caracterização química e capacidade antioxidante in...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PRPPG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
ÁREA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Caracterização química e capacidade antioxidante in vitro do coco babaçu
(Orbignya speciosa)
LUANNE MORAIS VIEIRA
TERESINA
2011
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LUANNE MORAIS VIEIRA
Caracterização química e capacidade antioxidante in vitro do coco babaçu
(Orbignya speciosa)
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre, pelo
curso de Pós-Graduação em Alimentos e
Nutrição, do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal do Piauí.
Orientador: Prof. Dr. Alessandro de Lima
TERESINA
2011
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LUANNE MORAIS VIEIRA
Caracterização química e capacidade antioxidante in vitro do coco babaçu
(Orbignya speciosa)
Comissão julgadora da dissertação para obtenção do grau de Mestre:
________________________________________________ Prof. Dr. Alessandro de Lima
Orientador/Presidente
________________________________________________
Prof. Dr. José Almiro da Paixão
________________________________________________
Profa. Dra. Graziella Ciaramella Moita
Teresina, 14 de dezembro de 2011.
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Dedico esta conquista aos meus pais, ao
meu orientador, e a todos os amigos que
torceram por mim.
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“As grandes ideias surgem da observação dos pequenos detalhes.”
Augusto Cury
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AGRADECIMENTOS
A Deus e a Nossa Senhora de Fátima, que abençoam diariamente minha
vida, me dando força e sabedoria na tomada das minhas decisões.
Aos meus pais (Vieira e Meire) e aos meus irmãos (Tiago e Marianne) pela
força e apoio na minha vida acadêmica.
Ao Stephenson, grande incentivador e companheiro. Obrigada pela paciência!
Ao Alessandro de Lima, acima de orientador, um grande amigo. Sempre
otimista, alegre, dedicado, compreensivo e incentivador, exemplo a ser seguido.
Espero que nossa parceria científica continue nos rendendo bons frutos. Obrigada
por tudo Alessandro!
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição.
Aos bolsistas do PPGAN e aos funcionários do Departamento de Nutrição da
UFPI.
A UFPI, especialmente ao Departamento de Nutrição, pela oportunidade da
realização de mais um sonho... O de ser Mestre.
A banca de qualificação, as professoras Regilda Saraiva e Graziella Moita, as
sugestões foram indispensáveis.
Ao IFPI – Zona Sul, pelo espaço, equipamentos e reagentes cedidos do
Laboratório de Alimentos; e ao técnico de laboratório Jurandir, pelas colaborações
durante as análises.
Ao professor Jorge Mancini Filho pela oportunidade de presenciar e realizar
análises no Laboratório de Lípides da USP, experiência inesquecível.
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A Ana Mara, pela dedicação em ensinar e acompanhar a realização das
análises, sua ajuda foi muito importante.
As Fernandas, Lucilia, Illana e Rosângela pela acolhida, conversas,
descontrações e ajuda, durante a minha passagem pela USP.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela bolsa de mestrado concedida.
Aos diretores e funcionários do IFPI – Uruçuí, por compreenderem a minha
ausência em alguns momentos no trabalho.
As companheiras e amigas de casa e de trabalho, Afra e Melina, que
presenciaram as alegrias, lamentações e angústias. A compreensão e apoio de
vocês foram indispensáveis.
A profa. Afra Maria, por ter compreendido meu afastamento no período em
que estava escrevendo a dissertação. Pode contar comigo quando precisar.
A Ianna Lustosa, obrigada pela revisão nas referências.
A Mariana Séfora, sua ajuda e companhia foram importantes no início das
análises.
A Eva, companheira de RU, de carona, de trabalhos, de confidências e de
conversas intermináveis.
Aos colegas de mestrado: Eva, Tati, Lala, Fernanda, Joseth, Adenilma, Luíza
Marly, profa. Mercedes, Perpétua Angélica, Antônio Carlos. Sucesso a todos vocês!!
Aos demais amigos e familiares pela torcida.
Obrigada!!
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RESUMO
VIEIRA, L. M.. Caracterização química e capacidade antioxidante in vitro do coco babaçu (Orbignya speciosa). Dissertação (Mestrado) – Programa de Mestrado em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI, 2011.
A palmeira do babaçu é uma das mais importantes representantes da família das
palmáceas no Brasil. A amêndoa e o mesocarpo são as partes comestíveis do
babaçu (Orbignya speciosa), utilizadas na alimentação humana, animal e como
medicamento. Pesquisas envolvendo antioxidantes oriundos de fontes naturais têm
sido desenvolvidas, devido a sua importância na prevenção do desencadeamento
das reações oxidativas, tanto nos alimentos como no organismo animal. Os objetivos
do trabalho foram determinar a composição química, avaliar o conteúdo de fenólicos
totais e a capacidade antioxidante in vitro da amêndoa e do mesocarpo do babaçu,
utilizando três métodos: o método de captura de radicais DPPH (2,2 difenil-1-pricril-
hidrazil); o método de captura do radical ABTS•+ [2,2-azino-bis(3-etilbenzotiazolin)-6-
sulfônico] e o de co-oxidação de substratos (β-caroteno/ácido linoléico). O estudo do
potencial antioxidante foi realizado nos extratos etéreo, alcoólico, aquoso e
acetônico e nas frações de ácidos fenólicos livres (AFL), solúvel (AFS) e insolúvel
(AFI) da amêndoa e do mesocarpo do babaçu, obtidos de forma sequencial. Os
resultados mostraram que na amêndoa os lipídios constituíram a fração
predominante, com destaque para os ácidos graxos saturados (62,67 ± 1,13 %),
sendo o principal componente o ácido láurico que representou 31,57 ± 1,03 %. A
capacidade antioxidante pelo método DPPH• do extrato acetônico do mesocarpo
apresentaram o menor valor EC50 (5,87 ± 1,83 μg/mL), tendo uma boa relação com o
conteúdo de fenólicos totais (71,52 ± 1,07 mg de ácido gálico por 100 g de amostra).
Para as frações de ácidos fenólicos, há destaque para a fração AFI da amêndoa
com valor EC50 de 6,97 ± 0,51 μg/mL. As frações de ácidos fenólicos da amêndoa e
do mesocarpo do babaçu apresentaram valores TEAC (capacidade
antioxidante equivalente ao trolox) e de proteção da oxidação do β-caroteno
superiores em relação aos extratos estudados. Esses resultados sugerem que as
partes comestíveis do babaçu, principalmente o mesocarpo, são fontes promissoras
de antioxidantes naturais.
Palavras-chave: Orbignya speciosa, capacidade antioxidante, ácidos fenólicos,
ácidos graxos.
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ABSTRACT
VIEIRA, L. M.. Chemical characterization and antioxidant capacity in vitro of the babassu nut and the mesocarp (Orbignya speciosa). Thesis (Masters) - Masters Program in Food and Nutrition, Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI, 2011.
The babassu palm tree is one of the most important species of the palms family in
Brazil. Babassu (Orbignya speciosa) eatable parts consists of both the nut and the
mesocarp, used both in human and animal feeding. Research concerning
antioxidants from natural sources have been developed, due to its relevance in the
prevention of oxidative triggering reactions, both in food and animal organisms. The
main papper's objectives were to determine the chemical composition and to
evaluate the phenolic content and antioxidant capacitys in vitro both of the
babassu nut and mesocarp, make use three methods: the DPPH• (2,2-diphenyl-1-
picrylhdrazyl) and ABTS•+ (2,2-azinobis-(3-ethylbenzthiazoline-6-sulfonic acid)) free
radical scavenging capacity and β-carotene/linoleic acid. The antioxidant potential
was detected the in etheral, alcoholic, acetonic and watery extracts and in free (AFL),
soluble (AFS) and insoluble (AFI) phenolic acids fractions of babassu nut and
mesocarp, obtained sequentially. The results showed that in nut the fats were
predominant, in special the fatty acids (62.67 ± 1.13%), being the main component
the lauric acid which represented 31.57 ± 1.03 %. In the mesocarp, the
carbohydrates represented 94.87 ± 1.33%. The antioxidant capacity, calculated by
the DPPH method using the mesocarp acetone extract, showed the lowest EC50
value, this was 5.87 ± 1.83 mg/mL. This value having a good relationship with the
total phenolic content (71.52 ± 1.07 mg / 100 g). To the phenolic acids fractions, the
highlight goes to the nut AFI fraction with in the EC50 value of 6.97 ± 0.51 mg/ mL.
The fractions of nut phenolic acids and of babassu mesocarp presented TEAC (trolox
equivalent antioxidant capacity) values and superior β-carotene oxidation protection
in relation to the extracts studied. These results suggest that the edible parts of
babassu, especially the mesocarp, are promising sources of natural antioxidants.
Key words: Orbignya speciosa, antioxidant capacity, phenolic acids, fatty acids.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Fontes de antioxidantes em alimentos vegetais.....................................
29
Tabela 2. Composição centesimal da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa)...............................................................................................
49
Tabela 3. Composição de ácidos graxos da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa)................................................................................................................
51
Tabela 4. Teor de fenólicos em extratos da amêndoa e mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) expressos em mg de ácido gálico por 100 g de amostra .....
53
Tabela 5. Teor de fenólicos totais das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo de babaçu (Orbignya speciosa) expressos em mg de ácido gálico por 100 g de amostra. ...........................................................................................
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Tabela 6. Capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) utilizando o radical livre DPPH•.....................................................................................................................
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Tabela 7. Capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) utilizando o radical livre DPPH▪.............................................................................................................
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Tabela 8. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao Trolox) pelo método ABTS•+ dos extratos da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa)..
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Tabela 9. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao Trolox) pelo método ABTS•+ dos extratos do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa)
65
Tabela 10. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao Trolox) pelo método ABTS•+ das frações de ácidos fenólicas da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa)...............................................................................................
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Tabela 11. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao Trolox) pelo método ABTS•+ das frações de ácidos fenólicas do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) ..............................................................................................
66
Tabela 12. Determinação da capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico................................................
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Tabela 13. Determinação da capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico..........................................
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Tabela 14. Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoléico pelos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa)..............................................................................
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Tabela 15. Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoléico pelas frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa)...................................
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Palmeira do babaçu ............................................................................... 21
Figura 2. Componentes do coco babaçu: epicarpo (a); mesocarpo (b); endocarpo (c) e amêndoa (d) ................................................................................
21
Figura 3. Espécies de radicais livres ....................................................................
23
Figura 4. Formação de radicais livres a partir da redução completa do oxigênio molecular (O2) .......................................................................................................
24
Figura 5. Mecanismo de ação para antioxidantes primários.................................
27
Figura 6. Estrutura das principais classes de flavonóides .....................................
31
Figura 7. Estrutura da (A) curcumina (enol) e (B) ácido cafeico ...........................
32
Figura 8. Reação do radical DPPH• e um antioxidante..........................................
33
Figura 9. Estabilização do radical ABTS·+ por um antioxidante e sua formação pelo persulfato de potássio ....................................................................................
34
Figura 10. Amostras obtidas do coco babaçu: (A) Amêndoa; (B) Mesocarpo ......
38
Figura 11. Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu (Orbignya speciosa) de forma sequencial.................
41
Figura 12. Obtenção dos extratos acetônico da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu (Orbignya speciosa) .........................................................................
42
Figura 13. Esquema para obtenção das frações de ácidos fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu (Orbignya speciosa)..........................
44
Figura 14. Curva de calibração de ácido gálico (mg/L)..........................................
45
Figura 15. Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição de trolox em etanol (0 a 20 μg/mL) frente ao radical ABTS•+................................................
47
Figura 16. Relação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de reduzir o radical DPPH• em 50 % (EC50) dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo (d) de babaçu (Orbignya speciosa) ..................................................................................
58
Figura 17. Cinética da capacidade de sequestro do radical DPPH• dos extratos da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa) e do BHT, como controle................
59
Figura 18. Cinética da capacidade de sequestro do radical DPPH• dos extratos do mesocarpo e do BHT, como controle................................................................
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Figura 19. Cinética da capacidade de sequestro do radical DPPH• das frações fenólicas da amêndoa e do BHT, como controle....................................................
61
Figura 20. Cinética da capacidade de sequestro do radical DPPH• das frações fenólicas do mesocarpo e do BHT, como controle.................................................
62
Figura 21. Correlação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de sequestrar o radical ABTS (valor TEAC) dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo (d) de babaçu (Orbignya speciosa).....................................................
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Figura 22. Relação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de proteger em 50 % a oxidação lipídica (EC50), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico, dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo (d) de babaçu (Orbignya speciosa)...............................................................................................
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Figura 23. Porcentagem de inibição da oxidação para o padrão positivo BHT e para os extratos da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de substratos β-caroteno e ácido linoléico: (A) extrato alcoólico; (B) extrato aquoso; (C) extrato acetônico....................................................................................................
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Figura 24. Porcentagem de inibição da oxidação para o padrão positivo BHT e para os extratos do mesocarpo do babaçu, no teste de co-oxidação de substratos β-caroteno e ácido linoléico: (A) extrato alcoólico; (B) extrato aquoso; (C) extrato acetônico..............................................................................................
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Figura 25. Potencial antioxidante do extrato das frações fenólicas da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.....
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Figura 26. Potencial antioxidante do extrato das frações fenólicas do mesocarpo do babaçu, em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico.......................
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Figura 27. Curva cinética do potencial antioxidante das frações de ácidos fenólicos da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.......................................................................................
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Figura 28. Curva cinética do potencial antioxidante das frações de ácidos fenólicos do mesocarpo do babaçu, no teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.......................................................................................
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Figura 29. Curva cinética do potencial antioxidante dos extratos da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico..........
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Figura 30. Curva cinética do potencial antioxidante dos extratos do mesocarpo do babaçu, no teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.....
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A• Radical livre
Abs Absorbância
ABTS•+ Radical 2,2-azobis-(3-etilbenzotiazolina-6-sulfonato)
AFL Ácidos Fenólicos Livres
AFI Ácidos Fenólicos Insolúveis
AFS Ácidos Fenólicos Solúveis
BHA Butilhidroxianisol
BHT Butilhidroxitolueno
º C graus Celsius
C Carbono
CAT Catalase
Cu Cobre
CUPRAC Capacidade antioxidante do íon-cúprico
DNA Ácido desoxirribonucléico
DPPH• Radical 2,2 difenil-1-picril-hidrazil
EC50 Concentração que inibe 50% da oxidação
F 1 e F2 Fatores cinético 1 e 2
FRAP Potencial de redução férrico
g gramas
GPx Glutadiona peroxidase
GSH Glutadiona reduzida
GSSG Glutadiona oxidada
h horas
H Hidrogênio
Kcal quilocalorias
L litros
LCC Líquido da castanha de caju
LDL Lipoproteína de baixa densidade
min minutos
mg Miligramas
15
15
Nm Nanômetros
m metros
M molaridade
mL mililitros
Mm milimetros
mM Milimolar
Mn Manganês
N normalidade
O2 Oxigênio molecular
ORAC Capacidade de absorção de radicais de oxigênio
ppm partes por milhão
R• Radical livre
RNA Ácido ribonucléico
RNS Espécies reativas de oxigênio
ROO. Radical livre
ROS Espécies reativas de nitrogênio
SAS Statistical Analyses System
SOD Superóxido dismutase
TEAC Capacidade antioxidante equivalente ao trolox
TBARS Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
THF Tetrahidrofurano
TRAP Total do potencial de antioxidantes reativos
Trolox Ácido 6-hidroxi-2,5,7,8-tetracromano-2-carboxílico
μg microgramas
μL microlitros
μM micromolar
VET Valor Energético Total
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SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO.................................................................................................... 18
2.REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 20
2.1. Coco babaçu .................................................................................................. 20
2.2. Radicais Livres ............................................................................................... 23
2.2.1. Estresse oxidativo e as fontes de ROS ....................................................... 24
2.3. Antioxidantes .................................................................................................. 26
2.3.1. Antioxidante e fontes alimentares ......................................................... 28
2.4. Compostos fenólicos ...................................................................................... 29
2.5. Ensaio químico para avaliar atividade antioxidante in vitro ............................ 32
2.5.1. Método DPPH• ....................................................................................... 33
2.5.2. Método ABTS•+ ...................................................................................... 34
2.5.3. Método de co-oxidação do β-caroteno/ácido linoléico .......................... 35
3. OBJETIVOS ...................................................................................................... 37
3.1. Objetivo geral ................................................................................................. 37
3.2. Objetivos específicos ...................................................................................... 37
4. METODOLOGIA ................................................................................................ 38
4.1. Material ........................................................................................................... 38
4.2. Métodos .......................................................................................................... 39
4.2.1. Composição centesimal ......................................................................... 39
4.2.2. Composição de ácido graxo da amêndoa do coco babaçu ..................... 39
4.2.3. Obtenção dos extratos de mesocarpo e de amêndoa de coco babaçu .. 41
4.2.4. Obtenção das frações de ácidos fenólicos de amêndoa e do
mesocarpo de babaçu ...........................................................................................
42
4.2.4.1. Ácidos fenólicos livres (AFL) ........................................................... 42
4.2.4.2. Ácidos fenólicos solúveis (AFS) ...................................................... 43
4.2.4.3. Ácidos fenólicos insolúveis (AFI) ..................................................... 43
4.2.5. Determinação do teor de material seco do extrato e das frações
fenólicas ................................................................................................................
45
4.2.6. Determinação dos fenólicos totais ........................................................... 45
4.2.7. Método de captura de radicais DPPH (2,2 difenil-1-pricril-hidrazil) ........ 46
4.2.8. Método do radical ABTS•+ [2,2-azino-bis (3-etilbenzotiazolin)-6-
sulfônico] ...............................................................................................................
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4.2.9. Atividade antioxidante em sistema de co-oxidação de β-caroteno/ácido
linoléico ..................................................................................................................
47
4.3. Tratamento de dados ..................................................................................... 48
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 49
5.1. Composição centesimal ................................................................................. 49
5.2. Perfil de ácidos graxos da amêndoa .............................................................. 50
5.3. Quantificação dos compostos fenólicos totais ................................................ 52
5.4. Avaliação da atividade antioxidante in vitro .................................................... 55
5.4.1. Método de captura do radical DPPH• ..................................................... 55
5.4.2. Método de captura do radical ABTS•+ ..................................................... 63
5.4.3. Sistema de co-oxidação de β-caroteno/ácido linoléico............................ 68
6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 83
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 85
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1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, muitas pesquisas têm sido conduzidas a partir dos
benefícios de vários fitoquímicos presentes em frutas, sementes e demais vegetais,
e os impactos significativos destes compostos sobre a saúde humana. Estudos
clínicos e epidemiológicos têm demonstrado evidências de que antioxidantes de
cereais, frutas e demais vegetais são os principais fatores que contribuem para a
significativa redução da incidência de doenças crônicas não transmissíveis
encontradas em populações cujas dietas são altas na ingestão destes alimentos
(CERQUEIRA et al., 2007; ROESLER et al., 2007; HALE, 2008; MARINO et al.,
2008).
Antioxidante pode ser definido como qualquer substância que, presente em
baixas concentrações quando comparada à do substrato oxidável, retardam ou
inibem significativamente a oxidação daquele substrato, diminuindo a velocidade de
reação ou prolongando a sua estabilidade oxidativa (HALLIWELL, 1996a). Os
antioxidantes podem ser naturais ou sintéticos e participam, de alguma forma, na
inibição do processo oxidativo deteriorativo, quer nos alimentos, quer no organismo
animal. Entre os principais antioxidantes encontrados nos alimentos podem-se citar
os compostos fenólicos, a vitamina C e E, os carotenóides, os minerais zinco e
selênio, dentre outros (MANCINI et al., 2005).
Entre os antioxidantes encontrados nos alimentos vegetais, especialmente
sementes oleaginosas, várias pesquisas tem apontado os compostos fenólicos como
os principais responsáveis por tais propriedades antioxidantes, como o líquido da
castanha de caju (LCC) que apresentou efeito antioxidante em ensaios in vivo
(Saccharomyces cerevisiae) e in vitro (DPPH• e xantina oxidase) segundo Andrade
et al. (2011). Pesquisas quantificando o conteúdo de fenólicos, incluindo o ácido
elágico em nozes e sementes, observaram que as amostras com os maiores teores
de ácido elágico (nozes e pecans) também apresentaram os conteúdos de fenólicos
totais e a capacidade de sequestro do radical DPPH• mais elevados (ABE et al.,
2010).
Além da atividade antioxidante direta, algumas pesquisas têm destacado
múltiplas funções e mecanismos importantes relacionados à habilidade dos
compostos fenólicos de se ligarem a receptores celulares e a transportadores de
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membranas, de influenciarem a expressão gênica, a sinalização e a adesão celular
(MANACH et al., 2005).
O Brasil apresenta uma das maiores diversidades de espécies frutíferas do
mundo em função de sua vasta extensão territorial e ampla variação climática
(IBRAF, 2010). A região Nordeste se destaca por produzir grande variedade de
frutos tropicais, nativos e exóticos, com boas perspectivas para exploração
econômica, em decorrência de suas condições edafoclimáticas (SACRAMENTO et
al., 2000). Nesse sentido a avaliação e determinação dos antioxidantes em frutas,
hortaliças e sementes oleaginosas produzidas e consumidas no Brasil são
essenciais para avaliar os alimentos fonte de compostos bioativos e estimar sua
ingestão pela população, além de descobrir novas fontes potenciais desses
constituintes agregando valor comercial a alimentos até então de pouco uso
alimentar (FALLER et al., 2009).
O extrativismo da palmeira do babaçu é uma atividade secular no território
brasileiro, sendo pública e notória sua vocação como uma fonte de alimentos,
material para construção de casas e energia. Os babaçus brasileiros presente em
18,5 milhões de hectares concentram-se nas regiões Nordeste, Norte e Centro -
Oeste, merecendo maior destaque a região Nordeste, tendo os estados do
Maranhão e Piauí, atualmente, como os maiores produtores de amêndoas e a maior
área ocupada com cocais (MACHADO, 2005; SOLER, 2007).
As partes comestíveis do coco babaçu são muito utilizadas pela população,
na elaboração de alimentos e no uso medicinal, mas são pouco pesquisadas,
principalmente em relação ao seu potencial antioxidante. Diante disso, esse trabalho
se propôs a avaliar a composição química e a capacidade antioxidante in vitro das
partes comestíveis do coco babaçu (mesocarpo e amêndoa). E assim, contribuir
para identificação de uma nova fonte de compostos bioativos de origem vegetal e
incentivar o consumo deste alimento.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Coco babaçu
A palmeira do babaçu é uma das mais importantes representantes da família
das palmáceas no Brasil. Pertencendo ao gênero Orbignya, apresenta cerca de 20
espécies nas Américas Central, do Norte e do Sul, distribuídos do sul do México ao
Peru, Bolívia e Brasil (REIS, 2009). Os botânicos divergem quanto à classificação da
palmeira do babaçu, classificando-a como Orbignya oleífera, O. martiana, O.
speciosa, ou ainda, O. phalerata (MACHADO, 2005). De acordo com Carvalho
(2007), o babaçu explorado no Estado do Piauí foi denominado de Orbignya
speciosa.
O babaçu é uma palmeira de grande porte, chegando a alcançar 20 metros de
altura, de tronco cilíndrico e copa em formato de taça. A época de frutificação do
babaçu ocorre durante todo o ano, a partir do 8º ano de vida, variando de acordo
com a localização dos babaçuais, da população existente e das condições
meteorológicas vigentes. Os frutos são uma drupa, possuindo elevado número de
frutos por cacho, sendo estes em número de quatro, quando em habitat natural,
podendo chegar de 15 a 25 cachos. Os frutos têm formato oblongos-elipsóides lisos,
com 11,3 x 6,3 cm de diâmetro, de coloração marrom na maturidade, pesando de 90
a 280 gramas (Figura 1) (PASCOAL et al., 2006; SOLER, 2007; REIS, 2009).
O coco ou coquilho (fruto da palmeira de babaçu) é composto por quatro
partes principais 1) epicarpo (15 % do fruto) é a camada externa fibrosa, 2)
mesocarpo (20 % do fruto) é a camada intermediária que fica entre o epicarpo e o
endocarpo, fibrosa e amilácea, isto é, rica em amido, 3) endocarpo (59 % do coco) é
a camada interna lenhosa, onde ficam alojadas as amêndoas e 4) amêndoas (6 %
do coco) de cor branca, coberta por uma película de cor castanha, em cada fruto
geralmente são encontradas de 3 a 4 amêndoas (TAVARES, 2008). A Figura 2
representa os componentes do fruto babaçu.
21
21
Figura 1. Palmeira do babaçu
A palmeira do babaçu é considerada a mais utilizada na indústria extrativista
brasileira, do ponto de vista econômico, pelo aproveitamento de todos os seus
componentes. Da folha da palmeira do babaçu pode-se fazer telhado para casas e
artesanato; do caule é feito adubo e estrutura de construções. Dentre os produtos
extraídos do coco de babaçu destacam-se o epicarpo usado na fabricação de
escova, tapete, celulose e álcool anidro, o mesocarpo importante para a produção
de farináceas, dextrina, álcool anidro e alimentos, o endocarpo utilizado na
fabricação de carvão, ácido pirolenhoso, óleos de madeira, alcatrão e álcool, e a
amêndoa utilizada na obtenção de óleos, torta, ácidos graxos e glicerina
(MACHADO, 2005; TAVARES, 2008; REIS, 2009). O mesocarpo e as amêndoas são
as principais partes comestíveis do coco babaçu.
Figura 2. Componentes do coco babaçu: epicarpo (a); mesocarpo (b); endocarpo (c) e amêndoa (d).
22
22
Do mesocarpo é obtida uma farinha amplamente comercializada no estado do
Maranhão. A farinha é obtida a partir da secagem e trituração do mesocarpo. O
mesocarpo transformado em pó é peneirado, umedecido e finalmente torrada em
fogo alto. A farinha de mesocarpo de babaçu tem em sua composição 68,3 % de
amido; 1,54 % de proteínas; 0,27 % de lipídios; 1,25 % de glicídios solúveis e 2,54 %
de fibra alimentar (SOUSA, 2008).
O mesocarpo do fruto do babaçu é utilizado em diversas áreas, como na
nutrição animal e humana, e como medicamento. Na alimentação humana, devido a
sua composição rica em minerais, amido e fibras, o mesocarpo é utilizado para a
preparação de bolos, tortas, mingau (REIS, 2009).
Dados etnobotônicos indicam a sua utilização como medicamento popular no
tratamento de inflamações, feridas crônicas, úlceras gástricas, artrite reumatóide,
obesidade, entre outras doenças (BARROQUEIRO et al., 2001; SOUSA, 2008).
Batista et. al. (2006) analisando a cicatrização de feridas na bexiga de ratos,
obtiveram resultados positivos utilizando extrato aquoso de mesocarpo de babaçu.
Segundo Sousa (2008), existe uma importante correlação entre o consumo do
mesocarpo de babaçu e o aumento das respostas imunes auto-reativas em ensaios
pré-clínicos em animais.
O produto mais utilizado da palmeira do babaçu é a amêndoa, que
corresponde de 6 % a 8 % do coco, possui cerca de 60 % de óleo ou azeite, que é
usado para variados fins. O óleo de babaçu é rico em ácido láurico, com
concentração acima de 40 % (CASTRO et. al, 2002). As principais fontes de
gorduras láuricas no mundo são os óleos de coco e palmiste (coquinho do dendê ou
palma). Os principais produtores são as Filipinas e a Malásia. No Brasil as principais
fontes de gorduras láuricas são os óleos de coco, de palmiste e de babaçu
(MACHADO et al., 2006).
As gorduras láuricas possuem várias propriedades tecnológicas e por isso
são muito utilizadas nas indústrias farmacêutica e alimentícia, são resistentes à
oxidação não enzimática e, ao contrário de outras gorduras saturadas, apresentam
temperatura de fusão baixa e bem definida. São muito usadas na indústria de
cosméticos, mas em função das suas propriedades físicas e de resistência à
oxidação, são também muito empregadas no preparo de gorduras especiais para
23
23
confeitaria, sorvetes, margarinas e substitutos de manteiga de cacau (MACHADO,
2005; MELO et al., 2007).
2.2. Radicais Livres
Radicais livres são átomos, grupos de átomos ou moléculas que possuem
elétrons livres não-pareados em sua camada orbital externa, o que explica sua
instabilidade e elevada reatividade (SHAHIDI, 1992). Entretanto, radical livre não é a
designação ideal para o conjunto dos agentes reativos patogênicos, pois alguns
deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última camada, embora
participem das reações de oxirredução. Assim, os termos reactive oxygen species
(ROS, espécies reativas de oxigênio) e reactive nitrogen species (RNS, espécies
reativas de nitrogênio) são considerados mais apropriados por descreverem melhor
esses agentes químicos (CAVALCANTE, 2009). Na Figura 3 são descritas às
principais espécies reativas de nitrogênio e oxigênio.
Figura 3. Espécies de radicais livres (BIANCH e ANTUNES, 1999).
A reatividade destes compostos com biomoléculas é variável, sendo alguns
estáveis e pouco reativos, como por exemplo, o radical superóxido (O2•-) e outros
altamente reativos, como o radical hidroxila (OH-), o principal exemplo (CERQUEIRA
et al., 2007). Em sistemas biológicos o OH- é considerado o mais deletério, pois sua
meia-vida é muito curta, dificilmente pode ser sequestrado in vivo. Frequentemente
ataca as moléculas por abstração de hidrogênio ou adição a insaturações, também
pode se combinar rapidamente com metais ou outros radicais no próprio sítio onde
foi produzido (YOUNG e WOODSIDE, 2001).
Oxigênio Molecular 1O2 Peróxido de Hidrogênio H2O2 Radical Hidroxila OH- Radical Superóxido O2 Peroxinitrito ONOO- Radical Semiquinona Q-
Óxido Nítrico NO-
Dióxido de Nitrogênio NO2-
24
24
Estima-se que cerca de 0,1 % do O2 utilizado durante a respiração
mitocondrial forma ROS, devido ao escape dos elétrons dos complexos que
compõem a cadeia respiratória (CERQUEIRA et al., 2007). A Figura 4 representa a
redução completa do oxigênio molecular (O2), incorporando quatro elétrons ao final
da cadeia respiratória, formando a água (seta superior). Cerca de 2-3 % do O2 sofre
redução incompleta, gerando compostos intermediários. A enzima superóxido
dismutase (SOD) converte o ânion superóxido (O2
•−) em peróxido de hidrogênio (H2O2)
que, sob ação das enzimas catalase ou glutationa peroxidase (GPx) é convertido a
peróxido de hidrogênio (H2O).
Figura 4. Formação de radicais livres a partir da redução completa do oxigênio molecular (O2) (CAVALCANTE, 2009).
2.2.1. Estresse oxidativo e as fontes de ROS
Os radicais livres são produzidos naturalmente em nosso organismo através
de processos metabólicos oxidativos e, muitas vezes, são de extrema utilidade,
como nas situações em que há necessidade de ativação do sistema imunológico
(como exemplo, os macrófagos utilizam o peróxido de hidrogênio para destruir
bactérias e outros elementos estranhos); na desintoxicação de drogas; e na
produção do fator relaxante derivado do endotélio (SCHNEIDER et al., 2004).
Entretanto muitos destes compostos quando gerados internamente, podem reagir
com DNA, RNA, proteínas e outras substâncias oxidáveis (MELO, 2006).
25
25
O desequilíbrio entre moléculas antioxidantes e oxidantes que resulta na
indução de danos celulares pelos radicais livres tem sido chamado de estresse
oxidativo (SEIFRIED et al., 2007). Segundo Cavalcante (2009), esse desequilíbrio
pode ser devido à exposição ambiental aos oxidantes; à ingestão insuficiente de
antioxidantes na dieta; à produção excessiva de radicais livres durante metabolismo
de fármacos ou substâncias tóxicas; à atividade excessiva do sistema celular que
produz radicais livres, como os fagócitos, durante o processo inflamatório; ou ainda
devido a alterações enzimáticas, resultando em níveis patológicos de danos
oxidativos.
O estresse oxidativo tem sido relacionado ao desenvolvimento de muitas
doenças crônicas e degenerativas, bem como no processo de envelhecimento.
Atualmente, é bem conhecido que espécies reativas de oxigênio (ROS) têm sido
associadas em mais de 100 doenças, incluindo malária, síndrome da
imunodeficiência adquirida, doença cardíaca, acidente vascular cerebral,
arteriosclerose, diabetes, câncer e úlcera gástrica (ZHANG et al., 2009).
A oxidação é um processo metabólico que leva à produção de energia
necessária para as atividades essenciais das células. Entretanto, o metabolismo do
oxigênio nas células vivas também leva à produção de radicais, os oxidantes são
compostos produzidos pelo metabolismo normal do corpo e, se não controlados,
podem provocar danos extensivos (ROESLER et. al., 2007). Mesmo o organismo
possuindo sistemas antioxidantes de proteção ao dano oxidativo, contudo na
condição de pró-oxidante a concentração desses radicais pode aumentar devido à
geração intracelular ou deficiência dos mecanismos antioxidantes (BIANCHI et al.,
1999; ZHANG et al., 2009).
A formação de radicais livres in vivo ocorre via ação catalítica de enzimas,
durante os processos de transferência de elétrons que ocorrem no metabolismo
celular produzidas por fontes endógenas e pela exposição a fatores exógenos
(BARREIROS et al., 2006). No organismo, as ROS de origem endógena são,
geralmente, produzidas através de reações enzimáticas e não-enzimáticas de
transferência de elétrons. Os principais sítios e processos celulares geradores de
oxidantes são a mitocôndria, os microssomos e os sistemas enzimáticos xantina/
xantina oxidase e, em maior escala, NADPH oxidase, a presença de metais de
26
26
transição no interior da célula e de sistema de transporte de elétrons
(CAVALCANTE, 2009; NASCIMENTO, 2010).
As fontes exógenas de radicais livres incluem radiação, fumo, estresse,
alguns medicamentos, radiações gama e ultravioleta, dieta e os poluentes
ambientais (CANTERLE, 2005; SHAMI et al., 2004). O cigarro, por exemplo, contém
cerca de cinco mil compostos tóxicos, incluindo oxidantes potentes, tais como,
acreleína, H2O2, OH- e radicais orgânicos (RAJENDRASOZHAN et al., 2008).
2.3. Antioxidantes
As pesquisas envolvendo antioxidantes têm aumentado muito nos últimos
anos. Estudos clínicos e epidemiológicos têm mostrado evidências de que os
antioxidantes contribuem para manter o equilíbrio entre a produção e a eliminação
de espécies reativas de oxigênio e outros compostos relacionados, inibindo e
reduzindo as lesões causadas pelos radicais livres nas células. Assim, Halliwell
(1996b) definiu antioxidante como alguma substância presente em concentração
baixa, comparada à concentração do substrato oxidante, que previne
significativamente ou atrasa a oxidação de substratos susceptíveis.
Antioxidantes são compostos que podem ser naturais ou sintéticos e que
apresentam elevada estabilidade oxidativa, possuem a propriedade de prevenir a
oxidação de outras substâncias, como proteínas, ácidos nucléicos e lipídeos. Os
antioxidantes naturais podem ser divididos em substâncias nutrientes e não
nutriente. Dentre as nutrientes têm-se as vitaminas A, C, E, os carotenóides, a
lecitina, entre outros, que de alguma forma, participam da inibição do processo
oxidativo deteriorativo, quer nos alimentos, quer no organismo animal. As
substâncias não nutrientes, onde são enquadrados principalmente os compostos
fenólicos, atuam de forma efetiva como antioxidantes, e estão presentes na natureza
sob um número elevado de compostos (MANCINI et al., 2005).
De acordo com seu mecanismo de ação, os antioxidantes podem ser
classificados como terminadores de radicais livres ou primários (reagem com
radicais livres interrompendo a propagação da cascata de reações), como
varredores de oxigênio ou secundários (que desativam o oxigênio singlete que pode
iniciar uma nova cadeia de propagação de radicais livres) e como quelantes de íons
27
27
metálicos, o ferro e o cobre, por exemplo, (que são capazes de catalisar a
peroxidação lipídica) (SÁNCHEZ-MORENO et al., 1999).
O mecanismo de ação do antioxidante primário é representado na Figura 5,
onde o átomo de hidrogênio ativo do antioxidante é abstraído pelos radicais livres R•
e ROO• com maior facilidade que os hidrogênios alílicos das moléculas insaturadas.
Assim formam-se espécies inativas para a reação em cadeia e um radical inerte (A•)
procedente do antioxidante. Este radical, estabilizado, não tem a capacidade de
iniciar ou propagar as reações oxidativas (RAMALHO et al., 2006).
Figura 5. Mecanismo de ação para antioxidantes primários.
Os antioxidantes secundários atuam no bloqueio da decomposição dos
peróxidos e hidroperóxidos, convertendo-os na forma inativa, por ação de agentes
redutores, bloqueando a reação em cadeia através da captação de intermediários
reativos, como os radicais peroxila e alcooxila. Nesta classe estão os antioxidantes
sintéticos (butilhidroanisol – BHA e butilhidroxitolueno – BHT), as vitaminas A, E e C
e os compostos fenólicos (DONNELLI et al., 1995; DUARTE-AMEIDA et al., 2006).
Para proteger o organismo contra as espécies reativas de oxigênio existem
uma série de sistemas de defesa antioxidante que podem ter origem no próprio
organismo. Estes mecanismos são realizados pelos sistemas enzimáticos e não
enzimáticos, que impedem a continuação das reações em cadeia (GÁLVEZ, 2010;
ANDRADE et al., 2011).
Os principais agentes de defesa antioxidante enzimáticos incluem as enzimas
superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx) e outros
que se encontram nos fluidos extracelulares, como por exemplo ceruloplasmina,
transferrina ou haptoglobina (GÁLVEZ, 2010).
A catalase desempenha importante papel na eliminação do H2O2,
promovendo a sua redução até formação de água. A GPx também funciona como
mecanismo de proteção contra o estresse oxidativo, convertendo a glutationa
ROO● + AH → ROOH + A●
R● + AH → RH + A●
Onde: ROO● e R
● - radical livre; AH – antioxidante com um átomo de hidrogênio
e A●
- radical inerte.
28
28
reduzida (GSH) à glutationa oxidada (GSSG), removendo H2O2 e formando água.
Dessa forma, tanto a CAT quanto a GPx evitam o acúmulo de radical superóxido e
de peróxido de hidrogênio para que não haja produção de radical hidroxil, contra o
qual não existe sistema enzimático de defesa. O perfeito equilíbrio entre as enzimas
antioxidantes (CuZnSOD, MnSOD, CAT, GPx) é importante para a manutenção da
integridade celular (SCHNEIDER et al., 2004).
O sistema não enzimático inclui compostos sintetizados pelo organismo
humano como bilirrubina, ceruloplasmina, hormônios sexuais, melatonina, coenzima
Q, ácido úrico, e outros, ingeridos através da dieta regular ou via suplementação
como ácido ascórbico (vitamina C), α-tocoferol (vitamina E), β-caroteno (precursor
de vitamina A) e grupos fenóis de plantas (flavonóides) (SCHNEIDER et al., 2004).
Esses antioxidantes não-enzimáticos são extremamente importantes na intercepção
das espécies reativas de oxigênio, atuando como sequestradores de radicais livres
(ANDRADE et al., 2008). Dentre os antioxidantes naturais destacam-se os
compostos fenólicos com grande capacidade para captar radicais livres devido à
presença de grupos hidroxila unidos aos anéis aromáticos (FRONTELA et. al.,
2010).
2.3.3. Antioxidante e fontes alimentares
Os alimentos contêm compostos oxidantes, os quais podem ocorrer
naturalmente ou ser introduzidos durante o processamento para consumo. Por outro
lado, os alimentos, principalmente as frutas, verduras e legumes, também contêm
agentes antioxidantes, tais como vitaminas C, E e A, a clorofilina, os flavanóides,
carotenóides, curcumina e outros capazes de restringir a propagação das reações
em cadeia e os efeitos deletérios induzidos pelos radicais livres (BIANCHI et al.,
1999).
A constatação de que os vegetais possuem substâncias biologicamente ativas
que trazem benefícios à saúde ou efeitos fisiológicos desejáveis, tem impulsionado
estudos sobre as suas propriedades antioxidantes. O efeito antioxidante de vegetais
foi, inicialmente, evidenciado por Chipault et al. (1952) que avaliaram a ação de 32
especiarias, das quais o alecrim e a sálvia foram consideradas as mais eficazes.
Posteriormente, pesquisas constataram esta ação na soja e produtos de soja, na
29
29
canela, no espinafre e repolho, na maçã, no coentro, entre outros (MELO et al.,
2006).
A eficácia da ação antioxidante dos componentes bioativos depende de sua
estrutura química e da concentração destes fitoquímicos no alimento, cujo teor é
amplamente influenciado por fatores genéticos, condições ambientais, grau de
maturação, variedade da planta, entre outros (CAMPOS, 2008; MELO et. al., 2009).
As principais fontes de antioxidantes são frutas, hortaliças e amêndoas. As
fontes mais importantes e os antioxidantes relacionados estão apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1. Fontes de antioxidantes em alimentos vegetais.
Fontes alimentares Antioxidantes
Cúrcuma Curcumina Nozes Ácido elágico Chá verde Catequinas Tomate e derivados, melancia, goiaba
Licopeno
Frutas cítricas Quercetina, flavonas, flavónoides Castanha do Pará Vitamina E, selênio Amendoim Vitamina E Chicória, alcachofra Ácido hidroxicinâmico Uvas vermelhas Antocianinas, Reverastrol Cenoura, abóbora Alfa-caroteno e beta-caroteno Espinafre Luteína Ameixa, maçã, pêra, kiwi Ácido hidroxicinâmico, catequinas Laranja, acerola Vitamina C (ácido ascórbico) Orégano Ácido rosmarínico, ácido fenólico,
flavonóides Gengibre 6-gingerol Salsa Flavonas Aveia, arroz, trigo Ácido aféico e ferúlico
Fonte: MARTINÉS-VALVERDE et al. (2000); MORAIS et al. (2009); FRONTELA et al. (2010).
2.4. Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos ou polifenóis são grupo de substâncias de natureza
química e funções variadas que se encontram presentes de modo significativo em
alimentos de origem vegetal. As plantas sintetizam centenas de compostos
fenólicos, que desempenham importantes funções nas células vegetais, protegem
contra a radiação ultravioleta ou ataque de alguns agentes patógenos, atuam como
metabólicos essenciais para o crescimento e reprodução da planta e contribuem
30
30
também, de modo importante, para cor e aroma das flores e frutos (CERQUEIRA et
al., 2007; FRONTELA et al., 2010).
Atualmente este grupo de compostos fitoquímicos apresenta grande interesse
nutricional por contribuir para a saúde humana, devido à capacidade
anticarcinogênica e antimutagênica (HEIN et al., 2002). Sabendo que a prevenção, é
uma estratégia mais eficaz que o tratamento para doenças crônicas, um constante
fornecimento de plantas contendo fitoquímicos benéficos à saúde, além da nutrição
básica, é essencial para fornecer um mecanismo de defesa que reduza o risco de
doenças crônicas em seres humanos (PÉREZ-JIMÉNEZ et al., 2008).
Muitas das propriedades benéficas descritas nos alimentos de origem
vegetal, associadas principalmente à atividade antioxidante, estão relacionadas com
a presença e quantidade de compostos fenólicos. A capacidade antioxidante dos
polifenóis, bem como o seu mecanismo de ação, está relacionada com a estrutura
molecular e, mais especificamente, à posição e ao grau de hidroxilação do anel
aromático destes compostos, assim como pelas posições de glicosilação (MORAES
et al., 2006). A hidroxila existente na posição orto com o grupo metoxila, doador de
elétrons, aumenta a estabilidade do radical fenoxil e a eficiência antioxidante do
composto. Uma segunda hidroxila na posição orto ou para, também aumenta a
atividade antioxidante, sendo que a ação sequestraste desse composto parece estar
relacionada aos grupos hidroxilas localizada na posição para no anel aromático
(MARTÍNEZ-VALVERDE et al., 2000; DIMITROS, 2006).
Quimicamente os compostos fenólicos são divididos em dois grandes grupos:
flavonóides e os não flavonóides, conhecidos como ácidos fenólicos (KARAKAYA,
2004). Os flavonóides são pigmentos naturais presentes nos vegetais e que
protegem o organismo dos danos produzidos por agentes oxidantes, como raios
ultravioletas, a poluição ambiental e substâncias químicas presentes nos alimentos
O organismo humano não pode produzir essas substâncias protetoras, por isso,
devem ser obtidas mediante alimentação em forma de suplementos. Os flavonóides
estão amplamente distribuídos em plantas, frutas, verduras (MARTÍNEZ-FLÓREZ et
al., 2002) e em diversas bebidas como o vinho tinto (GRANATO et. al., 2010).
Os flavonóides possuem, na sua estrutura química, um número variável de
grupos hidroxila e excelente propriedade de quelação de ferro e outros metais de
transição, o que confere uma grande capacidade antioxidante. Sua estrutura básica
31
31
é formada por (C6-C3-C6), sendo os compostos mais diversificados do reino vegetal
(Figura 6) (CERQUEIRA et al., 2007). Neste grupo encontram-se as antocianidinas,
flavonas, flavonóis e, com menor frequência, as auronas, calconas e isoflavonas,
dependendo do lugar, número e combinação dos grupamentos participantes da
molécula (MARTÍNEZ-FLÓREZ et al., 2002; DUARTE-ALMEIDA et al., 2006).
Figura 6. Estrutura das principais classes de flavonóides (MARTÍNEZ-FLÓREZ, 2002).
Os ácidos fenólicos são algumas das substâncias que constituem o grupo dos
compostos fenólicos. Caracterizam-se por terem um anel benzênico, um grupamento
carboxílico e um ou mais grupamentos de hidroxila e/ou metoxila na molécula,
conferindo propriedades antioxidantes tanto para os alimentos como para o
organismo, sendo, por isso, indicados para o tratamento e prevenção do câncer,
doenças cardiovasculares e outras doenças (FERGUNSON et al., 1999).
Os ácidos fenólicos são divididos em três grupos. O primeiro é composto
pelos ácidos benzóicos, que possuem sete átomos de carbono (C6-C1) e são os
ácidos fenólicos mais simples encontrados na natureza. O segundo é formado pelos
ácidos cinâmicos, que possuem nove átomos de carbono (C6-C3), sendo os mais
comumente encontrados no reino vegetal. Por último, têm-se as cumarinas que são
derivadas do ácido cinâmico por ciclização da cadeia lateral do ácido o-cumárico
(SOARES, 2002). Bastos et al. (2009) cita que a curcumina, pigmento fenólico de
cor amarela obtida a partir da cúrcuma (Curcuma longa L.), tem a atividade
32
32
antioxidante atribuída aos seus grupos hidroxil e metóxi (Figura 7. A). O ácido
cafeico e suas formas conjugadas (cafeicol éster) compreendem outra família de
ácido fenólico com largo espectro de atividade biológica, como a atividade
antiinflamatória, antioxidante e antiglicação (Figura 7. B).
Figura 7. Estrutura da (A) curcumina (enol) e (B) ácido cafeico (Adaptada de Bastos et al., 2009).
2.5. Ensaios químicos para avaliar atividade antioxidante in vitro
Ao longo dos anos, diferentes métodos têm sido desenvolvidos e
empregados para avaliar a capacidade antioxidante in vitro em vegetais e seus
extratos de forma a permitir uma rápida seleção de substâncias e/ou misturas
potencialmente interessantes com relação ao seu potencial em combater os diversos
radicais livres. Entretanto até hoje não existe nenhum método oficial para tal fim e
quando se usa mais de um método antioxidante obtêm-se resultados muitas vezes
conflitantes e não comparáveis. Dessa forma diversos métodos têm sido utilizadas
para determinar a atividade antioxidante in vitro, (MILLER et al.; 2000; DUARTE-
ALMEIDA et al., 2006).
A capacidade antioxidante pode ser expressa através de diferentes
parâmetros, incluindo capacidade de sequestrar o radical peróxido (ORAC –
capacidade de absorção de radicais de oxigênio, TRAP – total do potencial de
antioxidantes reativos), capacidade de redução de metal (FRAP - potencial de
redução férrico, CUPRAC - capacidade antioxidante do íon-cúprico), capacidade de
sequestrar o radical hidroxila (método desoxirribose), capacidade de sequestrar o
radical orgânico (ABTS•+ - [2,2-azino-bis(3-etilbenzotiazolin)-6-sulfônico], DPPH• - 2,2
difenil-1-pricril-hidrazil) e quantificação dos produtos de decomposição da
peroxidação lipídica (TBARS, LDL oxidação, co-oxidação do β-caroteno) (RUFINO
et al., 2010).
33
33
Os métodos FRAP, ABTS•+, DPPH• e ORAC são os mais utilizados para
determinar a capacidade antioxidante in vitro. É recomendável que pelo menos dois
(ou todos) destes métodos sejam realizados para fornecer resultados confiáveis da
capacidade antioxidante total dos gêneros alimentícios, dando relevância aos pontos
fortes e fracos e a aplicabilidade de cada ensaio. Sabendo-se que estes métodos
diferem tanto em relação ao mecanismo de reação, como no que se refere às
espécies-alvo, às condições em que ocorre a reação e na forma de expressar os
resultados (PÉREZ-JIMÉNEZ et al., 2008; NASCIMENTO, 2010).
2.5.1. Método DPPH•
A avaliação da atividade antioxidante, utilizando o modelo do DPPH•, é
baseado na transferência de elétrons de um composto antioxidante, substância
doadora de H, para um radical livre estável 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH•), que ao
se reduzir perde sua coloração púrpura (Figura 8). Desta forma, avalia-se apenas o
poder redutor do antioxidante, que ao doar um elétron se oxida, e por este motivo
não detecta substâncias pró-oxidantes (SÁNCHEZ-MORENO, 2002).
Figura 8. Reação do radical DPPH• e um antioxidante.
A capacidade antioxidante utilizando este método é avaliada tendo como
fundamento que a intensidade do sinal DPPH• é relacionada à concentração de
antioxidante e ao tempo da reação (SÁNCHEZ-MORENO, 2002). O radical livre de
2,2-difenil-1-picrilhidrazil apresenta um máximo de absorbância a 517 nm. Após a
34
34
adição do antioxidante, produz-se uma diminuição da absorbância, proporcional à
concentração e à atividade antioxidante da amostra (BRAND-WILLIAMS et al.,
1995).
O método DPPH• é considerado válido e fácil para avaliar a capacidade
antioxidante, pois o composto gerado é estável, diferente de outras técnicas
(SÁNCHEZ-MORENO et al., 1998). É amplamente utilizado e relativamente rápido
quando comparado a outros métodos na avaliação da atividade antioxidante de
frutas, sucos de vegetais e extratos (MENSOR et al., 2001). Contudo, esse método
não pode ser utilizado para amostras biológicas, pois as proteínas precipitam-se em
meio alcoólico (BRAND-WILLIAMS et. al., 1995).
2.5.2. Método ABTS•+
A capacidade antioxidante equivalente ao trolox (TEAC) é um método
aplicado para avaliar a quantidade de radicais que pode ser eliminado por um
antioxidante, ou seja, a capacidade antioxidante. O trolox é o antioxidante sintético
similar à vitamina E, utilizado para preparar a curva padrão do método ABTS•+.
Na versão mais recente deste método, um antioxidante é adicionado a uma
solução de radical (ABTS•+) pré-formado e, após um período de tempo fixo, o
ABTS•+ restante é quantificado espectrofotometricamente (ARTS et al., 2004). Ou
seja, a atividade antioxidante é medida através da captura do radical 2,2´-azinobis
(3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico) (ABTS•+) (KUKOSKI, 2005).
Quimicamente, a pré-formação do radical monocatiônico de 2,2'-azinobis
(ácido 3-etilbenzotiazolina-6-sulfônico) (ABTS•+) é gerado pela oxidação do ABTS•+
com persulfato de potássio que é reduzido na presença de hidrogênio como doador
de antioxidantes (Figura 9).
cor: verde-escura cor: verde-clara
Figura 9. Estabilização do radical ABTS•+ por um antioxidante e sua formação pelo persulfato de potássio (RUFINO et al., 2007).
35
35
O radical ABTS•+ é um composto cromóforo quimicamente muito estável, com
alta solubilidade em água e uma máxima de absorbância de 414 nm, e também
medidas secundárias de absorbância a 645, 734 e 815 nm em meio alcoólico,
tornando-se mais vantajoso que o método DPPH• que apresenta um pico de
absorbância a 517 nm. A atividade antioxidante é medida em termos de
descoloração (MILLER et al. 1993; RE et. al., 1999). Com esse método, pode-se
medir a atividade antioxidante para antioxidantes lipofílicos, hidrofílicos, incluindo
flavonóides, hidroxicinamatos, carotenóides e antioxidantes do plasma (RE et. al.,
1999).
2.5.3. Método de co-oxidação do β-caroteno/ácido linoléico
Diversos métodos têm sido utilizados para determinar a atividade antioxidante
in vitro, de forma a permitir uma rápida seleção de substâncias e/ou misturas
potencialmente interessante, na prevenção de doenças crônico-degenerativas.
Dentre estes métodos destacam-se o sistema de co-oxidação do β-caroteno/ácido
linoléico.
Os métodos baseados na oxidação podem ser facilmente realizáveis
dependendo das circunstâncias usadas, visto que no método do descoloramento do
β-caroteno; o β-caroteno reage com os radicais livres dos compostos. O método é
amplamente usado para avaliar a atividade antioxidante de vários tipos de amostras,
tais como, compostos puros, extratos de plantas, grãos, frutas, vegetais e outros
alimentos (CARPES, 2008).
O sistema β-caroteno/ácido linoléico foi desenvolvido por Marco (1968),
modificado por Miller (1971) e utiliza o ácido linoléico, monopalmitato de
polioxietileno sorbitan (Tween 40) e o β-caroteno. Trata-se de um ensaio
espectrofotométrico baseado na oxidação (descoloração) do β-caroteno induzida
pelos produtos da degradação oxidativa do ácido linoléico (SILVA et al., 1999), ou
seja, o método avalia a atividade de inibição de radicais livres gerados durante a
peroxidação do ácido linoléico (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006).
Esse método colorimétrico utiliza comprimento de onda de 470 nm, sendo que
a leitura das absorbâncias se refere à descoloração da solução (β-caroteno e ácido
36
36
linoléico) em meio aquoso. O ácido linoléico, ao sofrer oxidação, forma estruturas
radicalares, que atacam as duplas ligações do β-caroteno, que ao perder seu
cromógrafo provoca a descoloração da solução. A presença de antioxidantes no
sistema protege o ácido linoléico, prolongando o período de formação dos radicais
na reação. Para a comparação dos resultados obtidos por esse método, utiliza-se o
antioxidante sintético butilhidroxidotolueno (BHT) como padrão positivo para
comparação dos resultados. A eficiência desse método tem sido analisada em várias
matrizes alimentares, principalmente frutos e sementes ricas em lipídeos (HUANG et
al., 2004).
37
37
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Determinar a composição química e avaliar a capacidade antioxidante in vitro
da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
.
3.2. Objetivos específicos
▪ Determinar a composição centesimal da amêndoa e do mesocarpo do
babaçu.
▪ Analisar o perfil de ácidos graxos da amêndoa do babaçu, através de
cromatografia gasosa.
▪ Quantificar o conteúdo de fenólicos totais dos extratos e das frações de
ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu.
▪ Avaliar a atividade antioxidante in vitro dos extratos e das frações de ácidos
fenólicos presentes na amêndoa e no mesocarpo do babaçu.
38
38
4. METODOLOGIA
4.1. Material
Foram coletados 50 Kg de amostra do coco de babaçu, de coqueirais adultos
na sua forma madura (quando os cocos se desprendem do cacho naturalmente), no
Centro de Ciências Agrárias do Campus da Universidade Federal do Piauí,
localizado na cidade de Teresina, estado do Piauí, Brasil, nas coordenadas
geográficas: latitude 05°05’21” Sul e longitude 42°48’07” Oeste, no mês de janeiro
de 2011.
Os cocos foram transportados para o Laboratório de Alimentos do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPI, onde se separou nas distintas
partes (exocarpo, mesocarpo e amêndoa). As partes comestíveis (mesocarpo e
amêndoas) foram armazenadas em sacos plásticos de uso comum, sob
congelamento (-18 ºC) em freezer. E foram trituradas em moinho analítico (Marca:
IKA, modelo A11) antes da realização dos ensaios analíticos. A Figura 10 representa
as amostras estudadas.
Figura 10. Amostras obtidas do coco babaçu: (A) amêndoa; (B) mesocarpo.
39
39
4.2. Métodos
4.2.1. Composição centesimal A determinação de umidade foi feita pela secagem em estufa a 105 °C até
peso constante. A determinação do resíduo mineral fixo (cinzas) foi realizada pela
incineração em mulfla a 550 °C. As proteínas foram determinadas pelo método de
Kjeldahl, utilizando o fator de 6,25 para conversão do nitrogênio em proteína. Os
lipídeos totais foram obtidos com extração da fração etérea por fluxo intermitente,
utilizando éter etílico como solvente sob refluxo, em aparelho de Soxhlet. Os
carboidratos foram obtidos por diferença. Todas as análises foram realizadas em
triplicata e segundo as normas do Instituto Adolf Lutz (2008). Calculou-se o valor
energético total (VET), considerando-se os fatores de conversão de 4 kcal/g de
proteína, 4 kcal/g de carboidrato e 9 kcal/g de lipídeo.
4.2.2. Composição de ácidos graxos da amêndoa do coco babaçu
A extração e identificação de ácidos graxos na amêndoa do coco babaçu
foram realizados no Laboratório de Lípides da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
da Universidade de São Paulo, seguindo a metodologia adaptada da AOAC 996.06
(2002).
Obtenção da fração lipídica
A amostra (amêndoa) foi moída no moinho analítico (Marca: IKA, modelo A11)
e homogeneizada. Pesou-se 1 grama da amostra no tubo de ensaio. Depois foram
adicionados 50 mg de ácido pirogálico, 1 mL do padrão interno TG C13:0, pérolas de
vidro e 1 mL de etanol. Após misturar a amostra com os solventes, foram
adicionados 5 mL de HCl 8,3 mol.L-1. Levou-se a mistura ao shaker sob 70-80 ºC,
com agitação moderada durante 40 minutos. Após esfriar a mistura a temperatura
ambiente, foram adicionados 12 mL de éter etílico nos frascos e agitou-se durante 1
minuto. Em seguida, adicionaram-se 12 mL de éter de petróleo, tamparam-se os
frascos, que foram novamente homogeneizados por 1 minuto. A mistura foi
40
40
centrifugada até o éter (fase superior) ficar claro, esta foi transferida para um tubo de
ensaio de rosca (30 mL/pyrex 9826).
Obtenção dos ésteres metílicos de ácidos graxos
O éter (fase superior onde estava dissolvido a fração lipídica) colocado no
tudo de ensaio de rosca foi evaporado lentamente em banho termostatizado
(< 40 ºC), usando N2. Adicionaram-se 1 mL de trifluoreto de boro (BF3) 7 % em
metanol e 0,5 mL de tolueno, tampou-se o tubo e aqueceu a 100 ºC durante 45
minutos, agitando-o a cada 10 minutos. Depois foi resfriado a temperatura ambiente.
Em seguida, 2,5 mL de água, 1 mL de hexano e 0,5 g de Na2SO4 anidrido foram
misturados a solução. O frasco foi tampado e agitado por 1 minuto. Onde se permitiu
a separação de fases, depois a fase superior foi transferida para o vial do auto-
injetor, que continha uma pequena quantidade de Na2SO4 anidro.
Análise Cromatográfica
As análises cromatográficas foram realizadas em cromatógrafo a gás GC
17 A (Marca: Shimadzu), com software Class GC. Utilizou-se uma coluna de sílica
fundida SP-2560 (biscianopropil polisiloxana), de 100 m de comprimento e 0,25 mm
de diâmetro interno.
Condições de Análise
A programação usada seguiu os seguintes parâmetros:
- Gradiente de temperatura: a temperatura inicial da coluna foi de 140 ºC por 5
minutos, depois o aquecimento foi de 4 ºC/minuto até 240 ºC, permanecendo nesta
temperatura por 20 minutos;
- Temperatura do vaporizador: 250 oC;
- Temperatura de detector: 260 oC;
- Gás de arraste: Hélio (1 mL/min.);
- Razão de divisão da amostra no injetor: 1/100.
A identificação dos ácidos graxos foi feita por comparação dos tempos de
retenção dos picos das amostras com os dos padrões de ácidos graxos metilados; e
41
41
a quantificação, por cálculo da área dos picos e os resultados foram expressos em
porcentagem (%).
4.2.3. Obtenção dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu
Os extratos da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu foram obtidos de
forma sequencial, usando solventes de diferentes polaridades, segundo a Figura 11.
As extrações foram realizadas na proporção 1:20 (amostra:solvente), utilizando os
seguintes solventes na ordem de extração: éter etílico, álcool etílico (95 %) e água
destilada. Para a preparação dos extratos, as amostras foram homogeneizadas em
erlenmeyer usando o agitador magnético durante 1 hora, seguida de filtração à
vácuo em filtro de funil Büncher. O resíduo proveniente da filtração foi seco, pesado
e submetido à extração com o solvente subsequente. Os extratos foram
armazenados em vidro âmbar sob refrigeração a ± 8 ºC até o momento das análises.
Os extratos acetônico da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu foram
obtidos a partir da mistura das amostras com o solvente na proporção 1:20
(amostra:solvente). Em seguida, seguiu os mesmos procedimentos da obtenção dos
extratos de forma sequencial, segundo a Figura 12.
Figura 11. Obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu de forma sequencial.
+ éter etílico
+ 1 h agitação
+ filtração à vácuo
Extrato etéreo
Sobrenadante
Resíduo
+ álcool etílico
+ 1 h agitação
+ filtração à vácuo
Sobrenadante
Extrato alcoólico
Resíduo + água destilada
+ 1 h agitação
+ filtração à vácuo
Resíduo
Sobrenadante
Extrato aquoso
5 g amostra
42
42
Figura 12. Obtenção dos extratos acetônico da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu. 4.2.4. Obtenção das frações de ácidos fenólicos de amêndoa e do mesocarpo
de babaçu
A obtenção de frações de compostos fenólicos presentes na amêndoa e no
mesocarpo do babaçu foi realizada pelo método descrito por Krygier et al. (1982),
que obtém, de forma sequencial, os ácidos fenólicos livres (AFL), os ácidos fenólicos
de ésteres solúveis (AFS) e os ácidos fenólicos de ligantes insolúveis (AFI),
conforme a Figura 13.
4.2.4.1. Ácidos fenólicos livres (AFL)
Pesou-se 1 g de cada amostra desengordurada e adicionou-se o solvente
tetrahidrofurano THF (6 volumes de 20 mL), homogeneizando por um minuto
(homogeneizador turrax, marca Yellow Line DI 25 basic). A cada extração, o
sobrenadante foi filtrado em sulfato de sódio anidro e coletado em balão protegido
de luz. Ao final da última extração, os filtrados foram concentrados no
rotaevaporador (Micronal®, modelo B525), sob vácuo, a 40 ºC. A fração de ácido
fenólico livre obtida de cada amostra foi ressuspensa em 10 mL de metanol, sendo
transferidas para frascos de vidro âmbar e mantidas em freezer (-18 ºC), no máximo
36 horas até a realização da atividade antioxidante.
+ acetona
+ 1 h agitação
+ filtração à vácuo
Extrato acetônico
Sobrenadante
Resíduo
5 g amostra
43
43
4.2.4.2. Ácidos fenólicos solúveis (AFS)
O resíduo obtido na primeira extração foi submetido a seis novas extrações,
utilizando 20 mL da solução metanol/acetona/água (7:7:6). A mistura foi
homogeneizada por cinco minutos e filtrada. A cada extração, os sobrenadantes
foram coletados em balões (protegido da luz). Ao final da última extração, os
conteúdos foram concentrados a vácuo (40 ºC) até a obtenção da fase diluída em
água.
Os volumes dos balões foram medidos e acrescentados iguais volumes de
hidróxido de sódio (NaOH) 4N, sendo transferidos para dois erlenmeyers distintos e
submetidos a hidrólise alcalina (durante 4 horas, sob agitação e atmosfera de
nitrogênio). Em seguida, o pH da solução foi corrigido para 2,0 com ácido clorídrico
(HCl) 6 M. A solução resultante foi medida e transferida para um funil de separação,
onde foi submetida a cinco lavagens com igual volume de hexano, agitando-se
manualmente, para eliminação de ácidos graxos livres e outros contaminantes
(glicosídeos) presentes na fase superior, desprezada a cada lavagem. Novamente, o
volume foi aferido e realizadas cinco extrações com solução éter etílico/acetato de
etila/THF (1:1:1), também em funil de separação, agitando-se manualmente. A cada
extração, o conteúdo da fase superior foi filtrado, desidratado em sulfato de sódio
anidro e recolhido em balão protegido da luz, depois foi rotaevaporado a 40 ºC. As
frações obtidas de cada amostra foram transferidas para frascos de vidro âmbar e
mantidas em freezer (-18 ºC).
4.2.4.3. Ácidos fenólicos insolúveis (AFI)
O resíduo proveniente da extração dos ácidos fenólicos solúveis foi
hidrolisado com 20 mL de NaOH 4 N, por 4 horas, à temperatura ambiente e
protegido de luz. Em seguida, o pH da solução foi corrigido para 2,0 com HCl 6 M.
Desta fase em diante, o procedimento seguido foi igual ao realizado para a obtenção
da fração de ácidos fenólicos solúveis (AFS), descrito anteriormente.
44
44
Figura 13. Esquema para obtenção das frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do coco babaçu (Orbignya speciosa) (Adaptado de Jardini, 2005).
45
45
4.2.5. Determinação do teor de matéria seca do extrato e das frações fenólicas
A determinação teve por objetivo avaliar o teor de sólidos totais das amostras
para o cálculo da concentração dos extratos e das frações de ácidos fenólicos a
serem analisados na determinação dos fenólicos totais e da atividade antioxidante.
Para tal, foram utilizados vidros de relógio lavados, colocados na estufa a 105 ºC,
resfriados em dessecador e pesados. Em seguida, foi adicionado 1 mL de extrato no
vidro de relógio e colocado na estufa a 105 ºC por 2 horas até evaporação do
solvente. Depois os vidros de relógio foram resfriados em dessecador e pesados até
peso constante. O mesmo procedimento foi realizado para todos os extratos, em
triplicata (A.O.A.C, 2002).
4.2.6. Determinação dos fenólicos totais
A determinação dos fenólicos totais seguiu a metodologia descrita por Swain
e Hills (1959). Dos extratos e das frações de ácidos fenólicos de cada amostra,
tomou-se 0,5 mL em tubo de ensaio e adicionaram-se 8 mL de água destilada e 0,5
mL do reagente Folin Ciocalteau. A solução foi homogeneizada e, após 3 minutos,
foi acrescentado 1 mL de solução saturada de carbonato de sódio (Na2CO3).
Decorrida 1 hora de repouso, foram medidas as absorbâncias das soluções a 720
nm. O ácido gálico foi utilizado como padrão, nas concentrações de 5, 10, 20, 40, 60
e 80 mg/L em etanol, para construir uma curva de calibração (Figura 14). A partir da
reta obtida foi feito o cálculo do teor de fenólicos totais, expresso em mg de ácido
gálico/ 100 g de amostra.
Figura 14. Curva de calibração de ácido gálico (720 nm).
46
46
4.2.7. Método de captura de radicais DPPH• (2,2 difenil-1-pricril-hidrazil)
Este método tem por base a redução do radical DPPH•, que ao fixar um H•
(removido do antioxidante em estudo), leva a uma diminuição da absorbância. Para
a análise das amostras, adicionou-se a 1,5 mL da solução metanólica de DPPH•
(6x10–5M) uma alíquota de 0,5 mL das amostras contendo diferentes concentrações
de cada extrato e fração de ácidos fenólicos estudados, além do BHT. Foram
medidas as absorbâncias das soluções a 517 nm, após 2, 5, 10, 20 e 30 minutos do
início da reação. Todas as determinações foram realizadas em triplicata e
acompanhadas de um controle (sem antioxidante). A queda na leitura da densidade
ótica das amostras e do BHT foi correlacionada com o controle, estabelecendo-se a
porcentagem de descoloração do radical DPPH•, conforme a Equação (1).
% proteção = [(Abs controle – Abs amostra) /Abs controle] x 100 (1)
Para o cálculo dos valores de EC50 (concentração do extrato necessária para
reduzir 50% do radical DPPH•) dos distintos extratos, foi calculada a atividade
antioxidante em diferentes concentrações de forma a traçar uma curva linear entre a
capacidade antioxidante do respectivo extrato e sua concentração. Esses dados
foram submetidos a uma regressão linear e foi obtida a equação da reta para cálculo
do EC50 (BRAND-WYLLIANS et al, 1995).
4.2.8. Método do radical ABTS•+ [2,2-azino-bis(3-etilbenzotiazolin)-6-sulfônico]
Inicialmente foi formado o radical ABTS•+, a partir da reação de 7 mM de
ABTS•+ com 2,45 mM de persulfato de potássio, os quais foram incubados à
temperatura ambiente e na ausência de luz, por 12 horas. Transcorrido esse tempo,
a solução foi diluída em etanol até obter-se uma solução com absorbância de
0,70 (± 0,01). Foram adicionados 40 μL dos extratos e das frações fenólicas diluídas
(em etanol) a 1960 μL da solução contendo o radical, determinando-se as medidas
das absorbâncias a 734 nm, após 2, 4, 6, 10, 20 e 30 minutos de reação. Todas as
determinações foram realizadas em triplicata e acompanhadas de um controle (sem
antioxidante). Como solução padrão, usou-se o antioxidante sintético trolox nas
47
47
concentrações de 2,5 a 15 mM/g em etanol (Figura 15). A queda na leitura da
densidade ótica das amostras foi correlacionada com o controle (somente etanol),
estabelecendo-se a porcentagem de descoloração do radical ABTS•+ (RE et al.,
1999). Os resultados foram expressos em valor TEAC (capacidade antioxidante total
equivalente ao trolox).
Figura 15. Curva de calibração-resposta da porcentagem de inibição de trolox em etanol (2,5 a 15 mM/g) frente ao radical ABTS•+(734 nm). 4.2.9. Atividade antioxidante em sistema de co-oxidação do β-Caroteno/ácido
linoléico
A capacidade antioxidante dos extratos e das frações foi avaliada em sistema
modelo de co-oxidação de substratos: β-caroteno/ácido linoléico, método
desenvolvido por MARCO (1968) e modificado por MILLER (1971). Para o preparo do meio
emulsionado, adicionou-se 20 μL de solução β-caroteno (20 mg.mL–1 de clorofórmio),
40 μL de ácido linoléico, 400 mg de emulsificador Tween 40 e 1 mL de clorofórmio.
Posteriormente, o clorofórmio foi totalmente evaporado com nitrogênio. Em seguida,
adicionou-se 100 mL de água, previamente saturada com oxigênio num período de
30 minutos, e agitou-se vigorosamente. Este meio apresentou-se límpido com
absorbância entre 0,6 e 0,7 em 470 nm. Alíquotas de 5 mL da emulsão foram
transferidas para cubetas contendo os extratos (alcoólico, aquoso e acetônico) ou as
frações (AFL, AFS e AFI) em diferentes concentrações da amêndoa e do mesocarpo
do babaçu. O BHT foi utilizado como padrão-referência. Os valores da densidade
ótica foram obtidos no período de 120 minutos, a intervalos de 15 minutos em
espectrofotômetro, enquanto as amostras eram mantidas em banho-maria a 50 °C
48
48
(modelo SPECTRONIC® 20, GENESYSTM, Rochester, USA). Considerou-se como
oxidação total (100 %) os tubos contendo apenas o substrato sem o antioxidante e
os cálculos foram obtidos por meio da correlação a partir desse valor.
A eficiência do antioxidante foi também expressa a partir dos fatores cinéticos
F1 e F2, de acordo com YANISHILIEVA e MARINOVA (1995), calculados por meio das
curvas cinéticas de oxidação. Na parte inicial da curva (período entre 15 e 45 mi-
nutos de incubação) é mensurada a eficiência do antioxidante em bloquear a reação
em cadeia (F1) por meio de interação com os radicais peróxidos. Essa medição foi
utilizada para estabelecer uma relação entre as tangentes das curvas cinéticas das
amostras e do controle, a qual expressa à eficiência do antioxidante (Equação 2):
(2)
No intervalo final da curva (período entre 75 e 105 minutos), infere-se a
possibilidade do antioxidante participar de outras reações durante o processo
oxidativo, como por exemplo, decomposição dos hidroperóxidos com oxigênio,
produzindo espécies radicalares que aceleram a oxidação no sistema (F2) (Equação
3):
(3)
4.3. Tratamento dos dados
Para comparação de três ou mais amostras independentes utilizou-se a
análise de variância, seguida do teste de Tukey, sendo utilizado o programa
estatístico SAS (Statistical Analyses System), versão 9.1 (SAS, 2006). Os dados
foram expressos como média e desvio padrão, adotando-se o nível de significância
de 5 % de probabilidade (p<0,05).
F1 = tg amostra (15 45)/ tg controle (15 45)
F2 = tg amostra (75 115)/ tg controle (75 115)
49
49
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Composição centesimal do babaçu
A composição centesimal das partes comestíveis do babaçu (Orbignya
speciosa), amêndoa e mesocarpo, estão apresentadas na Tabela 2. De acordo com
essa tabela pode-se observar que amêndoa do babaçu, assim como ocorre com
outras amêndoas, os lipídios constituíram a fração predominante (49,81± 0,23
g/100g) em relação aos demais componentes. Lima et al. (2007), analisando a
composição centesimal da amêndoa do pequi (Caryocar brasiliense, L.), mostraram
que o teor de lipídios na amêndoa foi alto, representando 51,51 ± 0,35 g/100 g.
Miyahira et al. (2010) encontraram o teor lipídico de 53,74 ± 1,38 % nas amêndoas
do bacuri (Scheelea phalerata), portanto valores próximos aos encontrados para a
amêndoa do coco babaçu. A determinação do conteúdo lipídico de amêndoas de
palmeiras, como o babaçu, é importante em função do alto potencial de rendimento
que esta amêndoa pode fornecer para a cadeia produtiva de oleaginosas.
Tabela 2. Composição centesimal da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
Composição centesimal Amêndoa Mesocarpo
Umidade (g/100g)
Cinzas (g/100g)
Proteínas (g/100g)
Lipídios (g/100g)
Carboidratos (g/100g)
19,47±0,43
1,18±0,01
5,94±0,08
49,81±0,23
23,60±1,94
0,79±0,01
1,11±0,55
3,16±0,09
0,067±0,25
94,87±1,33
Valor energético total (Kcal/100 g) 566,45 392,72
As análises foram realizadas em triplicata (n=3), e os resultados estão expressos em média ± desvio padrão.
Pode-se ainda constatar, a partir da Tabela 2, que a amêndoa do babaçu
possui 5,94±0,08 g/100g de proteínas e 23,60±1,94 g/100g de carboidratos totais,
portanto, é um alimento rico em macronutrientes importantes na dieta. Apesar da
50
50
quantidade expressiva de proteínas na amêndoa do babaçu, o resultado encontrado
foi inferior ao teor de proteína da amêndoa da castanha do Brasil de 15,6 g/100 g
(FERREIRA et al., 2006), e da amêndoa de macaúba de 12,28 g/100 g
(DESSIMONI-PINTO et al. 2010).
O mesocarpo do babaçu é constituído majoritariamente por carboidratos
(94,87±1,33 g/100 g), possui ainda uma quantidade representativa de proteínas
(3,16±0,09 g/100 g) e baixo teor de lipídios (0,067±0,25 g/100 g). Pavlak et al.
(2007), analisando o teor de amido na farinha do mesocarpo de babaçu, obtiveram
aproximadamente 52 % do teor de carboidratos. Demonstrando que o mesocarpo de babaçu
é constituído de um polissacarídeo mundialmente utilizado na alimentação e que sua
inserção pode ser realizada na alimentação humana de forma efetiva. Atualmente, o
mesocarpo do babaçu é utilizado na produção de rações animal, na produção de etanol
(EMBRAPA, 2007) e na elaboração de produtos alimentícios, como produtos de panificação
por populações rurais do nordeste brasileiro (MELO et al., 2007).
O aproveitamento integral do babaçu agrega valor a sua exploração comercial
gerando mais renda, pois melhora a utilização da biomassa. No entanto, há
necessidade de maiores estudos na exploração do seu potencial, que pode ser
aproveitado como fonte energética ou como matéria-prima para indústrias de
alimento ou nutrição animal.
5.2. Perfil de ácidos graxos da amêndoa do babaçu
A composição em ácidos graxos do óleo da amêndoa do babaçu (Orbignya
speciosa) é apresentada na Tabela 3, onde se observou que predominam os ácidos
graxos saturados (62,67±1,13 %), seguidos dos ácidos graxos monoinsaturados
(12,36±1,47 %) e dos ácidos graxos poliinsaturados (2,52±0,59 %).
O ácido graxo predominante nas gorduras saturadas da amêndoa do babaçu
foi o ácido láurico (C 12:0) (31,57±1,03 %). White (1992) e Rossell (1993) analisando
a composição em ácidos graxos do óleo de coco babaçu obtiveram 44,2 % e 43 %,
respectivamente, de ácido láurico. Essa diferença pode estar associada ao clima,
local de cultivo da palmeira, bem como a metodologia da análise.
51
51
Tabela 3. Composição (%) de ácidos graxos da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa).
Ácido Graxo Amêndoa (%)
Cáprico (C 10:0) 3,05±0,42
Láurico (C 12:0) 31,57±1,03
n-tridecílico (C 13:0) 5,86±1,17
Mirístico (C 14:0) 12,60±2,35
Palmítico (C 16:0) 6,97±1,59
Esteárico (C18:0) 2,55±0,59
Palmitoléico (C 16:1) 0,02±0,00
Oléico (C 18:1) (n-9) 12,34±1,74
Linoléico (C 18:2) (n-6) 2,49±0,47
Eicosanóico (C 20:0) 0,05±0,01
Total de saturados 62,67±1,13
Total de monoinsaturados 12,36±1,47
Total de poliinsaturados 2,52±0,59
As análises foram realizadas em triplicata (n=3), e os resultados estão expressos em média ± desvio padrão.
A predominância de ácido láurico (Figura 16) é característica de outras
amêndoas obtidas de plantas da família Palmae, tendo 42,1 % no coquinho azedo
(Butia capitata) (FARIA et al., 2008), 50,0 % no coco-da-baia (Cocos nucifera)
(LAURELES et al., 2002) e 53,2 % na amêndoa de palmiste (Eliaes guineensis)
(BORA et al., 2003).
Ainda foram encontradas quantidades representativas dos ácidos graxos
saturados mirístico (C 14:0) com 12,60±2,35 % e do palmítico (C 16:0) com
6,97±1,59 %. Resultados próximos aos disponíveis na tabela brasileira de
composição de alimento, onde para o óleo de babaçu constam 7,92 % de ácido
mirístico e 6,97 % de ácido palmítico (NEPA/UNICAMP, 2006).
O alto teor de ácidos graxos saturados do óleo de coco babaçu, em razão,
principalmente, do alto conteúdo de ácido láurico, que aliado à hidrogenação pode
aumentar a estabilidade oxidativa do produto, além de alterar o perfil de fusão,
oferece várias possibilidades de utilização destas gorduras em produtos específicos,
52
52
como na indústria de cosméticos, no preparo de gorduras especiais para confeitaria,
sorvetes, margarinas e substitutos de cacau (MACHADO et al., 2006).
Estudos indicam que, nos produtos onde a presença da gordura sólida é
indispensável para a manutenção da textura e da consistência, a substituição da
gordura vegetal hidrogenada, com elevados teores de ácidos graxos trans, pela
gordura saturada, com elevados teores de acido láurico (C 12:0), parece ser uma
alternativa interessante (FARIA et al., 2008).
O óleo da amêndoa do babaçu também apresentou uma quantidade
considerável do ácido graxo monoinsaturado oléico (C 18:1) (n-9) (12,34±1,74 %),
valor este um pouco inferior ao descrito na tabela brasileira de composição de
alimentos (18,51%) (NEPA/UNICAMP, 2006). A maioria dos ácidos graxos de óleos
comestíveis possui uma cadeia carbônica de 16 a 18 carbonos, o ácido oléico é
encontrado nos óleos vegetais usualmente utilizados pela população brasileira,
como o óleo de girassol, milho, soja e majoritariamente no óleo de canola (REDA et
al., 2007). O ácido oléico apresenta vários efeitos benéficos à saúde, como na
redução da oxidação do LDL-colesterol, a forma aterogênica (ANGELIS, 2001).
5.3. Quantificação dos compostos fenólicos totais
A quantificação dos compostos fenólicos totais foi realizada utilizando a
equação, obtida a partir da curva de calibração do ácido gálico como padrão (Figura
14).
O processo de extração utilizando solventes de diferentes polaridades
possibilitou a determinação de compostos fenólicos em quantidades variadas para a
amêndoa e o mesocarpo do babaçu conforme pode ser visto na Tabela 4. Na
extração de fenólicos totais da amêndoa do babaçu, a eficiência da acetona foi
superior aos demais solventes, obtendo 67,67±2,42 mg/100 g de amostra, seguidos
do extrato alcoólico (39,72 ± 5,59) e dos extratos etéreo (12,03±0,82) e aquoso
(9,05±0,52).
Melo et al. (2008) analisaram o teor de fenólicos totais em extrato acetônico
de frutas e obtiveram 75,25±3,76 no abacaxi (Ananás comosus L. var. pérola) e
84,15±3,27 na manga rosa (Mangifera indica L. var. rosa). Analisando o total de
fenólicos em castanhas, Abe et al. (2010) obtiveram 50,0±3,0 mg/100 g para a
53
53
semente de pinhão cru e 87,0±2,0 mg /100 g de amostra em peso fresco para a
macadâmia desidratada, portanto, os teores de fenólicos totais da amêndoa do
babaçu estão próximos aos de outras amêndoas.
Os conteúdos de fenólicos totais do mesocarpo (Tabela 4) variaram de
16,43±3,91 a 98,31±2,30 mg/100 g de amostra, para os extratos etéreo e alcoólico,
respectivamente. O extrato alcoólico e o aquoso do mesocarpo apresentaram as
maiores quantidades destes compostos, estatisticamente diferentes (p<0,05) dos
extratos acetônico e etéreo. Valores estes superiores aos do blacktthorn (espinheiro-
negro) com 83,40±2,75 mg/100 g (BARROS et al, 2010). E de produtos comerciais
de cupuaçu, em que o teor de fenólicos variaram de 10,85±0,07 a 74,90±3,39
mg/100 g (Santos et al., 2010). Fu et al. (2011) analisaram 62 frutos e encontraram
valores de fenólicos totais bem variados, desde 11,88±0,11 mg/100g para pêra
(Pyrus L.) a 585±18,59 mg GAE/100 g fruto para Chinese date, conhecida como
jujuba (Ziziphus jujuba Mill.)
Tabela 4. Quantidade de fenólicos em extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) em mg/100g em equivalente de ácido gálico
Extrato Amêndoa Mesocarpo
Etéreo
Alcoólico
Aquoso
Acetônico
12,03±0,82c
39,72±5,59b
9,05±0,52c
67,67±2,42a
16,43±3,91c
98,31±2,30a
97,33±1,70a
71,52±1,07b
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).
A extração de compostos fenólicos de produtos naturais é fortemente
influenciada pelo solvente utilizado na extração (LUZIA et al., 2010). Pérez-Jimenez
et al. (2008) ressaltam que, para a eficiência do processo de extração, deve-se
utilizar uma extração exaustiva, utilizando-se soluções de solventes com diferentes
polaridades, de modo a extrair compostos com diferentes estruturas químicas.
A solubilidade dos compostos fenólicos em um determinado solvente é uma
característica peculiar do fitoquímico, o que explica a inexistência de um
procedimento universal e aponta para a necessidade de seleção criteriosa do
54
54
método de extração para cada fonte natural de antioxidante. Soluções aquosas de
etanol, metanol e acetona, entre outras, são frequentemente usadas, em diferentes
concentrações, e sua eficácia dependerá da polaridade dos polifenóis presentes na
amostra, bem como do grau de polimerização e da interação com outros
constituintes (NACZK et al., 2004).
O teor de fenólicos totais das frações de ácidos fenólicos livres (AFL),
esterificados solúveis (AFS) e insolúveis (AFI) extraídos da amêndoa e do
mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) encontram-se na Tabela 5. Observou-se
que a fração AFL tanto da amêndoa como do mesocarpo apresentou o maior
conteúdo de fenólicos totais (306±9,07 e 279,49±4,99 mg/100g, respectivamente)
quando comparado as demais frações. A fração AFS da amêndoa foi a que
apresentou menor conteúdo de fenólicos totais (23,08±0,45 mg/100g). Valores
próximos ao encontrados neste estudo são reportados por Soares et al. (2008) que
quantificaram 230,39 mg/100g na fração AFL do bagaço de maçã cv. Gala, e Jardini
(2010) que quantificou 139,9 mg/100mL na fração AFL da polpa de romã, sendo
assim, inferior ao teor de fenólicos presentes na fração AFL do mesocarpo e da
amêndoa do babaçu.
Tabela 5. Teor de fenólicos totais das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo de babaçu (Orbignya speciosa) expressos em mg/100 g de amostra em equivalente de ácido gálico.
Fração fenólica Amêndoa Mesocarpo
AFL
AFS
AFI
306,73±9,07a
23,08±0,45c
225,00±2,40b
279,49±4,99a
235,26±1,26b
178,21±3,62c
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). AFL = ácidos fenólicos livres; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel.
Por serem frações altamente purificadas o conteúdo de fenólicos totais das
frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu foram
superiores aos apresentados nos extratos aquoso, alcoólico e acetônico. Esses
resultados corroboram com outros estudos, Lima (2008) e Garcia (2010) obtiveram
resultados semelhantes estudando extratos e frações fenólicas de pequi e noz
macadâmia, respectivamente.
55
55
5.4. Avaliação da atividade antioxidante in vitro
5.4.1. Método de captura de radicais DPPH•
Esta metodologia permite avaliar o comportamento antioxidante dos
compostos através da capacidade de sequestrar o radical DPPH•. Normalmente os
resultados são expressos como EC50 (quantidade do antioxidante necessário para
reduzir 50 % da concentração inicial de DPPH• presente na solução), logo quanto
menor o valor de EC50, maior a atividade antioxidante do composto analisado.
Os resultados da atividade antioxidante dos extratos da amêndoa e do
mesocarpo do babaçu, além do padrão sintético butilhidroxitolueno (BHT),
determinada pelo método do radical DPPH•, encontram-se na Tabela 6.
Tabela 6. Determinação da capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) utilizando o radical livre DPPH•.
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). BHT – butilhidroxitolueno.
Na Tabela 6 pode-se averiguar que os extratos acetônico, aquoso e alcoólico
do mesocarpo foram eficientes em sequestrar o radical livre DPPH•. Apresentaram
valores de EC50 que variaram de 5,87±1,83 μg/mL (extrato acetônico) a 48,95±2,52
μg/mL (extrato alcoólico). Os extratos aquoso e acetônico do mesocarpo exibiram
ação antioxidante estatisticamente iguais (p>0,05) e superior ao BHT que
apresentou valor EC50 de 45,75±1,62 μg/mL.
Extrato Amêndoa EC50 em μg/mL
Mesocarpo EC50 em μg/mL
Etéreo
Alcoólico
Aquoso
Acetônico
6346,21±15,92b
3402,00±23,79d
6651,79±23,95a
4352,69±21,79c
619,46±1,43a
48,95±2,52b
9,48±0,03c
5,87±1,83c
BHT 45,75±1,62e 45,75±1,62b
56
56
Luzia et al. (2010) encontraram o EC50 de 69,94±0,14 μg/mL para extrato
metanólico de semente de limão galego. Vieira et al. (2011) encontraram um EC50 de
24,42 μg/mL para o extrato aquoso da acerola, esses mesmos autores analisaram
ainda os extratos aquosos das polpas de cajá, caju, goiaba e tamarindo e estas
frutas apresentaram EC50 bem acima dos quantificados neste estudo para os
extratos do mesocarpo do babaçu. Apresentando esta propriedade funcional, estes
extratos do mesocarpo do babaçu podem atuar como alternativa para prevenir a
deterioração oxidativa de alimentos e diminuir o uso dos antioxidantes sintéticos
(ANGELO et al., 2008).
Os extratos da amêndoa do babaçu só reagiram com os radicais DPPH• em
elevadas concentrações (Figura 16), apresentando valores muito elevados de EC50,
variando de 3402,00±23,79 μg/mL (extrato aquoso) a 6346,21±15,92 μg/mL (extrato
etéreo). Resultados semelhantes foram verificados por Lima (2008) que encontrou
um EC50 de 998,1 μg/mL e 6.698 μg/mL para os extratos aquoso e etéreo da
amêndoa do pequi, respectivamente.
Na Tabela 7 estão descritas a atividade antioxidante das frações de ácidos
fenólicos livres (AFL), ácidos fenólicos solúveis (AFS) e ácidos fenólicos insolúveis
(AFI) da amêndoa e do mesocarpo do babaçu pelo método de captura do radical
DPPH•, comparadas com o controle butilhidroxitolueno (BHT). Observou-se que com
exceção da fração AFS, as demais frações tanto da amêndoa quanto do mesocarpo
de babaçu apresentaram elevada capacidade antioxidante, com valores de EC50
próximos ao do antioxidante sintético BHT. Destaque para a fração AFI da amêndoa
do babaçu que apresentou valor EC50 de 6,97±0,51 μg/mL e diferenciou
estatisticamente (p < 0,05) do controle positivo BHT (45,75±1,62 μg/mL).
Garcia (2010) analisando noz de macadâmia observou que foram necessárias
concentrações maiores para aumentar a capacidade de redução do radical DPPH•.
Na concentração de 80 ppm as frações da macadâmia crua reduziram em 40,15 %
(AFL), 48,88 % (AFS) e 33,83 % (AFI). Enquanto nas frações do pedúnculo do caju
foram necessárias concentrações maiores que 25 μg para que a atividade de
varredura do radical fosse acima de 50 % (BROINZINI e at., 2007).
57
57
Tabela 7. Capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa) utilizando o radical livre DPPH▪.
Frações fenólicas Amêndoa
EC50 em μg/mL
Mesocarpo
EC50 em μg/mL
AFL
AFS
AFI
34,72±1,26c
1606,50±11,23a
6,97±0,51d
48,77±0,73b
103,15±0,72a
51,02±0,82b
BHT 45,75±1,62b 45,75±1,62c
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). AFL = ácido fenólico livre; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel; BHT = butilhidroxitolueno.
A eficiência das frações de ácidos fenólicos na atividade antioxidante é
diversa, e os fatores relevantes são a composição dos compostos fenólicos e a
estrutura química de cada composto, contando o número e o posicionamento de
grupamentos hidroxila ligados ao anel aromático. Podendo considerar que,
possivelmente a fração formada por uma mistura de ácidos fenólicos, o resultado foi
potencializado na redução do radical DPPH• (Jardini et al. 2010).
Conforme demonstrado na Figura 16, foi observada uma correção negativa
entre o teor de fenólicos totais e a atividade antioxidante pelo método DPPH• para os
extratos da amêndoa e do mesocarpo (R= 0,7775 e 0,9318) e para as frações de
ácidos fenólicos da amêndoa do babaçu (R= 0,9555), exceto para a fração de ácidos
fenólicos do mesocarpo do babaçu que apresentou correlação positiva.
Esses achados são corroborados por vários estudos que demonstram uma
correlação positiva entre o teor de fenólicos totais e a capacidade antioxidante de
frutas e outros vegetais (MELO et al., 2008; BARROS et al., 2010; CONTRERAS-
CALDERÓN et al, 2011). Nesse estudo também foi observado que os teores de
fenólicos totais dos extratos alcoólico e aquoso do mesocarpo (Tabela 4) foram
elevados o que refletiu diretamente em sua capacidade antioxidante na captura dos
radicais DPPH• (Tabela 6).
58
58
Figura 16. Relação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de reduzir o radical DPPH• em 50 % (EC50) dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo (d) de babaçu.
As curvas cinéticas de degradação do radical DPPH• a 517 nm (perda da
coloração púrpura do radical) pelos antioxidantes presentes nos extratos etéreo,
alcoólico, aquoso e acetônico, bem como das frações AFL, AFS e AFI da amêndoa e
do mesocarpo do babaçu, além do padrão BHT, estão representadas nas Figuras
17, 18, 19 e 20. Observou-se que para todos os extratos a reação dos antioxidantes
com o radical ocorreu principalmente nos primeiros cinco minutos da reação e para
as frações nos primeiros 10 minutos de reação, demonstrando que os antioxidantes
presentes tanto no mesocarpo quanto na amêndoa possuem ação rápida em
combater os radicais livres, o que é uma característica interessante, pois se sabe
que os radicais livres formados no interior do organismo possuem meia vida muito
curta.
a) b)
c) d)
59
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Figura 17
60
60
Figura 18
61
61
Figura 19
62
62
Figura 20
63
63
5.4.2. Método de captura do radical ABTS•+
O método ABTS•+ é um dos mais aplicados na avaliação da atividade
antioxidante, considerando sua elevada sensibilidade, praticidade, rapidez e
estabilidade. Os valores dependem do tempo escolhido para efetuar a medida da
capacidade antioxidante para capturar os radicais ABTS•+. Alguns pesquisadores
indicam o tempo de 4 minutos o mais apropriado (RE et al., 1999), outros sugerem
tempo de 6 minutos para padrões de referência e de 7 minutos para os compostos
puros, extratos de plantas ou alimentos (SELLAPPAN et al., 2002). E outros
trabalhos utilizam tempos mais longos de reação (4 a 60 minutos), pois os
antioxidantes alimentares normalmente não reagem tão prontamente com o radical,
subestimando sua atividade antioxidante (LIMA, 2008). Uma vantagem desse
método é a forma de expressão dos resultados, pois são expressos como valor
TEAC (capacidade antioxidante total equivalente ao trolox), ficando fácil a
comparação dos resultados obtidos por diversos alimentos e distintos estudos
(ARTS et al., 2004).
O cálculo do valor TEAC baseou-se na construção da curva de calibração,
utilizando o antioxidante sintético trolox como padrão (Figura 15), obtendo a partir da
reta a Equação 2. Os resultados obtidos na determinação da atividade antioxidante
pelo método ABTS•+ dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu nos
tempos 2, 4, 6, 10, 20 e 30 minutos estão dispostos nas Tabelas 8 e 9,
respectivamente. Observou-se, tanto nos extratos da amêndoa quanto nos extratos
do mesocarpo de babaçu um aumento dos valores TEAC nos tempos de 2 a 30
minutos, constatando que os extratos continuaram reagindo com o radical ABTS•+ ao
longo do tempo da reação.
Para a amêndoa do babaçu (Tabela 8), o extrato aquoso apresentou melhor
atividade antioxidante pelo ensaio ABTS•+, com valores TEAC de 0,36±0,02 a
0,68±0,03 mM de trolox/g amostra nos tempos de 2 e 30 minutos da reação,
respectivamente, estes valores foram superiores estatisticamente (p < 0,05) aos
demais extratos em todos os tempos estudados. Entretanto, os valores TEAC
obtidos da amêndoa do babaçu são inferiores aos de frutos como maracujá (7,1±0,2
mM de trolox/g amostra) e goiaba (8,2±0,4 mM de trolox/g amostra) no tempo de 6
minutos de reação (KUSKOSKI et al. 2005).
64
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Tabela 8. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo método ABTS•+ dos extratos da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa).
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, e maiúsculas, na linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).
A atividade antioxidante pelo método ABTS•+ dos extratos do mesocarpo de
babaçu podem ser vistos na Tabela 9, onde se observou que todos os extratos
reagiram com o radical ABTS•+, se destacando o extrato aquoso com valores TEAC
de 11,20±0,99 mM de trolox/g no tempo de 2 minutos a 12,38±0,02 mM de trolox/g
com 30 minutos de reação, seguido pelo extrato alcoólico com TEAC de 8,29±0,33 e
10,64±0,07 mM de trolox/g, nos tempos de 2 e 30 minutos, respectivamente. Não
havendo diferença significativa na atividade antioxidante desses dois extratos no
tempo de 30 minutos. O extrato acetônico também apresentou considerável
atividade antioxidante com valor TEAC de 6,18±0,01 mM de trolox/g no tempo de 30
minutos.
Kuskoski et al. (2005) encontraram valores de TEAC inferiores ao deste
estudo para os extratos hidroalcoólicos das polpas de pinha (TEAC = 3,4), cupuaçu
(TEAC = 2,0) e graviola (TEAC = 4,8), obtidos aos 7 minutos de reação. Esses
mesmos autores avaliaram ainda as polpas de uva, morango e açaí e encontraram
TEAC de 9,2, 12,0 e 9,4 μM/g aos 7 minutos, respectivamente. Logo, valores
próximos aos encontrados nos extratos aquosos e alcoólicos do mesocarpo de
babaçu.
Extratos
Valor TEAC(mM de trolox/g amostra)
2 min 4 min 6 min 10 min 20 min 30 min
Etéreo 0,12±0,02bD 0,16±0,02bC 0,18 ± 0,01cB 0,24±0,01bA 0,22±0,01cA 0,23±0,02cA
Alcoólico 0,05±0,00cC 0,05±0,00cC 0,06±0,00dC 0,08±0,01cB 0,10±0,01dA 0,12±0,01dA
Aquoso 0,36±0,02aF 0,44±0,02aE 0,49±0,02ªD 0,51±0,02ªC 0,60±0,03ªB 0,68±0,03ªA
Acetônico 0,13±0,01bF 0,18±0,01bE 0,21±0,01bD 0,23±0,00bC 0,32±0,01bB 0,40±0,00bA
65
65
Tabela 9. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo método ABTS•+ dos extratos do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, e maiúsculas, na linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).
Vedana et al. (2008) analisando o extrato aquoso de uva da cv. Isabel
encontraram valor TEAC de 0, 672±0, 010 mM de trolox/g, após 7 minutos de
reação. Lima (2008) obteve para o extrato aquoso da polpa de pequi valor TEAC de
1,19±0,10 e 2,56±0,11, medidos a 2 e 30 minutos, respectivamente, valores estes
inferiores ao do presente estudo, quando comparados aos extratos do mesocarpo de
babaçu.
A atividade antioxidante das frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do
mesocarpo do babaçu encontra-se nas Tabelas 10 e 11, respectivamente.
Observou-se que todas as frações do mesocarpo e da amêndoa do babaçu
apresentaram valores elevados de TEAC, exceto a fração AFS da amêndoa.
Dentre as frações de ácidos fenólicos da amêndoa, a que mais se destacou
foi a fração AFI (34,48±1,00 a 61,25±0,26 mM trolox/g amostra nos tempos de 2 e 30
minutos, respectivamente), sendo estatisticamente diferente das demais frações (p
< 0,05). Com relação às frações de ácidos fenólicos do mesocarpo do babaçu
(Tabela 11), em ordem decrescente da capacidade antioxidante, determinada pelo
método ABTS•+, a fração AFS > AFI > AFL. Apenas nos tempo 20 e 30 minutos as
frações AFS e AFI do mesocarpo apresentaram valores TEAC similares
estatisticamente (p < 0,05).
Extratos
Valor TEAC(mM de trolox/g amostra)
2 min 4 min 6 min 10 min 20 min 30 min
Etéreo 0,46±0,10dC
0,63±0,06dB
0,31±0,02dD
0,97 ± 0,06dA
0,88±0,06cA
0,90 ± 0,06cA
Alcoólico 8,29±0,33bC
9,39±0,66bB
9,60±0,33bAB
10,24 ± 0,22bB
10,25±0,66aAB
10,64± 0,07aA
Aquoso 11,20±0,99aB
12,23±0,55aA
12,36±0,38aA
12,36±0,23ªA 12,36±0,04
aA 12,38±0,02
aA
Acetônico 5,45±0,10cE
5,71±0,07cD
5,87±0,07cC
6,02±0,06cB
6,15±0,04bA
6,18±0,01bA
66
66
Tabela 10. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo método ABTS•+ das frações de ácidos fenólicas da amêndoa do babaçu (Orbignya speciosa).
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, e maiúsculas, na linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). AFL = ácido fenólico livre; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel.
Rockenback et al. (2008) encontraram nas fração de ácidos fenólicos da
Physalis peruviana (physalis) valores TEAC de 92,6 mM trolox/g para AFL, 185,3
mM trolox/g para AFS e 106,2 mM trolox/g para a fração AFI. Lima (2008) encontrou
valores TEAC menores para as frações fenólicas de polpa de pequi, a fração AFL
apresentou valores de 0,79; 1,15 e 2,04 mM/g nos tempos de 2, 6 e 60 minutos de
reação, respectivamente. Analisando as frações de ácidos fenólicos do bagaço de
maça cv. Gala, Soares et al. (2008) encontraram após 7 minutos de reação, valores
TEAC de 31,77 para AFL, 57,36 para AFS e 24,26 μmol TEAC/g para a fração AFI.
Tabela 11. Valor TEAC (Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao TROLOX) pelo método ABTS•+ das frações de ácidos fenólicas do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras minúsculas diferentes, na coluna, e maiúsculas, na linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). AFL = ácido fenólico livre; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel.
As frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu
(Tabela 10 e 11) apresentaram valores TEAC superiores aos extratos estudados
Frações
fenólicas
Valor TEAC (mM trolox/g amostra)
2 min 4 mim 6 min 10 min 20 min 30 min
AFL 19,53±0,63bF
32,58±1,10bE
39,46±1,29bD
46,76±1,32bC
55,49±1,11bB
59,14±0,79bA
AFS 0,36±0,19cD
0,36±0,14cD
0,50±0,10cCD
0,79±0,09cC
1,37±0,05cB
2,47±0,05cA
AFI 34,48±1,00aF
44,16±1,26aE
49,04±1,34aD
54,55±1,05aC
60,02±052aB
61,25±0,26aA
Frações
fenólicas
Valor TEAC (mM trolox/g amostra)
2 min 4 mim 6 min 10 min 20 min 30 min
AFL 25,64±1,52cF
35,11±1,64cE
40,83±1,61cD
47,39±1,79cC
55,49±1,31bA
59,14±0,76bB
AFS 48,16±1,22aE
53,53±0,68aD
56,93±0,72aC
60,13±0,24aB
62,23±0,28aA
62,09±0,43aA
AFI 31,42±1,16bE
42,27±1,25bD
47,04±0,79bCD
53,07±0,50bBC
59,71±0,64aAB
61,14±0,06abA
67
67
(Tabela 8 e 9). Isto pode ser devido ao potencial redox dos compostos fenólicos
individuais e suas propriedades estruturais, tais como nível de hidroxilação e
extensão de conjugações (ROCKENBACH et al., 2011).
A Figura 21 representa a correlação entre o teor de fenólicos totais e a
capacidade de sequestrar o radical ABTS•+ (valor TEAC), destacando a correlação
positiva para os extratos do mesocarpo (R= 0,9713) e das frações de ácidos
fenólicos da amêndoa do babaçu (R= 0,9505). Por outro lado, Fu et al. (2011)
analisando 62 frutas, observaram uma correlação muito fraca (R = 0,2009) entre o
valor TEAC e o conteúdo de fenólicos total, sugerindo que os compostos fenólicos
destes frutos não sejam os principais responsáveis pela capacidade de capturar os
radicais livres ABTS•+, o mesmo aconteceu nos gráficos a e d da Figura 22.
Figura 21. Correlação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de sequestrar o radical ABTS•+ (valor TEAC) dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo de babaçu (d).
a) b)
c) d)
68
68
5.4.3. Sistema de co-oxidação de β-caroteno/ácido linoléico Os resultados da avaliação da atividade antioxidante dos extratos da
amêndoa e do mesocarpo do babaçu pelo sistema modelo β-caroteno/ácido linoléico
estão descritos na Tabela 12. Os valores estão expressos como EC50 em μg/mL, ou
seja, a concentração do antioxidante presente nos extratos necessária para proteger
em 50 % a oxidação lipídica do sistema. Para se calcular a atividade antioxidante e
expressar o resultado como EC50 foi necessário a determinação da atividade
antioxidante em várias concentrações de forma a se realizar uma regressão linear.
Observou-se a partir da Tabela 12 que a maior atividade antioxidante foi
representada pelo extrato alcoólico do mesocarpo do babaçu, com valor EC50 de
272,36±1,36 μg/mL, seguido pelos extratos acetônico (422,56±0,89 μg/mL) e extrato
aquoso (463,09±3,62 μg/mL). Todos os extratos da amêndoa apresentaram
atividade antioxidante em elevadas concentrações o que refletiu nos altos valores de
EC50, que variou de 3530,66±5,76 a 16302±2,94 μg/mL.
A capacidade de proteção dos extratos do mesocarpo foram superiores aos
encontrado por Barros et al. (2010), que analisaram as propriedades antioxidantes
das frutas típicas do nordeste de Portugal, como o strawberry-tree (Arbustus unedo),
blackthorn (Prunus spinosa) e rose (Rosa canica sl.), e encontraram valores EC50 de
774,99±0,86, 986,90±0,91 e 396,06±3,94 μg/mL, respectivamente.
Tabela 12. Determinação da capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) dos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico.
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05).
Extratos Amêndoa Mesocarpo
Alcoólico
Aquoso
Acetônico
4903,42±2,57b
3530,66±5,76c
16302,27±2,94a
272,36±1,56c
463,09±3,62a
422, 56±0,89b
BHT 73,46±0,69d 73,46±0,69d
69
69
Os resultados da determinação da atividade antioxidante das frações AFL,
AFS e AFI da amêndoa e do mesocarpo do babaçu, mensurada em sistema modelo
β-caroteno/ácido linoléico, encontram-se na Tabela 13. Observou-se que com
exceção da fração AFS da amêndoa (EC50 = 2878,61±5,02 μg/mL), as demais
frações tanto da amêndoa quanto do mesocarpo exibiram elevada atividade
antioxidante. Dentre as frações do mesocarpo, a fração AFL apresentou maior
atividade antioxidante com EC50 de 12,66±1,03 μg/mL.
Tabela 13. Determinação da capacidade antioxidante (EC50 em μg/mL) das frações fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico.
Os resultados estão expressos como média ± desvio padrão (n = 3); e médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p < 0,05). AFL = ácido fenólico livre; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel.
A correlação entre os valores da atividade antioxidante, pelo sistema de co-
oxidação β-caroteno/ácido linoléico, e o conteúdo de fenólicos totais dos extratos e
das frações de ácidos fenólicas da amêndoa e do mesocarpo do babaçu estão
representados na Figura 22. Analisando os gráficos, observou-se uma correlação
alta para os extratos e frações da amêndoa (R= 0,8994 e 0,9558), respectivamente.
No entanto, o mesmo não ocorreu com os extratos e as frações do mesocarpo, que
apresentaram baixa correlação (R= 0,3455 e 0,4702), respectivamente.
Frações fenólicas Amêndoa Mesocarpo
AFL
AFS
AFI
76,62±0,92b
2878,61±5,02a
30,59±0,78c
12,66±1,03c
124,27±1,21a
72,22±0,24b
BHT 73,46±0,69b 73,46±0,69b
70
70
Figura 22. Relação entre o teor de fenólicos totais e a capacidade de proteger em 50 % a oxidação lipídica (EC50), em sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido linoléico, dos extratos da amêndoa (a) e do mesocarpo (b) e das frações de ácidos fenólicos da amêndoa (c) e do mesocarpo (d) de babaçu.
As concentrações dos extratos testadas e os resultados foram comparados
com o BHT (controle - positivo). A proteção da inibição da oxidação lipídica dos
extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu comparadas com o BHT pode ser
visualizada nas Figuras 23 e 24, respectivamente.
Para os extratos da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de
substratos β-caroteno e ácido linoléico, os extratos apresentaram percentual de
proteção inferior ao BHT em todos os extratos e concentrações utilizadas neste
estudo (Figura 23). Enquanto isso, o resultado demonstrado na Figura 24, relativo
aos extratos do mesocarpo, notou-se que os extratos apresentaram uma proteção
expressiva, como o extrato alcoólico que apresentou uma proteção de 56,38 % na
concentração de 350 μg/mL; o extrato acetônico protegeu 58,82 % na concentração
de 500 μg/mL e o extrato aquoso protegeu 69,29 % na concentração de 800 μg/mL.
a) b)
d) c)
71
71
Essa variação entre os extratos e o percentual de inibição exibidos acima, foi
semelhante ao encontrado por Melo et al. (2008), que avaliaram a capacidade
antioxidante de 15 frutas comercializadas em Recife-PE através da inibição da
oxidação lipídica no sistema modelo β-caroteno/ácido linoléico, e encontraram nos
extratos aquoso e acetônico resultados que variaram de 3,33 a 61,03 % e de 3,89 a
67,25 % de inibição, respectivamente
Prado et al. (2009) analisando o percentual de inibição da oxidação para os
extratos em acetona e álcool da casca de noz-pecã (200, 300 e 500 ppm),
observaram para o extrato acetônico percentual de inibição entre 65,2 a 94,9 %, e
para o extrato alcoólico foi observado uma inibição entre 66,7 a 89,7 %, sendo mais
efetivo em ambos os extratos na concentração de 500 ppm. E Barros et al. (2010)
analisando o poder de inibição do vinho branco e tinto de jaboticaba, encontraram
valor máximo de inibição de 65,99 % na concentração de 200 μL para o vinho tinto,
e de 57,7 % na concentração de 200 μL para o vinho tinto de jabuticaba. Indicando
que estes frutos e vinhos apresentam boa capacidade de impedir o dano oxidativo
celular e que minimizam a toxicidade causada pelos radicais livres.
Os resultados da porcentagem de proteção da oxidação lipídica em relação
ao controle positivo (BHT) para as frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do
mesocarpo do babaçu estão apresentados nas Figuras 25 e 26, respectivamente. A
porcentagem de proteção da oxidação para as frações fenólicas da amêndoa, em
sistema de co-oxidação β-caroteno e ácido linoléico foi de 1,81±0,60 a 75,07±1,96
%. Para as frações do mesocarpo os valores de proteção variaram de 0,85±0,40 a
84,57±0,81 %. Destaca-se a fração AFL do mesocarpo, nas concentrações 25 a 100
μg/mL, que apresentou porcentagem de proteção superior ao controle positivo BHT,
nas concentrações 50 e 100 μg/mL (Figura 26).
72
72
.
Figura 23. Porcentagem de inibição da oxidação para o padrão positivo BHT e para os extratos da amêndoa do babaçu, no teste de co-oxidação de substratos β-caroteno e ácido linoléico: (A) extrato alcoólico; (B) extrato aquoso; (C) extrato acetônico.
A
B
C
73
73
Figura 24. Porcentagem de inibição da oxidação para o padrão positivo BHT e para os extratos do mesocarpo do babaçu, no teste de co-oxidação de substratos β-caroteno e ácido linoléico: (A) extrato alcoólico; (B) extrato aquoso; (C) extrato acetônico.
C
B
A
74
74
Figura 25. Potencial antioxidante das frações de ácidos fenólicos da amêndoa do babaçu, pelo teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.
Figura 26. Potencial antioxidante das frações de ácidos fenólicas do mesocarpo do babaçu, pelo teste de co-oxidação de substrato β-caroteno e ácido linoléico.
75
75
As Figuras 25 e 26 destacam que, mesmo em baixas concentrações, todas as
frações foram mais eficientes na proteção da oxidação do β-caroteno do que os
extratos da amêndoa e do mesocarpo estudados. Essa diferença pode ser atribuída
à eficiência do método de extração dos ácidos fenólicos, bem como pela melhor
purificação destas frações.
A determinação do decaimento da absorbância a 470 nm com o tempo de
reação, permitiu ainda o cálculo dos fatores F1 (estabilização) e F2 (proteção), os
quais forneceram dados adicionais sobre a atividade antioxidante dos extratos da
amêndoa e dos extratos do mesocarpo (Tabela 14). Os fatores cinéticos indicam
que, quando F1 < 1 os antioxidantes dos extratos são capazes de inibir os radicais
livres durante o período indução (15 a 45 minutos); quando F2 < 1 os antioxidantes
podem regenerar o radical antioxidante formado e quando F1 e F2 ≥ 1 a atividade é
pró-oxidante.
De acordo com os resultados observados na Tabela 14, todos os extratos
testados da amêndoa e do mesocarpo, assim como o BHT apresentaram valores F1
menores que 1, portanto eficientes na degradação dos radicais livres. Já para a fase
de propagação, verificados pelos valores F2, todos os resultados dos extratos e do
BHT indicaram atividade pró-oxidante. Resultados semelhantes ao deste estudo são
reportados por Broinizi et al. (2007) avaliando a atividade antioxidante dos extratos
aquoso e alcoólico do bagaço do pedúnculo do caju, onde obtiveram fatores
cinéticos com valores de F1<1 e valores de F2>1, nas concentrações analisadas.
Para as frações de ácidos fenólicos os parâmetros cinéticos do potencial
antioxidante no sistema β-caroteno/ácido linoléico estão demonstradas na Tabela
15. No intervalo de 15 a 45 minutos, obteve-se o fator cinético F1, que indicaram
uma boa atuação das frações das partes comestíveis do babaçu, exceto as frações
AFL e AFS da amêndoa, que não apresentaram boa estabilidade antioxidante da
cadeia oxidativa, ou seja, não foram eficientes no bloqueio da formação de
peróxidos (Tabela 15).
76
76
Tabela 14. Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoléico pelos extratos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
F1 = fator cinético 1, que mede a cinética no tempo entre 15 a 45 minutos. F2 = fator cinético 2, que mede a cinética no tempo entre 75 a 105 minutos. BHT = butilhidroxitolueno.
Extratos
Fatores cinéticos
Amostras
Fatores cinéticos
Amêndoa F1 F2 Mesocarpo F1 F2
Alcoólico Alcoólico
56,25 0,87 1,90 21,87 0,80 3,40
112,5 0,86 2,23 43,75 0,82 1,93
225 0,84 2,95 87,5 0,61 5,40
450 0,83 4,28 175 0,44 5,00
900 1,04 4,62 350 0,35 9,20
Aquoso Aquoso
50 0,88 2,66 50 0,87 3,43
100 0,87 2,66 100 0,99 4,40
200 0,82 4,80 200 0,52 4,21
400 0,72 2,13 400 0,34 3,26
800 0,63 4,06 800 0,21 2,35
Acetônico Acetônico
50 0,92 1,76 31,25 0,82 2,28
100 0,98 1,90 62,5 0,77 3,33
200 1,24 7,42 125 0,68 4,00
400 0,88 3,76 250 0,55 4,38
800 0,93 3,76 500 0,44 5,00
BHT
10 0,35 3,00
25 0,25 2,41
50 0,19 1,91
77
77
Tabela 15. Parâmetros cinéticos caracterizando a inibição da oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoléico pelas frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo do babaçu (Orbignya speciosa).
F1 = fator cinético 1, que mede a cinética no tempo entre 15 a 45 minutos. F2 = fator cinético 2, que mede a cinética no tempo entre 75 a 105 minutos. AFL = ácido fenólico livre; AFS = ácido fenólico solúvel; AFI = ácido fenólico insolúvel; BHT = butilhidroxitolueno.
Amostras
Fatores cinéticos
Amostras
Fatores cinéticos
Amêndoa
F1 F2 Mesocarpo F1 F2
AFL
1,28
AFL
6,25
0,37
2,07 6,25 4,40
12,5 1,10 3,02 12,5 0,31 2,85
25 0,61 3,97 25 0,18 1,23
50 0,74 0,92 50 0,20 0,92
100 0,43 0,54 100 0,05 0,54
AFS AFS
6,25 1,12 1,00 6,25 0,85 1,46
12,5 1,02 0,86 12,5 0,83 1,84
25 1,12 1,07 25 0,67 2,23
50 1,10 1,00 50 0,52 2,38
100 1,04 0,93 100 0,47 2,15
AFI AFI
6,25 0,84 2,78 6,25 0,80 1,77
12,5 0,59 1,36 12,5 0,69 2,38
25 0,42 1,57 25 0,50 2,38
50 0,30 1,64 50 0,30 2,31
100 0,16 1,43 100 0,20 1,54
BHT
10 0,43 3,35
25 0,29 2,52
50 0,23 2,22
78
78
Complementando a avaliação da atividade antioxidante in vitro dos extratos e
frações de ácidos fenólicos da amêndoa e mesocarpo do babaçu, foi realizado o
acompanhamento da reação durante 120 minutos e a partir dos resultados foi
possível traçar as curvas cinéticas descoloração do β-caroteno, que estão dispostas
nas Figuras 27, 28, 29 e 30. A partir destas figuras, pode-se observar que, de uma
forma geral, a degradação do controle ocorre quase totalmente aos 60 minutos de
reação, ou seja, nesse intervalo de tempo os radicais gerados degradam
praticamente todo o β-caroteno existente no sistema; entretanto se acompanha a
reação por mais 60 minutos para avaliar o potencial dos antioxidantes em proteger o
sistema por um período de tempo mais longo.
De acordo com os métodos utilizados neste estudo, constatou-se que o
mesocarpo do babaçu apresentou um maior conteúdo de fenólicos totais e melhor
capacidade antioxidante quando comparados com a amêndoa para os extratos
avaliados.
As frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo analisadas
apresentaram em todos os métodos que avalia a atividade antioxidante melhor
resultados que os extratos. Estes resultados abrem perspectivas que estas frações
das partes comestíveis do coco babaçu podem ser utilizadas na conservação de
alimentos lipídicos e na adição de alimentos formulados para proteção contra a
oxidação lipídica.
79
79
Cinética ---- Figuras 27,
80
80
28 (extratos)
81
81
29 frações
82
82
30 (frações)
83
83
6. CONCLUSÕES
Nas condições de realização desta pesquisa, de acordo com os dados
obtidos, é possível inferir que:
▪ A amêndoa do babaçu é rica em lipídios, predominando os ácidos graxos
saturados, destacando-se o ácido láurico com 31,57 %. O mesocarpo do babaçu é
constituído basicamente de carboidratos (94,87 %).
▪ Os extratos do mesocarpo do babaçu apresentaram elevada quantidade de
compostos fenólicos totais, se destacando os extratos alcoólico e aquoso. Na
amêndoa o teor de fenólico mais expressivo foi no extrato acetônico.
▪ As frações de ácidos fenólicos da amêndoa e do mesocarpo apresentaram
quantidades elevadas de fenólicos totais, exceto a AFS da amêndoa, valores estes
superiores ao encontrado em frações de ácidos fenólicos de frutas consumidas no
Brasil.
▪ Os extratos e as frações da amêndoa e do mesorcapo do babaçu
apresentaram valores variáveis nas distintas atividades antioxidantes in vitro, de
acordo com o método utilizado (ABTS•+, DPPH• e β-caroteno/ácido linoléico).
▪ Os extratos aquoso, alcoólico e acetônico do mesocarpo apresentaram boa
atividade antioxidante pelos três testes aplicados, se destacando os extratos aquoso
e acetônico pelos testes do DPPH• e ABTS•+, e o extrato alcoólico pelo teste do β-
caroteno/ácido linoléico. Os extratos da amêndoa só apresentaram atividade
antioxidante em elevadas concentrações, portanto baixa atividade em combater os
radicais livres.
▪ As frações de ácidos fenólicos tanto da amêndoa quanto do mesocarpo do
babaçu apresentaram melhores resultados em todos os métodos de atividades
antioxidantes estudadas, quando comparados aos extratos das mesmas.
84
84
▪ Foi observada uma correlação negativa entre o conteúdo de fenólicos totais
para os extratos e frações de ácidos fenólicos e a atividade antioxidante,
principalmente pelo teste do DPPH•.
▪ Estes resultados destacam que os extratos e as frações de ácidos fenólicos
do mesocarpo do babaçu apresentaram elevado valor nutritivo e compostos
antioxidantes, abrindo assim, a perspectiva de se ter um melhor aproveitamento
desse fruto na alimentação humana.
85
85
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