elaboraÇÃo do plano de intervenÇÃo para pacientes hipertensos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO EM ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA EM SAUacuteDE DA FAMIacuteLIA
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Mariacutelia Pagani Bertoli
CAMPOS GERAIS MINAS GERAIS
2012
MARIacuteLIA PAGANI BERTOLI
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia
Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do
Certificado de Especialista
Orientadora Luciana Diniz Silva
CAMPOS GERAIS MINAS GERAIS
2012
MARIacuteLIA PAGANI BERTOLI
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia
Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do
Certificado de Especialista
Orientadora Luciana Diniz Silva
Banca Examinadora
Prof Luciana Diniz Silva - Orientadora
ProfMaria Dolores Soares Madureira
Aprovado em Belo Horizonte em 11082012
Dedico esse trabalho agrave minha famiacutelia pelo carinho e apoio
dispensados em todos os momentos que
precisei
AGRADECIMENTOS
A Deus e agrave Santa Rita de Caacutessia por terem me dado forccedilas iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida
Aos meus pais Tereza e Alberto por todo amor e dedicaccedilatildeo que sempre
tiveram comigo me apoiando e me fazendo acreditar que nada eacute impossiacutevel vocecircs
que abriram matildeo de muitas coisas para proporcionar a minha realizaccedilatildeo profissional
Ao meu marido Ceacutezar por estar comigo em todos os momentos da poacutes-
graduaccedilatildeo me levando aos encontros presenciais me ajudando na realizaccedilatildeo deste
sonho
Agrave minha irmatilde Melissa por ser tatildeo dedicada e amiga por me apoiar e acreditar
na minha capacidade sempre com palavras de incentivo e forccedila
Agrave minha amiga Amanda por toda a ajuda dispensada sempre em minha vida
Agrave minha orientadora professora Luciana Diniz Silva pelo ensinamento e
dedicaccedilatildeo empregados no auxiacutelio agrave concretizaccedilatildeo dessa monografia
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
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MARIacuteLIA PAGANI BERTOLI
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia
Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do
Certificado de Especialista
Orientadora Luciana Diniz Silva
CAMPOS GERAIS MINAS GERAIS
2012
MARIacuteLIA PAGANI BERTOLI
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia
Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do
Certificado de Especialista
Orientadora Luciana Diniz Silva
Banca Examinadora
Prof Luciana Diniz Silva - Orientadora
ProfMaria Dolores Soares Madureira
Aprovado em Belo Horizonte em 11082012
Dedico esse trabalho agrave minha famiacutelia pelo carinho e apoio
dispensados em todos os momentos que
precisei
AGRADECIMENTOS
A Deus e agrave Santa Rita de Caacutessia por terem me dado forccedilas iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida
Aos meus pais Tereza e Alberto por todo amor e dedicaccedilatildeo que sempre
tiveram comigo me apoiando e me fazendo acreditar que nada eacute impossiacutevel vocecircs
que abriram matildeo de muitas coisas para proporcionar a minha realizaccedilatildeo profissional
Ao meu marido Ceacutezar por estar comigo em todos os momentos da poacutes-
graduaccedilatildeo me levando aos encontros presenciais me ajudando na realizaccedilatildeo deste
sonho
Agrave minha irmatilde Melissa por ser tatildeo dedicada e amiga por me apoiar e acreditar
na minha capacidade sempre com palavras de incentivo e forccedila
Agrave minha amiga Amanda por toda a ajuda dispensada sempre em minha vida
Agrave minha orientadora professora Luciana Diniz Silva pelo ensinamento e
dedicaccedilatildeo empregados no auxiacutelio agrave concretizaccedilatildeo dessa monografia
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
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36
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populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
MARIacuteLIA PAGANI BERTOLI
ELABORACcedilAtildeO DO PLANO DE INTERVENCcedilAtildeO PARA PACIENTES
HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao Curso de
Especializaccedilatildeo em Atenccedilatildeo Baacutesica em Sauacutede da Famiacutelia
Universidade Federal de Minas Gerais para obtenccedilatildeo do
Certificado de Especialista
Orientadora Luciana Diniz Silva
Banca Examinadora
Prof Luciana Diniz Silva - Orientadora
ProfMaria Dolores Soares Madureira
Aprovado em Belo Horizonte em 11082012
Dedico esse trabalho agrave minha famiacutelia pelo carinho e apoio
dispensados em todos os momentos que
precisei
AGRADECIMENTOS
A Deus e agrave Santa Rita de Caacutessia por terem me dado forccedilas iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida
Aos meus pais Tereza e Alberto por todo amor e dedicaccedilatildeo que sempre
tiveram comigo me apoiando e me fazendo acreditar que nada eacute impossiacutevel vocecircs
que abriram matildeo de muitas coisas para proporcionar a minha realizaccedilatildeo profissional
Ao meu marido Ceacutezar por estar comigo em todos os momentos da poacutes-
graduaccedilatildeo me levando aos encontros presenciais me ajudando na realizaccedilatildeo deste
sonho
Agrave minha irmatilde Melissa por ser tatildeo dedicada e amiga por me apoiar e acreditar
na minha capacidade sempre com palavras de incentivo e forccedila
Agrave minha amiga Amanda por toda a ajuda dispensada sempre em minha vida
Agrave minha orientadora professora Luciana Diniz Silva pelo ensinamento e
dedicaccedilatildeo empregados no auxiacutelio agrave concretizaccedilatildeo dessa monografia
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
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Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
Dedico esse trabalho agrave minha famiacutelia pelo carinho e apoio
dispensados em todos os momentos que
precisei
AGRADECIMENTOS
A Deus e agrave Santa Rita de Caacutessia por terem me dado forccedilas iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida
Aos meus pais Tereza e Alberto por todo amor e dedicaccedilatildeo que sempre
tiveram comigo me apoiando e me fazendo acreditar que nada eacute impossiacutevel vocecircs
que abriram matildeo de muitas coisas para proporcionar a minha realizaccedilatildeo profissional
Ao meu marido Ceacutezar por estar comigo em todos os momentos da poacutes-
graduaccedilatildeo me levando aos encontros presenciais me ajudando na realizaccedilatildeo deste
sonho
Agrave minha irmatilde Melissa por ser tatildeo dedicada e amiga por me apoiar e acreditar
na minha capacidade sempre com palavras de incentivo e forccedila
Agrave minha amiga Amanda por toda a ajuda dispensada sempre em minha vida
Agrave minha orientadora professora Luciana Diniz Silva pelo ensinamento e
dedicaccedilatildeo empregados no auxiacutelio agrave concretizaccedilatildeo dessa monografia
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
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ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
AGRADECIMENTOS
A Deus e agrave Santa Rita de Caacutessia por terem me dado forccedilas iluminando meu
caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida
Aos meus pais Tereza e Alberto por todo amor e dedicaccedilatildeo que sempre
tiveram comigo me apoiando e me fazendo acreditar que nada eacute impossiacutevel vocecircs
que abriram matildeo de muitas coisas para proporcionar a minha realizaccedilatildeo profissional
Ao meu marido Ceacutezar por estar comigo em todos os momentos da poacutes-
graduaccedilatildeo me levando aos encontros presenciais me ajudando na realizaccedilatildeo deste
sonho
Agrave minha irmatilde Melissa por ser tatildeo dedicada e amiga por me apoiar e acreditar
na minha capacidade sempre com palavras de incentivo e forccedila
Agrave minha amiga Amanda por toda a ajuda dispensada sempre em minha vida
Agrave minha orientadora professora Luciana Diniz Silva pelo ensinamento e
dedicaccedilatildeo empregados no auxiacutelio agrave concretizaccedilatildeo dessa monografia
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
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hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
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36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
ldquoHaacute pessoas que lutam um dia e satildeo boas
Haacute outras que lutam um ano e satildeo melhores
Mas haacute as que lutam toda a vida e satildeo imprescindiacuteveisrdquo
Bertold Brecht
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
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hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
RESUMO
A elevaccedilatildeo da pressatildeo arterial eacute um fator de risco independente para a enfermidade cardiovascular A hipertensatildeo arterial apresenta custos meacutedicos elevados decorrentes principalmente de suas complicaccedilotildees doenccedila cerebrovascular doenccedila arterial coronariana insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal crocircnica e doenccedila vascular de extremidades Vaacuterios fatores tecircm sido implicados na adesatildeo ao tratamento da hipertensatildeo arterial Dentre eles destacam-se o caraacuteter crocircnico e assintomaacutetico da doenccedila a relaccedilatildeo meacutedico-paciente a complexidade dos esquemas de tratamento e os efeitos colaterais dos medicamentos Com base na complexidade do atendimento e acompanhamento cliacutenico desses pacientes atualmente eacute preconizada a abordagem multiprofissional do paciente hipertenso Essa abordagem tem como premissa a integralizaccedilatildeo do cuidado e almeja a conscientizaccedilatildeo e a tomada de atitude por parte do paciente hipertenso no controle de sua doenccedila Eacute incentivada a aderecircncia agraves medidas comportamentais e tambeacutem agrave adesatildeo ao tratamento anti-hipertensivo farmacoloacutegico O fato de a hipertensatildeo arterial ser um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenccedilas isquecircmicas do coraccedilatildeo e cerebrovasculares e a segunda maior causa de morte no nosso paiacutes contribuiacuteram para o desenvolvimento deste trabalho cujo objetivo foi realizar uma revisatildeo da literatura para subsidiar a elaboraccedilatildeo de uma proposta de atendimento agrave pacientes hipertensos Dentre as estrateacutegias a serem adotadas destacam-se apresentaccedilotildees na sala de espera folhetos explicativos campanhas municipais confecccedilatildeo de cartelas e distribuiccedilatildeo do cartatildeo de medicamentos com a flexibilidade de direcionar a abordagem no sentido do contexto cliacutenico e social de cada paciente Dessa forma busca-se aumentar a eficaacutecia do tratamento da hipertensatildeo arterial por meio do cuidado compartimentalizado entre os diferentes profissionais de sauacutede mas que somam esforccedilos e almejam a integralidade da assistecircncia centrada no paciente dentro do seu contexto cultural social e econocircmico
Palavras chave Hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento
monitoramento da pressatildeo arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
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36
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populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
ABSTRACT
Elevated blood pressure is an independent risk factor for cardiovascular disease Hypertension has high medical costs mainly due to its complications cerebrovascular disease coronary artery disease heart failure chronic renal failure and vascular disease Several factors have been implicated in adherence to treatment of hypertension Among them we highlight the chronic and asymptomatic disease the doctor-patient relationship the complexity of treatment regimens and side effects of medications Based on the complexity of care and clinical monitoring of these patients it is currently recommended multiprofessional approach to the hypertensive patient This approach is based on the quality of care and aims to motivate the hypertensive patients in searching the control of their disease Life style modifications and also the adherence to anti-hypertensive medication are encouraged The fact that high blood pressure is one of the main risk factors for developing ischemic heart disease and cerebrovascular disease and the second largest cause of death in our country contributed to the development of this work whose goal was to conduct a literature review to support the elaboration of a proposal for the hypertensive patients care One of the strategies to be adopted include presentations in the waiting room explanatory leaflets municipal campaigns making cards and card distribution of medicines with the flexibility of direct approach towards clinical and social context of each patient In this way we seek to increase the effectiveness of treatment of hypertension through careful compartmentalized between different healthcare professionals Furthermore it is essential that the patient care is centered in their cultural social and economic context
Keywords Hypertension treatment adherence monitoring blood pressure healthy
living habits
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
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hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em
funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas
individuais
Quadro 4 Modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Quadro 5 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia - Rio
Negro - Andradas - MG
Quadro 6 Cartatildeo de acompanhamento
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
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Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
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SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
LISTA DE ABREVIATURAS
ACS - Agente Comunitaacuterio de Sauacutede
CAPES - Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal do Ensino Superior
DM - diabetes mellitus
ECV - Evento Cardiovascular maior
ESF - Equipe Sauacutede da Famiacutelia
HAS - Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica
HIPERDIA - Hipertensatildeo e Diabetes
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IMC - Iacutendice Massa Corporal
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede
LOA - Lesatildeo Oacutergatildeo Alvo
Medline - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEV - Mudanccedila Estilo Vida
PA - Pressatildeo Arterial
PAS - Pressatildeo Arterial Sistoacutelica
PubMed - United States National Library of Medicine National Institute of Health
SCIELO - Scientific Electronic Library On-line
SM - Siacutendrome Metaboacutelica
TM - Tratamento Medicamentoso
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
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Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 12
11 O impacto da hipertensatildeo arterial 12
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia 13
2 JUSTIFICATIVA 15
3 OBJETIVOS 17
31 Objetivo geral 17
32 Objetivo especiacutefico 17
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS 18
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE 19
51 Hipertensatildeo arterial 19
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial21
521 Diureacuteticos 23
522 Inibidores adreneacutergicos24
523 Betabloqueadores 24
524 Alfabloqueadores 24
525 Vasodilatadores diretos 25
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio 25
53 Equipes multiprofissionais 27
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS 28
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO 30
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo 30
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao
tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da Famiacutelia ndash Rio Negro-
Andradas-MG 32
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 34
REFEREcircNCIAS35
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
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36
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
12
1 INTRODUCcedilAtildeO
As mudanccedilas econocircmicas poliacuteticas sociais e culturais que ocorreram no mundo
desde o seacuteculo XIX e que se intensificaram no seacuteculo passado produziram alteraccedilotildees
significativas na vida em sociedade Ao mesmo tempo tem-se a criaccedilatildeo de tecnologias cada
vez mais precisas e sofisticadas em todas as atividades humanas e o aumento dos desafios
e dos impasses colocados ao viver (BRASIL 2006)
Segundo BRASIL 2006 a sauacutede eacute vista como uma esfera da vida de homens e
mulheres em toda sua diversidade e singularidade natildeo permaneceu fora do desenrolar das
mudanccedilas da sociedade nesse periacuteodo O processo de mudanccedilas da sociedade eacute tambeacutem o
processo de transformaccedilatildeo da sauacutede e dos problemas sanitaacuterios
Nas uacuteltimas deacutecadas conforme a Poliacutetica Nacional de Promoccedilatildeo da Sauacutede tornou-se
mais e mais importante cuidar da vida de modo que se reduzisse a vulnerabilidade ao
adoecer e as chances de a doenccedila ser produtora de incapacidade de sofrimento crocircnico e
de morte prematura de indiviacuteduos e populaccedilatildeo (BRASIL 2006)
Aleacutem disso a anaacutelise do processo sauacutede-adoecimento evidenciou que a sauacutede eacute
resultado dos modos de organizaccedilatildeo da produccedilatildeo do trabalho e da sociedade em
determinado contexto histoacuterico e o aparato biomeacutedico natildeo consegue modificar os
condicionantes nem determinantes mais amplos desse processo O modelo de atenccedilatildeo e
cuidado vigente eacute marcado na maior parte das vezes pela centralizaccedilatildeo dos sintomas
(BRASIL 2006)
11 O impacto da hipertensatildeo arterial
Observa-se aumento exponencial da populaccedilatildeo idosa no Brasil e em 25 anos teremos
mais de 50 milhotildees de indiviacuteduos com 60 anos ou mais A prevalecircncia da hipertensatildeo
arterial aumenta progressivamente com a idade e eacute a doenccedila crocircnica mais prevalente
nessa populaccedilatildeo
A hipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) pode ser definida como
[uma condiccedilatildeo cliacutenica caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados da pressatildeo arterial (PA) Associada frequentemente agraves alteraccedilotildees funcionais eou estruturais dos oacutergatildeos-alvo (coraccedilatildeo enceacutefalo rins e vasos sanguiacuteneos) e agraves alteraccedilotildees metaboacutelicas com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
13
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p1)
O Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2001) classifica niacuteveis elevados quando os valores
ultrapassam o limite de 14090 mmHg definidos no III Consenso Brasileiro de Hipertensatildeo
Arterial 1994
[a HAS tem alta prevalecircncia e baixas taxas de controle e eacute considerada fator de risco significativo de importantes problemas de sauacutede puacuteblica eventos cardiovasculares e cerebrais A mortalidade pela doenccedila cardiovascular aumenta progressivamente com a elevaccedilatildeo da PA a partir de 11575 mmHg de forma linear contiacutenua e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA2010 p3)
Em 2001 cerca de 76 milhotildees de mortes no mundo foram atribuiacutedas agrave elevaccedilatildeo da PA
(54 por acidente vascular encefaacutelico e 47 por doenccedila isquecircmica do coraccedilatildeo) sendo a
maioria em paiacuteses de baixo e meacutedio desenvolvimento econocircmico e mais da metade em
indiviacuteduos entre 45 e 69 anos No Brasil as doenccedilas cardiovasculares tem sido a principal
causa de morte Em 2007 ocorreram 308466 oacutebitos por doenccedilas do aparelho circulatoacuterio
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
12 Hipertensatildeo arterial sistecircmica na equipe de sauacutede de famiacutelia
O Municiacutepio de Andradas localiza-se na microrregiatildeo de Poccedilos de Caladas no sul do
Estado de Minas Gerais pelo censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
(IBGE 2010) possui 37302 habitantes sendo que 28059 e 9243 habitantes estatildeo na zona
urbana rural respectivamente Ainda segundo dados do IBGE de 2010 Andradas estaacute entre
as 40 cidades brasileiras com maior expectativa de vida
Atualmente contamos com duas Equipes de Sauacutede da Famiacutelia sendo uma
localizada no Bairro do Horto Florestal e outra no Jardim Rio Negro ambas na zona urbana
abrangendo um total de 19 da populaccedilatildeo uma terceira unidade na Vila Caracol estaacute para
ser inaugurada em breve
A Equipe de Sauacutede da Famiacutelia (ESF) do Jardim Rio Negro atende 1169 famiacutelias o
que representa uma populaccedilatildeo de aproximadamente 3500 pessoas A estrutura fiacutesica eacute
bem planejada possui sala de vacina enfermagem acolhimento curativo inalaccedilatildeo
ginecologia consultoacuterio meacutedico sala ACS sala psicoacutelogo dentista (desativada)
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
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hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
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Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
14
observaccedilatildeo farmaacutecia depoacutesito de medicamentos sanitaacuterios copa cozinha Depoacutesito
Materiais de Limpeza expurgo e esterilizaccedilatildeo Atende uma meacutedia de 1500 pessoasmecircs
entre consultas exames curativos entre outros
A populaccedilatildeo adscrita do PSF possui 780 hipertensos cadastrados no sistema
HIPERDIA Observa-se a dificuldade na manutenccedilatildeo da pressatildeo arterial em niacuteveis
considerados adequados em uma grande parcela dos usuaacuterios devido os mesmos natildeo
fazerem o uso correto dos medicamentos Desta forma eacute importante avaliar e elaborar um
plano de intervenccedilatildeo com objetivo principal aumentar a adesatildeo ao tratamento
medicamentoso como tambeacutem agrave terapia natildeo-farmacoloacutegica Torna-se essencial incentivar
as mudanccedilas do estilo de vida em busca de condiccedilotildees mais saudaacuteveis de vida Essas
medidas em conjunto contribuiacuteram com a melhora da qualidade de vida
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
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abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
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3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
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4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
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- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
15
2 JUSTIFICATIVA
A falta de controle da hipertensatildeo arterial por parte do paciente hipertenso associa-
se agrave consequecircncias graves Dentre elas destacam-se o infarto do miocaacuterdio e o acidente
vascular cerebral que satildeo responsaacuteveis por cerca de 40 de oacutebitos (BRASIL 2006)
Dentre os pacientes com diagnoacutestico recente de HAS que iniciam a terapia
medicamentosa cerca de 16 a 50 descontinuam o uso de medicamentos durante o
primeiro ano de uso e nuacutemero substancial daqueles que permanecem em uso da medicaccedilatildeo
o fazem de modo inadequado (ANDRADE et al 2002)
A HAS eacute doenccedila essencialmente assintomaacutetica no entanto em certas
circunstacircncias alguns sinais e sintomas podem significar uma complicaccedilatildeo potencialmente
grave aumentando o risco de se ter infarto do miocaacuterdio acidente vascular cerebral
(derrame) insuficiecircncia cardiacuteaca insuficiecircncia renal e comprometimento da visatildeo por danos
a retina Quando associada ao fumo colesterol elevado diabetes mellitus obesidade
sedentarismo estresse os efeitos prejudiciais seratildeo mais precoces e graves Dessa
maneira a HAS deve ser averiguada e tratada conforme cada caso (PREDROSA
DRAGER 2008) Assim a falta de aderecircncia ao tratamento constitui seacuterio problema de
sauacutede puacuteblica e deve ser entendida como um dos principais obstaacuteculos ao sucesso do
tratamento da HAS
Com base no que foi descrito acima medidas preventivas e a identificaccedilatildeo controle
e tratamento da HAS deve ser a meta a se buscar especialmente com o objetivo de evitar
complicaccedilotildees e melhorar a qualidade de vida dos pacientes Em especial procura-se reduzir
as lesotildees de oacutergatildeos-alvo o que implica no monitoramento perioacutedico do niacutevel pressoacuterico
(PREDROSA DRAGER 2008) Aleacutem deste aspecto no caso de pacientes em terapia
medicamentosa para HAS eacute essencial informaacute-los previamente sobre a probabilidade de
efeitos colaterais sua duraccedilatildeo e a possibilidade da substituiccedilatildeo do medicamento caso esses
efeitos apareccedilam
Com base nesses dados torna-se imprescindiacutevel elaborar estrateacutegia terapecircutica
pelos profissionais da aacuterea sauacutede para abordar esse problema Apesar da grande variedade
e disponibilidade de agentes anti-hipertensivos disponiacuteveis para o tratamento da HAS
menos de 13 dos pacientes hipertensos na idade adulta tecircm sua pressatildeo adequadamente
controlada Esse fato eacute decorrente principalmente da baixa adesatildeo ao tratamento causado
por diversos motivos Alguns estudos sugerem que a falta de adesatildeo estaacute relacionada agraves
caracteriacutesticas do paciente da doenccedila e do seu meio cultural e social O iacutendice de
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
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1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
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36
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PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
16
abandono foi maior entre os pacientes do sexo masculino jovens na faixa etaacuteria entre 20 e
40 anos obesos fumantes e analfabetos (GIORGI 2006)
O controle e o monitoramento da pressatildeo arterial satildeo fundamentais para a definiccedilatildeo
do diagnoacutestico da hipertensatildeo arterial e a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia ao tratamento (ATHANIEL
SAITO 2010) Complicaccedilotildees crocircnicas podem ser evitadas quando precocemente
identificadas e adequadamente tratadas
A hipertensatildeo arterial geralmente assintomaacutetica na grande maioria dos casos
possui difiacutecil adesatildeo terapecircutica devido agrave necessidade de mudanccedila nos haacutebitos de vida e a
participaccedilatildeo ativa do indiviacuteduo no controle rigoroso a fim de evitar complicaccedilotildees
O tratamento da HAS inclui as seguintes estrateacutegias educaccedilatildeo modificaccedilotildees dos
haacutebitos de vida e quando necessaacuteria a administraccedilatildeo de medicamentos (BRASIL 2001)
Dessa maneira o paciente deve ser continuamente estimulado ao monitoramento perioacutedico
da pressatildeo arterial Ainda deve adotar haacutebitos saudaacuteveis de vida manutenccedilatildeo de peso
adequado praacutetica regular de atividade fiacutesica suspensatildeo do haacutebito de fumar baixo consumo
de gorduras saturadas e de bebidas alcooacutelicas (ATHANIEL SAITO 2010 p20)
O tratamento deve ser individualizado respeitando-se algumas situaccedilotildees idade
presenccedila de outras doenccedilas uso de outras medicaccedilotildees dependecircncia de aacutelcool e drogas
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
17
3 OBJETIVOS
31 Objetivo geral
Realizar revisatildeo de literatura sobre hipertensatildeo arterial para subsidiar a elaboraccedilatildeo
de uma proposta de atendimento de pacientes hipertensos
32 Objetivo especiacutefico
Elaborar novas estrateacutegias de promoccedilatildeo de sauacutede e prevenccedilatildeo de agravos para
pacientes hipertensos na unidade de sauacutede referida fortalecer o autocuidado monitorar
niacuteveis pressoacutericos regularmente identificar fatores de risco de doenccedilas e agravos da HAS
estimular a praacutetica de educaccedilatildeo permanente diaacuteria e individualizada nas unidades baacutesicas
de sauacutede implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente
poderaacute acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede realizar apresentaccedilotildees do tema na sala de
espera distribuir folhetos explicativos campanhas municipal confecccedilatildeo individual de
cartelas de medicamentos para pacientes com maior dificuldade a fim de realizar o
tratamento medicamentoso corretamente
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
18
4 PROCEDIMENTOS METODOLOacuteGICOS
Foi realizado levantamento bibliograacutefico nas bases de dados Index Medicus
(Medline) US National Library of Medicine National Institute of Health (PubMed) Scientific
Electronic Library On-line (SciElo) da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciecircncias
da Sauacutede (LILACS) e Portal Perioacutedicos (CAPES) por meio do uso das seguintes palavras-
chave hipertensatildeo arterial sistecircmica adesatildeo ao tratamento monitoramento da pressatildeo
arterial haacutebitos saudaacuteveis de vida Foram selecionados os artigos mais recentes (entre 1994
e 2010) e aqueles cujas informaccedilotildees foram relevantes para a elaboraccedilatildeo desse trabalho de
revisatildeo O idioma pesquisado foi o portuguecircs Aleacutem disso foram utilizados vaacuterios livros e
publicaccedilotildees do Ministeacuterio da Sauacutede
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
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PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
19
5 PROCESSO DE TRABALHO EM SAUacuteDE
51 Hipertensatildeo arterial
Para conhecer a real situaccedilatildeo do problema da hipertensatildeo arterial do processo de
adoecimento e as condiccedilotildees de risco que interferem sobre a comunidade satildeo necessaacuterios
estudos epidemioloacutegicos Uma pesquisa realizada por Passos Assis Barreto (2006) foram
analisados a prevalecircncia de base populacional sobre a hipertensatildeo no Brasil em adultos a
partir de 1990 verificou-se que cerca de 20 dos adultos apresentam hipertensatildeo sem
distinccedilatildeo por sexo poreacutem com tendecircncia de aumento com a idade Segundo o Ministeacuterio da
Sauacutede (BRASIL 2001) a hipertensatildeo afeta 11 a 20 da populaccedilatildeo adulta com mais de
20 anos Vale ressaltar que cerca de 85 de pacientes com acidente vascular encefaacutelico
(AVE) e 40 das viacutetimas do infarto do miocaacuterdio apresentam hipertensatildeo associada
A pressatildeo arterial eacute classificada pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade
Brasileira de Nefrologia (2010) em
- Normal quando a pressatildeo arterial sistoacutelica eacute lt120 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica PAD lt80 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 1 - quando a pressatildeo arterial sistoacutelica encontra-se entre 140-
159 mmHg e a pressatildeo arterial diastoacutelica entre 90-99 mmHg
- Hipertensatildeo estaacutegio 2 - a pressatildeo arterial sistoacutelica gt160 mmHg e a pressatildeo arterial
diastoacutelica gt100 mmHg
A HAS possui fatores de risco que satildeo considerados modificaacuteveis e natildeo-modificaacuteveis
conforme a Sociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) que seratildeo descritos a seguir
O excesso de peso e obesidade satildeo fatores modificaacuteveis e se associam agrave prevalecircncia
elevada de HAS nos jovens Na vida adulta mesmo entre indiviacuteduos fisicamente ativos
incremento de 24 kgm2 no iacutendice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensatildeo Outro fator apontado pela Sociedade Brasileira de
HipertensatildeoSociedade Brasileira de Nefrologia (2010) eacute a ingestatildeo excessiva de soacutedio que
tem sido relacionada agrave elevaccedilatildeo da PA A populaccedilatildeo brasileira apresenta padratildeo alimentar
rico em sal accediluacutecar e gorduras e esta inadequaccedilatildeo alimentar possibilita a elevaccedilatildeo da
pressatildeo arterial
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
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BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
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ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
20
Em geral a ingestatildeo de aacutelcool por periacuteodos prolongados de tempo pode aumentar a PA
e a mortalidade cardiovascular Na populaccedilatildeo brasileira consumo excessivo de aacutelcool se
associa agrave ocorrecircncia de HAS de forma independente das caracteriacutesticas
demograacuteficas(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Associado aos outros fatores de risco ou isoladamente o sedentarismo ou seja a natildeo
realizaccedilatildeo de atividade fiacutesica tambeacutem eacute abordado como fator de risco visto que a realizaccedilatildeo
de atividade fiacutesica reduz a incidecircncia de HAS mesmo em indiviacuteduos preacute-hipertensos bem
como a mortalidade e o risco de doenccedilas cardiovasculares Outro fator agravante eacute o
tabagismo Dessa maneira a cessaccedilatildeo do tabagismo constitui medida fundamental e
prioritaacuteria na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria das doenccedilas cardiovasculares e de diversas
outras doenccedilas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
Satildeo considerados pela Sociedade Brasileira de HipertensatildeoSociedade Brasileira de
Nefrologia (2010) como fatores natildeo modificaacuteveis a
- Idade existe relaccedilatildeo direta e linear da PA com a idade sendo a prevalecircncia de
HAS superior a 60 na faixa etaacuteria acima de 65 anos
- Gecircnero e etnia a prevalecircncia global de HAS entre homens e mulheres eacute
semelhante embora seja mais elevada nos homens ateacute os 50 anos Em relaccedilatildeo agrave cor a
HAS eacute duas vezes mais prevalente em indiviacuteduos de raccedila negra Estudos brasileiros com
abordagem simultacircnea de gecircnero e cor demonstraram predomiacutenio de mulheres negras com
excesso de HAS de ateacute 130 em relaccedilatildeo agraves brancas
- Geneacutetica a contribuiccedilatildeo de fatores geneacuteticos para a gecircnese da HAS estaacute bem
estabelecida na populaccedilatildeo sem existir portanto variantes geneacuteticas que possam ser
utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS ateacute o momento Existem
outros fatores de risco cardiovascular que frequentemente se apresentam de forma
agregada agrave predisposiccedilatildeo geneacutetica e aos fatores ambientais que em conjunto tendem a
contribuir para o desenvolvimento de HAS em famiacutelias com estilo de vida pouco saudaacuteveis
Apoacutes a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da HAS deve-se avaliar o risco cardiovascular do
indiviacuteduo que orienta a conduta terapecircutica e o prognoacutestico desse paciente Para a
estratificaccedilatildeo do risco cardiovascular eacute necessaacuterio pesquisar a presenccedila de fatores de
risco as doenccedilas cardiovasculares e as lesotildees em oacutergatildeo-alvo conforme quadro abaixo A
classificaccedilatildeo de risco de cada indiviacuteduo deve ser avaliada pelo caacutelculo do escore de
Framingham (BRASIL 2006)
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
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J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
21
Quadro 1 Componentes para estratificaccedilatildeo do risco individual dos pacientes em funccedilatildeo do Escore de Framinghan e de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt 1010 anos
Moderado 10 a 2010 anos
Alto gt 2010 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
52 Processo de decisatildeo terapecircutica na hipertensatildeo arterial
Segundo o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006) para a adoccedilatildeo do esquema
terapecircutico adequado eacute necessaacuteria a confirmaccedilatildeo diagnoacutestica da hipertensatildeo e a anaacutelise da
estratificaccedilatildeo de risco a qual levaraacute em conta aleacutem dos valores pressoacutericos a presenccedila de
lesotildees em oacutergatildeos-alvo e o risco cardiovascular estimado
A classificaccedilatildeo do risco cardiovascular global individual dos pacientes em funccedilatildeo do
escore de risco de Framingham e da presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo eacute
- Risco baixo quando eacute considerado a ausecircncia de fatores de risco ou risco pelo
escore de Framingham baixo (lt1010 anos e ausecircncia de lesotildees em oacutergatildeos-alvo
Categoria Evento cardiovascular maior (ECV)
Baixo lt100 10 anos
Moderado 100 a 200 10 anos
Alto gt 200 10 anos
Lesotildees em oacutergatildeos-alvo e doenccedilas cardiovasculares
bull Doenccedilas cardiacuteacas
ndash Hipertrofia do ventriacuteculo esquerdo
ndash Angina do peito ou infarto agudo do miocaacuterdio preacutevio
ndash Revascularizaccedilatildeo percutacircnea ou ciruacutergica miocaacuterdica preacutevia
ndash Insuficiecircncia cardiacuteaca
bull Episoacutedio isquecircmico ou acidente vascular cerebral
bull Nefropatia
bull Doenccedila arterial perifeacuterica
bull Retinopatia hipertensiva
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
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Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
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PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
22
- Risco moderado quando existe a presenccedila de fatores de risco com risco pelo escore
de Framingham moderado (10 a 2010 anos) mas com ausecircncia de lesatildeo em oacutergatildeos-
alvo
- Risco alto presenccedila de lesatildeo em oacutergatildeos-alvo ou fatores de risco com escore de
Framingham alto (gt 20ano)
Pode-se considerar que existem duas abordagens terapecircuticas para a hipertensatildeo
arterial o tratamento baseado em modificaccedilotildees do estilo de vida [perda de peso incentivo
agraves atividades fiacutesicas alimentaccedilatildeo saudaacutevel entre outras] e o tratamento medicamentoso A
adoccedilatildeo de haacutebitos de vida saudaacuteveis eacute parte fundamental da prevenccedilatildeo de hipertensatildeo e do
manejo daqueles pacientes portadores de HAS Para o Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2006)
a forma mais adequada para tratar determinado paciente levando-se em consideraccedilatildeo a
classificaccedilatildeo do risco individual e os niacuteveis pressoacutericos detectados na consulta inicial
encontra-se no quadro abaixo
Quadro 2 Decisatildeo terapecircutica segundo risco e pressatildeo arterial
Risco BAIXO Risco
MODERADO
Risco
ALTO
Preacute-hipertensatildeo (120-13980-89 mmHg) MEV MEV MEV
Estaacutegio 1(140-5990-99 mmHg)
MEV (ateacute 12 meses)
MEV (ateacute 6 meses)
TM
Estaacutegio 2 (ge160ge100 mmHg)
TM
TM
TM
MEV = Mudanccedila de estilo de vida TM = Tratamento Medicamentoso TM se insuficiecircncia cardiacuteaca doenccedila renal crocircnica ou diabete melito TM se muacuteltiplos fatores de risco
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
De acordo com a SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010) a
decisatildeo terapecircutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presenccedila
de fatores de risco lesatildeo em oacutergatildeo-alvo eou doenccedila cardiovascular estabelecida e natildeo
apenas no niacutevel da pressatildeo arterial
A decisatildeo terapecircutica deve levar em conta a categoria de risco sem risco adicional
natildeo tem indicaccedilatildeo de tratamento medicamentoso isolado no risco adicional baixo indicar
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
23
tratamento natildeo medicamentoso isolado por ateacute seis meses se natildeo atingir a meta associar
tratamento medicamentoso e no risco adicional meacutedio alto e muito alto indica-se tratamento
natildeo-medicamentoso associado agrave terapia medicamentosa SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA (2010)
Quadro 3 Metas a serem atingidas em conformidade com as caracteriacutesticas individuais
Categoria Considerar
Hipertensos estaacutegios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e meacutedio
lt 14090 mmHg
Hipertensos e comportamento limiacutetrofe com risco cardiovascular alto e muito alto ou com trecircs ou mais fatores de risco DM SM ou LOA
13080 mmHg
Hipertensos com insuficiecircncia renal com proteinuacuteria gt 10 gL
13080 mmHg
DM diabetes mellitus SM siacutendrome metaboacutelica LOA lesatildeo em oacutergatildeos-alvo Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
Apoacutes a classificaccedilatildeo de risco a decisatildeo terapecircutica poderaacute ser instituiacuteda dentro das
classes de anti-hipertensivos disponiacuteveis para uso cliacutenico Foram utilizados como referecircncia
os dados da SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA (2010)
521 Diureacuteticos
O mecanismo de accedilatildeo anti-hipertensiva dos diureacuteticos se relaciona inicialmente aos
seus efeitos diureacuteticos e natriureacuteticos com diminuiccedilatildeo do volume extracelular
Posteriormente apoacutes cerca de quatro a seis semanas o volume circulante praticamente se
normaliza e haacute reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica Esses medicamentos satildeo eficazes
no tratamento da hipertensatildeo arterial tendo sido comprovada sua eficaacutecia na reduccedilatildeo da
morbidade e da mortalidade cardiovasculares Para serem usados como anti-hipertensivos
satildeo preferidos os diureacuteticos tiaziacutedicos e similares em baixas doses (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
24
522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
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8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
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522 Inibidores adreneacutergicos
Estes medicamentos atuam estimulando os receptores alfa-2 adreneacutergicos preacute-sinaacutepticos no
sistema nervoso central reduzindo o tocircnus simpaacutetico como fazem a alfametildopa a
clonidina e o guanabenzo eou os inibidores dos receptores imidazolidiacutenicos como
moxonidina e a rilmenidina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
523 Betabloqueadores
Eles tecircm em seu mecanismo anti-hipertensivo a diminuiccedilatildeo inicial do deacutebito cardiacuteaco
reduccedilatildeo da secreccedilatildeo de renina readaptaccedilatildeo dos barorreceptores e diminuiccedilatildeo das
catecolaminas nas sinapses nervosas Betabloqueadores de geraccedilatildeo mais recente (terceira
geraccedilatildeo) como o carvedilol e o nebivolol diferentemente dos betabloqueadores de primeira
e segunda geraccedilotildees tambeacutem proporcionam vasodilataccedilatildeo que no caso do carvedilol
decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adreneacutergico
e no caso do nebivolol de aumento da siacutentese e liberaccedilatildeo endotelial de oacutexido
niacutetrico(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
524 Alfabloqueadores
Outra categoria de medicamentos satildeo os alfabloqueadores que apresentam efeito
hipotensor discreto em longo prazo como monoterapia devendo portanto ser associados
com outros anti-hipertensivos Podem induzir ao aparecimento de toleracircncia o que exige
uso de doses gradativamente maiores Tecircm a vantagem de propiciar melhora discreta no
metabolismo lipiacutedico e gliciacutedico e nos sintomas de pacientes com hipertrofia prostaacutetica
benigna (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
25
525 Vasodilatadores diretos
Essa classe de medicamentos atua na musculatura da parede vascular promovendo
relaxamento muscular com consequente vasodilataccedilatildeo e reduccedilatildeo da resistecircncia vascular
perifeacuterica Satildeo utilizados em associaccedilatildeo aos diureacuteticos eou betabloqueadores Hidralazina e
minoxidil satildeo dois dos principais representantes desse grupo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
526 Antagonistas dos canais de caacutelcio
A accedilatildeo anti-hipertensiva decorre da reduccedilatildeo da resistecircncia vascular perifeacuterica por
diminuiccedilatildeo da concentraccedilatildeo de caacutelcio nas ceacutelulas musculares lisas vasculares Apesar do
mecanismo final comum esse grupo eacute dividido em trecircs subgrupos com caracteriacutesticas
quiacutemicas e farmacoloacutegicas diferentes fenilalquilaminas benzotiazepinas e diidropiridinas
Aleacutem do controle medicamentoso existem algumas modificaccedilotildees no estilo de vida que
auxiliam no tratamento e consequentemente promovem uma reduccedilatildeo da pressatildeo arterial
conforme mostra a tabela abaixo
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA 2010)
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Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
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escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
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2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
26
Quadro 4 Algumas modificaccedilotildees de estilo de vida e reduccedilatildeo aproximada da pressatildeo arterial
sistoacutelica
Modificaccedilatildeo Recomendaccedilatildeo Reduccedilatildeo aproximada na PAS
Controle de peso Manter o peso corporal na faixa normal (iacutendice de massa corporal entre 185 a 249 kgm
2)
5 a 20 mmHg para cada 10kg de peso reduzido
Padratildeo alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade caloacuterica e baixo teor de gorduras saturadas e totais Adotar dieta DASH
8 a 14 mmHg
Reduccedilatildeo do consumo de sal
Reduzir a ingestatildeo de soacutedio para natildeo mais que 2g (5g de saldia) = no maacuteximo 3 colheres de cafeacute rasas de sal = 3g + 2g de sal dos proacuteprios alimentos
2 a 8 mmHg
Moderaccedilatildeo no consumo de aacutelcool
Limitar o consumo a 30gdia de etanol para os homens e 15gdia para mulheres
2 a 4 mmHg
Exerciacutecio fiacutesico Habituar-se agrave praacutetica regular de atividade fiacutesica aeroacutebica como caminhadas por pelo menos 30 minutos por dia 3 vezessemana para prevenccedilatildeo e diariamente para tratamento
4 a 9 mmHg
DASH Dietary Approaches to Stop Hypertension Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco cardiovascular Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas adotadas
Fonte Ministeacuterio da Sauacutede (2001)
O objetivo primordial do tratamento da hipertensatildeo arterial eacute a reduccedilatildeo da morbidade
e da mortalidade cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
Assim os anti-hipertensivos devem aleacutem de reduzir a pressatildeo arterial diminuir os
eventos cardiovasculares fatais e natildeo-fatais e se possiacutevel a taxa de mortalidade A
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
27
escolha do medicamento deve ser feita observando as indicaccedilotildees e contra-indicaccedilotildees de
cada um Deve-se explicar ao paciente que podem existir efeitos adversos e que a terapia
pode ser modificada posteriormente se necessaacuterio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA
DE NEFROLOGIA 2010)
53 Equipes multiprofissionais
Estudo de Castro e Car (2000) dizem que para o controle da HAS eacute necessaacuterio que
o paciente siga as propostas terapecircuticas de forma rigorosa Eacute fundamental por parte do
paciente ter dedicaccedilatildeo paciecircncia e tempo para buscar e receber informaccedilotildees adequadas
Por outro lado eacute essencial que os profissionais de sauacutede estejam capacitados ao
atendimento das demandas desses pacientes
Foi demonstrado que o treinamento adequado de profissionais envolvidos no cuidado
de pacientes hipertensos acarretou melhora em 185 da aderecircncia agrave terapia
medicamentosa (MINAS GERAIS 2006) Esse processo foi avaliado por meio da contagem
de comprimidos Dentre as teacutecnicas adotadas destacam-se a aplicaccedilatildeo de protocolos o
reforccedilo positivo por parte dos profissionais envolvidos especialmente feito pelas enfermeiras
que orientavam os pacientes a respeito da importacircncia da adesatildeo agrave medicaccedilatildeo instituiacuteda
Ainda vaacuterias evidecircncias apontam a relevacircncia da equipe multiprofissional no atendimento
ao paciente hipertenso que se associa ao melhor controle da HAS por parte dos pacientes
Esse resultado eacute verificado por meio do maior comparecimento agraves consultas do uso correto
dos medicamentos prescritos e da adoccedilatildeo de medidas que preconizam mudanccedilas no estilo
de vida (ROCHA 2010)
Vale ressaltar que os efeitos sobre a eficaacutecia do tratamento desaparecem com a
interrupccedilatildeo desse tipo de atendimento Dessa forma o atendimento multiprofissional do
hipertenso deve ser iniciado desde o primeiro contato com o paciente com o serviccedilo de
sauacutede e prolongado durante todo o tratamento (JARDIM et al1996)
Nesse cenaacuterio atuam vaacuterios atores e suas accedilotildees se complementam para alcanccedilar o
objetivo controle da HAS O agente comunitaacuterio de sauacutede promove a interaccedilatildeo com os
familiares do paciente Aleacutem deste aspecto eacute atraveacutes da atuaccedilatildeo desses profissionais por
meio das visitas domiciliares que eacute possiacutevel o conhecimento aprofundado do contexto social
no qual o paciente em questatildeo estaacute inserido (BRASIL 2001)
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
28
[] pela sua convivecircncia no cotidiano das comunidades pelo seu atributo de entrar em cada residecircncia das famiacutelias pela sua habilidade de perceber os desejos e anseios dos indiviacuteduos eacute considerado um elemento estrateacutegico na construccedilatildeo e consolidaccedilatildeo de um sistema de sauacutede adequado e digno da populaccedilatildeo brasileira (Sousa M F2003)
Eacute essencial conhecer o paciente repassar informaccedilotildees para a comunidade e buscar
no domiciacutelio as condiccedilotildees de vida deste paciente Ainda eacute fundamental perceber mudanccedilas
e se haacute adesatildeo ao tratamento da HAS e trazer a informaccedilatildeo para outros profissionais da
equipe identificando grupos de risco e levantando casos novos (BRASIL 2001)
O enfermeiro realiza procedimentos de enfermagem no domiciacutelio e executa accedilotildees de
orientaccedilatildeo sanitaacuteria Jaacute o enfermeiro exerce tambeacutem funccedilotildees de destaque dentre elas a
supervisatildeo do trabalho do agente comunitaacuterio de sauacutede e do auxiliar de enfermagem
realizaccedilatildeo de consultas na unidade de sauacutede e assistecircncia domiciliar agraves pessoas que
necessitam de cuidados de enfermagem Realizar consulta de enfermagem abordando
fatores de risco tratamento natildeo medicamentoso adesatildeo e possiacuteveis intercorrecircncias ao
tratamento encaminhando ao meacutedico quando necessaacuterio
O meacutedico realiza consulta para confirmaccedilatildeo diagnoacutestica avaliaccedilatildeo de fatores de
risco identificaccedilatildeo de possiacuteveis lesotildees em oacutergatildeos-alvo e co-morbidades visando agrave
estratificaccedilatildeo do paciente com hipertensatildeo eou diabetes Solicita exames complementares
miacutenimos estabelecidos nos consensos e quando necessaacuterio indica a terapecircutica Dessa
maneira o meacutedico define o iniacutecio do tratamento medicamentoso Ainda prescreve a terapia
natildeo medicamentosa e medicamentosa Contudo o trabalho do meacutedico deve ser integrado
aos outros componentes da equipe de sauacutede da famiacutelia com objetivo de educar o paciente
Outro papel relevante do meacutedico eacute encaminhar para a unidade de referecircncia secundaacuteria e
terciaacuteria as pessoas que apresentam hipertensatildeo arterial grave e refrataacuteria ao tratamento
com lesotildees importantes de oacutergatildeos-alvo com suspeitas de causas secundaacuterias e aqueles em
urgecircnciaemergecircncia hipertensiva
54 Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao tratamento da HAS
A equipe multiprofissional com seus vaacuterios enfoques consegue explicar ao paciente
natildeo apenas sobre a doenccedila mas sobre seu papel no tratamento Esse entrosamento eacute
capaz de fazer o paciente analisar a situaccedilatildeo organizar sua proacutepria estrateacutegia (alteraccedilatildeo na
sua dieta iniacutecio de atividade fiacutesica organizaccedilatildeo dos medicamentos) Ainda haveraacute a
necessidade de programar essa mudanccedila como rotina Essa estrateacutegia entatildeo demanda
reforccedilo contiacutenuo que deve ser introjectado nas formas de atuaccedilatildeo das equipes (Giorgi
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
29
2006) Os dados evidenciam a importacircncia da equipe multidisciplinar em uma atuaccedilatildeo
individualizada abrangente e contiacutenua no tratamento de pacientes com hipertensatildeo
(STURMER et al2006)
A reuniatildeo perioacutedica eacute uma intervenccedilatildeo coletiva onde se busca a troca de
conhecimento entre pessoas que vivenciam situaccedilotildees semelhantes tendo como
mediadores os profissionais da sauacutede Nesse espaccedilo temaacuteticas como alimentaccedilatildeo uso de
medicamentos cuidados com higiene bucal entre outros assuntos seratildeo abordados Para
tanto adota-se linguagem simples contando com recursos de baixo custo como aacutelbuns
seriados flip chart entre outros preparados pelos profissionais de sauacutede
Ainda eacute possiacutevel por meio das anotaccedilotildees da enfermagem nesse cartatildeo conhecer o
peso corporal (a partir do iacutendice de massa corporal) e da distribuiccedilatildeo de gordura (avaliada
pela circunferecircncia da cintura) e verificar os resultados de exames realizados recentemente
Esses dados em conjunto permitem abordar de maneira objetiva a parte cliacutenica paciente
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
30
6 UMA PROPOSTA DE REORGANIZACcedilAtildeO
A ESF Rio Negro conseguiu identificar algumas estrateacutegias para aumentar a adesatildeo
ao tratamento medicamentoso aos hipertensos
Conscientizaccedilatildeo do paciente e seus familiares da existecircncia do problema relacionado
hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Facilitaccedilatildeo no acesso aos medicamentos
Explicaccedilatildeo dos efeitos colaterais dos medicamentos (hipotensatildeo tosse
broncoespasmo) reconhecimento de mitos ou medos dos pacientes e seus familiares
sobre os efeitos eacute essencial para a adesatildeo
Monitoramento do tratamento atraveacutes de visitas domiciliaacuterias
Busca de faltosos
Treinamentos dos profissionais para atenccedilatildeo mais individual ao paciente
Implantar um cartatildeo de acompanhamento do tratamento no qual o paciente poderaacute
acompanhar sua condiccedilatildeo de sauacutede
61 Elaboraccedilatildeo do Plano de Intervenccedilatildeo
Apoacutes a identificaccedilatildeo das estrateacutegias foram selecionadas trecircs estrateacutegias para
elaboraccedilatildeo do plano de intervenccedilatildeo uma vez que todos dificilmente seratildeo resolvidos ao
mesmo tempo Os chamados noacutes criacuteticos (tipo de causa de um problema que quando
ldquoatacadardquo eacute capaz de impactar o problema principal e efetivamente transformaacute-lo) eacute uma
ideia de algo que possamos intervir dentro das nossas possibilidades (CAMPOS FARIA e
SANTOS 2008)
31
As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
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Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
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PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
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STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
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As situaccedilotildees na qual a ESF Rio Negro tem possibilidades mais concretas sobre o
tema escolhido foram
Baixo niacutevel de informaccedilatildeo a respeito da hipertensatildeo arterial
Detalhamento do regime terapecircutico (detalhar comprimidos horaacuterios embalagens)
Implantaccedilatildeo um cartatildeo de acompanhamento
32
62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
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ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
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Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
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Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
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STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
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62 Elaboraccedilatildeo do plano operativo atraveacutes das dificuldades de adesatildeo ao tratamento de Hipertensatildeo Arterial na Estrateacutegia de Sauacutede da
Famiacutelia ndash Rio Negro- Andradas-MG
OperaccedilatildeoProjeto Resultados Esperados Produtos Esperados Operaccedilotildees Estrateacutegicas Responsaacutevel Prazo
Multiplicando o conhecimento
Populaccedilatildeo melhor informada sobre hipertensatildeo arterial
Levar conhecimento para a populaccedilatildeo
(tratamento medicamentoso e natildeo medicamentos
Avaliar os niacuteveis de informaccedilatildeo sobre a hipertensatildeo arterial e adesatildeo ao tratamento adesatildeo anti-hipertensivo
Apresentaccedilotildees na sala de espera
Folhetos Explicativos
Campanha Municipal
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Cinco meses para o inicio das atividades
Dose Certa
Medicamentos na dose e horaacuterio corretos
Medicamentos usados de maneira e quantidade correta pelos pacientes
Evitar o uso incorreto das medicaccedilotildees mantendo os niacuteveis pressoacutericos satisfatoacuterios
Confecccedilatildeo de cartelas eou caixinhas de medicamentos para pacientes com dificuldades
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Um mecircs para iniacutecio das atividades
Cartatildeo de Medicamentos
Controle mensal de distribuiccedilatildeo de medicamentos
Paciente passaraacute na unidade mensalmente aferindo a pressatildeo arterial e retirando as medicaccedilotildees
Avaliar os niacuteveis pressoacutericos peso IMC dos pacientes e realizar atividade educativa individual
Distribuiccedilatildeo do Cartatildeo de Medicamentos a todos pacientes cadastrados no sistema HIPERDIA
Equipe de Sauacutede da Famiacutelia
Secretaria Municipal de Sauacutede
Trecircs meses para iniacutecio das atividades
IMC iacutendice de massa corporal
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
33
Cartatildeo Acompanhamento
34
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
tratamento anti-hipertensivo Rev Bras Hipertensatildeo vol13(1) 47-50 2006
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
rev bras med 2008
ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
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8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
A adesatildeo ao tratamento eacute um problema seacuterio diante de tudo o que foi analisado
pode-se concluir que o nuacutemero de pacientes que aderem ao tratamento anti-hipertensivo
ainda eacute muito pequeno e que a melhor forma de tentar conscientizar os pacientes para que
possam aderir a esse tratamento eacute atraveacutes de orientaccedilotildees e informaccedilotildees sobre hipertensatildeo
arterial mudanccedilas de haacutebitos e estilos de vida e a inclusatildeo da famiacutelia na totalidade do
tratamento e acompanhamento dos hipertensos
A ausecircncia de iniciativas que busquem a promoccedilatildeo de sauacutede eacute um dos fatores que
mais acarreta despesas com internaccedilotildees uma vez que as pessoas natildeo satildeo estimuladas ao
autocuidado
Ressalta-se ainda a abertura de espaccedilo para que outros acadecircmicos decircem
continuidade a esta intervenccedilatildeo o que eacute vaacutelido uma vez que novos resultados certamente
surgiratildeo com um trabalho persistente no que diz respeito agraves doenccedilas abordadas
Essas conclusotildees apontam para a necessidade de melhor integraccedilatildeo multidisciplinar
melhora na organizaccedilatildeo das funccedilotildees e atividades dos profissionais do PSF com o programa
tradicional e a promoccedilatildeo de atividades com os hipertensos para promover uma melhor
adesatildeo ao tratamento melhorando o controle da hipertensatildeo prevenindo complicaccedilotildees que
comprometem a sauacutede dos hipertensos
Para maior eficaacutecia deve-se unir profissionais de sauacutede e participaccedilatildeo da
comunidade Desta forma a intervenccedilatildeo possibilitaraacute desenvolvimento transformaccedilatildeo e
tomada de consciecircncia tanto sob forma individual quanto em grupos
35
REFEREcircNCIAS
ANDRADE JP VILAS-BOAS F CHAGAS H ANDRADE M Aspectos
epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
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epidemioloacutegicos da aderecircncia ao tratamento da hipertensatildeo arterial sistecircmica
Arquivo Brasileiro Cardiologia v 79 p 375-379 2002
ATHANIEL Marli Aparecida Silva SAITO Raquel Xavier de Souza Sauacutede do Adulto
- Doenccedilas e Agravos natildeo Transmissiacuteveis Hipertensatildeo Arterial e Diabetes Mellitus
1ordf ed Satildeo Paulo Martinari 2008 v 1 p 9-423
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Assistecircncia agrave Sauacutede Departamento de
Programas de Sauacutede Coordenaccedilatildeo de Doenccedilas Cardio-vasculares Controle da
hipertensatildeo arterial uma proposta de integraccedilatildeo ensino-serviccedilo Rio de
Janeiro CDCVNUTES 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo Baacutesica Aacuterea Teacutecnica de
Diabetes e Hipertensatildeo Arterial ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2001
BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Departamento de
Anaacutelise de Situaccedilatildeo e Sauacutede Produccedilatildeo Nuacutecleo de Comunicaccedilatildeo Secretaria de
Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Departamento de Atenccedilatildeo BaacutesicaBrasiacutelia 2006
CASTRO Vanda Dias CAR Maacutercia Regina O cotidiano da vida de hipertensos
mudanccedilas restriccedilotildees e reaccedilotildees Rev Esc Enf USP v34 n2 p145ndash153 2000
CONSENSO BRASILEIRO DE HIPERTENSAtildeO ARTERIAL 2 Rio de Janeiro 1994
J BrasNefrol v16 n 2 pS 257-S78 1994 Suplemento 2
GIORGIDante Marcelo Artigas SILVA HB Estrateacutegias para melhorar a adesatildeo ao
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36
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Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
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MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
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PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
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PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
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HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA Censo Demograacutefico de 2010
Referecircncia obtida na Internet Disponiacutevel em httpwwwibgegovbrcidadesatdefault2php
Acesso em Dezembro 2011
JARDIM PC SOUZA ALL MONEGO ET Atendimento multiprofissional ao paciente
hipertenso Medicina v29 p232ndash238 1996
MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Sauacutede Atenccedilatildeo a sauacutede do adulto Hipertensatildeo e
Diabetes Belo Horizonte SASMG 2006
PASSOS Valeacuteria Maria Azeredo ASSIS Thiago Duarte BARRETO Sandhi Maria
Hipertensatildeo arterial no Brasil estimativa de prevalecircncia a partir de estudos de base
populacional Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede vol15 n1 2006
PEDROSA Rodrigo Pinto DRAGER Luciano Ferreira Hipertensatildeo arterial sistecircmica RBM
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ROCHA FM Arquivos Brasileiros de Cardiologia Vol 95supl1Satildeo Paulo 2010
STURMER G et al O manejo natildeo medicamentoso da hipertensatildeo arterial sistecircmica no Sul
do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica v22 n8 p1727-1737 2006
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIASOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSAtildeOSOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensatildeo Arq Bras Cardiol 2010
SOUSA M F A coragem do PSF Satildeo Paulo Hucitec 2003