luz por 12 horas. Após esse tempo, a solução foi diluída em etanol até a obtenção

de uma solução com absorbância de 0,70 (± 0,01), a 734 nm. Algumas amostras

foram diluídas em etanol até obter 20 - 80% de inibição do radical, e comparadas

com o branco.

Para determinação da atividade antioxidante pelo método ABTS, foram

adicionados 40 μL da amostra em 1960 μL da solução contendo o radical,

determinando-se a absorbância em espectrofotômetro (Coleman 33D) a 734 nm,

após 2, 5, 10, 20 e 30 minutos de reação. A solução padrão foi o Trolox, antioxidante

sintético semelhante à vitamina E, nas concentrações de 2,5 a 15 mM em etanol

(figura 8). Todas as leituras foram feitas em triplicata, e os resultados expressos em

mM de trolox por grama de amostra.

Figura 8. Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição do trolox em etanol (2,5 a 15 μM) frente ao radical ABTS•+.

49

4.6 Avaliação da atividade antifúngica

A ação fungitóxica dos extratos aquosos foi avaliada sobre o

desenvolvimento de dois importantes fitopatógenos: Cladosporium cladosporioides e

Colletotrichum lindemunthianum. Todas as linhagens foram cedidas pelo Laboratório

de Fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí. O

meio de cultura utilizado no experimento foi o Ágar Batata Dextrose (BDA), da marca

comercial Himedia®, sendo preparado conforme instruções do fabricante.

A atividade antifúngica foi avaliada por meio da inibição do crescimento

micelial dos fitopatógenos de acordo com a metodologia proposta por Franzener et

al., (2007). Os extratos das pimentas dedo-de-moça e malagueta foram

incorporados ao meio de cultura BDA ainda fundente (com temperatura aproximada

de 100ºC) de modo a obterem-se três diferentes concentrações: 2, 5 e 10 mg de

extrato por mL de meio de cultura . Após a solidificação do meio, um disco de

micélio de 6 mm de diâmetro foi transferido de uma cultura pura de sete dias para o

centro da placa. A avaliação foi realizada através de duas medições diametralmente

opostas das colônias quando o controle (BDA sem adição do extrato) atingiu o

máximo de crescimento. O experimento foi conduzido em triplicata de forma

inteiramente casualizada.

4.7 Análise dos dados

Os resultados foram expressos como média ± desvio – padrão. Foi aplicado

a análise de variança (ANOVA) para comparação das médias e Teste de Tukey. O

nível de significância estatística aplicado foi de 5% de probabilidade.

50

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Composição química

5.1.1 Composição centesimal

Os resultados da composição centesimal das quatro espécies de pimentas do

gênero Capsicum spp, utilizadas neste estudo, estão dispostos na tabela 4. Pode-se

observar que as pimentas estudadas se constituem majoritariamente de água, e

possuem quantidades significativas de carboidratos, já os teores de lipídeos e

proteínas variaram expressivamente de acordo com o tipo de pimenta avaliada. Com

relação ao teor de umidade, a pimenta de cheiro (C. chinense) apresentou os

maiores valores (93,4% ± 0,52), sendo estatisticamente diferente (p<0,05) do teor de

umidade das demais pimentas. O menor teor de umidade (64,36% ± 0,35). foi

apresentado pela pimenta malagueta (C. frutescens).

Tabela 4. Composição centesimal das pimentas do gênero Capsicum spp. em base

úmida em g/100g de amostra.

Valores expressos em média ± desvio padrão, n=3 a,b,c,d

médias, na mesma linha, seguidas de letras diferentes diferem em si estatisticamente

em nível de 5% (p<0,05), comparando a média de todas as linhas

Constituintes Pimenta de

cheiro (%)

Capsicum

chinense

Pimenta de

cheiro ardida(%)

Capsicum chinense

Pimenta dedo-

de-moça(%)

Capsicum baccatum

var.pendulum

Pimenta

malagueta(%)

Capsicum frutescens

Umidade 93,4 ± 0,52ª 91,13 ± 0,11b 82,16 ± 0,35c 64,36 ± 0,35d

Cinzas 0,43 ± 0,01c 0,77 ± 0,00c 3,15 ± 0,01b 11,36 ± 1,37a

Proteínas 1,08 ± 0,00c 1,28 ± 0,02c 2,51 ± 0,02b 6,00 ± 0,21a

Lipídios 0,13 ± 0,02c 0,15 ± 0,09bc 1,04 ± 0,09b 5,68 ± 0,19a

Carboidratos 4,94 ± 0,04b 6,66 ± 0,11b 11,12 ± 0,10a 12,59 ± 1,13a

VET 25,25 33,11 60,76 124,36

51

Observa-se ainda a partir da tabela 4 que a pimenta malagueta possui os

maiores teores de proteínas (6,00% ± 0,21) e lipídeos (5,68% ± 0,19), sendo

estatisticamente diferente (p<0,05) das demais pimentas avaliadas. Já os teores de

carboidratos totais variam de 4,94% ± 0,04 para a pimenta de cheiro a 12,59% ±

1,13 para a pimenta malagueta. Em relação ao teor de lipídios as pimentas se

destacaram devido ao baixo percentual, com exceção da pimenta malagueta que

apresentou 5,68%. A pimenta malagueta fornece uma maior taxa calórica, 124,36

kcal em 100g de amostra.

Os teores de lipídios 5,68% e de proteínas 6,00% da pimenta malagueta

estiveram bem acima dos valores encontrados em um estudo com 10 variedades de

pimentas na Espanha, na qual obteve valores máximos de 0,95% de lipídios em

pimentas “Princking verde” e 1,20% de proteína na pimenta “Italiana vermelha”

(GUIL-GUERRERO et al, 2006).

JORDÃO e BONNAS (1996) ao avaliarem a composição centesimal da

pimenta malagueta, encontraram valores próximos ao deste estudo para umidade

(69,62%), carboidratos (13,2%), proteínas (4,07%) e VET (127 Kcal) e discrepantes

para cinzas (2,02%) e lipídeos (11,1%). Esses mesmos autores analisaram ainda a

composição centesimal da pimenta de cheiro e encontraram valores de umidade de

79,65%, portanto inferiores ao encontrado neste estudo para a pimenta de cheiro

(93,4%). Segundo BRANCO, et al, 2010 as pimentas apresentam uma diversidade

na sua composição química, e os níveis desses compostos podem variar de acordo

com o genótipo, grau de maturação, tipo de solo, estação do ano, insolação, dentre

outros fatores.

5.1.2 Determinação da acidez titulável

Na tabela 5, podem ser observados os resultados de acidez total

titulável para as amostras das pimentas avaliadas. Observa-se que acidez total

titulável, situou-se entre os valores de 35,6 e 49 %, para a pimenta de cheiro e

malagueta, respectivamente, não havendo diferenças estatísticas entre as amostras

estudadas CANUTO et al, (2010) caracterizando polpas de frutas da Amazônia

encontrou valores variados de acidez nos diversos frutos analisados, sendo que o

52

fruto tamarindo apresentou uma acidez de 30,65% e açaí de 45,9%, apresentaram

os valores mais aproximados aos das pimentas em estudo.

Tabela 5. Valores da acidez total titulável em pimentas Capsicum spp.

Amostras Acidez total titulável (%)

Pimenta malagueta 49 ± 0,00a

Pimenta Dedo de-Moça 36,6 ± 10,78a

Pimenta de Cheiro 35,6 ± 11,54a

Pimenta de cheiro ardida 47 ± 1,73a

a Valores expressos em média ± desvio padrão, n=3

a médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes diferem em si

estatisticamente em nível de 5% (p<0,05), comparando a média de todas as colunas

5.1.3 Determinação do teor de vitamina C e carotenóides totais

Por serem nutrientes com comprovada ação antioxidante, a vitamina C

(ácido ascórbico), os carotenóides e vitamina E têm sido alvo de muitos estudos,

pois estão associados com a prevenção de certos tipos de cânceres (BYERS e

PERRY, 1992). E muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de quantificar

esses nutrientes em diversos alimentos de origem vegetal. Na tabela 6 são

apresentados os teores de vitamina C e carotenóides totais das pimentas avaliadas.

Tabela 6. Teores de vitamina C e carotenóides totais das pimentas do gênero

Capsicum spp. em mg/ 100 g de amostra in natura

Constituintes Pimenta de Cheiro(ardida)

Capsicum chinense

Pimenta de Cheiro

Capsicum chinense

Pimenta Malagueta

Capsicum frutescens

Pimenta Dedo-de-

Moça Capsicum baccatum

var. pendulum

Carotenóidesa

Totais 0,57 ± 0,01c 0,40 ± 0,05c 3,35 ± 0,1a 2,36 ± 0,25b

Vitamina Ca 2,25 ± 0,13b 10,59 ± 1,31a 2,65 ± 0,70b 0,75 ± 0,37b aValores expressos em média ± desvio padrão, n=3 a médias, na mesma coluna, seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente em si em

nível de 5% (p<0,05), comparando a média de todas as colunas

53

A pimenta malagueta apresentou o maior teor de Carotenóides totais (3,35±

0,1 mg/100g), sendo estatisticamente diferente (p<0,05) das demais pimentas,

enquanto que na pimenta de cheiro foi quantificado o menor teor (0,40 ± 0,05

mg/100g). NAZZARO et al, (2009), comparando o conteúdo de alguns componentes

bioativos em duas variedades de pimenta doce da espécie Capsicum annuum L.,

encontraram valores aproximados quanto ao teor de carotenóides totais (3,19 mg/

100g) em relação a pimenta malagueta (3,35 mg/ 100g) . Outros pesquisadores

analisando cinco cultivares de Capsicum annuum vermelhas e amarelas

encontraram teores de carotenóides entre 8,09 mg a 13,40 mg/100 g, valores bem

acima dos detectados neste estudo (TOPUZ e OZDEMIR, 2007). É possível que os

valores nutricionais e a composição química das pimentas variam com a cor, grau de

maturação e a espécie analisada.

Com relação ao teor de vitamina C constata-se que a pimenta de cheiro

(Capsicum chinense) apresentou 10,59± 1,31 mg/100g, valores estatisticamente

superiores (p<0,05) as demais pimentas estudadas. Já a pimenta dedo de moça foi

quantificado apenas 0,75 ± 0,37 mg/100g. TOPUZ e OZDEMIR, (2007), ao avaliarem

pimentas Amazon F1 obtiveram 15,2 mg/ 100g, valores aproximados com a pimenta

de cheiro (10,59 mg/ 100g) e NAZZARO et al, (2009), ao avaliarem duas variedades

de pimenta doce da espécie Capsicum annuum L detectaram 7,9 mg/100g . COSTA

et al, (2010) citam que o conteúdo de Vitamina C de pimentas pode ser influenciado

por diversos fatores com: estágio de maturação, espécie, tempo de armazenamento

e forma de conservação das pimentas.

A partir de estudos com polpas de frutas da Amazônia realizados por

CANUTO et al, (2010), pode-se observar que as pimentas do gênero Capsicum spp.

apresentaram níveis de vitamina C iguais ou superiores a muitas polpas dos frutos

analisados, como o abiu (2,0 mg/ 100g), araçá-boi (0,2 mg/ 100g), bacaba (0,9 mg/

100g), bacuri (0,2 mg/ 100g), buriti (0,1 mg/ 100g), cajá (0,3 mg/ 100g), cupuaçu (3,3

mg/ 100g), graviola (0,1 mg/ 100g) e tamarindo (0,1 mg/ 100g).

54

5.1.4 Determinação quantitativa de compostos fenólicos totais dos

extratos etéreo, aquoso e alcoólico das pimentas

Segundo ANDREO e JORGE (2006), para identificação e isolamento de

compostos bioativos em fontes naturais é necessário a realização da extração com

solventes de diferentes polaridades e que a extração de substâncias antioxidantes

com solventes orgânicos pode ser eficiente, porém agressiva ao ambiente. As

pimentas do gênero Capsicum spp. apresentam diversos compostos fitoquímicos,

dessa forma para melhor extração dos compostos fenólicos totais foram utilizados,

neste estudo, três tipos de solventes de polaridades distintas (éter etílico álcool

etílico e água destilada). Na tabela 7 encontram-se os resultados relativos ao

conteúdo de fenólicos totais para os distintos extratos obtidos.

Tabela 7. Teores de fenólicos totais (expressos em equivalente de ácido gálico) nos

extratos etéreo, alcoólico e aquoso de pimentas do gênero Capsicum spp. em

mg/100g de amostra in natura.

Extratos (mg/100g)

Pimenta Etéreo Alcoólico Aquoso Total de

fenólicos

Dedo-de

moça

Capsicum baccatum

var. pendulum

35,53 ± 6,16aB 24,35 ± 0,00bA 5,73 ± 0,14cA 65,61

Malagueta

Capsicum frutescens

43,22 ± 3,38aA 16,85 ± 0,89bA 4,12 ± 0,80cA 55,8

Cheiro

Capsicum cheinense

13,38 ± 2,12aC 5,85 ± 0,00bB 6,73 ± 0,7bA 25,96

Cheio ardida

Capsicum chinense

4,8 ± 1,30bD 24,09 ± 0,09aA 2,48 ± 0,42bA 31,37

avalores correspondentes à média ± desvio padrão, n=3

a,b,c, ABC médias, na mesma linha e coluna, seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente em si estatisticamente em nível de 5% (p<0,05), comparando a média de todas as linhas e colunas.

55

De acordo com a tabela 7, verifica-se que todos os solventes utilizados

foram capazes de extrair compostos fenólicos em maior ou menor proporção, de

uma forma geral o éter etílico apresentou maior poder extrator, seguido do álcool

étilico. Ainda de acordo com a tabela 7 observa-se que o extrato com maior

concentração de fenólicos totais foi o extrato etéreo de pimenta malagueta com

43,22 ± 3,38 mg/100g, estatisticamente diferente (p<0,05) dos demais, seguido pelo

extrato etéreo da pimenta dedo-de-moça com 35,53 ± 6,16 mg/100g. O extrato

alcoólico da pimenta dedo de moça apresentou 24,35 ± 0,00 mg/100g e de cheiro

ardida 24,09 mg/100g. Os menores valores de fenólicos totais foram encontrados

nos extratos aquosos da pimenta malagueta com 4,12 ± 0,80 mg/100g e o de

pimenta de cheiro ardida com 2,48 ± 0,42 mg/100g.

COSTA et al, (2010), utilizando diversos extratos e frações como o hexânico,

clorofórmico e acetato de etila em Capsicum frutescens (pimenta malagueta), C.

annuum (pimentão magali), C. baccatum var. baccatum (cambuci) e C. baccatum

var. praetermissum (cumari), encontraram valores de fenólicos totais que variaram

de 40,21 a 16.975,41mg/100g. Demonstrando que o solvente utilizado no processo

extrativo e a espécie vegetal analisada, além do estágio de maturação, influenciam

decisivamente na quantidade de polifenóis obtido.

OBOH e ROCHA, (2007) ao avaliarem os fenólicos totais em extratos

alcoólicos partindo de pimentas vermelhas Capsicum annuum var. aviculare

detectaram 218 mg/100g do produto in natura e 42,5 mg/100g quando utilizaram o

resíduo hidrolizado.

Quando somados os teores de fenólicos totais obtido pelos três extratos

obtidos para cada pimenta isoladamente, observa-se que a pimenta dedo de moça

apresentou o maior conteúdo com 65,61 mg/100g, seguido da pimenta malagueta

com 55,8 mg/100g, a pimenta cheiro verde apresentou 31,37 mg/100g e o menor

teor de fenólicos totais foi encontrado na pimenta de cheiro com 25,96 mg/100g.

Confrontando esses dados com teores de fenólicos totais de frutos usualmente

consumidos, como goiaba (Psidium guayava), com 83,1mg/100g; abacaxi (Ananas

sativa), com 21,7mg/100g e graviola (Anona muricato), com 84,3mg/100g),

56

(KUSKOSKI et al., 2005). Pode-se afirmar que as pimentas são boas fontes de

compostos fenólicos totais, o que é sugestivo de possuir atividade antioxidante.

5.2 Determinação da atividade antioxidante in vitro. utilizando o radical

DPPH

O método DPPH consiste na absorção do radical (2,2-difenil-1-

piricrilhidrazila) na faixa de absorbância de 517 nm, e pode ser determinada a

atividade antioxidante do substrato pelo monitoramento da diminuição dessa

absorbância que muda de coloração ao receber um elétron do radical hidrogênio,

podendo ser avaliado através do espectrofotômetro que avalia a habilidade do

antioxidante em seqüestrar o radical livre. Os resultados são expressos como EC50,

que é a quantidade de antioxidantes necessária para diminuir em 50% a

concentração inicial de DPPH da solução. Dessa forma, quanto menor o valor do

EC50, menor terá sido o valor do extrato utilizado para reduzir o radical DPPH• e

maior a sua atividade antioxidante (ANTOLOVICH et al 2002; LIMA et al, 2008;

COSTA et al, 2010).

Na determinação da atividade antioxidante dos distintos extratos das

pimentas Capsicum spp. avaliou-se a capacidade dos extratos alcoólicos e aquosos

em seqüestrar o radical DPPH• em diferentes concentrações de forma que

ocorresse a redução do radical entre 20 e 80%, de acordo com a capacidade

antioxidante de cada extrato, a partir desses dados foi traçado uma curva linear

entre atividade antioxidante e concentração utilizada de cada extrato para se

calcular o EC50. O extrato etéreo não foi utilizado para a determinação da atividade

antioxidante, pelos métodos empregados neste estudo,, pois não houve uma

dissolução completa nos solventes utilizados, além de ter sido extraído lipídeos que

não proporcionou uma estabilidade nas leituras no espectrofotômetro.

A tabela 8 mostra o intervalo de concentração para cada extrato de pimenta

analisado, assim como o coeficiente de correlação linear obtido (r2), na qual se pode

observar que para todos os extratos o coeficiente de linearidade foi acima, 0,90,

demonstrando uma boa linearidade.

57

Tabela 8. Intervalos de concentrações utilizadas e coeficientes de correlação linear

(r2) obtidos pelos extratos das pimentas na avaliação da atividade antioxidante pelo

método do DPPH•

Extratos Concentrações(μg/mL) r2 obtido

Extr. Alcoólico de pimenta malagueta

200 - 1000 0,9628

Extr. Alcoólico de pimenta dedo-de-moça

200 - 1000 0,9096

Extr. Alcoólico de pimenta de cheiro

100 - 700 0,9957

Extr. Alcoólico de pimenta de cheiro (ardida)

100 - 800 0,9888

Extr. Aquoso de pimenta malagueta

100 - 800 0,9065

Extr. Aquoso de pimenta dedo-de-moça

200 - 1000 0,9368

Extr. Aquoso de pimenta de cheiro

100 - 800 0,9846

Extr. Aquoso de pimenta de cheiro (ardida)

100 - 8000 0,9717

Na tabela 9 é exposta a atividade antioxidante em EC50 dos extratos de

pimentas avaliados. Podendo-se observar que o extrato alcoólico de pimenta

malagueta apresentou maior capacidade antioxidante (EC50 = 480,02), seguido pelo

extrato alcoólico da pimenta de cheiro ardida (EC 50 =51,14 μg/mL). O extrato

aquoso de pimenta malagueta apresentou um EC50 de 674,14 μg/mL. Os extratos

que apresentaram um menor poder antioxidante foram o extrato aquoso da pimenta

dedo-de-moça (EC50 = 2559,45 μg/mL), seguido do alcoólico de pimenta de cheiro

(EC50 = 1798,93). Da Costa et al. (2010) encontraram valores de atividade

antioxidante para os extratos hidroalcóoolico de pimentas malagueta ( EC50 = 180

μg/mL) , pimenta cumari (EC50 = 140 μg/mL) e pimentão (EC50 = 135 μg/mL)

portanto superiores aos detectados neste estudo.

Quando comparados os resultados do EC50 dos extratos das pimentas

obtidos neste estudo com valores de EC50 de frutos tradicionalmente conhecidos

como de alto poder antioxidante como o pequi (Caryocar brasiliense), que

58

apresentou um EC 50 de 820,7 μg/mL para o extrato alcoólico (Lima, 2008) e o

araticum que apresentou um EC50 de 1.321,9 μg/mL para o seu extrato etanólico

(Roesler et al, 2007), pode-se afirmar que os extratos de pimenta possuem

significativa atividade antioxidante.

Tabela 9. Capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos alcoólico e aquoso

de pimentas utilizando o radical livre DPPH•

Extratos EC50 em μg/mL

Extr. Alcoólico de pimenta malagueta 480,02

Extr. Alcoólico de pimenta dedo-de-moça 1008,24

Extr. Alcoólico de pimenta de cheiro 1798,93

Extr. Alcoólico de pimenta de cheiro (ardida) 651,14

Extr. Aquoso de pimenta malagueta 674,14

Extr. Aquoso de pimenta dedo-de-moça 2559,45

Extr. Aquoso de pimenta de cheiro 1472,02

Extr. Aquoso de pimenta de cheiro (ardida) 1377,15

Nas figuras 09 a 16 podem-se observar as curvas cinéticas dos extratos

alcoólico e aquoso das pimentas utilizadas neste estudo, avaliadas em diferentes

concentrações. Percebe-se, a partir dessas figuras, que cada extrato possui um

comportamento distinto de acordo com a concentração testada, mas de uma forma

geral o decaimento na absorbância, que representa a degradação do radical DPPH

pelo antioxidante em estudo é mais evidente nos primeiros cinco minutos de reação,

dando indícios de que os distintos extratos de pimenta utilizados possuem

compostos antioxidantes de ação rápida, característica importante para um bom

extrato antioxidante, tendo em vista de que os radicais livres são moléculas muito

instáveis, possuindo meia vida muito curta e quanto mais rápida a ação do

antioxidante na neutralização do radical livre, melhor será seu efeito tanto em

alimentos como no organismo animal.

59

Figura 9. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico da pimenta dedo-de-moça pelo método DPPH•

Figura 10. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico da pimenta

malagueta pelo método DPPH•

60

Figura 11. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico da pimenta de cheiro pelo método DPPH•

Figura 12. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato alcoólico da pimenta de cheiro ardida pelo método DPPH•

61

Figura 13. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da pimenta dedo-de-moça pelo método DPPH•.

Figura 14. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da pimenta malagueta pelo método DPPH•

62

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 5 10 15 20 25 30

Tempo (minutos)

Ab

so

rbân

cia

Controle

100 µg/mL

200 µg/mL

400 µg/mL

600µg/mL

800 µg/mL

Figura 15. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da pimenta de

cheiro pelo método DPPH•

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0 5 10 15 20 25 30

Tempo (minutos)

Ab

so

rbân

cia

Controle

100 µg/mL

200 µg/mL

400 µg/mL

600µg/mL

800 µg/mL

Figura 16. Curva cinética da atividade antioxidante do extrato aquoso da pimenta de

cheiro ardida pelo método DPPH•

63

5.3 Atividade antioxidante avaliada pelo método de captura do

radical ABTS•+

Um dos métodos mais utilizados para medir a atividade antioxidante em

alimentos é através da captura do radical 2,2´-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido

sulfônico) (ABTS•+), que pode ser gerado através de uma reação química,

eletroquímica ou enzimática. Com essa metodologia, pode-se medir a atividade de

compostos de natureza hidrofílica e lipofílica.

Nessa metodologia os resultados da capacidade antioxidante são expressos

como valor TEAC (capacidade antioxidante total do composto equivalente ao

TROLOX), que se define como a concentração de TROLOX que apresenta o mesmo

percentual de inibição que uma concentração de 1 mM do composto de referência.

Essa medida pode ser feita em diferentes tempos de reação, obtendo-se valores

distintos de acordo com o tempo (LIMA, 2008).

Os inúmeros trabalhos que empregam a metodologia do radical ABTS

divergem quanto ao tempo empregado para quantificar a atividade antioxidante.

Alguns autores preferem empregar o tempo de 2 minutos para avaliar o TEAC (Re et

al, 1999), pois, segundo esses autores, nesse tempo ocorre quase que por completo

a reação entre o radical e o antioxidante. Já outros estudos preferem utilizar tempos

mais longos de até 60 minutos, pois percebem que após 2 minutos de reação, os

antioxidantes presentes no extrato continuam a neutralizar os radicais livres

presentes na solução, esses tempos maiores são utilizados principalmente quando

se trabalha com extratos de vegetais e não com antioxidantes sintéticos puros (Lima,

2008). Tendo em vista essas considerações, optou-se nesse estudo por utilizar um

tempo de até 30 minutos para quantificar a atividade antioxidante dos extratos em

estudo.

Na tabela 10 consta a atividade antioxidante total (TEAC) em equivalente de

TROLOX para os extratos alcoólicos e aquosos das pimentas utilizadas neste

estudo. Constata-se que assim como no teste antioxidante pelo método de captura

de radicais DPPH, nesse teste a pimenta malagueta apresentou a mais alta

atividade antioxidante. O extrato alcoólico da pimenta malagueta apresentou maior

atividade antioxidante com TEAC de 2,89± 0,02 mM TROLOX/g no tempo de 30

64

minutos, sendo estatisticamente (p<0,05) diferente dos demais, seguido pelo extrato

aquoso com um TEAC de 1,55± 0,08 mM TROLOX/g também no tempo de 30

minutos.

Comparando os solventes extratores para todas as pimentas, percebe-se que

os extratos alcoólicos apresentaram maiores valores TEAC para todas as pimentas

em relação a seus extratos aquosos. O extrato alcoólico da pimenta dedo de moça

apresentou um TEAC de 0,67 ± 0,00, já seu extrato aquoso apresentou um TEAC de

0,45± 0,01. Para pimenta de cheiro ardida seu extrato alcoólico apresentou um

TEAC de 0, 59± 0,00 e seu extrato aquoso um TEAC de 0,17±0,01, todos no tempo

de 30 minutos.

Uma constatação importante a partir dos dados da tabela 10 é que mesmo

após os dois minutos iniciais da reação, os antioxidantes de todos os extratos

estudados continuam degradando os radicais e conseqüentemente aumentando o

valor TEAC. A pimenta malagueta apresentou valores de TEAC de 0,79 ± 0,01;

0,96± 0,03; 1,06± 0,07; 1,28± 0,02; 2,89± 0,02; nos tempos de 2, 5, 10, 20 e 30

minutos. Respectivamente. Demonstrando que a medição da atividade antioxidante

de extratos de pimentas em um tempo muito curto pode subestimar sua atividade

antioxidante.

Quando confrontados os valores TEAC encontrados neste estudo

principalmente para os extratos alcoólicos (TEAC = 2,89) e aquosos (TEAC = 1,55)

da pimenta malagueta, com valores TEAC obtidos de outros alimentos de

reconhecido potencial antioxidante, como tomate (1,65 mM/g), azeite virgem de oliva

(1,79 mM/mL), cerveja (1,0 mM/mL) e chá preto (3,6 mM/mL) (DE BEER et al.,

2003), pode-se considerar essa especiaria como um alimento de elevada

capacidade antioxidante.

65

Tabela 10. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo Método ABTS para os extratos de pimentas, valores expressos em mM TROLOX/g de amostra fresca.

*Valores expressos em média ± desvio padrão n= 3

a,b,c médias, na mesma linha e coluna, seguidas de letras diferentes diferem estatisticamente em si estatisticamente em nível de 5% (p<0,05), comparando a média de todas as linhas e colunas.

Na figura 17 está ilustrado a curva cinética da atividade antioxidante pelo

radical ABTS dos extratos alcoólicos e aquosos das pimentas estudadas, além do

padrão sintético trolox utilizado. Pode ser observado que ao contrário do trolox que

reage com os radicais livres de ABTS rapidamente e aos 2 minutos de reação já

reagiu completamente. Os extratos das pimentas continuam a reagir de forma mais

expressiva até os 10 minutos de reação, decaindo a partir desse tempo, e

neutralizando os radicais livres de forma mais lenta até os 30 minutos de reação.

Amostras (Extratos)

Valor TEAC (mM de trolox/g amostra)

2 mim 5 min 10 min 20min 30 min

Alcóolico Dedo-de-moça

0,43±0,01

dB

0,49 ± 0,00

cdB

0,56 ± 0,00

bcB

0,62± 0,00

abB

0,67 ± 0,00

aC

Alcoólico Malagueta

0,79 ± 0,01eA

0,96± 0,03dA

1,06± 0,07cª 1,28± 0,02

bA 2,89± 0,02

aA

Alcoólico Cheiro (ardida)

0,27±0,02bC

0,35± 0,10bC

0,44± 0,01aC

0,52± 0,02aC

0, 59± 0,00aC

Alcoólico Cheiro

0,08±0,01cD

0,14± 0,01bcD

0,21± 0,01aD

0,31± 0,01aD

0,35± 0,02aC

Aquoso Dedo-de- Moça

0,22± 0,09dC

0,30± 0,03cdC

0,35± 0,02bcC

0,42± 0,00abC

0,45± 0,01aC

Aquoso Cheiro (ardida)

0,07±0,01bD

0,10± 0,00abD

0,12± 0,00abD

0,15±0,00abE

0,17±0,01aD

Aquoso Cheiro

0,02±0,00aD

0,04± 0,00aE

0,04± 0,00aE

0,05± 0,00aF

0,06±0,01aE

Aquoso Malagueta

0,48±0,06dB 0,96± 0,21cA

1,27± 0,10bA

1,48± 0,08aA

1,55± 0,08aB

66

Figura 17. Curva cinética da atividade antioxidante de extratos alcoólicos e aquosos

das pimentas de cheiro (ardida), de cheiro, dedo-de-moça e malagueta e do padrão

trolox pelo método ABTS.

5.4 Avaliação da atividade antifúngica

Os resultados dos testes de suceptibilidade dos fitotatógenos Cladosporium

cladosporioides e Colletotrichum lindemunthianum ao extrato aquoso da pimenta

dedo-de-moça estão apresentados na tabela 11. O fitopatógeno Cladosporium

cladosporioides teve seu crescimento reduzido em 49,44% quando comparado com

o controle e o Colletotrichum lindemunthianum 32,62%, quando utilizado 10 mg de

extrato, sendo que com ambos os fungos, a taxa de inibição foi crescente com o

aumento da concentração dos extratos de pimenta dedo-de-moça no meio.

67

Tabela 11. Taxa de inibição do crescimento micelial de C. cladosporioides e C.

lindemunthianum sobre ação do extrato aquoso da Pimenta dedo-de-moça

(Capsicum baccatum var. pendulum) em diferentes concentrações.

Fungo Concentração

(mg de extrato/mL do

meio)

Média do

crescimento micelial

(cm)

Taxa de

inibição (%)

Cladosporium

cladosporioides

0,0 5,4 controle

2,0 4,42 18,15

5,0 3,53 34,63

10 2,73 49,44

Colletotrichum

lindemunthianum

0,0 2,82 controle

2,0 2,78 1,42

5,0 2,43 13,83

10 1,9 32,62

Os resultados dos testes de suceptibilidade dos fitotatógenos Cladosporium

cladosporioides e Colletotrichum lindemunthianum ao extrato aquoso da pimenta

malagueta nas concentrações de 2.0, 5.0 e 10.0 mg/ mL estão esquematizados na

tabela 12. O fitopatógeno Cladosporium cladosporioides teve seu crescimento

reduzido em 28,70% na concentração de 5 mg/mL entretanto quando aumentou-se a

concentração para 10 mg/mL ocorreu uma redução na inibição de crescimento do

fitopatógeno para 18,36%. Já o fitopatógeno Colletotrichum lindemunthianum teve

uma inibição do seu crescimento em 8,51%, 12,76% e 19,81%, nas concentrações

de 2, 5 e10 mg/mL, portanto apresentando uma a taxa de inibição crescente de

acordo com o aumento na concentração do extrato

68

Tabela 12. Taxa de inibição do crescimento micelial de C. cladosporioides e C.

lindemunthianum sobre ação do extrato aquoso da Pimenta malagueta (Capsicum

frutescens) em diferentes concentrações

Fungo Concentração

(mg de extrato/mL do meio)

Média do crescimento

micelial (cm)

Taxa de

inibição (%)

Cladosporium

cladosporioides

0,0 5,4 e 5,61 controle

2,0 4,18 22,6

5,0 3,85 28,70

10 4,58 18,36

Colletotrichum

lindemunthianum

0,0 2,82 e 3,28 controle

2,0 2,58 8,51

5,0 2,46 12,76

10 2,63 19,81

Muitos trabalhos têm sido realizados testando diferentes extratos vegetais

em concentrações variadas apara avaliar a atividade antifúngica, na perspectiva de

um futuro próximo a utilização dos mesmos para o combate de pragas que atingem

os vegetais e ou plantações Os resultados têm apontado boas perspectivas devido

às altas inibições dos fungos frente aos extratos testados. Nesse sentido DIAS

(2010), avaliando a bioatividade do extrato aquoso do açafrão (Curcuma longa L.)

sobre o crescimento de fungos fitopatógenos observou uma inibição de 32,24%

sobre o fungo C. lindemunthianum na concentração de 4 mg/ mL e 13,77% de

inibição sobre o Fusariu oxysporum. No presente estudo, tanto os extratos aquosos

da pimenta de moça (Capsicum baccatum var. pendulum) como da pimenta

malagueta (Capsicum frutescens) apresentaram significativa inibição de crescimento

frente aos fitopatógenos testados, dando indícios de que podem ser realizados

outros estudos testando esses extratos na inibição de outros fitopatógenos e num

futuro próximo serem utilizados em extratos como coadjuvantes na eliminação de

microorganismos patogênicos.

69

6 CONCLUSÕES

As pimentas estudadas se constituem em fontes significativas de

carboidratos, em relação às demais especiarias consumidas no Brasil, se

destacando o teor de lipídeos da pimenta malagueta;

As quatro pimentas estudadas possuem compostos bioativos (vitamina C,

carotenóides totais e fenólicos totais) em quantidades variáveis, se destacando a

pimenta malagueta como uma boa fonte de carotenóides totais e fenólicos totais; a

pimenta dedo de moça como maior fonte de fenólicos totais e a pimenta de cheiro

apresentou uma boa concentração de vitamina C;

Quanto à atividade antioxidante in vitro, pelos métodos do DPPH e ABTS,

todos os extratos de pimentas estudados apresentaram atividade antioxidante, que

variou de acordo com o tipo de pimenta e/ou extrato avaliado. A pimenta que

apresentou melhor atividade antioxidante foi a pimenta malagueta, tanto seu extrato

alcoólico, como seu extrato aquoso, mostrando uma boa correlação, pois nesta

pimentas foram encontradas boas fontes de fenólicos totais e as maiores fontes de

carotenóide totais, compostos com reconhecida atividade antioxidante;

Os extratos aquosos das pimentas dedo de moça e malagueta apresentaram

taxas significativas de inibição dos fungos fitotatógenos Cladosporium

cladosporioides e Colletotrichum lindemunthianum nas diversas concentrações

testadas em especial o extrato aquoso da pimenta dedo-de-moça que inibiu o

Cladosporium cladosporioides em 49,44% do seu crescimento. Dessa forma o uso

desses extratos surge como uma alternativa à substituição de pesticidas químicos.

Os resultados encontrados neste estudo demonstram que as pimentas

avaliadas possuem quantidades significativas de compostos bioativos que

apresentaram atividade antioxidante, portanto o consumo regular dessa especiaria,

associado a uma dieta saudável contribuirá na redução de risco de surgimento de

doenças crônicas não transmissíveis e na manutenção da saúde.

70

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