07-11-2015 mte - módulo 5 - planejamento gestão orçamentária e financeira

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    Módulo 5

    CURSO DE EXTENSÃOEM DESENVOLVIMENTO

    DA GESTÃO ESTRATÉGICA

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    UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

    ReitorIvan Marques de Toledo Camargo

     Vice-reitoraSônia Nair Báo

    MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

    Coordenador Geral de Recursos HumanosLuiz Eduardo Lemos da Conceição

    Coordenadora de Capacitação, Avaliação, Cargos e CarreirasMaria Aparecida Fernandes de Araújo

    Chefe da Divisão de CapacitaçãoBianca Pereira Barbosa

    AdministradorIone Fonseca de Queiroz AndradeRobson Fernandes Mota

    CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – UnB

    Diretora

    Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos

    Coordenadora da Unidade de PedagogiaSimone Bordallo de Oliveira Escalante

    Coordenador do CursoEdgar Reyes Junior

    Gestora PedagógicaLívia Veleda de Sousa e Melo

    Gerente do Núcleo de Produção de MateriaisDidáticos e ComunicaçãoJitone Leônidas Soares

    Gerente do Núcleo de TecnologiaWesley Gongora

    Apoio a Gestão de Ambiente Virtualde AprendizagemMarcia Veiga de Leite Ribeiro Melo

    Revisora de textoConsuelo Martins César Cordeiro

    Design Instrucional

    Sandra DutraSimone Bordallo de Oliveira Escalante

    IlustradorPhilippe Alves Lepletier Projeto gráfico e diagramaçãoCarla Clen

    Web designerDiogo Saúde de Araújo Ottoni

    Gabriel Cavalcanti

    Desenvolvedor de personagem animadoCristiano Alves de Oliveira

    Conteudistas do material didáticoFrancisco Antonio Coelho JuniorLuciana de Oliveira Miranda GomesMarina Figueiredo MoreiraPatrícia Guarnieri

    Trajano Augustus Tavares Quinhoes Ricardo Corrêa GomesRicardo Miorin GomesWelles Matias de Abreu

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    Módulo 5

    Curso de Extensão

    em Desenvolvimentoda Gestão EstratégicaPLANEJAMENTO,

    GESTÃO ORÇAMENTÁRIA

    E FINANCEIRA

    Brasília - DF 

    Agosto/2015

    Autor Responsável: Ricardo Corrêa Gomes

    Autor Colaborador: Welles Matias de Abreu

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    Súmario

    1. Noções de Planejamento Estratégico ______________________________ 8

    1.2 Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento (SIGPlan) ___________ 15

    2. Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal _________________ 21

    3. Tipos de Orçamento ____________________________________________ 24

    4. Funções do Orçamento _________________________________________ 28

    5. Princípios Orçamentários ________________________________________ 30

    5.1. Clássicos ___________________________________________________________ 31

    5.2. Princípios Orçamentários Modernos ____________________________________ 34

    6. Aspectos Legais relacionados ao Orçamento _______________________ 35

    6.1. O Plano Plurianual (PPA) ______________________________________________ 36

    6.2. Lei De Diretrizes Orçamentárias (LDO) __________________________________ 37

    6.3. Lei Orçamentária Anual (LOA) __________________________________________ 37

    7. Classificação da Despesa Orçamentária __________________________ 38

    7.1. Programação Qualitativa ______________________________________________ 38

    7.2. Programação Quantitativa _____________________________________________ 41

    8. Alterações Orçamentárias _______________________________________ 46

    8.1. Créditos Adicionais ___________________________________________________ 47

    8.2. Origens de Recursos para Créditos Suplementares e Especiais ____________ 48

    8.3. Outras Alterações Orçamentárias _______________________________________ 49

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    9. Integração Orçamentária e Financeira ____________________________ 51

    9.1. Estágios da Despesa _________________________________________________ 51

    9.2. Restos a Pagar ______________________________________________________ 52

    10. Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - SIOP ___________ 54

    Referências: _____________________________________________________ 57

    Lista de FiguraFigura 1: Formulação de Estratégia (Planejadores, Planos e Planejamento) _______9

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    MÓDULO 5

    Uma palavrinha inicial

    Seja bem-vindo à primeira unidade deste módulo de Planejamento e GestãoOrçamentária. Nesta parte, você conhecerá temas sobre planejamento estratégico aplicadoao setor público. Este módulo é formado por duas seções: Planejamento governamentale Orçamento público. Nossa unidade explora a funcionalidade do Planejamento como

    ferramenta para as organizações  públicas, demonstrando o histórico de utilização noBrasil ao longo das últimas décadas.

    Posteriormente, você conhecerá temas ligados à gestão orçamentária e financeira.Esta unidade é formada por seis seções. A primeira seção de nossa unidade, Introduçãoao Estudo do Orçamento Público, será iniciada com uma definição de orçamento. Nasequência, serão apresentados os princípios e as classificações orçamentárias, alémdo processo orçamentário no Brasil. Você conhecerá, ainda, o orçamento-programa e oorçamento base-zero.

    Na segunda seção de nossa unidade, O Orçamento na Constituição Federal de 1988,você conhecerá a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual. Na terceiraseção, O Ciclo Orçamentário, você conhecerá as etapas que compõem a elaboração dasleis orçamentárias brasileiras: elaboração, tramitação, discussão, votação, aprovação,sanção e veto. Por fim, você conhecerá o Sistema Integrado de Dados Orçamentários(SIDOR). Na quarta seção, você conhecerá em detalhes a Lei de Responsabilidade Fiscale a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

    Na quinta seção da unidade, Execução Orçamentária e Financeira, você conheceráas atividades diárias das Secretarias de Planejamento, Orçamento e Administração. Você

    compreenderá a programação financeira e sua elaboração, assim como a programaçãoorçamentária e sua execução.

    Na sexta e última seção da unidade, Necessidade de Financiamento do SetorPúblico e Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal, vocêconhecerá os critérios de apuração do deficit público, além do histórico, implantação eamplitude do SIAFI.

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    Curso de Extensão em Desenvolvimento da Gestão Estratégica – Planejamento, Gestão Orçamentária e Financeira

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    Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:

       identificar a função do Planejamento estratégico em organizações governamentais;

       reconhecer diferentes momentos históricos do Planejamento no Brasil;

       identificar os princípios e classificações orçamentárias;

     compreender o processo orçamentário brasileiro;

     identificar as funções e os principais conteúdos da Lei de Diretrizes Orçamentáriase da Lei Orçamentária Anual;

     reconhecer as etapas do Ciclo Orçamentário brasileiro;

     identificar as funções e os principais conteúdos da Lei de ResponsabilidadeFiscal;

     reconhecer a programação e a execução financeira e orçamentária;

     identificar os critérios de apuração do deficit público brasileiro;

     reconhecer a função e amplitude do Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal.

    O curso de gestão orçamentária (30h) é estruturado em dez tópicos (itens)

    consecutivos e concatenados em função da perspectiva complementar e integrada dosconteúdos. Nesse sentido, apresenta-se a seguir o sumário:

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    MÓDULO 5

    1. Noções de Planejamento Estratégico

    Para Mintzberg (2004; 2008), estratégia pode ser definida como plano, padrão,posição e perspectiva, e a formulação de estratégia, como um processo de planejamento,idealizado ou apoiado por planejadores, a fim de produzir planos, ou seja, pode-se planejar(considerar seu futuro) sem se engajar em planejamento (procedimento formal) mesmo

    sem produzir planos (intenções explícitas).

    Os planejadores podem fazer tudo isso ou apenas parte, às vezes nada disso,mas – mesmo assim – ainda seriam úteis. Já planejamento é pensar no futuro, controlaro futuro, tomada de decisão, tomada de decisão integrada e procedimento formalpara produzir um resultado articulado, na forma de um sistema integrado de decisões.Enquanto que planejar é coordenar suas atividades, assegurar que o futuro seja levadoem consideração, ser racional e controlar (ABREU e GOMES, 2010).

    Segundo Mintzberg (2000, p. 22), “[...] para cada vantagem associada à

    estratégia, há uma desvantagem associada”. As vantagens e desvantagens do processode formulação de estratégias são apresentadas na tabela 1, nos remetendo aos cuidadosnecessários durante a formulação de uma estratégia.

    Tabela 1 - Vantagens e Desvantagem para cada Estratégia Formulada

    AÇÃOESTRATÉGICA VANTAGEM DESVANTAGEM

    Fixa a direção

    Mapear o curso de umaorganização para que elanavegue coesa através

    do seu ambiente.

    Pode constituir um conjunto de antolhos para ocultarperigos em potencial, ou seja, às vezes é melhor semovimentar devagar, com algum cuidado, para se adaptar

    às novas realidades que surgem a qualquer momento.

    Focaliza oesforço

    Promover a coordenaçãodas atividades.

    O excesso de foco pode ofuscar a visão periférica e,consequentemente,criar dificuldades para abrir novaspossibilidades.

    Define aorganização

    Entender sua organizaçãoe distingui-la das outras.

    Pode ter excesso em simplificações, surgindo estereóti-pos, perdendo assim a rica complexidade do sistema.

    Provêconsistência

    Reduzir a desigualdade eprover a ordem.

    Perda de criatividade, uma vez que estratégias e teoriassão apenas representações (abstrações) da realidade;nesse sentido, cada estratégia pode ter um efeito einformação falsa ou distorção.

    Fonte: Mintzberg (2000, p. 22).

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    Agora, pense no seguinte:

    O que é necessário à operacionalização do Planejamento estratégico?

    Além do compromisso social de realizar programas de interesse da população, asorganizações governamentais devem estar sempre prontas para se adaptar a um sistemaeconômico e social em contínua mudança. Para tanto, um planejamento estratégico emnível federal deverá envolver o desenvolvimento de novos sistemas de políticas públicase de gestão orçamentária, além de investimentos em capital humano e tecnológico,elementos imprescindíveis ao processo de modernização do aparelho do Estado.

    Método do Planejamento estratégico

    Podemos dizer que o Planejamento estratégico, em nível federal no Brasil, envolve:

      o estabelecimento de objetivos a serem alcançados;

      a identificação dos meios (recursos humanos, materiais, financeiros);

      a identificação do ambiente (político, econômico, social);

      a definição das dificuldades a serem enfrentadas;

      o monitoramento e a avaliação dos programas e das atividades a serem desen-volvidas.

    O Brasil, como qualquer outro país, precisa de um projeto de futuro para quese possa sonhar e, também, poder estabelecer vínculos entre as ações presentes eas do futuro que se deseja rumo ao desenvolvimento pleno (SICSÚ, 2008). Para isso,os planejadores, os planos e o planejamento são peças vitais para a formulação domencionado projeto e estão no contexto da formulação de estratégia, que é apresentadana Figura 1.

    Figura 1: Formulação de Estratégia (Planejadores, Planos e Planejamento)

    Formulação de

    Estratégia Insumos ao Processo(Planejadores e Planos)

    Resultados do Processo

    (Planejamento, Planos e

    Planejadores)

    Suporte ao Processo

    (Planejadores)

    Fonte: Mintzberg (2004, p. 263).

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    MÓDULO 5

    O planejamento governamental brasileiro é elaborado com baseem orientações contidas em um documento denominado “Di-mensão Estratégica”.

    Você pode acessar o referido documento em: http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdf 

    VOCÊ SABIA?

    Curiosidade

    Sobre os planejadores, destaca-se o estudo das interações entre as teorias doregime, da ação comunicativa e do planejamento emancipatório como maneira de explicaras relações entre os planejadores e a governança (ver tabela 2), utilizando as perspectivasdo poder da criação de redes de relacionamentos, o conhecimento emancipatório, oempoderamento subjetivo e o espaço de solidariedade existente (IRAZÁBAL, 2009).

    Tabela 2 - Poder, Conhecimento, Subjetividade e Espaços

    AÇÃO COMUNICATIVA TEORIA DO REGIMEPLANEJAMENTO

    EMANCIPATÓRIOPoder Poder de rede de

    relacionamentos, capitalsocial.

    Poder preventivo,sistemático de açãorecíproca.

    Poder de rede derelacionamentos.

    Conhecimento Aprendizado social. Defesa de conhecimentosituacional.

    Conhecimentoemancipatório.

    Subjetividade Ensaiada, em evolução. Escolha racional,estratégia de interessepessoal.

    Empoderamento, aplicarsubjetivamente, respeitoàs diferenças.

    Espaço Sem restrição específica

    de espaço.

    Manipulação do espaço

    pela comodidade.

    Espaços de solidariedade,

    promoção do espaço de justiça.

    Fonte: Irazábal (2009, p. 129).

    Segundo Abreu e Gomes (2010), especificamente quanto ao planejamentoemancipatório, destacam-se as características políticas, de espécies, de processo,os objetivos e os conflitos dos planejadores para cada tipo: tradicional, democrático,equitativo e incremental, que são apresentadas na tabela 3.

    http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdf

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    Curso de Extensão em Desenvolvimento da Gestão Estratégica – Planejamento, Gestão Orçamentária e Financeira

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    Tabela 3 - Características dos Planejadores por Tipo

    CARACTERÍSTICAS

    TIPOS DE PLANEJADORES

    TRADICIONAL DEMOCRÁTICO EQUITATIVA INCREMENTAL

    Teoria Política Tecnocracia. Democracia. Socialista. Liberal.

    Espécies dePlanejadores

    Planejadoresespecialistas.

    A sociedade. Planejadores ecomunidade dasminorias.

    Formadores depolíticas (vantagensmarginais no curtoprazo).

    Tipo de Processo De cima parabaixo.

    Par ticipativo. De baixo para cimaou representativo.

    Decisõesmarginais.

    Objetivos Racional ePlanejamentoCientífico.

    O processo é maisimportante que osresultados.

    Os resultados sãomais importantesque o processo.

    Poucoplanejamentoou incrementopor mudança depolíticas.

    Conflitos Os planejadoresbuscam resultadosde interesse geralrespaldados pelasclasses altas.

    Dificuldade de teruma democraciagenuína sem arepresentação dosinteresses dos

    grupos de minoria.

    O planejamentoequitativonem sempre édemocrático.

    Os fins e osmeios não sãoformulados, entãoos tomadores dedecisão podem

    não trabalharos meios paraatingir as metassociais desejáveis.Estratégias parasuportar, mas nãopara resolver osproblemas.

    Fonte: Irazábal (2009, p. 131).

    Partindo do pressuposto de que o processo orçamentário corresponde coma própria formulação de estratégia para o desenvolvimento, apresenta-se, a seguir, oSistema de Planejamento e de Orçamento Federal que dá o suporte a esse processo.

    Breve histórico do planejamento no Brasil

    O planejamento público no Brasil remonta à década de 1940, o que, de alguma forma,demonstra a tradição do nosso país nessa área. Em termos históricos, destacaremos osacontecimentos mais importantes na evolução do planejamento.

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     f 1947 - Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia)

    Primeiro ensaio de planejamento econômico no Brasil que ocorreu durante o governo

    Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). Dava prioridade às áreas de saúde, alimentação,transporte e energia, com financiamento por meio de recursos fiscais (receitas federais)e empréstimos externos.

    Em matéria de planejamento estratégico, o Plano Salte encontra sua importânciamais no pioneirismo e na tentativa de desenvolver um planejamento governamental doque em função de seus resultados práticos.

    A lei que instituiu o Plano Salte determinou a inclusão no orçamento da União,nos exercícios de 1950 e 1951, de dotações suficientes para sua execução. Porém, apartir de 1951, o Plano foi abandonado e deixou incompleto o projeto de desenvolvimentoprevisto, sendo o seu legado mais conhecido a construção da Via Dutra.

     f 1951 – Comissão Mista Brasil-Estados Unidos

    Criada durante o segundo governo Getúlio Vargas (1951-1954), vinculada ao planoamericano de ajuda técnica para defesa, educação, saúde, agricultura e planejamentoeconômico aos países subdesenvolvidos, mostrou-se importante para a tomada deconsciência em relação aos problemas econômicos nacionais. Motivou a criação doBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), com o objetivo de fomentar o

    desenvolvimento de setores básicos da economia brasileira, nos setores público e privado.

     f 1956 – Plano de Metas

    Foi elaborado durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), a partirde estudos do grupo CEPAL-BNDE, representando a primeira tentativa de submeter odesenvolvimento global do país a uma supervisão sistemática do Poder Público.

    Teve como alvo os setores de energia e transporte, a indústria intermediária(siderurgia, cimento, papel), as indústrias produtoras de equipamentos (automobilística,naval e bens de capital) e culminou na construção de Brasília.

     f 1967 – Decreto-Lei nº 200

    Organizou a orçamentação pública e instituiu a delegação de autoridade, a coorde-nação e o controle na Administração Pública. Promoveu a descentralização administrativae a expansão da administração indireta (sociedades de economia mista, empresas públi-cas, fundações públicas e autarquias), favorecendo o desenvolvimento de uma burocraciaestatal qualificada, coexistente com o núcleo tradicional da administração direta.

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     f 1972-1974 – I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND)

    Os programas nacionais de desenvolvimento tiveram início no governo Emílio

    Médici (1969-1974), marcando a fase conhecida como “milagre brasileiro”, que secaracterizou pelo crescimento econômico acelerado, grande afluxo de capitais externos epela substituição de importações. A marca registrada do I PND é a realização de grandesprojetos de integração nacional e expansão das fronteiras de desenvolvimento.

     f 1975-1979 – II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND)

    Ocorrido durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979), o II PND enfatizou oinvestimento em indústrias de base e a busca da autonomia em insumos básicos.

    Buscou solução para o problema energético nacional por meio do estímulo àpesquisa de petróleo, do programa nuclear, do programa do álcool e da construção degrandes usinas hidroelétricas, por exemplo, a usina de Itaipu.

     f 1988 – Reforma Constitucional

    A Constituição Federal de 1988 criou o Plano Plurianual (PPA) como principalinstrumento de planejamento de médio e longo prazo no setor público brasileiro

    (incluindo União, Estados e Municípios). O primeiro PPA, para o período 1991-

    1995, foi elaborado com o objetivo de cumprir a exigência constitucional, mas foramnecessários 10 anos para que o PPA se tornasse um plano estratégico no que se refereàs políticas públicas. Ressaltamos que a Constituição de 1988 criou também a Lei deDiretrizes Orçamentárias (LDO).

     f Decreto nº 2.829 de 1998

    Este instrumento constituiu a base legal para a reestruturação de todas as açõesfinalísticas do Governo Federal. A partir da edição do Decreto nº 2.829/1998, o programapassou a ser a forma básica de integração entre planos e orçamentos, sendo criada,ainda, a figura do gerente de programa, além da avaliação anual do PPA.

     f Plano Plurianual 1996-1999

    Com o Plano Real editado, em 1994, o Brasil passou a um processo de estabilidadeeconômica, o que facilitou a retomada do planejamento governamental.

    Elaborado no primeiro mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso, o PPAintroduziu novos conceitos no planejamento federal: os eixos de integração e desenvolvi-mento como referência espacial do desenvolvimento, e os projetos estruturantes, espe-ciais para as transformações desejadas nos ambientes econômico e social.

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    MÓDULO 5

    Já o Programa Brasil em Ação agregou ao PPA o gerenciamento de empreendimentosestratégicos.

     f Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF 2000)

    A LRF, de maio de 2000, modificou a sistemática de elaboração da LDO e da LOA,sendo que as mudanças previstas no PPA sofreram veto presidencial. No entanto, a LRFcriou mecanismos que tornaram obrigatória a elaboração do PPA em todos os entespúblicos, a partir da exigência da inclusão no PPA das chamadas “despesas obrigatóriasde caráter continuado”.

    Além disso, a LRF passou a exigir dos entes públicos a elaboração de metasfiscais que devem ser apresentadas em audiências públicas nas três casas legislativas –Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores.

     f Plano Plurianual 2000-2003

    O PPA 2000-2003, chamado Avança Brasil, trouxe mudanças de impacto no sistemade orçamento e planejamento federal, introduzindo na administração pública a gestão porresultados. Essas mudanças ocorreram a partir da evolução do programa Brasil em Açãoque, entre outras medidas, empregou um sistema de informações gerenciais na gestãopública, o controle do fluxo financeiro e a gestão de restrições.

     f Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2007)

    O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo Governo Federal em janeiro de 2007, prevê investimentos de R$ 503,9 bilhões, até 2010, em infraestrutura:estradas, portos, aeroportos, energia, habitação e saneamento. O objetivo é destravara economia e garantir uma meta de crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB)ao ano.

    Durante sua execução, o PAC deverá ser acompanhado por um Comitê Gestorformado pelos ministros da Casa Civil, do Planejamento e da Fazenda.

    Todas as ações e medidas incluídas no PAC foram definidas de modo a compatibilizara aplicação dos recursos com a manutenção da responsabilidade fiscal e a continuidadeda redução gradual da relação dívida do setor público/PIB nos próximos anos.

    As ações do Governo Federal estão resumidas em medidas provisórias, projetosde lei complementares, projetos de lei e decretos, que necessitarão de aprovação daCâmara e do Senado.

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    1.2 Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento (SIGPlan)

    O SIGPlan é o instrumento que organiza e integra a rede de gerenciamento do

    Plano Plurianual (PPA). Ele foi concebido para apoiar a execução dos programas, refletindoas características do modelo de gerenciamento, que são as seguintes:

      a orientação por resultados;

      a desburocratização;

      o uso compartilhado de informações;

      o enfoque prospectivo;

      a transparência.

    O endereço do SIGPlan na Internet é: . Para ter aces-so ao conteúdo do SIGPlan, é preciso primeiro fazer o download da ficha de cadastro,preenchê-la de forma completa, indicando o nível de acesso desejado e encaminhá-lapor e-mail. Após o processamento da solicitação, o interessado receberá um login e umasenha por e-mail para acessar o sistema.

    O SIGPlan trabalha com perfis de acesso para seus usuários, por meio dos quaisé feito o controle de quais módulos e funcionalidades podem ser acessados para visuali-zação e alteração de dados, seguindo a lógica do Modelo de Gestão do PPA.

    O SIGPlan é composto por módulos e funcionalidades para apoiar a gestão do Pla-no Plurianual. Tais módulos e funcionalidades estão organizados em três menus:

    MENU Informações Gerenciais – Agrega os módulos e as funcionalidades de mo-nitoramento e avaliação do PPA.

    MENU Planejamento – Agrega os módulos e as funcionalidades de elaboração erevisão do PPA.

    MENU Serviços – Agrega os módulos e as funcionalidades de apoio ao gerencia-

    mento e administração do Sistema, bem como do cadastro de usuários.

    O SIGPlan constitui, portanto, uma importante ferramenta de apoio à gestão dosprogramas do PPA, sendo o elo fundamental entre o programa, o gerente e os demaisagentes envolvidos na execução das ações de Governo.

    Como meio de comunicação e integração, fornece aos gerentes, executivos e coor-denadores de ação os meios necessários para articular, acompanhar e controlar a exe-cução dos programas, propiciando uma visão global da execução do PPA por meio deinformações atualizadas sobre a evolução física e financeira dos programas.

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    MÓDULO 5

    Características do SIGPlan

    Entre as características mais importantes desse sistema de informações geren-

    ciais, destacam-se:O Acompanhamento da Execução Física em “tempo real” – por meio do SIGPlan,

    a administração pública federal pode realizar um efetivo gerenciamento das ações gover-namentais, em particular no que diz respeito ao desempenho físico.

    A Gestão de Restrição – possibilita ao gerente a antecipação e sistematizaçãodas restrições, o que facilita a mobilização e a busca de soluções por parte do governo eseus parceiros, permitindo o compartilhamento na solução das restrições.

    Entende-se por restrição todo problema que possa impedir ou prejudicar a execu-

    ção de uma ou mais ações do programa.

    A Integração de Informações – a base de dados do SIGPlan contém informaçõessobre a execução das ações, seu gerenciamento e monitoramento, e informações orça-mentárias e financeiras sobre cada programa, sendo composta de dados provenientes dediversas fontes, das quais destacam-se:

      dados de programas e ações da base de dados do Plano Plurianual (PPA);

      dados gerenciais fornecidos pelos gerentes de programas;

     

    dados físicos, situação atual e restrições e providências, fornecidos pelos coor-denadores de ação;

      dados do Sistema Integrado de Dados Orçamentários (SIDOR);

      dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI);

      dados do Sistema de Informação das Estatais (SIEST).

    O Módulo de Monitoramento do SIGPlan é carregado anualmente com os progra-mas e as ações que serão objeto de gerenciamento e acompanhamento pelos diversosatores envolvidos na Gestão do Plano Plurianual.

    Essa base de informações do Módulo de Monitoramento do SIGPlan contém:

      a Lei Orçamentária Anual completa, com todos os seus programas, ações elocalizadores de gasto;

      as ações não orçamentárias previstas no Plano Plurianual (PPA);

      os Restos a Pagar de Exercícios Anteriores;

      os Créditos Orçamentários abertos ou reabertos no exercício atual.

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    Planos Gerenciais

    Os Planos Gerenciais dos programas que integram o Plano Plurianual 2004-2007

    estão regulamentados pela Lei nº 10.933, de 11 de agosto de 2004, e estabelecidospelo Decreto nº 5.233, de 06 de outubro de 2004.

    O Plano Gerencial auxilia os processos decisórios do Gerente de Programa e dosCoordenadores de Ação, orientando a implementação e o monitoramento dos Programas,definindo compromissos entre os diversos atores que interagem para o alcance de seusobjetivos, além de auxiliar nos processos de Avaliação e Revisão anual do Plano Plurianual.

    O Plano Gerencial cumprirá seu papel se contribuir para a melhoria da qualidadedo gasto e subsidiar a tomada de decisões nos níveis estratégico, tático e operacional,por parte do Gerente de Programa, Gerente Executivo, Coordenadores de Ação e colegia-dos que compõem os arranjos de gestão.

    Dessa forma, deverá especificar o que será realizado no período de um ano

    orçamentário (produtos), detalhando as principais “fases” ou “eventos” (proces-sos) e a previsão dos recursos necessários (financeiros, pessoas, parcerias, equipamen-tos, logística etc.).

    Programa

    O Plano Gerencial deve oferecer um conjunto de informações relevantes que in-teressam não apenas à equipe responsável pelo Programa, mas também a uma grandevariedade de atores externos que podem contribuir com o sucesso do Programa, como,por exemplo, o Comitê de Coordenação de Programas do

    Ministério, a Assessoria do Ministro, a Secretaria de Planejamento, Orçamento eAdministração (SPOA), os Assessores da presidência da República, a Secretaria de Orça-mento Federal e a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, entre outros.

    Descrição da implementação do Programa

    A descrição da implementação ou execução do Programa durante o período orça-mentário vigente, quando formulada de maneira clara e concisa, pode contribuir para aotimização da gestão do Programa e dos recursos disponíveis.

    Nesse sentido, ela desempenha a função de instrumento de comunicação e pactointerno entre o Gerente de Programa, o eventual Gerente Executivo, os

    Coordenadores de Ação e demais integrantes da equipe, sobre qual caminho de-verá ser trilhado ao longo do ano (processos) e quais resultados devem ser atingidos

    (produtos) até o dia 31 de dezembro do ano corrente.

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    MÓDULO 5

    O texto que detalha a implementação ou execução do Programa deve ser elabora-do segundo uma abordagem descritiva, podendo contemplar diversos aspectos relevan-tes, tais como:

      a maneira como serão conduzidos os eventos ou fases da implementação/execução do Programa (procedimentos administrativos importantes, açõesorçamentárias, ações não orçamentárias, articulação política, articulação coma sociedade etc.);

      quais serão os recursos (financeiros, pessoas, parcerias, equipamentos,logística etc.) necessários à implementação do Programa;

      qual será a parcela do público-alvo a ser prioritariamente atendida, quandonecessária tal especificação;

      quais são os pontos fortes e fracos do Programa (variáveis internas) e asrespectivas medidas a serem adotadas em decorrência de sua existência;

      quais as potenciais oportunidades e ameaças ao Programa (variáveis externas)e as respectivas medidas a serem adotadas em razão de sua identificação ouocorrência;

      qual será a estratégia de comunicação (divulgação) interna e externa de formaa mobilizar apoio e recursos (financeiros, pessoas, parcerias, equipamentos,logística etc.) dos diversos atores que podem influenciar o alcance dos resultados

    do Programa.

    Monitoramento, avaliação e revisão

    O monitoramento busca assegurar a consecução bem sucedida dos eventos oufases listados no item anterior, dentro dos prazos estipulados.

    O primeiro aspecto a ser contemplado deverá ser a breve descrição dos procedi-mentos e mecanismos de monitoramento a serem utilizados com essa finalidade, assimcomo sua frequência de apuração.

    De maneira geral, podemos dizer que a avaliação tem como objetivo final melhorara concepção e a gestão dos programas integrantes do Plano Plurianual e dos Orçamentosda União, visando à obtenção dos resultados estabelecidos.

    No âmbito do Plano Gerencial, a avaliação deve ter como objetivos principais:

      dentificar e analisar as causas dos possíveis desvios observados durante oprocesso de implementação ou execução do Programa em relação aos resultadosesperados para cada evento ou fase relacionados no “quadro resumo dosprincipais eventos ou fases”; e

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      propor recomendações para subsidiar a tomada de decisão acerca das medidascorretivas a serem adotadas, a fim de garantir a obtenção dos resultadosesperados para cada evento ou fase relevante.

    O segundo aspecto a ser contemplado deverá ser uma breve descrição dosmecanismos de avaliação a serem utilizados e a definição da frequência com que serãoutilizados.

    A revisão trata dos mecanismos de incorporação ao Plano Gerencial das decisõestomadas no sentido de promover os ajustes e as correções de curso, a partir dos resultadosaferidos por meio do processo de monitoramento e analisados por meio da avaliação.

    Fonte: www.adminconcursos.com.br

    Ação

    Entre as ações que compõem um Programa, frequentemente há aquelas quepossuem especial relevância, seja pelo volume de recursos mobilizados em sua execução,seja por sua importância para a consecução do Programa.

    Ações com essas características devem merecer maior atenção no planejamentode sua execução, de maneira bastante semelhante àquela utilizada para a gestão dopróprio Programa.

    http://www.adminconcursos.com.br/2014/07/conceitos-iniciais-em-afo-ciclo-de.htmlhttp://www.adminconcursos.com.br/2014/07/conceitos-iniciais-em-afo-ciclo-de.htmlhttp://www.adminconcursos.com.br/2014/07/conceitos-iniciais-em-afo-ciclo-de.html

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    MÓDULO 5

    Estratégias do SIGPlan

      integração do Planejamento, Orçamento e Finanças;

      acompanhamento de Programas e Ações;  gerenciamento dos Gastos Setoriais;

      agilização da Tomada de Decisão;

      geração de Informações Gerenciais;

      modernização de Procedimentos;

      uniformidade e Transparência de Gestão.

    Aspectos mais importantes do SIGPlanConceito e operacionalização

    Programa:  instrumento de organização da atuação governamental. Articula umconjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensuradopor indicadores de resultados estabelecidos no Plano Plurianual, visando à solução de umproblema, ao atendimento de uma necessidade ou à demanda da sociedade.

    Tipos de Programa

    Programa Finalístico – programa do qual resultam bens ou serviços ofertadosdiretamente à sociedade.

    Programa de Serviços ao Estado – programa do qual resultam bens ou serviçosofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para este fim específico.

    Programa de Gestão de Políticas Públicas – programa destinado ao planejamentoe à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação e ao controle dos demaisprogramas sob a responsabilidade de determinado órgão.

    Programa de Apoio Administrativo – programa que contempla as despesas denatureza tipicamente administrativa, as quais, embora contribuam para a consecução dosobjetivos dos outros programas, neles não foram passíveis de apropriação.

    Financiamento dos Programas

    Fiscal/Seguridade – recursos dos orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.

    Financiamento externo contratado – parcela dos recursos do orçamento Fiscal/Seguridade oriundos de financiamentos externos.

    Investimento das estatais – recursos do orçamento de investimento das estatais.

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    Agências oficiais de crédito – são recursos, excetuados os dos fundos, utilizadospelos estabelecimentos oficiais de crédito – BNDES, CEF, BB, BNB, BASA e FINEP – emlinhas de crédito que concorrem para o alcance de objetivos de programas do Governo.

    Parcerias – os recursos próprios aplicados por parceiros – Estados, Municípios esetor privado – em ações que integram programas do Governo.

    Alguns conceitos

    Ação é o instrumento orçamentário de viabilização dos programas.

    Atividade é o conjunto de operações que se realizam de modo contínuo epermanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo.

    Projeto é o conjunto de operações que se realizam em um período limitado detempo, dos quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamentoda ação de governo.

    Operações Especiais são ações que contribuem para a manutenção das ações degoverno, das quais não resultam produto e não geram contraprestação direta sob a formade bens ou serviços. Representam, basicamente, o detalhamento da função “encargosespeciais”.

    Fonte identifica a origem dos recursos, demonstrando se compõem ou não

    contrapartida de contrato de empréstimo externo ou de doação.

    Natureza do gasto agrupa as despesas de conformidade com a sua natureza eidentifica os insumos necessários para a consecução da ação.

    Item de Programação é a especificação da programação da despesa até o nívelde subelemento.

    2. Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal

    Em 2001, com a publicação da Lei 10.180, ficaram instituídos os Sistemas dePlanejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabili-dade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Sobre, especificamente, oSistema de Planejamento e de Orçamento Federal – SPOF, a lei estabelece as seguintesfinalidades:

     y formular o planejamento estratégico nacional;

     y formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômicoe social;

     y formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;

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    MÓDULO 5

     y gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal; e

     y promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,visando à compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos sistemas,nos planos federal, estadual, distrital e municipal.

    O SPOF compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação deplanos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas.Integram o sistema os órgãos:

     y central – o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central;

     y setoriais – unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República

    (o órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área deatuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República, ressalvadosoutros determinados em legislação específica); e

     y específicos – entidades vinculadas ou subordinadas ao órgão central do sistema,cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento.

    Embora o Órgão Central do SPOF seja o Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão, existem, respectivamente, unidades or-ganizacionais específicas vinculadas que executam as atividadesorçamentárias: Secretarias de Orçamento Federal, e de Planeja-mento e Investimentos Estratégicos, bem como o Departamentode Coordenação e Governança das Empresas Estatais.

    Acesse o sítio eletrônico a seguir e confira as estruturas, atribui-ções e legislações relacionadas com o referido ministério:

    http://www.planejamento.gov.br

    VOCÊ SABIA?

    Curiosidade

    Sobre os outros Poderes, as unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficamsujeitas à orientação normativa do órgão central do SPOF e realizarão o acompanhamentoe a avaliação dos planos e programas respectivos.

    Ainda a respeito do SPOF, as atividades do planejamento federal são:

     y elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriaisde desenvolvimento econômico e social;

    http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/mp_002_dimensao_estrategica.pdf

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     y coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metase prioridades da administração pública federal, integrantes do projeto de lei dediretrizes orçamentárias, bem como de suas alterações, compatibilizando as

    propostas de todos os Poderes, órgãos e entidades integrantes da administra-ção pública federal com os objetivos governamentais e os recursos disponíveis;

     y acompanhar física e financeiramente os planos e programas, bem como ava-liá-los quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o processo dealocação de recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das açõesdo Governo;

     y assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dosprogramas, projetos e atividades da administração pública federal mantenhamrotinas de acompanhamento e avaliação da sua programação;

     y manter sistema de informações relacionadas a indicadores econômicos e so-ciais, assim como mecanismos para desenvolver previsões e informações estra-tégicas sobre tendências e mudanças no âmbito nacional e internacional;

     y identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo, suasfontes de financiamento e sua articulação com os investimentos privados, bemcomo prestar o apoio gerencial e institucional à sua implementação;

     y realizar estudos e pesquisas socioeconômicas e análises de políticas públicas; e

     y

    estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais. y Já as atividades do orçamento federal, no âmbito do SPOF, são:

     y coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos projetos da lei de dire-trizes orçamentárias e da lei orçamentária da União, compreendendo os orça-mentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais;

     y estabelecer normas e procedimentos necessários à elaboração e à implementa-ção dos orçamentos federais, harmonizando-os com o plano plurianual;

     y realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoa-

    mento do processo orçamentário federal; y acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da

    competência atribuída a outros órgãos;

     y estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades desua harmonização com o planejamento e o controle; e

     y propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentáriasdas diversas esferas de governo.

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    3. Tipos de Orçamento

    O surgimento do orçamento público está intimamente ligado à ideia de controle. Prova

    disso é que o orçamento se originou pela necessidade de regular a discricionariedade dosgovernantes na destinação dos recursos públicos. Um dos vestígios mais interessantesdessa ideia está na Magna Carta inglesa, outorgada no ano de 1215, pelo Rei João SemTerra. Porém, deve-se considerar que este é apenas um esboço daquilo que hoje seconsidera como orçamento público moderno. De lá para cá, foram desenvolvidas muitastécnicas orçamentárias, fazendo frente às exigências e necessidades dos novos arranjosentre o Estado e a sociedade.

    Muito embora se possa reconhecer uma trajetória de avanços em matéria deorçamento público, não é comum verificarmos uma ruptura completa entre o modelo

    tradicional e o atual, no processo de elaboração dos orçamentos. De forma oposta, aevolução mais comum é a modificação paulatina de uma determinada técnica por outra.Assim, pode haver alguns casos do convívio de mais de um modelo na elaboração doorçamento, seja em momentos de transição política, ou mesmo pelas característicaslegais que envolvem sua concepção.

    Para efeitos didáticos, é possível relacionar algumas dessas técnicas ou práticasque são marcantes na evolução orçamentária (GIACOMONI, 2007). A seguir, serãoapresentados os principais modelos de orçamentação:

    f Orçamento Clássico ou Tradicional

    No Brasil, a prática orçamentária federal antecedente à Lei nº 4.320, de 1964,baseava-se na técnica tradicional de orçamentação. Essa técnica clássica produz umorçamento que se restringe à previsão da receita e à autorização de despesas.

    Não se verifica uma preocupação primária com o atendimento das necessidades bemformuladas da coletividade ou da própria administração pública. Nem mesmo ficam clarosos objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. Por

    outro lado, nesse modelo de orçamento há uma preocupação exagerada com o controlecontábil do gasto, refletida no obsessivo detalhamento da despesa. Outra característicadessa técnica é a elaboração orçamentária com viés inercial (ou incremental), que procuraintroduzir pequenos ajustes nas receitas e despesas.

    Ao tomar essa direção, a distribuição dos recursos para unidades orçamentáriasse dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores e não emfunção do programa de trabalho que pretendem realizar. Nesse caso, as distorções sãoinevitáveis, promovendo um ciclo vicioso baseado no incentivo ao gasto indiscriminado,apenas para garantir maior “fatia” nos orçamentos seguintes.

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     f Orçamento de Desempenho ou de Realizações

    A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça

    orçamentária. Evidenciar as “coisas que o governo compra” passa a ser menos importanteem relação às “coisas que o governo faz”.

    Assim, saber o que a administração pública compra tornou-se menos relevante doque saber para que se destina a referida aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, vistoque lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao sistema de planejamento.

     f Orçamento-Programa

    Esta técnica orçamentária foi introduzida na esfera federal pelo Decreto-Lei nº 200,de 23 de fevereiro de 1967, que menciona o orçamento-programa como plano de ação doGoverno Federal, quando, em seu art. 16, determina:

    “Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará

    a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que

     servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”.

    Contudo, o marco legal que cristalizou a adoção do orçamento-programa no Brasilfoi a Portaria da Secretaria de Planejamento e Coordenação da Presidência da República

    nº 9, de 28 de janeiro de 1974, que instituiu a classificação funcional-programática. Essaportaria vigorou - com alterações no decorrer dos anos, porém sem mudanças estruturais– até 1999.

    A partir do exercício de 2000, houve sua revogação, pela Portaria nº 42, de 14 deabril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, que instituiu uma classifica-ção funcional e remeteu a estrutura programática aos planos plurianuais de cada governoe esfera da Federação.

    A concepção do orçamento-programa está ligada à ideia de planejamento. De acor-

    do com ela, o orçamento deve considerar os objetivos que o Governo pretende alcançar,durante um período determinado de tempo.

    Com base nessa característica, o orçamento-programa ultrapassa a fronteira doorçamento como simples documento financeiro, aumentando sua dimensão. Sendo assim,pode-se dizer que o orçamento passa a ser um instrumento de operacionalização das açõesdo Governo, em consonância com os planos e diretrizes formuladas no planejamento.

    Alguns autores têm destacado vantagens do orçamento-programa em relação amétodos de elaboração orçamentária tradicionais, como por exemplo:

    y melhor planejamento de trabalho;

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    MÓDULO 5

     y maior precisão na elaboração dos orçamentos;

    y maior determinação das responsabilidades;

    y

    maior oportunidade para a relação dos custos;y maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do

    Legislativo e da população em geral;

    y facilidade para identificação de duplicação de funções;

    y melhor controle da execução do programa;

    y identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação emtermos absolutos e relativos;

    y apresentação dos objetivos e dos resultados da instituição e do inter-

    relacionamento entre custos e programas; e

    y ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.

    Em sua elaboração, o orçamento-programa tem uma lógica que o distingue deoutros modelos. Essa lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dãoa esse modelo toda a sua peculiaridade. São elas:

    y determinação da situação: identificação dos problemas existentes;

    y

    diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para osurgimento dos problemas;

    y apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionaros problemas;

    y estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas;

    y definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que seconseguirá com isso;

    y determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os

    objetivos;y determinação dos recursos: arrolamento dos meios, sejam recursos humanos,

    materiais, técnicos, institucionais ou serviços de terceiros necessários; e

    y determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursosalocados.

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    O Plano Plurianual para o período 2012-2015 tem 26 programastemáticos. Consequentemente, o orçamento público brasileirodeve ser elaborado considerando esta orientação programática.

    Vide lista atualizada dos programas em:http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/anexo_i_atualizado_loa2014_2.pdf 

    VOCÊ SABIA?

    Curiosidade

     f Orçamento Participativo

    Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelosPoderes Executivo e Legislativo. Aliás, segundo os juristas especializados, a principal ra-zão da existência do Legislativo, na sua função precípua de representação popular, estána coparticipação com o Executivo na alocação dos recursos públicos por intermédio daelaboração dos orçamentos.

    O orçamento participativo incorpora a população ao processo decisório da elabo-ração orçamentária, seja por meio de lideranças da sociedade civil, audiências públicasou por outras formas de consulta direta à sociedade. Trata-se de ouvir de forma direta ascomunidades para a definição das ações do Governo, para resolução dos problemas porelas considerados prioritários.

    O orçamento participativo é exercitado no Brasil em alguns estados da Federaçãoe em algumas prefeituras. Na União, verificam-se algumas iniciativas, embora ainda bemsubliminares, durante a tramitação legislativa. Há, esporadicamente, audiências públicasou até mesmo, como aconteceu no processo de tramitação do orçamento para 2012, aabertura para apresentação de emendas de iniciativa popular, direcionadas para ações

    de implementação de políticas públicas prioritárias de apoio aos pequenos municípios.No Brasil, dada a quantidade de despesas obrigatórias e a pouca flexibilidade para

    o redirecionamento das ações governamentais, os processos que contemplam a partici-pação popular na definição dos orçamentos se atêm a uma parcela restrita da alocaçãodos recursos.

    http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/anexo_i_atualizado_loa2014_2.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/anexo_i_atualizado_loa2014_2.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/anexo_i_atualizado_loa2014_2.pdfhttp://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-1/2012/anexo_i_atualizado_loa2014_2.pdf

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    MÓDULO 5

    O município brasileiro de Porto Alegre (RS) é reconhecido interna-

    cionalmente por ser um dos principais pioneiros na adoção insti-tucionalizada desta técnica orçamentária.

    Fonte: Shah (2007).

    Fique de Olho

     f Orçamento Base Zero

    O orçamento base zero constitui uma técnica para elaboração do orçamento,

    desenvolvida nos Estados Unidos (EUA), pela Texas Instruments Inc., durante o ano de1969, e adotada pelo Estado da Georgia no governo Jimmy Carter, e tem como principaiscaracterísticas:

      análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas dassolicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; e

      apresentação de justificativas para todos os programas cada vez que se iniciaum novo ciclo orçamentário.

    4. Funções do Orçamento

    Nos dias de hoje, podemos reconhecer o orçamento público como um instrumentoque apresenta múltiplas funções, sendo que a mais clássica delas, a função controlepolítico, teve início nos primórdios dos Estados Nacionais (BRASIL, 2013). Além dela, oorçamento apresenta outras funções mais contemporâneas, do ponto de vista adminis-trativo, gerencial, contábil e financeiro.

    No Brasil, a função incorporada mais recentemente foi a de planejamento, queestá ligada à técnica de orçamento por programas. De acordo com essa ideia, o orça-mento deve espelhar as políticas públicas propiciando sua análise pela finalidade dosgastos. Do ponto de vista macroeconômico, os orçamentos podem ser entendidos comouma expressão da situação fiscal dos governos. Aliás, esse aspecto fiscal associado àsfinanças públicas tem sido a função mais destacada dos orçamentos contemporâneos.Como consequência, as demais funções do orçamento são menos difundidas e explora-das (ABREU, 2013).

    Sabe-se que os governos costumam participar de muitas formas na economiados países. A condução da política monetária, a administração das empresas estatais,

    a regulamentação dos mercados privados e, sobretudo, a sua atividade orçamentária,

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    funcionam como meios dessa participação e influenciam o curso das atividades econô-micas. Em relação ao orçamento público, didaticamente, podemos dividir as funções queo Estado precisa exercer em três: a função alocativa, a função distributiva e a função

    estabilizadora.

    f Função Alocativa

    O Governo dirige a utilização dos recursos totais da economia, incluindo a ofertade bens públicos. Dessa forma, podem ser criados incentivos para desenvolver certossetores econômicos em relação a outros.

    Como exemplo, imagine que o Governo tem interesse em desenvolver o setor deenergia numa determinada região. Conforme análise prévia, constatou-se que, para essaregião, a forma mais racional de energia é a gerada por hidroelétricas. Sendo assim,poderiam ser alocados recursos intensivos na geração e transmissão dessa energia.Como consequência, seria de se esperar que o orçamento governamental apresentassecifras substanciais alocadas em projetos de construção de linhas de transmissão ou, atémesmo, registrasse despesas com incentivos concedidos às empresas construtoras doscomplexos hidroelétricos.

    No entanto, lembre-se que, num cenário real, em que os recursos financeiros sãoinferiores às possibilidades de gasto, ao optar pelo desenvolvimento de um setor, o go-

    verno acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. Ou seja, é justamente nessadiversidade de escolhas que o governo materializa a sua função alocativa.

     f Função Distributiva ou Redistributiva

    Essa função tem importância fundamental para o crescimento equilibrado do País.Por intermédio dela, o Governo deve combater os desequilíbrios regionais e sociais, pro-movendo o desenvolvimento das regiões e classes menos favorecidas.

    Como exemplo, imagine que o Governo deseje combater as desigualdades verifica-

    das numa dada região, onde parte considerável da população é analfabeta. Seria de seesperar que o orçamento governamental contemplasse para aquela região ações vincula-das a algum programa de redução do analfabetismo, cujo financiamento poderia se dar pormeio de recursos captados de classes econômico-sociais ou de regiões mais abastadas.

    Tal situação pode ser concretizada pela cobrança de impostos de característicasprogressivas, de forma que os recursos arrecadados possam ser usados no desenvolvi-mento de determinada política pública. Como se pode concluir, o orçamento governamen-tal é também uma expressão da função distributiva, exercida pelo Governo.

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     f Função Estabilizadora

    A função estabilizadora está relacionada às escolhas orçamentárias na busca do

    pleno emprego dos recursos econômicos; da estabilidade de preços; do equilíbrio dabalança de pagamentos e das taxas de câmbio, com vistas ao crescimento econômicoem bases sustentáveis.

    Nesse aspecto o orçamento desempenha um importante papel, tendo em vistao impacto que as compras e contratações realizadas pelo Governo exercem sobre aeconomia. Da mesma forma, a arrecadação das receitas públicas pode contribuirpositivamente na reação do Governo em atingir determinadas metas fiscais ou, ainda,na alteração de alíquotas de determinados tributos, que possam ter reflexo nos recursosdisponíveis ao setor privado.

    A meta de superavit primário do governo brasileiro está discriminadaem anexo específico da Lei de Diretrizes Anuais. Veja em:http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos-ldo-1/anexo_iv_1_metas_fiscais.pdf  

    Você também pode acessar as séries históricas dos resultadosprimários do Brasil em:http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federal

    VOCÊ SABIA?

    Curiosidade

    5. Princípios OrçamentáriosSegundo Giacomoni (2007), de um modo objetivo, podemos afirmar que os princí-

    pios orçamentários são aquelas regras fundamentais que funcionam como norteadorasda prática orçamentária. É um conjunto de premissas que devem ser observadas durantecada etapa da elaboração orçamentária. Os princípios orçamentários visam estabelecerregras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processosde elaboração, execução, avaliação e controle do orçamento público. Válidos para os Po-deres Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, Estados,Distrito Federal e Municípios –, são estabelecidos e disciplinados tanto por normas cons-

    titucionais e infraconstitucionais quanto pela doutrina.

    http://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos-ldo-1/anexo_iv_1_metas_fiscais.pdfhttp://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos-ldo-1/anexo_iv_1_metas_fiscais.pdfhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/pasta-estatisticas-fiscais/01.-resultado-primario-do-governo-federalhttp://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos-ldo-1/anexo_iv_1_metas_fiscais.pdfhttp://www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos-ldo-1/anexo_iv_1_metas_fiscais.pdf

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    Acesse o áudio a seguir para obter mais informações sobre o que

    são os princípios orçamentários:http://www.orcamentofederal.gov.br/radio-mp/2011/arquivo-mp3/voce-sabe-o-que-sao-principios-orcamentarios

    Fonte: Brasil (2015).

    Fique de Olho

    Ao analisar os princípios orçamentários, podemos dividi-los, para fins deste estu-do, em duas categorias distintas: os princípios orçamentários clássicos (ou tradicionais) eos princípios orçamentários modernos (ou complementares). Os princípios orçamentários

    clássicos são aqueles cuja consolidação deu-se ao longo do desenvolvimento do orça-mento (desde a Idade Média, até meados do século XX), e surgiram numa época em queos orçamentos tinham forte conotação jurídica. Já os princípios orçamentários modernoscomeçaram a ser delineados na era moderna do orçamento, quando sua função extrapo-lou as fronteiras político-legalistas, invadindo o universo do planejamento (programação)e da gestão (gerência). (BRASIL, 2013).

    5.1. Clássicos

     f Princípio da Anualidade

    De acordo com o princípio da anualidade, o orçamento deve ter vigência limitadaa um exercício financeiro. Conforme a legislação brasileira, o exercício financeiro precisacoincidir com o ano civil (art. 34 da Lei no 4.320/64). A Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF) vem reforçar esse princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercíciosejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício.

    f Princípio da Clareza

    Pelo princípio da clareza, o orçamento deve ser claro e de fácil compreensão aqualquer indivíduo.

     f Princípio do Equilíbrio

    No respeito ao princípio do equilíbrio fica evidente que os valores autorizados paraa realização das despesas no exercício deverão ser compatíveis com os valores previstospara a arrecadação das receitas. O princípio do equilíbrio passa a ser parâmetro para oacompanhamento da execução orçamentária. A execução das despesas sem a correspon-dente arrecadação no mesmo período acarretará, invariavelmente, resultados negativos,

    http://www.orcamentofederal.gov.br/radio-mp/2011/arquivo-mp3/voce-sabe-o-que-sao-principios-orcamentarioshttp://www.orcamentofederal.gov.br/radio-mp/2011/arquivo-mp3/voce-sabe-o-que-sao-principios-orcamentarioshttp://www.orcamentofederal.gov.br/radio-mp/2011/arquivo-mp3/voce-sabe-o-que-sao-principios-orcamentarioshttp://www.orcamentofederal.gov.br/radio-mp/2011/arquivo-mp3/voce-sabe-o-que-sao-principios-orcamentarios

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    comprometedores para o cumprimento das metas fiscais, que serão vistas mais adiante.A Constituição de 1988 tratou de uma espécie de equilíbrio ao mencionar a “Regra deOuro”, em seu artigo 167, inciso III. Tal dispositivo preconiza que a realização das opera-

    ções de crédito não deve ser superior ao montante das despesas de capital.

    f Princípio da Exclusividade

    No princípio da exclusividade, verifica-se que a lei orçamentária não poderá contermatéria estranha à fixação das despesas e à previsão das receitas. Esse princípio estáprevisto no art. 165, § 8º, da Constituição, incluindo, ainda, sua exceção, haja vista que aLOA poderá conter autorizações para abertura de créditos suplementares e a contrataçãode operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária.

     f Princípio da Legalidade

    O princípio da legalidade estabelece que a elaboração do orçamento deve ob-servar as limitações legais em relação aos gastos e às receitas e, em especial, ao quese segue quanto às vedações impostas pela Constituição Federal à União, Estados,Distrito Federal e Municípios:

    exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

    cobrar tributos no mesmo exercício financeiro da lei que o instituiu ou elevou ou

    em relação a fatos ocorridos anteriores à vigência da lei, ressalvadas condiçõesexpressas na Constituição Federal;

    instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situaçãoequivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional oufunções por eles exercidas;

    utilizar tributo com efeito de confisco;

    estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributosinterestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela

    utilização de vias conservadas pelo poder público; e

      instituir impostos sobre:

    3 patrimônio, renda ou serviços, entre os poderes públicos;

    3 templos de qualquer culto;

    3 patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, das entidadessindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e deassistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e

     3 livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

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     f Princípio da Não-Afetação (Não-Vinculação) das Receitas

    Segundo este princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou

    comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de dotar o admi-nistrador público de margem de manobra para alocar os recursos de acordo com suasprioridades. Em termos legais, a Constituição Federal, em seu art. 167, inciso IV, veda avinculação de receita de impostos a uma determinada despesa. As exceções previstasreferem-se à repartição de receitas em razão dos Fundos de Participação dos Estadose Municípios, bem como daqueles direcionados às ações e serviços públicos de saúde,manutenção e desenvolvimento do ensino, realização de atividades da administração tri-butária e prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita. Deforma geral, no Brasil, esse princípio não vem sendo observado.

    Nos últimos anos, paulatinamente têm sido criadas outras receitas (que não tribu-tos) com automática vinculação a áreas de despesas específicas. Recentemente, váriosfundos foram criados vinculando a receita a áreas como telecomunicações, energia e ciên-cia e tecnologia, entre outros. A vinculação, se, por um lado, garante a regularidade no apor-te de recursos para determinadas áreas, por outro, diminui significativamente a margem demanobra do governante para implementar políticas de acordo com suas prioridades.

    O resultado é que, em algumas áreas, há excesso de recursos que não podemser carreados para outras que estão com escassez. O excesso de vinculação faz comque haja, em boa medida, uma repartição definida legalmente entre as áreas de gover-

    no, diminuindo significativamente as alternativas de opções alocativas dos administra-dores públicos.

    f Princípio da Publicidade

    O princípio da publicidade diz respeito à garantia da transparência e pleno acessode qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre autilização dos recursos arrecadados dos contribuintes.

     f Princípio da Unidade Orçamentária

    O princípio da unidade orçamentária diz que o orçamento é uno, ou seja, todas asreceitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária.

    f Princípio da Uniformidade

    Para a obediência do princípio da uniformidade, os dados apresentados devemser homogêneos nos exercícios, no que se refere à classificação e demais aspectosenvolvidos na metodologia de elaboração do orçamento, permitindo comparações aolongo do tempo.

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     f  Princípio da Universalidade

    Pelo princípio da universalidade, todas as receitas e todas as despesas devem

    constar da lei orçamentária, não podendo haver omissão. Por conta da interpretaçãodesse princípio, os orçamentos da União incorporam receitas e despesas meramentecontábeis, como, por exemplo, a rolagem dos títulos da dívida pública. Daí os valoresglobais dos orçamentos ficarem superestimados, não refletindo o verdadeiro impacto dosgastos públicos na economia. Tal ideia se reflete no art. 3º da Lei nº 4.320, de 1964,transcrito a seguir:

    “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive

    as de operações de crédito autorizadas em lei”.

     f Princípio do Orçamento Bruto

    Determina que todas as receitas e despesas devam constar na peça orçamentáriacom seus valores brutos e não líquidos. Esse princípio também está previsto na Lei nº4.320, de 1964, em seu art. 6º, que veda qualquer dedução dos valores de receitas edespesas que constem dos orçamentos.

    5.2. Princípios Orçamentários Modernos

     f Princípio da Simplificação

    Pelo princípio da simplificação, o planejamento e o orçamento devem basear-seem elementos de fácil compreensão. Conforme o manual técnico que orientou a propostaorçamentária da União para o exercício de 2000, essa simplificação está bem refletida naadoção do problema como origem para criação de programas e ações.

    f Princípio da Descentralização

    Segundo o princípio da descentralização, é preferível que a execução das açõesocorra no nível mais próximo de seus beneficiários. Com essa prática, a cobrança dosresultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário daação, e a unidade administrativa que a executa.

     f Princípio da Responsabilização

    Conforme o princípio da responsabilização, os gerentes/administradores públicosdevem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desenvolvimento de uma

    determinada ação de governo, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema.

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    6. Aspectos Legais relacionados ao Orçamento

    A Constituição Federal de 1988 delineou o modelo atual de ciclo orçamentário,

    instituindo três leis cuja iniciativa para proposição é exclusiva do Poder Executivo: o plano plurianual (PPA);

    a lei de diretrizes orçamentárias (LDO);

      a lei orçamentária anual (LOA).

    As Leis do PPA, da LDO e da LOA devem ser elaboradas sobre a

    perspectiva estratégica governamental.Fique de Olho

    Fonte: Paulo (2010, p. 174).

    Os projetos de lei referentes a cada um desses três instrumentos são submetidosà apreciação das duas Casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e SenadoFederal), mais especificamente pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e

    Fiscalização, formada por Deputados e Senadores.

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    A tramitação no Congresso Nacional envolve, via de regra, as seguintes etapas:

    recebimento da proposta do Poder Executivo;

    leitura do projeto do Executivo; distribuição dos projetos aos parlamentares;

    designação do relator do projeto;

    realizações de audiências públicas;

    apresentação, discussão e votação dos pareceres preliminares (estabelecemas regras gerais para o processo);

    abertura do prazo de emendas ao projeto;

    recebimento e parecer sobre as emendas (realizado pelo relator); apreciação e votação do relatório final na CMO (com a aceitação ou rejeição das

    emendas propostas);

    votação do relatório geral no Plenário do Congresso; e

    encaminhamento ao Presidente da República para sanção.

    Ao receber o projeto de lei apreciado pelo Congresso Nacional, o qual sedesigna “Autógrafo”, o Presidente tem três opções: aprovar, vetar parcialmente ou vetar

    integralmente. As razões do veto devem ser comunicadas ao Presidente do Senado,sendo que sua apreciação deverá ocorrer em sessão conjunta da Câmara e do Senado,que podem acatar o veto ou rejeitá-lo. Nessa última opção, o projeto em questão seráremetido ao Presidente da República para promulgação.

    6.1. O Plano Plurianual (PPA)

    É um instrumento de planejamento governamental que deve estabelecer, de formaregionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as des-

    pesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duraçãocontinuada, conforme disposto no Parágrafo 1º, do art.165, da Constituição Federal - CF.

    O PPA declara as escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizaros objetivos fundamentais da República. Além disso, organiza a ação de governo na buscade um melhor desempenho da administração pública. Para isso, orienta-se pelos seguin-tes princípios:

      convergência territorial: equilibrar os investimentos propostos;

      integração de políticas e programas: otimizar os resultados da aplicação do gas-

    to público;

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      monitoramento e avaliação: criar condições para a melhoria contínua e mensu-rável da qualidade e produtividade dos bens e serviços;

      transparência: demonstrar a aplicação dos recursos públicos; e

      participação social: criar interação entre o Estado e o cidadão para aperfeiçoa-mento das políticas públicas.

    Com duração de quatro anos, o PPA é elaborado no primeiro ano do mandato dogovernante eleito, com vigência a partir do segundo ano de mandato. O projeto de Leido PPA deverá ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso até quatro meses antesdo final do primeiro exercício financeiro do mandato do novo Presidente (limite – 31 deagosto), e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa (22 de

    dezembro).

    6.2. Lei De Diretrizes Orçamentárias (LDO)

    De acordo com o conteúdo constitucional, a LDO orientará a elaboração orçamen-tária, compreendendo as prioridades e metas em consonância com o PPA, porém, referin-do-se apenas ao exercício financeiro subsequente.

    Também deverá dispor sobre as alterações na legislação tributária, além de esta-belecer a política das agências financeiras oficiais de fomento. O projeto de lei da LDO

    deve ser encaminhado pelo Poder Executivo até oito meses e meio antes do final doexercício financeiro (15 de abril) e devolvido para sanção até final do primeiro período dasessão legislativa (17 de julho).

    Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou novas atri-buições associadas ao equilíbrio entre receitas e despesas que norteia todo ciclo dealocação dos recursos públicos, como será visto mais adiante.

    6.3. Lei Orçamentária Anual (LOA)

    É um documento que apresenta os recursos que deverão ser mobilizados, no anoespecífico de sua vigência, para a execução das políticas públicas e do programa de tra-balho do Governo.

    A LOA compreende o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e o or-çamento de investimento das estatais. O projeto de lei da LOA deverá ser enviado peloPoder Executivo ao Congresso até quatro meses antes do final do exercício financeiro (li-mite – 31 de agosto), e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa(22 de dezembro).

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    7. Classificação da Despesa Orçamentária

    A partir de agora serão abordadas as estruturas de classificações qualitativas equantitativas.

    7.1. Programação Qualitativa

    Na estrutura atual do orçamento público, as programações orçamentárias estãoorganizadas em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantita-tivas, sejam físicas ou financeiras (BRASIL, 2013). O programa de trabalho, que definequalitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e obje-

    tiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vistaoperacional, composto dos seguintes blocos de informação: classificação por esfera,classificação institucional, classificação funcional e estrutura programática, conformedetalhado a seguir:

    Tabela 4 - Programação Qualitativa

    BLOCOS DA ESTRUTURA ITEM DA ESTRUTURA PERGUNTA RESPONDIDA

    Classificação por esfera Esfera orçamentária. Em qual orçamento?

    Classificação Institucional Órgão unidade orçamentária. Quem faz?

    Classificação Funcional Função/Subfunção. Em que área da despesa a açãogovernamental será realizada?

    Estrutura Programática Programa. O que fazer?

    Informações Principais

    do programa

    Objetivo.

    Problema a resolver.

    Público-alvo.

    Indicadores.

    Para que é feito?

    Por que é feito?

    Para quem é feito?

    Quais as medidas?Informações Principais

    da Ação

    Ação.

    Descrição.

    Finalidade.

    Forma de implementação.

    Etapas.

    Produtos.

    Subtítulo.

    Como fazer?

    O que é feito?

    Para que é feito?

    Como é feito?

    Quais as fases?

    Qual o resultado?

    Onde é feito?

    Fonte: Brasil (2013).

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     f Esfera Orçamentária

    A esfera orçamentária tem por finalidade identificar cada tipo de orçamento, con-

    forme o art. 165 da Constituição, que é composto de dois dígitos e será associado à açãoorçamentária, da seguinte maneira:

      10 - Orçamento Fiscal;

      20 - Orçamento da Seguridade Social; e

      30 - Orçamento de Investimento.

    A forma de saber se uma determinada programação figura num ou em outro orça-mento é simples. Inicialmente, devemos observar o art. 194 da Constituição, que carac-

    teriza a seguridade social como “[...] um conjunto integrado de ações de iniciativa dosPoderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, àprevidência e à assistência social”.

    Já a esfera de investimento agrega apenas as programações de empresas estataisindependentes. Tal definição consta de forma inversa na Lei de Responsabilidade Fiscal,que conceitua a empresa estatal dependente como sendo “[...] empresa controlada quereceba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pes-soal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientesde aumento de participação acionária”.

     f Classificação Institucional

    A classificação institucional permite identificar o programa de trabalho do Governosegundo os Poderes, órgãos e unidades orçamentárias (UO). A ideia principal do classifi-cador é identificar a responsabilidade institucional pelo gasto.

    A classificação institucional está presente nos documentos orçamentários e nosatos relativos à execução da despesa. Expresso por um código numérico de cinco dígitos,esse classificador pode ser facilmente interpretado.

    1º 2º 3º 4º 5º

    Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária

     f Classificação Funcional

    O modelo atual de classificação funcional foi também introduzido pela reforma ge-

    rencial do orçamento, no ano de 2000. Seu escopo principal é a identificação das áreas

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    em que as despesas ocorrem. Em sua lógica, há uma matricialidade, ou seja, as subfun-ções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

    A classificação funcional (por funções e subfunções) serve como um agregadordos gastos do Governo, evidenciando a programação a partir de grandes áreas de atua-ção governamental. Por ser de uso comum e obrigatório para todas as esferas de governo,esse classificador permite a consolidação nacional dos gastos do setor público. Nessemesmo sentido, podem-se formular estatísticas que evidenciem as linhas gerais na des-tinação dos recursos públicos.

    A partir dessas informações, pode-se ficar sabendo qual o nível de gastos com afunção cultura ou segurança, por exemplo, ou o nível de gastos com a subfunção meteoro-logia ou habitação rural. Também é possível levantar essas informações associadas a um

    determinado espaço administrativo (Região, Estado ou Município), de modo a obterem-seconclusões relevantes, como o nível de gastos com a subfunção Educação de Jovens eAdultos na Região Norte.

    A classificação funcional está representada em cinco dígitos. Os dois primeirosdizem respeito à função, que pode ser traduzida como o maior nível de agregação dosdiversos espaços de atuação do setor público. A função guarda relação com a missãoinstitucional do órgão ou instituição. Já os três dígitos seguintes referem-se à subfunção.Esta pode ser entendida como uma partição da função, não se restringindo à área deatuação do órgão ou instituição, ficando associada à própria característica da ação, isto

    é, ao seu espaço de contribuição.

     f Estrutura de Classificação Programática

    A partir do orçamento para o ano de 2000, algumas modificações foramestabelecidas na classificação da despesa até então vigente. A chamada ReformaGerencial do Orçamento trouxe algumas práticas simplificadoras e descentralizadorasque foram adotadas com a finalidade de privilegiar o aspecto gerencial dos orçamentos.

    A reforma em questão prevê que cada nível de governo passará a ter a suaestrutura programática própria, adequada à solução dos seus problemas, e originária doseu plano plurianual. Assim, não há mais sentido em falar em classificação programática,mas sim em estruturas programáticas diferenciadas de acordo com as peculiaridadeslocais. A reforma considerou que os pr